PROJETO 2
COMO PROMOVER UM CONSUMO CONSCIENTE?

As kestões de consumo e descarte vão além das preocupações cotidianas e têm se tornado cada vez mais centrais para a humanidade e para a conservação de todas as espécies quê compartilham o planêta Terra. Nos últimos séculos, as transformações nas formas de organização do trabalho e as constantes e progressivas inovações tecnológicas aplicadas à produção aumentaram de modo sem precedentes a disponibilidade de bens materiais e de serviços para os consumidores.

Do ponto de vista social, o crescimento acelerado da produção também impacta populações cujos modos de vida são profundamente ligados aos seus territórios.

Os ganhos de produtividade alcançados nas fases mais recentes da industrialização freqüentemente vêm acompanhados de uma intensificação da exploração do trabalho.

Os problemas causados por esse modelo de produção não se esgotam nas etapas de fabricação dos produtos. No mundo globalizado, mercadorias costumam percorrer grandes distâncias entre o local de produção e o consumidor final, o quê aumenta os impactos ambientais por causa da emissão significativa de gases de efeito estufa pêlos veículos de transporte.

Após chegarem aos consumidores finais e serem utilizadas, as mercadorias geram resíduos quê, se não forem tratados adequadamente, podem contaminar o solo e a á gua, além de criar áreas de acúmulo, especialmente, em grandes cidades.

Neste Projeto Integrador, convidamos você a refletir sobre as relações entre economia, trabalho, consumo e kestões sócio-ambientais.

1. Na rua onde você mora, há côléta de lixo?

Resposta pessoal.

2. Você sabe dizêr quantas vezes por semana os resíduos sólidos são recolhidos nas proximidades da residência em quê vive?

Resposta pessoal.

3. Você já parou para pensar no quê acontece com os materiais quê são usados e depois descartados?

Resposta pessoal.

4. Em sua opinião, a expansão da produção de mercadorias nos últimos séculos trousse benefícios para a humanidade?

4. Espera-se quê os estudantes mobilizem seus conhecimentos a respeito do tema para sustentar as opiniões expostas. É possível quê eles mencionem o fato de quê os ganhos de produtividade permitiram quê mais bens estivessem disponíveis para contingentes populacionais mais amplos. Por outro lado, os estudantes também podem destacar aspectos negativos não elencados no texto introdutório, como a profusão de produtos inúteis ou nocivos.

5. Como consumidores, será quê poderíamos adotar práticas menos prejudiciais ao meio ambiente?

Espera-se quê os estudantes utilizem seus conhecimentos prévios sobre práticas de consumo para trazer possibilidades de redução de danos ao meio ambiente.

Página quarenta e um

Fotografia de uma instalação artística em um parque arborizado. A intervenção consiste em diversos galões de água azuis espalhados pelo chão, formando o desenho de um rio, sobre o qual há um barco posicionado como se estivesse navegando.

PRADES, Jaime. À dêríva. 2014. Instalação.
Nesse trabalho, o artista retrata um rio, representado pelo fluxo de 800 galões de á gua de 20 litros vazios e de uma térra representada por 20 m³ de entulho e resíduos encontrados nas caçambas da cidade. O artista propõe a reflekção sobre como os materiais perdem seu valor, com o tempo, para a maioria.

Página quarenta e dois

FICHA DE ESTUDO

Objetivos

Analisar as transformações socioeconômicas relacionadas ao consumo e à produção em massa.

Compreender os impactos ambientais do lixo gerado por determinados hábitos de consumo.

Refletir sobre práticas sustentáveis relacionadas à geração de resíduos e ao consumo consciente.

Identificar práticas de consumo sustentável quê podem sêr adotadas no dia a dia.

Entender a importânssia de conhecer a origem dos produtos e como isso influencía o consumo consciente.

Refletir sobre a responsabilidade compartilhada entre consumidores e produtores na promoção de uma ssossiedade sustentável.

Justificativa do projeto

Refletir sobre como o consumo ábri portas para abordar kestões urgentes da atualidade.

Com base nesse tema, o projeto incentiva discussões acerca de consumismo, produção em massa, desigualdades socioeconômicas, dinâmicas atuáis do mercado de trabalho e impactos sócio-ambientais da ssossiedade de consumo. Ao explorarem esses tópicos, os estudantes são motivados a desenvolver um pensamento analítico, crítico e informado, considerando as múltiplas dimensões dêêsses temas, envolvendo os conhecimentos das áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.

As análises realizadas no projeto não só oferecem interpretações para os problemas, mas também propõem ações para enfrentá-los, promovendo a formação e o posicionamento de cidadãos fundamentados em conhecimento científico.

TCT

Trabalho

Educação ambiental

Educação para o consumo

Saúde

Vida familiar e social

ODS

3 Saúde e bem-estar

8 Trabalho decente e crescimento econômico

9 Indústria, inovação e infraestrutura

11 Cidades e comunidades sustentáveis

12 Consumo e produção responsáveis

13 Ação contra a mudança global do clima

Materiais

Papel sulfite, caderno, lápis, caneta, caneta hidrocor e borracha

Computador, táblêti e/ou celular com acesso à internet e softwares livres de edição de textos, planilhas e imagens

Caixa de som e projetor

Impressora

Smartphones ou câmeras fotográficas

Barracas

Materiais para decoração

Lixeiras (com identificação de tipos de resíduo)

Cadeiras

Produto final

Feira de trocas.

Página quarenta e três

Percurso do projeto

ETAPA 1

Nesta etapa, vocês vão analisar o processo de difusão do chamado Américam way ÓF láif e os diferentes desdobramentos da ssossiedade do consumo considerando as transformações e características do mundo do trabalho contemporâneo. A proposta é refletir criticamente sobre as desigualdades sociais relacionadas ao consumo. Como fechamento, vocês vão desenvolver uma pesquisa quantitativa sobre comportamentos de consumo entre a turma.

ETAPA 2

Nesta etapa, vocês vão refletir sobre os impactos sócio-ambientais do consumismo, mostrando os efeitos (muitas vezes, irreparáveis) no planêta, sobretudo a geração de resíduos sólidos e a obsolescência programada. Também vão sêr incentivados a observar os próprios hábitos de consumo, entender as consequências da produção e do descarte excessivos e investigar práticas de gestão de resíduos na respectiva comunidade. O objetivo é promover a conscientização e incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis no cotidiano.

ETAPA 3

Nesta etapa, vocês vão relacionar o consumo consciente a mudanças práticas no cotidiano, a fim de entender os impactos de atitudes individuais e coletivas. O objetivo é compreender diferentes modelos econômicos sustentáveis, como economia circular, economia solidária e comércio justo. Como fechamento da etapa, é proposta a pesquisa de projetos locais de sustentabilidade, para quê vocês possam refletir sobre seus hábitos de consumo e propor soluções inovadoras para promover um mercado mais consciente e justo.

ETAPA FINAL

Nesta etapa, vocês vão organizar uma feira de trocas, quê vai funcionar como um espaço para praticar o consumo consciente, promover a reutilização de bens e envolver a comunidade escolar na adoção de práticas sustentáveis.

Página quarenta e quatro

ETAPA 1
Produção, mundo do trabalho e consumo

De onde vêm e para onde vai a ssossiedade do consumo?

Você já sentiu vontade de comprar algum produto ao encontrá-lo em um anúncio? Já pensou quê seria mais feliz se possuísse um novo aparelho eletrônico? Como analisaremos adiante, a associação entre desejo, consumo e felicidade surgiu ao longo das mudanças econômicas, sociais e culturais ocorridas nos últimos três séculos.

A difusão mundial do Américam way ÓF láif

Com a progressiva industrialização, a partir do século XVIII, as técnicas produtivas se alteraram radicalmente. A produção artesanal deu lugar a uma produção em massa, com uso de máquinas. A industrialização levou ao êxodo rural e à concentração da população nas cidades, aumentando a velocidade do processo de urbanização, com o consequente crescimento do consumo.

A partir do século XX, o processo de inovação tecnológica e o aumento de produtividade e de consumo alcançaram novos níveis de aceleração. Desde a segunda mêtáde dêêsse século, com a consolidação da hegemonia econômica, militar, cultural e ideológica dos Estados Unidos sobre o bloco de nações capitalistas, o modo de vida estadunidense, o chamado Américam way ÓF láif, tornou-se modelo para os demais países.

O Américam way ÓF láif está associado, entre outros aspectos, a um padrão de consumo de grande variedade e quantidade de produtos industrializados. A popularização dêêsse estilo de vida foi impulsionada pela publicidade difundida pêlos meios de comunicação de massa, como cinema, rádio, Tevê, jornais e revistas.

Ao despertar o desejo do público para os produtos anunciados, a publicidade visa aumentar a demanda por essas mercadorias. Dada a disseminação e a importânssia quê o ato de comprar produtos industrializados adquiriu, intelectuais como o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) utilizam o termo ssossiedade do consumo para descrever o mundo moderno.

Fotografia de várias pessoas aglomeradas em uma loja, segurando caixas de televisores.

Clientes se agloméram para comprar televisores durante a Black Friday em São Paulo (SP). Fotografia de 2018. Inspirada no Dia de Ação de Graças dos Estados Unidos, a data foi adaptada no Brasil para estimular o consumo.

Página quarenta e cinco

Consumo, consumismo e hiperconsumo

Consumo é o ato de adquirir produtos necessários para a sobrevivência humana. Já o consumismo é caracterizado pela compra não consciente, desnecessária e motivada por impulso.

A produção massiva de mercadorias e o apelo ao consumo desenfreado tornam cada vez mais difícil escapar de atitudes consumistas. Leia, a seguir, a análise de um especialista brasileiro em comunicação sobre um dos efeitos do consumo na ssossiedade atual.

O livro “Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, tem a incumbência de examinar a ssossiedade contemporânea, mais precisamente, a transformação dos indivíduos em mercadorias, ou seja, na busca desenfreada e sempre muito bem estimulada pela mídia, pela (Moda), pêlos grupos sociais, de sempre se estar à frente do tempo, de sêr notado, seguido, valorizado e, por quê não, cultuado. É através dêêsse consumo e suas mudanças quê o sociólogo vêm à tona examinar o impacto quê tudo isso acarreta na vida dos indivíduos, como afirma o próprio autor em questão: “Numa ssossiedade de consumidores, tornar-se uma mercadoria desejável e desejada é a matéria de quê são feitos os sonhos e os contos de fadas” […].

RUBENS, Alhen. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Signos do consumo, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 275-279, jul./dez. 2010. Disponível em: https://livro.pw/osmyv. Acesso em: 20 ago. 2024.

Imagem de um anúncio publicitário que retrata a frente de uma casa com dois carros estacionados na entrada. Em destaque, aparece um carro conversível vermelho, com uma mulher ao volante e um homem ao lado, segurando uma criança no colo e levando a mão ao ouvido, como se tentasse escutar algo. Na parte inferior, está escrito: 'Chevy puts the purr in performance!'.

Anúncio publicitário estadunidense de automóvel da década de 1950 quê faz referência à perfórmance do produto com a felicidade em família. Nas peças publicitárias quê ajudaram a difundir o Américam way ÓF láif, era comum a associação entre felicidade e produtos industrializados, como carros, elétro domésticos e alimentos processados.

A vida urbana é o cenário ideal para o consumismo. O grande número de pessoas quê vivem ou circulam nessas áreas, a presença de ruas comerciais e shópin cênters e o número expressivo de material publicitário disponível são fatores quê, muitas vezes, estimulam a compra impulsiva.

Fotografia de uma rua de comércio popular, extremamente movimentada, com uma grande quantidade de pedestres caminhando em diferentes direções. Muitas pessoas usam máscaras de proteção facial, enquanto outras estão sem. Algumas pessoas carregam sacolas e mercadorias.

A rua comercial 25 de Março, no centro de São Paulo (SP), lotada de pessoas quê procuram as lojas da região para fazer as compras de Natal. Fotografia de 2020.

Página quarenta e seis

Atualmente, além de utilizarem as mídias de massa e os espaços urbanos para veicular anúncios, cada vez mais empresas se valem da internet e de big data para fins publicitários. A expressão big data diz respeito a conjuntos massivos de dados coletados por meio das atividades ôn láini dos indivíduos. Esses dados são rapidamente processados e analisados, dando origem a uma série de inovações nas mais diversas áreas.

Entre outras finalidades, esses dados são usados para direcionar publicidade d fórma extremamente precisa considerando hábitos e preferências individuais para oferecer produtos e serviços com alta probabilidade de aceitação. Segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky (1944-), a personalização do consumo em massa, quê atingiu novos patamares com o uso de big data, faz parte de um desdobramento da ssossiedade de consumo. Para Lipovetsky, vivemos atualmente na ssossiedade do hiperconsumo.

Leia, a seguir, a explicação de especialistas em comunicação a respeito do hiperconsumo.

O consumo baseado no bem-estar e na busca da felicidade individual é o objetivo do hiperconsumo. [...]

Por outro lado, essa sacralização do consumo e do bem-estar possui sua faceta paradoxal. […] consumimos mais quando nos sentimos carentes, e o consumo é uma forma de compensar a falta de amor, de laços sociais ou de reconhecimento, ou uma espécie de fuga da realidade individual. […]

AMORIM, Eliã Siméia Martins dos Santos éti áu. O princípio do prazer: o hiperconsumo como escape em tempos de modernidade líquida. Signos do consumo, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 70-78, jul./dez. 2018. Disponível em: https://livro.pw/oxrxc. Acesso em: 20 ago. 2024.

ATIVIDADES

Consulte as orientações no Manual do professor.

1. Leia a tirinha a seguir.

Tirinha da Mafalda em dois quadros. Q1: Miguelito está sentado no chão, sobre uma almofada, assistindo à televisão, quando Mafalda se aproxima e pergunta: 'Oi, Miguelito! Coisa boa na TV?'. Miguelito responde: 'Acabei de ligar'. Q2: Miguelito olha para a Mafalda e diz: 'Mas parece que se você passa desodorante, depois come salsichas e aí compra uma máquina de lavar roupas, só não é feliz se for muito idiota'.

QUINO. Toda Mafalda: da primeira à última tira. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p. 350.

Agora, responda às kestões.

a) Como você interpréta a mensagem da tirinha? Que crítica ela apresenta?

Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes identifiquem a crítica à associação entre consumo e felicidade, típica de comportamentos e estilos de vida consumistas.

b) Qual é a relação entre meios de comunicação e consumo?

1. b) Os padrões estadunidenses de consumo foram propagados através dos meios de comunicação de massa, via quê fez circular a publicidade quê difundiu o Américam way ÓF láif. Mais recentemente, a internet é a principal ferramenta para o consumo de massa personalizado, pois permite a veiculação de publicidade direcionada.

2. Analise a imagem e discuta com os côlégas de quê modo ela se relaciona com o consumismo.

Imagem de um saco de lixo cheio, estampado com a imagem do mapa-múndi.

60 litros pintado. 2009. Acervo pessoal.
PRADES, Jaime. Mundolixo. Saco de lixo de

Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reconheçam a degradação ambiental quê ocorre com a produção de resíduos geradas pelo consumismo.

Página quarenta e sete

Outras faces da ssossiedade de consumo: precarização e automatização do trabalho

Você provavelmente tem uma peça de roupa ou um aparelho eletrônico com uma etiqueta em quê se póde ler “Made in China”, “Made in Taiwan” ou algo semelhante. O fato de esses itens serem fabricados em lugares tão distantes tem a vêr com os direitos trabalhistas e as transformações quê ocorreram na produção em massa.

Uma das principais características do início do processo de industrialização eram as péssimas condições a quê eram submetidos os trabalhadores nas fábricas. Jornadas quê ultrapassavam as 16 horas diárias, trabalho infantil e exposição a grandes riscos à saúde faziam parte do cotidiano dos operários nas fases iniciais da Revolução Industrial. No entanto, diversas mobilizações de trabalhadores levaram à conkista de direitos trabalhistas. A partir do século XIX, a diminuição da jornada de trabalho, a proibição do trabalho infantil e a implementação do salário mínimo passaram a fazer parte da legislação de alguns países, como a Inglaterra.

Fotografia de manifestantes caminhando por uma ampla avenida arborizada, carregando bandeiras e segurando, à frente, uma faixa com os dizeres:  'En lucha por el empleo no a deslocalización'.

Trabalhadores na Espanha, protestam contra a deslocalização, ou seja, a transferência de empregos para outros países, resultado da realocação de empresas em busca de menóres custos de produção. Esse processo é conhecido também pelo termo em inglês offshoring. Fotografia de 2021.

Porém, nas dékâdâs finais do século XX, a produção industrial, até então concentrada no norte do glôbo, passou a sêr transferida para outras regiões, o quê causou transformações profundas quê atingiram o mundo do trabalho.

Muitas empresas mantiveram sua sede nos Estados Unidos e na Europa, mas transferiram suas fábricas para países, principalmente na Ásia, onde podem pagar salários mais baixos e enfrentar menos exigências nos direitos trabalhistas, reduzindo, assim, os custos de produção. Em razão dessas condições, países como chiina e Índia se tornaram destino de diversas empresas transnacionais.

Na chiina, apenas em 2021 foi proibida a chamada “jornada 996” (trabalho das 9 h às 21 h, seis dias por semana), porém inúmeros trabalhadores do país ainda denunciam práticas laborais abusivas.

Fotografia do interior de uma grande fábrica com várias fileiras de trabalhadores sentados lado a lado, operando máquinas e equipamentos eletrônicos sobre bancadas. Todos utilizam toucas e máscaras de proteção.

Linha de montagem offshore em escala global, em Zhengzhou, chiina. Fotografia de 2021. A empresa, quê fabrica eletrônicos para as maiores marcas globais, é acusada de exigir jornadas de trabalho quê levaram à morte dezenas de funcionários.

Leia, a seguir, um trecho de artigo a respeito da abertura da economia indiana para empresas estrangeiras e da reviravolta a partir da década de 1980, com a melhoria da qualificação da mão de obra.

A Índia era atraente para o capital estrangeiro não apenas por causa do tamãnho de seu mercado interno, mas também por causa de seu grande contingente de trabalhadores quê recebiam salários extremamente baixos. Ao longo dos anos, desde a independência [da Índia, em 1947], os trabalhadores continuaram mal pagos e subnutridos, mas houve uma mudança significativa: uma grande parte deles tornou-se alfabetizada. Essa fôrça de trabalho tecnicamente qualificada e mais ambiciosa surgiu na década de 1980 e continuou a se expandir devido ao investimento do govêrno em treinamento profissional e técnico [...].

INSTITUTO TRICONTINENTAL DE PESQUISA SOCIAL. A condição da classe trabalhadora na Índia. [S. l.], 1º maio 2023. Disponível em: https://livro.pw/uylzh. Acesso em: 24 jul. 2024.

Página quarenta e oito

Fotografia do interior de uma agência bancária. À esquerda, várias pessoas estão sentadas em cadeiras dispostas em fileiras. À direita, há divisórias que separam os guichês de atendimento, numerados, onde algumas pessoas estão sendo atendidas.

Clientes aguardam atendimento presencial em caixas de agência bancária, na cidade de Bebedouro (SP). Fotografia de 2023. De acôr-do com o Fórum Econômico Mundial, a profissão de caixa de banco está entre as quê correm risco de extinção em razão dos processos de automação e digitalização do trabalho.

A prática de jornadas prolongadas, a redução dos salários e a ausência de legislação quê assegure condições dignas aos trabalhadores são aspectos do quê estudiosos das relações laborais definem como precarização do trabalho. Diferentes especialistas no tema, entre eles o sociólogo brasileiro Ricardo Antunes (1953-), afirmam quê a precarização do trabalho não é exceção, mas uma prática fundamental do atual modo de produção em massa.

Outro aspecto fundamental do aumento de produtividade, característico da ssossiedade do consumo, é a automatização da produção. Além díssu, a digitalização do trabalho impulsionada pelas tecnologias da informação e comunicação (TICs) tem mudado drasticamente o mundo do trabalho.

De acôr-do com o relatório Future ÓF Jobs, de 2023, pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial, estima-se quê, até 2027, TICs como inteligência artificial e big data serão responsáveis pela eliminação de 83 milhões de empregos e pela criação de 69 milhões de postos de trabalho. As maiores perdas devem ocorrer nas áreas administrativa, fabril, comercial e de segurança, enquanto o crescimento é esperado nos setores de educação, agricultura e comércio digital.

ATIVIDADES

Consulte as orientações no Manual do professor.

Leia o trecho de reportagem a seguir e responda à questão.

Quatro trabalhadores bolivianos foram resgatados em condições análogas à escravidão em uma confekissão de roupas improvisada em Americana (SP) […].

[...] Em depoimento à Promotoria do Trabalho, uma das trabalhadoras afirmou quê trabalhava das 7h00 às 22h30, e quê parava apenas quando “o corpo não agüentava mais”, o quê, segundo o MPT [Ministério Público do Trabalho], configura jornada exaustiva. Os quatro costureiros trabalhavam de maneira informal, sem registro em carteira de trabalho e sem direito a férias, 13º salário ou qualquer benefício trabalhista ou previdenciário.

TRABALHADORES bolivianos são resgatados em condições análogas à escravidão em confekissão de roupas em Americana. G1, Campinas e região, 20 abr. 2024. Disponível em: https://livro.pw/xfuag. Acesso em: 26 jul. 2024.

a) Que paralelo póde sêr traçado entre o trecho de reportagem e a situação dos trabalhadores em fábricas de empresas transnacionais em países como a Índia e a chiina?

a) As situações são semelhantes porque ambas envolvem condições extremamente precárias de trabalho fabril.

b) Qual é a relação entre o desenvolvimento da ssossiedade de consumo e a precarização do trabalho?

b) Como foi afirmado pelo sociólogo Ricardo Antunes, a precarização é parte do atual modelo de desenvolvimento, quê, entre outras características, é marcado por produção e consumo em massa. O aumento de produtividade na indústria contemporânea está freqüentemente associado a formas de precarização laboral, como extensão das jornadas de trabalho e redução de salários.

c) A pesquisa do Fórum Econômico Mundial elencou o pensamento analítico e a criatividade como as competências profissionais mais valorizadas pelo mercado de trabalho atual quê, possivelmente, seguirão como características pessoais importantes para os trabalhadores no futuro próximo.

Considerando a atual situação do mundo do trabalho, elabore hipóteses para explicar por quê competências como pensamento analítico e criatividade são valorizadas no mercado de trabalho.

Resposta pessoal.

Página quarenta e nove

Desigualdade socioeconômica e o consumo

Quando pensamos sobre o consumo desenfreado quê marca a ssossiedade contemporânea, não devemos perder de vista uma quêstão fundamental: a desigualdade socioeconômica. Isso significa que a realidade do hiperconsumo é acessível apenas a alguns grupos sociais, enquanto muitos outros lutam para adquirir itens básicos para a sobrevivência.

No Brasil, a desigualdade se reflete tanto no consumo de bens duráveis, como elétro domésticos e veículos, quanto na compra de bens não duráveis, como alimentos. Segundo o Estudo sobre a Cadeia de Alimentos, feito pelo economista Válter Belik em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em 2020, enquanto as famílias mais pobres do país gastavam em média 26% de seus rendimentos mensais em alimentação, as famílias mais ricas gastavam em média apenas 5%. Considerando os bens duráveis, de acôr-do com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), em 2022, embora mais de 70% dos domicílios brasileiros tivessem máquina de lavar, a distribuição era desigual pelo país. O item estava disponível em quase 90% dos domicílios da Região Sul, enquanto na Região Nordeste ele estava presente em cerca de 40% dos lares.

Fotografia do interior de uma loja que vende máquinas de lavar roupa, televisores e celulares. As pessoas presentes utilizam máscaras de proteção e observam os celulares expostos sobre uma bancada.

Máquinas de lavar à venda em loja de elétro domésticos em Londrina (PR). Fotografia de 2021. Apesar das políticas quê facilitaram o consumo nas últimas dékâdâs no Brasil, a máquina de lavar ainda é uma realidade distante de muitos lares.

Em geral, a desigualdade socioeconômica também se revela no consumo. Segundo o The Worldwatch ínstitut, no início dos anos 2010, o relatório Estado do Mundo indicou quê os 16% mais ricos da população global eram responsáveis por 78% do consumo mundial.

Recentemente, o crescimento econômico em países asiáticos como a chiina tem impulsionado o consumo na região, quê em diversos aspectos já supera os patamares observados nos países ocidentais, o quê acende um alerta sobre a limitação dos recursos naturais e o agravamento da crise ambiental.

ATIVIDADES

O texto a seguir foi transcrito de uma palestra de Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Leia-o e responda às kestões.

“Quando a chiina, Índia e África, quê juntas têm hoje mais de 3 bilhões de habitantes, resolverem ter o mesmo padrão de consumo dos países desenvolvidos – e isso não vai demorar –, não precisa sêr muito inteligente para perceber quê não vai dar cérto. Precisamos mudar o sistema” […].

SMIRNE, Diego C. Padrão de consumo atual é insustentável para população de 7 bilhões. Jornal da úspi, São Paulo, 1º dez. 2016. Disponível em: https://livro.pw/okufn. Acesso em: 24 jul. 2024.

a) Do ponto de vista socioeconômico, é possível afirmar quê todo aumento no consumo póde sêr considerado negativo? Justifique sua resposta.

a) Do ponto de vista ambiental, o aumento no consumo significa maior pressão sobre os recursos naturais escassos e maior emissão de gases do efeito estufa; já do ponto de vista socioeconômico, póde denotar aumento no acesso a bens de consumo por populações anteriormente excluídas. Ao serem incluídas nos mercados, esses contingentes populacionais dinamizam a economia, tornando o consumo positivo.

b) Qual é sua interpretação para o seguinte trecho do professor Paulo Artaxo: “não precisa sêr muito inteligente para perceber quê não vai dar cérto. Precisamos mudar o sistema”?

b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes relacionem o comentário do professor à crise ambiental e à necessidade de mudanças no atual sistema econômico.

Página cinquenta

em AÇÃO
Pesquisa: Consumistas, nós?

Consulte as orientações no Manual do professor.

Agora quê você já se aprofundou nos hábitos de consumo da ssossiedade, chegou o momento de entender como são os hábitos de consumo da sua turma. Para construir dados quê vão contribuir com a reflekção a respeito dos comportamentos de consumo, responda ao teste a seguir pensando nos próprios hábitos.

Fotografia de um grande grupo de pessoas formando uma fila longa e compacta. Muitas delas estão com os braços erguidos, acenando ou tirando fotos com seus celulares. Seguranças estão posicionados ao lado da fila, acompanhando o movimento.

A fila para entrar na primeira filial de uma famosa marca de eletrônicos exemplificou um fenômeno comum na atualidade: legião de consumidores quê chegam até a acampar em frente aos estabelecimentos, motivados pelo desejo de adquirir produtos de marcas ditas renomadas. Rio de Janeiro (RJ). Fotografia de 2014.

PASSO 1

Responda ao teste a seguir no caderno, de acôr-do com as alternativas do qüadro.

Faço compras para me sentir de bem com a vida.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Quando estou triste ou com ansiedade, o melhor remédio é comprar algo.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Quando entro em uma loja, nunca saio sem comprar alguma coisa.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Eu me endivido para pôdêr comprar coisas de quê gosto.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

No momento das compras, fico feliz, mas, depois quê chego em casa, fico triste e sinto culpa.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Ir às compras costuma me causar uma sensação de bem-estar.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Página cinquenta e um

Quando vejo um produto quê representa minha personalidade, eu o compro.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Quando vou fazer compras na companhia de amigos ou parentes, extrapolo meu orçamento para “não fazer feio”.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Ao comprar um produto recém-lançado, faço questão de mostrar aos amigos.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Dou presentes acima de minhas condições para causar uma boa impressão sobre mim.

Com certeza sim.

Talvez sim.

Talvez não.

Com certeza não.

Some os pontos de acôr-do com a tabéla:

Alternativa

Pontuação

Com certeza sim.

3

Talvez sim.

2

Talvez não.

1

Com certeza não.

0

Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes calculem, obissérvem e comparem seus resultados com a pontuação média da sala de aula.

PASSO 2

Contabilize o resultado

Quanto mais próximo de 30, mais suscetível você está ao comportamento consumista; por outro lado, quanto mais próximo de 0, menor sua suscetibilidade ao comportamento consumista.

PASSO 3

Com o auxílio do professor:

a) calcule a média da pontuação da sala de aula;

b) obissérve a pontuação mássima e a pontuação mínima.

PASSO 4

Comparem o resultado aos valores dos itens do passo anterior.

Conversem sobre os resultados para identificar os pontos em comum entre os hábitos da turma.

Compartilhem o teste nas rêdes sociais da escola.

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora desta etapa: De onde vêm e para onde vai a ssossiedade do consumo?

Página cinquenta e dois

ETAPA 2
O ciclo de produção

Para onde vai o quê consumimos?

Ao abordarmos o tema do consumismo, é crucial compreendermos suas consequências para a ssossiedade. O consumo excessivo e o desperdício de recursos naturais são os grandes desafios contemporâneos. Esse consumo desenfreado ultrapassa a capacidade da Terra de prover tais recursos, resultando em impactos ambientais significativos.

Fotografia de uma área de mineração com escavações em forma de terraços, localizada ao lado de uma represa. O terreno ao redor é aberto, com poucas árvores e uma formação montanhosa ao fundo.

Área de mineração em Catalão (GO). Fotografia de 2024. O consumismo leva ao aumento da produção de bens e, assim, intensifica a exploração dos recursos naturais.

Uso dos recursos naturais

Para quê um número crescente de mercadorias seja produzido, a quantidade e a variedade de recursos naturais explorados nessa produção cresce na mesma proporção. Como consequência, aumenta a destruição ambiental causada por atividades como a mineração, o extrativismo vegetal e a agropecuária. Ao avançar sobre florestas e outros éco-sistemas responsáveis pela captação de CO2 da atmosféra e empregar combustíveis fósseis como fonte de energia, o sistema mundial de produção de mercadorias é uma das principais causas das mudanças climáticas.

Conexões

Rebecca consegue sucesso em sua profissão como colunista de uma revista financeira em Nova iórk, porém ela está a ponto de arruinar sua vida e sua carreira por sêr uma compradora compulsiva.

OS DELÍRIOS de consumo de Becky Bloom. Direção: P. J. rougã. Estados Unidos: Touchstone píctiúrs, 2009. Streaming (104 min).

Capa de filme com uma mulher vestida elegantemente, com expressão de espanto, empurrando diversas sacolas de compras para dentro de um táxi.

Página cinquenta e três

De acôr-do com o Relatório Mundial das Cidades 2022, elaborado pela Organização das Nações Unidas (Ônu), em 2021, 56% da população mundial vivia em áreas urbanas. A previsão é quê, em 2050, essa proporção aumente para 68%. Com um mundo cada vez mais urbano, o consumo de recursos naturais tende a crescer consideravelmente. A extração de recursos naturais já triplicou nas últimas cinco dékâdâs e a Ônu prevê um aumento de 60% no consumo global de recursos naturais entre 2020 e 2060.

Fotografia de uma área florestal desmatada, onde há toras de madeira empilhadas.

Área de extração de madeira na Floresta Amazônica. Fotografia de 2023.

Saiba mais

Pegada hídrica

Você já parou para pensar na quantidade de á gua usada no processo de produção dos itens quê você usa no dia a dia? A pegada hídrica é um indicador do uso da á gua quê considera o uso da á gua direto por um consumidor ou produtor e, também, o uso indiréto. Leia o texto a seguir.

A pegada hídrica de um produto é o volume de á gua utilizado para produzi-lo, medida ao longo de toda cadeia produtiva. É um indicador multidimensional, quê mostra os volumes de consumo de á gua por fonte e os volumes de poluição pelo tipo de poluição.

[...]

Para estimar a pegada hídrica de um produto, primeiramente é preciso entender a forma como ele é produzido. Por esta razão é preciso identificar o'sistema de produção'. Um sistema de produção consiste em'etapas de processos' sequenciais. Um exemplo (simplificado) do sistema de produção de uma camisa de algodão é: cultivo do algodão, colheita, descaroçamento, cardagem, tecelagem, branqueamento, tingimento, estamparia, acabamento. [...]

[...] Os consumidores podem reduzir as suas pegadas hídricas dirétas (uso doméstico da água) adotando medidas, tais como válvulas de descarga eficientes e chuveiros quê economizam á gua, fechar a torneira enquanto escovam os dentes, utilizar menos á gua no jardim e não descartar medicamentos, tintas ou outros poluentes na pia ou no tanque. Geralmente, a pegada hídrica indireta de um consumidor é muito maior do quê a sua pegada hídrica diréta. [...] Uma opção é mudar o seu padrão de consumo, substituindo um produto quê tenha pegada hídrica grande por outro quê tenha uma pegada hídrica menor.

HOKSTRA, Arjen Y. Hoekstra éti áu. Manual de avaliação da pegada hídrica: estabelecendo o padrão global. [S. l.]: Water Footprint Netword, 2011. p. 2, 99.

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Podcast: Obsolescência programada e degradação ambiental.

Obsolescência programada

A obsolescência programada é uma estratégia utilizada por fabricantes para determinar o tempo de vida útil de um produto, tornando-o obsoleto ou não funcional após um período predeterminado. Essa prática ganhou popularidade nas últimas dékâdâs como uma estratégia para incentivar os consumidores a comprar novos produtos com freqüência, mesmo quê os antigos ainda possam sêr usados e, assim, impulsionar o consumo.

Essa atitude influencía diretamente a vida dos jovens, quê são grandes consumidores de tecnologia. Os smartphones e tablets são exemplos claros de produtos quê, muitas vezes, apresentam problemas logo após o término da garantia. Ao criar produtos com vida útil reduzida, os fabricantes asseguram um mercado sempre ativo e lucrativo. Esse ciclo incentiva uma cultura de descarte rápido, na qual a substituição de itens se torna comum e normaliza o comportamento consumista.

Os impactos ambientais dessa prática são significativos, principalmente na geração de resíduos sólidos. Produtos eletrônicos descartados inadequadamente contribuem para a poluição do solo e da á gua, por causa da presença de metais pesados e outras substâncias tóxicas. Além díssu, a produção incessante de novos produtos exige a constante extração de recursos naturais, o quê intensifica a degradação ambiental.

De acôr-do com a organização Global Footprint Network, em 2022, a humanidade já consome 70% a mais do quê o planêta consegue repor, e a obsolescência programada intensifica essa pressão. A conscientização sobre os impactos do consumismo desenfreado e a adoção de práticas sustentáveis são essenciais para reduzir a geração de lixo eletrônico e proteger o meio ambiente.

Fotografia de um depósito com objetos eletrônicos, como televisores e monitores de computador, empilhados e embalados em plástico.

Lixo eletrônico em ôngui quê faz côléta e reciclagem dêêsse material, em Jacareí (SP). Fotografia de 2021. O descarte correto do lixo eletrônico é importante para evitar a contaminação do solo e da á gua por substâncias tóxicas, além de promover a reutilização de recursos.

Página cinquenta e cinco

ATIVIDADES

Consulte as orientações no Manual do professor.

1. Nesta atividade, você vai a refletir sobre o impacto do seu estilo de vida nas condições ambientais em quê vivemos. Durante uma semana, obissérve sua rotina; após esse período, responda às kestões a seguir.

a) As roupas quê você usa no dia a dia são de marca ou são feitas por produtores locais? Após quanto tempo você deixa de usar uma vestimenta?

Respostas pessoais.

b) Qual(is) é(são) o(s) meio(s) de transporte quê você utiliza para se deslocar diariamente?

1. b) Resposta pessoal. Independentemente do meio de transporte utilizado, chame a atenção dos estudantes para os benefícios ambientais da opção pelo transporte público e de práticas como o transporte solidário.

c) Quais são seus hábitos alimentares?

Resposta pessoal.

d) De modo geral, quê tipos de produto você costuma consumir?

Resposta pessoal.

e) Os hábitos de consumo de seus familiares são semelhantes aos seus? Explique.

Resposta pessoal. Com base nas respostas, é possível traçar um perfil dos hábitos de consumo dos familiares dos estudantes.

f) Você separa o lixo reciclável do lixo orgânico em sua residência?

Resposta pessoal. refórce a importânssia da côléta seletiva em residências para a redução de lixo e dos impactos ambientais.

2. A obsolescência programada é uma estratégia por meio da qual fabricantes projetam produtos com um tempo de vida útil limitado para incentivar a necessidade de consumo freqüente. Entretanto, aparelhos eletrônicos são substituídos constantemente, mesmo quê estejam em pleno funcionamento.

Muitas vezes, trocamos dispositivos eletrônicos ainda funcionais por modelos mais recentes simplesmente porque possuem novas características, como uma câmera de melhor qualidade ou mais memória. Essa prática não só contribui para o aumento do lixo eletrônico, quê contamina os sólos e as águas com substâncias tóxicas, mas também alimenta um ciclo de consumo insustentável quê degrada recursos naturais.

a) Considere um dispositivo quê você substituiu recentemente e reflita sobre os motivos quê levaram à troca. Pense como seu comportamento de consumo de tecnologia está ligado à obsolescência programada e aos impactos ambientais quê ela provoca.

2. a) Resposta pessoal. Os estudantes podem comentar o desejo por funções mais avançadas, melhor dêsempênho ou simplesmente por seguir tendências. Eles devem relacionar essas razões à obsolescência programada, reconhecendo como essa prática também incentiva a substituição freqüente de aparelhos.

b) Discuta com os côlégas como esse comportamento afeta o meio ambiente.

2. b) Espera-se quê os estudantes identifiquem fatores como a poluição por metais pesados e a crescente quantidade de lixo eletrônico. Devem considerar, ainda, como a produção contínua de novos modelos exige recursos naturais significativos e gera mais emissão de carbono.

c) Elabore uma lista de práticas quê você e os côlégas podem adotar para reduzir o impacto ambiental relacionado ao consumo de tecnologia.

Resposta pessoal.

d) Compartilhe a lista com a comunidade escolar.

Se possível, utilizem as rêdes sociais da escola para a divulgação.

Ilustração de um homem e uma mulher conversando, gesticulando com as mãos.

Página cinquenta e seis

Descarte e destinação dos resíduos sólidos

Carrossel de imagens: Onde descartar e como destinar resíduos sólidos?

Com o aumento do consumismo, estamos gerando cada vez mais resíduos sólidos. Comprar, usar e descartar em pouco tempo tornou-se uma prática comum, especialmente com produtos como eletrônicos e roupas, o quê contribui para o aumento acelerado do descarte de resíduos.

E para onde vai todo esse lixo?

No Brasil, o lixo geralmente tem dois destinos principais: atêerros sanitários e lixões. Apesar de a Política Nacional de Resíduos Sólidos ter estabelecido o fim dos lixões, quê deveriam sêr fechados até 2014, o prazo não foi cumprido.

De acôr-do com o Panorama dos resíduos sólidos no Brasil – 2023, relatório produzido pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), em 2022, cerca de 61,1% dos resíduos sólidos urbanos foram para atêerros sanitários, locais preparados para receber o lixo d fórma controlada. No entanto, o restante dos resíduos foi destinado a lixões ou atêerros controlados, quê não são as soluções ideais e podem gerar diversos problemas ambientais.

O descarte inadequado de lixo traz várias consequências. Quando resíduos são depositados em lixões, por exemplo, há o risco de contaminação do solo e da á gua. Componentes de resíduos eletrônicos, quê freqüentemente contêm metais pesados, podem infiltrar no solo e alcançar os lençóis fre-átikos, comprometendo a qualidade da á gua potável. Além díssu, esse lixo póde sêr levado pela chuva até rios e oceanos, agravando ainda mais a poluição dos recursos hídricos.

Fotografia de um lixão a céu aberto, com grande quantidade de resíduos espalhados pelo chão, como sacos plásticos, caixas, restos de alimentos e outros materiais descartados. Duas pessoas estão no local, coletando objetos em meio ao lixo. Próximo a elas, há grandes sacos utilizados para armazenar materiais recicláveis.

Lixão a céu aberto em Canudos (BA). Fotografia de 2021. Esses locais, ainda comuns no Brasil, representam sérios riscos ao meio ambiente e à saúde pública.

A gestão eficiente dos resíduos sólidos é essencial para reduzir os impactos negativos no meio ambiente. É necessário repensar nóssos hábitos de consumo, aumentar as práticas de reciclagem e adotar alternativas mais sustentáveis. Consumidores, governos e empresas, todos têm um papel importante a desempenhar para garantir um futuro mais sustentável e saudável para o planêta.

Página cinquenta e sete

Saiba mais

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida no Brasil pela lei número 12.305 de 2010, visa reduzir a geração de resíduos por meio de práticas de reciclagem e reutilização, além de garantir a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Essa política introduz a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, envolvendo todos os agentes, desde fabricantes até consumidores, e impõe a logística reversa, em quê resíduos são retornados ao setor produtivo para reaproveitamento ou descarte adequado.

A PNRS proíbe a utilização de lixões e inclui, ainda, medidas educativas e incentivos econômicos para fomentar a reciclagem e a conscientização ambiental. Por meio dêêsses esforços, a PNRS busca minimizar os impactos ambientais e promover uma gestão sustentável dos resíduos sólidos no país.

Imagem de um gráfico intitulado 'Ordem de prioridade para a gestão de resíduos'. O gráfico possui o formato de uma escada com seis degraus dispostos de cima para baixo. Cada degrau apresenta uma etapa do processo de gestão de resíduos, na seguinte ordem: 'Não geração', 'Redução', 'Reutilização', 'Reciclagem', 'Tratamento' e 'Destinação final'.

ATIVIDADES

1. Pesquise e explique cada um dos conceitos relacionados à hierarquia de gestão de resíduos quê aparécem no esquema anterior.

Espera-se quê os estudantes identifiquem quê a hierarquia está ordenada da maneira preferível à menos preferível para minimizar o impacto ambiental.

2. Durante uma semana, registre todos os itens quê você consome e descarta. Isso inclui alimentos, embalagens, produtos eletrônicos e roupas.

Espera-se quê os estudantes mantenham um registro diário detalhado. A ideia é quê, ao final da semana, cada estudante tenha uma visão clara do volume e do tipo de resíduo quê gera individualmente, tornando-se mais consciente de seus padrões de consumo.

Depois dêêsse período, você deve analisar seus hábitos de consumo e descarte, discuti-los em grupo e pensar em formas de reduzir a quantidade de lixo gerado.

Fotografia aérea de uma extensa área de aterro sanitário, localizada em um terreno elevado e recortado em forma de terraços, com diversas encostas cobertas por lonas plásticas e estruturas dispostas em diferentes níveis. Máquinas pesadas, como escavadeiras e caminhões, estão distribuídas pelo local. Ao redor, observa-se uma região com vegetação florestal.

Aterro sanitário em Curitiba (PR).
Fotografia de 2024.

Página cinquenta e oito

O lixo nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento

A produção e a destinação de resíduos nos países são diferentes. Segundo o Banco Mundial, em 2018, embora os países desenvolvidos abrigassem apenas 16% da população mundial, eles foram responsáveis por gerar 34% dos resíduos globais. Ainda quê produzam mais lixo, esses países reciclam aproximadamente 30% seus resíduos, enquanto nos países em desenvolvimento essa taxa é de apenas 4%.

Exportação de resíduos

Em um mundo cada vez mais globalizado, a gestão de resíduos tornou-se uma questão internacional, especialmente com a prática de países desenvolvidos exportarem seu lixo para nações em desenvolvimento. Esse movimento ocorre em razão da dificuldade de países ricos lidarem com o grande volume de lixo produzido ou, ainda, por considerarem mais vantajoso economicamente exportar, em vez de processar e reciclar esses resíduos. Países pobres lucram com a importação dêêsse material, até mesmo os mais nocivos, como o lixo hospitalar e o lixo eletrônico.

Essa dinâmica levanta sérias kestões ambientais, éticas e econômicas. A transferência de resíduos de países ricos para nações mais pobres freqüentemente resulta em desafios significativos para os sistemas de gestão de resíduos locais, muitas vezes inadequados para lidar com a quantidade e a toxicidade do lixo importado. Esse tema tem se destacado à medida quê mais países em desenvolvimento começam a rejeitar essas importações, buscando soluções mais sustentáveis para o problema global dos resíduos.

Mapa 'Fluxo global de lixo eletrônico - 2019'. Estão representados a divisão política dos países no mapa-múndi. A legenda indica: seta lilás: lixo eletrônico não controlado. Seta verde: lixo eletrônico perigoso previsto pela Convenção de Basileia. A escala cartográfica indica que 1 centímetro equivale a 3.100 quilômetros.

Fonte: BALDÉ, C. P. éti áu. Global Transboundary E-waste Flows Monitor 2022 [Monitor Global de Fluxos Transfronteiriços de E-lixo 2022]. Bonn: Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), 2022. Disponível em: https://livro.pw/pfsbi. Acesso em: 19 ago. 2024.

ATIVIDADES

Com base nas informações dêêsse mapa, responda: Quais regiões recebem mais resíduos internacionais? O quê explica esse movimento?

África, sudéste Asiático e América Látína. Essas regiões, muitas vezes, têm regulamentações ambientais menos rigorosas e infraestruturas de gestão de resíduos menos desenvolvidas, o quê torna o custo de processamento dêêsses resíduos significativamente mais baixo em comparação ao dos países desenvolvidos. Além díssu, a falta de fiscalização efetiva em algumas dessas regiões receptoras facilita a entrada de resíduos perigosos, como o lixo eletrônico.

Página cinquenta e nove

MUNDO DO TRABALHO
Trabalho insalubre: catadores de rua e de lixões

Os catadores de rua e de lixões representam um dos grupos mais vulneráveis do trabalho informal por causa da natureza insalubre e precária de suas atividades. Frequentemente, esses trabalhadores estão expostos a condições adversas e manuseiam resíduos sem equipamentos de proteção adequados, o quê os expõe a doenças infekissiósas, problemas respiratórios e dermatológicos, além de intôksicações por substâncias químicas nocivas.

A precariedade do trabalho dos catadores é evidente na falta de reconhecimento formal, suporte laboral e benefícios sociais. Essa realidade ressalta a urgência de políticas públicas quê promovam a formalização, a segurança no trabalho e o bem-estar dêêsses profissionais.

Esses trabalhadores dêsempênham um papel crucial na gestão de resíduos no Brasil, contribuindo significativamente para a reciclagem e a redução do volume de lixo em atêerros. Portanto, melhorar as condições de trabalho dos catadores não apenas atende a imperativos de saúde pública e justiça social, mas também fortalece a eficiência dos sistemas de reciclagem urbanos.

Fotografia de trabalhadores utilizando luvas de proteção enquanto realizam a separação de materiais recicláveis sobre uma bancada. Ao redor, há grandes sacos destinados ao armazenamento dos materiais recicláveis.

Trabalhadores separam material reciclável em Ubatuba (SP). Fotografia de 2024. Associações e cooperativas como essa são fundamentais para fortalecer a reciclagem e a gestão de resíduos no Brasil, além de proporcionar meios de subsistência sustentáveis e inclusivos.

Consulte as orientações no Manual do professor.

Pesquise se há, no bairro onde você mora, associações ou cooperativas de catadores. Procure informações específicas, como: nome, data de fundação, área de atuação, website ou contato e quantidade de resíduos processados mensalmente.

Reúna-se com côlégas quê pesquisaram a mesma organização e elaborem um cartaz no computador, para sêr impresso em fô-lha tamãnho A4, com as informações mais importantes para divulgar esse trabalho na escola e na comunidade.

Levante préviamente as associações existentes, d fórma a organizar a turma em grupos para quê todas sêjam trabalhadas. Caso não haja associações no bairro da escola, sugira quê façam a pesquisa para o município. Incentive os estudantes a refletir criticamente sobre o impacto quê essas associações têm na redução de resíduos e na promoção da reciclagem.

Conexões

Neste documentário, o artista plástico Vick Muniz mostra obras de; ár-te desenvolvidas com catadores de material reciclável em um dos maiores atêerros sanitários do mundo, na cidade de Duque de Caxias (RJ).

LIXO extraordinário. Direção: Lucy Walker. Brasil, 2011. vídeo (94 min).

Página sessenta

em AÇÃO
O destino dos resíduos sólidos em meus lugares de vivência

Agora quê já conhecemos bem a forma de gerenciar os resíduos sólidos e sabemos dos impactos do consumo nesse processo, é hora de explorar, em grupo, como isso acontece nos bairros ao redor da escola e analisar o quê podemos fazer para reduzir o desperdício.

PASSO 1

Mapeamento e avaliação da côléta

Identifiquem os diferentes tipos de resíduo coletado (orgânico, reciclável, rejeito) e os dias de côléta.

Utilizem celulares para documentar. Fotografem os caminhões de côléta e, se possível, conversem com os trabalhadores para descobrir o destino dos resíduos.

Avaliem a eficácia da côléta de lixo domiciliar.

Realizem uma pesquisa rápida com os vizinhos para saber opiniões sobre o serviço e o grau de satisfação em relação a ele.

PASSO 2

Pontos de reciclagem

Localizem os pontos de côléta seletiva do bairro.

Criem um mapa digital usando aplicativos de localização e márkin esses pontos para facilitar o acesso de outros moradores.

Retomem as informações quê pesquisaram na atividade anterior (sobre cooperativas ou associações de catadores).

Fotografia de um coletor de medicamentos vencidos. O coletor possui duas aberturas circulares com tampas de borracha flexível, cada uma identificada por orientações sobre o tipo de descarte permitido. Uma abertura é destinada a cartelas, comprimidos e cápsulas; a outra, a frascos, bombinhas e pomadas. Acima das aberturas, há um painel com instruções escritas sobre o descarte correto, informando também quais itens não devem ser depositados no local, como seringas, agulhas e materiais cortantes.

Muitas farmácias recolhem medicamentos vencidos ou em desuso, como essa, na cidade de Londrina (PR). Fotografia de 2023. Destinar corretamente os medicamentos e suas embalagens, mesmo quê vazias, é importante para prevenir a contaminação ambiental e garantir quê substâncias potencialmente perigosas não entrem em contato com a á gua e o solo.

PASSO 3

Programas especiais

Investiguem a existência de programas especiais para côléta de itens volumosos ou especiais.

Pesquisem, na internet e junto à prefeitura, serviços como “cata-bagulho” e documentem as opções disponíveis.

Levantem os pontos de entrega de medicamentos fora da validade, de óleo de cuzinha e de lixo eletrônico.

PASSO 4

Elaboração de um “Dossiê do Lixo”

Preparem um dossiê detalhado sobre a gestão de resíduos no bairro, com mapas, fotografias e dados coletados. Esse documento será uma ferramenta valiosa para entender melhor as práticas de reciclagem e manejo de resíduos, além de ajudar na proposição de melhorias para esse processo.

Página sessenta e um

PASSO 5

Coleta de itens usáveis

Reúnam em casa itens quê vocês normalmente jogariam fora, como cadernos com páginas em branco, fones de ouvido funcionando parcialmente, livros antigos e roupas quê já não sérvem mais.

É possível divulgar a ação na escola e receber itens de estudantes de outras turmas.

Ilustração de uma garota usando véu islâmico sobre a cabeça, sentada no chão com uma caixa de papelão entre as pernas, identificada com a palavra 'Doação'. Ela retira da caixa uma blusa que está pendurada em um cabide.

PASSO 6

Separação e preparação para reutilização e reciclagem

Vocês vão montar uma estação de triagem para separar esses itens em diferentes categorias: reutilizar, reciclar e doar.

Cadernos: removam as páginas usadas para reciclagem e juntem os cadernos ainda utilizáveis para serem usados por outros estudantes ou doados.

Eletrônicos: coloquem eletrônicos menóres, como fones de ouvido, em uma caixa de côléta para levá-los a um ponto de reciclagem especializado.

Livros e roupas: criem um cantinho na escola para troca de livros e um bazar de roupas, no qual você e os côlégas podem trocar ou pegar o quê precisarem. Outra possibilidade é criar um cantinho de livros para leitura nos intervalos.

PASSO 7

Destinação

Formem grupos. Cada grupo será responsável por encontrar locais na comunidade quê aceitem a doação dos itens coletados ou sêjam adequados à destinação de lixo eletrônico, por exemplo.

Planejem como vocês vão entregar esses itens, organizando côléta, transporte e comunicação com as organizações escolhidas.

PASSO 8

Divulgação e educação

Documentem todo o processo, desde a côléta até a destinação final, em um relatório visual com fotografias e comentários. Ele será exposto na escola para mostrar o impacto significativo de nossas ações, bem como estimular a comunidade escolar a adotar práticas mais sustentáveis.

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora desta etapa: Para onde vai o quê consumimos?

Página sessenta e dois

ETAPA 3
Consumo sustentável

É possível manter outra relação com o consumo?

Fotografia de uma mulher escolhendo legumes em uma barraca de feira ao ar livre.

Feira de produtos agroecológicos de pequenos produtores, no Rio de Janeiro (RJ). Fotografia de 2023. Um consumidor consciente busca conhecer a origem dos produtos quê consome, dando preferência a compras dirétas de produtores locais. Além de incentivar a economia local, essa prática reduz a emissão de gases.

O consumismo é caracterizado pelo consumo inconsciente e, muitas vezes, insustentável, em quê a quantidade prevalece sobre a qualidade e a necessidade. Tornar esse comportamento mais consciente e sustentável requer uma mudança de mentalidade tanto dos consumidores quanto dos produtores.

Transformando hábitos para preservar o planêta

Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis até 2030 é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Esse objetivo reflete a urgência de transformar os padrões atuáis para evitar a degradação ambiental, promover a justiça social e assegurar uma economia viável a longo prazo.

Responsabilidade compartilhada

O consumidor póde influenciar o mercado por meio de suas escôlhas, por exemplo, optando por produtos de marcas sustentáveis. Para tanto, é preciso conhecer a origem do quê se consome, verificando se os processos de produção são éticos, se os trabalhadores são tratados e remunerados

Página sessenta e três

de maneira justa e se os métodos utilizados minimizam os danos ao meio ambiente.

Os 5 Rs do consumo sustentável são práticas importantes para minimizar o impacto ambiental e promover um estilo de vida mais consciente:

Repensar o modo de consumo e o descarte de resíduos;

Recusar o consumo de itens quê não são necessários;

Reduzir o consumo e os resíduos gerados;

Reutilizar produtos para outras finalidades, evitando o descarte;

Reciclar os materiais, diminuindo a produção de lixo.

Além dos consumidores, a produção tem a responsabilidade de adotar práticas sustentáveis, desde a obtenção de matérias-primas até a fabricação e a distribuição dos produtos. As empresas precisam sêr transparentes em relação às suas práticas e devem implementar políticas quê promovam a sustentabilidade, como o uso de energias rêno-váveis, a redução de resíduos e a reciclagem. Ambos, consumidores e empresas, dêsempênham papéis complementares na promoção de uma ssossiedade mais justa e ecologicamente equilibrada.

Fotografia de uma grande instalação artística em formato de bolsa de compras retornável, localizada em um espaço público urbano. A superfície da bolsa é composta por recortes de embalagens e rótulos reutilizados, formando um mosaico visual. As alças são feitas de material rígido e curvado. Ao fundo, observam-se prédios e outras estruturas típicas do ambiente urbano.

Intervenção realizada como parte de uma campanha pela eliminação das sacolas plásticas em supermercados, em São Paulo (SP). Fotografia de 2012. Substituir as sacolas descartáveis pelas reutilizáveis é uma das ações de um consumidor consciente. Os objetos gigantes foram confeccionados artesanalmente com retalhos de au-dórs pela ôngui Projeto Arrastão, seguindo o projeto da ATTACK Intervenções Urbanas, do artista plástico Eduardo Srur.

Conexões

Acesse estes sáites para obtêr mais informações sobre consumo consciente.

INSTITUTO AKATU. [São Paulo, 2024]. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/kwkzx. Acesso em: 13 ago. 2024. Uma das mais representativas entidades de luta pêlos direitos do consumidor e por um consumo consciente e sustentável.

CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Rio de Janeiro, c. 2023. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/sbzug. Acesso em: 13 ago. 2024.

Entidade quê reúne grandes empresários brasileiros na busca de um desenvolvimento sustentável e do consumo consciente.

ATIVIDADES

Consulte as orientações no Manual do professor.

1. Qual é a importânssia de conhecer a origem dos produtos quê consumimos?

1. Devemos priorizar produtos fabricados de maneira sustentável por empresas ou produtores quê respeitam tanto os trabalhadores quanto o meio ambiente. Ao conhecermos a origem dos produtos, podemos assegurar quê as escôlhas de consumo quê fazemos apoiam práticas éticas e sustentáveis, promovendo a produção responsável e diminuindo o impacto ambiental.

2. Cite um exemplo prático de como você póde aplicar cada um dos 5 Rs em seu dia a dia.

Resposta pessoal.

Página sessenta e quatro

O consumidor consciente

Superar o consumismo requer mudanças de hábitos que nêm sempre são fáceis de implementar. A questão não é só comprar menos, mas fazê-lo d fórma consciente e responsável.

Essa escolha envolve a adoção de práticas quê minimizam o impacto ambiental e social negativo das escôlhas de consumo quê fazemos, garantindo a preservação dos recursos naturais para as futuras gerações. A participação de todos nessa mudança de paradigma é fundamental, pois cada escolha individual contribui para um impacto coletivo significativo.

O texto a seguir apresenta 12 princípios do consumo consciente.

1. Planeje suas compras (não seja impulsivo).

2. Avalie os impactos de seu consumo.

3. Consuma apenas o necessário.

4. Reutilize produtos e embalagens (não compre outra vez o quê você póde consertar, transformar e reutilizar).

5. Separe seu lixo.

6. Use crédito conscientemente.

7. Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas.

8. Não compre produtos piratas ou contrabandeados.

9. Contribua para a melhoria de produtos e serviços (envie às empresas sugestões e críticas construtivas).

10. Divulgue o consumo consciente.

11. Cobre dos políticos.

12. Reflita sobre seus valores.

INSTITUTO AKATU. Conheça os 12 princípios do consumo consciente. [São Paulo], 18 mar. 2011. Disponível em: https://livro.pw/ggxri. Acesso em: 20 jul. 2024.

Ilustração de uma mulher em pé observando um carrinho de compras que contém uma representação do planeta Terra em seu interior. O carrinho possui uma etiqueta com o símbolo de um coração. Acima do carrinho, há um ícone circular com uma folha.

ATIVIDADES

Consulte as orientações no Manual do professor.

Após ler o texto, reflita se você coloca em prática os princípios listados.

a) A respeito do item 7, pesquise o quê é responsabilidade social das empresas e defina essa expressão com suas palavras.

Resposta pessoal.

b) Pesquise ações de responsabilidade social promovidas por empresas, preferencialmente localizadas na região onde você vive. Selecione uma dessas ações; em seguida, identifique e registre suas principais características, como a empresa quê a realiza, as estratégias utilizadas, os objetivos e os resultados alcançados. Apresente os resultados da pesquisa aos côlégas de turma.

ôriênti a turma na apresentação dos resultados da pesquisa. É importante quê o resultado seja exposto d fórma clara e objetiva.

Página sessenta e cinco

MUNDO DO TRABALHO
Consumo consciente e novas oportunidades profissionais

O mercado de trabalho está em constante evolução, impulsionado tanto pêlos avanços tecnológicos quanto pelas crescentes demandas sociais e ambientais. Com o aumento da pressão por consumo consciente, surgem novas oportunidades profissionais quê valorizam a sustentabilidade. Por isso, instituições de ensino estão oferecendo cursos voltados para áreas emergentes. Veja alguns exemplos.

Gestão de resíduos: profissionais dessa área planejam e implementam estratégias eficientes de manejo de resíduos sólidos, reciclagem e compostagem.

Tecnologia em saneamento ambiental: curso quê capacita estudantes a enfrentar desafios relacionados à gestão ambiental e ao saneamento.

disáini sustentável: esses profissionais trabalham com materiais ecológicos e práticas de produção sustentáveis, contribuindo para a economia circular.

Fotografia de três tijolos empilhados verticalmente, cada um com uma porcentagem escrita em sua superfície. De baixo para cima, as porcentagens são: 0 por cento, 50 por cento e 70 por cento.

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS
Tijolos ecológicos produzidos em Osasco (SP), 2011.Na construção civil, quê tradicionalmente gera muitos resíduos, surgem diversas alternativas sustentáveis. Esses tijolos ecológicos são feitos com resíduos do próprio setor de construção, reduzindo a quantidade de resíduos descartados e a necessidade de extração de novas matérias-primas. Nos tijolos da fotografia, estão indicadas as porcentagens de entulho de material de construção utilizadas.

Desenvolvimento de materiais

Uma das áreas mais impactadas por essas mudanças é o desenvolvimento de materiais sustentáveis, quê póde sêr realizado por engenheiros de materiais. O foco está na criação de materiais quê sêjam ambientalmente responsáveis para diversos usos, como bioplásticos (alternativas biodegradáveis ao plástico feitas com fontes renováveis), fibras naturais e alternativas ao couro produzidos com frutas e cogumélos.

Consulte as orientações no Manual do professor.

1. Faça uma pesquisa a respeito de um material sustentável, como bioplásticos, fibras naturais ou tijolos ecológicos. Prepare uma breve apresentação com slides quê explique o processo de fabricação e os benefícios ambientais, além de fornecer exemplos de uso.

1. Espera-se quê os estudantes preparem uma apresentação clara, concisa e bem organizada, utilizando imagens ou gráficos para ilustrar os pontos principais.

2. Em duplas ou trios, discutam e desenvolvam ideias inovadoras quê contribuam para reduzir os impactos ambientais causados pelas empresas. Ao final, todos os grupos devem compartilhar suas ideias com a turma.

2. Peça aos estudantes quê colem as ideias de cada grupo em um painel ou na lousa; incentive uma discussão colaborativa em quê todos os grupos compartilhem e debatam suas propostas, promovendo a troca de conhecimentos e a melhoria coletiva das ideias apresentadas.

Página sessenta e seis

Modelos econômicos sustentáveis

O sistema econômico tradicional, em quê predomina a economia linear, leva a um uso insustentável dos recursos naturais e à degradação ambiental. No entanto, existem modelos alternativos de produção quê propõem uma abordagem mais equilibrada e responsável. Vamos conhecer algumas dessas propostas.

Imagem de um esquema ilustrativo sobre o conceito de 'Economia linear'. O fluxo é representado por uma sequência de quatro setas dispostas da esquerda para a direita, cada uma acompanhada por um ícone que simboliza uma etapa do processo. A primeira seta indica a etapa 'Extrair', representada por um ícone com três folhas dispostas em forma triangular. A segunda, 'Produzir', traz o ícone de uma fábrica. A terceira seta, 'Utilizar', é ilustrada por uma loja. A última etapa, 'Descartar', é representada por uma lixeira com resíduos sendo jogados fora.

Economia circular

A economia circular é um modelo de produção e consumo quê visa fechar o ciclo de vida dos produtos. Em vez de seguir o padrão linear de “extrair, produzir e descartar”, a economia circular promove um sistema no qual os resíduos são minimizados e os recursos, continuamente reutilizados. Isso inclui práticas como reciclagem, reutilização e reparação de produtos, o quê prolonga sua vida útil e reduz o impacto ambiental.

Imagem de um esquema ilustrativo sobre o conceito de 'Economia circular'. O fluxo é apresentado em formato circular por meio de cinco setas que se conectam, cada uma representando uma etapa do processo. A primeira etapa, 'Produzir', é acompanhada do ícone de uma fábrica. A segunda, 'Utilizar', traz o ícone de uma loja. A terceira, 'Descartar', é representada por uma lixeira com resíduos sendo jogados fora. Em seguida, a etapa 'Reciclar' é ilustrada com embalagens e um símbolo de reciclagem. Por fim, a etapa 'Reutilizar' aparece com o ícone de setas formando um triângulo.

Economia solidária

A economia solidária valoriza a cooperação e a solidariedade em vez da competição e do lucro. Baseada em princípios de autogestão e de participação democrática, esse modelo busca empoderar comunidades locais e fortalecer rêdes de produção e consumo quê respeitam os direitos humanos e o meio ambiente. Cooperativas e associações comunitárias são exemplos de como esse modelo póde criar oportunidades de trabalho digno e promover a inclusão social.

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komérssio justo

O comércio justo é um movimento global quê visa criar condições de troca mais equitativas entre produtores e consumidores. Ele garante quê os produtores recebam uma remuneração justa por seu trabalho e quê êste seja realizado em condições seguras e sustentáveis. Produtos com certificação de comércio justo são identificados por selos quê asseguram aos consumidores quê suas compras contribuem para um sistema mais justo e sustentável.

Imagem de um selo com uma forma circular composta por duas figuras curvas opostas, uma em cada lado, formando um design estilizado que lembra uma figura humana com um braço levantado. Abaixo do símbolo está a palavra 'Fairtrade' escrita em letras maiúsculas.

sêlo quê indica comércio justo.

Saiba mais

Princípios do comércio justo

O comércio justo contribui para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca. Leia, a seguir, princípios importantes para uma relação comercial justa:

1. Transparência e corresponsabilidade na gestão da cadeia produtiva e comercial;

2. Relação de longo prazo quê ôfereça treinamento e apôio aos produtores e acesso às informações do mercado;

3. Pagamento de preêço justo no recebimento do produto, além de um bônus quê deve beneficiar toda a comunidade, e de financiamento da produção ou do plantio, ou a antecipação do pagamento da safra, quando necessário;

4. Organização democrática dos produtores em cooperativas ou associações;

5. Respeito à legislação e às normas (por exemplo, ambientais, trabalhistas) nacionais e internacionais;

6. Proibir o trabalho infantil... As crianças devem frequentar a escola;

7. Garantir dignidade e segurança no ambiente de trabalho;

8. Proibir o trabalho forçado;

9. Comprometer-se com a equidade de gênero, o empoderamento das mulheres e o meio ambiente deve sêr respeitado;

10. Promover o fair trade.

O QUE é fair trade. SEBRAE, 2 ago. 2022. Disponível em: https://livro.pw/fpzuw. Acesso em: 2 out. 2024.

ATIVIDADES

Consulte as respostas e orientações no Manual do professor.

Pense em um objeto quê você utiliza com freqüência (como roupas, eletrônicos ou produtos de higiene).

a) Agora, faça uma reflekção em um parágrafo, no caderno, sobre como sua escolha de compra dêêsse item póde impactar o meio ambiente e o ciclo de consumo. Sugira uma ação concreta quê você poderia adotar para minimizar esse impacto, seja na compra, uso ou descarte dêêsse produto.

a) Objetos de uso freqüente, como roupas, eletrônicos e produtos de higiene, têm impactos ambientais distintos, mas todos compartilham a necessidade de serem produzidos em larga escala.

b) Na lógica da economia circular, o quê mudaria em relação a esse produto quê você consome?

b) Na economia circular, o ciclo de vida dos produtos mudaria significativamente. Produtos eletrônicos, por exemplo, seriam projetados desde o início para serem reciclados e reutilizados, utilizando componentes modulares quê poderiam sêr substituídos facilmente. Além díssu, o produtor teria responsabilidade em recolher e reaproveitar esses itens ao final de sua vida útil.

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em AÇÃO
Conhecendo projetos sustentáveis em meu território

Nesta atividade, você e os côlégas vão se engajar em um projeto investigativo sobre sustentabilidade na região em quê vivem.

PASSO 1

Pesquisa

Façam um levantamento de projetos da sua região quê trabalhem com sustentabilidade, consumo consciente e educação para sustentabilidade. Podem sêr cooperativas de agricultores, feiras de economia solidária e platafórmas de comércio ôn láini de produtores, entre outros.

Fotografia de uma comunidade situada no alto de um morro, onde diversas casas simples compartilham o espaço de forma muito próxima, praticamente coladas umas às outras. Os telhados são cobertos por painéis de energia solar, e as construções, feitas majoritariamente de alvenaria, exibem os tijolos à mostra, sem revestimento.

Painel solar instalado em comunidade do Rio de Janeiro (RJ).
Fotografia de 2021. A Rede Favela Sustentável busca transformar as favelas do Rio de Janeiro em modelos de comunidades sustentáveis com diversas iniciativas, como democratizar o acesso à energia solar, levando painéis solares para as favelas.

Imagem com três esculturas de cerâmica expostas sobre uma superfície de madeira. Duas das esculturas têm formas que remetem a animais de quatro patas com design abstrato, enquanto a terceira representa uma cabeça humana com traços simplificados. Acima das esculturas, está escrita em destaque a frase: 'Comércio Justo. Respeito às pessoas e ao meio ambiente'.

Página inicial de loja ôn láini quê oferece peças de artesãos e artê-zãs brasileiros, promovendo o desenvolvimento de comunidades, o comércio justo e a valorização da cultura nacional.

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Fotografia de uma sala de aula com crianças sentadas em círculo, participando de uma atividade musical. No centro do círculo, um adulto toca violão, enquanto as crianças o acompanham utilizando instrumentos confeccionados com materiais reaproveitados, como garrafas plásticas e canos.

Oficina de música com instrumentos feitos de materiais reaproveitados, em escola de Petrolina (PE). Fotografia de 2019. A oficina é promovida pelo Instituto Brasil Solidário.

Fotografia de uma pessoa talhando um instrumento musical feito com madeira.

Produção de instrumento musical com madeira certificada pela Oficina Escola de Lutheria da Amazônea (Olea), em Manaus (AM). Fotografia de 2023. A Olea atua em projetos educativos, sociais, musicais e ambientais.

Escolham um projeto.

Cada grupo deve escolher um projeto diferente, se possível.

Se necessário, contatem responsáveis pelo projeto escolhido para entrevistas. Preparem perguntas quê explorem os objetivos, os impactos e os desafios enfrentados por eles. É possível realizar as entrevistas a distância, com ferramentas ôn láini.

PASSO 2

Análise e relatório

Analisem as informações coletadas e preparem um relatório sobre o projeto. Incluam descrição, objetivos, impactos na comunidade, desafios, soluções e exemplos de produtos ou serviços oferecidos.

Apresentem, brevemente, as informações coletadas do projeto para a turma. Identifiquem pontos em comum com os projetos apresentados pêlos côlégas.

PASSO 3

Proposta de implementação

No coletivo, escôlham um aspecto de um dos projetos pesquisados e discutam uma proposta de versão prática na escola ou na comunidade. póde sêr uma horta comunitária, uma oficina de reciclagem ou um sistema de troca de itens. Com base nas pesquisas realizadas, identifiquem as potencialidades e os desafios a serem enfrentados e verifiquem a possibilidade de implementação da proposta.

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora desta etapa: É possível manter outra relação com o consumo?

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ETAPA FINAL
Feira de trocas

Chegamos à reta final de nosso Projeto Integrador: a realização de uma feira de trocas.

As práticas de troca de produtos e serviços, quê remontam à Antigüidade, foram retomadas em novos formatos atuáis. Elas ressurgem como alternativa para sensibilizar e conscientizar as pessoas sobre os malefícios do consumismo. O objetivo é promover uma ssossiedade mais sustentável, baseada no consumo consciente, na solidariedade e no exercício da cidadania.

Leia o trecho de reportagem a seguir.

Para quêm não conhece, as feiras de troca se resumem a feiras de intercâmbio de produtos: além de você se livrar de algo que não usa mais, sai de lá com algo em bom estado e novo para você. A maioria das feiras também permite a troca de produtos por serviços, mas sempre sem envolver dinheiro: essa é a graça e a essência da feira de trocas.

INSTITUTO DE DEFESA DOS CONSUMIDORES. Veja como fazer um dia das crianças econômico e sustentável. [S. l.], 26 set. 2020. Disponível em: https://livro.pw/chayk. Acesso em: 21 jul. 2024.

PASSO
1

Antes da feira

Agora, vocês vão dar os primeiros passos para realizar a feira de trocas. Um bom planejamento é fundamental para o sucesso do evento.

Planejamento inicial

A primeira medida é definir e delegar responsabilidades. Diante díssu, com o professor, tomem decisões a respeito dos tópicos a seguir.

Nome: sêjam criativos e escôlham um título chamativo para a feira de trocas.

Data, horário e local: definam com o professor e a coordenação da escola quando e onde será realizada a feira.

Estrutura: determinem o número de barracas e as atrações culturais. Lembrem-se de pensar na acessibilidade para pessoas com necessidades especiais e em recursos para a destinação correta do lixo.

Função de cada barraca: escôlham quê tipo de produto ficará disponível em cada barraca. Incluam um local de conscientização para apresentar informações sobre as desvantagens do consumismo e os benefícios do consumo consciente.

Ilustração de uma feira ao ar livre, com barracas que vendem diferentes produtos, como roupas, livros e alimentos.

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Possíveis parceiros: com base nas pesquisas realizadas no decorrer dêste Projeto Integrador, escôlham quem póde apoiar a feira.

Comissões: formem grupos responsáveis pela organização de cada um dos aspectos da feira. Para facilitar essa organização, vocês podem usar o qüadro a seguir, incluindo outras comissões se for necessário.

Comissão

Principais atribuições

Responsáveis (nome dos estudantes)

Coordenação-geral

Integrar as ações e garantir a circulação da informação entre todas as comissões.

Comunicação

Desenvolver o material de divulgação da feira de trocas para a comunidade escolar (antes, durante e depois do evento).

Produtos

Definir os tipos de produto quê estarão nas barracas e organizar o recebimento dêêsses materiais.

Estrutura e decoração

Planejar a montagem das barracas, decorar o espaço e organizar a estrutura para recolher o lixo e manter o ambiente limpo.

Área educativa e cultural

Elaborar o conteúdo educativo e cultural da feira.

Interação com o público

Responsabilizar-se pelo contato com o público, criando estratégias para o acolhimento e o bem-estar dos frequentadores.

Reúnam-se esporadicamente para acompanhar e discutir o progresso feito por todas as comissões no processo de organização da feira.

Nas comissões

Reflitam sobre os materiais quê serão necessários para a realização de cada tarefa.

Elaborem um esquema da estrutura do evento, definindo como será o mapa de distribuição das barracas e de outros elemêntos presentes na feira. A comissão de estrutura e decoração ficará responsável por essa etapa. Vocês podem fazer o esboço à mão ou utilizar um software. ob-sérvim um exemplo de esboço estrutural simples.

Imagem de um mapa esquemático que mostra a disposição dos espaços em uma feira. A entrada, situada no canto superior esquerdo, é indicada por uma seta apontando para a direita, direcionando os visitantes à área de 'Recepção'. A partir desse ponto, diversas barracas estão organizadas em formato de U ao redor de um espaço central. Na parte superior, encontram-se as barracas de 'Consumo consciente', 'Socioambiental' e 'Comida'. No centro, há uma área circular destinada a 'Apresentações culturais'. Na parte inferior e na lateral esquerda, estão distribuídas quatro barracas identificadas como 'Produto', além de uma área localizada no canto inferior direito, destinada a 'Doações'.

Pesquisem se há associações, organizações não governamentais (ônguis) e esferas do pôdêr público (prefeitura, estado, União), entre outras entidades, quê já realizaram feiras de trocas semelhantes à quê vocês estão planejando. Se considerarem conveniente, a comissão de coordenação-geral, com o auxílio do professor, póde entrar em contato com essas entidades para verificar se existe a viabilidade de estabelecer uma parceria.

Página setenta e dois

Ilustração de uma feira ao ar livre, com barracas que vendem diferentes produtos, como roupas, livros e alimentos.

PASSO
2

Durante a feira

A realização da feira é o ápice dêste Projeto Integrador. Estejam com antecedência no local para checar os últimos dêtálhes e preparem-se para a chegada do público. Algumas estratégias devem sêr pensadas para o dia do evento, como:

recepcionar o público, dando informações e tirando possíveis dúvidas;

ter atenção ao andamento da feira, para sanar eventuais problemas;

dar assistência aos expositores e aos parceiros do evento;

fazer registros fotográficos e escritos;

preocupar-se em transmitir informações corretas sobre consumismo e consumo consciente;

agradecer à comunidade escolar e aos demais parceiros (ONGs, associações etc.) por meio de uma fala coletiva.

PASSO
3

Depois da feira

Após o término da feira, é necessário desmontar toda a estrutura e garantir a limpeza do espaço, bem como a destinação correta dos resíduos.

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora do projeto: Como promover um consumo consciente?

Conexões

A publicação trata da importânssia das feiras de troca e traz dicas de como organizá-las, envolvendo toda a comunidade e incentivando essa prática desde a infância.

LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO. Feira de trocas. São Paulo, 28 jan. 2019. Disponível em: https://livro.pw/gfqjk. Acesso em: 13 ago. 2024.

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AUTOAVALIAÇÃO

Para finalizar êste Projeto Integrador, é importante avaliar tanto a participação individual quanto a coletiva. Para isso, em uma fô-lha de papel sulfite, faça o quê se pede.

1. Sobre seu envolvimento neste Projeto Integrador, responda às kestões a seguir.

a) Houve participação em todas as atividades propostas? Argumente.

b) Em qual etapa houve mais dedicação? Em qual houve menos? Justifique.

c) Atribua uma nota de zero a dez para sua participação e para a participação da turma neste projeto. Justifique as notas atribuídas.

d) Em relação a suas ações, em quais aspectos você acredita quê póde melhorar para a realização do próximo projeto?

e) Junte-se a um colega para comparar as respostas às kestões anteriores, verificando com quais itens da avaliação vocês concórdam e de quais discordam.

f) escrêeva, de modo sucinto, quais foram suas dificuldades e quais aprendizagens desenvolvê-u no decorrer dêste projeto.

2. Em relação ao assunto dêste Projeto Integrador, responda às kestões a seguir.

a) Você compreendeu os aspectos sociais, econômicos e ambientais envolvidos na prática do consumismo e na mudança de atitude para uma postura de consumo mais consciente?

b) Percebeu a importânssia de seu papel como jovem e protagonista para o desenvolvimento de alternativas de consumo mais sustentáveis?

c) Refletiu, por meio do estudo ao longo dêste projeto, sobre a real necessidade de consumir certos produtos?

d) Reconheceu o funcionamento das cadeias produtivas e o modo como elas afetam o meio ambiente e a ssossiedade?

e) Compreendeu como o consumismo póde afetar o comportamento das pessoas e o quê póde sêr feito para evitá-lo?

3. Sobre a feira de trocas realizada ao final da última etapa, responda às kestões a seguir.

a) Você participou ativamente de todos os passos da proposta?

b) Conseguiu relacionar a experiência da feira com o assunto consumo consciente?

c) A vivência o auxiliou a desenvolver um olhar crítico sobre o consumo?

Ilustração de um homem olhando para seu reflexo em um espelho. Ele segura uma prancheta junto ao corpo com um dos braços, enquanto leva a outra mão ao queixo, em uma pose pensativa. No reflexo, o homem segura um caderno com um dos braços, enquanto o outro está abaixado. Ao redor dele e de seu reflexo, há balões de diálogo com símbolos de certo e errado. Os símbolos de errado aparecem ao lado dos braços que estão em posições diferentes.

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