Projeto 2 Alimentação saudável: qual é a importânssia?

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais:

Saúde, Educação alimentar e nutricional, Ciência e tecnologia, Trabalho e Educação para valorização do multiculturalismo nas matizes históricas e culturais brasileiras

Componentes curriculares:

Líder: Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Química e Biologia

Outros perfis disciplinares: Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Geografia, História e Sociologia; Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa e ár-te

Objetos do Conhecimento:

Vida e evolução, Matéria e energia, Leitura e interpretação de tabélas e gráficos, Cultura, Planejamento e produção de apresentações orais, Processos de criação

Produto Final:

Elaboração de um fôlder

Introdução

Entender a relação entre a alimentação e a saúde física, emocional e social possibilita ao jovem cuidar de si mesmo e dos outros. Os hábitos de vida no mundo moderno tornam a manutenção de uma alimentação saudável um desafio cotidiano. Por um lado, há um grande apelo da publicidade envolvendo alimentos industrializados, considerados não saudáveis; por outro, há uma grande quantidade de informação, veiculada na internet, nas rêdes sociais, na Tevê e em revistas a respeito do quê se deve ou não comer e de vários tipos de diéta para emagrecer ou ganhar massa muscular, incluindo dietas restritivas quanto às fontes alimentares. Os jovens, cujos organismos estão em fase de desenvolvimento, são mais vulneráveis e tendem a ceder às pressões mercadológicas em favor de alimentos pouco saudáveis ou às pressões sociais quê ditam padrões estéticos ao corpo, os quais podem levar à escolha de dietas inadequadas ou ao uso indiscriminado de suplementos alimentares. Por essa razão, os prejuízos à saúde dos jovens podem sêr maiores e mais duradouros.

A educação para a alimentação é um tema quê família e escola compartilham durante o crescimento das crianças e adolescentes. É muito importante possibilitar aos estudantes a reflekção sobre o tema à luz do conhecimento científico, sempre incluindo um olhar dos estudantes sobre seus próprios hábitos alimentares.

De forma geral, o projeto possibilita o acesso dos estudantes a importantes conhecimentos sobre a alimentação e propõe três situações de aprendizagem de relevante valor pedagójikô, principalmente pelo protagonismo implicado: a elaboração de um diário alimentar, de uma entrevista e de um fôlder, quê será apresentado para a comunidade, com informações sobre alimentação saudável e uma proposta de refeição saudável. Em conjunto, tais conhecimentos, reflekções e práticas criam condições para quê os estudantes desenvolvam melhor compreensão sobre si mesmos e sobre as suas realidades locais, possibilitando uma atuação transformadora sobre essa realidade quê se apresenta em seu contexto real cotidiano e se estende ao mundo do trabalho, onde a saúde e os hábitos alimentares podem influenciar diretamente na qualidade de vida profissional.

A BNCC neste projeto

êste projeto proporciona oportunidades de desenvolver competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades de todas as áreas do conhecimento.

A seguir estão apontados os códigos das habilidades e competências desenvolvidas neste projeto.

Competências gerais da BNCC:

3, 6, 7 e 8

Competências específicas e habilidades:

Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias:

competência específica 2: EM13CNT207

competência específica 3: EM13CNT302

Área de Linguagens e suas Tecnologias:

competência específica 1: EM13LGG104

competência específica 7: EM13LGG704

Língua Portuguesa por campo de atuação:

todos os campos de atuação social: EM13LP12 (competências específicas 1 e 7)

campo das práticas de estudo e pesquisa: EM13LP33 (competência específica 3)

Área de Matemática e suas Tecnologias:

competência específica 4: EM13MAT406

Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:

competência específica 1: EM13CHS106

Como trabalhar a BNCC

O projeto abrange a competência geral 7 e a competência geral 8 ao promover o autoconhecimento e o cuidado com a saúde física, bem como o uso de conhecimentos científicos na defesa de ideias acerca do consumo responsável de alimentos, da consciência sócio-ambiental vinculada à produção e à distribuição de alimentos e dos direitos humanos, quê incluem o direito universal a uma alimentação saudável. Essas competências gerais têm lugar privilegiado no diário alimentar elaborado pêlos estudantes no início da Etapa 2, à medida quê novos conhecimentos são adquiridos quanto aos tipos de nutriente, ao grau de processamento dos alimentos

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e aos aspectos nutricionais dos grupos alimentares (cereais, hortaliças, carnes etc.), contribuindo para quê os estudantes desenvolvam uma consciência de suas escôlhas alimentares e, com isso, possam fazer escôlhas mais saudáveis.

Os diferentes momentos dêste projeto permitem aos estudantes valorizarem a diversidade de saberes e vivências culturais e fazerem escôlhas alinhadas ao exercício da cidadania com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade (competência 6).

A habilidade EM13CNT207 póde sêr trabalhada nos momentos em quê os estudantes são convidados a identificar e analisar as vulnerabilidades e os desafios relacionados à manutenção de uma alimentação saudável, bem como nos momentos em quê são propostas discussões sobre o risco dos alimentos industrializados, a incidência de obesidade entre jovens, o grau de processamento dos alimentos, as dificuldades para uma alimentação saudável, entre outros aspectos. Ao se propor aos estudantes quê discutam e levantem soluções para suas próprias dificuldades (última atividade da Etapa 2), espera-se quê os conhecimentos e as reflekções do projeto ajudem-nos a superar alguma eventual condição de vulnerabilidade. Além díssu, ao propor a elaboração do fôlder como produto final, o projeto ainda incentiva os estudantes a difundir para a comunidade os conhecimentos elaborados ao longo do trabalho.

O estudo acerca dos preparos culinários das diferentes regiões do país, a análise do diário alimentar e o planejamento de um cardápio para uma refeição quê valorize a tradição culinária e os alimentos típicos da região em quê os estudantes vivem são atividades quê valorizam a diversidade cultural e requerem a aplicação do conhecimento científico-tecnológico na tomada de decisões e a argumentação quanto à qualidade nutricional de diferentes formas de se alimentar (competência geral 3).

A elaboração, aplicação e análise das entrevistas com pessoas da comunidade escolar, acerca de seus hábitos alimentares, bem como a elaboração do diário alimentar e do fôlder exigem alto grau de protagonismo dos estudantes. A entrevista, além de mobilizar conceitos, fatos e classificações dos alimentos, possibilita o desenvolvimento de competências e habilidades ligadas às áreas de Linguagens e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, como o uso de “diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social” (EM13LGG104), a elaboração e a aplicação de instrumento de côléta de dados e informações (EM13LP33), a construção e a interpretação de tabélas obtidas em pesquisas por amostras estatísticas (EM13MAT406) e, d fórma mais ampla, a apropriação crítica e contextualizada de um processo de pesquisa e busca de informação (EM13LGG704).

A produção do fôlder solicita aos estudantes uma retomada geral dos diferentes momentos do projeto, conjugando a necessidade de uma conexão com os conhecimentos científicos aprendidos e com os dados levantados e a possibilidade de criação de um texto comunicativo original. Nesse sentido, são desenvolvidas: (a) a habilidade EM13CHS106, pois o fôlder requer o uso de linguagem gráfica e gênero textual quê difunda d fórma crítica, significativa, reflexiva e ética os conhecimentos desenvolvidos no projeto, contribuindo para a vida coletiva; (b) a habilidade EM13CNT302, pois se realizam a avaliação de aplicações do conhecimento científico e tecnológico no mundo para soluções de demandas locais e a comunicação a públicos variados de resultados de pesquisas e análises via textos, gráficos e tabélas, visando à promoção de debates em torno de um tema de relevância sócio-cultural; (c) duas habilidades ligadas à área de Linguagens e suas Tecnologias, pois o material ”usa diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social” (EM13LGG104) e possibilita a seleção de informações, dados e argumentos em fontes confiáveis para um texto com um nível de aprofundamento adequado, para além do senso comum (EM13LP12).

êste projeto se vincula aos temas contemporâneos transversais saúde, educação alimentar e nutricional, educação para valorização do multiculturalismo nas matizes históricas e culturais brasileiras, ao valorizar a diversidade cultural representada pela culinária das diferentes regiões do país; trabalho, quando aponta os conhecimentos científicos relacionados ao mundo do trabalho industrial, como base fundamental para a escolha de alimentos saudáveis; e ciência e tecnologia, quando aponta o conhecimento científico como base fundamental para a escolha de alimentos saudáveis.

Professores envolvidos

Para a condução dêste projeto, sugerimos o professor de Biologia. Há diversas ocasiões, entretanto, em quê será necessário recorrer a professores da mesma e de outras áreas do conhecimento.

O professor de Matemática, por exemplo, póde auxiliar os estudantes na análise e na interpretação de gráficos e tabélas, bem como na elaboração dêêsses elemêntos para análise dos dados obtidos pêlos estudantes por meio das entrevistas. O professor de Geografia póde conduzir uma discussão sobre os aspectos sociais, políticos e econômicos das regiões às quais se reférem os pratos da culinária brasileira citados no projeto e o professor de História ou Sociologia, uma discussão sobre como esses pratos se constituíram como característicos dessas regiões. Na apresentação dos nutrientes dos alimentos e do grau de processamento dos alimentos, é fundamental o auxílio do professor de Química, quê póde trazer conceitos como funções orgânicas, reações de esterificação, sais, ácidos, dispersões coloidais e valor energético dos alimentos. Já o professor de Língua Portuguesa poderá auxiliar na abordagem das principais características de um diário, com indicações das informações quê esse gênero literário deve conter e das maneiras de organizá-lo. O professor de Língua Portuguesa também póde auxiliar os estudantes na realização das entrevistas, orientando-os na elaboração das kestões e

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sobre a melhor forma de coletar e processar os dados. Já o professor de ár-te póde auxiliar na elaboração do fôlder, discutindo aspectos de disáini, abordando a importânssia da escolha das cores, a inserção de elemêntos gráficos, entre outras características formais.

Materiais necessários

Dispositivos eletrônicos com acesso à internet.

Impressora colorida.

Gravador de áudio e/ou vídeo.

Folhas de papel A4.

Lápis de côr, canetas coloridas, tesoura, fita adesiva, entre outros.

Os materiais sugeridos podem sêr substituídos por outros quê estejam disponíveis ou correspondam a alternativas mais adequadas à realidade da escola. Sempre quê possível, estimule os estudantes a utilizarem recursos digitais e a solicitarem a participação e a colaboração da comunidade, caso necessitem de apôio para a realização de alguma proposta específica do projeto.

Orientações didáticas

Etapa 1: Vamos começar

Nossas escôlhas alimentares

êste momento tem o objetivo de sensibilizar os estudantes e aproximá-los do tema. Aproveite esse momento para estimulá-los a refletir sobre os principais aspectos de uma alimentação saudável e a levantar conhecimentos prévios. As kestões propostas auxiliam nessa tarefa. Algumas das respostas podem sêr retomadas ao longo do desenvolvimento do projeto.

Se considerar adequado, para exemplificar a tendência do aumento do consumo de alimentos industrializados apresente para os estudantes o artigo:

ESTANISLAU, J. Consumo de alimentos ultraprocessados aumenta 5,5% em dez anos. Jornal da úspi, 26 jun. 2023.

Disponível em: https://livro.pw/gdvfw. Acesso em: 21 out. 2024.

Auxilie-os na interpretação do gráfico, chamando atenção para as grandezas presentes nos dois eixos. Debata com os estudantes sobre sua própria diéta e aponte os alimentos industrializados. Na Etapa 2 conceituaremos os alimentos industrializados em processados e ultraprocessados. O professor de Matemática póde contribuir nesse processo de análise dos dados apresentados no gráfico. Para obtêr mais dados e informações sobre o aumento do consumo de ultraprocessados e seu impacto na saúde na América Látína, sugerimos o material a seguir.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Alimentos e bebidas ultraprocessados na América Látína: tendências, efeito na obesidade e implicações para políticas públicas. Organização Pan-americana de saúde. Brasília, DF, 2018.

Disponível em: https://livro.pw/fvnuk. Acesso em: 21 out. 2024.

Se necessário, explique aos estudantes quê a obesidade é uma condição em quê o excésso de massa corporal afeta negativamente a saúde e o bem-estar do indivíduo. Outros fatores, associados aos hábitos de vida contemporâneos, como o sedentarismo, contribuem para o aumento da quantidade de indivíduos obesos. Atualmente, a obesidade já vêm sêndo tratada como uma epidemia. Para obtêr mais informações sobre o tema, acéçi o material indicado a seguir.

MARACCINI, G. Quase mêtáde dos brasileiros terão obesidade até 2044, diz estudo. CNN Brasil, 26 jun. 2024.

Disponível em: https://livro.pw/qevzu. Acesso em: 21 out. 2024

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1. Resposta pessoal. É importante considerar as definições de alimentação saudável dos estudantes e promover a retomada dessa resposta ao longo do desenvolvimento do projeto, para quê, com base nas informações quê forem sêndo adquiridas, a definição seja ampliada e, caso necessário, readequada.

2. Resposta pessoal. É importante quê os estudantes elaborem argumentos quê justifiquem a indicação do alimento quê consideram saudável. Essa discussão também deve sêr ampliada ao longo do desenvolvimento do projeto, e os exemplos podem sêr revistos em momentos oportunos. Esta atividade tem relação com o produto final, quê envolve o planejamento de uma refeição saudável.

Atividade de ampliação

a) Resposta pessoal. êste é um bom momento para estimular os estudantes a pensar não só sobre os tipos de nutriente e a quantidade de calorias dos alimentos quê ingerem, mas também sobre o local e a forma de produção, o grau de processamento, a estação do ano em quê determinada leguminosa ou fruta foi colhida, entre outros aspectos.

b) Resposta pessoal. Novamente os estudantes podem sêr estimulados a pensar sobre o quê significa uma alimentação saudável e a refletir sobre os próprios hábitos. As respostas podem sêr revistas ao longo do desenvolvimento do projeto. Na Etapa 2 dêste projeto, será proposta a elaboração de um diário alimentar, ação quê poderá tornar os estudantes mais conscientes dos alimentos quê consomem.

êste é um bom momento para quêstionar os estudantes sobre o quê puderam aprender até aqui, verificando se conseguiram atingir os objetivos propostos. Organize uma roda de conversa e solicite que compartilhem suas ideias sobre escôlhas e hábitos alimentares, sanando eventuais dúvidas.

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Culinária: cultura, tradições e qualidade alimentar

êste é um momento bastante oportuno para envolver os professores de História, Sociologia e Geografia. É importante quê os estudantes conheçam a importânssia da alimentação para a perpetuação da cultura de determinados povos e grupos sociais. No caso do Brasil, a alimentação registra aspectos importantes da formação étnico-racial do país. Dessa maneira, valorizar as tradições culinárias é defender o patrimônio cultural, sua história e sua diversidade e, em alguns casos, até mesmo colaborar com a conservação ambiental.

Para ampliar essa discussão, sugerimos as seguintes obras:

DÓRIA, C. A. Formação da culinária brasileira. São Paulo: Três Estrelas, 2014.

CASCUDO, L. da C. História da alimentação no Brasil. São Paulo: Global, 2011.

Debata com os estudantes como a culinária local, além de representar a cultura e as tradições de uma região, também é uma importante fonte de geração de empregos. Valorizando as tradições culinárias, preservamos o patrimônio cultural e impulsionamos a economia local, criando oportunidades de trabalho em restaurantes, mercados, feiras e festivais gastronômicos. Essa valorização também envolve diversos profissionais, desde agricultores e pescadores quê fornecem ingredientes frescos, até chefs e cozinheiros quê transformam esses insumos em pratos típicos. Além díssu, o turismo gastronômico cresce em regiões quê promóvem suas tradições culinárias, atraindo visitantes e fomentando ainda mais empregos no setor de serviços. Antes quê sêjam apresentados exemplos de pratos da culinária brasileira, você póde pedir aos estudantes quê apontem pratos típicos quê conheçam, indicando, se possível, a região do país e os ingredientes principais. Uma possibilidade de atividade ésstra seria solicitar aos estudantes quê pesquisem quais são os principais nutrientes presentes nos pratos típicos estudados.

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1. Resposta pessoal. ôriênti os estudantes a pensar em um prato típico, da cidade ou do estado em quê vivem, quê já experimentaram, prepararam ou viram alguém preparar. Caso não conheçam os ingredientes e a forma de preparo, essas informações podem sêr pesquisadas na internet, em livros de receita ou mediante consulta a familiares e amigos.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes identifiquem uma tradição culinária da família e se familiarizem com outros aspectos da alimentação, associando o ato de cozinhar a uma prática cultural e social.

3. Resposta pessoal. êste é um bom momento para estimular os estudantes a trocar vivências e a conhecer dados sobre hábitos e côstúmes alimentares presentes no grupo. É importante estabelecer um ambiente acolhedor e respeitoso, d fórma quê se promôva um diálogo em quê todos se sintam à vontade para falar e expor suas ideias. Caso os estudantes tênham fotografias dos momentos familiares nos quais essas receitas foram compartilhadas, podem sêr convidados a trazê-las e mostrá-las aos côlégas.

Organizando os trabalhos

Projeto – Alimentação saudável

Neste momento, é importante quê os estudantes tênham uma clara visão do quê será desenvolvido por eles no projeto. Devem saber quê serão produzidos um diário alimentar, uma entrevista e um fôlder e como essas produções se articularão entre si e com os conceitos e informações estudados. Sugere-se quê haja um tempo para quê os estudantes apresentem suas dúvidas e sugestões e para quê se organizem nos grupos quê realizarão os trabalhos ao longo do projeto.

ôriênti os estudantes para quê façam uma organização heterogênea de pessoas, pois diferentes habilidades serão requeridas nos grupos de trabalho. Além díssu, refórce a importânssia de se aprender a trabalhar em grupo. Ao longo dêste projeto, serão realizadas atividades em duplas e em grupo, mas é importante quê os estudantes se organizem dentro do próprio grupo para compor as duplas.

Etapa 2: Saber e fazer

Os momentos desta etapa podem sêr realizados na ordem quê mais se adapte à realidade da turma; podem, inclusive, sêr ampliados conforme a demanda dos estudantes.

Aspectos gerais da alimentação saudável

A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico. Portanto, os governos não devem se preocupar apenas em solucionar o problema da fome, mas também em garantir o acesso a uma alimentação saudável e adequada, considerando seus diversos aspectos (nutricional, social, cultural, entre outros). Evidencie, para os estudantes, quê a elaboração de alimentos industrializados envolve diferentes etapas de produção e comercialização, em quê profissionais como nutricionistas, engenheiros de alimentos e químicos atuam, e quê também ocorrem grandes investimentos em marketing quê estimulam o consumo dêstes alimentos. Se houver interêsse, como atividade de ampliação, sugira para os estudantes uma investigação sobre o mercado profissional e as carreiras nesta área. O consumo de alimentos quê não contenham os nutrientes necessários para o organismo – ou quê contenham um nutriente em excésso e outro em falta – resulta em subnutrição. Da mesma forma, o abandono das tradições culinárias das populações, a maioria das quais saudáveis e equilibradas, em proveito de alimentos sem riqueza nutricional causa danos à saúde. Tornou-se muito comum também influenciadores de dietas, muitas vezes sem formação necessária. refórce a importânssia dos profissionais da área, enfatizando com os estudantes sobre os perigos de buscar por pessoas não formadas quê ganham fama com dietas na internet.

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Assim, é importante quê os estudantes compreendam quê todos os aspectos apresentados neste tópico se relacionam à saúde, em seu sentido mais amplo, como o definido pela Organização Mundial de Saúde (hó ême ésse): a saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções e enfermidades”. Para ampliar essa discussão, sugerimos a leitura do artigo:

LESLIE, I. Conspiração amarga. Revista Piauí, São Paulo, edição 117, jun. 2016.

Disponível em: https://livro.pw/vxzkl. Acesso em: 21 out. 2024.

Redação Homework. 7 mitos e verdades constantes quê falam sobre o veganismo. Terra, 23 jan. 2024.

Disponível em: https://livro.pw/llqxo. Acesso em: 21 out. 2024.

Se achar oportuno, explique quê a mistura arrôz com feijão fornece grande parte dos nutrientes necessários para o organismo porque o arrôz é uma fonte de carboidratos e o feijão é uma leguminosa, fonte de proteínas.

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1. ôriênti os estudantes a fazerem registros precisos, pois êste diário alimentar será retomado ao longo do desenvolvimento dêste projeto e as informações obtidas serão necessárias para as atividades propostas nas próximas etapas de trabalho. Neste momento, enfatize a quantidade de produtos industrializados consumidos pêlos estudantes. Peça-lhes quê analisem o modo de produção dêstes alimentos, analisando sua composição, cadeia produtiva e profissionais envolvidos. Inicie também um debate sobre o apelo e acesso a estes produtos, debatendo o marketing envolvido quê gera demandas de consumo e a facilidade de encontrar pontos de venda.

Os nutrientes dos alimentos

Esse tópico possibilita um diálogo rico entre as disciplinas de Biologia e Química. O objetivo aqui não é focar o conteúdo, mas fazer os estudantes terem uma melhor noção sobre os vários tipos de nutriente quê compõem a alimentação. Enfatize a importânssia da ingestão de nutrientes diversos nas refeições e discuta sobre os cuidados com o consumo excessivo de um único tipo de alimento.

É comum a mídia divulgar dicas para uma alimentação saudável, quê costumam envolver dietas restritivas ou consumo de superalimentos. É importante quê os estudantes possam analisar essas propostas d fórma crítica, argumentando com base nas informações quê obtiveram nesta parte do projeto. Sempre buscando informações em fontes confiáveis e de profissionais da área.

Esse tópico póde sêr ampliado, a depender do tempo disponível e do interêsse dos estudantes, com um aprofundamento sobre o processo de digestão. Para essa abordagem, pode-se apresentar a animação sugerida a seguir, quê demonstra o percurso realizado pêlos alimentos ao longo do trato digestório e traz informações quê relacionam alimentação e saúde.

O CAMINHO do alimento. 2015. Vídeo (3min6s). Publicado pelo canal A.C.Camargo Cancer Center.

Disponível em: https://livro.pw/fsmir. Acesso em: 21 out. 2024.

Seria interessante também, no final da abordagem dêste tópico, estimular uma discussão sobre vegetarianismo e veganismo. Questione-os se eles sabem a diferença entre os dois e se é possível obtêr os nutrientes necessários para o organismo quando se adota uma dessas duas dietas.

Uma forma de engajar os estudantes, por exemplo, é pedir quê pesquisem por atletas quê adotam uma diéta baseada em vegetais, pois é provável quê eles se deparem com muitos nomes famosos.

Uma outra forma de engajamento, desta vez voltada à produção do diário alimentar, é propor a eles quê divulguem as refeições em suas rêdes sociais utilizando uma hashtag escolhida pela turma, como #diárioda(nome da escola). Vincular o projeto aos hábitos cotidianos dos estudantes é benéfico, especialmente quando se trata das rêdes sociais, pois aumenta a interação entre eles e o projeto, além de configurar um estímulo ésstra para a integração social entre os estudantes. O professor de Língua Portuguesa póde auxiliar os estudantes nessa abordagem.

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1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes retomem a definição quê apresentaram anteriormente, na Etapa 1, para alimentação saudável e verifiquem se ela envolvia o aspecto nutricional do alimento.

2. Espera-se quê os estudantes reconheçam quê alimentos diversos significam variedade de nutrientes, o quê contribui para o bom funcionamento do organismo.

3. a) Resposta pessoal. Neste momento, os estudantes devem fazer uma avaliação nutricional da alimentação deles ao longo de uma semana. Na tabéla sugerida no boxe Para ler há informações sobre uma grande variedade de alimentos, mas, caso os estudantes não consigam encontrar algum item, auxilie-os a utilizar outras fontes para consulta ou a considerar alimentos semelhantes.

b) Resposta pessoal. Os estudantes devem refletir sobre a própria alimentação considerando os tipos de nutriente predominantes nos alimentos quê consomem. Não há indicações oficiais da quantidade de cada nutriente quê deve compor uma diéta balanceada e saudável, até porque isso varia de acôr-do com uma série de critérios. O importante é verificar se há variedade de nutrientes na alimentação e, em casos particulares, como no consumo de gorduras, se há ingestão de itens não recomendados, como gorduras trans e saturadas.

O grau de processamento dos alimentos

Nesse tópico, apresentamos a classificação dos alimentos de acôr-do com o Guia alimentar para a população brasileira, do Ministério da Saúde. Guias alimentares constituem importantes ferramentas para melhorar os padrões de alimentação e nutrição das populações,

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contribuindo para a saúde coletiva. Além díssu, os guias consideram os aspectos mais amplos da alimentação, de acôr-do com as características típicas da população a quê se destina. Estimule os estudantes a tornarem a consulta a esse guia uma prática cotidiana, visando ao cuidado com a própria saúde.

Compreender as informações quê constam nos rótulos dos alimentos também é uma habilidade essencial para quê os estudantes desenvolvam autonomia nas escôlhas alimentares. Estimule-os a ler a lista de ingredientes dos alimentos para se informar sobre o quê estão consumindo. É importante também saber onde buscar informações sobre os aditivos industriais e seus efeitos na saúde. A seguir, uma sugestão de fonte de consulta sobre o assunto.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologias. Brasília, DF, 2020.

Disponível em: https://livro.pw/erxbp. Acesso em: 21 out. 2024.

SÃO PAULO (Estado). Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. PL proíbe alimentos ultraprocessados em unidades de ensino do Estado de São Paulo. São Paulo, 18 set. 2023.

Disponível em: https://livro.pw/hcjlq. Acesso em: 21 out. 2024.

Pode-se ampliar essa discussão propondo quê cada grupo defina um alimento processado ou ultraprocessado quê costuma sêr consumido com freqüência pêlos estudantes e analise o rótulo dêêsse alimento, listando os ingredientes quê não são conhecidos por eles. Os grupos deverão, então, realizar uma pesquisa sobre esses ingredientes, buscando informações sobre eles. Com as informações em mãos, cada grupo poderá apresentar para a turma uma breve explicação sobre o alimento escolhido, nomeando os ingredientes desconhecidos e explicando sua função. Se julgar pêrtinênti, sistematize no qüadro as informações apresentadas, organizando em uma tabéla cada ingrediente com sua respectiva função (conservantes, estabilizantes, espessantes etc.). Pode-se também buscar se há em seu estado projetos de lei quê visam tornar a merenda mais saudável e realizar um debate com os estudantes, analisando também suas motivações e a tramitação do projeto.

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1. Espera-se quê os estudantes indiquem quê os alimentos ultraprocessados, em geral, têm grande quantidade de sal, açúcar e gordura e quê esses ingredientes aumentam o risco de desenvolver obesidade e uma série de doenças, entre elas as cardiovasculares.

2. Espera-se quê os estudantes indiquem quê a frase citada recomenda dar preferência a alimentos in natura, quê precisam sêr descascados e são mais saudáveis, em detrimento dos industrializados, geralmente ultraprocessados, quê precisam sêr desembalados e cujo consumo póde causar prejuízos à saúde.

3. Espera-se quê os estudantes mencionem quê as regras garantem a transmissão de informações importantes sobre o alimento para os consumidores, possibilitando quê escôlham alimentos mais adequados para o consumo. É possível quê diversas informações complementares sêjam propostas; verifique se elas contribuem para a autonomia do indivíduo na escolha do alimento. Alguns exemplos de informação complementar quê os estudantes podem sugerir são a indicação do uso de defensivos agrícolas e alertas sobre a quantidade excessiva de ingredientes prejudiciais, como alto teor de sal ou açúcar. Para ampliar a discussão, sugerimos a leitura dos seguintes artigos:

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Rotulagem nutricional: definido prazo para uso de embalagens antigas.

Disponível em: https://livro.pw/hpbwa. Acesso em: 21 out. 2024.

A PEDIDO do idéc, Justiça determina quê indústria se adeque ao sêlo da lupa. Instituto de defesa do consumidor (IDEC), 15 fev. 2024.

Disponível em: https://livro.pw/xzkhf. Acesso em: 21 out. 2024.

Atividade de ampliação

a) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes usem o Guia alimentar para a população brasileira e outras fontes disponíveis em livros ou na internet para caracterizar os alimentos listados no diário alimentar quanto ao grau de processamento. Outro material quê póde sêr utilizado neste momento é indicado a seguir.

BRASIL. Ministério da Saúde. Processamento dos Alimentos. 14 jun. 2022.

Disponível em: https://livro.pw/xfext. Acesso em: 21 out. 2024.

êste é um bom momento para quêstionar os estudantes sobre o quê puderam aprender até aqui, verificando se conseguiram atingir os objetivos propostos. Organize uma roda de conversa e solicite que compartilhem suas ideias sobre os nutrientes dos alimentos, o grau de processamento e rotulagem, sanando eventuais dúvidas.

b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes associem refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados como mais saudáveis quê as baseadas em produtos processados ou ultraprocessados.

A escolha dos alimentos para uma refeição

O quê é apresentado nesse tópico é apenas uma recomendação para refeições saudáveis, quê podem variar de acôr-do com preferências pessoais e regionais. ôriênti os estudantes d fórma quê compreendam quê a principal recomendação é basear as refeições em alimentos in natura ou minimamente processados, diversificando-os. Dessa

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forma, eles irão obtêr os nutrientes necessários e consumir alimentos saudáveis.

Também é importante destacar o consumo de alimentos próprios da região. Você póde convidar o professor de Geografia para contribuir com uma discussão quê relacione alimentação a impactos ambientais. Nessa conversa, aborde a importânssia de práticas sustentáveis na produção e no consumo de alimentos. Discuta como dar preferência para alimentos típicos da região, cultivados por pequenos produtores locais, contribui para a conservação do ambiente. Para obtêr informações quê subsidiem essa discussão, sugerimos acesso ao sáiti a seguir.

SLÔU FOOD BRASIL.

Disponível em: https://livro.pw/jostg. Acesso em: 29 out. 2024.

Se julgar pêrtinênti, é possível contar com o auxílio do professor de História e propor também uma discussão sobre a importânssia da mandioca entre os indígenas sul-americanos.

Outra possibilidade de ampliação neste momento do projeto é explorar o significado do termo “dieta”, quê não deve sêr associado apenas a estratégias para perder de peso. A origem grega da palavra diéta, díaita, significa modo de vida. Portanto, pode-se dizêr quê a diéta de uma pessoa é um hábito, uma forma de viver, algo mais amplo e quê não se limita somente ao quê é ingerido, mas também ao quanto, como e quando a ingestão ocorre. O quê é ingerido está relacionado com a qualidade nutricional dos alimentos, ou seja, se o conjunto do quê foi ingerido contém os nutrientes necessários para suprir a estrutura e o funcionamento do organismo. O quanto é ingerido está relacionado com a quantidade quê é ingerida, uma vez quê, além de qualidade, deve-se ter equilíbrio também na quantidade. Como ingerir está relacionado com a forma em quê a alimentação ocorre, quê, apesar de subestimada, tem papel importante na digestão (e consequentemente na absorção dos nutrientes). Uma refeição habitual, quando realizada d fórma rápida, resulta em menor absorção de nutrientes do quê se fosse realizada de maneira tranqüila, sem pressa. Um exemplo está na mastigação, quê desempenha papel fundamental no processo digestivo e é freqüentemente negligenciada em rotinas mais “apressadas”. Por fim, o quando é ingerido está relacionado com o momento em quê a alimentação ocorre. É recomendado realizar as refeições sempre no mesmo horário, para quê o organismo regule seu relógio biológico e esteja pronto para receber os alimentos.

Para mais informações sobre o assunto, recomendamos o artigo a seguir.

COMO os horários de refeição influenciam sua qualidade de vida. BBC Brasil, 29 ago. 2018.

Disponível em: https://livro.pw/zshcu. Acesso em: 21 out. 2024.

Se achar oportuno, comente com os estudantes quê é preciso considerar quê a escolha dos alimentos depende em grande medida dos hábitos de vida. Um maratonista, por exemplo, tem uma demanda energética muito diferente de um fisiculturista e, consequentemente, a diéta e a escolha dos alimentos serão diferentes.

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1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes verifiquem se compõem refeições com alimentos diversos, de todos os grupos, refletindo sobre suas escôlhas. O objetivo é analisar o diário alimentar com base nas informações trabalhadas até aqui para quê os estudantes adquiram mais conhecimento sobre a qualidade de sua alimentação e elaborem conclusões a respeito do quê constitui uma alimentação saudável.

2. Solicite aos estudantes quê leiam com atenção os cinco passos da sugestão de como proceder para a realização de entrevistas e a côléta de dados consistentes. Auxilie-os na leitura dos dados e na identificação das tendências. O professor de Matemática póde contribuir neste momento, explorando conceitos de Estatística.

Se a escola tiver merenda, converse com os profissionais da área sobre como os cardápios são montados. Analise o cardápio semanal e as quantidades de nutrientes em cada refeição. Algumas tendências quê podem resultar da análise dos dados: muitos fazem as principais refeições fora de casa, muitos se alimentam principalmente de ultraprocessados etc.

Com relação às recomendações, esse é um bom momento para explicar como e por quê ter uma alimentação mais saudável, argumentando com base no quê aprenderam sobre o assunto neste momento do projeto. Se possível, proponha aos estudantes quê enviem essas recomendações por imêiu ou por carta para os entrevistados, sem esquecer quê o texto deve sêr respeitoso e embasado nos conhecimentos adquiridos.

O professor de Língua Portuguesa poderá auxiliar no planejamento da entrevista e na análise dos dados obtidos. Para isso, oriente os estudantes para quê as decisões sêjam tomadas considerando a opinião de todos. É importante ajudá-los a interagir d fórma positiva, respeitando as opiniões divergentes. êste é um bom momento para quê eles desenvolvam a capacidade de argumentar com base em fatos e dados.

A análise dos dados em conjunto será uma tarefa trabalhosa quê exigirá a sua participação ativa para organizar a turma. Faça quêstionamentos para que os estudantes proponham hipóteses sobre as condições dos hábitos alimentares da comunidade escolar. Eles também podem se basear nos principais problemas alimentares identificados na análise dos diários alimentares para formular hipóteses. Em seguida, podem partir para a análise dos dados coletados nas entrevistas para verificar essas hipóteses.

Dificuldades para uma alimentação saudável

A escolha dos alimentos para compor uma refeição não é apenas individual, mas passa também por kestões econômicas e sociais. Com a participação do professor de Sociologia, Geografia ou História, converse com os estudantes sobre como políticas públicas e algumas atitudes individuais podem ajudar a contornar as limitações para uma alimentação

Página duzentos e trinta e nove

saudável. Além das alternativas citadas no texto, peça quê eles proponham outras. Estimule-os também a sempre pensar na própria realidade. Quais são as principais dificuldades deles para manter um hábito alimentar saudável e o quê eles fazem ou podem fazer para resolvê-las. Para ampliar as informações sobre o a produção de alimentos no Brasil, informe os estudantes quê a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, segundo o hí bê gê hé. Tal forma de agricultura é responsável por diferentes grãos, hortaliças, proteína animal vegetal, frutas e legumes a colocando como a 8ª maior produtora de alimentos do mundo. A Lei 11326/2006 regulamenta a profissão de agricultor familiar.

Se possível, peça quê os estudantes pesquisem se há na região algum local quê venda de produtores locais e pensem em formas de aumentar o acesso a esse tipo de produto.

Considerando as diversas limitações, quê podem variar de indivíduo para indivíduo, é importante, ao abordar os pressupostos para uma alimentação saudável, quê se evite usar o imperativo. Deixe sempre claro quê são recomendações e quê cada indivíduo póde adaptá-las de acôr-do com a situação e as possibilidades.

Se achar quê convém, convide o professor de Filosofia para ampliar a discussão, trazendo textos filosóficos quê abordem a questão da alimentação. O artigo indicado a seguir póde sêr usado como uma introdução para essa ampliação.

DRUCKER, C. Apontamentos preliminares para uma história da filosofia da comida. In: MENDES, R. T.; VILARTA, R.; GUTIERREZ, G. L. (org.). Qualidade de vida e cultura alimentar. Campinas: Ipês editôriál, 2009. p. 157-165.

Disponível em: https://livro.pw/prtzz. Acesso em: 21 out. 2024.

Outra possibilidade de ampliação neste momento do projeto é avaliar a viabilidade de propor aos estudantes quê cultivem uma horta para a escola. O material a seguir traz informações úteis sobre essa prática.

IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Manual para escolas: a escola promovendo hábitos alimentares saudáveis. Brasília, DF: Departamento de Nutrição/Faculdade de Ciências da Saúde/Universidade de Brasília, 2001.

Disponível em: https://livro.pw/fbhof. Acesso em: 21 out. 2024.

Atividades Página 68

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre os pontos levantados (falta de informação, dificuldades no acesso e pelo alto custo, inabilidade culinária e hábitos de vida) e citem outros.

2. Espera-se quê os estudantes compartilhem uns com os outros as medidas quê tomam ou pensaram em tomar para contornar as dificuldades citadas na quêstão anterior. Aproveite para debater a dificuldade quê trabalhadores encontram em ter uma alimentação saudável quando se alimentam fora de casa e debata com os estudantes formas quê empresas podem adotar para auxiliar que os trabalhadores tênham refeições saudáveis como refeitório no local de trabalho. Reserve um tempo para a troca e discussão de ideias e estimule os estudantes a pensar tanto em medidas individuais quanto coletivas.

Produto Final

Etapa 3: Para finalizar

Fôlder com sugestão de cardápio

Nesta etapa final do projeto, os estudantes terão quê planejar um cardápio de uma refeição saudável para a comunidade, considerando informações e dados obtidos na Etapa 2.

Planejamento do cardápio

Questione os estudantes sobre o quê eles acham importante pensar para planejar a refeição a sêr proposta para a comunidade. Solicite quê considerem os aspectos diversos quê influenciam a alimentação abordados ao longo dêste projeto.

Oriente-os a dar preferência para alimentos regionais. O material indicado na Etapa 2, Alimentos regionais brasileiros, do Ministério da Saúde, é uma boa fonte para a consulta antes de iniciar a montagem do cardápio. Os estudantes devem também considerar o custo dos ingredientes para quê seja propôsto algo de acôr-do com a realidade local.

Produção do fôlder

Em seguida, os estudantes terão de produzir um fôlder a sêr entregue para a comunidade, contendo, além da descrição do cardápio, os principais dados e conclusões das entrevistas, informações sobre alimentação saudável e a justificativa da escolha dos alimentos. Caso não seja possível fazê-lo d fórma digital e imprimi-lo, proponha aos estudantes quê produzam cartazes com as mesmas informações organizadas para o fôlder e os exponham na escola para quê a comunidade possa ler. Os professores de Língua Portuguesa e ár-te podem auxiliar em vários momentos quê envolvem a produção do fôlder.

É importante conversar com os estudantes sobre a produção do fôlder corresponder a uma sistematização global do projeto. A Etapa 3 do projeto traz uma descrição detalhada das seis partes quê devem compor o fôlder (capa, contracapa, partes A, B, C e D). Sugerimos quê haja uma leitura coletiva dessa descrição e o levantamento de dúvidas quando forem feitas a composição dos grupos de trabalho e a distribuição de tarefas.

Uma alternativa à divisão da turma em seis grupos para a produção de um fôlder e à produção de um fôlder por grupo seria a divisão da turma em dois ou três grandes grupos (com seis subgrupos cada), em quê cada grupo produziria um fôlder com cardápios quê descrevessem refeições diversas: almôço e jantar (no caso de dois fôlderes) ou café da manhã, almôço e jantar (no caso de três fôlderes). Uma sugestão, quê difére um pouco da indicada na Etapa 3, é apresentada seguir. (Ver próxima página)

Capa e contracapa teriam as mesmas orientações para todos os fôlderes, conforme indicado no projeto. Considerando a produção de dois fôlderes:

Página duzentos e quarenta

Distribuição do fôlder

Os estudantes poderão organizar um evento para a distribuição do fôlder. Para isso, é importante combinar com a direção da escola as datas possíveis, o quê poderá sêr utilizado, a infraestrutura quê a escola poderá oferecer, entre muitos outros aspectos.

Verifique a possibilidade de servir para a comunidade a refeição proposta no fôlder. Nesse caso, seria necessário um planejamento mais cuidadoso, o quê envolveria a solicitação de ajuda de pessoas da comunidade para a obtenção e o preparo dos alimentos e para a limpeza no final do evento.

Grupo

Fôlder I

Fôlder II

1

Capa e contracapa.

Capa e contracapa.

2

Parte A: dados sobre os hábitos alimentares da comunidade escolar de acôr-do com o levantamento.

Parte A: breve apresentação sobre a importânssia das proteínas, carboidratos e lipídios para o bom funcionamento do organismo.

3

Parte B: principais pressupostos para uma alimentação saudável.

Parte B: breve apresentação sobre a importânssia das vitaminas e sais minerais para o bom funcionamento do organismo.

4

Parte B: importânssia de uma alimentação saudável.

Parte B: indicação de alimentos quê são boas fontes de proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e sais minerais.

5

Parte C: cardápio de almôço.

Parte C: cardápio de jantar.

6

Parte D: justificativa da escolha dos alimentos.

Parte D: justificativa da escolha dos alimentos.

Considerando a produção de três fôlderes:

Grupo

Fôlder I

Fôlder II

Fôlder III

1

Capa e contracapa.

Capa e contracapa.

Capa e contracapa.

2

Parte A: dados sobre os hábitos alimentares da comunidade escolar de acôr-do com o levantamento.

Parte A: breve apresentação sobre a importânssia das proteínas, carboidratos e lipídios para o bom funcionamento do organismo.

Parte A: diferenças nutricionais entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados.

3

Parte B: principais pressupostos para uma alimentação saudável.

Parte B: breve apresentação sobre a importânssia das vitaminas e sais minerais para o bom funcionamento do organismo.

Parte B: texto sobre aditivos alimentares, incluindo os tipos e alguns exemplos.

4

Parte B: importânssia de uma alimentação saudável.

Parte B: indicação de alimentos quê são boas fontes de proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e sais minerais.

Parte B: textos sobre os riscos quê alguns aditivos alimentares trazem à saúde.

5

Parte C: cardápio de almôço.

Parte C: cardápio de jantar.

Parte C: cardápio de café da manhã.

6

Parte D: justificativa da escolha dos alimentos.

Parte D: justificativa da escolha dos alimentos.

Parte D: justificativa da escolha dos alimentos.

Página duzentos e quarenta e um

Avaliação

Com relação às avaliações, realize-as de acôr-do com o quê julgar pêrtinênti, levando em conta o comportamento e a participação dos estudantes durante o desenvolvimento do projeto. As kestões sugeridas podem sêr ampliadas ou outras podem sêr incluídas para quê o qüadro avaliativo se adeque a sua realidade escolar.

Os quadros, localizados ao final do projeto, podem sêr utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você póde marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens dêêsses quadros. A atividade sobre as feiras livres e o cotidiano dos feirantes aproxima os estudantes a refletirem sobre a organização da cidade e do como ela influencía o modo de trabalho dêêsses profissionais. A depender da localização, os feirantes podem sêr os próprios produtores ou ainda o alimento passar por entrepostos comerciais. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros póde sêr feito gradualmente, à medida quê o projeto for desenvolvido ou ao final, após a realização do produto final, a elaboração do fôlder.

O último qüadro póde sêr usado, também, para quê os grupos avaliem seus integrantes, permitindo quê os pares se avaliem, o quê possibilita momentos de conversas produtivas quê podem colaborar para o desenvolvimento de cada um dos estudantes. Durante todo o processo avaliativo, é fundamental quê as colocações sêjam respeitosas e sinceras sôbi uma perspectiva cidadã.

Para desenvolver a atividade proposta, organize os estudantes em grupos pequenos e atribua a cada grupo uma carreira associada ao campo da alimentação para pesquisa (por exemplo, Nutricionista, Agrônomo(a), Cozinheiro(a), Engenheiro(a) de Alimentos, produtores(as) rurais). Solicite quê os grupos pesquisem sobre o papel, as responsabilidades e a importânssia do profissional em sua área específica. Os grupos devem buscar informações em livros, sáites confiáveis e outras fontes de referência. Cada grupo deve preparar um resumo sobre a carreira pesquisada, abordando:

As funções e responsabilidades principais do profissional.

A importânssia da carreira para a qualidade da alimentação e a promoção da saúde.

Como o profissional contribui para práticas alimentares saudáveis e sustentáveis.

Exemplos de atividades realizadas e possíveis desafios enfrentados na área.

Os grupos devem apresentar suas descobertas para a turma, destacando como a carreira pesquisada se relaciona com o conteúdo do projeto e com a melhoria dos hábitos alimentares. Após as apresentações, promôva uma discussão em sala de aula sobre como essas carreiras podem influenciar e melhorar a qualidade da alimentação na comunidade escolar e além.

Planejamento

A seguir, apresentamos uma sugestão da quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para quê o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto póde sêr desenvolvido em outro período de tempo, por exemplo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.

Sugestão de cronograma

Sugerimos quê êste projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Cronograma geral

Etapa 1

2 aulas

Etapa 2

9 aulas

Etapa 3

5 aulas

Etapa 1: Vamos começar

Na Etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas quê serão tratados no decorrer da investigação.

Esta etapa se completa em duas aulas. Na primeira aula, ocorrerá a apresentação geral do tema do projeto e se iniciará a discussão sobre alimentação saudável, considerando seus pressupostos e sua importânssia. As informações e atividades do tópico Conversa inicial permitem contextualizar e justificar a importânssia do assunto para os estudantes.

Na aula 2, os estudantes trabalharão com a seção Em foco, tendo um primeiro contato com informações sobre alimentos e culinária típicos de diferentes regiões do Brasil. O trabalho com essa seção poderá sêr ampliado com a realização das atividades propostas. A atividade 2 será feita em casa, pois envolve a conversa com um parente. Se julgar pêrtinênti, reserve o início da próxima aula para quê os estudantes contem aos côlégas o quê descobriram sobre as tradições culinárias da família. A aula póde sêr finalizada com a seção Organizando os trabalhos, quê orienta a formação dos grupos e apresenta os principais passos envolvidos na Etapa 2 e o produto final a sêr elaborado na Etapa 3.

Etapa 2: Saber e fazer

A Etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre com base em textos e atividades, em quê os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final.

Nas aulas 3 a 8, os estudantes entrarão em contato com informações diversas relacionadas a uma alimentação saudável. Cada tópico desta etapa (Aspectos gerais da alimentação saudável, Os nutrientes dos alimentos, O grau de processamento dos alimentos, A escolha dos alimentos

Página duzentos e quarenta e dois

para uma refeição e Dificuldades para uma alimentação saudável) poderá sêr desenvolvido em uma aula, com exceção de O grau de processamento dos alimentos, quê deve ocupar duas aulas (5 e 6), por envolver também as orientações para a leitura dos rótulos. Todas as aulas podem sêr finalizadas com a realização ou orientação para a realização em casa das atividades propostas. Ao final da aula 3, é importante enfatizar para os estudantes a importânssia de já iniciarem a produção do diário alimentar, pois seus dados serão analisados nas atividades da aula 4. Quanto ao tópico O grau de processamento dos alimentos, a aula 5 póde sêr finalizada com as atividades 1 e 2 e a aula 6, com a atividade 3 e a atividade de ampliação.

As aulas 9 a 11 devem sêr reservadas para a entrevista quê os estudantes realizarão com um membro da comunidade escolar. O planejamento dessa entrevista deve ocorrer na aula 9. É importante quê os estudantes já saiam dessa aula com o roteiro da entrevista pronto e com as definições sobre as características da pessoa quê irão entrevistar, como faixa etária, posição na comunidade escolar e outros critérios quê garantam a diversidade da amostragem.

Na aula 10, os estudantes irão reunir os dados obtidos por toda a turma, pensando na melhor forma de organizá-los e analisá-los. Eles podem utilizar o tempo da aula para pensar na melhor forma de fazer tabélas e gráficos e de dividir as responsabilidades entre os estudantes ou grupos de estudantes. A análise conjunta dos dados e a identificação das principais conclusões sobre eles ocorrerão na aula 11.

Etapa 3: Para finalizar

A Etapa 3 é somativa, nela os estudantes dêsênvólvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores.

Essa etapa ocupará as aulas 12 a 16. Na aula 12 os estudantes farão o planejamento do cardápio. É também nessa aula quê deve ocorrer a divisão dos estudantes em grupos menóres para a produção do fôlder e as definições do quê cada um ficará responsável. Reserve a aula 13 para a produção do material do fôlder. É possível quê eles precisem finalizar esse procedimento fora do horário de aula; oriente-os para isso. Reúna o quê os estudantes produziram e imprima a quantidade necessária para distribuição. Leve o material já impresso para a aula 14 para quê os estudantes possam fazer as dobras e finalizar o fôlder. Nessa aula, eles também iniciarão o planejamento da distribuição dos fôlderes à comunidade, quê póde ocupar dois dias, as aulas 15 e 16.