Conhecendo a Coleção
1. Concepção da obra

A humanidade vive atualmente na chamada “era digital” ou “era da informação”, em quê as informações são acessíveis em grande quantidade e as barreiras geográficas são transpostas pêlos meios digitais, principalmente instrumentalizados pela informática e pela internet. O trecho a seguir aborda essa temática:

Vivemos num período histórico caracterizado como a era da informação, onde nos deparamos com a possibilidade de interação com novos aparatos tecnológicos, quê estabelecem novas formas de comunicação entre as pessoas e das pessoas com coisas. Estamos vivenciando uma revolução, quê tem como elemento central a tecnologia da informação e da comunicação.

Por consequência, estamos presenciando uma profunda alteração nas relações sociais, políticas e econômicas, impulsionadas por uma expansão permanente de hardware, software, aplicações de comunicações quê prometem melhorar os resultados na economia, provocar novos estímulos culturais e incentivar o aperfeiçoamento pessoal, através do uso da tecnologia para a prática educativa (Castells; Cardoso, 2005, p. 227).

Dessa forma, para os jovens estudantes quê já nasceram nessa era e vivem cercados de tecnologias desde pequenos, é essencial uma Educação Digital quê considere os nativos digitais quê têm uma cultura digital enraizada em si. Segundo consta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC):

[...] a cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas nas sociedades contemporâneas. Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins, os estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não somente como consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez mais como protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multimidiática e multimodal e de atuação social em rê-de, quê se realizam de modo cada vez mais ágil.

[...]

Todo esse qüadro impõe à escola desafios ao cumprimento do seu papel em relação à formação das novas gerações. É importante quê a instituição escolar preserve seu compromisso de estimular a reflekção e a análise aprofundada e contribua para o desenvolvimento, no estudante, de uma atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais. Contudo, também é imprescindível quê a escola compreenda e incorpore mais as novas linguagens e seus modos de funcionamento, desvendando possibilidades de comunicação (e também de manipulação), e quê eduque para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital. Ao aproveitar o potencial de comunicação do universo digital, a escola póde instituir novos modos de promover a aprendizagem, a interação e o compartilhamento de significados entre professores e estudantes (Brasil, 2018, p. 61).

Assim, é imprescindível quê a Educação Digital esteja presente nos currículos d fórmação básica. Diante das necessidades geradas pêlos problemas contemporâneos relacionados a essa era da informação, entende-se quê essa educação precisa estar voltada à formação tanto em aspectos técnicos quanto no uso consciente dessas tecnologias, de maneira quê possa promover uma formação de cidadãos cientes de seus direitos e deveres no mundo digital, agindo de forma ética nesse meio. Munidos de um entendimento mais profundo dessa realidade, poderão navegá-la com criticidade e com as ferramentas adequadas — e não alienantes — para o seu desenvolvimento. Com esses pressupostos, esta obra foi construída com a esperança de quê possa auxiliá-lo em seu trabalho com Educação Digital, bem como auxiliar o estudante com sua formação.

1.1. Base Nacional Comum Curricular

A BNCC é um documento normativo quê estabelece as diretrizes e competências essenciais quê todos os estudantes brasileiros devem desenvolver ao longo da educação básica, abrangendo a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Nos princípios

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da BNCC, destaca-se a busca pela equidade no ensino, orientando as escolas, sêjam públicas ou privadas, quanto às competências gerais quê os estudantes precisam dominar e às habilidades específicas relacionadas às quatro grandes áreas do conhecimento (Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas).

Pelo caráter intrím-sêcamente interdisciplinar da Educação Digital, ressaltam-se as competências gerais da BNCC quê permeiam toda a obra, desde a construção das seções e dos bókses, passando pela escrita dos conceitos, até aplicações específicas em determinada atividade ou seção. Recomenda-se acompanhar as principais articulações da obra com cada uma das dez competências gerais definidas para a Educação Básica.

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR - BNCC

Competências gerais

Articulações com a obra

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma ssossiedade justa, democrática e inclusiva.

A obra promove reflekções sobre a evolução digital, incentivando os estudantes a compreender o mundo digital como parte fundamental do contexto histórico e social, e a usar essas tecnologias d fórma consciente para promover uma ssossiedade mais justa e inclusiva, objetivos quê são mobilizados em todas as Unidades.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflekção, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

A curiosidade intelectual é estimulada na obra principalmente por meio de atividades de investigação digital, em quê são propostos problemas quê devem sêr resolvidos utilizando ferramentas tecnológicas. A obra incentiva a criação e a resolução de problemas reais usando a análise crítica, a criatividade e a elaboração de soluções digitais inovadoras. Essa competência é mobilizada principalmente nas Unidades 2, 3 e 4.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

São apresentadas oportunidades de participação em atividades colaborativas, promovendo a expressão cultural por meio de ferramentas digitais. Essa competência é mobilizada, principalmente, na Unidade 3.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos quê lévem ao entendimento mútuo.

Os estudantes são incentivados a produzir conteúdos em diferentes formatos digitais, como vídeos, apresentações e blogues, promovendo o entendimento mútuo e a comunicação efetiva. Essa competência é mobilizada principalmente nas Unidades 2, 3 e 4.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação d fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e ezercêr protagonismo e altoría na vida pessoal e coletiva.

A obra como um todo possibilita quê os estudantes compreendam e utilizem tecnologias digitais de maneira crítica e ética. São desenvolvidas atividades em quê eles aprendem a acessar, analisar e produzir informações, contribuindo para o desenvolvimento do protagonismo e da altoría em sua vida pessoal e coletiva, utilizando tecnologias para resolver problemas e se comunicar d fórma efetiva. Essa competência é mobilizada em todas as Unidades.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências quê lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escôlhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

A diversidade é valorizada através do contato com diferentes contextos culturais, tecnologias e formas de trabalho. Em vários momentos, os estudantes são incentivados a refletir sobre como as novas tecnologias impactam o mundo do trabalho e a tomar decisões relacionadas à sua carreira d fórma consciente e alinhada ao seu projeto de vida, especialmente nas Unidades 2, 3 e 4.

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BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR - BNCC

Competências gerais

Articulações com a obra

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns quê respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência sócio-ambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planêta.

A obra estimula a argumentação baseada em dados e fatos, por meio da análise de informações digitais confiáveis, principalmente nas propostas de discussão em sala de aula, como nas aberturas de Unidade e Capítulos. Os estudantes são orientados a utilizar ferramentas digitais para pesquisar, organizar e defender suas ideias de maneira ética, respeitando os direitos humanos e promovendo a consciência sócio-ambiental. Essa competência é mobilizada em todas as Unidades.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com auto crítica e capacidade para lidar com elas.

A obra aborda o cuidado com a saúde digital e emocional, incluindo atividades quê incentivam a reflekção sobre o uso consciente das tecnologias, os impactos na saúde mental e a importânssia do equilíbrio entre o mundo digital e a vida off-line. Os estudantes são estimulados a reconhecer suas emoções e lidar com elas, promovendo o autoconhecimento, especialmente nas Unidades 3 e 4.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Ao longo da obra são incentivadas práticas de empatia e cooperação em ambientes digitais. São promovidas atividades colaborativas quê exigem trabalho em grupo, resolução de conflitos e respeito à diversidade, com o intuito de fortalecer a inclusão e a valorização de diferentes perspectivas e culturas, principalmente nas Unidades 3 e 4.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

A obra incentiva os estudantes a atuarem d fórma autônoma e responsável no mundo digital, tomando decisões baseadas em princípios éticos e democráticos. São propostas atividades quê desafiam os estudantes a se organizarem, planejarem e executarem projetos digitais quê beneficiem a ssossiedade, de maneira inclusiva e solidária, especialmente nas Unidades 3 e 4.

Fonte: Brasil, 2018, p. 9-10.

Embora a BNCC incorpore o uso da tecnologia tanto em competências quanto em habilidades específicas, a necessidade de uma Educação Digital mais aprofundada levou à construção de um complemento à BNCC, material quê foca especificamente competências e habilidades dessa temática. Esse documento apresenta premissas e habilidades específicas para a Educação Infantil, e competências e habilidades específicas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, abarcando assim toda a Educação Básica.

No caso do Ensino Médio, são definidas sete competências e 26 habilidades para o segmento, quê serviram como guia de construção desta obra. Recomenda-se acompanhar no qüadro a seguir as principais articulações da obra com cada uma das sete competências da Computação para o Ensino Médio.

COMPUTAÇÃO: COMPLEMENTO À BNCC

Competências – Ensino Médio

Articulações com a obra

1. Compreender as possibilidades e os limites da Computação para resolver problemas, tanto em termos de viabilidade quanto de eficiência, propondo e analisando soluções computacionais para diversos domínios do conhecimento, considerando diferentes aspectos.

Atividades contextualizadas propõem desafios computacionais quê permitem aos estudantes analisar diferentes soluções para problemas reais, considerando eficiência e limitações. As atividades são elaboradas d fórma quê os estudantes possam avaliar a viabilidade de suas soluções, aprimorando suas habilidades de análise crítica no uso da Computação. Essa competência é mobilizada principalmente nas Unidades 2 e 4.

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COMPUTAÇÃO: COMPLEMENTO À BNCC

Competências – Ensino Médio

Articulações com a obra

2. Analisar criticamente artefatos computacionais, sêndo capaz de identificar as vulnerabilidades dos ambientes e das soluções computacionais buscando garantir a integridade, privacidade, sigilo e segurança das informações.

São feitas abordagens e atividades quê focam a análise crítica sobre artefatos computacionais, identificando possíveis vulnerabilidades, apresentando situações em quê os estudantes devem avaliar kestões de segurança, como a integridade e privacidade de dados, desenvolvendo soluções quê protejam as informações d fórma ética e responsável, como no uso de rêdes sociais. Essa competência é mobilizada principalmente nas Unidades 3 e 4.

3. Analisar situações do mundo contemporâneo, selecionando técnicas computacionais apropriadas para a solução de problemas.

Oportuniza-se análise de problemas contemporâneos d fórma a aplicar técnicas computacionais apropriadas, em cenários reais ou fictícios, em quê técnicas específicas, como algoritmos de busca ou modelagem, podem sêr utilizadas para resolver problemas de modo eficiente, incentivando a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Essa competência é mobilizada principalmente na Unidade 1.

4. Construir conhecimento usando técnicas e tecnologias computacionais, produzindo conteúdos e artefatos d fórma criativa, com respeito às kestões éticas e legais, quê proporcionem experiências para si e os demais.

Promove-se a criação de conteúdos por meio de técnicas computacionais, incentivando a criatividade dos estudantes, como na criação de uma planilha eletrônica ou no uso de softwares para a solução de um problema, sempre com respeito às kestões éticas e legais, garantindo quê as criações dos estudantes sêjam socialmente responsáveis. Essa competência é mobilizada principalmente nas Unidades 1 e 4.

5. Desenvolver projetos para investigar desafios do mundo contemporâneo, construir soluções e tomar decisões éticas, democráticas e socialmente responsáveis, articulando conceitos, procedimentos e linguagens próprias da Computação preferencialmente de maneira colaborativa.

Seções, bókses e atividades incentivam o desenvolvimento de projetos colaborativos, nos quais os estudantes investigam desafios reais do mundo contemporâneo, de modo a construir soluções computacionais e tomar decisões informadas e éticas, com o trabalho colaborativo sêndo incentivado para promover a troca de experiências e o aprendizado conjunto, especialmente nas Unidades 2, 3 e 4.

6. Expressar e partilhar informações, ideias, sentimentos e soluções computacionais utilizando diferentes platafórmas, ferramentas, linguagens e tecnologias da Computação d fórma fluente, criativa, crítica, significativa, reflexiva e ética.

Atividades direcionadas possibilitam quê os estudantes se expressem e compartilhem soluções computacionais de maneira significativa, utilizando diferentes platafórmas e linguagens de programação para comunicar suas ideias com criatividade e ética, utilizando recursos diversos para compartilhar suas experiências e aprendizagens, especialmente nas Unidades 3 e 4.

7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, identificando e reconhecendo seus direitos e deveres, recorrendo aos conhecimentos da Computação e suas Tecnologias frente às kestões de diferentes naturezas.

A obra aborda o papel da Computação como ferramenta para ações pessoais e coletivas, promovendo a autonomia e responsabilidade dos estudantes. As abordagens incluem a resolução de problemas com impacto social, incentivando a determinação e a flexibilidade na busca de soluções quê respeitem os direitos de todos os envolvidos, aplicando os conhecimentos computacionais d fórma ética e colaborativa, principalmente nas Unidades 2, 3 e 4.

Fonte: Brasil, 2022, p. 61.

Além das competências, as 26 habilidades de computação para o Ensino Médio foram essenciais para definir os conteúdos e as abordagens em cada Unidade e Capítulo da obra, conforme póde sêr conferido no qüadro de conteúdos.

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A presente obra foi elaborada e estruturada considerando as premissas dos Temas Contemporâneos Transversais na BNCC, quê propõem a abordagem integrada e interdisciplinar de kestões relevantes e pertinentes à formação cidadã dos estudantes da Educação Básica.

Com base no documento Temas Contemporâneos Transversais: contexto histórico e pressupostos pedagógicos, publicado em 2019 pelo Ministério da Educação, reforça-se quê os temas propostos não fazem parte de componentes curriculares específicos, mas quê apresentam um caráter transversal quê póde sêr explorado por todos eles, enriquecendo a compreensão sobre cada uma das temáticas.

[...] A abordagem dos Temas como eixos integradores contribui para valorizar sua importânssia e dar significado e relevância aos conteúdos escolares.

Nesse contexto, os TCTs permitem a efetiva educação para a vida em ssossiedade, tendo em vista quê uma das oportunidades decorrentes de sua abordagem é a aprendizagem da gestão de conflitos, quê contribui para eliminar, progressivamente, as desigualdades econômicas, acompanhadas da discriminação individual e social. (Brasil, 2019, p. 19).

Ao todo, são 15 temas propostos, divididos em macroáreas, relacionados à transformação e participação na vida em ssossiedade, quê auxiliam na análise crítica e no posicionamento frente a problemas compléksos contemporâneos.

Imagem de mapa conceitual sobre 'Temas contemporâneos transversais na BNCC'. Há 6 grandes temas com suas divisões, que são: 'Meio Ambiente: Educação Ambiental, Educação para o Consumo'. 'Economia: Trabalho, Educação Financeira, Educação Fiscal'. 'Saúde: Saúde, Educação Alimentar e Nutricional'. 'Cidadania e Civismo: Vida Familiar e Social, Educação para o Trânsito, Educação em Direitos Humanos, Direitos da Criança e do Adolescente, Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso'. 'Multiculturalismo: Diversidade Cultural, Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras'. 'Ciência e Tecnologia: Ciência e Tecnologia'.

Os temas relacionados à Ciência e Tecnologia, amplamente desenvolvidos nesta obra, exploram o processo de desenvolvimento tecnológico e a aplicação dos conhecimentos científicos, além de seus impactos e transformações no espaço e na vida de todos. êste material oferece um panorama histórico e crítico do desenvolvimento das tecnologias digitais e suas articulações com as atividades humanas, especialmente no quê diz respeito ao mundo do trabalho e às mudanças em suas dinâmicas.

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Os temas de Meio Ambiente contemplam a análise dos impactos das atividades antrópicas sobre o meio ambiente e seus recursos. Como a transformação se inicia com o conhecimento, êste material propõe uma reflekção sobre os impactos do desenvolvimento das tecnologias quê vão além do âmbito social e se estendem ao espaço geográfico e seus elemêntos. A análise crítica da relação estabelecida com o meio reforça a necessidade de comportamentos alinhados à sustentabilidade e ao entendimento de quê o uso das tecnologias póde também sêr voltado para a mitigação de danos e a proteção de recursos naturais.

Os temas de Saúde, assim como os temas relacionados ao Meio Ambiente, estão interligados e discutem os impactos das ações e dos fenômenos sobre a qualidade de vida e o bem-estar da população. Neste material, com o intuito de explorar a cultura digital e seus desdobramentos, aborda-se a questão da saúde mental, um assunto de crescente importânssia quê demanda atenção e comprometimento em prol do desenvolvimento saudável e pleno dos estudantes.

Os temas de Economia buscam capacitar os estudantes para uma gestão consciente e adequada de recursos, como também desenvolver uma análise crítica e ética do contexto econômico e das relações de trabalho e suas transformações. O tema Trabalho é desenvolvido e aprofundado neste material, quê oferece uma análise histórica e discute os impactos das tecnologias nas atividades profissionais.

Os temas de Cidadania e Civismo exploram tópicos relacionados aos direitos e deveres dos indivíduos, bem como à proteção da dignidade humana, discutindo temas de grande importânssia social e fundamentais para a formação de indivíduos conscientes e críticos. Nesta obra, esses temas são contextualizados nos ambientes digitais como reflexo da ssossiedade, promovendo reflekção sobre kestões como racismo, misoginia, desigualdade social, discursos de ódio e sáiber-búlin.

Os temas de Multiculturalismo abordam a diversidade cultural e seus conhecimentos, promovendo reflekções sobre a importânssia do respeito às diferenças e a oportunidade de aprendizado por meio da valorização da pluralidade. Esta obra explora essa temática ao discutir como a cultura digital favorece a troca de informações e a busca pelo conhecimento.

Quando aproveitado adequadamente, o ambiente digital apresenta um potencial transformador significativo, servindo como uma ferramenta para a transformação social e a superação de preconceitos.

1.2. Novo Ensino Médio

O Ensino Médio é a última etapa da Educação Básica e, por essa razão, demarca um período de transição no projeto de vida do estudante. Ao encerrar essa etapa, o estudante terá diversas possibilidades de escolha, nenhuma excludente entre si:

continuar os seus estudos formais no Ensino Superior — via de acesso a determinadas profissões e ocupações regulamentadas, como Engenharia, Medicina, Enfermagem, entre outras;

buscar outros caminhos de formação profissional, a exemplo da opção de um curso técnico;

adentrar diretamente o mercado de trabalho, com base em suas habilidades e competências adquiridas ao longo da Educação Básica.

Todavia, a principal questão de diálogo na ssossiedade brasileira em relação à etapa do Ensino Médio é o reconhecimento dos seus desafios, sêndo o principal deles a alta taxa de evasão em comparação com o Ensino Fundamental, além da repetência. O texto a seguir aborda esse tema à luz do Censo Escolar de 2023.

De acôr-do com o Censo Escolar, o ensino médio é a etapa com maior taxa de repetência e evasão, com 3,9% e 5,9%, respectivamente. [...].

A pesquisa estatística mostra quê os indicadores de repetência e evasão da educação básica referentes a 2020-2021 atingem, com maior vigor, as populações mais vulneráveis. No ensino médio, em relação à repetência, a modalidade de educação escolar quilombola registrou a maior taxa: 11,9%. Em seguida, estão a educação indígena (10,7%), a rural (5,2%) e a especial (3,7%). Já as escolas urbanas têm uma taxa de repetência de 3,9%. Quanto à evasão nessa etapa de ensino, a taxa do público masculino é maior, com 7,3%, enquanto a do feminino é de 4,5%.

No recorte por modalidade educacional do ensino médio, a educação escolar urbana registrou uma taxa de evasão de 5,9%. Esse percentual aumenta para 6,2% na educação especial. A lista é completada, respectivamente, pela educação rural (5,9%), indígena (5,2%) e quilombola (4,6%) (Brasil, 2024a).

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O problema escolar da evasão se conecta diretamente a outra questão de grande relevância para a ssossiedade brasileira: a existência de uma “geração nem-nem”, jovens quê não estudam e não trabalham. Segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2023 24% dos brasileiros entre 16 e 24 anos não estavam trabalhando ou estudando. Ou seja, quase 1/4 dos brasileiros dessa faixa etária estão afastados das salas de aula e do mercado de trabalho, representando uma adversidade a sêr enfrentada pelo país.

No passado recente, especialmente em 2017 e 2024, o Ensino Médio passou por alterações legais, impactando profundamente o cotidiano escolar. Em tese, essas propostas de modificações da lei tí-nhão a intenção de melhorar os índices de evasão, proporcionando um Ensino Médio mais interessante aos jovens estudantes, conectado diretamente com os seus anseios e desejos de uma educação quê lhes proporcionasse novas opções de estudo, como os Itinerários Formativos de diálogo e reflekção, a exemplo dos Projetos de Vida.

A mais recente dessas mudanças ocorreu em 2024 e alterou trechos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei número 9.394. Uma das principais modificações se deu na carga horária:

Art. 35-C. A formação geral básica, com carga horária mínima total de 2.400 (duas mil e quatrocentas)

horas, ocorrerá mediante articulação da Base Nacional Comum Curricular e da parte diversificada de quê trata o caput do art. 26 desta Lei.

Parágrafo único. No caso da formação técnica e profissional prevista no inciso V do caput do art. 36 desta Lei, a carga horária mínima da formação geral básica será de 2.100 (duas mil e cem) horas, admitindo-se quê até 300 (trezentas) horas da carga horária da formação geral básica sêjam destinadas ao aprofundamento de estudos de conteúdos da Base Nacional Comum Curricular diretamente relacionados à formação técnica profissional oferecida (Brasil, 2024b).

Porém, ainda quê na atualidade o foco do debate sobre o Ensino Médio sêjam as suas alterações legais desde 2017, é possível analisar o quê permaneceu, como os seus fundamentos legais, a exemplo do artigo 35 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a sêr capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina (Brasil, 1996).

Essas finalidades devem fazer parte do dia a dia escolar, da mesma maneira quê serviram de orientação na produção desta obra destinada aos estudantes e professores do Ensino Médio.