Orientações didáticas específicas
No qüadro a seguir, são apresentados os temas, as competências gerais e específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, as habilidades e os Temas Contemporâneos Transversais desenvolvidos ao longo do volume. Nas páginas seguintes, oferecemos as orientações e indicações capítulo a capítulo.
Capítulo |
Temas |
Competências gerais da Educação Básica |
---|---|---|
1. Indivíduo e ssossiedade |
Identidade, indivíduo, ssossiedade, socialização primária e secundária; rupturas e permanências das sociedades humanas; conceitos de fenômeno social; subjetividade; capital social; capital cultural; capital econômico e capital; organização de pôdêr; estruturas econômicas; cultura; luta de classes; fato social; saber sociológico; ideologia; ação social; processos de socialização. |
1, 2, 7, 8, 9, 10 |
2. Cultura, etnocentrismo e ideologia |
Conceitos de evolucionismo social; cultura; relativismo cultural, etnocentrismo e ideologia; limitações das teorias evolucionistas; intolerância e violência decorrentes do etnocentrismo; perspectiva decolonial; estruturação e perpetuação das posições de pôdêr; conceitos de racialismo; eugenia; relativismo cultural; etnocentrismo; ideologia. |
1, 2, 6, 9 |
3. Imaginação sociológica |
Diferenças entre problema individual, problema social e problema sociológico; imaginação sociológica; análise de fenômenos sociais por meio do método de pesquisa “estudo de caso”; dados qualitativos e dados quantitativos. |
1, 2, 4, 7, 10 |
4. Cultura e natureza |
Relação entre natureza e cultura; agentes culturais quê moldam o ambiente natural; multinaturalismo; perspectivismo; cosmologia/cosmovisão. |
1, 3, 6, 9 |
5. Racismo no Brasil |
Composição da população brasileira atual; desigualdade social e racial no Brasil; racismo na ssossiedade brasileira; combate ao racismo; raça, racismo científico e racismo estrutural. |
1, 2, 7, 9 |
Página trezentos e oitenta e três
Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas |
Habilidades |
Temas Contemporâneos Transversais |
---|---|---|
1, 4 |
EM13CHS101, EM13CHS104, EM13CHS401 e EM13CHS501. |
Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social, Educação em Direitos Humanos, Direitos da Criança e do Adolescente) Multiculturalismo (Diversidade Cultural, Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
1, 5 |
EM13CHS102, EM13CHS105, EM13CHS106 e EM13CHS502. |
Multiculturalismo (Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
1, 2, 3, 4, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS206, EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS306, EM13CHS404, EM13CHS601, EM13CHS602 e EM13CHS606. |
Meio Ambiente (Educação para o Consumo) Economia (Trabalho) Saúde (Educação Alimentar e Nutricional) Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social) Multiculturalismo (Diversidade Cultural) Ciência e Tecnologia (Ciência e Tecnologia) |
1, 3, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS104, EM13CHS105, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306, EM13CHS502 , EM13CHS504 e EM13CHS601. |
Meio Ambiente (Educação Ambiental) Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social; Educação em Direitos Humanos) Multiculturalismo (Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
1, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS502, EM13CHS503 e EM13CHS601. |
Economia (Trabalho) Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos) Multiculturalismo (Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
Página trezentos e oitenta e quatro
Capítulo |
Temas |
Competências gerais da Educação Básica |
---|---|---|
6. Jovens, juventudes e culturas juvenis |
Juventude e cultura juvenil; desafios da juventude brasileira. |
1, 2, 4, 6, 7, 8, 9, 10 |
7. Uma ciência do social: clássicos e modernos |
Autores clássicos das Ciências Sociais; Sociologia, Ciência Política e Antropologia; objetos de estudos das Ciências Sociais; a revisão bibliográfica como prática de pesquisa; Darwinismo; Idade moderna e modernidade. |
1, 2, 7, 9, 10 |
8. Política, democracia e Estado |
Política e Estado no contexto atual; contratualistas e contrato social; modelos de democracia; técnicas argumentativas; campo político; teoria da separação dos três pôdêris; tecnopolítica; tipos de dominação. |
1, 2, 7, 8, 9, 10 |
9. Democracia, cidadania e direitos humanos |
Democracia e cidadania no mundo contemporâneo; direitos humanos e sua relação com a cidadania e a democracia; nepotismo; homem cordial. |
1, 2, 5, 9, 10 |
10. Legislação, Estado e política |
Três pôdêris da República Federativa do Brasil; direitos e deveres; lei, poliarquia e voto; Estado democrático de direito. |
1, 2, 8, 9, 10 |
11. Movimentos sociais |
Movimentos sociais; institucionalização dos movimentos sociais; participação democrática da população na ssossiedade; movimento social conjuntural; movimento social estrutural; lobbying; advocacy. |
1, 2, 4, 6, 7, 9, 10 |
12. Necropolítica, miscigenação e resistência negra |
Necropolítica, genocídio, miscigenação e democracia racial; exclusão social e racismo; resistência negra no Brasil; biopoder; racismo institucional; embranquecimento; apropriação cultural; reafricanização. |
1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10 |
Página trezentos e oitenta e cinco
Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas |
Habilidades |
Temas Contemporâneos Transversais |
---|---|---|
1, 2, 3, 4, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS205, EM13CHS303, EM13CHS402, EM13CHS404, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS601 e EM13CHS606. |
Economia (Trabalho) Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social; Direitos da Criança e do Adolescente) Multiculturalismo (Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
1, 6 |
EM13CHS101 e EM13CHS603. |
Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos) Multiculturalismo (Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
1, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS504, EM13CHS603 e EM13CHS604. |
Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social; Educação em Direitos Humanos) Multiculturalismo (Diversidade Cultural) Ciência e Tecnologia (Ciência e Tecnologia) |
1, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS602 e EM13CHS605. |
Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social; Educação para o Trânsito; Educação em Direitos Humanos; Processo de envelhecimento, respeito e valorização do Idoso) |
1, 2, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS106, EM13CHS204, EM13CHS504, EM13CHS603 e EM13CHS605. |
Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos) |
1, 2, 4, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS205, EM13CHS206, EM13CHS403, EM13CHS404, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS601, EM13CHS604 e EM13CHS605. |
Economia (Trabalho) Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social; Educação em Direitos Humanos) Multiculturalismo (Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
1, 2, 4, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS104, EM13CHS106 , EM13CHS203, EM13CHS204, EM13CHS404, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS601, EM13CHS605 e EM13CHS606. |
Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos) Multiculturalismo (Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) |
Página trezentos e oitenta e seis
Capítulo |
Temas |
Competências gerais da Educação Básica |
---|---|---|
13. Sexualidade e diversidade de gênero |
Sexo, gênero e sexualidade; patriarcado e desigualdades de gênero; movimentos feministas; combate à desigualdade e às violências sexual e de gênero; interseccionalidade; identidade e expressão de gênero; violência simbólica; trabalho produtivo; trabalho reprodutivo. |
1, 2, 4, 6, 7, 8, 9, 10 |
14. Trabalho, direitos e desigualdades |
Conceitos de trabalho em diferentes matrizes teóricas; principais transformações do trabalho nas sociedades capitalistas; trabalho formal e trabalho informal; divisão social do trabalho; solidariedade social; solidariedade mecânica; solidariedade OR GÂNICA; alienação; fordismo; toyotismo; mais valia; burguesia; ética protestante; neoliberalismo; espírito do capitalismo; proletariado; taylorismo; uberização. |
1, 2, 6, 7, 9, 10 |
15. Sociedade e vigilância tecnológica |
Redes sociais e dinâmica social; contrôle e vigilância das big techs; capitalismo de vigilância; dados pessoais e platafórmas digitais; big data; economia da atenção; algoritmo; teia cognitiva; bolhas; ssossiedade disciplinar; ssossiedade do contrôle. |
1, 2, 4, 5 |
16. Meio ambiente e ssossiedade |
Meio ambiente e organização social; sustentabilidade; principais desafios sócio-ambientais da atualidade; sociedades tradicionais e preservação da natureza; desafios ambientais contemporâneos; ambientalismo; desenvolvimento sustentável; antropoceno; justiça ambiental; racismo ambiental; refugiados climáticos; povos tradicionais; pegada ecológica. |
1, 2, 7, 9 |
17. Consumo e indústria cultural |
Sociedade de consumo; consumo e cultura; padrões de consumo na ssossiedade brasileira; mercadoria; valor de uso; valor de troca; fetichismo da mercadoria; indústria cultural; cultura de massa; consumo consciente; economia solidária. |
1, 2, 4, 7, 9, 10 |
18. Entre crenças e práticas sociais: anseios para o futuro |
Afrofuturismo; os pensadores clássicos e a religião; tolerância religiosa; sonhos pessoais e coletivos; dimensão ética e seus valores na prática de vida. |
1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 |
Página trezentos e oitenta e sete
Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas |
Habilidades |
Temas Contemporâneos Transversais |
---|---|---|
1, 5 |
EM13CHS103, EM13CHS502, EM13CHS503 e EM13CHS504. |
Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos) |
1, 4, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS105, EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, EM13CHS404, EM13CHS502, EM13CHS504, EM13CHS605 e EM13CHS606. |
Economia (Trabalho) Cidadania e Civismo (Educação em Direitos Humanos) |
1, 2, 4, 5 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS401, EM13CHS403 e EM13CHS504. |
Meio ambiente (Educação para o Consumo) Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social) Ciência e Tecnologia (Ciência e Tecnologia) |
1, 3 |
EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS304 e EM13CHS306. |
Meio ambiente (Educação Ambiental; Educação para o Consumo) Saúde (Saúde) Multiculturalismo (Diversidade Cultural) |
1, 3, 5 |
EM13CHS106, EM13CHS303 e EM13CHS504. |
Meio ambiente (Educação Ambiental; Educação para o Consumo) Economia (Educação Financeira) Cidadania e Civismo (Direitos da Criança e do Adolescente; Processo de envelhecimento, respeito e valorização do Idoso) |
1, 2, 3, 5, 6 |
EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS106, EM13CHS202, EM13CHS306, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS605 e EM13CHS606. |
Meio ambiente (Educação Ambiental; Educação para o Consumo) Cidadania e Civismo (Vida Familiar e Social; Educação em Direitos Humanos) Multiculturalismo (Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras) Ciência e Tecnologia (Ciência e Tecnologia) |
Página trezentos e oitenta e oito
Capítulo 1
Indivíduo e ssossiedade
êste capítulo explora categorias e conceitos fundamentais da Sociologia, como indivíduo, identidade, pessoa, sujeito, subjetividade, ssossiedade e socialização primária e secundária, com base em teorias de autores clássicos e contemporâneos. Por meio de textos, atividades e imagens, os estudantes são incentivados a refletir sobre a relação entre indivíduo, ssossiedade e espécie, conforme a perspectiva de Edgar Morin.
A compreensão dêêsses conceitos é essencial para quê os estudantes reflitam sobre a complexidade humana e as múltiplas camadas quê constituem o sêr. Utilizando exemplos do cotidiano, os estudantes são incentivados a adotar o “pensamento sociológico”, aproximando-se do objeto de estudo da Sociologia: a ssossiedade e as relações entre indivíduos.
Ao considerar quê as sociedades estão em constante transformação, mas também preservam aspectos estáveis, é importante incentivar os estudantes a pensar sobre o quê muda em uma ssossiedade ao longo do tempo, por quê essas mudanças ocorrem e como elas se manifestam. Esses questionamentos iniciais introduzem os estudantes ao pensamento de autores como káur márquis, Max Weber e Émile dur-káen, destacando quê a análise das relações sociais póde variar de acôr-do com o referencial teórico e a metodologia utilizada.
Não há um consenso na Sociologia sobre a definição precisa de sociedades tradicionais, modernas e contemporâneas. sôb uma perspectiva clássica, dur-káen diferencia as sociedades tradicionais das modernas-industriais pelo tipo de solidariedade quê possibilita a coesão social: a solidariedade mecânica nas sociedades tradicionais e a solidariedade OR GÂNICA nas sociedades modernas. káur márquis afirma quê, nas ssossiedades modernas-capitalistas, há uma distinção clara entre a ssossiedade civil e o Estado, algo diferente do mundo medieval, onde as relações sociais eram moldadas por laços familiares e instituições políticas, como as guildas de ofício. Max Weber caracteriza a sociedade moderna como regida pela racionalidade e pelo desencantamento do mundo.
O conceito de socialização é central para articular a relação entre indivíduo e ssossiedade, permitindo quê os estudantes compreendam essa interdependência e reconheçam o campo de estudo da Sociologia em seu próprio cotidiano. Ao final do capítulo, são apresentadas discussões entre teorias clássicas e contemporâneas sobre permanências e mudanças sociais.
Orientações didáticas
Ao iniciar o capítulo, na página 12, sugerimos quê faça uma apresentação detalhada sobre si ou o componente curricular, pois isso será parte do processo ao longo das atividades. O objetivo é, por meio de exemplos práticos, introduzir o campo e os objetos de estudo da Sociologia.
Ao tratar do conteúdo inicial, espera-se quê os estudantes se sintam sensibilizados e curiosos para compreender os fenômenos sociais com base em situações do cotidiano. Assim, inicia-se o processo de identificar, definir, conhecer, diferenciar, compreender e refletir sobre os conceitos apresentados.
Os tópicos O indivíduo e Indivíduo e fenômeno social têm como objetivo sensibilizar os estudantes para a complexidade das relações sociais. Eles incentivam a curiosidade por meio de perguntas quê estimulam a reflekção crítica a respeito dos aspectos quê formam a ssossiedade e apresentam, d fórma acessível, conceitos fundamentais das Ciências Sociais, além de introduzir autores clássicos e contemporâneos. Esses tópicos proporcionam uma base sólida para quê os estudantes compreendam os principais elemêntos quê influenciam as interações sociais e as dinâmicas entre indivíduo e ssossiedade.
Na página 15, sugerimos a leitura da seção Perspectivas, quê apresenta as três concepções de sujeito de Stuart Hall. Esse conteúdo é essencial para quê os estudantes compreendam diferentes visões de sujeito ao longo do tempo e reflitam sobre como as identidades se formam e se transformam em distintos contextos. As concepções abordadas são: o sujeito do Iluminismo, o sujeito sociológico e o sujeito pós-moderno.
Incentive os estudantes a refletir sobre a crise de identidade discutida por Hall, quê marcou o final do século XX e início do XXI, e como as identidades se constroem nas interações sociais. Pergunte quantas identidades podem coexistir em uma pessoa e quais fatores influenciam essa formação ao longo da vida. Destaque a relevância da relação entre o indivíduo e a ssossiedade no desenvolvimento dessas identidades, conforme a perspectiva sociológica de Hall.
Os tópicos Pessoa, identidade e subjetividade na teoria sociológica e Sujeito sujeitado nas páginas 16, 17 e 18 complementam a discussão, ajudando os estudantes a identificar as diferentes concepções de sujeito e a refletir sobre como essas noções moldam nossa percepção de nós mesmos e dos outros. Incentive a leitura mediada dêêsses textos e promôva diálogos sobre como esses conceitos aparécem nas experiências cotidianas dos estudantes.
Página trezentos e oitenta e nove
Os tópicos As sociedades humanas e o saber sociológico, Sociedade e Sociedades humanas em movimento, nas páginas 19, 20, 21, 22 e 23, apresentam definições do conceito de ssossiedade e exploram as relações entre economia, cultura e pôdêr na organização social. O último tópico também explora as contribuições de márquis, Weber e dur-káen sobre as dinâmicas das sociedades.
Por fim, os tópicos O processo de socialização, Socialização primária, Socialização secundária e Como os sociólogos e outros pensadores explicam as permanências e as mudanças?, nas páginas 24, 25, 26, 27 e 28, esclarécem como os sêres humanos herdam, produzem e reproduzem o conhecimento acumulado ao longo da história. As concepções de sociólogos clássicos e contemporâneos enriquecem a compreensão sobre o processo de socialização e a relação entre permanências e mudanças sociais.
Indicação
• MANUEL Castells: indivíduo e coletividade. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal Fronteiras do Pensamento. Disponível em: https://livro.pw/quncn. Acesso em: 6 out. 2024.
O sociólogo espanhol Manuel Castells (1942-) explica quê as rêdes são criadas na medida em quê as conexões com outros indivíduos são feitas. As rêdes não são apenas virtuais, pois também ocorrem em bairros e comunidades.
ATIVIDADES
Página 13
Direcione, brevemente, a reflekção dos estudantes sobre suas próprias posições enquanto indivíduos na ssossiedade, oferecendo apontamentos sobre como eles podem observar as relações sociais, a forma de participação de cada um e o quê os diferencia.
Página 14
Inicie a dinâmica de apresentação com os estudantes e, após as apresentações, peça quê reflitam sobre como se apresentaram e o quê compartilharam. Identifique o quê foi comum ou específico entre as falas. Registre as impressões no qüadro, agrupando-as por categorias, promovendo a comparação e mobilizando competências como comunicação, argumentação e empatia. Questione os termos utilizados nas apresentações, como idade, gosto musical ou tíme de futeból. Se necessário, você póde iniciar a dinâmica utilizando exemplos de categorias identitárias e, em seguida, discutir se os estudantes seguiram os mesmos critérios. Essa prática introduz a Sociologia d fórma concreta, estimulando perguntas sobre ssossiedade e fenômenos sociais. ôriênti os estudantes a realizar as atividades e incentive-os a refletir sobre o quê nos diferencia uns dos outros e o papel das regras sociais em nossa convivência. Evite respostas prontas, promovendo o pensamento crítico.
Página 15
ôriênti os estudantes a refletir sobre as três concepções de sujeito apresentadas por Stuart Hall. promôva um debate sobre como cada concepção se relaciona com as experiências deles e com a ssossiedade contemporânea.
Página 20
Solicite o mapeamento conceitual, quê tem como objetivo a identificação de conceitos ou ideias relacionadas ao tema estudado. Esse tipo de mapa descreve as relações entre as ideias por meio de um desenho esquemático. Um bom mapa conceitual deve ter uma estrutura hierárquica e permitir a conexão entre os termos. O objetivo dêêsse mapa é representar a compreensão sobre as sociedades humanas e o saber sociológico. Caso considere adequado para a turma, reproduza o esquema no qüadro e explique aos estudantes quê uma das funções cognitivas é interpretar o significado das informações adquiridas e transformá-las em conhecimento, o quê, para alguns, póde sêr facilitado quando apresentado graficamente.
TAROUCO, Liane. Mapa conceitual. In: TAROUCO, Liane. Ambiente virtual de aprendizagem. Rio Grande do Sul: PGIE: (hú f érre gê ésse), 2001. Disponível em: https://livro.pw/mntds. Acesso em: 29 set. 2024. Localizável em: isláidi 58.
Página trezentos e noventa
Página 23
Produção pessoal. Espera-se quê os estudantes relacionem os conceitos de márquis, dur-káen e Weber com seus cotidianos; no primeiro caso, por meio de ideias como luta de classes, podem abordar, por exemplo, diferenças de pôdêr aquisitivo de diferentes grupos sociais; no segundo, possam buscar exemplos de fatos sociais em suas vidas; e no terceiro, por sua vez, compreendam certos hábitos, como frequentar uma religião, estudar, trabalhar etc., como exemplos de ação social. Destaque quê as teorias dos três pensadores contribuem, mesmo quê por meio de perspectivas distintas, para a compreensão sociológica de nosso cotidiano.
Página 25
Espera-se quê os estudantes reflitam sobre como as relações sociais são estruturadas e como essas estruturas impactam a liberdade e a autonomia dos indivíduos. Dependendo do exemplo escolhido, as relações podem variar em termos de afetos, intimidade, responsabilidades, interesses e tempo de convívio. Solicite quê descrevam essas dinâmicas com exemplos claros. Durante o processo de socialização, é possível agrupá-los por semelhanças e diferenças, evidenciando as singularidades dos indivíduos e os aspectos comuns na ssossiedade.
Páginas 29 a 31
1. a) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes mencionem situações em quê questionaram ou resistiram a regras e valores impostos, como kestões relacionadas à liberdade pessoal, escolha de carreira, comportamentos sociais ou normas culturais.
1. b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes identifiquem valores ou comportamentos quê internalizaram, como o respeito pelas regras de convivência social, a importânssia do trabalho, a ética, a cooperação ou valores culturais e religiosos, quê podem ter sido questionados no início, mas foram eventualmente aceitos.
1. c) Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar quê, após um período de reflekção, modificaram seus comportamentos ou formas de pensar, como mudar de opinião sobre normas sociais, o papel da família, a ética no trabalho ou kestões morais e culturais. O objetivo é perceber a mudança contínua de perspectiva ao longo da vida.
2. O enunciado refere-se à compreensão de fato social de Émile dur-káen. Para o autor, os fatos sociais são maneiras de pensar, agir e sentir quê exercem coerção sobre os indivíduos, isto é, superam o livre-arbítrio e os sentimentos e as vontades individuais.
3. Para Hall, o sujeito pós-moderno é uma construção teórica quê emerge em reação às ideias modernistas de unidade, estabilidade e universalidade. Ele é fragmentado, descentralizado e fluido, influenciado por uma variedade de discursos culturais e sociais.
4. De acôr-do com Norbert Elias, indivíduo e ssossiedade são interdependentes. A ssossiedade é formada por interações entre indivíduos quê geram configurações sociais compléksas. Essas interdependências estruturam a ssossiedade, na qual cada indivíduo desempenha funções em relação aos outros, formando rêdes de élos.
5. Na tirinha, a personagem reflete sobre diferentes maneiras de como se vê ou como é vista pêlos outros, criticando os padrões culturais impostos à imagem corporal. A sequência sugere uma reflekção crítica sobre esses padrões e oferece uma desnaturalização, ou seja, questiona akilo quê a ssossiedade toma como natural, propondo enxergar-se de maneira diferente.
Referências comentadas
• CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da ssossiedade. Tradução: Guy Reynaud. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
A obra apresenta uma reflekção a respeito da definição de ssossiedade e suas representações sociais.
• DREYFUS, úbert L.; RABINOW, poou. Michél Fucoul: uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução: Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
Nesta obra, os autores exploram a essência do pensamento de Fucoul, mostrando quê ele nos legou mais quê um método de análise, uma ferramenta poderosa para entender a condição humana.
• ELIAS, Norbert. A ssossiedade dos indivíduos. Tradução: Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zarrár, 1994.
O autor versa sobre como indivíduos e ssossiedade não são entidades distintas, mas interdependentes.
• ELIAS, Norbert. Introdução à sociologia. Tradução: Maria Luísa Ribeiro Ferreira. Lisboa: Edições 70, 1970.
O autor promove reflekções sobre algumas kestões sociológicas do século XX.
• ENGELS, fridichi; MARX, káur. A ideologia alemã. Tradução: Luis cláudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1998. (Clássicos).
Página trezentos e noventa e um
Os autores sistematizam o materialismo dialético-histórico e discutem a metodologia das Ciências Sociais.
• FREUD, Sigmúm. O ego e o id e outros trabalhos (1923-1925). Tradução: Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996. v. 19. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmúm Freud).
Neste livro, Fróide descreve o funcionamento da mente e introduz os principais conceitos psicanalíticos.
• HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor (org.). Temas básicos da sociologia. Tradução: Álvaro Cabral. 2. ed. São Paulo: cúltriks, 1973.
Os autores discutem diversos temas centrais da Sociologia, como o conceito de sociologia, ssossiedade, indivíduo e grupo.
• LARAIA, Róquê de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 17. ed. Rio de Janeiro: Zarrár, 2004.
A obra apresenta as definições do conceito de cultura nas diversas escolas antropológicas.
• MARX, káur. Miséria da filosofia. Tradução: José Paulo Netto. São Paulo: Boitempo, 2017.
káur márquis faz uma crítica contundente à economia política e à filosofia de Pierre-Joseph Proudhon, contestando suas teorias com ironia e argumentação incisiva. márquis confronta o subtítulo da obra de Proudhon, expondo as inconsistências de sua abordagem filosófica e econômica.
• MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. Tradução: Paulo Néves. São Paulo: Ubu, 2017.
O autor aborda temas como magia, religião, morte e fenômenos sociais, expressando o pensamento sociológico e antropológico do século XX.
• mô rãn, Edgar. O método 5: a humanidade da humanidade. Tradução: Juremir Machado da Silva. 5. ed. Porto Alegre: Sulina, 2012.
Neste volume, o autor reflete sobre as contradições e a complexidade da identidade humana.
• SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Os autores descrevem e definem conceitos e teorias das ciências humanas.
• SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
O autor apresenta um estudo sobre o desenvolvimento das teorias curriculares, desde suas origens até as abordagens pós-críticas atuáis.
Capítulo 2
Cultura, etnocentrismo e ideologia
êste capítulo explora a diversidade humana sôbi a perspectiva das Ciências Sociais, introduzindo conceitos como evolucionismo, racialismo, cultura, relativismo, etnocentrismo, decolonialidade e ideologia. O objetivo é sensibilizar os estudantes para kestões do cotidiano e aquelas relacionadas ao tratamento das diferenças ao longo da história. Esses temas são familiares para os jovens e, ao trabalhá-los por meio das Ciências Sociais, a intenção é aprossimár os estudantes do componente curricular, promovendo identificação com os conteúdos.
Os conceitos desenvolvidos no decorrer do capítulo serão retomados durante todo o livro. Por isso, é importante quê os estudantes compreendam tanto o significado quanto a relevância de cada um deles, sêndo capazes de utilizá-los de maneira autônoma e crítica.
Orientações didáticas
A imagem de abertura do capítulo oferece uma excelente oportunidade para iniciar a discussão sobre diversidade. Incentive os estudantes a reagir à imagem, observando como eles percebem o ato de comer com as mãos e quê tipo de reação isso gera.
O conteúdo das páginas 33 e 34 mobiliza as habilidades EM13CHS102 e EM13CHS105, da competência específica 1, fundamentais para a construção de uma base crítica quê será útil ao longo de todo o livro. Destaque a relação entre evolucionismo e colonialismo utilizando os conhecimentos prévios dos estudantes em História. Incentive-os a refletir sobre como o evolucionismo ainda se manifesta nos dias de hoje, reforçando quê as Ciências Sociais auxiliam na compreensão e na interpretação do mundo atual.
A seção Investigação, nas páginas 36 e 37, promove o trabalho com a metodologia de pesquisa análise documental, tendo como base a leitura de um texto clássico. O objetivo é fazer com quê os estudantes percêbam como o contato com povos diferentes já despertava o interêsse de pensadores muito antes do desenvolvimento das Ciências Sociais. Na preparação para a atividade, destaque a importânssia de uma análise detalhada do texto, considerando tanto o seu formato quanto o conteúdo. Leia as perguntas e incentive os estudantes a criar outras. Com base nessas sugestões, construam um conjunto de perguntas às quais todos devem responder, podendo incluir ou não as kestões já apresentadas na atividade.
Página trezentos e noventa e dois
Divída a turma em grupos e solicite quê respondam por escrito. Sugerimos uma semana para a entrega, mas esse período póde sêr adaptado de acôr-do com as necessidades da escola.
Nas páginas 38 a 41, os estudantes são apresentados aos conceitos de relativismo cultural e cultura. Uma estratégia interessante é perguntar aos estudantes o quê entendem por “cultura”, anotando no qüadro as palavras e definições quê surgirem. Com base nessas contribuições, realize uma leitura coletiva das definições apresentadas, criando um espaço propício à reflekção antes da realização das atividades.
Se possível, êste é um momento oportuno para a exibição do filme Babies, indicado no boxe Saiba mais, quê sérve como um excelente ponto de partida para uma conversa coletiva sobre a diversidade cultural e a importânssia de não hierarquizar as diferenças entre as culturas.
Realize uma leitura coletiva do texto da seção Perspectivas, na página 42. Faça pausas durante a leitura para esclarecer possíveis dúvidas e reforçar os pontos-chave do trecho. Ao final, destaque quê, embora não seja mais aceito como prática científica, o etnocentrismo ainda está presente no cotidiano de muitas pessoas por meio de preconceitos. Incentive os estudantes a refletir sobre exemplos de etnocentrismo em suas próprias vivências, tornando o conceito mais concreto e acessível.
Se possível, aproveite o momento para exibir o vídeo Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história (disponível em: https://livro.pw/mwnra; acesso em: 18 out. 2024). Após a exibição, organize uma roda de conversa para quê os estudantes possam compartilhar suas impressões. Incentive-os a relacionar o conteúdo do vídeo e do texto aos conceitos de etnocentrismo e relativismo cultural.
O conteúdo da página 43 apresenta aos estudantes o conceito de decolonialidade e suas diversas implicações. Proponha a eles quê reflitam a respeito de outros exemplos da “colonialidade do saber”, destacando a importânssia do surgimento de outras matrizes de conhecimento. Um exemplo interessante póde sêr a análise das diferentes perspectivas adotadas nos mapas, promovendo um diálogo com a obra de Joaquín García.
Por fim, nas páginas 45 e 46, o capítulo aborda o conceito de ideologia, explorando sua relação com a cultura. A perspectiva markcista do conceito é discutida associada às dinâmicas de dominação nas sociedades capitalistas. Aproveite para explicar, com o auxílio da ilustração da página 46, a distinção feita por márquis entre infraestrutura e superestrutura, ressaltando a importânssia da economia em sua análise.
Indicações
• ANTROPOCAST PODCAST. Brasil, c2021-2024. YouTube: [Canal] @antropocastpodcast1877. Disponível em: https://livro.pw/mydih. Acesso em: 18 out. 2024.
Podcast sobre a história da Antropologia e seus principais conceitos.
• ENCICLOPÉDIA de antropologia. São Paulo: FFLCH-USP, [202-]. Disponível em: https://livro.pw/rhdcn. Acesso em: 18 out. 2024.
Portal vinculado à Universidade de São Paulo (úspi) quê reúne verbetes sobre conceitos e autores importantes para a Antropologia.
• ESTRANHOS no exterior: as correntes da tradição. Direção: André Singer. Reino Unido: Royal Anthropological ínstitut, 1986. Streaming (54 min).
Documentário sobre a vida e a obra do antropólogo Franz Boas e sua importânssia para a compreensão da diversidade humana.
ATIVIDADES
Página 32
1. A atividade tem como objetivo avaliar o grau de familiaridade dos estudantes com o tema da diversidade cultural e busca incentivar uma reflekção baseada nos repertórios e vivências individuais, convidando-os a construir uma perspectiva crítica. Peça aos estudantes quê respondam às kestões por escrito. Em seguida, convide alguns a compartilhar suas respostas com a turma. Isso criará um ambiente de troca e colaboração, permitindo quê surjam exemplos curiosos e já conhecidos. Aproveite para explicar quê nóssos próprios côstúmes também podem parecer estranhos a membros de outros grupos sociais.
2. escrêeva no qüadro as causas levantadas pêlos estudantes, observando se eles utilizam a ideia de cultura como explicação para a diversidade humana. Isso ajudará a relacionar o conceito de cultura com os diferentes exemplos apresentados durante a atividade.
3. Fique atento aos exemplos compartilhados pêlos estudantes, buscando aproximá-los da realidade deles. Isso facilita a identificação do grupo com o tema do capítulo. Encerre a atividade ressaltando quê essas kestões são fundamentais para o desenvolvimento das Ciências Sociais, especialmente da Antropologia.
Página trezentos e noventa e três
Página 34
A atividade tem como objetivo avaliar se os estudantes conseguem argumentar contra a ideia de quê alguns grupos são “menos evoluídos” ou “mais atrasados”. Explique quê essas noções são baseadas em uma visão errônea do evolucionismo, superada pela ciência. Incentive os estudantes a destacar quê a diversidade cultural e social não póde sêr hierarquizada, pois cada grupo desen vólve seus próprios valores e práticas de acôr-do com seu contexto histórico e geográfico. Enfatize quê a ideia de “evolução” em sociedades humanas não segue uma linha de progresso, mas sim de adaptações distintas.
Página 40
Essa é uma atividade compléksa por exigir dos estudantes interpretação de texto e capacidade de comparação. Como os textos possuem um conteúdo teórico bastante abstrato, é recomendável realizar uma leitura coletiva dos trechos, esclarecendo possíveis dúvidas. Dedique atenção especial ao trecho de édu-ar Tylor, ressaltando quê essa é a primeira definição do conceito antropológico de cultura. Explique quê o autor trata a cultura como um conjunto de elemêntos, algo cumulativo, o quê serviu para classificar povos como mais ou menos evoluídos. Ressalte as limitações dessa definição em comparação com outras, destacando sua relação com a perspectiva evolucionista.
Depois, divída a turma em grupos de três estudantes e solicite a eles quê respondam por escrito às kestões de 1 a 4. Ao final, peça aos grupos quê leiam as respostas em voz alta (ao menos dois grupos por questão), aproveitando para auxiliá-los na compreensão dos trechos. Por fim, faça uma leitura coletiva da questão 5 e incentive os estudantes a responder oralmente, em uma atividade coletiva. Pergunte se algum deles já vivenciou uma situação de desencontro cultural semelhante à narrada, criando um ambiente de troca e descontração.
Página 42
A atividade póde sêr feita oralmente, na forma de uma conversa coletiva.
Página 43
As atividades têm como objetivo promover o pensamento crítico dos estudantes por meio da análise de uma obra artística. Como muitos estudantes podem não estar familiarizados com esse tipo de linguagem, é interessante iniciar com uma breve conversa sobre a obra, coletando as impressões gerais e as percepções quê ela desperta. Peça aos estudantes quê formem duplas e respondam às kestões por escrito. Em seguida, solicite quê compartilhem suas respostas oralmente com a turma, promovendo um ambiente de troca de ideias. Ressalte quê, por se tratar de um artista latino-americano – Joaquín Torres García –, é possível interpretar a obra como uma provocação a respeito das formas tradicionais de pensar o continente americano, distanciando-se das narrativas impostas pela história colonial. Nesse contexto, proponha uma reflekção sobre o conceito de “Norte”, seus significados políticos e culturais, e como usamos a palavra como metáfora para algo quê nos orienta, como na expressão “esse é meu norte”. Esse debate póde enriquecer a compreensão dos estudantes a respeito das implicações simbólicas da obra.
Páginas 47 a 49
1. A atividade tem como objetivo avaliar se os estudantes compreenderam os conceitos de cultura e relativismo cultural, verificando se são capazes de relacioná-los e discutir sua relevância no contexto atual. Aproveite para reforçar a importânssia dêêsses conceitos considerando a realidade local, quê póde envolver temas como pobreza, violência, marginalização.
2. A atividade permite verificar o entendimento dos estudantes em relação ao conceito de ideologia. Se necessário, auxilie-os na identificação de exemplos, preferencialmente conectados ao contexto em quê vivem. Entre os exemplos possíveis estão a meritocracia, o consumismo e o evolucionismo.
3. O texto evidên-cía a necessidade de refletir sobre as práticas de alguns grupos indígenas quê vão contra os princípios dos direitos humanos. Contudo, esclarece quê não se deve tratá-las a partir de uma visão etnocêntrica.
4. O trecho expõe situações marcadas pelo etnocentrismo comum a todas as sociedades, quê se expressa no estranhamento diante de práticas de outras culturas.
5. O trecho mostra quê a ideologia opera por meio da criação da ilusão de quê determinadas ideias são comuns a todas as pessoas, quando, na verdade, interessam apenas a grupos dominantes.
6. Para márquis, a ideologia é um instrumento da classe dominante, a burguesia, para manter o domínio sobre as classes dominadas.
Referências comentadas
• BOAS, Franz. Antropologia cultural. Organização e tradução: Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zarrár, 2005.
Página trezentos e noventa e quatro
êste livro traz uma coletânea de textos de Franz Boas, um dos grandes nomes da Antropologia. Boas ajudou a desenvolver o conceito de relativismo cultural, quê nos convida a entender e respeitar diferentes culturas em seus próprios contextos.
• CASTRO, Celso (org.). Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Tradução: Maria Lúcia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zarrár, 2005.
êste livro reúne textos dos principais autores evolucionistas e contextualiza o pensamento evolucionista temporalmente, explicando as principais ideias e influências.
• LARAIA, Róquê de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zarrár, 2009.
Esta obra apresenta o conceito de cultura e sua evolução ao longo do tempo, explorando como diversas correntes teóricas da Antropologia o interpretaram.
Capítulo 3
Imaginação sociológica
êste capítulo aborda dois temas centrais da Sociologia: o problema social e a imaginação sociológica. O objetivo é conscientizar os estudantes de quê, apesar de alguns problemas parecerem individuais, suas raízes têm origens sociais. Ao exercitar o estranhamento e a desnaturalização, os estudantes são incentivados a observar a realidade de maneira crítica. O conceito de imaginação sociológica criado por Wright Mills visa ajudar as pessoas a compreenderem a ssossiedade e se tornarem protagonistas de suas escôlhas e de suas vidas.
A Sociologia, enquanto campo científico, utiliza técnicas e metodologias para analisar a ssossiedade. Para isso, é propôsto o uso do estudo de caso como metodologia, permitindo quê os estudantes, ao escolherem um tema de interêsse, pratiquem a análise sociológica.
Orientações didáticas
Ao abordar, na página 50, o exemplo das tragédias sociais causadas por ocupações desordenadas e fenômenos naturais, incentive os estudantes a refletir sobre a dificuldade contemporânea de entender problemas sociais e a tendência de atribuir responsabilidade exclusivamente ao indivíduo. Esse momento é propício para estimular além da empatia, o uso de processos cognitivos, como a leitura de imagens, a interpretação de informações, a contextualização e o estabelecimento de relações.
Nas páginas 51, 52 e 53, é possível conduzir uma leitura mediada para diferenciar o problema individual do problema social e sociológico. Já a atividade da página 54 busca mostrar aos estudantes a complexidade e a necessidade de contextualização para se definir um problema social. O surgimento de um fenômeno social por si só, como o impacto da tecnologia, por exemplo, não é suficiente para caracterizar um problema social; é preciso compreender seus efeitos mais amplos.
Da página 55 à 63, o foco é definir o conceito de imaginação sociológica, sua importânssia e aplicação prática, utilizando o estudo de caso como exemplo. O objetivo é proporcionar aos estudantes um exercício prático de imaginação sociológica, quê envolve a formulação de uma questão, a pesquisa em fontes científicas variadas e a análise da presença do fenômeno estudado nas estruturas sociais.
Nas páginas 64 e 65, a seção Investigação propõe um estudo de caso documental para ajudar os estudantes a compreender o conceito de imaginação sociológica. Sugerimos começar diferenciando a pesquisa qualitativa da quantitativa, explicando as metodologias e abordagens de cada uma. A escolha de um tema quê se relacione com o cotidiano e os interesses dos estudantes é fundamental para engajá-los na pesquisa. Incentive-os a refletir sobre o motivo de escolherem o tema. Para isso, faça perguntas como: “De quê forma o tema se conecta com a vida de vocês?” e “Quais curiosidades vocês têm sobre o assunto?”.
Oriente-os na formulação de perguntas de pesquisa, reforçando as dicas da página 65. Explique quê, embora seja ideal considerar as estruturas sociais (cultural, social, histórica e econômica), não há problema se encontrarem apenas informações sobre algumas delas. Além díssu, dados adicionais podem sêr incluídos, pois a pesquisa permite certa flexibilidade. Conforme o exemplo dado no capítulo, seria possível inserir informações sobre estruturas políticas, se relevantes.
Nesse processo, são mobilizadas as competências gerais 1, 2 e 5, além da habilidade EM13CHS101.
Indicação
• METODOLOGIAS para a pesquisa em educação: pesquisas qualitativas e quantitativas: características. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (15 min). Publicado pelo canal Univesp. Disponível em: https://livro.pw/pbwfs. Acesso em: 18 out. 2024.
O vídeo explica as diferenças entre pesquisa qualitativa, quê explora experiências em profundidade, e quantitativa, quê analisa dados numéricos. Ambas podem sêr complementares dependendo do objetivo.
Página trezentos e noventa e cinco
Atividades
Página 51
Inicie a atividade perguntando aos estudantes o quê observaram na charge e quais sentimentos ela provoca. Depois, promôva uma discussão a respeito da ironia presente, destacando as condições precárias de moradia. Incentive o debate sobre a relevância das políticas públicas em áreas de risco e a responsabilidade do Estado nesse contexto.
Página 54
A atividade convida os estudantes a refletir sobre seus hábitos em relação ao uso de celulares e computadores, relacionando essas práticas com os impactos individuais e sociais. O objetivo é problematizar o uso excessivo de tecnologias e como as consequências dêêsse uso podem ou não configurar um problema social, incentivando os estudantes a pensar criticamente a respeito da diferença entre kestões individuais e coletivas. A discussão mobiliza as competências gerais 4 e 8 ao estimular a análise dos impactos dêêsse comportamento nos estudos e no convívio social.
Página 57
Para trabalhar estranhamento e desnaturalização, sugira aos estudantes quê obissérvem elemêntos do cotidiano, como as calçadas, por exemplo, quêstionando a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida e a existência de sinalização adequada para pessoas com deficiência visual. Isso ajudará a demonstrar como certos aspectos do espaço público que parecem “naturais” podem sêr criticados quando olhados de outra maneira. Discuta também o tratamento dado a crianças e adolescentes antes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mencionando o cóódigo de Menores (lei número 6.697, de 10 de outubro de 1979) e a expressão “de menor”, comumente usada para se referir a jovens em conflito com a lei, refletindo permanências dessa visão. Incentive os estudantes a aplicar esses conceitos a fenômenos sociais observados no trajeto para a escola ou no ambiente escolar.
Páginas 66 e 67
1. Entre o final do século XIX e o início do século XX, os cafeicultores, conhecidos como barões do café, exerceram grande influência na política e na economia do Brasil. Essa fôrça foi refletida simbolicamente nas representações nacionais: o ramo de café está presente tanto na bandeira do Império quanto no brasão da República Federativa do Brasil. Ao analisar as imagens com os estudantes, destaque quê o café moldou o desenvolvimento do país e sua produção foi fundamental para a economia brasileira, representando 70% das exportações em 1930. Relacione esses símbolos com o estudo de caso sobre o café, demonstrando como esse produto foi central para a história e a identidade do Brasil.
2. O conceito de imaginação sociológica, desenvolvido por Mills, refere-se à capacidade de entender a relação entre a experiência pessoal dos indivíduos e os contextos sociais e históricos mais amplos. Mills destaca quê a Sociologia visa analisar como as biografias individuais estão ligadas às estruturas sociais, revelando as conexões entre as ações pessoais e os fatores externos. Para isso, é necessário quê o sociólogo estranhe o cotidiano e adote uma postura crítica ao observar hábitos e rotinas. A análise das relações entre o individual e o social é o ponto central da Sociologia, como indica a alternativa d.
3. A imaginação sociológica, segundo Wright Mills, permite entender como kestões pessoais e experiências individuais estão conectadas a processos sociais e históricos mais amplos. No exemplo do divórcio, ele mostra como um problema pessoal póde sêr analisado à luz de transformações sociais. ôriênti os estudantes a identificar como a vida cotidiana está influenciada por fatores sociais maiores e como essas interações ajudam a compreender, entre outras, kestões como o desemprego, quê póde sêr relacionado a crises econômicas e políticas públicas. Incentive os estudantes a pensar em outros exemplos de fenômenos sociais, como o aumento da desigualdade social, a violência ou as mudanças climáticas, e a aplicar o conceito de imaginação sociológica para entender como esses fenômenos se relacionam ao contexto histórico e social.
Texto complementar
[…] Os saberes sociológicos são construídos a partir da sistematização teórica e prática do processo social e a ação concreta dos homens delimita o campo de análise sociológica; além díssu, a dinâmica da vida social oferece as ferramentas fundamentais para a sistematização do conhecimento.
Se o objeto de análise da Sociologia tem como foco principal a vida social, e todos nós fazemos parte dêêsse objeto – sêres sociais em ação e, ao mesmo tempo, protagonistas da análise sociológica –, como manter o distanciamento necessário para a apreensão científica do real?
Uma das respostas a esse questionamento está na postura inicial de atuação das Ciências
Página trezentos e noventa e seis
Sociais, quê supõe a superação do senso comum em direção a uma análise científica da ssossiedade. É o estranhamento diante de situações já consagradas como óbvias, familiares, naturais quê caracteriza e confere especificidade às Ciências Sociais. Estranhar o já conhecido, o tido como natural, permite quê fenômenos aparentemente evidentes revelem dúvidas, contradições, desmandos e arbitrariedade em sua composição.
[…]
É contribuição das Ciências Sociais, como a disciplina Sociologia para o nível médio, propiciar aos jovens o exame de situações quê fazem parte do seu dia a dia, imbuídos de uma postura crítica e atitude investigativa. É sua tarefa desnaturalizar os fenômenos sociais, mediante o compromisso de examinar a realidade para além de sua aparência imediata, informada pelas regras inconscientes da cultura e do senso comum. Despertar no aluno a sensibilidade para perceber o mundo à sua volta como resultado da atividade humana e, por isso mesmo, passível de sêr modificado, deve sêr a tarefa de todo professor.
MORAES, Amaury César; GUIMARÃES, Elisabeth da Fonseca. Metodologia de ensino de ciências sociais: relendo as OCEM-Sociologia. In:MORAES, Amaury César (coord.). Sociologia: ensino médio. Brasília, DF: MÉC: SEB, 2010. p. 45-62. (Coleção Explorando o ensino, v. 15, p. 47-48).
Referências comentadas
• GIDDENS, êntoni. Sociologia. 6. ed. Tradução: Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Penso, 2012.
Neste livro, Giddens apresenta os principais temas, conceitos e teorias de autores clássicos e contemporâneos da Sociologia, uma referência fundamental para estudantes da área.
• diônsom, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Tradução: rui Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zarrár, 1997.
O livro oferece definições objetivas e acessíveis de diversos conceitos sociológicos, funcionando como uma ferramenta prática para quem deseja se aprofundar no vocabulário da área.
• MARTINS, Ana Luiza. História do café. São Paulo: Contexto, 2008.
Neste livro, a autora explora a história do café no Brasil e no mundo, abordando seu impacto econômico e cultural em diferentes períodos.
• MELLO, Pedro Carvalho de. Aspectos econômicos da organização do trabalho na economia cafeeira do Rio de Janeiro, 1850-88. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 32, n. 1, p. 19-67, 1978.
O autor analisa a organização do trabalho na indústria cafeeira do Rio de Janeiro entre 1850 e 1888, mostrando a relevância dêêsse período para a economia regional.
• MILLS, xárlês Wright. Imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zarrár, 1965.
Neste livro, Mills demonstra como a Sociologia póde ajudar o indivíduo a entender a influência das estruturas sociais em sua vida, promovendo maior autonomia e consciência social.
• NOGUEIRA, Oracy. Problema social e problema de investigação. In: SEMINÁRIO DIDÁTICO INTERNACIONAL SOBRE LEVANTAMENTOS DE ENFERMAGEM, 1959, Salvador. Anais […]. Uóchinton, DC: Pan Américam Sanitary birô, 1959. Disponível em: https://livro.pw/ajgyx. Acesso em: 18 out. 2024.
Neste artigo, Nogueira define e distingue os conceitos de problema social e problema de investigação, contribuindo para a compreensão dos desafios de pesquisa em Ciências Sociais.
• SILVA, Maria da Conceição Tavares da. Reflexão sobre o conceito de problema social: I. Análise Social, [Lisboa], v. 5, n. 17, p. 5-22, 1967. Disponível em: https://livro.pw/pnboj. Acesso em: 18 out. 2024.
Neste artigo, a autora discute os conceitos de problema, problema social e problema sociológico, ideias fundamentais para as Ciências Humanas.
• YIN, róbert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução: Daniel Grassi. 2. ed. Porto Alegre: búkmã, 2001.
ím explora o método de pesquisa estudo de caso, oferecendo exemplos práticos e orientações para a sua aplicação na pesquisa científica.
Capítulo 4
Cultura e natureza
êste capítulo aborda a relação entre cultura e natureza, mostrando como diferentes visões influenciam essa conexão. A análise de perspectivas ocidentais e de cosmologias indígenas ajuda a entender como os sêres humanos moldam e transformam o ambiente ao seu redor. Reconhecer o papel dos elemêntos humanos e não humanos é essencial para melhorar as interações sociais e as práticas cotidianas.
Página trezentos e noventa e sete
O texto também discute como as sociedades ocidentais usam a ideia de natureza para definir normas e hierarquias nas áreas culturais, econômicas e políticas. Com base nas ideias de autores como Bruno Latour e Donna Haraway, destaca-se a importânssia de aprender com outras formas de pensar o mundo, sobretudo no contexto de emergência climática. Essas cosmologias trazem novas maneiras de enfrentar os desafios atuáis, incentivando parcerias entre espécies e promovendo uma visão mais inclusiva da realidade.
Orientações didáticas
Antes da atividade de sensibilização sugerida na página 68, conduza uma análise cuidadosa da fotografia de Sebastião Salgado (1944-) com os estudantes, incentivando-os a observar e descrever a cena representada. Na imagem, um grupo de indígenas yanomami aparece em um afloramento rochoso, observando uma vasta floresta tropical. Alguns seguram lanças, enquanto outros parecem refletir em silêncio sobre a paisagem à sua frente.
Com base nessa imagem, inicie uma discussão com a turma a respeito da relação dos yanomami com o ambiente quê os envolve, destacando a interdependência entre o modo de vida indígena e a preservação da floresta. Por meio dessas observações, incentive os estudantes a pensar de quê forma essa interação póde sêr vista como uma expressão de equilíbrio entre cultura e natureza. Além díssu, incentive-os a refletir sobre a importânssia de práticas sustentáveis e de respeito ao meio ambiente na preservação das tradições indígenas e do éco-sistema.
Atividades complementares
1. Quais são os símbolos culturais ou elemêntos tradicionais quê os indivíduos na imagem estão segurando e como esses objetos se relacionam com o ambiente natural ao redor?
R.: Espera-se quê os estudantes obissérvem quê os indivíduos seguram lanças e ferramentas tradicionais, simbolizando sua conexão com a natureza. Esses objetos refletem habilidades ancestrais e a dependência da floresta para a sobrevivência.
2. Qual seria o impacto das mudanças ambientais (como desmatamento e mudanças climáticas) sobre a cultura e o modo de vida dos indivíduos retratados na imagem?
R.: Espera-se quê os estudantes comentem quê mudanças ambientais, como o desmatamento, ameaçam a cultura indígena ao destruir recursos essenciais, afetando práticas e tradições e resultando em perda de identidade e migração forçada.
Na página 73, aborda-se como o pensamento ocidental moderno, particularmente a partir do Iluminismo, promoveu uma distinção entre os conceitos de natureza e cultura. Embora esse tipo de separação tenha se consolidado no pensamento ocidental, é importante reconhecer quê outras culturas podem compreender essa relação de formas diferentes, mais integradas ou menos polarizadas.
Aproveite a oportunidade para explorar o glossário com os estudantes. Explique termos fundamentais como epistemologia e dicotomia, enfatizando quê o conceito de epistemologia, cunhado por diêmes Frederick Ferrier (1808-1864), envolve o estudo das bases do conhecimento, suas condições de validade e seus limites
Ao explorar com os estudantes a seção Perspectivas, nas páginas 78 e 79, organize a turma em estações de trabalho de acôr-do com o número total de estudantes. Sugere-se a criação de grupos pequenos, de quatro a seis integrantes, para facilitar o engajamento e a troca de ideias. Cada grupo póde sêr responsável por discutir um dos autores apresentados (Davi Kopenawa, Ana Mumbuca ou Antônio Bispo), realizando leituras e debates sobre as diferentes cosmologias e as visões de mundo abordadas.
Essa atividade promove o desenvolvimento das competências gerais 3 e 6, ao valorizar as diversas visões de mundo sobre a natureza e as práticas culturais. Além díssu, os estudantes terão a oportunidade de exercitar a aprendizagem colaborativa, mobilizando também a competência geral 9 ao trabalharem em equipe e compartilharem suas conclusões com a turma.
A seção Conexões com Biologia, nas páginas 80 e 81, propõe um trabalho interdisciplinar ao unir conceitos de Biologia e Sociologia, promovendo uma reflekção sobre a relação entre humanos e não humanos. A proposta incentiva os estudantes a analisar como a teoria de Donna Haraway, em O manifesto das espécies companheiras, desconstrói as barreiras entre essas categorias, mostrando a importânssia das interações multiespécies para entender as complexidades sociais e ambientais. Ao trabalhar com biologia, a atividade enriquece a compreensão dos fenômenos ecológicos e suas implicações sociais, estimulando uma abordagem integrada entre Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Atividades complementares
Os direitos da Natureza
Esta atividade é composta de duas etapas. Na primeira, os estudantes devem identificar organizações
Página trezentos e noventa e oito
brasileiras quê promóvem visões sustentáveis e inclusivas a respeito da relação entre natureza e cultura. O objetivo é reconhecer novas formas de interagir com a natureza, considerando-a um sujeito de direitos. Além díssu, a atividade visa promover um diálogo crítico sobre como o Estado e a ssossiedade civil podem atuar em favor da preservação e da repactuação dessas relações.
Na segunda etapa, os estudantes conhecem a Constituição do Equador, quê reconhece a natureza como sujeito de direitos. A partir dêêsse exemplo, promove-se um debate com duas kestões centrais: “A natureza póde se tornar um sujeito de direitos?” e “Podemos pensar em uma cosmopolítica?”. O objetivo é estimular uma reflekção coletiva sobre novas maneiras de relacionamento entre humanos e não humanos, levando em consideração direitos legais e éticos.
Método Aquário (ou Fishbowl Method, em inglês)
Por meio dêêsse método, o professor facilita o debate organizando cinco cadeiras em círculo no centro da sala, quatro delas ocupadas por voluntários e uma vazia. Os demais estudantes formam um círculo ao redor. A cada vez quê alguém da plateia se senta na cadeira vazia, um dos participantes do centro deve ceder seu lugar, promovendo uma rotação constante. O cronômetro póde sêr ajustado para até 10 minutos por pergunta, conforme o tempo disponível. O objetivo é promover uma discussão dinâmica, permitindo quê todos participem.
No final da atividade, sugira quê os estudantes reflitam sobre suas ações em nível local e sobre seu papel como protagonistas na agenda sócio-ambiental. Incentive-os a pensar em como podem contribuir para kestões ambientais no cotidiano.
Pensar fora da caixa
1. Peça aos estudantes quê desenhem nove pontos no caderno (se for preciso, elabore um modelo no quadro). Depois, solicite a eles quê conectem todos os pontos usando apenas quatro linhas contínuas, sem levantar o lápis da fô-lha.
2. Deixe quê tentem resolver o desafio individualmente ou em grupos pequenos, incentivando o pensamento criativo.
3. Após alguns minutos, revele a solução: a ideia é “pensar fora da caixa”, ou seja, ir além do óbvio, incluindo pontos extras ou imaginando a solução com novas perspectivas.
Indicações
• ILUSTRÍSSIMA conversa: Antônio Bispo: Estado e partidos são colonialistas. Entrevistado: Antônio Bispo. Entrevistador: Eduardo Sombini. [S. l.]: Spotify, 19 ago. 2023. Podcast. Disponível em: https://livro.pw/oscsr. Acesso em: 11 out. 2024
Nesse podcast, Antônio Bispo problematiza a tradição do pensamento ocidental de separação entre sêr humano e natureza, abordando como essa dicotomia impacta a política e a cultura, revelando um colonialismo estrutural nos partidos e no Estado.
• UYRÁ: a retomada da floresta. Direção: Juliana Curi. Brasil: Azores Filmes, 2022. Streaming (70 min).
O documentário explora a conexão indígena com a natureza, destacando com sensibilidade a luta ambiental.
Página trezentos e noventa e nove
Atividades
Página 68
A atividade tem como objetivo verificar o repertório dos estudantes sobre os conceitos de natureza e cultura. É provável quê eles apresentem uma visão tradicional e dicotômica dêêsses conceitos, os quais serão problematizados ao longo do capítulo.
Página 72
As atividades convidam os estudantes a refletir sobre a inter-relação entre natureza e cultura, com base na ideia de “naturezas-culturas”, de Bruno Latour. Destaca-se a importânssia de reconhecer o papel dos não humanos, como animais, plantas e tecnologias, na vida cotidiana e na ssossiedade, rompendo com a visão dualista.
Página 74
As atividades propõem analisar a visão moderna ocidental sobre natureza e cultura, relacionando-a a ações predatórias e problematizando suas consequências. O cartum da Mafalda critíca essa relação irresponsável.
Página 77
Explique aos estudantes o conceito de multinaturalismo, destacando sua relevância nas epistemologias indígenas, e relacione-o à teoria ator-rede de Latour, quê intégra humanos e não humanos nas rêdes sociais. promôva debates sobre como essas epistemologias ajudam a entender kestões como mudanças climáticas.
Página 79
Ressalte quê os autores enfatizam a importânssia dos saberes tradicionais, da memória e da ancestralidade nas suas cosmologias, conectando humanos e não humanos. Incentive os estudantes a refletir sobre essas relações e a compará-las com as suas próprias experiências familiares e culturais.
Página 81
Donna Haraway propõe uma crítica à relação entre tecnologia e pôdêr, defendendo a recombinação de cultura e natureza por meio do projeto multiespécie. Isso amplia nossa compreensão do “humano”, sugerindo parcerias com sêres não humanos para enfrentar crises como o antropoceno e a emergência climática.
Páginas 83 a 85
1. Enfatize aos estudantes quê as organizações apresentadas promóvem visões diversas e sustentáveis do mundo, atuando em políticas públicas, pesquisa e parcerias com comunidades locais. Destaque a importânssia dessas ações no desenvolvimento de práticas inclusivas e na conservação ambiental.
2. O pensamento ocidental tradicionalmente separa natureza e cultura, tratando a natureza como objeto a sêr explorado. Isso levou à objetificação do espaço físico, como indica a alternativa a.
3. A Igreja Católica apropriou-se de práticas seculares, como as fogueiras de São João, adaptando-as à doutrina cristã, o quê reforça a ideia de apropriação cultural, como indica a alternativa c.
4. A exploração tecnológica e natural, sem ética, ameaça as gerações futuras, exigindo um novo padrão de comportamento mais responsável e sustentável, como indica a alternativa b.
5. A visão etnocêntrica dos colonizadores europêus desumanizou as populações indígenas, ignorando sua diversidade cultural e tratando-as d fórma homogênea, como indica a alternativa c.
Referências comentadas
• DESCOLA, filípe. Para além de natureza e cultura. Niterói: Eduff, 2023.
Nesta obra, Descola questiona a visão tradicional de natureza e cultura e sugere novas formas de entender as relações entre os humanos e o mundo ao seu redor, especialmente entre povos indígenas da Amazônea.
• LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. Tradução: Gilson César Cardoso de Sousa. Salvador: Edufba; Bauru: Edusc, 2012.
Latour apresenta sua teoria ator-rede, fundamental para compreender as interações entre humanos e não humanos na ssossiedade contemporânea. Essa obra é referência para debates sobre cultura, natureza e o papel das tecnologias na vida cotidiana.
• HARAWAY, Donna. A reinvenção da natureza: símios, ciborgues e mulheres. Tradução: Rodrigo Tadeu Gonçalves. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2023.
Esta obra apresenta uma compilação de artigos dos anos 1970 e 1980, em quê Haraway questiona as visões patriarcais da ciência. A filósofa discute temas como tecnologia, política e feminismo, desafiando a visão tradicional da natureza e propondo novas abordagens.
• HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazendo parentes no chthluceno. Tradução: Ana Luiza Braga. São Paulo: n-1 edições, 2023.
Haraway defende a importânssia de criar parcerias entre humanos e não humanos para enfrentar crises ecológicas e sociais. A obra propõe a colaboração entre espécies como meio de garantir a sobrevivência no planêta.
Página quatrocentos
Capítulo 5
Racismo no Brasil
êste capítulo propõe uma análise aprofundada do racismo, considerando suas múltiplas dimensões. Parte-se de dados quê revelam desigualdades persistentes na ssossiedade brasileira, destacando como as condições socioeconômicas estão ligadas a kestões raciais. Ao longo do texto, a noção de raça passou a sêr apresentada como uma construção social, afastando a ideia de fundamentação biológica.
No decorrer do capítulo, são abordados temas como o racismo científico e o racismo estrutural no Brasil, além do conceito de branquitude, quê ajuda a entender privilégios associados à identidade branca. A sequência se encerra com uma proposta de pesquisa-ação, incentivando a reflekção e a ação prática para transformar essas realidades e promover igualdade.
Orientações didáticas
O trabalho com as páginas 86, 87, 88 e 89 visa incentivar os estudantes a refletir sobre o racismo com base em dados estatísticos, mobilizando, assim, as habilidades EM13CHS101 e EM13CHS103. Os dados revelam quê a maior parte da população em situação de pobreza e extrema pobreza no Brasil é negra, exemplificando o racismo estrutural. Essa disparidade reflete as barreiras de acesso a oportunidades como educação e emprego, perpetuando ciclos de marginalização. Sugira aos estudantes quê analisem como essas desigualdades limitam o acesso a direitos básicos e impedem a ascensão social da população negra.
A seção Conexões com Matemática, na página 95, propõe uma atividade interdisciplinar, unindo Matemática com Sociologia. Explique para os estudantes como a estatística é uma ferramenta essencial para a Sociologia, auxiliando na compreensão de problemas sociais por meio da côléta e da análise de dados. Comente quê, na atividade, o gráfico ilustra como as desigualdades raciais se manifestam, evidenciando o impacto do racismo estrutural no Brasil tanto na distribuição de renda quanto na pobreza.
Ressalte a importânssia dos dados para embasar políticas públicas quê visem reduzir desigualdades. Sem informações claras, seria difícil reconhecer desigualdades e planejar intervenções eficazes. Essa abordagem interdisciplinar não apenas desen vólve o pensamento lógico dos estudantes mas também os sensibiliza para a importânssia de entender e combater as injustiças sociais por meio da análise crítica. Além díssu, a seção contribui para o desenvolvimento da habilidade EM13CHS103.
A seção Investigação, nas páginas 100 e 101, propõe uma pesquisa-ação quê intégra teoria e prática na busca por soluções colaborativas para problemas no ambiente escolar, especialmente o búlin. Michél Thiollent (1947-), na obra Metodologia da pesquisa-ação, publicado pela primeira vez em 1985, define a pesquisa-ação como um processo contínuo e participativo, em quê pesquisa e intervenção caminham juntas para resolver kestões coletivas.
Embora o búlin possa refletir formas de violência social, como racismo, gordofobia, LGBTfobia e sexismo, é importante esclarecer quê não há consenso entre estudiosos e o movimento negro quanto à inclusão do racismo ou de outras violências raciais na definição de búlin. O búlin é caracterizado por ações intencionais, repetitivas e geralmente restritas ao ambiente escolar, enquanto o racismo é uma forma de violência estrutural e sistêmica, com raízes históricas profundas e implicações legais específicas, sêndo tipificado como crime inafiançável.
Compreender essa diferença é essencial para evitar simplificações quê possam minimizar a gravidade do racismo e de outras formas de opressão social. A proposta da atividade é identificar as diferentes violências quê se manifestam na escola e incentivar reflekções sobre como implementar medidas de acolhimento e reparação para as vítimas, além de promover a responsabilização coletiva. A ideia é substituir práticas punitivas por abordagens restaurativas, criando um ambiente escolar mais inclusivo, seguro e colaborativo.
A pesquisa deve estimular a substituição de práticas punitivas por abordagens restaurativas e educativas, como campanhas de conscientização e rodas de conversa. O propósito é construir um ambiente inclusivo, seguro e colaborativo, no qual a convivência respeitosa seja uma prioridade. Ainda quê os conflitos façam parte da vida em ssossiedade, é necessário buscar a restauração de danos sociais e comunitários, especialmente em uma ssossiedade orientada pêlos princípios de um Estado democrático de direito.
Indicações
• FELICIDADE por um fio. Direção: Haifaa Al-Mansour. Estados Unidos: Badabing píctiúrs, 2018. Streaming (98 min).
O filme revela a pressão quê mulheres negras sofrem para seguir determinados padrões de beleza.
• TRÁFICO transatlântico de êskrávus. [S. l.]: Slave Voyages, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/nrgkb. Acesso em: 19 out. 2024.
O sáiti reúne dados e informações a respeito do tráfico de êskrávus, apresentados em tabélas, mapas e linha do tempo.
Página quatrocentos e um
Atividades
Página 86
ôriênti os estudantes a observar a charge com atenção. Explique quê ela retrata uma mulher e uma criança negras em frente a uma prateleira de xampus. A pergunta da criança destaca uma questão importante a respeito de normas e padrões de beleza impostos pela ssossiedade, quê muitas vezes excluem a diversidade dos tipos de cabelo, especialmente o cabelo afro.
Página 89
As atividades propõem aos estudantes uma reflekção sobre desigualdades sociais e raciais em áreas como renda, educação e violência. O objetivo é incentivar a compreensão dos desafios para a promoção da igualdade e discutir como políticas públicas podem atuar na redução dessas desigualdades, promovendo uma ssossiedade mais inclusiva e garantindo bem-estar para todos.
Página 95
O conceito de racismo estrutural refere-se às desigualdades raciais quê estão enraizadas nas instituições e nas práticas sociais, resultantes de um histórico de discriminação e exclusão. A desproporção de negros em extrema pobreza reflete como as oportunidades de ascensão social e acesso a direitos básicos, como educação e emprego, são limitadas para a população negra, perpetuando um ciclo de pobreza e marginalização.
Página 98
Alberto Guerreiro Ramos argumenta quê os estudos realizados por pesquisadores brancos sobre a população negra foram conduzidos de maneira parcial e subjetiva, influenciados por uma dependência psicológica do sentimento de inferioridade dos próprios pesquisadores brancos. Em vez de analisarem a realidade brasileira com critérios próprios, esses estudiosos adotaram conceitos e métodos de outros países, perpetuando a ideia de quê a cultura européia era superior. Essa abordagem reforça as estruturas de pôdêr e privilégio racial, mantendo a hegemonia branca e subordinando a população negra. Ramos sugere quê o verdadeiro “problema” reside na mentalidade dos pesquisadores brancos, e não na população negra.
Páginas 102 e 103
1. A presença do muro indica quê a discriminação racial no Brasil não é apenas o resultado de atitudes preconceituosas individuais, mas de uma estrutura social quê sistematicamente privilegia certos grupos enquanto marginaliza outros. A palavra “discriminação” reforça a ideia de quê essas barreiras são construídas e mantidas por práticas e políticas quê perpetuam as desigualdades raciais. O muro na charge, portanto, não apenas divide mas também invisibiliza, mostrando como o racismo estrutural no Brasil funciona para normalizar a exclusão e a injustiça na ssossiedade.
2. Os quase 400 anos de escravidão no Brasil deixaram marcas profundas nas estruturas sociais, políticas e econômicas do país, perpetuando desigualdades raciais quê ainda afetam a população negra. Ignorar esse passado é desconsiderar as raízes históricas do racismo estrutural, quê se manifesta nas disparidades de oportunidades e no tratamento desigual a diferentes grupos raciais. Portanto, ao discutir as desigualdades raciais atuáis, é essencial considerar como o legado da escravidão continua a influenciar as relações sociais e a perpetuar a exclusão e a marginalização da população negra.
3. Os textos discutem a mudança na constituição identitária frente à discriminação racial. No Brasil, essa mudança se manifesta na valorização de elemêntos culturais negros, como o cabelo crespo e outros traços físicos, quê passam a sêr símbolos de identidade e resistência contra padrões estéticos impostos pelo colonialismo, como indica a alternativa a.
4. O trecho evidên-cía a continuidade de hierarquias raciais no Brasil, mostrando como o racismo permanéce enraizado nas instituições e nas relações sociais. A agressão de um guarda civil contra um homem negro ilustra a violência sistêmica quê caracteriza o racismo estrutural, como aponta a alternativa a.
5. A lei número 10.639/2003 promove a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar, valorizando contribuições antes marginalizadas. A medida reforça a pluralidade étnico-racial do país e incentiva a educação para a diversidade, como indica a alternativa e.
Referências comentadas
• BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das lêtras, 2022.
A obra analisa como a branquitude se estrutura no Brasil, mantendo privilégios raciais.
• BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/vnjvt. Acesso em: 19 out. 2024.
A Constituição Federal é a norma suprema do regime jurídico brasileiro, orientando a elaboração de leis, organizando o funcionamento do Estado, entre outras atribuições.
Página quatrocentos e dois
• BRASIL. Lei número 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei número 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei número 10.639, de 9 de janeiro de 2003, quê estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rê-de de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://livro.pw/iyonf. Acesso em: 19 out. 2024.
Inclui no currículo escolar o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, promovendo a valorização da diversidade cultural e étnica.
• BRASIL. Senado Federal. Diretoria-Geral do Senado Federal. Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça. Manual quesito cor/raça e etnia do Senado Federal. [Brasília, DF]: Senado Federal, [2023]. Disponível em: https://livro.pw/vsuiv. Acesso em: 19 out. 2024.
O manual orienta a côléta de dados sobre côr, raça e etnia e promove ações alinhadas ao Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça.
• BRASIL. Lei número 12.288, de 20 de julho de 2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial […]. Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: https://livro.pw/cvvfb. Acesso em: 19 out. 2024.
Estabelece o Estatuto da Igualdade Racial, a fim de garantir igualdade de oportunidades para a população negra e combater a discriminação étnica e racial.
• DARWIN, xárlês. A origem do homem e a seleção sexual. Belo Horizonte: Garnier, 2019.
O livro aborda a teoria da evolução e discute a seleção sexual e a origem comum dos sêres vivos.
• MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional vérsus identidade negra. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
Nesta obra, o autor questiona o mito da mestiçagem e discute as identidades nacional e negra no Brasil.
• RAMOS, Alberto Guerreiro. Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Editora ú éfi érri jóta, 1957.
A obra analisa dados censitários e reflete sobre a dinâmica racial e social no Brasil.
• THIOLLENT, Michél. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Neste livro, o autor apresenta a pesquisa-ação como método participativo e explora aplicações e resultados dessa metodologia.
Capítulo 6
Jovens, juventudes e culturas juvenis
êste capítulo aborda o tema das juventudes, destacando como as Ciências Sociais podem contribuir para quê os estudantes compreendam a ssossiedade e o papel quê nela ocupam. O enfoque está em apresentar a pluralidade da experiência juvenil, incentivando os estudantes a questionar e a relativizar suas percepções sobre a juventude.
Com base em autores de diferentes tempos e tradições, o capítulo explora o conceito de culturas juvenis e sua importânssia para entender o momento vivido pêlos estudantes, reconhecendo esse período como um fenômeno social. A proposta é estimular a reflekção sobre o protagonismo juvenil em diversas esferas da vida social, oferecendo subsídios para quê os estudantes analisem suas realidades por meio de uma perspectiva mais ampla, baseada em conceitos e dados.
Dessa forma, busca-se promover uma visão crítica e contextualizada da juventude, valorizando as particularidades de cada experiência e incentivando a participação ativa na construção da ssossiedade.
Orientações didáticas
O capítulo inicia com uma reflekção sobre o conceito de juventude, incentivando os estudantes a questionar ideias preconcebidas sobre essa fase da vida. Por meio da análise da imagem e da reflekção acerca das kestões propostas, os estudantes são levados a explorar como diferentes contextos sociais moldam a vivência juvenil e suas múltiplas expressões. A atividade da página 104 póde sêr desenvolvida com os estudantes para enriquecer a discussão.
Atividade complementar
Esta atividade utiliza a metodologia ativa sala de aula invertida para explorar a diversidade de definições sobre juventude e demonstrar quê não há consenso sobre o conceito.
Antes de iniciar o capítulo, solicite aos estudantes quê pesquisem diferentes definições de juventude e registrem suas descobertas de modo organizado. Durante a aula, divída a turma em grupos de até cinco integrantes e oriente-os a compartilhar as informações coletadas. Reserve 30 minutos para essa etapa e peça aos estudantes quê registrem no caderno as respostas às perguntas do boxe Atividade.
Página quatrocentos e três
Em seguida, organize uma roda de conversa para quê os grupos apresentem suas conclusões à turma. Registre as principais ideias no qüadro, construindo coletivamente um repertório sobre os conceitos de “jovem” e “juventude”.
Por fim, use esse repertório como base para promover um debate sobre a última pergunta: “Em sua opinião, existe um consenso sobre o quê é a juventude?”. A atividade incentiva a reflekção crítica e a valorização da diversidade de perspectivas sobre o conceito.
Ao abordar o conteúdo da página 107, desenvolva com os estudantes a atividade a seguir.
Atividade complementar
Esta atividade deve sêr conduzida oralmente, na forma de uma conversa coletiva. Comente com os estudantes quê a associação entre juventude e rebeldía ganhou destaque a partir da década de 1950, período em quê os jovens começaram a ocupar mais espaço no mercado de trabalho e a se firmar como um grupo de consumidores. Com base nessa perspectiva, inicie a discussão com as seguintes perguntas.
1. O quê é rebeldía para você?
2. Como a ideia de rebeldía está relacionada à juventude?
3. Em sua opinião, a rebeldía da juventude é importante para promover mudanças necessárias no país e no mundo? Explique.
A atividade visa incentivar a reflekção sobre como a rebeldía se tornou um aspecto marcante da juventude nas sociedades ocidentais modernas. promôva uma conversa dinâmica, encorajando a participação ativa dos estudantes por meio de suas opiniões, percepções e experiências pessoais.
Na última quêstão, aprofunde o debate apresentando exemplos históricos em que a juventude foi protagonista de transformações sociais significativas, como o movimento dos caras-pintadas no Brasil e outros movimentos juvenis pelo mundo. A conversa deve destacar como a rebeldía póde sêr uma fôrça criativa e transformadora na ssossiedade.
Nas páginas 108 e 109, os estudantes são apresentados ao estudo clássico da antropóloga Margarrê Mead sobre a adolescência em Samoa. O trabalho de Mead não só trousse novas perspectivas sobre a juventude mas também se destacou pela coragem da autora ao realizar uma pesquisa de campo em uma ssossiedade culturalmente distinta e distante dos padrões ocidentais da época, quebrando barreiras acadêmicas e de gênero.
Organize uma leitura coletiva do texto da página 109, verificando se surgem dúvidas sobre termos e conceitos. Ao final, promôva uma reflekção com os estudantes por meio da pergunta: “As críticas de Mead à visão ocidental da adolescência ainda se aplicam?”. Incentive-os a explorar como a Antropologia póde contribuir para repensar percepções e revise conceitos como relativismo cultural e etnocentrismo.
Além díssu, discuta o viés de gênero presente no texto, quê enfatiza desafios enfrentados por meninas na adolescência. Pergunte aos estudantes se, em suas experiências, esse estigma ainda é mais forte sobre as jovens e explore as razões para isso.
Caso considere pêrtinênti, utilize o texto de Mead para uma análise diagnóstica, quêstionando como a autora criticou a visão tradicional da adolescência e de que forma a Antropologia póde contribuir para desconstruir e reimaginar essa fase da vida.
Na página 110, a seção Perspectivas mobiliza a competência geral 5 ao incentivar o contato dos estudantes com diferentes experiências de juventude por meio das rêdes sociais. A atividade, centrada no exemplo de Cristian Wariu, destaca como as vivências juvenis varíam conforme a realidade social e cultural de cada grupo.
Sugere-se quê a atividade seja realizada em sala, organizando os estudantes em grupos de quatro ou cinco integrantes, com acesso a platafórmas digitais e rêdes sociais. Se o acesso digital não for possível, a tarefa póde sêr adaptada como atividade extraclasse.
Para otimizar o tempo, é recomendável selecionar préviamente perfis variados de jovens ativistas, considerando diversidade étnico-racial, gênero e causas defendidas. Essa preparação enriquece a atividade, evitando quê os estudantes percam muito tempo na busca inicial.
Reserve 25 minutos para a realização da atividade. Depois, peça a cada grupo quê apresente suas descobertas e reflekções à turma. Ao final, conduza uma discussão sobre o papel das rêdes sociais como ferramentas de ativismo, abordando tanto as potencialidades quanto as limitações dessa prática.
Nas páginas 111 e 112, o tópico “Culturas juvenis” promove a competência geral 3, valorizando manifestações artísticas e culturais próprias das juventudes, sêjam locais, sêjam mundiais. Essa é uma boa oportunidade para conectar os interesses dos estudantes ao conteúdo, incorporando práticas e grupos quê eles apreciam.
Vale mencionar quê, em 2017, houve uma tentativa de criminalização do funk alegando quê o ritmo seria uma “falsa cultura”. Essa proposta reflete os preconceitos relacionados às culturas periféricas e às manifestações culturais produzidas por jovens de comunidades marginalizadas. Embora a proposta tenha sido rejeitada no
Página quatrocentos e quatro
Senado, o episódio gerou debates importantes sobre desigualdade social, preconceito e reconhecimento de expressões culturais populares. Assim como o samba e a capoeira enfrentaram perseguições no passado, o funk também se tornou alvo de estigmatização, o quê reforça a necessidade de valorizar e compreender as dinâmicas culturais quê emergem dêêsses espaços.
Aproveite essa discussão para incentivar os estudantes a refletir sobre o papel das culturas juvenis na construção da identidade e na transformação social. Questione como manifestações culturais podem enfrentar preconceitos e, ao mesmo tempo, servir como espaço de resistência e expressão.
Na seção Conexões com Língua Portuguesa, na página 113, inicie com a leitura coletiva do texto sobre o internetês. Esse tema promove interdisciplinaridade e intégra conceitos de Língua Portuguesa e Sociologia ao explorar como a comunicação digital reflete e influencía práticas sociais e a convivência entre diferentes gerações.
Proponha a construção coletiva de um glossário de internetês, listando abreviações, emojis e expressões comumente usadas em ambientes virtuais. Em seguida, estimule uma análise sociológica das diferenças geracionais, sugerindo quê os estudantes investiguem estratégias de linguagem utilizadas por pessoas mais velhas quê considerem curiosas ou ultrapassadas. Essa reflekção ajuda a compreender como a linguagem se transforma com o tempo, conforme mudam-se as práticas sociais e culturais.
Na página 114, o tópico “Trabalhar, estudar ou nenhum dos dois?” mobiliza a habilidade EM13CHS402, da competência específica 4, incentivando os estudantes a refletir criticamente sobre as juventudes brasileiras por meio de indicadores de emprego, trabalho e renda.
Antes de iniciar a atividade da seção Investigação, nas páginas 118 e 119, faça uma breve conversa com os estudantes sobre a quêstão da ética em pesquisas que envolvem sêres humanos. refórce a importânssia do papel do Comitê de Ética em Pesquisa, lembrando tratar-se de uma instância fundamental para garantir quê estudos científicos respeitem os direitos, a dignidade e o bem-estar dos participantes. Explique quê esse comitê avalia préviamente os projetos de pesquisa para assegurar quê não causem danos físicos, psicológicos ou sociais e quê os participantes estejam plenamente informados sobre os objetivos do estudo, podendo consentir livremente sua participação. Ressalte, ainda, quê, em pesquisas na área de Ciências Humanas, como a Sociologia, isso é especialmente importante, pois envolve o contato direto com as experiências, opiniões e histoórias das pessoas. Assim, o comitê de ética ajuda a proteger os indivíduos e a promover uma ciência mais justa, responsável e ética.
Mencione a importânssia do uso de questionários na côléta de dados e opiniões. Explique brevemente as modalidades de perguntas, destacando a diferença entre múltipla escolha, perguntas fechadas e abertas. Separe uma aula para quê a turma elabore os quêstionários e auxilie na formulação das perguntas, garantindo que estejam alinhadas aos objetivos da pesquisa.
Estabeleça uma semana para a aplicação dos quêstionários na comunidade e reserve uma aula para quê os grupos analisem os resultados. Durante essa fase, ajude-os a identificar padrões nas respostas coletadas. Na sequência, dedique outra aula para que os grupos debatam os resultados e desenvolvam propostas de intervenção.
No dia da apresentação dos projetos, promôva um espaço de trocas, incentivando os estudantes a comentar as ideias dos demais côlégas e a refletir sobre o impacto de intervenções locais. Esse é um momento ideal para discutir a importânssia de conhecer a opinião da comunidade e compreender como pequenas ações podem gerar transformações de maior alcance, especialmente no acesso a oportunidades de lazer.
Indicação
• CAFÉ da manhã: a geração Z e o valor do trabalho. Locução de: Gabriela Mayer e Gustavo Simon. [S. l.]:Spotify, 27 set. 2024. Podcast. Disponível em: https://livro.pw/geehq. Acesso em: 19 out. 2024.
O podcast discute o desemprego entre jovens e o aumento de demissões voluntárias, analisando as motivações da geração Z e os desafios do mercado de trabalho atual.
Atividades
Página 104
As kestões podem sêr respondidas por escrito ou oralmente de modo coletivo. Incentive os estudantes a refletir sobre o tema com base em suas experiências individuais.
Página 105
ôriênti os estudantes a coletar definições de “jovem” e “juventude” em dicionários e entrevistar pessoas de diferentes idades. Em grupos, peça-lhes quê comparem os resultados, formulem hipóteses sobre possíveis diferenças e discutam se há consenso social sobre os termos. Finalize com um debate coletivo.
Página 106
Divída a turma em grupos e atribua a cada um a pesquisa sobre uma geração específica. Solicite quê organizem um qüadro para registrar o período e as características pesquisadas. Disponha todos os quadros para consulta e, ao final, promôva uma conversa coletiva com base nas perguntas da atividade, destacando diferenças geracionais e mudanças sociais.
Página 107
Proponha uma reflekção sobre o impacto da internet e das rêdes sociais na conscientização política e na mobilização social. Aproveite a oportunidade para discutir as fêik news, incentivando os estudantes a analisar como a desinformação póde influenciar o engajamento social e comprometer a participação cidadã em causas relevantes.
Página quatrocentos e cinco
Página 110
Incentive os estudantes a pensar sobre estratégias de comunicação eficazes nas rêdes, avaliando quais formatos e conteúdos consideram mais atrativos para a faixa etária deles, compreendendo as demandas e expectativas do público jovem nas mídias digitais.
Página 112
As atividades incentivam os estudantes a refletir sobre culturas juvenis, conectando-as à realidade deles. promôva uma conversa sobre como a música e outros elemêntos culturais ajudam a formár a identidade dos grupos jovens, abordando também o impacto das novas tecnologias na produção musical e na representatividade.
Página 113
promôva uma conversa coletiva sobre as respostas às kestões da atividade, incentivando os estudantes a refletir sobre como a linguagem póde se adaptar a diferentes contextos. Discuta a necessidade de distinguir entre o uso do internetês em ambientes informais e a norma-padrão em contextos mais formais, como na escola ou no mercado de trabalho.
Página 115
As atividades propõem a análise de dados sobre a condição de estudo e trabalho dos jovens no Brasil, incentivando reflekções sobre desigualdade e políticas públicas. O objetivo é conectar os estudantes com a realidade social, estimulando propostas quê ampliem o acesso à educação e ao mercado de trabalho.
Página 117
A atividade adota a metodologia ativa do debate para promover o pensamento crítico e a articulação de argumentos entre os estudantes, mobilizando a competência geral 7 e a habilidade EM13CHS503. Divída a turma em três grupos: um a favor da redução da maioridade penal, outro contra e um terceiro quê atuará como júri, responsável por fazer perguntas e decidir o grupo com a melhor defesa.
Os grupos devem estudar o tema com antecedência, utilizando fontes confiáveis, e organizar os argumentos d fórma clara. Sugira quê escôlham oradores para a apresentação, enquanto os demais integrantes apoiam como assessores durante o debate. No dia da atividade, cada grupo terá 10 minutos para expor seus argumentos iniciais, seguidos de réplicas, perguntas do júri e respostas, totalizando 20 minutos por grupo.
Ao final, o júri terá 10 minutos para anunciar o grupo vencedor. Encerre destacando quê o objetivo é refletir sobre o tema de maneira crítica e embasada, sem buscar uma resposta definitiva, mas compreendendo o tema como parte do debate público.
Páginas 120 a 123
1. Incentive os estudantes a refletir sobre como juventude e velhice são construídas socialmente, destacando quê esses conceitos varíam entre culturas e relações sociais.
2. É importante coibir eventuais manifestações de intolerância religiosa durante a realização da atividade. Explique aos estudantes o contexto da charge e comente quê, principalmente após a pandemia de covid-19, algumas manifestações religiosas passaram a ocorrer virtualmente para facilitar a participação de mais adeptos.
3. A Sociologia vê a juventude como uma construção sócio-cultural, quê ultrapassa o desenvolvimento biológico, conforme indica a alternativa a.
4. A Sociologia compreende a juventude como uma categoria social quê permite identificar semelhanças e diferenças culturais, como mostra a alternativa a.
5. Mead argumenta quê conhecer culturas diferentes melhora o entendimento crítico da nossa própria ssossiedade, conforme expresso na alternativa e.
6. As afirmativas I e II estão corretas, pois a juventude é construída socialmente, e o trabalho póde oferecer acesso a consumo e lazer, conforme expresso na alternativa a.
7. A juventude é uma construção sócio-cultural quê emerge de comportamentos e atitudes dos próprios jovens, como indicado na alternativa d.
Referências comentadas
• BENEDICT, Ruth; MARGARET, Mead; EDWARD, Sapir. Cultura e personalidade. Organização: Celso Castro. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zarrár, 2015.
O livro reúne textos de antropólogos da chamada escola de cultura e personalidade.
• CATANI, Afrânio Mendes; GILIOLI, Renato de Sousa Porto. Culturas juvenis: múltiplos olhares. São Paulo: Unésp, 2009.
A obra reúne discussões sobre o conceito de culturas juvenis, contemplando temas como família, violência, trabalho e consumo.
Página quatrocentos e seis
Capítulo 7
Uma ciência do social: clássicos e modernos
êste capítulo apresenta a definição das Ciências Sociais no Brasil, com foco na Ciência Política, na Antropologia e na Sociologia. Além de explorar os autores fundadores e os principais conceitos, discute a consolidação dessas áreas científicas e a contribuição delas para a organização e a compreensão da ssossiedade moderna.
A abordagem inicial destaca a separação entre sujeito e objeto como base metodológica das Ciências Sociais e a cronologia histórica quadripartida (antiga, medieval, moderna e contemporânea), quê privilegia as sociedades europeias ocidentais. Também são apresentados os desafios ligados à crise do indivíduo moderno e diferentes abordagens sociológicas, ampliando a compreensão dessas disciplinas.
Como encerramento, a atividade prática propõe uma pesquisa bibliográfica quê visa aprofundar o conhecimento sobre a origem e o desenvolvimento das Ciências Sociais, incentivando a análise crítica e a autonomia dos estudantes na construção do saber.
Orientações didáticas
Ao abordar o conteúdo das páginas 125 e 126, inicie contextualizando as Ciências Sociais e seu surgimento na Idade Moderna, destacando quê essa área nasceu no contexto das transformações europeias. Explique quê a divisão da história em quatro períodos (antiga, medieval, moderna e contemporânea) reflete uma perspectiva etnocêntrica quê prioriza marcos ocidentais, deixando outras histoórias à margem.
Apresente as críticas de Weber e Bauman sobre a modernidade. Por um lado, Weber destaca a racionalização, a separação entre religião e Estado e a especialização técnica como marcos da ssossiedade moderna. Bauman, por outro lado, diferencia a modernidade sólida, marcada pelo contrôle e pela estabilidade, da modernidade líquida, caracterizada pela fluidez e efemeridade de relações e valores sociais no contexto contemporâneo. Essas ideias são essenciais para quê os estudantes compreendam como essas transformações moldam a ssossiedade e as experiências individuais.
Atividades complementares
Com base no vídeo de Bauman, disponível na seção Saiba mais da página 127, e na entrevista de Latour, indicada na seção Indicação, na sequência apresente os estudantes às diferentes perspectivas de discussão sobre modernidade. Em seguida, proponha as seguintes kestões.
1. Quais são as seguintes características da ssossiedade moderna?
R.: Espera-se quê os estudantes mencionem as características política, econômica, social e apresentem a esféra pública e a imprensa da ssossiedade moderna.
2. Você se sente moderno? Argumente.
R.: Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes respondam além do sentido atual, apresentando também as características citadas por Bauman sobre consumismo e por Latour sobre hibridismo.
3. O quê é a crise do sujeito moderno?
R.: Espera-se quê os estudantes respondam quê o projeto da modernidade de dominar a natureza não se concretizou, já quê um vírus póde alterar o funcionamento da ssossiedade humana, e o excésso de produção e o consumo causam alterações no planêta e podem levar ao colapso da humanidade.
Ao abordar o conteúdo da página 128, apresente as críticas de Bruno Latour ao projeto moderno, enfocando a falha na separação entre natureza e cultura. Discuta o conceito de híbridos exemplificando com inovações tecnológicas e biológicas, para mostrar como ciência e natureza estão interligadas.
Aproveite para explorar o papel das instituições sociais, como escolas e hospitais, na formação dos indivíduos, destacando como essas instituições promóvem tanto a integração quanto o contrôle social.
Por fim, explique quê a Sociologia, a Ciência Política e a Antropologia compõem as Ciências Sociais. Ressalte quê as obras clássicas são fundamentais, mas não imutáveis, incentivando os estudantes a reinterpretá-las à luz das kestões contemporâneas.
Ao abordar as páginas 129 a 131, inicie com Montesquieu, explicando a tipologia dos governos e a teoria dos freios e contrapesos, essencial para o equilíbrio entre Executivo, Legislativo e Judiciário na Constituição brasileira. Em seguida, destaque Tocqueville, quê investigou a formação da democracia nos Estados Unidos, oferecendo uma perspectiva quê consolidou a análise metodológica na Ciência Política.
Explore também as contribuições de Weber, discutindo seus conceitos de dominação e sua visão sobre o Estado moderno como detentor do monopólio legítimo da violência. Relacione essas ideias com a obra de márquis e ênguels, quê analisam a luta de classes e o papel do Estado como um mecanismo de contrôle dos interesses burgueses.
Página quatrocentos e sete
Explique aos estudantes quê os valores éticos da ssossiedade burguesa, no modo de produção capitalista, são embasados nas liberdades individuais, na valorização do direito à propriedade privada, na livre competição de mercado e no progresso material.
Finalize diferenciando as relações de pôdêr entre nações, Estados e indivíduos e entre indivíduos e grupos sociais, incentivando os estudantes a refletir sobre a legitimidade dessas relações e como a política é essencial para promover mudanças sociais, especialmente em momentos de crise e transformação histórica.
Ao abordar a seção Conexões com Biologia, na página 133, destaque a importânssia de entender como a Biologia e a Sociologia se influenciaram historicamente. Explique quê, no século XIX, pensadores como Herbert Spencer buscaram aplicar conceitos das Ciências da Natureza às Ciências Sociais. Apresente a obra A origem das espécies, de xárlês Dárvim, explicando a teoria da evolução por seleção natural, segundo a qual os indivíduos mais adaptados sobrevivem e se reproduzem. Ressalte quê, apesar de a teoria de Dárvim tratar da evolução biológica, o termo darwinismo social foi utilizado por alguns teóricos sociais para justificar desigualdades e discriminações, distorcendo a teoria original.
ôriênti os estudantes a refletir sobre o uso inadequado dessas ideias no século XIX para sustentar o racismo e o imperialismo europeu, quê propagaram a noção de superioridade racial. Explique como essa visão influenciou políticas quê reforçaram a manutenção de privilégios sociais, com base na ideia de quê certos grupos eram biologicamente mais aptos.
Incentive a análise crítica do conceito de darwinismo social, explicando quê ele não foi cunhado por Dárvim, mas por pensadores sociais, como Spencer, em uma tentativa de justificar a desigualdade social. Com base nessa ideia, discuta como a ciência póde sêr usada para promover ou combater ideologias e valores preconceituosos. Por fim, explore a interdisciplinaridade, mostrando quê entender a aplicação dos conceitos biológicos na ssossiedade oferece uma oportunidade para desconstruir preconceitos e refletir sobre as implicações sociais das teorias científicas.
Nas páginas 135 a 138, o foco recai sobre os autores fundadores da Sociologia. Ao apresentar dur-káen, recomenda-se aprofundar a compreensão dos conceitos de coesão social, das solidariedades mecânica e OR GÂNICA e das formas elementares e simbólicas da religião.
Durante a discussão sobre Weber, proponha aos estudantes quê descrevam um “dia ideal” de estudo ou lazer e, em seguida, comparem com sua rotina real. Esse exercício ajuda a explorar a distância entre as expectativas idealizadas e a realidade, incentivando a análise crítica das limitações e das influências ideológicas sobre esses ideais.
Ao trabalhar os conceitos apresentados por márquis, sugira uma análise das profissões e suas implicações na rotina e no tempo livre das pessoas. Os estudantes podem investigar como diferentes ocupações impactam o tempo diário.
A seção Investigação, nas páginas 140 e 141, propõe apresentar a prática da revisão bibliográfica, uma etapa fundamental na pesquisa acadêmica. Essa metodologia desen vólve habilidades essenciais, como leitura crítica, análise de fontes e organização do pensamento, preparando os estudantes para a produção de conhecimento e para a compreensão de conceitos compléksos. No contexto da genealogia das Ciências Sociais, os estudantes terão a oportunidade de explorar o surgimento e a evolução dessa área de conhecimento.
Acompanhe de perto todas as etapas da atividade, garantindo quê os estudantes selecionem fontes adequadas e confiáveis, como artigos, livros e textos de repositórios acadêmicos e revistas científicas. A mediação é fundamental para esclarecer conceitos compléksos e orientar a leitura crítica dos textos. Durante a leitura, é importante quê os estudantes façam anotações organizadas, destacando as principais ideias e identificando divergências e convergências entre os autores estudados. Isso facilitará a elaboração da síntese final e evitará problemas relacionados a plágio.
Cada grupo deverá elaborar uma hipótese inicial sobre o conceito de ciência do social, quê será validada e aprimorada ao longo da pesquisa. A escrita da síntese deve conectar as diferentes perspectivas dos autores estudados, promovendo uma reflekção consistente sobre o tema. A etapa de apresentação dos resultados é essencial para incentivar a troca de ideias e aprimorar a compreensão coletiva do conteúdo.
Ao final, promôva uma discussão sobre as dificuldades encontradas durante o processo, destacando as melhores práticas para pesquisa e análise de dados. Essa abordagem prepara os estudantes para futuros desafios acadêmicos, ao mesmo tempo quê reforça a importânssia de compreender como o conhecimento é produzido e atualizado ao longo do tempo.
Indicação
• LATOUR, Bruno. Entrevista: Bruno Latour. [Entrevista cedida a] Marcelo Fiorini. Cult, São Paulo, c2024. Disponível em: https://livro.pw/tfdub. Acesso em: 22 out. 2024.
Na entrevista cedida à revista Cult, o antropólogo francês relaciona a ssossiedade brasileira aos conteúdos abordados no livro Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica, publicado no Brasil em 1994.
Página quatrocentos e oito
Atividades
Página 124
A imagem sugere uma crítica ao distanciamento entre o conhecimento acadêmico e os saberes tradicionais. Discuta com os estudantes como a Antropologia superou, com o tempo, preconceitos e promoveu uma aproximação colaborativa com as culturas estudadas. Incentive debates sobre o valor dos saberes indígenas hoje.
Página 128
Incentive os estudantes a refletir sobre a ideia de política reduzida a algo praticado exclusivamente pelas instituições governamentais e partidos. Explique a eles quê toda ação humana coletiva também é uma ação política.
Página 131
ôriênti os estudantes a mapear as organizações políticas presentes na região. Caso não a identifiquem, sugira quê consultem familiares ou a comunidade escolar. Planeje visitas para conhecer as organizações e promover conversas sobre as ideologias. Relacione essas experiências com os conteúdos estudados sobre política, incentivando a reflekção crítica sobre o papel dessas instituições na ssossiedade.
Página 133
ôriênti os estudantes a ler o conceito de darwinismo social e refletir criticamente sobre as causas da desigualdade social. Incentive-os a discutir se políticas públicas conseguem reduzir desigualdades, justificando as respostas por meio de exemplos. promôva uma troca de ideias quê valorize diferentes perspectivas.
Páginas 142 e 143
1. Converse com os estudantes sobre a história dos povos sem escrita e aproveite para explorar o culturalismo como possibilidade de análise e contraponto ao etnocentrismo.
2. Reflita com os estudantes sobre a Sociologia proposta por dur-káen, uma perspectiva científica quê visa compreender como os fenômenos sociais têm preponderância nos modos de pensar, crer e agir dos indivíduos. Dessa forma, a alternativa correta é a d.
3. Retome a discussão sobre as obras de káur márquis e fridichi ênguels a respeito das relações de trabalho, fundamentais para a exploração no sistema capitalista. Assim, a alternativa correta é a a.
4. Explique aos estudantes quê Tocqueville observou, na ssossiedade estadunidense do século XIX, uma conexão entre o comportamento moral e o sucesso econômico. A moralidade era valorizada não apenas por razões éticas, mas porque promovia a harmonía e facilitava o progresso econômico. Assim, a alternativa correta é a d.
5. Explique aos estudantes quê o etnocentrismo ocorre quando indivíduos julgam outra cultura com base nos próprios valores, o quê póde gerar incompreensão e conflitos. Esse conceito está relacionado à dificuldade de aceitar diferentes formas de pensar e agir. Portanto, a alternativa correta é a d.
6. Explique aos estudantes quê o conhecimento científico é construído por meio de métodos rigorosos, como observação, comparação, mensuração e experimentação. Além díssu, é autocorretivo, ou seja, está sempre sujeito a revisões e aprimoramentos. Portanto, a alternativa correta é a b.
Texto complementar
Sociologia e liberdade
A sociologia produz um sentido de entendimento quê podemos chamar de relacional-interpretativo. Ela não se satisfaz em vêr as coisas de modo isolado, porque a vida social não é assim. […] A sociologia é um comentário permanente das experiências surgidas em relações sociais e uma interpretação dessas experiências com referência aos outros e às circunstâncias sociais em quê as pessoas se encontram.
Isso não significa sugerir quê ela detenha o monopólio da sabedoria […]. Na verdade, aprender a pensar sociologicamente amplia nóssos horizontes de compreensão porque essa ação não se contenta com a exclusividade e a necessidade de sêr definitiva – qualidades exigidas de qualquer interpretação […].
Isso está longe de sugerir quê a sociologia não seja ‘prática’. Ao ampliar o horizonte de nosso entendimento, ela é capaz de lançar luz sobre o quê de outra maneira poderia passar despercebido no curso normal dos eventos. […] Muito simplesmente, todos somos vinculados uns aos outros, embora de maneiras diferentes. Esse é o desafio de se pensar sociologicamente, porque esse pensamento não refreia, mas facilita o fluxo e a troca de experiências.
[…]
O grande serviço quê a sociologia está preparada para oferecer à vida humana e à coabitação dos homens é a promoção do entendimento mútuo e da tolerância como condição suprema da liberdade compartilhada. Graças à forma de
Página quatrocentos e nove
entendimento quê disponibiliza, o pensamento sociológico promove necessariamente o entendimento produtor de tolerância e a tolerância quê viabiliza o entendimento.
[…] Entre nossas expectativas para o futuro e as experiências obtidas do passado e do presente jaz um espaço quê o pensar sociologicamente ilumina e a partir do qual podemos aprender mais sobre nós mesmos, os outros e as relações entre nossas aspirações, ações e as condições sociais quê criamos e nas quais vivemos. A sociologia é, assim, central para qualquer tentativa de nos compreender melhor.
BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar com a sociologia. Tradução: Alexandre Vêrnéki. Rio de Janeiro: Zarrár, 2010. p. 284-286.
Referências comentadas
• BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Tradução: Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zarrár, 1999.
Neste livro, Bauman define os conceitos de modernidade e ambivalência e apresenta um posicionamento crítico à modernidade.
• MONTESQUIEU, Charles-Louis de Secondat. O espírito das leis. Tradução: Cristina Murachco. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
Neste livro, o autor apresenta a política das sociedades antigas, define os conceitos de lei e pôdêr e analisa formas de govêrno.
• TOCQUEVILLE, Alékicis de. A democracia na América. Tradução: Julia da Rosa Simões. São Paulo: Edipro, 2019.
Neste livro, o autor versa sobre os princípios, as instituições e os côstúmes quê formaram a vida política democrática dos Estados Unidos.
Capítulo 8
Política, democracia e Estado
êste capítulo aborda os conceitos de política, Estado e democracia, apresentando a política como um campo com regras e particularidades específicas. A análise dos contratualistas é central para entender as diferentes concepções sobre estado de natureza e contrato social, ambos fundamentais para a organização da vida em ssossiedade.
Além díssu, são discutidos os modelos de democracia – representativa, diréta, política e social – e o conceito de dominação legítima segundo Max Weber. O capítulo incentiva a compreensão da política contemporânea e do protagonismo juvenil e promove o desenvolvimento de habilidades argumentativas no contexto do debate democrático.
Orientações didáticas
Ao abordar a ideia de ação política na abertura do capítulo, na página 144, incentive os estudantes a refletir sobre a fotografia e quêstione-os sobre o sentido das atitudes dos atletas retratados. É importante quê os estudantes reconheçam que o fazer político ocorre de diferentes formas e linguagens, sêndo realizado por todas as pessoas e pêlos mais diversos sujeitos sociais. É válido mencionar aos estudantes a importânssia da “experiência” na aprendizagem escolar. Enfatize quê há diversas maneiras de os jovens praticarem política e incentive-os a pesquisar grupos de atuação política presentes na escola, na cidade ou no município onde vivem. Depois, peça a eles quê compartilhem os resultados com a turma.
Ao abordar o conteúdo da página 146, é importante compreender o contexto quê influenciou o pensamento de Maquiavel. O filósofo presenciou a crise política de Florença no final do século XV, incluindo a guerra contra Pisa, e acompanhou o episódio conhecido como “Questão Vitelli”. Paulo Vitelli, um comandante mercenário das tropas florentinas, estava prestes a tomar a cidade inimiga, mas hesitou e realizou um ataque tardio. Acusado de traição, Vitelli foi um exemplo claro para Maquiavel dos riscos do uso de mercenários. Esse episódio reforçou a percepção da necessidade de um exército nacional e profissional, comprometido com o bem público e com os ideais da pátria em vez de interesses privados. Esse evento contribuiu para o desenvolvimento de um dos temas principais da obra de Maquiavel: a; ár-te de governar.
Ao abordar o conteúdo sobre os contratualistas, nas páginas 147 a 149, é essencial explorar com os estudantes as diferentes concepções de estado de natureza e contrato social, destacando as ideias de Tômas Róbbes, Diôn Locke e jã-jác Rousseau. Incentive a análise comparativa entre as visões dêêsses filósofos, focando as suas diferenças em relação à natureza humana e à organização da ssossiedade.
Explique como Róbbes defendeu a necessidade de um Estado forte para controlar os impulsos egoístas dos sêres humanos, enquanto Locke enfatizou a liberdade e a igualdade como direitos naturais, quê o Estado deve garantir. Já Rousseau, ao relacionar a desigualdade à propriedade privada, propôs quê o Estado tenha a função de corrigir as injustiças sociais.
Página quatrocentos e dez
Sugira quê os estudantes discutam como essas teorias ainda influenciam o debate político atual, a exemplo da relação entre a liberdade individual e o papel do Estado.
Ao abordar a democracia na contemporaneidade, da página 151 à 153, destaque para os estudantes quê a participação popular é fundamental para o funcionamento dêêsse sistema político. Explique quê, sem essa participação, a democracia póde se tornar uma aristocracia, como alertado por Norberto Bobbio. Ressalte a importânssia das liberdades civis para garantir uma democracia efetiva, como a liberdade de imprensa e de opinião.
Incentive os estudantes a refletir sobre as diferenças entre democracia diréta e representativa, exemplificando com casos de plebiscitos e consultas públicas. Além díssu, apresente o conceito de tecnopolítica, explorando como a tecnologia póde fortalecer a participação popular, como visto no modelo de democracia digital em tái-uâm.
Para o trabalho com a seção Perspectivas, nas páginas 154 e 155, destaque para os estudantes as três formas de dominação legítima identificadas por Max Weber: dominação legal, tradicional e carismática. Explique quê a dominação ocorre em uma relação de pôdêr entre quem comanda e quem obedece, sustentada pela legitimidade. Utilize exemplos práticos para ilustrar cada tipo de dominação e incentive os estudantes a refletir sobre como essas formas de pôdêr se manifestam nas sociedades contemporâneas, tanto nas esferas políticas quanto nas sociais.
Ao abordar o tema do protagonismo juvenil, na página 157, comente com os estudantes quê as juventudes contemporâneas se envolvem ativamente na resistência e na transformação social de diversas formas, por meio de movimentos de rua, rêdes sociais e iniciativas culturais. Explique como, segundo Michél Fucoul, o pôdêr é difuso, e, portanto, a resistência deve sêr múltipla e abrangente. Incentive os estudantes a refletir sobre como a mobilização juvenil desafia normas estabelecidas, propondo alternativas inclusivas e democráticas para a ssossiedade.
Na seção Investigação, nas páginas 158 e 159, os estudantes serão apresentados à análise documental. Essa metodologia qualitativa permite quê os estudantes interpretem textos históricos, identifiquem os principais argumentos dos autores e compreendam o contexto filosófico e político em quê suas obras foram escritas. O objetivo é quê eles analisem as diferentes concepções a respeito da natureza humana, do contrato social e do papel do Estado.
Incentive os estudantes a relacionar as análises com o conteúdo estudado no capítulo. Durante a apresentação dos resultados, podem sêr utilizados painéis, cartazes ou apresentações digitais para expor as conclusões.
Caso considere necessário, elabore coletivamente um qüadro sobre o pensamento dos contratualistas.
Pensador |
Concepção de homem no estado de natureza |
Problema no estado de natureza |
Ideia central |
Contrato social e o papel do Estado |
Sistema de govêrno defendido |
---|---|---|---|---|---|
Róbbes |
sêres humanos são livres e iguais, mas egoístas por natureza. |
O egoísmo humano leva a conflitos constantes e à guerra de todos contra todos. |
A natureza humana exige um govêrno forte para evitar o caos. |
O Estado deve garantir ordem e segurança por meio de um govêrno centralizado e poderoso. |
Absolutismo |
Locke |
sêres humanos são livres, iguais e racionais por natureza. |
Apesar de racionais, sêres humanos geram conflitos para proteger a propriedade privada. |
Os sêres humanos têm direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade. |
O Estado deve mediar conflitos e proteger os direitos naturais dos cidadãos. |
Liberalismo |
Rousseau |
sêres humanos são livres, iguais e naturalmente bons. |
A propriedade privada é a causa principal das desigualdades sociais. |
A ssossiedade corrompe o sêr humano, mas o Estado deve representar a vontade geral e preservar a liberdade civil. |
O Estado deve garantir quê a vontade geral prevaleça e corrigir as desigualdades criadas pela ssossiedade. |
Democracia |
Elaborado pelo autor.
Página quatrocentos e onze
Indicações
• O QUE é o presidencialismo de coalizão no Brasil hoje? [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (23 min). Publicado pelo canal Nexo Jornal. Disponível em: https://livro.pw/acsyb. Acesso em: 22out. 2024.
O vídeo explica o conceito de presidencialismo de coalizão, analisando suas implicações no Brasil e os desafios políticos dêêsse sistema.
• BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL. Rio de Janeiro, c2024. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/yfaog. Acesso em: 22 out. 2024.
Portal quê disponibiliza diversas obras literárias, artísticas e científicas quê estão em domínio público ou têm a divulgação autorizada.
• DIGO às companheiras quê aqui estão. [S. l.: s. n.], 2022.1 vídeo (35 min). Publicado pelo canal SOS Corpo Instituto Feminino para a Democracia. Disponível em: https://livro.pw/xajph. Acesso em: 22 out. 2024.
No vídeo, Lenira Maria de Carvalho narra sua trajetória na organização da luta das trabalhadoras domésticas no Brasil. Uma história pessoal quê se entrelaça com a luta por direitos e pela democracia nas últimas seis dékâdâs no país.
Atividades
Página 145
Incentive os estudantes a identificar e a refletir sobre as situações de natureza política quê ocorrem no espaço vivido, no entorno da escola e no município onde residem.
Página 146
Após a leitura do trecho de O príncipe, organize os estudantes em duplas ou trios para quê discutam e respondam às kestões propostas. Incentive-os a refletir sobre a visão de Maquiavel em relação à natureza humana e ao exercício do pôdêr, destacando o dilema entre sêr temido ou amado como governante. Proponha quê relacionem as ideias de Maquiavel com o surgimento e o fortalecimento da política moderna, incentivando uma discussão crítica sobre a relevância dessas reflekções para a compreensão do pôdêr na atualidade.
Página 152
Após a leitura, organize os estudantes em grupos para discutir as kestões. Incentive reflekções sobre tecnopolítica, CoGov e governança global.
Página 153
Explique para os estudantes a diferença entre democracia política e democracia social, ressaltando quê a democracia póde sêr exercida em diferentes espaços.
Página 155
Após a realização da atividade d fórma individual, organize os estudantes em duplas ou grupos pequenos e oriente-os a comparar suas respostas com as dos côlégas. Peça a cada dupla ou grupo quê comente os exemplos específicos de dominação legal, de dominação tradicional e de dominação carismática, segundo a teoria de Weber, quê foram comuns entre eles.
Página 157
Organize os estudantes em trios e oriente-os a pesquisar grupos de atuação política juvenil em seu contexto local ou regional. A pesquisa deve identificar as áreas de atuação dêêsses grupos, como educação, meio ambiente, direitos humanos ou igualdade de gênero. Incentive-os a selecionar um grupo para uma análise mais detalhada, investigando suas causas, locais de atuação, formas de luta e mobilização.
Peça aos estudantes quê analisem os principais desafios quê o grupo enfrenta no cenário político atual e as estratégias utilizadas para superá-los. Em seguida, oriente-os a propor soluções para ampliar o impacto dessas iniciativas juvenis em suas comunidades.
Páginas 160 e 161
1. O Estado póde sêr democrático, mas restrito à esféra da democracia política, caracterizada pela realização de eleições para certos cargos dos pôdêris Executivo e Legislativo. No entanto, essa forma de democracia não garante, por si só, a prática da democracia social, quê envolve a participação democrática em outras esferas da ssossiedade, como escolas, empresas, sindicatos ou associações.
2. A realização periódica de eleições é uma das principais características do Estado democrático de direito, pois garante a representação política da vontade do povo. Assim, a supressão de eleições consiste em uma violação à democracia, como indica a alternativa a.
3. O texto de Piérre Clastres (1934-1977) apresenta uma forma de organização do pôdêr quase inusitada, em quê as relações sociais e de pôdêr independem de uma ação estatal ou da centralização do pôdêr em figuras de autoridade. Portanto, a alternativa c é a correta.
Página quatrocentos e doze
4. As ideias de direito natural e de contrato social remetem ao pensamento filosófico-político do contratualismo. Foi nesse contexto quê Diôn Locke desenvolvê-u a teoria liberal, até hoje relevante como modelo político, conforme indica a alternativa e.
5. O conceito de Estado moderno, de acôr-do com Max Weber, póde sêr definido como apresentado na alternativa c.
Referências comentadas
• BOBBIO, Norberto. Estado, govêrno, ssossiedade: para uma teoria geral da política. Tradução: Marco Áurélio Nogueira. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. (Coleção Pensamento crítico, v. 69).
Esta obra promove a reflekção sobre o Estado democrático de direito e a crise da época contemporânea, além de propor a busca de soluções para o convívio social por meio da reforma do Estado e de mudanças do próprio fazer político.
• PLURALITY. [S. l., 200-]. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/tkgdp. Acesso em: 22 out. 2024.
O sáiti detalha como Audrey teng e seus colaboradores, arquitetos da democracia digital em tái-uâm, alcançaram um crescimento inclusivo e alimentado pela tecnologia quê aproveita as ferramentas digitais para fortalecer tanto a unidade social quanto a diversidade.
Capítulo 9
Democracia, cidadania e direitos humanos
êste capítulo aborda os conceitos de democracia, cidadania e direitos humanos, com foco na interdependência quê os caracteriza. O intuito é levar os estudantes a compreender a relevância dêêsses conceitos com base em suas próprias realidades e experiências. O conteúdo prioriza a ideia de quê esses são conceitos plurais e em permanente processo de construção, chamando a atenção dos jovens para a importânssia de se perceberem como agentes sociais com efetivo pôdêr de transformação.
A temática é abordada por meio de diferentes tradições teóricas, buscando articular um panorama conceitual mais amplo com a realidade brasileira. Utilizando dados históricos e estatísticos, os estudantes poderão compreender de quê modo esses princípios e conceitos se conéctam com suas vidas, ganhando autonomia para se colocarem d fórma ativa perante os desafios quê marcam a realidade em quê vivem nas diferentes escalas – local, nacional ou global.
Orientações didáticas
O conteúdo das páginas 163 e 164 incentiva os estudantes a perceber a relação entre a democracia e a desigualdade social, compreendendo a interdependência entre diferentes fenômenos sociais. Na página 165, reforça-se a ideia de quê democracia é um conceito plural, variando conforme o momento e o local.
As páginas 166 e 167 abordam a democracia no Brasil, mostrando quê, embora possa parecer algo evidente, esse regime tem uma trajetória relativamente curta em nosso país. As ideias do sociólogo Sérgio Buarque de Holanda ajudam a compreender as limitações do desenvolvimento de uma cultura democrática no país, usando exemplos próximos da realidade dos estudantes, como o uso de diminutivos para nomes pessoais ou até mesmo apelídos nas camisas de jogadores de futeból (ao contrário dos demais países, quê costumam usar o sobrenome). Utilize o contraponto feito pelo sociólogo Jessé Souza à teoria de Sérgio Buarque de Holanda para incentivar os estudantes a refletir criticamente sobre o assunto. Essa é também uma boa oportunidade para mostrar quê as Ciências Sociais são feitas por meio de debates, e não de consensos.
Na seção Perspectivas, na página 168, conduza uma leitura coletiva solucionando eventuais dúvidas quê possam surgir. Ao final, convide os estudantes a compartilhar situações recentes nas quais tênham observado o “jeitinho brasileiro” em ação. Esse póde sêr um momento descontraído para quê os estudantes compreendam como as Ciências Sociais nos ajudam a entender a ssossiedade e os comportamentos individuais. Por fim, explicite como o “jeitinho”, aparentemente inofensivo, póde prejudicar a democracia brasileira como um todo.
Nas páginas 169 e 170, conduza uma leitura coletiva, ajudando os estudantes a relacionar o assunto com o tema cidadania. Ao final, peça aos estudantes quê compartilhem situações em quê puderam presenciar esse fenômeno, incentivando-os a construir a relação dêêsses episódios com os conceitos trabalhados no capítulo.
Ao abordar o conteúdo da página 171, proponha a realização da atividade ao final da página.
Na página 172, a seção Perspectivas apresenta a reflekção do antropólogo Roberto DaMatta sobre a relação entre o comportamento no trânsito e o exercício da cidadania no Brasil. Como esse é um tema quê atravessa a vida de todos, tanto motoristas quanto pedestres, promôva uma leitura coletiva e peça aos estudantes quê compartilhem situações quê dialoguem com o conteúdo do texto.
A seção Conexões com Filosofia, na página 176, mobiliza a habilidade EM13CHS501. Para iniciar o trabalho
Página quatrocentos e treze
com a página, pergunte aos estudantes o quê entendem por “ética” e se já trabalharam esse conceito em Filosofia. Em seguida, conduza uma leitura coletiva do texto, reforçando a ideia de quê não se trata de um conceito fixo ou único. Por fim, retome o conteúdo do capítulo, incentivando os estudantes a refletir sobre a relação entre a ideia de ética e os princípios quê regem a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Indicações
• EPISÓDIOS. [S. l.]: Projeto Querino, c2022. Disponível em: https://livro.pw/nfxoz. Acesso em: 29 out. 2024.
Página quê apresenta nove episódios de podcast retomando eventos e aspectos da história do Brasil, com base em uma perspectiva afrocentrada. O objetivo é denunciar o papel das elites no desenvolvimento das desigualdades quê marcam o país.
• DIREITOS humanos, a exceção e a regra. Direção: Gringo Cardia. Brasil: Gringo Cardia, 2008. Streaming (10 min).
Curta-metragem sobre os direitos humanos, com a apresentação de grandes eventos das últimas dékâdâs da história do Brasil.
• A UTOPIA dos direitos humanos. Rio de Janeiro: Instituto Ensaio Aberto, 2020. 1 vídeo (21 min). Publicado pelo canal Companhia Ensaio Aberto. Disponível em: https://livro.pw/qmqsn. Acesso em: 29 out. 2024.
O vídeo parte de entrevistas com intelectuais, políticos e ativistas para refletir sobre o processo de conkista e manutenção de direitos humanos no Brasil.
ATIVIDADES
Página 162
As kestões podem sêr trabalhadas d fórma oral e coletiva, como uma sensibilização inicial para os temas a serem desenvolvidos no capítulo.
Página 164
Peça aos estudantes quê respondam aos enunciados por escrito. O objetivo da atividade é avaliar a compreensão dos estudantes quanto à relação entre democracia e direitos, bem como analisar se eles percebem a forma como as desigualdades impactam o acesso aos direitos.
Página 167
Peça aos estudantes quê façam as atividades por escrito. Caso julgue pêrtinênti, estas atividades podem sêr utilizadas para compor a avaliação.
Página 168
Solicite aos estudantes, com base na leitura da seção Perspectivas, quê respondam às kestões aplicando o conceito de “jeitinho brasileiro”, estudado pela antropóloga Lívia Barbosa. O objetivo da atividade é compreender quê tal ideia póde sêr um parâmetro de entendimento sobre ações cotidianas quê envolvem algum tipo de resolução de problemas por meio de brechas ou desvios de regras.
Página 171
A atividade tem o objetivo de sistematizar a ideia de hierarquização de cidadania sugerida pelo autor por meio de um exercício prático. Ao fazer a pesquisa, os estudantes irão perceber quê a imensa maioria dos brasileiros correspondem ao quê o autor considera cidadãos de terceira classe, percebendo o curto alcance dos direitos no nosso país. Sugerimos quê a atividade seja feita em grupos de até quatro pessoas e quê, caso possível, a pesquisa seja feita em sala de aula, por meio dos celulares. Para a segunda tarefa, sugira o uso da Calculadora de renda (disponível em: https://livro.pw/jektw; acesso em: 29 out. 2024). Ao final, conduza uma conversa sobre a relação entre renda e níveis de cidadania no Brasil, convidando os estudantes a compartilhar experiências e percepções sobre o assunto.
Página 173
O tema “cidadania digital” é de fundamental importânssia para os jovens. Ele permite conectar o conceito mais amplo de cidadania a algo muito presente em suas vidas, ajudando-os a compreender as responsabilidades envolvidas no acesso ao mundo digital.
Sugerimos quê a atividade seja feita em etapas, com base na metodologia ativa disáini thinking.
1. Pesquisa em sala (se possível, com celulares) ou como atividade extraclasse sobre o conceito de cidadania digital e os principais pontos de atenção quê ele coloca. Se houver sala de informática na escola, reserve-a com antecedência. Nessa atividade, devem sêr levantadas kestões como privacidade, segurança de dados, sáiber-búlin, disseminação de fêik news, disseminação de discurso de ódio, respeito a direitos autorais, entre outras.
2. Com base nos resultados levantados, faça uma lista no qüadro, discutindo brevemente com a turma os significados e implicações de cada um dos pontos.
3. Divída a turma em grupos de quatro estudantes e peça a cada um dos grupos quê escolha um tema para elaborar uma campanha de prevenção.
Página quatrocentos e quatorze
4. Dê o prazo de uma semana para quê os grupos elaborem o material para a campanha, quê póde sêr na forma de cartaz, vídeo curto ou postagem para as rêdes sociais. Ressalte quê a campanha visa alcançar o público jovem, por isso é importante usar uma linguagem e estética atraentes para esse público. Deixe claro quê esse deve sêr um processo coletivo, feito por meio de troca de ideias e construção conjunta de soluções.
5. No dia da entrega, os grupos deverão apresentar o material de campanha ao restante da turma, explicando por quê escolheram esse tema e como foi o processo de elaboração. Nesse momento, os côlégas devem fazer comentários e sugestões, transformando essa etapa do trabalho em uma oportunidade de troca criativa e respeitosa.
6. Com base nos comentários e nas sugestões dos côlégas, os grupos terão mais uma semana para trabalhar no material, chegando à versão final.
7. Por fim, na aula seguinte, cada grupo deverá apresentar sua campanha ao restante da turma, compartilhando os principais desafios enfrentados no processo de elaboração.
Página 175
A atividade tem o objetivo de aprossimár o tema dos direitos humanos à realidade dos estudantes. Caso julgue pêrtinênti, faça uma leitura coletiva da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em seguida, separe a turma em grupos de três a quatro estudantes e peça a eles quê elaborem um novo direito a sêr incorporado ao documento. refórce a necessidade de justificarem suas escôlhas e de redigirem o artigo de acôr-do com a linguagem quê dá forma à Declaração. Ao final, peça a cada grupo quê leia seu artigo para o restante da turma, dando espaço para quê os côlégas comentem brevemente os trabalhos.
Página 176
As kestões propostas pela atividade incentivam os estudantes a refletir sobre como a ética é um conjunto de valores quê orienta as condutas individual e coletiva. Esse conjunto de valores póde variar conforme o tempo, o lugar e até mesmo entre grupos de uma mesma ssossiedade. Portanto, trata-se de um âmbito da ação humana fundamental para a convivência entre os indivíduos.
Páginas 177 a 179
1. A atividade visa chamar a atenção para o fato de quê a democracia não é algo estático ou uniforme e quê existem muitas formas de vivenciá-la. Ela convida os estudantes a refletir sobre o tema com base no caso brasileiro, por meio de suas próprias percepções. Sugerimos quê a turma seja dividida em grupos de quatro estudantes e quê a atividade ocupe uma aula. Ao final, peça aos grupos quê apresentem ao restante da turma a nota dada à democracia brasileira e o projeto de lei desenvolvido. Recomendamos quê a atividade seja feita por escrito, podendo sêr incorporada ao processo de avaliação.
2. Aproveite para citar a política de extermínio colocada em prática pela Alemanha nazista e pela Itália fascista, quê levou à perseguição de diversos grupos minoritários, como judeus, ciganos e homossexuais.
3. Aproveite para retomar as ideias do historiador José Murilo de Carvalho, evidenciando a relação entre os diferentes tipos de direitos e sua importânssia para o pleno exercício da cidadania.
4. A criação de um Sistema Único de Saúde (SUS) para os brasileiros se baseou no princípio de quê todos os cidadãos do país (universalismo) devem ter igual acesso ao direito à saúde (igualitarismo).
5. Tendo em vista a perseguição do regime nazista a diferentes minorias, em especial aos judeus, a Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu com o intuito de prevenir quê fenômenos como esse voltassem a acontecer. Seu foco foi, nesse sentido, promover os princípios da igualdade e do respeito à diversidade, de modo a proteger os grupos mais vulneráveis.
6. Para o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, a principal característica do “homem cordial” é sua tendência ao personalismo, ou seja, a tendência de tratar os assuntos públicos com valores e atitudes da vida privada. Nesse sentido, a ideia de cordialidade está vinculada à tendência a se relacionar por meio dos afetos, recusando a lógica do formalismo quê permeia o mundo da burocracia.
7. A elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos foi, em grande parte, motivada pêlos horrores praticados pela Alemanha nazista. A intenção foi garantir quê fatos assim não voltassem a acontecer.
Referências comentadas
• CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 27. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.
Nesta obra, o autor traça um panorama histórico, mostrando os desdobramentos políticos e sociais do processo de aquisição e de acesso a direitos no país.
Página quatrocentos e quinze
Capítulo 10
Legislação, Estado e política
êste capítulo aborda as bases práticas da política institucional brasileira e as teorias e os conceitos quê fundamentam sua organização. Ao identificar os órgãos, os pôdêris e os mecanismos quê sustentam o Estado democrático de direito, os estudantes podem compreender a abrangência de seus direitos e deveres, reconhecendo-se como sujeitos de direito.
De modo didático, elucidamos como se organizam os pôdêris da República Federativa do Brasil e as relações entre eles nas esferas federal, estadual, distrital e municipal. Com base nisso, explicamos quais são as funções dos representantes políticos e como eles são eleitos em cada Unidade da Federação. Por fim, apresentamos os tipos de leis e indicamos conteúdos quê ajudam a compreender como a legislação brasileira trata determinados assuntos.
Orientações didáticas
Ao abordar a reflekção sobre a importânssia do voto na página 180, inicia-se a primeira etapa da metodologia disáini thinking. As atividades estão organizadas de modo quê os estudantes vivenciem todas as etapas dessa metodologia: descoberta, interpretação, ideação, prototipação e evolução (melhorias).
Ao tratar o tópico República Federativa do Brasil, nas páginas 181 e 182, enfatize e explique a importânssia do Estado democrático de direito e a necessidade de fazer valer os direitos constitucionais, quê são um legado das gerações anteriores. Relacione o qüadro “Esferas e pôdêris públicos no Brasil” com o cotidiano dos estudantes e solicite a eles quê façam uma pesquisa para saber quem ocupa os cargos apresentados. Nesse momento, é possível mobilizar as competências gerais 1 e 10 e a habilidade EM13CHS603.
Ao iniciar a seção Investigação, na página 183, lembre-se de quê já realizou a sensibilização e as etapas de descoberta e interpretação dos estudantes como sujeitos de direito. Agora, é necessário aprofundar e ratificar com toda a turma a necessidade de conhecer os próprios direitos. A técnica de pesquisa contribui para comprovar quê os jovens não sabem seus direitos, mas se torna necessário quê saibam.
Para orientar os estudantes na elaboração do questionário, pode-se optar por dividir a turma em três grupos e três questionários. De qualquer modo, existe a necessidade de dividir as funções. Utilize a metodologia de disáini thinking para organizar a produção do questionário, apresentando esta pergunta: “Os estudantes conhecem seus direitos e deveres?”. Se não chegarem à conclusão do uso do questionário, retome a necessidade de fazerem pesquisas para conhecer a realidade.
Nas indicações dêste manual, temos um documento de apôio, da Universidade Federal de Santa Catarina, sobre o uso de questionários em trabalhos científicos. Pode-se, inclusive, ler um trecho dêêsse documento com os estudantes para ajudá-los a elaborar o questionário. Além díssu, é importante dividir a turma em grupos para pesquisar os capítulos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pois assim saberão como elaborar um quêstionário com base nos direitos e deveres elencados no Estatuto. A elaboração de perguntas e o pré-teste são fundamentais para que os estudantes se apropriem da metodologia e descubram a importânssia da pesquisa.
Após a aplicação do questionário, o cruzamento das kestões e a interpretação são importantes recursos para mobilizar a competência 10 e as bases para a ideação – a ideação é uma consequência da divulgação dos resultados. Para isso, problematize o quê se deve fazer com os resultados. Lembre-se de quê as possíveis ideias para solucionar o problema devem sêr apresentadas sem julgamentos. Agora, em grupo, converse com a turma sobre o resultado da pesquisa, analisando e discutindo os seguintes pontos: quais são os direitos e deveres quê os estudantes conhecem; quais não conhecem; e quais não são garantidos.
A ideação deve conter um processo dinâmico e colaborativo de geração e desenvolvimento de ideias, bem como uma prototipação, por meio de uma estratégia eficaz em busca de uma solução. Esse processo permite verificar, por exemplo, se a ideia é viável e quais são as ações necessárias para os estudantes terem seus direitos e deveres garantidos em prol de um ambiente respeitoso e saudável de aprendizagem.
A prototipação antecede os encaminhamentos, quê podem sêr uma campanha em vídeo, rodas de conversa, seminários etc. Trata-se do esboço de um modelo inicial quê deve sêr testado e validado. Algumas formas de criar protótipos mais comuns são: storyboards, diagramas, contação de histoórias, anúncios, modelos e maquetes, role play, além de diversos produtos digitais. Ao escolher, por exemplo, um vídeo, é preciso fazer um projeto-piloto para quê os estudantes se familiarizem com o processo; se for uma roda de conversa, faz-se o mesmo processo, mas agora uma roda preliminar com poucos estudantes, para quê analisem o quê deu ou não deu cérto, o quê ainda é necessário mobilizar de pessoas e de recursos etc.
Página quatrocentos e dezesseis
Então, faz-se uma avaliação e inicia-se o planejamento da intervenção na escola com o protagonismo dos estudantes. Nesse processo, mobilizam-se as competências gerais 1, 2, 4, 7, 9 e 10. Nesse momento, é importante utilizar as ferramentas de gestão de projetos, como planos de ação, cronograma de rêuní-ões e plano de comunicação para o envolvimento do público-alvo.
A seção Conexões com História, na página 192, promove um trabalho interdisciplinar a fim de quê os estudantes compreendam quê os fenômenos sociais são consequências do processo histórico, especificamente das mudanças, das permanências, das lutas sociais e da ressignificação. No caso da Constituição brasileira, houve um longo processo histórico para se chegar à Constituição Cidadã, de 1988.
Indicações
• BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. E-book.
Neste livro, encontram-se as teorias e possibilidades da prática pedagógica usando metodologias ativas.
• BRASIL. Câmara dos Deputados. Papel e estrutura da Câmara. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/tbnnc. Acesso em: 18 set. 2024.
Neste sáiti, é possível conhecer o funcionamento da Câmara e o papel dos deputados federais.
• BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Quocientes eleitoral, partidário e sóbras por média: entenda como funcionam esses cálculos eleitorais. Brasília, DF: TSE, 18 ago. 2023. Disponível em: https://livro.pw/chxav. Acesso em: 29 out. 2024.
No sáiti do TSE, é explicado como funcionam os cálculos eleitorais.
• CARMO, Vera. O uso de questionários em trabalhos científicos. Florianópolis: hú éfi éssi cê, 2013. Disponível em: https://livro.pw/zcbhg. Acesso em: 29 out. 2024.
Orientações sobre como elaborar e utilizar questionários em trabalhos científicos.
• ENTENDA o caminho dos projetos de lei e a importânssia das comissões. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2017. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Câmara dos Deputados. Disponível em: https://livro.pw/xgdjm. Acesso em: 29 out. 2024.
O vídeo explica como funcionam os projetos de lei quê são criados e aprovados na Câmara dos Deputados.
• VOCÊ acha quê sabe o quê são os três pôdêris? Brasília, DF: Tevê Senado, 2020. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Tevê Senado. Disponível em: https://livro.pw/tzuor. Acesso em: 29 out. 2024.
Neste vídeo do Senado, quê apresenta um resumo da estrutura dos pôdêris no Brasil, é possível apresentar aos estudantes a arquitetura de Brasília (DF) e a Praça dos Três Poderes.
• BRASIL. Portal da Legislação. Códigos. Brasília, DF: Portal da Legislação, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/fdbzg. Acesso em: 29 out. 2024.
Neste sáiti, é possível acessar todos os códigos legislativos do Brasil.
• PONTUAL, Helena Daltro. Uma breve história das Constituições do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,[2013]. Disponível em: https://livro.pw/jznxe. Acesso em: 29 out. 2024.
O sáiti do Senado apresenta uma breve história das Constituições do Brasil.
ATIVIDADES
Página 180
Nessas atividades, o objetivo é sensibilizar os estudantes a compreender a importânssia da política na vida cotidiana de sociedades democráticas e a relevância do estado democrático de direito. Na atividade 2, procure abordar o tema com cuidado, garantindo um ambiente propício para um debate respeitoso.
Página 182
A atividade deve incentivar os estudantes a descobrir e interpretar o significado de sêr um sujeito de direito. Para isso, é fundamental quê compreendam quê a educação é um direito, e o Estado é organizado de modo a garantir esse direito. Se desejar, retome conteúdos quê reforçam a compreensão de quê a mobilidade social no Brasil é consequência de anos de estudos.
Página quatrocentos e dezessete
Página 185
A atividade auxilia no entendimento de quêm são os ministros, os partidos e as forças políticas que governam o país. No entanto, isso póde sêr adaptado para o govêrno do estado ou o pôdêr político dos municípios.
Página 187
Espera-se quê os estudantes realizem o cálculo com base no exemplo do estado de Minas Gerais, quê possui 53 deputados federais e 77 representantes na Assembleia Legislativa. Os 36 primeiros correspondem a 12 deputados federais, seguindo a regra de 3 deputados estaduais para cada deputado federal. Em seguida, subtraem-se os 12 dos 53 deputados federais, restando 41. Aos 41, acrescenta-se um deputado estadual, totalizando 77 parlamentares estaduais.
Página 193
Essa atividade ajuda os estudantes a compreender a complexidade da política, as forças ideológicas quê estão em disputa e a necessidade de defender o Estado democrático de direito para o exercício efetivo da cidadania. Se necessário, explique para os estudantes quê “outorgada” é a Constituição imposta pêlos governantes, elaborada sem a participação do povo; em geral, possui traços autoritários. Já a Constituição promulgada é elaborada por assembleias constituintes.
Página 194
Para iniciar essa atividade, é recomendado ler o texto complementar do cientista político Jawdat Abu-El-Haj. No Brasil, temos a igualdade política e as preferências políticas dos cidadãos transformadas em votos, com a garantia do acesso à informação antes da votação.
Temos também a competitividade eleitoral, e os eleitos têm o direito de implementar as suas alternativas. Portanto, o Brasil é uma poliarquia.
Páginas 196 e 197
1. Essa atividade objetiva quê os estudantes se apropriem dos conceitos de quociente eleitoral e quociente partidário, conheçam os políticos e partidos específicos de sua região e, consequentemente, se interessem por política.
2. e 3. Objetiva-se verificar se os estudantes sabem diferenciar majoritário de proporcional com base na nomeação de cada função.
4. Apesar de terem ocorrido alterações positivas nos dados de participação das mulheres na política, o ponto central da quêstão é a carência de consolidação da atuação feminina ao longo da história do Brasil, já quê a representação política é de 15%, ao passo que a quantidade de votantes é de 52%.
5. O filósofo iluminista Montesquieu era contra o absolutismo monárquico em quê o pôdêr era concentrado apenas nas mãos do soberano, quê favorecia sua família e a si mesmo. Como isso ampliou a desigualdade, o filósofo propôs a divisão do pôdêr político para quê houvesse o sistema de freios e contrapesos.
Texto complementar
[...] na opinião de Dahl, [...] [há] três princípios da democracia populista: 1) a soberania popular somente existe pela igualdade política (voto universal); 2) as escôlhas vencedoras da maioria se transformam na opção oficial; e 3) o princípio da maioria dos votos se torna a única regra válida na vida política.
[...] Dahl formulou os três princípios da poliarquia, sedimentados em oito procedimentos:
I. A igualdade política (inclusão): 1) transformar as preferências políticas dos cidadãos em votos; 2) assegurar a contagem de votos atribuindo a eles pesos iguais; 3) declarar vencedora a alternativa quê receber o maior número de votos; 4) permitir a inserção, a qualquer instância, de alternativas políticas além das postas em votação; e 5) garantir acesso à informação antes da votação.
II. A competitividade eleitoral (contestação) existe sôbi duas condições: 6) as alternativas mais votadas em eleições periódicas implicam no deslocamento de todas as outras da agenda; e 7) os eleitos têm o direito de implementar as suas alternativas.
III. A responsabilidade pública implica quê: 8) os vencedores serão obrigados a implementar seus programas, ou qualquer ajustamento dos programas vencedores demanda uma repetição dos sete procedimentos anteriores.
ABU-EL-HAJ, Jawdat. róbert Dahl (1915-2014): pôdêr político, liberalização e contestação nas democracias. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, DF, n. 13, p. 7-17, abr. 2014. p. 10. Disponível em: https://livro.pw/xakzo. Acesso em: 24 out. 2024.
Referências comentadas
• BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Tradução: Carmen C. Varriale, Gaetano Lo Mônaco, João Ferreira, Luís Guerreiro Pinto Cacais e Renzo Dini. 11. ed. Brasília, DF: Editora hú éne bê, 1998.
Página quatrocentos e dezoito
Neste livro, os autores definem os termos da Ciência Política com base em teóricos da história moderna e contemporânea.
• BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/vnjvt. Acesso em: 29 out. 2024.
A Constituição Federal de 1988 reúne as leis quê organizam o Estado democrático de direito e apresenta os direitos e deveres dos cidadãos, bem como os limites e as atribuições dos Poderes da União.
• DAHL, róbert A. Poliarquia: participação e oposição. Tradução: Celso Mauro Paciornik. São Paulo: Edusp, 2005.
Nesta obra, Dahl investiga as condições necessárias para o exercício e a existência da democracia nas nações do Ocidente.
• MATTOS, Alessandro Nicoli de. O livro urgente da política brasileira: um guia para entender a política e o Estado no Brasil. [S. l.: s. n.], 2016. E-book.
O livro é um guia com descrições e exemplos dos conceitos e termos da política brasileira. O autor aborda kestões práticas e temas correntes do discurso político atual.
Capítulo 11
Movimentos sociais
êste capítulo explora a relevância dos movimentos sociais como ações coletivas quê reivindicam mudanças significativas na ssossiedade. Além díssu, aborda o papel histórico dêêsses movimentos, destacando sua capacidade de mobilização e influência na transformação social. Ao longo do capítulo, são examinados os diferentes modelos de inovação sócio-culturais gerados por essas lutas, bem como o potencial quê têm de criar paradigmas.
O capítulo também analisa o processo de institucionalização dos movimentos sociais, questionando os limites e as possibilidades dessa formalização. A importânssia da participação democrática é ressaltada ao mostrar como o envolvimento ativo da população é essencial para a construção de uma ssossiedade mais justa e inclusiva.
Orientações didáticas
Ao abordar o movimento social “Vidas negras importam”, na página 198, incentive os estudantes a refletir sobre as dinâmicas do racismo estrutural e da violência racial, tanto no Brasil quanto no mundo. O exemplo dos protestos contra a morte de João Alberto, no Brasil, e de Giórgi Floyd, nos Estados Unidos, comprova quê o racismo não é uma quêstão isolada e local, mas um problema global que afeta especialmente as pessoas negras. Os estudantes devem sêr convidados a refletir sobre a importânssia de movimentos sociais, como o “Vidas negras importam”, quê lutam por justiça, igualdade e contra a discriminação racial. Além díssu, busque incentivar uma análise crítica acerca da atuação policial e do papel das instituições no combate à violência racial, reforçando a necessidade de mudanças profundas para construir uma ssossiedade mais justa e igualitária.
A seção Conexões com Geografia, na página 206, promove um trabalho interdisciplinar entre a Geografia e a Sociologia ao destacar como a compreensão territorial é fundamental para os movimentos sociais no campo. A Geografia oferece ferramentas essenciais para mapear a distribuição desigual de terras no Brasil, auxiliando na análise de regiões dominadas por latifúndios e terras improdutivas, o quê fortalece a luta por reforma agrária.
Ao combinar essa abordagem geográfica com a Sociologia, como exemplificado no trabalho do geógrafo Bernardo Mançano Fernandes, os estudantes podem compreender as dinâmicas sociais e territoriais quê sustentam ações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A interação entre essas disciplinas facilita uma visão mais ampla dos conflitos de térra e dos desafios enfrentados pela agricultura familiar, possibilitando o planejamento de assentamentos quê promovam práticas sustentáveis e considerem as desigualdades sociais, educacionais e de saúde.
Indicações
• DEMOCRACIA em vertigem. Direção: Petra Costa. Brasil: Netflix, 2019. Streaming (121 min).
Documentário brasileiro quê retrata a crise política no Brasil durante o impeachment da presidente Dilma Rousseff (1947-) e os movimentos sociais quê emergiram em torno dêêsse processo.
• QUE HORAS ela volta? Direção: Anna Muylaert. Brasil: África Filmes, 2015. Streaming (112 min).
Esse filme brasileiro, dirigido por Anna Muylaert, aborda kestões de classe e desigualdade social no Brasil, refletindo a respeito do papel das trabalhadoras domésticas e as barreiras impostas pela estrutura social.
Página quatrocentos e dezenove
ATIVIDADES
Página 199
Reunidos em grupos, peça aos estudantes quê obissérvem a foto cuidadosamente e conversem com os côlégas a respeito das atividades propostas com o objetivo de compreender o contexto dos protestos contra o racismo e como estes podem impactar a ssossiedade. Espera-se quê a atividade seja uma oportunidade eficaz de engajar o estudante e promover um aprendizado profundo e colaborativo. Para tanto, siga algumas diretrizes para quê uma experiência de aprendizagem envolvente e eficaz seja criada. O objetivo é desenvolver competências como criatividade, autonomia, iniciativa, criticidade reflexiva, inovação, cooperação e reflekção para solucionar problemas. É importante quê os estudantes exercitem as seguintes atitudes:
1. explorar o problema;
2. levantar hipóteses;
3. buscar soluções com base em conhecimentos prévios;
4. identificar o quê sabe e o quê precisa sêr aprendido para resolver o problema;
5. estabelecer tarefas individuais e delegar responsabilidades entre os integrantes da equipe;
6. compartilhar o conhecimento adquirido;
7. aplicar o conhecimento para resolver o problema;
8. avaliar a solução proposta e a eficácia dela.
Página 202
a) O Projeto Reprotai, de Salvador (BA), oferece ampla formação artística, esportiva e cultural a crianças e adolescentes. Foi fundado na Península de Itapagipe, em 2004, por meio do esfôrço comum da Associação de Moradores do Conjunto Santa Luzia, da Associação Livre dos Moradores de Mangueira, do Grupo de União e Consciência Negra (Grucon) e da Comissão de Articulação dos Moradores da Península de Itapagipe (Rede CAMMPI). Por meio de advocacy, o projeto promove políticas públicas para a juventude, com o intuito de formá-la profissionalmente para uma futura inserção no mercado de trabalho. Já a manifestação do movimento indígena, ocorrida em 2024, foi organizada para combater a mineração em suas terras e defender novas demarcações. A ação também foi contra o marco temporal, uma tese jurídica quê entende quê os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as áreas quê ocupavam ou já disputavam até a data da promulgação da Constituição Federal de 1988, 5 de outubro de 1988. Alegam quê essa delimitação prejudica sua sobrevivência, bem como a das florestas.
b) O Projeto Reportai póde sêr considerado um projeto social, pois é uma iniciativa específica e organizada quê busca levar formação para jovens com menos recursos econômicos. Além díssu, o projeto tem um escôpo definido e um objetivo claro de inserir jovens no mercado de trabalho assim quê completarem o aprendizado. O movimento indígena contra o marco temporal, por outro lado, representa um movimento social em prol dos direitos dos povos originários no Brasil.
c) Projeto social é uma iniciativa organizada e estruturada quê visa alcançar um objetivo específico e mensurável em determinado período de tempo. Projetos sociais são geralmente promovidos por organizações não governamentais (ônguis), associações ou até mesmo governos e se concentram em resolver ou mitigar problemas sociais, econômicos ou ambientais específicos. Exemplo: programas de alfabetização, campanhas de vacinação ou projetos de inclusão digital. Já o movimento social é uma ação coletiva quê geralmente surge em resposta a injustiças e desigualdades percebidas, podendo ter uma duração indeterminada ou determinada, a depender da causa defendida. Exemplos: o movimento feminista, o movimento pêlos direitos civis ou o movimento ambientalista.
Página 207
Reflita com os estudantes sobre o impacto dos movimentos sociais sobre a ocupação dos territórios e como isso póde promover mais igualdade social e autonomia para trabalhadores, famílias e comunidades, visto quê o acesso à térra póde sêr uma condição fundamental para a busca de melhores condições de vida.
Páginas 208 e 209
O jôgo dos cards favorece o pensamento crítico, a colaboração e a prática sobre movimentos sociais. Incentive os estudantes, forneça fídi-béqui e adapte a atividade conforme necessário.
Página 212
1. Os movimentos sociais são fundamentais para apoiar as reivindicações de grupos marginalizados, influenciar políticas públicas e questionar o estátus quo. Ao impulsionar a justiça social, a equidade e a democracia, esses movimentos se destacam como motores essenciais para a transformação das sociedades.
Página quatrocentos e vinte
2. Chame a atenção dos estudantes para refletirem sobre como os movimentos sociais pódem fazer as pessoas terem contato com outras realidades existentes em seus territórios. O engajamento político pode criar conexões e empatia entre os diferentes grupos sociais, algo fundamental para a busca de uma ssossiedade menos desigual no acesso aos direitos.
Páginas 213 a 215
1. ôriênti os estudantes a responder à pergunta d fórma pessoal e sincera, usando exemplos de experiências individuais com movimentos sociais, se houver.
2. Incentive a reflekção dos estudantes a respeito da contradição social evidenciada na charge: durante o feriado da Consciência Negra, apenas brancos descansam e podem ir à praia, enquanto parte da população negra segue trabalhando e atendendo àqueles quê podem descansar.
3. Avalie com os estudantes quê tanto o movimento operário quanto o juvenil revelam a luta contínua contra as desigualdades do capitalismo, quê ainda persistem. Ambos os movimentos (operário e juvenil), ainda quê em tempos historicamente diferentes, demonstram a insatisfação de grupos da população contra algo quê permanéce nesses dois séculos: as desigualdades e as contradições do sistema capitalista.
4. Incentive os estudantes a analisar a forma de organização dos movimentos sociais, caracterizada, d fórma geral, por sistemas horizontais e coletivos de participação, por um papel representativo de reivindicações de grupos discriminados e pela busca de uma relação democrática com o Estado e as demais instituições de pôdêr da ssossiedade, não servindo, assim, a interesses particulares ou privados.
Referências comentadas
• CASTELLS, Manuel. A galáksia da internet: reflekções sobre a internet, os negócios e a ssossiedade. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. São Paulo: Zarrár, 2003.
A obra é relevante para discutir como a internet transformou a organização e a mobilização dos movimentos sociais. Castells explora o impacto da tecnologia digital nas rêdes sociais e na capacidade de articulação global, um aspecto central para os movimentos contemporâneos, como o Black Lives Matter.
• COGGIOLA, Osvaldo. Os inícios das organizações dos trabalhadores. Aurora, Marília, v. 4, n. 6, p. 11-20, ago. 2010. Disponível em: https://livro.pw/aceef. Acesso em: 29 out. 2024.
O artigo oferece uma visão histórica dos primeiros movimentos trabalhistas, fundamentais para a formação de movimentos sociais de classe. O autor contextualiza o surgimento dessas lutas, conectando a mobilização por direitos sociais e trabalhistas aos movimentos modernos.
• FERNANDES, Bernardo Mançano. Sobre a tipologia de territórios. In: SAQUET, Marcos Aurelio; SPOSITO, Eliseu Savério (org.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular: Editora Unésp, 2009. p. 197-215.
O texto de Mançano contribui para o entendimento das disputas territoriais nos movimentos sociais, especialmente no contexto da reforma agrária e dos movimentos do campo, como o MST. A análise do autor acerca dos territórios e das territorialidades é fundamental para compreender as reivindicações dentro dos movimentos de luta por térra.
• GIDDENS, êntoni. Sociologia. Tradução: Ronaldo Cataldo Costa. 6. ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
A obra é uma referência clássica quê proporciona uma base teórica sólida para o estudo dos movimentos sociais. Giddens explora como as estruturas sociais influenciam e são influenciadas por ações coletivas, oferecendo uma lente sociológica essencial para entender os processos de mudança da ssossiedade.
• INSTITUTO UPDATE. Emergência política periferías. São Paulo: Instituto Update, 2018.
A publicação aborda o crescimento dos movimentos sociais nas periferías, trazendo uma visão contemporânea sobre como grupos marginalizados estão se organizando politicamente. Essa referência destaca a emergência de novos atores e de novas formas de participação política, especialmente no contexto urbano periférico.
• TARROW, Sidney. The new transnational activism. quên-brigi: quên-brigi iUnivêrsity Préss, 2005.
Por meio da visão de um dos mais importantes estudiosos contemporâneos da ação coletiva, a obra revela quê a globalização acarretou conexões rápidas e permitiu a emergência de movimentos sociais transnacionais e globais.
Página quatrocentos e vinte e um
Capítulo 12
Necropolítica, miscigenação e resistência negra
êste capítulo explora os conceitos de necropolítica, miscigenação e resistência negra e define o quê é o mito da democracia racial, a apropriação cultural e o processo de embranquecimento, oferecendo uma crítica à Sociologia brasileira de matriz eurocêntrica. Por meio de dados estatísticos e referências estatísticas, históricas, teóricas, poéticas e imagéticas, o capítulo tem como objetivo evidenciar a existência de um projeto de genocídio da população negra, promovido pelas elites brasileiras com a conivência do Estado Nacional.
Assim, por meio dos conteúdos estudados e das atividades propostas, o capítulo busca incentivar o exercício da empatia e da alteridade no processo de aprendizagem dos estudantes, promovendo a compreensão de quê uma ssossiedade justa, equânime e sustentável exige o enfrentamento do racismo e de todas as formas de opressão históricas e estruturais.
Orientações didáticas
Ao abordar a obra de; ár-te O barco, na página 216, incentive os estudantes a refletir sobre como os corpos das pessoas negras na modernidade foram subjugados, e, após a leitura do poema da página 217, evidencie a resistência como legado da ancestralidade. Essas páginas possibilitam mobilizar a competência geral 1 e a habilidade EM13CHS102.
Nas páginas 218 e 219, é possível apresentar aos estudantes dados contextualizados referentes ao povo negro no Brasil, de modo quê os números sêjam humanizados. Para isso, pergunte aos estudantes se conhecem ou já ouviram falar de pessoas quê compõem esses dados. Pode-se criar uma sistematização dos dados e dos conceitos de racismo institucional, genocídio, miscigenação, etnocídio e embranquecimento. Uma alternativa para compreender a relação dos conceitos com os dados é a realização de mapa conceitual ou esquema. Essas páginas possibilitam mobilizar as competências gerais 2 e 7 e a habilidade EM13CHS104.
Ao analisar o gráfico Brasil: proposta de formação étnica da população – 1872-2012, na página 219, observamos quê as elites brasileiras estavam mais preocupadas com a quantidade de negros (pretos e pardos), sobretudo os pardos, considerados mestiços.
Essa preocupação se dava em razão da Revolução Haitiana (1791-1804), quê ocorreu em São Domingos, atual Haiti, onde os escravizados se rebelaram contra os colonizadores franceses e derrotaram o exército napoleônico. São Domingos era compôzto de 90% de negros.
Nas discussões sobre a identidade nacional brasileira, o mestiço, então, se confirma como uma questão nacional. No intuito de estabelecer um processo de embranquecimento, acreditava-se quê, com a imigração de europêus brancos, o número de negros no Brasil diminuiria no futuro. Assim, o fornecimento de terras aos imigrantes brancos europêus pelo Estado brasileiro visava incentivar o processo de embranquecimento da população brasileira. Além díssu, ao enfraquecer a identidade racial dos negros, impedia-se uma revolução aos móldes da ocorrida no Haiti.
A página 220 fundamenta a apropriação cultural como forma ideológica de se apropriar de elemêntos de culturas consideradas menóres pela classe dominante, o quê configura mais uma etapa de genocídio da população negra, como foi a implementação do mito da democracia racial, abordado nas páginas 222 e 223. Essas páginas possibilitam mobilizar as competências gerais 2 e 7 e a habilidade EM13CHS503.
A seção Conexões com ár-te, na página 221, promove um trabalho interdisciplinar pois, na História da ár-te, cértas obras ultrapassam o cronotopos (espaço-tempo) de sua origem. No caso da obra A redenção de Cam, tanto na Sociologia da ár-te quanto na História da ár-te é possível compreender os conceitos, as teorias e os pensamentos da época. No trecho da reportagem a seguir, o jornalista brasileiro Murilo Roncolato explica a história bíblica por trás do título da obra.
O título do qüadro remete ao mito bíblico da maldição lançada por Noé sobre seu filho Cam (ou Cã). Diz a história quê Noé dormiu embriagado de vinho. Cam, seu filho, expôs a nudez do pai aos irmãos como zombaria. Ao acordar, o pai então amaldiçoou Canaã, filho de Cam, a sêr ‘servo dos servos’. Há inclusive versões quê descrevem Canaã e os descendentes de Cam como negros.
RONCOLATO, Murilo. A tela ‘A Redenção de Cam’. E a tese do branqueamento no Brasil. Nexo Jornal, São Paulo, 14 jun. 2018. Disponível em: https://livro.pw/zrcea-‘A-Redencao-de-Cam’.-E-a-tese-do-branqueamento-no-Brasil. Acesso em: 28 out. 2024.
Além díssu, Roncolato entrevistou a antropóloga brasileira Tatiana Lotierzo para obtêr mais dêtálhes sobre uma análise sociológica acerca da pintura. No trecho a seguir, Lotierzo traz um contexto histórico de A redenção de Cam.
Página quatrocentos e vinte e dois
‘O contexto de difusão do mito bíblico sobre a maldição de Noé é o do início da chamada Era Moderna, quando a cristandade européia buscava formas de justificar a escravização de habitantes do continente africano, sôbi o marco do cristianismo’, diz Lotierzo [historiadora e antropóloga].
RONCOLATO, Murilo. A tela ‘A Redenção de Cam’. E a tese do branqueamento no Brasil. Nexo Jornal, São Paulo, 14 jun. 2018. Disponível em: https://livro.pw/zrcea-‘A-Redencao-de-Cam’.-E-a-tese-do-branqueamento-no-Brasil. Acesso em: 28 out. 2024.
Para finalizar o capítulo, antes de iniciar a prática de pesquisa, é fundamental aprofundar o estudo sobre a resistência negra no Brasil, destacando a formação da sociologia brasileira contemporânea como uma sociologia negra. Essa perspectiva reconhece a diversidade de atores sociais enquanto sujeitos, e não meros objetos. Para isso, sugere-se acessar os sáites de órgãos oficiais do govêrno – federal, estadual, distrital e municipal – quê realizam políticas públicas, como, por exemplo, o da Fundação palmáares, do Ministério da Igualdade Racial, entre outros.
A seção Investigação, nas páginas 232 e 233, promove a prática de análise da imprensa e de veículos de mídia tradicional – Tevê, rádio, jornál e revista. Há também as chamadas mídias externas, como au-dórs, placas, letreiros e até projeções em prédios. Com o advento da internet, os grandes meios de comunicação de massa passaram a operar em platafórmas ôn láini, produzindo conteúdos e interagindo com os usuários. Inicialmente organizada como porta-voz da esféra pública frente ao Estado, a imprensa assumiu novas funções com o tempo, consolidando uma identidade empresarial e concentrando pôdêr.
A função social de um veículo de comunicação é trazer à ssossiedade em geral fatos de interêsse público, visando à difusão de informações d fórma transparente, isto é, o veículo deve apresentar o fato e sua compreensão sociopolítica. Em cada período histórico, há temas de maior ou menor interêsse público. Nas últimas dékâdâs, o tema do racismo tem afetado a ssossiedade e tem sido pauta em diversos veículos da mídia, sobretudo em razão de dados estatísticos, dos casos registrados e noticiados de racismo explícito e das políticas de ações afirmativas. O objetivo é quê os estudantes desenvolvam um olhar crítico de modo a produzir conhecimento e identificar os discursos presentes nas mídias. Nesse momento, mobilizam-se as competências gerais 1, 2, 4, 5, 7 e 10, além da habilidade EM13CHS504.
Indicações
• PROJETO memória: documentário Lélia Gonzalez 2024. [S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (32 min). Publicado pelo canal Projeto Memória Lélia Gonzalez. Disponível em: https://livro.pw/coypl. Acesso em: 28 out. 2024.
O documentário apresenta depoimentos de diversas lideranças feministas e do movimento negro sobre a vida e a contribuição de Lélia Gonzalez para a ssossiedade brasileira, as pessoas negras e o mundo acadêmico.
• RONCOLATO, Murilo. A tela ‘A Redenção de Cam’. E a tese do branqueamento no Brasil. Nexo Jornal, São Paulo, 14 jun. 2018. Disponível em: https://livro.pw/zrcea-‘A-Redencao-de-Cam’.-E-a-tese-do-branqueamento-no-Brasil. Acesso em: 1 nov. 2024.
O mito da democracia racial é reinterpretado por Brocos, quê aponta, seguindo as teorias da sua época, quê a salvação – ou “redenção” – dos descendentes de Cam se daria por meio da sua extinção, por efeito do branqueamento.
Atividades
Página 217
Após a leitura e problematização dos textos, sensibilize os estudantes para quê identifiquem como a necropolítica atua na ssossiedade brasileira, criando e perpetuando a desigualdade racial. Dependendo da realidade local, é possível relacionar os exemplos com a população negra e indígena e com os refugiados quê chegam ao Brasil.
Página 218
Nessa atividade, pode-se sugerir quê os estudantes pesquisem e reflitam como são os serviços públicos locais, como, por exemplo, segurança, saúde, educação, saneamento básico etc. Verifique se eles conseguem identificar a discrepância entre os bairros ricos e pobres e o perfil de quem mora nesses bairros.
Página 221
Nessa atividade, sugira quê os estudantes, antes de responder às kestões, pesquisem e reflitam sobre o conceito de estereótipo. Além díssu, é importante quê eles identifiquem quê uma imagem traz consigo a intenção do autor em determinada época, podendo influenciar a forma como compreendemos o mundo. ôriênti os estudantes a pesquisar e contextualizar, sôbi uma perspectiva sócio-histórica, a obra de; ár-te escolhida. Artistas contemporâneas como Rosana Paulino (1967-), Gê Viana (1986-) e
Página quatrocentos e vinte e três
Mariana Sguilla (1992-) produzem obras quê se dissociam de estereótipos criados para desmerecer as culturas da população negra.
Página 223
3. Para complementar a reflekção sobre o dêsempênho dos bolsistas nas políticas de ações afirmativas, pode-se acessar a reportagem Estudo investiga se bolsas impactam o dêsempênho acadêmico de alunos (disponível em: https://livro.pw/rnfyb; acesso em: 1 nov. 2024), quê comprova os resultados positivos nas análises preliminares de 2018 e 2019.
Página 225
Nessa atividade, pode-se problematizar com os estudantes a alteração da data de 13 de maio, assinatura da lei abolicionista, para o dia 20 de novembro, data de morte de Zumbi de palmáares, sín-bolo de resistência. Com o objetivo de apresentar outras referências, pode-se acessar o texto Quem são os heróis e as heroínas do Brasil, da Agência Senado (disponível em: https://livro.pw/ugbxx; acesso em: 1 nov. 2024), para conhecer os heróis negros e negras brasileiros e ressignificar a compreensão sobre a história do Brasil.
Página 231
Nessa atividade, é possível aprofundar a ideia de racismo por denegação. O termo, cunhado por Lélia Gonzalez, entrelaça a desigualdade racial e social brasileira com as formações inconscientes, exclusivamente brancas e europeias em detrimento das origens indígenas, latinas e africanas. O “racismo à brasileira” néega a própria realidade. Para complementar a reflekção, assista ao documentário sugerido na seção Indicações dêste Manual.
Páginas 234 e 235
1. O trecho apresenta o quê Gonzalez denominou de “pretuguês”, influência africana no português falado no Brasil, a exemplo do caráter tonal e rítmico, além da ausência de cértas consoantes. No processo de embranquecimento e assimilação do racismo, a cultura negra é negada e subordinada.
2. Segundo o texto, o Movimento Negro Unificado (MNU) critíca o Teatro Experimental do Negro (TEN), pois, segundo o MNU, não existe nenhuma democracia na forma como houve a miscigenação no nosso país nem tão pouco vivemos em uma ssossiedade sem racismo, pelo contrário, ainda encontramos traços fortes dêêsse racismo no nosso cotidiano.
3. O mito da democracia racial, criado por Gilberto Freyre, dizia quê, em razão da miscigenação racial, não havia racismo, pensamento adotado pelo pôdêr público e pela população em geral, camuflando as desigualdades sociais entre brancos e negros.
4. A miscigenação objetivava embranquecer a população. As estratégias envolviam permitir a passibilidade de negros de péle clara (mecanismo de performar), obtendo alguns poucos privilégios entre os brancos, d fórma a incentivar a negação da exclusão racial e a ideia de igualdade de direito para todos e todas.
Referências comentadas
• BRASIL. Decreto número 847, de 11 de outubro de 1890. Promulga o cóódigo Penal. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1890. Disponível em: https://livro.pw/dlxbk. Acesso em: 1 nov. 2024.
Conhecida como cóódigo Penal da República dos Estados Unidos do Brasil, essa lei inclui, no capítulo XIII, intitulado Dos vadios e capoeiras, o artigo 402, quê tipificava a capoeira como um ato criminoso. O texto foi revogado pelo decreto n º 11, de 1991.
• CARNEIRO, Édson. Candomblés da baía. 9. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.
Edson Carneiro define um guia metodológico para estudar candomblés da baía e cultos afro-brasileiros em geral, apresentando desde a organização social dos terreiros até a economia, o simbolismo, a linguagem, o ritual etc.
• CHAUI, Marilena. Democracia e ssossiedade autoritária. Comunicação e Informação, Goiânea, v. 15, n. 2, p. 149-161, jul./dez. 2012. Disponível em: https://livro.pw/dfmks. Acesso em: 1 nov. 2024.
Nesse artigo, a autora define o conceito de “mito” para versar sobre o mito da violência e o autoritarismo na ssossiedade brasileira.
• FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sôbi o regime da economia patriarcal.51. ed. São Paulo: Global Editora, 2006. (Introdução à história da ssossiedade patriarcal no Brasil, v. 1).
O autor enfatiza a formação da ssossiedade brasileira no contexto da miscigenação entre brancos, negros e os diferentes povos indígenas quê habitavam o Brasil.
• FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do
Página quatrocentos e vinte e quatro
urbano. 15. ed. São Paulo: Global Editora; 2016. (Introdução à história da ssossiedade patriarcal no Brasil, v. 2).
Nesse livro, Freyre versa sobre a decadência do patriarcado rural e o desenvolvimento do urbano na busca de entender o cotidiano e as tensões do pôdêr quê constituem o tecido social da época.
• FOUCAULT, Michél. História da sexualidade: a vontade de saber. Tradução: Maria Thereza da Costa Albuquerque e José Augusto Guilhon Albuquerque. São Paulo: Paz e Terra, 2014.
O autor analisa o lugar da sexualidade na ssossiedade ocidental por meio de uma pesquisa histórica.
• GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zarrár, 2021.
Nesse livro, organizado por Flávia Rios e Márcia Lima, estão reunidos diversos artigos escritos por Lélia ao longo da vida.
• MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Tradução: Renata Santini. São Paulo: n-1 Edições, 2018.
Nesse ensaio, o autor fundamenta o termo “necropolítica” e demonstra quê a noção de biopoder é insuficiente para dar conta das formas contemporâneas de submissão da vida ao pôdêr da morte.
• MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional vérsus identidade negra. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. (Cultura negra e identidades).
Nesse livro, o autor conceitualiza a mestiçagem por meio de uma análise histórico-social e define a importânssia e singularidade da mestiçagem na ssossiedade brasileira.
• MOURA, Clóvis. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 2019.
Nesse livro, o autor problematiza a Sociologia brasileira de matriz eurocêntrica, quê considerava o negro como objeto, e não como sujeito.
• ROSSI, Luiz Gustavo Freitas. O intelectual “feiticeiro”: Édson Carneiro e o campo deestudos das relações raciais no Brasil. 2011. Tese (Doutorado em Antropologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2011.Disponível em: https://livro.pw/nndhs. Acesso em: 1 nov. 2024.
Nessa tese, o autor investiga a trajetória social e intelectual de Édson Carneiro.
• WILLIAN, Rodney. Apropriação cultural. São Paulo: Pólen, 2019. (Feminismos plurais).
O autor analisa o conceito de apropriação cultural sôbi a ótica histórico-cultural e retoma o processo de aculturação e aniquilamento dos côstúmes pelo qual os povos escravizados passaram.
Capítulo 13
Sexualidade e diversidade de gênero
êste capítulo explora temáticas sobre gênero e sexualidade, destacando-as como construções sociais. O objetivo é convidar os estudantes a desconstruir noções do senso comum, oferecendo ferramentas analíticas e conceituais para quê possam refletir criticamente a respeito das desigualdades quê historicamente marcam as relações entre homens e mulheres em diversas sociedades.
Com base em diferentes perspectivas e correntes teóricas, o capítulo apresenta abordagens variadas dos estudos sobre gênero e diversidade sexual, a fim de possibilitar quê os estudantes reflitam sobre suas próprias identidades e papéis sociais, compreendendo-os como resultados de um contexto sócio-cultural mais amplo.
Orientações didáticas
A imagem de abertura do capítulo é uma boa oportunidade para iniciar a discussão sobre papéis de gênero. Convide os estudantes a observar a divisão de tarefas domésticas representada na imagem e a refletir sobre como ela representa normas sociais. Pergunte a eles como percebem a diferença entre o homem, sentado e segurando um jornál, e a mulher, realizando a limpeza. Esse exercício permite introduzir os conceitos de sexo, gênero e papéis sociais, incentivando uma análise de como essas construções influenciam nossas vidas e identidades.
Nas páginas 237 e 238, os estudantes são apresentados à distinção entre sexo e gênero, quê servirá como base para os estudos do capítulo. Uma abordagem eficaz para essa temática é perguntar a eles o quê entendem por esses termos, registrando as respostas na lousa. Com base nessas contribuições, explique a diferença entre fatores biológicos e construções sociais, destacando como os estereótipos se formaram ao longo do tempo. Esse exercício incentiva uma reflekção sobre o papel dessas ideias na construção da identidade e nas desigualdades de gênero.
Se possível, exiba o curta-metragem Acorda, Raimundo...Acorda!, indicado no boxe Saiba mais da página 238. Após a exibição, organize a turma em círculo
Página quatrocentos e vinte e cinco
para facilitar a interação. Pergunte aos estudantes o quê sentiram ao assistir ao filme e, em seguida, incentive comentários sobre as cenas, as personagens, o ambiente doméstico, o período, a representação do comportamento do homem e da mulher e as semelhanças com a realidade. Destaque o uso de inversão de estereótipos de gênero no filme, promovendo uma reflekção crítica a respeito dos padrões naturalizados na ssossiedade.
Ao abordar o conceito de gênero, pergunte aos estudantes se conhecem exemplos de comportamentos considerados “masculinos” ou “femininos” e registre as respostas na lousa. Com base nisso, discuta como esses padrões são socialmente aprendidos, introduzindo a ideia de Iôrram scót sobre a assimilação dessas normas. Esse diálogo ajuda a quêstionar o quê é natural e o que é construído socialmente em relação ao gênero.
Por fim, peça aos estudantes quê obissérvem a imagem da página 238 e pergunte se já ouviram falar de Simone de Beauvoir. Verifique se alguém tem conhecimento prévio sobre a autora e, em seguida, proponha a atividade complementar.
Atividades complementares
1. Pesquise em livros, enciclopédias ou na internet sobre a vida e a obra de Simone de Beauvoir. Depois, escrêeva no caderno uma breve biografia da autora.
R.: Espera-se quê os estudantes citem no texto os principais dados da vida e da obra da autora, associando-a ao movimento feminista.
2. Na obra O segundo sexo, publicada em 1949, uma das mais conhecidas da autora, Simone de Beauvoir afirma quê “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Reflita sobre essa afirmação e explique o sentido dela.
R.: A frase se refere à necessidade de desvincular o sexo biológico dos padrões sociais ligados ao quê é sêr mulher. A autora destaca o fato de quê, além das diferenças biológicas entre os sexos, os comportamentos e as expectativas ligados a cada um deles são socialmente construídos e não são espontâneos, por isso são aprendidos pelas pessoas ao longo da vida.
Na página 239, o conteúdo trata das diversas identidades de gênero. Pergunte aos estudantes o quê já conhecem sobre termos como cisgênero, transgênero e não binário, registrando as respostas na lousa. Com base nessas contribuições, explique a distinção entre identidade e expressão de gênero, apresentando a perspectiva de Judith Butler sobre a fluidez. Esse debate incentiva uma reflekção sobre a diversidade de identidades e a flexibilidade dos papéis de gênero, promovendo um ambiente inclusivo de aprendizado.
Em seguida, na página 240, o conceito de gênero é analisado sôbi o enfoque da desigualdade. Pergunte aos estudantes como eles percebem as diferenças de oportunidade entre homens e mulheres. Utilize essas observações para discutir como o conceito de gênero contribui para desnaturalizar essas hierarquias. Comente o índice de disparidade de gênero de 2024, contextualizando com a realidade do Brasil, e promôva uma reflekção sobre a persistência das desigualdades e a importânssia de mudanças sociais.
Ao abordar o conteúdo da página 241, considere exibir o filme O silêncio dos homens, indicado no boxe Saiba mais. O filme oferece uma oportunidade para os estudantes refletirem sobre os impactos negativos da dominação masculina também sobre os homens, oferecendo uma visão quê quêstiona a ideia de quê apenas as mulheres são afetadas pela estrutura patriarcal. Após a exibição, organize uma roda de conversa e incentive os estudantes a compartilhar suas impressões e a comentar os depoimentos mais marcantes. Garanta um ambiente de confiança e acolhimento, a fim de que todos se sintam à vontade para expressar suas reflekções e experiências.
Nas páginas 242 e 243, proponha uma reflekção inicial sobre o conceito de divisão sexual do trabalho. Pergunte aos estudantes como percebem a divisão de tarefas entre homens e mulheres no trabalho e nas atividades domésticas. Organize-os em grupos para listar exemplos de tarefas e ocupações comumente associadas a cada gênero. Após o debate em grupo, explique as ideias de Helena Hirata e Danièle Kergoat sobre trabalho produtivo e reprodutivo, conectando essas noções aos dados do hí bê gê hé sobre as horas dedicadas ao trabalho doméstico.
Em seguida, introduza o tema das desigualdades no mercado de trabalho. Utilize uma dinâmica em quê os estudantes expressem suas percepções sobre a diferença salarial e a ocupação de cargos de liderança por meio de post-its, quê devem sêr afixados em um mural. Depois, com base nessas contribuições, apresente a análise de Helena Hirata sobre a precariedade dos empregos femininos em vários países. Essa abordagem incentiva uma reflekção crítica sobre as causas e os efeitos das desigualdades de gênero no mercado.
Ao abordar o conteúdo da página 244, comente com os estudantes quê a violência de gênero é uma manifestação das desigualdades. Pergunte a eles sobre diferentes formas de violência contra mulheres e promôva uma conversa aberta para quê compartilhem o quê
Página quatrocentos e vinte e seis
conhecem. Ressalte a importânssia das leis Maria da Peña e do Feminicídio, quê têm como objetivo proteger as mulheres no Brasil.
Finalmente, na página 245, use o infográfico como ponto de partida para um estudo mais detalhado. Divída a turma em pequenos grupos, atribuindo a cada grupo um dado ou tipo de violência para análise. Em seguida, peça aos estudantes quê compartilhem suas conclusões com a turma. Essa atividade permite quê os estudantes relacionem os dados com as desigualdades estruturais e reflitam sobre como a ssossiedade póde atuar para reduzir a violência e promover justiça e segurança.
A seção Investigação, na página 246, promove uma pesquisa por meio de um grupo focal. A atividade é uma boa oportunidade para refletir sobre as desigualdades de gênero no ambiente escolar, permitindo quê os estudantes relacionem a teoria aprendida à própria realidade. É importante ressaltar quê a atividade deve sêr desenvolvida em um ambiente de troca, respeito e organização.
Ao abordar o conteúdo da página 247, comente com os estudantes quê a divisão do feminismo em ondas oferece uma visão histórica das lutas das mulheres, mas destaca, principalmente, a experiência de mulheres brancas de classe média, ignorando as ações de mulheres não brancas. Essa abordagem foi criticada por novas vertentes do feminismo a partir da década de 1980, quê apontaram a necessidade de reconhecer a diversidade das experiências femininas na luta pela igualdade de gênero.
Na página 250, a seção Perspectivas apresenta aos estudantes a obra da pensadora Sueli Carneiro. Leia o trecho coletivamente e faça a atividade com a turma d fórma oral, estabelecendo relações entre o texto da autora e o conteúdo trabalhado no capítulo.
Indicações
• TODOS nós deveríamos sêr feministas: Chimamanda Ngozi Adichie: TEDxEuston. Londres: TEDxEuston, 2013. 1 vídeo (30 min). Publicado pelo canal TEDx Talks. Disponível em: https://livro.pw/wipmb. Acesso em: 2 nov. 2024.
Nessa palestra, a escritora nigeriana Chimamanda Adichie aborda kestões como gênero, masculinidade e feminismo no contexto contemporâneo, destacando a importânssia da igualdade entre homens e mulheres na construção de um mundo mais justo.
• MEXEU com uma, mexeu com todas. Direção: Sandra Vêrnéki. Brasil: Cineluz, 2017. Streaming (71 min).
Documentário sobre a luta contra a violência de gênero no Brasil, com depoimentos de diversas mulheres quê enfrentaram assédio e agressões. Esses relatos mostram a realidade de muitas brasileiras e reforçam a importânssia do apôio entre mulheres. O curta-metragem destaca a necessidade de combater a cultura de violência e a impunidade, revelando como a união e a solidariedade fortalecem a busca por justiça e respeito.
Atividades
Página 236
Espera-se quê os estudantes identifiquem situações cotidianas quê demonstrem a disparidade entre homens e mulheres, além de kestões mais amplas, ligadas à ssossiedade brasileira como um todo. Crie um ambiente acolhedor e respeitoso, no qual todos se sintam à vontade para compartilhar suas opiniões sobre o tema.
Página 241
Essas atividades avaliam a compreensão do conceito de violência simbólica. Sugerimos quê os estudantes respondam por escrito e, caso considere adequado, use as atividades como parte da avaliação. Após a terceira questão, pergunte aos estudantes se conseguem identificar situações de violência simbólica contra mulheres em propagandas atuáis. Se possível, faça uma pré-seleção de anúncios recentes para ilustrar o tema, ajudando os estudantes a perceber situações naturalizadas quê, à luz do conteúdo trabalhado, podem representar estereótipos e/ou violência de gênero.
Como atividade extraclasse, peça aos estudantes quê, ao longo da semana, pesquisem propagandas quê contenham estereótipos de gênero e possíveis exemplos de violência simbólica. Defina uma data para quê cada um apresente para a turma uma ou duas propagandas, explicando como o conteúdo se relaciona com a ideia de violência simbólica.
Página 243
Aproveite as atividades para criar um momento de troca entre os estudantes. Na lousa, faça uma lista dos trabalhos mais associados a homens e mulheres. É interessante também refletir a partir da escola, pensando como as diferentes atividades (limpeza, segurança, docência etc.) são divididas entre homens e mulheres. Ao final, indique quê reflitam sobre o resultado, incentivando-os a buscar padrões e a construir hipóteses. Em seguida, peça-lhes quê compartilhem como é feita a divisão de trabalho doméstico no local onde vivem, instigando-os a questionar esses padrões com base na própria vivência.
Página quatrocentos e vinte e sete
Página 245
A atividade tem o objetivo de levar os estudantes a aprofundar o conhecimento sobre a Lei Maria da Peña, um importante marco da luta contra a violência de gênero no Brasil. A proposta póde sêr feita individualmente ou em grupo. Caso considere adequado, incorpore-a ao processo de avaliação.
Página 248
Com base na metologia ativa seminário, a proposta desta atividade é levar os estudantes a conhecer mulheres quê contribuíram para a luta pela igualdade de gênero no Brasil ao longo da história. Divída a turma em grupos de quatro ou cinco integrantes e atribua a cada grupo um dos seguintes nomes: Nísia Floresta Augusta, Chiquinha Gonzaga, Celina Guimarães Viana, Carlota Pereira de Queiroz, Bertha Lutz, Laudelina de Campos Melo, Maria Firmina dos Reis, Rôuse Marie Muraro e Sônia Guimarães. Sinta-se à vontade para escolher os nomes mais adequados ou incluir outras figuras relevantes.
ôriênti os grupos a realizar pesquisas quê explorem aspectos diversos da trajetória de cada mulher indicada, enfatizando a importânssia de compreenderem o impacto da atuação dessas personalidades na luta pela igualdade de gênero no país.
Sugira aos estudantes o prazo de uma semana para preparar as apresentações. Se possível, peça a eles quê preparem apresentações digitais, incluindo fotografias e outras imagens quê ilustrem o tema. Informe quê cada grupo terá dez minutos para apresentar a pesquisa e ressalte quê todos os integrantes devem se envolver em todas as etapas do trabalho (pesquisa, preparação do material e apresentação oral). No dia da apresentação, cada grupo deverá ir à frente da sala para compartilhar suas descobertas com a turma. Incentive a participação dos estudantes por meio de perguntas e reflekções quê relacionem o conteúdo das apresentações aos temas abordados no capítulo, como a naturalização das diferenças de gênero e a dominação masculina.
Ao final, conduza uma reflekção sobre o fato de essas mulheres, embora essenciais para a história do país, serem pouco conhecidas pela maioria das pessoas. Aproveite para discutir o androcentrismo na construção da história, quê se reflete não apenas em livros mas também em estátuas, nomes de ruas, praças e outros espaços públicos.
Página 250
As atividades incentivam os estudantes a compreender a perspectiva de Sueli Carneiro sobre como o racismo e a hegemonia masculina formam um sistema interligado de opressão quê afeta as mulheres negras. Ressalte quê, para Carneiro, a posição das mulheres negras no Brasil é determinada pela interação entre racismo e machismo.
Páginas 252 e 253
1. O objetivo da atividade é mostrar para os estudantes como a legislação dialoga com as kestões sociais. A lei citada é um exemplo de como normas legais podem contribuir para reduzir a desigualdade salarial entre homens e mulheres.
2. A tirinha chama a atenção dos estudantes para o fato de quê, ao serem socializados de acôr-do com o modelo dominante, os pais acabam, mesmo quê involuntariamente, reproduzindo esse padrão com os filhos, perpetuando a desigualdade de gênero na ssossiedade.
3. A persistência da desigualdade de gênero no mercado de trabalho é consequência de padrões sociais e culturais historicamente construídos, quê consideram a mulher inferior ao homem.
4. O papel secundário das mulheres nos projetos científicos reflete a incorporação de estratificações sociais no campo da ciência, evidenciando quê a desigualdade social se manifesta em diferentes esferas da vida social.
Referências comentadas
• BIROLI, Flávia. Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.
Nessa obra, a autora reflete sobre as transformações ocorridas nas relações de gênero ao longo das últimas dékâdâs. Com foco no contexto brasileiro, Biroli analisa os avanços e desafios relacionados à igualdade de gênero e sua relação com a consolidação da democracia no país.
• COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Tradução: Rane Souza. São Paulo: Boitempo, 2021.
O livro discute o conceito de interseccionalidade, analisando-o como ferramenta para pensar no entrelaçamento entre diferentes formas de desigualdade.
• GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zarrár, 2021.
A obra apresenta uma coletânea de textos de Lélia Gonzalez, nos quais a autora articula reflekções sobre feminismo, racismo e atuação política.
Página quatrocentos e vinte e oito
Capítulo 14
Trabalho, direitos e desigualdades
êste capítulo tem como tema principal o trabalho, apresentado por diferentes perspectivas. Inicialmente, os estudantes serão apresentados aos pensamentos de Émile dur-káen, káur márquis e Max Weber, considerados fundadores da Sociologia. Esses teóricos refletiram sobre o desenvolvimento das sociedades modernas e analisaram o papel do trabalho na dinâmica social. O objetivo é levar os estudantes a compreender o desenvolvimento histórico da relação entre trabalho e capitalismo.
O capítulo também propõe uma reflekção sobre trabalho e direitos, convidando os estudantes a observar como o mundo do trabalho está presente em diversas dinâmicas sociais do dia a dia. Serão estudados dados e conceitos atuáis, como a uberização do trabalho, incentivando uma reflekção crítica a respeito dos desafios do trabalho na atualidade.
Orientações didáticas
A abertura do capítulo apresenta uma fotografia na qual há um mutirão em busca de emprego. Solicite aos estudantes quê a obissérvem e aproveite a oportunidade para perguntar as expectativas deles com relação ao trabalho. Questione também se há na turma jovens quê trabalham e valorize a troca de experiências e percepções, criando um ambiente seguro e acolhedor. Incentive os estudantes a desnaturalizar o trabalho e promôva uma reflekção sobre os diferentes sentidos e formatos quê ele póde assumir.
Ao abordar o conteúdo da página 255, explique aos estudantes quê dur-káen, márquis e Weber se dedicaram a compreender, cada um a seu modo, as mudanças nas relações de trabalho promovidas pelo capitalismo. O tópico A divisão social do trabalho apresenta aos estudantes as concepções de Émile dur-káen, quê, por meio do estudo do trabalho, passou a compreender a ssossiedade. Caso considere necessário, retome alguns conteúdos do componente curricular de História, relativos ao feudalismo e à industrialização. Isso póde facilitar a compreensão dos estudantes sobre os conceitos de solidariedade mecânica e solidariedade OR GÂNICA.
Em seguida, o tópico Trabalho e desigualdade, na página 257, apresenta as concepções de káur márquis sobre o trabalho e a desigualdade no capitalismo. São abordados os três principais conceitos estudados por márquis: meios de produção, classes sociais e alienação. Explique aos estudantes quê, para esse autor, a exploração do trabalho é considerada o cerne do modo capitalista de produção e quê as desigualdades são inerêntes a esse sistema.
Na página 259, são abordadas as concepções de Max Weber, quê desenvolvê-u uma análise cultural do trabalho nas sociedades capitalistas. Para Weber, o capitalismo industrial tem origem na Reforma Protestante, de modo quê as mudanças na esféra religiosa favoreceram as transformações na economia.
O tópico O trabalho em transformação, na página 260, explora as contribuições de Frederick Winslow Têilor para organizar melhor a produção e aumentar a produtividade industrial. O taylorismo, como ficou conhecida a proposta defendida por Têilor, promoveu profundas mudanças para os trabalhadores, quê deixaram de participar de todo o processo produtivo e passaram a desempenhar apenas uma função, ampliando o fenômeno da alienação, conforme márquis defendia. As reflekções propostas favorécem o desenvolvimento das habilidades EM13CHS401 e EM13CHS403.
Se possível, exiba para os estudantes o filme Tempos modernos, indicado na seção Saiba mais, na página 261. Organize uma roda de conversa com a turma sobre o longa-metragem e incentive os estudantes a perceber a atualidade das kestões retratadas. Leve-os a refletir sobre como os conceitos de dur-káen, márquis e Weber acerca do trabalho podem sêr identificados no longa.
Ao tratar a questão do trabalho doméstico, na página 265, explique aos estudantes quê as desigualdades étnico-raciais e de gênero se refletem no mundo do trabalho e impactam diretamente o acesso dos cidadãos a direitos sociais. Ressalte também as consequências da escravidão refletidas no modo como o trabalho doméstico é percebido no Brasil atual.
Em seguida, na página 266, explore com os estudantes um tema de grande relevância para os jovens quê irão ingressar no mercado de trabalho: a informalidade. As reflekções propostas contribuem para o desenvolvimento das habilidades EM13CHS402 e EM13CHS404, com destaque para o trabalho via platafórmas digitais e o fenômeno da uberização. Essa realidade faz parte do cotidiano de muitos jovens e póde suscitar reflekções interessantes com base na experiência trazida por eles.
A seção Perspectivas, na página 268, aprofunda a discussão sobre o fenômeno da uberização com base nas reflekções do sociólogo Ricardo Antunes. Leia o texto com os estudantes e, caso considere adequado, peça a eles quê respondam às kestões propostas em grupo. Em seguida,
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organize uma roda de conversa para quê os grupos compartilhem suas respostas com o restante da turma.
É importante explicar aos estudantes quê diferentes culturas atribuem significados variados ao trabalho. Essa discussão é abordada na página 270 e mobiliza a habilidade EM13CHS401. Leia coletivamente o trecho do texto de Ailton Krenak e comente as diferenças na concepção de trabalho entre as sociedades indígenas e as capitalistas.
Ressalte para os estudantes quê o nosso conhecimento sobre a visão indígena das sociedades ocidentais e de outros povos não indígenas ainda é incipiente, predominando na literatura e nos meios de comunicação as representações das sociedades ocidentais sobre os povos originários. Explique quê o termo “brancos”, usado no texto de Krenak, não se refere à côr da péle, mas aos povos quê compartilham o modo de vida das sociedades ocidentais contemporâneas. Aproveite para discutir os estereótipos quê associam os povos indígenas a uma suposta “preguiça” em relação ao trabalho.
Indicações
• EU, DANIEL Blake. Direção: Ken Loach. Reino Unido: enterteiment One Films, 2017. Streaming (100 min).
O filme apresenta a história de um marceneiro com problemas de saúde, quê, ao perder o trabalho, se vê privádo de direitos sociais básicos. A obra discute a precarização do trabalho, fenômeno cada vez mais presente em todo o mundo.
• O CORTE. Direção: Constantin Costa-Gavras. França: Pandora Filmes, 2005. 1 dê vê dê (122 min).
Com base na história de um executivo desempregado, o filme promove uma reflekção sobre as consequências da competitividade extrema no mundo do trabalho. A narrativa critíca o modo como o mercado de trabalho póde afetar a vida das pessoas.
• PÃO e rosas. Direção: Ken Loach. Reino Unido: Film4 Produkciôns, 2000. 1 dê vê dê (110 min).
O filme retrata a história de um grupo sindical de trabalhadores terceirizados do setor de limpeza em luta contra a precarização do trabalho. A trama é baseada em uma mobilização real ocorrida em Los Angeles, no ano de 1990.
Atividades
Página 254
Aproveite a oportunidade para incentivar os estudantes a refletir sobre o trabalho e incentive-os a não reproduzir percepções com base no senso comum. Conduza uma conversa coletiva, acolhendo diferentes perspectivas e opiniões. Ao trabalhar a atividade 3, anote na lousa as respostas dos estudantes, fazendo-os perceber a importânssia de ações em diferentes escalas para garantir um trabalho digno.
Página 256
O texto de Adam Smith ilustra adequadamente os conceitos elaborados por dur-káen. Escrito no século XVIII, póde sêr de difícil compreensão para alguns estudantes. Assim, recomenda-se a leitura coletiva do texto em voz alta, de modo a esclarecer possíveis dúvidas. Caso considere adequado, a atividade póde servir como parte do processo avaliativo.
Página 258
A charge ilustra o conceito de alienação, propôsto por márquis. Incentive os estudantes a pensar em outros exemplos nos quais o conceito também possa sêr aplicado.
Página 262
ôriênti os estudantes a pesquisar pontos positivos e negativos da terceirização. Com base nas informações levantadas, solicite a eles quê escrevam o texto individualmente. Caso julgue pêrtinênti, pergunte se os estudantes conhecem pessoas quê trabalham como terceirizadas. Em caso afirmativo, sugira quê conversem com elas para a elaboração do texto.
Página 265
Na atividade 3, espera-se quê os estudantes reconheçam quê kestões étnico-raciais, de classe e de gênero ainda influenciam a desvalorização do trabalho doméstico no Brasil.
É comum, em nossa ssossiedade, a hierarquização entre trabalho manual e intelectual. Para refletir sobre o assunto, sugere-se a atividade complementar a seguir. Recomenda-se quê ela seja feita oralmente, com toda a turma. O objetivo é quê os estudantes se posicionem com base em seus próprios saberes e experiências.
Atividade complementar
Leia o trecho a seguir para os estudantes. Depois, oriente-os a fazer o quê se pede.
Todo trabalho supõe tendência para um fim e esfôrço. Para alguns trabalhos, êste esfôrço será preponderantemente físico; para outros, preponderantemente intelectual. Contudo, parece míope e interesseira esta classificação quê divide trabalho intelectual e trabalho corporal. A maioria dos esforços intelectuais se faz acom-
Página quatrocentos e trinta
panhar de esfôrço corporal; uso minhas mãos e os músculos do braço enquanto datilografo estas páginas, quê vou pensando. E o pedreiro usa sua inteligência ao empilhar com equilíbrio os tijolos sobre o cimento ainda não solidificado.
ALBORNOZ, Suzana. O quê é trabalho. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Primeiros passos, p. 11).
1. Citem exemplos de trabalhos ou profissões manuais e intelectuais.
R.: Resposta pessoal. escrêeva na lousa os exemplos citados pêlos estudantes. Organize duas listas: uma com as profissões manuais e outra com as intelectuais.
2. por quê os exemplos mencionados envolvem tanto atividades intelectuais quanto manuais?
R.: Resposta pessoal. Incentive os estudantes a refletir sobre o trabalho intelectual envolvido em atividades manuais, e vice-versa.
3. Como se expressa a hierarquização entre trabalhos manuais e intelectuais em nossa ssossiedade?
R.: Resposta pessoal. Acolha as considerações dos estudantes e incentive-os a respeitar a opinião dos côlégas.
4. Em sua opinião, o quê leva a essa hierarquização e quais medidas poderiam sêr adotadas para minimizá-la?
R.: Resposta pessoal.
Página 268
Comente com os estudantes quê a automatização tem ampliado a precarização do trabalho e quê, em muitos casos, os trabalhadores perdem seus direitos.
Páginas 272 e 273
1. ôriênti os estudantes a interpretar a charge corretamente para quê possam relacioná-la ao trabalho informal e à precarização do trabalho.
2. O texto apresenta alguns dos problemas do trabalho mediado por platafórmas digitais, evidenciando seu papel na precarização do trabalho, conforme indica a alternativa a.
3. De acôr-do com Max Weber, as igrejas protestantes impulsionaram a difusão de uma nova ética do trabalho, na qual a dedicação ao ofício e a negação do lazer eram essenciais para a salvação. Para Weber, a Reforma Protestante foi um elemento essencial para o crescimento e a consolidação do capitalismo, conforme indica a alternativa b.
4. A Emenda Constitucional n º 72 ampliou os direitos sociais das trabalhadoras domésticas, equiparando-os aos dos demais trabalhadores urbanos. Com isso, foram corrigidas graves desigualdades no acesso a direitos enfrentados por essas trabalhadoras, conforme indica a alternativa b.
5. O texto mostra quê a melhoria das condições de vida dos trabalhadores é consequência da necessidade de ampliar a produtividade, equiparando o ritmo do trabalho humano ao das máquinas, conforme mostra a alternativa d.
Texto complementar
Intermitência e uberização
A uberização é um processo no qual as relações de trabalho são crescentemente individualizadas e invisibilizadas, assumindo, assim, a aparência de ‘prestação de serviços’ e obliterando as relações de assalariamento e de exploração do trabalho.
[...]
A terceirização, a informalidade e a flexibilidade se tornaram, então, partes inseparáveis do lékcico e da pragmática da empresa corporativa global. E, com elas, a intermitência vêm se tornando um dos elemêntos mais corrosivos da proteção do trabalho, quê foi resultado de lutas históricas e seculares da classe trabalhadora em tantas partes do mundo.
Vejamos alguns exemplos do tipo de trabalho quê mais se expande sôbi o capitalismo de nosso tempo. Um deles, o zero hour contract [contrato de zero hora], por exemplo, nasceu no Reino Unido e se esparrama pelo mundo ao permitir a contratação de trabalhadores e trabalhadoras das mais diversas atividades, quê ficam à disposição de uma ‘plataforma’.
Eles e elas ficam à espera de uma chamada por smartphone e, quando a recebem, ganham estritamente pelo quê fizeram, nada recebendo pelo tempo quê ficaram esperando. Essa modalidade de trabalho abrange um universo imenso de trabalhadores e trabalhadoras, de quê são exemplos médicos, enfermeiros, trabalhadoras do care (cuidadoras de idosos, crianças, doentes, portadores de necessidades especiais etc.), motoristas, eletricistas, advogados, serviços de limpeza, consertos domésticos, entre tantos outros. Tudo isso facilitado pela expansão do trabalho ôn láini e pela expansão dos ‘aplicativos’, quê invisibilizam ao mesmo tempo quê ampliam ex-
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ponencialmente uma parte expressiva da classe trabalhadora, em especial, mas não só, no setor de serviços.
Outro exemplo encontramos [em um aplicativo]: trabalhadores e trabalhadoras com seus automóveis arcam com as despesas de seguros, gastos de manutenção de seus carros, alimentação, limpeza etc., enquanto o ‘aplicativo’ se apropía do mais-valor gerado pelo sobretrabalho dos motoristas, sem nenhuma regulação social do trabalho. A principal diferença entre o zero hour contract e o sistema [desse aplicativo] é quê, neste último, os/as motoristas, ao recusarem as solicitações, correm o risco de serem demitidos. A relação de trabalho é, então, ainda mais evidente. Dos carros para as motos, destas para as bicicletas, patinetes etc. A engenhosidade dos capitais é, de fato, espantosa.
[...]
Indústria 4.0: rumo à ‘escravidão digital’?
As tecnologias de informação e de comunicação configuram-se, então, como um elemento central entre os distintos mecanismos de acumulação criados pelo capitalismo financeiro de nosso tempo.
Ao contrário do quê ditava a equivocada “previsão” do fim do trabalho, da classe trabalhadora e da vigência da teoria do valor, o quê temos, de fato, é uma ampliação do trabalho precário, quê atinge (ainda quê de modo diferenciado) desde os trabalhadores e trabalhadoras da indústria de software até os de call-center e téle-márquêtin [...], alcançando de modo progressivo os setores industriais, da agroindústria, dos bancos, do comércio, do fést-fud, do turismo e hotelaria etc., e incorporando até mesmo trabalhadores imigrantes, cujos números se expandem em todas as partes do mundo. É quase impossível, hoje, encontrar qualquer trabalho quê não tenha alguma forma de dependência do aparelho celular.
Tal cenário crítico se acentuará com a expansão da chamada Indústria 4.0. Essa proposta nasceu na Alemanha, em 2011, concebida para gerar um novo e profundo salto tecnológico no mundo produtivo (em sentido amplo), estruturado a partir das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC), quê se dêsênvólvem de modo célere. Sua expansão significará a ampliação dos processos produtivos ainda mais automatizados e robotizados em toda a cadeia de valor, de modo quê a logística empresarial será toda controlada digitalmente.
A principal consequência da Indústria 4.0 para o mundo do trabalho será a ampliação do trabalho morto, [...] tendo o maquinário digital – a ‘internet das coisas’, a inteligência artificial, a impressora 3D, o big data etc. – como dominante e condutor de todo o processo produtivo, com a consequente redução do trabalho vivo, viabilizada pela substituição de atividades tradicionais e mais manuais por ferramentas automatizadas e robotizadas, sôbi o comando informacional-digital.
Assim, cada vez mais, a fôrça de trabalho de perfil mais manual, ou quê exerce atividades em processo de desaparição, tornará o trabalho vivo mais ‘residual’ nas plantas tecnológicas e digitalmente mais avançadas. [...]
ANTUNES, Ricardo. Trabalho intermitente e uberização do trabalho no limiar da indústria 4.0. In: ANTUNES, Ricardo (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020. E-book.
Referências comentadas
• ALBORNOZ, Suzana. O quê é trabalho. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Primeiros passos).
A filósofa reflete sobre as formas de vivenciar e organizar o trabalho ao longo da história humana e discute kestões éticas em diferentes formas de trabalho, oferecendo ao leitor uma visão crítica sobre o tema.
• ENGELS, fridichi. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Tradução: B. A. Schumann. São Paulo: Boitempo, 2008.
Essa obra é um clássico das Ciências Sociais, quê relata as condições de vida dos operários ingleses do século XIX. O livro mostra, d fórma pioneira, a exploração e a opressão sofridas pêlos trabalhadores durante o processo de consolidação do capitalismo industrial.
• SANTANA, Marco Áurélio Silva de; RAMALHO, José Ricardo. Sociologia do trabalho. Rio de Janeiro: Zarrár, 2004. (Ciências sociais passo a passo).
O livro apresenta, de modo sucinto, as transformações recentes no mundo do trabalho quê levaram a mudanças profundas na estrutura produtiva das sociedades contemporâneas. Os autores apresentam diferentes linhas de reflekção teórica sobre o assunto, mostrando como a Sociologia póde contribuir para esse importante debate.
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Capítulo 15
Sociedade e vigilância tecnológica
êste capítulo aborda as mudanças contemporâneas provocadas pelas tecnologias digitais e, entre outros aspectos, promove a reflekção sobre as tecnopolíticas da vigilância tecnológica, o pôdêr das big techs, os megadados e a economia da atenção – com ênfase no capitalismo de vigilância. O capítulo também contempla a importânssia da cognição estendida para os humanos e da relação com o mundo mediada, ou não, por objetos digitais. Além díssu, aborda os algoritmos, a propagação de notícias falsas e seus efeitos na democracia. O intuito é fazer com quê os estudantes reflitam a respeito dos usos das tecnologias digitais e das rêdes sociais no cotidiano. Nessa perspectiva, é abordada a diferença entre a ssossiedade disciplinar e a ssossiedade do contrôle. Ao fazer uma análise das mídias sociais, os estudantes poderão identificar como cértas métricas têm influência sobre seu comportamento e suas opiniões.
Orientações didáticas
Ao abordar o conteúdo da página 274, incentive os estudantes a refletir sobre o tempo e o tipo de uso das rêdes sociais quê eles fazem. Pergunte quais sáites, aplicativos e rêdes sociais eles costumam utilizar com mais freqüência e incentive quê comentem como lidam com isso no dia a dia.
Na página 280, comente quanto os dados deixados nas rêdes são negociados, ressaltando a importânssia de havêer regulamentação do pôdêr público. Comente também quê os algoritmos são matemáticos e quê as postagens de ódio têm engajamento maior pois mobilizam mais atenção nas rêdes sociais. Incentive os estudantes a perceber quanto os algoritmos respondem às postagens direcionando produtos, por exemplo, e ressalte a importânssia de havêer algum tipo de proteção dos dados e da privacidade. A atividade mobiliza a competência geral 5 da BNCC e a habilidade EM13CHS504.
Atividade complementar
O Surveillance Studies Centre (Centro de Estudos de Vigilância), do Canadá, produziu, com fins didáticos, curtas-metragens especulando futuros de vigilância e os efeitos de sistemas de vigilância na vida cotidiana. Assista ao vídeo Blaxites, em um primeiro momento, sózínho, e depois com os estudantes, optando pela legenda em português (disponível em: https://livro.pw/rehfs; acesso em: 2 nov. 2024). Em sala, procure explorar aspectos como o papel das mídias sociais e das tecnologias de vigilância, quê são usadas freqüentemente para contrôle e monitoramento de comportamentos, sobretudo de grupos marginalizados. Em seguida, apresente à turma as kestões do roteiro de leitura. Esta atividade mobiliza a competência geral 5 da BNCC e a habilidade específica EM13CHS504.
1. O quê você aprendeu sobre as mídias sociais digitais?
2. Em sua opinião, quais são as razões e motivações de cada uma das personagens para tomar as respectivas decisões?
3. Em sua opinião, o quê Jai poderia fazer? (Se achar necessário, faça uma rodada na qual cada estudante apresente sua opinião, registrando as diversas possibilidades de ação.)
4. Em sua opinião, quais são os sujeitos sociais quê se beneficiam do software de monitoramento? E quem é prejudicado por isso?
5. Qual é o argumento do médico para justificar sua atitude em monitorar os pacientes? Em quê medida ele está indo além de seus deveres?
6. Argumente a favor e contra o uso dessa tecnologia, demonstrando em quê medida seu uso é justificado ou injustificado.
7. Se você desistisse, como káur, o quê teria quê mudar em sua vida? Imagine quê fosse pedir para montar um guia de como optar por não participar, o quê estaria nele?
8. Quais são as possíveis medidas para proteger sua privacidade ôn láini?
Ao abordar o tópico Algoritmos, rêdes sociais e democracia, na página 282, comente com os estudantes quê são diversas as razões quê influenciam a formação de opiniões. Muitas vezes, são fatores de natureza socioemocional, e, não raro, as pessoas compartilhem postagens de ódio por impulso ou motivadas pelo medo. Fazer uso das mídias sociais digitais com critério, cuidado e sem impulsividade, sobretudo atento às notícias falsas, é um modo de preservar a democracia.
Ao abordar a propagação de notícias falsas, na página 283, pergunte aos estudantes o quê entendem como pós-verdade. Em 2016, esta foi eleita a palavra do ano pelo dicionário óksfór. Trata-se de um adjetivo quê se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm
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menos influência em moldar a opinião pública do quê apelos à emoção e crenças pessoais.
A seção Conexões com Filosofia, nas páginas 286 e 287, promove um trabalho interdisciplinar e traz o pensamento de dois filósofos: Michél Fucoul e Gilles Deleuze. Fucoul conceitua a ssossiedade disciplinar, e Deleuze marca as diferenças provocadas pelas tecnologias digitais, definindo-as como características da ssossiedade de contrôle. Esse diálogo com a Filosofia amplia a compreensão e o olhar sobre a ssossiedade.
A seção Investigação, nas páginas 288 e 289, promove o uso de uma prática de pesquisa, o método de Análise das Mídias Sociais (ARS), para compreender as implicações do uso das rêdes no comportamento dos usuários, mobilizando a competência geral 5 da BNCC e a habilidade EM13CHS504.
Essa prática de pesquisa deve incentivar os estudantes a adotar uma postura crítica e reflexiva durante o processo, reconhecendo a importânssia de analisar as rêdes sociais não só como usuários, mas como cidadãos informados e conscientes do impacto do capitalismo de vigilância. Os diferentes modais podem gerar emoções, reações e resultados diferentes, a depender de como são utilizados e da combinação feita entre eles. A seguir, sugerimos um roteiro para a realização da análise de mídias sociais no contexto do capitalismo de vigilância, incluindo a análise multimodal.
I) Inicie recapitulando o conceito de capitalismo de vigilância e a relação estabelecida com as mídias sociais.
II) Explique como as empresas de tecnologia coletam dados dos usuários (visualizações, curtidas/likes, compartilhamentos, tempo de navegação) para criar perfis de consumo. Esses dados são usados para personalizar a experiência ôn láini, influenciar decisões de compra e gerar lucros.
III) Discuta, se possível, alguns exemplos práticos. Por exemplo, mostre como os anúncios nas rêdes sociais mudam de acôr-do com as pesquisas quê fazemos, as páginas quê seguimos ou os conteúdos com os quais interagimos.
IV) Os estudantes devem identificar como as imagens (cor, composição, estética etc.) e os vídeos são usados para captar a atenção dos usuários e evocar emoções. Por exemplo, postagens com cores vibrantes ou pessoas felizes tendem a ter mais interações e engajamento.
V) Solicite quê verifiquem o tom e a linguagem usados nos títulos e nas descrições. Por exemplo, se há uma linguagem imperativa, como “Compre agora” ou “Não perca!”, geralmente cria-se um senso de urgência.
VI) Em rêdes sociais, o uso de músicas virais e sôns póde influenciar a disseminação de um vídeo. Peça aos estudantes quê obissérvem como esse elemento multimodal afeta o engajamento.
VII) promôva uma reflekção sobre a privacidade e a vigilância e como a côléta de dados póde afetar a privacidade e a ética das empresas. Os estudantes devem refletir sobre como as platafórmas de rêdes sociais coletam informações sem o conhecimento completo dos usuários. Durante a discussão, incentive a reflekção sobre as kestões éticas do capitalismo de vigilância, como a falta de transparência na côléta de dados e o possível impacto da vigilância nas liberdades individuais.
VIII) Por fim, conduza a elaboração do relatório e apresentação dos resultados. O relatório deve guiar os estudantes na apresentação da análise realizada.
Atividades
Página 274
Incentive os estudantes a verificar e avaliar quais usos fazem das rêdes sociais; o tempo em quê ficam nas rêdes; qual a relação e interação quê estabelecem com as rêdes; e como se sentem diante das próprias postagens e das postagens dos outros.
Página 280
Destaque quê o volume gigantesco de dados pessoais e postagens é processado pêlos algoritmos em busca de padrões de comportamento e sérvem para diversas finalidades nos campos econômicos, financeiros e políticos. Chame a atenção dos estudantes para a importânssia de preservar a privacidade dos dados.
Página 281
Comente com os estudantes quê, embora pareça inofensivo e gratuito, o uso das rêdes sérve a diversos propósitos pelas empresas de tecnologia. Até mensagens escritas, mas não postadas, ficam registradas e são consideradas pêlos algoritmos.
Página 285
promôva um debate para garantir quê sêjam considerados diversos aspectos e diferentes pontos de vista sobre o uso de celulares na escola e em sala de aula.
Páginas 290 e 291
1. Incentive os estudantes a verificar o tempo quê ficam ôn láini durante uma semana. Peça a eles quê identifiquem os sáites, as rêdes e os aplicativos mais utilizados. O importante é quê depois eles reflitam sobre o quê
Página quatrocentos e trinta e quatro
mais tem capturado a atenção deles. Ao final, promôva um compartilhamento dos resultados.
2. Incentive uma leitura atenta do texto, comentando a influência de contas falsas nas rêdes sociais e como suas características ajudam a identificar desinformação. Se necessário, esclareça o significado de termos como “bots”, “ciborgues” e “tróus” para quê os alunos compreendam as diferenças entre contas automatizadas e perfis controlados por humanos.
3. O texto chama a atenção para o fato de quê existem trabalhadores reais por trás da Inteligência Artificial (IA). Isto é, o quê aparece, para o consumidor final, apenas uma “tecnologia” é, na verdade, fruto do trabalho de milhares de trabalhadores freqüentemente precarizados. O trabalho de lingüistas, por exemplo, quê tornam essa IA possível é freqüentemente negligenciado.
4. As relações do mundo de hoje se realizam em dois meios: o offline (relações tradicionais baseadas na convivência física) e o ôn láini (relações e interações mediadas pelas rêdes sociais). A tirinha questiona a supervalorização dos relacionamentos ôn láini em detrimento da vida offline.
Referências comentadas
• BRUNO, Fernanda éti áu. (org.). Tecnopolíticas da vigilância: perspectivas da margem. São Paulo: Boitempo, 2018.
A obra reúne análises críticas sobre a contemporaneidade e os processos das tecnopolíticas. Há textos de autores nacionais, fruto de pesquisas recentes, e textos consagrados de autores estrangeiros. Centrado no tema da vigilância tecnológica, como o uso de drones, chips, entre outros, além do uso de dados pelo pôdêr público, traz também a perspectiva das tecnoresistências.
• MOROZOV, Evgeny. Big tech: a ascensão dos dados e a morte da política. Tradução: cláudio Marcondes. São Paulo: Ubu, 2018. (Coleção Exit).
Nessa obra, Morozov problematiza o uso das tecnologias e questiona o pôdêr das platafórmas tecnológicas e das big techs e o uso quê fazem dos dados pessoais. O autor alerta quê, a depender do uso, as tecnologias digitais podem sêr danosas e representar uma ameaça à democracia.
• ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do pôdêr. Tradução: Giórgi Schlesinger. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020.
A obra trata do capitalismo de vigilância e mostra como os dados dos usuários obtidos pelas postagens em rêdes sociais digitais são convertidos em mercadoria.
Capítulo 16
Meio ambiente e ssossiedade
êste capítulo aborda o meio ambiente sôbi a perspectiva das Ciências Sociais. O objetivo é explorar as interseções entre o mundo social e a natureza, destacando como a relação com o meio ambiente permite compreender diferentes aspectos das sociedades. O capítulo enfatiza a quêstão da desigualdade, buscando sensibilizar os estudantes para o fato de que os danos ambientais afetam as pessoas de diferentes maneiras.
A proposta visa mobilizar conceitos e ideias discutidos anteriormente para refletir sobre a questão ambiental de acôr-do com uma nova ótica. Isso inclui a percepção individual do papel de agente transformador da realidade social, compreendendo-se como protagonista em um contexto de emergência climática.
Orientações didáticas
A abertura do capítulo apresenta uma fotografia de uma área ala-gada em Porto Alegre (RS), fato ocorrido em decorrência das intensas chuvas quê atingiram a região em 2024. A análise da imagem possibilita um debate a respeito das causas e consequências das mudanças climáticas e dos impactos de eventos extremos na vida da população.
Em seguida, na página 293, apresenta-se um breve histórico sobre o surgimento da quêstão ambiental, desde a Revolução Industrial até os dias de hoje. Explique aos estudantes quê a exploração intensiva dos recursos naturais foi responsável pela degradação ambiental em diversas regiões do mundo. Comente que os recursos naturais não são ilimitados, por isso buscar alternativas de uso sustentável é essencial para garantir a sobrevivência das próximas gerações.
Ao trabalhar o conteúdo da página 295, pergunte aos estudantes se eles já conheciam o termo “Antropoceno” e explique quê se refere ao período caracterizado pelo impacto da atividade humana sobre o planêta. Proponha à turma o exercício de imaginar a vida sem plástico e aproveite a oportunidade para retomar o conceito de etnocentrismo, central para a compreensão da ideia de Capitaloceno.
Analise com os estudantes o gráfico Mundo: causas de mortes – 2019, na página 296, e incentive-os a discutir de quê forma a poluição afeta diretamente a vida dos sêres humanos. Comente quê, embora a maior parte dos
Página quatrocentos e trinta e cinco
cientistas reconheça quê a atividade humana é a principal responsável pelas mudanças climáticas, ainda existem pesquisadores quê defendem quê essas mudanças são reflexo de um ciclo natural do planêta.
A seção Perspectivas, na página 297, apresenta o depoimento da cientista social indígena Tipuici Manoki. Leia o texto coletivamente com a turma e relacione-o ao conceito de Capitaloceno.
Ao abordar o conteúdo da página 299, se possível, exiba o documentário Lixo extraordinário, indicado no boxe Saiba mais. Após a exibição do documentário, organize uma roda de conversa com a turma e solicite aos estudantes quê compartilhem suas impressões com os côlégas. O documentário póde facilitar a compreensão da análise feita pela antropóloga Méry Douglas, quê se dedicou a estudar como as sociedades classificam o quê é puro e impuro, limpo ou sujo. Se possível, apresente aos estudantes o projeto “Pimp my carroça” (disponível em: https://livro.pw/bfkrv; acesso em: 2 nov. 2024).
Converse com os estudantes a respeito das dificuldades enfrentadas pêlos catadores, como o perigo de trabalhar em meio ao trânsito, a exposição a materiais nocivos à saúde, a baixa remuneração, a falta de direitos trabalhistas, a necessidade de caminhar grandes distâncias carregando peso, a falta de equipamentos de proteção, os preconceitos quê sofrem no dia a dia, entre outras. Caso considere oportuno, desenvolva a atividade a seguir com os estudantes.
Atividades complementares
Esta atividade adota a metodologia ativa aprendizagem baseada em projetos e tem como objetivo levar os estudantes a usar os conteúdos estudados no capítulo para elaborar um projeto voltado à melhoria das condições de trabalho dos catadores.
Divída a turma em grupos de cinco integrantes e oriente-os de acôr-do com as etapas a seguir.
1. Pesquisa e diagnóstico: solicite aos grupos uma pesquisa sobre as principais queixas dos catadores. As informações podem sêr consultadas em sáites disponíveis na internet ou por meio de entrevistas com catadores da comunidade a quê os estudantes pertencem. Sugerimos quê esta etapa seja desenvolvida no prazo de duas semanas.
2. Escolha do problema e desenvolvimento de projeto de ação: com base no levantamento realizado na etapa anterior, cada grupo deverá escolher um problema indicado pêlos catadores para desenvolver um projeto quê busque solucioná-lo. Explique aos estudantes quê eles devem prever todas as etapas do projeto. Além díssu, é preciso elaborar um cronograma e um orçamento, incluindo os custos dos materiais e da mão de obra a sêr mobilizada. Sugerimos quê essa etapa seja desenvolvida no prazo de duas semanas.
3. Apresentação do projeto: cada grupo deverá apresentar seu projeto para os demais côlégas da turma. Incentive os estudantes a fazer perguntas e comentários construtivos sobre os trabalhos apresentados, criando um ambiente de troca e aprendizagem.
4. Relatório final: solicite aos grupos a elaboração de um relatório por escrito, contendo todas as etapas do projeto. Caso considere adequado, considere essa atividade parte do processo de avaliação.
A seção Investigação, na página 300, promove uma pesquisa de observação e elaboração de relatório. O objetivo é conscientizar os estudantes sobre os resíduos quê eles produzem. Além díssu, a proposta visa incentivá-los a organizar adequadamente registros quê deverão subsidiar a elaboração do relatório.
Na página 301, ao abordar o tópico Justiça e racismo ambiental, promôva uma reflekção sobre a cidade e/ou região onde os estudantes vivem, ajudando-os a perceber como esse conceito póde sêr aplicado à realidade local. Para isso, converse com a turma sobre as áreas quê mais sofrem com os efeitos das chuvas e com o despejo de resíduos na cidade e/ou região.
Indicação
• SOMOS guardiões. Direção: Edivan Guajajara, Chelsea Greene e Rob Grobman. Brasil: Mídia Indígena, 2023. Streaming (83 min).
Documentário sobre a luta de dois indígenas para proteger seu território do desmatamento. O curta-metragem aborda também a perspectiva de um madeireiro e de um proprietário de terras, mostrando a complexidade quê envolve a atual crise ambiental no Brasil.
Atividades
Página 292
As atividades da abertura do capítulo podem sêr um recurso útil de sensibilização inicial para os temas e os conceitos quê serão abordados no decorrer dos estudos. Caso considere oportuno, solicite aos estudantes quê façam as atividades oralmente.
Página quatrocentos e trinta e seis
Página 294
A proposta é quê os estudantes pesquisem as duas principais correntes do movimento ambientalista. Ressalte a importânssia de buscar informações em fontes fidedignas. Caso considere oportuno, organize uma roda de conversa e peça aos estudantes quê compartilhem com os côlégas a posição adotada no item b.
Página 296
Aproveite a oportunidade para iniciar um debate sobre como os impactos ambientais afetam a população e pergunte aos estudantes se todas as pessoas são afetadas da mesma forma. Incentive-os a refletir sobre o assunto e proponha questionamentos como: quem são os maiores prejudicados pela poluição? por quê isso acontece?
Página 297
Na atividade 3, espera-se quê os estudantes reconheçam a relevância do protagonismo indígena nas discussões ambientais, ressaltando as contribuições da visão de mundo dos povos originários para as decisões e as políticas globais sobre o meio ambiente. Os estudantes podem sugerir, por exemplo, a inclusão de organizações indígenas em conferências locais e internacionais sobre o meio ambiente, oferecendo-lhes espaço em discussões e deliberações sobre políticas ambientais. Outra proposta é ampliar a divulgação das perspectivas indígenas em meios de comunicação e espaços educativos, como escolas e universidades, para quê suas ideias e práticas sêjam reconhecidas e debatidas amplamente.
Página 298
Se preferir, peça aos estudantes para realizar a atividade em dupla e entregá-la por escrito. Espera-se quê os estudantes percêbam quê a Região Norte, onde se localiza a Floresta Amazônica, apresenta menor densidade populacional e um nível de industrialização mais baixo se comparada à Região sudéste, o quê resulta em menor consumo de bens e, consequentemente, gera menos resíduos sólidos.
Página 303
O objetivo da atividade é aprofundar o conhecimento dos estudantes sobre os povos originários do Brasil. Organize a turma em grupos de quatro integrantes e peça a eles quê escôlham um povo tradicional para pesquisar. Estabeleça uma semana de prazo para a realização da atividade. Combine préviamente uma data para a apresentação dos resultados e incentive os estudantes a compartilhar suas descobertas com os côlégas.
Página 304
ôriênti os estudantes a pesquisar, em fontes confiáveis, informações sobre a presença indígena nas regiões brasileiras. Inicialmente, incentive-os a identificar quais regiões apresentam maior e menor concentração de povos indígenas, com destaque para as regiões Norte e Sul. Em seguida, promôva uma discussão sobre possíveis hipóteses explicativas, abordando aspectos históricos, como a ocupação territorial, e geográficos, como a preservação de áreas naturais.
Página 307
Aproveite a oportunidade para verificar se os estudantes compreenderam corretamente as ideias de Enrique Leff sobre crise ambiental e esclareça possíveis dúvidas. Se preferir, organize uma roda de conversa para debater a atividade 4, destacando a relevância da presença de membros dos povos tradicionais em espaços de tomada de dê-cisão.
Páginas 308 e 309
1. Explique aos estudantes o conceito de povos e comunidades tradicionais, incentivando a pesquisa sobre seu reconhecimento legal e a importânssia do decreto n º 6.040, de 7 de fevereiro de 2007.
2. Incentive os estudantes a observar e a descrever a charge, promovendo reflekções sobre os impactos ambientais e o conceito de Antropoceno como resultado da ação humana.
3. ôriênti os estudantes a ler a entrevista com Cólin Waters, identificando sua posição sobre o Antropoceno e discutindo a diferença entre Antropoceno e Capitaloceno.
4. Ajude os estudantes a interpretar o texto sobre o Matopiba, analisando os impactos do agronegócio e da especulação de terras nas comunidades locais. A alternativa correta é a c.
5. Explique a prática das paneleiras de Goiabeiras, destacando a relação entre recursos naturais e preservação de modos de vida tradicionais, conforme indica a alternativa a.
6. Realize uma análise sobre justiça ambiental, destacando como o mercado e a desigualdade social influenciam o acesso aos recursos naturais. Explique quê a relação entre injustiça social e degradação ambiental baseia-se no fato de quê os principais responsáveis pela destruição ambiental são também os menos impactados por ela. Por isso, continuam a investir
Página quatrocentos e trinta e sete
intencionalmente nesse modelo produtivo visando o lucro pessoal em detrimento do bem-estar coletivo.
Referências comentadas
• FERDINAND, Malcom. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. Tradução: Letícia Mei. São Paulo: Ubu, 2022.
O livro mobiliza o repertório conceitual do pensamento decolonial para propor uma reflekção sobre a crise ambiental. Para isso, sugere uma abordagem interseccional do tema, com ênfase no racismo envolvido nas formas hegemônicas de manejo da natureza.
• LEFF, Enrique. Racionalidade ambiental: a reapropriação social da natureza. Tradução: Luís Carlos Cabral. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
Nessa obra, Leff apresenta a atual crise ambiental como uma crise na forma de compreensão do mundo, quê expressa a relação das sociedades industriais com a natureza. O livro propõe o desenvolvimento de uma nova racionalidade como única saída para a humanidade.
• MOORE, Jêissãn W. (org.). Antropoceno ou capitaloceno?: natureza, história e a crise do capitalismo. Tradução: Antônio Xerxenesky e Fernando Silva e Silva. São Paulo: Elefante, 2022.
A obra apresenta uma coletânea de textos de cientistas sociais sobre os aspectos políticos envolvidos na nomeação da crise ambiental. Os textos procuram mostrar o protagonismo das sociedades capitalistas na degradação da natureza, propondo um olhar não etnocêntrico sobre a relação entre os humanos e o meio ambiente.
Capítulo 17
Consumo e indústria cultural
êste capítulo aborda o tema do consumo sôbi o prisma das Ciências Sociais. O objetivo é levar os estudantes a refletir, por um lado, sobre os padrões de consumo e como esse comportamento molda as diferentes sociedades; e, por outro lado, como o consumo individual permite compreender diversos aspectos relacionados à forma de estar no mundo.
O capítulo também oferece elemêntos para uma reflekção crítica, em uma perspectiva histórica, sobre o papel do consumo nas sociedades capitalistas. A intenção é oferecer ferramentas para quê os jovens compreendam a relação do consumo com fenômenos como a desigualdade social e a crise ambiental, entre outros. O capítulo sérve, ainda, como forma de apresentar aos estudantes conceitos importantes das Ciências Sociais, como mais-valia, ssossiedade de consumo e indústria cultural.
Orientações didáticas
A abertura do capítulo convida os estudantes a desnaturalizar o consumo. Por meio das atividades, incentive-os a refletir sobre os próprios hábitos como consumidores e os impactos do consumo individual sobre a ssossiedade como um todo.
Na página 316, ao abordar o conceito de hiperconsumo, póde sêr um bom momento para discutir a questão da obsolescência programada, um fenômeno familiar aos jovens, especialmente em relação a produtos tecnológicos. Pergunte aos estudantes qual é o tempo médio de duração de um aparelho celular, por exemplo. Aproveite para trazer dados sobre o fenômeno da obsolescência programada, incentivando-os a refletir sobre o assunto.
Ao abordar o conteúdo da página 317, proponha aos estudantes a realização da Atividade complementar a seguir.
Atividade complementar
Ao perceber quê culturas diferentes têm relações distintas com os bens materiais e o consumo, o fotojornalista estadunidense píter Menzel (1948-) desenvolvê-u o projeto “Mundo material”, no qual retratou famílias de diferentes países, registrando-as rodeadas de seus bens materiais.
Pensando nisso, acéçi o sáiti The Marginalian, sugerido no boxe Indicações dêste Manual, e apresente para a turma as fotografias de Menzel quê retratam famílias de diversos países. Selecione as fotografias de duas famílias (por exemplo, a família Yadev, da Índia, e a família Ukita, do Japão) e peça aos estudantes quê obissérvem as imagens com atenção. Depois, inicie uma discussão com as seguintes perguntas.
1. Quais são as principais diferenças entre os bens de cada família?
R. A família indiana tem poucos bens, sêndo a maioria de confekissão artesanal. Já a família japonesa tem muitos bens, quase todos industrializados.
2. De quê modo esses objetos nos permitem conhecer aspectos da cultura de cada família?
R. A partir dos objetos, é possível perceber quê a família indiana está inserida numa cultura rural, num contexto de baixa industrialização e consumo. A família japonesa, por sua vez, está inserida numa ssossiedade urbana, marcada pela industrialização e por altos índices de consumo.
Página quatrocentos e trinta e oito
3. Em sua opinião, qual é a importânssia do trabalho desenvolvido pelo fotógrafo píter Menzel?
R.: Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante demonstre ter compreendido quê as fotos revelam a centralidade da cultura material nas diferentes sociedades e quê o trabalho do fotógrafo demonstra quê há várias maneiras de viver e de lidar com as necessidades humanas.
O conteúdo das páginas 319 e 320 trabalha a habilidade EM13CHS303. Certifique-se de quê os estudantes tiveram uma boa compreensão dos conceitos de indústria cultural e cultura de massa, sêndo capazes de relacioná-los com a teoria de káur márquis, apresentada anteriormente no capítulo.
Ao abordar o conteúdo da página 321 com os estudantes, explique a relação entre consumo e estratificação social. Comente quê, no Brasil, 67% das pessoas gastam mais do quê ganham, um dado importante quê revela o elevado potencial de endividamento da população. Por esse motivo, iniciativas voltadas à educação financeira são fundamentais para evitar o endividamento das famílias. Práticas como organizar uma planilha com as dívidas e demais gastos cotidianos podem sêr úteis para o contrôle das contas e para a saúde financeira pessoal. Caso considere oportuno, sugira aos estudantes quê consultem mais informações sobre educação financeira no sáiti do Ministério da Fazenda (disponível em: https://livro.pw/tjuri. Acesso em: 6 nov. 2024).
A seção Investigação, na página 323, promove uma atividade usando o método de pesquisa estudo de recepção. A intenção é, por um lado, mostrar como as propagandas constroem imagens sobre determinados grupos sociais (nesse caso, as pessoas idosas); e, por outro, incentivar os estudantes a perceber quê os receptores das propagandas não são passivos e produzem representações com base nas ideias veiculadas nos anúncios. A seção propõe uma reflekção sobre o modo como a população idosa é representada nas propagandas, visando provocar uma percepção atenta e respeitosa dos estudantes para esse segmento. Aproveite a explicação da atividade para conduzir uma conversa sobre o etarismo. Pergunte se os estudantes estão familiarizados com esse conceito e, junto a eles, pensem em exemplos comuns de etarismo na nossa ssossiedade. Em seguida, pergunte à turma se acreditam quê as propagandas podem contribuir para o combate ao etarismo e de quê forma. Peça aos estudantes quê busquem se lembrar de quê modo os idosos são retratados na mídia, incluindo as propagandas, preparando-os para o desenvolvimento da prática de pesquisa.
Para a realização da atividade, divída a turma em grupos de cinco estudantes e oriente-os a buscar propagandas em quê aparécem pessoas idosas. refórce a importânssia de buscar diferentes tipos de anúncios, pesquisando em rêdes sociais, revistas, televisão e mesmo em au-dórs. Essa etapa deve sêr realizada em uma semana. Em seguida, cada grupo deverá analisar as imagens coletadas, descrevendo-as por escrito. Ressalte a importânssia de serem minuciosos na descrição, atentando para diferentes aspectos: como os idosos aparécem, se estão sózínhos ou acompanhados, quêm os acompanha, que atividade aparécem fazendo etc. A partir díssu, os grupos deverão escrever suas impressões sobre cada imagem, analisando quê imagem da população idosa elas transmitem. Por fim, os resultados devem sêr compilados em uma apresentação a sêr compartilhada com a turma. No dia da apresentação, retome a conversa sobre o etarismo e pergunte aos estudantes se, após a realização da atividade, houve alguma alteração quanto à percepção sobre a população idosa. Pergunte também quais aspectos não encontraram nas propagandas e quê acreditam sêr importantes para o combate ao etarismo.
Ao trabalhar as páginas 324 e 325, inicie uma conversa sobre os hábitos culturais dos estudantes, verificando se são semelhantes aos dados e depoimentos apresentados.
Indicações
• A CONSPIRAÇÃO da lâmpada. Direção: Cosima Dannoritzer. Espanha: RTVE, 2010. Streaming (55 min).
O documentário aborda as técnicas utilizadas pela indústria para fazer com quê o consumidor compre novas versões de produtos, mesmo quê os atuáis estejam em bom estado. O filme convida a refletir sobre a centralidade da obsolescência programada para a economia moderna, baseada no crescimento econômico.
• MINIMALISMO: um documentário sobre as coisas quê importam. Direção: Matt D’Avella. Estados Unidos: The Minimalists, 2015. Streaming (79 min).
O documentário reúne depoimentos de pessoas quê adotaram o estilo de vida minimalista, indo na contramão da ssossiedade de consumo.
• SILVA, Lair; SPERANDIO, Melissa. Cultura e consumo pod. Brasil, 2024. Spotify: [Podcast] Cultura e consumo pod. Disponível em: https://livro.pw/ovpsy. Acesso em: 2 nov. 2024.
Página quatrocentos e trinta e nove
Podcast com episódios quê abordam diferentes aspectos da cultura de consumo, analisando como a propaganda e o marketing influenciam escôlhas de diferentes segmentos da ssossiedade, além de pensar como o consumo se articula à ideia de justiça social.
• POPOVA, Maria. Material world: a portrait ÓF the world’s possessions. [S. l.]: The Marginalian, 2011. Disponível em: https://livro.pw/fuycv. Acesso em: 2 nov. 2024.
Use a tradução automática do navegador para explorar a produção artística do fotojornalista píter Menzel sobre diferentes famílias ao redor do mundo e propor a atividade complementar sugerida para a turma.
Atividades
Página 310
1. Espera-se quê os estudantes descrevam o conceito de consumo com base em elemêntos do senso comum, pensando em atos como comprar e utilizar produtos.
2. Espera-se quê os estudantes deem exemplos de como o consumo varia em função de diferentes aspectos, como idade, gênero, classe social, gostos pessoais etc.
3. Comente quê a indústria da (Moda) é uma das mais poluentes do mundo atual. Além do excésso de produtos, há também a quêstão dos materiais utilizados na fabricação da maior parte das roupas, como as fibras sintéticas, que levam tempo para se decompor no meio ambiente.
Página 312
Peça aos estudantes quê realizem a atividade em sala, por escrito. Ao final, converse coletivamente sobre a atividade, convidando os estudantes a compartilhar as respostas com a turma.
Página 313
As atividades têm o objetivo de detectar a compreensão dos estudantes acerca do conceito de fetiche da mercadoria, central no pensamento de káur márquis. Caso julgue adequado, peça aos estudantes quê respondam em duplas, por escrito. Ao final, faça uma conversa coletiva sobre a atividade 3, anotando na lousa as respostas dadas pêlos estudantes. A intenção é quê eles percêbam como o conceito ajuda a compreender a realidade social em quê vivem.
Página 314
As atividades consistem na leitura da imagem. A intenção é incentivar os estudantes a identificar o consumo em cenas e situações comuns do dia a dia, percebendo-o como fruto de um processo histórico específico. As atividades podem sêr feitas oralmente, por meio de conversa coletiva.
Página 316
Peça aos estudantes quê façam as atividades por escrito. Caso julgue pêrtinênti, utilize-as para compor a avaliação final. Por se referir a uma situação bastante presente na ssossiedade atual, essas atividades podem render uma importante conversa a respeito da relação entre consumo e autoestima, incentivando os estudantes a perceber os padrões sociais quê os levam, muitas vezes, a desejar determinados produtos.
Página 319
As atividades visam detectar a compreensão dos estudantes sobre o conceito de cultura de massa. Peça a eles quê respondam por escrito e, caso julgue pêrtinênti, utilize esse trabalho para compor a avaliação final.
Página 321
A atividade tem o objetivo de levar os estudantes a identificar hábitos de consumo do entorno deles. A intenção é quê possam vincular os conceitos aprendidos no capítulo à realidade concreta. Divída a turma em grupos de quatro integrantes e dedique uma aula à construção dos quêstionários. Dê o prazo de duas semanas para que eles tragam os resultados d fórma organizada. Separe uma aula para as apresentações dos resultados, incentivando a turma a participar d fórma ativa, estabelecendo comparações entre os resultados dos diferentes grupos e encontrando eventuais semelhanças e diferenças entre eles.
Página 326
A atividade da seção Perspectivas tem como base a metodologia ativa de aprendizagem baseada em problemas. Separe a turma em grupos de quatro estudantes e dedique uma aula às tarefas dos itens a e b. Dê duas semanas para quê os grupos desenvolvam a atividade do item c, dedicando uma aula para quê cada um apresente seus resultados para o restante da turma. Essa é uma boa oportunidade para iniciar um debate sobre as dificuldades de acesso a bens culturais na comunidade em quê vivem, de modo quê os estudantes reflitam criticamente sobre a realidade local, colocando-se como protagonistas na busca por soluções.
Páginas 328 e 329
1. e 2. As atividades devem sêr respondidas individualmente e por escrito, como forma de avaliar a compreensão dos estudantes sobre dois
Página quatrocentos e quarenta
conceitos-chave do capítulo: ssossiedade de consumo e cultura de massa.
3. Adorno e Horkheimer, membros da escola de frânkfur, foram os principais responsáveis pelo desenvolvimento do conceito de indústria cultural, quê analisa a produção e a divulgação de bens culturais por meio de uma perspectiva markcista, como indica a alternativa d.
4. De acôr-do com a análise dos autores da Escola de frânkfur, os meios de comunicação são importantes difusores da cultura de massa, voltada a oferecer entretenimento fácil ao público ao mesmo tempo quê desestimula a elaboração do pensamento crítico e da consciência social, conforme expresso na alternativa e.
Referências comentadas
• BARBOSA, Livia. Sociedade de consumo. Rio de Janeiro: Jorge Zarrár, 2004. (Ciências sociais passo a passo).
O livro apresenta o conceito de ssossiedade de consumo, abordando suas origens históricas e desdobramentos atuáis. A autora traz a perspectiva de diferentes autores sobre o tema, fazendo ainda uma reflekção sobre a ssossiedade de consumo no Brasil.
• BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zarrár, 2008.
Nesse livro, o conhecido sociólogo polonês discute o modo como a ssossiedade atual faz com quê os consumidores sêjam eles próprios mercadorias. Com essa premissa, o autor analisa o impacto do consumismo em diversos aspectos da vida social, com especial atenção às novidades trazidas pela sociabilidade virtual.
• MIGUELES, Carmen (org.). Antropologia do consumo: casos brasileiros. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.
Coletânea de textos quê abordam o consumo a partir de uma perspectiva antropológica. Partindo de estudos de caso, cada texto analisa aspectos específicos da cultura de consumo no Brasil.
Texto complementar
Arrastado por esse maremoto, o gôsto pêlas novidades mudou de sentido. O culto do novo não tem nada de recente, uma vez quê se impôs desde o fim da Idade Média, especialmente através da emergência da (Moda). Mas, durante séculos, a norma do ‘tudo quê é novo agrada’ quase não ultrapassou os círculos restritos dos privi legiados, seu valor baseava-se, em grande parte, em seu pôdêr distintivo. Essa não é mais a situação presente. Em primeiro lugar, o gôsto pêla mudança incessante no consumo já não tem limite social, difundiu-se em todas as camadas e em todas as categorias de idade; em seguida, desejamos as novidades mercantis por si mesmas, em razão dos benefícios subjetivos, funcionais e emocionais quê proporcionam. Hoje, a demanda de renovação se sobrepôs ao desejo do ‘mínimo conforto técnico’ quê estava em vigor na fase II, a curiosidade tornou-se uma paixão de massa e mudar por mudar, uma experiência destinada a sêr experimentada pessoalmente. O amor pelo novo não é mais tão sustentado pelas paixões conformistas quanto pêlos apetites experienciais dos sujeitos. Passa-se para o universo do hiperconsumo quando o gosto pela mudança se difunde universalmente, quando o desejo de ‘moda’ se espalha além da esféra indumentária, quando a paixão pela renovação ganha uma espécie de autonomia, relegando ao segundo plano as lutas de concorrência pelo estátus, as rivalidades miméticas e outras febres conformistas.
Daí as novas funções subjetivas do consumo. Diferentemente do consumo à (Moda) antiga, quê tornava visível a identidade econômica e social das pessoas, os atos de compra em nossas sociedades traduzem antes de tudo diferenças de idade, gostos particulares, a identidade cultural e singular dos atores, ainda quê através dos produtos mais banalizados. O arranjo dos apartamentos exemplifica tal evolução. Já não se trata tanto, nesse domínio, de exibir um signo exterior de riqueza ou de sucesso quanto de criar um ambiente agradável e estético ‘que se pareça conosco’, um casulo convivial e personalizado. Sem dúvida, isso é resultado de compras de produtos padronizados, mas todas as vezes estes são reinterpretados, dispostos em novas composições quê exprimem uma identidade individual, o importante sêndo menos o valor de posição social quê o valor privádo e único de ‘sua casa’, tornado possível por um ‘consumo criativo’. Revelo, ao menos parcialmente, quêm eu sou, como indivíduo singular, pelo que compro, pêlos objetos quê povoam meu universo pessoal e familiar, pêlos signos quê combino ‘à minha maneira’. […]
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a ssossiedade de hiperconsumo. Tradução: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das lêtras, 2007. p. 43-44.
Página quatrocentos e quarenta e um
Capítulo 18
Entre crenças e práticas sociais: anseios para o futuro
Neste capítulo, exploramos diversos temas fundamentais para a compreensão do futuro por meio de perspectivas inclusivas e democráticas. O afrofuturismo ganha destaque ao projetar futuros quê intégram a estética, a memória e a cultura africana, desafiando as narrativas tradicionais e abrindo espaço para novas representações. Além díssu, comparamos visões de pensadores clássicos sobre a religião e discutimos a importânssia de fomentar práticas de tolerância religiosa, reconhecendo seu papel na coesão social e na criação de um futuro melhor.
Outro ponto central abordado é o planejamento do futuro, tanto no âmbito pessoal quanto no coletivo, valorizando os sonhos e a ética como fundamentos para decisões quê impactam a ssossiedade e o planêta.
Orientações didáticas
Ao abordar a construção de futuros possíveis, na página 330, incentive os estudantes a refletir sobre o futuro pessoal e coletivo de maneira crítica e afirmativa. Com base no afrofuturismo, promôva a compreensão dessa estética, especialmente em áreas como a música e a literatura, destacando sua importânssia na criação de futuros inclusivos. Além díssu, incentive a projeção de sonhos pessoais e sociais, desafiando os estudantes a pensar em termos de curto, médio e longo prazo, conectando essas aspirações a valores éticos e democráticos.
A seção Conexões com História, na página 333, promove um trabalho interdisciplinar ao integrar conhecimentos e abordagens da Sociologia, da História e da religião para fornecer uma compreensão mais abrangente das sociedades humanas e suas dinâmicas. A conexão entre crenças e práticas religiosas e a História, sôbi a perspectiva da Sociologia, revela como a religião desempenha um papel central na organização das sociedades humanas ao longo do tempo. A História oferece o contexto temporal e evolutivo dessas práticas, mostrando como se desenvolveram, foram transformadas e se adaptaram.
A seção Investigação, nas páginas 340 e 341, baseada em entrevistas e análise sociológica, promove uma série de benefícios para os estudantes, tanto no desenvolvimento de habilidades acadêmicas quanto no fortalecimento de valores sociais e éticos. Além de incentivar uma compreensão acadêmica do fenômeno da intolerância religiosa, promove o desenvolvimento de competências críticas, sociais e éticas fundamentais para a formação integral dos estudantes.
As orientações a seguir garantem quê você tenha um papel ativo em cada etapa do processo.
Etapa 1: Organização e divisão de tarefas
1. ôriênti os estudantes a formár grupos de no mássimo quatro integrantes. Nesse processo, é importante garantir quê os grupos sêjam equilibrados a fim de encorajar a colaboração entre os estudantes.
2. Auxilie-os na escolha dos familiares quê serão entrevistados, garantindo quê a amostra seja diversa e adequada para a côléta de dados.
3. Garanta quê todas as entrevistas ocorram conforme o cronograma planejado.
4. refórce a importânssia de os estudantes manterem respeito e neutralidade durante as entrevistas, sem julgar as respostas.
Etapa 2: Preparação do roteiro
1. promôva o entendimento da importânssia de um roteiro bem estruturado para uma entrevista eficiente e imparcial.
2. Contextualize cada item do roteiro de perguntas explicando como ele contribui para a compreensão do fenômeno da diversidade e da intolerância religiosa.
3. Esclareça quê, se o entrevistado não tiver religião ou não quiser responder, isso também é um dado relevante e deve sêr incluído.
Etapa 3: Condução das entrevistas
1. ôriênti os estudantes a manter uma postura respeitosa e a não emitir juízos de valor durante as entrevistas.
2. refórce a importânssia de os estudantes registrarem as respostas corretamente no caderno e prepararem os dados para a sistematização.
Etapa 4: Sistematização e análise dos dados
1. ôriênti os alunos na criação da tabéla para organizar as respostas dos entrevistados, verificando se os cálculos das porcentagens estão corretos.
2. Enfatize como a análise dos dados quantitativos póde revelar padrões na diversidade religiosa e na intolerância, incentivando uma reflekção crítica.
Página quatrocentos e quarenta e dois
Etapa 5: Produção de gráficos
1. Apresente um modelo de gráfico de pitssa e oriente os alunos sobre como representar os dados d fórma clara e precisa. Nesse modelo, conforme representação a seguir, o gráfico de pitssa deve estar dividido em dez partes iguais.
2. refórce para os estudantes a necessidade de incluir títulos e legendas nos gráficos, para facilitar a compreensão das informações apresentadas.
Etapa 6: Compartilhamento e debate
1. promôva o compartilhamento dos gráficos entre os grupos, garantindo quê todos os estudantes tênham a oportunidade de apresentar suas análises.
2. Incentive a reflekção sobre como os dados coletados podem contribuir para um ambiente inclusivo e democrático, além de explorar maneiras de prevenir a intolerância religiosa.
3. promôva uma discussão com a turma sobre possíveis soluções para a intolerância religiosa, conectando a análise dos dados com valores éticos e sociais.
Indicações
• BLACK mirror [Série]. Direção: chârli Brooker. Reino Unido: Endemol UK, 2011. Streaming (1755 min).
A série explora futuros distópicos relacionados à tecnologia, ética e ssossiedade, podendo inspirar debates sobre o impacto das inovações tecnológicas no futuro.
• OS DOZE macacos. Direção: téurri Gilliam. Estados Unidos: Universal píctiúrs, 1995. Streaming (129 min).
O filme aborda temas como futuro distópico, tecnologia e o impacto das escôlhas humanas sobre o destino do planêta.
Atividades
Página 330
Incentive os estudantes a refletir sobre o afrofuturismo como uma perspectiva quê idealiza um futuro positivo e afirmativo das identidades negras. Com base nisso, eles podem imaginar o próprio futuro e identificar a importânssia de sonhar e planejar a vida.
Página 331
Procure explorar as linguagens e temas recorrentes, como ancestralidade, tecnologia e resistência. Incentive a análise de autores como Ale Santos, Sandra Menezes e Lu Ain-Zaila, destacando suas contribuições para o afrofuturismo brasileiro.
Página 337
Conduza os estudantes a uma reflekção sobre as ideias de autores clássicos, como márquis e dur-káen. Peça a eles quê apresentem concordâncias e discordâncias em relação ao tema por meio de exemplos práticos. Isso promove um debate enriquecedor e incentiva o pensamento crítico.
Página 338
promôva um ambiente seguro e acolhedor no qual os estudantes possam compartilhar suas experiências sobre religiosidade sem julgamentos. Enfatize a importânssia do respeito nas trocas de ideias e da valorização da diversidade de crenças e vivências.
Página 344
Sugira aos estudantes quê explorem como a análise social póde ajudar a identificar vulnerabilidades, promover a conscientização e desenvolver soluções coletivas para desastres ambientais. Com base no texto, é importante quê reflitam sobre a aplicação da Sociologia na compreensão e mitigação das mudanças climáticas.
Páginas 345 a 347
1. Incentive reflekções sobre como a Sociologia póde impactar os sonhos pessoais e coletivos. Sugira quê os estudantes promovam discussões quê conectem aprendizados sociológicos à vida cotidiana, enfatizando a importânssia do conhecimento na formação de cidadãos conscientes e críticos.
2. Apenas as afirmativas [III] e [IV] são verdadeiras. A modernidade é marcada pela secularização e a mistura de diversos elemêntos religiosos e culturais, possibilitando uma convivência tolerável entre grupos religiosos diferentes.
Página quatrocentos e quarenta e três
3. As culturas podem construir diversos tipos de relação, quê podem variar ao longo da história de cada uma delas.
4. A alternativa e traz a abordagem markcista da luta de classes e da desigualdade social.
5. A alternativa c é correta pois a temática levantada pela personagem refere-se à luta por Direitos Humanos e direitos civis.
Texto complementar
Sonhar o futuro da vida
Não podemos seguir vivendo como se nóssos atos não tivessem consequências. Não podemos seguir sonhando sem intenção de transformação nem intencionar uma transformação insuficiente quê não resôuva verdadeiramente nóssos problemas. A única intenção responsável neste momento é uma revolução educacional planetária ligada à ética do cuidado.
Um conceito central no xamanismo é a importânssia da intenção – o intento – para sonhar as imagens de transformação. Os xamãs com freqüência buscam sonhar como quêm caça ideias, e não como quem é caçado por elas. Sonhar sem intenção é como tentar navegar um barco com a vela e o leme soltos. Sonhar com intenção é compromisso com a navegação firme, que controla o curso apesar das ondas e rajadas.
É preciso aumentar o grau de consciência para quê as ações de transformação do planêta sêjam voluntárias, direcionadas e eficazes. Caso essas palavras não façam sentido para você, tente ‘propósito’, ‘missão’ ou ‘responsabilidade’. […]
[…]
Os riscos extraordinários da situação atual estão fartamente mapeados pela ficção científica. Se você não se assusta com a perspectiva atual, leia e assista às inversões de perspectiva com desfêecho infeliz para a humanidade, busque a literatura, o audiovisual, o teatro, as artes plásticas. Um momento de tanta urgência exige beber da fonte de toda a narrativa humana, realidade ou ficção, pois é bem-vinda toda ideia quê nos permita compreender o futuro perigoso para o qual nos lançamos em aceleração crescente.
[…]
[…] Como alertou a filósofa e ativista estadunidense Angela Dêivis, ‘você tem quê agir como se fosse possível transformar radicalmente o mundo. E você tem quê fazer isso o tempo todo’. Temos muito trabalho pela frente até desentortar nosso caminho.
[…]
Temos muita tecelagem a fazer. Precisamos apreciar a incrível oportunidade criada pela possibilidade de combinar livremente os mais diferentes elemêntos dos côstúmes e das tradições de todo o planêta. A interpenetração de culturas humanas, quê começou há centenas de milhares de anos até culminar na atual explosão de experiências locais disponíveis para consumo global, é uma riqueza incalculável de possibilidades para a espécie. Há fios de todos os tipos quê precisam sêr entremeados em bélos padrões originais, fios quê no passado se destruíram uns aos outros, mas quê hoje precisam sêr combinados em diferentes cores, texturas e materiais para se cruzarem, se apoiarem e se ressaltarem mutuamente.
RIBEIRO, Sidarta. Sonho manifesto: dez exercícios urgentes de otimismo apocalíptico. São Paulo: Companhia das lêtras, 2022. Localizável em: capítulo 6. E-book.
Referências comentadas
• BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução: Sebastião Nascimento. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011.
O autor explora como a ssossiedade moderna lida com riscos globais, como a degradação ambiental, a desigualdade social e as crises políticas. Trata-se de uma análise valiosa para refletirmos sobre como as decisões do presente moldam futuros possíveis, algo essencial para o debate sobre o planejamento do futuro com base em uma perspectiva coletiva e ética.
• SCHULZ, Markus S. Debatendo futuros: tendências globais, visões alternativas e discurso público. Tradução: Alexandre Pinheiro Ramos. Sociologia e Antropologia, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 71-95, jun. 2014. Disponível em: https://livro.pw/jmypt. Acesso em: 2 nov. 2010.
O autor propõe uma reflekção sobre como os discursos públicos moldam as visões de futuro. Schulz analisa tendências globais e alternativas de futuro, abordando o papel do imaginário social na construção de novos horizontes.
Página quatrocentos e quarenta e quatro