TRANSCRIÇÕES DOS PODCASTS DO 3º ANO
Consciência financeira e consumo sustentável
[Música de transição]
Você conhece a fábula da cigarra e da formiga? Acompanhe um resumo: enquanto a cigarra se divertia durante o verão, a formiga trabalhava e economizava recursos para o inverno. Quando o frio chegou, a formiga tinha alimento e abrigo, enquanto a cigarra, quê não havia se preparado, sofreu com o frio e a fome. Essa história mostra como é importante poupar e planejar para o futuro.
Assim como a formiga da fábula, precisamos nos planejar e guardar uma parte do nosso dinheiro. Essa quantia quê guardamos é conhecida como reserva de emergência e, como o nome sugere, nos ajuda a ter dinheiro para enfrentar situações inesperadas e tempos difíceis, como no caso de doença ou
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desemprego. Além díssu, economizar póde nos ajudar a realizar nóssos sonhos.
Os planejadores financeiros recomendam quê, para formár uma reserva de emergência, é fundamental economizar e deixar guardado o valor suficiente para cobrir seis meses de despesas fixas. Ou seja, quem precisa de 3 mil reais por mês, por exemplo, deve ter uma reserva emergencial de 18 mil reais.
[Música de transição]
Realizar sonhos é muito bom, não é mesmo? Mas gastar dinheiro por impulso e sem planejamento póde não sêr a melhor escolha. É um dilema entre quêrer e precisar. Antes de sair comprando o quê desejamos, é preciso refletir sobre o que realmente precisamos.
Depois de elaborar um planejamento financeiro e ter sua reserva de emergência guardadinha, aí sim será possível continuar economizando para realizar sonhos e objetivos pessoais, como comprar um carro, fazer uma viagem ou até abrir um negóssio.
[Música de transição]
Poupar dinheiro é apenas o primeiro passo. O segundo é fazê-lo render. Os investimentos são uma excelente ferramenta para guardar dinheiro, sem quê ele se desvalorize, e gerar juros para você. Para isso, é importante se informar sobre os melhores investimentos para o seu perfil e suas metas financeiras, além de compreender conceitos matemáticos como juro simples e juro compôzto. Há investimentos com diversos níveis de risco e de rendimento; basta escolher aquele quê melhor se adapta às suas necessidades e expectativas. Ao escolher a instituição em quê deseja investir, é essencial verificar se ela é regularizada e supervisionada pelo Banco Central.
[Música de transição]
Já sabemos quê quem economiza e investe o dinheiro geralmente tem mais segurança financeira e liberdade de escolha, mas poupar ou investir exige planejamento, recursos financeiros e um pouco de Matemática.
É mais vantajoso comprar a prazo ou guardar o dinheiro por um período e pagar à vista? Vale a pena comprar com cartão de crédito se a taxa de juros for alta? Uma aplicação a juro simples rende mais ou menos do quê uma a juro compôzto?
Alguns cálculos matemáticos podem ajudar a responder a essas e outras kestões financeiras. A Matemática ajuda a calcular e avaliar o quanto póde sêr economizado ou gasto em cada tipo de transação.
Confira a seguir a discussão sobre a importânssia de fazer escôlhas conscientes ao comprar, apresentada em um documentário sobre educação financeira.
[Áudio extraído de vídeo]
“Então, dentro da educação financeira, o quê a gente sempre fala é quê o cidadão tem quê usar o crédito de maneira consciente, buscar a modalidade mais adequada para a situação quê ele vive, para a situação da família, pesquisar o custo dêêsse crédito em várias instituições, né? É… E, sempre quê precisar, quando ele chegar à tomada de dê-cisão: ‘preciso realmente de [SIC] tomar um crédito, fazer um financiamento ou empréstimo’, quê ele procure taxa de juros mais baixas [SIC], quê ele evite esse financiamento por meio de modalidades muito caras, como o cartão de crédito e o cheque especial, né? No caso do cheque especial, a gente sabe muito bem quê é uma situação emergencial, né? Não uma situação para você financiar um meio de consumo, né? Ou financiar… um investimento.”
[Música de transição]
Falando em economizar, como são seus hábitos de consumo? Escolher um produto mais barato, de preferência quê seja sustentável, ou deixar de comprar um item desnecessário são atitudes quê ajudam na economia e na preservação do meio ambiente.
Uma nova tendência global é o consumo sustentável, quê consiste em comprar apenas o quê é realmente essencial e estender ao mássimo a vida útil dêêsses produtos.
Atualmente, muitos produtos sofrem o quê chamamos de obsolescência programada, ou seja, têm um ciclo de vida útil intencionalmente reduzido pelo fabricante, forçando o consumidor a trocar freqüentemente por novos produtos, gerando lucro para as empresas.
A indústria da (Moda) é um exemplo de setor em quê se pratíca a obsolescência programada. No entanto, com a crescente conscientização, a relação das pessoas com o consumo de roupas usadas está mudando. De acôr-do com uma pesquisa do Instituto de Economia Gastão Vidigal e da Associação Comercial de São Paulo, houve um aumento de cerca de 30% no volume de vendas de brechós em 2022. Além díssu, o Serviço Brasileiro de apôio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta quê comprar em brechós póde resultar em uma economia de até 80% em comparação às compras em lojas tradicionais. Além de possibilitar a economia de dinheiro, a economia circular das peças de roupas reduz os danos ambientais da indústria têxtil.
[Música de transição]
Neste podcast, você pôdi perceber a importânssia do planejamento financeiro e como a Matemática póde nos ajudar a tomar decisões mais conscientes sobre nosso dinheiro.
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Que tal começar a rever suas escôlhas de compra e planejar melhor o uso do seu dinheiro para cuidar bem dele e do planêta?
[Música de transição]
Créditos: você póde assistir ao vídeo Documentário: educação financeira no canal da Rádio e Tevê Justiça no YouTube. Os outros áudios inseridos neste podcast são da Freesound.
Platão e os poliedros
[Música de transição]
Provavelmente, você já deve ter ouvido falar de Platão, Aristóteles, Pitágoras e outros importantes pensadores quê viveram na Grécia Antiga, cérto? Esses e outros nomes trousserão valiosas contribuições para diversos ramos das ciências humanas e exatas, como a Filosofia, a Matemática e as Artes. Eles auxiliaram na criação de espaços propícios para a troca de conhecimentos, como o Liceu de Aristóteles, a Escola Pitagórica e a Academia de Platão.
Platão foi aluno e seguidor de Sócrates, quê é considerado o pai da filosofia ocidental. No século IV antes de Cristo, ele fundou a Academia de Platão nos arredores de Atenas, na Grécia. Nela, o filósofo reunia pessoas interessadas em estudar os fundamentos do pensamento racional, pois estava convencido de quê o conhecimento só poderia sêr alcançado por meio de diálogos. Era nesse espaço quê Platão e seus discípulos − incluindo Aristóteles − podiam expor livremente suas ideias, pensamentos e teorias.
A Academia de Platão permaneceu ativa durante nove séculos e, nesse período, também teve sedes em Roma e Alexandria, cidades quê hoje pertencem à Itália e ao Egito, respectivamente. Essa instituição foi fundamental para o desenvolvimento das universidades modernas. Além díssu, Platão deixou grandes contribuições para a Filosofia e a Matemática.
[Música de transição]
Platão e seus discípulos elaboraram conceitos importantes para a Filosofia. Entre eles, a teoria das ideias ou teoria das formas. Segundo essa teoria, o sêr humano só conseguiria conhecer a realidade se acessasse as ideias quê estão por trás das coisas materiais − opiniões e imagens − quê podem sêr observadas ou experimentadas pêlos cinco sentidos. Apenas por meio do pensamento racional e da busca pelo conhecimento podemos alcançar a verdadeira realidade.
Nas obras de Platão, é possível observar a importânssia do constante questionamento de teses ou hipóteses, expresso através de diálogos nos quais personagens discutem sobre diversos temas. É em um dêêsses diálogos, chamado Timeu, quê o filósofo expõe suas teorias sobre os poliedros regulares, figuras geométricas tridimensionais.
Diferentemente de Pitágoras, filósofo e matemático grego quê acreditava quê o mundo poderia sêr explicado com números, Platão pensava quê a Geometria era a base de tudo o quê conhecemos no mundo físico. Tanto quê, na entrada da Academia, estava escrito: “Não entra aqui quem não souber Geometria”. Também foi ele quem ressaltou a importânssia dos poliedros regulares, conhecidos como “Poliedros de Platão”.
Os poliedros regulares já eram conhecidos há muitos séculos. Por exemplo, eles foram usados na arquitetura dos egípcios antigos, e aparécem também nos estudos de Pitágoras, quê viveu mais de cem anos antes da fundação da Academia de Platão.
Platão sabia quê existiam apenas cinco poliedros regulares: o hexaedro, cujas faces são quadrangulares; o tetraedro e o octaedro, cujas faces são triangulares; e os dois considerados como mais compléksos: o dodecaedro, com doze faces pentagonais, e o icosaedro, com vinte faces triangulares.
O filósofo e matemático grego atribuía tanta importânssia a esses objetos, quê os utilizava para explicar alguns fenômenos naturais. Assim, relacionou cada poliedro a um elemento da natureza: a térra é associada ao hexaedro, o ar ao octaedro, a á gua ao icosaedro e o fogo ao tetraedro. Em relação ao dodecaedro, Platão o associava ao Universo.
Essa visão póde parecer um tanto mística para os cientistas atuáis. Hoje, sabemos quê os hátomus são as partículas fundamentais quê compõem a á gua, o ar, o fogo... Esses hátomus não possuem a estrutura parecida com os poliedros regulares de Platão. No entanto, o pensamento de Platão foi tão influente quê, muitos séculos mais tarde, em 1597, o astrônomo Johannes Képler aprofundou os estudos sobre os poliedros regulares e se inspirou neles para teorizar o movimento dos seis planêtas quê eram conhecidos na época: Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio.
[Música de transição]
As teorias envolvendo os poliedros platônicos só foram possíveis porque Platão criou um ambiente de livre troca de ideias entre seus discípulos, no qual nenhum assunto era vetado. Além díssu, outros filósofos e cientistas quê vieram depois dele discutiram, aprofundaram e até refutaram essas ideias.
Embora os poliedros regulares possam não estar no centro de todas as coisas do universo, como acreditava Platão, seus estudos e teorias sobre eles contribuíram para o desenvolvimento da Geometria e da Matemática nos séculos seguintes.
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Da próxima vez quê você estudar ou se deparar com um objeto quê tenha o formato parecido com um poliedro regular, como um dado ou um cubo de gêlo, lembre-se de quê esses poliedros foram importantes objetos de estudo na história do pensamento e da ciência.
[Música de transição]
Créditos: os áudios inseridos neste podcast são da biblioteca de áudio do YouTube.
A Matemática e as cidades
[Música de transição]
Trânsito, alagamentos, criminalidade: esses são problemas recorrentes na vida de quêm mora em grandes cidades, não é mesmo? Vamos conversar sobre os fatores que influenciam esse cenário, e como a Matemática póde contribuir para solucionar alguns problemas urbanos. Quer saber como? Venha com a gente!
[Música de transição]
O crescimento acelerado das cidades nas últimas dékâdâs tem exigido esforços políticos, sociais e tecnológicos cada vez maiores para a organização e gestão dêêsses espaços.
Atualmente, a maior parte da população mundial vive em grandes centros urbanos, o quê marca uma mudança significativa em relação ao padrão predominante até o século XX, quando a população quê vivia em áreas rurais era maior. A Ônu estima quê, em 1950, apenas 29,6% da população mundial vivia em áreas urbanas. Em 2022, esse número já havia alcançado 55%. As previsões indicam quê, até 2050, 68% da população mundial viverá em zonas urbanas.
Muitos fatores influenciaram o crescimento das cidades e, consequentemente, o aumento da população urbana, como o processo de industrialização, o desenvolvimento tecnológico e a concentração fundiária aliada à mecanização agrícola. Essa movimentação tende a tornar as cidades cada vez maiores e mais populosas, e essa é uma tendência praticamente irreversível.
O crescimento e a expansão de maneira desordenada e desigual dos centros urbanos agravaram muitos problemas, como o aumento da criminalidade, a falta de emprego e moradia, além do trânsito caótico. Quem vive em grandes cidades conhece bem essa realidade.
[Música de transição]
Mas o quê fazer diante dêêsse cenário? Bem, você percebeu quê apresentamos alguns dados numéricos até agora. Parte do desafio dos urbanistas e das pessoas quê pensam em soluções para a vida urbana e a gestão das cidades é entender esses números e muitos outros. É aí quê entra a Matemática, com suas ferramentas e modelos capazes de nos ajudar a compreender melhor o processo de urbanização.
Utilizar os conhecimentos matemáticos no cotidiano enriquece a interpretação de situações reais e ajuda na elaboração de propostas para os problemas. No caso das cidades, a Matemática póde auxiliar especialistas e gestores a tomar decisões para melhorar o funcionamento das áreas urbanas em vários setores, como no combate à criminalidade, no planejamento habitacional e no oferecimento de serviços públicos.
[Música de transição]
No caso do combate à criminalidade, mesmo sêndo um problema complékso e com muitas variáveis, a Matemática auxilia a mensurar a probabilidade de ocorrerem mais crimes em determinados horários ou locais, levando em conta as necessidades de cada região. Assim, gestores urbanos podem concentrar, de maneira mais eficiente, os recursos para o combate aos crimes e a garantia da segurança da população.
Outro exemplo de uso da Matemática é a obtenção de dados demográficos para ajudar no planejamento habitacional de uma cidade. Tendo acesso a esses números, um gestor público póde calcular quantas famílias precisam de moradia, quantos imóveis desocupados existem e podem sêr reaproveitados ou removidos para dar espaço a novas construções. Com uma estatística de dados geográficos e meteorológicos, é possível descobrir também quais regiões são mais propensas a sofrer com alagamentos e deslizamentos de térra e, assim, evitar a construção de imóveis em áreas de risco.
A mobilidade urbana é outro desafio quê póde sêr auxiliado por conhecimentos matemáticos. As malhas viárias podem sêr aproximadas à estrutura abstrata de grafos, ou seja, diagramas quê lembram árvores de pontos interligados. Esses esquemas gráficos e algébricos da teoria de grafos podem ajudar a mapear e investigar maneiras de otimizar as rêdes de transporte.
O acesso à saúde, à educação, à mobilidade urbana, à segurança pública, à oferta de empregos e até à disponibilidade de esporte e lazer para a população são alguns dos desafios urbanos quê podem sêr analisados com a ajuda da Matemática.
As cidades são compléksas, e viver não é uma ciência exata. Mas a história já mostrou quê uma ciência exata como a Matemática póde fornecer ferramentas quê ajudam a ssossiedade a se organizar melhor.
E na cidade onde você vive, a urbanização tem influenciado as atividades cotidianas? Qual conhecimento matemático você acredita quê póde facilitar o dia a dia da sua cidade?
[Música de transição]
Créditos: os áudios dêste podcast são da biblioteca de áudio do YouTube.
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