Sumário

  • Um mundo em transformação 419
    • Educação para o século XXI 419
    • Brasil: o mundo mudou E as nossas escolas? 420
      • Mudanças educacionais no Brasil 420
  • O Novo Ensino Médio e a BNCC 421
    • A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 421
  • As juventudes contemporâneas 423
  • Pressupostos teórico-metodológicos 424
    • Interdisciplinaridade 424
    • Metodologias ativas 426
    • Os processos de avaliação 429
      • Avaliar para quê? 429
      • Principais modelos de avaliação 431
  • Abordagem teórico-metodológica específica 433
    • Geografia nesta obra 433
      • A Geografia no Ensino Médio 433
      • Conceitos estruturantes da Geografia 435
    • Propostas didático-pedagógicas 437
      • A Cartografia na escola 437
      • A diversificação das práticas de ensino 438
      • Trabalho de campo 439
      • Uso de TDIC 439
  • Referências comentadas 440
  • Recursos e estratégias didáticas 442
    • Organização das seções de textos, bókses e atividades 442
    • Sugestões de cronograma 443
  • Orientações didáticas específicas 444
    • CAPÍTULO 1 Espaço geográfico e suas representações 450
    • CAPÍTULO 2 Consumo e resíduos sólidos 453
    • CAPÍTULO 3 Desastres naturais ou humanos? 456
    • CAPÍTULO 4 Mudanças climáticas e preservação da vegetação 459
    • CAPÍTULO 5 Dinâmicas do relevo e das águas 462
    • CAPÍTULO 6 Políticas ambientais e ssossiedade civil 465
    • CAPÍTULO 7 Crescimento das cidades e urbanização 469
    • CAPÍTULO 8 Direito à cidade 472
    • CAPÍTULO 9 Viver e produzir no campo 475
    • CAPÍTULO 10 Espaço, alimentação e saúde 478
    • CAPÍTULO 11 Territórios tradicionais 481
    • CAPÍTULO 12 População e suas dinâmicas 485
    • CAPÍTULO 13 Um mundo globalizado 488
    • CAPÍTULO 14 Produção, tecnologia e economia global 491
    • CAPÍTULO 15 Sul Global 495
    • CAPÍTULO 16 Trabalho, ssossiedade e tecnologia 498
    • CAPÍTULO 17 Mundo em movimento: fluxos populacionais 501
    • CAPÍTULO 18 Conflitos e paz: do local ao global 504
  • TRANSCRIÇÕES DOS PODCASTS
  • Podcast – Consumo, tecnologia e resíduos sólidos: você já ouviu falar de obsolescência programada? 509
  • Podcast – Josué de Castro e os desafios do combate à fome no Brasil 510
  • Podcast – A globalização e as platafórmas digitais no mundo do trabalho 511

Página quatrocentos e dezenove

Um mundo em transformação

Educação para o século XXI

No século XXI, a aceleração das inovações tecnológicas ocorre em intervalos de tempo cada vez mais curtos, acarretando uma série de transformações nos âmbitos político, econômico, social e cultural.

Diante dessas transformações vertiginosas da tecnologia, surgem novos produtos e novas maneiras de produzi-los; profissões são extintas e outras são criadas; alteram-se as formas de comunicação e as relações interpessoais. As instituições também são modificadas para se adequarem à nova realidade. A escola, por exemplo, vê-se diante da necessidade de rever suas práticas na formação dos sujeitos quê vivem nesse mundo atual.

Foto de pessoas reunidas em um espaço aberto. Elas estão em roda e de mãos dadas.

Estudantes participam do encontro de lideranças tupinambá e outras etnias de diferentes regiões do país. Rio de Janeiro (RJ), 2024.

A educação contemporânea pressupõe a formação para a vida, no sentido de habilitar o jovem à leitura e à análise crítica da realidade, além de promover o seu desenvolvimento integral nas dimensões física, cognitiva, socioemocional e social. Para atingir esse objetivo, é importante valorizar os conhecimentos prévios e as experiências de vida dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem.

O biólogo, psicólogo e filósofo suíço píagê (1896-1980) foi um dos pioneiros no estudo do desenvolvimento cognitivo e intelectual e do processo de construção do conhecimento. Embora o foco de píagê não fosse a educação formal, suas pesquisas serviram de base para quê outros estudiosos entendessem quê o ponto de partida para a construção de um novo conhecimento é akilo quê o estudante já sabe. Amparado nas pesquisas de píagê, Daví Ausubel (1918-2008), psicólogo estadunidense da área educacional, foi um dos primeiros estudiosos a usar o termo “conhecimento prévio”. Para ele, o conjunto de saberes quê um estudante traz é extremamente importante para a elaboração de novos conhecimentos e para a garantia de uma aprendizagem significativa Nota 1. Sobre a aprendizagem significativa, Farias conclui quê, para Ausubel:

o sujeito já tem uma história, sêndo esta a base para uma aprendizagem significativa. O profissional deve estar atento ao fazer uma intervenção, levando em consideração a formação da estrutura cognitiva do indivíduo, trazendo importantes contribuições para diversas áreas do conhecimento, principalmente, para o campo da Competência em Informação Nota 2.

Na escola do século XXI, marcada pelo fenômeno da globalização e da ssossiedade da informação, torna-se urgente a promoção da discussão, da interpretação dos fatos e da análise crítica das informações, além do uso criativo das novas tecnologias para a construção de conhecimentos. Segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha:

O problema educacional não está, portanto, apenas em utilizar a tecnologia como instrumento avançado no ensino, acompanhar a sua evolução no mundo do trabalho, ou ainda estabelecer a interação entre a escola e a educação informal dos meios de comunicação de massa, mas questionar como deve sêr daqui em diante uma pedagogia quê realmente oriente o cidadão para compreender o mundo transformado pela técnica e atuar sobre ele de maneira crítica. Mais ainda, aprender de modo contínuo — tanto o aluno como o professor —, já quê essas transformações continuarão ocorrendo de modo vertiginoso. Nota 3

Página quatrocentos e vinte

Brasil: o mundo mudou. E as nossas escolas?

No Brasil, após o término da ditadura civil-militar (1964-1985) e o restabelecimento da democracia, algumas conkistas foram alcançadas, entre elas a promulgação da Constituição Federal de 1988, quê estabelece a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, a fim de garantir o pleno desenvolvimento do indivíduo, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Observe a seguir as principais mudanças educacionais no Brasil com base nessas diretrizes constitucionais.

Mudanças educacionais no Brasil

Acompanhe o percurso das principais leis e diretrizes educacionais da década de 1990 a 2024.

> LDB 1996

1 Após um longo período de debates, foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei número 9.394/1996), quê dispôs sobre os princípios e fins da educação no país, baseados na igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; na liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a; ár-te e o saber; no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; no respeito à liberdade e apreço à tolerância, entre outros princípios.

> pê ene éle dê 1996

2 Desde 1996, o Programa Nacional do Livro Didático (pê ene éle dê) prevê a avaliação pedagógica dos livros inscritos no processo de seleção do Ministério da Educação. Essa avaliação toma como base os documentos oficiais da educação do país. O pê ene éle dê garantiu a universalização da distribuição do livro didático na rê-de pública de ensino e a livre escolha dos docentes das obras aprovadas.

> p c ênes 1997-1998

3 Muitas foram as contribuições da LDB para o avanço das reflekções educacionais no país, entre elas as diretrizes fornecidas para a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, quê deram ênfase à compreensão do processo de aprendizagem do estudante, ao desenvolvimento de competências e habilidades, à formação para o exercício da cidadania e à discussão de temas transversais, como Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Consumo.

4 Um novo modelo de Ensino Médio foi sancionado pela lei número 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, quê alterou a LDB de 1996. Essa lei determinou o aumento da carga horária mínima, a ampliação das escolas de tempo integral e a possibilidade de todos os estudantes dessa etapa escolar poderem escolher caminhos de aprofundamento dos seus estudos.

> BNCC 2017-2018

5 O processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) durou cerca de quatro anos e, para isso, foram consultadas diversas entidades representativas dos diferentes segmentos envolvidos com a Educação Básica. Em dezembro de 2017, a BNCC da Educação Infantil e do Ensino Fundamental foi normatizada pelo Conselho Nacional de Educação e homologada pelo MÉC. A parte referente ao Ensino Médio foi entregue ao CNE em abril de 2018 e aprovada e homologada em dezembro do mesmo ano.

> DCNEM 2018

6 Em 2018, foram atualizadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM/2018). As DCNEM/2018 trazem orientações e definições para o planejamento dos currículos escolares e para os sistemas de ensino. As DCMs determinam quê a proposta pedagógica das unidades escolares deve considerar, entre outros aspectos, o reconhecimento e atendimento da diversidade e das diferentes nuances da desigualdade e da exclusão na ssossiedade brasileira e a promoção dos direitos humanos mediante a discussão de temas relativos a raça e etnia, religião, gênero, identidade de gênero e orientação sexual, pessoas com deficiência, entre outros, bem como práticas quê contribuam para a igualdade e para o enfrentamento de preconceitos, discriminação e violência sôbi todas as formas.

> Reforma do Ensino Médio

7 Sancionada pelo presidente da República em 31 de julho de 2024, a lei número 14.945/2024 altera a LDB de 1996 e revoga parcialmente a lei número 13.415/2017, quê dispõe sobre a reforma do Ensino Médio. Entre as mudanças determinadas pela nova lei, destacam-se: a retomada da carga horária da formação geral básica para 2.400 horas, o fomento à matrícula de ensino técnico no Ensino Médio e a regulamentação dos itinerários formativos. Nota 4 Nota 5

Página quatrocentos e vinte e um

O Novo Ensino Médio e a BNCC

Apesar dos avanços apresentados no infográfico, a educação brasileira ainda enfrenta problemas na atualidade. No Ensino Médio, em particular, há grandes desafios, como garantir uma escola mais atrativa para os jovens, oferecer um ensino de qualidade e combater a evasão escolar Nota 6.

A evasão escolar é um fenômeno complékso, quê afeta milhões de jovens todos os anos. As causas são diversas, incluindo problemas socioeconômicos, inadequação do currículo às realidades dos estudantes, dificuldades de aprendizagem ou de acesso à escola, falta de interêsse nos componentes curriculares, entre outros fatores Nota 7. Essa situação compromete não apenas o futuro individual dos jovens mas também o desenvolvimento social e econômico do país Nota 8.

A implementação do Novo Ensino Médio surge como uma estratégia para tornar essa etapa da educação básica mais atraente e eficaz. O Novo Ensino Médio compreende a formação geral básica, incluindo quatro áreas do conhecimento; a formação técnica e profissional e os itinerários formativos.

Com uma proposta de flexibilização curricular, o Novo Ensino Médio permite quê os estudantes escôlham itinerários formativos Nota 9 quê se alinhem aos seus interesses e aspirações educacionais e profissionais. Essa personalização do ensino visa engajar os estudantes, tornando o aprendizado mais relevante e conectado com suas realidades e projeto de vida.

Além díssu, o Novo Ensino Médio propõe uma maior integração entre os componentes curriculares inseridos nas quatro áreas do conhecimento e o incentivo ao desenvolvimento de competências e habilidades. Com essas mudanças, espera-se reduzir a evasão escolar e garantir quê os jovens enxerguem o Ensino Médio não apenas como uma etapa obrigatória, mas como uma oportunidade valiosa para seu futuro. O desafio agora é garantir quê essa nova proposta seja efetivamente implementada e quê todos os estudantes tênham acesso a uma educação inspiradora e de qualidade.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

Um passo importante para concretizar essa proposta foi a aprovação da BNCC do Ensino Médio em 2018, quê delimita os direitos e os objetivos de aprendizagem dos estudantes, expressos no desenvolvimento de competências e habilidades Nota 10. A BNCC não é um currículo, mas sim um orientador curricular. Cabe às Unidades da Federação e aos municípios elaborarem seus currículos com base nos princípios e aprendizagens essenciais definidos por ela.

Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos) e habilidades, como práticas cognitivas e socioemocionais.

O Conselho Nacional de Educação (CNE), responsável por aprovar o texto final em dezembro de 2017, rêzouvêo quê, na BNCC, competências e habilidades estão relacionadas aos direitos e objetivos de aprendizagem dos estudantes. O conceito de competência é associado à mobilização de conhecimentos e habilidades indispensáveis para a vida em ssossiedade. Para isso, foram definidas dez competências gerais, quê devem guiar o trabalho em todos os anos e em todas as áreas de conhecimento. Entre as competências listadas na base estão: trabalhar em grupo, aceitar as diferenças, lidar com conflitos e argumentar, entre outras. Quatro das dez competências tratam do desenvolvimento de habilidades socioemocionais. A proposta da base, no entanto, não é ensinar essas competências d fórma isolada. Por isso, o professor tem papel fundamental no processo. Cabe a ele encontrar formas para, de maneira intencional e planejada, aliar o aprendizado dos conceitos ao desenvolvimento das competências. Além das competências gerais, cada área e cada componente curricular possuem suas competências específicas. As habilidades dizem respeito às aprendizagens essenciais esperadas para cada área, componente curricular e ano. São sempre

Página quatrocentos e vinte e dois

iniciadas por “verbo(s) quê explicita(m) o(s) processo(s) cognitivo(s) envolvido(s)” Nota 11. Exemplo de habilidade em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:

(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais Nota 12.

No Ensino Médio, a BNCC apresenta referências quê rompem com a organização curricular centrada exclusivamente em componentes curriculares, dando maior espaço para o trabalho com as áreas de conhecimento a fim de favorecer as abordagens interdisciplinares. Mais adiante, neste manual, trataremos da abordagem interdisciplinar adotada na coleção.

Seguindo a orientação dêêsse documento oficial Nota 13, cada escola e cada sistema de ensino deverão elaborar o próprio currículo, com o intuito de promover o desenvolvimento dos estudantes nas dimensões intelectual, física, emocional, social e cultural. Esse direcionamento implica quê, além dos aspectos acadêmicos, as unidades de ensino devem expandir a capacidade dos estudantes de lidar com seu corpo e bem-estar, suas emoções e relações, sua atuação profissional e cidadã, sua identidade e repertório cultural.

Nesse sentido, a BNCC defende o princípio de uma educação integral dos estudantes, apontando quê:

[…] a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o quê implica compreender a complexidade e a não linearidade dêêsse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas quê privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades Nota 14.

Assim, a BNCC defende a construção de currículos e propostas pedagógicas quê atendam mais adequadamente às especificidades locais e à multiplicidade de interesses dos estudantes, encorajando o exercício do protagonismo juvenil Nota 15.

O protagonismo póde sêr entendido como a capacidade de enxergar-se como agente principal da própria vida, responsabilizando-se por suas atitudes, distinguindo suas ações das dos outros, e expressando iniciativa e autoconfiança. O estudante protagonista acredita quê póde aprender e encontrar as melhores formas de fazer isso não apenas individualmente, mas atuando d fórma colaborativa e participativa no contexto escolar.

Nesse sentido, a BNCC propõe quê os estudantes deixem de desempenhar um papel de meros espectadores para se tornarem sujeitos ativos do seu processo de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal. Portanto, sugere quê as situações de ensino e aprendizagem devem sêr organizadas de modo quê os estudantes ezêrçam, efetivamente, um papel autoral, ativo, criativo e autônomo de (re)construção e de invenção Nota 16.

Ao considerarmos esse princípio de altoría e de protagonismo juvenil, é necessário quê o professor, a escola e os sistemas de ensino estejam atentos à diversidade de cenários e de condições sócio-culturais nos quais as juventudes contemporâneas estão inseridas. Dentro dessa diversidade, é preciso promover a equidade. Fortalecer a equidade, um dos objetivos centrais da BNCC, pressupõe definir os conhecimentos, as competências e as habilidades quê todos os estudantes devem aprender, ano a ano, ao longo da vida escolar, independentemente de etnia, gênero, classe social ou de onde morem.

Imagem que compara dinâmicas de igualdade e de equidade. Igualdade: consiste em tratar as pessoas como iguais, independentemente de quão diferentes elas sejam. Equidade: consiste em tratar de forma diferente aqueles que não se encontram em situação de igualdade.

Igualdade e equidade: dois princípios da BNCC. Nota 17

Página quatrocentos e vinte e três

As juventudes contemporâneas

As juventudes contemporâneas são profundamente influenciadas por suas realidades culturais e sociais, e o uso de tecnologias desempenha um papel central nesse processo. No contexto da educação, especialmente com as novas propostas do Ensino Médio quê buscam promover o desenvolvimento da autonomia intelectual dos estudantes, é fundamental quê as práticas pedagógicas incorporem temas das culturas juvenis no currículo como ponto de partida e com o objetivo de transcendê-las ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Essa inserção propicía uma conexão maior entre o quê se aprende e as experiências vivenciadas pêlos jovens, tornando a aprendizagem mais significativa e contextualizada Nota 18.

Tal como nos bailes funk, nas tatuagens, no squêit e no grafite, expressões culturais quê abordam kestões sociais e identitárias, a escola deve investigar as preferências e os interesses dos estudantes, como esportes, estilos musicais e artísticos. Essa pesquisa permite quê os projetos curriculares ressoem com as realidades dêêsses jovens, valorizando suas linguagens e modos de vida. Trabalhar com a cultura juvenil enriquece o processo educativo ao permitir discussões sobre diversidade, relações sociais e identitárias, kestões de gênero e outras, envolvendo vários componentes curriculares e promovendo uma abordagem interdisciplinar.

Segundo Jesús Martín-Barbero (1937-2021): “Os jovens nos falam hoje através de outros idiomas: dos rituais de vestir-se, tatuar-se, adornar-se [...]” Nota 19. Diante de um futuro profissional duvidoso, os jovens se movimentam “entre o repúdio à ssossiedade e o refúgio na fusão tribal” Nota 20. Na sua análise, Martín-Barbero ainda destaca o papel quê a música desempenha como organizador social do tempo dos jovens e como demarcação de diferentes identidades Nota 21.

Enfim, ao integrar a cultura juvenil no ambiente escolar e nas práticas educativas, é possível construir um espaço de reflekção crítica e de formação quê valoriza a identidade dos jovens, contribuindo para sua formação plena e autônoma em um mundo em constante transformação.

Promover uma educação de qualidade para todos, reconhecendo quê as necessidades dos estudantes são diferentes, requer uma série de ações, tais como: apôio técnico e financeiro do Ministério da Educação e das secretarias estaduais de educação; apôio dêêsses órgãos à formação de professores; ajustes nos recursos didáticos e nos processos nacionais de avaliação; entre outros.

No processo de construção dos novos currículos por Unidades da Federação e municípios com base nas referências da BNCC, é fundamental a escuta de toda a comunidade escolar, sobretudo dos estudantes, para quê seus anseios e necessidades contextualizem as aprendizagens.

Os conceitos e princípios da BNCC ajudam a dar novo significado para a escola e podem contribuir para a superação das dificuldades enfrentadas no Ensino Médio e para reverter a situação de exclusão de crianças e jovens menos favorecidos econômica e socialmente no Brasil.

Foto de jovem fazendo uma manobra com o skate. Ela se move sobre um corrimão.

Rayssa Leal (2008-) em manobra durante o Skate Total Urbe (STU). Porto Alegre (RS), 2023.

Página quatrocentos e vinte e quatro

Pressupostos teórico-metodológicos

A presente coleção destina-se à formação de jovens do século XXI. Nosso principal objetivo é habilitar o estudante à leitura e à análise crítica da realidade por meio de conceitos, teorias, procedimentos e métodos da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, a fim de quê ele possa perceber as dinâmicas sociais, econômicas, políticas, ambientais e culturais do Brasil e do mundo para transformá-los. Propõe-se, enfim, quê o estudante possa se tornar um cidadão atuante no sentido de buscar soluções para os graves problemas contemporâneos.

A coleção foi elaborada de modo a desenvolver competências e habilidades previstas na BNCC ao longo dos três anos do Ensino Médio, em uma perspectiva de educação integral. A abordagem permite quê as competências gerais e específicas, bem como as habilidades, sêjam trabalhadas por meio do texto principal dos capítulos, das seções, das atividades e dos projetos desenvolvidos, entre outros recursos, sôbi diferentes abordagens.

As competências gerais se articulam com as competências específicas e as habilidades das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (CHS), tomando como base as categorias dessa área do conhecimento: Tempo e Espaço; Territórios e Fronteiras; Indivíduo, Natureza, Sociedade, Cultura e Ética; Política e Trabalho.

Interdisciplinaridade

De acôr-do com Juares da Silva Thiesen,

A interdisciplinaridade, como um enfoque teórico-metodológico […], surge na segunda mêtáde do século passado, em resposta a uma necessidade verificada principalmente nos campos das ciências humanas e da educação: superar a fragmentação e o caráter de especialização do conhecimento, causados por uma epistemologia de tendência positivista em cujas raízes estão o empirismo, o naturalismo e o mecanicismo científico do início da modernidade. Nota 22

No campo educacional, diórges Gusdorf (1912-2000), filósofo e historiador francês, defendeu quê o ensino deveria promover uma abordagem mais integrada, conectando diferentes disciplinas para quê o aprendizado fosse mais significativo e contextualizado Nota 23. Ele via a educação interdisciplinar como uma forma de superar a compartimentalização do conhecimento, incentivando o diálogo entre diferentes áreas e promovendo uma educação mais crítica e reflexiva para enfrentar os desafios contemporâneos Nota 24.

A obra de Gusdorf influenciou pesquisadores brasileiros, como ríltom Japiassu (1934-2015) e Ivani Fazenda (1943-), quê contribuíram significativamente para o desenvolvimento dos estudos sobre interdisciplinaridade. Japiassu e Fazenda concebem a interdisciplinaridade como uma prática quê póde modificar as relações humanas no interior da escola ao promover a efetiva superação da concepção fragmentária de sêr humano e do saber Nota 25. Nesse sentido, a interdisciplinaridade póde promover a integração de conhecimentos, visando a uma compreensão mais ampla e profunda dos fenômenos sociais, naturais e culturais, a fim de transcender a divisão tradicional do saber em disciplinas estanques.

No livro Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa, Fazenda oferece uma reflekção mais profunda sobre as práticas interdisciplinares na escola, incentivando a experimentação e a flexibilidade no currículo. Ela sugere quê a interdisciplinaridade não deve sêr vista como um modelo rígido, mas como uma prática dinâmica quê póde sêr adaptada de acôr-do com as necessidades dos estudantes e os contextos educacionais. Ela afirma quê: “O papel do professor é o de mediador entre as disciplinas e os alunos, não se tratando de diluir conteúdos, mas de encontrar pontos de intersecção quê permítam ao estudante vêr as conexões entre os diferentes saberes” Nota 26.

Por sua vez, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (Ônu), quê visam garantir o bem-estar e os direitos das pessoas em um planêta mais saudável e próspero, podem sêr um dos pontos de intersecção e um fio condutor para o trabalho da interdisciplinaridade. Por exemplo, ao trabalhar o ODS 13, quê trata da ação contra a mudança global do clima Nota 27, d fórma interdisciplinar, é possível integrar conhecimentos das Ciências Humanas e Sociais e das Ciências da Natureza, discutindo não apenas os impactos do aquecimento global, em relação à biodiversidade e ao

Página quatrocentos e vinte e cinco

meio ambiente, mas também as implicações sociais, econômicas, históricas e políticas dessa quêstão. A interdisciplinaridade permite que os estudantes analisem o problema sôbi diferentes perspectivas e busquem soluções integradas, quê considerem tanto o desenvolvimento tecnológico quanto as políticas públicas e a responsabilidade individual e coletiva.

Quadro intitulado 'Objetivos de desenvolvimento sustentável'. Os objetivos são os seguintes: '1. Erradicação da pobreza. 2. Fome zero e agricultura sustentável. 3. Saúde e bem-estar. 4. Educação de qualidade. 5. Igualdade de gênero. 6. Água potável e saneamento. 7. Energia limpa e acessível. 8. Trabalho decente e crescimento econômico. 9. Indústria, inovação e infraestrutura.  10. Redução das desigualdades. 11. Cidades e comunidades sustentáveis. 12. Consumo e produção responsáveis. 13. Ação contra a mudança global do clima. 14. Vida na água. 15. Vida terrestre. 16. Paz, justiça e instituições eficazes. 17. Parcerias e meio de implementação'.

Quadro dos objetivos estabelecidos pelas Nações Unidas para o cumprimento da Agenda 2030 no Brasil. Nota 28

Outro ponto de intersecção, quê póde servir como eixo para projetos interdisciplinares na escola, são os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs). Os TCTs estão divididos em seis macroáreas temáticas: Meio Ambiente; Ciência e Tecnologia; Multiculturalismo; Cidadania e Civismo; Economia; e Saúde.

Esquema 'TCTs – macroáreas temáticas'.  Os 'Temas Contemporâneos Transversais na BNCC', são: Meio Ambiente: Educação Ambiental, educação para o Consumo. Economia: Trabalho, educação financeira e educação fiscal. Saúde: saúde, educação alimentar e nutricional. Cidadania e Civismo: Vida familiar e social, educação para o trânsito, educação em direitos humanos, direitos da criança e do adolescente, processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. Multiculturalismo: diversidade cultural, educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras. Ciência e tecnologia: Ciência e tecnologia.

Esquema dos elemêntos abordados pêlos TCTs Nota 29.

Embora os TCTs devam sêr incorporados e atravessar todas as áreas de conhecimento d fórma contínua, esses temas podem sêr trabalhados de maneira interdisciplinar. Por exemplo: a macroárea Meio Ambiente póde sêr abordada conectando Biologia (conhecimentos sobre ecossistemas), Geografia (mudanças climáticas e impactos ambientais), Sociologia e Filosofia (discussão sobre políticas ambientais e ética ambiental). Nesse caso, o tema transversal sérve como um eixo temático, enquanto a interdisciplinaridade é um método quê facilita a integração de diferentes áreas do conhecimento para um

Página quatrocentos e vinte e seis

estudo mais rico e aprofundado, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (p c n) Nota 30.

Conforme previsto na BNCC, é importante quê o estudante aprenda sobre temas contemporâneos relevantes para sua atuação na ssossiedade Nota 31. Na coleção, essas temáticas são largamente exploradas nos capítulos, nos textos, nas seções, nos projetos e em seções de atividades, quê trabalham com diferentes TCTs.

A interdisciplinaridade é explorada em especial na seção Conexões com… por meio de textos, atividades de leitura, de pesquisas, da análise de dados, gráficos e tabélas, entre outros, com o intuito de evidenciar o entrelaçamento dos saberes das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas com as demais áreas de conhecimento.

Assim, a coleção propicía a criação de situações didáticas, de problemáticas e de projetos quê encaminham aulas interdisciplinares dentro das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e, eventualmente, com os professores das áreas de Ciências da Natureza, de Matemática e de Linguagens.

Vale destacar quê a interdisciplinaridade não significa o abandono das especificidades dos diferentes campos do saber, tampouco a criação de uma nova ciência quê passaria a regular esses campos. O olhar específico da História para a temporalidade ou o olhar específico da Geografia para o espaço, assim como o modo de a Sociologia analisar as interações sociais ou de a Filosofia refletir de modo totalizante não podem sêr ignorados. Essa especificidade se manifesta no diálogo e na aproximação, evidenciando quê podemos construir novas formas de refletir sobre o mundo por meio dêêsses olhares distintos.

Portanto, concordamos com Jayme Paviani (1940-), quando afirma quê:

A interdisciplinaridade não é apenas a integração de um conjunto de relações entre as partes e o todo, mas também uma descoberta de propriedades quê não se reduzem nem ao todo nem às partes isoladas. Em seu nível mais alto, é uma modalidade de relação quê, sem eliminar as contribuições individuais das disciplinas, as intégra num único projeto de conhecimentos Nota 32.

Metodologias ativas

As metodologias ativas têm sua origem no movimento chamado Escola Nova, quê defendia uma metodologia de ensino centrada na aprendizagem pela experiência e no desenvolvimento da autonomia do estudante.

Um dos expoentes da Escola Nova foi o filósofo estadunidense Diôn Dewey (1859-1952). Dewey defendia a ideia de quê os estudantes aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados Nota 33. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo, e os estudantes passaram a sêr incentivados a experimentar e pensar por si mesmos.

As metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes, com ênfase na observação de evidências, na formulação de hipóteses, na experimentação prática, entre outros recursos quê promovam uma aprendizagem ativa, diferenciando-se da aprendizagem passiva. Veja essas diferenças no qüadro a seguir.

Diferença esquemática entre estratégias de aprendizagem ativa e passiva Nota 34

Atividades de aprendizagem ativa

Atividades de aprendizagem passiva

Observação de evidências no contexto

Memorização

Formulação de hipóteses

Reprodução de informações

Experimentação prática

Estudo teórico

Tentativa e êrro

Reprodução de protocólos ou tutoriais

Comparação de estratégias

Imitação de métodos

Registro (inicial, processual e final de aprendizagens)

Ausência de registro

Favorecimento de foco atencional dinâmico e mediado por colaboração entre pares

Foco atencional mais repetitivo, estático e individual

Página quatrocentos e vinte e sete

Existem diferentes tipos de metodologias ativas, como sala de aula invertida, aprendizagem por projetos, aprendizagem baseada em problemas, gamificação etc., além de modelos híbridos, quê são combinações de metodologias ativas e recursos digitais. O esquema a seguir representa as etapas de uma sala de aula invertida.

Esquema 'Sala de aula invertida'. Antes da aula, o professor prepara conteúdo e compartilha com os alunos. Os alunos acessam conteúdo. Utilizam-se as seguintes habilidades cognitivas: recordar e compreender. Durante a aula, o professor esclarece dúvidas e todos realizam atividades práticas. Utilizam-se as seguintes habilidades cognitivas: aplicar, analisar, avaliar e criar. Depois da aula, o professor avalia e decide por novo tópico e os alunos revisam o conteúdo. Utilizam-se as seguintes habilidades cognitivas: recordar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar. Nesse modelo, utilizam-se as seguintes habilidades socioemocionais: motivação, autonomia, perseverança, autocontrole, resiliência, colaboração, comunicação, criatividade, entre outras. Integração do modelo de sala de aula invertida com metodologias ativas. Antes da aula, 2 a 7 dias antes, o professor prepara conteúdo e compartilha com os alunos. Os alunos, 2 a 7 dias antes da aula, acessam conteúdos, respondem questões e, 12 horas antes da aula, enviam ao professor. Em seguida, o professor avalia respostas e planeja atividade. Estabelece-se o Just-in-Time Teaching. Utilizam-se as seguintes habilidades cognitivas: recordar e compreender. Durante a aula. O professor esclarece dúvidas, e todos juntos realizam peer instruction, aprendizagem baseada em problemas, fazem experiências, jogos, simulações. E também a problematização, realizando uma aprendizagem baseada em projetos. Utilizam-se as seguintes habilidades cognitivas: aplicar, analisar, avaliar e criar. Depois da aula. O professor avalia e decide por novo tópico. Os alunos revisam conteúdos e complementam atividades. Utilizam-se as seguintes habilidades cognitivas: recordar, compreender, aplicar, analisar, avaliar, criar. Soma-se ao just-in-Time Teaching, outras metodologias ativas de sala de aprendizagem, como: ambiente flexível, atividades assíncronas, caos controlado, múltiplas formas de Avaliação. Nesse modelo, utilizam-se as seguintes habilidades socioemocionais: motivação, autonomia, perseverança, autocontrole, resiliência, colaboração, comunicação, criatividade, entre outras.

Esquema dos elemêntos quê compõem a metodologia de sala de aula invertida Nota 35.

Página quatrocentos e vinte e oito

A proposta metodológica favorece a utilização de algumas metodologias ativas. A sala de aula invertida, por exemplo, póde sêr organizada pelo professor ao fazer uma conversa inicial a respeito de um novo conteúdo. Em seguida, o professor póde solicitar a leitura prévia de parte do texto central do capítulo ou a leitura de textos das seções como atividade extraclasse. Nesse momento extraclasse, os estudantes, além de ler os textos, pódem anotar suas dúvidas e fazer um glossário com as palavras-chave no caderno. Na classe, o professor pode retomar as dúvidas e as palavras-chave selecionadas em uma aula dialogada de compartilhamento e análise das informações obtidas pêlos estudantes. Depois, o professor póde escolher algumas das atividades do livro, principalmente aquelas quê solicitam a criação de diferentes gêneros textuais, dramatizações, entre outras, para quê os estudantes possam aplicar o quê estão aprendendo d fórma criativa e autoral.

Outra estratégia de aprendizagem ativa privilegiada é a aprendizagem baseada em problemas, presente em algumas seções. São partes nas quais se desen vólve a capacidade do estudante de interrogar a realidade e analisar problemas. As interpretações e soluções dos problemas levantados são buscadas tanto individualmente como em pares. O conhecimento produzido nessas atividades é socializado por meio de propostas variadas. Com base na problemática apresentada, os estudantes pesquisam informações em seu bairro, na própria escola por meio de entrevistas ou em consultas nos meios digitais. Depois, compartilham com os côlégas suas descobertas e debatem sobre o papel e a importânssia dêêsses movimentos sociais no mundo contemporâneo. A aprendizagem baseada em problemas confere aos estudantes uma posição de maior protagonismo. Ela desen vólve as habilidades de pesquisa e o raciocínio crítico. Os estudantes são incentivados a buscar soluções para problemas compléksos e reais individualmente e d fórma colaborativa. Para mais informações sobre a aprendizagem baseada em problemas, recomendamos a obra Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática Nota 36.

Na obra, adota-se também a aprendizagem por projetos, explorada na seção Investigação. É sugerido em quais momentos do processo de ensino-aprendizagem o professor poderá pôr o projeto em execução. Dependendo do arranjo quê o professor fizer dos capítulos e das séries do Ensino Médio, um mesmo projeto poderá sêr realizado em diferentes anos letivos, de acôr-do com o seu interêsse e a conveniência para ele e os estudantes.

A proposta dessa seção é favorecer a metodologia de aprendizagem por projetos. José Moran trata da importânssia dessa metodologia no processo de aprendizagem:

É uma metodologia de aprendizagem em quê os alunos se envolvem com tarefas e desafios para […] desenvolver um projeto quê tenha ligação com a sua vida fora da sala de aula. No processo, eles lidam com kestões interdisciplinares, tomam decisões e agem sózínhos e em equipe. Por meio dos projetos, são trabalhadas também suas habilidades de pensamento crítico e criativo e a percepção de quê existem várias maneiras de se realizar uma tarefa, competências tidas como necessárias para o século XXI. Nota 37

Esquema 'Elementos essenciais para aprendizagem baseada em projetos'. Os principais conhecimentos e habilidades para o século 21 são:  Problema ou questão desafiadora; Originalidade; Espírito de exploração; Crítica e revisão; Voz do estudante; Reflexão; Apresentação de um produto.

Esquema dos elemêntos quê compõem a aprendizagem baseada em projetos Nota 38.

A aprendizagem por projetos é um grande desafio para a educação brasileira na atualidade. A falta de tempo para o planejamento coletivo e a pouca experiência com práticas pedagógicas interdisciplinares por parte de alguns professores podem sêr obstáculos quê precisarão sêr superados para a implementação de aulas e projetos quê integrem diferentes disciplinas e áreas do conhecimento. A proposta desta obra é colaborar para a superação dêêsses desafios, sugerindo e orientando a execução de projetos.

Página quatrocentos e vinte e nove

As formas de organização das turmas são partes fundamentais para a implementação eficaz das metodologias ativas, ajudando a criar situações didáticas mais dinâmicas e participativas. Os diferentes arranjos das atividades em sala de aula – trabalho em pares, em grupo ou individual – podem sêr utilizados em variadas situações didáticas para favorecer a aprendizagem dos estudantes. Esses arranjos, é claro, dependem da realidade e dinâmica de cada professor e de cada turma.

O trabalho em pares póde sêr utilizado em alguns momentos em quê seja importante quê, em duplas, os estudantes discutam sobre um tema ou um desafio e quê tróquem informações usando seus conhecimentos prévios, por exemplo, para realizar as atividades de abertura dos capítulos. Pode-se experimentar distintas organizações: estudantes com níveis de aprendizado e habilidades diferentes ou semelhantes. O conhecimento quê o professor adqüire gradualmente sobre a turma é muito importante para decidir como as duplas serão formadas.

O trabalho em grupo favorece o protagonismo e a autonomia dos estudantes, além de proporcionar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como liderança, empatia, flexibilidade, autocontrole, resolução de conflitos, entre outras.

píagê desenvolvê-u algumas pesquisas em quê apresentava as observações psicológicas sobre o trabalho em grupo. Ele concluiu quê: a organização em grupos privilegia a participação do estudante como sujeito ativo no processo de aprendizagem; a troca equilibrada entre o estudante e seus côlégas é um efetivo exercício cognitivo, para quê ele tenha contato com questionamentos e visões diferentes das próprias e das do docente; o trabalho em grupo é um instrumento para a formação do pensamento racional e da personalidade, pois “aprendemos a nos conhecer pela oposição das vontades e das opiniões com as quais nos deparamos, pela troca e pelo diálogo, pêlos conflitos e pela compreensão mútua” Nota 39. A coleção busca criar várias situações para promover o trabalho em grupo, tanto nas seções como nas atividades ao longo do capítulo.

Os trabalhos individuais permitem um acompanhamento mais próximo do processo de aprendizado de cada estudante. Ele póde sêr complementar ao trabalho em grupo, por exemplo, em seminários. Nesses seminários, os alunos podem elaborar os resumos e esquemas explicativos em grupo e serem avaliados individualmente na apresentação dos temas para quê o professor possa aferir o quanto cada estudante aprendeu, quais são suas habilidades de comunicação oral e de organização do discurso. Na obra, várias atividades podem sêr usadas para trabalhos individuais, como as atividades de meio e fim dos capítulos.

Essas diferentes formas de organização do trabalho em sala de aula configuram também diversas possibilidades de disposição do espaço físico da classe. Segundo José Moran:

O ambiente físico das salas de aula e da escola como um todo também precisa sêr redesenhado dentro desta nova concepção mais ativa, mais centrada no aluno. As salas de aula podem sêr mais multifuncionais, quê combinem facilmente atividades de grupo, de plenário e individuais. Nota 40

Os processos de avaliação

Avaliar para quê?

A avaliação faz parte do processo de ensino-aprendizagem e suscita muitas dúvidas em nós, docentes. O quê avaliar? Como avaliar? Em quê momento? Com quais finalidades? Essas são algumas kestões quê permeiam as discussões de professores e pesquisadores da área de educação, e as respostas podem sêr as mais variadas, dependendo da concepção e da prática pedagógica dêêsses sujeitos, bem como dos objetivos de aprendizagem e das características e finalidades de cada escola e sistema de ensino.

Embora não haja respostas definitivas, “a avaliação escolar, hoje, só faz sentido se tiver o intuito de buscar caminhos para a melhor aprendizagem” Nota 41, como afirma Jussara Hoffmann.

Dessa maneira, coloca-se o foco no aprender, o quê implica reflekções a respeito do currículo, da gestão escolar, do tipo de tarefa a sêr realizado pêlos estudantes, da organização da turma de acôr-do com os objetivos de cada aula e das formas de avaliar. Independentemente do modelo de avaliação, o importante é côlher informações sobre o quê o estudante já conhece e domina e sobre suas necessidades para avançar na sua aprendizagem não apenas de conteúdos mas também de competências.

No cenário atual da educação brasileira, em quê a BNCC e suas diretrizes baseadas no desenvolvimento de competências gerais e específicas estão sêndo implementadas nas escolas e rêdes de ensino, a reflekção sobre a avaliação de competências torna-se fundamental.

Página quatrocentos e trinta

O sociólogo filípe Perrenoud (1944-) aponta algumas características da avaliação de competências, como a observação qualitativa, o diálogo constante entre estudante e professor ou entre pares, a autoavaliação (de quê trataremos a seguir), a compreensão do êrro e a análise crítica da resolução de problemas. Além dessas características, Perrenoud destaca a importânssia de tarefas contextualizadas, da abordagem de problemas compléksos, da utilização funcional de conhecimentos disciplinares, do prévio conhecimento das exigências das tarefas e dos critérios de avaliação como condições relevantes para a aprendizagem Nota 42.

Com base nessas características, a avaliação (assim como a autoavaliação) póde servir ao estudante para a autorregulação das aprendizagens por meio do desenvolvimento da metacognição (ver os esquemas a seguir) e da oportunidade de perceber os seus avanços ou necessidades em relação aos domínios esperados. Para o professor, a avaliação póde ajudar a demarcar as conkistas e a forma de raciocínio de cada estudante o suficiente para auxiliá-lo a avançar nos objetivos de aprendizagem. Para a escola, esse modo de avaliar põe em questão não somente o projeto educacional mas também uma mudança social por meio da ação protagonista dos estudantes para a resolução de problemas da sua comunidade.

Esquema 'Autorregulação da aprendizagem'. Apresenta-se a fase de execução, a fase de autorreflexão e a fase de antecipação, que estão interconectadas. A fase de execução, inclui o 'autocontrole; autoinstrução; imaginação; foco da atenção; estratégia de tarefa; estrutura ambiental; procura por ajuda; auto-observação; monitoramento metacognitivo; autorregistro'. A fase de autorreflexão, inclui o 'autojulgamento; autoavaliação; atribuição causal; autorreação; autossatisfação/afeto; adaptativa/defensiva'. A fase de antecipação, inclui a 'análise da tarefa; estabelecimento de objetivos; planejamento estratégico; crenças de automotivação/valor; autoeficácia; expectativa de resultados; interesse na tarefa/ valor; orientação às metas'.

Esquema das fases de autorregulação da aprendizagem Nota 43.

Esquema 'Metacognição'.  A Metacognição inclui 'Componentes metacognitivos' e 'Elementos metacognitivos'. Os 'componentes metacognitivos' são o 'conhecimento do conhecimento' e o 'controle executivo e autorregulador'. O 'conhecimento do conhecimento' se conecta aos seguintes 'elementos metacognitivos': 'pessoa, tarefa, estratégia'. O 'controle executivo e autorregulador' se conecta aos seguintes 'elementos metacognitivos': 'planificação, monitoração, avaliação'.

Esquema dos componentes e elemêntos metacognitivos Nota 44.

Página quatrocentos e trinta e um

Principais modelos de avaliação

Com base no quê foi exposto, podemos concluir quê a avaliação vai além de provas, trabalhos e outras atividades formais. A avaliação deve sêr para o professor uma ferramenta de análise do “ponto de partida e de chegada do processo pedagógico” Nota 45. Para isso, o professor póde lançar mão de diferentes modelos de avaliação.

José Moran afirma quê o processo de avaliação póde acontecer

de várias formas: avaliação diagnóstica, formativa, mediadora; avaliação da produção (do percurso – portfólios digitais, narrativas, relatórios, observação); avaliação por rubrícas (competências pessoais, cognitivas, relacionais, produtivas); avaliação dialógica; avaliação por pares; autoavaliação; avaliação ôn láini; avaliação integradora, entre outras Nota 46.

Como se póde perceber, há uma grande variedade de possibilidades avaliativas, quê devem se adequar ao projeto pedagójikô de cada professor e unidade de ensino, bem como aos conteúdos e às competências a serem desenvolvidos ou aos objetivos de aprendizagem. A seguir, comentamos alguns dêêsses tipos de avaliação.

A avaliação diagnóstica é usada para identificar o quê um estudante sabe e em quais aspectos está defasado. Ela normalmente acontece no início de um novo segmento da Educação Básica ou no início de uma nova sequência didática do professor e abrange tópicos quê serão ensinados aos estudantes nas próximas aulas.

Os professores utilizam as informações das avaliações diagnósticas para nortear o quê e como ensinar. Com a aplicação dessa técnica, eles passarão mais tempo ensinando as habilidades nas quais seus estudantes enfrentam mais dificuldades de acôr-do com os resultados obtidos. A avaliação diagnóstica também póde sêr uma ferramenta útil para os pais. O fídi-béqui quê os estudantes recebem nessas avaliações aponta quê tipo de conteúdo eles estão trabalhando em aula e permite aos pais prever quais são as habilidades ou as áreas em quê seus filhos poderão enfrentar dificuldades.

A avaliação diagnóstica póde sêr empregada no início dos capítulos: essa avaliação póde fornecer informações ao professor sobre os conhecimentos prévios dos estudantes em relação aos conceitos e temas quê serão discutidos. Sugerimos quê, por meio da Abertura do capítulo, o professor promôva essa análise das habilidades, dos conhecimentos e dos interesses dos estudantes, já tendo em mente os objetivos quê pretende alcançar com o grupo.

Nesse momento, podem-se registrar as conclusões iniciais da turma, a fim de retomá-las ao final do estudo, com o objetivo de os estudantes fazerem as correções e complementações necessárias. Nas páginas de Abertura do capítulo são propostas, também, kestões problematizadoras do estudo. Essas kestões podem sêr retomadas durante a investigação do capítulo para quê os estudantes façam registros das informações e dos conceitos aprendidos para responder a elas ao final dêêsse processo e avaliar o tanto quê avançaram em seus conhecimentos sobre os conteúdos estudados e aperfeiçoaram suas habilidades.

A ideia de avaliação formativa foi criada pelo filósofo anglo-australiano máicou Scriven (1928-2023), em seu artigo A metodologia da avaliação, publicado em 1967. Nesse trabalho, o pesquisador afirmou quê apenas a “observação sistemática do professor consegue aprimorar as atividades de classe e garantir quê todos aprendam” Nota 47. Assim, por se basear na observação diária do dêsempênho dos estudantes, a avaliação formativa pressupõe quê os estudantes possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes.

Na avaliação formativa, é mais relevante obtêr informações sobre a aprendizagem do estudante, com a finalidade de ajudá-lo a progredir no seu aprendizado, do quê atribuir uma nota ou conceito a ele. Nesse sentido, a avaliação deve servir para orientar o trabalho desenvolvido em sala de aula, com a necessária diversificação do planejamento para fazer com quê todos aprendam.

Em outras palavras, em um processo de avaliação formativa, os estudantes são ponto de partida e de chegada. Nós, professores, obtemos informações quê podem sêr usadas para ajudar os diferentes estudantes a aprender. Em consequência díssu, é necessário pensar em propostas diferenciadas (provas orais ou escritas, testes, seminários, produção de textos, análise de filmes, mapas conceituais etc.). Quando a variabilidade didática não acontece, a avaliação formativa não se concretiza de fato Nota 48, como afirma o pesquisador francês

Página quatrocentos e trinta e dois

xárlês Hadji (1942-). A parte específica do manual possui diversos materiais complementares quê podem auxiliar nessas propostas diferenciadas.

Individualizar o ensino, pensar em soluções criativas para ajudar os estudantes, criar instrumentos para obtêr informações consistentes sobre a aprendizagem dos estudantes e analisá-las para produzir ações corretivas são algumas das dificuldades enfrentadas pêlos docentes quê assumem esse desafio. Porém, muitos professores quê encaram esses desafios afirmam quê ele é difícil, mas vale a pena, pois a construção de uma ssossiedade democrática pressupõe quê todos tênham o direito de aprender.

Uma das formas para viabilizar esse tipo de avaliação é adotar fichas de orientação para as atividades e os trabalhos. Hadji propõe a decomposição da tarefa em suas etapas primordiais para a elaboração de critérios de realização, quê norteiam os estudantes na execução da atividade e o professor na apreciação dela. Esses critérios também informariam sobre as dificuldades, necessidades e facilidades encontradas pêlos estudantes ao cumprir a tarefa.

As fichas devem sêr ajustadas e adaptadas à realidade de cada sala de aula e aos conhecimentos e às competências desenvolvidos anteriormente pelo professor e pêlos estudantes. O fundamental é quê elas ajudem tanto na execução da tarefa como na avaliação, informando ao professor quais foram as facilidades e as dificuldades encontradas pêlos estudantes. Assim, o docente poderá planejar novas estratégias de ensino.

Pode-se recorrer às fichas de orientação e à explicitação de critérios de avaliação para auxiliar o estudante nas diversas atividades ao longo do texto principal e nas seções, o quê facilita fornecer fídi-béqui durante o aprendizado.

A avaliação somativa é geralmente realizada ao final de um programa de estudos. Ela póde sêr mensal, bimestral, trimestral ou semestral e tem como objetivo mensurar o quanto os estudantes aprenderam por meio da aplicação de provas escritas ou orais, testes, seminários, relatórios, produção de textos, entre outros instrumentos. Com base nos resultados dêêsses diferentes instrumentos de avaliação, o professor póde estabelecer uma nota ou um conceito para cada estudante. Na coleção, as atividades apresentadas no decorrer ou no fim dos capítulos podem sêr utilizadas para a aplicação de avaliações somativas.

Cabe lembrar quê a avaliação formativa e a somativa podem sêr complementares. A somativa classifica os estudantes pela quantidade de conhecimentos quê eles dominam e é usada também fora da escola em concursos, exames ou vestibulares, enquanto a avaliação formativa se preocupa mais com os aspectos qualitativos do processo de ensino-aprendizagem, sêndo muito adequada no dia a dia da sala de aula.

Por fim, a autoavaliação deve acompanhar todas as formas de avaliação, sêjam somativas, sêjam formativas. No fechamento de cada etapa do processo avaliativo, seja ela feita por blocos de conteúdos ou associada a períodos escolares, enfatizamos a importânssia da autoavaliação, momento em quê o estudante póde fazer um balanço de seu próprio aproveitamento, contando com o acompanhamento do professor. Para viabilizar a autoavaliação, devem-se apresentar, no início do trabalho com a turma, os objetivos mínimos a serem alcançados. Ao serem realizadas provas, atividades, relatórios etc., podem-se retomar os temas estudados e relembrar com os estudantes os objetivos preestabelecidos.

Esses dados servirão de parâmetros para a autoavaliação, quê póde sêr oral ou escrita. É importante lembrar que nêm todos os estudantes sentem-se suficientemente seguros para se exporem diante do grupo e quê essa característica deve sêr respeitada. É fundamental apoiar-se nos resultados dêêsse processo avaliativo para discutir conkistas e necessidades, a fim de definir posteriores mudanças.

A respeito da autoavaliação, César Coll e Elena Martín afirmam:

As atividades de avaliação deveriam atender mais a essa possível e desejável função autorreguladora por meio de uma apresentação prévia, clara e explícita daquilo quê se pretende avaliar, das finalidades perseguidas e da análise posterior dos resultados obtidos. […] Nota 49

Portanto, as conclusões da autoavaliação podem servir tanto para suscitar ações individuais como para redefinir os rumos de um projeto para a turma como um todo. Pode-se ir além da análise de conteúdos e conceitos e discutir as posturas dos estudantes perante o estudo e as tarefas, bem como em relação à convivência com os côlégas e com o professor. Sugerimos a utilização de fichas de autoavaliação para o estudante a cada finalização de capítulo, d fórma a retomar os objetivos de aprendizagem apontados no início do capítulo.

Página quatrocentos e trinta e três

Abordagem teórico-metodológica específica

Geografia nesta obra

Inúmeros são os professores quê teimam, talvez por comodismo, em exigir das pobres inteligências infantis infindáveis listas de nomes e de números, martirizando-os sem nenhuma necessidade e fazendo-as detestar, com tôda razão, esta belíssima e utilíssima ciência da Terra e do Homem, quê se chama Geografia. Nota 50

A afirmação quê transcrevemos anteriormente está na abertura do livro Geografia das crianças desde a 1ª edição, lançada ainda na década de 1940. Nela, o geógrafo Aroldo de Azevedo (1910-1974) se dirige aos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, então primário. Se ele viajasse no tempo e desembarcasse nas salas de aula atuáis, ficaria satisfeito com a Geografia quê trabalhamos com nóssos estudantes?

As “infindáveis listas de nomes e de números” Nota 51 estão cada vez menos presentes nas aulas de Geografia das escolas brasileiras. A valorização da memorização, ainda quê possa ter resistido em alguns casos, não é mais uma atividade predominante no ensino de Geografia. Nesse sentido, nosso convidado do passado, Aroldo de Azevedo, ficaria satisfeito em saber quê essas práticas foram superadas. No entanto, a expectativa dele de “dar vida e movimento aos temas abordados” Nota 52 ainda não teve uma repercussão tão exitosa.

Os professores quê compartilham dessa expectativa do antigo mestre irão encontrar nesta obra apôio para a elaboração e, principalmente, a execução de seus planos de ensino. Conteúdos da Geografia Escolar no Ensino Médio estão entremeados aos Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) e a contextualizações quê visam fazer relação com a vida dos estudantes, buscando responder a demandas atuáis de nossa ssossiedade. Isso também possibilita estabelecer diálogos com outros componentes curriculares.

Escolher a dinâmica em lugar das abordagens estanques da realidade revela algumas concepções quê nortearam a elaboração da obra: o conhecimento não é tomado como um fim em si, mas como um processo contínuo de atribuição de novos significados ao quê se sabe e se aprende; o conhecimento é também considerado um mobilizador de saberes, quê, ao serem correlacionados e articulados, propiciam o desenvolvimento de habilidades e competências. A articulação dos conteúdos e temas presentes nesta obra sérve ao propósito essencial da Geografia: abordar as relações sociedade-natureza e suas implicações espaciais.

O principal objetivo do ensino de Geografia na Educação Básica é desenvolver habilidades e competências relacionadas à leitura do espaço geográfico. Conhecer o mundo em quê vivemos, compreen-dê-lo para nele intervir faz parte da leitura das dimensões espaciais da vida social. A contribuição da Geografia é, portanto, essencial para o desenvolvimento do protagonismo dos estudantes na construção do conhecimento e na busca de soluções para problemas de diversas escalas espaciais (comunidade, município, Unidade da Federação, mundo etc.) e de diferentes dimensões (pessoal, familiar, comunitária, nacional etc.). Nesse processo, o professor tem papel de mediador. Dessa forma, o conhecimento científico se desdobra com a realidade vivida.

O conhecimento, seja pelas narrativas do quê foi produzido ao longo da história, seja pelo esfôrço de conhecer a realidade do lugar da vida dos sujeitos, quê por vezes resulta simplesmente do senso comum, mas, sistematizado, póde sêr um poderoso instrumento de construção da cidadania. […] Produzimos assim um conhecimento quê é científico, mas quê se desdobra a partir da realidade vivida. Nota 53

A Geografia no Ensino Médio

Em conformidade com o objetivo de construir ferramentas quê auxiliem os estudantes nas leituras do espaço geográfico de modo autônomo e crítico, nesta obra, o ensino de Geografia no Ensino Médio está calcado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Elaborado com base em uma perspectiva atual do panorama educacional brasileiro, esse documento representa um avanço no sentido de lançar fundamentos pedagógicos e prever aprendizagens fundamentais para o Ensino Básico em todo o

Página quatrocentos e trinta e quatro

território nacional, levando em consideração a diversidade cultural, econômica e socioespacial do país. De acôr-do com a BNCC, a finalidade do Ensino Médio é:

Garantir a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental [...]. Além de possibilitar o prosseguimento dos estudos a todos aqueles quê assim o desejarem, o Ensino Médio deve atender às necessidades de formação geral indispensáveis ao exercício da cidadania e construir “aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da ssossiedade contemporânea” […]. Nota 54

Nessa etapa, como jovens cidadãos com suas experiências representam o foco do aprendizado, deve-se incentivar uma leitura de mundo sustentada em uma visão crítica e contextualizada da realidade, no domínio conceitual e na elaboração e aplicação de interpretações sobre as relações, os processos e as múltiplas dimensões da existência humana.

O Ensino Médio tem como um dos objetivos centrais formár estudantes para o pleno exercício da cidadania. Essa formação deve estar conectada às juventudes e à complexidade do mundo atual. Para isso, desde a reforma quê instituiu a BNCC, em 2018, os componentes curriculares foram organizados em grandes áreas do conhecimento, de modo quê o currículo escolar viabilize propostas didático-pedagógicas mais compléksas, capazes de ultrapassar as limitações impostas por currículos fragmentados e engessados.

A Geografia está inserida na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, orientada a estabelecer diálogos com os componentes curriculares – Filosofia, História e Sociologia – e com outras áreas do conhecimento. A formação ética e cidadã é um pilar estruturador tanto da área quanto da própria formação integral dos estudantes. Preocupação central da BNCC e desta obra, o Ensino Médio, quê visa ter como protagonistas as juventudes inseridas na miríade de culturas juvenis contemporâneas, exige formas de ensino quê possuam abertura para a valorização de estudantes com diferentes perfis e habilidades.

Dentro da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, cabe à Geografia construir as bases para a leitura e a compreensão dos processos quê formam e transformam o espaço geográfico em suas múltiplas dimensões analíticas e de representação. A estruturação e a complexificação do raciocínio geográfico e espacial também são pontos fundantes do componente. Cabe à Geografia, ainda, fornecer os princípios, os instrumentos e as ferramentas cognitivas, conceituais e procedimentais para quê os jovens realizem interpretações e análises espaciais baseadas em hipóteses, argumentos e diálogos sustentados pelo conhecimento geográfico.

Uma análise integrada dos objetos do conhecimento sôbi uma perspectiva geográfica póde sêr esquematizada conforme proposta no esquema a seguir. Observe.

Elementos da análise dos objetos na perspectiva geográfica

Esquema 'Elementos da análise dos objetos na perspectiva geográfica'. Raciocínios gerados por princípios e linguagens geográficas para operar o pensamento geográfico (efetivando um método de análise). Esses raciocínios são elaborados por meio das seguintes atividades: Localizar, observar e descrever aspectos de uma situação problematizada. Comparar o objeto/fenômeno com realidades semelhantes. Optar por determinados conceitos. Identificar distribuições e dispersões do objeto/fenômeno. Analisar as diversidades e as possíveis conexões no objeto/fenômeno estudado. Observar as escalas e suas intersecções. Utilizar e produzir linguagens apropriadas.

Esquema dos elemêntos quê compõem a análise dos objetos na perspectiva geográfica. Nota 55

Página quatrocentos e trinta e cinco

O mundo contemporâneo traz às escolas e aos sujeitos do ensinar e aprender muitos desafios. Aproximar teoria e prática torna-se um pré-requisito na composição dos currículos escolares e dos processos de ensino-aprendizagem. O sêr humano, para aprender, necessita perceber, experimentar, elaborar, incorporar, acumular e relacionar informações quê, então, são transformadas em conhecimentos. Tudo isso se dá na relação dos indivíduos com o mundo, com seu universo sócio-cultural e consigo mesmo.

Vivemos em um mundo cada vez mais dinâmico no qual incontáveis informações – verdadeiras e falsas – circulam, principalmente, nos meios digitais. É impossível acompanhar tudo o quê é produzido e veiculado nos diferentes canais midiáticos. O processo de escolarização assume, portanto, um papel ainda mais singular no letramento de crianças e jovens para viver e enfrentar os dilemas e as situações da Contemporaneidade.

Acreditamos quê a Geografia, com sua abordagem teórico-conceitual e procedimental, tem muito a contribuir tanto no letramento acadêmico quanto na formação integral de nóssos jovens, fazendo-se presente não só por meio da aquisição das habilidades específicas da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas como também na construção das competências gerais apresentadas na BNCC.

Conceitos estruturantes da Geografia

A autonomia do professor é freqüentemente associada a uma (maior) liberdade de escolha do “que” e “como” ensinar, mas seu significado é mais profundo: a autonomia também é de pensamento.

Na Geografia, isso corresponde à capacidade de realizar rekórtis espaciais operando os conceitos estruturantes da disciplina para alcançar os objetivos previstos – ainda quê o professor receba objetivos de ensino e uma seleção de temas e conteúdos, sua autonomia consiste em mobilizá-los de acôr-do com sua escolha de recorte espacial, revelando as concepções de mundo e de Geografia do professor e dos estudantes.

Entre os conceitos estruturantes, estão o espaço geográfico, a paisagem, a natureza, o território, a região, entre outros. Em alguns momentos, eles são trabalhados para a compreensão de conteúdos, em linguagem adaptada para os estudantes do Ensino Médio, num esfôrço de transposição didática. Ao mesmo tempo, são estruturantes para a compreensão do mundo contemporâneo sôbi a perspectiva da Geografia. Não se trata, portanto, apenas de ensinar aos estudantes o significado dêêsses conceitos, mas sim proporcionar a leitura do mundo por meio deles.

Anterior à BNCC, os Parâmetros Curriculares Nacionais (p c n) para a área Ciências Humanas e suas Tecnologias do Ensino Médio já apontavam a importânssia das ferramentas conceituais da Geografia para a educação escolar, como explicitadas no qüadro a seguir.

Conceitos estruturantes da Geografia Nota 56

Conceito

Concepção norteadora

Elementos de aprofundamento

Espaço geográfico

Conjunto indissociável de sistemas de objetos (redes técnicas, prédios, ruas) e de sistemas de ações (organização do trabalho, produção, circulação, consumo de mercadorias, relações familiares e cotidianas) quê procura revelar as práticas sociais dos diferentes grupos quê nele produzem, lutam, sonham, vivem e fazem a vida caminhar.

(Milton Santos)

O espaço é perceptível, sensível, porém extremamente difícil de sêr limitado, quer por dinâmica, quer pela vivência de elemêntos novos e elemêntos de permanência. Apesar de sua complexidade, ele apresenta elemêntos de unicidade. Interfere nos mesmos valores, quê são atribuídos pelo próprio sêr humano e quê resultam numa distinção entre o espaço absoluto – cartesiano – uma coisa em si mesmo, independente; e um espaço relacional quê apresenta sentido (e valor) quando confrontado a outros espaços e outros objetos.

Página quatrocentos e trinta e seis

Conceito

Concepção norteadora

Elementos de aprofundamento

Paisagem

Unidade visível do arranjo espacial, alcançado por nossa visão.

Contém elemêntos impostos pelo homem por meio de seu trabalho, de sua cultura e de sua emoção. Nela se desen vólve a vida social e, dessa forma, ela póde sêr identificada informalmente apenas, mediante a percepção, mas também póde sêr identificada e analisada de maneira formal, de modo seletivo e organizado; e é neste último sentido quê a paisagem se compõe como um elemento conceitual de interêsse da Geografia.

Lugar

Porção do espaço apropriável para a vida, quê é vivido, reconhecido e cria identidade.

Guarda em si mesmo noções de densidade técnica, comunicacional, informacional e normativa. Guarda em si a dimensão da vida, como tempo passado e presente. É nele quê ocorrem as relações de consenso, conflito, dominação e resistência. É nele quê se dá a recuperação da vida. É o espaço com o qual o indivíduo se identifica mais diretamente.

Território

Porção do espaço definida pelas relações de pôdêr, passando assim da delimitação natural e econômica para a de divisa social.

O grupo quê se apropía de um território ou se organiza sobre ele cria relação de territorialidade, quê se constitui em outro importante conceito da Geografia. Ela se define como a relação entre os agentes sociais políticos e econômicos, interferindo na gestão do espaço.

A delimitação do território é a delimitação das relações de pôdêr, domínio e apropriação nele instaladas. É portanto uma porção concreta. O território póde, assim, transcender uma unidade política, e o mesmo acontecendo com o processo de territorialidade, sêndo quê êste não se traduz por uma simples expressão cartográfica, mas se manifesta sôbi as relações variadas, desde as mais simples até as mais compléksas.

Escala

Distinguem-se dois tipos ou duas visões básicas: a escala cartográfica e a escala geográfica. A primeira delas é, a prióri, uma relação matemática quê implica uma relação numérica entre a realidade concreta e a realidade representada cartograficamente.

No caso da escala geográfica, trata-se de uma visão relativa a elemêntos componentes do espaço geográfico, tomada a partir de um direcionamento do olhar científico: uma escala de análise quê procura responder os problemas referentes à distribuição dos fenômenos.

Para a escala cartográfica, é essencial estabelecer os valores numéricos entre o fato representado e a dimensão real do fato ocorrente. No entanto, essa relação póde pressupor a escolha de um grau de detalhamento quê implique a inclusão de fatos mais ou menos visíveis, dentro de um processo seletivo quê considere graus de importânssia para o processo de representação.

No caso da escala geográfica, o quê comanda a seleção dos fatos é a ordem de importânssia dos mesmos no contexto do tema quê está sêndo trabalhado. Há, nesse caso, uma seleção dos fatos a partir dos diversos níveis de análise, quê já se tentou agrupar em unidades de grandeza, o quê póde sêr discutível.

Globalização, técnicas e rêdes

O fato gerador é o processo de globalização, quê corresponde a uma etapa do processo de implementação de novas tecnologias, quê acabaram por criar a intercomunicação entre os lugares em tempo simultâneo. Para sua ocorrência, torna-se fundamental a apreensão das técnicas pelo sêr humano e a expressão das rêdes, quê não se restringem à comunicação, mas englobem todos os sistemas de conexão entre os lugares.

A globalização é basicamente assegurada pela implementação de novas tecnologias de comunicação e informação, isto é, de novas rêdes técnicas quê permitem a circulação de ideias, mensagens, pessoas e mercadorias, num ritmo acelerado, criando a interconexão dos lugares em tempo simultâneo.

Página quatrocentos e trinta e sete

Utilizados nas situações criadas no livro, os conceitos são chaves quê abrem perspectivas de análise e campos para mobilização de competências e habilidades desenvolvidas ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Conforme a BNCC:

[…] para garantir as aprendizagens essenciais definidas para a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, é imprescindível quê os jovens aprendam a provocar suas consciências para a descoberta da transitoriedade do conhecimento, para a crítica e para a busca constante da ética em toda ação social. Nota 57

Propostas didático-pedagógicas

Neste livro, a seleção de conteúdos e a organização deles indicam caminhos e concepções autorais. No entanto, isso não significa uma rigidez em sua utilização em sala de aula; em outras palavras, o livro didático não póde comandar a narrativa a sêr construída pelo professor junto aos estudantes. Assim, a dê-cisão pelo uso de uma obra didática não substitui a elaboração do plano de ensino e não tira a liberdade de cátedra dos docentes, reforçando também seu papel de mediador no processo de ensino-aprendizagem.

A obra procura aprossimár os temas propostos ao cotidiano dos estudantes, especialmente nas propostas de atividades quê permitem fazer rekórtis de acôr-do com as realidades e com a escala espacial de análise. Segundo o professor José Moran:

[…] cada pessoa […] aprende d fórma ativa, a partir do contexto em quê se encontra, do quê lhe é significativo, relevante e próximo ao nível de competências quê possui. […] Nota 58

Assim, o

[…] contato com entornos reais, com problemas concretos da comunidade, não somente para conhecê-los, mas para procurar contribuir com soluções reais, a partir de processos de empatia, de aproximação, de escuta e de compartilhamento. […] [seria uma] aprendizagem-serviço, em quê os professores, os alunos e a instituição aprendem interagindo com diversos contextos reais, abrindo-se para o mundo e ajudando a modificá-lo. Nota 59

Os contextos reais, tanto nos textos como nas seções e atividades, são analisados na sua complexidade, visando expressar as múltiplas faces da realidade. Além díssu, em nossas sugestões de trabalho, temos em perspectiva a defesa dos direitos humanos e do fortalecimento da democracia, buscando relacionar os conteúdos da Geografia Escolar com as demandas do mundo contemporâneo e, mais especificamente, das juventudes brasileiras.

É indispensável considerar quê os jovens trazem à sala de aula suas informações e noções históricas, sociais, geográficas, reflekções filosóficas, entre outras contribuições, inclusive aquelas trabalhadas ao longo do Ensino Fundamental e quê, no Ensino Médio, são resgatadas, aprofundadas, ampliadas e problematizadas.

Nesse contexto, a obra procurou explorar esses conhecimentos prévios dos estudantes e a forma como eles descobrem e constroem suas identidades com base em seus lugares de vivência e experiências. Em várias atividades do livro, os estudantes são incentivados a quêstionar as ideias estudadas na busca pela resolução de problemas e desafios em diferentes contextos (local, regional, nacional ou mundial). As atividades apresentadas na obra permitem, também, que os estudantes criem soluções para algumas situações-problema enquanto descobrem suas próprias habilidades e interesses, trabalhando d fórma colaborativa com seus côlégas.

Dessa forma, é possível mobilizar uma série de habilidades associadas à interpretação de diferentes textos, ao desenvolvimento do pensamento científico, às variadas formas de expressão de ideias ou opiniões, à colaboração, à resiliência, entre outras. Diferentemente de uma metodologia tradicional de ensino, nossa abordagem pedagógica ábri espaço para diversas formas de aprender, valorizando as particularidades dos estudantes.

Nesse processo, os estudantes podem conhecer melhor suas potencialidades, assim como os pontos em quê precisam investir mais. O autoconhecimento e a valorização das suas qualidades os ajudam a promover sua autoestima. A possibilidade de desenvolver os seus talentos aponta para a exploração de diferentes dimensões do mundo e para a construção de seus projetos futuros.

A Cartografia na escola

Aprender a ler mapas é uma importante contribuição da escola. Atualmente, as representações cartográficas proliferam em meios eletrônicos e muitas pessoas se deslócam seguindo instruções fornecidas por um aplicativo. No entanto, freqüentemente encontramos adultos escolarizados incapazes de ler um croqui turístico; e, mesmo entre aqueles quê utilizam aplicativos, parece sêr maior o grupo dos quê seguem as instruções orais do quê o grupo daqueles quê leem o mapa em tela. Isso revela, em grande

Página quatrocentos e trinta e oito

medida, falhas no ensino da Cartografia Escolar, quê é parte do conjunto de objetivos da Geografia na Educação Básica, ainda quê essa não seja uma linguagem exclusiva dêêsse componente. Conforme aponta sônîa Castellar:

[…] A linguagem cartográfica faz parte da multimodalidade de linguagens e é importante para o conhecimento geográfico na medida em quê a linguagem cartográfica tem usos informais, mas ao aprender seus usos formais, esses facilitam a leitura e compreensão de um mapa temático. […]

[…]

Um professor bem formado não disputa com a mídia, não disputa com a tecnologia, faz uso qualificado dêêsses recursos, entende o papel social da geografia e, tampouco naturaliza o mapa ou qualquer uma das representações cartográficas. […]

Ao entender a cartografia escolar como uma metodologia de ensinar geografia estabelecem-se as estratégias de aprendizagem para o desenvolvimento dos conteúdos quê têm como objetivo desenvolver a capacidade de fazer análises geoespaciais para estabelecer conexões, relacionar e analisar os fenômenos. Não se trata de inventar métodos especiais e mirabolantes para ensinar geografia. Trata-se de pensar estratégias quê sêjam significativas para os estudantes aprenderem a ler um mapa e ler a realidade. Nota 60

O processo de letramento cartográfico pressupõe a formação de estudantes leitores de mapas e mapeadores. Além díssu, contempla estudos e leituras de outras representações espaciais, como imagens aéreas, croquis, esboços, fotografias em visão oblíqua, entre outras. O contato e o manuseio dêêsses materiais em contexto pedagójikô, intencionalmente planejado e orientado pelo professor, possibilita aos estudantes estabelecer novas relações espaciais e geográficas.

Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, os estudantes puderam se apropriar dos elemêntos e dos conceitos básicos da Cartografia, entenderam a função dos elemêntos de um mapa, as diferenças entre as representações cartográficas e como utilizá-las em situações variadas para delas extrair as informações mais relevantes para entender a geografia de uma localidade.

No Ensino Médio, é apresentado aos estudantes o desafio de utilizar a linguagem cartográfica de modo crítico, reflexivo e ético na comunicação, na difusão de informações e na produção de conhecimentos, bem como na resolução de problemas e no exercício de sua autonomia e seu protagonismo.

A diversificação das práticas de ensino

As práticas de ensino devem variar de acôr-do com os objetivos, momentos da aula, realidade dos estudantes e do professor, sem perder de vista o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola. Assim, podemos chegar a uma organização didática das situações de aprendizagem em quê haja exposições, diálogos, reflekções e investigações/pesquisas – cada uma dessas estratégias têm um papel no processo de ensino-aprendizagem e aparécem nesta obra em diversos momentos, muitas vezes d fórma integrada. Analise o qüadro a seguir.

Tipos de ensino Nota 61

Expositivo (isolado ou integrado)

fechado

direto

problematizado (a prióri ou a posteriori)

aberto

direto

problematizado

Reflexivo

Investigativo

guiado

orientado

aberto

Página quatrocentos e trinta e nove

Nessa proposta de classificação das práticas educativas, o ensino expositivo póde sêr fechado ou aberto, direto ou problematizado; há combinações para essas duas classificações. Interessa especialmente a distinção entre o ensino expositivo direto e o problematizado: a exposição diréta pressupõe quê a resposta é dada aos estudantes. Já no ensino problematizado, um novo conhecimento resulta de uma interrogação proposta aos estudantes – pode-se apresentar uma pergunta e, então, expor os conteúdos (a prióri); ou expor os conteúdos e, então, interrogar os estudantes (a posteriori).

A formulação de uma pergunta tem, portanto, um papel importante no ensino expositivo – perguntar, indagar e interrogar são ações quê pressupõem um elevado nível de interação. Nesta obra, as aberturas de capítulo no Livro do estudante são momentos privilegiados para isso.

De acôr-do com Manuel Navarro Pastor, o ensino investigativo na escola, reúne diversas práticas de ensino-aprendizagem. O ensino expositivo é uma dessas práticas; para o autor, se o professor solicita, por exemplo, quê os estudantes levantem os problemas ambientais mais relevantes no município, temos um ensino expositivo aberto problematizado – essa tarefa póde sêr considerada investigativa se estiver articulada a outras, como aquelas identificadas como ensino reflexivo e ensino investigativo. Nota 62

O ensino reflexivo compreende as análises e debates sobre um determinado assunto sem quê se tenha quê obtêr dados. As atividades de investigação estão mais diretamente relacionadas à obtenção de dados quê possibilitem resolver problemas, executar projetos de pesquisa e/ou construir teorias para explicar fenômenos.

Trabalho de campo

Muitas das propostas de atividades sugeridas no Livro do estudante podem envolver saídas a campo, com diferentes objetivos: observar um fenômeno na comunidade ou no município, realizar entrevistas ou fazer visitação em localidades relacionadas ao conteúdo estudado.

Organizar uma visita ou uma observação da paisagem são possibilidades de realizar rekórtis espaciais e identificar kestões, conflitos e problemáticas a serem expressas na forma de uma indagação. Esta póde impulsionar uma atividade de investigação sôbi a forma de um projeto, por exemplo, como no caso das propostas da seção Investigação.

O maior cuidado ao se planejar uma saída a campo é quê ela não se transforme numa excursão recreativa. Para isso, deve-se observar três momentos: planejamento, saída a campo e sistematização das informações coletadas.

No momento do planejamento dos trabalhos, é preciso discutir com os pares e com os estudantes os objetivos, pensar nos lugares quê serão visitados, como isso se articula com o conteúdo, o quê deve sêr observado em campo, de quê maneira serão feitos os registros (anotações, fotografias, vídeos, entrevistas) etc. Também deve-se combinar aspectos práticos como alimentação, tipo de roupa e calçado quê devem sêr usados de acôr-do com o terreno a sêr explorado, equipamentos necessários etc.

A saída a campo póde envolver diversas atividades, tais como observar, anotar, gravar entrevistas (com as devidas autorizações dos entrevistados), desenhar, entre outras. Os estudantes devem sêr devidamente orientados sobre elas na fase do planejamento.

A sistematização inclui compilação, análise e apresentação dos resultados. Pontuschka, Paganelli e Cacete indicam dois momentos no retorno à sala de aula: o momento afetivo, em quê se pergunta ao grupo o quê foi mais importante para cada um durante a saída; e o momento da cognição, quando se faz a coletivização e a análise das informações coletadas, assim como as conexões entre elas Nota 63. É quando também se dá a apresentação dos resultados dos trabalhos por meio de linguagens diversas: vídeo, podcast, apresentação digital, mural fotográfico etc.

Em qualquer saída a campo, deve-se também atentar para a garantia da segurança de todo o grupo. Atitudes de prevenção de riscos devem sêr tomadas, como evitar a fragmentação do grupo, identificar os estudantes com crachás, garantir um número adequado de professores e outros responsáveis pêlos estudantes etc.

Uso de TDIC

As propostas de atividades presentes nesta obra, sempre quê possível, buscam trabalhar com as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), a fim de elaborar práticas pedagógicas mais inovadoras com base na vivência de situações significativas para os estudantes.

Além do uso da internet como fonte de pesquisa, citamos o uso de atlas digitais, jogos eletrônicos, vídeos, podcasts, rêdes sociais, entre outros. Tais recursos podem sêr usados com diferentes objetivos: sensibilizar para o tema de estudo, problematizar, aprofundar ou ampliar um tema; ilustrar uma situação; apresentar resultados de pesquisa, entre muitos outros. A divulgação dos produtos da seção Investigação, por exemplo, parte do princípio de compartilhar o conhecimento construído, se possível em mídias com as quais os estudantes estão familiarizados e às quais o público-alvo tenha acesso.

Página quatrocentos e quarenta

Em seu livro Práticas de ensino para a geografia do século XXI, de 2023, Nilton Adão traz reflekções e práticas envolvendo recursos digitais no ensino de Geografia, como o uso de aplicativos de geolocalização gratuitos, como o gúgou méps. Uma delas póde sêr usada nos diferentes momentos desta obra, o trabalho de campo virtual, quê deve ter como caraterísticas:

[…] deve sêr uma representação informatizada da realidade na totalidade; deve permitir ao pesquisador observação de 360º; deve sêr tridimensional; deve permitir ao pesquisador alterar roteiro se deslocando no espaço virtual d fórma ativa; precisa ter qualidade digital para permitir a análise e interpretação do espaço estudado com côlétas e registros de dados quê contemplem os objetivos de aprendizagem; deve ter potencial para interdisciplinaridade como nos trabalhos de campo tradicionais. Nota 64

As tecnologias digitais de informação e comunicação devem sêr usadas com as devidas orientações do professor na perspectiva de um uso responsável, ético e crítico. Deve-se ter o cuidado de verificar se as TDIC são adequadas à faixa etária, explicar o contexto em quê o recurso será usado; verificar a disponibilidade dos recursos e as possibilidades de uso na escola, fazer relação com conteúdos trabalhados etc.

Referências comentadas

DIGITAIS

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, compilado até a emenda constitucional número 105/2019. Brasília, DF: Senado Federal: Subsecretaria de Edições Técnicas, 2020. Disponível em: https://livro.pw/sidgm. Acesso em: 24 out. 2024.
A chamada “Constituição Cidadã” instituiu as eleições livres e dirétas, promoveu a liberdade de expressão e consolidou os direitos humanos d fórma abrangente, incluindo os direitos das crianças, dos adolescentes, dos indígenas e dos quilombolas, além de promover a igualdade de gênero e muitos outros direitos.

BRASIL. Decreto número 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Brasília, DF: Presidência da República, 2007. Disponível em: https://livro.pw/lzszc. Acesso em: 24 out. 2024.
O decreto define as políticas e as ações do Estado brasileiro para o reconhecimento, o fortalecimento e a garantia dos direitos dos povos e das comunidades tradicionais.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Estatuto da Criança e do Adolescente: disposições constitucionais pertinentes: lei número 8.069, de 13 de julho de 1990. 6. ed. Brasília, DF: Senado Federal: Subsecretaria de Edições Técnicas, 2005. Disponível em: https://livro.pw/wsyoc. Acesso em: 24 out. 2024.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) torna esses indivíduos sujeitos de direito e busca garantir sua proteção integral.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. Disponível em: https://livro.pw/xwaeo. Acesso em: 24 out. 2024.
Estabelece diretrizes para a Educação Básica no Brasil. O documento define as competências e as habilidades essenciais quê devem sêr desenvolvidas ao longo da formação escolar, abordando conteúdos quê promóvem uma educação integral e inclusiva, alinhada às necessidades sociais e culturais do país.

BRASIL. Ministério da Educação. Competências socioemocionais como fator de proteção à saúde mental e ao búlin. Brasília, DF: MÉC, [200-]. Disponível em: https://livro.pw/ixzhs. Acesso em: 24 out. 2024.
Parte da seção de Aprofundamentos do Caderno de Práticas disponibilizado no sáiti da BNCC para fomentar a sua implementação, descreve cinco competências socioemocionais com base no trabalho do Collaborative for Academic, Social, ênd Emotional lãrnin (Casel).

Página quatrocentos e quarenta e um

BRASIL. Ministério da Educação. Cultura juvenil na escola. Brasília, DF: MÉC, [202-]. Disponível em: https://livro.pw/ubdkg. Acesso em: 24 out. 2024.
Apresenta o debate sobre a importânssia de abordar as culturas juvenis no espaço escolar, indicando algumas possibilidades e demonstrando como póde favorecer a aprendizagem.

BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MÉC, 2019. Disponível em: https://livro.pw/javpm mas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 24 out. 2024.
Documento quê estabelece os assuntos ligados aos principais temas contemporâneos quê devem sêr relacionados à realidade dos estudantes na Educação Básica. De caráter diversificado, os temas transversais adicionam ao currículo uma formação voltada ao trabalho, à cidadania e à democracia.

BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Estatuto da Pessoa Idosa: lei número 10.741, de 1º de outubro de 2003. Brasília, DF: MDH, 2022. Disponível em: https://livro.pw/akeqf trais-de-conteudo/pessoa-idosa/estatuto-da-pessoa-idosa.pdf. Acesso em: 24 out. 2024.
Estabelece direitos garantidos a essa população, como gratuidade no transporte público e no fornecimento de medicamentos de uso contínuo, atendimento preferencial na prestação de serviços e no acesso à Justiça, entre outros. Lei sancionada em 2003, nomenclatura atualizada em 2022.

IMPRESSAS

ADÃO, Nilton M. L. Práticas de ensino para uma geografia do século XXI: como os recursos digitais podem sêr aliados do professor no terceiro milênio. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2023.
O livro desen vólve o ensino da Geografia por meio de uma abordagem significativa e o uso de tecnologias digitais e ambientes virtuais.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2006.
O livro apresenta um amplo panorama da história da educação e da pedagogia. Os capítulos abordam os diferentes contextos históricos e apresentam descrições de práticas educativas, com atividades complementares. O livro traz importantes referências para a discussão dos rumos da educação na atualidade.

BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. E-book.
A obra destaca a importânssia de práticas educacionais quê colocam os estudantes no centro do processo de aprendizagem. O livro oferece uma abordagem teórica e prática, oferecendo orientações para quê educadores implementem as metodologias ativas em sala de aula.

béquer, Elsbeth Léia Spode; RIZZATTI, Maurício; CASSOL, Roberto. Cartografia escolar e inteligências múltiplas. Curitiba: Appris, 2020.
O ensino da Cartografia é apresentado pêlos autores com enfoque no desenvolvimento das inteligências múltiplas. Com atividades quê utilizam tecnologias de mapeamento e diferentes abordagens, os estudantes são incentivados a aprender de diversas formas.

BORELLI, Silvia H. S.; FREIRE FILHO, João (org.). Culturas juvenis no século XXI. São Paulo: EdUC, 2008.
A obra explora as dinâmicas e as expressões das culturas juvenis contemporâneas. Com contribuições de diversos autores, o livro investiga como os jovens se apropriam de espaços culturais e tecnológicos, moldando identidades e estilos de vida no contexto globalizado.

CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos éti áu. (org.). Movimentos para ensinar geografia: oscilações. Porto Alegre: Letra1, 2016.
O livro aborda a perspectiva de pesquisadores da área de ensino da Geografia e busca alternativas para pensar o espaço geográfico no contexto da globalização e formár sujeitos quê percêbam sua identidade e seu pertencimento.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Ensinar e aprender geografia: elemêntos para uma didática crítica. Goiânea: C&A Alfa Comunicação, 2024.
A didática e o ensino da Geografia são o tema dêêsse livro, quê reúne uma síntese das análises, reflekções e postulações desenvolvidas em outras obras da autora.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Pensar pela geografia: ensino e relevância social. Goiânea: C&A Alfa Comunicação, 2024.
A reflekção sobre o processo de ensino-aprendizagem de Geografia é o ponto de partida da autora quê, por meio da apresentação de elemêntos teóricos e metodológicos, evidên-cía quê aprender e ensinar Geografia contribui para a compreensão da realidade.

FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 15. ed. Campinas: Papirus, 2008. (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico).
A obra é um marco nos estudos sobre interdisciplinaridade no Brasil. A autora oferece uma visão abrangente sobre a evolução histórica do conceito, explorando suas bases teóricas e a importânssia de sua aplicação na educação.

PAIM, Róbson Olivino éti áu. (org.). Geografias quê fazemos: educação geográfica em diferentes contextos. Curitiba: CRV, 2021. (Coleção Percursos de educação geográfica, v. 2).
O livro reúne artigos escritos por professores de Geografia de diferentes regiões, contribuindo para o

Página quatrocentos e quarenta e dois

desenvolvimento de pesquisas ao contemplar uma diversidade de sujeitos e olhares no ensino da Geografia.

PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 3. ed. Caxias do Sul: EdUCS, 2014.
Apresenta d fórma aprofundada os fundamentos conceituais da interdisciplinaridade. Paviani oferece uma reflekção teórica quê ajuda a entender as interações entre diferentes campos do saber, promovendo uma visão mais integrada e colaborativa no processo educacional e científico.

perrenô, filípe. A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma sociologia do fracasso. Tradução: Cláudia Schilling. 2. ed. Porto Alegre: Artméd, 2001.
Nesse livro, o autor analisa as razões do fracasso escolar e faz uma crítica às instituições escolares quê não levam em conta as diferenças. Nesse sentido, Perrenoud defende a individualização dos percursos de formação e apresenta uma série de iniciativas inovadoras para a educação.

perrenô, filípe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Tradução: Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artméd, 1999.
O autor aborda a complexidade do processo de avaliação nas instituições escolares. Além díssu, enfatiza e analisa duas lógicas quê perpassam a avaliação nos sistemas escolares: uma avaliação a serviço da seleção e outra a serviço das aprendizagens. Perrenoud trata também da ideia de avaliação formativa e dos desafios e obstáculos para a concretização dêêsse tipo de avaliação.

PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e apender geografia. São Paulo: Cortez, 2009. (Coleção Docência em formação. Série Ensino fundamental).
O ensino da Geografia é o tema central dêêsse livro, quê aborda a construção do conhecimento produzido na academia aliado aos conhecimentos prévios dos estudantes.

PORTUGAL, Jussara Fraga (org.). Educação geográfica: temas contemporâneos. Salvador: EdUFBA, 2017.
O ensino e o aprendizado na Contemporaneidade é o tema central dessa obra, analisado com base em diferentes propostas investigativas. Os autores oferecem reflekções atuáis sobre o ensinar e o aprender a Geografia.

VALLERIUS, Daniel Mallmann; MOTA, Hugo Gabriel da Silva; SANTOS, Leovan Alves dos (org.). Ensino de geografia, cidadania e rêdes colaborativas: múltiplos olhares. Goiânea: C&A Alfa Comunicação, 2022.
Diferentes experiências na formação de professores de Geografia estão reunidas nessa obra, quê propõe reflekções sobre o ensino de Geografia, as cidadanias e as rêdes colaborativas.

Recursos e estratégias didáticas

Organização das seções de textos, bókses e atividades

A organização das seções de textos e de atividades da obra procurou desenvolver as propostas pedagógicas e metodológicas citadas ao longo dêste manual. Nesse sentido, elas dêsênvólvem as competências e as habilidades da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da BNCC (Ensino Médio), sem desconsiderar os vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (enêm), e buscam evidenciar conteúdos relevantes ao estudante.

O qüadro a seguir salienta essas características, apresentando os objetivos de cada uma dessas seções.

Seções/Boxes

Características

Abertura do capítulo

Apresenta recursos textuais ou imagens quê introduzem o tema do capítulo. Inclui atividade inicial para reflekção sobre o tema, com base nos conhecimentos prévios e nas vivências dos estudantes, promovendo o engajamento no processo de construção coletiva do conhecimento.

OBJETIVOS DO CAPÍTULO

Destaca os principais objetivos de aprendizagem ao longo do capítulo.

Texto principal

Estrutura os conteúdos com títulos e subtítulos, explorando recursos como fotografias, mapas, gráficos e atividades.

ATIVIDADES

Inseridas ao longo dos temas, as atividades são diversificadas e contextualizadas, permitindo aos estudantes ampliar e sistematizar os conteúdos. Mobilizam diferentes habilidades, como análise de texto, imagem, dados estatísticos e argumentação, possibilitando trabalho individual e em grupo.

Página quatrocentos e quarenta e três

Seções/Boxes

Características

CONEXÕES com...

Explora a interdisciplinaridade entre os conteúdos da Geografia e outros componentes curriculares.

SABERES NO MAPA

Aprofunda e retoma conteúdos da Cartografia explorados ao longo da obra.

Glossário

Explicações de termos e expressões menos conhecidos, próximos do ponto em quê aparécem no texto.

Saiba mais

Sugestões de livros, sáites, podcasts, documentários, filmes e outros conteúdos para aprofundar os assuntos estudados.

AMPLIAR SABERES

Boxe com informações complementares quê ampliam o conteúdo.

Boxe complementar

Informações complementares quê auxiliam na análise de uma imagem, esquema ou conteúdo.

ATIVIDADES FINAIS

Atividades quê encerram o capítulo. Por meio delas, os estudantes podem verificar a compreensão dos principais conteúdos.

enêm E VESTIBULARES

Seleção de kestões do enêm e vestibulares nacionais quê exploram temas abordados a cada seis capítulos.

INVESTIGAÇÃO

Seção quê aparece a cada 6 capítulos e incentiva reflekções e práticas de pesquisa. Apresenta propostas diversificadas, quê promóvem o protagonismo dos estudantes.

Sugestões de cronograma

Como estruturar o planejamento das aulas com base nas competências, nas habilidades e nos conteúdos da obra? As possibilidades são variadas e vão desde a divisão dos conteúdos em bimestres, trimestres ou semestres até a combinação de diferentes temáticas desenvolvidas ao longo da obra, com a possibilidade de inversão de capítulos de acôr-do com os objetivos de aprendizagem do professor e as características da turma.

É importante quê a seleção dos temas e dos conteúdos esteja conectada à realidade particular de cada unidade de ensino e da comunidade escolar, sêndo possível elaborar sequências didáticas diversificadas, de acôr-do com a realidade escolar. Portanto, a obra permite a elaboração de currículos flexíveis, quê se adaptem aos objetivos de aprendizagem do professor e aos interesses da turma.

A obra póde sêr utilizada nos três anos do Ensino Médio. O qüadro a seguir apresenta uma proposta de sequência didática quê leva em consideração as conexões entre os temas. No entanto, essa sugestão para o desenvolvimento dos conteúdos não é a única possível, podendo variar conforme os contextos socioeducativos, a critério do professor.

Capítulo

Ano

Bimestre

Trimestre

Semestre

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

Página quatrocentos e quarenta e quatro

Orientações didáticas específicas

No qüadro a seguir, são apresentados os temas, as competências gerais e específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, as habilidades e os TCTs desenvolvidos ao longo do volume. Além díssu, há sugestões de planejamento para o ano letivo. Nas páginas seguintes, oferecemos as orientações e as indicações capítulo a capítulo.

Capítulo

Temas

Competências gerais da Educação Básica

1. Espaço geográfico e suas representações

Meio técnico-científico-informacional; desigualdades no Brasil e no mundo; análise espacial em diferentes escalas; espaço geográfico; paisagem; mapas como representação do espaço geográfico; elemêntos do mapa; cartografia social.

4

2. Consumo e resíduos sólidos

Sociedade de consumo; consumo e impactos ambientais; ssossiedade pós-industrial; relação de consumo vs. produção; produção e gestão de resíduos sólidos no Brasil e no mundo; sustentabilidade.

3, 7, 10

3. Desastres naturais ou humanos?

Desastres naturais; impactos ambientais, sociais e econômicos dos desastres naturais; relação das ações humanas com os impactos ambientais; vulnerabilidade das populações quê vivem em áreas de risco; papéis dos diferentes setores da ssossiedade na prevenção de desastres naturais; a importânssia da pesquisa científica, da educação e do investimento público na prevenção de desastres.

4. Mudanças climáticas e preservação da vegetação

Mudanças climáticas no Brasil e no mundo; papéis das diferentes áreas da ssossiedade na minimização de impactos de problemas ambientais; papel do Brasil na emissão de GEEs; relação do processo de ocupação do território brasileiro e a devastação da vegetação nativa; modos de vida de diferentes comunidades tradicionais.

5, 7

5. Dinâmicas do relevo e das águas

Relação entre relevo, hidrografia e desastres naturais; formas de relevo do Brasil e do mundo; estruturas geológicas do Brasil e do mundo; impactos das atividades humanas sobre o relevo e os elemêntos hídricos; processos de intemperismo, êrozão e deposição; planejamento urbano.

1, 5, 7, 10

6. Políticas ambientais e ssossiedade civil

Acordos internacionais; papel do govêrno e da população na fiscalização e cumprimento das leis ambientais no Brasil; relação entre kestões ambientais e sociais; Direitos Humanos; impactos ambientais relacionados ao modo de vida urbano-ocidental; fontes de energia alternativas; problemas ambientais.

1, 4, 7, 9, 10

Página quatrocentos e quarenta e cinco

Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Habilidades

Temas Contemporâneos Transversais

1, 2, 5

EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS206, EM13CHS502 e EM13CHS503.

Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos), Meio Ambiente (Educação Ambiental)

3, 4

EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS303, EM13CHS304, EM13CHS305 e EM13CHS601.

Meio Ambiente (Educação Ambiental e Educação para o Consumo)

EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS304 e EM13CHS305.

Meio Ambiente (Educação Ambiental), Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social)

2, 3

EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS206, EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306 e EM13CHS601.

Meio Ambiente (Educação Ambiental e Educação para o Consumo), Ciência e Tecnologia

1, 2, 3, 5

EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS206, EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306 e EM13CHS601.

Meio Ambiente (Educação Ambiental e Educação para o Consumo), Ciência e Tecnologia, Saúde

3, 6

EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306 e EM13CHS604.

Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social)

Página quatrocentos e quarenta e seis

Capítulo

Temas

Competências gerais da Educação Básica

7. Crescimento das cidades e urbanização

Relação campo-cidade; continuum rural-urbano; formação territorial do Brasil e sua relação com o colonialismo português; urbanização; segregação socioespacial; desigualdade sociais nas cidades.

9

8. Direito à cidade

Direito à cidade; urbanização de favelas; gentrificação; ações e movimentos sociais na cidade; políticas públicas para kestões urbanas; territórios e territorialidades; ár-te urbana.

9

9. Viver e produzir no campo

Modernização do campo e impactos sócio-ambientais; expansão da fronteira agropecuária no Brasil; agronegócio, agricultura familiar; impactos sócio-ambientais do agronegócio; práticas sustentáveis na produção agropecuária; agroecologia; agricultura OR GÂNICA; agrofloresta; agricultura urbana.

3

10. Espaço, alimentação e saúde

Relação entre alimentação e saúde; relação entre economia, território, cultura e alimentação; mudanças na alimentação da população urbana decorrentes da urbanização e globalização; hábitos alimentares; doenças contagiosas e pandemias; relação de exploração entre recursos naturais e doenças; sustentabilidade ambiental; efeitos sociais e econômicos da covid-19 no Brasil e no mundo.

1, 8

11. Territórios tradicionais

Povos e comunidades tradicionais; lutas dos povos e comunidades tradicionais; conceito de território tradicional; a importânssia dos territórios tradicionais para os povos e comunidades quê nele vivem.

5, 10

12. População e suas dinâmicas

Dinâmicas da população brasileira; teoria da transição demográfica; migrações internas do Brasil; importânssia da classificação por raça do hí bê gê hé para análise das desigualdades étnico-raciais no Brasil; côléta e análise de dados em diferentes linguagens.

1, 4, 9

Página quatrocentos e quarenta e sete

Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Habilidades

Temas Contemporâneos Transversais

2, 6

EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105, EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS202, EM13CHS203, EM13CHS204, EM13CHS205, EM13CHS206 e EM13CHS606.

2

EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS202, EM13CHS204, EM13CHS205, EM13CHS206, EM13CHS304, EM13CHS502, EM13CHS601, EM13CHS605 e EM13CHS606.

Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos),

Meio Ambiente (Educação Ambiental),

Saúde

EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS105, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS204, EM13CHS206, EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS401, EM13CHS404, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS601, EM13CHS605 e EM13CHS606.

Meio Ambiente (Educação para o Consumo e Educação Ambiental),

Ciência e Tecnologia, Economia (Trabalho),

Saúde

3

EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105, EM13CHS201, EM13CHS202, EM13CHS204, EM13CHS206, EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504 e EM13CHS601.

Saúde (Educação Alimentar e Nutricional),

Meio Ambiente (Educação Ambiental),

Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social),

Multiculturalismo (Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras)

1, 2, 3

EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS204, EM13CHS302, EM13CHS304, EM13CHS306, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS601 e EM13CHS605.

Meio Ambiente (Educação Ambiental),

Multiculturalismo (Diversidade Cultural e Educação para o multiculturalismo nas matrizes

históricas e culturais Brasileiras),

Cidadania Civismo (Educação em Direitos Humanos),

Ciência e Tecnologia

2, 5

EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS202, EM13CHS206, EM13CHS304, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS601, EM13CHS604 e EM13CHS605.

Cidadania e Civismo (Vida

Familiar e Social, Educação em Direitos Humanos, Processo de envelhecimento, respeito e

valorização do Idoso),

Multiculturalismo (Diversidade Cultural, Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras)

Página quatrocentos e quarenta e oito

Capítulo

Temas

Competências gerais da Educação Básica

13. Um mundo globalizado

Conceito de globalização; papel da tecnologia no processo de interação entre culturas; impactos da globalização na desigualdade socioeconômica e nas transformações culturais; influência da globalização na economia global; contradições da globalização.

1, 2, 5, 8

14. Produção, tecnologia e economia global

Revoluções Industriais; tensões econômicas e políticas entre chiina e Estados Unidos; tecnologias da Quarta Revolução Industrial; comércio internacional do Brasil.

1, 2, 3 e 5

15. Sul Global

Regionalização; generalização e historicidade na regionalização Norte-Sul da América Látína e da África; regionalizações e discursos políticos; regionalização, estereótipos e generalização sobre a América Látína e a África; aspectos comuns entre a América Látína e a África.

1, 2, 6

16. Trabalho, ssossiedade e tecnologia

Mudanças na participação dos trabalhadores nos setores da economia; processos de industrialização e urbanização e suas relações com o mundo do trabalho; direitos dos trabalhadores; kestões do mundo do trabalho relacionadas a grupos vulneráveis; desigualdade entre países em relação a concentração de tecnologias; inovações tecnológicas digitais e as transformações quê geram no mundo do trabalho; impactos da Quarta Revolução Industrial.

1, 2, 6

17. Mundo em movimento: fluxos populacionais

Motivações para migrações forçadas e voluntárias; impactos culturais e sociais dos fluxos migratórios; principais fluxos de migração internacional; impactos da políticas migratórias sobre os Direitos Humanos e a mobilidade global; papel da ssossiedade civil na acolhida e na inclusão de refugiados.

1, 3, 6

18. Conflitos e paz: do local ao global

Causas e motivações para os conflitos contemporâneos; impactos dos conflitos sobre as populações civis; relação entre conflitos contemporâneos e o acesso a recursos naturais; nações sem Estado; formas de violência no Brasil e no mundo.

1, 7, 8, 9, 10

Página quatrocentos e quarenta e nove

Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Habilidades

Temas Contemporâneos Transversais

EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS202, EM13CHS401 e EM13CHS504.

Ciência e Tecnologia,

Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social)

1, 4, 6

EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS401, EM13CHS403, EM13CHS404 e EM13CHS604.

Economia (Trabalho),

Ciência e Tecnologia

1, 2

EM13CHS101, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS204 e EM13CHS206.

Multiculturalismo (Diversidade Cultural)

EM13CHS106, EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, EM13CHS404, EM13CHS502, EM13CHS503 e EM13CHS606.

Economia (Trabalho),

Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos)

EM13CHS201, EM13CHS204, EM13CHS502, EM13CHS503 e EM13CHS504.

Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos e Direitos da Criança e do Adolescente)

1, 2, 5, 6

EM13CHS106, EM13CHS203, EM13CHS204, EM13CHS205, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS603 e EM13CHS606.

Economia (Educação Financeira), Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos)

Página quatrocentos e cinquenta

Capítulo 1

Espaço geográfico e suas representações

Neste capítulo, são apresentadas e discutidas algumas ferramentas importantes para os estudos da Geografia, como os conceitos de espaço geográfico e paisagem, as escalas de análise espacial e as representações cartográficas.

As representações cartográficas ao longo do capítulo incentivam o raciocínio geográfico e possibilitam identificar correlações entre lugares e refletir sobre o espaço. Abordá-las nas aulas de Geografia é, portanto, uma tarefa contínua quê deve estar presente em diferentes situações de aprendizagem: desde o desenvolvimento dos conteúdos até a sistematização de dados.

O capítulo também aborda as rêdes geográficas cujas formas revelam aspectos essenciais da organização atual do mundo, como a distribuição de riqueza e os centros mais dinâmicos da economia mundial.

O desenvolvimento dos conteúdos dêste capítulo considera as relações quê podem sêr estabelecidas entre as estruturas, os fluxos e os impactos no cotidiano das pessoas, como é o caso da internet.

Orientações

Os estudantes do Ensino Médio provavelmente já lidam com a linguagem cartográfica, seus elemêntos principais e suas convenções. A proposta da abertura do capítulo, nas páginas 12 e 13, possibilita refletir sobre as implicações de se representar uma superfícíe curvilínea e heterogênea em uma superfícíe plana e sobre a naturalização do planisfério centrado na Europa e orientado para o Norte.

O estudo cartográfico contribui para o desenvolvimento das habilidades EM13CHS106 e EM13CHS206. A linguagem cartográfica facilita a leitura e a análise dos princípios de localização, distribuição, conexão, ordem e extensão dos fenômenos naturais, sociais e da produção do espaço. A pergunta “tem algo de errado com esse mapa?” póde sêr feita antes de encaminhar as perguntas de abertura, como fio condutor de uma interessante discussão a respeito do significado da representação.

Nas páginas 14 e 15, inicia-se o trabalho com a análise das rêdes quê compõem o espaço geográfico e, mais especificamente, o meio técnico-científico-informacional, além das correlações com as desigualdades sociais. ôriênti os estudantes na leitura conjunta do mapa Mundo: população usuária de internet – 2022 e do gráfico Mundo: usuários de mídias sociais – 2000 a 2024 para quê eles elaborem hipóteses fundamentadas em evidências históricas, políticas e sociais, sistematizando dados e, assim, desenvolvendo a habilidade EM13CHS103 e a competência específica 1.

Lembre-os dos riscos quê podemos correr nas rêdes sociais digitais e de quê forma o govêrno tem agido para monitorar esse espaço e punir os crimes virtuais. Neste momento, a competência específica 5 é trabalhada para quê eles reconheçam e combatam os crimes de ódio quê ocorrem no meio virtual. Proponha para a turma uma roda de conversa para identificar as diversas formas de violência nas rêdes. Questione os estudantes sobre quêm são as vítimas, quais são os interesses dos agressores e de que forma podemos criar mecanismos para combater a violência, trabalhando a habilidade EM13CHS503 e o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos.

Nas páginas 16 e 17, a habilidade EM13CHS206 é trabalhada ao desenvolver os princípios de localização, distribuição, ordem e extensão em suas esferas de análise.

Na página 19, aproveite o momento para trabalhar com o TCT Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental, ao discutir como diminuir o impacto da ação humana na natureza.

Na página 20, desenvolva a habilidade EM13CHS106 com os estudantes ao explicar a função de cada elemento do mapa de maneira crítica, como a importânssia da confiabilidade da fonte, a clareza da legenda e do título para não gerar interpretações erradas, a fidelidade da escala adotada, a orientação para o norte etc.

Na página 21, explique quê os mapas temáticos podem ter representações qualitativas ou quantitativas. Mapas quê representam tipos de vegetação, de clima, d fórma de relevo, entre outros temas, são qualitativos. Enquanto mapas quê representam valores de um tema, por exemplo, população de um país, índices econômicos, número de usuários de internet etc., são quantitativos. Conhecer essa diferença é importante para a escolha do tipo de variável visual usada na produção de mapas.

Nas páginas 22 e 23, explique quê os sistemas de navegação global (GPS) fornecem, atualmente, importantes dados para a produção cartográfica, ao mesmo tempo quê possibilitam a criação de formas de vigilância espacial. Não é por acaso quê Cartografia aparece muito atrelada a monitoramento e contrôle. O desenvolvimento da Cartografia está intimamente ligado ao exercício de pôdêr sobre um espaço. Os sistemas de informação geográfica (SIG) podem parecer assuntos distantes do cotidiano dos estudantes, mas é provável quê eles, em navegações espontâneas pela internet, já tênham manipulado

Página quatrocentos e cinquenta e um

ferramentas cartográficas resultantes dessas técnicas. Ao buscar, por exemplo, uma pizzaria nas redondezas de um ponto localizado em um aplicativo de mapas para celular, o usuário está manipulando um conjunto de dados quê têm um componente espacial.

Explique quê as altitudes em cartas topográficas são representadas por curvas de nível, ou seja, linhas quê unem pontos de mesma altitude. Antes do desenvolvimento das técnicas de Geoprocessamento, as cartas topográficas eram elaboradas por meio de observações e medições realizadas no campo e pela observação de fotografias aéreas. Atualmente, as imagens de satélite geram, através de softwares quê identificam os pontos de mesma altitude e traçam d fórma instantânea as curvas de nível, d fórma rápida as cartas topográficas.

Sobre os mapas colaborativos, é importante destacar quê produzem uma análise do real quê póde sêr empregada na melhoria de serviços existentes ou na criação de serviços. Nesse sentido, a cartografia social se relaciona com os mapas colaborativos, na medida em quê permite às comunidades discutirem e repensarem o território, colocando em destaque o conhecimento e a memória das pessoas quê vivem nele, buscando soluções coletivas com base na participação cidadã e do diálogo entre diferentes atores sociais.

Explore o mapa da página 23 com os estudantes e incentive-os a pensar nos motivos quê levaram a Comunidade Quilombola Buriti do Meio, em São Francisco (MG), a escolher essas informações para serem representadas no mapa, trabalhando com a habilidade EM13CHS104, ao analisar os vestígios da cultura material e imaterial dessa comunidade quê caracterizam sua identidade.

Com base nos quadros das páginas 24 e 25, é possível pensar em novas colunas para listar outras características das projeções, como os discursos e as ideologias difundidos por meio de mapas.

Nas páginas 26 e 27, os discursos e as ideologias presentes nos mapas são aprofundados, trabalhando com as competências específicas 1 e 2, ao analisar os diferentes processos políticos, econômicos, sociais e culturais em diferentes tempos e compreender a relação de pôdêr quê determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos Estados Nacionais.

A seção Entre saberes, nas páginas 28 e 29, apresenta o tema “Cartografia inclusiva” e busca desenvolver o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos, além de trabalhar a habilidade EM13CHS502, ao promover, por meio dos mapas, uma maior igualdade de acesso, independência, respeito às diferenças e liberdades individuais.

ATIVIDADES

Página 12

1. O mapa Mundo: projeção de Cassini apresenta uma representação do mundo pouco usual, fazendo com quê o estudante questione a disposição dos continentes pelo glôbo e as diferentes formas de representar o planêta.

Página 15

1. O mapa mostra quê, em alguns países, a taxa de população usuária de internet varia entre 80% e 100%; em outros, especialmente no continente africano, a taxa de população com acesso à rê-de mundial de computadores é de até 20%.

Página 17

Converse com os estudantes e cite alguns exemplos de casos em quê acontecimentos de diferentes escalas se relacionam. Por exemplo, em agosto de 2024, queimadas localizadas, em sua grande maioria, na Região Norte e no interior do Brasil, causadas pela seca e por desmatamentos e incêndios criminosos, afetaram cidades de todo o país, e não apenas os locais onde aconteceram. Em setembro do mesmo ano, a fumaça gerada por essas queimadas chegou a cobrir 60% do território brasileiro e avançou para países vizinhos, como a Argentina e o Uruguai.

Página 18

1. Em relação à fotografia 1, os estudantes também podem responder quê a preservação dos cursos de á gua é fundamental para o abastecimento da ssossiedade. Já na fotografia 2, também é possível destacar a atividade turística quê se desenvolvê-u no local em razão do caráter histórico e natural.

Página 19

2. Os estudantes podem citar desastres naturais como tempestades, inundações, terremotos, tsunâmis, deslizamento de térra etc.

Página 21

2. Converse com os estudantes sobre as possibilidades de ações para expandir o acesso à internet, como ampliação de infraestrutura para melhorar o sinal, instalação de pontos de acesso públicos, internet gratuita etc.

Página 23

1. O mapeamento dos territórios tradicionais fortalece a identidade e o pertencimento de seus moradores, contribuindo para sua sobrevivência.

Página quatrocentos e cinquenta e dois

2. Converse com os estudantes sobre a importânssia de se estabelecer critérios prévios quê indiquem quais são os interesses da comunidade, como localização das áreas de lazer, da infraestrutura básica, da rê-de de serviços, entre outros. Ao final do capítulo 6, há uma proposta de mapeamento da comunidade como parte do projeto.

Página 25

Explique para os estudantes quê não existe uma projeção mais correta do quê outras, mas existe a projeção mais adequada de acôr-do com o objetivo de cada mapa.

Página 27

2. As Grandes Navegações e a colonização do continente americano pelas nações europeias também contribuem para essa visão eurocêntrica, difundida em parte do planêta. Porém, lembre aos estudantes quê essa visão não é compartilhada em todo o mundo. No Japão, por exemplo, os mapas centralizam o arquipélago, além do país utilizar outras projeções.

3. Espera-se quê os estudantes comentem quê a iniciativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê hé) póde promover a desnaturalização de uma visão eurocêntrica do mundo.

Página 29

2. ôriênti os estudantes sobre a viabilidade dos projetos, o custo dos materiais, o conhecimento necessário para a produção (como braille e Libras); se necessário, divída a sala em grupos para a construção dos mapas. Não se esqueça de promover uma conversa entre os estudantes, talvez com a ajuda de um intérprete, e as pessoas para quem esses mapas serão produzidos para entender suas necessidades.

Páginas 30 e 31

2. Especialistas propõem a criação de “zonas de proteção de cabos” para limitar atividades de alto risco perto das rêdes e sugérem modificar leis internacionais para desencorajar a sabotagem e desenvolver tratados quê tornem tal interferência ilegal.

5. Sobre a primeira notícia, os estudantes podem fazer um croqui destacando, por exemplo, a presença de queimadas na Floresta Amazônica, no Pantanal e no interior de São Paulo e a ocorrência de ventos direcionando a fumaça para São Paulo. Em relação à segunda notícia, eles podem elaborar fluxos intensos de produtos e capitais entre países.

O croqui, nesse contexto, trata-se de uma representação gráfica do espaço semelhante a um mapa, mas sem o rigor cartográfico. Procure deixá-los livres para ezercêr a criatividade nas representações. Os estudantes podem usar símbolos e outros recursos para mostrar a relação entre as escalas e os fluxos apontados nas manchetes (circulação atmosférica e fluxos de produtos e capitais).

6. a) No entanto, essa distorção aumenta significativamente o tamãnho das regiões mais ao norte, como a Europa e a América do Norte, criando uma percepção visual de quê os países ali localizados são maiores do quê na realidade. Essa projeção reflete e reforça uma visão eurocêntrica do mundo, em quê as regiões do Hemisfério Norte são mais destacadas.

6. b) Essa projeção busca corrigir a impressão errada sobre o tamãnho dos países e continentes, enfatizando uma representação mais equitativa das regiões do Hemisfério Sul, minimizadas na projeção de Mercator. A projeção de píters, portanto, questiona a naturalização da visão de mundo eurocêntrica e nortista.

7. Isso póde incluir áreas de favelas, territórios indígenas, quilombolas e de outras comunidades tradicionais, além de áreas de interêsse cultural ou ambiental quê não são consideradas pela Cartografia tradicional. Um exemplo é o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônea, quê mapeia territórios de comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, destacando as áreas de uso tradicional, os locais de importânssia cultural e as ameaças quê enfrentam, como invasões e desmatamentos. A cartografia colaborativa permite quê essas comunidades documentem seus territórios e fortaleçam suas reivindicações por direitos e proteção, oferecendo uma ferramenta para a defesa de suas terras e modos de vida.

Referências comentadas

GOUVEIA, mateus. Geografia, cartografia social e educação diferenciada: breve estudo sobre os povos e comunidades tradicionais da baía da Ilha Grande – RJ. São Paulo: Dialética, 2023.

O livro retrata a implantação de um projeto pedagójikô de cartografia social como alternativa ao currículo tradicional. Com uma abordagem histórica sobre a utilização da Cartografia, ele levanta kestões sobre a visão eurocêntrica e apresenta a cartografia social como ferramenta de identidade e lutas.

SANTOS NETO, Pedro Moreira dos. 2019. O mapa e a língua brasileira de sinais (Libras): possibilidades da linguagem cartográfica para a construção do pensamento geográfico dos alunos surdos na/da educação básica. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Goiás, Goiânea, 2019. Disponível em:

Página quatrocentos e cinquenta e três

https://livro.pw/jvmcl. Acesso em: 9 out. 2024.

Em sua tese, Pedro Santos Neto discorre sobre os benefícios dos mapas adaptados em Libras para os estudantes com deficiência auditiva.

Capítulo 2

Consumo e resíduos sólidos

O consumo na ssossiedade atual e sua relação com a geração de resíduos sólidos são o fio condutor do estudo dêste capítulo. São abordados aspectos relacionados à emergência da chamada ssossiedade de consumo e os modelos econômicos linear e circular, bem como os impactos relacionados à produção e ao descarte de resíduos. Também são analisadas diferentes estratégias de incentivo ao consumo por meio de propagandas, instrumentos da indústria cultural.

O capítulo contempla, principalmente, as habilidades relacionadas à competência específica 3 ao abordar as relações das sociedades com a natureza e seus impactos econômicos e sócio-ambientais. O TCT Meio Ambiente é trabalhado ao longo do capítulo, com destaque para Educação Ambiental e Educação para o Consumo, nos momentos de conscientização dos estudantes sobre a importânssia de ações individuais e de diferentes setores da ssossiedade para um mundo mais sustentável.

A competência geral 3 incentiva a valorização e a fruição artística em diversas manifestações relacionadas a críticas e soluções criativas para os graves problemas sócio-ambientais contemporâneos. A competência geral 7 é mobilizada ao trabalhar, em diferentes momentos, a consciência sócio-ambiental e o consumo responsável nos âmbitos local, regional e global. E a competência geral 10 é desenvolvida ao incentivar os estudantes a repensar hábitos de consumo e destinação de resíduos, assim como a refletir sobre suas próprias ações e a pensar em soluções para os problemas coletivos.

É importante quê os estudantes reconheçam quê o atual padrão de consumo de uma parcela considerável da população é responsável por uma série de problemas ambientais e quê é urgente adotar formas mais conscientes de consumo, dialogando diretamente com a habilidade EM13CHS303. Também é necessário reavaliar nossa relação com os resíduos gerados, pensando na questão da reutilização e da reciclagem de materiais, de modo a reduzir o volume de resíduos e a pressão sobre os recursos da natureza. Dessa forma, os estudantes serão capazes de fazer escôlhas mais assertivas e conscientes em relação ao bem comum e ao seu projeto de vida, contemplando a habilidade EM13CHS301.

Orientações

O capítulo inicia, nas páginas 32 e 33, com a imagem da famosa obra Latas de sopas Campbell, do artista estadunidense Andy Warhol (1928-1987), quê apresenta embalagens de sopa da marca e foi exibida pela primeira vez em 1962. Considerado um expoente da pópi art, ele buscava aprossimár a; ár-te das pessoas utilizando imagens populares e evitando abstrações. Questione os estudantes sobre as impressões deles da obra de Andy Warhol, promovendo uma discussão sobre o quê eles consideram ár-te.

Nas páginas 34 e 35, a habilidade EM13CHS303 é trabalhada ao apresentar os princípios e o funcionamento da ssossiedade de consumo. Converse com os estudantes sobre quais são os produtos mais consumidos por eles e de quê forma as propagandas os influenciam nessas escôlhas. As Revoluções Industriais, citadas na página 35, serão retomadas no capítulo 14, sêndo relacionadas à produção e ao mundo do trabalho.

Na página 36, ao contrapor dois modelos de produção econômica diferentes, a habilidade EM13CHS301 é mobilizada, uma vez quê é problematizado o modelo de economia linear, bem como a degradação ambiental quê ela provoca, e propôsto o modelo de economia circular, quê promove práticas mais sustentáveis em relação ao meio ambiente.

As páginas 37 a 39, proporcionam uma reflekção sobre as práticas de consumo, relacionando-as com o papel dos meios de comunicação e com os impactos provocados no meio ambiente.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Atualmente, vivemos em uma ssossiedade na qual os hábitos de consumo estão associados ao processo de construção de nossas subjetividades. Por isso, há uma relação entre o consumo e a construção da autoestima. Para muitos, a individualidade e a personalidade são afirmadas por meio do consumo. E quem não póde consumir, póde ter sua autoimagem afetada. Reflita sobre essa quêstão e elabore um texto argumentativo, pensando em ações que podem ajudar a fortalecer a autoestima sem a associar ao consumo.

R. O objetivo da atividade é relacionar elemêntos da ssossiedade de consumo com kestões socioemocionais e promover uma reflekção crítica sobre o papel do consumo na construção da subjetividade. A proposta explora a habilidade EM13CHS303.

A desigualdade no consumo mundial é retratada na página 40. Ao analisar o mapa com os estudantes, sugira-lhes quê reflitam sobre os dados apresentados em relação ao Brasil e à desigualdade presente no país.

Página quatrocentos e cinquenta e quatro

Nas páginas 41 e 42, são abordadas algumas práticas de governos e associações não governamentais para diminuir os impactos sócio-ambientais e promover o consumo consciente por meio do comércio de produtos certificados, dialogando diretamente com a habilidade EM13CHS304.

O foco das páginas 43 a 45 são os resíduos com os quais nós temos contato e pêlos quais temos responsabilidade diréta, como orgânicos, embalagens pós-consumo, entre outros. A destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos e a instituição de uma política nacional quê discorra sobre isso póde sêr utilizada para trabalhar com a habilidade EM12CHS305.

A seção Conexões com…, nas páginas 46 e 47, desen vólve a interdisciplinaridade entre os temas da Geografia abordados no capítulo e conhecimentos de ár-te.

Ao apresentar a história do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), e da relação dos catadores de materiais recicláveis com o local, a seção também problematiza o descarte inadequado de resíduos, dialogando com a habilidade EM13CHS301. O TCT Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental e Educação para o Consumo, é trabalhado ao explorar, com os estudantes, os impactos ambientais gerados pelo descarte inadequado de resíduos e a conscientização sobre a geração de resíduos de cada estudante, propondo práticas de consumo alinhadas com a sustentabilidade.

A competência específica 4 é movimentada ao refletir sobre as relações de produção e trabalho. O lixão de Gramacho gerava trabalho para cerca de 5 mil catadores de materiais reciclados, quê tiveram suas vidas afetadas com o fechamento do local. Após mais de 10 anos de seu fechamento, os trabalhadores ainda não foram contemplados pelas promessas de saneamento básico e geração de empregos feitas pelo govêrno.

Nas páginas 50 a 51, a competência específica 3 é trabalhada com as habilidades EM13CHS301 e EM13CHS305 ao descrever todas as etapas necessárias para uma gestão mais adequada dos resíduos, dialogando diretamente com o TCT Meio Ambiente.

Questione os estudantes sobre seus hábitos de consumo, com qual freqüência eles trocam de aparelho celular e/ou compram roupas e o quê eles fazem com as coisas quê não usam mais. Depois, converse sobre a reciclagem no Brasil e de quê maneira ela está associada com a geração de renda para algumas famílias, evidenciando as desigualdades sociais presentes no país.

Os gráficos apresentados nas páginas 52 a 54 retratam a disposição e a composição dos resíduos sólidos no mundo. Faça a leitura junto aos estudantes destacando os aspectos mais contrastantes e os padrões perceptíveis.

ATIVIDADES

Página 32

2. O aumento no consumo de produtos descartáveis e embalagens não recicláveis agrava a produção de lixo, demandando mais recursos para o manejo e o descarte adequado e contribuindo para a poluição ambiental.

Página 37

A presença dos elétro domésticos como elemêntos centrais da imagem também revela o estilo de vida estadunidense difundido no pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Durante esse período, houve a expansão do consumo dêêsses produtos, impulsionando a indústria de bens de consumo duráveis e transformando o dia a dia das famílias. A facilidade trazida pelo uso de geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa e louça contribuiu para o aumento do número de mulheres no mercado de trabalho e, consequentemente, para profundas transformações do papel da mulher na ssossiedade. Os estudantes são incentivados a explorar a habilidade EM13CHS303 ao analisar a imagem e refletir sobre os elemêntos quê revelam o ímpeto para o consumismo difundido pelo Américam way ÓF láif.

Página 39

1. Espera-se quê os estudantes compreendam quê a mídia cria necessidades de consumo e incentiva os jovens a comprar coisas supérfluas, formando opiniões e moldando identidades.

2. O consumismo contribui para o esgotamento dos recursos naturais e o aumento da emissão de gases de efeito estufa (GEEs), bem como para o aumento da produção de rejeitos industriais e resíduos, quê podem contaminar e poluir o meio ambiente.

Página 40

Em contrapartida, países com menóres níveis de renda per cápita e infraestrutura podem apresentar níveis mais baixos de consumo final, como a grande maioria dos países na África e alguns da América Látína e da Ásia.

Página 42

1. É possível elaborar storyboards analógica ou digitalmente; para isso, acéçi o editor ôn láini Canva, disponível em: https://livro.pw/hdosp (acesso em: 16 out. 2024.)

2. ôriênti os estudantes a se reunirem em duplas e refletir sobre os princípios propostos na economia solidária ou no comércio justo, relacionando-os com suas práticas individuais e coletivas cotidianas. A reflekção proposta nessa atividade explora a habilidade EM13CHS301.

Página quatrocentos e cinquenta e cinco

Página 45

1. O estudante póde mencionar como exemplos: fio dental, absorvente íntimo, hás-te flexível, goma de mascar, algodão, fralda, papel higiênico, entre outros.

2. Outra possibilidade são ações quê envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos por parte das indústrias.

Página 47

2. O artista provoca uma reflekção sobre os hábitos de consumo e a desigualdade social.

Página 53

2. Destaque, ainda, a porcentagem muito baixa de resíduos quê não são coletados ou são coletados e despejados ao ar livre na América do Norte e na Europa ocidental.

Página 54

Destaque quê, quanto menor a renda do país, maior a quantidade de resíduos de alimentos e jardins. Esse dado é reflexo dos hábitos de consumo das pessoas de baixa renda, quê consomem menos comida processada e mais alimentos in natura.

Páginas 55 a 57

1. Essa prática de criar o ímpeto para o consumo revela o papel fundamental do sujeito no funcionamento do sistema capitalista, característica principal da ssossiedade de consumo, marcada pela padronização do uso dos mesmos produtos em diversas regiões do mundo. Essa atividade contribui para a mobilização da habilidade EM13CHS303.

3. a) Por exemplo, os estudantes podem optar por comprar roupas de segunda mão, escolher marcas quê sigam práticas sustentáveis ou reduzir o consumo geral. Ao compartilharem suas reflekções, espera-se quê eles identifiquem práticas mais responsáveis e discutam maneiras de incorporar essas práticas em suas vidas diárias.

3. b) Em um amplo debate com a turma, solicite aos estudantes quê apresentem as ações pesquisadas para os demais côlégas, incentivando-os a avaliar os tipos de impactos ambientais minimizados. Essa atividade tem o objetivo de explorar a habilidade EM13CHS301.

5. a) A Região sudéste, por exemplo, gera quase mêtáde dos resíduos sólidos do país, o quê se deve ao seu alto nível de urbanização e densidade populacional, bem como ao estilo de vida marcado por um consumo elevado de bens industrializados. Em contraste, a Região Norte, com menor densidade populacional e um grau de urbanização mais baixo, gera menos resíduos em razão de um menor consumo de produtos industrializados.

6. a) A diéta da família estadunidense, baseada em produtos industrializados, gera maior impacto no meio ambiente. A família equatoriana tende a consumir mais alimentos in natura e sem embalagens.

6. c) Aproveite para discutir sobre a questão da soberania alimentar e o acesso à alimentação saudável.

7. a) A reação esperada seria recolher esses resíduos e descartá-los corretamente, além de refletir sobre a importânssia de práticas quê minimizem o descarte inadequado. Essa atividade mobiliza a habilidade EM13CHS304.

7. b) Entre as principais fontes, estão o descarte inadequado de resíduos urbanos, como os resíduos domésticos, a falta de saneamento básico e os efluentes industriais e agrícolas. Para prevenir a contaminação dêêsses corpos d’água, é essencial melhorar a côléta de resíduos, promover a reciclagem e compostagem, implementar políticas de gestão de resíduos sólidos mais eficazes e conscientizar a população sobre os impactos ambientais do descarte inadequado.

Referências comentadas

ABREMA. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2023. [São Paulo]: Abrema, 2023. Disponível em: https://livro.pw/wlmnk. Acesso em: 3 out. 2024.
O Panorama dos resíduos sólidos no Brasil é um relatório realizado pelas entidades quê representam as empresas de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos no país. Com base no Censo Demográfico de 2022, a análise de dados reflete a realidade da população brasileira, sêndo utilizada para definir políticas públicas e orçamentos.

FONTGALLAND, Isabel Lausanne. Economia circular e consumo sustentável. Campina Grande: Amplla, 2022.
O livro apresenta o conceito de economia circular e as suas diversas etapas de aplicação na economia, bem como a perspectiva do consumo sustentável e o modo como ele está relacionado à sustentabilidade da ssossiedade e à desigualdade social.

SOARES, Lorena Saboya Vieira. A história da Política Nacional de Resíduos Sólidos: reflekções acerca do seu tímido avanço. São Paulo: Dialética, 2022.
O livro aborda o processo de criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e discorre sobre os avanços na prática dessa política.

Página quatrocentos e cinquenta e seis

Capítulo 3

Desastres naturais ou humanos?

O capítulo aborda fatores geradores e intensificadores de desastres naturais, principalmente a influência da ação humana nas mudanças climáticas.

As habilidades EM13CHS101, EM13CHS304 e EM13CHS305 são desenvolvidas nos momentos de análise de eventos naturais e discussões sobre o papel dos diferentes setores da ssossiedade na prevenção de desastres naturais.

Os TCTs Meio Ambiente e Cidadania e Civismo podem sêr trabalhados ao longo do capítulo ao propor reflekções sobre as mudanças climáticas, o aumento dos desastres naturais e as populações quê são mais atingidas e de quê maneira isso ocorre. Na seção Entre saberes, os estudantes são incentivados a apresentar propostas e ações para diminuir os riscos em casos de desastres ambientais, mobilizando as temáticas Vida Familiar e Social e Educação Ambiental.

Embora seja um conteúdo usualmente tratado pela Geografia, é possível estabelecer pontes com os outros componentes curriculares de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e com alguns componentes das áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e de Linguagens e suas Tecnologias.

Orientações

Na abertura do capítulo, páginas 58 e 59, converse com os estudantes sobre as causas e os efeitos dos desastres naturais. Para isso, verifique seus conhecimentos prévios e os quêstione sobre o que entendem quando ouvem a expressão “desastre natural”, incentivando-os a citar exemplos e consequências dêêsses acontecimentos para as populações.

O conteúdo das páginas 62 e 63 propõe uma análise sobre as consequências dos desastres naturais, tanto sociais como econômicas, e uma avaliação sobre os países quê acabam sêndo mais afetados por esses acontecimentos. Auxilie os estudantes na leitura dos gráficos e, depois, faça uma análise coletiva dos dados. É importante quê eles reconheçam que nêm sempre há uma relação diréta entre o número de pessoas afetadas e o número de mortes. Destaque, ainda, quê, embora os eventos climáticos afetem um maior número de pessoas, são os eventos geofísicos, como terremotos, quê causam mais mortes.

A interpretação dos gráficos das páginas 62 e 63 permite uma avaliação dos impactos dêêsses desastres nos países de alta, média e baixa renda. Ressalte a quêstão da vulnerabilidade econômica e social dos países mais pobres, auxiliando os estudantes a reconhecer que o mesmo tipo de evento natural póde ter impactos diferentes em países pobres e ricos, mobilizando a habilidade EM13CHS103.

Nas páginas 65 e 66, ao tratar sobre inundações e alagamentos, quêstione os estudantes sobre os locais mais sujeitos a inundações, ações que podem intensificar esses problemas e suas consequências nas áreas urbana e rural. Essas e outras kestões incentivam a reflekção dos estudantes e dêsênvólvem as habilidades EM13CHS103 e EM13CHS304.

As páginas 67 e 68 abordam eventos metereológicos extremos como furacões e ciclones, tanto no Brasil quanto no mundo.

Ao abordar a temática, é válido confirmar o quê os estudantes já sabem sobre esses fenômenos e, se necessário, retomar aspectos de cada um deles, de modo a caracterizá-los e diferenciá-los. Se necessário, essa revisão póde sêr feita com a ajuda de vídeos, como, por exemplo, o vídeo sugerido a seguir.

Indicação

RB EXPLICA diferença entre ciclone, furacão e tempestade tropical. [S. l.: s. n.], 2013. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal Tevê Brasil. Disponível em: https://livro.pw/ejgwt. Acesso em: 16 out. 2024.

Vídeo do Repórter Brasil com explicações sobre ciclones, furacões e tempestades tropicais.

Depois dessa contextualização, incentive os estudantes a apresentar exemplos dêêsses fenômenos ocorridos recentemente, bem como suas consequências, além de analisar a possibilidade de aumento da ocorrência dêêsses eventos em função das mudanças climáticas. Espera-se quê os estudantes reconheçam quê, embora não possam sêr evitados, os efeitos dêêsses fenômenos podem sêr minimizados com a aplicação de políticas públicas voltadas para a prevenção e a recuperação dos danos, sistemas de avisos para a população e ajuda à população afetada. Essa discussão contempla a habilidade EM13CHS304, ao analisar as práticas das instituições governamentais para promover a ética sócio-ambiental.

Os conceitos de seca e desertificação são apresentados na página 69. Esclareça aos estudantes quê a presença de regiões áridas ou semiáridas não configura um problema ambiental, as áreas desérticas ocorrem naturalmente no planêta e, assim como os demais biomas da Terra, elas também têm grande importânssia ecológica. Ressalte quê, diferentemente das áreas naturalmente secas, as regiões quê vêm enfrentando a desertificação estão sujeitas ao aumento da pressão exercida pelas

Página quatrocentos e cinquenta e sete

atividades humanas. O processo de desertificação reduz drasticamente o potencial produtivo dos sólos, aumentando as áreas de deserto. Faça a leitura do mapa Mundo: desertificação – 2018 com os estudantes e identifique as áreas quê vêm enfrentando o processo, explicando quê são regiões próximas às áreas de clima árido e semiárido, naturalmente mais vulneráveis ao processo.

Nas páginas 70 a 74, são apresentados os conteúdos sobre terremotos, tsunâmis e atividades vulcânicas. Converse com os estudantes sobre a localização do Brasil no centro da Placa Sul-Americana e por quê isso interfere na quantidade e na intensidade de tremores de térra e terremotos ocorridos no país.

A página 75 aborda a gestão dos riscos ambientais e favorece, ainda quê indiretamente, uma retomada do conteúdo estudado ao longo do capítulo, reforçando também o desenvolvimento da habilidade EM13CHS305.

Indicação

CEMADEN EDUCAÇÃO. São José dos Campos, 2024. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/psace. Acesso em 20 set. 2024.

sáiti do programa Cemaden Educação, quê mobiliza jovens e comunidades a construir conhecimentos, refletir e agir na prevenção de riscos e desastres.

A seção Entre saberes, nas páginas 76 e 77, propõe um trabalho com metodologias de pesquisa aplicadas ao conteúdo estudado. Nesse caso, a pesquisa se volta para a identificação do problema, a elaboração e a aplicação de entrevistas e a apresentação de ações e medidas quê possam ajudar a comunidade a agir diante do risco ou da ocorrência de desastres naturais, trabalhando com os TCTs Cidadania e Civismo e Meio Ambiente, com destaque para Vida Familiar e Social e Educação Ambiental.

ôriênti os estudantes na realização do diagnóstico, em grupo, dos problemas existentes no lugar onde vivem. Essa etapa deve conter uma pesquisa ilustrada com fotografias e reportagens sobre o problema, de modo a identificar a área de ocorrência, as causas e a população afetada.

Após a pesquisa e o levantamento prévio, oriente os estudantes na elaboração do roteiro de entrevista semiestruturada. Embora as perguntas formuladas dependam do tipo de problema estudado, auxilie os estudantes a elaborar perguntas objetivas e pertinentes sobre a temática escolhida.

Os estudantes devem combinar com o entrevistado um momento apropriado para quê ele possa conceder a entrevista. Lembre-os de estabelecer um contato amistoso e cordial, para deixar o convidado à vontade. Os entrevistadores podem falar, mas devem ouvir principalmente, mantendo sempre o foco no roteiro. Peça-lhes quê façam uma pergunta de cada vez para não confundir o entrevistado. O registro das respostas deve ocorrer durante a entrevista, podendo sêr em gravação de áudio, vídeos ou anotação escrita. Os estudantes devem ficar atentos também aos gestos e à inflexão de voz do entrevistado, pois essas manifestações espontâneas podem sêr muito reveladoras e úteis para o resultado da entrevista. E, ao término dela, refórce a importânssia da educação e da cordialidade e lembre-os de agradecer aos entrevistados.

Na etapa das análises das respostas, oriente a organização das informações coletadas. Nessa análise, os estudantes devem anotar os pontos quê considerarem mais relevantes ou quê tênham sido mais recorrentes nas falas dos entrevistados. Após a organização dessas informações, quê póde sêr feita em forma de mapa mental, oriente os grupos a elaborar um relatório destacando:

os objetivos da pesquisa;

a justificativa;

a metodologia;

as conclusões obtidas;

e, por fim, as propostas para a solução ou minimização do problema.

ATIVIDADES

Página 58

1. Se houver respostas positivas, escute o estudante com atenção e empatia, criando um ambiente acolhedor. Nos últimos anos, mudanças climáticas vêm causando desastres naturais em todo o planêta, e não é diferente no Brasil. As enchentes no Rio Grande do Sul e a seca dos rios da Amazônea, ambos em 2024, são alguns dos desastres quê podem sêr citados pelo estudante.

2. Também é esperado quê o estudante levante kestões como as políticas públicas associadas a esse monitoramento.

Página 61

1. Espera-se quê o estudante considere quê a ocupação desordenada e a falta de planejamento urbano, como construções em áreas de risco, intensificam o impacto dos desastres. Assim, parte da prevenção póde incluir a redução da vulnerabilidade humana por meio de políticas de habitação e gestão de riscos eficazes.

3. As chuvas intensas quê causam enchentes também saturam o solo, aumentando o risco de deslizamentos. Quando o solo não consegue mais absorver a á gua, ele se torna instável, especialmente em áreas

Página quatrocentos e cinquenta e oito

inclinadas, como encostas e môrros, levando ao deslizamento de térra.

4. Além díssu, esclareça como a vulnerabilidade das comunidades locais, incluindo fatores como condições de moradia e infraestrutura, póde influenciar na gravidade dos impactos dêêsses eventos.

Página 63

Em países de baixa renda, as perdas econômicas representam uma parcela maior do Produto Interno Bruto (PIB), e as taxas de mortalidade são significativamente mais altas, em razão da falta de infraestrutura adequada, do baixo investimento em prevenção e de maior exposição a áreas de risco. Em contraste, os países de alta renda, apesar de sofrerem maiores perdas absolutas em termos econômicos, conseguem mitigar os impactos relativos por causa de melhores estruturas de prevenção, capacidade de resposta rápida e infraestrutura resiliente.

Página 64

Incentive os estudantes a refletir criticamente sobre as ações quê o govêrno tem adotado perante a tendência de aumento de ocorrência de desastres naturais.

Página 66

Fatores como a falta de estudos de solo adequados e a falta de fiscalização do pôdêr público, quê permitiu a construção em uma área de risco, podem ter contribuído com o deslizamento em Hunan, na chiina.

Página 68

1. As mudanças climáticas intensificadas pelas atividades dos sêres humanos estão cada vez mais recorrentes e potentes, afetando principalmente a população mais vulnerável.

Página 69

3. Tanto as secas como o processo de desertificação podem sêr intensificados pela atividade antrópica e causam inúmeros danos sociais, como o aumento das migrações e da fome e o crescimento das taxas de mortalidade.

Página 74

1. O território brasileiro possui falhas geológicas em diferentes regiões onde ocorrem pequenas atividades sísmicas quê causam pequenos tremores. Dependendo da magnitude dos terremotos quê ocorrem na beira da placa, os efeitos também podem sêr sentidos no Brasil.

Página 75

2. É possível quê o estudante cite alguns projetos governamentais ou não governamentais quê utilizam a tecnologia para solucionar ou amenizar os impactos da seca, principalmente se ele morar em região afetada por esse fenômeno.

Páginas 78 e 79

1. b) A resposta envolve os conhecimentos do estudante sobre o lugar onde vive. Destaque, contudo, quê o objetivo aqui é quê sêjam apresentados problemas quê relacionem eventos naturais e sociais, como os desastres naturais.

3. a) ôriênti o estudante a pesquisar os canais da defesa civil da Unidade da Federação (UF) onde mora. É possível receber alertas gratuitos por SMS com orientações sobre situações de risco, entrar em contato por ligação telefônica e se manter atualizado nas rêdes sociais oficiais.

3. b) Ou seja, governos, empresas, associações e indivíduos devem agir conjuntamente para destinar recursos para prevenção, perceber riscos a fim de comunicá-los a autoridades e ter ciência do quê fazer durante e após um desastre.

4. a) Esses fenômenos resultam do aquecimento global quê tem se intensificado nos últimos anos em razão dos danos provocados pela exploração do meio ambiente.

4. b) O aumento da intensidade das chuvas agravou esse problema, uma vez quê o volume de precipitação é concentrado em um curto período, dificultando o processo de infiltração e sobrecarregando os canais pluviais.

Referências comentadas

ABREU, Nair Júlia Andrade de; ZANELLA, Maria Eliza; MEDEIROS, Marysol Dantas de. O papel da educação ambiental no desenvolvimento da percepção dos riscos de inundações e prevenção de acidentes e desastres naturais. Revista Brasileira de Educação Ambiental, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 97-107, 2016. Disponível em: https://livro.pw/jpomf. Acesso em: 10 out 2024.

O artigo propõe uma reflekção sobre as práticas sociais e educacionais da atualidade relacionadas à sustentabilidade.

RIBEIRO, Wagner Costa. A ordem ambiental internacional. São Paulo: Contexto, 2001.

O livro discute kestões como segurança ambiental e desenvolvimento sustentável no âmbito internacional.

SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental:

conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.

Página quatrocentos e cinquenta e nove

O livro trabalha diferentes temáticas sócio-ambientais como justiça ambiental, serviços ecossistêmicos, entre outros.

VEYRET, Yvette (org.). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. Tradução: Dilson Ferreira da Cruz. São Paulo: Contexto, 2007.

O livro apresenta um estudo aprofundado sobre a noção de risco, sua representação, seus atores e suas relações com o espaço, das práticas de gestão de organização do território às operações pós-catástrofe e reconstrução.

Capítulo 4

Mudanças climáticas e preservação da vegetação

êste capítulo contempla especialmente as habilidades EM13CHS302, EM13CHS304 e EM13CHS306 ao tratar das mudanças climáticas e do aquecimento global e ao analisar seus efeitos nas escalas local e global, assim como o papel de governos e da ssossiedade na minimização dessas kestões e de seus impactos.

Na abordagem dos papéis dos atores globais em relação às responsabilidades dos países perante o ambiente, como no quê se refere à emissão de gases de efeito estufa, à poluição atmosférica e às práticas de desmatamento, são mobilizadas a competência específica 2 e as habilidades EM13CHS202 e EM13CHS206.

O capítulo também aborda uma análise sobre o papel do Brasil nas emissões de gases de efeito estufa, ponderando a origem das principais fontes emissoras no país e as práticas associadas a elas. Ao levantar uma reflekção sobre a importânssia da preservação das florestas, propõe, ainda, uma análise do modo de vida das comunidades tradicionais, mobilizando as habilidades EM13CHS104, EM13CHS302 e EM13CHS601, e contribui para o reconhecimento da diversidade cultural do Brasil.

Ao longo do capítulo, o protagonismo dos estudantes é incentivado, levando-os a refletir sobre práticas e atitudes quê devem sêr adotadas ou evitadas em seu cotidiano e em suas comunidades, como forma de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa e de outros impactos sócio-ambientais. As reflekções apresentadas neste capítulo dêsênvólvem os TCTs Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental e Educação para o Consumo, e Ciência e Tecnologia, ao trabalhar com a aplicação da tecnologia como ferramenta no auxílio da preservação ambiental.

Orientações

Nas páginas 80 e 81, sugerimos quê seja feita uma avaliação diagnóstica dos conhecimentos dos estudantes sobre mudanças climáticas, assim como uma contextualização do assunto quê os leve a reconhecer a emergência e os diversos atores sociais envolvidos nessa questão.

Na página 83, auxilie os estudantes na leitura do gráfico Mundo: variação de tempera-túra média nos últimos 1.700 anos. Espera-se quê eles reconheçam quê, apesar das variações ocorridas ao longo do período, o aumento da tempera-túra, a partir do século XIX, ocorreu d fórma bem mais rápida e intensa, assim como as emissões de CO2.Com isso, é trabalhada a habilidade EM13CHS302. Esclareça para os estudantes quê, apesar de as mudanças climáticas serem eventos naturais, os processos estão sêndo intensificados e acelerados pelas atividades humanas. Comente também quê não há consenso entre climatologistas sobre o período (começo e fim) chamado de “a pequena idade do gelo”.

Nas páginas 86 e 87, o objetivo é promover a análise e a reflekção sobre os efeitos das mudanças climáticas em diferentes escalas. Nessa proposta, é válido salientar quê os danos não se restringem a kestões ambientais, mas têm amplo efeito sobre a ssossiedade e a economia. Essas reflekções são importantes para quê os estudantes reconheçam os vários desdobramentos das mudanças climáticas em diferentes âmbitos e escalas.

Nas páginas 88 e 89, os estudantes podem analisar a participação do Brasil na emissão de gases de efeito estufa e são convidados a refletir sobre mecanismos e atitudes quê podem contribuir para reduzir a emissão dêêsses gases na atmosféra, mobilizando a habilidade EM13CHS304.

Uma análise mais completa sobre esses gases póde sêr realizada com a ajuda do professor de Química, quê póde trazer mais esclarecimentos sobre a composição da atmosféra e os efeitos do aumento da concentração dêêsses gases nela.

A página 90 destaca a participação das queimadas nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil, colaborando especialmente para o desenvolvimento da habilidade EM13CHS302, uma vez quê auxilia os estudantes a analisar os impactos das cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos da natureza e às atividades agropecuárias.

Na página 91, a atividade proposta favorece o desenvolvimento da competência específica 1, particularmente das habilidades EM13CHS103 e EM13CHS106, ao incentivar o uso da linguagem cartográfica e das tecnologias digitais e ao promover a sistematização de dados e informações, auxiliando os estudantes a elaborar hipóteses e argumentos com base nesses recursos. A competência geral 5 é mobilizada ao incentivar os estudantes a utilizar tecnologias digitais d fórma crítica, contribuindo para a preservação ambiental.

Página quatrocentos e sessenta

Na página 94, sugerimos uma reflekção sobre o título do conteúdo Brasil: vegetação nativa × atual. Proponha algumas kestões aos estudantes: o quê vocês consideram vegetação nativa? por quê, no título, a vegetação nativa aparece em oposição à atual?

Esclareça, então, quê o termo “vegetação nativa” se refere ao conjunto de espécies vegetais quê se desen vólve em uma determinada região, além de se relacionar à ideia de vegetação original, ou seja, àquela quê existia originalmente, antes das devastações provocadas pelo sêr humano.

Solicite aos estudantes quê analisem o mapa Brasil: vegetação nativa, identificando as formações vegetais do país e as da UF onde vivem. Peça-lhes quê identifiquem quais vegetações são preservadas e pesquisem os atores responsáveis por essa preservação.

Ao analisar o mapa Brasil: vegetação atual, comente quê algumas áreas devastadas pertencem a Unidades de Conservação (UCs).

UC é uma área do território nacional (continental ou marinha) da qual fazem parte recursos ambientais com características naturais relevantes, criadas para preservar o patrimônio biológico existente. As UCs são instituídas pelo pôdêr público federal, estadual e municipal, têm sua proteção garantida por lei e estão sujeitas a regras e normas específicas. Há dois grupos de UCs:

Unidades de Proteção Integral: as regras são mais restritivas, pois o principal objetivo é a proteção da natureza. É permitido apenas o uso indiréto dos recursos naturais, como turismo ecológico, pesquisa científica e projetos de educação ambiental. Nesse grupo de UCs, estão incluídas estações ecológicas, reservas biológicas, parques, monumentos naturais e refúgios de vida silvestre.

Unidades de Uso Sustentável: a conservação da natureza é conciliada com a presença humana, e a côléta e o uso dos recursos naturais são permitidos, contanto quê ocorram d fórma sustentável. Nesse tipo de UC, estão incluídas áreas de relevante interêsse ecológico, florestas nacionais, reservas de fauna, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas extrativistas (Resex), áreas de proteção ambiental e reservas particulares do patrimônio natural.
Além das UCs, há outras áreas protegidas no Brasil, como as terras indígenas (tê ís) e os territórios remanescentes de comunidades quilombolas.

Na página 95, o estudo se volta para os aspectos da legislação brasileira relacionados à preservação das florestas, com destaque para o Novo cóódigo Florestal, mobilizando a habilidade EM13CHS305.

A seção Conexões com..., na página 97, oferece a oportunidade de trabalhar com os componentes curriculares Biologia e Química ao analisar a importânssia dos microrganismos no solo, bem como dos ciclos biogeoquímicos. Os estudantes são levados a refletir sobre os benefícios da biodiversidade para os sólos e sobre a promoção de técnicas agrícolas sustentáveis e mais produtivas, trabalhando d fórma interdisciplinar com as habilidades de Ciências da Natureza e suas Tecnologias: EM13CNT101, EM13CNT105, EM13CNT202, EM13CNT203 e EM13CNT206.

O conteúdo das páginas 98 e 99 propõe uma reflekção quanto aos efeitos das mudanças climáticas nas comunidades tradicionais e às suas práticas agroextrativistas, bem como quanto ao compromisso delas com a sustentabilidade, favorecendo o desenvolvimento das habilidades EM13CHS104, EM13CHS302 e EM13CHS601. Além de contribuírem para o reconhecimento da diversidade cultural, essas duas páginas também permitem analisar e comparar as diferentes formas de relação do sêr humano com a natureza.

ATIVIDADES

Página 80

1. É possível distinguir uma pessoa pendurando roupas para secar em um varal; porém, essas roupas representam, na verdade, os continentes e os oceanos. O planêta Terra é retratado d fórma árida.

2. A cena sugere quê, após exaurir o planêta, o sêr humano poderia facilmente renovar a natureza com uma ação tão simples quanto lavar as roupas, como se fosse fácil reparar os danos causados pela exploração desenfreada. A imagem dos continentes e dos oceanos pendurados para secar remete à capacidade de regeneração dos elemêntos naturais do planêta. As principais ameaças globais às quais o cartum se refere são a crise ambiental decorrente da exploração insustentável dos recursos naturais e a falta de ações eficazes para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

Página 83

As informações apresentadas no gráfico apontam uma grande elevação da tempera-túra terrestre em relação à média do período selecionado (últimos 1.700 anos), principalmente a partir do século XIX, em razão das Revoluções Industriais.

Página 87

1. Essas práticas estão relacionadas não só à redução de emissão de CO2 para barrar o aquecimento global mas também à utilização consciente dos recursos naturais

Página quatrocentos e sessenta e um

e ao desenvolvimento de uma ssossiedade mais sustentável. As ações necessárias para alcançar os objetivos descritos na charge vão na contramão do quê é feito atualmente nas indústrias das maiores potências econômicas do mundo, quê dependem dos combustíveis fósseis e da exploração dos recursos naturais.

2. A etapa de debate procura proporcionar a integração ao favorecer o diálogo e a troca de ideias e de opiniões entre os estudantes. Ao buscar informações em artigos científicos e reportagens, tanto em jornais quanto em revistas impréssas ou digitais, formular ideias e tomar decisões quê promovam a consciência sócio-ambiental, os estudantes têm a oportunidade de mobilizar a competência geral 7. Essa atividade também é capaz de desenvolver a competência específica 3 ao promover uma reflekção sobre soluções quê respeitem e promovam a consciência e a ética sócio-ambiental.

Página 89

Peça aos estudantes quê compartilhem os resultados das pesquisas em sala de aula e quê, juntos, elaborem um mapa mental com as propostas quê eles trousserem.

Página 91

Após a realização das etapas, peça ao estudante quê analise os dados pesquisados, verificando as principais classes de cobertura do solo na UF, bem como a evolução do desmatamento da vegetação. Essa atividade póde sêr feita de modo coletivo, proporcionando uma análise mais ampla dos dados. Com base nas reflekções, sugira-lhe quê elabore um texto refletindo sobre as características de uso do solo e suas transformações ao longo do tempo. Caso o acesso à internet seja limitado, é possível selecionar esses dados préviamente e apresentá-los em sala de aula em forma de tabélas, de maneira a promover a análise com base nelas.

Página 94

Após o estudante analisar a situação da cobertura vegetal da UF onde vive, sugira-lhe quê reflita sobre as principais atividades econômicas do mesmo local e a associação delas aos dados apresentados no mapa 2.

Página 97

Os microrganismos também melhoram a estrutura do solo, facilitando o processo de infiltração da á gua e sua retenção no solo.

Páginas 100 e 101

1. a) Elas são espaços de diálogo entre países, possibilitando a criação de acordos multilaterais quê estabelecem metas e compromissos para a redução das emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas e o financiamento climático. Essas conferências também permitem quê nações desenvolvidas e em desenvolvimento negociem responsabilidades diferenciadas e cooperem para a implementação de políticas sustentáveis em escala global.

1. b) A Floresta Amazônica ABSÓRVE grandes quantidades de CO2 da atmosféra, o quê ajuda a mitigar o aquecimento global. Além díssu, a Amazônea influencía os padrões de precipitação em várias regiões. A preservação da Amazônea é vital para a manutenção dêêsses serviços ecossistêmicos essenciais. Sua destruição contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa, agravando as mudanças climáticas, e provoca a perda irreversível de biodiversidade.

1. c) Para quê a turma compartilhe as informações obtidas, peça-lhe quê faça apresentações de slides, cartazes ou murais, redações ou quê organize uma roda de conversa em sala de aula na qual apresente os resultados das pesquisas e discuta as implicações das decisões tomadas na COP30 para diferentes setores da ssossiedade, como a agricultura, a indústria e as comunidades tradicionais.

2. a) A expansão do agronegócio e a falta de fiscalização contribuíram para o desmatamento do bioma Amazônea.

2. b) As comunidades tradicionais estão entre as parcelas da população quê mais sofrem com as mudanças climáticas e o aquecimento global; portanto, a preservação das florestas é indispensável para a manutenção de seus modos de vida e sua sobrevivência.

3. c) Ressalte quê o Cerrado concentra as atividades do agronegócio brasileiro. Esse bioma tem sofrido com as consequências de ações como o desmatamento, o enfraquecimento dos sólos e a contaminação das águas pelo uso excessivo de agrotóxicos.

3. d) É possível notar quê a vegetação da Caatinga também sofreu com o aumento significativo das áreas desmatadas.

4. a) Os baniwa acreditam quê essas mudanças desestabilizam a harmonía entre os elemêntos naturais e suas divindades, alterando profundamente suas tradições e seus modos de vida.

4. b) Essa prática, passada de geração em geração, está em risco porque os pescadores não conseguem mais

Página quatrocentos e sessenta e dois

encontrar a quantidade de iscas necessária, impactando diretamente sua subsistência.

4. c) Esses sinais quê antes eram confiáveis, agora estão confusos em razão das mudanças climáticas, alterando até mesmo os ciclos naturais e afetando a capacidade dos povos da floresta de prever e se adaptar a essas mudanças.

Referências comentadas

SANTOS, Rozely Ferreira dos. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004.

O livro apresenta conceitos, explicações e análises relacionados ao planejamento ambiental, além de relatar casos reais aplicados.

SETUBAL, Maria Alice. Educação e sustentabilidade: princípios e valores para a formação de educadores. São Paulo: Peirópolis, 2015.

Além da discussão conceitual, o livro apresenta relatos de práticas educativas já realizadas e experiências no território, bem como opiniões de especialistas e líderes sociais.

Capítulo 5

Dinâmicas do relevo e das águas

êste capítulo propõe uma reflekção sobre as dinâmicas do relevo e das águas, a ocupação dos sólos, os usos dos recursos hídricos, os ciclos da natureza e os impactos das alterações provocadas pêlos sêres humanos, contribuindo para o trabalho dos TCTs Educação Ambiental, Ciência e Tecnologia e Saúde.

É importante compreender os processos naturais e os recursos indispensáveis ao funcionamento das sociedades. Neste capítulo, abordaremos os estudos da natureza na Geografia em um contexto amplo, aprofundando as relações quê a humanidade estabelece com o meio, trabalhando, dessa forma, as competências gerais 1, 7 e 10.

A abordagem dos aspectos social, econômico e ambiental da á gua promove a análise da pressão quê atualmente é exercida sobre esse recurso no mundo. Nesse sentido, são desenvolvidas a competência específica 3 e as habilidades EM13CHS302, EM13CHS304 e EM13CHS305. O acesso à á gua é um dos direitos humanos básicos; por isso, a competência específica 5 e a competência geral 10 também são mobilizadas no capítulo.

É proposta, ainda, uma análise crítica sobre o acesso ao saneamento básico no mundo e os problemas associados à falta ou à ineficiência dêêsses serviços, dando destaque à quêstão da saúde humana. Ao refletir sobre a gestão dos recursos hídricos, o capítulo também colabora para um debate sobre políticas, planos e ações que possam favorecer e ampliar o acesso a esse recurso, assim como promover seu uso consciente e sustentável, colaborando para o desenvolvimento da habilidade EM13CHS103.

Orientações

A proposta das páginas 102 e 103 é gerar uma reflekção contextualizada da dinâmica natureza-sociedade ao revelar aspectos da ocupação do espaço pêlos sêres humanos e sua relação entre as dinâmicas do relevo, das águas e do clima, mobilizando as competências específicas 1, 2 e 3 e as habilidades EM13CHS103, EM13CHS206, EM13CHS304. Ao questionar os estudantes sobre o modo como os fatores climáticos e humanos podem aumentar a freqüência e a intensidade das enchentes, é possível trabalhar com o TCT Educação Ambiental, incentivando-os a relacionar as próprias ações com os impactos gerados no planêta.

Ao trabalhar as páginas 104 e 105, explique quê as forças externas, como a êrozão causada por ventos, rios e mudanças climáticas, podem desgastar e modificar o relevo, principalmente o das bacias sedimentares. Esse processo contínuo redistribui sedimentos, altera a topografia da região e, inclusive, forma novos depósitos de sedimentos quê podem dar origem a novas bacias ao longo de milhões de anos.

Nas páginas 106 e 107, converse com os estudantes sobre a existência de outras variações do relevo do Brasil e do mundo, quê não foram representadas no mapa por causa da escala empregada. Proponha aos estudantes quê pesquisem fotografias de cada uma das formas de relevo presentes na América do Sul e compartilhem as quê acharem mais interessantes.

Na página 108, informe aos estudantes quê a classificação do relevo brasileiro em 28 unidades, distribuídas entre planaltos, planícies e depressões, foi apresentada por Jurandyr Luciano Sanches Ross (1947-), geógrafo brasileiro, com base no resultado do levantamento do território nacional realizado pelo Projeto RadamBrasil e nos estudos anteriores sobre o relevo do país, sobretudo os realizados pelo geógrafo Aziz Nacib Ab’Sáber (1924-2012). A proposta de Jurandyr associa, por exemplo, altitudes, estruturas geológicas e processos resultantes de forças externas.

Ao abordar a relação entre o relevo e a hidrografia na página 115, retome o conteúdo do capítulo 3 sobre placas tectônicas e a ilustração da página 71. Essa conexão ajudará os estudantes a entender a influência do relevo na formação dos cursos d’água e no escoamento superficial.

Página quatrocentos e sessenta e três

Nas páginas 116 e 117, é feita uma análise sobre a disponibilidade, a distribuição e a demanda de á gua no mundo para ajudar os estudantes a perceber quê, embora aparentemente abundante, a á gua, especialmente a á gua doce e potável, é um recurso relativamente escasso e quê se encontra distribuído d fórma irregular pelo planêta. Na página 116, ao fazer a análise do gráfico, destaque a pequena participação de á gua doce no total da á gua presente no planêta, ressaltando, ainda, o percentual disponível em rios e lagos e a quantidade de águas subterrâneas. No caso do mapa, a análise deve contribuir para quê os estudantes reconheçam quê a á gua doce não se encontra distribuída d fórma homogênea pelo planêta, havendo regiões com maior e menor disponibilidade. refórce quê o mapa traz informações sobre a disponibilidade hídrica per cápita e por ano, o quê indica o volume de á gua disponível por pessoa anualmente. Além díssu, é importante destacar quê o mapa representa uma média para cada país, podendo havêer, nesses países, regiões com maior ou menor disponibilidade hídrica. Já a página 117 apresenta uma análise sobre o consumo de á gua por países e setores produtivos, o quê póde sêr feito principalmente com base na leitura do mapa. Espera-se quê os estudantes reconheçam o aumento da demanda global por á gua ao longo do tempo e percêbam o papel da agricultura nesse processo, bem como as variações entre as demandas de países de baixa, média e alta renda. Converse com os estudantes sobre o papel da agricultura nos países do Sul Global e de quê forma isso se relaciona com o processo de colonização, trabalhando com as habilidades EM13CHS103 e EM13CHS206.

Nas páginas 118 e 119, o objetivo é promover uma reflekção sobre os fatores responsáveis pela desigualdade no acesso à á gua, com destaque para a questão da degradação dêêsse recurso. O conteúdo desen vólve a habilidade EM13CHS306, uma vez quê avalia os impactos do atual modelo de ssossiedade no uso da á gua. Questione o quê os estudantes sabem sobre cartogramas e verifique se eles conseguem fazer sua leitura e interpretação. Explique quê, de modo geral, além de kestões naturais, a escassez de á gua póde estar relacionada a kestões políticas e econômicas. Converse com os estudantes sobre as maneiras de evitar o desperdício de á gua em suas moradias e cobrar aos governos a fiscalização do uso do recurso na agricultura e na produção industrial, trabalhando com o TCT Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental.

O conteúdo da página 120 destaca os problemas relacionados à má distribuição do saneamento básico em diferentes países e regiões do planêta. A proposta favorece o desenvolvimento das habilidades EM13CHS304 e EM13CHS305 ao analisar os impactos e discutir práticas e competências legais para a manutenção sustentável dos recursos da natureza.

A seção Conexões com..., na página 121, trabalha a interdisciplinaridade com Biologia, relacionada ao tema “Doenças transmitidas pela água”, desenvolvendo o TCT Saúde.

Questione os estudantes sobre a presença e a distribuição dos serviços de saneamento no mundo atual. Depois, chame a atenção deles para o mapa presente na página 120 e peça-lhes quê identifiquem e comparem os países e as regiões quanto ao acesso aos serviços sanitários. Então, apresente o mapa da página 121, quê mostra a taxa de mortalidade por fontes de á gua inseguras, e proponha uma análise do cruzamento dos dados, desenvolvendo, assim, as habilidades EM13CHS301 e EM13CHS305.

Indicação

BRASIL. Ministério da Saúde. Água Brasil: sistema de avaliação da qualidade da á gua, saúde e saneamento: glossário de doença relacionadas à á gua. [Rio de Janeiro]: Icict: Fiocruz, 2010. Disponível em: https://livro.pw/cxwom. Acesso em: 12 out. 2024.

Glossário de doenças relacionadas à á gua elaborado pelo Ministério da Saúde.

Na página 122, é abordada a questão da gestão dos recursos hídricos e debatida a responsabilidade sobre a garantia de acesso e a ampliação do saneamento básico, desenvolvendo as habilidades EM13CHS304 e EM13CHS305.

ATIVIDADES

Página 102

1. Incentive o estudante a refletir sobre o nome do local, Vale do Taquari, e os riscos associados à ocupação desordenada nesse tipo de relevo. Lembre-o quê um vale é a área mais baixa do terreno, onde rios correm e para onde a á gua de outros rios e da chuva escoam.

2. O uso descontrolado dos recursos pêlos humanos tem intensificado a alteração climática, contribuindo para o aquecimento global. Nesse processo, as águas dos oceanos tendem a esquentar e colabóram para a formação de tempestades intensas, em quê um grande volume de á gua cai em um curto período, dificultando o processo de infiltração no solo e gerando alagamentos.

Página quatrocentos e sessenta e quatro

Página 105

1. Para essa análise, oriente o estudante a voltar ao mapa Mundo: placas tectônicas, no capítulo 3, página 74, e fazer uma comparação com mapa da página 104.

2. As formações mais antigas tendem a apresentar menóres altitudes e formas mais arredondá-das, enquanto as mais recentes são mais acidentadas e pontiagudas em razão do menor tempo de exposição ao intemperismo.

Página 107

Espera-se quê o estudante associe as grandes altitudes às formações geológicas recentes, ou seja, os dobramentos modernos, originados do encontro entre as placas tectônicas.

Página 108

1. As diferenças de altitude das formas de relevo também podem sêr explicadas pela idade de suas formações geológicas, ou o tempo durante o qual sofreram processos de intemperismos, pela sua composição e pela capacidade de resistência à êrozão.

Página 109

2. O processo de sedimentação causa o assoreamento dos rios, deixando-os mais rasos e um pouco mais lentos; esse processo favorece o aluvionamento e a formação de múltiplos canais característicos de uma foz em delta.

Página 111

As populações ocupam áreas de risco por falta de planejamento urbano ou por falta de condições econômicas para viver em lugares mais seguros e, por isso, sofrem com os impactos negativos das chuvas e o desgaste do solo, perdendo não só bens materiais como também vidas.

Página 113

2. Espera-se quê, ao realizarem o trabalho em grupo, os estudantes percêbam a êrozão como um agente externo modelador e o modo como ela atua no relevo ao longo do tempo.

Página 115

3. O uso intensivo dos cursos d’água para a irrigação na agricultura póde diminuir a vazão dos rios, alterando a velocidade e a dinâmica deles. As atividades mineradoras provocam alterações dirétas nos cursos dos rios para a exploração dos seus leitos, além de causarem uma mudança química na composição da á gua, prejudicando a biodiversidade e a vida das comunidades quê dependem dela.

Página 116

3. Informe aos estudantes quê, de acôr-do com o Relatório mundial das Nações Unidas sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos 2024, em 2020, a agricultura foi responsável por 70% do consumo de recursos hídricos (água doce), seguida pela indústria, quê consumiu 20%. O restante foi consumido pela população, no chamado uso doméstico.

Página 117

1. Essa atividade trabalha com a habilidade EM13CHS103 ao solicitar ao estudante quê elabore argumentos associando o uso da á gua na agricultura com o processo colonial ao qual o Sul Global foi submetido, cujas consequências continuam repercutindo.

Página 119

1. b) Há vários países, por exemplo, cujos tamanhos são representados no cartograma como sêndo maiores do quê o do Brasil; porém, se comparados por extensão territorial, isso não aconteceria.

Página 120

1. Espera-se quê o estudante relacione a informação ao processo de colonialismo na África, quê chegou ao fim recentemente. A delimitação dos territórios coloniais não respeitou os limites preestabelecidos entre os povos, acirrando conflitos históricos quê perduram em forma de guerras civis e prejudicando ainda mais a implantação dos serviços sanitários.

Página 121

2. Essas medidas, junto a campanhas de conscientização de saúde pública, como a promoção de práticas de higiene, contribuíram significativamente para a redução da mortalidade causada por fontes de á gua inseguras no país. Contudo, ainda há muito a sêr feito, especialmente em áreas remotas e em favelas, onde o acesso à á gua potável e ao saneamento básico é precário. A ampliação do tratamento de esgoto, a universalização do acesso à á gua potável e a educação sobre o uso consciente e seguro da á gua são passos importantes para avançar nessa questão.

Página 123

A privatização póde trazer vantagens, como aumento de investimentos e tecnologias mais modernas para a redução de perdas. No entanto, é possível quê as empresas privadas priorizem áreas mais lucrativas, deixando as regiões mais pobres desassistidas.

Página quatrocentos e sessenta e cinco

Página 124 e 125

3. a) As correntes marítimas também contribuem para a movimentação de sedimentos, agravando o processo de êrozão. Esses sedimentos formavam uma barreira natural quê protegia a costa da cidade. Porém, com a diminuição dêêsse fluxo de areia e sedimentos, a defesa natural de Atafona (RJ) foi enfraquecida, deixando-a vulnerável ao avanço do oceano Atlântico.

3. b) Em Atafona, a êrozão já destruiu quarteirões inteiros e mais de 500 construções ao longo de dékâdâs, afetando as áreas urbanas d fórma severa. Em Ponta Negra (RN), o problema é mais localizado, e medidas temporárias, como o uso de sacos de areia, estão sêndo aplicadas para conter o avanço do mar.

5. O desmatamento das matas ciliares intensifica os impactos gerados nos cursos d’água, como o assoreamento de rios, quê desacelera a velocidade da á gua e diminui sua capacidade de oxigenação, prejudicando sua regeneração.

Referências comentadas

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO. Brasília, DF, [2024]. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/npfeo. Acesso em: 11 out. 2024.

sáiti da agência reguladora dedicada a fazer cumprir os objetivos e diretrizes da Lei das Águas do Brasil, ou lei número 9.433, de 8 de janeiro de 1997. No sáiti, é possível encontrar dados, fatos e estudos sobre as águas e o saneamento brasileiro.

MENDONÇA, Francisco. Geografia e meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2008.

O livro apresenta uma discussão sobre a relação do sêr humano com a natureza.

ROSS, Jurandyr Luciano Sanches (org.). Geografia do Brasil. 5. ed. São Paulo: EdUSP, 2009.

O livro produzido pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (úspi) aborda, d fórma integrada, a geografia física do Brasil e a geografia política do país.

Capítulo 6

Políticas ambientais e ssossiedade civil

A história tanto dos acordos internacionais quanto da legislação ambiental brasileira é o eixo central do capítulo. Dessa maneira, a competência geral 1 é contemplada ao valorizar os conhecimentos construídos historicamente e ao incentivar a formação de um sujeito crítico, capaz de colaborar para uma ssossiedade mais justa.

Espera-se quê os estudantes reconheçam a preocupação crescente nas últimas dékâdâs com as kestões ambientais e como diferentes governos, empresas, organismos internacionais e organizações não governamentais (ônguis), bem como a ssossiedade civil, vêm atuando. Ao participar dêêsse debate, procura-se incentivar os estudantes a realizar escôlhas alinhadas ao exercício da cidadania, mobilizando, dessa forma, as competências específicas 3 e 6.

O tema “Políticas ambientais internacionais do século XXI” atende especialmente à competência específica 3 e às habilidades EM13CHS304 e EM13CHS305 ao abordar e analisar o papel dos acordos internacionais e de organizações, governos, empresas e indivíduos na promoção e na garantia de práticas ambientais sustentáveis.

Com enfoque sobre o Brasil, o tema também traz a oportunidade de abordar os impactos ambientais ocorridos recentemente no país, discutindo seus efeitos no ambiente e na população. Espera-se quê os estudantes estejam aptos a argumentar e defender ideias quê respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência sócio-ambiental em múltiplas escalas, desenvolvendo, portanto, a competência geral 7.

Orientações

Nas páginas 126 e 127, solicite aos estudantes quê obissérvem a imagem da jovem Artemisa Xakriabá (2000-). Depois, pergunte-lhes se já conheciam a ativista ou outros líderes quê lutam por seus direitos e por kestões sócio-ambientais quê afetam todo o mundo.

Nas kestões colocadas para os estudantes, é importante levantar os conhecimentos prévios deles sobre a relação entre as políticas ambientais, como as leis ambientais, e a preservação dos povos tradicionais e indígenas.

A página 128 incentiva a reflekção sobre como as kestões ambientais têm sido tratadas por governos, empresas, organizações, comunidade científica e população civil, colaborando para o desenvolvimento da habilidade EM13CHS305.

As páginas 130 e 131 abordam as principais conferências ambientais internacionais ocorridas desde a Conferência de Estocolmo, em 1972. O conteúdo dessas páginas trabalha as habilidades EM13CHS305 e EM13CHS604.

A página 132 tem como objetivo reforçar quê o compromisso com a preservação ambiental não é igual em todos os países. É válido destacar os diferentes

Página quatrocentos e sessenta e seis

posicionamentos dos países em relação às kestões globais trabalhando com as habilidades EM13CHS304 e EM13CHS305.

Nas páginas 133 e 134, são abordados conteúdos relativos à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), dialogando com o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Vida Familiar e Social, ao relacionar o desenvolvimento sustentável ao acesso à renda e a condições ideais de moradia.

A página 135 apresenta o conceito de economia vêrde, mobilizando a habilidade EM13CHS306, ao analisar a proposta de um novo modelo econômico para a promoção da sustentabilidade.

A interdisciplinaridade com Sociologia é abordada na seção Conexões com..., na página 136, em quê se debate o conceito de economia vêrde como o caminho para a realização de mudanças efetivas no modelo de produção capitalista predatório, propondo o ecossocialismo como alternativa para assegurar a utilização não predatória dos recursos naturais.

ATIVIDADES

Página 126

1. As sociedades indígenas consideram a Terra como a mãe provedora da vida. Lutar pela Terra é lutar pela sobrevivência de todas as formas de vida.

Página 128

1. Empresas quê se adaptam às políticas ambientais restritivas pódem, por exemplo, implementar processos de reciclagem, reduzir o consumo de energia e investir em fontes de energia renovável. Isso não só ajuda a preservar a natureza mas também pode reduzir os custos a longo prazo, melhorar a reputação da empresa e abrir novas oportunidades de mercado em setores verdes, como o de energias limpas e o de produtos sustentáveis.

Página 129

3. Essas ações trazem visibilidade para kestões urgentes, como o fim da dependência de combustíveis fósseis, e mobilizam a opinião pública, gerando um senso de urgência nas discussões. A participação ativa da ssossiedade civil e de movimentos ativistas muitas vezes leva a compromissos mais fortes por parte dos governos e à inclusão de pautas quê atendam às demandas populares.

Página 131

ôriênti os estudantes a analisar avanços para as comunidades tradicionais no Brasil, no município, na UF e no território nacional como um todo.

Página 132

Apesar de as conferências internacionais não garantirem avanços mundiais na preservação, elas apontam possíveis caminhos e exercem pressão para quê os governos assinem e cumpram os acordos firmados.

Página 134

Por sua vez, a redução das desigualdades (ODS 10), por exemplo, póde contribuir para aumentar os níveis de segurança de um país e para diminuir a criminalidade, favorecendo todos os habitantes de determinado território.

Página 135

Incentive o estudante a refletir criticamente sobre como o conceito de economia vêrde vêm sêndo apropriado por práticas capitalistas. A resposta deve mostrar uma visão equilibrada, considerando os benefícios e as desvantagens relacionadas ao conceito.

Página 136

O desenvolvimento sustentável, conforme o conceito de economia vêrde, está associado ao modelo capitalista de produção, mantendo o consumo e o lucro do sistema produtivo e a nacionalaização dos recursos. O ecossocialismo propõe uma nova forma de organização econômica, com o crescimento econômico contido e a democratização de todos os recursos.

Página 137

Essa reflekção póde incluir ações no município onde o estudante vive, como campanhas de reciclagem, manifestações contra desmatamentos ou protestos contra o despejo inadequado de resíduos em locais próximos. Essa perspectiva reforça a importânssia das ônguis na conexão entre as ações globais e seus impactos dirétos no âmbito local e no cotidiano das pessoas.

Página 139

1. Na pesquisa, também é relevante mencionar as ações legais em andamento, como a atuação do Ministério Público e o monitoramento dos impactos ambientais e sociais na região. ôriênti os estudantes a ilustrar a pesquisa com colagens de imagens do local e com mapas e gráficos quê representem a população afetada.

Página quatrocentos e sessenta e sete

2. Espera-se quê o estudante comente quê municípios, estados, UFs e países são fundamentais para implementar políticas quê reduzam emissões de gases de efeito estufa, como multas mais severas para queimadas, incentivo ao uso de energias rêno-váveis, plantio de árvores e promoção de programas educacionais sobre sustentabilidade. Além díssu, decretar estado de emergência climática póde contribuir para o monitoramento das alterações do clima e produzir evidências para a discussão das mudanças climáticas.

Página 142

Os estudantes podem comentar os seguintes casos: a ruptura das barragens em Mariana (2015) e em Brumadinho (2019), em Minas Gerais; o vazamento de petróleo quê atingiu o litoral brasileiro, principalmente as praias da Região Nordeste (2019); a construção de hidrelétricas na Amazônea, como a Usina Hidrelétrica Belo Monte (início em 2011) etc.

Página 143

Outro ponto importante é avaliar como as comunidades locais ou tradicionais foram envolvidas no processo de consulta e compensação, abordando o nível de engajamento e os resultados práticos das medidas implementadas.

Página 144

4. A contaminação das águas não ocorre somente nas áreas da bacia hidrográfica onde a barragem se encontra; essas águas contaminadas, quando chegam aos mares e aos oceanos, prejudicam a vida marinha e de todas as pessoas da área em questão.

Página 146

1. A participação de ônguis e da ssossiedade civil organizada fortalece a defesa dos direitos das populações afetadas quê, assim, podem obtêr justiça.

Página 147

2. Outro desafio para o govêrno brasileiro é atingir as metas de geração de empregos e de redução da violência, alcançar a igualdade de gênero, ampliar o acesso à á gua potável e ao saneamento, entre outros.

Página 149

2. Espera-se quê os estudantes, após compreenderem o problema (em suma, os jovens do município de Iguatu, no Ceará, não conheciam a biodiversidade e a importânssia socioeconômica da Caatinga), proponham uma solução quê envolva o engajamento social com o objetivo de informar melhor as pessoas sobre o bioma onde vivem. Para tanto, eles devem planejar um percurso quê poderia levar à resolução do problema e, na sequência, executar o plano.

Incentive os estudantes a realizar uma pesquisa semelhante à dos jovens cearenses, porém relacionada ao bioma local. Se houver povos indígenas ou populações tradicionais quê habitem a região, a questão a eles relacionada póde sêr um ótimo tema a se investigar. Outro tema interessante a sêr investigado são os sítios arqueológicos, quê muitas vezes são descobertos durante processos de licenciamento ambiental. Essa atividade incentiva o protagonismo juvenil, tornando o jovem consciente de sua atuação como indivíduo na escola, na família e na ssossiedade.

Páginas 150 e 151

1. Para verificar os ODS, acéçi o sáiti das Nações Unidas, disponível em: https://livro.pw/xwdtx (acesso em: 17 set. 2024).

2. Encoraje o estudante a identificar setores essenciais, como educação, saúde e indústrias sustentáveis, e pensar em como esses setores podem colaborar para a quêstão. Auxilie-o na identificação dos ODS relacionados ao tema escolhido, ressaltando que a proposta deve considerar a viabilidade de ações concretas, promovendo a colaboração entre diferentes agentes globais.

3. Podcast é uma gravação de áudio, como um programa de rádio, quê póde sêr reproduzida a qualquer momento pelo ouvinte. Para realizar um podcast, os estudantes devem, inicialmente, planejar e criar o texto a sêr gravado, pensando no público-alvo e na possibilidade de inserir sôns, trechos de músicas, vinhetas e outros tipos de áudio complementares à narração.

4. c) Os materiais reciclados ou reaproveitados da escola, como embalagens, papelão e outros itens descartáveis, devem sêr incluídos na obra e devem sêr uma parte central da proposta para reforçar o conceito de reaproveitamento.

5. a) Espera-se quê o estudante compreenda quê as comunidades locais são profundamente afetadas pêlos desastres ambientais causados por atividades econômicas, como a mineração.

5. b) A comunidade, além das perdas materiais e culturais, enfrenta a impunidade e o desinteresse da empresa em compensar adequadamente as pessoas afetadas.

Página quatrocentos e sessenta e oito

5. c) O uso sustentável dos recursos naturais é possível quando segue práticas responsáveis e equilibradas, como o manejo sustentável, as tecnologias limpas e o respeito à legislação ambiental, o quê garante quê o meio ambiente não seja destruído.

5. d) Incluindo perda de vidas humanas, destruição de hábitátis naturais, poluição de rios e destruição de patrimônios culturais, evidenciando falhas na fiscalização e no cumprimento da legislação.

Páginas 152 e 153

1. Projetos como o Nova Cartografia Social possibilitam quê grupos marginalizados e silenciados, como os povos tradicionais, possam mapear suas próprias terras utilizando técnicas modernas, bem como promover o reconhecimento e a preservação de seus modos de vida.

2. O texto descreve o ciclo de vida dos produtos tecnológicos criados nos Estados Unidos e descartados em Gana. Isso exemplifica a falta de um sistema eficaz de logística reversa, quê deveria garantir quê os produtos descartados retornem ao ciclo produtivo para serem reciclados ou tratados adequadamente.

3. O aumento de eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, está diretamente relacionado às mudanças climáticas.

4. O aquecimento global está diretamente ligado ao aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosféra; suas consequências são globais e podem incluir eventos climáticos extremos, como secas, inundações e elevação do nível do mar, quê resultariam em crises alimentares, na escassez de á gua potável e no desaparecimento de áreas costeiras, afetando milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo no Brasil. As demais opções estão incorrétas, pois negam a responsabilidade dos países desenvolvidos ou minimizam os impactos globais.

5. A intensificação da ocupação urbana afeta d fórma imediata o ciclo hidrológico. Isso é observado no aumento de superfícies impermeáveis, quê reduzem a infiltração de á gua no solo, aumentam o escoamento superficial e diminuem a percolação e a evapotranspiração.

6. Questões sociais e ambientais são interligadas, e as soluções para os problemas ambientais exigem cooperação entre os governos, a ssossiedade civil e as indústrias. Não é possível desvincular a economia e o desenvolvimento social da proteção ambiental.

Páginas 154 e 155

O projeto mobiliza as competências gerais 7, 9 e 10 e a competência específica 3. Além díssu, a prática de análise da métrica de mídias sociais, desenvolvida no projeto, leva a turma a realizar um estudo sobre um problema quê afeta o meio ambiente, seja no município, seja na comunidade.

Na etapa 1, oriente os estudantes a fazer pesquisas em sáites confiáveis: jornais e revistas de significativa circulação; sáites de bibliotecas, museus, universidades e ônguis; artigos acadêmicos, teses ou dissertações; sáites de órgãos públicos; e entrevistas ou textos de pessoas quê conheçam profundamente o assunto estudado. É importante quê os grupos se organizem para fazer um estudo de campo em diferentes bairros para quê possam verificar in lócu os aspectos relacionados à pesquisa quê estão realizando e registrar suas descobertas em fotografias e entrevistas.

Na etapa 2, cada grupo deve organizar as informações, os dados, as análises e as imagens quê mais chamaram sua atenção e compartilhar esses conteúdos com côlégas, problematizando-os.

Na etapa 3, os grupos devem decidir qual será o melhor formato para divulgar a pesquisa. Por exemplo, se gravaram uma entrevista com algum especialista, ela póde sêr disponibilizada por meio de vídeo em quê constem informações complementares, textos narrados pêlos próprios estudantes, inserção de imagens etc.

Na etapa 4, além dos trabalhos realizados, os estudantes podem incluir, nas apresentações, indicações de sáites para pesquisas, notícias e reportagens interessantes sobre os temas estudados, fotografias dos bastidores de diferentes momentos do projeto, depoimentos de estudantes, professores e funcionários quê participaram do processo, mural de fotografias etc.

Referências comentadas

DOURADO, Juscelino; BELIZÁRIO, Fernanda; PAULINO, Alciana. Escolas sustentáveis. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.

Relato de um projeto de educação para a sustentabilidade, quê alia discussão curricular a atitudes em gestão, desenvolvido no espaço das edificações e no relacionamento com a comunidade.

NAÇÕES UNIDAS. Brasília, DF, c2024. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/jedcv. Acesso em: 11 jul. 2020.

No sáiti da Ônu é possível encontrar dados, informações, estudos e relatórios sobre direitos humanos, desenvolvimento sustentável, ações humanitárias, paz e segurança.

Página quatrocentos e sessenta e nove

Capítulo 7

Crescimento das cidades e urbanização

O processo de urbanização é o fio condutor do estudo dêste capítulo. São trabalhadas a percepção do tempo na cidade, a integração cada vez maior entre campo e cidade e a ideia de territorialidades com base nas fronteiras econômicas, sociais e culturais, quê marcam as dinâmicas urbanas.

Conceitos como conurbação, megacidades e rêdes urbanas também são trabalhados, ressaltando a importânssia do planejamento urbano e da integração entre os municípios.

Os objetivos, as competências e as habilidades abordados neste capítulo se articulam ao trabalhar as categorias da área, como tempo, espaço, indivíduo, ssossiedade, território e fronteira, com análises em diferentes escalas espaciais.

êste capítulo atende às competências específicas 2 e 6 e às habilidades EM13CHS203, EM13CHS205, EM13CHS206 e EM13CHS606 ao abordar características do processo de urbanização no Brasil e no mundo.

Orientações

Na abertura do capítulo, páginas 156 e 157, guie a reflekção dos estudantes. Caso a escola esteja localizada em um ambiente urbano, solicite quê identifiquem na imagem de Caruaru (PE) características quê sêjam comuns ou diferentes das da cidade em quê estão, incentivando uma análise comparativa. Isso os ajuda a perceber não apenas aspectos urbanos mas também as distinções entre cidades de diferentes portes. Esse trabalho de leitura da imagem favorece o desenvolvimento da habilidade EM13CHS106.

Nas páginas 158 e 159, inicie uma dinâmica quê permita avaliar os conhecimentos quê os estudantes já consolidaram acerca do conceito de metrópole, independentemente se vivem em uma área rural ou urbana. Use as cidades fictícias de Metrópolis e Gotham Círi como metáforas para refletir sobre a grandiosidade e os desafios das metrópoles, bem como sobre a relação entre o urbano e o rural, destacando o conceito de “continuum rural-urbano” e a influência mútua entre campo e cidade no contexto contemporâneo.

As páginas 160 e 161 apresentam e comparam dados históricos sobre a evolução da urbanização no mundo e no Brasil, abordando aspectos do processo de urbanização apoiados na leitura e na análise de gráficos e trabalhando a habilidade EM13CHS106.

A seção Conexões com..., nas páginas 162 e 163, aborda a formação de vilas e cidades brasileiras durante o período colonial, desenvolvendo a interdisciplinaridade com História ao apresentar as dinâmicas históricas do processo de urbanização no Brasil, especialmente no contexto da colonização portuguesa. O mapa representa o modo como as cidades eram organizadas, ilustrando a centralização do pôdêr e da justiça. A fotografia e o texto destacam, também, o papel da migração na formação das cidades. O tema da seção mobiliza a competência específica 2.

Para aprofundar o estudo relacionado à evolução da Cartografia, é possível trabalhar com mapas e representações recentes da área representada no mapa de 1640, identificando as transformações ocorridas na paisagem. Para tanto, sugerimos quê o Forte do Presépio seja tomado como ponto de referência para a pesquisa de mapas e imagens. Uma rápida pesquisa no aplicativo gúgou méps permite extrair uma planta e uma imagem de satélite quê podem sêr trabalhadas com os estudantes.

Aproveite o assunto das páginas 164 e 165 para apresentar o conceito de megalópole: uma região urbana de grande concentração econômica com fluxo intenso de pessoas e mercadorias, formada por duas ou mais metrópoles integradas economicamente, além de cidades menóres localizadas entre elas e no entorno. O processo de conurbação póde gerar uma megalópole. O conceito surgiu na década de 1960 para se referir à mancha urbana da costa atlântica dos Estados Unidos, na qual Nova iórk é a cidade mais importante. Nas dékâdâs seguintes, o conceito passou a sêr usado para categorizar outras regiões urbanas.

Nas páginas 166 e 167, comente quê a rê-de urbana costuma sêr mais densa nas regiões de influência das cidades de maior nível hierárquico, onde os centros urbanos estabelecem múltiplas relações com o entorno. O conteúdo dessas páginas mobiliza as habilidades EM13CHS201 e EM13CHS202 ao analisar a conexão entre as cidades e caracterizar alguns aspectos relacionados às dinâmicas da população e do capital. A dupla ainda mobiliza a habilidade EM13CHS206 ao incentivar quê os estudantes analisem a ocupação humana e a produção do espaço, aplicando princípios como localização e conexão para entender as interações entre diferentes cidades, contribuindo para o desenvolvimento do raciocínio geográfico.

As páginas 168 e 169 destacam importânssia das regiões metropolitanas no Brasil, com ênfase nas interações e nos fluxos populacionais e econômicos quê ocorrem entre os municípios. O trecho da reportagem sobre

Página quatrocentos e setenta

a mobilidade precária na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RJ) ilustra como a falta de integração entre as políticas públicas póde impactar negativamente a vida dos habitantes. Esse conteúdo dialoga diretamente com a habilidade EM13CHS201, quê trata da análise e da caracterização das dinâmicas populacionais e das mercadorias em diversas regiões.

As páginas 170 e 171, sobre segregação socioespacial, abordam de maneira evidente como a má distribuição de renda e as políticas urbanas historicamente construídas perpetuam a desigualdade nas cidades, especialmente no Sul Global. Esse conteúdo permite trabalhar a habilidade EM13CHS201 ao analisar as dinâmicas populacionais e de ocupação do espaço nas áreas urbanas, destacando como as populações de diferentes níveis socioeconômicos se distribuem geograficamente.

A análise visual da segregação nas imagens mobiliza a habilidade EM13CHS106, pois incentiva os estudantes a usar a linguagem iconográfica para interpretar a ocupação do espaço e refletir sobre os processos quê contribuem para a segregação socioespacial. A leitura crítica da paisagem urbana é fundamental para compreender essas dinâmicas. Além díssu, o conteúdo aborda as causas históricas e políticas da segregação, quê dialogam diretamente com a habilidade EM13CHS203 ao problematizar as tipologias urbanas e a divisão espacial. É possível explorar com os estudantes como essas divisões não são naturais, mas socialmente construídas.

A habilidade EM13CHS203 é trabalhada ao incentivar os estudantes a refletir sobre as fronteiras simbólicas e materiais entre áreas ricas e pobres nas cidades, questionando a naturalização dessas divisões e relativizando visões dualistas como centro/periferia e riqueza/pobreza. Já a habilidade EM13CHS206 é explorada ao analisar a distribuição desigual da infraestrutura e dos serviços nas cidades, evidenciando como os princípios de localização, conexão e distribuição geográfica influenciam a produção e a organização do espaço urbano, reforçando as desigualdades socioespaciais entre diferentes áreas da cidade.

ATIVIDADES

Página 156

1. Espera-se quê o estudante considere quê a paisagem revela aspectos da urbanização, como a ocupação densa do espaço, a presença de construções residenciais, comerciais e industriais, a verticalização com prédios altos, as ruas asfaltadas e os elemêntos de infraestrutura urbana, como avenidas e espaços públicos. Na segunda parte da pergunta, o estudante póde comparar a paisagem desta abertura com a de outras cidades brasileiras e a do lugar onde vive, estabelecendo relações entre elas. O uso da imagem de Caruaru (PE) trabalha a habilidade EM13CHS106, incentivando a leitura crítica da paisagem e a análise da ocupação urbana, quê póde sêr aplicada a outras cidades.

3. A proposta para o estudante atuar como um pesquisador das Ciências Humanas se relaciona com a habilidade EM13CHS103, incentivando a elaboração de hipóteses sobre as cidades.

Página 161

1. De acôr-do com o gráfico 1, em 1950, cerca de 30% da população mundial vivia em áreas urbanas. Em 2018, essa taxa era de cerca de 55%, e as projeções apontam quê, em 2050, 70% da população viverá em áreas urbanas. Ao analisar o gráfico 3, quê apresenta os dados por região, observa-se grande crescimento da população urbana na América Látína e Caribe entre 1950 e 2010, de 40% para cerca de 80%. As projeções também indicam quê a África e a Ásia, regiões cuja maior parte da população vivia no campo até 2018, terão o maior crescimento da população urbana.

2. A tendência de crescimento da população urbana também foi registrada na América Látína e Caribe, região em quê o Brasil está inserido. De 1950 a 2010, a população urbana do país passou de 40% para 80%.

Página 163

1. Entre outras informações, é possível observar quê o vilarejo cresceu em torno do forte (Forte Presépio); as moradias estão representadas d fórma mais ou menos regular quanto ao tamãnho, com exceção de uma à esquerda.

As moradias à direita do igarapé foram construídas bem próximas umas das outras, formando retângulos fechados, cada um com um quintal coletivo ao centro. Esse tipo de construção ficou conhecido como praça fortificada e tinha como objetivo proteger a população no caso de ataque. Ainda como medida de proteção, é possível notar muralhas e paliçadas voltadas para a areia da praia. No centro dêêsse conjunto de moradias, é possível notar representada a capela e, próximo à cruz, o pelourinho.

Na área à esquerda, situada fora da zona de proteção, percebe-se um processo pouco planejado: as moradias foram construídas ao longo da linha do mar e dos rios. Separando esses dois núcleos, está um igarapé (rio). Ao fundo, percebe-se a floresta, quê funcionava como mais uma barreira de proteção.

Página quatrocentos e setenta e um

Página 165

Espera-se quê o estudante argumente com base na realidade vivenciada por ele e/ou em notícias veiculadas na imprensa sobre a presença e as condições da infraestrutura urbana e dos serviços públicos de qualidade nas cidades brasileiras.

Página 167

Se considerar necessário, solicite ao estudante uma pesquisa prévia sobre os serviços e os equipamentos de infraestruturas presentes na região de influência da capital da Unidade da Federação (UF) onde ele mora. Em seguida, oriente-o a usar as informações pesquisadas para escrever um comentário fundamentado.

Página 169

No caso da pandemia de covid-19, a falta de coordenação esteve relacionada, por exemplo, ao uso de máscara, ao confinamento, ao funcionamento do comércio e de serviços etc.

Página 171

3. O estudante deve identificar e apresentar exemplos evidentes de segregação socioespacial na metrópole escolhida, utilizando mapas quê mostrem a distribuição das áreas ricas e pobres e fotografias quê ilustrem os contrastes entre bairros de alta e baixa rendas, bem como dados estatísticos sobre renda, acesso a serviços, infraestrutura, expectativa de vida e outros indicadores socioeconômicos.

Páginas 172 e 173

1. b) Para dar continuidade ao texto, o estudante póde citar ou discutir os problemas decorrentes do intenso crescimento das cidades no Sul Global ligados à segregação socioespacial, marcada pela desigualdade no acesso a serviços e à infraestrutura urbana vivenciada pêlos grupos menos favorecidos, quê, em geral, ocupam áreas periféricas com infraestrutura precária e onde há menos oportunidades de trabalho em relação às áreas centrais da cidade. Embora as soluções para o problema sêjam bastante compléksas, o estudante póde citar políticas quê promovam uma melhor distribuição de renda, melhores oportunidades de trabalho e estudo no município em quê vive, entre outras.

2. A busca por comércio especializado ou prestação de serviços em diversos setores em outros municípios afeta o cotidiano na medida em quê boa parte do tempo é gasto com deslocamentos, tempo quê poderia sêr dedicado a outros aspectos da vida, como estudo e lazer. Sobre as tecnologias digitais de comunicação e informação, o estudante póde apontar quê o crescimento do uso dessas tecnologias em diversos serviços, como ensino a distância e trabalho remoto (home office), reduz os deslocamentos diários.

3. a) Na medida em quê o acesso aos lugares é restringido pela falta de uma rê-de de transporte público quê atenda a todos de maneira eficaz, por exemplo, o uso da metrópole torna-se limitado para parte da população. Além díssu, os altos preços das passagens também se tornam um desafio para quê os habitantes com baixa renda possam se deslocar. Esta atividade conecta êste capítulo ao próximo, no qual será discutido o conceito de “direito à cidade”.

3. b) A atividade colabora com o desenvolvimento da competência geral 9 ao promover a empatia e a resolução de conflitos. Ao conduzir essa atividade com os estudantes, é fundamental criar um ambiente seguro e respeitoso. Esteja atento para evitar situações constrangedoras, oferecendo apôio emocional e mediando as discussões para quê todos tênham a oportunidade de compartilhar suas experiências. Ressalte a importânssia de abordar esses temas com respeito, destacando a relevância de lutar por uma ssossiedade em quê os direitos de todos os cidadãos sêjam respeitados, independentemente de sua origem.

Referências comentadas

MARICATO, Ermínia. O impasse da política urbana no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2011.

Nesse livro, a autora discute o crescimento urbano acelerado, mostrando como a urbanização brasileira tem sido marcada pela falta de planejamento e pela exclusão das camadas mais pobres.

RIBEIRO, Luiz césar de Queiroz (org.). O futuro das metrópoles: desigualdades e governabilidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2019.

Essa coletânea reúne estudos sobre o futuro das metrópoles brasileiras, com foco nas desigualdades socioespaciais e nos desafios da governança metropolitana. A obra discute políticas públicas voltadas para a inclusão social e territorial, oferecendo reflekções sobre como as cidades podem enfrentar os desafios do crescimento urbano no contexto das regiões metropolitanas e da segregação.

SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 5. ed. São Paulo: EdUSP, 2023. (Coleção Milton Santos, v. 6).

Página quatrocentos e setenta e dois

A obra oferece uma análise crítica do processo de urbanização no Brasil, destacando as desigualdades socioespaciais e os efeitos da rápida expansão das cidades. Santos explora as dinâmicas entre o campo e a cidade e como a modernização econômica impactou as relações sociais e o planejamento urbano.

Capítulo 8

Direito à cidade

O capítulo aborda temas como direito à cidade, moradia adequada, urbanização de favelas, gentrificação e mobilidade urbana, com foco nas desigualdades urbanas e suas consequências no Brasil e no mundo. Esses temas são tratados com base na análise de políticas públicas, movimentos sociais e intervenções urbanas.

São trabalhadas as habilidades EM13CHS201 e EM13CHS204, abordando as dinâmicas populacionais, a ocupação do espaço e o impacto do crescimento urbano em diferentes contextos, incluindo a análise de problemas como a gentrificação e a crise habitacional. Mobilizamos as habilidades EM13CHS205 e EM13CHS502 ao refletir sobre as múltiplas culturas e territorialidades presentes no espaço urbano, contribuindo para a formação de indivíduos mais conscientes e tolerantes, livres de preconceitos e quê respeitem as diferenças e as liberdades individuais. A habilidade EM13CHS202 é contemplada na discussão sobre o impacto das tecnologias e das infraestruturas urbanas no território, especialmente nas áreas mais vulneráveis, e a habilidade EM13CHS304 é abordada ao tratar dos impactos das políticas públicas urbanas e ambientais. Além díssu, a habilidade EM13CHS606 é trabalhada ao incentivar os estudantes a refletir sobre as características socioeconômicas do Brasil e a propor medidas para enfrentar os problemas urbanos, promovendo uma ssossiedade mais justa, inclusiva e sustentável.

A questão da urbanização e do direito à cidade envolve diretamente o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos, ao discutir a importânssia de garantir o acesso igualitário aos espaços urbanos e aos serviços públicos para toda a população. E o TCT Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental, é tangenciado nas discussões sobre o planejamento urbano sustentável.

Esses temas incentivam os estudantes a refletir sobre a responsabilidade coletiva na criação de cidades mais justas e democráticas, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (Ônu).

Orientações

Na abertura, páginas 174 e 175, é iniciada a discussão sobre o direito à cidade e os desafios enfrentados pêlos diferentes grupos sociais no acesso a serviços e oportunidades nas áreas urbanas, como moradia, educação, lazer e saúde. As atividades propostas incentivam os estudantes a refletir sobre suas próprias realidades e as desigualdades urbanas, conectando as discussões às experiências cotidianas e locais.

Nas páginas 176 e 177, sobre a quêstão da moradia adequada como direito fundamental, quêstione os estudantes sobre o conceito, quê vai além da possibilidade de ter um abrigo. Cabe destacar que o direito à moradia aparece em alguns documentos legais, como na Declaração Universal dos Direitos Humanos (artigo 25) e na Constituição Federal de 1988 (artigo 6º), sempre associado a outros direitos que podem promover a redução de desigualdades e garantir a justiça social. Contribuímos, assim, para o desenvolvimento da habilidade EM13CHS605. A discussão é pautada pêlos critérios da Ônu sobre moradia adequada.

Chame a atenção dos estudantes para o esquema da página 178, quê apresenta d fórma sintética os aspectos relacionados ao direito à cidade. Para criar uma dinâmica diferente de interpretação do esquema, peça aos estudantes quê analisem as informações nele contidas. Dê alguns minutos para isso. Depois, solicite-lhes quê se organizem em duplas e expliquem um para o outro akilo quê puderam entender sobre o direito à cidade.

Na página 179, o tema dialoga fortemente com o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos, ao refletir sobre o direito à moradia e ao espaço urbano como uma questão de cidadania e igualdade. Também é trabalhado o TCT Saúde, pois é abordado o impacto do saneamento básico inadequado nas áreas periféricas e a vulnerabilidade dessas populações perante epidemias como a dengue.

A dupla de páginas 180 e 181 destaca a importânssia da urbanização de favelas como uma alternativa viável para a melhoria das condições de vida. É importante destacar quê há discussões teóricas em relação ao conceito de urbanização das favelas. Alguns pesquisadores afirmam quê o termo póde trazer embutida a ideia de quê a favela está apartada da cidade, reforçando um discurso dicotômico, de exclusão, quando, na realidade, as favelas são a cidade, fazem parte do tecido urbano. Nesse sentido, tratar da urbanização das favelas é abordar a urbanização em sua totalidade, de um projeto quê inclúa todas as formas de uso do território. Incentive os estudantes a refletir sobre as soluções para

Página quatrocentos e setenta e três

a desigualdade urbana e o papel das políticas públicas nesse contexto.

Sugestão

hí bê gê hé. Favelas e comunidades urbanas: 2024: notas metodológicas n. 01: sobre mudanças de aglomerados subnormais para favelas e comunidades urbanas.

Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2024. Disponível em: https://livro.pw/sigdt. Acesso em: 18 set. 2024.

O documento descreve o processo de adoção da nomenclatura “favelas” pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê hé).

Nas páginas 182 e 183, após apresentar o conceito de gentrificação, verifique se os estudantes conseguem dar exemplos dêêsse processo no município ou Unidade da Federação (UF) onde vivem, destacando as principais consequências no cotidiano das populações pobres, quê acabam sêndo forçadas a se deslocar para áreas mais periféricas ou dotadas de infraestrutura precária ou inexistente. O conteúdo contribui para o desenvolvimento das habilidades EM13CHS205 e EM13CHS206.

Para iniciar a abordagem do tema “Mobilidade urbana”, nas páginas 184 e 185, incentive os estudantes a narrar os deslocamentos diários, ou mesmo eventuais, realizados por eles ou familiares.

É importante quê os estudantes compreendam quê a mobilidade urbana é uma quêstão crucial quê envolve inúmeros aspectos que impactam a vida cotidiana: o tempo gasto nos deslocamentos, o elevado custo do transporte para os trabalhadores e estudantes, o desgaste físico e emocional relacionado à má qualidade do serviço oferecido, a poluição do ar, entre outros.

Há uma conexão com o TCT Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental, ao discutir o uso de energias rêno-váveis e o incentivo a soluções de mobilidade sustentável.

As páginas 186 e 187 exploram o conceito de território no contexto urbano, enfatizando tanto as relações de pôdêr quanto a identidade cultural. A territorialidade, como apresentada, destaca como grupos e indivíduos moldam e ocupam o espaço de acôr-do com suas vivências e valores. A competência específica 2 da BNCC, quê trata da análise da formação de territórios e suas relações de pôdêr, é trabalhada diretamente ao discutir como os territórios urbanos são definidos e transformados.

Para a reflekção da página 187, é importante incentivar os estudantes a reconhecer quê as desigualdades sociais também se refletem no acesso ao lazer e à cultura e, dessa forma, os jovens quê vivem nas áreas periféricas contam com menos opções de lazer do quê aqueles quê vivem nas áreas centrais.

A seção Conexões com..., nas páginas 188 e 189, aborda como a; ár-te póde sêr uma forma de expressão territorial e de identidade, conectando a população ao seu espaço de vivência. A atividade é integrada ao componente curricular ár-te, permitindo quê os estudantes expressem suas identidades culturais e reflekções sobre o território por meio de colagens ou registros de; ár-te urbana.

ATIVIDADES

Página 174

1. É possível quê alguns estudantes reconheçam a referência à obra Operários, de Tarsila do Amaral (1886-1973). Caso contrário, apresente-lhes a obra original, na página 188, na seção Conexões com..., em quê a obra de dél Nunes (1998-) será mais explorada.

2. Espera-se quê o estudante comente as diferenças sociais presentes no Brasil e como isso gera pontos de vista diversos. Essa é uma oportunidade para discutir as diferentes formas de lutas por melhorias no lugar onde se vive, quê vão desde a participação em associações de moradores e nas decisões políticas do município até as formas de expressão artística cujo objetivo seja despertar a comunidade para os problemas e buscar soluções em seus espaços de vivência. Sobre o lugar onde vivem, os estudantes poderão falar de diferentes demandas de acôr-do com sua realidade e as experiências pessoais. Eles poderão citar, por exemplo, mais opções gratuitas de lazer, mais oportunidades de trabalho, internet gratuita para todos os habitantes, transporte público mais eficiente etc.

Página 177

1. A discussão póde sêr enriquecida ao tratar da segurança da posse – um critério da moradia adequada – questionando se as famílias dessas áreas têm garantia de permanência ou se enfrentam ameaças de remoção.

Página 179

Se achar conveniente, proponha quê a atividade seja feita em grupo, quê poderá escolher outras formas de registro e compartilhamento das conclusões: vídeo, áudio, história em quadrinhos ou outro tipo de linguagem.

Página quatrocentos e setenta e quatro

Página 181

póde sêr quê os estudantes citem instituições quê fazem trabalhos voluntários relacionados a outras demandas quê não estejam ligadas diretamente à melhoria de infraestrutura urbana, como ações de distribuição de alimentos, ações educativas, entre outras. Na última parte da atividade, incentive os estudantes a citar ações dirétas, como a realização de um mutirão entre moradores, e indiretas, relativas a ações quê dependem exclusivamente do pôdêr público, como obras relacionadas ao saneamento básico e vias de circulação.

Página 183

Informe quê há estudos quê relacionam a presença de pessoas e o uso de espaços públicos nos centros das cidades à redução de violência urbana e às melhorias nas condições de vida.

Página 185

Os estudantes podem citar congestionamentos, calçadas inadequadas para a circulação dos pedestres, falta de ciclovias e estrutura para estacionar as bicicletas, poluição do ar, precariedade de transporte público etc. Depois, deverão pensar em soluções com base no conhecimento deles e em pesquisas sobre ações em diferentes cidades brasileiras e de outros países.

Página 187

Como em um caso de mediação de conflitos, mobilizando a competência geral 9, incentive-os a se colocarem no lugar do outro: tanto dos jovens quê buscam momentos de lazer quanto daqueles quê querem o direito ao silêncio respeitado. A apresentação de soluções deve considerar o direito dos diferentes grupos e a realidade de cada lugar.

Página 189

2. A obra Mestiço está integrada a uma paisagem rural, em uma época em quê a maior parte da população brasileira vivia e trabalhava no campo. Na releitura de dél Nunes, a paisagem é de uma periferia urbana na qual vivem muitos jovens negros. Entre os elemêntos quê compõem a personagem, estão livros de importantes nomes da cultura e movimentos negros do Brasil, como o grupo de répi Racionais MC’s e a escritora e pesquisadora Conceição Evaristo (1946-).

3. ôriênti os estudantes a buscar imagens em reportagens ôn láini, ferramentas de navegação e de geolocalização (com fotografias e imagens de satélite), e páginas de recursos visuais, aplicativos ou sáites gratuitos com disponibilização de fotografias e ferramentas de montagem de imagem.

4. A ár-te urbana deve sêr entendida e explorada como uma maneira de grupos sociais exercerem suas territorialidades, bem como uma forma de protesto e conscientização da ssossiedade acerca de temas relevantes. As intervenções urbanas quê chamam atenção para kestões sociais e ambientais são cada vez mais comuns nas grandes cidades do mundo e existem diversos exemplos em cidades brasileiras. A proposta de fazer registros in lócu deve sêr organizada préviamente, considerando as orientações para trabalho de campo na parte geral dêste manual. Se o trabalho externo não for possível, proponha aos estudantes quê realizem uma pesquisa na internet sobre o tema, buscando exemplos de; ár-te e intervenção urbana em grandes cidades brasileiras ou mesmo em outros países.

Páginas 190 e 191

1. É importante quê o estudante reflita sobre a quêstão da desigualdade social e da necessidade de criar medidas para garantir a inclusão social e habitacional das pessoas que vivem em favelas, a fim de combater os preconceitos e garantir a plena cidadania a todos. Nesse caso, ele póde apontar medidas quê melhorem o transporte público, a segurança, a salubridade das habitações, o saneamento básico, o acesso a espaços culturais e educacionais, entre outras. Para a elaboração do registro, é importante incentivar o estudante a se expressar criativamente sobre o tema, produzindo novas lêtras de canções ou reflekções visuais, como uma história em quadrinhos ou uma charge. É possível reunir o material produzido pêlos estudantes para a elaboração de um mural coletivo ao final da atividade.

2. O estudante póde argumentar quê dar novo vigor ou nova vida é melhorar a infraestrutura de modo a tornar o local revitalizado mais bonito, possibilitando quê mais pessoas passem a frequentá-lo. No entanto, a crítica quê se faz ao uso do termo é quê, mesmo considerando a precariedade de equipamentos públicos em determinada área, havia vidas nesse local, muitas delas pertencentes a grupos vulneráveis, como pessoas em situação de rua e as quê ocupam prédios abandonados e áreas de risco, por exemplo.

4. A atividade atende à competência geral 9, pois incentiva os estudantes a exercitar a empatia e o diálogo ao mediar conflitos fictícios, promovendo o respeito mútuo e a valorização da diversidade de indivíduos e grupos sociais.

Página quatrocentos e setenta e cinco

Referências comentadas

CARLOS, Ana Fani Alessandri; RIZEK, Cibele Saliba (org.). Direito à cidade e direito à vida: perspectivas críticas sobre o urbano na contemporaneidade. São Paulo: Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, 2022.
Essa obra reúne análises críticas sobre a crise urbana e suas múltiplas dimensões durante a pandemia de covid-19. As organizadoras exploram como as desigualdades históricas das cidades brasileiras foram intensificadas pela pandemia, oferecendo uma compreensão atualizada e crítica do direito à cidade.

HARVEY, Daví. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. Tradução: Jeferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
O geógrafo britânico discute como o espaço urbano reflete as contradições do capitalismo e explora o conceito de “direito à cidade” e a luta dos movimentos sociais por cidades mais justas e inclusivas.

LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. Tradução: Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2001.
Nesse livro, Lefebvre introduz o conceito de direito à cidade como o direito de todos os habitantes de participarem da produção e da transformação do espaço urbano. Sua obra é fundamental para entender as lutas urbanas e os desafios relacionados ao acesso igualitário ao espaço urbano.

Capítulo 9

Viver e produzir no campo

O capítulo apresenta e discute ações e possibilidades para o campo brasileiro quê favoreçam a consciência e a ética sócio-ambiental ao mesmo tempo quê lança reflekções sobre os desafios relacionados à modernização do campo e o papel da agricultura familiar na produção de alimentos.

A habilidade EM13CHS302 é desenvolvida ao promover situações em quê os estudantes possam analisar e avaliar d fórma crítica os impactos sócio-ambientais decorrentes das atividades agropecuárias, incluindo as alterações proporcionadas pela tecnologia, o quê abarca também a habilidade EM13CHS202.

A habilidade EM13CHS106 é trabalhada no conteúdo principal e, em especial, nas atividades em quê são explorados diversos tipos de linguagens d fórma crítica e reflexiva.

Neste capítulo, são trabalhados os TCTs Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e Economia.

É interessante relacionar os temas abordados com a realidade dos estudantes e com o município ou região onde vivem. É importante ter em mente também que nêm todos os jovens aprendem da mesma forma, estando atento às diferentes necessidades dos estudantes e mudando as estratégias de ensino e aprendizagem quando necessário.

Orientações

Nas páginas 192 e 193, quê iniciam o capítulo, é possível trabalhar a competência geral 3, à medida quê a fruição estética é realizada. Também póde sêr feito um trabalho integrado com ár-te, tratando dos aspectos da pintura naïf.

A Revolução Verde, conceito citado na página 196, será retomado na página 200. Caso julgue conveniente, oriente os estudantes a realizar a leitura d fórma concomitante.

Nas páginas 202 e 203, para aprofundar os estudos sobre uso da térra no Cerrado, indicamos a exibição do documentário Ser tão velho Cerrado, dirigido por André D’Elia em 2018. Antes de exibi-lo, apresente à turma os aspectos físico-naturais do bioma, além de trazer informações sobre os povos tradicionais quê habitam as áreas do Cerrado ameaçadas pelo avanço do agronegócio. Caso a escola esteja situada no Cerrado, convide membros da comunidade para a exibição do filme e um posterior debate com os estudantes.

Indicação

SER TÃO velho Cerrado. Direção: André D’Elia. Brasil: Cinedelia, 2018. Streaming (96 min).

O documentário narra o processo de elaboração de um plano de manejo quê desafia os moradores da Chapada dos Veadeiros, em Minas Gerais, a conciliar interesses aparentemente incompatíveis, abrindo um diálogo entre a comunidade científica, os agricultores e seus familiares, os grandes proprietários de térra e os defensores do meio ambiente.

Texto complementar

Ainda quê o tema agricultura familiar se coloque como um manancial de estudos por sêrem realizados, é possível encontrar muitas contribuições ao entendimento de sua diversidade interna. Entre elas, destaca-se, a título de exemplo, a apresentada por Savoldi e Cunha (2010), para os quais a agricultura familiar poderia ser tipificada em:

Página quatrocentos e setenta e seis

Família agrícola de caráter empresarial – conhecido como o “verdadeiro agricultor”, possui uma estrutura econômica, social, técnica e patrimonial quê lhe garante investir em uma produção rentável e voltada, sobretudo, para o mercado;

Família camponesa – tem como principal objetivo a manutenção da produção agropecuária e da propriedade familiar, sem orientar sua prática pêlos padrões produtivistas de mercado; e

Família agrícola urbana – sistema de valores próprios quê orientam a produção com foco na qualidade de vida, sem desmerecer, de um lado, a realidade de mercado, e de outro, os valores da família camponesa.

hí bê gê hé. Atlas do espaço rural brasileiro. 2. ed. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2020. p. 293.

Aproveite para comentar com os estudantes quê um dos sete pilares do projeto para o decênio 2019-2028, a Década das Nações Unidas para a Agricultura Familiar, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), é a promoção de equidade (adaptação de uma regra existente a um caso específico, com o objetivo de sêr mais justa para todos) de gênero na agricultura familiar. De acôr-do com a FAO, em 2002, as mulheres representavam mêtáde da fôrça de trabalho no campo em todo o mundo, mas são proprietárias de apenas 15% das unidades produtoras. Em muitos casos, exercendo a mesma função e com as mesmas qualificações, as mulheres ganham menos do quê os homens e têm limitadas as possibilidades de acesso ao crédito e à compra de insumos ou tecnologias para ampliar a produtividade, além de ter maior dificuldade de participar de processos de qualificação para melhorar a produtividade.

Na página 204, comente quê Pernambuco e Ceará têm as maiores proporções de áreas dedicadas à agricultura familiar (mais de 50%), enquanto a Região Centro-Oeste e a Unidade da Federação (UF) de São Paulo apresentam as menóres taxas de ocupação (com menos de 15%).

A agricultura OR GÂNICA, como é conhecida no Brasil, abordada na página 206, é também conhecida como agricultura ecológica (na Espanha e na Dinamarca, por exemplo) ou agricultura natural (no Japão). O adjetivo “orgânico” é mais usado nos países de língua inglesa, como Estados Unidos e Inglaterra.

A seção Entre saberes, nas páginas 208 e 209, promove uma análise e uma reflekção sobre a permanência dos jovens no campo, contemplando a habilidade EM13CHS404 e o TCT Economia, com destaque para Trabalho.

ATIVIDADES

Página 192

1. A presença da á gua, essencial para irrigação, pesca e transporte, e a vegetação sugérem quê a comunidade está bastante integrada à natureza, ressaltando a necessidade da conservação dos recursos naturais. A escolha de cores vibrantes e a simplicidade do estilo naïf reforçam uma relação de afeto com o lugar e uma percepção positiva.

Página 197

A atividade póde sêr realizada em forma de debate. Organize os estudantes em dois grandes grupos: um defendendo a ideia de quê agrotóxico é veneno, e outro defendendo a ideia de quê agrotóxico é algo necessário para proteger os cultivos de doenças. Para prepararem sua argumentação, os estudantes deverão pesquisar, em publicações científicas ou reportagens, informações quê corroborem sua posição. Cada grupo deve escolher dois representantes para o debate. O professor atuará como mediador.

Página 199

O gráfico mostra quê a agropecuária, quê inclui agricultura e pecuária, foi responsável por 28,5% das emissões totais de gases de feito estufa (GEEs) no Brasil em 2020. Esses gases têm um alto potencial de retenção de calor na atmosféra. Para diminuir esse impacto, podem sêr adotadas práticas como melhoria da alimentação animal, manejo sustentável de pastagens, uso de aditivos alimentares para reduzir a emissão de metano e tratamento adequado de resíduos animais, além da redução do consumo de carne.

Página 201

As tecnologias de melhoramento genético podem levar a uma maior eficiência na produção e à redução no uso de agrotóxicos. No entanto, a adoção dessas tecnologias póde, também, intensificar a desigualdade socioeconômica no campo e levar os agricultores a depender de grandes corporações quê detêm as patentes das sementes geneticamente modificadas, excluindo pequenos agricultores quê não têm acesso a essas tecnologias avançadas. A introdução dessas tecnologias póde exigir novas habilidades técnicas dos trabalhadores rurais, impactando as futuras gerações quê precisarão de educação e treinamento para se prepararem para as novas demandas do mercado de trabalho agrícola.

Página quatrocentos e setenta e sete

Página 202

Além díssu, vale destacar os inúmeros impactos da destruição da Floresta Amazônica, como as alterações climáticas, quê resultam, por exemplo, em mudanças no regime de chuvas em parte do território brasileiro. Essas mudanças podem afetar negativamente a produtividade agrícola, aumentando os custos de irrigação e reduzindo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global. Portanto, a preservação da floresta é crucial não apenas ambientalmente mas também para garantir a sustentabilidade econômica do agronegócio brasileiro. Além dêêsse aspecto, é preciso destacar os direitos das comunidades tradicionais, como abordamos em outros momentos dêste volume.

Página 204

1. Por exemplo, 69,6% da mandioca produzida no Brasil é proveniente da agricultura familiar. Além díssu, usa significativo contingente de mão de obra, empregando 67% das pessoas ocupadas no campo. póde sêr quê, na diéta alimentar das famílias e na alimentação escolar, estejam presentes produtos quê não foram citados no gráfico da página 203, o quê póde variar de acôr-do com a região onde o estudante vive.

Página 205

A atividade abarca os TCTs Meio Ambiente, com destaque para Educação para o Consumo e Educação Ambiental, e Saúde.

Página 206

O estudante póde comentar os produtos orgânicos provenientes de produções locais quê, embora não sêjam certificados, não utilizam agrotóxicos em seus cultivos. póde sêr quê cite, inclusive, produções próprias, no quintal de casa, por exemplo.

Página 209

1. O êxodo rural em busca de melhores oportunidades nas cidades, a falta de infraestrutura e serviços básicos no campo e a percepção de quê a vida urbana oferece mais possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional são fatores quê contribuem para a tendência de envelhecimento da população do campo. Essas mudanças demográficas podem impactar a agropecuária no Brasil, reduzindo a fôrça de trabalho jovem e aumentando a dependência de tecnologias ou de métodos tradicionais quê podem não sêr tão eficientes ou sustentáveis.

2. Ele póde indicar fatores como moradia adequada, acesso à internet, meios de transporte para a cidade e trabalho quê integre geração de renda e satisfação pessoal. Além díssu, é importante oferecer programas de formação e capacitação quê permítam aos jovens aplicar novas tecnologias e práticas sustentáveis na agropecuária, criando um ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e profissional.

Páginas 210 e 211

1. a) No primeiro momento da expansão agropecuária, o Estado promoveu projetos voltados para a ocupação das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, como projetos de colonização e aberturas de rodovias.

2. Existem diversas pesquisas desenvolvidas e em desenvolvimento voltadas à mitigação dos impactos ambientais causados por atividades agropecuárias. ôriênti os estudantes a buscar as informações em sáites oficiais do govêrno e de projetos quê buscam esse objetivo.

3. a) Os dados correspondem à produção mundial de soja, quê, conforme o texto, também cresceu em ritmo acelerado nas últimas dékâdâs, impulsionada pelo aumento do consumo de carne, uma vez quê quase 90% da soja produzida é destinada à ração animal.

4. a) Ele promove a recuperação de sólos degradados, aumenta a biodiversidade e melhora a qualidade dos alimentos produzidos. Além díssu, garante a geração de renda para os indígenas, fortalecendo a produção local e a gestão sustentável dos recursos naturais.

4. b) Para realizar um podcast, os estudantes devem, inicialmente, planejar e criar o texto a sêr narrado e gravado, pensando no público-alvo e na possibilidade de inserir sôns, trechos de músicas, vinhetas e outros tipos de áudio complementares à narração. Recomenda-se quê os estudantes treinem a leitura do texto em voz alta e, depois, gravem o áudio. A gravação póde sêr feita com o telefone celular. Caso não seja possível fazer o podcast, os estudantes podem criar um roteiro para um programa de rádio e, com base nele, realizar uma apresentação para os demais côlégas e professor.

5. a) As monoculturas freqüentemente dependem de grandes quantidades de fertilizantes e pesticidas químicos quê podem degradar o solo e poluir a á gua. Já a agricultura familiar tende a usar práticas agroecológicas e orgânicas quê preservam a biodiversidade e mantêm a saúde do solo. Além díssu, a diversidade

Página quatrocentos e setenta e oito

de culturas na agricultura familiar ajuda a reduzir a incidência de pragas e doenças, diminuindo a necessidade de produtos químicos.

Referências comentadas

ALVES, Vicente Eudes Lemos. Agronegócio, apropriação dos recursos naturais e avanço dos impactos sócio-ambientais nos cerrados do Centro-Norte do Brasil (Matopiba). In: ALVES, Vicente Eudes. Lemos (org.). Do Sertão à fronteira agrícola: o espaço geográfico brasileiro em transformação. Rio de Janeiro: Consequência, 2022. p. 279-312.

O texto trata dos impactos sócio-ambientais da expansão do agronegócio em Matopiba, região quê abrange as UFs do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da baía.

COSTA, Sunamita íris Rodrigues Borges da. Tecnologias alternativas: repensando a agricultura familiar. Curitiba: Appris, 2015.

A obra analisa os fundamentos da agricultura familiar, considerando os aspectos tecnológicos da produção do campo.

EMBRAPA. Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Brasília, DF: Embrapa, 2018. Disponível em: https://livro.pw/eewjf. Acesso em: 19 out. 2024.

A obra aborda as kestões da agricultura na atualidade, considerando desde sua produção até o consumo e apontando tanto as interações no campo quanto as kestões humanas.

SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e ssossiedade no início do século XXI. 9. ed. Rio de Janeiro: recór, 2006.

Entre outros temas, o livro trata da modernização da agricultura no país, apresentando um retrato do uso do território brasileiro.

Capítulo 10

Espaço, alimentação e saúde

Neste capítulo, os estudantes são convidados a refletir sobre a alimentação além da nutrição, considerando saúde, economia, cultura e ambiente. Eles são incentivados a compreender a interconexão entre os padrões alimentares e as kestões sócio-ambientais, analisando o impacto das dietas modernas sobre a saúde pública e o meio ambiente. O capítulo contribui para o desenvolvimento de habilidades como a EM13CHS202, quê trata da análise crítica sobre o impacto das tecnologias nos grupos sociais, e a EM13CHS304, quê aborda a sustentabilidade na produção e no consumo. Também são mobilizadas as competências gerais 1 e 8. O TCT Saúde, com destaque para Educação Alimentar e Nutricional, está fortemente presente no capítulo, possibilitando aproximações com a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias.

Os conceitos de segurança e soberania alimentar, transição alimentar nutricional, alimentos ultraprocessados e Saúde Única são centrais neste capítulo. Sugerimos quê auxilie os estudantes na compreensão dêêsses termos e na análise crítica dos dados, mapas e gráficos apresentados. Para incentivar o pensamento reflexivo, os estudantes podem sêr desafiados a investigar como a alimentação reflete kestões de cidadania, democracia e direitos humanos, contribuindo para as habilidades EM13CHS502 e EM13CHS504, quê tratam da ética e das kestões sociais.

Orientações

A abertura do capítulo, páginas 212 e 213, inicia a reflekção sobre a relação entre alimentação, história e cultura. Antes da leitura do texto e da realização das atividades, incentive os estudantes a descrever a pintura e a comentar os sentimentos quê ela provoca. póde sêr quê eles identifiquem a baiana do acarajé ou quê, pelo menos, descrevam quê se trata de uma mulher com seu filho quê está vendendo algum tipo de comida. Explique quê se trata de um ofício de matriz africana, quê tem origens no passado colonial. Muito comum na baía, foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial, quê inclui o modo de fazer, os instrumentos e as roupas usadas pelas baianas quê preparam e vendem o acarajé. Aproveite o momento para perguntar aos estudantes quais são os alimentos tradicionais da comunidade onde vivem ou os pratos quê fazem parte da família há várias gerações, questionando-os se houve mudanças no tipo de alimento e de preparo, por exemplo. Essas informações serão retomadas e sistematizadas na proposta de pesquisa da seção InvestigAção, nas páginas 280 e 281, e se alinham ao TCT Saúde, com destaque para Educação Alimentar e Nutricional, e Multiculturalismo.

A dupla de páginas 216 e 217 aborda a segurança alimentar e nutricional, contextualizando-a como um conjunto de esforços por parte de organismos multilaterais e governos para combater a fome mundial – quê ainda persiste, apesar dos avanços tecnológicos para aumentar a produção de alimentos – e garantir alimentação de qualidade.

Nas páginas 218 e 219, é apresentada a relação entre o uso de agrotóxicos e a segurança alimentar, conectando

Página quatrocentos e setenta e nove

o direito à alimentação ao debate sobre responsabilidade social e ambiental. Nesse contexto, sugira aos estudantes quê reflitam sobre a complexidade dêêsse tema, enfatizando quê a segurança alimentar envolve não apenas o acesso a alimentos mas também a qualidade e a segurança dos produtos consumidos. Incentive a análise crítica sobre os impactos dos modelos de produção agrícola no meio ambiente e na saúde humana, considerando as práticas alternativas, como a agroecologia, mobilizando a competência específica 3.

Na página 220, o objetivo é promover a reflekção sobre as relações entre ssossiedade, cultura e padrão alimentar, motivando os estudantes a perceber quê, no contexto da globalização, há simultaneamente uma homogeneização dos padrões alimentares, sobretudo dos alimentos fast food, e uma valorização das tradições alimentares, quê se expressam, por exemplo, em receitas e modos de preparo de alimentos quê valorizam cada vez mais o patrimônio cultural local.

Na página 221, é desenvolvida a habilidade EM13CHS105, ao problematizar a dicotomia cidade/campo com base na discussão sobre agricultura urbana. O conteúdo mobiliza os TCTs Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental, e Saúde, com destaque para Educação Alimentar e Nutricional,, uma vez quê a produção de alimentos na cidade está mais diretamente relacionada ao consumo próprio. É mobilizado ainda o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Vida Familiar e Social, pois discutimos o aproveitamento coletivo de espaços públicos, como praças e parques. A habilidade EM13CHS305 é desenvolvida ao tratar da Política Nacional de Agricultura Urbana, reconhecendo a importânssia do papel do Estado na regulamentação dessa prática.

A dupla de páginas 222 e 223 aborda a relação entre a produção de alimentos e os povos e as comunidades tradicionais. Faça um levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes a respeito dos alimentos quê reconhecem como parte da alimentação de povos indígenas e quê foram incorporados por outras culturas.

A seção Conexões com..., nas páginas 226 e 227, desen vólve a interdisciplinaridade com História ao abordar a peste bubônica e a Gripe de 1918, também conhecida como gripe espanhola. A seção relaciona o deslocamento humano à disseminação das grandes epidemias, mantendo os vírus em circulação por muito mais tempo e tornando difícil sua erradicação completa. A principal habilidade trabalhada nessa seção é a EM13CHS201.

Contextualize para os estudantes quê, quando a peste bubônica atingiu a Europa, o continente estava passando por uma abertura maior de seus portos e retomando laços comerciais com diversos países asiáticos.

Discuta com os estudantes como a globalização e os modernos meios de transporte tornam as pandemias mais difíceis de conter, mas também permitem respostas mais coordenadas e rápidas.

Ao abordar o conteúdo das páginas 228 e 229, refórce quê uma das primeiras atitudes dos países afetados pela covid-19 foi restringir a circulação de pessoas. As medidas de quarentena também reduziram a atividade econômica em grande parte do planêta, impactando diretamente o processo de globalização ao estabelecer limites à integração do planêta, ainda quê d fórma temporária.

Nas páginas 230 e 231, proponha uma discussão coletiva com os estudantes, pedindo-lhes quê testemunhem ou imaginem como a pandemia póde ter afetado a desigualdade social e o trabalho das pessoas.

ATIVIDADES

Página 212

2. Espera-se quê o estudante faça a relação entre a disponibilidade e o consumo dos alimentos.

4. Converse com os estudantes sobre programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), quê é uma política pública voltada para garantir quê os estudantes da rê-de pública tênham acesso a uma alimentação de qualidade. Além díssu, há projetos quê incluem alimentos orgânicos na alimentação escolar, promovendo uma alimentação mais saudável e sustentável.

Página 215

1. As mudanças nos estilos de vida, como o aumento do trabalho fora de casa e a menor disponibilidade de tempo para preparar refeições, também contribuíram para a preferência por alimentos prontos e rápidos.

Além díssu, a globalização trousse uma maior influência de padrões alimentares de outros países, promovendo o consumo de produtos industrializados. Nas áreas urbanas, a infraestrutura comercial favorece a distribuição dêêsses produtos, enquanto a mudança nos hábitos culturais valoriza a praticidade, muitas vezes em detrimento da saúde.

2. a) Essa atividade póde promover um trabalho interdisciplinar com Matemática.

2. b) Se o estudante identificar um consumo significativo de alimentos ultraprocessados, espera-se quê reflita sobre os possíveis impactos negativos na saúde, reconhecendo a importânssia de aumentar a ingestão de alimentos in natura e/ou minimamente processados para uma diéta mais equilibrada e saudável.

Página quatrocentos e oitenta

Página 217

b) Os estudantes podem propor investimentos em infraestrutura agrícola para melhorar a produção e a distribuição de alimentos; programas de incentivo à agricultura familiar quê fortaleçam a produção local e garantam a diversidade alimentar; políticas de assistência social quê garantam renda básica para as famílias mais vulneráveis; projetos de educação nutricional quê ajudem a população a fazer escôlhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis; e parcerias com organizações locais e internacionais para garantir apôio técnico e financeiro.

Página 219

1. Comente quê, em geral, as legislações e fiscalizações ambientais, de saúde e segurança em países do Sul Global se apresentam menos rigorosas em relação aos países do Norte Global. Isso permite um uso mais intensivo e menos regulamentado de agrotóxicos, levando a um maior número de intôksicações.

2. A pesquisa do Instituto de Defesa de Consumidores (idéc) revela quê os resíduos de agrotóxicos estão presentes, o quê agrava os perigos já conhecidos dos alimentos ultraprocessados, como alto teor de açúcar, sal e gorduras trans. Saber quê esses produtos também contêm agrotóxicos aumenta a preocupação com a segurança alimentar e destaca a necessidade de buscar alternativas mais saudáveis e menos contaminadas.

3. Espera-se quê o estudante perceba quê dessa forma póde contribuir para o desenvolvimento social e econômico das famílias do campo e garantir quê sêjam produzidos alimentos quê sérvem à alimentação da população e sêjam saudáveis, no contexto da busca por uma produção social e ambientalmente sustentável.

Página 221

1. A pesquisa deve refletir uma compreensão da preservação das tradições alimentares e sua relevância atual. ôriênti o estudante a acessar fontes confiáveis e, se possível, incluir imagens ou exemplos quê ilustrem a tradição alimentar pesquisada.

2. Pergunte aos estudantes quais são as cadeias de fast food globais presentes em suas comunidades e como isso afetou os hábitos alimentares locais, considerando a realidade da região. Questione-os sobre mudanças nos hábitos de consumo em razão da disponibilidade de produtos importados e peça-lhes exemplos específicos de receitas ou técnicas culinárias tradicionais quê possam ter sido perdidas ou modificadas. Explore iniciativas locais quê busquem preservar a culinária tradicional e incentive os estudantes a identificar exemplos de fusão culinária, em quê elemêntos de diferentes culturas são combinados. promôva um ambiente inclusivo em quê todos se sintam acolhidos e respeitados, valorizando a riqueza das diferentes perspectivas culturais e regionais presentes na sala de aula.

Página 223

Espera-se quê com a pesquisa o estudante perceba quê os povos indígenas – com suas terras originais reduzidas e, em alguns casos, despejados ilegalmente – encontram dificuldades para manter seu modo de vida tradicional, o quê os impede, por exemplo, de caçar e plantar seus próprios alimentos. Isso gera a necessidade de quê esses povos comprem seu alimento, porém, por grande parte dessa população sêr de baixa renda, ela não tem acesso à alimentação de qualidade, o quê a leva a consumir alimentos processados de valor nutricional inferior, em comparação a alimentos naturais de qualidade.

Página 225

2. a) O desmatamento resultante do garimpo aumenta a exposição humana aos mosquitos, e a movimentação de pessoas entre áreas de garimpo facilita a disseminação da doença.

2. b) Ressalte a importânssia de políticas públicas quê protejam o meio ambiente e garantam condições de vida saudáveis para todas as populações.

Página 227

Discuta o papel das respostas governamentais, os avanços tecnológicos no campo da saúde (como vacinas) e o impacto das mídias na disseminação de informações (ou desinformações) durante ambas as pandemias.

Página 229

1. Exemplos comuns de dificuldades foram a falta de acesso a equipamentos, qualidade da internet e falta de oferta de estudos por parte da unidade escolar.

Essas respostas ajudarão a entender as desigualdades no acesso à educação e como diferentes contextos socioeconômicos influenciaram a experiência dos estudantes durante a pandemia.

Página 231

2. Os estudantes podem propor, por exemplo, campanhas de conscientização sobre a importânssia da vacinação e o uso de recursos tecnológicos e de elemêntos como as rêdes sociais para divulgar a importânssia da prevenção.

Página quatrocentos e oitenta e um

Páginas 232 e 233

1. a) De forma similar ao Brasil, na Índia, a exportação de cereais em meio à fome revela uma priorização das vantagens comerciais sobre as necessidades locais. Essas comparações destacam como a exploração econômica e a negligência das necessidades básicas das populações locais são características comuns.

2. a) Espera-se quê o estudante aponte quê o aumento da produção de soja póde gerar benefícios econômicos significativos para o Brasil, especialmente em termos de exportações. No entanto, as práticas convencionais dessa monocultura causam problemas ambientais, como desmatamento e uso intensivo de agrotóxicos, além de não contribuir para a segurança alimentar da população local.

2. b) Isso revela uma priorização da produção de comóditis para exportação sobre a produção de alimentos essenciais para o consumo interno, o quê póde levar à insegurança alimentar.

3. a) O planejamento urbano póde promover a saúde coletiva ao garantir acesso a saneamento básico, á gua potável, áreas verdes, transporte público eficiente e infraestrutura adequada de saúde. Parques e espaços de lazer contribuem para a saúde mental e física, enquanto a distribuição equitativa dos serviços de saúde e educação melhora a qualidade de vida. A redução da poluição do ar e do solo e a gestão eficiente de resíduos também são essenciais para prevenir doenças e promover ambientes urbanos mais saudáveis.

4. a) Os professores, funcionários escolares e profissionais de saúde, quê geralmente identificam sinais de violência, não tí-nhão acesso direto às crianças. Além díssu, muitos abusadores estavam em casa, aumentando o contrôle sobre as vítimas e dificultando ainda mais a denúncia dos abusos. Consequentemente, as denúncias de violência diminuíram porque as situações de abuso não foram observadas e relatadas como de costume.

4. b) Professores e funcionários capacitados podem identificar e relatar esses casos às autoridades competentes. A rê-de de saúde também é essencial para identificar, tratar e documentar casos de violência. Além díssu, a comunidade póde criar rêdes de apôio e vigilância, promovendo um ambiente seguro e incentivando a denúncia de abusos. A colaboração entre essas instituições garante uma abordagem integrada e eficiente na proteção das crianças, assegurando quê a saúde e o bem-estar delas sêjam priorizados.

Referências comentadas

CAMPELLO, Tereza éti áu. (org.). Geografia da fome – 75 anos depois: novos e velhos dilemas. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da úspi, 2023. Disponível em: https://livro.pw/opyhs. Acesso em: 19 out. 2024.
Nessa obra, os conceitos elaborados por Josué de Castro sobre a fome e suas causas estruturais são revisitados e atualizados com base em desafios contemporâneos, como as crises climáticas e a pandemia de covid-19.

MENEZES, Sônia de Souza Mendonça éti áu. (org.). Geografia dos alimentos: territorialidades, identidades e valorização dos saberes e fazeres. Aracaju: Criação Editora, 2021. Disponível em: https://livro.pw/cpdpx. Acesso em: 18 out. 2024.
O livro aborda as diversas territorialidades relacionadas à produção e ao consumo de alimentos, focando na importânssia de valorizar os saberes tradicionais e as identidades alimentares das comunidades locais.

Capítulo 11

Territórios tradicionais

O capítulo aborda a relação dos povos e comunidades tradicionais (PCTs) com seus territórios, mostrando como esses espaços são essenciais não apenas para sua sobrevivência física mas também para a preservação de suas identidades culturais e modos de vida. A reflekção trazida pelo capítulo sobre as relações dos PCTs com a natureza, apontando seus conhecimentos sobre a biodiversidade e mostrando como essas populações estabelecem relações sustentáveis com os recursos naturais, permite trabalhar a competência específica 3 e a habilidade EM13CHS302.

O tema do capítulo dialoga com a competência específica 2, quê visa analisar a formação de territórios em diferentes tempos e espaços, compreendendo as relações de pôdêr quê determinam as territorialidades. Ao propor a reflekção sobre a importânssia dos saberes tradicionais, questionando visões estereotipadas sobre a cultura dêêsses povos e propondo a superação de tipologias evolutivas como cultura/natureza e civilizados/bárbaros, o capítulo trabalha com a competência específica 1 e a habilidade EM13CHS105. Além díssu, o conteúdo fortalece a competência geral 10, quê incentiva o respeito à diversidade cultural e às identidades dos diferentes grupos, essenciais na discussão sobre a preservação dos territórios tradicionais.

Página quatrocentos e oitenta e dois

As discussões sobre a violência e os conflitos territoriais, bem como a militância dessas populações por reconhecimento e respeito aos seus direitos, conectam-se às habilidades EM13CHS503 e EM13CHS502.

O capítulo também se alinha ao TCT Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental, ao ressaltar o papel dos PCTs na preservação dos éco-sistemas e a sustentabilidade. O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena é amplamente contemplado, assim como o TCT Multiculturalismo, com destaque para Diversidade Cultural, quê permeia a valorização das lutas dêêsses povos. O TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos, aparece na discussão sobre o direito ao território e à dignidade, promovendo empatia e compreensão da importânssia dessas lutas.

Orientações

A abordagem proposta na abertura, páginas 234 e 235, permite quê os estudantes reconheçam a importânssia cultural e ambiental dos territórios tradicionais e a relação vital quê os PCTs mantêm com a natureza. refórce quê a cultura, o modo de vida e a tradição dêêsses povos estão profundamente ligados ao espaço quê ocupam, com suas características naturais, como clima e vegetação, sêndo essenciais para a continuidade de seus saberes e suas práticas.

As páginas 236 e 237 destacam a diversidade e a riqueza cultural dos PCTs no Brasil. Ao abordar exemplos como os andirobeiros, as quebradeiras de coco-babaçu, os seringueiros, os pantaneiros e os caiçaras, o conteúdo evidên-cía a forte conexão dessas comunidades com os territórios quê ocupam.

No trabalho com as páginas 238 e 239, destaque quê os territórios tradicionais englobam áreas de mais de uma unidade político-administrativa. Um determinado território tradicional, portanto, póde se localizar em mais de um município, Unidade da Federação (UF) ou país, pois sua ocupação pêlos povos e comunidades tradicionais é anterior à delimitação dos limites político-administrativos.

A seção Conexões com..., nas páginas 242 e 243, traz uma abordagem interdisciplinar com Biologia ao destacar as parcerias entre comunidades tradicionais e cientistas para a preservação ambiental e a sustentabilidade. Incentive discussões sobre o papel da ciência e da tecnologia em conjunto com os conhecimentos tradicionais na conservação da biodiversidade.

Nas páginas 244 e 245, é destacada a importânssia das tecnologias digitais para aumentar a visibilidade dos PCTs, mobilizando a habilidade EM13CHS202 e o TCT Ciência e Tecnologia.

Nas páginas 248 e 249, com base na leitura do mapa, quê mobiliza a habilidade EM13CHS106, amplie a discussão sobre a distribuição de terras indígenas, destacando as lutas dêêsses povos para quê leis específicas sêjam cumpridas e novas sêjam elaboradas, mobilizando, assim, a habilidade EM13CHS601.

Nas páginas 250 e 251, novamente são mobilizadas as habilidades EM13CHS302 e EM13CHS601, além do TCT Multiculturalismo, com destaque para Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras.

Na leitura do mapa Brasil: comunidades quilombolas certificadas – 2024, quê mobiliza a habilidade EM13CHS106, é essencial observar quê a grande maioria das terras quilombolas, ao contrário das terras indígenas, concentra-se no litoral. Isso se explica pelo processo de formação dos quilombos. Essa discussão contribui para o desenvolvimento da habilidade EM13CHS204.

Indicações

ABREU, Jade. Brasília: a capital quê, há 63 anos, afastou um kilômbo para existir. Metrópoles, Brasília, DF, 21 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/dojrb. Acesso em: 21 set. 2024.

A reportagem aborda a apropriação das terras do kilômbo Mesquita (GO) para a construção de Brasília (DF).

VILELA, Pedro Rafael. Festa do marmelo reafirma tradição em kilômbo perto de Brasília. Agência Brasil, Cidade Ocidental, 14 jan. 2024. Disponível em: https://livro.pw/ddnes. Acesso em: 21 set. 2024.

A notícia trata da festa tradicional do kilômbo Mesquita (GO) para comemorar a colheita do fruto do marmeleiro.

Nas páginas 252 e 253, são abordadas a presença das comunidades tradicionais nas cidades e as dificuldades quê elas enfrentam nessas áreas. Destaque quê, embora muitos PCTs vivam nas áreas rurais ou de floresta, há uma parcela representativa quê hoje se encontra nas áreas urbanas.

Página quatrocentos e oitenta e três

ATIVIDADES

Página 234

2. Espera-se quê o estudante compreenda quê a atividade dêêsse e de outros povos e comunidades tradicionais está intimamente relacionada ao território e às suas características naturais, d fórma quê o deslocamento dessas comunidades afeta suas tradições e seu modo de vida.

Página 237

Peça aos estudantes quê façam o levantamento inicial e distribua os temas/nomes dos povos entre os grupos, d fórma quê todos sêjam trabalhados. Após a escolha de uma comunidade ou um povo, cada grupo deve preparar uma apresentação quê inclúa a localização geográfica da comunidade ou do povo, as atividades econômicas ou culturais quê realiza e a relação dessas atividades com as características naturais do local. Além díssu, os estudantes devem destacar os principais desafios quê a comunidade ou o povo enfrenta atualmente e discutir suas necessidades e demandas.

Sugerimos a realização de um trabalho de campo em território tradicional localizado no município ou uma conversa com representantes de comunidades tradicionais, quê podem sêr convidados para ir à escola, considerando as orientações para trabalho de campo na parte geral dêste manual.

Página 239

Enquanto a visão ocidental muitas vezes valoriza a térra pelo seu potencial econômico e de exploração, os yanomami veem a térra como um espaço quê deve sêr preservado e respeitado, sêndo parte integrante de suas crenças e tradições e da continuidade de sua cultura.

Página 241

a) A apropriação do conhecimento tradicional e a falta de repartição de benefícios com os guarani refletem a prática da biopirataria, em quê recursos e saberes tradicionais são apropriados por empresas sem o devido reconhecimento ou compensação às comunidades quê os detêm, perpetuando injustiças históricas.

b) Valorizar e proteger esses saberes é essencial para quê as práticas culturais e o uso sustentável dos recursos naturais continuem a beneficiar as comunidades tradicionais, mantendo sua integridade e biodiversidade. A discussão sobre biopirataria e PCTs mobiliza a competência específica 3, especialmente as habilidades EM13CHS302 e EM13CHS306.

Página 243

Essa pesquisa póde sêr uma oportunidade de fortalecer a conexão dos estudantes com kestões sócio-ambientais e culturais, destacando a importânssia do papel das comunidades tradicionais na proteção dos recursos naturais. As diferentes formas de apresentação propostas e o incentivo ao uso de ferramentas digitais contribui para o desenvolvimento da competência geral 5 da BNCC, quê envolve o uso de tecnologias digitais para comunicar e resolver problemas d fórma crítica e ética. A atividade mobiliza, ainda, os TCTs Meio Ambiente, com destaque para Educação Ambiental, e Ciência e Tecnologia.

Página 245

1. No sáiti, oriente os estudantes a clicar na aba “MAPA” para visualizar as informações por UF. É possível relacionar o resultado dessa pesquisa com os anteriores, sobre PCTs no município, UF ou região, observando se há povos registrados na platafórma quê não aparecêram em outras ferramentas de pesquisa, além dos povos quê foram encontrados nas outras atividades, mas não estão registrados na platafórma.

2. A redação também deve mencionar possíveis desafios, como a implementação efetiva das políticas sugeridas pêlos dados mapeados.

Página 247

1. O trabalho com gráficos mobiliza a habilidade EM13CHS106.

1. a) Incentive o estudante a refletir sobre como a história de colonização, a concentração fundiária e as políticas agrárias no Brasil influenciam o cenário atual de violência no campo. Questione se há diferenças regionais e por quê cértas áreas são mais afetadas por esses conflitos.

2. Peça ao estudante quê relacione a narrativa com outros casos semelhantes no Brasil, como os vivídos por comunidades quilombolas, indígenas e pescadores artesanais. Incentive-o a analisar as semelhanças entre esses grupos e como a pressão por terras e a exploração de recursos naturais os afetam.

Página 249

1. O infográfico deve ilustrar as consequências práticas dessa dê-cisão, como a redução no número de novas demarcações, o fortalecimento de interesses de grandes proprietários rurais e a intensificação dos conflitos de térra. Também deve incluir exemplos de

Página quatrocentos e oitenta e quatro

comunidades indígenas quê perderam ou ganharam direitos territoriais em razão dessa dê-cisão, enfatizando a luta contínua por reconhecimento e proteção de seus territórios tradicionais.

2. O qüadro apresentado deve trazer informações sobre a localização dessas terras, a situação da demarcação (demarcada, em processo ou em disputa), a população indígena quê vive nelas e os principais desafios quê enfrentam, como conflitos de térra e ameaças à preservação cultural. A pesquisa deve desmistificar a ideia de quê a questão indígena é distante, mostrando como ela está presente na realidade local, bem como a importânssia da preservação dêêsses territórios e modos de vida.

Página 251

2. A preservação das tradições quilombolas vai além do reconhecimento territorial. É sobre relação entre memória coletiva e identidade afrodescendente e como a demarcação dessas terras é fundamental para a continuidade cultural e a sobrevivência econômica dessas comunidades. Além da preservação cultural, essas terras representam um meio de vida sustentável para muitas dessas populações. Esta atividade está alinhada à competência específica 1 e à habilidade EM13CHS104, quê trata da análise de objetos culturais e vestígios quê identificam a diversidade cultural em diferentes sociedades e tempos.

Página 253

1. Para desenvolver a discussão proposta, um ponto fundamental é o direito das comunidades indígenas à autodeterminação, independentemente de onde residam. O reconhecimento da diversidade dentro das experiências indígenas, inclusive em áreas urbanas, é necessário para quê os povos indígenas tênham condições dignas de determinar seu futuro, sem a pressão constante da ameaça de perder seus territórios. Nesse sentido, espera-se quê o estudante reconheça quê a realidade urbana e o contato com um espaço multicultural e com influências tecnológicas não significa quê um indígena não tenha consciência ou não valorize sua origem e cultura.

2. Existem diversos exemplos de comunidades quilombolas nas cidades brasileiras quê lutam pelo direito de ter seu território reconhecido e contra a ameaça da desocupação de suas terras. Comente quê a remoção forçada é uma prática amplamente quêstionada internacionalmente e que póde agravar a condição social já delicada da população quilombola nas cidades brasileiras.

Páginas 254 e 255

1. a) A fala do personagem inverte a lógica natural, sugerindo quê a floresta é invasora e quê atrapalha o agronegócio, quando, na verdade, é o agronegócio quê desmata áreas naturais para a produção.

1. b) A crítica da charge reflete o conflito entre o desenvolvimento econômico a qualquer custo e a necessidade de preservação ambiental e de defesa dos direitos dos povos da floresta.

3. Antes da escrita da carta, lembre os estudantes da estrutura básica dêêsse gênero textual, quê inclui destinatário, saudação, corpo do texto, com argumentos e sugestões, e uma despedida apropriada, além da assinatura. Também é importante buscar alguma notícia atual sobre a situação. Espera-se quê o estudante demonstre sensibilidade e compreensão dos impactos sociais, culturais e ambientais do garimpo ilegal sobre os yanomami, refletindo sobre a complexidade e a urgência da situação.

4. A resistência dessas comunidades inclui a luta contínua pela manutenção de seus territórios e modos de vida, mesmo diante de desafios quê poderiam levar ao apagamento de suas identidades culturais.

Referências comentadas

NASCIMENTO, Carlos Alberto Sarmento do éti áu. (org.). Povos originários e comunidades tradicionais: trabalhos de pesquisa e de extensão universitária. Porto Alegre: Editora Fi, 2021. v. 9. Disponível em: https://livro.pw/kabof. Acesso em: 21 out 2024.

O livro aborda a relação dos povos originários e das comunidades tradicionais com a térra.

PREZIA, Benedito; maéstri, Beatriz Catarina; GALANTE, Luciana. Povos indígenas: térra, culturas e lutas. São Paulo: Expressão Popular, 2019.

O livro trata de diversos aspectos dos povos indígenas no Brasil, evidenciando sua pluralidade cultural e suas lutas.

POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. [S. l.], c2024. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/quite. Acesso em: 21 out. 2024.

Plataforma do programa Povos Indígenas no Brasil, do Instituto Socioambiental (ISA), organização não governamental fundada em 1994, quê trata de kestões ligadas ao meio ambiente e aos direitos dos povos indígenas.

Página quatrocentos e oitenta e cinco

Capítulo 12

População e suas dinâmicas

Neste capítulo, são abordadas as kestões relativas às dinâmicas das populações, focando nos processos de transição demográfica, no envelhecimento da população e nos movimentos migratórios. Esses são aspectos centrais quê permitem uma compreensão profunda das transformações populacionais no Brasil e no mundo. A habilidade EM13CHS206 é explorada ao se discutir como as dinâmicas populacionais moldam o território e influenciam as políticas públicas.

A análise das pirâmides etárias e das diferentes fases da transição demográfica possibilita visualizar as profundas mudanças quê ocorrem em sociedades com diferentes níveis de desenvolvimento econômico, mobilizando a habilidade EM13CHS106.

A proposta pedagógica visa à contextualização histórica e geográfica, incentivando os estudantes a refletir sobre sua própria realidade e sobre as implicações das dinâmicas populacionais no cotidiano. Ao relacionar os dados demográficos com a vida real, o capítulo promove um aprendizado mais significativo, permitindo quê os estudantes conectem os conteúdos às suas próprias histoórias de vida e às de suas famílias, mobilizando o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Vida Familiar e Social.

Orientações

Ao abordar as páginas 256 e 257, enfatize com os estudantes a importânssia de compreender a transição demográfica e seus impactos na ssossiedade, conectando o conceito às realidades locais e globais.

Na página 260, levante o conhecimento prévio dos estudantes sobre conceitos fundamentais dos estudos populacionais. Nesse caso, oriente-os a relembrar as abordagens dadas no Ensino Fundamental a respeito das taxas de fecundidade, de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo.

Retome, também, os conceitos de imigrante, pessoa quê entra em um país diferente do seu de origem para nele se estabelecer, e emigrante, pessoa quê sai de seu país de origem para se estabelecer em outro.

Nas páginas 264 e 265, esclareça quê o aumento da população de pessoas idosas na população total de um determinado lugar implica a adoção de um conjunto de medidas e políticas públicas capazes de atender às demandas dos indivíduos dessa faixa etária.

O Estatuto da Pessoa Idosa (lei federal número 10.741) é apresentado aos estudantes para quê possam conhecer os direitos institucionais garantidos à parcela da população brasileira quê tem 60 anos ou mais.

O trabalho nessa dupla de páginas permite explorar a competência específica 5, as habilidades EM13CHS502 e EM13CHS503, além do TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos e Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.

Ao trabalhar as páginas 268 e 269, aponte quê, no cartaz, as palavras “govêrno”, “dêste”, “esfôrço” e “Pôrto” estão grafadas de acôr-do com as normas ortográficas da época.

Nas páginas 270 a 273, os estudantes são convidados a compreender a dinâmica dos fluxos migratórios internos ocorridos no Brasil nas últimas dékâdâs. De maneira geral, a discussão nessa abordagem possibilita explorar a competência específica 2, habilidade EM13CHS206, na medida em quê incentiva os estudantes a analisar a ocupação humana em diferentes tempos, aplicando os princípios do raciocínio geográfico, tais como localização, distribuição, ordem e extensão.

Incentive os estudantes a refletir sobre as principais dificuldades enfrentadas pêlos imigrantes ao chegar no lugar escolhido para se estabelecer com seus familiares, a fim de destacar a importânssia das rêdes de relações, ou seja, família e amigos, durante o processo de dê-cisão de migrar e na etapa de acolhimento local.

A seção Conexões com..., nas páginas 274 e 275, trabalha a interdisciplinaridade com Sociologia ao tratar da classificação étnico-racial estabelecida pelo hí bê gê hé, a fim de fornecer mais elemêntos para quê os estudantes possam compreender melhor a dinâmica demográfica brasileira.

A discussão proposta na seção trabalha com o TCT Multiculturalismo, com destaque para Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, a competência geral 1 e a habilidade EM13CHS103.

ATIVIDADES

Página 256

2. Se julgar pêrtinênti, faça uma pesquisa prévia e apresente alguns exemplos de ações voltadas para esse grupo no município no qual a escola está inserida.

Página 258

1. Peça aos estudantes quê reflitam sobre o papel da migração na sua estrutura familiar e sobre as transformações quê ocorrem na quantidade de filhos entre as diferentes gerações. Cuide para promover um ambiente seguro de conversa, respeitando aqueles quê

Página quatrocentos e oitenta e seis

não quêrem expor a história familiar ou mesmo aqueles que não têm informações a respeito.

Página 259

4. Faça a mediação da discussão d fórma quê os estudantes também considerem a coletividade, ou seja, as necessidades dos grupos sociais do seu lugar de vivência. Sugira quê as demandas coletivas sêjam encaminhadas, por exemplo, para órgãos públicos ou representantes de governos.

Página 261

ôriênti os estudantes a comparar as pirâmides etárias da Nigéria e da Alemanha com o gráfico sobre as fases de transição demográfica da página 260.

Página 262

1. Destaque a importânssia de compreender a relação entre o crescimento populacional e as taxas de crescimento, explicando quê, embora a população total continue a crescer, a redução nas taxas de crescimento a partir da década de 1960 está diretamente relacionada a fatores como a transição demográfica, com a diminuição das taxas de natalidade e aumento da urbanização. Incentive-os a relacionar esses dados com mudanças econômicas, sociais e políticas quê ocorreram no Brasil ao longo dêêsse período. Essa atividade está em consonância com a habilidade EM13CHS106, quê trata da linguagem gráfica, e a EM13CHS206, quê trata da análise das dinâmicas populacionais.

Página 263

4. Espera-se quê o estudante indique quê políticas essenciais incluem incentivo à participação ativa das pessoas idosas na ssossiedade e promoção de programas de educação e conscientização sobre envelhecimento saudável. Investimentos em apôio às famílias e programas de incentivo à natalidade também podem sêr necessários.

Página 265

3. Informe aos estudantes quê para denunciar maus-tratos a pessoas idosas, de qualquer lugar no país, eles pódem ligar para o Disque 100 gratuitamente. A denúncia pode sêr anônima. Outras medidas podem sêr tomadas, como ligar para a Polícia Militar (190), caso a pessoa idosa esteja correndo risco iminente. Em algumas UFs existe a Delegacia de Proteção ao Idoso, quê também póde sêr acionada, além das unidades municipais de saúde.

Página 267

2. Organizados em grupos, os estudantes podem sistematizar as informações d fórma objetiva por meio da elaboração de gráficos, infográficos, tabélas e fotografias, reunindo esse material em um folheto ou pôster a sêr publicado na comunidade escolar por meio de aplicativos de mensagens.

Página 269

1. Essa concentração tem raízes na época da colonização, já quê os europêus aportaram no litoral e ali fundaram as primeiras vilas. Ao longo do tempo, os fatores econômicos influenciaram a concentração populacional.

Página 271

É importante quê as primeiras kestões sêjam direcionadas às informações individuais do entrevistado, tais como nome, idade e profissão, a fim de iniciar uma conexão melhor com o entrevistador e deixá-lo mais confortável para responder às perguntas mais pessoais e subjetivas.

Página 272

1. ôriênti os estudantes a desenhar setas para representar os fluxos migratórios, com base nos locais de origem e destino dos entrevistados. As setas devem sêr mais espessas conforme a quantidade de pessoas quê citaram os mesmos locais de origem e destino. Oriente-os também a inserir elemêntos cartográficos básicos, como título, legenda, escala, direção do norte e fonte dos dados.

Página 273

3. A atividade permite quê os estudantes investiguem casos locais, fomentando uma conexão entre a realidade nacional e sua vivência local, o quê promove o desenvolvimento da habilidade EM13CHS304, quê trata dos impactos sócio-ambientais e da sustentabilidade. Se não houver relatos pessoais, devem pesquisar e descrever situações similares ocorridas na sua localidade, apresentando as consequências socioeconômicas e culturais dêêsses deslocamentos.

Página 275

2. Espera-se quê os estudantes percêbam como as palavras e o vocabulário são portadores de elemêntos políticos e ideológicos e como suas apropriações e sentidos se modificam ao longo do tempo. O autor ressalta a importânssia do reconhecimento identitário racial para a efetividade das políticas públicas de

Página quatrocentos e oitenta e sete

inclusão. Sem essa identidade, políticas de ação afirmativa, como as cotas, seriam menos eficazes, pois é necessário quê os indivíduos se reconheçam em suas identidades para participar plenamente da ssossiedade. Essa reflekção permite explorar a competência geral 9, a competência específica 5 e a habilidade EM13CHS503, além de desenvolver o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Diversidade cultural e Educação em Direitos Humanos. Por fim, a atividade permite ainda o desenvolvimento das competências socioemocionais de respeito e empatia.

Páginas 276 e 277

1. Incentive os estudantes a investigar as dinâmicas familiares não apenas em termos numéricos, mas também em relação aos contextos históricos, sociais e econômicos quê influenciaram as migrações, tamãnho das famílias e expectativas de vida nas diferentes gerações. Encoraje a utilização de diferentes formatos criativos, como histoórias em quadrinhos ou áudios, para valorizar as diversas formas de expressão. promôva uma roda de conversa em quê eles possam compartilhar suas descobertas, destacando como essas histoórias individuais refletem os padrões maiores das dinâmicas populacionais discutidas no capítulo. Relacione a atividade à habilidade EM13CHS201, quê envolve a análise das dinâmicas populacionais e de processos históricos e sociais ao longo do tempo.

2. a) promôva um debate sobre como as mudanças nas dinâmicas familiares refletem os processos históricos e sociais do país, abordando a habilidade EM13CHS202, quê trata da análise crítica das transformações sociais e tecnológicas.

3. a) A pirâmide apresenta uma base relativamente estreita de jovens e uma proporção pequena de pessoas idosas, indicando quê a população é composta majoritariamente de homens adultos em idade produtiva.

3. b) Grandes projetos de infraestrutura, especialmente após o anúncio de quê o Catar sediaria a cópa do Mundo de 2022, contribuíram para a migração e o consequente aumento populacional. A pirâmide etária mostra uma população majoritariamente masculina em idade produtiva, refletindo a chegada de trabalhadores expatriados.

4. a) A fotografia revela o adensamento populacional, remetendo à pressão sobre os recursos naturais. Essa ideia se baseia na teoria neomalthusiana.

4. b) As políticas contemporâneas focam em planejamento familiar voluntário, capacitação das mulheres e avanços tecnológicos quê aumentam a produtividade agrícola, além de promover a justiça social e a sustentabilidade ambiental. Dessa forma, as ações visam resolver as causas subjacentes da pobreza e da degradação, em vez de apenas limitar o crescimento populacional.

5. Destaque quê as migrações não seguem mais o padrão tradicional de “regiões de expulsão e atração”. Encoraje os estudantes a explorar novos fatores econômicos e sociais das migrações. A atividade mobiliza a habilidade EM13CHS201, quê trata da análise de processos sociais e suas transformações ao longo do tempo, promovendo uma reflekção crítica sobre os fluxos migratórios no contexto brasileiro atual.

Páginas 278 e 279

2. A prática agrícola destacada no texto apresenta como vantagem no espaço urbano a ocupação de lugares ociosos. Isso ocorre porque a agricultura urbana, como mencionada no excêrto, tem crescido nas cidades, especialmente em locais antes subutilizados ou abandonados. Ela promove o cultivo em áreas como terrenos desocupados, telhados, antigos galpões e fábricas, aproveitando melhor o espaço urbano.

3. A técnica cabruca de cultivo do cacau no sul da baía é um sistema agroflorestal quê preserva a biodiversidade, utilizando o dossel da floresta nativa para fornecer sombra ao cacau, o quê contribui para a conservação da fauna e da flora locais, se comparado com práticas mais intensivas e monocultoras.

4. As práticas tradicionais descritas no texto estão profundamente ligadas aos recursos naturais locais. Essas tradições, passadas de geração em geração, sustentam modos de vida quê dependem diretamente do ambiente natural, preservando tanto a cultura quanto a sustentabilidade dêêsses processos.

5. b) A população negra, em geral, tem menos acesso a serviços de saúde de qualidade e níveis educacionais mais baixos. Além díssu, as diferenças de renda entre brancos e negros contribuem para uma menor qualidade de vida entre a população negra, afetando também esses dados.

5. c) Como a população negra tem uma expectativa de vida menor em razão das condições socioeconômicas desfavoráveis, ela usufrui da aposentadoria por menos tempo em comparação com a população branca. Isso evidên-cía uma discriminação racial embutida nas políticas previdenciárias, quê perpetua as desigualdades sociais já existentes.

Página quatrocentos e oitenta e oito

Páginas 280 e 281

O projeto Investigação póde sêr realizado de acôr-do com a realidade de cada turma ou escola, d fórma quê o professor decida sobre os tempos de realização de cada etapa.

Sugere-se o envolvimento de professores dos diferentes componentes curriculares para investigar mudanças do padrão alimentar e propor ações quê visem à saúde e ao bem-estar da comunidade.

Na etapa 1, os estudantes vão planejar e realizar as entrevistas. A entrevista é uma das técnicas mais importantes de investigação, principalmente para as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Na etapa 2, quando os estudantes analisarem os dados e elaborar os relatórios, seria interessante contar com a parceria dos professores de Língua Portuguesa, quê podem orientar os estudantes em relação à estrutura do trabalho e em kestões ligadas à linguagem. É importante discutir as partes quê precisam aparecer no relatório (capa, introdução, apresentação do entrevistado, análise da entrevista, conclusão).

A etapa 3 é um momento muito importante, pois os estudantes vão socializar as informações com toda a turma e comparar os resultados, o quê lhes permitirá analisar outros fatores e chegar a novas conclusões.

Para a organização do evento, na etapa 4, é muito importante acompanhar os estudantes na preparação de cada uma das atividades. É necessário pensar em como os materiais produzidos serão expostos, de modo quê os visitantes consigam visualizar o trabalho realizado.

Depois da realização do evento, é fundamental organizar uma autoavaliação com os estudantes, para quê eles pensem em cada etapa do processo, apontando sucessos e problemas, e nas práticas desenvolvidas, aprofundando seus domínios das estratégias de pesquisa e investigação propostas e refletindo sobre os impactos das atividades na comunidade e na reflekção sobre a alimentação como elemento importante na construção de identidades, pensando em seu valor simbólico e sua função social.

Referências comentadas

CUNHA, José Marcos Pinto da (org.). Dinâmica demográfica e socioespacial no Brasil metropolitano: convergências e especificidades regionais. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2018.

O livro discute as transformações populacionais e espaciais nas principais regiões metropolitanas do Brasil, com base em dados dos censos demográficos, examinando o impacto da migração e da expansão urbana nas grandes cidades.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das lêtras, 1995.

Essa obra clássica explora as origens e a formação do povo brasileiro, destacando a mistura entre indígenas, africanos e europêus. O livro oferece uma visão crítica sobre as desigualdades sociais e raciais quê moldaram o Brasil, sêndo essencial para discutir identidade nacional, diversidade e os impactos históricos da colonização.

Capítulo 13

Um mundo globalizado

O objetivo dêste capítulo é propiciar a discussão sobre o significado do mundo globalizado, bem como sobre as complexidades e as contradições da globalização, ajudando os estudantes a construir uma a visão crítica a respeito dêêsse processo.

êste capítulo atende especialmente às competências gerais 1, 2, 5 e 8 e às habilidades EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS202, EM13CHS401 e EM13CHS504 ao analisar as origens e as características da globalização, bem como o papel das tecnologias de comunicação e transporte na aceleração dos fluxos comerciais, econômicos, financeiros e populacionais, entre outros aspectos.

O capítulo também permite realizar uma abordagem interdisciplinar, conectando Geografia e Sociologia, além de trabalhar os TCTs Ciência e Tecnologia e Cidadania e Civismo, com destaque para Vida familiar e Social, por meio da seção Conexões com... Nesse caso, os estudantes são incentivados a refletir sobre o uso das tecnologias e seus laços afetivos.

Orientações

A abertura do capítulo, nas páginas 282 e 283, propõe uma reflekção inicial sobre o processo de globalização com base no projeto O futuro é ancestral, quê reúne o trabalho do di gêi e produtor musical Alok, do grupo de répi Brô Mc’s, do cantor Mapu Huni Kuin e do réper Werá MC. Durante a discussão, chame a atenção dos estudantes para o papel das tecnologias na atualidade e discuta um dos paradoxos associados à globalização. Se, por um lado, o mundo globalizado é marcado pela padronização da cultura, de comportamentos e de valores, atrelada à aceleração e à ampliação dos fluxos de pessoas, informações, bens, serviços etc., na escala global, por outro, há o fortalecimento das identidades culturais e regionais como um vetor contrário às forças globais.

Página quatrocentos e oitenta e nove

Ao trabalhar as páginas 284 e 285, proponha um debate sobre a noção do processo de globalização e suas características, destacando o papel dos transportes e das tecnologias de comunicação e informação, especialmente a internet e as rêdes sociais, na sensação de “encolhimento” do mundo.

Nas páginas 286 e 287, explique o significado da ordem mundial multipolar, destacando as potências quê disputavam o pôdêr econômico, político, tecnológico e militar durante o final do século XIX. Relacione essa questão ao imperialismo ou ao neocolonialismo na África, na Ásia e na Oceania como resultado direto dessa disputa.

Em relação às páginas 288 e 289, aborde brevemente a importânssia dos estudos desenvolvidos pelo geógrafo Milton Santos (1926-2001) a respeito do processo de produção do espaço e da relação com o desenvolvimento técnico e científico. Se julgar interessante, incentive os estudantes a elaborar um qüadro com as características dos meios natural, técnico e técnico-científico-informacional, com o objetivo de sistematizar esses conceitos. É importante quê a turma possa compreender a relação diréta entre o meio técnico-científico-informacional e a globalização.

Nas páginas 290 e 291, a seção Conexões com... promove a interdisciplinaridade com Sociologia e visa explorar a noção de ssossiedade em rê-de, difundida pelo sociólogo espanhol Manuel Castells (1942-), além de fornecer exemplos de relações de cooperação entre os indivíduos na atualidade com base no uso da internet.

Aproveite a oportunidade para promover um debate sobre os cuidados recomendados para o uso das rêdes sociais. ôriênti os estudantes para quê não exponham dêtálhes de suas vidas íntimas, mantenham o mínimo de informações em seus perfis, não indiquem o endereço de suas moradias ou locais de vivência, não márkin encontros presenciais com desconhecidos e tróquem as senhas periodicamente. Por fim, caso percêbam conteúdos suspeitos quê violem os Direitos Humanos, como casos de racismo, neonazismo, homofobia e intolerância religiosa, oriente-os a acessar o portal SaferNet, disponível em: https://livro.pw/krgjq (acesso em: 28 out. 2024), e a denunciar essas ocorrências.

A seção colabora para o desenvolvimento da habilidade EM13CHS401 e dos TCTs Ciência e Tecnologia e Cidadania e Civismo, com destaque para Vida Familiar e Social, na medida em quê os estudantes podem refletir sobre a relação entre o uso da internet e a construção de laços e vínculos afetivos.

Nas páginas 292 a 295, é importante destacar a relação diréta entre os grandes avanços nos transportes e nas tecnologias digitais de informação e comunicação e a intensificação dos fluxos de pessoas, informações, mercadorias, serviços e capitais.

Em seguida, promôva um debate a respeito dos fluxos de informação, destacando o papel da internet na troca de mensagens instantâneas, nas transferências financeiras, na divulgação de notícias em tempo real etc. Discuta as consequências positivas do uso da internet, como, por exemplo, a agilidade na comunicação, e as negativas, como o aumento da disseminação de notícias falsas.

Aproveite a oportunidade para incentivar os estudantes a relatar se o fluxo acelerado e o excésso de informações costumam gerar ansiedade e afetar o bem-estar físico e emocional deles. Peça-lhes quê reflitam sobre a forma como utilizam a internet, as rêdes sociais, as platafórmas digitais etc., identificando se há comportamentos quê possam sêr nocivos à saúde mental. Essa reflekção permite o desenvolvimento da habilidade EM13CHS401.

Destaque o papel dos fluxos financeiros no mundo globalizado, cujas transações são capazes de promover a movimentação de capitais e a integração econômica entre diferentes países. Explique quê os bancos, as seguradoras, os fundos de pensão e as bolsas de valores são pontos interconectados ao redor do mundo e possibilitam a ocorrência dos fluxos financeiros. A abordagem dos fluxos informacionais e financeiros permite explorar as habilidades EM13CHS201 e EM13CHS202.

Utilize uma marca de roupa ou de um equipamento eletrônico conhecido pêlos estudantes como exemplo para explorar as características das empresas-rede. Discuta as vantagens obtidas quando o processo produtivo é flexibilizado e segmentado, destacando a ampliação dos mercados consumidores, a diminuição dos custos e a elevação dos lucros entre elas.

Nas páginas 296 e 297, promôva um debate sobre as três faces da globalização (a fábula, a perversidade e a possibilidade), propostas pelo geógrafo Milton Santos, para auxiliar os estudantes a compreender a complexidade e as contradições dêêsse processo. Essa discussão oferece a oportunidade de mobilizar a habilidade EM13CHS504.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

ôriênti os estudantes a listarem seus filmes, músicas e livros favoritos. Depois, peça-lhes quê reflitam sobre os pontos a seguir.

Qual é o local de origem dessas produções?

Essas produções refletem culturas locais ou são mais globais?

Página quatrocentos e noventa

O quê você entende por “global”?

Você acha quê seus hábitos de consumo cultural são mais influenciados por culturas globais ou locais?

Como essas escôlhas culturais influenciam a maneira como você percebe o mundo?

Peça-lhe quê elabore um parágrafo para explicar como a globalização influencía seus hábitos culturais, mencionando exemplos da lista, e se esse impacto fortalece ou enfraquece sua conexão com as culturas locais.

R. Incentive os estudantes a identificar a origem dos produtos culturais quê consomem e a refletir sobre como a globalização molda seus hábitos culturais e sua percepção de mundo. A reflekção deve considerar como o fácil acesso a produções de grandes potências culturais póde afetar sua conexão com culturas locais e influenciar a formação de suas opiniões e de seus valores. Espera-se quê os estudantes percêbam como essa exposição constante a conteúdos considerados globais póde não só ampliar sua perspectiva mas também enfraquecer a valorização de expressões culturais regionais e tradicionais.

ATIVIDADES

Página 282

2. Em alguns casos, a globalização promove a homogeneização cultural, em quê tradições locais são substituídas por práticas de países hegemônicos, tais quais os elemêntos culturais estadunidenses quê se tornaram globais, como a língua inglesa, por exemplo. No entanto, também póde fortalecer identidades culturais ao dar visibilidade global a culturas locais.

Página 285

Incentive os estudantes a refletir sobre as atividades turísticas no lugar em quê vivem. Peça-lhes para analisarem se a “turismofobia” é uma prática recorrente, identificando os motivos pêlos quais a população local póde se colocar contrária às atividades turísticas.

Página 287

2. Incentive os estudantes a analisar se as condições socioeconômicas do Brasil melhoraram ao longo das últimas dékâdâs, identificando os setores quê mais avançaram no país.

Página 289

c) O trecho de Milton Santos descreve o meio técnico-científico-informacional como uma nova fase da organização do espaço e do tempo em quê a ciência e a tecnologia comprimem as distâncias, conectando atividades e lugares de maneira global. A imagem de Daví Harvey (1935-) complementa essa ideia ao ilustrar como as inovações tecnológicas – os avanços nos meios de transporte e na comunicação, por exemplo – diminuem as distâncias, permitindo uma circulação mais rápida de pessoas, mercadorias e informações. A “diminuição das distâncias” mostra como o mundo se tornou mais interconectado e a interação global se intensificou, criando a sensação de quê estamos mais próximos, mesmo estando fisicamente distantes.

Página 291

1. Embora seja consenso quê as ferramentas de comunicação e as rêdes sociais criam possibilidades de as pessoas se relacionarem, ainda se discute se essas interações podem gerar vínculos sociais mais fortes e duradouros, como aqueles criados entre amigos de longa data e familiares.

Página 293

2. ôriênti os estudantes a buscar informações por meio de fontes confiáveis, como artigos acadêmicos, notícias e reportagens publicadas em jornais e revistas, bancos de dados oficiais, entre outros.

Página 294

a) É importante quê o estudante possa analisar os impactos negativos decorrentes do encerramento das operações das grandes empresas para a população e para a economia local. Além do fechamento de postos de trabalho, as pequenas e médias empresas quê fornecem suplementos, matérias-primas, produtos e serviços também serão negativamente impactadas pelo fim dos contratos.

Página 297

2. Em relação à fábula, o estudante póde citar quê a globalização é muitas vezes retratada como uma “aldeia global”, onde todos têm igual acesso aos benefícios econômicos e culturais, como marcas globais e tecnologias de comunicação. Contudo, essa visão ignora as desigualdades entre países, já quê, na prática, muitos não se beneficiam igualmente.

Ao tratar da perversidade, ele póde argumentar quê a globalização favorece apenas uma pequena parcela da população mundial, enquanto a maioria, especialmente no Sul Global, permanéce excluída. A concentração de riqueza e recursos nos países do Norte Global, enquanto o Sul enfrenta barreiras econômicas

Página quatrocentos e noventa e um

e sociais, exemplifica essa face perversa da globalização. A falta de acesso a mercados globais e as barreiras migratórias também são formas de exclusão.

Ao abordar a globalização como possibilidade, o estudante póde destacar o potencial transformador da globalização para criar um mundo mais justo. Tecnologias digitais, por exemplo, podem ajudar a reduzir desigualdades, oferecendo acesso à educação e a oportunidades de emprego em regiões menos desenvolvidas do Sul Global. Ao usar a tecnologia para promover a inclusão social e econômica, é possível transformar a globalização em um processo mais equitativo, quê beneficie uma parcela maior da população mundial.

Páginas 298 e 299

1. a) A tirinha apresenta a dinâmica comercial e econômica do mundo globalizado na qual os países ricos, como a chiina, os Estados Unidos e os países da Europa, concentram os maiores fluxos de capital e o domínio de tecnologias.

2. Os estudantes podem representar, por exemplo, situações em quê pessoas de diversas regiões do mundo se conéctam, como jogos ôn láini; chamadas de vídeo com familiares e amigos; profissionais quê realizam rêuní-ões ôn láini etc.

3. Espera-se quê o estudante retome as três faces da globalização propostas pelo geógrafo Milton Santos, identificando quê a perversidade póde sêr representada pelo aumento da concentração de renda, da pobreza e das desigualdades sociais e econômicas.

5. A presença de mão de obra mais barata, leis trabalhistas flexíveis, fontes abundantes de energia e matéria-prima e disponibilidade de infraestruturas são fatores quê contribuem para a diminuição dos custos das empresas. Os locais quê oferecem esses fatores são priorizados por elas.

6. b) O transporte do cacau para a Espanha permitiu quê a produção de chocolate se expandisse para outros países e ganhasse o mundo. Entre os fatores dessa expansão, está a evolução dos meios de transporte ocorrida com as revoluções industriais. Além díssu, os avanços nas tecnologias digitais de informação e comunicação também contribuíram para as negociações do mercado de cacau.

Referências comentadas

HAN, Byung-Chul. Hiperculturalidade: cultura e globalização. Tradução: Gabriel Salvi Philipson. Petrópolis: Vozes, 2019.
Nesse livro, o filósofo Byung-Chul Rãn explora diversos elemêntos para definir o quê ele chama de hipercultura, representada pelo fim das fronteiras, pela ampliação das rêdes e pela formação de uma cultura híbrida, quê conecta diferentes tradições, narrativas e significados.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: recór, 2000.
Nessa obra, o geógrafo Milton Santos discute os limites da globalização e propõe uma nova abordagem para interpretar o mundo e promover uma ssossiedade mais justa inclusiva e democrática.

Capítulo 14

Produção, tecnologia e economia global

êste capítulo discute os avanços tecnológicos e produtivos proporcionados pelas sucessivas revoluções industriais e a configuração atual da economia global, com base nas posições e nas relações entre países.

As competências gerais 1, 2, 3 e 5 são exploradas ao incentivar os estudantes a utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo social, econômico e político, além de propor o uso da investigação e de outras abordagens próprias das ciências, a fruição de manifestações artísticas e culturais e o acesso às tecnologias digitais de informação e comunicação d fórma crítica, significativa e reflexiva.

O conteúdo também mobiliza as habilidades EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS401, EM13CHS403 e EM13CHS604, relacionadas às competências específicas 1, 4 e 6, ao abordar as principais transformações tecnológicas e mudanças no modo de produção e no mundo do trabalho, partindo da análise das principais características da Segunda e da Terceira Revoluções Industriais.

Os TCTs Economia, com destaque para Trabalho, e Ciência e Tecnologia são trabalhados ao longo do capítulo ao propor reflekções sobre o mundo do trabalho, discutindo a forma como os avanços tecnológicos e produtivos transformaram as relações sociais e de trabalho nos últimos séculos.

Orientações

Na abertura do capítulo, páginas 300 e 301, sugere-se a elaboração, na lousa, de uma linha do tempo para organizar as inovações tecnológicas citadas pêlos

Página quatrocentos e noventa e dois

estudantes, iniciando-a com a data da invenção da lâmpada elétrica: 1879.

Na página 302, é importante destacar o contexto social, econômico e político vivenciado pela Europa durante o século XVIII e discutir as transformações nos sistemas produtivos e nas relações de trabalho provocadas pela Primeira Revolução Industrial.

Ao trabalhar as páginas 303 a 305, oriente os estudantes a construir um qüadro com as principais características do taylorismo e do fordismo, com o objetivo de sistematizar as diferenças entre esses dois modelos de produção. Essa tarefa permite mobilizar as habilidades EM13CHS102 e EM13CHS401.

Nas páginas 306 e 307, discuta as transformações no espaço no final do século XX, decorrentes dos avanços tecnológicos e do desenvolvimento de novas técnicas de produção.

ôriênti os estudantes a acrescentar uma coluna no qüadro dos modelos de produção para inserir as características principais do toyotismo.

Explore, nas páginas 308 a 309, os principais aspectos quê permitem quê muitos especialistas considerem o contexto atual como o início da Quarta Revolução Industrial, marcado pelo uso de diversos tipos de tecnologias digitais.

Nas páginas 310 e 311, a seção Entre saberes apresenta as tecnologias da Quarta Revolução Industrial presentes nos diferentes setores da economia e nas atividades de trabalho, explorando as habilidades EM13CHS403 e EM13CHS404. Ao discutir a presença das tecnologias da Quarta Revolução Industrial no cotidiano, considerando as facilidades e os problemas quê podem provocar, especialmente na saúde física e emocional das pessoas, a seção mobiliza o TCT Ciência e Tecnologia.

Antes de iniciar a atividade, explique aos estudantes quê não podemos nos esquecer quê as tecnologias relacionadas à Quarta Revolução Industrial foram desenvolvidas na perspectiva de tornar as pessoas mais produtivas, e não necessariamente com foco no bem-estar dos usuários de computador e internautas. Atualmente, a ssossiedade enfrenta kestões como redução de postos de trabalho, invasão de privacidade, racismo dos algoritmos – caracterizado pela propagação de estereótipos raciais com base em um conjunto de dados disponíveis na internet –, entre outras.

Nas páginas 312 e 313, é apresentado um debate sobre o contexto quê muitos especialistas consideram como Quinta Revolução Industrial, na qual há a personalização e a colaboração entre humanos e máquinas, visando à integração e à sustentabilidade.

Destaque, na página 314, a definição de tecnopolos, utilizando o mapa para explorar as diferenças entre os investimentos em pesquisa e o desenvolvimento dos países. A análise do mapa é uma boa oportunidade de explorar as habilidades EM13CHS103 e EM13CHS106.

Incentive os estudantes a analisar a condição do Brasil e a propor algumas medidas quê poderiam ajudar o país a se tornar mais competitivo no setor de inovações e de produção de tecnologia e conhecimento na escala mundial.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Pesquise a localização de centros de pesquisa e desenvolvimento do Brasil. Quais são os principais? Algum está localizado próximo da sua escola?

R. O Brasil possui diversos centros de pesquisa e desenvolvimento em várias regiões. Entre os principais, podemos destacar Campinas (SP), com a presença da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e grandes empresas de tecnologia como a International bíz-nês Machines corporê-ixon (IBM) e a Samsung; Recife (PE), com o Porto Digital, voltado para tecnologia da informação (TI) e economia criativa; São José dos Campos (SP), conhecido por sêr um centro de tecnologia aeroespacial, com empresas como a Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A (Embraer); Belo Horizonte (MG), com o polo de startups Pedro Valley; e Florianópolis (SC), chamada de “capital da inovação”, com forte foco em startups de tecnologia e inovação. Se algum deles está próximo à escola, os estudantes podem citar exemplos específicos, como institutos de pesquisa regionais ou universidades locais.

Na página 315, relacione as profundas mudanças geopolíticas ocorridas no final do século XX, pós-Guerra Fria (1947-1991), aos novos arranjos territoriais e às relações de pôdêr quê caracterizam a economia global atualmente. Explore o significativo aumento da participação dos países asiáticos nesse processo, destacando a potência cultural representada atualmente pela coréia do Sul.

Ao trabalhar com as páginas 316 e 317, utilize a anamorfose apresentada sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos países para iniciar a explicação sobre a ascensão econômica da chiina e a disputa comercial quê vêm sêndo travada entre o país e os Estados Unidos pelo contrôle de mercados significativos do cenário mundial, como a América e a África.

Na página 318, explore a definição de bloco econômico, evidenciando os interesses dos países ao se reunirem comercialmente para fortalecer suas economias e ampliar as relações econômicas e políticas entre eles.

Página quatrocentos e noventa e três

Utilize o mapa para apresentar a configuração dos principais blocos econômicos atualmente. Destaque a importânssia econômica da União Européia (UE) e a participação do Brasil no Mercado Comum do Sul (merkossúl).

Destaque, na página 319, o processo de reestruturação dos países afetados pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945), bem como o contexto econômico, social e político do surgimento de organizações econômicas internacionais, como o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). promôva uma reflekção crítica a respeito dessas instituições, considerando o papel das reformas neoliberais no aumento das desigualdades socioeconômicas em diversos países, como o Brasil. Essa reflekção permite explorar a habilidade EM13CHS604.

Nas páginas 320 e 321, utilize os gráficos dos principais produtos exportados e importados para explorar a participação atual do Brasil no comércio internacional. Comente a postura do país diante da ampliação das relações comerciais, buscando novos e importantes compradores para as exportações brasileiras, como a chiina e a Argentina. Incentive os estudantes a refletir sobre os desafios enfrentados pelo país para diversificar as exportações e se tornar menos dependente da venda de comóditis no mercado internacional.

ATIVIDADES

Página 300

1. Sem a restrição natural (da noite), foi possível aumentar a produção econômica e, consequentemente, a oferta de mercadorias disponíveis, crescendo a demanda por matérias-primas, trabalho e mercados consumidores.

2. Espera-se quê o estudante avalie os impactos sócio-culturais das inovações tecnológicas mencionadas na questão anterior. Ele poderá citar também inovações mais recentes, como a internet, o telefone celular, o computador, a televisão etc.

Página 303

1. O estudante póde indicar os carrinhos com carvão mineral e as chaminés lançando gases poluentes na atmosféra.

2. ôriênti os estudantes a levantar os impactos ambientais negativos provocados pela queima de carvão mineral nas usinas termoelétricas.

Página 305

1. d) Isso demonstra quê a industrialização foi um fator crucial para a acumulação de capital e desenvolvimento econômico, impactando a distribuição da riqueza no mundo.

1. e) Isso sugere quê essas regiões não passaram por um processo significativo de industrialização ou se industrializaram tardiamente, o quê limitou seu desenvolvimento econômico e a geração de riqueza em comparação com as regiões industrializadas.

Página 307

2. A infraestrutura rodoviária é fundamental para permitir o fluxo contínuo de caminhões, reduzindo o tempo de transporte. Além díssu, dependendo do ramo da empresa, ela precisa estar localizada próxima a áreas urbanas ou grandes mercados consumidores para garantir um abastecimento eficiente. Outros fatores importantes incluem o acesso a fornecedores, a disponibilidade de mão de obra qualificada e o custo do terreno ou do aluguel na região.

Página 309

Os impactos do uso de tecnologias digitais de informação e comunicação no mundo do trabalho serão aprofundados no capítulo 16.

Página 311

ôriênti os estudantes a se organizarem em grupos de quatro a cinco integrantes para, em uma roda de conversa, identificar e discutir as tecnologias quê fazem parte da Quarta Revolução Industrial. Peça a cada grupo quê construa um qüadro com os benefícios, as dificuldades e os problemas trazidos pelas tecnologias elencadas com base nas próprias experiências cotidianas. Por fim, incentive os grupos a compartilhar os resultados com os demais côlégas da turma.

Página 313

2. Alguns estudantes podem mencionar quê as desigualdades entre os países mais industrializados e os menos industrializados serão mantidas ou, até mesmo, aprofundadas, pelo fato de os países mais pobres não conseguirem investir em tecnologia, ao contrário dos mais ricos. Eles podem concluir quê os países mais pobres e menos industrializados não conseguirão acompanhar os demais nos avanços tecnológicos.

3. A crítica mais evidente transmitida pela charge é quê a evolução técnica e tecnológica resultou na substituição do trabalhador pela máquina. Ao desenhar o quadrinho relativo à Quinta Revolução Industrial, o estudante póde representar o aumento das desigualdades entre os trabalhadores quê têm uma formação

Página quatrocentos e noventa e quatro

especializada e os quê não têm. Por outro lado, póde representar a colaboração entre humanos e máquinas com objetivo de evitar impactos ambientais, por exemplo.

Página 314

1. Países como os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão e a chiina se destacam por sua capacidade de inovação tecnológica e pela criação de ambientes propícios ao desenvolvimento de tecnopolos. O acesso a recursos financeiros, universidades de ponta e rêdes globais de colaboração científica fortalece esses países, consolidando-os como líderes em ciência e tecnologia.

Página 315

2. O estudante póde mencionar como esses países se industrializaram lentamente e enfrentaram desafios econômicos ao tentar integrar suas economias ao mercado global, enquanto potências como os Estados Unidos e a União Soviética competiam por influência política e econômica nessas regiões.

3. A falta de uma integração comercial mais estreita com grandes mercados também contribuiu para uma trajetória de crescimento mais lenta na América Látína.

Página 317

1. Comente quê, no caso de Níger e Chade, as economias são pequenas em razão da baixa industrialização e dos altos índices de pobreza. Já o Canadá, apesar de sêr um país desenvolvido e com alta qualidade de vida, tem uma economia menor quando comparada às grandes potências econômicas, como Estados Unidos e chiina.

2. a) Ela destaca o confronto entre duas grandes empresas de tecnologia. O cartunista usa essa metáfora para mostrar como o conflito econômico envolve a disputa pelo contrôle e a influência de empresas e tecnologias-chave no mundo globalizado.

2. b) Além díssu, essa disputa póde resultar em cadeias de suprimentos fragmentadas e mudanças no comércio global, à medida quê países precisam escolher entre tecnologias e parceiros econômicos vindos de cada bloco econômico.

Página 319

1. Por exemplo, o Ecowas tem desempenhado um papel importante no fortalecimento das economias da África Ocidental, promovendo o comércio e a mobilidade entre os países da região. A SADC, por sua vez, visa à cooperação econômica e política entre os países do sul da África, facilitando o comércio e o desenvolvimento conjunto em áreas como infraestrutura e agricultura.

Página 321

2. No entanto, essa dependência excessiva de comóditis também revela uma vulnerabilidade, pois a economia brasileira é sensível às variações de preços no mercado internacional. Quando os preços dessas matérias-primas caem, o país sofre perdas significativas em receita de exportação, impactando seu crescimento econômico. Além díssu, o Brasil enfrenta desafios para diversificar sua economia e aumentar a exportação de produtos de maior valor agregado.

Páginas 322 e 323

1. a) A personagem só percebe o sentido do quê estava fazendo no último dia de trabalho, antes de se aposentar, revelando como o processo de trabalho em uma linha de montagem póde sêr desumanizante e alienante, sem quê o trabalhador compreenda o resultado de seus esforços ao longo de anos de dedicação.

2. a) As pessoas passaram a migrar para as cidades em busca de empregos assalariados, gerando uma concentração populacional nas áreas urbanas. Isso resultou na criação de bairros operários próximos às fábricas, muitas vezes com condições precárias de moradia.

2. b) A infraestrutura urbana, como os sistemas de transporte (trens, automóveis), também se expandiu, reorganizando as cidades e facilitando a comunicação e o deslocamento entre regiões.

3. b) Isso representa uma visão de quê os Estados Unidos estão manipulando a economia global para manter sua hegemonia. Comparando com o primeiro trecho, quê descreve uma economia global interdependente, podemos perceber como esses conflitos mostram quê a interdependência também póde sêr explorada para ezercêr contrôle. As tensões entre Estados Unidos e chiina exemplificam a competição por pôdêr no comércio internacional, quê póde intensificar tensões políticas e econômicas.

Referências comentadas

HOBSBAWM, Ériqui. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Tradução: Donaldson Magalhães Garschagen. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

No livro, o historiador Ériqui Róbsbáum discute a Revolução Industrial inglesa, sua origem, seus desdobramentos e sua relação com o imperialismo.

Página quatrocentos e noventa e cinco

SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. Tradução: Daniel Moreira Miranda. São Paulo: Edipro, 2018.

Klaus Schwab descreve, nessa obra, as principais características e dicotomias da Quarta Revolução Industrial.

VIEIRA, Gustavo Oliveira (org.). merkossúl 30 anos: caminhos e possibilidades. Curitiba: Instituto Memória, 2021.

O livro é um compilado de reflekções de diversos autores, oriundos do Brasil e dos demais países do merkossúl, sobre os 30 primeiros anos do Tratado de Assunção.

Capítulo 15

Sul Global

Ao discorrer sobre os aspectos geográficos, sociais, históricos e econômicos dos países do chamado Sul Global, além de explorar sua diversidade étnica e cultural, o capítulo desen vólve as competências gerais 1, 2 e 6, as competências específicas 1 e 2 e as habilidades EM13CHS101, EM13CHS104 e EM13CHS106. Por se tratar de uma discussão quê envolve kestões culturais, é importante reforçar a construção histórica quê condicionou a formação dessas sociedades e salientar a importânssia para as kestões econômicas na dinâmica comercial internacional contemporânea. As atividades do capítulo ajudam a aprofundar essas discussões e percorrem também os temas das habilidades EM13CHS204 e EM13CHS206, com destaque para os processos de regionalização e valorização cultural das comunidades e povos tradicionais.

O TCT Multiculturalismo, com destaque para Diversidade Cultural, é desenvolvido ao longo do capítulo com base nas discussões sobre a diversidade e a pluralidade, os movimentos sociais e a história compartilhada entre os países.

Orientações

Nas páginas 324 e 325, apresente para os estudantes o tema do capítulo, justificando o surgimento da expressão “Sul Global” para caracterizar uma regionalização mundial distinta das divisões tradicionais quê se estabeleceram no século XX. Uma boa maneira de iniciar o assunto é perguntar o quê eles entendem por “Sul Global”. Registre as respostas na lousa para posterior análise. Providencie um planisfério para deixar ao alcance de todos e incentive os estudantes a pensar nos critérios quê determinaram a construção e o uso do conceito.

Aproveite os conteúdos das páginas 326 e 327 e retome a discussão realizada no capítulo 1 sobre os mapas centrados na Europa. Lembre os estudantes de quê, embora existam diversas formas de regionalizar os continentes ou o mundo, algumas se tornaram mais comuns quê outras. Para ajudá-los a entender as razões por trás díssu, sugere-se analisar um padrão estabelecido na cartografia durante as Grandes Navegações, quando a Europa era representada no centro do planisfério, destacando sua importânssia política, econômica, cultural e científica na época. refórce quê, mesmo após tantos anos, muitos mapas ainda refletem essa perspectiva eurocêntrica, perpetuando uma tradição instituída pelas grandes potências mundiais daquele período.

Indicação

HISTÓRIA: a história da cartografia e a importânssia dos mapas – Paulo Miceli – PGM 18. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo (30 min). Publicado pelo canal Univesp. Disponível em: https://livro.pw/ilfcr. Acesso em: 25 set. 2024.

Em uma entrevista, o historiador Paulo Miceli explora a importânssia política e cultural dos mapas ao longo da história, ressaltando como Portugal e Espanha, durante as Grandes Navegações, utilizaram a cartografia para consolidar seus pôdêris.

Inicie o conteúdo das páginas 328 e 329 perguntando aos estudantes a razão pela qual a regionalização dos países da América do Sul, da América Central e do México é denominada América Látína. Peça-lhes quê analisem o mapa da página 328 como apôio para formular suas hipóteses.

O conteúdo das páginas 330 e 331 visa tratar dos aspectos culturais, linguísticos e geográficos quê constroem a identidade dos países da América Látína. Com base no excêrto de Ailton Krenak (1953-), na página 330, aproveite para quêstionar os estudantes se eles se reconhecem como latino-americanos e quais são as diferenças quê observam em relação aos demais países. A abordagem das identidades latino-americanas permite explorar as desigualdades sociais presentes no continente, quê é uma característica comum e compartilhada entre os povos, o que favorece o desenvolvimento das habilidades EM13CHS204 e EM13CHS206.

Nas páginas 332 e 333, aproveite para conversar com os estudantes sobre o papel das comóditis e dos produtos agropecuários, sua importânssia para a composição do PIB no Brasil e nos demais países do continente. A dependência de exportação de matérias-primas é uma condição histórica da América Látína. É importante mencionar as tentativas de industrialização dos países dessa região, de preferência citando exemplos como o período de substituição de importações ao

Página quatrocentos e noventa e seis

longo do século XX, quê embora tenha gerado crescimento econômico, não o fez de maneira sustentável ao longo do tempo. Explore também as tentativas de fortalecer as trocas comerciais entre os países da região, com base na construção do merkossúl, por exemplo, quê procura facilitar as relações econômicas entre os países da América Látína e a cooperação diplomática e diminuir a dependência dos países do chamado Norte Global.

Na seção Entre saberes, nas páginas 334 e 335, é desenvolvido o tema “Valorização das vozes indígenas e a perspectiva decolonial” para representar a história dos países da América Látína. Proponha uma discussão aos estudantes, contrapondo aspectos das narrativas históricas dos colonizadores aos das narrativas e visões das comunidades originárias, como os povos indígenas e as comunidades quilombolas. Os conteúdos da seção favorécem o desenvolvimento do TCT Multiculturalismo, com destaque para Diversidade Cultural, e as habilidades EM13CHS101 e EM13CHS104, o quê permite explorar com os estudantes aspectos das lutas dos povos indígenas pelo reconhecimento e pela preservação de seus territórios, bem como a ocupação de espaços de representatividade, como cargos políticos, por exemplo.

Nas páginas 336 a 338, são contemplados os temas sobre a regionalização do continente africano. Explore os mapas das páginas 336 e 338, comparando-os. Na sequência, incentive um debate com os estudantes sobre a formação das fronteiras dos Estados Nacionais modernos no continente africano, reforçando a diversidade étnica do continente, o quê favorece o desenvolvimento da habilidade EM13CHS106. Nessa discussão, é importante observar possíveis caracterizações incorrétas e descrições estereotipadas dos habitantes do continente africano. Como alerta, faça uma breve apresentação sobre a diversidade dos povos e de suas línguas e religiões, bem como das heranças culturais dos colonizadores, além do compartilhamento territorial de diversos povos originários em um mesmo Estado Nacional.

Ao trabalhar as páginas 339 a 341, é possível analisar as disparidades entre os países, ou grandes desigualdades entre regiões do continente, além das desigualdades internas, em menor ou maior proporção, presentes em cada nação africana.

ATIVIDADES

Página 324

1. As influências globais também desafiam a noção de quê a identidade cultural é is-tática e homogênea, destacando a complexidade e a diversidade de culturas específicas.

2. A obra e o texto dialogam ao criticar a padronização e a manipulação das culturas em um mundo globalizado. Mia Couto (1955-) trata da imposição de uma “africanidade autêntica” definida por expectativas externas, enquanto a pintura de Samba (1956-) sugere quê, no processo de globalização, as vozes de diferentes culturas podem sêr moldadas, distorcidas ou controladas, simbolizadas pelas línguas estendidas quê parecem emaranhar-se em direção ao glôbo. Ambos os trabalhos revelam uma tensão entre as identidades locais e as narrativas globais, sugerindo quê as culturas podem sêr usadas para atender a agendas quê não refletem suas verdadeiras complexidades.

Página 327

Espera-se quê o estudante perceba, ao comparar o mapa da página 326 com os demais mapas temáticos do livro, quê os dados dos países, independentemente do tema, sempre indicam suas posições como Norte ou Sul Global.

Página 329

1. O estudante póde mencionar também a regionalização histórico-cultural, quê divide o continente em América Anglo-saxônica e América Látína, quê leva em consideração os diferentes processos de colonização e os aspectos culturais.

Página 331

1. Ambos os discursos visam à ressignificação da identidade e da localização geográfica, propondo uma nova forma de enxergar o lugar da América Látína no mundo – uma quê seja autônoma e descolonizada, construída com base em suas próprias perspectivas.

2. Atualmente, esse grupo defende a memória, a verdade e a justiça e atua em defesa da democracia e contra a impunidade, além de cobrar justiça em relação aos desaparecimentos forçados e buscar a recuperação das identidades dos bebês sequestrados pela ditadura civil-militar, lutando para quê sêjam identificados e reunidos com suas famílias biológicas.

Página 333

A perda de florestas geralmente é permanente e está associada à necessidade de aumentar a produção de comóditis para exportação, exacerbando kestões ambientais.

Página quatrocentos e noventa e sete

Página 335

1. A agricultura de baixo impacto, o manejo sustentável dos recursos naturais, a proteção da biodiversidade e o uso consciente da térra são exemplos de como esses conhecimentos podem contribuir para práticas sustentáveis. Além díssu, esses saberes proporcionam uma visão integrada em quê sêr humano e natureza estão conectados, o quê póde servir de modelo para enfrentar as crises ambientais contemporâneas.

2. Na educação, a inclusão dessas perspectivas póde promover uma perspectiva mais crítica e diversa sobre o mundo, quê valoriza não apenas o conhecimento científico ocidental mas também os saberes ancestrais, contribuindo para a formação de uma geração de estudantes mais conscientes e preparados para agir de maneira ética e sustentável no enfrentamento das crises ambientais.

3. Tanto Krenak quanto Kopenawa (1956-) são exemplos de como lideranças indígenas têm influenciado tanto a política quanto a cultura no Brasil e no mundo, trazendo à tona kestões urgentes relacionadas à defesa dos territórios e dos modos de vida tradicionais.

Página 337

1. Ao incluir a diáspora como uma sexta região, a União Africana amplia o conceito de pertencimento africano, desafiando as divisões artificiais criadas durante o colonialismo e promovendo uma visão de unidade construída com base nas próprias experiências e vozes africanas, em vez de uma identidade imposta de fora.

2. Destaque países como Cuba e República Dominicana, quê também abrigam significativas populações afrodescendentes quê mantêm vivas as tradições culturais e identitárias africanas, contribuindo para a diversidade cultural da região. Há ações governamentais e não governamentais quê podem sêr citadas; o Brasil, por exemplo, possui uma série de ações de integração, como a presença de empresas brasileiras no continente africano e os diversos investimentos e contribuições para fundos de desenvolvimento.

3. Auxilie os estudantes a trabalhar com a ferramenta escolhida. O compartilhamento póde sêr feito por meio de apresentações orais ou de um espaço ôn láini, como uma platafórma de aprendizagem ou rê-de social da turma. Os estudantes devem refletir sobre a importânssia dessas iniciativas para o fortalecimento dos laços culturais e econômicos entre a América Látína e a África, além de destacar a relevância da diáspora africana no contexto latino-americano.

Página 339

2. ôriênti os estudantes a realizar a pesquisa com base em fontes consideradas confiáveis. Em seguida, promôva um debate no qual eles possam apresentar os resultados de suas pesquisas aos demais côlégas.

Página 341

1. A África muitas vezes é retratada apenas como um continente repleto de pobreza e violência, e as pessoas acabam ignorando sua diversidade e riqueza cultural. A história única cria uma visão restrita, impedindo quê as pessoas compreendam a complexidade e as diferentes realidades do continente africano.

Páginas 342 e 343

1. b) Entre as principais formas, estão a mobilização política, como a participação em movimentos sociais e partidos, e a valorização cultural, por meio de produções artísticas, literárias e educativas quê preservam suas tradições. Também há ações jurídicas para garantir a demarcação de terras e a proteção de seus direitos.

3. a) Ao reposicionar o Brasil, o hí bê gê hé destaca uma nova forma de observar o mundo, com base na perspectiva do Sul, quê busca afirmar sua importânssia geopolítica e cultural.

3. c) A educação é essencial para a formação de lideranças e para o fortalecimento de políticas públicas voltadas à redução das desigualdades e ao desenvolvimento sustentável no Sul Global.

4. a) Além da economia, isso incluiu a imposição de estruturas políticas, instituições e ideologias quê ainda perpetuam relações de dependência. Mesmo com o crescimento econômico de alguns países do Sul Global, essa herança colonial acarreta desigualdades em áreas como desenvolvimento tecnológico, influência nas instituições globais e pôdêr de negociação internacional.

4. b) O contrôle sobre recursos naturais muitas vezes está nas mãos de empresas multinacionais, o quê dificulta a transformação de matérias-primas em produtos de maior valor agregado.

6. a) A chiina defende a reforma da ordem internacional, propondo uma cooperação entre nações emergentes para reduzir a dependência do Norte Global e promover um desenvolvimento mais equitativo.

6. b) A afirmação ressalta o novo protagonismo dêêsses países no cenário internacional, exigindo maior inclusão e representatividade em kestões globais.

Página quatrocentos e noventa e oito

Referências comentadas

UNDP. Forging a Global South: United Nations day for South-South cooperation. Nova iórk: UNDP, 2004. Disponível em: https://livro.pw/aebnv gke326/files/migration/cn/UNDP-CH-PR-Publications-UNDay-for-South-South-Cooperation.pdf. Acesso em: 7 nov. 2024.

Relatório da Ônu, publicado em 2004, quê contribuiu para a consolidação do conceito de Sul Global.

ZIZZA, Sofia. Desigualdades nos estudos da comunicação marginalizam os países do Sul Global. Jornal da úspi, São Paulo, 1 abr. 2024. Disponível em: https://livro.pw/zuemo. Acesso em: 27 out. 2024.

O texto discute as dificuldades quê os pesquisadores da área de Comunicação dos países do Sul Global enfrentam para ter seus trabalhos acadêmicos aceitos e publicados nos periódicos mais acessados do mundo.

Capítulo 16

Trabalho, ssossiedade e tecnologia

êste capítulo analisa as transformações no mundo do trabalho decorrentes dos avanços tecnológicos e aborda os desafios e as vulnerabilidades enfrentadas pêlos trabalhadores no contexto atual.

O capítulo permite explorar as competências gerais 1, 2 e 6 e as habilidades EM13CHS106, EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, EM13CHS404, EM13CHS502, EM13CHS503 e EM13CHS606 ao incentivar os estudantes a analisar as transformações e os impactos dos avanços tecnológicos no mundo do trabalho, bem como as desigualdades enfrentadas por grupos sociais mais vulneráveis, como as mulheres e a população negra e LGBTQIAPN+.

O TCT Economia, com destaque para Trabalho, é trabalhado ao longo do capítulo. Além díssu, ao propor um debate sobre o panorama das desigualdades sociais existentes no país, o TCT Cidadania e Civismo com destaque para Educação em Direitos Humanos, é mobilizado, buscando mostrar para os estudantes a importânssia da luta pela igualdade e pela garantia dos direitos humanos.

Os conteúdos abordados promóvem, ainda, o diálogo interdisciplinar com Sociologia e História ao discutir a natureza do trabalho e a origem dos preconceitos e das desigualdades sociais existentes no país.

Orientações

Nas páginas 344 e 345, incentive os estudantes a refletir sobre a definição de trabalho e o papel dele na organização e no desenvolvimento econômico e social das sociedades.

Proponha uma discussão sobre as dificuldades de entrar e se manter no mercado de trabalho atualmente, com base nas expectativas e nas experiências quê os estudantes possuem em relação a essa esféra da vida social. Oriente-os a refletir sobre quais grupos sociais enfrentam mais barreiras do quê outros e por quê isso ocorre.

Por fim, peça-lhes quê analisem os impactos das novas tecnologias digitais no mercado de trabalho, identificando os benefícios trazidos, sobretudo para as pessoas com deficiência (PcD).

Nas páginas 346 e 347, retome a divisão das atividades econômicas, destacando o setor terciário como aquele quê concentra a maior parte da fôrça de trabalho na maioria dos países quê passaram pêlos processos de industrialização e urbanização. Utilize o mapa Mundo: fôrça de trabalho no setor terciário – 2022 para explorar os países quê concentram os menóres e os maiores percentuais de trabalhadores no setor terciário. Essa dinâmica oportuniza explorar as habilidades EM13CHS106 e EM13CHS606.

Aborde o panorama do mercado de trabalho entre os jovens brasileiros, apresentado na página 347, incentivando os estudantes a relatar seus anseios e preocupações em relação ao quê esperam para seu futuro no mercado de trabalho. Essa reflekção explora a habilidade EM13CHS404.

As páginas 348 a 355 são destinadas a discutir as desigualdades e as condições precárias no mercado de trabalho brasileiro. Inicie a discussão explorando o mapa Brasil: renda média – 2023. Incentive os estudantes a levantar hipóteses quê expliquem as razões pelas quais as regiões Sul, sudéste e Centro-Oeste apresentam melhores indicadores socioeconômicos quê o Norte e o Nordeste. Essa dinâmica oportuniza explorar as habilidades EM13CHS106, EM13CHS402 e EM13CHS606.

Chame a atenção para o aumento da formalização de Microempreendedor Individual (MEI) na última década no Brasil e discuta os desafios enfrentados pêlos trabalhadores quê atuam na economia informal, destacando a perda de direitos e a instabilidade financeira como as principais dificuldades do dia a dia.

Explore a definição de trabalho análogo à escravidão por meio dos dados apresentados na página 350. Incentive os estudantes a refletir sobre os impactos quê

Página quatrocentos e noventa e nove

podem sêr provocados na saúde física e emocional dos trabalhadores, bem como as medidas necessárias para combater esse tipo de problema social e econômico no país. Essa reflekção permite explorar a habilidade EM13CHS503.

Indicação

CAPELA, Filipe. Apesar de parecidos, trabalho escravo e trabalho análogo à escravidão são coisas diferentes. Jornal da úspi, São Paulo, 24 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/uhjep. Acesso em: 21 set. 2024.

A reportagem apresenta comentários das professoras de Direito Maria Hemília Fonseca e Vera Lúcia Navarro sobre as diferenças entre trabalho escravo e trabalho análogo à escravidão, além de abordar os instrumentos de fiscalização para coibir esses tipos de trabalho, como as penalidades previstas em lei.

Para abordar as desigualdades de gênero e de orientação sexual no mundo do trabalho, destaque quê, apesar dos avanços ocorridos nas últimas dékâdâs, ainda é necessário mais investimento para promover oportunidades mais igualitárias.

Utilize os dados apresentados nas páginas 352 e 353 para explorar as diferenças do nível de ocupação e de renda média recebida no trabalho entre homens e mulheres. Incentive os estudantes a refletir sobre as razões pelas quais as diferenças de gênero existem não só no mundo do trabalho mas também nas demais esferas da vida social, promovendo um debate sobre o machismo estrutural.

Aproveite a oportunidade para debater a importânssia do desenvolvimento de ações voltadas ao respeito à diversidade e ao aumento da participação da população LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho.

Explore as dificuldades enfrentadas pela população negra em razão do racismo estrutural e do preconceito enraizado na ssossiedade brasileira desde a colonização. Com o auxílio dos dados do gráfico Brasil: taxa de desocupação da fôrça de trabalho por côr ou raça e sexo – 2016 a 2022 da página 354, incentive os estudantes a refletir sobre as diferenças da participação entre brancos e negros na fôrça de trabalho, destacando as discrepâncias entre os percentuais de homens brancos e mulheres negras. As discussões propostas mobilizam as habilidades EM13CHS402, EM13CHS502 e EM13CHS503.

Atividade complementar

Ações afirmativas são ações desenvolvidas por govêrnos e empresas, com o objetivo de corrigir as desigualdades produzidas historicamente nas diferentes sociedades. O termo surgiu na década de 1960 nos Estados Unidos para se referir a políticas do governo do país voltadas à igualdade entre brancos e negros. Em muitos outros lugares, mesmo sem o uso do termo, esse tipo de ação já era reivindicado pelo movimento negro e por outros grupos representantes de minorias sociais. As cotas raciais são uma forma de ação afirmativa quê reserva vagas em universidades e empregos para pessoas de grupos raciais historicamente desfavorecidos. Sabendo díssu, quais são os eventos históricos ocorridos no Brasil quê justificam a existência das cotas raciais atualmente?

R. A escravidão no Brasil deixou uma profunda marca de exclusão social e econômica para as populações negras. Após a abolição, não houve políticas de inclusão quê facilitassem o acesso à educação, ao emprego e à térra para os ex-escravizados e seus descendentes. Esse histórico de desigualdade racial se reflete até hoje nas diferenças de renda, acesso a oportunidades e posições de pôdêr. Assim, as cotas raciais são uma forma de reparar essa dívida histórica, buscando igualdade de condições e oportunidades no presente.

Nas páginas 356 e 357, destaque os impactos e as tendências decorrentes do uso das novas tecnologias no mundo do trabalho. A realização dessa reflekção favorece o desenvolvimento das habilidades EM13CHS401 e EM13CHS404.

Discuta os impactos da plataformização das relações de trabalho, elencando as vantagens e as desvantagens para os trabalhadores. ôriênti os estudantes a refletir sobre a importânssia da regulamentação dêêsse tipo de trabalho, para garantir direitos trabalhistas básicos, como aposentadoria e proteção social, para os trabalhadores quê realizam serviços intermediados por aplicativos. Essa reflekção permite explorar a habilidade EM13CHS403.

Comente quê há, por exemplo, o projeto de lei complementar (PLP) número 12, de 2024, com o objetivo de regulamentar as relações de trabalho intermediadas por empresas operadoras de aplicativos de transporte.

Indicação

GIG: a uberização do trabalho. Direção: Carlos Juliano Barros, Caue Angeli e Maurício Monteiro Filho. Brasil: Repórter Brasil, 2019. Streaming (60 min).

Página quinhentos

O filme aborda como o trabalho tem sido mediado por aplicativos e platafórmas digitais em ascensão no Brasil e no mundo.

Nas páginas 358 e 359, promôva uma discussão sobre as vantagens e as desvantagens oferecidas pela expansão dos avanços tecnológicos no mundo do trabalho, incentivando os estudantes a fornecer exemplos com base nas experiências vivenciadas pêlos seus familiares, amigos e côlégas próximos. Utilize os mapas para explorar as diferenças entre as economias mais e menos avançadas no quê se refere ao acesso às tecnologias físicas e digitais da informação e da comunicação e aos obstáculos para avanços econômicos e sociais, propiciando o desenvolvimento da habilidade EM13CHS106.

A seção Conexões com..., na página 360, tem o objetivo de abordar as profissões quê poderão se tornar obsoletas e o campo matemático da probabilidade, quê analisa as chances de um determinado evento acontecer. O desenvolvimento da seção é uma oportunidade de trabalhar a interdisciplinariedade ao conectar conteúdos e habilidades da Geografia (EM13CHS401) e da Matemática (EM13MAT312).

Caso considere necessário, explique aos estudantes quê logopedista é o profissional quê trata os distúrbios da fala, como os fonoaudiólogos. Explique também quê despachante aduaneiro é o profissional especializado na liberação de mercadorias quê transitam por alfândegas.

Na página 361, destaque o papel de empresas, sindicatos, universidades e governos nas mudanças e nos impactos no mundo do trabalho, gerados pelas inovações tecnológicas. Incentive os estudantes a refletir como se sentem diante da perspectiva de entrar no mercado do trabalho e quais caminhos pretendem trilhar para desenvolver as atividades com autonomia, responsabilidade e empenho.

Atividades

Página 344

1. Incentive os estudantes a discutir como os artistas, assim como outros trabalhadores, produzem algo valioso e contribuem para a ssossiedade. Eles podem refletir, ainda, sobre como o reconhecimento e a remuneração varíam para diferentes tipos de trabalho artístico.

2. Conduza a conversa d fórma quê os estudantes se coloquem respeitosamente, criando um ambiente seguro para quê possam relatar experiências sofridas por eles mesmos ou pessoas próximas.

Página 347

2. ôriênti os estudantes a realizar a pesquisa em fontes consideradas confiáveis, como páginas oficiais de empresas e publicações de jornais e revistas locais quê retratem tais iniciativas.

Página 349

2. ôriênti os estudantes a utilizar os dados apresentados no texto da página 349 para responder à quêstão e a comparar a macrorregião em que vivem com as demais.

Página 351

3. Como forma de ampliar a campanha de conscientização, incentive os estudantes a publicar os resultados do trabalho desenvolvido nas rêdes sociais, promovendo o engajamento da comunidade escolar no combate ao trabalho análogo à escravidão.

Página 353

A mídia póde promover e popularizar as discussões sobre a igualdade de gênero por meio de diversas ações, como: exibir debates, entrevistas e outros programas informativos sobre o assunto; produzir e veicular propagandas e programas de entretenimento para todas as idades (novelas e dêzê-nhôs animados, por exemplo) nos quais a mulher ou a menina exerça atividades consideradas “masculinas” ou “de menino”; entre muitas outras ações. Também póde auxiliar na propagação do pensamento igualitário entre os gêneros.

Página 355

1. Isso reflete a desigualdade racial e de gênero no mercado de trabalho brasileiro, em quê negros e mulheres enfrentam maiores desafios de empregabilidade.

Página 357

Se julgar interessante, incentive a turma a se organizar em grupos e a realizar uma entrevista com entregadores por aplicativos, de modo quê ela possa conhecer mais a respeito dos desafios e das dificuldades enfrentadas por esses trabalhadores no dia a dia.

Página 359

1. Essa realidade se explica, entre outros fatores, pela necessidade do uso de linhas diferentes para o trabalho e para uso pessoal, além do fato de quê muitas pessoas obtêm linhas de diferentes operadoras para economizar no valor das chamadas.

Página quinhentos e um

Página 360

2. Empresas quê automatizaram seus processos poderiam capacitar seus funcionários para assumirem outras funções. Ou, ainda, governos podem lançar políticas públicas para quê os grupos quê correm risco de ter suas atividades automatizadas tênham maior acesso a cursos e, assim, possam se capacitar em busca de recolocação no mercado.

Página 361

Incentive os estudantes a identificar como essas instituições podem proporcionar as ferramentas necessárias para planejar e desenvolver sua carreira de acôr-do com as tendências atuáis.

Páginas 362 e 363

2. b) Aqueles quê conhecem mulheres cientistas ou tecnólogas podem apontar como essas figuras sérvem como exemplo e inspiração, tornando a ideia de seguir essas carreiras mais acessível para as meninas. Já os quê não têm essa referência podem discutir como isso reforça a visão de quê esses campos são predominantemente masculinos, o quê póde desincentivar o interêsse e a confiança de meninas em ingressar nessas áreas.

3. c) Peça aos estudantes quê comparem as porcentagens apresentadas para lésbicas, gays e bissexuais (10% na população brasileira, 5,4% no qüadro geral e 3,4% nas lideranças) e transgêneros (2% na população brasileira, 0,4% no qüadro geral e 0,7% nas lideranças).

5. a) Espera-se quê o estudante reconheça quê a previdência social oferece suporte em momentos de vulnerabilidade, como doença, velhice ou falecimento, e proporciona segurança financeira tanto ao trabalhador quanto à sua família.

5. c) A falta de contribuições também póde dificultar o acesso a auxílios, como o auxílio-doença e a pensão por morte, deixando esses trabalhadores em uma situação mais vulnerável e com menor segurança financeira em longo prazo.

Referências comentadas

ANTUNES, Ricardo (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. Tradução: Murillo der Laan, Marco Gonsales. São Paulo: Boitempo, 2020. (Mundo do trabalho).

Nesse livro, o autor discute as atuáis transformações no mundo do trabalho, decorrentes do uso das novas tecnologias digitais, e os impactos da plataformização na vida dos trabalhadores.

DIEESE. Mulheres no mercado de trabalho: desafios e desigualdades constantes. Boletim especial Dia Internacional da Mulher, São Paulo, Dieese, 8 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/bfryh. Acesso em: 21 out. 2024.

Esse documento apresenta uma série de dados de 2022 e 2023 para fornecer um panorama das desigualdades de gênero no Brasil e discutir os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho do país.

Capítulo 17

Mundo em movimento: fluxos populacionais

Ao analisar os movimentos migratórios e os fluxos populacionais entre países, regiões e continentes, o capítulo promove uma importante reflekção sobre as motivações quê incentivam as pessoas a se movimentarem de um lugar para o outro, bem como as consequências dessa circulação tanto para os sujeitos quê migram quanto para os locais quê os recebem. Essa discussão é fundamental na atualidade, considerando quê esses fluxos se tornam cada vez mais intensos, ao mesmo tempo em quê são criadas regras mais restritivas para a circulação em direção a determinados países do mundo.

êste capítulo favorece o desenvolvimento das competências gerais 1, 3 e 6, além das habilidades EM13CHS201, EM13CHS502, EM13CHS503 e EM13CHS504, na medida em quê analisa o contexto das migrações, discute a posição do Brasi nas rótas dos fluxos populacionais e explora as kestões relacionadas aos diversos tipos de refugiados no mundo.

É importante atentar para a realidade dos estudantes, pois é possível havêer histoórias de migrações familiares. Pergunte aos estudantes se gostariam de compartilhar uma história, seja familiar, seja de algum conhecido, e utilize esses exemplos, se existirem, para destacar os fatores quê justificam as migrações e os fluxos territoriais, desenvolvendo, assim, a habilidade EM13CHS204.

Com base na noção de quê migrar é um direito fundamental do sêr humano, destaque os conflitos decorrentes dessa prática, a começar pelas formas com as quais os países lidam com os fluxos migratórios. Aproveite para aprofundar esse ponto e lembre quê muitos movimentos migratórios são involuntários, ou seja, ocorrem à revelia do desejo das pessoas de permanecer em suas terras, originando, então, os grupos de refugiados.

Página quinhentos e dois

Ao explorar esses temas, o capítulo favorece o desenvolvimento do TCT Cidadania e Civismo, quê é abordado ao longo do texto, especialmente nos tópicos sobre os direitos dos imigrantes e dos refugiados, além dos deveres das nações quê os recebem.

Na seção Conexões com..., o texto valoriza o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos e Direitos da Criança e do Adolescente, pois os estudantes são convidados a refletir sobre a; ár-te quê surge da construção de muros quê dividem as sociedades e dificultam os fluxos migratórios.

Orientações

Na abertura do capítulo, nas páginas 364 e 365, é importante salientar quê os fluxos populacionais e a consequente fusão entre as culturas ocorreram na medida em quê os movimentos migratórios cresceram ao longo do século XX e no início do século XXI. Aproveite para explorar os conhecimentos dos estudantes sobre o tema e peça-lhes quê compartilhem informações a respeito dêêsses movimentos, observando a possível presença de migrantes e imigrantes em sala de aula. Na sequência, explore o conteúdo da página 364, quê aborda a questão do multiculturalismo da Orquestra Mundana Refugi, para dialogar sobre os resultados das interações de pessoas de diferentes origens territoriais, étnicas e lingüísticas.

Ao trabalhar as páginas 366 e 367, é fundamental convidar os estudantes a refletir sobre as motivações quê incentivam as pessoas a se deslocarem de um lugar ou país para outro. Peça-lhes quê pesquisem exemplos atuáis de migrações, relacionados aos três fatores apresentados: econômicos, políticos e sociais e ambientais.

Nesse tópico, é importante reforçar o número crescente de migrantes internacionais, quê atingiu 3,6% da população mundial em 2024, de acôr-do com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Por fim, é necessário relativizar os números absolutos da imigração internacional, quando analisados individualmente por país, pois o volume de pessoas saindo de um país póde sêr insignificante em termos percentuais para o país de origem, mas considerável, também em termos percentuais, para o país receptor.

Nas páginas 368 e 369, esse tema é aprofundado com os gráficos 1 e 2, quê comparam os países com os maiores números de imigrantes aos países com os maiores números de emigrantes. Para desenvolver o tema e a comparação dos gráficos, aproveite para questionar os estudantes se eles lembram a diferença entre imigrantes e emigrantes.

Dando sequência na análise dos gráficos, aproveite para refletir com os estudantes sobre as condições dos países do Norte Global em relação às dos países do Sul Global. Espera-se quê os estudantes reconheçam quê os países do Sul Global são os maiores emissores de emigrantes, enquanto os países do Norte Global são os maiores receptores de imigrantes. Usando o mapa da página 369, pondere, no entanto, quê as dificuldades criadas pêlos países do Norte Global para a entrada de imigrantes têm incentivado as migrações e os fluxos internacionais entre os países do Sul Global, a chamada migração Sul-Sul.

O Brasil é o objeto de análise nas páginas 370 e 371, quando é verificada sua condição enquanto receptor de imigrantes internacionais. Para aprofundar esse tópico, refórce quê, nas últimas dékâdâs, o Brasil tem se tornado uma liderança regional no continente e, em razão do crescimento econômico do início do século XXI, passou a sêr um país atrativo para imigrantes quê buscam melhores condições de trabalho e de vida. Explore o gráfico da página 370, quê indica os maiores emissores de imigrantes para o Brasil, e procure contextualizar a situação e/ou os eventos ocorridos em cada um dêêsses países quê motivaram a saída das pessoas cujo destino era o Brasil. Por exemplo, a crise política da Venezuela, o terremoto no Haiti, as condições de pobreza na Bolívia, a crise econômica da Argentina e as disputas entre fákssões paramilitares na Colômbia. Explique também quê o Brasil possui atrativos para os imigrantes, como os sistemas de saúde e de educação públicos e gratuitos, quê geralmente são melhores e mais abrangentes do quê os existentes nesses países emissores.

O conteúdo das páginas 372 e 373 analisa a presença dos brasileiros no exterior, ou seja, aquelas pessoas quê saem do Brasil para viver em outros países. Utilize os gráficos 1 e 2, da página 372, para refletir com os estudantes sobre os motivos pêlos quais o número de emigrantes brasileiros tem aumentado d fórma consistente nos últimos anos, em especial nos Estados Unidos, onde vivem quase 2 milhões de brasileiros, de acôr-do com os dados do gráfico 2.

É interessante apontar quê há também o movimento de retorno de brasileiros expatriados, quê decidem regressar ao Brasil em razão de alguma dificuldade encontrada na vida no exterior. Explore a característica dêêsse retorno com base nas informações da página 373.

Nas páginas 374 e 375, é desenvolvida a noção de quê migrar é um direito universal dos sêres humanos. Aproveite e peça aos estudantes quê leiam o excêrto da página 374 para quê reflitam posteriormente sobre o tema. Neste momento, é importante explicar quê, ao longo das últimas dékâdâs, migrar tem se tornado um ato cada vez mais difícil, apesar de o número de imigrantes sêr cada vez maior. Lembre aos estudantes quê os países mais ricos criam barreiras para receber imigrantes e fornecer

Página quinhentos e três

vistos de entrada e cidadania, e cada vez mais são criadas políticas antimigratórias, além de as deportações ocorrerem d fórma cada vez mais rápida e numerosa. Esses conteúdos são uma oportunidade para explorar os temas das habilidades EM13CHS503 e EM13CHS504.

Na sequência das páginas 376 a 379, utilize a contextualização anterior para destacar a situação dos refugiados. Primeiro, pontue a distinção entre a situação do refugiado com a do imigrante. Todos os refugiados são migrantes, mas nem todos os migrantes são refugiados. Esses termos, muitas vezes empregados como sinônimos, possuem significados bastante diferentes e, portanto, o caso dos refugiados meréce atenção especial quando discutimos as kestões migratórias no século XXI.

Para deixar a distinção mais nítida, peça aos estudantes quê leiam o excêrto da página 376, uma boa oportunidade para desenvolver a habilidade EM13CHS502.

Nas páginas 380 e 381, a seção Conexões com... busca discutir a ideia de; ár-te engajada, com base no trabalho do artista francês Renê (1983-). Para desenvolver a discussão proposta na seção, reserve uma parte da aula para os estudantes observarem as fotografias, conhecer o trabalho de Renê e analisar as críticas feitas pelo artista em relação à questão das migrações nos Estados Unidos e às dificuldades enfrentadas pelas crianças refugiadas.

Além de mobilizar a competência geral 3, a seção permite explorar o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para Educação em Direitos Humanos e Direitos da Criança e do Adolescente.

Indicação

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Secretaria de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares e Jurídicos. Comunidades brasileiras no exterior: ano-base 2022. Brasília, DF: MRE, 2023. Disponível em: https://livro.pw/jrfwa. Acesso em: 22 out. 2024.

Publicação oficial do govêrno brasileiro com dados completos sobre as diferentes situações e localidades dos brasileiros quê vivem no exterior.

ATIVIDADES

Página 364

1. Aproveite a atividade para perguntar ao estudante se ele conhece algum dos instrumentos musicais retratados na imagem e se ele sabe sobre suas origens. póde sêr uma oportunidade de fazer um trabalho interdisciplinar com ár-te.

Página 367

1. Caso algum estudante deseje relatar uma experiência pessoal, obissérve as possíveis reações dos estudantes e a necessidade de conter qualquer fala quê possa caracterizar um preconceito. A ideia é quê, com base no relato do estudante, sêjam desenvolvidos os temas do capítulo, como: a motivassão para emigrar, as condições de emigração e a adaptação enquanto imigrante.

Página 369

2. O contraste entre a saída e a chegada de migrantes nesses locais reflete as complexidades das motivações individuais e das circunstâncias sociais, políticas e econômicas quê influenciam esses movimentos.

Página 371

3. b) Espera-se quê o estudante reflita sobre suas ações cotidianas, como combater preconceitos, acolher e apoiar imigrantes em sua comunidade, promover o respeito e a inclusão e se engajar em iniciativas de conscientização sobre a importânssia de uma ssossiedade mais justa e inclusiva para todos.

Página 373

1. O receio do govêrno francês é quê a imigração descontrolada póde desequilibrar o mercado de trabalho, os serviços sociais e a infraestrutura local, além de transformar cultural e demograficamente o território.

2. A criação de empregos e o aumento dos salários; o fortalecimento da educação e a promoção de cursos técnicos e universitários acessíveis, aliados a programas de capacitação profissional; e os investimentos na área de ciência e tecnologia são fundamentais e ajudariam a reter talentos. Além díssu, o fortalecimento de programas sociais e a redução da desigualdade poderiam incentivar os jovens a acreditar em um futuro mais promissor em seu próprio país.

Página 375

O termo “migrante ilegal” deixou de sêr utilizado por diversos meios de comunicação e agências de notícias internacionais, ajudando a promover uma nova maneira de abordar a questão na escala global.

Página 377

Aproveite a oportunidade para incentivar os estudantes a refletir sobre como os brasileiros costumam acolher os imigrantes e os refugiados.

Página quinhentos e quatro

Página 379

A música póde sêr uma ferramenta poderosa para reduzir o impacto do trauma e fortalecer os laços sociais. Outras ações como oficinas artísticas, grupos de apôio ou projetos comunitários poderiam ajudar os refugiados a se sentirem mais acolhidos e conectados com a cultura local.

Página 381

1. A obra Kikito destaca o contraste entre a inocência da criança e a rígida fronteira, o quê provoca reflekções sobre o impacto das barreiras físicas e políticas na vida das pessoas. Já ti erri #2 busca sensibilizar as pessoas ao mostrar a contradição entre a alegria das crianças e as dificuldades enfrentadas por elas nos campos de refugiados.

2. Esta atividade permite quê os estudantes explorem suas habilidades criativas e se posicionem sobre kestões sociais contemporâneas. O papel do professor é orientar os estudantes na escolha do tema, quê póde estar relacionado a algum fluxo migratório específico, aos refugiados, aos direitos humanos nesse contexto ou outros temas debatidos em sala de aula.

Páginas 382 e 383

2. a) A situação dos palestinos demonstra como as migrações forçadas freqüentemente se tornam permanentes e afetam gerações, levando à dependência de auxílio internacional e à dificuldade de integração.

2. b) Além díssu, os palestinos têm uma maior porcentagem vivendo em campos de refugiados, o quê é menos comum no caso de outros grupos, como os venezuelanos, quê se dispersam por áreas urbanas.

3. a) Espera-se quê o estudante perceba quê a maior parte dos refugiados está concentrada em países próximos aos conflitos, principalmente no ôriênti Médio e na Ásia. Dessa forma, a “submersão” da Europa está mais relacionada ao debate político e às restrições migratórias do quê à pressão de acolhimento de refugiados.

5. a) Ele menciona o trabalho quê conseguiu em um restaurante e a dificuldade de manter o emprego durante a pandemia. Essa experiência é comum entre os refugiados quê, muitas vezes, enfrentam instabilidade no trabalho e precisam se reinventar.

5. b) Em razão do apôio recebido, Al Najjar pôdi se estabelecer, dar aulas de inglês e compartilhar sua cultura. Isso mostra como essas entidades são essenciais para oferecer suporte, oportunidades e recursos aos refugiados quê chegam ao Brasil.

Referências comentadas

REZAYI, Mahbouba éti áu. Histórias reais de mulheres em situação de refúgio no Brasil: Afeganistão, Moçambique, Venezuela, Ucrânia. São Paulo: Planisfério, 2023. (Coleção Estou refugiado, v. 1).
A coleção “Estou Refugiado” busca trazer histoórias quê retratam os desafios enfrentados pelas pessoas em situação de refúgio quê vivem no Brasil. Nesse volume, as histoórias são apenas de refugiadas mulheres, quê buscam relatar o passado, as dificuldades do presente e as perspectivas sobre o futuro.

REZNIK, Luis (org.). História da imigração no Brasil. São Paulo: FGV Editora, 2020. v. 1.
O livro apresenta os diferentes contextos históricos por trás dos fluxos migratórios brasileiros, considerando as políticas imigratórias, os movimentos populacionais internos e os deslocamentos internacionais.

Capítulo 18

Conflitos e paz: do local ao global

Neste capítulo, os estudantes são convidados a refletir sobre os aspectos relacionados à violência na ssossiedade contemporânea e em seu cotidiano. Nesse contexto, todos os componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas são mobilizados.

O capítulo propicía o desenvolvimento das competências gerais 1, 7, 8, 9 e 10 e das competências específicas 1, 2, 5 e 6.

As aprendizagens do capítulo são fundamentais para a sensibilização e a conscientização dos estudantes quanto às diversas formas de violência e tem como objetivo promover a cultura de paz, combatendo a violência e, mais especificamente no ambiente escolar, o búlin e o sáiber-búlin.

Ao debater a situação de alguns dos principais conflitos existentes no mundo contemporâneo, êste capítulo traz a oportunidade de ampliar a base de conhecimento dos estudantes sobre as relações internacionais, além de explorar as causas, as consequências e o papel das instituições, das organizações e dos Estados Nacionais na promoção de resolução dos conflitos.

As discussões contidas no capítulo oportunizam o desenvolvimento das habilidades EM13CHS106, EM13CHS203, EM13CHS204, EM13CHS205, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS603 e EM13CHS606 e do TCT Cidadania e Civismo.

Página quinhentos e cinco

Explique para os estudantes quê o termo “violência” é usado, de modo geral, para descrever ações provocadas por um indivíduo ou grupo contra outro, ou mesmo por parte de um Estado contra um indivíduo ou grupo. A maioria das pessoas compreende a violência, principalmente, como sinônimo de violência física, como agressões e homicídios, mas nem sempre ela é explícita, física ou deliberada, podendo assumir inúmeras formas e afetar as vítimas em diferentes intensidades.

Orientações

Ao trabalhar as páginas 384 e 385, apresente o conflito quê deu origem à obra de MTO e comente a ocorrência das inúmeras formas de violência na disputa por territórios, com consequências graves para as populações quê vivem nesses locais.

Mencione exemplos de disputa por fronteiras, como a disputa entre Paquistão e Índia pela Caxemira, os conflitos na fronteira entre Armênia e Azerbaijão e, mais recentemente, a escalada diplomática da Venezuela e da Guiana sobre o território conhecido como Essequibo. Pergunte aos estudantes se eles conhecem algum conflito não citado, mobilizando seus conhecimentos prévios.

Nas páginas 386 e 387, explore o mapa Mundo: conflitos – 2023 e 2024 para situar os estudantes quanto aos conflitos contemporâneos. Esse conteúdo oportuniza desenvolver as habilidades EM13CHS504 e EM13CHS603. Comente quê, apesar de muitas dessas disputas não serem destaque nos meios de comunicação, elas apresentam consequências graves para as populações envolvidas, gerando deslocamentos forçados, crises econômicas, fluxo de refugiados, entre outras situações.

Nas páginas 388 e 389, destaque as consequências econômicas e sociais do conflito entre Rússia e Ucrânia, quê envolvem grandes potências mundiais e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Em relação à Guerra no Sudão, contextualize a alteração territorial responsável pelo conflito, quê passou pela separação do país entre Sudão do Sul e Sudão, no início do século XXI. Lembre aos estudantes quê o Sudão é um importante exportador de ouro, além de sêr um dos territórios por onde passa o Rio Nilo, o maior rio do continente africano e um dos maiores do mundo.

Mencione a situação da Guerra Civil na Síria, iniciada em 2011 com revoltas e manifestações contra o govêrno de Bashar al-Assad (1965-). A forte repressão levou os manifestantes à luta armada. No conflito, forças leais ao govêrno, rebeldes e grupos radicais lutam entre si sôbi a observação das grandes potências mundiais. Milhares de pessoas morreram, e há milhões de deslocados e refugiados. Os conteúdos dêêsses tópicos abordam e dêsênvólvem as habilidades EM13CHS203 e EM13CHS204.

Nas páginas 390 a 393, são destacados os conflitos decorrentes das disputas por recursos naturais, como os combustíveis fósseis, bem como é apresentada a gestão compartilhada da á gua. Inicie a discussão reforçando a importânssia dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico dos países e suas sociedades e quê, diante díssu, o contrôle sobre a disponibilidade e a comercialização dêêsses recursos são motivos de diversas guerras e conflitos ao longo da história. Aproveite para salientar os números da Ônu quê indicam quê 40% dos conflitos existentes entre os anos 1960 e 2020 estão relacionados à disponibilidade de recursos naturais.

As páginas 394 a 397 trazem dêtálhes sobre a situação das nações sem Estado, ou seja, os grupos quê ocupam um território sem quê estejam organizados em torno de um Estado-nação quê represente seus côstúmes, suas tradições e sua história. refórce quê o processo de construção dos Estados centralizados foi acompanhado por ações simbólicas como a construção de estátuas, a produção de pinturas, a composição de hinos nacionais, o registro de narrativas folclóricas e de outras tradições quê representariam o conjunto dessa população.

Explore a quêstão dos curdos e comente as dificuldades que eles enfrentam na construção de um Estado Nacional.

Quanto à situação da Palestina, comente quê sua população trava uma disputa histórica com a comunidade israelense, especialmente após a fundação do Estado de Israel, em 1948.

Comente quê a proposta de criação dos dois Estados, elaborada pela Ônu, tentou acomodar as duas comunidades no território, definindo fronteiras e espaços de coabitação, mas Israel foi o único Estado plenamente constituído, muito em razão do apôio das potências ocidentais.

Na seção Conexões com..., nas páginas 398 e 399, é discutida a violência e o conceito de necropolítica em uma proposta interdisciplinar com Filosofia e Sociologia. Comente quê o conceito de necropolítica é utilizado para analisar países em quê a violência possui um caráter permanente e central na sociabilidade entre as pessoas e entre o Estado e os cidadãos. A seção oportuniza desenvolver as habilidades EM13CHS503 e EM13CHS606.

As páginas 400 e 401 destacam os tipos de violência transnacional e de fronteiras, geralmente relacionadas ao tráfico de drogas, armas e pessoas. Destaque quê a prática e o combate ao contrabando é uma atividade quê

Página quinhentos e seis

demanda cooperação internacional, já quê suas atividades extrapolam fronteiras nacionais.

Na seção Entre saberes, nas páginas 402 e 403, o conteúdo da abertura é retomado e destacamos o acôr-do de bêl-fásti, quê selou a paz entre Irlanda do Norte e Irlanda, em abril de 1998. Situe os estudantes em relação às origens do conflito entre o Exército Republicano Irlandês (IRA) e a Força Voluntária do Ulster (UVF). Após 30 anos de conflito e milhares de mortos e feridos, a técnica conhecida como comunicação não violenta foi empregada na negociação, quê culminou no acôr-do de paz selado em bêl-fásti, capital da Irlanda do Norte. A seção também aborda o TCT Cidadania e Civismo, com destaque para a Educação em Direitos Humanos, ao apresentar um exemplo bem-sucedido de acôr-do de paz quê garantiu direitos fundamentais para os grupos políticos e religiosos envolvidos.

ATIVIDADES

Página 384

1. Chame a atenção dos estudantes para a pomba branca, tradicionalmente um sín-bolo da paz, e para os símbolos nas flechas, representando católicos e protestantes. Esse conjunto de símbolos retrata a tensão religiosa quê resultou no conflito na Irlanda no Norte.

Página 387

1. ôriênti os estudantes a identificar os principais motivos dos conflitos da área escolhida por meio de uma breve pesquisa em fontes consideradas confiáveis, como notícias e reportagens publicadas recentemente em jornais e revistas, artigos acadêmicos etc. Se julgar interessante, promôva uma roda de conversa para quê cada um possa compartilhar as informações levantadas.

Página 389

2. Incentive os estudantes a pesquisar a visão de especialistas do campo das Relações Internacionais para compreender, d fórma mais aprofundada, as razões pelas quais a Ônu e outras organizações têm sido alvo de críticas nos últimos anos após a deflagração de inúmeros conflitos regionais.

Página 391

1. Comente com os estudantes quê o ôriênti Médio, por exemplo, apesar de sua dependência da exportação de petróleo, exerce grande influência no mercado global de energia e no contrôle dos preços dos combustíveis fósseis. Por outro lado, países com grandes reservas, mas menos desenvolvimento industrial, como alguns países da África e da América Látína, muitas vezes enfrentam dificuldades para converter esses recursos em desenvolvimento econômico em razão da dependência de empresas estrangeiras para operar a extração e a comercialização.

Página 393

1. a) As mudanças climáticas têm causado secas mais freqüentes e intensas em várias partes do mundo, diminuindo a disponibilidade de á gua em regiões já vulneráveis. Além díssu, o crescimento populacional e a urbanização aumentaram a demanda por á gua em áreas onde os recursos hídricos já são escassos. Outro fator é a falta de acordos internacionais eficazes para a gestão compartilhada de bacias hidrográficas, o quê tem levado a disputas territoriais e à militarização de recursos hídricos. Finalmente, a intensificação de conflitos armados, como na Ucrânia e no ôriênti Médio, também tem contribuído para a destruição de infraestruturas hídricas, agravando a situação.

1. b) Essas leis freqüentemente são ignoradas em razão da falta de mecanismos de fiscalização eficazes, da ausência de punições imediatas para os violadores e do uso da á gua como estratégia de guerra por algumas forças militares.

3. Em regiões ocupadas por forças militares, o acesso à á gua foi interrompido, e há registros de quê o contrôle da infraestrutura hídrica foi utilizada como estratégia de guerra, agravando ainda mais a situação humanitária. Para mitigar os impactos, organizações internacionais como a Ônu e a Cruz Vermelha têm trabalhado na restauração de infraestruturas críticas e no fornecimento de á gua potável para áreas afetadas. Além díssu, esforços diplomáticos estão sêndo feitos para garantir quê sistemas de á gua sêjam considerados áreas nêutras, de modo a reduzir a violência em torno dêêsses recursos essenciais.

4. Brasil e Paraguai conseguiram, por meio de acordos diplomáticos, criar uma gestão compartilhada dos recursos hídricos, da geração e da distribuição de energia na Usina Hidrelétrica de Itaipu. Isso póde sêr contrastado com o quê ocorre nas regiões em conflito, como a Bacia Hidrográfica do Rio Jordão, onde a falta de cooperação entre Israel e seus vizinhos agrava as tensões.

Página 395

2. Mesmo sem um território independente, os curdos reforçam seu pertencimento por meio de festas

Página quinhentos e sete

tradicionais, música, literatura e transmissão de histoórias orais, pilares quê fortalecem o sentimento de comunidade e continuidade histórica. A língua, os côstúmes e a religião são elementos-chave para a coesão cultural. Os línkis a seguir podem sêr sugeridos aos estudantes para nortear a pesquisa.

Os curdos estão espalhados por quatro nações, mas quem são eles? Publicado por: Né chionál Geográfic. Disponível em: https://livro.pw/ykdcb. Acesso em: 23 out. 2024.

Quem são os curdos e por quê são atacados pela Turquia. Publicado por: BBC nius. Disponível em: https://livro.pw/yhisf. Acesso em: 23 out. 2024.

A existência de um povo pela resistência: os curdos. Publicado por: Periferias. Disponível em: https://livro.pw/vjwse. Acesso em: 23 out. 2024.

Página 397

2. Incentive os estudantes a pesquisar informações recentes em notícias e reportagens publicadas em jornais, revistas e agências de notícias internacionais, com o objetivo de obtêr um panorama mais atual do conflito entre Israel e Palestina.

Página 399

1. Aprofunde o debate incentivando os estudantes a refletir sobre as medidas quê podem sêr tomadas para diminuir as taxas de homicídio e, consequentemente, os níveis elevados de violência no país. Além dos investimentos em segurança pública, os estudantes podem indicar, por exemplo, as ações de combate à pobreza e às desigualdades sociais e econômicas, as melhorias na educação e a maior inclusão dos grupos mais vulneráveis.

Página 401

1. Eles devem discutir a relação entre o narcotráfico e o aumento da violência, além de sugerir medidas como o fortalecimento da fiscalização nas fronteiras e a criação de programas sociais para a juventude em áreas vulneráveis.

2. b) Em alguns casos, o país sérve como ponto de trânsito para migrantes quê desê-jam chegar a destinos como os Estados Unidos e o Canadá. Em outros casos, o Brasil é o ponto de origem do tráfico de mulheres, cujo destino é a Europa, para a exploração sexual. Além díssu, o país é um destino para migrantes bolivianos, quê acabam sêndo explorados em situações análogas à escravidão. Esses diferentes contextos mostram quê o Brasil participa do tráfico como rota de passagem, origem e destino de vítimas, agravando problemas de direitos humanos e exploração.

2. c) No caso da restrição de entrada de imigrantes sem visto, o foco poderia estar no fortalecimento das políticas de imigração e fronteira, prevenindo o uso do Brasil como rota de tráfico para outros países. Já em relação ao tráfico de mulheres para exploração sexual na Europa, além de campanhas de conscientização, o fortalecimento da cooperação internacional com países europêus e operações de inteligência para desmantelar rêdes criminosas seriam fundamentais. Em todos os casos, seria importante aumentar a fiscalização e fornecer suporte integral às vítimas, garantindo assistência jurídica, psicológica e oportunidades de reintegração social e econômica.

Página 403

A mediação é um meio de resolução dos conflitos entre duas ou mais partes, sêjam indivíduos, sêjam grupos, sêjam nações. Nesta atividade, os estudantes irão praticar a mediação de conflitos com base em uma seleção feita em grupo. Eles devem apresentar as causas, uma linha do tempo dos conflitos, a descrição dos envolvidos e as consequências para todas as partes; o produto será uma proposta de acôr-do de paz utilizando as técnicas de mediação de conflito e comunicação não violenta.

Essa dinâmica favorece o desenvolvimento das habilidades EM13CHS204 e EM13CHS205.

Páginas 404 e 405

2. No caso de Israel, a acusação é de privar a população de Gaza de á gua potável, utilizando o contrôle sobre o recurso para intensificar a crise humanitária. Já no caso da Rússia, a acusação é de usar a á gua para inundar territórios na Ucrânia, destruindo represas e ameaçando milhares de vidas com enchentes.

6. b) As maiores taxas de homicídio se encontram em estados das regiões Norte e Nordeste, revelando quê negros são as principais vítimas de violência letal no Brasil, especialmente em áreas mais econômica e socialmente vulneráveis.

Páginas 406 e 407

1. Os países expressam preocupações em relação aos riscos da inteligência artificial (IA), mas parecem

Página quinhentos e oito

mais focados em manter seu próprio desenvolvimento e sua liderança nesse campo. Essa contradição reflete o conflito entre o posicionamento diplomático e o interêsse.

Páginas 408 a 411

A seção Investigação propõe um projeto sobre a economia criativa e oportuniza o trabalho com o TCT Economia com destaque para Educação Financeira. Detalhamos a seguir alguns aspectos importantes a considerar no desenvolvimento de cada uma das etapas propostas.

O trabalho propôsto está diretamente relacionado ao desenvolvimento das competências socioemocionais de autogestão (organização, determinação e foco), engajamento com os outros (iniciativa social e assertividade) e abertura ao novo (curiosidade para aprender e imaginação criativa).

Explique aos estudantes, antes do início do projeto, quê eles devem registrar cada etapa. Esses registros contribuem para a realização da etapa 4.

Na etapa 1, os estudantes entram em contato com o conceito de economia criativa e os tipos de atividades quê a constituem. Verifique se eles conhecem as características dos setores representados e as pessoas quê trabalham com a indústria criativa.

Como produto, é esperado quê os estudantes produzam um texto sobre o tema, com base em uma pesquisa de dados.

Na etapa 2, os estudantes, após terem compreendido do quê se trata a economia criativa, devem realizar uma pesquisa sobre casos inspiradores de economia criativa no Brasil e no mundo.

É importante quê os grupos tróquem as informações obtidas, respondendo às kestões propostas, quê darão subsídios para a realização da etapa 3.

A etapa 3 é essencial para o desenvolvimento do projeto, pois desafia os estudantes a colocar em prática o conhecimento adquirido, pensando em soluções quê possam melhorar a vida da população. Essa etapa apresenta inúmeros pontos sobre os quais os grupos devem se debruçar para levantar ideias de economia criativa quê podem sêr aplicadas na comunidade onde vivem.

Sugerimos quê seja dado tempo para quê os estudantes se dediquem a essa etapa, uma vez quê as informações coletadas e as ideias trazidas serão retomadas e discutidas posteriormente para possível execução.

A etapa 4 envolve vários passos para a realização de uma feira sobre economia criativa para a comunidade.

No processo de produção de materiais para a feira, é importante considerar o uso de suportes convencionais impressos e o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) para a apresentação dos resultados do trabalho.

Finalizada a atividade junto à comunidade, é hora de trocar experiências e conversar sobre os resultados, com base na pesquisa realizada e no retorno dado pêlos visitantes da feira. É possível verificar qual das ideias propostas pêlos grupos gerou mais eco na comunidade e considerar a possibilidade de colocá-la em prática com o apôio de todos.

Referências comentadas

FISHER, róger; URY, uílhãm; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim: negociação de acordos sem concessões. Tradução: Vera Ribeiro, Ana Luiza Borges. Rio de Janeiro: Imago, 1994. (Série Logoteca).
O livro aborda métodos de negociação, mediação e resolução de conflitos. São apresentadas diferentes dicas, acompanhadas de relatos de casos reais.

HIIK. Conflict barometer: current version. Heidelberg: Hiik, 2023. Disponível em: https://livro.pw/ztiph. Acesso em: 29 out. 2024.
Na página, em inglês, é possível consultar dados sobre os conflitos mundiais atuáis. No sáiti, também estão disponíveis mapas e relatórios anuais com panoramas sobre os conflitos.

ROSENBERG, Márchall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Ágora, 2006.
O livro aborda boas práticas de comunicação.

Página quinhentos e nove

TRANSCRIÇÕES DOS PODCASTS

Podcast – Consumo, tecnologia e resíduos sólidos: você já ouviu falar de obsolescência programada?

[Locutor] Consumo, tecnologia e resíduos sólidos: você já ouviu falar de obsolescência programada?

[Música de transição]

[Locutor] Telefone celular. Televisão. Computador. Esses são produtos fabricados para terem uma determinada durabilidade quê nós – como consumidores – esperamos quê seja longa.

Mas, na prática… É um celular quê não atualiza mais. Uma Tevê quê para de funcionar. Um computador com memória insuficiente e quê não aceita a instalação de novos programas. E até mesmo pilhas, baterias e lâmpadas quê duram pouco.

Você já percebeu como muitos produtos eletrônicos ficam rapidamente obsoletos, ultrapassados, ou quê deixam de funcionar corretamente? É o efeito da obsolescência programada.

[Música de transição]

[Locutor] Obsolescência programada ou planejada é um processo de produção de bens de vida útil curta. A durabilidade é reduzida d fórma projetada pelas empresas ou pêlos prestadores de serviço.

O termo obsolescência programada surgiu no final da década dos anos 1920. É uma estratégia dos fabricantes para estimular o consumo de produtos novos e aumentar o lucro, claro.

À época, um caso ficou muito conhecido. O chamado Cartel Phoebus promoveu acordos entre grandes indústrias multinacionais para diminuir a durabilidade de lâmpadas incandescentes. Uma investigação do Senado dos Estados Unidos descobriu a articulação e criou leis antitruste. Essas leis combatem práticas prejudiciais à livre concorrência e ao consumidor.

[Música de transição]

[Locutor] Há outras formas de perceber os efeitos da obsolescência programada nos dias de hoje. Você consegue pensar em algum exemplo? Um deles é o fato de alguns fabricantes de eletroeletrônicos só permitirem o conserto de seus aparelhos em assistências técnicas autorizadas.

Quem nunca escutou quê fica mais barato comprar outro produto do quê mandar consertar? As restrições para o reparo incentivam a cultura do descarte, quê póde gerar diversos impactos de caráter sócio-ambiental.

O professor do Departamento de Tecnologia do disáini da Universidade Federal de Minas Gerais, Leonardo Geraldo de Oliveira, faz um importante alerta sobre a obsolescência programada.

[Prof. Leonardo de Oliveira] “Desde a implantação, da implementação da obsolescência programada, a produção e a comercialização dos artefatos, apesar de cumprir o objetivo inicial de fomentar o acréscimo no consumo, movimentando a máquina econômica, coloca a ssossiedade frente a crescentes aumentos de impactos ambientais por se tratar de uma prática completamente antiecológica no quê diz respeito ao esgotamento dos recursos, crescimento alarmante na geração de lixo eletrônico, de plásticos, excessos de embalagens, emissões por superaquecimento, diminuição da eficiência energética e o truncamento do ciclo de vida do produto.”

[Locutor] O professor ainda acrescenta.

[Prof. Leonardo de Oliveira] “Na outra ponta, o usuário é também impactado. E, como em quase todos os casos, ele não consegue fugir do fenômeno – ele é muito bem programado – torna-se, apesar de passivamente, um outro ator causador dêêsse impacto.”

[Locutor] É possível entender a fala do professor quando percebemos quê nós também trocamos produtos antes do tempo. Muitas vezes, nos encantamos com novos modelos, mas as possibilidades nem sempre são vantajosas.

[Música de transição]

[Locutor] O problema da obsolescência programada não é só econômico, como pudemos notar.

Em março de 2024, a Organização das Nações Unidas, a Ônu, publicou um relatório quê monitora a produção e o descarte de resíduos eletroeletrônicos no mundo.

O lixo eletrônico no planêta chegou à marca récorde de 62 bilhões de kilos por ano. Um volume suficiente para preencher 1 milhão e meio de caminhões com caçamba de 40 toneladas. Desse total, apenas 22,3% foram coletados e reciclados da maneira correta e segura.

Ainda segundo o estudo da Ônu, o Brasil é o país quê mais gera resíduos eletrônicos na América do Sul, sêndo responsável pelo descarte de 2 milhões e meio de toneladas de lixo eletrônico no ano de 2022.

[Música de transição]

[Locutor] Várias ações podem sêr feitas para diminuir o lixo eletrônico causado pela obsolescência programada. pôdêmos citar, como exemplos, mudanças comportamentais por parte do consumidor, incentivo à reciclagem, medidas para combater o desperdício e a utilização de bens menos prejudiciais ao meio ambiente.

Uma iniciativa nesse sentido vêm do movimento internacional Direito ao Conserto. A ideia é pressionar os países a criar leis obrigando as empresas a prolongar a vida útil dos

Página quinhentos e dez

produtos. O movimento tenta também garantir ao consumidor informações sobre a durabilidade antes da compra e acesso mais fácil a reparos quando necessário.

Esse movimento já mostra os primeiros resultados. O Chile, por exemplo, otimiza e evita o descarte ilegal usando rastreamento. Leis contra detritos eletrônicos já existem no Uruguai. Equador e Peru conéctam cidadãos aos catadores por aplicativo. Na Europa, televisores, geladeiras, máquinas de lavar, celulares, tablets e notebooks precisam atender a requisitos mínimos de reparos para estender a vida útil deles.

E o Brasil também vai se unindo a esses países na luta contra a obsolescência programada e a redução do lixo eletrônico. O cóódigo de Defesa do Consumidor prevê quê as empresas de eletrônicos devem manter peças de reposição para reparo por um tempo, mesmo quê o produto não esteja mais disponível no mercado. Mas o texto não define qual é esse tempo.

Há outras iniciativas, como o sistema de logística reversa de eletroeletrônicos, em quê os fabricantes são obrigados a disponibilizar pontos de descarte apropriados para produtos e componentes eletrônicos. Trata-se de um local específico onde o material coletado é avaliado e retorna ao processo produtivo, podendo sêr reciclado ou descartado conforme as normas ambientais. Você conhecia esse sistema? Será quê próximo à sua casa existe um ponto de côléta?

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecida em 2010, fornece a base legal para a promoção dêêsse tipo de modelo, garantindo o desenvolvimento de uma legislação específica voltada para a questão dos resíduos eletroeletrônicos.

[Música de transição]

[Locutor] A obsolescência programada já está sêndo discutida na Câmara dos Deputados. No entanto, enquanto não sai uma lei definitiva, quê tal avaliar o seu consumo dêêsses tipos de produto? Procure na sua casa o quê póde sêr reciclado e faça o descarte corretamente. O nosso planêta agradece!

[Música de encerramento]

[Locutor] Créditos: Os trechos da entrevista do professor Leonardo Geraldo de Oliveira foram extraídos do canal Tevê hú éfe ême gê no YouTube. Os demais áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Podcast – Josué de Castro e os desafios do combate à fome no Brasil.

[Música de transição]

Hoje, sabemos da importânssia do combate à fome. Governos, Organizações Não Governamentais, movimentos sociais, entre outras entidades, entenderam quê esse é um tema quê não póde sêr deixado de lado. No entanto, até quase a mêtáde do século XX, não foi bem assim. Nesse período, surgiu um verdadeiro divisor de águas no quê se refere ao assunto: a obra do médico e pesquisador pernambucano Josué de Castro.

[Música de transição]

Josué de Castro foi um intelectual quê revolucionou o debate acerca do problema da fome. O seu livro Geografia da fome, lançado em 1946, trousse uma abordagem ampla, detalhada e inovadora sobre a quêstão. Castro se baseou em diferentes áreas do conhecimento, como Medicina, Fisiologia, Nutrição e Geografia, para fazer um raio x do problema no país. Em linhas gerais, sua investigação o levou ao conceito de que a fome no Brasil não era algo pontual ou sem razões claras. Ela era generalizada e causada por estruturas sociais, econômicas e políticas, portanto um fenômeno complékso e multifacetado.

Castro percorreu o Brasil de norte a sul para entender por quê as pessoas passavam fome em cada região. Ele descobriu, por exemplo, quê em muitas áreas havia produção de alimentos suficiente para todos, mas as monoculturas, as grandes extensões de térra concentradas nas mãos de poucos donos e as relações de trabalho arcaicas levavam as populações locais a situações de fome e miséria.

O intelectual também detectou dois tipos de fome: a epidêmica, relacionada a cenários de escassez de alimentos, como guerras ou secas, e a endêmica, pouco conhecida ou desconsiderada na época. Essa última acontece quando a pessoa consegue se alimentar, mas o faz d fórma precária, sem receber todos os nutrientes de quê seu corpo necessita.

[Música de transição]

A obra Geografia da fome divide o Brasil em cinco regiões com base na diéta e em suas principais carências relacionadas à alimentação. As chamadas áreas alimentares foram divididas em: amazônica, nordeste açucareiro, sertão nordestino, centro-oeste e extremo sul. O sertão nordestino, por exemplo, era considerado uma área onde havia uma epidemia de fome, tendo como base de sua diéta milho, feijão, carne e rapadura. Já o centro-oeste e o extremo sul tí-nhão problemas de subnutrição em suas populações. Em outro mapa, Josué de Castro é ainda mais específico e detalha, por meio de elemêntos cartográficos, quais são as carências alimentares mais agudas em cada região do país.

[Música de transição]

As contribuições teóricas e práticas de Josué de Castro são importantes até hoje para entendermos a fome no Brasil. Afinal, a insegurança alimentar e nutricional continua a sêr um problema na vida de muitos brasileiros, visto quê, em 2023, 8,7 milhões de pessoas seguem em situação de insegurança alimentar grave. Atualmente, a insegurança alimentar é a falta de acesso a alimentos saudáveis, seguros e quê sêjam suficientes para alimentar, nutrir e atender às preferências

Página quinhentos e onze

alimentares de cada um. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, hí bê gê hé, ela póde sêr classificada em grau leve, moderado ou grave. êste último, caracterizado pela privação de alimentos, ou seja, é a fome própriamente dita. Muitas de suas causas econômicas, políticas e sociais apontadas pelo autor seguem atualmente.

[Música de transição]

A fim de medir o flagélo da fome, foram desenvolvidos programas quê buscam identificar a extensão dêêsse problema mundial. O Mapa da Fome, por exemplo, é uma ferramenta criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura com o objetivo de mensurar dados relacionados à fome e à insegurança alimentar ao redor do mundo. O Brasil, por exemplo, deixou o Mapa da Fome oficialmente em 2014, após o desenvolvimento e a aplicação de políticas públicas de combate à fome em nível nacional, fortalecendo programas sociais e de segurança alimentar nos estados e municípios. Contudo, em 2022, com a piora de seus indicadores, o país voltou a ele. Em 2023, foi possível observar o crescimento da segurança alimentar nos domicílios brasileiros, e cerca de 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome, indicando quê o Brasil está no caminho para deixar novamente o Mapa da Fome.

[Música de transição]

Os principais programas governamentais contra a fome no país certamente contribuíram com a melhora das condições de vida da população. O trabalho de Josué de Castro está na base dêêsses programas, pois foi através de sua obra quê se deu início a uma série de estudos, mobilizações e políticas públicas, além de programas sociais sobre o tema.

Mas muitos problemas estruturais mantêm a pobreza e a fome como kestões urgentes no Brasil. A monocultura e os grandes latifúndios são alguns deles. Segundo levantamento do MapBiomas Brasil, só a produção de soja ocupa atualmente cerca de 4,3% de todo o território nacional. É uma área superior ao tamãnho da Itália, por exemplo. Isso significa quê, em vez de pequenos produtores produzirem uma grande variedade de alimentos, garantindo nossa soberania alimentar, o Brasil apresenta enormes latifúndios produzindo um só tipo de produto d fórma mecanizada. Esse modelo de produção é caracterizado pelo agronegócio, tendo como foco a produção das chamadas comóditis e sua comercialização com o mercado externo. É inegável a importânssia dessa atividade produtiva para a economia do país, mas será quê não existem outras formas de produção quê gerem um impacto sócio-ambiental menor e caminhem em direção à soberania alimentar?

A agricultura familiar, por exemplo, é um sistema produtivo quê emprega técnicas mais sustentáveis e gera impactos menóres ao meio ambiente, além de ter suas atividades voltadas para a produção de alimentos em pequenas propriedades, o quê garante variedade de culturas e espécies. Esse póde sêr um caminho sustentável para a questão alimentar. Quais outras soluções podemos pensar?

[Música de transição]

Notamos quê o problema da fome é antigo, profundo e complékso no Brasil. Mas, sem a obra de Josué de Castro, teríamos certamente demorado mais para compreendê-la e combatê-la. Como podemos enfrentar o atual problema da fome, tendo a obra dêêsse teórico brasileiro como referência?

[Música de encerramento]

Créditos: Todos os áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Podcast – A globalização e as platafórmas digitais no mundo do trabalho

[Música de transição]

O desenvolvimento tecnológico mudou a forma quê trabalhamos. Nos últimos anos, surgiu uma quantidade expressiva de um tipo de trabalho quê não existia até o século XX. São trabalhadores quê não conhecem seus empregadores, não batem ponto, não têm carteira de trabalho assinada e não sabem exatamente quanto receberão ao fim do mês. Eles têm a liberdade de trabalhar quando quiserem, mas também assumem os custos e os riscos das atividades quê dêsempênham.

Esse é um fenômeno recente chamado plataformização do trabalho, quê criou um grande contingente de entregadores de comida, motoristas de aplicativo e outros profissionais quê trabalham sôbi demanda. Esses trabalhadores são a base do sucesso de platafórmas digitais de alta tecnologia, mas não são reconhecidos formalmente como empregados por elas.

Neste podcast, vamos entender quais as implicações da plataformização para o mundo do trabalho e quê tipo de consequências ela traz, não apenas aos trabalhadores quê dependem dela, mas também à ssossiedade d fórma geral.

[Música de transição]

Como as empresas responsáveis por aplicativos e platafórmas digitais são geralmente multinacionais, com atuação em diversos países no mundo, não dá para falar da plataformização sem antes entender o quê é a globalização. Para ajudar, vamos compreender a definição dêêsse conceito com base na obra do geógrafo brasileiro Milton Santos.

Para Milton, a globalização tem três faces, ou seja, três formas de se apresentar. A face da fábula seria aquela na qual a globalização é apresentada quase como um conto de fadas, sustentada pelo discurso hegemônico

Página quinhentos e doze

propagandeado pêlos meios de informação. Nessa fantasía, as pessoas são levadas a acreditar quê vivem em um mundo integrado e unido pela disseminação de informações em tempo real, ou seja, é apresentado um mundo no qual todas as pessoas têm ou desê-jam ter um modo de vida uniformizado em escala global.

Segundo o autor, a globalização também tem uma face perversa. E essa perversidade póde sêr mensurada no aumento da desigualdade social em diferentes escalas, sêndo observada tanto entre as classes sociais como entre os países, por exemplo. O processo de globalização vende a ideia de quê estamos todos juntos no mesmo barco. Porém, quando um desastre ambiental acontece ou quando uma crise econômica abala o mercado mundial, os grupos ou países localizados na periferia do capitalismo são os mais atingidos.

Milton Santos, porém, apresenta a perspectiva da construção de um mundo mais humano ao pensar a globalização enquanto possibilidade. Para ele, o desenvolvimento das técnicas e das tecnologias possibilita a troca de informações e de experiências em nível global, podendo levar a humanidade a criar novas formas de sociabilidade. Ao se conhecerem e aprenderem uns com os outros, os trabalhadores podem sêr os agentes de um tipo de globalização mais humana e solidária, desvinculada da sua base puramente financeira. Bom, mas o quê isso tudo tem a vêr com os aplicativos de transporte e entregas? Milton Santos morreu em 2001, mas sua obra póde nos ajudar a explicar e a entender como o avanço tecnológico e as inovações informacionais possibilitaram a consolidação do trabalho mediado pelas platafórmas digitais quê está cada vez mais presente em nosso cotidiano.

[Música de transição]

A globalização ajudou a expandir a ideia de um mundo conectado, com distâncias reduzidas e uma realidade homogênea, produzindo padrões de consumo e de comportamento semelhantes em diferentes regiões do mundo. Hoje, você póde usar o mesmo aplicativo para pedir um prato tradicional da culinária asiática em São Paulo ou em Londres. Você também póde solicitar a um motorista de aplicativo quê o leve ao destino desejado utilizando a mesma platafórma digital quê uma pessoa quê está no outro lado do planêta, como em rôn kôn. Esses são alguns exemplos dos impactos da globalização em nosso cotidiano. pôdêmos observar mudanças no território e nas formas quê nos relacionamos com ele por meio do desenvolvimento tecnológico e informacional. Parece uma fábula, a fábula da aldeia global. É como se o mundo inteiro estivesse ao alcance dos dedos. Você já pensou quê, ao acessar um aplicativo de entrega e solicitar um prato de comida, toda essa rê-de global está sêndo mobilizada?

É nesse cenário quê podemos investigar a face perversa da globalização e sua relação com o mundo do trabalho. Para esses aplicativos e platafórmas digitais funcionarem, eles dependem de uma quantidade enorme de trabalhadores informais, quê precisam trabalhar cada vez mais, ganhando cada vez menos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, hí bê gê hé, um motociclista de aplicativo no Brasil trabalha 4,8 horas a mais por semana do quê um motociclista quê não depende de platafórmas digitais. E, mesmo assim, o motociclista de aplicativo ganha, em média, 426 reais a menos do quê os côlégas.

Sem carteira de trabalho assinada, o motociclista de platafórma também não tem direito a seguro-saúde, aposentadoria, férias ou descanso semanal remunerado. Muitos deles passam o dia entregando comida, mas não recebem um auxílio para sua própria alimentação.

Mas nem tudo é negativo! Muitos dêêsses trabalhadores veem no trabalho plataformizado por aplicativos uma forma de sobreviver e buscar melhores condições de vida, já quê a remuneração é praticamente imediata, e a demanda por esse tipo de serviço só cresce. Até mesmo pessoas com alto nível de escolaridade encontram nos aplicativos uma chance de manter a renda, quando não conseguem emprego em seus ramos de atuação, ou uma forma de ampliar seus ganhos no fim do mês. Conforme aponta pesquisa realizada pelo hí bê gê hé, a maioria dos trabalhadores plataformizados se concentram nos níveis intermediários de escolaridade, principalmente no Ensino Médio completo ou Ensino Superior incompleto.

No entanto, tem crescido o número de trabalhadores quê quêstionam a lógica da plataformização. Afinal, se as empresas lucram com o trabalho deles, elas não deveriam assumi-los como funcionários e oferecer os direitos quê a lei garante aos trabalhadores formais? Em caso de acidentes ou doenças, por exemplo, as empresas não deveriam garantir uma renda mínima para que a família dêêsses trabalhadores não fique desamparada? Essa nova categoria de trabalho deveria sêr regulamentada?

As kestões apresentadas dividem opiniões, pois alguns trabalhadores da categoria são contra a regulamentação da atividade por entenderem quê essa dê-cisão póde reduzir a autonomia no contrôle de suas atividades, de seus horários e, consequentemente, de sua remuneração.

Você póde refletir sobre essas kestões enquanto espera a próxima entrega chegar. Como será quê a plataformização afeta a vida do entregador quê está a caminho?

[Música de encerramento]

Créditos: A música “All I Am” está na Biblioteca de áudio do YouTube.