Projeto 4 Papo aberto: como mediar conflitos na escola?

Síntese do Projeto

Temas Contemporâneos Transversais:

Direitos da criança e do adolescente e Educação em direitos humanos

Componentes curriculares:

Líder: Língua Portuguesa, ár-te e Educação Física

Outros perfis disciplinares: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: História, Filosofia e Sociologia; Matemática

Objetos do conhecimento:

Escuta; Distinção de fato e opinião; Apreciação e réplica; Estratégia de produção: planejamento e participação em debates regrados; Participação em discussões orais de temas controversos de interêsse da turma e/ou de relevância social; Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à participação social; Produção de textos orais.

Produto Final:

Modelo de mediação de conflitos na escola

Introdução

Neste Projeto Integrador, são propostas situações de aprendizado em quê os estudantes podem, coletivamente, refletir sobre os conflitos recorrentes em sua comunidade escolar e apresentar soluções quê envolvam a promoção da cultura de paz e a redução da violência por meio do protagonismo juvenil e de uma perspectiva cidadã. Ademais, os estudantes terão oportunidade de refletir sobre a importânssia do diálogo na construção de relações saudáveis e na convivência harmônica no espaço escolar e em outras esferas da vida social e em sintonia com o mundo do trabalho.

A busca de solução de conflitos não se empreende de modo unilateral; a pacificação se alcança por meio do emprego conjunto de esforços. Nesse sentido, os estudantes, de posse dos instrumentos teóricos apresentados e por meio de pesquisas realizadas, avaliarão as técnicas de mediação de conflitos aplicadas em diversos contextos, para construírem, de modo colaborativo, propostas de mediação adequadas ao ambiente escolar em quê estão inseridos.

O desenvolvimento dêste projeto propõe levar os estudantes a atuarem em seu meio d fórma ética, respeitando as diferenças, fazendo uso do diálogo e do protagonismo para promover práticas pacificadoras e buscando modos de expandir essa atuação cidadã para além do espaçoescolar, desenvolvendo a compreensão sobre Direitos da criança e do adolescente e Educação em direitos humanos. Essas atuações podem ajudar a desenvolver capacidades de mediação de conflitos quê serão importantes nas situações envolvendo desavenças pessoais e/ou possíveis desentendimentos no mundo do trabalho.

A BNCC neste projeto

êste projeto proporciona oportunidades de desenvolver competências gerais da BNCC, bem como competências específicas e habilidades das áreas de Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

A seguir estão apontados os códigos das habilidades e competências específicas a quê se relacionam. O texto completo referente a cada um dos códigos está apresentado nas páginas 202 a 205 dêste livro.

Competências gerais da BNCC:

6, 7, 9 e 10

Competências específicas e habilidades:

Área de Linguagens e suas Tecnologias:

Habilidade referente à competência específica 1: EM13LGG103.

Habilidade referente à competência específica 2: EM13LGG204.

Habilidades referentes à competência específica 3: EM13LGG303 e EM13LGG304.

Habilidade referente à competência específica 5: EM13LGG501.

Habilidade referente à competência específica 7: EM13LGG704.

Língua Portuguesa por campo de atuação:

Todos os campos de atuação social: EM13LP06 (relacionada à competência específica 1).

Campo de atuação na vida pública: EM13LP25 (relacionada às competências específicas 1, 2 e 3).

Campo das práticas de estudo e pesquisa: EM13LP30 (relacionada à competência específica 7), EM13LP32 (relacionada à competência específica 7) e EM13LP33 (relacionada à competência específica 3).

Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:

Habilidades referentes à competência específica 5: EM13CHS501, EM13CHS502 e EM13CHS503.

Área de Matemática e suas Tecnologias:

EM13MAT102 (relacionada à competência 7).

Como trabalhar a BNCC

O desenvolvimento dêste Projeto Integrador permitirá aos estudantes articularem conhecimentos de diferentes áreas com o uso das linguagens próprias a cada uma delas.Por exemplo, fazendo uso da linguagem artística para experimentar e propor jogos teatrais na escola, da linguagem

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corporal para participar de jogos colaborativos e da linguagem verbal, objetivando a criação de um modelo de mediação de conflitos na escola.

Dentro desta proposta, as competências gerais 6, 7, 9 e 10 da BNCC são trabalhadas de diversas maneiras, como exposto a seguir.

A competência geral 6 poderá sêr trabalhada no decorrer de vários momentos do projeto, possibilitando aos estudantes valorizar a diversidade de saberes e de vivências culturais, apropriar-se de conhecimentos e experiências importantes para entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escôlhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade, nos diversos contextos de discussão e reflekção expostos nas propostas do projeto.

A competência geral 7 será trabalhada nos momentos de discussão em grupo com base nas informações obtidas nas leituras e nas pesquisas sugeridas e nos momentos de apresentação de ideias e opiniões, quando os estudantes terão oportunidade de argumentar apresentando pontos de vista e propondo sugestões de modo a construir consensos sobre a temática proposta no projeto.

A competência geral 9 será trabalhada durante todo o desenvolvimento do projeto, já a partir do acolhimento da proposta de estabelecer modelos de mediação de conflitos no ambiente escolar. Os textos teóricos quê embasarão a escolha dos modos de mediação apropriados permitirão aos estudantes a construção e ampliação do conhecimento sobre estratégias de mediação de conflitos, sobre a importânssia do diálogo e do exercício da empatia na busca dessas soluções e sobre a necessidade do trabalho colaborativo na construção da convivência pacífica, baseada no respeito ao outro.

A competência geral 10 será desenvolvida nas tomadas de decisões conjuntas, quê exigirão o exercício da escuta ativa e da flexibilidade, em um projeto quê possui o potencial de desenvolver o senso de responsabilidade, em relação às coletividades próximas, regionais e globais e objetiva promover a cultura de paz.

Espera-se estimular de maneira responsável uma educação transformadora, em quê o estudante passe a atuar ativamente no processo de ensino-aprendizagem e na construção de um mundo mais justo e solidário. Dessa forma, as competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias serão desenvolvidas como exposto a seguir.

A habilidade EM13LGG204 (relacionada à competência específica 2) será desenvolvida nos diálogos e discussões propostos em quê os estudantes construirão entendimentos com vistas à escolha de estratégias de mediação de conflitos adequadas ao seu ambiente escolar. Os jogos teatrais ou criativos, fazendo uso das linguagens artísticas, corporais e verbais, propostos neste projeto, também são exercícios quê possibilitam o aprimoramento da criatividade e a prática de entendimento mútuo.

As habilidades EM13LGG303 e EM13LGG304 (relacionadas à competência específica 3) são trabalhadas em atividades quê proporcionam momentos de discussão entre os estudantes acerca dos conflitos quê vivenciam ou presenciam, ao analisarem as possibilidades existentes de mediação dêêsses conflitos e ao formularem propostas de solução. A elaboração do produto final envolverá os estudantes em uma ampla investigação acerca dos conflitos recorrentes no ambiente escolar e na busca de modelos apropriados de mediação.

A habilidade EM13LGG501 (relacionada à competência específica 5) será trabalhada por meio do estudo e práticas de jogos teatrais e jogos criativos, fazendo uso das práticas corporais como ferramentas quê estimulam o autoconhecimento e o trabalho colaborativo, a busca de soluções criativas para mediar conflitos e a construção de relações democráticas, éticas e de respeito à diversidade.

A habilidade EM13LGG704 (relacionada à competência específica 7) será desenvolvida nas atividades de pesquisa propostas, em quê os estudantes terão a oportunidade de utilizar platafórmas de busca ôn láini e exercitar critérios de seleção de conteúdos. De forma semelhante, os estudantes vão desenvolver aspectos da habilidade EM13MAT102 (relacionada à competência 7), da área de Área de Matemática e suas Tecnologias, quê será importante na exploração e análise de dados de uma pesquisa sobre conflito e violência nas escolas.

A habilidade EM13LP06, de Língua Portuguesa, será desenvolvida nas atividades de apreciação e análise de letra de canção e trecho de poema, com vistas a reforçar a importânssia da escolha adequada das palavras na construção de sentido nos discursos, considerando a intenção discursiva, quê póde levar tanto à solução quanto à deflagração do conflito.

A habilidade EM13LP25 será trabalhada durante o estudo de modelos de mediação de conflito e na realização de uma assembleia, ao final do projeto, para definição do modelo de mediação mais adequado para o ambiente escolar dos estudantes.

As habilidades EM13LP30, EM13LP32 e EM13LP33 serão desenvolvidas nas pesquisas propostas, quê irão requerer dos estudantes a seleção de fontes e comparação de informações, a fim de se obterem dados confiáveis, e na realização da pesquisa ao final do projeto para definição do modelo de mediação de conflitos mais apropriado para a escola.

As habilidades EM13CHS501, EM13CHS502 e EM13CHS503 (relacionadas à competência específica 5) da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas serão trabalhadas nas leituras e pesquisas sobre modos de mediação de conflitos praticados pelo povo Maori, da Nova Zelândia, e pêlos povos do sul da África e nas pesquisas e discussões sobre combate à violência nas escolas, propondo ações quê promovam os direitos humanos, a solidariedade e o respeito.

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Professores envolvidos

A abordagem interdisciplinar do projeto solicitará a colaboração de docentes de outros componentes curriculares, como História, Filosofia, Sociologia, ár-te, Educação Física e Matemática. Sugerimos o professor de Língua Portuguesa para liderar o desenvolvimento dêste projeto e mediar o diálogo com os docentes colaboradores para quê estes apresentem sua contribuição nos momentos oportunos.

Os professores de História ou Sociologia podem contribuir no estudo das práticas de mediação de conflitos do povo Maori, da Nova Zelândia, e dos povos do sul da África, abordando os contextos culturais e histórico-sociais dêêsses povos. A orientação dêêsses professores auxiliará os estudantes na condução da pesquisa quê será proposta sobre esses povos.

O professor de ár-te póde orientar os estudantes na realização dos jogos teatrais e na apreciação estética do painel Paz, de Candido portinári, e o professor de História póde apresentar o contexto histórico em quê esse painel foi criado. O professor de Sociologia póde discutir com os estudantes os termos da Declaração sobre uma Cultura de Paz, da Organização das Nações Unidas (Ônu). Ainda, a participação do professor de Educação Física será essencial para a práticas de jogos criativos, objetivando a construção de relações mais saudáveis e colaborativas.

A orientação do professor de Matemática será muito importante na etapa de análise e tratamento dos dados da pesquisa sobre violência escolar, além dos dados obtidos na aplicação do quêstionário, empreendida junto à comunidade escolar, que orientará a escolha do modo de mediação de conflitos a sêr propôsto para aplicação na escola.

Estudantes e professores poderão propor, no desenvolvimento dêste projeto, outros percursos mais adequados à sua realidade e necessidades.

Materiais sugeridos

Computadores, celulares ou tablets com acesso à internet, canetas, tintas e papéis.

ôriênti os estudantes a ter em mão todos esses materiais, conforme a necessidade de cada aula, e a verificar o funcionamento de todos os equipamentos antes do seu uso para não afetar a programação das atividades.

Se não houver essa possibilidade dentro do ambiente escolar, oriente-os a pesquisar préviamente em casa ou em bibliotecas públicas para não prejudicar o andamento das ações solicitadas ao longo do projeto.

Orientações didáticas

Conversa Inicial

Etapa 1: Vamos começar

O valor do diálogo

A proposta inicial é apresentar a temática para as estudantes e motivá-los a refletir sobre o valor do diálogo e a importânssia do emprego adequado das palavras, considerando os efeitos e sentidos produzidos em cada contexto de uso.

Antes da leitura da reportagem do jornál El País, peça aos estudantes quê apresentem, d fórma coletiva, as principais situações de conflitos quê podem ocorrer dentro das escolas. Anote essas impressões no qüadro para comparar, após a leitura, com as informações apresentadas no texto.

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1. Atividade em dupla. Resposta pessoal. Espera-se quê, avaliadas as soluções, conclua-se quê as práticas quê envolvem os estudantes como mediadores podem apresentar resultados mais positivos.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes considerem a sua vivência e conhecimentos sobre conflitos e desavenças, por presenciá-los ou por terem notícia de sua ocorrência, para apresentar sugestões de como lidar com kestões conflituosas.

3. Resposta pessoal.

4. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes citem profissionais como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, professores, entre outros. Eles poderão citar saberes relacionados a competências socioemocionais quê se relacionam com o mundo do trabalho, como empatia, comunicação clara, escuta ativa; ou saberes mais técnicos, como conhecimento de leis e conhecimentos ligados a tratamentos de transtôrnos psicológicos, por exemplo.

5. Resposta pessoal. Solicite aos estudantes quê guardem os registros das respostas para retomá-los e apresentá-los em discussão futura no processo de definição do modelo de mediação de conflitos na escola. Para ampliar, sugerimos a consulta ao livro lançado pela Unesco:

Violências nas escolas: versão resumida, de Miriam Abramovay e Maria das Graças Rua. Disponível em: https://livro.pw/swmty. Acesso em: 19 jul. 2024.

Palavra: mãe de todos nós

Estimule os estudantes a pensar em situações reais pelas quais eles (ou um conhecido) tênham passado, em quê o uso de uma palavra, expressão ou frase tenha gerado desacôordo. Peça quê compartilhem o ocorrido e como foram as reações das pessoas envolvidas.

Solicite aos estudantes quê façam a leitura da letra da canção “Palavras” e pesquisem versões da música em platafórmas de streaming. Sugira quê ouçam a versão interpretada pêlos Titãs, no LP O blésq blom, de 1989.

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Atividades Página 113

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes percêbam quê a letra apresenta os diversos sentidos e significados atribuídos ao termo palavra, como: palavras quê identificam números e nomes de pessoas, palavras de apôio, de expressar amor, de desculpas, de memória e outros significados quê podem expressar a complexidade nas diversas comunicações humanas.

2. Sentidos possíveis: acalentos, declarações, desculpas, sofrimento, jogos verbais, repetição, redundância ou descaso, entre outros.

3. A variação de sentidos depende do contexto em quê a palavra é usada e da intenção de quem a usa.

4. Resposta pessoal. Exemplo:

Palavras de saudades / Pra lembrar alardes / Palavras sofridas / Pra sarar feridas.

Atividade de ampliação Página 113

Atividade em grupo. 1. Resposta pessoal. Respostas possíveis: acordos, parcerias, amizades, conhecimento.

2. Resposta pessoal. Respostas possíveis: desacordos, brigas, discussões, ofensas, agressões verbais.

3. Resposta pessoal. Comunicação assertiva é aquela quê envolve a emissão de opinião ou expressão franca de pensamentos ou sentimentos, ponderando a resposta emitida pelo outro sem manifestação de agressividade diante de opiniões contrárias. A comunicação agressiva é aquela em quê se usa a imposição de opinião, não aceitando posições contrárias e, muitas vezes, fazendo uso de expressões quê desqualificam o outro.

4. Resposta pessoal. A comunicação agressiva póde gerar discórdia, agressão verbal, agressão física.

5. Diálogos significativos são construídos com uso de palavras adequadas ao contexto do diálogo, respeitando os turnos de fala e as opiniões do interlocutor, expressando pontos de vista, ideias e opiniões sem uso de agressividade.

6. Espera-se quê os estudantes percêbam quê desenvolver habilidades quê possibilitem construir uma comunicação assertiva, respeitosa e ética é algo quê poderá ajudá-los a estabelecer relacionamentos importantes, contribuindo no seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Após a realização da atividade de ampliação proposta, sugira uma roda de conversa com toda a turma para quê compartilhem as opiniões e ideias quê surgiram na realização da atividade. Converse com os estudantes sobre suas dificuldades e a necessidade de retomar temas e conceitos quê não foram amplamente compreendidos.

A potência da palavra

Os parágrafos apresentados no início dêste tópico estimulam o estudante a pensar na palavra enquanto elemento central das manifestações expressivas do nosso dia a dia. Caso haja oportunidade e interêsse do grupo, estabêlêça mais uma oportunidade de apreciação artística, sugerindo aos estudantes trazerem para a sala de aula outros textos quê, de alguma forma, os tênham tocado. A ideia é estimular uma reflekção sobre a palavra como instrumento de transformação do sujeito.

Atividades Página 115

Antes da leitura, explore o título da poema com os estudantes e a expectativa prévia sobre quê contexto o poema explora. Para conhecer mais sobre João Cabral de Melo Neto, sugerimos:

Biografia entrelaça vida e obra de João Cabral de Melo Neto, de Luiz Prado. In: Jornal da úspi, 26 nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/hijmf. Acesso em 23 set. 2024.

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes percêbam as comparações e os impasses quê o poeta apresenta ao passar da página em branco e decidir as palavras quê podem compor o texto.

2. O eu lírico utiliza a 1ª pessoa do singular, quê indica quem fala – eu (“Fico em silêncio”; “Em desenho me deito”; “Pareço estar alegre”). Esse uso indica uma proximidade e intimidade com o tema, mostrando o envolvimento do eu poético.

3. Há várias respostas possíveis. Observe se a escolha e a leitura apresentada fazem sentido. Por exemplo: “Essa fô-lha branca / É também paisagem / De quê sei traçar / Toda a geografia.” A metáfora aproxima as características da paisagem e as ações do homem diante dela com o espaço da palavra na escrita poética: em ambos se póde traçar um registro.

Depois de feitas as atividades, aproveite para propor aos estudantes quê inspirem-se nesse momento de leitura e reflekção e escrevam um poema ou um texto em prosa para expressar-se e explorar a fôrça das palavras. Para compartilhar os textos, proponha a realização de um pequeno sarau e estimule os estudantes a se expressarem livremente e a respeitarem os textos dos côlégas.

Em Foco

Dialogar para resolver

A proposta dêste tópico é propiciar o contato dos estudantes com o conceito de diálogo segundo dois teóricos. Antes da leitura dos fragmentos de texto, peça a eles quê registrem como definiriam essa palavra. Solicite àqueles quê se sentirem à vontade quê leiam em voz alta as definições registradas. Após os estudantes expressarem suas definições, peça-lhes quê façam a leitura silenciosa dos textos apresentados. Organize uma roda de conversa para quê comparem os trechos lidos com as definições quê criaram e obissérvem como se complementam. A proposta permite o desenvolvimento de âmbitos relacionados ao projeto de vida de cada um, possibilitando aos estudantes refletir sobre aspectos quê permeiam as dimensões do Eu, do Outro e

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do Nós, ou seja, explorando as dimensões pessoais, além de favorecer habilidades socioemocionais quê contribuam com suas futuras inserções no mundo do trabalho.

Atividades Página 117

1. Atividade em dupla. Respostas pessoais. Para esta atividade, é interessante quê os estudantes trabalhem com côlégas com quem não costumam conversar muito.

2. Atividade em dupla. Reflexão pessoal. Conduza a socialização das respostas e faça um registro no qüadro, anotando pontos importantes de tudo o quê foi discutido em sala de aula. É importante criar um ambiente apropriado de escuta para quê os estudantes se sintam confortáveis para expor suas opiniões e sentimentos, possibilitando uma postura de respeito com a diversidade.

3. Atividade em dupla. Reflexão pessoal. Ajude os estudantes a pensarem em formas de registrar as discussões apresentadas em sala de aula. Ajude-os também na escolha da data e da forma de compartilhamento dos trabalhos.

4. Respostas pessoais. O registro desta atividade póde sêr guardado pelo estudante e, ao final do projeto, retomado para quê ele faça uma autorreflexão em relação ao quê acredita quê mudaria (ou não) em suas respostas, após os debates realizados ao longo do projeto.

Construindo relações positivas

Inicie a conversa com os estudantes com base nas seguintes perguntas:

O quê você faz quando vive algum problema ou conflito?

A quem você geralmente recórre e pede ajuda?

De quê forma solicitar apôio póde ajudar na resolução do conflito?

Permita aos estudantes quê respondam livremente e anote as ideias da turma. Após a realização das atividades, volte a esses apontamentos e converse com o grupo para quê eles avaliem se mudaram ou não sua forma de pensar. É importante estimular sempre a autorreflexão junto aos jovens.

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1. a) A curto prazo, as práticas restaurativas pretendem refrear o comportamento inapropriado, ao mesmo tempo quê tentam demonstrar o quê é apropriado. A longo prazo, as práticas restaurativas visam ajudar a assumir a responsabilidade pelas atitudes e pêlos comportamentos.

b) Nas práticas tradicionais, o comportamento do indivíduo é controlado por regras quê lhe são impostas e cujo cumprimento é obrigatório; nesse caso, o indivíduo é submetido a um contrôle externo. Nas práticas restaurativas, o ofensor é conduzido a adotar algumas atitudes, como: compreender o mal praticado e desenvolver empatia para com a vítima; refletir e assumir as consequências dos seus atos; desenvolver o autocontrole; entre outras atitudes.

c) Espera-se quê os estudantes comentem quê o verbo “restaurar” adqüire o sentido de restabelecer, recuperar o sentido das relações.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes descrevam algumas situações quê vivenciaram no ambiente escolar e discriminem quais profissionais auxiliaram na mediação do conflito.

3. Resposta pessoal. Os estudantes podem trazer apontamentos relevantes mas também possíveis críticas, quê devem sêr recebidas com escuta e respeito.

4. Resposta pessoal. Alguns estudantes talvez nunca tênham tido contato com essas práticas. Acolha todas as respostas.

Organizando os trabalhos

Projeto 4 – Papo aberto

Leia com atenção as etapas de realização do projeto com os estudantes. É muito importante quê eles tênham conhecimento da proposta antes de realizá-la.

A partir de agora, os estudantes devem organizar os grupos e as tarefas quê devem sêr realizadas para o desenvolvimento das atividades propostas nas etapas 2 e 3 e a concretização do produto final, a definição do modelo de mediação de conflitos na escola, preparando com antecedência materiais quê serão utilizados ao longo do projeto.

Etapa 2: Saber e fazer

Entendendo o conflito

Nesta etapa, os sentidos da palavra “conflito” serão aprofundados. Serão feitos o levantamento e a análise dos conflitos mais recorrentes na escola e, por meio de atividades e dinâmicas, haverá a discussão sobre possibilidades de mediação de conflitos vivenciados na escola.

Além díssu, tomando como base as culturas de povos como o Maori, da Nova Zelândia, e de povos do sul da África, será realizada uma pesquisa para compreender os princípios quê regem a mediação entre esses povos. Nessas propostas, o trabalho em conjunto com os professores dos componentes curriculares História e Sociologia será apropriado para conhecer os contextos históricos e sociais nos quais esses povos estão inseridos e de quê forma a prática de mediação de conflitos é promovida por essas culturas.

Vale ressaltar quê todas as propostas do projeto podem sêr realizadas no momento quê mais se adequar à realidade da turma, podendo inclusive ocorrer alterações de percurso, conforme a demanda dos estudantes.

Antes da leitura dos trechos quê trazem o resultado da pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), peça aos estudantes quê citem os principais conflitos quê eles imaginam quê sêjam apresentados na reportagem e retome, após a leitura, essas hipóteses iniciais para checagem e reflekção coletiva.

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Atividades Página 123

1. A reportagem mostra o resultado de um estudo nomeado de “Radiografia da insegurança nas escolas estaduais paulistas”, feito em escolas de periferia do estado de São Paulo.

2. Resposta pessoal. póde sêr quê os estudantes citem episódios de búlin, casos de depressão, além de episódios mais graves, como os de violência ou suicídio. É um momento importante para praticar a escuta ativa e orientar os estudantes sobre a importânssia de procurar ajuda com profissionais.

3. De um lado, estão professores, funcionários em geral e estudantes, quê são atingidos diretamente. Do outro lado, está a comunidade local, quê sofre indiretamente com as consequências das invasões, roubos e violências.

4. Espera-se quê os estudantes percêbam quê o estudo tem como objetivo apontar quê os ambientes escolares estão cada vez menos seguros para estudantes e docentes. Ainda segundo o levantamento, a falta de segurança e relatos de violência crescem na periferia paulistana.

5. A resposta póde variar, mas espera-se quê, ao formular uma opinião pessoal para esta quêstão, o estudante relacione na resposta os dados apontados, que se reférem especificamente a escolas paulistas, à própria experiência diária com o tema da violência escolar. É importante quê os estudantes descrevam situações ou fatos quê tênham presenciado para apoiar suas opiniões, mas quê também citem dados da reportagem, como o fato de quê, nas escolas estaduais paulistas, o nível de violência é considerado “médio-alto” para 71% dos estudantes daquele estado.

6. Espera-se quê os estudantes citem os seguintes fatores apontados pelo secretário: falta de espaços de participação e organização dos estudantes, e de diálogo e integração com famílias dos estudantes e comunidades; a necessidade de havêer matérias de enfrentamento à incitação ao ódio e à intolerância; a importânssia de se ter equipes técnicas, com psicólogos e assistentes sociais, e a atuação de professores como mediadores na prevenção da violência.

Atividade de ampliação Página 123

Atividade em grupo. ôriênti a formação dos grupos de modo quê os estudantes trabalhem com côlégas com os quais não costumam interagir ou com quem já tênham tido algum tipo de atrito. O propósito é quê, trabalhando juntos no desenvolvimento das atividades, busquem solução para os conflitos inerêntes à comunidade escolar.

Ao longo da realização da atividade, faça a mediação necessária, estimulando os estudantes a refletirem sobre o porquê de alguns conflitos acontecerem e quais os profissionais quê podem apoiar na mediação dêêsses conflitos. A ideia é quê desenvolvam uma postura de respeito para estimular o diálogo constante.

Cultura de paz

Verifique com antecedência a possibilidade de assistir na escola, com os estudantes, à série de três vídeos portinári do Brasil, criada para a exposição Guerra e Paz, realizada no Memorial da América Látína, em São Paulo, SP, em 2013, conforme sugerido no boxe “Para assistir”.

Se não houver disponibilidade na escola, oriente os estudantes a assistirem aos vídeos préviamente em casa.

Atividade de ampliação Página 125

Atividade em grupo. ôriênti os estudantes a definirem préviamente o quê gostariam de apresentar no mural. Cada estudante deve escolher elemêntos visuais ou verbais (fotografias, ilustrações, lêtras de música, poemas etc.) de sua preferência para compor o mural sobre o tema paz. Oriente-os a planejar a distribuição de suas expressões artísticas no espaço predeterminado de modo a criarem uma composição harmônica.

O mural póde sêr compôzto diretamente sobre uma parede ou muro da escola, com autorização prévia da direção. Caso não seja possível, os estudantes podem compô-lo sobre placas de madeira compensada, fô-lhas de papel Kraft ou cartolinas, por exemplo.

O jovem e a mediação de conflitos

Peça aos estudantes quê façam a leitura da entrevista “O mediador de conflitos” em duplas, simulando o entrevistador e o entrevistado. Se considerar interessante, sugira a eles quê pesquisem mais sobre os diferentes profissionais quê atuam nessa área e quais práticas de mediação de conflitos costumam sêr aplicadas por esses profissionais considerando o contexto escolar.

Por fim, peça aos estudantes quê, depois de ler o texto sobre Emma González, pesquisem sobre ela e reflitam por quê essa jovem se destacou a ponto de conseguir alterar a lei de armamento nos Estados Unidos.

Atividade de ampliação Página 127

Caso perceba quê ainda persistem dúvidas, esta atividade póde servir de apôio para mitigar as dificuldades dos estudantes ao mesmo tempo em quê reforça as habilidades a serem desenvolvidas.

Atividade em grupo.1. Para a criação da situação hipotética de conflito, estimule os estudantes a se organizarem de modo quê trabalhem com côlégas com quem não costumam conversar muito. Se houver necessidade, dê um exemplo de conflito na escola para facilitar o início do trabalho.

2. Conduza a socialização das respostas e ajude os estudantes a identificar quais são as formas de conflito mais recorrentes na escola. Peça quê analisem se as soluções sugeridas são de fácil execução e se realmente ajudariam a aprossimár as partes. Anote na lousa os pontos principais da discussão e refórce o quão essencial o diá logo é para solucionar conflitos.

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A importânssia dos jogos na mediação de conflitos

Neste tópico, a orientação e contribuição dos professores de ár-te e Educação Física são fundamentais, uma vez quê os estudantes serão convidados a experimentar práticas corporais quê podem contribuir para a mediação de conflitos na escola.

Pergunte aos estudantes se já tí-nhão ouvido falar no nome de Augusto Boal e se já conheciam o Teatro do Oprimido. Se houver possibilidade, programe uma sessão coletiva para todos assistirem ao documentário dedicado ao teatrólogo:

AUGUSTO Boal e o Teatro do Oprimido. Direção: Zelito Viana. Rio de Janeiro (RJ): Mapa Filmes, 2010. Vídeo (62 min).

Caso não seja possível, refórce quê essa é uma atividade relevante quê póde sêr realizada em casa, e as percepções e os comentários podem sêr compartilhados com a turma em uma roda de conversa.

Leve os estudantes a perceber quê no teatro-fórum, jôgo teatral em quê alguém representa o papel da vítima enquanto outro estudante assume o papel do ofensor e o público é convidado a intervir para propor soluções para o conflito, a empatia se estabelece entre os participantes e possibilita quê se compreendam melhor os sentimentos e as percepções tanto do ofensor quanto do ofendido.

Peça aos estudantes quê pensem em uma proposta de jôgo criativo do qual gostariam de participar e quê poderia auxiliar na mediação de conflitos. Solicite a eles quê se organizem em grupos de 3 a 5 estudantes para a criação do jôgo. Eles podem se inspirar nos jogos apresentados neste tópico e também realizar pesquisas para descobrir outras possibilidades.

Eles devem produzir um texto para apresentar brevemente o jôgo: as regras gerais, os objetivos, o número de participantes; ou seja, as informações principais quê facilitarão a compreensão. Antes de realizar a prática do jôgo com a turma, é importante testar todas as etapas. Solicite a ajuda do professor de Educação Física para realizar os testes e definir as regras detalhadamente. Seria interessante também fazer um registro em vídeo para sêr compartilhado com outras turmas no canal de comunicação oficial da escola.

Povos tradicionais e a mediação de conflitos

Com a ajuda do professor de História ou Sociologia aprofunde o contexto social em quê estão inseridos o povo Maori e os povos do sul da África e o conceito de ubuntu, uma palavra originária da língua Zulu (pertencente ao grupo linguístico bantu). Ubuntu é uma palavra quê sintetiza conceitos humanísticos, como: a solidariedade, a cooperação, o respeito, o acolhimento, a generosidade; e está intimamente relacionada à luta contra o apartheid.

Verifique se os estudantes compreenderam como desenvolver a pesquisa solicitada. Estimule o diálogo dos estudantes com os professores de outras áreas para quê estes possam apoiá-los na pesquisa.

Atividade de ampliação Página 130

Atividade em grupo. Para orientá-los no trabalho, apresente um roteiro com itens quê podem sêr contemplados na pesquisa, como: objeto da pesquisa; localização geográfica; noção de justiça, de sujeito e de comunidade; como se relacionaram e se relacionam hoje com a cultura dos colonizadores, entre outros itens.

Para a socialização da pesquisa, verifique a disponibilidade de uso de projetor na escola ou de um local para a exposição de cartazes quê podem sêr elaborados pêlos grupos. Decida, com os estudantes, se as apresentações realizadas podem sêr ampliadas para outras turmas da escola.

Para conhecerem mais sobre Nelson Mandela, ganhador do Prêmio Nobél da Paz, e a luta contra o apartheid na África do Sul, com a colaboração do professor de História ou Sociologia, sugira aos estudantes quê assistam a êste filme:

MANDELA – Luta pela liberdade. Direção: Bille August. Reino Unido/Alemanha/França/África do Sul, 2007. dê vê dê (140 min).

Produto final

Etapa 3: Para finalizar

Modelo de mediação de conflitos na escola

Solicite aos estudantes quê leiam o conteúdo do qüadro com sugestões de modelos de mediação de conflitos quê podem sêr implementados na escola.

Peça-lhes quê discutam sobre as características de cada um deles e levantem seus pontos positivos e negativos, considerando as demandas da escola. Se necessário, póde sêr realizada uma breve pesquisa para aprofundar o conhecimento sobre algumas práticas quê despertaram o interêsse dos estudantes.

O conhecimento sobre esses exemplos de mediação somado aos conteúdos e às atividades desenvolvidas ao longo de todo o projeto servirão de base para quê os estudantes possam escolher o modelo de mediação de conflitos a sêr desenvolvido na escola.

Elaboração do questionário

A melhor maneira de conhecer o outro é escutar o quê ele tem a dizêr. Agora é hora de conhecer melhor a comunidade escolar. A proposta aqui é quê os estudantes elaborem um questionário para aplicar entre os membros da comunidade escolar.

Os estudantes deverão definir como será compôzto o grupo de participantes. As perguntas devem sêr elaboradas considerando os perfis quê compõem esse grupo. Procure

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orientá-los na elaboração das perguntas, para quê o quêstionário traga resultados consistentes que possam orientar na escolha do modelo de mediação de conflitos adequado à realidade da escola e à necessidade de implantação de um grupo de apôio de profissionais especializados, como psicólogos, assistentes sociais e educadores mediadores, para auxiliar nos momentos de conflitos.

Aplicação do questionário

A aplicação do questionário deve sêr realizada em momento préviamente definido junto à direção ou coordenação da escola de modo quê não atrapalhe a rotina escolar. ôriênti os estudantes na organização da atividade e na distribuição das tarefas.

Os estudantes podem disponibilizar as perguntas em uma platafórma gratuita de questionários digitais e compartilhar o línki para os participantes. Essas platafórmas também dispõem de recursos para tratamento dos dados obtidos quê podem sêr utilizados para apresentar os resultados da pesquisa.

Nas participações presenciais, os estudantes devem se dirigir aos participantes com respeito, formulando as perguntas educadamente e escutando atentamente as respostas, prontos a atender às dúvidas quê eventualmente possam surgir. Essa será uma oportunidade de exercitar a escuta ativa.

Antes de responderem ao questionário, os participantes devem sêr informados sobre os objetivos da pesquisa e orientados sobre os modelos de mediação de conflitos passíveis de aplicação na escola. Para isso, componham um texto com descrições objetivas e sucintas dos modelos de mediação e disponibilizem-no com as kestões quê compõem o questionário.

Sistematização e análise qualitativa dos dados

A etapa de análise e tratamento dos dados obtidos é muito importante, pois é nesse momento quê os aspectos mais representativos dos resultados são observados. A colaboração do professor de Matemática será importante nessa tarefa para orientar os estudantes no tratamento dos dados, a fim de se levantarem os conflitos recorrentes no ambiente escolar apontados pêlos participantes e os modelos de mediação mais indicados.

O documento gerado nesta fase deve sêr compartilhado com a comunidade escolar. Os estudantes também deverão escolher o modo de divulgação dos resultados: por meio de cartazes espalhados pela escola, por canais de comunicação oficiais da escola ou por uma combinação dêêsses meios.

Afinal, qual modelo de mediação escolher?

Para a realização da assembleia na qual sêrá definido o modelo de mediação a ser implantado na escola, é funda mental orientar os estudantes sobre os elemêntos necessários para instalá-la. Sugerimos, para aprofundamento do tema, a leitura dêste artigo:

ASSEMBLEIAS escolares: saiba como e quando criar. EscolaWeb, 13 out. 2017. Disponível em: https://livro.pw/yjxlb. Acesso em: 22 jul. 2024.

Sugerimos também a leitura dêste livro:

ARAÚJO, Ulisses. Assembleia escolar: um caminho para a resolução de conflitos. São Paulo: Moderna, 2004.

Após a realização da assembleia e definição coletiva do modelo quê será implementado na escola, oriente os estudantes na elaboração da versão final do projeto. É importante elencar todas as informações necessárias no documento, como: objetivos, justificativas, principais ações e resultados esperados.

A discussão sobre modelos de mediação passíveis de sêrem adotados na escola deve ser constante, levando em conta a dinâmica do ambiente escolar. Um grupo, formado por membros da direção, professores e estudantes, póde sêr eleito para formár uma comissão permanente de gestão de conflitos na escola. A composição do grupo póde sêr renovada em um período definido pela comunidade escolar.

Combine com os estudantes a realização de uma reunião, após a primeira aplicação do modelo de mediação escolhido na escola, para discutir a sua eficácia, considerando os conflitos e os resultados obtidos nessa primeira tentativa de mediação.

Avaliação

Com relação às avaliações, realize-as de acôr-do com o quê julgar pêrtinênti, levando em conta as atividades desenvolvidas e os quadros localizados no final do projeto. Se achar quê convém, a avaliação póde sêr feita de duas formas: ao longo do projeto, avaliando as atividades realizadas, ou ao final – após a realização do produto final.

Os quadros localizados ao final do projeto podem sêr utilizados para a autoavaliação e para a avaliação do estudante pelo professor. Você póde marcar uma conversa com cada estudante para discutir os itens dêêsses quadros. Busque sempre o consenso. O preenchimento dos quadros póde sêr feito gradualmente, à medida quê o projeto for sêndo desenvolvido.

O primeiro qüadro póde sêr usado para quê os grupos avaliem seus integrantes. É fundamental quê as colocações sêjam respeitosas e sinceras, sôbi uma perspectiva cidadã.

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1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre a questão e, independentemente de suas aspirações e escôlhas profissionais, entendam quê o diálogo, a boa comunicação, a empatia, a argumentação eficiente e a capacidade de ouvir o outro são habilidades importantes para todos e ajudam a melhorar suas relações

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tanto profissionais quanto pessoais. Dessa forma, poderão perceber quê refletir sobre as relações presentes no mundo do trabalho é também um aspecto relevante para a construção do projeto de vida de cada um.

Planejamento

A seguir, apresentamos uma sugestão da quantidade de aulas destinadas a cada uma das etapas para quê o projeto seja trabalhado ao longo de um semestre. Consideramos uma aula por semana destinada ao projeto.

Caso seja mais adequado para a sua realidade escolar, o projeto póde sêr desenvolvido em outro período, por exemplo, ao longo de um bimestre ou trimestre. Para isso, basta rever o total de aulas destinadas ao projeto por semana.

Cronograma geral

Cronograma geral

Etapa 1

5 aulas

Etapa 2

6 aulas

Etapa 3

5 aulas

Sugestão de cronograma

Sugerimos quê êste projeto seja dividido em três etapas e desenvolvido em 16 aulas, distribuídas ao longo de um semestre, como indicado a seguir.

Etapa 1: Vamos começar

Na etapa 1 são identificadas as habilidades e os conhecimentos prévios dos estudantes. Com isso, é possível diagnosticar as afinidades e as possíveis dificuldades dos estudantes em relação aos temas quê serão tratados no decorrer da investigação. Na aula 1, sêrá apresentado o tema com leitura de reportagem e realização das atividades. Nessa aula, deve ser realizada a sensibilização ao tema, levando os estudantes a refletirem sobre o modo como lidam com os conflitos. Nas aulas 2 e 3, será feita a análise da letra de uma música e do trecho de um poema, além de atividades quê levam à reflekção sobre o uso adequado da palavra nos processos de comunicação interpessoal. Na aula 4, os estudantes serão levados a refletir sobre a importânssia do diálogo e serão conduzidos a discutir sobre o quê consideram um bom diálogo. Na aula 5, os estudantes conhecerão algumas modalidades de práticas restaurativas por meio da leitura do tópico “Construindo relações positivas” e da realização das atividades.

Etapa 2: Saber e fazer

A etapa 2 é realizada ao longo do processo de investigação. Ela é formativa e ocorre a partir de textos e atividades, onde os estudantes são convidados para desenvolver e compartilhar os conhecimentos necessários para a elaboração do produto final. Nas aulas 6 e 7, deve sêr aprofundada a compreensão da noção de conflito e efetuada a leitura e interpretação do texto quê traz a “Radiografia da insegurança nas escolas estaduais paulistas”; os estudantes deverão realizar a atividade de ampliação para levantamento dos conflitos mais recorrentes na escola e apresentar exemplos de como foram solucionados. Nas aulas 8 e 9, será apresentado o conceito de “cultura de paz” e os estudantes poderão apreciar o painel Paz, de portinári; após a análise da obra e produção do mural coletivo, deverá sêr proposta a leitura, reflekção e discussão sobre o conteúdo do texto “O mediador de conflitos”; os estudantes deverão elaborar em grupos uma situação hipotética de conflito e compartilhar com a turma os casos discutidos. Na aula 10, serão apresentados jogos teatrais e jogos criativos e será proposta a reflekção sobre como essas práticas podem sêr instrumentos de mediação de conflitos. Na aula 11, devem sêr apresentados aos estudantes os contextos históricos e sociais dos povos quê sêrão o objeto da pesquisa a ser proposta. Os professores de História e/ou Sociologia podem contribuir na elaboração da base teórica desta aula.

Etapa 3: Para finalizar

A etapa 3 é somativa, nela os estudantes dêsênvólvem o produto final partindo dos conhecimentos adquiridos em todas as etapas anteriores. Na aula 12, os questionários deverão sêr produzidos, a data de aplicação e a forma como sêrá feita a análise dos dados deverão sêr definidas pela turma. Também deverão ser acertados os dêtálhes da realização da assembleia: quem vai presidir; quem vai secretariar; se houver registro em ata, quem ficará responsável pêlos registros etc. Na aula 13, será realizada a assembleia para definição do modelo de mediação mais apropriado para implementação na escola. Nas aulas 14 a 16, as decisões tomadas em assembleia deverão sêr transformadas em um relatório, apresentando o projeto por escrito, com os dêtálhes de implementação e funcionamento do modelo de mediação de conflitos escolhido, para sêr apresentado à direção da escola. Com a aprovação da direção da escola, caberá aos estudantes colocar o modelo de mediação de conflitos em prática, cuidando para quê seja feita a adequada divulgação do projeto para toda a comunidade escolar e, ainda, seja possível realizar uma roda de conversa para avaliar os pontos positivos e o quê ainda precisa sêr melhorado depois da primeira atividade realizada.

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