Orientações específicas
Capítulo 1 O quê é ár-te?
Para estudar no capítulo
Ao longo do capítulo, serão apresentados quêstionamentos em torno das perguntas: o que é ár-te? Que histoórias a História da ár-te conta? Quantos sentidos e palavras podem existir nas práticas artísticas? O objetivo geral é promover a construção de ideias ampliadas, em uma visão decolonial, e incentivar reflekções sobre saberes pertinentes a nosso tempo, fomentando uma educação antirracista e valorizando as matrizes africana e afrodescendente e suas produções artísticas.
Essa construção de conhecimentos ocorre com o estudante como protagonista de sua aprendizagem, de modo processual e crítico. Assim, propomos diálogos contínuos e progressivos, trazendo questionamentos e contextualizações sobre possíveis sentidos atribuídos à palavra ár-te na cultura ocidental, mostrando quê há outras palavras em diferentes línguas e culturas quê se relacionam a esse conceito. Nesse sentido, explora-se como a; ár-te póde sêr compreendida de diferentes modos, problematizando concepções hegemônicas de; ár-te, cultura e vida.
A BNCC neste capítulo
• Tema Contemporâneo Transversal: Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.
Competências e habilidades priorizadas
• Competências gerais da Educação Básica: 1, 3, 4, 7 e 9.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias: EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103; EM13LGG104; EM13LGG105; EM13LGG201; EM13LGG204; EM13LGG301; EM13LGG304; EM13LGG401; EM13LGG402; EM13LGG501; EM13LGG601 e EM13LGG602.
Justificativa das habilidades
• EM13LGG101: São apresentadas obras para fruição, tais como textos verbais poéticos, pinturas, objetos artísticos, cenas de performances, registros de cenas de espetáculos de dança, peças de teatro e outras. Assim, os estudantes podem analisar processos de produção e circulação de discursos de variados artistas, povos e culturas.
• EM13LGG102: A curadoria realizada neste capítulo tem o objetivo de proporcionar ao estudante a oportunidade de refletir, analisar e compreender os processos de produção e circulação dos discursos presentes nas diferentes mídias e instituições culturais de; ár-te. A partir díssu, os estudantes podem analisar a diversidade no modo de criar e compreender as produções artísticas, indo além de visões hegemônicas.
• EM13LGG103: As obras apresentadas para nutrição estética neste capítulo exploram diferentes linguagens artísticas. Com essa diversidade, os estudantes entram em contato com distintas semioses, como a visual, a verbal, a gestual e a sonora, explorando tanto interpretação crítica e a análise de textos diversos quanto a produção deles.
• EM13LGG104: Os estudantes são incentivados a explorar as linguagens artísticas, experimentando algumas de suas possibilidades. Nesse sentido, são convidados, por exemplo, a se aprofundarem no teatro e nas artes visuais, explorando textos dramáticos, construções de personagens e dêzê-nhôs, formas, cores e outros elemêntos das artes visuais.
• EM13LGG105: Os estudantes são convidados a explorar a linguagem teatral com uma produção multissemiótica, conectados com o combate a preconceitos e estereótipos e compreendendo como o teatral póde sêr um meio de intervenção social.
• EM13LGG201: O capítulo incentiva a exploração das linguagens artísticas em diferentes contextos, possibilitando quê os estudantes valorizem produções e saberes de diferentes culturas e épocas.
• EM13LGG204: Os percursos de estudos propostos neste capítulo apontam tensões entre povos e acontecimentos históricos e territoriais, relacionando-os com a formação do Brasil. Com essa contextualização, aborda-se como as diferentes formas de pensar
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a; ár-te influenciam as ações e produções artísticas contemporâneas e do passado. Com base nisso, propõem-se diálogos quê levam a refletir sobre diferentes perspectivas e propõem-se também produções para expressar essas diferentes formas de compreender o mundo, reforçando sempre os direitos humanos e uma visão decolonial da ár-te.
• EM13LGG301: No processo criador, os estudantes são incentivados a refletir sobre suas escôlhas e intenções artísticas e poéticas, produzindo d fórma autônoma e autoral a partir de suas subjetividades, ancestralidades, referências e identidades culturais em diferentes linguagens.
• EM13LGG304: Com variadas propostas de reflekção e conversação, os estudantes são incentivados a sempre levar em conta o bem comum e os Direitos Humanos, garantindo produções e decisões engajadas no combate ao racismo, por exemplo.
• EM13LGG401: A língua como fenômeno cultural e heterogêneo será objeto de análise por meio das reflekções sobre a palavra ár-te e ideias correlatas em diferentes culturas, como a da palavra hori, do idioma indígena tukano. A língua também será abordada ao refletir sobre padrões linguísticos normativos.
• EM13LGG402: Ao apresentar um trecho da obra Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, e trabalhar os padrões linguísticos normativos, busca-se incentivar os estudantes a compreender a variedade linguística adequada à situação comunicativa e a perceber a importânssia de combater o preconceito linguístico.
• EM13LGG501: Na fruição e nos estudos de corpo, de ancestralidades, de identidades culturais e de processos de criação e experimentação de movimentos dançados, a proposta é explorar, selecionar e investigar a poética e a expressividade de movimentos corporais, possibilitando o desenvolvimento da consciência corpórea e da compreensão das relações entre cultura corporal e diversidade cultural.
• EM13LGG601: Os estudantes são incentivados a explorar sítios arqueológicos e acervos e a se apropriarem de patrimônios artísticos a fim de desenvolver uma visão crítica sobre a diversidade cultural e a legitimidade das variadas manifestações artísticas. Nesse sentido, são abordadas as cosmovisões dos povos originários e a crescente presença de artistas afrodescendentes no cenário artístico brasileiro.
• EM13LGG602: A metodologia da mediação cultural é baseada em kestões provocativas quê visam a desenvolver a descrição, análise e interpretação de obras de; ár-te, tendo os estudantes/fruidores como protagonistas do processo de leitura. Assim, eles são incentivados a refletir, entre outros aspectos, sobre as diferentes linguagens e suas possibilidades, bem como sobre como as obras podem provocar a imaginação, a criatividade, a percepção, as memórias e as ideias, construindo sentidos em diálogo também com o próprio universo particular.
Percursos didáticos em ár-te
Abertura (p. 10)
Proposições pedagógicas
Para a nutrição estética e a mediação cultural, é apresentado um poema de Graça Graúna e uma imagem com a cena de uma perfórmance do artista amazonense Odacy Oliveira, quê faz movimentos e expressões corporais em frente à instalação imersiva Kahpi Hori, da artista Daiara Tukano – parte da exposição itinerante “Terra de Gigantes”. Nesse trabalho, Daiara Tukano projéta várias imagens da série Hori, integrando pinturas com o uso de tecnologias digitais. A série Hori tem composições de pinturas em acrílico quê apresentam dêzê-nhôs em linhas, formas e cores por meio de imagens de grafismos, iconografias indígenas criadas em pedras próximas a rios e cachoeiras, pinturas corporais ou em cestarias, entre outras produções quê fazem parte do patrimônio cultural ancestral dos povos originários brasileiros.
Nesta abertura, imagem, texto poético e kestões têm o objetivo de provocar fruição e reflekção na turma. Propõe-se, para isso, a roda de conversação, quê deve partir do princípio de quê todos temos ancestralidades, e elas vão além da ideia de uma “árvore genealógica”, pois se relacionam aos sonhos e às trajetórias daqueles quê vieram antes de nós e com quem podemos aprender e ressignificar saberes.
Comentários sobre as kestões
1. Acerca do poema, os estudantes, como sujeitos históricos, são convidados a refletir sobre suas trajetórias, repertórios, experiências e aprendizados relacionados a diferentes linguagens artísticas, bem como a pensar as relações quê estabelecem com o mundo culturalmente vivido, refletindo sobre o “seu lugar no mundo” – como expressa Graça Graúna em seu poema. A respeito da imagem, eles também podem expressar como percebem a
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linguagem corporal na perfórmance, analisando o movimento e a expressividade do gesto captado na fotografia.
2 e 3. Espera-se quê os estudantes citem o quê já estudaram sobre ár-te na escola e fora dela, como na vida cultural com amigos, na comunidade, com familiares ou em buscas individuais no acesso a páginas da internet, televisão e outros meios e mídias. Na construção de ideias sobre ár-te, proponha aos estudantes quê compartilhem se eles costumam se expressar por meio de alguma linguagem artística e, se sim, por qual e como isso acontece.
Avaliação e ampliações
As situações de aprendizagem, como o momento de conversação, a nutrição estética e a mediação cultural, propostas nesta abertura, são oportunidades para realizar uma avaliação diagnóstica. Com base nela, pode-se reconhecer quê pontos precisam de uma atenção maior, com pesquisas de aprofundamento, por exemplo, e quais pontos tendem a sêr desenvolvidos com mais facilidade, com os próprios estudantes apoiando-se mutuamente com seus conhecimentos prévios. É um momento inicial de investigações e reflekções quê podem ajudar a turma a compreender trajetórias e a pensar sobre processos quê envolvem o aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a sêr.
Tema 1 – Modos de sêr e existir (p. 12)
Proposições pedagógicas
Nesta abertura de tema, é possível fazer uma breve descrição e contextualização do trabalho de Daiara Tukano, com o objetivo de focar na investigação de saberes prévios dos estudantes sobre a; ár-te e a cultura de povos indígenas. Explore, ainda, modos variados de iniciar as ações mediadoras da fruição de obras, em quê não apenas as imagens podem sêr trabalhadas na construção de compreensões e interpretações mas também títulos, referências usadas pêlos artistas, contextos das produções e poéticas pessoais.
Ao trabalhar o boxe conceito sobre cosmologia, esclareça quê o termo póde ter muitas interpretações no contexto de culturas indígenas, de acôr-do com as diversas variações e pluralidades de povos. Assim, ele póde estar associado a modelos compléksos, quê expressam concepções e compreensões diversas sobre a origem do Universo e de todas as coisas quê existem e coexistem no mundo.
Giro de ideias (p. 12)
Proposições pedagógicas
Na obra Kahtiri Ēõrõ – Espelho da vida, Daiara Tukano apresenta um manto vermelho feito em ár-te plumária. Ela decidiu o criar quando esteve em museus europêus diante de mantos tupinambás, quê são feitos de penas da ave guará e são objetos sagrados para os povos quê os criaram. Esses mantos foram levados para o exterior no período do Brasil Colô-nia e foram classificados como “objetos exóticos” e “folclóricos”, sêndo expostos até hoje em museus internacionais com esse apelo. Na imagem, vemos uma perfórmance de ativação do manto tupinambá com a obra Kahtiri Ēõrõ, em quê a artista veste o manto e circula realizando gestos e movimentos corporais por espaços de museus, salas de galerias de; ár-te e de exposições temporárias. O espêlho convexo reflete o céu na imagem, mas também póde refletir quem olha para ele.
Comentários sobre as kestões
2. Chame a atenção dos estudantes para as ideias quê foram construídas ao longo do tempo sobre os indígenas, muitas com base em estereótipos e informações errôneas sobre os povos originários ameríndios. Se a turma for composta de estudantes de comunidades indígenas ou quê tênham ascendência indígena, incentive-os a falar de como eles percebem as tradições culturais e produções contemporâneas de diferentes povos.
3. O questionamento não tem o objetivo de provocar respostas únicas, mas de incentivar a construção de ideias sobre a diversidade cultural e sobre o caráter plural da ár-te. A ár-te, como fruto da ssossiedade e da cultura, sofre mudanças constantemente e se apresenta em múltiplas expressões e significados.
Giro de ideias (p. 13)
Proposições pedagógicas
A respeito da obra Pameri Yukese, incentive os estudantes a compartilhar se percebem os grafismos presentes na imagem e se já tí-nhão visto assinaturas culturais como símbolos, imagens e dêzê-nhôs quê estão presentes nas produções de povos indígenas, como pintura corporal, cestarias, tecelagens, cerâmicas, ár-te plumária entre outras. Encoraje-os a compartilhar se a obra provoca a imaginação ou memórias, relações com outras produções artísticas ou contextos culturais, entre outras possibilidades.
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Avaliação e ampliações
A ár-te, na produção ou na fruição, póde sêr um dos caminhos para quê possamos compreender as nossas subjetividades e a de outros. Nesse sentido, apresentamos a reflekção sobre ár-te e subjetividade para estudar as relações entre processos de criação e a recepção e interpretação de obras artísticas. Proponha um momento de conversa para saber como os estudantes compreendem esses aspectos, a fim de quê possam ativar conhecimentos prévios e prosseguir na construção das aprendizagens.
Ao tratar do diário de artista, proponha aos estudantes quê pesquisem sobre as várias formas de criar diários, a fim de escolherem o formato quê vão empregar para a criação do próprio diário de artista – material quê deverá acompanhar a jornada deles para criar, registrar e se expressar durante todo o processo de estudos.
Os estudantes devem sêr incentivados a explorar o diário de artista sempre quê pêrtinênti. Incentive-os, por exemplo, a criar registros de sensações a respeito dos saberes quê vão sêndo adquiridos sobre a; ár-te ou a fazer anotações sobre o quê estudam e percebem em seu cotidiano em relação à ár-te, sua história e formação cultural.
Esse material póde se tornar um recurso de avaliação formativa e autoavaliação. Contudo, lembre-se de quê os diários dos estudantes são pessoais. O objetivo é quê cada um tenha um lugar de registro íntimo e pessoal, no qual possa descrever os trajetos e refletir sobre saberes, processos e experiências, estabelecendo seu jeito de aprender a aprender. Incentive-os a mostrar, espontaneamente, alguns trechos de suas produções, mas esse compartilhamento, em hipótese alguma, deve sêr obrigatório.
O quê a; ár-te póde provocar? (p. 14)
Proposições pedagógicas
Ao refletir sobre a ideia de provocação, os estudantes podem reconhecer quê obras como a instalação imersiva de Daiara Tukano são essencialmente provocadoras de ações, pois convidam à interação. A provocação também está no artista, quê inicia a exploração da ár-te ao se sentir provocado de alguma forma a criar suas produções. Nesse sentido positivo de provocação, os estudantes também são, em seus estudos de ár-te, provocados e provocadores.
Giro de ideias (p. 14)
Comentários sobre as kestões
1. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre os sentidos da palavra provocação, com base no próprio contexto cultural. É esperado quê citem quê há provocações quê podem levar a conflitos, principalmente quando há tensões entre opiniões diferentes. No entanto, é esperado também quê se lembrem de situações em quê as provocações iniciam processos de reflekção e transformação. A expressão não me provoque é popular e póde sêr adotada em contextos positivos e descontraídos, mas também em contextos negativos. Por isso, é possível aproveitar a discussão para reforçar a cultura de paz e a importânssia de uma comunicação empática e não violenta.
2. Os estudantes podem analisar como percebem o sentido de provocação quando estão diante de produções artísticas, como filmes, poemas, músicas, pinturas e outras obras capazes de lhes provocar de alguma forma, ou seja, capazes de gerar reações a ponto de levá-los a refletir ou a adotar cértas ações – quê podem sêr mudanças de atitude ou mesmo os atos de comentar e compartilhar o quê viram com outras pessoas.
Avaliação e ampliações
Fazer pausas para conversar sobre as aprendizagens ou solicitar aos estudantes quê, em grupos, produzam um pequeno texto de avaliação dos estudos até o momento são formas de ter informações a respeito do envolvimento da turma em relação ao quê está sêndo abordado. Isso póde auxiliar você a reconhecer como os estudantes estão aprendendo e relacionando os saberes aos seus contextos culturais.
Objeto educacional digital
O carrossel de imagens ár-te performática: provocações e reflekções apresenta imagens de manifestações artísticas como perfórmance, happening e flash mob. Proponha a apreciação coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções incentivadas na seção.
Com a palavra... Daiara Tukano (p. 15)
Proposições pedagógicas
Para estabelecer relações com o mundo do trabalho, investiga-se, nesta subseção, o profissional curador com base nos projetos realizados por Daiara Tukano. Essa artista vêm desenvolvendo curadorias em exposições e eventos, valorizando outros artistas indígenas contemporâneos brasileiros e a produção e os saberes tradicionais de povos originários ameríndios.
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Ressalte quê, durante muito tempo, as instituições excluíram ou minimizaram o protagonismo e a produção artística de culturas provenientes de certos segmentos da ssossiedade brasileira. Na atualidade, há várias ações políticas e culturais quê questionam hegemonias culturais, trazendo à luz debates sobre tentativas de apagamento histórico de culturas e vivências de povos originários, africanos e afrodescendentes no Brasil e no mundo – entre outros grupos sociais.
Nesse contexto, os curadores são essenciais para apresentar ao público diferentes acervos, visões de mundo e produções artísticas, estéticas e poéticas.
Criação – Eu não sei desenhar? (p. 16)
Proposições pedagógicas
Provoque os estudantes a refletir e a argumentar sobre a ideia de “não saber desenhar”. Incentive-os, primeiro, a trabalhar a capacidade de inferência, reconhecendo quê está contida nessa ideia uma percepção de quê existe um padrão de desenho quê seria ideal. Então, eles devem, com base em seus conhecimentos e estudos prévios, analisar essa ideia e questioná-la criticamente.
É possível quê, desde a primeira infância, o desenho acompanhe a trajetória dos estudantes, e póde estar presente em muitos momentos da vida deles, mas a ideia de “não saber desenhar” póde ter sido influenciada por concepções limitadas do quê é ár-te, provavelmente advindas de construções culturais e conceituais hegemônicas. A proposta, então, é provocar a superação dessa ideia e apresentar a oportunidade de realizar práticas artísticas, investigando tanto processos criativos quanto poéticos e expressivos.
Ao apresentar a pintura rupestre e promover as reflekções do item 1, propomos perguntar aos estudantes sobre a criação de imagens em diferentes contextos, atravessando tempos e compondo acervos diversos. Nessa mediação, sugira a eles quê obissérvem os elemêntos constitutivos e materialidades, explorando suas interpretações.
Ao orientar a produção, incentive os estudantes a reconhecer as diversas possibilidades de criação, como a escolha de suportes variados, imagens de fundo, a criação de texturas, a exploração de tonalidades, o estabelecimento de um elemento principal na composição – ou a escolha de não trabalhar com essa ideia de principal e secundário.
Avaliação e ampliações
ôriênti os estudantes a compartilhar seus dêzê-nhôs uns com os outros, circulando as imagens pela sala de aula. Em um primeiro momento, a apreciação, análise e interpretação devem sêr realizadas silenciosa e individualmente. Em um segundo momento, contudo, proponha rodas de conversações em quê os estudantes possam falar sobre o quê é um “desenho bem-feito” ou “bonito” – ou outro tipo de atribuição ou adjetivo aos dêzê-nhôs quê represente um valor ou juízo. Questione-os sobre os critérios usados para formular suas hipóteses e retome as conversas iniciais sobre a frase “Eu não sei desenhar?”. Provoque-os a compartilhar o quê eles pensam, agora, sobre essa pergunta, a fim de observar reconfigurações das ideias.
Tema 2 – A ár-te sempre foi ár-te? (p. 18)
Proposições pedagógicas
Espera-se quê os estudantes leiam o trecho da canção Sonho de uma flauta, observando quê o compositor tem licença poética e usa metáforas para abordar como elemêntos cotidianos podem sêr percebidos e como seus sentidos podem se transformar, por meio do imaginário, do estado de estesia e das subjetividades, em um estabelecimento de relações poéticas com a vida.
Sobre o coletivo Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku), comente a contribuição quê exercem tanto na (re)construção dos sentidos da palavra ár-te como nas reformulações das instituições de; ár-te no Brasil e no mundo com base em perspectivas decoloniais.
Giro de ideias (p. 18)
Comentários sobre as kestões
1. Com base nas interpretações e inferências formuladas pêlos estudantes, espera-se quê reflitam quê a palavra ár-te, mesmo nascendo de uma língua e contextos históricos e culturais específicos, atravessou tempos, territórios e culturas. Assim, explicações breves e universais, como muitas vezes encontramos, talvez não sêjam capazes de dar conta de expressar a complexidade dêêsse termo.
2. Comente com os estudantes quê as instituições culturais têm papel importante na garantia de espaços e direitos a diferentes segmentos sociais, principalmente àqueles historicamente oprimidos e “apagados”. Essas instituições devem garantir quê as pessoas, em sua diversidade, possam contar as
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próprias histoórias a partir de suas identidades culturais e cosmovisões.
3. promôva um momento de fruição coletiva, incentivando os estudantes a descrever o quê percebem e o quê mais chama a atenção de cada um.
Avaliação e ampliações
Proponha aos estudantes quê compartilhem suas interpretações sobre as palavras quê lhes chamaram a atenção nos estudos até o momento. Incentive-os a comentar o quê consideraram mais difícil de compreender, reconhecendo em quê pontos precisam de mais apôio. Em grupo, os estudantes podem, ainda, estabelecer trocas sobre como aprendem e contextualizar o quê estão estudando dentro de suas realidades, apoiando o desenvolvimento das aprendizagens uns dos outros.
ár-te, palavras e sentidos (p. 20)
Proposições pedagógicas
A História da ár-te, constituída ao longo de séculos com base em ideias ocidentais de; ár-te, estética e poética, foi amplamente pautada em uma concepção eurocêntrica e hegemônica. Na atualidade, os debates trazem cada vez mais uma visão decolonial da ár-te no Brasil e na América Látína – e em todo o mundo –, valorizando conceitos construídos historicamente por outras concepções de mundo, autores e culturas. Esse movimento também tem provocado revisões e transformações em curadorias de exposições, acervos de museus, produção de livros de História da ár-te e no ensino de ár-te, ampliando a diversidade de opiniões e perspectivas.
Sobre a ideia de obra-prima, ressalte quê, no Renascimento italiano, aprendizes entravam para o ateliê de um mestre famoso, geralmente ainda muito jovens, a fim de aprender os ofícios da ár-te. O mestre tinha o conhecimento, as ferramentas e o material necessário para ensinar aos interessados em seguir o ofício. No início, os estudantes não criavam, somente ajudavam seus mestres na produção das encomendas feitas ao ateliê ou à casa de ofícios. Contudo, quando um aprendiz era considerado competente para criar a sua “obra-prima” (primeira obra), ele estava ápto a seguir a carreira de modo independente. Posteriormente, essa ideia passou a sêr associada à obra mais importante de um artista, mesmo quê feita em sua maturidade.
Avaliação e ampliações
Proponha aos estudantes quê escôlham e indiquem palavras-chave quê surgiram durante o trabalho e retome a proposta do boxe Pesquisar+. Incentive-os a refletir e comentar sobre a; ár-te como expressão de conhecimentos, cosmovisões, poéticas, subjetividades e modos de sêr e existir no mundo.
Entre histoórias – História da ár-te de quem? De onde? (p. 23)
Proposições pedagógicas
Ao final do século XX, surgiram muitas pesquisas e estudos a respeito dos povos quê passaram historicamente por processo de colonização e dominação, abordando como eles continuaram, mesmo nesse contexto, a produzir materiais e projetos educacionais, artísticos e culturais. Especialmente na América Látína, as discussões a respeito dêêsse tema se voltam para a compreensão das influências culturais, da produção de conhecimentos e das ações dêêsses povos na ssossiedade, pois, muitas vezes, a nossa cultura, ár-te e identidade ainda são abordadas por meio de visões eurocêntricas do mundo.
Nesse sentido, o pensamento decolonial tem sido apresentado em propostas educacionais no ensino de ár-te no Brasil, não como negação de acervos internacionais, mas como olhar ampliado quê valoriza e compreende contextos e saberes múltiplos, construindo-se livre de domínios heteronímicos, na consciência de reconhecer as próprias bagagens culturais e valores formativos.
Proponha aos estudantes quê compartilhem suas opiniões a respeito do repatriamento de objetos quê estão em museus europêus e em outros países, mas são originários de culturas de povos indígenas brasileiros. Podem sêr realizadas kestões como: em sua opinião, esses acervos devem voltar para o Brasil? Por quê? O quê é preciso para quê isso aconteça? Na região onde você vive, há objetos de acervos culturais locais quê foram levados no passado? Não se espera respostas únicas, mas é importante reforçar uma perspectiva de respeito e valorização das produções culturais dos diferentes povos.
Giro de ideias (p. 23)
Comentários sobre as kestões
1 a 3. Incentive os estudantes a reconhecer de quê região do mundo e culturas são provenientes os acervos e produções artísticas com os quais eles têm tido maior contato. Eles podem, então, levantar hipóteses a respeito das razões para a formação dêêsse repertório. Por meio da lista coletiva, incentive-os a reconhecer se o acervo quê estão cons-
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truindo no momento é diverso e dialoga com sua realidade ou se está concentrado em hegemonias culturais – como a eurocêntrica.
4. As conversações provocadas podem sêr um ponto de partida para maiores explorações e ampliação de repertório. Para isso, visitas presenciais ou virtuais a acervos de museus e outras instituições culturais brasileiros podem sêr uma boa estratégia de nutrição estética, valorização da diversidade artística e cultural, análise de poéticas e narrativas visuais.
Avaliação e ampliações
Ao trabalhar o conceito de pensamento decolonial, propomos problematizar o quê já foi visto até o momento para, em seguida, apresentar mais formulações teóricas no processo contínuo de aprendizagem entre provocação, reflekção e construção de saberes. Para isso, solicite aos estudantes quê anotem no diário de artista passagens do estudo quê gostariam quê fossem mais aprofundadas. Com base nisso, eles podem, colaborativamente e com a sua orientação, realizar investigações e conversações para aprofundar e consolidar as aprendizagens.
Saber+
Para ativar o estudo da proposta decolonial no ensino de ár-te, sugerimos a leitura do artigo indicado a seguir.
• ARTE/EDUCAÇÃO DECOLONIAL na América Látína.
Publicado por: Cadernos de estudos culturais. Disponível em: https://livro.pw/vszxb. Acesso em: 10 out. 2024.
Objeto educacional digital
O podcast Curadoria e diálogo decolonial na ár-te explora como o mundo das artes vêm rompendo com padrões elitistas e criando novos espaços de valorização de diversas culturas e histoórias. Além díssu, será abordado como a atuação dos curadores ganha um papel importante nessa virada decolonial. Proponha a escuta coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções da seção.
Conexões com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Histórias gravadas (p. 26)
Proposições pedagógicas
Estabeleça relações dos estudos desta seção com a subseção Com a palavra... Daiara Tukano, do Tema 1 dêste capítulo. Para a cultura de Daiara Tukano, a; ár-te está ligada a práticas e imagens quê acompanham as tradições dêêsse povo. Elas são encontradas nos petróglifos, às margens de rios, como é abordado nesta seção, mas também em outras manifestações culturais tradicionais. Nesse contexto, a; ár-te não é criada d fórma separada da vida, da térra, do céu, do rio, da existência das coisas no mundo e da cosmologia, pois, nessa cultura, tudo está integrado e em coexistência.
Na fruição das imagens de gravuras rupestres desta seção, esclareça quê não sabemos com certeza o quê quêm as produziu gostaria de expressar, mas podemos especular e, principalmente, imaginar que a vontade de se comunicar de quem as produziu era forte.
Incentive os estudantes a exercitar a capacidade inferencial e argumentativa, explorando hipóteses sobre as criações. Encoraje-os a citar conhecimentos da História ou da Sociologia sobre os povos de cerca de 1.000 a 2.000 anos atrás no Brasil. Se possível, estabêlêça uma parceria com os professores dêêsses componentes, mobilizando os diferentes saberes dos estudantes a fim de construir aprendizagens significativas.
Criação – Rastros, registros e criações (p. 28)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê se imaginem como arqueólogos ou historiadores da ár-te quê estão à procura de descobrir mais sobre as pessoas quê ocuparam o espaço da escola e do seu entorno no passado. Para esta proposta, póde sêr interessante contar com o apôio de professores de Língua Portuguesa e da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, a fim de orientar as reflekções, análises e conversações.
Incentive-os a reconhecer, nessa investigação, diferentes modos de sêr e existir, pesquisando côstúmes, culturas, sonhos e outros aspectos.
Avaliação e ampliações
Com essa prática, espera-se quê reconheçam quê podemos sempre aprender com o quê já foi vivido, preservando e cuidando de patrimônios materiais e imateriais, valorizando histoórias e culturas e percebendo sentimentos de pertencimentos na construção de identidades. Nesse sentido, os estudantes também podem compreender e valorizar a importânssia de uma avaliação constante dos processos criativos e investigativos, atribuindo, com seu apôio, um caráter formativo às ideias e percepções quê surgirem na trajetória.
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Tema 3 – Palavra e som: identidades em construção (p. 30)
Proposições pedagógicas
No início do tema, os estudantes são convidados a uma nutrição estética, por meio da apreciação do trecho de letra da canção “Sankofa”, de Chico Brum. Os versos dessa canção foram inspirados em um provérbio do povo ashanti, quê vive na parte ocidental do continente africano, o dizêr expressa quê “nunca é tarde para voltar e apanhar o quê ficou atrás”. Com essa produção artística, convidamos os estudantes a refletir sobre bagagens culturais, sentimento de pertencimento, representações e representatividades na ár-te, visando à construção de conhecimentos significativos e à promoção de uma educação antirracista.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 1 apresenta a canção “Sankofa”, de Chico Brum. Explore essa faixa com os estudantes ao trabalhar a letra da canção.
Volte e pégue! (p. 31)
Proposições pedagógicas
A imagem da escultura Pássaro (Sankofa) póde ampliar as reflekções e conversações. Observe as relações quê os estudantes estabelecem com a canção de Chico Brum. As kestões do boxe Giro de ideias podem ajudar a ativar repertórios e conhecimentos prévios ao provocar os estudantes a compartilhar ideias e percepções sobre a imagem e os valores culturais e poéticos quê ela e outras carregam.
Voltar para o além-mar (p. 32)
Proposições pedagógicas
Proponha mais pesquisas e debates sobre o termo diáspora para ampliar saberes. Consulte o quê a turma está estudando em História e Geografia com os professores dêêsses componentes e, se pêrtinênti, analise com esses côlégas a possibilidade de construir projetos interdisciplinares.
Giro de ideias (p. 32)
Comentários sobre as kestões
1 e 2. Na fruição do poema de Abdias Nascimento, espera-se quê os estudantes percêbam o jôgo de palavras apresentado nos versos, apreciando o movimento da viagem, do trajeto do eu lírico quê vive a experiência da travessia entre a dor, o medo e a esperança. No poema, podemos entender quê o além-mar surge como o lugar da casa ancestral, a memória de alegrias na “Mãe-África”, enquanto o “aquém-mar”, o “lado de cá do mar”, é o lugar a quê se chegou d fórma forçada, com dor e sofrimento – um espaço marcado por violência. Nesse contexto, lutar e resistir é crescer nesses dois espaços, afirmando a descendência, a cultura e a; ár-te do povo africano, seja na África, seja fora dela – espalhado pelo mundo, em diásporas.
3. Chame a atenção para o fato de quê vários povos já viveram situações de diáspora – e isso ainda acontece no mundo contemporâneo.
Afirmar e seguir (p. 33)
Proposições pedagógicas
Na mediação cultural, a proposta é oportunizar o protagonismo do leitor, apreciador, quê traz suas percepções e interpretações, tomando por base sua bagagem cultural. Assim, provoque os estudantes a observar todos os dêtálhes da imagem e comentem a respeito do quê lhes chamar a atenção.
Giro de ideias (p. 33)
Comentários sobre as kestões
1, 2 e 4. A sankofa aparece em várias formas; no Brasil geralmente é empregada na forma figurativa, em formas abstratas ou em linhas sinuosas, quê são muito usadas em portões na tradição da ár-te da serralheria.
3. A proposta é introduzir o debate de como as linguagens artísticas também podem expressar identidades culturais de seus produtores e dos contextos nas quais são produzidas. Incentive os estudantes a pensar no modo como expressam as próprias identidades.
Avaliação e ampliações
Como ampliação, é possível propor uma pesquisa sobre as variações de formas da sankofa e a presença de sua simbologia nas sociedades. Conheça, a seguir, alguns caminhos quê podem sêr oferecidos aos estudantes.
• Em sáites ou em livros sobre as culturas africanas, buscar informações acerca dêêsse sín-bolo adinkra, analisando também os significados e usos dele na cultura original do povo ashanti.
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• Explorar se ele aparece em diferentes produções artísticas – como textos literários, filmes, imagens diversas, lêtras de canções, videogueimes etc.
• Explorar como esse sín-bolo já foi empregado no Brasil.
Após fazer a pesquisa, os estudantes podem redigir um texto resumindo as suas descobertas no diário de artista. Em seguida, podem compartilhar as informações em conversação. Na conversação, garanta quê os estudantes reconheçam quê a forma abstrata da sankofa, no Brasil, póde sêr encontrada em ornamentos de portões, grades de janelas e portas de ferro de residências, uma vez quê os saberes e ofícios na transformação do ferro atravessou o atlântico na diáspora africana para o Brasil.
Entre histoórias – Timbres e culturas / Os afrossambas (p. 34)
Proposições pedagógicas
Para ampliar a dinâmica de escuta e percepção de timbres de instrumentos musicais, você póde propor aos estudantes quê escutem áudios de violão tocado de modo a imitar as sonoridades comumente exploradas no berimbau, relacionando-os com a faixa de áudio indicada na seção.
Depois dessa investigação do som do berimbau no violão, incentive os estudantes a reconhecer como a brasilidade do nosso povo está presente nesses sôns. êste som é incorporado à música popular brasileira pelo gênero do afrossamba, inicialmente com Vinícius de Moraes e Baden Powell, quê influenciaram, posteriormente, o trabalho de vários outros artistas.
Saber+
Quanto ao violão tocado como berimbau, é possível reproduzir o vídeo a seguir.
• Fica a Dica | Violão ou Berimbau? | Nelson Faria. Publicado por: Um café lá em casa. Vídeo (2 min). Disponível em: https://livro.pw/vrrqw. Acesso em: 11 out. 2024.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 2 apresenta um som de berimbau produzido com um violão. Explore essa faixa com os estudantes ao trabalhar a percepção do timbre de instrumentos.
Criação – Os sôns quê ecoam em nossa história (p. 37)
Proposições pedagógicas
Para auxiliar na prática, é possível assistir ao vídeo protagonizado pelo Mestre Baiano Caxixi, gravado em Pirenópolis (GO), sua térra natal, mostrando o passo a passo de como fazer um berimbau. O vídeo mostra a confekissão utilizando ferramentas quê devem sêr manipuladas apenas por adultos quê tênham habilidade para utilizá-las.
Saber+
O vídeo a seguir mostra o passo a passo da confekissão de um berimbau.
• Como fazer um berimbau: do início ao fim! Publicado por: CarlosTerrana Fotografia em FOCO. Disponível em: https://livro.pw/cjfzt. Acesso em: 11 jul. 2024.
Avaliação e ampliações
Durante o processo de confekissão, incentive os estudantes a registrar ideias, impressões e dificuldades no diário de artista. Provoque-os também a experimentar as sonoridades quê o instrumento póde produzir, mobilizando-os a refletir sobre a relação dêêsses sôns com os dêtálhes da confekissão e a materialidade quê eles próprios exploraram.
Tema 4 – Corpo ancestral (p. 38)
Proposições pedagógicas
Incentive os estudantes a fruir a imagem do Balé Folclórico da baía no espetáculo O Balé Que Você Não Vê. Esse trabalho nasceu da história da trajetória da companhia, quê, ao longo de mais de 35 anos, já formou muitos profissionais da dança, música, teatro, cenário, figurino, iluminação e outras funções quê fazem parte dos espetáculos quê intégram as várias linguagens da ár-te.
Com a palavra... Zebrinha (p. 39)
Proposições pedagógicas
Ao explorar o conceito de letramento racial, explique quê ele tem se ampliado para além das linguagens verbais (oral e escrita), levando a reflekções sobre as linguagens não verbais – como as visuais, corporais e sonóras. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre como se percebem como sujeitos históricos e agentes transformadores na luta antirracista.
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Proponha momentos de rodas de conversações para quê compartilhem também como reconhecem situações discriminatórias e como reagem a elas – como diante de situações de injustiças em função de preconceitos raciais. O tema deve sêr abordado com sensibilidade e empatia, reconhecendo quê alguns dos estudantes podem já ter vivenciado situações traumáticas relacionadas ao racismo. Por isso, incentive-os a falar, mas respeite o momento de cada um, motivando a empatia e a compreensão mútua entre todos. Se, nessa dinâmica, for reconhecido quê alguém sofre racismo na escola, deve-se levar o tema à gestão escolar e devem sêr promovidas ações de combate ao racismo, engajando toda a comunidade escolar na iniciativa.
Entre histoórias – A dança como louvação (p. 40)
Proposições pedagógicas
A proposta do boxe Pesquisar+ é uma oportunidade para quê os estudantes ampliem, por meio da investigação, suas interações com manifestações da dança em contextos relacionados à espiritualidade e à religião, também traços culturais importantes a se considerar nos estudos em ár-te, a fim de ampliar a compreensão crítica dos diferentes modos de sêr, pensar e pertencer, bem como da relação das práticas artísticas com as diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, estética e ética, favorecendo o respeito às diferenças e o diálogo intercultural e pluriétnico.
Conexões com… Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Dançar e saltar! (p. 42)
Proposições pedagógicas
êste é um momento oportuno para trabalhar com situações-problemas em relação a ideias estereotipadas e preconceituosas a respeito das pessoas com deficiência na dança.
Proponha uma roda de conversação sobre o termo capacitismo, quêstione se os estudantes sabem o quê significa. É possível propor uma breve pesquisa em dicionários, livros ou outras fontes. Então, os estudantes devem reconhecer quê o termo está relacionado à discriminação em relação às pessoas com deficiência, quê é baseada em uma ideia de quê elas são “menos capazes” quê as pessoas sem deficiência, ignorando que a dificuldade vivida por elas está relacionada à forma como as cidades são concebidas e construídas e como a ssossiedade e as pessoas se posicionam. Por exemplo, se uma pessoa com deficiência visual não consegue se locomover por falta de piso tátil em um espaço, o problema não está em sua capacidade, mas na cidade quê não lhe oferece acessibilidade. O mesmo ocorre com a dança ou outras linguagens da ár-te, elas podem sêr pensadas por e para pessoas com deficiência.
Os estudantes com deficiência devem sêr sempre incluídos nas práticas e não há apenas um caminho para se cursar nesse sentido, dada a diversidade de turmas, de deficiências e de personalidades dos indivíduos, por isso, esteja sempre atento para conversar com cada estudante, considerando seus diferentes perfis, e adaptar propostas conforme suas demandas.
Saber+
A respeito da temática “dança e deficiência”, é possível assistir ao vídeo a seguir, em quê há um foco nas pessoas com deficiência visual, mas também é possível visualizar pessoas em cadeiras de rodas dançando.
• Vídeo institucional Cia Ballet de Cegos! Publicado por: Associação Fernanda Bianchini. Vídeo (6 min). Disponível em: https://livro.pw/xurzy. Acesso em: 17 out. 2024.
Criação – Corpo memória, corpo história (p. 43)
Proposições pedagógicas
Para ampliar debates, proponha aos estudantes quê apresentem gestos e expressões corporais quê tênham observado em grupos culturais específicos, como em integrantes de bandas de músicas de determinado gênero.
Para a experiência estésica com os pés, os estudantes pódem ficar dispostos em roda ou fila, e pode sêr interessante, ainda, posicioná-los de costas um para o outro, favorecendo a concentração deles. As etapas da dinâmica podem sêr indicadas por você, sêndo a sua voz o guia da prática, enquanto os estudantes podem realizá-la de olhos fechados.
A etapa em quê se propõe “agarrar o chão com os pés” é uma experimentação do core dos pés (músculos internos do pé) ou foot core, exercício relacionado às áreas de Educação Física e Fisioterapia.
A atividade deve sêr adaptada de acôr-do com as características dos estudantes e suas possibilidades. É possível propor às pessoas com deficiência quê sugiram como gostariam de vivenciar essa experiência. Seja qual for o caso, é importante incluir toda a turma na prática e propor a todos quê as adaptações também – como realizar o exercício deitado.
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Coletânea de áudios
A faixa de áudio 3 apresenta um som de metrônomo. Já a faixa de áudio 4 apresenta a canção “Cirandeiro” e uma base rítmica de percussão para a ciranda. Explore essas faixas com os estudantes ao trabalhar a marcação de pulsação.
Avaliação e ampliações
Ao final da prática, peça aos estudantes quê registrem em seus diários de artista o quê extraíram da experiência. Esses registros auxiliam os estudantes a realizar uma autoavaliação e você a enriquecer a avaliação processual, reconhecendo como está se dando o percurso de aprendizagem da turma, quê pontos estão sêndo desenvolvidos satisfatoriamente e o quê póde sêr aprimorado. Os diferentes tipos de registro podem sêr mobilizados com esse propósito.
Tema 5 – Quem conta nossas histoórias? (p. 47)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê reflitam sobre o pensamento histórico contemporâneo, quê impõe fazer reparações, revisões e corrigir ideias estereotipadas sobre povos e culturas, ampliando questionamentos e problematizações.
Nesse sentido, convém problematizar a própria História da ár-te, quê, muitas vezes, deslegitima a expressão de certos povos e culturas, com base em uma visão eurocêntrica e hegemônica da ssossiedade. Na Europa, Giorgio Vasari (1511-1574) – um pintor e arquiteto italiano quê viveu durante um período conhecido como Renascimento – é considerado um dos primeiros historiadores da ár-te. O título de pioneiro dessa área de estudos lhe foi atribuído em razão de sua publicação As vidas dos artistas, de 1550. Nessa primeira publicação, já era possível perceber algumas tendências dêêsse campo de estudos, como uma cosmovisão no catolicismo e foco nas artes visuais – trazendo a biografia e obra de pintores, escultores, criadores de mosaicos e construções arquitetônicas.
É possível salientar quê a História da ár-te, segundo a convenção e por influência de uma visão eurocêntrica, refere-se a uma disciplina moderna, com fundamentos europêus e estabelecida em âmbito acadêmico, em 1844, na Universidade de Berlim, na Alemanha. Contudo, é importante reconhecer quê a; ár-te e o seu estudo sempre existiram em outras culturas e em outras partes do mundo, com registros, ensináhmentos e formas diversas, resistindo ao tempo e a tentativas de apagamento.
No trabalho propôsto em Pesquisar+, os estudantes podem visitar a biblioteca da escola, cidade ou região, para procurar por livros de História da ár-te a fim de analisar os pontos propostos nessa prática. É possível propor estudos e análises preliminares observando sumários, imagens e títulos e lendo partes quê chamem a atenção em um primeiro contato. Depois, por meio dessa análise preliminar, póde sêr criado um mapa conceitual coletivo – todos pódem opinar, e um estudante pode ficar responsável por registrar o mapa no qüadro. Com base nesse primeiro levantamento, os estudantes podem sêr incentivados a se aprofundar nos estudos da História da ár-te.
No trabalho com o boxe Giro de ideias, fomente o debate acerca de como eles percebem o antirracismo nos estudos na escola e nas ciências de modo geral. Esse é um momento oportuno para citar quê, muitas vezes, procurou-se defender o racismo com base em falsos argumentos científicos; por isso, refórce a importânssia de combater o anticientificismo e o reducionismo de ideias nesse âmbito.
Para pensar a respeito das kestões “quais histoórias a História da ár-te conta?” e “quem conta nossas histoórias e de quê maneira?”, propostas no Livro do estudante, espera-se quê os estudantes mobilizem os estudos realizados até o momento e se coloquem criticamente, reconhecendo o direito de cada povo e pessoa de ter sua ár-te e cultura respeitadas e suas histoórias contadas a partir de suas leituras de mundo, cosmovisões, subjetividades, poéticas e contextos sócio-culturais.
Dramaturgias negras (p. 49)
Proposições pedagógicas
Esclareça quê o Teatro Experimental do Negro (TEN) surgiu com o objetivo de valorizar identidades culturais afrodescendentes e promover o engajamento em ideais antirracistas. A atuação do grupo se deu na cidade de São Paulo e inspirou muitas iniciativas em outros estados.
Aprofunde o debate ao tratar do multiartista Abdias Nascimento, dada a sua importânssia na história da ár-te e do teatro nacional, em especial da ár-te e da cultura afrodescendente e do protagonismo do negro nos palcos e na vida.
No palco e na tela (p. 50)
Proposições pedagógicas
No diálogo sobre a; ár-te no palco e na tela, é possível promover uma discussão sobre o mundo do trabalho ao questionar os estudantes se eles conhecem a profissão de dramaturgo. Esse é um artista quê cria ou adapta
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textos para a linguagem das artes cênicas, produzindo a dramaturgia. O mercado de trabalho para esse profissional está principalmente no campo de publicação de livros e textos digitais ou impressos, além da atuação em companhias de teatro ou em outros segmentos, como a teledramaturgia e a cinedramaturgia.
Entre histoórias – Textos e contextos / Esse palco é nosso! (p. 51 / p. 52)
Proposições pedagógicas
Chame a atenção dos estudantes para o fato de quê o teatro é uma linguagem artística quê possui grande diversidade de formas expressivas, incluindo o gesto, a expressão corpórea e vocal, a palavra, formas animadas (como teatro de bonecos, com objetos, de sombras etc.), a luz, o som, a cenografia, um conjunto de ações e elemêntos quê compõe a obra cênica.
Pergunte aos estudantes como o teatro póde nos provocar enquanto público. Eles podem citar quê uma obra teatral póde despertar sentimentos, sensações e reflekções. Por exemplo, na comédia, o teatro faz rir; na tragédia, nos faz entrar em contato com dramas humanos profundos. Em geral, o teatro está ligado a uma narrativa, uma história com komêsso, meio e fim. Mas há muitas formas de fazer teatro, e cada grupo de artistas póde escolher caminhos, estilos ou propostas artísticas novas.
Saber+
No diálogo sobre Orfeu negro, é possível apresentar um episódio do podcast MIS! – do Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo – quê o aborda.
• #008 – Musicais no cinema: Orfeu negro. Publicado por: MIS. Podcast (24 min). Disponível em: https://livro.pw/hlcgi. Acesso em: 19 ago. 2024.
Avaliação e ampliações
Os estudantes podem pesquisar mais sobre a participação dos negros no cenário do teatro nacional. Nesse sentido, incentive-os a conhecer a história do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a participação de afrodescendentes nesse patrimônio cultural. O Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi fundado em 1909, porém, a primeira produção teatral com artistas negros foi apresentada em seu palco apenas em 1945: o espetáculo O Imperador Jones, dirigido por Abdias Nascimento, quê marcou a estreia do Teatro Experimental do Negro. Com essa investigação, é possível avaliar a percepção quê os estudantes têm construído da exclusão histórica dos povos negros no Brasil.
Conexões com… Língua Portuguesa – A fôrça das histoórias contadas (p. 53)
Proposições pedagógicas
Carolina Maria de Jesus é considerada uma das maiores escritoras brasileiras, sêndo sua obra mais conhecida Quarto de despejo: diário de uma favelada, publicada em 1960.
Em um diálogo inicial sobre a escritora, chame a atenção dos estudantes para a obra Meada, de Antônio Obá. Incentive a turma a analisar a expressão corporal e outros elemêntos, como os olhos. Peça a eles quê obissérvem a estampa da roupa, o tom da péle e as outras cores vibrantes quê há no qüadro, eles podem perceber quê a figura feminina parece sêr abraçada por essas cores. Os estudantes podem observar quê, na mão direita, ela segura as pérolas sobre uma fô-lha de papel, enquanto mostra outra pérola com a mão esquerda. Encoraje-os a conversar sobre quais podem sêr os sentidos envolvidos nesse modo de apresentá-la. refórce quê Antônio Obá tem uma carreira artística quê prima pela valorização da ár-te e cultura afrodescendente, reconhecendo a produção artística como forma de combater visões estereotipadas da população negra e o racismo estrutural.
A questão dos padrões linguísticos normativos póde sêr trabalhada em parceria com o professor de Língua Portuguesa, se possível, tomando por base a obra de Carolina Maria de Jesus.
Saber+
Se julgar pêrtinênti, reproduza para a turma o vídeo com a fala de Antônio Obá sobre a obra Meada.
• Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros: Antônio Obá. Publicado por: imoreirasalles. Vídeo (4 min). Disponível em: https://livro.pw/wgkln. Acesso em: 11 out. 2024.
Criação – Leituras e encenações (p. 55)
Proposições pedagógicas
Antes de toda proposta corporal, é importante preparar o corpo dos estudantes para o movimento. Conhecer e aquecer o corpo evita machucados e outros acidentes. Nesse sentido, existem jogos ou exercícios teatrais quê são um bom aquecimento, esse é o caso do jôgo “O corpo ocupa”. Ele póde sêr realizado antes desta ou de outras práticas corporais propostas. A ideia do jôgo é sensibilizar os estudantes quanto à ocupação de espaços vazios e incentivá-los a se expressar corporalmente.
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Para colocar em prática, defina com a turma o local do jôgo. póde sêr uma sala ou espaço aberto, como pátio ou quadra poliesportiva. O espaço deve estar limpo e livre de objetos quê possam gerar acidentes. Para o jôgo acontecer, considere as orientações a seguir.
• Dê o comando para começarem a andar pelo espaço, oriente-os a andar lentamente, com calma, sem tokár nos corpos dos outros estudantes, mantendo distância e não deixando grandes espaços vazios entre eles.
• Deixe-os andar livremente por dois ou três minutos, sempre com o objetivo de ocupar os espaços vazios e criar uma distância proporcional e harmoniosa entre eles.
• Em seguida, dê o comando de “congelar”. Os estudantes devem parar na posição em quê estão.
• Então, peça a eles quê olhem o espaço ocupado por outros estudantes, obissérvem a posição corporal deles, suas expressões faciais e outros dêtálhes.
• Eles devem permanecer congelados por um ou dois minutos. Depois dêêsse tempo, dê o comando de “volte a andar”.
• Faça várias rodadas, para quê os estudantes experimentem e obissérvem diferentes expressões corporais e tênham variadas visões do espaço ocupado pelo grupo.
Ao final, proponha uma conversação sobre a experiência, preferencialmente em uma grande roda.
A leitura dramática é uma das formas de explorar a linguagem teatral em quê uma leitura de um texto dramático é feita em voz alta. Essa é uma prática artística realizada por grupos de teatro geralmente para ensaiar, experimentar ou debater um texto dramático. Ela permite quê os atores e atrizes explorem e conheçam mais profundamente o texto e experimentem diferentes abordagens da voz das personagens e de suas características físicas e psicológicas, antes de uma produção completa do espetáculo. Após a escolha da peça ou texto dramático, incentive os estudantes a definir o trecho a sêr lido – não é necessário quê leiam todo o texto. Indique quê cada estudante leia por cerca de dois ou três minutos. Na leitura, a turma póde sêr organizada em roda para melhor desenvolver a proposta e, nessa mesma roda, podem realizar a conversação sobre a prática depois das leituras dramáticas.
Avaliação e ampliações
Ao final da prática, incentive os estudantes a realizar uma autoavaliação. É possível fazer as seguintes kestões: como se sentiu durante a leitura? O quê achou do desenvolvimento da personagem? Julgou complékso? Fácil? O quê foi mais desafiador nessa prática? Como você pôdi superar as dificuldades?
Questione também sobre os sentidos e conteúdos abordados no trecho lido, incentivando-os a relacionar o quê foi apresentado com a vida deles.
Por fim, incentive os estudantes a criar, no diário de artista, registros sobre essa experiência teatral. Eles podem ampliar suas investigações nesses registros, por exemplo, anotando quais são as características das personagens apresentadas, criando dêzê-nhôs de figurinos quê poderiam fazer parte da peça, esboços de cenários, entre outras produções.
revêja e siga (p. 57)
Proposições pedagógicas
A ár-te e os saberes de quêm veio antes de nós compõem repertórios culturais e nutrem ideias, nos inspirando a formular pensamentos e a realizar novas criações. Sugere-se propor aos estudantes que compartilhem como se percebem como sêres sensíveis, de linguagem e cultura. Cite quê a; ár-te se apresenta em muitas linguagens, e é mais quê expressão e comunicação, é também conhecimento e se relaciona com várias dimensões da vida.
De olho no enêm e nos vestibulares (p. 59)
Proposições pedagógicas
O trabalho com esta seção auxilia os estudantes a se prepararem para exames de larga escala, como o Exame Nacional do Ensino Médio (enêm). Antes de eles responderem às kestões, é possível quêstionar o quê eles esperam de exames de larga escala; possibilite que compartilhem expectativas e sentimentos relacionados ao tema. Esclareça, então, a finalidade desta seção.
Proponha, por isso, quê respondam às kestões em determinado tempo da aula estabelecido por você. Incentive quê eles iniciem lendo os textos e as alternativas das kestões com atenção. Comente a possibilidade de, depois dessa leitura, iniciar o processo de resposta excluindo as alternativas quê já reconhecem como incorrétas. Depois, eles podem reler o texto, analisar novamente as alternativas e, finalmente, marcar aquela quê reconhecem como correta.
Ao final, convide os estudantes a compartilhar suas leituras, análises e respostas. Incentive-os a argumentar e explicar aos côlégas os raciocínios quê estabeleceram para chegar às resoluções.
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Capítulo 2 Poéticas e culturas das juventudes
Para estudar no capítulo
O foco dêste capítulo é o jovem como um sêr de linguagem. Nesse sentido, promovemos reflekções sobre as culturas, poéticas e estéticas das juventudes em tempos e territórios diversos por meio de proposições pedagógicas quê propiciam encontros estéticos, significativos e criativos com produções artísticas e culturais.
O objetivo geral é viabilizar o estudo da vida culturalmente vivida na juventude, com base em subjetividades, identidades e linguagens diversas, propondo a investigação dos caminhos estéticos quê emergem em diferentes contextos culturais e promovendo a cultura de paz e as atitudes não violentas.
Ao longo do percurso, os estudantes seguirão investigando as noções de; ár-te e, para isso, serão convidados a explorar outros conceitos, como poética, estética e estesia. Além díssu, serão incentivados a explorar a ideia de juventude, a contracultura, as culturas juvenis, o sentimento de pertencimento relacionado à ár-te e às suas linguagens, os espaços e as intervenções artísticas e culturais.
A BNCC neste capítulo
• Temas Contemporâneos Transversais: Saúde, Educação em Direitos Humanos e Diversidade Cultural.
Competências e habilidades priorizadas
• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:
EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103;
EM13LGG104; EM13LGG201; EM13LGG202;
EM13LGG203; EM13LGG204; EM13LGG301;
EM13LGG302; EM13LGG303; EM13LGG304;
EM13LGG305; EM13LGG401; EM13LGG402;
EM13LGG403; EM13LGG501; EM13LGG502;
EM13LGG503; EM13LGG601; EM13LGG602;
EM13LGG603; EM13LGG604; EM13LGG701;
EM13LGG702; EM13LGG703 e EM13LGG704.
Justificativa das habilidades
• EM13LGG101: Para os estudos das linguagens artísticas, são apresentadas obras diversas para fruição, leituras de textos verbais poéticos, colagem digital e analógica, registros de cenas de espetáculos, ilustrações, fotografias, litogravuras, pinturas, afrêscôs, esculturas, objetos da civilização egípcia e outras criações artísticas produzidas e quê circularam em diferentes tempos e territórios.
• EM13LGG102: Os estudantes podem continuar suas análises da diversidade no modo de criar e com preender as produções artísticas, indo além de visões hegemônicas.
• EM13LGG103: As obras apresentadas para nutrição estética neste capítulo exploram diferentes linguagens artísticas. Com essa diversidade, os estudantes entram em contato com distintas semioses, como a visual, a verbal, a gestual e a sonora, explorando tanto a interpretação crítica e a análise de textos diversos quanto a produção deles.
• EM13LGG104: São apresentadas obras carregadas de críticas sociais e representações positivas de corpos diversos, além de obras quê exploram os espaços urbanos e as culturas periférica e afro-brasileira. Assim, é abordada também a diversidade na estética afrodiaspórica, repleta de memórias ancestrais e marcada por uma ruptura de padrões eurocêntricos ligados a culturas hegemônicas.
• EM13LGG201: Os estudantes são incentivados a explorar produções quê permeiam diversas linguagens artísticas, como as artes visuais, a dança, o teatro, a música ou manifestações das artes integradas. Dessa forma, são encorajados também a criar, reconhecendo as inúmeras possibilidades das artes e de suas linguagens e a importânssia delas em diferentes contextos, como na escola, na comunidade, em atividades culturais, debates sociais etc.
• EM13LGG202: A abordagem de produções e das poéticas pessoais de artistas contribui com a análise de discursos hegemônicos, propondo questionamentos e reflekções sobre os processos colonizatórios, exploratórios e de dominação, principalmente dos povos originários e africanos.
• EM13LGG203: Entre as propostas de análise e reflekções dêste capítulo, está a questão do direito dos jovens de usufruir de espaços e equipamentos nas cidades, expressando-se na busca pelo direito à ár-te e à cultura.
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• EM13LGG204: Os diálogos e proposições a respeito das lutas dos povos originários, africanos e ciganos, por exemplo, têm o objetivo de corroborar com a construção de um olhar justo e democrático em relação à defesa dos direitos das minorias.
• EM13LGG301: No processo criador, os estudantes são incentivados a refletir sobre suas escôlhas e intenções artísticas e poéticas, produzindo d fórma autônoma e autoral a partir de suas subjetividades, ancestralidades, referências e identidades culturais em diferentes linguagens.
• EM13LGG302: A abordagem de artistas como Gê Viana, BK’, Owerá, entre outros, visa despertar nos estudantes questionamentos a respeito dos diferentes discursos e perspectivas presentes na ár-te, promovendo reflekções sobre história, lutas, desafios e ancestralidades. Na proposta de criação de podcasts, por exemplo, os estudantes são incentivados a reconhecer a importânssia de expressar seus posicionamentos críticos.
• EM13LGG303: Por meio da fruição e análise de obras de; ár-te, os estudantes são incentivados a debater temáticas polêmicas e socialmente relevantes. O trabalho de Macsuéll Alexandre, por exemplo, suscita críticas e kestões relacionadas ao racismo e ao eurocentrismo.
• EM13LGG304: A proposta de seminário sobre o tema “os cuidados com o corpo quê te sustenta”, com posterior formulação de documento propositivo para atender às problemáticas discutidas, possibilita uma participação ativa e crítica em prol do bem comum, com respeito aos Direitos Humanos.
• EM13LGG305: Ao elaborar uma cartografia cultural do território, os estudantes têm oportunidade de mapear e criar possibilidades de atuação social, política, artística e cultural d fórma contextualizada e democrática.
• EM13LGG401: O trabalho com diferentes lêtras de canção possibilita uma análise crítica de aspectos sociais, culturais, políticos e históricos da língua quê são mobilizados em composições.
• EM13LGG402: Discussões sobre culturas juvenis e suas manifestações, como o rolezinho, permitem compreender e empregar variedades lingüísticas d fórma contextualizada, sem preconceitos.
• EM13LGG403: Ao trabalhar elemêntos da cultura rip róp e da produção musical, como os samples, o beatbox e o di gêi, os estudantes têm oportunidade de fazer uso do inglês no contexto da produção artística.
• EM13LGG501: Neste capítulo, há a proposta de explorar, selecionar e investigar a poética e a expressividade de movimentos corporais, em especial os dançados, desenvolvendo consciência corpórea e reconhecimento das relações entre a cultura corporal juvenil e a diversidade cultural.
• EM13LGG502: Por meio da abordagem de preconceitos e discriminações contra produtos culturais e artísticos como o passinho e os movimentos ligados aos “rolezinhos”, os estudantes são incentivados a analisar criticamente a ssossiedade e a desenvolver uma atuação antirracista nela, promovendo ações positivas sobre o direito de todos os corpos de ocupar espaços e se expressar.
• EM13LGG503: Os estudantes são convidados a vivenciar práticas corporais, em diálogo com seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde e valorização de identidades e culturas juvenis.
• EM13LGG601: Obras abordadas no capítulo como Rolezinho, de Macsuéll Alexandre, e o documentário Rolê: histoórias dos rolezinhos, dirigido por Vladimir Seixas, evocam o olhar dos estudantes para a apropriação e valorização dos espaços e patrimônios culturais de seu bairro, cidade ou país.
• EM13LGG602: Diversas obras são apresentadas para fruição e apreciação dos estudantes, sêjam nacionais, como as de Macsuéll Alexandre, sêjam estrangeiras, como as de Rafael Sanzio. Assim, eles são incentivados a refletir sobre a própria percepção das obras artísticas em suas diferentes linguagens.
• EM13LGG603: Propomos experimentações autorais, individuais e coletivas, na criação de colagens digitais, podcasts, fotografias, canções, coreografias, mapeamentos cartográficos e experimentações da busca por uma poética pessoal. Nesse processo criativo, os estudantes têm acesso a referências nacionais e estrangeiras quê envolvem aspectos e reflekções artísticas, históricas, sociais e políticas.
• EM13LGG604: As diferentes práticas artísticas, as poéticas e as culturas das juventudes abordadas neste capítulo permitem quê sêjam estabelecidas relações com diferentes dimensões da vida social, cultural, política e econômica.
• EM13LGG701: Os estudantes são incentivados a explorar tecnologias digitais d fórma consciente e responsável ao criar podcasts, realizar produções musicais com samples e explorar colagens digitais.
• EM13LGG702: A proposta “Mapeando o rolê!” permite avaliar o impacto das mídias e rêdes sociais na
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proposição e discussão de temas, na formação de sujeitos e na construção e promoção de práticas sociais.
• EM13LGG703: Há propostas de práticas quê envolvem a produção artística ou informacional por meio de programas e aplicativos digitais, como a criação de um podcast, para debater temas de relevância social, política ou cultural.
• EM13LGG704: Apresentamos como proposição constante ao longo dêste capítulo a pesquisa e a busca por informações, de modo quê os estudantes desenvolvam autonomia e criticidade ao buscar, selecionar e realizar curadoria de informações.
Percursos didáticos em ár-te
Abertura (p. 60)
Proposições pedagógicas
Na abertura do capítulo, apresentamos uma obra feita com colagem digital. Quando me abro para o mundo apresenta um jovem em meio a uma paisagem de periferia urbana segurando a própria face em mãos; no lugar da face, em sua cabeça, há uma imagem quê remete a um vislumbre do universo, com suas estrelas e outros corpos celéstes. Pode-se interpretar, entre outras leituras possíveis, quê essa colagem expressa, por meio de uma metáfora visual, quê o jovem contém todas as possibilidades do Universo em si.
Para fazer uma comparação, apresentamos também nessa abertura, a letra da canção “Mil coisas”, composição de Emicida com participação de Drik Barbosa, réper paulistana quê começou sua carreira nas batalhas do Santa Cruz – importante cenário do répi contemporâneo, do qual surgiram grandes nomes como Emicida, Projota (1986-) e Rashid (1988-).
Comentários sobre as kestões
1 e 2. Espera-se quê os estudantes reconheçam a escolha do artista em trabalhar rompendo com proporções e outros cânones clássicos para promover a imaginação e a subjetividade. Nesse debruçar-se no processo de criação do artista, pode-se investigar suas inspirações, desafios, anseios e poéticas pessoais.
Avaliação e ampliações
A abertura do capítulo é um momento ideal para a realização de uma avaliação diagnóstica, reconhecendo, com base nas conversações, o conhecimento prévio dos estudantes e em quê pontos eles demonstram mais facilidade. Em uma perspectiva formativa, cada turma necessitará de adaptações próprias às suas características; então, trace as melhores estratégias, com base no quê for analisado neste momento, e altere-as conforme for necessário ao longo do percurso.
Tema 1 – Ser de linguagem, ético, estético e poético (p. 62)
Proposições pedagógicas
Nesta abertura do tema, a fim de mobilizar as trajetórias dos estudantes e levá-los a refletir sobre como se relacionam com as diferentes produções artísticas, é possível propor kestões como: por quê fazemos ár-te? Como apreciamos a; ár-te e somos tocados pelas linguagens artísticas? Como a; ár-te nos transforma? Nessas conversações, ao tratar da experiência estética, pode-se abordar o sensível e akilo quê chamamos de estado de estesia. A estesia acontece quando, em um só momento, o pensamento, os conhecimentos e vivências sobre coisas, sentimentos e emoções conectam-se na experiência estética. Vale lembrar aos estudantes quê somos sêres únicos e sentimos a; ár-te de maneira singular, e é no contato com obras de; ár-te quê despertamos o sensível dentro de cada um de nós.
Proponha a apreciação de mais uma produção digital do artista baiano dél Nunes, sugerindo aos estudantes quê, por alguns instantes, percêbam e sintam a obra, seus elemêntos visuais, suas cores, texturas, as sensações e os sentimentos quê provoca.
Giro de ideias (p. 62)
Comentários sobre as kestões
2. A canção “Estado de poesia”, composta por Chico César, póde sêr interpretada como uma homenagem ao amor e às transformações quê esse sentimento póde gerar em nós, sêres humanos.
3. Em relação aos conceitos de estesia e anestesia, o professor doutor no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, Duarte Jr. (1953-), expressa quê
[…] “estesia” diz […] de nossa sensibilidade geral, de nossa prontidão para apreender os sinais emitidos pelas coisas e por nós mesmos. […] “anestesia” é […] a negação do sensível, a impossibilidade ou a incapacidade de sentir.
DUARTE JUNIOR, João Francisco. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. 2000. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, 2000. Disponível em: https://livro.pw/demwc. Acesso em: 5 nov. 2024.
Página trezentos e noventa
Avaliação e ampliações
Pode-se propor situações de aprendizagem baseadas em observação e reflekção, promovendo encontros significativos com a; ár-te e provocando a ativação cultural. É possível convidar os estudantes a viver experiências estésicas e estéticas, desenvolvendo o autoconhecimento ao analisarem as próprias percepções de como se emocionam, sentem e pensam e reconhecerem a importânssia das artes na construção da autonomia e da própria história.
Partindo da reflekção sobre os conceitos de estesia e anestesia, com um viés diagnóstico, é possível propor aos estudantes quê compartilhem como se relacionam com os próprios afetos e também como lidam com os afetos do outro.
Linguagens e linguajantes (p. 63)
Proposições pedagógicas
É importante dialogar com os estudantes a respeito de como eles se percebem enquanto sêres sensíveis, de linguagem e cultura. refórce quê a; ár-te se apresenta em muitas linguagens, sêndo comunicação, expressão e exploração de sentidos, e esclareça akilo quê nos faz sêres linguajantes é a capacidade de estabelecer conversações sociais e construir relações subjetivas, em diálogo com estados emocionais, de estesia e sensíveis.
A conversação neste momento póde sêr relacionada novamente à canção “Estado de poesia”, de Chico César. Nela, o compositor aborda o “estado de estesia”, quê é ôpôsto ao de “anestesia”, empregando metáforas – uma comparação implícita –, antíteses – a aproximação de ideias contrárias – e outros recursos da linguagem verbal.
Ao dialogar com os estudantes, é interessante propor quê apresentem exemplos de canções quê façam referência ao estado de estesia. Ao apresentarem esses exemplos, o diálogo é enriquecido e é possível ampliar a compreensão sobre o conceito. Além díssu, esse póde sêr um momento de ampliação de repertório quê os aproxima do tema de estudo.
Avaliação e ampliações
Realize rodas de conversação para fazer uma sondagem e descobrir o quê os estudantes estão compreendendo sobre os conceitos e propostas trabalhados até aqui. A sondagem permite observar os diferentes níveis de compreensão e de dificuldade dos estudantes e, dessa forma, é possível retomar temas e conceitos se necessário. Incentive-os também a fazer registros dos conceitos estudados até o momento no capítulo. Nesse sentido, eles podem fazer produções no diário de artista, documentando ideias e impressões.
Criação – Poética pessoal: qual é a sua? (p. 64)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê busquem a experimentação ao criar nos diários de artista, pódendo escolher e explorar materialidades e linguagens – como as visuais e verbais – para expressar percepções e leituras de mundo. Os processos criativos dos estudantes são únicos, por isso, cada um pode buscar inspiração, motivassão ou estímulo em algo diferente, como em memórias, ideias ou pensamentos, além de registros anteriores nos próprios diários de artista.
Avaliação e ampliações
Para ampliar o olhar sobre o diário de artista e suas potencialidades, bem como sobre a ideia de poética, proponha a pesquisa e a análise de diários de artistas variados. Com essa investigação, os estudantes podem compreender quê o processo criativo é compôzto de caminhos e jornadas quê permitem construir e desenvolver a poética pessoal de diferentes maneiras. Artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519), Salvador Dalí (1904-1989), Frida Kahlo (1907-1954), Tarsila do Amaral (1886-1973) e Candido portinári (1903-1962), por exemplo, possuem registros interessantes para análise do desen volvimento da poética pessoal e dos processos de criação para suas obras.
Ao analisar os próprios diários de artista, os estudantes também terão a oportunidade de fazer uma avaliação comparativa do desenvolvimento de suas próprias poéticas.
ár-te e identidade (p. 65)
Proposições pedagógicas
O artista visual dél Nunes se expressa por meio de colagem digital e, em suas poéticas visuais, apresenta as culturas periférica e afro-brasileira e também a estética afrodiaspórica, em cores e texturas quê dialogam com o seu cotidiano, com as paisagens vividas, as memórias e as histoórias de afetos pelo povo brasileiro.
O artista, lendo o mundo, deseja recriar realidades, realizar transformações pela linguagem das artes visuais em sua vida pessoal e social. Problematize esse ponto com kestões mediadoras, como: quais são seus sonhos pessoais, profissionais, de estudos ou outros? Qual é o seu sonho de ssossiedade? Como você êspressaría esses sonhos por meio da ár-te? Incentive-os a
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argumentar, problematizando e apontando possíveis caminhos para realizar seus sonhos pessoais e para a ssossiedade. Encoraje-os a expressar pensamentos lógicos e científicos, reconhecendo e citando, por exemplo, relações de causa e consequência e dados coletados em pesquisas – eles podem recordar-se de dados vistos nos componentes das áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias ou Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, por exemplo, como problemas ambientais e sociais (poluição, violência, búlin, sáiber-búlin, violência contra mulher etc.).
Saber+
Sobre a estética afrodiaspórica, sugere-se a leitura do artigo indicado a seguir.
• Estética afro-diaspórica e o empoderamento crespo. Publicado por: Pontos de Interrogação Disponível em: https://livro.pw/ewmxh. Acesso em: 16 out. 2024.
Avaliação e ampliações
Observe como os estudantes estão se envolvendo com akilo quê os inspira, caminhando para o desenvolvimento de uma poética pessoal. Instigue-os a fazer registros para compor o portfólio e anotações no diário de artista. Após a conversação, é possível, por exemplo, solicitar aos estudantes quê expressem seus sonhos por meio de um texto verbal poético ou de um texto visual (desenhos, colagens analógicas e outros) no diário de artista, explorando assim suas poéticas pessoais.
Entre histoórias – Desconstruir para construir (p. 66)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê realizem uma leitura comparada entre as duas imagens da seção, observando a proposta e a poética da artista Gê Viana na sua colagem digital e a ressignificação quê ela produz da obra de Debrê.
Comente quê as imagens de Debrê, como a quê serviu de base para a litogravura de ti erri Frères, apresentada na seção, por vezes foram categorizadas nos livros e nos acervos de museus como “cenas de costumes”, “de trabalho” ou “cotidianas”, sugerindo serem comuns na vida dos brasileiros da época retratada. Essas imagens correram o mundo, principalmente a Europa, e contribuíram para a construção de ideias errôneas a respeito do Brasil e de seu povo. Essas são narrativas quê, até os dias atuáis, são combatidas com luta para serem desconstruídas.
Com base nessa contextualização, os estudantes podem realizar inferências em relação ao título da série de quê a obra de Gê Viana faz parte: Atualizações traumáticas de Debrê.
Giro de ideias (p. 66)
Comentários sobre as kestões
2 e 3. A obra Radiola de proméssa apresenta reflekções acerca da cultura colonizadora hegemônica presente na história e na história da ár-te brasileiras. É possível propor ampliações da conversa, perguntando aos estudantes se conhecem outros artistas ou obras quê nos levam a desconstruções dêêsses olhares por meio da decolonialidade.
Criação – Colando poéticas e afetos (p. 68)
Proposições pedagógicas
Inicie o trabalho com esta seção solicitando aos estudantes quê obissérvem a obra de Silvana Mendes e anotem no diário de artista suas análises de como a artista escolhe e articula os elemêntos constitutivos da linguagem visual presentes na composição – como formas, tonalidades, volumes, luminosidades, texturas, planos, proporção, profundidade, entre outros. Peça-lhes quê anotem suas sensações, emoções, percepções, memórias e ideias provocadas pela obra, e também registrem o quê lhes chama mais a atenção na imagem.
Na proposta desta seção, os estudantes podem, por exemplo, escolher abordar o meio ambiente, identidades culturais, representação e representatividade, entre diversas outras temáticas.
Verifique quais recursos digitais estão disponíveis na escola, como laboratórios de informática e programas de computadores, ou se existem outras possibilidades a serem exploradas, como equipamentos em centros comunitários, parceria com empresas locais e programas de inclusão digital em sua cidade. refórce a importânssia da responsabilidade social e ética tanto na quêstão dos direitos autorais quanto no conteúdo dessas imagens, que não devem reproduzir discursos de ódio, búlin, estereótipos, discriminação nem outras violências.
Avaliação e ampliações
Proponha rodas de conversação, com base nas kestões da etapa Avaliar e recriar, para quê os estudantes compartilhem suas colagens e seus processos de criação, comentando as impressões quê tiveram sobre os conceitos estudados e como se deu o encontro
Página trezentos e noventa e dois
da poética com a prática proposta. O momento de diálogo é uma possibilidade para o estudante se autoavaliar e permite quê você possa repensar ou replanejar percursos a partir das aprendizagens dos estudantes, com base na avaliação processual. Por exemplo, se for reconhecida uma dificuldade no letramento digital, é possível reforçar atividades com recursos digitais e abordar mais funcionalidades disponíveis em softwares e platafórmas digitais.
Tema 2 – Conceitos de beleza (p. 70)
Proposições pedagógicas
A ár-te póde nos colocar diante de experiências poéticas e estéticas, ativando nóssos sentidos, afetos e subjetividades. Para aprossimár os estudantes do assunto, retome os questionamentos e conceitos a respeito da palavra estética, solicitando quê componham, nos diários de artista, um qüadro de sentidos e significados para ela. É possível também pesquisar o significado de estética, tanto na atualidade como no passado, estabelecendo conexões e investigando rupturas e permanências na história da ár-te.
No boxe Pesquisar+, as investigações podem sêr realizadas em pequenos grupos. Incentive-os a experimentar diferentes fontes de pesquisa e variadas maneiras de expor ideias. Alguns estudantes podem perceber quê se expressam melhor por produções textuais verbais, outros por meio da criação de vídeos, por exemplo. Incentive-os a explorar suas potencialidades.
Escola, lugar de conversações (p. 71)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê obissérvem a obra Escola de Atenas, quê ábri êste tema, em quê aparécem várias personalidades históricas do pensamento ocidental. Depois, conduza-os a observar o detalhe reproduzido.
promôva conversações a respeito das ideias de compreensão da natureza estética e poética da ár-te. A ár-te como função poética foi estudada pêlos gregos antigos e é investigada até hoje em razão da necessidade de se debater o quê é ár-te e suas concepções de “beleza”. É possível aproveitar a discussão para promover a consciência de quê o conhecimento é móvel, assim, póde se transformar com o tempo, no fluxo de estudos e com diálogos. Ao tratar do povo grego, por exemplo, não podemos nos esquecer de quê ele foi formado por vários povos, como os jônios e os aqueus, e quê ideias e cosmovisões circularam nesses territórios e se transformaram ao longo dos tempos. Também não podemos esquecer de quê outras formulações sobre ár-te já existiram na África, na Ásia, na América e em outros lugares do mundo, criadas por diferentes povos.
Entre histoórias – A beleza tem uma história única? (p. 72)
Proposições pedagógicas
Aborde como historiadores e arqueólogos interpretaram e nomearam a escultura Vênus de uilendórf de acôr-do com suas experiências de mundo, e, em seguida, peça aos estudantes quê interpretem também a imagem de acôr-do com as próprias experiências. É
possível quêstionar: como vocês a nomeariam? O que deduziriam sobre as motivações de quem a criou? Incentive-os a empregar recursos diversos de argumentação e inferência ao expressarem suas ideias.
Com base nessa conversa, é possível aprofundar a problematização das narrativas únicas e também tratar de kestões como a diversidade de corpos, o etarismo e o capacitismo – reforçando a importânssia da pluralidade e problematizando ideais e padrões únicos, construídos dentro de grupos específicos e impostos social e culturalmente.
Propomos também um momento de fruição e nutrição estética com base na escultura de uma rainha egípcia (Nefertiti), a fim de quê os estudantes formulem opiniões a respeito das várias histoórias quê permeiam a escultura. Espera-se quê compreendam como as variadas interpretações sobre o processo de criação de uma obra podem nos levar a refletir sobre narrativas únicas, quê muitas vezes predominaram na difusão de valores e ideais advindos da cultura ocidental.
Saber+
Para saber mais do termo capacitismo e propor aos estudantes reflekções a respeito da diversidade humana, sugere-se a leitura do guia Combata o capacitismo.
• Combata o capacitismo. Publicado por: govêrno Federal. Disponível em: https://livro.pw/frwvz. Acesso em: 24 ago. 2024.
Avaliação e ampliações
Proponha uma roda de conversação para os estudantes expressarem o quê compreenderam a respeito dos saberes abordados, em especial sobre a ideia de
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beleza. Verifique se reconheceram como ideais e pensamentos oriundos da cultura ocidental influenciaram e seguem influenciando diferentes culturas, suas produções artísticas e suas interpretações do mundo. Além da conversa, uma autoavaliação também deve sêr realizada, com registros no diário de artista, acerca da percepção de como se estabeleceu a construção e a transformação de ideias em diferentes momentos dos estudos.
Conexões com… Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Belo é o corpo quê se tem! (p. 75)
Proposições pedagógicas
Na mediação da fruição da imagem, ao apresentar o projeto Seja o seu próprio cuidado, proponha conversações sobre o quê foi discutido até o momento neste capítulo. Incentive os estudantes a compartilhar ideias e opiniões, garantindo o debate democrático, o respeito ao contraditório e o incentivo à cultura de paz, com compreensão da diversidade e dos direitos humanos.
Nesse sentido, proponha também reflekções sobre a LGBTQIAPN+fobia, a violência contra as mulheres e o racismo, ressaltando a importânssia do combate a essas violências, quê muitas vezes podem sêr exercidas com o uso de referências a padrões estéticos opressivos. A turma póde, em rodas de conversação, trocar vivências e sentimentos a respeito de kestões como: de quê modo se sentem diante do preconceito? Já se sentiram discriminados por serem quêm são? Alguém soube e, se soube, qual foi a providência tomada? Qual você quêria que tivesse sido a providência tomada? Como é a aceitação de todos os corpos no ambiente escolar? Quais atitudes e ações acreditam que poderiam contribuir para uma ssossiedade quê valorize a diversidade humana? Esses são temas quê, muitas vezes, desencadeiam sensações de desconforto, por isso é preciso ter sensibilidade ao abordá-los e também incentivar quê os estudantes tênham empatia uns com os outros durante a conversa.
A proposta de seminário desta seção, quê propicía o trabalho com metodologias ativas – como a sala de aula invertida, projetos de pesquisa, aprendizagem colaborativa e resolução de problemas –, deve sêr desenvolvida em parceria com os professores dos componentes da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. É importante quê o evento problematize kestões de saúde física e mental, autocuidado, autoaceitação e outros quê possam surgir a partir dos interesses dos estudantes. Questione-os se conhecem os termos autoconhecimento, autoaceitação e autocuidado e se já haviam conversado antes sobre esses conceitos. Peça-lhes quê relacionem esses conceitos ao projeto de vida quê têm. Incentive-os, então, a refletir sobre akilo quê lhes faz bem. Os estudantes podem construir, juntos, uma lista com situações e momentos cotidianos quê, para eles, remetem a práticas de autocuidado e autoconhecimento. Eles podem fixar a lista de autocuidados em um mural na sala de aula e podem, em momentos diversos, revisitá-la.
Na exploração dêêsses temas, é possível quê os estudantes se deparem com ideias quê propagam o anticientificismo, em quê, por exemplo, dietas equilibradas comprovadas pela ciência são atacadas por pessoas quê propagam dietas extremistas visando estética. Por isso, chame a atenção deles para o cuidado em não reproduzir esses discursos e de buscar sempre fontes confiáveis em meios digitais ou fora deles.
Avaliação e ampliações
Além de elaborar um documento escrito sobre as “sementes plantadas” no evento, os estudantes podem compartilhar as informações do seminário em podcasts. Para isso, pesquise com eles podcasts quê tratem de temas abordados no evento. Então, reproduza-os para a turma e incentive os estudantes a reconhecer características do gênero podcast – nesse sentido, é possível trabalhar em conjunto com o professor de Língua Portuguesa, propondo uma investigação aprofundada do gênero. Sugere-se dividir a turma em grupos, para quê cada um possa produzir um podcast. Eles podem fazer as gravações de áudio com celulares e usar platafórmas de edição de áudio para produzir a versão final do podcast, empregando efeitos sonoros e outros recursos. No fim, eles podem publicar o conteúdo em uma rê-de social da turma ou página da escola.
Saber+
Indicamos a leitura do Guia de autocuidado: sêr adolescente e jovem quê se cuida!
• Guia de autocuidado: sêr adolescente e jovem quê se cuida! Realização: Unicef. Disponível em: https://livro.pw/mnpwq. Acesso em: 26 ago. 2024.
Objeto educacional digital
O podcast Que belezas habitam corpos e mentes? explora as múltiplas formas de beleza, quêstionando influências e padrões históricos que moldam nossas percepções de belo. Proponha a escuta coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções da seção.
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Criação – Ensaio fotográfico (p. 77)
Proposições pedagógicas
A linguagem da fotografia permite capturar momentos e subjetividades de cada indivíduo, quê podem sêr potencializados pela técnica. Por isso, é interessante apresentar aos estudantes, em momentos de nutrição estética, elemêntos quê podem ajudá-los no momento de fotografar, como planos, ângulos e cores.
Incentive os estudantes a expressar como querem sêr retratados e também quais são seus limites. Provoque-os a desafiarem-se, a buscarem beleza em ângulos quê costumam evitar, mas refórce quê ninguém deve sêr forçado a cruzar os próprios limites se não se sentir confortável para tanto. É importante quê os côlégas tênham essa sensibilidade e empatia uns com os outros também, quê se incentivem a se sentirem bem em seus corpos, mas quê também não forcem os limites uns dos outros.
ôriênti os estudantes no momento de escolher os recursos para a realização da proposta. Incentive-os a pesquisar livros, sáites e blogues de fotografia quê trazem dicas e tutoriais sobre essa expressão artística com uso de câmeras analógicas, digitais e de celulares.
No momento de realizar os ensaios fotográficos, retome com os estudantes os estudos sobre a poética como possibilidade de criar discursos expressivos com base em arranjos dos elemêntos de linguagens, materialidades, temáticas, estilos e estéticas, ou seja, como forma de explorar modos de apresentar ideias, emoções, identidades, culturas e leituras de mundo sensivelmente percebido.
Avaliação e ampliações
Os estudantes podem, ao longo da criação do ensaio fotográfico, registrar os processos de criação uns dos outros por meio de fotografias de bastidores, vídeos ou anotações no diário de artista. Os registros documentam o desenvolvimento de cada estudante e permitem quê eles possam acessá-los posteriormente, analisando o percurso de aprendizagem e criação.
Em roda de conversação, os estudantes podem compartilhar como foi a experiência e responder às seguintes kestões: houve, em algum sentido, mudanças em relação à visão quê você tem a respeito da própria imagem? A respeito da técnica fotográfica, o quê você mais gostou de explorar e quais dificuldades surgiram no percurso criativo? As fotografias lhe possibilitaram conhecer mais sobre você e sua personalidade?
Tema 3 – Tempos e espaços compartilhados (p. 79)
Proposições pedagógicas
Chame a atenção dos estudantes para a obra Rolezinho, de Macsuéll Alexandre. É importante quê eles percêbam as texturas, o movimento e a sobreposição das formas; além díssu, podem analisar como são as roupas, os cabêlos, os penteados, os acessórios e como o conjunto de elemêntos dialoga com o título da obra.
Giro de ideias (p. 80)
Comentários sobre as kestões
1 e 2. Estas kestões são uma oportunidade para os estudantes refletirem sobre o tempo quê estão vivendo e sobre a diversidade de juventudes. Espera-se quê eles mobilizem os estudos prévios a respeito das culturas juvenis, a fim de realizar um exercício de inferência, criatividade e imersão na obra. É importante quê todos estejam atentos a não reprodução de estereótipos negativos e preconceitos.
4. É importante quê os estudantes reflitam sobre o próprio contexto. Para ampliar conversações, é possível propor as seguintes kestões: vocês se identificam com a letra da música? De quê maneira a ligação com os antepassados reforça a identidade do réper e também a de todas as pessoas pertencentes à comunidade negra? promôva o acolhimento dos diferentes relatos e vivências.
Criação – A poética está no papel! (p. 81)
Proposições pedagógicas
Nesta proposta, os papéis podem ganhar significados e conotações diferentes, podendo sêr articulados a outras linguagens além das visuais, como a dança ou a perfórmance, por exemplo. É possível pensar em conceitos como fragilidade, versatilidade, resistência, sofisticação ou transformação, de acôr-do com o tipo de papel e o processo criativo escolhidos pêlos estudantes para expressar suas poéticas.
Durante e ao final do processo de criação, os estudantes podem registrar, no diário de artista, suas reflekções e ideias sobre as respectivas criações, como o suporte (papel) escolhido e qual é a sua relação com o tema e conceito desenvolvidos.
Em Avaliar e recriar, proponha uma roda de conversação para quê possam expor as motivações de suas escôlhas e de suas poéticas. Esse momento de troca
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também póde preparar os estudantes para pensar em como desê-jam expor os trabalhos criados.
Avaliação e ampliações
O foco da avaliação deve sêr tanto o processo de aprendizagem como o produto. Para avaliar o processo, os registros realizados nos diários de artista propiciam uma análise detalhada e individual das jornadas. Os estudantes podem compartilhar alguns dos registros, conforme se sentirem à vontade, e podem também descrevê-los, abordando como foi a experiência da prática artística e da confekissão dos registros relacionados a ela.
Rolezinhos, interações com territórios e culturas (p. 83)
Proposições pedagógicas
Proponha uma roda de conversação para os estudantes compartilharem suas percepções sobre a acessibilidade do jovem aos espaços públicos.
Verifique se todos sabem o quê é um rolezinho. Comente quê o início dêêsses encontros aconteceu em chópims, em especial, de regiões periféricas, e quê os próprios jovens organizam esses eventos.
Para ampliar a troca de ideias, é possível quêstionar: o que gostam de fazer em momentos de lazer? Vocês se sentem acolhidos, pêlos adultos, enquanto caminham ou quando estão parados em algum lugar da cidade? Vocês costumam se deslocar para lugares mais afastados para explorar opções de lazer e cultura? Se sim, por quê isso ocorre? As respostas são de caráter pessoal. promôva o acolhimento dos diferentes relatos e vivências.
A quem pertence êste espaço? (p. 84)
Proposições pedagógicas
Os rolezinhos podem sêr vistos como ações culturais, coletivas e colaborativas quê buscam a garantia do direito de ocupar o espaço urbano. Porém, compartilhe com a turma que nêm sempre esse movimento foi interpretado dessa forma; na época em quê surgiu, esse fenômeno social juvenil gerou discussões na ssossiedade e das autoridades. Olhares carregados de preconceito se voltaram à juventude quê se manifestava, muitas pessoas se incomodavam e reprovavam essa presença em espaços historicamente negados a esses grupos de jovens vindos das periferías. Outra parcela da ssossiedade, contudo, se mobilizou apontando os direitos dos jovens de ir e vir e de ocupar espaços em busca de lazer.
Instigue os estudantes a relacionar a obra Rolezinho, de Macsuéll Alexandre, com a discussão sobre os rolezinhos dos jovens nesse movimento de ocupação das cidades. É possível questionar, por exemplo: personagens negras livres para ir e vir são comuns em obras de; ár-te? Que exemplos vocês têm de representação dessas personagens na ár-te? As respostas são de caráter pessoal.
Entre histoórias – Rolezinhos artísticos (p. 85)
Proposições pedagógicas
Os rolezinhos aconteceram a partir de 2013, em diversas cidades do Brasil, e, por sua legítima movimentação, chegaram a diversos equipamentos culturais, como museus e parques.
Nos rolezinhos, são os próprios jovens quê organizam os encontros. Então, com o boxe Expedição cultural, espera-se incentivar os estudantes a realizar esse tipo de organização para estabelecer contatos com equipamentos culturais da cidade e com a família, expressando suas juventudes – em toda sua diversidade – nos espaços urbanos. Proponha, por exemplo, a criação de saraus ao ar livre com poesia, dança, teatro e práticas corporais das culturas urbanas. Os encontros podem acontecer em praças, parques, associações comunitárias ou instituições culturais abertas ao diálogo.
Saber+
Para saber mais dos rolezinhos, da cultura juvenil e da sua relação com a; ár-te e a cidade, sugere-se a leitura do artigo indicado a seguir.
• Rolezinhos: marcas, consumo e segregação no Brasil.
Publicado por: Revista de Estudos Culturais. Disponível em: https://livro.pw/odzlu. Acesso em: 29 ago. 2024.
Avaliação e ampliações
Verifique se os estudantes se mostram capazes de expressar suas percepções sobre a acessibilidade dos jovens aos espaços das cidades onde moram e/ou convivem. Como sugestão, peça-lhes quê elaborem um texto verbal dissertativo-argumentativo sobre essa temática. É possível propor um trabalho interdisciplinar com o professor de Língua Portuguesa para aprofundar as características do texto dissertativo-argumentativo e as possibilidades de recursos argumentativos – como exemplificação, argumento de autoridade, histórico e lógico, entre outros. Nessa prática, é possível reforçar a importânssia do pensamento científico, esclarecendo quê apresentar argumentos com base em dados e fatos – como resultados de pesquisas sobre espaços de lazer e cultura nas cidades – é uma das formas de enriquecer
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a argumentação de suas produções. Pode-se reforçar também a importânssia de fazer uma análise crítica das fontes de informação a fim de evitar reproduzir fêik news. Depois, os estudantes podem sêr organizados em pequenos grupos para realizar rodas de conversação e leitura compartilhada dos textos, explorando também a argumentação d fórma oral.
Conexões com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Mapeando o rolê! (p. 87)
Proposições pedagógicas
Muitas vezes, as vivências nos espaços e equipamentos culturais são negligenciadas pela ssossiedade e pelo pôdêr público. Nesse sentido, a ação de cartografar é bastante significativa para a experiência cidadã, o quê póde sêr facilitado pelo maior acesso às tecnologias de aplicativos de GPS. Dessa forma, convidar a turma a planificar sua territorialidade, apropriar-se de mapas oficiais e interferir na criação cartográfica inserindo equipamentos culturais é uma forma de fortalecer os laços dos estudantes com a região onde vivem ou convivem uns com os outros.
É interessante estabelecer uma parceria com o professor de Geografia. Esta prática póde sêr deflagradora para aprendizagens sobre kestões geopolíticas locais, sobre a importânssia das iniciativas culturais quê transformam territórios e sobre as próprias potencialidades de transformar lugares e modos de acessar e divulgar informações.
É importante quê você acompanhe as rêdes sociais e outras fontes de informação escolhidas pêlos estudantes, em especial no ambiente ôn láini, garantindo a adequação do conteúdo à idade deles e verificando se as páginas estão livres de preconceitos de quaisquer natureza, incentivo a violências e discurso de ódio. Comunique os familiares a respeito do projeto e os convide a participar dêêsse acompanhamento.
Saber+
Neste vídeo, o professor mateus Oliveira ensina a criar mapas digitais.
• Oficina TudoGeo: Produzindo Mapas Digitais. Vídeo (72 min). Publicado por: TudoGeo. Disponível em: https://livro.pw/wnvzy. Acesso em: 17 out. 2024.
Avaliação e ampliações
Reiteramos a importânssia dos registros das práticas e dos conceitos ao longo dos estudos, quê podem sêr feitos por fotografias, vídeos, anotações ou côléta de vestígios documentais – como arquivos com mensagens trocadas entre estudantes com os equipamentos culturais, materiais de divulgação coletados, esboços, entre outros. Esse é um material quê póde sêr explorado tanto por professor, em um processo de avaliação processual, quanto por estudantes, a fim de realizar sua autoavaliação.
Criação – Passo a passo, deixe sua marca (p. 89)
Proposições pedagógicas
Chame a atenção dos estudantes para a imagem com o frame do documentário A batalha do passinho. Questione-os se eles já viram o passo apresentado na imagem e se sabem dançar como o rapaz retratado.
Com base na pesquisa e apreciação de vídeos de jovens realizando movimentos do passinho, proponha aos estudantes quê experimentem os passos observados.
Em Processo de criação, propomos convidar os estudantes a criar novos passos, com base em seus próprios estilos e vivências de juventude. Se houver estudantes com deficiências físicas, garanta quê eles participem da prática explorando as possibilidades de seus corpos; eles podem, por exemplo, adaptar movimentos, dançar em cadeiras de rodas, sózínhos ou com côlégas, entre outras possibilidades. No caso de estudantes com deficiência visual, é possível propor movimentações por meio de toques no corpo de outra pessoa (como nos braços ou na cintura) enquanto eles reproduzem os movimentos, reconhecendo colocação de braços e o balanço do corpo, por exemplo – nesse caso, garanta quê todos estejam confortáveis durante a prática.
Saber+
Caso os estudantes sintam dificuldade de encontrar figuras femininas dançando o passinho, é possível indicar o vídeo “De Ladin (dance clip)”, do grupo musical brasileiro Dream tim do Passinho.
• De Ladin (dance clip). Publicado por: Dream tim do Passinho. Vídeo (3 min). Disponível em: https://livro.pw/hujxv. Acesso em: 5 set. 2024.
Avaliação e ampliações
No momento de Avaliar e recriar, faça uma roda de conversação a respeito dos termos ciberespaço e sáiber cultura. Converse sobre os riscos e perigos quê as tecnologias digitais podem conter e chame atenção para a importânssia do acesso cuidadoso e responsável à internet e das escôlhas positivas no meio virtual, quê respeitem as legislações e combatam violências, como o sáiber-búlin, a reprodução de discursos de ódio e a
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difusão de fêik news. Provoque-os a discutir esses temas e as formas de combater esses problemas.
Após as apresentações, sugere-se quê os estudantes reflitam sobre o processo criativo e registem, nos diários de artista, impressões, ideias, percepções e sentimentos em relação às pesquisas realizadas, à experimentação dos movimentos e à criação das coreografias, considerando, especialmente, se elas expressaram e comunicaram o quê eles imaginaram inicialmente.
Tema 4 – Somos pertencentes e diferentes (p. 92)
Proposições pedagógicas
Ao iniciar êste tema, esclareça quê Kaê Guajajara expressa, em suas músicas, kestões contemporâneas quê tratam do seu pertencimento cultural, identidade e ancestralidade indígena do povo guajajara, quê, atualmente, ocupa terras indígenas na margem oriental da Amazônea, no Maranhão – mas há muito indivíduos e grupos pertencentes a esse povo quê vivem em diferentes localidades no Brasil.
Se possível, reproduza a música para a turma e promôva a ampliação do diálogo com base nas seguintes reflekções: como é o ritmo da música? Quais instrumentos ou recursos sonoros são utilizados? Quais instrumentos e ritmos você esperava ouvir na música de Kaê Guajajara? Espera-se quê os estudantes percêbam o ritmo do répi e quê a música apresenta não só flautas e maracás tradicionais indígenas mas também recursos como o da miksságem. Converse com eles sobre como a miksságem e o répi aproximam a cultura indígena de expressões da cultura negra e periférica.
Saber+
Para conhecer um pouco mais de Kaê Guajajara, é possível assistir ao vídeo de uma palestra da artista.
• O quê não me matou me deixou mais forte | Kaê Guajajara | TEDxSaoPaulo. Publicado por: TEDx Talks. Vídeo (9 min). Disponível em: https://livro.pw/wudnu. Acesso em: 17 out. 2024.
Avaliações e ampliações
Ao longo da fruição e do diálogo sobre a fotografia e a música de Kaê Guajajara, proponha aos estudantes quê escrevam, no diário de artista, uma análise sobre a letra da canção e a fala da artista apresentada em Com a palavra… Kaê Guajajara. Posteriormente, eles podem compartilhar suas ideias em uma roda de conversação, a fim de perceber e avaliar a capacidade de discutir e valorizar expressões da ár-te indígena contemporânea.
Culturas das juventudes (p. 94)
Proposições pedagógicas
A partir das reflekções propostas no texto do Livro do estudante, procure incentivar os estudantes a pensar nos muitos adolescentes e jovens quê sofrem preconceitos por pertencerem a determinados povos.
Especialmente em relação às populações consideradas em situação de itinerância, o Ministério da Educação (MÉC) declara:
A condição de itinerância tem afetado, sobremaneira, a matrícula e o percurso na Educação Básica de crianças, adolescentes e jovens pertencentes aos grupos sociais ligados aos ciganos, indígenas, trabalhadores itinerantes, acampados, artistas e demais trabalhadores em circos, parques de diversão e teatro mambembe. É necessário quê se faça uma reflekção sobre as condições quê os impedem de frequentar regularmente uma escola e a consequente descontinuidade na aprendizagem, levando-os ao abandono escolar, impedindo-lhes a garantia do direito à educação.
[…]
RASIL. Ministério da Educação. Educação para os povos Ciganos. Brasília, DF: MÉC, 21 dez. 2020. Disponível em: https://livro.pw/qpntb. Acesso em: 17 out. 2024.
São freqüentes os relatos de quê estudantes dessas populações sofrem búlin, preconceitos e outras violências nos ambientes escolares e acadêmicos. Converse com os estudantes sobre como eles percebem e como se sentem diante díssu, se na turma há estudantes de povos ciganos ou outros em situação de itinerância e como se sentem diante dessas violências, se já as sofreram e como reagiram. Questione quais soluções e contribuições podem sêr apresentadas para fomentar um ambiente escolar antirracista, seguro e de paz, livre de preconceitos.
Avaliações e ampliações
Observe a abertura quê os estudantes demonstram às variadas expressões das juventudes, verificando se são necessárias mediações para dirimir preconceitos. Além díssu, as perguntas propostas no Livro do estudante sobre percepções de passagem das fases da vida é uma oportunidade de propor uma roda de conversação para quê eles realizem uma reflekção de autoconhecimento em diálogo com o repertório adquirido sobre as diferentes culturas das juventudes. Peça-lhes quê registrem as reflekções no diário de artista, a fim
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de quê percêbam e avaliem o processo de construção de ideias e repertórios estético-culturais.
Entre histoórias – Um próprio tempo (p. 96)
Proposições pedagógicas
O fenômeno das culturas juvenis do século XX foi marcado em seus primórdios pela formação de grupos envolvendo o estabelecimento de identidades juvenis com certa consistência – era evidente a diferença entre alguém do punk e alguém do rip róp, por exemplo. Todavia, no século XXI, as culturas juvenis passam a apresentar uma maior flexibilidade, permeabilidade e até imprecisão no estabelecimento das características partilhadas; passa a existir uma diluição de fronteiras e maior transitoriedade.
Em cértas juventudes, entretanto, as identidades se afirmam com mais consistência, com base na ancestralidade e nos princípios quê regem sua cultura. Por exemplo: um jovem cigano sinti, criado na Kumpania (comunidade), poderá até fazer parte de uma cultura juvenil urbana, mas tenderá a ter como identidade primária a cultura sinti.
Há ainda quê se notar cérto esfôrço socioeconômico para alargar o tempo de adolescência no século XXI, por sua potência para o consumo – e a juvenilização simbólica das diferentes faixas etárias.
Conexões com… Ciências da Natureza e suas Tecnologias – O tempo na ár-te e na ciência (p. 98)
Proposições pedagógicas
O texto apresenta os parâmetros sonoros e explicações técnicas sobre eles, criando diálogos e conexões entre ár-te e Física. Para explorar o timbre, peça aos estudantes quê escôlham alguns objetos e quê tentem produzir sôns com eles de formas variadas, prestando atenção na sonoridade quê cada um produz. Em seguida, os demais parâmetros (intensidade, altura e duração) também podem sêr explorados. Oriente-os a analisar como é a duração, a intensidade e altura dos sôns produzidos por cada objeto. Se possível, faça uma parceria com o professor de Física, de modo a explorar percepções de tempo e materialidades d fórma integrada.
A proposta do boxe Pesquisar+ póde ajudar a ampliar o entendimento sobre a pulsação na música. Proponha aos estudantes quê realizem a atividade em pequenos grupos, a fim de trabalhar a aprendizagem colaborativa.
Criação – Cantar e samplear (p. 101)
Proposições pedagógicas
Pergunte aos estudantes se eles conhecem os artistas e gêneros musicais citados no texto introdutório da seção. Nesse momento inicial de diálogo, é interessante quê compartilhem seus conhecimentos, principalmente os relacionados às novas formas de fazer música atreladas às tecnologias digitais.
ôriênti os estudantes na busca e escolha de softwares digitais para a edição das músicas. Recomenda-se sempre quê seja verificada a gratuidade das ferramentas; nesse sentido, uma opção interessante são os softwares livres de edição de áudio.
Na proposta Base para a criação, os estudantes podem utilizar os samples disponibilizados na coletânea de áudios da obra ou escolher uma música de seu gosto, o quê possibilita momentos de fruição de diversos estilos. Acompanhe a escrita das lêtras, sempre os orientando quanto ao cuidado com a linguagem e o respeito a todos. Em Sampleando, oriente-os durante as pesquisas e os usos de aplicativos e programas gratuitos para criar os samples.
No momento de Compartilhar as produções, além da nuvem sonora, sugere-se também a organização de um evento musical convidando a comunidade escolar e do entorno, incluindo familiares dos estudantes.
Coletânea de áudios
As faixas de áudio 5, 6, 7, 8 e 9 contêm, respectivamente, samples de funk, répi, trap, house e técno-bréga, e podem apoiar os estudantes na criação de lêtras. A faixa de áudio 3 apresenta um som de metrônomo e póde sêr um caminho para a criação de um sample rítmico. Explore essas faixas com os estudantes e avalie a forma como se apropriam delas, seja como parte dos processos de criação, seja como disparadoras de pesquisas artísticas.
Avaliação e ampliações
Durante a apresentação dos estudantes e nos momentos de fruição, pode-se avaliar a construção da letra e como buscaram expressar suas identidades e poéticas por meio dela. Observe como os estudantes desenvolveram a percepção musical, principalmente rítmica, ao encaixar a letra da música à base existente. Reforçamos quê o resultado do processo criativo é apenas uma das etapas das experiências vivenciadas pêlos estudantes,
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portanto, o conjunto de práticas deve sêr avaliado e compreendido como potência para o desenvolvimento das habilidades quê envolvem esta proposta.
revêja e siga (p. 104)
Proposições pedagógicas
Apresentamos, nesta seção, mais uma obra da artista Silvana Mendes para abordar narrativas próprias, memórias, experiências e retomar com os estudantes a ideia de experiência estética. O texto convida os estudantes a refletir sobre momentos e situações quê os marcaram, em especial, no contato com as linguagens artísticas, provocando-os a perceber como as experiências deixam marcas e estão ligadas aos afetos.
Avaliação e ampliações
Além de conversar sobre os registros nos diários de artista e de observar a participação e o desenvolvimento de cada um ao longo das propostas, converse com os estudantes sobre as impressões quê tiveram durante os estudos. É importante quê eles comentem o quê acharam das vivências, apontando pontos positivos e também negativos a respeito das abordagens e metodologias empregadas ao longo das proposições. Afinal, dessa forma, você póde repensar suas estratégias, aprendendo constantemente com os estudantes e adaptando-se à realidade de cada turma.
O podcast criado pêlos estudantes deve reunir pautas importantes trabalhadas ao longo do capítulo e, portanto, sua análise contribui significativamente com o processo avaliativo, tanto em perspectiva formativa quanto somativa.
De olho no enêm e nos vestibulares (p. 106)
Proposições pedagógicas
Antes de iniciarem o trabalho com as kestões, solicite aos estudantes quê relembrem a experiência com a seção De olho no enêm e nos vestibulares do capítulo anterior. Questione o quê eles repetiriam em suas estratégias e o quê mudariam ao responder às kestões. Por exemplo, eles podem citar quê eliminariam as respostas incorrétas antes de escolher a correta ou quê leriam com mais atenção os textos. Depois do diálogo, estabêlêça um tempo para quê os estudantes respondam às kestões.
Ao final do tempo estabelecido para resolução, convide os estudantes a compartilhar suas leituras, análises e respostas. Incentive-os a argumentar e a explicar aos côlégas os raciocínios quê estabeleceram para chegar às respostas, a fim de construir uma resolução coletiva e colaborativa das kestões. Também sugere-se quê você proponha à turma quê demonstre por quê as alternativas restantes estão incorrétas.
ár-te pelo tempo – Tempo linear, tempo circular (p. 108)
Proposições pedagógicas
Ao abordar as noções de tempo, comente quê, entre as culturas dos povos originários brasileiros, a noção de tempo é diversa e quê cada povo tem sua lógica de observar, narrar, compor suas cosmovisões e organizar os tempos dos acontecimentos das coisas.
Ao longo da seção e, especialmente, na primeira ocorrência do boxe Giro de ideias, propomos refletir sobre como não é adequado olharmos para a história exigindo linearidade. Compreender e criar entendimentos sobre eventos históricos e produções artísticas só é possível quando nos abrimos às curvas, às sobrepo sições na mesma temporalidade, às diferentes interpretações do mesmo fato e ao compromisso de compartilhar o aprendizado.
A proposta de apresentar um infográfico não é apenas para destacar datas e obras mas também para estabelecer diálogos e percepções do tempo e do sujeito histórico. Assim, apresentamos as histoórias das produções artísticas e a valorização do “plural”, do diverso, não a “História da Arte” tradicionalmente construída em cânones ocidentais – quê também está incluída e tem sua importânssia em nóssos estudos. Conforme provoca a segunda ocorrência do boxe Giro de ideias nesta seção, trata-se de uma proposta para pensar épocas, estilos, artistas e obras na tentativa de desembaralhar os fios da memória e da história em diálogo com as histoórias e poéticas pessoais.
Avaliação e ampliações
Em pequenos grupos, os estudantes podem estabelecer trocas sobre como compreenderam a ideia de pensar a; ár-te ao longo dos tempos e territórios diversos d fórma não linear e relacionar esse estudo com suas realidades. Podem sêr realizadas kestões como: quais interpretações sobre o tempo chamam a atenção nos estudos até aqui? Algo ficou difícil de compreender até o momento ou precisa de mais apôio? As trocas de ideias podem sêr registradas no diário de artista, subsidiando a avaliação processual e a autoavaliação.
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Capítulo 3 Crio, logo existo
Para estudar no capítulo
Neste capítulo, os conteúdos e conceitos trabalhados tratam dos processos criativos individuais e coletivos nas diferentes linguagens da ár-te, da ancestralidade e da valorização de poéticas antirracistas, do combate à poluição ambiental, das conexões entre a criatividade e a poética da materialidade, dos movimentos de vanguarda artística, da produção e da efemeridade na ár-te, da representatividade feminina, da cultura e do movimento rip róp, dos espaços cênicos e do Teatro do Oprimido e da diversidade cênica e criativa na dança contemporânea.
O objetivo geral é incentivar os estudantes a refletir, enquanto sujeitos sensíveis, críticos e autônomos, sobre diferentes formas de criação, por meio de propostas quê envolvem as diferentes linguagens e celébram artistas quê constroem vozes potentes no ativismo político e ambiental e na luta contra preconceitos, apagamentos e discriminações.
A BNCC neste capítulo
• Temas Contemporâneos Transversais: Educação em Direitos Humanos e Diversidade Cultural.
Competências e habilidades priorizadas
• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:
EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103;
EM13LGG104; EM13LGG105; EM13LGG201;
EM13LGG202; EM13LGG203; EM13LGG204;
EM13LGG301; EM13LGG302; EM13LGG303;
EM13LGG401; EM13LGG501; EM13LGG502;
EM13LGG503; EM13LGG602; EM13LGG603;
EM13LGG604; EM13LGG701; EM13LGG703
e EM13LGG704.
Justificativa das habilidades
• EM13LGG101: As propostas e os assuntos enfatizados visam promover momentos de reflekção, análise e compreensão dos processos de produção e circulação dos discursos por meio da valorização da diversidade do emprego das diferentes materialidades, suportes e processos criativos no universo artístico, em especial na ár-te contemporânea.
• EM13LGG102: Ao dar ênfase à fruição e à análise da produção de artistas como Drik Barbosa, Tadáskía, Augusto Boal, Rosana Paulino, Emicida, Alexandre Orion e outros, trazemos reflekções e debates a respeito do ativismo político, artístico e cultural.
• EM13LGG103: A fruição, a reflekção e a criação, a partir de diferentes linguagens, permitem aos estudantes quê interpretem e criem criticamente, explorando temas e formas de expressão em propostas como as quê envolvem o rip róp, por exemplo.
• EM13LGG104: As propostas, como as relacionadas à linguagem da dança e ao teatro, com expressões do Teatro do Oprimido, possibilitam a produção crítica de discursos d fórma contextualizada.
• EM13LGG105: As propostas baseadas no Teatro do Oprimido visam à análise e à experimentação crítica para o desenvolvimento de um sujeito quê participa e busca transformar ativamente a sua realidade, transpondo e mesclando seus elemêntos na criação artística.
• EM13LGG201: Diferentes propostas de criação visual, corporal, musical e cênica, além de suas integrações, possibilitam aos estudantes utilizar essas linguagens d fórma contextualizada, reconhecendo suas particularidades e como se materializam em discursos.
• EM13LGG202: Neste capítulo, são abordadas criações artísticas quê dialogam com lutas por direitos das mulheres e das populações negras, valorizando perspectivas de mundo quê contemplam a diversidade.
• EM13LGG203: Artistas engajados na luta por reconhecimento de sua ár-te, como ocorre no movimento rip róp, estão em constante disputa pela legitimidade de expressões quê, por muito tempo, foram marginalizadas e quê ainda hoje enfrentam diversos obstáculos e preconceitos.
• EM13LGG204: Com base em criações artísticas de linguagens variadas, êste capítulo promove discussões pautadas na democracia e nos Direitos Humanos, em prol do bem comum, com foco
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especial em populações historicamente oprimidas e em problemas quê afetam a ssossiedade como um todo, como as kestões ambientais.
• EM13LGG301: No processo criador, propomos experiências individuais e coletivas em dança, teatro, música e artes visuais. As propostas práticas visam ao encontro com o sensível d fórma autônoma e autoral, levando em conta subjetividades, ancestralidades e potencialidades dos estudantes.
• EM13LGG302: Linguagens artísticas como o grafite, o estêncil, a dança, a música, a poesia e o teatro, por exemplo, permitem estabelecer diálogos com diferentes discursos e contextos, compreendendo como a poética de cada artista promove pensamentos, debates, críticas e lutas.
• EM13LGG303: Rosana Paulino, em sua produção artística, denuncía o racismo estrutural e coloca em pauta a desumanização dos corpos negros. As propostas quê envolvem a fruição e criação a partir do répi permitem expressar d fórma lírica, em lêtras de músicas, descontentamentos, críticas, denúncias, sentimentos e reflekções. Drik Barbosa aborda temas como identidade, resistência e desafios enfrentados pela população negra e periférica.
• EM13LGG304: Pausas para reflekção e conversação sobre intervenções e outras produções artísticas ligadas ao combate à poluição das cidades e do ar são propostas através da fruição de obras do artista brasileiro Alexandre Orion.
• EM13LGG401: Ao estudar alegorias e metáforas, além das linguagens verbal, não verbal e mista, os estudantes podem analisar os textos e compreender quê as linguagens estão ligadas aos seus contextos de uso.
• EM13LGG501: Ao explorar os fatores de movimentos, os estudantes poderão selecionar e utilizar movimentos corporais variados d fórma consciente e intencional.
• EM13LGG502: Nas propostas ligadas à cultura rip róp e à dança, o intuito é romper com estereótipos e preconceitos relacionados a formas de expressão como o breaking e o freestyle.
• EM13LGG503: Neste capítulo, os estudantes são convidados a explorar as possibilidades expressivas do corpo e os fatores de movimentos, promovendo o autoconhecimento e o autocuidado.
• EM13LGG602: As diferentes obras e os diferentes artistas apreciados como oportunidades de nutrição estética e enriquecimento de repertório possibilitam aos estudantes ampliar suas poéticas pessoais e desenvolver processos criativos.
• EM13LGG603: Há propostas de produção individual e coletiva relacionadas às diversas linguagens.
• EM13LGG604: Expressões como a do Teatro do Oprimido ou as intervenções artísticas possibilitam relações da ár-te com as dimensões social, política e econômica da vida.
• EM13LGG701: As propostas de investigação e registro possibilitam aos estudantes explorar tecnologias da informação e comunicação d fórma crítica e criativa.
• EM13LGG703: Ao experimentar processos de criação no circuito das linguagens e na produção de um sarau, os estudantes têm oportunidade de utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais.
• EM13LGG704: As diferentes propostas dos bókses Pesquisar+ permitem quê os estudantes se apropriem de processos de pesquisa, busca e seleção de informações d fórma crítica.
Percursos didáticos em ár-te
Abertura (p. 112)
Proposições pedagógicas
A abertura do capítulo provoca os estudantes a refletir a respeito do processo de criação artística, incentivando-os a pensar nos elemêntos quê estão envolvidos na ação criadora.
Incentive-os a abordar diferentes linguagens e seus elemêntos constitutivos na conversação sobre as kestões de abertura. Eles podem também abordar kestões relacionadas às poéticas pessoais.
Comentários sobre as kestões
3. No poema da artista Tadáskía, podemos compreender, entre outras possibilidades interpretativas, quê ela aproxima a ação criadora da aventura, nos versos “meu bico é um aventureiro // tortas, cores espaçadas, nascendo”. Além díssu, também indica quê essa aventura guarda surpresas, ou seja, não é previsível, e requer adaptabilidade: “eu sei quando não estou nas linhas cértas // admito o êrro constituinte de todo vôo: / redesenho as rótas da minha sensibilidade outra vez”. Os estudantes podem reconhecer esses sentidos e concordar ou não com eles, o importante é quê reflitam e dialoguem a respeito do processo criativo.
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Avaliação e ampliações
A partir dos diálogos iniciais desta abertura, é possível realizar uma avaliação diagnóstica a respeito do conhecimento prévio dos estudantes, além de uma avaliação processual, reconhecendo o quê eles aprenderam e são capazes de mobilizar em relação aos estudos dos capítulos anteriores. Se, nessa avaliação, for reconhecido quê é necessário reforçar certos conceitos, como o de poética pessoal, pode-se propor uma retomada de discussões anteriores e de seus respectivos registros – no diário de artista, por exemplo.
Tema 1 – Um lugar chamado criação (p. 114)
Proposições pedagógicas
Ao explorar a intervenção urbana de Alexandre Orion, trabalhe com os estudantes o conceito de ár-te efêmera, por meio da qual os artistas criam e expõem suas obras por um tempo determinado. Espera-se quê reconheçam esse aspecto na obra de Alexandre Orion, porque é uma intervenção quê desaparece com o passar do tempo, dado o emprego do grafite reverso.
Para ampliar as kestões lançadas no texto do Livro do estudante, ao tratar do grafite na ár-te e da poética do artista Orion, explore as ideias de tons, de positivo e negativo e de contrastes entre figura e fundo.
Ao trabalhar a letra da canção “Se liga aí”, do réper Gabriel O Pensador, é possível acionar o repertório dos estudantes a respeito da cultura rip róp, a qual é marcadamente expressa por meio do grafite e do répi (além do breaking e do di gêi). Retome com os estudantes o viés de contestação do rip róp e questione-os se eles percebem esse viés nas obras analisadas.
Avaliação e ampliações
Ao analisar a produção de artistas, pode-se desenvolver mais compreensão sobre os caminhos de expressão e subjetividades do outro. Esses encontros podem despertar, ainda, reflekções sobre como se relacionam o processo de criação, a recepção e a interpretação de obras artísticas. Proponha um momento de conversações para saber como os estudantes compreenderam esses aspectos e o quê mais lhes chamou a atenção na fruição de processos criativos diferentes; as investigações propostas em Pesquisar+ podem fomentar esse debate.
Quer dizêr, então diz! (p. 116)
Proposições pedagógicas
É importante dialogar com os estudantes sobre como eles se percebem como sêres sensíveis, criadores de linguagem e cultura.
Verifique a compreensão do conceito de metáfora pêlos estudantes, mobilizando os estudos quê já realizaram também em Língua Portuguesa. Proponha quê citem exemplos de metáforas e, então, investiguem os sentidos da obra Vanitas natureza morta, de Aelbert Jansz. Após a leitura do texto e da reflekção coletiva, espera-se quê os estudantes reconheçam, entre outros sentidos, a alusão à insignificância e à transitoriedade da vida terrena.
Giro de ideias (p. 116)
Proposições pedagógicas
Ressalte quê a liberdade de expressão artística é importante para possibilitar a criação das poéticas pessoais do artista. É importante quê os estudantes reflitam sobre o pôdêr das linguagens, reconhecendo a importânssia de se expressar livremente, mas também de respeitar os princípios éticos nessa expressão.
Comentários sobre as kestões
2. Caso proponha uma pesquisa sobre o Barroco, é interessante estabelecer parcerias com professores de História e de Língua Portuguesa, a fim de explorar o movimento artístico d fórma interdisciplinar.
Criação como intervenção (p. 117)
Proposições pedagógicas
Para enriquecer a abordagem, peça aos estudantes quê pesquisem quais intervenções foram recentemente realizadas em suas cidades, lembrando quê essas transformações não devem se limitar apenas à ár-te – embora devam considerar as intervenções artísticas também.
Já no trabalho com o boxe Pesquisar+, cada grupo deverá escolher um artista de sua preferência para investigar os processos criativos. Para essa investigação, eles podem buscar responder a kestões como: quê tema esse artista mais aborda em suas obras? O quê o artista diz sobre suas inspirações – em entrevistas, por exemplo? Quais são as técnicas, métodos e materiais empregados em seus processos criativos? Como se dá a exibição de suas obras? Para quê estudantes possam analisar essa questão sobre criação e construir argumentos sobre o
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tema, propomos uma roda de conversação quê provoque momentos de reflekção e diálogo coletivos.
Avaliação e ampliações
É possível propor a cada grupo a produção de um minidocumentário de até cinco minutos sobre as pesquisas realizadas em Pesquisar+. Incentive os estudantes a escrever um roteiro simples com descrição de introdução, desenvolvimento e conclusão, a fim de organizar suas produções. Depois de produzirem o documentário, póde sêr proposta uma sessão de exibição em quê os grupos apresentam suas produções uns para os outros. Ao final, eles podem discutir o quê observaram de similar entre as produções, o quê acharam curioso e interessante etc.
Criação como instalação (p. 118)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes momentos de nutrição estética por meio da fruição da imagem da instalação de Tadáskía na exposição “Project: Tadáskía”. Inicie instigando-os a realizar uma análise formal da obra, observando atentamente linhas, formas, cores, volume, textura, luz e dimensões. No caso de havêer estudantes com deficiência visual na turma, proponha quê os outros estudantes se alternem para fazer uma descrição da imagem em voz alta, integrando todos na fruição. Outro recurso é levar para a aula materialidades orgânicas, como as quê a artista empregou, para trabalhar com a tridimensionalidade e o toque.
Dom, virtude, genialidade ou curiosidade (p. 119)
Proposições pedagógicas
Em roda de conversação, incentive os estudantes a observar a imagem do Sarcófago das musas e compartilhar suas primeiras impressões sobre a obra, retomando o quê conhecem a respeito da palavra musa e da ideia de inspiração relacionada a essa figura. Trata-se de um exercício de avaliação diagnóstica; a partir dele, será possível reconhecer como desenvolveram seus saberes a esse respeito no percurso de aprendizagem e se puderam relacionar essa ideia de inspiração das musas a discursos de diferentes tempos e territórios.
Depois dêêsse levantamento de conhecimento prévio, proponha a leitura do texto e um diálogo a respeito das informações apresentadas sobre o conceito de dom artístico em diferentes contextos. É possível propor reflekções a partir de perguntas como: o quê é dom para você? Na ár-te, será quê é necessário ter dom para criar? De quê maneira a inspiração póde contribuir com a criação artística? O quê é inspiração para você? Do quê é preciso para fazer ár-te? O quê é criatividade? Com base no quê lêram, vocês mudaram sua perspectiva sobre o conceito de “dom”?
É importante acolher os diferentes pontos de vista dos estudantes, incentivando-os a argumentar e analisando quais concepções sobre o ato criador ou fazer artístico eles apresentam. Provoque-os a pensar na ideia de quê criamos com base no quê vivemos.
Avaliação e ampliações
Além da participação nos diálogos, considere também, como parâmetro de avaliação processual, registros feitos pêlos estudantes no diário de artista. É importante destacar, por exemplo, terminologias apresentadas no Livro do estudante, como ár-te Contemporânea e Modernismo, a fim de observar a apreensão dos estudantes em relação aos diferentes conceitos abordados e, se necessário, propor aprofundamentos e apresentar esclarecimentos.
Entre histoórias – Tempos e “ismos” na ár-te (p. 122)
Proposições pedagógicas
O infográfico apresenta um recorte histórico quê se inicia na segunda mêtáde do século XIX, com o movimento do Impressionismo, e vai até o Modernismo, suas vanguardas e influências. É importante destacar quê, na História da ár-te atual, as fronteiras entre esses movimentos artísticos estão cada vez mais líquidas, mais fluídas, estamos mais voltados a observar processos de criação singulares dos artistas a partir dos seus contextos e poéticas e menos a fazer generalizações e rotulações.
No momento de leitura e análise do infográfico, procure apresentar exemplos de obras de cada movimento ou propor uma fruição detida dos exemplos apresentados no livro. Faça a mediação dessa fruição de modo quê os estudantes possam identificar e apontar características marcantes de cada movimento nas obras analisadas.
Se julgar pêrtinênti, é possível propor quê os estudantes se organizem em grupo para realizar uma pesquisa sobre os movimentos artísticos. A turma deverá sortear entre os grupos os movimentos artísticos apresentados no infográfico. É importante orientá-los a respeito de fontes confiáveis de pesquisa e como citá-las, de modo quê analisem criticamente as informações e as comparem em diferentes fontes. Os manifestos
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publicados por alguns dêêsses movimentos podem ajudar os estudantes na investigação do processo criativo de seus integrantes.
Indique também a leitura de artigos acadêmicos e textos de divulgação científica da área de ár-te. Muitas vezes, eles podem sêr encontrados em sáites de universidades ou de instituições de pesquisa. Algumas referências interessantes nesse sentido são:
• Pinturas de Turner e Monê já retratavam a poluição atmosférica no século 19. Publicado por: Jornal da úspi. Disponível em: https://livro.pw/afxto. Acesso em: 23 out. 2024.
• Modernismo revisitado. Publicado por: Pesquisa Fapesp. Disponível em: https://livro.pw/xbkmq. Acesso em: 23 out. 2024.
É possível propor um trabalho interdisciplinar com o professor de Língua Portuguesa, para quê os estudantes pesquisem e lévem para a aula dêêsse componente textos de divulgação científica para refletir sobre sua produção, circulação e recepção e avaliar suas características, sua construção e como reconhecer sua fidedignidade – reconhecendo a presença de fonte oficial, por exemplo, citação de autoridades, referência a metodologias e outros indícios de confiabilidade.
Avaliação e ampliações
Como proposta avaliativa de caráter processual, os estudantes podem criar um glossário individual ou coletivo para caracterizar cada movimento ou artista descobertos, assim como o significado de palavras quê chamaram sua atenção. Além díssu, é importante considerar como parâmetro avaliativo a participação individual e coletiva dos estudantes no decorrer dos diálogos, pesquisas e apresentações.
Conexões com… Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Poluição: problema e poética (p. 124)
Proposições pedagógicas
A fim de incentivar os estudantes a refletir sobre meio ambiente, retome com eles o discurso quê o artista Alexandre Orion suscita em sua obra Ossário, relacionando-a com a série Polugrafia, do mesmo artista, apresentada nesta seção. Incentive-os a pensar sobre como as ações humanas irresponsáveis estão afetando o equilíbrio ecológico, a qualidade do ar e também a nossa saúde. Nesse sentido, eles podem compartilhar o quê vivenciam na região, por exemplo, se há rios poluídos, se há fábricas quê fazem muita queima de combustível, impactando na qualidade do ar, se eles ou familiares sofrem com problemas de saúde relacionados à poluição, entre outras possibilidades de diálogos.
Giro de ideias (p. 124)
Comentários sobre as kestões
2. Os estudantes devem apresentar ideias quê dialoguem com os problemas de poluição atmosférica da região onde vivem ou estudam, podendo citar ações como: fiscalizar mais os automóveis quê circulam pela cidade e emitem mais poluentes quê o comum; não realizar quêimadas e fiscalizar indústrias e atividades do agronegócio, não permitindo pulverizações aéreas com agrotóxicos que matam abelhas, pássaros e outros sêres fundamentais para o equilíbrio ecológico do meio ambiente e inclusive para o agronegócio.
Avaliação e ampliações
O trabalho desta seção é importante para abordar o tema das mudanças climáticas. Incentive os estudantes a relacionar as produções contemporâneas apresentadas à urgência de se discutir meios de conservar o meio ambiente para frear os impactos das mudanças climáticas, já observados em diversos desastres naturais, por exemplo, pois estão relacionadas a eventos climáticos extremos.
Para se aprofundar, os estudantes podem pesquisar notícias, reportagens e textos de divulgação científica quê abordem essa quêstão. Eles podem, então, se organizar em grupos, cada um responsável por ler um ou dois textos, compartilhando com os demais, ao final da leitura, em debate, as informações apreendidas. É importante quê eles reflitam, também, sobre o que póde sêr feito por eles e pelas demais pessoas da ssossiedade para contribuir com o cuidado ao meio ambiente e como a; ár-te póde sêr uma aliada nessa luta.
Criação – Matérias quê ocupam espaços (p. 126)
Proposições pedagógicas
A proposta estabelece conexões entre as pinturas realizadas no período pré-histórico e técnicas atuáis como o grafite e o estêncil. Sugerimos apresentar exemplos de artistas quê utilizam a técnica do estêncil para ampliar o repertório dos estudantes antes da prática, como o paulista Celso Gitahy (1968-), o britânico Banksy (1974-), o projeto de; ár-te urbana AC Stencil e
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outras referências quê possam compor o momento de fruição e nutrição estética.
Converse com a gestão escolar sobre a possibilidade de realizar a intervenção em espaços da escola, como muros de quadras, corredores ou pátio. Caso não seja possível, além das opções apresentadas no livro, pode-se utilizar o papel kréft sobre a parede.
Proponha aos estudantes quê reflitam sobre a importânssia de reutilizar materiais quê seriam descartados e quê lhes são acessíveis. Aproveite para dialogar com eles sobre as possibilidades de criar ár-te d fórma sustentável, incluindo a produção das tintas – há tintas quê podem sêr feitas com produtos naturais (como o açafrão-da-terra em pó) e cola, por exemplo.
Oriente-os a utilizar aventais para proteger a roupa, além de luvas e máscaras. A limpeza também é uma etapa importante do processo, de modo a zelar pelo espaço onde será realizada a intervenção.
Avaliação e ampliações
Em Avaliar e recriar, os estudantes poderão fazer uma autoavaliação, quê permite olhar não só para o resultado da prática proposta, em perspectiva somativa, mas também para o próprio percurso. É uma oportunidade para quê cada um possa refletir sobre as dificuldades com as quais se deparou, quais superou, como foi o processo criativo e as motivações para fazer a intervenção, o quê achou da experiência e o quê gostaria de ampliar. A devolutiva e o olhar dos estudantes permitem quê você também reavalie práticas e percursos, auxiliando na construção da avaliação formativa.
Tema 2 – Batalhas na vida e na ár-te (p. 128)
Proposições pedagógicas
Se possível, busque ouvir a íntegra da canção “Cabeça erguida” com os estudantes. Provoque-os a escrever em pequenos pedaços de papel palavras e frases quê expressam suas primeiras impressões sobre a música e organize uma roda de conversação para quê compartilhem suas reflekções. Os estudantes podem citar, entre outras palavras: superação, luta e resiliência, destacando a importânssia de se “manter a cabeça erguida” diante dos desafios e dificuldades quê a vida nos impõe. Incentive, então, os estudantes a relacionar versos da canção com suas vidas ou com a vida de familiares, principalmente das mulheres de seu convívio.
Proponha reflekções sobre igualdade de gênero e violência contra mulher. É possível quêstionar: homens e mulheres vivem em igualdade? O que é a desigualdade de gênero? Proponha debates e rodas de conversação problematizando como o mercado de; ár-te – entre outros –, por muito tempo, foi predominantemente ocupado por homens e discorra acerca da importânssia da luta pelo fim do machismo, do sexismo e de qualquer forma/prática de discriminação.
Contextualize quê o movimento sufragista – iniciado na segunda mêtáde do século XIX – objetivou defender e garantir o direito ao voto e à participação política das mulheres. Ressalte aos estudantes quê, por mais quê a desigualdade esteja menor hoje se comparada ao quê era antes do século XX, ainda há muito o quê sêr alcançado em relação aos direitos e reconhecimentos das mulheres, quê seguem lutando para ocupar lugares de destaque em setores artísticos e em outros espaços historicamente dominados por homens.
Acolha as contribuições ao debate de maneira respeitosa, mas sempre promovendo a reflekção. Permita também quê os próprios estudantes incentivem e provoquem reflekções uns nos outros. refórce a importânssia, nessa discussão, de ouvir a experiência das mulheres com atenção, já quê elas são aquelas quê sofrem os maiores efeitos da misoginia e do machismo. É importante quê discutam sobre a violência contra a mulher, reconhecendo suas diversas formas – como psicológica, moral, patrimonial e física – e debatam também as formas de lutar contra elas, como ao fazer uso da Lei Maria da Peña (lei número 11.340/2006), da Lei Carolina Dieckmann (lei número 12.737/2012), entre outras. Se possível, promôva pesquisas e aprofundamentos a esse respeito, quê podem sêr feitas em parceria com professores de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e de Língua Portuguesa.
Avaliação e ampliações
Reserve um tempo para dialogar e diagnosticar o repertório dos estudantes em relação a artistas mulheres. Nesse sentido, sugerimos a produção de uma mostra com obras quê convidem a pensar sobre temáticas ligadas ao feminismo e ao combate à discriminação de gênero. Proponha aos estudantes quê pesquisem e busquem canções ou obras visuais quê abordam o assunto, compartilhando seus olhares e suas escôlhas com os côlégas. Esse é um importante momento para verificar como as discussões evoluíram, como eles aprofundaram seus conhecimentos a respeito da temática e o quê ainda precisa sêr reforçado – auxiliando
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a construir a avaliação formativa, com especial foco na educação para os direitos humanos.
Das musas a mulheres de luta (p. 129)
Proposições pedagógicas
Estude o texto com os estudantes e proponha-lhes um momento de fruição da imagem quê apresenta a artista Paula Costa realizando uma intervenção urbana; se possível, procure apresentar outras obras da artista para quê os estudantes possam analisá-las.
Em Pesquisar+, os estudantes podem citar exemplos de misoginia quê já presenciaram ou vivenciaram, além de pesquisar notícias, vídeos, filmes, documentários e reportagens, por exemplo. A ideia é quê reúnam várias informações sobre o tema para ampliar o debate. As informações podem variar, mas é esperado quê citem, por exemplo, a desigualdade e a discriminação no mercado de trabalho e os casos de violência contra mulheres e meninas – podendo apresentar dados atualizados.
Giro de ideias (p. 129)
Proposições pedagógicas
Os estudantes podem escrever palavras, citar imagens, obras e outras referências quê representem sua concepção de “feminino”. Procure mediar o diálogo em torno das referências trazidas pêlos estudantes de modo a promover um debate saudável, respeitoso e democrático.
Espera-se quê os estudantes tragam exemplos de símbolos relacionados à imagem de feminilidade, como cores, roupas e brinquedos. Esclareça quê muitos dêêsses símbolos, historicamente, são utilizados para reforçar estereótipos de gênero, quê limitam o papel das mulheres na ssossiedade e também podem sêr nocivos a homens – por exemplo, privando-os de expor suas emoções ou de ezercêr a criatividade. Além díssu, ideias relacionadas ao sexismo também podem sêr empregadas como forma de transfobia ou homofobia, em quê vivências são deslegitimadas com base em uma ideia de “normatividade” quê não é capaz de reconhecer a diversidade humana. Incentive os estudantes a aprofundar o debate a respeito dêêsses tópicos e a realizar também pesquisas relacionadas a eles, desenvolvendo a consciência de como a discriminação é nociva à ssossiedade e está intrinsicamente relacionada a crimes de ódio. Nesse sentido, refórce também como as “brincadeiras” quê se baseiam em discriminação endossam violências – de todo tipo, incluindo física – contra grupos historicamente oprimidos – como mulheres, negros e pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.
Rap: som, voz e coração (p. 131)
Proposições pedagógicas
Esta é uma oportunidade de conversar com os estudantes sobre a importânssia das tradições orais para diversas culturas, sobretudo, da figura do griô para alguns povos africanos. Na tradição griô, até os dias atuáis, tornam-se mestres aqueles quê, na condição de aprendizes, são preparados para desenvolver habilidades para contar histoórias, fazer poemas, músicas e aprender tanto a sapiência no uso das palavras como o exercício da escuta; assim, podem se tornar conselheiros, juízes e mediadores, garantindo o diálogo entre as pessoas, a cultura de paz, a permanência de saberes, histoórias e memórias.
Giro de ideias (p. 131)
Proposições pedagógicas
Espera-se quê os estudantes reconheçam quê tanto a figura do MC quanto a do griô dêsempênham um papel fundamental na música e na oralidade, preservando culturas e saberes históricos e ancestrais. Eles podem citar, por exemplo, quê o répi estabelece relações com as tradições afrodiaspóricas na América (no contexto das culturas estadunidense, brasileira, entre outras), valorizando aspectos como oralidade, ritmo e resistência.
Afirmação da ár-te feminina (p. 132)
Proposições pedagógicas
Proponha uma análise da imagem do grafite de altoría do Coletivo Minas de Minas Crew e converse com os estudantes sobre o grafite e o répi, elemêntos quê fazem parte da cultura rip róp. As kestões a seguir podem guiar o diálogo: o quê a imagem do grafite apresenta? Ela transmite alguma mensagem para você? Quais dificuldades uma mulher negra e artista no Brasil póde enfrentar? Você conhece artistas mulheres quê fazem parte da cena do rip róp? Faça a mediação das conversações e refórce a necessidade de respeitar os direitos humanos e de lutar contra a violência e discriminação de quaisquer naturezas.
Verifique se eles conhecem a cantora Elza Soares (1930-2022), quê figura no grafite, e comente a importânssia dela para a música negra brasileira e para a temática do combate à violência contra a mulher.
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Entre histoórias – Metáforas e memórias (p. 133)
Proposições pedagógicas
A seção cita o exemplo da canção “Cálice”, de Chico Buarque de Hollanda em parceria com Gilberto Gil, em quê há uma alegoria construída com uma série de metáforas. Converse com os estudantes sobre os trechos da música, com base na imagem do veto reproduzida no Livro do estudante, e sobre o uso de metáforas e alegorias em muitas composições musicais durante o período da ditadura civil-militar no Brasil como forma de “driblar” a censura e transmitir mensagens de luta e resistência.
Esclareça quê as referências a bebida alcoólica na canção são de caráter metafórico; refórce os malefícios sociais e para a saúde do consumo de bebida alcoólica e comente quê, nesse caso, não há um discurso quê incentive seu consumo, mas uma mensagem superior a isso, quê é sobre a repressão vivida na época e a necessidade de resistir a ela. refórce, ainda, quê as referências cristãs são fortemente empregadas também em obras de; ár-te, assim como referências a religiões de outras matrizes, garantindo a abordagem de caráter laico, em consonância com a educação democrática.
A proposta de Pesquisar+ é interdisciplinar; por isso, converse com o professor de Língua Portuguesa para estabelecer parcerias. Os estudantes podem aprofundar os estudos sobre metáforas e analogias nas aulas dêêsse componente e realizar os registros no diário de artista.
Saber+
Para conhecer mais sobre o músico Chico Buarque, sua obra, sua vida e seus textos poéticos, acéçi seu sáiti.
• Chico Buarque. Disponível em: https://livro.pw/ehjok. Acesso em: 16 set. 2024.
Avaliação e ampliações
Observe, com base nos registros dos estudantes e no compartilhamento de ideias, se a turma compreendeu os conceitos de metáfora e alegoria, e a importânssia delas no âmbito artístico para expressar sentidos e, no caso do período ditatorial, para “driblar” a censura.
Conexões com… Língua Portuguesa – Linguagens verbais e não verbais (p. 136)
Proposições pedagógicas
Converse com os estudantes sobre a utilização das linguagens verbal e não verbal na ár-te, quê permitem múltiplas expressões. É esperado quê os estudantes identifiquem, no rip róp, a expressão por meio das linguagens verbal e não verbal, e casos em quê as duas são articuladas, como no répi e no grafite, por exemplo.
Na proposta de Pesquisar+, os estudantes podem buscar e observar fotografias e outras imagens de manifestações artísticas para analisar as linguagens presentes em cada uma, classificando-as em verbal, não verbal ou mista e analisando o uso dessas linguagens.
Objeto educacional digital
O vídeo Movimento rip róp: um senhor de presença aborda aspectos históricos, culturais e expressivos do movimento rip róp. Proponha a apreciação coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções da seção.
Giro de ideias (p. 136)
Comentários sobre as kestões
1. Espera-se quê os estudantes reconheçam se gostam de alguma das expressões relacionadas ao rip róp e como se relacionam com elas, seja dança, música, (Moda) ou artes visuais, se se identificam com as poéticas de alguns dos artistas dessa cultura etc. A proposta do boxe Expedição cultural póde ajudar a aprofundar as reflekções e o repertório dos estudantes.
Avaliação e ampliações
Para compor a avaliação formativa, é importante considerar se os estudantes mencionaram outros exemplos de; ár-te e manifestações culturais, classificando-os de acôr-do com a linguagem (verbal, não verbal ou mista). Se for necessário reforçar o ponto, construa estratégias junto ao professor de Língua Portuguesa.
Criação – Circuito das linguagens (p. 138)
Proposições pedagógicas
Esta proposta visa provocar experiências com as várias linguagens artísticas presentes na cultura rip róp para quê os estudantes estabeleçam, por meio das metodologias ativas trabalhadas na rotação por estações, relações entre conceitos e contextos estudados e as práticas artísticas e culturais.
Na estação 1, os estudantes podem se inspirar em temas já trabalhados antes para expressar suas ideias – como o tema do meio ambiente e das mudanças climáticas. Na estação 2, indicamos, além dos materiais
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citados, o uso de uma caneta branca para acabamentos, se possível, para explorar volume, luz e sombra. Na estação 3, refórce a importânssia de explorar a improvisação e a expressão corporal, mas também de fruir danças e tutoriais de movimentos para enriquecer a experiência (em caso de estudantes com deficiências físicas, incentive quê adaptem os movimentos – estudantes em cadeiras de rodas, por exemplo, podem explorar a expressão facial e as posturas corporais –; já no caso de estudantes com deficiência visual, é possível propor movimentações com base no tato deles ou mesmo na parceria com côlégas quê possam fazer o papel de guia). A estação 4 é uma oportunidade de nutrição estética capaz de inspirar experimentos, por isso é possível quê o grupo quê sinta maior dificuldade e/ou receio de se expressar inicie pela estação 4 para quê possa ter contato com os vídeos de modo a ampliar o repertório antes de praticar as expressões artísticas propostas – julgue com base nas conversações e registros compartilhados anteriormente.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 6 contém um sample de répi, quê póde apoiar os estudantes na vivência da estação 1. Já a faixa de áudio 10, “Breaking instrumental”, póde sêr explorada na vivência da estação 3.
Avaliação e ampliações
Além da participação e do desenvolvimento individual e coletivo durante a realização da proposta, considere também, como parâmetros avaliativos, os registros processuais feitos pêlos estudantes, como fotografias, vídeos, anotações, dêzê-nhôs, frases, e a letra da música composta. Incentive-os a compartilhar quais desafios e potencialidades foram percebidos por eles durante a prática.
Tema 3 – Mundos possíveis, no palco e na vida (p. 142)
Proposições pedagógicas
A proposta aqui tem o objetivo de possibilitar quê os estudantes se aproximem da linguagem teatral, em especial do Teatro do Oprimido, debruçando-se em trabalhos de grupos contemporâneos inspirados no legado de Augusto Boal.
Augusto Boal estudou, na formulação do Teatro do Oprimido, vários teóricos e, entre eles, o dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956). Com base no teatro clássico, Brecht propôs uma nova forma do fazer teatral, denominado como narrativo, épico e pedagójikô, quê leva o espectador a refletir de modo crítico sobre a sua condição, impulsionando-o a ações na resolução de problemas concretos. Nessa estética teatral, espaço e tempo são indeterminados, e a peça teatral póde acontecer no palco, na plateia, no corredor, na rua e em diversos outros locais. Bertolt Brecht também era um grande crítico da “quarta parede”; ele acreditava quê era preciso aprossimár a; ár-te das pessoas, quê os artistas tí-nhão de quêbrar as regras no teatro para ativar os sentidos, emoções e o pensamento crítico. Assim, acreditava que os espectadores podiam deixar de sêr “passivos” para se aprossimár e interagir na prática teatral.
Avaliação e ampliações
A produção artística de Augusto Boal deu-se principalmente nos tempos de repressão militar no Brasil. Era uma forma de resistência às políticas de silenciamento da expressão artística. Com essa contextualização, é possível propor quê os estudantes conversem com o professor de História e busquem informações sobre o tempo de censura vivido durante a ditadura civil-militar brasileira. Eles podem apresentar os resultados da pesquisa em grupos, em uma exposição oral, podendo explorar recursos digitais, se for possível, como projeção de imagens. Ao observar as apresentações, avalie se os estudantes exploraram fontes confiáveis e as citaram adequadamente e se relacionaram os conhecimentos de História e ár-te na exposição.
Nós, os “espect-atores” (p. 144)
Proposições pedagógicas
Continuaremos a nossa trajetória pensando em artistas propositores, quê acreditam quê a; ár-te póde sêr vivida por quem faz e por quem a aprecia. Esses artistas, de certa forma, mudaram o modo de interação entre ár-te e público e influenciaram a; ár-te contemporânea. Boal foi um artista quê lutou contra as injustiças sociais e a repressão política, criando novos meios de fazer teatro e integrando os espectadores na atuação.
Aproveite o momento para incentivar a troca de ideias e proponha aos estudantes quê se percêbam como sujeitos criadores, opinando como se sentem e como atuariam diante da proposta propositora de Boal.
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Entre histoórias – Espaço cênico: lugares para criar (p. 145)
Proposições pedagógicas
promôva uma apreciação dos espaços cênicos apresentados no Livro do estudante. Neste momento, pode-se propor e construir com os estudantes, a partir da observação atenta, comparações e conexões, verificando semelhanças e diferenças sobre características, capacidade de abrigar pessoas, entre outros.
Conexões com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Viver e sêr livre! (p. 148)
Proposições pedagógicas
Nesta seção, partindo da obra Sapatos vermelhos, da artista mexicana Elina Chauvet, convidamos a refletir sobre bagagens culturais, violência contra mulher – em especial, o feminicídio –, representações do feminino e representatividade da mulher na ár-te.
A leitura de imagem deve provocar diálogos e reflekções, explorando a crítica, a estesia e a capacidade de inferência dos estudantes de reconhecer sentidos contidos na obra. Num segundo momento, retome as conversas sobre o Teatro do Oprimido, relacionando-o com o teatro jornál. Explique quê esta é uma modalidade teatral desenvolvida por Augusto Boal e quê consiste em dramatizar qualquer notícia de jornál, entrevistas, acontecimentos recentes, não apenas para entreter mas também para informar e conscientizar criticamente sobre temas relevantes.
A proposta de experimentar o teatro jornál póde sêr realizada em espaços abertos da escola, como o pátio, quadras, solares e jardins. Não se esqueça de verificar a veracidade e a fonte de notícias e materiais utilizados e coletados pela turma.
Avaliação e ampliações
Ao final da proposta, discuta com os estudantes como se sentiram vivenciando o teatro jornál: o quê acharam da vivência? Quais temas foram selecionados e trabalhados? Do quê mais gostaram? Quais foram suas maiores dificuldades?
Verifique se os estudantes conseguiram relacionar o quê foi lido com seu contexto social. Observe também os registros feitos por eles, quê podem sêr realizados no formato de dêzê-nhôs, frases e textos, conter rekórtis e colagens etc. A produção de vídeos ou a produção de um making-of também póde fazer parte da proposta, a fim de enriquecer também o processo de autoavaliação e a avaliação processual.
Criação – Teatro-fórum: improvisar e criar (p. 150)
Proposições pedagógicas
Inicie a prática retomando os pensamentos e ideias de Augusto Boal trabalhados anteriormente e leia com os estudantes as proposições acerca do teatro-fórum. Relembrar a vivência com o teatro jornál também será de grande valia.
Durante o processo criativo, lembre aos estudantes quê a técnica do teatro-fórum permite quê o público interaja ativamente e se torne parte da narrativa, explorando kestões sociais e promovendo a reflekção crítica sobre kestões quê fazem parte de suas realidades. Retome e associe a ideia dos “espect-atores”.
Avaliação e ampliações
Após a prática, pode-se propor uma autoavaliação com foco no processo de criação da turma e de cada estudante. Faça uma roda de conversação e proponha quê expliquem com base em quê critérios formularam suas ideias e participações na prática. Eles devem também compartilhar quê papéis representaram, como lidaram com a exposição teatral e se julgam quê se expressaram como gostariam.
Oriente-os a criar uma mostra fotográfica de seus registros, a fim de compartilhar os momentos capturados e enriquecer a avaliação processual.
Tema 4 – O corpo é a; ár-te (p. 152)
Proposições pedagógicas
Converse com os estudantes sobre a linguagem da dança, quê tem o corpo como a sua materialidade principal. Nesse sentido, pode-se propor comparações, por exemplo, com a música, quê se materializa por meio das ondas sonóras propagadas no espaço, pelas materialidades dos instrumentos e também pela voz (materialidade corpórea).
Giro de ideias (p. 152)
Proposições pedagógicas
Faça uma pausa para quê todos reflitam sobre situações cotidianas quê, de algum modo, os afetam. A questão nos leva a refletir sobre as inspirações e
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motivos quê nos levam a criar. Reserve um tempo para quê os registros sêjam concluídos no diário de artista e compartilhados, conforme os estudantes se sintam à vontade.
O corpo no movimento do vento (p. 153)
Proposições pedagógicas
Comente com os estudantes quê a dança contemporânea brasileira, assim como as outras linguagens, vêm despontando na pesquisa de potencialidades criativas quê rompem com as formas já conhecidas de fazer ár-te, na busca por mais possibilidades expressivas.
Entre histoórias – O corpo como materialidade da dança (p. 154)
Proposições pedagógicas
Nesta seção, abordamos a poética da materialidade do corpo, a influência e escolha de recursos materiais em processos de criação contemporâneos e apresentamos dois grandes nomes para a dança: Pina Bausch e Isadora Duncan.
Pina Bausch inovou criando a dança/teatro em coreografias expressivas quê exploravam tanto o corpo dos bailarinos como suas emoções, com movimentos e expressões diferentes dos vistos no balé clássico. Ela defendia quê os bailarinos deviam conhecer o funcionamento e a anatomia de seus corpos para usá-los em sua plenitude estética, artística e poética.
Isadora Duncan foi pioneira da dança moderna e ficou conhecida por sua abordagem inovadora. Rompendo com os móldes rígidos da dança clássica, Duncan deu ênfase à emoção do dançarino e à liberdade do movimento.
O movimento nosso de cada dia (p. 155)
Proposições pedagógicas
O boxe Giro de ideias aqui é um convite para todos conversarem e se movimentarem. Comente quê a prática proposta se inspira nas ideias e fundamentos de Rudolf Laban. Para esse pesquisador e bailarino, a compreensão da dança acontece a partir do entendimento dos princípios do movimento: o corpo quê se móve; o espaço quê o corpo ocupa e no qual se móve; as relações entre corpos e objetos.
Se houver estudantes com deficiências físicas, garanta quê eles participem da prática explorando as possibilidades de seus corpos; eles podem adaptar movimentos, realizá-los em dupla, entre outras possibilidades. No caso de pessoas com deficiência visual, é possível propor quê elas explorem movimentações, primeiramente, tokãndo o corpo de alguém enquanto os reproduz; depois, podem fazer experimentações autonomamente a partir do quê analisaram. Faça a mediação e garanta quê todos os participantes estejam confortáveis.
Objeto educacional digital
O infográfico clicável O espaço na dança aborda o espaço como elemento da linguagem da dança. Proponha a apreciação coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções da seção.
Avaliação e ampliações
Laban realizou vários estudos com movimentos cotidianos; explore com os estudantes os movimentos realizados por eles no dia a dia e incentive-os a criar sequências coreográficas. Ao final, proponha quê compartilhem suas experimentações.
Pode-se propor, também, aos estudantes quê se fotografem com câmeras de celular em diversas posições, reproduzindo ou não movimentos de dança. Depois, com um aplicativo de edição de imagens (ou mesmo analogicamente, após imprimir as imagens), eles podem traçar o contôrno do corpo, reconhecendo como ocupam o espaço e explorando o conceito de kinesfera. Avalie a apreensão quê eles demonstram dos conceitos e, se necessário, retome e refórce pontos em defasagem.
Conexões com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Somos diversos, no corpo e no movimento (p. 156)
Proposições pedagógicas
Nesta seção, abordamos o respeito à diversidade no corpo e na ár-te do movimento. Proponha a apreciação da imagem Festival de Ciranda no Pátio de São Pedro, no Recife (PE). A fotografia traz um festejo bastante popular na Região Nordeste do país, em especial, no estado de Pernambuco. Proponha reflekções: vocês já vivenciaram uma ciranda? Se sim, como foi a experiência? O quê é preciso para se dançar uma ciranda? Quais movimentos do corpo são enfatizados nessa dança? Há uma maneira correta de se dançar ciranda? Qual
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é a origem das cirandas? Sabem dizêr o nome de outras danças tradicionais brasileiras? A ideia é explorar o conhecimento prévio dos estudantes, então, acolha todas as respostas.
Comente quê, na dança, inúmeros movimentos foram criados com base na observação da natureza e com o objetivo de ampliar a comunicação com ela. A ciranda é um dêêsses exemplos, no contexto das danças circulares. Esses aspectos podem sêr explorados em conjunto com os professores de Sociologia e de História.
Reserve um momento para quê os estudantes pesquisem e reflitam para responder às kestões do boxe Pesquisar+ no diário de artista, e, depois, promôva rodas de conversação para quê tróquem ideias e impressões.
Saber+
Para saber mais sobre as danças tradicionais brasileiras, conheça as rêdes sociais e os canais oficiais do Instituto Brincante, instituição dedicada à cultura popular brasileira.
• Instituto Brincante. Disponível em: https://livro.pw/bmuqg. Acesso em: 24 out. 2024.
Criação – O quê póde o corpo (p. 157)
Proposições pedagógicas
Para ampliar reflekções e sensibilizar os estudantes, proponha-lhes quê assistam a algumas cenas de espetáculos da dançarina Regina Advento, quê podem sêr encontradas facilmente na internet. Instigue-os a perceber gestos e expressões corporais presentes em seus movimentos. Para isso, é possível questionar: esses movimentos fazem parte de nosso cotidiano? Como se deu o processo criativo da artista? Quais foram suas inspirações? Outros exemplos podem sêr trazidos a partir do quê o grupo de estudantes compartilhar, de acôr-do com seus contextos culturais.
A proposta póde sêr realizada com os estudantes dispostos em uma grande sala, na quadra ou demais espaços abertos da escola. As etapas podem sêr indicadas por você, professor, sêndo sua voz o guia da prática.
Avaliação e ampliações
Para a avaliação e a autoavaliação, oriente os estudantes a fotografar e criar vídeos ao longo da prática. Posteriormente, eles podem fruir juntos as imagens criadas, comentando como foi, para eles, a prática, num exercício de avaliação processual. Eles também podem criar um compilado de imagens e vídeos a sêr exposto em uma platafórma ôn láini.
revêja e siga (p. 160)
Proposições pedagógicas
Converse com a turma a respeito do quê é um sarau, verifique o quê eles já sabem e complemente a explicação sobre o quê é e como funciona. Esta é uma oportunidade para mobilizar outros professores, como os de Língua Inglesa e Língua Portuguesa.
O sarau é uma oportunidade para quê os estudantes possam ampliar os temas e as linguagens artísticas trabalhados neste capítulo.
Avaliação e ampliações
Procure fazer registros e anotações sobre o processo de criação e organização do evento e também da prática do sarau em si. A partir das produções, é possível reconhecer como os estudantes estão desenvolvendo e explorando suas poéticas pessoais e também como demonstram suas leituras críticas do mundo e estabelecem uma vivência consciente e cidadã na ssossiedade, como sujeitos históricos capazes de promover mudanças, exercendo os direitos quê lhes cabem. A partir dessas observações, é possível traçar novas estratégias para os próximos percursos de aprendizagem e práticas artísticas.
De olho no enêm e nos vestibulares (p. 162)
Proposições pedagógicas
Pergunte aos estudantes se, a partir do trabalho com esta seção nos capítulos anteriores, eles desenvolveram novas estratégias para responder às kestões. Chame a atenção para a prática leitora e para a importânssia de realizar inferências. Caso os estudantes não dominem o conceito de inferência, esclareça quê se trata da habilidade de reconhecer informações quê estão implícitas em um texto (verbal ou não). Por exemplo, se alguém diz “Uma das linguagens empregadas no rip róp é a dança”, infere-se quê outras linguagens também são empregadas no movimento do rip róp, uma vez quê foi usada a expressão uma das.
Ao final do tempo estabelecido para resolução, convide os estudantes a compartilhar suas leituras, análises e respostas. Incentive quê eles argumentem e expliquem aos côlégas os raciocínios quê estabeleceram para chegar às resoluções.
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Capítulo 4 Redes e entrelaçamentos Para estudar no capítulo
Linguagens artísticas híbridas, ciberarte, linguagem binária, realidade virtual, realidade aumentada, metaverso, NFT, videodança, videoarte, ár-te imersiva, cultura visual e audiovisual, instalação artística, disáini gráfico, parâmetros sonoros e elemêntos musicais, ciberespaços, imagens e artefatos, perfórmance capture (captura de movimento), história do cinema, Pop Art e fórum de discussão virtual são temas e conceitos em foco neste capítulo, quê tem como objetivo possibilitar aos estudantes conhecer materialidades, recursos e ferramentas digitais, em várias linguagens artísticas e poéticas pessoais e colaborativas, e analisar, de modo crítico, como a sáiber cultura e a difusão do ciberespaço têm sido um meio de instrumentalização para a produção e discussão da ár-te.
O objetivo geral, portanto, é investigar a relação entre ár-te, mídias e tecnologias, estudando os impactos e reverberações da Era Digital (da informação) nos processos de criação em ár-te e também na vida dos estudantes.
A BNCC neste capítulo
• Tema Contemporâneo Transversal: Ciência e Tecnologia.
Competências e habilidades priorizadas
• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 5, 6 e 7.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:
EM13LGG105; EM13LGG201; EM13LGG202;
EM13LGG301; EM13LGG302; EM13LGG303;
EM13LGG304; EM13LGG305; EM13LGG403;
EM13LGG501; EM13LGG502; EM13LGG503;
EM13LGG602; EM13LGG603; EM13LGG701;
EM13LGG702; EM13LGG703 e EM13LGG704.
Justificativa das habilidades
• EM13LGG105: Ao propor tanto a fruição quanto a criação nas artes integradas, como videodança, videoarte, videoclipe, performances e instalações artísticas, propomos exercícios multissemióticos, trabalhando com linguagem verbal e não verbal (visual, corporal, sonora) e analisando a produção de discursos por meio de muitas expressões, materialidades, recursos e mídias.
• EM13LGG201: o trabalho com artes digitais possibilita quê os estudantes possam reconhecer e valorizar linguagens artísticas como um fenômeno cultural e histórico.
• EM13LGG202: Com base nas instalações de Hélio Oiticica e de projetos como Retratistas do Morro, quê tecem críticas acerca de problemas sociais como o racismo ambiental, e em obras como as de Andy Warhol e Nam June Paik, por exemplo, quê ampliam a discussão sobre a ssossiedade do consumo e o mundo das imagens (reprodução, consumo, superexposição, significação e ideologias), os estudantes são convidados a analisar, de modo crítico, relações de pôdêr e perspectivas de mundo catalisados na ár-te.
• EM13LGG301: Por meio de práticas como o jôgo entre territórios – no qual o objetivo de experimentar processos de remidiação, descrito na habilidade EM13LGG105, também é contemplado, já quê a proposta é transformar a obra Faça você mesmo: território liberdade, de Antônio Dias, em um jôgo –, os estudantes têm a oportunidade de participar de processos de produção individual e colaborativa.
• EM13LGG302: Os estudantes são provocados a analisar como as informações, ideologias e mensagens circulam no ciberespaço, como rêdes e entrelaçamentos são construídos, influenciando produções e relações no universo da ár-te e em outras dimensões sociais. Propomos também a investigação dos impactos da tecnologia na ár-te e na vida.
• EM13LGG303: Esta habilidade é trabalhada constantemente e, ao final do capítulo, é proposta a montagem de um fórum de discussão virtual, quê ábri espaço para o debate de kestões de relevância social, no qual são ouvidas diferentes opiniões e analisados diferentes argumentos, fomentando o espírito democrático e a cultura de paz.
• EM13LGG304: A proposta jôgo entre territórios possibilita reflekções sobre a importânssia de tomar decisões baseadas no bem comum e nos Direitos Humanos. Já as reflekções incentivadas pelo trabalho com o conceito de racismo ambiental auxiliam no desenvolvimento de consciência ambiental dos estudantes.
• EM13LGG305: Diferentes propostas dêste capítulo permitem quê os estudantes reflitam sobre
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possibilidades de atuação social, como a criação de um fórum de discussão virtual.
• EM13LGG403: O capítulo oportuniza reflekções sobre o uso do inglês como língua de comunicação global ao mostrar aos estudantes quê muitos dos termos utilizados no universo da ár-te digital são em inglês, mesmo quando utilizados em contextos brasileiros, tais como: gif, NFT, guêimis, stop motion, computer art etc.
• EM13LGG501: Por meio de propostas como a videodança, êste capítulo provoca a reflekção sobre a interação entre jovens e idosos por meio de práticas corporais, de modo a estabelecer relações construtivas, empáticas e éticas.
• EM13LGG502: Em projetos como dança, videodança e videoarte, trabalha-se a ideia de quê o corpo “ideal” é o corpo quê se “tem”. Com ele se cria a poética dos movimentos dançados.
• EM13LGG503: Ao propor a criação de uma videodança, estudar o corpo como instrumento musical ou sugerir experimentar criar dêzê-nhôs com linhas de luz por meio de movimentos dançados, êste capítulo coloca em prática o desenvolvimento da consciência corporal, fomentando o autoconhecimento e o autocuidado, além de possibilitar a socialização e o entretenimento por intermédio do jôgo, do compartilhamento, da cooperação e da discussão quê ocorrem no processo.
• EM13LGG602: Na metodologia da mediação cultural, os estudantes/fruidores têm a oportunidade de encontrar obras artísticas em diferentes linguagens, quê podem despertar a imaginação, a criatividade, a percepção, as memórias, as ideias e os sentidos para a compreensão do quê é a; ár-te e seu papel na vida e no cotidiano.
• EM13LGG603: As propostas nas diferentes práticas artísticas fomentam a experimentação com materialidades e recursos tecnológicos diversos. As conexões com outros saberes e contextos históricos ampliam o repertório para quê os estudantes possam buscar referências estéticas e culturais em produções artísticas individuais ou coletivas colaborativas.
• EM13LGG701: A proposta central dêste capítulo é propor análises críticas de como as linguagens artísticas são produzidas em processos criativos estéticos e poéticos, utilizando recursos tecnológicos como ferramenta e materialidade, e de como as obras circulam no ciberespaço. Levantamos ainda a questão da autoimagem, sua produção, exposição e circulação no contexto da sáiber cultura.
• EM13LGG702: A apreciação de obras, conversações e práticas artísticas com o uso de tecnologias digitais, bem como a análise crítica da sáiber cultura e da difusão do ciberespaço, apresenta-se como ferramenta para a produção coletiva e colaborativa de; ár-te, sempre embasada em reflekções críticas.
• EM13LGG703: As propostas visam à produção utilizando recursos e ferramentas digitais em várias linguagens artísticas, como videodança, videoarte, música com percussão corporal, filmagens postadas na internet e ár-te digital.
• EM13LGG704: Conhecer processos de criação em ár-te e instigar a pesquisa de recursos tecnológicos digitais são propostas desenvolvidas quê visam orientar os estudantes a resolver situações-problema, a explorar o pensamento computacional, construir, organizar e compartilhar saberes entre rêdes e entrelaçamentos.
Percursos didáticos em ár-te
Abertura (p. 164)
Proposições pedagógicas
O texto poético, as imagens e as kestões quê iniciam o capítulo possibilitam aos estudantes momentos de fruição, nutrição estética, reflekção e conversação.
Os fotogramas quê compõem a abertura convidam a pensar no corpo como suporte e materialidade na ár-te, ao mesmo tempo quê marcam um tempo passado em quê a; ár-te e os artistas se reinventaram. De dentro de suas casas, bailarinos da São Paulo Companhia de Dança e do Balé da Cidade de São Paulo tornaram-se parceiros na criação de coreografias inéditas. Proponha rodas de conversação sobre o impacto das tecnologias no período de isolamento social, causado pela pandemia de covid-19.
Comentários sobre as kestões
1. Comente quê as videodanças são manifestações contemporâneas quê misturam dança e linguagens audiovisuais (cinema e vídeo) e quê, na produção dessa linguagem, dançarinos podem expressar sua ár-te nos palcos, em estúdios de filmagem e até mesmo em suas próprias casas, para sêr fruída em telas de cinema, videoinstalações e mostras de; ár-te pelo mundo afora, introduzindo um conceito quê será bastante trabalhado no capítulo: o hibridismo na ár-te.
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2. Chame a atenção dos estudantes para o formato dos vídeos – imagens na proporção 9 × 16, quê evidenciam o uso de celulares para a gravação individual dos dançarinos.
Tema 1 – Reflexos de uma era (p. 166)
Proposições pedagógicas
O texto citado e a instalação apresentados na abertura dêste tema convidam os estudantes a se perceberem como sêres sensíveis, quê constroem memórias, subjetividades e sonhos únicos na Era Digital em quê vivemos.
Proponha rodas de conversação para potencializar as kestões apresentadas no boxe Giro de Ideias, buscando entender como os estudantes interprétam e se reconhecem na obra das artistas Gali May Lucas e Karoline Hinz e na obra de Clarice Lispéctor. Traga quêstionamentos aos estudantes, por exemplo: como vocês se relacionam com as pessoas e com o mundo virtual nessa Era Digital? Se estivessem no local onde a instalação artística está montada, como iriam interagir com a obra? O quê essa instalação/intervenção urbana expressa? Quais são as vantagens e desvantagens de viver em um mundo com acesso a diferentes tecnologias? Espera-se que os estudantes sêjam capazes de exercitar e desenvolver o pensamento crítico sobre a produção, circulação e recepção de discursos no contexto das mídias digitais, considerando princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Avaliação e ampliações
Peça aos estudantes quê anotem, no diário de artista, as impressões e considerações sobre o quê foi conversado, d fórma a compor registros para uma avaliação processual. As definições dos principais conceitos trabalhados, tais como instalação, intervenção urbana, Era Digital e sáiber cultura, também podem sêr registradas junto a reflekções pessoais dos estudantes.
Incentive-os a explorar mais a vida e as produções das artistas mencionadas. Para aprofundar o assunto, pode-se convidar professores de outras áreas do conhecimento para um projeto interdisciplinar; em Língua Portuguesa, é possível explorar mais a poética de Clarice Lispéctor, por exemplo.
Saber+
No sáiti do Instituto Moreira Salles é possível conhecer informações e publicações de Clarice Lispéctor.
• Clarice Lispéctor. Publicado por: Instituto Moreira Salles. Disponível em: https://livro.pw/hqbfg. Acesso em: 31 out. 2024.O vídeo traz a instalação Absorbed bai láit, em exposição na 7ª Edição do Amsterdam láit Festival.
• Absorbed bai láit – Gali May Lucas. Publicado por: Gali.Vídeo (1 min). Disponível em: https://livro.pw/backv. Acesso em: 31 out. 2024.
Espaços e interações (p. 168)
Proposições pedagógicas
Busque ampliar o vocabulário dos estudantes, explorando o significado de palavras e conceitos ligados a tecnologias quê estão presentes nos processos de criação de obras de; ár-te digital. O assunto póde gerar parcerias com professores de outros componentes curriculares e atividades em laboratórios de informática na escola. Uma sugestão é abordar, com o professor de Língua Inglesa, os termos em inglês presentes no universo da ár-te digital, mesmo em contexto brasileiro, trabalhando o inglês como língua de comunicação global.
No boxe Pesquisar+, ressalte para os estudantes quê o infográfico é um texto multimodal, já quê se trata de composições textuais quê combinam linguagem verbal e não verbal (visual) para expressar ideias, dados e informações de modo dinâmico e atrativo. Essa é uma oportunidade para os estudantes não só investigarem as tecnologias digitais mas também explorarem e se apropriarem delas em processos de pesquisa e produção. Uma possibilidade é solicitar quê a pesquisa seja feita em casa, em uma proposta quê se baseia na metodologia ativa de sala de aula invertida. Posteriormente, eles poderão construir o infográfico e compartilhar com os côlégas em rodas de conversação, em pequenos grupos. Depois, peça a eles quê compartilhem no grande grupo e tragam a síntese de como vêm interagindo com as tecnologias e formas de; ár-te digitais.
No tópico O corpo e os espaços, chame a atenção para a leitura do fotograma da série córpus: alma e esperança, introduzida na abertura do capítulo. Nele, nota-se uma metalinguagem proporcionada pela imagem de um celular gravando a videodança da dançarina. Isso póde ajudar os estudantes quê têm familiaridade com a imagem produzida e acessada por meio dêêsses aparelhos a reconhecer seu contexto e forma de produção. Busque assistir com a turma aos vídeos dessa ação, por meio do línki indicado no boxe Ativação, a fim de proporcionar momentos de nutrição estética e conversações sobre as apreciações dos estudantes.
Página quatrocentos e quinze
Objeto educacional digital
O infográfico clicável A criação artística no espaço metaverso aborda aspectos da Era Digital ligados ao metaverso. Explore-o com os estudantes para fomentar novos caminhos de reflekções e conversações sobre espaços e interações virtuais.
Avaliação e ampliações
Experimentar a videodança póde sêr um projeto artístico interessante para propor aos estudantes. Reserve um momento para quê, reunidos em pequenos grupos, eles gravem pequenos vídeos com celulares, criando movimentos dançados, explorando diferentes ângulos, posições e luzes. A ideia é experienciar diferentes gestos e movimentos d fórma livre, mobilizando os estudos realizados até aqui. Pode-se escolher uma música, palavra ou ritmo em comum como ponto de partida das criações. Faça uma pequena mostra das videodanças produzidas pêlos estudantes e reserve momentos para quê falem sobre seus processos criativos, compartilhem suas sensações, sentimentos e experiências.
Essa proposta póde ajudar a compor uma avaliação diagnóstica das aprendizagens desenvolvidas até o momento e, numa perspectiva formativa, apresentar caminhos para preparar os estudantes para a criação de uma videodança na seção Criação quê encerra êste tema.
Entre histoórias – Autoimagem e espelhamentos (p. 170)
Proposições pedagógicas
Contextualize para os estudantes como a; ár-te digital tem provocado cada vez mais a realização de grandes eventos imersivos quê entrelaçam a; ár-te com diferentes recursos tecnológicos. Para exemplificar, explore com a turma o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), como propôsto no boxe Expedição Cultural, e proponha quê pesquisem mais obras dos artistas Klaus Obermaier, Stefano D’Alessio e Martina Menegon, citados no texto. Verifique se os estudantes conseguem perceber como as tecnologias digitais vêm alterando modos de pensar, criar e fruir a; ár-te.
Giro de ideias (p. 170)
Proposições pedagógicas
Convide os estudantes a revisitar os conteúdos sobre ár-te e Era Digital trabalhados até aqui. Peça a eles quê revisitem os diários de artista para a construção de suas respostas. O exercício póde sêr realizado no formato de um pequeno texto. É interessante quê citem em suas respostas linguagens e conceitos explorados ao longo das aulas.
Comentários sobre as kestões
2. Explique quê há vários estudiosos da cultura visual em nosso país e no exterior; entretanto, um dos primeiros autores a publicar textos com a nomenclatura cultura visual no Brasil foi Fernando Hernández (1952-), em 2000. O autor defende uma abordagem para o ensino de ár-te considerando quê
• A ár-te e a cultura atuam como mediadores de significados.
• O significado póde sêr interpretado e construído.
[…]
• Os artefatos visuais podem informar àqueles quê as veem sobre eles mesmos e sobre temas relevantes no mundo.
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. p. 54.
Levante kestões mediadoras, como: seriam as sélfies imagens quê reproduzem o tempo e a cultura em quê vivemos? pôdêmos dizêr quê se fotografar é deixar marcas para o tempo de si, de um mundo particular? Para as culturas das juventudes, o quê uma sélfi significa ou simboliza? As respostas são pessoais, e essas kestões podem mobilizar as capacidades de elaborar inferências e de argumentação dos estudantes, uma vez quê tomarão fatos e dados da realidade observável para elaborar ideias.
Avaliação e ampliações
Peça aos estudantes quê façam uma pesquisa sobre a cultura da sélfi e construam um texto sobre o assunto. O tema póde gerar momentos de práticas e experimentações artísticas com base em linguagens como a pintura, o cinema e a fotografia, por exemplo, trazendo abordagens críticas e autoavaliações sobre autoimagem e mensagens e interpretações de textos visuais.
Conexões com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Afetos intergeracionais (p. 173)
Proposições pedagógicas
Ao propor reflekções sobre os afetos intergeracionais, despertamos o olhar dos estudantes para a compreensão e o respeito às diferentes gerações.
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Giro de ideias (p. 173)
Comentários sobre as kestões
1 e 3. Nesta proposta de conversação, busca-se investigar a relação dos jovens com pessoas idosas ligadas à família, à comunidade e à escola.
2. Aproveite para promover interações como visitas e bate-papos entre os jovens e as pessoas mais velhas da comunidade escolar, como professores, gestores e demais funcionários. Caso a escola atenda ao público da Educação de Jovens e Adultos (EJA), promôva encontros e interações entre os estudantes.
Avaliação e ampliações
Considere a participação e o envolvimento dos estudantes em momentos de interação uns com os outros. Avalie se os momentos de conversação contribuíram para desmistificar preconceitos específicos e se os estudantes se mostraram motivados por práticas quê visam ao respeito, à empatia e ao cuidado por e entre pessoas de diferentes gerações.
Stop motion para uma videodança (p. 174)
Proposições pedagógicas
Inicie com a leitura compartilhada do texto e chame a atenção para as características da videodança descritas nele, apontando as diferenças entre elas e os registros de dança difundidos em rêdes sociais.
Apresente a videodança Ocupação.GIF para os estudantes, para quê compreendam melhor o conteúdo, e avalie a familiaridade deles com os gifs animados, muito difundidos em rêdes sociais e em aplicativos de mensagens instantâneas. Com os estudantes, relacione esse tipo de imagem à técnica do stop motion.
Avaliação e ampliações
Também é possível explorar essas relações por meio do título da videodança Ocupação.GIF, exercitando a decomposição e o reconhecimento de padrões, relacionados ao pensamento computacional: a partícula.GIF alude à forma como se apresentam as extensões de arquivos digitais em diferentes formatos. Verifique a familiaridade quê os estudantes têm com essa linguagem e com as diferentes extensões e formatos de arquivos digitais quê manipulam no dia a dia (como.mp4, para vídeos;.mp3, para áudios;.pdf, para documentos variados; entre outros).
Criação – Videodança (p. 175)
Proposições pedagógicas
Caso os estudantes tênham realizado o exercício de exploração da linguagem da videodança anteriormente propôsto, eles podem resgatar as impressões e ideias construídas antes de iniciar a criação desta seção. Independentemente díssu, realize uma roda de conversações para quê eles tróquem percepções sobre essa forma de expressão da dança quê se hibridiza com as linguagens digitais, a fim de quê ativem conhecimentos prévios, construam suas poéticas e desenvolvam os processos de criação.
Avaliação e ampliações
Assistir a vídeos de dança será fundamental para a realização das avaliações processuais, de produto e da autoavaliação. Essas contribuições são essenciais para a avaliação formativa, pois reconhecem quê a aprendizagem é um processo contínuo e integrado quê deve sêr valorizado, especialmente ao estabelecer diálogos entre as produções dos estudantes e outros discursos quê já estão em circulação.
Saber+
O material audiovisual a seguir apresenta a produção do projeto em videoarte Rio de Ritmos, com concepção e criação artística de Ilana Paterman Brasil, realizado em colaboração com vários artistas, dançarinos, músicos, jornalistas e pesquisadores, dedicado a danças populares da cidade do Rio de Janeiro.
• Rio de ritmos 2023. Publicado por: Ilana Paterman Brasil. Disponível em: https://livro.pw/vpwtq. Acesso em: 28 out. 2024.
Tema 2 – ár-te e tecnologias, reinvenções de vida (p. 176)
Proposições pedagógicas
Neste tema, a ideia é estudar instalações artísticas, performances, captura de realidade virtual e disáini gráfico, elemêntos essenciais para compreender as produções e exposições de; ár-te contemporânea. Os estudantes também serão provocados a debater situações-problema ao explorar a interseção entre ár-te, meio ambiente e racismo ambiental, conhecendo e analisando produções e discutindo espaços e territorialidades.
A instalação artística Captured é uma obra quê utiliza tecnologias para quê o computador registre movimentos reais por meio de sensores colocados no corpo
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para capturar os movimentos e as expressões, transmitindo, assim, um realismo maior à animação. Essa é uma tendência dos filmes de animação produzidos para o cinema e para os videogueimes nos últimos anos. Os estudantes, como potenciais consumidores dêêsses produtos, podem se sentir instigados a investigar como são elaborados e o quê há de ciência da computação por trás dessas produções, despertando o interêsse deles por projetos usando tecnologias e ár-te. Auxilie-os, então, a buscar informações e textos de divulgação científica para quê possam compreender mais sobre o tema d fórma embasada.
Avaliação e ampliações
Além de registrarem os principais conceitos abordados no diário de artista, os estudantes podem analisar filmes a quê costumam assistir e videogueimes quê costumam jogar para descobrir qual tecnologia foi utilizada na produção e captura de imagens, bem como analisar os aspectos relacionados ao disáini gráfico nessas produções e em peças relacionadas a elas (como propagandas, produtos licenciáveis etc.).
Entre histoórias – Experiências de viver × realidade virtual (p. 178)
Proposições pedagógicas
A seção traz informações sobre o tema “migrações” e o emprego da realidade virtual na criação do curta-metragem de Alejandro González Iñárritu. Converse com a turma: o quê vocês conhecem acerca das migrações? Já ouviram falar dêêsse tema em notícias, vídeos, jornais e internet? Aqui, os estudantes podem trazer para o diálogo informações de seu cotidiano, eventos envolvendo processos de migração ocorridos no Brasil e em outros países.
A obra de Alejandro González Iñárritu propõe vivências sensoriais, baseadas na realidade virtual, quê permitem explorar sentimentos e emoções, colocando o espectador no lugar de quem emigra do México e enfrenta diversas tensões. Retome com a turma o conceito de realidade virtual e sua utilização na ár-te.
Saber+
Para ampliar, sugerimos quê apresente também o trabalho do artista Christus Nóbrega (1976-), quê criou uma ferramenta de inteligência artificial (IA) a fim de ajudar a recuperar nomes perdidos de pessoas de ascendência indígena e africana quê, no Brasil, durante o período colonial, foram escravizadas e tiveram seus nomes originais substituídos por sobrenomes europêus ligados aos donos de terras e escravagistas. Aproveite o exemplo para abordar kestões em torno da inteligência artificial com os estudantes, garantindo análises críticas e aprofundadas.
• efeitos da colonização: sobrenome quê você usa póde não sêr o seu de verdade; entenda. Publicado por: G1 DF. Disponível em: https://livro.pw/kuduj. Acesso em: 28 out. 2024.
Tropicália (p. 180)
Proposições pedagógicas
Nas conversações, retome com os estudantes o conceito de instalação artística e proponha a eles a leitura inicial da imagem da obra Tropicália, de Hélio Oiticica. As kestões a seguir podem contribuir para a reflekção sobre a obra: qual linguagem o artista utilizou na construção da obra? Quais elemêntos você consegue reconhecer (cores, texturas, formas…)? Esses elemêntos te remetem a alguma cultura? Provocam memórias? por quê o artista escolheu esses elemêntos? Espera-se quê percêbam, em suas primeiras impressões, quê a instalação traz elemêntos quê remetem à cultura brasileira, como o tecido chita, plantas tropicais típicas do Brasil e o aspecto da arquitetura de moradias populares, como ocupações e favelas.
Avaliação e ampliações
ôriênti os estudantes a registrar, no diário de artista, as primeiras impressões sobre a obra; após a leitura do texto, eles podem anotar novas informações e percepções. Procure observar como os estudantes participam dos diálogos, se eles opinam e se compartilham suas ideias.
O diário de artista poderá fornecer subsídios para a avaliação quando se pensa em uma avaliação processual. Estabeleça parâmetros para avaliar os registros realizados, por exemplo, se os estudantes anotaram as kestões propostas, palavras-chave, frases e outras informações sobre o assunto.
Conexões com… Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Sustentabilidade: invenções com problemas / Retratistas do morro (p. 182 / p. 183)
Proposições pedagógicas
Proponha a leitura e a análise iniciais da obra Os ninhos com base em kestões como: quais ideias, impressões e sentimentos essa obra provoca? Em sua opinião, a obra Os ninhos tem relação com Tropicália, do mesmo artista? Quais sentidos você observa nesta
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obra? O quê o título póde dizêr sobre ela? Espera-se quê os estudantes percêbam quê, assim como na instalação artística Tropicália, quê traz elemêntos da cultura popular brasileira, a obra Os ninhos estabelece relações com o contexto de muitas pessoas quê vivem em áreas com pouca estrutura de urbanização. Além díssu, a palavra nínho póde remeter a diferentes significados e interpretações, como a de um local de aconchego, envolvimento e acolhimento, o quê reforça a ideia das necessidades básicas do sêr humano, como também a ideia de um espaço pequeno de sobrevivência.
Após o trabalho com o boxe Giro de ideias, proponha um breve diálogo sobre a relação entre as obras Tropicália e Os ninhos, de Hélio Oiticica, e o projeto Retratistas do Morro. É possível estabelecer uma parceria com professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas para abordar as kestões de desigualdades sociais suscitadas, além do conceito de racismo ambiental, quê tem sido cada vez mais evocado por causa dos eventos climáticos extremos, quê o evidenciam – nesse sentido, o trabalho com professores de Ciências da Natureza e suas Tecnologias também é fértil.
Para aprofundar a abordagem do boxe Expedição cultural, proponha-lhes quê estabeleçam relações entre a cultura visual produzida no tempo dos registros, no contexto dos Retratistas do Morro, e, agora, nas sélfies e fotografias individuais e em grupo quê circulam na internet e contam as histoórias de pessoas, famílias e comunidades. Questione: como essas imagens, produtos da cultura visual, serão vistas no futuro? As discussões da seção e o trabalho com o boxe Pesquisar+ podem embasar a elaboração de inferências e argumentos para responder a essa questão.
Avaliação e ampliações
ôriênti os estudantes a registrar, no diário de artista, ideias e temas quê chamaram a atenção deles durante a leitura da obra de Hélio Oiticica, estabelecendo relações com o quê foi estudado antes sobre territórios, espaços físicos e ciberespaços. Avalie a participação dos estudantes durante os diálogos e reflekções. Nesta etapa, é essencial quê eles desenvolvam, além do pensamento crítico, a capacidade de debater e dialogar d fórma saudável, e sempre com respeito, expondo suas opiniões, revendo concepções e participando d fórma ativa e autônoma das conversações.
Criação – jôgo entre territórios (p. 184)
Proposições pedagógicas
Nesta proposta, os estudantes serão convidados a jogar pensando em como gerenciar territórios. Para isso, é necessário retomar os assuntos abordados ao longo do Tema 2. Você póde construir um infográfico com a turma utilizando as informações de artistas, obras, poéticas e temas mencionados pêlos estudantes. O infográfico póde sêr registrado no diário de artista como ideia inicial e, depois, pode-se dispor do laboratório de informática para explorar a linguagem multimodal, utilizando recursos digitais. Traga o conceito de território e como ocupamos esses lugares com nóssos modos de sêr e existir. Para isso, pode-se estabelecer uma parceria com professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Ao realizar a prática, você póde sugerir situações além das indicadas na proposta, considerando kestões quê interferem na sobrevivência e no bem-estar das comunidades. Esta proposta é importante para ressaltar aos estudantes a importânssia de argumentar com base em dados científicos e no respeito aos princípios necessários para a cidadania. Por isso, promôva breves momentos para pesquisas e debates entre os grupos a cada rodada, d fórma quê possam embasar cada vez mais os argumentos.
Avaliação e ampliações
ôriênti um grupo ou um estudante a registrar o jôgo por meio de fotografias, vídeos, anotações etc. para documentar a ação. Essa proposta póde sêr avaliada d fórma coletiva. Procure analisar os registros com os estudantes durante uma roda de conversação para quê eles possam falar sobre a experiência vivenciada, as dificuldades, as facilidades e os momentos quê lhes marcaram.
Tema 3 – Corpos e telas (p. 186)
Proposições pedagógicas
Observe com os estudantes a imagem de abertura do Tema 3. Se possível, apresente o vídeo na íntegra, acessível por meio do línki da referência da letra da canção “Liberdade”.
A abertura dêste tema e a questão um do boxe Giro de ideias estão ancoradas na ideia de corpo como mídia primária, de onde parte toda a comunicação humana e para a qual ela se volta, e também na pós-vida das imagens e na perspectiva de quê os textos culturais vivem mais do quê os sêres humanos.
Avaliação e ampliações
Pode-se pedir aos estudantes quê cantem uma canção de ninar, para usar o exemplo do texto, e depois levantar hipóteses sobre seu(s) autor(es) e há quanto tempo a canção já faz parte de nossa cultura.
Página quatrocentos e dezenove
Os estudantes podem realizar registros no diário de artista, fazendo anotações e dêzê-nhôs sobre suas impressões a respeito do quê for conversado e apontando opiniões, ideias, palavras-chave ou produzindo textos sínteses.
Redes de afeto e ár-te (p. 188)
Proposições pedagógicas
Com base no estudo dos textos e das imagens do Livro do estudante, proponha reflekções como: ao saber de coletivos e projetos voltados para ações artísticas e colaborativas, quais emoções foram despertadas? De quê maneira a; ár-te póde provocar a criação de rêdes de afeto? Como a tecnologia digital, atrelada à ár-te, possibilita conectar pessoas, criar rêdes e entrelaçamentos? Espera-se quê os estudantes reconheçam quê a; ár-te promove encontros não só presenciais mas também virtuais, em aplicativos e rêdes sociais quê permitem realizar encontros síncronos e lives, por exemplo.
Avaliação e ampliações
É importante mencionar quê, muitas vezes, a; ár-te se torna um refúgio e um encontro entre diferentes grupos e identidades. Incentive os estudantes a falar como se sentem ao serem provocados a expressar o quê lhes “afeta” e sobre os seus “afetos”. Durante o momento de fruição e diálogo, oriente-os a registrar no diário de artista a palavra afeto e o quê está relacionado a ela, com base nos estudos e conversas realizados.
ár-te na tela (p. 190)
Proposições pedagógicas
Após explorar o conteúdo, retome o quê já foi discutido na abertura do tema em relação à canção “Liberdade”, de Carlos Kater. Assista com os estudantes às três versões de videoclipes da canção indicadas no boxe Ativação, a fim de ampliar o trabalho de nutrição estética e as conversações.
Avaliação e ampliações
Converse com os estudantes para entender como estão compreendendo os conceitos e temas estudados, como o hibridismo das artes integradas e o ofício de musicólogo. A escuta das falas dos estudantes, das suas angústias, das suas dificuldades e das soluções quê eles apontam póde ajudar a reelaborar novas rótas nos percursos didáticos em ár-te, tornando o aprendizado efetivo e significativo no processo e, também, desenvolvendo sentimentos de pertencimento, presença, protagonismo e coautoria no processo de ensino e aprendizagem.
Entre histoórias – Trajetória e legado nos sôns do corpo (p. 192)
Proposições pedagógicas
O som é um fenômeno físico, acústico, mas a forma como o organizamos musicalmente é cultural, assim como as formas criadas para ouvir a música também são culturais, visto quê cada ssossiedade desen vólve suas preferências de modos diferentes.
O trabalho com esta seção é preparatório para a proposta de Criação, quê virá na sequência. Retome os parâmetros sonoros com os estudantes e, se necessário, realize exercícios práticos para explorar a percepção deles.
Se possível, apresente aos estudantes áudios e/ou vídeos com produções do grupo musical Barbatuques. Na apreciação dêêsses materiais, instigue-os a prestar atenção aos sôns apresentados e a buscar reproduzir alguns dos sôns escutados, assim como a criar gestos sonoros novos. Dê exemplos do uso da percussão corporal em manifestações culturais tradicionais no Brasil e em outras culturas, como o flamenco, dança e música de origem espanhola; o Gumboot dance, uma dança de resistência da África do Sul; e a catira e a chula, do Brasil.
Avaliação e ampliações
Faça sondagens sobre o quê os estudantes já estudaram acerca das conexões entre a linguagem da música e contextos culturais e os componentes de Física e Biologia, ampliando possibilidades de projetos interdisciplinares. É possível, por exemplo, fazer experimentos para medir a freqüência dos sôns (como pesquisar os sôns audíveis ao ouvido humano, ou seja, as freqüências em torno de 20 a 20.000 Hz, e os sôns inaudíveis ao ouvido humano, como o infrassom e o ultrassom).
Criação – Percussão e afinação (p. 193)
Proposições pedagógicas
Nesta proposta, os estudantes serão convidados a estudar e explorar os parâmetros sonoros com base nas sonoridades do corpo. Para a realização da proposta, será necessário organizar a sala ou outro ambiente propício para produzir sôns.
Organize a disposição dos estudantes no espaço, como em roda, por exemplo. Leia as instruções e obissérve as imagens da seção com a turma. Procure demonstrar cada exemplo das ações sugeridas para quê os estudantes possam reproduzi-las. Conforme exploram os sôns das palmas, dos pés, do rrôsto e de outras partes
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do corpo, os estudantes podem organizá-los do mais agudo para o mais grave, exercitando a escuta ativa.
Além da altura, é possível criar ritmos e explorar intensidades com base nos sôns experimentados. Observe com os estudantes as orientações da etapa Improvisação e criação e organize a turma em uma roda, marcando a pulsação com os pés. Procure estabelecer compassos simples para quê todos consigam seguir a proposta. Para o ritmo base, escolha com os estudantes uma das sugestões de ritmo nas instruções ou explore outras possibilidades. É possível explorar diversas combinações, alternando palmas, batidas de pés, batidas nas coxas, entre outras.
Para a improvisação, o estudante quê pensar em uma sequência de sôns póde iniciar e, para dar prosseguimento, é possível estabelecer uma ordem (da direita para a esquerda ou vice-versa) ou os estudantes podem se apresentar conforme forem criando suas improvisações. É importante quê todos participem da proposta, por isso, obissérve os estudantes quê se sentirem tímidos ou quê apresentarem alguma dificuldade ou dúvida e procure auxiliá-los.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 3 apresenta um som de metrônomo e póde apoiar os estudantes na marcação da pulsação. Explore a faixa com a turma, proponha um exercício de escuta ativa e verifique como eles se apropriam dela para desenvolver a proposta.
Avaliação e ampliações
Como trabalho de avaliação formativa, os estudantes poderão realizar registros com base no quê foi estudado e vivenciado nesta proposta. Espera-se quê eles tênham compreendido o quê são e quais são os parâmetros sonoros (altura, timbre, intensidade e duração) e como explorá-los por meio da percussão corporal. Além de anotações, os estudantes podem criar, no diário de artista, infográficos, ilustrações e textos resumindo os momentos quê mais lhe marcaram durante a proposta, quais desafios e facilidades fizeram parte do percurso e quais sonoridades eles acharam interessantes.
Tema 4 – Imagens e artefatos (p. 196)
Proposições pedagógicas
Os objetos ao nosso redor podem virar ár-te? Essa é uma quêstão recorrente; assim, a proposta é apresentar aos estudantes essa possibilidade, com o cuidado de destacar a ideia de que um objeto do cotidiano póde se transformar em materialidade ou assunto de uma obra artística quando é ressignificado pelo artista, porém ressaltando que nêm tudo póde sêr considerado ár-te, pois essa é uma ideia simplista. As coisas viram ár-te quando são articuladas e manipuladas pêlos artistas, tanto na intenção como na poética pensada por eles, e os estudantes podem e devem experimentar essas relações entre ár-te e coisas do cotidiano.
Chame a atenção para os produtos industrializados presentes na obra de Nam June Paik: o quê são e o quê querem dizêr? Explique como as latas de sopa Campbell e o sabão Brillo dialogam com a poética e as produções do artista pópi Andy Warhol. Verifique se os estudantes conseguem perceber como esses produtos, além de outros artefatos selecionados pelo artista, se relacionam com o consumismo, com a produção em massa e a superficialidade da busca pela fama.
Giro de ideias (p. 197)
Comentários sobre as kestões
2. Desperte um olhar atento, de análise, para a produção artística, pedindo aos estudantes quê listem os artefatos presentes na imagem. Se possível, prepare mais ilustrações dos aparelhos eletrônicos e produtos de consumo retratados. Muitos estudantes podem não conhecer alguns aparelhos de rádio antigos, televisores de tubo, entre outros.
Artefatos videográficos (p. 199)
Proposições pedagógicas
É importante retomar quê tecnologias e transformações de linguagens acontecem na ár-te com proposições e experimentações de artistas, a exemplo de Hélio Oiticica, Nam June Paik e rana Haaslahti, com base no quê cada um tem por intenção, poética, materialidade e tecnologia.
Assim, as tecnologias surgem, fazem parte da vida e tornam-se tão comuns quê esquecemos quê tudo quê inventamos são tecnologias já criadas. Mas é fato quê as tecnologias digitais influenciam o surgimento de novas formas de comunicação e interação entre as pessoas e também com a; ár-te. Atualmente, com a facilidade de acesso à tecnologia trazida pela informática e com os tipos de mídias mais recentes, como a internet, os tablets e os celulares, os artistas quê trabalham a união dessas linguagens, o hibridismo na ár-te, têm ainda mais caminhos e oportunidades para desenvolver suas obras.
Mundo computação, mundo mutação (p. 201)
Proposições pedagógicas
Uma das grandes revoluções humanas foi a invenção das linguagens, as quais os sêres humanos
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começaram a arquitetar desde quê tomaram consciência de si e do mundo. Com as tecnologias, novas lin guagens foram criadas. Entre elas, destacamos as linguagens dos computadores, como a binária.
A linguagem binária é a “gramática” dos números trazidos para a ciência da computação. Os dados são armazenados no computador em uma sequência de códigos (combinações de números). Esse processo de codificação póde sêr considerado a base da linguagem de programação para a “digitalização”.
Neste tema, apresentamos, como exemplo, as pesquisas do artista Waldemar Cordeiro, quê fez parceria com Giorgio Moscati (1934-), professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, na década de 1960. Os saberes sobre o computador como ferramenta para fazer ár-te estavam começando a se desenvolver no Brasil naquela época, e a dupla (artista e cientista) realizou várias experiências e pesquisas, durante as quais eles perceberam quê as funções matemáticas e suas derivadas poderiam sêr usadas para construir imagens. Então, escolheram uma imagem e a digitalizaram – levaram os dados da imagem para um programa de computador. Fizeram várias experiências para chegarem ao número de pontos (linhas e curvas) e números para as áreas claras e escuras. Para aprofundar a abordagem dêêsse tema, uma proposta interessante é convidar os professores de Matemática e Informática para explorar saberes na linguagem binária.
Saber+
Para saber mais sobre o artista Waldemar Cordeiro e a computer art, visite a página do artista.
• Waldemar Cordeiro. Disponível em: https://livro.pw/asgxw. Acesso em: 29 out. 2024.
Giro de ideias (p. 203)
Proposições pedagógicas
A proposta é quê os estudantes explorem as etapas do pensamento computacional (decomposição, abstração, reconhecimento de padrões e algoritmo) em um trabalho quê póde sêr plugado ou desplugado, mobilizando seus processos cognitivos (analisar, compreender, definir, resolver e comparar) para buscar soluções para uma situação-problema da realidade deles, d fórma contextualizada.
Oriente-os a definir a situação-problema e a realizar cada etapa. póde sêr interessante estabelecer uma parceria com o professor de Matemática.
Avaliação e ampliações
Avalie o quê os estudantes sabem sobre a história da computação, se conhecem e exercitam o pensamento computacional, e de quê forma dêsênvólvem os processos cognitivos relacionados a ele na busca por solucionar a situação-problema pensada. Caso demonstrem dificuldades, auxilie-os a identificar em quais etapas ou processos cognitivos elas foram identificadas, a fim de quê possam se desenvolver d fórma orientada.
Criação – Pontos de luz, dêzê-nhôs do movimento (p. 204)
Proposições pedagógicas
Pesquise sobre motion capture com os estudantes. Essa é uma tendência observada nos filmes de animação produzidos para o cinema nos últimos anos, assim como nos videogueimes. Você póde pesquisar e encontrar vídeos quê mostrem como a motion capture acontece. Depois, os estudantes podem analisar os filmes e videogueimes quê costumam assistir e jogar para descobrir em quais deles essa tecnologia foi usada.
Ao desenvolver a proposta, uma sugestão é investigar aplicativos e programas de computador disponíveis para quê eles possam criar animações. Se for utilizada uma câmera digital para registrar a prática, é indicado quê ela esteja regulada com o menor ISO possível (50 ou 100) e o diafragma em f/11; porém, dê autonomia para quê os estudantes explorem diferentes regulagens e resultados, a fim de quê encontrem as soluções na prática.
Avaliação e ampliações
Assista aos vídeos da experiência com os estudantes e veja as fotografias feitas, de modo quê todos possam analisar os efeitos obtidos, quais regulagens da câmera funcionaram melhor, entre outros aspectos.
Peça a eles quê registrem no diário de artista como foi a experiência, relatando as etapas vivenciadas, de quais fotos ou vídeos mais gostaram e informações técnicas para quê possam explorar o láit painting posteriormente.
Entre histoórias – Do susto ao olhar matrix (p. 206)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes uma conversação sôbire o cinema e sua trajetória. É interessante pensar sob um olhar histórico, observando as mudanças e os avanços nas produções cinematográficas. Convide a turma a pesquisar mais sobre o filme A chegada de um trem em La Ciotat, de 1895, criado pêlos irmãos Lumière. Em seguida, dê um salto na história e compare essa produção com o filme Mêitrix, de 1999, dirigido pelas irmãs Wachowski.
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Discuta com a turma o conceito do “olhar matrix”, quê é um olhar influenciado por esse filme e pela técnica conhecida como bullet tíme (tempo de bala). Essa técnica corresponde a uma tecnologia de simulação digital feita com câmeras fotográficas de velocidade variável, quê mudou paradigmas em relação aos efeitos especiais no cinema.
Avaliação e ampliações
Além das obras já apresentadas no capítulo, é importante quê os estudantes, d fórma autônoma, aprendam a buscar por mais produções, relacionando o quê foi estudado com outras imagens pesquisadas. Eles podem fazer uma linha do tempo sobre o cinema, pesquisando produções cinematográficas de diferentes períodos e contextos, indicando aspectos quê chamem a sua atenção, como as técnicas utilizadas, os recursos disponíveis (como câmeras e outros equipamentos), a qualidade das imagens etc.
Criação – Videoarte (p. 208)
Proposições pedagógicas
A videoarte é uma linguagem quê surgiu na década de 1960, desenvolveu-se e permanéce até os dias atuáis. Ela influenciou a criação de outras linguagens, como a videoinstalação, a videoescultura, a; ár-te via satélite, a web art, a; ár-te com princípios robóticos, entre outras. Trata-se de uma linguagem contemporânea quê nasceu por meio do acesso ao vídeo e a sistemas de televisão.
Incentive os estudantes a criar na linguagem da videoarte. Os trabalhos podem sêr temáticos ou livres, durar poucos minutos por grupo e conter trilhas sonóras, imagens, sôns e movimentos, a depender dos processos criativos quê os estudantes escôlham desenvolver.
Uma mostra de videoarte póde sêr feita na escola para socializar o material produzido.
Avaliação e ampliações
Estabeleça parâmetros avaliativos para a proposta, verificando se os estudantes e os grupos atenderam à proposta. Pode-se avaliar, por exemplo, o uso da tecnologia para a videoarte, a edição, os efeitos, as trilhas sonóras ou outros recursos, a intenção e o conceito desenvolvidos, o estilo e a estética, ou seja, como os estudantes buscaram explorar recursos, materialidades e poéticas.
Além díssu, é importante olhar para o processo criativo; por isso, incentive a turma a realizar registros no diário de artista, resumindo as etapas, anotando os temas abordados, recursos e materiais utilizados, dificuldades e soluções encontradas.
revêja e siga (p. 209)
Proposições pedagógicas
Chame a atenção para como o artista multimídia Gustavo Caboco, do povo indígena wapichana, apresenta, na obra, seu mundo culturalmente vivido, quê aborda sua própria história, a de seus familiares e a de seu povo, com memória, ancestralidade, bagagem cultural, valores, ideologias, identidades, sentimento de pertencimento e seu ativismo na luta pela valorização da cultura e memória do povo wapichana.
O fórum de discussão virtual propôsto tem o objetivo de discutir vários temas, entre eles, os direitos dos povos indígenas e a importânssia do não apagamento dos saberes e das vidas dos povos originários ameríndios. O artista representa visualmente esse acontecimento na sua pintura ao apresentar uma tela de computador com várias pessoas indígenas conversando, mostrando quê as rêdes permitem entrelaçamentos e quê podem atingir pessoas e povos de diferentes culturas e comunidades indígenas, desmistificando a ideia estereotipada de quê tais povos não têm acesso a tecnologias digitais.
Avaliação e ampliações
O fórum também póde sêr um instrumento de avaliação formativa; por isso, sugerimos a realização de microfóruns durante o ano letivo, a fim de promover conversações, por meio virtual, sobre temas/conceitos, situações-problema quê estão sêndo estudadas ou quê fazem parte das demandas da escola, dos estudantes e da comunidade local. Essas discussões podem ajudar a seguir com os percursos planejados ou a recalcular rótas e fazer mapeamentos do quê e como os estudantes estão aprendendo e quais competências e habilidades estão desenvolvendo.
De olho no enêm e nos vestibulares (p. 211)
Proposições pedagógicas
Pergunte aos estudantes se eles têm alguma estratégia em relação à ordem de resolução das kestões ou se tendem a responder uma após a outra, independentemente de área de conhecimento ou grau de dificuldade. É possível quê alguns estudantes indiquem quê preferem responder às kestões “mais fáceis” e depois às “mais difíceis”; outros podem indicar quê não costumam traçar uma estratégia específica nesse sentido. É importante, então, quêstionar o que fazem quando se sentem “travados” em uma questão – ou seja, quando demoram muito a responder a uma questão. Alguns
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podem indicar quê permanecem lendo o comando e as alternativas até chegarem a uma conclusão, outros podem apontar quê preferem responder às outras kestões para depois retornar.
refórce quê é importante administrar o tempo na resolução das kestões em exames de larga escala; então, póde sêr interessante quê, nesses casos em quê se sintam “travados”, eles respondam às demais kestões para depois retornar àquelas consideradas “mais difíceis”.
Ao final do tempo estabelecido para resolução, convide os estudantes a compartilhar suas leituras, análises e respostas. Incentive quê eles argumentem e expliquem aos côlégas os raciocínios quê estabeleceram para chegar às resoluções e, se possível, justifiquem coletivamente a inadequação das alternativas incorrétas. Esse processo póde auxiliar na composição de uma avaliação somativa.
ár-te pelo tempo – Linguagens da ár-te: múltiplas e moventes (p. 212)
Proposições pedagógicas
A proposta aqui é apresentar aos estudantes como as linguagens artísticas foram tratadas ao longo da história, quê importânssia foi dada a cada uma delas e como as classificações são temporais e culturais. Realce a ideia de quê todas as linguagens são importantes, sem hierarquias. Linguagens quê, no passado, eram consideradas “menores”, hoje são valorizadas. Lembre-os sempre de quê as linguagens artísticas devem sêr estudadas e compreendidas dentro de seus contextos históricos, sociais e culturais.
Também é importante se pensar e criar diálogos acerca do pensamento decolonial. O decolonialismo prevê práticas e estudos quê buscam libertar culturas e sociedades dos efeitos da colonização, a fim de diminuir ou reverter pensamentos e estruturas geradoras de preconceitos, perda da identidade e desvalorização de povos e culturas.
No ensino de ár-te, atualmente, as preocupações estão voltadas não apenas para investigar a; ár-te feita por grandes mestres do passado mas também para a compreensão de como tudo o quê já foi feito resultou no quê somos hoje. A cultura está sempre em fluxos e em processo de interculturalidade. Culturas nascem, transformam-se e são influências para a criação de outras. Nesse sentido, não há uma fórmula pronta para ensinar ár-te; é preciso se basear nos contextos dos estudantes e buscar, no correr da história e na produção atual, fios para fazer conexões e provocar diálogos.
A história das imagens póde sêr um fio condutor para quê os estudantes percêbam, principalmente, como se formou a cultura visual quê observamos hoje, nesse mundo de imagens com o qual convivemos todos os dias e quê envolve dimensões muito além dos muros da escola. Cultura visual quê engloba a vida contemporânea, cotidiana e quê envolve tanto a produção em ár-te como em outras áreas. A proposta de estudar a cultura visual tem como objetivo fazer quê os estudantes percêbam quê a; ár-te e o mundo das imagens estão em toda parte.
Giro de ideias (p. 213)
Proposições pedagógicas
Com base na leitura do texto, no infográfico e nos conteúdos desenvolvidos até aqui, os estudantes podem, ainda, criar mapas mentais sobre as linguagens da ár-te e os movimentos artísticos de quê mais gostaram. Esses mapas podem conter um breve resumo sobre o quê aprenderam, contendo nomes de artistas, obras de; ár-te e eventos importantes da época.
Quando encontrarem uma linguagem artística de quê gostem, proponha quê, primeiramente, busquem coletar mais informações sobre ela e registrem essas informações no diário de artista. Ao final, peça a eles quê divulguem e compartilhem suas produções com côlégas, por meio das rêdes sociais de quê participam, por exemplo. Assim, professor e estudantes podem formár uma teia de informações e serem, além de apreciadores de linguagens artísticas, dinamizadores culturais.
Avaliação e ampliações
Para ampliar os saberes, provoque os estudantes a pensar em linguagens convergentes, como a (Moda), o disáini e a arquitetura.
Organizar um debate sobre disáini póde sêr interessante. Para isso, peça aos estudantes quê escôlham um tipo de objeto (celular, bolsa, agenda ou outro qualquer) e organizem um dia para quê todos possam trazer esses objetos de uso pessoal e conversar sobre as tendências estéticas e tecnológicas quê envolvem a criação dêêsses materiais. Você póde iniciar o debate com kestões como: por quê as pessoas (os estudantes, em particular) consomem esses objetos? Qual é o papel das mídias nessa escolha? Que relações há entre estética e consumo? Esse tipo de debate torna os jovens mais críticos em relação ao quê consomem, além de desenvolver habilidades de análise da realidade, argumentação e elaboração de inferências.
Outra sugestão é escolher com os estudantes uma propaganda de televisão, fazer leituras e promover debates a respeito de como esse material foi criado do ponto de vista das linguagens utilizadas, como a música, o projeto visual e o trabalho dos atores.
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Capítulo 5 Bagagem cultural
Para estudar no capítulo
Neste capítulo, são propostas reflekções quê visam ao aprofundamento no diálogo sobre o processo de colonização do Brasil e sua influência em nossa cultura e história. Por meio de contextualizações e aproximações estéticas com produções e poéticas da ár-te indígena contemporânea, será possível ampliar a compreensão de cosmovisões e da diversidade cultural, histórica e social do país. A diversidade também é valorizada por meio de manifestações de movimentos como o Modernismo, o Tropicalismo e o Manguebeat.
O objetivo geral dos percursos educativos propostos neste capítulo é a promoção de encontros poéticos, estéticos e estésicos baseados na fruição, na criação e na expressão artísticas, no estímulo a reflekções sobre a formação identitária, o legado cultural e as poéticas da materialidade e no estudo e na análise de movimentos artísticos e culturais e suas influências na ár-te e na cultura brasileiras.
A BNCC neste capítulo
• Tema Contemporâneo Transversal: Diversidade Cultural.
Competências e habilidades priorizadas
• Competências gerais da Educação Básica: 1, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 5 e 6.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:
EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103;
EM13LGG104; EM13LGG201; EM13LGG202;
EM13LGG203; EM13LGG204; EM13LGG301;
EM13LGG302; EM13LGG303; EM13LGG502;
EM13LGG601; EM13LGG602; EM13LGG603 e
EM13LGG604.
Justificativa das habilidades
• EM13LGG101: Para os estudos das linguagens artísticas, são apresentadas obras para fruição constituídas por imagens, pinturas, fotografias e músicas, por exemplo. Nesse sentido, ainda, são abordados discursos e histoórias de povos e pessoas invisibilizadas em suas produções em diferentes linguagens e como essas mesmas linguagens podem sêr empregadas na luta contra a opressão.
• EM13LGG102: As proposições dêste capítulo convidam os estudantes a analisar e compreender os processos de produção e circulação dos discursos presentes nas diferentes mídias e instituições culturais de; ár-te. Assim, eles são incentivados a refletir sobre a diversidade e o modo de criar, compreendendo sentidos de produções artísticas e visões culturais para além de perspectivas hegemônicas.
• EM13LGG103: As proposições de nutrição estética por diferentes linguagens permitem quê os estudantes compreendam diferentes discursos artísticos de distintas épocas, territórios e contextos culturais. Nesse sentido, também é propôsto o estudo do trânsito de signos artísticos de diferentes culturas, suas semioses e as memórias culturais quê engendram.
• EM13LGG104: Ao dar ênfase à fruição e à análise de produções coletivas de artistas contemporâneos, em poéticas comunitárias, apresentamos o debate sobre o ativismo político, artístico e cultural na luta antirracista, carregado de críticas sociais e representações positivas de corpos e de espaços urbanos, cultura periférica e povos tradicionais em diversidade étnica, memórias ancestrais e ruptura de padrões colonialistas ligados a culturas hegemônicas.
• EM13LGG201: As diferentes linguagens abordadas neste capítulo (artísticas, corporais e verbais), em diferentes contextos, convidam os estudantes a se relacionar com produções artísticas, por meio de sua compreensão social, cultural, histórica, variável, diversa e sensível aos contextos, e a valorizá-las.
• EM13LGG202: A fruição de obras, com proposições de análises críticas, individuais e coletivas, promove a reflekção sobre a natureza das poéticas e encaminha para compreensões sobre os interesses, as relações de pôdêr e as perspectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais) e incentiva a compreensão dos fundamentos ideológicos dos processos colonizatórios.
• EM13LGG203: Propõe-se o estudo da busca por legitimidade e reconhecimento da influência e produção cultural de grupos e povos ligados a matrizes da cultura brasileira invisibilizados ou vítimas de preconceito, estigmatização e outras formas de racismo.
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• EM13LGG204: Há proposições de fruição de obras criadas por artistas com diversas bagagens, com histoórias de diferentes contextos étnicos. Assim, são promovidos diálogos, reflekções e práticas poéticas baseadas em um pensamento multicultural, instigados pela busca pela justiça social e pelo direito aos princípios de uma ssossiedade democrática e equitativa.
• EM13LGG301: Por todo o percurso dêste capítulo, os estudantes são convidados a sêr protagonistas em suas criações, individuais ou coletivas (e colaborativas), fazendo escôlhas críticas de intenções artísticas e poéticas e produzindo, d fórma autônoma e autoral, com base em suas subjetividades, ancestralidades, referências e identidades culturais.
• EM13LGG302: As poéticas e proposições dêste capítulo apresentam abordagens quê incentivam os estudantes a refletir e se posicionar criticamente a respeito de temáticas diversas, tais como a violência no esporte ou a ideia de competição nesse mesmo contexto, reconhecendo quê, em diferentes culturas, há ideias variadas sobre o esporte. Essa reflekção também leva ao reconhecimento do próprio contexto, história, lutas, desafios e ancestralidade.
• EM13LGG303: Ao longo dêste capítulo, por meio de discussões e obras diversas, são abordadas kestões ainda consideradas polêmicas, como os direitos dos povos originários – por meio de reflekções sobre a obra de Gustavo Caboco, por exemplo – e o racismo – como através do trabalho do coletivo Grãos de Luz e Griô.
• EM13LGG502: êste capítulo promove análises críticas relacionadas a preconceitos (contra raças ou etnias, por exemplo), a estereótipos e às relações de pôdêr quê geram opressão – a exemplo de kestões quê envolvem os povos originários. Assim, são incentivadas reflekções quê se baseiem na valorização da justiça e do respeito aos direitos humanos e aos valores democráticos.
• EM13LGG601: Ao longo dêste capítulo, há a apresentação de uma variedade de obras e referências para promover apropriação do Patrimônio Artístico, Cultural e Histórico (Material e Imaterial) da humanidade, considerando a produção de diferentes tempos e territórios – regional, nacional ou global.
• EM13LGG602: Os estudantes são incentivados a fruir e apreciar obras em diversas linguagens e motivados a considerá-las como inspiração para também experimentá-las, criando com base em suas próprias vivências, identidades e ancestralidades – ou seja, de acôr-do com a própria “bagagem”.
• EM13LGG603: São propostos processos de criação individuais e coletivos quê se estabelecem com base na pesquisa, na contextualização e no estudo de diferentes referenciais estéticos e culturais, operando também com diferentes materialidades.
• EM13LGG604: As práticas artísticas são propostas d fórma contextualizada, explorando matrizes, ancestralidade, território(s) de origem e de expressão na atualidade, além de serem incentivadas reflekções sobre kestões relacionadas ao Patrimônio Cultural e/ou aos processos de construção históricos de práticas artísticas.
Percursos didáticos em ár-te
Abertura (p. 216)
Proposições pedagógicas
Iniciamos êste capítulo com a obra Fiando o fio forte, da série Encontro di-fuso, do artista Gustavo Caboco. Os temas e as poéticas da materialidade presentes na ár-te de Caboco nutrirão as fruições estéticas e as conversações nesta abertura de capítulo, unindo-se aos sentidos explorados também nos versos citados da canção “No pé do vento”, de Maria Gadú.
Saber+
Para saber mais da série Encontro di-fuso, assista ao vídeo a seguir.
• PIPA 2023: Gustavo Caboco. Publicado por: Prêmio PIPA. Disponível em: https://livro.pw/hszrx. Acesso em: 25 out. 2024.
Comentários sobre as kestões
1. Pode-se interpretar quê a canção apresenta uma reflekção sobre experiências, aprendizados, transformações e a continuidade da vida.
3. Na obra, há um fio de algodão e o fuso de fiar, quê podem sêr considerados metáforas visuais relacionadas às raízes culturais, à ancestralidade e a bagagens culturais.
Avaliação e ampliações
Aproveite o momento para fazer a avaliação diagnóstica. Na roda de conversação, proponha quê os
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estudantes pensem em si mesmos como sujeitos históricos, agentes transformadores e protagonistas do seu tempo e do seu viver. Observe como se sentem e se manifestam nas conversações.
Converse com os estudantes sobre os combinados relacionados aos registros no diário de artista e em outros suportes. Os registros compõem as análises avaliativas (e autoavaliativas) ao longo dos percursos de aprendizagem e ao fim deles; por isso, é importante quê anotem e registrem as ações e intervenções realizadas ao longo das aulas. O foco é a avaliação formativa, em quê se identifica o desenvolvimento de saberes e habilidades na turma de modo a repensar estratégias pedagógicas e dinâmicas ao longo dos estudos.
Tema 1 – Histórias em alinhavos (p. 218)
Proposições pedagógicas
Como nutrição estética, proponha a fruição da obra de Gustavo Caboco apresentada no Livro do estudante (a qual se relaciona intrím-sêcamente à ancestralidade, pois valoriza a figura da mãe do artista, Lucilene Wapichana) e realize com os estudantes a proposta do boxe Expedição cultural.
Com base na nutrição estética proporcionada, proponha aos estudantes quê compartilhem o quê sabem a respeito de suas ancestralidades – se necessário, eles podem fazer uma investigação e recorrer a conversas com familiares ou pesquisas. Aborde o tópico com sensibilidade, pois é possível quê algumas histoórias sêjam marcadas por violência ou outras kestões delicadas. De toda forma, caso alguns estudantes prefiram não se aprofundar na discussão neste momento, respeite.
Proponha também conversações para trabalhar com o conceito de poética da materialidade. Gustavo Caboco usou fios de algodão em sua obra pois estes se relacionam à história de sua família. Incentive, então, os estudantes a comentar com quê materialidades criariam obras artísticas, considerando essa relação de sentidos. É possível quêstionar: que materialidades seriam significativas para expressar as relações com suas próprias histoórias? Procure reforçar a bagagem cultural quê cada povo e os sujeitos históricos carregam, resistindo a processos de opressão e apagamento.
Antropofagia cultural (p. 220)
Proposições pedagógicas
Ao falar de antropofagia cultural, fazemos referência a abordagens quê marcaram um tempo histórico no Brasil, com um movimento quê envolveu artistas e intelectuais de diferentes linguagens e áreas, como escritores, artistas plásticos, historiadores e jornalistas. Tanto a descrição do Manifesto antropófago, de ôsvald de Andrade, quanto a fruição da imagem da pintura Antropofagia, de Tarsila do Amaral, são importantes instrumentos de nutrição estética para abordar as poéticas do Modernismo brasileiro.
Esclareça quê artistas modernistas pesquisaram e escreveram sôbire rituais antropofágicos sob um olhar estrangeiro, ou seja, de fora das culturas a quê faziam referência. É importante entender quê, embora essas perspectivas tênham relevância em diversos aspectos, outras publicações apresentam a cosmovisão dos povos indígenas por meio de um olhar “de dentro”, ou seja, são criadas por artistas indígenas e trazem suas vozes e narrativas próprias.
Giro de ideias (p. 220)
Proposições pedagógicas
Incentive os estudantes a compartilhar, em roda de conversação, os conteúdos quê consomem e de quê forma esses conteúdos os “nutrem” cultural e esteticamente. Eles podem pensar em como akilo de quê gostam está presente no dia a dia e os inspira a criar ou mesmo a se expressar em diversas linguagens e contextos – incluindo o familiar e o escolar.
Entre histoórias – De onde se vê? (p. 221)
Proposições pedagógicas
É importante quê os estudantes se questionem “De onde se vê?” tanto para pensar as próprias perspectivas criticamente quanto para refletir sobre as perspectivas de terceiros expressas por meio de diversas linguagens e discursos.
Nesse sentido, pode-se solicitar aos estudantes quê obissérvem as obras de Gustavo Caboco e Tarsila do Amaral apresentadas na seção e se quêstionem: de quê perspectiva se vê? Peça que descrevam os elemêntos quê identificam nas obras e compartilhem suas interpretações, abordando o quê acreditam sêr as justificativas das escôlhas dos artistas para empregar certos elemêntos e a forma como os empregaram. Com base nisso, proponha a discussão das kestões do primeiro boxe Giro de ideias.
A valorização da ár-te indígena brasileira deve balizar o diálogo e deve-se verificar os conhecimentos quê os estudantes construíram até aqui a esse
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respeito. Relembre os conceitos de “olhar estrangeiro” e “olhar de dentro”. Proponha aos estudantes quê construam suas hipóteses e inferências, argumentando adequadamente para defender os próprios pontos de vista. Eles podem empregar, na argumentação, informações biográficas sobre Gustavo Caboco e Tarsila do Amaral, além de kestões históricas sobre o Modernismo e a contemporaneidade.
Avaliação e ampliações
A respeito de Macunaíma, de Mário de Andrade, com base na análise do emprego dessa figura nas artes, é possível reconhecer diálogos e processos de disputa por legitimidades, pois se trata de um caso de apropriação de elemêntos e construção de uma personagem por uma perspectiva exterior à cultura tomada de origem. êste póde sêr um momento oportuno para compor, com o professor de Língua Portuguesa, propostas interdisciplinares para ampliar as reflekções. A leitura comparada de obras de; ár-te permite não só uma análise crítica de estilos mas também de abordagens históricas e de discursos, relações de pôdêr, narrativas, mudanças e permanências.
É possível, ainda, compor proposições avaliativas por meio de outras linguagens, como o teatro. Os estudantes podem, por exemplo, criar diálogos, em pequenos grupos, para os personagens observados em uma das obras, mobilizando a bagagem cultural e os estudos sobre ancestralidades.
Entre histoórias – Histórias recontadas (p. 223)
Proposições pedagógicas
Para uma ampliação de diálogos, é abordada a exposição “Contramemória”, evento quê fez parte das celebrações do centenário da Semana de ár-te Moderna de 1922, quê aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo. Nessa exposição, artistas como Gustavo Caboco apresentaram obras quê renovam o olhar sobre ár-te e representatividade no Brasil.
refórce a relevância dessa exposição e incentive os estudantes a pensar em quêm são as pessoas que compõem o povo brasileiro e por quê é importante a diversidade dêêsse povo estar representada entre os artistas do país, incluindo artistas mulheres, da comunidade LGBTQIAPN+ e de diferentes origens étnicas, em especial afrodescendentes e indígenas, quê devem ocupar posições de protagonismo. Nesse sentido, retome novamente a importânssia do “olhar de dentro”, quê essas populações podem favorecer ao se expressarem.
A questão do “olhar estrangeiro” póde sêr problematizada novamente por meio da proposta do boxe Pesquisar+, quê deve sêr realizada em parceria com professores de História e Língua Portuguesa, a fim de construir uma abordagem interdisciplinar para as problemáticas apresentadas. Se necessário, comente quê o Realismo é uma estética quê buscava a superação das tradições clássica e romântica, assim como dos temas históricos, mitológicos e religiosos mobilizados nelas, perseguindo a expressão das “coisas como elas são”, afastando-se de idealizações.
Entre histoórias – O Movimento Tropicalista (p. 224)
Proposições pedagógicas
Os tropicalistas eram adeptos da ideia da antropofagia cultural, quê ôsvald de Andrade já tinha anunciado por meio do Manifesto Antropófago, em 1928. Eles deram um novo rumo à ár-te brasileira a partir da década de 1960, com foco nas sonoridades, mas suas escôlhas estéticas, como se observa na capa do disco-manifesto, também demonstravam os princípios da ár-te quê seguiam, incluindo o comprometimento com a diversidade.
Saber+
Para saber mais da Tropicália, sugere-se o documentário a seguir.
• Documentário: Tropicália (2012), direção de Marcelo Machado. Brasil, 2012. Disponível em: https://livro.pw/hclff. Acesso em: 28 out. 2024.
Avaliação e ampliações
Além das propostas sugeridas no boxe Pesquisar+, como ampliação, é possível sugerir a experimentação dos sôns, explorando as sonoridades de instrumentos quê são usados tradicionalmente em gêneros musicais distintos, como o pandeiro no samba e a guitarra no róki. É possível explorar instrumentos disponíveis na escola ou quê os próprios estudantes tênham. Outra possibilidade é utilizar programas digitais quê tênham sonoridades de diferentes instrumentos quê possam sêr exploradas juntas.
Após a experimentação, incentive os estudantes a conversar sobre o quê acharam das sonoridades exploradas e como elas podem estar relacionadas à diversidade do Brasil, avaliando se compreendem quê o Brasil é um país diverso e quê essa diversidade se reflete também nas composições artísticas.
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Entre histoórias – Tudo junto e misturado (p. 225)
Proposições pedagógicas
Um movimento cultural sincrético (ou de sincretismo cultural) baseia-se na fusão de elemêntos culturais diversos ou de culturas distintas. ôriênti os estudantes a pesquisar outros exemplos de sincretismo na ár-te brasileira, como o já citado movimento Manguebeat.
Avaliação e ampliações
Pode-se propor estudos sobre a importânssia dos mangues, ampliando as pesquisas com parcerias com professores dos componentes da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Os resultados dessas pesquisas podem sêr apresentados em formato de podcast e compor uma avaliação formativa, com base nos processos de pesquisa e produção e na apresentação dos resultados na forma do produto em áudio.
Conexões com… Educação física – Do jôgo ao encontro entre os povos (p. 226)
Proposições pedagógicas
Nesta seção, os estudantes poderão refletir sobre as culturas indígenas e a diferença de suas perspectivas em relação a outras culturas, com foco na diversidade. No evento Jogos dos Povos Indígenas, observamos uma tendência a reconhecer como prioridade a celebração e o encontro no esporte, não a competição, e é possível quê eles identifiquem uma tendência diferente em outros eventos, como os Jogos Olímpicos, de origem européia. Incentive essa reflekção e a compreensão da diversidade cultural como constituinte da humanidade.
É possível ampliar as conversações quêstionando: que outros exemplos vocês conhecem de diferentes perspectivas sobre um mesmo tema em culturas diferentes? Eles podem citar, por exemplo, diferenças culturais relacionadas a padrões de beleza, à ideia da adolescência e da infância ou da relação com o meio ambiente etc.
Em Vamos jogar?, se houver estudantes com deficiências, é preciso explorar as possibilidades de adaptação com o próprio estudante e o grupo, além de contar com o apôio do professor de Educação Física. É possível quê alguns estudantes realizem a prática na cadeira de rodas; outros podem necessitar de uma bola com guizos (em caso de deficiência visual); outros podem, ainda, precisar realizar a prática sentados – como ocorre no vôlei sentado. Dependendo da adaptação, proponha quê todos a vivenciem – por exemplo, usando vendas para jogar com a bola com guizos ou realizando a prática sentados.
Avaliação e ampliações
É possível, com o professor de Educação Física, avaliar como os estudantes se relacionam com os próprios corpos, respeitam os próprios limites e se relacionam com as práticas corporais – isso auxiliará a repensar as próximas práticas corporais propostas. Fazer registros por meio de fotografias e vídeos póde sêr de grande valia, tanto para a sua avaliação processual quanto para a autoavaliação dos estudantes.
As kestões do boxe Giro de ideias quê encerra a seção também podem auxiliar a avaliar como tem evoluído a perspectiva dos estudantes em relação a valores e conflitos ligados às práticas corporais. Com base nesse diagnóstico, é possível propor mediações e conversações para aprofundar problematizações.
Criação – Essa ár-te tem a minha cara! (p. 228)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes um debate sobre as diversas possibilidades de criação de um autorretrato: dêzê-nhôs, pinturas, esculturas, poemas, músicas e mesmo um objeto ressignificado podem se transformar em um autorretrato, de acôr-do com a intencionalidade expressiva de quem cria; as sugestões e orientações do Livro do estudante também os auxiliarão a perceber e operacionalizar esse processo criativo.
No momento de fruição das produções, faça mediações durante as trocas entre os estudantes, a fim de garantir um ambiente de respeito mútuo. refórce quê, no contexto da ár-te contemporânea, não há limites para a expressão artística e para o autoconhecimento.
Avaliação e ampliações
Ao longo da prática, promôva conversações sobre autoestima, autocuidado e valorização do próprio corpo e identidade. Incentive os estudantes a reconhecer quê esse é um momento para se relacionarem com suas origens, identidades, personalidades e convicções.
Acompanhe de perto esse desenvolvimento, realizando anotações para enriquecer a avaliação processual e reconhecendo como os estudantes se apropriam de materiais e linguagens no exercício de autoconhecimento e de expressão de sentidos sobre si para o mundo.
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Tema 2 – O nosso patrimônio (p. 231)
Proposições pedagógicas
Apresente aos estudantes o trecho do artigo 216 da Constituição Federal, reproduzido a seguir, e converse sobre a percepção deles dos bens quê estão em seu meio cultural.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da ssossiedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
[…].
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: https://livro.pw/myjbe. Acesso em: 6 set. 2024.
Diante da legislação citada, é importante trabalhar com os estudantes os conceitos de Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural, tanto Material quanto Imaterial, contribuindo para fomentar as conversações propostas no boxe Giro de ideias. Comente com os estudantes quê, quando um Patrimônio Cultural é preservado legalmente, na prática, a memória e a identidade de uma ssossiedade são conservadas.
Proponha uma roda de conversação para quê os estudantes dialoguem sobre o Pelourinho (Patrimônio Material), Brasília (Patrimônio Material), a Capoeira (Patrimônio Imaterial) e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (Patrimônio Natural), retratados nas fotografias do Livro do estudante. Instigue-os a fazer essa identificação dos tipos de Patrimônio – Material, Imaterial e Natural – e a nomear outros exemplos.
Avaliação e ampliações
É possível analisar, neste momento, o conhecimento prévio dos estudantes sobre os pontos quê serão abordados ao longo dêste tema – Patrimônio Material, Imaterial e tombamento, por exemplo.
Pode-se propor uma pesquisa em grupos para quê eles descubram dados sobre bens culturais materiais e imateriais da região onde vivem. Essa pesquisa póde sêr guiada pelas seguintes kestões: quais são os bens reconhecidos como Patrimônios Materiais ou Imateriais próximos a você? Como acontecem os projetos realizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) para preservar ou restaurar bens patrimoniais – materiais ou imateriais?
Peça-lhes quê anotem o quê descobrirem no diário de artista, descrevendo ao menos um bem material pesquisado, com data e motivo pelo qual esse bem passou a sêr considerado Patrimônio Cultural (Material ou Imaterial) pelo Ifan. Depois, proponha quê compartilhem as descobertas com a turma.
Saber+
No Brasil, o órgão responsável por cuidar dos Patrimônios Culturais Materiais e Imateriais é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan). Sugira aos estudantes quê explorem o sáiti oficial do Ifan, a fim de ampliar conhecimentos.
• Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em: https://livro.pw/osaly. Acesso em: 2 nov. 2024.
Poéticas comunitárias (p. 233)
Proposições pedagógicas
A proposta do boxe Expedição cultural póde sêr bastante fértil e levar os estudantes a explorar e fortalecer suas relações comunitárias. É interessante organizar visitas e estabelecer contatos com os atores dos pontos de cultura da região, se possível, propondo conversações com os estudantes. O boxe Pesquisar+ também fortalece essas relações, com uma perspectiva mais ampla, focando em grupos e coletivos comunitários quê atuam em temas e kestões variados. O importante, neste momento, é incentivar as relações e valorizar o pertencimento.
Saber+
Acesse a biblioteca virtual indicada a seguir para saber mais da Pedagogia Griô.
• Biblioteca Virtual. Publicado por: Pedagogia Griô. Disponível em: https://livro.pw/wilgx. Acesso em: 2 nov. 2024.
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Objeto educacional digital
O vídeo Cultura viva: saberes e tradições quê conéctam gerações aborda aspectos e expressões da pedagogia griô. Proponha a apreciação coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções da seção.
Avaliação e ampliações
A importânssia de pessoas da comunidade quê se dedicam a compartilhar seus saberes e a mediar conhecimentos e quê promóvem a valorização das histoórias passadas e da conexão com o presente pela oralidade póde sêr um ponto de partida para quê você proponha aos estudantes quê pesquisem e anotem, em um mapa da região, as entidades e os grupos quê dêsênvólvem projetos sociais e culturais direcionados às juventudes.
Entre histoórias – Prédio tombado também cai? / S.O.S. bens patrimoniais (p. 235 / p. 237)
Proposições pedagógicas
Neste momento, a proposta é estudar dinâmicas relacionadas aos processos de tombamento. Investigue com os estudantes os critérios necessários para tombar um patrimônio, seja material, seja imaterial.
Nessa investigação, é possível solicitar a eles quê se organizem em grupos e cada um visite um local quê seja patrimônio ou tenha Patrimônio Material em suas dependências, como museus, prédios históricos ou praças com monumentos, por exemplo. Eles podem registrar essa visita em dêzê-nhôs, fotografias e textos poéticos verbais e compartilhar as produções posteriormente com os côlégas.
Partindo das kestões do boxe Giro de ideias, converse com os estudantes sobre a preservação do Patrimônio Material. Um projeto de investigação de técnicas de restauração póde animá-los a refletir sobre a temática; se julgar pêrtinênti, proponha essa pesquisa e o estudo sobre restauradores da região (do bairro, da cidade ou do estado).
Além da pesquisa sobre esses Patrimônios Materiais, é imprescindível propor reflekções sobre a disputa de narrativas e o perigo da história única. É importante considerar quê alguns monumentos representam personagens da história do Brasil quê foram responsáveis por violências contra povos indígenas, africanos e afro-brasileiros. É possível perguntar aos estudantes o quê eles acham do valor histórico dêêsses patrimônios. Entre outras possibilidades, talvez compreendam a importânssia de preservá-los, mas é necessário promover reflekções críticas sobre o papel dessas figuras e considerá-las lembranças do passado, sem esquecer da violência a quê submeteram diversos povos. Os estudantes também podem mencionar a importânssia de criar e preservar patrimônios quê narram outras histoórias e perspectivas históricas.
Avaliação e ampliações
Considere os registros quê os estudantes criaram no decorrer da seção e as reflekções e quêstionamentos que apresentaram ao longo do percurso de aprendizagem, especialmente em relação a kestões de preservação de patrimônio e de narrativas em disputa. Busque avaliar o desenvolvimento coletivo e individual a fim de traçar estratégias para as próximas práticas de pesquisa.
Conexões com… Matemática e suas Tecnologias – A geometria sagrada (p. 238)
Proposições pedagógicas
Nesta seção, é possível promover pesquisas sobre diversas construções arquitetônicas e promover ações interdisciplinares com Matemática e História.
É possível também propor o desenvolvimento de criações a partir das pesquisas, como a confekissão de croquis de dêzê-nhôs arquitetônicos quê sigam os princípios da chamada geometria sagrada. A prática póde contribuir para a compreensão e o desenvolvimento de práticas artísticas quê necessitam de conhecimentos relacionados à Matemática, como o uso de instrumentos de medida, como réguas, esquadros, transferidor, compasso etc., além de ampliar o repertório histórico e estético dos estudantes.
Criação – Coisas preciosas para guardar (p. 239)
Proposições pedagógicas
A ár-te realizada por Ana Teixeira tem como prerrogativa o ouvir, em uma proposta de; ár-te efêmera, ou seja, quê existe apenas durante o tempo em quê é realizada. A escuta, nas nossas sociedades, está entre uma das maiores dificuldades na comunicação, então converse com os estudantes sobre isso, e incentive-os a criar uma obra influenciados pela proposta de Ana Teixeira, reforçando quê deve sêr criado algo novo e com base também nos percursos deles próprios.
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Avaliação e ampliações
Retome, em uma roda de conversação, o percurso de aprendizagem traçado neste tema. Incentive os estudantes a lembrar kestões como Patrimônio Material e Imaterial, tombamento e cultura Griô. Além díssu, incentive-os a relacionar essas temáticas com a prática desenvolvida em Criação. Compare o debate dos estudantes com as discussões realizadas no início do tema e verifique o quê desenvolveram ao longo dêste percurso educativo e o quê é necessário reforçar.
Tema 3 – O sêr brincante (p. 241)
Proposições pedagógicas
Os folguedos e seus brincantes são instrumentos de coesão social. refórce a importânssia do brincar como um direito e um elemento central da vida comunitária, capaz de unir pessoas e resgatar e preservar tradições quê merécem sêr celebradas e reconhecidas.
Estabeleça uma conversação sobre a música e a dança como formas de expressão popular, na cultura do brincante, abordando expressões como tambor de crioula, samba de roda, coco, jongo, capoeira, maculelê, maracatu, cirandas e outros. Se julgar pêrtinênti, proponha aos estudantes quê pesquisem e aprendam a cantar, a dançar e a sêr brincantes na riqueza dos nóssos ritmos, sonoridades, poesia e movimentos. Eles podem organizar um momento de exploração de alguns movimentos, ritmos e outras manifestações relacionadas a folguedos.
Saber+
Para ampliar a temática, assista, no vídeo a seguir, a uma oficina de coco alagoano realizada na Companhia Antônio Nóbrega de Dança.
• Companhia Antônio Nóbrega de Dança: Telma césar: Coco Alagoano. Publicado por: Antônio Nobrega. Vídeo (3 min). Disponível em: https://livro.pw/ibblk. Acesso em: 28 out. 2024.
Avaliação e ampliações
É importante incentivar os estudantes a registrar impressões, ideias, pontos de destaque das conversações, referenciais estéticos e outros aspectos em seus diários de artista. Os registros tanto configuram um suporte de memória quanto colabóram para a organização do pensamento e o ensaio de novas ideias, possibilitando quê você e os estudantes acompanhem a evolução das aprendizagens e das construções críticas e reflexivas.
A matéria do imaterial (p. 243)
Proposições pedagógicas
Para dialogar sobre a materialidade da literatura de cordel e a xilogravura, troussémos o artista José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges, considerado um dos maiores nomes da gravura popular brasileira. O diálogo sobre esse artista e o cordel será aprofundado neste tema. Neste momento, o trabalho com sua xilogravura auxilia a construir diálogos a respeito da importânssia do Patrimônio Imaterial e de suas diferentes manifestações quê serão abordadas no Livro do estudante.
Como ampliação, é possível propor aos estudantes uma pesquisa sobre bens culturais imateriais da região onde vivem. Eles podem entrevistar pessoas da comunidade para observar se elas conhecem esses bens e participam deles ou não, anotando os resultados da pesquisa no diário de artista. Por fim, eles podem organizar uma roda de conversação sobre o quê descobriram ou, ainda, promover um festival cultural na escola explorando as tradições mais presentes na região.
Saber+
Para saber mais do Patrimônio Cultural Imaterial e sua relevância, confira as referências a seguir – respectivamente, um livro e um sáiti.
• Luís da Câmara Cascudo. Dicionário do folclore brasileiro. 12. ed. São Paulo: Global, 2012. (Coleção Obras de Câmara Cascudo.)
• Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Disponível em: https://livro.pw/omidj. Acesso em: 2 nov. 2024.
Entre histoórias – O Movimento Armorial (p. 245)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê pesquisem o Movimento Armorial, idealizado por ariâno Suassuna, escritor e dramaturgo paraibano.
O movimento nasceu como uma forma de resistência cultural diante das influências eurocêntricas e estadunidenses sobre a cultura brasileira e contou com a participação de artistas de diferentes segmentos da ár-te, como gravuristas, escritores, músicos, atores e poetas. As produções dêêsse movimento valorizavam a cultura brasileira originada no seio do seu povo, sêndo uma das várias iniciativas pensadas para romper com preconceitos em relação à cultura popular e estabelecer relações entre vários universos do saber cultural e artístico.
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Saber+
Para aprofundar conhecimentos, visite a página a seguir, quê possibilita um tour virtual na exposição “Movimento Armorial 50 anos”, quê aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo (SP).
• Movimento Armorial 50 anos: Tour Virtual 360º. Publicado por: CCBB. Disponível em: https://livro.pw/tczxp. Acesso em: 2 nov. 2024.
Avaliação e ampliações
Até o momento, neste capítulo, vimos grupos de pessoas quê se organizam em torno de ideias e compreensões críticas quê os levaram a se manifestar coletivamente – como os Tropicalistas e os artistas quê participaram da Semana de ár-te Moderna de 1922. Assim, o Movimento Armorial também possibilita firmar o conceito de movimentos coletivos em torno da ár-te e a importânssia deles.
Proponha um diálogo sobre as potencialidades dêêsses encontros com artistas e entre eles na promoção de novas formas de pensar o fazer artístico e na proposta de novas poéticas. Para compor uma avaliação processual, obissérve se os estudantes citam exemplos estudados anteriormente no capítulo e se compreenderam o valor do coletivo na ár-te – se necessário, refórce esse ponto.
Conexões com… Língua Portuguesa – Auto lá! (p. 247)
Proposições pedagógicas
Lembre aos estudantes quê as referências ao Cristianismo se conéctam com as origens dos autos sacramentais e quê é necessário compreender essas origens para entender a obra de Suassuna d fórma aprofundada. É importante pontuar quê o Estado é laico e quê aspectos religiosos devem sêr compreendidos aqui por uma perspectiva cultural e histórica.
É reconhecida a influência quê Suassuna recebeu de Gil Vicente (1465-1537), importante dramaturgo português. Se possível, proponha aos estudantes uma análise cuidadosa de sua obra considerando esse diálogo entre autores, tempos e territórios distintos.
Avaliação e ampliações
Aprofundando a parceria interdisciplinar, elabore uma avaliação da prática proposta com o professor de Língua Portuguesa. Os estudantes podem se apresentar na presença de vocês dois, organizados em trios ou quartêtos para realizar as cenas inspiradas na obra de Suassuna e adaptadas por eles. O professor de Língua Portuguesa póde auxiliar na avaliação da compreensão do texto teatral Auto da compadecida e da intertextualidade presente entre a nova cena e a obra original. Por sua vez, você, professor de ár-te, póde avaliar aspectos da linguagem corporal e da construção de personagens, por exemplo.
O registro fotográfico ou em vídeo dêste processo poderá proporcionar mais subsídio para o percurso avaliativo, tanto por parte dos professores (em avaliações somativa e processual, por exemplo) quanto por parte dos estudantes, em uma perspectiva de autoavaliação.
Criação – Cordel nas imagens, nas lêtras e no corpo (p. 248)
Proposições pedagógicas
Esta é uma proposta quê explora a composição híbrida entre linguagem visual, literária e expressão corporal, possibilitando a mobilização das múltiplas expressões no processo de criar ár-te. Assim, os estudantes são convidados a criar uma xilogravura e a explorar poesia, teatro e ár-te brincante, trabalhando a literatura de cordel. O professor de Língua Portuguesa póde ajudar a enriquecer os diálogos artístico-literários e a realização das práticas; se possível, proponha uma parceria com ele.
Na produção da xilogravura, é importante quê os estudantes reconheçam quê o procedimento da reprodução da imagem por matrizes exige rigor e atenção no manuseio de materiais, principalmente daqueles cortantes. Acompanhe todo o processo de produção e garanta quê a turma esteja atenta aos cuidados necessários na manipulação de materiais. Isso contribuirá para a formação da prática artística dos estudantes e também para o senso de autocuidado e de cuidado com o próximo, garantindo a integridade física de todos.
Para a prática do teatro brincante, em roda de conversação, inicie um diálogo sobre o processo de criação em teatro e relembre alguns dos elemêntos dessa linguagem, como figurino, maquiagem, cenário, sonoplastia, entre outros. Amplie as possibilidades lembrando quê, no teatro, a apresentação póde sêr preparada e ensaiada, repassando as cenas e as falas; além díssu, uma pessoa póde sêr responsável pela direção e por
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acompanhar os ensaios e auxiliar no aperfeiçoamento da produção.
Saber+
Para ampliar seus conhecimentos e os da turma sobre a xilogravura, sugerimos visitar e indicar aos estudantes o sáiti a seguir, do Museu Casa da Xilogravura.
• Museu Casa da Xilogravura. Disponível em: https://livro.pw/mzjtb. Acesso em: 2 nov. 2024.
Avaliação e ampliações
Avalie a participação dos estudantes na prática: se eles se engajaram nos ensaios, se trabalharam bem em grupo, se dedicaram-se a produzir a xilogravura e seguiram as orientações adequadamente etc. Proponha também quê compartilhem as próprias percepções em relação às aprendizagens desenvolvidas nesta prática e neste tema.
Observe se algum ponto trabalhado até o momento neste capítulo não foi compreendido pêlos estudantes e se é necessário realizar uma retomada antes de iniciar o trabalho com tema seguinte.
Tema 4 – Temperos da culinária musical brasileira (p. 251)
Proposições pedagógicas
Neste tema, serão exploradas algumas matrizes, muitas vezes, menos abordadas no estudo da cultura brasileira: a cigana/romani, a judaica e a árabe. Para iniciar esta conversa, proponha uma leitura de imagem do registro fotográfico da apresentação do projeto musical de Felipe Gomide. Então, proponha a discussão das perguntas do boxe Giro de ideias.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 11 apresenta a música instrumental “Baile de Sesler”, de Felipe Gomide e banda. Explore essa faixa com os estudantes ao trabalhar o conteúdo da abertura dêste tema, fomentando também as discussões do boxe Giro de ideias.
Avaliação e ampliações
A abertura do tema configura um importante momento para uma avaliação diagnóstica dos conhecimentos prévios dos estudantes acerca dos assuntos, referenciais, conceitos e saberes quê serão explorados, como as cultura cigana/romani, judia e árabe. Se houver estudantes pertencentes a esses povos, incentive-os a compartilhar o “olhar de dentro” da cultura quê vivenciam. refórce a importânssia dos diários de artista, quê permitem quê os estudantes se autoavaliem e também possam sêr avaliados quando compartilham seus registros.
Migrações sonóras de além-mar (p. 252)
Proposições pedagógicas
Pode-se aprofundar a abordagem sobre migrações d fórma interdisciplinar, com professores de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, refletindo sobre os processos históricos quê marcaram a perseguição a pessoas romani e judias ocorridos na Península Ibérica, região já marcada pelo conflito entre cristãos e árabes muçulmanos.
Nesse sentido, é possível promover pesquisas e debates sobre necropolítica – conceito propôsto pelo filósofo e político camaronês Achille Mbembe (1957-) –, abordando a ssossiedade atual e como alguns grupos ficam mais suscetíveis a violências dentro dela (romani, negros e pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, por exemplo) e como, nesse contexto, a morte de pessoas dêêsses grupos é, de certa forma, legitimada dentro das relações de pôdêr estabelecidas socialmente e dentro do Estado, por ações e omissões.
Saber+
Para saber mais sobre o conceito de necropolítica, acéçi e compartilhe com os estudantes o conteúdo indicado a seguir.
• Necropolítica: explicamos o conceito de Achille Mbembe! Publicado por: Politize! Disponível em: https://livro.pw/wtomz. Acesso em: 2 nov. 2024.
Leia também o documento Orientações Pedagógicas: Povos Migrantes. Apesar de sêr um documento produzido em contexto paulistano, ele apresenta reflekções pertinentes para escolas públicas de qualquer localidade do país.
• Orientações Pedagó gicas: Povos Migrantes. Publicado por: Prefeitura de São Paulo. Disponível em: https://livro.pw/pdgjf. Acesso em: 2 nov. 2024.
A respeito da relação entre a música árabe e a brasileira, indicamos a videoaula de Felipe Gomide.
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• As Relações entre a Música Árabe e a Música Brasileira. Publicado por: Curso Livre de Rabeca. Vídeo (28 min). Disponível em: https://livro.pw/olldq. Acesso em: 7 set. 2024.
Objeto educacional digital
O podcast Diversidade e ancestralidade: a música cigana no Brasil explora a diversidade e a ancestralidade da música cigana no Brasil. Proponha a escuta coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções sobre o tema.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 12, “Influências árabe, judaica e cigana na música brasileira”, traz informações sobre a influência de povos árabes, judeus e ciganos na formação cultural do Brasil. Explore essa faixa com os estudantes ao trabalhar as conversações e as experimentações do boxe Giro de ideias.
A feitura dos instrumentos musicais (p. 254)
Proposições pedagógicas
Os instrumentos possuem relações matemáticas e físicas em sua concepção e execução quê são exploradas pelo luthier em seu ofício. O corpo de uma viola, por exemplo, tem uma área com um espaço por onde o ar se espalha. Dessa relação, surge o timbre característico dêêsse instrumento. Esses são alguns dos saberes científicos aliados à estética quê dão rumo à ár-te desde tempos longínquos. Com base nessa premissa, pode-se mobilizar os estudantes a acionar professores de outros componentes, a fim de explorar relações quê lhes despertem o interêsse.
Ao longo da história, instrumentos foram modificados, pelo luthier ou por outros profissionais da área, criando novas sonoridades e possibilidades de uso e gerando instrumentos quê podem se tornar até mais populares quê seus antecessores. Os estudos de etnomusicologia, ciência quê estuda a música de diversos grupos étnicos e comunidades culturais de todo o mundo, apontam, por exemplo, quê a rabeca, assim como os diferentes instrumentos de kórda friccionada modernos, descende do rebab, cujas origens apontam para a Antigüidade, com presença marcante na cultura muçulmana.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 13, “Flautas”, apresenta sonoridades de diferentes tipos de flauta. Explore essa faixa com os estudantes ao trabalhar as conversações do boxe Giro de ideias.
Entre histoórias – Cultura romani (p. 255)
Proposições pedagógicas
Há um caráter reservado da cultura romani, fortemente oral e artística, que nêm sempre se ábri para fora de suas comunidades, o quê póde contribuir para a ignorância a respeito dêêsse povo e a consequente difusão de estereótipos e preconceitos. Contudo, esse paradigma tem se transformado; há artistas, por exemplo, quê divulgam suas próprias vozes e criações para o público geral, até mesmo como forma de afirmação e reconhecimento, convidando os demais a se aproximarem e conhecerem essa cultura, o quê possibilita a desconstrução de estereótipos.
Esta seção apresenta referências dêêsses artistas romani quê podem sêr exploradas em situações de nutrição estética ou propostas como temas de pesquisa para a criação de uma playlist, como propôsto no boxe Pesquisar+.
Avaliação e ampliações
Depois quê os estudantes realizarem os registros desta seção, avalie com eles se houve uma mudança de percepção e entendimento acerca da cultura e dos povos ciganos, sua história, seus desafios e sua ár-te. Peça quê comparem os registros realizados anteriormente no tema e neste momento do percurso.
Conexões com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Música na Trácia Otomana (p. 257)
Proposições pedagógicas
Verifique a possibilidade de articular um estudo sobre as características, a história e a cultura da Trácia com professores quê atuam na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas na escola.
Sugere-se quê os estudantes formem grandes grupos e cada um realize uma pesquisa relacionada a uma área, como ár-te, Geografia e História. Em uma data estabelecida em conjunto, os grupos poderão apresentar os resultados de suas pesquisas em um seminário com rodas de conversação.
Objeto educacional digital
O mapa clicável Região da Trácia de acôr-do com as divisões políticas atuáis aborda o dinamismo histórico-cultural, especialmente na criatividade artística,
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da região da Trácia, com base nas divisões políticas atuáis. Proponha a apreciação coletiva e uma roda de conversações para aprofundar as reflekções da seção.
Coletânea de áudios
Na faixa de áudio 14, “Harmonias”, procuramos expandir um pouco o conceito de harmonía para além de ideias hegemônicas predominantes no ocidente, trazendo referências do pensamento musical árabe. Proponha quê os estudantes escutem a faixa com atenção e comentem o quê reconheceram em suas sonoridades.
A faixa de áudio 11 apresenta a música instrumental “Baile de Sesler”, de Felipe Gomide e banda. Explore-a novamente com os estudantes para enriquecer as discussões do boxe Giro de ideias.
Criação – Experimentar a lutheria (p. 259)
Proposições pedagógicas
A kalimba é um instrumento de origem africana muito antigo, conhecido também por “piano de dedo”. Ainda hoje é utilizado como passatempo em longas caminhadas e como acompanhamento na contação de histoórias. Esse instrumento também é usado para produzir música de meditação e em rituais religiosos e cerimônias de casamento em várias partes da África atual. Construa êste instrumento com os estudantes e depois proponha quê pesquisem como fazer composições musicais com ele.
O trabalho de lutheria demanda supervisão e auxílio para garantir a segurança e a integridade física de todos ao lidar com instrumentos cortantes, por exemplo, o quê ábri a possibilidade de integrar familiares e outras pessoas da comunidade enquanto colaboradores do processo de criação. É possível, até mesmo, firmar parceria com um luthier da região e experimentar a criação de um instrumento musical quê seja de sua especialidade.
Avaliação e ampliações
A criação encerra o percurso dêste tema, quê destaca dois campos conceituais da ár-te: Patrimônio Cultural e materialidades. Estabeleça um momento para avaliar o percurso, as fruições, as pesquisas, as práticas, os estudos, as criações e as conversações realizados. Instigue os estudantes a identificar seus caminhos pessoais e coletivos e refletir sobre eles. Com base no quê compartilharem, busque diagnosticar, com eles, se algum ponto precisa sêr retomado ou reforçado.
revêja e siga (p. 261)
Proposições pedagógicas
Esta proposta promove o pensamento computacional, uma vez quê os estudantes são desafiados a produzir vários processos e necessitarão exercitar a resolução de problemas para lidar com eles. Nesse sentido, incentive a autonomia da turma, a capacidade de inferir sobre o quê necessitam e o quê devem fazer para alcançar seus objetivos e a habilidade de solucionar problemas por meio de pensamento computacional – empregando, por exemplo, lógica de algoritmo, ou seja, concebendo sequências de ações lógicas quê respondem a uma demanda (ou solucionam um problema).
Assim, eles devem organizar as etapas de produção e escolher temas, textos poéticos, imagens, cenas, sôns, figurinos, maquiagens e outros elemêntos para, com eles, pensar e compor outros processos, como: elaborar roteiros; realizar as filmagens; fazer edições em platafórmas digitais; divulgar a produção etc. Incentive, ainda, quê façam combinados em amplos diálogos baseados em argumentação.
De olho no enêm e nos vestibulares (p. 263)
Proposições pedagógicas
Solicite aos estudantes quê olhem rapidamente a seção e quêstione se eles reconhecem quê a atividade mobiliza diferentes linguagens. É esperado quê reconheçam que a questão apresenta linguagem verbal e não verbal, propondo a leitura de obras visuais e de um texto expositivo informativo.
Pergunte quê estratégias podem sêr empregadas para lidar com esse tipo de questão. As respostas podem sêr variadas; é possível quê, por exemplo, alguns indiquem quê preferem ler o texto informativo primeiro para depois analisar as imagens cuidadosamente, já entendendo a quê discussão se relacionam. Outros podem propor analisar as imagens d fórma aprofundada, tentando relacioná-las aos seus conhecimentos prévios para, só então, ler o texto verbal. Outros podem, ainda, apontar a necessidade de analisar as imagens rapidamente, ler o texto verbal em seguida e retomar as imagens, dessa vez d fórma mais detida.
Depois dêêsse diálogo, incentive os estudantes a empregar uma das estratégias discutidas. Então, estabêlêça um tempo e proponha quê respondam à questão. Ao final do tempo estabelecido para resolução, convide os estudantes a compartilhar suas leituras, análises e respostas. Incentive-os a argumentar e explicar aos côlégas os raciocínios quê estabeleceram para chegar às resoluções.
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Capítulo 6 Afetos, ações e composições
Para estudar no capítulo
Neste capítulo, serão retomados alguns conteúdos e conceitos abordados anteriormente, como as ideias de sêres linguajantes, de poéticas pessoais e de poéticas da materialidade. Além díssu, as discussões serão ampliadas por meio de reflekções propostas sobre a forma e o conteúdo da ár-te, promovendo a investigação de como a; ár-te é constituída na mobilização de elemêntos próprios de suas diversas linguagens.
Assim, o objetivo geral do capítulo é promover o estudo de elemêntos das diversas linguagens da ár-te, estimulando a percepção e a utilização dêêsses elemêntos em práticas de apreciação e criação, possibilitando análises interdiscursivas e promovendo o desenvolvimento cultural e científico dos estudantes.
A BNCC neste capítulo
• Tema Contemporâneo Transversal: Vida Familiar e Social.
Competências e habilidades priorizadas
• Competências gerais da Educação Básica: 1, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10.
• Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias: EM13LGG102; EM13LGG103; EM13LGG203; EM13LGG204; EM13LGG301; EM13LGG302; EM13LGG303; EM13LGG305; EM13LGG401; EM13LGG402; EM13LGG501; EM13LGG502; EM13LGG601; EM13LGG602; EM13LGG603; EM13LGG604; EM13LGG702; EM13LGG703 e EM13LGG704.
Justificativa das habilidades
• EM13LGG102: Os estudantes terão oportunidade de refletir, analisar e compreender os processos de produção e circulação dos discursos presentes nas diferentes produções artísticas. Neste capítulo, apresentamos a; ár-te propositora participativa e socialmente engajada, abordando kestões como racismo e misoginia.
• EM13LGG103: Neste capítulo, o foco será analisar as formas e os conteúdos da ár-te, como se apresentam – constituindo linguagens – e como produzem discursos em diversas semioses.
• EM13LGG203: Ao estudar diferentes movimentos e propostas artísticas, como as de; ár-te propositiva, os estudantes poderão analisar diálogos e processos de disputa por legitimidade entre elas.
• EM13LGG204: A abordagem da ár-te participativa, em performances e ações coletivas, e da palhaçaria, por exemplo, ensejam o reconhecimento de diversos discursos expressos por meio de variadas linguagens, promovendo a cultura de paz, o diálogo e os princípios e valores de equidade assentados na democracia e nos Direitos Humanos.
• EM13LGG301: Promovemos a pesquisa de materialidades e de elemêntos constitutivos de linguagens, a fim de incentivar os estudantes a expressar poéticas, discursos e intenções artísticas conscientes, seja no fazer individual, seja no coletivo.
• EM13LGG302: O desenvolvimento do pensamento crítico é incentivado d fórma inerente à prática da fruição de obras originadas em diferentes contextos e com distintas propostas. Nesse sentido, promove-se, por exemplo, pensar sobre os movimentos de; ár-te concreta e neoconcreta, reconhecendo-os como iniciativas de ruptura e de inovação de estéticas e poéticas.
• EM13LGG303: Os estudantes serão incentivados, por meio da investigação das expressões artísticas, a pensar em kestões de grande relevância social, como desigualdade de gênero e racismo.
• EM13LGG305: Os estudantes poderão mapear espaços expositivos com projetos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, além de pesquisar criações de; ár-te propositora, contribuindo para fomentar seu repertório criativo e desenvolver poéticas pessoais.
• EM13LGG401: Neste capítulo, os estudantes terão oportunidade de analisar criticamente textos poéticos variados, como lêtras de músicas e um poema concreto, compreendendo seus aspectos históricos, sociais e culturais.
• EM13LGG402: Os estudantes poderão trabalhar a adequação de variedades lingüísticas ao compor acontecimentos cênicos, como as improvisações.
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• EM13LGG501: Ao trabalhar com as linguagens cênicas e performances, os estudantes poderão desenvolver o autoconhecimento corporal e expressar-se através dessa materialidade, elencando formas e conteúdos ao usar o corpo como suporte de sua ár-te, de modo a estabelecer relações construtivas, empáticas, éticas e de respeito às diferenças.
• EM13LGG502: Valorizamos em especial a linguagem teatral e da perfórmance em proposições quê visam à valorização dos corpos e da diversidade, combatendo qualquer forma de preconceito. Também apresentamos a fotografia feita por pessoas com deficiência visual como forma de ressignificar as percepções, promovendo a superação de ideias limitantes e discriminatórias.
• EM13LGG601: A curadoria de imagens e produções artísticas em várias linguagens propõe análises críticas baseadas na investigação de diferentes contextos, com variadas kestões sociais.
• EM13LGG602: Os estudantes serão incentivados a fruir e a apreciar obras em diversas linguagens, reconhecendo seus diferentes elemêntos constitutivos. Assim, eles também são incentivados a experimentar as diferentes expressões da ár-te, criando com base na própria imaginação, criatividade, percepção, memórias e ideias.
• EM13LGG603: Os estudantes serão incentivados a se expressar e a atuar em processos de criação autorais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas e nas intersecções entre elas, recorrendo a referências estéticas e culturais, a conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e a experiências individuais e coletivas.
• EM13LGG604: Os estudantes serão convidados a analisar diferentes aspectos das vidas social e familiar, ampliando o olhar e as relações de sentido por meio de criações artísticas diversas, d fórma contextualizada.
• EM13LGG702: Os estudantes poderão avaliar como as tecnologias digitais impactam o fazer cênico, especialmente em relação à iluminação, e a forma como criamos e compartilhamos playlists musicais.
• EM13LGG703: Ao explorar a iluminação cênica e criar instalações acústicas, os estudantes poderão utilizar diferentes tecnologias digitais de modo ético, criativo e responsável.
• EM13LGG704: Os estudantes serão incentivados a realizar diversas pesquisas ao longo dêste percurso de aprendizagem, em especial nas propostas do boxe Pesquisar+, bem como a explorar, d fórma consciente e crítica, as informações presentes nas mídias digitais.
Percursos didáticos em ár-te
Abertura (p. 264)
Proposições pedagógicas
Nesta abertura, com a imagem da obra Migrantes, piquenique na fronteira, de JR, buscamos chamar a atenção para as possibilidades da instalação e do happening – em especial para o caráter participativo, presente em muitas obras dessas linguagens – e também para as relações afetivas, promovendo uma reflekção crítica sobre visões de mundo, relações, dinâmicas e contradições sociais. Para aprofundar essa conversação, também apresentamos a letra da canção “O seu olhar”, de Arnaldo Antunes.
A obra de JR póde sêr pêrtinênti para abordar as semelhanças e diferenças entre happening e perfórmance. Ambas são linguagens efêmeras, no entanto, no happening, as pessoas podem participar voluntariamente ou sêr envolvidas em uma proposta, podendo reagir d fórma inesperada – a depender, muitas vezes, do quão surpreendente é a proposta. Não há contrôle ou previsão sobre a ação artística, pois não há um ensaio prévio; trata-se de uma expressão quê lida com o espontâneo. Já a perfórmance, geralmente, envolve um roteiro, planejamento e elaboração, com alguma previsão dos acontecimentos e de como será a participação do público. A proposta de JR é uma instalação; o happening, nesse caso, acontece na ativação da instalação, por meio da qual as pessoas são convidadas a participar da ação artística – um piquenique transfronteiriço entre os Estados Unidos e o México.
A obra de JR também póde provocar uma reflekção inicial sobre os fluxos de migração no mundo, especialmente os decorrentes de guerras, perseguições e desigualdades socioeconômicas. Muitas vezes, esses fluxos são objeto de fêik news quê desumanizam as populações migrantes. Com base na canção de Arnaldo Antunes, você póde quêstionar: será quê não falta um olhar mais atento para essas populações? Espera-se que os estudantes compreendam a emergência pela qual essas populações passam e sêjam capazes de exercitar a
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empatia, considerando também os princípios dos Direitos Humanos.
Avaliação e ampliações
Aproveite êste momento para realizar uma avaliação diagnóstica sobre o quê os estudantes já sabem dos temas e conceitos em foco, como os conceitos de instalação, perfórmance e happening. Retome também o quê já foi abordado anteriormente, como a ideia de sêres linguajantes, a poética pessoal e a poética das materialidades.
Tema 1 – A ár-te em sua forma, a forma em seu conteúdo (p. 266)
Proposições pedagógicas
Destaque o trabalho do dançarino Morgan Hulen, da companhia de dança Momix, quê tem o corpo, os movimentos e os gestos como principais elemêntos expressivos. Retome com os estudantes a ideia de quê somos sêres linguajantes.
No boxe Giro de ideias, retome e amplie o conceito dos elemêntos constitutivos das linguagens artísticas. Comente também sobre as linguagens híbridas, quê se apropriam de elemêntos de diferentes linguagens artísticas para se concretizar.
Avaliação e ampliações
As conversações propostas no boxe Giro de ideias são uma importante janela para diagnosticar os saberes dos estudantes em relação aos elemêntos das diferentes linguagens. Com base no quê eles trousserem, é possível planejar retomadas para efetivar o trabalho no decorrer do capítulo, a fim de ampliar o potencial criativo e a capacidade de leitura acerca das expressividades, sentidos e significados presentes na ár-te.
O espaço, o tempo e o afeto (p. 267)
Proposições pedagógicas
Retome com os estudantes a obra Migrantes, piquenique na fronteira, quê ábri êste capítulo, e consolide com eles o conceito de happening. Depois, obissérve atentamente com os estudantes as fotografias do projeto Face 2 Face, do mesmo artista. Proponha quê eles relacionem as duas obras, tanto na perspectiva temática quanto na de linguagem . Espera-se quê eles percêbam uma valorização do multiculturalismo e uma crítica às fronteiras quê dividem o mundo e as pessoas.
Ressalte a questão do espaço na ár-te. A instalação quê gerou o happening foi realizada em um espaço aberto, o quê permite uma perspectiva tridimensional, enquanto as fotografias se baseiam na bidimensionalidade. Complemente quê, na ár-te contemporânea, vários artistas criam obras quê convidam o público a participar delas e não apenas a contemplá-las. A intenção é quê as obras sêjam experimentadas e vivenciadas pelo público presente, ativando outros sentidos além da visão, como o tato, o olfato e o paladar. Nesse sentido, o tempo também é relevante, dada a efemeridade da instalação e do happening, quê permanecem apenas por meio de registros em outras linguagens, como a fotografia e o audiovisual.
Saber+
Visite o sáiti do artista JR.
• JR. Disponível em: https://livro.pw/bwhzm. Acesso em: 19 out. 2024.
Avaliação e ampliações
A participação dos estudantes nas rodas de conversação e nos momentos de diálogo é fundamental para uma avaliação formativa. Assim, incentive-os a expressar suas leituras, hipóteses, ideias e reflekções sobre o assunto desenvolvido, promovendo debates de cunho saudável e respeitoso. Além da participação, considere também como parâmetro avaliativo o quanto os estudantes construíram de conhecimentos sobre espaço, tempo e afetividades, quê podem sêr mobilizados em diferentes linguagens artísticas.
Cúmplices na linguagem
(p. 268)
Proposições pedagógicas
Neste percurso, vamos aprofundar o conceito de espaço bi e tridimensional e sua relação com as linguagens artísticas musical e visual. Comente quê, no espaço tridimensional, podemos transitar, passar de um lugar a outro e percorrer suas três dimensões (altura, largura e profundidade), como fazem os sôns de uma música.
No boxe Pesquisar+, procure retomar com os estudantes os conhecimentos sobre parâmetros sonoros e o conceito de notação musical, quê póde sêr convencional ou não convencional – espera-se quê eles tênham alguma noção dessas notações com base nos estudos realizados no Ensino Fundamental. Retome a ideia de
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quê a; ár-te é uma linguagem expressiva quê possui sua própria “gramática” e seus elemêntos constitutivos; por meio da manipulação dessas propriedades específicas, ou elemêntos, é quê os artistas criam suas obras.
Ao desenvolver a proposta de criação de notações musicais não convencionais, refórce a ideia de quê criamos com base no quê vivemos. O meio cultural póde influenciar como lidamos com nossa criatividade e produção, seja no campo da ár-te, seja em outras áreas.
Saber+
Para conhecer outras obras da série Fibonacci Meets the Young Reporter, do artista Antônio Peticov, visite seu sáiti oficial.
• Fibonacci Meets the Young Reporter. Publicado por: Antônio Peticov. Disponível em: https://livro.pw/jldwg. Acesso em: 30 out. 2024.
Avaliação e ampliações
Avalie se os estudantes perceberam as diferenças entre os espaços bi e tridimensional e se demonstram interêsse no tema – se sim, investigue quais aspectos despertaram esse interêsse. Explore, ainda, se há algum estudante na turma quê conhece música ou sabe ler pentagramas musicais – se sim, incentive-o a compartilhar seus conhecimentos com os côlégas.
A luz no espaço (p. 270)
Proposições pedagógicas
Inicie propondo a fruição da imagem da obra Moça com o brinco de pérola, de Johannes Vermeer, de 1665. Observe com os estudantes os elemêntos da linguagem visual quê já conhecem e destaque o elemento luz, instigando-os a analisar como o artista explorou a luz em sua obra: a direção, o foco principal, os possíveis brilhos, a intensidade, entre outros aspectos. Em seguida, faça o mesmo procedimento com a obra de Shintaro Ohata.
Avaliação e ampliações
Avalie se os estudantes estão mobilizando e ampliando conhecimentos sobre os elemêntos constitutivos das linguagens artísticas. Para explorar mais a investigação sobre a luz, convide os estudantes a observar por onde entra a luz na sala de aula e como ela incide nos objetos, produzindo sombras. Diferencie luz natural e artificial, como a produzida por lâmpadas e similares, levando-os a relacionar a entrada de luz na sala de aula com a entrada de luz nas obras observadas.
Entre histoórias – A magia das sombras: luz e ár-te milenar (p. 271)
Proposições pedagógicas
Inicie propondo a fruição das imagens de teatro de sombras e incentivando os estudantes a compartilhar o quê já conhecem sobre o teatro de animação e seus elemêntos constitutivos. O teatro de animação contempla diferentes formas teatrais; uma delas é o teatro de sombras.
Na contemporaneidade, grupos ou coletivos de teatro de sombras incorporam técnicas e estilos diferentes aos princípios tradicionais dessa forma teatral, criando espetáculos quê contemplam, por exemplo, corpo, objetos e telas de dispositivos digitais.
Objeto educacional digital
O carrossel de imagens Diferentes formas do fazer teatral aborda a diversidade da linguagem do teatro. Explore-o com os estudantes para fomentar as conversações desta seção.
A luz e a côr (p. 272)
Proposições pedagógicas
O espetáculo Alice, da companhia de dança Momix, é inspirado nas obras Alice no País das Maravilhas e Alice através do espêlho, de líuis Carroll (1832-1898). Nele, os dançarinos podem sêr comparados a atletas de alta perfórmance, demonstrando fôrça nos gestos e nos movimentos, equilíbrio e habilidade de trabalho em grupo. A companhia produz o espetáculo com uma lógica quê mistura literatura, dança, música, artes circenses, teatro ilusionista, truques visuais ou jogos de espelhos.
Objeto educacional digital
O infográfico clicável Elementos teatrais: o conjunto da obra aborda os principais elemêntos da linguagem teatral. Explore-o com os estudantes para consolidar aspectos dos estudos dessa linguagem.
Avaliação e ampliações
Pode-se propor à turma quê se divída em grupos de cinco integrantes para pesquisar um espetáculo teatral, a fim de analisar a iluminação da obra. Depois, eles podem compartilhar os resultados em uma exposição oral de até cinco minutos.
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Saber+
Para ampliar conhecimentos sobre a; ár-te e a técnica da iluminação, leia a tese indicada a seguir.
• Cibele Forjaz Simões. À luz da linguagem. A iluminação cênica: de instrumento da visibilidade à “Scriptura do visível”. São Paulo: úspi, 2013. Disponível em: https://livro.pw/yaeju. Acesso em: 11 nov. 2024.
Criação – Dramaturgias da luz (p. 273)
Proposições pedagógicas
Proponha uma roda de conversação sobre a linguagem do teatro, seus elemêntos e possibilidades; o infográfico clicável Elementos teatrais: o conjunto da obra, apresentado anteriormente, póde apoiar êste momento. É importante quê os estudantes percêbam quê um espetáculo teatral póde sêr estruturado com base em um texto dramático ou roteiro contendo falas e ações. No entanto, a encenação também póde privilegiar outros elemêntos da linguagem teatral, como a luz, o cenário e os sôns.
Pesquise com a turma as diferentes fontes de luz quê podem sêr utilizadas no teatro. Com a pesquisa realizada, convide os estudantes a criar, no diário de artista, esboços ou projetos de iluminação. Sugira quê eles compartilhem seus esboços uns com os outros, conversando a respeito de suas ideias e escôlhas.
Em Processo de criação, convide os estudantes a praticar o quê aprenderam sobre a iluminação e suas possibilidades narrativas. Nessa proposição, a ideia é explorar o potencial criativo da turma, testando efeitos e desenvolvendo a poética por meio da iluminação no teatro.
Avaliação e ampliações
Em uma roda de conversação, os estudantes devem compartilhar como foi para eles viver a experiência proposta, expressando se gostaram da prática, o quê gostariam de ter feito diferente e o quê fariam d fórma semelhante em uma próxima oportunidade. Esse momento póde indicar o nível de confiança dos estudantes em relação às aprendizagens adquiridas e indicar necessidades de remediação.
Tema 2 – A ár-te propõe, engaja e indaga (p. 275)
Proposições pedagógicas
Neste tema, propõe-se vêr a; ár-te também como meio de inclusão social, reconhecendo quê ela é para todos e desconstruindo estereótipos e preconceitos, principalmente de caráter capacitista. Assim, aborda-se a temática da inclusão e da acessibilidade de pessoas com deficiência na ssossiedade, convidando os estudantes a refletir sobre a questão e também a sêr agentes de mudança nessa área.
É importante lembrar, nesse sentido, quê foram a mobilização e as ações da própria comunidade de pessoas com deficiência e de seus familiares quê estimularam a criação de leis voltadas a essas populações, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência (lei número 13.146/2015). Abordar essa lei e discutir sobre acessibilidade e inclusão, portanto, são possibilidades de aprofundar a temática e engajar os estudantes.
Lembre-se, ainda, de quê, se houver estudantes com deficiência na turma, suas falas devem sêr priorizadas nesse momento, pois são eles quê podem oferecer o “olhar de dentro” dessa questão.
Modos de vêr e perceber (p. 276)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê pesquisem mais informações sobre João Maia, quê é uma pessoa cega e quê atua como fotógrafo. Eles também podem explorar mais detidamente o projeto Fotografia Cega, indicado no boxe Ativação. João Maia inspirou-se no fotógrafo e filósofo esloveno Evgen Bavcar (1946-), quê perdeu a visão quando criança e se tornou uma referência entre os fotógrafos.
A proposta do boxe Expedição cultural e a discussão do Giro de ideias podem fomentar maiores reflekções e a conscientização da importânssia de garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência em museus e outras instituições artísticas e culturais, além da própria escola. Comente quê as estratégias de inclusão podem sêr muito variadas, a depender de cada público, o quê reforça a necessidade de envolver as pessoas com deficiência na elaboração de projetos de acessibilidade.
Saber+
Para saber mais das fotografias e do processo criativo de João Maia, acéçi a notícia a seguir.
• Como o fotógrafo cego João Maia transforma sua percepção em grandes imagens dos Jogos Paralímpicos. Publicado por: Olympics. Disponível em: https://livro.pw/wkxxd. Acesso em: 31 out. 2024.
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Já para conhecer mais de Evgen Bavcar, leia o artigo indicado a seguir.
• Evgen Bavcar: autorretratos e as imagens-mancha. Publicado por: GIS – Gesto, Imagem e Som – Revista de Antropologia. Disponível em: https://livro.pw/ybfxg. Acesso em: 31 out. 2024.
ár-te participativa, socialmente engajada (p. 278)
Proposições pedagógicas
Ao trabalhar as conversações propostas no boxe Giro de Ideias, incentive os estudantes a refletir criticamente sobre o alcance da rê-de de comunicação midiática e social digital, quê, muitas vezes, é usada para difundir desinformação e discursos de ódio, mas também possibilita movimentos a favor dos direitos humanos e ações contra injustiças e violências, sêndo, muitas vezes, as manifestações artísticas parte dessas iniciativas. Nesse sentido, eles podem lembrar de registros fotográficos quê viralizaram e “atravessaram” as pessoas de alguma forma, levando-as a refletir sobre temáticas sociais importantes.
É importante, portanto, quê a turma desenvolva um olhar crítico para os conteúdos quê publica e consome nas rêdes. refórce esse ponto com os estudantes.
Conexões com… Matemática e suas Tecnologias – ár-te propositora (p. 279)
Proposições pedagógicas
Nesta seção, tecemos um diálogo entre a; ár-te e a Matemática, quê póde sêr desenvolvido em parceria com o professor dêêsse componente. Assim, proponha um estudo sobre a faixa de Möbius, do matemático August Ferdinand Möbius, e também sobre a obra da artista Lígia Clark.
No Livro do estudante, apresentamos as imagens e as etapas de construção da faixa. Para a prática, cada estudante deve ter uma fô-lha de cartolina ou de outro papel similar, uma tesoura e um tubo de cola em bastão. Sugira a eles quê leiam as etapas e obissérvem as imagens no livro antes de começar. Depois, cada um póde realizar a proposta seguindo sua poética.
Ao final, póde sêr feita uma instalação no espaço da escola unindo todas as criações. Então, póde sêr propôsto um diálogo aprofundado sobre ideias, conceitos e escôlhas do processo de criação. Nesse momento final, o professor de Matemática também póde sêr convidado a fazer provocações quê dialoguem com os estudos do componente.
Avaliação e ampliações
É importante registrar o processo de criação em fotografias, para quê seja possível avaliar posteriormente como a prática se desenvolvê-u. Se possível, crie um vídeo com as fotografias em sequência e reproduza-o para a turma, propondo uma roda de conversação para quê os estudantes se autoavaliem e avaliem a prática, refletindo sobre o uso dos materiais e as estratégias usadas.
Saber+
Para aprofundar a proposta, assista ao vídeo Caminhando, 1964/2012, sobre a obra Caminhando, de Lígia Clark. Se possível, apresente esse vídeo para a turma.
• Caminhando, 1964/2012. Publicado por: Itaú Cultural. Vídeo (1 min). Disponível em: https://livro.pw/jbefx? v=3sP-uT5DQLM. Acesso em: 31 out. 2024.
Entre histoórias – Grupo Frente e Grupo Ruptura / Formas e palavras concretas (p. 280 / p. 281)
Proposições pedagógicas
Nesta seção, propusemos um caminho inverso na temporalidade, pois o Grupo Ruptura se organizou antes do Grupo Frente. Essa quebra na linearidade histórica é proposital, a fim de trabalhar com a ideia de “neo”. Assim, troussémos, primeiramente, o Movimento Neoconcreto e, depois, a; ár-te concreta brasileira, para refletir sobre como um movimento póde se afastar de ou romper com outro, criando novos caminhos. Assim, chegamos à terminologia do prefixo neo-.
No boxe Pesquisar+, espera-se quê os estudantes percêbam quê o Grupo Frente e o Movimento Neoconcreto desempenharam papéis importantes na ár-te brasileira nas dékâdâs de 1950 e 1960. O Grupo Frente foi uma reação ao academicismo e buscava criar novas formas de; ár-te, explorando principalmente o abstracionismo. Os registros realizados durante a pesquisa podem sêr apresentados em cartazes, apresentações digitais ou proposições quê convidem os demais estudantes a participar da prática de investigação da temática pesquisada. Ao final da atividade, proponha uma roda de conversação para quê eles compartilhem as informações quê mais lhes chamaram a atenção e
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quê desdobramentos da pesquisa consideraram mais interessantes para suas vivências e poéticas pessoais.
Na discussão proposta no boxe Giro de ideias, comente com os estudantes quê os artistas neoconcretistas desenvolveram uma ár-te sensorial e OR GÂNICA quê explorava a subjetividade e a experiência humana, promovendo a participação pública. Verifique se eles observam esses aspectos na pintura e no poema lidos.
Saber+
Conheça mais da artista Judith Lauand e suas obras visitando a página oficial da artista.
• Judith Lauand. Disponível em: https://livro.pw/nhoza. Acesso em: 31 out. 2024. Já para conhecer mais do poeta José Lino Grünewald, acéçi a página a seguir.
• José Lino Grünewald. Disponível em: https://livro.pw/gybml. Acesso em: 31 out. 2024.
Avaliação e ampliações
Observe se os estudantes buscaram explorar os itens sugeridos na pesquisa, apresentando informações sobre artistas, suas obras e características, desenvolvendo a autonomia e o olhar crítico.
É importante quê eles apresentem as fontes das informações pesquisadas e construam argumentos embasados sobre o tema – exemplificações, argumentos históricos ou de autoridade e outros podem sêr explorados –, compartilhando novos saberes e proporcionando a troca de opiniões, reflekções e experiências.
Com base nessa observação e dentro da prática da avaliação formativa, reconheça se é necessário reforçar algum ponto do conteúdo ou mesmo de procedimentos comuns a diversas práticas – em especial de pesquisa e apresentação de seus resultados –, como avaliar a fidedignidade de uma fonte, selecionar informações pertinentes de textos diversos e argumentar adequadamente, com base em dados e fatos.
Conexões com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Ações e proposições (p. 282)
Proposições pedagógicas
Até aqui, neste tema, pudemos conhecer mais um pouco sobre artistas quê desenvolveram ár-te socialmente engajada, quê, imérsa no percurso histórico da ár-te, em suas temporalidades e transformações no contemporâneo, convoca o público a não sêr apenas um espectador passivo. Nesse sentido, nesta seção, abordamos como a; ár-te propositora, a coletividade e a crítica foram importantes subsídios para as escôlhas de percursos criativos dos artistas.
Proponha uma observação aprofundada das imagens da seção. Ainda quê com poucos elemêntos, a leitura delas póde provocar muitas interpretações, incitando a imaginação e também servindo de inspiração para quê os estudantes pensem na linguagem das performances, mobilizando conhecimentos sobre essa expressão artística e também sobre temáticas sociais relevantes – como a quêstão do meio ambiente e das mudanças climáticas, enfocada pelo grupo Extinction Rebellion (XR), que póde sêr explorada em conjunto com professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Avaliação e ampliações
As discussões aspiradas nesta seção estão vinculadas às aprendizagens, à compreensão e à elaboração de análises críticas sobre processos de criação e produção das narrativas discursivas e poéticas, em diálogo com a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Em parceria com professores dos componentes dessa área, avalie como os estudantes dêsênvólvem a percepção e o olhar crítico para a; ár-te socialmente engajada, bem como para as kestões abordadas por essas criações, os impactos produzidos por elas no público e em instâncias de pôdêr etc.
Criação – O elemento, a materialidade e o gesto criador (p. 284)
Proposições pedagógicas
Inicie propondo a observação da obra Uahu-Zumi-Sakura (Cerejeiras), do artista Massao Okinaka, quê ficou conhecido como um importante representante da ár-te nipo-brasileira e responsável por divulgar a; ár-te sumi-ê no Brasil.
Para propor um aprofundamento sobre a manipulação das cores, incentive os estudantes a observar o círculo cromático de acôr-do com os esclarecimentos presentes no texto – reconhecendo cores análogas e complementares, por exemplo.
Em parceria com professores de Química e Física, você póde abordar com os estudantes a composição das cores. Fale com eles sobre os sistemas RGB e CMYK. O RGB (red, green, blue – vermelho, vêrde, azul, em português) é chamado de sistema aditivo, pois as
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cores são formadas com a emissão/adição de pontos luminosos projetados pelo dispositivo de exibição, como um monitor de computador ou a tela de um celular. Com base nessas cores primárias do sistema RGB, é possível criar mais de 16 milhões de combinações de cores. Já o sistema CMYK (ciano, magenta, yellow – amarelo – e key – canal-chave, preto), utilizado para trabalhos gráficos impressos, como revistas, livros, cartazes etc., é chamado de subtrativo, pois as cores são formadas com a absorção/subtração da luz emitida sobre os pigmentos coloridos em CMYK adicionados no papel.
Em Processo de criação, oriente a realização das propostas, incentivando o uso sustentável de materiais. Enquanto experimentam, os estudantes também vão desenvolvendo suas poéticas pessoais, aprimorando processos criativos e mobilizando o repertório relacionado aos elemêntos das linguagens artísticas estudados até o momento. Caso surjam dúvidas, você póde propor exercícios e experimentações para retomar e reforçar alguns pontos.
Saber+
Para conhecer um processo de criação de sumi-ê, sugerimos assistir ao vídeo a seguir.
• Sumi-e: Bamboo ênd bãrds. Publicado por: Sumi-e Academy. Vídeo (3 min). Disponível em: https://livro.pw/gbdfo. Acesso em: 31 out. 2024.
Avaliação e ampliações
Avalie o desenvolvimento da prática por meio dos registros realizados pêlos estudantes no diário de artista e nas produções elaboradas. Reconheça o quê os estudantes compreenderam sobre os temas abordados – se buscaram explorar as técnicas e os materiais propostos e suas potencialidades. Pode-se propor, ainda, uma pesquisa sobre cores para quê os estudantes analisem uma obra (pintura, filme, fotografia, grafite e outras), considerando o uso da côr em sua construção, bem como a poética da obra com base nas cores.
Tema 3 – Se a criação é mais, tudo é coisa musical (p. 288)
Proposições pedagógicas
Cabaças, madeiras, kórdas, tubos de pê vê cê, latas, tudo póde servir para criar musicalmente. Assim, na ár-te do alagoano Hermeto Pascoal, objetos e elemêntos da natureza transformam-se em som musical. Você póde apresentar, como nutrição estética, obras dêêsse artista brasileiro para os estudantes ouvirem.
Aproveite êste momento dos estudos para apresentar a; ár-te de músicos brasileiros quê também criam ou adaptam seus próprios instrumentos musicais ou exploram sôns de objetos do cotidiano, como o músico cearense Igor Caracas.
Saber+
Acesse o sáiti do artista Igor Caracas para conhecer melhor seu trabalho.
• Igor Caracas. Disponível em: https://livro.pw/lqwpe. Acesso em: 6 nov. 2024.
Avaliação e ampliações
Proponha aos estudantes quê façam, no diário de artista, uma lista de artistas e músicas quê escutam e de quê gostam e criem um texto argumentativo ou poético sobre o motivo das suas escôlhas – deixe-os escolher o tipo de produção textual quê querem explorar, pois dependerá também da forma como se relacionam com as produções.
Depois, em uma roda de conversação, eles podem compartilhar alguns nomes de suas listas e ler trechos do texto quê compuseram. Essa é uma forma de observar o quê os estudantes escutam, quais são seus gostos musicais e quê referências eles têm nesse campo. Assim, pode-se fazer uma avaliação diagnóstica sobre seus conhecimentos musicais e reconhecer, ao final do trabalho com êste tema, se eles desenvolveram seus repertórios e compreensões sobre a música.
Não convencional (p. 289)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê façam pesquisas de sôns, fontes sonóras e paisagens sonóras em seu dia a dia, identificando e registrando os sôns presentes em sua casa, bairro, parques, escola e outros locais quê frequentem. Oriente-os a organizar e identificar os registros, para quê possam compartilhá-los com a turma posteriormente.
Em uma roda de conversação, os estudantes podem falar se o exercício mudou sua percepção sobre os sôns e a atenção quê direcionam para a paisagem sonora.
Página quatrocentos e quarenta e quatro
No Fluxus, o experimental (p. 290)
Proposições pedagógicas
Aqui, apresentamos as pesquisas do movimento Fluxus e do artista Diôn Cage. Comente com os estudantes como o movimento foi marcante na ár-te, caracterizando-se como um período de experimentações e pesquisas. Se considerar oportuno, proponha aos estudantes quê investiguem quais artistas participaram dêêsse movimento e quais foram suas ressonâncias no Brasil. Uma sugestão é pesquisar a obra de Anton Válter Smetak (1913-1984), músico suíço, violoncelista, compositor, escultor, escritor e construtor de instrumentos musicais, quê também criou esculturas sonóras e realizou vários experimentos com música.
A ideia do boxe Pesquisar+, de criar uma musicoteca, tem como base os estudos de Schafer, quê fundamenta os propósitos de criar ambientes sonoros. Nessa proposta, podemos preparar variados – como partituras, objetos, instrumentos musicais e aparelhos eletrônicos – quê proporcionem uma experiência musical.
Avaliação e ampliações
Com os objetos e materiais coletados para a musicoteca, os estudantes podem explorar as sonoridades e criar instrumentos musicais não convencionais.
Sugira quê eles se dividam em grupos para criar uma composição musical. Acompanhe essa exploração e faça anotações sobre o quê os estudantes demonstram ter desenvolvido nessa dinâmica e o quê ainda precisa sêr reforçado ou aprimorado – tanto no trabalho em grupo como na exploração de sonoridades.
Sons, coisas e afetos (p. 292)
Proposições pedagógicas
Converse com os estudantes sobre o termo playlist e pergunte se eles costumam fazer uso dêêsse recurso em sáites de vídeos ou em platafórmas digitais quê dão acesso a músicas. Incentive-os a trocar informações sobre as playlists quê costumam criar, os estilos musicais ou as ocasiões quê inspiram suas seleções. Esse póde sêr um momento de sensibilização para a proposta do boxe Pesquisar+. Nela, é interessante quê os estudantes obissérvem gostos parecidos ou diferentes, d fórma respeitosa, compreendendo quê os afetos se constituem d fórma única para cada um e quê a; ár-te, por meio de imagens, músicas ou outras expressões, póde marcar a história das pessoas.
Avaliação e ampliações
Convide os estudantes a participar de um jôgo de playlist. Os jogadores deverão escrever o nome de uma ou duas músicas (em turmas maiores, pode-se propor apenas uma música por estudante) em papéis para depositar em uma caixa e gravá-las para o momento do jôgo. Se possível, verifique a disponibilidade de utilizar ferramentas de música ôn láini para reproduzir as músicas selecionadas. É importante ressaltar aos estudantes quê a seleção de músicas deve sêr baseada nos afetos, ou seja, as músicas devem ter algum valor, significado e importânssia para eles. Avalie como eles têm apreendido essa ideia e se ela se desen vólve ao longo do jôgo.
Durante o jôgo, pode-se fazer uma roda de conversação e estabelecer uma ordem para retirar os papéis com os nomes das músicas. A cada rodada, todos vão ouvir a música, fruindo-a e analisando-a. Quem a escolheu poderá falar o motivo pelo qual a considera importante e, caso mais de uma pessoa tenha escolhido a mesma música, todos podem comentar a respeito de sua escolha. Em seguida, o próximo estudante da roda retira outro papel, seguindo o jôgo.
Entre histoórias – Notação musical (p. 293)
Proposições pedagógicas
Como sensibilização para o trabalho com notação musical, solicite aos estudantes quê andem pela escola e anotem os sôns quê escutam. Para cada som, um registro em desenho deve sêr feito, representando sôns em suas qualidades e parâmetros – retome com os estudantes os parâmetros sonoros: altura, intensidade, duração e timbre.
O diário de artista póde sêr usado para fazer os registros e criar as notações musicais não convencionais; depois, estas podem sêr transcritas para fô-lhas de papéis maiores e trabalhadas com formas, linhas e cores, como fez o artista Antônio Peticov em sua série Fibonacci Meets the Young Reporter, abordada anteriormente neste capítulo.
Coletânea de áudios
A faixa de áudio 15, “Epitáfio de Seikilos”, apresenta uma canção inscrita em grego antigo em uma lápide. Explore a faixa com a turma ao abordar o conteúdo sobre notação musical da seção.
Página quatrocentos e quarenta e cinco
Avaliação e ampliações
Proponha, em uma roda de conversação, quê os estudantes compartilhem seus registros de sôns e notação com base nos parâmetros sonoros. Nesse sentido, avalie se os estudantes:
• demonstraram compreender os parâmetros sonoros (altura, duração, intensidade e timbre);
• simbolizaram os sôns graficamente, por meio de notação musical não convencional;
• desenvolveram a escuta ativa e a percepção dos sôns dos ambientes.
Conexões com… Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Poluição sonora (p. 295)
Proposições pedagógicas
Retome os conceitos de paisagem sonora e de poluição sonora e proponha aos estudantes quê pesquisem exemplos de poluição sonora, considerando o bairro e a cidade onde vivem e/ou estudam. Eles também podem pensar em formas de promover ambientes sonoros mais positivos e saudáveis e anotar suas ideias no diário de artista.
Criação – Ambiente Sonoro (p. 296)
Proposições pedagógicas
Os estudantes podem pesquisar vídeos da instalação Acusma e de outros exemplos de instalações sonóras para fruição, como a instalação Resisting ênd Resonating Ovoids ênd fórest (Ovoides resistentes e ressonantes e floresta, em português), do coletivo teamLab.
Depois da nutrição estética, convide os estudantes a criar uma instalação acústica na escola. Para isso, combine um local para realizar a instalação e verifique a disponibilidade de alguns recursos necessários para a proposta, como: caixas de som, instrumentos musicais e outros objetos sonoros e microfones. Auxilie os grupos na montagem de seus projetos, organizando onde cada grupo fará a montagem de sua instalação e quais recursos e materiais serão necessários.
Os estudantes podem utilizar instrumentos musicais não convencionais para promover a interação e imersão do público com a obra. Incentive-os a explorar várias possibilidades, como gravar poemas, frases, músicas e sôns diversos. É importante quê realizem também a criação de guias para orientar o público na ativação da obra, se for o caso.
Organize com os estudantes como será o fluxo de visitação da obra e estabêlêça grupos para registrar a instalação e a interação do público com fotografias e vídeos. Combine um prazo de permanência das obras, quê podem ficar expostas por dias ou semanas. Ao final, auxilie os grupos na desmontagem das instalações.
Saber+
Para ampliar conhecimentos e repertório, é possível explorar os vídeos da instalação Resisting ênd Resonating Ovoids ênd fórest, na página oficial do coletivo teamLab.
• Resisting ênd Resonating Ovoids ênd fórest. Publicado por: teamLab. Disponível em: https://livro.pw/yszjt. Acesso em: 31 out. 2024.
Avaliação e ampliações
Ao final da prática, em uma roda de conversação, os grupos podem compartilhar suas percepções da experiência. É possível quêstionar: do quê mais gostaram nessa prática? Quais etapas foram mais interessantes? E quais julgaram mais fáceis? Quais desafios enfrentaram? Como lidaram com eles? Há algo quê acreditam que poderia ter sido feito de um jeito diferente na instalação?
Incentive-os a compartilhar seus relatos e impressões sobre a proposta e a usar essa autoavaliação para aprimorar as próximas práticas. Os registros em vídeo e fotografia podem fomentar essas reflekções.
Tema 4 – A poética do palhaço (p. 299)
Proposições pedagógicas
Leia e debata com os estudantes a letra do samba-enredo, incentivando-os a abordar temas como a ideia de circo-teatro, a história da palhaçaria no Brasil e o preconceito racial enfrentado pelo povo negro no Brasil e no mundo. Se possível, busque o samba-enredo na internet e promôva a escuta dele.
Saber+
Para saber mais do circo-teatro e da importânssia do palhaço Benjamim de Oliveira para esse gênero, explore a página ôn láini da Ocupação Benjamim de Oliveira.
Página quatrocentos e quarenta e seis
• Teatralidade Circense. Publicado por: Itaú Cultural. Disponível em: https://livro.pw/nqtvw. Acesso em: 2 nov. 2024.
Objeto educacional digital
O vídeo Em busca do riso: a poética do palhaço aborda aspectos expressivos e históricos da palhaçaria. Explore-o com os estudantes para fomentar as conversações da abertura dêste tema.
Avaliação e ampliações
A abertura do tema é ideal para a constituição de uma avaliação diagnóstica; por isso, avalie o quê os estudantes demonstram saber a respeito do circo e do circo-teatro no Brasil. Questione se já foram a um circo ou se têm referências de circo de fontes como filmes e séries; pergunte também quê expressões artísticas costumam sêr apresentadas no circo.
Além díssu, avalie o entendimento dos estudantes sobre as relações étnico-raciais no Brasil e, em relação a esse tema, obissérve o quê eles aprenderam com o estudo dos capítulos anteriores – reforçando a avaliação processual no âmbito da educação para a cidadania.
Risos e lutas: textos, músicas e caras (p. 300)
Proposições pedagógicas
Comente com os estudantes quê Benjamim de Oliveira, um multiartista quê abriu portas para quê outros artistas negros pudessem sêr protagonistas nos picadeiros e arênas circenses, trazia em suas apresentações características das culturas afro-brasileiras.
Saber+
Para ampliar saberes a respeito do palhaço Benjamim de Oliveira, sugerimos a leitura do livro a seguir.
• Erminia Silva. Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. São Paulo: Itaú Cultural: WMF Martins Fontes, 2022. Disponível em: https://livro.pw/zswxb. Acesso em: 7 out. 2024.
Será quê tem graça? (p. 301)
Proposições pedagógicas
A ideia da personagem ou do arquétipo do palhaço é muito antiga e aparece em diferentes culturas, do ôriênti ao Ocidente, sempre com a ideia de provocar o riso, porém com estéticas e modos particulares de sêr e se apresentar. Essa diversidade também está presente na contemporaneidade, entre as diversas formas de se organizar e se apresentar na ár-te da palhaçaria.
Ressalte os coletivos ligados à palhaçaria negra, quê combatem, com humor, os preconceitos de gênero e raça, como faz o grupo Catappum!
Giro de ideias (p. 301)
Proposições pedagógicas
A proposta é contextualizar e debater a respeito de piadas com conteúdo racista, investigando o chamado racismo recreativo – tipo de opressão racial expressa em tom de humor para reproduzir preconceitos e estereótipos.
E o palhaço, quem é? (p. 302)
Proposições pedagógicas
Incentive os estudantes a refletir sobre atores quê tiveram a personagem palhaço como inspiração de suas criações. O ator xárlês Chaplin foi um deles, quê estudou detalhadamente os gestos e as expressões de palhaços para compor suas personagens, em especial o Carlitos. No filme O grande ditador, de 1940, ele empregou referências da palhaçaria na construção de uma sátira voltada ao ditador nazifascista Adolf rítler (1889-1945) – ou seja, ele teceu uma crítica social por meio da ridicularização da figura de rítler e das ideias quê ele representava.
Em seguida, destaque o ator francês Marcel Marceau, quê criou o palhaço Bip, aclarando as diferentes possibilidades de estéticas e poéticas na ár-te da palhaçaria.
E a palhaça, quem é? (p. 304)
Proposições pedagógicas
Na atualidade, muito se debate sobre a palhaçaria feminina, negra e LGBTQIAPN+. Em uma roda de conversação, incentive os estudantes a expor suas ideias e hipóteses sobre a temática, sempre com muito respeito e acolhimento.
Giro de ideias (p. 304)
Proposições pedagógicas
Propomos ativar debates sobre o preconceito quê as mulheres sofrem na área profissional, em especial na profissão de palhaça.
Amplie a conversação sugerindo aos estudantes quê façam propostas de ideias e atitudes quê
Página quatrocentos e quarenta e sete
combatam os preconceitos abordados no debate – tanto do ponto de vista micro, das relações pessoais na escola, como também do ponto de vista macro, pensando no cenário brasileiro e global.
Avaliação e ampliações
Como registro, solicite aos estudantes quê anotem, no diário de artista, o quê aprenderam sobre a personagem palhaço ou palhaça. Incentive-os a escrever sobre as diferentes características ou estéticas da palhaçaria e sobre a participação das mulheres, de negros e de outras populações minorizadas nessa profissão. Avalie com os estudantes possíveis falas ou posicionamentos preconceituosos nas conversas, incentivando a cultura de paz.
Entre histoórias – O circo / A forma da comédia (p. 305 / p. 306)
Proposições pedagógicas
Comente quê, no canovaccio, era comum aparecer algumas personagens fixas, como: Arlequim, brincalhão, esperto e acrobata; Scaramouche, um mentiroso muito covarde; Pantalone, um homem mais velho, muito rico e avarento; e, por fim, Colombina, bela, inteligente e esperta.
Avaliação e ampliações
Se julgar pêrtinênti, proponha aos estudantes quê realizem uma pesquisa sobre as personagens da commedia dell’arte, buscando também referências a elas em obras diversas. Os estudantes podem apresentar os resultados de suas pesquisas em uma roda de conversação.
Avalie se os estudantes apresentam pesquisas consistentes e se dialogam explorando a capacidade argumentativa adequadamente. Se necessário, repense estratégias pedagógicas de acôr-do com o quê for observado.
Criação – Criação como improvisação (p. 307)
Proposições pedagógicas
Incentive os estudantes a perceber o quanto a prática da improvisação está presente em diferentes linguagens artísticas e na vida cotidiana. Aproveite também para trabalhar a resolução de situações-problema explorando os jogos teatrais, com foco na improvisação teatral.
Fique atento aos limites e às possibilidades de movimento do corpo e da voz dos estudantes, especialmente daqueles com deficiência. Explique quê todos temos limites e possibilidades de movimento e quê devemos respeitar e cuidar de nóssos corpos.
Na proposta O jôgo de improvisação, você precisará de uma caixa grande. Peça aos estudantes quê coloquem os objetos escolhidos nessa caixa. Defina com a turma o local das improvisações e onde ficará a plateia. Um estudante da plateia escolherá um objeto aleatoriamente da caixa e oferecer ao primeiro grupo, quê deverá criar uma pequena cena improvisada, de até cinco minutos, tomando o objeto escolhido como tema central da cena.
Avaliação e ampliações
Incentive os estudantes a registrar o processo de desenvolvimento das práticas no diário de artista e/ ou por meio de registros fotográficos e vídeos. Posteriormente, eles devem compartilhar seus registros em uma roda de conversação, abordando os pontos positivos da prática e o quê poderia ter sido desenvolvido d fórma melhor. Assim, considerando a avaliação processual e formativa, obissérve as facilidades e dificuldades dos estudantes e planeje intervenções com base nessas informações.
Saber+
Para saber mais a respeito da stand-up comedy e dos preconceitos encontrados nessa forma teatral, leia o trabalho indicado a seguir.
• Cristiane Santana Mathias. É só uma piada: Uma breve análise sobre o stand-up brasileiro e o discurso preconceituoso enrustido no humor. São Paulo: úspi, 2015. Disponível em: https://livro.pw/rghwo. Acesso em: 6 nov. 2024.
revêja e siga (p. 310)
Proposições pedagógicas
Nesta proposta, os estudantes devem expressar seus afetos em uma ocupação artística, utilizando obras, objetos e memórias.
Verifique a disponibilidade de um local para a ocupação com a gestão escolar. Com as devidas autorizações, organize com os estudantes um calendário para a ocupação, contendo horários de visita, organização e orientações de funcionamento.
Auxilie os grupos a explorar os recursos disponíveis na escola. Forme equipes para realizar registros fotográficos e em vídeo da ocupação.
Ao final, auxilie na desmontagem.
Página quatrocentos e quarenta e oito
Avaliação e ampliações
Em uma roda de conversação, os estudantes podem rever os registros e avaliar coletivamente a realização da proposta, refletindo sobre o processo criativo, o resultado e a forma como o público interagiu com as criações.
Incentive também a autoavaliação, de modo quê cada estudante reflita sobre suas facilidades e dificuldades nesse processo de criação.
De olho no enêm e nos vestibulares (p. 311)
Proposições pedagógicas
Proponha aos estudantes quê relembrem as estratégias quê já discutiram para realizar exames de larga escala nos capítulos anteriores. Faça, com eles, uma lista delas – é possível quê haja estratégias variadas para um mesmo aspecto do exame, o quê não é um problema, pois estudantes diferentes podem escolher caminhos distintos nesse contexto.
Após construir e analisar coletivamente essa lista, estabêlêça um tempo para quê os estudantes respondam às kestões. Ao final do tempo estabelecido, convide-os a compartilhar suas leituras, análises e respostas. Incentive quê eles argumentem e expliquem aos côlégas os raciocínios quê estabeleceram para chegar às resoluções.
ár-te pelo tempo – Tempo, compositor de múltiplos ritmos e destinos (p. 312)
Proposições pedagógicas
Escolher o quê estudar e como estudar no emaranhado fio da história póde sêr tão desafiador como sair de um grande labirinto. Desse modo, estudar épocas, estilos, artistas e obras é como desemaranhar os fios da memória e da história.
Nesta obra didática, troussémos o tempo Cronos, na seção ár-te pelo tempo e em várias passagens da seção Entre histoórias. No entanto, a proposta principal é caminhar por contextualizações e rekórtis da história da ár-te, trabalhando com o tempo Kairós e valorizando as relações com o universo cotidiano do estudante, o tempo contemporâneo e o pensamento decolonial. Também troussémos o tempo Aion, nos momentos de nutrição estética, nas expedições culturais e no fazer artístico e em encontros significativos com ár-te e cultura.
Giro de ideias (p. 313)
Proposições pedagógicas
Neste momento de leitura e análise do infográfico, se possível, projete as imagens para uma melhor visualização dos estudantes. Você também póde projetar outras imagens de obras artísticas do período ou movimento tratados na linha do tempo. Como já afirmamos, a história da ár-te acontece no fluxo dos tempos e no movimento das ideias, revelando novas estéticas, poéticas e materialidades do fazer artístico.
Avaliação e ampliações
Proponha aos estudantes a construção de uma linha do tempo a partir da data de nascimento deles. Primeiramente, eles devem marcar o ano do nascimento na linha e fazer um desenho quê expresse algum acontecimento dessa data (exemplo: o quê estava acontecendo no mundo ou na ár-te no ano em quê eles nasceram, quê música fazia sucesso etc.). Uma pesquisa prévia ou consultar os familiares, dentro da proposta da sala de aula invertida, póde sêr uma boa metodologia.
Na sequência, eles podem ir completando a linha do tempo com o quê aconteceu em outras datas, como o nascimento de familiares (pais, avós, tataravós), relacionando acontecimentos históricos da ár-te com a sua ancestralidade.
Proponha quê busquem dados para irem completando a linha do tempo, tendo sempre como referência a data do seu nascimento e a de seus antepassados. Eles podem escrever, desenhar, pintar e criar colagens, entre outras possibilidades.
Explore o pensamento decolonial e a valorização de nossas matrizes culturais, assim como a influência de outros povos quê também fizeram parte da formação cultural do povo brasileiro em nossa diversidade. Pela idade dos estudantes, a; ár-te contemporânea deverá aparecer. Aproveite para trabalhar com o sentido dessa expressão, observando o entendimento quê os estudantes construíram até aqui.
Peça aos estudantes quê completem a linha do tempo com as últimas aprendizagens. Retome também as conversas sobre os tempos, por exemplo: como estudar linhas do tempo pela cronologia de Cronos; como fazer contextualizações e escolher tempos oportunos para fruir, criar e poetizar com base na ideia do tempo Kairós etc.
A linha do tempo produzida pêlos estudantes póde servir como material de avaliação tanto de processo como somativa, permitindo rever a história dos percursos didáticos em ár-te propostos por esta obra didática e enriquecidos por você, no protagonismo e na altoría do seu trabalho pedagójikô.