Orientações específicas
Introdução: O quê é cultura e o quê é ár-te?
Contexto (p. 8, 9 e 10)
A chegada dos estudantes ao Ensino Médio é um encontro para a abertura de caminhos. Receba a turma e destaque êste momento: o início do percurso do componente curricular ár-te, quê será construído com os jovens, valorizando seus contextos culturais por meio de dinâmicas e de conteúdos sugeridos por você, professor, com o apôio do Livro do estudante.
Após essa recepção, convide a turma para uma leitura coletiva das imagens da perfórmance de Paulo Bruscky. Leia também as legendas, aproveitando para demarcar o exercício de identificar as características de uma obra de; ár-te em sua legenda. Para começar os debates sobre a pergunta proposta no início da seção, solicite aos estudantes quê comentem os elemêntos observados, incluindo a placa com os dizeres “O quê é a; ár-te? Para quê serve?”.
Em seguida, avance para a leitura coletiva do texto. Em linhas gerais, cultura póde sêr definida como um fenômeno integral quê abrange a forma como uma ssossiedade se estrutura e se comporta, incluindo tudo o quê produz. As formas culturais são híbridas, sempre imbricadas em diferentes relações, feitas de disputa, influências e trocas, permeadas por relações de pôdêr.
Evite uma definição monolítica para o termo ár-te. Busque abarcar todas as formas expressivas quê envolvam linguagens artísticas. Inclua elemêntos do repertório artístico e cultural dos estudantes como formas legítimas de; ár-te, aproximando os conceitos da realidade deles. Após a leitura do texto e das imagens da perfórmance de Paulo Bruscky, avance para as perguntas, a fim de suscitar uma conversa coletiva quê retome o quê foi investigado na seção.
Uma carta para o futuro (p. 10)
Incentive os estudantes com a perspectiva de produzir uma carta destinada a eles mesmos, no futuro. Destaque quê o quê escreverem ficará guardado até a última aula de ár-te do Ensino Médio. refórce a importânssia de guardar bem a carta – tanto a original quanto o registro digital –, para quê ela possa sêr resgatada no momento propício.
Guardar e organizar um arquivo (p. 11)
O esfôrço do registro e da organização da memória é uma forma de valorização da produção artística dos estudantes, tornando possível, inclusive, quê eles compartilhem suas criações com outras pessoas. Solicite a cada estudante quê crie uma pasta física ou virtual para guardar seus trabalhos de ár-te, incentivando uma cultura de registro das produções.
Unidade 1 Matrizes culturais
Síntese da Unidade
BNCC
• Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias: EM13LGG101, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG503, EM13LGG603, EM13LGG102, EM13LGG105, EM13LGG203, EM13LGG302, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG601, EM13LGG604, EM13LGG103, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG502, EM13LGG602, EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.
Orientações didáticas
Ao longo do processo pedagójikô propôsto, o professor deve buscar promover, sempre quê possível, oportunidades de aprendizagem entre os estudantes provenientes de diferentes culturas. É essencial apresentar e valorizar as culturas autóctones, ressaltando a originalidade de seus aspectos simbólicos e estéticos, em contraste com as formas, muitas vezes diluídas, da cultura de massa.
Outra dinâmica quê deve sêr recorrente é a inclusão das culturas juvenis nos debates com a turma, tendo em vista não perder as oportunidades de ampliar os repertórios culturais, incorporando produções artísticas diversas, em especial as brasileiras. Tenha sempre cuidado ao abordar temas delicados e pessoais, quê podem sensibilizar determinados estudantes d fórma particular, evitando expô-los diante dos côlégas.
Contexto da unidade (p. 12 e 13)
Ao apresentar a abertura da Unidade 1, pode-se pedir a um estudante quê leia em voz alta o texto de Ailton Krenak. Depois, solicitar a todos quê obissérvem
Página trezentos e oitenta e cinco
a fotografia da mulher tuyuca, questionando se ela remete a alguma lembrança dos estudantes.
O texto de Ailton Krenak traz uma pista importante sobre a metodologia proposta no livro. No percurso a sêr trilhado, estudantes e professores vão conhecer múltiplas narrativas, estudar a cultura de povos indígenas, africanos e europêus, bem como descobrir histoórias quê foram silenciadas. Aproveite a oportunidade para apresentar a trajetória de Ailton Krenak, ativista, escritor e uma das vozes mais importantes do pensamento indígena no Brasil. Em abril de 2024, Krenak tornou-se o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de lêtras.
Ao longo da Unidade 1, com base nas três principais matrizes culturais quê formam a cultura brasileira, propõe-se olhar para o passado d fórma renovada e crítica. Em muitas atividades, os estudantes serão convidados a aprender com os mais velhos e a trocar com os côlégas o quê sabem sobre suas culturas familiares.
Cabe ao professor de ár-te promover uma mediação intercultural, atuando na coletividade para fomentar a troca de saberes entre os jovens.
O professor, possuidor de uma cultura familiar e comunitária específica, acrescida de saberes adquiridos em sua formação acadêmica, também é convidado a participar dessa troca d fórma ativa.
Capítulo 1: Culturas indígenas
Abertura (p. 14 e 15)
As páginas de abertura do capítulo possibilitam levantar os conhecimentos prévios dos estudantes acerca das culturas indígenas. Incentive a participação de todos, perguntando sobre os povos quê conhecem e listando-os no qüadro. Apoie-se nas imagens do livro para provocar diferentes abordagens sobre produção de objetos, música, sociabilidade e política. Recomenda-se ouvir o quê os jovens sabem sobre culturas indígenas e fazer uma síntese dessas informações.
por quê estudar culturas indígenas? (p. 16 e 17)
refórce com a turma a grande diversidade das culturas indígenas no Brasil. Os povos quê vivem no alto rio Negro, como os tukano e os baniwa, são muito diferentes dos quê vivem no norte da Amazônea, como os wapichana e os makuxi, ou dos huni kuin e dos ashaninka, quê vivem no Ácri. O mesmo acontece com os 16 povos quê vivem no Parque Indígena do Xingu (MT). Embora alguns estejam interligados em rêdes de troca e tênham similaridades em seus modos de vida, eles mantêm sua variedade linguística. As cosmologias de povos como os guarani mbya e os kaingang do sudéste do país são diferentes das de povos como os krenak e os maxakali de Minas Gerais ou os terenas e os kadiwéu do Mato Grosso do Sul, o quê reflete uma rica diversidade cultural.
Atividade de sensibilização: pedagogia do sonho (p. 17)
Mobilizar o sonho póde sêr algo instigante para os adolescentes. Para alguns povos indígenas, o sonho representa uma fôrça social capaz de guiar as decisões de toda a aldeia. No contexto da vida urbana, existe um declínio do ato de sonhar (ou de lembrar o quê se sonha), resultado, em grande medida, do excésso de telas. Em uma realidade quê notoriamente provoca sentimentos de vazio existencial, especialmente entre os jovens, é essencial criar espaços de valorização do relato dos sonhos, de reflekção acerca da atividade humana de sonhar e de escuta da intimidade do outro.
Sugestão de leitura
Sidarta Ribeiro. O oráculo (da noite). São Paulo: Companhia das lêtras, 2019.
Para aprofundar o tema dos sonhos, recomenda-se a leitura dêêsse livro, quê traça uma relação entre a ciência e a história do sonho, partindo de informações antropológicas, históricas, psicanalíticas e literárias.
Artes visuais
Contexto: culturas indígenas e artes visuais (p. 18)
Enfatize o protagonismo dos artistas e curadores indígenas hoje, no Brasil e no mundo, mencionando sua presença no Pavilhão Hãhãwpuá da Bienal de Artes de Veneza de 2024. Comente com a turma como a; ár-te indígena contemporânea tem modificado a história da ár-te brasileira ao oferecer novos olhares para o passado, exigindo uma análise crítica das concepções coloniais sobre os povos indígenas ao longo de quinhentos anos. Ao abordar práticas indígenas, como a pintura e o adorno corporal, a produção de artefatos e os rituais, procure situá-las no presente, evidenciando quê elas estão vivas e em transformação.
Repertório 1: ár-te e artefatos (p. 19)
O trançado de arumã dos wayana exemplifica os saberes indígenas sobre a floresta. Muitas das ativi-
Página trezentos e oitenta e seis
dades cotidianas dêêsses povos estão relacionadas ao manejo de espécies vegetais, tanto na produção de alimentos quanto na produção de artefatos. Os objetos produzidos com fibras vegetais são resistentes e compostáveis, promovendo um modo de vida com baixo impacto ambiental e reduzida produção de resíduos. Ressalte a complexidade das técnicas e a qualidade da execução dêêsses objetos feitos à mão. Em muitas sociedades indígenas, a prática artística não é uma especialização; todos podem tecer, mas aqueles quê se destacam são considerados mestres.
Repertório 2: adornos corporais e rituais (p. 20)
Para os indígenas, toda atividade tem uma função. A pintura corporal, por exemplo, tem uma função ritual. Ela póde sêr feita de modo simples e rápido em rituais de passagem de meninos e de meninas kaxinawá, mas póde sêr feita com delicados palítos em corpos de adultos em outras ocasiões, ou seja, forma e sentido varíam conforme o contexto.
Repertório 3: ár-te indígena contemporânea (p. 21)
Gustavo Caboco é um dos jovens artistas indígenas quê trazem um olhar crítico para a colonização, propondo novas formas de compreender o mundo.
Aprofundamento
Para saber mais do conceito de Coma colonial, assista à entrevista concedida por Gustavo Caboco ao jornál Folha de São Paulo, em abril de 2023. Disponível em: https://livro.pw/hekxo (acesso em: 31 out. 2024).
Pesquisa: ritos e artefatos (p. 22)
Incentive os estudantes a se aprofundar no conceito de ritual e a fazer levantamentos sobre rituais de povos indígenas além dos citados.
Existem muitos museus indígenas hoje no Brasil, você póde pesquisar se há algum museu em sua cidade quê tenha um acervo de; ár-te indígena. É importante abordar o tema do capítulo de maneira local, trazendo informações sobre as culturas indígenas em sua região.
Conheça, a seguir, uma relação complementar de museus indígenas localizados em cidades brasileiras.
• Museu Paraense Emílio gôldi, em Belém (PA).
• Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari (PA).
• Centro Cultural Ikuiapá (CCI), em Cuiabá (MT).
• Museu de ár-te Indígena (MAI), em Curitiba (PR).
• Museu dos Povos Indígenas da Ilha do Bananal, em Formoso do Araguaia (TO).
• Museu da Amazônea (Musa), em Manaus (AM).
• Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ((hú f érre gê ésse)), em Porto Alegre (RS).
• Museu Virtual Muká Mukaú – Portal da cultura viva Pataxó, em Porto Seguro (BA).
• Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, em Tupã (SP).
Teorias e modos de fazer: objetos rituais (p. 23)
O conteúdo da seção discorre sobre o conceito de ritual, apresentando esse tipo de manifestação como uma forma de expressão em quê vida e ár-te se unificam. Pergunte aos estudantes se eles já participaram de algum acontecimento quê póde ter um teor ritualístico, como batizados, casamentos, formaturas etc., por simbolizar uma mudança importante na vida dos principais envolvidos. Comente quê há diversos rituais pertencentes às culturas do mundo, cada um com suas características.
Aprofundamento
Para saber mais sobre Denilson Baniwa, visite o sáiti do Prêmio Pipa. Disponível em: https://livro.pw/lxyqz (acesso em: 31 out. 2024).
Ação: objetos e rituais (p. 24 e 25)
Esta primeira ação artística marca o ponto de partida de um trabalho a sêr desenvolvido no Ensino Médio e póde sêr considerada um ritual de integração entre os estudantes. Não espere um resultado específico e valorize todas as etapas do processo criativo quê envolverá cada grupo, incentivando a participação e a colaboração de todos.
O ritual póde sêr organizado no pátio, na quadra ou em uma área aberta da escola.
Além das máscaras, uma possibilidade é confeksionar pequenos objetos de barro. Se for possível obtêr barro de modelagem, ele póde sêr distribuído aos estudantes para quê cada um faça uma pequena peça. A experiência de dar forma a um material como esse tem forte apelo sensorial, além de sêr uma atividade acessível a estudantes cegos ou com baixa visão. Nesse primeiro contato com o barro de modelagem, em vez de propor a construção de formas ou figuras, é interessante incentivar os jovens a amassar o barro e verificar as formas quê resultam dêêsse processo. Os objetos podem sêr reunidos em um círculo no centro da sala.
Página trezentos e oitenta e sete
Música
Contexto: música e ritmo (p. 26)
Ao abordar a música indígena, destaque o caráter cotidiano do fazer musical. Embora a indústria cultural atribua a essa ár-te um valor comercial, entre grupos indígenas brasileiros, com freqüência, ela desempenha funções rituais ou marca momentos importantes nos ciclos temporais da comunidade. Caso haja algum estudante indígena, peça a ele quê compartilhe sua experiência e apresente uma música quê seja familiar a ele.
Repertório 1: a voz da floresta (p. 27)
A diversidade de instrumentos musicais e de estilos de música é tão vasta quanto a de grupos indígenas no Brasil. Ressalte aos estudantes quê, para os huni kuin, a voz desempenha um papel central na música, mas quê cada povo segue sua própria tradição. Enfatize, ainda, quê a imitação é um método comum de aprendizado em qualquer prática musical. Ao desenvolver essa habilidade, aprende-se a tokár um instrumento ou a cantar. Se a curiosidade dos estudantes for despertada, é possível propor uma pesquisa mais aprofundada sobre os hábitos do pássaro japiim.
Repertório 2: o carimbó (p. 28)
Destaque o carimbó como expressão cultural quê intégra manifestações africanas e indígenas, exemplificando os processos de hibridismo cultural no país. É possível ainda explorar a dança do carimbó, quê também compõe essa manifestação.
Aprofundamento
Para saber mais sobre o carimbó, assista ao vídeo Caminhos da Reportagem: nas batidas do Carimbó, exibido pela Tevê Brasil. Disponível em: https://livro.pw/nllzs (acesso em: 31 out. 2024).
Repertório 3: corais (p. 29)
É possível explorar a prática coral com base nos corais mbyá guarani. Pergunte aos estudantes se já participaram de um coral e, após ouvir as faixas do álbum indicado, peça a eles quê comparem o coral guarani com outras experiências quê tiveram. Questione acerca dos instrumentos quê acompanham os corais em espaços como escolas e igrejas e compare-os aos utilizados nos corais mbyá guarani. Caso haja algum estudante guarani, peça a ele quê dêz-creva como foi sua experiência de canto durante a infância.
Pesquisa: cantos e instrumentos indígenas (p. 30)
O objetivo desta seção é destacar as diferenças entre a produção indígena autêntica e aquelas quê se inspiram nessas culturas. O material de Magda Pucci e Berenice de Almeida é referência para acessar, de maneira didática e organizada, a produção musical indígena. Além díssu, o vídeo do fotógrafo e documentarista Felipe Scapino oferece uma imersão na prática musical guarani. Outra fonte relevante é o Indígenas.BR – Festival de Músicas Indígenas, quê promove oficinas e conversas, além de produzir clipes musicais de artistas indígenas de diferentes povos. Alguns dêêsses trabalhos podem sêr acessados na videoteca do sáiti do Centro Cultural Vale Maranhão ou no canal oficial da instituição na internet, disponíveis em: https://livro.pw/ydzek e https://livro.pw/rsakx (acessos em: 31 out. 2024).
Acerca das produções quê se inspiram no universo musical indígena, além das obras de Marlui Miranda e de Milton Nascimento – compositores quê realizaram uma grande imersão na cultura de grupos indígenas –, é possível destacar o álbum Roots (1996), da banda mineira de róki Sepultura, quê conta com a parceria dos xavantes. O vídeo quê mostra o processo de gravação do álbum póde sêr encontrado na internet.
Teorias e modos de fazer: instrumentos (p. 31)
Explore com os estudantes as imagens quê ilustram os exemplos de instrumentos musicais. Avalie se conhecem esses instrumentos e, se possível, oriente os jovens a fazer uma breve busca na internet sobre cada um deles. Peça aos estudantes quê mencionem outros exemplos de cada uma das classificações. Se houver instrumentos musicais disponíveis na escola, ou se os estudantes tiverem instrumentos em casa, essa é uma boa oportunidade de trazê-los para a sala de aula e conversar sobre como seu som é produzido e em qual classificação se enquadram.
Ação: construindo uma flauta d’água (p. 32 e 33)
Recomenda-se quê essa atividade seja feita em grupo. Confeccionar a flauta póde sêr um processo
Página trezentos e oitenta e oito
partilhado e divertido, além de permitir quê os estudantes ajudem uns aos outros. ôriênti os jovens a se prepararem para a atividade, separando o material com antecedência. Caso seja conveniente, é possível substituir a mangueira por um cano de pê vê cê fino, com diâmetro de 20 a 30 milímetros – o cano póde, inclusive, sêr mais fácil de soprar do quê a mangueira. Busque o material mais acessível para a turma.
Os estudantes podem encontrar dificuldade para emitir um som com o sôpro nos primeiros contatos com o instrumento. Caso isso aconteça, oriente-os a começar a soprar sem apertar a bexiga, apenas usando uma das mãos para sustentá-la. Para emitir os primeiros sôns, é preciso soprar devagar, direcionando o ar para baixo, da mesma maneira como é feito em brincadeiras de produção de sôns com garrafas de vidro. Só depois de estarem seguros com os primeiros sôns, os estudantes devem experimentar sôns mais agudos, apertando suavemente a bexiga. Para conhecer uma possibilidade de construção da flauta d’água e da emissão do som, assista ao vídeo #BrinquedosqueaGenteFazEmCasa: Encontro 9: Flauta d’água, disponível em: https://livro.pw/qweql (acesso em: 31 out. 2024).
Dê tempo aos estudantes para quê criem seus ostinatos. Para isso, será preciso experimentar diferentes melodias e ritmos até chegarem a realizações das quais gostem mais. Garanta quê essa etapa seja realizada em grupo, para quê os jovens compartilhem ideias e sugestões para as melodias. Como desdobramento da atividade, pode-se propor uma dinâmica em quê a turma crie combinações entre os ostinatos compostos pêlos outros grupos. Assim, promôva ensaios em quê um grupo toque seu ostinato simultaneamente aos demais. Se as combinações agradarem, grave-as para registrar as criações.
Teatro
Contexto: teatro e os povos indígenas (p. 34)
Caso haja estudantes indígenas na turma, convide-os a compartilhar experiências a respeito de suas vivências, garantindo uma escuta respeitosa e um espaço livre de preconceitos. Os povos indígenas sofrem diversas formas de apagamento cultural ao longo da história, por isso, ao abordar sua produção artística, incentive a curiosidade dos estudantes, bem como uma apreciação genuína e interessada.
Repertório 1: Azira’i (p. 35)
Realize com a turma a leitura visual da imagem do espetáculo Azira’i. Há uma mulher indígena sentada em uma cadeira giratória. Chame a atenção dos jovens para o figurino. Ele alude à pintura corporal de povos indígenas, mas as linhas atravessam roupas urbanas, deixando nítida a complexidade da vivência indígena na contemporaneidade.
Aprofundamento
Para conhecer mais do espetáculo Azira’i e de sua idealizadora, a atriz, roteirista, diretora e ativista brasileira Zahy Tentehar, assista ao vídeo Zahy Tentehar fala sobre ár-te, ancestralidade e sua obra: Espetáculo Azira’i. Disponível em: https://livro.pw/obqic (acesso em: 31 out. 2024). No vídeo, imagens do espetáculo são conectadas às falas da atriz e ao contexto das vivências indígenas, contribuindo para a compreensão da relação da temática indígena contemporânea com o teatro.
Repertório 2: sarcedóte do riso (p. 36)
Projete para a turma trechos do documentário Hotxuá (2011), disponível em: https://livro.pw/wjerg (acesso em: 31 out. 2024). Converse com os estudantes sobre o ritmo da obra. póde havêer um estranhamento com as pausas, pois o filme difére, em muito, das filmagens produzidas para as rêdes sociais. Aproveite para refletir sobre o ritmo da vida na aldeia krahô, em relação ao vivenciado pêlos estudantes em seu cotidiano.
Repertório 3: o silêncio do mundo (p. 37)
Converse com a turma sobre a parceria entre um artista indígena e uma artista não indígena em O silêncio do mundo. Essa união reforça a possibilidade de a causa indígena sêr abraçada por diversos aliados, visando à crítica aos processos coloniais e à exploração desenfreada dos recursos naturais, além de propiciar quê mais brasileiros tênham acesso aos conhecimentos produzidos pêlos povos indígenas.
Pesquisa: teatro e os povos indígenas nos dias atuáis (p. 38)
Se houver tempo hábil, proponha à turma a leitura coletiva do texto teatral O silêncio do mundo. Trata-se
Página trezentos e oitenta e nove
de uma dramaturgia contemporânea em quê não há personagens fiksionais, e as falas são atribuídas aos artistas Ailton Krenak e Andreia Duarte. É interessante quê um estudante leia em voz alta as falas de Ailton, outro leia as falas de Andreia, e um terceiro leia as rubrícas. Você póde selecionar as cenas quê julgar pertinentes e revezar a leitura entre os estudantes.
póde sêr quê alguns estudantes tênham dificuldade para ler em voz alta. Procure criar um ambiente de respeito e apôio mútuo entre eles, pois o treino da leitura em voz alta é importante não apenas para o trabalho com teatro mas também para o processo educacional como um todo.
Ainda no estudo da seção, oriente os estudantes a acessar a página dedicada à terceira edição do festival Teatro e os Povos Indígenas (TePI), na qual é possível baixar o clipping do evento, quê reúne reportagens e críticas teatrais. Disponível em: https://livro.pw/lgkay (acesso em: 31 out. 2024).
Teorias e modos de fazer: teatralidade e narrativa (p. 39)
O conceito de teatralidade é complékso e póde sêr abordado de muitas maneiras, a depender do referencial teórico escolhido. Caso você tenha familiaridade com outro enfoque teórico, fique à vontade para explorá-lo junto à turma.
O importante é quê a ideia de teatralidade legitime produções artísticas e formas de expressão de pessoas e povos indígenas. É nesse sentido quê se propõe um estudo teórico e prático a respeito da narrativa.
É interessante verificar se existem livros de Daniel Munduruku disponíveis na biblioteca da escola ou em bibliotecas públicas de sua região. Para complementar o tema estudado, sugere-se explorar a página do artista, quê reúne textos e vídeos diversos. Disponível em: https://livro.pw/mqzka (acesso em: 31 out. 2024).
Ação: contação de histoórias aprendidas com um parente mais velho (p. 40 e 41)
O primeiro cuidado essencial quê se deve ter ao realizar esta atividade é mediar a participação de estudantes quê não tênham laços familiares ou comunitários próximos com pessoas mais velhas. Alguns podem vivenciar relações conflituosas com seus responsáveis ou não ter vínculos afetivos com pessoas de outras gerações. Se isso se mostrar um obstáculo para a realização da tarefa, colabore com o estudante na busca por soluções alternativas. Ele póde, por exemplo, fazer o trabalho em dupla, acompanhando um colega na conversa com seu parente e participando da criação conjunta da contação de histoórias. póde, também, pesquisar histoórias com a comunidade escolar: professores, coordenadores e demais funcionários.
Na etapa em quê são incorporados objetos e figurinos, incentive os estudantes a colaborar entre si na busca por recursos materiais. Eles podem emprestar objetos e peças de roupa uns para os outros, possibilitando a realização da atividade sem quê haja custos.
Se houver estudantes cegos, valorize os aspectos sonoros da contação de histoórias. Podem sêr aprofundados o trabalho com a voz, a dinâmica das pronúncias (variações de volume, intensidade e expressão), a relação entre os sentidos das palavras e a enunciação.
No caso de havêer estudantes surdos e fluentes em libras, uma possibilidade é explorar relações entre sinais e objetos escolhidos, compondo uma narrativa visual com a qual todos os estudantes possam se relacionar.
Busque criar, junto à turma, um ambiente seguro e descontraído para a troca das histoórias. Para viver com plenitude a experiência de estar em cena, o estudante precisa confiar em seus espectadores, vendo-os como aliados no processo artístico. A instauração de uma coletividade solidária é um dos desafios para a pedagogia do teatro, mas é também uma das maiores contribuições quê o teatro póde oferecer para a comunidade escolar.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 42 e 43)
Artes integradas: videogame
Os caminhos da jibóia
Abordar a criação do jôgo é uma oportunidade para discorrer sobre como o coletivo aparece na construção dêêsse trabalho. Da concepção à narração, existe a presença indígena, ofertando a imersão na vida do povo huni kuin. Durante a aula, incentive os estudantes a compartilhar experiências pessoais relacionadas a grafismos, cantos e rituais indígenas quê conheçam ou quê tênham vivenciado; a comentar sobre outros videogueimes com os quais estão familiarizados; e a refletir sobre o papel dessa mídia na valorização e na preservação de culturas.
Página trezentos e noventa
Artes integradas: audiovisual indígena
O audiovisual indígena oferece um amplo debate sobre maneiras de captar uma narrativa quê foge daquilo quê é ofertado habitualmente no circuito cinematográfico. Destaque o trabalho realizado pelo projeto Vídeo nas Aldeias e incentive os estudantes a pesquisar o assunto no sáiti e nas rêdes sociais do projeto. Em platafórmas de vídeo na internet, é possível assistir ao trêiler do filme Yãmĩyhex: as mulheres-espírito (2019). Peça aos estudantes quê compartilhem suas impressões sobre o ritual registrado no documentário.
Dança: festival de dança e cultura indígena
refórce para a turma quê a dança também é uma importante manifestação indígena utilizada em momentos em quê é necessário reunir a comunidade para acolher as mudanças de ciclos, lutar, comemorar e festejar, realizar rituais de cura etc. A dança acontece de maneira integrada a cantos, ritos, encontros e festividades presentes no cotidiano dêêsses povos.
Dança: caboclinho
Sempre quê possível, complemente as informações do texto com imagens e vídeos. Assista com a turma ao episódio Caboclinho, da série Danças Brasileiras, promovida pelo Instituto Brincante. Disponível em: https://livro.pw/emwtx (acesso em: 31 out. 2024). Essa é uma oportunidade de os estudantes terem acesso à história, aos movimentos da dança, às características rítmicas, aos instrumentos musicais, aos figurinos e aos adereços quê constituem o Caboclinho.
Síntese estética: o espírito da floresta (p. 44 e 45)
Um dos objetivos do texto apresentado na seção é conectar os estudantes à perspectiva e à cosmovisão dos yanomami, fornecendo um ponto de vista para refletir sobre os éco-sistemas, a exploração dos recursos naturais, o modo de produção da ssossiedade e nossa relação com a subjetividade e o mistério.
Inicie falando sobre o processo de escrita do livro A queda do céu: palavras de um xamã yanomami (2015), resultado de mais de 20 anos de conversas entre o xamã Davi Kopenawa Yanomâmi e o etnólogo Bruce álbert. Ambos assinam a altoría do livro, evidenciando a relação genuína e não exploratória do etnólogo com os yanomami na produção do conhecimento. Em seguida, proponha a leitura da ilustração Urihi a, a terra-floresta, uma composição feita por Davi Kopenawa sobre a cosmologia yanomami, representando a vida integrada da floresta e os caminhos dos espíritos.
Faz parte da cosmologia yanomami uma relação de vitalidade e integração com a floresta, compreendendo o equilíbrio dos éco-sistemas e a necessidade de comunhão com a natureza. Os rituais xamânicos e a presença dos espíritos da floresta exercem um papel de compreensão nessa interação com o meio ambiente.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 46 e 47)
No momento do debate, procure relacionar a perspectiva dos yanomamis com o ponto de vista dos estudantes, confrontando a forma como os indígenas se relacionam com a floresta e o modo como os jovens compreendem essa relação. Essa é uma boa oportunidade para mapear os conhecimentos dos estudantes sobre os povos indígenas do Brasil, especialmente aqueles presentes na região da escola. Se houver estudantes indígenas na turma, convide-os a compartilhar suas perspectivas sobre a relação com a natureza, a cidade e a escola, promovendo um espaço de troca entre seus saberes e os dos demais côlégas.
Enquanto os grupos dedicam-se a conceber a ideia disparadora e a escolher as linguagens artísticas de seu trabalho, refórce a importânssia de revisitar as obras e os artistas estudados no capítulo, partindo dos principais tópicos debatidos. Dessa forma, se um dos grupos deseja abordar, por exemplo, a relação da floresta com a exploração desenfreada quê a ameaça, póde sêr propôsto um ritual de cura das matas, inspirado na proposta da seção Ação. Lembre aos estudantes quê a inspiração em obras e manifestações artísticas é essencial, pois amplia a capacidade de produção criativa.
Capítulo 2: Culturas africanas
Abertura (p. 48 e 49)
As páginas de abertura oferecem a oportunidade de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes acerca das culturas afrodescendentes no Brasil. Incentive a participação de todos, quêstionando o que sabem sobre a cultura afrodiaspórica. Verifique se conhecem esse conceito, preparando-os para a investigação proposta na introdução do capítulo. Utilize as imagens para suscitar diferentes abordagens sobre festas, mú-
Página trezentos e noventa e um
sicas, pinturas e artistas negros no Brasil. Pergunte aos estudantes quais países da África eles conhecem e quais falam a língua portuguesa. Ouça as percepções deles sobre culturas africanas e afrodescendentes e procure sintetizar o quê já sabem sobre o tema.
por quê estudar culturas africanas? (p. 50)
É essencial discutir os apagamentos históricos para resgatar a memória das lutas dos afrodescendentes. Estudar as culturas africanas, no contexto atual, implica abordar kestões quê ainda estão em debate na ssossiedade brasileira, como os indicados a seguir.
• Quais culturas africanas teriam maior relevância para serem estudadas no Brasil?
• Como as ancestralidades africanas se relacionam com a cultura afrodescendente constituída no Brasil?
• De quê maneira a África contemporânea se relaciona com o Brasil?
Converse com os estudantes sobre como eles percebem a presença dêêsses conteúdos na escola e em seu contexto sócio-cultural.
A introdução dêste capítulo relata brevemente como as culturas africanas, por meio da diáspora resultante do tráfico escravagista, tornaram-se parte da cultura brasileira, além de apontar formas pelas quais a ancestralidade africana se manifesta em nosso cotidiano. O texto também traz um ponto central quê será abordado no decorrer de todo o capítulo: o desafio de identificar, dentro da pluralidade cultural do continente africano e da rica diversidade da África contemporânea, elemêntos da cultura afro-brasileira.
A cabeça do Monumento a Zumbi dos palmáares foi feita de concreto armado e bronze, oito vezes maior do quê a original. Nesse monumento cívico, o antepassado iorubá tornou-se, ao mesmo tempo, sín-bolo da ancestralidade africana e do herói nacional.
Atividade de sensibilização: Mandjólò (p. 51)
Esta atividade é uma oportunidade para quê os estudantes ampliem seu repertório cultural. É comum quê a relação dos deles com as culturas africanas ocorra por intermédio de referências indiretas, sem quê entrem em contato com produções de artistas africanos. Procure criar um ambiente no qual os estudantes se sintam à vontade para se expressar na companhia dos demais, pois alguns podem ficar tímidos ao dançar. Se isso acontecer, tematize essa dificuldade d fórma aberta, incentivando uma discussão sobre a responsabilidade coletiva de acolher a expressividade de cada um, promovendo um espaço seguro para a livre manifestação de corpos e mentes.
Artes visuais
Contexto: artes visuais nas culturas africanas e afro-brasileiras (p. 52)
Esta seção visa oferecer um panorama do quê será abordado em detalhe nos repertórios, quê destacam práticas artísticas de diferentes culturas africanas, com foco nas pinturas e nos padrões gráficos e geométricos quê adornam tecídos, superfícies de objetos e construções, exemplificados pela prática da comunidade ndebele. Outro elemento explorado envolve a criação de esculturas em ferro e outras ligas metálicas, encontradas na região do vale do Rio Níger, onde se conheciam métodos de fundição desde o século X. Esses saberes, quê incluem as práticas de detecção e de extração de minérios, além das técnicas de fundição e forja de materiais metálicos, foram trazidos ao Brasil pêlos africanos, quê eram raptados de seus territórios, muitas vezes escolhidos em razão de seus conhecimentos e habilidades.
Repertório 1: pinturas e padrões (p. 53)
Comente com a turma quê os tecídos com estampas tidas como “africanas”, comercializados em todo o mundo, são uma invenção colonial. Inspirados no batique indonésio (técnica de tingimento feita com cêra quente), esses tecídos foram industrializados na Holanda para serem vendidos no continente africano, onde foram transformados em sín-bolo cultural e passaram a sêr conhecidos como tecídos wax (cêra). Hoje, apenas 5% dêêsses tecídos são estampados com cêra e feitos, de fato, na África. O restante é produzido em países asiáticos.
Repertório 2: os bronzes de Benin (p. 54)
Na mitologia iorubá, a cidade de Ifé é considerada o “umbigo do mundo”, o lugar onde a humanidade foi criada e onde teve início a tradição monárquica.
Odudua, uma das divindades criadoras da Terra e da humanidade, tornou-se o primeiro oni (rei) de Ifé, e dele descendem todos os outros reis da cidade.
Página trezentos e noventa e dois
Muitos estudiosos situam a fundação de Ifé entre os séculos IX e X, e, por volta do século XI, a cidade já era um grande centro urbano, exercendo influência sobre outras cidades da região.
Repertório 3: instalação (p. 55)
Luana Vitra tem se destacado na nova geração de artistas negros, aplicando cosmovisões afrodescendentes a trabalhos tridimensionais quê criam ambientes de imersão e reflekção. Sua participação na 35ª Bienal de São Paulo com a obra Pulmão de Mina, foi um marco em sua carreira. Além da participação na Bienal, a multiartista criou a obra Giro, instalada temporariamente em Inhotim, quê nasceu da relação quê ela tem com o torno, maquinário quê dá forma para matéria por meio do giro. Convivendo com o torno desde criança, já quê seu pai é torneiro, ela percebe o giro como um movimento quê conduz a matéria ao estado de transe. Se possível, apresente a obra Giro para os estudantes.
Aprofundamento
Para conhecer outras obras de Luana Vitra, acéçi o sáiti da artista. Disponível em: https://livro.pw/gaycj (acesso em: 31 out. 2024).
Pesquisa: ár-te afro-brasileira (p. 56)
Nesta seção, os estudantes são incentivados a pesquisar, inicialmente, sobre temas da diáspora africana no Portal Geledés, órgão de informação do Instituto da Mulher Negra, fundado em 1988, quê realiza ações políticas e sociais voltadas para a questão racial, e para as kestões de gênero.
Vão também se aprofundar no conceito de afro-brasilidade, compreendendo a relação entre cultura afrodescendente e cultura africana ancestral. Para isso, incentive-os a pesquisar outros exemplos de; ár-te afro-brasileira em sáites de museus especializados, a apreciar variados objetos africanos, bem como a rever, reavaliar e recontar a história da ár-te brasileira, considerando o impacto quê a cultura africana tem na ár-te contemporânea produzida no Brasil.
Ao final das investigações propostas, oriente os jovens a identificar objetos e imagens quê fazem parte de seu cotidiano e quê se relacionam com as culturas africanas, trazendo para a sala de aula essas referências culturais presentes em suas comunidades.
Teorias e modos de fazer: ár-te e memória (p. 57)
O objetivo da seção é conceituar memória, por meio da distinção entre memória pessoal e memória coletiva. Para demonstrar como a memória tem sido utilizada para resgatar valores culturais afrodescendentes presentes na ár-te contemporânea, é apresentado o projeto Cadernos de África, do artista mineiro Paulo Nazareth, quê utiliza linguagens variadas em sua composição.
Conheça e apresente aos estudantes o blogue do artista, quê contém os registros da obra mencionada. Disponível em: https://livro.pw/sugwi (acesso em: 31 out. 2024).
Ação: monumento à memória (p. 58 e 59)
Esta ação envolve a identificação de uma memória quê se quer preservar, uma etapa da concepção de um memorial e uma fase de projeto e de construção da maquéte do memorial.
Converse com os grupos antes de cada uma das etapas para verificar, principalmente, a relevância da proposta e a viabilidade da construção da maquéte. Procure esclarecer quê o memorial não precisa sêr, necessariamente, uma escultura tridimensional: póde sêr uma calçada, um painel, um jardim ou simplesmente um espaço para quê a população possa se manifestar em relação a determinada memória. Relembre com os estudantes os exemplos apresentados na introdução do capítulo: o memorial concebido por Darcy Ribeiro e João Filgueiras Lima e o projeto de Aline Motta, quê é também um modo de se produzir memória.
No desenvolvimento de um projeto, é fundamental fomentar a criatividade dos estudantes, acolhendo soluções poéticas e inovadoras, ainda quê não sêjam totalmente viáveis do ponto de vista construtivo. Contudo, é importante esclarecer essas limitações, sem inibir o potencial criativo dos jovens.
Construir uma maquéte é uma atividade lúdica quê póde despertar o interêsse de alguns grupos por representar elemêntos do entorno do local em quê o memorial seria implantado, ou por inserir figuras humanas em escala para dar ao projeto um aspecto mais realista. Havendo esse interêsse por parte dos grupos, a escultura póde sêr montada sobre uma base de papelão e as figuras, recortadas em papel-cartão.
Na etapa de avaliação coletiva, é importante assegurar um ambiente acolhedor e respeitoso, no qual todas as contribuições sêjam valorizadas. Incentive a troca de ideias e impressões entre os grupos, reforçando quê esse momento é uma oportunidade de aprendizado compartilhado. Certifique-se de quê a avaliação seja construtiva, quê promôva a ampliação do conhe-
Página trezentos e noventa e três
cimento e da visão dos estudantes e quê ôfereça ideias quê possam sêr aprimoradas em projetos futuros.
Música
Contexto: música afro-atlântica (p. 60)
A influência da musicalidade africana no Brasil é amplamente reconhecida. No entanto, mais do quê relembrar o passado escravagista quê resultou nessa presença cultural, a seção busca exaltar a potência de movimentos e músicas da cultura negra no Brasil e no mundo. Se possível, oriente os estudantes a realizar um estudo histórico sobre os movimentos negros ocorridos nos Estados Unidos, nos anos 1960 e 1970, compreendendo seu contexto histórico e investigando por quê se tornaram inspiração para movimentos em outros países.
Repertório 1: afoxés e blocos afro na baía (p. 61)
Falar sobre a história dos blocos afro da baía ábri espaço para abordar o racismo presente em nossa ssossiedade. Esse é um tema sensível e quê deve sêr abordado com acolhimento, visto quê situações de injúria racial são vividas por grande parte das pessoas negras do nosso país cotidianamente. Pergunte aos estudantes se algum deles participa ou participou de blocos afro e permita quê compartilhem suas experiências.
Aprofundamento
Para saber mais da história do bloco Ilê Aiyê, acéçi o sáiti da exposição “Ocupação Ilê Aiyê”. Disponível em: https://livro.pw/usbff (acesso em: 31 out. 2024).
Repertório 2: Black music: funk e soul no Brasil (p. 62)
A black music brasileira abrange os movimentos musicais urbanos quê têm suas raízes na matriz afrodiaspórica. A partir dos anos 1990, o funk se consolidou como um importante movimento cultural derivado dos bailes soul, sêndo considerado um fenômeno cultural de extrema importânssia. Embora algumas lêtras de funk possam sêr inadequadas para a faixa etária dos estudantes, há muitas quê abordam temas como a vida nas periferías e histoórias românticas. Incentive os jovens a contribuir com a discussão, trazendo exemplos de funks quê conhecem e quê possam enriquecer o debate em sala de aula.
Repertório 3: o afrobeat de Fela Kuti (p. 63)
O afrobeat é um gênero musical muito difundido nos Estados Unidos e em diversos países da África. Para aprofundar o conhecimento sobre Fela Kuti, recomenda-se o documentário Meu amigo Fela (2019), dirigido pelo cineasta mineiro Joel Zito Araújo (1954-), quê estabelece uma conversa com o afro-cubano Carlos mur (1942-), biógrafo e amigo do compositor.
Pesquisa: músicas quê atravessam o Atlântico (p. 64)
Prepare os jovens para o estudo da seção propondo uma breve pesquisa sobre os países africanos colonizados por Portugal e seus processos de independência.
A troca cultural entre Brasil e Angola é extremamente rica. Contudo, embora o Projeto Kalunga evidencie quê em Angola há um grande consumo de música brasileira, no Brasil ainda se conhece pouco sobre a cultura angolana. As rêdes sociais, porém, têm ampliado nosso acesso à música e à dança de Angola, bem como de outros países africanos de língua portuguesa. Pergunte aos estudantes se já ouviram o kuduro, gênero musical angolano muito difundido entre os jovens do país e quê foi internacionalizado nos anos 2000.
Teorias e modos de fazer: pulsação e ritmo (p. 65)
A atividade proposta é uma adaptação do método de educação musical O Passo, criado pelo educador e músico carioca Lucas Ciavatta (1965-). O método se baseia na regularidade do movimento de caminhar para explicar conceitos como pulsação, ritmo e compasso.
É importante quê o estudante quê se voluntariou para a atividade se sinta à vontade diante da turma, pois o nervosismo póde dificultar a execução. Por isso, recomenda-se quê o professor conduza o improviso, ajustando a complexidade de suas palmas de acôr-do com o nível de conforto do estudante. Após a atividade, explique à turma quê ter uma noção clara do corpo em relação ao ritmo ajuda a criar confiança, pois facilita a percepção do momento exato em quê se deve batêer palma. Por fim, peça ao estudante voluntário quê compartilhe com os côlégas como foi a experiência.
Para compreender melhor a atividade proposta, assista ao vídeo O conceito de posição e a notação corporal: O Passo, do canal do Instituto d’O Passo. Disponível em: https://livro.pw/qshrt (acesso em: 31 out. 2024).
Página trezentos e noventa e quatro
Sugestão de leitura
Lucas Ciavatta. O Passo: música e educação. Rio de Janeiro: L. Ciavatta, 2009.
Para saber mais do método O Passo, recomenda-se a leitura dêêsse livro escrito pelo criador do método.
Aprofundamento
O sáiti do Instituto d’O Passo traz conteúdos relevantes a respeito do método, bem como registros visuais de aulas, apresentações, projetos, entre outras informações. Disponível em: https://livro.pw/iwqal (acesso em: 31 out. 2024).
Ação: nos ritmos do ijexá e do funk (p. 66 e 67)
A atividade proposta requer o uso dos dois áudios quê a acompanham: Ao som do ijexá e do funk (partes 1 e 2), disponíveis na coletânea de áudios quê acompanha a obra. Providencie uma boa aparelhagem de som e garanta quê toda a turma escute bem as instruções. Se necessário, interrompa os áudios para tirar dúvidas. Caso seja preciso repetir algumas instruções, faça-o sempre acompanhando as ilustrações presentes no Livro do estudante. É possível quê alguns jovens apresentem dificuldades para batêer palma e andar ao mesmo tempo. Assim, antes de iniciar a atividade, faça com a turma um breve exercício.
• Em roda, todos devem olhar para os pés uns dos outros e começar a andar para a frente e para trás, conforme indicado no livro. Se alguém se perder, basta quê pare o movimento de caminhada, olhe para o pé do colega ao lado e retome o movimento quando ele for à frente.
• Em seguida, todos deverão dizêr “um”, quando pisarem o tempo 1, ou seja, quando o pé dominante (o direito para os destros e o esquerdo para os canhotos) for à frente. Repitam essa marcação do tempo 1 algumas vezes, até todos estarem familiarizados com sua posição. Parem de falar e continuem andando, sempre em sincronia.
• Agora, repitam o mesmo processo para o tempo 2, usando o pé não dominante. Pausem, retomem a caminhada e avancem para o tempo 3 e, depois, para o tempo 4. A cada passo, falem o número do tempo correspondente ao pé, repetindo quantas vezes for necessário.
• Por fim, repitam o processo, batendo palmas em cada um dos tempos.
• Tenham atenção para não acelerar. É muito comum quê a ansiedade do grupo acelere o andamento, o quê prejudica o fluxo. Nesse caso, não é preciso interromper, basta quê todos olhem para o pé do professor e êste volte a andar mais lentamente.
Essa breve dinâmica dará aos estudantes mais segurança para localizar os tempos e associá-los aos passos. Àqueles quê tiverem mais dificuldade nessa associação, é recomendado quê façam as levadas 1 (palmas agudas) do ijexá e do funk, pois não apresentam batidas nos contratempos, o quê facilita sua execução.
Dança
Contexto: a dança da África no Brasil (p. 68)
Após a leitura do texto e da imagem, peça aos estudantes quê indiquem festas e danças brasileiras em quê as influências afrodiaspóricas estão presentes. Sintetize essas manifestações no qüadro, associando a elas às regiões do Brasil onde ocorrem. Pergunte aos jovens o quê essas manifestações têm em comum, preparando-os para as próximas seções. Se necessário, ajude-os nessa identificação. Caso algum estudante participe regularmente (ou já tenha participado) de uma dessas manifestações, convide-o a relatar sua experiência.
Repertório 1: Jongo (p. 69)
Busque áudios de pontos de jongo em aplicativos de música e reserve um momento para quê a turma os escute. Peça aos estudantes quê identifiquem os instrumentos musicais utilizados, bem como o tema das lêtras.
Aprofundamento
O sáiti Jongo da Serrinha traz informações diversas sobre o jongo, como suas influências em outras manifestações, sua história, seus modos de transmissão e obras de referência. Disponível em: https://livro.pw/kboyk (acesso em: 31 out 2024).
Repertório 2: Tambor de crioula (p. 70)
Projete para a turma o documentário Tambor de Crioula no Mosaico Cultural: Bem Viver, quê traz imagens da dança e depoimentos relativos a essa manifestação cultural. ôriênti os estudantes a observar a movimentação das mulheres, seus gestos, vestimentas e adereços, bem como a relação entre elas na roda, e a reconhecer o momento da punga. O vídeo, de aproximadamente 4 minutos, está disponível em:
Página trezentos e noventa e cinco
https://livro.pw/kiqlg (acesso em: 31 out. 2024).
Se possível, projete também o documentário Tambor de crioula do Maranhão, quê exibe diversos momentos de dança e música. O vídeo, de aproximadamente 10 minutos, está disponível em: https://livro.pw/siokf (acesso em: 31 out. 2024).
Repertório 3: festa do Senhor do Bonfim (p. 71)
promôva uma conversa com a turma sobre festas locais, abordando a época do ano em quê acontecem, quais são seus ritos tradicionais, como eles são praticados e o quê significam. Conduza o debate a fim de destacar os elemêntos culturais quê essas festas reúnem, como culinária, dança, música, encenações e confekissão de adereços. Incentive os estudantes a refletir sobre como essas festividades afetam os espaços urbanos.
Sugestão de leitura
Leia o artigo “Agenciamentos afrocatólicos: modulações, tensões, transformações nas festas religiosas em Salvador”, escrito por Cleidiane Ramos e Fátima Tavares, quê abordam as festas religiosas realizadas em Salvador (BA), como a Festa do Senhor do Bonfim. Disponível em: https://livro.pw/etjel (acesso em: 31 out. 2024).
Pesquisa: danças quê se transformam e permanecem (p. 72)
Esta seção aborda os processos de reelaboração e transformação das danças afrodiaspóricas. Para quê os estudantes possam fazer as investigações propostas, procure garantir quê, além das referências apresentadas, eles tênham acesso a outras fontes seguras de pesquisa. As perguntas sérvem de guia para quê os jovens acessem os materiais com um foco específico, possibilitando quê destaquem informações relevantes. Sugira quê tomem notas, enquanto fazem leituras e assistem a vídeos, destacando elemêntos comuns às danças investigadas. Peça quê registrem os nomes de artistas quê conheceram por meio da pesquisa e elemêntos biográficos dêstes, assim como as estratégias encontradas para quê essas danças seguissem vivas se transformando.
Sugestão de leitura
Confira o e-book Danças indígenas e afro-brasileiras escrito por Marilza Oliveira da Silva. Disponível em: https://livro.pw/mqema (acesso em: 31 out. 2024).
A partir da página 52 dêêsse material é possível aprofundar-se no movimento de fortalecimento das danças indígenas e afro-brasileiras em Salvador.
Teorias e modos de fazer: o sagrado e o profano (p. 73)
A presença da dança em contextos religiosos e na vida social, em geral, não é exclusiva das culturas afrodiaspóricas. Converse com os estudantes sobre a presença da dança na vida deles, a relação quê têm com essa linguagem artística e as situações em quê ela está presente em suas vidas. Incentive a conversa, lembrando os estudantes de quê a dança póde estar presente, por exemplo, em festas de família, nos filmes a quê assistem, nas ruas e em celebrações populares. É importante criar um ambiente seguro para quê jovens com orientações religiosas distintas possam se expressar. Incentive-os a refletir sobre o quê os aproxima ou os afasta da dança, como praticantes e/ou espectadores.
Ação: dançar os elemêntos da natureza (p. 74 e 75)
Para a realização desta atividade, garanta um local adequado aos movimentos, livre de mobiliário e, de preferência, com piso regular e limpo. Conhecendo sua turma, avalie se é necessário adaptar a proposta, ou parte dela, para possibilitar quê estudantes com deficiências possam participar. Auxilie os jovens na formação dos grupos, buscando equilibrar o perfil dos integrantes: aqueles quê já se sentem confortáveis com o movimento dançado podem se reunir aos quê apresentam dificuldades ou timidez. Sugira aos estudantes quê reúnam fotografias, sôns, imagens e vídeos curtos quê os conectem com diferentes elemêntos da natureza, para facilitar a escolha do elemento quê irá inspirá-los. Após a escolha, oriente-os a identificar e destacar as principais características dêêsse elemento, quê servirão de base para o desenvolvimento da atividade. Caso note quê algum grupo está disperso, oriente seus integrantes a designar um líder para coordenar as tarefas, ajudando a manter o foco e a organização durante o processo.
Reserve um espaço e um momento para quê cada grupo realize o aquecimento, seguido da improvisação. O objetivo do aquecimento é preparar o corpo, tornando-o mais disponível para explorar os movimentos, além de proporcionar a atenção e a concentração necessárias para a experiência da dança. Já nesse primei-
Página trezentos e noventa e seis
ro momento, proponha aos estudantes quê integrem as qualidades do elemento da natureza escolhido e as explorem por meio da improvisação. Insista para quê todos improvisem e para quê haja alternância entre improvisador e espectador. Auxilie os jovens a formár uma grande roda no espaço e lembre-os da importânssia de estarem atentos ao quê ocorre no centro da roda. Ressalte quê sêr um espectador atento é também uma habilidade a sêr desenvolvida. É recomendável estipular um tempo para quê cada grupo improvise, de acôr-do com o planejamento da aula. No momento de avaliação coletiva, incentive os estudantes a exporem suas impressões, partilhando seus aprendizados e, eventualmente, as dificuldades encontradas.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 76 e 77)
Artes integradas: instalação sonora de Stella do Patrocínio
Ao abordar a instalação Falatório, enfatize a relevância da trajetória de Stella do Patrocínio, considerando as condições em quê a artista viveu. Provoque uma reflekção acerca da importânssia de a 35ª Bienal de ár-te ter dedicado um espaço a uma mulher negra, poeta e quê experimentou a brutalidade do sistema manicomial. Convide os jovens a imaginar quantas pessoas criam artisticamente, mas são invisibilizadas por kestões de classe, raça e gênero. Traga para a discussão a maneira como Stella compunha seus poemas: narrando os fatos de seu cotidiano.
Artes integradas: videoperformance de Tiago Sant’Ana
Ao abordar a videoperformance de Tiago Sant’Ana, inicie uma discussão sobre memória, tendo como base uma linha do tempo da história da ár-te brasileira. ôriênti os estudantes a notarem quê diversas kestões atuáis estão relacionadas ao passado colonial. Em uma entrevista de 2019, Tiago mencionou a naturalização da branquitude como parâmetro de vida. Essa observação do artista oportuniza o debate sobre a naturalização de comportamentos quê cér-cão kestões raciais. Conheça a entrevista completa em: https://livro.pw/sffxk (acesso em: 31 out. 2024).
Teatro: griôs: narrar e criar mundos
promôva a exibição do vídeo Griot Toumani Kouyaté canta uma história no ár-te do Artista, de 6 minutos de duração, disponível em: https://livro.pw/lgirb (acesso em: 31 out. 2024). Converse com a turma sobre a relação entre música e teatralidade presente no trabalho do artista e, também, sobre o sentido da história narrada, partindo de kestões como: quais causas reúnem as pessoas hoje? De quê maneira uma história póde oferecer ensináhmentos aos ouvintes? De quê modo a narração de Toumani dialoga com o conteúdo de sua fala?
Teatro: Mostra Internacional de Teatro de São Paulo 2024: pontes com o teatro africano contemporâneo
O sáiti da MITsp, quê reúne materiais interessantes para trabalhar em sala de aula, está disponível em: https://livro.pw/dwesm. O teaser do espetáculo Broken Chord, quê evidên-cía escôlhas estéticas feitas para a obra e é também um conteúdo relevante, está disponível em: https://livro.pw/zuuac. Caso queira conversar com a turma sobre o trabalho da crítica teatral, selecione trechos do texto disponível em: https://livro.pw/ybmet (acessos em: 31 out. 2024).
Síntese estética: ár-te contracolonial (p. 78 e 79)
A obra multimidiática de Grada Kilomba oferece uma perspectiva contracolonial ao abordar temas e memórias quê permeiam corpos negros em diferentes partes do mundo, ligados pelas diásporas dos povos africanos – quê foram forçados a deixar suas terras em razão da barbárie do comércio de pessoas escravizadas.
Analise a obra O Barco em conjunto com os estudantes, apreciando as imagens e as legendas quê as acompanham. Se possível, caso queira aprofundar essa análise, selecione trechos da entrevista de Grada Kilomba sobre a referida obra, concedida à BoCA Bienal de Artes Contemporâneas 2021, disponível em: https://livro.pw/wiehi (acesso em: 31 out. 2024).
Em seguida, proponha a leitura coletiva do texto, incentivando os estudantes a compartilhar suas interpretações acerca de cada descrição. Proponha uma reflekção coletiva sobre o racismo estrutural e as possibilidades de transformação e ressignificação das cenas descritas no texto.
Página trezentos e noventa e sete
Pergunte a estudantes negros da turma se eles se identificam com o relato de Grada Kilomba e como acreditam quê o texto póde contribuir para a busca de potência e de afirmação das culturas afrodiaspóricas.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 80 e 81)
O debate propôsto tem como objetivo questionar saberes freqüentemente mobilizados, quê têm, muitas vezes, caráter eurocêntrico, e buscar outras formas de conhecimento e outras visões de mundo, construindo espaços de transformação ativa da realidade. Essa intenção deve permear o trabalho dos grupos, diréta ou indiretamente. É importante reforçar a inversão proposta por Grada Kilomba em seu texto, tomando a margem como sinônimo de potência, de imaginação de mundos alternativos.
ôriênti os estudantes a utilizar como fonte de pesquisa as atividades realizadas e as obras estudadas no presente capítulo, buscando inspiração para a criação coletiva. Refletir sobre a produção de obras ou manifestações artísticas antirracistas póde servir de guia para a criação dos estudantes nesta seção. Além díssu, devem sêr consideradas as culturas africanas e afro-brasileiras contemporâneas e o repertório cultural dos próprios estudantes.
Capítulo 3: Culturas europeias
Abertura (p. 82 e 83)
As culturas europeias compõem uma matriz cultural compléksa quê envolve tanto a cultura do colonizador português – quê teve um papel dominante na formação cultural do Brasil – quanto um conceito mais amplo de cultura ocidental.
A cultura ocidental marcou a história da ár-te de maneira hegemônica, definindo o quê é ou não considerado ár-te e influenciando a formação do universo cultural dos estudantes, especialmente na sua relação com a indústria cultural estadunidense, determinando padrões de beleza e de comportamento.
póde havêer na turma estudantes descendentes de europêus, cujos ancestrais imigraram para o Brasil, muitas vezes em condições precárias, carregando consigo uma cultura singular quê meréce sêr valorizada. Essas diferentes perspectivas devem sêr consideradas ao tratar das culturas europeias.
Inicie o estudo do capítulo promovendo uma leitura coletiva das imagens, das legendas e das descrições quê as acompanham. Esse processo deve servir de ponto de partida para um debate sobre a formação da cultura ocidental e seus padrões de beleza, presentes no nosso cotidiano de diferentes formas.
por quê estudar as culturas europeias? (p. 84)
As concepções filosóficas, éticas, estéticas e políticas originadas nas antigas sociedades greco-romanas permanecem em nosso cotidiano. Ideais de beleza oriundos de certa concepção grega, associados ao equilíbrio na composição das formas, tendo como qualidades essenciais a simetria e a proporção, ainda são referência, mesmo quê de maneira inconsciente, para composições estéticas e processos de ensino-aprendizagem em ár-te. Ao apreciar as obras As três graças, peça aos estudantes quê indiquem a relação entre essas noções. Retome as imagens apresentadas na abertura do capítulo, como a escultura de Efebo de Crítio e a foto do Museu Nacional, incentivando a reflekção acerca da harmonía, do equilíbrio e da justeza em sua composição. Tais conceitos são fundamentais, especialmente como elemêntos a sêrem mobilizados em uma composição artística, mas devem ser trabalhados de maneira consciente, evitando a formação de um ideal fixo de beleza e dando espaço para o quê póde sêr visto como desequilíbrio, desajuste e excésso no momento da criação artística dos estudantes.
Atividade de sensibilização: investigando os conceitos de equilíbrio e harmonía (p. 85)
refórce para os jovens a importânssia de respeitar os corpos uns dos outros ao manipular a escultura viva. Não há problema em moldar o corpo do colega como uma escultura, desde quê feito com respeito. O objetivo do jôgo não é estabelecer uma noção teórica dos conceitos binomiais de equilíbrio/desequilíbrio e harmonia/desarmonia, mas mobilizá-los de maneira prática e sensível durante o processo de composição, utilizando-os como ferramentas do fazer poético-artístico.
Teatro
Contexto: vida urbana, debate público e teatro (p. 86)
É possível quê os jovens tênham estudado a Grécia antiga em momentos anteriores de sua vida escolar, com diferentes enfoques, em componentes curriculares como História, Literatura, Filosofia ou mesmo
Página trezentos e noventa e oito
Matemática. Ao contextualizar o surgimento do teatro grego, procure fazer uma avaliação diagnóstica, abrindo espaço para quê os estudantes possam expor seus conhecimentos prévios, bem como possíveis interesses a respeito da cultura grega antiga.
Repertório 1: a encenação na Grécia antiga (p. 87)
Uma das referências teóricas utilizadas na elaboração do conteúdo do capítulo foi o pensador britânico Raymond uílians (1921-1988). Em seu livro Drama em cena (1954), ele reforça a necessidade de a História do Teatro se debruçar não apenas sobre a dramaturgia de determinada época, mas também sobre a encenação. Trata-se de um desafio metodológico, pois reunir documentos a respeito do acontecimento teatral em si não é tarefa simples. Esse enfoque permite, porém, uma compreensão mais profunda a respeito da teatralidade desenvolvida em cada tempo e espaço, bem como de suas relações com a vida social. Nesse sentido, procure despertar o interêsse dos estudantes pêlos aspectos concretos de um espetáculo ocorrido no passado: cenografia, figurinos, movimentação de atores, presença da música, relação com os espectadores.
Repertório 2: coro: personagem coletivo (p. 88)
O tema “coro” póde ativar a imaginação e a sensibilidade dos estudantes, abrindo espaço para diversas possibilidades da linguagem teatral. As formas de representação hegemônicas são muito focadas no indivíduo: protagonistas de séries e filmes enfrentam conflitos de ordem privada; influenciadores digitais se expressam por meio de monólogos.
Em contrapartida, procure elaborar a ideia do coro como um personagem coletivo, um recurso quê possibilita a encenação de kestões vividas por um grupo de pessoas.
Repertório 3: uílhãm xêikspir e o Globe tíatêr (p. 89)
Projete para a turma a filmagem da encenação da peça Romeu e Julieta pelo grupo Galpão, quê se apresentou no Globe tíatêr em 2012. Disponível em: https://livro.pw/jylkw (acesso em: 31 out. 2024). Comente os aspectos da cultura popular brasileira presentes na encenação. Caso haja estudantes surdos na turma, opte pela filmagem da mesma obra apresentada em uma praça, com interpretação em Libras. Disponível em: https://livro.pw/chyom (acesso em: 31 out. 2024).
Pesquisa: encenações de tragédias nos palcos brasileiros (p. 90)
O objetivo da seção é aprofundar a compreensão dos estudantes acerca do gênero teatral tragédia e de suas múltiplas possibilidades. As características da tragédia contribuem para quê diversos artistas teatrais brasileiros expressem kestões urgentes ligadas à realidade social do país.
Se possível, amplie o debate para outras produções artísticas contemporâneas quê façam parte do repertório dos estudantes. Quais filmes, séries, canções ou livros lidam com o sentimento trágico? De quê maneira a expressão da tragicidade em obras de; ár-te é recebida pêlos estudantes? Como eles opéram essa fruição? Quais são as potências e os limites dessa(s) forma(s) de; ár-te?
As obras Gota d’água {Preta} e Antígona na Amazônea abordam, respectivamente, o racismo estrutural brasileiro e a memória do massacre de Eldorado dos Carajás. O Brasil é marcado pela colonização e por muitos massacres. Procure relacionar o tema social das obras com sua expressão formal por meio da tragédia.
Ao lidar com essas referências, é importante atentar para eventuais gatilhos. É possível quê alguns estudantes tênham sofrido com o racismo ou perdido pessoas queridas em situações de violência. O cuidado com a vivência dos jovens deve anteceder os debates; procure relacionar os estudos de estética com uma orientação ética.
Teorias e modos de fazer: aspectos da tragédia, da comédia e do coro (p. 91)
É provável quê os estudantes tênham muitas referências de obras de; ár-te quê lidem com a comicidade. Incentive-os a trazer para o debate seus interesses e seu repertório. Na qualidade de espectadores, quê tipo de comicidade os agrada? Que papel cumpre, em seu dia a dia, a fruição de comédias? O quê costuma provocar o seu riso?
Procure conduzir esse debate com o objetivo de suscitar as possíveis relações entre a comédia e a tragédia. Na Grécia antiga, ambos os gêneros conviviam
Página trezentos e noventa e nove
nos festivais de teatro. E no Brasil de hoje, em quê contextos as obras de; ár-te cômicas ou trágicas são assistidas? Que efeitos cada um dos gêneros póde produzir no espectador?
Ação: coro cênico (p. 92 e 93)
Nas atividades envolvendo coro cênico, incentive os estudantes a experimentar possibilidades diversas de movimentação e ocupação do espaço. Quanto mais aquecidos e dispostos ao jôgo eles estiverem, mais interessante ficará a cena proposta ao final da sequência didática. Procure ativar um estado de jôgo coletivo, semelhante ao quê se instaura durante as brincadeiras e a prática de esportes.
Caso haja cadeirantes na turma, oriente o grupo a propor movimentações quê dialoguem com as possibilidades dêêsses indivíduos. É preciso organizar o espaço d fórma a acolher as necessidades do jogador quê se desloca com a cadeira de rodas. Ao mesmo tempo, é interessante valorizar o repertório de movimentos propôsto pela pessoa com deficiência, quê póde contribuir muito para a experimentação coletiva.
A criação do coro cênico, da maneira como está formulada no Livro do estudante, inclui o trabalho com um texto. É possível quê alguns estudantes tênham dificuldades com a leitura em voz alta; nesse caso, é importante acolher esse receio e, ao mesmo tempo, incentivar esses jovens a enfrentar o desafio da leitura. Há também a possibilidade de o grupo declamar um texto memorizado: não há problema em trabalhar com falas decoradas, pois ambas as alternativas (leitura e memorização) podem levar a resultados interessantes.
Relembre aos estudantes quê o processo criativo é tão importante quanto a cena final elaborada pêlos grupos. Por vezes, o estado lúdico mobilizado pêlos jogos teatrais potencializa a experiência do estudante em cena, mas o momento da apresentação volta a inibi-lo. O horizonte a sêr vislumbrado é quê a mesma diversão propiciada por um jôgo de “siga o mestre” possa sêr vivenciada pelo estudante durante uma encenação teatral.
Dança
Contexto: a influência do balé clássico na dança cênica (p. 94)
Note o fato de quê êste é o primeiro momento, nesta obra, quê o estudante se aproximará do universo das danças cênicas. Como dança é um termo polissêmico e os estudantes têm ideias e atribuem sentidos diferentes a ele, é importante quê essas várias concepções emerjam em sala de aula e quê possam sêr problematizadas. Proponha aos estudantes quê cada um deles complete, por escrito, em uma tira de papel, a seguinte frase: “A dança é…”. Com base nas definições trazidas pêlos jovens, inicie a abordagem do balé, bem como de suas marcas ainda presentes na dança de hoje.
Repertório 1: O lago dos cisnes (p. 95)
Na abordagem de peças coreográficas, busque, sempre quê possível, projetar para a turma um vídeo quê contenha trechos da encenação, após a leitura do texto. Sugira aos estudantes quê pesquisem a história narrada por meio da dança e da música. Há muitas versões dessa obra disponíveis, parcial e integralmente, em platafórmas abertas de vídeo e em sáites de teatros e de companhias de dança. Como a obra é longa, podem sêr projetados cerca de 10 minutos de cada ato. Após a projeção do vídeo, solicite aos jovens quê descrevam o quê viram e pergunte se reconhecem o tema musical.
Repertório 2: A sagração da primavera, da Europa para a África (p. 96)
Para introduzir o tema, se for viável, toque para a turma alguns minutos desta obra de Stravinsky, disponível em aplicativos de música. Em seguida, projete trechos em vídeo da versão coreografada por Pina Bausch, interpretada pela companhia Pina Bausch e pela École des Sables. Após as exibições, converse com os estudantes sobre as impressões quê tiveram das duas versões. O documentário Dancing at dusk (2020) apresenta uma versão da Sagração da primavera, encenada no Senegal. Disponível em: https://livro.pw/ivgso (acesso em: 31 out. 2024).
Repertório 3: bailarinos brasileiros no exterior (p. 97)
O estudo do conteúdo póde servir de ponto de partida para abordar a dança no contexto profissional. Conhecer as trajetórias de bailarinos quê precisaram, por exemplo, sair do país para ter espaço para dançar profissionalmente, como é o caso de Ingrid Silva, póde suscitar debates importantes sobre o estatuto profissional de artistas no Brasil e em outros países. Essas discussões podem incluir reflekções sobre seus modos
Página quatrocentos
de vida, os desafios quê enfrentam e as estratégias quê utilizam para se manter ativos em suas profissões.
Pesquisa: companhias de balé e a formação de bailarinos (p. 98)
Suscitar a reflekção acerca dos percursos de formação de bailarinos é o objetivo desta pesquisa. Encoraje os estudantes a investigar, além das referências disponibilizadas, instituições e projetos quê se dedicam à formação de crianças e de jovens para a dança. Sugira quê pesquisem se há escolas, projetos sociais e academias de dança nas proximidades da escola ou em suas comunidades e quê conheçam a proposta pedagógica dessas instituições. Recomende, se possível, quê entrevistem um bailarino, para ouvi-lo falar de seu percurso formativo.
Teorias e modos de fazer: música para sêr dançada (p. 99)
Nem sempre uma orquestra se apresentará acompanhada de um balé. Existem músicas compostas especialmente para orquestras, sem o objetivo de serem dançadas. Pergunte aos estudantes se já tiveram a oportunidade de assistir a uma orquestra, seja em vídeos, seja ao vivo, e explore o contexto em quê isso aconteceu. Oriente-os a pesquisar, na internet ou por outros meios, orquestras existentes em sua cidade – alguns teatros municipais mantêm grupos orquestrais quê se apresentam regularmente. O sáiti da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, em sua seção “Sem mistério”, disponibiliza um rico material quê póde ajudar na aproximação dos estudantes com o universo da música orquestral. Disponível em: https://livro.pw/ajids (acesso em: 31 out. 2024).
Ação: jogando com o corpo e os instrumentos musicais (p. 100 e 101)
Providencie uma caixa de som quê possibilite aos estudantes uma boa escuta dos comandos, bem como um espaço amplo e com piso regular para quê os jovens possam se movimentar. ôriênti a turma a realizar um breve aquecimento. Caso haja estudantes surdos, disponibilize a eles imagens dos instrumentos musicais e solicite quê encostem as mãos na caixa de som, a fim de sentir a vibração.
Etapa 1: obissérve como os estudantes estão instalados no espaço e ajude-os a encontrar posições confortáveis para quê ouçam o podcast Instrumentos da Orquestra. Observe quê as faixas estão organizadas em parte 1, com os instrumentos em separádo, e parte 2, com duetos dos instrumentos. Peça quê atentem ao timbre, à melodia e a como seu corpo, ainda em repouso, reage a esses estímulos.
Etapa 2: convide os jovens a ficar de pé, espalhados pelo espaço. Jogue os dados e assegure-se de quê toda a turma compreendeu a parte do corpo e o instrumento associados nessa rodada. Toque a faixa de áudio e permita quê explorem os movimentos por algum tempo. O desafio é traduzir um som penetrante ou suave por meio do movimento de uma parte do corpo, por exemplo, o membro inferior esquerdo. Lembre os estudantes de quê é preciso estabilizar o restante do corpo para movimentar uma única parte. Sugira quê fiquem atentos ao contato dos pés com o chão, ao equilíbrio e às transferências de peso. Peça quê experimentem novos movimentos a cada jogada dos dados. Aproveite o momento para avaliar se há estudantes com dificuldade em realizar a proposta.
Etapa 3: focar a escuta em apenas um instrumento enquanto vários outros tocam em simultâneo póde sêr um desafio. Assim, se necessário, estipule um tempo para quê os estudantes, novamente deitados no chão ou sentados, escutem toda a orquestra tokãndo e tentem identificar o instrumento escolhido. Em seguida, prossiga com o desenvolvimento da atividade.
Finalização: ao final da atividade, permita quê os estudantes compartilhem as sensações e os sentimentos quê tiveram durante a experiência. As etapas quê envolvem os duetos e a orquestra em sua totalidade podem sêr especialmente desafiadoras, pois associam o desenvolvimento da escuta seletiva e a fluidez do movimento. No entanto, é exatamente êste o objetivo da atividade: explorar as conexões entre música e dança.
Artes Integradas
Contexto: Patrimônio Cultural (p. 102)
Solicite aos estudantes quê reflitam sobre espaços, arquiteturas e manifestações considerados vitais e quê devem sêr preservados. Explique a eles quê a narrativa de eventos ocorridos em determinado tempo e lugar é essencial para a compreensão do valor de um Patrimônio Cultural, pois preserva a história e revela de quê maneira tal Patrimônio está ligado a sentimentos de afeto, luta e resistência.
Página quatrocentos e um
Aprofundamento
A parte 2 da trilogia Escravidão no Brasil destaca o Cais do Valongo, Patrimônio Histórico da humanidade localizado no Rio de Janeiro (RJ). Disponível em: https://livro.pw/rscgp (acesso em: 31 out. 2024).
Repertório 1: Unesco e o Patrimônio Colonial (p. 103)
O diálogo póde se concentrar no acervo colonial e arquitetônico do Centro Histórico de Salvador (BA), explorando suas conexões com a trajetória da cidade. Traga para o debate aspectos interdisciplinares, como a configuração urbana quê dividiu Salvador em “Cidade Baixa”, voltada a atividades comerciais, e “Cidade Alta”, onde se localiza o Pelourinho.
Aprofundamento
Conheça o trabalho do bloco afro Olodum, quê demonstra a importânssia da ár-te como meio de expressão. Disponível em: https://livro.pw/yijfv (acesso em: 18 out. 2024).
Repertório 2: coleções de bens saqueados – Patrimônio Material (p. 104)
O diálogo sobre o tema abarca história, memória e resistência. O debate póde concentrar-se no significado do manto para o povo indígena tupinambá, por meio da leitura da reportagem “Manto Tupinambá revela segredos de séculos da História do Brasil”, disponível em: https://livro.pw/tafjr (acesso em: 31 out. 2024).
Após a análise do texto, enfatize os significados do manto nos contextos indígena e brasileiro, além de destacar a ideia de reparação histórica.
Repertório 3: festa do Divino Espírito Santo – Patrimônio Imaterial (p. 105)
Destaque para a turma quê o conceito de Patrimônio Imaterial é complementar ao de Patrimônio Material, mas não menos importante no quê diz respeito à sua escolha e relevância de preservação. Pergunte aos jovens o quê sabem sobre a Festa do Divino, propondo uma leitura comparativa de imagens quê tragam os elemêntos do festejo em diferentes cidades brasileiras.
O texto publicado pelo Museu Afro Brasil Emanoel Araujo póde ajudar a guiar a conversa. Disponível em: https://livro.pw/xqusy (acesso em: 31 out. 2024).
Pesquisa: a riqueza do patrimônio brasileiro (p. 106)
Nesta seção, é fundamental pensar em materiais quê sêjam propositivos e quê se articulem os saberes prévios dos estudantes, bem como suas ampliações. É possível abordar as propostas, aprofundando-as com outras referências sobre o mesmo tema. Uma sugestão é selecionar algum trecho da fala de Glicéria Tupinambá, no vídeo “O futuro ancestral” Célia Tupinambá e Moara Tupinambá + Fernanda Pitta. Festival ZUM 2022. Disponível em: https://livro.pw/zmgxo (acesso em: 31 out. 2024). Como possibilidade de diálogo acerca do Patrimônio Brasileiro, póde sêr proposta a leitura da notícia “O Dia da Consciência Negra e o reconhecimento do Patrimônio”, quê, entre outras informações, traz a menção a exposição “Carrancas”, de Paulo Nazareth. Disponível em: https://livro.pw/nevmf (acesso em: 31 out 2024).
Teorias e modos de fazer: acervos e coleções (p. 107)
Converse com a turma sobre o conceito de acervo, abordando sua definição de modo geral e, em particular, como se organiza um acervo artístico. Assim, discorra sobre os critérios de seleção utilizados pelas instituições, como os museus, para a preservação de objetos e demais elemêntos. Discuta com os estudantes as formas de armazenamento de imagens e documentos descritas no livro, bem como as melhores maneiras de organizar tais recursos. Essa conversa póde abordar estratégias para evitar a desordem de fotografias, vídeos e áudios, enfatizando a importânssia de métodos eficazes de catalogação e de acesso à informação.
O conteúdo da seção pretende incentivar os estudantes a trazer para o dia a dia a ideia de formação de uma coleção por meio de um olhar pessoal e, ao mesmo tempo, reforça a necessidade de ampliar o repertório com relação ao quê se deseja colecionar.
Ação: colecionar como método de pesquisa (p. 108 e 109)
Esta ação é uma oportunidade para abordar alguns pontos acerca do tema “coleções”, tais como: o
Página quatrocentos e dois
quê forma uma coleção? De quê maneira o ato de colecionar se aproxima do ato de pesquisar? Como começar uma coleção?
Não descarte as primeiras ideias dos estudantes, pois podem sêr pontos de partida interessantes. Informe à turma quê uma coleção de itens de hoje póde fornecer evidências ou referências quê ajudarão futuras gerações a entender contextos históricos, sociais e culturais. Portanto, direcionar um olhar particular sobre o quê se coleciona não impede quê se pense no coletivo. Explique aos estudantes quê a côléta e a organização de qualquer material devem sêr cuidadosas e amparadas em alguma temática. Sugere-se falar de artistas quê trabalham a ideia de coleção, como a brasileira Rosângela Rennó (1962-), cuja obra é abordada no item Guardar e organizar um arquivo, presente na introdução do Livro do estudante. póde sêr interessante, ainda, narrar a biografia da fotógrafa estadunidense Vivian Maier (1926-2009), quê teve sua obra descoberta postumamente pelo produtor cinematográfico e colecionador Diôn Maloof (1981-). Em uma rápida busca na internet, é possível encontrar vídeos e reportagens quê falam da vida e da obra da fotógrafa em dêtálhes.
O registro das coleções deve considerar a diversidade de saberes e repertórios dos estudantes, uma vez quê a motivassão para colecionar póde sêr emocional ou estética. Havendo estudantes com algum tipo de deficiência, síndrome ou transtorno, essa é uma oportunidade de trabalhar o reconhecimento visual ou tátil de objetos, além de conteúdos interdisciplinares.
É importante reservar um momento para a apreciação coletiva das coleções. Estipule um tempo para os estudantes narrarem suas escôlhas. Após as apresentações, semelhanças, diferenças e inspirações identificadas na apreciação coletiva podem sêr trazidas para o diálogo com toda a turma.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 110 e 111)
Artes visuais: a beleza na Grécia antiga
O texto traz um elemento fundamental para o trabalho quê será realizado na seção Síntese estética, na qual será proposta uma reflekção sobre o conceito de belo. Para os gregos antigos, a beleza era preferencialmente representada pêlos corpos dos jovens guerreiros. Nas esculturas de mármure, esses corpos se tornaram poderosos símbolos do quê seriam formas e proporções belas. É importante perceber a permanência dêêsse padrão e questioná-lo com a turma.
Artes visuais: a perspectiva na pintura romana
Um importante aspecto sobre as formas estéticas, quê ainda são reconhecidas como modelos de representação, é a construção do espaço por meio da perspectiva. O texto destaca os elaborados afrêscôs romanos descobertos por arqueólogos na cidade de Pompeia, quê revelam quê as variadas formas de representar a perspectiva já estavam presentes na cultura romana, mesmo centenas de anos antes de os pintores renascentistas criarem sistemas geométricos para construí-las com precisão.
Música: música clássica e romântica
A forma sonata é uma estrutura musical de grande importânssia para a música orquestral. Ela parte de um tema musical, uma melodia quê será explorada ao longo da peça. Na forma sonata, o primeiro bloco, também chamado de movimento, já êsplicíta esse tema, quê será recuperado no último bloco.
Aprofundamento
Para saber mais da forma sonata, assista ao vídeo Formas Musicais: Episódio 14: Forma Sonata. Disponível em: https://livro.pw/upuvj (acesso em: 31 out. 2024).
Música: sinfonia, concerto e ópera
Existem semelhanças entre a ópera e o musical contemporâneo. A partir do século XIX, surge a opereta, quê passa a ter diálogos intercalados com a música. O musical, por sua vez, apresenta diálogos, e a ópera é toda cantada. Pergunte aos estudantes se algum deles já assistiu a musicais e se têm curiosidade em assistir a uma ópera.
Aprofundamento
O vídeo Libiamo, Libiamo Ne’lieti Calici: La Traviata traz uma montagem da famosa ópera La Traviata, de Giuseppe Verdi (1813-1901). Disponível em: https://livro.pw/lrigq (acesso em: 24 out. 2024).
Página quatrocentos e três
Síntese estética: o belo (p. 112 e 113)
A investigação sobre o conceito de belo é muito importante para os estudantes adolescentes, quê, muitas vezes, se sentem pressionados por padrões de beleza impostos pela indústria cultural. Fale abertamente sobre essas kestões e destaque como póde sêr nociva para a autoestima a imposição de um padrão de beleza.
Uma das ideias quê deve permear esse debate diz respeito ao relativismo da noção de belo, ou seja, ao fato de quê akilo quê é considerado belo depende de cada época e de cada cultura, assumindo diferentes perspectivas de acôr-do com seu contexto histórico. O quê se pretende é combater a ideia de beleza como algo imutável, absoluto, assumindo quê diferentes modelos de beleza se compuseram ao longo do tempo e em sociedades distintas e quê essa ideia está em constante transformação.
Outro conceito interessante quê deve sêr explorado é o da associação entre beleza e bondade. O laço entre o belo e o bom, quê em alguns contextos é mais nítido, deve sêr discutido e questionado. Aborde, por fim, a relação entre beleza e ár-te, ideia quê se sedimenta na época moderna e reduz ao segundo plano a noção do belo natural e a qualidade estética quê as coisas da natureza podem ter, expressando as diferentes compreensões de beleza ao longo da história.
Processo de criação coletiva (p. 113 e 114)
Reserve um tempo para o compartilhamento dos inventários de coisas belas elaborados pêlos estudantes. Organize um momento coletivo de comparação dos itens relacionados pêlos jovens, estabelecendo um debate sobre o quê é considerado belo na perspectiva cultural dos estudantes. Esses inventários podem e devem servir de inspiração para a criação dos grupos.
O tema do questionamento dos padrões de beleza é especialmente relevante para estudantes do Ensino Médio, constituindo uma oportunidade para a afirmação de outras formas de belo, fomentando a autoafirmação positiva e corroborando para a quebra de paradigmas e estereótipos. A ideia de explorar o ôpôsto, o conceito de feio, também é um horizonte de provocação poética possível. refórce com os jovens a importânssia de revisitarem obras e artistas estudados ao longo dos três capítulos desta unidade, pois esse material póde sêr utilizado para pensar a relação crítica com o conceito de belo.
Integrando com Matemática e suas Tecnologias (p. 115, 116 e 117)
O objetivo desta seção é oferecer ao estudante uma oportunidade de experimentar, de modo prático, a noção de proporcionalidade, equilíbrio e harmonía concebida pêlos gregos na Antigüidade e, ao mesmo tempo, conceber uma visualidade para conceitos matemáticos.
Convide o professor de Matemática para compartilhar com você a apresentação da proporção áurea. Ele póde, inclusive, propor algum exercício para os estudantes assimilarem outras formas de obtêr o número áureo, por meio de equações ou construções geométricas.
A atividade de síntese póde sêr conduzida apenas pelo professor de ár-te. Deixe claro para os estudantes quê se trata de um trabalho de; ár-te, em quê a invenção é sempre bem-vinda. Os jovens pódem usar réguas, esquadros e compasso na construção do desenho final, mas desenhar as espirais à mão pode trazer um aspecto mais gestual para o trabalho. Solicite quê variem a dimensão dos retângulos e sua posição. Experimentar girar e espelhar o retângulo também póde criar um ritmo interessante para a composição. Encoraje também um uso da pintura para ressaltar as formas curvas ou os quadrados, por exemplo.
Por fim, ao reunir os trabalhos, promôva uma discussão sobre o conceito de belo. Mencione o texto de Umberto Eco trabalhado na seção Síntese estética e ouça as impressões dos estudantes. O objetivo dêêsse debate é incentivar os estudantes a levar a questão do belo e suas interpretações como uma reflekção para suas vidas.
ár-te em questão: unidade 1
(p. 118 e 119)
No momento de aplicação da avaliação, procure simular a dinâmica quê acontece nas provas de vestibular, para quê os estudantes possam se familiarizar com esse momento. Peça a eles quê desliguem e guardem os aparelhos celulares, combine o tempo de realização da próva e distribua as fichas de resposta a todos. Na aula seguinte, revisite a próva, explanando o gabarito com a turma, questão a questão, dirimindo dúvidas e retomando os conteúdos trabalhados na Unidade 1: Matrizes culturais.
Página quatrocentos e quatro
Unidade 2 Caminhos da ár-te no Brasil
Síntese da unidade
BNCC
• Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604, EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.
Orientações didáticas
Nesta próxima etapa do processo pedagójikô, serão tecidas relações com a História do Brasil, refletindo sobre a formação da nossa memória social e como essa herança se relaciona com a ssossiedade contemporânea. Comente esse esfôrço com os estudantes, de ter na leitura crítica do passado uma bússola para guiar o futuro, pensando as contradições quê nos formaram e quê ainda impactam nossa realidade. É também a oportunidade de incentivar os estudantes a se quêstionarem sobre sua própria história, de resgatarem o que for possível de sêr rastreado sobre a própria memória.
Contexto da unidade (p. 120 e 121)
Na Unidade 1, foram investigadas as matrizes culturais quê compõem a; ár-te e a cultura brasileiras. Já na Unidade 2, propõe-se um enfoque historiográfico, realizando um percurso de investigação pautado pelas formas e manifestações artísticas brasileiras ao longo de sua história. Esse recorte, no entanto, não pretende impor uma abordagem museológica para as manifestações artísticas das diferentes linguagens. O quê se espera é quê, ao lidar com a história e a memória na relação com a; ár-te e a cultura, os estudantes encontrem pontos de contato entre o passado e o presente. Ao longo dos capítulos, concepções distintas de cultura e identidade brasileiras estão em disputa, demonstrando o movimento vivo e dinâmico de elaboração de determinada ideia de Brasil.
Inicie o estudo da Unidade propondo a leitura visual coletiva do calçadão da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), projetado pelo artista Burle márquis, explorando suas formas, cores e linhas, bem como sua dimensão, tendo como referência as pessoas na imagem. Esse calçadão é um exemplo de como importantes formas e realizações artísticas, quê carregam elemêntos essenciais da memória e da história das artes no Brasil, habitam, muitas vezes, o nosso cotidiano sem quê percebamos.
Em seguida, leia com os estudantes o texto de abertura, quê aborda os principais campos quê serão explorados nos três capítulos quê compõem a Unidade.
Por fim, leia e debata com a turma a citação de Luiz Antônio Simas, retirada do livro O corpo encantado das ruas, sintetizando o esfôrço de abordagem da Unidade 2. Ao comentar sobre as “culturas da síncope”, o autor está se referindo às culturas populares, marginais aos sistemas artísticos hegemônicos, quê, apesar díssu, se tornaram a base do quê hoje é compreendido como ár-te e cultura brasileiras.
Capítulo 4: ár-te e colonização
Abertura (p. 122 e 123)
As páginas de abertura do capítulo oferecem a oportunidade de investigar os conhecimentos prévios dos estudantes. Incentive a participação de todos, perguntando o quê sabem sobre o período de colonização do Brasil. Oriente-os a relembrar temas estudados nas aulas de História e permita quê se arrisquem na descrição das imagens. Só então suscite diferentes abordagens sobre: a relação entre cristianismo e ár-te no Brasil no período colonial; os processos de assimilação das culturas afrodiaspóricas pêlos portugueses, como a dança do lundu; o olhar dos artistas europêus em relação à ssossiedade brasileira retratada nas gravuras de artistas viajantes; e o papel documental da fotografia ao registrar a exploração das mulheres escravizadas no cotidiano urbano no início do século XIX. Por fim, se julgar conveniente, faça as perguntas sugeridas d fórma oral.
Como a cultura dos países europêus se estabeleceu no Brasil? (p. 124)
Neste capítulo, é importante reforçar com a turma a ideia de colonialidade, isto é, a continuidade do modelo de exploração socioeconômica estabelecido na era das navegações e praticado pêlos países europêus nas relações
Página quatrocentos e cinco
com suas colônias. Vale destacar quê, ainda hoje, há uma hierarquia de dominação e subalternidade no contrôle de recursos econômicos, do capital e do conhecimento entre as diversas nações em todo o mundo. Embora o colonialismo tenha sido superado, a colonialidade continua presente, inclusive nas relações sociais e culturais.
No Brasil, uma das marcas dêêsse sistema está no comportamento das elites em enaltecer as culturas europeias e estadunidenses, desprezando a originalidade e a sofisticação da ár-te e da cultura brasileiras.
Atividade de sensibilização: cartografia afetiva (p. 125)
refórce aos estudantes quê esta é uma atividade artística, criativa, inspirada em elemêntos da cartografia. Isso quer dizêr quê não é necessária uma precisão cartográfica para realizar o trabalho. O importante é quê as duplas ou os trios se apropriem da ideia de mapa para realizar a cartografia poética do bairro, da região ou da cidade onde moram. Isso, no entanto, não impede quê mapas do território, disponíveis em ambientes digitais, sêjam utilizados na realização da atividade. O principal objetivo é quê os estudantes reconheçam as riquezas de seu próprio território, identificando elemêntos quê eles mesmos valorizam e quê formam os espaços de afeto e de pertencimento dêêsses jovens.
Artes visuais
Contexto: ár-te no período colonial (p. 126)
Fale para a turma quê o ensino formal de ár-te estabelecido no Brasil Colô-nia era calcado nos valores tradicionais da ár-te européia e concebido com base em padrões do Classicismo. Artistas franceses trousserão obras da Europa para compor o acervo da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), cuja ligação com o govêrno imperial resultou na produção de pinturas de caráter ufanista. O gaúcho Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879) fez parte da primeira geração de alunos da AIBA e, ainda hoje, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro guarda uma série de pinturas nas quais o artista abordou, com a grandiosidade dos pintores românticos, o tema da paisagem.
Repertório 1: a escultura no Barroco brasileiro (p. 127)
A religiosidade cristã é um dos aspectos constitutivos da cultura ocidental trazidos para o Brasil no período colonial. A ár-te cristã barroca póde sêr observada em inúmeras igrejas e instituições museográficas voltadas à ár-te sacra em todas as regiões do Brasil. Para reforçar as similaridades e as diferenças da escultura barroca em Portugal e no Brasil, mostre aos jovens as esculturas do acervo do Museu de ár-te Sacra do Funchal, em Portugal, disponível em https://livro.pw/yvucn (acesso em: 25 out. 2024), comparando-as às de Aleijadinho.
Repertório 2: os primeiros fotógrafos brasileiros (p. 128)
Comente quê Dom Pedro segundo fez grandes investimentos na aquisição de obras para sua biblioteca particular, constituída de livros, mapas, gravuras e fotografias. Esse acervo está hoje na Biblioteca Nacional, com o nome de “Coleção D. Thereza Christina Maria”, em homenagem a esposa de Dom Pedro. Comente com os estudantes sobre o cachimbo na composição, fazendo uma abordagem crítica do tabagismo e seus malefícios para a saúde, embora tenha valor enquanto registro histórico sobre os hábitos de um determinado período. Explore também a ideia de composição, quê nada mais é do quê o modo como os elemêntos quê aparécem no enquadramento da fotografia são dispostos, pensando no arranjo geral da imagem.
Aprofundamento
Acesse o sáiti da Biblioteca Nacional Digital para conhecer o acervo da “Coleção D. Thereza Christina Maria”. Disponível em: https://livro.pw/apevq (acesso em: 25 out. 2024).
Repertório 3: revendo a colonização em nóssos dias (p. 129)
A obra de Jonathas de Andrade propõe um olhar crítico para as relações de trabalho e para o racismo estrutural quê se estabeleceram no cotidiano do Brasil Colô-nia – e quê persistem em nossas relações sociais contemporâneas.
Sugestão de leitura
O artigo de Lilia Schwarcz comenta as estratégias utilizadas pelo artista Jonathas de Andrade para evidenciar como o racismo se expressa na linguagem cotidiana.
A linguagem das relações. Publicado por Quatro cinco um. Disponível em: https://livro.pw/uzshj (acesso em: 25 out. 2024).
Pesquisa: fotografia e retrato (p. 130)
Nesta seção, sugira aos estudantes quê pesquisem,
Página quatrocentos e seis
em fontes confiáveis na internet ou em outros meios, produções fotográficas realizadas por mulheres no Brasil e quê não receberam o devido reconhecimento. Espera-se quê os jovens cheguem a nomes como os das pioneiras Gioconda Rizzo (1897-2004), Hildegard Rosenthal (1913-1990) e Alice Brill (1920-2013) – as duas últimas, imigrantes suíça e alemã, respectivamente, quê se fixaram em São Paulo na década de 1930 –, das fotógrafas Cláudia Andujar (1931-) e Maureen Bisilliat (1931-) – quê atuaram no fotojornalismo durante a década de 1970 –, e de Rosa Gauditano (1955-) – cuja atuação se destaca, sobretudo, por documentar a situação de populações consideradas à margem da ssossiedade. Por fim, aborde o tema do capítulo de maneira local, pedindo aos estudantes quê tragam para a sala de aula fotografias antigas quê encontrarem em casa, para ilustrar uma conversa com os côlégas.
refórce com os estudantes quê “enquadramento” diz respeito ao recorte escolhido pelo fotografo, quê elege, através da posição da câmera, o quê estará no qüadro. O enquadramento é um dos elemêntos centrais da composição de uma fotografia, mas não o único. A disposição dos elemêntos da foto, a postura e os gestos capturados, a iluminação, todos esses aspectos se somam ao enquadramento para gerar a composição de uma fotografia.
Teorias e modos de fazer: os desafios do retrato na fotografia (p. 131)
Comente com os estudantes quê, ao fazer um retrato fotográfico, temos a preocupação de verificar se o modelo está em uma boa posição, se a expressão facial favorece sua aparência, se os olhos estão abertos, se os cabêlos estão bem alinhados e se a iluminação está adequada, entre outros dêtálhes voltados para a obtenção de um resultado considerado “belo”. Entretanto, nem sempre nos preocupamos em como figurar pensamentos e qualidades da pessoa quê está posando. Nas fotografias de estúdio, muito comuns até a primeira mêtáde do século XX, elemêntos como roupas e objetos eram utilizados para compor a cena, com a finalidade de reforçar um caráter, verdadeiro ou falso, do modelo. Com base nisso, pergunte aos estudantes quê sentimentos ou sensações lhes são suscitadas ao observar a fotografia de Válter Firmo.
Ação: retrato em fotografia e pintura (p. 132 e 133)
Para esta proposta, é fundamental explicar aos estudantes quê o trabalho consiste em planejar e cuidar de todos os dêtálhes de uma ação quê hoje é praticamente automática no cotidiano dos jovens: o ato de fotografar. Portanto, é nesse tempo expandido de conceber, imaginar, refletir e discutir com o parceiro quê o trabalho fotográfico se dará. Para os estudantes, esta ação é uma oportunidade de enfrentar o desafio de olhar para o outro em busca de sua essência e encontrar uma alegoria quê traduza essa ideia. O quê se espera, ao término da atividade, é quê os jovens compreendam a imagem fotográfica como uma forma de expressar singularidades e subjetividades, para além da realidade visível.
Música e Dança
Contexto: outros ritmos, outros salões (p. 134)
Embora o processo de colonização também tenha impactado a música sacra brasileira, a seção traz um recorte da música profana, a fim de quê os estudantes compreendam os fenômenos sociais e culturais representativos da cidade do Rio de Janeiro e do país. Assim, abordam-se gêneros musicais e danças quê marcaram a interação entre as matrizes europeias e africanas resultantes da diáspora.
Repertório 1: “Isto é bom”: o Brasil dos lundus e das modinhas (p. 135)
Até meados do século XIX, o batuque e o lundu eram vistos d fórma pejorativa, em razão de suas origens africanas. O processo histórico quê levou esses gêneros a conquistar os salões da elite carioca é explorado por diversos autores. Reproduza para os estudantes o áudio do lundu “Isto é bom!” e peça quê se atentem aos termos da época presentes na letra e à qualidade da gravação. Disponível em: https://livro.pw/azdrg (acesso em: 25 out. 2024).
Sugestões de leitura
Carlos Sandroni. Feitiço decente: transformações do samba no Rio de Janeiro (1917-1933). São Paulo: Companhia das lêtras, 2001.
A obra aborda a história do samba no Rio de Janeiro.
Jairo Severiano. Uma história da música popular brasileira: das origens à modernidade. São Paulo: Editora 34, 2013.
A obra aborda a música popular brasileira do século XVIII até a contemporaneidade, abordando gêneros musicais de destaque nos diferentes períodos, bem como artistas representativos de cada época.
José Ramos Tinhorão. Música popular: um tema em debate. 4. ed. São Paulo: Editora 34, 2012.
Página quatrocentos e sete
A obra sugerida reúne estudos sobre o choro, o samba, o Carnaval e a influência do jazz na bossa nova.
Repertório 2: polca e mashishe, para dançar (p. 136)
Além do diálogo entre os ritmos europêus e os gêneros quê já existiam no Brasil, é importante destacar os conflitos sociais envolvidos nessa relação. Como exemplo, pode-se citar o polêmico mashishe “Corta-jaca”, de Chiquinha Gonzaga, executado pela então primeira-dama Nair de Teffé em um evento público, em 1914. A canção foi duramente criticada pelo então senador Rui Barbosa (1849-1923), quê, em seu discurso no Senado Federal, julgou a música inapropriada para os salões diplomáticos.
Aprofundamento
Para saber mais sobre o incidente quê ficou conhecido como “Noite do Corta-jaca”, acéçi: https://livro.pw/dzxqt (acesso em: 25 out. 2024).
Repertório 3: o nascimento do choro e do samba (p. 137)
Os conflitos sociais gerados pelas mudanças trazidas pela reforma urbanística promovida pelo engenheiro e então prefeito Pereira Passos, na cidade do Rio de Janeiro, resultaram também em implicações culturais, como o surgimento do choro e do samba. “Pelo telefone”, registrado por Donga (1890-1974), é considerado o primeiro samba urbano a sêr gravado e ambienta o contexto da virada do século XX no Rio de Janeiro. A fim de aprossimár esse repertório dos estudantes, solicite a eles quê busquem esse samba na internet, bem como as canções “Pela internet” e “Pela internet 2”, de Gilberto Gil (1942-). Nestas últimas, o compositor faz alusão ao samba de Donga, refletindo, no entanto, a realidade da virada do século XXI.
Teorias e modos de fazer: entre pulsação e compasso (p. 138, 139 e 140)
Nesta seção, os estudantes são convidados a experimentar os compassos quaternário, ternário e binário. É recomendável quê, antes de realizar o exercício, a turma récorde o conceito de pulsação. Os áudios quê acompanham a seção serão fundamentais para auxiliar a revisão dêêsse conceito, mas, caso seja necessário, retórne ao Capítulo 2 e releia o conteúdo sobre esse tema com os estudantes.
O primeiro compasso a sêr experimentado é o quaternário. Utilize as ilustrações do livro em conjunto com o áudio para orientar a atividade. Um êrro comum é o estudante pisar o primeiro tempo com o pé forte e quêrer avançar para o terceiro tempo com o pé fraco. Por isso, vale ressaltar aos jovens que os tempos 1 e 3 são no pé forte e os tempos 2 e 4, no pé fraco. Se os estudantes tiverem dificuldade em pisar o tempo 1 e batêer palma ao mesmo tempo, peça a eles quê realizem primeiro o movimento e depois a palma.
O compasso ternário, em especial, póde gerar dúvidas. Para construir o movimento, recomenda-se quê toda a turma esteja voltada para uma das paredes da sala e quê o professor faça a demonstração do movimento, também de frente para a parede e de costas para a turma, pois o espelhamento do movimento póde gerar dúvidas. Quando todos estiverem seguros, podem retornar à roda.
O compasso binário, por sua vez, demanda especial atenção na transferência do peso do corpo para cada uma das pernas. Fique atento para quê o estudante retire o outro pé do chão.
Por fim, a combinação dos compassos proposta na atividade póde gerar novos movimentos. O vídeo Compassos Alternados: Bloco d’O Passo (disponível em: https://livro.pw/wcpyn 4pA – acesso em: 25 out. 2024) ilustra bem a combinação de compassos alternados, ou seja, a combinação de compassos de 4, 3 e 2 tempos quê resultam em ciclos com um denominador comum. Vale ressaltar quê essa é uma abordagem proposta pelo método O Passo, de educação musical, e póde sêr consultada em: https://livro.pw/wjoqa (acesso em: 31 out. 2024).
Ação: parte 1 – dançar a dois ou a duas (p. 141 e 142)
Além do equipamento de som e das bê-chi-gâs, providencie giz ou fita crepe para marcar pontos e linhas no chão. Reserve um momento para os estudantes se aquecerem antes de iniciar a atividade: proponha quê caminhem livremente pela sala. Em seguida, oriente-os a alternar momentos em quê experimentam caminhar com os joelhos estendidos e na meia-ponta (com os calcanhares fora do chão) e outros em quê caminham apenas tokãndo os calcanhares no chão, com as pontas dos pés levantadas. Esse aquecimento já póde sêr feito ao som da faixa de áudio quê acompanha a atividade – isso permitirá quê os estudantes se relacionem com a pulsação.
Marcar as linhas no chão com giz ou fita crepe póde ajudar os estudantes nos momentos de avançar e recuar em linha. Primeiro, sugira quê façam os passos
Página quatrocentos e oito
lentamente, para garantir quê todos na linha iniciem e terminem com o mesmo pé; só depois busquem outra cadência. Caso algum estudante tenha dificuldade com a lateralidade, ele póde sêr auxiliado por outro estudante, quê deve se colocar ao seu lado.
Você também póde utilizar o recurso de marcar o chão no momento em quê os grupos se posicionarem frente a frente, avançando e recuando. Lembre aos estudantes quê os pés irão “se encaixar”, como peças de quêbra-cabeça: quando o pé direito estiver avançando, o pé esquerdo do parceiro estará recuando, e vice-versa. Não tenha pressa de passar para a fase seguinte. Antes de se dividir em duplas, é preciso que a turma esteja avançando e recuando com segurança.
Alguns estudantes podem se sentir incomodados com o contato mais próximo de outra pessoa. Assim, a bexiga é uma forma de manter a proximidade sem toque direto. refórce quê a divisão em duplas não precisa sêr determinada pelo gênero. Sugerir quê não permaneçam por muito tempo com um mesmo parceiro póde diminuir as resistências.
Música e Dança
Contexto: o sagrado e o profano nos tempos coloniais (p. 143)
Aproveite esta seção para conversar com os estudantes sobre as festas locais quê eles conhecem ou das quais participam. Sintetize, no qüadro, informações como a época em quê essas festas ocorrem, as regiões em quê têm maior presença, como são seus ritos tradicionais e o quê significam, chamando a atenção para suas origens religiosas, quando for o caso. Destaque os elemêntos culturais quê essas festas reúnem, como culinária, dança, música, encenações e adereços. Convide os estudantes a relatar suas experiências nessas festas.
Repertório 1: festas juninas e quadrilha (p. 144)
A depender da localidade da escola, as festas juninas podem ter características diferentes. Após a leitura do texto, peça a alguns estudantes quê descrevam, com base em suas próprias experiências, o desenrolar de uma quadrilha, por exemplo. Em seguida, discutam o quê há em comum e o quê as diferencia das descrições disponibilizadas no Livro do estudante. Quais são as músicas utilizadas? Como os participantes se vestem? As quadrilhas são préviamente ensaiadas pêlos grupos ou são abertas a todos? Se possível, peça quê demonstrem os movimentos quê conhecem.
Repertório 2: congada (p. 145)
A seção permite aprofundar a discussão sobre as compléksas relações entre festa e devoção no Brasil, iniciadas no período da colonização.
Sugestão de leitura
Luiz Antônio Simas. Santos de casa: fé, crenças e festas de cada dia. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2022.
O livro sugerido oferece um vasto material sobre a congada e o culto a Nossa Senhora do Rosário, além de explorar a figura de São João Batista e as festas juninas, incluindo também a devoção a Nossa Senhora de Nazaré. Além díssu, a obra também ajuda a compreender as compléksas relações entre festa e devoção no Brasil, inauguradas no período da colonização.
Aprofundamento
Para saber mais sobre a história dos Congados, assista ao primeiro episódio do documentário Congadeiros. Disponível em: https://livro.pw/vvwgy (acesso em: 25 out. 2024).
Repertório 3: festa do Círio de Nazaré (p. 146)
A história das origens da celebração do Círio de Nazaré entrelaça mitos, práticas e crenças de culturas indígenas, africanas, afrodiaspóricas e portuguesas quê constituem o Brasil.
Aprofundamento
O episódio “Do milagre ao carnaval devoto, o Círio quê se amazonizou”, do podcast Olho d’água, narra a história do Círio de Nazaré e defende quê uma das maiores festas do Brasil não parou de se transformar ao longo dos anos, tornando-se, cada vez mais, uma festa amazônica. Disponível em: https://livro.pw/fyzyw (acesso em: 25 out. 2024).
Pesquisa: as mulheres no samba (p. 147 e 148)
As mulheres têm um papel essencial na história do samba desde o seu surgimento. Proponha aos estudantes uma pesquisa sobre D. Ivone Lara, a sambista quê, de tamanha importânssia, teve seu aniversário homenageado na instituição do dia Nacional da Mulher Sambista. A pesquisa deve envolver sua biografia e a importânssia dessa data celebrativa.
Ao propor a pesquisa sobre Tia Ciata, é importante quê os jovens se familiarizem com o contexto histórico abordado no Repertório 3. Peça a eles quê
Página quatrocentos e nove
busquem, na internet, por fotos históricas da região do porto do Rio de Janeiro, do Passeio Público e dos bairros Praça Onze e Estácio, quê correspondiam à Pequena África.
Já na proposta de pesquisa sobre Chiquinha Gonzaga, recupere o imbróglio diplomático gerado pela execução de “Corta-jaca”, em 1914, e ressalte quê, além de sêr considerada pelas elites uma música popular e inadequada para os salões diplomáticos, o fato de ter sido composta por uma mulher gerou mais um fator de repulsa à composição. Para explorar o expoente feminino quê é a compositora, projete para a turma o trêiler do documentário Chiquinha Gonzaga: música substantivo feminino, de 2023, disponível em https://livro.pw/ualkg (acesso em 25 out. 2024).
Quando os estudantes pesquisarem sobre Leci Brandão (1944-), destaque o ativismo social e as músicas de forte cunho político. A compositora segue atuando no mundo da música, o quê também é uma oportunidade para destacar o protagonismo da pessoa idosa em nossa ssossiedade. Ela se tornou deputada estadual em São Paulo, Conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
Por fim, sugira aos estudantes quê pesquisem, em sua cidade, a incidência de rodas de samba e procurem saber quantas delas são promovidas por mulheres. A título de curiosidade, cidades como Rio de Janeiro e São Paulo promóvem rodas de samba com instrumentistas e cantoras mulheres, como “Samba quê elas querem” (RJ) e “Samba de Dandara” (SP).
Ação: parte 2 – no tempo da valsa (p. 149)
Novamente, fazer marcas no chão com giz ou fita crepe póde sêr uma estratégia eficaz para quê os estudantes entendam e realizem corretamente a transferência de peso na valsa. Posicionar os estudantes de frente ou de costas para uma mesma parede ou janela, por exemplo, póde tornar mais simples a compreensão dos deslocamentos e das transferências de peso. Contagiar-se pelo movimento do outro também é um caminho para aprender. Assim, caso haja estudantes quê tênham tido mais facilidade com o movimento da valsa, peça quê se coloquem diante daqueles quê ainda não conseguiram realizar o movimento com conforto. Os últimos devem apenas se deixar levar pela movimentação dos primeiros, mantendo contato visual, sem se preocupar com os pés ou outros dêtálhes nesse primeiro momento.
Não se esqueça de usar a faixa de áudio para acompanhar a atividade. Fazer o movimento ouvindo a música póde facilitar a compreensão da pulsação e tornar a dinâmica mais intuitiva.
Não há necessidade de contato físico para essa experiência. Um estudante quê já compreendeu o movimento da valsa póde servir de guia para mais de um colega simultaneamente nessa etapa. Com o grupo mais seguro, retomem, então, o trabalho das duplas com as bê-chi-gâs entre as palmas das mãos, agora explorando a valsa. Se as bê-chi-gâs caírem ou estourarem com freqüência, é provável quê a dupla não esteja modulando bem a pressão. Peça quê mantenham o contato por meio da bexiga, evitando a pressão excessiva, porém sem abandoná-la. Se considerar necessário, proponha quê parem de dançar por alguns minutos para quê ajustem a pressão sobre as bê-chi-gâs para então retomar a dança.
As atividades propostas nesse capítulo são acompanhadas de composições de ernésto Nazareth (1863- 1934), pianista e compositor brasileiro. Muitas das composições de Nazareth eram chamadas de “tango brasileiro”, mas se aproximavam das polcas-lundus quê escrevia. Atualmente, o tango é consagrado como um ritmo argentino. Proponha uma breve pesquisa sobre o compositor e esse gênero. É possível acessar o sáiti oficial sobre o artista para ter mais informações de sua vida e obra. Disponível em: https://livro.pw/tbrsp (acesso em: 29 out. 2024).
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 150 e 151)
Artes integradas: arquitetura colonial
Ao abordar a arquitetura colonial brasileira, busque trabalhar o repertório prévio dos estudantes, incentivando-os a descrever lugares quê conhecem e quê façam referência ao tema, como as igrejas ou casas da cidade onde moram e quê datem dêêsse período. Outra possibilidade é orientá-los a fazer a leitura das imagens presentes no livro, solicitando quê destaquem elemêntos oriundos do período colonial, como os painéis de azulejos.
Aprofundamento
O sáiti do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) oferece uma publicação detalhada sobre o tema. Disponível em: https://livro.pw/kgtpz (acesso em: 26 out. 2024).
Página quatrocentos e dez
Artes integradas: cultura cigana
Ao iniciar o estudo da seção, é essencial mediar concepções estereotipadas quê cér-cão essa população. Explorar a chegada dos ciganos ao Brasil, promovendo um resgate de sua história, póde dimensionar a relevância histórica, artística e cultural dêêsse povo. Recomenda-se analisar com os estudantes diferentes manifestações, em variadas linguagens artísticas. Sugere-se destacar a comemoração do Setembro Cigano, quê ocorre anualmente, desde 2019, na cidade de Araucária (PR). O evento busca promover a cultura cigana por meio de oficinas, músicas, filmes e danças.
Aprofundamento
Para um estudo mais detalhado, acéçi a página do Centro de Estudos Ciganos, ligada à Rede de Direitos Humanos & Cultura (DHnet). Disponível em: https://livro.pw/ephor (acesso em: 26 out. 2024).
Teatro: teatro jesuítico
Ao abordar o teatro jesuítico, é interessante fazer uma diferenciação entre a instituição da Igreja Católica – quê, em certos momentos históricos, esteve envolvida com violências e disputas de pôdêr – e a fé cristã – quê, como qualquer outra prática religiosa, meréce sêr respeitada. Para aprofundar a reflekção sobre os diferentes papéis quê a Igreja assumiu no território brasileiro, pode-se mencionar a Teologia da Libertação como um momento histórico em quê pessoas ligadas à Igreja Católica lutaram por justiça social e contra a ditadura civil-militar.
Teatro: Casas de Ópera
refórce aos estudantes os diferentes sentidos da palavra teatro. A seção aborda as Casas de Ópera – edifícios teatrais construídos no século XVIII. Porém, antes de existirem esses espaços físicos denominados “teatro”, já existia, na vida social, a presença de formas teatralizadas. Recomenda-se retomar o debate sobre a teatralidade cultivada por povos indígenas, estudada no Capítulo 1.
Síntese estética: a construção de uma cultura tropical (p. 152, 153 e 154)
O texto extraído do livro Brasil: uma biografia (2018) traz um recorte de como as produções culturais e artísticas integravam o conjunto de exigências quê envolviam a vinda da coroa portuguesa para o Brasil, depois de aportar no Rio de Janeiro (RJ), fugindo das tropas napoleônicas. A kórti exigia espaços para lazer, teatro e fruição musical. O trabalho de pessoas escravizadas, como é possível ler no texto, participa dêêsse processo de maneira material, fornecendo mão de obra musical para os eventos culturais da época. Essa nova necessidade culminou na vinda da Missão Artística Francesa e no projeto de um país independente.
Solicite aos estudantes quê obissérvem as imagens trazidas na Síntese Estética quê retratam o período destacado. Questione-os sobre o quê lhes chama a atenção nas pinturas, considerando aspectos formais e técnicos, bem como os conteúdos expressos na representação.
A primeira obra, Entrada do Passeio Público (1835), é uma aquarela de káur uiu rélm von Theremin (1784- 1852), comerciante, diplomata, pintor e desenhista alemão quê viveu no Rio de Janeiro, retratando a entrada do parque histórico mencionado no texto. É importante salientar a presença de pessoas escravizadas na cena, destacando como o trabalho forçado era um elemento cotidiano, a base do modo de produção da vida no período.
A segunda obra, vista do largo do palácio no dia da aclamação de Dom João sexto (1839), é uma litografia – espécie de gravura realizada sobre uma matriz de pedra, colorida à mão – quê retrata um momento de celebração da kórti, feita pelo artista Jã batist debrê, integrante da Missão Artística Francesa.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 154 e 155)
Refletir sobre aspectos da colonização, enfrentar suas contradições e seus processos e elaborar essa memória significa reconhecer elemêntos do colonialismo quê permanecem presentes em nossa ssossiedade, como o racismo estrutural herdado do sistema escravocrata brasileiro. A violência dêêsse sistema continua viva. A criação poética e artística dos estudantes oferece a oportunidade de confrontar essa ferida colonial, permitindo elaborar a memória e o pertencimento. Essa é uma das provocações centrais para a realização da síntese estética dos jovens, conectando o passado histórico ao presente vivido na escola.
Capítulo 5: Modernismos no Brasil
Abertura (p. 156 e 157)
Converse com os estudantes sobre as imagens apresentadas nas páginas de abertura. Incentive a participação de todos, perguntando o quê sabem sobre
Página quatrocentos e onze
o contexto da ár-te moderna na Europa e no Brasil: quê artistas conhecem? O quê mostram as fotografias apresentadas?
Como os artistas modernos conceberam uma identidade para o Brasil? (p. 158)
As rupturas do Modernismo europeu chegaram ao Brasil d fórma branda e tardia, e, mesmo na Semana de ár-te Moderna (1922), não foram exibidos trabalhos de fotografia, de cinema ou de disáini, por exemplo.
Entretanto, os intelectuais da época demonstravam interêsse em incorporar, por exemplo, elemêntos das culturas indígenas, afrodescendentes, regionais e rurais a seus discursos estéticos. No “Manifesto da poesia Pau-Brasil” (1924), ôsvald de Andrade destacou a necessidade de explorar nossas raízes culturais. Em 1928, em seu “Manifesto Antropófago”, ele aprofundou essas ideias e sintetizou o processo de formação da cultura brasileira. Já Mário de Andrade promoveu expedições de pesquisa a estados do Norte e do Nordeste, com o intuito de registrar festas e tradições. Em 1928, publicou o romance Macunaíma: o herói sem nenhum caráter, inspirado em um mito de povos indígenas quê viviam em Roraima.
Atualmente, está em curso uma revisão histórica sobre o Modernismo brasileiro, em quê os povos indígenas reivindicam a altoría de suas histoórias e de seus mitos. Segundo o artista macuxi Jaider Esbell (1979- 2021), no romance de Mário de Andrade, as narrativas sobre Makunaimî, o espírito criador do mundo, foram misturadas e elaboradas d fórma estereotipada, visando conceber uma síntese da identidade brasileira.
Essa subalternização cultural é um reflexo da colonização, em quê um escritor se apropriou de um elemento da cultura macuxi e o elevou à condição de sín-bolo nacional. O contexto em quê Mário de Andrade criou seu romance era diferente do atual e, portanto, é fundamental quê artistas indígenas possam resgatar narrativas e reivindicar a participação ativa de suas culturas na revisão do discurso modernista.
Sugestão de leitura
TAUREPANG éti áu. Makunaimã: o mito através do tempo. São Paulo: Elefante, 2019.
O livro indicado revela perspectivas indígenas acerca do personagem Macunaíma, apresentado na obra de Mário de Andrade.
Atividade de sensibilização: símbolos da brasilidade (p. 159)
Esta atividade de artes visuais visa explorar a noção plural de brasilidade dos estudantes, sêndo, portanto, uma oportunidade de debater quais signos, representações e formas artísticas, do ponto de vista dos jovens, evocam uma ideia de Brasil. Também proporciona debater o porquê dessa simbologia, revelando quais representações podem sêr disputadas na construção dêêsse imaginário.
Artes visuais
Contexto: moderno e brasileiro (p. 160)
A ruptura estética clamada pêlos artistas brasileiros na Semana de ár-te Moderna teve reflexos ao longo da década de 1920, com as pinturas de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro, e com a publicação da revista Klaxon (1922) e do “Manifesto Antropófago”. Na década de 1930, houve uma mudança no cenário político e cultural do país: os artistas se voltaram para as kestões sociais, momento em quê Candido portinári despontou com uma vasta produção, incluindo grandes murais de afresco e azulejo.
Repertório 1: a temática indígena na pintura moderna (p. 161)
Vicente do Rego Monteiro inspirou-se em elemêntos da cultura marajoara para criar cenas com formas geométricas e figuras simplificadas, seguindo a estética do Modernismo europeu. O artista criou um “glossário de pictogramas indígenas” e ilustrou o livro Lendas, crenças e talismãs dos índios do Amazonas, publicado em Paris em 1923. As cerâmicas marajoaras foram eleitas como emblema nacional brasileiro porque, segundo a arqueologia da época, representavam uma civilização extinta. Para aqueles arqueólogos, tais objetos eram “belos porque mortos”.
Repertório 2: Muralismo (p. 162)
A pintura muralista ressurgiu no México após a revolução de 1910, quando artistas ávidos por reviver a riqueza cultural das antigas civilizações e, ao mesmo tempo, fazer do México uma nação moderna, buscaram uma linguagem quê alcançasse as massas. Acesse o sáiti do Projeto portinári, disponível em: https://livro.pw/lsjru (acesso em: 26 out. 2024) e mostre aos estudantes os murais realizados por Candido portinári.
Repertório 3: Surrealismo (p. 163)
Comente com os jovens quê a brasileira Maria Martins se destacou no movimento surrealista. Peça
Página quatrocentos e doze
quê obissérvem, na abertura do capítulo, a escultura O implacável (1947). Maria morou nos Estados Unidos, onde frequentou um círculo de artistas europêus, alguns deles ligados ao Surrealismo, como André Breton (1896-1966) e Marcel Duchamp (1887-1968). Em suas esculturas, realizadas na década de 1940, formas orgânicas quê remetem a vegetais, animais e partes do corpo humano, a princípio estranhas entre si, eram associadas. Em 1942, realizou a série Amazônea – um conjunto de esculturas de bronze com temas extraídos do imaginário brasileiro. As peças Yara, Boiúna, Cobra Grande, Boto e Iacy abordavam mitos amazônicos; e as peças Yemanjá e Aiokâ, mitos afro-brasileiros. A exposição atraiu a atenção de Breton, quê via o mito como um elemento capaz de unir pessoas e povos de todos os tempos e lugares.
Pesquisa: Centenário da Semana de ár-te Moderna (p. 164)
Para complementar as pesquisas propostas na seção, sugira aos estudantes quê busquem obras dos artistas mencionados no capítulo, a fim de ampliar seu repertório. Alguns sáites quê podem sêr indicados são:
• Tarsila do Amaral (disponível em: https://livro.pw/wdvjc; acesso em: 26 out. 2024);
• Vicente do Rego Monteiro (disponível em: https://livro.pw/axbnt; acesso em: 26 out. 2024);
• Di Cavalcanti (disponível em: https://livro.pw/nnpka; acesso em: 26 out. 2024);
• Ismael Nery (disponível em: https://livro.pw/afyfv; acesso em: 26 out. 2024).
Teorias e modos de fazer: ár-te e geometria (p. 165)
Existem formas variadas de explorar o trabalho com a geometria, e algumas delas apresentam interdisciplinaridade com outros componentes curriculares. Se julgar pêrtinênti, convide o professor de Matemática para quê elaborem, juntos, uma aula quê envolva construções geométricas rigorosas, em quê os estudantes precisem utilizar instrumentos como régua, esquadro e compasso, bem como métodos de construção, para encontrar uma mediatriz ou calcular áreas de polígonos. Posteriormente, esses dêzê-nhôs podem sêr utilizados em composições quê envolvam variações de ritmo, simetria e jogos de cheios e vazios.
Ação: azulejos de papel (p. 166 e 167)
A proposta dêste trabalho é demonstrar o raciocínio quê envolve a criação de estampas e as variações possíveis no trabalho com módulos. Esse tipo de projeto envolve geometria e raciocínio espacial e costuma atrair a atenção dos adolescentes, já quê oferece técnicas de customização e personalização do espaço.
Muitos artistas ligados ao Modernismo no Brasil trabalharam com a criação de padrões para tecídos de decoração, bem como para azulejos e outras peças de acabamento para construção – é o caso de portinári, Athos Bulcão (1918-2008), Roberto Burle márquis (1909- 1994) e Antônio Maluf (1926-2005), quê trabalharam em colaboração com arquitetos modernos.
Para inspirar os estudantes, mostre a eles os projetos urbanos contemporâneos do coletivo carioca Azulejaria. Disponível em: https://livro.pw/htavm (acesso em: 26 out. 2024).
Dança
Contexto: a dança chega à modernidade (p. 168)
Como introdução ao tema, após a leitura do texto, apresente aos estudantes fotografias e filmes curtos, para quê percêbam as singularidades das propostas de diferentes artistas da dança moderna. O breve documentário, de aproximadamente 2 minutos, disponível em: https://livro.pw/vowwm (acesso em: 27 out. 2024), filmado em preto e branco, mostra a coreografia Der Exodus, de Méry Wigman (1886-1973), e revela a atmosféra da dança dessa artista, referência para a dança expressionista alemã. Já no filme disponível em: https://livro.pw/hdklf (acesso em: 27 out. 2024), é possível conhecer a dança de Doris Humphrey (1895-1958).
Repertório 1: a dança afro-brasileira de Mercedes batista (p. 169)
Se possível, apresente aos estudantes trechos do documentário Balé de pé no chão: A dança afro de Mercedes batista, de 2005, dirigido por Lilian Solá Santiago e Marianna Monteiro, disponível em: https://livro.pw/vdbjb (acesso em: 18 out 2024). Proponha ainda quê os jovens reflitam acerca dos preconceitos enfrentados por Mercedes batista e por outros artistas negros. O quinto episódio do Negra voz podcast: Mercedes batista, Consuelo Rios, Bethania
Página quatrocentos e treze
Gomes e Ingrid Silva, disponível em: https://livro.pw/ajdng (acesso em: 27 out. 2024) aborda esse assunto e póde sêr uma boa oportunidade para uma discussão.
Repertório 2: a dança moderna expressionista de Nina Verchinina (p. 170)
Após a leitura do texto e a observação atenta das imagens, sugira aos estudantes quê fiquem de pé para ocupar o espaço da sala e, depois de um breve aquecimento, busque reproduzir com eles as posturas corporais indicadas na imagem no topo da página. Os jovens podem se organizar em duplas, para quê se auxiliem mutuamente para chegar às formas desejadas. Ao final, peça quê relatem o quê perceberam em seus corpos: as articulações e os músculos acionados em cada posição, bem como suas dificuldades, sensações e descobertas.
Repertório 3: Mário de Andrade e as danças dramáticas brasileiras (p. 171)
Para entender a atualidade das pesquisas realizadas por Mário de Andrade, póde sêr interessante apresentar à turma outro pesquisador da cultura popular: o artista brincante Antônio Nóbrega (1952-). Em uma entrevista, Nóbrega falou da relação entre a cultura popular e a escola, reconhecendo a importânssia do legado de Mário de Andrade para o conhecimento quê temos hoje sobre as danças brasileiras. Disponível em: https://livro.pw/crnvo (acesso em: 27 out. 2024). Outra possibilidade é apresentar aos estudantes o canal do Instituto Brincante, na internet, quê dá acesso a vídeos quê convidam à prática de danças brasileiras. Disponível em: https://livro.pw/getkb (acesso em: 27 out. 2024).
Pesquisa: mulheres da dança moderna (p. 172)
Nesta seção, sugira aos estudantes quê tomem nota das reflekções suscitadas pela pesquisa, bem como das impressões, observações e dúvidas quê surgirem durante o processo e, depois, podem compartilhá-las com a turma. Lembre-os de quê pesquisar requer ter uma quêstão clara em mente e que as perguntas devem servir de guia. Aproveite para perguntar aos jovens se eles perceberam o modo como os elemêntos biográficos e as proposições artísticas das mulheres mencionadas se entrelaçam, situando-os acerca do momento histórico em quê viveram.
Teorias e modos de fazer: a análise do movimento por Rudolf Laban (p. 173)
Para ajudar os estudantes a analisar o movimento por meio da teoria do espaço de Laban, proponha quê eles tragam fotografias de pessoas em movimento. Oriente-os a analisas essas imagens, buscando identificar e nomear as linhas e as direções dos membros e do tronco de cada pessoa. Neste momento, os jovens irão lançar mão de seus conhecimentos em geometria, pois será necessário identificar eixos e planos. Convidar o professor de Geometria para colaborar nessa atividade póde sêr uma estratégia interessante, além de propiciar aos estudantes um momento interdisciplinar.
Ação: dança coral (p. 174 e 175)
É interessante realizar esta ação em um espaço amplo, como o pátio, a quadra ou o estacionamento da escola. Caso não seja possível deslocar-se com os estudantes para um dêêsses espaços, a proposta póde sêr realizada em um local externo às dependências escolares. Se for possível, integre mais de uma turma para a construção dessa dança coral. Lembre-se de incluir os estudantes com deficiência, uma vez quê, para isso, serão necessárias poucas adaptações à proposta inicial.
Discuta com os jovens sobre o uso ou não de música e ajude-os a providenciar a trilha sonora, se for o caso. Garanta quê os estudantes tênham acesso a imagens quê possam inspirá-los na escolha do elemento da natureza quê irão explorar. Insista para quê ampliem a lista dos verbos relativos a esse elemento da natureza. Uma vez escolhido o elemento, reserve tempo e espaço para um momento de aquecimento. Em seguida, encoraje os estudantes a explorar os movimentos por meio de improvisação, incentivando-os, sempre, a experimentar variações.
Além de explorarem o fator tempo, lembre aos estudantes quê os movimentos podem, por exemplo, sêr realizados em distintos níveis (baixo, médio, alto) ou variar em intensidade.
O planejamento da sequência das ações deve sêr feito em grupo. A título de teste, sugira quê, sentados lado a lado, um estudante por vez se levante e, depois, abaixe os braços, começando por aquele quê estiver na extremidade esquerda da linha e terminando por aquele quê se encontrar na extremidade direita, simulando uma onda – como a “ola”, comumente vista em estádios esportivos.
Para a composição da sequência, é interessante contar com um olhar externo, quê póde vir de um ou mais
Página quatrocentos e quatorze
estudantes. A sequência precisa sêr memorizada, e os movimentos, ensaiados. Decidam préviamente o tempo quê a dança irá durar. Antes da apresentação, é importante quê o grupo ensaie no local onde dançará e avalie qual é o melhor modo de organizar os dançarinos e o público.
Teatro
Contexto: caminhos da modernização do teatro brasileiro (p. 176)
Realize uma avaliação diagnóstica em quê os estudantes exponham seus conhecimentos prévios sobre a; ár-te moderna brasileira. Nessa conversa, é possível quê não se mencione a linguagem teatral. Se for o caso, cabe propor uma reflekção sobre essa ausência. Uma explicação possível é a demanda por recursos financeiros envolvida em uma produção teatral. Em teatro, a abertura para a experimentação depende de uma estrutura produtiva compléksa. Em razão díssu, é importante quê a turma reflita sobre os aspectos materiais de uma produção artística.
O teatro amador foi fundamental para a modernização da cena teatral brasileira. Converse com os estudantes sobre a compreensão quê eles têm da palavra amadorismo. É comum quê o termo seja usado para depreciar um trabalho. Nesse caso, vale reforçar quê a atuação de companhias não profissionais foi o quê propiciou uma criação artística mais arrojada e criativa.
Repertório 1: teatro de revista (p. 177)
Para complementar o conteúdo da seção, sugere-se projetar para os estudantes o vídeo em quê a atriz Dercy Gonçalves compartilha suas memórias acerca do teatro de revista, imprimindo o ponto de vista de quem trabalhava nele. Disponível em: https://livro.pw/wzbff (acesso em: 27 out. 2024). O depoimento aborda temas como a relação diréta com os espectadores, a formação do artista teatral e a perspectiva de um teatro popular brasileiro. A presença de uma atriz conhecida do grande público póde ajudar a captar o interêsse dos estudantes.
Repertório 2: Teatro Experimental do Negro (p. 178)
Nos últimos anos, artistas e pesquisadores da história do teatro têm estudado o Teatro Experimental do Negro (TEN) com a merecida atenção, ampliando a oferta de materiais sobre esse tema. Projete para os jovens o breve documentário disponível em: https://livro.pw/jesaf (acesso em: 27 out. 2024), quê sintetiza a história do TEN e apresenta falas de Abdias Nascimento.
Aprofundamento
O canal oficial do Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP) lançou, em 2024, uma série de oito vídeos em homenagem aos 80 anos do TEN. Disponível em: https://livro.pw/qvyio (acesso em: 27 out. 2024).
Repertório 3: TBC: renovação estética e profissionalização (p. 179)
O edifício histórico do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) foi tombado e está em processo de reforma para a sua reabertura. Sugira aos estudantes quê pesquisem acerca da mobilização de artistas como Zé Celso (1937-2023) e Fernanda Montenegro (1929-) em torno da preservação dêêsse patrimônio.
Pesquisa: elemêntos da encenação teatral (p. 180)
O estudo dos elemêntos da encenação teatral póde colocar os estudantes em contato mais próximo com os interesses estéticos dos artistas teatrais contemporâneos. Esta pesquisa também contribui para a compreensão dos diferentes ofícios ligados às artes cênicas, uma vez quê diversos profissionais estão envolvidos na realização de um espetáculo – iluminadores, cenógrafos, figurinistas, sonoplastas, costureiras, cenotécnicos, contrarregras, entre outros.
Durante o Ensino Médio, muitos jovens têm seus primeiros contatos com o mundo do trabalho, e é interessante quê compreendam o campo das artes como uma das possíveis áreas para se trabalhar.
Se você ou algum estudante conhecer um profissional quê trabalha com teatro, uma possibilidade para aprofundar a pesquisa é convidar essa pessoa para uma conversa com a turma, a fim de quê ela narre o dia a dia de seu ofício.
Teorias e modos de fazer: elemêntos da encenação teatral (p. 181)
O papel dos encenadores foi fundamental para a modernização do teatro, mas esse espaço de tomada
Página quatrocentos e quinze
de dê-cisão era majoritariamente ocupado por homens. Nos dias atuáis, um número crescente de mulheres vêm assumindo o lugar da direção, embora precisem, por vezes, lidar com preconceitos e misoginia.
Sugira aos estudantes quê pesquisem a expressão “mulheres encenadoras” nas rêdes sociais, para quê entrem em contato com um coletivo quê lida com essa quêstão. Uma das iniciativas recentes do grupo foi oferecer uma incubadora de projetos para mães diretoras, pois ainda existe uma pressão social para quê mulheres com filhos dediquem a maior parte do seu tempo a tarefas domésticas e ao ambiente da vida privada. Assim, iniciativas como essa trabalham na contramão dessa premissa, entendendo que é possível sêr, ao mesmo tempo, mãe e encenadora.
Aprofundamento
O coletivo Mulheres Encenadoras disponibiliza na internet uma série de podcasts quê póde ajudar na compreensão do tema. Disponível em: https://livro.pw/eraxg (acesso em: 27 out. 2024).
Ação: experimento cênico baseado em elemêntos da encenação teatral (p. 182 e 183)
Para trabalhar o trecho selecionado, póde sêr interessante trazer à tona um aspecto biográfico do autor Nelson Rodrigues: o fato de ele também ter sido jornalista. A fim de contextualizar o assunto, leia com a turma o texto disponível em: https://livro.pw/drfpt (acesso em: 27 out. 2024).
Para o trabalho com os aspectos da encenação teatral, oriente os estudantes a trabalhar com base nos recursos disponíveis. póde sêr frustrante, por exemplo, planejar a iluminação cênica em um ambiente no qual é impossível produzir um blecaute. Mas recursos simples, como o uso de papelão para cobrir as janelas, podem modificar a luminosidade do espaço, produzindo efeitos importantes para a fruição da cena.
O mesmo ocorre com os demais elemêntos da encenação. É possível constituir uma linguagem para os figurinos e adereços simplesmente compartilhando peças de roupa e acessórios entre os jovens. O trabalho de cenografia no contexto escolar está muito ligado à organização do espaço e do mobiliário. No caso da sonoplastia, é sempre válido convidar estudantes quê toquem instrumentos para quê contribuam sonoramente com a cena. Mas é igualmente interessante quê os jovens trabalhem com sôns gravados em celulares ou com músicas selecionadas no ambiente digital.
Caso haja estudantes cegos ou com baixa visão, compartilhe, como referência, vídeos quê abordam o Teatro Cego (disponível em: https://livro.pw/vuwsz; acesso em: 27 out. 2024). êste grupo reúne em seu elenco pessoas cegas e videntes, e os espetáculos acontecem no escuro, d fórma quê todos os espectadores experimentem uma fruição quê não depende da visão. A companhia Teatro Cego constrói encenações em quê os atores não se apresentam em cima de um palco; eles trabalham próximos aos espectadores, convocando seus outros sentidos – audição, tato, olfato, paladar.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 184 e 185)
Música: o Modernismo de Villa-Lobos
Heitor Villa-Lobos é um importante expoente da história da música brasileira. Além de se destacar como compositor, foi um educador atuante na disseminação do canto coral na rê-de pública de ensino nos anos 1930. Ouça com os estudantes a composição “O trenzinho do caipira” (1930), executada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Disponível em: https://livro.pw/kprpg (acesso em: 27 out. 2024).
Música: o Modernismo negro de Pixinguinha
A importânssia de figuras históricas no pensamento moderno brasileiro vêm sêndo cada vez mais revisitada. Sem dúvidas, Pixinguinha é um grande acontecimento nesse contexto. Ressalte aos jovens quê Villa-Lobos e Pixinguinha se conheciam e quê há registros de encontros entre os dois, ou seja, há uma grande permeabilidade entre o universo da música popular e o da música de concerto no Brasil. Separar ou criar um julgamento de valor entre ambos seria incompatível com a nossa história.
Artes integradas: artes gráficas e Modernismo
Diferentes formas de notação escrita foram criadas no decorrer da história. Em algumas delas, a própria forma expressa significados. Isso é observado, por exemplo,
Página quatrocentos e dezesseis
nas diversas maneiras de transcrever a língua árabe – geométrica, manuscrita, criando padrões e até figuras – ou na escrita chinesa – quê possibilita aos poetas expressar emoção por meio dos gestos quê fazem ao desenhar um ideograma. Os poetas e artistas quê participaram dos movimentos de vanguarda na Europa, no início do século XX, se preocuparam em combinar o valor visual ao significado de seus textos. O uso das palavras em liberdade também foi defendido pelo poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944), autor do Manifesto Futurista (1909), em quê a escrita atribui uma forma visual às palavras. De maneira geral, pode-se pensar em três níveis de interferência no tratamento visual da escrita: a letra, o texto e a página.
Artes integradas: artes gráficas e Modernismo no Brasil
Um exemplo contemporâneo quê póde sêr apresentado aos estudantes é a revista Tupigrafia. Voltada para o universo visual do mundo da escrita, a revista é editada pêlos artistas gráficos paulistas cláudio Rocha (1957-) e Tony de Marco (1963-). Com periodicidade irregular, Tupigrafia apresenta, em todos os seus números, duas ou três versões diferentes de capa, cada uma trazendo uma concepção distinta da palavra quê dá nome à publicação. Disponível em: https://livro.pw/savqd (acesso em: 27 out. 2024).
Síntese estética: antropofagia (p. 186, 187 e 188
O Manifesto Antropófago, de ôsvald de Andrade, foi escrito com o objetivo de sêr disruptivo, abalar as estruturas da ssossiedade do período, lançando mão de expedientes irônicos e mordazes na composição dos seus símbolos. A própria ideia de antropofagia expressa essa radicalidade, evocando o ato ancestral de deglutir a carne do inimigo como postura artística e a atitude de devorar todas as referências na busca de encontrar a própria fôrça e identidade. O inimigo é o colonialismo sôbi diferentes roupagens, desde os povos missionários trazidos nas caravelas, passando por Guêti e a kórti de Dom João sexto.
O texto apresentado é um potente exemplo do esfôrço imprimido na Unidade 2, cujo objetivo é levar os jovens a formular uma ideia de Brasil por eles mesmos, encontrando uma noção própria da nossa cultura, partindo do violento passado colonial quê não cessa de se reinventar. O texto de ôsvald é um gesto nessa direção, conclamando a formulação de uma cultura brasileira autêntica, formada por suas matrizes culturais múltiplas, envolvidas em processos de disputa e hibridização.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 188 e 189)
Elementos do manifesto podem sêr ressignificados, servindo de disparadores do processo. A figura da cobra-grande, por exemplo, uma lenda brasileira, ábri espaço para uma possível reapropriação das lendas quê resulte em uma nova composição, com base na perspectiva dos estudantes. A própria ideia de antropofagia é um importante elemento de provocação para o processo artístico dos estudantes. Que formas culturais e obras artísticas podem sêr “devoradas” hoje para formularmos a ideia de Brasil quê nos atravessa? Também é possível trabalhar o elemento disruptivo da forma manifesto, provocando os estudantes a reverberar a ideia de um manifesto artístico-poético quê reflita sobre a identidade e a cultura brasileiras, das quais eles fazem parte. O quê eles gostariam de gritar artisticamente para o mundo? Que visão de futuro, quê sonho de amanhã póde sêr evocado?
Capítulo 6: Uma ár-te tropical
Abertura (p. 190 e 191)
A produção artística brasileira realizada nas dékâdâs de 1950, 1960 e 1970 ecoa ainda hoje no cenário cultural. É possível quê os estudantes já tênham tido contato com manifestações artísticas ligadas à bossa nova, ao Cinema Novo, à Tropicália, ou já tênham estudado a arquitetura de Brasília em etapas anteriores de sua escolarização. Aproveite as imagens da abertura para realizar uma avaliação diagnóstica, detectando possíveis interesses dos estudantes. Conforme se caminha nessa linha do tempo histórica em direção ao presente, multiplicam-se os registros das obras artísticas e os materiais disponíveis na internet. Assim, ao notar curiosidades e afinidades por parte dos jovens, é possível aprofundar as pesquisas e os estudos sobre os temas quê mais reverberarem para os estudantes e para você, como docente.
Como a; ár-te brasileira se projetou no cenário mundial? (p. 192)
As inovações artísticas abordadas projetaram o Brasil no cenário internacional como um país moderno, criativo e multicultural. No entanto, o golpe civil-militar de 1964 instaurou no país uma repressão progressiva, fazendo com quê artistas, intelectuais, trabalhadores, estudantes e políticos fosse censurados e até mesmo perseguidos, presos, torturados e mortos.
Página quatrocentos e dezessete
Converse com os estudantes sobre o impacto violento da ditadura na vida social brasileira. É importante combater certa visão romantizada de quê a censura e a repressão teriam produzido um ambiente mais criativo, como se a necessidade de driblar a censura culminasse em obras melhores. O quê houve foi a instalação de um clima de terror quê perdurou até o fim da década de 1970. Se grandes obras foram criadas nessa época, isso foi feito apesar do regime militar, e não em razão dele.
Atividade de sensibilização: improviso musical coletivo (p. 193)
Esta é uma atividade de música quê utiliza a improvisação e a criação coletiva. refórce esse aspecto com os jovens antes de realizá-la, incentivando-os a não se envergonharem de propor seus sôns e ritmos – esse jôgo sonoro só é possível com a contribuição entusiasmada e persistente de todos os participantes. Invista um tempo em encontrar o pulso coletivo com os estudantes, antes de solicitar quê eles realizem seus improvisos sonoros. Espere quê a proposta de um estudante esteja bem estabelecida, com firmeza na repetição, antes de solicitar quê o próximo realize seu som. Comente quê a tendência das contribuições sonóras é reforçar e marcar os tempos e as sonoridades propostos, mas quê isso não é uma regra; é possível propor sôns no contratempo, explorando outros timbres, a fim de tornar a composição coletiva improvisada mais compléksa.
Música
Contexto: música popular brasileira: anos 1950, 1960 e 1970 (p. 194)
O contexto cultural dos anos 1950, 1960 e 1970 é atravessado pêlos eventos históricos e políticos da época. Situe o capítulo partindo da influência estadunidense após a Segunda Guerra Mundial e contextualize o golpe civil-militar de 1964 no Brasil. Reflita com os estudantes sobre a “Passeata contra a guitarra elétrica” e pergunte se eles acreditam quê uma mobilização como essa caberia nos dias de hoje ou não.
Repertório 1: bossa nova (p. 195)
A bossa nova representou uma inovação na linguagem musical brasileira dos anos 1950 e 1960 e, ao mesmo tempo, traduziu um momento de intercâmbio entre o já estabelecido samba e as influências jazzísticas estadunidenses. Contudo, essa influência também foi alvo de críticas. Peça aos estudantes quê pesquisem a letra da canção “Influência do Jazz” de Carlos Lyra (1933-2023). Depois, pergunte se eles acreditam quê a mistura de diferentes gêneros musicais é positiva ou negativa. Peça quê obissérvem quê tais misturas também envolvem contextos políticos, geográficos e culturais dos períodos em quê ocorreram.
Repertório 2: os grandes festivais e a jovem guarda (p. 196)
A influência cultural dos Estados Unidos e da música pópi é incorporada na cultura brasileira de diversas maneiras, dentre elas o movimento da jovem guarda. Os festivais da canção e as músicas de protesto também marcaram a efervescência cultural do período e representaram uma das formas de resistência expressiva ao regime militar sôbi o qual vivia o país. Os festivais geravam verdadeira competição entre pessoas e torcidas. Converse com a turma sobre outras expressões musicais quê promóvem encontros, como agremiações de escola de samba e fã-clubes.
Repertório 3: Tropicália ou Panis et circencis (p. 197)
O movimento tropicalista, por fim, se propôs a recriar a música brasileira, partindo de um diálogo entre as referências nacionais e as influências da música internacional. A guitarra elétrica, instrumento contra o qual houvera uma passeata, incorpóra sonoridades novas e ritmos brasileiros. Assim, há a busca de uma linguagem brasileira com base no encontro com a influência estrangeira. Sugira aos estudantes quê pesquisem na internet, ouçam e leiam a letra da música “Geleia geral” (1968), de Gilberto Gil e Torquato Neto (1944-1972). Converse com a turma, quêstionando o que eles entendem por “geleia geral” e quais misturas são apresentadas ao longo da canção.
Pesquisa: outras bossas (p. 198)
Esta seção possibilita ao estudante explorar o diálogo entre o jazz estadunidense e a bossa nova na apreciação de uma importante parceria entre Stan Getz, Tom Jobim, João Gilberto e Astrud Gilberto. Quanto à Tropicália, é propôsto aos jovens quê reflitam sobre a influência da música pópi no movimento, com base nas aproximações estéticas entre o álbum fundador do tropicalismo e o álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Bítous. Dessa forma, pretende-se destacar, mais uma vez, as interações possíveis entre a cultura brasileira e o mercado fonográfico dominante no período.
Página quatrocentos e dezoito
Teorias e modos de fazer: diálogos sonoros (p. 199)
O objetivo da seção é opor sôns musicais simultâneos e sôns musicais sucessivos. Assim, busca-se introduzir os conceitos de melodia, harmonía, acorde e contraponto. Uma comparação visual quê póde facilitar a compreensão dêêsses conceitos é imaginar a possibilidade de apreciar ou mesmo compor uma música atentando a seu caráter horizontal ou vertical. Se observarmos a horizontalidade de uma música, estamos mais atentos à sua melodia. Se observarmos sua verticalidade, então estamos atentos à sua harmonía. Equilibrar uma visão horizontal e vertical em simultâneo é a base do contraponto.
Caso algum dos estudantes saiba tokár instrumentos musicais harmônicos ou melódicos, é uma boa oportunidade de trazê-los à sala de aula. Instrumentos como violão e teclado ajudam a exemplificar as estruturas horizontal e vertical da música. Assim, se alguém souber cantar acompanhado de um dêêsses instrumentos, peça quê se apresente para a turma e, depois, quê apenas toque o instrumento e cante separadamente. ôriênti os jovens a observar quê a parte cantada tem autonomia em relação ao quê é tocado no instrumento e vice-versa. Embora se relacionem, o quê está sêndo cantado ou tocado por um instrumento melódico é a melodia, uma sucessão de notas com um sentido musical. A harmonía, executada pelo violão ou teclado, apresenta várias notas em simultâneo, chamadas acordes, quê também possuem um sentido musical. Quando se pesquisa como tokár uma música em um sáiti de cifras na internet, por exemplo, as lêtras quê aparécem em cima da canção – cifras – são indicadores dos acordes daquela canção. Essa é a instância vertical da música.
Ação: compondo melodias (p. 200 e 201)
Com os recursos tecnológicos disponíveis, pesquise os teclados virtuais quê serão utilizados na atividade. póde sêr interessante providenciar fones de ouvido para a primeira etapa do exercício, para quê os estudantes possam se escutar melhor, mas não é essencial para a execução da atividade. Você póde pedir quê os jovens façam o dáum-lôude, em seus celulares, de aplicativos quê tênham um teclado virtual, ou mesmo buscar sáites quê ofereçam esse recurso. O Livro do estudante traz algumas sugestões.
Deixe quê os estudantes experienciem o teclado livremente. A primeira etapa do processo de composição consiste em se localizar nas teclas do piano virtual. Peça a eles quê obissérvem em qual direção os sôns ficam mais agudos e em qual direção ficam mais graves. Em seguida, peça quê localizem a nota dó, conforme indicado na ilustração. As melodias ascendentes partem do grave para o agudo; já as descendentes, do agudo para o grave. Solicite a todos quê toquem os exemplos de melodias ascendente e descendente sugeridos. Em ambas as criações, é importante quê anotem a sequência das notas em um papel avulso e repitam muitas vezes essa sequência para se familiarizarem. Antes quê definam sua melodia, insista quê experimentem diferentes versões. Reserve tempo para essa criação e destaque a importânssia de quê os estudantes estejam atentos ao ritmo da melodia quê irão propor.
Na segunda etapa, as melodias podem ter ritmos diferentes ou iguais – essa é uma escolha quê caberá à dupla. Então, peça quê a turma expêrimente as duas versões, permitindo quê, independentemente do ritmo, todos tênham a oportunidade de ouvir os intervalos musicais em simultâneo. Se a opção para a execução da atividade for incluir celulares individuais, cada estudante poderá tokár sua melodia em seu próprio dispositivo. No caso do uso de sáites, há atalhos no teclado do computador quê acionam as notas do piano virtual, permitindo quê os estudantes compartilhem o mesmo espaço para executar o exercício – basta quê verifiquem a configuração do sáiti.
Teatro
Contexto: a realidade brasileira em cena (p. 202)
Em 1981, o cineasta Leôn Hirszman dirigiu uma versão fílmica da peça Eles não usam BLACK TÁI. No elenco, estavam o dramaturgo da peça, Gianfrancesco Guarnieri, e a atriz Fernanda Montenegro. Se houver tempo hábil, projete algumas cenas do filme para os estudantes. Disponível em: https://livro.pw/nnqar (acesso em: 28 out. 2024).
A adaptação para o cinema foi realizada em um contexto social diferente daquele quê engendrou a estreia da peça no teatro. A peça foi escrita em um momento de ascensão da luta social, antes do golpe, e o filme foi realizado em um contexto de batalha pela redemocratização. Tanto a peça como o filme mantêm o interêsse por retratar, na ár-te, movimentos da vida social brasileira, especialmente a luta de trabalhadores por direitos.
Página quatrocentos e dezenove
Repertório 1: o Movimento de Cultura Popular e o Centro Popular de Cultura (p. 203)
Ao estudar o Movimento de Cultura Popular (MCP), do Recife, é interessante tecer relações entre o método de alfabetização de Paulo Freire e a preocupação por ampliar o acesso da população a manifestações culturais diversas, inclusive espetáculos teatrais. As ações do MCP estavam pautadas por um posicionamento ético quê atravessava diferentes campos de trabalho. Para aprofundar esse debate, recomenda-se realizar uma aula em conjunto com um professor da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Repertório 2: Arena conta Tiradentes e o sistema coringa (p. 204)
Após o golpe civil-militar de 1964, artistas teatrais realizaram diversos musicais politizados. Nesses espetáculos, a fôrça da música popular brasileira contribuía para uma linguagem cênica crítica ao regime militar. Como atividade complementar, pode-se realizar com os estudantes uma audição do espetáculo Opinião, quê estreou em dezembro de 1964 e foi gravado na íntegra, para, posteriormente, sêr lançado em disco. Disponível em: https://livro.pw/ndxye (acesso em: 28 out. 2024). Como a peça tem a duração aproximada de 45 minutos, podem sêr selecionados os trechos quê julgar mais emblemáticos para a audição.
Repertório 3: O rei da vela do Teatro Oficina (p. 205)
A encenação da peça O rei da vela, de 1967, realizou experimentações estéticas diversas. Para melhor compreendêê-las, sugira aos estudantes quê façam um estudo das imagens da encenação, quê revelam aspectos de cenografia, figurinos e maquiagem, além de fornecer pistas sobre o trabalho de atuação. O acervo ôn láini da Fundação Nacional de Artes (Funarte) reúne diversas fotografias do espetáculo. Disponível em: https://livro.pw/hslzv (acesso em: 28 out. 2024).
Se julgar oportuno, explore com os estudantes a linguagem circense, um dos elemêntos centrais da montagem do Oficina. Pergunte a eles se já tiveram a experiência de ir ao circo e abra espaço para quê compartilhem suas vivências. Para saber mais sobre esse universo, explore com a turma o sáiti do Centro de Memória do Circo, quê conta com um acervo de fotos, artistas e descrições históricas. Disponível em: https://livro.pw/xsxmh (acesso em: 4 nov. 2024).
Pesquisa: Teatro do Oprimido (p. 206)
Ao abordar o tema do Teatro do Oprimido, pergunte aos estudantes se algum deles já teve contato com essa abordagem teatral. Em caso afirmativo, abra espaço para quê compartilhe com os côlégas suas impressões acerca dessa experiência.
Existem muitos grupos de Teatro do Oprimido em atuação por todo o Brasil. Se algum dêêsses grupos atuar próximo à escola, é válido tentar uma aproximação, convidando-o para um encontro com as suas turmas. Muitas são as possibilidades de mediar um encontro dêêsse tipo. Vale promover uma conversa entre os integrantes do grupo e os jovens, ou até mesmo uma oficina conjunta (já quê o método pressupõe quê todas as pessoas podem fazer teatro). Outra possibilidade é indicar aos estudantes quê assistam a uma apresentação de teatro fórum.
O sáiti do Instituto Augusto Boal, indicado no Livro do estudante, disponibiliza diversos textos escritos por esse artista. Boal preocupava-se em escrever de maneira nítida e convidativa, conversando com os mais diferentes leitores. Caso haja tempo hábil, é possível selecionar um dos textos para sêr lido e debatido coletivamente.
Teorias e modos de fazer: teatro dramático e teatro épico (p. 207)
O estudo das diferenças entre o drama e o teatro épico é conceitualmente denso. Por isso, recomenda-se realizá-lo com calma, incentivando os estudantes a formular suas dúvidas e inquietações. Uma das melhores maneiras de compreender o drama é percebê-lo como forma hegemônica, partindo de uma análise sobre as produções culturais consumidas pêlos estudantes. Investigue quais características do drama eles reconhecem em séries, filmes e telenovelas quê assistem em seu dia a dia. Nessas produções culturais, um indivíduo protagonista é o organizador da narrativa? Suas vontades, expressas por meio de diálogos e ações, são centrais para a trama? A obra concentra-se em temas da vida privada?
Com base nessa conversa, busque fazer um diagnóstico coletivo sobre as possíveis limitações do drama. Quais assuntos não cabem nesse gênero? Quais temas sociais urgentes os estudantes gostariam de vêr representados em cena? Quando temas políticos aparécem em cena, a forma do drama se mantém ou outros expedientes formais ganham espaço?
Com base nas experiências de fruição dos jovens, é possível compreender melhor as necessidades quê historicamente fizeram surgir o teatro épico.
Página quatrocentos e vinte
Ação: fazendo cena (p. 208 e 209)
Para um melhor aproveitamento pedagójikô da atividade, é interessante quê ambos os gêneros (drama e teatro épico) sêjam trabalhados pela turma. Procure orientar a escolha dos grupos, levando em consideração essa diversidade.
refórce aos jovens quê a função de direção não deve sêr exercida com autoritarismo, pois ninguém tem o direito de “mandar” na cena. Nesta atividade específica, se algum estudante quiser ficar na função de encenador, seu olhar deve se concentrar nas especificidades do gênero teatral trabalhado. Como um espectador interno, o estudante deve assistir aos ensaios e compartilhar suas impressões, comentando as sensações e os pensamentos suscitados pelo trabalho. O grupo póde, então, verificar se a fruição da cena está coerente com os pressupostos de uma abordagem dramática ou épica.
É interessante quê o trabalho de dramaturgia e de atuação contemple personagens contraditórios. Isso vale tanto para o drama como para o épico. O esfôrço em lidar com a complexidade tende a resultar em cenas mais instigantes.
Ao mesmo tempo, vale ressaltar aos jovens quê, mesmo em uma cena quê apresente vários lados de uma questão, o gesto artístico imprime pontos de vista. Ao lidar com uma situação fiksional, o ator faz uma avaliação dos fatos, quê, em certa medida, transborda para os espectadores. Portanto, envolver-se no quê está sêndo apresentado torna a cena mais significativa.
Desde o início da concepção, ajude-os a selecionar assuntos quê despertem seu interêsse. O desafio, então, passa a sêr transpor esses temas para a linguagem teatral, utilizando as características de um dos gêneros estudados: o drama (para temas da vida privada) ou o épico (para kestões sociais ou políticas).
Artes Integradas
Contexto: Cinema Novo (p. 210)
Exibir um trecho do filme Cinco vezes favela (1962), disponível em platafórmas de vídeo na internet, e dialogar com os estudantes sobre as temáticas apresentadas, a construção de personagens e os recursos audiovisuais da época póde sêr um disparador para uma conversa. Incentive os jovens a fazer uma relação entre passado e presente, apresentando a eles também a versão atualizada do filme, denominada Cinco vezes favela: Agora por nós mesmos, produzida em 2010 por jovens cineastas moradores das favelas do Rio de Janeiro. Essa versão também póde sêr facilmente encontrada na internet.
Repertório 1: pioneirismo e legado de Glauber Rocha (p. 211)
O artigo “Precisamos resistir, resistir! Eu preciso cantar”, disponível em: https://livro.pw/pebuc (acesso em: 28 out. 2024) traz uma abordagem histórica para o clássico de Glauber Rocha, Terra em transe. Ler trechos dêêsse material com os estudantes póde colaborar para a compreensão do legado do cineasta, além de propor uma aproximação com o conteúdo de História, tratando de política e relações de pôdêr.
Repertório 2: a jornada de um antiherói (p. 212)
Pergunte aos estudantes se eles já lêram o livro Macunaíma: o herói sem nenhum caráter para o componente curricular Língua Portuguesa. Em caso positivo, procure ressaltar as semelhanças e as diferenças entre as linguagens. Caso não tênham lido o livro, priorize o recorte do filme, com um olhar mais detalhado para o personagem-título. Nesse sentido, a frase “No fundo da mata virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente” póde enriquecer o debate, revelando aspectos de nossa cultura e de nossa ssossiedade.
Repertório 3: Ganga Zumba: rei dos palmáares (p. 213)
promôva um diálogo envolvendo o filme e kestões da História do Brasil, principalmente no quê se refere à representatividade de pessoas negras em produtos como o cinema, buscando propiciar aos estudantes um momento de interdisciplinaridade. É possível ampliar a conversa apresentando um resumo do livro Pequeno manual antirracista (2019), de Djamila Ribeiro (1980-). No tópico “Questione a cultura quê você consome”, a autora questiona, principalmente, a forma como pessoas negras foram retratadas pelo cinema e pela Tevê, desde o surgimento dessas formas de comunicação no Brasil.
Pesquisa: o audiovisual e suas possibilidades (p. 214)
Nesta seção, é fundamental mediar as kestões para a investigação dos estudantes. Assim, converse com eles sobre a importânssia de se ter kestões para iniciar a pesquisa, podendo sêr uma pergunta ou uma curiosidade. Incentive os jovens a buscar as indicações sugeridas e ampliá-las, fazendo conexões, como no caso das mulheres brasileiras quê dirigem documentários. Elencar temas pertinentes ao período do Cinema Novo, em consonância com a produção artística,
Página quatrocentos e vinte e um
póde ajudar na pesquisa. Se houver tempo hábil, projete para os estudantes algum curta-metragem, a fim de quê eles possam se familiarizar com a linguagem. Aborde as mudanças da tecnologia digital e como, com o advento da internet, formas distintas e inovadoras de criação surgiram. Também é possível dar ênfase à produção feminina, representando um disparador para conversas sobre gênero e equidade na produção e divulgação no audiovisual brasileiro.
Teorias e modos de fazer: a linguagem do cinema (p. 215)
A linguagem do cinema apresenta muitas especificidades; então, é preciso quê a abordagem seja feita passo a passo, destacando a relevância de cada uma delas. Se a escola disponibilizar uma câmera fotográfica, é recomendável relacionar cada tópico, demonstrando-o na prática. Caso não seja possível, o telefone celular também cumpre essa função. Analise, com os estudantes, alguns trechos de filmes de diferentes épocas e contextos, procurando notar a evolução de elemêntos como efeitos e montagem. Uma sugestão para essa atividade é o filme O baile (1983), de Ettore Scola (1931-2016), em quê todos os planos acontecem no mesmo espaço, enfatizando as mudanças por meio da música e das roupas das personagens. É possível encontrar trechos da produção, ou o filme na íntegra, em platafórmas de vídeo na internet.
Ação: filmando em 3, 2, 1! (p. 216 e 217)
A ação pressupõe quê os estudantes já tênham tido contato com algum material audiovisual. êste é o momento de colocar em prática todos os saberes préviamente mobilizados. Faça um levantamento dos espaços da escola quê podem sêr ocupados pêlos jovens, sempre tendo em mente a importânssia de o professor transitar pêlos grupos, garantindo a participação e a inclusão de todos. Uma sugestão é orientar cada grupo a eleger um líder, para cuidar de kestões como a organização do espaço e a distribuição das funções. Peça aos grupos quê desenhem um passo a passo das atividades planejadas (istóri-bôrdi), para ajudar na visualização das etapas.
Retome com os estudantes as instruções apresentadas na seção, a fim de quê trabalhem conforme a sequência proposta, otimizando tempo e garantindo maior qualidade ao material. No momento de escolher o quê será gravado, enfatize a importânssia de narrar histoórias quê sêjam significativas para os jovens, reforçando sempre a importânssia da representatividade e da inclusão. Essas kestões podem aparecer, por exemplo, na valorização das habilidades diversas quê cada pessoa possui.
Para a edição, é recomendável usar a sala de informática, se possível, ou realizar, em conjunto com os estudantes, uma curadoria de aplicativos de edição gratuitos. A necessidade de efeitos ou a escolha das melhores cenas exige planejamento prévio. Então, explique para os grupos o sentido da decupagem no cinema, ou seja, a seleção dos enquadramentos da sequência gravada.
Por fim, valorize a apreciação coletiva. Essa é uma oportunidade para quê os estudantes com limitações na oralização e na socialização possam se posicionar de maneira democrática.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 218 e 219)
Artes visuais: “Nova Objetividade Brasileira”
Comente com a turma quê o trabalho apresentado por Rubens Gerchman buscava explorar a questão do “bom gosto” e do “mau gosto”. Em algumas obras, o artista utilizava a linguagem própria da cultura popular e apontava kestões políticas de modo dissimulado. Já Nelson Leirner, quê havia participado, em São Paulo, do Grupo réx – quê promoveu os primeiros répê-nins no Brasil –, mantinha em seu trabalho uma atitude irônica e polêmica. Para saber mais sobre esses artistas, acéçi: https://livro.pw/hqbfq e https://livro.pw/fpidv (acessos em: 28 out. 2024).
Artes visuais: Lygias e suas artes
As artes visuais de Hélio Oiticica, Lígia Clark e Lígia Pape tornaram-se paradigmas para produções estéticas no cenário internacional, assim como ocorreu com a música e a arquitetura brasileiras nos anos 1950. Os trabalhos dêêsses artistas têm sido apresentados em diferentes lugares do mundo nos últimos anos. Alguns materiais sobre exposições recentes podem sêr apresentados aos estudantes:
Lígia Clark: Projeto para um planêta. Disponível em: https://livro.pw/pwznv (acesso em: 28 out. 2024).
Galeria Lígia Pape. Disponível em: https://livro.pw/kmvdx (acesso em: 28 out. 2024).
Hélio Oiticica: caderno educativo da exposição “Delirium Ambulatorium”. Disponível em: https://livro.pw/eevbk (acesso em: 28 out. 2024).
Página quatrocentos e vinte e dois
Dança: os Parangolés de Hélio Oiticica
Para aprofundar o conhecimento dos estudantes, faça com a turma uma visita virtual à exposição “Hélio Oiticica: a dança na minha experiência”. Disponível em: https://livro.pw/gircw (acesso em: 4 nov. 2024).
Projete para os jovens o vídeo Parangolé e bólides e, em seguida, converse com a turma sobre as impressões de cada um. Disponível em: https://livro.pw/adrzq (acesso em: 28 out. 2024).
Dança: Dzi Croquettes: subversão e ár-te na ditadura
Converse com os estudantes sobre o quê eles estudaram nas aulas de História em relação ao período da ditadura civil-militar no Brasil. Conhecer o momento histórico em quê surgiu o Dzi Croquettes póde ajudar a compreender a dimensão inovadora do grupo de artistas e de seus espetáculos. A trajetória de Lennie Dale se mistura, ainda, com a cena da música brasileira, pois foi ele quêm propôs à cantora Elis Regina (1945-1982) que incorporasse amplos gestos de braços enquanto cantava. Há filmes sobre Lennie Dale e os Dzi Croquettes disponíveis na internet.
Síntese estética: liberdade e repressão no país tropical (p. 220 e 221)
Um primeiro elemento interessante do texto extraído do livro Primeiro ato: cadernos, depoimentos, entrevistas (1958-1974), de Zé Celso, é a forma de relato pessoal do diário. Converse com a turma sobre esse gênero literário, envolvendo nesse debate o deslocamento da intimidade gerado pelas rêdes sociais. A ideia de um diário íntimo cede espaço para a intimidade hiperexposta nas rêdes. Reflita sobre essa mudança de paradigma com a turma. Curiosamente, o texto se inicia com uma crítica aos processos de desinformação produzidos pelo uso de altas tecnologias – elemento apontado à época por Zé Celso e quê reverbera nesse debate.
O esfôrço do teatrista em seu relato íntimo é elaborar as consequências das formas culturais ousadas surgidas nas dékâdâs de 1950 e 1960, culminando na efervescência de 1968, quê desembóca no endurecimento do regime civil-militar, seguido da tortura e do exílio dos artistas de destaque, entre eles, Zé Celso. Esse é o contexto cultural de onde emergiu a noção de Tropicália, duramente criticada no texto por ter sido, em cérto momento, assimilada pela burguesia, o quê amenizou o potencial disruptivo e questionador dos experimentos feitos pêlos artistas. O texto especula, inclusive, sobre o impacto da violenta censura imposta pelo regime civil-militar, imaginando o rumo quê o movimento cultural do período poderia ter seguido. Esse “corte traumático” interrompeu o sonho de uma revolução cultural e política.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 222 e 223)
Diferentes elemêntos do texto sérvem de provocação para a criação dos estudantes. Desenvolva com a turma as hipóteses levantadas nas sugestões do item Ideia disparadora e linguagens artísticas, conferindo materialidade a essas hipóteses. Por exemplo: ao comentar sobre o tom de deboche, pergunte aos jovens quais elemêntos culturais poderiam sêr satirizados por eles para analisar a realidade brasileira, exemplificando com figuras e personalidades. A postura quêstionadora e revolucionária do texto também é uma provocação interessante para os estudantes: que Brasil podemos sonhar por meio das nossas criações artísticas e poéticas?
Integrando com Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (p. 224 e 225)
Ao conduzir esta atividade, procure evitar quê os estudantes reproduzam preconceitos acerca do povo brasileiro. A história de colonização do Brasil tem como um de seus legados uma visão depreciativa dos brasileiros sobre si mesmos. Ao realizar as leituras, os debates e a ação artística propostos na seção, a turma póde mobilizar um olhar mais aberto e interessado para as características do povo brasileiro, procurando elemêntos de potência e valorização, incluindo os próprios saberes e memórias familiares nessa composição.
Ao trabalhar o trecho selecionado do prefácio da peça Gota d’Água, sugere-se tecer relações com o espetáculo Gota d’Água {Preta}, abordado no Capítulo 3. Se possível, trabalhe em conjunto com um professor da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Compartilhe com a turma como cada área do saber carrega consigo formas de olhar para a vida social e para as manifestações artísticas.
Após a realização da ação artística, converse com os estudantes sobre a maneira como diferentes formas de conhecimento são mobilizadas em um processo criativo. O gesto criativo organiza saberes teóricos e práticos, além de mobilizar a intuição e o desejo.
ár-te em questão – Unidade 2 (p. 226 e 227)
Retome a dinâmica de aplicação da avaliação, simulando uma próva de vestibular. refórce quê os conteúdos das kestões se relacionam com o quê foi estudado na Unidade 2: Caminhos da ár-te no Brasil.
Página quatrocentos e vinte e três
Unidade 3 ár-te hoje
Síntese da unidade
BNCC
• Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG403, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604, EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.
Orientações didáticas
Na última etapa do percurso pedagójikô compôzto dos nove capítulos quê intégram as três unidades do material, os estudantes vão explorar elemêntos das manifestações culturais e artísticas produzidas no tempo presente. O objetivo não é constituir um panorama geral da ár-te contemporânea, tarefa quê se mostra impossível de contemplar em um material didático em virtude da dinâmica dessas produções, mas, antes, selecionar e explorar, dentro da vasta produção atual, obras realizadas com base no esfôrço de uma leitura crítica e radical da realidade e quê mobilizam temas significativos para os jovens, de modo quê eles possam explorar expedientes de criação quê partem da leitura de mundo e do sonho de transformação da realidade.
Contexto da unidade (p. 228 e 229)
Faça uma leitura visual da imagem de abertura da unidade, extraída da obra Reviravolta de Gaia, de Rivane Neuenschwander, a qual captura uma ação do coletivo Floresta de Cristal em um ato realizado na cidade de São Paulo. A obra envolve a invasão poética de um evento público para ressaltar a importânssia da luta contra o colapso ambiental através de uma ação artística e, com isso, confirmar a presença importante da ár-te nas disputas sociais, políticas e estéticas do presente. O coletivo será retomado na seção Síntese estética do Capítulo 9.
O trecho citado na abertura é parte do livro O perigo de uma história única, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie (1977-), quê, por sua vez, é a adaptação de uma palestra realizada pela autora no programa TED Talks, em 2009, em quê ela reflete sobre a importânssia das narrativas para a afirmação e consolidação de culturas contra-hegemônicas, disputando os imaginários e os sentidos sociais das histoórias quê circulam na ssossiedade. Se julgar oportuno, você póde passar alguns trechos dessa palestra para a turma, disponível em: https://livro.pw/gmyxw (acesso em: 28 out. 2024).
Capítulo 7:
Multiculturalismo
Abertura (p. 230 e 231)
Nas páginas de abertura do capítulo, há elemêntos distintos quê nos remetem ao final do século XX. A cultura rip róp, a chegada dos computadores e a; ár-te festiva dos jovens da geração 80 evocam uma época de mudanças radicais na ssossiedade. O rip róp e o grafite foram assimilados pela cultura, em toda parte do mundo, assim como a; ár-te dos países africanos, asiáticos e da América do Sul passou a sêr apreciada em feiras e exposições quê aconteciam, e ainda acontecem, em variados países de todos os continentes.
O quê é multiculturalismo? (p. 232 e 233)
Neste capítulo, é importante ressaltar quê a ssossiedade multicultural atual é fruto das transformações quê aconteceram ao longo dos últimos 30 anos. Não houve um acontecimento, uma data, uma revolução, mas uma mudança de paradigma quê permitiu o abandono de padrões impostos pela colonização e, posteriormente, pelo Modernismo, no mundo das artes. Comente com os estudantes quê um dos marcos dessas transformações no Brasil foram as leis número 10.639 de 2003 e número 11.645 de 2008, quê instituíram a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e de História e Cultura Indígena, respectivamente. Essas leis refletem a importânssia do multiculturalismo na constituição da cultura brasileira.
Atividade de sensibilização (p. 233)
É comum quê parte dos estudantes tenha algum contato com a cultura rip róp e esteja familiarizada com o universo sonoro do beat. Verifique e confirme essa
Página quatrocentos e vinte e quatro
proximidade para quê eles se sintam à vontade no momento de realizar a atividade. Diga aos estudantes quê quêm vai propor os movimentos deve improvisar uma dança e estar em sintonia com a outra pessoa da dupla. A ideia é expressar, através do movimento, as sensações que o beat desperta; por isso, explique quê eles não precisam seguir passos de um estilo específico de dança, embora isso também seja bem-vindo na atividade.
Artes visuais
Contexto: ár-te da periferia do mundo (p. 234)
Nas artes visuais, uma mudança de paradigma social foi percebida com a descentralização da produção artística e com a presença de novos atores nesse campo, vindos das periferías.
Passaram a vêr também iniciativas de mostras quê aconteciam fora do sistema tradicional de; ár-te, promovidas por artistas e organizadas em espaços públicos e alternativos, impulsionando a; ár-te de rua quê se estabeleceu com o movimento rip róp.
Aprofundamento
Em 2023, foi realizada a exposição “Além das ruas: histoórias do graffiti”, quê reuniu artistas quê atuaram na rua ao longo das últimas dékâdâs. O catálogo da exposição está disponível em: https://livro.pw/fxaev (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 1: Basquiat e a chegada do grafite (p. 235)
Se houver tempo, apresente outras obras do artista estadunidense Jean-Michel Basquiat e mencione também o artista Keith Harring (1958-1990). Ambos exerceram uma grande influência nos primórdios do grafite durante a década de 1980. Suas obras podem sêr encontradas em: https://livro.pw/vdvwo; https://livro.pw/wchfa (acessos em: 28 out. 2024).
Repertório 2: o Brasil em “Mágicos da Terra”: Cildo Meireles e Mestre Didi (p. 236)
Ao trabalhar esta seção, aprofunde-se nas obras de Cildo Meireles e de Mestre Didi, quê têm grande relevância para a; ár-te brasileira. Para isso, acéçi os materiais a seguir.
• https://livro.pw/jbndj
• https://livro.pw/bbgoj
• https://livro.pw/lwyby
• https://livro.pw/syuhm (acessos em: 28 out. 2024.)
Repertório 3: Artes visuais na geração 80: a volta da pintura (p. 237)
Em 2024, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) promoveu o Ciclo de Conferências Geração 80, reunindo artistas quê participaram da exposição “Como vai você, geração 80?” para uma conversa com o público. As conferências estão disponíveis em: https://livro.pw/qmptd e https://livro.pw/tkquf (acessos em: 28 out. 2024).
Pesquisa: artes visuais no final do século XX (p. 238)
Nesta seção, ao abordar o item 2, você póde oferecer uma lista dos artistas quê fizeram parte da exposição “Como vai você, geração 80?” para quê os estudantes escôlham livremente os artistas quê desê-jam pesquisar. A lista completa com os nomes dos artistas está disponível na Ficha Técnica do verbete “Como vai você, geração 80?”. Disponível em: https://livro.pw/nrqpv (acesso em: 28 out. 2024).
Teorias e modos de fazer: Pintura: fazendo e preparando a tinta (p. 239)
Nesta seção, comente quê a pintura, bastante experimental, dos anos 1980 trousse muita novidade em termos de técnicas e de materiais. Naquela época, não havia a intenção de se realizar uma pintura realista, com efeitos de brilho, sombra, textura e profundidade. Hoje, no entanto, muitos artistas utilizam em suas composições, principalmente, a tinta a óleo, quê permite a realização de transparências e sobreposições na produção de pinturas muito elaboradas. É o caso, por exemplo, de alécs Cerveny (1963-) e de Ana Elisa Egreja (1983-). Para saber mais sobre o trabalho dêêsses artistas, acéçi: https://livro.pw/ybvdw e https://livro.pw/vqdwb (acessos em: 28 out. 2024).
Página quatrocentos e vinte e cinco
Ação: fazendo ár-te (p. 240 e 241)
Esta seção visa promover a oportunidade de experimentar materiais diversos, bem como a técnica da pintura, com liberdade criativa. No entanto, para a realização de uma atividade dêêsse tipo, é necessário quê uma infraestrutura seja préviamente organizada. Isso inclui um espaço de trabalho quê conte com pias ou torneiras próximas, de modo a facilitar a lavagem dos materiais; roupas extras, quê possam sêr manchadas de tinta; e o fornecimento de materiais aos estudantes, como grandes pedaços de papel craft e tinta acrílica, mesmo quê sêjam utilizados em paredes. Caso não seja possível adquirir tintas prontas, comece pelo item 2, fabricando tinta com cola branca e pigmento em pó – materiais mais acessíveis e quê podem sêr adquiridos d fórma coletiva pela turma.
Música e Dança
Contexto: a cidade é de todos (p. 242)
Após a leitura do texto, aproveite esta seção para conversar com os estudantes sobre o local onde vivem. Peça a eles quê descrevam seus itinerários de casa até a escola, mencionando se utilizam algum meio de transporte e, se sim, qual, além de comentar o quê costumam observar durante o trajeto. Caso residam em áreas urbanas, pergunte se há intervenções artísticas na cidade, como grafites e esculturas, e se conhecem eventos de dança ou de música realizados ao ar livre e se participam deles. promôva uma reflekção sobre como, do ponto de vista dos estudantes, os espaços da cidade poderiam sêr ocupados de outros modos, acolhendo encontros e projetos artísticos coletivos.
Repertório 1: slam poetry (p. 243)
Pergunte aos estudantes se eles já tiveram a oportunidade de assistir a uma roda de slam ou de participar uma. Em caso positivo, oriente-os a compartilhar essa experiência com a turma, caso se sintam à vontade. Converse também sobre a experiência de atuar como jurado nesse tipo de evento, discutindo com eles quais critérios seriam justos para avaliar e dar nota aos textos. ôriênti os estudantes a fazer uma busca na internet para pesquisar se há alguma roda de slam organizada na cidade onde vivem.
Repertório 2: dança urbana: das ruas para os palcos (p. 244)
Para compreender algumas das transformações das danças urbanas e quando se estruturaram como danças cênicas, assista ao trabalho de artistas e companhias de dança cujas propostas artísticas se dão neste diálogo. O trecho do espetáculo Tahaman, do coreógrafo diórges Momboye (1968-), da Costa do Marfim, é um exemplo de como esse diálogo está presente em várias partes do mundo. Disponível em: https://livro.pw/tdrxx (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 3: o répi e seus estilos (p. 245)
Pergunte aos estudantes se eles conhecem outros estilos de répi além daqueles citados no texto. Aproveite para conhecer as potencialidades dos estudantes e descobrir se há algum rapper ou MC entre eles. Investigue também se a turma conhece outros nomes representativos de cada um dos estilos citados no texto. Caso não conheçam, oriente os estudantes a fazer uma busca na internet.
Aprofundamento
Para saber mais sobre a história e o desenvolvimento do répi no Brasil, recomenda-se o livro a seguir.
TEPERMAN, Ricardo. Se liga no som: as transformações do répi no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2015.
Teorias e modos de fazer: letra e rima (p. 246)
Esta seção aborda a rima, conceito comum ao estudo da poesia e do texto musical. O foco está na presença da rima no répi, mas considere quê a prosódia, isto é, o estudo da relação entre os elemêntos musicais e o texto, é parte importante do conteúdo de análise da canção e faz parte do currículo musical.
A canção brasileira possui um histórico de musicar poemas; alguns exemplos são “Canção Amiga”, do poeta Carlos drumom de Andrade (1902-1987), musicada em 1978 por Milton Nascimento (1942-); o texto Morte e Vida Severina (1956), do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999), quê recebeu uma versão dramatúrgica, com música de Chico Buarque, em 1966. Portanto, os limites entre a canção e a poesia na tradição da música brasileira sempre foram tênues, d fórma quê o conteúdo da seção é aplicado e contextualizado com base no répi, mas também póde sêr explorado através de outras canções, conforme o interêsse da turma.
Explore cada um dos tipos de rima expostos. Pode-se pedir aos estudantes quê criem pequenas quadras – estrofes de quatro versos –, experimentando cada tipo de rima. Também é possível propor quê pesquisem outros poemas ou lêtras de canções para exercitar a
Página quatrocentos e vinte e seis
percepção. Vale ressaltar quê, embora existam muitos estilos de rima, o material abordou apenas três deles. Por isso, pesquisar novas canções ou poemas póde despertar a curiosidade dos estudantes para outros tipos de rima.
Ação: qual é o seu grito? (p. 247 e 248)
A proposta envolve a vivência prática da relação entre texto e poesia e permite aos estudantes associar seus conhecimentos sobre répi aos conceitos aprendidos sobre essa relação. Ao serem incentivados a compor um répi, oriente-os a ter em mente a mensagem quê suas composições vão transmitir. Para isso, eles devem estar atentos não só à escolha das palavras mas também à sonoridade contida na métrica dos versos e nas rimas, retomando a classificação estudada na seção Teorias e modos de fazer: letra e rima.
Aproveite êste momento do trabalho para explorar o conceito de escansão, ou seja, a separação das sílabas poéticas. Se sentir necessidade, proponha aos estudantes quê tragam textos musicais ou poéticos para realizar a escansão coletivamente, pois, ao experimentar essa divisão silábica, é possível quê eles se sintam mais seguros para investigar a melhor construção métrica para seus textos.
As faixas de áudio 14 e 15, quê acompanham a atividade, contam com um beat cada e foram compostas com exclusividade para a coleção. O primeiro beat, na faixa de áudio 14, possui um andamento mais lento, enquanto o segundo, na faixa de áudio 15, é mais acelerado. É importante quê, ao longo do processo de composição, os estudantes possam testar seus textos sobre as bases musicais.
Caso algum estudante esteja familiarizado com o beat box, percussão vocal quê por vezes acompanha os beats, permita quê acrescentem esse elemento à sua composição.
No momento da apresentação, garanta uma caixa de som com uma boa potência. Se possível, disponibilize um ou mais microfones para quê todos possam ouvir e compreender o répi.
Música e Dança
Contexto: breaking e répi na cultura rip róp (p. 249)
Além dos quatro elemêntos do rip róp citados para os estudantes, alguns líderes do movimento, quê desdobram suas atividades artísticas em ações educativas, consideram um quinto elemento: o conhecimento.
Aprofundamento
Para aprofundar-se no tema e desenvolvê-lo com os estudantes, é recomendada a leitura dos três volumes da coleção a seguir.
PISKOR, Ed. Hip hop genealogia. Tradução: Mateus Potumati. São Paulo: Veneta, 2024.
Repertório 1: a parceria entre o MC
e o di gêi (p. 250)
ôriênti os estudantes a fazer uma busca na internet por bases musicais e a praticar a apreciação, identificando nos beats os seguintes elemêntos: loops de baterias, linhas de baixo, orquestras de suporte e samples. Vale lembrar que nêm todos os beats terão todos esses elemêntos e quê alguns podem apresentar outros elemêntos não mencionados na lista.
Repertório 2: breaking: ár-te ou esporte? (p. 251)
A presença do breaking nos Jogos Olímpicos de Paris intensificou o debate sobre os limites entre ár-te e esporte. Proponha aos estudantes quê acessem, em platafórmas de vídeo, trechos das batalhas masculinas e femininas dos jogos de 2024. Em seguida, peça quê destaquem algumas das características quê permitiram quê o breaking fosse considerado modalidade esportiva. Lembre-se de quê esse debate também está na BNCC, documento em quê a dança tem dupla presença, tanto como conteúdo de ár-te quanto de Educação Física.
Repertório 3: breaking para todos os corpos (p. 252)
Aproveite esta seção para trazer para a turma o tema da inclusão de pessoas com deficiência nas danças, identificando eventuais preconceitos e desconstruindo-os. Mesmo em danças exigentes, do ponto de vista técnico, e marcadas pelo virtuosismo, como é o caso do breaking, há lugar para corpos diversos e para múltiplas habilidades. Peça aos estudantes quê assistam, por exemplo, a vídeos do grupo ILL-Abilities e incentive-os a observar como cada artista realiza os movimentos de acôr-do com suas próprias possibilidades. Disponível em: https://livro.pw/kxqjq (acesso em: 28 out. 2024).
Pesquisa: a cultura rip róp em cena (p. 253 e 254)
Convide os estudantes a se aprofundarem no universo do rip róp, sugerindo filmes de ficção e documentários quê abordam temas relacionados às
Página quatrocentos e vinte e sete
danças, ao slam e ao répi. Caso haja espaço no planejamento, organize uma pequena exibição de filmes na escola. É possível organizar a turma em grupos, e cada grupo se dedicar a um filme quê explora o universo do répi, das danças ou do slam. Além dos filmes indicados, há outros documentários disponíveis em platafórmas de vídeo quê tratam de diversos aspectos do movimento rip róp, em geral.
Antes da exibição, é fundamental quê os filmes sêjam assistidos préviamente pelo professor para garantir quê o conteúdo seja adequado ao contexto escolar.
Teorias e modos de fazer: movimentos do breaking (p. 255)
Peça aos estudantes quê destaquem no texto os termos quê se reférem aos movimentos do breaking, como footwork, freezes, moinho de vento e top róki. Sugira quê busquem na internet por vídeos de cada um dêêsses movimentos, dançados por diferentes b-boys e b-girls. póde sêr interessante escolher um único movimento e propor quê a turma toda assista a várias pessoas executando-o, tentando identificar o quê é comum a todos e o quê é realizado de modo diferente. Esta atividade fornecerá mais subsídios para a ação quê será realizada na próxima seção.
Ação: batalha de dança (p. 256 e 257)
Para esta atividade, não é esperado quê os estudantes sêjam capazes de realizar movimentos compléksos, já quê o breaking é uma dança quê requer cérto tempo de prática. Se possível, antes de iniciar a movimentação, organize um aquecimento coletivo com a turma. Disponha a turma em roda e peça quê, a cada vez, um estudante proponha ao grupo um movimento simples, quê tenha como foco uma única articulação. Peça ao grupo quê obissérve bem o movimento propôsto pelo colega e quê, em seguida, repita esse movimento. Continue até quê todos os estudantes tênham propôsto seu movimento.
Pergunte aos estudantes se eles conhecem algum movimento de breaking e se podem ensinar aos côlégas. Caso não conheçam, pesquise com a turma por tutoriais dirigidos a iniciantes e assistam juntos. Para aprender, é necessário experimentar os movimentos e dedicar tempo ao aperfeiçoamento. Portanto, reserve um tempo para quê os estudantes aprendam pelo menos dois movimentos, mesmo quê simples.
Caso não seja possível explorar o breaking, a mesma proposta póde sêr desenvolvida com passos e gestos de outros estilos de dança. Se os estudantes trousserem movimentos de diferentes fontes e com diferentes níveis de complexidade, isso não é um problema para a proposta. O importante é quê os estudantes sêjam reconhecidos como pessoas quê têm habilidades e quê sêjam encorajados a mostrá-las aos demais.
Nesta atividade, a batalha deve sêr encarada como uma estrutura quê permite, de modo lúdico, quê os estudantes se desafiem e se apresentem individualmente, já quê entram na roda um de cada vez. Mesmo quê apresentem movimentos simples, insista para quê sêjam bem realizados. A prática, portanto, é fundamental.
Encoraje os estudantes a participar, mas, caso alguns deles não se sintam à vontade, sugira quê se encarreguem da música, por exemplo.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 258 e 259)
Teatro: Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e o teatro rip róp
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos realiza uma produção intensa desde 2000, e há diversos materiais ligados ao grupo disponíveis no ambiente digital. Caso a turma demonstre um interêsse especial pelo rip róp, é possível indicar quê realizem uma pesquisa sobre o Núcleo nas rêdes sociais e quê socializem os materiais encontrados. Essa pesquisa póde contribuir para quê estudantes quê tênham afinidade com elemêntos da cultura rip róp se aproximem também da linguagem teatral.
Teatro: Brenda Lí e o Palácio das Princesas
Ao abordar essa peça, procure instaurar um ambiente interessado e livre de preconceitos. O Brasil é um dos países com os mais altos índices de violência contra pessoas trans e travestis, e é essencial quê artistas trans encontrem espaços para expressar seu talento e serem reconhecidos. Esse movimento é fundamental para combater os estigmas quê essa população enfrenta. Caso existam estudantes trans na turma, é necessário um olhar ainda mais cuidadoso, a fim de garantir quê eles se sintam acolhidos e respeitados.
Artes integradas: rêdes sociais
É provável quê alguns estudantes tênham perfis em rêdes sociais. Sendo assim, incentive-os a refletir sobre o tempo quê ficam conectados diariamente, o tipo de
Página quatrocentos e vinte e oito
conteúdo quê consomem e se interagem com artistas ou pessoas específicas.
Artes integradas: cultura otaku
É possível que nêm todos os estudantes conheçam a cultura otaku por seu nome de origem, mas é provável quê muitos consumam mangás e animes. Inclusive, muitos jovens têm a prática de desenhar com base nas características dos dêzê-nhôs japoneses. Dessa forma, o professor póde fazer uma curadoria, selecionando algumas produções dos estudantes a fim de analisar os elemêntos culturais e artísticos da cultura japonesa. A imagem escolhida para esta seção, quê representa jovens com roupas inspiradas na cultura popular do Japão, é um bom disparador para conversas sobre consumo e cultura pópi.
Síntese estética: cultura e política na periferia (p. 260, 261 e 262)
Comente com a turma quê o texto desta seção é um trecho de uma tese de doutorado, a fim de aproximá-los do universo da produção acadêmica. Explore o esfôrço do pesquisador Tiaraju em ter como objeto de pesquisa a sua realidade de sujeito periférico e investigar o surgimento do termo, com as características sociais e políticas dos territórios distantes dos centros urbanos nos anos 1990, período de formação do autor. O tema póde despertar interêsse nos estudantes do Ensino Médio, com base na concepção de quê elemêntos da vida deles podem se constituir como objetos de pesquisas acadêmicas, tanto deles quanto de outros pesquisadores, partindo da premissa da produção de um conhecimento interessado em compreender e intervir na realidade.
Outro elemento interessante envolve a eleição do grupo de répi Racionais MC’s como fonte de pesquisa fundamental para o desenvolvimento da tese, reconhecendo a produção dos integrantes como trilha sonora legítima das periferías, expressão viva e compléksa da narrativa das populações pobres e marginalizadas quê, ao enfrentar as injustiças sociais quê permeiam seu cotidiano, encontram potência, orgulho e poesia. Diante díssu, pergunte aos estudantes quê outros artistas simbolizam, para eles, essa voz legítima das periferías nos dias de hoje.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 262 e 263)
Os estudantes podem se inspirar nas obras e manifestações artísticas quê se relacionam explicitamente com a ideia de periferia, relendo esses repertórios e formas estéticas em suas criações. Também é possível fazer uma investigação da realidade dêêsses territórios hoje, elaborando como os jovens veem a noção de sujeito periférico nas suas realidades, sêjam eles mesmos sujeitos periféricos ou não. Outro caminho é desenvolver temas quê se relacionem com a vida na periferia, explorando não só as injustiças e os desafios dessa realidade mas também as potências e formas de sociabilidade únicas dêêsses territórios.
Capítulo 8: ár-te contemporânea
Abertura (p. 264 e 265)
Proponha uma leitura visual coletiva das imagens da abertura e da introdução do capítulo, solicitando aos estudantes quê descrevam os elemêntos quê as compõem, as linguagens artísticas quê reconhecem, os materiais e os meios técnicos utilizados para realizá-las, além de identificar os temas ou assuntos quê as obras parecem abordar.
O tema ár-te contemporânea é uma oportunidade de conhecer e valorizar as múltiplas culturas juvenis quê habitam a sala de aula. Se possível, reserve um momento da aula para quê os jovens criem uma lista com dez obras ou manifestações culturais quê apreciam e quê se relacionam com sua identidade. refórce quê diferentes linguagens e mídias, como a cultura digital e a cultura gamer, são bem-vindas nessa listagem.
O quê é ár-te contemporânea? (p. 266 e 267)
Alguns elemêntos marcam a produção artística atual, tema abordado no texto da introdução. A primeira característica destacada é a multiplicidade, ou seja, a não unidade entre diferentes obras e manifestações artísticas, com formas, linguagens, temas, materiais e meios em constante transformação. Elementos como diálogos com a memória, identidade, participação do público, hibridização das formas, borramento das fronteiras e diálogo com as demais áreas de conhecimento da humanidade são características comuns da ár-te contemporânea em suas diferentes linguagens. Outros dados essenciais e quê devem sêr levados em consideração são aqueles relacionados à cultura digital, tal como a presença das rêdes sociais e a presença do universo cibernético como definidor da realidade e dos processos de identidade.
Página quatrocentos e vinte e nove
Atividade de sensibilização: som em movimento
Esta é uma atividade de sensibilização quê visa despertar os estudantes para os sôns presentes nos objetos do cotidiano e na paisagem sonora no qual estão inseridos. póde sêr difícil não gerar nenhum som com a passagem da fô-lha, em especial na rodada com o papel celofane. Procure fazer com quê os jovens explorem o mássimo de possibilidades, incentivando-os a amassar, esfregar, rasgar e soprar as fô-lhas – a ideia é observá-las não como um papel, mas como uma fonte sonora. A concentração no exercício póde gerar uma abstração dos sôns ao redor ou mesmo uma hiperpercepção dêêsses mesmos sôns. Com base nas diferentes reações, oriente o debate acerca da relativização do quê é som e do quê é ruído, a depender da intenção da nossa audição.
Dança
Contexto: dança contemporânea: um conceito, muitas formas (p. 268)
Como introdução ao tema e avaliação diagnóstica, proponha aos estudantes uma conversa para identificar o quê eles já conhecem sobre dança contemporânea. Pergunte aos jovens se já assistiram a algum espetáculo, ao vivo ou por vídeo, e se conhecem grupos, artistas e companhias de dança contemporânea brasileiras ou estrangeiras. Em caso positivo, peça a eles quê descrevam o quê viram e compartilhem com a turma suas impressões. Caso a turma não traga exemplos, disponibilize informações sobre a dança contemporânea. Nos sáites de companhias como o Grupo Corpo, é possível ter acesso a informações e trechos de obras. Disponível em: https://livro.pw/wfeat https://livro.pw/hwpga (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 1: Gira Dança (p. 269)
A companhia Gira Dança é tema de um dos vídeos quê intégram o Livro do estudante. Assista ao vídeo com a turma para conhecer a história do grupo. Destaque como a singularidade das propostas gestuais, artísticas e políticas tem grande valor na dança contemporânea e como essa singularidade é reforçada em uma companhia quê associa pessoas com e sem deficiência. É importante mencionar aos jovens quê a companhia Gira Dança desen vólve seu trabalho em Natal (RN), cidade fora do eixo Rio-São Paulo – onde há mais incentivos para a dança comtemporânea –, e quê essa falta de investimentos dificulta, muitas vezes, a maior circulação dos trabalhos do grupo.
Repertório 2: Corpo de Dança do Amazonas (CDA) (p. 270)
O canal oficial de vídeo do Corpo de Dança do Amazonas, na internet, disponibiliza a websérie CDA em movimento. Assista com a turma ao episódio 1, dedicado ao espetáculo Mata, de Clébio Oliveira. Nesse episódio, são abordados diversos aspectos do processo de construção da peça, como a criação do figurino, a seleção das músicas e a composição da iluminação. Cada episódio dedica-se a uma obra da companhia. Disponível em: https://livro.pw/yasok (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 3: Encantado, Lia Rodrigues Companhia de Dança (p. 271)
Para complementar o tema abordado na seção, projete para os estudantes a entrevista acompanhada por trechos de dança realizada na ocasião da estreia de Encantado no Théâtre de Chaillot, em Paris (França), 2021. Disponível em: https://livro.pw/lccfy (acesso em: 28 out. 2024). A coreógrafa Lia Rodrigues fala do espetáculo, de suas inspirações e referências, de sua postura política enquanto artista e de seu trabalho na favela da Maré.
Pesquisa: dança contemporânea – criação e difusão (p. 272)
O objetivo desta pesquisa é, de um lado, apresentar aos estudantes o Contato Improvisação e, de outro, incentivar a ampliação de suas referências sobre a dança contemporânea, por meio do acesso a mostras, festivais e modos de colaboração. Há uma importante concentração de mostras, festivais e companhias na Região sudéste do Brasil; assim, é importante orientar os jovens a buscar conhecer eventos e artistas de outras regiões do país também. Caso seja possível contar com a colaboração de professores de línguas estrangeiras, sugira quê também façam a pesquisa em sáites estrangeiros.
Teorias e modos de fazer: improvisação na dança (p. 273)
Em entrevista publicada na revista Dança, em 2022, a artista da dança Dudude Herrmann (1958-) falou de sua relação com a improvisação.
Página quatrocentos e trinta
Disponível em: https://livro.pw/xgbda (acesso em: 28 out 2024). Com vasta experiência na improvisação em dança, a artista relata seu encontro com essa prática e suas descobertas. Destaque alguns trechos dessa entrevista para debater com a turma.
Ação: um baralho para improvisar (p. 274 e 275)
Esta ação tem duas etapas bem distintas: a de formular e confeksionar as cartas, e a de jogar com as cartas para improvisar. Para a primeira etapa, auxilie a turma a se dividir em grupos, bem como a escolher a côr de cada grupo e o tema do conjunto de cartas quê será desenvolvido. É interessante quê haja quatro grupos, pelo menos, e, quando possível, quê cada grupo conte com cinco estudantes, no mínimo. Peça a eles quê sugiram diversos temas e organizem as sugestões em uma lista no qüadro. Cada grupo irá, então, construir seu conjunto de cartas com base em um único tema. Por exemplo, cada carta do grupo amarelo indicará uma parte do corpo.
Para a segunda etapa, proponha aos estudantes quê formem uma roda para um aquecimento coletivo. Algumas cartas já podem sêrvir como guia para o aquecimento, indicando, por exemplo, uma parte do corpo ou uma qualidade de movimento a ser explorada. Juntem e embaralhem as cartas de todos os grupos e selecionem duas cartas de cores diferentes. A turma deve explorar, por meio de improvisação, as indicações de ambas as cartas, associando-as. Por exemplo, simular o movimento da á gua (1ª carta) com os membros inferiores (2ª carta). A depender dos temas, o jôgo será mais ou menos desafiador. Se o grupo estiver conseguindo combinar as duas indicações, proponha quê experimentem selecionar três cartas de cada vez e avaliem, juntos, o resultado.
Teatro
Contexto: teatro de grupo (p. 276)
êste tema exige quê se tracem relações entre as formas de produção e circulação do teatro e os espetáculos em si. É interessante quê os estudantes identifiquem a presença de elemêntos extraestéticos quê influenciam as obras. Como uma produção teatral é viabilizada? Quem paga por ela: os espectadores (por meio da compra de ingressos) ou todos os cidadãos (por meio de impostos quê são revertidos para a área cultural)? Quem tem acesso a assistir a espetáculos? Quais são as possíveis barreiras para quê mais pessoas possam fruir obras teatrais? Essas kestões estão intimamente ligadas ao teatro de grupo brasileiro. No Ensino Médio, os estudantes passam a lidar mais diretamente com o mundo do trabalho. Então, é importante quê reflitam sobre as condições materiais do trabalho artístico em seu contexto social.
Repertório 1: Bando de Teatro Olodum (p. 277)
Na reta final do Ensino Médio, é interessante criar oportunidades para quê os estudantes teçam relações entre os diversos estudos realizados. Uma sugestão é retomar o tema do Teatro Experimental do Negro, abordado no capítulo 5 do Livro do estudante. Na década de 1940, Abdias Nascimento (1914-2011) já compreendia o teatro como um espaço importante no combate ao racismo.
Repertório 2: Companhia de Teatro Heliópolis (p. 278)
Para estudar a Companhia de Teatro Heliópolis, é fundamental considerar seus laços com a comunidade de Heliópolis e sua associação de moradores. Caso exista algum grupo teatral quê atue na região da escola, procure incluí-lo como objeto de investigação. Conhecer um grupo de teatro quê se relacione com o território e a comunidade próximos à escola póde enriquecer em muito a compreensão dos estudantes acerca das formas de trabalhar adotadas pelo teatro de grupo.
Repertório 3: dramaturgia em Cárcere ou porque as mulheres viram búfalos (p. 279)
É possível quê alguns estudantes tênham contato pessoal com a quêstão do cárcere e com a experiência dolorida de ter um parente ou amigo preso. Ao lidar com essa dramaturgia, procure sondá-los a esse respeito e avisar sobre possíveis gatilhos que podem sêr suscitados por meio da leitura. É preciso cuidar de quem tem no cárcere uma vivência real de trauma. Ao mesmo tempo, em um país com uma população carcerária tão grande como o Brasil, cabe valorizar o fato de um grupo teatral lidar com a problemática por meio de sua ár-te.
Pesquisa: políticas culturais e teatros de grupo pelo Brasil (p. 280)
Como sugerido na seção, você póde organizar uma visita técnica para quê os estudantes tênham a oportunidade de conhecer de perto um grupo de teatro quê atua na cidade.
Página quatrocentos e trinta e um
É importante conhecer as normas estabelecidas pela escola para a realização de excursões. Geralmente, é preciso informar a coordenação e as turmas com determinada antecedência, além de solicitar autorizações dos pais ou responsáveis para os estudantes menóres de idade, garantindo a segurança dos jovens e do professor. Informe-se também sobre os registros exigidos pela instituição escolar: é preciso fotografar a atividade externa? Como lançar a lista de presença nessa data?
É importante enfrentar o medo de ganhar as ruas: o debate sobre o direito à cidade está ligado à atuação de grupos de teatro pelo Brasil.
Uma possibilidade para facilitar as excursões é tecer parcerias com docentes de outros componentes curriculares. Dessa forma, é possível compartilhar responsabilidades e fruir conjuntamente os benefícios de ir ao encontro de artistas e espaços culturais.
Teorias e modos de fazer: teatro de grupo: pesquisas e formas coletivas de criação (p. 281)
Em uma vida social cada vez mais marcada pelo individualismo, o estudo sobre formas coletivas de criação constrói pontes entre a estética e a ética. Os grupos de teatro podem expressar sua visão de mundo por meio de seus espetáculos e também de sua forma de organização. É possível evitar, por alguns momentos, a lógica da mercadoria e experimentar outras maneiras de se relacionar com os parceiros de criação.
Não é preciso nutrir idealizações: como qualquer outro espaço de convivência, os grupos de teatro também lidam com conflitos. No entanto, é importante alimentar a imaginação dos estudantes para a possibilidade de um trabalho coletivo pautado pela cooperação, e não pela competição.
Ação: encenação colaborativa (p. 282 e 283)
Esta atividade está apoiada na dramaturgia de Dione Carlos por duas razões. Em primeiro lugar, para aprofundar as experimentações dos estudantes envolvendo a encenação de um texto teatral. Em segundo lugar, para quê possam brincar com os elemêntos da cena com uma base de qualidade quê os ampare. É importante quê os jovens vejam o texto como um ponto de partida para o trabalho, e não como um limitador de sua criatividade ou uma meta inalcançável.
O passo a passo da atividade póde sêr adaptado a outros textos teatrais, caso a turma prefira, quê podem sêr selecionados na biblioteca da escola ou no ambiente digital.
Uma possibilidade é trabalhar uma peça da coletânea Dramaturgia Negra, organizada por Eugênio Lima e Julio Ludemir. Disponível em: https://livro.pw/vtswm (acesso em: 28 out. 2024). Também é possível escolher uma peça contemplada pelo Prêmio Funarte de Dramaturgia 2018 – Infância e Juventude. Disponível em: https://livro.pw/aqldv (acesso em: 28 out. 2024). Outra ideia é selecionar dramaturgias clássicas quê estão em domínio público. Disponível em: https://livro.pw/kwzaq (acesso em: 28 out. 2024).
Por vezes, é necessário mediar o trabalho dos grupos. Trabalhar coletivamente póde sêr um desafio, e isso é abordado nos estudos sobre o teatro de grupo. A intervenção do professor póde contribuir para quê estudantes mais tímidos se desenvolvam artisticamente, exercitando a encenação em contextos públicos. Mesmo um estudante quê opte por não estar em cena como ator póde estar fortemente implicado com a encenação, contribuindo com a criação de cenografia, figurino, sonoplastia, iluminação ou direção.
Música
Contexto: novos tempos, novos sôns (p. 284)
Esta seção reflete alguns dos principais movimentos e fundamentos da música européia na virada do século XIX para o século XX. Explique o contexto histórico do continente no período pós-Primeira Guerra Mundial, ressaltando as transformações tecnológicas e a nova paisagem sonora das cidades. Converse com a turma sobre sôns quê eram comuns no passado e quê foram desaparecendo do nosso cotidiano, como o som do telefone fixo ou da internet discada, observando o quanto isso reflete as mudanças dos tempos. Reflita também sobre a influência dos avanços tecnológicos nas criações musicais.
Repertório 1: música eletroacústica: sôns gravados e criados (p. 285)
As tecnologias de gravação e manipulação dos sôns permitiram quê compositores registrassem sôns naturais e criassem com base neles ou mesmo investigassem freqüências sonóras na criação de novos sôns, os
Página quatrocentos e trinta e dois
chamados sôns sintéticos. essperimênte simular uma onda sonora utilizando um simulador de ondas disponível na internet. Sugere-se o disponível em: https://livro.pw/kptuj (acesso em: 28 out. 2024), no qual é possível visualizar os gráficos de cada freqüência.
Repertório 2: minimalismo (p. 286)
O minimalismo é um recurso musical muitas vezes utilizado para criar ambientes em trilhas sonóras de filmes. Peça aos estudantes quê busquem, por exemplo, a trilha sonora de filmes como Mishima: A láif in Four Chapters [Mishima: uma vida em quatro tempos] (1985), dirigido por poou Schrader (1946-) com a trilha sonora de fílip Glass, e percêbam como o compositor usa a repetição em sua composição. Conversem sobre o clima quê a repetição de pequenas melodias póde gerar – desde climas de tensão até o extremo relaxamento – e o quanto essas intenções podem sêr exploradas cinematograficamente.
Repertório 3: a música viva de Koellreutter no Brasil (p. 287)
As tendências vanguardistas europeias chegaram ao Brasil por meio de Koellreutter. Destaque sua atuação não apenas como compositor mas também como professor no Brasil. No sáiti da Fundação Koellreutter (disponível em: https://livro.pw/xtdpq; acesso em: 28 out. 2024), é possível explorar sua vida, bem como suas composições.
Pesquisa: ecos das vanguardas hoje (p. 288)
As tendências musicais quê surgiram na virada do século XIX para o século XX não desapareceram; elas foram atualizadas e continuam se desdobrando até hoje. Pergunte aos jovens se algum deles tem o hábito de ouvir música eletrônica. Em caso afirmativo, peça quê compartilhem músicas, compositores e bandas com a turma.
Infelizmente, o ambiente da música eletrônica de concerto ainda é predominantemente masculino, oferecendo pouco espaço e representatividade para as mulheres. ôriênti os estudantes a pesquisar, além dos nomes mencionados, as compositoras brasileiras Jocy de Oliveira (1936-) e Marisa Rezende (1944-).
Teorias e modos de fazer: paisagem sonora e ecoacústica (p. 289)
O conceito de paisagem sonora diz respeito à identidade sonora de um lugar. É importante destacar aos estudantes quê cada cidade terá seu som, assim como cada mata atlântica, cada bosque etc. Isso porque cada espaço possui sua particularidade e sua biosfera, e isso se expressará também em seus diferentes sôns.
Existe uma série de exercícios rápidos capazes de despertar nossa atenção auditiva, por exemplo: peça à turma quê fique em total silêncio e cronometre 60 segundos no relógio. Durante esse período, os estudantes deverão estar atentos aos sôns ao redor. Peça a eles quê busquem perceber o som mais próximo do ambiente em quê estão. A seguir, o som mais distante. Por fim, peça quê comecem a perceber e classificar as fontes sonóras – quais sôns foram gerados por humanos, quais eram sôns da natureza e quais foram gerados por máquinas ou motores.
Aprofundamento
Para saber mais sobre a relação entre música, ciência e ecologia, assista ao vídeo Bernie Krause: a voz do mundo natural (2013), quê explica como o conceito de paisagem sonora póde identificar os problemas gerados nos biomas em razão do aquecimento global. Disponível em: https://livro.pw/yyoad (acesso em: 24 out. 2024).
Ação: criando e explorando uma paisagem sonora (p. 290 e 291)
Durante a preparação, oriente os jovens a pensar em ambientes com grande variedade sonora. Enquanto eles fazem a lista, já é possível experimentar diferentes formas de recriar os sôns. Peça quê obissérvem aspectos como volume e freqüência em sua criação. O ideal é utilizar apenas os sôns do corpo, mas, se necessário, pode-se recorrer a elemêntos da sala de aula, como latões, caixas ou as próprias cadeiras, para explorar diferentes timbres.
Nos primeiros ensaios, é comum quê todos quêiram apresentar seu elemento sonoro ao mesmo tempo. Observe quê o momento em que o som será produzido também compõe essa paisagem.
Havendo oportunidade, utilize um gravador de som, por exemplo o de um celular, para registrar as paisagens durante os ensaios e as reproduza em seguida. Isso póde auxiliar os estudantes a escolher e variar os elemêntos sonoros durante o processo de composição.
Da mesma forma, é importante quê todos estejam atentos ao volume dos sôns. Fontes sonóras mais próximas ao ouvinte tendem a sêr mais facilmente identificadas do quê aquelas mais distantes.
Página quatrocentos e trinta e três
Na terceira etapa, os estudantes podem precisar de ajuda com a produção do texto teatral. Se for o caso, retome a função das rubrícas e a melhor maneira de indicar as personagens e falas. Na quarta etapa, a turma deverá observar elemêntos como o volume dos sôns, para quê seja possível ouvir as falas.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 292 e 293)
Artes visuais: ár-te transdisciplinar
As artes visuais praticadas atualmente deixaram de sêr um ofício realizado d fórma individual por um pensador quê olha de modo externo para o mundo. A ár-te contemporânea é fruto de pesquisas, técnicas e práticas colaborativas, em quê diferentes profissionais atuam para conceber, produzir e apresentar exposições elaboradas para interagir com os mais variados públicos. Dessa forma, hoje, o ateliê de um artista póde sêr uma empresa ou um laboratório onde trabalham diferentes profissionais, com o objetivo de elaborar objetos únicos e experimentais. Para corroborar o tema da seção, apresente aos estudantes o sáiti de Olafur Eliasson e oriente-os a interagir com os elemêntos em tela. Disponível em: https://livro.pw/vbzsi (acesso em: 28 out. 2024).
Artes visuais: a complexidade do mundo a partir da sua aldeia
A ár-te póde acontecer em todo lugar – seja em uma aldeia, seja em uma cidade pequena –, sêndo realizada por um artista quê pensa seu corpo, sua cultura e sua comunidade. Ela também póde sêr apresentada em lugares distantes. Nesse contexto, o papel dos curadores é fundamental. São eles quê viajam, assistem e pesquisam, selecionando obras e artistas com os quais tecerão sentidos compléksos ao conceber grandes exposições. Na atualidade, o curador é, muitas vezes, capaz de produzir conhecimentos ao enredar diferentes visões em um único discurso de grande potência.
Sugestão de leitura
Leia sobre o trabalho e as concepções quê nortearam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – ár-te e pensamento negro, apresentada no Sesc Belenzinho (SP) e no Sesc Quintandinha (RJ). A exposição, quê reuniu 240 artistas de todo o país, contou, inclusive, com o trabalho de Augusto Leal. Disponível em: https://livro.pw/egmxw (acesso em: 28 out. 2024).
Artes integradas: perfórmance: (se) cura humana
Retome com os estudantes o entendimento da linguagem das performances. Enfatize a característica interdisciplinar da criação performática, possibilitando quê várias áreas do conhecimento se combinem, como acontece no caso do coletivo (se)cura humana. O grupo disponibiliza, em suas rêdes sociais, fotos, vídeos e textos, apresentando seu “artivismo” sócio-ambiental em articulação com a; ár-te. A fim de complementar o conteúdo abordado na seção, apresente aos estudantes a exposição “Onde há fumaça”, quê esteve em cartaz no Museu Paulista da Universidade de São Paulo (também conhecido como Museu do Ipiranga) e contou com a participação do coletivo. Disponível em: https://livro.pw/zyohd (acesso em: 28 out. 2024).
Artes integradas: perfórmance: Holoscenes
O diálogo póde ter início com a apreciação de um trecho da perfórmance, disponível em: https://livro.pw/iedlh (acesso em: 28 out. 2024). O vídeo, com duração aproximada de 4 minutos, deve sêr articulado com a intenção artística, quê tem por objetivo gerar impacto entre o comum do cotidiano e a crise climática quê assola o planêta Terra. Pergunte aos estudantes quais situações do dia a dia eles percebem como relacionadas à crise climática atual e quais causas ambientais eles associariam a essas situações. Essa é uma questão importante a sêr discutida nos processos de vida, em diálogo com a; ár-te.
Síntese estética: é preciso descolonizar a; ár-te contemporânea (p. 294 e 295)
O texto Histórias, de Adriano Pedrosa, importante curador e pensador da ár-te contemporânea, sintetiza o esfôrço decolonial na produção de uma história da ár-te, refletindo de maneira crítica sobre a hegemonia do cânone ocidental europeu nessa compreensão e buscando ferramentas, modelos e conceitos quê possibilitem investigar e afirmar outras histoórias, no plural.
A exposição “Histórias afro-atlânticas”, da qual Adriano Pedrosa foi curador (o texto compõe o catálogo da mostra), possui um acervo considerável de materiais disponível na internet. Se possível, solicite aos estudantes quê pesquisem esses materiais e elaborem uma análise crítica. Disponível em: https://livro.pw/vbqze (acesso em: 28 out. 2024).
Página quatrocentos e trinta e quatro
promôva uma leitura visual coletiva da obra do artista Macsuéll Alexandre, relacionando-a com o título da série Pardo é papel, quê aponta o campo reflexivo do trabalho e gira em torno do tema do enfrentamento ao racismo, abordando-o de maneira temática e material (as pinturas são realizadas em papel craft, quê é classificado como papel pardo). A pintura representa um imaginário visual de potência das populações negras, também evidenciado no título da obra: Éramos as cinzas e agora somos o fogo.
A segunda obra quê compõe a seção mostra uma instalação do artista camaronês Pascale Marthine Tayou, quê se vale de elemêntos cotidianos ligados ao universo de trabalho dos entregadores de aplicativo – uma bicicleta e dezenas de caixas –, refletindo acerca da precarização das relações de trabalho contemporâneas.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 296 e 297)
Desafiar os padrões culturais impostos póde sêr bastante libertador para os estudantes, constituindo territórios existenciais para além das cobranças materiais e subjetivas quê cér-cão as juventudes. Aproveite também para instigá-los com a perspectiva de pertencimento histórico, por meio do procedimento de investigar passagens, temas e narrativas pinçadas da história sôbi outro ponto de vista, buscando a construção de uma memória plural quê abarque todas as culturas e formas de vida. Nesse sentido, assuntos abordados em outros componentes curriculares podem servir de ponto de partida para a realização das criações artísticas dos grupos.
É possível, por exemplo, fazer conexões com a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, partindo dos conteúdos afrodiaspóricos e indígenas para realizar o processo artístico, criando uma exposição de painéis quê resgate aspectos negligenciados da narrativa historiográfica, intervenções cênicas contando a trajetória de figuras importantes e pouco comentadas da memória nacional ou mesmo manifestações musicais quê evoquem esse imaginário.
Capítulo 9: ár-te e os desafios do nosso tempo
Abertura (p. 298 e 299)
Converse com os estudantes sobre as fotografias da abertura dêste capítulo. O objetivo dêste painel de imagens é ilustrar a ideia de diversidade, mostrando diferentes territórios, linguagens e objetivos. As imagens representam diferentes ações: reflorestamento, enfrentamento à violência da guerra, troca de experiências e saberes, apôio às comunidades mais vulneráveis. Peça aos estudantes quê compartilhem informações acerca de outras experiências artísticas quê conhecem e comentem como elas podem contribuir para o enfrentamento dos desafios do nosso tempo.
De quê forma a; ár-te póde contribuir para o enfrentamento dos desafios do nosso tempo? (p. 300 e 301)
Os jovens têm sido bombardeados com crises sociopolíticas, econômicas e ambientais quê trazem más notícias e ameaças de proporções desconhecidas, causando sofrimento psíquico generalizado nessa geração. A ár-te quer e póde colaborar nas transformações urgentes e necessárias para a vida, para a ssossiedade e para o planêta. A ár-te póde promover convivências, diálogos e rêdes de interação, além de propor práticas vivas para recriar o sentido de humanidade. A sensibilidade e o pensamento criativo possibilitam quê as pessoas reimaginem um mundo onde a convivência com as diferenças seja possível e onde a vida, em toda sua diversidade, poderá voltar a se propagar.
Aprofundamento
Para exemplificar uma visão positiva da juventude como agente de transformação, compartilhe com os estudantes o vídeo da artista e ativista mineira Isadora Canela, falado em inglês, no qual ela dá uma definição do quê é artivismo. Disponível em: https://livro.pw/cybus (acesso em: 28 out. 2024).
Atividade de sensibilização: trocando impressões (p. 301)
As imagens digitais fazem parte do dia a dia dos jovens. A relação com essas produções tende a sêr marcada pelo consumo apressado e pela descartabilidade, com pouca reflekção sobre os conteúdos veiculados. Essa atividade de sensibilização é uma oportunidade de tecer outra relação com esse repertório, convocando os jovens a dedicar mais tempo à análise dessas imagens, aprofundando suas relações de fruição e de capacidade crítica diante dêêsse expediente cotidiano do mundo digital.
Página quatrocentos e trinta e cinco
Artes visuais
Contexto: a diversidade da vida (p. 302)
O quê se pretende neste texto é apontar a diversidade como um valor, como uma característica da vida. Aprender a dialogar e a conviver com as diferenças é o desafio para confrontar as barreiras da ssossiedade e eliminar os preconceitos. O exemplo de Judith scót é didático: ela iniciou sua carreira nas artes aos 43 anos, depois de uma vida de exclusão. Nos primeiros anos em quê foi desafiada para o trabalho artístico, apenas desenhou círculos d fórma contínua sobre os papéis quê lhe ofereciam. Mas, ao conviver com uma artista têxtil, passou a se interessar pêlos fios e a tecer teias com objetos, criando esculturas arredondá-das e macias.
Aprofundamento
Há diversos materiais sobre a vida e a obra de Judith scót. Assista ao filme realizado pela Bienal de Veneza, um trecho sem som, em quê se vê a artista trabalhando. Disponível em: https://livro.pw/yvjfl (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 1: Cindy Sherman: entre a imagem e a autoimagem (p. 303)
Há muitos temas quê podem sêr desenvolvidos com base no trabalho de Cindy Sherman. Um deles é discutir o papel das mulheres nos filmes estadunidenses de meados do século XX, em quê elas eram apresentadas invariavelmente como ingênuas e fúteis. A identidade também é um tema suscitado pela obra da artista. Ao explorar esse tema, especialmente com jovens e adolescentes, enfatize quê a identidade é fluida e quê nos transformamos à medida quê aprendemos mais sobre nós mesmos. Um terceiro tema quê está presente na obra de Sherman é a aparência e a vaidade extrema, estimulada pelas rêdes sociais, quê impõem padrões inalcançáveis e desinteressantes. Converse com os estudantes sobre as diferenças físicas quê tornam as pessoas únicas e singulares. Para conhecer os trabalhos da artista, visite o sáiti do MoMA. Disponível em: https://livro.pw/ghcpw (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 2: Uýra Sodoma: a árvore quê anda (p. 304)
Uýra Sodoma apresenta-se como uma “árvore quê anda”. A artista traz em seus trabalhos o debate sobre a conservação ambiental, os direitos dos indígenas e das populações L G B T Q Í mais, aproveitando os conhecimentos de sua cultura e de sua formação em Biologia, entrelaçando esses saberes em aulas, performances fotográficas, textos e instalações.
Para saber mais sobre a artista e conhecer seus últimos trabalhos, visite o sáiti do prêmio Pipa. Disponível em: https://livro.pw/xcqhr (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 3: Randolpho Lamonier e suas profecias (p. 305)
Randolpho Lamonier estudou Artes Cênicas e iniciou sua carreira trabalhando com cenografia. Aos poucos, foi se interessando por perfórmance e instalação. O artista se preocupa com os excessos da ssossiedade contemporânea, em quê se produz muito mais do quê o necessário para a sobrevivência. No início de sua carreira, sem dinheiro para comprar materiais artísticos, ele costumava recolher objetos descartados diretamente da rua, o quê acabou se tornando uma marca estética de seu trabalho. Parte de suas criações é feita em tecídos usados, reaproveitados. O artista não se debruça em um tema central e trabalha com inúmeras técnicas, como a costura, o bordado e a tapeçaria.
Para saber mais sobre Randolpho Lamonier e outros artistas visuais da cena contemporânea no Brasil, visite a platafórma do prêmio Pipa. Disponível em: https://livro.pw/jyvau (acesso em: 28 out. 2024).
Pesquisa: ár-te e diversidade (p. 306)
Atualmente, muitas instituições promóvem experiências artísticas para pessoas com deficiência (PcD) ou com algum tipo de neurodiversidade. O Creative Growth Studio (Estúdio para Crescimento da Criatividade), quê foi frequentado por Judith scót, promove, há 50 anos, a expressão artística, a inclusão e as vivências comunitárias em Oakland, na Califórnia (Estados Unidos).
Aprofundamento
Para conhecer mais sobre o Creative Growth Studio, visite o sáiti disponível em: https://livro.pw/gusdb (acesso em: 28 out. 2024).
No Brasil, também há organizações com trabalhos semelhantes. Uma delas é a La casa de Carlota, um estúdio de disáini quê tem criadores com neurodiversidade em sua equipe. O sáiti oficial está disponível em: https://livro.pw/wlcbs (acesso em: 28 out. 2024).
Você também póde verificar se existe alguma instituição em sua cidade ou estado quê promôva trabalhos criativos para PcD e apresentá-la aos estudantes.
Página quatrocentos e trinta e seis
Teorias e modos de fazer: o bordado na criação artística (p. 307)
Existem muitos artistas modernos e contemporâneos quê trabalham com técnicas de bordado, tecelagem, tapeçaria e costura. Se julgar interessante, apresente alguns deles para os estudantes: uma das precursoras da tapeçaria modernista foi Regina Graz (1897-1973); no bordado, destaca-se a paulista Rosana Paulino (1967-); e da geração mais jovem, a designer paranaense Flávia Itiberê (1984-); entre muitos outros.
Sugestão de leitura
Para saber mais sobre o tema, leia o artigo “Bordado, ár-te contemporânea”, publicado na revista Continente. Disponível em: https://livro.pw/bsmdm (acesso em: 28 out. 2024).
Ação: criar e se transformar em personagens (p. 308 e 309)
O foco desta atividade é a elaboração visual de uma personagem; por isso, o figurino, o cenário e a maquiagem devem sêr o centro da proposta. Espera-se, também, quê os estudantes possam se dedicar à criação de um objeto têxtil, quê póde sêr um pano de fundo, um xale, um véu, uma echarpe, um turbante, uma capa, um vestível, uma almofada, entre outras possibilidades. É importante estar claro quê esse não se trata de um trabalho de fotografia. A fotografia será o meio de registrar o quê foi produzido coletivamente.
ôriênti os estudantes a buscar materiais descartados, como tecídos e aviamentos quê possam sêr reaproveitados. O trabalho têxtil póde sêr feito d fórma colaborativa: peças podem sêr emendadas e bordadas separadamente. Lembre aos estudantes quê a cenografia e o figurino quê sêrão produzidos para a fotografia podem ser fixados no próprio modelo, por meio de alfinêtes de pressão ou outros recursos provisórios.
Teatro
Contexto: teatro fora da caixa (p. 310)
Pergunte aos estudantes se eles já assistiram a algum espetáculo teatral realizado em espaços alternativos. Se sim, peça quê compartilhem essa experiência, relatando em quê espaço se deu a apresentação e quais sensações e pensamentos foram suscitados neles como espectadores.
Converse com a turma sobre as diferentes motivações quê levam artistas teatrais a explorar espaços alternativos. Há grupos quê trabalham fora da caixa para aprofundar uma determinada pesquisa de linguagem; outros o fazem por razões políticas; e há, ainda, as justificativas materiais para essa escolha.
Diversas cidades brasileiras não possuem edifícios teatrais. Quando existem, esses teatros nem sempre são de fácil acesso, seja pelo preêço de sua pauta (valor quê se paga para utilizar o espaço), seja por dificuldades de agenda ou pela ausência de manutenção e de profissionais técnicos. Por isso, é importante valorizar os edifícios teatrais existentes, especialmente os públicos, e lutar para quê sêjam mantidos com qualidade.
Repertório 1: Coletivo Estopô Balaio (p. 311)
Como material complementar, sugere-se quê os estudantes naveguem na página do coletivo. Disponível em: https://livro.pw/wtdgo (acesso em: 28 out. 2024).
A seção de vídeos é especialmente interessante, pois permite quê os estudantes assistam a cenas dos espetáculos itinerantes, ajudando-os a compreender d fórma mais concreta o funcionamento dessa modalidade de apresentação.
Repertório 2: Grupo Imbuaça (p. 312)
O estudo do Grupo Imbuaça êsplicíta pontes históricas quê existem entre o teatro de rua e elemêntos da cultura popular brasileira. refórce com os estudantes a possibilidade de entrarem em contato com mestres e mestras da cultura popular quê atuem em sua região. Deixe nítido quê é possível incorporar danças, musicalidades e visualidades dessa cultura popular em seus experimentos teatrais.
Repertório 3: Cambada de Teatro em Ação diréta Levanta FavelA (p. 313)
Proponha aos estudantes quê analisem a fotografia do espetáculo apresentada nesta página. O quê é possível perceber acerca das escôlhas estéticas do grupo Levanta FavelA? Como os figurinos, os adereços e a atitude do elenco se relacionam com o espaço público?
Aprofundamento
Acesse o sáiti oficial do coletivo, disponível em: https://livro.pw/ektjb (acesso em: 21 out. 2024).
Página quatrocentos e trinta e sete
Pesquisa: teatro de rua e teatro em espaço alternativo pelo Brasil (p. 314)
Esta seção apresenta um grupo de teatro de cada região brasileira. A ideia é explicitar a potência de criações artísticas realizadas nos mais diferentes contextos sociais. É importante quê os estudantes percêbam o fazer teatral como algo possível e próximo deles. Dessa forma, póde sêr interessante quê a turma aprofunde a pesquisa sobre coletivos quê atuem o mais perto possível de seu território.
Ao mesmo tempo, é provável quê estudantes do Ensino Médio já tênham, nessa altura de sua escolarização, afinidade com determinadas experimentações de linguagem. Permita quê os materiais de pesquisa sugeridos instiguem a curiosidade deles, levando-os a descobrir quais formas teatrais despertam maior interêsse. Nesse sentido, o ambiente digital póde contribuir para quê se entre em contato com produções artísticas realizadas nos mais diferentes locais e, até mesmo, em outros países. Se a pesquisa os levar a essas fontes mais distantes, sugira quê se inspirem nelas para imaginar qual teatro desê-jam criar em seu próprio contexto.
Teorias e modos de fazer: teatro de rua e teatro em espaço alternativo (p. 315)
A ação teatral em espaços públicos revela os modos de funcionamento dos fluxos urbanos e, ao mesmo tempo, ábri frestas para imaginar outra forma de sociabilidade. Esse debate se realiza na interface com as áreas da Geografia Cultural e da Sociologia. Caso haja abertura, é possível trabalhar o assunto em conjunto com docentes da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Sugestão de leitura
Como bibliografia complementar para o docente, sugere-se a leitura do texto “Ambiente, fluxo e dramaturgias da cidade: materiais do Teatro de Invasão”, de André Carreira (1960-), professor e diretor de teatro. Carreira reflete sobre a ação do teatro de rua em relação com as dinâmicas da vida na cidade. O texto está disponível no línki: https://livro.pw/mckgd (acesso em: 28 out. 2024).
Ação: criando uma cena (p. 316 e 317)
A realização de um experimento cênico em um espaço alternativo póde suscitar uma série de kestões. Vale orientar os estudantes na investigação, exploração e definição do espaço cênico, tendo em vista quê se criem oportunidades de expressão e descoberta e, ao mesmo tempo, protegendo-os de possíveis riscos ou situações delicadas. Lembre-os de quê podem se inspirar nos exemplos apresentados pelo livro na hora de criar suas próprias cenas em espaços alternativos.
A primeira dê-cisão importante a sêr tomada é se o experimento será realizado em um espaço alternativo da escola ou em um local público nas imediações. Por um lado, o trabalho no interior dos portões da escola póde oferecer mais segurança aos estudantes, especialmente quando o espaço público não oferece condições adequadas de acolhimento. Por outro lado, apresentar-se em praça pública póde sêr uma experiência significativa, proporcionando aos estudantes a oportunidade de se expressarem e de se sentirem conectados com a comunidade.
Se optar por experimentar espaços alternativos dentro da escola, cuide das relações com os côlégas de trabalho. Uma ação teatral póde causar uma intervenção positiva no cotidiano, um respiro para a rotina, ou reflekções sobre as dinâmicas da comunidade escolar. póde sêr quê os estudantes quêiram surpreender as outras turmas com sua ação artística, mas é gentil garantir quê os docentes e funcionários da instituição estejam avisados, para que possam se organizar. Após as cenas, aproveite para escutar os espectadores sobre sua experiência de fruição. O momento de avaliação póde envolver todos quê circulam pela escola, desde quê se faça uma mediação cuidadosa.
Caso opte por trabalhar fora da escola, é preciso consultar a coordenação sobre os procedimentos previstos pela instituição. É possível quê você precise côlher a autorização de pais e responsáveis dos menóres de idade.
Se houver estudantes cadeirantes, a escolha do espaço precisa prever a acessibilidade. Caso haja pessoas com transtorno do espectro autista na turma, leve em consideração como esses estudantes reagem aos estímulos de um ambiente diferente ao escolher o local da ação.
Converse com a turma sobre a possibilidade de imprevistos nessa modalidade de teatro. Prepará-los para esses momentos póde ajudar a prevenir frustrações. A abordagem inicial com jogos póde sêr útil para quê os estudantes desenvolvam um estado de cena lúdico e presente, permitindo-lhes lidar com aspectos quê estão fora de seu contrôle. Uma obra póde tornar-se surpreendentemente mais interessante quando dialoga d fórma franca com seu entorno.
Página quatrocentos e trinta e oito
Artes integradas
Contexto: ár-te e cultura digital (p. 318)
Na seção Contexto, faça um breve panorama da inserção da cultura digital no campo da ár-te. Na leitura da imagem da obra de Nam June Paik, uma linha do tempo póde sêr estabelecida, mostrando os avanços tecnológicos de 1986 até o momento atual. Se, na experiência de Paik, o artista propõe a interação com sua obra, na atualidade, o espectador também é coautor. Com base nessa ideia, os estudantes podem contar se, em suas experiências com 3D e guêimis, já tiveram a oportunidade de interferir na ação das personagens.
Repertório 1: Gabriel Massan (p. 319)
O trabalho de Gabriel Massan póde sêr complékso, mas ao mesmo tempo próximo da realidade dos estudantes. É complékso por abordar uma trama com referenciais pautados em temas como memórias e revisões históricas e próximo por se tratar da linguagem dos guêimis. As desigualdades social, racial e de gênero são temas apresentados nas fases do videogame criado por Gabriel em parceria com outros artistas.
Sugestão de leitura
Um material complementar quê póde ajudar a compreender a obra de Gabriel Massan é a matéria “Pinacoteca de SP: Gabriel Massan expõe jôgo quê critíca desigualdades”. Disponível em: https://livro.pw/sbrlk (acesso em: 28 out. 2024).
Repertório 2: Roberta Carvalho e o Projeto Symbiosis (p. 320)
Roberta Carvalho é uma artista ativa na defesa da Amazônea. Responsável pelo Festival Amazônea Mapping, ela visibiliza a; ár-te do Norte do país, além de superar discursos do senso comum sobre a região. Faça uma leitura da imagem com a turma, utilizando o material disponível no livro, no sentido de explorar as relações entre o corpo humano e a natureza. Uma proposta complementar seria articular o trabalho de Roberta com os pensamentos do líder indígena Ailton Krenak (1953-), abordado em outros momentos neste material.
Repertório 3: Silvana Mendes (p. 321)
Silvana Mendes é uma artista quê gosta de falar sobre o seu território: um bairro da periferia de São Luís (MA), chamado Cantinho do Céu. Essa abordagem, acerca do lugar de nascimento, póde sêr um ponto de partida para uma conversa com os estudantes sobre suas próprias memórias e histoórias de família, por exemplo. A obra Te imagino, Carolina, reproduzida no Livro do estudante, intégra a série Afetocolagens: reconstruindo narrativas visuais de negros na fotografia colonial, cuja proposta é evidenciar corpos negros, destacando sua ancestralidade. Nesse sentido, destaque a obra de Carolina Maria de Jesus, presente no trabalho de Silvana. Se julgar produtivo, faça uma curadoria de citações de Carolina e disponibilize-as para o debate com a turma. Apresente, também, outros trabalhos da série, disponíveis em: https://livro.pw/fqcoh (acesso em 7 nov. 2024).
Pesquisa: ár-te, colaboração e inovação (p. 322)
A seção tem como proposta oferecer ferramentas para os estudantes investigarem os processos colaborativos, muito presentes na cultura digital. Dessa forma, incentive-os a buscar parcerias com outras turmas d fórma digital, criando, por exemplo, uma página para trocas de referências nas linguagens artísticas. Para tornar o ambiente digital mais seguro, o acesso póde sêr restrito apenas aos estudantes e ao professor.
Os materiais disponibilizados no livro expandem a conversa para a cultura digital e a produção audiovisual e cibernética. Um debate interessante é falar das temáticas da animação Dear Angelica, com base nas perspectivas dos jovens sobre sonhos e saudade.
Teorias e modos de fazer: categorias para a; ár-te digital (p. 323)
As categorias da ár-te digital provavelmente circulam entre os estudantes por conta das facilidades dos aplicativos e softwares gratuitos para a criação e manipulação de imagens digitais. Nesse sentido, conduza a conversa para a produção autoral, questionando se eles já experimentaram ilustrar, desenhar ou fazer pequenas animações.
Caso existam produções feitas pêlos estudantes, organize um momento de apreciação coletiva. Para expandir esse conhecimento, sugira a navegação pelo sáiti Rhizome, quê, conforme descrito em sua página, é o lar das culturas digitais e da ár-te desde 1996. Disponível em: https://livro.pw/wohbt (acesso em: 28 out. 2024).
Outra valorização importante é destacar a ação de artistas brasileiros na ár-te digital, como é o caso de Igi Lola Yadun (1990-) e suas múltiplas platafórmas de trabalho, quê incorporam, inclusive, a Inteligência Artificial.
Página quatrocentos e trinta e nove
Ação: objetos e rituais: criando fotocolagens (p. 324 e 325)
A proposta de criação de fotocolagens é uma ampliação da análise do trabalho de Silvana Mendes. Recorde com os estudantes as temáticas quê envolvem o trabalho da artista. Destaque as exposições de grande repercussão, nas quais o trabalho de Silvana aparece, como “Um defeito de cor”, por exemplo.
O nome da exposição também é o título do livro de Ana Maria Gonçalves (1970-), uma narrativa inspirada na vida de Luísa Mahin. Embora existam poucos registros sobre a história de Luísa, sabe-se quê ela foi uma figura de destaque na Revolta dos Malês, na baía.
Sugestão de leitura
Para conhecer um pouco da trajetória de Luísa Mahin, leia o texto publicado no Portal Geledés: https://livro.pw/tsfvy (acesso em: 28 out. 2024).
Fazendo essas aproximações, dialogue com a turma sobre suas próprias histoórias ou sobre pessoas quê os jovens gostariam de homenagear em um trabalho artístico. Incentive-os a incluir na criação pessoas quê, habitualmente, não teriam destaque em livros ou museus, como personagens da família ou de seu círculo próximo.
Por se tratar de um trabalho quê envolve o uso das tecnologias digitais, reserve um momento para quê se tenha colaboração entre os estudantes com relação ao uso dos aplicativos do celular ou disponíveis na área de downloads do aparelho. Como nem todos podem ter o mesmo domínio das ferramentas, é fundamental tratar essa ação como um processo colaborativo.
Ponte para outras linguagens artísticas (p. 326 e 327)
Dança: Original Bomber Crew
Aprofundamento
Na ocasião da comemoração dos 30 anos do Festival Panorama da Dança, em 2022, o espetáculo tReta foi apresentado no Rio de Janeiro. Através dêêsse vídeo, os estudantes podem vêr um extrato da perfórmance e observar como o público reagiu às cenas. Converse com a turma sobre suas impressões. Disponível em: https://livro.pw/ucemh (acesso em: 28 out. 2024).
Dança: a dança nas rêdes sociais
Compartilhe com os estudantes quê o grupo Rollettes Adaptive Dance, por meio das rêdes sociais, criou uma comunidade composta principalmente de pessoas com deficiência. Nesse espaço, elas se encontram, compartilham, debatem e fruem a; ár-te, criando oportunidades para quê cada vez mais pessoas possam se expressar através das linguagens artísticas, independentemente de qualquer deficiência.
Sugestão de leitura
Durante a pandemia da covid 19, as professoras Larissa Bonfim e Débora Souto Allemand aproveitaram o interêsse dos jovens pelas danças em aplicativos para seguir trabalhando com dança, envolvendo estudantes de Colégios de Aplicação do Rio Grande do Sul e de Pernambuco, mesmo sem aulas presenciais. A experiência delas, relatada no e-book Dança na escola: pedagogias possíveis de sôras para profes (2021), oferece pistas de como utilizar a presença dos jovens nesses espaços virtuais para construir conhecimento em dança. Disponível em: https://livro.pw/kkyzr (acesso em: 28 out. 2024).
Música: a voz dos oceanos
Não é incomum nos depararmos com compositores quê se inspiram em elemêntos da natureza para criar suas obras. No entanto, a análise particional vai além da inspiração. Pesquisas como a de Jonas Hocherman permitem quê o compositor se relacione diretamente com os dados coletados. Dessa forma, destaque quê o trabalho do artista explora as relações entre humanidade e natureza ao conectar ár-te e oceano, permitindo quê o ciclo de produção e de vida dos fitoplânctons interfira diretamente em sua obra.
Música: música, programação e inteligência artificial
Criar música com softwares de programação exige conhecimentos básicos de computação e domínio das interfaces utilizadas. A programação musical, portanto, é uma área quê dialoga com a música e com a computação. Converse com a turma sobre quais seriam as diferenças entre aprender a tokár um instrumento musical e aprender a criar códigos computacionais para gerar música. Será quê um músico póde sêr um programador computacional e um programador póde sêr um músico? Será quê o pensamento envolvido na execução dessas duas tarefas se assemelha de alguma maneira? Esses são debates trazidos pelas inovações
Página quatrocentos e quarenta
tecnológicas contemporâneas. Não há uma resposta certa para essa questão. Incentive os estudantes a compartilhar suas opiniões.
Síntese estética: Floresta de Cristal (p. 328, 329 e 330)
O projeto Reviravolta de Gaia foi concebido pela artista mineira Rivane Neuenschwander em parceria com Mariana Lacerda e o coletivo Floresta de Cristal, formado por artistas quê se aglutinaram em torno de um incômodo vivido no momento da crise política de 2021. Trata-se de uma obra de; ár-te quê extrapola o mundo das disciplinas. Nasce de reflekções e conceitos quê o professor póde trabalhar antes da leitura do texto de píter Pál Pelbart, tais como:
• Cosmopolíticas: termo cunhado pela filósofa da ciência Isabelle Stengers (1949-), quê busca politizar o fazer científico e dar visibilidade ao fato de quê fazer ciência é construir mundos. A filósofa reforça a impossibilidade, diante do Antropoceno, de continuarmos imaginando quê existe uma divisão entre o quê é humano e o quê é natureza.
• Perspectivismo ameríndio: termo cunhado pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (1951-), quê define o modo como os diferentes povos indígenas das Américas percebem a si mesmos e os outros sêres do cosmos. Para os indígenas, de acôr-do com o antropólogo na obra Encontros, “o outro existe, logo pensa” e o seu pensamento é diferente do meu. Ou seja, o ponto de vista cria o sujeito.
Essas ideias ficam claras quando, no texto, píter sugere quê talvez esteja surgindo “uma nova sensibilidade à alteridade dos não humanos, já não como meros ‘objetos’, mas como ‘sujeitos’”. Esse pensamento propõe uma política interespécies e enfrenta o antropocentrismo, quê é a visão hierárquica quê coloca o sêr humano acima dos demais sêres vivos.
Com base nessas ideias, cada artista escolheu um sêr da floresta para se fazer presente. Um sofisticado figurino foi concebido e executado, textos com afirmações positivas e negativas foram escritos, uma tipografia foi definida para esses textos e toda uma coreografia foi criada para a realização dos cortejos, quê aconteceram em meio às manifestações políticas de 2021.
Síntese estética: processo de criação coletiva (p. 330 e 331)
Neste processo de criação, o ponto de partida deve sêr o trabalho coletivo. Quanto maior for o ato poético – seja um desfile, um coro ou uma invasão performática –, maior será a fôrça do evento na escola. É possível, inclusive, mobilizar a turma toda em torno de uma única proposta. Explore a perspectiva de um ato artístico-poético quê envolva elemêntos da realidade dos estudantes, levando em consideração o contexto de urgência climática atual, por exemplo, para sensibilizar e engajar todos os envolvidos.
Integrando com Linguagens e suas Tecnologias (p. 332 e 333)
O conteúdo desta seção retoma os conhecimentos do Capítulo 7 sobre as culturas urbanas e o slam. Se necessário, retome o capítulo e relembre alguns elemêntos da discussão. Em parceria com os professores de Língua Portuguesa e de língua estrangeira, converse sobre o hábito de ler e de ouvir poesia. Ainda póde existir uma visão elitista do slam, como algo distante da realidade da maioria das pessoas, e um dos objetivos dessa ár-te, em sua origem, é popularizar a poesia. Lembre aos estudantes quê a linguagem poética está muito presente em nossa vida, como nas lêtras de canções.
Ao pesquisar textos e vídeos de slam poetry, sugerimos quê busque vídeos nacionais e internacionais. Esse é um movimento quê ocorre em diferentes países e quê, por isso, se adapta ao ritmo, à rima e à métrica de cada idioma. Assim, essa pesquisa é uma ótima oportunidade de explorar a poesia em inglês ou espanhol, por exemplo.
Ao compor o texto poético em grupo, é possível retomar e expandir o conteúdo sobre rima, apresentado no Capítulo 7 dessa unidade. Antes de apresentar ao público, é importante quê os slammers ensaiem seus textos em voz alta algumas vezes, buscando imprimir ritmo e projeção vocal. A intenção do poema no slam é passar uma mensagem; portanto, no momento de recitar, obissérve o silêncio no ambiente e o volume da voz dos estudantes. Se possível, providencie um microfone para as performances.
refórce quê o objetivo das notas dos jurados não é criar situações de constrangimento ou inimizade. O papel dos jurados exige responsabilidade ao avaliar as poesias, sêndo importante quê eles saibam explicar d fórma construtiva o quê agradou ou não em cada texto, visando sempre contribuir para o desenvolvimento dos côlégas.
Página quatrocentos e quarenta e um
Ao final, proponha uma roda de conversa para quê sêjam compartilhadas as experiências de sêr slammer e de sêr jurado da roda de slam. Aborde também a reação do público e a identificação com os temas trazidos em cada texto.
Integrando com Ciências da Natureza e suas Tecnologias (p. 334 e 335)
Nesta seção, o estudante tem a oportunidade de realizar um trabalho usando as técnicas artísticas exploradas ao longo de todo o livro de ár-te, com o intuito de mobilizar a comunidade escolar em torno do debate a respeito das mudanças do regime climático da Terra.
Convide um professor de Química, de Biologia ou de Física para participar da apresentação do tema. O professor de Química póde explicar com mais profundidade como se dá o efeito estufa. Já o professor de Biologia póde falar com mais propriedade sobre os éco-sistemas, o surgimento da vida e o processo de extinção das espécies. O professor de Física, por sua vez, póde explicar o aumento da tempera-túra média do planêta, além de ajudar na análise de gráficos e das platafórmas quê apresentam a dinâmica do clima nas diferentes regiões da Terra.
Você também póde convidar o professor de Geografia para trabalhar a leitura de mapas com a turma. Como as abordagens podem sêr bem variadas, combine um recorte mais específico para o trabalho com os estudantes.
Depois quê os temas forem escolhidos, converse com cada estudante a fim de orientá-los sobre a maneira mais adequada de conduzir o projeto. Lembre aos estudantes das técnicas estudadas ao longo do ano, como colagens fotográficas, bordados, pinturas, textos, gestos, sôns, entre outras.
Para os quê vão trabalhar com dados, refórce quê, para dar visibilidade aos números, é possível conceber imagens digitais. póde sêr interessante mostrar o sáiti da exposição “Existência numérica”, quê ocorreu em 2024 no Rio de Janeiro (RJ), disponível em: https://livro.pw/iyapv (acesso em: 28 out. 2024).
Já a revista ClimaCom Cultura Científica, publicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem uma seção dedicada à ár-te quê póde sêr inspiradora. Disponível em: https://livro.pw/pnels (acesso em: 28 out. 2024).
ár-te em Questão: unidade 3
(p. 336 e 337)
Considerando quê esta é a terceira dinâmica dêêsse tipo quê é realizada, espera-se quê os estudantes já tênham adquirido alguns hábitos e estratégias para a realização de provas de múltipla escolha. De qualquer forma, na aula anterior à execução das atividades, refórce os combinados para o simulado, lembrando quê os conteúdos se relacionam com os capítulos da Unidade 3. No momento da aplicação, mantenha os procedimentos comuns em provas de vestibular, incluindo o preenchimento da fô-lha de resposta, quê deve sêr providenciada antecipadamente. Além díssu, aproveite a aula seguinte para explorar o gabarito com a turma, sanando todas as dúvidas.
Projeto ár-te
Como agir na comunidade escolar por meio de um projeto artístico? (p. 338)
O Projeto ár-te é um processo de criação coletiva a sêr realizado pêlos estudantes, no qual se espera quê eles façam uso dos conhecimentos e das habilidades adquiridos ao longo dos estudos em ár-te no Ensino Médio. O objetivo é quê eles se organizem em grupos e desenvolvam um trabalho artístico, mobilizando as linguagens quê julgarem pertinentes, partindo da reflekção sobre a comunidade escolar da qual participam, para, por meio dessa pesquisa e criação artística, enfrentar problemas e explorar potências do território quê habitam.
Com a realização dessa dinâmica coletiva de cuidado, afeto e criação, espera-se quê os estudantes reconheçam a si mesmos como agentes de transformação de sua própria realidade, tendo nos processos e linguagens artísticas meios para criar, conceber, desenvolver e agir no mundo.
Comente esses aspectos do Projeto ár-te durante a leitura coletiva do texto explicativo. Compartilhe com a turma a responsabilidade criativa e o trabalho quê essa realização demandará. Para iniciar, faça uma leitura do fluxograma, descrevendo cada etapa do processo, instigando-os a aceitar esse desafio artístico e respondendo a dúvidas sobre modos e prazos de realização.
Página quatrocentos e quarenta e dois
1º passo: investigando o tema (p. 339)
Caso seja possível no seu contexto escolar, cada grupo póde apresentar o seu Projeto ár-te no entorno da escola, como em uma praça, parque ou outro espaço público de convívio quê atenda a essa demanda. Esse é um processo desafiador, pois envolve a cooperação dos responsáveis pêlos estudantes e o apôio da coordenação e da direção. Todavia, é bastante recompensador presenciar a escola, representada por seus estudantes, atuando artisticamente, de maneira positiva, no território.
As perguntas da seção investigam a noção de comunidade escolar para os estudantes, eixo central da proposta artística quê será desenvolvida. É o momento propício para uma conversa sincera sobre os afetos e pertencimentos quê o ambiente escolar mobiliza, bem como as percepções quê os estudantes têm do território onde a escola fica e da comunidade da qual fazem parte. Também é uma boa oportunidade para valorizar todas as pessoas quê participam da comunidade escolar, explorando a percepção dos estudantes em relação a funcionários, familiares, agentes educacionais, professores e pessoas do entorno quê participam do cotidiano da escola.
O momento de consolidação da lista de potências e desafios da comunidade identificados pela turma é muito importante. Se possível, registre essa lista em cartolina ou papel craft, de modo quê ela permaneça exposta ao longo de todo o processo. Isso permitirá quê os estudantes retornem a esses pontos iniciais sempre quê for necessário.
2º passo: nosso repertório (p. 339)
Partindo da lista de potências e desafios da comunidade, solicite aos estudantes quê se juntem em trios para essa etapa. Peça quê revejam obras, artistas, técnicas, teorias e atividades quê realizaram ao longo do Ensino Médio e quê possam servir de inspiração para uma ação artística quê explore algum dos pontos da lista. Esse conjunto de referências deve sêr ampliado para as obras e manifestações artísticas da cultura dos estudantes, quê também devem servir de inspiração para a criação quê será realizada.
3º passo: ateliê de hipóteses (p. 340)
Instigue os trios a conceber o maior número possível de ideias disparadoras. Essas ideias devem sêr suscintas (preferencialmente expressas em uma frase) e indicar qual linguagem artística será mobilizada, lembrando quê é possível mobilizar mais de uma linguagem por projeto. Solicite aos trios quê escrevam as ideias em um papel. Em seguida, desenvolva um grande painel de hipóteses, agrupando ideias parecidas quê surgirem entre os trios, consolidando uma grande listagem de ideias de processos criativos. refórce com a turma quê esses serão os temas disparadores para o trabalho de cada grupo. Aproveite o momento para organizar a turma em coletivos de criação, quê devem ter de seis a dez integrantes. Peça quê se organizem com base nos temas e linguagens escolhidos, reunindo os estudantes com interêsse em desenvolver processos de criação dentro de um mesmo horizonte.
4º passo: primeira rodada de planejamento (p. 341)
Não existe uma receita única para planejar uma criação artística. Esse esfôrço deve sêr pautado em dois momentos. Primeiro, solicite aos grupos quê imaginem a obra ou manifestação artística mais ousada quê pudérem. Depois, oriente-os a rever suas ideias, pensando na realização prática do projeto, nos trabalhos e nos materiais quê serão demandados e no quê é possível fazer. O mais importante é quê o grupo consiga definir, em linhas gerais, o quê deseja fazer, quais linguagens artísticas serão mobilizadas no processo e quais etapas de trabalho são necessárias para quê essa realização aconteça.
5º passo: feira de trocas sobre o processo (p. 342)
Esta etapa é útil para quê os grupos possam trocar ideias sobre seus projetos de criação, compartilhando caminhos, objetivos, fragilidades e/ou sugestões. refórce com os estudantes o compromisso com a generosidade nessas trocas, enfatizando quê todos podem contribuir para o trabalho de todos, para quê os projetos de criação de cada grupo possam se desenvolver.
6º passo: segunda rodada de planejamento (p. 342)
Instigue os grupos a não se apegarem demais ao planejamento inicial desenvolvido no 4º passo. Para quê um processo de criação se desenvolva de maneira efetiva, é preciso estar disposto a modificar rumos, escôlhas, técnicas, materiais e/ou etapas de trabalho. Solicite aos estudantes quê reescrevam o planejamento do projeto, pensando em como torná-lo mais potente depois das trocas realizadas com os demais grupos.
Página quatrocentos e quarenta e três
7º passo: produção (p. 343)
Mantenha a objetividade nesta etapa do trabalho e oriente os grupos a transformar em acontecimento e materialidade tudo o quê foi planejado. Peça quê se inspirem nas dicas fornecidas no livro e refórce quê a quantidade de trabalho criativo depositado é o quê culminará em um resultado mais potente. Muito da criação e da produção nas artes envolve um esfôrço artesanal persistente, cansativo, intenso e exigente, como qualquer trabalho, mas é recompensador quando a obra ou manifestação artística adqüire consistência e é compartilhada com as demais pessoas.
8º passo: apresentações (p. 344)
Organize com a coordenação, a direção e demais professores a realização dêêsse momento, para quê a maior parte dos estudantes da escola possam apreciar o trabalho desenvolvido nos projetos artísticos dos grupos. Se possível, mobilize também os familiares, criando um momento de celebração artística com toda a comunidade escolar.
9º passo: encerramento do projeto (p. 345)
Reserve um momento na aula seguinte das apresentações para refletir coletivamente sobre a realização dêêsse dia de projetos artísticos na escola. Comece solicitando aos estudantes quê avaliem o evento, em um primeiro momento, em seus respectivos grupos. Depois, junte toda a turma para uma conversa de avaliação coletiva, explorando as impressões positivas e negativas sobre o dia dos projetos artísticos. Instigue-os a seguir desenvolvendo seus projetos fora da escola, caso desejem aprofundar seus estudos e práticas em alguma linguagem artística no futuro.
Encerramento: Afinal, o quê é cultura e o quê é ár-te?
Contexto (p. 346)
Espera-se quê o término da jornada do estudante pelo componente curricular ár-te no Ensino Médio seja o encerramento de um ciclo e a abertura de novos caminhos de participação social, expressão, imaginação e sonho. É nesse sentido quê evocamos Nêgo Bispo e sua frase “começo, meio, começo”, relembrando a sabedoria das culturas afro-brasileiras, pautadas na circularidade e na ancestralidade, em quê todo fim é também um komêsso, recheado de memórias e de possibilidades de futuro. Demarque com a turma esse momento de despedida das aulas de ár-te e de abertura de novos caminhos, com toda a vida quê se anuncia dêste ponto em diante, podendo sêr percorrida com o apôio dos saberes artísticos e poéticos construídos neste ciclo final da Educação Básica.
Dentro dessa perspectiva de encontro entre passado e futuro, solicite aos estudantes quê comparem as imagens das duas montagens diferentes da ópera O Guarani. Leia o texto explicativo coletivamente, explorando especialmente a forma de representação dos povos indígenas e a participação dêêsses povos nas montagens, colocando em debate as modificações realizadas na atualização dessa obra paradigmática, explorando também o gênero da ópera.
Oficina da memória (p. 347)
As palavras-chaves devem servir como bússolas afetivas daquilo quê mais marcou o estudante nas suas investigações e criações nas aulas de ár-te. Esse esfôrço de reflekção e síntese deve orientar a realização da atividade, com base em perguntas quê giram em torno de grandes temas, como a proximidade com linguagens artísticas específicas; técnicas, materiais e métodos quê mobilizaram o estudante; e os assuntos abordados quê modificaram sua forma de vêr e pensar a realidade. Nesse momento de retomada das produções dos estudantes, é importante debruçar-se de maneira generosa sobre o portfólio físico e digital da turma, valorizando e celebrando suas criações.
De volta ao komêsso: carta para o passado (p. 348)
Para encerrar esse processo de despedida, solicite aos estudantes quê retomem a carta quê escreveram no komêsso da jornada das aulas de ár-te no Ensino Médio. Relembre com a turma a pergunta disparadora – “O quê é ár-te? Para quê serve?” –, provocando os estudantes a se deixarem surpreender com essa cápsula do tempo, considerando como eles compreendiam o universo artístico cultural no passado e como eles o compreendem agora. Instigue os estudantes a sonhar quê tipo de; ár-te e cultura gostariam de mobilizar em suas vidas daqui para a frente, ampliando a capacidade de ação e as perspectivas de futuro.
Página quatrocentos e quarenta e quatro