CRÉDITOS E TRANSCRIÇÕES DAS FAIXAS DA COLETÂNEA DE ÁUDIOS
Faixa 1 (página 30): CHICO Brum: SANKOFA (Vídeo Oficial). [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal Chico Brum. Disponível em: https://livro.pw/rgxnu. Acesso em: 29 out. 2024. Transcrição: Não é tabu voltar atrás / pra recuperar o quê é seu /Não é problema saber mais / sobre o quê se perdeu // retórne e aprenda, vai / com o quê ficou lá atrás / coração é sede de saber //Retorne e aprenda, vai / com o quê ficou lá atrás / coração é sede de saber // Sim, é preciso se encontrar / coroa térra mãe / Bem necessário é ancorar / aquilombar os seus // retórne e aprenda, vai / com o quê ficou lá atrás / coração é sede de saber // retórne e aprenda, vai / com o quê ficou lá atrás / coração é sede de saber// Eu retorno sempre quê me vejo no espêlho / refletindo em mim o ouro dos meus ancestrais / a cura é saber ir / lembrando sempre o caminho de casa
Faixa 2 (página 35): SOM do berimbau no violão. Compositor: Fábio Sardo. Intérprete: Fábio Sardo. (02:05)Transcrição: Música instrumental apresentando som de berimbau produzido no violão.
Faixa 3 (página 45): SOM de metrônomo. Produção: uílhãm Fiorini. (04:49) Transcrição: Som de metrônomo em 90 bpm.
Faixa 4 (página 46): CIRANDEIRO. Compositor: domínio público. Intérprete: Grupo Cauim sôbi regência de Paulo Moura e Ari Colares; BASE rítmica de percussão para a ciranda. Compositor: domínio público. Intérprete: Ari Colares. (04:00) Transcrição: Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do quê o sól / Cirandeiro, cirandeiro, ah! / A pedra do teu anel brilha mais do quê o mar // Eu fui fazer uma casa de farinha / Tão maneirinha quê o vento possa levar / Oi, passa sól, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar / Oi, passa sól, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar // Achei bom, bonito, meu amor cantar / Ciranda faceira, vêm cá, cirandeira, vêm cá cirandar / Lá, lá, lá, lá, lá / Lá, lá, lá, lá, lá / Ciranda faceira, vêm cá, cirandeira, vêm cá cirandar // Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do quê o sól / Cirandeiro, cirandeiro, ah! / A pedra do teu anel brilha mais do quê o mar
Faixa 5 (página 90): SAMPLE funk. Produção: uílhãm Fiorini. (02:58) Transcrição: Faixa instrumental com base rítmica de funk.
Faixa 6 (página 102): SAMPLE répi. Produção: uílhãm Fiorini. (03:17) Transcrição: Faixa instrumental com base rítmica de répi.
Faixa 7 (página 102): SAMPLE trap. Produção: uílhãm Fiorini. (04:38) Transcrição: Faixa instrumental com base rítmica de trap.
Faixa 8 (página 102): SAMPLE house. Produção: uílhãm Fiorini. (03:21) Transcrição: Faixa instrumental com base rítmica de house.
Faixa 9 (página 102): SAMPLE técno-bréga. Produção: uílhãm Fiorini. (02:35) Transcrição: Faixa instrumental com base rítmica de técno-bréga.
Faixa 10 (página 138): BREAKING instrumental. Produção: uílhãm Fiorini. (03:31) Transcrição: Faixa instrumental. Base rítmica de breaking com palavras ininteligíveis.
Faixa 11 (página 251): BAILE de Sesler. Intérpretes: Bernardo bitencúr, Felipe Gomide, Mário Aphonso III, Nathanael Sousa e Pedro R. Lobo. Compositor: Felipe Gomide. In: FORROBODÓ Oriental. Intérprete: Felipe Gomide. [S. l.: s. n.], 2023. Spotify. Disponível em: https://livro.pw/flose d894a5d. Acesso em: 29 out. 2024.Transcrição: Faixa instrumental.
Faixa 12 (página 253): INFLUÊNCIAS árabe, judaica e cigana na música brasileira. Interpretação e apresentação: Gilberto Campello. Produção: uílhãm Fiorini. (04:48) Transcrição: Influência de povos árabes, judeus e ciganos na formação cultural do Brasil. Sempre quê pensamos em formação cultural brasileira, lembramos de três pilares básicos: indígenas ou povos originários, africanos e europêus. Só quê esse último grupo, representado pelo português medieval, já chega ao território brasileiro com uma forte influência dos mouros do norte do continente africano, árabes muçulmanos quê haviam atravessado o mar Mediterrâneo e dominado toda a Península Ibérica por quase oito séculos. Tudo isso muitos anos antes de quê os navegadores portugueses cruzassem o Oceano Atlântico. Quero dizêr com isso, minha gente, quê o português quê aqui chegou trousse consigo muitos resquícios dos povos árabes, como côstúmes, tecnologias e até mesmo palavras. Outros aspectos da influência árabe estão presentes na nossa poesia popular, como, por exemplo, nas rimas da literatura de cordel e no repente, esse último gênero cantado e tocado com o auxílio da viola, quê é um instrumento brasileiro quê descende diretamente do alaúde e da vihuela. Menciono também os cânticos de aboio, quê são cânticos de trabalho típicos do vaqueiro do sertão brasileiro, cheios de melismas, quê é uma técnica de canto quê consiste em alterar a nota de uma sílaba enquanto se canta, criando ornamentações típicas da música do ôriênti e dos
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chamados para as orações do mundo árabe, como, por exemplo: ê, boiada, ê, afasta pra lá, boiada. E voltando aos instrumentos musicais, vamos falar da rabeca, um instrumento quê é semelhante a um violino e quê é muito popular nos bailes de forró até os dias de hoje. Pois bem, minha gente, a rabeca é uma versão do rebab, instrumento de kórdas friccionadas, muito comum no mundo árabe. Aliás, o violino, quê também descende do rebab, tem a sua própria imagem muito ligada ao povo judeu e ao povo cigano e está quase sempre presente em suas festividades. Ah, não posso deixar de mencionar para vocês quê os judeus, por sua vez, também chegaram ao Brasil na época da colonização e deixaram muitas marcas e côstúmes em diferentes regiões do país, como, por exemplo, em Pernambuco, onde está localizada a primeira sinagoga das Américas. Os povos ciganos, em especial, os calón, também estiveram entre os primeiros a virem para o Brasil. Sua presença é sentida até hoje na música, no comércio, na (Moda), na dança e nas artes circenses. Agora, voltando aos instrumentos musicais, vamos falar um pouco da percussão, minha área! E falar de alguns instrumentos, como por exemplo, a zabumba. A zabumba é um instrumento de duas peles, muito característico do forró, quê é tocado como uma baqueta no lado grave (exemplo sonoro) e com uma varetinha muito fininha no lado agudo. Essa varetinha se chama bacalhau, e soa assim, ó (exemplo sonoro). Agora, vou tokár um baião para vocês (exemplo sonoro). Agora, vou tokár para vocês um xaxado (exemplo sonoro). Então, gente, essa é zabumba. Só quê a zabumba descende de um instrumento do ôriênti chamado tabl baladi ou davul, é o mesmo instrumento. Para provar isso, vou tokár para vocês agora um ritmo chamado said. Olha só, ouve isso aí (exemplo sonoro). Agora, eu vou tokár um ritmo chamado ayub. Vocês vão achar esse ritmo parecido com muita coisa quê vocês já escutaram. O ayub é assim, ó. (exemplo sonoro). Legal, né? Vem cá, e o mais importante dos nóssos instrumentos, digo, o pandeiro, será quê ele nasceu aqui? Pois bem, gente, o pandeiro é filho e neto do riqq, quê é um pandeiro árabe. E para provar isso, vou mostrar para vocês agora um ritmo quê provavelmente é a origem do nosso baião. O nome dêêsse ritmo é laff ou malfuf. Vou tokár ele no pandeiro árabe. Olha só como fica, ó (exemplo sonoro). Agora, para vocês compararem, vou tokár uma embolada no pandeiro brasileiro. A embolada quê é um subgênero do baião. Escuta isso, ó (exemplo sonoro). E aí, vocês acham quê parece? Pois bem, minha gente, pra mim parece pra caramba! Então, ó, isso é assunto pra uma tarde inteira, a gente tem muita coisa para falar, inclusive dos instrumentos, como os pandeirões do bumba-meu-boi maranhense, mas por hoje acho quê já está bom, né? Vamos ficar por aqui, espero quê vocês gostem. Muito obrigado.
Faixa 13 (página 254): FLAUTAS. Apresentação e interpretação: Angelo Ursini. (04:52)
Transcrição: Flauta pífano: feita de bambu, a flauta pífano é típica da região Nordeste do Brasil. É afinada em sól maior. (exemplo sonoro) Flauta pareia: típica da região Nordeste do Brasil. São duas flautas de pê vê cê, afinadas em terças, tocadas por um único instrumentista. (exemplo sonoro). Flauta caboclinho: flauta típica do estado de Pernambuco. O caboclinho, também conhecida como gaita de caboclinho, é típica das manifestações culturais de rua. (exemplo sonoro). Flauta kena: flauta típica da região dos Andes, tem seu corpo construído por madeira sólida ou bambu. O bocal é lapidado em osso ou na própria madeira. (exemplo sonoro). Flauta quenacho: Na família das flautas andinas, o quenacho representa a voz grave. (exemplo sonoro). Flauta samponha: Também conhecida como flauta de pan, a samponha é constituída por diversos tubos de bambu. Sua afinação é em sól maior. (exemplo sonoro). Flauta rondador: É constituída por diversos tubos de bambu enfileirados. Afinados em terças, segundas ou quartas, em intervalos ascendentes e descendentes. (exemplo sonoro). E muitas vezes ele é utilizado como um recurso de floreios. (exemplo sonoro). Flauta hulusi: flauta tradicional da chiina, constituída por três tubos. Uma nota pedal em ré, outra nota pedal em sól e o tubo solista. (exemplo sonoro). E agora acionando as notas pedal. (exemplo sonoro).
Faixa 14 (página 258): HARMONIAS. Apresentação e interpretação: Mário Aphonso III. (04:43)
Transcrição: Meu nome é Mário Aphonso III, eu sou multi-instrumentista de sôpro, kórdas e percussão do mundo ocidental e do mundo oriental. Eu, desde 78, pesquiso a música, os ritmos, as escalas e as manifestações artísticas do mundo. E hoje eu estou aqui para falar sobre a harmonía ocidental e a harmonía oriental. Na verdade, o princípio da nossa existência vêm do sistema môdál, ou seja, a música folclórica, a música dos povos, a música regional, ela vêm da música môdál, quê seria uma harmonía sem grande movimentação. Uma evocação mais emocional, existencial, baseado na parte folclórica, baseado nos sistemas religiosos, baseado na liturgia, enfim. No mundo ocidental, muito por conta da própria estrutura existencial do mundo ocidental, é baseada numa movimentação harmônica e num aspecto completamente diferente. Você sai de um ponto, prepara, tensiona e relaxa. Se a gente for observar, esse fluxo, esse movimento, ele está inserido em todo o contexto da vida do homem atual. Vale a pena ressaltar, no mundo ocidental. E a diferença vai se dar de uma forma melódica também na expressão e na execução díssu tudo. No mundo ocidental, nós temos um sistema quê são sete notas e a oitava nota é a repetição da primeira nota, ou mais grave ou mais aguda, quê é o sistema de oitavas. No mundo oriental, a gente não possui essa movimentação harmônica e, como é baseado também em pedais, a gente utiliza um sistema chamado maqam. E o maqam é baseado em djins e ajinas, quê são grupos de notas, e a forma como você junta. E eles são baseados em emoção, são baseados em aspectos melódicos quê criam uma relação existencial, humana, enfim, ele tem uma ação praticamente até social. O quê o torna muito diferente do aspecto melódico do mundo ocidental. Vou demonstrar aqui, com a flauta transversal, para quê possa se tornar um pouco mais claro. Eu vou usar uma escala a partir da nota ré, quê vai ter os seguintes intervalos: ré, mi bemol, fá sustenido, sól, lá, si bemol, dó, ré. Ela é conhecida como hijaz, quê é uma região e é também é um maqam, conhecido como maqam hijaz. No mundo ocidental a gente percebe ela como uma escala. Na verdade, não é. E eu vou demonstrar aqui. Ela, como escala, teria êste movimento (exemplo sonoro). Aí eu estou pensando nela como escala, tendo uma movimentação harmônica de tensionar, preparar, tensionar e relaxar (exemplo sonoro). Se eu for pensar como maqam, são três universos diferentes, primeiro o hijaz (exemplo sonoro), quê vai passar imediatamente o mistério, uma certa espiritualidade, e, de cara, você vai sentir o mundo oriental. Segundo, é como se você estivesse caminhando e ele chama nahawand (exemplo sonoro), ela está seguindo. Na sequência, você vai ter um ajam na ponta (exemplo sonoro), quê, de uma certa forma, põe dúvida toda a afirmação feita anteriormente. Será quê é isso mesmo? (exemplo sonoro) Então a gente vai e afirma quê é exatamente isso (exemplo sonoro). Então, de uma certa forma, mesmo não tendo uma movimentação harmônica, a melodia faz essa movimentação e, talvez, é difícil a gente falar quem influenciou quem, de onde veio o quê, porque no mundo oriental, você vai encontrar regiões onde a música ocidental e a música harmônica é muito presente: Bulgária, Macedônia, Leste Europeu, lá para cima, o mundo balcânico e, por outro lado, onde os maqams, o mundo môdál é muito forte também.
Faixa 15 (página 293): EPITÁFIO de Seikilos. Compositor: Anônimo. Intérpretes: Patrícia Nacle, Camilo Carrara e Fil Pinheiro. (01:13)
Transcrição: [Texto da canção inscrita no Epitáfio de Seikilos, transcrito do grego atual.] Hoson zes phainou / meden holos sy lypou / Pros oligon esti to zen / to telos ho chronos apaitei [Tradução livre feita pêlos autores especialmente para esta obra.] Enquanto você viver, brilhe! / Não se entristeça, não tenha preocupações. / A vida é curta e efêmera. / O tempo exige o seu tributo
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