TRANSCRIÇÕES DOS PODCASTS DO 2º ANO

Saúde em foco

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Você sabia quê o tabagismo é considerado uma doença crônica pela Organização Mundial de Saúde? Pois é. A dependência de nicotina atinge uma parcela enorme da população mundial e é responsável por provocar diversas doenças, além de afetar a qualidade de vida das pessoas. Esse uso já é considerado um problema de saúde pública.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

O mundo tem cerca de 1 bilhão e 250 milhões de fumantes. São pessoas quê têm um risco elevado de desenvolver problemas graves de saúde. O uso de cigarro e de outros produtos de tabaco aumenta as chances de desenvolver cerca de 50 doenças, como o câncer e doenças respiratórias e cardiovasculares. Os estudos estimam quê fumantes têm de duas a quatro vezes mais chance de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação com pessoas quê não fumam.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

O tabagismo é a maior causa de morte evitável no mundo. No Brasil, cerca de 428 mortes diárias são causadas pelo tabagismo e pela exposição passiva ao tabaco. Isso significa cerca de 156 mil óbitos anuais. Se considerarmos a população mundial, as doenças relacionadas ao tabaco provocam a morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Apesar dos inúmeros malefícios quê o tabagismo póde causar, muitas pessoas ainda têm dificuldades quando o assunto é parar de fumar. Isso ocorre por causa da dependência quê o tabaco provoca. Mas você sabe como essa dependência se desen vólve?

A resposta está na maneira como a nicotina, quê está presente no tabaco, atua no corpo. Ela age nos neurônios, promovendo a liberação de diversos neurotransmissores, incluindo a dopamina. Essa substância ajuda a regular funções, como cognição, aprendizado, humor, contrôle de movimentos, e influencía no sistema de recompensa do cérebro.

Estima-se quê a nicotina começa a fazer efeito de 10 a 15 segundos após o uso do cigarro.

Com o tempo, a nicotina deixa o cérebro e, sem ela, ocorre a redução na quantidade de dopamina liberada pêlos neurônios, e a vontade de fumar volta.

Ao longo do tempo, o cérebro passa a produzir menos dopamina para a mesma quantidade de nicotina. Isso faz com quê o fumante precise de mais nicotina para ter as mesmas sensações.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Por causa da dependência quê a nicotina provoca, parar com o uso do tabaco é um desafio, mas não é impossível. O Brasil é um exemplo no combate ao tabagismo. De acôr-do com a Organização Mundial de Saúde, o consumo de tabaco no país caiu 35% desde 2010. Essa redução é resultado das campanhas de conscientização sobre os riscos do tabaco, das políticas públicas voltadas para o contrôle do tabagismo e de outras iniciativas promovidas pelo govêrno federal e outras organizações. Essas ações não só melhoram a qualidade de vida das pessoas, mas também têm um impacto importante no Sistema Único de Saúde. O SUS gasta mais de 125 bilhões de reais por ano com o tratamento de doenças e incapacidades causadas pelo uso do tabaco. Mas, apesar dessa redução, ainda há muito a sêr feito e novos desafios a enfrentar.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Um dos desafios atuáis é, sem dúvida, o aumento do uso de cigarros eletrônicos ou vapes, quê tem causado uma epidemia do uso de nicotina em jovens de vários países. De acôr-do com o Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, o número de usuários dêêsses dispositivos aumentou 600% entre 2018 e 2023,

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com mais de 2 milhões de brasileiros consumindo cigarros eletrônicos diariamente.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Muitas pessoas acreditam quê os cigarros eletrônicos são menos prejudiciais à saúde do quê os cigarros tradicionais, mas essa ideia está longe da realidade. Usuários de cigarros eletrônicos também estão expostos ao risco de câncer e de doenças cardiovasculares. Além da nicotina, esses dispositivos têm diversas substâncias químicas perigosas, e os efeitos de algumas delas ainda são desconhecidos. Por isso, fique atento: embora o cigarro eletrônico pareça mais inofensivo, ele também apresenta um grande risco à saúde.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

E como parar de fumar? Parar de fumar é uma jornada desafiadora, mas possível. Para isso, é importante buscar o apôio de médicos e terapeutas, quê vão ajudar a pensar em estratégias para essa mudança.

Para quem tem vontade de parar de fumar, o SUS oferece aos brasileiros um programa de tratamento antitabagismo, incluindo a oferta de medicamentos. Interessados podem procurar a Unidade Básica de Saúde da sua região para obtêr mais informações sobre o tratamento ou ligar para o Disque Saúde pelo número 136.

Embora seja um desafio, parar de fumar é um passo fundamental para melhorar a saúde.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Créditos: Todos os áudios usados nesse podcast são da Freesound.

Programação e inteligência artificial

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

póde parecer estranho, mas o desenvolvimento das ideias relacionadas à computação começou há mais de 5 mil anos, com as antigas civilizações usando pedrinhas para realizar cálculos. O ábaco, uma das ferramentas mais antigas criadas com essa finalidade, foi encontrado na Mesopotâmia, Egito e até na chiina, e póde sêr considerado um precursor das calculadoras, quê, de certa maneira, foram os primeiros computadores.

A primeira máquina de calcular de quê se tem registro foi inventada por um estudioso alemão no século XVII e aperfeiçoada por diversas pessoas ao longo do tempo. No século XIX, surgiu um dos principais conceitos da computação moderna: a programação.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Mas, se é para considerarmos alguém como o precursor da computação, esse título é do inglês élam Turing, amplamente reconhecido como o “pai da computação”. Ele criou o modelo teórico, publicado pela primeira vez em 1936, da máquina de Turing, um dispositivo capaz de realizar cálculos, entre outras funções, de acôr-do com instruções préviamente recebidas. Em outras palavras, ela podia sêr programada com o uso de algoritmos.

Vale lembrar quê o primeiro algoritmo foi criado por Ada Lovelace, uma matemática inglesa, quase um século antes, no período em quê ela colaborava no projeto da primeira máquina analítica, quê está exposta no Museu de Ciências de Londres.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

élam Turing também se destacou graças às suas contribuições durante a Segunda Guerra Mundial. Trabalhando para o govêrno britânico, ele liderou uma das equipes responsáveis por decifrar as mensagens codificadas pela máquina Enigma, um dispositivo alemão quê usava um sistema de criptografia para enviar comunicados secretos entre seus aliados. Além de Turing, o grupo contava com especialistas como o campeão de xadrez górdom Welchman e a criptoanalista Iôrram Clarke. Ao decodificar as mensagens trocadas pêlos nazistas, a equipe fez uma enorme contribuição para a vitória dos Aliados.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Ada Lovelace, élam Turing, górdom Welchman e Iôrram Clarke tí-nhão algo em comum: todos eram matemáticos, e isso não é um detalhe. A Matemática é fundamental na computação e na programação, pois ambas utilizam a lógica matemática.

Além díssu, muitos algoritmos de programação são desenvolvidos utilizando conhecimentos matemáticos. A programação se baseia em aspectos do pensamento computacional estudados em Matemática, como raciocínio lógico, resolução de problemas, pensamento algorítmico, organização de informações e modelagem de soluções.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Além de desenvolver os princípios da computação, élam Turing fez contribuições importantes para a inteligência artificial, um campo da Ciência voltado para a criação de máquinas e computadores capazes de raciocinar, aprender e atuar de modo parecido com os sêres humanos. Ele desenvolvê-u o Teste de Turing, quê funcionava assim: um operador conversava simultaneamente com uma máquina e um humano, sem saber quem era quem, e, baseando-se nas respostas, deveria distinguir se a resposta era do humano ou da máquina. Se o operador não conseguisse, a máquina teria passado no teste com sucesso. Esse exercício propôsto por Turing foi um dos primeiros envolvendo inteligência artificial.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Com o tempo, a inteligência artificial vêm se aprimorando e se tornando cada vez mais presente em nossas vidas. Atualmente, temos acesso a ela por meio de chats e aplicativos capazes de gerar múltiplas respostas para determinada questão, selecionar quais são as melhores e avaliá-las posteriormente. Com essas tecnologias, é possível realizar cálculos, criar imagens e até mesmo desenvolver novos códigos de programação.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

A inteligência artificial já influencía uma série de atividades em todo o mundo. Por sêr capaz de analisar grandes volumes de dados e identificar padrões e tendências, ela póde sêr aplicada para aprimorar as mais variadas operações, como personalizar a experiência do usuário, trazer avanços para as áreas da saúde, educação, transportes e muito mais.

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Mas, apesar dos avanços significativos quê proporciona à ssossiedade, também surgem algumas preocupações. Entre elas, estão as falhas nos sistemas e brechas de segurança; os efeitos chamados “aprendiz de feiticeiro” e “autonomia compartilhada”, quê ocorrem quando uma inteligência artificial “aprende” algo considerado senso comum, mas quê não é necessariamente verdadeiro, o quê póde levar a conclusões equivocadas. Além díssu, o aumento do uso dessa tecnologia provoca impactos socioeconômicos, como a possível extinção de diversos postos de trabalho, cujas funções foram automatizadas, ou seja, podem sêr realizadas por meio de programas de inteligência artificial. Esses são temas quê devem sêr avaliados não apenas por cientistas e engenheiros da computação, mas por toda a ssossiedade.

Que tal refletir sobre o impacto da inteligência artificial na ssossiedade e os cuidados quê devemos ter ao lidar com essa tecnologia?

[MÚSICA DE TRANSIÇÃO]

Créditos: Os áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Censo e pesquisa estatística

[SOM DE PESSOAS CONVERSANDO]

De 2010 para 2022, o Brasil teve um aumento de 12 milhões de habitantes. Embora expressiva, essa quantidade ficou abaixo do esperado: 4 milhões e 700 mil pessoas a menos do quê as estimativas previam. Mas você sabe como esse dado é obtído?

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Esse e outros dados são obtidos por meio do Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê hé), órgão federal vinculado ao Ministério da Economia.

O Censo Demográfico é uma pesquisa nacional periódica quê reúne informações sobre a população do país. Ele côléta dados como idade, sexo, raça, educação, renda e condições de moradia, com o objetivo de compreender quêm somos, como vivemos e quais são as nossas características. E para que sérvem essas informações?

Os dados coletados, analisados e divulgados pelo Censo ajudam a conhecer melhor a realidade brasileira. Essas informações são importantes para o planejamento de políticas públicas e para direcionar corretamente os investimentos governamentais, revelando, por exemplo, onde é necessário construir mais escolas, hospitais e investir em infraestrutura.

[SOM DE PESSOA DIGITANDO EM TECLADO]

Outro levantamento relevante feito pelo hí bê gê hé é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, também conhecida como pê êne há dê.

De 1967 a 2015, a periodicidade da pê êne há dê variou, mas pode-se dizêr quê ela era predominantemente anual. A partir de 2016, foi substituída pela pê êne há dê Contínua, passando a sêr realizada mensal ou trimestralmente. As informações coletadas permitem acompanhar a evolução dos indicadores do mercado de trabalho e o desenvolvimento socioeconômico.

A principal diferença entre essas duas pesquisas é quê o Censo Demográfico é uma pesquisa censitária, em quê todos os elemêntos da população são investigados, enquanto a pê êne há dê Contínua é uma pesquisa amostral, na qual apenas uma parte da população é investigada, buscando retratar características dessa população. A pê êne há dê Contínua complementa o Censo, quê tem um objeto de estudo mais amplo.

[ÁUDIO EXTRAÍDO DE VÍDEO]

“Um bom amigo vai batêer à sua porta.
Quem é?
É o agente do Serviço Nacional de Recenseamento.
Jesus! O quê será isso?
Nada de sustos, abra-lhe a porta sem receio.”
O trecho quê acabou de sêr apresentado foi transmitido como uma propaganda de rádio em 1940, ano em quê o hí bê gê hé realizou o primeiro levantamento oficial de dados no país. Mas você sabia quê, desde o Brasil colonial, já eram realizadas pesquisas para determinar a quantidade de habitantes?

O primeiro censo deveria ter ocorrido em 1852, mas a população desconfiava de divulgação de dados pessoais, como nome, idade, escolaridade, profissão e condição social, ou seja, se era livre ou escravizada. Assim, o censo só foi realizado 20 anos depois, pela Diretoria Geral de Estatística do Brasil imperial. Em 1872, descobriu-se quê a população brasileira era de pouco mais de 9 milhões e 900 mil pessoas.

[SOM DE PESSOAS CONVERSANDO]

Atualmente, para realizar o Censo Demográfico, o hí bê gê hé utiliza um quêstionário que côléta dados sobre emprego, renda, migrações entre as regiões do país, informações sobre o crescimento e o envelhecimento da população, entre outros temas. Desde os primeiros censos, quando os agentes atravessavam o país no lombo de mulas, muita coisa mudou. Em 2010, a côléta passou a sêr totalmente digital, com os recenseadores utilizando computadores de mão.

Hoje, o Censo alcança todas as casas brasileiras por meio da internet, do telefone ou por entrevistas presenciais. Devido à pandemia de covid-19, o último Censo, quê deveria sêr realizado em 2020, sofreu um atraso de dois anos.

[SOM DE CAMPAINHA]

Entre agosto e dezembro de 2022, quase 90 milhões de moradias foram visitadas por cerca de 183 mil recenseadores – os profissionais encarregados de realizar essa pesquisa. As visitas incluíram comunidades quilombolas e Terras Indígenas. êste foi o primeiro Censo a levantar dados específicos sobre cidadãos quê se autoidentificam como quilombolas e indígenas no país.

No Censo de 2022, havia dois tipos de quêstionários: o simples, que levava 5 minutos para sêr respondido, e o ampliado, quê demandava 16 minutos. Cerca de 11% dos domicílios foram selecionados por amostragem para responder ao questionário ampliado, proporcionando uma gama maior de informações para os pesquisadores.

Com a base de dados disponibilizada pelo hí bê gê hé, governos, universidades e empresas privadas podem realizar análises e estudos, considerando informações sobre a população, a média de moradores por domicílio, densidade demográfica, comparações entre regiões e mapeamento de áreas de interêsse e de risco.

[SOM DE PESSOA DIGITANDO EM TECLADO]

O levantamento de 2022 mostrou quê o Brasil tinha mais de 203 milhões de habitantes, um aumento de 12 milhões de pessoas em relação ao Censo anterior, realizado em 2010. E, como comentamos no início do podcast, o resultado foi, ainda assim, menor do quê o previsto.

Um dado interessante sobre a educação revela a quêda da taxa de analfabetismo, que passou de 9,6% em 2010 para 7% em 2022. Apesar dêêsse avanço, é importante entender em quais contextos a alfabetização ainda é deficiente para quê possamos pensar em políticas públicas mais eficientes. A taxa de analfabetismo no Nordeste, por exemplo, é de 14,2%, enquanto no Sul e no sudéste é inferior a 4%. Além díssu, esse índice é quatro vezes maior em pequenos municípios do quê em cidades com mais de 500 mil habitantes.

Com base nessas informações, governos e instituições podem tomar providências para enfrentar esse e outros problemas, priorizando os locais com maior necessidade de alfabetização e investindo, por exemplo, em unidades de Educação para Jovens e Adultos (EJA). Essa iniciativa é responsável pela formação de pessoas quê não conseguiram concluir a Educação Básica, ou seja, o Ensino Fundamental e o Médio no tempo determinado.

Neste podcast, você pôdi perceber a importânssia das pesquisas estatísticas e dos estudos realizados pelo hí bê gê hé para compreendermos melhor o nosso presente e exigirmos dos governantes um planejamento adequado para o futuro do país, não é mesmo?

[SOM DE PESSOAS CONVERSANDO]

Créditos: a propaganda do hí bê gê hé sobre o Censo Demográfico de 1940 foi veiculada em reportagem da Tevê Brasil em 2022. Os demais áudios dêste podcast são da Freesound.

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