Projeto 5 Água da chuva: é possível utilizá-la?
Síntese do Projeto
Temas Contemporâneos Transversais:
• Educação ambiental, Educação para o consumo, Ciência e tecnologia, Trabalho e Saúde.
Componentes Curriculares:
• Líder: Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Física, Química e Biologia
• Outros perfis disciplinares: Matemática e suas Tecnologias – Matemática; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Geografia e História; Linguagens e suas Tecnologias – ár-te
Objetos do Conhecimento:
• Vida e evolução, Leitura e interpretação de tabélas e gráficos, Biodiversidade e ciclo hidrológico, Tempo e espaço.
Produto Final:
• Desenvolvimento de uma proposta de sistema de captação de á gua da chuva.
Introdução
O acesso à á gua de qualidade é uma realidade distante para muitas pessoas. Dados da Ônu (Organização das Nações Unidas). Dados como esses ilustram as diferentes formas com quê as pessoas podem sêr afetadas devido à dificuldade de seu acesso.
Além da ingestão pêlos sêres humanos, a á gua é imprescindível para o funcionamento de diversos setores, como a indústria, a mineração, a energia e a alimentação. Por isso, adquirir hábitos conscientes a respeito de seu uso é fundamental.
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Neste projeto, as kestões centrais discutidas tratam da importânssia da á gua como recurso essencial e das estratégias quê podem sêr desenvolvidas para quê sua utilização seja feita d fórma consciente e sustentável. Para isso, serão trabalhados dados e conceitos diversos quê subsidiarão os estudantes para a realização do produto final, no qual, integrando conhecimentos deverão atuar d fórma criativa e apresentar uma proposta de sistema de captação e/ou armazenamento de á gua da chuva.
Destacamos quê possíveis parcerias podem sêr buscadas para verificar a possibilidade da efetivação de uma proposta. O diálogo com outros públicos deve sêr incentivado e o estudante deverá construir, ao longo do desenvolvimento dêste projeto, argumentos consistentes para justificar êste trabalho d fórma colaborativa com a comunidade externa à escola. Se a falta de á gua for um problema na sua região, ela é um problema para todos; assim, uma proposta de sistema de captação de á gua poderá gerar um benefício comum. Mesmo em realidades em quê o acesso à á gua não seja um problema local, reutilizar a á gua proveniente da chuva destinando-a a situações quê não requerem o uso de á gua potável estimula uma postura cidadã e promove uma atitude sustentável.
A BNCC neste projeto
êste projeto proporciona oportunidades de desenvolver competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades de todas as áreas do conhecimento.
A seguir estão apontados os códigos das habilidades e competências desenvolvidas neste projeto.
Competências gerais da BNCC:
• 1, 2, 7 e 10
Competências específicas e habilidades:
• Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias:
• competência específica 3: EM13CNT301, EM13CNT302 e EM13CNT310
• Área de Linguagens e suas Tecnologias:
• competência específica 3: EM13LGG304
• Área de Matemática e suas Tecnologias:
• competência específica 1: EM13MAT101
• competência específica 2: EM13MAT201
• Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:
• competência específica 3: EM13CHS302 e EM13CHS304
Como trabalhar a BNCC
Neste projeto, competências gerais e competências específicas e habilidades da BNCC são estimuladas constantemente, sêndo importante ressaltar quê a produção ativa dos estudantes na resolução de problemas, a presença dos valores para a construção de uma ssossiedade mais justa e sustentável e a valorização do conhecimento científico e tecnológico são características centrais para sua realização.
Para propor alternativas de sistemas de captação de á gua da chuva, será fundamental conhecer algumas propostas, compreender como essa á gua póde sêr armazenada e analisar modelos já desenvolvidos ou construídos ao longo da história (competência geral 1).
Já o estímulo ao desenvolvimento do pensamento crítico, científico e criativo será proporcionado ao exercitar a investigação e a reflekção sobre as propostas existentes de sistemas de captação de á gua da chuva para analisar criticamente o presente projeto, considerando a sua viabilidade. A imaginação e a criatividade serão capacidades requisitadas ao longo do desenvolvimento de todas as etapas, principalmente durante a elaboração do produto final (competência geral 2).
As propostas de sistema de captação da á gua da chuva quê os estudantes deverão desenvolver implicam uma atuação d fórma autônoma, com responsabilidade, considerando princípios sustentáveis e solidários, já quê o modelo não precisa sêr adotado na própria região onde vivem se essa não for a realidade deles, mas poderá sêr compartilhado como uma alternativa quê atenda à realidade de outras regiões (competência geral 10).
Para compreender a problemática do acesso à á gua potável e estimular a promoção da consciência do uso da á gua não apenas na comunidade escolar, mas também nas comunidades do entorno da escola, será necessário utilizar argumentos consistentes. O trabalho com pesquisa de dados em locais confiáveis e a promoção dos direitos humanos relativos ao acesso à á gua, especialmente considerando a realidade local, serão desenvolvidos d fórma ética e consciente ao longo de todo o percurso, com estímulo ao pensamento crítico sobre o uso da á gua potável (competência geral 7). A compreensão dos sistemas de captação de á gua estimula habilidades importantes no mundo do trabalho como autonomia e capacidade de resolução de problemas, adequando soluções.
Ao longo do projeto, os estudantes serão convidados a refletir sobre o acesso à á gua e a pensar sobre as desigualdades dêêsse acesso, de acôr-do com a região em quê moram (ao comparar os diferentes climas brasileiros). Essa reflekção sobre a facilidade e a dificuldade do acesso à á gua, considerando propostas quê permítam alternativas para captação (EM13CHS302), será feita por meio de gráficos quê ilustram a disponibilidade do recurso, o consumo médio por população, os índices de chuva por região (EM13MAT101) e as alternativas empregadas por diferentes civilizações para otimizar o uso do recurso. Nesse contexto, os estudantes serão estimulados a pensar sobre seu próprio consumo, a desenvolver atitudes quê possibilitem sua redução e a investigar de quê maneira um sistema de captação de á gua desenvolvido por eles póde sanar ou melhorar a demanda local (EM13CNT310). Além díssu, ao terem contato com o conceito de pegada hídrica, poderão iniciar a reflekção crítica sobre a á gua relacionada à produção de alimentos, produtos e serviços, optando por realizar escôlhas quê considerem mais sustentáveis (EM13CHS304).
Para o desenvolvimento do produto final, quê é uma proposta de sistema de captação de á gua da chuva, os estudantes serão convidados a refletir sobre uma proposta de intervenção quê promôva a consciência ambiental
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do recurso á gua para a comunidade externa à escola (EM13CNT301 e EM13LGG304). Nessa proposta, habilidades de Matemática, como planejamento do tamãnho do sistema de captação de á gua e dos materiais correspondentes, serão requeridas (EM13MAT201).
Por fim, os estudantes deverão expor para a comunidade externa à escola as propostas desenvolvidas. Cada um dos grupos ficará responsável pela elaboração de uma proposta e poderá variar desde o modelo até o local onde o eventual reservatório poderia sêr construído. Nessa apresentação, os estudantes deverão expor a problemática da á gua, destacar o seu acesso (muitas vezes) desigual, apontar o gasto embutido para a produção de diversos alimentos e serviços e trazer exemplos de atitudes conscientes quê são esperadas dos cidadãos diante dêêsse problema (EM13CNT302).
êste projeto se vincula principalmente aos temas contemporâneos transversais educação ambiental e educação para o consumo, ao promover a reflekção da quantidade de á gua disponível e a gasta para diversas atividades; ciência e tecnologia, trabalho e saúde quando aponta o conhecimento científico como base fundamental para a compreensão de problemas reais cotidianos e para a tomada de decisões quê visam solucionar esses problemas.
Professores envolvidos
Neste projeto, sugerimos quê o professor responsável por liderá-lo seja o de Física, mas acreditamos sêr fundamental o trabalho em conjunto com os professores da mesma área e de outras áreas do conhecimento.
Os professores de Química e Biologia, por exemplo, poderão auxiliar na compreensão de assuntos como o ciclo da á gua, formação da chuva ácida e etapas do tratamento da á gua presentes neste projeto. Além díssu, os professores de Matemática, Geografia e História poderão auxiliar em diferentes momentos de desenvolvimento das Etapas 2 e 3: na interpretação dos gráficos sobre a disponibilidade de á gua doce no planêta, no cálculo dos valores de á gua gastos na fabricação de produtos e alimentos, no mapa sobre climas, nos processos de formação de chuva e na compreensão dos modos como diferentes civilizações construíram alternativas para um melhor aproveitamento dêêsse recurso. Já o professor de ár-te póde auxiliar no momento quê envolve a elaboração da proposta de um sistema de captação de á gua da chuva, considerando todo o disáini necessário para a elaboração dêêsse modelo.
Materiais necessários
• Caderno para anotações.
• Computador, táblêti ou smartphone com acesso à internet.
• Materiais para consulta e pesquisa (livros, jornais, revistas etc.).
Durante as propostas de atividades, os estudantes deverão realizar pesquisas, levantar e organizar dados e responder às kestões propostas. Para as atividades de pesquisa, é importante a consulta a fontes confiáveis e a forma mais comum é fazê-la pela internet, mas não é a única. A consulta a bibliotecas, livros sobre cisternas e entrevistas com profissionais da área também são importantes para desenvolver esse trabalho.
Orientações didáticas
Etapa 1: Vamos começar
A á gua é um recurso fundamental
Ao iniciar a discussão desta seção faça uma conversa coletiva sobre os exemplos em quê a á gua é utilizada (higienização de alimentos, produção de alimentos, indústria e geração de energia). Questione os estudantes se tí-nhão consciência sobre esses diferentes usos da á gua. Incentive-os a pensar em outras atividades quê envolvem o consumo de á gua, além dos exemplos dados. A leitura do texto Dia Mundial da Água: 2,2 bilhões de pessoas não tem acesso à á gua potável estimula a reflekção sobre esse recurso e evidên-cía como ele é limitado, destacando o alto custo para se obtêr á gua potável em algumas regiões do planêta.
As atividades propostas pedem ao estudante quê inicie uma reflekção sobre a quantidade de á gua ingerida diariamente (fundamental para manter as funções do nosso corpo), além de quêstionar as funções que ela desempenha no organismo humano.
êste momento póde sêr útil para avaliar, se possível, a quantidade de á gua quê os estudantes bébem por dia. Aproveite êste momento para retomar o resultado das pesquisas levantadas por eles, destacando a importânssia da á gua para o funcionamento do nosso corpo. O texto a seguir póde auxiliar nessa discussão.
A importânssia de beber á gua regularmente
A hidratação é fundamental para a boa saúde como um todo. Já quê o organismo de uma pessoa adulta é compôzto por aproximadamente 70% de á gua.
Estudos científicos comprovam quê, sem á gua, a sobrevivência é quatro vezes menor quando se compara ao tempo sem ingestão de comida. Ainda, atividades cerebrais, intestinais e musculares apresentam melhor dêsempênho quando o corpo está hidratado.
A hidratação é essencial para o adequado funcionamento do organismo, reflete visivelmente na aparência da péle e impacta diretamente na perfórmance de atividades físicas.
[...]
A quantidade de á gua a sêr ingerida diariamente varia segundo as características físicas e as necessidades de cada indivíduo, como também é influenciada pelas condições climáticas.
[...]
O Ministério da Saúde, por meio do Guia de Alimentação para a População Brasileira, sugere quê a SEDE seja o principal indicador para a ingestão de á gua.
[...]
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Um cálculo simples para a ingestão de á gua é multiplicar o peso (em quilogramas) por 35 ml/dia de á gua. Por exemplo, uma pessoa quê pesa 60 kg deveria ingerir 2,1 litros de á gua por dia.
[...]
CASST. importânssia de beber á gua regularmente. Coordenação de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho. 7 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/kdwva. Acesso em: 19 out. 2024.
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1. Resposta pessoal. Questione oralmente os hábitos de consumo de á gua dos estudantes. Fique atento aos casos de pouca ou muita ingestão, o quê póde resultar em problemas no organismo. Como indicado no texto sugerido, a quantidade ideal depende de muitos fatores, por isso a sede é um bom indicador de quê o organismo precisa de á gua.
Atividade de ampliação
Algumas informações quê possivelmente os estudantes poderão levantar sobre as funções da á gua no corpo: a á gua é fundamental para todos os processos fisiológicos do corpo, pois ela auxilia o transporte de nutrientes, hormônios, enzimas e células sanguíneas ajuda a eliminar tô-ksinas por meio da urína e regula a tempera-túra corporal, dentre outras funções. êste é um bom momento para quêstionar os estudantes sobre o que puderam aprender até aqui, verificando se conseguiram atingir os objetivos propostos. Organize uma roda de conversa e solicite para apresentarem suas pesquisas, sanando eventuais dúvidas.
Diferentes maneiras de captação de á gua
Nesta seção os estudantes serão apresentados a algumas opções de captação de á gua adotados por diferentes países. O objetivo é estimular a consciência sobre a importânssia dêêsse recurso e conhecer algumas alternativas de uso desenvolvidas por diferentes civilizações. O professor de História poderá sêr envolvido nessa discussão, ampliando os exemplos das civilizações e suas relações com o recurso. De forma semelhante, o professor de Geografia poderá contribuir com informações sobre a transposição do rio São Francisco, trazendo desde o mapa quê ilustra as regiões com acesso a essa á gua ou propondo uma discussão e análise crítica sobre esse projeto.
O texto a seguir é mais um exemplo de como um povo – os maias – estruturou uma forma de captar e armazenar a á gua proveniente da chuva.
Mestres das águas
Os antigos maias enfrentavam problemas parecidos com os quê muitas populações têm hoje. As mudanças climáticas eram uma realidade e eles tí-nhão quê conviver com longos períodos de estiagem. [...]
As escavações mostram quê a cidade [Tikal, na Guatemala], cortada por três riachos e construída sobre algumas fontes naturais, tinha 10 reservatórios artificiais quê coletavam á gua da chuva, além de três represas, entre elas a maior já vista em construções maias, com capacidade para armazenar 74 milhões de litros de á gua.
O complékso sistema de 9 km² garantia a subsistência da população da cidade, quê chegou a ter 80 mil pessoas durante seu apogeu, em 700 d.C. Sem a intervenção de engenharia, a cidade dificilmente resistiria por tantos anos. [...]
Os reservatórios de á gua, chamados de “aguadas”, eram construídos em pedreiras naturais. Depois quê os maias retiravam as róchas necessárias para erguer os prédios da cidade, aproveitavam a cratéra para armazenar á gua da chuva. [...]
A pavimentação da cidade também era impermeabilizada e integrada ao sistema de côléta de á gua. Qualquer gota de chuva quê caísse no chão escorria por canais até os reservatórios. [...]
Os reservatórios tí-nhão um tanque profundo para decantação da á gua e os arqueólogos ainda encontraram, na entrada de todos eles, uma caixa com areia quê provavelmente era usada como filtro. [...]
“Eles mantinham uma ssossiedade compléksa em uma ecologia tropical somente com tecnologia da Idade da Pedra” [...]. “Muitas sociedades de hoje, principalmente em países subdesenvolvidos dos trópicos, vivem os mesmos problemas quê eles enfrentavam e poderiam se beneficiar da tecnologia maia para manejo de á gua, uma tecnologia de baixo custo e sustentável quê tem potencial para sêr readaptada para servir a nós também.”
MOUTINHO, S. Mestres das águas. Ciência Hoje, 17 jul. 2012. Disponível em: https://livro.pw/ynfuh. Acesso em: 19 out. 2024.
Esse texto póde sêr usado como complemento de leitura. Os estudantes podem sêr convidados a investigar outros exemplos de captação de á gua da chuva adotados por diferentes países ou povos antigos, ou mesmo pesquisar exemplos brasileiros. Como ponto de partida, eles podem utilizar a referência de leitura presente no boxe de sugestão Para ler.
Como possibilidade de ampliação do tema neste momento do trabalho, avalie a pertinência de aprofundar a discussão sobre tecnologia, trazendo possíveis definições e concepções do termo e estimulando saberes de profissionais locais. Além díssu, é interessante explorar a quêstão de que tecnologia não necessariamente está relacionada ao uso de ferramentas digitais. Se possível, convide os professores de Filosofia e de Sociologia para contribuir nessa discussão. Como subsídio para a abordagem, sugerimos:
• VERASZTO, E. V. éti áu. Tecnologia: buscando uma definição para o conceito. Prisma.Com, n. 8, 2009.
Disponível em: https://livro.pw/fjybs. Acesso em: 19 out. 2024.
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1. Resposta pessoal. A resposta depende da região onde os estudantes moram (por exemplo, se é rural ou urbana).
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Incentive-os a refletir de onde vêm a á gua quê abastece as suas residências.
2. Resposta pessoal. A resposta depende da região onde os estudantes moram (por exemplo, se é rural ou urbana). Incentive-os a compartilhar suas experiências relacionadas ao tema.
3. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a perguntar aos familiares ou pessoas da comunidade sobre as experiências relacionadas à falta de á gua e quais as soluções encontradas para resolvê-las.
4. Resposta pessoal. Propor aos estudantes quê investiguem os sistemas apresentados ou, ainda, quê ampliem as pesquisas. O exemplo do Egito antigo vivendo à beira do Nilo é um modelo de utilização do recurso da forma mais prática, mas quê, em contrapartida, trousse poluição para algumas partes dêêsse rio, já quê as cidades ficavam muito próximas às suas margens. Os elemêntos de engenharia utilizados pêlos incas também são válidos, porém dependem de fenômenos climáticos: em invernos mais rigorosos, o degelo póde demorar para acontecer. Já no exemplo brasileiro, a transposição do rio São Francisco, póde trazer consequências ambientais e afetar as regiões quê eram abastecidas originalmente pelo rio.
Nas atividades desta seção, é sugerido quê os estudantes pensem sobre como a á gua quê consomem chega até eles e se já enfrentaram ou enfrentam problemas relacionados à falta de á gua, quêstionando também amigos e familiares. Como exemplo, a referência indicada a seguir apresenta alguns exemplos de mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo:
• FECOMERCIOSP. Água: o quê o empresário do setor do comércio e serviços precisa saber e fazer para preservar êste precioso recurso. São Paulo, 2014.
Disponível em: https://livro.pw/prblm. Acesso em: 19 out. 2024.
Para o desenvolvimento da atividade 3, é recomendável quê os estudantes realizem pesquisas por meio de entrevistas. O envolvimento com outros profissionais da escola, com pessoas da comunidade escolar e com a própria família é recomendado para aprossimár as figuras externas à escola ao tema do projeto. Para uma proposta de atividade para realização de entrevista, sugerimos:
• COMUNICAÇÃO oral: entrevista no contexto de estudo. Nova Escola, São Paulo, 2 set. 2017.
Disponível em: https://livro.pw/teqys. Acesso em: 19 out. 2024.
Organizando os trabalhos
Projeto - Água da chuva
Neste momento, proponha a organização do trabalho do projeto, a montagem dos grupos de trabalho e início das pesquisas para estruturar a proposta de sistema de captação de á gua da chuva. Os textos e atividades presentes ao longo da Etapa 2 auxiliarão neste processo, mas é fundamental quê os estudantes se organizem para realizar as pesquisas necessárias.
ôriênti os estudantes para quê façam uma organização heterogênea de pessoas, pois diferentes habilidades serão requeridas nos grupos de trabalho (pesquisa, desenho, comunicação, apresentação etc.). Além díssu, refórce a importânssia de se aprender a trabalhar em grupo. Para quê essa tarefa flua, é fundamental realizar uma divisão igualitária de atividades, de modo quê nenhum integrante fique sobrecarregado. Lembre-se de quê esse é um treino para a vida, pois aprender a trabalhar em equipe é uma habilidade fundamental para o mundo do trabalho.
Etapa 2: Saber e fazer
Os momentos desta etapa podem sêr realizados na ordem quê mais se adapte à realidade da turma; podem, inclusive, sêr ampliados conforme a demanda dos estudantes.
Água como recurso
Atualmente a busca por uma postura consciente em relação aos recursos quê o nosso planêta nos proporciona tem sido cada vez mais comum. Além da atitude crítica referente ao consumo e acesso à á gua, são realizados rêuní-ões e fóruns sobre o clima, desenvolvidos em conjunto por vários países.
Entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propôsto pela Ônu, quê devem sêr implementados por todos os países membros até 2030, há diversos relacionados à á gua: desde fome zero e agricultura sustentável (objetivo 2), passando pela saúde e bem-estar (objetivo 3), energia limpa e acessível (objetivo 7), indústria, inovação e infraestrutura (objetivo 9), cidade e comunidades sustentáveis (objetivo 11), consumo e produção responsáveis (objetivo 12), ação contra a mudança global do clima (objetivo 13), vida na á gua (objetivo 14), vida terrestre (objetivo 15) até chegar ao mais atrelado à á gua potável: á gua potável e saneamento (objetivo 6). Leia um trecho a seguir.
Objetivo 6.
ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO
Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da á gua e saneamento para todos
A á gua está no centro do desenvolvimento sustentável e das suas três dimensões – ambiental, econômica e social. Os recursos hídricos, bem como os serviços a eles associados, sustentam os esforços de erradicação da pobreza, de crescimento econômico e da sustentabilidade ambiental. O acesso à á gua e ao saneamento importa para todos os aspectos da dignidade humana: da segurança alimentar e energética à saúde humana e ambiental.
[...]
Metas do Objetivo 6
6.1. Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à á gua potável, segura e acessível para todos
[...]
6.4 Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da á gua em todos os setores e assegurar
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retiradas sustentáveis e o abastecimento de á gua doce para enfrentar a escassez de á gua, e reduzir substancialmente o número de pessoas quê sofrem com a escassez de á gua
[...]
pí-núdi. IPEA. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Plataforma Agenda 2030, Brasília, DF, 2019. Disponível em: https://livro.pw/fqtdr. Acesso em: 19 out. 2024.
Esse texto póde sêr utilizado em sala de aula para promover a discussão da disponibilidade de á gua doce no planêta, presente no infográfico Quanta á gua doce disponível há na Terra?. Se possível, faça a leitura dêêsse infográfico em aula e promôva uma discussão sobre a impressão dos estudantes acerca dos dados apresentados. O professor de Matemática póde contribuir com a leitura, interpretação e discussão dos dados apresentados nesses gráficos.
Os dados presentes no item Água: disponibilidade e consumo indicam quê o Brasil é o país com maior disponibilidade de á gua doce do mundo, mas gasta mais á gua do quê o recomendável para as atividades diárias. No entanto, sabemos quê não ocorre uma distribuição igualitária entre as regiões brasileiras. A falta de á gua é uma realidade especialmente na região do semiárido, quê compreende principalmente os estados da região Nordeste. Esse tema será retomado no item O clima e os regimes de chuvas no Brasil.
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1. Se o valor de 20 litros corresponde a 100% da á gua disponível para consumo e 3% correspondem à á gua doce, o valor encontrado seria 600 mL, facilmente armazenados em uma garrafa com essa medida ou um pouco maior, de 1 L, por exemplo.
2. Resposta pessoal. É bem possível quê os estudantes saibam quê a á gua doce não está distribuída d fórma equilibrada no país, já quê o país tem grandes reservas de á gua e ao mesmo tempo regiões secas; é provável também quê alguns deles já tênham vivenciado situações de falta de acesso à á gua por falta dela em reservatórios naturais, ou conheçam essa realidade por meio de reportagens ou relatos de conhecidos.
3. Os estudantes podem ilustrar situações como lavagem de veículos, de calçadas, banho prolongado, escovar os dentes com a torneira aberta etc. Exemplos de alternativas quê podem sêr citadas: utilizar um balde com á gua e pano para limpeza de veículos, realizar a limpeza da calçada com vassora, evitar banhos longos, fechar a torneira ao escovar os dentes.
O ciclo da á gua
É provável quê o ciclo da á gua não seja uma novidade para os estudantes, já quê esse tema é comumente abordado no Ensino Fundamental e também nas disciplinas de Biologia e Geografia. Aproveite êste momento para retomar, se necessário, conteúdos relacionados a esse tema, tais como: estados físicos da matéria, mudanças de estado físico e influência da tempera-túra e pressão.
Neste momento, o professor de Física poderá trabalhar d fórma colaborativa com o professor de Geografia, pois a discussão póde sêr ampliada, trazendo conceitos relacionados aos recursos hídricos, com destaque para os recursos nacionais. Para informações sobre as regiões hidrográficas brasileiras, sugerimos:
• AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). GEO Brasil: recursos hídricos: resumo executivo. Brasília, DF, 2007.
Disponível em: https://livro.pw/lyqmz. Acesso em: 19 out. 2024.
Já o trabalho com o professor de Biologia póde sêr feito ao trazer para êste momento a discussão dos ciclos biogeoquímicos não apenas realizando uma interpretação do fenômeno, como também promovendo discussões a respeito da interferência da ação humana sobre esses ciclos. Exemplos dessa natureza podem sêr citados e discutidos em sala de aula, com o objetivo de despertar uma conscientização da ação humana no ambiente.
O quê é a chuva e como ela se forma
A chuva é um fenômeno meteorológico de incidência comum em boa parte do Brasil. Sobre o seu processo de formação e os diferentes tipos de chuva, sugere-se um trabalho conjunto com o professor de Geografia, quê poderá explorar outros elemêntos do clima.
Neste momento também é possível explorar, juntamente com o professor de Química, os conceitos de chuva ácida e pH (explorados na atividade de ampliação). Esse fenômeno ocorre em locais onde há intensa atividade industrial, resultando em uma alta concentração de gases na atmosféra, como o óxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre. Quando esses gases entram em contato com o vapor de á gua presente na atmosféra, ocorre uma reação química quê resulta na formação de ácidos (principalmente ácido sulfúrico e ácido nítrico), quê retornam à superfícíe na forma de chuva, dando origem ao quê chamamos de chuva ácida por possuir uma acidez maior do quê a chuva normal. A ilustração a seguir póde sêr reproduzida para detalhar melhor o fenômeno aos estudantes:
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1. A á gua da chuva nas cidades é mais perigosa porque, além de sais vindo do solo ou do mar, ela carrega substâncias nocivas liberadas pelas atividades urbanas, como amônio, nitrato, sulfato e hidrocarbonetos provenientes de escapamentos de veículos, da queima de combustíveis e da decomposição da matéria OR GÂNICA. Esses poluentes, somados a partículas sólidas como fuligem, poeira e até micro-organismos, tornam a á gua da chuva urbana imprópria para o consumo direto.
2. Resposta pessoal. Os estudantes podem apontar a condensação do vapor em um espêlho no banheiro, a ebulição da á gua em uma panela, a solidificação do gêlo no frízer, dentre outros exemplos.
3. Resposta pessoal. A secagem de roupas em um varal póde sêr citada como exemplo para o processo de evaporação. De forma simples, esse processo contribui para a economia da energia elétrica utilizada por uma secadora de roupas, pois aproveita a abundância de sól, algo freqüente em boa parte do território brasileiro.
4. Os estudantes podem citar o uso da á gua da chuva para a lavagem de quintais e de carros como exemplos de melhor aproveitamento dessas águas. A seguir, apresentamos uma possível referência a sêr utilizada nessa pesquisa.
Atividade de ampliação
Denomina-se chuva ácida qualquer precipitação com acidez maior quê o normal. Espera-se quê os estudantes relacionem a emissão de gases, como óxido de nitrogênio (NO) e dióxido de enxofre (SO4), com a formação de ácidos, por exemplo nítrico (NHO3)e sulfúrico (H2SO4), e concluam quê, por causa dêêsses compostos (que precipitam na forma de chuva), ela se torna mais ácida do quê a chuva normal. Em locais em quê a emissão dêêsses gases é menor, como em áreas rurais e florestas, a chuva é menos ácida, pois não há formação dêêsses compostos. Com base na pesquisa, é possível quê alguns estudantes tragam o conceito de pH. êste póde sêr um bom momento para explorar esse conceito, mostrar escalas de pH com exemplos, enfatizando quê um pH menor corresponde a uma solução mais ácida (e vice-versa). êste é um bom momento para quêstionar os estudantes sobre o que puderam aprender até aqui, verificando se conseguiram atingir os objetivos propostos. Organize uma roda de conversa e pergunte se os conceitos de ciclo da á gua, de formação das chuvas e de chuva ácida estão claros, sanando eventuais dúvidas.
O clima e os regimes de chuva no Brasil
A Climatologia é uma área de estudo quê investiga os padrões climatológicos de uma região. Ao se realizar o estudo ao longo de um período de tempo, é possível inferir informações sobre o clima dessa região.
Conhecer os diferentes climas do Brasil é fundamental para compreender o regime de chuvas de uma região. Além díssu, essa informação é extremamente útil para desenvolver a proposta de sistema de captação de á gua da chuva.
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Em locais com chuvas mais freqüentes, a captação póde sêr para uso imediato e servir como uma alternativa à á gua potável. Já em locais em quê chove pouco, essa á gua póde sêr armazenada e utilizada em tempos de seca.
Fatores como o desmatamento, quê altera a umidade do ar na região, e o aquecimento global, quê póde provocar alterações em correntes oceânicas e eventos extremos, dentre outros, influenciam também no regime de chuvas. É importante destacar quê as condições do tempo nem sempre refletem as condições climáticas previstas para a região.
Novamente, a proposta é quê a discussão dêêsse tema seja feita d fórma colaborativa com o professor de Geografia. O estudo da Climatologia póde sêr ampliado, trazendo aos estudantes informações sobre como ocorre o estudo do clima, o quê é atmosféra, o quê são e como se formam as massas de ar, entre outros conceitos.
O sáiti IBGEeduca apresenta diversas informações sobre o Brasil e, neste momento, póde sêr uma boa referência para estudar os diferentes climas brasileiros.
• hí bê gê hé Educa. Conheça o Brasil: território: clima. Rio de Janeiro, 2015.
Disponível em: https://livro.pw/barzk. Acesso em: 19 out. 2024.
Além díssu, êste é o momento ideal para saber sobre índices de precipitação ao conhecer o climograma das cidades de Parintins (AM) e Caruaru (PE). Novamente, o trabalho póde sêr feito d fórma colaborativa com o professor de Matemática.
Recomendamos a consulta ao sáiti do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (cê pê téki), sugerido no boxe Para acessar, quê fornece a previsão do tempo para diferentes cidades brasileiras. Outra possibilidade é propor aos estudantes, caso seja possível, a construção de um pluviômetro para determinar os índices pluviométricos de sua cidade. Para auxiliar essa prática, sugerimos:
• COMO construir um pluviômetro. Nova Escola, São Paulo, 1 out. 2014.
Disponível em: https://livro.pw/ogxuk. Acesso em: 19 out. 2024.
Como proposta de ampliação, sugerimos a leitura de pelo menos parte da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. A obra de 1938 retrata a trajetória de uma família quê abandona o sertão onde vive em busca de oportunidade. Esse trabalho póde sêr feito d fórma colaborativa com o professor de Literatura.
• RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: recór, 2018.
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1. Resposta pessoal. A resposta depende da região onde os estudantes moram. Para ajudá-los, primeiro apresente um mapa do estado e peça para os estudantes localizarem onde fica a cidade. Depois, peça para localizarem no mapa do Brasil e identificar em qual clima a cidade está localizada.
2. Resposta pessoal. Em regiões de clima com poucas chuvas, é interessante pensar em maneiras de armazenar á gua para sêr utilizada em momentos de escassez. Nas regiões com regimes mais constantes de chuva, essa á gua póde sêr captada para uso imediato.
3. Resposta pessoal. É possível consultar os índices pluviométricos de uma cidade ou de todo o país para uma determinada data.
Água: consumo e potabilidade
Neste momento os estudantes serão incentivados a refletir sobre o gasto de á gua envolvido em algumas atividades diárias. Sugerimos o trabalho colaborativo com o professor de Matemática, pois os estudantes podem realizar estimativas de seu gasto médio (uma ampliação da atividade 1). Utilize os dados do infográfico da página 156 para promover uma discussão sobre o consumo de á gua envolvido para realizar tarefas comuns no nosso dia a dia. A tabéla a seguir possibilita ampliar essa discussão:
Exemplos de valores de consumo de á gua em alguns setores
Uso |
Consumo (litros/ dia) |
Por unidade |
---|---|---|
Aeroportos |
10 a 12 |
Passageiro |
Cinemas e teatros |
2 |
Lugar |
Creches |
50 a 80 |
Criança |
Edifícios de escritórios |
50 a 80 |
Ocupante efetivo |
Escolas |
50 |
Aluno |
Hospitais e casas de saúde |
250 |
Leito |
Hotéis com cuzinha e lavanderia |
250 a 350 |
Hóspede |
Lava-rápido automático de carros |
250 |
Veículo |
Lavanderias |
30 |
kg de roupa seca |
Lojas e estabelecimentos comerciais |
6 a 10 |
m2 |
Mercados |
5 |
m2 |
Parques e áreas verdes |
2 |
m2 |
Restaurantes |
25 |
Refeição preparada |
shópin cênters |
4 |
m2 |
Fonte dos dados: FECOMERCIOSP. Água: o quê o empresário do setor do comércio e serviços precisa saber e fazer para preservar êste precioso recurso. São Paulo, 2014. Disponível em: https://livro.pw/prblm. Acesso em: 19 out. 2024.
Na sequência, podem sêr trabalhadas kestões relacionadas ao tratamento da á gua. Utilize o infográfico Como é feito o tratamento da á gua para iniciar a discussão quê deverá sêr feita, preferencialmente, em conjunto com o professor de Química, quê poderá contribuir com a abordagem dos aspectos químicos quê envolvem esse tratamento. Questões relacionadas ao custo para tratamento da á gua e do esgoto quê geramos também podem sêr feitas.
Página duzentos e setenta e um
Para subsidiar essa discussão, sugerimos:
• BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Saneamento. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Brasília, DF, 2019.
Disponível em: https://livro.pw/hmfit. Acesso em: 19 out. 2024.
A tabéla a seguir reúne informações sobre o abastecimento de á gua e côléta de esgoto nas cinco regiões do Brasil, para o ano de 2021:
Níveis de atendimento de á gua e esgoto para regiões brasileiras
Região |
Índice de atendimento com rê-de (%) |
Índice de tratamento dos esgotos (%) |
||||
---|---|---|---|---|---|---|
Água |
Coleta de esgoto |
Esgotos gerados |
Esgotos coletados |
|||
Total |
Urbano |
Total |
Urbano |
Total |
Total |
|
Norte |
60,0 |
72,2 |
14,0 |
18,4 |
20,6 |
84,1 |
Nordeste |
74,7 |
90,1 |
30,2 |
39,2 |
35,5 |
77,9 |
sudéste |
91,5 |
96,1 |
81,7 |
85,9 |
58,6 |
77,4 |
Sul |
91,4 |
98,9 |
48,4 |
55,3 |
46,7 |
94,3 |
Centro-Oeste |
89,9 |
97,8 |
61,9 |
68,4 |
60,5 |
94,8 |
Brasil |
84,2 |
93,5 |
55,8 |
64,1 |
51,2 |
80,8 |
Fonte: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Saneamento. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Brasília, DF, 2019, p.32, 60, 64 e 66. Disponível em: https://livro.pw/xelig. Acesso em: 19 out. 2024.
Os dados ilustram quê, em média, o atendimento da rê-de de abastecimento de á gua no Brasil é de 84,2%, enquanto a cobertura da côléta de esgoto é de apenas 55,8%. Durante a discussão do assunto, é importante incentivar uma postura cidadã, pois devemos cobrar do pôdêr público a melhoria urgente da ampliação da cobertura do sistema de esgoto. refórce, durante o debate e como forma de retomada do quê foi construído até aqui, a diversidade de profissionais envolvidos e saberes para a análise, tratamento e consumo da á gua.
Durante o desenvolvimento das propostas de sistemas de captação da á gua da chuva, um estudo da qualidade da á gua poderá sêr útil, pois com essas informações é possível ampliar a destinação da á gua captada. Neste momento, os professores de Biologia e Química podem contribuir com informações sobre como realizar esse estudo e quais elemêntos são permitidos ou não na á gua, conforme a destinação quê se dará à sua utilização, considerando os parâmetros físicos e químicos. O texto a seguir poderá sêr utilizado para discutir essas informações ou sêr indicado como sugestão de pesquisa.
Tratamento de á gua da chuva
O tratamento da á gua de chuva captada no sistema de aproveitamento começa logo após atingir área de captação através da remoção dos sólidos grosseiros presentes no telhado. Em um segundo momento, ocorre outra etapa de pré-tratamento, através do descarte da primeira á gua de chuva, no qual é dispensado um volume de á gua com uma alta carga OR GÂNICA, micro-organismos e outros contaminantes.
Além dêêsses processos é fortemente recomendado quê seja feita a desinfequição da á gua armazenada. Segundo a NBR 15527/2007, pode-se utilizar para desinfequição um derivado clorado, raios ultravioleta, ozônio ou outros, sêndo priorizado o uso do cloro em aplicações onde é necessário um residual desinfetante. O cloro residual livre, quando utilizado, deve estar entre 0,5 mg/L e 3,0 mg/L.
A desinfequição tem como função básica a inativação dos micro-organismos patogênicos, realizada por intermédio de agentes físicos e ou químicos. Ainda quê nas outras etapas anteriores do sistema de aproveitamento haja redução do número de micro-organismos presentes na á gua de chuva, a desinfequição faz-se indispensável para a segurança dos usuários, pois garante a inativação e previne o crescimento microbiológico no reservatório e na rê-de de distribuição – quando houver [...].
O cloro é o desinfetante mais utilizado, não só pela sua capacidade de esterilização, mas também por apresentar alto pôdêr oxidante, sêndo útil no contrôle de outros parâmetros de qualidade como contrôle de sabor e odor, prevenção de crescimento de algas, remoção de ferro e manganês e remoção de côr [...]. Além díssu, é uma substância de fácil acessibilidade e custo razoável, o quê não inviabiliza o sistema economicamente [...]. Os principais produtos disponíveis no mercado para a desinfequição da á gua são: cloro gasoso, cal clorada, hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio. Estes produtos podem sêr utilizados por intermédio
Página duzentos e setenta e dois
de alguns equipamentos como bombas dosadoras elétricas (dispositivos automáticos reguladores de cloro), clorador de pastilhas, entre outros [...].
[...]
A necessidade de um tratamento mais complékso deve sêr bem avaliada, devido aos custos de implantação, manutenção e monitoramento dos mesmos. póde sêr conveniente analisar a qualidade da á gua de chuva antes da implantação do sistema.
RODRIGUES, A. B. F. Avaliação de um sistema comercial de tratamento de á gua da chuva. Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental) – Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Atividades Página 157
1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a refletir sobre os hábitos diários de consumo de á gua.
2. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a refletir sobre os hábitos diários de consumo de á gua.
3. Resposta pessoal. A atividade póde sêr ampliada; além do questionamento sobre possíveis alternativas para a redução do consumo, é possível explorar também sugestões dos estudantes para o melhor aproveitamento da á gua e possíveis reúsos. É provável quê os estudantes apresentem propostas ou alternativas de economia nas residências ou em espaços quê frequentam; incentive-os a compartilhar essas experiências.
4. Resposta pessoal. Os estudantes poderão citar duas das quatro etapas indicadas no infográfico Como é feito o tratamento da á gua. êste é um bom momento para quêstionar os estudantes sobre o que puderam aprender até aqui, verificando se conseguiram atingir os objetivos propostos. Organize uma roda de conversa e pergunte se os conceitos de potabilidade da á gua estão claros, sanando eventuais dúvidas.
A á gua quê consumimos, mas não vemos
Neste momento, os estudantes serão convidados a refletir sobre o conceito de pegada hídrica. É possível quê eles já o conheçam, mas não tênham informação do gasto envolvido nos processos de produção de alguns produtos. Utilize os dados da ilustração Exemplos de pegada hídrica para promover essa reflekção. Os textos a seguir podem servir como ampliação dessa discussão, ao representar o desperdício de alimento e de á gua.
Em 2022, foram gerados 1,05 bilhão de toneladas de resíduos alimentares (incluindo partes não comestíveis), totalizando 132 quilos per cápita e quase um quinto de todos os alimentos disponíveis para os consumidores. Do total de alimentos desperdiçados em 2022, 60% aconteceram no âmbito doméstico, com os serviços de alimentação responsáveis por 28% e o varejo por 12%.
[...]
Domicílios de todos os continentes desperdiçaram mais de 1 bilhão de refeições por dia em 2022, enquanto 783 milhões de pessoas foram afetadas pela fome e um terço da humanidade enfrentou insegurança alimentar, destaca o relatório global.
MUNDO joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, aponta Índice de Desperdício de Alimentos da Ônu. Nações Unidas Brasil, 27 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/wosrg. Acesso em: 19 out. 2024.
Em um planêta com 8 bilhões de habitantes, 26% da população global não tem acesso à á gua potável, ou 2 bilhões de pessoas. Cerca de 46% dos habitantes do planêta não possuem serviços de saneamento seguros, o equivalente a 3,6 bilhões.
[...]
Os dados divulgados pela Unesco apontam para um cenário desafiador. De acôr-do com o estudo, entre 2 e 3 bilhões de pessoas sofrem com a falta de á gua por pelo menos um mês do ano.
[...]
NAÇÕES UNIDAS. 46% da população global vive sem acesso a saneamento básico. 22 mar. 2023. Disponível em: https://livro.pw/lvtah. Acesso em: 19 out. 2024.
Já o texto a seguir apresenta kestões relacionadas à fome atualmente e o acesso à á gua e a alimentos. Essas informações podem sêr debatidas com os estudantes, realizando um contraponto entre o problema do acesso à á gua hoje e como ele póde se agravar ainda mais no futuro:
[...]
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima, com base em um cenário “sem alterações” (business-as-usual), quê o mundo vai precisar de cerca de 60% mais alimentos até 2050, e quê a produção irrigada de alimentos vai aumentar mais de 50% ao longo do mesmo período (FAO, 2017a). A quantidade de á gua necessária para esses empreendimentos não está disponível, e a FAO reconhece quê a á gua captada para uso na agricultura póde aumentar somente 10%.
O Grupo de Recursos da Água 2030 (2030 Water Resources Group, 2009) concluiu quê o mundo provavelmente vai enfrentar um déficit hídrico global de 40% até 2030, em um cenário “sem alterações” ( business-as-usual).
[...]
UNESCO. O Valor da Água. Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2021. Unesco. Disponível em: https://livro.pw/oijzn. Acesso em: 19 out. 2024.
Outros conceitos relacionados ao de pegada hídrica podem sêr explorados neste momento: pegada ecológica, á gua virtual etc. Como proposta de ampliação das atividades presentes neste tema, os estudantes, em seus grupos,
Página duzentos e setenta e três
pódem pesquisar sobre esses conceitos e compartilhar os resultados obtidos com o restante da turma. Essa atividade pode sêr feita d fórma colaborativa com os professores de Biologia e Química, quê podem discutir conceitos relacionados à educação ambiental. Estimule os estudantes a buscarem influenciadores e divulgadores científicos quê abordam esses temas e analisarem seus perfis e compartilhá-los.
Brasil é o maior exportador de Água Virtual do mundo e recurso deverá começar a sêr cobrado nos produtos
[...] De acôr-do com o professor de economia da Universidade de Passo Fundo Marco Antônio Montoya, esse é um assunto pouco comentado, mas quê é muito importante, ainda mais pelo fato de o Brasil ter a maior reserva de á gua doce do planêta.
[...]
São milhares de litros de á gua utilizados para a criação de um bôi. Desse modo, o recurso é utilizado, mas não d fórma diréta pêlos sêres humanos. (...) Para produzir o algodão, matéria-prima para fabricar tecídos, muitos litros de á gua estão por trás da produção. Essa á gua, quê não enxergamos, é muito importante, mas pouco falado.
O professor exemplifica a á gua virtual na criação de gado. Para se produzir qualquer coisa, são utilizados milhares de litros de á gua. Montoya destaca quê o Brasil exporta por ano á gua virtual para alimentar 100 milhões de pessoas. Essas pessoas não consomem a á gua brasileira diretamente, mas o recurso hídrico foi usado. O pesquisador afirma quê o Brasil está irrigando o mundo com sua á gua virtual. No entanto, esse é um ativo quê ainda não está sêndo cobrado. O professor defende quê, em um sistema de mercado, para se proteger recursos escassos como a á gua, é necessário quê isso passe a sêr valorizado.
[...]
BRASIL é o maior exportador de Água Virtual do mundo e recurso deverá começar a sêr cobrado nos produtos. Rádio Uirapuru, 9 out 2023. Disponível em: https://livro.pw/yhxzq. Acesso em: 19 out. 2024.
Atividades Página 159
1. Resposta pessoal. É provável quê muitos estudantes tênham se concentrado na indicação de consumo da á gua visível.
2. Resposta pessoal. Incentivar os estudantes a utilizar não apenas os exemplos indicados aqui, mas pesquisar sobre outras atividades, produtos ou alimentos quê eles consomem e informar a quantidade de á gua necessária para produzi-los.
3. Resposta em grupo. Para auxiliar no levantamento dêêsses dados, sugerimos:
• AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA): hí bê gê hé. Contas econômicas ambientais da á gua no Brasil 2018-2022. Brasília: ANA, 2023.
Disponível em: https://livro.pw/qtney. Acesso em: 19 out. 2024.
4. Resposta pessoal. êste é um bom momento para auxiliar os estudantes a se manifestarem oralmente. Proponha formas de interação entre os grupos, destacando a importânssia de cada um deles, e enfatize o respeito ao momento de fala dos demais. Auxilie os estudantes na elaboração da tabéla, destacando a importânssia de serem claros ao organizar as informações e de indicarem fontes de pesquisa confiáveis ao desenvolvê-la.
Produto final
Etapa 3: Para finalizar
Proposta de sistema de captação de á gua da chuva
Neste momento serão apresentadas aos estudantes alternativas de sistemas de captação de á gua da chuva. A ideia de produto final dêste projeto é quê eles estruturem, nos respectivos grupos, uma proposta de sistema para captação de á gua de chuva, reunindo conhecimentos trabalhados na Etapa 2 e utilizando de saberes de diferentes profissões como mestre de obras, pedreiros, dizáiners, para pensar a solução. Se possível, estimule quê tais profissionais sêjam contatados por grupos para tirar dúvidas
A discussão póde sêr iniciada destacando os aspectos relacionados à economia do gasto de á gua potável e à ação sustentável relacionada à atitude de reutilizá-la. Uma proposta de atividade complementar é realizar um breve acompanhamento das contas de á gua dos estudantes. Eles podem pesquisar propostas de economia com atitudes simples e verificar, após um período de tempo, a redução do consumo de á gua em metros cúbicos e do valor efetivo da conta. Para orientar as atitudes quê podem sêr adotadas para redução do consumo e do valor da conta de á gua, os estudantes podem retomar as dicas do infográfico da página 156. Eles também podem realizar a pesquisa de outras atitudes quê podem sêr tomadas.
Conhecendo algumas opções
Existem diversas formas de sistemas de captação de á gua da chuva, desde algumas muitas simples, quê utilizam garrafas ou baldes como recipientes de armazenagem da á gua coletada, até a construção de cisternas feitas de alvenaria. A proposta desenvolvida pêlos estudantes deverá atender à demanda local, considerando o seu contexto (escola, residência, espaço comunitário etc.). Por sêr uma proposta quê póde vir a sêr executada, os grupos deverão apontar as características da viabilidade de sua construção.
Página duzentos e setenta e quatro
Considerando a diversidade regional brasileira e as kestões relacionadas à dificuldade de acesso à á gua potável, existem diversos tipos de incentivo à construção de sistemas dessa natureza. Além do Programa Cisternas citado no texto, apresentamos a seguir mais duas alternativas de projetos quê envolvem o aproveitamento consciente da á gua. Se necessário, utilize-as ou indique-as como referência para os grupos. O primeiro deles póde servir de inspiração para os grupos quê quiserem desenvolver propostas aplicadas à própria escola.
Escolas são reconhecidas por práticas sustentáveis de reaproveitamento de á gua
Promover a sensibilização sobre o uso consciente, estimular o reaproveitamento e evitar o desperdício de á gua são os principais objetivos do projeto “Uso e Reuso de Água na Escola. Quem Paga a Conta?”.
Nesta quarta-feira, [21/08/2024], as escolas quê se destacaram no projeto foram reconhecidas durante um evento e receberam homenagens. Esta já é a terceira etapa do projeto, quê envolveu diretamente 24 escolas estaduais e 14.862 estudantes. A ação é desenvolvida pela Seed (Secretaria de Educação e Desporto) em parceria com a Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima).
“Esse é um projeto muito importante dentro do contexto escolar e está inserido no currículo, pois além de alertar sobre kestões ambientais, professores de diversos componentes curriculares conseguem trabalhar conteúdos envolvendo, por exemplo, Matemática, Geografia, Química, entre outros”, destacou a secretária adjunta de Gestão da Educação Básica da Seed, Raimunda Rodrigues.
[...]
As iniciativas das escolas para reutilização da á gua em ações como limpeza da instituição ou cuidados com as plantas têm gerado resultados tangíveis, refletindo também na redução das contas de á gua e na mudança de comportamento dos alunos.
[...]
Promovido pelo govêrno de Roraima, por meio da Seed, em parceria com a Caer, o projeto tem como objetivo sensibilizar a comunidade escolar sobre a importânssia do uso responsável da á gua e promover práticas de reutilização dêêsse recurso vital.
Coordenado pela Divisão de Educação Ambiental do Departamento de Desenvolvimento de Políticas Educacionais da Seed, o projeto já alcançou 54 escolas da capital e mais de 40 mil estudantes nas três etapas realizadas.
“A reutilização da á gua deve sêr levada muito a sério, especialmente porque passamos por um período de estiagem muito longo no ano passado, e o verão está chegando. É essencial quê nóssos alunos lévem essas informações para suas casas e famílias”, explicou a chefe da Divisão de Educação Ambiental da Seed e coordenadora do projeto, Naiva Pereira Lima.
As lições do projeto foram bem recebidas pêlos estudantes, como destaca Rebeca Cristina, da Escola Estadual Lobo D’Almada: “Eu acho o projeto muito bom e essencial na escola. O quê mais marcou foi o envolvimento dos alunos, todo mundo fazendo de tudo para baixar a conta de á gua, revendo o quê era necessário. O projeto tem sido fundamental na vida dos estudantes e tem sensibilizado bastante. E não trabalhamos só com a á gua, mas também com as plantas e o meio ambiente, para manter eles saudáveis”, disse Rebeca.
SECOM/RR. Escolas são reconhecidas por práticas sustentáveis de reaproveitamento de á gua - govêrno DE RORAIMA. Disponível em: https://livro.pw/nkxtv. Acesso em: 19 out. 2024.
O texto a seguir ilustra mais um exemplo de incentivo do govêrno federal brasileiro. Trata-se de uma proposta de dessalinização da á gua do mar.
Programa Água Doce – PAD
A falta d’água no semiárido é um drama antigo para milhares de pessoas em comunidades isoladas do nosso estado. As alternativas encontradas e ofertadas são, em geral de baixa qualidade, vinda de barreiros ou pequenos açudes contaminados com coliformes fecais, fungos e bactérias. Mesmo quando é possível abrir um poço ou apelar para á gua dos barreiros, o problema persiste, devido à composição do solo e evaporação das chuvas. Quando utilizam como fonte d’água os poços profundos, muitas vezes, enfrentam a ocorrência de águas salinas e salobras, pois a maioria dêêsses dispõem dêêsse tipo de á gua em seu subsolo. Resultado, mais de 80% dos poços da região semiárida do Ceará possuem á gua salobra.
O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do govêrno Federal, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio de sua Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, em parceria com diversas instituições federais, estaduais, municipais e ssossiedade civil. Visa estabelecer uma política pública permanente de acesso à á gua de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados ambientais e sociais na gestão de sistemas de dessalinização. Busca atender, prioritariamente, localidades rurais difusas do Semiárido Brasileiro. O Água Doce conta com uma rê-de de cerca de 200 instituições envolvidas no processo, na participação de 10 estados do Semiárido.
Por reduzir as vulnerabilidades no quê diz respeito ao acesso à á gua no Semiárido, o Programa Água Doce é considerado uma medida de adaptação às mudanças climáticas. Estudos indicam quê a variabilidade climática na região poderá aumentar, acentuando a ocorrência de eventos extremos (estiagens mais severas) com consequências dirétas na disponibilidade hídrica.
O objetivo maior do PAD é implantação e recuperação de sistemas de dessalinização em comunidades quê sofrem com elevado déficit de á gua potável, democratizando dessa forma o acesso à á gua e concorrendo para resolver os graves problemas de escassez
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de á gua e da ocorrência de águas salinas e salobras na maioria dos poços no semiárido.
O PAD utiliza a tecnologia da dessalinização da á gua, quê promove a sua potabilização. Outro aspecto a sêr ressaltado no programa é, quê, a responsabilidade pela gestão, implementação e funcionamento dos sistemas de abastecimentos de á gua, passa a sêr das comunidades. Espera-se assim, melhor manutenção e aproveitamento dos sistemas.
SRH. Programa Água Doce - PAD - Secretaria dos Recursos Hídricos. Disponível em: https://livro.pw/chrog. Acesso em: 19 out. 2024.
Propondo uma alternativa
Neste momento, os estudantes deverão realizar um levantamento de ideias para a proposta de sistema de captação de á gua da chuva. É recomendável quê eles façam um protótipo para verificar a viabilidade da proposta.
Para essa abordagem, sugerimos a participação de todos os professores da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, quê poderão contribuir de formas específicas no desenvolvimento da proposta. Além deles, os professores de Matemática e ár-te também pódem contribuir neste momento. Se por um lado o professor de Matemática pode auxiliar na análise da viabilidade da proposta, em relação aos materiais utilizados e custos envolvidos, o professor de ár-te contribuirá com os elemêntos visuais do projeto, tanto na confekissão da proposta como na elaboração da comunicação à comunidade.
Caso seja necessário, eles poderão realizar outras pesquisas sobre como construí-la. Uma possibilidade de fonte de consulta quê póde sêr indicada aos estudantes é apresentada a seguir.
• SEMPRE SUSTENTÁVEL. Projeto experimental de aproveitamento de á gua da chuva com a tecnologia da minicisterna para residência urbana. 2018.
Disponível em: https://livro.pw/bzfvw. Acesso em: 19 out. 2024.
Como sugestão de ampliação, é desejável verificar a possibilidade de construção do sistema propôsto. Nessa análise, podem-se definir os materiais necessários, estimar o custo de implementação, buscar por parcerias para doação dos materiais necessários ou investimento de órgãos públicos, estabelecer parcerias para construção do sistema, entre outras possibilidades.
Outra referência quê póde sêr utilizada neste momento é o Manual para captação emergencial e uso doméstico de á gua da chuva, do hí pê tê, quê apresenta propostas de tratamento de á gua para casos de extrema necessidade (páginas 8 e 9), e também traz informações sobre como proceder com a côléta e realizar o armazenamento da á gua captada. Para acessá-lo:
• Manual para captação emergencial e uso doméstico de á gua de chuva. São Paulo, 2015.
Disponível em: https://livro.pw/cxqpb. Acesso em: 19 out. 2024.
Comunicando a proposta
êste é o momento de desenvolver uma estratégia para comunicar os resultados obtidos com o desenvolvimento do projeto. A comunidade externa à escola deverá sêr a principal envolvida, mas caso seja possível, é interessante sistematizar as informações para apresentá-las também aos demais membros da escola, ou seja, àqueles quê não estiveram envolvidos de alguma forma na sua execução.
Os pontos apresentados neste tópico podem servir como modelo para construção da apresentação, mas outros podem surgir conforme o desenvolvimento do projeto e as etapas necessárias para sua realização. Retome-os e, caso seja necessário, complete as kestões apresentadas.
Avaliação
Com relação às avaliações, realize-as de acôr-do com o quê julgar pêrtinênti, levando em conta o comportamento e a participação dos estudantes durante o desenvolvimento do projeto. As kestões sugeridas podem sêr ampliadas ou outras podem sêr incluídas para quê o qüadro avaliativo se adeque a sua realidade escolar.
Os quadros, localizados ao final do projeto, podem sêr utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você póde marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens dêêsses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros póde sêr feito gradualmente, à medida quê o projeto for desenvolvido ou ao final, após a realização do produto final, o desenvolvimento de uma proposta de sistema de captação de á gua da chuva.
O último qüadro póde sêr usado, também, para quê os grupos avaliem seus integrantes, permitindo quê os pares se avaliem, o quê possibilita momentos de conversas produtivas quê podem colaborar para o desenvolvimento de cada um dos estudantes. Durante todo o processo avaliativo, é fundamental quê as colocações sêjam respeitosas e sinceras sôbi uma perspectiva cidadã.
A atividade final tem como objetivo ampliar o conhecimento dos estudantes sobre os profissionais envolvidos no processo de abastecimento de á gua e como suas funções garantem a distribuição segura de á gua potável para a população. A pesquisa sobre a empresa responsável pelo abastecimento de á gua na cidade permitirá aos estudantes compreenderem o funcionamento dêêsse serviço essencial e reconhecer a importânssia dos diferentes profissionais.
Oriente-os a pesquisarem sobre a empresa de abastecimento de á gua da cidade, identificando os profissionais quê trabalham na captação, tratamento e distribuição da á gua. Sugerir pesquisas em fontes confiáveis, como o sáiti da empresa de abastecimento local.
Após a escrita, promôva uma discussão em sala, onde os estudantes poderão compartilhar seus textos e discutir as diferentes funções dêêsses profissionais, valorizando o trabalho em equipe na área de saneamento.
Para finalizar, discuta com os estudantes como o conhecimento adquirido sobre o processo de fornecimento de á gua se aplica ao contexto da cidade deles, destacando a
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importânssia do uso consciente e da preservação dos recursos hídricos.
Planejamento
A seguir apresentamos uma sugestão da quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para quê o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.
Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto póde sêr desenvolvido em outro período de tempo, por exemplo ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.
Sugestão de cronograma
Sugerimos quê êste projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.
Etapa 1 |
2 aulas |
Etapa 2 |
9 aulas |
Etapa 3 |
5 aulas |
Etapa 1: Vamos começar
Na Etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas quê serão tratados no decorrer da investigação.
Esta etapa se completa em duas aulas. Na primeira, ocorrerá a apresentação geral do tema do projeto. As informações do tópico Conversa inicial permitem contextualizar e justificar a importânssia do assunto para o estudante. Já as atividades promóvem uma reflekção sobre a importânssia da á gua para manutenção das funções do organismo. Retome-as na próxima aula.
A aula 2 poderá sêr iniciada com uma escuta das respostas obtidas pêlos estudantes para a atividade 1 e a atividade de ampliação. Ouça sobre o consumo médio de á gua dos estudantes e sobre os exemplos de funções realizadas pela á gua no nosso organismo. Na continuidade da aula, os estudantes deverão realizar a leitura da seção Em foco, quê poderá inclusive sêr feita em grupo. As atividades propostas nesta seção possibilitarão investigar sobre kestões relacionadas à falta de á gua. As atividades 3 e 4 necessitam de pesquisa externa e poderão sêr planejadas para o início da próxima aula. Ao final desta aula é importante solicitar aos estudantes a divisão em grupos de trabalho, conforme os itens apresentados na seção Organizando os trabalhos.
Etapa 2: Saber e fazer
A Etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, onde os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final.
Nas aulas 3 a 11 os estudantes entrarão em contato com informações diversas sobre á gua potável. Ao tópico inicial, Água como recurso, recomendamos dedicar duas aulas, a primeira delas poderá enfocar a leitura e interpretação do gráfico Quanta á gua doce disponível há na Terra?, inclusive propondo questionamentos sobre a quantidade de á gua potável disponível na Terra. Em aula, peça aos estudantes quê respondam à atividade 1. No final desta primeira aula, solicite a eles quê leiam o gráfico sobre disponibilidade e consumo da á gua. Na aula seguinte, retome o gráfico e realize a atividade 2. Ao final da aula, peça quê façam, em casa, as pesquisas necessárias para responder à atividade 3.
Inicie a aula 5 retomando as kestões pesquisadas na aula anterior. Reserve um momento para discutir aspectos relacionados ao acesso à á gua quê os estudantes devem ter pesquisado. Continue a discussão com as alternativas de redução do consumo de á gua quê eles devem ter levantado na atividade 3. Na sequência desta aula, deverá sêr solicitada a leitura do item O ciclo da á gua. É possível quê surjam algumas dúvidas relacionadas aos conceitos apresentados nesse item, portanto utilize o restante da aula para respondê-las.
A aula 6 deverá sêr reservada para abordar o item O quê é a chuva e como ela se forma. Peça aos estudantes quê realizem a leitura das imagens presentes na página 152. Aproveite êste momento para discutir o conceito de potabilidade de á gua da chuva, solicitando inicialmente a leitura do texto A á gua da chuva é potável?. As atividades 1 e 2 podem sêr realizadas e discutidas em sala de aula. Solicite as pesquisas para realizar as atividades 3 e atividade de ampliação. Elas servirão de início para a próxima aula.
Inicie a aula 7 retomando as pesquisas solicitadas na aula anterior. O levantamento realizado pêlos estudantes referente à atividade 4 poderá sêr reservado e utilizado na etapa de comunicação dêste projeto. Inicie a discussão do item O clima e os regimes de chuva no Brasil. Essa discussão poderá sêr iniciada em uma aula e concluída na seguinte, devido à diversidade de informações apresentadas.
Proponha, ao final da aula 8, quê os grupos investiguem os índices pluviométricos da sua cidade, propôsto na atividade 3. A aula 9 deverá sêr iniciada com a retomada das pesquisas sobre os índices pluviométricos. De posse dessas informações, os grupos já podem começar a definir sobre a proposta de sistema quê farão, concluindo, por exemplo, se o ideal é quê ele apenas capte á gua ou contenha um local para armazená-la. Na sequência, eles deverão realizar a leitura dos textos apresentados no tópico Água: consumo e potabilidade, procurando refletir sobre os próprios hábitos de consumo de á gua. As atividades propostas poderão sêr trabalhadas em sala de aula, o quê estimulará ainda mais a consciência ambiental para o tema.
Na aula 10, apresente o conceito de pegada hídrica. Comente d fórma oral os exemplos de valores de pegada hídrica presentes no infográfico Exemplos de pegada
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hídrica. A atividade 1 poderá sêr feita em sala de aula e discutida oralmente. Proponha a realização das demais atividades em casa. Inicie e aula 11 ouvindo as respostas das atividades da aula anterior. refórce a importânssia de reservar os dados encontrados da atividade 4 para compor a apresentação final. Inicie a discussão acerca do produto final dêste projeto reforçando a sua importânssia econômica e sustentável.
Etapa 3: Para finalizar
A Etapa 3 é somativa, nela os estudantes dêsênvólvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores.
Neste momento os estudantes deverão iniciar a elaboração das propostas dos sistemas de captação de á gua da chuva. Na aula 12, eles deverão ler sobre a opção de sistemas de captação de á gua da chuva apresentados no tópico Conhecendo algumas opções, e realizar, em casa, pesquisas sobre outras opções, o quê comporá as referências necessárias para o desenho das propostas apresentadas pêlos grupos.
Dedique as aulas 13 e 14 para analisar as propostas desenvolvidas pêlos grupos. Caso seja necessário, essas aulas podem sêr usadas para auxiliá-los na execução desta etapa. As próximas duas aulas (15 e 16) deverão sêr utilizadas para auxiliá-los na elaboração da comunicação. Uma das aulas póde sêr usada para uma apresentação prévia da proposta e validada por você e pêlos demais grupos da turma.