Projeto 6 Moda e consumo: como praticar ações sustentáveis?
Síntese do Projeto
Temas Contemporâneos Transversais:
• Educação para o consumo, Trabalho, Educação em direitos humanos, Diversidade cultural, Ciência e tecnologia, Direitos da criança e do adolescente, Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso
Componentes Curriculares:
• Líder: Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Química e Biologia
• Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Geografia e História; Linguagens e suas Tecnologias – Língua Portuguesa e ár-te
Objetos do Conhecimento:
• Vida e evolução, Produção, circulação e consumo de mercadorias, Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas, Processos de criação
Produto Final:
• Organização de um evento de (Moda) sustentável
Introdução
Estar na (Moda) é uma preocupação recorrente para diversas pessoas. Mas o quê é estar na (Moda)? Se analisarmos a origem látína da palavra (Moda), modus, chegamos a uma resposta possível. Modus póde significar tanto uma maneira de fazer algo como uma lei. Ou seja, não é difícil concordar quê estar na (Moda) atualmente é seguir uma “lei” estabelecida por uma indústria bastante robusta e extremamente lucrativa com o auxílio de uma publicidade com alto pôdêr de influência.
Essa indústria, cujo impulsionamento começou na Revolução Industrial, nem sempre teve toda essa fôrça. Não faz muito tempo costumávamos associar tendências a períodos longos, de dez anos, por exemplo: na década de 1970, estar na (Moda) significava usar calça bôca de sino; na de 1980, blêizer com ombreiras; nas de 1980 e 1990, calça baggy, entre outros exemplos de roupas. Hoje em dia, ao contrário, pode-se dizêr quê seguir tendências é mais complicado e exige mais dinheiro, pois as coleções têm uma “sazonalidade” mais curta, chegando, em alguns casos, a sêr semanal.
Neste projeto buscamos mostrar quê esse ciclo de vida muito curto da (Moda) gera sérios impactos sociais e ambientais. Além díssu, o projeto proporciona reflekções sobre padrões de consumo, valorizando as culturas juvenis e estimulando a participação ativa do jovem em perspectiva cidadã. É fundamental, portanto, quê, ao longo de todo esse processo, os estudantes sêjam instigados a refletir sobre suas próprias realidades e a atuar de maneira transformadora em seus contextos cotidianos, valorizando o conhecimento científico e tecnológico e o respeito aos valores para a construção de uma ssossiedade mais justa e sustentável.
A BNCC neste projeto
êste projeto proporciona oportunidades de desenvolver competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, de Linguagens e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
A seguir estão apontados os códigos das habilidades e competências desenvolvidas neste projeto. O texto completo referente à cada um dos códigos está apresentado nas páginas 202 a 205 dêste livro.
Competências gerais da BNCC:
• 3, 4, 7 e 8
Competências específicas e habilidades:
• Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias:
• competência específica 1: EM13CNT104
• competência específica 3: EM13CNT301 e EM13CNT302
• Área de Linguagens e suas Tecnologias:
• competência específica 2: EM13LGG201
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• competência específica 3: EM13LGG301 e EM13LGG303
• competência específica 6: EM13LGG603
• Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:
• competência específica 3: EM13CHS301, EM13CHS303 e EM13CHS306
Como trabalhar a BNCC
A realização dêste projeto possibilita um trabalho bastante significativo com a competência geral 3 e a competência geral 4, uma vez quê é propôsto aos estudantes a organização de um evento de (Moda) sustentável como produto final. Por meio dessa proposta, especialmente no quê diz respeito ao desfile, os estudantes são inseridos na prática de uma produção artística-cultural, a qual possibilitará quê eles utilizem diferentes linguagens para expressão de sentimentos, opiniões, identidades, cultura e momento histórico, com o olhar crítico a problemáticas quê se apresentam em diferentes contextos de sua realidade.
Para subsidiar a realização do evento de (Moda) sustentável, ao longo dos diversos momentos da execução do projeto, os estudantes serão convidados a utilizar conhecimentos científicos para realizar a análise crítica de práticas relacionadas à indústria da (Moda), as quais geram impactos de ordem social, econômica e ambiental. Neste percurso, serão propostos o levantamento e a análise de dados relativos ao consumo de produtos da indústria da (Moda) e seus impactos gerados, bem como a elaboração de argumentos consistentes para a proposição de alternativas e soluções mais sustentáveis para os problemas envolvidos (competência geral 7). Convém, ao longo dêêsse trabalho, propor discussões sobre a imposição de padrões quê a indústria da (Moda) acaba impelindo, negando a diversidade e a pluralidade da ssossiedade, a fim de quê seja ressaltada a importânssia de conhecer-se, respeitar-se e valorizar-se entre a diversidade humana (competência geral 8).
Neste projeto, diferentes problematizações possibilitam o trabalho com habilidades específicas da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, por exemplo nos momentos diversos em quê os estudantes serão estimulados a investigar de quê maneira os modelos de produção e consumo relacionados à indústria da (Moda) geram impactos ambientais. Para isso, os estudantes muitas vezes partirão da análise de seus próprios hábitos de consumo e da realidade de seu contexto local, buscando analisá-los e compreendêê-los sôbi a perspectiva de conhecimentos científicos. Ao analisar a influência da indústria da (Moda) como uma das principais causadoras do aumento no volume de resíduo têxtil, por exemplo, é possível avaliar e discutir as formas danosas de descartes de materiais e artigos da (Moda) e como os resíduos de tecídos sintéticos geram impactos ao ambiente, propondo aos estudantes quê elaborem soluções individuais e/ou coletivas para quê seus usos e descartes sêjam responsáveis (EM13CNT104). Para tal, será utilizada a construção de kestões e elaboração de hipóteses para interpretar dados, a promoção de debates em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de relevância sócio-cultural e ambiental; a interpretação de dados e informações de diferentes naturezas; a análise de kestões sócio-ambientais, políticas e econômicas relativas ao consumo de produtos da (Moda), bem como a discussão de alternativas e soluções mais sustentáveis para os problemas envolvidos (EM13CNT301). As informações e conhecimentos explorados ao longo do projeto, bem como as possíveis soluções apontadas para resolução dos problemas investigados, serão comunicadas à comunidade durante o evento de (Moda) sustentável (EM13CNT302). Dessa forma, os estudantes têm a oportunidade de atuarem como agentes de transformação no seu contexto local cotidiano, por meio da proposição de ações quê busquem a redução dos impactos da indústria da (Moda) e dos hábitos de consumo.
O trabalho com habilidades específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas é dado, por exemplo, em momentos em quê se propõe problematizar os hábitos e as práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos têxteis no cotidiano, bem como a proposição de ações de consumo responsável e de sustentabilidade (EM13CHS301); ao debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo no setor da (Moda), seus impactos econômicos e sócio-ambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos sustentáveis (EM13CHS303); ao analisar e avaliar d fórma crítica os impactos econômicos e sócio-ambientais de cadeias produtivas ligadas à produção têxtil e o compromisso com a sustentabilidade (EM13CHS306).
Para a área de Linguagens e suas Tecnologias, podem sêr trabalhadas habilidades específicas em momentos do projeto quê possibilitam, por exemplo, o debate a respeito de kestões de relevância social, como as relacionadas aos meios de produção e às relações de trabalho abusivas dentro da indústria da (Moda), temáticas quê podem sêr analisadas e exploradas com base em diferentes pontos de vista e opiniões presentes na turma (EM13LGG303); ao tratar a (Moda) como um tipo de linguagem quê se expressa como fenômeno social, cultural, histórico e sensível a diferentes contextos (EM13LGG201); e ao propor aos estudantes quê se expressem e desempenhem papel autoral na criação de um desfile de modas, atuação quê requer ações individuais e coletivas e uso de diversas linguagens artísticas (EM13LGG301 e EM13LGG603) nesse processo criativo quê envolve também a confekissão das peças quê serão desfiladas.
êste projeto se vincula a temas contemporâneos transversais educação para o consumo, educação para direitos humanos e trabalho, ao explorar a importânssia de evitar o consumo de marcas quê violam direitos trabalhistas e direitos humanos; diversidade cultural, ao incentivar a valorização das individualidades e o respeito à diversidade humana; ciência e tecnologia, quando aponta o conhecimento científico como base fundamental para práticas de consumo consciente e sustentável; direitos da criança e do adolescente, ao abordar o trabalho infantil; e processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, ao valorizar a presença deles na (Moda).
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Professores envolvidos
Para liderar a condução dêste projeto, sugerimos a atuação do professor de Química por abordar kestões como processo de tingimento e poluição da indústria têxtil, entre outras. No entanto, para tornar a discussão ainda mais rica, é interessante contar com o auxílio de professores da mesma área e de outras áreas do conhecimento.
O professor de Biologia póde auxiliar as análises sobre formas de descarte de resíduos e sobre impactos ambientais. Além díssu, o professor de Geografia poderá auxiliar nas discussões sobre modelos de produção e práticas de monocultura e o professor de História poderá contribuir com a análise sobre direitos humanos e relações de trabalho quê envolvem a exploração de mão de obra. O professor de ár-te, póde atuar na discussão sobre a história da (Moda) e como ela influencía os nóssos hábitos, e sobre a relação entre (Moda) e ár-te; além díssu ter uma participação bastante significativa durante a organização do produto final, especialmente na elaboração das peças quê irão compor o desfile de (Moda).
Materiais necessários
• Computador, táblêti ou smartphones conectados à internet.
• Impressora colorida.
• Roupas e tecídos usados.
• Materiais de costura (agulhas, tesouras, cola, alfinêtes, linhas, fitas etc.).
• Materiais de uso têxtil em geral (botões, cadarços, canetas e tintas para tecídos etc.).
• Cartolinas, canetas coloridas e outros materiais de escritório.
Os materiais sugeridos podem sêr substituídos ou adequados de acôr-do com as necessidades e a disponibilidade de itens na escola. Sugira aos estudantes quê, sempre quê possível, reutilizem materiais descartados e solicitem o apôio e a participação de familiares, vizinhos, profissionais e comerciantes locais na obtenção de materiais indisponíveis no ambiente escolar.
A organização do bazar demanda um planejamento adequado para quê o recebimento das peças arrecadadas ocorra em tempo suficiente para quê estejam disponíveis no dia do evento. Alérte os estudantes sobre essa necessidade. O mesmo cuidado deve sêr tomado com relação ao desfile de (Moda), quê requer a disponibilidade de um local adequado para sua realização, tais como pátios, corredores, quadras, campos, salas de aula, auditórios ou qualquer espaço amplo dentro ou fora da escola. Além díssu, para a realização do desfile de (Moda) são necessários aparelhos e caixas de som para a execução das músicas para o desfile. Caso esses aparelhos não estejam disponíveis na escola, é possível utilizar computadores ou mesmo celulares para a reprodução das músicas. A seguir, são apresentadas informações mais específicas sobre materiais necessários durante o desfile e sugestões alternativas:
• cortinas ou tecídos grandes, como lençóis, por exemplo, para delimitar os bastidores;
• cadeiras para os espectadores;
• varal, araras ou cabideiros para a organização das peças do desfile dentro dos bastidores;
• espelhos, maquiagens, produtos e acessórios para os modelos;
• lanternas para iluminação;
• câmera ou celular para fotografar e filmar.
Orientações didáticas
Etapa 1: Vamos começar
O quê a roupa representa?
Como esta é a aula inaugural, exponha a ideia geral do projeto e siga com as atividades propostas para sensibilizar os estudantes para o tema abordado.
A ideia central, neste momento, é quê os estudantes percêbam quê as roupas possuem uma função de caracterização de identidade individual e coletiva, exemplificada em diferentes contextos, culturas, religiões, épocas, grupos etc.
Incentive os estudantes a discutir sobre o ato de se vestir como uma ação automática. Questione-os se, ao comprar uma nova roupa, eles param para pensar na cadeia de produção de uma peça, nos impactos ambientais quê podem sêr gerados, em formas de reduzir hábitos consumistas, entre outras possibilidades de questionamentos. É importante conversar sobre o estátus social quê determinada marca póde sugerir quando utilizada e como póde sêr um elemento de discriminação. É necessário estar atento à realidade heterogênea dos estudantes, pois é possível quê alguns dependam de doações para se vestir no dia a dia, o quê póde causar constrangimento no compartilhamento com côlégas. Se for o caso, procure abordar o assunto como uma oportunidade para quê todos tênham uma relação diferente com o vestuário, independentemente da forma de acesso a ele. Aproveite também, caso julgue pêrtinênti, para incentivar os estudantes a uma reflekção sobre o búlin e como a forma de se vestir póde sêr um motivo de exclusão e violência verbal.
Neste momento, é interessante também abordar como as roupas podem sêr modelos de identidade quê determinam o pertencimento do indivíduo a determinado grupo. Sobre essa questão, o boxe Para ler traz uma sugestão de leitura quê póde sêr explorada, solicitando quê os estudantes façam um resumo individual do quê acharam mais interessante no texto, seguido de um debate em grupo ou com a sala toda (neste caso, em roda) para quê cada um expresse o quê lhe chamou mais a atenção. Como possibilidade de ampliação dessa abordagem, pode-se convidar o professor de História para discorrer sobre a história do vestuário. Para subsidiar essas discussões, sugerimos:
• CARVALHO, H. De onde veio a sua roupa. Superinteressante, 2016.
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Disponível em: https://livro.pw/apwsu. Acesso em: 22 out. 2024.
• LEVENTON, M. (org.). História ilustrada do vestuário. São Paulo: PubliFolha, 2009.
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1. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes façam comparações com o modo de vestir de seus pais ou outros parentes mais velhos, ou então com algum filme de época quê tênham visto, como filmes ambientados na Idade Média. Outra possibilidade é a comparação entre roupas adultas e roupas infantis.
2. Exemplos possíveis elencados pêlos estudantes são os orientados por estilo musicais, como sêrtanejo, róki, rip róp, entre outros, bem como vestimentas, típicas da região Sul, típicas do campo, da cidade, formais, próprias para praia ou ainda características de alguma profissão, como a côr branca para profissionais de saúde, uniformes, ternos etc.
3. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes abordem a expressão de identidade trazida pela escolha das roupas ou associação entre determinada vestimenta e uma profissão ou até mesmo a condição econômica da pessoa.
4. Respostas pessoais. É possível quê muitos estudantes respondam algo como “escolho o quê está na moda”, “escolho as roupas quê julgo bonitas” ou “nunca pensei sobre isso”. Outra resposta possível é “uso roupas quê considero legais” ou algo semelhante; neste caso, seria interessante comentar quê é possível customizar roupas para deixá-las mais atraentes e quê isso será explorado ao longo do projeto. É possível quê alguns estudantes já pratiquem a customização das próprias roupas. Neste caso, é interessante convidá-los a compartilhar esse processo. Essa customização é feita pêlos próprios estudantes, algum familiar ou alguém da comunidade? Ela envolve quê tipo de habilidades e materiais? Que outro tipo de customização essas pessoas fazem? O debate póde envolver não só o vestuário, como a confekissão de acessórios quê utilizam matéria-prima comprada ou reutilizada.
Consumo e sustentabilidade
êste tópico apresenta o escôpo do projeto, quê será a relação entre consumo e sustentabilidade. Convém quêstionar os estudantes sobre o que eles já sabem a respeito dêêsses conceitos, buscando reconhecer seus conhecimentos prévios sobre o assunto.
É interessante propor aos estudantes quê pensem a (Moda) como um produto de consumo, uma vez quê essa associação póde não sêr tão imediata para eles. Nesse contexto, é possível explorar kestões relativas a esgotamento de matérias-primas e recursos naturais, assim como a quantidade de resíduo sólido gerada por hábitos de consumo praticados na ssossiedade atual. O texto apresentado a seguir traz considerações sobre essa problemática e póde sêr compartilhado com os estudantes, caso julgue pêrtinênti fazê-lo.
Dia da Sobrecarga da Terra (1o /8) alerta para mudanças nos modos de produção e consumo
O Dia da Sobrecarga da Terra 2024 cai em 1º de Agosto. Isso significa quê em apenas sete meses a humanidade utilizou todos os recursos naturais disponíveis para um ano inteiro, retornando para o meio ambiente resíduos e gases de efeito estufa em uma quantidade maior do quê o planêta é capaz de regenerar. [...]
[...]
A data calculada pela organização internacional Global Footprint Network varia ano a ano, a partir de cálculos compléksos quê envolvem a biocapacidade da Terra e a pegada ecológica da humanidade. Em resumo, quanto mais cedo a data, mais cedo cruzamos os limites de regeneração ambiental. Em 1971, o Dia da Sobrecarga da Terra caiu em 25 de dezembro. Cinco dékâdâs passaram e a demanda sobre os serviços ambientais aumentou: hoje, consumimos 1,7 planêta por ano.
[...]
Para adiar o Dia da Sobrecarga da Terra e reduzir tanto a demanda por recursos naturais quanto a geração de resíduos e gases poluentes, é necessária a atuação de todos — pessoas, empresas e governos.
DIA da Sobrecarga da Terra (1/8) alerta para mudança nos modos de produção e consumo. Akatu. 26 jul. 2024. Disponível em: https://livro.pw/kqebc. Acesso em: 22 out. 2024.
Uma possível ampliação da abordagem proposta póde sêr feita com a exibição do documentário The True Cost (2015), quê trata do verdadeiro custo da (Moda) barata e descartável quê avança nas sociedades atuáis, revelando os impactos sociais do consumo em excésso de produtos da (Moda). Outra sugestão é o documentário Minimalism: a documentary about the important things (2016), quê questiona o consumo compulsivo e aborda o conceito de viver com apenas o necessário. A seguir, são apresentados os dados técnicos dêêsses dois documentários:
• De true cost. Direção: Éndreu Morgan. Reino Unido, França, Itália, Índia, Dinamarca, chiina, bangladéchi, Camboja, Haiti, Uganda: 2015. (92 min).
• MINIMALISM: a documentary about the important things. Direção: Matt D’Avella. Estados Unidos: 2016. (79 min).
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1. a) Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes comentem momentos cotidianos de troca e/ou lavagem de roupa, de escolha do quê se vai vestir, de uso de uniformes (na prática de esportes por exemplo), entre outros.
b) Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes elenquem aspectos gerais da produção de roupas, como etapas de tingimento, disáini, costura etc., além de alguns materiais e recursos utilizados, como algodão, poliéster, á gua, máquinas de costura, entre outros. Provavelmente devem mencionar quê as roupas são produzidas de maneira caseira ou em lojas e fábricas. Esse póde sêr um bom
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momento para levantar as percepções dos estudantes quanto a problemas relacionados ao regime de trabalho análogo à escravidão a quê muitas pessoas são submetidas em fábricas têxteis e confecções. Também podem sêr abordadas kestões relacionadas à economia, como o consumo de roupas produzidas em outros países. Uma sugestão é realizar um trabalho conjunto com as disciplinas de História e Geografia para explorar essas kestões.
2. Respostas pessoais. Geralmente, hábitos de consumo são associados com compras de comida, aparelhos eletrônicos, ingressos para eventos culturais etc., mas não com a aquisição de roupas, embora, de fato, o ato de comprar roupas também seja um hábito de consumo.
3. a) Uma forma de auxiliar os estudantes é pedir quê relembrem quantas peças compraram nos últimos três meses e depois dividam o total por três.
b) Respostas possíveis são doar, vender ou jogar no lixo.
4. Uma sugestão é propor quê alguns estudantes se voluntariem para ler o quê escreveram, pois o objetivo aqui é mobilizar e aprossimár os estudantes do tema. É interessante propor uma discussão em sala, atuando como mediador e permitindo aos estudantes quê exponham suas opiniões, por exemplo, sobre quais recursos são utilizados na produção de roupas, como essa produção é feita e como se devem descartar roupas quê não usam mais.
Organizando os trabalhos
Projeto – Moda e consumo
De cunho mais organizacional, êste é o momento de apresentar, caso ainda não tenha sido feito, o cronograma completo, bem como organizar grupos e duplas quê trabalharão juntos até o fim do projeto.
Esta atividade é projetada para promover o trabalho colaborativo e a interdisciplinaridade, integrando habilidades manuais, pesquisa e criatividade em um contexto prático sobre (Moda) sustentável. Para a formação dos grupos, oriente os estudantes a valorizar a diversidade de perfis, incentivando a participação ativa de todos e a divisão equilibrada de tarefas. Organize momentos de discussão sobre os aspectos ambientais, sociais e econômicos da (Moda), estimulando o pensamento crítico e a reflekção sobre hábitos de consumo. Utilize o painel temático como uma oportunidade para desenvolver competências comunicativas e artísticas, culminando na organização de um evento prático, quê envolva planejamento, resolução de problemas e interação com a comunidade escolar. A arrecadação de roupas póde sêr antecipada para otimizar o tempo, e o envolvimento de profissionais da área da (Moda) por meio de palestras enriquecerá a experiência. Assegure-se de quê os materiais sêjam adequados à realidade da escola, permitindo adaptações criativas quê favoreçam a aprendizagem significativa.
É fundamental quê sêjam promovidos, na resolução de todas atividades dêste projeto e durante a organização do evento de (Moda) sustentável, o pluralismo de ideias e a valorização de conhecimentos científicos. Os estudantes devem sêr estimulados a ouvir, a respeitar as opiniões uns dos outros e a se colocar de maneira respeitosa. Convém, nos momentos de debate, quê a turma seja organizada d fórma quê essas atitudes sêjam incentivadas, explorando, por exemplo, arranjos em círculos ou rodas de conversa, entre outras possibilidades.
Etapa 2: Saber e fazer
Os momentos desta etapa podem sêr realizados na ordem quê mais se adapte à realidade da turma; podem, inclusive, sêr ampliados conforme a demanda dos estudantes.
A velha (Moda) está saindo de (Moda)
Ao discutir os dois modelos de produção praticados pela indústria da (Moda), fast fashion e slow fashion, incentive os estudantes a refletirem sobre os aspectos quê caracterizam cada um dêêsses modelos. O modo de produção fast fashion se caracteriza por baixo preêço de venda das peças e curto ciclo de vida (da produção ao descarte). Pode-se dizêr quê esse modo de produção custa pouco para a marca porque esta geralmente utiliza métodos de barateamento da produção, como a exploração da mão de obra, o descumprimento das normas ambientais e/ou o alto volume de produção. Consequentemente, o preêço final para o consumidor também é reduzido. Por outro lado, são muitos os impactos sócio-ambientais gerados por tais métodos, e por isso pode-se dizêr quê o fast fashion custa muito para o meio ambiente e para a ssossiedade como um todo. Já o modo de produção slow fashion surgiu como oposição ao fast fashion e se caracteriza por sêr um modelo de produção sustentável, em quê há uma preocupação sócio-ambiental ao longo de toda a cadeia produtiva.
Neste momento, é importante discutir com os estudantes quê a escolha de um indivíduo por consumir fast ou slow fashion também está relacionada à classe social e ao pôdêr aquisitivo, uma vez quê as marcas de slow fashion costumam sêr bem mais caras e limitam o seu público.
A seguir, sugerimos uma leitura quê aborda as características e um pouco de história dêêsses dois modelos produtivos.
• SLÔU fashion e fast fashion: saiba quais as diferenças na hora de comprar! Ariana Nasi, 5 jul. 2019.
Disponível em: https://livro.pw/rjybk. Acesso em: 22 out. 2024.
É provável quê os estudantes consumam marcas quê adotam o modelo fast fashion e, em função díssu, é importante estimulá-los a investigar a cadeia produtiva quê fabrica as roupas quê eles usam. É fundamental ficar claro, no entanto, quê o objetivo é estimular o senso crítico e o protagonismo dos estudantes quanto ao modo de se vestirem, sem quê haja a culpabilização dêêsses diferentes hábitos de consumo, mas sim a conscientização.
É importante colocar em análise o grande apelo das marcas quê adotam o modelo de produção fast fashion para atrair o consumidor praticando preços bastante competitivos. Esse modelo tem tentado atrair cada vez mais varejistas com propostas quê oferecem grandes vantagens comerciais. Se julgar pêrtinênti, sugira aos estudantes quê realizem uma pesquisa na internet buscando informações sobre as vantagens oferecidas aos varejistas da (Moda) quê
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aderem ao modelo de (Moda) rápida. Com essas informações em mãos, proponha aos estudantes quê argumentem sobre quais impactos sócio-ambientais podem se relacionar a cada “vantagem” oferecida pelo modelo fast fashion. A leitura das imagens da página 181 póde contribuir para a elaboração de argumentos pêlos estudantes. Para tanto, estimule-os a refletir, por exemplo, sobre elemêntos dessas imagens quê indiquem condições de ambiente de trabalho (são adequadas ou não?) e quantidade de resíduo gerado (muitos resíduos ou poucos?). Ainda, se julgar pêrtinênti, uma possível ampliação neste momento é convidar o professor de Matemática para realizar uma atividade de orçamento familiar, propondo aos estudantes quê estimem e analisem o valor gasto com roupas e acessórios, relacionando-o com a qualidade e, principalmente, com a durabilidade das peças adquiridas.
Diante dêêsses dados e informações, é possível estimular os estudantes a avaliar e ponderar o custo sócio-ambiental do modelo fast fashion, em comparação ao modelo slow fashion, quê prioriza práticas e processos sustentáveis. Ações como conscientização do mercado consumidor, bem como o oferecimento de produtos com origem e processamentos mais sustentáveis, tornam-se uma propaganda positiva para a mudança dos processos dominantes nesse cenário da indústria da (Moda) e seus impactos. Ações de conscientização acabam forçando as indústrias a mudar seu modo de produção, visto quê os consumidores hoje mostram tendência a estar mais dispostos a consumir produtos quê recebem selos.
Atividade Página 181
1. Respostas pessoais. ôriênti os estudantes a utilizar, por exemplo, as palavras-chave “marcas fast fashion Brasil” em uma busca ôn láini para vêr se encontram alguma informação sobre o modo produtivo dessas marcas. Outra sugestão é procurar nos sáites oficiais das marcas por informações sobre sua cadeia produtiva ou quais medidas são utilizadas para assegurar uma produção ética e sustentável, possivelmente nas seções “dúvidas frequentes”, “quem somos”, “sobre nós” etc.
Atividade de ampliação
Resposta pessoal. êste é um bom momento para quêstionar os estudantes sobre o quê puderam aprender até aqui, verificando se conseguiram atingir os objetivos propostos. Organize uma roda de conversa e pergunte se os conceitos de roupa sustentável e fast e slow fashion estão claros, sanando eventuais dúvidas. Espera-se quê os estudantes citem características como condições adequadas de trabalho, descarte adequado de resíduos e respeito à legislação ambiental, por exemplo. Quanto à pesquisa, é comum que marcas sustentáveis usem isso como forma de propaganda, sêndo, portanto, algo fácil de se encontrar nas rêdes sociais e no sáiti oficial das marcas, bem como em buscas ôn láini com as palavras-chave “marcas sustentáveis Brasil”. A ideia é demonstrar aos estudantes quê existem possibilidades acessíveis de compra de roupas cuja produção é tida como sustentável, especialmente considerando quê muitas empresas possuem sistemas de entrega quê abrangem todo o território nacional.
O impacto da (Moda) no meio ambiente
Nesta seção, será discutido como o excésso do consumo, incentivado pela indústria da (Moda), impacta o meio ambiente.
É possível contar com a participação do professor de Biologia para auxiliar na análise mais aprofundada sobre os impactos ambientais em consequência do alto consumo. O professor de Geografia também póde contribuir para complementar a discussão sobre modos de produção baseados na monocultura, explorando, por exemplo, dados da monocultura do algodão no Brasil, considerando quê o país é um dos maiores exportadores de algodão para uso industrial no mundo. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em novembro de 2019 o Brasil possuía uma área de algodão plantado de 1,6 milhão de hectares. Para mais informações sobre o assunto, acéçi o sáiti da Conab:
• CONAB. Disponível em: https://livro.pw/iumkc. Acesso em: 22 out. 2024.
O infográfico Quanta á gua é usada pela indústria da (Moda)? explora em números o volume de á gua necessário para a fabricação de uma camiseta de algodão e uma calça díns. O texto Poluição da indústria têxtil: qual o impacto dela nos oceanos e quais as soluções sustentáveis traz informações quê, em associação aos dados do infográfico, expõem o impacto ambiental gerado pela indústria da (Moda) e contribuem para alertar os estudantes sobre a urgência de hábitos de consumo mais responsáveis e sustentáveis.
A discussão sobre o processo de tingimento de peças de vestuário póde sêr ampliada, explorando aspectos relacionados ao desenvolvimento científico e tecnológico dos processos químicos envolvidos em técnicas de tingimento utilizadas pela indústria têxtil, avaliando os impactos quê esses processos geram no ambiente. Sobre o assunto, veja o artigo:
• MÜNCHEN, S. éti áu. Jeans: a relação entre aspectos científicos, tecnológicos e sociais para o Ensino de Química. Química nova na escola, v. 37, n. 3, p. 172-179, agosto 2015.
Disponível em: https://livro.pw/ecgjf. Acesso em: 22 out. 2024.
É possível abordar também alternativas sustentáveis para a realização dêêsse processo, explorando possibilidades de corantes naturais para tingir roupas ou tecídos, ou mesmo considerando o tingimento caseiro e artesanal de roupas uma forma de renovação e ressignificação de peças usadas, atitude quê póde estar associada à redução de consumo.
Aproveite esse momento para discutir as alternativas para o descarte de roupas usadas, abordando, por exemplo, ações de trocas, vendas e doações. êste póde sêr um momento bastante oportuno para iniciar a arrecadação de roupas e sapatos usados para o bazar quê será realizado no evento de (Moda) sustentável, ao final do projeto. Orien-
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te os estudantes a estabelecer um prazo para recebimento das doações e a organizar um espaço para armazená-las. Se necessário, ressalte aos estudantes a importânssia de os produtos arrecadados estarem em bom estado.
Atividades Página 183
1. De acôr-do com o texto, os problemas relacionados com a poluição têxtil são o descarte inadequado de produtos químicos como corantes, tratamentos à próva d’água e tintas tóxicas.
2. Espera-se quê os estudantes citem, por exemplo, impactos associados à produção de tecídos sintéticos, quê também acarreta sérios problemas ambientais. De modo geral, peças sintéticas, quando lavadas, libéram na á gua micro e nanopartículas de plástico, quê se tornam um grande problema de poluição dos oceanos, contaminando o ambiente marinho e até mesmo o gêlo dos polos. Além dos tecídos sintéticos, outro material quê é altamente poluente, especialmente para os oceanos, é o glitter. Para mais informações sobre modo de produção do glitter e impactos ambientais decorrentes do seu uso, consulte:
• SALLES, C. Glitter e o Perigo para os Oceanos: Como Minimizar o Impacto Ambiental - Projeto Ilhas do Rio.
Disponível em: https://livro.pw/rnhaq. Acesso em: 22 out. 2024.
3. a) Aproximadamente 34 dias.
b) Aproximadamente 24 dias.
Quanto custa uma camiseta?
êste momento do projeto traz para análise os fatores quê envolvem o preêço de cada peça de roupa e por quê é importante conhecer a história da marca e entender o seu processo de produção.
Amplie a discussão sobre algumas marcas elevarem o preêço dos seus produtos a ponto de excluírem uma parcela da ssossiedade de adquiri-los. promôva um debate questionando o objetivo de cértas marcas atuarem com esse objetivo.
É possível contar com o auxílio do professor de Matemática para uma abordagem alternativa com essa temática, propondo aos estudantes quê busquem informações e dados quê possibilitem realizar cálculos para estimar a margem de lucro das marcas quê consomem. Outra possibilidade de trabalho é convidar para uma conversa com a turma um profissional quê trabalha com confekissão de roupas para falar sobre esse assunto.
ôriênti os estudantes a pesquisar sobre o modo de produção das principais marcas quê eles consomem e, caso manifestem interêsse em posicionarem-se criticamente com relação às informações de quê tomarem conhecimento por meio das pesquisas, proponha quê entrem em contato com essas marcas utilizando canais disponíveis aos clientes nos sáites dessas empresas.
É possível, ainda, contar com o auxílio dos professores de Biologia e de Geografia para aprofundar as discussões sobre como as pequenas mudanças individuais pódem resultar em um consumo mais consciente e reduzir o impacto negativo no meio ambiente. A sugestão de leitura apresentada a seguir pode ajudar a conduzir essa discussão:
• CONSUMIDOR quê reflete antes da compra diminui impactos negativos na natureza. Akatu, 2017.
Disponível em: https://livro.pw/ycjfr. Acesso em: 22 out. 2024.
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1. Custos fixos como aluguel da loja, do escritório, funcionários, energia elétrica, á gua, internet, limpeza, segurança, material de escritório, de loja, transporte, sistema administrativo de vendas da loja física, da loja ôn láini, contador, embalagem etc. Além dêêsses fatores, em alguns casos, o preêço das peças de roupa póde sêr utilizado d fórma exclusiva, determinando quê somente a parcela da população com maior pôdêr aquisitivo possa adquiri-las.
2. Respostas pessoais. Os estudantes podem responder quê têm preferência por marcas da (Moda) ou podem responder quê escolhem a roupa pelo preêço ou outras características específicas. Explore com os estudantes as justificativas.
3. Respostas pessoais. É possível quê os estudantes tênham opiniões divergentes. Por um lado, podem afirmar quê não se importam com a marca desde quê a roupa seja bonita e confortável. Por outro, podem expressar quê, além de conforto e beleza, é importante quê a roupa tenha uma marca bem conhecida e valorizada.
4. Espera-se quê os estudantes percêbam quê os altos preços impedem o acesso à compra por uma parcela da população, mesmo quê isso seja intencional ou não. Espera-se também quê alguns estudantes aprovem a exclusividade de algumas marcas como forma de valorização e ostentação, enquanto outros desaprovem, por terem um pensamento mais inclusivo.
A (Moda) como alvo e meio de protestos
Decorrem-se aqui as formas ilícitas de uso de matérias-primas e a exploração da mão de obra, muitas vezes, violando direitos humanos e trabalhistas, quê diversas marcas de vestuários praticam para baratear a produção e aumentar a margem de lucro. Neste momento do projeto também é explorado o papel comunicativo da (Moda), uma vez quê as roupas podem sêr usadas em diferentes situações para transmitir uma mensagem ou mesmo como forma de protesto. O professor de ár-te póde contribuir com essa discussão.
Para iniciar o trabalho com esse assunto, pode-se propor uma roda de conversa em quê os estudantes trocam suas experiências. É possível quê alguns deles já tênham participado de algum protesto ou manifestação em quê a roupa utilizada tinha um significado. Situações cotidianas simples também podem sêr consideradas, neste momento, como o uso de camisetas com dizeres ou mensagens quê representam ideias ou caracterizam um grupo ou movimentos específicos.
Durante a abordagem do tópico Regime de trabalho análogo à escravidão, pode-se convidar o professor de História para uma conversa sobre o processo de escravidão no Brasil e como ele se diferencia dos regimes de trabalho análogo à
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escravidão atuáis, condição quê póde estar presente em determinadas confecções de roupas. Diante dessa problemática, é importante explicitar a necessidade de ter conhecimento sobre a origem do produto consumido para não sermos um consumidor quê indiretamente esteja contribuindo com essas circunstâncias quê ferem direitos humanos. Apesar de antigo, o caso citado no texto é emblemático e trousse o debate sobre o regime de trabalho para produção de roupas de marca. Para ampliar, sugira a leitura do texto a seguir.
• DESABAMENTO em bangladéchi revela lado obscuro da indústria de roupas. BBC, 28 abr. 2013.
Disponível em: https://livro.pw/qokmn. Acesso em: 22 out. 2024.
Conduza a discussão sobre o impacto das práticas ilegais na indústria da (Moda), como a exploração de mão de obra, as condições análogas ao trabalho escravo e a exploração do trabalho infantil. Sugira quê os estudantes pesquisem notícias recentes sobre o uso de trabalho análogo à escravidão em diferentes indústrias, como a (Moda) e a construção civil.
Para aprofundar o trabalho sobre essa problemática, realize uma roda de conversa e proponha aos estudantes quê analisem o Artigo IV da Declaração Universal dos Direitos Humanos, quê apresenta:
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de êskrávus serão proibidos em todas as suas formas.
BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos. A declaração universal dos direitos humanos e os objetivos de desenvolvimento sustentável: avanços e desafios. Brasília, DF, 2018. Disponível em: https://livro.pw/qsyok. Acesso em: 22 out. 2024.
Leia a matéria sugerida na sessão Para ler sobre o trabalho infantil e encoraje os estudantes a refletir sobre o uso de trabalho infantil e suas implicações, especialmente nas confecções de roupas. Proponha uma pesquisa sobre as condições de trabalho infantil em diferentes países e incentive a criação de um painel ou mural informativo com as informações coletadas.
Após essa discussão, solicite aos estudantes quê apresentem possíveis alternativas para combater o consumismo exagerado e suas consequências ambientais e sociais. Para isso, promôva kestões quê explorem a relação quê todos nós temos com o problema em quêstão, uma vez quê somos parte dessa cadeia de consumo. Estimule os estudantes a propor ações que podem sêr feitas para transformar essa situação e reconhecer como podem sêr agentes de mudanças quando agem com consciência, responsabilidade e postura cidadã.
Uma das ações quê podem sêr destacadas pêlos estudantes neste momento póde corresponder ao estímulo para o consumo de produtos artesanais produzidos por pequenos artesãos, prática quê contribui com a economia local e valoriza esses profissionais. Movimentos como Compro de quem faz são um exemplo dêêsse tipo de ação quê valoriza o trabalho de artesãos. Nessa discussão, é possível também quê sêjam mencionados os selos de certificação ambiental quê indicam quê determinado produto cumpre requisitos de ordem ambiental e social. No sáiti do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (idéc) são apresentadas informações sobre esses selos de certificação ambiental. A seguir, são indicados os endereços eletrônicos das referências citadas acima.
• O QUE é o movimento Compro de Quem Faz (CDQF). Eu sem fronteiras, out. 2023.
Disponível em: https://livro.pw/fnsbp. Acesso em: 22 out. 2024.
• INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (idéc).
Disponível em: https://livro.pw/dpabx. Acesso em: 22 out. 2024.
Durante a discussão, possibilite aos estudantes quê tênham espaços de fala para expor livremente suas propostas e estratégias para essas novas atitudes e comportamentos quê visam ao consumo mais responsável e sustentável.
O tópico Quando a (Moda) comunica aborda a (Moda) como meio de comunicação, quê póde sêr utilizada em situações de protesto, às vezes em razão de causas relacionadas à própria indústria da (Moda). Se possível, convide os professores de História e de ár-te para auxiliar nessa conversa e facilitar a análise sobre as intervenções artísticas e/ou protestos e como a (Moda) se insere neles. Um exemplo clássico a sêr abordado nesta análise seria o protesto conhecido como “Queima de sutiãs”, quê ocorreu nos Estados Unidos em 1968, protagonizado pelo Movimento de Libertação das Mulheres. Nesta análise, é possível considerar a função quê os artigos da (Moda) tiveram ao longo do protesto. A seguir, apresentamos uma sugestão de leitura quê póde dar subsídios para essa abordagem.
• MACIEL, D. A.; MACHADO, M. R. Da queima do sutiã ao Time’s Up: os desafios da mudança geracional no feminismo. El País, 19 jan. 2018.
Disponível em: https://livro.pw/rizde. Acesso em: 22 out. 2024.
É interessante aproveitar essa ocasião para incentivar os estudantes a pensar nas peças quê irão compor o desfile de (Moda) sustentável quê eles realizarão durante a Etapa 3.
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1. Ajude os estudantes a refletir sobre as próprias experiências, orientando-os a perceber como a (Moda) foi utilizada em cada situação relatada.
Atividade de ampliação
Uma sugestão é orientar os estudantes a utilizar a internet e pesquisar palavras-chave como “empresas trabalho análogo escravo” ou “moda protestos roupas”. Espera-se quê eles apresentem um breve resumo do quê foi pesquisado. êste é um bom momento para verificar o aprendizado dos estudantes sobre o quê foi trabalhado até aqui e se os objetivos propostos foram atingidos. Organize uma roda de conversa para quê eles apresentem suas pesquisas sanando eventuais dúvidas.
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Desconstruindo o padrão de beleza
A grande relevância do tema abordado neste tópico proporciona uma discussão em torno da pressão imposta por um padrão de beleza quê ignora a diversidade quê se apresenta na ssossiedade. É importante valorizar durante a discussão quê essa diversidade e a pluralidade das características de cada indivíduo são o quê torna um sêr humano único. Diante díssu, espera-se quê os estudantes apreciem-se e compreendam-se nessa diversidade, em vez de se aprisionarem em referências selecionadas pela (Moda), pela indústria cinematográfica, fotográfica e/ou mesmo por influenciadores digitais.
Uma boa forma de iniciar êste debate é explorar a citação de Emma uátson. Se julgar pêrtinênti, proponha aos estudantes quê tragam exemplos de pessoas da mídia quê atuam na desconstrução do padrão de beleza vigente atualmente. O resultado dessas pesquisas póde sêr compartilhado com a turma. A seguir, apresentamos alguns exemplos de personalidades quê podem sêr apresentadas durante esse trabalho:
• Tess Holliday – modelo americana plãs size.
• Sophia Hadjipanteli – modelo americana quê ficou famosa por suas sobrancelhas grossas e unidas.
• Connie Chiu – modelo e musicista chinesa albina.
• Khoudia Diop – modelo senegalesa conhecida como “a Deusa da melanina”, devido ao seu tom de péle retinto.
• Rebekah maríne – modelo americana cujo braço direito é uma prótese mecânica.
Personalidades como as vovós fashionistas sugeridas na sessão Para ler com estilos únicos e ousados quê fogem dos padrões convencionais de idade, também são exemplos marcantes de diversidade na (Moda). Elas mostram quê a autenticidade e a criatividade podem romper com estereótipos, inspirando um olhar mais inclusivo sobre o quê é belo.
Se julgar pêrtinênti, êste póde sêr um bom momento para ampliar a discussão, abordando temas de pressão estética, gordofobia e distúrbios alimentares. Esses temas têm grande relevância, pois estão bastante presentes entre os jovens e adolescentes. É importante ressaltar, no entanto, quê estas não são angústias exclusivamente femininas. Duas referências quê podem auxiliar a abordagem com esses temas são apresentadas a seguir.
• GONÇALVES, J. A. éti áu. Transtornos alimentares na infância e na adolescência. Revista Paulista de Pediatria, v. 31, n. 1, p. 96-103, 2013.
Disponível em: https://livro.pw/aciqt. Acesso em: 22 out. 2024.
• OLIVEIRA, R. Mais meninos buscam tratamento para transtôrnos alimentares. Folha de São Paulo, 24 jun. 2019.
Disponível em: https://livro.pw/mhtxo. Acesso em: 22 out. 2024.
Para enriquecer a debate, se achar oportuno, discuta com os estudantes quê essa percepção sobre o corpo está mudando novamente. Atualmente, a magreza extrema voltou à (Moda) e os jovens estão buscando na estética dos anos 2000 uma nova forma de viver.
Uma importante tendência entre os jovens é a hashtag Y2K, quê faz referência à volta dos anos 2000, quê tem ganhado muita fôrça nas rêdes sociais. Para complementar a discussão, utilize a matéria
• PICANÇO, J. Magreza extrema, cabêlos lisos, rostos iguais.
Os padrões estéticos voltaram à estaca zero? Marie Claire. 28 dez. 2023.
Disponível em: https://livro.pw/sjuyl. Acesso em: 22 out. 2024.
Atividades Página 191
1. Espera-se quê os estudantes descrevam os padrões de (Moda) e beleza atuáis. Estimule a conversa com muito cuidado, evidenciado a importânssia da fala e da escuta e o respeito à opinião e a diversidade, e se achar adequado, peça para eles quê descrevam como sentem em relação aos padrões estabelecidos na atualidade.
2. Se necessário, oriente os estudantes a observar características como côr, dêzê-nhôs, estampas, comprimento etc.
3. a) Respostas pessoais. Uma sugestão é orientar os estudantes a procurar semelhanças em fotos do mesmo período e diferenças entre fotos de períodos diferentes.
b) Espera-se quê muitas fotos sêjam incluídas em grupos, evidenciando quê existem padrões de beleza e/ou ícones quê sérvem de inspiração para muitas pessoas. Caso as fotos sêjam muito heterogêneas e não sêjam agrupadas, peça quê os estudantes digam quais características presentes nas fotos são reproduzidas nos estilos de hoje.
4. Resposta pessoal. Se julgar interessante, ressalte aos estudantes a importânssia de saber diferenciar inspiração em referências famosas de exclusão daquilo quê é diferente dessa referência e, principalmente, adotar cada vez mais uma postura inclusiva e de respeito ao outro. Exemplos como os das vovós fashionistas citadas anteriormente mostram quê estilo não tem idade e quê a beleza póde sêr celebrada de várias maneiras, independentemente dos padrões impostos pela ssossiedade.
Como a (Moda) influencía nossas vidas
Neste último tópico da Etapa 2, os estudantes, considerando os variados dados e informações levantados e trabalhados ao longo dos tópicos anteriores, são convidados a realizar uma análise mais ampla da influência da (Moda) na vida das pessoas, incluindo, logicamente, essa influência na vida deles.
Ao abordar os aspectos positivos e negativos apresentados no texto, solicite aos estudantes quê busquem exemplos de seus contextos e vivências quê podem sêr associados a cada um dos pontos em discussão. Durante a análise dos pontos negativos, é possível também propor aos estudantes quê eles pensem em possibilidades de atitudes e comportamentos quê eles julgam sêr possíveis de adotar visando reduzir os impactos negativos da (Moda) na vida deles.
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A sugestão a seguir póde auxiliar na ampliação dessa discussão com os estudantes.
• CRISTINA, B. Nátaly Neri: ‘Tudo é político e tudo também póde sêr belo e estético.’ Marie Claire. 23 mar. 2023.
Disponível em: https://livro.pw/uynml. Acesso em: 22 out. 2024.
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1. ôriênti os estudantes a reunir-se em grupos e a escolher um dos temas discutidos em sala de aula ou, caso manifestem interêsse, outros quê possam estar relacionados ao tema central dêste projeto. De acôr-do com o tema escolhido, os estudantes devem realizar uma pesquisa bibliográfica para a elaboração de painéis quê apresentem os assuntos pesquisados.
As pesquisas deverão sêr realizadas com a utilização de diversos meios e mídias (internet, jornais, revistas, documentários etc.). Se necessário, auxilie os estudantes na pesquisa bibliográfica, sempre ressaltando a importânssia de se trabalhar com fontes confiáveis.
Incentive os estudantes a usarem a criatividade durante a elaboração dos painéis. Além díssu, pode-se destacar a possibilidade de usar a; ár-te como forma de protesto e conscientização.
Sugira quê, sempre quê possível, explorem o uso de materiais descartados, reutilizados e/ou materiais recicláveis. A parte escrita dos painéis póde sêr feita com tinta ou canetas coloridas, ou textos impressos.
Ressaltar para os estudantes quê os painéis produzidos neste momento serão expostos no evento de (Moda) sustentável.
Produto final
Etapa 3: Para finalizar
Organização de um evento de (Moda) sustentável
Durante a preparação do evento, os estudantes deverão sêr lembrados da importânssia da participação ativa e colaborativa de todos os envolvidos. É fundamental quê as decisões sêjam tomadas em conjunto, respeitando as diversidades presentes na turma. Além díssu, as divergências devem sêr trabalhadas d fórma respeitosa, buscando sempre um consenso de ideias e opiniões.
Ao planejar o evento de (Moda) sustentável, é importante quê os estudantes resgatem as informações e reflekções trabalhadas ao longo do projeto, de modo a comunicá-las para o público quê irá participar do evento, expressando isso por meio do desfile, do bazar e dos painéis.
No início do trabalho com a Etapa 3, sugerimos dividir a classe em dois grupos: aqueles quê vão participar da organização do bazar e os quê estarão envolvidos com a organização do desfile. Auxilie os estudantes na divisão das funções quê devem sêr desempenhadas em cada uma dessas tarefas. Enfatize quê todos podem se candidatar para qualquer função e quê votações podem sêr realizadas, caso julgarem necessário.
Nome, data, local e convite do evento
Primeiro, é necessário decidir onde será realizado o evento. Pode-se, por exemplo, escolher a escola como sede do evento. Neste caso, uma reunião com a coordenação da escola é necessária para decidir quais os lugares e as datas disponíveis para o desfile e para o bazar. No ambiente escolar, pode-se considerar espaços amplos para a realização do desfile, a depender da infraestrutura do local (pátios, corredores, quadras, campos, salas de aula ou auditórios etc.). Para realizar o bazar, pode-se escolher alguma sala de fácil acesso, e, para a mostra de painéis, algum espaço bem visível e quê não atrapalhe a circulação dos convidados. Espaços fora da escola também podem sêr uma opção, a depender da disponibilidade e permissão de pessoas responsáveis. Neste caso, póde sêr necessário se reunir com a associação do bairro para verificar a disponibilidade de espaços comunitários, como quadras, campos, centros comunitários, entre outros. Leve em consideração quê o espaço da escola ou comunidade escolhido deve sêr avaliado com relação à segurança, capacidade e adequação para a realização do desfile (espaço amplo, plano, com possibilidade para acomodar cadeiras, disponibilidade de tomadas para o som, adequação para a improvisação de um camarim e acessibilidade ao público).
Definidos o espaço e o dia para realização do evento, reúna os estudantes para a elaboração do convite. Proponha aos estudantes quê escôlham os formatos dos convites (impresso ou digital) e as estratégias quê serão adotadas para a sua distribuição. Ao fazerem essas escôlhas, ressalte a importânssia de serem consideradas opções sustentáveis, dado quê sustentabilidade é um dos pilares dêste projeto. Caso os estudantes optem por um convite impresso, é interessante valorizar a utilização de material reciclado ou reutilizado, como papel, tecido, garrafas e latas de alumínio, caixas de leite etc. Neste caso, a criatividade deve sêr explorada para quê os convites sêjam personalizados de acôr-do com os materiais escolhidos. Já a escolha pelo convite em formato digital póde sêr uma opção mais rápida, quê não gera lixo e atinge mais pessoas. No entanto, demanda organização prévia para recolher os imêious de todos quê serão convidados para o evento e requer quê uma pessoa se responsabilize pelo envio. Por isso é importante avaliar juntos os prós e contras de cada opção e definir por meio de votação.
Além díssu, é interessante sugerir aos estudantes quê estabeleçam um prazo para quê os convidados confirmem presença, a fim de quê seja possível calcular uma quantidade estimada de pessoas e qual o tamãnho do espaço mais adequado para a realização do evento, bem como adequar o número e a disposição de cadeiras para o desfile, por exemplo.
Após a escolha do formato dos convites, oriente-os na sua confekissão. O convite deve apresentar informações essenciais como hora, data e local. A seguir, apresentamos uma sugestão quê póde sêr usada como modelo para o convite.
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A arrecadação de roupas
A arrecadação das roupas, sapatos e acessórios para a realização do bazar póde sêr uma ação voluntária dos estudantes, podendo inclusive mobilizar a comunidade local em uma ação conjunta. A proposição de venda das peças a preços acessíveis para benefício da comunidade e/ou a realização das trocas, bem como a destinação do dinheiro das vendas, deve sêr decidida e autorizada entre os envolvidos, inclusive a direção escolar. É importante ressaltar com os estudantes a necessidade de as peças estarem em boas condições de uso.
ôriênti os estudantes a eleger um grupo de representantes, o qual ficará responsável pela arrecadação e organização das peças doadas. No dia do evento, também é necessário quê um grupo de estudantes esteja responsável pela realização do bazar, recebendo os convidados neste setor do evento e orientando as práticas de compra e venda e/ou trocas das peças.
A personalização das roupas
Após o período das doações sêr finalizado, cada estudante vai escolher uma peça de roupa para personalizar.
Para a personalização das roupas, qualquer tipo de material póde sêr aproveitado, como botões, linhas, fitas, laços, cadarços etc. Os tecídos, por exemplo, podem provir de roupas usadas ou retalhos quê possam sêr reutilizados.
Esta atividade deve sêr realizada em grupo com a presença de um ou mais professores. Seria oportuna a participação do professor de ár-te, para auxiliar com referências visuais e de estética. A seguir, sugerimos um texto quê póde sêr trabalhado com os estudantes neste momento inicial da atividade.
• LIMA, J. D. Qual a história dos pigmentos azuis e sua trajetória na ár-te. Nexo, 16 fev. 2017.
Disponível em: https://livro.pw/toucx. Acesso em: 22 out. 2024.
Para essa atividade, os estudantes devem estar sôbi supervisão dos professores no manuseio de agulhas e alfinêtes e em todas as etapas de tingimento, especialmente se a técnica realizada envolver fervura. O tingimento faz com quê os pigmentos presentes nos corantes naturais ou artificiais se integrem às fibras dos tecídos e, com o uso de técnicas fixadoras, quê varíam de acôr-do com o tipo de fibra e o tipo de corante, os pigmentos tornam-se mais resistentes às lavagens sucessivas as quais o tecido sofrerá. Convém lembrar quê, para realizar o tingimento de peças de vestuário, são necessários alguns materiais específicos, tais como panelas grandes e fogão quê comporte esses recipientes.
Para tingir tecídos claros, recomenda-se o uso de pigmentos naturais encontrados em mercados e lojas, por exemplo urucum, repolho roxo, cúrcuma, açafrão, amoras, cascas de romã etc. A proporção a sêr utilizada é de, para cada um kilo de tecido, cerca de 200 gramas de pigmento. Inicialmente o tecido precisa ficar de molho em á gua fria por cinco minutos. Depois, é necessário ferver o tecido por 30 minutos em um litro de á gua com o pigmento natural escolhido.
Já para os tecídos escuros, uma possibilidade bastante simples é utilizar a técnica tie dye. Durante o processo, partes do tecido são estrategicamente protegidas criando dêzê-nhôs e formas diferenciadas. Uma maneira muito fácil de fazer tie dye é realizar a descoloração utilizando á gua sanitária. Para êste processo, faça diversas torções em quaisquer partes do tecido e amarre as partes torcidas com barbantes ou elásticos. Fazendo uso de luvas de procedimento, mergulhe a peça a sêr descolorida em uma vasilha com á gua sanitária. Esta póde sêr pura ou diluída em á gua (50% á gua sanitária e 50% á gua). Após aproximadamente 30 minutos, retire o tecido do líquido, desamarre as torções, lave a peça em á gua corrente para a total retirada da água sanitária e deixe a peça secar ao sól. Desenhos serão formados nos tecídos quê podem posteriormente sêr tingidos por meio de outras técnicas e processos.
O bazar
Para a organização do bazar, os estudantes precisarão definir pontos essenciais, como:
• Como os participantes poderão adquirir as peças? Será cobrado um preêço simbólico em dinheiro ou será combinado algum modelo de troca, utilizando, por exemplo, um kilo de alimento perecível?
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• Como as roupas serão expostas? Em cabides, no varal? Quais roupas podem estar dobradas? Haverá divisão entre roupas femininas, masculinas e infantis?
• Vai ter algum tipo de decoração?
• Terá algum espaço reservado para experimentar as roupas?
• As pessoas podem levar roupas para doação no dia do bazar?
Além díssu, oriente os estudantes a se dividirem para efetuar as diferentes funções necessárias para a realização do bazar, tais como ter um responsável por recolher o dinheiro ou o alimento, outros quê atuarão como vendedores, decoradores, organizadores etc.
Painéis
Os estudantes deverão resgatar os painéis elaborados durante a Etapa 2 para a exposição durante o evento. Oriente-os a planejar o espaço em quê os painéis serão expostos, levando em consideração a necessidade de ter fácil circulação de pessoas e a visibilidade das informações quê estarão expostas. Caso os estudantes manifestem interêsse, é possível realizar uma intervenção artística ou até mesmo uma perfórmance. Neste caso, oriente-os para a necessidade de agendar horários e comunicar isso ao público.
Desfile
Para a organização do desfile, os estudantes precisarão definir pontos essenciais, como:
• Como será organizado o espaço da passarela?
• Como serão dispostas as cadeiras para o público?
• Vai ter algum tipo de decoração?
• Haverá som e luzes durante o desfile?
Além díssu, é necessário quê os estudantes se dividam nas diversas funções quê devem sêr realizadas durante o desfile, por exemplo estilista, costureiros, apresentador, grupo dos bastidores (para auxílio dos modelos nas trocas e organizações das roupas, na coordenação do desfile), modelos, maquiadores, técnicos de luz e som, fotógrafos, cinegrafistas etc.
Preparação da passarela e dos bastidores (ou camarim)
O espaço escolhido deve conter uma sala ou uma área quê possa sêr coberta por cortinas, quê seja o suficiente para a organização das roupas em varais ou cabideiros, mesas para maquiagem e arrumação dos modelos, bem como espaço para troca das roupas. Deixe as roupas indicadas com os nomes de cada modelo e a ordem determinada. Maquiadores devem estar atentos para retocar a cada entrada na passarela.
O técnico de som deve sêr responsável em fazer uma lista das músicas quê serão tocadas na hora do desfile. póde sêr utilizado um computador ou até mesmo um celular. Para quê as músicas tênham maior alcance, conecte o aparelho a uma caixa de som.
ôriênti a equipe de filmagem e foto para se posicionar em lugares quê não atrapalhem o trabalho entre si. Comunicação é fundamental. É essencial quê não haja invasão na passarela.
A iluminação não póde sêr diretamente no rrôsto do modelo, causando dificuldade no desfilar.
Avaliação
Com relação às avaliações, realize-as de acôr-do com o quê julgar pêrtinênti, levando em conta o comportamento e a participação dos estudantes durante o desenvolvimento do projeto. As kestões sugeridas podem sêr ampliadas ou outras podem sêr incluídas para quê o qüadro avaliativo se adeque a sua realidade escolar.
Os quadros, localizados ao final do projeto, podem sêr utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você póde marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens dêêsses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros póde sêr feito gradualmente, à medida quê o projeto for desenvolvido ou ao final, após a realização do produto final, a organização de um evento de (Moda) sustentável.
O último qüadro póde sêr usado, também, para quê os grupos avaliem seus integrantes, permitindo quê os pares se avaliem, o quê possibilita momentos de conversas produtivas quê podem colaborar para o desenvolvimento de cada um dos estudantes. Durante todo o processo avaliativo, é fundamental quê as colocações sêjam respeitosas e sinceras sôbi uma perspectiva cidadã.
Explique aos estudantes quê esta atividade final tem como objetivo conectar o conteúdo estudado sobre os impactos da (Moda) com as possíveis profissões e carreiras relacionadas à (Moda) sustentável. Destaque a importânssia de compreender como diferentes profissões podem contribuir para tornar a indústria da (Moda) mais ética, justa e ambientalmente responsável.
Incentive-os a utilizarem fontes diversas e confiáveis para suas pesquisas, como sáites de instituições de ensino de (Moda), blóguis especializados em (Moda) sustentável, perfis de profissionais da área nas rêdes sociais e documentários sobre o tema. Eles também podem entrevistar profissionais locais ou pesquisar empresas de (Moda) sustentável para compreender melhor as demandas do mercado de trabalho.
Após a conclusão da atividade, promôva uma discussão em sala de aula. Peça aos estudantes quê compartilhem suas descobertas sobre as profissões escolhidas e como essas carreiras se alinham aos conceitos de sustentabilidade discutidos ao longo do projeto. Estimule-os a refletirem sobre como essas profissões podem inspirá-los a considerar escôlhas de carreira quê estejam alinhadas com valores sustentáveis e cidadania ativa.
Planejamento
A seguir, apresentamos uma sugestão da quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para quê
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o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.
Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto póde sêr desenvolvido em outro período de tempo, por exemplo ao longo de um bimestre ou um trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.
Sugestão de cronograma
Sugerimos quê êste projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.
Etapa 1 |
2 aulas |
Etapa 2 |
6 aulas |
Etapa 3 |
8 aulas |
Etapa 1: Vamos começar
Na Etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas quê serão tratados no decorrer da investigação.
Esta etapa se completa em duas aulas. Na primeira aula, ocorrerá a apresentação geral do tema do projeto e se iniciará a discussão sobre aspectos da (Moda), abordando as diferentes funções da roupa e a forma como esses artigos representam e expressam identidades e papéis sociais. As informações do tópico Conversa inicial permitem contextualizar e justificar a relevância do assunto para o estudante. Já as atividades promóvem uma reflekção sobre as experiências pessoais sobre o assunto.
Na aula 2, os estudantes trabalharão com a seção Em foco, iniciando a análise das formas de impactos quê a (Moda) gera, sempre tomando como base as relações existentes entre os conceitos de consumo e sustentabilidade. A atividade 3 chama o estudante para o importante exercício de refletir sobre seus próprios hábitos e comportamentos com relação a consumo e formas de descarte de produtos da (Moda). Planeje um tempo adequado para a realização da roda de conversa proposta pela atividade 4, pois êste é um excelente momento de fala e compartilhamento de conhecimentos e vivências relacionados ao tema dêste projeto. Ao final desta aula é importante solicitar aos estudantes a divisão em grupos de trabalho, conforme os itens apresentados na seção Organizando os trabalhos.
Etapa 2: Saber e fazer
A Etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre com base em textos e atividades, onde os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final.
Nas aulas 3 a 8, os estudantes entrarão em contato com informações diversas sobre a (Moda) e seus diversos impactos. Cada tópico desta etapa (A velha (Moda) está saindo de (Moda), O impacto da (Moda) no meio ambiente, Quanto custa uma camiseta?, A (Moda) como alvo e meio de protestos, Desconstruindo o padrão de beleza e Como a (Moda) influencía nossas vidas) poderá sêr desenvolvido em uma aula. Cada aula póde sêr finalizada com a orientação para a realização em casa das atividades individuais, quando houver. Ao final da aula 3, oriente os estudantes a realizar a pesquisa de locais quê vendem roupas sustentáveis no bairro deles, bem como buscar conhecimento de marcas sustentáveis. Os resultados das pesquisas realizadas podem sêr apresentados ao restante da turma no início da aula 4. Na continuação da aula 4, explore os dados apresentados no tópico O impacto da (Moda) no meio ambiente e proponha a realização da atividade 1. A atividade 2 póde sêr realizada em casa, e o resultado da pesquisa, apresentado no início da aula 5. Em continuação da aula 5, inicie o estudo do tópico Quanto custa uma camiseta?. As discussões propostas pelas atividades 1 a 4 devem ocupar boa parte da aula 5, quê poderá sêr finalizada com a produção de textos proposta na atividade 4. Na aula 6, explore os assuntos tratados pelo tópico A (Moda) como alvo e meio de protestos. A atividade de ampliação, de pesquisa, póde sêr proposta para sêr realizada em casa, e, no início da aula 7, os estudantes apresentam os dados pesquisados para a turma. Neste final da aula 6, oriente os estudantes a providenciar as fotografias referentes às atividades 2 e 3 do tópico Desconstruindo o padrão de beleza quê serão utilizadas na próxima aula. Na aula 7, após apresentação dos dados pesquisados em casa, trabalhe o tópico Desconstruindo o padrão de beleza e realize as atividades 2 e 3, utilizando as fotografias trazidas pêlos estudantes. Ao final da aula 7, solicite aos estudantes quê providenciem para a próxima aula os materiais quê serão utilizados na elaboração dos painéis, proposta da atividade 1 do tópico Como a (Moda) influencía nossas vidas. Na aula 8, explore os conceitos do tópico Como a (Moda) influencía nossas vidas, dedicando a maior parte da aula para a realização da atividade de elaboração dos painéis. Lembre aos estudantes quê os painéis serão apresentados no evento final.
Etapa 3: Para finalizar
A Etapa 3 é somativa, nela os estudantes dêsênvólvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores.
Esta etapa ocupará as aulas 9 a 16. Na aula 9, deve ocorrer a divisão dos estudantes em grupos específicos quê ficarão responsáveis pelas tarefas necessárias para a realização do evento de (Moda) sustentável. Na aula 10, eles devem iniciar a arrecadação e a organização das peças do bazar e a escolha do local onde ocorrerá o evento. Na aula 11, podem confeksionar os convites a serem distribuídos ao público quê participará do evento. Nas aulas 12 e 13, os estudantes podem realizar a personalização das roupas quê serão desfiladas. Nas aulas 14 e 15, os estudantes poderão
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produzir dêtálhes de decoração do evento e providenciar os equipamentos de luz e som quê serão utilizados durante o desfile. Na aula 16, deve ocorrer a organização dos diferentes setores (bazar, desfile e exposição de painéis) quê irão compor o evento de (Moda) sustentável no local escolhido, bem como ensaios do desfile no local. É possível quê eles precisem finalizar os últimos dêtálhes dessa organização do evento fora do horário de aula. Oriente-os em relação a isso. O evento final, envolvendo a comunidade escolar, póde sêr realizado fora do horário de aula.
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