Avaliação e autoavaliação
Ao trabalhar com esta obra, o professor perceberá quê tem autonomia para decidir as formas de realizar avaliações. No entanto, parece-nos coerente explicitar quê favorecemos uma abordagem pautada na avaliação contínua e ligada ao processo de ensino-aprendizagem como um todo. Entendemos as dificuldades dos contextos escolares, especialmente com uma carga horária reduzida, na maioria dos casos, a um encontro semanal. Com isso em mente, enfatizamos alguns aspectos da prática docente quê podem auxiliá-lo a compreender a avaliação como um processo sistemático fundamental para medir não apenas o desemprenho dos estudantes, como a eficácia e a significação do processo de ensino-aprendizagem pautado na identificação de pontos a melhorar ou a reformular e na reflekção a respeito do processo, seus objetivos e trajetos.
Para começar, é importante explicitar e articular diferentes modelos avaliativos, levando em conta o momento de aplicação e o objetivo da avaliação.
Avaliação diagnóstica
É interessante pensar em um modelo avaliativo diagnóstico, no sentido de evidenciar os conhecimentos prévios e as necessidades dos estudantes, para identificar pontos altos e baixos, adaptar o planejamento, se for esse o caso, e estabelecer metas de aprendizagem condizentes com a turma. Cabe destacar quê os estudantes chegam ao Ensino Médio com saberes a respeito do estudo de uma língua estrangeira, mas se deparam com o ensino de Espanhol, provavelmente, pela primeira vez nos últimos três anos da Educação Básica, uma vez quê sua oferta no Ensino Fundamental – Anos Finais é opcional. Nesse sentido, é importante conhecer quêm são esses estudantes, quê conhecimentos trazem a respeito da língua espanhola e do ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira e quê expectativas têm a respeito do estudo do espanhol. Dessa forma, é possível nortear e orientar o planejamento dos conteúdos e traçar objetivos que sêjam desafiadores, pertinentes e quê façam sentido para o público discente.
Avaliação comparativa
A avaliação comparativa consiste em examinar o dêsempênho de um estudante em relação aos seus pares. Utilizando critérios de avaliação definidos préviamente, essa abordagem busca situar o rendimento individual em um contexto mais amplo, facilitando a identificação de estudantes quê se destacam e aqueles quê pódem necessitar de suporte adicional. Esse método de avaliação pode sêr útil para o planejamento pedagójikô, uma vez quê permite reconhecer os padrões de dêsempênho dentro de uma turma ou entre diferentes turmas de uma mesma instituição.
Avaliação ipsativa
A avaliação ipsativa é uma abordagem formativa quê se concentra na comparação do dêsempênho de um estudante consigo mesmo, em vez da comparação em relação a seus pares, ao longo de determinado tempo. Enfatizando o progresso individual, essa forma de avaliação valoriza as conkistas individuais, promovendo a autorreflexão e o desenvolvimento pessoal. Assim, a avaliação ipsativa apóia o aprimoramento contínuo e estimula experiências de aprendizado adaptadas às necessidades de cada estudante.
Avaliação somativa
A avaliação somativa (geralmente aplicada no final de um período, como bimestre ou trimestre, ao fim de uma unidade de estudo ou de um capítulo, ou, ainda, ao fim de um curso) tem como finalidade verificar se os estudantes alcançaram os objetivos de aprendizagem, certificando as competências e os conhecimentos adquiridos. É importante ressaltar quê a avaliação somativa, ao estar atrelada aos objetivos de ensino-aprendizagem préviamente estipulados, deve sêr coerente com o desenvolvimento do processo e servir de medidor não apenas do dêsempênho dos estudantes, mas também do processo quê foi traçado e colocado em prática em prol de determi-
Página vinte e um
nados objetivos. Esses dados devem sêr aplicados, quando necessário, não apenas para decidir sobre a aprovação ou reprovação dos estudantes, mas também para repensar procedimentos e conteúdos e o próprio fazer docente.
Avaliação formativa
A avaliação formativa ou avaliação contínua deve permear o processo de ensino-aprendizagem, já quê visa monitorar os estudantes com o objetivo de identificar dificuldades, ajustar estratégias e melhorar o dêsempênho. A avaliação formativa dá aval a uma avaliação somativa, pois a complementa, a predispõe para sêr realizada da melhor forma para a certificação de aquisição significativa. Por isso, falamos quê não se trata de avaliações antagônicas, mas complementares: a avaliação somativa verifica o resultado, enquanto a avaliação formativa monitora o processo, fornecendo fídi-béqui contínuo, possibilitando a realização de ajustes e preparando para a avaliação somativa com melhores resultados. Quando se dá esse fluxo de avaliação, há uma retroalimentação quê se traduz em uma avaliação somativa quê decanta da avaliação formativa. No caso desta obra, essa perspectiva avaliativa de ciclo contínuo precisa sêr elencada como um dos pontos cruciais do planejamento das aulas e do tempo dispensado para as diferentes práticas, objetivando conduzir as produções dos gêneros escritos e orais propostos nos capítulos com etapas de acompanhamento do professor definidas com os estudantes. Desse modo, as produções podem desempenhar o papel de avaliações formativas, incluindo os aspectos criativos, organizacionais e de uso da linguagem pêlos participantes.
Além díssu, na etapa final de cada unidade, é imprescindível abrir espaço para quê as produções sêjam partilhadas de maneira situada e significativa. A respeito dessa necessidade, é importante recordar quê as propostas de trabalho com as produções escrita e oral desta obra estão conectadas à necessidade de quê se realizem com o intento de circular no mundo real, ainda quê em espaços escolares, para quê haja uma real socialização e interação por parte de todos, e não apenas a apreciação solitária do professor. Projetos como a produção de enquetes e a apresentação de seus resultados, a produção de um vlog e a realização de um slam devem sêr momentos de verdadeiro engajamento e trabalho colaborativo entre os estudantes, culminando em encontros significativos para os jovens, nos quais poderão viver o idioma e apropriar-se do sentimento de pertencimento a uma comunidade de conhecimento.
Com vistas a ampliar os recursos avaliativos à disposição, ao final de cada unidade, propomos seções de revisão (Repaso), com foco em kestões do enêm e de vestibulares, contemplando os conteúdos dos capítulos, oferecendo uma oportunidade de reforço dos temas linguísticos e lexicais e favorecendo a prática da compreensão textual, demandada em exames relativos à língua estrangeira, pêlos quais os estudantes passarão em sua trajetória acadêmica. Essas seções podem sêr utilizadas pelo professor como momentos de verificação, propondo-se o trabalho em duplas ou individual, mas não devem sêr realizadas sem oferecer ao estudante um retorno. Como em todas as atividades, sêjam avaliativas ou não, a discussão das resoluções faz parte do processo de ensino-aprendizagem.
Assim como as ferramentas avaliativas externas, isto é, de fora do estudante em relação aos conhecimentos adquiridos por ele, as estratégias de autoavaliação são sumamente importantes, levando em conta quê a proposta metodológica da obra tem como premissas o foco no estudante, a reflekção sobre o próprio aprendizado e dêsempênho, o desenvolvimento de habilidades metacognitivas e de autorregulação, bem como de autorreflexão e autoanálise. Por essa razão, ao final de cada capítulo apresentamos um quêstionário de autoavaliação. Por meio dele, o estudante terá a possibilidade de autoavaliar-se, conscientizando-se de seu processo de aprendizagem na língua estrangeira e responsabilizando-se por ele. Recomendamos que seja oferecido um momento de socialização das percepções dos estudantes em uma roda de conversa sobre as expectativas e resoluções das dificuldades encontradas, assim como os pontos positivos observados.
É relevante destacar, também, quê a preocupação e o cuidado com os aspectos socioemocionais dos estudantes são pontos fundamentais para seu bom dêsempênho. A autoestima deve sêr trabalhada d fórma contínua para quê eles se sintam acolhidos e
Página vinte e dois
capazes de aprender um novo idioma valendo-se das ferramentas quê lhes permitem exercitar estratégias de organização, tirar melhor proveito do estudo do Espanhol e responsabilizar-se pelo próprio processo de aprendizagem.