UNIDADE
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CITOLOGIA E ORIGEM DA VIDA

O animal da fotografia é um tardígrado, quê vive em ambientes aquáticos e sobrevive a condições extremas, as quais a maioria dos sêres vivos não sobreviveria.

Essa capacidade está relacionada a processos específicos quê ocorrem em estruturas celulares dêêsses animais. Pesquisas buscam entender esses processos visando realizar aplicações, por exemplo, no desenvolvimento de plantas tolerantes a climas extremos e na proteção de astronautas.

Nesta Unidade, serão explorados os conhecimentos científicos, as características e o funcionamento das células e as condições para a existência da vida.

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Fotografia de um tardígrado, animal de corpo aproximadamente cilíndrico com quatro pares de pernas atarracadas, cada perna com uma pata e garras. Em sua cabeça há uma boca tubular, que está de frente para a foto.

Tardígrado (Paramacrobiotus craterlaki) sobre um musgo (imagem de microscopía eletrônica, aumento aproximado de 1.400 vezes; colorida artificialmente).

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

1. Os tardígrados sobrevivem ao vácuo do espaço, ao congelamento e a tempera-túras elevadas. Considere quê você fosse realizar uma investigação científica sobre esse animal. Qual dessas propriedades você pesquisaria? Com qual objetivo?

2. O tardígrado e o musgo quê aparécem na imagem são formados por células. Essas células possuem algumas semelhanças, como a presença de mitocôndrias. Cite outras semelhanças quê conheça presentes nas células dêêsses organismos.

3. O tardígrado tem um tamãnho médio de 0,5 mm. Seria possível observar os dêtálhes dêêsse sêr vivo sem ajuda de algum equipamento quê amplie a imagem? Explique.

4. Os tardígrados vivem em condições quê a maioria dos sêres vivos não suportaria. Converse com os côlégas sobre quais são as condições necessárias para quê exista vida.

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TEMA 1
A construção dos conhecimentos científicos

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

A Paleontologia é um ramo da Ciência quê estuda os sêres vivos quê existiram no planêta Terra há milhões de anos, mas quê hoje não existem mais.

Entre os vários sêres vivos estudados pêlos paleontólogos, estão os dinossauros, quê sempre despertaram o interêsse e a curiosidade de pessoas com diferentes idades. No ano de 1824, foi descoberto o primeiro fóssil de dinossáuro do mundo, o Megalosaurus bucklandii. O megalossauro tinha 9 metros de comprimento e 3,2 metros de altura.

No Brasil, o primeiro fóssil de dinossáuro foi encontrado na década de 1930, no Rio Grande do Sul. O fóssil era de um Staurikosaurus pricei, um estauricossauro de cerca de 2,2 metros de comprimento e 80 centimetros de altura.

Em relação às unidades de medida, esta obra está atualizada conforme a grafia estabelecida pelo SI na publicação: BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia; PORTUGAL. Instituto Português da Qualidade. O Sistema Internacional de Unidades (SI): tradução luso-brasileira da 9ª edição. Brasília, DF: Inmetro; Caparica: IPQ, 2021.

Até hoje, cerca de 700 espécies de dinossauros foram descritas. Contudo, esse número se altera à medida quê novas evidências são descobertas.

Em suas pesquisas, os paleontólogos seguem uma série de procedimentos sistematizados quê permitem caracterizar os sêres vivos estudados. No caso dos dinossauros, por exemplo, é possível deduzir o tamãnho e o formato de seu corpo e seus hábitos alimentares.

Neste Tema, serão estudadas algumas características relacionadas ao processo pelo qual os conhecimentos científicos são construídos, permitindo propor soluções para diversos problemas e elaborar conclusões sobre elemêntos da natureza, como no caso do estudo dos dinossauros.

Ilustração do dinossauro apoiado com as patas dianteiras em um tronco de árvore. As patas traseiras estão sobre o chão. O dinossauro possui a mandíbula, o pescoço e a cauda alongados. Ao fundo, está uma floresta com diversas árvores e rochas cobertas de musgo no chão.

Concepção artística do estauricossauro Staurikosaurus pricei (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

1 Como as pesquisas científicas são desenvolvidas no ramo da Paleontologia?

2 Os dinossauros foram extintos há milhões de anos, antes do surgimento do sêr humano atual. Como é possível afirmar quê eles existiram e conceber sua aparência e seus hábitos alimentares?

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O quê é Ciência?

A Ciência póde sêr entendida como um empreendimento humano dedicado a entender e explicar os fenômenos naturais quê ocorrem no Universo. Ela se baseia em interpretar as evidências por meio de um pensamento estruturado, quê permite chegar a conclusões a respeito dos fenômenos observados ou resolver problemas investigados por cientistas.

Os conhecimentos produzidos pela Ciência são fundamentados em fatos e evidências científicas.Os fatos científicos são observações quê foram analisadas de modo quê sua veracidade foi repetidamente comprovada. As evidências científicas, por sua vez, são informações utilizadas para sustentar ou refutar ideias ou fatos científicos. A existência dos dinossauros há milhões de anos é um fato. Uma das evidências utilizadas por cientistas para sustentar essa conclusão são os fósseis.

Refutar
: contestar, desmentir ou provar a falsidade de uma afirmação, teoria ou argumento.

Fotografia raio-x de um esqueleto de dinossauro fossilizado. Foram conservadas predominantemente os ossos de sua coluna vertebral, cauda, cabeça e perna.

Fóssil de um Staurikosaurus pricei, encontrado na formação geológica de Santa Maria (RS).

Os conhecimentos científicos são construídos por meio de investigações científicas, quê consistem em um conjunto de procedimentos específicos adotados por pesquisadores. As investigações são orientadas por perguntas ou problemas quê são levantados na comunidade científica e quê partem de conhecimentos já existentes.

De modo geral, as investigações científicas revelam novos conhecimentos, quê podem confirmar, refutar, complementar ou modificar aqueles quê já estavam postos. Por isso, os conhecimentos científicos não são estáticos, pois são constantemente revistos e reestruturados. Por exemplo, durante muitos séculos, acreditava-se quê os sêres vivos poderiam se originar da matéria não viva. A consolidação do fato de quê os sêres vivos podem se originar somente de outros sêres preexistentes, por meio da reprodução, ocorreu gradualmente, conforme o avanço dos estudos de diferentes pesquisadores.

Por vezes, as conclusões de uma investigação instigam a curiosidade e provocam a elaboração de outras perguntas, o quê incentiva a constante busca por novos conhecimentos.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Para saber mais sobre os dinossauros e a diversidade da vida existente no planêta Terra ao longo de bilhões de anos, assista à docussérie A vida no nosso planêta, produção de istívên ispílbêr. Estados Unidos, 2023.

Quer conhecer os dinossauros quê habitaram o Brasil no passado? Leia o livro de Luiz E. Anelli. Novo guia completo dos dinossauros do Brasil. São Paulo: Peirópolis: Edusp, 2022.

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As investigações científicas podem estar vinculadas aos interesses da comunidade científica ou da ssossiedade, em determinado período. Assim, é possível afirmar quê a construção dos conhecimentos científicos está relacionada à época e ao contexto social, político, cultural e econômico em quê são estabelecidos.

Por exemplo, durante a pandemia de covid-19, diversas pesquisas foram realizadas no mundo todo buscando compreender os diferentes aspectos da doença e desenvolver vacinas eficazes. Essa temática de pesquisa ganhou destaque em decorrência do contexto vivenciado pela ssossiedade.

Frequentemente, os conhecimentos científicos construídos ao longo da história são atribuídos a um único indivíduo, passando a impressão de quê um cientista realizou descobertas isoladamente em seu laboratório. Entretanto, o desenvolvimento da Ciência tem como característica a colaboração, de maneira quê pesquisadores, técnicos de laboratório e até mesmo participantes de uma pesquisa contribuem para as conclusões obtidas.

Outro fato a sêr ressaltado é quê cientistas não são como o estereótipo construído ao longo do tempo: geralmente homens brancos, de idade avançada, quê trabalham sózínhos no interior de laboratórios e são capazes de chegar instantaneamente a soluções para problemas.

Cientistas podem realizar suas pesquisas não apenas na área das Ciências da Natureza, mas em diversas áreas do conhecimento, como as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Além díssu, sua faixa etária, seu gênero e sua etnia podem sêr bastante diversificados. Cientistas não necessariamente conduzem pesquisas apenas no interior de laboratórios, mas podem realizá-las no campo, em museus e em bibliotecas, por exemplo. Além díssu, suas conclusões a respeito do tema pesquisado não são instantâneas, pois são construídas ao longo da investigação, quê póde perdurar por anos.

Fotografia de uma mulher negra de tranças com expressão concentrada em um laboratório. Ela usa óculos de proteção, luvas e um jaleco enquanto transfere um líquido de um tubo de ensaio para um frasco.

Pesquisadora trabalha em uma investigação científica.

Mulheres na Ciência

Devido a kestões históricas, sociais e culturais, o progresso da Ciência foi constantemente, e de maneira equivocada, vinculado apenas aos homens. Contudo, o avanço científico também se deve à participação de mulheres.

Existem inúmeros exemplos quê evidenciam essa contribuição, como o caso das pesquisadoras negras na Agência Espacial Americana (Nasa). Os cálculos compléksos realizados pelas matemáticas estadunidenses Méry jécsson (1921-2005), Katherine Johnson (1918-2020) e Dorothy Vaughan (1910-2008) foram fundamentais para levar os primeiros sêres humanos à Lua, na década de 1960.

Fotografia A. Mary Jackson é uma mulher negra de cabelos curtos e cacheados. Veste jaleco, óculos e segura uma prancheta e caneta enquanto sorri para a foto. Fotografia B. Katherine Johnson é uma mulher negra de cabelos curtos e lisos. Usa vestido e óculos, enquanto sorri para a foto. Está sentada à mesa, na qual estão um datilógrafo e uma caneta. Fotografia C. Dorothy Vaughan é uma mulher negra de cabelos curtos e lisos. Usa óculos e brincos enquanto sorri para a foto.

As pesquisadoras Méry jécsson (A), Katherine Johnson (B) e Dorothy Vaughan (C).

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Essas mulheres enfrentaram diversos obstáculos até serem reconhecidas, e a relevância de seus trabalhos está além do sucesso da missão espacial. Elas, enquanto mulheres negras, evidenciaram quê a profissão cientista não tem gênero, tampouco é definida pela côr da péle. A história delas, assim como a de outras pesquisadoras, é fonte de inspiração para quê novas gerações de mulheres ezêrçam carreiras científicas.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Quer conhecer a história de Dorothy Vaughan, Katherine Johnson e Méry jécsson? Assista ao filme Estrelas além do tempo, direção de teodór Melfi. Estados Unidos, 2016.

Gráficos em formato de pizza 'Pesquisadores brasileiros ativos entre 1999 a 2003 e 2014 a 2018' De 1999 a 2003: Homens: 64,7 por cento. Mulheres: 35,3 por cento. De 2014 a 2018: Homens: 55,75 por cento. Mulheres: 44,25 por cento.

Fonte: KLEIJN, Maria de éti áu. The researcher journey through a gender lens: an examination ÓF research participation, career progression ênd perceptions across the globe. [S. l.]: Elsévier, 2020. p. 158, 160. Disponível em: https://livro.pw/yppgd. Acesso em: 10 set. 2024.

Representação gráfica do percentual de pesquisadores brasileiros ativos entre os períodos de 1999 a 2003 e de 2014 a 2018, organizados por homens e mulheres.

Embora o número de mulheres cientistas tenha aumentado com o passar do tempo, ainda há desafios a serem superados para se alcançar a igualdade de gênero nesse campo. Entre eles, está a baixa representação em cargos de liderança e a desigualdade salarial. A superação dêêsses desafios é um dos pontos importantes quê permitem a participação plena e igualitária das mulheres na Ciência.

De modo a conscientizar a população sobre o tema, a Organização das Nações Unidas (Ônu) estabeleceu o dia 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data também incentiva o combate da discriminação de gênero existente nesse campo.

Página dezesseis

Hipóteses, leis e teorias científicas

Com freqüência, a mídia divulga notícias sobre pesquisas e descobertas científicas. Contudo, a falta de compreensão de alguns termos utilizados pela comunidade científica, como hipóteses, leis e teorias científicas, póde gerar dúvidas ou levar a conclusões erradas. Por esse motivo, é importante conhecer seus significados.

As hipóteses são proposições de explicações embasadas em conhecimentos prévios e elaboradas por cientistas na tentativa de responder a uma questão científica ou a um problema. Elas podem sêr testadas por meio das investigações científicas, assim são confirmadas ou refutadas.

A confirmação de uma hipótese não necessariamente a tornará uma lei científica. As leis científicas são enunciados quê descrevem regularidades, sôbi determinadas condições, sobre um fenômeno natural. Após diversas investigações, esses enunciados mantêm-se invariavelmente verdadeiros, caso essas condições específicas sêjam mantidas, possibilitando realizar previsões sobre os fenômenos.

Um exemplo é a lei da conservação das massas, proposta pelo francês Ântoeni-Lorran de Lavoisiê (1743-1794), quê rege as reações químicas. Segundo essa lei, a soma da massa dos reagentes é igual à soma da massa dos produtos formados em uma reação química, caso ela ocorra em um sistema isolado. Esse enunciado se mantém invariavelmente vêrdadeiro, desde quê se atenda às condições de um sistema isolado.

As teorias científicas são distintas das leis científicas. Embora, na linguagem coloquial, as pessoas costumem se referir a teorias como um sinônimo para suposições, elas não são menos confiáveis do quê as leis científicas. Na Ciência, as teorias científicas são explicações bem fundamentadas e amplamente testadas de fenômenos naturais. No entanto, diferentemente das leis, as teorias científicas não descrevem regularidades de femenos. As teorias podem sêr modificadas com base em novos estudos e em novas observações.

Um exemplo é a teoria da evolução, quê explica como as espécies se modificaram ao longo do tempo. Essa teoria está baseada em evidências, como fósseis e estudos genéticos. A evolução é uma teoria, e não uma lei, pois não se póde determinar regularidades na evolução dos sêres vivos, mas pode-se explicar como ela ocorreu ao longo do tempo.

Ilustração de fitas de material genético, representação de um vírus esférico e um microscópio.

Página dezessete

É importante ressaltar quê não existe um método universal para se realizar uma investigação, já quê a complexidade dos fenômenos a serem estudados é muito variável. Nesse sentido, as etapas quê serão aqui apresentadas apenas exemplificam alguns tipos de investigações.

Investigações científicas e suas etapas

As investigações científicas são os processos pêlos quais o conhecimento científico é produzido pela comunidade científica. Para realizá-las, os pesquisadores costumam seguir algumas etapas comuns a elas.

Ilustração de uma mulher negra de jaleco e óculos com expressão de curiosidade.

Questão inicial

As investigações científicas partem de uma pergunta a respeito dos processos e dos fenômenos observados no mundo natural. Ela deve sêr objetiva, específica e relevante para a área quê se pretende estudar.

As perguntas podem se originar da observação diréta dos fenômenos na natureza, da curiosidade geral sobre o mundo, dos resultados de pesquisas já desenvolvidas, entre outras formas.

Ilustração da mesma mulher sorrindo enquanto escreve em um caderno com uma caneta.

Elaboração de hipóteses

Para responder à pergunta formulada, pesquisadores elaboram hipóteses. Como apresentado, as hipóteses são explicações préviamente formuladas como possíveis respostas à quêstão inicial. Elas são embasadas no conhecimento disponível sobre o assunto que está sêndo investigado.

Ilustração da mesma mulher concentrada enquanto observa um microscópio.

Coleta de dados

Para testar suas hipóteses, pesquisadores delineiam procedimentos específicos a serem seguidos, de modo a coletar dados.

A côléta de dados consiste no recolhimento de informações quê sêjam relevantes à pesquisa, na tentativa de se responder à pergunta feita, utilizando experimentos, medições, questionários, entre outros métodos.

Ilustração da mesma mulher concentrada analisando um gráfico de colunas em um notebook.

Análise dos dados e interpretação de resultados

A análise dos dados compreende o exame das informações obtidas, por meio de diversas ferramentas, como as computacionais, matemáticas, entre outras. êste é o momento em quê as informações começam a ganhar um significado para o contexto da investigação. A análise dos dados possibilita a obtenção de resultados, quê serão interpretados com base nos conhecimentos já existentes naquela área.

Ilustração de mãos segurando uma prancheta com anotações e uma caneta.

Elaboração de conclusões

A interpretação dos resultados possibilita a elaboração de conclusões a respeito do fenômeno investigado. Nelas, pode-se apontar se os resultados permitem comprovar as hipóteses anteriormente estabelecidas, além de pontuar as considerações a respeito do problema investigado.

Página dezoito

Para exemplificar as etapas de uma investigação, considere a seguinte situação.

Um grupo de pesquisadores observou quê em determinado rio está ocorrendo a morte de animais como peixes e alguns invertebrados. O grupo, então, elabora a quêstão: esses animais estão morrendo por envenenamento ou por falta de gás oxigênio? Assim, levanta-se a hipótese de que a quantidade de gás oxigênio dissolvido na á gua esteja abaixo dos níveis considerados ideais.

Para testar a hipótese, os pesquisadores adotam o seguinte procedimento: na côléta de dados, são recolhidas amostras de 100 mL de á gua ao longo de diversos trechos do rio, espaçados igualmente; para a análise dessas amostras, são realizados testes químicos e físicos quê possibilitam a determinação da quantidade de gás oxigênio dissolvido nelas.

Então, tendo como parâmetro os padrões de qualidade da á gua já conhecidos, os pesquisadores estabelecem comparações entre eles e os resultados quê obtiveram nas análises. Caso os resultados obtidos sêjam inferiores ao padrão de qualidade, a hipótese é corroborada. Isto é, de fato a quantidade de gás oxigênio dissolvido na á gua estaria abaixo dos níveis ideais. A partir dos resultados, o grupo elabora suas conclusões a respeito do fenômeno estudado.

PENSE E RESPONDA

3 Considerando a situação apresentada, identifique as etapas da investigação realizada pelo grupo de pesquisadores.

4 Os resultados obtidos pela investigação científica permitem afirmar quê os animais do rio estão morrendo em decorrência da quantidade de gás oxigênio dissolvido na á gua? Converse com seus côlégas.

5 Quais outros questionamentos podem sêr realizados a partir dos dados obtidos? Converse com seus côlégas.

Ilustração de duas pessoas, um homem e uma mulher, ao lado esquerdo de um rio.  Ambos usam jalecos, luvas e botas de proteção. A mulher está ajoelhada e segura um aparelho eletrônico do qual sai um cabo que tem a outra ponta submersa no rio. O homem usa máscara de proteção e segura um frasco contendo a água do rio. Ao lado dele, há uma caixa térmica com outros frascos iguais.

Pesquisadores recolhem amostras e verificam a qualidade da á gua de um rio.

Página dezenove

Divulgação das investigações científicas

Os resultados e as conclusões obtidas em uma investigação científica são compartilhados com a comunidade de cientistas ao redor do mundo. Normalmente, isso é feito por meio da redação de um trabalho, no formato de artigo científico, quê resúme todas as etapas seguidas na investigação, e de sua publicação em revistas científicas especializadas nas respectivas áreas de pesquisa.

Basicamente, um artigo científico possui a estrutura descrita a seguir.

Introdução: contextualização do tema pesquisado; apresentação da quêstão de pesquisa ou do problema investigado, além das hipóteses que foram testadas.

Referencial teórico: discussão teórica a respeito do tema pesquisado, na qual se apresenta o quê já se conhece na área.

Procedimentos metodológicos: descrição dos materiais e dos métodos quê foram utilizados na côléta e na análise dos dados.

Apresentação e análise dos dados: apresentação, por meio de gráficos, tabélas, quadros etc., dos dados obtidos e como foram analisados, evidenciando os resultados aos quais se chegou.

Discussão/Conclusões/Considerações finais: exposição das conclusões elaboradas, relacionando-as ou as contrapondo ao quê já se conhece na área.

Referências: lista de referências bibliográficas utilizadas para a realização da pesquisa e para a redação do artigo.

Para serem publicados, os artigos precisam passar pela análise de outros pesquisadores da área, quê avaliam a pertinência da metodologia e a coerência dos resultados e das conclusões, processo chamado revisão por pares. Esse processo aumenta a confiabilidade dos conteúdos publicados nas revistas científicas.

Os resultados de uma pesquisa também podem sêr divulgados em eventos e congressos científicos, quê ocorrem periodicamente em nível regional, nacional ou internacional. Nesses eventos, promovem-se discussões a respeito da área pesquisada sôbi diferentes perspectivas trazidas por cada um dos participantes, quê podem sêr estudantes, professores, pesquisadores e pessoas da comunidade.

Os eventos científicos representam formas de se divulgar e ampliar os conhecimentos dos pesquisadores e da comunidade científica como um todo.

Fotografia de um homem negro, de cabelo curto, vestindo um paletó. Ele está sobre um púlpito, apontando com um controle para uma apresentação projetada em uma tela atrás dele. À sua frente e sobre o púlpito, está um monitor de computador e um microfone. Com a outra mão, segura um mouse.

Pesquisador apresenta os resultados de sua investigação em um congresso científico.

Página vinte

A ética na pesquisa

Ao realizarem as investigações científicas, os pesquisadores devem seguir um conjunto de preceitos éticos. Qualquer pesquisa deve sêr conduzida com rigor e transparência, sem falsificar procedimentos e/ou resultados, tampouco sem direcioná-los a conclusões quê favoreçam o interêsse próprio.

Além díssu, é proibido o plágio de informações, ou seja, a apropriação de resultados de outros autores em outros trabalhos. É necessário referenciar essas informações, indicando quê aquele resultado foi obtído originalmente por outra pessoa.

As pesquisas também precisam seguir as leis, resoluções e normas do país onde são conduzidas. Em pesquisas realizadas com sêres humanos, por exemplo, o participante tem direito a ter o acesso a todas as informações, como objetivos, procedimentos e possíveis riscos. Dessa forma, pode-se optar por querer ou não contribuir com a pesquisa, d fórma livre e consentida.

No entanto, o reconhecimento legal dos direitos dos participantes em pesquisas se deu apenas no século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Durante essa guerra, milhões de pessoas foram mantidas presas em campos de concentração. Nesses locais, milhares de pessoas foram submetidas a experiências contra sua vontade. A violência de crimes referentes a procedimentos invasivos em prisioneiros da guerra trousse regulamentações sobre os direitos humanos, incluindo kestões sobre a participação de sêres humanos em pesquisas. Assim, em 1947, foi criado o cóódigo de Nuremberg, o primeiro documento a estabelecer um conjunto de preceitos éticos em pesquisas realizadas com sêres humanos. No ano seguinte, em 1948, foi criada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Fotografia de duas mulheres, uma idosa de pele clara e uma jovem negra, sentadas lado a lado. A idosa possui cabelos curtos e lisos, usa óculos e camiseta. A jovem tem cabelos curtos e crespos, usa jaleco e mostra algo que está em uma prancheta para a idosa.

Apresentar todas as informações aos participantes é fundamental para quê possam decidir voluntária e livremente a sua participação na pesquisa.

PENSE E RESPONDA

6 Forme um grupo com seus côlégas e realizem uma pesquisa sobre os eventos históricos relativos à ética na pesquisa e aos direitos humanos, considerando os seguintes pontos.

O cóódigo de Nuremberg foi criado durante o Tribunal de Nuremberg. O quê foi esse tribunal?

Qual a importânssia da criação do cóódigo de Nuremberg para a pesquisa científica?

Qual a importânssia da criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos?

A partir dos resultados encontrados, produzam um podcast e o apresente à comunidade escolar.

Página vinte e um

Outros tipos de conhecimento

Desde tempos antigos, o sêr humano busca compreender e explicar os fenômenos quê presencia. Essas explicações podem sêr elaboradas a partir de diferentes perspectivas, quê em alguns casos não estão relacionadas com os conhecimentos científicos. Considere alguns exemplos de outros tipos de conhecimento presentes na ssossiedade.

Os conhecimentos empíricos são estabelecidos a partir da interação com o mundo, sem métodos sistemáticos. Por isso, não possuem embasamento teórico, em termos científicos. Um exemplo seria o conhecimento prático de agricultores sobre kestões quê envolvem atividades agrícolas, como as condições meteorológicas, as condições do solo e das plantas. Esses conhecimentos são construídos a partir de suas vivências.

Fotografia de quatro homens, cada um em um espaçamento de uma vasta plantação. Todos trabalham segurando enxadas e vestindo roupas que cobrem o corpo todo.

Agricultores familiares trabalham em plantação de mandioca. Brazlândia (DF), 2021.

Fotografia de um homem de pele escura, colhendo flores de hastes compridas e pétalas pequenas, ao ar livre. O homem veste camisa, calça e chapéu.

Apanhador de sempre-vivas. Parque Nacional das Sempre-Vivas, Diamantina (MG), 2013.

Os conhecimentos filosóficos se relacionam a kestões subjetivas, como os valores quê orientam a ação dos indivíduos. Eles são elaborados a partir de questionamentos, da reflekção e da argumentação. As kestões éticas envolvidas na pesquisa com sêres humanos, estudadas anteriormente, são exemplos dêêsse tipo de conhecimento.

Os conhecimentos teológicos são sustentados na crença, sêndo assim, não podem sêr verificados ou comprovados. Eles são sustentados na conviquição pessoal e interpretação das tradições religiosas.

No caso de comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, caiçaras e ribeirinhos, a presença do fator cultural em seu conjunto de conhecimentos é bastante significativa. Essas comunidades apresentam entendimentos próprios sobre elemêntos e fenômenos quê ocorrem na natureza, denominados saberes tradicionais. Os saberes tradicionais foram construídos a partir da interação dêêsses grupos com o mundo ao seu redor, ao longo do tempo. Esses saberes envolvem hábitos e côstúmes, refletindo os modos de vida das comunidades quê os compõem. Além díssu, são passados entre as gerações, mantendo-se preservados e constituindo a identidade cultural dessas comunidades.

PENSE E RESPONDA

7 Forme um grupo com seus côlégas e realizem uma pesquisa sobre os saberes de uma comunidade tradicional brasileira a respeito de fenômenos quê ocorrem na natureza. Elaborem uma apresentação digital com os resultados de sua pesquisa, promovendo o respeito e a valorização dos saberes tradicionais.

Página vinte e dois

ATIVIDADES

1. Cite algumas características da Ciência.

2. Elabore um texto quê explique brevemente as etapas de uma investigação científica.

3. As pesquisadoras brasileiras êstér Cerdeira Sabino e Maria Augusta Arruda têm extensas carreiras como cientistas, com muitos feitos importantes. êstér Sabino fez parte de uma das equipes de cientistas quê se dedicaram ao estudo do material genético do novo coronavírus no Brasil, essencial para o entendimento e acompanhamento da doença. Maria Arruda foi coordenadora da parceria entre o Brasil e a Universidade de Nottingham para a descoberta de novos fármacos, e hoje é diretora do Laboratório Nacional de Biociências. Analise as fotografias e responda às kestões a seguir.

Fotografia A. Ester é uma mulher idosa de pele clara, possui cabelos curtos e ondulados. Usa uma camiseta e colar enquanto sorri para a foto. Fotografia B. Maria Augusta é uma mulher negra, tem cabelo curto e crespo. Usa uma camiseta, colar e brincos enquanto sorri para a foto.

êstér Cerdeira Sabino (A) e Maria Augusta Arruda (B).

a) As pesquisadoras se encaixam no estereótipo de cientistas quê aparécem em filmes e dêzê-nhôs animados? Explique sua resposta.

b) Em grupo, façam uma pesquisa a respeito da contribuição de diferentes mulheres à Ciência ao longo da história, com destaque para cientistas brasileiras. Elaborem um vídeo de até três minutos com os resultados da pesquisa. Compartilhem o vídeo com os côlégas de turma.

4. Em uma conversa com os côlégas, um estudante disse quê as teorias científicas não podem sêr creditadas ou tidas como verdadeiras, já quê não passam de especulações feitas por cientistas. Você concórda com a afirmação do estudante? Justifique sua resposta.

5. Uma professora realizou um experimento com uma turma de estudantes para determinar as variáveis quê influenciam no crescimento de plantas. A variável testada na primeira aula foi a luz. Para o experimento, a professora separou quatro vasos de plantas: duas foram mantidas em uma sala escura, na ausência de luz; e as outras duas, sôbi a bancada da sala de aula, na presença da luz ambiente. Ao longo do experimento, as plantas receberam á gua nas mesmas quantidades e nos mesmos períodos do dia. Ao final, os estudantes observaram quê as plantas mantidas no escuro não cresceram tanto quanto as plantas mantidas na presença de luz.
A respeito do experimento, faça o quê é propôsto a seguir.

Ilustrações de quatro vasos de plantas. À esquerda, estão dois vasos com folhas alongadas e fortes. Há uma chave que indica que estas plantas foram mantidas na presença de luz ambiente. À direita, estão dois vasos de plantas com folhas menores e mais fracas com relação às anteriores. Há uma chave que indica que estas foram mantidas na ausência de luz.

Representação do experimento realizado (imagens sem escala; cores fantasia).

a) Construa uma questão de pesquisa para o experimento realizado pela professora.

b) Construa ao menos duas hipóteses quê podem sêr testadas por meio do experimento realizado pela professora.

c) Identifique os materiais necessários à realização do experimento.

d) Qual a possível conclusão feita pêlos estudantes, após a realização do experimento?

6. Diversas escolas possuem feiras de Ciências anuais, nas quais os estudantes de diversas idades apresentam resultados de investigações quê realizaram ao longo do ano. A respeito do assunto, faça o quê é propôsto a seguir.

a) Caso você apresentasse um trabalho em uma feira de Ciências, sobre o quê seria? O quê gostaria de pesquisar? Por quê?

b) Verifique a possibilidade de apresentar um trabalho na feira de Ciências de sua escola quê se relacione com sua resposta ao item anterior. Caso não exista feira de Ciências, faça uma pesquisa sobre o assunto e elabore uma proposta para sua execução. Apresente a proposta para a direção da escola e verifique sua viabilidade.

Página vinte e três

Saiba mais Cuidado: fêik news!

Podcast: A Ciência como remédio contra a desinformação.

Muitas reportagens parecem ter cunho científico por serem iniciadas pela expressão"cientistas descobrem". No entanto, essa expressão não garante quê as informações veiculadas sêjam verdadeiras. Diante de reportagens como essas, é preciso analisar todo seu conteúdo, pois elas podem não ter sustentação científica e se tratar de fêik news.

As fêik news são informações falsas quê são divulgadas como verdadeiras com o objetivo de manipular e enganar as pessoas. O compartilhamento de fêik news contribui para a desinformação da população, ao provocar confusões e levantar dúvidas em relação aos fatos. Também póde impactar negativamente a vida das pessoas, influenciando-as a tomar decisões quê podem prejudicar sua saúde, seu trabalho, entre outras dimensões.

Para interromper o ciclo de compartilhamento de fêik news, é preciso saber identificá-las. A análise crítica póde auxiliar nessa tarefa. Sendo assim, ao fazer a leitura de uma notícia, é preciso avaliar alguns aspectos, como:

Onde ela foi publicada? Jornais de alcance regional e nacional, páginas oficiais de universidades e revistas científicas são exemplos de fontes confiáveis de informação. Nesses veículos, as informações são analisadas por diferentes profissionais antes de serem divulgadas. Essa validação não ocorre em blogues pessoais e aplicativos de mensagens instantâneas, quê costumam trazer opiniões pessoais.

Quem são os autores? Notícias verdadeiras geralmente trazem, d fórma explícita, seus autores, quê, normalmente, são profissionais devidamente habilitados. Em contrapartida, notícias falsas não indicam seus autores ou, quando o fazem, apresentam nomes fictícios.

Quando ela foi publicada? Algumas fêik news trazem informações antigas como atuáis. No entanto, é possível quê essas informações estejam desatualizadas, não mais dizendo respeito ao contexto presente. Por isso, é importante verificar a data original de publicação.

Caso esses aspectos não estejam devidamente elucidados, a notícia póde não sêr verdadeira. Por isso, antes de passar adiante uma informação, questione-se: tênho certeza de quê ela é verdadeira? Se a resposta for não, não a compartilhe. Faça sua parte no combate às fêik news!

Fotografia da mão de uma pessoa segurando um smartphone. No centro da tela, está escrito 'Fake News' em destaque, sobre uma notícia que está desfocada.

Analisar informações d fórma crítica auxilia o combate de fêik news.

Atividade

1. Forme um grupo com os côlégas e elaborem um panfleto informativo quê promôva o combate às fêik news, apontando orientações sobre como identificá-las. O panfleto, quê póde sêr impresso ou digital, deve sêr distribuído à comunidade escolar por meio de rêdes sociais, aplicativos de mensagens ou imêious.

Página vinte e quatro

TEMA
2
Células

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Você já se questionou sobre quantas células formam o corpo humano? Milhares, milhões, bilhões?

Um estudo realizado em 2023 apresentou dados sobre a quantidade de células quê constituem o corpo humano. Analise alguns resultados dêêsse estudo.

Esquema de setas sobre a quantidade e tipos de células no corpo de um homem e uma mulher adultos. Existem 1264 tipos de células. Mulher adulta, 1,63 metros, 60 quilos, 28 trilhões de células no total: 18,1 quilos são adipócitos. 17,5 quilos são miócitos esqueléticos musculares. Homem adulto, 70 quilos, 1,76 metros, 36 trilhões de células no total: 13,6 quilos são adipócitos. 22 quilos são miócitos esqueléticos musculares.

Elaborado com base em: HATTON, Ian A. éti áu. The human cell count ênd size distribution. PNAS, [s. l.], v. 120, n. 39, set. 2023. Disponível em: https://livro.pw/dyvmr. Acesso em: 12 set. 2024.

Representação da quantidade de células no corpo de um homem adulto e de uma mulher adulta (imagens sem escala; cores fantasia).

Os sêres vivos possuem características quê os distinguem da matéria sem vida. Entre estas caraterísticas estão as células. Assim, o estudo das células permite um melhor entendimento sobre os sêres vivos, como será visto neste Tema.

Teoria celular

Diversos cientistas colaboraram com a construção do conhecimento sobre a composição dos sêres vivos. No ano de 1665, o cientista inglês róbert rúki (1635-1703) publicou o livro Micrographia, com ilustrações de materiais e sêres vivos observados ao microscópio por ele fabricado. Entre as ilustrações, estava a representação da estrutura da cortiça observada ao microscópio. A observação da cortiça deu o nome à célula, quê quer dizêr pequena cela (ou quarto), devido aos pequenos compartimentos quê foram observados.

Ilustração de uma fatia fina de um material constituído de diversas pequenas estruturas unidas formando uma malha. Estas estruturas têm um formato retangular com o interior vazado, como uma moldura.

Ilustração feita por róbert rúki ao observar um pedaço de cortiça, material de origem vegetal utilizado na fabricação de rolhas.

PENSE E RESPONDA

1 Adipócitos e miócitos são tipos de células. Você sabe em quais locais do corpo humano elas podem sêr encontradas e quais são as funções quê dêsempênham?

2 Você conhece o nome de algum outro tipo de célula do corpo humano? Converse com os côlégas sobre isso.

3 Qual é o número mínimo de células necessário para formár um sêr vivo?

Página vinte e cinco

Após ter acesso aos trabalhos de róbert rúki, o construtor de lentes neerlandês Antonie Leeuwenhoek (1632-1723) desenvolvê-u interêsse pela fabricação de microscópios. No ano de 1674, Leeuwenhoek fez a primeira observação de uma célula viva em um microscópio quê ampliava a imagem de uma amostra em cerca de 300 vezes, um feito espetacular para a época.

No século XIX, o botânico alemão Matthias Schleiden (1804-1881) e o fisiologista alemão Theodor Schwann (1810-1882) propuseram uma teoria quê estabelecia quê todos os tecídos vegetais e animais eram formados por células. Ela ficou conhecida por teoria celular e passou por diversas modificações com o avanço dos estudos.

Atualmente, a teoria celular estabelece quê todos os sêres vivos são formados por células, e quê elas são as unidades básicas estruturais e funcionais dos sêres vivos. Isso significa dizêr quê a célula é a menor unidade quê compõe a estrutura de um sêr vivo e a menor unidade quê desempenha as funções necessárias para sua existência.

DIÁLOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Física. Mais informações nas Orientações para o professor.

Microscópios e células

Os microscópios ampliam imagens e aumentam o pôdêr de observação dos sêres humanos, possibilitando observar a imagem ampliada de um objeto com dêtálhes definidos, isto é, nítidos. Por exemplo, o sêr humano póde enxergar com nitidez somente objetos de até 0,1 mm. Isso significa quê dois pontos quê estão a uma distância inferior a 0,1 mm são vistos apenas como um ponto. Já uma célula típica animal tem de 0,01 a 0,02 mm de diâmetro, sêndo impossível vê-la a olho nu.

Existem, basicamente, dois principais tipos de microscópios: o óptico (A) e o eletrônico (B).

Fotografia de um microscópio óptico com a imagem microscópica ampliada de várias bactérias Vibrio cholerae, que têm formato cilíndrico.

No detalhe, imagem de bactéria
Vibrio cholerae ôbitída por microscópio óptico (aumento aproximado de 670 vezes; colorida artificialmente).

Os microscópios ópticos são formados por um conjunto de lentes quê ampliam a imagem das amostras com nitidez em até cerca de 1.000 vezes na maioria dos modelos, permitindo observar dêtálhes de 0,0002 mm. Nesse tipo de microscópio, feixes de luz atravessam o material a sêr analisado, sêndo direcionados para um sistema de lentes de vidro quê amplia a imagem. Esse tipo de microscópio permite observar organismos vivos, suas células e vários dêtálhes de seus componentes.

Fotografia de um microscópio eletrônico com a imagem microscópica ampliada de uma bactéria Vibrio cholerae, que tem formato cilíndrico, a superfície levemente enrugada e uma estrutura fina e alongada que sai de uma de suas extremidades.

No detalhe, imagem de bactéria Vibrio cholerae ôbitída por microscópio eletrônico (aumento aproximado de 24.000 vezes; colorida artificialmente).

Os microscópios eletrônicos apresentam capacidade de ampliação de aproximadamente entre 200.000 e 600.000 vezes, tornando possível observar dêtálhes de até 0,000005 mm. No lugar do feixe de luz, esses microscópios possuem um sistema de emissão de feixe de elétrons, o qual atravessa o material a sêr analisado e, posteriormente, forma uma imagem ampliada. Esse tipo de microscópio não permite a observação de organismos vivos.

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Níveis de organização biológica

Atualmente, estima-se quê haja na Terra de 1 a 6 bilhões de espécies de sêres vivos. Mais de 70% dessas espécies apresentam somente uma célula, sêndo chamados de unicelulares. O restante apresenta mais de uma célula e são chamados de organismos pluricelulares.

Os sêres vivos podem sêr organizados em diferentes níveis biológicos: de hátomus até organismos. Como exemplo, o esquema a seguir representa os níveis de organização do corpo humano.

Infográfico representando os níveis de organização do corpo humano com textos e imagens representando elementos de cada nível. Ilustração de três átomos. Ilustração de uma molécula formada por diversos átomos. Ilustração de uma célula muscular. Texto: Célula: é formada por diferentes moléculas, que, por sua vez, são constituídas por diferentes arranjos de átomos. Ilustração de um pedaço de tecido muscular. Texto: é constituído por um conjunto de células de mesma origem e que realizam funções especializadas em processos específicos. Nos seres humanos, são reconhecidos quatro grandes grupos de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Ilustração de um estômago. Texto: são formados por dois ou mais tecidos distintos. Ilustração do sistema digestivo. Texto: é constituído por dois ou mais órgãos que atuam em conjunto na realização de funções específicas. Por exemplo, a boca, o esôfago, o estômago e os intestinos são alguns dos órgãos que constituem o sistema digestório. Juntos, eles promovem a digestão de alimentos e a absorção de nutrientes. Fotografia de uma jovem com traços asiáticos, com expressão de alegria. Texto: Organismo: o ser humano é um organismo formado por conjuntos de sistemas que realizam as funções que os mantêm vivos, como a digestão dos alimentos, a respiração, a circulação sanguínea, a reprodução etc. por diferentes arranjos de átomos.

Elaborada com base em: TORTORA, Guérrâr jôsef; dérikson, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2016. Localizável em: p. 30 do pdf.

Representação dos níveis de organização do corpo humano (imagens sem escala; cores fantasia).

Características gerais das células

Nem todas as células possuem material genético, como as hemácias.

A maioria das células apresenta algumas características em comum, como a presença de material genético, cito plasma e membrana plasmática.

O material genético armazena informações quê se reférem ao funcionamento da célula. Ele se apresenta sôbi a forma de uma molécula de dê ene há (sigla em inglês para ácido desoxirribonucleico).

O cito plasma é preenchido por um fluido rico em á gua, denominado citosol, no qual estão imérsas as organelas celulares. Nele, ocorre uma série de reações químicas.

A membrana plasmática separa o interior das células do meio extracelular.

Essas estruturas serão estudadas com mais dêtálhes posteriormente.

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Tipos celulares

As células podem sêr distinguidas em, basicamente, dois padrões: células procarióticas e células eucarióticas. O formato, as estruturas e os componentes podem variar dentro de cada um dêêsses padrões. A seguir, são apresentados um exemplo de célula procariótica e dois exemplos de células eucarióticas.

Imagem microscópica de uma bactéria Escherichia coli, que tem o formato cilíndrico, uma membrana que envolve todo seu conteúdo. No centro dela, está localizado seu material genético, que se parecem com pequenos filamentos de tamanhos diversos.

Célula de bactéria Escherichia cóli, um exemplo de célula procariótica (imagem de microscopía eletrônica, aumento aproximado de 10.000 vezes; colorida artificialmente).

Imagem de microscopia de uma célula do intestino colorida de azul, evidenciando a membrana plasmática que a envolve. No centro dela está localizado um grande núcleo azul escuro. O citoplasma é azul claro e tem estruturas arredondadas dispersas nele.

Célula do intestino, um exemplo de célula eucariótica animal (imagem de microscopía eletrônica, aumento aproximado de 1.500 vezes; colorida artificialmente).

Imagem de microscopia de uma célula vegetal. Tem formato retangular com citoplasma colorido de azul, com estruturas sem forma definida, dispersas nele. No centro da célula há uma estrutura grande colorida de vermelho, e no centro dela há uma estrutura redonda vermelho escuro. Há uma fina camada em vermelho que envolve a célula.

Célula de planta da espécie Arabidopsis thaliana, um exemplo de célula eucariótica vegetal (imagem de microscopía eletrônica, aumento aproximado de 1.900 vezes; colorida artificialmente).

Adiante, serão abordadas, por meio de modelos generalizados, as principais diferenças entre as células procarióticas e as células eucarióticas.

Célula procariótica

As células procarióticas não apresentam núcleo delimitado por membrana nem estruturas membranosas em seu interior. Os sêres formados por células procarióticas são denominados procariontes, como as bactérias.

Esquema de uma célula eucariótica de formato cilíndrico com um flagelo em uma das extremidades, um corte longitudinal, possibilitando observar as estruturas em seu interior. Cada estrutura está ligada ao seu nome e, em seguida, sua descrição. 'A cápsula é estrutura externa à parede celular de algumas bactérias. Desempenha funções na proteção e na aderência das bactérias a superfícies.' 'Parede celular: estrutura rígida externa à membrana plasmática.' 'Membrana plasmática: delimita a célula, separando o meio interno do meio externo. Realiza o controle de entrada e saída de substâncias nas células.' 'Fímbrias: promovem a adesão na superfície de alguns procariotos.' 'Flagelo: responsável pela locomoção.' 'Citoplasma: preenchido por um fluido denominado citosol, no qual, nas células procarióticas, estão imersos os ribossomos, que também estão presentes no citosol das células eucarióticas.' 'Material genético: nas células procarióticas, esse material está disperso no citosol' 'Ribossomos: organelas que sintetizam proteínas. Nessas células, os ribossomos são encontrados livres, dispersos no citosol.'

Elaborada com base em: REECE, diêine. B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 97.

Representação de uma célula procariótica bacteriana generalizada (imagem sem escala; cores fantasia).

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Célula eucariótica

As células eucarióticas apresentam um núcleo organizado, delimitado por uma membrana, e estruturas membranosas em seu interior. Os sêres formados por células eucarióticas são denominados eucariontes, como os protozoários, as algas, os fungos, os animais e as plantas. Como exemplo, analise as funções das principais estruturas presentes em uma célula animal generalizada.

Esquema de uma célula eucariótica animal com a denominação das estruturas que a compõem. Estão indicadas a seguir: A membrana plasmática delimita o interior da célula. O citosol, líquido que permeia todas as estruturas. O núcleo, organela esférica com aberturas em toda sua superfície, das quais saem os ribossomos. Os ribossomos, que estão indicados como estruturas arredondadas conectadas por uma linha em grupos de dois ou três. O retículo endoplasmático, localizado próximo ao núcleo, formado por túbulos e cavidades achatadas que se interconectam. Os centríolos são duas estruturas cilíndricas formadas por microtúbulos. O citoesqueleto, que são diversos filamentos espalhados pela célula. O complexo golgiense, vesículas achatadas e sobrepostas que liberam os lisossomos. Os lisossomos são estruturas esféricas com o interior cheio de esferas menores. Na imagem, existem lisossomos englobando corpos estranhos, desintegrando-os e eliminando seus restos para fora da célula. Os peroxissomos são organelas esféricas. As mitocôndrias são organelas alongadas, com o interior cheio de vilosidades. Na imagem, as mitocôndrias absorvem oxigênio e glicose, liberando gás carbônico e A T P.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 100-109.

Representação de uma célula eucariótica animal generalizada (imagem sem escala; cores fantasia).

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Membrana plasmática

Apresenta constituição lipoproteica e reveste a célula, a delimitando-a e controlando o fluxo de entrada e saída de substâncias.

Citosol

Material onde ficam imérsas as organelas.

Citoesqueleto

Rede de filamentos longos e finos de proteínas presente no cito plasma de células eucarióticas. Sustenta e organiza o cito plasma, mantendo a forma da célula e possibilitando o deslocamento de organelas e vesículas em seu interior.

Núcleo

Apresenta em seu interior o material genético (dê ene há). Ele é delimitado pelo envoltório nuclear.

Centríolos

Formam fibras durante a divisão celular, às quais se ligam os cromossomos.

Ribossomos

Nas células eucarióticas, são produzidos no núcleo da célula e transportados ao cito plasma 1, onde podem sêr encontrados livres 2, ligados à membrana externa do núcleo celular ou à membrana do retículo endoplasmático granular 3.

Retículo endoplasmático

Rede de túbulos e sacos achatados cujas membranas são contínuas ao envoltório nuclear. Uma porção do retículo apresenta ribossomos aderidos à sua membrana e é denominada retículo endoplasmático granular. Essa porção está relacionada à síntese e à secreção de proteínas, quê após produzidas são armazenadas em vesículas 4. A porção do retículo quê não apresenta ribossomos aderidos à membrana é denominada retículo endoplasmático agranular e está relacionada a diversas atividades, como síntese de lipídios e metabolismo de carboidratos.

complékso golgiense

Organela quê se relaciona ao processo de modificação, de armazenamento, de transporte e de distribuição de proteínas provenientes do retículo endoplasmático. Para tanto, as vesículas provenientes do retículo se fundem à membrana do complékso golgiense 5 e libéram seu conteúdo em seu interior, onde serão modificadas. Após a modificação das proteínas, elas são empacotadas em vesículas, quê podem sêr eliminadas da célula 6, permanecer dentro dela 7 ou formár os lisossomos 8.

Lisossomos

Organelas relacionadas à digestão intracelular de substâncias englobadas pela célula ou de material da própria célula. Na digestão intracelular, as substâncias englobadas são empacotadas em vesículas 9, nas quais os lisossomos se fundem 10 e libéram enzimas digestivas 11. As moléculas resultantes da digestão podem sêr reaproveitadas pela célula ou sêr eliminadas 12.

Peroxissomo

Organela associada à eliminação de compostos tóxicos.

Mitocôndria

Organela na qual ocorrem as etapas finais da respiração celular aeróbia, processo quê possibilita a obtenção de energia utilizada pelas células.

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As células eucarióticas vegetais apresentam muitas estruturas similares às células eucarióticas animais. Contudo, comparativamente, apresentam estruturas exclusivas, como os plastos e a parede celular.

A seguir, analise as funções das principais estruturas presentes em uma célula vegetal generalizada.

Esquema de uma célula eucariótica vegetal com as denominações das estruturas que a compõem. Algumas estruturas são iguais às das células animais, como: a membrana plasmática, o citosol, o núcleo, o retículo endoplasmático que nesta imagem aparece de duas formas, agranular e granular, os ribossomos, o complexo golgiense e as mitocôndrias. Outras estruturas estão indicadas por seu nome, seguida de um texto: Vacúolos: cavidades celulares envoltas por membrana e que ocupam grande parte do volume celular. Estão associados a diversas funções, entre as quais o controle do volume de água no interior da célula, o acúmulo de nutrientes e metabólitos e o depósito de pigmentos e toxinas. Plastos: organelas específicas das células vegetais. Existem dois grandes grupos: os cromoplastos, que sintetizam e armazenam pigmentos; e os leucoplastos, que sintetizam e armazenam outras substâncias, como grãos de amido, proteína e óleos (sendo, portanto, desprovidos de pigmentos). Os cloroplastos, organelas relacionadas à fotossíntese, pertencem ao grupo dos cromoplastos, pois sintetizam e armazenam o pigmento clorofila. Peroxissomos: em células vegetais, alguns peroxissomos especializados realizam a síntese de glicose na semente, utilizada como fonte de energia para a plântula que irá se desenvolver. Parede celular: estrutura externa à membrana plasmática, constituída por celulose, outros polissacarídeos e proteínas. Mantém o formato da célula e confere proteção a ela.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 101.

Representação de uma célula eucariótica vegetal generalizada (imagem sem escala; cores fantasia).

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Que tal interagir com a representação de uma célula em 3D? Para isso, acéçi o línki a seguir.
Células virtuais. Publicado por: Espaço Interativo de Ciências. Disponível em: https://livro.pw/vgqxk. Acesso em: 13 ago. 2024.

Página trinta e um

A membrana plasmática e o transporte de substâncias

A membrana plasmática é responsável pela entrada e pela saída de á gua e de outras substâncias nas células, contrôle denominado permeabilidade seletiva. Outra função desempenhada pela membrana plasmática é o reconhecimento de outras células e de moléculas por meio, por exemplo, de sinais químicos.

Em 1972, o físico-químico Seymour Jônathan Singer (1924-2017) e o bioquímico Garth L. Nicolson (1943-), ambos estadunidenses, propuseram quê a membrana plasmática é formada por duas camadas de fosfolipídios, nas quais estão presentes proteínas. A maioria dêêsses componentes está em constante movimento, o quê confere fluidez à membrana. Esse modelo ficou conhecido como modelo de mosaico fluido.

Esquema representando as estruturas da membrana plasmática. O fosfolipídio é um lipídio representado por uma esfera, a cabeça hidrofílica (polar), conectada a duas caudas hidrofóbicas (apolar). A membrana plasmática é formada por uma camada dupla de fosfolipídios, cujas caudas estão voltadas para o interior da membrana. Entre os fosfolipídios, existem dois tipos de proteínas, as periféricas e as transmembranas. As periféricas ficam em apenas uma das camadas, já as transmembranas atravessam ambas as camadas.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 125.

Representação da membrana plasmática de acôr-do com o modelo de mosaico fluido (imagem sem escala; cores fantasia).

Os fosfolipídios são os lipídios mais abundantes da membrana. Essas moléculas possuem uma região hidrofílica, ou seja, quê interage com a á gua, e uma parte hidrofóbica, quê não interage com a á gua. A parte hidrofóbica está voltada para o interior da dupla camada.

Com relação às proteínas, existem dois tipos quê podem estar associadas à bicamada fosfolipídica: as proteínas integrais, entre as quais estão as proteínas transmembranas, quê atravessam ambos os lados da bicamada, e as proteínas periféricas, quê estão ligadas a uma das superfícies da membrana. As proteínas são importantes para a entrada e a saída de substâncias nas células, e também para a comunicação entre elas.

A capacidade quê a membrana plasmática tem de transportar seletivamente substâncias para o meio interno ou externo da célula póde, ou não, ter um gasto energético.

Os transportes quê ocorrem sem gasto de energia são chamados de transporte passivo e ocorrem a favor de um gradiente de concentração. Nesse caso, tendem a igualar a concentração da substância no interior da célula e no meio externo, procurando atingir um equilíbrio entre as concentrações. São exemplos: a difusão simples, a osmose e a difusão facilitada.

Já os transportes quê demandam gasto energético são chamados de transporte ativo e ocorrem contrariamente a um gradiente de concentração. Os processos de transporte ativo tendem a manter a diferença de concentração da substância entre o interior da célula e o meio externo. Um exemplo díssu é a bomba de sódio-potássio, quê será abordada adiante.

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Difusão simples

A difusão simples é caracterizada pelo movimento de substâncias de uma região de maior concentração de soluto para uma região de menor concentração, sem gasto de energia. Moléculas pequenas solúveis em lipídios, como o gás carbônico e o gás oxigênio, atravessam a membrana plasmática por meio da difusão simples.

Esquema representando o processo de difusão simples pela membrana plasmática. Moléculas do meio extracelular atravessam a membrana, por entre os fosfolipídios, para o meio intracelular.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 135.

Representação do processo de difusão simples pela membrana plasmática (imagem sem escala; cores fantasia).

Osmose

A osmose é caracterizada pelo movimento de moléculas de á gua (solvente) de uma região de menor concentração de soluto para uma região de maior concentração por meio de uma membrana semipermeável. Nesse caso, a membrana possibilita apenas a passagem de á gua, quê ocorre devido à diferença de concentração de solutos, sem gasto de energia.

Como exemplo, analise o esquema a seguir.

Esquema representando as etapas do experimento e a explicação em texto. 1. Tubo contendo solução um sobre um recipiente de vidro contendo solução dois. Texto: Considere que uma solução de água e sacarose (solução I) esteja no interior de um tubo de vidro que tem uma das extremidades vedadas com papel celofane. O papel celofane possui as características de uma membrana semipermeável, isto é, possibilita a passagem da água, mas não da sacarose. 2. O tubo é colocado dentro do recipiente. 3. O nível de água dentro do tudo sobe enquanto o nível de água dentro do recipiente desce. 4. O nível de água dentro do tudo sobe ainda mais, quase atingindo o topo, enquanto o nível de água dentro do recipiente desce mais um pouco. Texto: Ao colocarmos esse tubo no interior de um recipiente de vidro que contenha uma solução de água pura (solução dois) (etapa 2), observa-se que a coluna de água em seu interior sobe (etapas 3 e 4). Isso ocorre porque as moléculas de água da solução dois atravessam o papel celofane em direção à solução um, ou seja, movem-se da solução com menor concentração de soluto para a solução com maior concentração.

Reivem, píter Hamilton; EVERT, rei Franklin; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2001. p. 80.

Representação de montagem experimental quê evidên-cía a ocorrência do processo de osmose (imagem sem escala; cores fantasia).

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DIÁLOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Química. Mais informações nas Orientações para o professor.

A osmose e as células

Se achar interessante, comente com os estudantes quê o fenômeno ocorrido em hemácias quê perdem á gua para um meio hipertônico é chamado crenação.

O efeito da osmose na célula varia conforme o tipo celular e o meio em quê está inserida. Uma célula animal, como a hemácia, por exemplo, não sofre alteração quando colocada em meio isotônico – solução com concentração de soluto igual à do meio intracelular. Já em meio hipotônico – solução com concentração menor de soluto em relação ao meio intracelular – a hemácia incorpóra á gua e incha, o quê póde levar ao rompimento da membrana plasmática. Em meio hipertônico – solução com maior concentração de soluto em relação ao meio intracelular –, a hemácia perde á gua para o meio e encolhe.

Ilustração A. Hemácia desforme, com muitas protuberâncias. Ilustração B. Hemácia com formato de disco côncavo. Ilustração C. Hemácia com formato oval e superfície convexa. Ilustração D. Hemácia com formato oval e aberturas em sua superfície.

Elaborada com base em: TORTORA, Guérrâr J.; dérikson, Bryan. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2017. p. 50.

Representação de hemácias em solução hipertônica (A), solução isotônica (B), solução hipotônica, em quê não houve o rompimento da hemácia (C), e solução hipotônica, em quê houve o rompimento da hemácia (D) (imagens sem escala; cores fantasia).

Uma célula vegetal também incorpóra á gua em uma solução hipotônica. Contudo, devido à presença da parede vegetal, a célula não se rompe. Já em uma solução hipertônica, a célula vegetal perde á gua, mas seu formato se mantém praticamente inalterado devido à rigidez da parede vegetal.

Difusão facilitada

A difusão facilitada é caracterizada pelo movimento de substâncias de uma região de maior concentração de soluto para uma região de menor concentração, com o auxílio de proteínas. Esse transporte se dá sem o gasto de energia.

A difusão facilitada póde ocorrer de diferentes formas, dependendo da molécula a sêr transportada. Analise o esquema a seguir.

Esquema representando a difusão facilitada de duas formas diferentes e as explicações em texto. Forma A. Pequenas esferas representadas como íons passam do meio extracelular para o meio intracelular através do canal iônico, tubo interno de uma proteína da membrana plasmática. Texto: Íons, como o de sódio, de potássio, de cloro e de cálcio, por exemplo, são transportados por meio de canais iônicos, formados por proteínas. Parte desses canais se abre ou se fecha mediante alguns estímulos. Forma B. Pequenas esferas do meio extracelular representadas como moléculas de glicose entram na proteína representada por duas semi esferas unidas que formam uma abertura em V. A glicose entra por esta abertura no meio extracelular, a proteína se fecha e abre novamente para o meio intracelular. Texto: A glicose é transportada por meio de proteínas que sofrem alteração em sua conformação, denominadas proteínas transportadoras.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 133.

Representações de exemplos de difusão facilitada por meio de canal iônico (A) e de proteína transportadora (B) (imagens sem escala; cores fantasia).

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ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Utilize o simulador a seguir para estudar a difusão de íons pela membrana plasmática por meio de canais iônicos. Uma parte dos canais fica permanentemente aberta, e outra parte, chamada de canais comporta, precisa sêr aberta para possibilitar a passagem dos íons. Simule diferentes condições de concentração de íons nos meios separados pela membrana e avalie a mudança na concentração de cada um deles conforme a difusão ocorre.

Canais da membrana. Publicado por: PhET Interactive Simulations. Disponível em: https://livro.pw/jafuk. Acesso em: 15 set. 2024.

Bomba de sódio-potássio

A bomba de sódio-potássio é um exemplo de transporte ativo, caracterizado pelo movimento de íons de sódio (Na+) e íons de potássio (K+) de uma região de menor concentração para uma região de maior concentração, com o auxílio de algumas proteínas de transporte quê utilizam energia. Considere como exemplo a atuação da bomba sódio-potássio em células nervosas.

Nessas células, a concentração de íons de sódio (Na+) é maior no meio extracelular, e a concentração de íons de potássio (K+) é maior no meio intracelular. Esses íons atravessam a membrana plasmática por difusão facilitada a favor de seu gradiente de concentração, tendendo a equilibrar suas concentrações.

Contudo, a diferença de concentração dêêsses íons se mantém, pois eles são constantemente transportados contra seu gradiente de concentração por meio de proteínas específicas quê utilizam energia. Esse processo é representado pelo esquema a seguir.

Esquema representando o sistema chamado de bomba sódio-potássio. Nele há a representação da membrana plasmática e quatro proteínas transportadoras com três cavidades arredondadas e duas cavidades triangulares no seu interior, em duas situações diferentes. 1. A primeira proteína captura três íons de sódio (N A mais) do meio intracelular. A segunda proteína libera os íons para o meio extracelular. Os íons de sódio estão representados por esferas e se encaixam nas cavidades arredondadas. 2. A primeira proteína captura dois íons de potássio (K mais) do meio extracelular. A segunda proteína libera os íons para o meio intracelular. Os íons de potássio estão representados por losangos se encaixam nas cavidades triangulares. Texto: Íons de sódio (N A mais) se ligam à proteína que os transporta para o meio extracelular. Simultaneamente, íons de potássio (K mais) se ligam à proteína que os transporta para o meio intracelular. Para ambos os processos, a proteína transportadora utiliza energia para alterar sua conformação e promover o transporte dos íons contra o gradiente de concentração.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 135.

Representação da bomba de sódio-potássio (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

4 A digoxina é um compôzto obtído de uma planta popularmente chamada de dedaleira (Digitalis purpurea). Ele é utilizado para o tratamento de cértas condições como a insuficiência cardíaca. Seu efeito é inibir a ação da bomba de sódio-potássio. Nessa situação, considerando quê a célula mantenha seus canais iônicos abertos para os íons de sódio e de potássio, o quê aconteceria com a concentração intracelular e extracelular dêêsses íons?

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ATIVIDADES

1. Quais características são comuns a células procarióticas e eucarióticas?

2. Explique o modelo de mosaico fluido, propôsto pelo físico-químico Seymour Jônathan Singer e o bioquímico Garth L. Nicolson para descrever a estrutura da membrana plasmática.

3. Indique os níveis de organização biológica do corpo humano.

4. Considere quê você precise auxiliar um técnico de laboratório a identificar amostras de células em um microscópio óptico. Ao observar diferentes preparos de amostras de dois tipos celulares (X e Z), o técnico apontou as seguintes características:

Tipo celular X: ausência de parede celular e presença de núcleo delimitado por um envoltório nuclear.

Tipo celular Z: presença de parede celular.

Diante das características apontadas pelo técnico, faça o quê se propõe a seguir.

a) É possível afirmar quê uma das células é eucariótica e a outra, procariótica? Explique sua resposta.

b) Em seu caderno, faça um esquema quê represente a célula X, identificando suas principais estruturas.

c) Considere quê o técnico de laboratório utilizou reagentes químicos e conseguiu identificar quê a parede celular da célula Z era formada principalmente por celulose. Faça um esquema em seu caderno quê represente essa célula, identificando suas principais estruturas.

5. Uma professora de Ciências da Natureza retirou uma pequena película de uma cebola, corou a amostra e a visualizou em um microscópio óptico. A imagem ôbitída é apresentada a seguir.

Imagem microscópica de diversas células iguais agrupadas lado a lado. Nesta imagem é possível verificar suas paredes celulares e uma estrutura arredondada localizada bem ao centro de cada uma delas. Uma seta aponta para uma dessas estruturas.

Células de epidérme de cebola (imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 140 vezes; colorida artificialmente).

Considerando a imagem apresentada, responda aos itens a seguir.

a) O corante utilizado pela professora cora em azul as moléculas quê armazenam informações sobre as características das células da cebola. Com base nessa informação, responda: quê molécula foi corada e quê estrutura da célula está sêndo apontada pela seta? Justifique sua resposta.

b) Cite o nome e indique a função de uma organela presente nas células da cebola, mas ausente em células humanas.

Página trinta e seis

6. Uma professora de Biologia realizou a seguinte atividade prática durante as aulas. Em um recipiente A com á gua, colocou uma fô-lha de alface. Em um recipiente B com á gua e sal de cuzinha, colocou outra fô-lha de alface. Observe o aspecto das fô-lhas de alface após alguns minutos.

Ilustração A. Folhas frescas de alface em um recipiente com água. Uma seta aponta do recipiente para uma folha igual às que estão na água. Ilustração B. Folhas frescas de alface em um recipiente com água e sal. Uma seta aponta do recipiente para uma folha que está murcha.

ALEX SILVA

Com base nos resultados obtidos na atividade prática descrita, faça o quê se propõe a seguir.

a) Explique por quê as fô-lhas de alface murcharam ao serem mantidas em uma solução de á gua e sal de cuzinha.

b) Relacione os resultados da atividade prática ao fato de os restaurantes manterem saladas expostas sem tempêro, permitindo quê o cliente as tempere apenas no ato do consumo.

7. Analise a fotografia a seguir e responda às kestões.

Imagem microscópica de diversas hemácias. Aproximadamente metade tem o formato de disco côncavo e metade está disforme, com a superfície ondulada.

Glóbulos vermelhos em solução (imagem de microscopía eletrônica, aumento aproximado de 2.800 vezes; colorida artificialmente).

a) Embora existam hemácias com formato alterado, nenhuma delas está com sua membrana rompida. Com base nessa informação, explique em qual tipo de solução essas células estão imérsas.

b) Um pesquisador gostaria de obtêr uma imagem de outra amostra de células quê apresentasse o efeito contrário do quê é mostrado nessa fotografia. O quê seria necessário ele fazer? Por quê?

Página trinta e sete

Oficina científica

Visualizando células

A maior parte das células possui dimensões em escalas microscópicas, não podendo sêr vistas a olho nu. Para visualizá-las, são necessárias lentes capazes de realizar a ampliação da imagem observada, como as utilizadas em microscópios. Uma gota de á gua também póde atuar como uma lente de aumento. Mas, será quê seu pôdêr de ampliação é suficiente para permitir a visualização de células?

Materiais

Seringa com 5 mL de á gua coletada do ambiente;

Ponteira laser de, no mássimo, 5 miliwatts;

Alguns livros;

Régua;

Dois elásticos;

Sala com pouca iluminação.

Procedimentos

Sobre uma mesa, posicione a seringa com a á gua coletada verticalmente entre duas pilhas de livros, de modo quê sua abertura fique apontada para baixo, em direção à mesa. Mantenha essa estrutura a 2 metros de distância de uma parede de côr clara.

Aperte o êmbolo da seringa suavemente, até quê se forme uma gota em sua ponta. A gota deve ficar suspensa pela abertura da seringa.

Com os prendedores elásticos, prenda o laser à régua, coloque-a apoiada sobre um livro e a posicione a aproximadamente 3 centimetros de distância da gota de á gua.

Apague a luz da sala, posicione os elásticos de maneira quê mantenham pressionado o botão de ligar do laser, e regule sua posição de maneira quê seu feixe de luz incida sobre a gota suspensa pela seringa, formando uma imagem na parede. Observe o quê ocorre e anote os resultados em seu caderno.

Fotografia do experimento. Em primeiro plano, está o laser preso com elásticos em uma régua apoiada sobre um livro. No meio estão as duas pilhas de livros com seringa no meio. Em segundo plano, está um círculo de luz na parede.

Representação da montagem experimental.

Utilize luvas para coletar e manipular a á gua. Cuidado ao manusear o laser: nunca apontá-lo na direção dos olhos.

ATIVIDADES

1. A partir dos resultados obtidos, responda ao questionamento inicial e justifique sua resposta.

2. Esta atividade prática permite concluir quê existe vida em todos os ambientes aquáticos do planêta? Justifique sua resposta.

3. Forme um grupo com seus côlégas. Cada um deve elaborar dois quêstionamentos que devem sêr respondidos pêlos demais. Os questionamentos devem sêr referentes à atividade prática e/ou a assuntos relacionados.

4. Elabore hipóteses e teste-as com o equipamento construído. Em seguida, apresente os resultados e as conclusões obtidas pelo grupo para a turma.

Página trinta e oito

TEMA
3
Núcleo e divisões celulares

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Analise os cartazes a seguir.

Cartaz A. No canto superior direito está o escrito 'Outubro Rosa. Previna-se'. Há uma fita envolta em si. Abaixo está o logo da Fundacentro. Cartaz B. No centro em destaque, há uma fita envolta em si. Ao lado esquerdo da fita, está escrito 'Vença o tabu!', ao lado direito da fita, está escrito 'Previna-se'. No canto superior direito está escrito em menor destaque 'Novembro azul'.

Campanha Outubro Rosa do Fundacentro (DF), 2023 (A). Campanha Novembro Azul da Abramed (SP), 2023 (B).

Campanhas de saúde dêsempênham um papel fundamental na promoção da saúde individual e da saúde da população como um todo. Algumas dessas campanhas são realizadas em meses específicos, anualmente, de modo a conscientizar a população brasileira sobre cértas doenças, como alguns tipos de câncer.

O termo câncer corresponde a um conjunto de doenças quê têm como característica comum o crescimento desordenado de células. Esse padrão anormal de divisão celular póde resultar na formação de tumores, quê são capazes de invadir diferentes tecídos e órgãos.

De modo geral, o câncer é resultado de alterações no material genético das células, em trechos quê fornecem instruções de como elas devem crescer e se dividir. Neste Tema, serão abordadas algumas características do núcleo celular e as principais etapas envolvidas nos processos de divisão celular.

PENSE E RESPONDA

1 Você conhece os objetivos da campanha Outubro Rosa? E da campanha Novembro Azul? Converse com os côlégas sobre essas duas campanhas.

2 Em alguns casos de câncer, costuma-se usar a expressão “o tumor se espalhou”. Considerando quê o câncer tem relação com problemas de multiplicação das células, como você explicaria essa expressão?

Página trinta e nove

Núcleo celular

A maioria das células eucarióticas apresenta um núcleo celular definido, onde está localizada grande parte das informações genéticas responsáveis por regular as atividades celulares. O núcleo celular é constituído basicamente por um envoltório nuclear, pelo nucleoplasma, pelo nuclé o lo e pela cromatina.

O envoltório nuclear, também chamado carioteca, envolve e separa o material genético do cito plasma. Ele apresenta duas membranas de lipídios, em quê a membrana externa (voltada para o citoplasma) contém ribossomos aderidos. Suas membranas são uma continuidade do retículo endoplasmático, quê se estende do núcleo ao cito plasma da célula.

Imagem de microscopia do núcleo, arredondado, envolto por inúmeros filamentos.

Fibroblasto, o principal tipo de célula envolvido na cicatrização, com o núcleo (em azul) em evidência (imagem de microscopía óptica confocal, aumento aproximado de 675 vezes; colorida artificialmente).

Outra característica do envoltório nuclear é a presença de póros quê possibilitam a passagem de substâncias para seu interior ou para o cito plasma.

O nucleoplasma é uma solução quê preenche os espaços do interior do núcleo. Essa solução é constituída de á gua, íons, metabólitos, moléculas de érre êne há, enzimas e outras substâncias.

O nucléolo é uma estrutura localizada no interior do núcleo, envolvida na produção de ribossomos.

A cromatina corresponde à forma quê o material genético se apresenta no interior do núcleo celular. Ela compreende um complékso formado por associações entre a molécula de dê ene há e proteínas específicas. Essas proteínas estão relacionadas com a manutenção da estrutura da cromatina e com o contrôle da atividade do dê ene há.

Esquema representando uma célula eucariótica em corte. O núcleo está evidenciado e ampliado dentro de um círculo. Estão indicadas as estruturas a seguir. Retículo endoplasmático granular, estrutura coberta de protuberâncias, formada por reentrâncias e cavidades que rodeiam o núcleo. Retículo endoplasmático agranular, rede de tubos interconectados que formam buracos espaços entre si. Envoltório nuclear, membrana que cobre o núcleo e possui diversos poros em sua superfície. Poro, pequena abertura do envoltório nuclear. Nucleoplasma, fluido que preenche o interior do núcleo. Cromatina, pequenas enervações que saem do nucléolo. Nucléolo, pequena esfera que fica no centro do núcleo.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 103.

Representação de uma célula animal generalizada, com detalhe para o núcleo (imagens sem escala; cores fantasia).

Página quarenta

Material genético

No interior do núcleo celular, o material genético apresenta-se sôbi a forma de cromatina. A unidade básica da cromatina é o nucleossomo, quê consiste no dê ene há enrolado ao redor de um conjunto de proteínas denominadas histonas.

A interação entre as histonas promove o enovelamento do dê ene há, formando fibras de cromatina. Em uma fase um pouco mais condensada, as fibras de cromatina formam alças. Em determinados momentos da vida da célula, como durante sua divisão, a cromatina assume uma forma bastante condensada, denominada cromossomo.

O cromossomo assume seu maior nível de condensação em uma das fases da divisão celular, quando recebe o nome de cromossomo metafásico. Nessa fase, ele encontra-se duplicado e, por isso, apresenta dois filamentos idênticos denominados cromátides, unidos por uma região especializada denominada centrômero.

O número de cromossomos nas células é variável entre as espécies. No caso da espécie humana, nas células somáticas, ou seja, naquelas quê formam o organismo, esse número equivale a 46. Ele é resultado da herança de dois conjuntos cromossômicos: um de origem paterna e outro de origem materna. Por isso, as células quê formam o organismo humano são chamadas diploides, e seu número de cromossomos póde sêr representado por 2n, quê equivale a 46 cromossomos. Na maioria das células somáticas humanas, cada cromossomo se apresenta em par, d fórma e tamãnho similares entre si, sêndo chamados cromossomos homólogos.

Por outro lado, as células reprodutivas (ou gametas) apresentam apenas um único conjunto cromossômico, ou seja, contam com apenas um cromossomo de cada par. Essas células são denominadas haploides, e seu número de cromossomos póde sêr representado por n, quê, na espécie humana, equivale a 23 cromossomos. Somente após a união do gameta masculino (n) com o gameta feminino (n), forma-se um novo indivíduo (2n), com dois conjuntos completos de cromossomos, um de cada progenitor.

Esquema representando os diferentes graus de condensação do D N A. Uma fita representando a molécula de D N A enrolada em formato helicoidal. Esta fita se transforma em histonas e fibra de cromatina. A fibra de cromatina envolve as esferas de histona em grupos de sete, formando os nucleossomos. Este cordão de nucleossomos se organiza em forma de espiral, sendo chamado de alça. As alças unidas e emaranhadas formam as cromátides de um cromossomo metafásico.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 328-329.

Representação dos diferentes graus de condensação do dê ene há (imagem sem escala; cores fantasia).

Página quarenta e um

Divisão celular

Uma das características dos sêres vivos é a capacidade de crescer e se desenvolver. Para tanto, é preciso quê as células quê compõem o organismo se multipliquem e transmitam seu material genético às células quê originarem. Isso ocorre por meio da divisão celular denominada mitose. A mitose intégra o ciclo celular, isto é, o tempo de vida de uma célula desde sua formação até sua divisão em outras duas células-filhas.

Outra característica dos sêres vivos é a capacidade de se reproduzir, gerando descendentes. Para tanto, em espécies de reprodução sexuada, é preciso quê sêjam produzidas células reprodutivas ou gametas. Isso ocorre por meio da divisão celular denominada meiose.

Ciclo celular

Nos eucariontes, o ciclo celular póde sêr dividido em duas etapas: a intérfase e a fase mitótica. A intérfase compreende três fases, G1, S e G2, ao longo das quais ocorre a preparação da célula para a fase mitótica, etapa quê culmina com a divisão dessa célula. Analise, no esquema a seguir, os principais eventos quê ocorrem em cada uma dessas fases do ciclo celular.

Esquema das fases do ciclo celular representado por setas. Quatro setas, em sentido horário, formam um círculo e têm tamanhos decrescentes. Cada uma delas representa uma fase do ciclo e está indicada por um número, seguido da explicação em texto. As setas têm tamanhos decrescentes. 1. Fase G 1, caracterizada pelo crescimento celular. Texto: A fase G1, ocorre o crescimento da célula em decorrência da síntese de proteínas e de outros componentes celulares. 2. Fase S, caracterizada pela duplicação do D N A. Texto: Na fase S, ocorre a duplicação (ou síntese) do DNA, de maneira que cada cromossomo passa a ser constituído por duas cromátides. 3. Fase G 2, caracterizada pela preparação para a divisão. Texto: Na fase G2, a célula continua crescendo enquanto finaliza as preparações para a fase mitótica. 4. Fase mitótica, caracterizada pela mitose e citocinese. Texto: Na fase mitótica, ocorrem a mitose e a citocinese, que corresponde à divisão celular propriamente dita.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 235.

Representação das fases do ciclo celular.

As células possuem alguns mecanismos quê cessam o ciclo celular, caso sêjam identificados êêrros em alguma de suas etapas. Se os êêrros forem reparados, o ciclo continua. Caso contrário, a célula aciona um mecanismo específico chamado de apoptose, quê leva à sua morte programada. Esse mecanismo é fundamental para a manutenção da saúde do corpo. Quando ocorre alguma falha na apoptose, a célula póde continuar a se reproduzir e resultar em um crescimento celular desordenado, o quê póde levar ao desenvolvimento de algum tipo de câncer.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Para saber mais sobre o comportamento de células cancerosas, leia o texto a seguir.

Como se comportam as células cancerosas? Publicado por: Instituto Nacional de Câncer. Disponível em: https://livro.pw/gegnd. Acesso em: 17 set. 2024.

Página quarenta e dois

Mitose

A mitose póde sêr subdividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Durante a prófase, os cromossomos se condensam, o nucléolo desaparece e o envoltório nuclear se fragmenta. Assim, o nucleoplasma se mistura ao cito plasma. Além díssu, inicia-se a formação das fibras do fuso acromático (ou fuso mitótico) pêlos centríolos, organelas dispostas em par.

Na metáfase, os pares de centríolos se direcionam aos polos opostos da célula, formando as fibras do fuso acromático. Essas fibras se conéctam aos cromossomos, possibilitando sua movimentação no interior da célula. Com isso, são deslocados ao plano equatorial da célula, onde permanecem alinhados.

Durante a anáfase, as cromátides irmãs são separadas e levadas em direção aos polos da célula. Na telófase, os cromossomos separados chegam aos polos e o fuso acromático desaparece. Os cromossomos se descondensam e se inicia a formação de um envoltório nuclear ao redor de cada conjunto cromossômico.

A mitose se completa quando dois núcleos geneticamente idênticos são formados no interior da célula. Normalmente, ela é acompanhada da divisão do cito plasma, denominada citocinese. Em células animais, forma-se uma constrição na região equatorial da célula, e uma nova membrana plasmática é criada, resultando em duas células-filhas idênticas à célula quê lhes deu origem.

Esquema representando as etapas da mitose. Na prófase, o envoltório nuclear ainda está visível, ainda que fragmentado, o fuso acromático começa a se formar a partir dos centríolos e o material genético, antes emaranhado, começa a se organizar em cromátides paralelas (cromátides irmãs). Na metáfase, o envoltório nuclear já desapareceu, os centríolos estão em lados opostos da célula e os cromossomos estão localizados no centro do fuso acromático. Na anáfase, as cromátides irmãs são separadas e começam a deslocar-se em direção aos centríolos. Na telófase, dois envoltórios começam a se formar ao redor das cromátides, no centro da célula, começa a se formar uma membrana e a célula começa a se separar por constrição. Na citocinese, surgem duas células idênticas à que iniciou o processo.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 236-237.

Representação das fases da mitose em célula 2n = 4 cromossomos (imagens sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

3 Em seu caderno, faça um desenho quê represente as fases da mitose de uma célula 2n = 6 cromossomos. Indique quantas células-filhas são formadas e o número cromossômico de cada uma delas.

Página quarenta e três

Meiose

De modo geral, em animais, a meiose ocorre na formação de gametas. Na meiose, as células-filhas recebem apenas um cromossomo do par de cromossomos homólogos, possuindo mêtáde dos cromossomos da célula-mãe. Ou seja, após essa divisão, as células-filhas possuem um número n de cromossomos. Isso permite a restauração do número 2n da espécie após a fecundação dos gametas.

A meiose póde sêr dividida em duas etapas: meiose I e meiose II. A meiose I, por sua vez, póde sêr dividida em prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I.

Durante a prófase I, os cromossomos se condensam, o nucléolo desaparece e o envoltório nuclear se fragmenta. Assim, o nucleoplasma se mistura ao cito plasma. Além díssu, inicia-se a formação das fibras do fuso acromático pêlos centríolos.

Nessa fase, cada cromossomo se pareia com seu homólogo e podem ocorrer trocas de segmentos do dê ene há entre as cromátides não irmãs, processo denominado permutação ou crossing-over. Isso contribui para o aumento da variabilidade genética em uma espécie, isto é, para a diversidade de conjuntos genéticos entre seus indivíduos.

Na metáfase I, os pares de centríolos passam a se localizar em polos opostos da célula. As fibras do fuso acromático, já formadas, conectam-se a cada um dos cromossomos do par de homólogos, os quais são deslocados ao plano equatorial da célula, onde permanecem pareados.

Na anáfase I, cada cromossomo do par de homólogos é levado a polos opostos da célula. Nessa etapa, as cromátides não se segregam. Na telófase I, os cromossomos, ainda duplicados, chegam aos polos, e o fuso acromático desaparece. O cito plasma se divide, formando duas células-filhas, cada uma com mêtáde do número de cromossomos da célula-mãe.

Esquema representando as fases da meiose 1. Prófase 1: célula-mãe 2 n com fuso acromático em formação, centríolos se deslocando para as extremidades da célula e cromátides irmãs visíveis. Metáfase 1: Os cromossomos homólogos estão pareados no plano equatorial da célula. Anáfase 1: Cromátides irmãs permanecem unidas, sendo puxadas em direção aos centríolos pelo fuso acromático. Cromossomos homólogos se separam. Telófase 1: Ocorre a constrição no centro da célula, dando origem a duas células filhas n.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 258.

Representação das fases da meiose I em célula 2n = 4 cromossomos (imagens sem escala; cores fantasia).

Página quarenta e quatro

Após a primeira divisão da meiose, as células-filhas passam pela meiose II, a qual póde sêr dividida em prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II.

Durante a prófase II, inicia-se a formação das fibras do fuso acromático. Na metáfase II, as fibras do fuso acromático ligam-se às cromátides irmãs dos cromossomos, os quais são posicionados no plano equatorial da célula, de modo quê fiquem alinhados. Na anáfase II, ocorre a separação das cromátides irmãs, quê são deslocadas a polos opostos da célula. Na telófase II, os cromossomos se descondensam e o envoltório nuclear é formado. Ocorrem a divisão do cito plasma e a formação da membrana plasmática.

Ao final da meiose II, quatro células-filhas (n) são formadas, cada uma com mêtáde do número de cromossomos da célula-mãe (2n) quê lhes deu origem.

Esquema representando as fases da meiose 2. Prófase 2: duas células com fuso acromático em formação, centríolos se deslocando para as extremidades das células e cromátides irmãs visíveis. Metáfase 2: Os cromossomos estão pareados no plano equatorial das células. Anáfase 2: Cromátides irmãs se separam, sendo puxadas em direção aos centríolos pelo fuso acromático. Telófase 2: Ocorre a constrição no centro das células, dando origem a quatro células filhas n.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 259.

Representação das fases da meiose II em célula 2n = 4 cromossomos (imagens sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

4 Em seu caderno, faça um desenho quê represente as fases da meiose I e II de uma célula 2n = 6 cromossomos. Indique quantas células-filhas são formadas e o número cromossômico de cada uma delas.

Página quarenta e cinco

ATIVIDADES

1. Quais são os principais componentes do núcleo celular? Cite suas respectivas funções.

2. No organismo humano, existem células haploides e células diploides. Diferencie-as.

3. O gráfico abaixo mostra quê a quantidade de dê ene há de uma célula varia ao longo do ciclo celular. Na fase S, da intérfase, ocorre a duplicação do dê ene há. Isso significa quê, ao final dessa fase, a célula apresenta o dôbro de dê ene há. Em contrapartida, após a fase mitótica, na qual ocorre a separação das cromátides irmãs, a célula volta a apresentar a quantidade de dê ene há quê normalmente apresenta.

Gráfico de linha. O eixo vertical representa a quantidade de D N A na célula em X. O eixo horizontal representa o tempo, dividido em 5 momentos que representam as fases da divisão celular. Os dados são os seguintes: Momento 1: X. Momento 2: A quantidade aumenta de X para 2 X. Momento 3: 2 X. Momento 4: A quantidade diminui de 2 X para X. Momento 1: X.

DE ROBERTIS, Eduardo D. P.; DE ROBERTIS JUNIOR, édu-ar M. F. Bases da biologia celular e molecular. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 1993. p. 166.

Considerando quê X representa a quantidade de dê ene há de uma célula, responda aos itens.

a) A qual área indicada no gráfico (1, 2, 3 ou 4) corresponde a fase S do ciclo celular? Justifique sua resposta.

b) A qual área indicada no gráfico (1, 2, 3 ou 4) corresponde a fase mitótica do ciclo celular? Justifique sua resposta.

c) Explique os principais eventos da intérfase.

4. A imagem a seguir apresenta células vegetais em diferentes fases da mitose, visualizadas ao microscópio óptico.

Imagem de microscopia de células vegetais retangulares. No centro, em destaque, estão cinco células lado a lado, quatro delas têm o núcleo circular colorido de roxo com o nucléolo vermelho. Uma delas está circulada, em vermelho, e não tem o núcleo visível, mas é possível ver o material genético dividido e organizado em cromátides. Metade das cromátides está no lado esquerdo e metade está no lado direito da célula e estão conectadas por filamentos finos.

Aumento aproximado de 450 vezes; colorida artificialmente.

A fase em quê a célula circulada se encontra envolve a separação de cromátides irmãs.

Com base nas informações apresentadas e em seus conhecimentos, responda aos itens.

a) Como é denominada a fase da mitose em quê a célula circulada se encontra? Justifique sua resposta.

b) Quais são os principais eventos subsequentes a essa fase? Explique-os.

5. Um cientista pretende estudar os cromossomos de uma espécie de planta. Para isso, ele precisa cultivar em laboratório um tecido com alta capacidade de divisão celular e interromper a mitose das células para encontrá-las em uma fase em quê seus cromossomos estejam em seu maior grau de condensação.

Analise as informações apresentadas e responda aos itens a seguir.

a) Para a realização do estudo, as células deveriam estar em quê fase da mitose?

b) Explique os níveis de condensação do dê ene há.

6. As ilustrações a seguir representam uma célula de determinada espécie animal em divisão celular. Analise-as e responda às kestões quê seguem.

Esquema representando o processo de divisão celular. Uma célula contendo dois cromossomos se transforma em uma célula com as cromátides dos cromossomos duplicadas. A célula se divide em duas, cada uma com um cromossomo de cromátides duplicadas. Cada célula se divide em duas, originando quatro células, cada uma com uma cromátide.

a) Que tipo de divisão celular é representado? Justifique sua resposta.

b) Esse processo de divisão celular ocorre em células somáticas ou células gaméticas? Explique sua resposta.

c) Quais são os números de cromossomos das células haploides e diploides dessa espécie?

Página quarenta e seis

TEMA
4
Metabolismo celular

Analise a fotografia a seguir.

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Fotografia de uma lagarta na parte de baixo de uma folha. Possui o corpo coberto de listras horizontais brancas, amarelas e pretas. A ponta final do seu corpo possui dois filamentos caudais que são projeções finas e alongadas.

Lagarta se alimenta de uma fô-lha.

Uma das características dos sêres vivos é a presença de metabolismo, quê corresponde ao conjunto de reações químicas quê ocorrem no interior de suas células. Essas reações são responsáveis por manter e regular seus processos vitais.

O metabolismo póde sêr dividido, basicamente, em dois processos: catabolismo e anabolismo. O catabolismo compreende as reações químicas nas quais moléculas compléksas são transformadas em moléculas mais simples e menos energéticas. Nesse processo, ocorre a liberação de energia. Por exemplo, as moléculas de carboidratos presentes nas fô-lhas da planta apresentada na imagem são catabolizadas no corpo da lagarta em moléculas mais simples, como a glicose, ocorrendo liberação de energia durante êste processo.

Em contrapartida, o anabolismo compreende as reações químicas nas quais moléculas simples são transformadas em moléculas mais compléksas e mais energéticas. A ocorrência dessas reações requer energia. Na lagarta da imagem, por exemplo, as moléculas de glicose podem sêr transformadas em moléculas mais compléksas, como os lipídios, por meio de reações anabólicas, quê requerem energia. Quando necessário, os lipídios podem sêr catabolizados em moléculas mais simples, liberando energia para o desenvolvimento do inséto.

Neste Tema, serão estudados alguns processos energéticos quê fazem parte do metabolismo dos sêres vivos.

Esquema com setas. Moléculas complexas se transformam em moléculas simples pelo processo de catabolismo, com liberação de energia. Moléculas simples se transformam em moléculas complexas pelo processo de anabolismo, com gasto de energia.

Elaborado com base em: NELSON, Daví ; COX, máicou Méfiu. Princípios de bioquímica de Lehninger. 5. ed. Porto Alegre: Artméd, 2011. p. 26.

Esquema simplificado do conjunto de reações quê constituem o anabolismo e o catabolismo.

PENSE E RESPONDA

1 Uma das principais fontes de energia utilizadas pêlos sêres vivos, seja diréta ou indiretamente, é a energia luminosa do sól. Estabeleça uma relação entre essa afirmação e a cena presente na fotografia.

Página quarenta e sete

Transferências de energia no metabolismo

A energia liberada pelas reações do catabolismo póde sêr utilizada em diferentes processos celulares. Contudo, é preciso quê a energia seja transferida aos locais adequados para quê esses processos ocorram. Esse papel é realizado por moléculas carreadoras de energia, quê se movimentam com facilidade no interior da célula.

Uma das principais moléculas carreadoras de energia é a adenosina trifosfato, ou ATP. O ATP é formado por meio de uma reação de fosforilação, quê consiste na adição de um fosfato inorgânico (Pi) a outra molécula, quê, nesse caso, é a adenosina difosfato (há dê pê). Nessa reação, forma-se á gua.

A energia contida na molécula de ATP é liberada por meio da remoção do fosfato inorgânico, reação conhecida por desfosforilação. Essa reação ocorre na presença de á gua.

Esquema representando a fosforilação do A D P e da desfosforilação do A T P por meio de setas. Molécula de A D P em adição a um fosfato inorgânico com entrada de energia do catabolismo, gera molécula de A T P e água, processo chamado de fosforilação do A D P. A molécula de A T P em adição da molécula de água, libera energia para o trabalho celular, se transformando em A D P e fosfato inorgânico, processo chamado de desfosforilação do A T P.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 151.

Representação da fosforilação do há dê pê e da desfosforilação do ATP.

Outras moléculas carreadoras são a nicotinamida-adenina-dinucleotídeo (NAD), a fosfato-de-nicotinamida-adenina-dinucleotídeo (NADP) e a flavina-adenina-dinucleotídeo (fádi). Elas são especializadas em transportar elétrons, sêndo, por isso, chamadas de moléculas carreadoras de elétrons, e participam de reações de oxirredução, comuns no metabolismo celular.

DIÁLOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Química. Mais informações nas Orientações para o professor.

Oxidação e redução

As reações de oxirredução (ou redox) compreendem reações químicas em quê ocorre a transferência de elétrons entre moléculas. Nessas reações, o aumento no número de elétrons de uma molécula é denominado redução. Em contrapartida, a diminuição do número de elétrons de uma molécula é denominada oxidação.

Por exemplo, considere quê, em uma reação entre duas moléculas, A e B, ocorra a transferência de elétrons da molécula A para a molécula B, ou seja, nesse exemplo, ocorrem a oxidação da molécula A e a redução da molécula B. Assim, ao final do processo, a molécula A encontra-se oxidada e, a molécula B, reduzida. Analise o esquema a seguir.

Esquema representando a reação de oxirredução entre moléculas A e B. As moléculas A e B são representadas grandes esferas. No primeiro momento, a molécula A tem um elétron em sua superfície, representado por uma pequena esfera. Uma seta que sai deste elétron e aponta para B, indicando o processo de oxidação de A. Em um segundo momento, a esfera A está sem o elétron, sendo então sua versão oxidada e a molécula B agora está com o elétron, sendo assim sua versão reduzida. O processo pelo qual B passou é chamado de redução.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 164.

Representação de uma reação de oxirredução entre moléculas A e B (imagens sem escala; cores fantasia).

Página quarenta e oito

Os carreadores NAD, NADP e fádi realizam o transporte de elétrons entre moléculas por meio de íons de hidrogênio (H_). Sendo assim, quando íons de hidrogênio são retirados de uma molécula, também ocorre a retirada de elétrons, e ela se torna oxidada. Da mesma forma, quando íons de hidrogênio são adicionados a uma molécula, também ocorre a adição de elétrons, e ela se torna reduzida.

Em sua forma oxidada, o NAD, o NADP e o fádi são representados por NAD+, NADP+ e fádi. Quando estão acoplados a íons de hidrogênio, apresentam-se em sua forma reduzida e são representados por NADH, NADPH e FADH2.

Forma oxidada

Forma reduzida

NAD+

NADH

NADP+

NADPH

fádi

FADH2

Normalmente, o NAD e o fádi estão envolvidos em processos catabólicos, enquanto o NADP, em processos anabólicos.

Processos energéticos celulares

Todos os sêres vivos precisam de energia para a manutenção de suas funções vitais. No entanto, os processos celulares pêlos quais os sêres vivos obtêm e utilizam energia podem sêr distintos.

A fotossíntese, a respiração celular e outros processos energéticos das células, como a quimiossíntese e a fermentação, serão estudados a seguir.

Fotossíntese

O produto direto da fotossíntese é um açúcar de três carbonos quê póde sêr utilizado na produção de glicose. A utilização da molécula de glicose facilita o entendimento do estudante e permite quê ele compare com o processo de respiração celular, abordado posteriormente. A equação global geral da fotossíntese póde sêr descrita da seguinte forma: Luz nCO2 + nH2 O ô (CH2 O)n + nO2, em quê o CH2 O é a fórmula geral de um carboidrato, e não necessariamente um açúcar.

A fotossíntese é realizada por plantas, algas e algumas bactérias. Por meio dêêsse processo, moléculas simples e menos energéticas são transformadas em moléculas compléksas e mais energéticas. A energia utilizada nesse processo provém principalmente da luz solar. Assim, podemos dizêr quê, durante a fotossíntese, a energia luminosa é transformada em outras formas de energia.

Na presença de luz, o gás carbônico (CO2) e a á gua (H2 O), quê são moléculas inorgânicas simples, são utilizados para a síntese de carboidratos (representados pela fórmula geral CH2 O), quê são moléculas mais energéticas. Ao final da fotossíntese, o gás oxigênio (O2) também é formado e liberado no ambiente.

Todas as reações químicas quê ocorrem durante o processo da fotossíntese podem sêr resumidas na equação geral apresentada a seguir, considerando a formação de uma molécula de glicose.

6 CO2 + 6 H2 O Luz 6 O2 + C6 H12 O6

Nessa reação, há transferência de elétrons entre a á gua e o gás carbônico, de modo quê a molécula de á gua é oxidada e, a molécula de gás carbônico, reduzida.

Página quarenta e nove

Os cloroplastos

A fotossíntese ocorre no interior dos cloroplastos. Essas organelas apresentam uma membrana dupla quê envolve um fluido denso denominado estroma. Nesse fluido, há um sistema de membranas quê forma sacos denominados tilacoides, os quais estão arranjados uns sobre os outros formando pilhas, chamadas grana.

Nas membranas dos tilacoides, estão localizados pigmentos fotossintetizantes, quê são os responsáveis por ABSÓRVEr a luz solar. Cada tipo de pigmento absorve determinado comprimento de onda quê compõe a luz branca emitida pelo Sol. A clorofila a é o principal pigmento na absorção da luz solar, seguida dos pigmentos acessórios clorofila b e carotenoides. São os pigmentos de clorofila quê conferem a côr vêrde às plantas, sobretudo às suas fô-lhas.

O gráfico a seguir apresenta o comportamento de cada um dêêsses pigmentos em relação à absorção dos diferentes comprimentos de onda da luz.

Esquema mostrando folhas de uma planta. A figura A mostra o corte de uma folha ampliada, onde é possível verificar a membrana plasmática e a parede celular, e, internamente, diversas organelas esféricas, os cloroplastos. A figura B mostra um cloroplasto ampliado. Estão identificadas a membrana que envolve toda a organela, a membrana interna que reveste o interior da organela, o espaço intermembranas. O estroma é o fluido que permeia as estruturas do cloroplasto. Organizados em pilha, estão os discos chamados de tilacoides, cada pilha se chama grana. A parte interna do tilacoide se chama espaço do tilacoide.

Fonte: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 187, 192.

Representação do kórti de uma fô-lha (A), da estrutura do cloroplasto (B) e do espectro de absorção da luz por alguns pigmentos fotossintetizantes (C) (imagens sem escala; cores fantasia).

Gráfico de linha 'Espectro de absorção'. O eixo vertical representa a absorção de luz pelos pigmentos dos cloroplastos. O eixo horizontal representa o comprimento de onda da luz, variando de 400 a 700 nano metros. A linha que representa o pigmento clorofila tem um pico de absorção de luz maior aos 430 nano metros e outro menor aos 660 nano metros. A clorofila b possui um pico de absorção maior aos 460 nano metros e outro menor aos 640 nano metros. Os carotenoides apresentam maior absorção de luz entre os 400 e 510 nano metros.

As etapas da fotossíntese

A fotossíntese póde sêr dividida em duas etapas: a etapa fotoquímica e a etapa química.

A etapa fotoquímica ocorre nas membranas dos tilacoides, onde estão localizados os pigmentos fotossintetizantes, como a clorofila. Nessa etapa, ocorrem reações químicas dependentes da energia luminosa. Por sua vez, a etapa química ocorre no estroma dos cloroplastos. Apesar de a etapa química não depender diretamente de energia luminosa, sua ocorrência depende dos produtos gerados na etapa fotoquímica e, portanto, da presença de luz.

A seguir, serão estudadas as principais reações químicas quê ocorrem em cada uma dessas etapas.

Se achar conveniente, comente com os estudantes quê a etapa fotoquímica também é conhecida como fase clara, e a etapa química, como fase escura. Contudo, é importante entenderem quê ambas as etapas ocorrem na presença da luz.

PENSE E RESPONDA

2 Analise o gráfico e responda: se uma planta for cultivada sôbi luz ultravioleta ou sôbi luz infravermelha, ela realizará fotossíntese de maneira eficiente? Se necessário, faça uma pesquisa e converse com o professor de Física sobre o assunto.

Página cinquenta

A etapa fotoquímica inicia-se com a absorção da energia luminosa pela clorofila, possibilitando a ocorrência de duas reações: a fotofosforilação e a fotólise da á gua. Ou seja, na presença de luz, ocorrem a síntese de ATP, a partir da ligação de um fosfato inorgânico (Pi) à molécula de há dê pê (fotofosforilação), e a quebra da molécula de á gua (fotólise).

A fotólise da á gua libera gás oxigênio (O2), íons de hidrogênio (H+) e elétrons (e), conforme representado na equação a seguir.

2 H2O Luz 4 e + 4 H+ + O2

Os elétrons e os íons de hidrogênio liberados são capturados por moléculas de NADP+, quê assume sua forma reduzida, NADPH.

Já na etapa química, há a redução do gás carbônico a partir dos íons de hidrogênio transportados pelo NADPH. Essa reação ocorre na presença de ATP, quê fornece energia ao sistema. Ao final, são produzidos açúcares simples, quê serão empregados na produção de outros açúcares, como a glicose, a sacarose e o amido, além de outras moléculas orgânicas mais compléksas necessárias para a planta.

A síntese de carboidratos ocorre por meio de um conjunto de reações químicas denominado ciclo das pentoses ou ciclo de Calvin-Benson, em homenagem aos bioquímicos estadunidenses Melvin Cálvin (1911-1997) e Éndreu Benson (1917-2015), quê o descreveram.

Esquema representando as etapas da fotossíntese em um cloroplasto de uma célula vegetal. Na etapa fotoquímica, a luz e Híndice 2O, de fora do cloroplasto, entram no tilacoide junto do NADP^+ e A D P + P do estroma, liberando Oíndice 2 para fora do cloroplasto e A T P e NAD P H no estroma. Na etapa química, o C Oíndice 2 de fora do cloroplasto reage com o A T P e NAD P H do estroma, liberando açúcar para fora do cloroplasto.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 189.

Representação da ocorrência das etapas fotoquímica e química da fotossíntese em um cloroplasto (imagens sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

3 Se uma planta for cultivada em um ambiente com ausência total de uma fonte luminosa, ela irá se desenvolver? Por quê?

Página cinquenta e um

Quimiossíntese

A quimiossíntese é realizada por grande parte das bactérias. Por meio dêêsse processo, moléculas simples, menos energéticas, são transformadas em moléculas compléksas, mais energéticas, assim como ocorre na fotossíntese. No entanto, na quimiossíntese, a energia utilizada provém da oxidação de substâncias inorgânicas, e não da energia luminosa.

As bactérias quimiossintetizantes podem sêr classificadas quanto à fonte de energia utilizada.

As sulfobactérias, comumente encontradas em fontes termais submarinas e sedimentos marinhos, utilizam a energia proveniente da oxidação de sulfêto de hidrogênio (H2 S) para a síntese de moléculas orgânicas, conforme representado na equação simplificada a seguir.

CO2 + 4 H2 S + O2 H CH2 O + 4 S + 3 H2 O

As bactérias denominadas ferrobactérias são aquelas quê utilizam a energia proveniente da oxidação de compostos de ferro. Elas são comumente encontradas em ambientes aquáticos quê contêm ferro.

Por fim, as bactérias quê utilizam a energia proveniente da oxidação de compostos nitrogenados são denominadas nitrobactérias, ou bactérias nitrificantes. Algumas espécies de nitrobactérias vivem no solo e têm grande importânssia para a fertilidade dele. A oxidação desempenhada por essas bactérias disponibiliza o nitrogênio (N) em formas assimiláveis pelas plantas. O nitrogênio é um elemento constituinte do material genético e da clorofila, sêndo, portanto, essencial para o desenvolvimento das plantas.

Fotografia do fundo do mar, há uma rocha com uma rachadura da qual sai um fluxo de água junto de uma poeira escura.

Fonte termal submarina, localizada na ilha de Panarea, na Sicília (Itália), 2022.

Respiração celular

Como estudado, a fotossíntese transforma a energia luminosa em outras formas de energia presentes nas moléculas de carboidratos, como o amido e outros açúcares. Quando as ligações químicas quê formam os carboidratos são rompidas, libera-se a energia envolvida nessas ligações, quê é utilizada, em parte, para a síntese de moléculas de ATP.

O rompimento das ligações químicas das moléculas de carboidratos póde ocorrer na presença de gás oxigênio (reação aeróbia), como na respiração celular, ou na ausência de gás oxigênio (reação anaeróbia), como na fermentação, quê será estudada adiante.

A respiração celular ocorre quando moléculas de glicose (C6 H12 O6) são oxidadas completamente na presença de gás oxigênio, liberando a energia quê é utilizada na síntese de ATP. Ao final do processo, são formados gás carbônico e á gua. As reações químicas ocorridas durante a respiração celular podem sêr resumidas por meio da equação geral apresentada a seguir.

C6 H12 O6 + 6 O2 H 6 CO2 + 6 H2 O

Nessa reação, há transferência de elétrons entre a glicose e o gás oxigênio, de modo quê a molécula de glicose é oxidada e, a molécula de gás oxigênio, reduzida.

Página cinquenta e dois

As mitocôndrias

A respiração celular se inicia no citosol das células e é finalizada no interior das mitocôndrias. Essas organelas apresentam uma membrana dupla, sêndo a membrana externa lisa e a membrana interna convoluta, isto é, repleta de dobras quê aumentam sua área superficial.

Essas dobras são denominadas cristas mitocondriais e envolvem um fluido chamado matriz mitocondrial. O espaço entre a membrana interna e a membrana externa da mitocôndria é chamado espaço intermembrana.

Esquema representando uma célula eucariótica, com uma mitocôndria em destaque e ampliada. A mitocôndria é alongada com as pontas arredondadas, como um bacilo. Estão indicadas as membranas externa e interna, o espaço intermembrana, as cristas mitocondriais, a matriz mitocondrial e os ribossomos sobre a superfície interna da membrana interna.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 111.

Representação da estrutura da mitocôndria (imagens sem escala; cores fantasia).

As etapas da respiração celular

A respiração celular póde sêr dividida em etapas: a glicólise, a oxidação do piruvato, o ciclo de crébis e a fosforilação oxidativa. A glicólise ocorre no citosol das células, enquanto a oxidação do piruvato e o ciclo de crébis ocorrem na matriz mitocondrial e a fosforilação oxidativa ocorre nas cristas mitocondriais.

A glicólise é um processo anaeróbio, pois nela não há consumo de gás oxigênio. Ela é uma etapa comum à fermentação, quê será estudada adiante. Já a oxidação do piruvato, o ciclo de crébis e a fosforilação oxidativa são vias catabólicas aeróbias.

Esquema representando as etapas da respiração celular na mitocôndria por meio de setas. A glicólise que ocorre no citosol transforma a glicose em piruvato, que será usado na reação de fermentação e na oxidação do piruvato, liberando A T P e elétrons carregados via NAD H. A oxidação do piruvato e o ciclo de Krebs ocorrem na mitocôndria. O ciclo de Krebs libera elétrons carregados via NAD H e FAD Híndice 2, liberando A T P no citosol. Os elétrons liberados na glicólise e no ciclo de Krebs são utilizados na fosforilação oxidativa, também liberando A T P no citosol.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 167.

Representação simplificada das etapas da respiração celular (imagem sem escala; cores fantasia).

Página cinquenta e três

A glicólise ocorre no citosol da célula e envolve um conjunto de reações químicas quê iniciam a quebra das moléculas de glicose. A partir da quebra de uma molécula de glicose, são produzidas duas moléculas de piruvato ou ácido pirúvico (C3H4O3), cada uma delas formada por três hátomus de carbono. Ao final da glicólise, duas moléculas de ATP e duas moléculas de NADH são produzidas.

O piruvato produzido pela glicólise é direcionado à matriz mitocondrial, onde é oxidado a uma molécula com dois hátomus de carbono, denominada acetil-CoA. Nesse processo, quê é intermediário entre a glicólise e o ciclo de crébis, não há formação de ATP. A oxidação de uma molécula de piruvato resulta na liberação de uma molécula de gás carbônico e de uma molécula de NADH.

A quebra de uma molécula de glicose resulta em duas moléculas de piruvato. Portanto, os produtos formados pela oxidação de duas moléculas de piruvato equivalem ao dôbro do quê foi apresentado.

A molécula de acetil-CoA é incorporada a um compôzto com quatro hátomus de carbono, denominado oxaloacetato, formando o citrato. Nesse momento, inicia-se um ciclo de reações químicas, denominado ciclo de crébis, quê foi estudado pelo biólogo, médico e bioquímico alemão Rans Adolf crébis (1900-1981). As reações químicas quê ocorrem ao longo dêêsse ciclo quebram o citrato em compostos intermediários, os quais apresentam quantidade de hátomus de carbono variável, até quê se forme novamente o oxaloacetato, quê irá reiniciar o ciclo. Durante o ciclo de crébis, ocorre a liberação de duas moléculas de gás carbônico e são sintetizadas uma molécula de ATP, três moléculas de NADH e uma molécula de FADH2.

refórce a informação para o estudante de quê o ciclo representado se refere à uma molécula de acetil-CoA. Contudo, como uma molécula de glicose resulta em duas moléculas de acetil-CoA, os produtos finais equivalem ao dôbro do quê foi apresentado.

Esquema representando as reações de glicólise em três etapas: A. A glicose é transformada em 2 piruvatos, liberando 2 A T P e 2 NAD H. B. Os 2 piruvatos são transformados em 2 Acetil-CoA, liberando C O índice 2 e NAD H. C. O Acetil-CoA 2 C se une ao oxalacetato 4 C, transformando-se em Citrato 6 C, que é transformado em Oxalacetato 4 C. Na transformação de citrato em Oxalacetato, são liberados 2 C Oíndice 2, 3 NAD ^+ se transformam em 3 NAD H, um A D P se transforma em A T P e um FAD é transformado em FAD Híndice 2. O oxalacetato 6 C reage com o Acetil-CoA 2 C, dando continuidade ao ciclo.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 168-169, 171.

Representação da glicólise (A). Representação da oxidação do piruvato (B). Representação do ciclo de crébis (C). Nas etapas B e C, os produtos obtidos precisam sêr multiplicados por dois.

Nessas etapas, perceba quê os íons de hidrogênio foram liberados e acoplados às moléculas carreadoras NAD+ e fádi, quê, então, assumiram a forma reduzida de NADH e FADH2. A energia presente nessas moléculas será utilizada para a geração de ATP durante a fosforilação oxidativa, quê ocorre nas cristas mitocondriais e corresponde à etapa final da respiração celular.

Nas cristas mitocondriais, há uma sequência de moléculas aceptoras de elétrons conhecida como cadeia respiratória, sêndo a molécula de O2 o aceptor final dessa cadeia. A energia dos elétrons dos íons de hidrogênio carreados pelas moléculas NADH e FADH2 é liberada à medida quê ocorre a passagem dêêsses elétrons de um a outro componente da cadeia respiratória. No final da cadeia respiratória, elétrons e íons de hidrogênio são adicionados a moléculas de O2, formando moléculas de á gua.

A energia liberada durante a passagem de elétrons pela cadeia respiratória é usada para transportar íons de hidrogênio para o espaço intermembrana, gerando um gradiente eletroquímico entre o espaço intermembrana e a matriz mitocondrial. Esse gradiente é suficiente para promover o retorno dos íons de hidrogênio à matriz mitocondrial, o quê ocorre por meio do complékso denominado ATP-sintase, localizado na membrana interna da mitocôndria. Com a passagem de íons de hidrogênio pela ATP-sintase, ocorre a geração da energia necessária para a síntese de ATP (fosforilação). Dependendo da célula, 26 ou 28 moléculas de ATP são formadas nessa etapa.

Página cinquenta e quatro

Esquema representando as estruturas e as fases responsáveis pela cadeia respiratória na crista mitocondrial. O complexo proteico de carreadores de elétrons recebe NADH e libera NAD^+ na matriz mitocondrial, 2 elétrons para o carreador móvel de elétrons e H^+ no espaço intermembrana. O carreador móvel de elétrons recebe FADHíndice 2 e os elétrons do complexo proteico anterior, liberando um FAD na matriz mitocondrial e elétrons para o próximo complexo proteico. O complexo recebe os elétrons do processo anterior e libera H^+ para o espaço intermembrana. Os elétrons então vão para o próximo carreador e depois para o próximo complexo. Este complexo recebe os elétrons e libera H^+ para o espaço intermembrana. Na matriz mitocondrial, ocorre a reação 4 H^+ mais Oíndice 2, formando 2 Híndice 2O que se liga aos elétrons do processo anterior. Os H^+ liberados no espaço intermembrana pelos complexos vão para a proteína ATP-sintase, alocada na membrana interna da mitocôndria, e são transportados para a matriz mitocondrial. Também na matriz, as moléculas  de A D P e fosfato reagem formando A T P.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 174.

Representação da cadeia respiratória localizada na crista mitocondrial, mostrando moléculas aceptoras, ATP-sintase e a geração de gradiente eletroquímico (imagem sem escala; cores fantasia).

Saldo energético

Cada etapa da respiração celular libera energia suficiente para sintetizar moléculas de ATP em diferentes quantidades. Para determinar o saldo de ATP dêêsse processo, é preciso considerar quê cada molécula de NADH libera energia suficiente para sintetizar 2,5 moléculas de ATP, e quê cada molécula de FADH2 libera energia suficiente para sintetiz ar 1,5 molécula de ATP.

Após a glicólise, a oxidação do piruvato e o ciclo de crébis, são produzidas dez moléculas de NADH e duas moléculas de FADH2. Essas moléculas libéram energia suficiente para a síntese de 26 ou 28 moléculas de ATP na cadeia respiratória, dependendo da célula. Junto a elas, deve-se considerar o saldo de duas moléculas de ATP na glicólise e de duas moléculas de ATP no ciclo de crébis. Assim, ao final da respiração celular, o saldo energético total é de 30 ou de 32 moléculas de ATP.

Essa variação ocorre, pois, em algumas células eucarióticas, ocorre o gasto de duas moléculas de ATP para transportar as duas moléculas de NADH produzidas no citosol durante a glicólise para o interior da mitocôndria. Por isso, nessas células, o saldo da respiração celular é de 30 moléculas de ATP.

Esquema do saldo energético da respiração celular representado por uma operação matemática. Glicólise sobre 2 A T P mais Ciclo de Krebs sobre 2 A T P mais cadeia respiratória sobre 26 ou 28 A T P igual a saldo sobre 30 ou 32 A T P.

Representação do saldo energético da respiração celular.

Página cinquenta e cinco

Fermentação

A fermentação é um processo quê ocorre no citosol, na ausência de gás oxigênio. Ela é realizada por sêres vivos anaeróbios, mas póde sêr uma alternativa para organismos aeróbios em situações de pouca disponibilidade de gás oxigênio.

O saldo energético da fermentação é de duas moléculas de ATP, bem inferior ao da respiração celular, visto quê a molécula de glicose é oxidada parcialmente em substâncias orgânicas mais simples.

A fermentação é iniciada pela glicólise, isto é, pela quebra de uma molécula de glicose em duas moléculas de piruvato. As reações subsequentes à glicólise diferem quanto ao tipo de fermentação realizada. A seguir, sêrão estudadas a fermentação láctica e a fermentação alcoólica. Ambas são aproveitadas pelo ser humano em processos industriais.

Fermentação láctica

Na fermentação láctica, cada molécula de piruvato ôbitída pela glicólise é reduzida a ácido láctico, também chamado de lactato. Nessa reação, ocorre a regeneração do NAD+ a partir do NADH. Por meio dêêsse processo, são produzidos iogurtes e bebidas lácteas.

Esquema de setas representando a fermentação láctica a partir da glicólise. A glicose se transforma em 2 piruvatos a partir da reação de 2 A D P mais 2 Píndice 1 em 2 A T P e de 2 NAD^+ em 2 NADH mais 2 H^+. Os dois piruvatos se convertem em 2 lactatos a partir da reação inversa: 2 NADH mais 2 H^+ em 2 NAD^+.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 178.

Representação simplificada da fermentação láctica.

Fermentação alcoólica

Na fermentação alcoólica, cada molécula de piruvato é transformada em uma molécula de acetaldeído, etapa em quê há a liberação de gás carbônico. Cada acetaldeído, então, é reduzido a etanol, com regeneração de NAD+ a partir de NADH. Por meio dêêsse processo, são produzidos pães e bebidas alcoólicas.

Esquema de setas representando a fermentação alcoólica a partir da glicólise. A glicose é transformada em 2 piruvatos, como na imagem anterior. Os 2 piruvatos perdem 2 C O índice 2 e se transformam em 2 acetaldeídos que se transformam em 2 etanóis a partir da reação: 2 NADH mais 2 H^+ em 2 NAD^+.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 178.

Representação simplificada da fermentação alcoólica.

Página cinquenta e seis

ATIVIDADES

1. Diferencie catabolismo e anabolismo.

2. Um estudo sobre os casos graves da covid-19 identificou quê o coronavírus, causador da doença, póde prejudicar a função das mitocôndrias, comprometendo uma das etapas do metabolismo energético: a fosforilação oxidativa. Nessa situação, as células dos infectados usam a glicólise como via alternativa para suprir a demanda de energia. No entanto, os produtos formados pela glicólise são utilizados pelo coronavírus para sua replicação. Com o aumento da eficiência de replicação do vírus, o organismo desencadeia uma resposta inflamatória mais intensa, culminando nos casos graves da doença. Considerando as informações do texto e os seus conhecimentos sobre o metabolismo, responda às perguntas a seguir.

a) Em pessoas quê manifestam o qüadro clínico grave da covid-19, quê organela celular tem seu funcionamento afetado pela ação do coronavírus? Explique sua resposta.

b) Ao afetar o funcionamento dessa organela, quê processo celular é comprometido?

c) O estudo cita quê as células das pessoas infectadas ativam uma via alternativa para suprir a demanda energética de seu organismo. Que via é essa? Explique como ela ocorre.

d) Qual é a molécula utilizada como fonte de energia pela célula e quê favorece a replicação do coronavírus? Explique.

e) De acôr-do com o estudo, quê relação póde sêr estabelecida entre a ação do coronavírus no organismo dos infectados e os casos graves da doença?

3. Exercícios físicos intensos, de curta duração, requerem maior atividade muscular. Nessas situações, o suprimento de gás oxigênio póde não sêr suficiente para atender à demanda energética dos músculos. Por isso, é possível quê as células do tecido muscular ativem o metabolismo energético anaeróbio, passando a realizar a fermentação láctica. No entanto, o acúmulo dos produtos dessa via metabólica no organismo, associado a outros fatores, póde ocasionar fadiga muscular.

Considerando as informações do texto e os seus conhecimentos sobre o assunto, responda:

a) Em condições normais, qual é a principal via metabólica realizada pelas células musculares para obtenção de energia necessária à manutenção de suas funções vitais? Explique como ela ocorre.

b) Durante a prática de exercícios físicos intensos, de curta duração, quê via metabólica póde sêr ativada pelas células musculares? Explique como ela ocorre.

c) Que produto metabólico póde estar associado à fadiga muscular após praticar exercícios físicos intensos de curta duração?

4. A imagem a seguir corresponde a células da fô-lha de uma planta observada, em kórti transversal, ao microscópio óptico. Nesta imagem, estão destacadas organelas quê possuem pigmentos fotossintetizantes.

Imagem de microscopia de células vegetais. Dentro delas, existem diversas pequenas esferas em destaque.

Imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 880 vezes; colorida artificialmente.

Considerando a imagem e os seus conhecimentos, faça o quê se propõe a seguir.

a) Que organelas estão destacadas na imagem?

b) Qual é a função dos pigmentos fotossintetizantes? Cite alguns exemplos.

c) Em seu caderno, faça um desenho representando a estrutura dessa organela e indicando os nomes de seus respectivos componentes.

d) Que processo metabólico é realizado por essa organela? Explique esse processo d fórma resumida.

e) Em seu caderno, escrêeva a equação geral dêêsse processo.

5. Durante as aulas de Biologia, os estudantes realizaram um experimento com o objetivo de avaliar alguns fatores quê poderiam influenciar o desenvolvimento de plantas. Um dos fatores testados foi a á gua. Durante o experimento, os

Página cinquenta e sete

estudantes mantiveram quatro vasos de plantas jovens na presença de luz, regando com á gua apenas dois deles. Ao avaliarem os resultados, os estudantes verificaram quê as plantas quê não receberam á gua não se desenvolveram tanto quanto as plantas quê a receberam. A justificativa proposta pela turma para os resultados observados foi quê as plantas quê não foram regadas não realizaram fotossíntese. Considerando a situação descrita, avalie se a justificativa elaborada pela turma está correta. Explique sua resposta.

6. Leia o texto a seguir.

Rotenona: cientistas desvendam mecanismo molecular de veneno usado na pesca por indígenas

Povos originários da Amazônea extraem a rotenona de plantas e cipós há centenas de anos. Fatal para qualquer animal, interrompendo a produção de energia das células, essa substância é despejada nos rios em rituais de pesca coletiva para facilitar a captura dos peixes. [...]

[…]"Em vez de pescar com flechas, quê dá muito mais trabalho, os indígenas envenenam os peixes e passam uma cesta rio abaixo para pegá-los”, detalha [...] o professor Guilherme Menegon Arantes [...]. Após assados, os animais podem sêr consumidos sem risco à saúde. “Eles tostam em brasa até quase torrá-los. Isso destrói a molécula de rotenona.”

[...]

CONTERNO, Ivan. Rotenona: cientistas desvendam mecanismo molecular de veneno usado na pesca por indígenas. Jornal da úspi, São Paulo, 18 maio 2023. Disponível em: https://livro.pw/qylta. Acesso em: 5 jul. 2024.

Sabendo quê a rotenona atua bloqueando o transporte de elétrons durante a respiração celular, relacione a ação da rotenona às informações do texto.

7. O etanol, um dos biocombustíveis utilizados no setor de transportes do Brasil, póde sêr produzido a partir de diversas matérias-primas, entre elas a cana-de-açúcar, o milho e o trigo. Uma das etapas envolvidas em sua produção é a fermentação, realizada por microrganismos.

a) Explique a via metabólica envolvida na produção do etanol.

b) A opção pelo etanol, em detrimento de combustíveis derivados do petróleo, como a gasolina, póde produzir menos impactos ao ambiente. Contudo, póde trazer algumas desvantagens. Forme um grupo com seus côlégas e realizem uma pesquisa sobre as vantagens e as desvantagens associadas ao etanol, em comparação a combustíveis derivados do petróleo. Produzam um relatório com os resultados dessa pesquisa.

8. Analise a ilustração a seguir, quê representa d fórma esquemática uma organela celular.

Esquema uma organela alongada, com as pontas arredondadas, envolta por uma membrana externa lisa, estrutura 1. Dentro há outra membrana com muitas ondulações, estrutura 2. O espaço dentro da membrana ondulada está representado pelo número 3. As ondulações estão representadas pelo número 4.

Considerando a ilustração e os seus conhecimentos sobre a organela representada, responda:

a) Que organela é representada na imagem? Identifique as estruturas quê estão representadas em I, II, III e IV.

b) Indique o processo metabólico realizado por essa organela, identificando suas etapas.

c) Qual(is) das etapas dêêsse processo metabólico ocorre(m) em III? E em IV?

9. Analise as afirmativas a seguir e corrija as falsas.

I. A fotossíntese e a quimiossíntese são processos catabólicos. A respiração celular e a fermentação são processos anabólicos.

II. A fotossíntese póde sêr dividida em duas etapas: fotoquímica e química. A etapa fotoquímica ocorre na presença de luz. A etapa química depende dos produtos formados na etapa fotoquímica e, portanto, também ocorre na presença de luz.

III. A glicólise é uma etapa comum à respiração celular e à fotossíntese.

IV. Todas as etapas da respiração celular ocorrem no interior da mitocôndria.

Página cinquenta e oito

Os grupos podem elaborar diferentes hipóteses para explicar o crescimento da massa do pão nas condições apresentadas no enunciado da Oficina científica. Para auxiliá-los nessa etapa, oriente-os a considerar os ingredientes presentes na receita (farinha de trigo, á gua e fermento biológico) e o metabolismo das leveduras.

Oficina científica

Entre as hipóteses estão quê o crescimento da massa do pão decorre: (a) apenas da presença de farinha de trigo; (b) apenas da presença de fermento biológico; (c) da presença simultânea de farinha de trigo e de fermento biológico.

Produtos do metabolismo

Enfatize quê hipóteses são propostas de explicações elaboradas na tentativa de responder a uma questão ou a um problema e quê, mesmo sêndo embasadas em conhecimentos prévios, elas podem sêr validadas ou refutadas por meio de processos investigativos.

Com isso, ao elaborar as hipóteses, os estudantes não precisam estar certos de quê estão dando as respostas corretas, uma vez quê irão testar essas explicações propostas ao longo do experimento para, então, validá-las ou refutá-las.

A produção de pães envolve, basicamente, o uso de três ingredientes: farinha de trigo, á gua e fermento biológico. O fermento biológico contém leveduras, fungos da espécie Saccharomyces cerevisiae, quê realizam fermentação alcoólica. Esses ingredientes são misturados no preparo da massa, a qual deve descansar antes de sêr assada, para quê cresça o suficiente.

Para determinar o tempo de descanso da massa de pão, é possível realizar um procedimento caseiro: colocar um pequeno pedaço de massa em um copo com á gua. Inicialmente, a massa ocupa o fundo do copo. Após cérto período, a massa sobe na coluna de á gua, indicando quê está pronta para ir ao fôrnu.

Forme um grupo com seus côlégas e elaborem uma hipótese para explicar o crescimento da massa do pão, considerando os ingredientes utilizados para seu preparo. Realizem a atividade a seguir para testar a hipótese do grupo.

Fotografia 1. Bola de massa de pão crua no fundo do copo de água. Fotografia 2. Bola de massa de pão crua flutuando no copo de água.

Massa de pão em copo de á gua em dois momentos diferentes.

Materiais

4 garrafas de á gua descartável de 500 mL de capacidade;

4 balões de borracha;

1.000 mL de á gua morna;

240 g de farinha de trigo;

240 g de fermento biológico;

240 g de açúcar;

4 funís (1 para a á gua; 1 para a farinha; 1 para o fermento biológico; 1 para o açúcar).

A medida aproximada de 120 gramas equivale a ½ xícara.

Caso disponha de somente um funil, ele deve sêr lavado e enxugado após cada utilização.

Procedimentos

Coloquem os seguintes ingredientes em cada uma das garrafas.

Ingrediente

Garrafa 1

Garrafa 2

Garrafa 3

Garrafa 4

Água

250 mL

250 mL

250 mL

250 mL

Farinha de trigo

-

120 g

-

120 g

Fermento biológico

-

-

120 g

120 g

Encaixem os balões na bôca de cada garrafa, aguardem 30 minutos e anotem os resultados.

ATIVIDADES

1. dêz-creva e explique os resultados observados em cada uma das garrafas.

2. Os resultados obtidos possibilitam a validação da hipótese levantada pelo grupo? Explique sua resposta.

3. Substitua a farinha de trigo por açúcar e compare os resultados. Para ajudar nessa comparação, utilize um cronômetro e tire fotografias dos resultados. Em seguida, explique os resultados obtidos. Se necessário, faça uma pesquisa.

Página cinquenta e nove

Saiba mais

A fermentação da mandioca por indígenas brasileiros

Podcast: Mandioca: uma raiz polivalente.

Originária da América do Sul, a mandioca (Manihot esculenta) póde sêr conhecida por diferentes nomes, como macaxeira, aipim e maniva. Popularmente, é possível agrupar suas variedades em dois tipos: mandioca-mansa e mandioca-brava. Essa classificação considera os níveis de ácido cianídrico presentes nas fô-lhas e nas raízes da mandioca, quê, em alta quantidade, póde sêr tóxico aos sêres vivos.

No caso da mandioca-mansa, o teor dessa substância é baixo. Ela póde sêr consumida logo após o cozimento. Em contrapartida, a mandioca-brava apresenta elevado teor de ácido cianídrico e, por isso, precisa passar por alguns processos para eliminar sua toxicidade.

Diversos povos indígenas da Amazônea realizam técnicas de preparo da mandioca-brava para a produção de alimentos típicos de sua cultura, como o tucupi, a farinha, o beiju e a tapioca.

Em uma das técnicas mais difundidas, a mandioca é colocada durante a noite em um riacho até quê comece uma leve fermentação. Nesse processo, parte do ácido cianídrico é inativado pela ação dos microrganismos. Em seguida, a mandioca é descascada, ralada e passa pelo tipiti, uma prensa desenvolvida pêlos indígenas, de modo a extrair uma porção líquida, separando-a do restante da massa. O líquido extraído é deixado no sól para nova fermentação e, posteriormente, fervido. Esses processos auxiliam a eliminar o restante do ácido cianídrico. O líquido é utilizado para fazer o tucupi, e a massa é torrada em fôrnos para fazer farinha.

Fotografia de mulher indígena distribuindo a farinha de mandioca sobre uma grande panela de barro ao ar livre. A mulher tem cabelo longo, liso e preso. Veste camiseta e shorts. Usa um utensílio de palha para dar formato ao beiju.

Mulher tuyuka usa farinha de mandioca para preparar beiju ou tapioca na Aldeia Utapinopona, em Manaus (AM), 2018.

ATIVIDADES

1. Parte da retirada do ácido cianídrico da mandioca ocorre por meio da fermentação láctica. Esse processo também é realizado para a obtenção de outros produtos para o consumo humano. Cite alguns dêêsses produtos.

2. O tipiti é uma invenção indígena. Faça uma pesquisa e dêz-creva sua utilização e o significado de seu nome.

3. O tucupi, produzido a partir da mandioca, possui diversas finalidades na culinária indígena. Forme um grupo com três côlégas e façam uma pesquisa em sáites e fontes confiáveis sobre como esse ingrediente póde sêr utilizado. Selecionem duas receitas quê utilizam o tucupi e, em conjunto com a turma, elaborem um livro de receitas digital.

Página sessenta

TEMA
5
O Universo e as condições para a vida

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Em 2015, por meio do telescópio espacial Képler, foi descoberto um planêta fora do Sistema Solar quê foi chamado de Kepler-452b. Considerado um"primo" da Terra, ele é um dos planêtas conhecidos até 2024 quê apresenta mais características semelhantes às da Terra.

Imagem dividida ao meio. A metade da esquerda mostra o planeta Terra visto do espaço e o sol mais distante. A metade da direita mostra o planeta Kepler 452 b, maior do que a Terra, e sua estrela, a uma distância semelhante à distância entre a Terra e o Sol.

Concepção artística do planêta Kepler-452b e da estrela quê ele órbita, em comparação com a Terra e sua distância do Sol. Na representação, a estrela Kepler-452 e o Sol, quê são semelhantes, estão indicados na mesma posição, na parte central da imagem (imagens sem escala; cores fantasia).

O planêta Kepler-452b é 60% maior do quê a Terra. Dados obtidos pelo telescópio mostram quê ele realiza uma volta completa em torno da sua estrela, a Kepler-452, em aproximadamente 385 dias, a uma distância próxima à quê o planêta Terra se encontra do Sol. Além díssu, a estrela Kepler-452 tem tamãnho, brilho e tempera-túra semelhantes ao Sol. Essas e outras características tornam esse planêta um candidato à busca por evidências de algum tipo de vida.

Mas o quê é preciso para ter vida em um planêta? Antes de responder a essa pergunta, talvez seja importante responder à outra: o quê há no Universo? Esses são alguns dos assuntos apresentados neste Tema.

PENSE E RESPONDA

1 O quê existe no Universo?

2 Quais são as principais condições para quê um planêta possa abrigar vida como a conhecemos?

3 Existem algumas explicações sobre o surgimento do Universo e da vida na Terra. Você conhece alguma? Explique-a.

Página sessenta e um

Explique aos estudantes quê o movimento realizado pêlos astros no céu é aparente. É importante quê os estudantes compreendam quê não são somente as estrelas quê se movimentam em relação à Terra, mas também a Terra quê se movimenta em relação às estrelas, uma vez quê o movimento é sempre relativo ao referencial adotado. Devi do aos movimentos descritos pela Terra, observa-se quê as constelações não são fixas no céu noturno. Mencione quê o astrolábio é um instrumento quê determina a latitude com base na observação da altura dos astros em relação ao horizonte.

Universo e ssossiedade

Ao abordar temáticas associadas ao Universo, é necessário considerar os aspectos relacionados à ssossiedade e não só os aspectos científicos. Isso porque o encantamento dos sêres humanos pêlos astros póde sêr evidenciado em diversos povos por meio de suas manifestações artísticas, crenças, côstúmes e mitologia.

A interpretação do movimento dos astros no céu, quê se repete de maneira cíclica, auxiliou diversos povos a fazer previsões sobre a chegada das estações do ano, os melhores momentos de plantio e colheita, as épocas de cheia dos rios, entre outras.

A observação dos astros também auxiliava na orientação espacial. A navegação marítima, por exemplo, baseou-se por muito tempo na posição dos astros no céu, quê podiam sêr interpretadas com o auxílio de um astrolábio. Estrelas, como a Polar (ou Polaris), localizada na constelação Ursa Menor, servia como guia para os marinheiros localizarem o norte.

Imagem do céu noturno com inúmeras pequenas estrelas em segundo plano e quatro estrelas maiores e brilhantes em destaque, formando uma cruz. Estão nomeadas: Rubídea, estrela da ponta superior. Mimosa e Pálida, sendo as estrelas laterais e Magalhães sendo a estrela da ponta inferior.

Constelação do Cruzeiro do Sul vista do Hemisfério Sul.

Alguns povos indígenas brasileiros utilizavam a constelação Cruzeiro do Sul para se orientarem. Eles sabiam quê, quando a cruz formada entre as estrelas (popularmente conhecidas como Mimosa, Rubídea, Pálida e Magalhães) estava em pé, o prolongamento de seu braço maior apontava para o sul.

Os astros também têm influência na cultura dos povos, e muitos deles criaram mitos sobre o Sol, a Lua, as constelações, os eclipses etc. Os indígenas tupis-guaranis explicam a origem da Terra, do Sol e da Lua pela lenda de Nhamandu. De acôr-do com essa lenda, antes do início de tudo, existia Nhamandu, quê apenas com um sôpro criou Kuaray. Kuaray, então, fez surgir Tupã a partir de seu coração. Tupã, ao dançar e cantar, criou vários mundos, as estrelas e a Terra. Embora essas explicações não sêjam elaboradas a partir do pensamento científico, elas são importantes elemêntos quê constituem a cultura de um povo.

A origem, organização, estrutura e evolução do Universo são temas de investigação da Cosmologia. Esses assuntos serão estudados a seguir.

PENSE E RESPONDA

4 Faça uma pesquisa e conheça a lenda de Nhamandu, usada pelo povo tupi-guarani para contar a origem do Sol e da Lua. escrêeva em seu caderno os resultados de sua pesquisa.

Página sessenta e dois

Origem e expansão do Universo

Existem algumas teorias sobre a origem e a evolução do Universo. A mais aceita atualmente considera quê o Universo se iniciou a partir de uma singularidade quê, devido a uma grande instabilidade, explodiu e expandiu.

Segundo essa teoria, conhecida como Big béng, tudo o quê conhecemos só começou a tomar forma cerca de 13,8 bilhões de anos atrás, devido à expansão de um único ponto no espaço, com tempera-túra e densidade infinitamente altas – uma singularidade – quê liberou toda a matéria e a energia quê existe.

A partir da liberação gigantesca de energia originada no núcleo dêêsse ponto, o Universo passou a se expandir, resfriar e formár matéria. Então, foram se originando as estrelas, as galáksias e os planêtas. Desde o Big béng, o Universo continua a se expandir aceleradamente.

O esquema a seguir apresenta, de maneira resumida, uma sequência de alguns eventos quê teriam ocorrido após o Big béng.

Esquema representando os eventos que teriam ocorrido ao longo da evolução do Universo através de ilustrações em forma de funil separado por camadas. Da parte mais fina, sendo a base do funil, sai uma seta que vai até o topo, e representando a passagem do tempo. Na base está A imagem de uma explosão, o Big Bang, há 13,8 milhões de anos atrás. Texto: Nos primeiros segundos após o Big Bang, o universo era formado por partículas subatômicas como prótons, elétrons e nêutrons. A segunda camada é escura. Texto: Depois de aproximadamente 380 mil anos, o Universo sofreu resfriamento e ocorreu a formação dos primeiros átomos, no caso, átomos de hidrogênio e de hélio. Na terceira camada, há algumas estrelas. Texto: Após aproximadamente 200 milhões de anos, iniciou-se a formação das primeiras estrelas. Na quarta camada, há algumas galáxias e um sistema de planetário. Texto: Entre cerca de 400 milhões e 1 bilhão de anos depois, ocorreu a formação das primeiras galáxias. Depois de aproximadamente 9 bilhões de anos, formaram-se o Sistema Solar e o planeta Terra.

Fonte: NÉCHIONAL AERONAUTICS ênd SPÊICE ADMINISTRATION. Cosmic rístorí. [Washington, D.C.]: Nasa, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/naefg. Acesso em: 16 ago. 2024.

Representação de eventos quê teriam ocorrido ao longo da evolução do Universo (imagens sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

5 Forme um grupo com seus côlégas e realizem uma pesquisa sobre outro modelo explicativo para a origem e a evolução do Universo. Organizem uma apresentação digital a partir dos resultados da pesquisa e a compartilhem com a turma.

Página sessenta e três

Estrutura do Universo

O desenvolvimento de tecnologias relacionadas às propriedades da luz e a produção de telescópios cada vez mais potentes permitiram grandes avanços no conhecimento a respeito da estrutura do Universo. Observe o esquema a seguir, quê apresenta a estrutura do Universo a partir da localização da Terra.

Composição de ilustrações das estruturas do universo. 1. Planeta Terra visto do espaço. 2. Sistema Solar com o sol no centro e outros planetas representados por pontos e círculos representando suas órbitas ao redor do sol. 3. Grupo local de estrelas. Diversas estrelas representadas como pontos brilhantes de tamanhos diferentes. 4. Via láctea. Possui braços espirais curvos se estendendo a partir de um centro brilhante. 5. Grupo local de galáxias. As galáxias estão representadas por pontos e pequenas manchas brilhantes. 6. Superaglomeração de galáxias. Pequenos pontos que se unem formando manchas brilhantes formando aglomerados. 7. Complexo local de superaglomerados. Manchas brilhantes formando aglomerados. 8. Universo visível. Inúmeros pequenos pontos brilhantes preenchendo a maior parte da imagem.

Fonte: OLIVEIRA FILHO, Képler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira. Astronomia e astrofísica. 3. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2017. p. 621-625.

Representação da estrutura do Universo (imagens sem escala; cores fantasia).

A Terra (1) é um dos planêtas presentes no Sistema Solar (2) – sistema de corpos celéstes quê orbitam o Sol. Ele, junto de outras 19 estrelas, compõem um grupo local de estrelas (3). Bilhões ou trilhões de grupos de estrelas formam uma galáksia. A Via Láctea (4) é a galáksia em quê está o Sistema Solar. Ela, por sua vez, faz parte de um grupo local de galáksias (5) com aproximadamente outras 50 galáksias. Vários grupos de galáksias juntos formam um superaglomerado de galáksias (6). O superaglomerado de Virgem, formado por aproximadamente 2 500 galáksias, contém a Via Láctea. Vários superaglomerados formam um complékso local de superaglomerados (7), quê, por sua vez, formam o Universo visível (8) – porção observável do Universo.

Fotografia do espaço, com inúmeras pequenas estrelas e nuvens de poeira.

Página sessenta e quatro

Sistema Solar

O Sistema Solar é formado pelo Sol, planêtas, planetas-anões, luas, asteroides, meteoroides e cometas.

Planetas-anões: corpos celéstes quê, assim como os planêtas, giram em torno do Sol e têm gravidade suficiente para lhes dar forma aproximadamente esférica. No entanto, esses corpos não possuem gravidade suficiente para ocupar e descrever uma órbita específica ao redor do Sol e, portanto, compartilham a órbita com outros corpos celéstes. Os planetas-anões do Sistema Solar, em ordem de proximidade do Sol, são: Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris. Segundo a União Astronômica Internacional, póde existir mais de uma centena de planetas-anões ainda não descobertos no Sistema Solar.

Ilustração de cinco planetas. Da esquerda para a direita, Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris. Plutão e Éris são esféricos, têm tamanhos semelhantes. Makemake é menor do que Éris e tem tamanho semelhante a Haumea, mas Haumea tem formato oval e um anel. Ceres também é esférico e é o menor de todos.

Atualmente são conhecidos cinco planetas-anões no Sistema Solar (imagens sem escala; cores fantasia).

Esquema representando o sistema solar com o sol à esquerda e os planetas alinhados lado a lado. Cada um tem uma órbita que passa em torno do sol. Da esquerda para direita, estão primeiro os planetas telúricos, que são consideravelmente menores que os outros planetas. Texto: Planetas telúricos ou rochosos: em ordem de proximidade do Sol, são: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Esses planetas apresentam uma atmosfera gasosa e uma superfície sólida. São compostos de elementos químicos mais pesados, apresentam o núcleo de ferro e níquel, são mais próximos do Sol e têm poucos ou nenhum satélite. Depois de Marte, está o cinturão de asteroides, que também orbitam ao redor do sol. Texto: Cinturão de asteroides: presente entre Marte e Júpiter, é formado por mais de um milhão de asteroides. Outro cinturão, menor, está presente além da órbita de Netuno. Texto: Planetas jovianos ou gasosos: na sequência de proximidade ao Sol, estão: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Esses planetas se situam mais afastados do Sol do que os rochosos, após o cinturão de asteroides. Apresentam atmosferas gasosas, sem superfície sólida e um interior líquido em sua maior parte. Também apresentam grande número de satélites e anéis.

Representação do Sistema Solar (imagens sem escala; cores fantasia).

Página sessenta e cinco

Cometas: corpos de massa pequena recobertos de gêlo. Quando sua órbita passa próximo ao Sol, são iluminados e aquecidos, liberando poeira e gases na forma de uma cauda típica.

Imagem de um cometa no espaço. O cometa tem uma ponta arredondada e brilhante, possui uma cauda luminosa e longa. No canto inferior direito, há um corpo celeste brilhante indefinido. Em segundo plano, estão inúmeras pequenas estrelas.

Em 2024, o cometa 12P/Pons-Brooks (com 29 km de diâmetro) pôdi sêr observado na maioria do território brasileiro, com ajuda de instrumentos. Sua órbita o levará a passar novamente pela Terra daqui a 70 anos.

Asteroides: blocos de rocha quê orbitam o Sol e são menóres do quê um planêta. A contagem atual ultrapassa 1.350.000 asteroides conhecidos.

Ilustração de uma grande rocha em formato esférico, com pequenas crateras espalhadas em sua superfície.

Vesta, o maior asteroide conhecido, tem cerca de 525 km de diâmetro.

Meteoroides: são róchas menóres do quê os asteroides quê vagam pelo Sistema Solar. Quando atingem a Terra, eles se incendeiam na atmosféra e passam a sêr chamados de meteoro, ou, popularmente, de estrela cadente. Quando atingem o solo, recebem o nome de meteorito.

Ilustração de meteoroides, rochas de formato indefinido, de três tamanhos diferentes. As superfícies de todos possuem protuberâncias e buracos.

Concepção artística de três meteoroides no espaço (imagem sem escala; cores fantasia).

Luas: são corpos celéstes quê orbitam planêtas, planetas-anões ou grandes asteroides. Existem mais de 280 luas no Sistema Solar.

Planeta

número de luas

Mercúrio

0

Vênus

0

Terra

1

Marte

2

Júpiter

95

Saturno

146

Urano

28

Netuno

16

Fonte: NÉCHIONAL AERONAUTICS ênd SPÊICE ADMINISTRATION.
Moons ÓF our Solar System. [Washington, D.C.]: Nasa, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/siqtn. Acesso em: 21 set. 2024.

Página sessenta e seis

A vida no Universo

Determinar quais são as condições necessárias à existência de vida em algum local do Universo não é uma tarefa simples. Mas, por meio de estudos com base nas características da vida na Terra, é possível considerar quê, para sua manifestação, alguns fatores são primordiais.

A presença de uma fonte de energia constante e de matéria OR GÂNICA é fundamental para a manifestação da vida na Terra. Ainda assim, esses fatores podem não sêr limitantes para o desenvolvimento da vida em outro lugar no Universo. Desse modo, para muitos cientistas, a existência de á gua no estado líquido é a condição mais importante para possibilitar a existência de vida. Nesse caso, também devem sêr consideradas as condições quê permitem existir á gua nesse estado, como a presença de uma atmosféra quê auxilie na manutenção da tempera-túra.

A região ao redor de uma estrela cuja radiação emitida permite tempera-túras suficientes para quê a á gua seja encontrada no estado líquido constitui a zona habitável de um sistema planetário. Nesse sentido, os planêtas localizados em zonas habitáveis podem conter á gua líquida e, consequentemente, abrigar vida, como é o caso do planêta Kepler-452b, citado no início dêste Tema.

Considere a zona habitável do Sistema Solar representada a seguir. Apenas o planêta Terra está localizado na faixa de habitabilidade. Observe qual seria a zona habitável de outros possíveis sistemas planetários quê tivessem estrelas de massa superior ou inferior à do Sol.

PENSE E RESPONDA

6 Analise a representação da zona habitável do Sistema Solar a seguir.

Considere quê outro sistema é formado pêlos planêtas X e Y, os quais orbitam a estrela Z. Em qual dêêsses planêtas há maior probabilidade de existir vida? Explique sua resposta.

Esquema representando a zona habitável do Sistema Solar em comparação a outras zonas habitáveis ao redor de eventuais estrelas. O eixo vertical representa a massa das estrelas em relação ao Sol e o eixo horizontal representa o raio da órbita dos planetas em relação à Terra. À esquerda, aparecem estrelas de diferentes tamanhos, incluindo o Sol e uma estrela Z, maior e representada acima dele, com massas variando de 0,1 a 2 vezes a massa do Sol. Uma faixa curva atravessa a imagem, indicando a zona habitável. Ao lado direito do Sol, estão os planetas do sistema solar dispostos lado a lado. A Terra está dentro da zona habitável. Ao lado direito da estrela Z, estão os planetas X e Y, dispostos lado a lado. Apenas Y, que está mais à direita e acima da Terra, está dentro da zona habitável.

GALANTE, Douglas éti áu. (org.) Astrobiologia: uma ciência emergente. São Paulo: Tikinet: Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, 2016. p. 76. Disponível em: https://livro.pw/glcap. Acesso em: 17 out. 2024.

Representação da zona habitável do Sistema Solar em comparação a outras zonas habitáveis ao redor de eventuais estrelas (imagens sem escala; cores fantasia).

Página sessenta e sete

A busca por vida fora da Terra

O principal critério para quê um astro tenha condições de abrigar vida é a presença de á gua no estado líquido. Por isso, a busca por planêtas em zonas habitáveis é foco de pesquisas e explorações e inclui o planêta Marte e algumas luas de nosso Sistema Solar quê podem apresentar essa condição, mesmo estando fora da zona habitável.

Alguns cálculos estimam quê exista pelo menos um planêta para cada estrela da Via Láctea. Isso significa quê há algo da ordem de bilhões de planêtas apenas nesta galáksia, muitos na faixa de tamãnho da Terra. Esses planêtas fora do Sistema Solar são conhecidos como exoplanetas.

Fotografia de dois jacarés à beira de um rio sobre uma vegetação rasteira.

A presença de á gua líquida é uma das condições necessárias à existência de vida. Na imagem, jacarés-do-pantanal (Caiman sp.) em Poconé (MT), 2013.

Para fins de comparação, os exoplanetas são classificados de acôr-do com seus tamanhos em relação aos planêtas do Sistema Solar.

Infográfico 'Quantidade e tipos de exoplanetas confirmados até maio de 2024'. No total, existem 5.613 exoplanetas confirmados. Deste total, 1.920 são netunianos, planetas gelados, com mais de 17 vezes o tamanho da Terra, semelhantes a Urano e Netuno. 1.793 são gigantes gasosos, planetas de grandes dimensões, formados por gases, como Júpiter e Saturno. 1.693 são super-Terras, planetas com massas entre a da Terra e a de Netuno que podem ser formados por gases, rochas ou ambos. 200 são planetas terrestres, de tamanho aproximado ao da Terra, rochosos e de núcleo rico em ferro. 7 são desconhecidos.

Fonte: NÉCHIONAL AERONAUTICS ênd SPÊICE ADMINISTRATION. Exoplanet catalog. [Washington, D.C.]: Nasa, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/jokvm. Acesso em: 10 jul. 2024.

Página sessenta e oito

PENSE E RESPONDA

7 Que outros corpos celéstes do Sistema Solar podem ter condições para abrigar vida? Faça uma pesquisa sobre o assunto.

O planêta Marte e uma das luas de Júpiter, Europa, são locais prioritários para os cientistas na busca por vida fora da Terra. Marte, por exemplo, foi habitável há bilhões de anos, com rios e lagos de á gua líquida e uma atmosféra mais densa, quê favorecia a manutenção de sua tempera-túra. Já Europa possui um oceano líquido abaixo de uma crôsta de gêlo com 16 a 24 quilômetros de espessura. Depósitos de materiais orgânicos já foram encontrados, indicando um potencial local para a vida se desenvolver.

A. Fotografia de Marte, planeta esférico com grandes manchas formadas por sua atmosfera.

B. Fotografia da lua de Marte. Ela é esférica e apresenta coloração clara e brilhante.

Marte tem 6.779 km de diâmetro (A), já a lua Europa tem 3.121,6 km de diâmetro (B) (imagens sem escala; cores fantasia).

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Após um acidente, um astronauta é abandonado em Marte por seus côlégas e precisa utilizar seus conhecimentos para sobreviver e retornar à Terra. Para conhecer essa história, assista ao filme Perdido em Marte, direção de Ridley scót. Estados Unidos, 2015.

ATIVIDADES

1. O quê foi o Big béng?

2. O quê existe no Sistema Solar?

3. O quê é uma zona habitável?

4. Quais condições foram primordiais para o desenvolvimento de vida na Terra?

5. Considere quê você vai escrever um livro sobre outras civilizações fora da Terra. Embora sua obra seja do gênero ficção científica, ele deve se basear em elemêntos científicos. Em seu caderno, faça uma breve descrição de onde e como seria o local em quê essa história se passaria. Elabore também um resumo de como seria essa história. Ao final, destaque os elemêntos exclusivos de ficção científica quê você utilizou e os elemêntos aceitos pela Ciência contemporânea.

6. Atualmente, somente uma parte da população brasileira consegue olhar para o céu e ter uma vista semelhante à quê mostra a imagem a seguir.

Fotografia ao ar livre de duas casas de pau a pique. No céu, está uma grande faixa luminosa. Existe uma mata densa em segundo plano.

Via Láctea observada da Chapada dos Veadeiros. Alto Paraíso de Goiás (GO), 2022.

Página sessenta e nove

Considerando as informações apresentadas e os seus conhecimentos sobre o assunto, faça o quê se propõe a seguir.

a) O quê é a Via Láctea? por quê ela tem esse nome? Se preciso, faça uma pesquisa.

b) Faça uma pesquisa e explique por quê apenas uma pequena parte da população brasileira consegue ter a vista retratada pela imagem.

c) É possível observar a Via Láctea da região onde você mora? Converse com os seus côlégas sobre possíveis estratégias para observar o céu.

7. Leia o texto a seguir.

Constelações são agrupamentos aparentes de estrelas os quais os astroônomos da antigüidade imaginaram formár figuras de pessoas, animais ou objetos. Numa noite escura, pode-se vêr entre 1000 e 1500 estrelas, sêndo quê cada estrela pertence a alguma constelação. As constelações nos ajudam a separar o céu em pôr-ções menóres, mas identificá-las é em geral muito difícil.

Uma constelação fácil de enxergar é Órion [...]. Para identificá-la, devemos localizar 3 estrelas próximas entre si, de mesmo brilho, e alinhadas. Elas são chamadas Três Marias e formam o cinturão da constelação de Órion, o caçador. Seus nomes são Mintaka, Alnilam e Alnitak [...]. O vértice nordeste do quadrilátero é formado pela estrela avermelhada Betelgeuse, [...] quê marca o ombro direito do caçador. [...]. Como vemos no hemisfério sul, Órion aparece de ponta-cabeça. Segundo a lenda, Órion estava acompanhado de dois cães de caça, representados pelas constelações do Cão Maior e do Cão Menor. A estrela mais brilhante do Cão Maior, Sírius [...], é também a estrela mais brilhante do céu e é facilmente identificável a sudéste das Três Marias. Procyon [...] é a estrela mais brilhante do Cão Menor e aparece a leste das Três Marias. Betelgeuse, Sírius e Procyon formam um grande triângulo [...].

OLIVEIRA FILHO, Képler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira. Constelações. Porto Alegre: Departamento de Astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 11 jun. 2022. Disponível em: https://livro.pw/ybgrw. Acesso em: 17 out. 2024.

As imagens a seguir representam a identificação da constelação de Órion.

Ilustração A. Céu noturno com seis estrelas brilhantes em destaque. Na parte inferior da imagem, existe um chão de grama.

B. Ilustração contendo as mesmas estrelas da imagem anterior, mas algumas estão ligadas umas às outras por linhas, representando as constelações.

Ilustração contendo as mesmas estrelas da imagem anterior com imagens de animais como coelho, cavalo, lobo e um humano sobre as constelações.

seqüência de imagens feitas com o simulador Stellarium do céu em Londrina (PR), 15 fev. 2024, às 23h.

Considerando as informações apresentadas pelo texto e pelas imagens, bem como os seus conhecimentos sobre o assunto, faça o quê se propõe a seguir.

a) Reproduza o desenho da constelação de Órion em seu caderno e identifique as estrelas citadas no texto.

b) Qual é a influência dos astros do Universo na ssossiedade?

c) O quê é uma constelação?

d) As estrelas citadas no texto fazem parte de três constelações diferentes, presentes na Via Láctea. Quais são essas estrelas e quais são as constelações a quê pertencem?

e) Acesse o simulador no sáiti https://livro.pw/cvqgs (acesso em: 11 set. 2024) e depois:

defina sua localização;

faça uma pesquisa digitando Orion;

se necessário, acelere o tempo para quê Orion fique visível acima da linha do horizonte;

encontre Betelgeuse, Sirius e Procyon;

selecione “Constellations” e “Constellations Art” e obissérve o quê acontece;

realize outras simulações.

Página setenta

Saiba mais

Exploração espacial: a busca por vida fora da Terra começa aqui

Desde tempos antigos, a curiosidade sobre o Universo impulsiona o sêr humano a buscar respostas para uma importante pergunta: “estamos sózínhos no Universo?”. Se a resposta for “sim”, surgem questionamentos sobre nossa importânssia em preservar um planêta único no Universo. Se for “não”, novas kestões emergem sobre como seriam essas formas de vida – microrganismos ou sêres inteligentes capazes de comunicação.

A busca por vida fora da Terra também envolve outras kestões, como a sobrevivência a longo prazo da humanidade. Diante de desafios, como mudanças climáticas, crescimento populacional e esgotamento de recursos, encontrar ambientes habitáveis em outros planêtas póde sêr uma alternativa para garantir a continuidade da civilização humana.

Essa exploração não apenas ajuda a responder perguntas sobre o Universo mas também amplia o entendimento sobre a Biologia e as condições necessárias para a vida. Ao estudar ambientes extremos na Terra, como as zonas hadais dos oceanos – regiões profundas, de alta pressão, baixa tempera-túra e escuridão –, os cientistas podem encontrar pistas sobre as possíveis condições de vida em outros planêtas. Essas zonas extremas são similares aos ambientes quê podem existir em planêtas distantes, oferecendo ideias sobre onde e como procurar vida extraterrestre.

A busca por vida fora da Terra vai além da descoberta do quê há em outros planêtas; ela também nos ajuda a entender melhor a Terra e o fenômeno da vida, incluindo a vida humana. Ao olhar para as estrelas, a humanidade caminha para um conhecimento cada vez maior sobre a Terra. E ainda há tanto a se descobrir!

Ilustração do espaço com planetas esféricos, incluindo o planeta Terra, rochas espaciais e o Sol. Há um foguete saindo do planeta Terra.

Representação artística de um foguete espacial e elemêntos do Universo (imagens sem escala; cores fantasia).

ATIVIDADES

1. O texto apresenta argumentos favoráveis à exploração espacial. Contudo, alguns cientistas afirmam quê os altos custos das missões espaciais na busca por vida fora da Terra deveriam sêr revertidos para áreas de pesquisa quê tênham aplicação diréta para resolver problemas em nosso planêta. Como você se posiciona em relação ao investimento em missões espaciais relacionadas à busca por vida extraterrestre? Converse com seus côlégas e anote as principais ideias em seu caderno.

2. Elabore uma tirinha, uma música ou um poema quê represente e contraste ambos os entendimentos em relação à exploração espacial.

Página setenta e um

TEMA
6
Origem da vida na Terra

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

O surgimento da vida é um dos assuntos quê desperta o interêsse e a curiosidade humana. Ao longo do tempo, diversos povos criaram explicações próprias de como os sêres vivos surgiram no planêta, tendo como base crenças e côstúmes de sua cultura. Leia, por exemplo, o mito dos indígenas brasileiros kaingangs sobre a origem de seu povo.

A tradição dos kaingang afirma quê os primeiros da sua nação saíram do solo; por isso têm côr de térra. Numa serra, [...] no sudéste do estado do Paraná, dizem eles quê ainda hoje podem sêr vistos os buracos pêlos quais subiram. Uma parte deles permaneceu subterrânea; essa parte se conserva até hoje lá e a ela se vão reunir as almas dos quê morrem, aqui em cima. Eles saíram em dois grupos chefiados por dois irmãos, Kayrú e Kamé [...]

Como esses dois irmãos com a sua gente foram os criadores das plantas e dos animais, e povoaram a Terra com os seus descendentes, tudo neste mundo pertence ou à mêtáde Kayrú ou à mêtáde Kamé [...].

[...]

CONSELHO DE MISSÃO ENTRE POVOS INDÍGENAS. Mitos kaingang. [Porto Alegre]: Comin, [2019]. Disponível em: https://livro.pw/vahid. Acesso em: 29 set. 2024.

Fotografia de um homem indígena de cabelo curto, veste camiseta, colar e cocar.

Indígena kaingang da Aldeia Estiva, em Tenente Portela (RS), 2014.

Além de constituir parte da cultura das populações humanas, o tema origem da vida também é objeto de estudo da comunidade científica. A esse respeito, diversos quêstionamentos já foram levantados, entre eles: de que maneira a vida teria surgido na Terra? Que características as primeiras formas de vida teriam apresentado?

Com o desenvolvimento da tecnologia e o avanço dos estudos, muitas dessas perguntas puderam sêr respondidas, assim como outras ainda mantêm lacunas quê incentivam os pesquisadores a buscar respostas.

Neste Tema, serão estudados alguns aspectos relacionados à origem da vida, conhecendo diferentes hipóteses formuladas para explicar esse fenômeno.

PENSE E RESPONDA

1 Você conhece outros mitos ou lendas quê falam sobre a origem da vida? Se sim, compartilhe-os com seus côlégas.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Os mitos fazem parte da cultura de muitos povos indígenas brasileiros. Eles representam sua história, seus modos de vida, seus côstúmes e suas tradições. Conheça alguns dêêsses mitos no livro a seguir.

Página setenta e dois

Abiogênese vérsus biogênese

Durante muitos séculos, acreditava-se quê sêres vivos pequenos, como moscas, vermes e cogumélos, poderiam sêr originados a partir da matéria inanimada. Essa ideia era denominada geração espontânea ou abiogênese.

A geração espontânea foi, por muito tempo, defendida por filósofos e cientistas, como o médico belga Jan batista Helmont (1580-1644). Ele afirmava quê, em poucas semanas, ratos poderiam surgir espontaneamente em cês tos quê continham espigas de milho e camisas sujas de suor.

No entanto, com o avanço dos estudos científicos, a origem de novas gerações de sêres vivos foi elucidada. Atualmente, sabe-se quê os sêres vivos se originam a partir de outros já existentes, por meio da reprodução. Essa teoria é conhecida como biogênese.

PENSE E RESPONDA

2 Considerando quê o tempo de gestação dos ratos é de 18 a 21 dias, elabore uma hipótese para explicar o aparecimento de filhotes de ratos em cês tos quê armazenavam espigas de milho e roupas sujas.

O experimento de Redi

Entre os cientistas quê questionavam a geração espontânea dos sêres vivos estava o naturalista italiano Frantiesco Redi (1626-1697). Em um de seus experimentos, Redi colocou pedaços de carne crua no interior de recipientes de vidro, mantendo parte deles coberta por uma tela e outra parte, aberta. Após alguns dias, observou o surgimento de larvas sobre os pedaços de carne mantidos nos recipientes abertos, enquanto nada aparecera sobre a carne quê estava nos recipientes cobertos com tela.

Ilustração que indica os dois momentos do experimento. O preparo do experimento mostra os dois recipientes contendo carne, somente um deles coberto com uma tela. O segundo momento é o resultado do experimento e mostra os dois recipientes com carne apodrecida com moscas sobrevoando por cima deles, mas apenas o recipiente descoberto apresenta larvas na carne.

Elaborada com base em: ZAIA, Dimas A. M.; ZAIA, Cássia T. B. V.; CARNEIRO, Cristine E. A. Química prebiótica: a química da origem da vida. In: GALANTE, Douglas éti áu. (org.). Astrobiologia: uma ciência emergente. São Paulo: Tikinet Edição: Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, 2016. p. 96.

Representação do experimento de Redi (imagens sem escala; cores fantasia).

Ao analisar os resultados dêêsse experimento, Redi concluiu quê as larvas eclodiram de ovos colocados ali por moscas adultas, o quê não ocorreu nos recipientes cobertos por tela porque as moscas não conseguiam acessar os pedaços de carne. A partir dessa conclusão, Redi argumentou contrariamente à geração espontânea, demonstrando quê as larvas eclodiram a partir de ovos depositados por moscas adultas.

Página setenta e três

O experimento de Pastér

A teoria da biogênese não era totalmente aceita na época. Por muitos anos, vários estudiosos acreditaram quê os sêres vivos microscópicos poderiam se originar de maneira espontânea.

Nesse período, diversos cientistas realizaram estudos quê auxiliaram a elucidar a origem dos microrganismos. Entre eles estava o químico francês Louis Pastér (1822-1895).

Em um de seus experimentos, Pastér colocou um caldo à base de carne no interior de frascos de vidro e os submeteu à fervura por alguns minutos, de modo quê os microrganismos ali presentes fossem eliminados. Na sequência, com fogo, Pastér modelou o gargalo dos frascos, tornando-os curvos e alongados como “pescoços de cisne”. Dessa forma, a passagem de ar para o interior do frasco era permitida, mas a poeira e os microrganismos eram impedidos de chegar ao caldo, pois ficavam retidos na curvatura do gargalo.

Pastér, então, retirou o gargalo de alguns frascos e manteve outros intactos. Com o passar dos dias, ele observou quê a côr do caldo dos frascos cujos gargalos haviam sido removidos tinha sido alterada. Isso ocorreu porque, na ausência do gargalo curvo, microrganismos puderam entrar em contato com o caldo e se multiplicar. Já nos frascos intactos, os microrganismos eram barrados nas paredes do frasco, não entravam em contato com o caldo nutritivo e não se reproduziam, por isso a côr do caldo não se alterava.

Esquema representando duas fases do experimento. Na primeira fase, existem dois frascos de vidro idênticos com a base esférica e o gargalo fino com uma curva em formato de S na horizontal. Os dois possuem caldo nutritivo fervendo no interior esférico. Na segunda fase do experimento, o primeiro frasco está com o gargalo intacto e o caldo nutritivo com a mesma cor do início do experimento. O segundo frasco teve o gargalo removido e está com o caldo mais escuro do que o início do experimento.

Elaborada com base em: TORTORA, Guérrâr jôsef; FUNKE, Berdell R.; keizh, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artméd, 2017. p. 8.

Representação do experimento de Pastér (imagens sem escala; cores fantasia).

Os resultados do experimento de Pastér ajudaram a refutar a geração espontânea, pois, para sêr validada, ambos os frascos deveriam ter apresentado a côr alterada pela presença de microrganismos, o quê não foi observado.

Com esse e outros estudos ficou comprovada a biogênese, mesmo no caso dos microrganismos.

PENSE E RESPONDA

3 Pastér realizou outro experimento. Ele abriu frascos com líquido nutritivo, permitindo a entrada de ar, e depois os fechou. Repetiu esse procedimento em várias altitudes, desde o nível do mar até o topo de uma montanha, e os frascos apresentaram níveis variados de contaminação conforme a altitude.

Considerando quê os resultados obtidos ajudaram a refutar a teoria da abiogênese, proponha uma hipótese quê poderia sêr testada com esse experimento realizado por Pastér. Quais devem ter sido os resultados obtidos nesse experimento? Em seguida, faça uma pesquisa sobre o assunto e compare as suas respostas com as informações encontradas.

Página setenta e quatro

A origem do primeiro sêr vivo

Após a consolidação da biogênese, outra importante questão foi levantada na comunidade científica: se todos os sêres vivos surgem a partir de outro, como teria se originado o primeiro sêr vivo da Terra? Diversas explicações foram e continuam sêndo levantadas para responder a essa questão. A seguir, serão estudadas algumas delas.

A hipótese de Oparin e Haldane

Na década de 1920, o bioquímico russo Aleksandr Ivanovich Oparin (1894-1980) e o biólogo britânico Diôn B. S. Haldane (1892-1964) elaboraram, d fórma independente, uma hipótese muito similar a respeito da origem da vida na Terra. Segundo essa hipótese, a vida teria surgido em nosso planêta por meio de uma combinação de elemêntos químicos presentes na Terra primitiva há bilhões de anos.

Eles propuseram quê a atmosféra primitiva seria composta pêlos gases metano (CH4), hidrogênio (H2), amônia (NH3) e vapor de á gua (H2O). Como não havia gás oxigênio na atmosféra, também não existia camada de ozônio e, portanto, a Terra não tinha proteção contra a radiação ultravioleta emitida pelo Sol. Assim, a radiação solar e as descargas elétricas de tempestades, quê, então, eram muito freqüentes, seriam fontes de energia para diversas reações químicas quê poderiam ocorrer entre os componentes da atmosféra. No caso, tais reações teriam permitido a formação das primeiras moléculas orgânicas.

Essas moléculas teriam se acumulado inicialmente na á gua de poças à beira do mar, quê, por meio de interações químicas, teriam formado aglomerados quê mantinham um ambiente interno diferente do externo. Esses aglomerados, denominados coacervados, eram capazes de absorver substâncias do ambiente. Assim, propuseram quê as primeiras células teriam se originado a partir dos coacervados.

DIÁLOGOS DA NATUREZA

Moléculas orgânicas

As moléculas orgânicas são constituídas por hátomus de carbono associados, principalmente, a hátomus de hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, entre outros. Essas moléculas formam carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucleicos, compostos quê formam a base da composição química dos sêres vivos. A composição, a estrutura e as propriedades das moléculas orgânicas são estudadas pela Química.

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Química. Mais informações nas Orientações para o professor.

Ilustração da superfície terrestre coberta por vulcões em erupção, solo rochoso e atmosfera esfumaçada.

Representação artística da superfícíe da Terra primitiva, onde erupções vulcânicas e tempestades seriam freqüentes (imagem sem escala; cores fantasia).

Página setenta e cinco

Em 1953, os estadunidenses istânli L. míler (1930-2007) e Rrérold C. Urey (1893-1981) testaram a hipótese de Oparin e Haldane em laboratório. Em seu experimento, eles criaram um ambiente fechado quê simularia as condições quê teriam existido na Terra primitiva segundo Oparin e Haldane.

Acompanhe na imagem a seguir uma representação de como eles fizeram isso. Um frasco com á gua (1) era aquecido e liberava vapor de á gua ao frasco ao qual estava conectado, quê continha os gases metano, amônia e hidrogênio (2). Descargas elétricas eram fornecidas ao sistema por meio de eletrodos (3). Um condensador era utilizado para resfriar os gases (4) e o líquido condensado era coletado em outro frasco (5).

Esquema representando o aparelho e as etapas do experimento.  1. Frasco de vidro, com uma chama embaixo, fazendo a água ferver. O vapor de água liberado sobre por um cano de vidro com saída para o excesso de vapor e segue para 2. 2. Frasco de vidro com gases, conectado a 3. 3. Eletrodo que fornece descargas elétricas dentro do frasco. 4. Os gases de 2 passam por um tubo dentro de um condensador, onde a água entra fria e sai quente. 5. O líquido condensado em 4 segue por um cano, passando por uma abertura, e goteja em outro frasco.

Elaborada com base em: PURVES, uílhãm Kirkwood éti áu. Vida: a ciência da biologia: volume II: evolução, diversidade e ecologia. 6. ed. Porto Alegre: Artméd, 2002. p. 452.

Representação do aparelho utilizado em experimento realizado por míler e Urey (imagem sem escala; cores fantasia).

Quando analisaram o líquido coletado, míler e Urey identificaram a presença de moléculas orgânicas quê, até então, acreditava-se serem produzidas apenas por células vivas. Entre elas, moléculas encontradas nos sêres vivos, como os aminoácidos, quê formam as proteínas.

O resultado dêêsse experimento demonstrou sêr possível a formação de moléculas orgânicas em laboratório sôbi as condições propostas por Oparin e Haldane. Contudo, não foi suficiente para validar ou refutar essa hipótese, visto quê, até agora, nenhum cientista foi capaz de produzir um sêr vivo em laboratório partindo de moléculas simples. Além díssu, evidências recentes sugérem quê a composição da atmosféra primitiva seria de, sobretudo, gás nitrogênio (N2)e dióxido de carbono (CO2), diferentemente da hipótese proposta por Oparin e Haldane.

Mesmo assim, a hipótese de Oparin e Haldane e o experimento de míler e Urey foram importantes passos para as pesquisas sobre a origem do primeiro sêr vivo na Terra.

Nas dékâdâs seguintes, os pesquisadores quê estudavam a origem da vida se dividiram em três linhas de pesquisa, quê serão apresentadas a seguir.

Página setenta e seis

O quê se originou primeiro?

Os cientistas dividem opiniões sobre a origem dos sêres vivos. Algumas linhas de pesquisa indicam quê a vida teria se iniciado a partir da capacidade de replicação do material genético. Outra, quê a vida surgiu a partir do metabolismo. Há ainda outra linha, quê indica quê a vida se iniciou a partir do surgimento de sistemas compartimentalizados.

Capacidade de replicação

A existência de uma espécie depende da capacidade de reprodução dos organismos vivos, quê transmitem suas informações genéticas entre as gerações. Com base nesse conhecimento, pesquisadores propõem quê a vida surgiu da autorreplicação de moléculas de material genético (DNA ou RNA). Parte dêêsses pesquisadores sugere quê as primeiras moléculas de érre êne há se formaram na Terra primitiva a partir de reações químicas entre moléculas orgânicas. Essas moléculas de érre êne há teriam, então, a capacidade de se autorreplicarem, o quê corresponderia a um mecanismo quê possibilitaria a transmissão de informações genéticas.

Metabolismo

A vida é sustentada por reações químicas quê constituem o metabolismo de um organismo. Apoiados nesse conhecimento, alguns pesquisadores propõem quê a vida póde ter começado a partir de ciclos de reações metabólicas, em quê a energia seria aproveitada sem a necessidade de material genético inicial. Esses ciclos permitiriam a transformação e o uso de energia, processos essenciais para formár as primeiras moléculas orgânicas. Muitos cientistas sugérem quê esses ciclos podem ter se originado de aberturas hidrotermais no fundo dos oceanos, onde organismos, como bactérias e crustáceos, vivem atualmente, utilizando os compostos ali presentes como fonte de energia.

Compartimentos

Todas as células são delimitadas externamente por uma membrana plasmática. Com base nesse fato, um grupo de cientistas propõe quê a vida póde ter começado com a formação de pequenos compartimentos delimitados por membrana, característica quê teria permitido a existência de um meio interno quê, separádo do meio externo, apresentaria condições propícias para o desenvolvimento de formas primitivas de células. Esses cientistas consideram quê, sem a formação de pequenos compartimentos delimitados por uma membrana, seria difícil configurar a replicação do érre êne há ou ter um metabolismo ativo.

Todas as hipóteses sobre a origem da vida na Terra ajudaram a expandir o conhecimento, mas nenhuma sózínha consegue explicar completamente como a vida surgiu. Cada uma enfrenta kestões ainda sem resposta. Afirmar como a vida surgiu não é fácil, pois não se sabe ao cérto o quê ocorreu há bilhões de anos. No entanto, pesquisas continuam buscando evidências quê ajudem os cientistas a entender o quê póde ter ocorrido no passado.

Página setenta e sete

Evolução das células

Ainda não se sabe como surgiu o primeiro sêr vivo ou como se formaram as primeiras células. Acredita-se quê as primeiras células eram procarióticas, sem núcleo definido ou estruturas membranosas internas. Essas células existiam na superfícíe do planêta há pelo menos 3,5 bilhões de anos, como evidenciam os estromatólitos, róchas sedimentares produzidas pela atividade de procariontes primitivos.

Fotografia de uma vasta área de estromatólitos, estruturas rochosas arredondadas, de aspecto poroso, que formam aglomerados em meio à água.

Estromatólitos, Shark Bei (Austrália).

Estudos indicam quê as células eucarióticas surgiram posteriormente, cerca de 1,8 bilhão de anos atrás. Essas células apresentavam núcleo definido, separádo do cito plasma por um envoltório nuclear, e organelas membranosas, como retículo endoplasmático, mitocôndrias e cloroplastos. Acredita-se quê essas estruturas teriam se formado, ao longo do processo evolutivo, a partir de modificações ocorridas em células procarióticas ancestrais.

Uma das hipóteses sobre a origem das células eucarióticas propõe quê invaginações da membrana plasmática de uma célula procariótica ancestral teriam formado o envoltório nuclear e o retículo endoplasmático.

Esquema representando a formação de um sistema de endomembranas em uma célula procariótica ancestral. No primeiro momento, uma célula é apresentada em corte com a membrana plasmática, o citoplasma e o material genético indicados. No segundo momento, a membrana plasmática começa a criar invaginações em direção ao material genético. Por último, a membrana plasmática se fecha, deixando as invaginações dentro do citosol, agora chamadas de retículo endoplasmático, próximas ao material genético que passa então a ter envoltório nuclear, dando origem ao núcleo.

Elaborada com base em: PURVES, uílhãm Kirkwood éti áu. Vida: a ciência da biologia: volume II: evolução, diversidade e ecologia. 6. ed. Porto Alegre: Artméd, 2002. p. 478.

Representação da formação de um sistema de endomembranas na célula (imagens sem escala; cores fantasia).

Página setenta e oito

Outra hipótese, primeiramente proposta pela bióloga estadunidense Lynn Margulis (1938-2011), afirma quê as mitocôndrias e os cloroplastos teriam sido formados a partir da endossimbiose. Segundo essa hipótese, células procarióticas teriam sido englobadas por outras células maiores, mas, por algum motivo, não foram degradadas e estabeleceram uma relação benéfica mútua. Com o passar do tempo, as células englobadas teriam dado origem às mitocôndrias e aos cloroplastos.

Contudo, como as mitocôndrias estão presentes em todos os eucariontes, e os cloroplastos apenas em parte deles, como nas plantas e em algumas algas, acredita-se quê a evolução das células eucarióticas tenha ocorrido por meio de uma sequência de eventos. Essa sequência de eventos evolutivos é explicada pela endossimbiose serial.

Nesse sentido, uma célula procariótica ancestral teria englobado células procarióticas quê metabolizavam gás oxigênio e não as teria degradado, por algum motivo. As células englobadas teriam sido mantidas no cito plasma da célula hospedeira, recebendo proteção e alimento. Sua capacidade de mêtabolizar gás oxigênio aumentaria a eficiência energética da célula hospedeira. Essa associação benéfica para ambas as células teria perdurado, e células englobadas teriam dado origem às atuáis mitocôndrias.

Então, uma célula quê já possuía mitocôndrias teria englobado células procarióticas fotossintetizantes e não as teria degradado, por algum motivo. Similarmente, as células englobadas teriam sido mantidas no cito plasma da célula hospedeira, recebendo proteção e alimento. Sua capacidade fotossintetizante também aumentaria a eficiência energética da célula hospedeira. Essa associação benéfica teria perdurado, e as células englobadas teriam dado origem aos atuáis cloroplastos.

Esquema representando uma célula com núcleo e membranas internas. Estão indicados o núcleo formado por material genético e envoltório nuclear e o retículo endoplasmático. Uma pequena célula que metabolizava gás oxigênio é englobada pela célula anterior, se tornando a mitocôndria. Depois, uma célula também pequena e fotossintetizante é englobada por uma célula que já possui mitocôndria, dando origem ao cloroplasto.

Elaborada com base em: PURVES, uílhãm Kirkwood éti áu. Vida: a ciência da biologia: volume II: evolução, diversidade e ecologia. 6. ed. Porto Alegre: Artméd, 2002. p. 478.

Representação do modelo da endossimbiose serial (imagens sem escala; cores fantasia).

Entre as evidências quê sustentam essa hipótese está o fato de quê as mitocôndrias e os cloroplastos possuem material genético e ribossomos próprios. Além díssu, essas estruturas apresentam grande semelhança com o material genético e os ribossomos de algumas bactérias, quê são sêres procariontes. Outra evidência é a presença de duas ou mais membranas nessas organelas, sêndo a mais interna similar à membrana dos procariontes.

Página setenta e nove

ATIVIDADES

1. A criação do mundo é explicada por vários povos e diferentes culturas. Uma dessas versões corresponde à lenda chinesa de Pan Gu. De acôr-do com ela, Pan Gu dormia no interior de uma bola cósmica quê seria equivalente ao Universo, muito similar a um ovo. Com o passar do tempo, Pan Gu despertou de seu sono profundo e quêbrou a casca do ovo. Uma das partes do ovo teria se sedimentado e formado a Terra; a outra teria dado origem ao restante do Universo. O corpo de Pan Gu sustentava a Terra e o Universo, de modo que não se unissem novamente. Após milhares de anos, Pan Gu teria se esgotado e seu grande corpo teria caído no chão. Após a morte de Pan Gu, partes de seu corpo começaram a se transformar: um dos olhos deu origem ao Sol e o outro, à Lua; sua respiração transformou-se nos ventos e nas nuvens; sua voz deu origem a raios e trovões; seus cabêlos e barba viraram as grandes florestas etc. Finalmente, os animais e outros sêres vivos teriam se originado a partir do quê restava de vida em seu espírito. A respeito do assunto, faça o quê se propõe a seguir.

a) De acôr-do com a lenda de Pan Gu, qual teria sido a origem dos sêres vivos na Terra?

b) A origem da vida na Terra ainda não é completamente explicada pela comunidade científica. Contudo, existem três linhas de pesquisa quê buscam explicar como ela teria ocorrido. Quais são elas? Explique-as resumidamente.

c) Outra teoria sobre a origem da vida na Terra é a panspermia. Forme um grupo com seus côlégas e faça uma pesquisa sobre o assunto. Após a pesquisa, organizem uma apresentação de teatro ou gravem um curta-metragem sobre o assunto.

2. As composteiras representam formas de reaproveitamento de resíduos para a produção de adúbo. Nelas são depositados resíduos orgânicos, como restos de alimentos e cascas de frutas. Com o tempo, os microrganismos realizam a decomposição dêêsses resíduos, transformando-os em um material rico em nutrientes quê póde sêr utilizado para a produção de cultivos. É comum em composteiras, mesmo quê muito bem tampadas, o aparecimento de larvas de moscas. A respeito do assunto, responda às kestões a seguir.

a) Em séculos passados, o surgimento de larvas de moscas nessas condições poderia sêr explicado pela geração espontânea. O quê diz essa ideia?

b) Hoje, sabe-se quê a geração espontânea não é aceita pela comunidade científica. Dessa forma, explique como é possível surgir larvas em composteiras.

c) Explique de quê forma os experimentos de Redi auxiliaram a refutar a geração espontânea de sêres vivos.

d) Explique de quê forma os experimentos de Pastér auxiliaram a refutar a geração espontânea de sêres vivos.

e) Qual é o nome da explicação científica para a origem dos sêres vivos atualmente aceita? Explique-a.

3. Os experimentos de míler e Urey envolveram a montagem de um aparato experimental quê pudesse testar a hipótese de Oparin e de Haldane a respeito da origem do primeiro sêr vivo na Terra. Considerando os seus conhecimentos sobre a origem da vida, faça o quê se propõe a seguir.

a) Explique a hipótese formulada por Oparin e Haldane.

b) No seu caderno, elabore um esquema quê represente a montagem do experimento de míler e Urey e identifique os itens quê compunham o aparato utilizado. Explique como ocorreu o experimento realizado por esses pesquisadores.

c) Com esse experimento, míler e Urey foram capazes de comprovar a hipótese de Oparin e de Haldane? Justifique sua resposta.

4. A lesma-do-mar da espécie Elysia chlorotica tem a capacidade de incorporar em suas células os cloroplastos de algas verdes ingeridas em sua alimentação. Os cloroplastos englobados são capazes de realizar fotossíntese por alguns meses, beneficiando diretamente o animal com os produtos dêêsse processo.

Fotografia de uma lesma do mar. Possui corpo verde e alongado. Na cabeça, há duas estruturas alongadas e pontudas e dois olhos.

Lesma-do-mar (Elysia chlorotica). Os indivíduos dessa espécie têm, em média, 45 milimetros de comprimento.

a) Esse exemplo se aproxima de uma das hipóteses sobre a origem das células eucarióticas. Que hipótese é essa? Explique-a.

b) Quais são as evidências da hipótese citada no item anterior?

Página oitenta

ORGANIZANDO AS IDEIAS

Analise o esquema a seguir, quê apresenta e relaciona os principais conceitos estudados nesta Unidade.

Esquema resumindo os principais conceitos estudados nesta Unidade. Título: Células e vida. 1. Como estudar? Através de investigações científicas, com rigor, preceitos éticos e transparência. Criando hipóteses, fazendo coleta de dados, analisando e interpretando resultados e elaborando conclusões. 2. Características. A célula possui organelas e membrana plasmática, que possibilita a permeabilidade seletiva. As células formam tecidos, como o nervoso, o epitelial, o conjuntivo e o muscular. 3. Núcleo celular. Formado por material genético. Passa por divisão celular, ciclo celular: mitose 2 n e meiose n. 4. Processos energéticos. O metabolismo consiste no ciclo entre catabolismo e anabolismo. São processos: a fotossíntese, a quimiossíntese, a fermentação e a respiração celular. Um dos produtos é o A T P. 5. Condições para sua origem. O universo é composto por galáxias. O sistema solar está dentro de uma galáxia. Marte e Terra estão no sistema solar, mas só a Terra está na zona habitável, pois possui água líquida e temperatura adequada. 6. Como surgiram? São teorias: replicação, abiogênese versus biogênese, metabolismo, Oparin e Haldane, compartimentos, evolução celular de procariótica para eucariótica.

Imagens ilustrativas e sem escala; cores fantasía.

No caderno, elabore o seu próprio esquema. Organize os principais conceitos da Unidade e inclúa nele outros termos e ideias quê se relacionam ao quê foi estudado, realizando as associações quê considerar importantes. Por fim, elabore um pequeno texto quê conecte os conceitos e as ideias presentes no esquema. Essa é uma boa forma de estudar e compreender melhor os conceitos.

Página oitenta e um

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Respostas e comentários estão disponíveis nas

Orientações para o professor.

Tema 1: A construção dos conhecimentos científicos

1. Em 1951, a estadunidense Henrietta Lacks (1920-1951) morreu em decorrência de um câncer de colo de útero. Enquanto Henrietta ainda estava viva, foram coletadas amostras dêêsse tumor para estudo, porém sem o seu consentimento. Ao serem cultivadas em laboratório, verificou-se quê essas células continuavam a se multiplicar. Devido a essa capacidade de multiplicação, as células HeLa, como foram denominadas, são cultivadas até os dias de hoje, sêndo utilizadas em diversas pesquisas científicas no mundo todo.

Embora a importânssia das células HeLa para os avanços da Ciência seja evidente, sua côléta, seu uso em pesquisas e sua comercialização se deram sem o consentimento em vida de Henrietta Lacks. Forme um grupo com seus côlégas, façam uma pesquisa sobre o assunto e analisem essa situação, elaborando argumentos relativos ao uso das células HeLa em pesquisas científicas.

2. (UEA-AM) Ao côlher frutos diretamente da árvore, uma estudante notou diversas larvas de insetos em seu interior (I). Imaginou, então, quê alguma espécie de mosca deveria ter colocado seus ovos nos frutos quando estes ainda estavam em processo de maturação (II). Logo, pensou quê, se alguém tivesse ensacado os frutos antes da postura dos ovos das moscas, as larvas seriam evitadas (III). Assim, realizou esse procedimento com outros frutos (IV). Após algum tempo, ao abrir alguns frutos ensacados e já maduros, notou quê realmente seu pensamento estava correto (V). Com relação ao método de investigação científica, é correto afirmar quê

a) II corresponde ao fato verificado.

b) IV corresponde à dedução imaginada.

c) V corresponde ao resultado analisado.

d) III corresponde ao experimento testado.

e) I corresponde à hipótese levantada.

Resposta: c)

3. (Paes/Unimontes-MG) A realização de uma pesquisa científica é dividida em determinadas partes. As hipóteses devem facilitar o ensaio experimental. Todas as afirmativas abaixo são hipóteses. Analise-as e assinale a alternativa quê representa uma hipótese com as seguintes características:

Tema 2: Células

Hipótese definida.

Sua comprovação ou negação acrescentará informação científica válida.

Suscetível de comprovação experimental.

Sem excésso de abrangência.

a) O medicamento X combate todos os tipos de dores de cabeça.

b) O medicamento X é eficaz no combate à dor de cabeça.

c) O medicamento X é eficiente no combate a dores de cabeça decorrentes de má digestão.

d) O medicamento X é eficaz no combate à dor.

Resposta: c)

4. (Unicentro-PR) Quais das organelas abaixo diferenciam uma célula animal de uma célula vegetal:

a) Ribossomos, mitocôndrias e complékso de golgi.

b) Retículo endoplasmático, núcleo e mitocôndrias.

c) Citoplasma, ribossomos e complékso de golgi.

d) Núcleo, cito plasma e membrana celular.

e) Parede celular, plastos e vacúolo.

Resposta: e)

5. (Udesc) Assinale a alternativa quê faz a relação correta entre a organela celular e a sua função.

a) Mitocôndria – Respiração celular

b) Lisossomos – Permeabilidade seletiva

c) Vacúolo – Armazenamento de dê ene há

d) complékso golgiense – Síntese de proteínas

e) Cloroplastos – Transporte de aminoácidos

Resposta: a)

Página oitenta e dois

6. (Enem/MEC) A ricina, substância tóxica extraída da mamona, liga-se ao açúcar galactose presente na membrana plasmática de muitas células do nosso corpo. Após serem endocitadas, penétram no cito plasma da célula, onde destroem os ribossomos, matando a célula em poucos minutos.

SADAVA, D. éti áu. Vida: a ciência da biologia. Porto Alegre: Artméd, 2009 (adaptado).

O uso dessa substância póde ocasionar a morte de uma pessoa ao inibir, diretamente, a síntese de

a) érre êne há.

b) dê ene há.

c) lipídios.

d) proteínas.

e) carboidratos.

Resposta: d)

7. (UEA-AM) Alguns sais minerais se deslócam, a favor do gradiente de concentração, do solo para o interior das células da raiz de uma planta, por meio ___. Isso promove um aumento na concentração intracelular, favorecendo a entrada de á gua nas células da raiz por ___.

As lacunas do texto devem sêr preenchidas, respectivamente, por:

a) do transporte ativo – difusão simples.

b) da difusão simples – osmose.

c) da osmose – bombeamento iônico.

d) do bombeamento iônico – difusão facilitada.

e) do transporte passivo – transporte ativo.

Resposta: b)

8. (Enem/MEC) As células da epidérme da fô-lha da Tradescantia pallida purpurea, uma herbácea popularmente conhecida como trapoeraba-roxa, contém um vacúolo onde se encontra um pigmento quê dá a coloração arrôsheáda a esse tecido. Em um experimento, um kórti da epidérme de uma fô-lha da trapoeraba-roxa foi imérso em ambiente hipotônico e, logo em seguida, foi colocado em uma lâmina e observado em microscópio óptico. Durante a observação dêêsse kórti, foi possível identificar o(a)

a) acúmulo do solvente com fragmentação da organela.

b) rompimento da membrana celular com liberação do citosol.

c) aumento do vacúolo com diluição do pigmento no seu interior.

d) quebra da parede celular com extravasamento do pigmento.

e) murchamento da célula com expulsão do pigmento do vacúolo.

Resposta: c)

Tema 3: Núcleo e divisões celulares

9. (UFJF-MG) O ciclo celular é um período entre o surgimento de uma célula por divisão celular até o momento em quê esta célula se dividirá novamente para a geração de células-filhas. Na maior parte do ciclo celular, a célula encontra-se na fase de ___. Esta fase é ainda dividida em três períodos, sêndo quê no ___ ocorre a replicação (duplicação) do material genético destas células quê já foram estimuladas a entrar em divisão. No processo de divisão celular, quê é subdividido em 4 fases, ocorrem eventos marcantes quê identificam estas fases, como a segregação das cromátides (cromossomos) irmãs para polos opostos durante a fase de ___. Assinale a alternativa cuja sequência CORRETA completa os espaços tracejados:

a) Replicação do dê ene há, G2 ,prófase.

b) Intérfase, S, anáfase.

c) G2,G1,anáfase.

d) Prófase, S, telófase.

e) Intérfase, G1 ,metáfase.

Resposta: b)

10. (Fuvest-SP) Células de embrião de drosófila (2n = 8) quê estavam em divisão foram tratadas com uma substância quê inibe a formação do fuso, impedindo quê a divisão celular prossiga. Após esse tratamento, quantos cromossomos e quantas cromátides, respectivamente, cada célula terá?

a) 4 e 4.

b) 4 e 8.

c) 8 e 8.

d) 8 e 16.

e) 16 e 16

Resposta: d)

Tema 4: Metabolismo celular

11. (Enem/MEC) Os ursos, por não apresentarem uma hibernação verdadeira, acordam por causa da presença de termogenina, uma proteína mitocondrial quê impede a chegada dos prótons até a ATP sintetase, gerando calor. Esse calor é importante para aquecer o organismo, permitindo seu despertar.

SADAVA, D. éti áu. Vida: a ciência da biologia. Porto Alegre: Artméd, 2009 (adaptado).

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Em qual etapa do metabolismo energético celular a termogenina interfere?

a) Glicólise.

b) Fermentação lática.

c) Ciclo do ácido cítrico.

d) Oxidação do piruvato.

e) Fosforilação oxidativa.

Resposta: e)

12. (Enem/MEC) A fotossíntese é um processo físico-químico realizado por organismos clorofilados. Nos vegetais, é dividido em duas fases complementares: uma responsável pela síntese de ATP e pela redução do NADP+ e a outra pela fixação de carbono. Para quê a etapa produtora de ATP e NADPH ocorra, são essenciais

a) á gua e oxigênio.

b) glicose e oxigênio.

c) radiação luminosa e á gua.

d) glicose e radiação luminosa.

e) oxigênio e dióxido de carbono.

Resposta: c)

13. (UECE) Fermentação é

a) o processamento do piruvato na presença de oxigênio.

b) a reação quê produz duas moléculas de piruvato.

c) a rota metabólica quê processa piruvato na ausência de oxigênio.

d) o processamento do piruvato em glicose e oxigênio.

Resposta: c)

Tema 5: O Universo e as condições para a vida

14. Leia o trecho de uma reportagem publicada em maio de 2023.

Cientistas anunciaram a identificação de 62 luas adicionais de Saturno com base em um lote de objetos descobertos por astroônomos, quê darão ao planêta um total de 145 luas. Com isso, Saturno ultrapassa as 95 luas de Júpiter e recupera o posto de planêta com o maior número do Sistema Solar, após ter perdido há três meses, em fevereiro.

[...]

As recém-descobertas luas de Saturno não são nada parecidas com o objeto brilhante no céu noturno da Terra. Elas têm formato irregular [...], e não têm mais de um ou dois quilômetros de diâmetro. [...]

No entanto, essas pequenas luas irregulares [...] estão [...] em grupos e podem sêr remanescentes de luas maiores quê se despedaçaram enquanto orbitavam o planêta.

O'CALLAGHAN, Jônathan. Cientistas descobrem 62 novas luas em Saturno, quê volta a sêr o planêta com o maior número; veja o rã-kin. O glôbo [s. l.], 14 maio 2023. Disponível em: https://livro.pw/qhcka. Acesso em: 15 jul. 2024.

Com base nas informações apresentadas pelo texto e em seus conhecimentos sobre o assunto, faça o quê se propõe a seguir.

a) O quê é informado pelo texto?

b) Que característica da Ciência póde sêr evidenciada no texto?

c) Júpiter e Saturno são planêtas rochosos ou planêtas gasosos? Explique suas características.

d) Em maio de 2024, um ano após a publicação da reportagem, o número de luas de Júpiter era o mesmo, mas o de Saturno já contabilizava 146. Realize uma pesquisa para avaliar se o número de luas dêêsses planêtas foi alterado no ano presente.

Tema 6: Origem da vida na Terra

15. (Enem/MEC) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arrôz cozido, são utilizadas como iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam quê essas larvas surgem espontaneamente do arrôz cozido, tal como preconizado pela teoria da geração espontânea. Essa teoria começou a sêr refutada pêlos cientistas ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pastér, quê mostraram êsperimentalmente quê

a) sêres vivos podem sêr criados em laboratório.

b) a vida se originou no planêta a partir de microrganismos.

c) o sêr vivo é oriundo da reprodução de outro sêr vivo preexistente.

d) sêres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados.

e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos cadáveres e nos caldos nutritivos, respectivamente.

Resposta: c)

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INTEGRANDO COM...

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

A importânssia das escalas microscópicas para a saúde

A maior parte das células possui dimensões microscópicas. Por exemplo, a bactéria Mycoplasma pneumoniae, uma das causadoras de pneumonia, apresenta cerca de 0,0000002 m de comprimento. Para facilitar a leitura e a comparação de números como esse, é possível empregar a notação científica, uma maneira de expressar um valor numérico utilizando potências da base 10. Sua representação é feita por:

a x 10n

Em quê 1 < a, 10, e n é um número inteiro.

Para o exemplo citado, o valor de 0,0000002 m póde sêr expresso por 2 × 10−7 m, pois:

0,0000002 m =210000000 m = 2×110000000 m = 2 × 10−7 m

Outra possibilidade de representar o tamãnho de estruturas muito pequenas é com o uso das unidades de medida quê compõem a escala microscópica. Alguns exemplos são apresentados a seguir.

Escala microscópica

Unidade de medida

Equivalência em métro (m)

micrometro (mm)

10-6 m

nanometro (nm)

10-9 m

angstrom (Å)

10-10 m

Assim, o tamãnho da bactéria Mycoplasma pneumoniae póde sêr representado por 0,2 mm, pois:

0,0000002 m = 2 × 10−7 m = 0,2 × 10−6 m = 0,2 mm

Como exemplo de aplicação dessas unidades de medida, considere algumas informações envolvendo o coronavírus (SARS-CoV-2), causador da covid-19, declarada pandemia em março de 2020. Na época, a urgência em reduzir a propagação da doença impulsionou o desenvolvimento de inúmeras pesquisas. Algumas confirmaram uma das principais formas de propagação do coronavírus: o contato direto ou indiréto, por meio de superfícies contaminadas, com gotículas de saliva expelidas por pessoas infectadas ao espirrar, tossir ou mesmo falar.

Fontes: CASCELLA, Marco éti áu. fítchers, evaluation, ênd treatment ÓF coronavirus (covid-19). [S. l.]: StatPearls Pãblixim. 18 ago. 2023. Disponível em: https://livro.pw/bygsq. BOUROUIBA, Lydia. Turbulent gas clouds ênd respiratory pathogen emissions: potential implications for reducing transmission ÓF covid-19. JAMA, [s. l.], v. 323, n. 18, 26 mar. 2020. Disponível em: https://livro.pw/azgge. Acessos em: 15 jul. 2024.

Ilustração de um homem de pele clara e cabelos longos, de perfil, espirrando. De sua boca saem alguns traços desenhados, para um deles está apontada uma seta que o liga a uma caixa de texto com o escrito 'As gotículas expelidas pelo espirro possuem diâmetro variável e podem ser projetadas em até 8 metros.' Entre os traços, estão desenhados pequenos pontos que se agrupam formando uma nuvem. Um dos pontos está conectado a um círculo maior contendo o desenho de dois vírus. Para este desenho está apontada uma seta que o conecta a uma caixa de texto com o escrito 'O coronavírus (SARS-CoV-2) tem diâmetro medindo entre 60 a 140 nano metros'.

Representação de gotículas de saliva espalhadas pelo ar durante um espirro (imagens sem escala; cores fantasia).

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Outros estudos avaliaram a eficiência de diferentes modelos de máscaras de proteção facial, utilizadas para minimizar a transmissão e/ou infekição pelo coronavírus. Em um dêêsses estudos, foram considerados alguns fatores, como a filtragem e a respirabilidade das máscaras.

Composição de três fotografias de máscaras de proteção diferentes e informações escritas sobre cada uma delas. Texto: 'Filtragem, indica o percentual de partículas retidas (as partículas estudadas tinham medida de diâmetro de 60 nm a 300 nm). Respirabilidade representa a facilidade ou a dificuldade da passagem de ar (quanto menor o número, mais fácil é a passagem de ar).' 1. Máscara P F F 2/N 95. Fabricada com material sintético. Utilizada em hospitais quando há alto risco de contaminação. Possui 7 camadas, 95 por cento de filtragem e 5,5 ao nível de respirabilidade. 2. Máscara cirúrgica. Fabricada com material sintético. Comumente utilizada em hospitais para procedimentos em geral. Possui 3 camadas, 89 por cento de filtragem e 2,24 ao nível de respirabilidade. 3. Máscara caseira. Fabricada com algodão ou tecidos sintéticos. Foi amplamente vendida no comércio popular. Possui 2 camadas, 40 por cento de filtragem e 5,67 ao nível de respirabilidade.

Fonte: JOKURA, Tiago. Estudos detalham a eficiência das máscaras. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. 312, 28 fev. 2022. Disponível em: https://livro.pw/jpamg. Acesso em: 15 jul. 2024.

Apesar de esse estudo ter sido realizado em função da pandemia de covid-19, seus resultados evidenciam a importânssia do uso de máscaras de proteção facial para impedir a disseminação de outras doenças cujas formas de transmissão são similares, como a gripe.

Agora, faça o quê se pede em cada item.

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

1. Que característica da Ciência póde sêr evidenciada no texto?

2. Qual das máscaras apresentou maior eficiência contra a propagação do coronavírus? Utilize os dados apresentados no texto para justificar sua resposta.

3. Verifique o diâmetro mássimo do coronavírus (SARS-CoV-2) e o diâmetro mássimo das partículas utilizadas no estudo da eficiência das máscaras e, utilizando notação científica, escreva-os em métro. Após o registro, faça uma comparação entre os diâmetros do coronavírus, das partículas do estudo e da bactéria apresentados no texto.

4. Algumas pesquisas científicas são desenvolvidas a partir de uma demanda social, como foi o caso da covid-19. Outras pesquisas podem acontecer com base na curiosidade em compreender melhor determinado fenômeno ou situação. Hoje, se você fosse realizar uma pesquisa, sobre o quê seria? Por quê? Monte uma pequena apresentação utilizando mídias digitais e mostre para a turma os motivos de sua pesquisa. Nessa apresentação, procure responder às seguintes kestões.

Sobre o quê eu quero pesquisar?

Sobre esse tema, qual aspecto é mais relevante?

por quê seria importante pesquisar sobre isso?

Qual seria o título da minha pesquisa?

Como eu poderia realizá-la?

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