UNIDADE 2
fôrça E EQUILÍBRIO

A praia de Cumuruxatiba fica no distrito de Prado, litoral sul do estado da baía. O seu nome tem origem indígena, formado pelas palavras cumuxa, quê significa “maré alta” (imagem da esquerda), e tiba, quê significa “maré baixa” (imagem da direita).

Em cidades litorâneas, é possível observar o fenômeno das marés quê ocorre quando níveis de á gua aumentam e diminuem ao longo do dia. êste fenômeno interfere na rotina do local, pois existem intervalos de tempo adequados para praticar pesca, realizar travessias de barcos e fazer passeios turísticos.

A fôrça exercida nas á guas é de alta intensidade, capaz de movimentar uma grande massa de água de um local para outro. Nesta Unidade, você estudará os fenômenos físicos quê explicam a ocorrência das marés.

Página setenta e um

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

1. Você já presenciou o fenômeno das marés?

2. No seu entendimento, por quê esse fenômeno ocorre? E por quê ele se repete praticamente com a mesma freqüência?

3. Em diversas regiões do Brasil, percebemos a presença de elemêntos da cultura dos povos indígenas, como nos nomes dados a locais. Uma forma de interagir com essa cultura é praticando etnoturismo. Você conhece êste termo? Pesquise e converse com seus côlégas a respeito. Avaliem a importânssia do etnoturismo para locais como Cumuruxatiba, tanto para aqueles quê praticam quanto para aqueles quê oferecem esses serviços.

Fotografia que mostra dois momentos da maré em uma praia. Na imagem da esquerda, a maré está mais alta, com o mar próximo da faixa de areia e pequenas ondas alcançando a praia. O céu está claro e sem nuvens. Na imagem da direita, a maré está baixa, deixando uma ampla faixa de areia exposta, com pequenas poças de água e restos de vegetação marinha espalhados.  O céu está claro e com poucas nuvens.

Página setenta e dois

TEMA 7
O método da Ciência

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Ciência e método

Será quê existe um método único a sêr seguido pêlos cientistas durante seus trabalhos? Os métodos utilizados mil anos atrás são os mesmos métodos utilizados há 500 anos ou utilizados atualmente?

A Ciência sempre foi praticada em todo o mundo pelas diversas civilizações, porém é comum se mencionar as contribuições oriundas da Antigüidade grega, período em torno de 3500 a.C. e 476 d.C. Entre os métodos da época, um quê se póde destacar era o de buscar respostas e conhecimentos no mundo das ideias, na razão oriúnda da mente. O filósofo grego Platão (c. 427 a.C.-347 a.C.) foi um dos adeptos a essa forma de pensamento.

Aristóteles, discípulo de Platão, rompeu essa ideia e estabeleceu a lógica como um instrumento quê possibilita pensar e conferir a precisão daquilo quê se observa. Esse método influenciou o trabalho de vários outros cientistas modernos.

Por volta do ano 1000, filósofos e cientistas árabes estruturaram outra forma de se pensar a Ciência. O astrônomo e matemático Ibn al-Haitham (965-1040) conduziu pesquisas por métodos semelhantes aos métodos utilizados pela Ciência atual, realizando observações e experimentações sistemáticas e controladas para se conseguir descrever um problema.

O também astrônomo e matemático Abu al-Biruni (973-c. 1052) considerou quê os observadores podem inserir êêrros na tomada de dados e quê isso poderia sêr corrigido pelas repetições dos testes. Alguns anos antes, o alquimista Abu Jabir Hayyan (c. 721- c. 815) introduziu a noção de experimentação controlada. Esses são apenas exemplos de pessoas quê se dedicaram à construção da Ciência em diferentes partes do mundo.

Na Europa, diversas pessoas também contribuíram para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos métodos praticados em Ciência. É comum destacar o filósofo inglês róger Bacon (c. 1220-1292), com a ideia de levantamento e teste de hipóteses; o filósofo inglês Frâncis Bacon (1561-1626), a quêm se credita o método da indução, quê parte de observações particulares e delas induz leis e teorias gerais, ou universais; Galileu, que defendeu e praticou a união da observação dos fenômenos com a dedução de hipóteses e a elaboração de experimentações controladas, utilizando da linguagem matemática; e o filósofo e matemático francês Renê Descartes (1596-1650), quê desenvolvê-u as bases para uma área denominada Epistemologia, isto é, a maneira como conhecemos e compreendemos algo, chegando a propor um modelo matemático para descrever o pensamento humano.

PENSE E RESPONDA

Ilustração que representa o químico francês 'LAVOISIER'. Na imagem aparecem homens em volta de um equipamento. Os homens estão em um laboratório e usam roupa de outra época.

LAVOISIER exécute la décompostion de l'air. 1870. 1 gravura.

Representação do químico francês antoní Lavoisiê (1743-1794), enquanto apresenta sua experiência da decomposição do ar a côlégas cientistas.

1 Os métodos utilizados pelo cientista retratado na tela são os mesmos utilizados pêlos cientistas atuáis?

Página setenta e três

Mas será quê foram apenas estes indivíduos quê contribuíram na pesquisa das formas do fazer Ciência? cértamênte não. Muitos outros contribuíram, de diversas regiões do mundo.

O fazer Ciência envolve a realização de algumas práticas comuns tanto em investigações realizadas há milhares de anos quanto nas atuáis, como: a observação sistemática e controlada, a elaboração de hipóteses, a realização de testes de verificação, a proposição de previsões para possíveis situações, o uso de experimentos controlados, a análise de resultados, a abrangência da investigação, o desenvolvimento de enunciados universais, a prática de testes contínuos, entre outras.

O avanço da tecnologia possibilitou métodos mais precisos, cálculos mais ágeis e instrumentos de investigação mais eficientes, bem como viabilizou o desenvolvimento de equipamentos capazes de realizar investigações extremamente difíceis de serem testadas. Portanto, embora na prática científica se identifique um conjunto de métodos a serem seguidos, não há uma receita única de como proceder.

SAIBA +
A Ciência na África

As invenções e inovações africanas, desde a história antiga até os dias atuáis, são diversas, e muitas delas estão presentes em nosso cotidiano. A forma de extração e o uso do ferro e a plantação e fiação do algodão tiveram início no continente africano e são apenas dois dêêsses exemplos.

No antigo Egito, existia um rigoroso método para aferição de massa e de medidas, um sistema de escrita definido e um calendário quê é considerado um dos mais precisos da Antigüidade. Além díssu, os egípcios dominavam áreas como Matemática, Química, Astronomia, Medicina e Engenharia. Os túmulos em forma de pirâmides demonstram seus amplos conhecimentos com base na experiência prática.

Já entre os séculos XI e XV, os povos da África subsaariana (ao sul do deserto do Saara) desenvolveram diversos conhecimentos de Mecânica aplicados a Arquitetura e Engenharia.

Além destas importantes heranças, o desenvolvimento científico contemporâneo no continente africano é expressivo. Monty Jones (1951-2024), doutor em Biologia Vegetal de Serra Leoa, participou de um trabalho inovador quê contribuiu no desenvolvimento de uma variedade de arrôz mais resistente à seca, com grande produtividade e rico em nutrientes.

Fotografia do biólogo MONTY JONES. ele está em uma estufa de plantas, segurando um pote de vidro com uma planta dentro. Ele usa cabelo curto crespo, óculos e jaleco. A fundo aparecem outros potes de vidro enfileirados.

Monty Jones, em um laboratório (2002).

ATIVIDADES

1. A pirâmide de Quéops, no Egito, é formada por mais de 2,3 milhões de blocos de pedra calcária, com 2,5 toneladas cada uma. Existem diferentes hipóteses quê tentam explicar como elas foram construídas. Faça uma pesquisa sobre algumas destas técnicas e verifique quais são os conhecimentos exigidos em cada uma delas.

2. Elabore uma redação com o seguinte enfoque: A importânssia da globalização do conhecimento científico. Pesquise dados e referências para elaborar seu texto e, utilizando-os, escrêeva sua opinião acerca da importânssia de se divulgar corretamente os avanços científicos em diversas partes do mundo, os benefícios quê os estudos em determinado país podem proporcionar para outros países, os problemas da centralização do conhecimento em determinados locais, entre outros.

Página setenta e quatro

Ciência: uma construção humana

A discussão acerca do método quê normalmente um cientista segue em seu trabalho revela um caráter humano da Ciência, quê é coletiva e é passível de êêrros e acêrrrtos.

Os métodos desenvolvidos refletem a forma de se pensar em cada época. Os problemas enfrentados pêlos cientistas, quê, muitas vezes, culminaram no atraso, ou mesmo no impedimento, do desenvolvimento de sua teoria, deixaram de herança para as próximas gerações de cientistas inúmeras observações e ideias. Por causa díssu, foram se criando métodos úteis aos trabalhos dêstes, contribuindo para novas conclusões.

Os estudos da Terra e da organização do Sistema Solar, por exemplo, são realizados há milhares de anos e sempre foram conduzidos por indivíduos guiados pelas próprias crenças e hipóteses. Pode-se observar isso na análise dos estudos da Gravitação.

Muitos cientistas passaram anos da vida deles olhando para o céu em busca de compreender a organização e a dinâmica do Universo. Costuma-se citar o astrônomo egípcio Cláudio Ptolomeu (c. 90 d.C.-168 d.C.), com a sua proposição de modelo geocêntrico (Terra no centro, em repouso, com os astros girando ao seu redor) quê foi aceito por cerca de 1.500 anos.

Fala-se também do astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico, com sua proposta de um modelo heliocêntrico (Sol no centro, em repouso, com os astros, inclusive a Terra, girando ao seu redor). Porém, existem registros de pitagóricos, como eram chamados os seguidores do matemático Pitágoras (c. 570 a.C.- 500-490 a.C.), quê, por volta de 500 a.C., na Grécia antiga, acreditavam quê a Terra se movia ao redor de um “fogo central”. Já Aristarco de Samos havia propôsto no século III a.C. quê a Terra se movia em torno do Sol.

O astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601) fez observações precisas e sistemáticas dos astros celéstes, conduzidas por sua ideia de um modelo geocêntrico. Brahe entregou ao astrônomo e matemático alemão Johannes Képler (1571-1630) todas as suas observações e anotações. Képler seguiu com os trabalhos por vários anos, concluindo as leis quê regem o movimento dos corpos em órbita, as leis de Képler, quê você estudará adiante.

SAIBA +
César Lattes e o Prêmio Nobél de Física

Diversas leis e teorias são conhecidas pelo nome de um cientista, como as leis de níltom, a lei da indução de Faraday e o modelo atômico de Rutherford. A maior parte dessas teorias foram desenvolvidas ao longo de muitos anos e contaram com a contribuição de diversos cientistas.

No entanto, não se deve reduzir uma lei ou teoria apenas àquela pessoa quê teve o crédito de seu nome, assim como não se deve creditar todo o desenvolvimento científico a apenas um indivíduo.

O físico brasileiro Césare Mansueto Giulio Lattes (1924-2005), conhecido como César Lattes, teve destaque mundial em sua carreira, principalmente, pela codescoberta da partícula méson pi, ou píon, em 1947.

Trabalhando em conjunto com outros cientistas, como o físico inglês Cecil frânki Powell (1903-1969), Lattes investigou raios cósmicos em um laboratório instalado nos Andes bolivianos, quando detectou a partícula buscada, o méson pi. Em 1948, Lattes e outros cientistas produziram o méson pi artificialmente em um acelerador de partículas da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos.

Apesar da descoberta de Lattes, o Prêmio Nobél de Física devido à descoberta do méson pi foi entregue em 1949 para o físico japonês Hideki Yukawa (1907-1981), quê havia previsto teóricamente a existência do píon; e em 1950 para Powell, quê era o chefe das pesquisas responsáveis pela detecção do méson pi.

Página setenta e cinco

ATIVIDADES

1. No seu entendimento, quais foram os motivos quê levaram a césar Lattes não receber o Prêmio Nobél de 1950?

2. Em grupo de até quatro integrantes, pesquisem acerca da repercussão do trabalho de Lattes para o desenvolvimento da Ciência no Brasil. Discutam oralmente os resultados obtidos.

ATIVIDADES

1. Quais são as principais diferenças entre os métodos utilizados por cientistas no passado, até chegar nos métodos dos cientistas atuáis?

2. (UFF-RJ) O conceito de “Revolução Científica” envolve as novas concepções sobre a natureza e os métodos de investigação das ciências naturais quê predominam a partir do século XVII. Assinale a opção quê combina dois marcos da “Revolução Científica”.

a) A teoria da evolução, de xárlês Dárvim, e o desenvolvimento da tabéla periódica dos elemêntos, por Dmitri Mendeleev.

b) A teoria do eletromagnetismo, de diêmes Clerk Macsuéll, e as leis da hereditariedade, de Gregor Mendel.

c) A teoria geocêntrica de Ptolomeu e o teorema de Pitágoras.

d) A teoria atomística de Demócrito e a medicina científica de Hipócrates.

e) A teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico e a lei da gravitação universal, de Isaac níltom.

Resposta: e)

3. Tycho Brahe fez importantes investigações sobre o Universo e o Sistema Solar, embora acreditasse quê o sistema de organização era geocêntrico, mesmo após a divulgação dos trabalhos de Copérnico sobre o sistema heliocêntrico. Posteriormente, Képler, considerando a proposta de Copérnico, seguiu com suas investigações e desenvolvê-u as leis de movimento.

De quê forma as convecções individuais de um cientista podem impedi-lo de fazer as pesquisas e chegar em uma conclusão?

4. O afresco apresentado a seguir é chamado Escola de Atenas e foi pintado pelo italiano Rafael Sanzio entre 1509 a 1511. Nele é retratado um local quê ficou conhecido como Academia de Platão, na Grécia antiga, sêndo assim uma homenagem à Filosofia. A pintura apresenta cerca de sessenta personalidades quê discutem suas teorias. Em uma posição de destaque, no centro da imagem, está Platão à esquerda e Aristóteles à direita. Na pintura, Platão está representado apontando para cima, enquanto Aristóteles está com a mão para baixo, indicando o lugar em quê estão, o mundo. Faça uma pesquisa sobre estes filósofos gregos e verifique os motivos de eles estarem representados desta forma.

Reprodução de uma pintura 'ESCOLA DE ATENAS'[RAFAEL]. No destaque, a imagem do centro da pintura aumentada, retratando os filósofos, PLATÃO á esquerda e ARISTÓTELES á direita. eles estão em salão com colunas e arcos, vestem mantos.

SANZIO, Rafael. Escola de Atenas. [entre 1509 e 1511]. 1 afresco, 500 cm × 770 cm.

Pintura na qual constam diversas personalidades da Grécia antiga com detalhe para o centro da imagem, quê mostra Platão (à esquerda) e Aristóteles (à direita).

Página setenta e seis

TEMA 8
Forças e as leis dos movimentos da Dinâmica

Aproveitar esse momento para debater a reflekção do primeiro parágrafo com os estudantes. Incentivá-los a apresentar respostas para as perguntas apresentadas e analisá-las brevemente, sem, contudo respondê-las. Direcionar a discussão para quê eles compreendam a importânssia de um agente – a fôrça – para quê esses movimentos sêjam possíveis e comentar quê esse assunto será discutido a partir dêêsse Tema.

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Dinâmica: as causas do movimento

O quê mantém a Lua se movimentando ao redor da Terra? por quê um paraquedista, ao realizar um salto, cai em direção à Terra?

Quando foram iniciados os estudos de movimento a partir das grandezas posição, velocidade e aceleração, não foram consideradas as causas para quê esses movimentos ocorressem, mas apenas se analisou seus efeitos.

Fotografia do planeta Terra e da Lua, observadas do espaço. Na imagem, a Terra está com uma parte encoberta por sombras.

Terra e Lua observadas do espaço (imagem sem escala; cores fantasia).

Fotografia de dois paraquedistas saltando. Os dois estão no mesmo paraquedas, eles usam roupa de proteção e capacete. Na paisagem, o céu e as nuvens.

Paraquedistas em movimento de queda.

A Dinâmica é a parte da Mecânica quê estuda os movimentos considerando suas causas e seus efeitos, isto é, relaciona o movimento à fôrça.

Quando se fala em fôrça, normalmente se remete a empurrar, puxar ou segurar algum corpo. Em sua definição física, fôrça está relacionada com uma interação entre corpos ou sistemas, quê podem estar em contato ou não.

Dessa interação, surgem pares de forças quê atuam nos corpos envolvidos, podendo ter efeitos diferentes em cada um deles.

Os efeitos das fôrças estudados pela Dinâmica são relacionados aos movimentos, ou seja, força é a ação quê causa variações no estado de movimento ou repouso de um corpo.

A fôrça é uma grandeza vetorial, possuindo assim módulo e orientação.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de um homem praticando musculação em uma sala de academia. Ele segura um peso em uma das mãos, está sentado, usa cabelo curto crespo, roupa esportiva, camiseta e shorts. Ao fundo imagem de pesos enfileirados.

Pessoa pratíca musculação, atividade quê exige a aplicação de forças.

Fotografia de pessoas praticando canoagem. Eles estão cada um em uma canoa, dentro da água, usam um remo, cada, estão com roupa esportiva e de toca de borracha.

No esporte, atletas usam a fôrça de vontade para atingir seus objetivos. Competição de canoagem nos Jogos Olímpicos de Paris (2024).

1 Os usos da palavra "fôrça" têm a mesma conotação nas duas situações apresentadas? Justifique sua resposta.

Página setenta e sete

Força resultante

Em diversas situações, é possível quê o mesmo corpo esteja sujeito à ação de várias forças. Nesse caso, essas forças são representadas por apenas uma, chamada fôrça resultante, quê será designada por R.

Para obtêr a fôrça resultante R, é preciso fazer a soma vetorial de todas as forças quê atuam no corpo.

Exemplificando, considere o ponto material A nos dois casos a seguir:

1º caso: as forças F1 e F2 agem sobre A.

Duas forças 'F2' seta a esquerda e 'F1'seta a direita, saem de um ponto 'A'.

A fôrça resultante é dada por:

R=F1+F2

2º caso: as forças F1 F2, e F3 agem sobre A.

Três forças 'F3' seta para esquerda,'F2'seta a direita para cima e 'F1' seta direita para baixo, saem de um ponto 'A'.

A fôrça resultante é dada por:

R=F1+F2+F3

Generalizando, diz-se quê sobre o ponto material A agem n forças, F1,F2,,Fn

R=F1+F2++Fn

A representação apresentada indica uma adição vetorial, quê não corresponde, necessariamente, a uma adição dos módulos das forças. É preciso fazer uma análise vetorial.

No SI, a unidade de medida de fôrça é o nílton (N). Como se trata da unidade de medida, deverá sêr escrita com letra minúscula (nílton), e seu sín-bolo, com letra maiúscula (N).

ATIVIDADES

1. O quê é fôrça resultante?

2. Uma fôrça de módulo 10 N e outra de módulo 12 N são aplicadas, simultaneamente, a um corpo. Qual das opções a seguir apresenta uma possível intensidade resultante dessas forças?

a) 0

b) 1 N

c) 15 N

d) 24 N

e) 120 N

Resposta: c)

3. Sobre a bancada de um laboratório, um corpo é submetido à ação de duas forças, F1 = 50 N e F2 = 20 N. Durante um teste, a direção e o sentido dessas forças sofrem variações, para quê se saiba em quê situações ocorrem a maior ou a menor intensidade da fôrça resultante R .

Página setenta e oito

Determine a intensidade da fôrça resultante quê age no corpo quando o ângulo formado entre as duas forças é:

a) 60°, sabendo quê cos 60° = 0,5;

≃ 62,4 N

Duas forças: 'F1'seta para cima e 'F2'seta horizontal para a direita, formando um ângulo de sessenta graus.

b) 30°, sabendo quê cos 30° 1 0,87.

≃ 68,1 N

Duas forças:'F1'seta para cima e 'F2'seta horizontal para a direita, formando um ângulo de trinta graus.

4. Por causa da correnteza das águas de um rio, um barco está amarrado por duas kórdas quê aplicam nele as forças F1 = 40 N e F2 = 30 N.

Na figura, estão representadas as direções e os sentidos das forças quê agem no barco (o barco está representado pelo ponto material P). Sabendo quê dessa forma o barco se mantém em repouso, determine (em newton) o módulo da fôrça F3, aplicada pela á gua no barco.

50 N

Três forças:'F3'seta horizontal a esquerda, 'F1'seta para cima a direita e 'F2'seta para baixo a direita. As setas saem de um ponto 'P'. As setas 'F1'e'F2'são perpendiculares, formando um ângulo reto.

As leis de níltom

Os estudos acerca do movimento e a busca por leis universais quê o caracterizavam se iniciaram ainda na Antigüidade, mas foi entre os séculos XVI e XVIII quê passou a sêr descrito da forma mais próxima da quê se conhece atualmente, com a elaboração das primeiras sistematizações.

Diversos cientistas contribuíram nesses estudos, como Galileu, Descartes, o filósofo e matemático alemão Gottfried uiu rélm Leibniz (1646-1716) e a matemática e física francesa Émilie du Châtelet (1706-1749). Esses cientistas buscavam definições sobre as leis de movimento com base na massa e na velocidade dos corpos e chegaram a conclusões importantes.

Em 1687, níltom publicou a obra Os princípios matemáticos da filosofia natural (conhecida como Principia), em quê apresentou as leis para os movimentos, quê ficaram popularmente conhecidas como leis de níltom. Apesar do nome, essas leis consistem em uma análise e sistematização de diversos conhecimentos até então produzidos, o quê revela o caráter humano da Ciência, quê é feita d fórma coletiva e passível de acêrrrtos e êêrros.

É importante destacar quê as leis de níltom são válidas apenas em referenciais não acelerados (referenciais inerciais), isto é, referenciais em repouso ou em movimento retilíneo uniforme em relação a outro referencial também não acelerado. Além dessa restrição, as leis de níltom não são válidas em fenômenos a altas velocidades, próximas às da luz, e em fenômenos em escala atômica.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de três homens jogando Curling. Na imagem os homens estão em uma quadra, com uma camada de gelo. Eles empurram uma bola com rodos. eles usam roupa de frio.

Competição de curling durante os Jogos Olímpicos de Inverno, Itália (2006).

2

Aristóteles acreditava quê sempre existia uma fôrça agindo a favor do movimento e, caso a fôrça cessasse, o movimento deixaria de existir. Você concórda com essa afirmação? Na pedra de curling, por exemplo, após ela sêr lançada pelo atleta, existem fôrças agindo sobre ela? Alguma força age a favor do movimento?

Página setenta e nove

Princípio da inércia (1ª lei de Newton)

O conceito de inércia, enunciado formalmente por Isaac níltom, diz quê:

Todo corpo permanéce em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta quando a fôrça resultante quê atua sobre ele é nula.

A tendência de um corpo a permanecer em repouso ou em movimento retilíneo uniforme só é válida quando a resultante das forças quê atuam sobre ele é nula. Se um ponto material está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a velocidade vetorial é constante. pôdêmos sistematizar esse conceito da seguinte forma:

F=0v é constante {em repouso (v=0)em MRU (v=constante)

Equilíbrio é um estado em quê o corpo se encontra quando sua aceleração é nula. O estado de repouso é denominado equilíbrio estático e o estado de movimento retilíneo uniforme é denominado equilíbrio dinâmico.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de uma mulher, dentro de um veículo, colocando o cinto de segurança. Ela está sentada no banco do carro, usa blusa de manga longa e calça comprida. Tem o cabelo crespo, na altura do ombro.

Mulher dentro de um veículo coloca cinto de segurança.

3 O artigo 105 do cóódigo de Trânsito Brasileiro indica alguns itens obrigatórios para os veículos, como o cinto de segurança e o encosto de cabeça. Qual é o princípio físico de movimento quê corrobora a utilização dêêsses dois mecanismos?

Princípio fundamental da Dinâmica (2ª lei de Newton)

Observe duas situações nas quais uma mesma fôrça resultante R (não nula) foi aplicada em dois corpos com massas distintas: na Figura 1, tem-se uma massa m1 e, na Figura 2, tem-se uma massa m2, sêndo m2 > m1.

Representação de um veículo caminhonete sem carga, com massa 'm1', com a frente voltada para a direita, com seta 'R' apontando para a direita e seta 'a1'apontando para a direita.

Figura 1: uma fôrça resultante R é aplicada em um veículo de massa total m1.

Representação de um veículo caminhonete com carga, com massa 'm2', com a frente voltada para a direita, com seta 'R' apontando para a direita e seta 'a2'apontando para a direita.

Figura 2: a mesma fôrça resultante R é aplicada em um veículo de massa total m2.

Quanto maior a massa do corpo, maior será a resistência à variação de velocidade, isto é, para a mesma fôrça resultante R, se a massa aumentar, a intensidade de a diminuirá e vice-versa.

Quando um ponto material de massa m é submetido à ação de uma fôrça resultante R diferente de zero, ele adqüire uma aceleração a cuja direção e sentido são os mesmos de R e intensidade inversamente propor cional à da massa. Assim, o princípio fundamental da Dinâmica é definido como:

R=ma

Página oitenta

A massa póde sêr interpretada como uma medida da resistência quê um corpo apresenta à variação da velocidade, ou seja, é como uma medida da sua inércia.

No SI, são utilizadas as seguintes unidades: quilograma (kg), para massa; métro por segundo ao quadrado (m/s2), para aceleração; nílton (N), para fôrça.

Considerando o princípio fundamental da Dinâmica, temos: 1 nílton é a intensidade de uma fôrça quê, ao agir em um objeto de massa 1 kg, manifesta nele uma aceleração de 1 m/s2, na sua direção e no seu sentido. Portanto: 1 N = 1 kg ⋅ 1 m/s2.

Princípio da ação e reação (3ª lei de Newton)

Considere as três situações a seguir.

Fotografia de uma mulher andando na rua, ela tem cabelos longos, usa blusa de manga longa e calça comprida, tem uma bolsa pendurada no ombro.

Pessoa caminha.

Fotografia de um homem remando um caiaque. Ele está dentro do caiaque, que está na água, segura um remo com as mãos, e está usando um colete salva vidas. Ao fundo, vegetação.

Pessoa rema em um caiaque.

Fotografia de um avião voando no céu, ele é movido á hélice. Nuvens abaixo do avião.

Avião de hélice.

Nas situações apresentadas, é possível verificar quê ocorre uma interação entre os envolvidos em cada situação: na caminhada, a mulher empurra o solo para trás, e o solo a empurra para frente; no caiaque, o remador empurra a á gua para trás, e a á gua empurra o barco para frente; e, por fim, no avião, as hélices empurram o ar para trás, e o ar empurra o avião para frente. Nessas três situações, realiza-se uma fôrça de ação para receber uma fôrça de reação. Essas forças agem simultaneamente e aos pares, e jamais se anulam, pois atuam em corpos distintos.

De acôr-do com níltom, a ação de forças em uma interação entre corpos póde sêr analisada pelo princípio da ação e reação:

Quando um corpo A imprime uma fôrça de ação em um corpo B (FAB), o corpo B imprime uma fôrça de reação no corpo A (FBA) de mesma intensidade, mesma direção e em sentido ôpôsto. Essas forças sempre atuam em corpos distintos.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de um jogador cabeceando uma bola. A bola está em cima da cabeça do jogador, seu formato redondo, está amassado com a cabeçada do jogador. O jogador está de costas. A bola tem desenhos triangulares estampados e o número 12.

Jogador cabeceia uma bola.

4 Ao cabecear uma bola, o jogador age aplicando uma fôrça sobre ela. Nesse instante, a bola também aplica uma fôrça na cabeça do jogador?

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

O sáiti indicado a seguir contém um simulador de um sistema envolvendo blocos e polia fixa quê permite variar massas, coeficientes de atrito e a gravidade local.

Leis de níltom. Publicado por: Laboratório Virtual de Física da Universidade Federal do Ceará. Disponível em: https://livro.pw/ahlyx. Acesso em: 30 jul. 2024.

Página oitenta e um

ATIVIDADE RESOLVIDA

1. Um vagão de trem em um parque de diversões, de massa m = 100 kg, está em repouso sobre trilhos retilíneos horizontais. A partir de determinado instante, uma fôrça resultante R passa a agir sobre ele, na direção paralela aos trilhos, com intensidade constante de 50 N. Qual é a velocidade do vagão 20 s após a ação de R ter iniciado?

Resolução

Como R é a fôrça resultante, o vagão passa a descrever movimento retilíneo acelerado na mesma direção e no mesmo sentido de R

R = ma ⇒ 50 = 100a ⇒ a = 0,5 m/s2

O movimento desenvolvido pelo vagão é retilíneo e uniformemente variado. Dessa forma, tem-se:

v = vi + at ⇒ v = 0 + 0,5 ⋅ 20 ⇒ v = 10 m/s

ATIVIDADES

5. Você empurra um carrinho e ele se móve. Soltando-o, você nota quê em poucos segundos ele para. Esse fato contradiz a 1ª lei de níltom? Justifique sua resposta.

6. O princípio da inércia é válido quando se aplica a um corpo uma única fôrça?

7. A Ciência é construída por sêres humanos, e é passível de êêrros e acêrrrtos. Diversas leis e teorias foram desenvolvidas no trabalho e na dedicação de inúmeras pessoas. Credita-se a Isaac níltom a frase “se eu enxerguei mais longe, é porque eu me apoiei em ombros de gigantes”. Se for considerada essa frase como verdadeira, qual seria, no seu entendimento, a ideia quê níltom desejava transmitir?

8. Um trenzinho de massa 1,2? 103 kg parte do repouso e depois de 10 s atinge a velocidade de 36 km/h. Determine: o valor médio da fôrça resultante quê estabeleceu essa aceleração no veículo.

1,2 ⋅ 103 N

9. Considere o princípio da ação e reação e dêz-creva o quê ocorre com os corpos quê interagem nas situações a seguir.

a) No instante em quê o jogador chuta a bola, o quê ocorre na interação do pé com a bola?

b) Durante o deslocamento de um avião, o quê ocorre na interação das paredes da aeronave com os gases produzidos por ela?

c) O quê ocorre na interação da Terra com a Lua?

10. por quê as forças de ação e reação não podem sêr somadas?

11. Um astronauta de dimensões desprezíveis está em repouso no ponto A da Figura 1, em uma região do espaço livre de ações gravitacionais significativas, em quê 0xyz é um referencial inercial. Com a ajuda de uma mochila espacial, dotada dos jatos 1, 2 e 3 de mesma potência e quê expelem combustível queimado nos sentidos indicados na Figura 2, o astronauta consegue mover-se em relação a 0xyz.

Ilustração de um astronauta no espaço. Da sua mochila nas costas saem setas representando os jatos. Jato 1 seta para baixo, jato 2 seta para a esquerda e jato 3 seta para cima.

Para percorrer a trajetória A → B → C, o astronauta deverá acionar, durante o mesmo intervalo de tempo, os jatos em qual sequência?

1, 3 e 2

Página oitenta e dois

Interações entre os corpos

A interação entre corpos ocorre, basicamente, de duas formas: interação a distância e interação por contato.

Na interação a distância, as forças de interação entre corpos se estabelece sem quê exista contato entre eles. Estas forças são também denominadas forças de campo, pois a teoria quê explica a interação a distância diz quê a região onde estas forças ocorrem é denominada campo.

Forças de campo também são definidas pela terceira lei de níltom, do princípio da ação e reação, ou seja, os corpos envolvidos na análise considerada sentem fôrças de mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos. Como exemplo de fôrças de campo, podem-se citar a fôrça da gravidade, a força magnética e a força elétrica.

Na interação por contato, a fôrça de interação entre corpos se estabelece devido ao contato entre eles. São exemplos a fôrça normal e a de atrito (que serão estudadas adiante).

Representação do planeta Terra à esquerda, com a força 'F G', representada por um seta, saindo do centro do planeta em direção à Lua, à direita. Saindo do centro da Lua, há a força 'menos F G', apontando em direção à Terra.

Representação da Terra e da Lua, com os vetores fôrça de atração gravitacional, um exemplo de interação a distância (imagem sem escala, cores fantasia).

Considere, por exemplo, uma pessoa quê está realizando uma caminhada. Quando o pé se firma sobre a superfícíe, há a ação do pé sobre o solo pela fôrça de contato, nomeada -F A fôrça de reação do solo sobre o pé da pessoa é nomeada F de mesma intensidade, mesma direção e sentido ôpôsto.

A fôrça F quê age sobre o pé póde sêr decomposta em duas componentes: a componente normal, ou perpendicular à superfícíe (denominada fôrça normal N), e a componente tangencial, ou paralela à superfícíe (denominada fôrça de atrito Fat). Observe, a seguir, a indicação dos vetores dessas forças.

Fotografia de uma mão de uma pessoa, segurando uma barra de imã, que está encostando em um copo de vidro, cheio de água.

Força de atração entre um íman e um prego quê está dentro de um copo de vidro com á gua, um exemplo de interação a distância.

Ilustração de um pé tocando o chão. Do pé saem duas setas, uma subindo e e outra descendo. escrito em cada ponta das setas a letra F, Apontando para cima  e -F apontando para baixo. Representando foça de contato de ação e reação.

Representação da fôrça de contato de ação e reação entre o pé e o solo.

Representação gráfica. Uma seta 'N' apontando para cima, perpendicular a seta 'Fat' apontando para a direita e uma seta 'F' diagonal apontando para cima.

Decomposição do vetor fôrça de contato sobre o pé, nas componentes normal N e tangencial Fat.

Representação de um pé tocando o chão. Abaixo do pé, setas 'menos Fat' horizontal, apontando para a esquerda e seta 'N' vertical, apontando para baixo .Acima do pé, as setas 'Fat' horizontal, apontando para a direita e a seta 'N' vertical, apontando para cima.

Representação das respectivas componentes da fôrça de contato sobre o solo e o pé (sem proporção com a ilustração anterior).

Página oitenta e três

Força peso

Em seus estudos sobre a interação da gravidade, níltom propôs quê os corpos geram um campo gravitacional ao seu redor, d fórma quê entre dois ou mais corpos surge uma atração, quê age a distância – a fôrça da gravidade. Essa fôrça tem intensidade considerável quando ao menos um dos corpos envolvidos tem grande massa, como a Terra.

A queda dos corpos ocorre por causa do campo de fôrças existente nas proximidades da Terra, chamado campo gravitacional. A força de atração quê age sobre o corpo, quando ele é abandonado no campo gravitacional da Terra, chama-se fôrça peso P e é responsável pela acele ração adquirida por ele durante a queda, denominada aceleração da gravidade (g).

Em outras palavras, pode-se dizêr quê o peso de um corpo é a fôrça gravitacional com a qual a Terra o atrai. Essa definição de fôrça peso também póde sêr aplicada nas proximidades das superfícies de outros corpos celéstes.

Abandonando um corpo de massa m próximo da superfícíe terrestre e desconsiderando a resistência do ar durante a queda livre, a fôrça resultante sobre ele é a fôrça peso P Sendo a aceleração resultante a igual à aceleração da gravidade (a=g), e a fôrça resultante R igual à fôrça peso (R=P), pelo princípio fundamental da Dinâmica, tem-se:

R=ma

Portanto:

P=mg, ou, em intensidade, P = mg

A massa do corpo não se altera com a mudança do local, mas a intensidade do peso sofre alteração, pois a fôrça de atração exercida no corpo varia de um local para outro.

Representação do Planeta Terra, com três corpos pontuais destacados. Ponto 'A' localizado na extremidade esquerda da Terra, com setas 'g A' e 'P A' apontando para o centro da Terra. Ponto 'B' localizado fora da Terra, acima e a direita, com setas 'g B' e 'P B' apontando para o centro da Terra. Ponto 'C' localizado fora da Terra, abaixo e a direita, com setas 'g C' e 'P C' apontando para o centro da Terra.

Representação Terra da Terra com três corpos pontuais de mesma massa, mas em distâncias distintas. Quanto mais afastado, menor a intensidade da aceleração da gravidade e menor a intensidade da fôrça peso (imagem sem escala; cores fantasia).

Considerando a superfícíe terrestre, tem-se quê:

o valor de g varia com a latitude, sêndo maior nos polos do quê no equador.

o valor de g varia com a altitude, sêndo maior ao nível do mar.

A fôrça peso P tem a mesma direção e o mesmo sentido da aceleração da gravidade g.

Observe a representação da fôrça peso de três corpos pontuais de mesma massa: corpo A (PA),corpo B (PB) e corpo C (Pc).

Uma unidade de medida de fôrça denominada quilograma-força (kgf) tem sua definição com base na fôrça peso. Um corpo de massa 1 kg tem peso equivalente a 1 kgf quando imérso em campo gravitacional. Portanto:

P=mgP=1kg9,8ms2P=9,8N} 1 kgf = 9,8 N

É comum adotar g = 10 m/s2, logo 1 kgf = 10 N.

Essa relação entre as unidades póde ajudar a compreender alguns equívocos da linguagem cotidiana, como: “meu peso é 70 kg”, quando o correto seria dizêr: “meu peso é 70 kgf” ou “minha massa é 70 kg”.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de uma jaqueira .Na imagem uma árvore de tronco largo com várias jacas penduradas.

Jaqueira.

5 O quê provoca a queda dos frutos das plantas após eles se desprenderem dos galhos?

Página oitenta e quatro

SAIBA +
Exploração espacial

O planêta Terra possui condições ideais para a existência das formas de vida conhecidas atualmente, como aceleração da gravidade adequada, presença de atmosféra e pressão atmosférica, á gua em estado líquido, existência de sólos passíveis de cultivo, entre outras.

Além díssu, existem características relacionadas ao Sistema Solar quê também são favoráveis, como a distância adequada do Sol e a localização em um sistema com planêtas gigantes gasosos, quê sérvem como protetores para a Terra contra colisões com corpos celéstes quê vagam pelo Universo.

A busca por locais fora da Terra onde as formas de vida conhecidas tênham condições adequadas para existir e se desenvolver é um ramo de pesquisa espacial. Nesse contexto, existe a terraformação, quê é o desenvolvimento de ambientes fora da Terra, como planêtas ou estações espaciais, quê simularia as condições necessárias para o desenvolvimento da vida.

Embora a terraformação pareça algo hipotético e distante, saído dos cenários de ficção, existem pesquisas e investimentos atuáis com esse objetivo. Parcerias entre agências espaciais públicas e particulares estabeleceram um prazo de 20 a 30 anos para a chegada da primeira tripulação humana no planêta Marte, por exemplo. Essa tripulação não será tratada como astronautas, mas como colonizadores.

Caso essa missão se realize, a ideia é o estabelecimento de pequenas bases de estudos para iniciarem as alterações do ambiente. Posteriormente, essas bases irão evoluir para módulos mais sofisticados e, futuramente, em uma vila de moradores. É bom destacar quê se trata de um projeto em fase de idealização.

ATIVIDADES

Organize-se em grupos de até cinco integrantes para pesquisar os itens a seguir.

1. Investiguem quais características, considerando outros planêtas ou satélites, precisariam sêr alteradas para possibilitar a permanência de vida humana com qualidade.

2. Pesquisem sobre as contribuições de outras áreas de estudo para o desenvolvimento da terraformação de outro planêta. Organizem-se para conversar com professores de outros componentes para complementar suas respostas.

3. Busquem mais informações sobre o programa espacial quê objetiva levar a primeira tripulação até o planêta Marte. Verifiquem as últimas atualizações dêêsse programa e dêtálhes sobre projetos quê poderão sêr desenvolvidos em território marciano, caso a missão tenha êxito.

Fotografia da superfície do planeta Marte . Na imagem o solo, com predas e um morro ao fundo.

Superfície de Marte registrada pelo robô Perseverance, quê chegou ao planêta em 2021.

Página oitenta e cinco

Força normal

Chama-se fôrça normal (N), ou reação normal, qualquer fôrça de contato nas superfícies de dois ou mais corpos quando encostados uns nos outros. Assim, só há sentido em descrever a fôrça normal se as superfícies de contato se comprimirem mutuamente.

Observe nas fotografias a seguir a representação das forças normais perpendiculares em cada superfícíe.

Fotografia de duas aves, uma de frente para a outra. Elas são brancas com as asas escuras. Duas setas, estão ilustradas na pata de uma das aves. Na seta apontando para cima está a letra N e na seta apontando para baixo a letra -N.

Ave sobre o solo, com a representação da fôrça normal na pata dela e no solo.

Ilustração de uma caixa, sobre uma rampa inclinada. Da caixa saem duas setas, uma apontando para cima coma letra N e outra seta, apontando para baixo com a letra -N.

Caixa sobre uma superfícíe inclinada, com a representação da fôrça normal na caixa e na superfícíe.

A fôrça normal apresenta as características a seguir.

A intensidade depende da compressão entre as superfícies.

A direção é perpendicular à superfícíe, no ponto onde se dá o contato.

O sentido é contrário ao ponto onde se dá o contato.

Força de tração

A fôrça de tração (T) é um tipo de fôrça de contato quê ocorre em fios, cabos e kórdas transmitida sobre eles de uma extremidade a outra.

Analise o exemplo de um lustre pendurado por um fio, com a indicação das forças presentes no lustre e no fio em destaque.

Representação de um lustre pendurado por um fio, na posição vertical com a lâmpada para baixo em dois quadros. Q1: interação entre o fio e o teto, setas 'menos T' vertical apontando para cima e seta 'T' vertical apontando para baixo. Interação entre o lustre e o fio, setas 'menos T' vertical apontando para cima e seta 'T' vertical apontando para baixo. Q2: Ilustração do lustre com o fio destacado. Seta no teto 'T teto' vertical apontando para baixo, seta no lustre 'T lustre' vertical apontando para baixo. e seta no fio 'T fio' vertical apontando para cima e 'T fio' vertical apontando para baixo.

Nessa situação:

Tlustre:força com quê o fio traciona o lustre.

Tfio:força de tração quê o lustre aplica no fio.

Tteto:força com quê o fio traciona o teto.

Tfio:força de tração quê o teto aplica no fio.

A fôrça de tração apresenta as características a seguir.

A intensidade depende da fôrça quê traciona o fio.

A direção é a mesma da direção do fio.

O sentido é o quê se traciona (ou “puxa”) o fio.

No estudo, é comum considerar os fios e os cabos como ideais, ou seja, como inextensíveis e de massa desprezível em relação aos outros corpos envolvidos.

Página oitenta e seis

Polias

Em algumas situações, é necessário modificar a direção do fio sem alterar a intensidade das forças. Para isso, são usadas polias ou roldanas fixas, quê permitem redirecionar uma fôrça aplicada.

Polias fixas não geram vantagens mecânicas, isto é, para equilibrar um corpo quê recebe uma fôrça peso de 50 N, deve-se aplicar na kórda uma fôrça de tração de 50 N.

Comumente, as polias são consideradas ideais, ou seja, desprezam-se possíveis atritos quê interfiram em seu funcionamento.

Já as polias móveis oferecem vantagens mecânicas quanto à intensidade da fôrça aplicada.

Uma associação de polias fixas e móveis tem como objetivo redirecionar a fôrça aplicada e mover corpos com menor esfôrço.

Note, na figura, quê cada polia móvel associada ao sistema provoca uma redução da fôrça aplicada pela pessoa.

Nesse tipo de associação de polias, denominada talha exponencial, associando n polias móveis ao sistema para elevar uma carga de fôrça peso P, a fôrça T aplicada será:

T=P2n

Representação de uma pessoa levantando uma caixa com um sistema de polias. Na imagem, uma pessoa a esquerda, puxa uma corda vertical para baixo, quatro polias a direita e uma caixa abaixo. Na pessoa uma seta vertical para baixo 'T igual a P dividido por oito'. Polia 'P dividido por dois' logo acima da caixa 'C' com seta vertical para cima 'V constante' e seta para baixo 'P'. Outras polias 'P dividido por quatro' e 'P dividido por oito' acima.

Representação do levantamento de uma caixa com o auxílio de um sistema de polias (imagem sem escala; cores fantasia).

Força elástica

Uma mola é um corpo formado por um fio enrolado em formato helicoidal, ou de hélice.

Representação de uma mola na posição horizontal, com a extremidade esquerda fixada, em três momentos. Momento 1:mola em estado relaxado. Momento 2: Uma mão de uma pessoa estica a mola, seta 'F' horizontal apontando para a direita, seta ' menos F e l' horizontal apontando para a esquerda, seta 'x' horizontal apontando para a direita. M3: Uma mão de uma pessoa comprime a mola, seta 'F' horizontal apontando para a direita e seta 'menos F e l' horizontal apontando para a esquerda e seta ' menos x' apontando para a esquerda.

As imagens representam uma mola com uma de suas extremidades fixas. Ao receber a ação de uma fôrça externa F quê causa sua deformação, a mola exerce uma fôrça de mesma intensidade e sentido ôpôsto, quê atua para quê ela retome o seu comprimento inicial (estado relaxado). Esta fôrça exercida pela mola é denominada fôrça elástica (Fel).

Durante uma investigação prática utilizando uma mola ideal, isto é, com massa desprezível, forças de diferentes intensidades F foram aplicadas na mola, resultando em sua deformação (x), e os dados foram registrados a seguir.

Existe uma proporção diréta entre a fôrça elástica exercida pela mola e a deformação sofrida. Essas duas grandezas relacionam-se por uma constante k.

k = 10,0N2,0cm=15,0N3,0cm=30,0N6,0cm=37,5N7,5cm ⇒ k = 5,0N1,0cm

F = Fel (valores em N)

x (valores em cm)

10,0

2,0

15,0

3,0

30,0

6,0

37,5

7,5

Página oitenta e sete

A constante k é chamada constante elástica da mola, quê depende do material de quê é feita e das suas dimensões. Sua unidade no SI é N/m. No exemplo, uma constante elástica de 5,0 N/cm equivale a 500,0 N/m.

A relação entre a fôrça elástica e a deformação foi proposta pelo físico e astrônomo inglês róbert rúki (1635-1703), sêndo por isso chamada lei de rúki.

Fel=-kx

O sinal negativo deve sêr acrescentado na expressão, pois a fôrça elástica possui sempre orientação contrária à deformação sofrida. Por isso, ela também é denominada fôrça restauradora. Para analisar somente o módulo da fôrça elástica, pode-se considerar apenas Fel = kx.

Com base nessa análise, é possível compreender o funcionamento de um dinamômetro, quê, basicamente, é constituído por uma mola acoplada a uma escala graduada. Para realizar a leitura diréta da intensidade da fôrça, a escala é graduada em determinada unidade de fôrça (kgf ou N).

Fotografia de um dinamômetro com uma maça pendurada.

Pessoa segura um dinamômetro com uma màssân pendurada.

ATIVIDADES RESOLVIDAS

2. Em uma viagem espacial, leva-se um conjunto de equipamentos cujo peso é 900 N, medido em um local da Terra, onde g = 10 m/s2. Qual é a massa e o peso dêêsse equipamento na Lua? Considere gL = 1,6 m/s2.

Resolução

PTerra = mgTerra ⇒ 900 = m ⋅ 10 ⇒ m = 90 kg

A massa de um corpo não sofrerá alteração com a mudança de local. Assim, na Lua: m = 90 kg.

PLua = mgLua = 90 ⋅ 1,6 ⇒ PLua = 144 N

Note quê, embora a massa do conjunto seja a mesma, a intensidade do peso é menor na Lua do quê na Terra.

3. Sobre a superfícíe horizontal e lisa de uma mesa, é colocado um corpo A de massa mA = 3 kg. Um fio ideal une o corpo A ao B de massa mB = 2 kg. O fio passa por uma polia também ideal. Considere g = 10 m/s2 e despreze os possíveis atritos.

Ilustração de dois blocos ligados por uma polia. Um bloco esta paralelo ao chão escrito' m A ' e outro bloco está pendurado, paralelo á parede, escrito 'mB'.

Determine a intensidade da aceleração e da fôrça de tração transmitida pelo fio.

Resolução

Aplicando-se a segunda lei de níltom e considerando sua direção de movimento, tem-se: Corpo B:

Na direção do movimento (vertical).

PB − T = mBa (I)

Corpo A:

Na direção do movimento (horizontal).

TA = mA a (II)

Resolvendo o sistema:

Sistema de equações em três linhas: linha um:' P B' menos' T' igual a 'm B a'. Linha dois: 'T' igual a 'm A a'. Linha três: linha [1] mais linha [2] 'P B' igual a['m A' mais ['m B']a. sendo 'a' igual a 20 dividido por 5, sendo 'a' igual a 4 metros por segundo ao quadrado.

a = 205 ⇒ a = 4 m/s²

Substituindo o valor de a = 4 m/s2 na equação (I) ou (II), obtém-se a intensidade da fôrça de tração transmitida pelo fio.

Em (I), tem-se: 20 − T = 2 ⋅ 4 ⇒ T = 12 N.

Em (II), tem-se: T = 3 ⋅ 4 ⇒ T = 12 N.

Página oitenta e oito

ATIVIDADES

12. Partindo da hipótese de quê é possível coletar material na superfícíe do planêta Júpiter, onde g ≃ 23 m/s2, determine:

a) a massa dêêsse material (em kg), em Júpiter, sabendo quê lá o peso do material é 125 N;

5,4 kg

b) o peso dêêsse material (em N), medido na superfícíe terrestre, onde g = 10 m/s2.

54 N

13. Para atender pessoas quê estão em uma região isolada, uma equipe de socorro abandona, de um avião, uma caixa de mantimentos amarrada a um para quedas. Juntos, para quedas e caixa têm massa 100 kg e descem com velocidade constante de 4 m/s. Considere quê a aceleração da gravidade é g = 10 m/s2 e determine a fôrça de resistência oferecida pelo ar.

1.000 N

14. Suponha quê a massa de um astronauta na Terra seja M e seu peso, P. Sabendo quê a aceleração da gravidade na Lua é um sexto da verificada na Terra, determine:

a) a massa do astronauta na Lua;

M

b) o peso do astronauta na Lua.

Aproximadamente 0,16P.

15. Sobre uma superfícíe horizontal plana e lisa, foram colocados os blocos 1 e 2, cujas massas são m1 = 2,0 kg e m2 = 3,0 kg, respectivamente. Se o bloco 1 receber a ação de uma fôrça F = 5 N, conforme mostra a figura, qual será a intensidade da fôrça de contato entre os blocos?

3,0 N

Representação de dois blocos retangulares sobre uma superfície horizontal e plana. Bloco 1 a esquerda menor, encostado em um bloco 2 a direita maior .Uma seta 'F' ao lado esquerdo dos blocos, aponta para a direita.

16. A figura ilustra três corpos A, B e C unidos por fios inextensíveis. As massas são, respectivamente, iguais a 5 kg, 10 kg e 15 kg, e a intensidade da fôrça quê atua sobre o corpo A é F = 120 N.

Representação de três blocos retangulares C,B,A em ordem do maior para o menor, da esquerda para a direita ligados por um fio horizontal e seta 'F' horizontal apontando para a direita.

Supondo desprezíveis as massas dos fios e os atritos, determine:

a) a aceleração do sistema;

4 m/s2

b) as intensidades das forças de tração T1 e T2 nos fios quê unem, respectivamente, AB e BC.

T1 = 100 N e T2 = 60 N

17. Considere uma mola, de 6 cm de comprimento, com uma de suas extremidades presa ao teto. Ao prender um corpo de massa 1 kg na outra extremidade, a mola passa a ter 10 cm. Qual será o comprimento da mola se trocarmos o corpo de 1 kg por outro de 3 kg?

18 cm

18. Um elevador possui preso em seu teto um dinamômetro, o qual suspende um pacote de 8 kg. Determine a marcação dêêsse dinamômetro quando o elevador está descendo e freando a uma aceleração constante de 4 m/s2. Considere g = 10 m/s2.

112 N

19. Na representação a seguir, há um dinamômetro (D) cuja massa póde sêr considerada nula, ligado a dois blocos A e B (por fios ideais), sêndo a fôrça de intensidade F = 500 N, as massas mA = 25 kg e mB = 15 kg.

Representação de dois blocos retangulares A e B, ligados por um fio ideal ao dinamômetro. Uma seta 'F' horizontal, aponta para a direita.

Desconsiderando qualquer forma de atrito, o dinamômetro indicará o valor de:

a) 310,5 N

b) 311,5 N

c) 312,5 N

d) 314,5 N

e) 315,5 N

Resposta: c)

Página oitenta e nove

Plano inclinado

Comentar com os estudantes quê, em todos os casos, a fôrça é exercida sempre no centro do corpo, neste caso, bloco e mesa, mas a representação está ligeiramente deslocada para facilitar a compreensão.

As imagens ilustram uma caixa em duas situações: uma apoiada sobre uma mesa e com as indicações de fôrça quê nela atuam (Figura 1); e outra com a indicação da interação da caixa com a mesa e o centro da Terra (Figura 2). Observe quê a fôrça normal não corresponde à reação da fôrça peso.

Ilustração de uma caixa, apoiada sobre uma mesa, com seta 'N' vertical para cima e seta 'P' vertical para baixo.

Figura 1.

Ilustração de uma caixa apoiada sobre uma mesa, com seta 'N' vertical para cima e 'P' vertical para baixo. Uma seta 'menos N' sai da mesa vertical para baixo.

Figura 2.

A reação da fôrça peso -P aplicada pelo bloco está no centro da Terra. No caso da fôrça normal, o bloco exerce na mesa uma fôrça normal -N e a mesa exerce no bloco a fôrça normal N.

Na situação representada a seguir, o plano de apôio é colocado em uma posição inclinada em relação ao plano horizontal. Note quê, nesse caso, a direção da fôrça peso continua vertical, e a direção da fôrça normal é perpendicular ao plano de apôio.

Ilustração de uma caixa colocada em um plano inclinado, formando um ângulo alfa, com o plano horizontal. Uma seta 'N' sai do centro da caixa perpendicular vertical para cima e uma seta 'P' aponta para baixo.

Se não for considerado o atrito, as fôrças peso e normal em um corpo sobre um plano inclinado produzem uma força resultante diferente de zero.

Para obtêr esta fôrça resultante quê atua na direção do movimento, utilizam-se a reta t (na direção do movimento) e a reta n (perpendicular ao movimento). Dessa forma, pode-se decompor a fôrça peso nas componentes Pt e Pn.

Mesma representação acima, com a seta 'P' decomposta em 'P t' e 'P n'. Formando um triângulo em destaque ao lado com ângulo alfa.

Para determinar Pt e Pn,é preciso realizar as razões trigonométricas no triângulo retângulo. Assim, pode-se escrever:

sen (alfa)" = PtPPt = P sen (alfa)"

cos (alfa)" = PnPPn = P cos (alfa)"

Na direção das forças N e Pn não ocorre movimento. Logo: N = Pn = P cos (alfa)". Porém, na direção da reta t (direção do movimento) a fôrça resultante é Pt. Portanto:

Pt = ma ⇒ P sen (alfa)" = ma ⇒ mg sen (alfa)" = ma ⇒ a = g sen (alfa)"

Página noventa

Força de atrito

Podem-se destacar muitas situações em quê a fôrça de atrito está presente. Por exemplo, só é possível caminhar porque existe atrito entre o solo e o pé ou calçado.

A fôrça de atrito se manifesta quando os corpos em contato se comprimem mutuamente e há deslizamento ou tendência de deslizamento relativo entre eles.

Para detalhar o estudo da fôrça de atrito, será diferenciado atrito estático e atrito cinético.

Na figura, a pessoa aplica uma fôrça horizontal F na caixa quê repousa apoiada sobre a superfícíe horizontal e áspera. A caixa se mantém em repouso pela ação da fôrça de atrito Fat,que surge juntamente com a fôrça F.

A intensidade da fôrça de atrito varia conforme a intensidade da fôrça aplicada.

Ilustração de uma caixa retangular, sobre uma superfície áspera. Na imagem uma mão de uma pessoa ao lado esquerdo da imagem, uma seta 'F' horizontal apontando para a esquerda. Outra seta 'N' vertical para cima ao centro da caixa, seta 'P' vertical para baixo. E uma seta 'F a t' horizontal ao lado esquerdo da caixa, apontando para a esquerda.

Representação de uma pessoa quê tenta puxar uma caixa quê está apoiada em uma superfícíe áspera.

À medida quê a intensidade da fôrça F aumenta, também aumenta a intensidade da fôrça de atrito, fazendo a caixa permanecer em repouso: Fat = F.

Quando a caixa estiver na iminência de deslizar, em relação à superfícíe, será ôbitída a mássima intensidade da fôrça de atrito, no caso, estático: Fat(máx) = F.

A caixa começará a escorregar quando a intensidade da fôrça aplicada for superior à intensidade da fôrça de atrito estático mássimo.

A intensidade mássima da fôrça de atrito estático Fate(máx) é diretamente proporcional à intensidade da fôrça N, normal às superfícies de contato dos corpos:

Fate(máx) = μe N

em quê o coeficiente de atrito estático μe é um número adimensional (não possui unidade). êste coeficiente depende do tipo das superfícies em contato, como superfícies ásperas ou lisas. Perceba quê a fôrça de atrito não depende da área de contato entre as superfícies.

Quando a intensidade da fôrça F supera a intensidade da fôrça de atrito estático mássimo, o corpo entra em movimento. Neste momento, a fôrça de atrito assume intensidade praticamente constante e ligeiramente menor do quê Fate(máx),a fôrça de atrito cinético Fatc, com intensidade diretamente proporcional à intensidade da fôrça N, passa a atuar no corpo:

Fatc=μcN

em quê o coeficiente de atrito cinético μc é um número adimensional, em quê μc < μe.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de duas mãos. A mão direita está desenhando com um lápis, em um papel.

Pessoa desenha em uma fô-lha de papel.

6 A ação do atrito é fundamental para se realizar determinadas tarefas. Você saberia descrever algumas delas?

Página noventa e um

ATIVIDADE RESOLVIDA

4. A figura representa dois corpos, A e B, amarrados nas extremidades de uma kórda quê passa por uma polia. Ambas (corda e polia) são ideais. O atrito não é considerado, a massa do corpo B é 1,0 kg e, no local, g = 10 m/s2. Nessas condições:

Representação de um plano inclinado em ângulo alfa igual a trinta graus, com dois corpos 'A' no plano inclinado e 'B' pendurado na lateral, amarrados em uma corda que passa em uma polia que está em uma extremidade direita do plano.

a) represente, na figura, as forças quê agem nos corpos A e B;

b) determine a massa do corpo A, de modo quê o sistema permaneça em repouso.

Resolução

a) O esquema de forças quê agem nos corpos A e B.

Mesma representação anterior com setas: corpo 'A': seta 'N' perpendicular vertical apontando para cima, 'P n' perpendicular vertical para baixo, seta 'P t 'perpendicular horizontal apontando para a esquerda, seta 'T' perpendicular horizontal apontando para a direita, seta 'P n' perpendicular vertical apontando para baixo, seta 'P A' formando um ângulo alfa, vertical para baixo. Corpo 'B' seta 'T' perpendicular vertical apontando para cima e seta 'P B' perpendicular vertical para baixo.

b) Para quê o sistema permaneça em repouso, a fôrça resultante em cada corpo, em todas as direções, deve sêr nula.

Corpo A: N = PN = PA cos(alfa)" e

T = Pt = PA sen(alfa)"

Corpo B: T = PB

Assim:

PB = PAsen(alfa)" ⇒ mBg = mAgsen30° ⇒

⇒ 1 ⋅ 10 = mA ⋅ 10 ⋅ 12 ⇒ mA = 2 kg

ATIVIDADES

20. Um corpo de massa 25 kg desloca-se, com aceleração constante, sobre um plano inclinado, sem atrito, conforme o desenho a seguir. O seno do ângulo formado entre o plano e a horizontal é 0,6. Determine a fôrça transmitida ao corpo, para quê a aceleração permaneça igual a 2 m/s2.

Dado: g = 10 m/s2.

200 N

Representação de um bloco sobre um plano inclinado em ângulo alfa do lado esquerdo e ângulo reto do lado esquerdo. Uma seta 'F' paralela ao plano inclinado horizontal para cima.

21. No esquema a seguir, o corpo B, ao sêr abandonado, começa a se deslocar e, por meio da kórda, faz o corpo A se mover sobre o plano inclinado, sem atrito. Considerando quê a polia e a kórda são ideais, determine:

Representação de um bloco 'A' se deslocando no sentido para cima, em um plano inclinado com ângulo alfa. No conjunto, outro corpo 'B', pendurado na lateral do plano inclinado por um fio em uma polia, é solto, iniciando o movimento do corpo 'A'

a) a aceleração do conjunto;

2,5 m/s2

b) a intensidade da fôrça de tração na kórda.

30 N

Dados: sen 30° = 0,5; g = 10 m/s2 e mA = mB = 4 kg.

22. Tentando aumentar a intensidade de uma fôrça ao empurrar um corpo, o atrito sobre o corpo também aumenta. Uma vez em movimento, com quê intensidade de fôrça F deve-se empurrar o corpo para mantê-lo em movimento com velocidade constante?

Com a mesma intensidade da fôrça de atrito (cinético).

Página noventa e dois

23. Represente, em seu caderno, as forças quê agem em um bloco de granito de massa m, em um local em quê a aceleração da gravidade é g. Considere quê sobre o bloco atua a fôrça indicada na imagem a seguir.

Ilustração de um bloco retangular escrito' Granito'. Do centro da lateral direita do bloco, sai uma seta 'F' inclinada 60 graus para cima.

24. (Enem/MEC) Uma pessoa necessita da fôrça de atrito em seus pés para se deslocar sobre uma superfícíe. Logo, uma pessoa quê sobe uma rampa em linha reta será auxiliada pela fôrça de atrito exercida pelo chão em seus pés. Em relação ao movimento dessa pessoa, quais são a direção e o sentido da fôrça de atrito mencionada no texto?

a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do movimento.

b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao movimento.

c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do movimento.

d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento.

e) Vertical e sentido para cima.

Resposta b)

PENSE E RESPONDA

7 Quais são as forças envolvidas para quê um motociclista faça uma curva como a da fotografia?

Fotografia de motociclistas em motos, inclinados, na curva da pista. Eles usam uniformes e capacetes de cores diferentes.

Motociclistas realizam uma curva no MotoGP, etapa dos Países Baixos, em 2021.

Forças no movimento circular

Considere a seguinte situação: uma esféra presa a um fio ideal descreve uma trajetória circular uniforme em torno de um ponto fixo C, sobre um plano horizontal, com velocidade escalar constante v, conforme a representação a seguir. Desconsidere a resistência do ar.

Ilustração de uma mão segurando uma esfera presa por um fio, realizando movimentos circulares. No centro do círculo a letra C . da esfera sai uma seta apontando para fora , com a letra V.

Quais são as condições necessárias para manter a esféra em movimento circular? O quê ocorreria sem essas condições?

Para responder a essas perguntas, é preciso lembrar quê a aceleração a de um ponto material póde sêr representada por duas componentes: aceleração centrípeta ac,relacionada com a variação da orientação do vetor velocidade v e aceleração tangencial at, relacionada com a variação do módulo do vetor velocidade v.

a=ac+at

Página noventa e três

Na segunda lei de níltom, tem-se quê um ponto material de massa m, quando submetido à ação de uma fôrça resultante R adqüire uma aceleração a com mesma direção e sentido de R.

Em trajetórias curvas, como a representada na Figura 1, é possível demonstrar a fôrça resultante R quê age no ponto material de massa m por duas componentes:

Representação de uma trajetória curva. Na imagem uma curva de uma circunferência, com uma reta normal perpendicular vertical com seta 'F c' apontando para o centro da circunferência'. Uma reta tangente com setas 'V' e 'F t' apontando para a direção da tangente para cima. E uma seta 'R' diagonal as setas 'F c', 'V' e 'F t'.

Figura 1.

A fôrça resultante centrípeta Fc causa a variação da orientação do vetor velocidade v orientada para o centro da trajetória.

Fc=mac

A fôrça resultante tangencial Ft causa a variação do módulo do vetor velocidade V tangencial à trajetória.

Ft=mat

R=Fc+Ft

No exemplo da esféra presa a um fio, pode-se dizêr quê ela descreve um movimento circular uniforme porque o fio aplica sobre ela uma fôrça resultante dirigida para o centro da trajetória. Caso essa fôrça deixe de agir, o movimento da esféra será, por inércia, retilíneo e uniforme.

Ilustração de uma mão de uma pessoa ponto 'P', girando uma esfera presa em um fio. N esfera setas: 'V' tangente ao movimento circular, seta 'a c' e 'F c' perpendiculares ao fio.

Ilustração de uma esféra quê executa um movimento circular uniforme presa a uma kórda.

Ilustração da mão de uma pessoa girando uma esfera presa por um fio, que arrebenta, seta 'V' na esfera apontando para fora do movimento circular.

Ilustração de uma esféra quê executa um movimento retilíneo uniforme quando o fio arrebenta.

SAIBA +
Força centrípeta ou fôrça centrífuga?

Um motorista dirige seu carro em uma estrada. Ao fazer uma curva, ele tem a sensação de estar sêndo “empurrado para fora” da curva. Mas sabe-se quê a fôrça centrípeta é orientada para o centro da curva.

Quando o veículo faz uma curva, ele possui uma aceleração centrípeta, logo o veículo é um referencial não inercial (referencial acelerado). O motorista sente esta “força” puxando-o para fora da curva, chamada fôrça centrífuga. Esta fôrça não é explicada pelas leis de níltom, quê são válidas apenas para referenciais inerciais.

Um observador parado à beira da estrada é um referencial inercial e, neste caso, as leis de níltom são válidas. Devido à inércia, em cada ponto da curva, o motorista resiste à variação de velocidade e tende a manter um movimento retilíneo uniforme, sêndo assim “empurrado” para fora da curva, enquanto o veículo age sobre ele fazendo uma fôrça resultante centrípeta, para o centro da curva.

ATIVIDADES

1. De acôr-do com o quê foi apresentado, pode-se afirmar quê a fôrça centrífuga existe? Justifique sua resposta.

2. No dia a dia, em quê situação é comum utilizar a palavra centrífuga? Analisando a situação citada em relação a um referencial inercial, pense em outra palavra quê poderia sêr utilizada.

Página noventa e quatro

ATIVIDADES

25. Indique as sentenças a seguir com V (verdadeiro) ou F (falso).

I. Um automóvel faz uma curva em uma estrada plana e horizontal; no caso, a fôrça centrípeta é a fôrça tangencial quê a pista aplica sobre os p-neus.

F

II. Os satélites giram em torno dos planêtas em função da ação da fôrça centrípeta, quê, nessa situação, é a fôrça de atração gravitacional.

V

III. Um corpo gira, preso na extremidade de um fio; no caso, a fôrça centrípeta póde sêr considerada a própria fôrça T de tração no fio.

V

26. Um ciclista se desloca com movimento uniforme em uma pista circular, plana e horizontal, conforme a figura representada.

Ilustração de um ciclista em movimento circular em quatro pontos A,B,C,D.

a) Represente, em um esquema no caderno, o vetor velocidade nas posições A, B, C e D ocupadas pelo ciclista.

b) Verifique se a direção e o módulo do vetor velocidade varíam de uma posição a outra.

c) Utilize o esquema do item a e represente a aceleração e a fôrça centrípetas nas posições A, B, C e D ocupadas pelo ciclista.

27. por quê a Lua não colide com a Terra? Pense, discuta com os côlégas e depois escrêeva, no caderno, suas conclusões.

28. Analise as condições de um satélite artificial quê descreve órbita circular ao redor da Terra. Qual é a fôrça centrípeta e qual é a sua função?

Movimento circular nos planos horizontal e vertical

Analise algumas situações em quê os movimentos circulares ocorrem no plano horizontal e no plano vertical.

Representação de um movimento circular em um plano horizontal. Uma esfera com as setas: 'N' vertical para cima, 'P' vertical para baixo, 'T' igual a  'F c' perpendicular e paralela ao plano.

Considere quê uma esféra presa a um fio executa um movimento circular uniforme sobre o plano horizontal de uma mesa, desconsiderando atritos e resistência do ar.

Como o movimento da esféra ocorre em um plano horizontal, as fôrças verticais se anulam. Nesse caso, a fôrça peso tem a mesma intensidade da força normal: P = N.

A fôrça de tração (T) no fio representa a resultante centrípeta quê age na esféra: R=Fc=T

Em um movimento circular uniforme, a componente tangencial Ft da fôrça resultante R é nula, e o movimento tem as seguintes características:

v é constante e diferente de zero (Ft = 0);

= v é tangente à trajetória e tem orientação variável (Fc0);

fôrça resultante: R=Fc.

Fc = mac = m v2r

Fotografia do trecho de uma montanha russa, no ponto em que os carros realizam um looping.

Trecho de montanha-russa em quê os carrinhos realizam um looping.

Página noventa e cinco

ATIVIDADE RESOLVIDA

5. Uma pista plana, horizontal e circular de raio R é percorrida por um carro de massa m, com movimento uniforme, conforme representado na figura. Sabe-se quê o coeficiente de atrito estático entre os p-neus e a pista é μe.

Ilustração de um carro em uma pista circular plana e horizontal.

Com base nessas informações e no esquema, determine:

a) as forças quê agem no carro;

b) a fôrça resultante quê age no carro;

c) a velocidade mássima com a qual o carro póde percorrer a pista sem derrapar.

Dados: μe = 0,60, g = 10 m/s2 e r = 150 m.

Resolução

a) Considerando quê o carro faz a curva sem inclinação, as forças peso, normal e de atrito agem sobre ele.

b) Como a fôrça resultante age na direção da reta paralela ao plano horizontal, a componente vertical da fôrça resultante é nula. Portanto, P = N. Nesse caso, a fôrça de atrito Fat representa a resultante centrípeta quê age no carro.

R=Fc=Fat

Ilustração d e um carro visto de frente, com as setas: 'N' perpendicular vertical para cima, 'P' perpendicular vertical para baixo e F a t'horizontal apontando para a direita.

c) Se a resultante centrípeta é Fc=Fat, então:

Fc = Fat μmg ⇒ m v2r ≤ μemg ⇒ v ≤ μeRg

Caso o carro esteja na iminência d e derrapar, a intensidade mássima da fôrça de atrito estático Fat(máx) e a velocidade mássima (vmáx) serão:

vmáx = μeRg=0,6015010

vmáx = 30 m/s

ATIVIDADES

29. Sobre uma superfícíe plana e horizontal, uma esféra de massa m = 4,0 kg está presa à extremidade de um fio ideal e descreve um movimento circular e uniforme em torno de um ponto fixo, no qual está amarrada a outra extremidade do fio.

Ilustração de uma esfera, presa a um fio, preso em um prego, preso ao centro de uma superfície plana, realizando um movimento circular em uma superfície plana.

Se o atrito é desprezível, o fio méde 0,50 m e a velocidade angular da esféra é 2,0 rad/s, determine:

a) o módulo da velocidade da esféra;

1,0 m/s

b) o módulo da aceleração centrípeta;

2,0 m/s2

c) a intensidade da fôrça resultante quê age na esféra.

8,0 N

30. Uma esféra de 2,0 kg gira em um plano horizontal em torno de um ponto fixo, presa à extremidade de um fio de 3,0 m de comprimento, cuja resistência à ruptura é de 20 N. Qual é o módulo da velocidade angular quê fará romper o fio?

Aproximadamente 1,8 rad/s

31. Um piloto de automóvel vai percorrer uma pista circular de raio R = 50 m. O coeficiente de atrito estático entre os p-neus e a pista é μe = 0,80 e g = 10 m/s2. Antes de entrar na pista, ele fez alguns cálculos para determinar o valor da velocidade escalar mássima para o carro não derrapar. Se o movimento do carro for uniforme, qual será o valor dessa velocidade?

20 m/s

Página noventa e seis

OFICINA CIENTÍFICA Força centrípeta

A fôrça resultante centrípeta age em corpos quê estão percorrendo uma curva em formato de circunferência. Esta fôrça resultante depende da velocidade escalar do corpo em movimento.

Nesta atividade prática, você investigará o quê ocorre quando a velocidade escalar de um corpo em movimento circular aumenta de valor.

Materiais

pedaço de barbante com 50 cm de comprimento

pedaço de canudo de 5 cm de comprimento

pórca sextavada

borracha escolar

Atenção: cuidado ao realizar o movimento descrito. Solicite ajuda de seu professor para realizar esse movimento.

Procedimentos

Fixe a pórca sextavada em uma das extremidades do barbante.

Passe a outra extremidade do barbante pelo canudo.

Fixe a outra extremidade à borracha escolar.

Segure a montagem pelo canudo na vertical, com a borracha acima da pórca sextavada, como representado na imagem e gire a borracha rapidamente. Tente estabilizar a velocidade de rotação da borracha d fórma quê ela execute um movimento circular uniforme.

Faça variações no movimento, aumentando e diminuindo a velocidade de rotação, e verifique o quê ocorre.

Representação de um movimento centrípeto, realizado por uma borracha presa em um fio que passa por um canudo, sendo girado pela mão de uma pessoa.

Representação do movimento a sêr realizado (imagem sem escala; cores fantasia).

ATIVIDADES

1. O quê ocorreu com a pórca sextavada quando a borracha foi colocada em movimento circular uniforme?

2. Qual alteração foi observada quando a borracha girou com maior velocidade escalar? E quando a borracha girou com menor velocidade escalar?

3. Faça em seu caderno um desenho da montagem experimental durante o movimento de giro realizado pela borracha. Represente as forças quê atuaram nesse sistema. Qual fôrça foi responsável pela resultante centrípeta sobre a borracha?

4. escrêeva, no caderno, uma relação matemática quê indique a velocidade escalar da borracha ao descrever um movimento circular uniforme.

5. Como se póde analisar essa situação com base na fôrça centrífuga?

Página noventa e sete

TEMA 9
As leis da Gravitação

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Breve história sobre os modelos de mundo

A busca por compreender o Universo não é recente. Há indícios de quê, em 4000 a.C., os habitantes da Mesopotâmia desenvolveram alguns esboços de calendários, com base nos movimentos dos astros, para atender às suas necessidades agrícolas.

Na Grécia antiga, vários filósofos buscaram explicações para os movimentos dos corpos celéstes. No modelo geocêntrico propôsto por Aristóteles, a Terra está em uma posição estacionária e central, enquanto os outros astros descrevem trajetórias circulares ao seu redor (geo, em grego, é Terra; logo, geocêntrico, centrado na Terra).

Por volta de 260 a.C., Aristarco de Samos apresentou uma teoria em quê o Sol ocupa a posição central do sistema, antecipando o modelo heliocêntrico (hélios, em grego, é Sol; logo, heliocêntrico, centrado no Sol) propôsto séculos depois por Copérnico, como estudado anteriormente.

Ptolomeu e a teoria geocêntrica

Aproximadamente 400 anos após Aristarco, Cláudio Ptolomeu aperfeiçoou o modelo geocêntrico de Aristóteles e descreveu o movimento dos astros celéstes na obra quê ficou conhecida pelo título Almagesto, quê significa “O grande”.

Segundo Ptolomeu, a Terra ocupa, em repouso, a posição central. O Sol e a Lua giram ao redor da Terra em órbitas circulares. Cada planêta gira em torno de um ponto, formando um epiciclo, e cada ponto gira em torno da Terra em órbitas (trajetórias) circulares. Mais além, as estrelas estão fixas em uma esféra de cristal quê também gira ao redor da Terra em órbita circular.

A utilização contínua das tabélas astronômicas do Almagesto pêlos grandes navegadores e os interesses religiosos fizeram com quê esse modelo se mantivesse por cerca de 1.500 anos.

Epiciclo: círculo cujo centro se desloca ao longo de outro, de diâmetro maior.

Representação do modelo geocêntrico, proposto por Ptolomeu, onde a Terra ocupa o centro. Na ilustração a Terra, a Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno em orbitas, cada um com um ponto circular destacado.

Representação do modelo geocêntrico propôsto por Ptolomeu (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

Fotografia do Sol no céu.

Sol observado no céu.

1 Você já observou estrelas durante o dia? Em caso negativo, faça uma pesquisa para descobrir por quê essa é uma tarefa difícil.

Página noventa e oito

Copérnico e a teoria heliocêntrica

Embora o modelo propôsto por Ptolomeu explicasse o movimento aparente dos corpos celéstes, é importante lembrar quê as observações dêêsse período eram feitas a olho nu, ou seja, sem o auxílio de instrumentos.

Copérnico expôs em seu livro Sobre as revoluções das órbitas celéstes a teoria heliocêntrica, na qual o Sol repousa na posição central do sistema e os planêtas giram ao seu redor em órbitas circulares.

O sistema propôsto por Copérnico simplificava o movimento dos outros planêtas, eliminando os epiciclos, e introduzia um movimento para a Terra, contrariando o quê se acreditava à época.

Mais tarde, essa teoria recebeu outras contribuições e foi aperfeiçoada, principalmente com os estudos de Galileu, Tycho Brahe e Képler.

Representação do modelo heliocêntrico, proposto por Copérnico, com o Sol ao centro, na sequencia em órbitas consecutivas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno.

Representação do modelo heliocêntrico propôsto por Copérnico e os planêtas por ele considerados (imagem sem escala; cores fantasia).

ATIVIDADE RESOLVIDA

1. Após ter estudado as teorias geocêntrica (proposta por Ptolomeu) e heliocêntrica (proposta por Copérnico), um estudante chegou à conclusão de quê o sistema propôsto por Ptolomeu deveria sêr desprezado, basicamente porque nele o Sol gira ao redor da Terra, quê se encontra parada. Do ponto de vista da Física, é correta a conclusão do estudante?

Resolução

Não, porque as duas descrições são fisicamente possíveis, usando diferentes referenciais. No caso do modelo geocêntrico, se o referencial usado for a Terra e o observador estiver em repouso em relação a ela, então, para ele, o Sol estará em movimento e a Terra, parada. No modelo heliocêntrico, se o referencial usado for o Sol e o observador estiver parado em relação a ele, então, para esse observador, a Terra estará em movimento.

ATIVIDADES

1. Que razões justificaram a aceitação, na época, do modelo de Ptolomeu?

2. Quais são os fatores quê contribuíram para quê o modelo copernicano fosse considerado mais adequado do quê o modelo ptolomaico?

3. O sistema propôsto por Ptolomeu ficou limitado a quais planêtas? Por quê?

4. Você considera sêr correto o procedimento de alguns navegadores dos dias atuáis quê se orientam pelo movimento das estrelas, d fórma semelhante aos navegadores antigos, quê acreditavam quê a Terra permanecia em repouso no centro do Universo? Converse com um colega a respeito.

Página noventa e nove

SAIBA +
Galileu e o modelo heliocêntrico

Reprodução da pintura 'O julgamento de Galileu'. A pintura mostra várias pessoas sentadas em uma bancada do lado esquerdo da imagem, uma pessoa sentada ao centro, em frente a bancada. Várias pessoas sentadas em arquibancadas.

TRIAL OF GALILEO [Julgamento de Galileu]. 1633. Óleo sobre tela.

Obra quê representa o julgamento de Galileu Galilei.

Opositores à ideia do sistema heliocêntrico justificavam a sua posição alegando quê o modelo não era capaz de explicar determinados fenômenos. Por exemplo, se a Terra de fato girasse em torno de seu eixo de rotação, deveria provocar a expulsão dos corpos ou ventos fortíssimos em sua superfícíe. Apenas no século XVII é quê foram desenvolvidos os conhecimentos teóricos necessários para fundamentar a teoria heliocêntrica.

Embora Galileu tenha contribuído, com seus estudos, para a aceitação do sistema heliocêntrico, suas concepções representavam, ainda, etapas intermediárias entre as ideias antigas de Aristóteles e as bases da teoria quê níltom formularia anos mais tarde.

No livro Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo, de 1632, Galileu buscou explicar o motivo pelo qual o movimento de rotação da Terra não causa os ventos fortes ou a expulsão dos corpos da superfícíe. Nesse texto, ele ainda discutiu o quê hoje é conhecido como o princípio da Relatividade e a sua teoria sobre as marés.

Galileu sabia, por exemplo, quê, por causa da inércia, os corpos tendem a se manter em movimento. Assim, argumentou quê a atmosféra do planêta deveria girar junto com ele, evitando os ventos previstos pêlos opositores do movimento da Terra. Ele tinha certa noção sobre a atração dos corpos pela Terra, porém, qualitativamente, a sua visão era equivocada, pois, para ele, a gravidade seria constante e independente da massa do corpo.

Embora parte do livro seja dedicada a construir argumentos quê justifiquem o movimento da Terra, meréce destaque o quê Galileu afirma a respeito dos efeitos do movimento de um sistema: de quê eles não são perceptíveis quando os experimentos são realizados dentro do próprio sistema; afirmação essa quê se relaciona ao quê veio a sêr o princípio da Relatividade.

Na parte final da obra, Galileu argumenta sobre o fenômeno das marés, quê, segundo ele, é fundamental para fortalecer o sistema heliocêntrico. Para ele, esse fenômeno não se explicaria caso a Terra estivesse em repouso; portanto, o fenômeno das marés decorre do movimento da Terra.

Os estudos de Galileu sobre a Astronomia também geraram argumentos para corroborar o sistema heliocêntrico. No livro Mensageiro das estrelas, lançado antes do Diálogo, em 1610, ele descreve descobertas feitas com uma luneta quê contrariavam algumas das bases do modelo geocêntrico de Aristóteles. Por exemplo, mostrou quê a Lua não é uma esféra lisa e perfeita, mas possui crateras, e quê havia corpos quê giravam em torno de outros quê não a Terra, como os satélites de Júpiter.

Os estudos e as conclusões de Galileu eram opostos ao paradigma vigente e vinham de encontro aos dogmas da Igreja. Isso se comprova pelo fato de ele ter sido condenado, ante o tribunal da Santa Inquisição, e obrigado a abdicar de suas concepções.

ATIVIDADES

1. Os opositores à teoria proposta por Copérnico tí-nhão motivo para não aceitá-la? Em caso afirmativo, cite pelo menos um fenômeno quê o modelo heliocêntrico não conseguia explicar à época.

2. Galileu buscou, em seu trabalho, formular explicações para o fenômeno das marés. Que motivo justifica essa preocupação?

3. Com os côlégas, organizem um grupo de estudo. Nesse tipo de trabalho, cada integrante fica responsável por pesquisar, selecionar, redigir e ilustrar uma parte dele. O tema deve sêr o momento histórico e político-religioso na época de Galileu e a interferência da Inquisição na produção de conhecimentos científicos. Apresentem para a classe o trabalho realizado.

Página cem

As leis de Képler

Tycho Brahe realizou, a olho nu, observações meticulosas sobre os movimentos planetários. Após sua morte, seu assistente, Johannes Képler, continuou seus estudos. Képler estudou o movimento do planêta Marte por quase dez anos, seguindo sua trajetória pelo céu e tentando descrever para ele uma órbita em torno do Sol. Posteriormente, Képler refez diversos cálculos propostos por Brahe e conseguiu estabelecer três leis (as leis de Képler) quê regem o movimento dos planêtas em torno do Sol.

No Sistema Solar, as leis de Képler são válidas para um referencial fixo em relação ao Sol. Elas contribuíram para o modelo heliocêntrico sêr aceito pela comunidade científica da época, pois resolveram algumas incompatibilidades dos movimentos planetários quando interpretados pela teoria geocêntrica.

Lei das órbitas (1ª lei de Kepler)

A 1ª lei do movimento planetário de Képler refere-se à forma elíptica da trajetória descrita por um planêta em torno do Sol.

Cada planêta movimenta-se ao redor do Sol descrevendo uma órbita elíptica, com o Sol posicionado em um dos focos da elipse.

Embora as órbitas elípticas tênham sido desenhadas, propositadamente, com excentricidades bem acentuadas, na realidade elas se aproximam da forma circular.

A excentricidade e de uma elipse caracteriza seu grau de “achatamento” e póde sêr ôbitída por:

Representação dos elementos geométrico de uma elipse. Ponto 'A1' , localizado na extremidade esquerda e ponto 'A2', localizado na extremidade direita. Ponto 'B2', localizado na extremidade acima e ponto 'B1', localizado na extremidade abaixo. Distância 'a' semieixo maior de 'A1' a 'B1', distância 'b', semieixo menor de 'B2' a 'A2'.Distância 'c' focal, do eixo 'B1','B2' ao 'F1'e 'F2'.

Representação dos elemêntos geométricos da elipse.

e = ca

Quanto maior a excentricidade, mais “achatada” é a elipse. Quando uma elipse apresenta excentricidade nula, seus focos são coincidentes e ela é a própria circunferência.

Lei das áreas (2ª lei de Kepler)

A 2ª lei do movimento planetário de Képler estabelece relações entre a velocidade orbital do planêta e o ponto de sua órbita.

O segmento de reta imaginário quê liga o Sol a determinado planêta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de um pôr do Sol, em cima de um rio.

Pôr do Sol sobre o Rio Negro, Manaus (2023).

2 Considerando quê o Sol ocupa um dos focos da trajetória elíptica descrita pela Terra, por quê, à medida quê se aproxima ou se afasta dele, não se observa uma variação no seu tamãnho?

Página cento e um

Para uma área descrita A em um intervalo de tempo (delta)"t, algebricamente, tem-se:

AΔt = constante

ou seja:

A1Δt1=A2Δt2

Ilustração de uma elipse, com um planeta na extremidade, orbitando o Sol. Duas regiões em destaque coloridas 'A1' extremidade interior esquerda da elipse, com distância 'D t2', formando pontos: 'B' acima e 'C', com distância 'D t1', abaixo e região 'A1' na extremidade direita da elipse.

Nesse esquema, cada região pintada representa uma área descrita pelo planêta para ir de um ponto até outro ponto percorrendo sua órbita (imagem sem escala; cores fantasia).

Assim, pode-se concluir quê a velocidade de translação do planêta ao redor do Sol sofre variação, ou seja, aumenta à medida quê se aproxima do periélio (ponto mais próximo do Sol) e diminui à medida quê se aproxima do afélio (ponto mais afastado do Sol). Se a área A1 é igual à área A2, os intervalos de tempo para cumprir os arcos BC e DE também serão iguais.

Como o comprimento do arco BC é maior do quê o comprimento do arco DE, a velocidade do planêta será maior no trecho BC do quê no trecho DE.

A mesma elipse acima, com a representação da velocidade descrita por um planeta ao redor do Sol, orbitando na direção anti-horária.. Quando o planeta orbita a parte debaixo da elipse, a velocidade diminui, e quando orbita a parte superior da elipse, a velocidade aumenta. Quando o planeta está na região 'A1' é chamado de Periélio, onde a velocidade máxima é representada por, seta para baixo e quando o planeta está na região 'A2' é chamado de afélio, onde a velocidade máxima é representada por, seta para cima.

Representação da velocidade descrita por um planêta ao redor do Sol (imagem sem escala; cores fantasia).

Lei dos períodos (3ª lei de Kepler)

A 3ª lei do movimento de Képler relaciona o período de revolução de um planêta, tempo necessário para esse planêta descrever uma volta completa ao redor do Sol, e a distância média R, em relação ao semieixo maior da elipse, do planêta ao centro da elipse.

Para os planêtas quê orbitam o Sol, o quociente entre o quadrado do período (T2)

e o cubo do raio médio da órbita (R3) é sempre constante.

T2R3 = k (constante)

Nessa equação, é possível perceber quê, quanto maior o valor de R, maior será o período T, ou seja, maior será o tempo quê o planêta levará para dar uma volta em torno do Sol.

Representação de um planeta ao redor do Sol, em relação ao raio médio. Na imagem, o Sol está no centro de uma circunferência, com a 'distância média' representada por 'R', do Sol ao centro, até a extremidade direita da circunferência. O planeta orbita na direção anti-horária.

Representação da trajetória de um planêta ao redor do Sol, em relação ao raio médio (imagem sem escala; cores fantasia).

Página cento e dois

ATIVIDADES

5. O quê Johannes Képler identificou a respeito da distância dos planêtas em relação ao Sol?

6. Observando a 2ª lei de Képler, os planêtas possuem maior velocidade no periélio ou no afélio? Justifique sua resposta.

7. Considere quê o período de revolução da Lua em torno da Terra é de 27 dias e quê o raio de sua órbita valha 60R, sêndo R o raio da Terra. Um satélite geoestacionário, de telecomunicações, órbita a Terra. Em relação ao satélite, responda ao quê se pede.

a) Qual é o período de revolução?

24 h

b) Qual é o raio de órbita?

6,7R

8. O esquema, a seguir, representa a trajetória elíptica de um planêta ao redor do Sol. Determine e justifique em qual dos pontos, A, B, C ou D, a velocidade dêêsse planêta é mássima e em qual é mínima.

Representação do raio médio da órbita de Saturno em torno do Sol. Na imagem, uma elipse, com os pontos: 'B' na extremidade esquerda, 'A' extremidade direita, 'C' extremidade acima, 'D' extremidade abaixo. O Sol está na lateral esquerda da elipse, e o planeta está na extremidade direita abaixo entre os pontos 'A' e 'D'.

9. O raio médio da órbita de Saturno em torno do Sol é cerca de 9,6 vezes maior do quê o raio médio da órbita da Terra. Determine, em anos terrestres, o período de revolução de Saturno.

Aproximadamente 29,7 anos terrestres.

Lei da Gravitação universal

Em sua obra Philosophiae naturalis principia mathematica, publicada em 1687, níltom apresentou a lei da Gravitação universal. Para estabelecer essa lei, ele buscou entender o movimento da Lua com base nos princípios fundamentais da Dinâmica. Pesquisou também o movimento dos planêtas, fundamentado nas leis de Képler, e chegou às seguintes conclusões:

Dois corpos materiais quaisquer exercem uma fôrça de atração mútua, denominada fôrça gravitacional.

A intensidade da fôrça gravitacional é diretamente proporcional às massas dêêsses corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles.

A representação matemática da lei da Gravitação universal é:

Representação esquemática da atração gravitacional exercida entre dois corpos. Na imagem, duas esferas. A esfera da esquerda'm1'e seta horizontal, apontando para a direita 'F g', a esfera da direita 'm2'e seta horizontal, apontando para a esquerda 'menos F g'. As circunferências estão a uma distância 'd'.

Representação esquemática da atração gravitacional exercida entre dois corpos.

Fg = Gm1m2d2

A constante de proporcionalidade G é denominada constante de gravitação universal. No SI, seu valor é:

G = 6,67 ⋅ 10−11 Nm2/kg2

PENSE E RESPONDA

Fotografia da Lua no céu noturno. Abaixo uma ponte.

Lua fotografada na ponte JK, Brasília (DF), (2022).

3 O quê mantém a Lua orbitando ao redor da Terra? por quê a Terra atrai os corpos próximos à sua superfícíe?

Página cento e três

SAIBA +
O fenômeno das marés

Na abertura desta Unidade foi apresentado o fenômeno das marés. êste fenômeno é causado principalmente pela atração gravitacional entre Terra e Lua.

De acôr-do com a leis da Gravitação universal de níltom, a fôrça da gravidade é proporcional às massas dos corpos e inversamente proporcional à distância entre eles. Devido às dimensões da Terra, a parte voltada para a Lua, mais próxima dela, recebe ação de uma fôrça da gravidade mais intensa do quê a parte da Terra oposta à Lua, mais distante dela.

Para compreender esse fenômeno, analise as imagens. Nelas, uma esféra de argila (Figura 1) recebe forças de mesma intensidade (imagem à esquerda) e forças de intensidades distintas (imagem à direita). Nesta última situação, ocorre uma deformação na esféra.

Representação de uma esfera de argila que recebe forças de diferentes intensidades. Na imagem, uma esfera de argila, em dois momentos com setas horizontais, seguindo da esquerda para a direita, passando pelo meio da esfera de argila.

Elaborado com base em: HEWITT, poou. Física conceitual. 12. ed. Porto Alegre: búkmã, 2015. p. 168.

Figura 1: representação de uma esféra de argila quê recebe forças de diferentes intensidades (imagem sem escala; cores fantasia).

Essa deformação da argila póde sêr comparada ao quê acontece com a Terra devido à atração gravitacional (Figura 2). Essa diferença de forças de atração age como se tentasse “alongar” o planêta, efeito percebido nas águas dos oceanos, quê aumentam os níveis em lados opostos da Terra, enquanto abaixam os níveis nas outras regiões.

Devido ao movimento relativo entre a Terra e a Lua, existem duas marés altas e duas marés baixas ao longo de um mesmo dia, mas elas não ocorrem sempre no mesmo horário.

Representação do efeito da maré, nos oceanos da Terra causado pela Lua. Na imagem, o planeta Terra a esquerda, com um eixo vertical inclinado, circulado em azul, com setas horizontais apontando para a lua a direita.

Figura 2: representação do efeito da maré nos oceanos da Terra, causado pela Lua (imagem sem escala; cores fantasia).

ATIVIDADES

1. por quê a Lua, mesmo sêndo muito menor do quê o Sol, é a principal responsável pelo fenômeno das marés?

2. Qual é o intervalo de tempo, aproximadamente, entre uma maré alta e uma maré baixa?

ATIVIDADES

10. níltom explicou quê a Lua “cai em volta” da Terra devido à sua velocidade tangencial. Pensando nesse fenômeno, se a velocidade tangencial da Lua fosse reduzida a zero, qual seria o destino dêêsse satélite natural?

11. De acôr-do com a lei da Gravitação universal, o quê ocorre com a fôrça gravitacional quando a distância entre os corpos é duplicada?

12. Determine a fôrça de atração gravitacional entre:

a) duas pessoas, A e B, de massas 80 kg e 70 kg, quê distam 2 m entre si.

8,4 ⋅ 108 N

b) a Terra (MT = 6 ⋅ 1024 kg e R = 6 ⋅ 106 m) e uma pessoa de 80 kg na superfícíe da Terra. Dado: G = 6 ⋅ 10 11 Nm2/kg2.

800 N

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OFICINA CIENTÍFICA Simulando as fases da Lua

Além do encantamento muitas vezes poético quê as fases da Lua proporcionam, elas influenciam as marés, quê mudam conforme a posição da Lua e do Sol em relação à Terra.

Essa posição relativa póde sêr verificada pelas fases da Lua. Mas por quê em cada fase da Lua são observados formatos diferentes? Esta atividade irá ajudar nesta compreensão. Para isso, organize-se em um grupo de cinco integrantes.

Materiais

2 mesas (pode sêr a utilizada em sala de aula)

1 lanterna

4 cadeiras

1 copo de vidro

uma bola branca (15 cm)

alguns livros

Atenção ao manusearem o copo, evitando quêbrá-lo, o que póde causar acidentes.

Procedimentos

Para a montagem do aparato indicada nos próximos itens, solicitem a ajuda do professor.

Deixem a bola apoiada sobre o copo, em uma das mesas, no centro da sala.

Apoiem a lanterna sobre os livros em outra mesa, como mostra a Figura 1.

Representação da disposição dos objetos de um experimento. Na imagem um copo de vidro, com uma bola branca em cima, disposto sobre uma mesa. Outra mesa a frente com uma lanterna acesa, apontando apoiada em livros, apontando para a bola branca.

Figura 1: representação da disposição dos objetos envolvidos no experimento.

Quatro estudantes deverão se voluntariar para participar da montagem. O quinto estudante deverá auxiliar na organização, no desenvolvimento e na etapa final, proposta na atividade 3. Nessa montagem, a lanterna, a bola e os estudantes representam, respectivamente, o Sol, a Lua e os observadores na Terra.

ob-sérvim a localização dos objetos na Figura 2. Os estudantes devem ficar sentados em uma posição quê permita manter os olhos à mesma altura da bola, a cerca de 1 métro dela.

Mesmo experimento acima, representado na disposição dos estudantes. Na imagem os estudantes estão dispostos em volta da mesa com a bola branca, sendo vista por cima. Estudante 'A', a direita da mesa, estudante 'B', acima da mesa, estudante 'C' a esquerda da mesa e estudante 'D' abaixo da mesa.

Figura 2: posição inicial dos estudantes.

Cada estudante posicionado ao redor da mesa deverá escrever e desenhar o quê está observando, indicando as posições do Sol (lanterna), da Lua (bola) e da Terra (cada observador). Troquem informações sobre as imagens representadas.

Agora, cada estudante deve trocar de posição no sentido horário, colocando-se na cadeira adjacente, realizando uma rotação (Figura 3). Façam esse movimento até chegar à posição inicial. Após cada troca, desenhem e escrevam o quê observam e registrem as posições dos elemêntos.

Se necessário, façam ajustes para modificar a altura da bola e a da lanterna com outros objetos disponíveis na sala. Solicitem a intervenção do professor em caso de divergências.

Mesmo experimento, com os estudantes em outras posições. Estudante 'A', abaixo, estudante 'B' a direita, estudante 'C' acima e estudante 'D' a esquerda.

Figura 3: segunda posição dos estudantes.

Página cento e cinco

ATIVIDADES

1. Com a rotação realizada na atividade, e com base em seus dêzê-nhôs e anotações, qual é a explicação para a mudança na aparência da Lua?

2. Existe uma limitação nesse modelo construído. Discuta com seus côlégas de grupo essa limitação, com base no desenho do sistema Sol-Terra-Lua como você conhece.

3. Verifiquem a possibilidade de filmar essa investigação, construindo um documentário das fases da Lua, com o quinto estudante atuando como um narrador. Procurem ferramentas para editar a filmagem (caso seja necessário), ajustando o vídeo com um tempo confortável para sêr compartilhado nas rêdes sociais da escola, de modo quê outras pessoas possam acessar essas explicações. Nesse vídeo, discutam brevemente as limitações do modelo levantadas na atividade anterior.

Campo gravitacional

Com o objetivo de compreender as forças de interação a distância, uma das teorias se baseia no conceito de campo gravitacional.

A ideia de campo de fôrça gravitacional parte do seguinte princípio: todo corpo de massa M origina no espaço ao seu redor um campo de fôrça, quê interage com o campo gerado por outro corpo de massa m por uma fôrça de atração gravitacional.

Se for feita uma análise da Terra, tem-se no espaço à sua volta o campo gravitacional terrestre (Figura 1). Para cada ponto dêêsse campo é possível associar um vetor g (vetor campo gravitacional), cuja direção é radial e cujo sentido é para o centro da Terra.

Na Figura 2, note quê no ponto onde está o corpo de massa m existe um campo gravitacional gerado por M, verificado devido à ação da fôrça Fg' com intensidade g = Fgm. A mesma análise poderia sêr feita para se definir o campo de m, sentido por M, porém apenas campos gravitacionais gerados por corpos de muita massa possuem valores consideráveis.

Representação do Planeta Terra com seu campo gravitacional. Na imagem, a Terra com setas apontando para o centro, em toda sua volta

Figura 1.

Representação de dois corpos esféricos de massa 'M' o maior a esquerda e de massa 'm' o menor a direita. Os corpos estão a uma distância 'd'dos seus centros. O corpo 'm' tem uma seta 'F g' horizontal, apontando para o corpo 'M'.

Figura 2.

Intensidade do campo gravitacional

No esquema a seguir, tem-se a representação da Terra, de massa M, e uma partícula de massa m a uma distância h da superfícíe da Terra.

Mesma representação anterior, sendo 'M 'ilustrado de planeta Terra. Representação do raio da Terra por seta 'R'. As distâncias entre os corpos 'd' igual a 'R' mais 'h'{distância da partìcula.

R: raio da Terra
d = R + h: distância da partícula m ao centro da Terra

Página cento e seis

Se for desconsiderado o movimento de rotação da Terra e desprezada a ação do Sol e de outros corpos celéstes, tem-se Fg = P = mg (a fôrça de atração gravitacional é o próprio peso do corpo):

mg = GMm(R+h)2g = GM(R+h)2

Desprezado o movimento de rotação da Terra, pode-se considerar, para os pontos muito próximos da superfícíe, quê o campo gravitacional tem valor constante g0 dado por:

g0 = GMR2

A forma não homogênea da Terra e o movimento de rotação terrestre influenciam no campo gravitacional da superfícíe de modo quê, à mesma longitude, seu valor é mínimo no equador (latitude 0°) e mássimo nos polos (latitude 90°).

ATIVIDADE RESOLVIDA

2. Considere quê a Terra seja um corpo esférico e homogêneo (densidade constante em todos os seus pontos), com raio R = 6,37 ⋅ 106 m e massa M = 5,98 ⋅ 1024 kg. Diante dessas condições, desprezando os efeitos da rotação da Terra e com G = 6,67 ⋅ 10-11 Nm2/kg2, determine:

a) a aceleração da gravidade em um ponto P localizado nas proximidades da superfícíe terrestre;

b) a aceleração da gravidade em um ponto P localizado a 120 km da superfícíe terrestre.

Resolução

a) Se o ponto P está na proximidade da superfícíe terrestre, h = 0.

g0 = GMR2

g0= 6,67 ⋅ 10−115,981024(6,37106)2

g0 = 6,675,98(6,37)2 10−11 ⋅ 1024 ⋅ 10−12

g0 = 9,83 m/s2

b) Se o ponto P está a 120 km da superfícíe terrestre, então:

h = 120 km = 0,12 ⋅ 106 m

g = GMm(R+h)2

⇒ g = 6,67 ⋅ 10−115,981024[(6,37+0,12]106)2

⇒ g = 9,47 m/s²

ATIVIDADES

13. O quê é um campo gravitacional e como ele é percebido?

14. O campo gravitacional é maior no equador ou nos polos? Se a Terra não girasse mais em torno de seu eixo, o campo gravitacional aumentaria ou diminuiria?

15. Determine a aceleração da gravidade próxima à superfícíe lunar. Considere a Lua como uma esféra homogênea de raio R = 1,74? 106 m e massa M = 7,3? 1022 kg.

Dado: G = 6,67 ⋅ 1011 Nm2/kg2.

1,61 m/s2

16. A quê distância h da superfícíe da Terra a aceleração da gravidade vale um terço do valor quê ela tem próximo da superfícíe terrestre? Considere o raio da Terra 6.400 km, despreze os efeitos da rotação e admita quê ela é um corpo homogêneo e esférico.

4.685 km

Página cento e sete

Corpos em órbitas circulares

Podcast: Resíduo espacial e poluição no céu.

As atividades realizadas pêlos sêres humanos na atualidade estão diréta ou indiretamente ligadas aos satélites artificiais. Considere, por exemplo, o ato de ligar uma televisão, receber notícias sobre as condições climáticas, acessar a internet etc.

O lançamento dos satélites em órbita ao redor da Terra é uma conkista recente, mas o fundamento teórico de seu movimento já havia sido estudado por níltom.

No esquema a seguir, há dois corpos, de massa M e m, com M muito maior do quê m.

Representação de corpos em órbitas circulares. Na imagem, um corpo 'M' sendo orbitado por um corpo 'm 'a uma distância 'd'. o corpo 'm' tem uma sta perpendicular 'v' e 'F g', perpendicular apontando para a força 'menos F g' do corpo 'M'.

O corpo m gira em órbita circular ao redor do corpo M e a fôrça de interação é a fôrça da gravidade Fg e −Fg. Sendo Fg uma fôrça centrípeta, pode-se determinar sua intensidade partindo da lei da Gravitação universal.

Fc = Fg = GMmd2mv2d=GMmd2

⇒ v2 = GMdv = GMd

Analisando a relação matemática ôbitída, percebe-se quê a velocidade do corpo quê está em órbita circular não depende de sua massa m, e sim da massa M e do raio da órbita d.

Comentar sobre os corpos em órbita em torno da Terra faz lembrar das imagens de astronautas “flutuando” dentro de naves espaciais. O quê acontece no caso do astronauta, por exemplo, é quê ele, a nave e os objetos em seu interior “caem” em órbita em torno da Terra. Para colocar o corpo em órbita, é preciso calcular a velocidade tangencial correta para determinada altura. Nesse caso, a fôrça da gravidade age como resultante centrípeta e varia somente a orientação da velocidade de tal forma quê a nave executa um movimento circular uniforme.

PENSE E RESPONDA

Fotografia do satélite SWOT que orbita a Terra, no espaço. O satélite é um objeto cilíndrico de metal, com várias placas nas laterais.

Representação do satélite SWOT quê órbita a Terra (2022).

4 Como você imagina a vida da maioria da humanidade sem o uso dos satélites artificiais?

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

O filme Estrelas além do tempo discute os desafios enfrentados por três mulheres negras: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Méry jécsson, quê trabalharam na Nasa durante os anos de 1950 a 1960, com o objetivo de auxiliar no programa Apolo, cuja missão era levar e trazer com segurança, sêres humanos à Lua.

Cartaz do filme 'ESTRELAS ALÉM DO TEMPO'. Na imagem três mulheres estão andando, elas tem cabelos curtos crespos e usam roupa de outra época.

ESTRELAS além do tempo. Direção: teodór Melfi. Estados Unidos: 20th Cêntury Fox, 2016. Streaming (127 min). Cartaz do filme.

Página cento e oito

Velocidade de escape

Para quê um corpo lançado escape da Terra, é preciso quê ele tenha uma velocidade mínima para quê se livre da atração gravitacional. Esse valor é chamado velocidade de escape (ve).

A velocidade de escape de um astro celeste póde sêr determinada utilizando o princípio da conservação da energia mecânica, assunto quê será estudado adiante.

A imagem a seguir representa o corpo no momento de lançamento (inicial) e em um momento em quê ele já não possui mais nenhuma energia (final), representado por infinito.

Representação da velocidade de escape. Um corpo 'm', está encostado em um corpo 'M' de centro 'c' e distância 'd'. Do corpo 'm' sai uma seta 'v e' perpendicular horizontal para a direita, em outro momento o corpo 'm' está se deslocando para a direita e no momento final, corpo 'm', 'v' igual a zero[infinito].

Na situação inicial de lançamento, a energia mecânica é dada pela energia cinética, devido à velocidade de lançamento, e pela energia potencial gravitacional, devido à atração gravitacional da Terra.

Energia cinética

Ec = 12mve2

Energia potencial

Ep = -GMmd

Energia mecânica inicial

Em0= mve22-GMmd

Em um ponto denominado como infinito, o corpo atinge o repouso e sua energia cinética é nula. Ele não retorna, pois está livre da atração gravitacional, logo, sua energia potencial gravitacional também é nula. Assim, sua energia mecânica final é nula: Em = 0.

Pela conservação da energia mecânica, tem-se:

Em0= Em

mve22-GMmd = 0 ⇒ ve2 = 2GMdve = 2GMd

Note quê, pela expressão ôbitída, o valor da velocidade de escape não depende da massa do corpo a sêr lançado, mas apenas da massa M do astro quê se pretende escapar.

ATIVIDADES

17. O projeto para lançar um satélite, destinado ao serviço de telecomunicações, prevê a sua permanência em órbita circular ao redor da Terra e a altura H da sua superfícíe. Nesse caso, sêndo G a constante de gravitação universal e R e M, respectivamente, o raio e a massa da Terra, determine a velocidade orbital e o período do movimento do satélite.

18. Um satélite permanéce em uma órbita circular ao redor da Terra e a uma altura H = 3.622 km da sua superfícíe. Considere, em valores aproximados, quê a constante de gravitação universal é G = 6,0 ⋅ 1011 Nm2/kg2 e o raio e a massa da Terra, respectivamente, R = 6.378 km e M = 6 ⋅ 1024 kg. Calcule:

a) a velocidade do satélite;

v = 6 ⋅ 103 m/s

b) o tempo, em segundo, necessário para o satélite completar uma volta em sua órbita. (Considere (pi)" = 3.);

t ≃ 104s

Página cento e nove

TEMA 10
Energia e trabalho

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

O conceito de energia

A palavra energia é utilizada em diversos contextos no cotidiano, sêndo especialmente relacionada a atividades diárias. Porém, em Física, a energia é analisada de diversas formas, sem, contudo, possuir uma definição exata. Quando se estuda o ambiente, diz-se quê ele é compôzto de matéria e energia, ou seja, a energia é considerada um componente abiótico do ambiente (sem vida).

A energia está presente no ambiente de diversas formas, como no movimento das águas de um rio, nos raios solares, em uma pessoa praticando rapel a certa altura, em uma bola de basquete lançada na cesta, em um veículo em movimento etc. Em todos esses casos, existe energia sêndo transformada de uma forma em outra.

Fotografia de uma pessoa praticando rapel. Imagem de uma pessoa segurando uma corda presa na montanha, ela usa capacete.Omar e vegetação aparece ao fundo.

Pessoa pratíca rapel.

Fotografia de pessoas em cadeiras de roda, jogando basquete em uma quadra.

Atleta da seleção feminina de basquete em cadeira de rodas realiza um arremesso. São Paulo (SP), (2023).

Para se obtêr uma forma de energia, é preciso partir de outra forma de energia, ou seja, a energia jamais é criada, apenas transformada. O corpo humano obtém energia dos alimentos para realizar suas funções e permitir quê as diversas atividades diárias sêjam realizadas. Já um ventilador elétrico precisa receber energia elétrica para transformá-la em energia de movimento de suas pás.

O consumo de energia pelo mundo está cada vez maior, exigindo mais recursos, como combustíveis de variadas fontes, alimentos e á gua. Como alternativa para essa alta demanda, são pesquisadas e incentivadas fontes rêno-váveis, quê são aquelas quê se restituem naturalmente, favorecendo a preservação do ambiente. Alguns exemplos de fontes de energia rêno-váveis são: a solar (do Sol), a eólica (dos ventos), a geotérmica (do calor proveniente do interior da Terra), e a maré motriz (do movimento do mar).

PENSE E RESPONDA

Fotografia de um veículo, recarregando em uma tomada elétrica. .Vegetação ao fundo.

Veículo híbrido equipado com motor elétrico quê funciona em conjunto com um motor de combustão interna.

1 Os veículos elétricos estão cada vez mais comuns, e seus benefícios para o ambiente são amplamente conhecidos. Mas existe alguma situação desfavorável em sua utilização? Qual(is)?

Página cento e dez

O conceito de trabalho

Para medir a transformação ou a transferência de energia de um tipo para outro, define-se a grandeza física trabalho de uma fôrça, quê é representada pela letra grega τ (lê-se tau).

O físico inglês diêmes Prescott Joule (1818-1889) foi um dos pioneiros no estudo da relação entre trabalho e energia, por volta de 1847, utilizando um aparato, como o da representação a seguir. No estudo, um corpo de certa massa era elevado a certa altura e então abandonado, puxando, assim, uma kórda quê fazia algumas pás girarem rapidamente dentro da á gua, quê sofria um pequeno aquecimento.

Joule constatou uma equivalência entre a energia de movimento das pás e a energia térmica. Devido às suas contribuições, a unidade de medida de trabalho e energia no SI foi adotada como Jáule (J).

Representação do aparelho usado por Joule. Um aparato com manivela e polia.

De NIL theory ÓF heat. Harper's niu Monthly Magazine, Nova iórk, v. 39, n. 231, p. 322-329, agosto 1869. p. 327.

Representação do aparelho utilizado por Joule.

SAIBA +
Lendo rótulos

Você costuma ler os rótulos dos produtos quê consome? Esta prática é indicada por profissionais da saúde, principalmente (mas não somente) para produtos industrializados, possibilitando compreender os componentes de um alimento para, assim, priorizar escôlhas nutricionalmente melhores, criando hábitos alimentares mais saudáveis.

O rótulo de um produto apresenta, entre outras informações, a lista de ingredientes utilizados, a data de validade (em alguns casos, também, a data de fabricação), orientações para o consumo, informações nutricionais, porção indicada ao consumo, percentual de valores diários (%VD) e tabéla nutricional.

Representação de uma etiqueta com valor nutricional. Porção de 200 ml[um copo], valor energético igual a 127Kcal igual a  534kj.

tabéla nutricional de um copo de leite integral.

Na tabéla nutricional, constam informações dos nutrientes existentes no produto, como carboidratos, proteínas, açúcares, gorduras, fibras, sódio, por exemplo, além do valor energético, quê consiste na quantidade de energia a sêr transformada na digestão de determinada porção do produto. Esse valor é comumente expresso na unidade de medida caloria, ou quilocaloria (1 kcal = 1.000 cal), ou, ainda, em Jáule.

ATIVIDADES

1. O percentual de valores diários (%VD) indica a porcentagem de energia e de quantidade de nutrientes quê a porção indicada para consumo representa, de acôr-do com uma diéta padrão de 2.000 kcal diárias. Analisando o rótulo apresentado, quanto é o %VD dêêsse produto?

2. De acôr-do com os valores energéticos apresentados no rótulo, determine quantos joules equivalem a 1 cal.

3. Analise em outros rótulos os valores energéticos apresentados em quilocaloria e em Jáule e verifique se a mesma relação entre caloria e Jáule é ôbitída.

4. Em um grupo de até cinco integrantes, desenvolvam uma campanha de conscientização acerca da importânssia da leitura dos rótulos dos alimentos. Tragam as informações quê precisam sêr analisadas antes da escolha pela compra de um produto e apresentem brevemente o porquê. Compartilhem a campanha nas mídias sociais da escola para quê a comunidade não escolar também tenha acesso.

Página cento e onze

Trabalho de uma fôrça constante

Na figura a seguir, é aplicada uma fôrça constante F em um corpo quê se desloca da posição C a D, em uma trajetória horizontal e retilínea.

Representação de força ao mover um corpo. Uma pessoa a esquerda, puxando com uma corda presa a um objeto retangular, disposto em um carrinho plano horizontal, com rodinhas. Na corda uma seta 'F' apontando para a mão da pessoa em um ângulo 'teta' com o paralelo horizontal, uma reta c, d, D.

Representação da fôrça aplicada ao mover um corpo (imagem sem escala; cores fantasia).

Sendo d o deslocamento vetorial e Θ o ângulo formado entre os vetores F e d, define-se o trabalho τ da fôrça F como:

τ = Fdcos Θ

O Jáule póde sêr definido como o trabalho realizado por uma fôrça constante de intensidade 1 nílton quê desloca seu ponto de aplicação de 1 métro na sua direção e sentido.

1 J = 1 N ⋅ m

Outra maneira de compreender a dependência do ângulo Θ na definição é quê somente a componente da fôrça na direção do movimento, designada aqui por Fx' realiza trabalho. Forças ou componentes de forças perpendiculares ao deslocamento não realizam trabalho.

FcosθFxd

Representação de força. Duas setas 'F y' vertical e 'F x' horizontal formam um ângulo 'teta' com a seta 'F'.

No gráfico do módulo constante da componente Fx (componente da fôrça F na direção do movimento) em função da posição s, calcular o trabalho da fôrça é equivalente a calcular a área do retângulo indicado, ou seja, no gráfico da fôrça pela posição, o trabalho da fôrça é numericamente igual à área delimitada pela curva e o eixo horizontal, em um deslocamento delimitado por duas posições.

Representação de um gráfico de um componente de foça. Eixo vertical 'F x igual a F cosseno de teta' e eixo horizontal 's'. Um ponto no eixo vertical 'F x' forma uma reta horizontal, com área tracejada até 's1' e 's2' formando 'd'.

Área =Nτ

PENSE E RESPONDA

Fotografia de uma máquina empilhadeira levantando um container.

Empilhadeira de contêiner.

Fotografia de uma empilhadeira levantando tambores.

Empilhadeira de tambores.

2 Durante os instantes em quê as empilhadeiras permanecem em repouso, com suas cargas elevadas também em repouso, qual delas realiza o maior trabalho: a quê sustenta o contêiner (A) ou a quê sustenta os tambores vazios (B)?

Página cento e doze

Analisando o ângulo Θ, é possível fazer as considerações a seguir.

Trabalho motor

(0° ≤ Θ < 90°)

O trabalho da fôrça F é positivo quando a fôrça F age na direção quê favorece o movimento, ou seja, quando Θ é nulo ou agudo, recebendo o nome de trabalho motor.

Representação de trabalho motor. Na imagem, um corpo retangular em cima de um carrinho plano horizontal. Uma seta 'F' apontando para a direita, forma um ângulo 'teta' com uma seta 'd' apontando para a direita.

0° ≤ Θ < 90° ⇒

⇒ 0 < cos Θ < 1

τ ⇒ Fdcos Θ > 0

Trabalho resistente

(90°< Θ ≤ 180°)

O trabalho da fôrça F é negativo quando a fôrça F age na di re ção quê resiste ao movimento, ou seja, quando Θ é raso ou obtuso. Nesse caso, recebe o nome de trabalho resistente.

Representação de trabalho resistente. Na imagem, um corpo retangular em cima de um carrinho plano horizontal. Uma seta 'F' apontando para a esquerda, forma um ângulo 'teta' com a seta 'd' apontando para a direita.

90°< Θ ≤ 180° ⇒

⇒ −1 < cos Θ < 0

τ = F d cos Θ < 0

Trabalho nulo

(Θ = 90°)

O trabalho da fôrça F é nulo quando F age na direção perpendicular à direção do vetor deslocamento, ou seja, quando Θ é um ângulo reto.

Representação de trabalho nulo. Na imagem, um corpo retangular em cima de um carrinho plano horizontal. Uma seta 'F' perpendicular, vertical para cima e uma seta 'd' perpendicular horizontal apontando para a direita.

Θ = 90° ⇒ cos 90° = 0

τ = F d ⋅ 0 = 0

ATIVIDADES

1. Das figuras a seguir, identifique aquela em quê o trabalho realizado é maior (nas três situações, a fôrça aplicada vale 5 N).

Figura II

Representação de trabalho em três figuras. Figura 1: um bloco quadrado com 'd' igual a 2m, seta apontando para a direita e seta 'F' apontando para a direita. Figura 2: um bloco quadrado com 'd' igual a 10m, seta apontando para a direita e seta 'F' apontando para a direita. Figura 3: um bloco quadrado com 'd' igual a 10m e seta 'F' em ângulo de trinta graus apontando para a direita.

2. A expressão s = 15 + 5t + t2 (s medido em métro e t, em segundo) representa o deslocamento de uma caixa de 40 kg em uma trajetória plana e retilínea. Encontre o trabalho realizado pela fôrça resultante quê atua sobre a caixa durante um deslocamento de 30 m.

2.400 J

3. Um objeto maciço com formato de um paralelepípedo é arrastado num plano horizontal por uma fôrça F constante de 10 N. Essa fôrça forma um ângulo de 55° com o deslocamento do corpo, quê é de 60 cm.

Dado: cos 55° = 0,57.

a) Esboce em seu caderno uma figura representando a situação.

b) Determine o trabalho da fôrça F.

≃ 3,4 J

4. O bloco da figura está sôbi a ação de quatro forças,

F1, F2, F3 e F4, deslocando-se na direção horizontal por 2 m.

Dados: sen 60° = 0,85 e cos 60° = 0,5, F1 = 10 N, F2 = 20 N, F3 = 10 N e F4 = 20 N.

Representação de trabalho. Um bloco quadrado com movimento para a direita, com quatro setas: 'F1' perpendicular vertical apontando para cima,'F2' perpendicular horizontal apontando para a esquerda, 'F3'perpendicular vertical para baixo, 'F4' formando um ângulo de 60 graus.

Calcule o trabalho realizado pela fôrça:

a) F

Zero.

b) F2

−40 J

c) F3

Zero.

d) F4

20 J

e) R

−20 J

Página cento e treze

Trabalho da fôrça peso

Imagine quê, próximo da superfícíe da Terra, na qual a aceleração da gravidade póde sêr considerada constante, um ponto material de massa m se desloca da posição C a D, conforme a figura representada. O vetor vertical para baixo representa a fôrça peso P.

Representação de trabalho da força peso. Um corpo 'm' desce um plano inclinado 'teta', com altura 'h' perpendicular ao ponto 'E'. A trajetória curva tem início em um ponto 'C' e termina em um ponto 'D'. A seta 'P' é representada em pontos 'C' perpendicular vertical para baixo, em um outro ponto 'D'perpendicular para baixo.

Nessas condições, a fôrça peso póde sêr considerada constante, e o seu trabalho é calculado pela relação:

τ = Pdcos θ

Do triângulo CDE, tem-se: cos θ = hd ⇒ h = d cos θ.

Substituindo na equação quê determina o trabalho da fôrça peso na descida do ponto material, tem-se:

τ = Ph ⇒ τ = mgh

Pela expressão, o trabalho da fôrça peso independe da trajetória percorrida pelo corpo, mas depende de h, quê representa o desnível entre as posições ocupadas pelo ponto material. Esta é uma propriedade das chamadas forças conservativas.

O trabalho da fôrça peso póde sêr positivo ou negativo, dependendo da direção e do sentido do movimento em relação à direção e ao sentido da fôrça peso. Caso o movimento e a fôrça peso tênham o mesmo sentido e direção (ambos vertical para baixo, nas proximidades da superfícíe da Terra, θ = 0° ⇒ cos 0° = 1), o trabalho da fôrça peso é positivo (τ = mgh). Se o movimento e a fôrça peso tiverem sentidos contrários (isso ocorre quando o movimento vertical é para cima e a fôrça peso vertical é para baixo, θ = 180° ⇒ cos 0° = −1), o trabalho da fôrça peso será negativo (τ = mgh). Em resumo, o sinal do trabalho depende da orientação do movimento (deslocamento), em relação à fôrça peso, ou seja:

τ = −mgh; positivo, para movimento de descida (mesma direção e sentido do vetor fôrça peso).

τ = mgh; negativo, para movimento de subida (mesma direção, mas sentido ôpôsto ao vetor fôrça peso).

τ = 0; nulo, para deslocamentos entre posições de um mesmo plano horizontal (θ = 90° e cos 90° = 0), ou seja, o vetor fôrça peso é perpendicular ao deslocamento.

PENSE E RESPONDA

Representação de um prédio e as áreas internas. Na imagem um prédio com andares, cada andar duas janelas a esquerda e uma escada com vários lances e uma pessoa dentro de um elevador.

Representação de um prédio e as áreas de circulação interna (imagem sem escala; cores fantasia).

3 O trabalho da fôrça peso é maior quando a pessoa desce pela escada ou pelo elevador?

ATIVIDADE RESOLVIDA

1. Uma pessoa deseja mudar o armário de seu quarto de lugar, empurrando-o sobre um piso plano e horizontal, por uma distância em linha reta de 1,5 m. O armário tem massa m = 400 kg, a aceleração da gravidade local póde sêr considerada g = 10 m/s2, e qualquer influência do ar póde sêr desprezada. O coeficiente de atrito cinético entre o armário e o piso vale m = 0,3. A pessoa aplica uma fôrça F horizontal de intensidade 1.500 N. Nessas condições, qual é o trabalho total realizado pela fôrça resultante sobre o armário?

Página cento e quatorze

Resolução

O trabalho total da fôrça resultante póde sêr obtído calculando o trabalho de todas as fôrças e somando-as ao final, ou determinando a intensidade da força resultante e obtendo o trabalho realizado.

Considerando o trabalho realizado pelas fôrças: No armário atuam as forças peso, normal, atrito e a força F.

Trabalho da fôrça F:

τF = Fdcos θ = 1.500 ⋅ 1,5 ⋅ cos θ° =

= 1.500 ⋅ 1,5 ⋅ 1 ⇒ τF ⇒ 2.250 J.

Intensidade da fôrça peso:

P = mg = 400 ⋅ 10 ⇒ P = 4.000 N.

Trabalho da fôrça P

τP = Pdcos θ = 4.000 ⋅ 1,5 ⋅ cos 90° =

= 4.000 ⋅ 1,5 ⋅ 0 ⇒ τP ⇒ 0.

Intensidade da fôrça normal: como se trata de um piso plano e horizontal, e o móvel está em equilíbrio vertical, tem-se:

N = P ⇒ N = 4.000 N.

Trabalho da fôrça normal N:

τN = Ndcos θ = 4.000 ⋅ 1,5 ⋅ cos 90° =

= 4.000 ⋅ 1,5 ⋅ 0 ⇒ τF = 0.

Intensidade da fôrça de atrito cinético Fat:

Fat = μN = 0,3 ⋅ 4.000 = 1.200 N

Trabalho da fôrça de atrito cinético Fat: τfat =

= Fat dcos θ = 1.200 ⋅ 1,5 ⋅ cos 180° =

= 1.200 ⋅ 1,5 ⋅ (−1) ⇒ τFat ⇒ −1.800 J.

Trabalho total:

τ = τF + τP + τN + τFat =

=2.250 + 0 + 0 − 1.800 ⇒ τ = 450 J

Considerando a fôrça resultante: Neste caso, a fôrça resultante R tem a mesma direção e o mesmo sentido do movimento e vale:

R = F − Fat = 1.500 − 1.200 ⇒ R = 300 N.

τ = Rdcos θ = 300 ⋅ 1,5 ⋅ cos 0° = 300 ⋅ 1,5 ⋅ 1 ⇒

⇒ τ = 450 J.

ATIVIDADES

5. Qual é o trabalho realizado pela fôrça peso de um carro, de massa 2.000 kg, quê é levantado à altura de 4 m para sêr lavado?

Dado: g = 10 m/s2.

–80.000 J

6. Determine o trabalho realizado pela fôrça peso de um corpo, de massa 15 kg, quê é levantado verticalmente, com velocidade constante, do solo a uma altura de 5,0 m. Dado: g = 10 m/s2.

–750 J

7. Uma pequena esféra metálica de massa m = 1 kg está ligada à extremidade de um fio de comprimento 1,5 m. Calcule o trabalho realizado pelo peso da esféra no deslocamento de A para B. Dado: g = 10 m/s2.

7,5 J

Representação de uma pequena esfera 'A' presa a um fio de um metro e meio de comprimento, forma um ângulo de sessenta graus em direção a direita em um ponto 'B'projetado.

8. Um objeto é lançado de baixo para cima, a partir da base de um plano inclinado de 10 m de comprimento quê forma um ângulo de 30° com a horizontal. O objeto, ao chegar ao topo, estaciona e, em seguida, retorna à base. Calcule o trabalho da fôrça peso do objeto subindo e descendo o plano.

Dados: massa do objeto é de 4 kg; g = 10 m/s2.

Subindo: −200 J; descendo: 200 J.

9. Um bloco de massa 10 kg é transferido de um ponto A para um ponto B, separados por 60 m na horizontal e 40 m na vertical a partir do ponto A. Determine o módulo do trabalho realizado pela fôrça peso.

Dado: g = 10 m/s2.

Representação de um triângulo, com um ângulo reto e lados vertical 40 metros e horizontal 60 metros com outro lado A,B  igual a 'd'.

4.000 J

Página cento e quinze

Trabalho de uma fôrça variável

Uma fôrça resultante quê atua em um corpo em movimento póde variar sua intensidade no decorrer do tempo, podendo aumentar de intensidade, diminuir e até inverter seu sentido. Nestes casos, para determinar o trabalho total realizado pela fôrça ao longo de cérto deslocamento, deve-se recorrer à propriedade do gráfico da fôrça em função da posição, no qual o trabalho é numericamente igual à área delimitada pela curva do gráfico e o eixo horizontal.

Representação gráfica de uma força variável. Na imagem um gráfico, com eixo vertical 'Força resultante' e eixo horizontal 'Posição'. No gráfico quatro áreas distintas: área um forma um {triângulo}, área dois forma um [trapézio], área três forma um [triângulo] e área quatro forma um trângulo.

A região delimitada pelo gráfico póde sêr particionada em regiões menóres, calculando assim as áreas individualmente. No caso de áreas posicionadas abaixo do eixo horizontal, como a região indicada por IV, o trabalho será negativo (resistente). O trabalho total corresponde à soma de todos os valores obtidos.

τtotal = τI + τII + τIII + τIV

Trabalho da fôrça elástica

A fôrça elástica exercida por molas e corpos elásticos é um exemplo de fôrça com intensidade variável, pois depende do valor da deformação sofrida pela mola, designada por x. Lembrando quê a intensidade da fôrça elástica é dada pela lei de rúki: Fel = −kx. O sinal negativo indica quê a fôrça da mola é restauradora, isto é, sempre age em sentido ôpôsto ao sentido da deformação, como representado nas imagens. Para se considerar apenas o módulo da fôrça elástica (desconsiderando o sentido), pode-se adotar Fel = |-kx|.

Para determinar o trabalho da fôrça elástica, deve-se recorrer ao gráfico da fôrça elástica por deformação. A fôrça elástica é proporcional à deformação sofrida pela mola, sêndo a constante de proporção representada por k. Assim, o gráfico é linear.

Quando se define a posição de equilíbrio de uma mola como zero, sua deformação póde sêr positiva ou negativa, pois a mola póde sêr esticada ou comprimida. Considerando apenas o módulo da deformação, assim como apenas o módulo da fôrça elástica, tem-se o gráfico apresentado a seguir.

Representação de trabalho de uma força elástica. Na imagem uma mola 'menos x' no eixo horizontal, com a extremidade fixa do lado esquerdo e a outra extremidade presa em um bloco no ponto zero.

Representação de trabalho de força elástica. Na imagem uma mola 'menos x' no eixo horizontal, com a extremidade fixa do lado esquerdo e a outra extremidade presa em um bloco em um ponto 'x', com seta 'F e l' perpendicular horizontal apontando para a esquerda.

Representação de trabalho de uma força elástica. Na imagem uma mola, no eixo horizontal, com a extremidade fixa do lado esquerdo e a outra extremidade presa em um bloco na posição 'menos x' com seta 'Fe l' perpendicular apontando para a direita.

A área destacada é numericamente igual ao trabalho da fôrça elástica quê, neste exemplo, corresponde à área de um triângulo: τFel = Área = Felx2=kxx2 τFel kx22.

O trabalho da fôrça elástica póde sêr positivo ou negativo. Quando a extremidade da mola se móve comprimindo ou esticando a mola, isto é, quando ela se distancía do ponto de equilíbrio, o trabalho da fôrça elástica é negativo. Quando a extremidade da mola se móve retornando à posição de equilíbrio, o trabalho é positivo.

τFel = -kx22: quando a mola é alongada ou comprimida.

τFel = kx22: quando a mola retorna à posição de equilíbrio.

Representação gráfica. Eixo vertical 'F e l'[N] com uma marcação 'K x' e eixo horizontal 'x'[m] com uma marcação 'x' que formam a área em destaque.

Página cento e dezesseis

ATIVIDADES

10. Ao sofrer a ação de uma fôrça F uma mo la apresenta uma deformação de 0,02 m, alongan do-se. Se a constante elástica dessa mola é 400 N/m, determine:

a) a intensidade da fôrça F;

8 N

b) o trabalho da fôrça F para deformá-la.

0,08 J

11. Em um laboratório de Física, um estudante realiza o seguinte experimento: aplica uma fôrça de 2 N em uma mola e observa uma deformação correspondente a 10 cm. Se o estudante aplicar uma fôrça de 4 N:

a) qual será o comprimento, em centímetro, quê a mola irá deformar?

20 cm

b) qual será o trabalho realizado pela fôrça de 4 N?

0,4 J

c) qual será o trabalho realizado pela fôrça elástica no deslocamento de 10 cm até 20 cm?

0,1 J

12. Um estudante coletou dados de um experimento e construiu um gráfico quê representa a intensidade da fôrça F aplicada em uma mola em função da deformação sofrida por ela. De acôr-do com o gráfico, determine:

Representação gráfica. Eixo vertical 'F'[N],com graduação: 0,10,20,30. Eixo horizontal 'x'[m], com graduação 0,05,0,1 e 0,15 formando uma reta.

a) a constante elástica da mola;

200 N/m

b) o trabalho da fôrça F para de for má-la em 0,15 m.

2,25 J

Teorema do trabalho e energia cinética

Ao longo do século XVII, época em quê as leis e teorias dos movimentos estavam se difundindo, como as leis de níltom, vários cientistas buscavam relações entre a massa m e a velocidade v dos corpos em movimento.

Uma das principais contribuições foi feita pela francesa Émilie du Châtelet, uma mulher defensora da liberdade das mulheres, principalmente da liberdade intelectual. Émilie fez diversas contribuições para a Matemática e a Física, entre elas, a quê auxiliou na compreensão da energia dos movimentos. Em suas análises, verificou quê uma bola de metal abandonada de certa altura colidia com uma porção de argila e causava uma deformação. Ao dobrar a altura de abandono da esféra, a deformação na argila era quatro vezes maior, ou seja, existia alguma relação entre a deformação e a altura de abandono quê Émilie descreveu como mv2. Posteriormente, esta relação foi utilizada para definir a energia cinética.

Considere uma partícula de massa m quê se móve, em relação a um referencial, com velocidade escalar instantânea v.

Define-se a energia cinética da partícula Ec, em relação ao referencial, como o produto da massa pelo quadrado de sua velocidade dividido por 2.

Reprodução de uma pintura, retratando Émilie du Chàtelet. Ela está debruçada em um livro aberto, usa uma roupa com mangas bufantes, laço e gravata borboleta.

Ec = mv22

Para ampliar o conceito físico de energia cinética, suponha o movimento de um corpo de massa m quê se desloca entre as posições A e B, com aceleração constante a sôbi a ação da fôrça resultante R As velocidades escalares da partícula nas posições A e B são, respectivamente, vi e v

Representação de uma esfera 'm' com seta 'V' horizontal, apontando para a direita.

Representação de uma esfera em duas posições 'A' e 'B' distantes 'delta S'. Posição 'A', uma esfera 'm' com setas: 'F' horizontal apontando para a direita e seta 'V' horizontal apontando para a direita, seta 'a' horizontal, superior, apontando para a direita. Posição 'B', uma esfera 'm' com setas: 'F' horizontal apontando para a direita e seta 'V' horizontal apontando para a direita, seta 'a' horizontal, superior, apontando para a direita.

LA TOUR, môríss Quentin de. Madame Du Châtelet at her desk. [entre 1731 e 1749]. Óleo sobre tela, 120 cm × 100 cm.

Pintura de Émilie du Châtelet em sua mesa.

Página cento e dezessete

De acôr-do com a 2ª lei de níltom:

R=ma F=ma a=Fm, em módulo: a = Fm (I)

Conforme a equação de Torit éli para o movimento uniformemente variado: v2 = vi2 + 2a(delta)"s (II)

Substituímos a equação (I) na equação (II):

v2 = vi2 + 2 ⋅ Fm(delta)"s ⇒ F(delta)"s = mv22-mvi22

Observe quê o produto F ⋅ (delta)"s representa o trabalho realizado pela fôrça resultante R no deslocamento de A a B, e quê esse trabalho é dado pela diferença entre as energias cinéticas final e inicial. Esse é o teorema do trabalho e energia cinética.

τ = ECB-ECA= = (delta)"Ec

A dedução dêste teorema foi feita para o movimento uniformemente variado devido à facilidade no desenvolvimento matemático, mas o teorema é válido para qualquer tipo de movimento.

ATIVIDADE RESOLVIDA

2. Durante um jôgo de malha, um jogador lança uma peça de massa 0,2 kg. Ela atinge o chão com velocidade de 12 m/s e desliza em uma trajetória retilínea e horizontal até parar. Determine o trabalho da fôrça de atrito sobre o corpo, desde o momento em quê a peça toca o chão (A) até parar (B).

Representação de uma pessoa jogando uma peça, em um jogo. A pessoa está a esquerda da imagem, a peça está em uma posição 'A' a direita de uma superfície horizontal plana.

Representação da situação descrita (imagem sem escala; cores fantasia).

Resolução

O movimento do corpo ocorre na horizontal, logo N = P. Nesse caso, a fôrça resultante quê age no corpo é representada por Fat, cujo trabalho é re sis tente e dado pela variação da energia cinética.

τ = ECB-ECA

τ = mv22-mvi22

τ = 0,2(02-122)2 = − 14,4

τ = −14,4 J

Representação de um corpo 'A' que corre na direção horizontal, até um ponto 'B', onde 'V igual a zero'. No ponto 'A' seta 'N' vertical para cima e seta 'P' vertical para baixo, seta 'F a t' horizontal para a esquerda, seta 'a' horizontal para a direita e 'V i' igual a 12 metros por segundo.

Página cento e dezoito

ATIVIDADES

13. Um bloco de madeira, de massa 2 kg, sofre a ação de uma fôrça resultante de intensidade 1 N ao deslocar-se sobre uma superfícíe lisa e horizontal. Se a velocidade inicial do bloco é 4 m/s e a sua trajetória é retilínea, determine:

a) a sua energia cinética inicial;

16 J

b) o trabalho da fôrça resultante, caso ela seja constante, na mesma direção e sentido da velocidade inicial, e atue em um deslocamento de 48 m;

48 J

c) a sua energia cinética final;

64 J

d) a velocidade final do bloco.

8 m/s

14. Considere um veículo de massa igual a 1.200 kg em movimento com velocidade de módulo constante e igual a 36 km/h. O motorista, então, acelerou até quê a velocidade ficasse com intensidade três vezes maior.

a) Após acelerar, a energia cinética do veículo ficou quantas vezes maior, em relação à energia cinética inicial?

9 vezes maior.

b) Qual foi o trabalho realizado pela fôrça do motor durante esta aceleração, em Jáule?

480.000 J

15. Quando o pneu de um carro derrapa, a fôrça de atrito aplicada entre a pista e o pneu é a mesma, qualquer quê seja a velocidade do carro. Portanto, o atrito não depende da velocidade. escrêeva no seu caderno a variável envolvida para o carro parar.

Distância percorrida.

16. Um objeto de 8,0 kg está sujeito à fôrça resultante R aplicada na mesma direção e no mesmo sentido do movimento. O módulo da fôrça F variável em função da posição x, está representado no gráfico.

Representação gráfica, eixo vertical 'F'[N], com graduações 0,4,F linha. Eixo horizontal 'x'[m] com marcação 40.De 'F linha' sai uma reta projetada em quatro no eixo vertical e quarenta no eixo horizontal.

Sabe-se ainda quê o trabalho realizado pela fôrça F é de 300 J no deslocamento de 40 m, indicado no gráfico, e quê a velocidade do objeto é de 10 m/s quando x = 40 m.

Determine:

a) a velocidade do objeto quando x = 0.

5,0 m/s

b) o módulo da fôrça F' incógnita no gráfico.

11 N

17. Um veículo de 1.200 kg encontra-se parado em uma via urbana, aguardando no semáforo. Quando a luz vêrde acende, o motorista acelera o veículo d fórma quê a fôrça resultante sobre ele varia sua intensidade ao longo das posições descritas no gráfico a seguir.

Representação gráfica, eixo vertical 'F R'[N], com graduação 0, 2.000,4.000,6.000 e eixo horizontal 'x'[m], com graduação 20,40,60,80,100.O gráfico forma uma reta ascendente de zera a vinte, permanecendo estável até sessenta, voltando a subir até oitenta e descendo até cem.

a) Qual foi o módulo da velocidade do veículo após percorrer o deslocamento de 100 m, em m/s?

20 m/s

b) Qual foi a energia cinética do veículo após percorrer 100 m, em Jáule?

240.000 J

c) O movimento realizado pelo veículo nos 100 m foi uniformemente variado? Justifique sua resposta.

d) Qual foi o tipo de movimento realizado pelo veículo após percorrer 100 m? Justifique sua resposta.

e) Organize-se em um grupo com seus côlégas e analisem os dados do movimento do veículo. Depois, discutam e respondam às kestões a seguir.

Verifiquem uma forma de determinar a aceleração escalar média do veículo.

Verifiquem também uma forma de determinar a fôrça resultante média quê atuou no veículo.

Confeccionem um gráfico de fôrça resultante média em função da posição e determinem a área delimitada pela curva e o eixo da posição. O quê esta área representa?

Página cento e dezenove

Energia potencial

É chamada energia potencial a energia quê está armazenada em um sistema “esperando” para sêr convertida em energia cinética ou trabalho. A esse tipo de energia potencial é associada uma fôrça chamada de conservativa. A característica dêêsse tipo de fôrça é quê o trabalho realizado por ela, em dado deslocamento, não depende da trajetória. O termo conservativa é justificado porque, durante o movimento de um corpo sujeito a esse tipo de fôrça, não existe dissipação de energia.

Energia potencial gravitacional

No esquema a seguir, está representado o deslocamento vertical d de uma partícula de massa m, da posição A, localizada a uma altura hA do solo, à posição B, localizada a uma altura hB do solo.

Representação de uma esfera 'm', se deslocando verticalmente do ponto 'A' para um ponto 'B' distantes 'd'. Uma reta 'h A' marca a distância vertical do ponto 'A' ao solo e outra reta 'h B' marca a distância vertical do ponto 'B' ao solo. Uma seta 'g' vertical para baixo.

O trabalho realizado pela fôrça peso independe da trajetória, e esse deslocamento póde sêr expresso por:

τP = Pd cos 0° ⇒ τP = mg (hA − hB) ⋅ 1 ⇒ τP = mghA − mghB (I)

O produto mgh representa uma forma de energia associada à posição da partícula em relação a um plano de referência (solo), denominado energia potencial gravitacional Ep.

Ep = mgh

Retornando à equação (I), pode-se concluir quê o trabalho realizado pela fôrça peso entre as posições A e B é igual à diferença entre a energia potencial gravitacional da partícula na posição A e a energia potencial gravitacional da partícula na posição B, ambas em relação ao solo (plano de referência). É chamado de teorema da energia potencial a relação entre o trabalho realizado por uma fôrça conservativa, no caso, a fôrça peso, e a diferença entre as energias potenciais em cada posição no sistema.

τP = EpA-EpB

PENSE E RESPONDA

Fotografia de uma mulher tencionando um arco, ela usa o cabelo longo, preso e camiseta esportiva.

Mulher tensiona o fio de um arco antes de efetuar o lançamento da flecha.

4 Um arco utilizado na prática esportiva arco e flecha póde sêr considerado um sistema compôzto do arco mais o elástico. Considere a pessoa da imagem praticando tiro com arco e flecha. De onde vêm a energia armazenada no sistema arco-elástico?

Página cento e vinte

ATIVIDADE RESOLVIDA

3. Uma menina solta um brinquedo de 5 kg, inicialmente na posição A, do alto de um tobogã. Considere o perfil da superfícíe do tobogã, representado na imagem, e adote g = 10 m/s2. Nessas condições, determine:

Representação de uma menina no topo de um tobogã com 'h A' igual a quatro metros, ela solta um carrinho de brinquedo de um ponto 'A' e o ponto 'B' no solo.

Representação da situação descrita (imagem sem escala; cores fantasia).

a) a energia potencial do brinquedo asso ciada à posição A;

b) a energia potencial do brinquedo asso cia da à posição B;

c) o trabalho da fôrça peso para deslocá-lo da posição A até a posição B.

Resolução

a) Na posição A: EpA = mghA = 5 ⋅ 10 ⋅ 4 = 200 ⇒ EpA = 200 J

b) Na posição B: EpB = mghB = 5 ⋅ 10 ⋅ 0 = 0

c) τ = EpA-EpB = 200 − 0 = 200 ⇒ τ = 200 J

ATIVIDADES

18. Em uma academia de ginástica, um atleta ergue um haltere de massa 40 kg em duas etapas: do solo até a cintura (hC = 1 m) e da cintura até o ponto mais alto quê seus braços alcançam (h = 2,5 m).

Representação de um atleta erguendo um halter em duas etapas. Etapa um: ele ergue 'h c' igual a um metro, o halter do chão até a cintura e etapa dois: ele ergue o halter da cintura até acima da cabeça 'h' igual a dois metros e meio.

(imagem sem escala; cores fantasia)

Se, nesse local, a aceleração da gravidade é 10 m/s2, determine a energia potencial gravitacional do corpo asso cia da à posição:

a) S (solo);

Zero.

b) C (cintura);

400 J

c) A (ponto mais alto).

1.000 J

19. Nas condições da atividade anterior, determine o trabalho da fôrça aplicada pelo atleta para deslocar o haltere da posição C para A.

600 J

20. Ainda em relação à atividade 18, se o atleta abandonar o haltere na posição A, qual será a energia potencial gravitacional do haltere ao atingir o solo?

Zero.

21. Uma nadadora de massa 60 kg é filmada no momento do salto a partir de um trampolim. No salto, a altura mássima ôbitída por ela é de 2 m (em relação ao trampolim). A distância, na vertical, do trampolim em relação ao nível da á gua da piscina é de 10 m. Qual será a energia potencial armazenada pela atleta quando ela estiver, em relação ao trampolim, no ponto mais alto e na superfícíe da á gua da piscina?

1.200 J e −6.000 J

Fotografia de uma pessoa pulando de cabeça para baixo em um trampolim no alto.

Mulher realiza um salto de trampolim.

22. Um corpo pesa 80 N em um local onde a aceleração da gravidade é de 8 m/s2. Encontre, em relação ao solo, a energia potencial dêêsse corpo, quando ele se encontra a 10 m do solo, em outro local onde a aceleração da gravidade é de 10 m/s2.

1.000 J

Página cento e vinte e um

Energia potencial elástica

A energia potencial elástica está associada às deformações elásticas sofridas por determinados corpos quando submetidos à ação de forças para comprimi-los ou distendê-los.

Considere uma mola ideal, de constante elástica k, sôbi a ação de uma fôrça F quê a deforme (alongando ou comprimindo), produzindo o deslocamento da sua extremidade livre desde a posição A até a B.

Representação de uma mola em duas posições: Posição 1: 'l i 'ponto 'A', posição 2:reta 'l' ponto 'B' com seta 'F' horizontal para a direita e f' e l' com seta horizontal para a esquerda. Distância horizontal de 'A', 'B' xis é igual a' l' menos' l i'.

Partindo do conceito de energia potencial, obissérve como adequá-lo aos corpos de comportamento elástico.

O trabalho da fôrça elástica quê póde sêr realizado para fazer a mola voltar à posição A (livre) corresponde à medida da energia potencial elástica.

EpA=τFel=kx22EpA=kx22

O teorema da energia potencial tem validade para qualquer fôrça conservativa, como é o caso da fôrça elástica.

τFel=EpA-EpB

PENSE E RESPONDA

Fotografia de quatro pessoas pulando em uma cama elástica em um ambiente externo.

Pessoas pulam em cama elástica.

5 Que tipo de energia a cama elástica acumula ao sêr deformada por uma fôrça? O quê ocorre com essa energia acumulada?

ATIVIDADE RESOLVIDA

4. Em uma mola presa na posição vertical, pendurou-se um corpo de massa 2 kg, o quê causou uma de formação de 0,05 m na mola. Sabendo-se quê g = 10 m/s2, determine:

Representação de uma mola na posição vertical, presa pela extremidade superior, em dois momentos. No primeiro momento a mola está em repouso. No segundo momento, um corpo 'A' foi pendurado na extremidade inferior da mola causando uma deformação x igual a 0 vírgula 05 metros.

a) o valor da constante elástica da mola;

b) a energia potencial elástica do sistema mola-corpo associada à posição A.

Resolução

a) Considerando o corpo em repouso, tem-se:

Fel = kx

P = kx ⇒ k = Px=200,05 ⇒ k = 400 N/m

b) Epel=kx22=400(0,05)22Epel = 0,5 J

Página cento e vinte e dois

ATIVIDADES

23. No esquema a seguir, está representada uma mola com uma das extremidades presa a um suporte, enquanto a outra extremidade é submetida à ação de uma fôrça F = 5 N, provocando, na referida mola, um alongamento de 0,10 m. Utilize essas informações e determine:

Representação de uma mola na posição horizontal, com a extremidade esquerda, presa. Uma seta 'F' horizontal apontando para a direita.

a) o valor da constante elástica da mola;

50 N/m

b) a energia potencial elástica da mola;

0,25 J

c) qual deve sêr o alongamento sofrido pela mola para quê a energia potencial adquirida por ela seja 1,0 J.

0,2 m

24. Determine, em Jáule, a energia armazenada por uma mola, de constante elástica k = 80 N/m, quê apresenta deformação de 0,10 m.

0,4 J

25. Encontre o valor da energia adquirida por uma mola quê se deformou x = 0,4 m, após receber uma fôrça de 300 N.

60 J

26. O gráfico a seguir mostra a deformação sofrida por uma mola quando se varia a fôrça aplicada para esticá-la.

Representação gráfica. Eixo vertical 'Deformação' em centímetros, marcado 10 centímetros e eixo horizontal 'Força' N, marcado 500. Uma reta projetada nos pontos marcados.

Determine:

a) a constante elástica da mola, em N/m.

5.000 N/m

b) a energia potencial elástica armazenada na mola quando esta estiver deformada 4,0 m.

40.000 J

Energia mecânica

Considere um objeto de massa m, quê inicialmente estava em repouso em relação ao chão e, depois, ao sêr abandonado, descreve uma trajetória retilínea, conforme a ilustração.

Representação de energia mecânica. Uma pessoa está em cima de um edifício ponto 'A', soltando um corpo em queda, passando por um ponto 'B', indo até um ponto 'C' no chão.

Representação da situação descrita (imagem sem escala; cores fantasia).

Na posição A, o corpo está em repouso; portanto, a energia cinética é nula; e a energia potencial gravitacional é mássima, pois a altura é mássima.

Durante a queda (ponto B), a energia cinética aumenta e a energia potencial gravitacional diminui, pois a velocidade aumenta e a altura diminui.

No ponto C, imediatamente antes de o corpo atingir o chão, a energia cinética é mássima e a energia potencial gravitacional é nula, pois a velocidade é mássima e a altura é nula.

A energia mecânica do sistema é representada pela soma das energias potencial e cinética.

Em = Ec + Ep

Página cento e vinte e três

Conservação da energia mecânica

Voltando ao exemplo anterior, se for desprezada a resistência do ar durante o movimento do corpo, a energia potencial vai se transformando em energia cinética, d fórma quê o valor diminuído por uma corresponde ao valor aumentado pela outra.

A soma dêêsses valores permanéce constante, ou seja, isso indica quê a energia mecânica do sistema se conserva.

EmA=EmB=EmC

A energia mecânica se conserva quando apenas fôrças conservativas realizam trabalho ao longo do deslocamento. Essas fôrças, como o peso, a força elástica ou a força elétrica (que será estudado posteriormente), têm o seu trabalho associado à energia potencial.

Se não for desprezada a resistência do ar quê age no corpo durante o movimento, a energia mecânica não se conserva, isto é, a redução da energia potencial não corresponde ao aumento da energia cinética. O quê ocorre com parte da energia?

Parte da energia é transformada em energias dissipativas, como energia térmica e sonora, o quê corresponde a um aumento na tempera-túra do sistema e a emissão de ruídos.

É importante destacar quê energia sempre se conserva, não importa o tipo. Quando apenas forças conservativas realizam trabalho, tem-se a conservação da energia mecânica. No exemplo do objeto solto do alto do prédio, a fôrça de resistência do ar, quê é fôrça não conservativa, realiza trabalho resistente diminuindo a energia mecânica do sistema.

A diferença entre as energias mecânicas final e inicial do corpo ou sistema é igual ao trabalho das forças não conservativas, trabalho dissipado, quê agem no corpo ou sistema.

τFnão cons.=Emf-Emi

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

No livro Sobre as leis da Física, do físico estadunidense ríchard P. Feynman (1918-1988), destaca-se o texto do capítulo 3 “Os grandes princípios de conservação”, quê ajudará na compreensão da importânssia dêêsses princípios para a Física.

ríchard fílips Feynman. Sobre as leis da física. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2012.

As transformações de energia presentes em uma pista de squêit poderão sêr analisadas usando o simulador indicado a seguir.

Energia na pista de squêit: básico. Publicado por: PhET Interactive Simulations. Disponível em: https://livro.pw/omxzb. Acesso em: 5 ago. 2024.

ATIVIDADES

27. Um carrinho de massa 40 kg parte do ponto A, inicialmente em repouso, e roda livremente.

Representação de um carrinho, descendo uma curva vertical do ponto 'A', a seis metros de altura, em repouso, passando pelo ponto 'B', a quatro metros de altura e ponto 'C' no chão, subindo ao ponto 'D' a 4,2 metros de altura.

(imagem sem escala; cores fantasia)

Supondo a aceleração da gravidade local de 10 m/s2, a energia potencial nula no ponto C e sem dissipação, determine:

a) a energia mecânica do carrinho;

2.400 J

b) a energia potencial e cinética nos pontos B, C e D;

27. b) B(Ep = 1.600 J e Ec = 400 J); C(Ep = 0 e Ec = 2.000 J); D(Ep = 1.680 J e Ec = 320 J)

c) a velocidade do carrinho ao passar pelo ponto C;

10 m/s

d) a velocidade do carrinho ao atingir o ponto D.

4 m/s

Página cento e vinte e quatro

28. Calcule a energia mecânica do bloco, de massa m = 1 kg, no instante considerado na figura, sabendo quê a mola está deformada em 0,10 m e sua constante elástica é 200 N/m.

Representação de uma mola horizontal, fixada na extremidade esquerda e com um corpo quadrado preso na extremidade direita, escrito 'v i igual a zero'.

1 J

29. A representação a seguir mostra o perfil de uma montanha-russa onde um carrinho desliza sem resistências ao seu movimento. Copie e complete os dados a seguir em seu caderno, substituindo as lêtras pêlos valores de energia pedidos.

Representação de um carrinho de montanha russa, nos pontos: ponto um, em cima da curva, ponto dois, embaixo da curva, ponto três, em cima da curva e ponto quatro em cima de outra curva.

(imagem sem escala; cores fantasia)

Ponto

Altura (m)

Epotencial (J)

Ecinética (J)

Emecânica

I

10

800

D 900

G 1.700

II

0

A 0

1.700

H 1.700

III

5

B 400

E 1.300

I 1.700

IV

2,5

C 200

F 1.500

J 1.700

Potência

Considere quê dois elevadores precisam transportar a mesma carga do térreo ao sétimo andar de um prédio. Um deles está equipado com o motor A e realiza esse trabalho em 30 s; o outro, equipado com o motor B, realiza esse trabalho em 50 s. Nessas condições, o motor A é mais potente quê o B, pois realiza o mesmo trabalho em um intervalo de tempo menor.

Representação de dois elevadores 'A' e 'B 'escrito 'carga' nas laterais esquerda e direita de um edifício, com uma seta apontando para cima. Elevador esquerdo, escrito: 'delta t A' igual a trinta segundos e elevador direito escrito 'delta t B igual a cinquenta segundos.

Representação de dois elevadores em um edifício (imagem sem escala; cores fantasia).

A potência póde sêr definida como a rapidez com quê ocorrem as transformações ou transferências de energia, ou seja, a rapidez com quê um trabalho é realizado.

Formalizando matematicamente, a potência média Pm é o quociente do trabalho realizado por uma fôrça τF pelo intervalo de tempo (delta)"t transcorrido.

Pm = τFΔt

No SI, a unidade de potência é o Jáule por segundo, definido como watt (1 W = 1 J/s), em homenagem ao engenheiro escocês diêmes Watt (1736-1819), cujo trabalho mais conhecido foi o aperfeiçoamento da máquina a vapor.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de um veículo esportivo.

Veículo esportivo quê acelera de zero a 100 km/h em 1,74 s.

Fotografia de um veículo popular.

Veículo popular quê acelera de zero a 100 km/h em 13 s.

6 Analisando os dois veículos apresentados, qual é o mais potente?

Página cento e vinte e cinco

Outras unidades muito utilizadas, quê não pertencem ao SI, são:

horse-power (HP): 1 HP = 746 W

cheval-vapeur (cavalo-vapor, cv): 1 cv = 735 W

A potência média também póde sêr determinada a partir da fôrça resultante, na mesma direção e sentido do deslocamento, e da velocidade média.

P = τFΔt=FdΔt, como dΔt = vm, tem-se: Pm = FR ⋅ vm

Considerando pequenos intervalos de tempo, próximos a zero, a velocidade será instantânea. Assim, a potência também será instantânea: P = FRv.

Rendimento

Considere um corpo de 4 kg de massa, quê está a uma altura de 1,25 m em relação ao solo (ponto A). êste corpo cai e, imediatamente antes de tokár o solo (ponto B), sua velocidade era de 4 m/s. Nesta situação, pode-se dizêr quê ocorreu conservação da energia mecânica?

Observe quê a energia mecânica inicial era de 50 J enquanto a energia mecânica final foi de 32 J, ou seja, não ocorreu conservação da energia mecânica, devido à ação de forças não conservativas, como a resistência do ar, quê realizaram um trabalho de 18 J.

τdissipado = Em − Emi = 50 − 32

τdissipado = 18 J

Assim, pode-se definir a grandeza rendimento (M) como a quantidade da energia realmente utilizada em relação a um total disponível. Ela é determinada pela razão entre a energia útil e a energia total de um sistema.

η = EútilEtotal

Representação da queda descrita. Na imagem, uma esfera, em queda vertical de cima para baixo dos pontos 'A' até 'B'.

Representação da queda do corpo descrita (imagem sem escala; cores fantasia).

O rendimento póde sêr expresso como um número decimal adimensional ou uma porcentagem. No exemplo apresentado, 32 J de energia foi transformada em energia cinética, de 50 J de energia total inicial.

η = 3250 = 0,64

η = 64%

Relacionando a transformação de energia com o intervalo de tempo em quê ela ocorre, tem-se o rendimento expresso em termos da grandeza potência.

τdissipado = Em − Emi = Pdissipada = Ptotal − Pútil (simplificando)

η = PuPt

Página cento e vinte e seis

ATIVIDADE RESOLVIDA

5. Um atleta sobe uma rampa em 40 s e chega ao topo, a uma altura de 20 m em relação ao ponto de partida. Determine a potência média desenvolvida por ele.

Dados: o ponto de partida está no nível de referência, a massa do atleta é 80 kg e a aceleração da gravidade é 10 m/s2.

Resolução

(delta)"E = E − Epi(delta)"E = mgh − mghi(delta)"E = 80 ⋅ 10 ⋅ 20 − 80 ⋅ 10 ⋅ 0 ⇒ (delta)"E = 1,6 ⋅ 104 J

A potência também póde sêr determinada por: Pm = ΔEΔt=1,610440 ⇒ P = 4 ⋅ 102 W

ATIVIDADES

30. Duas máquinas dêsempênham a mesma tarefa no mesmo local: erguer um corpo de 80 kg, do chão até uma altura de 20 m, em movimento retilíneo uniforme. (Considere g = 10 m/s2.) Sabendo quê a máquina A utiliza 20 s e a máquina B utiliza 25 s para realizar a operação, determine:

a) o trabalho da fôrça aplicada pelas máquinas A e B aos corpos;

16.000 J e 16.000 J

b) a potência das máquinas A e B.

800 W e 640 W

31. Suponha quê, durante a manutenção de um elevador com 1.000 kg de massa total, ele tenha conseguido se deslocar nos primeiros 60 m em 30 s. Nessa situação, determine:

a) a velocidade média do elevador;

2 m/s

b) a potência média desenvolvida pelo motor elétrico do elevador.

20 kW

32. Localizado na cidade de Salvador (BA), o Elevador Lacerda teve sua construção iniciada em 1869 e concluída em 1873. Com 72 metros de altura e duas torres, liga a Cidade Baixa à Cidade Alta. Atualmente, funciona com quatro cabines eletrificadas com capacidade para transportar 32 passageiros cada uma, em um tempo de permanência de 22 segundos.

Fotografia do elevador Lacerda em Salvador. Ele é um elevador externo, que liga a cidade alta à cidade baixa.

Elevador Lacerda, em Salvador (BA), 2024.

Qual é a potência média necessária para fazer a elevação de uma massa total de 700 kg?

25.200 W

33. Em um degrau da escada rolante de um supermercado, foi colocado um pacote com 100 kg. Em 50 s, o pacote foi levado, com velocidade constante, do térreo ao primeiro andar, a 6 m de altura. Sabendo quê nesse local g = 10 m/s2, determine:

a) nesse intervalo de tempo, o trabalho da fôrça peso do pacote;

6.000 J

b) o rendimento do motor quê aciona a escada rolante, sabendo quê a potência total é 800 W.

15%

34. Após perfurar um poço de 10 m de profundidade, um agricultor instalou um motor de 2 HP de potência e, com ele, consegue bombear 7,46 L/s de á gua. Considere g = 10 m/s2, 1 HP = 746 W e 1 L de á gua equivalente a 1 kg. Nessas condições, determine:

a) a potência útil do sistema;

1 HP

b) o rendimento do motor.

50%

Página cento e vinte e sete

TEMA 11
Impulso e conservação da quantidade de movimento

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Comentar com os estudantes quê o momento linear também póde sêr designado por p, e quê é comum encontrar esse tipo de notação em exames ou livros técnicos.

Quantidade de movimento

Por muito tempo, procurou-se uma grandeza quê descrevesse o movimento. A ideia de quê fôrça é algo quê coexiste ao movimento (isto é, sem fôrça, sem movimento) foi refutada por Galileu, quando ele teorizou acerca da inércia. Descartes também fez referência a respeito da inércia em sua obra Princípios da Filosofia, de 1644.

Para Descartes, uma grandeza quê mediria o movimento de um corpo era dada pela massa do corpo multiplicada por sua velocidade (m ⋅ v), e ele acreditava quê esta poderia sêr a definição de fôrça.

Porém, a definição atualmente utilizada foi apresentada por níltom ao propor as leis dos movimentos publicadas em sua obra Principia, de 1687. Nessa obra, ele define fôrça como uma ação externa ao corpo quê representa interações com outros corpos ou com sua vizinhança e quê o efeito de uma fôrça em um corpo de massa m é uma aceleração a, ou seja, uma mudança de velocidade.

O m ⋅ v propôsto por Descartes consolidou uma grandeza denominada quantidade de movimento, momento linear ou momentum, designada por Q.

Representação de quantidade de movimento. Na imagem, uma esfera 'm', com seta 'V' apontando para a direita e seta 'Q' apontando para a direita.

Q=mv

A quantidade de movimento é uma grandeza vetorial com a mesma direção e o mesmo sentido do vetor velocidade. No SI, sua unidade de medida é o produto entre quilograma e métro por segundo: kgm/s. Esta unidade de medida é equivalente ao produto entre nílton e segundo (1 kg⋅m/s = 1 N⋅s), como será estudado posteriormente.

Considerando um sistema compôzto de pontos materiais de massas m1, m2,...,mn, quê em determinado instante apresentam velocidades respectivasv1' v2,..., vn, a quantidade de movimento do sistema é determinada da seguinte forma.

Q=Q1+Q2++QnQ=m1v1+m2v2++mnvn

PENSE E RESPONDA

Fotografia de veículos trafegando por uma rodovia.

Veículos trafegam pela rodovia BR-277, em Campo Largo (PR), 2023.

1 Considere quê o caminhão carregado e o veículo, mostrados em primeiro plano na fotografia, estão com a mesma velocidade. Estes corpos estão em um mesmo movimento? É possível calcular o movimento de um corpo?

Página cento e vinte e oito

ATIVIDADES

1. Um satélite artificial A descreve movimento circular e uniforme ao redor da Terra conforme a representação a seguir.

Representação de um satélite 'A', em órbita circular em volta da Terra.

Representação de um satélite em movimento circular ao redor da Terra (imagem sem escala; cores fantasia).

Analise as afirmativas e responda se são verdadeiras ou falsas, justificando sua resposta.

a) A quantidade de movimento do satélite é variável.

b) O módulo da quantidade de movimento do satélite é variável.

c) A energia cinética do satélite é constante.

2. As quantidades de movimento podem se anular? E as energias? Justifique suas respostas.

3. Se um corpo em movimento duplicar sua velocidade, quê quantidade de movimento vai adquirir? E de energia?

4. Um ciclista de massa 70 kg conseguiu percorrer 30 m em 10 s com velocidade constante. Se a bicicleta tem 3,0 kg, qual é a intensidade da quantidade de movimento do conjunto?

219 kg·m/s

5. Determine a relação VAVB entre os módulos das velocidades de duas partículas A e B, sabendo quê suas massas são M e 2M, respectivamente, e quê em um dado instante a quantidade de movimento tem módulos iguais.

2

6. Uma partícula de 0,2 kg e velocidade escalar v = 1,5 m/s descreve movimento circular uniforme. Avalie se a quantidade de movimento da partícula é constante e determine o seu módulo.

7. Uma bola com massa 20 kg foi lançada com velocidade de 10 m/s, na direção horizontal e sentido da direita para a esquerda. Determine, nesse instante, o módulo, a direção e o sentido da quantidade de movimento da bola.

200 kg ⋅m/s, direção horizontal e sentido da direita para a esquerda.

8. Com o propósito de promover a integração dos jovens de um bairro, os pais dos estudantes resolveram promover encontros esportivos nos fins de semana. Durante uma competição de lançamento de discos, uma estudante conseguiu lançar um peso de massa 3,0 kg a uma velocidade inicial de 5,0 m/s. Considere o SI e determine a energia cinética e a quantidade de movimento impréssas ao disco.

37,5 J; 15,0 kg ⋅ m/s

9. Um corpo de massa 0,5 kg realiza um movimento retilíneo uniformemente variado obedecendo à função horária s = 5 + 2t + 3t2, em quê s é medido em métro e t em segundo.

Determine:

a) a função horária da velocidade dêêsse corpo;

v = 2 + 6t

b) o módulo da quantidade de movimento dêêsse corpo no instante 2 s.

7 kg ⋅ m/s

10. Um caminhão, quando não transporta carga, tem quantidade de movimento de 25.000 kg ⋅ m/s ao atingir a velocidade de 90 km/h. Seu condutor deseja transportar uma carga de 2.000 kg mantendo a mesma quantidade de movimento.

Determine:

a) a massa do caminhão sem a carga;

1.000 kg

b) a velocidade, em km/h, quê o caminhão com a carga atinge, mantendo a mesma quantidade de movimento.

130 km/h

Página cento e vinte e nove

Impulso de uma fôrça

A ideia de impulso está vinculada a duas grandezas físicas: fôrça e tempo.

Considerando uma fôrça constante F agindo em um ponto material durante um intervalo de tempo (delta)"t = t2 − t1 I F, define-se o impulso da fôrça como:

I=FΔt

O impulso é uma grandeza vetorial com a mesma orientação do vetor fôrça, e sua intensidade é determinada por I = F(delta)"t. No SI, sua unidade de medida é o produto entre nílton e segundo (N⋅s).

Na análise do gráfico de fôrça por tempo, F × t, a área delimitada pela curva e o eixo horizontal, em cérto intervalo de tempo, é numericamente igual à intensidade do impulso da fôrça F no intervalo de tempo considerado.

A=NI

Representação gráfica do impulso de uma força. Eixo vertical 'F' e eixo horizontal 't', com marcações 't1' e 't2', sendo a distância entre esses dois pontos delta 't', projetada na reta paralela em 'F', formando uma figura 'A'.

Teorema do impulso 

A quantidade de movimento e o impulso de uma fôrça são grandezas relacionadas. Considere um exemplo de uma fôrça R quê é aplicada durante um intervalo de tempo (delta)"t sobre uma bola de massa m quê se movimenta com velocidade inicial v1.A ação dessa fôrça resultante causa na bola uma aceleração a, alterando a velocidade para v2.

Com isso, pode-se afirmar quê a fôrça resultante R foi responsável pela alteração da quantidade de movimento da bola de Q1=mv1 para Q2=mv2

Representação de uma bola de futebol 'm', em dois momentos: momento 1: seta, 'V1' horizontal para a direita, escrito acima, 'Q1 igual a mv1' e momento dois: seta 'V2' horizontal para a direita, escrito acima, 'Q2 igual a 'mv2'.

Ao admitir quê um ponto material de massa m descreve movimento retilíneo uniformemente variado, causado pela ação de fôrça resultante R tem-se:

R=ma R=mΔvΔt RΔt=mΔv RΔt=m2-m1 (I)

Sendo o termo RΔt igual ao impulso I da fôrça resultante e os termos mv1 e mv2 iguais à quantidade de movimento inicial e final, pode-se reescrever a equação (I) da seguinte maneira:

I=Q2-Q1I=ΔQ

Essa expressão, conhecida como teorema do impulso, é válida para referenciais inerciais. Embora esse teorema tenha sido demonstrado para o movimento uniformemente variado, também é válido para outros movimentos quê descrevem qualquer trajetória.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de dois trapezistas realizando trapézio de voo. Um trapezista segura no trapézio com os pés e com as mãos segura o outro trapezista. Abaixo deles há uma rede de proteção.

Trapezistas realizam trapézio de vôo.

2 por quê rêdes são instaladas abaixo dos locais onde os trapezistas fazem suas apresentações?

Página cento e trinta

ATIVIDADES

11. Considere um corpo em movimento retilíneo uniforme. Responda aos itens e justifique.

a) A quantidade de movimento dêêsse corpo varia?

Não.

b) Como você avalia o impulso da fôrça resultante quê age no corpo?

11. b) O impulso da fôrça resultante é nulo, pois não há variação da quantidade de movimento.

12. Durante um filme de ficção, o narrador descreve uma cena em quê uma bola de massa 0,30 kg se desloca com velocidade de 10 m/s. Mantendo a mesma direção e sentido, essa bola tem a sua velocidade aumentada para 30 m/s. Considere o SI e determine o módulo do impulso resultante sofrido pela bola.

6,0 N⋅s

13. Em uma partida de vôlei, uma bola mal arremessada atingiu a cabeça de um torcedor quê estava parado próximo à lateral da quadra. A velocidade da bola era 6,0 m/s e, após batêer nesse torcedor, retornou na mesma direção com velocidade 5,0 m/s. Considere a massa da bola m = 300 g e determine o impulso da fôrça quê a cabeça aplicou na bola.

3,3 N·s

14. Cientistas usam um simulador para fazer testes com um objeto espacial, de massa 10 kg. Nessa simulação, o objeto se movimenta com velocidade constante de 2,0 m/s, em relação a um referencial inercial, e está livre da ação de fôrças. Quando resolveram parar o objeto, fizeram agir nele uma fôrça resultante de 2 N, na mesma direção e sentido contrário ao do movimento. Durante quanto tempo essa força precisa agir?

10 s

Conservação da quantidade de movimento

Acompanhe, agora, o conceito de quantidade de movimento nos casos de interações de curta duração entre corpos quê constituem um sistema isolado, ou seja, em quê a resultante de forças externas é nula. As colisões e as explosões podem sêr citadas como exemplos quê se aproximam dêêsse tipo de situação.

Ao analisar o sistema isolado formado por duas esferas, como mostra a ilustração, tem-se, durante a colisão, a ação de forças em um intervalo de tempo muito pequeno. Essas forças, trocadas entre os corpos quê pertencem ao sistema, são chamadas forças internas. Utilizando o princípio da ação e reação, é possível dizêr quê estas forças causam variações das quantidades de movimentos de mesma intensidade e de sentidos opostos, não variando, assim, a quantidade de movimento total do sistema.

Representação de duas esferas ,em dois momentos: antes da colisão, esfera 'm A', seta 'V A' horizontal para a direita e esfera 'm B', seta 'V B' horizontal para a esquerda. Depois da colisão, esfera 'm A', seta 'V A' horizontal para a esquerda e esfera 'm B', seta 'V B' horizontal para a direita.

Caso haja variação da quantidade de movimento total do sistema, deve-se atribuir a ação de um agente externo ao sistema adotado, quê passa a se chamar fôrça externa. No caso das esferas mencionadas, pode-se citar a fôrça peso, a fôrça normal e a fôrça de atrito como exemplos de forças externas. Assim, apenas forças externas a um sistema isolado podem realizar um impulso.

Em um sistema isolado livre da ação das forças externas, tem-se quê Iext = 0, então, ΔQ = 0. Uma variação de quantidade de movimento igual a zero significa quê a quantidade de movimento inicial é igual à quantidade de movimento final, isto é, ocorre a conservação da quantidade de movimento total do sistema isolado.

A quantidade de movimento total Q de um sistema isolado se conserva se a resultante das forças externas quê agem no sistema isolado é nula.

Qi=Q (algebricamente)

Página cento e trinta e um

ATIVIDADE RESOLVIDA

1. Um patinador A e uma patinadora B, de massas 80 kg e 60 kg, respectivamente, estão em repouso sobre uma pista plana e horizontal. Eles se empurram e se deslócam na mesma direção e em sentidos opostos: o patinador para a esquerda, com velocidade 3 m/s, e a patinadora para a direita. Determine a intensidade da velocidade da patinadora.

Representação de dois patinadores em repouso, se apoiando nas mãos um do outro.

Patinadores inicialmente em repouso.

Representação de dois patinadores depois do impulso, eles estão se afastando mutuamente. Acima do patinador a esquerda há uma seta 'V A' horizontal para a esquerda, e acima da patinadora da direita, seta 'V B' horizontal para a direita.

Patinadores após terem se empurrado.

Resolução

Adotando um sistema isolado formado pelo patinador A e pela patinadora B, tem-se quê ambos estão inicialmente em repouso; logo, a quantidade de movimento inicial dêêsse sistema isolado é zero.

Qi=QiA+QiB=0+0Qi=0

Os patinadores se empurram horizontalmente em sentidos opostos, tendo assim apenas variações unidimensionais na quantidade de movimento.

Q=QA+QBQ=mAvA+mBvB

As fôrças aplicadas são internas ao sistema isolado, enquanto a fôrça resultante externa é nula (considerando fôrça peso e força normal e desprezando atritos e resistência do ar). Sendo assim, ocorre a conservação da quantidade de movimento do sistema isolado na direção horizontal.

Q=Qi = mAvA + mBvB = 0 80 ⋅ 3 + 60 vB =

= 0 60 vB = −240

vB = -24060 vB = −4m/s

Como se adotou a velocidade final do patinador A como vA = 3 m/s, a velocidade final da patinadora B como vB = −4 m/s significa quê seu movimento é na mesma direção do patinador A, mas em sentido ôpôsto.

ATIVIDADES

15. Um condutor de canoa estava prestes a atracar na margem de uma lagoa para descarregar a mercadoria quê transportava quando perdeu o remo. A canoa, o condutor e as várias caixas transportadas tí-nhão juntos massa de 300 kg e pararam a 5 m da margem sem a possibilidade de continuar o movimento. O condutor se viu obrigado a jogar para trás (no sentido ôpôsto ao do deslocamento) uma das caixas de 50 kg. Supondo quê a caixa saiu das mãos do condutor com velocidade 15 m/s em relação à margem, determine a velocidade da canoa após o lançamento da caixa, em m/s.

3 m/s

16. Para realizar uma experiência, alguns estudantes comprimiram uma mola com dois carrinhos A e B de massas 2,0 kg e 3,0 kg, respectivamente. Assim quê o sistema é abandonado, os carrinhos se deslócam em sentidos opostos e a mola cai. Sabendo quê o carrinho B adqüire velocidade 1,0 m/s, determine:

Representação de dois carrinhos de brinquedo, 'A' esquerda e 'B' direita, voltados um para o outro com uma mola entre eles.

a) a velocidade do carrinho A;

−1,5 m/s

b) a energia potencial da mola, no instante em quê o sistema é abandonado.

3,75 J

17. Um canhão de artilharia encontra-se na horizontal e dispara um projétil, quê sai de seu interior com velocidade de 200 m/s. Considerando quê a massa do canhão é de 800 kg e a do projétil é de 4 kg, determine a velocidade de recuo do canhão logo após o disparo.

−1,0 m/s

Página cento e trinta e dois

OFICINA CIENTÍFICA
Um modelo em duas de canhão linhas

Em filmes com temáticas históricas ou em documentários, observa-se o funcionamento de canhões antigos. Geralmente, eles estão fixos em fortes, para defender uma região de ataques, ou em navios, para batalhas realizadas no mar. Apesar de terem uma massa elevada, os canhões devem estar bem fixos no solo ou na embarcação. Nesta atividade, será realizada uma simulação do princípio do funcionamento dos canhões e por quê eles precisam sêr bem fixos e estáveis.

Fotografia de um canhão antigo, apoiado em uma pedra, apontando para cima.

Canhão do Fortim de São Francisco, em Olinda (PE), 2024.

Materiais

3 prégos pequenos ou tachinhas

10 cm de linha ou barbante

10 a 15 lápis cilíndricos

1 tábua de 15 cm x 10 cm

1 elástico

2 borrachas escolares (que servirão como projétil)

tesoura

1 lixa de madeira

Faça o experimento somente na presença do professor.

Procedimentos

Lixe a tábua cuidadosamente, deixando-a bem lisa e plana.

Fixe dois prégos em um dos lados da tábua, um em cada canto. Um terceiro prego deve sêr fixado no centro do lado ôpôsto.

Passe o elástico pêlos prégos quê estão nos cantos da tábua.

No centro do elástico, amarre um pedaço da linha ou do barbante e estique-o na direção do prego quê está no centro do lado ôpôsto. Enrole-o nesse prego para quê o elástico fique preso e esticado. Tome cuidado para o elástico não encostar nesse prego central.

No “V” formado pelo elástico esticado, coloque um objeto quê sêrvirá como projétil. Podem ser as duas borrachas amarradas.

Coloque os lápis cilíndricos sôbi a tábua, um paralelo ao outro, formando um tipo de esteira.

Com a tesoura, kórti a linha ou o barbante. Observe atentamente o quê acontece.

Ilustração de um aparato experimental. Uma tábua com vários lápis abaixo na posição horizontal. Dois pregos, um em cada ponta da extremidade esquerda da tábua, com um elástico esticado e uma borracha presa a ele. No centro da outra extremidade da tábua há um prego prendendo um barbante que estácom a outra ponta amarrada no elástico.

Representação do aparato experimental.

ATIVIDADES

1. Após o kórti da linha ou do barbante, o quê acontece com o sistema?

2. O quê se póde observar com relação à velocidade do projétil e à velocidade da tábua?

3. A massa de cada objeto exerce alguma influência sobre suas respectivas velocidades? Explique.

4. Compare e dêz-creva o funcionamento dêêsse aparato quê você construiu com o canhão da fotografia apresentada no início da atividade.

Página cento e trinta e três

Colisões

As colisões são comuns no dia a dia. O choque das bolas em um jôgo de bilhar, a colisão entre dois ou mais jogadores durante a prática de um esporte, ou o choque entre dois veículos são apenas alguns exemplos.

Uma colisão ocorre quando ao menos um dos corpos envolvidos se encontra em movimento.

Na primeira etapa da colisão, conhecida como fase de deformação, os corpos colidem e se deformam, podendo ocorrer ou não a conservação da energia cinética.

A etapa seguinte é conhecida como fase de restituição, quê póde variar de acôr-do com o tipo de colisão, pois, após a colisão, os corpos podem se afastar um do outro ou se manter unidos, em repouso ou se movendo juntos.

A colisão póde sêr considerada um sistema isolado com ação apenas de forças internas, ocorrendo assim a conservação da quantidade de movimento.

Nestes estudos, será considerado quê as partículas quê constituem o sistema não sofrem variação de massa e quê as colisões são unidimensionais.

Fotografia de dois carros colidindo. O carro da direita bate na lateral do carro da esquerda.

Colisão entre veículos.

Coeficiente de restituição

Para caracterizar as propriedades elásticas dos corpos quê interagem na colisão, utiliza-se o coeficiente de restituição (e).

Como exemplo, considere uma colisão unidimensional entre duas esferas, A e P, com velocidades: antes da colisão vAe vP; e após a colisão e vAe vP. Note, na ilustração a seguir, o referencial unidimensional adotado para indicar o sentido positivo.

Representação de duas esferas em três momentos: Antes: duas esferas afastadas, a da direita com seta 'V A' horizontal, apontando para a direita, escrito abaixo 'V A' maior que zero e a da esquerda 'V P' com seta horizontal, apontando para a esquerda, escrito abaixo 'V P menor que zero' ' .Colisão: duas esferas encostadas uma na outra. Momento após: esfera da esquerda com seta 'V linha  A' horizontal, apontando para a esquerda escrito abaixo 'V linha A menor que zero', esfera da direita, com seta 'V linha P' horizontal apontando para a direita, escrito abaixo 'V linha P maior que zero'.

O coeficiente de restituição de uma colisão em dada direção é determinado pela razão entre o módulo da velocidade relativa de afastamento vaf e o módulo da velocidade relativa de aproximação vap.

|vaf||vap| ⇒ e= |vP'-vA'||vA-vP|

No cálculo apresentado, deve-se considerar os sinais das velocidades de acôr-do com um referencial unidimensional adotado. Na ilustração anterior, estes sinais estão indicados.

O valor do coeficiente de restituição é adimensional (sem unidade de medida), e sempre assume valores no intervalo 0 ≤ e ≤ 1, sêndo seus valores utilizados para caracterizar uma colisão.

Página cento e trinta e quatro

Colisão elástica (e = 1)

Para quê o coeficiente de restituição seja igual a 1, o módulo da velocidade relativa de afastamento deve sêr igual ao módulo da velocidade relativa de aproximação (|vaf|=|vap|),indicando quê houve conservação da energia cinética total do sistema isolado.

Assim, nas colisões elásticas se considera a conservação da quantidade de movimento e da energia cinética do sistema isolado.

Qi=Q

Eci=Ec

Colisão inelástica (e 1)

Um coeficiente de restituição diferente de 1 consiste em valores no intervalo 0 < e, 1, ou seja, o módulo da velocidade relativa de afastamento será menor do quê o módulo da velocidade relativa de aproximação (|vaf|<|vap|) indicando quê houve perda de energia cinética do sistema isolado durante a colisão.

Assim, nas colisões inelásticas se considera apenas a conservação da quantidade de movimento do sistema isolado.

Qi=Q

(Eci>Ec)

Um caso particular das colisões inelásticas é o quê se tem quando e = 0, denominada colisão perfeitamente inelástica. Ela ocorre quando não há afastamento entre os corpos após a colisão, ou seja, vaf = 0. Dessa forma, após a colisão, os corpos permanecem em repouso ou se móvem juntos.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Neste simulador, é possível testar diferentes condições de colisão, com base na alteração de alguns parâmetros como massa, velocidade, posição, tipo de colisão, entre outros.

Laboratório de colisões. Publicado por: PhET Interactive Simulations. Disponível em: https://livro.pw/ypbot. Acesso em: 13 ago. 2024.

ATIVIDADE RESOLVIDA

2. Sobre uma superfícíe horizontal e perfeitamente polida, duas esferas, A e P, de massas mA = 2 kg e mP = 4 kg, movimentam-se em sentidos contrários, ambas com velocidade escalar de 3 m/s, até colidirem d fórma unidimensional. Sabe-se quê a colisão entre elas foi inelástica, com e = 0,75. Qual foi o valor da velocidade das esferas após a colisão, v’A e v’P, em m/s?

Representação de duas esferas no momento Antes: esfera da esquerda, com seta 'V A' horizontal para a direita e esfera da direita, com seta 'V P', com seta horizontal para a esquerda.

Resolução

Trata-se de uma colisão perfeitamente inelástica unidimensional, na qual ocorre conservação da quantidade de movimento.

Qi = Q ⇒ QiA+Qip = QA + QP

⇒ mAvA + mpvp = mAv’A + mPv’P

⇒ 2 ⋅ 3 + 4 ⋅ (−3) = 2vA'+4vP'

⇒ −6 = 2vA'+4vP'

vA' + 2vP' = −3 (I)

Pelo coeficiente de restituição, tem-se a seguinte análise.

e = |vP'-vA'||vA-vP| ⇒ 0,75 = |vP'-vA'||3-(-3)|

vP'-vA'= 4,5 (II)

Isolando v’A na equação (II), vA'=vP' 4,5, e substituindo na (I).

vP' 4,5 + 2vP' = −3 ⇒ 3vP' = 1,5 ⇒

vP'=1,53 vP' = 0,5 m/s

Substituindo o valor obtído na equação (I) ou (II).

VA' + 2 ⋅ 0,5 = −3 ⇒ vA' = −3 − 1 ⇒

vA' = −4 m/s

Após a colisão, ambos os corpos invertem o sentido de seus movimentos.

Página cento e trinta e cinco

ATIVIDADES

18. Alguns anos atrás, no Brasil, entraram em vigor novas medidas para inibir os abusos praticados por motoristas imprudentes. Entre elas, a lei número 12.971 de 2014, quê trata da legislação brasileira de trânsito, aumentou significativamente o valor das multas para aqueles quê fizerem a ultrapassagem em lugar proibido ou pelo acostamento. De acôr-do com essa legislação, o acostamento não deve sêr usado como faixa para trafegar, mas póde sêr usado durante uma parada emergencial.

Fotografia de uma rodovia de mão dupla, com vários carros. Um dos carros da pista da direita trafega pelo acostamento. Ao fundo há vegetação.

Motorista trafega pelo acostamento. Rodovia RS-040, Viamão (RS), 2012.

Suponha quê o motorista de um carro, viajando com velocidade 72 km/h, ao tentar fazer uma ultrapassagem pelo acostamento, foi surpreendido por uma caminhonete carregada, parada nesse local e, sem condição de escape, viu seu carro batêer na traseira da caminhonete. Sabendo quê 1,8? 103 kg e 0,9? 103 kg são, respectivamente, as massas da caminhonete e do carro, determine:

a) a velocidade dos dois carros juntos, em m/s, após a colisão, admitindo quê o choque é perfeitamente inelástico;

6,7 m/s

b) a energia cinética perdida na colisão.

120.000 J

c) Pesquise as indicações do cóódigo de Trânsito Brasileiro sobre trafegar no acostamento. Discuta com seus côlégas as informações obtidas e, em um grupo de até cinco integrantes, desenvolvam uma campanha de conscientização acerca dessa prática e compartilhem os resultados nas mídias sociais da escola.

19. Sobre uma mesa com a superfícíe perfeitamente lisa, em quê a interferência do atrito póde sêr desconsiderada, uma esféra de massa m e côr amarela permanéce parada. Outra esféra igual à anterior, mas de côr vêrde, desloca-se com velocidade constante vvêrde sobre a mesma mesa. Em determinado instante, ocorre uma colisão, frontal e perfeitamente elástica, entre as duas esferas.

a) Após a colisão, qual é a velocidade adquirida pela esféra vêrde?

Zero.

b) Qual é a velocidade final da esféra amarela?

É igual à velocidade da bola vêrde.

20. Um objeto esférico quê enfeitava a parte superior de um carro alegórico descolou e caiu de uma altura H = 9 m, até atingir o chão. Após o primeiro encontro com o solo, ele sobe a h = 4,0 m de altura. Considere g = 10 m/s2 e a massa do objeto m = 3,0 kg. Nessa situação, determine:

a) o tipo de choque e seu coeficiente de restituição;

23

b) a perda de energia cinética no choque.

150 J

21. Considere um corpo A de massa igual a 0,2 kg, deslocando-se com velocidade 20 m/s, até colidir com outro corpo de massa 0,05 kg, em repouso. Determine a velocidade dos corpos imediatamente após a colisão, sabendo quê a colisão é perfeitamente inelástica.

16 m/s

22. Ao analisar a colisão frontal de duas bolas de bilhar, A e P, um estudante considerou quê as bolas têm massas iguais (mA = mP)e identificou quê as velocidades antes da colisão eram vA = 8 m/s e vP = 6 m/s. Qual é a velocidade das bolas após a colisão?

vA' = 6 m/s e vp' = 8 m/s

Página cento e trinta e seis

SAIBA +
A medida do movimento e sua conservação

O texto, extraído do livro Origens e evolução das ideias da Física, traz considerações do filósofo e matemático alemão Gottfried Leibniz acerca dos movimentos.

[...]

Em 1683, Leibniz, em sua obra Discurso de Metafísica, estuda mais profundamente a Física dos choques, reformulando os conceitos cartesianos, os quais passa abertamente a criticar:

Frequentemente nóssos novos filósofos se sérvem da famosa regra em quê Deus conserva sempre a mesma quantidade de movimento do universo. De fato isto é muito plausível e antes eu próprio a tinha como indubitável. Porém há algum tempo reconheci em quê consiste o seu êrro. O Senhor Descartes e muitos hábeis matemáticos têm acreditado quê a quantidade de movimento, isto é, a velocidade multiplicada pela magnitude (massa) do móvel é exatamente a fôrça motriz ou, para falar matematicamente, quê as forças estão na razão diréta das velocidades e das magnitudes [...]das

LEIBNIZ, G. Discurso da Metafísica, 1683 apúd PONCZEK, Roberto Leôn. Da Bíblia a níltom: uma visão humanística da Mecânica. In: ROCHA, J.F. (org.). Origens e evolução das Ideias de Física. Salvador: EDUFBA, 2002. p. 95.

A seguir, Leibniz nos demonstra quê a massa vezes a velocidade não deve sêr a verdadeira medida de uma “força” e, sim, a massa pelo quadrado da velocidade.

Seu argumento básico é o de quê um corpo A de massa igual à de um corpo B, porém caindo de altura quatro vezes maior, ao colidir com o solo deve ter uma fôrça quatro vezes maior. Galileu e Torit éli já haviam descoberto quê as velocidades finais de um corpo em quêda livre eram proporcionais à raiz quadrada da altura, e assim o corpo A, quando tocasse o solo, teria uma velocidade apenas duas vezes maior que a do corpo B, o mesmo acontecendo com sua quantidade de movimento. No entanto, a razão entre as velocidades deveria sêr de quatro para um, e assim, Leibniz próva quê a grandeza quê méde o movimento e, portanto, a verdadeira medida da fôrça é a massa vezes o quadrado da velocidade, isto é, mv2, e não mv, como acreditavam os seguidores de Descartes (os novos filósofos a quem Leibniz refere-se).

A grandeza mv2 quê Leibniz nomeou de vis viva, e a quantidade de movimento de Descartes, mv, passaram a disputar entre si o estátus de “verdadeira medida do movimento e da fôrça de um corpo”. A questão foi, em sua época, motivo para grande discussão entre os cartesianos e os leibnizianos, e tomou conta de todo o círculo científico da época. [...]

PONCZEK, Roberto Leôn. Da Bíblia a níltom: uma visão humanística da Mecânica. In: ROCHA, J. F. (org.). Origens e evolução das ideias da Física. Salvador: EDUFBA, 2002. p. 93-96.

ATIVIDADES

1. Para Descartes, qual grandeza física se mantinha constante nas colisões?

2. Para Leibniz, qual grandeza física se mantinha constante no movimento?

3. De acôr-do com o texto, o quê é possível concluir a respeito do desenvolvimento das teorias científicas?

4. Qual foi a conclusão da polêmica? A quem se deu razão, a Descartes ou a Leibniz?

Página cento e trinta e sete

TEMA 12
is-tática e Hidrostática

Equilíbrio

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Corpos em repouso ou em movimento retilíneo uniforme têm em comum o fato de a fôrça resultante e a aceleração sobre eles serem nulas, condições quê configuram o estado de equilíbrio.

Equilíbrio estático: corpo sem aceleração (a=0) e em repouso, isto é, velocidade nula (v=0).

Equilíbrio dinâmico: corpo sem aceleração (a=0) e em movimento retilíneo uniforme, isto é, velocidade v constante.

A is-tática é a área da Física quê estuda corpos em equilíbrio. Nestas investigações, é necessária a distinção entre um ponto material e um corpo extenso, ou seja, se as dimensões do corpo são relevantes para determinar as condições de equilíbrio de um corpo.

O estudo do equilíbrio também é aplicado aos fluidos, termo quê abrange o estado líquido e gasoso. As propriedades dos fluidos em repouso, isto é, em equilíbrio estático, são estudadas pela Hidrostática.

Condição de equilíbrio de um ponto material 

Para iniciar o estudo do equilíbrio dos corpos, deve-se retomar a ideia de ponto material trabalhada em Cinemática. Um corpo é considerado um ponto material quando suas dimensões não são relevantes para o estudo de determinada situação.

Na is-tática, para um ponto material sujeito a um sistema de forças F1, F2, F3,..., Fn,o equilíbrio ocorre quando a fôrça resultante dêste sistema é nula.

R=0

Para o estudo do equilíbrio de um ponto material, deve-se utilizar métodos para realizar operações vetoriais, como a decomposição de vetores ou o método da linha poligonal.

Método da decomposição de vetores

Para estudar esse método, considere o cenário de uma peça de teatro onde há um relógio quê se mantém em equilíbrio devido à ação de três fios ideais, conforme a representação a seguir. Conhecendo a intensidade da fôrça peso P obtém-se um método para determinar a intensidade das forças F, T e T' quê agem no ponto O.

PENSE E RESPONDA

Fotografia de pessoas fazendo uma coreografia de nado sincronizado, dentro da piscina. Elas estão flutuando agrupadas e no mesmo sentido.

Atletas de nado sincronizado flutuam na á gua nas Olimpíadas de Tóquio (Japão), em 2021.

1 Na imagem, as pessoas estão em equilíbrio? E a á gua da piscina? Pode-se dizêr quê se encontra em equilíbrio? Quais características físicas devem sêr verificadas para concluir quê algo está em equilíbrio?

Página cento e trinta e oito

O fio preso ao relógio está na posição vertical e a fôrça de tração T' exercida por ele está na mesma direção da fôrça peso P1 mas em sentido ôpôsto. O relógio é considerado um ponto material nesta situação e está em equilíbrio, logo: T' = P.

A fôrça resultante no ponto O também é nula. Devido à orientação do vetor T' é preciso realizar a sua decomposição vetorial. êste método consiste em escolher dois eixos ortogonais favoráveis, comumente chamados de x e y, e projetar o vetor a sêr decomposto na direção dêêsses eixos, obtendo, assim, suas componentes Tx e Ty.Para isso, são utilizadas as razões trigonométricas no triângulo retângulo seno e cosseno.

Representação das forças que agem nos fios que sustentam o relógio. N imagem, um relógio analógico redondo, pendurado em um fio vertical, no escuro, com um foco de luz, projetando sua sombra no chão. Uma seta 'O' vertical perpendicular para baixo, sai do relógio, uma seta 'F' horizontal, apontando para a esquerda, paralela ao fio. Uma seta 'T' de ângulo 'teta 'aponta para cima e para a direita, formando outro ângulo 'teta' acima.

Representação das forças quê agem nos fios quê sustentam o relógio (imagem sem escala; cores fantasia).

Representação de decomposição vetorial. Na imagem um triângulo, com um ângulo 'teta', com setas 'T' e 'T x' horizontal, apontando para a direita, cada uma em um lado do triângulo e seta 'T y' vertical para cima, formando um ângulo reto do triângulo.

sen θ = TyTTy = Tsen θ

cos θ = TxTTx = Tcos θ

Em seguida, é aplicada a condição de equilíbrio em cada uma das direções adotadas, ou seja, a somatória dos vetores e componentes do vetor decomposto deve sêr nula.

Representação de três forças aplicadas no ponto 'O' e decomposição vetorial. A esquerda imagem de três forças aplicadas no ponto 'O', seta 'F', eixo horizontal, apontando para a esquerda, seta 'T linha', eixo vertical, apontando para baixo, e seta 'T 'inclinada em ângulo 'teta'. Decomposição vetorial: seta 'F', eixo horizontal, apontando para a esquerda, seta 'T y' eixo vertical apontando para cima, seta 'T x' eixo horizontal, apontando para a direita e seta 'T linha' eixo vertical, apontando para baixo.

Representação das três forças F, T e T' aplicadas no ponto O (à esquerda) e decomposição do vetor T (à direita).

Condição de equilíbrio: T = 0

Direção x: F = Tx ⇒ F = T cos θ

Direção y: T' = Ty ⇒ T' = T sen θ

Método da linha poligonal

Ainda considerando a situação do relógio suspenso pêlos fios ideais, sabe-se quê a intensidade da fôrça de tração T é igual à intensidade de fôrça peso P (T' = P).

As intensidades das forças F e T também podem sêr determinadas pelo método da linha poligonal. Para isso, os vetores quê atuam no ponto O devem sêr dispostos d fórma quê a extremidade de um coincida com a origem de outro, respeitando as intensidades e as orientações de cada um (Figura 1). Como a fôrça resultante no ponto O é nula, os vetores devem configurar uma forma equivalente a uma linha poligonal fechada ou um polígono. Faz-se então uma análise usando propriedades de geometria (neste exemplo, as razões trigonométricas) no triângulo retângulo como seno, cosseno e tangente.

Representação de método da linha poligonal. Um triângulo, com um ângulo 'teta', seta 'T', seta 'T linha', vertical, apontando para baixo e seta 'F', horizontal apontando para a esquerda.

Figura 1.

sen θ = T'T

cos θ = FT

tg θ = T'F

Página cento e trinta e nove

ATIVIDADES

1. Durante um teste de manutenção em um equipamento de tirolesa em quê foi usado um bonéco, ocorreu uma falha dos equipamentos quê obrigou a paralisação de todo o sistema. No instante da parada, a posição de equilíbrio do sistema formado pelo bonéco e pêlos cabos de aço quê o sustentavam está representada na figura.

Representação de um boneco, pendurado em uma tirolesa. Duas extremidades 'A' esquerda e 'B' direita, de onde saem dois cabos, inclinados em quarenta e cinco graus, com setas 'F2'no cabo 'A' e 'F1' no cabo 'B'. O boneco tem uma seta 'P' vertical para baixo.

(imagem sem escala; cores fantasia)

a) Determine a intensidade da fôrça do peso P do bonéco, sabendo quê em cada kórda a tração é 22N.

4 N

b) Quais são os equipamentos de proteção necessários a essa prática? Pesquise essas informações, caso seja necessário. Depois, converse com seus côlégas acerca da importânssia da utilização de equipamentos na realização de algumas práticas esportivas e proponham ações, por meio de uma campanha, quê incentive essa utilização, disponibilizando os resultados nas mídias sociais da escola.

2. A luminária de um galpão está presa no teto mediante fios (AC e BC) leves, como mostra a figura. Considerando quê o peso da luminária é de 300 N, qual é a intensidade da fôrça de tração em cada fio?

187,5 N

Representação de uma luminária 'C', presa ao teto, por dois fios A, C a esquerda e B, C a direita. A distância da luminária ao teto é quatro metros. A distância entre 'A' e a projeção da luminária no teto e 'B' é três metros de cada lado.

3. Para orientar os motoristas, o dono de um estacionamento mantém uma placa informativa quê está suspensa por três fios, como mostra a figura. Ela encontra-se em equilíbrio e seu peso é de 200 N. Qual é a intensidade de fôrça nos fios AB e AC?

TAB = 400 N e TAC = 200 √3 N

Representação de uma placa suspensa, por três fios 'A' vertical para baixo, 'B' inclinado trinta graus e 'C' horizontal a direita.

4. Na Fisioterapia, é fundamental conhecer a ação das forças para fazer a avaliação e tratar dos pacientes. Considere o caso de uma pessoa quê, durante um tratamento de recuperação, tem a perna submetida à ação de uma fôrça de tração cuja intensidade varia de acôr-do com o ângulo b, conforme representado a seguir.

Representação de uma perna, sendo tracionada 'R' horizontal, por um aparelho de fisioterapia. O aparelho está preso no teto, por um fio, com polias em dois ângulos 'beta' e um peso 'P' seta vertical para baixo, pendurado em baixo.

(imagem sem escala; cores fantasia)

Quando o referido ângulo varia, ocorre o deslocamento horizontal da roldana R. Considerando quê a fôrça peso não varia, determine a intensidade da fôrça de tração aplicada na perna quando:

a) b = 60°;

F = P

b) b = 45°.

F = 2 P

c) A Fisioterapia é uma área quê atua na prevenção, no tratamento e na reabilitação das funções físicas do corpo. Você conhece essa profissão? Realize uma pesquisa para investigar as áreas de atuação dêêsse profissional e compartilhe oralmente os dados obtidos com seus côlégas.

Página cento e quarenta

SAIBA +
Atividade física e equilíbrio

Fotografia de três mulheres fazendo exercícios, sentadas em tapetes de yoga. Elas estão enfileiradas, em um movimento de equilíbrio envolvendo os braços e pernas. Usam blusa regata e calça esportivas.

Prática de atividade quê exige equilíbrio.

Exercícios físicos são essenciais para a melhora da saúde humana, tornando o organismo mais resistente e menos vulnerável às doenças.

De forma simplificada, os exercícios físicos podem sêr classificados em: aeróbicos, quando aceleram a respiração e a freqüência cardíaca; de fôrça, quê exigem a contração muscular, melhorando, assim, a capacidade de tensão e evitando rompimentos; de alongamento, quê auxiliam os músculos a atingirem maiores amplitudes, melhorando a flexibilidade e a mobilidade; e de equilíbrio, quê auxiliam a sustentação do corpo, aumentando a capacidade de manter a postura e evitando quedas. Estes tipos de exercício são trabalhados quando alguma atividade física é realizada, embora em intensidades diferentes a depender do objetivo da atividade.

O equilíbrio é uma importante capacidade a sêr desenvolvida para quê quaisquer exercícios sêjam realizados, pois contribui para o alongamento, o fortalecimento e a respiração. Essa prática é especialmente recomendada porque a capacidade de se equilibrar é perdida naturalmente com o passar dos anos.

O equilíbrio não é apenas necessário para se manter nas pontas dos pés ou fazer acrobacias, mas também é essencial para caminhar, ao garantir estabilidade a cada passo, o quê evita quedas resultantes de possíveis tropeços.

Com o passar dos anos, há uma perda natural de musculatura, reduzindo, assim, a capacidade de realizar algumas tarefas, antes executadas com mais facilidade. Por isso, é importante a prática de exercícios físicos e a compreensão de quê o envelhecimento é um processo natural, para quê se respeite o corpo e suas limitações.

ATIVIDADES

1. Você se considera uma pessoa sedentária ou costuma realizar exercícios físicos com regularidade?

2. Quais são as principais razões quê podem levar alguns jovens a não manterem uma rotina saudável, como a prática de exercícios físicos, a manutenção do sono, a alimentação adequada, entre outras? Converse com seus côlégas e, em grupo de até quatro integrantes, elaborem um material quê incentive as pessoas jovens a manterem hábitos saudáveis quê incluam a prática regular de atividades físicas, compartilhando nas mídias digitais da escola.

3. Faça uma pesquisa sobre os exercícios físicos de equilíbrio, de fortalecimento, aeróbicos e de alongamento, quê possam sêr realizados no espaço escolar, como a quadra de esportes. Converse com o professor de Educação Física e, em conjunto com sua turma, organizem um evento com o objetivo de incentivar a prática de exercícios físicos. Neste dia, a comunidade escolar poderá sêr convidada a participar de exercícios coletivos e disputas monitoradas, motivando, assim, a saúde, a interação social, a competitividade e o respeito. Para isso, discutam com a direção da escola e verifiquem como realizar essa ação.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

O texto a seguir apresenta mais informações acerca do tema equilíbrio.

Saiba a importânssia de trabalhar o equilíbrio. Publicado por: Correio Braziliense. Disponível em: https://livro.pw/nmvxf. Acesso em: 19 ago. 2024.

Página cento e quarenta e um

Momento de uma fôrça ou torque

As imagens a seguir representam uma pessoa utilizando um pé de cabra para arrancar um prego de três formas distintas, aplicando as forças FA, FBe FC. As linhas tracejadas são chamadas linhas de ação da fôrça, obtidas em relação ao local de aplicação da fôrça. Observando as imagens, você considera quê em qual delas será aplicada uma fôrça de menor intensidade para arrancar o prego?

Representação de uma pessoa utilizando um pé de cabra para arrancar um prego. A linha de ação da força, representada pela seta 'F A' paralela ao pé de cabra, o prego ponto 'O' , e distância de 'O' até a mão 'd', na extremidade da ferramenta.

Força aplicada ao longo do pé de cabra, na sua extremidade.

A mesma representação anterior, com uma força aplicada, perpendicular 'F B' ao pé de cabra. A mão está a mesma distância 'd', na extremidade da ferramenta,

Força aplicada perpendicularmente ao pé de cabra, na sua extremidade.

A mesma representação anterior, com uma força aplicada perpendicular 'F C' ao pé de cabra. A mão está a uma distância 'd linha' próxima ao centro da ferramenta.

Força aplicada perpendicularmente ao pé de cabra, a uma distância próxima ao centro da ferramenta.

Para retirar o prego, é preciso quê a ferramenta execute um movimento de rotação em torno do ponto O, designado ponto fixo, ou seja, a linha de ação da fôrça não póde passar pelo ponto fixo. Além díssu, quanto mais distante do ponto de apôio a fôrça for aplicada, menor a sua intensidade (o quê é possível observar na posição da maçaneta de uma porta, ao fechá-la ou abri-la).

A grandeza física quê representa a ação de uma fôrça quê causa rotação de um corpo extenso é chamada momento de uma fôrça ou torque, uma grandeza vetorial designada por M.

Para quê a rotação ocorra, deve existir uma distância perpendicular entre a linha de ação da fôrça e o eixo de rotação quê passa pelo ponto fixo. Essa distância é chamada braço de alavanca ou braço de fôrça. Na ilustração B, o braço de alavanca é d, na ilustração C, o braço de alavanca é d'. Logo, das situações representadas, aquela quê demandará a aplicação de uma fôrça de menor intensidade, é a representada em B, com linha de ação da fôrça perpendicular à ferramenta e a posição de aplicação mais distante do ponto fixo O. Na ilustração A, embora a posição de aplicação da fôrça seja na extremidade da ferramenta, também a uma distância d do ponto fixo O, ela é aplicada na mesma linha do ponto O, o quê não produz movimento.

A intensidade do momento de uma fôrça é dada pelo produto da fôrça F pelo comprimento do braço de alavanca d.

M = Fd

PENSE E RESPONDA

Ilustração de uma porta de madeira entreaberta.

Porta semiaberta.

2 por quê as maçanetas de portas são normalmente instaladas distantes das dobradiças?

Página cento e quarenta e dois

No SI, a unidade de medida de momento de uma fôrça é nílton métro (Nm). Por convenção, adota-se o sinal positivo quando a tendência do movimento for no sentido anti-horário (M = Fd) e o negativo no sentido horário (M =Fd).

Representação de momento de uma força. Imagem um: movimento anti-horário, 'M maior que zero', uma ferramenta horizontal com seta 'F' na extremidade direita, vertical para cima a outra extremidade é fixa a esquerda. Imagem dois: movimento horário, mesma representação anterior, com seta 'F' vertical para baixo e 'M menor que zero'. As duas representações tem a mesma distância 'd'.

ATIVIDADES

5. Se o objetivo de um operário é fazer girar um parafuso utilizando a menor fôrça possível, em qual ponto da chave (A, B, C ou D) ele deve aplicar a fôrça? Justifique.

Representação de uma ferramenta girando um parafuso. No cabo da ferramenta, estão dispostos os pontos A, B, C, D, sendo que o ponto D é o mais próximo do parafuso. Em cada ponto, há uma seta perpendicular vertical para cima.

6. Na placa retangular da figura a seguir, estão aplicadas três forças. Essas forças pertencem ao plano da placa. Determine o momento resultante dessas forças em relação ao ponto C. Em quê sentido esta placa gira?

Zero; não gira.

Representação de uma placa retangular de metal, com três forças aplicadas: 'F1 igual a 5N' vertical perpendicular, na extremidade esquerda superior da placa,'F2 igual a 10N' vertical, perpendicular, na extremidade direita superior, a distância do lado maior da placa é de sessenta centímetros e 'F3 igual a 10N'. A distância do lado menor da placa é de trinta centímetros. Ao centro da placa, um ponto 'C'.

7. Para montar e fixar as peças quê compõem o suporte representado na figura, um serralheiro precisa saber quais são os momentos da fôrça de 1.000 N, em relação aos pontos A, B e C. Determine esses valores.

Representação de uma haste de metal vertical A,C, fixada nas duas extremidades, acoplada a outra haste de metal A,B, horizontal. Distância vertical de A,B igual a um metro, distância de B,C igual a cinco metros e distância A,B horizontal, igual a dois metros e meio. Uma seta horizontal perpendicular, apontando para a esquerda, paralela a haste 'B' com valor mil newtons.

MA = 1.000 Nm; MB = 0; MC = −5.000 Nm

Condições de equilíbrio de um corpo extenso

Para estudar o equilíbrio de corpos extensos, é necessário definir uma grandeza, o centro de massa (CM). O centro de massa deve sêr entendido como o ponto em quê se póde considerar aplicada toda a massa do corpo em análise.

Perceba quê, ao aplicar forças em um corpo extenso, ele poderá iniciar um movimento de rotação, mesmo quê seu centro de massa permaneça em equilíbrio.

Fotografia da edificação do Museu Oscar Niemeyer. O prédio é composto por uma base retangular e uma estrutura maior acima com formato ovalado.

Exemplo quê ilustra o equilíbrio de um corpo extenso: o Museu Óscar Niemáiêr, Curitiba (PR), 2018.

Aproveitar êste momento para retomar a definição de ponto material e discutir quê, nesse caso, o ponto póde realizar apenas um movimento de translação, enquanto um corpo extenso póde descrever um movimento de rotação e translação.

Página cento e quarenta e três

Se um corpo homogêneo apresentar um elemento de simetria (eixo ou plano), seu centro de massa pertencerá a esse elemento. Considere os exemplos:

Representação de simetria. Um corpo retangular tracejado ao centro, escrito 'CM', girando no sentido horário, com duas setas perpendiculares das pontas, esquerda 'F' vertical para cima e direita 'F' vertical para baixo.

Representação de um retângulo com retas tracejadas saindo de suas diagonais e cruzando no centro 'CM'.

O encontro das diagonais de uma placa retangular homogênea determina o CM.

Representação de um círculo com o 'CM' ao centro. Do centro irradiam retas tracejadas.

O centro de uma esféra homogênea coincide com o CM.

Representação de um anel homogêneo, ao centro do aro encontra-se o 'CM'.

O CM póde estar fora do corpo, como é o caso de um anel homogêneo, cujo centro do aro corresponde ao CM.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Neste sáiti, é possível realizar uma visita virtual 3D pelo Museu Óscar Niemáiêr.

Museu Óscar Niemáiêr.

Publicado por: MON eventos. Disponível em: https://livro.pw/beqzu. Acesso em: 19 ago. 2024.

Quando um corpo extenso se encontra em campo gravitacional uniforme, seu centro de massa coincide com o centro de gravidade (CG). O centro de gravidade de um corpo extenso corresponde ao ponto de aplicação da fôrça peso.

Um corpo extenso está em equilíbrio quando o seu estado de repouso ou de movimento não se modifica, tanto em relação à translação quanto em relação à rotação. No caso do corpo extenso, as condições de equilíbrio são:

1ª condição: A soma vetorial das forças quê agem simultaneamente no corpo extenso deve sêr nula.

R=ΣF = 0 (Não há movimento de translação com aceleração.)

2ª condição: A soma algébrica das intensidades dos momentos das forças quê agem simultaneamente no corpo extenso, em relação a um ponto O qualquer, deve sêr nula.

Σ M = 0 (Não há movimento de rotação.)

ATIVIDADES

8. Uma pessoa pegou uma régua medindo 0,5 m de comprimento e a colocou sobre um apôio, de tal forma quê a extremidade esquerda ficou a 0,20 m do apôio. Nessa extremidade, foi fixado um cubo de madeira cujo peso é 6 N. Para tentar manter a régua equilibrada, horizontalmente, precisou colocar, na extremidade direita, outro objeto cuja massa fosse ideal para manter o equilíbrio.

Representação de um aparato em equilíbrio. Uma régua, sobre um apoio, com dois objetos nas extremidades, 'P' vertical para baixo, na extremidade esquerda e 'P1' vertical para baixo na extremidade direita.

Despreze o peso da régua e determine a intensidade da fôrça peso P1 dêêsse objeto.

4 N

9. O esquema a seguir representa uma gangorra homogênea quê tem 10 m de comprimento e está apoiada em C, distante 4 m de A. Na extremidade A está uma garota de peso 600 N. Qual é o peso do garoto quê está em B para quê a gangorra fique em equilíbrio horizontal?

PB = 400 N

Ilustração de uma gangorra em equilíbrio. Duas crianças estão sentadas nas extremidades, do lado esquerdo uma menina A, do lado direito um menino B. O meio da gangorra está apoiado em C.

(imagem sem escala; cores fantasia)

Página cento e quarenta e quatro

Texto para as atividades 10 e 11:

Um armazém recebe sacos de açúcar de 24 kg para quê sêjam empacotados em embalagens menóres. O único objeto disponível para pesagem é uma balança de dois pratos, sem os pesos metálicos.

Ilustração de uma balança de dois pratos em equilíbrio.

10. (Enem/MEC) Realizando uma única pesagem, é possível montar pacotes de:

a) 3 kg.

b) 4 kg.

c) 6 kg.

d) 8 kg.

e) 12 kg.

Resposta: d)

11. (Enem/MEC) Realizando exatamente duas pesagens, é possível montar pacotes de:

a) 3 kg ou 6 kg.

b) 3 kg, 6 kg ou 12 kg.

c) 6 kg, 12 kg ou 18 kg.

d) 4 kg ou 8 kg.

e) 4 kg, 6 kg ou 8 kg.

Resposta: c)

Alavancas

As alavancas são máquinas simples nas quais comumente se aplicam duas fôrças: a força potente, quê é aplicada externamente; e a fôrça resistente, quê se deseja superar. A finalidade de uma alavanca é a multiplicação de uma fôrça potente aplicada.

Observe alguns tipos de alavanca, classificados de acôr-do com as posições das forças quê agem sobre ela e do ponto de apôio.

Representação de alavanca interfixa. Na imagem um homem a direita empurrando uma alavanca, escrito 'Força potente' seta vertical para baixo. A alavanca está em um ponto de apoio, seta vertical para cima, na outra extremidade um objeto quadrado, com seta vertical para baixo, escrito 'Força resistente'

Ilustração da alavanca inter-resistente. Na imagem um homem a direita 'Força potente' seta vertical, para cima, empurra uma carriola carregada com tijolos 'Força resistente' seta vertical, para baixo. Há uma seta vindo do chão até a roda da carriola 'ponto de apoio'.

Representação de alavanca interpotente. Um braço de uma pessoa levanta um halter. A 'Força potente' está localizada no músculo do braço[seta vertical para cima]. A 'Força resistente' está na mão da pessoa, segurando o halter. E o ponto de apoio, está no cotovelo[seta vertical, apontando para baixo].

ATIVIDADES

12. Durante uma sessão de fisioterapia, um paciente é orientado a manter a perna em equilíbrio por determinado tempo na posição A, e, posteriormente, repetir a ação na posição B. No pé do paciente, foi amarrado um objeto de 3,0 kgf, conforme indica a figura.

Um homem apoiado em uma cadeira, realiza um exercício de equilíbrio. No seu pé um objeto amarrado. O pé na posição acima, forma o ponto 'A' com seta apontando para baixo vertical. O pé na posição para baixo, forma o ponto 'B' em um ângulo de trinta graus com a perna da cadeira.

(imagens sem escala; cores fantasia)

Estime o comprimento da perna do paciente e calcule, para as duas posições, os momentos das forças em relação à articulação, representada pelo ponto O.

2,70 kgf·m; 1,35 kgf·m

13. Os objetos descritos a seguir, quando em uso, dêsempênham a função de alavanca. Determine o tipo de alavanca quê cada um representa:

a) pedal do acelerador de um carro;

Interpotente.

b) pinça;

Interpotente.

14. Liste em seu caderno alguns objetos do seu dia a dia quê possam servir de exemplos de alavanca. dêz-creva o tipo de alavanca quê cada um representa.

Página cento e quarenta e cinco

Introdução à Hidrostática

A Hidrostática é a área da Física quê estuda fluidos em repouso, ou seja, fluidos em equilíbrio estático (a = 0 e v = 0). Os líquidos e gases são denominados fluidos por não terem arranjo molecular definido, não possuindo forma fixa.

Em Hidrostática, para o estudo dos fluidos, é necessário conhecer duas grandezas: densidade e pressão.

Densidade e massa específica

A grandeza física quê relaciona a massa m de um corpo ao seu volume V é a densidade d, definida como:

d = mV

Um corpo póde sêr formado por uma garrafa de vidro contendo á gua ou uma bexiga cheia de ar, por exemplo. Nomeia-se massa específica (m) a relação entre a massa e o volume de uma substância homogênea, como ar, gasolina, áucôl, á gua, vidro, alumínio e ouro, por exemplo.

μ = mV

No SI, a unidade de medida de ambas as grandezas é o quilograma por métro cúbico (kg/m3). Outras unidades comumente utilizadas são kg/L e g/ml (o mesmo quê g/cm3).

1 g/mL = 1 g/cm3 = 1 kg/L = 1.000 kg/m3

De acôr-do com as definições, as grandezas densidade e massa específica coincidem para um corpo maciço e homogêneo formado por uma única substância. O mesmo ocorre para fluidos homogêneos. Sendo assim, o termo densidade será mais freqüentemente utilizado nesta obra.

Pressão

Quando uma fôrça é aplicada em determinado corpo, a área de aplicação da fôrça é um elemento determinante para verificar os efeitos dessa fôrça. Pode-se observar isso com o formato das agulhas, como a da imagem a seguir, quê têm pontas fínas, o quê facilita a entrada em um corpo.

A pressão exercida pela fôrça quê age sobre uma superfícíe é diretamente proporcional à sua intensidade e inversamente proporcional à área da superfícíe de contato.

Quando uma fôrça F é aplicada em uma área A, a pressão exercida é determinada da seguinte forma.

p = FA

No SI, a unidade de medida de pressão é o nílton por métro quadrado (N/m2), quê também é denominada pascal (Pa), em homenagem ao filósofo, físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662). Outras unidades comumente utilizadas para a grandeza pressão são atm, bar e mmHg (milímetro de mercúrio) ou torr. As definições destas unidades serão feitas ao longo dos estudos.

1 atm = 1 bar = 105 Pa = 760 mmHg

PENSE E RESPONDA

Fotografia de uma mão, com luva de borracha, segurando uma seringa. Na imagem aparece um ombro, descoberto, de outra pessoa.

Pessoa afia uma faca (cuidado ao manusear objetos perfurantes).

3 por quê é necessário afiar as facas após cérto tempo de uso?

Fotografia de mãos, afiando uma faca em um amolador, apoiado sobre uma superfície.

Profissional de saúde segura uma seringa com agulha para aplicação de vacína.

Página cento e quarenta e seis

Pressão atmosférica

A Terra possui uma camada de gases denominada atmosféra, quê possui massa e está sujeita à ação do campo gravitacional terrestre. Portanto, a fôrça peso do ar sobre a superfícíe da Terra consiste na pressão atmosférica.

Para medir a pressão atmosférica, Torit éli utilizou um tubo de vidro, de 1 m de comprimento, totalmente cheio de mercúrio e um recipiente parcialmente cheio de mercúrio. Ele tampou a extremidade aberta do tubo e o mergulhou no recipiente, percebendo quê o nível de mercúrio do tubo permanecia em equilíbrio na altura de 76 cm em relação à superfícíe do líquido do recipiente, cuja situação está representada na imagem a seguir.

Representação do experimento de Torricelli. Na imagem, um tubo de um metro de altura cheio de mercúrio e um recipiente de vidro, parcialmente cheio com mercúrio 'h'. No momento dois, o tubo é inserido no recipiente, formando uma coluna com setenta e seis centímetros de mercúrio no tubo, devido a pressão atmosférica, e 'H' no recipiente.

Representação do experimento feito por Torit éli (imagem sem escala; cores fantasia).

Analisando o experimento, ele deduziu quê o equilíbrio da coluna de mercúrio era mantido pela pressão atmosférica, quê agia na superfícíe do mercúrio do recipiente. Assim, concluiu quê a pressão atmosférica patm equivale à pressão exercida por uma coluna de mercúrio de 76 cm de altura.

1 atm = 76 cmHg

1 atm ≃ 1,013 ⋅ 105 Pa

1 mmHg = 1 torr

1 torr = 1 mmHg

Aproveitar para discutir e retomar com os estudantes as aproximações de valores realizadas ao longo do estudo da Física pois, neste momento, o objetivo é compreender a grandeza pressão e identificar suas unidades de medida.

Torit éli realizou esse experimento ao nível do mar, onde a pressão atmosférica foi convencionada como 1 atm. A pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude.

Observe os valores aproximados da pressão atmosférica em relação à altitude.

Pressão atmosférica

Altitude (m)

0

(nível do mar)

500

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

patm (cmHg)

76

72

67

60

53

47

41

36

Fonte: GALVANI, Emerson. Pressão atmosférica. São Paulo: Universidade de São Paulo, [ca. 2008]. Localizável em: p. 10 do pdf. Disponível em: https://livro.pw/vkqrq. Acesso em: 19 ago. 2024.

A montagem experimental elaborada por Torit éli foi uma versão rudimentar do barôometro, instrumento usado para medir a pressão atmosférica.

Fotografia de um aparelho que mede a pressão sanguínea. E é composto por canos de borracha e um relógio, redondo com ponteiro.

Profissional de saúde utiliza um esfigmomanômetro, aparelho quê méde a pressão sanguínea em mmHg.

Página cento e quarenta e sete

ATIVIDADE RESOLVIDA

1. Um menino toma um copo de suco, com o auxílio de um canudinho, como o da imagem. Como se explica a subida do suco no interior dêste canudo?

Fotografia de um menino, tomando suco, em um copo, com um canudo, que dobra a ponta. O menino usa cabelo curto crespo e camiseta listrada.

Resolução

Quando o ar do canudo é sugado, a pressão no seu interior torna-se menor do quê a pressão atmosférica quê age na superfícíe do suco. Desta diferença de pressão, surge uma fôrça resultante quê provoca a subida do suco no interior do canudo.

ATIVIDADES

15. Um carpinteiro, ao manusear um prego, coloca-o entre os dedos polegar e indicador, de tal forma quê a “cabeça” do prego fica presa ao indicador e a ponta ao polegar. Considerando essa situação, responda, em seu caderno, às perguntas a seguir.

a) A fôrça quê o polegar exerce sobre o prego é igual à fôrça exercida pelo indicador?

Sim, as forças têm a mesma intensidade, pois o prego está em equilíbrio.

b) A pressão exercida nos dois dedos é igual?

A pressão é maior sobre o polegar.

16. Em uma fábrica de móveis, foi necessário quê uma pessoa de peso 750 N se sentasse sobre uma banqueta de quatro pernas, cujo peso é 50 N, para testá-la. Considere quê a banqueta está em equilíbrio sobre uma superfícíe horizontal e determine a pressão (em N/m2) quê cada perna exerce sobre essa superfícíe, sabendo quê cada perna tem seção reta de área 4 cm2.

5,0 · 105 N/m2

17. Na calibração de p-neus de veículos e bicicletas normalmente as máquinas estão reguladas na unidade de medida psi uma unidade de medida do sistema britânico (pound pêr square inch, quê significa em português libras por polegadas quadradas). Esta unidade faz referência à libra-força, pois trata-se de uma medida de fôrça e não de massa. Uma pessoa comumente chega no local de calibração e diz quê irá “colocar 30 libras”.

a) Qual é a forma corretar de expressar a pressão quê se deseja para o pneu?

30 psi, ou 30 libras por polegadas quadradas.

b) Junto aos côlégas, façam uma pesquisa e verifiquem como é feita a transformação da unidade de medida psi para pascal. Em

seguida, verifiquem qual é a medida da pressão interna de um pneu de 30 psi em pascal.

Cerca de 206.925 Pa.

18. Durante o processo de formação de róchas e relevos, por meio da ação de vulcões, é importante lembrar quê parte do magma originado dos vulcões resfria no interior da Terra e do solo, dando origem às róchas intrusivas. A outra parte escorre sobre a superfícíe terrestre, originando as róchas extrusivas. O granito é uma rocha magmática intrusiva, e sua extração é muito importante para atividades como a construção civil. Contudo, a extração do granito e de vários tipos de minérios é responsável por significativo impacto ambiental, causando desequilíbrio na á gua, no ar, no solo, no subsolo e na paisagem. Considere um bloco em formato de paralelepípedo retangular, cuja área da base é 2.000 cm2 e a altura, 60 cm. Sendo g = 10 m/s2 e μgranito = 2,5 ⋅ 103 kg/m3, determine:

a) a massa do bloco;

300 kg

b) em N/m2, a pressão exercida pelo bloco sobre a superfícíe, considerada plana e horizontal.

1,5 · 104 N/m2

19. Ao abrir uma lata de azeite, é recomendado fazer dois furos opostos na face superior da lata. Explique por quê tal procedimento é bem-sucedido.

20. Um astronauta necessita de uma roupa especial para fazer a manutenção de equipamentos fora da nave espacial. Explique o quê poderia acontecer, caso ocorresse um pequeno furo na roupa, durante a manutenção, e ele conseguisse ficar um bom tempo sem precisar respirar.

Página cento e quarenta e oito

Teorema de Stevin

Vídeo: Submarinos: Física nas profundezas.

A investigação de Torit éli acerca dos fenômenos da pressão mostrou quê existe uma relação entre a altura de um fluido e a pressão exercida por ele.

Ilustração de um recipiente de vidro cheio de líquido homogêneo e em equilíbrio, com altura 'h' projetada em dois pontos do líquido, acima e abaixo e área [A].

A ilustração representa um recipiente quê contém um líquido homogêneo e em equilíbrio. A fôrça exercida no fundo do recipiente corresponde à fôrça peso do líquido F = P = mg.

O recipiente cilíndrico de altura h e área da base A tem volume V = Ah. Se ele estiver totalmente cheio de líquido, o volume dêêsse líquido também será V = Ah.

A densidade d do líquido homogêneo permite relacionar sua massa m e seu volume V.

d = mV m = dV

A pressão p exercida pelo líquido no fundo do recipiente será:

p = FA=mgA=dVgA=dAhgA ⇒ p = dgh

Essa expressão foi ôbitída pelo físico e matemático belga Simon Stevin (1548-1620), quando verificou quê a pressão exercida em cérto ponto do interior de um fluido em repouso depende da altura de fluido acima dêste ponto, e não do volume, conclusão conhecida como teorema de Stevin.

Quando a pressão atmosférica patm age sobre a superfícíe livre do líquido em equilíbrio, a pressão total (ou absoluta) p exercida em um ponto no interior dêêsse fluido é determinada pela soma da pressão atmosférica com a pressão do fluido.

p = patm + dgh

PENSE E RESPONDA

Ilustração de Torricelli em seu laboratório, que tem livros, sobre a mesa. Ele usa cabelo nos ombros, roupa com gola e gravata, está segurando um tubo de vidro comprido, dentro de um recipiente.

Representação de Torriccelli ao realizar o experimento para investigar o fenômeno da pressão.

4 Se o experimento de Torit éli fosse realizado com á gua, em qual altura a coluna se estabilizaria?

Vasos comunicantes

Chama-se de vasos comunicantes a ligação de dois ou mais recipientes por dutos fechados. Um recipiente formado por ramos ligados entre si ou um simples tubo em formato de U podem sêr considerados sistemas de vasos comunicantes. Neles é possível observar quê a superfícíe livre de um líquido atinge sempre a mesma altura nos frascos abertos quê se comunicam. O teorema de Stevin ajuda a compreender esse comportamento dos líquidos homogêneos e em equilíbrio.

De acôr-do com o teorema de Stevin, todos os pontos da superfícíe de um líquido homogêneo, em repouso, mantêm-se no mesmo plano horizontal porque estão submetidos à mesma pressão atmosférica, independentemente da forma como os recipientes se comunicam.

Fotografia de um objeto, formado por quatro tubos de ensaio, em diferentes formatos interligados. O primeiro tubo da esquerda, tem formato cilíndrico, o segundo tem formato de parafuso, o terceiro tem formato cilíndrico, com duas esferas. O quarto tem formato cilíndrico estreito.

Exemplo de vasos comunicantes.

Página cento e quarenta e nove

ATIVIDADES

21. Sabe-se quê a pressão mássima quê um mergulhador póde suportar é equivalente a 10 vezes o valor da pressão atmosférica. Qual é a profundidade mássima quê um mergulhador póde descer abaixo da superfícíe de um rio cuja densidade da á gua é 1g/cm³?
Dados: patm = 1,0 ⋅ 105 N/m2 e g = 10 m/s2.

h = 90 m

22. Durante uma aula de mergulho, o instrutor mergulha carregando um balão de borracha. dêz-creva o quê ocorre com o volume do balão e com a pressão hidrostática exercida nele, à medida quê o mergulhador atinge profundidades maiores.

23. Um sino de mergulho é um instrumento utilizado para pesquisas em regiões de diferentes profundidades do mar, conforme o quê está sêndo investigado. Em uma dessas situações, um sino foi posicionado a uma profundidade de 50 m. Para preservar a saúde de um mergulhador, a pressão interna foi mantida com o mesmo valor da pressão atmosférica ao nível do mar (1,0 ⋅ 105 Pa). Determine, em N/m2, a diferença entre as pressões exercidas, dentro e fora, junto às paredes do sino.

5,0 · 105 N/m2

Fotografia de um submarino em formato de esfera, preso por um cabo. Ele está no fundo do mar, com os faróis acesos.

Representação de um sino de mergulho profundo.

24. Coloca-se em um sistema de vasos comunicantes á gua e óleo cujas densidades são, respectivamente, 1 g/cm3 e 0,8 g/cm3. A altura da coluna de óleo é de 30 cm.
Qual é a altura da coluna de á gua medida acima do nível de separação entre esses líquidos?

24 cm

25. Ao medir a pressão sanguínea de uma pessoa deitada no solo, o valor encontrado foi 11 por 7, isto é, pressão mássima 110 mmHg (14.000 N/m2) e pressão mínima 70 mmHg (9.210 N/m2). As bolsas de soro ou de medicamentos são posicionadas sempre acima da altura em quê se encontra o paciente. Qual é a altura mínima a quê deverá estar uma bolsa para vencer a pressão arterial mássima da pessoa? Considere a densidade do soro igual a 103 kg/m3 e a gravidade no local igual a 10 m/s2.

1,4 m

26. (Unicamp-SP) Suponha quê o sangue tenha a mesma densidade quê a á gua e quê o coração seja uma bomba capaz de bombeá-lo a uma pressão de 150 mm de mercúrio acima da pressão atmosférica. Considere uma pessoa cujo cérebro esteja 50 cm acima do coração e adote, para simplificar, 1 atm = 750 mmHg.

a) Até quê altura o coração consegue bombear o sangue?

2,0 m

b) Suponha quê essa pessoa esteja em outro planêta. A quê aceleração gravitacional mássima ela póde estar sujeita para quê ainda receba sangue no cérebro?

4,0gTerra

27. O snorkeling é uma prática esportiva em quê se mergulha próximo da superfícíe da á gua. Nesse esporte, usa-se o snorkel para respirar e a máscara para observar a vida aquática. Considere quê uma mergulhadora resôuva utilizar um tubo quê desempenhe a mesma função do snorkel, ou seja, quê a ajude a respirar debaixo da superfícíe da á gua.

a) Qual será a profundidade mássima quê ela poderá atingir para quê não tenha problemas respiratórios, considerando quê, na média, o pulmão humano consegue suportar variações de pressão até 120 atm?

50 cm

b) Com seus côlégas, conversem a respeito da importânssia de práticas turísticas como o snorkeling. Vocês conhecem atividades semelhantes? Que tipos de ação ela póde promover para a preservação e conscientização ambiental?

Página cento e cinquenta

OFICINA CIENTÍFICA
Quem faz a fôrça?

Faça o experimento somente na presença do professor.

A atmosféra terrestre é dividida em algumas camadas segundo características específicas. Os sêres humanos vivem na troposféra, a camada mais próxima da superfícíe da Terra, quê comporta cerca de 80% da massa atmosférica e quê possui entre 10 km e 20 km de altura.

Interage-se com a atmosféra o tempo todo, afinal, é uma das condições para a existência de vida. Porém, será quê é possível visualizar a pressão atmosférica em ação? É o quê será investigado neste experimento.

Ilustração do planeta Terra, visto do espaço. A borda da Terra está em destaque.

Representação espacial da bórda do planêta Terra, onde é possível identificar a coluna de ar da atmosféra.

Materiais

cartolina

tesoura

1 copo

á gua

1 bacia

Procedimentos

Encha completamente o copo com á gua.

Recorte um pedaço retangular de cartolina de tamãnho maior do quê a abertura (“boca”) do copo.

Coloque o pedaço de cartolina sobre a abertura do copo. Com cuidado, pressione a cartolina d fórma quê ela encoste na á gua e não exista nenhuma camada de ar entre a cartolina e a á gua.

Vire o copo de “boca para baixo”, lentamente, segurando a cartolina; depois solte-a com cuidado. Faça esse movimento acima da bacia, para evitar o derramamento de á gua.

Ilustração de uma mão, de uma pessoa, segurando um copo, virado de cabeça para baixo. Uma folha de papel tampa a boca do copo. Na imagem, a outra mão está por baixo do papel, sem encostar. Uma tigela por baixo, da mão.

Representação do experimento (imagem sem escala; cores fantasia).

ATIVIDADES

1. O quê ocorreu quando o copo foi virado? Em grupo, converse com seus côlégas sobre o quê foi observado e elaborem uma justificativa.

2. Esta investigação póde sêr realizada com um copo de qualquer altura? Justifique sua resposta.

3. Quais foram as dificuldades enfrentadas na realização desta prática?

Página cento e cinquenta e um

Princípio de Pascal

De acôr-do com o teorema de Stevin, os pontos de um líquido homogêneo em equilíbrio, pertencentes ao mesmo plano horizontal, estão sôbi a mesma pressão. E quando os pontos de um líquido estão submetidos a uma variação de pressão?

Observe as figuras quê representam duas situações de um mesmo balão de vidro, com êmbolo móvel e á gua em seu interior.

Representação do princípio de Pascal. Um objeto com quatro tubos cheios de água, dois da cada lado, com um êmbolo ao centro. Na imagem um, todos tubos tem o mesmo nível de líquido. Na figura dois o êmbolo foi pressionado aumentando o nível de água em todos os tubos.

Na Figura 1, o nível do líquido é igual em todos os tubos. Na Figura 2, o êmbolo é pressionado para baixo, submetendo a á gua a uma variação de pressão transmitida a todos os pontos do líquido. Como consequência, o novo nível da á gua permanéce igual em todos os tubos. Isso ocorre porque a á gua é um líquido incompressível, ou seja, sua densidade não se altera com a variação de pressão.

Pascal, em 1650, com base em vários experimentos práticos, elaborou o seguinte princípio:

Se um ponto qualquer de um líquido homogêneo e incompressível, em equilíbrio, sofre uma variação de pressão (delta)"p, todos os pontos dêêsse líquido serão submetidos a essa mesma variação.

Uma das aplicações mais comuns do princípio de Pascal ocorre em sistemas hidráulicos, como em prensas, elevadores, pontes levadiças ou freios automotivos. Alguns dêêsses sistemas possuem a característica de multiplicar a fôrça quê é aplicada a um de seus êmbolos.

Analise o funcionamento de uma prensa hidráulica, com êmbolos de áreas trans versais A1 e A2, quê contém um líquido incompressível em equilíbrio.

Ao aplicar uma fôrça de intensidade F1,perpendicularmente ao êmbolo 1, obtém-se, perpendicularmente ao êmbolo 2, uma fôrça de intensidade F2' transmitida pelo líquido.

Representação de uma prensa hidráulica, com dois êmbolos verticais paralelos, cheios com líquido, 'A1' a esquerda e 'A2'a direita. Uma força 'F linha' vertical perpendicular para baixo é aplicada no êmbolo um, transmitindo pelo líquido uma força 'F2 linha' perpendicular vertical para cima, para o êmbolo dois.

De acôr-do com o princípio de Pascal, os acréscimos de pressão sôbi os êmbolos são iguais:

(delta)"p1 = (delta)"p2. Portanto:

F1A1=F2A2

Analisando a relação anterior, se: A2 > A1 ⇒ F2 > F1.

Página cento e cinquenta e dois

ATIVIDADES

28. O princípio de Pascal fundamenta o funcionamento da prensa hidráulica. O quê você diria a respeito dêêsse dispositivo se alguém afirmasse quê o funcionamento da prensa hidráulica é uma maneira de multiplicar energia?

28. A afirmação é falsa, pois tal dispositivo multiplica forças, não energia.

29. Um motorista observa quê o radiador de seu carro furou. Também nota quê, quando o motor do carro está kemte, a á gua vaza mais facilmente do quê quando o motor está frio (água fria). Explique tal fenômeno com base no princípio de Pascal.

30. Em uma prensa hidráulica, os êmbolos são formados por dois cilindros cujos raios médem 20 cm e 400 cm. Para equilibrar um corpo de 5.000 kg de massa colocado no êmbolo maior, qual é o valor da fôrça, em nílton, quê deve sêr aplicada no êmbolo menor?

Dado: g = 10 m/s2.

125 N

31. A prensa hidráulica representada na figura está em equilíbrio. Calcule o módulo do peso da carga A quê está apoiada sobre o êmbolo de área 0,80 m2. Sabe-se quê o peso da carga B é de 40 N e quê o êmbolo em quê ela está apoiada tem área de 50 cm2.

6.400 N

Representação de uma prensa hidráulica, com dois êmbolos 'A1' a esquerda e 'A2' a direita, em cima de cada êmbolo foi colocada uma carga, 'B' no êmbolo 'A1' e uma carga 'A' no êmbolo 'A2'.

(imagem sem escala; cores fantasia)

32. O projeto de uma prensa hidráulica prevê, para seu equilíbrio, quê a aplicação de uma fôrça de 5,0 ⋅ 103 N sobre o êmbolo maior necessita de uma fôrça de 5,0 ⋅ 10 N sobre o êmbolo menor. Sabendo-se quê a área do êmbolo maior é 2,0 ⋅ 103 cm2, qual será a área do êmbolo menor?

2,0 ⋅ 10 cm2

Teorema de arquimédis

Uma pessoa segura um tijolo e o mergulha na á gua. Ao fazê-lo, percebe quê fica mais fácil sustentá-lo enquanto ele está submérso.

Ilustração em dois quadros. Q: Um homem, dentro da água, segura um tijolo nas mãos. Q2: O homem está segurando o tijolo dentro da água.

Representação de uma pessoa ao segurar um tijolo fora e dentro da á gua (nesta imagem, o efeito da distorção da á gua foi desprezado para melhor visualização).

Mas se a fôrça peso sobre o tijolo é a mesma, por quê isso ocorre?

O fato de sêr mais fácil sustentar um corpo dentro da á gua indica a existência de uma fôrça vertical para cima, além da fôrça exercida pela pessoa. Esta fôrça é denominada empuxo (E) e surge sobre um corpo quê esteja imérso em um fluido.

PENSE E RESPONDA

Ilustração de um grande navio, ele está navegando no oceano.

Navio de grande dimensão flutua no oceano.

5 Como é possível um navio flutuar na á gua?

Página cento e cinquenta e três

Um método para determinar a intensidade do vetor fôrça de empuxo foi desenvolvido pelo matemático grego arquimédis (287 a.C.-212 a.C.).

A representação a seguir indica um corpo suspenso por um dinamômetro, quê indica uma fôrça peso de 6 N. Ao lado dêste, encontra-se um recipiente com um líquido e um recipiente menor, capaz de coletar o líquido quê extravasar, sobre outro dinamômetro de ponteiro.

Representação de um dinamômetro, indicando '6N', com um corpo pendurado abaixo, sobre um recipiente de vidro, com líquido, uma abertura lateral no recipiente, para o escape de líquido, sobre outro dinamômetro ,com o ponteiro indicando zero. Na sequencia o dinamômetro, indicando '4N' foi imerso no líquido, havendo escape para o outro dinamômetro, que está indicando '2N'

Ao mergulhar o corpo inteiramente em um líquido, o dinamômetro no qual ele está preso passa a indicar 4 N. Esta mudança de leitura indica quê outra fôrça passou a agir sobre o corpo quando ele ficou submérso.

O líquido quê extravasou foi coletado por outro recipiente, e o dinamômetro de ponteiro abaixo dele indica 2 N, o mesmo valor da variação da leitura do outro dinamômetro.

Estas foram as observações feitas por arquimédis, d fórma quê o enunciado quê explica êste tipo de situação ficou conhecido como teorema de arquimédis.

Um corpo total ou parcialmente submérso em um fluido em equilíbrio, recebe a ação de uma fôrça de empuxo vertical para cima, com intensidade igual ao peso do volume de fluido deslocado pelo corpo.

Considere quê o líquido do experimento descrito anteriormente possui densidade dL e o líquido deslocado tem massa mD e volume VD, então: dL = mDvD ⇒ mD = dLVD

A intensidade da fôrça de empuxo é igual à intensidade da fôrça peso do fluido deslocado.

E = PD ⇒ E = mDg ⇒ E = dLVDg

ATIVIDADE RESOLVIDA

2. Durante um experimento, um cubo de madeira de aresta 1,0 m é colocado em um recipiente contendo á gua. Notou-se quê o cubo flutuou com 60% do seu volume submérso. Considere g = 10 m/s2 e a densidade da á gua 1,0 ⋅ 103 kg/m3. Determine a intensidade do empuxo exercido pela á gua sobre o bloco de madeira.

Ilustração de um pote de vidro, com água, onde flutua um cubo. Do cubo saem duas setas perpendiculares desenhadas, apontando para cima[E] e para baixo[P].

(imagem sem escala; cores fantasia)

Resolução

Pelos dados: Vcubo = (1,0)3 = 1,0 m3;

Vlíquido deslocado = VD = 60%Vcubo = 0,60 ⋅ 1,0 = 0,60 m3; dL = dá gua = 1,0 ⋅ 103 kg/m3

E = dLVDg ⇒ E = 1,0 ⋅ 103 ⋅ 0,60 ⋅ 10 ⇒ E = 6,0 ⋅ 103 N

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ATIVIDADES

33. Sentados à beira da piscina de um navio, três passageiros observam um corpo totalmente submérso em um copo com á gua. Cada um dos passageiros fez uma afirmação: Passageiro A: A intensidade do empuxo quê age nesse corpo é igual ao peso da á gua deslocada pelo corpo.

Passageiro B: A intensidade do empuxo quê age nesse corpo independe do volume dêêsse corpo.

Passageiro C: O empuxo quê age nesse corpo existe porque a pressão no topo do corpo é menor do quê a pressão na base dele. Qual(is) deles está(ão) correto(s)?

Somente os passageiros A e C estão corretos.

34. Considere duas esferas feitas de um mesmo material e com o mesmo volume de 0,5 m3. A esféra A é maciça e tem massa de 600 kg. A esféra B é oca e tem massa de 200 kg. Ambas são mantidas totalmente submérsas em um recipiente com á gua, mas distantes do fundo do recipiente. Adote g = 10 m/s2 e a densidade da á gua como 1.000 kg/m3.

a) Qual é a intensidade do empuxo quê age nas esferas, expresso em nílton?

5.000 N

b) Ao serem abandonadas, as esferas se móvem na á gua verticalmente para cima ou para baixo? Justifique sua resposta.

34. b) A esféra A se moverá verticalmente para baixo e a B, para cima.

35. Ao sêr indagado pelo avô sobre o peso do bloco quê ele colocou submérso na á gua, um jovem respondeu: “O peso do bloco é 3 N”.

O avô, paciente, respondeu: “As aparências enganam, pois eu verifiquei quê, fora da á gua, o peso dele é 5 N”. Considerando essa conversa, o valor de g = 10 m/s2 e a densidade da á gua 1 g/cm2, determine:

a) o empuxo quê age no bloco;

2 N

b) o volume do bloco;

2 · 10–4 m3

c) a densidade do bloco.

2,5 · 103 kg/m3

36. Ao sêr mergulhado em um reservatório de á gua, um objeto desloca um volume de á gua equivalente a 6 ⋅ 10–4 m3. Determine a intensidade do empuxo quê a á gua exerce no objeto, sabendo quê nesse local g = 10 m/s2 e a densidade da á gua é 1 ⋅ 103 kg/m3.

6 N

37. Uma bola de futeból, cujo volume é 4,0 litros e cuja massa é 0,30 kg, é mantida totalmente submersa na á gua, presa ao fundo de uma piscina por um fio inextensível, de massa e volume desprezíveis, como mostra a figura.

Ilustração de uma bola de futebol, imersa dentro da água, em uma piscina e presa por um fio ao fundo.

(imagem sem escala; cores fantasia)

Dados: g = 10 m/s2 e dH2O = 1 ⋅ 103 kg/m3.

A tração no fio é:

a) 40 N

b) 3,7 N

c) 4,3 N

d) 43 N

e) 37 N

Resposta e)

38. (Enem/MEC) Durante uma obra em um clube, um grupo de trabalhadores teve de remover uma escultura de ferro maciço colocada no fundo de uma piscina vazia. Cinco trabalhadores amarraram kórdas à escultura e tentaram puxá-la para cima, sem sucesso.

Se a piscina for preenchida com á gua, ficará mais fácil para os trabalhadores removerem a escultura, pois a

a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens não precisarão fazer fôrça para remover a escultura do fundo.

b) escultura ficará com peso menor. Dessa forma, a intensidade da fôrça necessária para elevar a escultura será menor.

c) á gua exercerá uma fôrça na escultura proporcional a sua massa, e para cima. Esta fôrça se somará à fôrça quê os trabalhadores fazem para anular a ação da força-peso da escultura.

d) á gua exercerá uma fôrça na escultura para baixo, e esta passará a receber uma fôrça ascendente do piso da piscina. Esta fôrça ajudará a anular a ação da força-peso na escultura.

e) á gua exercerá uma fôrça na escultura proporcional ao seu volume, e para cima. Esta fôrça se somará à fôrça quê os trabalhadores fazem, podendo resultar em uma fôrça ascendente maior quê o peso da escultura.

Resposta: e)

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OFICINA CIENTÍFICA
Flutua ou afunda?

Faça o experimento somente na presença do professor.

A parafina é um produto derivado do petróleo e é utilizada, por exemplo, na confekissão de velas, na indústria alimentícia e na produção de cosméticos e de tintas.

Neste experimento, você investigará as propriedades de flutuabilidade da parafina.

Materiais

2 pedaços idênticos de parafina de vela

2 recipientes transparentes e de tamãnho semelhante

áucôl (suficiente para preencher 13 do recipiente)

á gua (suficiente para preencher 13 do recipiente)

Procedimentos

Coloque a á gua em um dos recipientes (A) e áucôl em outro recipiente (B).

Coloque, com cuidado e simultaneamente, um pedaço de parafina na superfícíe da á gua do recipiente A e o outro pedaço de parafina na superfícíe do áucôl do recipiente B. Aguarde até quê, em ambos os recipientes, a parafina atinja o equilíbrio.

Retire a parafina quê está na á gua e adicione lentamente a á gua dêêsse recipiente (A) no recipiente com áucôl (B). Aguarde até quê a parafina quê estava no recipiente B atinja novamente o equilíbrio.

Ilustração de uma vela, com fumaça saindo pelo pavio.

A vela (exceto o pavio) é composta de parafina.

Ilustração de dois copos de vidro, cheios de líquido. O primeiro à esquerda, escrito embaixo' Água' o segundo, escrito embaixo 'Álcool'. Ao lado direito da imagem estão duas velas redondas, coloridas, escrito 'Parafina'.

Materiais do experimento.

ATIVIDADES

1. Ao atingir o equilíbrio no recipiente A, a parafina flutua ou afunda na á gua?

2. Ao atingir o equilíbrio no recipiente B, a parafina flutua ou afunda no áucôl?

3. Faça uma pesquisa para descobrir os valores de densidade da á gua, do áucôl e da parafina e anote em seu caderno, atentando para quê estejam na mesma unidade de medida. Analisando esses valores, a condição de flutuação condiz com o quê foi observado na prática?

4. Ao atingir o equilíbrio, a parafina flutua ou afunda na mistura á gua e áucôl?

5. Ocorreram mudanças na posição de equilíbrio da parafina, quando ela estava apenas no áucôl e quando ela estava na mistura áucôl e á gua? Faça, em seu caderno, uma representação do quê foi observado e explique, com base no quê foi estudado ao longo dêste Tema, a situação observada no experimento.

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ORGANIZANDO AS IDEIAS

O mapa mental a seguir apresenta os principais conceitos estudados nesta Unidade.

Reprodução de página ilustrada com tópicos.

Imagens ilustrativas e sem escala; cores fantasía.

No caderno, elabore o seu próprio esquema, organizando os principais conceitos da Unidade e incluindo nele outros termos e ideias quê se relacionam ao quê foi estudado, realizando as associações quê considerar importantes. Por fim, elabore um pequeno texto conectando os conceitos e as ideias presentes no esquema. Essa é uma boa forma de estudar e compreender melhor os conceitos.

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ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Tema 7: O método da Ciência

1. No dia a dia, às vezes as palavras “hipótese” e “teoria” são utilizadas em contextos distintos daqueles relacionados à Ciência. Para os pesquisadores, hipótese é uma suposição quê necessita sêr avaliada e comprovada, enquanto teoria científica é a representação formal de informações, inclusive hipóteses, já avaliadas e comprovadas. Para adquirirem caráter científico, as hipóteses precisam sêr testadas de tal forma quê seja possível considerá-las verdadeiras ou não. De acôr-do com esse texto, avalie se as hipóteses seguintes são científicas ou não e justifique suas respostas.

I. O maior cientista do século XVII foi Isaac níltom.

II. Segundo o biólogo xárlês Dárvim, as manifestações de vida na Terra foram se estruturando, ao longo dos tempos, para formas mais compléksas.

III. A matéria é constituída por hátomus; porém, estes não são as menóres partículas quê a constituem.

Tema 8: Forças e as leis dos movimentos da Dinâmica

2. No Brasil, é obrigatório o uso do cinto de segurança para todos os ocupantes de um veículo.

Em uma freada brusca, a tendência do corpo do motorista ou dos passageiros é permanecer em movimento por:

a) ressonância.

b) inércia.

c) ação e reação.

d) atrito.

e) gravitação.

Resposta: b)

3. (Fatec-SP) A velocidade mássima de um carro na depressão é v = 4gR, em quê R é o raio da curvatura e g, a aceleração local da gravidade. A aceleração centrípeta do carro no ponto mais baixo é:

a) g

b) 2g

c) 3g

d) 4g

e) 5g

Resposta: d)

4. (Eear-SP) Na figura a seguir, tem-se um bloco A, de massa igual a 16 kg, quê está colocado sobre uma superfícíe horizontal (coeficiente de atrito estático entre bloco e a superfícíe horizontal igual a 0,4) e ligado por meio de uma kórda ideal (inextensível e de massa desprezível), quê passa por uma polia ideal, a um cilindro B. êste cilindro B, tem massa igual a 0,4 kg e póde sêr preenchido com á gua (densidade igual a 1 g/cm3). Qual o volume de á gua, em litros, quê deve sêr adicionado ao cilindro para quê o bloco A alcance a condição de iminência de movimento, em um local onde o módulo da aceleração da gravidade vale 10 m/s2?

Representação de um corpo 'A' quadrado, sobre uma superfície horizontal, preso por um fio, passando por uma polia, com um cilindro 'B' pendurado.

a) 6,0

b) 6,4

c) 60

d) 64

Resposta: a)

5. (UEL-PR) Um bloco de peso 20 N está em repouso sobre um plano inclinado de 30°.

Representação de um bloco, sobre um plano inclinado de trinta graus.

Se o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano é μe = 0,70, a fôrça de atrito atuante no bloco em módulo será:

a) menor quê 14 N

b) 7,0 N

c) 14 N

d) 20 N

e) 12 N

Resposta: a)

Tema 9: As leis da Gravitação

6. (Enem/MEC) O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bórdo e uma câmera nova, quê iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio rúboul. Depois de entrarem em órbita a 560 km de altura, os astronautas se aproximaram do rúboul. Dois astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram ao telescópio. Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno”.

Página cento e cinquenta e oito

Considerando o texto e as leis de Képler, pode-se afirmar quê a frase dita pelo astronauta

a) se justifica porque o tamãnho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de ação da aceleração da gravidade.

b) se justifica ao verificar quê a inércia do telescópio é grande comparada à dele próprio, e quê o peso do telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena.

c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de Képler, quê não se aplicam a satélites artificiais.

d) não se justifica, porque a fôrça peso é a fôrça exercida pela gravidade terrestre, nesse caso, sobre o telescópio, e é a responsável por manter o próprio telescópio em órbita.

e) não se justifica, pois a ação da fôrça peso implica a ação de uma fôrça de reação contrária, quê não existe naquele ambiente. A massa do telescópio poderia sêr avaliada simplesmente pelo seu volume.

Resposta: d)

7. O período de translação de Júpiter corresponde a 12 anos terrestres, aproximadamente. Admita quê o raio médio da órbita de Júpiter seja um quarto do raio médio de órbita de Urano. Calcule, em anos terrestres, aproximadamente, o período de translação de Urano.

Aproximadamente 96 anos terrestres.

Ilustração do planeta Netuno. Na imagem, uma esfera grande com camadas de cores horizontais, no lado inferior direito, um pequeno círculo.

Planeta Júpiter.

Imagem do planeta Urano, na imagem uma pequena esfera, sombreada na borda inferior, esquerda.

Planeta Urano.
(as imagens não estão representadas em escala ou proporção)

Tema 10: Energia e trabalho

8. (UFV-MG) Um bate-estaca sustenta um bloco de 200 kg a altura de 16 m do solo, sobre uma estaca situada 14 m abaixo. Desprezando as forças dissipativas e sêndo g = 10 m/s2, determine:

Representação de um veículo com guindaste, com bate estaca na ponta, suspenso quatorze metros, sobre uma estaca no solo, distante dezesseis metros.

a) a energia potencial do bloco em relação ao solo;

32.000 J

b) após sua liberação, a energia cinética do bloco, ao atingir a estaca.

28.000 J

9. Uma bola metálica de massa 10 kg é lançada sobre uma superfícíe horizontal lisa, entrando em contato com uma mola e comprimindo-a. Encontre a mássima deformação sofrida pela mola, sabendo quê a velocidade da bola ao chocar-se com a mola é de 2 m/s. Considere a constante elástica da mola 100 N/m.

Aproximadamente 0,63 m.

10. (Unesa-RJ) Uma pequena esféra de peso P = 3,0 N, presa a um fio de comprimento (éli)" = 1,0 m, é solta do ponto A. Quanto aos trabalhos realizados pela fôrça de tração T exercida pelo fio, e pelo peso P do ponto A ao ponto B, podemos afirmar quê valem, respectivamente:

Representação de uma pequena esfera, presa em um fio que mede um metro, em três momentos. M1:a esfera, está em uma posição 'A', com o fio horizontal. M2:a esfera esta em uma posição inclinada, com seta 'P' vertical para baixo e seta 'T' vertical para cima no fio inclinado. M3:a esfera está na posição 'B' vertical.

a) −2,0 J e +2,0 J

b) −3,0 J e zero

c) zero e 3,0 J

d) 3,0 J e 3,0 J

e) 3,0 J e zero

Resposta: c)

11. (Unifor-CE) Uma fôrça Ft é aplicada num corpo tangencialmente à trajetória seguida por ele. No deslocamento de 0 a 4 m, o trabalho de Ft vale, em joules:

Representação gráfica: eixo vertical 'F t'[N] com graduações: zero, dez. vinte. Eixo horizontal 'S'[m] com graduações zero, dois, quatro. A reta formada, tem início em dez vertical, subindo para vinte em dois metros, seguindo estável até quatro metros.

a) 30

b) 40

c) 50

d) 60

e) 70

Resposta: e)

Página cento e cinquenta e nove

12. (Fuvest-SP) A propaganda de um automóvel apregoa quê ele consegue atingir a velocidade de 108 km/h em um percurso horizontal de apenas 150 m, partindo do repouso.

a) Supondo o movimento uniformemente acelerado, calcule a aceleração do carro.

3 m/s2

b) Sendo 1.200 kg a massa do carro, determine a potência média quê ele desen vólve.

54 kW

Tema 11: Impulso e conservação da quantidade de movimento

13. (hú- hê- érre jota) A cada batimento, o coração humano bombeia cerca de 85 g de sangue. Admita quê a velocidade de saída do sangue bombeado pelo coração seja de 0,4 m/s. A quantidade de movimento do sangue, em kg ⋅m/s produzida pelo coração em um batimento, corresponde aproximadamente a:

a) 0,064

b) 0,048

c) 0,034

d) 0,018

Resposta: c)

14. (Cesgranrio-RJ) Observa-se uma colisão elástica e unidimensional de uma partícula de massa m e velocidade de módulo 0,60 m/s com outra partícula de massa m4 , inicialmente em repouso. Quais são os valores dos módulos das velocidades das partículas, após a colisão?

0,96 m/s e 0,36 m/s

15. (Fuvest-SP) Uma barra rígida e homogênea de 2,0 kg está ligada numa das extremidades a um suporte, por uma mola de constante elástica k = 200 N/m. Na outra extremidade, articula-se a um rolete quê póde girar livremente. Nessa situação, a mola está deformada 5,0 cm.

(Dado: g = 10 N/kg.)

Representação de uma barra rígida retangular, presa em uma mola vertical, com a extremidade superior fixada .

Representação de uma barra rígida na posição inclinada, com setas: extremidade esquerda 'N' vertical para cima, 'P' vertical para baixo no meio da barra e 'F' vertical para cima, na extremidade direita

a) Indique as forças externas quê atuam sobre a barra.

b) Qual é a fôrça quê a superfícíe exerce sobre o rolete?

10 N

Tema 12: is-tática e Hidrostática

16. (Famema-SP) Um reservatório de á gua sem tampa apresentou uma trinca em seu fundo de tal forma quê, para repará-lo, teve de sêr esvaziado. Quando o reservatório foi novamente preenchido com á gua, observou-se quê o tempo para o endurecimento do reparo não tinha sido suficiente, pois, assim quê o nível de á gua atingiu 2 m em relação ao fundo, o reparo foi desfeito e a á gua começou a vazar. Sendo a pressão atmosférica igual a 1 ⋅ 105 Pa, a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2 e a densidade da á gua igual a 1 ⋅ 103 km/m3, a pressão a partir da qual a á gua começou a vazar foi de

a) 1,0 ⋅ 105 Pa

b) 0,2 ⋅ 105 Pa

c) 0,4 ⋅ 105 Pa

d) 1,2 ⋅ 105 Pa

e) 1,5 ⋅ 105 Pa

Resposta: d)

17. O funcionamento de um elevador hidráulico de carros consiste em um cilindro, de 15 cm de raio, quê comprime o óleo do reservatório, transmitindo essa pressão a outro cilindro de 0,75 cm de raio. Qual é a fôrça mínima quê deveria sêr aplicada ao cilindro menor para erguer um veículo de 2,0 ⋅ 103 kg?

Dado: g = 10 m/s2.

50 N

18. (Famerp-SP) Após vêr uma màssân flutuando na á gua, um garoto ficou curioso para saber a densidade dessa màssân. Não dispondo de uma balança, colocou 400 mL de á gua em um recipiente graduado, pôs a màssân na á gua e verificou quê o volume indicado passou a sêr 520 mL. Em seguida, afundou totalmente a màssân na á gua do recipiente e o volume indicado foi 550 mL.

A partir dêêsses dados, e sabendo quê a densidade da á gua é 1,0 g/mL, o garoto calculou a densidade da màssân obtendo o valor de

a) 0,70 g/mL.

b) 0,75 g/mL.

c) 0,85 g/mL.

d) 0,90 g/mL.

e) 0,80 g/mL.

Resposta: e)

Página cento e sessenta

INTEGRANDO COM...
ár-te, Biologia, Educação Física e Química
Musculação

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

A musculação é considerada uma atividade física quê proporciona diversas melhorias a quem a pratíca. O seu objetivo principal é o fortalecimento muscular, mas existem vários outros benefícios associados à musculação, como o aumento da densidade óssea, o contrôle de peso, a redução dos riscos de algumas doenças, a promoção da manutenção do sono e a melhora do equilíbrio. Além díssu, promove a produção de substâncias no corpo humano, essenciais para a saúde, tanto física quanto mental.

Muitas pessoas deixam os exercícios físicos de lado devido aos compromissos diários, como trabalho e estudo. Porém, é essencial quê todos reservem um intervalo de tempo de seu dia para alguma prática de atividade física, e a musculação é um dos exercícios mais indicados.

Nesta atividade, é sugerido o desenvolvimento de uma campanha de incentivo à prática de atividade física, em especial à musculação. Para isso, recomenda-se a realização de algumas entrevistas com profissionais de diversas áreas, para quê fôrneçam informações quê possam sêr divulgadas para o público escolar e não escolar.

Etapa 1

Estruturação dos questionários, realização das entrevistas e levantamento de dados

Organize-se em grupo com seus côlégas d fórma quê as habilidades de cada um sêjam melhor exploradas: entrevistar, catalogar as informações obtidas, sistematizar os dados, construir a campanha com elemêntos atrativos etc.

Cada grupo póde ficar responsável por uma entrevista. A seguir estão algumas sugestões de profissionais quê podem sêr entrevistados, bem como perguntas quê podem sêr feitas. Lembrem-se de quê outros profissionais podem sêr entrevistados e façam adaptações e alterações, considerando sua realidade.

Iniciem a entrevista solicitando ao entrevistado quê fale um pouco de seu trabalho, destacando a área de formação. Na sequência, discutam as kestões quê vocês propuseram.

A seguir, algumas sugestões de perguntas quê podem sêr feitas aos profissionais.

Entrevista 1: profissional de Educação Física

Em Física, fôrça é uma ação quê causa a variação de velocidade de um corpo. E nos exercícios físicos, o quê significa fôrça?

Quais são os principais benefícios da musculação para o corpo humano, tanto físicos como mentais?

Como é possível motivar o exercício da musculação diariamente, para desvincular essa prática apenas das kestões estéticas?

Quais são os riscos de uma pessoa praticar musculação sem a orientação de um profissional qualificado?

Fotografia de duas mulheres fazendo exercício físico. A aluna se equilibra em um tapete, apoiada nos braços e pernas. enquanto a professora, está ao seu lado ajoelhada em uma perna. ao fundo equipamentos de ginástica.

Prática de atividade física com o acompanhamento de uma educadora física.

Página cento e sessenta e um

Entrevista 2: profissional de Nutrição

Em Física, energia é compreendida como a capacidade quê um corpo tem de realizar trabalho. E na nutrição, como se trata a energia fornecida pêlos alimentos?

Quais são os principais êêrros quê uma pessoa póde cometer em sua alimentação?

Quais são os principais benefícios do consumo de nutrientes e do gasto energético proporcionado pela prática da musculação?

Quais são os riscos de uma pessoa não planejar sua diéta corretamente, sem a orientação de um profissional qualificado, quando decide fazer musculação?

Fotografia de um homem e uma mulher sentados em cadeiras, em um consultório, Ela usa cabelo longo, camisa e calça, está de costas. O homemtem cabelo crespo e estetoscópio pendurado no pescoço. ele está escrevendo. Em cima da mesa estão várias frutas.

Pessoa realiza acompanhamento com nutricionista.

Entrevista 3: profissional de Fisioterapia

Em Física, o equilíbrio ocorre quando a fôrça resultante em um sistema é nula, não existindo acelerações. E no corpo humano, o quê significa equilíbrio?

Quais são as principais dicas quê você poderia fornecer às pessoas para a promoção do equilíbrio, com práticas simples quê podem sêr feitas diariamente?

Quais são os principais benefícios da musculação para o corpo humano, especialmente para a manutenção do equilíbrio físico?

Como profissional de Fisioterapia, quais são os cuidados quê uma pessoa deve ter ao praticar musculação?

Etapa 2:

Desenvolvimento da campanha de conscientização

Em conjunto com seu grupo, discutam como as informações coletadas podem sêr sistematizadas e posteriormente divulgadas. A campanha de conscientização póde sêr feita utilizando ferramentas escolhidas por vocês, como vídeos em platafórmas digitais e nas mídias do colégio; aplicativos de conversação individual e coletiva; materiais impressos, como cartazes e jornais; encontros presenciais, entre outras. Usem a criatividade! O importante é quê as informações cheguem ao maior número de pessoas.

Para finalizar a atividade, realizem, em conjunto com toda a turma, uma reflekção acerca dos profissionais escolhidos para as entrevistas. Vocês já conheciam essas profissões? Têm interêsse em seguir alguma dessas carreiras? Qual(is)? Discutam acerca das diversas funções quê um profissional da saúde póde atuar e comentem a importânssia dêêsses profissionais para a ssossiedade.

Fotografia de duas mulheres, uma em pé, usa cabelo longo crespo, está segurando o braço da outra mulher, que está sentada em uma maca segurando um peso. Ela usa cabelo curto, shorts e camiseta.

Pessoa realiza exercícios com acompanhamento de fisioterapeuta.

Página cento e sessenta e dois