UNIDADE
3
SERES VIVOS

Leia o texto a seguir.

Diversidade brasileira ganha catálogo de todos os sêres vivos do País

Uma pesquisa iniciada há 15 anos e sem prazo para terminar reúne em um único catálogo o levantamento completo da flora, fauna e funga* do Brasil. O “Catálogo da Vida do Brasil”, um dos poucos existentes no mundo, é coordenado pelo Instituto de Pesquisas Jardim botâneco do Rio de Janeiro (JBRJ) e será oficialmente reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como a única e oficial lista do País. [...]

O estudo [...] até agora indica quê o Brasil possui 133.000 espécies de animais e mais de 50 mil espécies de plantas e fungos conhecidas pela ciência. Mas, [...] todos os dias pelo menos uma nova espécie é catalogada. Por isso a pesquisa está em constante evolução. [...]

[...]

*Termo adotado em anos recentes na Biologia para designar o reino dos fungos.

GUATIMOSIM, Paula. Diversidade brasileira ganha catálogo de todos os sêres vivos do país. Rio de Janeiro: FAPERJ, 20 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/ycqpx. Acesso em: 20 set. 2024.

1. Pesquisas como a mencionada na reportagem ampliam o conhecimento sobre os sêres vivos. Com base no quê você sabe, converse com os côlégas sobre a importânssia de conhecer a grande diversidade de sêres vivos e os impactos quê seu estudo póde ter no ambiente e na ssossiedade.

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

2. O mesmo sêr vivo póde sêr chamado por diferentes nomes dependendo da cultura local. Você acha quê a padronização do nome de um sêr vivo é importante? Justifique sua resposta citando um exemplo.

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Fotografia de um cervo fêmea ao lado de seu filhote em um campo com capim seco. Os cervos são quadrúpedes de pelos curtos, possuem os olhos localizados na lateral da cabeça, focinho alongado e rabo pequeno. Os adultos medem por volta de 1,3 metros.

Fêmea de veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) amamenta filhote. Parque Nacional das Emas, Mineiros (GO), 2024.

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TEMA
13
Nomenclatura e classificação dos sêres vivos

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Analise as imagens a seguir.

Fotografia de uma borboleta pousada no solo. As asas são predominantemente marrons, com duas manchas pretas em cada asa, na parte inferior, que se assemelham a olhos. A envergadura das asas possui aproximadamente 14 centímetros.

Automeris metzli.

Fotografia de uma borboleta pousada sobre pequenas flores. Pequenas manchas alaranjadas cobrem todas as asas, as quais são predominantemente marrons. As pontas das assas possuem manchas brancas.  A envergadura das asas tem aproximadamente 4,3 centímetros.

Mellicta athalia.

Fotografia de uma borboleta pousada sobre flores. Suas asas são cobertas por manchas e padrões de cores azuis e pretas. A parte superior de cada asa possui uma faixa branca. A envergadura média das asas dessa espécie tem aproximadamente 8 centímetros.

Hamadryas arinome.

Fotografia de uma borboleta de cor predominantemente marrom pousada sobre uma folha. Suas asas estão cobertas por diferentes manchas que formam padrões. As pontas das partes superiores das asas possuem manchas que formam desenhos que se assemelham à cabeça de uma cobra. Os indivíduos possuem uma envergadura de até 24 centímetros.

Attacus atlas.

PENSE E RESPONDA

1 Estipule um critério ou mais e utilize-os para classificar os sêres vivos das imagens em dois grupos. Converse com um colega sobre como classificou os sêres vivos e quais critérios utilizou.

2 Qual é a importânssia de classificar os sêres vivos?

Classificar significa agrupar elemêntos parecidos usando critérios definidos com antecedência. É uma prática realizada pêlos sêres humanos desde tempos antigos e está presente em diversos setores de nossa vida, inclusive na área científica.

Em Ciências da Natureza, os sêres vivos são classificados em grupos para facilitar seu estudo, ampliar a compreensão de suas características e entender as relações evolutivas entre esses grupos.

Na atividade proposta, a classificação dos sêres vivos apresentados poderia sêr feita utilizando como critérios algumas de suas características físicas, tais como a posição e o formato da antena, o formato do corpo e a posição da asa quando em repouso. Além de características físicas como essas, a comunidade científica também póde usar características moleculares e comportamentais no estudo das relações evolutivas entre os organismos.

Neste Tema, iremos estudar a importânssia da classificação dos sêres vivos, bem como diferentes propostas de classificação deles.

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Conceito de espécie

No ambiente, existe uma grande diversidade de sêres vivos. Ao observar essa diversidade, é possível perceber quê muitos sêres vivos compartilham semelhanças, enquanto outros são marcadamente distintos. No entanto, essas características não são suficientes para identificar a espécie a quê pertencem. Mas, afinal, o quê é uma espécie e como reconhecê-la?

Existem diversas definições para o conceito de espécie. Nesta obra, adotaremos o conceito biológico de espécie, formulado pelo alemão érnst Mayr (1904-2005). De acôr-do com esse conceito, uma espécie compreende um grupo de populações quê se reproduzem entre si em condições naturais, compartilhando informações genéticas durante esse processo. Dessa maneira, espécies diferentes estão reprodutivamente isoladas.

Apesar de sêr amplamente utilizado na comunidade científica, o conceito biológico de espécie apresenta limitações. Por exemplo, ele não se aplica a espécies de reprodução asseksuada.

Nomenclatura dos sêres vivos

No cotidiano, a referência às espécies ocorre por seus nomes populares, quê podem variar conforme a região de um país ou entre países. Por exemplo, a espécie Equus asinus é conhecida popularmente como jumento, asno, jegue e jerico, dependendo da região considerada do Brasil.

Para não havêer confusões na comunidade científica, atribui-se um nome científico a cada espécie, quê se mantém invariável independentemente do local do planêta. Isso facilita a realização e o compartilhamento de estudos.

A nomenclatura científica tem como base a nomenclatura binomial, criada pelo médico e botânico sueco Cal von Linné (1707-1778), conhecido como Lineu.

Fotografia de um jumento em pé na grama. É um animal quadrúpede, com o corpo coberto de pelo curto. Possui crina e rabo com pelo mais longos. Em segundo plano, há uma mata fechada.

Equus asinus, conhecido popularmente como jumento, asno, jegue e jerico.

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O sistema de nomenclatura binominal apresenta algumas regras a serem seguidas, como:

todos os nomes científicos devem sêr escritos em latim, uma língua quê não se modifica mais ao longo do tempo.

os nomes científicos devem sêr destacados quando são escritos. Comumente, quando o texto é impresso, os nomes científicos são escritos em itálico; quando escritos à mão, são sublinhados.

cada espécie deve receber um nome compôzto por duas palavras. A primeira palavra refere-se ao gênero ao qual a espécie pertence e deve sêr grafada com letra inicial maiús cula. A segunda palavra é o epíteto específico (ou termo específico) da espécie e deve sêr grafada com letra inicial minúscula.

em um texto, a partir da segunda ocorrência do nome científico, o gênero póde sêr abreviado mantendo-se apenas a inicial maiúscula seguida de um ponto. Por exemplo, na segunda menção de Equus asinus pode-se abreviá-lo por E. asinus.

Esquema que explica o nome científicode uma espécie. Como exemplo, está o nome Equus asinus. Chaves indicam que Equus é o gênero e asinus é o epíteto específico. A junção dos dois nomes indica espécie.

Representação de nomenclatura binomial.

Classificação dos sêres vivos

Além da nomenclatura binominal, Lineu propôs um sistema de classificação quê agrupava os sêres vivos com base em suas semelhanças anatômicas. Esse sistema foi apresentado no livro Systema Naturae, cuja primeira edição foi publicada em 1735.

Lineu determinou cinco categorias progressivamente mais abrangentes: espécie, gênero, ordem, classe e reino. A unidade básica de classificação seria a espécie. Espécies semelhantes anatomicamente seriam agrupadas em um mesmo gênero. Gêneros similares seriam agrupados em uma mesma ordem, quê por sua vez seriam agrupadas em uma mesma classe. Por fim, classes similares seriam agrupadas em um mesmo reino.

Com o avanço dos estudos, algumas modificações foram feitas no sistema de classificação propôsto por Lineu. A semelhança anatômica deixou de sêr o critério utilizado como base para os agrupamentos, e o parentesco evolutivo das espécies passou a sêr considerado. Isso significa quê as espécies quê pertencem a um mesmo gênero são mais aparentadas entre si do quê com as espécies de outros gêneros, e assim sucessivamente para cada categoria. Com isso, as categorias passaram a sêr chamadas de táxons.

Outra modificação foi a inclusão de outros táxons, como a família e o fílu. Assim, é possível classificar os sêres vivos nos seguintes táxons: espécie, gênero, família, ordem, classe, fílu e reino, considerando táxons de menor para maior abrangência.

Fotografia da capa do livro 'Systema Naturae' com o título em destaque e outros escritos em latim.

Systema Naturae (1756) de Cal von Linné.

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Como exemplo, analise a classificação da espécie Leontopithecus rosalia, conhecida popularmente como mico-leão-dourado.

O esquema apresenta alguns exemplos de animais pertencentes aos táxons reino, fílu, classe, ordem, família e gênero indicados.

Esquema representando a classificação da espécie do mico-leão-dourado através de uma pirâmide invertida. Uma seta à esquerda indica que quanto mais acima, menos específico e quanto mais abaixo, mais específico. No topo, está o Reino Animalia. Compreende os animais. Exemplos: mico-leão-dourado, mico-leão-pardo, sagui-de-tufos-brancos, macaco-prego, capivara, tuiuiú e abelha-europeia. Abaixo está o Filo Chordata. Compreende os animais que possuem notocorda, uma estrutura que confere sustentação ao corpo. Em alguns cordados, a notocorda é encontrada apenas no estágio larval, e, em outros, ela permanece pela vida toda. Nos vertebrados, ela dará origem às vértebras. Exemplos: mico-leão-dourado, mico-leão-pardo, sagui-de-tufos-brancos, macaco-prego, capivara e tuiuiú. Abaixo está a Classe Mammalia. Compreende os mamíferos, os quais, entre suas características, destacam-se as glândulas mamárias produtoras de leite e os pelos. Exemplos: mico-leão-dourado, mico-leão-pardo, sagui-de-tufos-brancos, macaco-prego e capivara. Abaixo está a Ordem dos Primatas. Compreende os primatas, mamíferos que apresentam, em sua maioria, o dedo polegar em oposição aos demais dedos da mão (opositor). Outras características comuns são hábitos arbóreos, mãos e pés preênseis, ou seja, capazes de prender e segurar objetos. Exemplos: mico-leão-dourado, mico-leão-pardo, sagui-de-tufos-brancos e macaco-prego. Abaixo está a Família Callitrichidae. Compreende os primatas que apresentam como características: polegar da mão curto, não opositor; primeiro dedo do pé opositor; garras em todos os dígitos, exceto no primeiro dedo do pé, cauda longa. Exemplos: mico-leão-dourado, mico-leão-pardo e sagui-de-tufos-brancos. Abaixo está o Gênero Leontopithecus. Caracterizam-se por possuir uma pelagem chamativa e abundante ao redor da cabeça parecida com uma “juba”. Exemplos: mico-leão-dourado e mico-leão-pardo. Abaixo está a espécie Leontopithecus rosalia, o mico-leão-dourado.

Classificação da espécie Leontopithecus rosalia.

O termo preêenseis presente na imagem anterior, está definida no glossário a seguir.

Preênsil
: capaz de prender, segurar.

PENSE E RESPONDA

3 Se fosse necessário inserir um gorila no esquema desta página, a imagem dele apareceria em quais táxons? Explique.

Página cento e cinquenta e dois

Propostas de classificação

A classificação proposta por Aristóteles desconsiderava quê as plantas respondem a estímulos. Além díssu, apesar de não serem capazes de se deslocar, apresentam movimentos, uma vez quê não são estáticas.

Durante muitos séculos, os sêres vivos foram classificados em dois grandes grupos: plantas e animais. Essa classificação foi realizada primeiramente pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), baseando-se nas seguintes características: ambos os grupos possuiriam a capacidade de nutrição e reprodução, mas a locomoção e a resposta aos estímulos seriam exclusivas dos animais.

Com o avanço dos conhecimentos científicos e da tecnologia, novos critérios passaram a sêr considerados para a classificação dos sêres vivos, fazendo com quê outras propostas de classificação fossem criadas.

O sistema de classificação em cinco reinos foi propôsto em 1969 pelo biólogo estadunidense róbert rárdim uítaker (1920-1980), e posteriormente modificado pelas biólogas estadunidenses Lynn Margulis (1938-2011) e Karlene V. Schwartz (1936-), na década de 1980. De acôr-do com esse sistema, os sêres vivos estariam organizados nos seguintes reinos: Monera, prôtísta, fúngui, Plantae e Animalia.

Esquema representando o sistema de classificação em cinco reinos. Exemplos de seres de cada reino estão agrupados dentro de uma mancha sem forma definida. Reino Animalia: seres eucariontes pluricelulares que se nutrem pela ingestão de alimentos do ambiente. São exemplos: insetos, peixes, aves, moluscos e lagartos. Reino Fungi: seres eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, que se nutrem a partir da absorção da matéria orgânica. São exemplos: cogumelos e leveduras. Reino Protista: seres eucariontes, unicelulares ou pluricelulares de estruturas simples. São exemplos: protozoários e algas. Reino Monera: seres procariontes e unicelulares. São exemplos: bactérias e arqueias. Reino Plantae: seres eucariontes, pluricelulares e fotossintetizantes. São exemplos: árvores, arbustos e ervas.

Elaborada com base em: WHITTAKER, róbert rárdim. niu concepts ÓF kingdoms ÓF organisms: evolutionary relations are better represented bai new classifications than bai the traditional two kingdoms. sáience, [s. l.], v. 163, n. 3863, p. 150-160, 1969.

Representação artística da classificação em cinco reinos (imagem sem escala; cores fantasia).

Página cento e cinquenta e três

Atualmente, os sêres vivos quê eram agrupados no reino prôtísta encontram-se subdivididos em vários grupos. Além díssu, a comunidade científica acredita quê arqueias e bactérias sêjam grupos suficientemente distintos a ponto de não pertencerem a um mesmo reino. Assim, os grupos Monera e prôtísta não constituiriam reinos própriamente ditos.

Devido à falta de consenso quanto à classificação em reinos, mais recentemente os sêres vivos têm sido agrupados em domínios, nível hierárquico acima dos reinos.

Com base em análises moleculares, o microbiologista estadunidense Cal ríchard Woese (1928-2012) e seus colaboradores propuseram o sistema de classificação em três domínios, na década de 1990. De acôr-do com essa proposta, os sêres vivos estão organizados em três domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya.

O domínio Bacteria é constituído pelas bactérias e cianobactérias, quê são procariontes unicelulares. Sua parede celular é constituída por peptidoglicanos, moléculas quê são ausentes na parede celular das arqueias.

O domínio Archaea é constituído pelas arqueias (antigamente denominadas arqueobactérias), quê também são procariontes unicelulares, mas a composição química de sua parede celular é muito distinta das bactérias. As arqueias são comumente encontradas em ambientes hostis, onde as condições de tempera-túra, acidez e salinidade são extremas e desfavoráveis a muitos outros organismos.

Por fim, o domínio Eukarya é constituído por todos os eucariontes, como os fungos, as plantas, os animais e os organismos anteriormente classificados no reino prôtísta – os protozoários e as algas.

A classificação em três domínios proposta por Woese e colaboradores se baseia em análises das moléculas de érre êne há quê formam os ribossomos.

Combinação de imagens sobre o 'Sistema de classificação em três domínios'. Abaixo de cada foto há um texto. 1. Imagem de microscopia de bactérias esféricas, unidas formando agrupamentos com as superfícies cheias de pequenas protuberâncias. 2. Imagem de microscopia de arqueias de formato arredondado agrupadas. 3. Fotografia de uma salamandra preta com manchas amarelas sobre um cogumelo. A salamandra é um anfíbio de quatro patas, corpo alongado e cauda. Os indivíduos possuem aproximadamente 20 centímetros de comprimento.

Exemplos de sêres vivos classificados em cada um dos três domínios.

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Relações evolutivas entre sêres vivos

A classificação dos sêres vivos nos possibilita identificar espécies quê possuem parentesco próximo. Juntamente com estudos moleculares, genéticos e de fósseis, também nos permite determinar suas relações evolutivas com outros grupos viventes e com aqueles quê já foram extintos. Desta forma, a partir dos conhecimentos de diversas áreas, podemos compreender a filogenia de uma espécie, isto é, sua história evolutiva.

A história evolutiva de uma espécie, bem como sua relação evolutiva com outras, póde sêr representada por meio de diagramas de ramos, denominados cladogramas.

A base do cladograma é denominada raiz. Nela, está representada uma espécie ancestral aos grupos quê dela descenderam. Essa espécie ancestral já foi extinta e é considerada um ancestral comum às demais.

Os ramos do cladograma representam linhagens evolutivas. Neles, podem sêr indicados características exclusivas de uma espécie ou compartilhadas com outras. Eles partem de nós, quê ilustram ancestrais hipotéticos aos grupos indicados acima do nó. Os nós também simbolizam a possível ocorrência de um evento quê separou uma população em outras duas populações, quê, ao longo do tempo, passaram por processos evolutivos distintos, resultando na origem de novas espécies. As espécies viventes atualmente, descendentes do ancestral comum, estão indicadas nos pontos terminais.

No exemplo apresentado, as espécies C e D compartilham um ancestral comum mais recente na escala temporal (representado por um nó) e são denominadas grupos irmãos. Em termos evolutivos, elas são parentes mais próximos entre si.

Esquema representando as estruturas de um cladograma. Uma seta apontando de baixo para cima indica a passagem do tempo. O ponto X dá início à raiz e representa um ancestral comum. A raiz é uma reta que segue até o primeiro nó, que se bifurca em duas retas. A reta da esquerda é chamada de ramo A e a outra segue até o segundo nó. O segundo nó se bifurca em duas retas, dando origem ao ramo B e outra que vai até o terceiro ponto. O terceiro ponto se bifurca e se divide em dois ramos, C e D. A, B, C e D são chamados de pontos terminais. C e D são chamados de grupos irmãos.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu Biologia de Campbell.10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 550.

Representação da estrutura de um cladograma.

Como exemplo, analise o cladograma a seguir quê apresenta uma hipótese filogenética simplificada para as relações evolutivas dos domínios Bacteria, Archaea e Eukarya, considerando parte de seus representantes. Essa hipótese está embasada em similaridades genéticas compartilhadas entre os domínios.

PENSE E RESPONDA

4 Analise o cladograma e responda às kestões.

Quais são as espécies viventes?

Qual é a espécie ancestral comum a todas as espécies viventes?

O cladograma possui três nós. O quê indica o segundo nó, existente entre as espécies B, C e D?

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Cladograma que se origina em uma raiz até chegar no primeiro nó, que está colorido de azul, onde se bifurca e dá origem ao ramo das bactérias, e outro ramo que vai até o segundo nó, que está colorido de roxo. Ele se divide entre o ramo das arqueias e o ramo dos eucariontes, formando o terceiro nó. Este nó, ao se bifurcar, dá origem ao ramo dos protozoários e ao quarto nó, que se bifurca e dá origem ao ramo das plantas e ao quinto nó, que dá origem aos ramos dos fungos e dos animais.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed.Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 563.

Cladograma quê representa uma das hipóteses das relações evolutivas de bactérias, arqueias, protozoários, fungos, animais e plantas (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

5 A presença de um ancestral comum indica quê todos os domínios da vida compartilham características básicas, mesmo quê seja a nível celular. Nesse caso, quê estrutura em comum seria possível encontrar em uma bactéria, um cachoorro e uma planta, por exemplo?

Note quê há um ancestral comum para os representantes de todos os domínios (nó indicado em azul).

Também é possível perceber quê algumas linhagens são mais próximas de outras, pois possuem um ancestral hipotético mais recente na escala evolutiva. Por exemplo, nessa proposta, o domínio Archaea e o domínio Eukarya seriam mais próximos entre si do quê qualquer um seria em relação ao domínio Bacteria, pois possuem um ancestral comum mais recente na escala evolutiva (nó indicado em roxo).

Como visto até o momento, o estudo da história evolutiva dos sêres vivos envolve determinar sua ancestralidade comum. Ao considerá-la, é possível agrupar sêres vivos em clados. Um clado inclui uma espécie ancestral e todos os seus descendentes, e, por isso, corresponde a um grupo monofilético.

Analise os exemplos a seguir. O grupo formado pelas espécies C e D (destacado em azul) é monofilético, assim como o grupo formado pelas espécies B, C e D (destacado em laranja) e o grupo formado pelas espécies A, B, C e D (destacado em verde). Isso significa quê cada um dêêsses grupos é formado por um ancestral e todos os seus descendentes.

Composição com três imagens de um cladograma, cada uma tem uma porção dele em destaque. Ele surge na raiz e vai até o primeiro nó, se bifurcando, dando origem a um ramo de terminal A e outro ramo que termina no segundo nó. Este nó se bifurca em um ramo de terminal B e outro que termina em um terceiro nó. Este, por sua vez, se bifurca em dois ramos, um de terminal C e outro de terminal D. O primeiro cladograma tem o terceiro nó e os ramos C e D em destaque. O segundo tem o segundo nó com os ramos B, C e D destacados. O terceiro está com o primeiro nó com todos os ramos destacados.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 553.

Representação de um cladograma hipotético evidenciando exemplos de grupos monofiléticos. Os nós em destaque representam o ancestral comum ao respectivo grupo.

No entanto, caso o grupo de sêres vivos estudado incluir uma espécie ancestral e apenas alguns de seus descendentes, ele não será considerado monofilético. Por exemplo, o grupo formado pelas espécies B e C (destacado em rosa) não é monofilético, pois inclui um ancestral e apenas parte de seus descendentes (não inclui a espécie D).

Cladograma que surge na raiz, chega ao primeiro nó que se bifurca em um ramo A e outro ramo que termina no segundo nó. Este nó se bifurca em um ramo de terminal B e outro que termina em um terceiro nó. Este, por sua vez, se bifurca em dois ramos, um de terminal C e outro de terminal D. O segundo nó e os ramos B e C estão destacados.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 553.

Representação de um cladograma hipotético evidenciando um exemplo de grupo não monofilético.

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ATIVIDADES

1. Quais regras devem sêr seguidas no sistema de nomenclatura binominal dos sêres vivos?

2. Analise o cladograma a seguir quê apresenta parte da filogenia da ordem Carnivora.

Cladograma iniciando na raiz da ordem Carnívora, se bifurca entre o primeiro ramo, passando pelos pontos Família Felidae e Gênero Panthera indo até o terminal Espécie Panthera pardus, de nome popular leopardo. O outro segue até o nó 1, onde se bifurca. Um dos ramos passa pelo ponto Família Mustelidae e depois se bifurca em dois ramos. Um ramo passa pelo ponto Gênero Taxidea indo até o terminal Espécie Taxidea taxus, de nome popular texugo-americano, o outro ramo passa pelo ponto Gênero Lutra indo até o terminal Espécie Lutra lutra, de nome popular lontra-europeia. O segundo ramo, originado do nó 1, passa pelos pontos Família Canidae e Gênero Canis, chega ao nó 2, onde se bifurca em dois ramos, um de terminal Espécie Canis latrans, de nome popular coiote, e outro de terminal Espécie Canis lupus, de nome popular lobo cinzento.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu, Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 549.

A partir do cladograma e de seus conhecimentos, analise as afirmativas a seguir e corrija as falsas.

I. Os carnívoros apresentam um ancestral comum.

II. Todas as espécies representadas pertencem à mesma família.

III. O leopardo e o texugo-americano são mais aparentados entre si do quê o coiote e o lobo-cinzento.

IV. O número 1 representa o ancestral comum mais recente entre o coiote e o lobo-cinzento.

V. O cladograma apresenta apenas uma espécie representante da família Felidae.

VI. Entre as espécies representadas, estão indicados cinco gêneros.

VII. Todas as espécies listadas pertencem ao mesmo fílu.

VIII. O número 1 indica o ancestral comum mais recente entre o texugo-americano, a lontra-europeia, o coiote e o lobo-cinzento.

3. Analise as informações a seguir.

Fotografia de uma lontra deitada à beira de um corpo d'água. Os indivíduos possuem cerca de 60 centímetros.

Nome científico: Lontra longicaudis

Nome popular: Lontra

Características: Mamífero semiaquático de pelagem curta, densa e coloração marrom. Possui cauda musculosa e flexível, importante para o deslocamento na á gua. Narinas e orelhas podem sêr fechadas durante o mergulho. As pernas são curtas e os pés possuem membranas entre os dedos. Ocupam ambientes aquáticos, tanto de á gua doce quanto salgada. Alimentam-se principalmente de peixes, mas sua diéta também inclui crustáceos, anfíbios, mamíferos, insetos e aves. A espécie apresenta-se ameaçada de extinção devido à caça, à poluição da á gua e à destruição do hábitat.

De acôr-do com a análise das informações e em seus conhecimentos, faça o quê se propõe a seguir.

a) A quê gênero pertence a lontra?

b) A quê espécie pertence a lontra?

c) Faça uma pesquisa e indique o reino, o fílu, a classe, a ordem e a família aos quais a lontra pertence.

d) Escolha um animal, faça uma pesquisa e produza uma ficha similar à da lontra. Junto com os côlégas, elaborem uma maneira de classificar as fichas produzidas por cada um. Determinem os critérios de classificação quê serão considerados e os apresentem à classe.

4. Em junho de 2022, foi divulgada uma atualização da Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Segundo essa lista, mais de 1.100 espécies de animais estão ameaçadas de extinção em nosso país. Entre as aves, estão: o pica-pau-de-cara-canela (Celeus galeatus), o beija-flor-das-costas-violetas (Thalurania watertonii), o albatroz-real-do-norte (Diomedea sanfordi) e a cotinga-crejoá (Cotinga maculata). Com base nas informações apresentadas e em seus conhecimentos, faça o quê se propõe a seguir.

a) Identifique o nome popular das espécies citadas no texto.

b) Identifique o nome científico das espécies citadas no texto.

c) A quê gênero pertencem essas espécies?

Página cento e cinquenta e sete

Saiba mais Herança indígena: nomes populares dos sêres vivos na língua portuguesa

A cultura indígena exibe grande influência na ssossiedade brasileira. É possível evidenciá-la em meio a hábitos e côstúmes de origem indígena quê pertencem ao nosso dia a dia. Um exemplo é o uso de plantas nativas para o preparo de chás (como de erva--mate), de sucos (como de abacaxi), de alimentos (como farinha de mandioca e tapioca), entre outros.

Além díssu, muitas palavras utilizadas no cotidiano têm origem indígena, principalmente em línguas da família Tupi-Guarani. Exemplos são os nomes populares de alguns sêres vivos, como evidenciado no qüadro a seguir. Perceba quê, em muitos casos, os significados de seus nomes se reférem a alguma de suas características físicas ou comportamentais.

Nome

Significado

Arara

Ave de muitas cores

Cajá

Fruto de caroço grande

Cacau

Caroço

Capim

Folha delgada

Capivara

Comedor de capim

Cutia

Que senta para comer

Jacaré

Aquele quê olha de lado

Maracujá

Fruto quê se sérve

Pitanga

Pele tenra

Quati

Que esconde o fôcínho na barriga

Saúva

Formiga má, quê destrói as plantas

Sucuri

Morde depressa

Tamanduá

Caçador de formiga

Taturana

Semelhante a fogo

Tucano

Que bate forte

Urubu

Ave grande negra

Fontes: JANUZZI, Nicolle. Herança Tupi: descubra palavras cotidianas quê têm ligação com a língua indígena. G1, [s. l.], 19 abr. 2020. Disponível em: https://livro.pw/lwcog.
FRANZIN, Adrian.
Palavras indígenas nomeiam a maior parte das plantas e animais do Brasil. Brasília, DF: EBC, 29 out.2015. Disponível em: https://livro.pw/xvfcj. Acessos em: 2 maio 2025.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

O vídeo a seguir apresenta algumas informações sobre a diversidade linguística existente no Brasil.

A diversidade linguística. Publicado por Museu da Língua Portuguesa. Vídeo (3 min). Disponível em: https://livro.pw/vsbei. Acesso em: 23 set. 2024.

É possível acionar a legenda no vídeo. Caso precise da janela de Libras, sugere-se o uso de ferramentas digitais como o VLibras (Disponível em: https://livro.pw/noesn. Acesso em: 8 maio 2025.)

Fotografia de uma cutia alimentando-se de algo que segura com as patas dianteiras. É um roedor de porte pequeno, possui pelo curto, orelhas pequenas e focinho alongado.

Ao se alimentar, a cutia (Dasyprocta punctata) costuma se sentar sobre os membros posteriores enquanto segura e manipúla os alimentos com os membros anteriores.

ATIVIDADE

1. Em grupo, façam uma pesquisa sobre outros termos indígenas quê foram incorporados à língua portuguesa. Podem sêr nomes de objetos, municípios e bairros, e obrigatória mente, mais quatro sêres vivos, incluindo seus nomes científicos. Com base nos resultados da pesquisa, elaborem um cartaz digital para divulgar a influência indígena em nossa cultura, de maneira a promover a valorização dos povos indígenas brasileiros. Compartilhem o cartaz com a comunidade escolar.

Página cento e cinquenta e oito

TEMA
14
Bactérias, arqueias, protozoários, algas e fungos

Analise o trecho a seguir.

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Bactérias convertem plástico em seda

Uma equipe de cientistas [...] projetou uma cepa bacteriana capaz de transformar resíduos plásticos em seda biodegradável, semelhante à produzida por aranhas para tecer suas teias. O objetivo é quê a abordagem, no futuro, seja utilizada em indústrias têxteis, cosméticos e até aplicações biomédicas.

GONÇALVES, Amanda. Bactérias convertem plástico em seda. Correio Braziliense, Brasília, DF, 19 fev. 2024. Disponível em: https://livro.pw/boylk. Acesso em: 28 ago. 2024.

Devido à falta de consenso na classificação dos vírus, eles serão abordados separadamente neste Tema.

O termo “microrganismo” é bastante utilizado para se referir, d fórma genérica, a diversos sêres microscópicos, entre os quais estão as bactérias, as arqueias, os protozoários, algumas algas, alguns fungos e os vírus. Popularmente, esses sêres também são chamados de germes e micróbios.

Eles estão presentes em praticamente todos os ambientes da Terra, incluindo aqueles com condições extremas, como nas profundezas dos oceanos, geleiras, desertos e crateras de vulcões. Alguns deles, como as bactérias e os fungos, promóvem a reciclagem de nutrientes no ambiente, papel ecológico essencial para a manutenção da vida no planêta.

Vários microrganismos se associam a outros sêres vivos. Bactérias presentes no intestino dos sêres humanos, por exemplo, auxiliam na digestão, na absorção de nutrientes e na produção de vitaminas. Algumas espécies de microrganismos podem causar doenças, sêndo chamadas de patógenos. Outras são utilizadas em processos industriais para a fabricação de alimentos, combustíveis, materiais e medicamentos.

Neste Tema, estudaremos cada um dêêsses diferentes grupos de sêres vivos, abordando as principais características das bactérias, das arqueias, dos protozoários, das algas e dos fungos.

PENSE E RESPONDA

1 Com base nesse texto, quais seriam os principais benefícios ambientais resultantes do estudo da ação dessa bactéria?

2 Você conhece outros exemplos de microrganismos quê se relacionam com situações cotidianas dos sêres humanos? Converse com os côlégas sobre isso.

Infográfico: Microbiota do intestino humano.

Ilustração de folhas de algas ramificadas, com cores e formatos diferentes.

Página cento e cinquenta e nove

Bactérias

As bactérias são sêres procariontes e unicelulares, encontrados em diversos ambientes, como na á gua e no solo. Algumas bactérias são autotróficas, ou seja, obtêm o elemento carbono, essencial para a formação de novas moléculas, a partir do dióxido de carbono (CO2), por meio da fotossíntese ou da quimiossíntese. Outras são heterotróficas e obtêm o carbono a partir de compostos orgânicos.

Algumas bactérias são decompositoras de matéria OR GÂNICA, participando da ciclagem de nutrientes no ambiente. Outras estão em associação com outros organismos. Algumas dessas associações podem sêr mutuamente benéficas, como no caso de bactérias quê se associam às raízes de plantas leguminosas, como a soja e o feijão. Nessa relação, as bactérias capturam o nitrogênio atmosférico e, por meio de reações químicas, o convertem em compostos quê as plantas são capazes de usar em seu metabolismo. As plantas disponibilizam compostos orgânicos para a produção de energia pelas bactérias.

Em outros casos, as associações são benéficas apenas para uma das espécies, como no parasitismo, em quê a bactéria se beneficia à custa do hospedeiro, quê é prejudicado. Exemplos dessa associação são as bactérias quê causam doenças em sêres humanos.

As formas mais comuns de bactérias são esféricas (denominadas cocos), bastonetes (denominadas bacilos) e espirais (denominadas espirilos e espiroquetas).

Composição de imagens de microscopia conectadas a uma caixa de texto. A. Inúmeras bactérias em formato esférico. Texto: Imagem de microscopia eletrônica, aumento aproximado de 4.100 vezes; colorida artificialmente. B. Inúmeras bactérias em formato de bacilo, alongadas com as pontas arredondadas. Texto: Imagem de microscopia eletrônica, aumento aproximado de 1.200 vezes; colorida artificialmente. C. Inúmeras bactérias finas e com formato longo e espiralado. Texto: Imagem de microscopia eletrônica, aumento aproximado de 1.400 vezes; colorida artificialmente.

Bactérias de formato esférico (Staphylococcus Áureus) (A), bastonete (Escherichia cóli) (B) e espiral (Treponema sp.) (C).

As bactérias geralmente se reproduzem assexuadamente, sem a participação de gametas. O mecanismo comum é a fissão binária, em quê uma célula se divide em duas células-filhas idênticas, como representa o esquema a seguir.

O tempo de geração de uma bactéria, ou seja, o intervalo em quê uma célula se divide em duas, varia conforme as condições ambientais, como tempera-túra e disponibilidade de nutrientes. Em condições de laboratório, o tempo de geração da espécie Escherichia cóli, por exemplo, é de 20 minutos. Isso significa quê, a cada 20 minutos, o número de células bacterianas dobra.

Contudo, esse crescimento não ocorre indefinidamente. A escassez de nutrientes ou o aumento do pH do meio, decorrente dos produtos do metabolismo bacteriano, são fatores quê interferem nesse processo.

Esquema representando a fissão binária de uma bactéria. No primeiro momento, mostra uma bactéria em corte com parede celular, membrana plasmática e cromossomo bacteriano. No segundo momento ocorre o alongamento da célula e replicação do cromossomo bacteriano. No terceiro momento, ocorre a formação de um septo no centro da bactéria. No quarto momento, a célula é dividida em duas a partir do septo.

Elaborada com base em: TORTORA, Guérrâr jôsef éti áu. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artméd, 2017. p. 164.

Representação da fissão binária de uma bactéria (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

3 As bactérias podem causar diversas doenças em humanos. Cite as quê você conhece.

4 Considere quê uma célula bacteriana de Escherichia cóli tenha iniciado sua reprodução. Quantas células existirão após uma hora e quarenta minutos?

Página cento e sessenta

O crescimento de uma população bacteriana póde sêr representado por uma curva de crescimento bacteriano, quê se divide em quatro fases distintas: lag, log, estacionária e morte celular.

Na fase lag, as bactérias exibem intensa atividade metabólica, preparando-se para a divisão. Em seguida, na fase log, ocorre o crescimento exponencial da população. Posteriormente, na fase estacionária, o número de divisões celulares se iguala ao de mortes, resultando em crescimento líquido zero devido à escassez de nutrientes e ao acúmulo de resíduos do metabolismo prejudiciais ao desenvolvimento no meio. Na fase de morte celular, a população diminui, pois o número de mortes supera o de novas bactérias formadas.

Gráfico de linha 'Curva de crescimento bacteriano'. O eixo vertical representa o número de bactérias e o eixo horizontal representa o tempo, que está dividido em quatro fases diferentes. As informações são as seguintes: 1. Fase Lag: o número de bactérias começa baixo. 2. Fase Log: o número de bactérias cresce gradualmente. 3. Fase estacionária: o número de bactérias mantém-se igual. 4. Fase de morte celular: o número de bactérias diminui gradualmente até chegar a zero.

Fonte: TORTORA, Guérrâr J. éti áu. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artméd, 2017. p. 166.

Curva de crescimento típica de uma população bacteriana.

DIÁLOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Química. Mais informações nas Orientações para o professor.

Bactérias e antibióticos

Em 1928, o biólogo britânico aleksander flêmim (1881-1955), ao estudar bactérias, deixou suas culturas expostas à atmosféra durante um final de semana. Ao retornar, observou a presença de fungos contaminando as culturas. Antes de descartá-las, notou quê o fungo inibia o crescimento das bactérias ao redor. Flemin isolou o fungo, identificado como Penicillium notatum, e constatou quê ele produzia uma substância capaz de inibir o crescimento de várias bactérias, nomeada penicilina. Tornando-se, assim, um dos primeiros antibióticos produzidos em larga escala, o quê revolucionou o tratamento de algumas doenças.

Atualmente, existem antibióticos semissintéticos, produzidos a partir de modificações químicas de compostos obtidos de microrganismos e existem antibióticos sintéticos, obtidos a partir de compostos quê não são produzidos por microrganismos.

A imagem a seguir mostra um teste para identificar a sensibilidade de uma bactéria a dois antibióticos diferentes. Em uma placa de Petri com cultura de bactérias, foram colocados dois discos impregnados com antibióticos diferentes (A e B).

Após alguns dias, ao redor do disco A formou-se um halo de inibição (área em quê não há crescimento das bactérias), indicando quê elas são sensíveis a esse antibiótico. Ao redor do disco B, não foi formado um halo, indicando quê a bactéria é resistente ao antibiótico.

Fotografia de uma placa Petri sendo segurada pela mão de uma pessoa com luva de proteção. No meio de cultivo há duas pequenas esferas, disco A e disco B. O meio de cultivo está coberto por inúmeras e pequenas manchas, exceto ao redor do disco A, que está transparente.

Teste de sensibilidade bacteriana a dois antibióticos.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Bactérias com alta resistência a antibióticos, popularmente chamadas de “superbactérias”, são um problema atual e importante para a ssossiedade. Acesse o sáiti e conheça um pouco sobre êste assunto.

Superbactérias: o quê são e por quê ameaçam o planêta? Publicado por: Invivo. Disponível em: https://livro.pw/srdou. Acesso em: 21 set. 2024.

Página cento e sessenta e um

Arqueias

As arqueias são sêres procariontes e unicelulares, representantes do domínio Archaea. A composição de suas paredes celulares as diferencia das bactérias. Além díssu, seu material genético possui algumas similaridades com o material genético dos eucariotos.

Arqueias podem sêr autotróficas ou heterotróficas, e habitam uma variedade de ambientes, incluindo alguns dos mais extremos da Terra, como fontes termais, salinas e ambientes sem oxigênio. Organismos quê toleram condições extremas de tempera-túra, pressão, salinidade, pH e radiação são chamados de extremófilos. Embora muitas arqueias sêjam conhecidas por vivêrem em condições extremas, nem todas são extremófilas; algumas habitam ambientes menos hostis, como sólos e oceanos.

Fotografia de uma fonte de água circular. Dela sai muito vapor. Pessoas andam perto dela através de caminhos suspensos.

Arqueias podem sêr encontradas em regiões cuja tempera-túra supera 80 °C. Grand Prismatic Spring (Estados Unidos), 2024.

Fotografia de um corpo de água raso, de coloração marrom avermelhada e com algumas rochas imersas. Em segundo plano, há uma floresta.

Arqueias podem sêr encontradas em regiões cujo pH varia de 1,5 a 3. Rio Tinto (Espanha), 2023.

Fotografia de um corpo de água raso, com pequenas formações sólidas de sal espalhadas em toda sua extensão. Em segundo plano, existem montanhas.

Arqueias podem sêr encontradas em regiões cuja salinidade é próxima da saturação (5,3 M NaC(éli)"). Grate Salt Lake (Estados Unidos), 2023.

Protozoários

O termo protozoários compreende um agrupamento genérico de sêres eucariontes e unicelulares quê, antigamente, eram classificados no reino prôtísta. Esse reino incluía uma variedade de organismos quê não se encaixavam nos reinos das plantas, dos animais ou dos fungos.

No entanto, os protozoários não formam um grupo único e coeso, mas sim vários clados distintos. Com os avanços dos estudos moleculares, concluiu-se quê o reino prôtísta não era monofilético. Como resultado, esse reino deixou de sêr reconhecido e houve uma redistribuição de seus representantes em diferentes clados e grupos taxonômicos mais precisos, de acôr-do com suas relações evolutivas.

Página cento e sessenta e dois

A maioria dos protozoários é heterotrófica. Eles vivem em ambientes aquáticos e terrestres, e em associação com alguns organismos. Parte dessas associações é benéfica para ambas as espécies, como os protozoários do gênero Trichonympha quê vivem no interior do intestino dos cupins, auxiliando a digestão de celulose, componente da parede celular das células vegetais. Nas relações de parasitismo, como os protozoários causadores de algumas doenças nos sêres humanos, como a malária, a relação é benéfica apenas para o protozoário, causando prejuízos para o hospedeiro.

Os protozoários podem apresentar estruturas locomotoras, as quais também auxiliam na captura de alimento. Algumas espécies apresentam flagelos, estruturas alongadas quê realizam movimentos ondulatórios; outras podem apresentar cílios, estruturas de menor extensão, curtas, arranjadas em filas; e outras, prolongamentos do cito plasma celular, denominados pseudópodes.

Composição de três imagens de microscopia. A. Imagem do protozoário Trypanosoma. Possui formato alongado, as pontas são mais finas que o meio e a superfície lisa. Uma das pontas possui um flagelo fino. B. Imagem do protozoário Tetrahymena. Possui formato alongado com as pontas arredondadas, possui a superfície completa de cílios curtos. C. Imagem do ameba Entamoeba. Não possui formato definido, mas tem projeções da membrana chamadas de pseudópodes. Possui um núcleo esférico.

Protozoários dos gêneros Trypanosoma (A) (imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 1.700 vezes; colorida artificialmente), Tetrahymena (B) (imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 490 vezes; colorida artificialmente) e Entamoeba (C) (imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 220 vezes; colorida artificialmente).

Algas

Algas vermelhas possuem ficoeritrina como pigmento acessório. Algas pardas possuem fucoxantina como pigmento acessório.

As algas são sêres eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, e autotróficas quê realizam fotossíntese. Elas ocupam, principalmente, ambientes aquáticos. As algas unicelulares possuem dimensões microscópicas. Algumas espécies de algas pluricelulares podem atingir dimensões macroscópicas.

As algas possuem a clorofila como pigmento fotossintético principal. Nas espécies conhecidas popularmente por algas verdes, esse pigmento é responsável por conferir-lhes coloração esverdeada. Outras espécies, conhecidas popularmente por algas vermelhas e algas pardas, apresentam pigmentos acessórios em proporções significativas quê lhes conferem coloração avermelhada e amarronzada, respectivamente.

Fotografia da alga no fundo do mar. Esta espécie possui estruturas arredondadas em meio aos ramos.

Alga parda do gênero Sargassum. Oceano Atlântico, Espanha, 2022.

PENSE E RESPONDA

5 Faça uma pesquisa sobre a malária, identificando seu agente causador, forma de transmissão e os principais sintomas.

Página cento e sessenta e três

As algas são responsáveis pela produção de parte do gás oxigênio da atmosféra terrestre através da fotossíntese. Também formam a base das cadeias alimentares em muitos éco-sistemas aquáticos, sêndo fonte de alimento para uma ampla variedade de organismos, desde pequenos invertebrados até grandes mamíferos.

As algas também exibem importânssia econômica. De algumas espécies, é possível extrair substâncias para uso na indústria alimentícia, farmacêutica e de cosméticos. Um exemplo é o ágar, extraído de algumas espécies de algas vermelhas. O ágar é usado como espessante em sorvetes e gelatinas, sem alterar seu sabor.

Algumas espécies de algas são utilizadas na alimentação, por exemplo, no preparo de alimentos típicos da culinária oriental, como o sushi.

Fotografia de 7 sushis iguais, rolos de arroz, envolto por folha de alga e recheio de salmão e pepino.

O sushi costuma sêr preparado com alga nori quê envolve os ingredientes. Essa alga vermelha pertencente ao gênero Porphyra.

Fungos

Os fungos são sêres eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, e heterotróficos. Eles vivem em diversos ambientes, aquáticos e terrestres, e em associação com outros organismos. Parte dessas associações é benéfica a ambas as espécies, como os fungos quê se associam a raízes de plantas, auxiliando-as a obtêr nutrientes do solo, enquanto recebem carboidratos produzidos pelas plantas na fotossíntese. No caso dos fungos quê parasitam outros sêres vivos, apenas eles se beneficiam da associação, podendo ocasionar infekições e doenças no organismo parasitado.

As células dos fungos apresentam um revestimento externo de quitina, um carboidrato quê confere resistência à estrutura. A quitina também está presente no esqueleto externo (chamado exoesqueleto) de artrópodes, como insetos e crustáceos.

Assim como algumas bactérias, alguns fungos atuam na decomposição da matéria OR GÂNICA. Para tanto, lançam enzimas digestivas sobre o substrato onde estão fixados, e os nutrientes resultantes da digestão são absorvidos.

Entre os representantes de fungos, estão os bolores, quê podem se desenvolver sobre os alimentos, caso sêjam indevidamente armazenados. cogumélos e leveduras também são exemplos. Algumas espécies de fungos são utilizadas pela ssossiedade humana, por exemplo, na produção de alimentos, como pães e queijos.

Composição de três imagens. A. Fotografia de uma laranja com a metade superior coberta por fungo branco e esverdeado. B. Fotografia de diversos cogumelos iguais de tamanhos diferentes, agrupados em uma superfície coberta de musgo. C. Imagem de microscopia de fungos arredondados, alguns deles possuem pequenas esferas acopladas em sua superfície.

Bolor em laranjas (A). Cogumelo da espécie Armillaria solidipes (B). Leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae (C) (imagem de microscopía eletrônica, aumento aproximado de 2.100 vezes; colorida artificialmente).

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Muitos fungos e a maioria das estruturas quê formam esses sêres vivos são microscópicos. Contudo, alguns fungos são visíveis sem a necessidade de microscópios e, no caso dos fungos da espécie Armillaria ostoyae, podem sêr bem maiores do quê as baleias. Acesse o sáiti e saiba mais sobre o assunto.

Qual é o maior organismo vivo do mundo? Spoiler: não é a baleia. Publicado por: Né chionál Geográfic Brasil. Disponível em: https://livro.pw/dcjhz. Acesso em: 9 ago. 24.

Página cento e sessenta e quatro

ATIVIDADES

1. Em um laboratório, dois frascos com a mesma bactéria foram cultivados em tempera-túras diferentes: um a 37 °C e o outro a 25 °C. Considerando quê os meios de cultivo eram os mesmos, e quê a bactéria cultivada era causadora de uma doença em sêres humanos, responda aos itens a seguir.

a) Em qual dos frascos houve maior crescimento bacteriano? Por quê?

b) Cite os principais eventos quê ocorreram em cada uma das fases da curva de crescimento dêêsses cultivos, e comente sobre a principal diferença entre elas.

c) Relacione as suas respostas anteriores à importânssia de manter alimentos não processados, como carnes, acondicionados na geladeira.

d) Algumas técnicas de conservação de alimentos foram desenvolvidas com base no conhecimento de como as condições ambientais influenciam o crescimento de microrganismos. Entre elas estão a pasteurização, a esterilização, o UHT, a desidratação e a liofilização. Faça uma pesquisa e dêz-creva os principais fundamentos de cada um dêêsses métodos.

2. Analise a reportagem a seguir.

chiina envia microrganismo para o espaço para estudar possibilidade de vida em Marte

[...]

O microrganismo quê pertence ao grupo das arqueobactérias e se encontra em ambientes pobres em oxigênio, como os fundos marinhos, os arrozais e os estômagos dos ruminantes, foi transportado [...] para a estação espacial chinesa, onde vai sêr submetido a experiência quê o exporá a radiações cósmicas, microgravidade e tempera-túras extremas.

[...]

LUSA. chiina envia micro-organismo ao espaço. Agência Brasil, Brasília, DF, 18 jan. 2024. Disponível em: https://livro.pw/lhwtr. Acesso em: 24 set. 2024.

a) O termo destacado no texto não é mais utilizado. Qual a nomenclatura utilizada atualmente para se referir a esse grupo de microrganismos? Explique sua resposta considerando a classificação dêêsses organismos.

b) Embora o texto não forneça informações explícitas, é provável quê o microrganismo em estudo seja um extremófilo. Você concórda com essa análise? Justifique sua resposta com base no seu conhecimento e nos elemêntos apresentados no texto.

3. Entre as características quê indicam quê os fungos e animais são mais próximos evolutivamente entre si do quê das plantas, está, por exemplo, a presença de quitina, quê compõe a parede celular dos fungos e o exoesqueleto dos artrópodes. A quitina é usada para produzir quitosana, um compôzto amplamente utilizado em diversas áreas. Pesquise e cite suas principais características e aplicações.

4. A imagem a seguir foi ôbitída de um microscópio óptico. Ela aponta a presença do protozoário Trypanosoma crúzi, causador da doença de Chagas, em uma amostra de sangue de uma pessoa.

Imagem microscópica que mostra alguns protozoários alongados e retorcidos em meio a muitas hemácias. Ambos possuem tamanhos semelhantes.

Imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 580 vezes; colorida artificialmente).

Considerando as informações apresentadas e os seus conhecimentos sobre o assunto, faça o quê se propõe a seguir.

a) Qual é a estrutura do Trypanosoma crúzi indicada pela seta e qual é sua função?

b) Faça uma pesquisa sobre a doença de Chagas, identificando formas de transmissão e os principais sintomas.

5. Analise a frase a seguir e corrija-a, se necessário. “As algas são sêres procariontes, pluricelulares, autotróficas e algumas realizam fotossíntese.”

6. Forme um grupo com seus côlégas e façam o levantamento de dados no posto de saúde de seu bairro sobre as principais doenças causadas por microrganismos quê acometeram a região no último ano. Analisem os dados e apresentem os resultados ao restante da turma utilizando tecnologias digitais.

Página cento e sessenta e cinco

Oficina científica

Conservação de alimentos

O sal e a banha de pôrco foram amplamente utilizados para a conservação de alimentos. Esses ingredientes envolviam os alimentos, limitando o crescimento de microrganismos e aumentando sua durabilidade. Para testar os princípios dêêsses e de outros métodos de conservação, forme um grupo com os côlégas e realizem os procedimentos a seguir.

Materiais

8 copos plásticos de 50 mL de capacidade;

Álcool;

1 caneta;

Panela e côlher;

300 mL de á gua;

4 colheres de amido de milho;

Filme plástico;

duas colheres de sal de cuzinha;

duas colheres de óleo vegetal.

Procedimentos

Peça a um adulto quê misture a á gua e o amido de milho em uma panela sobre o fogo até quê a massa engrosse e forme um mingau.

Higienize o interior dos copos com áucôl e, com o auxílio da caneta, enumere-os de 1 a 8.

Coloque cerca de duas colheres de sopa do mingau em cada copo.

Tampe o copo 2 com filme plástico.

Cubra por completo o mingau do copo 3 com uma fina camada de sal de cuzinha.

Cubra por completo o mingau do copo 4 com uma fina camada de óleo vegetal.

Nos copos de 5 a 8, acrescente outros ingredientes de sua escolha quê poderiam sêr testados para conservar o mingau.

Escolha um local em sua residência para posicionar os oito copos, mantendo-os à tempera-túra ambiente.

Analise os resultados diariamente, durante uma semana. Avalie a contaminação dos copos utilizando uma escala com sinal “+”. Quanto maior a contaminação, maior deve sêr o número de sinais.

Ilustração de oito copos plásticos enumerados de 1 a 8, contendo mingau. o copo 1 possui está aberto. O copo 2 está coberto por uma camada de filme plástico. O copo 3 está aberto, com o mingau coberto por uma camada de sal. O copo 4 está aberto com uma camada de óleo por cima do mingau. Os copos restantes estão abertos e contêm apenas mingau.

Representação da montagem do experimento.

Somente um adulto deve manipular o fogão.

ATIVIDADES

1. Elaborem um qüadro e registrem nele os resultados observados diariamente. Analisem o exemplo a seguir.

Dia 1

Dia 2

Dia 3

Dia 4

Dia 5

Dia 6

Dia 7

Copo 1 (contrôle)

+

+

++

++

+++

+++

++++

Copo 2

+

+

++

+++

2. Elaborem uma explicação para os resultados. Se necessário, realizem uma pesquisa para complementar sua resposta.

3. Descrevam outros ingredientes e métodos para testar os mesmos princípios de conservação. Executem suas ideias, anotando os resultados.

Página cento e sessenta e seis

Saiba mais Vírus, um caso à parte

Alguns vírus apresentam dê ene há e érre êne há em seu genoma viral.

O termo “vírus” origina-se do latim “veneno”, e sua descoberta ocorreu no final do século XIX, quando cientistas começaram a identificar agentes infekissiósos menóres quê as bactérias. A observação diréta dos vírus só foi possível com o desenvolvimento do microscópio eletrônico no século XX.

Apesar de nem sempre estabelecerem relações quê prejudicam os organismos, os vírus são mais conhecidos pela sua virulência, ou seja, sua capacidade de causar doenças, como a covid-19, a gripe, a dengue, a raiva, a aids e a febre amarela.

Os vírus possuem estrutura simples, composta por material genético (DNA ou RNA) envouto por proteínas, estrutura denominada capsídeo. Alguns possuem uma camada externa lipoproteica denominada envelope, quê póde apresentar espículas, estruturas quê ajudam a se ligar e infekitar as células hospedeiras.

A multiplicação dos vírus ocorre apenas dentro de células vivas. Eles invadem as células e utilizam sua maquinaria para replicar seu material genético e produzir novas partículas virais. Fora das células, são inativos, reforçando sua classificação como parasitas intracelulares obrigatórios.

A descoberta e o estudo dos vírus proporcionaram uma melhor compreensão das doenças infekissiósas e seus mecanismos de transmissão e de infekição. Contudo, sua classificação ainda é motivo de debate entre os cientistas. Por não possuírem estruturas celulares, não terem metabolismo próprio e dependerem de células hospedeiras para se replicar, os vírus costumam sêr classificados como não vivos. Por outro lado, a existência de material genético e a capacidade de reprodução são atributos utilizados por alguns cientistas para classificá-los como sêres vivos.

Composição de duas ilustrações. A. Ilustração de um vírus não envelopado, de formato poligonal com faces triangulares. O exterior, chamado de capsídeo, é formado por diversas pequenas estruturas esféricas. O interior possui material genético em forma de fio. B. Ilustração de um vírus envelopado, de formato esférico. Possui um envelope ao redor do capsídeo que está coberto por espículas, pequenas projeções do envelope de formato cilíndrico com a ponta arredondada.

Elaborada com base em: TORTORA, Guérrâr jôsef éti áu. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artméd, 2017. p. 361, 363.

Representação de um vírus não envelopado (A) e de um vírus envelopado (B) (imagens sem escala; cores fantasia).

Imagem microscópica de bactéria Escherichia coli. Possui formato arredondado, possui membrana e pequenas estruturas esféricas em seu interior. Sobre sua superfície está um pequeno vírus bacteriófago.

Micrografia de uma bactéria Escherichia cóli infekitada com vírus bacteriófago T4 (vermelho) (imagem de microscopía eletrônica de transmissão, aumento aproximado de 30.000 vezes; colorida artificialmente).

ATIVIDADE

1. A lavagem das mãos com á gua e sabão é uma das formas eficazes de prevenção contra diversas doenças. Durante a pandemia da covid-19, essa prática foi essencial para a manutenção da saúde. A eficiência dêêsse hábito está relacionada à interação química entre o sabão, a á gua e a estrutura do coronavírus. Faça uma pesquisa sobre o assunto e registre os resultados de sua pesquisa no caderno.

Página cento e sessenta e sete

TEMA
15
Animais invertebrados

intêrpréte o trecho a seguir.

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Olimpíadas 2024: Pista de corrida é roxa, feita de conchas e tem tecnologia para ajudar a correr mais rápido

[...] Antes dos jogos, a fabricante da pista começou a fazer parceria com uma empresa de cultivo e pesca de mexilhões [...] para dar uma segunda vida às conchas usadas.

[...]

Os funcionários cólhem, limpam e preparam as conchas, quê são feitas principalmente de carbonato de cálcio. Então, elas são moídas e o pó é incorporado ao material da pista. As conchas, quê seriam levadas para um atêerro, podem assim sêr reutilizadas. Isso também reduz a necessidade de mineração, quê é como os fabricantes geralmente conseguem o carbonato de cálcio.

KAORU, Thâmara. Olimpíadas 2024: Pista de corrida é roxa, feita de conchas e tem tecnologia para ajudar a correr mais rápido. Época Negócios, São Paulo, 4 ago. 2024. Disponível em: https://livro.pw/bjpoy. Acesso: 21 set. 2024.

A esponja-do-mar, a anêmona, a planária, o polvo, a minhoca, a lombriga, o besouro e a estrela-do-mar são, respectivamente, representantes dos seguintes grupos de animais: poríferos, cnidários, platelmintos, moluscos, anelídeos, nematódeos, artrópodes e equinodérmos.

O fato de todos esses animais não possuírem um esqueleto interno com vértebras e crânio permite quê eles sêjam chamados de animais invertebrados. Contudo, cada um dos grupos citados possui características próprias, quê serão estudadas neste Tema. Antes, serão analisadas algumas características gerais dos animais.

Fotografia mostra pistas de corrida posicionadas lado a lado e numeradas de 1 a 9.

Pista de atletismo utilizada nos Jogos Olímpicos de Paris (França), em 2024.

Características gerais dos animais

Os animais são organismos pluricelulares, eucariontes e heterotróficos. Na maioria dos animais, as células formam tecídos, quê são grupos de células semelhantes quê trabalham em conjunto para realizar funções específicas no organismo. Por exemplo, o tecido nervoso é formado por neurônios, uma característica exclusiva dos animais.

Os animais quê possuem tecídos verdadeiros são chamados de eumetazoários. Já os animais cujas células não formam tecídos definidos são chamados de parazoários, como é o caso da esponja-do-mar.

PENSE E RESPONDA

1 Os animais quê possuem a estrutura utilizada para a fabricação da pista de atletismo são invertebrados ou vertebrados? Cite dois exemplos.

2 Que relação há entre o novo modelo de pista mencionado na matéria e a conservação ambiental?

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Animais com simetria radial possuem uma região oral (onde está localizada a boca) e uma região aboral (oposta à boca).

O corpo dos animais

O formato do corpo dos animais póde sêr bastante variado. Contudo, uma característica básica é a ausência ou presença de simetria. Existem animais assimétricos, nos quais a divisão do corpo em qualquer plano não forma partes equivalentes. Há animais quê possuem simetria radial, e seu corpo póde sêr dividido em metades equivalentes por qualquer seção quê passe pelo centro de seu corpo. Outros animais possuem simetria bilateral, na qual o corpo do animal é dividido em metades equivalentes por um único plano de kórti.

Esquema representando uma esponja-do-mar, uma estrela-do-mar e uma anta. A esponja é formada por vários tubos de tamanhos e formatos diferentes, impossibilitando a divisão do animal em partes iguais. A estrela possui cinco braços e pode ser dividida a partir do centro até a ponta de cada um deles, portanto possui simetria radial. A anta possui apenas um plano que pode dividi-la em duas metades iguais, este plano vai da sua cabeça até a outra ponta do corpo. Portanto, possui simetria bilateral.

Representação do corpo de um animal sem simetria (esponja-do-mar), com simetria radial (estrela-do-mar) e com simetria bilateral (anta) (imagens sem escala; cores fantasia).

O corpo dos animais com simetria bilateral exibe uma região dorsal, voltada para cima, e uma região ventral, voltada para o solo. Ao longo da evolução dos

animais, o aparecimento dessa simetria foi acompanhado da cefalização, quê corresponde à concentração de órgãos sensoriais e tecídos nervosos em uma das extremidades do corpo, a extremidade anterior (ou cefálica).

Nos animais com cefalização, como a maioria dos vertebrados e muitos invertebrados, essa organização permite quê a cabeça, situada na região anterior do corpo, conduza a locomoção. Além díssu, possibilita a detecção precoce de estímulos ambientais, facilitando a busca por alimentos, por parceiros para a reprodução e a identificação de ameaças, como predadores. A combinação entre a simetria bilateral e a cefalização torna esses animais mais eficazes na interação com o ambiente.

Fotografia de um tatu-galinha sobre um solo com plantas rasteiras. É um mamífero coberto por placas ossificadas, uma cauda e focinhos alongados e quatro pernas curtas. Os indivíduos dessa espécie têm entre 38 e 58 centímetros. A região da cabeça está indicada como região anterior. A região das costas está indicada como região dorsal. A região da barriga está indicada como região ventral e a região da cauda está indicada como região posterior.

Regiões do corpo de um animal com simetria bilateral. No exemplo, tatu-galinha (Dasypus novemcinctus).

Desenvolvimento embrionário dos animais

Durante o desenvolvimento da maioria dos animais, a fertilização de um óvulo por um espermatozóide dá origem a um zigôto (1). Esse zigôto passa por várias divisões celulares, formando uma estrutura chamada blástula (2). Em alguns animais, a blástula tem a forma de uma esféra oca.

Em seguida, ocorre a gastrulação (3), um processo em quê uma extremidade da blástula se dobra para dentro, criando duas camadas de tecido: a endoderme, quê é a camada interna, e a ectoderme, a camada externa. A cavidade interna formada pela gastrulação é denominada arquêntero, e a abertura dessa cavidade é chamada de blastóporo (4).

Esquema representando o início do desenvolvimento embrionário dividido em quatro etapas. 1. Zigoto: célula com dois núcleos. 2. Blástula: agrupamento em formato esférico de diversas células. 3. Gastrulação: a membrana deste agrupamento de células começa a se voltar para dentro formando uma cavidade interna. A imagem está em corte, evidenciando o interior vazio. 4. Nesta etapa, a cavidade está maior, sendo indicada como arquêntero, a entrada da cavidade está reduzida, sendo indicada como blastóporo e coloridas de cor diferente estão a endoderme e a ectoderme.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 668.

Etapas do início do desenvolvimento embrionário nos animais (imagens sem escala; cores fantasia).

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A ectoderme é a camada quê dá origem ao revestimento externo do animal e, em alguns grupos, ao sistema nervoso central. A endoderme, por sua vez, origina o trato digestório. Nos animais com simetria bilateral, existe uma terceira camada chamada mesoderme, quê ocupa quase todo o espaço entre a ectoderme e a endoderme.

Cavidades do corpo dos animais

Em muitos animais com as três camadas germinativas (ectoderme, endoderme e mesoderme), há uma cavidade corporal chamada celoma, quê fica entre o trato digestório e a parede corporal externa, preenchida por líquido ou ar.

Composição de esquemas representando três grupos diferentes de animais em corte transversal. Todos possuem ectoderme revestindo o corpo e trato digestório revestido por endoderme. A. Está indicado no animal o celoma, que é revestido apenas por mesoderme, formando cavidades ao redor do trato digestório. Animais com um celoma formado exclusivamente pela mesoderme são chamados de celomados. B. Está indicado no animal o pseudoceloma, que é formado por uma grande cavidade, envolve o tubo digestório e é revestido por mesoderme. Animais cuja cavidade corporal é parcialmente revestida por mesoderme e endoderme são conhecidos como pseudocelomados. C. O animal não possui celoma, a ectoderme envolve a mesoderme, que por sua vez envolve a endoderme, a qual reveste o trato digestório. Animais que não possuem essa cavidade corporal são chamados de acelomados.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 674.

Representação da estrutura corporal de um animal celomado (A), um pseudocelomado (B) e um acelomado (C) (imagens sem escala; cores fantasia).

Animais celomados em quê o blastóporo dá origem à bôca são chamados de protostômios. Já os animais celomados em quê o blastóporo origina o ãnus são chamados de deuterostômios.

Filogenia dos animais

O estudo das características gerais dos animais, associado a estudos moleculares e genéticos, possibilita aos pesquisadores compreender as relações evolutivas de seus diferentes grupos. Analise o cladograma a seguir, quê apresenta uma hipótese para as relações evolutivas entre alguns grupos de animais.

Cladograma que inicia na raiz Protista ancestral, vai até o primeiro nó onde se bifurca e dá origem ao primeiro ramo de terminal Poríferos, grupo representante dos parazoários. O segundo ramo passa pelo ponto tecidos verdadeiros e chega ao segundo nó, onde se bifurca, dando origem ao terceiro ramo de terminal Cnidários. O quarto ramo passa pelo ponto simetria bilateral e chega ao terceiro nó, onde se bifurca, dando origem ao quinto ramo, que representa os protostômios, formados por dois grupos, o grupo dos platelmintos, moluscos e anelídeos e o grupo dos nematoides e artrópodes. O sexto ramo, originado do terceiro nó, dá origem a dois ramos de terminais equinodermos e cordados. Estes formam o grupo dos deuterostômios. Os protostômios e os deuterostômios formam o grupo dos bilaterais. Os cnidários e os bilaterais formam o grupo dos eumetazoários.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 677, 679.

Cladograma quê mostra a hipótese evolutiva para alguns grupos de animais (imagens sem escala; cores fantasia).

A partir de agora, serão abordadas características de cada um dêstes grupos, com exceção dos cordados, quê serão estudados posteriormente.

PENSE E RESPONDA

3 O marisco é um animal quê pertence ao grupo dos moluscos. Com base no quê foi estudado e nas informações do cladograma, o quê é possível dizêr sobre os tecídos dêêsse animal, sua simetria, seu desenvolvimento embrionário, as cavidades de seu corpo e a formação de seu sistema digestório?

Página cento e setenta

Poríferos

Os poríferos são representados pelas esponjas-do-mar. Esses animais são assimétricos, vivem em ambientes aquáticos, principalmente marinhos, fixos ao substrato como róchas e corais. Podem viver isolados ou formár colônias. O nome do grupo faz alusão à superfícíe de seu corpo, quê é coberta por póros.

Fotografia de uma esponja do mar, com o corpo formado por quatro tubos e superfície coberta de saliências arredondadas. Cada tubo mede aproximadamente 30 centímetros.

Esponja-do-mar (Aplysina fistularis).

Os poríferos apresentam uma organização corporal simples, composta por células especializadas quê não formam tecídos (parazoários).

Esses animais são tubulares, delimitando uma cavidade em seu interior chamada átrio. O átrio é revestido por células flageladas, os coanócitos. O batimento dêêsses flagelos promove a entrada de á gua pêlos póros e direciona sua saída pela abertura superior, chamada ósculo.

O fluxo de á gua dentro do átrio possibilita a alimentação, as trocas gasosas e a eliminação de resíduos do metabolismo dos poríferos. Com a entrada de á gua, obtém-se partículas de alimentos por fiutrassão, além de gás oxigênio por difusão. Juntamente à á gua quê sai de seu corpo, são eliminados resíduos e gás carbônico.

Esquema representando as estruturas do corpo de uma esponja. Estão indicados o ósculo, os poros, o átrio e o fluxo de água representado por setas, que entram pelos poros e saem pelo ósculo. No detalhe, está representado um coanócito, célula arredondada com um flagelo. Estão indicados nele o flagelo, as partículas de alimento englobadas e as partículas de alimento retidas.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 684.

Representação da estrutura do corpo de uma esponja e do fluxo de á gua em seu interior. No detalhe, um coanócito. (imagens sem escala; cores fantasia).

Cnidários

Os cnidários são representados pelas anêmonas-do-mar, corais, águas-vivas, caravelas e hidras, animais quê vivem em ambientes aquáticos, majoritariamente marinhos. Possuem tecídos verdadeiros (eumetazoários) e apresentam simetria radial, características quê possibilitam uma organização corporal mais especializada quando comparada à dos poríferos.

Os cnidários são encontrados em duas formas corporais: pólipos e medusas. Os pólipos possuem corpo tubular e geralmente ficam fixos ao substrato, como as anêmonas-do-mar. As medusas têm corpo achatado e podem mover-se livremente, como as águas-vivas. Ambas as formas apresentam tentáculos próximos à abertura bucal, quê auxiliam na captura de alimentos e na sua defesa. Algumas espécies apresentam apenas uma das formas corporais ao longo de seu ciclo de vida, enquanto outras podem alternar entre as duas formas.

Fotografia de uma anêmona do mar presa no substrato. Animal de formato tubular e inúmeros tentáculos ao redor da abertura superior.Possuem em torno de 10 centímetro. Os indivíduos deste gênero podem variar de alguns centímetros de altura até um metro ou mais.

Anêmona-do–mar (Metridium sp.).

Página cento e setenta e um

Os tentáculos dos cnidários são revestidos por cnidócitos, células especializadas quê atuam na defesa e na captura de presas. Os cnidócitos contêm uma cápsula urticante, chamada de nematocisto, com um filamento enrolado. Quando os cnidócitos são estimulados, por estímulos mecânicos ou químicos, o nematocisto se ábri e o filamento é desenrolado e projetado para fora. O filamento é capaz de penetrar a parede do corpo de outros sêres vivos e injetar tô-ksinas quê os paralisam ou dificultam sua fuga.

Ilustração A. Água viva. Ela tem uma estrutura em formato de domo. Do centro dela saem tentáculos grossos e da parte mais externa saem tentáculos mais finos e alongados. Possuem cerca de 6 a 9 centímetros de diâmetro.  Ilustração B. Em destaque, saindo de um dos tentáculos, está a representação do disparo de um cnidócito, célula arredondada com núcleo, com uma estrutura interna fina e alongada enrolada em torno de si mesma. Quando tocada, libera parte dessa estrutura para fora, chamada de nematocisto, cuja ponta libera a toxina.

Elaborada com base em: Brooker, róbert J. éti áu. báiôlogy. 5. ed. Nova Iorque: magráu rill Education, 2020. p. 705.

Água-viva (Chrysaora melanaster) (A) e representação do disparo de um cnidócito (B) (imagens sem escala; cores fantasia).

As atividades dos cnidários são coordenadas por uma rê-de de células nervosas distribuídas por todo o corpo, formando um sistema nervoso difuso, tornando-os capazes de perceber estímulos provenientes de todas as direções.

Platelmintos

Os platelmintos são representados por espécies de vida livre, como as planárias, e parasitas, como os esquistossomos e as tênias. As espécies de vida livre são encontradas em ambientes aquáticos ou terrestres úmidos.

Esses animais têm corpo alongado, mole e achatado. Possuem simetria bilateral. Em geral, exibem cefalização, com a presença de gânglios cerebrais, centros de processamento rudimentar das informações nervosas. A partir dos gânglios, partem cordões nervosos quê se ramificam pelo corpo. Em algumas espécies de planárias, existem ocelos na região da cabeça, quê são estruturas sensoriais quê captam luz.

Fotografia de planária. Animal alongado e achatado, a cabeça tem formato triangular e possui duas estruturas no topo, os ocelos, que se assemelham a olhos. A pele é transparente, permitindo ver o interior do corpo, que está preenchido com diversas pequenas esferas. A maioria dos indivíduos variam de poucos milímetros até um centímetro.

Planária (Dugesia sp.).

Página cento e setenta e dois

Posteriormente, sugira aos estudantes uma pesquisa sobre verminoses, incluindo a teníase. Se achar adequado para êste momento, explique quê o corpo da tênia é compôzto por unidades chamadas proglótides, cada uma contendo órgãos reprodutores masculinos e femininos. No interior das proglótides, ocorre a produção dos gametas, a fecundação e a produção dos ovos. As proglótides com ovos são liberadas no corpo do hospedeiro e eliminadas no ambiente junto às fézes.

Com relação à alimentação, a maioria dos platelmintos de vida livre alimenta-se de pequenos animais ou de restos orgânicos. No caso das planárias, elas projetam a faringe para fora do corpo e ingerem o alimento, cuja digestão é iniciada no intestino pela ação de enzimas digestivas e finalizada no interior das células.

As espécies parasitas podem se alimentar de tecídos e fluidos corporais, como o sangue, ou absorver nutrientes diretamente do intestino dos hospedeiros, como é o caso da tênia.

A tênia possui um corpo longo e achatado, semelhante a uma fita, e uma cabeça chamada escólex, quê é equipada com ventosas e ganchos. Essas estruturas permitem quê ela se fixe firmemente ao revestimento do intestino do hospedeiro.

Esquema representando uma planária. Estão indicados o cordão nervoso, a boca, a faringe, o intestino, os ocelos e os gânglios cerebrais. O intestino é ramificado e preenche praticamente todo o corpo do animal. A faringe sai como um tubo da região central do ventre de um orifício chamado boca.  Os ocelos ficam lado a lado na parte de cima da cabeça. Os cordões nervosos são ramificados na região da cabeça e seguem como dois filamentos, um em cada lado do corpo.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 690.

Representação de algumas estruturas de uma planária (imagem sem escala; cores fantasia).

Ilustração de uma tênia. Animal longo e achatado, com o corpo composto de diversos segmentos. Em destaque, o escólex, espécie de cabeça com estruturas em formato de dentes pontudos no topo e aberturas nas laterais. As tênias medem por volta de 3 metros.

Ilustração do corpo da tênia (Taenia solium), também conhecida como solitária (imagem sem escala; cores fantasia). No detalhe, o escólex (imagem de microscopía eletrônica, aumento aproximado de 16 vezes).

môlúscus

Alguns gastrópodes e cefalópodes, por exemplo, possuem conchas internas ou reduzidas, enquanto outros, como os nudibrânquios, não possuem concha.

Os moluscos compreendem os animais de corpo mole. Entre eles estão os polvos, os mariscos e os caramujos. Em sua maioria, são animais marinhos, embora alguns sêjam de á gua doce ou terrestres. Os adultos apresentam, em geral, simetria bilateral. Esses animais podem ter o corpo dividido em três regiões: cabeça, massa visceral e pé. Parte das espécies apresenta uma concha calcária.

Na cabeça, estão localizados os gânglios cerebrais e os órgãos sensoriais, como células fotossensíveis ou olhos bem desenvolvidos, dependendo da espécie, e tentáculos. Muitos moluscos apresentam em sua bôca a rádula, órgão semelhante a uma língua com inúmeras fileiras de dentes pontiagudos, utilizada para raspar alimentos presos no substrato.

A massa visceral compreende os principais órgãos internos, como o coração, órgãos digestivos e reprodutivos. Ela é envolvida pelo manto, quê corresponde a uma dobra da epidérme. O manto também é responsável por secretar a concha calcária, nas espécies em quê está presente.

O póde sêr utilizado para locomoção, para fixação no substrato ou ambos.

Página cento e setenta e três

Entre os grupos mais conhecidos de moluscos, estão os gastrópodes, os bivalves e os cefalópodes.

Os gastrópodes abrangem a maior diversidade de espécies de moluscos, sêndo representados pêlos caracóis terrestres, caramujos aquáticos e lesmas. Todos apresentam uma concha externa, com exceção das lesmas, quê não a apresentam.

Fotografia de um caracol da família Helicidae sobre uma folha de uma planta. É um animal de corpo mole e viscoso, coberto por uma concha espiralada. Apresenta dois tentáculos na cabeça, onde estão localizados os olhos. Os indivíduos possuem diversos tamanhos, mas têm uma média de 3 centímetros.

Gastrópode (família Helicidae).

Os bivalves incluem ôstras e mexilhões. Seu corpo é protegido por uma concha composta por duas partes (chamadas valvas) unidas por um ligamento e ligadas por músculos.

Fotografia do molusco Callista chione dentro da água sobre a areia com as conchas abertas. É um animal de corpo mole envolto por duas conchas listradas capazes de se abrir e fechar. As conchas podem atingir até 11 centímetros.

Bivalve (Callista chione).

Os cefalópodes abrangem os polvos, náutilos e lulas. Esses animais possuem tentáculos unidos à cabeça, quê podem sêr utilizados para a captura de presas, locomoção e reprodução.

Fotografia de um polvo sobre o fundo do mar. É um molusco de corpo mole com oito tentáculos que saem de sua cabeça. Os olhos estão localizados na cabeça, lado a lado. Cada tentáculo possui um conjunto de ventosas, alinhadas na parte interna dos tentáculos. Os indivíduos possuem aproximadamente um metro.

Cefalópode (Octopus vulgaris).

Anelídeos

Chama-se metamerização a segmentação seriada do corpo. Ela está presente em outros grupos de sêres vivos, como nos artrópodes.

Os anelídeos compreendem os animais de corpo mole, cilíndrico e segmentado em anéis. São encontrados em ambientes marinhos, de á gua doce ou terrestres úmidos.

Os anelídeos possuem simetria bilateral. A parede de seu corpo é constituída por músculos circulares e longitudinais, cuja contração possibilita sua locomoção. Seu corpo é revestido externamente por uma cutícula úmida, quê, em algumas espécies, protége contra a desidratação.

Esquema representando a contração muscular dos anelídeos durante a locomoção. Existem dois cortes em detalhes mostrando duas porções do corpo do animal. Na primeira, o músculo circular está contraído e o músculo longitudinal relaxado, estendido. Na segunda, o músculo circular está relaxado e o músculo longitudinal está contraído. As porções ao longo do corpo alteram a contração e relaxamento dos músculos, possibilitando o movimento.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 1127.

Representação da contração muscular dos anelídeos durante a locomoção (imagem sem escala; cores fantasia).

A grande maioria dos anelídeos apresenta cerdas, quê são projeções rígidas, feitas de quitina. No caso das espécies terrestres, as cerdas possibilitam sua ancoragem ao substrato, auxiliando na locomoção ou na escavação do solo. No caso das espécies aquáticas, podem ajudar na natação.

É possível agrupar os anelídeos em três grupos principais: poliquetas, oligoquetas e hirudíneos.

Página cento e setenta e quatro

Muitas espécies de hirudíneos são predadoras, alimentandose de outros invertebrados. Algumas são parasitas, alimentando-se do sangue dos hospedeiros, aos quais podem se prender temporariamente.

Os poliquetas compreendem o grupo de anelídeos de maior diversidade, sêndo predominantemente marinhos. A maioria dos segmentos de seu corpo apresenta apêndices pares, denominados parapódios. Nos parapódios, localizam-se muitas cerdas. Entre os representantes, estão os animais do gênero Nereis.

Fotografia de um poliqueta. Ao lado, a uma fotografia dos parapódios ampliados. São animais alongados com o corpo dividido em muitos seguimentos, cada um com um par de parapódios, estruturas em formato de pá que possuem cerdas bem desenvolvidas, utilizadas para locomoção. Geralmente, tem menos de 10 centímetros, mas podem variar de 1 milímetro a 3 metros.

Poliqueta (Nereis sp). No detalhe, os parapódios com cerdas.

Os oligoquetas apresentam poucas cerdas por segmento, sêndo as minhocas os representantes mais conhecidos. As minhocas apresentam um clitelo, uma região de tecido glandular responsável pela produção de muco, quê mantém os parceiros reprodutivos unidos, e por secretar um casulo quê abriga os ovos.

Fotografia de uma minhoca. Animal de corpo cilíndrico e alongado. Possui o corpo dividido por anéis. Próximo a uma das pontas, possui um conjunto de anéis um pouco mais grossos do que os restantes. Este conjunto é chamado de clitelo. Os indivíduos possuem diversos tamanhos, mas podem chegar até 30 centímetros.

A minhoca é um oligoqueta.

Os hirudíneos são representados pelas sanguessugas. Eles apresentam um número fixo de segmentos, geralmente sem cerdas. Em ambas as extremidades de seu corpo, existem ventosas quê podem auxiliar na locomoção e na alimentação.

Fotografia de uma sanguessuga, animal de formato cilíndrico, dividido por anéis. A ponta da cabeça possui uma ventosa e é mais fina do que o restante do corpo. Os indivíduos possuem de 6 a 10 centímetros.

Sanguessuga (Hirudo medicinalis).

nematódius

Os nematódeos compreendem animais de corpo alongado e cilíndrico, com as extremidades afiladas. Entre seus representantes, há espécies de vida livre, quê habitam o solo úmido ou ambientes aquáticos. Também existem espécies parasitas, como a lombriga e o ancilóstomo.

Os nematódeos possuem simetria bilateral. Seu corpo é revestido por uma cutícula flexível, quê confere proteção contra o atrito de partículas do solo ou, no caso de espécies parasitas, contra as defesas do hospedeiro. Conforme esses animais crescem, a cutícula é trocada.

Embora pertençam a grupos distintos, nematódeos e platelmintos são popularmente chamados de vermes devido a semelhanças no formato do seu corpo e no estilo de vida de algumas espécies. Algumas espécies parasitárias exibem importânssia médica, pois causam doenças conhecidas por verminoses.

Fotografia de duas lombrigas, A e B. A lombriga A é mais fina do que a lombriga B. São animais de corpo liso, comprido e fino. Quando adultos, medem de 15 a 40 centímetros de comprimento.

Na espécie Ascaris lumbricoides (conhecida como lombriga) os machos (A) costumam sêr menóres quê as fêmeas (B).

Diga aos estudantes quê a troca da cutícula é uma característica quê aproxima evolutivamente os nematódeos dos artrópodes, grupo quê será estudado na sequência. Mais informações nas Orientações para o professor.

PENSE E RESPONDA

4 Em grupo, faça uma pesquisa sobre uma verminose considerando: agente causador (incluir a qual grupo pertence); hospedeiro(s); ciclo de vida; principais sintomas dos infectados; e formas de prevenção. Montem uma campanha de prevenção. Escolham uma ferramenta digital e uma mídia social para divulgar a campanha à comunidade escolar.

Página cento e setenta e cinco

Os crustáceos possuem, na região da cabeça, dois pares de antenas, um par de mandíbulas e dois pares de maxilas. Podem apresentar diferentes apêndices especializados, conforme a espécie. Por exemplo, o primeiro par de pernas dos caranguejos tem formato de pinça e auxilia na captura de alimento e na defesa.

Artrópodes

Os artrópodes abrangem a maior diversidade de espécies do reino animal, ocupando os mais variados ambientes do planêta. Esses animais apresentam simetria bilateral e suas principais características são o corpo segmentado, a presença de apêndices articulados e o exoesqueleto.

Entre os principais grupos de artrópodes, estão os crustáceos, os insetos, os aracnídeos e os miriápodes.

Os segmentos do corpo dos artrópodes podem sêr organizados em regiões especializadas, quê apresentam estrutura, função e apêndices semelhantes. Essas regiões são chamadas de tagmas e varíam conforme a espécie, podendo incluir combinações como cabeça e tronco; cabeça, tórax e abdome; ou cefalotórax e abdome.

Ilustração representando um inseto, um crustáceo, um aracnídeo e um miriápode. O corpo do inseto está dividido entre cabeça, tórax e abdômen. O corpo do crustáceo e do aracnídeo está dividido entre cefalotórax e abdômen. Já o corpo do miriápode está dividido entre cabeça e tronco.

Elaborada com base em: BRUSCA, ríchard C. éti áu. Invertebrados. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2018. Localizável em: p. 917, 1022, 1064, 1095 do pdf.

Representação da organização do corpo de alguns artrópodes em tagmas (imagens sem escala; cores fantasia).

Os apêndices articulados são encontrados aos pares. Eles podem sêr especializados para executar diferentes funções, como locomoção, natação, manipulação de alimentos ou captação de estímulos do ambiente. Exemplos de apêndices são as pernas e as antenas.

O exoesqueleto corresponde a um esqueleto externo, quê dá sustentação ao corpo. Ele é compôzto principalmente de quitina, que o torna resistente e oferece proteção contra danos físicos. Em espécies terrestres, o exoesqueleto também ajuda a evitar a desidratação.

Por não se expandir, o exoesqueleto não acompanha o crescimento do animal. Assim, ele é trocado periodicamente em um processo denominado muda ou ecdise. Quando o animal abandona o exoesqueleto antigo, ele cresce até quê o novo exoesqueleto se enrijeça.

Vejamos agora algumas características dos principais grupos de artrópodes.

Os crustáceos, em sua maioria, são aquáticos, como as lagostas, os camarões, os caranguejos e as cracas. Mas existem espécies terrestres, como os tatuzinhos-de-jardim. Em muitas espécies, o exoesqueleto contém, além da quitina, carbonato de cálcio e póde formár uma carapaça na região dorsal do corpo.

Fotografia de uma cigarra saindo de seu exoesqueleto, que está apoiado sobre um tronco de árvore. Cigarras são insetos robustos com duas asas transparentes com nervuras evidentes e podem apresentar de 1 a 7 centímetros de comprimento.

Cigarra deixa seu exoesqueleto antigo.

Fotografia de um caranguejo aratu vermelho. É um crustáceo de carapaça escura e coloração vermelha nas patas com pequenas manchas brancas, possui duas garras em forma de pinça e seis patas articuladas. Os indivíduos têm cerca de 5 centímetros de diâmetro.

Caranguejo aratu-vermelho (Goniopsis cruentataI).

Página cento e setenta e seis

Entre os subgrupos de miriápodes, estão os quilópodes, quê apresentam um par de pernas por segmento, como as centopeias e as lacraias, e os diplópodes, quê apresentam dois pares de pernas por segmento, como os piolhos-de-cobra.

Os insetos representam a maior parte da diversidade dos artrópodes, incluindo abelhas, formigas, besouros e baratas. Eles apresentam três pares de pernas e, geralmente, um par de antenas, com função sensorial. Muitos insetos possuem dois pares de asas, embora existam espécies com apenas um par ou quê não as apresentem. As asas ampliam a exploração do ambiente, facilitando a busca por alimento e por parceiros reprodutivos, bem como a fuga de possíveis predadores.

Fotografia de uma borboleta da espécie Papilio aegeus de lado posada sobre uma flor. A borboleta tem asas predominantemente pretas com manchas vermelhas e brancas. Possui duas antenas e uma probóscide na cabeça. A probóscide é uma estrutura fina e alongada, como um tubo. Possuem cerca de 12 centímetros.

Borboleta (Papilio aegeus) alimenta-se do néctar de uma flor.

Entre os insetos, é possível observar peças bucais especializadas em seus hábitos alimentares. Por exemplo, os gafanhotos e outros insetos herbívoros possuem peças bucais quê auxiliam a mastigação de partes das plantas. Já as borboletas exibem uma probóscide quê possibilita a sucção de néctar. Muitos insetos são polinizadores, como as abelhas e as mariposas, e contribuem para a reprodução de diversas espécies de plantas.

Os aracnídeos são representados pelas aranhas, escorpiões, ácaros, entre outros. Geralmente, apresentam quatro pares de pernas locomotoras; um par de quêlíceras, quê auxiliam na captura de presas; um par de pedipalpos, que podem sêr modificados conforme a espécie para manipular o alimento, perceber estímulos sensoriais ou auxiliar na reprodução.

Muitas espécies de aracnídeos são predadoras e possuem estruturas para inocular peçonha em suas presas. No caso das aranhas, a inoculação é feita pelas quelíceras. Os escorpiões o fazem pelo aguilhão, estrutura pontiaguda localizada na cauda.

Fotografia de uma aranha armadeira sobre uma penca de bananas. Elas são aracnídeos, com quatro pares de patas longas, abdome arredondado e o corpo coberto por estruturas que se assemelham a pelos. Na foto, estão indicados os pedipalpos e as quelíceras. Os pedipalpos são estruturas semelhantes às patas, mas com função de perceber paladar e olfato. Seu comprimento máximo do corpo é de cerca de 5 centímetros e suas pernas podem abranger 15 centímetros em indivíduos maiores.

Aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer).

Fotografia de um escorpião marrom sobre areia. É um aracnídeo de corpo robusto. Possui uma longa cauda articulada, onde na ponta está o aguilhão. Na ponta dos pedipalpos há uma garra em formato de pinça. Possuem entre 5 e 7 centímetros.

Escorpião-marrom (Tityus bahiensis).

Os miriápodes são representados pelas centopeias, lacraias e piolhos-de-cobra. Seu corpo consiste na cabeça, quê contém um par de antenas, e no tronco alongado, quê é dividido em vários segmentos. Podem apresentar um ou dois pares de pernas por segmento, dependendo da espécie.

Fotografia de uma lacraia marrom. Podem alcançar até 23 centímetros de comprimento.

Lacraia (Scolopendra morsitans).

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Química. Mais informações nas Orientações para o Professor.

DIÁLOGOS DA NATUREZA

Besouro-bombardeiro

Como mecanismo de defesa contra possíveis predadores, o besouro-bombardeiro êjéta um líquido quê póde atingir cerca de 100 ºC. A alta tempera-túra dêêsse líquido resulta de uma reação química exotérmica entre o peróxido de hidrogênio e a hidroquinona. Esses compostos químicos ficam armazenados separadamente no corpo do besouro, mas são liberados simultaneamente e reagem d fórma imediata.

Ilustração de um besouro-bombardeiro liberando um líquido pela parte inferior do abdômen. Este inseto possui um abdômen robusto e arredondado, suas asas cobrem seu corpo parcialmente. Medem entre 1,2 e 1,8 centímetros.

Besouro-bombardeiro utiliza mecanismo de defesa (imagem sem escala; cores fantasia).

Página cento e setenta e sete

equinodérmos

A á gua entra no sistema hidrovascular por uma placa porosa situada na superfícíe do corpo, o madreporito. A á gua se distribui pêlos canais quê se estendem pêlos braços do animal, atingindo pequenas bolsas musculares chamadas ampolas. As ampolas estão conectadas aos pés ambulacrais e contrólam o fluxo de á gua. A contração das ampolas fôrça a á gua para dentro dos pés ambulacrais, estendendo-os. A saída de á gua dos pés ambulacrais resulta em sua retração. A ação combinada dos diversos pés ambulacrais presentes no animal possibilita sua locomoção.

Os equinodérmos são exclusivamente marinhos e incluem representantes como a estrela-do-mar, o ouriço-do-mar e o pepino-do-mar. Eles são deuterostômios, assim como os cordados, o quê os torna o grupo invertebrado mais próximo dos cordados. Durante a fase larval, eles apresentam simetria bilateral, e na fase adulta, apresentam simetria radial.

Como características comuns ao grupo, é possível citar a ausência de cefalização e a presença de um esqueleto interno calcário compôzto por ossículos ou placas, quê, em muitas espécies, se projetam na forma de êspinhos.

Outra característica dos equinodérmos é a presença do sistema hidrovascular, um sistema de canais pêlos quais a á gua do mar circula, auxiliando sua locomoção. Esse sistema é conectado aos pés ambulacrais, estruturas tubulares ôkas. O fluxo de á gua pelo sistema promove a distensão e a retração dos pés ambulacrais, resultando no movimento do animal. Os principais grupos de equinodérmos são os asteroides, os equinoides, os holoturoides, os crinoides e os ofiuroides.

Os asteroides são representados pelas estrelas-do-mar. Apresentam o corpo achatado e, geralmente, cinco braços, quê auxiliam na captura de presas. A bôca está localizada na região central da face do corpo voltada para o substrato. Também nesta face estão os pés ambulacrais.

Fotografia de uma estrela-do-mar. Ela possui cinco braços e a superfície cheia de protuberâncias. Ao lado, está ampliada a parte inferior da ponta de um dos braços. Ela está cheia de pés ambulacrais, que são pequenas estruturas em forma de tubo. Os indivíduos têm o diâmetro aproximado de 20 centímetros.

Estrela-do-mar (Echinaster sepositus). No destaque, os pés ambulacrais.

Os equinoides são representados pelo ouriço-do-mar e pela bolacha-da-praia. Esses animais não possuem braços, mas têm cinco fileiras de pés ambulacrais quê proporcionam um movimento lento. Os ouriços-do-mar possuem êspinhos recobrindo o corpo, quê conferem proteção.

Os holoturoides são representados pêlos pepinos-do-mar, quê possuem corpo alongado. Os braços também estão ausentes, assim como nos equinoides.

Os crinoides têm como representantes os lírios-do-mar. Eles apresentam braços numerosos, formados a partir da ramificação de cinco braços. Durante boa parte de sua vida, permanecem fixos ao substrato.

Os ofiuroides têm como representantes as serpentes-do-mar. Esses animais possuem cinco braços delgados e flexíveis, utilizados principalmente para a locomoção.

Fotografia de uma serpente-do-mar sobre uma rocha. É um invertebrado achatado, com o corpo coberto por espinhos e possui um centro com formato de pentagrama, de onde saem os braços. Os indivíduos possuem de 1 a 12 centímetros de diâmetro.

Serpente-do-mar (Ophiothrix suensonii).

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Você já visitou um museu de zoologia? O sáiti a seguir te levará para um tour virtual dentro do Museu de Zoologia da úspi. Nele, você póde visitar todos os espaços, vêr diversos animais, suas características e curiosidades. É como se você estivesse lá!

Tour virtual pelo Museu de Zoologia da úspi. Publicado por: Museu de Zoologia da úspi. Disponível em: https://livro.pw/adzuz. Acesso em: 22 set.2024.

Página cento e setenta e oito

ATIVIDADES

1. Explique a diferença entre os tipos de simetria corporal dos animais e classifique os grupos de invertebrados estudados com base nessa característica.

2. Acidentes com águas-vivas e caravelas são comuns no litoral brasileiro. A partir do seu conhecimento, explique como eles acontecem.

3. Analise o cladograma e as afirmativas indicadas a seguir. Indique as afirmativas corretas e as incorrétas, justificando sua resposta.

Cladograma parte de um nó que se bifurca e dá origem aos ramos dos poríferos e outro ramo marcado pelo surgimento da endoderme e ectoderme. Este ramo segue para o nó 'ancestral eumetazoário' que se bifurca e dá origem ao ramo dos cnidários e ao ramo de todos os outros animais, marcado pelo surgimento da simetria bilateral e da mesoderme.

a) Os poríferos não possuem tecídos verdadeiros. Em contrapartida, durante o desenvolvimento embrionário dos demais grupos de animais, são formadas, ao menos, a ectoderme e a endoderme, quê irão originar tecídos verdadeiros.

b) Todos os animais estudados até aqui possuem simetria bilateral em algum estágio de seu desenvolvimento.

c) Com exceção dos poríferos, todos os animais compartilham um ancestral comum quê apresentava ectoderme, mesoderme e endoderme.

d) A mesoderme se desenvolvê-u logo após o surgimento da endoderme e da ectoderme.

4. Os frutos do mar compreendem uma variedade de animais marinhos quê são consumidos como alimento pêlos sêres humanos ao redor do mundo. Alguns exemplos são camarões, lagostas, caranguejos, polvos, lulas, mexilhões, ôstras e ouriços-do-mar. Identifique a quais grupos de invertebrados os exemplos citados pertencem e quais são suas principais características. Ao final, faça uma pesquisa e escrêeva uma receita da culinária brasileira quê utilize algum dêstes animais como ingrediente.

5. Pesquise e monte uma apresentação sobre as principais características das minhocas e sua importânssia para o solo.

6. Muitas doenças são transmitidas por animais chamados vetores, como mosquitos, carrapatos, ácaros e piolhos. Considere quê você seja um agente de saúde de sua comunidade. Converse com os côlégas sobre estratégias quê vocês poderiam implementar para conscientizar sua comunidade sobre essas doenças.

7. O biólogo marinho e animador americano Stífem Hillenburg (1961-2018) utilizou seus conhecimentos sobre biologia marinha e sua paixão pela ár-te para criar o desenho animado “Bob Esponja Calça Quadrada”. Entre os principais personagens desta obra estão Bób Esponja, Gary, Lula Molusco, Seu Siriguejo e Patrick Estrela, quê foram inspirados, respectivamente, em uma esponja-do-mar, um caracol, um polvo, um caranguejo e uma estrela-do-mar.

Desenhos do Garry, Patrick Estrela, Bob Esponja, Lula Molusco e Seu Sirigueijo dispostos lado a lado, respectivamente, da esquerda para a direita.

a) Identifique a quê grupo de invertebrados cada um dos personagens foi inspirado e cite suas principais características.

b) Stífem Hillenburg mostra como a união entre ciência e ár-te póde resultar em obras quê divertem e educam. No entanto, o desenho animado “Bob Esponja Calça Quadrada“ apresenta inconsistências quando comparado à realidade, as quais são necessárias para atingir seu objetivo de entretenimento. Pesquise sobre a carreira de Stífem Hillenburg, suas inspirações para criar o desenho e como ele utilizou seu conhecimento em biologia marinha. Além díssu, identifique e analise inconsistências relacionadas ao nome dos personagens e às características dos animais nos quais foram inspirados. Ao final, apresente sua pesquisa em formato digital para a turma.

c) Crie seu próprio personagem de desenho animado inspirado em um dos sêres vivos quê estudou neste Tema. Desenhe o personagem e escrêeva uma breve descrição sobre ele, explicando como você incorporou seus conhecimentos científicos em sua criação.

Página cento e setenta e nove

TEMA
16
Cordados

Fotografia de um sapo-pulga. Anfíbio pequeno com a pele lisa e brilhante, membrana entre os dedos das quatro patas e grandes olhos pretos. Os indivíduos possuem cerca de 7 milímetros.

Sapinho-pulga (Brachycephalus pulex).

Analise o texto a seguir.

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

O menor vertebrado do mundo

Um macho do sapinho-pulga (Brachycephalus pulex) foi descrito como o menor vertebrado conhecido no mundo, com 6,45 milimetros (mm) de comprimento. O animal foi encontrado [...] na reserva da serra Bonita, sul da baía, cabendo com folga sobre a unha do dedo mindinho humano.

[...]

O MENOR vertebrado do mundo. Pesquisa Fapesp, São Paulo, 20 jan. 2012. Disponível em: https://livro.pw/nbfxj. Acesso em: 22 set. 2024.

Ao nos referirmos a peixes, sapos, répteis, aves ou mamíferos, é comum chamá-los de vertebrados. Os vertebrados, quê, de acôr-do com a classificação atual, compõem um subfilo, estão inclusos dentro do fílu dos cordados, o qual também abarca alguns invertebrados. As características gerais dos cordados e os principais grupos quê compõem êste fílu serão o foco dêste Tema.

Características gerais dos cordados

Os cordados são animais pluricelulares, heterotróficos e celomados com simetria bilateral. Apesar de abrigar grande diversidade, os cordados compartilham algumas características em comum, pelo menos em algum estágio de suas vidas. Uma delas é um cordão nervoso dorsal, quê nos vertebrados origina a medula espinal e o encéfalo, protegido por um crânio cartilaginoso ou ósseo.

Outra estrutura é a notocorda, uma hás-te longitudinal flexível quê fornece suporte ao corpo do animal. Em alguns invertebrados, a notocorda persiste por toda a vida, enquanto nos vertebrados, ela está presente apenas na fase embrionária, sêndo posteriormente substituída pela coluna vertebral.

Esquema representando algumas estruturas dos cordados. Animal de corpo alongado com boca, fendas faringianas, ânus, músculos, cordão nervoso dorsal oco, cauda e notocorda.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 714.

Representação de algumas das características gerais dos cordados (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

1 Cite duas características do sapinho-pulga quê permitem classificá-lo como um animal vertebrado.

2 O sapinho-pulga é um anfíbio pertencente a um grupo de vertebrados quê apresenta várias adaptações quê lhes permitem viver em ambientes terrestres. Cite duas adaptações quê você considera importantes para quê um animal possa viver fora da á gua.

Página cento e oitenta

Os cordados podem sêr classificados em urocordados, cefalocordados e craniados.

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Ascídias (Halocynthia sp.).

Urocordados

São animais marinhos, com notocorda na fase larval e corpo envouto pela túnica, quê é uma camada de um polissacarídeo, similar à celulose, secretada pelo animal e quê oferece proteção, auxilia na fixação e na fiutrassão.

Um exemplo de urocordados são as ascídias. Esses animais têm uma abertura para a entrada de á gua (sifão oral) e outra para a saída de á gua (sifão atrial). Em seu interior, a á gua é filtrada e as partículas das quais se alimentam são retidas.

Fotografia de um anfioxo. Animal de corpo alongado e fino, a parte frontal é arredondada, mas a cabeça não é bem definida. Os indivíduos têm cerca de 5 a 8 centímetros de comprimento.

Anfioxo (Branchiostoma californiens).

Cefalocordados

São animais marinhos, quê vivem parcialmente submersos na areia. Eles possuem corpo alongado e mantêm a notocorda na fase adulta. Um exemplo é o anfioxo, quê filtra partículas na á gua por meio de pequenos tentáculos próximos à sua bôca.

Fotografia de um lobo-guará caminhando em um ambiente de mata aberta. É um canídeo de pernas alongadas e pelo médio. Suas patas são mais escuras do que o resto do corpo. Cada indivíduo possui aproximadamente 1,2 metros.

Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).

Craniados

Possuem crânio quê protége o encéfalo, sistema nervoso central desenvolvido, coluna vertebral e diversos sistemas de órgãos especializados. São exemplos os agnatos, os condrictes, os osteíctes, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos.

O cladograma a seguir apresenta uma hipótese para as relações evolutivas entre os grupos dos cordados. Na sequência, os animais craniados serão apresentados com maior detalhe.

Cladograma iniciando na raiz, passa pelo ponto Cordata e se bifurca no primeiro nó, dando origem ao ramo dos Cefalocordados. O segundo ramo segue até o segundo nó, onde se bifurca, dando origem ao terceiro ramo dos Urocordados. O quarto ramo passa pelo ponto Crânio e Vértebras, depois se bifurca no terceiro nó, dando origem ao quinto ramo das Feiticeiras. O sexto ramo segue até o quarto nó, onde se bifurca, dando origem ao sétimo ramo das Lampréias. O oitavo ramo passa pelo nó mandíbula e segue até o quinto nó, onde se bifurca, dando origem ao nono ramo dos Condríctes. O décimo ramo passa pelo ponto esqueleto ósseo e segue até o sexto nó, onde se bifurca, dando origem ao décimo primeiro ramo dos Osteíctes. O décimo segundo ramo passa pelo ponto quatro membros e segue até o sétimo nó, onde se bifurca, dando origem ao décimo terceiro ramo dos Anfíbios. O décimo quarto ramo passa pelo ponto ovo com membrana extraembrionária e segue até o oitavo nó, onde se bifurca, dando origem ao décimo quinto ramo, que vai até o nono nó, se bifurcando no décimo sexto ramo dos Lagartos e serpentes. O décimo sétimo ramo segue até o décimo nó, onde se bifurca, dando origem ao décimo oitavo ramo dos Quelônios. O décimo nono ramo passa pelo ponto coração com quatro câmaras e segue até o décimo primeiro nó, onde se bifurca, dando origem ao vigésimo ramo dos Crocodilianos e ao vigésimo primeiro ramo das Aves. O vigésimo segundo ramo teve origem no oitavo nó, passa pelo ponto Pelos e glândulas mamárias chegando ao terminal dos Mamíferos.

Elaborada com base em: HICKMAN, Cleveland P. éti áu. Princípios integrados de zoologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2016. p. 800. URRY, Lisa A. éti áu. Campbell biology. 12. ed. Nova iórk: pírsom, 2020. p. 719.

Cladograma com as relações de parentesco entre alguns cordados (imagens sem escala; cores fantasia).

Página cento e oitenta e um

Os agnatos não apresentam pares de nadadeiras peitorais e pélvicas. Possuem nadadeira dorsal e caudal pouco desenvolvidas.

Agnatos

Os agnatos, assim como os condrictes e os osteíctes, são freqüentemente chamados de peixes. O termo “peixes” é usado d fórma geral para se referir a um grupo de vertebrados aquáticos com nadadeiras e respiração branquial. No entanto, essa designação não corresponde a um grupo takssonômico reconhecido.

Os agnatos são representados pelas feiticeiras (ou peixes-bruxas) e pelas lampréias. São os únicos craniados sem mandíbula, mas apresentam uma bôca circular. Por meio dela, perfuram a péle da presa e fixam-se nela, alimentan do-se de seus fluidos. Não têm escamas e apresentam nadadeiras ímpares, pouco desenvolvidas. Na fase adulta, as vértebras podem estar ausentes ou presentes d fórma rudimentar.

Fotografia do peixe lampreia no fundo de um rio. É um animal de corpo alongado, possui nadadeiras apenas na região caudal. Sua boca tem formato circular e pequenos dentes pontudos. Os olhos estão localizados nas laterais da cabeça. Os indivíduos podem medir de 25 a 40 centímetros.

Lampreia (Lampetra fluvialis). No detalhe, a bôca circular.

Em sua fase larval, algumas feiticeiras podem apresentar vestígios de vértebras. No entanto, na fase adulta, as vértebras estão ausentes. As lampréias apresentam vértebras rudimentares.

Condrictes

Os condrictes, como tubarões, raias e quimeras, são peixes com um esqueleto predominantemente cartilaginoso. Eles foram o primeiro grupo de cordados a apresentar mandíbula, estrutura quê possibilitou a diversificação dos alimentos ingeridos, além dos hábitos predatórios. A presença de mandíbula é uma característica compartilhada pêlos gnatostomados, representados pêlos condrictes, osteíctes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Nesses animais, as vértebras se dêsênvólvem plenamente.

Os condrictes possuem nadadeiras peitorais e pélvicas pares, quê garantem estabilidade e melhoram a locomoção na á gua, além de nadadeiras dorsal e caudal. Sua péle é revestida por escamas placoides, com postas de esmalte na camada externa e dentina na interna, estrutura semelhante à dos dentes dos vertebrados, reduzindo o atrito na á gua.

Fotografia de um tubarão-cinzento-dos-recifes. É um peixe de corpo robusto, tem a pele de aparência lisa, porém ao lado está ampliada a fotografia de sua pele, mostrando suas pequenas escamas. Possui nadadeiras nas laterais do corpo, no dorso e na cauda. Tem os olhos localizados nas laterais da cabeça e a boca na parte inferior. Os indivíduos possuem cerca de 2,5 metros.

Tubarão-cinzento-dos-recifes (Carcharhinus amblyrhynchos). No detalhe, escamas placoides (imagem sem escala; cores fantasia).

DiAlOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Física e de Química. Mais informações nas Orientações para o professor.

Órgãos eletrorreceptores dos tubarões

De maneira geral, os animais produzem campos elétricos fracos devido à atividade elétrica de suas células, causada pelo movimento de íons através das membranas celulares. Os tubarões possuem, principalmente na região da cabeça, órgãos sensoriais denominados ampolas de Lorenzini, quê têm abertura para o ambiente em forma de póros e são capazes de detectar variações nesses campos elétricos fracos. Isso permite quê localizem presas fora de seu campo de visão, como as quê estão enterradas na areia.

Fotografia da parte inferior do focinho de um tubarão, é possível ver suas narinas, uma em cada lado do focinho, que está recoberto de pequenos poros.

Ampolas de Lorenzini (orifícios escuros) na parte ventral da cabeça de um tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier).

Página cento e oitenta e dois

Osteíctes

Os osteíctes são classificados em actinopterígeos, quê compreendem os peixes com nadadeiras raiadas (nadadeiras sustentadas por raios ósseos); e os sarcopterígeos, quê compreendem os peixes com nadadeiras lobadas (nadadeiras sustentadas por óssos em formato de bastão, envolvidos por músculos).

Os osteíctes são os peixes ósseos, ou seja, apresentam esqueleto formado por óssos. Eles representam a maior diversidade entre peixes atuáis. Muitos são importantes fontes de alimento para o sêr humano, como a sardinha, a tilápia, o linguado, a tainha e o pirarucu.

Os osteíctes têm o corpo revestido por escamas dérmicas, compostas por material ósseo e originadas da derme, a camada mais profunda da péle. Essas escamas são mais fínas e sensíveis do quê as escamas placoides dos condrictes. O padrão de nadadeiras é semelhante ao dos condrictes, mas são mais flexíveis, permitindo movimentos mais precisos.

Assim como os tubarões, os osteíctes apresentam linha lateral, uma estrutura sensorial capaz de perceber vibrações e movimentos da á gua. Essa percepção auxilia os animais a identificarem a presença de predadores, obstáculos e presas, além de facilitar a navegação e a orientação no ambiente aquático.

A maioria das espécies de osteíctes possui uma vesícula gasosa, um órgão quê auxilia na flutuação dêêsses animais e reduz o esfôrço muscular necessário para se manterem em uma determinada posição na coluna de á gua.

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Física. Mais informações nas Orientações para o professor.

Fotografia de um peixe da espécie Carassius carassius no fundo, de um rio. É um possui nadadeira caudal bifurcada, nadadeira dorsal, escamas arredondadas, olhos nas laterais da cabeça e coloração prateada. Em detalhe e ampliada está a fotografia da linha lateral. Localizada na lateral do peixe, ela é formada por diversos pontos, cada um em uma escama, que vão do opérculo até a nadadeira caudal.

Peixe da espécie Carassius carassius. No destaque, a linha lateral e as escamas dérmicas.

DIÁLOGOS DA NATUREZA

Como a vesícula gasosa funciona?

A manutenção da flutuabilidade dos peixes osteíctes a qualquer profundidade na coluna de á gua é possível graças a variações no volume de gás armazenado no interior da vesícula gasosa.

Ao liberar parte do gás presente na vesícula gasosa, o peixe aumenta a densidade do seu corpo em relação à á gua, fazendo-o afundar. Por outro lado, ao direcionar mais gás para essa estrutura, ele reduz sua densidade, permitindo quê suba em direção à superfícíe. Esse mecanismo de contrôle da flutuabilidade permite ao peixe se manter a uma determinada profundidade sem a necessidade de nado constante, economizando energia.

Composição de duas ilustrações. A. Peixe nadando próximo ao fundo do mar com a vesícula gasosa murcha. B. Peixe nadando próximo à superfície com a vesícula gasosa inflada.

Elaboradas com base em: SCHMIDT-NIELSEN, nút. Fisiologia animal: adaptação e meio ambiente. 5. ed. São Paulo: Santos, 2002. p. 453.

Representação da ação da vesícula gasosa quando o peixe afunda (A) e quando sobe na coluna de á gua (B) (imagens sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

3 Considerando quê a á gua possui uma densidade de 1 g/cm³, qual deve sêr a densidade mássima de um peixe para quê ele consiga subir na coluna de á gua?

Página cento e oitenta e três

Anfíbios

Anfíbios, répteis, aves e mamíferos são tetrápodes, ou seja, possuem quatro membros adaptados para a locomoção em diferentes ambientes. Os anfíbios foram o primeiro grupo de vertebrados tetrápodes a viver fora da á gua, embora dependam dela para alguns aspectos de sua vida. Adaptações do sistema respiratório e locomotor foram importantes para quê esses animais conquistassem o ambiente terrestre.

O termo “anfíbio” faz referência aos dois estágios de desenvolvimento. Muitos anfíbios iniciam seu ciclo de vida na á gua, na forma larval, geralmente com respiração branquial e locomoção por meio de uma nadadeira caudal. Após a metamorfose, a maioria torna-se terrestre, desenvolvendo pulmões para respirar ar atmosférico e membros adaptados para locomoção em térra. No entanto, a respiração cutânea é importante em todas as fases da vida, e algumas espécies retêm características larvais na fase adulta. A diversidade de hábitátis ocupados pêlos anfíbios resultou em uma ampla variedade de adaptações para a locomoção, incluindo caminhar, saltar, escalar e nadar.

Embora poucas espécies de anfíbios sêjam completamente terrestres, todas exibem dependência de ambientes úmidos. Isso se deve, em parte, à sua péle fina e úmida, mantida assim pela ação de glândulas quê produzem muco. Essas características permitem quê as trocas gasosas também ocorram através da péle, tornando esses animais extremamente sensíveis a alterações ambientais, como a presença de poluentes químicos, quê são absorvidos pela péle, e variações na umidade.

A reprodução dos anfíbios também está ligada a ambientes aquáticos. Seus ovos, sem proteção contra o ressecamento, são depositados em locais úmidos ou diretamente na á gua, onde se dêsênvólvem até eclodirem (nascerem). As larvas crescem no meio aquático até completarem seu desenvolvimento e se tornarem animais adultos.

Os anfíbios podem sêr agrupados em: anuros, urodélos e ápodes.

Os anuros são representados pêlos sapos, rãs e pererékas. Apresentam uma fase larval, chamada girino. Esses animais passam por diversas mudanças até atingirem sua forma adulta, processo denominado metamorfose. Quando adultos, possuem quatro membros, sêndo os posteriores bem desenvolvidos para o salto, e não apresentam cauda. Algumas espécies são capazes de escalar superfícies.

Os urodélos são representados pelas salamandras. Elas possuem corpo alongado, quatro membros e cauda comprida. Algumas espécies são essencialmente aquáticas.

Os ápodes são representados pelas cecílias. Esses animais possuem corpo alongado e cauda curta, e não têm membros. Para se locomover, rastejam sobre o solo. Seus olhos são reduzidos, podendo sêr recobertos por tegumento ou osso. Algumas espécies podem sêr totalmente cegas na fase adulta, por isso, são conhecidas como cobras-cegas.

As cecílias evoluíram de um ancestral quê possuía quatro membros.

PENSE E RESPONDA

4 Estudos indicam quê populações de anfíbios têm sido reduzidas em alguns locais. A poluição ambiental póde sêr um dos fatores responsáveis por essa redução? Por quê?

Composição de três fotografias. 1. Fotografia da perereca-arborícola-europeia sobre um tronco de árvore. Nome científico: Hyla arborea. Anfíbio com o corpo robusto, sem cauda, de pele lisa e brilhante e grandes olhos pretos. Possui barriga e papo brancos. O resto do corpo é verde claro. Possui braços e pernas musculosos, dedos alongados com a ponta arredondada. Possuem entre 3 e 4 centímetros. 2. Fotografia da salamandra-vermelha. Nome científico: Pseudotriton ruber. Anfíbio de corpo alongado, pele lisa e brilhante, quatro pequenas patas e cauda longa. Sua coloração é alaranjada e possui diversas pequenas manchas pretos espalhadas principalmente pelas costas e cabeça. Possuem entre 11 e 18 centímetros. 3. Fotografia da cobra-cega. Nome científico: Epicrionops niger. Anfíbio de corpo fino e alongado, pele lisa e brilhante, não possui patas. Possui coloração marrom acinzentada. Medem cerca de 5 a 10 centímetros.

Perereca-arborícola-europeia (Hyla arborea).
Salamandra-vermelha (Pseudotriton ruber).
Cobra-cega (Epicrionops niger).

Página cento e oitenta e quatro

Imagem da cabeça de um camaleão de perfil em meio a folhas de planta. O camaleão é um réptil com pequenos olhos localizados nas laterais da cabeça e o corpo coberto por escamas pequenas. O camaleão da imagem tem as escamas coloridas por diversas cores. Os indivíduos possuem diversos tamanhos, a depender da espécie, mas podem chegar até 60 centímetros.

Répteis

Devido a características físicas e ecológicas, os répteis foram, durante algum tempo, classificados como um grupo formado por crocodilos, lagartos, cobras e tartarugas. Contudo, estudos baseados nas relações genéticas e evolutivas dos sêres vivos mostraram quê, considerando apenas esses representantes, o grupo réptil não é considerado monofilético. Isso significa quê ele não inclui todos os grupos quê descendem de um ancestral comum – no caso, as aves, quê compartilham um ancestral com crocodilos, tartarugas, cobras e lagartos, como ilustrado no cladograma a seguir.

Cladograma surge de uma raiz, chega ao ponto 'ancestral comum' que se bifurca entre o ramo das cobras e lagartos e outro ramo. Este se bifurca entre o ramo das tartarugas e outro que se bifurca entre o ramo dos crocodilianos e o ramo das aves. Ao lado estão ilustrações de uma cobra, uma tartaruga, o crocodilo e uma arara.

Elaborada com base em: URRY, Lisa A. éti áu. Campbell biology. 12. ed. Nova iórk: pírsom, 2020. p. 728.

Pela hipótese sugerida no cladograma, crocodilianos, tartarugas, cobras e lagartos compartilham um ancestral comum com as aves (nó laranja) (imagens sem escala; cores fantasia).

Os répteis, assim como as aves e os mamíferos, apresentam diversas adaptações quê lhes permitem viver em ambientes exclusivamente terrestres. Uma das principais características é a presença de um ovo com casca resistente ao ressecamento, contendo uma série de anexos embrionários quê garantem as condições necessárias para o desenvolvimento do embrião em ambiente terrestre. Entre esses anexos está o âmnio, quê protége o embrião de choques mecânicos e desidratação. êste anexo deu origem ao nome do grupo quê inclui esses animais, os amniotas.

Apresentam também respiração exclusivamente pulmonar, péle espessa revestida por escamas córneas de quêratina ou placas, que os protége do ressecamento. Além díssu, produzem menor volume de urína, o quê ajuda na conservação de á gua no organismo, importante para ambientes secos.

PENSE E RESPONDA

5 Ao analisar o cladograma, o quê é possível concluir sobre a relação filogenética entre os répteis (lagartos, cobras, tartarugas, crocodilos) e as aves?

Página cento e oitenta e cinco

Linhagens ancestrais de serpentes apresentavam quatro membros. No entanto, ao longo de sua evolução, os membros foram perdidos.

A maior parte dos répteis atuáis tem quatro membros, utilizados para sua locomoção. As serpentes, no entanto, não apresentam membros e locomovem-se por meio de movimentos ondulatórios quê promóvem seu rastejamento sobre o solo. Parte das espécies possui dentes, e algumas serpentes apresentam presas inoculadoras de peçonha.

Os répteis podem sêr organizados em: quelônios, crocodilianos e escamados.

Os quelônios são representados por tartarugas e cágados, de hábitos aquáticos, e por jabutis, de hábitos terrestres. Esses animais possuem carapaça, formada por vértebras e costelas fundidas, cobertas por placas de quêratina, quê lhes confere proteção. As tartarugas não apresentam dentes e são dotadas de membros modificados em nadadeiras, que auxiliam sua movimentação na á gua.

Fotografia de um jabuti ao ar livre andando sobre um chão de pedras. Possui um casco que envolve todo o seu corpo, com aberturas apenas para suas patas e cabeça. O casco é liso, mas a pele é seca e enrugada. O comprimento dos indivíduos podem variar de 15 a 37 centímetros.

Jabuti-do-deserto (Gopherus agassizii).

Os crocodilianos são representados pêlos jacarés, crocodilos e gaviais. Seu corpo é revestido por placas córneas. Eles apresentam dentes e são dotados de membranas entre os dedos, quê auxiliam sua locomoção no interior dos corpos d’água, onde podem passar boa parte do tempo.

Fotografia de um jacaré à beira de um corpo d'água. É um réptil com focinho longo, fazendo com que a cabeça tenha um formato de seta. A mandíbula é proeminente, a cauda e o torso são robustos. Possuem entre dois e três metros de comprimento.

Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).

Os escamados são representados pêlos lagartos e serpentes, quê possuem o corpo revestido por escamas. Apresentam dentes e, periodicamente, parte da epidérme dêêsses animais é trocada por outra.

Fotografia de um teiú sobre a grama com a língua bifurcada para fora. É um lagarto de corpo robusto e cauda longa. Possui o papo bem desenvolvido e pequenas pernas musculosas. Possuem cerca de 50 centímetros de comprimento.

Teiú (Tupinambis merianae).

DIÁLOGOS DA NATUREZA

Fossetas loreais: sensores térmicos das serpentes

Algumas espécies de serpentes apresentam fossetas loreais, quêo aberturas localizadas próximas aos olhos e às narinas, sensíveis ao calor irradiado por outros animais. Essas estruturas facilitam a identificação de presas no ambiente.

Fotografia de uma serpente enrolada em si mesma. Entre seus olhos e a boca, próximo às narinas, há um pequeno orifício que está indicado como fosseta loreal. É um réptil de corpo cilíndrico e alongado, coberto por pequenas escamas de cores diferentes, que formam um desenho padrão. A cabeça tem forma de seta, possui uma língua fina e bifurcada. Não possui patas. Esta espécie tem um comprimento médio entre 76 e 107 centímetros.

Fosseta loreal em cascavel (Crotalus molossus).

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Física. Mais informações nas Orientações para o professor.

Página cento e oitenta e seis

Aves

As aves são descendentes de um ancestral comum aos répteis e, ao longo de sua evolução, desenvolveram diversas adaptações, muitas das quais estão relacionadas ao voo. Entre elas estão o corpo em formato aerodinâmico, que reduz a resistência do ar; revestimento de penas; e membros anteriores modificados em asas. A movimentação das asas é realizada por músculos peitorais bem desenvolvidos, quê conferem a fôrça necessária para o vôo.

As penas também auxiliam na manutenção da temperatura do corpo, reduzindo as perdas de calor para o ambiente. Além díssu, podem apresentar uma camada oleosa quê confere impermeabilização, uma característica importante para espécies com hábitos aquáticos. Elas também podem estar relacionadas à atração de parceiros para a reprodução.

Outro fator importante é o esqueleto formado por óssos pneumáticos, quê possuem cavidades preenchidas por ar, reduzindo sua densidade corporal. As aves não apresentam bexiga urinária nem dentes, características quê, aliadas ao esqueleto menos denso, contribuem para a redução da massa corporal, favorecendo o vôo.

Ilustração de uma pena de ave de coloração branca e verde. A pena é alongada, com as pontas mais finas do que o meio. Estão indicados na imagem a raque e as barbas.

Elaborada com base em: BRUSH, élam H.; PRUM, ríchard O. Which came first, the feather or the bird? Saentífic Américam, [s. l.], v. 288, n. 3, p. 84-93, 2003.

Representação da estrutura de uma pena, do seu eixo central, denominado raque, partem filamentos, chamados de barbas (imagem sem escala; cores fantasia).

O sistema respiratório das aves também é adaptado ao vôo, sêndo capaz de suprir as altas demandas metabólicas associadas a essa atividade. Esse sistema conta com sacos aéreos, estruturas quê atuam como reservatórios de ar. Analise a respiração das aves no esquema a seguir.

Fotografia de um osso alongado cortado longitudinalmente, deixando exposto seu interior, o qual apresenta muitas cavidades. A extremidade dele apresenta cavidades menores, enquanto o resto apresenta cavidades maiores.

Osso pneumático de uma ave. O kórti mostra a estrutura interna com espaços vazios.

São necessários dois ciclos respiratórios para quê o ar inspirado percorra todo o sistema respiratório das aves. Nesse processo, a maior parte do ar inspirado é armazenada nos sacos aéreos posteriores (1). Durante a primeira expiração, o ar oxigenado flui dos sacos aéreos para os pulmões (2) e, em seguida, é coletado nos sacos aéreos anteriores (3). Na segunda expiração, o ar dos sacos aéreos anteriores é expelido (4), otimizando as trocas gasosas.

Esquema representando o fluxo de ar no sistema respiratório de uma ave. O sistema é composto por sacos aéreos anteriores (3) localizados na parte superior do corpo, pulmões (2) localizados na região central do corpo e sacos aéreos posteriores (1) localizados na parte inferior do corpo. O fluxo de ar está representado por setas.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 939.

Representação do sistema respiratório de uma ave (imagem sem escala; cores fantasia).

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ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

píngüins, avestruzes, emas e kiuís são exemplos de aves quê não voão. Mas você conhece o Kakapo? Assista ao vídeo sobre êste animal no sáiti a seguir.

Kakapo: o papagaio mais pesado do mundo e não voa. Publicado por: Descobrindo animais PT. Vídeo (4 min). Disponível em: https://livro.pw/jordz. Acesso em: 26 ago. 2024.

É possível acionar a legenda no vídeo. Caso precise da janela de Libras, sugere-se o uso de ferramentas digitais como o VLibras (Disponível em: https://livro.pw/noesn. Acesso em: 8 maio 2025.)

Além dessas adaptações diretamente ligadas ao vôo, as aves também apresentam pernas e pés revestidos por escamas córneas, semelhantes às dos répteis, e um bico adaptado às suas necessidades alimentares, variando de espécie para espécie.

Composição de 3 fotografias. A. Pelicano com um peixe dentro da boca flutuando em um corpo d'água. É uma ave aquática de corpo robusto, asas grandes, pescoço longo, olhos nas laterais da cabeça, bico comprido, reto e levemente curvado na ponta. A parte inferior do bico possui uma grande bolsa de pele elástica. Mede cerca de 1,5 metros. B. Águia-sapateira pousada em um chão de grama. É uma ave de rapina com cabeça pequena e arredondada, com olhos voltados para a frente. O pescoço é curto e o corpo alongado. As asas são largas e longas. As pernas são compridas e finas, terminando em garras afiadas. O bico é pequeno e curvado na ponta. Mede cerca de 50 centímetros de comprimento e 120 centímetros de envergadura de asa. C. Pica-pau-verde-rubro pousado sobre um galho. É um pássaro de cabeça pequena e arredondada, olhos nas laterais da cabeça, pescoço curto e grosso. O corpo é alongado e com peito largo. As pernas são curtas e finas. O bico é curto e reto. Mede cerca de 28 centímetros.

Pelicano (Pelecanus sp.), seu bico é alongado e possui uma bolsa extensível, possibilitando a captura e o armazenamento de peixes (A). Águia-sapateira (Circus aeruginosus), seu bico é curvo e afiado, o quê o auxilia a dilacerar os tecídos de suas presas (B). Pica-pau-verde-rubro (Melanerpes lewis), seu bico é forte e reto, o quê o auxilia a perfurar a madeira para encontrar pequenos invertebrados (C).

DIÁLOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Física. Mais informações nas Orientações para o professor.

Endotermia e ectotermia

Aves e mamíferos são animais endotérmicos, ou seja, dependem de uma fonte interna de calor, quê é produzido através do metabolismo para manter suas funções vitais. Essa característica, associada a mecanismos de dissipação do calor, permite quê mantenham uma tempera-túra corporal estável, independentemente da variação da tempera-túra externa. Por outro lado, répteis, anfíbios e a maior parte dos peixes são ectotérmicos, e dependem de fontes externas de calor, como o Sol, para regular sua tempera-túra. Além díssu, sua tempera-túra corporal varia conforme as condições ambientais. Ambos os grupos, no entanto, adotam comportamentos específicos para regular sua tempera-túra, como buscar sombra ou sól.

Gráfico de linha 'Endotermia e Ectotermia'. O eixo vertical representa a temperatura corporal em graus Celsius. O eixo horizontal representa a temperatura ambiental em graus Celsius. A ilustração de uma lontra representa os animais endotérmicos e uma ilustração de um peixe ósseo representa os animais ectotérmicos. Os dados são os seguintes: Mamífero: Temperatura ambiental: 4 graus Celsius, temperatura corporal: 39 graus Celsius. Temperatura ambiental: 10 graus Celsius, temperatura corporal: 39 graus Celsius. Temperatura ambiental: 20 graus Celsius, temperatura corporal: 40 graus Celsius. Temperatura ambiental: 30 graus Celsius, temperatura corporal: 40 graus Celsius. Temperatura ambiental: 40 graus Celsius, temperatura corporal: 40 graus Celsius. Peixe ósseo: Temperatura ambiental: 2 graus Celsius, temperatura corporal: 2 graus Celsius. Temperatura ambiental: 10 graus Celsius, temperatura corporal: 10 graus Celsius. Temperatura ambiental: 14 graus Celsius, temperatura corporal: 14 graus Celsius. Temperatura ambiental: 29 graus Celsius, temperatura corporal: 29 graus Celsius. Temperatura ambiental: 33 graus Celsius, temperatura corporal: 34 graus Celsius.

Fonte: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 875.

Representação da variação da tempera-túra corporal de animais endotérmicos e de animais ectotérmicos, diante da variação da tempera-túra ambiental (imagens sem escala; cores fantasia).

Página cento e oitenta e oito

Vídeo: Nutrição de filhotes recém-nascidos.

Mamíferos

Os mamíferos são amniotas quê possuem glândulas mamárias produtoras de leite, utilizado para alimentar os filhotes até cérto estágio de seu desenvolvimento. Outras glândulas também estão presentes, como as sebáceas, quê produzem sebo; as sudoríparas, quê produzem suor; e as odoríferas, quê produzem odores para comunicação, demarcação de território e defesa.

Outra característica exclusiva é a presença de pêlos, quê podem revestir completamente o corpo ou serem restritos a algumas regiões. Os pêlos são importantes para minimizar a perda de calor para o ambiente, auxiliando na manutenção da tempera-túra corporal. Algumas espécies exibem pêlos modificados, como os porcos-espinhos, cujas cerdas duras auxiliam na defesa. O fôcínho de muitos mamíferos apresenta vibrissas, popularmente chamadas de bigodes, com função sensorial tátil.

A péle dos mamíferos apresenta queratina, uma proteína quê auxilia a minimizar a perda de á gua para o ambiente. A queratina também constitui unhas, garras e cascos, estruturas importantes para a locomoção, a alimentação e a defesa.

Os mamíferos, em geral, possuem cérebros proporcionalmente maiores em relação ao corpo, comparados a muitos outros grupos de vertebrados. Assim como as aves, eles têm um cuidado parental mais prolongado com os filhotes, de maneira quê possam aprender habilidades importantes para sua sobrevivência.

Os mamíferos podem sêr agrupados em: monotremados, marsupiais e placentários.

Os monotremados são representados pêlos ornitorrincos e pelas equidnas. Esses mamíferos não apresentam mamilos; o leite é secretado por meio de ductos quê se abrem na péle. Além díssu, eles põem ovos e possuem uma cloaca, uma abertura única para os sistemas digestório, urinário e genital.

Fotografia de um ornitorrinco flutuando na água de barriga para baixo. Animal tem pelos, cauda achatada, quatro patas com nadadeiras e um focinho com forma de bico.

Ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus).

Os marsupiais são representados pêlos cangurus, coalas e gambás. No geral, esses mamíferos apresentam um marsúpio, uma bolsa de péle situada no ventre da mãe, na qual os filhotes completam o desenvolvimento.

Os placentários compreendem a maior diversidade de mamíferos. Correspondem aos animais cujo desenvolvimento embrionário ocorre no interior da placenta. Alguns exemplos são: macaco, coelho, golfinho, morcêgo, tamã-duá, lobo, onça e outros.

Fotografia de um canguru fêmea de pé carregando o filhote em seu marsúpio em meio à natureza. É um mamífero de pelo curto, pés e pernas grandes, braços pequenos e rabo comprido. Se apoia apenas sobre seus pés.

Canguru (Macropus sp.) com filhote no marsúpio.

Fotografia de uma onça-pintada de pé sobre um tronco de árvore caído no chão. Em segundo plano, há uma mata. A onça é um grande felino de pelo curto, de cor clara com manchas pretas que formam um padrão arredondado na maior parte do corpo. Dentro deste padrão existem pequenas pintas.

Onça-pintada (Panthera onca).

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Peixes da classe dipnoi, como a piramboia, também realizam respiração pulmonar em algumas condições, como quando há baixo nível de gás oxigênio dissolvido na á gua.

Alguns anfíbios, como o axolote (Ambystoma mexicanum), exibem brânquias na fase adulta.

Respiração de vertebrados

Nos vertebrados, as trocas gasosas podem sêr realizadas através da péle ou por estruturas específicas, como as brânquias e os pulmões.

Esquema representando a respiração branquial de um osteícte. Está indicado no peixe o opérculo, estrutura arredondada que cobre uma abertura lateral na cabeça e protege os arcos branquiais.  Na imagem, o peixe possui 4 arcos branquiais, um deles está ampliado em detalhe com os vasos sanguíneos indicados dentro dele e filamentos branquiais projetando-se dele. Ampliado em detalhe, está o corte transversal de um dos filamentos. Ele é formado por lâminas de capilares sanguíneos conectadas a dois vasos sanguíneos, um carrega o sangue rico em oxigênio, o outro carrega o sangue pobre em oxigênio. O fluxo de água está representado por setas. A água entra pela boca, passa pelos filamentos branquiais e sai pelo opérculo.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 935.

Representação da respiração branquial de um osteícte (imagens sem escala; cores fantasia).

Respiração cutânea

Em alguns peixes, como o peixe-bruxa, e nos anfíbios, como sapos, rãs e salamandras, as trocas gasosas ocorrem através da sua péle em conjunto com outras formas de respiração. Alguns invertebrados, como a minhoca e certos equinodérmos também realizam respiração cutânea.

Respiração branquial

Nos peixes e nos anfíbios, durante sua fase larval, as trocas gasosas ocorrem por meio das brânquias, quê são evaginações da superfícíe do corpo. Como exemplo, considere a respiração branquial de um osteícte. A á gua entra pela bôca do animal e passa pelas brânquias, quê são vascularizadas. O sangue circulante recebe o gás oxigênio da á gua e elimina o gás carbônico. A á gua segue em direção ao meio externo pelo opérculo.

Respiração pulmonar

Em animais terrestres, como boa parte dos anfíbios adultos, répteis, aves e mamíferos, as trocas gasosas ocorrem por meio dos pulmões. Dependendo do grupo considerado, os pulmões podem apresentar muitas ramificações, aumentando as superfícies de trocas gasosas.

De modo geral, na respiração pulmonar, o ar é inspirado pela bôca e/ou narinas e direcionado aos pulmões. Em regiões vascularizadas dos pulmões, o sangue circulante recebe o gás oxigênio do ar e elimina o gás carbônico. O ar é eliminado do organismo na expiração. Como exemplo, considere a respiração pulmonar de um anfíbio. Nesses animais, o ar quê entra pelas narinas enche a parte inferior da cavidade bucal (1), e, ao pressionar o assoalho da cavidade bucal, o ar é empurrado para os pulmões (2). Após as trocas gasosas, o ar é eliminado do organismo a partir da contração da musculatura da parede corporal e pelo recuo elástico dos pulmões (3).

Esquema representando o fluxo de ar no sistema respiratório de um anfíbio.  O sistema é composto pelo assoalho bucal (2) localizado próximo à boca (1) e pelos pulmões (3) localizados na região do tórax do animal. O fluxo de ar é representado por setas.

Elaborada com base em: HICKMAN, Cleveland P. éti áu. Princípios integrados de zoologia. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2009. p. 523.

Representação da respiração de um anfíbio (imagem sem escala; cores fantasia).

Retome quê as aves apresentam sacos aéreos, quê aumentam a eficiência das trocas gasosas realizadas pêlos pulmões.

Página cento e noventa

Circulação de vertebrados

Os sistemas circulatórios dos animais podem sêr abertos ou fechados. O sistema circulatório aberto leva êste nome porque o sangue ou a hemolinfa não permanéce no interior de vasos sangüíneos durante todo o seu percurso, sêndo bombeado para regiões do corpo, diretamente sobre tecídos e órgãos. Os artrópodes e alguns moluscos possuem sistemas circulatórios abertos.

Hemolinfa
: líquido quê permeia as células e desempenha funções semelhantes às do sangue.

No sistema circulatório fechado, o sangue permanéce durante todo o percurso no interior de vasos sangüíneos, não entrando em contato direto com tecídos e órgãos. A minhoca, a lula, o polvo e todos os vertebrados possuem sistemas circulatórios fechados.

Nos vertebrados, os vasos sangüíneos são as artérias e suas ramificações, quê carregam o sangue quê sai do coração; veias e suas ramificações, quê levam o sangue ao coração; e capilares sangüíneos, vasos microscópicos em quê ocorrem trocas gasosas.

A circulação do sangue é impulsionada pelo bombeamento do coração. Esse órgão é dividido em duas câmaras distintas: o átrio, quê recebe o sangue quê entra no coração; e o ventrículo, quê bombeia o sangue para fora do coração. A quantidade de átrios e ventrículos do coração, bem como o modo como a circulação ocorre, varia entre os vertebrados.

A maioria dos peixes ósseos e cartilaginosos apresenta circulação simples, na qual o sangue percórre o corpo passando somente uma vez pelo coração em um ciclo completo. Nesses peixes, o coração é dividido em um átrio e um ventrículo, e bombeia o sangue em direção às brânquias para sêr oxigenado. O sangue oxigenado é distribuído pelo corpo, levando gás oxigênio às células, quê, por sua vez, libéram gás carbônico. O sangue, agora com baixa concentração de gás oxigênio, retorna ao coração.

Esquema representando o sistema circulatório dos peixes. O sangue passa pelos capilares branquiais, recebe oxigênio, passa pelos capilares do corpo e segue pobre em oxigênio pela veia até o coração. Ele entra pelo átrio, passa pelo ventrículo e sai do coração pela artéria e volta para os capilares branquiais para receber oxigênio.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 919.

Representação da circulação em peixes. As setas indicam o sentido da circulação (imagem sem escala; cores fantasia).

Os peixes pulmonados (Dpinoi) possuem circulação dupla.

Os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos apresentam circulação dupla, na qual o sangue percórre o corpo passando duas vezes pelo coração em um ciclo completo. Contudo, existem algumas variações.

Os anfíbios possuem o coração dividido em dois átrios (esquerdo e direito) e um ventrículo. Nesses animais, o coração bombeia sangue com baixa concentração de gás oxigênio em direção à péle e aos pulmões, onde é oxigenado. O sangue oxigenado retorna ao coração. O coração, então, bombeia o sangue oxigenado para sêr distribuído pelo corpo. O sangue com baixa concentração de gás oxigênio retorna ao coração.

Nos anfíbios, como existe apenas um ventrículo, ocorre a mistura parcial do sangue oxigenado com o sangue de baixa oxigenação quê é recebida pêlos dois átrios.

Esquema representando o sistema circulatório dos anfíbios. O sangue recebe oxigênio nos capilares pulmonares para e na pele, seguindo para o átrio esquerdo e depois para o ventrículo, onde se mistura com o sangue pobre em oxigênio, e depois segue para os capilares do corpo, perdendo oxigênio. O sangue pobre em oxigênio segue para o coração, entrando pelo átrio direito, misturando-se com o sangue rico em oxigênio, para depois sair do coração e voltar aos capilares pulmonares e à pele para receber oxigênio.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 919.

Representação da circulação em anfíbios. As setas indicam o sentido da circulação (imagem sem escala; cores fantasia).

Solicite aos estudantes quê comparem o esquema de circulação dos peixes com os outros vertebrados para reforçar a diferença entre a circulação simples e a circulação dupla.

Página cento e noventa e um

O coração dos animais classificados como répteis é dividido em dois átrios (esquerdo e direito) e um ventrículo, quê é parcialmente separádo por um septo, ocasionando a mistura parcial de sangue. Os répteis possuem duas artérias quê levam o sangue ao corpo. No caso dos crocodilianos, o ventrículo é completamente dividido por um septo. Mesmo assim, ocorre a mistura parcial de sangue por meio de uma conexão existente entre as duas artérias quê saem do coração.

O coração das aves e mamíferos é dividido em dois átrios (esquerdo e direito) e dois ventrículos (esquerdo e direito). Nesses animais, o coração bombeia sangue com baixa concentração de gás oxigênio em direção aos pulmões, onde é oxigenado. O sangue oxigenado retorna ao coração, e, então, é bombeado para sêr distribuído pelo corpo. O sangue com baixa concentração de gás oxigênio retorna ao coração. Não há mistura de sangue: o sangue oxigenado circula nas câmaras esquerdas do coração, e o sangue com baixa oxigenação, nas câmaras direitas do coração.

Esquema representando o sistema circulatório dos répteis não crocodilianos. O sangue rico em oxigênio sai dos capilares pulmonares e vai até o coração, entra pelo átrio esquerdo, passa pelo ventrículo e se mistura parcialmente com o sangue pobre em oxigênio. Depois, sai do coração e vai para os capilares do corpo. O sangue misturado também sai do coração por uma artéria diferente e vai para os capilares do corpo. O sangue, agora pobre em oxigênio, volta ao coração pelo átrio direito, passa pelo ventrículo e sai do coração, voltando aos capilares pulmonares.

Elaborada com base em: páoguih, F. Harvey; Jênis, Christine M.; HEISER,John B. A vida dos vertebrados. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2008. p. 281.

Representação da circulação de répteis não crocodilianos. As setas indicam o sentido da circulação (imagem sem escala; cores fantasia).

Esquema representando o sistema circulatório dos mamíferos. O sangue rico em oxigênio sai dos capilares pulmonares, entra no coração pelo átrio esquerdo, passa para o ventrículo esquerdo e sai em direção aos capilares do corpo, onde fica pobre em oxigênio. Depois, segue de volta ao coração, onde entra pelo átrio direito, passa para o ventrículo direito e sai em direção aos capilares pulmonares.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 919.

Representação da circulação em mamíferos. As setas indicam o sentido da circulação (imagem sem escala; cores fantasia).

Reprodução de vertebrados

A maioria dos vertebrados possui reprodução sexuada, ou seja, quê envolve a participação de gametas. Nessa forma de reprodução, a união dos gametas póde ocorrer no ambiente, caracterizando a fecundação externa, ou no interior do corpo da fêmea, ao quê se denomina fecundação interna.

Após a fecundação, inicia-se o desenvolvimento do embrião quê dará origem a um novo organismo. Quando o desenvolvimento do embrião ocorrer fora do corpo da mãe, mas dentro de um ovo, o animal é denominado ovíparo. Já quando embrião se desen vólve no interior de um ovo, quê é mantido no corpo da mãe até a eclosão, o animal é designado ovovivíparo. Por fim, no caso de o desenvolvimento do embrião ocorrer no interior do corpo da mãe, a partir do qual obtém nutrientes, o animal é chamado de vivíparo.

PENSE E RESPONDA

6 Forme um grupo com seus côlégas e façam uma pesquisa sobre o tipo de fecundação e de desenvolvimento de um animal de cada grupo de vertebrados estudado. Escrevam o resultado de sua pesquisa no caderno e compartilhem-no com a turma.

Página cento e noventa e dois

ATIVIDADES

1. Cite as duas principais características dos cordados.

2. Em seu caderno, diferencie agnatos, condrictes e osteíctes, considerando suas principais características e representantes.

3. Quais são as principais adaptações das aves para o vôo?

4. Na Austrália, existe um zoológico onde os visitantes podem visualizar imagens tridimensionais (hologramas) dos animais, alguns em tamãnho real. Imagine quê você é o biólogo responsável por fornecer textos sobre as principais características dêêsses animais, quê serão exibidos aos visitantes durante a visita. escrêeva um texto utilizando as informações do qüadro 1 para cada um dos três animais listados no qüadro 2. Certifique-se de usar todos os termos do qüadro 1, associando-os corretamente ao animal descrito. Os termos podem se repetir nos textos. Se for preciso, faça uma pesquisa.

1

escamas placoides, mandíbula, ampolas de Lorenzini, quatro membros, respiração pulmonar, respiração branquial, endotérmico, ectotérmico, fecundação interna, circulação dupla, circulação simples, pêlos, ovíparo, vivíparo, tetrápode, amniota

2

tubarão, gambá, crocodilo

5. A ár-te rupestre compreende dêzê-nhôs e gravuras feitas pêlos sêres humanos em róchas e cavernas durante a pré-história. As representações freqüentemente incluem animais, figuras humanas e cenas de caça, refletindo as atividades cotidianas dessas populações humanas.

Pintura rupestre sobre rocha, de um animal quadrúpede com cascos nas patas, rabo e crina.

Desenho rupestre encontrado na ilha indonésia de sulavési, feito há cerca de 45 mil anos.

a) O desenho da imagem representa um animal. A partir das características ilustradas, é possível inferir quê esse animal pertence a qual grupo de vertebrados? Justifique sua resposta.

b) Que outras características dêêsse grupo não estão representadas no desenho?

6. Analise o trecho a seguir.

Anfíbios representam os vertebrados mais ameaçados do mundo

[...]

Os anfíbios dêsempênham papel fundamental na natureza e são importantes para a sobrevivência da espécie humana. Sapos, rãs e pererékas são predadores naturais, contribuindo no contrôle de vetores responsáveis pela propagação de doenças como dengue, chikungunya, malária e febre amarela. [...]

BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Instituto Nacional da Mata Atlântica. Anfíbios representam os vertebrados mais ameaçados do mundo. Brasília, DF: MCTI: INMA, 19 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/uivac. Acesso em: 15 set. 2024.

a) Os anfíbios são cordados vertebrados, apresentam um sistema circulatório fechado e uma circulação dupla. O quê isso significa?

b) Segundo o texto, o quê é possível dizêr sobre o papel dos anfíbios no ambiente?

c) Alguns cientistas afirmam quê os anfíbios são os primeiros a sentir as mudanças em um ambiente. Explique essa hipótese com base em seus conhecimentos sobre esses animais. Se necessário, realize uma pesquisa.

d) Você considera quê suas ações cotidianas podem levar animais à extinção? Pense sobre o assunto e escrêeva um texto com seus argumentos.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Em conjunto com a coordenação da escola, organize uma visita a um zoológico situado em sua cidade ou região. Durante a visita, registrem fotografias e façam anotações sobre akilo quê mais lhe chamou a atenção.

Página cento e noventa e três

Saiba mais

Pesca artesanal

A pesca artesanal constitui um modo de vida tradicional para muitas comunidades costeiras e ribeirinhas brasileiras, sêndo importante para a segurança alimentar, a geração de renda e a manutenção da identidade cultural local.

Essa população tradicional, presente ao longo de toda a costa brasileira, bem como ao longo de rios, lagos e lagoas, vive da pesca em pequena escala. Os animais capturados são destinados ao consumo da família, da comunidade ou à venda no comércio local.

Os pescadores artesanais possuem uma relação de respeito com o ambiente, pois dependem da preservação das relações existentes na natureza para manter o bom dêsempênho de suas atividades. Para realizar a pesca, eles detêm amplo conhecimento sobre o ambiente. Sabem quê as fases da Lua influenciam as marés, quê afetam diretamente a pesca no mar. Também conhecem a dinâmica dos ventos e como eles podem influenciar a pesca. Sabem em quais épocas do ano podem pescar, onde, o quê e como pescar. êste conhecimento ajuda a evitar o declínio de populações de peixes e outros animais.

Entre as espécies de á gua salgada mais comumente comercializadas estão a tainha, a sardinha, o badejo, o robalo e o camarão. Entre as espécies de á gua doce, destacam-se o tucunaré, o pirarucu, o piau, o tambaqui, o dourado, o pintado e o pacú.

A pesca artesanal, portanto, não só sustenta muitas comunidades, mas também preserva tradições culturais e ecológicas fundamentais para a diversidade de sêres vivos e a conservação dos éco-sistemas aquáticos.

Fotografia de dois homens sobre um barco no mar. Um deles está sentado e o outro está de pé segurando uma rede de pesca.

Pesca artesanal em Salinas das Margaridas (BA), 2021.

ATIVIDADES

1. Como os conhecimentos tradicionais dos pescadores artesanais contribuem para a conservação dos éco-sistemas aquáticos e a gestão sustentável dos recursos pesqueiros?

2. Uma maneira eficaz de apoiar uma comunidade tradicional é divulgar sua cultura e côstúmes Para isso, elabore um podcast sobre uma comunidade de pescadores artesanais de sua região ou estado. Entre em contato com seus representantes e agende uma entrevista. Prepare um roteiro detalhado, abordando aspectos como o modo de vida, as técnicas de pesca utilizadas, a relação com o ambiente e outras particularidades da comunidade.

Página cento e noventa e quatro

TEMA
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Plantas

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Leia as manchetes a seguir.

Lanterna-de-fada: Planta rara quê não faz fotossíntese é descoberta no Japão

LANTERNA-de-fada: Planta rara quê não faz fotossíntese é descoberta no Japão. Galileu, São Paulo, 4 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/snfdm. Acesso em: 26 set. 2024.

Fotografia de uma flor lanterna-de-fada sobre a terra. A forma de suas pétalas tem cor alaranjada, são finas e alongadas, com extremidades levemente curvadas para fora. A planta tem tamanho total de um centímetro, o diâmetro da flor tem cerca de 2,5 milímetros.

Lanterna-de-fada (Relictithismia kimotsukiensis).

Botânicos descobrem nova espécie de planta por foto em rê-de social

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto de Pesquisas Jardim botâneco do Rio de Janeiro. Botânicos descobrem nova espécie de planta por foto em rê-de social. Brasília, DF: MMA: JBRJ, 4 set. 2023. Disponível em: https://livro.pw/aghxr. Acesso em 26 set. 2024.

Fotografia de duas flores, cada uma com seis pétalas iguais que saem de um miolo em comum.

Orquídea Merianthera calyptrata.

Nova espécie de orquídea com “pétalas de vidro” é descoberta no Japão

WEISBERGER, Mindy. Nova espécie de orquídea com “pétalas de vidro” é descoberta no Japão. CNN Brasil, São Paulo, 18 mar. 2023. Disponível em: https://livro.pw/fqtkc. Acesso em: 26 set. 2024.

Fotografia da orquídea pétalas-de-vidro, suas sépalas e pétalas formam uma espécie de tubo. As pétalas são finas e brilhantes. Apresenta labelo, a pétala modificada típica das orquídeas, que se destaca no centro da flor. As pétalas medem cerca de 3 a 4 milímetros de comprimento.

Orquídea pétalas-de-vidro (Spiranthes hachijoensis).

Nova espécie de maracujá é descoberta em unidade de conservação no Ácri

MUNIZ, Tácita. Nova espécie de maracujá é descoberta em unidade de conservação no Ácri. G1, [s. l.], 30 jan. 2023. Disponível em: https://livro.pw/mlatq. Acesso em: 22 set. 2024.

Fotografia do detalhe da flor do maracujá evidenciando o carpelo e os estames.

Flor de maracujá (Passiflora acreana).

Existe uma grande diversidade de plantas ao redor do mundo. Até o momento, foram descritas cerca de 350 mil espécies de plantas. Esse número continua a crescer à medida quê novas pesquisas são realizadas, como representado pelas reportagens.

Em meio a essa diversidade de plantas, é possível reconhecer diversas estruturas, com formas e funções variadas. Algumas dessas estruturas são compartilhadas por diferentes grupos de plantas, enquanto outras são exclusivas, como estudaremos neste Tema.

PENSE E RESPONDA

1 Você já se deparou com uma manchete quê comunicava a descoberta de uma nova espécie de planta? Converse com os côlégas.

2 As flores podem apresentar formatos variados, como o da nova espécie de orquídea citada, quê é tão delicada e frágil quê foi associada ao vidro. Que outras plantas com flores você conhece? dêz-creva o formato dessas flores a um colega.

3 O maracujá é um fruto produzido pelo maracujazeiro. Em sua opinião, todas as plantas produzem frutos?

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Características gerais das plantas

As plantas são sêres eucariontes, pluricelulares, formadas por células com parede celular. Grande parte das células também apresenta clorofila. Elas são autótrofas e realizam fotossíntese, com algumas exceções, como a lanterna-de-fada, quê obtém seus nutrientes a partir de uma associação com fungos presentes em suas raízes.

Algumas espécies parasitas absorvem nutrientes de seus hospedeiros, como o cipó-chumbo

(Cuscuta racemosa).

As plantas são utilizadas como alimento por diversos sêres vivos, participam do ciclo da á gua, auxiliam na regulação do clima e na manutenção da qualidade do solo, da á gua e do ar.

Outra característica das plantas é a sua origem a partir de um embrião multicelular, quê, inicialmente, desenvolve-se no interior de tecídos parentais. A evolução dessa característica trousse vantagens às plantas, pois, ao se desenvolver no interior de tecídos parentais, o embrião é protegido de condições ambientais extremas, além de receber nutrientes.

Por se originarem a partir de um embrião multicelular, as plantas são denominadas embriófitas.

No ciclo de vida das plantas, ocorre a alternância de gerações. Isto é, duas gerações de organismos pluricelulares, uma haploide (n) e outra diploide (2n), alternam-se ao longo de seu ciclo de vida, como mostra o esquema a seguir.

Se necessário, retome os conceitos haploide e diploide, apresentados no Tema 3 da Unidade 1.

Esquema representando a alternância de gerações das plantas. Setas que formam um círculo indicam a mudança de fase. 1. A geração haploide (n) é denominada gametófito. Nela, ocorre a produção de gametas (n) masculinos e femininos, por mitose. 2. A fecundação dos gametas resulta em um zigoto (2n), que irá se desenvolver e formar o esporófito (2n). 3. O esporófito corresponde à geração diploide (2n). Nessa geração, ocorre a produção de esporos (n) por meiose. 4. Os esporos compreendem células reprodutivas capazes de desenvolver um novo organismo de forma independente, ou seja, sem a necessidade de fecundação. No caso, os esporos se desenvolvem e originam o gametófito, reiniciando o ciclo.

Os gametas femininos e os gametas masculinos são produzidos por estruturas distintas. No caso, são os gametângios femininos e masculinos, respectivamente.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 614.

Representação da alternância de gerações das plantas.

Origem e evolução das plantas

As plantas evoluíram a partir de algas verdes ancestrais do grupo das carófitas, há cerca de 470 milhões de anos. Esses ancestrais provavelmente viviam em águas rasas, próximas às margens de lagos e lagoas, onde nem sempre permaneciam submersos e, ocasionalmente, ficavam expostos ao ar.

Com o passar do tempo, ao longo do processo evolutivo, essas algas acumularam características quê permitiram às primeiras plantas vivêrem permanentemente em ambiente terrestre, acima da linha da á gua.

As primeiras plantas terrestres exibiam dependência da á gua para a reprodução; e o corpo não apresentava suporte estrutural contra a gravidade. Ao longo do tempo, com a evolução de diferentes características vantajosas à sobrevivência no ambiente terrestre, as plantas se diversificaram e ampliaram a colonização dêêsse ambiente.

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ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Você sabe diferenciar uma planta aquática de uma alga? Acesse o sáiti e descubra as adaptações das plantas ao ambiente aquático e suas diferenças em relação às algas.

As algas são plantas aquáticas? Publicado por: Edevo Dárvim. Disponível em: https://livro.pw/vikys. Acesso em: 2 maio 2025.

Os representantes atuáis das plantas terrestres podem sêr agrupados em: plantas avasculares, plantas vasculares sem sementes e plantas vasculares com sementes. Analise o cladograma a seguir, quê representa uma hipótese proposta para as relações evolutivas entre esses grupos.

Cladograma inicia na raiz e vai até o ponto 1, origem das plantas terrestres, onde se bifurca e dá origem ao ramo das Hepáticas. O outro ramo segue até próximo nó, onde se bifurca e dá origem ao ramo dos Musgos. O outro ramo segue até próximo nó, onde se bifurca e dá origem ao ramo dos Antóceros. O próximo ramo segue até o nó 2, origem das plantas vasculares, onde se bifurca e dá origem ao ramo das Licófitas. O outro ramo segue até próximo nó, onde se bifurca e dá origem ao ramo das Pteridófitas. O outro ramo segue até o nó 3, origem das plantas com sementes atuais, onde se bifurca e dá origem ao ramo das Gminospermas e das Angiospermas. Abaixo do cladograma há uma linha que representa o tempo em milhões de anos atrás. 1. A origem das plantas terrestres ocorreu aos 475 milhões de anos atrás. 2. A origem das plantas vasculares ocorreu aos 425 milhões de anos atrás. 3. A origem das plantas com sementes atuais ocorreu aos 300 milhões de anos atrás. Os grupos de plantas avasculares, briófitas, são: hepática, musgos e antóceros. Os grupos de plantas vasculares são: licófitas, pteridófitas, gminospermas e angiospermas. As licófitas e pteridófitas são plantas vasculares sem semente. As gminospermas e angiospermas são plantas vasculares com sementes.

Elaborada com base em: URRY, Lisa A. éti áu. Campbell biology. 12. ed. Nova iórk: pírsom, 2020. p. 623.

Cladograma quê representa uma das hipóteses das relações evolutivas das plantas.

As plantas avasculares são as plantas terrestres mais antigas na escala evolutiva. Elas não apresentam estruturas especializadas na condução de á gua e produtos da fotossíntese. Atualmente, são representadas pelas hepáticas, pêlos musgos e pêlos antóceros, reunidos em um grupo não monofilético conhecido por briófitas.

As plantas vasculares são plantas terrestres quê apresentam vasos condutores de á gua e produtos da fotossíntese. As plantas vasculares mais antigas na escala evolutiva não apresentavam sementes. Atualmente, elas são representadas pelas licófitas e pelas pteridófitas.

O surgimento das sementes é um importante evento evolutivo. Elas carregam o embrião da planta, fornecendo proteção e nutrientes para o seu desenvolvimento. As sementes estão presentes nas plantas vasculares mais recentes na escala evolutiva, representadas pelas giminospérmas e pelas angiospérmas.

As sementes das giminospérmas não são protegidas ou envolvidas por outras estruturas. Já as sementes das angiospérmas estão protegidas no interior de frutos, os quais, juntamente às flores, compreendem estruturas exclusivas dêêsse grupo.

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Briófitas

Algumas espécies, como a Syntrichia caninervis, vivem em ambientes secos, como os desertos.

As briófitas são representadas pêlos musgos, pelas hepáticas e pêlos antóceros. Elas são freqüentemente encontradas em ambientes úmidos e sombreados, mas não se restringem a eles. Embora o termo briófita seja utilizado para se referir às plantas avasculares, é importante destacar quê as briófitas não correspondem a um grupo monofilético.

Essas plantas não apresentam raiz, cáule e fô-lha especializados (verdadeiros), mas estruturas similares, chamadas de rizoides, cauloides e filoides. Os rizoides ancoram a planta no substrato. Os cauloides sustentam os filoides, quê, por sua vez, são clorofilados e realizam a fotossíntese. A absorção de á gua e sais minerais costuma ocorrer diretamente do ambiente, ao longo de todo o corpo das briófitas. Em algumas espécies, esse processo póde sêr auxiliado por cértas estruturas presentes nos cauloides e nos filoides.

De modo geral, as briófitas não atingem grandes dimensões. Seu crescimento em altura é limitado porque não apresentam estruturas rígidas de sustentação do corpo, quê ofereceriam suporte contra a gravidade. Outro fator para a limitação de seu crescimento é a ausência de vasos condutores, quê possibilitariam o transporte de á gua, sais e nutrientes a longas distâncias. Nesse caso, o transporte dessas substâncias é feito célula a célula, por difusão.

Fotografia das estruturas reprodutivas do musgo Polytrichum commune. É uma planta que forma um tapete denso com numerosos caules eretos e finos, que crescem verticalmente a partir do solo. Os caules são cobertos por folhas pequenas, estreitas e pontiagudas, dispostas em espiral ao redor do caule. As estruturas reprodutivas são cápsulas ovais com uma ponta fina, na extremidade de hastes finas, que se projetam acima do corpo da planta. Podem atingir até 70 centímetros de altura, porém são mais comuns os indivíduos de altura entre 5 e 10 centímetros.

Musgo (Polytrichum commune).

Reprodução das briófitas

As briófitas são dependentes da á gua para a reprodução, pois a á gua é o meio utilizado para locomoção dos gametas masculinos, liberados por um indivíduo no ambiente, até o gameta feminino de outro indivíduo. Esse é um dos motivos pêlos quais essas plantas são comuns em ambientes úmidos.

No ciclo de vida das briófitas, o gametófito é a geração dominante, ou seja, é mais duradoura quê o esporófito. No gametófito, existem estruturas responsáveis pela produção de gametas, chamadas gametângios. O gametângio masculino é denominado anterídio e produz os anterozoides (gametas masculinos). O gametângio feminino é denominado arquegônio e produz a oosfera (gameta feminino).

O esporófito é pouco duradouro e permanéce ligado ao gametófito, do qual é nutricionalmente dependente.

Fotografia das partes reprodutoras da planta hepática. É uma planta que cresce rente ao solo, com corpo achatado e bordas irregulares. As estruturas reprodutivas têm um formato de guarda-chuva, nascem da parte de cima da planta e formam hastes com uma estrutura nas pontas. Podem medir até 10 centímetros de comprimento.

Hepática (Marchantia polymorpha).

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Como exemplo, analise o ciclo de vida de um musgo.

Esquema representando o ciclo de vida de um musgo. 1. Sobre o gametófito feminino n, forma-se o arquegônio. Sobre o gametófito masculino n, forma-se o anterídio. 2. O arquegônio produz a oosfera e o anterídio produz inúmeros anterozoides. 3. Os anterozoides são liberados no ambiente. Como são flagelados, locomovem-se até a oosfera por meio da água. 4. No interior do arquegônio, ocorre a fecundação. O zigoto 2 n se desenvolve em um esporófito jovem 2 n, que cresce sobre o gametófito. 5. Na extremidade do esporófito maduro 2 n, forma-se o esporângio. 6. O esporângio produz milhares de esporos n, os quais são liberados no ambiente. 7. Em condições favoráveis, os esporos germinam e originam gametófitos (masculinos ou femininos). Fechando o ciclo.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 619.

Representação do ciclo de vida de um musgo (imagens sem escala; cores fantasia).

Pteridófitas

As pteridófitas são plantas vasculares, assim como as giminospérmas e as angiospérmas. Contudo, as pteridófitas não produzem sementes. São representadas pelas samambaias, avencas, cavalinhas e samambaiaçus. Elas podem ocupar diversos ambientes, mas são mais freqüentes em locais úmidos.

Fotografia de uma samambaia sobre um chão de folhas secas. É uma planta cujas folhas são formadas por diversos folíolos dispostos lado a lado. Os folíolos apresentam margens levemente onduladas e nervuras finas visíveis. As folhas crescem a partir de um caule subterrâneo. Mede cerca de 90 centímetros de altura e largura.

samambáia (Rumohra adiantiformis).

Fotografia de uma avenca sobre rochas. É uma pteridófita, com folhas finas e pequenas em formato de leque. Os ramos onde estão as folhas são finos e escuros. Tem cerca de 10 a 40 centímetros de altura.

Avenca (Adiantum capillus-veneris).

Fotografia de um samambaiaçu. Planta com caule ereto, fibroso e não ramificado. Do topo do caule, surgem as folhas longas e arqueadas. As folhas são divididas em numerosos folíolos finos, dispostos simetricamente ao longo do eixo central. Pode chegar a 4 metros de altura.

Samambaiaçu (Dicksonia sellowiana).

As plantas vasculares apresentam raiz, cáule e fô-lhas com tecídos especializados na condução, o xilema e o floema. O xilema realiza o transporte de á gua e sais minerais absorvidos pelas raízes para o restante do corpo da planta. O floema realiza o transporte de açúcares produzidos pela fotossíntese, normalmente realizada nas fô-lhas, até os locais em quê serão utilizados ou armazenados.

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Um dos componentes da parede das células quê formam os vasos do xilema é a lignina, uma substância quê confere resistência a essa estrutura. Por isso, a presença de vasos condutores oferece maior sustentação à planta, além de permitir quê o transporte de á gua ocorra a longas distâncias. Essas características possibilitam às plantas vasculares atingirem dimensões maiores quê as briófitas.

Reprodução das pteridófitas

As pteridófitas são dependentes da á gua para a reprodução, pois os anterozoides de um indivíduo se locomovem até a oosfera de outro indivíduo através da á gua.

Diferentemente das briófitas, no ciclo de vida das pteridófitas e das demais plantas vasculares, o esporófito compreende a geração dominante. Ele corresponde à planta com fô-lhas quê observamos no ambiente. O gametófito, por sua vez, é menor, de difícil percepção, além de sêr pouco duradouro.

Como exemplo, estudaremos o ciclo de vida de uma samambáia.

Esquema representando o ciclo de vida de uma samambaia. 1. No esporófito maduro, formam-se os esporângios. No caso das samambaias, os esporângios estão agrupados em estruturas denominadas soros, localizados na parte inferior das folhas. Há uma fotografia da folha de uma samambaia com soros e um deles ampliado em detalhe. O soro é formado por diversas pequenas estruturas arredondadas e aglomeradas, cada estrutura é um esporângio. 2. Os esporângios produzem milhares de esporos n, os quais são liberados no ambiente. 3. Em condições favoráveis, os esporos germinam e originam gametófitos n. 4. Em um mesmo gametófito maduro n, formam-se arquegônios e anterídios. Os arquegônios produzem a oosfera e os anterídios produzem inúmeros anterozoides. 5. Os anterozoides de um indivíduo são liberados no ambiente e utilizam o flagelo para se locomover até a oosfera de outro indivíduo. Seu deslocamento ocorre através da água. 6. A fecundação ocorre no interior do arquegônio. 7. O zigoto 2 n se desenvolve em um esporófito jovem 2 n. Que depois produz os soros em suas folhas, fechando o ciclo.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 624.

Representação do ciclo de vida de uma samambáia (imagens sem escala; cores fantasia).

Comumente, a fecundação ocorre a partir de gametas produzidos por gametângios de indivíduos diferentes, pois sua maturação se dá em momentos distintos.

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Fotografia de um pinheiro, árvore grande com diversos galhos. Nas extremidades dos galhos, há uma concentração maior de folhas, as quais são finas e alongadas.

Pinheiro (Pinus elliottii).

Gimnospermas

As giminospérmas são representadas pêlos pinheiros e pelas araucárias. Elas compreendem as primeiras plantas vasculares com sementes a surgirem na escala evolutiva. Suas sementes são “nuas”, ou seja, não são envolvidas por nenhuma outra estrutura.

As plantas vasculares com sementes tornaram-se dominantes no ambiente terrestre. A conkista dêêsse ambiente está relacionada a algumas adaptações, como a presença da semente e do grão de pólen.

Sementes

A semente consiste em um embrião, reservas de nutrientes e um revestimento externo. Ela traz vantagens à sobrevivência das plantas quê a apresentam. Por exemplo, no interior da semente, o embrião está protegido de condições ambientais adversas, como a desidratação. Além díssu, dispõe de nutrientes quê auxiliam os estágios iniciais de seu desenvolvimento, até quê a planta jovem seja capaz de produzir seu próprio alimento pela fotossíntese.

Outra vantagem é quê a semente póde sêr transportada a longas distâncias pelo vento, por animais e outros agentes, um processo chamado dispersão. A dispersão possibilita quê as plantas colonizem novos locais. Dependendo das condições ambientais, a semente póde permanecer dormente por meses até germinar.

Grão de pólen

O grão de pólen é o gametófito masculino dessas plantas e corresponde, portanto, à geração quê produz gametas masculinos.

Com a presença do grão de pólen, a á gua não é mais necessária como meio de transporte dos gametas masculinos. Sua transferência até as estruturas quê abrigam os gametas femininos póde ocorrer por meio do vento ou de animais, um processo denominado polinização. Por isso, a reprodução das plantas com sementes independe da á gua.

A presença do grão de pólen contribuiu para quê as plantas vasculares com sementes ampliassem a colonização do ambiente terrestre, ocupando locais com baixa disponibilidade de á gua.

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Denomina-se heterosporia a presença de dois tipos de ESPÓROS: os megásporos e os micrósporos. A heterosporia não é exclusiva de plantas com sementes, pois está presente em algumas espécies de plantas sem sementes. No entanto, boa parte das plantas sem sementes é homosporada, isto é, apresentam um tipo de esporo.

Reprodução das giminospérmas

No ciclo de vida das giminospérmas, o esporófito (2n) é a geração dominante. Nele, encontram-se estruturas reprodutivas denominadas estróbilos ou cones. Nos estróbilos masculinos, ocorre a produção de grãos de pólen, quê são levados pelo vento até os estróbilos femininos. Estes, por sua vez, abrigam óvulos, onde ocorre a produção de gametas femininos, a oosfera.

As giminospérmas apresentam dois tipos de ESPÓROS: os megásporos (esporos femininos) e os micrósporos (esporos masculinos). Os megásporos são produzidos pêlos megasporângios (esporângios femininos), e os micrósporos são produzidos pêlos microsporângios (esporângios masculinos). Por convenção, o uso do prefixo “mega” está associado a estruturas femininas, enquanto o prefixo “micro”, a estruturas masculinas.

Para o estudo do ciclo de vida das giminospérmas, considere como exemplo um pinheiro.

Composição de três fotografias. A. Araucária, árvore com tronco reto e cilíndrico, coberto por casca rugosa e fissurada. Os galhos ficam localizados apenas no topo e possuem tufos de folhas rígidas, finas e pontiagudas, dispostas nas pontas dos galhos. A copa tem formato achatado. Pode atingir até 50 metros de altura. B. Estróbilo feminino da araucária, estrutura arredondada formada pelos pinhões organizados em espiral ao redor de um centro esférico. A superfície apresenta aspecto robusto, coberta por pequenas estruturas, uma em cada ponta de cada pinhão, semelhantes a espinhos. Mede de 10 a 25 centímetros de diâmetro. C. Estróbilo feminino aberto, evidenciando os pinhões. O pinhão é uma semente alongada e robusta, com formato cilíndrico e levemente afilado em uma das pontas. A casca é lisa, dura e com brilho discreto. Cada pinhão mede cerca de 4 a 7 centímetros de comprimento.

Explique aos estudantes quê, diferentemente dos animais, os óvulos das plantas não correspondem aos gametas femininos. Nesse caso, os óvulos abrigam o gameta feminino, denominado oosfera.

Araucária (Araucaria angustifolia) (A). Estróbilo feminino. No caso das araucárias, é conhecido popularmente como pinha (B). Pinhões. Os pinhões são as sementes das araucárias (C) e são tradicionalmente utilizados na culinária da região Sul do Brasil.

Esquema representando o ciclo de vida de um pinheiro. 1. No esporófito maduro 2 n, existem estróbilos femininos e estróbilos masculinos. 2. Os estróbilos masculinos abrigam microsporângios 2 n, que produzem micrósporos. Cada micrósporo se desenvolve em um grão de pólen n, que é disperso pelo vento. 3. Os estróbilos femininos abrigam óvulos; cada óvulo contém um megasporângio 2 n. 4. Quando um grão de pólen alcança um óvulo, inicia-se a formação do tubo polínico. Essa estrutura é responsável por conduzir os gametas masculinos até o gameta feminino. 5. Conforme o tubo polínico se desenvolve, no interior do megasporângio ocorre a formação de um megásporo funcional n. 6. A partir do desenvolvimento do megásporo, ocorrem alguns eventos que levam à formação da oosfera. Ao longo desse processo, no interior do tubo polínico, ocorre a formação de duas células espermáticas n, que atuam como gametas masculinos. 7. A fecundação ocorre quando há a união entre o núcleo de uma célula espermática e o núcleo da oosfera n, resultando em um zigoto 2 n. 8. O zigoto se desenvolve em um embrião 2 n, enquanto o óvulo origina a semente. 9. A semente é dispersa no ambiente; em condições ideais, pode germinar, originando um novo indivíduo, que corresponde ao esporófito 2 n, fechando o ciclo.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 634.

Representação do ciclo de vida de um pinheiro (imagens sem escala; cores fantasia).

Quatro megásporos são formados por meiose; contudo, apenas um é funcional. O megásporo se desen vólve no megagametófito, quê formará o arquegônio. Em seu interior, ocorre a formação da oosfera. Normalmente, formam-se mais de um arquegônio; cada um deles, origina uma oosfera. É possível quê ocorra mais de uma fecundação; contudo, apenas um embrião é formado.

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angiôspérmas

As angiospérmas constituem o grupo de plantas com maior diversidade de espécies atuáis, incluindo árvores frutíferas (como laranjeiras, jabuticabeiras e pitangueiras), gramíneas (como trigo, milho e capim-dourado), leguminosas (como feijão, soja e ervilha), plantas ornamentais (como ipês, quaresmeiras e bromélias), entre outras.

As angiospérmas são plantas vasculares com sementes e apresentam flores e frutos como estruturas exclusivas.

Flores

As flores são estruturas especializadas na reprodução sexuada. Elas apresentam formas, cores e tamanhos variados. Como exemplo, estudaremos uma flor completa.

Esquema representando as estruturas de uma flor. Estão representados o carpelo, formado por um estigma pequeno, um estilete comprido e um ovário arredondado. Dentro do ovário há um óvulo também arredondado. Ao redor do carpelo estão os estames, formados por um filete e uma antera arredondada. Ao redor destas estruturas estão as pétalas. Na base da flor, estão as sépalas, estruturas semelhantes às folhas, e o receptáculo conectado ao pedúnculo.

Carpelo: formado pelo estigma, quê recebe os grãos de pólen; pelo estilete, quê conecta o estigma ao ovário; e pelo ovário, quê abriga um ou mais óvulos, onde ocorre a produção da oosfera. O conjunto de carpelos é denominado gineceu.

Receptáculo: onde se prendem os apêndices florais.

Sépalas: normalmente verdes e espessas, conferem proteção. O conjunto de sépalas é denominado cálice.

Pétalas: normalmente coloridas e delgadas, estão relacionadas à atração de animais polinizadores. O conjunto de pétalas é denominado corola.

Estame: formado pelo filete, uma hás-te fina quê sustenta a antera, local onde os grãos de pólen são produzidos. O conjunto de estames é denominado androceu.

Pedúnculo: hás-te quê confere sustentação à flor.

Elaborada com base em: TAIZ, Lincoln éti áu. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6. ed. Porto Alegre: Artméd, 2017. p. 626.

Representação de uma flor completa em kórti (imagem sem escala; cores fantasia).

As características das flores podem estar relacionadas à maneira como a polinização ocorre naquela espécie, ou seja, ao modo como os grãos de pólen são transportados até os estigmas. Entre as angiospérmas, é comum quê a polinização seja realizada por animais ou pelo vento.

Flores polinizadas por animais costumam apresentar características atrativas a eles, como pétalas coloridas, aromas específicos e néctar, quê é uma fonte de alimento rica em açúcares. Ao visitar as flores em busca de alimento, os animais podem ficar com grãos de pólen enroscados no corpo. Quando se deslócam para outra flor, os grãos de pólen podem se soltar e cair sobre os estigmas.

Fotografia de uma abelha mandaçaia sobre o estigma de uma flor. Seu corpo está coberto do pólen proveniente das inúmeras anteras da flor.

Abelha conhecida como mandaçaia (Melipona quadrifasciata) com grãos de pólen aderidos ao corpo. De modo geral, flores polinizadas por abelhas são coloridas e possuem odor agradável.

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Fotografia do morcego bebendo o néctar de uma única flor de uma planta enquanto voa. A flor está localizada no topo da planta, onde há também outras flores em botão. O morcego possui o corpo peludo, duas asas finas e lisas maiores que seu corpo. Possuem cerca de 8 centímetros de comprimento e 25 centímetros de envergadura das asas.

môrcêgô (Lonchophylla robusta) alimenta-se do néctar de uma flor. De modo geral, flores polinizadas por morcegos abrem à noite, possuem odor forte e produzem muito néctar.

Fotografia de uma flor de cinco pétalas em um chão de pedregulhos. Há uma mosca pousada próximo ao seu miolo.

Mosca poliniza uma flor da espécie Stapelia schinzii. De modo geral, flores polinizadas por moscas quê se alimentam da matéria OR GÂNICA em decomposição apresentam cores escuras e odor forte, como o de carne pô-dri.

Fotografia da flor da orquídea Ophrys speculum. A pétala inferior é maior, arredondada e se assemelha ao abdômen de um inseto. As pétalas laterais são menores e se assemelham às asas de um inseto. São coloridas com padrões que também se assemelham aos padrões encontrados em alguns insetos.

Algumas espécies de flores, como a Ophrys speculum, assemelham-se a fêmeas de insetos como a vespa. Ao serem atraídos por essas flores, os machos dêêsses insetos promóvem a polinização.

A espécie de vespa atraída por essa planta é a Campsoscolia ciliata.

Flores polinizadas pelo vento não costumam sêr coloridas, além de não produzirem néctar. No geral, libéram uma grande quantidade de grãos de pólen no ambiente, o quê aumenta a probabilidade de ocorrer a polinização.

A polinização possibilita a fecundação dos gametas. Após a fecundação, o óvulo se desen vólve na semente, e o ovário, em fruto.

Frutos

Os frutos verdadeiros são formados a partir do desenvolvimento do ovário após a fecundação. Eles conferem proteção às sementes e auxiliam sua dispersão.

Algumas plantas possuem mecanismos próprios de dispersão: seus frutos se abrem e lançam suas sementes a longas distâncias. Outras dependem de agentes externos, como o vento e os animais.

Fotografia da flor e das vagens curvas da Impatiens glandulifera lançando sementes no ar.

Os frutos da planta da espécie Impatiens glandulifera se rompem e lançam as sementes. A abertura do fruto ocorre a partir de estímulos mecânicos, como a chuva.

Fotografia de um papagaio comendo uma goiaba que está ainda no galho em que ele está pousado. O papagaio é uma ave de bico curvo, olhos localizados na lateral da cabeça e asas que cobrem as laterais de seu corpo, quando fechadas.

Os frutos quê possuem reservas nutritivas, como a goiába, podem sêr ingeridos com suas sementes. Muitas vezes, as sementes não são digeridas e podem sêr dispersas em outros locais, junto às fézes dos animais.

Fotografia de um búfalo com muitos carrapichos secos em seu pelo. Animal quadrúpede de pelo longo e escuro e corpo robusto. Possui os olhos na lateral da cabeça e dois grandes chifres. Possuem cerca de 1,7 metros.

Os frutos do carrapicho possuem ganchos quê se prendem ao pelo dos animais, sêndo carregados a longas distâncias.

Fotografia de um dente de leão dispersando alguns de seus frutos pelo vento. Parte deles continua presa ao miolo da planta.

Os frutos do dente-de-leão (Taraxacum sp.) são pequenos, leves e plumosos (com aspecto de pluma), o quê facilita sua dispersão pelo vento.

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Quatro megásporos são formados por meiose; contudo, apenas um é funcional. O núcleo do megásporo funcional se divide por mitose algumas vezes, originando uma célula com oito núcleos haploides. Essa massa multinucleada é dividida por membranas, formando o saco embrionário. No saco embrionário, existe uma grande célula central com dois núcleos polares, duas células chamadas sinérgides, três células denominadas antípodas e a oosfera. Uma das fecundações ocorre entre esses dois núcleos polares e um núcleo espermático, possibilitando, assim, a formação do endosperma.

Reprodução das angiospérmas

No ciclo de vida das angiospérmas, ocorrem duas fecundações. Uma delas se dá entre os gametas masculino e feminino, originando um zigôto (2n). A outra origina o endosperma (3n), um tecido triploide quê funciona como uma reserva nutritiva ao embrião em desenvolvimento.

Analise o esquema a seguir quê representa o ciclo reprodutivo de uma angiospérma.

Quatro megásporos são formados por meiose; contudo, apenas um é funcional.

Esquema representando o ciclo de vida de uma angiosperma. 1. As flores são formadas no esporófito maduro. Estão indicados na flor o carpelo e a antera. 2. Os ovários das flores abrigam os óvulos; cada óvulo contém um megasporângio 2n. 3. No interior do megasporângio 2 n ocorre a formação de um megásporo n funcional. 4. O megásporo se desenvolve e origina o saco embrionário (que corresponde ao gametófito feminino). No interior do saco embrionário, estão algumas células, sendo uma delas a oosfera n. 5. No interior das anteras das flores, estão os microsporângios, que produzem micrósporos n. Os micrósporos originam os grãos de pólen, que são dispersos pelo vento ou por animais. 6. Quando um grão de pólen alcança o estigma, inicia-se a formação do tubo polínico. No interior do tubo polínico, ocorre a formação de duas células espermáticas n (gametas masculinos). 7. O tubo polínico se desenvolve pelo estilete até atingir um dos óvulos, onde descarrega as células espermáticas. 8. Ocorrem duas fecundações: uma das células espermáticas se une à oosfera, formando o zigoto 2 n; a outra célula espermática se une aos dois núcleos de uma célula central existente no interior do saco embrionário, formando o endosperma 3 n. 9. O zigoto se desenvolve em um embrião 2 n. O óvulo se desenvolve na semente, e o ovário, em fruto. 10. A semente é dispersa no ambiente e, em condições ideais, pode germinar. O embrião se desenvolverá em um novo indivíduo, que corresponde ao esporófito, fechando o ciclo.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 640.

Representação do ciclo de vida de uma angiospérma (imagens sem escala; cores fantasia).

Na etapa 9, os tecídos do fruto quê envolvem a semente não são mostrados.

Nas angiospérmas, durante o desenvolvimento do embrião, são formadas uma ou duas fô-lhas embrionárias denominadas cotilédones. Os cotilédones podem armazenar nutrientes ou transferi-los do endosperma para o embrião, dependendo da espécie considerada.

No milho, por exemplo, forma-se um cotilédone, quê auxilia na transferência dos nutrientes do endosperma ao embrião. No feijão, formam-se dois cotilédones, quê também armazenam nutrientes.

Esquema A. Imagem de um grão de milho ao lado de uma imagem de grão de milho em corte. Estão indicados no grão o endosperma, o envoltório da semente, o cotilédone e o embrião em desenvolvimento. Esquema B. Imagem de um grão de feijão ao lado de uma imagem de um grão de feijão dividido em duas bandas. Estão indicados os cotilédones, o envoltório da semente e o embrião em desenvolvimento.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 823.

Representação de uma semente de milho inteira e em kórti, mostrando estruturas internas (A). Representação de uma semente de feijão inteira e em kórti, mostrando estruturas internas (B).

PENSE E RESPONDA

4 por quê uma planta de feijão consegue crescer apenas com á gua e algodão, e até quando ela continuará crescendo nessas condições?

Página duzentos e cinco

ATIVIDADES

1. O ciclo de vida das plantas possui alternância de gerações. Explique o quê isso significa.

2. A reprodução de alguns grupos de plantas é dependente da á gua. A respeito do assunto, responda às kestões a seguir.

a) Quais grupos de plantas são dependentes da á gua para se reproduzir? Em sua resposta, explique o motivo dessa dependência.

b) Quais grupos de plantas não são dependentes da á gua para se reproduzir? Em sua resposta, explique a adaptação presente nesses grupos quê contribuiu para sua independência da á gua na reprodução.

3. Em seu caderno, organize as principais características de briófitas, pteridófitas, giminospérmas e angiospérmas em um qüadro.

4. Uma das características das plantas vasculares é o crescimento em altura, atingindo dimensões superiores às das plantas avasculares.

a) O quê caracteriza uma planta vascular? Cite os grupos de plantas quê são vasculares.

b) por quê as plantas vasculares atingem maiores dimensões quê plantas avasculares?

5. Analise a imagem e responda às kestões.

Fotografia das partes inferiores de folhas de samambaia repletas estruturas arredondadas de cor marrom alaranjada.

a) O quê são as estruturas presentes na imagem e em qual grupo de plantas elas estão presentes?

b) Qual a relação dessas estruturas com os ESPÓROS? Em sua resposta, indique o quê são os ESPÓROS e em qual geração do ciclo de vida das plantas eles são formados.

c) No interior dessas estruturas, ocorre quê tipo de divisão celular: mitose ou meiose?

6. A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) alimenta-se das sementes das araucárias (Araucaria angustifolia), sêndo um dos principais animais dispersores dessa espécie. Ao transportar as sementes em vôo, a gralha-azul acaba derrubando algumas delas no solo. Em condições ideais, as sementes podem germinar e originar novos indivíduos.

a) As araucárias pertencem a qual grupo de plantas? Cite suas principais características.

b) As sementes compreendem uma importante novidade evolutiva. Quais são as vantagens conferidas pelas sementes à sobrevivência das plantas quê as apresentam?

c) A gralha-azul contribui para a dispersão das sementes das araucárias. Qual é a importânssia da dispersão das sementes?

d) As araucárias são as árvores sín-bolo do estado do Paraná. Faça uma pesquisa sobre o assunto e anote os resultados encontrados em seu caderno.

Fotografia de uma gralha-azul pousada sobre um galho. É um pássaro de coloração azul brilhante, cabeça e peito pretos. O bico também é azulado. Possui cerca de centímetros de comprimento.

Gralha-azul (Cyanocorax caeruleus).

7. Leia o texto a seguir.

[...]

Estima-se quê 90% das espécies de plantas com flores silvestres do mundo dependam, total ou parcialmente, da polinização animal. Essa situação envolve mais de 75% das culturas alimentares e 35% das terras agrícolas globais.

[...]

Fatores como práticas agrícolas intensivas, alterações no uso dos sólos, monocultura, pesticidas, alta das tempera-túras e alterações do clima aumentariam as ameaças às populações de abelhas quê teriam impacto na qualidade alimentar.

[...]

NAÇÕES UNIDAS. Dia mundial da abelha ressalta engajamento entre polinizadores e jovens. Ônu nius, [s. l.], 20 maio 2024. Disponível em: https://livro.pw/kjknn. Acesso em: 6 ago. 2024.

a) O quê é polinização?

b) Qual é a importânssia dos animais polinizadores? Utilize dados do texto para embasar sua resposta.

c) As abelhas são importantes polinizadoras de diversas espécies de plantas. Segundo o texto, quê fatores ameaçam a existência dêêsses animais?

d) Muitos animais polinizadores estão ameaçados de extinção. Que consequências podem sêr provocadas, caso sêjam extintos? Se necessário, realize uma pesquisa para complementar sua resposta.

Página duzentos e seis

Saiba mais As plantas mêdi-cinais e os povos originários e comunidades tradicionais

O uso de plantas mêdi-cinais por povos originários e comunidades tradicionais é uma prática ancestral quê reflete um profundo conhecimento da flora local e suas aplicações para a saúde. Esse conhecimento é resultado de séculos de convivência e observação dos ciclos naturais, favorecendo, na maioria das vezes, o uso sustentável dos recursos disponíveis.

O conhecimento sobre as plantas é transmitido de geração em geração, através de práticas, rituais e oralidade, garantindo a sustentabilidade e a proteção dos sêres vivos.

Considere alguns exemplos.

Fotografia de duas inflorescências de jambu. São pequenas e arredondadas, sem pétalas aparentes. As flores são dispostas em hastes finas e eretas, destacando-se acima da folhagem. As plantas podem ter entre 30 cm e 40 cm de altura.

Jambu (Acmella oleracea).

As flores do jambu (Acmella oleracea) são utilizadas pêlos indígenas Ticuna da Amazônea para aliviar dores de denti e inflamações bucais. Suas flores, quando mastigadas, libéram um compôzto com propriedades anestésicas e analgésicas.

Fotografia das flores de arnica. São flores amarelas com o miolo marrom. Possuem cerca de 12 pétalas finas, com as as pontas irregulares. O miolo tem o diâmetro menor do que o comprimento das pétalas. As plantas são herbáceas e possuem cerca de 18 a 60 centímetros de altura.

Arnica (Arnica montana).

As flores ou raízes da arnica (Arnica montana) são valorizadas pela comunidade quilombola do Vale do Ribeira, em São Paulo, para tratar contusões, inchaços e dores musculares, por causa das suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.

Fotografia das folhas do guaco. Plantas trepadeiras, têm as folhas em formato de seta com as nervuras que saem do caule e terminam na ponta da folha. Podem atingir até 2 metros de altura.

Guaco (Mikania glomerata).

As fô-lhas do guaco (Mikania glomerata) são utilizadas pêlos indígenas Guarani do sul do Brasil para combater problemas respiratórios, incluindo asma e bronquite, por causa das suas propriedades expectorantes.

Expectorar
: eliminar secreções por meio da tosse.

Fotografia de folhas de planta espinheira santa. São folhas alongadas com bordas retorcidas e amareladas, formando pontas afiadas. A planta é uma árvore de pequeno porte, com folhas de aproximadamente 9 centímetros de comprimento.

Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia).

A espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), popular entre as comunidades caiçaras do litoral brasileiro, tem suas fô-lhas utilizadas no tratamento de úlceras gástricas e problemas digestivos, sêndo reconhecida por suas propriedades cicatrizantes e protetoras da mucosa estomacal.

O conhecimento quê os povos e comunidades tradicionais possuem sobre o uso medicinal das plantas é fundamental para a manutenção de sua saúde. Também é importante para a ciência moderna, pois póde sêr utilizado como base para a pesquisa e para o desenvolvimento de novos medicamentos.

ATIVIDADES

1. Além das plantas mencionadas anteriormente, você conhece alguma outra planta medicinal? Para quê ela é utilizada?

2. Qual é a importânssia dos conhecimentos de povos e comunidades tradicionais sobre plantas mêdi-cinais?

Página duzentos e sete

Oficina científica

Germinação

A germinação das sementes e o desenvolvimento inicial de uma planta são influenciados por alguns fatores, como a disponibilidade de á gua e de luz no ambiente em quê se encontram. Mas como seria essa influência? Forme um grupo com seus côlégas e realizem os procedimentos a seguir.

Materiais

4 copos plásticos;

12 sementes de feijão;

Algodão suficiente para cobrir o fundo dos 4 copos;

Água;

1 caixa de madeira ou de papelão;

uma colher de sopa;

1 caneta marcador.

Procedimentos

Com o auxílio da caneta, enumere os copos plásticos de 1 a 4.

Em cada um dos copos plásticos, acrescente um pedaço de algodão para cobrir o fundo dos copos. Sobre o algodão, acrescente três sementes de feijão.

Nos copos 1 e 3, acrescente três colheres de sopa de á gua. Nos copos 2 e 4, não acrescente á gua.

Coloque os copos 1 e 2 em um ambiente com acesso à luminosidade natural do ambiente. Coloque os copos 3 e 4 no interior da caixa de papelão, quê deve sêr mantida fechada.

Acrescente uma colher de sopa de á gua diariamente nos copos 1 e 3 por dez dias. Para acrescentar a á gua no copo 3, retire-o da caixa de papelão, mantendo-o fora dela o menor tempo possível, evitando a exposição à luz solar.

Observe e registre os resultados diariamente ao longo dêêsse período.

Ilustração de quatro copos plásticos transparentes sobre uma mesa de madeira. Todos contêm algodão. Sobre o algodão dos quatro, há três grãos de feijão. Uma gota de água está sobre os copos 1 e 3. Uma caixa de madeira cobre os copos 3 e 4, ficando no escuro.

Representação da montagem do experimento (imagens sem escala; cores fantasia).

ATIVIDADES

1. Quais foram os resultados observados ao final do experimento?

2. Elaborem uma explicação para os resultados. Se necessário, realizem uma pesquisa para complementar sua resposta.

3. Planejem e executem novos testes de germinação. Analisem os resultados obtidos nesses testes e os comparem com os resultados dêste experimento.

Página duzentos e oito

TEMA
18
Fisiologia vegetal

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

A agricultura é responsável pela produção de uma grande diversidade de alimentos de origem vegetal. Contudo, parte dos frutos cultivados estraga antes mesmo de chegar aos consumidores finais. Isso ocorre porque, mesmo após a colheita, os frutos continuam produzindo compostos quê causam seu amadurecimento.

Recentemente, uma empresa indiana desenvolvê-u uma maneira de minimizar essas perdas. A empresa criou sachês com moléculas sinalizadoras, quê podem sêr inseridos nas caixas utilizadas para o transporte e armazenamento dos frutos. Essas moléculas são gradativamente liberadas sobre os frutos, desencadeando respostas específicas quê desaceleram seu amadurecimento. Com isso, os frutos permanecem próprios para o consumo por mais tempo.

O crescimento e o desenvolvimento das plantas envolvem diferentes processos fisiológicos. Alguns deles, como o amadurecimento de frutos, estão relacionados à sinalização química realizada por hormônios vegetais. Neste Tema, estudaremos mais sobre a fisiologia das plantas.

Fotografia de frutas e vegetais dispostos em caixas de madeira. Laranjas estão em um cesto de palha.

O amadurecimento dos frutos é um dos fatores considerados pêlos consumidores ao comprá-los.

PENSE E RESPONDA

1 Você já percebeu quê alguns frutos amadurecem mais rapidamente do quê outros? Compartilhe suas experiências sobre o assunto.

2 Quais mudanças você observa em frutos maduros quando comparados com os quê ainda não estão?

3 Existem algumas práticas quê podem sêr realizadas para acelerar ou retardar o amadurecimento de alguns frutos. Você conhece alguma delas? Converse com seus côlégas.

Página duzentos e nove

Obtenção e transporte de á gua e nutrientes

Por meio da fotossíntese, grande parte das plantas sintetiza açúcares quê serão utilizados como fonte de energia. A realização dêêsse processo metabólico depende da obtenção de á gua e de gás carbônico, recursos presentes no ambiente. A á gua normalmente é absorvida pelas raízes, enquanto o gás carbônico é absorvido pelas fô-lhas.

A á gua quê foi absorvida é transportada até as fô-lhas, local onde predominantemente a fotossíntese é realizada. Na presença de luz solar, essas moléculas são transformadas em gás oxigênio e açúcares. Esses produtos são transportados por toda a planta para quê sêjam utilizados pelas células na respiração celular. Ou, no caso dos açúcares simples, para quê sêjam empregados na síntese de amido, um polissacarídeo de reserva energética.

Analise o exemplo a seguir quê resúme como esses processos são realizados por uma angiospérma.

Esquema representando a obtenção e o transporte de recursos em uma angiosperma. Os recursos e a luz estão representados por setas. 1. A água e os sais minerais são absorvidos pelas raízes. 2. A água e os sais minerais absorvidos são transportados pelos vasos do xilema até as partes aéreas da planta. 3. Nas folhas, parte da água é perdida ao ambiente na forma de vapor. 4. Nas folhas, ocorrem as trocas gasosas entre as plantas e o ambiente: o gás carbônico é absorvido e o gás oxigênio é liberado. 5. Os açúcares são produzidos pela fotossíntese realizada nas folhas a partir da absorção da luz solar. 6. Os açúcares produzidos são transportados pelos vasos do floema por todo o corpo da planta, até os locais onde serão utilizados ou armazenados.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 779.

Representação da obtenção e do transporte de recursos em uma angiospérma (imagem sem escala; cores fantasia).

A partir dêste momento, estudaremos cada um dêêsses processos com mais dêtálhes.

Absorção de á gua e sais minerais

Como vimos, a absorção de á gua e de sais minerais é feita pelas raízes. Para tanto, as células de alguns tecídos das raízes acumulam minerais, quê são, em boa parte, transportados ativamente para seu interior. Como a concentração de íons no interior dessas células é maior do quê a do meio ao seu redor, a á gua é absorvida por osmose.

Página duzentos e dez

No interior da raiz, a á gua e os solutos, como os minerais, podem se movimentar por diferentes rótas até chegar aos vasos do xilema. Como representado na ilustração a seguir, a á gua póde se mover pela parede celular e pêlos espaços entre as células, sem adentrá-las, formando um caminho contínuo (A); através da membrana plasmática das células (B); ou ainda, por meio de canais de comunicação entre células vizinhas (C).

Esquema representando um corte transversal de uma raiz em detalhe e ampliada com as rotas de absorção de água. O fluxo de água está representado por setas. Nos três casos, a água entra pelas células epiderme e vai até o xilema localizado no centro da raiz. O floema também está identificado no esquema. A. A água passa por entre as células. B. A água passa por dentro das células através das membranas plasmáticas. C.  A água passa por dentro das células através de canais de comunicação entre células vizinhas.

Elaborada com base em: TAIZ, Lincoln éti áu. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6. ed. Porto Alegre: Artméd, 2017. p. 103.

Representação das rótas de absorção de á gua pela raiz (imagens sem escala; cores fantasia).

Transporte de sseiva inorgânica

Nos vasos do xilema, a á gua e os sais minerais passam a constituir uma solução denominada sseiva inorgânica, quê é transportada em direção às partes aéreas da planta. Esse transporte é unidirecional, ocorrendo sempre a partir das raízes em direção às fô-lhas.

êste assunto permite um trabalho em conjunto com os componentes curriculares de Física e Quimica. Mais informações nas Orientações para o professor.

DIÁLOGOS DA NATUREZA

Subida da coluna de á gua pelo xilema: tensão e coesão

O transporte de sseiva inorgânica pelo xilema póde sêr explicado pela tensão e coesão, quê possibilitam a subida da coluna de á gua das raízes até as fô-lhas, contra a gravidade. Vejamos como isso ocorre.

Parte da á gua absorvida pelas plantas é perdida para o ambiente na forma de vapor, através das fô-lhas. Quando isso ocorre, cria-se uma tensão (pressão negativa) no interior das fô-lhas, capaz de “puxar” a á gua do xilema para repor a á gua quê foi perdida. Ou seja, a tensão está relacionada à sucção gerada no interior do xilema e quê participa do transporte da á gua.

Essa tensão é transmitida ao longo de toda a extensão dos vasos do xilema devido à coesão das moléculas de á gua. A coesão se refere à fôrça de atração entre as moléculas de uma mesma substância, quê, neste caso, é a á gua. As moléculas de á gua se mantêm unidas umas às outras por meio das ligações de hidrogênio, formando uma coluna contínua dentro do xilema.

Dessa forma, as moléculas de á gua são atraídas em direção às partes aéreas (tensão) e permanecem conectadas, formando uma coluna ininterrupta (coesão) nos vasos do xilema.

Esquema representando o transporte de seiva inorgânica em uma árvore angiosperma. A seta azul vai das raízes até as folhas no topo da copa. A água entra na raiz que está no solo e segue para o interior das células do xilema. A coesão das moléculas de água faz com que a água suba pelo xilema, seguindo até as folhas. Na folha, a água na forma de seiva inorgânica sai do xilema e vai até os estômatos, sendo liberada em forma de vapor na atmosfera.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 789.

Representação do transporte de sseiva inorgânica em uma angiospérma. A seta azul indica o sentido do transporte, quê ocorre das raízes em direção às fô-lhas (imagens sem escala; cores fantasia).

Página duzentos e onze

Transporte de sseiva OR GÂNICA

Os açúcares sintetizados na fotossíntese passam a constituir a sseiva OR GÂNICA, solução transportada pelo floema a todas as partes da planta. Esse transporte ocorre das fontes em direção aos drenos de açúcar.

Uma fonte de açúcar compreende os locais em quê os açúcares são produzidos pela fotossíntese ou liberados pela quebra do amido armazenado. No geral, as fontes compreendem as fô-lhas maduras, principais locais de realização da fotossíntese, e alguns órgãos de reserva de amido, como o cáule ou as raízes de algumas espécies vegetais. Já um dreno de açúcar compreende os locais em quê os açúcares são consumidos ou armazenados, como as raízes, as fô-lhas imaturas e os frutos em desenvolvimento.

Esquema representando o transporte de seiva orgânica em uma árvore angiosperma. O órgão produtor de açúcar localizado na copa da árvore libera açúcar para o floema. O xilema libera água para o floema. A água e o açúcar seguem para o dreno, órgão consumidor.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 795.

Representação do transporte de sseiva OR GÂNICA em uma angiospérma. A sseiva póde sêr transportada em diversas direções, saindo de uma fonte e chegando a um dreno (imagens sem escala; cores fantasia).

Transpiração

A transpiração compreende a á gua perdida para o ambiente na forma de vapor. Esse processo ocorre principalmente nas fô-lhas, por meio de estruturas denominadas estômatos, quê, na maioria das plantas, estão localizados na superfícíe inferior das fô-lhas. Por meio deles, também ocorrem as trocas gasosas.

Os estômatos são formados por duas células-guarda, quê contrólam a abertura e o fechamento de uma fenda. Ao redor das células-guarda, existem células subsidiárias, quê as auxiliam em suas funções.

Esquema representando o mecanismo de abertura (A) e de fechamento de um estômato (B). Os estômatos são formados por duas células alongadas com as pontas arredondadas, chamadas de células-guarda. As células ao redor são chamadas de células subsidiárias. A. A abertura dos estômatos ocorre quando íons de potássio K^+ são acumulados ativamente no interior das células-guarda. Consequentemente, também ocorre a entrada de água nessas células, que ficam túrgidas, promovendo a abertura da fenda. B. O fechamento dos estômatos ocorre quando o transporte ativo dos íons de K^+ é interrompido. Então, esses solutos são transportados por difusão para as células subsidiárias, o que resulta na perda de água. As células-guarda ficam murchas, promovendo o fechamento da fenda.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 791.

Representação do mecanismo de abertura (A) e de fechamento de um estômato (B) (imagens sem escala; cores fantasia).

A transpiração das plantas, associada à evaporação da á gua do solo e de superfícies aquáticas, resulta em um processo chamado de evapotranspiração. A evapotranspiração adiciona vapor de á gua à atmosféra, quê, eventualmente, póde precipitar na forma de chuva. Portanto, a evapotranspiração ajuda a manter a umidade do ar e a promover precipitações.

A transpiração das plantas tem relação diréta com os rios voadores. Veja mais informações sobre o assunto nas Orientações para o professor.

Página duzentos e doze

Hormônios vegetais

Muitos processos fisiológicos quê ocorrem nas plantas estão relacionados à ação de hormônios vegetais, também chamados de fitormônios.

Os hormônios são moléculas sinalizadoras quê desencadeiam respostas específicas em células e tecídos alvos. Nas plantas, eles são produzidos em diferentes tecídos e podem ter múltiplos efeitos. A seguir, são apresentadas as principais ações de alguns fitormônios na fisiologia vegetal.

Auxinas: estimulam o alongamento do cáule, sêndo responsáveis pelo crescimento de algumas espécies vegetais em direção à luz. A principal auxina naturalmente sintetizada pelas plantas é o ácido indolacético (há hí há).

Citocininas: estimulam a divisão celular em raízes, embriões e frutos. Atuam na regulação do crescimento vegetal em conjunto com as auxinas.

Giberelinas: estimulam o crescimento de caules e fô-lhas. Também promóvem o crescimento de frutos, além de sinalizarem a quebra de dormência das sementes e a germinação.

Etileno: esse hormônio é um gás quê está relacionado à perda de fô-lhas (abscisão foliar) e ao amadurecimento de alguns tipos de frutos, tornando-os amolecidos e doces, entre outras ações fisiológicas. Durante o amadurecimento, as cores externas dos frutos mudam e novos odores são produzidos.

Ácido abscísico (ABA): inibe a germinação das sementes, mantendo seu estado de dormência. Outra função desempenhada por esse hormônio é promover o fechamento dos estômatos das fô-lhas diante do estresse hídrico, reduzindo a transpiração e limitando a perda de á gua. Apesar de seu nome, o ABA não exibe um papel relevante na abscisão foliar.

Esquema representando o crescimento curvo de um caule de planta, fazendo com que a ponta de cima vire em direção à luz. No detalhe, mostra que as células do caule voltadas à luz são mais curtas, enquanto as células do lado que não recebe luz são mais compridas, gerando esta curvatura.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 841.

Representação do crescimento do cáule em direção à luz. Essa resposta é promovida pela concentração de auxinas no lado sombreado do cáule, resultando no alongamento das células localizadas nessa região. Isso provoca uma curvatura do cáule na direção da fonte de luz.

PENSE E RESPONDA

4 No início dêste Tema, foi apresentado um produto capaz de inibir a liberação de um hormônio pêlos frutos pós-colheita. Que hormônio é esse? Explique sua resposta.

ATIVIDADES

Ilustração do tronco de uma árvore. Com a retirada do anel, o centro fino ficou aparente. A parte logo acima da região cortada está dilatada.

Elaborada com base em: Reivem, píter Hamilton; EVERT, rei Franklin; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2001. p. 734.

1. Como ocorre a absorção de á gua pelas plantas? Indique o local em quê esse processo ocorre.

2. Explique como é realizado o transporte de sseiva inorgânica pelo corpo das plantas.

3. A retirada de um anel da casca de uma árvore póde interromper o transporte de sseiva OR GÂNICA a cértas regiões de seu corpo. Com o passar do tempo, observa-se a dilatação da região acima dêêsse anel, ocasionada pelo acúmulo de produtos da fotossíntese.

Página duzentos e treze

Considerando a situação expressa no enunciado e seus conhecimentos sobre o transporte de sseiva vegetal, responda às kestões a seguir.

a) Qual tecido condutor é afetado pela retirada do anel da casca?

b) por quê ocorre o acúmulo de produtos da fotossíntese na região acima do local de retirada do anel da casca?

c) O quê se espera quê aconteça com essa planta, com o passar do tempo? Explique sua resposta.

4. A evapotranspiração póde sêr estimada por vários métodos. Um deles é o sensoriamento remoto, quê combina imagens obtidas por satélite a dados meteorológicos. As estimativas podem auxiliar os agricultores a determinar as melhores espécies a serem cultivadas em certa região, qual é a freqüência com quê devem irrigá-las, entre outros. Considerando seus conhecimentos sobre o assunto, responda às kestões a seguir.

a) O quê é a evapotranspiração?

b) Qual é o papel da evapotranspiração no ciclo hidrológico? Se necessário, realize uma pesquisa para elaborar sua resposta.

c) A imagem é de uma estrutura localizada nas fô-lhas das plantas. Que estrutura é essa e qual é sua relação com a evapotranspiração?

Imagem de microscopia mostrando estruturas, cada uma formada por duas partes alongadas com as pontas arredondadas e conectadas. Duas estão com uma abertura no meio. Uma está fechada.

Corte paradérmico de fô-lha do arbusto da espécie Portulaca oleracea, popularmente conhecido como beldreoga (imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 140 vezes; colorida artificialmente).

d) Relacione o desmatamento com a evapotranspiração. Se necessário, faça uma pesquisa sobre o assunto.

5. Durante as aulas de Biologia, uma professora conduziu o seguinte experimento: cultivou mudas de uma determinada espécie vegetal em dois vasos distintos, mantidos em diferentes condições pelo mesmo período. Um dos vasos (vaso A) foi mantido em um ambiente naturalmente iluminado, funcionando como contrôle. O outro vaso (vaso B) foi mantido em um ambiente escuro, apenas iluminado por uma fonte artificial de luz, posicionada lateralmente ao vaso. Analise os resultados dêêsse experimento após alguns dias, representados na ilustração a seguir.

Ilustração do vaso A. O vaso possui brotos de plantas, está em um ambiente aberto, exposto à luz solar, sobre uma superfície.

Ilustração do vaso B. O vaso possui brotos de plantas, está em um ambiente fechado, sobre uma superfície. Ao lado esquerdo há uma luminária com a lâmpada voltada para os brotos.

Com base em seus conhecimentos sobre hormônios vegetais, responda às kestões a seguir.

a) Quais foram os resultados observados no vaso B?

b) Que hormônio vegetal está relacionado a esses resultados? Elabore uma explicação para eles.

6. Um dos combustíveis utilizados para a iluminação pública no século XIX era o querosene.

Na época, notou-se quê árvores próximas aos póstes de iluminação freqüentemente perdiam suas fô-lhas d fórma prematura, o quê intrigava os pesquisadores. Em 1901, descobriu-se quê o responsável por esse fenômeno era um gás liberado na combustão do querosene. Esse gás atua como um hormônio vegetal. Considerando seus conhecimentos sobre o assunto, responda às kestões a seguir.

a) Que gás poderia estar ocasionando a queda de fô-lhas nessa situação?

b) Qual é o outro efeito dêêsse gás?

Página duzentos e quatorze

ORGANIZANDO AS IDEIAS

Analise o esquema a seguir, quê apresenta e relaciona os principais conceitos estudados nesta Unidade.

Esquema resumindo os principais conceitos da Unidade. Título: Diversidade de Seres Vivos. 1. Como classificar a vida? Há duas propostas de classificação, a primeira é a de 5 reinos: Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae. A segunda é a de 3 domínios: Bacteria, Archaea e Eucarya. 2. Vida em todo lugar. Bactérias e fungos realizam a decomposição da matéria. Além disso, junto das arqueias, protozoários e algas, fazem parte de processos industriais para criação de medicamentos, combustíveis e cosméticos. Alguns também estão relacionados a doenças. 3. Alguns Animais Sem Coluna Vertebral. Animais invertebrados: Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Moluscos, Anelídeos, Nematódeos, Artrópodes e Equinodermos. 4. Animais com Notocorda. Os Cordados são divididos em Urocordados, Cefalocordados e Craniados. Entre os craniados estão os Agnatos, os Condrictes, os Osteíctes, os Anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos. 5. Plantas. Divididas em Avasculares e Vasculares. As plantas avasculares compreendem o grupo das Briófitas. As vasculares podem ter ou não ter sementes. As sem sementes são as Pteridófitas e as com sementes são as Gminospermas e Angiospermas. As angiospermas apresentam flores e frutos. 6. Como as plantas funcionam? Os processos fisiológicos são influenciados pela obtenção de recursos e hormônios vegetais. Os recursos são absorvidos nas raízes, transportados através da seiva inorgânica dentro do xilema e da seiva orgânica dentro do floema. As trocas gasosas ocorrem nas folhas.

Imagens ilustrativas e sem escala; cores fantasía.

No caderno, elabore o seu próprio esquema. Organize os principais conceitos da Unidade e inclúa nele outros termos e ideias quê se relacionam ao quê foi estudado, realizando as associações quê considerar importantes. Por fim, elabore um pequeno texto quê conecte os conceitos e as ideias presentes no esquema. Essa é uma boa forma de estudar e compreender melhor os conceitos.

Página duzentos e quinze

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Tema 13: Nomenclatura e classificação dos sêres vivos

1. Diferentes espécies de anfíbios são conhecidas popularmente por sapo-boi, tais como: Rhinella schneideri, Rhinella icterica, Rhinella marina e Ceratophrys ornata. Sobre essas espécies, analise as afirmativas a seguir e indique aquelas quê são verdadeiras. reescrêva as falsas, corrigindo-as.

I. Todas as espécies listadas pertencem ao mesmo reino.

II. Todas as espécies listadas pertencem ao mesmo gênero.

III. Todas as espécies listadas possuem o mesmo nome popular e o mesmo nome científico.

IV. O epíteto específico das espécies listadas não é o mesmo.

V. É possível dizêr quê três das espécies listadas são mais aparentadas entre si.

Resposta: I.

Resposta: IV.

Resposta: V.

2. (UEA-AM) A takssonomía proposta por Lineu organizou os sêres vivos, inicialmente, em apenas 5 táxons (categorias). Para fins didáticos, na atualidade são utilizadas 7 categorias takssonômicas quê agrupam hierarquicamente os sêres vivos. De acôr-do com a takssonomía atual, dois organismos

a) de espécies diferentes certamente são do mesmo fílu.

b) do mesmo gênero certamente são da mesma espécie.

c) da mesma família certamente são do mesmo gênero.

d) da mesma espécie certamente são da mesma família.

e) de gêneros diferentes certamente são da mesma família.

Resposta: d)

Tema 14: Bactérias, arqueias, protozoários, algas e fungos

3. (Enem/MEC) Um agricultor, visando melhorar a vida útil dos vegetais quê comercializa, optou por embalagens a vácuo. Esse procedimento impede a proliferação dos principais microrganismos quê participam da decomposição dos alimentos, prolongando o período de consumo dos vegetais.

Esse tipo de embalagem impede a proliferação de microrganismos porque

a) retém á gua.

b) controla o pH.

c) evita a perda de nutrientes.

d) mantém a tempera-túra constante.

e) impede o contato com o oxigênio.

Resposta: e)

Tema 15: Animais invertebrados

4. (Unésp) A quitosana é um biopolímero obtído da quitina e tem diversas atividades biológicas importantes, como antioxidante, anti-inflamatória, anticoagulante, antitumoral e antimicrobiana.

(Mariana Pezzo. https://livro.pw/kbtcu, 21.03.2020. Adaptado.)

êste biopolímero póde sêr obtído a partir de macerados

a) da casca de eucaliptos.

b) de algas marrons.

c) do esqueleto de tubarões.

d) de chifres de bovinos.

e) da carapaça de caranguejos.

Resposta: e)

5. (UECE 2020) O corpo dos representantes do fílu Mollusca apresenta

a) simetria radial, cabeça, pé e massa visceral.

b) simetria bilateral, cabeça, pé e massa visceral.

c) simetria bilateral, cabeça, pé e membros articulados.

d) simetria radial, cabeça, pé e membros articulados

Resposta: b)

6. (UEA-AM) Comparando-se a organização do sistema nervoso em cnidários, como as águas-vivas, e platelmintos, como as planárias, pode-se afirmar quê:

a) nos cnidários, o sistema nervoso apresenta-se mais difuso em função da simetria bilateral corpórea.

b) em ambos os grupos, o sistema nervoso apresenta-se mais centralizado em função da simetria radial corpórea.

c) nos platelmintos, o sistema nervoso apresenta-se mais centralizado em função da simetria bilateral corpórea.

Resposta: c)

Página duzentos e dezesseis

d) nos cnidários, o sistema nervoso apresenta-se mais centralizado em função da simetria radial corpórea.

e) nos platelmintos, o sistema nervoso apresenta-se mais difuso em função da simetria bilateral corpórea.

Tema 16: Cordados

7. Analise as imagens e responda às kestões a seguir.

Fotografia de uma baleia nadando no mar. É um grande mamífero de pele lisa. Possui duas nadadeiras nas laterais do corpo e uma cauda bifurcada e achatada.

Baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae)

Fotografia de um morcego olhando diretamente para a câmera, pendurado de ponta cabeça em uma rocha com as asas fechadas.

Morcego-de-linhabranca (Platyrrhinus lineatus).

Fotografia de uma lebre deitada em um chão coberto de folhas secas. É um mamífero de pelo marrom, com patas traseiras bem desenvolvidas, orelhas pontudas, focinho alongado e olhos localizados nas laterais da cabeça. Podem medir entre 20 e 40 centímetros.

Lebre (Sylvilagus brasiliênsis).

a) Esses animais pertencem a quê grupo de vertebrados? Justifique sua resposta.

b) Com suas palavras, explique como é a circulação sanguínea dêêsses animais.

c) A classe a quê os animais das imagens pertencem possui diversas ordens. Faça uma pesquisa e identifique a qual ordem cada um deles pertence. Depois, pesquise outras ordens quê formam a classe dos animais das imagens. Elabore uma apresentação digital apresentando as principais informações encontradas.

8. (Enem/MEC) O sucesso adaptativo dos répteis relaciona-se, dentre outros fatores, ao surgimento de um revestimento epidérmico de queratina para economia de á gua metabólica. Essa característica seria prejudicial em anfíbios, pois acarretaria problemas

a) circulatórios, em razão da limitação na fôrça contrátil do coração tricavitário.

b) excretórios, em razão de incapacidade renal de processar níveis elevados de urína.

c) digestivos, em razão da limitação do intestino em absorver alimentos muito diluídos.

d) locomotores, em razão de incapacidade óssea de sustentar um animal mais pesado.

e) respiratórios, em razão da pequena capacidade dos pulmões de realizar trocas gasosas.

Resposta: e)

9. (Fuvest-SP) O esquema representa, de maneira bastante simplificada, uma das possíveis hipóteses de relação de parentesco entre grupos animais, assinalados pelo nome comum de alguns de seus representantes. Na base do esquema, a característica quê une todos em um mesmo grupo é a deuterostomia.

Cladograma inicia na raiz, passa pelo ponto Deuterostomia, chega ao primeiro nó que se bifurca dando origem ao ramo com terminal estrela-do-mar e ao outro ramo que passa pelo ponto 1 e se bifurca no segundo nó. O segundo ramo é o do terminal tainha, o outro segue passando pelo ponto 2, chega ao terceiro nó que se bifurca e dá origem ao ramo de terminal sapo. O outro segue passando pelo ponto 3 e chega ao quarto nó que se bifurca, dando origem a dois ramos. Um passa pelo ponto 4 e chega ao terminal tamanduá, o outro segue passando pelo nó 5 e depois ao quinto nó. O quinto nó se bifurca, dando origem aos ramos de terminais crocodilo e tico-tico.

Identifique quais seriam as características I, II, III, IV, V quê justificariam os respectivos grupos.

a) I notocorda; II pulmão; III âmnio; IV pelo; V ovo com casca.

b) I escamas; II encéfalo; III pulmão; IV glândulas mamárias; V âmnio.

c) I-mandíbula; II 4 membros locomotores; III pulmão; IV ventrículo subdividido em 2 câmaras; V ovo com casca.

d) I notocorda; II 4 membros locomotores; III pulmão; IV glândulas mamárias; V pena.

e) I âmnio; II pulmão; III mandíbula; IV ventrículo subdividido em 2 câmaras; V escama.

Resposta: a)

Tema 17: Plantas

10. (Enem/MEC) Durante a evolução das plantas, ocorreu uma transição do ambiente aquático para o ambiente terrestre graças ao surgimento de algumas estruturas quê as tornaram independentes da á gua. Esse fato permitiu maior dispersão dêêsse grupo de sêres vivos, sêndo possível observá-los em diferentes ambientes na atualidade.

Página duzentos e dezessete

Qual estrutura possibilitou a independência da á gua para a fecundação dos sêres vivos citados acima?

a) Fruto.

b) Esporo.

c) Semente.

d) Tubo polínico.

e) Vaso condutor.

Resposta: d)

11. (Udesc) No qüadro abaixo são listadas algumas características de grupos vegetais superiores.

Grupo

Presença de raiz

Presença de flores

Presença de sementes

Presença de frutos

Briófitas

Não

Não

Não

Não

Pteridófitas

Sim

Não

Sim

Não

Gimnospermas

Sim

Sim

Sim

Sim

angiôspérmas

Sim

Sim

Sim

Sim

Analise as proposições em relação às características apresentadas no qüadro.

I. A caracterização das briófitas no qüadro está correta.

II. A caracterização das pteridófitas está incorréta, pois êste grupo vegetal não apresenta sementes.

III. A caracterização das giminospérmas está correta.

IV. A caracterização das angiospérmas está correta.

Assinale a alternativa correta.

a. () Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.

b. () Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.

c. () Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.

d. () Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

e. () Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

Resposta: a.

Resposta: b.

Resposta: c.

Resposta: d.

Resposta: e.

12. (Enem/MEC) Nas angiospérmas, além da fertilização da oosfera, existe uma segunda fertilização quê resulta num tecido triploide.

Essa segunda fertilização foi importante

evolutivamente, pois viabilizou a formação de um tecido de

a) nutrição para o fruto.

b) reserva para o embrião.

c) revestimento para a semente.

d) proteção para o megagametófito.

e) vascularização para a planta jovem.

Resposta: b)

Tema 18: Fisiologia vegetal

13. (Enem/MEC) Um garoto comprou vários abacates na feira, mas descobriu quê eles não estavam maduros o suficiente para serem consumidos. Sua mãe recomendou quê ele colocasse os abacates em um recipiente fechado, pois isso aceleraria seu amadurecimento. Com certa dúvida, o garoto realizou esta experiência: colocou alguns abacates no recipiente e deixou os demais em uma fruteira aberta. Surpreendendo-se, ele percebeu quê os frutos quê estavam no recipiente fechado amadureceram mais rapidamente. A aceleração dêêsse processo é causada por

a) acúmulo de gás etileno.

b) redução da umidade do ar.

c) aumento da concentração de CO2.

d) diminuição da intensidade luminosa.

e) isolamento do contato com O2 atmosférico.

Resposta: a)

14. (UFT-TO) Para explicar a ascensão da sseiva no xilema, a hipótese mais amplamente aceita é a da coesão-tensão, descrita primeiramente pelo botânico ênrri Horatio Dixon, em 1914.

Considerando essa hipótese, as palavras quê preenchem, respectivamente, as lacunas do texto a seguir são: Ao perder á gua por ___ as ___ criam uma tensão quê puxa a ___ com isso, a coluna de sseiva sobe. A tensão da coluna chega até ___ retirando á gua de suas células; assim, por sua vez, elas absorvem á gua do solo.

Assinale a alternativa CORRETA.

a) evaporação – fô-lhas – floemáticos – as raízes.

b) transpiração – fô-lhas – xilemáticos – as raízes.

c) evaporação – raízes – floemáticos – as fô-lhas.

d) transpiração – raízes – xilemáticos – as fô-lhas.

Resposta: b)

Página duzentos e dezoito

INTEGRANDO COM...

QUÍMICA E FÍSICA

Biomimetismo

O biomimetismo, ou biomimética, é uma abordagem quê busca resolver problemas da ssossiedade humana inspirando-se em estratégias e processos encontrados na natureza. A palavra biomimetismo vêm do grego bios, quê significa “vida”, e mimesis quê significa “imitação”. O texto a seguir apresenta uma das principais ideias relacionadas a esta estratégia.

[...]

Numa ssossiedade acostumada a dominar ou “melhorar” a natureza, essa respeitosa imitação é uma abordagem inteiramente nova, uma verdadeira revolução. Diferentemente da Revolução Industrial, a Revolução Biomimética inaugura uma era cujas bases assentam não naquilo quê podemos extrair da natureza, mas no quê podemos aprender com ela.

[...]

BENYUS, Janine M. Biomimética: inovação inspirada pela natureza. 6. ed. São Paulo: cúltriks, 2012. p. 10.

Veja alguns exemplos de estratégias biomiméticas a seguir.

Esquema representando os tipos de escamas de uma cobra em detalhe. Na parte de cima, as escamas são mais unidas e lisas. Já no solado, a parte de baixo da cobra, as escamas são mais espaçadas e saltadas, criando mais textura.

Escamas de cobra

O padrão de disposição das escamas do corpo das cobras faz com quê elas criem atrito com o solo durante a movimentação, proporcionando aderência e facilitando a locomoção. Inspirados por essa característica, foram desenvolvidos sapatos com solados baseados nas escamas das cobras. Ao caminhar, as "escamas" do solado alteram suas propriedades, gerando maior atrito e aderência com o solo, reduzindo a probabilidade de o usuário escorregar, especialmente idosos.

Esquema representando as escamas do tubarão e o revestimento criado pelo ser humano em detalhe. As escamas são formadas por pequenas placas sobrepostas com a superfície levemente ondulada e estão identificadas como escamas placoides. O revestimento segue um padrão semelhante ao das escamas no formato e nas ondulações na superfície.

Escamas de tubarão

A péle dos tubarões apresenta escamas placoides. Elas possuem microtexturas quê reduzem a fixação das bactérias em sua superfícíe e dificultam sua reprodução. Com base nesta característica, foi desenvolvido um filme sintético antibacteriano, com configuração similar às escamas placoides, o quê reduz significativamente a adesão bacteriana. Essa tecnologia biomimética póde sêr utilizada para revestir superfícies em hospitais, como corrimãos, maçanetas e botões de elevador, diminuindo o risco de infekições hospitalares.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Para se aprofundar em como a natureza póde inspirar inovações tecnológicas e soluções sustentáveis, leia o livro a seguir.

BENYUS, Janine M. Biomimética: inovação inspirada pela natureza. 6. ed. São Paulo: cúltriks, 2012.

Página duzentos e dezenove

Esquema representando as penas de uma coruja e uma turbina em detalhe.  A borda da turbina é serrilhada como a pena da coruja.

Asas de coruja

Corujas são conhecidas por seu vôo silencioso, uma característica quê as auxilia durante a predação. O vôo mais silencioso é possível devido às franjas serrilhadas presentes nas extremidades de suas penas. Essas franjas fazem com quê as correntes de ar se encontrem em locais específicos e se misturem, minimizando os ruídos produzidos. Para reduzir a poluição sonora gerada por turbinas eólicas, foram adaptadas bordas serrilhadas em suas extremidades externas. Essas bordas contribuem para a redução do ruído produzido pelas turbinas.

Esquema representando a sinalização de feromônios de nematoides.  Três nematoides estão próximos às raízes de uma planta. Ao redor de cada um deles estão vários círculos concêntricos indicados como sinalização de feromônios. Outros nematoides menores estão próximos, mas não chegam às raízes da planta.

Feromônios de nematoides

Os agrotóxicos são usados para proteger cultivos de pragas e de doenças, mas seu uso indiscriminado traz preocupações ambientais e de saúde pública. Uma abordagem sustentável é a estratégia do uso de feromônios, quê são moléculas produzidas pêlos sêres vivos e liberadas no ambiente. Funcionam como sinalizadores quê auxiliam, por exemplo, na busca por alimento e no encontro de parceiros sexuais. Para reduzir o ataque de nematoides prejudiciais à planta, foi criado um fêromônio sintético quê sinaliza a ausência de alimentos no local. Assim, os nematoides acabam buscando por alimentos em outras áreas. Essa tecnologia reduz a necessidade de agrotóxicos.

Esquema representando um camaleão com a língua para fora, com a língua e a pinça inspirada nela em detalhe. A língua é longa, com a ponta em forma de pinça. A pinça ao lado é comprida e tem a ponta arredondada com uma abertura.

Língua de camaleão

A língua do camaleão possui uma estrutura muscular quê a permite sêr disparada de sua bôca em direção à presa. Ela se adapta ao seu formato, a envolve firmemente e é retraída. Inspirando-se nessa característica, foi desenvolvida uma pinça precisa, capaz de agarrar objetos de diversos formatos e tamanhos. A pinça contém uma capa de silicone elástico quê envolve o objeto, semelhante à língua do camaleão.

Agora, faça o quê se pede em cada item.

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

1. Forme um grupo com quatro integrantes para realizarem as atividades a seguir.

a) Conversem sobre o trecho do livro Biomimética: Inovação Inspirada pela Natureza, citado no início desta seção. Anotem suas conclusões e apresentem-nas aos outros grupos.

b) Para desenvolver as estratégias citadas no texto, além dos conhecimentos de Biologia, são necessários outros conhecimentos próprios a outras disciplinas, como Química e Física. Listem conceitos dessas disciplinas quê vocês julgam estar envolvidos para o desenvolvimento dos produtos citados.

c) Façam uma pesquisa sobre outra estratégia biomimética e exponham os resultados à turma por meio de uma apresentação digital.

Página duzentos e vinte