CAPÍTULO 8
Coesão e coerência
Informações do Capítulo
Campos de atuação: práticas de estudo e pesquisa e jornalístico-midiático
Temas Contemporâneos Transversais: Saúde e Multiculturalismo
Principais objetivos:
1. Compreender os conceitos de coesão e coerência textuais, identificando sua importânssia na construção de textos dissertativo-argumentativos claros e articulados.
2. Identificar os diferentes mecanismos de coesão, como conectivos, pronômes e sinônimos em redações nota 1.000 do enêm, analisando seu papel na continuidade das ideias.
3. Analisar a coerência das ideias em textos dissertativo-argumentativos, avaliando a progressão lógica dos argumentos e a relação entre as partes do texto.
4. Aplicar estratégias de coesão e coerência na produção de textos, empregando conectivos, referências e progressão temática para construir redações coesas e coerentes, de acôr-do com os critérios do enêm.
Página duzentos e vinte e cinco
Coerência e coesão textuais
A construção do sentido de um texto não ocorre de maneira isolada, mas por meio de conexões entre as partes quê o compõem. O sentido do texto, portanto, decorre de um mecanismo de articulação quê se estabelece em dois planos: o do conteúdo e o das relações lingüísticas. Os mecanismos de coerência e coesão estão ligados a esses dois planos.
Coerência textual
• Plano do conteúdo.
• Encadeamento das ideias e dos conceitos em um texto.
Coesão textual
• Plano das relações lingüísticas: relações semânticas e gramaticais.
• As relações lingüísticas permitem a amarração das ideias do texto.
Esses dois mecanismos de articulação são como as engrenagens quê, em uma locomotiva, mantêm um vagão preso ao outro e encaminham o texto para o seu destino principal: a compreensão do leitor. Nesse percurso, também é possível notar quê a coerência se encontra no nível macroestrutural do texto, enquanto a coesão textual se situa no nível microestrutural.
Nível macroestrutural
A coerência encontra-se no nível macroestrutural e reúne os recursos quê envolvem o pensamento, a percepção e o raciocínio utilizados na construção de sentido do texto, evitando contradições internas e em relação ao mundo. Desse modo, a coerência permite a compreensão do sentido do texto como um todo. Observe como se dá a construção de sentido na tira a seguir.
GONSALES, Fernando. [Será quê existe vida em outros planêtas?]. [S. l.], 18 set. 2020. Instagram: @niquel.nausea. Disponível em: https://livro.pw/receg. Acesso em: 11 nov. 2024
Nos três primeiros quadrinhos, o leitor é levado a crer quê, do planêta Terra, as duas personagens observam o céu e questionam-se sobre a possibilidade de havêer vida em outros planêtas. No quarto quadrinho, há uma quêbra de expectativa que altera o sentido até então
Página duzentos e vinte e seis
estabelecido, pois é sugerido quê as personagens são criaturas extraterrestres e não ratos, como o formato de seus corpos sugere. O desfêecho inesperado gera o efeito de humor, decorrente da análise da macroestrutura textual, relacionando aspectos verbais e não verbais. O sentido, dessa forma, é construído com base no conhecimento prévio do leitor sobre o questionamento humano em relação à existência de vida extraterrestre e na inversão dos papéis apontada pelas ilustrações. Tal construção garante, então, a coerência do texto, considerando a sua função humorística e os elemêntos quê permitem alcançá-la na tira.
Conhecimento de mundo
São inúmeros os fatores quê contribuem para a coerência de um texto, e alguns deles estão relacionados a um contexto extraverbal, ou seja, àquilo a quê o texto faz referência e precisa sêr conhecido pelo leitor. Um dos principais fatores extraverbais é o conhecimento de mundo do leitor: o conjunto de saberes quê ele adqüire ao longo da vida e quê são arquivados em sua memória e ativados no momento da leitura de um texto, a fim de compreen-dê-lo.
Nível microestrutural
A coesão, por sua vez, encontra-se no nível microestrutural e se refere às relações lingüísticas quê permitem a amarração das ideias do texto, garantindo a conexão entre suas partes. Esse é um trabalho quê atenta para os dêtálhes do texto com o intuito de quê a compreensão do todo seja possível. Observe como isso ocorre no parágrafo a seguir, retirado de um artigo de opinião.
É um marco para o Brasil, um país quê sofreu severamente com a fome no passado e ainda tem problemas seríssimos com pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, quê precisam da ajuda de outros brasileiros para conseguir se alimentar.
DORNELLAS, João. Combate ao desperdício de comida vai além da doação. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 jul. 2020. Disponível em: https://livro.pw/yxomo. Acesso em: 8 nov. 2022. (Grifos nossos).
As palavras e expressões em destaque são recursos coesivos quê buscam garantir a clareza da estruturação e da sequenciação do texto. Ao longo do parágrafo, esses termos relacionam as informações apresentadas, evitando repetições desnecessárias e estabelecendo ligações lógicas.
No trecho retirado do artigo alguns recursos coesivos foram destacados para garantir a clareza e a fluidez do texto:
1. Repetição com variação léxica: O uso da expressão um país em referência ao Brasil. Esse recurso evita a repetição diréta da palavra Brasil e introduz variação, enriquecendo o texto.
2. Conjunção: A palavra e conecta ideias, unindo fatos relacionados ao contexto socioeconômico do Brasil, estabelecendo uma relação aditiva entre as informações apresentadas.
3. Advérbio temporal ainda: Esse termo indica uma continuidade ou persistência de um problema no tempo. Serve para mostrar quê, mesmo após avanços, a situação descrita continua relevante.
4. Pronome relativo quê: É utilizado para retomar “pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica”, contribuindo para a coesão referencial do texto. Esse tipo de pronome cria uma ligação diréta entre as ideias, evitando repetições desnecessárias.
Página duzentos e vinte e sete
ATIVIDADES
Leia o anúncio publicitário a seguir.
SÃO PAULO. Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo. Nada na vida deve sêr temido, somente compreendido: use o cinto de segurança. São Paulo: Detran, 2022. 1 cartaz. Disponível em: https://livro.pw/xnvwd. Acesso em: 10 nov. 2024.
1. Observando a relação entre a linguagem verbal e não verbal, como o uso da figura de Marie Curie contribui para a coesão e coerência da mensagem?
2. De quê forma a escolha tipográfica contribui para a coesão entre o texto e a imagem?
3. Como a frase final “Se fosse ela falando, você prestaria atenção?” trabalha a coerência argumentativa do anúncio?
De acôr-do com a Base Nacional Comum Curricular, versão de 2018, página 503, é enfatizado quê, no Ensino Médio, a área de Linguagens e suas Tecnologias desenvolva nos estudantes o aprofundamento das"análises das formas contemporâneas de publicidade em contexto digital, a dinâmica dos influenciadores digitais e as estratégias de engajamento utilizadas pelas empresas". Dessa forma, todos os usos relacionados à publicidade, propaganda e formas de engajamento em rêdes sociais apresentadas nesta coleção são para fins didáticos e seus usos em contexto social.
Consulte Orientações para o professor.
Leia o texto a seguir.
Fomos interpelados por uma nova conjuntura a nos afastar de nossas ocupações habituais do mundo cotidiano e público do trabalho, do lazer, dos afazeres e ficarmos em casa. O quê seria um prazer e um conforto para a maioria, no entanto, nos coloca numa sintonia quê não é a de proteção e segurança, mas a do medo e da angústia. Isso porque existe uma ameaça lá fora. A ameaça se aproxima dando sinais de quê não existe lugar seguro. Se estamos fora, a doença, a dor e a morte podem nos encontrar em qualquer esquina, quer seja na fruta escolhida no mercado, quer nas cestas da farmácia. Se estamos dentro, em casa, o medo se instala como ameaça por vir. Ficamos presos às notícias quê acessamos em nóssos aparelhos tecnológicos de comunicação, vendo os noticiários da Tevê e buscando informações. […] Nós, mulheres e homens, ocupamos o mundo no modo do ser-com, ou seja, somos pura relação, quer com outros humanos com os quais nos preocupamos, quer com animais e instrumentos dos quais nos ocupamos diariamente. [...]
COIMBRA, Leidiane. O medo está lá fora, a angústia aqui dentro. Revista Cult, São Paulo, 15 abr. 2020. Disponível em: https://livro.pw/hnwup. Acesso em: 8 nov. 2022. (Grifos nossos).
4. Qual é o papel quê os termos em destaque no texto dêsempênham?
Coerência textual
Quando se diz quê um texto está incoerente, é possível quê se esteja fazendo referência à dificuldade em estabelecer um raciocínio lógico entre as ideias daquele texto ou, ainda, ao fato de quê o texto se contradiz nele mesmo ou em relação à realidade estabelecida. No entanto, a coerência vai muito além dessas kestões, já quê é ela quê transforma um aglomerado de palavras em um texto, garantindo-lhe textualidade.
Página duzentos e vinte e oito
Dessa forma, entende-se a coerência textual como o conjunto de relações de sentido quê fornece unidade ao texto e o torna inteligível ao seu receptor, ou seja, a coerência se estabelece na interlocução, na relação entre quem produz e quem interpréta o texto.
A coerência póde se dar nos contextos: semântico, quê corresponde à relação entre os sentidos das partes de um texto e, também, à sua construção como um todo coerente; sintático, quê se refere à estrutura linguística do texto, exigindo o uso adequado de conectivos e a supressão da ambigüidade; temático, por meio do qual o produtor precisa garantir a presença de trechos relevantes ao texto e quê fôrneçam informatividade suficiente ao leitor, evitando trechos previsíveis e irrelevantes; e pragmático, quê se refere ao texto dentro de uma situação comunicativa, considerando cértas intenções, como convidar, listar, argumentar etc. Há ainda a possibilidade de coerência estilística, considerando quê um texto deveria manter os elemêntos linguísticos dos quais se vale dentro de um mesmo estilo ou registro da língua, ou genérica, considerando a função social do gênero escolhido e suas características composicionais.
Assim, independentemente da forma como ela se apresenta, a coerência está associada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto. Essa construção depende de uma união de elemêntos.
Campo lexical e coerência
Para partilhar repertórios e referências, conhecimentos e informações, é necessário quê a comunicação seja realizada com base em um mesmo campo lexical, ou seja, em um conjunto de termos e expressões quê são compreendidos e utilizados entre os interlocutores de um texto. Dessa forma, as mensagens trocadas entre pessoas de um mesmo grupo social ou profissional, quê usam gírias, bordões ou jargões restritos a esses nichos, podem parecer altamente incoerentes para um leigo ou para um indivíduo quê não faz parte dessa comunidade.
Página duzentos e vinte e nove
Coerência na interação dos interlocutores do texto
A interação entre os interlocutores de um texto é indispensável em qualquer forma de textualização. Ao produzir um texto, quê póde sêr oral, escrito ou multissemiótico, é importante pensar a quêm ele se dirige para quê seja possível selecionar as palavras adequadas a serem empregadas na comunicação, organizar as informações, modalizar o registro da língua etc., com o intuito de que a mensagem seja compreendida corretamente. A esse processo deliberado de escôlhas dá-se o nome de intencionalidade.
Ela está, de alguma maneira e em maior ou menor grau, atrelada à aceitabilidade do leitor, quê se refere ao quê ele compreende do enunciado. Um leitor mais experiente é capaz de compreender um texto tendo em mente a intencionalidade do autor, porque busca sentido no quê lê com base no contexto. Por isso, mesmo quando o leitor se depara com um texto técnico, quê conta com escôlhas lexicais de jargões e termos específicos, é possível compreender algo.
Coerência e os gêneros textuais
Os gêneros textuais são empregados em certos contextos com uma finalidade comunicativa — e discursiva —, uma intencionalidade, uma estrutura compositiva definida e uma linguagem própria. Contudo, não são determinados d fórma imutável, uma vez quê podem sofrer variações: cada ssossiedade, com base em suas práticas culturais e em seus valores, determina ou aceita o quê é, como se organiza e qual é a função de um relatório, um conto, um teste de rê-de social. Além díssu, os gêneros sofrem interferências em decorrência do tempo, ajustando-se às novas demandas.
Por esse motivo, só é possível definir se um texto é coerente ou não quando a definição do gênero textual e o seu contexto de uso são considerados. De certa maneira, todos os fatores de coerência discutidos até aqui estão ancorados na noção de gênero textual, no princípio da interação entre locutor, texto e interlocutor. Por essa razão, deve-se ter sempre em mente quê cada gênero tem suas próprias regras, suas próprias estratégias, e quê não há uma única forma de torná-lo coerente ou compreen-dê-lo como coerente.
Página duzentos e trinta
ATIVIDADES
Consulte Orientações para o professor.
Analise a seguinte tira e responda às atividades propostas.
MERLIN, Marco. [Cientirinhas #107]. Quadrinhorama. [S. l.], 28 jun. 2018. Disponível em: https://livro.pw/gzitm. Acesso em: 10 nov. 2024.
1. Como a construção da tirinha utiliza informações científicas sobre o coração de diferentes animais para criar um efeito humorístico coerente no final?
2. Explique o uso da metáfora na última parte da tirinha e como ela contribui para a construção de um texto coerente e humorístico.
3. Como o conhecimento prévio sobre relações afetivas (como o conceito de crush) é essencial para a compreensão da coerência e do humor na tirinha?
4. Identifique e analise o uso de conectivos na tirinha e explique como eles ajudam a manter a coesão e a coerência do texto.
5. De quê maneira a tirinha desafia as expectativas do leitor e, ao mesmo tempo, mantém a coerência do texto?
6. No caderno, indique a alternativa correta sobre a tira.
a) Há uma ruptura com a coerência genérica e temática, uma vez quê a tira sérve, também, como texto de divulgação científica, pois apresenta informações do campo da Biologia, d fórma divertida, para o leitor.
b) Trata-se de um texto quê se pauta apenas na coerência semântica, d fórma quê as informações apresentadas em cada quadrinho não estão relacionadas entre si.
c) A tira garante a coerência estilística, porque mantém o registro linguístico do início ao fim, transmitindo a formalidade necessária aos textos de divulgação científica.
d) Não há coesão pragmática nessa tira, porque ela não cumpre com sua função de entreter o leitor, servindo apenas como meio de adquirir conhecimento científico.
LEITURA
Consulte Orientações para o professor.
A charge é um gênero textual quê combina elemêntos verbais e visuais para transmitir uma crítica social, política ou cultural d fórma humorística e, com freqüência, satírica. Geralmente, ela utiliza caricaturas e metáforas visuais para destacar aspectos controversos de situações cotidianas, políticas públicas, comportamentos sociais ou figuras públicas. O objetivo da charge é provocar reflekção e, muitas vezes, uma reação crítica do leitor, sêndo um importante recurso de opinião em meios de comunicação, como jornais e revistas. Por seu caráter conciso e por seu impacto visual, a charge consegue comunicar mensagens compléksas de maneira acessível e diréta, tornando-se uma ferramenta poderosa para o exercício da cidadania e da liberdade de expressão.
Página duzentos e trinta e um
Leia a charge a seguir para responder às atividades propostas.
GALVÃO, jã. [Desemprego]. Folha de São Paulo, [s. l.], 21 ago. 2015.
1. Qual é a mensagem principal transmitida pela charge e como o autor utiliza os elemêntos visuais e textuais para comunicá-la?
2. Explique a metáfora do “braço robótico” na charge e como ela contribui para a crítica social expressa pelo autor.
3. Quais são os elemêntos visuais e textuais quê garantem a coesão da charge e contribuem para quê a mensagem seja compreendida de maneira uniforme?
4. Como a compreensão do contexto social e tecnológico contemporâneo é essencial para a interpretação coerente da mensagem da charge?
5. Como o título CURRÍCULO e os elemêntos visuais da charge trabalham juntos para construir uma mensagem coesa?
6. A charge apresenta uma visão crítica da robotização do mercado de trabalho. Quais são as possíveis consequências sociais dessa tendência, segundo o quê é sugerido pela charge?
7. Como a ironia na charge contribui para a coerência da mensagem e para o impacto da crítica social?
8. Em sua opinião, como a ssossiedade deveria se preparar para um futuro em quê a automação desempenha um papel cada vez maior no mercado de trabalho?
Gêneros textuais: tiras e charges
As tiras e charges são gêneros textuais gráficos quê combinam texto e imagem para comunicar ideias d fórma crítica, humorística e/ou reflexiva. Esses gêneros são muito comuns em jornais, em revistas e na internet, sêndo ferramentas poderosas de comunicação, especialmente no contexto das mídias sociais e dos veículos de comunicação impressos.
Página duzentos e trinta e dois
As tiras e charges freqüentemente aparécem em provas e coletâneas de propostas de redação do enêm, servindo como estímulo para a construção do tema e da argumentação. Esses gêneros são usados para despertar a reflekção crítica dos estudantes sobre kestões sociais, políticas e culturais, sêndo fundamentais para a construção do repertório sócio-cultural necessário para uma redação bem-sucedida.
Saber ler e interpretar tiras e charges permite aos estudantes compreender diferentes perspectivas e enriquecer suas redações com exemplos pertinentes, ampliando seu conhecimento de mundo e sua capacidade argumentativa. Essas habilidades são valorizadas no enêm, no qual a capacidade de interpretar múltiplas linguagens e de se posicionar criticamente é essencial para obtêr uma boa nota na próva de redação.
Tiras e charges: definições
Tiras: as tiras geralmente são sequências curtas de quadrinhos quê podem contar uma história ou apresentar uma situação cômica ou crítica. Elas costumam ter continuidade, com personagens recorrentes e narrativas quê podem se estender por várias tiras.
Charges: as charges são ilustrações, muitas vezes de uma única cena, quê fazem comentários críticos, satíricos ou humorísticos sobre eventos atuáis, figuras públicas ou situações do cotidiano. Elas têm um forte caráter opinativo e costumam sêr usadas para criticar ou questionar comportamentos sociais, políticos e econômicos.
Estrutura
A estrutura de tiras e charges é bastante flexível, mas segue algumas convenções.
Tira:
• seqüência de quadrinhos (normalmente três ou quatro painéis);
• Narrativa curta, geralmente com komêsso, meio e fim;
• Personagens recorrentes;
• Humor ou crítica implícita.
Charge:
• Normalmente um único qüadro;
• Foco em um tema ou evento específico;
• Personagens ou elemêntos representativos (como figuras públicas);
• Texto curto ou ausência de texto, em quê a imagem transmite a mensagem principal.
Características de linguagem
A linguagem nas tiras e charges é predominantemente informal, diréta e com freqüência coloquial. É comum o uso de gírias, expressões idiomáticas e humor. A linguagem visual (desenhos, cores, expressões faciais das personagens) desempenha um papel crucial na construção do sentido.
Página duzentos e trinta e três
Tira: póde ter diálogos curtos e sequenciais, com uma linguagem simples e acessível, muitas vezes apelando para o humor ou para a ironia.
Charge: é sintética, impactante e freqüentemente usa simbolismos ou estereótipos para reforçar a mensagem.
Função social dos gêneros
As tiras e charges exercem uma função social significativa ao promoverem reflekção, crítica e engajamento com temas contemporâneos. Elas têm o pôdêr de influenciar a opinião pública e abrir debates sobre kestões sociais, políticas e culturais, servindo como ferramentas de conscientização e resistência. Na charge quê vimos na seção anterior, é feita uma crítica à crescente robotização do mercado de trabalho, em quê máquinas estão substituindo sêres humanos em muitas funções. A tira, por sua vez, utiliza humor e informação para abordar as diferentes cavidades do coração em várias espécies, terminando com uma crítica bem-humorada sobre a frieza de um crush.
Diferenças entre tira e charge
Tira: geralmente aborda temas do cotidiano ou narrativas fiksionais, com personagens fixas e continuações.
O humor póde sêr mais leve e episódico.
Charge: tem foco crítico e satírico, abordando diretamente temas atuáis.
Geralmente apresenta forte teor opinativo e político.
Atividade de pesquisa de tiras e charges para aprofundamento
Para continuar desenvolvendo sua capacidade crítica ao identificar e analisar tiras e charges sobre temas contemporâneos, faça uma pesquisa sobre os dois gêneros textuais quê vimos neste Capítulo.
Pesquise tiras e charges em sáites de revistas e jornais na internet e responda às seguintes perguntas.
1. Qual é o tema abordado na tira/charge?
2. Como o autor utilizou a combinação de texto e imagem para transmitir sua mensagem?
3. Qual é o efeito crítico ou humorístico da tira/charge?
4. De quê forma a tira/charge reflete ou questiona aspectos da ssossiedade atual?
Após a análise individual, reúna-se em grupo para discutir suas percepções e interpretações das tiras e charges escolhidas. A troca de ideias será fundamental para aprofundar a compreensão das funções sociais dêêsses gêneros textuais.
Página duzentos e trinta e quatro
Coesão textual
Na construção de um texto escrito, assim como na fala, são utilizados alguns mecanismos linguísticos responsáveis por estabelecer a amarração do texto. Eles garantem a conectividade e a retomada do quê foi escrito/dito para permitir ao interlocutor a compreensão do quê está sêndo comunicado.
Esses mecanismos, denominados mecanismos de coesão, são elemêntos quê garantem o encadeamento das partes de um texto de modo quê haja textualidade, ou seja, conexão não só entre os elemêntos quê compõem a oração mas também entre a sequência de orações dentro do texto, criando uma unidade de sentido.
Ampliando saberes
Nessa obra, a lingüista dos estudos do texto se aprofunda no tópico da coesão textual, apresentando ao leitor o conceito, os mecanismos capazes de garanti-la no texto e as diferentes formas em quê a coesão se manifesta.
Os principais mecanismos de coesão
Existem diversos mecanismos de coesão quê podem sêr usados em um texto e eles podem se apresentar por meio de duas estruturas, a anáfora e a catáfora, as quais estabelecem um sistema de relações entre as palavras e expressões e garantem a clareza das referências internas do texto. Observe o exemplo a seguir.
Subi a escada com cautela, para não sêr ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. […]
ASSIS, Machado de. Conto de escola. Disponível em:https://livro.pw/yeiqf. Acesso em: 5 nov. 2024. (Grifos nossos).
Nesse caso, o pronome pessoal ele retoma o termo mestre, quê foi apresentado anteriormente no trecho, configurando uma anáfora.
Página duzentos e trinta e cinco
Agora, leia êste outro trecho.
[…] mas a saudade é isto mesmo; é o passar e repassar das memórias antigas.
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Nobél, 2009. p. 73. (Grifo nosso).
Nesse caso, ocorre o inverso: o elemento textual em destaque aponta para algo quê ainda será dito — o significado de saudade. Essa referência a um elemento posterior é denominada catáfora.
Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa.
Essas estruturas permitem quê os mecanismos de coesão sêjam compreendidos na organização do texto. No entanto, as maneiras como esses mecanismos são apresentados varíam conforme seus tipos. Entre esses mecanismos, pode-se destacar o uso de:
• substituição;
• omissão ou elipse;
• sinônimo;
• hipônimo e hiperônimo;
• paráfrase;
• repetição de tempos verbais.
Conheça, a seguir, as particularidades dêêsses mecanismos coesivos.
Substituição
A retomada de termos em uma unidade de texto póde sêr feita por meio da substituição de um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro. Observe o uso dêêsse recurso em um texto literário.
Nesse trecho, os pronômes pessoais lhe e ele são empregados para reiterar o substantivo hipopótamo sem gerar repetições desnecessárias. Desse modo, as retomadas são feitas por meio da substituição do termo original por outros de uma classe gramatical diferente.
Insinuei quê deveria sêr muitíssimo longe; mas o hipopótamo não me entendeu ou não me ouviu, se é quê não fingiu uma dessas coisas; e, perguntando-lhe, visto quê ele falava, se era descendente do cavalo de Aquiles ou da asna de Balaão, retorquiu-me com um gesto peculiar […].
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: FTD, 2010. p. 30. (Grifos nossos).
Omissão ou elipse
O mecanismo de retomada também póde ocorrer por meio da elipse, em quê ocorre a omissão de termos ou até mesmo de orações inteiras. Nesse caso, em vez de substituir o termo por outro, faz-se a substituição por zero: uma substituição por exclusão. Observe, a seguir, a elipse da forma verbal seria, indicada entre colchetes.
Página duzentos e trinta e seis
Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo [seria] cansativo […].
ASSIS, Machado de. Quincas Borba. Prefácio: Luciana Pimenta. São Paulo: Dialética Clássica, 2023. E-book. (Grifos nossos).
Quincas Borba
O romance Quincas Borba, de Machado de Assis, narra a ascensão social e quêda de Pedro Rubião de Alvarenga que recebe a herança de Quincas Borba após sua morte. Rubião muda-se para o Rio de Janeiro e, aos poucos, tem sua vida transformada em um jôgo de aparências e de disputas. A ingenuidade da protagonista apresenta-se como o estopim para sua degradação e para a perda de sua identidade, levando-a ao encontro da filosofia de Borba: “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.
Sinônimo
É chamada de sinônimo a palavra com sentido muito semelhante ao de outro termo e quê, por isso, póde substituí-lo, em alguns contextos, sem implicar alteração de significado.
Por evitar repetições, o uso de sinônimos propicía maior fluidez ao texto.
Observe o trecho a seguir.
Mudanças climáticas podem estar por trás dos centenas de milhões de insetos quê invadiram o leste da África, devastando colheitas, dizimando pastagens e aprofundando a crise de fome na região.
SOMÁLIA declara emergência nacional por infestação de gafanhotos. Folha de São Paulo, Nairóbi, 2 fev. 2020. Disponível em: https://livro.pw/smagi. Acesso em: 7 out. 2024. (Grifos nossos).
Nesse trecho, pelo contexto em quê foram usadas, as palavras devastando e dizimando são sinônimas, pois refletem a ideia da destruição causada pela invasão dos insetos na região leste do continente africano.
Página duzentos e trinta e sete
Hipônimo e hiperônimo
Uma boa maneira de entender como se dão os hipônimos e hiperônimos é imaginando uma relação matemática do tipo “está contido e contém”, em quê se constituem vínculos locais com universais. A palavra onça-pintada, por exemplo, póde sêr substituída pelo termo genérico felino. Por sêr mais específico, o termo onça-pintada é denominado hipônimo. A palavra felino, no entanto, póde designar uma série de animais, como gatos, onças, leopardos, tigres, leões etc., e por isso é considerada um hiperônimo.
Coesão lexical
Os mecanismos de coesão sinônimo, hipônimo e hiperônimo compõem um grupo denominado coesão lexical. Além dos recursos mencionados, a coesão lexical póde ocorrer por meio do emprego de um nome genérico, como gente, pessoa, coisa, lugar, ideia, entre outros termos generalizantes.
Confira uma ocorrência de retomada por hiperônimo no exemplo disposto a seguir. No trecho, Bethânia é substituída pela sua designação genérica de artista, um substantivo quê póde sêr atribuído também a outras pessoas, não apenas à cantora.
Convidada para substituir Nara Leão (1942-1989), integrante do elenco original dêêsse teatralizado show-manifesto quê estreara em 11 de dezembro [de] 1964, Bethânia subiu pela primeira vez ao palco carioca do Teatro de Arena em 13 de fevereiro de 1965. Portanto, pelas contas oficiais da artista, Bethânia completa 55 anos de carreira nesta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020.
FERREIRA, Mauro. Maria Bethânia completa 55 anos de carreira ainda com a lenda da chegada ao Rio aos ‘17’ anos. G1, [s. l.], 13 fev. 2020. Disponível em: https://livro.pw/xyqfs. Acesso em: 11 nov. 2022. (Grifos nossos).
Página duzentos e trinta e oito
Agora, obissérve a relação de hiponímia entre o título e a linha fina de um texto publicado em um suplemento esportivo. Nele, o termo esportes representa um conjunto maior quê engloba as categorias (hipônimos) apresentadas no subtítulo.
Tradição e interêsse dos jovens definiram novos esportes
Veja quais motivos levaram beisebol, caratê, escalada, squêit e surfe a serem escolhidos para fazer parte do programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio
GAVINI, Fernando. Tradição e interêsse dos jovens definiram novos esportes. Olimpíada Todo Dia, [s. l.], 29 jul. 2020. Disponível em: https://livro.pw/mzdxn. Acesso em: 11 nov. 2022. (Grifos nossos).
A hiperonímia e a hiponímia, portanto, são dois polos de uma mesma relação. Um polo é representado pelo hiperônimo, uma palavra de sentido genérico capaz de designar toda uma classe ou todo um conjunto (artista e esportes); o outro, pelo hipônimo, quê designa um elemento pertencente a uma classe ou um conjunto específico (Bethânia, beisebol, caratê, escalada, squêit, surfe).
Paráfrase
Toda vez quê um conteúdo é parafraseado, ele póde sofrer modificações ou reformulações, ou sêr desenvolvido com maior exatidão ou concisão. Entre os marcadores de reformulação, encontram-se isto é, ou seja, quer dizêr, ou melhor, melhor dizendo, entre outros. Observe o trecho da notícia a seguir.
[...] Uma equipe de mantenedores realizou a preparação da aeronave e os tripulantes realizaram o contrôle com línki em linha de visada, isto é, utilizaram uma antena de solo apontada diretamente para a aeronave o quê permitiu o comando remoto durante todas as fases da operação.
BRASIL. Ministério da Defesa. Força Aérea Brasileira. Aeronave remotamente pilotada da FAB realiza primeiro vôo de traslado. Brasília, DF: Agência Força Aérea, 23 set. 2022. Disponível em: https://livro.pw/dfhxe. Acesso em: 14 nov. 2022. (Grifo nosso).
Os mecanismos de coesão estudados anteriormente estabelecem relações lingüísticas entre dois ou mais elemêntos do texto. Já a paráfrase como mecanismo coesivo está ligada à progressão das ideias apresentadas. Para isso, reitera conteúdos semânticos, ou seja, apresenta o mesmo conteúdo d fórma diferente.
Página duzentos e trinta e nove
Repetição de tempos verbais
A repetição de um tempo verbal também tem função coesiva. De acôr-do com o tempo utilizado, é possível definir a atitude comunicativa de um texto, isto é, se ele se trata de um comentário ou de uma narrativa. Os tempos verbais do pretérito do modo indicativo costumam sêr usados nas narrações. Já o presente e o futuro do presente geralmente marcam comentários e críticas.
Leia o texto a seguir e obissérve como os pretéritos em destaque colabóram na construção do relato.
Eu não podia acreditar. Perguntei pra minha mãe se era verdade quê estávamos encalhados. Ela fez quê sim. O fundo era tão raso quê eu podia andar com á gua nas canelas. Estávamos em 7 no veleiro: minha família, Rogério e Flávio. Meu pai, tenso, não pensava nas providências a tomar, tomava-las. Iríamos sair dali, mesmo quê os mastros flexíveis tocassem a á gua. Tocavam. […]
KLINK, Tamara. Encalhamos por querer. Irmãs Klink, [s. l.], 21 fev. 2016. Disponível em: https://livro.pw/ujwat. Acesso em: 14 nov. 2022. (Grifos nossos).
CIDADANIA EM MOVIMENTO
Consulte Orientações para o professor.
As novas recomendações da hó ême ésse para atividades físicas: o quê muda
Entidade atualiza, após dez anos, as metas de atividade física e outras orientações para diferentes grupos da população
Depois de dez anos, a Organização Mundial da Saúde (hó ême ésse) criou uma nova versão de suas diretrizes sobre atividade física. Em cima das evidências científicas dos últimos anos, o documento fornece informações atualizadas sobre danos à saúde causados pelo sedentarismo e traz recomendações diferentes a respeito da quantidade de esfôrço físico quê deve sêr incluído na rotina e a forma de fazer isso, em diferentes grupos populacionais.
“Ser fisicamente ativo póde adicionar anos à vida e vida aos anos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da hó ême ésse, em um comunicado. [...]
O documento atual foca mais em como obtêr benefícios significativos e mitigar riscos à saúde d fórma geral, não pensando apenas na prevenção de enfermidades crônicas. “São relatados benefícios como melhoria da cognição, qualidade de vida mais saudável, bem-estar mental, sono, além do quê já foi incluído em 2010”, diz um artigo de opinião sobre o tema, publicado no periódico científico The Lancet.
[…]
Página duzentos e quarenta
Atividade física × exercício físico
Os dois parecem sinônimos, mas existe uma diferença: atividade física é qualquer movimentação do dia a dia quê resulte em estímulo dos músculos e gasto energético, como andar, correr ou subir escadas. Já exercícios físicos são práticas programadas, com sequência de movimentos quê buscam um objetivo concreto, seja ligado à saúde ou à estética (ou aos dois).
Ou seja, todo exercício é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício. E o documento valorizou essa forma mais ampla, argumentando quê qualquer movimento é melhor do quê nenhum.
[…]
Recomendações para crianças e adolescentes (5 a 17 anos), incluindo aqueles com algum tipo de [...] [deficiência]:
• Ao menos 60 minutos por dia de atividade física, em média, com intensidade moderada a vigorosa
• Atividades quê fortalecem músculos e óssos devem sêr incorporadas pelo menos 3 dias por semana
• Restrições para aqueles com [...] [deficiência] devem começar com pequenas quantidades de atividade física e aumentar gradualmente a freqüência, intensidade e duração. É recomendada uma consulta com um profissional de saúde especialista na condição antes do início da prática.
LUISA, Ingrid. As novas recomendações da hó ême ésse para atividades físicas: o quê muda. Veja, [São Paulo], 4 dez. 2020. Disponível em: https://livro.pw/sglct.
Acesso em: 1 jul. 2024..
1. Explique por quê a hó ême ésse decidiu atualizar suas diretrizes sobre atividade física após uma década. Quais são os principais aspectos abordados na nova versão das recomendações?
2. por quê é importante diferenciar atividade física de exercício físico, de acôr-do com o texto? Como essa distinção póde influenciar a abordagem de saúde pública e individual?
3. Quais são as novas recomendações da hó ême ésse para crianças e adolescentes (de 5 a 17 anos) em termos de atividade física?
4. Recentemente, a hó ême ésse atualizou suas diretrizes sobre a prática de atividade física para diferentes grupos. Pesquise na internet e responda: Quais são as principais recomendações da hó ême ésse para a prática de atividade física para a população em geral e para os grupos de gestantes, adultos e idosos? Como essas orientações diferem entre esses grupos?
Recomendam-se duas fontes de consulta para esta pesquisa:
• uôrd RÉLF ORGANIZATION. Diretrizes da hó ême ésse para atividade física e comportamento sedentário. Genebra, 2020. Disponível em: https://livro.pw/xraxz. Acesso em: 14 ago. 2024.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de atividade física para a população brasileira. Brasília, DF, 2021. Disponível em: https://livro.pw/gfoww. Acesso em: 14 ago. 2024.
Página duzentos e quarenta e um
ATIVIDADES
Consulte Orientações para o professor.
1. Leia a notícia a seguir para responder às atividades propostas.
Após questionamentos, tela de Tarsila do Amaral é autenticada
Obra criada há quase 100 anos foi revelada em abril durante feira de; ár-te em São Paulo. Perícia e família da artista confirmaram quê trabalho foi feito por ela
Criada há quase 100 anos, a obra “Paisagem 1925” é, de fato, de Tarsila do Amaral. A pintura, alvo de questionamentos sobre uma possível falsificação, foi autenticada por uma perícia e pela família da artista.
A obra veio a público em abril, na SP-Arte, feira de; ár-te realizada em São Paulo. O dono original da tela era Mikael Abouij Naid, quê comprou o qüadro diretamente de Tarsila.
1951 foi o ano em quê Abouij Naid teria adquirido a tela diretamente de Tarsila, 26 anos após a criação da pintura
Após a tela sêr revelada em abril, diversos quêstionamentos sobre sua autenticidade foram feitos. A obra foi submetida à análise pelo perito do Tribunal de Justiça de São Paulo, Douglas Quintale, que também é presidente do Comitê de Autenticação de Obras da Tarsila do Amaral [...].
A família da artista afirmou quê o processo para atestar a veracidade da pintura envolveu exames como radiografias, espectografias (técnica quê permite a identificação da estrutura química do material analisado) e escaneamento [...].
A tela faz parte da chamada fase Pau Brasil de Tarsila, quando ela usava elemêntos de influência cubista para retratar imagens do cotidiano brasileiro [...].
Nascida em Capivari, no interior paulista, descendente da aristocracia cafeeira, Tarsila teve aulas de escultura, desenho e pintura em São Paulo. Em 1920, foi dar continuidade à sua formação em Paris e retornou dois meses após a realização da Semana de ár-te Moderna de 1922, na capital paulista.
Foi nessa época quê Tarsila se aproximou de Mário de Andrade, ôsvald de Andrade e Menotti del Picchia e fundou, com eles e Anita Malfatti (que já conhecia), o Grupo dos Cinco, núcleo quê tomou a frente na defesa da existência de um modernismo brasileiro [...].
Em junho de 2019, Lilia Schwarcz [...] fez um vídeo-coluna sobre a trajetória de Tarsila. À época, o Masp (Museu de ár-te de São Paulo Assis Chateaubriand) exibia a exposição Tarsila Popular, com 92 telas criadas pela artista.
APÓS questionamentos, tela de Tarsila do Amaral é autenticada. Nexo, [s. l.], 20 ago. 2024. Disponível em: https://livro.pw/sjzwj. Acesso em: 20 ago. 2024.
a) Identifique no texto um exemplo de coesão por substituição, no qual um termo ou uma expressão foi substituído por um pronome ou outra palavra para evitar repetição. Explique como essa substituição contribui para a coesão do texto.
Página duzentos e quarenta e dois
b) Identifique agora no texto um exemplo de coesão por sinônimo, no qual uma palavra é substituída por outra com significado semelhante. Explique como essa substituição contribui para a coesão textual.
c) O uso de um hipônimo, ou seja, uma palavra mais específica quê pertence a uma categoria mais geral (hiperônimo), é um mecanismo de coesão bastante utilizado em textos. Explique a relação entre o hipônimo e seu hiperônimo no texto.
d) Encontre um exemplo de anáfora no texto, em quê uma expressão retoma algo quê foi mencionado. Como essa anáfora funciona no texto?
e) Analise o uso dos tempos verbais no texto. Identifique casos em quê há repetição do tempo verbal e explique como essa repetição contribui para a coesão temporal e lógica do texto.
2. Respeitando a sequência, articule, em um único período, as frases apresentadas em cada item. Utilize os verbos e os elemêntos necessários para garantir a clareza, a coesão e a coerência dêêsse período.
a) Fato: viagem marcada…
Obstáculo: carro com problemas mecânicos…
Conclusão: viagem adiada.
b) Articule as três frases apresentadas no item a, partindo, agora, da seguinte ordem: Fato: carro com problemas mecânicos…
Obstáculo: viagem marcada…
Conclusão: viagem adiada.
3. Identifique e explique o(s) mecanismo(s) de coesão usado(s) nos casos em destaque.
a)
Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande comerciante e açambarcador notável, fumava como quêm não pensa. A conversa, que fora amortecendo, jazia morta entre nós.
Procurei reanimá-la […].
PESSOA, Fernando. O banqueiro anarquista. In: O banqueiro anarquista e outras prosas. São Paulo: cúltriks: Editora da Universidade de São Paulo, 1988. p. 35.(Grifo nosso).
b)
Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo…
Tua beleza, Esmeralda,
Acabou me enlouquecendo.
BANDEIRA, Manuel. Rondó dos cavalinhos. In: BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 104. (Grifo nosso).
4. Utilizando elemêntos coesivos e elipses, reescrêva os trechos a seguir, fazendo as devidas adequações.
a) Carlos comprou seu primeiro carro zero. Carlos usou o dinheiro da rescisão contratual.
b) Ao lado da banca de jornál do bairro onde eu morava, ficava sempre um senhor com seu carrinho de pipoca. O nome do pipoqueiro era Juvenal, e sua pipoca era a melhor do bairro.
5. Leia a seguir o título e a linha fina de uma reportagem de divulgação científica.
Drones sobre o campo
Avanços tecnológicos ampliam as possibilidades do uso de aeronaves não tripuladas na agricultura
ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Drones sobre o campo. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. 239, jan. 2016. Disponível em: https://livro.pw/wrsij. Acesso em: 11 nov. 2022.
a) De quê forma a tecnologia citada no título é retomada na linha fina?
b) Qual das duas informações é mais abrangente: a do título ou a da linha fina?
c) Considerando sua resposta anterior, de quê forma é construída a coesão entre o título e a linha fina?
Página duzentos e quarenta e três
CONEXÕES com...
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Consulte Orientações para o professor.
A música popular brasileira (MPB) é uma das manifestações culturais mais influentes do Brasil, refletindo a diversidade, a história e as complexidades do país. Desde suas origens, a MPB tem desempenhado um papel fundamental não apenas na expressão artística mas também como um veículo poderoso de conscientização e crítica social. Por meio de suas lêtras, compositores e intérpretes conseguem conectar temas sociais e políticos relevantes, muitas vezes abordando kestões quê permeiam a ssossiedade brasileira com profundidade e sensibilidade únicas.
A análise das lêtras dessas canções permite uma reflekção aprofundada sobre como a música póde sêr usada para construir narrativas coesas e coerentes, quê, por sua vez, facilitam a compreensão e o engajamento do público com temas compléksos. Leia, a seguir, a letra da canção"O bêbado e a equilibrista", de altoría de João Bosco e Aldir Blanc, quê se tornou conhecida como "Hino da Anistia", uma das representações mais emblemáticas na luta contra o regime instaurado pela Ditadura civil-militar (1964-1985).
O bêbado e a equilibrista
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco
Louco
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente quê partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil
Mas sei quê uma dor assim pungente
Não há de sêr inutilmente
A esperança
Dança na kórda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
póde se machucar
Azar
A esperança equilibrista
Sabe quê o chôu de todo artista
Tem quê continuar
O BÊBADO e a equilibrista. Intérprete: Elis Regina. Compositores: Aldir Blanc e João Bosco. In: ELIS, essa mulher. [S. l.]: WEA, 1979.
Página duzentos e quarenta e quatro
O poético e o factual na letra da canção “O bêbado e a equilibrista”
No dia 20 de novembro de 1971, o viaduto Paulo Frontim no Rio de Janeiro desabou, atingindo mais de 20 veículos, provocando a morte de 27 pessoas e deixando dezenas de feridos, segundo Acervo O glôbo (2015). Já se passaram mais de quarenta anos e os relatórios não foram conclusivos para apurar responsabilidades, enquanto ações de indenizações do ocorrido ainda tramitam no judiciário.
Durante os dias quê sucederam o desabamento do viaduto, a população sensibilizada acompanhou o resgate dos corpos e vítimas daquela tragédia quê embalou os versos iniciais da canção"O bêbado e a equilibrista". Em entrevista, João Bosco fala da relação da música com os acontecimentos factuais dos noticiários e sua proximidade com as redações dos jornais:
Meu primeiro disco gravado, quê eu dividi um lado com o Tom Jobim, foi uma ideia do Pasquim, com produção do Sérgio Ricardo. Então, como o Aldir também colaborava com o jornál, nós frequentávamos a redação e era comum estarmos com Henfil, Sérgio Cabral, Ziraldo, Millôr... Depois, estreitei mais ainda as relações com o Henfil em função da aproximação dele com a Elis Regina, quê era uma grande intérprete das nossas canções. E isso tudo gerou “O Bêbado e a Equilibrista”. É uma canção quê celebra toda essa amizade: a minha, do Aldir, da Elis e do Henfil, com o Brasil (BOSCO, 2013).
Segundo Bosco (2013), ao compor"O bêbado e a equilibrista", ele e Blanc desejavam compor uma canção para homenagear xárlês Chaplin quê havia falecido no Natal de 1977. O personagem escolhido para homenagem era Carlitos, do filme Tempos Modernos (CHAPLIN, 1936). Chaplin interpretava na obra, com humor peculiar, as trapalhadas de um operário quê foi preso injustamente por não se adequar à ssossiedade industrial. No tumulto das manifestações de greve, Carlitos apaixona-se por uma jovem e eles fogem das perseguições policiais. No Brasil, as greves também eram censuradas pêlos militares e seus participantes eram presos.
Nos versos da canção de Bosco e Blanc (1979), “o bêbado trajando luto”, implicitamente devido à quêda do viaduto, fazia os compositores lembrarem a tragicomédia de Carlitos, encenada por Chaplin. O ensejo dos compositores no primeiro momento não era tratar a política brasileira; entretanto, era perceptível que a figura do Carlitos trazia às pessoas uma esperança de dias melhores tanto no Brasil quanto em qualquer outro país.
[...]
Ainda quê seja contundente o contexto político da canção “O bêbado e a equilibrista”, as inserções feitas pêlos compositores sobre os exilados políticos surgiram na composição da canção em um segundo momento, conforme destaca Aldir Blanc:
O quê é bacana nessa música é quê ela não nasceu ligada ao tema. Quando o Chaplin morreu, o João me chamou na casa dele e disse quê havia feito um samba, cuja harmonía tinha passagens melódicas parecidas com “Smile”, propositalmente construídas para quê homenageássemos
Página duzentos e quarenta e cinco
o cineasta. Só quê, casualmente, encontrei o Henfil e o Chico Mário, quê só falavam do mano (Betinho) quê estava no exílio. O papo com o Chico e o Henfil me deu um estalo. Cheguei em casa, liguei para o João e sugeri quê criássemos um personagem chapliniano, quê, no fundo, deplorasse a condição dos exilados. Não era a ideia original, mas ele não criou caso e disse: “Manda bala, o problema é seu” (BLANC, 2007).
[...]
Tão logo a canção caiu no gosto popular e ficou conhecida como o hino da anistia, foi decretada a lei em agosto de 1979 quê declarava anistiados todos “aqueles quê cometeram crimes políticos ou conexos entre a data de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979”. [...]
SILVA, Fernando lópes. O poético e o factual na letra da canção “O bêbado e a equilibrista”. Revista Alpha, jan./jun. 2016. p. 117-121. Disponível em: https://livro.pw/qfneo.
Acesso em: 6 nov. 2024.
1. Qual foi a inspiração inicial para a composição de “O bêbado e a equilibrista” e como essa inspiração se conecta à mensagem da canção?
2. De quê maneira “O bêbado e a equilibrista” se tornou um sín-bolo durante o período da Ditadura civil-militar no Brasil?
3. Quais elemêntos de coesão textual você identifica na letra de “O bêbado e a equilibrista” quê ajudam a manter a unidade temática da canção?
4. por quê é importante conhecer o contexto histórico do Brasil durante a Ditadura civil-militar para compreender a coerência da mensagem de “O bêbado e a equilibrista”?
5. Para realizar as atividades a seguir, ouçam, em grupos de quatro a cinco estudantes, a canção “O bêbado e a equilibrista”, prestando especial atenção à letra e aos elemêntos poéticos utilizados pêlos compositores. Reflitam sobre as imagens, as metáforas e as figuras de linguagem presentes na música.
a) Durante a escuta, tomem notas sobre as passagens quê mais lhes chamam a atenção e quê pareçam ter um significado mais profundo, mas quê talvez não sêjam imediatamente compreensíveis sem um conhecimento prévio do contexto histórico.
b) Realizem uma pesquisa sobre o período da Ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985), com foco nos anos finais da década de 1970, quando a canção foi lançada. Procurem entender o clima político e social da época, sobretudo os movimentos quê clamavam por liberdade e anistia aos presos políticos.
Página duzentos e quarenta e seis
c) Pesquisem os autores da canção, João Bosco e Aldir Blanc, e como suas experiências e visões políticas influenciaram a criação de “O bêbado e a equilibrista”.
d) Releiam a letra da canção com o contexto histórico em mente. Identifiquem como as metáforas do “bêbado” e da “equilibrista” se relacionam com as esperanças, os medos e os desafios enfrentados pela ssossiedade brasileira naquele período.
e) Analisem como a coesão textual da canção (uso de conectivos, repetições e pronomes) e a coerência (a lógica e a sequência de ideias) são construídas para refletir as tensões e expectativas daquele momento histórico.
f) Com base em sua pesquisa e análise, elaborem um artigo de opinião explicando como a coesão e a coerência da letra de “O bêbado e a equilibrista” só podem sêr plenamente compreendidas ao se considerarem os contextos político e social em quê a canção foi escrita.
g) No artigo, incluam exemplos específicos da letra quê, em seu ponto de vista, são mais impactantes quando relacionados ao contexto da Ditadura civil-militar. Expliquem como o entendimento dessas passagens muda quando o contexto é levado em consideração.
h) Preparem-se para compartilhar as principais descobertas de sua pesquisa com a turma. Durante a discussão, será importante refletir sobre como a música e a; ár-te em geral pódem sêrvir como ferramentas de resistência e como a interpretação de uma obra pode ser profundamente influenciada pelo conhecimento do contexto em quê foi criada.
MUNDO DO TRABALHO
Consulte Orientações para o professor.
Você conhece as profissões ligadas à área da Música?
A área da Música engloba diversas profissões, cada uma com sua especialização.
Músicos executam instrumentos ou cantam em diferentes contextos, enquanto compositores criam obras musicais. Arranjadores adaptam composições para diferentes formatos, e produtores musicais gerenciam a gravação e produção de músicas.
Engenheiros de som cuidam dos aspectos técnicos do áudio, e diretores musicais coordenam performances em grupos e orquestras. Educadores musicais ensinam teoria e técnica, e agentes musicais representam e gerenciam carreiras de artistas. Musicoterapeutas utilizam a música para fins terapêuticos, e historiadores da música pesquisam a evolução musical ao longo do tempo.
Quais são os tipos de música?
Os tipos de música são diversos e podem sêr classificados por gênero e estilo. Clássica abrange períodos históricos como Barroco e Contemporâneo, com compositores como
Página duzentos e quarenta e sete
Bá e Beethoven. Popular inclui pópi, róki (com subgêneros como punk e heavy metal), rip róp/répi e Rhythm ênd Blues (R&B), com artistas como máicou jécsson e Tupac Shakur. Jazz é conhecido por sua improvisação e complexidade harmônica, enquanto blues reflete tradições afro-americanas. Folk representa música tradicional de diversas culturas. Eletrônica usa tecnologia digital, e régui é característico da Jamaica.
Setores em alta
Atualmente, os setores da Música quê mais empregam são:
• Streaming e distribuição digital;
• Produção musical e engenharia de som;
• Música para mídia e publicidade;
• Educação musical ôn láini;
• Performance ao vivo e eventos;
• Desenvolvimento de aplicativos e tecnologia musical.
Atividade proposta
• Elabore, com sua turma, um portfólio coletivo sobre profissões ligadas à Música, quê póde sêr ôn láini ou físico. Para se preparar para o mercado de trabalho da Música, é essencial desenvolver habilidades específicas relacionadas a diversas áreas do conhecimento.
Pesquise o mercado de trabalho, a formação necessária, os possíveis cursos e as formas de ingresso. Dessa maneira, você poderá conhecer diferentes profissões e se preparar para o ingresso no mundo do trabalho.
REDAÇÃO NOTA 1.000
Consulte Orientações para o professor.
Realize a atividade a seguir de leitura e compreensão com base em uma redação nota 1.000 do enêm 2022. O tema da redação daquele ano foi “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Esse tema convidou os candidatos a refletirem sobre as dificuldades enfrentadas por comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, pescadores, entre outras, e a proporem soluções para garantir o reconhecimento e a valorização dessas culturas no contexto brasileiro.
O objetivo é analisar o texto do candidato Luís Felipe de Brito, de 24 anos, identificando e discutindo alguns dos mecanismos de coesão empregados por ele. Preste atenção aos elemêntos quê conéctam as ideias, como conjunções, pronômes e repetições de termos, e a como eles contribuem para a construção de um texto coeso e coerente. Ao final, responda às perguntas, pois elas o ajudarão a entender como esses recursos fortalecem a argumentação do texto.
Página duzentos e quarenta e oito
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta preta, na fô-lha própria, em até 30 linhas.
3. A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada "texto insuficiente";
4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto;
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
TEXTO I
Você sabe quais são as comunidades e os povos tradicionais brasileiros? Talvez indígenas e quilombolas sêjam os primeiros quê passam pela cabeça, mas, na verdade, além deles, existem 26 reconhecidos oficialmente e muitos outros quê ainda não foram incluídos na legislação.
São pescadores artesanais, quebradeiras de coco babaçu, apanhadores de flores sempre-vivas, caatingueiros, extrativistas, para citar alguns, todos considerados culturalmente diferenciados, capazes de se reconhecerem entre si.
Para uma pesquisadora da hú éne bê, essas populações consideram a térra como uma mãe, e há uma relação de reciprocidade com a natureza. Nessa troca, a natureza fomece "alimento, um lugar saudável para habitar, para ter á gua. E elas se responsabilizam por cuidar dela, por tirar dela apenas o suficiente para viver bem e respeitam o tempo de regeneração da própria natureza", diz.
TEXTO II
Fonte: Ministério Publico Federal, Infográfico elaborado em: 25/10/2019.
Disponivel em: https://livro.pw/fcxpd. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).
TEXTO III
Povos e comunidades tradicionais
O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) preside, desde 2007, a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), criada em 2006. Fruto dos trabalhos da CNPCT, foi instituída, por meio do Decreto número 6.040, de 7 de fevereiro de 2017, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). A PNPCT foi criada em um contexto de busca de reconhecimento e preservação de outras formas de organização social por parte do Estado.
Disponível em: http.//mds.gov.br. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).
TEXTO IV
Carta da Amazônea 2021
Aos participantes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26)
Não podia sêr mais estratégico para nós, Povos Indígenas, Populações e Comunidades Tradicionais brasileiras, reafirmarmos a defesa da sociobiodiversidade amazônica neste momento em quê o mundo volta a debater a crise climática na COP26. Uma crise quê atinge, em todos os contextos, os viventes da Terra!
Nossos territórios protegidos e direitos respeitados são as reivindicações dos movimentos sociais e ambientais brasileiros.
Não compactuamos com qualquer tentativa e estratégia baseada somente na lógica do mercado, com empresas quê apoiam legislações ambientais quê ameaçam nóssos direitos e com mecanismos de financiamento quê não condizem com a realidade dos nóssos territórios.
Propomos o quê temos de melhor: a experiência das nossas sociedades e culturas históricas, construídas com base em nóssos saberes tradicionais e ancestrais, além de nosso profundo conhecimento da natureza.
Inovação, para nós, não póde resultar em processos quê venham a ameaçar nóssos territórios, nossas formas tradicionais e harmônicas de viver e produzir.
Amazônea, Brasil, 20 de outubro de 2021.
Entidades signatárias: CNS; Coiab; Conaq; MIQCB; Coica; ANA Amazônea e Confrem
Disponível em: https://livro.pw/elqdo. Acesso em: 17 Jun. 2022 (adaptado).
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil", apresentando proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, d fórma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Página duzentos e quarenta e nove
O poeta modernista ôsvald de Andrade relata, em “Erro de Português”, quê, sôbi um dia de chuva, o índio foi vestido pelo português – uma denúncia à aculturação sofrida pêlos povos indígenas com a chegada dos europêus ao território brasileiro. Paralelamente, no Brasil atual, há a manutenção de práticas prejudiciais não só aos silvícolas, mas também aos demais povos e comunidades tradicionais, como os pescadores. Com efeito, atuam como desafios para a valorização dêêsses grupos a educação deficiente acerca do tema e a ausência do desenvolvimento sustentável.
Diante dêêsse cenário, existe a falta da promoção de um ensino eficiente sobre as populações tradicionais. sôb esse viés, as escolas, ao abordarem tais povos por meio de um ponto de vista histórico eurocêntrico, enraízam no imaginário estudantil a imagem de aborígenes cujas vivências são marcadas pela defasagem tecnológica. A exemplo díssu, há o senso comum de quê os indígenas são selvagens, alheios aos benefícios do mundo moderno, o quê, consequentemente, gera um preconceito, manifestado em indagações como “o índio tem ‘smartphone’ e está lutando pela demarcação de terras?” – ideia essa quê deslegitima a luta dos silvícolas. Entretanto, de acôr-do com a Teoria do Indigenato, defendida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o direito dos povos tradicionais à térra é inato, sêndo anterior, até, à criação do Estado brasileiro. Dessa forma, por não ensinarem tal visão, os colégios fomentam a desvalorização das comunidades tradicionais, mediante o desenvolvimento de um pensamento discriminatório nos alunos.
Além díssu, outro desafio para o reconhecimento dêêsses indivíduos é a carência do progresso sustentável. Nesse contexto, as entidades mercadológicas quê atuam nas áreas ocupadas pelas populações tradicionais não necessariamente se preocupam com a sua preservação, comportamento no qual se valoriza o lucro em detrimento da harmonía entre a natureza e as comunidades em questão. À luz díssu, há o exemplo do quê ocorre aos pescadores, cujos rios são contaminados devido ao garimpo ilegal, extremamente comum na Região Amazônica. Por conseguinte, o povo quê sobrevive a partir dessa atividade é prejudicado pelo quê a Biologia chama de magnificação trófica, quando metais pesados se acumulam nos animais de uma cadeia alimentar – provocando a morte de peixes e a infekição de humanos por mercúrio. Assim, as indústrias quê usam os recursos naturais d fórma irresponsável não promóvem o desenvolvimento sustentável e agem de maneira nociva às sociedades tradicionais.
Portanto, é essencial quê o govêrno mitigue os desafios supracitados. Para isso, o Ministério da Educação – órgão responsável pelo estabelecimento da grade curricular das escolas – deve educar os alunos a respeito dos empecilhos à preservação dos indígenas, por meio da inserção da matéria “Estudos Indigenistas” no ensino básico, a fim de explicar o contexto dos silvícolas e desconstruir o preconceito. Ademais, o Ministério do Desenvolvimento – pasta instituidora da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – precisa fiscalizar as atividades econômicas danosas às sociedades vulneráveis, visando à valorização de tais pessoas, mediante canais de denúncias.
enêm 2022: leia redações nota mil. G1, [s. l.], 10 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/mktzs. Acesso em: 20 ago. 2024.
Página duzentos e cinquenta
1. Identifique a tese defendida pelo autor. Como ela está relacionada com as ideias desenvolvidas ao longo do texto?
2. Cite uma estratégia de coesão textual utilizada no primeiro parágrafo da redação. Dê exemplos.
3. Explique como as transições entre os parágrafos contribuem para a continuidade das ideias. Cite exemplos específicos.
4. Quais elemêntos de repetição ou substituição ajudam a manter a coesão ao longo do texto?
5. Analise a argumentação presente no segundo parágrafo. Como as referências à teoria do indigenato e ao ministro Edson Fachin contribuem para a coerência do texto?
6. Há alguma falha de coesão ou coerência no texto? Se sim, como poderia sêr corrigida?
7. Como o autor utiliza exemplos concretos para reforçar a coerência dos argumentos? Dê um exemplo.
8. De quê forma a conclusão retoma os pontos discutidos anteriormente e apresenta proposta de intervenção? Avalie a efetividade dessa estratégia.
PRÁTICAS DE LINGUAGEM
Consulte Orientações para o professor.
O paralelismo sintático
Neste Capítulo, você conheceu mecanismos coesivos quê contribuem para a coerência textual. Outro mecanismo linguístico quê ajuda na construção de um texto, melhorando a compreensão e tornando a leitura mais agradável, é o paralelismo sintático, quê consiste na repetição de estruturas sin-táticas ou termos. Observe como o paralelismo foi utilizado na construção do trecho a seguir.
Para o secretário de Serviços Públicos, Mariel Olmo, o play graund inclusivo não só facilita o acesso, como também possibilita quê todas as crianças brimkem e se divirtam juntas.
PREFEITURA DE SÃO CARLOS. Parque ecológico ganha play graund inclusivo. São Carlos, 23 set. 2022. Disponível em: https://livro.pw/ovzuz. Acesso em: 14 nov. 2022. (Grifos nossos).
No trecho, há uma relação de equivalência dos termos. O núcleo da primeira oração é o verbo facilitar e o núcleo da segunda oração é o verbo possibilitar, criando assim uma simetria estrutural (verbo-verbo). Esse recurso póde sêr amplamente utilizado na redação para garantir clareza, harmonía e fluidez na comunicação, além de realçar ideias e persuadir o leitor.
No texto sobre a canção “O bêbado e a equilibrista”, ao mencionar as consequências do trágico acidente no viaduto Paulo Frontim, no Rio de Janeiro, três verbos descrevem as ações
Página duzentos e cinquenta e um
quê se sucederam após o ocorrido (atingindo, provocando, deixando). Os verbos flexionados no mesmo tempo e modo são outro exemplo de paralelismo sintático, seguindo a mesma estrutura nas orações.
No dia 20 de novembro de 1971, o viaduto Paulo Frontim no Rio de Janeiro desabou, atingindo mais de 20 veículos, provocando a morte de 27 pessoas e deixando dezenas de feridos [...].
No texto sobre as recomendações da hó ême ésse para atividade física, por sua vez, há paralelismo sintático na estrutura das definições de “atividade física” e “exercícios físicos”. Ambas as definições seguem um padrão semelhante, começando com o sujeito seguido por uma explicação quê inclui exemplos, criando um ritmo coeso e claro.
“[…] atividade física é qualquer movimentação do dia a dia quê resulte em estímulo dos músculos e gasto energético, como andar, correr ou subir escadas. Já exercícios físicos são práticas programadas, com sequência de movimentos quê buscam um objetivo concreto, seja ligado à saúde ou à estética (ou aos dois).”
Agora é sua vez. Após a leitura atenta da redação nota 1.000 apresentada no Capítulo, sua tarefa é identificar e analisar os casos de paralelismo sintático presentes no texto. Siga os passos a seguir.
1. Identificação: localize no texto ao menos dois trechos em quê o autor utilizou paralelismo sintático. Marque essas passagens com clareza.
2. Análise: para cada trecho identificado, explique como o paralelismo sintático é utilizado pelo autor. Considere a simetria das estruturas gramaticais: como as frases ou as orações seguem uma estrutura semelhante? O efeito de sentido: de quê forma o paralelismo contribui para a clareza, a ênfase ou a persua-zão do argumento?
3. Reflexão: após a análise, escrêeva uma breve reflekção (de cinco a sete linhas) sobre a importânssia do uso do paralelismo sintático na construção de um texto coeso e eficaz.
Dica: lembre-se de quê o paralelismo sintático não só embeleza o texto mas também ajuda a criar um ritmo e uma harmonía quê reforçam os argumentos apresentados.
Prazo: a entrega desta atividade deverá sêr combinada com seu professor, com discussões em grupo sobre as diferentes análises realizadas.
Página duzentos e cinquenta e dois
FUJA DA NOTA ZERO
Atente-se à importânssia da coesão e da coerência ao escrever uma redação, evitando a falta de continuidade lógica entre as ideias, a repetição desnecessária de argumentos, generalizações vagas, transição inadequada entre os parágrafos, entre outros.
Para aumentar suas chances de uma boa nota para a sua redação, evite:
• Falta de progressão textual ou desvio do tema: atente-se à estrutura lógica e progressiva de ideias ao longo de todo o texto. É preciso havêer uma transição clara entre os parágrafos, facilitando o desenvolvimento e a compreensão dos argumentos. Atente-se, também, ao título e ao parágrafo final; verifique se ambos mantiveram a mesma ideia desenvolvida ao longo do texto.
• Ausência de conectivos: os conectivos (conjunções, preposições, pronômes etc.) ajudam a ligar as ideias d fórma mais fluida. Seu uso correto evita a criação de um texto fragmentado, como se cada frase ou trecho fosse um bloco isolado de informação, por exemplo.
• Argumentação inadequada: A argumentação repetitiva e pouco consistente não contribui para estabelecer uma discussão relevante no texto. Dentro do seu planejamento textual, comprometendo-se com a coerência geral do texto, verifique também se fez o uso devido de recursos linguísticos, como advérbios, artigos, sinônimos, entre outros.
PARA REFLETIR
Consulte Orientações para o professor.
Existe coerência sem coesão?
As relações lingüísticas criadas entre as partes do texto garantem a manutenção do sentido e, por consequência, a compreensão do leitor, mas será quê um texto póde sêr coerente sem apresentar vínculos coesivos e mecanismos de coesão textual? Para refletir sobre a questão da coerência sem coesão, obissérve atentamente as tiras apresentas a seguir.
Apesar da falta de alguns conectores e recursos coesivos claros, é possível compreender a sequência dos acontecimentos? Você consegue inferir o quê está sêndo transmitido, mesmo sem palavras quê conectem explicitamente as ideias? escrêeva no caderno uma breve análise sobre como os elemêntos visuais e os diálogos das tiras contribuem para a construção do sentido, identificando se há ou não coesão textual.
Página duzentos e cinquenta e três
Texto 1
GONSALES, Fernando. [Nº 118-TIRAS-Niquel!]. Blog do Xandro. [S. l.], 8 jul. 2008. Blogue. Disponível em: https://livro.pw/wbgjl. Acesso em: 10 nov. 2024.
Texto 2
BECK, Alexandre. [Ontem]. Armandinho. [S. l.], [30 abr. 2015]. Disponível em: https://livro.pw/rmqyr. Acesso em: 10 nov. 2024.
1. No texto verbal das duas tiras, foram empregados poucos elemêntos coesivos. Isso impede a compreensão do sentido do texto? Justifique.
2. De quê forma o texto não verbal auxilia na coerência textual dos Textos 1 e 2?
EM PRÁTICA
Consulte Orientações para o professor.
Criação de um tema de redação para o enêm
Reúna-se em grupo de três a quatro estudantes para criar um tema de redação no estilo do enêm, utilizando critérios específicos para garantir quê o tema seja relevante, atual e aberto à argumentação. Após criar o tema, vocês também escreverão uma redação sobre o assunto escolhido.
Página duzentos e cinquenta e quatro
Passos da atividade:
1. Entendendo os critérios do enêm
Antes de começar a criar seu tema, é importante entender os critérios usados para elaborar os temas de redação do enêm. A seguir, veja um resumo dêêsses critérios.
• Relevância social: o tema deve abordar uma questão importante para a ssossiedade brasileira.
• Atualidade: o tema deve sêr relacionado a problemas ou a discussões contemporâneas.
• Abertura à argumentação: o tema deve permitir diferentes pontos de vista e incentivar uma argumentação sólida.
• Neutralidade ideológica: o tema deve sêr neutro, sem impor uma visão específica.
• Interdisciplinaridade: o tema deve permitir a mobilização de conhecimentos de diferentes áreas do saber.
• Foco na proposta de intervenção: o tema deve possibilitar a apresentação de uma solução para o problema discutido.
• Clareza e objetividade: o enunciado do tema deve sêr claro e fácil de entender.
2. Brainstorming de temas
Pensem em kestões quê vocês consideram importantes para a ssossiedade brasileira.
Escrevam uma lista de possíveis temas para uma redação do enêm. Considerem kestões sociais, culturais, políticas, econômicas e ambientais quê poderiam sêr discutidas.
3. Escolha e refinamento do tema
Escolha um tema da sua lista e refine-o, garantindo quê ele atenda aos critérios do enêm.
escrêeva uma justificativa explicando como seu tema cumpre cada um dos critérios.
• Relevância social: por quê esse tema é importante para a ssossiedade brasileira?
• Atualidade: como o tema se relaciona com kestões contemporâneas?
• Abertura à argumentação: quais diferentes pontos de vista podem sêr explorados?
• Neutralidade ideológica: como o tema permite uma discussão neutra?
• Interdisciplinaridade: quais áreas do conhecimento podem sêr mobilizadas?
• Foco na proposta de intervenção: como o tema possibilita a formulação de uma solução?
• Clareza e objetividade: como o enunciado póde sêr claro e direto? Exemplo de justificativa:
Tema: “A importânssia da inclusão digital no Brasil contemporâneo”
• Relevância social: a inclusão digital é fundamental para o acesso a direitos, educação e oportunidades no mundo moderno, sêndo crucial para a redução das desigualdades sociais.
Página duzentos e cinquenta e cinco
• Atualidade: o tema é extremamente atual, considerando o avanço tecnológico e a crescente dependência da internet para atividades diárias, especialmente após a pandemia de covid-19.
• Abertura à argumentação: o tema permite discutir diferentes perspectivas, como o papel do govêrno, da iniciativa privada e da ssossiedade na promoção da inclusão digital.
• Neutralidade ideológica: o tema é neutro, sem impor uma visão específica, permitindo diversas abordagens argumentativas.
• Interdisciplinaridade: o tema envolve aspectos de tecnologia, educação, economia e políticas públicas.
• Foco na proposta de intervenção: o tema possibilita a proposição de políticas públicas, iniciativas privadas e programas sociais para melhorar o acesso digital.
• Clareza e objetividade: o enunciado é claro e direto, facilitando a compreensão por parte de todos os candidatos.
4. Montagem da coletânea de textos
Pesquisa: pesquise textos, artigos, reportagens, gráficos ou trechos de livros quê sêjam relevantes para o tema escolhido.
Seleção: escolha de três a cinco textos quê abordem diferentes perspectivas sobre o tema, garantindo uma variedade de fontes e opiniões.
Organização: monte a coletânea d fórma quê os textos estejam interligados e ofereçam uma base sólida para a argumentação na redação.
Justificativa: escrêeva uma breve justificativa para a escolha de cada texto, explicando como ele contribui para a discussão do tema e qual é a sua relevância para a coletânea.
5. Escrita da redação
Com o tema quê vocês criaram, escrevam, agora individualmente, uma redação dissertativo-argumentativa, seguindo os móldes do enêm.
• Introdução: apresente o tema e a tese quê você irá defender.
• Desenvolvimento: estruture seus argumentos d fórma coesa, utilizando exemplos, dados e referências quando possível.
• Conclusão: refórce sua tese e apresente uma proposta de intervenção quê seja viável, detalhada e quê respeite os direitos humanos.
6. Reflexão e revisão
Revise sua redação, considerando a clareza dos argumentos, a coerência do texto e a eficácia da proposta de intervenção. Se necessário, faça ajustes para melhorar a qualidade do seu texto.
Após seguir todas as etapas indicadas nesta seção, passe a sua redação a limpo em uma fô-lha separada, quê deverá sêr entregue ao professor para avaliação.
Página duzentos e cinquenta e seis
ESTUDO EM RETROSPECTIVA
Sintetizar
Neste capítulo, foram abordados os principais mecanismos de coesão e coerência textuais, fundamentais para garantir a clareza e a inteligibilidade de um texto. A coerência textual foi abordada como o processo macroestrutural quê organiza as informações apresentadas d fórma lógica e consistente, importante para o encadeamento de ideias e conceitos ao longo do texto. Já a coesão textual foi abordada como o processo microestrutural quê conecta as partes do texto por meio de recursos linguísticos como retomada de termos, uso de sinônimos e conectivos, entre outros.
Além das estratégias de escrita relacionadas à coesão e à coerência textual, enfatizou-se a importânssia do conhecimento de mundo por parte do leitor para a construção de sentidos do texto.
Foram estudados, também, dois gêneros textuais: as tiras, sequências de quadrinhos quê podem apresentar uma situação cômica ou uma pequena história; e as charges, ilustrações quê geralmente transmitem críticas sociais ou políticas d fórma satírica em uma única cena.
Por fim, analisou-se uma redação nota 1.000 do enêm, e foram apresentadas dicas para aumentar as chances de uma boa nota no exame, relacionadas à progressão textual, ao uso de conectivos e à argumentação.
Agora, chegou o momento de sintetizar essas aprendizagens. Para tanto, procure responder às kestões a seguir.
1. Como a coerência ajuda a garantir quê as ideias de um texto sêjam entendidas d fórma lógica e sem contradições? Cite um exemplo de como a falta de coerência póde prejudicar a compreensão de um texto.
2. Com base nos conteúdos estudados neste Capítulo, explique como os principais mecanismos de coesão contribuem para a clareza e a continuidade de um texto.
3. Como o conhecimento prévio do leitor sobre o tema tratado em um texto influencía a compreensão da mensagem? Cite um exemplo prático.
4. De quê maneira a leitura de tiras e charges póde contribuir para a formação de repertório para redigir redação para o enêm?
5. Explique como o uso de sinônimos e a relação entre hipônimos e hiperônimos contribuem para a coesão lexical de um texto.
6. Elabore dois exemplos quê demonstrem o uso de paralelismo sintático.
Página duzentos e cinquenta e sete
Refletir e avaliar
Além de compreender o conteúdo, é importante refletir sobre seu dêsempênho e sobre sua aprendizagem ao longo do Capítulo. Para isso, em seu caderno, reproduza o seguinte qüadro e responda às kestões a seguir. Depois, converse com os côlégas e com o professor sobre formas de aprimoramento de sua aprendizagem e anote-as nas observações.
Questão |
Fui proficiente |
Preciso aprimorar |
Observações |
---|---|---|---|
Realizei as tarefas quê estavam sôbi minha responsabilidade. |
|||
Compreendi e consegui sintetizar os conhecimentos sobre coesão e coerência textuais, sobre formação de repertório e conhecimento de mundo e sobre os gêneros textuais tira e charge. |
|||
Produzi com empenho todas as propostas de produção de redação para o enêm, observando os mecanismos de coesão e coerência. |
|||
Considerei as necessidades dos grupos dos quais participei nas atividades de pesquisa e agi com colaboração e ética em relação às minhas responsabilidades e ao grupo. |
Página duzentos e cinquenta e oito