UNIDADE 6
FÍSICA MODERNA E COSMOLOGIA

Carrossel de Imagens: Hubble × Webb: contribuições científicas dos telescópios espaciais.

Ao longo da história da Ciência, foram muitos os casos de cientistas quê desenvolveram teorias quê não puderam sêr testadas em suas épocas, pois a tecnologia existente à época necessitava de avanços. Os anos se passaram, novas tecnologias foram surgindo e sêndo melhoradas, até quê as teorias puderam sêr verificadas êsperimentalmente.

Entre os equipamentos desenvolvidos nos últimos anos, destacam-se o acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, da sigla em inglês), inaugurado em 2008, e o Telescópio Espacial diêmes Webb, lançado em 2021. A imagem desta abertura, quê mostra o par de galáksias Arp 107, foi feita com dados coletados por esse telescópio, em 2024.

O acelerador LHC possibilitou pesquisas, testes de hipóteses e avanços no estudo da estrutura da matéria e suas origens, linha de pesquisa quê está diretamente relacionada com as teorias da origem do Universo. Um destaque foi a detecção do bóson de Higgs em 2012, partícula relacionada à massa de outras partículas, cuja hipótese de existência havia sido proposta em 1964.

O Telescópio Espacial diêmes Webb tem possibilitado investigações mais aprofundadas, levantado debates e revisões do modelo cosmológico sobre o Universo e sua origem, como as divergências na medição da taxa de expansão do Universo, proposta na mêtáde do século XX.

Nesta Unidade, serão estudados os fundamentos relacionados aos estudos da matéria, da energia e do Universo.

Fotografia colorida do espaço, com estrelas, constelações, galáxias e pontos luminosos.

Página trezentos e noventa e um

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

1. O quê motiva os investimentos em grandes tecnologias científicas, como os aceleradores e os telescópios?

2. Qual é a relação entre estudos científicos teóricos e estudos experimentais? São trabalhos independentes ou quê se completam? Converse com seus côlégas e, no caderno, anote os argumentos levantados.

3. por quê uma linha de pesquisa quê analisa a estrutura da matéria está relacionada com a origem do Universo?

4. Em cérto momento do desenvolvimento da Física, foram necessárias mudanças drásticas para quê o desenvolvimento pudesse seguir, o quê levou ao surgimento de duas novas teorias para estudar a estrutura da matéria e os eventos a altas velocidades. Quais novas teorias são essas?

Página trezentos e noventa e dois

TEMA 31
Uma nova Física

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

“Nuvens” sobre a Física

No final do século XIX, no meio científico se falava quê a natureza estava praticamente compreendida, ou seja, a Física estava finalizada.

Em 1900, Lord kélvin proferiu uma palestra intitulada “Nuvens do século XIX sobre a teoria dinâmica do calor e da luz”, na qual destacou quê existiam duas situações quê pairavam na Física e quê dificilmente seriam respondidas:

O éter luminífero, meio teorizado para explicar a propagação da luz, quê é uma onda eletromagnética, não havia sido detectado.

A respeito do espectro de emissão e absorção da radiação por um corpo, em relação à tempera-túra, existia uma divergência entre os valores previstos pela teoria e aqueles medidos na prática.

Ilustração colorida representando o “éter luminífero”. A imagem mostra o Sol no centro de uma órbita elíptica com duas representações da Terra em lados opostos dessa órbita, indicando o movimento da Terra ao redor do Sol. Linhas verticais brancas e paralelas preenchem o espaço ao redor do Sol, representando esse éter.

Representação da Terra em movimento ao redor do Sol, envolvidos por um meio material hipotético quê foi denominado éter luminífero (imagem sem escala; cores fantasia).

Estas duas “nuvens” levantaram uma importante discussão sobre a necessidade de novas interpretações para a Física, quê não eram possíveis com a Física desenvolvida até então, chamada Física Clássica. Isso resultou em duas novas teorias, a teoria da Relatividade Restrita e a Física Quântica, dois principais pilares do quê ficou popularmente conhecido como Física Moderna, com início significativo a partir do século XX.

PENSE E RESPONDA

Representação realista de uma parte do Sol, visto do espaço com vários pontos iluminados. Na lateral direita da imagem, o planeta Terra é representado bem distante.

Representação do Sol e da Terra (imagem sem escala; cores fantasia).

1 Como a luz do Sol atinge a Terra? Existe algum meio material quê preenche o espaço do Universo entre Terra e Sol?

Página trezentos e noventa e três

Essas duas teorias desencadearam possibilidades de aprofundamento em outras áreas de estudo, como na estrutura da matéria e nas características do Universo, o quê também possibilitou a compreensão de outros estudos da Física quê estavam inacabados, além das duas “nuvens”, como o efeito fotoelétrico, as propriedades de materiais radioativos, o raio Xís, entre outros.

Assim, verificou-se quê havia muito ainda a sêr feito na Ciência e, novamente, destaca-se o caráter humano do desenvolvimento científico, afinal a capacidade de pensar, raciocinar, criar hipóteses, testar e abstrair foi o quê levou a evolução científica a um alto nível até o final do século XIX, mas também à nova fase de evolução a partir do século XX.

A medição da velocidade da luz

De acôr-do com a Mecânica, a velocidade é uma grandeza medida em relação a um referencial. Já de acôr-do com a Ondulatória, uma onda mecânica, como o som, propaga-se em meios materiais, e sua velocidade depende do meio em quê ela está se propagando. A evolução do Eletromagnetismo revelou quê a luz é uma onda eletromagnética. Em qual meio material ela se propaga? Qual seria o referencial para medir a velocidade da luz?

Acreditava-se quê todo o Universo seria preenchido por um meio material hipotético quê foi designado éter luminífero, portanto a luz deveria se propagar neste meio.

Experimento de Michelson-Morley

Se a propagação da luz depende de um meio material, o valor da sua velocidade deveria sêr diferente quando medida por um referencial em movimento, como a Terra, afinal o planêta, e todo o Sistema Solar, estaria se movendo pelo éter luminífero.

Alguns experimentos foram propostos com êste intuito. Em 1881, o físico, naturalizado estadunidense, álbert Abraham Michelson (1852-1931) projetou um equipamento denominado interferômetro, para estudar a luz e fazer medições de sua velocidade. Basicamente, um feixe de luz era emitido e passava por diferentes espelhos, incidindo em um anteparo, onde ocorria a interferência.

O interferômetro de Michelson foi um dos primeiros equipamentos quê possibilitaram medir a velocidade da luz com razoável precisão.

O químico estadunidense édu-ar Morley (1838-1923) se juntou às investigações. Eles, então, passaram a utilizar êste equipamento na tentativa de medir a velocidade da Terra em relação ao éter, afinal, se a Terra está se movendo em relação ao éter, seriam observadas medições distintas para a velocidade da luz.

Porém, nas inúmeras investigações, por vários anos, nenhuma alteração jamais foi detectada, e a velocidade da luz sempre era constante.

Ilustração em preto e branco de um interferômetro utilizado no experimento de Michelson e Morley. O equipamento tem formato retangular e está posicionado sobre uma base circular com marcações numéricas. Sobre o retângulo, há espelhos e dispositivos ópticos visíveis nas extremidades.

MICHELSON, álbert A.; Mórli, édu-ar. On the relative ÓF the ãrf ênd the luminiferous aether. The London, Edinburg, ênd dâblin Philosophical Magazine ênd Journal ÓF sáience: fifth series, London, v. 24, n. 151, p. 449-463, dec. 1887. p. 454.

Representação do interferômetro para uma publicação de Michelson e Morley em uma revista de 1887.

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Áinstain e a teoria da Relatividade Restrita

Várias tentativas de interpretar os resultados do experimento de Michelson-Morley foram lançadas. Porém, foi álbert Áinstain quê verificou definitivamente as divergências entre Mecânica e Eletromagnetismo a respeito da luz.

O fato de a velocidade da luz sêr uma constante, independentemente do referencial em quê se faz a medida, foi o ponto principal para sua teoria da Relatividade Restrita, publicada em 1905. Nela, determinou quê o tempo não sêria absoluto, como defende a Física Clássica, podendo ser diferente quando medido por referenciais distintos. Assim, a teoria proposta por Áinstain não dependia da existência ou não do éter luminífero, quê hoje sabemos não existir.

Física Quântica, matéria e Universo

Meses após a palestra de Lord kélvin em 1900, o físico alemão Max káur érnst Ludwig Planck (1858-1947) apresentou uma hipótese sobre e a absorção e emissão de radiação por um corpo negro. As implicações teóricas foram tão drásticas quê não agradaram à comunidade científica, nem mesmo ao próprio Planck.

Um corpo negro é uma abstração de um corpo ideal capaz de absorver toda radiação quê nele incide e capaz de emitir toda radiação quê produz, em diferentes comprimentos de onda. Um corpo oco com uma pequena cavidade e um orifício de entrada é um modelo representativo quê se aproxima de um corpo negro.

Imagem de um círculo escuro, com uma abertura na parte de baixo. Uma seta indica a direção de um raio de luz que adentra o círculo e é refletido em várias direções diferentes.

Representação de uma cavidade com uma abertura na qual incide uma radiação quê é refletida no seu interior indefinidamente de modo quê a absorção e a emissão são equivalentes a de um corpo negro.

As teorias da época buscavam uma explicação para o espectro de emissão de radiação de um corpo negro para cada tempera-túra, isto é, as várias freqüências em quê as partículas de determinado corpo podem emitir radiação. Assim, para uma tempera-túra, as partículas da matéria podem vibrar com diferentes freqüências, e a intensidade da radiação emitida em cada uma dessas freqüências é diferente.

A Física Clássica previa uma intensidade mássima de radiação crescente com o aumento da freqüência, o quê implicava uma intensidade infinita de energia para altas freqüências, na escala do ultravioleta, por exemplo, o quê não ocorria realmente. Em investigações práticas, os dados obtidos apontam quê a intensidade mássima de emissão ocorria em determinadas faixas de freqüência e depois decaía conforme as freqüências aumentavam.

Planck percebeu quê esta contradição deixaria de existir ao se considerar a emissão de energia não d fórma contínua, mas em quantidades discretas. Essas formas seriam “pacotes” de uma quantidade fundamental de energia, denominada quantum (no plural, quanta), sêndo esta energia dependente da freqüência.

Assim, nascia uma nova forma de interpretação da energia d fórma discreta (não contínua). A teoria quântica abriu caminhos para avanços em outras áreas, como o estudo da matéria, possibilitando o aperfeiçoamento dos modelos atômicos e dos estudos das propriedades químicas e fornecendo condições para o estudo das partículas e suas interações.

Estas compreensões possibilitam também avanços nos estudos da Cosmologia, quê trata da origem e da evolução do Universo, possibilitando estudos e previsões sobre como o Universo surgiu e se organizou na forma atual.

Página trezentos e noventa e cinco

ATIVIDADES

1. Lord kélvin proferiu uma palestra em 1900 destacando quê, provavelmente, a Física tinha alcançado seu fim, estando praticamente completa, d fórma quê nada mais poderia sêr desenvolvido, com exceção de dois pontos quê precisavam sêr compreendidos, destacados no início do estudo dêste Tema. No mesmo ano de 1900, surgiu a proposta de uma nova teoria, e cinco anos depois outra teoria seria lançada, mudando os rumos do desenvolvimento da Física para novos caminhos. Quais foram estas duas teorias?

2. Sobre o experimento de Michelson-Morley, responda às kestões a seguir.

a) A investigação utilizando o interferômetro foi repetida ao longo de muitos anos, porém nunca apresentou resultados.

Qual era o objetivo do experimento de Michelson-Morley?

b) O interferômetro foi utilizado em investigações com resultados confiáveis, quê inclusive renderam ao estadunidense álbert Michelson o Prêmio Nobél de Física em 1907. Que investigações foram essas?

Pesquise mais informações sobre o prêmio recebido por Michelson.

3. Durante as inúmeras realizações de investigações quê buscavam a detecção do éter luminífero, álbert Áinstain propôs sua teoria da Relatividade Restrita, na qual considerou como postulado uma característica da luz, quê inclusive foi continuamente verificada no experimento de Michelson-Morley. Qual característica da luz é essa? A teoria proposta por Áinstain dependia da detecção do éter?

4. Na proposta de Planck para resolver o problema da discordância entre teoria e prática a respeito da intensidade da radiação emitida por um corpo negro, a energia deveria sêr quantizada. O quê isso significa? Busque outro exemplo de quantização de uma medida quê já foi estudada.

5. A transição entre os séculos XIX e XX foi marcada pelo nascimento, d fórma significativa, de novas teorias quê causaram uma certa ruptura, em partes, com a Física Clássica. Entre algumas rupturas estão a proposta de quê o tempo não é absoluto, podendo ter medidas distintas de acôr-do com o referencial, e a proposta de quê a energia absorvida ou emitida não seria contínua, mas discreta, em “pacotes”. Sobre êste importante momento da Física, avalie as afirmativas a seguir e indique-as com V (verdadeira) ou F (falsa).

I. A teoria da Relatividade Restrita, proposta por Áinstain, afirma quê a velocidade da luz exige a existência de um meio material para se propagar, e quê sua velocidade póde variar de acôr-do com o movimento da Terra.

F

II. A hipótese de Planck para resolver o problema do corpo negro foi quê a energia é emitida d fórma contínua, o quê permitiu resolver as discordâncias entre as teorias quê estavam sêndo propostas e os dados quê estavam sêndo obtidos nas investigações.

F

III. O experimento de Michelson-Morley, apesar de ter sido repetidamente realizado na tentativa de detecção do movimento relativo da Terra em relação ao éter luminífero, foi fundamental para comprovar quê êste meio hipotético não existe e quê a velocidade da luz é constante, independentemente do referencial.

V

IV. As teorias da Física Moderna influenciaram profundamente outras áreas da ciência, como a Cosmologia, possibilitando fundamentações teóricas para investigar a origem e a evolução do Universo a partir dessas novas interpretações da matéria e da energia.

V

Página trezentos e noventa e seis

TEMA 32
Teoria da Relatividade

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Conflito entre Mecânica e Eletromagnetismo

Nos estudos dos movimentos desenvolvidos na Mecânica, a velocidade é uma grandeza quê deve sêr medida em relação a um referencial. Já nos estudos do Eletromagnetismo, Macsuéll chegou a uma forma de calcular a velocidade mássima da luz c em relação às constantes elétricas e magnéticas do vácuo. Esta medida não dependia de nenhum referencial.

Por muitos anos, buscou-se detectar um meio material no qual a luz se propagaria, denominado éter luminífero, definindo assim um referencial para a luz. Porém, essa detecção nunca ocorreu.

Foi Áinstain quem sugeriu uma solução a esta incompatibilidade entre Mecânica e Eletromagnetismo, propondo uma nova forma de interpretação para conceitos considerados absolutos e invariantes pela Física Clássica, como espaço, tempo, massa e energia. Na teoria da Relatividade Restrita, estes conceitos dependem do referencial inercial pelo qual são medidos.

A relatividade de Galileu

Na Mecânica, o estudo do movimento dos corpos é feito a partir de um referencial, d fórma quê um corpo póde estar em movimento em relação a um referencial e em repouso em relação a outro referencial.

O passageiro de um ônibus em movimento em relação ao solo, por exemplo, está em repouso em relação a uma pessoa dentro do ônibus, mas em movimento em relação a uma pessoa fora do ônibus.

Galileu Galilei foi um dos primeiros a fazer referência à ideia de relativizar os movimentos. No princípio da inércia enunciado por ele, quando a fôrça resultante é nula, um corpo em repouso e um corpo em movimento retilíneo uniforme permanecem nos estados em quê se encontram. Esta verificação é válida para qualquer referencial inercial adotado, isto é, um referencial em repouso ou em movimento retilíneo uniforme.

Assim, destacamos o quê é comumente chamado princípio da relatividade de Galileu.

O movimento de qualquer corpo está sujeito às mesmas leis da Mecânica, tanto para um referencial em repouso quanto para um referencial em movimento retilíneo uniforme (chamados de referenciais inerciais).

PENSE E RESPONDA

Fotografia de carros parados em um semáforo, com os faróis dos freios ligados. Na imagem aparecem árvores, postes de luz e placas de trânsito.

Veículos parados em um semáforo em Marília (SP), 2024.

1 Um veículo está parado em um semáforo com o farol aceso, e a luz do farol se propaga com velocidade c até um poste distante. Quando o semáforo acende a luz vêrde, o veículo acelera até uma velocidade constante de 50 km/h. Neste momento, qual é o valor da velocidade da luz do farol do carro?

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A teoria da Relatividade Restrita

No ano de 1905, Áinstain publicou quatro artigos, além de sua tese de doutorado, quê causaram grande impacto na Física. Devido ao caráter inovador dêstes trabalhos, esse ano ficou conhecido como annus mirabilis, ou ano miraculoso, de Áinstain.

No artigo intitulado “Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento”, ele apresenta as bases para a sua teoria da Relatividade Restrita (ou Especial). A seguir, são apresentados os dois postulados em quê se baseia a teoria de Áinstain.

Postulado da relatividade

As leis da Física são as mesmas para todos os observadores em referenciais inerciais.

Esse postulado é mais abrangente quê o princípio de Galileu, quê se restringe apenas às leis da Mecânica. Áinstain expandiu a definição, considerando assim todas as leis da Física, como as do Eletromagnetismo, por exemplo.

Perceba quê o postulado afirma quê as leis da Física são válidas para todos os observadores em referenciais inerciais, não afirmando quê os valores experimentais medidos serão sempre os mesmos.

Postulado da constância da velocidade da luz

A velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor c em todas as orientações e para todos os referenciais inerciais.

Áinstain sustenta a ideia de quê a velocidade da luz no vácuo possui o mesmo valor em qualquer referencial inercial, conforme foi verificado nas inúmeras vezes em quê o experimento de Michelson-Morley, com o interferômetro, foi realizado.

Outra forma de enunciar êste postulado é quê na natureza existe uma velocidade limite, e a luz se móve com essa velocidade. Nenhuma entidade portadora de massa diferente de zero póde atingir esta velocidade limite.

Esta velocidade limite foi definida como 299.792.458 m/s, comumente adotada como 300.000.000 m/s (3 ⋅ 108 m/s).

A relatividade da simultaneidade

De acôr-do com o postulado da relatividade, observadores em referenciais inerciais diferentes poderão fazer medidas distintas para um mesmo evento, ou seja, a teoria da Relatividade alterou a ideia da simultaneidade da percepção de um evento.

Como exemplo, considere duas naves em uma situação hipotética. João está em repouso dentro de uma delas, e José está em repouso dentro da outra. Em nosso modelo, essas naves servirão como referenciais inerciais tanto para João quanto para José, quê serão observadores do evento.

A nave de José está parada e a de João está se movendo com uma velocidade v de módulo igual à mêtáde da velocidade da luz. No instante adotado como t0, as naves estão alinhadas. Nesse mesmo instante, ocorrem simultaneamente, segundo o nosso referencial, duas explosões de estrelas, uma à direita e outra à esquerda das naves de José e de João. No instante inicial, a distância entre as naves e as explosões são iguais (Figura 1).

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A explosão estelar da esquerda produziu luz vermelha, e a da direita produziu luz vêrde. A ideia das cores é méramente didática, e não será considerado o efeito Doppler quê seria observado pelo passageiro da nave em movimento (Figura 2).

Como a nave de José está em repouso, no instante t2 ele percebe as duas explosões simultaneamente (Figura 3).

Como a nave de João está em movimento em direção à explosão da estrela vêrde, ele vê esta explosão no instante t1 e vê a explosão vermelha no instante t3 (Figura 4).

Assim, enquanto para José as explosões foram eventos simultâneos, para João, a explosão vêrde t1 ocorreu antes da vermelha. Mesmo com medidas distintas, os dois estão corretos.

Ilustração da explosão de duas estrelas, uma a esquerda e outra a direita. A o meio, duas naves apontando para a direita 'V'. acima nave de João e abaixo nave de José, acima das naves, um cronometro analógico 't 0'. A distância entre a estrela da esquerda e as naves é 'S2' e a distância da estrela da direita até as naves é 'S1', sendo 'S2'igual a 'S1'.

Figura 1: explosão das estrelas (imagem sem escala; cores fantasia).

Ilustração de duas estrelas, uma rosa a esquerda, com 'C' apontando pra a direita, e uma verde a direita com 'C' apontando para a esquerda. Ao meio, um cronometro analógico 't1',aqbaixo a nave de José. a nave de João com 'V' apontando para a direita, está mais próxima a estrela verde

Figura 2: a luz da estrela vêrde alcança a nave de João (imagem sem escala; cores fantasia).

Ilustração de duas estrelas, a rosa a esquerda com 'C' apontando, para a direita e a verde a direita, com 'C' apontando para a esquerda. Ao meio um cronometro analógico marcando 't2', abaixo a nave de José. A nave de João está na estrela verde a esquerda 'V' apontando para a esquerda.

Figura 3: as luzes das explosões alcançam a nave de José (imagem sem escala; cores fantasia).

As luzes das estrelas se encontram ao meio da imagem e se ultrapassam, trocando a posição das cores com 'C' da estrela verde, apontando para a esquerda e 'C' da estrela rosa, apontando para a esquerda, onde está a nave de José e o cronometro analógico, marcando 't3'. A nave de João está á frente das luzes das estrelas, com 'V' apontando para a direita.

Figura 4: João percebe a luz da explosão da estrela vermelha (imagem sem escala; cores fantasia).

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ATIVIDADES

1. Sobre a teoria da Relatividade, analise as afirmações a seguir e classifique cada uma em verdadeira (V) ou falsa (F).

a) Essa teoria reconhece e demonstra quê na escala microscópica há limitações nas leis da Física quê foram desenvolvidas por níltom.

F

b) Segundo essa teoria, as leis da Física são as mesmas em todos os referenciais inerciais.

V

c) De acôr-do com essa teoria, a velocidade da luz é diferente para quaisquer observadores em referenciais inerciais.

F

2. (UFRN) Nos dias atuáis, há um sistema de navegação de alta precisão quê depende de satélites artificiais em órbita em torno da Terra. Para quê não haja êêrros significativos nas posições fornecidas por esses satélites, é necessário corrigir relativisticamente o intervalo de tempo medido pelo relógio a bórdo de cada um dêêsses satélites.

A Teoria da Relatividade Especial prevê quê, se não for feito esse tipo de correção, um relógio a bórdo não marcará o mesmo intervalo de tempo quê outro relógio em repouso na superfícíe da Terra, mesmo sabendo-se quê ambos os relógios estão sempre em perfeitas condições de funcionamento e foram sincronizados antes de o satélite sêr lançado.

Se não for feita a correção relativística para o tempo medido pelo relógio de bórdo:

a) ele se adiantará em relação ao relógio em térra enquanto ele for acelerado em relação à Terra.

b) ele ficará cada vez mais adiantado em relação ao relógio em Terra.

c) ele se atrasará em relação ao relógio em Terra durante mêtáde de sua órbita e se adiantará durante a outra mêtáde da órbita.

d) ele ficará cada vez mais atrasado em relação ao relógio em Terra.

Resposta: d

As transformações da relatividade de Áinstain

O princípio da constância da velocidade da luz para qualquer referencial inercial exigiu adequações nos estudos dos movimentos a altas velocidades, quando os métodos e as leis da Mecânica se tornaram inconsistentes. Estes métodos e leis sempre serão válidos para eventos com velocidades muito menóres quê a da luz.

Para altas velocidades, são observados efeitos relativísticos em medidas antes consideradas absolutas, como tempo, comprimento, massa, logo são necessários ajustes quê chamamos adequações relativísticas. As transformações de Lorentz, apresentadas a seguir, surgiram como uma das formas de se fazer estas adequações, quê posteriormente foram designadas transformações da relatividade de Áinstain.

Algumas considerações são importantes neste momento de introdução às transformações da relatividade. Nas medidas de distância, sempre serão considerados instrumentos de medida (uma régua, por exemplo) em repouso nos diferentes referenciais inerciais trabalhados. Da mesma forma, na medida do tempo, os relógios sempre estarão em repouso nos referenciais inerciais trabalhados.

Página quatrocentos

Transformações de Lorentz

Durante as realizações do experimento de Michelson-Morley, quê buscava detectar o movimento relativo da Terra em relação ao éter luminífero, a inexistência do éter não foi aceita de imediato.

A hipótese lançada pelo físico irlandhês Giórgi Frâncis FitzGerald (1851-1901) foi quê o interferômetro estaria sofrendo uma variação de seu comprimento na direção do movimento da Terra, o quê estaria compensando as mudanças da velocidade da luz quê não estavam sêndo verificadas.

O físico holan-dêss Hendrik Antoon Lorentz (1853-1928) calculou o fator de encurtamento do aparelho, denominado fator de Lorentz y.

y = 11-u2c2

A variação do interferômetro ficou conhecida como contração de Lorentz-FitzGerald. êste efeito foi reconhecido inicialmente apenas como um recurso matemático, sem apontar os motivos de estarem ocorrendo, mantendo a ideia clássica do tempo absoluto e invariante, sêndo quê, em verdade, êste efeito não ocorria no interferômetro.

Explicar realmente o quê estava ocorrendo exigia um rompimento com a teoria clássica sobre espaço e tempo.

Dilatação do tempo

A partir das conclusões sobre simultaneidade de eventos, Áinstain explicou quê o tempo não passa da mesma forma em todos os referenciais.

Para exemplificar essa ideia, suponha uma situação hipotética de um trem viajando com velocidade constante u de módulo 240.000 km/s, em relação a um referencial inercial, cujos vagões têm 900.000 km de altura h (medidas absurdas, pois se trata de um experimento mental). Uma lâmpada quê está no chão do vagão e apontada para o teto, onde há um espêlho, pisca e, simultaneamente, um cronômetro é disparado. Um passageiro dentro do vagão observa a luz subir e descer na vertical.

Considerando quê a velocidade da luz c é de aproximadamente 300.000 km/s, para um referencial inercial no trem, tem-se um intervalo de tempo (delta)"t0 para o evento em quê a luz sobe até o espêlho e retorna à fonte.

v = ΔSΔt (delta)"t0 2hv

(delta)"t0 2(900000)300000 =

(delta)"t0 = 1800000300000

(delta)"t0 = 6 s

Ilustração de um passageiro, sentado em uma cadeira, dentro do vagão de um trem, Um espelho foi colocado paralelo ao teto do vagão, formando duas setas verticais perpendiculares, para cima e para baixo de uma fonte de luz. Dois cronômetros analógicos estão em destaque marcando: 't zero' acima e 't1'o no cronometro abaixo.

Representação da trajetória da luz observada por um passageiro no trem (imagem sem escala).

Página quatrocentos e um

No entanto, para um observador externo em repouso (referencial inercial) quê dispara seu cronômetro no mesmo instante em quê a lâmpada pisca, a luz percórre uma trajetória determinada pêlos lados iguais de um triângulo isósceles, 2 (éli)", em um intervalo de tempo (delta)"t'. A base do triângulo será designada por 2d, sêndo o deslocamento do trem no intervalo de tempo (delta)"t'.

Ilustração em três momentos, considerando um observador externo ao trem. Os três momentos formam uma imagem única formando um triângulo isósceles nos pontos da fonte de luz refletindo no espelho do teto.um cronometro analógico em destaque, marca 't2'.

Representação do trem em três instantes distintos e da trajetória da luz para um observador externo ao trem (imagem sem escala).

O teorema de Pitágoras possibilita a seguinte análise.

(cΔt'2)2=(uΔt'2)2+(cΔt02)2 ⇒ c2 (delta)"t'2 − u2 (delta)"t'2 = c2Δt02

⇒ (c2 − u2 ) (delta)"t'2 = c2Δt02c2 (1-u2c2)Δt'2 = c2Δt02

(1-u2c2)Δt'2 = Δt02 ⇒ Dt'2 = Δt02(1-u2c2)

(delta)"t' = Δt0(1-u2c2)

Na relação ôbitída, (delta)"t0 é o intervalo de tempo medido no referencial inercial em quê o evento acontece, quê se móve com velocidade u, enquanto (delta)"t' é o intervalo de tempo medido por outro referencial inercial.

Na situação utilizada como exemplo, para um referencial inercial externo ao trem, tem-se um intervalo de tempo (delta)"t' para o evento em quê a luz sobe até o espêlho e retorna à fonte.

(delta)"t' = Δt0(1-u2c2)=6(1-24000023000002)=60,36(delta)"t' = 10s

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Como u é obrigatória mente menor quê c, o denominador da fração será sempre menor quê a unidade, logo (delta)"t' > (delta)"t0.Isso significa quê o intervalo de tempo no referencial inercial em movimento está dilatado em relação a outro referencial inercial.

No exemplo analisado, se dentro do vagão ocorrer um evento em 1s, êste mesmo evento analisado por um referencial inercial de fora duraria cerca de 1,67s.

Note quê Áinstain obteve o mesmo fator determinado por Lorentz, (gama)", mas agora com uma interpretação. A relação anterior também póde sêr escrita como:

(delta)"t' = Δt0(1-u2c2)(delta)"t' = 𝛾(delta)"t0

Os efeitos da dilatação do tempo são considerados nos aceleradores de partículas, quando partículas se móvem a altas velocidades. As correções relativísticas são necessárias para garantir a precisão das análises.

Ajustes relativísticos são também necessários em satélites de sistemas de localização. Mesmo quê suas velocidades sêjam bem menóres quê a da luz, entre 3 e 4 km/s, os pequenos efeitos relativísticos podem resultar em medidas imprecisas ao longo de muito tempo.

SAIBA +
Relatividade na ár-te

O pintor espanhol Salvador Dalí (1904-1989) foi contemporâneo de uma importante época para o desenvolvimento da Física, o início do século XX, quando surgiram teorias quê exigiram novas formas de encarar alguns conceitos.

O artista produziu muitas obras surrealistas, e em várias delas podemos identificar temas subjetivos quê tratam da Ciência, como é o caso da obra A persistência da memória, de 1931, com suas várias interpretações.

Talvez, uma das interpretações esteja atrelada ao fato de o tempo, antes entendido como algo absoluto, "rígido", passar a ter um caráter relativo, "flexível", algo quê se póde observar na representação dos relógios dessa obra.

Reprodução do quadro 'A persistência da memória' de Dali. O quadro representa uma paisagem abstrata, com vários relógios de bolso redondos, com aspecto de derretidos e que estão apoiados em diferentes superfícies que se parecem com móveis e galhos de árvore.

DALÍ, Salvador. A persistência da memória. 1931. Óleo sobre tela, 24,1 cm × 33,0 cm.

A persistência da memória de Dalí.

ATIVIDADES

1. A qual momento da Física Moderna e Contemporânea você relacionaría essa obra?

2. Pesquise outras obras de Salvador Dalí quê possam sêr relacionadas com a Física Moderna e Contemporânea e debata com seus côlégas as justificativas pelas quais elas podem estar relacionadas. Organize materiais dessas obras, abordando essas possíveis interpretações associadas à Física, para serem divulgados na escola e compartilhados nas mídias disponíveis.

Página quatrocentos e três

Contração do comprimento

Considere uma nave espacial viajando com uma velocidade u próxima à da luz e deslocando-se entre duas estrelas, A e B. Existem dois observadores, um na nave, em repouso em relação a ela, e outro em repouso na Terra, quê também está em repouso em relação às estrelas. O evento analisado é a passagem da nave pelas estrelas.

Ilustração de uma parte da Terra com uma pessoa observador ,ao lado esquerdo abaixo da ilustração. Uma estrela 'A' a esquerda e uma estrela 'B' distantes 'L 0' uma da outra, sendo observadas a 'L 0' e 'delta t 0' uma nave acima das estrelas, com 'U' horizontal para a direita e 'L linha' 'delta t linha'

Representação de um observador na Terra, quê méde uma distância L0 entre duas estrelas, e de um observador em uma nave quê se móve a uma velocidade u, quê méde a mesma distância L' (imagem sem escala; cores fantasia).

O observador da Terra méde a distância entre as duas estrelas L0 a partir do intervalo de tempo (delta)" t’ em quê a nave se móve entre elas, com velocidade u, com todas as medidas em relação à Terra (referencial inercial).

L0 = u (delta)"t' ⇒ (delta)"t' = L0u

O observador na nave também méde a mesma distância L’, mas considerando o intervalo de tempo (delta)"t0 medido por ele.

L' = u(delta)"t0(delta)"t0 = L'u

Pelas conclusões do estudo da dilatação do tempo, tem-se quê (delta)"t' = 𝛾(delta)"t0.

(delta)"t' = 𝛾(delta)"t0 L0u=γL'u

L(minutos)" = L0γ

L(minutos)" = L01-u2c2

Na relação ôbitída, L0 é a distância medida por um referencial inercial em repouso, enquanto L' é a mesma distância medida por um referencial inercial em movimento com velocidade constante u. Como é sempre menor quê a unidade, a distância medida por um referencial inercial em movimento L' será uc sempre menor quê a distância medida por um referencial inercial em repouso L0.

No caso de corpos em movimento, a contração da distância ocorre apenas na direção do movimento.

Não ocorre nenhuma alteração na estrutura atômica do corpo, apenas efeitos relativísticos nas medidas do espaço onde está o corpo.

ATIVIDADE RESOLVIDA

1. Considere uma situação na qual o comprimento em repouso de uma barra de ferro é 10 m. Em uma situação hipotética, esta barra é colocada em movimento a uma velocidade de módulo 0,4c. Qual é o comprimento da barra para um referencial inercial adotado nela?

Resolução

O comprimento da barra é designado L0 e o comprimento a sêr determinado L’.

L' = L01-u2c2=101-(0,4c)2c2=101-0,16 ⇒ L(minutos)" 9,2 m

Página quatrocentos e quatro

ATIVIDADES

3. José está parado em uma rua e observa seu amigo João passar de carro.

Os dois, com seus respectivos cronômetros, anotam o intervalo de tempo quê o carro leva para passar por dois cruzamentos sucessivos. Analisando a situação descrita, identifique qual dos dois anotou o “tempo próprio” e justifique sua resposta.

4. Uma nave espacial parte da Terra com uma velocidade de 0,8c em relação a nosso planêta. Dentro da nave, um astronauta marca o tempo de sua viagem. Se para o astronauta dentro da nave a viagem durou seis anos, quanto tempo durou essa mesma viagem para um observador quê está na Terra?

Dez anos.

5. Considere dois observadores, A e B. O observador A está na Terra e o B está dentro de uma nave espacial cuja velocidade é de u = 0,9c em relação à Terra. Os dois zeram seus cronômetros e B parte em uma viagem.

a) Decorridas 10 horas no cronômetro do observador B, quanto tempo terá decorrido no cronômetro do observador A?

22,7 horas

b) Qual o valor do fator 𝛾 ?

2,27

6. Paulo e Carlos são amigos e têm a mesma idade. Carlos parte, numa nave espacial, em uma viagem cujo destino é Alpha Centauri. A distância da Terra a Alpha Centauri é de aproximadamente quatro anos-luz. Carlos, ao retornar, observa no relógio atômico da nave quê sua viagem durou seis anos.

a) Qual a velocidade da nave espacial de Carlos?

2 ⋅108 m/s

b) Para Paulo, quanto tempo durou a viagem de Carlos?

8 anos

c) Ao se encontrarem, após a viagem, quem estará mais velho?

Paulo estará aproximadamente dois anos mais velho.

7. Um observador vê uma barra de 4 m de comprimento passando com uma velocidade igual a 0,6c em relação a ele. Determine a medida do comprimento dessa barra.

3,2 m

Massa e energia

Dentre os quatro artigos publicados por Áinstain em 1905, um foi intitulado “A inércia de um corpo depende de seu conteúdo energético?”, no qual propõe uma nova interpretação para massa e energia, devido à teoria da Relatividade Restrita. Mais especificamente, propõe quê massa e energia são equivalentes.

A massa de uma partícula medida em um referencial inercial em repouso é denominada massa de repouso m0. Quando êste corpo está em movimento com velocidade u em relação a um referencial inercial, sua massa também precisa de correções relativísticas, assim se define a massa relativística m.

m = m01-u2c2

m = 𝛾m0

Nos estudos da Mecânica, a massa, designada inercial, é interpretada como uma resistência do corpo à mudança de velocidade. Assim, quanto mais rápido está um corpo, maior sua massa relativística, o quê significa quê mais difícil será acelerá-lo. Para uma velocidade u de módulo muito menor quê a velocidade da luz (u < < c), os efeitos relativísticos são desprezíveis.

Página quatrocentos e cinco

Áinstain também propõe quê todo corpo com massa de repouso m0 possui uma energia devido à existência de uma E0, chamada energia de repouso, expressa pela relação:

E0 = m0 c2

Sendo uma energia, sua unidade de medida no SI é o Jáule (J). Como os efeitos são normalmente verificados em partículas subatômicas, como elétrons e prótons, é comum se utilizar a unidade de medida elétron-volt (eV), definida como o trabalho necessário para mover uma carga elementar e em uma diferença de potencial de 1 V.

τ = qU = eU = 1,6 ⋅ 1019 ⋅ 1 ⇒ τ = 1,6 ⋅ 1019 J ⇒ τ = 1 eV

ATIVIDADE RESOLVIDA

2. Considere quê o Sol emite cerca de 4,0⋅ 1026 J de energia a cada segundo. Adotando quê a massa total do Sol seja de, aproximadamente, 2,0 ⋅ 1030 kg, faça uma estimativa do intervalo de tempo quê ainda resta para o Sol existir.

Resolução

A perda de massa do Sol a cada segundo póde sêr determinada pela equação quê relaciona massa e energia.

E = mc2 ⇒ m = Ec2=4102691016 = 4, 4 ⋅ 109 kg

Mantendo esta perda média de massa a cada segundo constante, o tempo restante é dado por:

(delta)"t = mtotalmperdida=2,010304,4109 = 0, 45 ⋅ 1021s ⇒ (delta)"t = 4,5 ⋅ 1020s

ATIVIDADES

8. Considere quê uma màssân, cuja massa em repouso é 100 g, é transformada em energia elétrica quê atende à demanda de consumo de uma residência quê consome mensalmente 500 kWh de energia. Durante quanto tempo a energia dessa màssân poderá suprir o consumo da casa?

Dado: c = 3 ⋅ 108 m/s.

5 ⋅ 106 meses.

9. Na teoria da Relatividade Especial, a relação massa-energia é expressa pela equação E0 = m0 c2. Dela, pode-se concluir quê mesmo em repouso, para determinado sistema de referência inercial, um corpo possui uma quantidade muito grande de energia, denominada energia de repouso. Com base nessa informação, responda aos itens seguintes:

a) Determine, em Jáule, o equivalente em energia de massa de um pão de 100 g.

E = 9 ⋅ 1015 J

b) Uma usina é capaz de converter diretamente massa em energia elétrica, de acôr-do com a equação E = mc2. Nessas condições, determine a massa necessária para atender ao consumo mensal de um mercado quê consome 2,0 ⋅ 106 kWh de energia elétrica por mês. Considere 1,0 kWh = 3,6 ⋅ 106 J.

m = 8 ⋅ 10−5kg

10. Um elétron com massa de repouso igual a m0 = 9,1 ⋅ 10−31 kg se móve à velocidade da luz. Nessas condições, determine:

a) a energia total do elétron;

E 8,2 ⋅ 10−14J

b) a energia de repouso do elétron.

E0 8,2 ⋅ 10−14J

Página quatrocentos e seis

SAIBA +
Teoria da Relatividade Geral

A teoria da Relatividade Restrita tinha como ponto principal as medidas e as análises sempre feitas para referenciais inerciais.

Uma complementação desta teoria foi lançada por Áinstain em 1915, chamada teoria da Relatividade Geral, na qual aborda os referenciais não inerciais, isto é, referenciais acelerados. Esta teoria implicou uma nova visão para a interação gravitacional.

Áinstain propõe uma analogia da atração gravitacional a uma situação hipotética e imaginária, na qual você está dentro de um elevador em repouso, em um ambiente em quê a interação gravitacional não existe. Se o elevador subisse com aceleração de, aproximadamente, 10 m/s2, seu corpo tenderia a se manter no chão do elevador devido ao princípio da inércia, com a mesma sensação quê você está tendo agora, em repouso sobre o solo, ou sentado em uma cadeira.

Na teoria da Relatividade Geral, as grandezas espaço e tempo deixam de sêr independentes, e surge o conceito de geometria do espaço-tempo, um meio flexível, quê póde sêr dobrado e retorcido, quê permite descrever a interação gravitacional. Trata-se de uma geometria em quatro dimensões, sêndo três espaciais e uma temporal.

Para ilustrar essa ideia, considere um tecido esticado no qual é colocada uma bola, causando uma deformação da geometria do tecido. Quanto maior for a massa da bola, maior a deformação. Se uma bola menor for abandonada no tecido, ela seguirá a deformação causada, movendo-se até a bola maior, representando assim a interação gravitacional entre elas.

Trata-se de uma descrição da gravidade por outra perspectiva, se comparada com a lei da Gravitação universal, de níltom.

Imagem de um tecido retangular esticado, preso nas quatro extremidades. Em cima do tecido existem duas bolas, uma maior e uma menor, causando uma deformidade no tecido esticado.

Bolas sobre um lençol esticado, quê representam a deformação no espaço-tempo causada por uma massa.

Ilustração do planeta Terra e da Lua no espaço, apoiadas em uma malha quadriculada e distorcida proporcionalmente ao tamanho de cada esfera.

Representação da Terra e da Lua e as deformações causadas no espaço-tempo (imagem sem escala; cores fantasia).

ATIVIDADE

1. Retome a lei da Gravitação universal de níltom e faça um paralelo com a teoria da Relatividade Geral de Áinstain. Compare as duas teorias e redija um texto apresentando os principais dêtálhes de cada uma.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Uma missão espacial é enviada para buscar locais no Universo habitáveis para o sêr humano. Durante a jornada retratada no filme, os efeitos relativísticos sobre os personagens foram considerados com razoável rigor.

Interestelar, direção de Christopher Nolan. Estados Unidos, 2014.

Capa do filme 'INTERESTELAR'. Imagem de um astronauta ao centro, em destaque, com capacete, translúcido na parte do rosto. Na imagem mais três astronautas, com o mesmo tipo de capacete e trajes espaciais.

INTERSTELLAR. Direção: Christopher Nolan. USA: Uórner brós píctiúrs, 2014. Streaming (169 min). 1 pôster.

Capa original, em inglês, do filme.

Página quatrocentos e sete

TEMA 33
Fundamentos de Física Quântica

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

O Universo é quântico

Podcast: Fake quântico: o uso inadequado da palavra “quântica”.

O final do século XIX foi marcado pela origem de novas teorias quê mudaram a forma de interpretar a natureza e o Universo, entre elas, a Física Quântica.

Comumente se cita a hipótese apresentada em 1900 pelo físico Max Planck como início desta nova proposta. Porém, deve-se sempre destacar o caráter humano e coletivo da Ciência. Após a hipótese de Planck, vários outros cientistas contribuíram para os alicerces desta nova teoria, levando ao desenvolvimento e aprofundamento da área, bem como a uma maior abrangência desta nova proposta, como na estrutura da matéria, nos modelos atômicos, nos estudos do Universo, nos novos componentes tecnológicos, entre outros.

A teoria quântica basicamente descreve comportamentos em escalas microscópicas (termo comumente utilizado para designar escala atômica, núcleo atômico, partículas elementares), sêndo assim, efeitos quânticos não são observados no dia a dia. Por esse motivo, muitas vezes estes comportamentos causam certa estranheza, pois fogem ao senso comum científico, baseado na chamada Física Clássica.

Porém, todo o Universo é formado por uma organização em escala microscópica, logo o Universo é quântico.

A Física Quântica e o desenvolvimento tecnológico

Algumas teorias da Física Quântica são consideradas umas das mais bem-sucedidas da história da Física. Por essa razão, vários desenvolvimentos tecnológicos só foram possíveis devido à Física Quântica, como painéis fotovoltaicos, lâmpadas de LED, transistores, microscópios eletrônicos, entre outros.

A nanotecnologia, por exemplo, é um termo quê surgiu devido à possibilidade de desenvolver tecnologia a partir de estudos da estrutura da matéria.

A Física Quântica possibilitou a compreensão dos comportamentos nesta escala, levando ao desenvolvimento de novas tecnologias em diversas áreas. A seguir, são apresentados apenas alguns exemplos: cosmética (protetores solares mais eficientes com base em nanopartículas e produtos antienvelhecimento da pele); eletrônica (chips e transistores cada vez menóres e mais eficientes; telas de alta resolução); têxtil (proteção ultravioleta; resistência a manchas; combate a odores); medicina (novos medicamentos; nanossensores de monitoração); alimentar (embalagens quê aumentam a durabilidade e frescor dos alimentos); automotiva (revestimento mais resistente de veículos).

PENSE E RESPONDA

Fotografia de um foco de luz, saindo de uma lâmpada, na parte superior direita da imagem. O fundo da foto está escuro.

Luz emitida por uma lâmpada.

Fotografia de um nano chip sendo segurado por uma pessoa. O chip de metal é um pequeno retângulo, plano e tem linhas de circuitos no interior. Está entre os dedos polegar e indicador da mão de uma pessoa.

Nano chip para smartphones.

1 Afinal de contas, qual é a natureza da luz? Onda ou partícula?

Página quatrocentos e oito

Radiação de um corpo negro

Os corpos, de maneira geral, emitem continuamente ondas eletromagnéticas, cujas intensidades e freqüências dependem da tempera-túra em quê se encontram e da composição do material.

Para estudar esse tipo de relação, utilizamos a ideia de corpo negro, ou seja, um corpo capaz de absorver toda a radiação incidente e emiti-la d fórma ideal. Nessa construção teórica, o corpo possui um espectro de radiação quê não depende da sua composição, mas somente da sua tempera-túra.

Um modelo hipotético de corpo negro é constituído de um corpo oco com uma pequena cavidade e um orifício de entrada, como representado na imagem a seguir.

Fotografia de pessoas em infravermelho. A silhueta dos corpos das pessoas possui tons de cores como o amarelo e vermelho, enquanto o ambiente e partes das roupas das pessoas apresentam cores como o verde e azul. Na imagem há uma barra vertical, colorida com a escala em graus Celsius. Na parte inferior da barra, está escrito 7 vírgula 2 graus Celsius. Na parte superior da barra, está escrito 25 vírgula 3 graus Celsius. A barra mostra um gradiente de cores que passa, de baixo para cima, pelo azul escuro, azul claro, verde, amarelo, laranja, vermelho e branco na parte superior.

Imagem registrada em infravermelho.
Temperaturas menóres são interpretadas nas cores azul e vêrde, e tempera-túras maiores nas cores amarelo, alaranjado e vermelho.

Imagem de um círculo com cavidade na parte superior, por onde entra uma seta, apontando para baixo, refletindo em várias direções, dentro do círculo.

Representação de um corpo oco com cavidade, equivalente a um corpo negro.

O termo “negro” faz referência à definição teórica da côr quê é fisicamente capaz de absorver toda a radiação quê nela incide. A emissão de radiação por corpos em determinada tempera-túra está relacionada à constante agitação das partículas da matéria. Embora não sêjam exatamente corpos negros (no sentido restrito da palavra), podemos ter uma ideia qualitativa do quê deve acontecer com vários objetos quando aquecidos.

Uma barra de ferro aquecida, por exemplo, revela, a partir de determinado valor de tempera-túra, a emissão de luz visível, normalmente, nas cores vermelha, alaranjada e amarela, emitindo também freqüências não visíveis, como infravermelho e ultravioleta.

Fotografia de uma siderúrgica. Há uma canaleta cheia de metal derretido, emitindo uma luz alaranjada.

Metal aquecido emite luz visível. Siderúrgica em férrou (Estados Unidos), 2018.

Página quatrocentos e nove

O espectro de emissão de radiação

Buscava-se uma explicação para o espectro de emissão de radiação de um corpo de acôr-do com a tempera-túra em quê êste se encontrava, ou seja, uma representação das várias freqüências de radiação quê um corpo póde emitir. Por exemplo, o Sol emite radiações em diferentes freqüências, como infravermelha, visível e ultravioleta. Todavia, a intensidade da radiação em cada uma dessas freqüências é diferente, e descobriu-se quê essa diferença depende da tempera-túra em quê o corpo se encontra.

Na abordagem clássica, acreditava-se quê a emissão de radiação era proveniente da vibração de cargas elétricas no interior da matéria com diferentes freqüências, responsável pelo espectro emitido observado. Buscava-se, então, uma distribuição de intensidades entre as partículas quê satisfizesse essas hipóteses.

As previsões eram de um espectro com intensidade da radiação crescente com o aumento da freqüência, o quê tendia a uma emissão infinita de energia para altas freqüências, como o ultravioleta, o quê ficou conhecida como “catástrofe do ultravioleta”.

Porém, investigações práticas apontavam quê a intensidade mássima de emissão ocorria em determinadas faixas de freqüência e depois decaía, conforme gráfico apresentado.

Gráfico:' intensidade de radiação emitida por um corpo em função ao comprimento de onda'. Eixo vertical 'intensidade de radiação' e eixo horizontal 'lambda' abre parênteses m fecha parênteses. Forma uma curva de 'sete mil k' entre 'zero' e 'mil e quinhentos 'lambda', outra curva de 'cinco mil K' entre 'zero' e 'mil e quinhentos lambda' e curva de 'três mil e duzentos k' em 'zero' e 'mil e quinhentos lambda'.

A hipótese de Planck para resolver êste problema da radiação de corpo negro foi quê a matéria ABSÓRVE e emite energia d fórma descontínua, em quantidades discretas. A essa forma descontínua, denominou quanta (plural de quantum, do latim, quê significa “pacote”). Nesta hipótese, definia quê a energia E em cada “pacote” é proporcional à freqüência f da radiação.

E = nhf

Na relação, n é um número inteiro quê indica o nível de energia, ou estado quântico, e h é chamada constante de Planck, no SI expressa em Jáule segundo: h = 6,63 ⋅ 10−34 Js.

A proposta de Planck para a quantização da energia em “pacotes” abriu possibilidade para outros estudos desenvolvidos por outros cientistas, como o efeito fotoelétrico e o aperfeiçoamento do modelo atômico.

Página quatrocentos e dez

ATIVIDADE RESOLVIDA

1. Em um laboratório, são utilizadas lâmpadas ultravioletas para desinfequição. Sabendo quê o comprimento de onda desta radiação vale 400 nm, determine a energia de um quantum incidente. Adote: c = 3 ⋅ 108 m/s.

Resolução

A freqüência da radiação póde sêr determinada da seguinte forma:

v = λf ⇒ 3 ⋅ 108 = 400 ⋅ 109 ⋅ f ⇒ f = 7,5 ⋅ 1014 Hz.

A energia de um quantum incidente póde sêr determinada pela relação E = nhf, para n = 1.

E = hf = 6,63 ⋅ 1034 ⋅ 7,5 ⋅ 1014 ⇒ E = 4,97 ⋅ 1019 J

ATIVIDADES

1. A introdução da Mecânica Quântica no meio científico provocou uma reformulação de toda a Física. Faça uma reflekção sobre essa afirmação e, em seguida, elabore um resumo, no caderno, citando os principais fatos dêêsse evento.

2. A utilização do laser em várias atividades humanas vêm se multiplicando, inclusive na Medicina. Para atender a um procedimento médico específico, é usado um laser quê emite uma luz cujo comprimento de onda é igual a 6,25 ⋅ 10−7 m. Determine qual é a energia de um quantum emitido pelo laser.

≃ 3,17 ⋅ 10−19J

3. Um dos usos das lâmpadas ultravioleta é na eliminação de fungos, bactérias e germes. Sabendo quê o comprimento de onda dessa radiação vale 400 nm, calcule a energia de um quantum da radiação (em eV).

Dado: constante de Planck: 4,14 ⋅ 10−15 eV ⋅ s.

E = 3,1 eV

O efeito fotoelétrico

Era do conhecimento dos cientistas a possibilidade de se emitir elétrons de superfícies metálicas quando expostas a radiações eletromagnéticas, denominada posteriormente efeito fotoelétrico. Em um dos estudos realizados entre 1887, o físico Heinrich rértiz verificou quê a incidência de radiação eletromagnética, principalmente ultravioleta, em superfícies metálicas ligadas a um gerador elétrico facilitava a produção de uma centelha elétrica entre esses condutores. Porém, não havia explicações adequadas para esse efeito com base nos princípios do Eletromagnetismo.

No início do século XX, outros físicos estudaram esse efeito, realizando investigações precisas cujos resultados contrariavam o previsto pela Física Clássica, concluindo quê esse efeito só ocorria em cada material a partir de certa freqüência de incidência. A partir desta freqüência mínima, quanto maior a freqüência, maior a energia cinética dos elétrons ejetados; e quanto maior a intensidade da radiação, maior a quantidade de elétrons ejetados.

Ilustração de dois condutores metálicos 'A' a esquerda, positivo e 'B' a direita, negativo estão em uma ampola de vidro esférica, ligados a um gerador 'A' vertical para baixo. A radiação incide em 'B' que libera elétrons em direção ao condutor 'A'.

Representação de dois condutores metálicos, A e B, ligados a um gerador elétrico, fechados em uma ampola de vidro e mantidos a baixa pressão. Radiação incide em um dos condutores e elétrons são emitidos (imagem sem escala; cores fantasia).

Página quatrocentos e onze

A explicação de Áinstain

Áinstain tomou como base a hipótese de Planck sobre os quanta de energia e propôs uma explicação do efeito fotoelétrico em um dos artigos publicados em 1905, intitulado “Sobre um ponto de vista heurístico a respeito da produção e transformação da luz”.

Nesta proposta, Áinstain interpretou a energia radiante também como quantizada, ou seja, “pacotes” discrétos de energia. Ele não se concentrou na propagação da radiação, mas fez uma interpretação corpuscular da interação dêstes “pacotes” com a matéria.

No efeito fotoelétrico, os quanta de energia eram absorvidos pêlos elétrons. Parte da energia absorvida (E = hf) era necessária para livrar o elétron do material, denominada função trabalho W, característica de cada material, e o restante era transformado em energia cinética dos elétrons Efe.

Efe = hf − W

O quantum de energia foi posteriormente chamado de fóton pelo físico estadunidense Gilbert níltom líuis (1875-1946).

Dualidade onda-partícula

A luz tem comportamento ondulatório em sua propagação, quê póde sêr verificado em fenômenos como difração, interferência e polarização. A teoria quântica, junto com a explicação do efeito fotoelétrico proposta por Áinstain, reforçou a interpretação da luz como uma partícula, o quantum de energia, posteriormente chamado fóton, desprovida de massa. Assim, os dois comportamentos passaram a sêr aceitos.

Representação de uma onda magnética emitindo fótons. Há uma onda tridimensional à esquerda, com cristas nas quatro dimensões de um eixo, cima, baixo, esquerda e direita. À direita fótons são representados por unidades idênticas de figuras compostas por uma linha espiralada, formando aros menores nas extremidades e maiores no centro.

Representação da onda eletromagnética junto a uma sugestão de interpretação corpuscular, de fótons quê se propagam.

Posteriormente, êste comportamento dual foi também propôsto para a matéria. Em 1924, o físico francês Louis de Broglie (1892-1987) propôs as “ondas de matéria”, associando um comprimento de onda a uma partícula portadora de massa.

Sua teoria foi comprovada em 1927, quando experimentos demonstraram a difração e a interferência de um feixe de elétrons, assim como ocorre nas ondas.

Assim, a dualidade onda-partícula póde sêr considerada tanto para radiações quanto para partículas da matéria, porém estes comportamentos jamais ocorrem simultaneamente.

Verificar a possibilidade de retomar a pergunta apresentada no boxe Pense e responda 1, permitindo quê os estudantes reavaliem suas respostas e discutam a natureza da luz.

Página quatrocentos e doze

O modelo atômico de Bohr para o átomo de hidrogênio

Entre as propostas de modelos atômicos ao longo da evolução da Ciência, comumente se utiliza aquele quê ficou conhecido como modelo de Rutherford, verificado por investigações chefiadas pelo físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), entre 1909 e 1911. Neste modelo, tem-se a região central denominada núcleo, onde estão as partículas positivas, e um espaço ao seu redor, denominado eletrosfera, onde estão os elétrons em movimento. Os nêutrons existentes no núcleo foram detectados em 1932 por meio de investigações do físico inglês diêmes Chadwick (1891-1974).

Representação do modelo atômico de Rutherford. O esquema é composto por uma esfera com símbolo positivo representando o núcleo, e várias circunferências ovaladas representadas por linhas tracejadas ao redor desta esfera. Ao longo das linhas tracejadas encontram-se algumas esferas com símbolo negativo representando os elétrons.

Representação do modelo atômico de Rutherford (imagem sem escala; cores fantasia).

êste modelo não prevê quê elétrons em movimento ao redor do núcleo têm aceleração centrípeta e quê cargas elétricas aceleradas emitem radiação. Assim, elétrons deveriam colapsar no núcleo, o quê sabemos não ocorrer.

O físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) utilizou a teoria quântica para adequar o modelo de Rutherford e propor um modelo para o átomo de hidrogênio. Devido à interpretação discreta da energia, os elétrons só poderiam ocupar determinados estados específicos ao redor do núcleo, chamados estados estacionários permitidos, e, enquanto se móvem em um estado, não emitem energia.

Representação do modelo atômico de Bohr. Uma pequena esfera positiva no centro de duas circunferências circunscritas tracejadas. Um elétron 'E i' na circunferência maior emite um fóton 'E f' que está na circunferência menor. Sendo 'E i'menos 'E f' igual a 'h f'.

Representação do modelo atômico de Bohr, com um elétron quê emite um fóton e se móve a um estado estacionário de menor energia (imagem sem escala; cores fantasia).

Um elétron póde se mover entre estados estacionários, absorvendo ou emitindo fótons de energia. Para se mover para um estado inferior, como ilustrado, ele deve emitir um fóton de freqüência f, quê corresponde à diferença de energia entre esses estados.

Ei Ef = hf

êste modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio atendeu hátomus mais simples, mas ainda falhava para hátomus mais compléksos, com muitas partículas.

Página quatrocentos e treze

O princípio da incerteza

O físico alemão vérner káur Heisenberg (1901-1976) propôs uma investigação mental na qual considera estudar um elétron em sua posição. Ao iluminá-lo, os fótons seriam absorvidos, e o elétron mudaria sua posição e velocidade, representado por sua quantidade de movimento (Q = mv).

Esta investigação seria válida para qualquer partícula, demostrando quê existe um limite de precisão de algumas medidas, e quando se aumenta a precisão de uma medida, diminui-se outra. Assim, Heisenberg enunciou em 1927, o chamado princípio da incerteza.

Não é possível medir simultaneamente a posição e a quantidade de movimento de uma partícula com precisão ilimitada.

êste princípio é válido para outras grandezas quê são relacionadas, como energia e tempo. A respeito do comportamento dual da matéria e da radiação, o princípio da incerteza destaca quê investigações quê acentuam o caráter corpuscular suprimem o caráter ondulatório, e vice-versa, d fórma quê os dois comportamentos jamais serão verificados.

Modelo atômico atual

Após o surgimento da primeira proposta da teoria quântica, inúmeros cientistas contribuíram para seus avanços, possibilitando quê esta teoria fosse interpretada em outras áreas, como no modelo do átomo. O modelo de Bohr atendeu corretamente o átomo de hidrogênio e outros hátomus mais simples, mas não atendeu hátomus mais compléksos.

Propostas como a dualidade onda-partícula e o princípio da incerteza, entre outras, levaram a uma nova Física Quântica, de caráter probabilístico. O físico austríaco Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger (1887-1961) propôs uma equação quê representa a probabilidade de algo ocorrer. No átomo de hidrogênio, por exemplo, a equação não diz onde está o elétron, mas a probabilidade de encontrá-lo. Se ela for repetida algumas vezes, o resultado será uma “nuvem eletrônica”, onde é provável encontrá-lo.

Ilustração do modelo atômico. O esquema é composto por um círculo grande com vários círculos pequenos dispostos de maneira aleatória, representando a nuvem eletrônica. No centro do círculo grande existem várias pequenas esferas coloridas agrupadas representando o núcleo atômico.

Representação do modelo atômico atual, com o núcleo e a “nuvem eletrônica” (imagem sem escala; cores fantasia).

No modelo atômico atual, ainda deve-se considerar os efeitos relativísticos, devido à alta velocidade do elétron, o quê o torna de compléksa apresentação. O físico inglês poou Adrien môríss Dirac (1902- 1984) foi quem fez a junção entre as teorias Quântica e da Relatividade para descrever o elétron, um dos grandes feitos desta nova Física.

ATIVIDADE RESOLVIDA

2. Uma placa metálica de alumínio é incidida com uma luz vêrde com freqüência de 5,5 ⋅ 1014 Hz. A função trabalho do material quê constitui a placa vale 6,5 ⋅ 10−19 Js. Determine se haverá ou não efeito fotoelétrico quando a luz incidir na placa.

Resolução

Para saber se ocorrerá ou não efeito fotoelétrico, precisamos determinar a energia do fóton incidente e compará-la com a função trabalho do material.

E = hf = (6,63 ⋅ 10−34) ⋅ (5,5 ⋅ 1014)

E = 3,6 ⋅ 10−19 J

Como o valor da energia do fóton incidente é menor quê o valor da função trabalho, não ocorrerá efeito fotoelétrico.

Página quatrocentos e quatorze

ATIVIDADES

4. Filosoficamente, o princípio da incerteza de Heisenberg estabelece uma nova visão da natureza, quê podemos considerar como uma contraposição ao:

a) conceito de relatividade.

b) conceito dual da luz.

c) pensamento determinista de Renê Descartes.

d) universo determinista da mecânica newtoniana.

e) mundo da mecânica estatística.

Resposta: d

5. Analise as afirmações a seguir e verifique se elas estão cértas (C) ou erradas (E).

I. Sabe-se quê a teoria quântica contém o princípio da incerteza, quê se fundamenta na teoria estatística. Dessa forma, a teoria quântica baseia-se, por exemplo, nas probabilidades de uma partícula ocupar determinada posição.

C

II. Sabe-se quê a teoria quântica contém o princípio da incerteza quê se fundamenta na teoria determinista. Dessa forma, a teoria quântica baseia-se, por exemplo, na certeza de uma partícula ocupar determinada posição.

E

III. O físico alemão vérner Heisenberg enunciou o princípio da incerteza, quê nos diz sêr impossível determinar com precisão, para um determinado instante, a posição e a velocidade de uma partícula.

C

6. O efeito fotoelétrico consiste na emissão de elétrons por um metal quando nele incidimos luz. Em uma experiência, é emitido um feixe de luz em uma barra de nióbio cujo valor da função trabalho vale 4,3 eV. Determine:

a) a freqüência (em Hz) quê o feixe de luz deve ter para quê ocorra efeito fotoelétrico, considerando quê os elétrons são emitidos com 4,0 eV;

f ≃ 2 ⋅ 1015 Hz

b) o comprimento de onda dessa luz.

λ ≃ 1,5 ⋅ 10−7m

7. Analise as proposições:

I. É impossível saber com precisão a posição e a velocidade de uma partícula em um dado instante.

II. É possível saber com precisão a posição e a velocidade de uma partícula em um dado instante, desde quê se tenha um modelo físico preestabelecido.

III. Schröedinger propôs quê funções matemáticas descreviam o comportamento das partículas. E funções, sôbi determinadas condições, descrevem o comportamento quântico acerca da partícula.

pôdêmos afirmar quê:

a) somente a alternativa I é correta.

b) somente a alternativa II é correta.

c) somente a alternativa III é correta.

d) somente as alternativas I e III são corretas.

e) todas as alternativas são corretas.

Resposta: d

8. (UFU-MG) Um átomo excitado emite energia, muitas vezes em forma de luz visível, porque:

a) um dos elétrons decai para níveis de energia mais baixos, aproximando-se do núcleo.

b) um dos elétrons foi arrancado do átomo.

c) um dos elétrons desloca-se para níveis de energia mais altos, afastando-se do núcleo.

d) os elétrons permanecem estacionários em seus níveis de energia.

Resposta: a

9. (Udesc) Um elétron em um átomo de hidrogênio efêtúa uma transição entre dois estados cujas energias são Ei = − 0,54 eV e Ef = −3,40 eV.

A freqüência da radiação emitida é:

a) 4,3 ⋅ 1014 Hz

b) 6,9 ⋅ 1014 Hz

c) 5,2 ⋅ 1014 Hz

d) 1,3 ⋅ 1014 Hz

e) 8,2 ⋅ 1014 Hz

Resposta: b

10. (UEG-GO) O princípio da incerteza de Heisenberg afirma não sêr possível a determinação simultânea, com certa precisão, da posição e da quantidade de movimento de uma partícula. Essa impossibilidade se deve

a) à imprecisão dos instrumentos atuáis usados para a medição de partículas nesse princípio.

b) à pequeníssima massa da partícula utilizada na experimentação pelo cientista Heisenberg.

c) ao fato de o comportamento das partículas sêr tratado estatisticamente nessa teoria.

d) ao desinteresse dos cientistas da época pela publicação do requerido princípio em questão.

e) ao comportamento corpuscular e ondulatório presente nas partículas usadas no experimento.

Resposta: e

Página quatrocentos e quinze

TEMA 34
Física Nuclear e de Partículas

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

O núcleo atômico

O termo átomo foi propôsto na Antigüidade grega e significa “indivisível”, pois acreditava-se quê a matéria seria formada por uma única partícula fundamental. Alguns modelos atômicos foram propostos durante os séculos seguintes, até quê se verificou quê o átomo é compôzto de outras partículas; mesmo assim, o termo foi mantido devido à sua importânssia histórica.

O elétron foi detectado em 1897 em investigações chefiadas pelo físico inglês jôsef Diôn thômsom (1856-1940). Entre 1909 e 1911, um grupo de cientistas chefiados por Ernest Rutherford realizou pesquisas quê levaram à detecção do núcleo atômico, região do átomo com carga positiva onde se encontra praticamente toda a sua massa, estando os elétrons na região externa, denominada eletrosfera. Investigações realizadas por Rutherford também detectaram o próton posteriormente.

Em 1932, diêmes Chadwick detectou uma partícula também presente no núcleo, mas desprovida de propriedades elétricas, quê foi denominada nêutron.

Com os novos conhecimentos sobre a estrutura da matéria, obtidos a partir dos estudos desenvolvidos pela Física Quântica, foi possível compreender melhor as formas de interação da matéria com a radiação e a produção de energia. Estes estudos tiveram reflexos em outras áreas, como no aperfeiçoamento dos modelos atômicos e nos estudos mais detalhados sobre o núcleo atômico, sêndo esse último responsável por uma nova área de estudos, a Física Nuclear.

Mesmo com o avanço das teorias e a descoberta de outras partículas, a apresentação do átomo por duas regiões atômicas, núcleo e eletrosfera, considerando as partículas elétrons, prótons e nêutrons, é suficiente para fazer alguns estudos sobre a matéria e os elemêntos químicos.

O núcleo atômico é a região do átomo onde estão as partículas subatômicas prótons (com carga elétrica positiva) e nêutrons (sem carga elétrica), chamados de núcleons. A quantidade de prótons é designada número atômico Z e identifica os elemêntos químicos, e a quantidade de núcleons (prótons e neutros) é chamada número de massa A.

O núcleo é a menor região atômica, mas é onde se concentra a maior parte da massa do átomo. A massa de repouso do próton é cerca de 1,673 ⋅ 10 −27 kg, enquanto a massa de repouso do nêutron é ligeiramente maior, cerca de 1,675 ⋅ 10 −27 kg. Já a massa de repouso do elétron é cerca de 9,109 ⋅ 10−31 kg, ou seja, cerca de 1.800 vezes menor quê a massa de repouso do próton e nêutron.

PENSE E RESPONDA

Ilustração representando o núcleo atômico. O esquema é composto por vários círculos agrupados, alguns na cor azul com a letra 'p', representam os prótons, e outros na cor vermelha, com a letra 'n' representando os neutrons.

Representação de quatro prótons, designados por p, e três nêutrons, designados por n, quê formam um núcleo atômico (imagem sem escala; cores fantasia).

1 O átomo já foi considerado a menor parte da matéria.

Você sabe quais são as partículas fundamentais atuáis?

Página quatrocentos e dezesseis

Interações fundamentais da natureza

De acôr-do com as teorias atuáis, todo o Universo é regido por quatro interações fundamentais: gravitacional, eletromagnética, forte e fraca.

A interação gravitacional existe devido à massa dos corpos, quê se manifesta por uma fôrça de atração. A fôrça da gravidade tem efeitos significativos na escala astronômica. Deve-se destacar quê a teoria da Relatividade Geral é outra forma de entender a interação gravitacional, não como uma fôrça em sua definição clássica, mas com base na curvatura do espaço-tempo, possibilitando quê a própria luz, quê não tem massa, possa percorrer esta curvatura.

A interação eletromagnética existe devido às cargas elétricas, tanto em repouso como em movimento, sêndo manifestada por uma fôrça de atração ou de repulsão. Esta fôrça atua entre partículas em escala microscópica, sêndo assim essencial para a organização da matéria.

Nos estudos do núcleo atômico, um detalhe quê ainda estava em aberto era o fato de o núcleo sêr formado por prótons, mesmo existindo uma fôrça de repulsão elétros-tática. Outro detalhe era como os nêutrons eram mantidos no núcleo.

Estudos da Física Nuclear revelaram a existência da interação nuclear forte entre prótons e nêutrons, sêndo manifestada por uma fôrça de atração 100 vezes mais intensa quê a eletromagnética. Esta interação é de curto alcance e se estabelece entre prótons e nêutrons quando estão muito próximos, na ordem das dimensões do núcleo atômico.

Em relação ao núcleo atômico, existe uma segunda interação, a quarta interação fundamental, denominada interação nuclear fraca. Ela é necessária para a correta descrição da estabilidade nuclear e de alguns fenômenos, como a radioatividade, quê será tratada no próximo Tema. Em essência, ela é responsável pêlos processos nucleares em quê ocorrem transformações de um núcleo atômico em outro.

Reações nucleares

Fissão nuclear

O processo de fissão nuclear consiste na divisão de um núcleo atômico em núcleos menóres.

A física austríaca Lise Meitner (1878-1968) foi pioneira nos estudos da fissão nuclear. Em estudos realizados com outros cientistas, como o químico alemão Otto Hahn (1879-1968), Meitner descreveu as conclusões de uma análise em quê o núcleo de urânio-235 (92 prótons e 143 nêutrons) foi bombardeado por nêutrons, formando isótopos de bário (56 prótons) e de criptônio (36 prótons), além de outros nêutrons e energia. Isótopos são hátomus de um mesmo elemento químico (definido pelo número de próton), mas com diferentes números de nêutrons.

A iliustração representa uma das fissões nucleares do núcleo de urânio-235, afinal a quantidade de nêutrons emitidos póde variar.

U92235+n01 Ba56141+Kr3692+3n01 + energia

Representação de fissão nuclear. Na imagem, uma esfera representa um nêutron em direção ao núcleo do átomo de uranio, representado por várias esferas em duas cores. Em outro momento o núcleo do uranio é bombardeado por um raio gama separando o núcleo em bário e criptônio, representados por dois aglomerados de esferas e pequenas esferas representando os nêutrons.

Representação da fissão nuclear do urânio-235 bombardeado por um nêutron (imagem sem escala; cores fantasia).

Página quatrocentos e dezessete

Como os nêutrons liberados não possuem cargas elétricas, eles são capazes de se aprossimár de outros núcleos, causando novas fissões nucleares, em uma reação em cadeia. A reação em cadeia póde sêr descontrolada, como ocorre em uma bomba atômica, ou controlada, como ocorre em um reator de usina elétrica nuclear.

Fusão nuclear

Na fusão nuclear, núcleos de elemêntos químicos se combinam para formár um novo núcleo, logo um novo elemento químico.

Esse processo exige ganho de energia, afinal, dois núcleos se repelem eletricamente. Uma das formas de se fornecer energia é aumentando a tempera-túra (na ordem de 107 K), como ocorre nas estrelas.

A ilustração mostra a fusão nuclear de dois isótopos do hidrogênio (um próton), deutério (um nêutron) e trítio (dois nêutrons), formando hélio, um nêutron livre e energia.

Representação esquemática da fusão nuclear. Um núcleo do deutério e um núcleo de trítio se fundem. Após a fusão liberam um nêutron livre, energia e um núcleo de hélio.

Representação da fusão nuclear (imagem sem escala; cores fantasia).

H12+H13+He24+n01 + energia

Um exemplo de fusão nuclear é o quê ocorre no Sol, quando quatro hátomus de hidrogênio se fundem para formár um átomo de hélio.

ATIVIDADES

1. Avalie se as afirmações seguintes estão corretas.

Observa-se o processo de fissão nuclear quando há uma reação:

I. em quê os núcleos de dois hátomus pesados se unem com absorção de energia.

II. em quê há divisão do núcleo atômico em núcleos menóres, com liberação de energia.

III. em quê há divisão do núcleo atômico em núcleos menóres, sem liberação de energia.

IV. quê ocorre principalmente nas armas e nas usinas nucleares.

As afirmações II e IV estão corretas.

2. O início do século XX para a Física foi marcado por mudanças na forma de pensar as medidas e na forma de interpretar grandezas. O quê era antes absoluto ou contínuo se tornou relativo e discreto, ou quantizado. Sobre as principais teorias quê surgiram nesta época, verifique se as afirmativas a seguir são cértas ou erradas. Em seu caderno, reescrêva as afirmativas erradas fazendo as devidas correções.

I. Uma partícula acelerada até altas velocidades, como um próton em um acelerador de partículas, tem sua massa relativística aumentada em relação à massa de repouso.

II. A luz manifesta propriedades corpusculares enquanto se propaga e propriedades ondulatórias em processos de absorção e emissão.

III. O processo de produção de energia no Sol se dá por fusão nuclear.

IV. Nas radiações eletromagnéticas, um fóton corresponde a um quantum de energia proporcional à freqüência da radiação.

V. Na fissão nuclear, um núcleo de um elemento químico é desmembrado em outros núcleos do mesmo elemento químico.

Página quatrocentos e dezoito

SAIBA +
Fissão nuclear e Segunda Guerra Mundial

A quantidade de energia liberada em uma fissão nuclear e a possibilidade de reações em cadeia descontroladas logo levaram estudiosos a reconhecer o pôdêr de destruição de uma arma nuclear. Diante dêêsse pôdêr, havia o risco de quê o conhecimento científico fosse utilizado em propósitos quê não buscavam benefícios para a humanidade, principalmente na iminência de outra grande guerra mundial.

E foi isso quê ocorreu na Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945. Ao saber dos rumores quê a Alemanha nazista estava com projetos para elaborar armas nucleares, o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt (1882-1945), iniciou projetos para a elaboração de bombas atômicas, conhecido como Projeto Manhattan.

O fruto dêste projeto foram duas bombas atômicas. A primeira foi chamada de Little Boy, à base de urânio-235, lançada sobre a cidade de hiroshíma, no Japão, em 6 de agosto de 1945. A segunda foi chamada de Fat Man, à base de plutônio-239, lançada na cidade de Nagasaki, também no Japão, três dias após a primeira.

Fotografia em preto e branco da explosão da bomba atômica em Nagasaki. Há uma grande quantidade de fumaça formando uma nuvem no céu.

Registro da explosão da bomba atômica em Nagasaki, no Japão, em 9 de agosto de 1945.

ATIVIDADE

1. O conhecimento sobre Física Nuclear revelou o alto pôdêr destruidor quê armas atômicas podem representar. Diante dessa realidade, você acredita quê pesquisas sobre energia nuclear não devam mais ocorrer ou quê o conhecimento desta área deva sêr restringido ou controlado? Converse com seus côlégas a respeito dêêsse assunto.

As partículas fundamentais da matéria

Após verificar quê o átomo é compôzto de outras partículas, uma pergunta estava em aberto: qual seria a partícula elementar da matéria?

Estudos e pesquisas passaram a sêr realizados com base nos raios cósmicos e nos aceleradores de partículas. Raios cósmicos são partículas subatômicas de altas energias quê vêm de fora da Terra. Já aceleradores de partículas são máquinas fabricadas para gerar colisões de partículas aceleradas a altas energias. Nesses estudos, já foram detectadas muitas outras partículas, quê só podem sêr observadas a altas energias.

Página quatrocentos e dezenove

Modelo Padrão das partículas fundamentais

A área quê estuda as partículas e suas interações é denominada Física de Partículas. Atualmente, a teoria utilizada para descrever e analisar as partículas detectadas é chamada Modelo Padrão. Nesta teoria, as partículas fundamentais atuáis são denominadas quarks e léptons, e há partículas chamadas bósons quê intermedeiam as interações nucleares forte e fraca.

Os quarks formam partículas denominadas hádrons, quê são partículas quê interagem por interação nuclear forte, como prótons e nêutrons. Existem três gerações de quarks. A primeira geração é de baixa energia, constituídas por quark up (u), de carga elétrica 23e, e quark down (d), de carga elétrica -13e. Um próton é formado por dois quarks up e um quark down, enquanto um nêutron é formado por um quark up e dois quarks down.

A segunda geração (charm e strange) e a terceira geração (top e bottom) constituem partículas quê só existem a altas energias, como grandes estrelas, buracos negros e partículas presentes na origem do Universo. Quarks nunca são detectados d fórma isolada.

Representação do modelo quarks. Na imagem uma esfera a esquerda representando um nêutron, com outras esferas menores dentro 'u' e 'd' representando os quarks, down e up e outra esfera a direita representando um próton, com outras esferas menores dentro 'u' e 'd' representando os quarks 'up' e down.

Representação de um próton e de um nêutron no modelo quarks (imagem sem escala; cores fantasia).

Léptons são partículas quê não participam da interação nuclear forte, mas participam da interação eletromagnética e da interação nuclear fraca. Fazem parte desta classe os elétrons e os neutrinos, partículas sem carga elétrica e massa extremamente pequena, resultante de processos nucleares; logo, só participam da interação nuclear fraca. Outros léptons com carga negativa, mas instáveis (decaem rapidamente), são o múon e o tau, cada um com seus respectivos neutrinos.

No Modelo Padrão, as interações nucleares forte e fraca são descritas por partículas mediadoras denominadas bósons. Os bósons mediadores da interação nuclear forte são chamados glúons, e os bósons mediadores da interação nuclear fraca são W+, We Z0.

O fóton é hoje adotado como a quantidade quantizada de energia, o quantum, sêndo considerado o medidor da interação eletromagnética. O bóson de Higgs, detectado em 2012, está relacionado aos mecanismos pêlos quais as partículas adquirirem massa, porém a interação gravitacional ainda não é descrita pelo Modelo Padrão.

Quadro organizacional de partículas.  Linha 1 Quarks. Esfera 'u' up, esfera 'c' charm, esfera 't minúsculo' top, esfera 'g' gluan, esfera 'h' higgs.  Linha 2 Quarks. Esfera 'd' down, esfera 's' strange, esfera 'b' botton, esfera 'y' fóton.  Linha 3 Léptons. Esfera 'e' elétron, esfera 'mi' muon, esfera 'T maiúsculo' tau, esfera 'z' z boson. Linha 4 Léptons. Esfera 'v e' neutrino do elétron, esfera 'v t' neutrino do tau, esfera 'w' w bóson.

Quadro organizacional das partículas fundamentais do Modelo Padrão.

Página quatrocentos e vinte

ATIVIDADES

3. Prótons e nêutrons são as partículas constituintes do núcleo atômico, logo são partículas fundamentais da matéria? Justifique sua resposta.

4. Nos estudos e investigações do Eletromagnetismo, foi verificado quê a carga elétrica elementar e é quantizada, ou seja, só existem múltiplos inteiros dêste valor, não existindo valores fracionários. Já o Modelo Padrão da Física de Partículas afirma quê quark up tem carga elétrica 23e e quê quark down tem carga elétrica -13e Converse com seus côlégas e verifique se o Modelo Padrão viola os fundamentos do Eletromagnetismo.

5. Analise as afirmações a seguir e classifique-as em verdadeiras (V) ou falsas (F):

I. Em uma usina nuclear, a reação de fissão em cadeia não é controlada. A energia liberada aproveitada como fonte de calor para o aquecimento da á gua e o vapor produzido são utilizados apenas para acionar turbinas.

F

II. Uma das aplicações da fissão nuclear são as usinas nucleares. Já a fusão nuclear é um exemplo do quê acontece em estrelas.

V

III. O processo de reação em cadeia póde sêr controlado ou não. No caso da bomba atômica, o processo de fissão ocorre por meio da reação em cadeia sem contrôle.

V

6. (Urca-CE) De acôr-do com o modelo padrão da física de partículas (1960-1970), as partículas fundamentais de matéria são os quarks e léptons. O elétron, por exemplo, faz parte do conjunto dos léptons. O nêutron é constituído de três quarks, sêndo dois quarks do tipo “down”, cada qual com carga elétrica -13, e um quark do tipo “up”,o qual possui carga +23, resultando em uma carga total -13-13+12=0 em unidades de carga elementar. Com base nesta informação, o próton, uma partícula (não fundamental) também formado por três quarks, mas com uma carga total +1, deve sêr formado por

a) 3 quarksup”.

b) 3 quarksdown”.

c) 3 elétrons.

d) 3 prótons.

e) 2 quarksdown” e 1 quarkup”.

Resposta: e

7. (Fuvest-SP) A partícula neutra conhecida como méson K0 é instável e decai, emitindo duas partículas, com massas iguais, uma positiva e outra negativa, chamadas, respectivamente, méson (pi)"+ e méson (pi)". Em um experimento, foi observado o decaimento de um K0, em repouso, com emissão do par (pi)"+ e (pi)". Das figuras a seguir, qual poderia representar as direções e sentidos das velocidades das partículas (pi)"+ e (pi)" no sistema de referência em quê o K0 estava em repouso?

a) Imagens de dois vetores, formando um ângulo nulo, uma apontando para cima e outra apontando para baixo.

b) Imagens de dois vetores, formando um ângulo obtuso, uma apontando para cima e outra apontando para a diagonal direita.

c) Imagem de dois vetores, formando um ângulo agudo, uma apontando para cima e outra apontando para a diagonal direita.

d) Imagem de dois vetores, formando um ângulo reto, uma apontando para cima e a outra para direita.

e) Imagem de dois vetores, formando um ângulo reto, uma apontando para cima e a outra para esquerda.

Resposta: a

Página quatrocentos e vinte e um

TEMA 35
Radioatividade

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Decaimento radioativo

Entre os núcleos dos hátomus, existem núcleos estáveis e instáveis. De acôr-do com o Modelo Padrão para as partículas, no núcleo atômico podem ocorrer as interações nuclear forte, nuclear fraca e eletromagnética, d fórma quê um núcleo estável apresenta equilíbrio entre estas três interações. êste equilíbrio entre as interações está relacionado com a proximidade e a quantidade de partículas do núcleo.

De forma geral, pois existem exceções, em hátomus com elevada massa nuclear, podem ocorrer transformações, denominadas reações nucleares, quê alteram a composição do núcleo e podem resultar na transformação de um elemento químico em outro. Quando isso ocorre, o átomo é considerado radioativo.

êste fenômeno é chamado radioatividade. As primeiras observações foram feitas pelo físico francês Henri Becquerel (1852-1908), quê percebeu quê sais de urânio alteravam placas fotográficas.

O casal de físicos formado pelo francês Piérre Curie (1859-1906) e pela polonesa Marie Curie (1867-1934) foi quem realmente fez contribuições significativas para a compreensão do fenômeno da radioatividade. Piérre, Marie e Becquerel foram agraciados com o Prêmio Nobél de Física de 1903 pêlos trabalhos realizados. Marie Curie recebeu também o Prêmio Nobél de Química em 1911 pela descoberta dos elemêntos radioativos polônio e rádio, sêndo a primeira pessoa, e até hoje a única mulher, a receber o prêmio duas vezes em áreas distintas.

O processo em quê um núcleo radioativo instável sofre transformações é chamado decaimento radioativo, quê transforma um núcleo atômico em outro, o quê, consequentemente, transforma o elemento químico em outro.

PENSE E RESPONDA

Imagem de uma sala de hospital, com máquinas e uma pessoa deitada em uma maca sendo examinada.

Pessoa realiza tratamento por radioterapia.

1 Como as radiações dos tratamentos radioterápicos atuam contra doenças como o câncer?

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

O filme Radioativo é uma cinebiografia quê retrata parte da vida da física polonesa Marie Sklodowska, quê passou a se chamar Marie Curie após seu casamento com Piérre Curie.

Radioativo, direção de Marjane Satrapi. Reino Unido, 2019.

Capa do filme 'RADIOATIVO'. Na imagem, uma mulher segura um pequeno tubo, na altura dos olhos, com sua mão esquerda. A cor da imagem é esverdeada.

RADIOATIVO. Direção: Marjane Satrapi. Reino Unido: Amazon Studios, 2019. Streaming (109 min).

Capa do filme.

calhau.

Página quatrocentos e vinte e dois

Pesquisas verificaram três tipos de radiação emitida por núcleos: radiação alfa, radiação beta e emissão gama. A imagem apresentada ilustra tais radiações.

Representação de um núcleo atômico, formado por prótons e nêutrons representados por esferas de duas cores. O núcleo emite uma radiação alfa, representada por esferas de duas cores, seta para cima. O núcleo emite radiação beta representada por uma esfera, seta para baixo. O núcleo emite raios gama, representado por uma seta ondulada para a direita.

Representação de um núcleo atômico, formado por prótons e nêutrons, quê emite radiação alfa e radiação beta, acompanhadas por uma emissão gama (imagem sem escala; cores fantasia).

Radiação alfa

Emissão de partículas alfa ((alfa)") pelo núcleo, quê são compostas de dois prótons e dois nêutrons, tendo, assim, carga elétrica positiva. Em função da sua massa elevada, esta partícula tem baixa penetrabilidade.

Na emissão alfa, tanto o número atômico quanto o número de massa do núcleo são alterados. No exemplo a seguir, o polônio-209 sofre decaimento radioativo ao emitir uma partícula alfa, formando chumbo-205.

Po84209Pb84205+α24

Esta emissão ocorre quando a repulsão eletromagnética supera a interação nuclear forte.

Radiação beta

O decaimento beta ((beta)") ocorre quando se tem a transmutação de um próton em nêutron, ou vice-versa, ou quando ocorre emissão de partículas produzidas no processo, como elétrons (carga negativa) e pósitrons (equivalente ao elétron, mas com carga positiva), além de outras partículas quê garantem as leis de conservação, como neutrinos. A radiação beta tem maior pôdêr de penetração se comparada com a radiação alfa.

No decaimento beta com sinal negativo (β-10), um nêutron se transforma em um próton, emitindo um elétron.

n01p11+β-10

No decaimento beta com sinal positivo (β-10), um próton se transforma em um nêutron, emitindo um pósitron.

p11n01+β-10

Emissão gama

Essa emissão consiste em radiação eletromagnética de alta freqüência emitida pelo núcleo, na faixa dos raios gama. Sendo assim, trata-se de ondas eletromagnéticas, desprovidas de massa e carga elétrica. Após as definições propostas pela Física Quântica, a radiação gama corresponde a fótons com energia proporcional à freqüência da radiação.

A emissão gama não causa alterações no núcleo atômico e comumente acompanha os decaimentos alfa e beta, levando os núcleos formados para estados mais estáveis. Esta radiação tem alto pôdêr de penetração.

Página quatrocentos e vinte e três

Radiação ionizante e não ionizante

O termo radiação é comumente relacionado às ondas eletromagnéticas, como ondas de rádio, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios Xís e raios gama. Porém, êste termo póde sêr também relacionado às emissões de partículas, como as radiações alfa e beta emitidas por núcleos atômicos.

Apesar de o termo radiação ter uso mais amplo, é importante destacar quê o fenômeno da radioatividade se refere apenas às emissões nucleares, como a radiação alfa, a radiação beta e os raios gama.

Quando a energia da radiação é suficiente para vibrar os elétrons dos hátomus onde incidem, a ponto de retirá-los de suas eletrosferas e alterar o material irradiado, a radiação é classificada como ionizante.

Ondas eletromagnéticas como ondas de rádio, infravermelho e luz visível são não ionizantes. Já os raios Xís, raios gama, assim como as radiações alfa e beta, são ionizantes.

Em razão dêêsse pôdêr de ionização, radiações como alfa e beta, os raios Xís e os raios gama são comumente utilizadas em tratamentos médicos de combate a tumores cancerígenos.

Decaimento radioativo e meia-vida

As substâncias radioativas diminuem a sua atividade num processo denominado meia-vida, designado por T1/2. O intervalo de tempo da meia-vida corresponde ao tempo necessário para quê uma amostra de núcleos radioativos seja reduzida à mêtáde do valor inicial. Por exemplo, o tempo de meia-vida do rádio-226 é de 1.620 anos, ou seja, se dispusermos de 1 kg de rádio -226, após 1.620 anos teríamos 0,5 kg de rádio -226.

A seguir, são apresentadas as meias-vidas de alguns elemêntos.

Elemento químico

Meia-vida (T1/2)

césio-137

30 anos

urânio-238

4,5 bilhões de anos

cobalto-60

5,26 anos

iodo-131

8 anos

Fonte: INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Meia-vida. [Porto Alegre]: (hú f érre gê ésse): IF, [ca. 2022]. Disponível em: https://livro.pw/wygfr. Acesso em: 24 out. 2024.

Energia nuclear e sua utilização

A energia emitida por núcleos atômicos, na forma de radiação ou partículas, póde sêr aproveitada de diferentes maneiras, de acôr-do com as decisões e demandas humanas.

Porém, nem todas essas decisões envolvem um aproveitamento benéfico da energia nuclear à ssossiedade, de modo quê ela póde sêr utilizada na fabricação de bombas nucleares. Tal possibilidade torna necessária uma regulamentação dêêsse tipo de energia, por exemplo.

Os conhecimentos adquiridos sobre a energia nuclear precisam sêr tecnologicamente aproveitados sôbi um olhar quê analise os aspectos de risco e de benefício trazidos por eles. Os riscos exigem cuidados especiais no uso da energia nuclear; porém, mesmo com todos esses cuidados, acidentes nucleares já ocorreram, como em uma usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, causado por êêrros operacionais, e na usina de Fukushima, no Japão, em 2011, causado pêlos danos de um terremoto. No Brasil, tivemos uma ocorrência na cidade de Goiânea, em 1987, quando materiais radioativos deixados em um instituto de radioterapia abandonado foram abertos por moradores, espalhando-os por todo o local.

Página quatrocentos e vinte e quatro

Apesar dos riscos, o conhecimento sobre energia nuclear trousse benefícios para a ssossiedade em áreas como pesquisa, indústria e medicina. De acôr-do com dados da Empresa de Pesquisa Energética, entre os anos de 2021 e 2022, cerca de 10% da energia elétrica mundial foi gerada em usinas elétricas termonucleares.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Acesse o sáiti a seguir para obtêr mais informações sobre o acidente radioativo ocorrido em Goiânea, no ano de 1987.

História do Césio-137 em Goiânea. Publicado por: govêrno de Goiás; Secretaria de Estado da Saúde. Disponível em: https://livro.pw/mmqdp. Acesso em: 24 out. 2024.

Fotografia em preto e branco de um homem usando macacão de proteção , com capuz, máscara e botas, segura um equipamento, perto de uma cápsula. O chão está forrado com proteção.

Profissional méde o nível de radiação de uma cápsula em Goiânea (GO), 1987.

Energia nuclear para produção de energia elétrica

A energia nuclear é atualmente uma das alternativas para se gerar energia elétrica. Nas usinas nucleares, a energia nuclear emitida por materiais radioativos é utilizada para aquecer á gua e gerar vapor a alta pressão, quê movimenta as turbinas quê acionam os geradores elétricos. Por isso, estas usinas são também chamadas termonucleares.

A seguir, são apresentadas mais informações sobre uma usina termonuclear.

Representação de uma usina termonuclear. Na imagem a visão interna de uma usina. Um reator a esquerda com barras de urânio, ao centro um pressurizador e uma bomba, a a esquerda uma caldeira, uma turbina, um gerador de vapor ligado a um condensador ligado a um gerador ligado a rede de energia. As bombas de alimentação da caldeira estão ligadas ao rio ou mar.

(imagem sem escala; cores fantasia)

Página quatrocentos e vinte e cinco

Rejeitos radioativos

O uso da energia nuclear exige quê se pense sobre os rejeitos radioativos gerados, constituídos por restos de materiais radioativos quê foram descartados e instrumentos quê entraram em contato com materiais radioativos durante alguma parte do processo. Devido às diferentes meias-vidas dos materiais radioativos, cada rejeito radioativo terá um tempo próprio de descontaminação, sêndo, assim, necessário armazená-los d fórma correta e segura.

Os cuidados com os rejeitos radioativos estão diretamente relacionados à preservação do equilíbrio ambiental e à saúde de todos os sêres vivos do planêta. O caso ocorrido em Goiânea foi um exemplo dos riscos causados pelo armazenamento e pelo descarte incorrétos de materiais radioativos.

Assim, usinas nucleares, laboratórios, indústrias e centros de tratamentos médicos quê utilizam materiais radioativos devem investir no descarte e no armazenamento corretos dos materiais utilizados. Todos os países devem desenvolver políticas de contrôle e fiscalização dos depósitos destinados aos seus rejeitos radioativos.

Atualmente, uma das principais formas de armazenar os rejeitos é em estruturas espessas de concreto ou chumbo, quê são depositadas no interior de montanhas ou regiões no subsolo, sem contato com lençóis fre-átikos.

Fotografia de tambores empilhados dentro de um galpão. Os tambores estão riscados com um xis em cada um .

Tambores utilizados para armazenar material radioativo. Apúlia (Itália), 2023.

SAIBA +
Enriquecimento de urânio

O urânio é obtído de diversos minerais, como uraninita, ou óxido de urânio (UO2). No Brasil, estão as maiores reservas de urânio do mundo, com extração principalmente no estado do Ceará.

A maior parte do urânio encontrado naturalmente corresponde ao isótopo urânio-238, quê não sofre fissão nuclear, e cerca de 0,7% corresponde ao urânio-235, quê é o isótopo quê sofre fissão nuclear. Por isso, é realizado o processo chamado enriquecimento de urânio, quê consiste em aumentar a proporção de urânio-235 na amostra. Nas usinas nucleares, são utilizadas amostras com proporção de aproximadamente 3,5%.

Um dos métodos de enriquecimento consiste em centrifugar amostras gasosas contendo urânio, d fórma quê pôr-ções mais pesadas, contendo urânio-238, são separadas de pôr-ções mais leves, contendo urânio-235. Esse gás é transformado em material sólido e compactado em pastilhas.

ATIVIDADE

1. O enriquecimento de urânio para uso em usinas nucleares chega a cerca de 3,5%. Já para uso em armas nucleares, póde chegar a 90%. Diante díssu, junte-se a alguns côlégas, façam uma pesquisa e conversem sobre a importânssia de se fiscalizar as atividades nucleares realizadas pelas nações, assim como de políticas internacionais para a regulamentação das pesquisas e do uso dêste tipo de energia. Converse com os professores de Geografia e História, buscando informações sobre o quê já foi propôsto sobre esse tema e como está a realidade atual dos cuidados com a energia nuclear.

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ATIVIDADES

1. (UFRGS-RS) Considere as afirmações a seguir, acerca de processos radioativos.

I. O isótopo radioativo do urânio (A = 235, Z = 92) póde decair para um isótopo do tório (A = 231, Z = 90) através da emissão de uma partícula a.

II. Radioatividade é o fenômeno no qual um núcleo póde transformar-se espontaneamente em outro sem quê nenhuma energia externa seja fornecida a ele.

III. As partículas a e b emitidas em certos processos radioativos são carregadas eletricamente.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

Resposta: e

2. (UEG-GO) Uma das causas da catástrofe ocorrida no dia 26 de abril de 1986 no reator número 4 de Chernobyl, na Ucrânia, foi atribuída à retirada de barras de contrôle para compensar uma redução de potência causada pelo aparecimento de absorvedores de nêutrons, o quê gerou um aumento de fissões e a “reação em cadeia”. A “reação em cadeia” ocorre quando material radioativo de elevado grau de pureza é reunido em quantidade superior a uma certa massa crítica. A consequência da “reação em cadeia” é:

a) a explosão nuclear.

b) a produção de energia elétrica em usinas nucleares.

c) a extinção de toda a radioatividade do material.

d) o imediato fracionamento da massa em partes menóres do quê a massa crítica.

Resposta: a

3. Responda às kestões.

a) Considerando as condições do Brasil, dêz-creva três fatores favoráveis à utilização da energia nuclear para a geração de energia elétrica.

b) De forma semelhante ao primeiro item propôsto, dêz-creva três fatores desfavoráveis a essa utilização.

4. A principal vantagem ambiental da utilização da energia nuclear para gerar eletricidade é a não utilização de combustíveis fósseis, fato quê impede o lançamento na atmosféra dos gases quê favorécem o aquecimento global e de outros produtos tóxicos. Outro aspecto favorável refere-se ao fato de o urânio, combustível utilizado em usinas nucleares, sêr de baixo custo, encontrado mundialmente em grandes quantidades e, a médio prazo, não representar risco de escassez. Além díssu, as usinas nucleares não dependem de fatores climáticos para o seu funcionamento, podendo ter suas instalações próximas aos grandes centros consumidores, pois demandam áreas relativamente pequenas para a sua construção.

Leia atentamente os argumentos apresentados nesse texto e redija, no caderno, outro texto argumentando sobre as desvantagens dêêsse uso.

Página quatrocentos e vinte e sete

TEMA 36
Evolução estelar e Cosmologia

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Origem do Universo

Universo é a totalidade de tudo quê existe, como matéria, energia, espaço e tempo. Sua origem é rodeada de mitos e lendas de diferentes povos e suas culturas, como indígenas, quilombolas, gregos, egípcios, entre outros. Estes mitos, em grande maioria, envolvem crenças, deuses e entidades sobrenaturais para descrever as origens da Terra e do Universo.

Em se tratando de povos originários brasileiros, os indígenas possuem várias lendas sobre a origem do Universo, de acôr-do com cada povo. Para os tupi-guarani, quê habitam um vasto território ao longo do Brasil e demais países da América do Sul, no início era escuridão e vazio, quando o espírito criador Nhanderu criou o céu, o Sol, a Lua, as estrelas, a térra e as águas e moldou o primeiro sêr humano a partir da térra.

Quilombolas são comunidades formadas por descendentes africanos quê foram escravizados, resistiram à opressão e fugiram, formando comunidades em locais chamados quilombos. Sendo assim, muitas crenças dos quilombolas são derivadas de tradições e religiões africanas. Em uma delas, o deus supremo Olorun cria o universo com a ajuda de outras entidades associadas a cada elemento, como rios, florestas, trovões, estrelas, ventos, conectando o Universo diretamente à natureza.

Além dos mitos e lendas, existem teorias sobre a origem do Universo. A mais aceita na atualidade é conhecida popularmente por Big béng. Enfatizamos aqui quê esta teoria é a mais aceita atualmente, afinal a ciência é uma produção humana de caráter provisório, podendo mudar a cada avanço e novas descobertas. Inclusive, uma das áreas em quê esse estudo está avançando é a da Cosmologia.

PENSE E RESPONDA

Fotografia do céu á noite. No céu pontos de luz em diferentes tamanhos. Vegetação no chão.

Fotografia noturna registrada em Gramado (RS), 2021.

1 O quê se póde observar quando se olha para o céu noturno?

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ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

No sáiti a seguir, é possível ler um estudo acerca da cosmologia de comunidades tradicionais quilombolas localizadas no estado do Piauí.

Entre lendas, mitos e crendices: aspectos cosmológicos de comunidades quilombolas do semiárido nordestino. Publicado por: Fragmentos de Cultura. Disponível em: https://livro.pw/lpbdi. Acesso em: 25 out. 2024.

Big béng e o modelo cosmológico padrão

Na teoria do Big béng, o Universo teve seu início há cerca de 13,7 bilhões de anos, não como uma grande explosão, conforme tradução literal do termo, mas como uma expansão de uma singularidade quê, em condições de extremas tempera-túra e densidade em um pequeno ponto, liberou toda a matéria e energia existente no Universo.

Após esta origem, o Universo passou a se expandir, esfriar e formár matéria, organizando galáksias, estrelas, planêtas, entre outros corpos.

Os principais períodos da evolução do Universo são apresentados na ilustração a seguir.

Representação em forma de cone, do Big Bang, ponto zero,380 mil anos, idade das trevas ,300 milhões de anos as primeiras estrelas aparecem, um bilhão de anos primeiras galáxias aparecem, nove bilhões de anos o sistema solar se forma, hoje galáxias modernas.

Elaborado com base em: RIDPATH, Ian. Astronomia: guia ilustrado Zarrár. 4. ed. Rio de Janeiro: Zarrár, 2014. p. 48-53.

Representação da evolução do Universo a partir do Big béng (imagem sem escala; cores fantasia).

Nos primeiros instantes após o Big béng, o espaço sofreu uma expansão juntamente com um rápido resfriamento.

Após cerca de 380 mil anos, começaram a surgir diversas partículas subatômicas em diferentes etapas. Constituídas de matéria e antimatéria em quantidades próximas, essas partículas se aniquilavam, restando um pequeno excedente de matéria. Com o maior resfriamento do Universo, houve a formação dos primeiros hátomus neutros.

No período chamado "idade das trevas", entre 380 mil e 300 milhões de anos, as estrelas e galáksias começaram a se formár no Universo, mas sem ainda havêer novas fontes de luz. As galáksias e o Universo visível como observamos atualmente se formaram 1 bilhão de anos após o Big béng.

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SAIBA +
Radiação cósmica de fundo

A radiação cósmica de fundo é um tipo de radiação eletromagnética quê permeia todo o Universo, emitida há cerca de 370 mil anos após o Big béng. Quando o Universo começou a se expandir e esfriar, foi possível quê essa radiação viajasse pelo cosmos até os dias de hoje.

Essa radiação correspondia a uma tempera-túra de aproximadamente 3.000 K quando foi emitida, sêndo uma evidência de quê o Universo foi muito mais kemte e denso, afinal é atualmente observada uma tempera-túra de cerca de −270 °C.

Em 2013, o satélite Planck produziu um mapa detalhado desta radiação cósmica do Universo visível, revelando pequenas variações de tempera-túra no Universo primitivo.

Imagem de um mapa de radiação cósmica. Imagem em formato oval, na posição horizontal, com diferentes nuances de cores em sua extensão, representando as variações de temperatura.

Mapa da radiação cósmica de fundo, em micro-ondas, do Universo visível.
As diferenças de cores indicam diferenças de tempera-túra.

ATIVIDADE

1. De quê forma o estudo da radiação cósmica de fundo póde auxiliar nos estudos para a compreensão do Universo? Em seu entendimento, estes estudos podem conduzir a novas descobertas? Converse com seus côlégas a respeito dêêsse assunto e faça uma pesquisa, se necessário.

ATIVIDADES

1. A busca pelo conhecimento sobre o Universo, sua origem, seus mecanismos e dinâmica mobilizam diversas Ciências, cada uma com seus objetivos. A teoria mais aceita atualmente para a origem do Universo é conhecida como Big béng. Qual das opções a seguir descreve corretamente o quê essa teoria propõe?

a) O Universo surgiu a partir de uma explosão violenta no espaço vazio.

b) O Universo teve seu início com a expansão de uma singularidade, em condições de extremas tempera-túra e densidade.

c) O Universo sempre existiu da forma como é observado hoje.

d) O Big béng sugere quê o Universo se originou a partir do colapso de um buraco negro.

Resposta: b

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2. Pode-se dizêr quê a Cosmologia, assim como as outras Ciências, é imutável, ou seja, tudo quê sabemos atualmente é uma verdade absoluta e jamais será mudado? Em seu caderno, elabore um argumento quê defenda seu ponto de vista.

3. Em uma ssossiedade, é essencial quê se mantenha sempre vivos as lendas e os mitos dos povos originários, buscando sempre a divulgação dessas histoórias para as novas gerações. No seu entendimento, qual é a importânssia de ações de valorização da cultura de povos originários?

4. Após o Big béng, o Universo passou por algumas fases de evolução, até quê chegássemos ao quê se observa hoje. Qual das alternativas a seguir descreve corretamente uma das fases da evolução do Universo?

a) A idade das trevas foi um período em quê não havia estrelas, galáksias e fontes de luz.

b) A idade das trevas foi uma fase em quê as primeiras galáksias começaram a emitir grandes quantidades de luz visível.

c) A idade das trevas ocorreu imediatamente após o Big béng.

d) A idade das trevas foi um período de intensa radiação cósmica de fundo.

Resposta: a

Formação de estrelas e galáksias

Entre as teorias para a formação das galáksias, a mais aceita pela comunidade científica é a quê sugere quê elas surgiram a partir do acúmulo de matéria, como poeira e gases cósmicos, devido à fôrça gravitacional. Esse acúmulo de material deu origem às grandes estruturas quê hoje chamamos de galáksias.

No processo de evolução das galáksias, dois fatores importantes se destacam. O primeiro é a ação gravitacional, quê influencía e molda a estrutura dessas galáksias ao longo do tempo. O segundo é o processo de fusão galáctica, onde uma galáksia maior atrai e incorpóra uma galáksia menor, alterando sua estrutura.

As galáksias podem apresentar diferentes formatos, por exemplo, irregular (sem forma definida), elípticos e espirais (possuem “braços” em forma elíptica ou espiral quê convérgem para um ponto central). A Via Láctea, onde está nosso Sistema Solar, é um exemplo de galáksia espiral.

Ilustração da Via Láctea. Imagem de uma espiral, com núcleo iluminado.

Representação artística da Via Láctea.

Página quatrocentos e trinta e um

Formação e evolução das estrelas

Todas as estrelas nascem, modificam-se e morrem. Parte da composição química de todas as estrelas é dada por hidrogênio e hélio, quê eram os principais elemêntos existentes no Universo após o Big béng. Conforme o Universo foi se expandindo e esfriando, outros elemêntos químicos foram surgindo, assim estrelas mais novas possuem outros elemêntos químicos em sua composição, em relação às estrelas mais antigas.

As estrelas normalmente nascem em regiões com gases formados basicamente de hidrogênio e hélio e com nuvens de poeira, chamadas nebulosas. Estas nuvens de poeira e gases sofrem contrações quê aumentam sua densidade e tempera-túra por bilhões de anos, até quê os hátomus de hidrogênio passam a sofrer fusão nuclear e a liberar energia, como uma estrela.

O ciclo de vida das estrelas póde sêr diferente entre aquelas com massa de até oito vezes a massa do Sol e aquelas com massa acima de oito vezes a massa do Sol.

Ilustração de um esquema da vida estelar. Na parte do meio á esquerda, o inicio da vida da estrela, uma nebulosa formada por gases, dão origem á dois ciclos distintos. Ciclo na parte superior, estrelas de até oito vezes a massa do Sol : Estrela média, representada por uma circunferência pequena na cor amarela. Giganta vermelha, representada por uma circunferência grande na cor vermelha. Nebulosa planetária, representada por uma circunferência com borda iluminada e núcleo. Ana branca, representada por uma circunferência pequena branca. Ciclo na parte inferior, estrelas com massa acima de oito vezes a massa do sol  : Estrela massiva, representada por uma circunferência pequena roxa. Super gigante vermelha, representada por uma circunferência grande com tons vermelhos. Supernova, representada por um feixe de luz. Buraco Negro, representado por um ponto preto com borda colorida .Os dois sistemas em sua última fase, dão origem á uma estrela de nêutrons.

Elaborado com base em: RIDPATH, Ian. Astronomia: guia ilustrado Zarrár. 4. ed. Rio de Janeiro: Zarrár, 2014. p. 64.

Representação das etapas da evolução estelar (imagem sem escala; cores fantasia).

Estrelas com massa de até oito vezes a massa do Sol, na fase estrela média, passam 90% da vida realizando fusão nuclear, principalmente, de hidrogênio em hélio. Em determinado momento, ela não será capaz de manter sua massa, quando se torna uma gigante vermelha (200 vezes maior, porém mais fria). Conforme for perdendo massa para o Universo, as camadas mais externas se espalham na fase nebulosa planetária, até quê se torna uma anã branca, quê gradativamente irá esfriar.

Página quatrocentos e trinta e dois

Estrelas com massa acima de oito vezes a massa do Sol têm tempo de vida menor. Na fase estrela massiva, ocorre fusão nuclear, principalmente, de hidrogênio em hélio, e, ao final desta etapa, torna-se uma supergigante vermelha. Em determinado momento, ocorre uma expansão muito rápida (explosão) e produção de muita energia, na fase supernova, quê póde seguir para uma estrela de nêutrons ou um buraco negro, de acôr-do com a massa inicial.

Todos os elemêntos químicos naturais, com exceção do hidrogênio, do hélio e do lítio (formados logo após o Big béng), foram formados, exclusivamente, durante a vida e morte das estrelas, em um processo chamado nucleossíntese estelar.

Formação do Sistema Solar

No século XVIII, algumas áreas da Ciência foram influenciadas pelo modelo conhecido como a hipótese da nebulosa solar. Essa teoria foi desenvolvida pelo filósofo sueco Emanuel Swedenborg (1688-1772), pelo filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) e pelo cientista e matemático francês Pierre-Simon Laplace (1749-1827). De acôr-do com a hipótese, o Sistema Solar se formou a partir do colapso gravitacional de uma grande nuvem de gás e poeira há cerca de 4,6 bilhões de anos. A maior parte da massa colapsada migrou para o centro, formando uma estrela, o Sol, enquanto o restante se achatou em um disco protoplanetário devido à ação gravitacional.

Ilustração do Sistema solar. Na imagem, uma grande circunferência iluminada representando o Sol ao lado esquerdo. No lado direito várias circunferências de tamanho variados representam os planetas.

Concepção artística do Sistema Solar (imagem sem escala; cores fantasia).

Partículas de poeira e gás seguiram colidindo e sofrendo fusão, formando protoplanetas. Os mais próximos do Sol, onde as tempera-túras são mais elevadas, evoluíram para planêtas terrestres: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os mais distantes do Sol evoluíram para planêtas gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Técnicas e instrumentos atuáis de observação do cosmo têm possibilitado investigações mais refinadas e com mais dêtálhes, quê podem confirmar as leis e teorias propostas, ou refutá-las, afinal esse é o caráter da Ciência: algo provisório, mutável, quê sempre passará por testes de verificação.

Página quatrocentos e trinta e três

As condições para a existência de vida na Terra

Estima-se quê as condições para o desenvolvimento das primeiras formas de vida ocorreram há, aproximadamente, 4,3 bilhões de anos. A hipótese mais aceita para a explicação da origem da vida na Terra é a da evolução química, na qual as primeiras células teriam se originado a partir de agrupamento espontâneo de moléculas orgânicas, imérsas nas águas do mar.

Determinar as condições para a existência de vida em um local no Universo não é uma tarefa simples. Para as características de vida na Terra, pode-se dizêr quê os fatores determinantes foram á gua líquida, fonte de energia constante e matéria OR GÂNICA.

Ao redor de uma estrela existe uma região chamada zona habitável, cuja intensidade de radiação possibilita a existência de á gua líquida e, consequentemente, de vida. A Terra é o único planêta localizado na zona habitável do Sol.

Esta distância da Terra ao Sol garante também a manutenção adequada da tempera-túra média do planêta, ponto importante para a existência de vida. Outro fator essencial nesse contrôle é a atmosféra, quê possibilita o efeito estufa natural, além de conter os gases da respiração e gerar uma pressão adequada.

ATIVIDADES

5. por quê estrelas mais antigas têm composição química distinta de estrelas mais novas?

6. Qual das interações fundamentais foi essencial para o início da formação do Universo?

a) Interação nuclear forte.

b) Interação gravitacional.

c) Interação nuclear fraca.

d) Interação eletromagnética.

Resposta: b

7. Uma estrela muito massiva está se aproximando do fim de sua vida. A próxima etapa quê ela passará será:

a) se tornar uma anã branca e esfriar lentamente.

b) uma explosão de supernova, podendo se transformar em um buraco negro ou uma estrela de nêutrons.

c) desaparecer do Universo sem deixar vestígios.

d) se expandir e se tornar uma gigante vermelha, sem maiores consequências.

Resposta: b

8. Sobre a formação do Sistema Solar, considere as seguintes afirmações:

I. A formação do Sistema Solar começou com o colapso gravitacional de uma nuvem de gás e poeira, quê deu origem a um disco em rotação.

II. Os planêtas rochosos se formaram nas regiões mais externas do disco devido às baixas tempera-túras, permitindo a condensação de gêlo e gases.

III. A maior parte do material foi atraída para o centro do disco, onde se formou o Sol.

IV. O vento solar foi responsável por ejetar grandes quantidades de material do disco, impedindo a formação de planêtas e asteroides nas regiões mais internas.

Quais dessas afirmações estão corretas?

a) Apenas I e III estão corretas.

b) Apenas II e IV estão corretas.

c) Apenas I e IV estão corretas.

d) Todas as afirmações estão corretas.

Resposta: a

9. Um dos fatores primordiais quê garantem a existência de vida na Terra é sua localização em relação ao Sol, na chamada zona habitável. Quais são as principais condições propiciadas à Terra, devido ao fato de ela estar nessa região?

Página quatrocentos e trinta e quatro

ORGANIZANDO AS IDEIAS

O mapa mental a seguir apresenta os principais conceitos estudados nesta Unidade.

Reprodução de página ilustrada com tópicos da unidade.

Imagens ilustrativas e sem escala; cores fantasía.

No caderno, elabore o seu próprio esquema, organizando os principais conceitos da Unidade e incluindo nele outros termos e ideias quê se relacionam ao quê foi estudado, realizando as associações quê considerar importantes. Por fim, elabore um pequeno texto conectando os conceitos e as ideias presentes no esquema. Essa é uma boa forma de estudar e compreender melhor os conceitos.

Página quatrocentos e trinta e cinco

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Tema 31: Uma nova Física

1. Responda às kestões.

a) por quê a radiação do corpo negro teve um papel fundamental no desenvolvimento da Física Quântica?

b) Explique a expressão quantum (palavra látína cujo plural é quanta) na Física Quântica.

Tema 32: Teoria da Relatividade

2. (UEPB) A Física Moderna rompeu com alguns conceitos da Física Clássica, como, por exemplo, com o caráter absoluto das grandezas físicas: espaço e tempo na Física Newtoniana. Como consequência dos postulados da Teoria da Relatividade obtém-se uma nova concepção para conceitos anteriormente estabelecidos. Neste sentido, em relação ao comprimento de um objeto em repouso num referencial inercial, quê se móve com velocidade constante V, em relação ao referencial de um observador, para a Teoria da Relatividade Especial, é correto afirmar quê, para êste observador:

a) O comprimento do objeto se dilata, na direção do movimento, com o aumento da velocidade.

b) O comprimento do objeto se contrai, na direção do movimento, com o aumento da velocidade.

c) O comprimento não se altera, na direção do movimento, com o aumento da velocidade.

d) O comprimento póde se contrair ou se dilatar, na direção do movimento, com o aumento da velocidade.

e) É impossível prever o quê acontece com o comprimento, na direção do movimento, quando a velocidade aumenta.

Resposta: b

3. (UEL-PR) Usando a ideia do paradoxo dos gêmeos da relatividade restrita, suponha a seguinte situação: o autor da obra O relógio, Daniel Arsham, com 41 anos de idade, faz uma viagem interplanetária com velocidade de 0,9986c para um planêta quê está a 30 anos-luz de distância. Ele achou o planêta interessante e rêzouvêo ficar por 5 anos pintando novas obras, retornando para casa com velocidade de 0,9986c.

Com base nos conhecimentos sobre Princípios de relatividade especial e Mecânica e, considerando 𝛾 = 21, assinale a alternativa quê apresenta, correta e aproximadamente, quanto tempo, em anos, Daniel passou fora da Terra do ponto de vista de uma pessoa quê ficou na Terra e do ponto de vista dele, respectivamente.

Dado: c = 3∙ ⋅ 108 m/s

a) 65,08 e 7,86

b) 30,08 e 6,78

c) 30,04 e 7,86

d) 60,04 e 7,86

e) 65,08 e 2,86

Resposta: a

4. (Udesc) Em 1900 Max Planck propôs a quantização da energia para explicar a radiação de corpo negro. O postulado de Planck propõe quê a energia seja dada por E = nhf sêndo E

a energia, n um número inteiro, f a freqüência e h uma constante quê, posteriormente, ficou conhecida como constante de Planck.

Assinale a alternativa quê corresponde à unidade de medida de h no sistema internacional de unidades.

a) kg∙ ⋅ m2/s

b) kg∙ ⋅ m/s

c) kg∙ ⋅ m2/s2

d) kg∙ ⋅ m∙s

e) kg∙ ⋅ m/s2

Resposta: a

Tema 33: Fundamentos de Física Quântica

5. (Urca-CE) O conceito clássico de trajetória de uma partícula não é adequado para descrever sistemas subatômicos, onde devemos considerar a Mecânica Quântica. A própria ideia de localização de uma partícula é um tanto inapropriado. Ao invés da localização de uma partícula temos geralmente regiões onde há maior ou menor probabilidade de detectá-la ao fazermos uma medida. Sobre isto há um princípio segundo o qual não podemos, em um mesmo instante, determinar a localização e a velocidade da partícula com precisão arbitrária. êste princípio é o:

a) Princípio de incerteza de Heisenberg.

b) Princípio de complementaridade de Bohr.

c) Princípio de correspondência de Bohr.

d) Princípio de Pascal.

e) Princípio de arquimédis.

Resposta: a

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6. (Eear-SP) No ano de 2023, o modelo atômico propôsto pelo físico dinamarquês Niels Bohr completará 110 anos. O físico utilizou a estrutura do modelo planetário de Rutherford e incluiu algumas ideias propostas por Max Planck. Bohr postulou quê os elétrons ocupariam apenas determinadas órbitas circulares ao redor do núcleo. Nestas órbitas, quê foram denominados estados estacionários ou níveis de energia, os elétrons poderiam girar indefinidamente sem perder energia e, portanto, sem emitir radiação. Tais órbitas, quê foram caracterizadas com um número quântico n, podiam assumir valores inteiros e uma energia específica para cada nível. Na figura apresenta-se um diagrama com os níveis de energia, em elétron-volts (eV), para o átomo de hidrogênio. Quando um elétron quê ocupa o nível n = 3 retorna para o n = 1 (estado fundamental), emite um fóton cujo valor da freqüência será de _____ Hz.

Adote o valor da constante de Planck igual a 4∙ ⋅ 10 −15 eV/s.

Assinale a alternativa quê completa a lacuna acima.

Representação de uma reta de energia, vertical para cima, com as informações: menos 13,60 e V sendo 'n' igual a um abre parênteses estado fundamental fecha parênteses, menos 3,39' e V' n igual a um, menos 1,60 'e V' n igual a um, menos 0,85 'e V' n igual a um, 'lacuna da resposta' n igual a um, zero e V n igual ao infinito.

a) 4,0∙ ⋅ 1014

b) 3,0∙ ⋅ 1015

c) 3,4∙ ⋅1015

d) 3,8∙ ⋅ 1015

Resposta: b

Tema 34: Física Nuclear e de Partículas

7. (Enem/MEC) A utilização de tecnologia nuclear é um tema bastante controverso, por causa do risco de acidentes graves, como aqueles ocorridos em Chernobyl (1986), em Goiânea (1987) e em Fukushima (2011). Apesar de muitas desvantagens, como a geração de resíduos tóxicos, a descontaminação ambiental dispendiosa em caso de acidentes e a utilização em armas nucleares, a geração de energia nuclear apresenta vantagens em comparação a outras fontes de energia.

A geração dessa energia tem como característica:

a) Formar resíduos facilmente recicláveis.

b) Promover o aumento do desmatamento.

c) Contribuir para a produção de chuva ácida.

d) Emitir gases tóxicos quê são lançados no ambiente.

e) Produzir calor sem o consumo de combustíveis fósseis.

Resposta: e

Tema 35: Radioatividade

8. (UFN-RS) Os raios Xís são usados para produção de imagens de partes do corpo humano, para acompanhamento médico. A origem dos raios Xís é devido, basicamente, à desaceleração de elétrons por um alvo metálico. Os raios gama são usados especialmente para tratamento de algumas doenças e têm sua origem no núcleo atômico, devido a um decaimento radioativo.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações a respeito das radiações X e gama.

( ) Os raios Xís são ondas eletromagnéticas.

( ) A radiação gama é uma partícula constituinte do núcleo.

( ) No espectro de energia, na maioria dos casos, a radiação gama possui menos energia quê os raios Xís.

A alternativa quê apresenta a sequência correta é

a) V – V – V.

b) V – F – V.

c) V – F – F.

d) F – V – V.

e) F – F – F.

Resposta: c

9. (UECE) O rádio é uma substância radioativa quê se desintegra espontaneamente ao longo do tempo. Sua desintegração póde sêr descrita matematicamente pela expressão Q(t) = K(32)-0,001t, onde K é a quantidade inicial de rádio e Q(t) é a quantidade ainda presente após t anos. Observa-se quê, após transcorridos 1000 anos, ocorre uma redução porcentual, relativa à quantidade inicial, de aproximadamente 33,33%.

Quando decorridos 2000 anos, a redução porcentual (relativa à quantidade inicial) aproximada será de

a) 88,88%.

b) 66,66%.

c) 77,77%.

d) 55,55%.

Resposta: d

Página quatrocentos e trinta e sete

6 UNIDADE

10. (Enem/MEC) O elemento iodo(I) tem função biológica e é acumulado na tireoide. Nos acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima, ocorreu a liberação para a atmosféra do radioisótopo 131l, responsável por enfermidades nas pessoas quê foram expostas a ele. O decaimento de uma massa de 12 microgramas do isótopo131l foi monitorado por 14 dias, conforme o qüadro.

Tempo (dia)

Massa residual de 131l (μg)

0

12,0

2

10,1

4

8,5

5

7,8

6

7,2

8

6,0

14

3,6

Após o período de 40 dias, a massa residual dêêsse isótopo é mais próxima de

a) 2,4 mg.

b) 1,5 mg.

c) 0,8 mg.

d) 0,4 mg.

e) 0,2 mg.

Resposta: d

11. (Enem/MEC) Os raios cósmicos são fontes de radiação ionizante potencialmente perigosas para o organismo humano. Para quantificar a dose de radiação recebida, utiliza-se o sievert (Sv), definido como a unidade de energia recebida por unidade de massa. A exposição à radiação proveniente de raios cósmicos aumenta com a altitude, o quê póde representar um problema para as tripulações de aeronaves. Recentemente, foram realizadas medições acuradas das doses de radiação ionizante para voos entre Rio de Janeiro e Roma. Os resultados têm indicado quê a dose média de radiação recebida na fase de cruzeiro (que geralmente representa 80% do tempo total de voo) dêêsse trecho intercontinental é 2 mSv/h. As normas internacionais da aviação civil limitam em 1.000 horas por ano o tempo de trabalho para as tripulações quê atuem em voos intercontinentais. Considere quê a dose de radiação ionizante para uma radiografia torácica é estimada em 0,2 mSv.

RUAS, A. C. O tripulante de aeronaves e a radiação ionizante. São Paulo: Edição do Autor, 2019 (adaptado).

A quantas radiografias torácicas corresponde a dose de radiação ionizante à qual um tripulante quê atue no trecho Rio de Janeiro-Roma é exposto ao longo de um ano?

a) 8

b) 10

c) 80

d) 100

e) 1.000

Resposta: a

Tema 36: Evolução estelar e Cosmologia

12. (Urca-CE) Acerca do estudo das estrelas marque a alternativa correta:

a) Uma estrela é um corpo gasoso em quê em seu interior ocorrem reações de fusão nuclear formando elemêntos mais leves.

b) A estrela mais brilhante do céu noturno visível ao olho nu é o Sol.

c) Pela análise da luz emitida por uma estrela, por meio da técnica da espectroscopia, é possível identificar sua composição química.

d) O brilho de uma estrela não depende de seu tamãnho.

e) A tempera-túra de uma estrela é determinada pelo seu brilho.

Resposta: c

13. (UFU-MG) Os primeiros elemêntos produzidos após o Big béng pela expansão do Universo foram hidrogênio e hélio. As estrelas se formaram dêêsse material primordial e usaram esses dois elemêntos como combustível para gerar energia através de reações nucleares. Durante essa etapa, as estrelas brilham e produzem os elemêntos químicos de maior número atômico, principalmente carbono, oxigênio, cálcio e ferro, quê são os principais elemêntos quê nos formam e formam também o mundo ao nosso redor. Esses elemêntos são levados para a superfícíe das estrelas por convekição ou difusão radiativa, a partir da qual são dispersados por vento estelar ou ejetados para o meio interestelar quando uma estrela massiva explode. Esse material é, então, usado na formação de novas estrelas e de seus planêtas.

Disponível em https://livro.pw/zffvy. Acesso em: 14 fev. 2020. (Adaptado)

Considerando-se as teorias de evolução das estrelas e do universo e o texto acima, é correto afirmar quê

a) a teoria do Big béng afirma quê a expansão do universo tem origem em um ponto no centro de nossa galáksia.

b) o movimento de convekição é caracterizado pela troca de energia por meio da irradiação.

c) as reações quê produzem energia nas estrelas são uma forma de fissão nuclear.

d) o material remanescente de estrelas massivas quê explodem póde originar buracos negros.

Resposta: d

Página quatrocentos e trinta e oito

INTEGRANDO COM...
História e Sociologia
Ciência e ideologia: Guerras Mundiais e Guerra Fria

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

No início do século XX, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi marcada pelo uso em larga escala de algumas tecnologias bélicas, como gases tóxicos, metralhadoras automáticas, canhões de longo alcance, tanques blindados, aviões, submarinos, entre outros. Quanto à comunicação, pode-se destacar o uso de aparelhos de rádio ainda rudimentares, telefone com limitações e dificuldade de comunicação a distância, criptografia simplificada de mensagens e o telégrafo.

Os anos entre 1918 e 1939 ficaram conhecidos como o período entreguerras, com instabilidades políticas e econômicas, ascensão de regimes totalitários, como nazismo e fascismo, rearmamento militar e tensões globais. A Ciência seguia seu desenvolvimento, sêndo cada vez mais influenciada por kestões políticas, históricas e sociais.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) chega com inovações nas tecnologias bélicas quê transformaram totalmente a forma como os conflitos seriam travados. Destaca-se o uso de porta-aviões, mísseis, foguetes, bombardeios estratégicos de longo alcance e de alta precisão, radar para defesas aéreas e armas nucleares. Quanto à comunicação, foram utilizados aparelhos de rádio, telefone e telégrafo, quê haviam evoluído, possibilitando comunicação de qualidade a grandes distâncias, e quê foram acompanhados pelo aprimoramento da criptografia.

No fim da Segunda Guerra, surgiram dois grandes blocos ideológicos, sêndo Estados Unidos representante dos países capitalistas e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (ú érri éssi éssi) representante dos países socialistas. O mundo passou por um período de tensão geopolítica e rivalidades ideológicas entre esses grupos, denominado Guerra Fria. Não ocorreu nenhum combate direto entre as principais potências, mas disputas indiretas, como as corridas armamentista e espacial.

Esse período teve grande impacto na dinâmica internacional, causando um significativo desenvolvimento no mundo contemporâneo. Adota-se o fim da Guerra Fria em 1991, com a dissolução da ú érri éssi éssi.

Fotografia em preto e branco de soldados expedicionários brasileiros em Nápoles. Na imagem, muitos soldados juntos marcham pela rua. Eles usam uniforme, farda militar e  quepes na cabeça.

Soldados da Força Expedicionária Brasileira logo após sua chegada em Nápoles (Itália), por volta de 1944.

Página quatrocentos e trinta e nove

As repercussões causadas por guerras refletiram em todo o mundo, e a Ciência esteve diréta e indiretamente relacionada.

Nesta atividade, propomos a elaboração de um documentário quê explore esses assuntos.

Etapa 1 – Organização

Organize-se com os seus côlégas em grupos de até cinco integrantes. Cada integrante do grupo deverá ficar responsável por uma tarefa: pesquisa, redação, edição, apresentação, por exemplo. Busquem priorizar as melhores habilidades de cada um dos integrantes do grupo nessa divisão de tarefas. Verifiquem o formato quê será gravado, locais, dias e horários.

Etapa 2 – Produção de vídeos

Conversem com pessoas da escola sobre o projeto. Convidem os professores de Física, de História e de Sociologia, além de outros quê pudérem participar.

Ilustração abstrata de uma mulher, sentada segurando uma caneta em frente á um computador. Ao lado esquerdo um vaso de plantas.

Sugestões de temas a serem abordados nos vídeos

A sugestão proposta é para a elaboração de quatro vídeos, mas a execução póde sêr feita como julgarem conveniente. Usem a criatividade.

Ícone de uma filmadora inserida em um círculo com um retângulo , com um ponto vermelho inserido, escrito 'REC'. Representando vídeo. Episódio 1: Primeira Guerra Mundial

Ícone de uma filmadora inserida em um círculo com um retângulo , com um ponto vermelho inserido, escrito 'REC'. Representando vídeo. Episódio 2: Segunda Guerra Mundial

Ícone de uma filmadora inserida em um círculo com um retângulo , com um ponto vermelho inserido, escrito 'REC'. Representando vídeo. Episódio 3: Guerra Fria

Ícone de uma filmadora inserida em um círculo com um retângulo , com um ponto vermelho inserido, escrito 'REC'. Representando vídeo. Episódio 4: Mundo pós-guerras e os conflitos atuáis

Para cada vídeo, é necessário elaborar uma lista de informações quê devem sêr pesquisadas, como: motivos quê desencadearam os conflitos, cenário da Física na época (quem eram os cientistas, pesquisas em curso, o quê se conhecia, por exemplo), como se deu o fim do conflito, reflexos posteriores, conflitos atuáis, entre outros.

A cada estudo e levantamento de informações, discussões são importantes, para quê se tenha uma opinião sobre os fatos.

Etapa 3 – Exibição dos vídeos

Combine com o professor e a direção da escola a melhor data para realizar a exibição dos vídeos produzidos. Verifiquem a possibilidade de exibir os vídeos para toda a comunidade escolar em uma sessão no auditório ou no pátio da escola.

Os vídeos produzidos também podem sêr divulgados nas rêdes sociais e nos canais digitais de comunicação da escola.

Ilustração de várias pessoas sentadas em frente à uma tela branca.

Página quatrocentos e quarenta

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE CÁLCULO

UNIDADE 1 Movimento

Tema 1: mêdídas e movimentos

4. a) 0,000002 m e 2.000 nm

b) Cerca de 35 bactérias.

Tema 2: Introdução ao estudo do movimento

5. a) xA = 5 m; xB = 9 m; xC = −2m; xD = −5 m.

b) 11 m

c) −10 m

7. 80 km; 110 km

9. a) 0,5 m/s

b) 1.200 m

10. a) 42 km/h

Tema 3: Movimento uniforme

1. a) 10 m

b) −8 m

c) 10 s

2. 250 s

3. e

4. a) 1.800 m

c) 0

5. a) 1 m/s; 2 m

c) sR = 5 − t

d) 3,5 m; 1,5 s

6. c) s = −15 + 5t

d) 3 s

8. 60 m; 65 m

Tema 4: Movimento uniformemente variado

1. −2 m/s2

5. e

6. a) v = 20 + 1,5t (SI)

b) 24,5 m/s

7. a) −4,0 m/s2

b) 4 s

8. a) 4,0 m/s2; 10 m/s

9. 3 s

12. 16 s

13. −0,25 m/s2

14. d

15. 20 m

16. a) Caminhão: 70 s, 1.225 m; Carro: 25 s, 312,5 m.

b) 212,5 m

c) 91,25 s

18. b) ≃1,4 s

19. 20 m

20. 40 m/s

21. 2 s

22. c

23. a) 1 s

b) 5,24 s

c) 25 m

24. 30 m/s

25. 75 m

Tema 5: Análise vetorial do movimento

1. b) (pi)" m/s

3. c

4. a) |at|= 0 e |a| = 10 m/s2

b) 10 m/s2

6. 10 m/s2

7. a) 6 m/s

b) |at|= 3 m/s2 e |ac|= 4 m/s2

c) 5 m/s2

8. 400 km/h

9. 200 m (mesmo sentido); ≃67 m (sentidos contrários)

10. d

11. a) 5 km/h

b) 35 km/h

12. 1,7 m/s

13. a) 260 km/h

b) 200 km

14. a) 0,4 s

b) 0,80 m

c) 5 m/s

16. a) Vii ≃ 21 m/s; Vii ≃ 21 m/s

b) x = 21t; y = 21t − 5t2

c) 2,1 s

d) 22,1 m

e) 4,2 s

f) 88,2 m

g) 30 m/s

17. 40,6 m; 2,9 s

Tema 6: Movimento circular

1. a) π2 rad

b) ≃ 10.000 km

2. 104 voltas

3. a) (delta)"φ1= (pi)" rad; (delta)"φ2 = (pi)" rad

b) (delta)"s1 ≃ 31,4 m; (delta)"s2 ≃ 47,1 m

4. 0,5 rad/s

5. 14 cm/s; 28 cm/s

6. a) π12 rad

b) (pi)" m/s

7. 0,30 rad

8. ωiωe = 3

9. 0,01 rad/s; 0,1 m/s

11. a) 3 min = 180 s

b) 1180Hz

13. a) 60 Hz

b) 160 s

c) 120(pi)" rad/s

d) 56,52 m/s

14. a) 24 horas

b) ≃1,10 ⋅ 104 km/h

c) π12 rad/h

15. a) 2 s

b) 4 Hz

c) 30 cm/s

17. 10 rpm

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

1. b

2. d

3. a

4. c

5. 40 m

6. b

7. O veículo A consome 3,75 litros. O veículo B consome 1,25 litro.

8. b

9. a) 4 s

b) 4 m

10. 100 m

11. c

12. a) s = 20t − 5t2; v = 20 − 10t

b) 2 s

c) 20 m

d) 15 m

e) 4 s; 20 m/s

14. O pacote caiu 250 m antes do local.

15. d

16. 0,8 s

17. 52,3 s

18. 0,6 pedalada por segundo.

19. d

UNIDADE 2 Força e equilíbrio

Tema 7: O método da Ciência

2. e

Tema 8: Forças e as leis dos movimentos da Dinâmica

2. c

3. a) ≃ 62,4 N

b) ≃ 68,1 N

4. 50 N

8. 1,2 ⋅ 103 N

12. a) 5,4 kg

b) 54 N

13. 1.000 N

14. a) M

b) ≃ 0,16P

15. 3,0 N

Página quatrocentos e quarenta e um

16. a) 4 m/s2

b) T1 = 100 N e T2 = 60 N

17. 18 cm

18. 112 N

19. c

20. 200 N

21. a) 2,5 m/s2

b) 30 N

24. b

29. a) 1,0 m/s

b) 2,0 m/s2

c) 8,0 N

30. ≃1,8 rad/s

31. 20 m/s

Tema 9: As leis da Gravitação

7. a) 24 h

b) 6,7R

9. Aproximadamente 29,7 anos terrestres.

12. a) 8,4 ⋅ 108 N

b) 800 N

15. 1,61 m/s2

16. 4.685 km

17. Velocidade orbital = GMR+H;

Período = 2π(R+H)3GM

18. a) 6 ⋅ 103 m/s

b) t ≃ 104 s

Tema 10: Energia e trabalho

1. Figura II.

2. 2.400 J

3. b) ≃3,4 J

4. a) 0

b) −40 J

c) 0

d) 20 J

e) −20 J

5. −80.000 J

6. −750 J

7. 7,5 J

8. Subindo: −200 J; descendo: 200 J.

9. −4.000 J

10. a) 8 N

b) 0,08 J

11. a) 20 cm

b) 0,4 J

c) 0,1 J

12. a) 200 N/m

b) 2,25 J

13. a) 16 J

b) 48 J

c) 64 J

d) 8 m/s

14. a) 9 vezes maior.

b) 480.000 J

16. a) 5,0 m/s

b) 11 N

17. a) 20 m/s

b) 240.000 J

18. a) 0

b) 400 J

c) 1.000 J

19. 600 J

20. 0

21. 1.200 J e −6.000 J

22. 1.000 J

23. a) 50 N/m

b) 0,25 J

c) 0,2 m

24. 0,4 J

25. 60 J

26. a) 5.000 N/m

b) 40.000 J

27. a) 2.400 J

b) B: Ep = 1.600 J e Ec = 400 J;

C: Ep = 0 e Ec = 2.000 J;

D: Ep = 1.680 J e Ec = 320 J.

c) 10 m/s

d) 4 m/s

28. 1 J

29. I: 900; 1.700

II: 0; 1.700

III: 400; 1.300; 1.700

IV: 200; 1.500; 1.700

30. a) 16.000 J e 16.000 J

b) 800 W e 640 W

31. a) 2 m/s

b) 20 kW

32. 25.200 W

33. a) −6.000 J

b) 15%

34. a) 1 HP

b) 50%

Tema 11: Impulso e conservação da quantidade de movimento

3. A quantidade de movimento duplicará e a energia cinética quadruplicará.

4. 219 kg ⋅ m/s

5. 2

6. Módulo 0,3 kg ⋅ m/s

7. 200 kg ⋅ m/s

8. 37,5 J; 15 kg ⋅ m/s

9. a) v = 2 + 6t

b) 7 kg ⋅ m/s

10. 1.000 kg

b) ≃30 km/h

12. 6 N ⋅ s

13. 3,3 N ⋅ s

14. 10 s

15. 3 m/s

16. a) −1,5 m/s

b) 3,75 J

17. −1,0 m/s

18. a) 6,7 m/s

b) 120.000 J

19. a) Zero.

b) Igual à velocidade da bola vêrde.

20. a) 23

b) 150 J

21. 16 m/s

22. A: 6 m/s; P: 8 m/s

Tema 12: is-tática e Hidrostática

1. a) 4 N

2. 187,5 N

3. TAB = 400 N e TAC = 2003 N

4. a) F = P

b) F = 2 P

6. Zero; não gira.

7. MA = 1.000 N ⋅ m; MB = 0; MC = −5.000 N ⋅ m

8. 4 N

9. PB = 400 N

12. 2,70 kgf⋅m; 1,35 kgf⋅m

16. 5,0 ⋅ 105 N/m2

17. b) Aproximadamente 206.925 Pa.

18. a) 300 kg

b) 1,5 ⋅ 104 N/m2

21. h = 90 m

23. 5,0 ⋅ 105 N/m2

24. 24 cm

25. 1,4 m

26. a) 2,0 m

b) 4,0gTerra

27. a) 50 cm

30. 125 N

31. 6.400 N

32. 2,0 ⋅ 10 cm2

34. a) 5.000 N

35. a) 2 N

b) 2 ⋅ 104 m3

c) 2,5 ⋅ 103 kg/m3

36. 6 N

37. e

38. e

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

3. d

4. a

5. a

7. Aproximadamente 96 anos terrestres.

8. a) 32.000 J

b) 28 000J

9. Aproximadamente 0,63 m.

10. c

11. e

12. a) 3 m/s2

b) 54 kW

13. c

14. 0,96 m/s e 0,36 m/s

15. b) 10 N

16. d

17. 50 N

18. e

Página quatrocentos e quarenta e dois

UNIDADE 3 Termodinâmica

Tema 14: Termologia e dilatação térmica

2. c

3. TF = 68°F e TK = 293 K.

5. b

6. Te-224=Tc25

7. 520 K

8. 1,7 ⋅ 10−5 °C−1

9. 15 °C

10. – 5,4 °C

11. 3,0 ⋅ 10−5°C−1

12. 92 °C

13. d

14. 3,768 mm²

15. a) 1,2 m2

b) 0,24%

16. 9,00324 m²

17. 11,6 ⋅ 10−4

18. 3,8 cm2

19. b

21. 2.010,2 cm3

22. 1,0 ⋅ 10−5 °C−1

24. 5,5 ⋅ 10−5 cm

25. 31.552 cm2

26. 0,441 m3

29. (gama)"R = 5,051 ⋅ 104 °C1

30. d

Tema 15: Calor: energia em movimento

3. 40 cal/°C; 0,02 cal/g°C

4. 0,1 cal/g°C

5. 115 °C

6. 33,63 °C

7. 0,2 cal/g°C

8. 500 J/kg°C

10. ≃ 12,5 cal/g °C

11. 72.500 cal

12. ≃ 1.290 mL

15. 111.920 cal

16. 200 g

18. d) T = −56,4 °C e p = 5,11 atm.

Tema 16: Transmissão de calor

2. 150°C

Tema 17: Comportamento térmico dos gases

1. T'= 1,5T

3. 75°C

4. a

5. TB = −113 °C; TC = 367 °C

6. a) 0,05 m3 /K

7. b

8. 320 g

9. 6 atm

10. a) 20 mol

b) 400 g

11. 26,65 atm

Tema 18: As leis da Termodinâmica e as máquinas térmicas

1. 2,49 ⋅ 103 J

2. a) 90 J

b) 600 N

3. −0,625 J

4. a) 8,0 ⋅ 106 J

b) 6,0 ⋅ 106 J

6. a) 0 J

b) 22.680 J

c) −22.680 J

7. 2,5 ⋅ 106 J

8. 22%

9. 25%

10. d

11. a) 300 J

b) 600 J

12. a) 240 J

b) 360 J

13. a) ≃428,6 J

b) ≃571,4 J

14. a) 60 cal

b) 30%

15. 436,03 K

16. a) 85 J

b) 4,9%

17. a) 28%

b) 6.480 J

c) 0,15 g

18. a) 7,28 ⋅ 106 cal

b) 8,08 ⋅ 106 cal

c) 0,93 kWh

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

3. a

8. b

10. c

12. c

UNIDADE 4 Óptica Geométrica e Ondulatória

Tema 20: Introdução ao estudo da Óptica Geométrica

3. a) 10 anos-luz

b) 9,5 ⋅ 1013 km

7. a) 4,3 anos

b) 4,1 ⋅ 1013 km

8. 1,6 m

9. 32 cm

12. b

13. 5 m

Tema 21: Reflexão da luz

1. 35°

3. a2

4. 10°

5. a) 8 imagens

b) 40°

6. 30°

10. 3x

11. b) −30 cm

Tema 22: Refração da luz

2. 200 cm

3. a) 2,0

b) 1,5

4. 30°

5. 15°

6. 40 cm

12. 8,0 cm

13. a) i = −2,5 cm e p' = 7,5 cm

b) A = 0,5

14. a) p' = −120 cm

b) f = 60 cm

17. 3 vezes

18. a) 35,3 mm

b) ≃ 4,1 m

20. −2,0 m

21. f = −20 cm

Tema 23: Ondas e fenômenos ondulatórios

4. a) 4 Hz

b) 20 cm

5. a) 120 cm

b) 6 cm

c) 0,05 s

d) 24 m/s

6. ≃ 2,83 m

7. 80 Hz

11. a) vA = 90 cm/s e vB 452 =cm/s

b) λB = 22 cm

Tema 24: Acústica

1. 68 m

3. a) 4,3 ⋅ 104 m

b) 3,1 ⋅ 104 s

4. 80 dB

5. 102 W/m2

8. 80 m/s

9. a) 400 m/s

b) 800 Hz

10. a) 40 Hz

b) 10 Hz

11. (éli)" ≃ 0,02 m

12. f3 = 98,4 Hz e f5 = 164,1 Hz

13. 0,3 m

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

2. 5.000 s ou 1h23min20s

4. c

5. b) 16 cm

6. c

12. a) 10 cm/s

13. d

Página quatrocentos e quarenta e três

UNIDADE 5 Eletromagnetismo

Tema 26: Carga elétrica e fôrça elétrica

Eletromagnetismo

Tema 26: Carga elétrica e fôrça elétrica

5. 1,6 C

6. 1,875 ⋅ 1019 elétrons

7. −0,32 C

11. a) QA = QB = QC = QD = 3μC

b) QA = 9 μC; QB = −3 μC; QC = QD = 3 μC

12. 1,2 ⋅ 102 N

13. ≃ 61,5 cm

14. ≃ 1,1 ⋅ 101 N

15. 2 ⋅ 105 C

17. QB = 4QA

18. 3 cm

19. a) 1,6 ⋅ 102 N

b) 7,2 ⋅ 102 N

c) 7,2 ⋅ 102 N

d) 0

20. 150 N

Tema 27: Campo elétrico e potencial elétrico

2. 6,0 ⋅ 102 C

3. 23105 N / C

4. 8,125 ⋅ 104 C

5. 2 ⋅ 105 N/C

6. k5Q12d2

7. 4,5 ⋅ 104 N/C

10. a) 24 N

b) 1,2 ⋅ 107 m/s²

c) 2,4 ⋅ 10³ m/s

11. −1,8 ⋅ 106 V

12. a) 0,25 m

b) 33

15. VM = 270 V e VN = 216 V

16. −3,2 μC

18. 240 μJ

19. U = 4 kV

20. a) 40 V/m

b) 1,2 ⋅ 104 N

c) 1,2 m/s²

d) ≃3,1 m/s

e) ≃2,58 s

f) 4,8 ⋅ 104 J

Tema 28: Circuitos elétricos

1. d

2. 1,6 A

3. 1,6 ⋅ 106 s

4. 6 ⋅ 102 C

5. 13,5 A

6. 4,5 ⋅ 1021 elétrons

7. a) 30 C

9. a) 11 (ômega)"

b) 1 ⋅ 106 (ômega)"m

10. 30 (ômega)"

11. R = 2,0 V; U” = 15 V; i’ = 2,5 A

12. 16R

13. (éli)"cobre ≃ 706 m; (éli)"níquel-crômio ≃ 11 m

15. 27,5 (ômega)"

16. a) 6 (ômega)"

b) 3 (ômega)"

17. a) 2,4 A

b) 10 A

18. 5,0 A

19. 12 (ômega)"

21. i = 2 A; U = 20 V

22. 0,5 A; 30 V

23. 126 V

24. E = 0,08 kWh ≃ 0,3 ⋅ 106 J

25. i = 10 A; R = 10 (ômega)"

26. c

27. ≃ R$ 30,25

28. 132 kWh = 4,752 ⋅ 108 J

29. a) ≃ 5,45 A

b) ≃ 40 (ômega)"

30. a) 10 A

b) 26,4 kWh

31. 22 (ômega)"

32. a) R1 = 10 (ômega)"; R2 = 50 (ômega)"

b) P1 = 1.000 W; P2 = 200 W

c) 12 A; 100 V

33. 250 V

34. E = 12,0 V; r = 0,6 (ômega)"

35. i = 5,0 A

36. 430 V

37. 6,0 V; 0,5 (ômega)"

38. 8,0 A; 176 V

39. 15 V; 3,0 (ômega)"

40. 1,0 A

41. 2,0 (ômega)"

Tema 29: Campo magnético e fôrça magnética

5. b) BM = 106 T e BN = 4 ⋅ 106 T

6. 4,5 ⋅ 105 T

7. 2B

8. b) 2,0 ⋅ 106 T

10. 8 ⋅ 105 T

11. ≃7,3 ⋅ 106 T

12. 0,2(pi)" m

13. 1,6(pi)" ⋅ 103 T

14. 3,2(pi)" ⋅ 104 T

16. a) 0

b) 42 N

17. 1,2 ⋅ 106 N

18. 20 m

20. 0,1 N

21. 1,0 A

23. b) 5 ⋅ 104 N/m

Tema 30: Indução eletromagnética e ondas eletromagnéticas

2. 100 V

3. 4,5 ⋅ 104 V

4. a) 22 espiras

b) ≃ 0,18 A

5. 90 V

6. a) 44 V; 5A

b) 220 W

7. b) 44 V

d) iP ≃ 0,45 A e iS ≃ 2,72 A

10. c

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

3. a

4. d

5. c

6. a

7. d

9. c

10. c

13. 40 A

15. a

UNIDADE 6 Física Moderna e Cosmologia

Tema 32: Teoria da Relatividade

4. Dez anos.

5. a) 22,7 horas

b) 2,27

6. a) 2 ⋅ 108 m/s

b) ≃ 8 anos

7. 3,2 m

8. 5 ⋅ 106 meses

9. a) 9 ⋅ 1015 J

b) 8 ⋅ 105 kg

10. a) ≃ 8,2 ⋅ 1014 J

b) ≃ 8,2 ⋅ 1014 J

Tema 33: Fundamentos de Física Quântica

2. ≃ 3,17 ⋅ 1019 J

3. 3,1 eV

6. a) ≃ 2 ⋅ 1015 Hz

b) ≃ 1,5 107 m

9. b

Tema 34: Física Nuclear e de Partículas

6. e

7. a

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

3. a

6. b

9. d

10. d

11. a

Página quatrocentos e quarenta e quatro