Estrutura e orientações pedagógicas da obra
Proposta organizacional desta obra
Esta obra foi planejada para contemplar o componente curricular Física, pertencente à área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (CNT), para o Ensino Médio.
Ela é composta de Volume Único quê atende às 3 séries do Ensino Médio e está dividida em seis Unidades. Cada Unidade é composta de Temas, cujos conteúdos são enriquecidos com diferentes tipos de recursos gráficos e imagéticos, seções complementares e de atividades.
Estrutura do Livro do estudante
Abertura de Unidade
Apresenta imagem e texto quê contextualizam de maneira integrada os assuntos quê serão abordados pêlos Temas quê compõem a Unidade. As kestões apresentadas aproximam o assunto do cotidiano estudantil e mobilizam o levantamento de seu conhecimento prévio.
Pense e responda
Questões presentes no início e ao longo dos Temas, quê permitem ao professor identificar conhecimentos prévios, contextualizar o conteúdo abordado, despertar o interêsse e a curiosidade do estudante e aprofundar o conhecimento sobre os assuntos estudados.
Espaços de aprendizagem
Localizado ao longo da Unidade, esse boxe apresenta livros, filmes, documentários, sáites, vídeos, textos de ampliação de conteúdo e simuladores com diferentes temáticas quê contribuirão para o aprendizado dos estudantes. Essas sugestões promóvem a ampliação e reforçam o conhecimento construído em sala de aula, por meio da utilização de tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC).
Saiba+
Seção quê explora assuntos relacionados à tecnologia, à saúde, ao ambiente e à ssossiedade, permitindo ao estudante relacionar os conteúdos abordados com sua realidade. Além díssu, os assuntos aprofundam e complementam ou ampliam os conceitos trabalhados no Tema, bem como promóvem o trabalho em uma perspectiva mais ampla do conhecimento científico.
Oficina científica
Essa seção traz experimentos e atividades práticas quê favorécem o desenvolvimento do pensamento científico e o levantamento de hipóteses a partir de observações ou de ideias.
As propostas privilegiam o uso de materiais de fácil acesso e a execução de procedimentos quê podem sêr realizados no laboratório da escola ou até mesmo em sala de aula.
Ao final da seção, existem quêstionamentos quê ajudam a sistematizar as observações dos estudantes à medida que eles elaboram suas conclusões sobre o resultado do trabalho.
Atividades resolvidas
Apresentam exemplos da aplicação dos conceitos apresentados, demonstrando e detalhando estratégias de resoluções de atividades relacionadas aos conteúdos estudados. Atuam também como recurso para o desenvolvimento da autonomia do estudante nas resoluções de outras atividades.
Atividades
As atividades empregam recursos variados, como fotografias, ilustrações, reportagens, entre outros. Essas atividades trabalham a interpretação dos conceitos estudados e a aplicação de saberes desenvolvidos, além de incentivar o desenvolvimento de competências e habilidades.
Organizando as ideias
Presente no final de cada Unidade, essa seção recupera os principais conceitos abordados por meio de um diagrama. Os estudantes podem reproduzir e modificar o diagrama conforme suas percepções, o quê facilita a organização do raciocínio e favorece uma aprendizagem significativa, estimulando a criatividade.
Atividades complementares
Permitem a mobilização de habilidades e competências e a verificação conceitual dos Temas da Unidade, por meio de atividades com diferentes recursos, incluindo kestões dissertativas, objetivas, do enêm, de vestibulares e de concursos.
Integrando com...
Nessa seção, são exploradas abordagens quê permitem a articulação entre Física e outros componentes curriculares. Integrar os diferentes componentes proporciona uma aprendizagem efetiva aos estudantes por meio de uma compreensão abrangente da realidade. Como sugestões de trabalhos a serem desenvolvidos pêlos estudantes estão campanhas de conscientização, desenvolvimento de documentários, realização de palestras e elaboração de materiais para divulgação. Propõe-se, ainda, em algumas seções, quê os resultados obtidos sêjam compartilhados com a comunidade escolar e não escolar, o quê possibilita desenvolver competências atreladas à síntese e à comunicação para diversos públicos.
Estrutura das Orientações para o professor
A primeira parte dêste material, dedicado exclusivamente aos professores, apresenta uma introdução ao Ensino Médio, abordando seu histórico, preceitos e leis quê o fundamentam. Em seguida, são apresentadas informações sobre o ensino de Ciências da Natureza, o componente curricular Física e o papel do professor, além de estratégias pedagógicas e de avaliação e finaliza com a fundamentação teórico-metodológica da obra.
Na sequência, esse material conta com as Orientações didáticas desta obra, quê apresentam uma sugestão de cronograma de aulas para cada um dos Temas, e, para cada uma das Unidades, os itens a seguir.
Síntese da Unidade
No início das orientações específicas para cada Unidade, são apresentados os conjuntos de competências gerais, competências específicas de CNT, habilidades de CNT e Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) quê podem sêr mobilizados durante os estudos.
Objetivos da Unidade
São apresentados os objetivos de aprendizagem a serem atingidos pêlos estudantes.
Orientações gerais
No início, há uma breve introdução sobre os assuntos tratados na Unidade, com justificativas da organização dos Temas existentes, eventuais indicações de competências e habilidades quê podem sêr mobilizadas na Unidade e de sugestões de condução dos estudos válidas para todos os Temas.
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Na sequência, são sugeridas formas de trabalho com a Abertura da Unidade e com cada um dos Temas propostos.
Ao longo das Orientações didáticas, são apresentados comentários sobre os assuntos tratados, com sugestões para condução das aulas, indicações de competências gerais, habilidades (relacionadas às competências específicas de CNT) e TCTs quê podem sêr mobilizados. São propostas também atividades, leituras e sugestões extras quê podem auxiliar e complementar o trabalho em sala de aula, contribuir para a formação continuada do professor, bem como enriquecer a prática docente, complementando as práticas de sala de aula.
Após as Orientações didáticas de todas as Unidades, estão presentes as resoluções de todas as atividades presentes no Livro do estudante.
O Ensino Médio
Estamos inseridos em um contexto social dinâmico quê está em constante modificação, quê apresenta contradições e informações quê se renovam incessantemente. Esses aspectos cobram mudanças constantes das pessoas, exigindo quê estejamos aptos a aprender e nos adequar. Além díssu, as mudanças devem levar em conta quê é imprescindível quê exerçamos d fórma plena nossa cidadania, bem como quê estejamos preparados para fazer uso de nóssos conhecimentos diante de situações cotidianas.
O desenvolvimento científico, atrelado ao amplo crescimento e à diversificação das tecnologias, característicos do século XXI, mudou as relações sociais, as estruturas organizacionais e a forma como aprendemos. A escola não está alheia a toda essa transformação. Nesse novo cenário, ela precisa atualizar-se constantemente e estabelecer novas formas e estratégias de ensino e de desenvolvimento da aprendizagem, possibilitando quê os estudantes se tornem protagonistas do seu processo de aprendizagem, preparando-os para os desafios do mundo contemporâneo.
Nesse contexto, surgiu a necessidade de repensar e de reformular o Ensino Médio. Durante muito tempo, essa etapa da Educação Básica foi tida como um momento intermediário dos estudos, com objetivo não muito claro. Com esses novos desafios essa etapa assume um novo papel, não somente como o momento conclusivo na Educação Básica, mas também como uma oportunidade de auxiliar os jovens na construção de seus projetos de vida, preparando-os para o mercado de trabalho e/ou para o ingresso no ensino superior.
Reformulação do Ensino Médio
Os desafios inerêntes aos tempos atuáis impulsionaram a reformulação do Ensino Médio, quê vêm passando por várias mudanças nos últimos anos. Atualmente, essa etapa da Educação Básica é regulamentada, especialmente, pela resolução número 3, de 21 de novembro de 2018 – quê atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) – e pela lei número 14.945, de 31 de julho de 2024, quê altera diversos pontos da legislação até então vigente. A seguir, alguns dos principais momentos históricos do Ensino Médio:
• 1988: a Constituição da República Federativa do Brasil estabelece quê a educação é um direito de todos.
• 1990: com a instauração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as crianças e os adolescentes passam a sêr considerados cidadãos autônomos, com direitos próprios.
• 1996: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) propõe quê o Ensino Médio tenha duração mínima de três anos e quê tenha, entre suas finalidades, a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, a preparação dos estudantes para o mercado de trabalho e para a cidadania, assim como a formação ética e o desenvolvimento intelectual e do pensamento crítico dos estudantes.
• 1998: as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o Ensino Médio são estabelecidas pela resolução número 3 da Câmara de Educação Básica (CEB). Entre as diretrizes estabelecidas estão definições sobre a organização pedagógica e curricular das unidades escolares.
• 2013: a lei número 12.796 altera a LDB, e o Ensino Médio passa a sêr uma etapa obrigatória da Educação Básica, garantindo a igualdade de acesso e a permanência na escola aos estudantes dêêsse segmento. Com isso, estabelece-se a necessidade de definir competências e diretrizes quê norteiem os currículos e os conteúdos mínimos fundamentais a essa etapa, de modo a garantir uma formação básica única.
• 2017: a lei número 13.415 também altera a LDB ao estabelecer, para o Ensino Médio, um aumento da carga horária mínima de aulas, uma política de fomento para a implantação de escolas de tempo integral e a possibilidade de quê todos os estudantes dêêsse segmento escôlham caminhos de aprofundamento dos seus estudos. Além díssu, define quê a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelecerá os objetivos de aprendizagem do Ensino Médio por áreas do conhecimento.
• 2018: a resolução número 3, de 21 de novembro de 2018, atualiza as DCN para o Ensino Médio (EM) trazendo informações sobre a organização dos currículos, quê passam a sêr compostos de Formação Geral Básica (FGB), com carga mássima de 1.800 horas para os 3 anos de EM e norteada pela BNCC Nota 1, e Itinerários Formativos (IFs), com carga de 1.200 horas, sêndo voltados para o aprofundamento em uma ou mais áreas de conhecimento. A partir dessa resolução e da lei de 2017, fica estabelecido o chamado “Novo Ensino Médio”.
• 2021: a portaria número 521, de 13 de julho, institui o Cronograma Nacional de Implementação do Novo Ensino Médio, quê estabelece a implementação dos novos referenciais curriculares nas 1as séries do Ensino Médio para 2022 e, para 2024, a finalização do processo para as três séries do Ensino Médio.
• 2023: o Ministério da Educação (MÉC) suspende o Cronograma Nacional de Implementação do Novo Ensino Médio e ábri uma consulta pública para avaliação e reestruturação da política nacional de Ensino Médio por meio da portaria número 399, de março de 2023.
• 2024: a lei número 14.945 estabelece quê o Ensino Médio será compôzto de FGB com carga mínima de 2.400 horas Nota 2 e pêlos IFs com carga horária prevista de 600 horas, sêndo previsto para 2025 o início da implementação dos novos currículos do Ensino Médio.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Segundo o Ministério da Educação (MÉC), a Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo e definidor do conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais para todos os estudantes desenvolverem ao longo de toda a Educação Básica.
Seu principal objetivo é equalizar a qualidade da educação no país, primando pelo estabelecimento de um patamar comum de aprendizagem e de desenvolvimento ao qual todos os estudantes do Brasil tênham acesso e direito.
O documento está disponível na íntegra em https:/www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_EI_EF_110518_versao final.pdf (acesso em: 6 nov. 2024) e é estruturado de acôr-do com as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). A BNCC organiza os diferentes componentes curriculares do Ensino Médio em áreas do conhecimento; são elas: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
A proposta de aprendizagem indicada na BNCC se alinha com o Plano Nacional de Educação (pê êne é) e orienta-se pêlos princípios éticos, políticos e estéticos quê visam à formação humana integral e à construção de uma ssossiedade justa, democrática e inclusiva. Propõe quê as aprendizagens essenciais sêjam desenvolvidas nos estudantes, ao longo de toda a Educação Básica, por meio do atendimento a dez competências gerais. Por competência, entende-se a:
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[...] mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas compléksas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 8.
A proposta de desenvolvimento de competências assumida pela BNCC busca distanciar o ensino de uma abordagem quê se concentra em memorizações reprodutivas vazias de sentido para os estudantes. Correntes pedagógicas com base em desenvolvimento de competências vêm surgindo há algumas dékâdâs, com impacto primeiramente em elaboração de avaliações internacionais da aprendizagem e do dêsempênho dos estudantes.
As dez competências gerais estabelecidas pela BNCC são centrais para o desenvolvimento e para a aprendizagem do estudante ao longo de todas as etapas da Educação Básica. Elas devem sêr mobilizadas d fórma articulada aos conhecimentos e procedimentos de cada um dos componentes curriculares. São elas:
1 Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma ssossiedade justa, democrática e inclusiva.
2 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflekção, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4 Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos quê lévem ao entendimento mútuo.
5 Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação d fórma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e ezercêr protagonismo e altoría na vida pessoal e coletiva.
6 Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências quê lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escôlhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7 Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns quê respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência sócio-ambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planêta.
8 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com auto crítica e capacidade para lidar com elas.
9 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 9-10.
Além das competências gerais, a BNCC apresenta competências específicas para cada área de conhecimento em cada segmento da Educação Básica. No Ensino Médio, o documento apresenta três competências específicas, listadas a seguir, para a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, quê é constituída pêlos componentes curriculares Biologia, Física e Química.
1 Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas quê aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos sócio-ambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global.
2 Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos sêres vivos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis.
3 Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções quê considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC).
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 553.
O desenvolvimento das competências específicas é assegurado por um conjunto de habilidades quê representam as aprendizagens essenciais quê devem sêr garantidas a todos os estudantes do Ensino Médio. Para a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, há 26 habilidades distribuídas nas 3 competências específicas. Cada habilidade é identificada por um cóódigo alfanumérico. São elas:
Competência específica 1
• EM13CNT101 – Analisar e representar, com ou sem o uso de dispositivos e de aplicativos digitais específicos, as transformações e conservações em sistemas quê envolvam quantidade de matéria, de energia e de movimento para realizar previsões sobre seus comportamentos em situações cotidianas e em processos produtivos quê priorizem o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação da vida em todas as suas formas.
• EM13CNT102 – Realizar previsões, avaliar intervenções e/ou construir protótipos de sistemas térmicos quê visem à sustentabilidade, considerando sua composição e os efeitos das variáveis termodinâmicas sobre seu funcionamento, considerando também o uso de tecnologias digitais quê auxiliem no cálculo de estimativas e no apôio à construção dos protótipos.
• EM13CNT103 – Utilizar o conhecimento sobre as radiações e suas origens para avaliar as potencialidades e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na agricultura e na geração de energia elétrica.
• EM13CNT104 – Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao ambiente, considerando a composição, a toxicidade e a reatividade de diferentes materiais e produtos, como também o nível de exposição a eles, posicionando-se criticamente e propondo soluções individuais e/ou coletivas para seus usos e descartes responsáveis.
• EM13CNT105 – Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os efeitos de fenômenos naturais e da interferência humana sobre esses ciclos, para promover ações individuais e/ou coletivas quê minimizem consequências nocivas à vida.
• EM13CNT106 – Avaliar, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais, tecnologias e possíveis soluções para as demandas quê envolvem a geração, o transporte, a distribuição e o consumo de energia elétrica, considerando a disponibilidade de recursos, a eficiência energética, a relação custo/benefício, as características geográficas e ambientais, a produção de resíduos e os impactos sócio-ambientais e culturais.
• EM13CNT107 – Realizar previsões qualitativas e quantitativas sobre o funcionamento de geradores, motores elétricos e seus componentes, bobinas, transformadores, pilhas, baterias e dispositivos eletrônicos, com base na análise dos processos de transformação e condução de energia envolvidos – com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais –, para propor ações quê visem a sustentabilidade.
Competência específica 2
• EM13CNT201 – Analisar e discutir modelos, teorias e leis propostos em diferentes épocas e culturas para comparar distintas explicações sobre o surgimento e a evolução da Vida, da Terra e do Universo com as teorias científicas aceitas atualmente.
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• EM13CNT202 – Analisar as diversas formas de manifestação da vida em seus diferentes níveis de organização, bem como as condições ambientais favoráveis e os fatores limitantes a elas, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
• EM13CNT203 – Avaliar e prever efeitos de intervenções nos éco-sistemas, e seus impactos nos sêres vivos e no corpo humano, com base nos mecanismos de manutenção da vida, nos ciclos da matéria e nas transformações e transferências de energia, utilizando representações e simulações sobre tais fatores, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
• EM13CNT204 – Elaborar explicações, previsões e cálculos a respeito dos movimentos de objetos na Terra, no Sistema Solar e no Universo com base na análise das interações gravitacionais, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
• EM13CNT205 – Interpretar resultados e realizar previsões sobre atividades experimentais, fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas noções de probabilidade e incerteza, reconhecendo os limites explicativos das ciências.
• EM13CNT206 – Discutir a importânssia da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planêta.
• EM13CNT207 – Identificar, analisar e discutir vulnerabilidades vinculadas às vivências e aos desafios contemporâneos aos quais as juventudes estão expostas, considerando os aspectos físico, psicoemocional e social, a fim de desenvolver e divulgar ações de prevenção e de promoção da saúde e do bem-estar.
• EM13CNT208 – Aplicar os princípios da evolução biológica para analisar a história humana, considerando sua origem, diversificação, dispersão pelo planêta e diferentes formas de interação com a natureza, valorizando e respeitando a diversidade étnica e cultural humana.
• EM13CNT209 – Analisar a evolução estelar associando-a aos modelos de origem e distribuição dos elemêntos químicos no Universo, compreendendo suas relações com as condições necessárias ao surgimento de sistemas solares e planetários, suas estruturas e composições e as possibilidades de existência de vida, utilizando representações e simulações, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
Competência específica 3
• EM13CNT301 – Construir kestões, elaborar hipóteses, previsões e estimativas, empregar instrumentos de medição e representar e interpretar modelos explicativos, dados e/ou resultados experimentais para construir, avaliar e justificar conclusões no enfrentamento de situações-problema sôbi uma perspectiva científica.
• EM13CNT302 – Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimentos, elaborando e/ou interpretando textos, gráficos, tabélas, símbolos, códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de diferentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover debates em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de relevância sócio-cultural e ambiental.
• EM13CNT303 – Interpretar textos de divulgação científica quê tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabélas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações.
• EM13CNT304 – Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimentos da área de Ciências da Natureza (tais como tecnologias do dê ene há, tratamentos com células-tronco, neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa, estratégias de contrôle de pragas, entre outros), com base em argumentos consistentes, legais, éticos e responsáveis, distinguindo diferentes pontos de vista.
• EM13CNT305 – Investigar e discutir o uso indevido de conhecimentos das Ciências da Natureza na justificativa de processos de discriminação, segregação e privação de direitos individuais e coletivos, em diferentes contextos sociais e históricos, para promover a equidade e o respeito à diversidade.
• EM13CNT306 – Avaliar os riscos envolvidos em atividades cotidianas, aplicando conhecimentos das Ciências da Natureza, para justificar o uso de equipamentos e recursos, bem como comportamentos de segurança, visando à integridade física, individual e coletiva, e sócio-ambiental, podendo fazer uso de dispositivos e aplicativos digitais quê viabilizem a estruturação de simulações de tais riscos.
• EM13CNT307 – Analisar as propriedades dos materiais para avaliar a adequação de seu uso em diferentes aplicações (industriais, cotidianas, arquitetônicas ou tecnológicas) e/ou propor soluções seguras e sustentáveis considerando seu contexto local e cotidiano.
• EM13CNT308 – Investigar e analisar o funcionamento de equipamentos elétricos e/ou eletrônicos e sistemas de automação para compreender as tecnologias contemporâneas e avaliar seus impactos sociais, culturais e ambientais.
• EM13CNT309 – Analisar kestões sócio-ambientais, políticas e econômicas relativas à dependência do mundo atual em relação aos recursos não rêno-váveis e discutir a necessidade de introdução de alternativas e novas tecnologias energéticas e de materiais, comparando diferentes tipos de motores e processos de produção de novos materiais.
• EM13CNT310 – Investigar e analisar os efeitos de programas de infraestrutura e demais serviços básicos (saneamento, energia elétrica, transporte, telecomunicações, cobertura vacinal, atendimento primário à saúde e produção de alimentos, entre outros) e identificar necessidades locais e/ou regionais em relação a esses serviços, a fim de avaliar e/ou promover ações quê contribuam para a melhoria na qualidade de vida e nas condições de saúde da população.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 555, 557, 559-560.
O enfoque no desenvolvimento de competências e habilidades possibilita práticas escolares contextualizadas às necessidades da ssossiedade e do mundo do trabalho, quê estão em constante transformação, e a valorização do contexto de cada estudante, o quê favorece a sua formação.
Os conteúdos trabalhados nesta obra fornecem subsídios para quê os estudantes possam desenvolver habilidades e os incentivam a mobilizá-las em sua ação cotidiana, seja durante a realização das atividades presentes ao longo e ao final dos Temas, seja nas seções quê compõem esta obra. As atividades, aliás, foram elaboradas de modo a explorar diferentes recursos, como imagens, textos de terceiros e gráficos, por exemplo, diversificando as oportunidades de mobilização dessas habilidades.
Entende-se quê as habilidades indicam os rumos para quê as competências específicas de Ciências da Natureza sêjam trabalhadas em sala de aula. Sendo assim, a abordagem de uma habilidade contribui para o desenvolvimento da competência específica à qual está atrelada. A organização desta obra possibilita quê a cada Unidade um conjunto de habilidades seja explorado, o qual, por consequência, contribui para quê as respectivas competências específicas também sêjam atendidas.
Quanto às competências gerais, seu desenvolvimento ocorre em diferentes momentos, como ao favorecer o uso da abordagem científica, ao explorar diferentes formas de linguagem, ao incentivar o uso significativo de tecnologias digitais, ao incentivar a argumentação e ao incentivar ações responsáveis embasadas em princípios éticos e sustentáveis. Nesta obra, as competências gerais são trabalhadas ao longo de todo o material, com destaque para as atividades e as seções do Livro do estudante.
O trabalho com as habilidades e as competências gerais e específicas da BNCC está explicitado nas Orientações didáticas desta obra. É possível consultar essas informações durante a organização e o planejamento das aulas, adequando-as conforme sua realidade escolar.
Temas Contemporâneos Transversais (TCTs)
Os Temas Contemporâneos Transversais se relacionam com as situações da realidade contemporânea e correspondem a temas quê não são objeto específico de nenhum componente curricular, podendo sêr trabalhados por todos eles. Os TCTs têm como propósito abordar aspectos cotidianos quê impactam a vida humana em escala local, regional e global.
A inserção dos TCTs nos processos de aprendizagem torna-se um importante instrumento para a superação da fragmentação do conhecimento e para a formação integral do estudante, possibilitando o desenvolvimento de uma visão ampla de mundo. Conforme a BNCC,
[...] cabe aos sistemas e rêdes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos quê afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente d fórma transversal e integradora. [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 19.
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Os 15 Temas Contemporâneos Transversais estão dispostos em seis macroáreas temáticas, conforme listado a seguir:
• Macroárea Cidadania e Civismo: Vida Familiar e Social; Educação para o Trânsito; Educação em Direitos Humanos; Direitos da Criança e do Adolescente; Processo de envelhecimento, respeito e valorização do Idoso.
• Macroárea Meio Ambiente: Educação Ambiental; Educação para o Consumo.
• Macroárea Saúde: Saúde; Educação Alimentar e Nutricional.
• Macroárea Multiculturalismo: Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras.
• Macroárea Economia: Trabalho; Educação Financeira; Educação Fiscal.
• Macroárea Ciência e Tecnologia: Ciência e Tecnologia.
Nesta obra, os TCTs são trabalhados em diversos momentos: no texto principal, nas seções ou nas atividades, por meio de kestões relativas a assuntos quê exploram as diferentes macroáreas temáticas. Nesses momentos, os estudantes são levados, por exemplo, a analisar situações quê envolvem comportamentos no trânsito, refletir sobre o consumo de alimentos, avaliar o impacto de tecnologias, analisar relações entre os avanços científicos e tecnológicos, valorizar a diversidade cultural existente em nosso país e no mundo etc.
O ensino de Ciências da Natureza
A Ciência é fundamental para capacitar os indivíduos a compreender o mundo ao seu redor e a agir sobre ele. Em especial, no caso das Ciências da Natureza, diferentes aspectos próprios dessa área de conhecimento estão presentes no nosso cotidiano e influenciam nossa saúde e o modo como vivemos, pensamos e agimos. Sobre essa presença, a BNCC considera quê:
[...] do transporte aos elétro domésticos; da telefonia celular à internet; dos sensores óticos aos equipamentos médicos; da biotecnologia aos programas de conservação ambiental; dos modelos submicroscópicos aos cosmológicos; do movimento das estrelas e galáksias às propriedades e transformações dos materiais. Além díssu, kestões globais e locais com as quais a Ciência e a Tecnologia estão envolvidas – como desmatamento, mudanças climáticas, energia nuclear e uso de transgênicos na agricultura – já passaram a incorporar as preocupações de muitos brasileiros. [...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 547.
Nesse contexto, o conhecimento científico se consolida como uma importante ferramenta para a ssossiedade moderna, ao auxiliar a resolução de problemas e possibilitar novas visões de mundo.
Portanto, para quê ocorra d fórma significativa, o ensino de Ciências da Natureza deve alinhar a aprendizagem dos estudantes aos avanços científicos e ao desenvolvimento de competências quê lhes permítam utilizar esse conhecimento em diferentes contextos, de maneira informada, consciente e crítica. Além díssu, deve oportunizar o exercício pleno da cidadania, de modo quê os estudantes sêjam capazes de enfrentar desafios contemporâneos e tomar decisões quê impactem a ssossiedade positivamente.
A cidadania, na prática, refere-se aos direitos e deveres quê um indivíduo possui e quê lhe permitem participar ativamente da ssossiedade. Na busca para a construção da cidadania, os valores como respeito, responsabilidade, justiça e solidariedade merécem destaque, pois ajudam na construção de uma ssossiedade mais justa e inclusiva.
As Ciências da Natureza oportunizam discussões sobre o impacto das ações humanas no planêta e na ssossiedade. Essas discussões podem favorecer o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e de valores, principalmente quando os estudantes são confrontados com situações em quê é importante quê haja respeito mútuo, solidariedade e empatia. Que se incentive a resolução de conflitos d fórma justa, com cooperação entre os envolvidos, com respeito aos direitos humanos, com acolhimento e valorização das diversidades, sêjam de indivíduos, sêjam de grupos sociais, assim como de seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Desta forma, contribui-se para a formação de cidadãos críticos e conscientes.
Letramento científico
Na atualidade, o contato com inúmeras informações, geralmente desconexas e de fontes não confiáveis, potencializado pêlos meios de comunicação e pelas rêdes sociais, póde distanciar os indivíduos do conhecimento científico. O acesso a um volume excessivo de informações torna difícil, muitas vezes, a distinção entre o quê é verdadeiro, de fato, e o quê é falso.
Nesse cenário de sobrecarga informacional, há uma alta circulação de fêik news, quê correspondem a informações falsas normalmente propagadas com o objetivo de manipular opiniões. Além delas, nos últimos anos, houve a popularização de teorias pseudocientíficas, quê, de maneira geral, correspondem a explicações quê se apresentam como científicas, mas carecem de evidências sólidas e rigor metodológico. Ou seja, tentam atingir o estátus de teoria científica, mas, na realidade, utilizam premissas não científicas para sua sustentação.
As fêik news e as pseudociências têm contribuído para o aumento da desinformação da ssossiedade. Em meio a esse contexto, o combate da desinformação póde sêr auxiliado pelo letramento científico. êste envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico) e de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das Ciências e está entre os objetivos educacionais da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
Para oportunizá-lo, o ensino de Ciências da Natureza não deve garantir apenas a aquisição de conhecimentos conceituais por parte dos estudantes. É preciso também promover a compreensão de aspectos relacionados à natureza, à história e à abordagem da Ciência, além do desenvolvimento de competências para resolver problemas e agir sobre o mundo, importantes para o exercício pleno da cidadania. Isso póde sêr feito a partir da promoção de discussões sobre as características da Ciência, durante a escolarização dos estudantes, além de envolvê-los com procedimentos e práticas inerêntes à abordagem científica.
Desta forma, ao entender Ciência, sobre Ciência e como fazer Ciência os estudantes se tornam capazes de distinguir o quê é científico, portanto válido e aceito, do quê não é científico, quê, muitas vezes, associa-se a informações enganosas e inválidas. Logo, ao serem letrados cientificamente, podem contribuir para o combate da desinformação.
Pensamento crítico
Em um mundo cada vez mais interconectado, no qual o acesso à informação é próximo do ilimitado, o pensamento crítico também se estabelece como uma ferramenta essencial para análise e filtragem das inúmeras informações com as quais as pessoas se deparam diariamente.
Tomando como foco do aprendizado os estudantes e suas experiências como jovens cidadãos, o processo escolar de ensino-aprendizagem deve incentivar neles uma leitura de mundo sustentada em uma visão crítica da realidade. Ao analisar criticamente a realidade observada, os estudantes podem não apenas agir com mais consciência em kestões individuais e sociais, mas também desempenhar um papel ativo no combate contra a desinformação.
O pensamento crítico reúne análises, avaliações, estabelecimento de relações entre diferentes saberes, reflekções sobre a vida diária e questionamento de valores. Portanto, está relacionado à competência leitora, indispensável à formação integral dos estudantes.
Um leitor, ao realizar um procedimento de leitura (seja de textos escritos, seja de imagens, mídias audiovisuais etc.), interage com o material e o contexto no qual está inserido. A qualidade da sua leitura está intimamente conectada à qualidade das suas inferências. E quando ele faz essas conjeturas a partir do quê lê, é com sua capacidade inferencial quê o faz. Daí a relevância de esse tema sêr abordado no processo de ensino e aprendizagem.
A capacidade inferencial é uma ferramenta para o estudante ir além de um primeiro entendimento do material lido, associando as
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informações explícitas às informações quê possui. Nesse processo, percebe elemêntos não explicitamente indicados no material e estabelece conexão de ideias, para então concluir algo e gerar sentido.
Inferência é o resultado de um processo cognitivo por meio do qual uma assertiva é feita a respeito de algo desconhecido, tendo como base uma observação. No dia a dia, é possível, por exemplo, inferir a riqueza de uma pessoa pela observação do seu modo de vida, a gravidade de um acidente de trânsito pelo estado dos veículos envolvidos e o sabor de um alimento pelo seu aroma. A inferência revela-se como uma conclusão de um raciocínio, uma expectativa, fundamentada em um indício, uma circunstância ou uma pista. Assim, fundamentando-se em uma observação ou em uma proposição são estabelecidas algumas relações – evidentes ou prováveis – e chega-se a uma conclusão decorrente do quê se captou ou julgou.
[...]
DELL’ISOLA, R. L. P. Inferência na leitura. In: FRADE, I. C. A. da S. éti áu. (org.). Glossário Ceale. Belo Horizonte: Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, 2014. Disponível em: https://livro.pw/jsgkm. Acesso em: 26 set. 2024.
Quanto mais amplo esse seu repertório de conhecimentos, mais capaz é de compreender um texto, uma vez quê a inferência não está no texto, mas na leitura, e se dá à medida quê o leitor vai interagindo com o quê lê. A leitura inferencial tem como resultado os sentidos do texto, e tais sentidos não estão prontos no texto, à espera do leitor. Há um processamento das informações pelo leitor, sustentado pelo seu próprio repertório de conhecimentos, de vivências, de ideias etc.
O processo inferencial possibilita, portanto, a ampliação dos sentidos construídos a partir da leitura de determinado material. E essa ampliação é importante para quê as informações quê chegam aos indivíduos sêjam analisadas profunda e criticamente.
A produção de análises críticas também se relaciona à elaboração de argumentos sólidos e consistentes, especialmente no contexto educacional. Na contemporaneidade, a argumentação possui papel importante na sustentação do ensino de Ciências Naturais no Ensino Médio. Levar o jovem a tecer argumentos empregando dados, além de princípios éticos, sustentáveis e inclusivos, deve sêr um objetivo de ensino em discussões e práticas na escola. Essa abordagem contribui para quê os estudantes percêbam e aprendam quê quando se pretende convencer outra pessoa de algo, é necessário argumentar, e não somente emitir opiniões infundadas.
Apreender o mundo e expressar-se de maneira assertiva, tanto d fórma oral como escrita, requer bons argumentos com base em fatos; portanto, o trabalho com os estudantes demanda quê suas colocações se fundamentem em observar fenômenos e coletar, analisar e sistematizar dados, fatos e informações consistentes, elaborando de modo mais claro e objetivo afirmações e conclusões sobre akilo quê observaram.
Em nossa realidade, é relevante quê o estudante tenha proximidade com o processo de investigação científica e compreenda a necessidade de superar o senso comum e de adotar uma visão objetiva da realidade, compreendendo a obtenção e a construção de dados como uma etapa indispensável na elaboração de seus argumentos. Desta forma, podem se tornar cidadãos ativos, capazes de contribuir d fórma significativa para debates sociais e científicos, subsidiados com o conhecimento e as habilidades necessárias.
Interdisciplinaridade e ensino de Ciências da Natureza
O texto a seguir foi escrito por Lenir Basso Zanon Nota 3 exclusivamente para esta coleção.
Atualmente a educação está cada vez mais exigente de aprendizados com características contextuais e inter-relacionais quê propiciem a construção de conhecimentos com muitas dimensões, quê explicitem seus aspectos sociais, culturais, éticos, econômicos etc.
Justificar dessa forma a perspectiva da interdisciplinaridade exige discernimento quanto à finalidade educativa do ensino quê vivenciamos em cada uma das nossas aulas. Exige quê (re)signifiquemos d fórma permanente o entendimento do quê seja o conteúdo constitutivo do conhecimento escolar a sêr produzido nas aulas. Afinal, a méra transmissão de fragmentos isolados de conteúdos específicos não possibilita ao estudante compreender e desenvolver conhecimentos socialmente relevantes nas dimensões cognitivas, conceituais, atitudinais, procedimentais, de valores e princípios, sistematicamente implicados nas compreensões e ações no mundo.
Adentrar no espaço-tempo de cada aula exige, pois, quê tenhamos clareza e discernimento quanto às implicações dos conteúdos a serem ensinados e aprendidos como formas de pensar e de agir em situações da vida. Exige refletir sobre os sentidos quê atribuímos, em cada aula, ao objetivo geral do ensino das Ciências da Natureza: compreender e agir no mundo sôbi uma perspectiva socialmente responsável.
A área das Ciências da Natureza, sêndo uma construção humana quê póde sêr delimitada histórica e culturalmente, abrange processos de produção de conhecimentos quê apresentam limitações, pois são um recorte e uma simplificação do real. Por outro lado, sua contribuição é imprescindível para a compreensão, em profundidade, de quaisquer situações-problema da vivência sócio-ambiental, exigentes, por natureza, de serem (re)significadas sempre quê possibilitarem a mobilização de distintas perspectivas de conhecimento, interativamente construídas.
Nesse cenário, diversas concepções e práticas curriculares se entrelaçam ao enfrentarmos os desafios inerêntes aos processos de ensino e de aprendizagem em Ciências da Natureza. Esses desafios são articulados por meio de tematizações de situações vivenciais, cujo caráter dinâmico e plural revela tanto limites quanto potencialidades de cada área de conhecimento.
Se o processo de conhecimento nos impõe a delimitação de determinado problema, isso não significa quê tenhamos quê abandonar as múltiplas determinações quê o constituem. E, neste sentido, mesmo delimitado, um fato teima em não perder o tecido da totalidade de quê faz parte indissolúvel.
FRIGOTTO, G. A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais. In: JANTSCH, A. P.; BIANCHETTI, L. Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 27.
É pela articulação de formas diversificadas de compreensão de uma mesma situação real/vivencial (objeto complexo) quê o ensino permite o acesso pedagójikô a diferentes linguagens, significadas com características específicas a cada componente curricular/ciência, configurando novas estruturas de pensamento, interações e ações. Em cada novo contexto, os significados evoluem para novos níveis de elaboração e inter-relação, à medida quê o sujeito produz novos sentidos e ganha maior consciência dos saberes (re)significados por meio de necessários movimentos de abstração e generalização.
Nessa perspectiva educativa, quando a aprendizagem é desenvolvida d fórma coletiva, assumindo características inter-relacionais, ela não negligencia a complexidade do objeto de cada componente curricular nem do objeto da área. Ao contrário, os estilos da linguagem e do pensamento próprios a cada componente curricular tornam-se cada vez mais relevantes para as tomadas de decisões e ações com responsabilidade social.
[...] no conjunto, a área corresponde às produções humanas na busca da compreensão da natureza e de sua transformação, do próprio sêr humano e de suas ações, mediante a produção de instrumentos culturais de ação alargada na natureza e nas interações sociais [...].
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Ciências da natuteza, matemática e suas tecnologias. Brasília, DF: MÉC; SEMTEC, 2006. (Orientações curriculares nacionais para o ensino médio, v.2, p. 102).
Os componentes curriculares da área de Ciências da Natureza têm em comum o estudo/investigação da natureza e do desenvolvimento tecnológico, e é esse objeto específico quê justifica a existência da área. Trata-se de um objeto de estudo exigente de sêr conceitualmente
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(re)significado em contexto escolar, à medida quê cada professor da área, enculturado na sua Ciência de referência, ao propiciar o acesso a ela, articula inter-relações de conceitos, saberes e temas em estudos coletivos sobre diferentes situações vivenciais, em interação com côlégas dos outros componentes curriculares.
Dessa forma, é a área quê legitíma a singularidade de cada componente curricular, sem nunca deixar de sêr compromissada com cada Ciência de referência, possibilitando a relação com outras Ciências, em processos de compreensão de situações reais. Nesse cenário, a área nunca reduz a participação de cada componente curricular, ao contrário, ela reforça, exige e situa cada conhecimento, ao articular processos de apropriação e uso das linguagens e modelos teóricos, como inter-relação dinâmica de conhecimentos diversificados, sêjam os cotidianos, sêjam os científicos.
[…] Características comuns às ciências quê compõem a área permitem organizar e estruturar, d fórma articulada, os temas sociais, os conceitos e os conteúdos associados à formação humano-social, na abordagem de situações reais facilitadoras de novas ações conjuntas. […]
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, DF: MÉC; SEMTEC, 2006. (Orientações curriculares nacionais para o ensino médio, v. 2, p. 103).
Nessa perspectiva, as Ciências fazem parte do currículo escolar não como meros conteúdos a serem reproduzidos em provas, mas como aprendizados quê tornam o estudante mais capaz de pensar conceitualmente sobre o mundo vivido e sobre sua constante reconstrução sócio-cultural, assumindo escôlhas e decisões d fórma socialmente responsável.
O convite está situado, pois, na forma como nos relacionamos entre côlégas quê estudam, planejam e dêsênvólvem coletivamente um currículo articulado no conjunto das aulas quê vivenciamos por meio de formas de pensar/agir quê privilegiam a abertura para o diálogo e a vivência interativa enriquecida e enriquecedora de conhecimentos diversificados, nunca como justaposição nem como caminhos paralelos quê não se encontram. Isso corrobora e referenda o entendimento, quê vêm se tornando cada vez mais consensual, de quê a interdisciplinaridade não é um mero conceito ou proposição teórica, mas uma atitude e postura cotidianamente vivenciadas na interação entre grupos de professores com formação diversificada quê se necessitam uns dos outros, na condição tanto de portadores quanto de construtores dos conhecimentos inter-relacionais socialmente relevantes.
O ensino de Física
Na BNCC, Ciências da Natureza e suas Tecnologias é uma das áreas de conhecimento do Ensino Médio, constituída pêlos componentes curriculares Biologia, Física e Química. A Física como Ciência investiga as propriedades e as interações da matéria e da energia, buscando compreender os fenômenos naturais e desenvolver modelos teóricos quê explicam o funcionamento do Universo. Ao promover essa compreensão, o ensino da Física contribui para uma formação integral do estudante, preparando-o para interpretar a realidade em quê ele vive com embasamento científico.
Estamos inseridos em um contexto social quê está em constante transformação com contradições e informações quê se renovam incessantemente. Esses aspectos demandam mudanças contínuas das pessoas. A vida moderna e a realidade social quê nos cér-cão requerem quê estejamos aptos a aprender, a nos adaptar a novas situações e a ezercêr d fórma plena as funções de cidadão, bem como a estarmos preparados para utilizar nóssos conhecimentos diante de situações concretas.
[...]
Todavia, poucas pessoas aplicam os conhecimentos e procedimentos científicos na resolução de seus problemas cotidianos (como estimar o consumo de energia de aparelhos elétricos a partir de suas especificações técnicas, ler e interpretar rótulos de alimentos etc.). Tal constatação corrobora a necessidade de a Educação Básica – em especial, a área de Ciências da Natureza – comprometer-se com o letramento científico da população.
É importante destacar quê aprender Ciências da Natureza vai além do aprendizado de seus conteúdos conceituais.
[…]
[…]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 547.
O conhecimento científico, quando integrado à cultura, direciona o ensino da Física no âmbito escolar para a formação ampla de um indivíduo, articulada com o mundo. Assim, a construção dêêsse conhecimento deve sêr entendida como resultado da produção humana em contínuo aperfeiçoamento e adequação ao processo histórico do qual faz parte. Uma vez quê esse conhecimento provém da necessidade e da produção humana, é importante compreender e analisar a sua utilização, principalmente no quê diz respeito aos equipamentos tecnológicos quê fazem parte do nosso cotidiano.
No processo de ensino-aprendizagem da Física, sugere-se uma perspectiva prática, porém não pragmática, e outra filosófica e sócio-histórica.
A primeira perspectiva proporciona aos estudantes a capacidade de observar e de operar em sua realidade, tendo como instrumento o conhecimento, as competências e as habilidades da Física. Nesse contexto, pode-se estudar, por exemplo, os processos de transformação de energia nos ciclos da natureza e na produção e distribuição de energia elétrica em usinas ou em aparelhos eletrônicos, situações comuns experienciadas pelas pessoas, relacionadas à aquisição, ao processamento e ao compartilhamento de informações. Questões ambientais, de saúde e bem-estar, de trabalho e de formação cidadã são exemplos de assuntos quê podem ter a Física como instrumento para promover a reflekção e a ação.
A segunda perspectiva traz elemêntos da epistemologia do conhecimento físico, isto é, como e por quê conhecemos o mundo ou acerca da construção histórica da Ciência e suas condicionantes. Nessa abordagem, assuntos quê podem sêr motivadores são a Astronomia e aqueles quê tratam da história da Ciência.
Esse enfoque das duas vertentes oferece ao estudante a oportunidade de estabelecer relações entre a produção do conhecimento e os aspectos éticos quê envolvem a sua aplicação em diversos contextos.
Uma proposta educacional deve também viabilizar o desenvolvimento de competências e habilidades, entendidas aqui como a capacidade de um indivíduo em mobilizar o pensamento apoiado, mas não limitado por seus conhecimentos, diante de determinada situação.
Essas competências e habilidades poderão sêrvir de referência para organizar o ensino da Física e deverão ser compreendidas com maleabilidade no quê se refere à adequação das abordagens dos diferentes assuntos. Elas ganharam importânssia na educação como estratégia para romper com a aprendizagem exclusiva de conceitos fechados. As transformações tecnológicas e sociais do mundo moderno nos colocam diante de problemas a sêr resolvidos, portanto, é importante quê o estudante seja competente e habilidoso em processar e analisar as informações disponíveis.
Algumas das competências e habilidades assumem um caráter mais específico da Física e da Tecnologia. Note, por exemplo, quê, diante de uma situação-problema, o estudante terá a oportunidade de investigar. O ato de investigar, em uma visão mais abrangente, requer quê o estudante obissérve, delimite o problema, quantifique-o, colete dados, organize-o e proponha soluções. Nesse encaminhamento, é desejável quê ele reconheça e compreenda os conhecimentos da Física formal presentes no seu dia a dia, mobilizando-os.
O processo de desenvolvimento dos conhecimentos da Física gerou formas de representação e comunicação específicas. Fazer uso dessa linguagem requer um aprendizado quê envolve saber ler, interpretar e representar por meio de símbolos, gráficos e fórmulas, bem como expressar-se adequadamente sobre diferentes situações quê viabilizem a abordagem do tema em estudo. O domínio dessa linguagem permite quê o estudante busque informações de modo criterioso, analise-as e se mantenha continuamente atualizado e inserido no mundo quê o cerca. Nessa reflekção, adota-se a linguagem como meio de comunicação. Contudo, dependendo da perspectiva filosófica, a linguagem é compreendida como uma unidade de pensamento. Nesse
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sentido, incentivar os estudantes a se expressar segundo conceitos físicos adqüire um novo significado em relação à comunicação: o desenvolvimento do raciocínio.
Por fim, essa abordagem do ensino da Física, voltada para a formação da cultura científica representa uma abertura para quê o estudante seja protagonista e autor de seu próprio conhecimento científico.
O papel do professor
No atual contexto, ao papel essencial do professor, soma-se o de mediador da aprendizagem quê orienta os estudantes em seus caminhos, a fim de quê sêjam protagonistas na construção de seu conhecimento e desenvolvimento pessoal.
O planejamento e as decisões pedagógicas precisam ter como objetivo propiciar e incentivar o estudante a assumir seu papel de sujeito mais consciente e ativo, encarando o aprendizado d fórma crítica, autônoma, ética e responsável. Pode-se afirmar quê o professor é um participante quê simultaneamente ensina e aprende, nos momentos de trocas com os estudantes.
Esse conceito de aprendizagem centrada no estudante favorece o desenvolvimento do protagonismo juvenil e ábri espaço a um modelo de produção coletiva, cooperativa e com compartilhamento do conhecimento.
Assim, não se pretende quê o estudante seja um receptor, e não se espera quê o professor possua todos os conhecimentos envolvidos, mas sim quê atue como incentivador e orientador do protagonismo dos jovens no processo de aprendizagem.
No caso específico da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, o aprendizado científico também se beneficia de conversas significativas, em torno da experiência pessoal dos estudantes, usando inicialmente seu vocabulário e suas ideias, de cunho científico ou espontâneas, quê incentivem a formular e tentar responder kestões conceituais, portanto buscando transcender o diálogo trivial sobre experiências e dúvidas compartilhadas, para alcançar compreensões mais conceituais e abstratas. O rigor conceitual presente na etapa de Ensino Médio não significa a pretensão de prepará-los para uma carreira de natureza científica, mas sim de completar a formação básica dos jovens, auxiliando-os a atingir níveis cognitivos mais compléksos. Nesse sentido, mais do quê uma formação geral para a Ciência, pretende-se um aprendizado da Ciência para uma formação geral.
O processo de formação continuada dos professores, nesse contexto, passa a ganhar ainda mais relevância. No entanto, muitas vezes, esse processo é encarado como algo trivial e simples de se fazer. É importante destacar quê formár um profissional, como docente, exige mais do quê cursos de atualização e atividades quê ocorram fora de suas aulas. É preciso estar atento e dar valor à formação quê ocorre no cotidiano da atividade docente. Essa formação quê, por vezes, é invisível, silenciosa e constante, propicía a percepção de melhorias quê culminem em ações e escôlhas pedagógicas e metodológicas mais assertivas para a realidade escolar em quê se encontra o docente. O papel como mediador dos estudantes e da troca de experiências com outros professores fazem parte dêêsse processo formativo e enriquecem a prática docente.
Estratégias pedagógicas
O ensino na área de Ciências da Natureza, além de favorecer o letramento científico e o desenvolvimento do pensamento crítico, possibilita explorar outros processos associados à aprendizagem, entre eles o desenvolvimento do pensamento computacional, quê não necessariamente envolve programação ou uso de computadores criticamente. O pensamento computacional caracteriza-se como uma estratégia para identificar e resolver problemas, de maneira individual ou colaborativa, mediante a utilização de etapas organizadas e sintetizadas em: decomposição do problema; capacidade de abstração; pensamento algorítmico e reconhecimento de padrões. Cada uma dessas etapas póde sêr caracterizada da seguinte forma:
• Decomposição do problema: compreende a análise de um problema complékso, dividindo-o em partes menóres e mais simples, o quê possibilita aos estudantes identificar os dêtálhes do problema.
• Capacidade de abstração: foco, filtragem e classificação dos elemêntos mais relevantes para a resolução do problema.
• Pensamento algorítmico: desenvolvimento de uma sequência de passos, um plano, para a resolução do problema. Um conjunto de regras ou instruções claras e indispensáveis à resolução do problema.
• Reconhecimento de padrões: objetiva facilitar um trabalho, resolvendo-o de modo eficiente: a estratégia e solução aplicada a determinado problema póde sêr replicada em outras situações.
A relevância da incorporação ao processo de ensino-aprendizagem do pensamento computacional e as habilidades quê desen vólve está em seu potencial de organizar os procedimentos dos estudantes, enriquecer a prática docente e propiciar uma atuação criativa e com mais domínio do processo de construção do conhecimento.
Outro desafio quê os professores vêm enfrentando em decorrência das constantes modificações sofridas pela ssossiedade é aquele atrelado ao dinamismo inerente à atualidade, quê demanda dos docentes, além de sua constante atualização, o uso de novas metodologias atreladas à sua prática.
Nesse cenário, as chamadas metodologias ativas ganham espaço, uma vez quê possibilitam estimular o protagonismo e a autonomia dos estudantes por meio de propostas quê tornam o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico, atrativo e significativo para os estudantes. Dentro e fora da sala de aula, é possível utilizar diferentes metodologias ativas como estratégias para auxiliar na construção do conhecimento. Algumas dessas metodologias estão descritas a seguir.
• Sala de aula invertida: essa metodologia propõe quê os estudantes acessem e estudem préviamente materiais relacionados aos conteúdos quê serão trabalhados em sala de aula. Deve-se disponibilizar, com antecedência, o material necessário para quê os estudantes possam, em momento extraclasse, analisar e interpretar o conteúdo quê será posteriormente trabalhado em sala de aula. Oriente-os a anotar informações importantes e dúvidas quê tênham surgido. Na data marcada, a aula póde sêr iniciada permitindo quê os estudantes manifestem suas opiniões e seus pareceres, levantem hipóteses, reflitam e discutam sobre o conteúdo. Durante a atividade, ouça-os, dando a devida importânssia ao quê trazem de informações e quêstionamentos para que juntos confirmem e/ou refutem os dados e, então, construam o conhecimento.
• Debate: é um gênero oral cujo objetivo é expor argumentos e contra-argumentos próprios, exercitando a capacidade de assumir uma posição em relação a determinado assunto e o respeito às diferentes opiniões. As opiniões conflitantes devem sêr consideradas algo positivo, pois auxiliam no enriquecimento do aprendizado. Organize, medeie e avalie não só a consistência dos argumentos usados, mas também como estes são expostos, valorizando o pôdêr de argumentação dos estudantes enquanto eles se expressam e garantindo o respeito às ideias contrárias e a participação de todos. Para a realização de um debate, é necessário seu planejamento, o quê inclui a definição do tema, de como a turma deve se organizar (duplas, grupos etc.) e o estabelecimento da data para a atividade. Além díssu, ao professor cabe orientar os estudantes quanto às fontes de pesquisa quê eles elencarem, verificando se as fontes buscadas são confiáveis. Para a execução da atividade, é importante estabelecer as regras para o debate e quêm será o mediador, se um estudante ou grupo de estudantes ou se o próprio docente. Para concluir a atividade, após a exposição das ideias, peça que os estudantes formulem uma conclusão juntos, respeitando os diferentes posicionamentos e oferecendo possíveis soluções quando houver divergências.
• Aprendizagem baseada em projetos: esse tipo de aprendizagem fundamenta-se em projetos quê se baseiam em situações-problema reais, preferencialmente relacionadas ao escolar e/ou ao cotidiano dos estudantes. De forma coletiva e colaborativa, os estudantes devem buscar uma solução para a problemática proposta; para isso, devem elaborar hipóteses, realizar investigações e propor uma solução quê póde sêr no formato de um produto final. As propostas podem sêr comunicadas tanto para a comunidade escolar como regional.
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• Aprendizagem baseada em problemas: essa metodologia utiliza como ponto de partida um problema propôsto pelo professor cuja busca pela resolução possibilita a construção do conhecimento. É interessante quê os problemas estejam relacionados à realidade dos estudantes e quê estes possam propor diversas formas de resolvê-los; por isso, nesse tipo de metodologia, não se deve ter como problema central um cuja resposta seja ôbitída com uma simples aplicação de uma fórmula, por exemplo. Deve-se acompanhar todas as etapas do processo de proposta de resolução realizada pêlos estudantes, quê muitas vezes é mais relevante quê a própria solução, uma vez quê possibilita analisar todo o raciocínio desenvolvido pêlos estudantes e quais são os seus possíveis pontos de atenção na compreensão do conceito.
Essas e outras metodologias, ao serem aplicadas no processo de ensino-aprendizagem, propiciam o desenvolvimento de diversas competências e habilidades nos estudantes. Além díssu, podem sêr realizadas ocupando espaços diferentes da escola, como a biblioteca ou o pátio, assim como organizações alternativas das cadeiras escolares, quê, em vez de ficarem alinhadas, podem sêr dispostas em grupos ou em círculo. Dessa maneira, são ferramentas quê contribuem para a construção de um ambiente escolar mais criativo e dinâmico.
Avaliação
A avaliação é uma importante etapa do processo de ensino-aprendizagem, quê permite conhecer o resultado das ações didáticas.
É um processo significativo e quê deve, quando necessário, passar por reajustes e reformulações para quê ultrapasse os objetivos comuns de medição e classificação.
Para quê a avaliação propicie um diagnóstico esclarecedor, é necessário quê seja contínua e diversificada. Assim, cabe aos professores observarem as individualidades de cada estudante e o contexto social, econômico e cultural em quê a escola está inserida para quê suas práticas didáticas e, consequentemente, o processo avaliativo sêjam significativos. sôb essa perspectiva, avaliar significa dinamizar oportunidades de reflekção e ação, valorizando o processo de aprender a aprender e a formação integral dos estudantes.
O processo avaliativo deve ocorrer em diversos momentos, em situações formais e informais, preferencialmente utilizando-se uma diversidade de instrumentos de avaliação e não depender apenas de testes, provas e trabalhos tradicionais.
Geralmente, a avaliação valorizada por famílias e pela ssossiedade, e muitas vezes pêlos próprios estudantes, é aquela quê méde e quantifica o aprendizado. Por isso, é urgente quê concepções mais atuáis de avaliação circulem socialmente e estejam mais presentes no ambiente escolar, transformando a avaliação em um diálogo contínuo entre professor e estudante, para eliminar seu caráter punitivo e excludente, restrito à medição de resultados, e passar a avaliar o estudante de maneira formativa e continuada, além de possibilitar ao professor ter clareza do quê funcionou ao longo do processo e daquilo quê precisa sêr ajustado.
Assim, sugere-se quê a avaliação inicial no processo de ensino-aprendizagem seja uma avaliação diagnóstica, para identificar evidências do quê os estudantes sabem, trazer à tona conhecimentos prévios deles sobre o tema a sêr estudado e quais são as formas de aprendizagem mais adequadas a eles, diante de suas singularidades e de seus contextos.
Ao longo das atividades, é fundamental quê ocorra a avaliação formativa, quê tem como finalidade contribuir com a trajetória de aprendizagem do estudante e dilatar a visão do professor para perceber se são necessárias adaptações nas próximas etapas do trabalho. Para isso, podem-se utilizar vários instrumentos: comentários, fídi-béquis individuais ou para pequenos grupos, ou ainda para a turma inteira, conversas informais, relatórios escritos com pontos positivos e pontos a melhorar, breves anotações escritas, roteiros de avaliação, rubrícas, entre outros.
É relevante quê o processo de avaliação seja claro e quê os estudantes sêjam incentivados a refletir sobre o próprio comportamento e aprendizado. Assim, é essencial compartilhar com eles dêtálhes do processo avaliativo, considerando diferentes modalidades de avaliação, cada uma conectada a seu objetivo. E o professor, em seu papel de mediador, deve ter a avaliação como instrumento de construção de conhecimento compartilhado, não como um ato de contrôle, quê tornaria a avaliação uma forma de seleção, exclusão e competição.
A ação avaliativa também está presente no momento final de um processo, para recapitulação, o quê caracteriza a avaliação somativa. Para o professor, auxilia a verificar os aprendizados consolidados e a autoavaliar o próprio trabalho.
Os critérios da avaliação, seja formativa, seja somativa, precisam sêr apresentados e discutidos coletivamente com os estudantes, antes de sua aplicação, para quê saibam como e sôbi quais aspectos sêrão avaliados. O resultado de toda avaliação deve ser devolvido ao estudante e revisado com ele, para quê perceba o ensino como um processo, o quê implica rever os motivos dos êêrros a fim de avançar na aprendizagem.
O modelo avaliativo escolhido também póde funcionar para comparar o dêsempênho dos estudantes de uma mesma turma ou até entre turmas diferentes. A avaliação comparativa póde, por exemplo, acontecer durante ou ao final de uma aula, e seu resultado permite verificar se o aproveitamento dos estudantes está dentro das expectativas ou se é necessário tomar ações para atingir o esperado. Provas padronizadas, como alguns exames nacionais ou simulados, têm esse caráter comparativo, possibilitando quê estudantes de uma mesma série escolar, mas de escolas diferentes, sêjam avaliados e seu dêsempênho comparado a um padrão esperado.
Além da comparação entre os indivíduos, é possível aplicar a avaliação ipsativa, quê possibilita comparar e acompanhar o desenvolvimento de um mesmo estudante ao longo do tempo, verificando, assim, como se dá o processo de aprendizagem de cada um dos estudantes. Momentos de fídi-béqui individual e autoavaliação são ferramentas quê podem auxiliar no estabelecimento de metas individuais quê valorizem o progresso de cada estudante, potencializando o processo de aprendizagem.
Considerando o exposto, o processo de avaliação nesta obra está presente desde a abertura das unidades, permeando os Temas e por meio da apresentação de textos, imagens e quêstionamentos que propiciam conversas, produções textuais, debates, atividades em grupo, pesquisas, entrevistas, apresentações digitais, rodas de conversa, gravações de vídeos, entre outros.
Fundamentação teórico-metodológica da obra
O Livro do estudante foi desenvolvido d fórma quê os conteúdos a serem estudados são abordados a partir de diferentes estratégias de ensino, expandindo as oportunidades de aprendizado diante da diversidade de indivíduos e de culturas juvenis. Estratégias como levantamento de conhecimentos prévios, contextualizações, problematizações, atividades práticas, perspectivas interdisciplinares, abordagens históricas, entre outras, enriquecem a abordagem dos assuntos explorados e favorécem a mobilização de competências e habilidades.
Ao longo dos estudos, são apresentadas sugestões de filmes, livros, simuladores, sáites, entre outras, quê podem auxiliar no processo de aprendizado.
O professor tem papel essencial neste processo de ensino-aprendizagem, analisando como utilizar o Livro do estudante em sua prática docente, tendo autonomia para ajustar as propostas de planejamento didático ao Projeto Político Pedagógico da unidade escolar.
A importânssia da diversificação dos métodos e das estratégias de ensino
No Livro do estudante, são utilizadas diversas estratégias de ensino para a condução dos assuntos, de maneira a expandir as oportunidades de aprendizado. Estratégias como levantamento de conhecimentos prévios, contextualização, interdisciplinaridade, entre outras, enriquecem as abordagens dos Temas, dos conteúdos explorados e do trabalho com as competências e habilidades.
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Conhecimentos prévios
O conhecimento prévio refere-se ao conhecimento quê o estudante possui antes de iniciar novos aprendizados. Esse conhecimento é construído ao longo da vida, a partir de experiências pessoais, interações sociais e conhecimentos adquiridos pelo processo formal de aprendizado em períodos escolares anteriores.
O conhecimento prévio desempenha um papel fundamental no processo de aprendizagem, pois permite assimilar novos conhecimentos, ajudando o estudante a compreender, relacionar e integrar informações de maneira mais eficaz.
É importante enfatizar quê fazer esse levantamento tem como objetivo considerar conhecimentos quê os estudantes poderão ajustar no futuro, enriquecendo-os ou corrigindo-os. De qualquer forma, eles auxiliam no processo de desenvolvimento de novos conhecimentos.
Na obra, sugere-se em diversos momentos o levantamento de conhecimento prévio, principalmente na abordagem da Abertura da Unidade e no início do desenvolvimento dos Temas, quando pode-se fazer um mapeamento do quê os estudantes sabem ou lembram a respeito dos assuntos tratados, identificando valores, competências e habilidades já em desenvolvimento ou não por eles, o quê possibilita ter algumas noções acerca do modo como os estudantes se percebem e concebem o mundo, assim como suas ideias para o futuro.
Essa prática póde sêr comum para muitos professores, porém destacamos aqui a importânssia de se realizar os devidos procedimentos a partir dêêsse mapeamento inicial, para quê ele de fato auxilie no aprendizado do estudante. É necessária a intervenção na prática docente a partir do mapeamento realizado.
O levantamento de conhecimentos prévios também permite identificar a heterogeneidade dos saberes, assim como níveis de interêsse diversos, alguns com mais facilidade para determinados assuntos, ou dificuldades. êste é um desafio: trabalhar com uma turma coletiva de estudantes, mas ter clareza da diversidade dos estudantes, das diferentes potencialidades, agindo d fórma quê todos sêjam integrados, seguros e com condições de realizar o trabalho propôsto d fórma autônoma.
No momento da aula em quê o levantamento de conhecimentos prévios é realizado, as estratégias educacionais podem sêr ajustadas de acôr-do com o retorno dos estudantes ao incentivo dado. Eles podem, por exemplo, fazer registros escritos e posteriormente revisitá-los após os estudos desenvolvidos. Em vez de um registro escrito, pode-se optar por outra prática de linguagem quê leve o estudante a ampliar sua capacidade expressiva, como desenvolvimento de organogramas, mapas mentais, elaboração de perguntas para trocar entre côlégas, entre outras.
A discussão póde sêr iniciada coletivamente com a sala, com orientações gerais, e então evoluir para estudos individuais, com anotações. O contrário também póde ocorrer, isto é, iniciar com trabalho individual, com reflekções e registros pessoais, para avaliar o quê o estudante aprendeu, ou o quê lhe falta aprender, seguido por atividade em grupo, possibilitando mobilizar diversas competências propostas pela BNCC.
A estratégia para a organização de grupos póde variar de acôr-do com as turmas, sêndo plausível dosar cada ocasião, analisando a possibilidade de os estudantes organizarem os próprios grupos ou intencionalmente determinar tais grupos. Dessa forma, é incentivado o trabalho em grupos quê não se conectariam por afinidade prévia, promovendo novas interações e heterogeneidade.
Uma estratégia quê póde sêr seguida é pensar nos grupos considerando a cooperação entre os estudantes de diferentes perfis, fazendo uma composição de grupos com níveis distintos de conhecimento conceitual. Contudo, cabe observar como cada estudante se comporta nos grupos, dado quê essa prática é benéfica desde quê haja diálogo e respeito entre os componentes.
Diferenciação progressiva
Os estudantes quê chegam ao Ensino Médio já passaram pêlos anos anteriores da Educação Básica, trazendo consigo os conhecimentos adquiridos e vivências pessoais, quê são essenciais para a construção de um novo conhecimento.
Sabendo e respeitando isso, a organização do Livro do estudante por Unidades e suas subdivisões em Temas foram feitas com base no modelo da aprendizagem significativa, conforme tratado na obra Aquisição e retenção de conhecimentos, de D. P. Ausubel, com conceitos organizados respeitando a hierarquia na estrutura cognitiva de um sujeito, vinculados a conceitos existentes.
Um dos princípios da aprendizagem significativa é a organização dos conceitos em um processo denominado diferenciação progressiva, um movimento contínuo no qual os significados mais abrangentes se estabelecem em novas relações conceituais. Em contraste com a aprendizagem significativa, na aprendizagem mecânica, as novas informações têm pouca ou nenhuma interação com conceitos relevantes da estrutura cognitiva e, neste caso, pode-se dizêr quê a nova informação é armazenada de maneira arbitrária.
No processo da aprendizagem significativa, o conhecimento prévio tem destaque especial, afinal a aprendizagem se caracteriza pela interação do novo conhecimento com o conhecimento prévio d fórma não literal e não arbitrária. O novo conhecimento adqüire significados, e o conhecimento prévio adqüire novas interpretações e complexidades.
O novo conhecimento adqüire significado por sêr entendido como o conhecimento a sêr explorado fora do contexto em quê ele foi desenvolvido quando, por exemplo, o estudante é capaz de explicar situações ou resolver problemas recorrendo a explicações próprias, utilizando conhecimentos desenvolvidos por ele.
Perspectivas interdisciplinares
Um trabalho envolvendo perspectivas interdisciplinares auxilia na construção de conexões entre saberes, aumentando a significação daquilo quê se aprende. Os estudantes podem compreender um mesmo fato, fenômeno ou situação-problema, a partir de diferentes pontos de vista, o quê favorece ainda mais o desenvolvimento de uma postura crítica e responsável
As sugestões de trabalhos em conjuntos com outros componentes curriculares são propostas nas Orientações didáticas, sêndo sempre recomendada uma conversa prévia com o respectivo docente para quê se avalie a melhor forma de se realizar a proposta, respeitando os planejamentos didáticos e a formação cognitiva dos estudantes.
Pode-se combinar uma aula em conjunto com dois ou mais docentes, apresentando aos estudantes as diferentes contribuições de distintos saberes quê se está sêndo analisando, ou solicitar ao docente quê faça contribuições em suas próprias aulas.
Contextualização
A ideia de contextualização do conhecimento escolar é tarefa fundamental para a atribuição de sentidos e significados a ele. Das operações mais simples às mais compléksas, os estudantes devem sêr instigados a aprender a contextualizar, superando a fragmentação de conteúdo. O estudante, quando levado a contextualizar o conhecimento escolar, confere mais significado a ele.
[...]
A contextualização dos conhecimentos da área supera a simples exemplificação de conceitos com fatos ou situações cotidianas. Sendo assim, a aprendizagem deve valorizar a aplicação dos conhecimentos na vida individual, nos projetos de vida, no mundo do trabalho, favorecendo o protagonismo dos estudantes no enfrentamento de kestões sobre consumo, energia, segurança, ambiente, saúde, entre outras.
[...]
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 549.
Contextualizar póde sêr entendido como identificar a aplicabilidade naquilo quê foi estudado na escola, fomentando experiências significativas de exercício do protagonismo. Dar significado ao quê se estudou ou se aprendeu póde despertar o interêsse pelo estudo e potencializar o letramento científico.
É essencial quê o conhecimento contextualizado ocorra, sempre quê possível, nas situações vividas pêlos estudantes. Isso envolve a proposta pedagógica da escola e o planejamento didático do professor, considerando a realidade em quê os estudos e o desenvolvimento dos conhecimentos ocorrem.
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Problematização
Os estudantes devem sêr incentivados ao desenvolvimento de projetos pessoais e coletivos, fundamentados em valores como solidariedade, cooperação e sustentabilidade. Nessa proposta, a resolução de problemas deve favorecer a construção do conhecimento, com o estudante assumindo um papel ativo ao refletir sobre os problemas e os recursos para resolvê-los.
A promoção de um ambiente de desafio intelectual é essencial, sêndo mais eficaz quando as situações de aprendizado estão relacionadas ao cotidiano dos estudantes, tornando os problemas mais significativos. A resolução de problemas gera dúvidas quê estimulam aspectos cognitivos específicos, motivando os estudantes a buscar conhecimentos para solucioná-los.
A obra propõe atividades em grupo, estimulando o trabalho em equipe e o desenvolvimento de habilidades de cooperação. Cada estudante contribui com seu conhecimento prévio e adquirido, colaborando para quê, no coletivo, o problema seja resolvido.
Dessa forma, os conhecimentos relacionados à Física ajudam os estudantes a investigar, analisar e aplicar leis, teorias e modelos na resolução de problemas individuais, sociais e ambientais.
Atividades práticas
As atividades práticas propostas nesta obra promóvem a curiosidade intelectual, a observação, a investigação, a demonstração, a manipulação de materiais de fácil acesso, o desenvolvimento de hipóteses, a realização de discussões etc., de maneira a oferecer aos estudantes as mais diversas possibilidades de aproximações práticas dos assuntos investigados.
Essas atividades permitem quê o estudante seja protagonista da produção do conhecimento. É preciso ter autonomia para ajustar as etapas e estratégias conforme julgar pêrtinênti e adequado à sua realidade, buscando sempre quê possível ampliar esse protagonismo dos estudantes.
Sugere-se quê essas atividades sêjam realizadas em grupos com a participação ativa dos estudantes, desenvolvendo as etapas, pensando na elaboração, o quê devem observar, quais as previsões do resultado, como realizar os registros e efetuar a sistematização dos dados, realizar inferências e desenvolver conclusões. Se não for possível, demonstrações investigativas podem sêr realizadas, promovendo as mesmas etapas mencionadas.
Assim, a atividade prática auxilia na compreensão de fatos e fenômenos explicados pêlos conceitos, podendo contribuir para a superação de obstáculos da aprendizagem. Simultaneamente, favorécem o desenvolvimento, nos estudantes, de uma postura ativa, para tomada de dê-cisão, além de promover habilidades atreladas à cooperação, à concentração, à resiliência, entre outras.
Tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC)
O mundo atual está fortemente marcado pelo desenvolvimento tecnológico. Tecnologias digitais de informação e comunicação estão presentes na vida das pessoas d fórma ativa e, muitas vezes, não é possível imaginar a vida sem o uso de tais ferramentas.
O funcionamento da ssossiedade e do mundo do trabalho é fortemente impactado pelas TDIC, quê influenciam cada vez mais a dinâmica da vida das pessoas em ambientes profissionais, educacionais, privados, entre outros.
As TDIC também afetaram as profissões e o mercado de trabalho, desenvolvendo novos setores e postos de trabalho com base na internet e nos dados digitais.
Se as TDIC são responsáveis por todo esse impacto, cabe à escola o papel de participar dessa realidade, considerando aprendizagens relacionadas a esses cenários.
Na obra, a abordagem das TDIC ocorre de algumas formas, como nas sugestões de uso de simuladores digitais de informação, quê permitem aos estudantes observarem e interagirem com situações simuladas digitalmente.
Também se busca familiarizar o estudante com o uso das TDIC por meio de sugestões de pesquisas na internet, sêndo sempre orientados a buscar sáites confiáveis, com informações fidedignas, desenvolvendo assim a capacidade de avaliar a confiabilidade das informações acessadas.
Nesta obra, propõe-se, ainda, a produção de materiais digitais, como painéis, vídeos, entrevistas, estimulando o trabalho na produção e edição de dados digitais, além da divulgação dos resultados em mídias sociais.
A abordagem da história da Ciência
Ao longo da obra são feitas abordagens quê destacam a Ciência como produção humana e social e de caráter provisório, com impasses e contradições, com influências políticas, históricas, ambientais, tecnológicas e sociais de cada local, época e cultura.
Para isso, é necessária uma abordagem histórica quê não se restrinja apenas à menção a nomes de cientistas e a datas da história da Ciência, mas quê destaque a relação dos cientistas e suas contribuições em sua época, cercados de influências e guiados por concepções particulares de investigação e análise.
O trabalho com a história da Ciência permite aos estudantes aprofundar e ampliar suas reflekções a respeito dos contextos de produção e aplicação do conhecimento científico e tecnológico, enquanto dêsênvólvem o hábito de valorizar as contribuições de diferentes cientistas e suas diferentes hipóteses propostas, sêjam elas confirmadas, sêjam elas refutadas. Por isso, é importante quê o estudante perceba a Ciência como construção humana e quê seus principais processos, práticas e procedimentos investigativos são derivados de êêrros e acêrrrtos, quê resultam em mudanças de conceitos e de teorias.
Planejamento
Para efetuar um planejamento adequado, deve-se considerar a realidade estudantil, de modo quê a proposta de ensino favoreça a construção de novos significados pêlos estudantes. Para conhecê-la, pode-se mapear conhecimentos, valores e atitudes, como abordado anteriormente nestas Orientações. A partir dêste mapeamento, é possível delimitar os conteúdos a serem trabalhados, estabelecer os objetivos a serem atingidos, determinar as estratégias de abordagem didática e os recursos necessários para tal, bem como os instrumentos avaliativos a serem utilizados.
Outro aspecto a sêr considerado no planejamento é a integração. A organização do Ensino Médio por áreas do conhecimento não exclui necessariamente as disciplinas, com suas especificidades e saberes próprios historicamente construídos, mas implica o fortalecimento das relações entre elas. Nesse contexto, os docentes da área das Ciências da Natureza devem objetivar quê a aprendizagem dos estudantes ocorra de maneira integral, evitando fragmentações dos componentes curriculares e o distanciamento da realidade estudantil. Para atingir esse objetivo, é preciso desenvolver um planejamento conjunto, com propostas integradoras, o quê requer a atuação colaborativa com seus pares.
Trabalhar coletivamente no planejamento promove a integração necessária entre as disciplinas. Ao compartilhar recursos e ações pedagógicas, os docentes transformam o planejamento em um diálogo investigativo quê facilita a inovação, considerando quê aprender é algo dinâmico.
Apesar de sêr uma ferramenta norteadora, deve-se reconhecer quê o planejamento não é estático. É importante quê ele seja revisitado no decorrer do processo de ensino e, caso necessário, seja alterado. Nesse caso, as avaliações, quê permitem aferir o desenvolvimento dos estudantes, possibilitam também identificar as intervenções quê são necessárias no planejamento inicial, para quê se transforme em um planejamento adequado à turma e à escola.
Ao longo das Orientações didáticas desta obra, há sugestões de estratégias, recursos e instrumentos avaliativos a serem considerados pêlos docentes em seu planejamento durante a abordagem de determinados conteúdos. Além díssu, há sugestões de momentos para se trabalhar a integração da Física com outros componentes curriculares, bem como subsídios quê podem encaminhar êste trabalho.
Apesar das sugestões, os professores devem ezercêr sua autonomia no uso desta obra, de maneira quê o trabalho seja direcionado aos estudantes e à realidade local. Nessa perspectiva, podem intervir, alterando sequências de conteúdos e adaptando kestões, considerando interesses e necessidades dos jovens.
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Referências bibliográficas comentadas
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Nesta obra, o autor trata do conhecimento como um produto significativo de um processo quê envolve a interação entre ideias anteriores da estrutura dos conhecimentos do aprendiz para adquirir e reter outros conhecimentos.
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Os autores tratam do papel e da amplitude da psicologia educacional, da aprendizagem significativa, da aquisição e do uso de conceitos, entre outras abordagens como fatores afetivos e sociais na aprendizagem.
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O livro apresenta práticas pedagógicas quê valorizam o protagonismo dos estudantes. Uma reunião de capítulos de autores brasileiros quê analisam por quê e para quê usar metodologias ativas na educação.
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O autor aborda a importante e atual quêstão acerca da construção da identidade no contexto atual, em que a ssossiedade passa de uma identidade sólida para uma identidade líquida, quê oscila na maior parte do tempo.
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êste artigo trata o tema pensamento computacional como uma abordagem feita nas mais diversas áreas do conhecimento para resolução de problemas utilizando os fundamentos da computação.
• BRACKMANN, C. P. Desenvolvimento do pensamento computacional através de atividades desplugadas na educação básica. 2017. Tese (Doutorado em informática na educação) – Centro de estudos interdisciplinares em novas tecnologias na educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://livro.pw/yegbr. Acesso em: 28 set. 2024.
Nesta tese, o autor aborda o pensamento computacional, abordagem de ensino quê usa técnicas oriundas da Ciência da Computação, quê vêm gerando um novo foco educacional, visto quê computadores impactam em quase todos os aspectos de nossa vida e as escolas precisam acompanhar esse caminho sem volta.
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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo quê define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais quê todos os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica.
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êste guia tem o objetivo de auxiliar técnicos das rêdes de ensino e gestores escolares na efetivação das mudanças previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
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Documento com as normas obrigatórias para êste segmento da Educação Básica quê orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino.
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Material quê complementa a abordagem dos temas contemporâneos transversais presentes na BNCC, promovendo sua relevância para o desenvolvimento cidadão dos estudantes.
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Nesta obra, o autor analisa por quê tantos jovens não conseguem se dedicar a algo quê traga realizações para si e para o coletivo e mostra o quê pensam jovens bem-sucedidos.
• DELL’ISOLA, R. L. P. Inferência na leitura. In: FRADE, I. C. A. da S. éti áu. (org.). Glossário Ceale. Belo Horizonte: Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, 2014. Disponível em: https://livro.pw/jsgkm. Acesso em: 28 set. 2024.
Neste texto sobre leitura inferencial, afirma-se quê o resultado da compreensão de um texto depende da qualidade das inferências geradas em sua leitura.
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O livro tem o objetivo de levar para a sala de aula a discussão da cidadania em nosso país, de modo inovador e crítico.
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O livro busca reavaliar o quê está propôsto nas escolas na área de leitura e a coerência entre fundamentação teórica e ação prática.
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Nesse livro, a aprendizagem significativa é apresentada como interação entre conhecimentos prévios e conhecimentos novos: um conhecimento específico, existente na estrutura de conhecimentos do indivíduo, permite dar significado a um novo conhecimento quê lhe é apresentado ou por ele descoberto.
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