Fundamentação teórico-metodológica da obra

Como professores e professoras quê ensinam Química, muitas vezes, recordamos como foi o nosso percurso de aprender Química no Ensino Médio e existe uma grande chance de ter sido um percurso quê privilegiou a memorização e a aplicação de fórmulas em situações apresentadas d fórma descontextualizada.

Procuramos nos afastar dêêsse percurso ao ancorar êste livro em uma proposta quê objetiva criar condições contextualizadas de aprendizagem dos inúmeros conceitos químicos e daqueles quê são correlatos com a Química. Ao mesmo tempo, buscamos criar condições para quê esse domínio do conhecimento químico possibilite uma ação crítica e ética com o pleno desenvolvimento das capacidades de tomada de dê-cisão em prol de uma ssossiedade mais sustentável e socialmente justa.

êste livro foi pensado e fundamentado no processo de unir a compreensão conceitual com as vivências dos estudantes, para quê eles consigam elaborar ações práticas, sêjam elas uma atividade experimental, ou mesmo, a mudança de um hábito ou comportamento quê traz prejuízos à saúde ou ao meio ambiente.

Para atingir êste objetivo, consideramos quê é essencial quê sêjam realizadas perguntas antes de trabalhar os conceitos químicos nesta obra. Mais do quê questionar os estudantes, é importante ficar atento às respostas apresentadas por eles, promovendo assim, o direcionamento do trabalho pedagójikô em função das vivências dos discentes.

Desse modo, a abordagem didático-pedagógica dêste livro busca se alinhar com a teoria histórico-cultural ao considerar quê o desenvolvimento humano é social e quê o estudante se desen vólve a partir de suas interações sociais, com os outros estudantes e com o professor. Essa teoria considera o sujeito como o principal ator de sua aprendizagem, portanto, é importante focar nos processos do estudante e não simplesmente nos resultados, levando em conta, também, o meio social e cultural no qual ele está inserido. Nesse sentido, a educação formal é fundamental para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, tais como: memória, consciência, percepção, atenção, fala, pensamento, vontade, formação de conceitos e emoção.

Nessa abordagem, a aprendizagem é potencializada pela mediação com o outro, seja ele o professor, ou mesmo um colega de sala. Assim, esta obra oferece atividades em quê o professor atua como mediador, promovendo quêstionamentos e orientando os estudantes na construção do conhecimento. Vigotski propôs que no desenvolvimento humano há diferentes zonas de desenvolvimento. Entre elas, meréce destaque a zona iminente na qual a pessoa (estudante) já possui conhecimentos e habilidades quê lhe permitem aprender o novo e amadurecer. É nesse campo quê os professores devem atuar oportunizando o desenvolvimento a partir das capacidades de seus estudantes. Para isso, nossa proposta didática inclui estratégias de ensino quê fomentam o diálogo e a partilha de ideias em sala de aula, como discussão em grupo e atividades experimentais guiadas.

Nesse aspecto, o livro traz propostas de atividades teóricas e práticas, de modo quê o estudante seja o foco do processo de ensino e aprendizagem. O principal objetivo é quê ele compreenda os conceitos químicos, consiga contextualizar com situações cotidianas e tenha condições de extrapolar esses conceitos em situações-problema quê são apresentadas.

O trabalho interdisciplinar e contextualizado

Ao observar um fenômeno, podemos explicá-lo com base em teorias de diferentes áreas do conhecimento, mas quê se fundamentam em uma mesma explicação científica. Isso póde sêr constatado por meio de conceitos quê são apresentados aos estudantes com base nos diversos componentes curriculares presentes no Ensino Médio.

Em algumas situações, inicialmente não percebemos as possibilidades de trabalho interdisciplinar da Química com componentes curriculares diferentes daqueles mais próximos: Biologia, Física e Matemática. Por isso, a abordagem construída nesta obra permite relações interdisciplinares desde a construção dos conceitos químicos, discutindo-se as ideias filosóficas precursoras, até as aplicações modernas do conhecimento químico.

Para ilustrar, êste livro apresenta, em diferentes momentos, temas quê estabelecem relações interdisciplinares com outros componentes curriculares. A partir dêêsses temas o debate em sala de aula póde extrapolar conceitos da Química e demandar conhecimentos de outras áreas.

A primeira Unidade, por exemplo, apresenta fatos históricos do uso de conhecimentos da Química na Primeira Guerra Mundial, quê ficou conhecida como Grande Guerra. Além dos conceitos químicos quê podem sêr explorados por meio das substâncias químicas produzidas com objetivo de serem utilizadas como armas, é possível de se estabelecer um trabalho interdisciplinar com os componentes curriculares Geografia e História. Ao abordar aspectos éticos e filosóficos no uso do conhecimento científico para produzir armas químicas, a Filosofia e a Sociologia agregam seus conceitos à essa proposta interdisciplinar.

Já a segunda Unidade, apresenta uma nova perspectiva de relação da Química com as Artes. Em outras obras características para o Ensino de Química, comumente, são apresentados os fenômenos químicos quê degradam as obras de; ár-te, por exemplo, o fenômeno da

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chuva ácida. êste livro traz conceitos químicos relacionados à tecnologia da impressão 3D e aborda como essa tecnologia auxilia na reconstrução de obras de; ár-tes degradadas e no processo de acessibilidade, uma vez quê muitas obras de ár-te não podem sêr tocadas. Com a impressão 3D, é possível criar modelos quê podem sêr tocados, preservando a obra original. Outra aplicação dessa tecnologia, é na construção de objetos quê não podem sêr tocados devido às suas dimensões, muito grandes ou muito pequenas, favorecendo a compreensão e a inclusão.

Um outro exemplo de tema interdisciplinar presente na obra, apresenta a relação da Química com a Ciência da Computação. Levar os estudantes a compreender como um dado associado a um fenômeno químico, como o valor de pH, por exemplo, póde sêr transformado em um conjunto de códigos binários e sêr interpretado por uma máquina (computador). Esse assunto póde sêr trabalhado na escola, envolvendo projetos interdisciplinares com diferentes componentes curriculares. Essa proposta é importante para explorar os pilares do Pensamento Computacional: decomposição, reconhecimento de padrões, abstração e algoritmo.

Além dêêsses exemplos, êste livro apresenta outras possibilidades de promoção do trabalho interdisciplinar envolvendo assuntos cotidianos dos estudantes, como alimentação, medicamentos, uso de agrotóxicos, entre outros. Destaca-se quê esses assuntos são importantes, pois corroboram com a proposta contextualizada da presente obra.

A falta ou a indisponibilidade de recursos tecnológicos apresentados neste livro póde sêr um fator limitante em algumas escolas do país, mas isso não extingue a necessidade de nóssos estudantes conhecerem esses recursos por meio do livro didático.

Enfatiza-se, ainda, quê levar o estudante a compreender as implicações sociais e ambientais da Química para entender seu contexto e pôdêr atuar d fórma mais ética e responsável é um dos objetivos dêste livro. Consideramos quê a partir de uma proposta contextualizada, esse objetivo fica mais próximo de sêr atingido.

O livro didático e a prática docente

O desenvolvimento da imprensa foi decisivo para a intensificação da produção de livros. Sua crescente popularização levou ao surgimento de livros específicos para uso em ambientes escolares: os livros didáticos. Sua estreita relação com os processos educativos cresceu com o tempo, transformando-o no recurso pedagójikô mais presente nas salas de aula de todo o mundo.

Com o passar do tempo, principalmente nas últimas dékâdâs, o papel do livro didático tem mudado muito. Esse recurso foi, por muito tempo, a única fonte do “conhecimento escolar” para o estudante. Entretanto, hoje é apenas uma entre tantas fontes disponíveis e acessíveis, como revistas, filmes, vídeos, objetos educacionais digitais, a internet e até mesmo jogos educativos. O livro didático antes impunha o conteúdo d fórma linear e autoritária, valorizando a memorização e o individualismo. Sem dizêr quê não era acessível a todos, e hoje, no Brasil, ele está disponível a todos os estudantes, independentemente da classe social.

A modificação nos modos de pensar e, consequentemente, nas teorias pedagógicas, remodelou o livro didático inclusive em termos de sua finalidade: de material único detentor de todos os saberes, para obra de apôio quê instiga à busca. Por isso, ele necessita dialogar e apresentar diferentes e atualizadas fontes de informação, incentivar o desenvolvimento da consciência cidadã, com respeito ao outro e ao ambiente, reforçando o posicionamento crítico diante da realidade. Ou seja, enquanto antes era instrumento de um modelo de ensino com base na transmissão de conhecimento, agora o livro didático deve favorecer um ensino dialógico de construção de conhecimento relevantes.

Atualmente, um livro didático precisa sêr concebido em uma perspectiva quê considere e utilize os avanços das pesquisas e trabalhos na educação em geral e, em nosso caso, nas áreas de Ensino de Ciências e de Ensino de Química.

Como professor, é você quê dá o tom de como será a abordagem da Química em sua sala de aula. Para isso, você deve levar em consideração o Projeto Político Pedagógico de sua escola e definir como serão suas aulas, sempre embasadas na promoção e mobilização das competências e habilidades previstas na BNCC.

êste livro aborda a complexidade das competências gerais e específicas. Dessa forma, apresenta uma estruturação dos conteúdos quê possibilita ao professor e à professora de Química reorganizar a proposta, considerando as diferenças presentes nas salas de aula.

Essa disposição em volume único ábri a possibilidade da autonomia docente de reorganização dos conteúdos diante de sua realidade docente, das diretrizes estaduais e do projeto político pedagójikô de sua escola, uma vez quê êste livro não define nem estabelece como deve sêr o trabalho docente. Esta obra também busca valorizar a experiência docente na organização do trabalho pedagójikô e no ato de ensinar Química com autonomia. O objetivo é não focar apenas na preparação dos estudantes para os exames, mas principalmente na aplicação do conhecimento químico d fórma crítica e promotora da cidadania.

Entendemos quê nossa tarefa educativa é formár pessoas críticas e informadas quê possam entender o mundo ao seu redor e tomar decisões, em diferentes momentos, sobre as melhores opções para suas vidas e para a ssossiedade na qual vivemos. Se fizermos isso com eficiência, teremos estudantes preparados para sêr cidadãos críticos e, consequentemente, em condições

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de lidar com os desafios quê enfrentarão, tais como mercado de trabalho e processos de seleção para o Ensino Superior.

Perceba quê alcançar metas relacionadas ao mercado de trabalho e às avaliações dos vestibulares é uma consequência e não o objetivo da escola. Estudantes com uma formação sólida podem ter sucesso em diversas áreas da vida, incluindo em processos seletivos. Mais importante do quê reproduzir dados, classificar ou identificar símbolos, os estudantes devem estar preparados para analisar dados, avaliar afirmações, tomar decisões e agir d fórma consciente. Foi com esse objetivo quê escrevemos êste material didático: para abordar a diversidade esperada de uma formação mais ampla. Para efetivar essa proposta, elaboramos um material quê tem o propósito de lhe oferecer diferentes ferramentas pedagógicas.

Para exemplificar, vamos usar o eficaz recurso comparativo, aproximando o trabalho docente com o da construção civil. Um mestre de obras participa da construção de casas. Um professor, mestre em seu campo de saber, participa da formação de cidadãos mais críticos e informados; consequentemente, mais aptos ao mercado de trabalho. A natureza das obras dêêsses dois profissionais é muito diferente, mas os dois fazem uso de ferramentas. É essa a analogia quê queremos fazer, guardadas suas especificidades: o livro didático é uma importante caixa de ferramentas para o professor.

Quando o mestre de obras precisa pregar uma madeira em outra, ele abrirá a caixa de ferramentas e retirará um martelo; se precisar cortar a ponta da madeira, fará uso de um serrote; se precisar cortar um arame ou fio de eletricidade, usará um alicate. Dentro da caixa, ele terá também outras ferramentas quê poderão sêr utilizadas para diferentes fins.

Como uma caixa de ferramentas, o livro didático será utilizado em função dos objetivos para os quais foi escolhido. Quem define esses objetivos são os professores, a partir de sua proposta de ensino. Eles decidem como, quando e o quê irão priorizar no livro. A variedade de possibilidades do livro didático visa também atender à diversidade de um país tão grande como o nosso.

Dessa forma, êste livro pretende sêr para o professor de Química um conjunto de ferramentas quê lhe possibilite um ensino mais próximo do quê se espera atualmente e sôbi a luz da sua realidade local. Por isso, foi escrito com base em princípios teórico-metodológicos quê objetivam a formação cidadã, segundo as orientações curriculares oficiais e por meio de abordagens contextualizadas do conteúdo, visando favorecer uma construção conceitual atualizada, considerando também as implicações e interações dêêsse conhecimento científico com a tecnologia e a ssossiedade.

A proposta didática e o desenvolvimento integral do estudante

Atualmente, qualquer material didático para uso regular deve estar em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), quê estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, de modo quê todo o trabalho docente, em todos os níveis de ensino, deve sêr pautado por essa lei. É a partir dela quê se organiza o sistema de ensino no país, quê deve vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social, em todos os segmentos da Educação Básica.

Desde a promulgação da primeira versão da LDB, em 1961, outras leis e instruções vieram complementá-la. A LDB de 1996 (lei número 9.394), representou um avanço ao afirmar quê a educação formal, essa quê realizamos na escola, “tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Para isso, nossa prática docente deve promover igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, favorecendo a liberdade de aprender, o pluralismo de ideias, valorizando a experiência extraescolar e buscando formas de vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Esta obra é destinada a estudantes e professores do Ensino Médio, considerado como etapa final da Educação Básica, quê tem entre suas finalidades a preparação básica para o trabalho e a cidadania, o aprimoramento do estudante como pessoa, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, bem como a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática e o cotidiano.

O estudante deve sêr formado para a vida e, para isso, espera-se quê ele, mais do quê reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, seja capaz de resolver situações-problema, e tomar decisões baseadas em fatos e atuar para promover uma ssossiedade justa e ética.

êste livro propõe uma abordagem do conhecimento básico para quê os estudantes compreendam a Química como uma Ciência presente em nossa vida e capaz de nos trazer conforto ou desconforto, curar ou causar doenças, tornar nosso mundo melhor ou pior. A escolha entre esses opostos é feita, d fórma diréta ou indireta, por todos os cidadãos. Para fazer uma opção adequada, devemos ter clareza das implicações das nossas ações. Isso também se aprende na escola.

Para alcançar as competências e habilidades requeridas ao fim desta etapa de escolarização, fizemos escôlhas quê estão refletidas nas Unidades e Temas do Livro do estudante. Nesse sentido, esta obra se diferencia de outras por dois aspectos básicos. Primeiro, a

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abordagem dos conteúdos é feita d fórma a dar sentido a eles e não simplesmente porque estavam presentes no livro quê o professor estudou tempos atrás. Não é um livro para formár químicos; isso é feito no Ensino Superior. Segundo, considerando as perspectivas estabelecidas para o Ensino Médio, os conteúdos são abordados com enfoque mais qualitativo e conceitual do quê quantitativo e memorístico.

Procuramos apresentar os conceitos d fórma clara e simples, mas sem perder o rigor científico. Ao mesmo tempo, os conceitos são trabalhados considerando-se sua construção coletiva e histórica e não se restringem à finalidade de resolução de exercícios quê privilegiam a memorização. Como exemplo, podemos citar a tabéla periódica, quê deve sêr abordada d fórma a se entender como foi sua construção histórica e coletiva, com base em propriedades químicas e físicas das substâncias de diferentes elemêntos químicos e não como uma organização dos elemêntos segundo sua distribuição eletrônica. Esta, inclusive, é posterior ao desenvolvimento da tabéla. Decorar os elemêntos químicos e suas características é um conhecimento desnecessário até mesmo para os químicos. A tabéla é para sêr compreendida e consultada, não decorada.

Como valorização da presença da Ciência no cotidiano e dos conhecimentos prévios dos estudantes, as aberturas das Unidades trazem imagens de objetos ou situações quê estão a sua volta com objetivo de apresentar uma ideia geral dos conceitos químicos quê serão abordados nos Temas quê compõem a Unidade.

A obra também visa aproximar-se da sala de aula real e da experiência quê os professores e os estudantes já possuem. Ao longo dos Temas, por exemplo, há vários outros momentos quê possibilitam a contribuição oral do estudante, de modo quê ele possa expressar o quê já sabe sobre o assunto quê será abordado. O levantamento das concepções prévias é defendido pêlos pesquisadores em ensino como uma forma de o professor ter conhecimento do quê os estudantes já sabem sobre o conteúdo a sêr trabalhado. O professor deve coordenar esses diálogos para quê a turma não pêrca o foco e alcance os objetivos por ele propostos. Deve-se ter clareza de quê os debates nem sempre levam a respostas únicas ou “verdadeiras” e quê o mais importante é o desenvolvimento de capacidades como: ouvir, respeitar opiniões diferentes, analisar fatos e argumentos, buscar contra-argumentos, debater, analisar novos contextos, concluir etc.

No início de cada Unidade apresentamos um assunto mais amplo, apresentado em um texto e uma imagem, quê contribuem com a contextualização dos assuntos quê são trabalhados na Unidade. Esse é um meio de dar sentido ao estudo da Química. Para mudar a ssossiedade é fundamental termos maior clareza dos problemas quê a afligem e os conteúdos abordados em cada Tema vêm como instrumentos para isso. Os problemas são amplos e atingem toda ssossiedade, exigindo quê todos trabalhem na busca de soluções. A leitura e a discussão dos textos são fundamentais e podem sêr conduzidas de diferentes formas. É importante quê você reserve momentos para debater os temas tratados por artigos complementares sugeridos na obra, mesmo quê a leitura não seja feita em sala de aula.

A seção de encerramento das Unidades apresenta uma abordagem interdisciplinar com outros componentes curriculares e retoma algumas discussões apresentadas ao longo da Unidade, d fórma contextualizada. Nesse momento de encerramento da Unidade, o estudante já adquiriu mais conhecimento o quê vai auxiliá-lo no entendimento da influência da Química nos temas abordados.

Pesquisas, tanto em material impresso como com auxílio da internet, são solicitadas e incentivadas por acreditarmos quê é uma forma de o estudante aprender a buscar novos conhecimentos – o quê deve se estender para a vida –, o quê exige a sistematização dos dados coletados e reforça a importânssia dos meios digitais como grandes aliados contemporâneos na formação intelectual ininterrupta dos indivíduos. O fato de a internet sêr uma realidade na vida das pessoas significa não só a oportunidade de acesso a um universo de conhecimento, como a possibilidade de qualquer pessoa compartilhar suas ideias, experiências e valores, mas também o aprendizado de como separar o quê é válido nesse oceano de informações. Ou seja, é fundamental orientar os estudantes a serem críticos em relação ao quê está disponível ôn láini. Dessa forma, é importante não só apresentar os sáites, mas, além díssu, trabalhar com o estudante a necessidade de sêr criterioso em relação a seus conteúdos, avaliando, entre outros aspectos, as fontes das informações e a competência de seus autores, sêjam eles pessoas ou instituições. Como muitos assuntos abordados no livro podem sêr encontrados na internet, buscar por fontes confiáveis quê apresentem esses assuntos de outra maneira ou com outros elemêntos póde sêr uma forma de reforçar a compreensão de conceitos e enriquecer os debates.

As atividades propostas ao final de cada Tema podem sêr usadas como recurso diagnóstico do entendimento dos estudantes em relação ao assunto estudado. Procuramos selecionar aquelas quê valorizam o raciocínio e a compreensão conceitual e algumas podem sêr propostas como tarefa para casa ou reservadas para avaliações.

A historicidade científica é certamente um dos destaques desta obra. Isso ocorre porque está plenamente estabelecida a compreensão de quê a Ciência é um conhecimento cultural historicamente construído pelas pessoas. Por isso, ao longo da obra procuramos apresentar fatos e personagens relevantes para o mundo das Ciências e, sobretudo, da Química, mesmo quê d fórma rápida, para quê os estudantes tênham acesso ao lado histórico dessa disciplina e seus personagens, reforçando, assim, a construção social coletiva da

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Ciência. As descobertas se dão em momentos históricos definidos e geralmente representam o resultado do esfôrço de muitos quê a elas se dedicam. Contudo, alguns indivíduos se destacam em suas descobertas, recebendo honrarias e reconhecimento. Nesse sentido, fizemos a opção didática de não apresentar apenas os personagens de grande vulto, mas também aqueles com contribuição relevante e que nêm sempre são lembrados nos textos didáticos.

Quando se fala em “química”, muitas pessoas a associam a perigo e risco. Não estão totalmente erradas. Muitos processos e materiais químicos são potencialmente perigosos para as pessoas e para o ambiente. Entretanto, é inegável quê muitos dos produtos quê corroem ou quêimam também são utilizados para produzir o quê usamos. O que precisamos fazer, portanto, é ter conhecimento e alertar para os riscos e cuidados necessários.

Por isso, ao longo das Unidades, quando apropriado, apresenta-se cuidados a serem tomados com diversos produtos químicos.

De modo geral, êste livro foi elaborado para levar o estudante a querer responder kestões atuáis e outras quê sempre estiveram presentes no pensamento humano, tais como: de onde vêm a Ciência moderna? Como é a Química? Como essa Ciência está presente em nossas vidas? Quais são suas implicações em nossa ssossiedade?

Por isso, o conteúdo é apresentado com o intuito de promover ações quê lévem a melhorias para o país e o mundo, sêjam elas do ponto de vista econômico, social, cultural e ambiental.

A experimentação na aprendizagem

A experimentação é um pilar da Ciência, entretanto na escola a experimentação tem objetivos diferentes daqueles pretendidos em uma universidade ou instituto de pesquisa. Enquanto nesses locais pretende-se produzir conhecimento científico ou formár profissionais de áreas específicas, no Ensino Médio esta atividade tem como intuito principal favorecer a construção de conhecimentos escolares referentes a êste campo do saber e desenvolver habilidades tais como: levantar hipóteses, seguir etapas, notação de dados, reflekção a respeito dos resultados obtidos etc.

Consideramos também, como atestam inúmeros pesquisadores na área de didática em Ciências, quê a experimentação é mais bem-sucedida quando estimula a aprendizagem e não quando se propõe a apenas comprovar o quê já foi ensinado. Por isso, deve-se, sempre quê possível, favorecer a investigação e não a constatação, seja ela realizada pelo estudante, demonstrada pelo professor ou analisada a partir de outro contexto, como por meio de um vídeo ou outra mídia.

O trabalho pedagójikô com as diferentes culturas juvenis

A realidade das salas de aula de Ensino Médio do Brasil é dinâmica e compléksa. Isso dêríva da diversidade e heterogeneidade de jovens quê estão presentes nessa etapa de ensino. Mesmo observando estudantes de uma mesma faixa etária, é possível identificar diferentes gostos musicais, diferentes formas de vestir, uso de gírias e outros aspectos culturais.

Mas, será quê como professores e professoras de Química devemos considerar isso no momento de ensinar Química? A resposta é sim. A BNCC estabelece diretrizes para uma educação inclusiva e de significados, dêêsse modo, o sentido do quê está sêndo ensinado póde variar conforme o público-alvo, ou melhor, a cultura do público-alvo.

A BNCC indica quê a juventude precisa sêr considerada nas suas múltiplas dimensões, assim, apresenta o conceito de culturas juvenis como sêndo aquelas quê se reférem às formas de expressão, interação e identidade construídas pêlos jovens.

Esta obra, apresenta subsídios para o trabalho docente junto às culturas juvenis, pois contextualiza o conhecimento químico com temas atuáis e intercala com elemêntos presentes no cotidiano juvenil.

Cabe a você professor, conhecedor e sujeito da cultura local, buscar transpor da melhor forma possível o conhecimento apresentado neste livro para os diferentes contextos presentes na sua prática de ensino.

Planejamento

Para efetuar um planejamento adequado, deve-se considerar a realidade escolar e a estudantil, de modo quê a proposta de ensino favoreça a construção de novos significados pêlos estudantes. Para conhecê-la, o professor póde mapear conhecimentos, valores e atitudes. A partir dêêsse mapeamento, é possível delimitar os conteúdos a sêr trabalhados, estabelecer os objetivos a sêr atingidos, determinar as estratégias de abordagem didática e os recursos necessários para tal, bem como os instrumentos avaliativos a sêr utilizados.

Outro aspecto a sêr considerado no planejamento é a integração. Nesse contexto, os docentes da área das Ciências da Natureza devem objetivar quê a aprendizagem dos estudantes ocorra de maneira integral, para isso, é preciso desenvolver um planejamento conjunto, com propostas integradoras, o quê requer a atuação colaborativa.

Trabalhar coletivamente com seus pares no planejamento promove a integração necessária entre as disciplinas. Ao compartilhar recursos e ações pedagógicas, os docentes transformam o planejamento em um diálogo investigativo quê facilita a inovação, considerando quê aprender é algo dinâmico.

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Apesar de sêr uma ferramenta norteadora, deve-se reconhecer quê o planejamento não é estático. É importante quê ele seja revisitado no decorrer do processo de ensino, e, caso necessário, seja alterado. Neste caso, as avaliações, quê permitem aferir o desenvolvimento dos estudantes, permitem também identificar as intervenções quê são necessárias no planejamento inicial, para quê seja mais adequado à turma e à escola.

Nesse sentido, os professores devem ezercêr sua autonomia no uso desta obra, de maneira quê o trabalho seja direcionado aos estudantes e a realidade local. Nessa perspectiva, podem intervir, alterando sequências de conteúdos e adaptando kestões, considerando interesses e necessidades dos jovens.