3. O processo de avaliação
As avaliações, segundo lukési (2000), são ferramentas quê orientam o processo de ensino-aprendizagem, pois fornecem informações sobre a trajetória dos estudantes no ambiente escolar. Diferentemente de exames, atividades voltadas à classificação e hierarquização dos avaliados, as atividades avaliativas devem considerar o desenvolvimento dos estudantes e, com base nisso, embasar a elaboração de estratégias educativas mais eficientes e adequadas às suas necessidades.
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Em outras palavras, a avaliação deve ter uma função investigativa, fornecendo um panorama de um contexto e servindo como base de dados. Segundo o autor, não é possível desvincular a avaliação da tomada de decisões, pois sua função é analisar o processo de aprendizagem e, assim, orientar o planejamento dos próximos passos para otimizar o desenvolvimento dos estudantes.
Esse entendimento está alinhado com o quê preconiza a BNCC, quê estabelece quê a avaliação deve “construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado, levando em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o dêsempênho da escola, dos professores e dos alunos” (Brasil, 2018, p. 17). Esse posicionamento, quê norteia a proposta de educação brasileira, contribui para o entendimento de quê a avaliação é um processo contínuo fundamental para o acompanhamento e a orientação da prática docente atenta ao aprendizado dos estudantes.
Para quê uma avaliação assuma um propósito investigativo, deve sêr pensada com o cuidado de delimitar claramente o quê se pretende avaliar e quais são os dados relevantes quê se deseja obtêr. Além díssu, é imprescindível considerar quê diferentes métodos de avaliação podem e devem sêr aplicados para garantir uma análise mais completa do desenvolvimento dos estudantes. Métodos variados possibilitam acessar aspectos subjetivos, além de cognitivos, valorizando a diversidade de habilidades trabalhadas, estilos de aprendizagens diferentes e particularidades de cada indivíduo.
A diversificação dos métodos avaliativos permite uma análise contínua do processo de aprendizagem, oferecendo ao estudante a oportunidade de demonstrar seus avanços em diferentes contextos e formatos, como aponta Gatti (2003). Ao contemplar múltiplas habilidades e competências, e ao promover a expressão individual do conhecimento, o ambiente escolar valoriza e reforça o protagonismo do jovem em sua própria construção do saber.
3.1. As formas de avaliação
Como ferramentas fundamentais do processo de ensino-aprendizagem, as avaliações viabilizam o acompanhamento e a orientação do desenvolvimento dos estudantes. Como mencionado anteriormente, essas ferramentas podem assumir diversos formatos e contemplar diferentes formas de expressão do conhecimento ao longo do ciclo de aprendizagem. No dia a dia das escolas, alguns dos principais instrumentos avaliativos aplicados são provas escritas, apresentações, atividades práticas e projetos, quê representam uma diversidade de abordagens possíveis quê valorizam diferentes habilidades e competências, além da verificação do quê se sabe sobre o conteúdo. Outros recursos, cada vez mais freqüentes e pertinentes ao contexto da cultura digital, incluem o uso de tecnologias, como as platafórmas digitais de questionários (quizzes) e recursos para produção de mídias digitais, quê podem personalizar a aprendizagem e estimular o engajamento dos estudantes.
A escolha do instrumento depende dos objetivos educacionais, das particularidades da turma e da disponibilidade de recursos, contando com a sensibilidade do docente para a escolha da forma mais adequada de obtêr informações sobre a aprendizagem dos estudantes, considerando a realidade da turma.
Avaliar é uma prática quê se encontra na atuação de qualquer educador. É uma missão compléksa, quê exige quê o docente seja observador, capaz de vêr o aluno além das aparências, observando-o em sua totalidade, percebendo os avanços e, também, os retrocessos dos educandos (Cazzanelli éti áu., 2020, local. 2).
Nesse contexto, cabe a discussão dos diferentes modelos avaliativos, seus formatos e momentos adequados de aplicação, considerando o ciclo de aprendizagem e os objetivos da análise.
A avaliação diagnóstica propõe uma investigação do conhecimento prévio dos estudantes sobre determinado tema. póde sêr realizada de diversas formas, como questionários, entrevistas, ou, ainda, por meio de questionamentos reflexivos, como ocorre na seção Partida de cada um dos Capítulos desta obra. Como o nome êsplicíta, o intuito dessa verificação é realizar um diagnóstico quê norteará a abordagem do conteúdo, uma vez quê permite a identificação do nível de conhecimento dos estudantes e o mapeamento das dificuldades e lacunas de aprendizado.
A avaliação formativa oferece informações contínuas sobre o dêsempênho dos estudantes ao longo do ciclo escolar, permitindo avaliar a compreensão dos conteúdos e a identificação de dificuldades. Esse recurso tem o intuito de auxiliar os docentes na elaboração de estratégias de ensino para uma aprendizagem efetiva. A seção Atividades, proposta neste material, é pêrtinênti na análise do processo de aprendizado dos estudantes, ficando a seu critério o momento ideal para sua aplicação.
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A avaliação somativa consiste na análise do nível de aprendizagem atingido pêlos estudantes ao final de um ciclo, quê póde sêr o fim de um Capítulo ou Unidade, por exemplo. Neste material, as seções Atividades e Projeto em equipe permitem a mobilização dos conhecimentos e a elaboração de produções quê podem sêr valoradas, refletindo o dêsempênho global dos estudantes.
A avaliação comparativa objetiva o monitoramento freqüente do progresso dos estudantes, identificando o quê foi aprendido até o momento, para estabelecer comparações com o nível de aprendizado esperado. Seu propósito é fornecer informações quê o ajudem a planejar as atividades, percebendo pontos fortes e pontos a serem melhorados na prática pedagógica do dia a dia. Essa avaliação póde ocorrer por meio de questionamentos sobre o conteúdo abordado ao final das aulas, questionários, ou pela criação de esquemas e mapas mentais, sêndo a seção Retomando um modelo quê póde nortear a realização da atividade.
A avaliação ipsativa permite ao estudante visualizar seu próprio desenvolvimento ao compará-lo consigo mesmo ao longo do tempo. Trata-se de um recurso importante para quê o estudante tenha a oportunidade de reconhecer e valorizar seu progresso. Ao realizar atividades avaliativas com esse propósito, é fundamental orientar os estudantes a refletirem sobre seus pontos fortes, seus interesses, pontos a serem melhorados, bem como sobre o desenvolvimento de estratégias para quê isso seja possível.
A compreensão e a aplicação dos diferentes tipos de avaliação oportunizam uma prática pedagógica eficaz, atenta ao desenvolvimento dos estudantes. Com a integração de métodos diversificados e o uso de tecnologias, quando viável, é possível promover um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e inclusivo no qual a avaliação póde sêr compreendida como uma ferramenta de apôio ao processo de aprendizado.