UNIDADE
6
EVOLUÇÃO, SOCIEDADE E BIOTECNOLOGIA

A fotografia nesta abertura retrata uma estátua de cêra detalhada de um neandertal localizada em um museu na cidade de Mettmann, na Alemanha.

Em 2022, o biólogo sueco Svante Pääbo (1955-) recebeu o prêmio Nobél de Medicina por ter reconstruído o genoma neandertal. Ele obteve dê ene há de óssos de neandertais preservados por mais de 40 mil anos, e pôdi estabelecer relações entre êste material genético e o do humano moderno.

Estudos sobre a evolução dos sêres vivos são fundamentais para conhecer a história da vida na Terra, incluindo a dos sêres humanos. Muitas das técnicas utilizadas para esses estudos envolvem a manipulação de dê ene há por meio da biotecnologia. Estes serão alguns dos assuntos abordados durante esta Unidade.

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

1. Para você, quê relação evolutiva existe entre um neandertal e um humano moderno?

2. A biotecnologia é utilizada para o desenvolvimento de diversos processos e produtos de interêsse da Ciência e da ssossiedade. Cite algum exemplo e explique como isso impacta a vida das pessoas.

Fotografia de uma escultura de um neandertal. Ser semelhante a um humano, mas com traços mais robustos. Tem cabelos e barba longos e segura um pedaço de madeira.

Página trezentos e sessenta e nove

Estátua de cêra de um neandertal, no Museu Neandertal. Mettmann (Alemanha), 2024.

Página trezentos e setenta

TEMA
31
Ideias evolucionistas

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Analise as imagens a seguir.

Composição de quatro fotografias. A. O beija-flor-de-banda-branca é uma ave com corpo esguio e bico fino e reto. As penas são coloridas e brilhantes. As asas são estreitas e pontudas. A cauda toma uma forma arredondada quando está pousado. Mede 8,5 centímetros de comprimento. B. O gavião-de-cauda-branca é uma ave de rapina com corpo robusto e peito largo. A cabeça é arredondada e o bico é curto e curvado na ponta. As asas são longas e largas. A cauda é larga em formato de leque. As pernas são grossas e com grandes garras. Mede 60 centímetros de comprimento. C. O coleirinho é uma ave pequena com corpo esguio e bico curto e grosso. A cabeça é arredondada e possui uma faixa escura que contorna a garganta, formando um desenho semelhante a um colar. As asas são curtas e a cauda é reta. As pernas são finas e curtas. D. O talha-mar é uma ave com o corpo alongado, pescoço curto e cabeça proporcionalmente grande. O bico é comprido e reto, com a parte inferior mais longa que a superior. As asas são longas e pontudas. A cauda é bifurcada. As pernas são curtas e finas. Quando pousado, mantém o corpo na horizontal com o bico projetado para frente. Mede cerca de 50 centímetros.

Algumas espécies de aves encontradas no Brasil. Beija-flor-de-banda-branca (Amazilia versicolor) (A); gavião-de-rabo-branco (Geranoaetus albicaudatus) (B); coleirinho (Sporophila caerulescens) (C); talha-mar (Rynchops niger) (D).

PENSE E RESPONDA

1 O bico das aves presentes nas imagens é especializado na obtenção de determinados alimentos. Em sua opinião, qual dos bicos presentes nas imagens é adaptado para: dilacerar carne de outros animais; capturar peixes; quebrar sementes e grãos; captar néctar de flores?

2 Analise as explicações a seguir sobre a especialização do bico das aves. Em sua opinião, qual das duas explicações está correta, em termos científicos? Converse com seus côlégas a respeito.

Explicação A: Ao longo do tempo, os bicos das aves foram se modificando em resposta à necessidade de se adaptarem aos alimentos disponíveis nos respectivos ambientes em quê vivem.

Explicação B: Ao longo do tempo, as aves com variações nos bicos quê melhor se adaptavam aos alimentos disponíveis em seus ambientes prosperaram e se reproduziram com mais sucesso.

Existem diversas espécies de sêres vivos habitando o planêta, cada qual com suas características quê as tornam únicas, como o formato dos bicos das aves presentes nas imagens. Contudo, sabemos quê essa diversidade nem sempre foi a mesma desde seus primórdios: várias espécies surgiram e se diversificaram, ao passo quê muitas outras foram extintas.

Atualmente, é aceito entre os cientistas quê as espécies de sêres vivos se modificam ao longo do tempo, ao quê denominamos evolução. Iniciaremos nóssos estudos a respeito da evolução neste Tema.

Página trezentos e setenta e um

A vida evolui

A evolução dos sêres vivos é sustentada por uma série de evidências. Uma delas são os fósseis, registros quê indicam a presença de vida em tempos passados. Esses registros podem sêr organismos inteiros preservados ou restos deles, como óssos e conchas fossilizadas. Os registros também podem sêr constituídos por vestígios da atividade dos organismos em vida, como pegadas, ovos e fézes fossilizadas.

Grande parte dos fósseis é encontrada em róchas sedimentares, isto é, róchas formadas pelo depósito de sedimentos. Acompanhe o esquema a seguir quê representa um dos processos de fossilização.

Esquema representando as etapas do processo de fossilização em rochas sedimentares. 1. No processo de formação de rochas sedimentares, há o depósito de diversas camadas de sedimentos, umas sobre as outras. Camadas de sedimentos também são depositadas sobre o corpo dos seres vivos ou sobre vestígios de sua atividade. 2. Algumas partes do corpo dos seres vivos podem ser mais rapidamente decompostas, como tecidos moles. Partes mais rígidas, como ossos, dentes e conchas, podem ser substituídas por minerais ou deixar impressões nas rochas em formação. Esse processo ocorre concomitantemente ao depósito de sedimentos, ao longo de muitos anos. 3. Os fósseis formados podem ser encontrados em diferentes camadas das rochas sedimentares. De modo geral, as camadas mais profundas das rochas são as mais antigas.  Há duas fotografias de fósseis na imagem. A primeira é de um fóssil de ave encontrado em Wyoming, nos Estados Unidos, com estimativa de ter vivido há cerca de 45 milhões de anos. O esqueleto da ave está todo visível. Possuía pernas e pescoço longos. A segunda fotografia é de um fóssil de peixe encontrado em Wyoming, nos Estados Unidos, com estimativa de ter vivido há cerca de 55 milhões de anos.  O esqueleto do peixe está todo visível. Nota-se que era um peixe ósseo.

Elaborado com base em: GROTZINGER, Diôn; JORDAN, Tom. Para entender a Terra. 6. ed. Porto Alegre: búkmã, 2013. p. 203.

Representação do processo de fossilização em róchas sedimentares (imagens sem escala; cores fantasia).

Os sêres vivos, ou parte deles, também podem sêr preservados em resina vegetal fossilizada. Algumas árvores produzem um fluido pegajoso quê pode aprisionar insetos, partes de plantas etc. Ao longo do tempo, esse fluido enrijece e forma o âmbar, quê preserva o fóssil por milhões de anos.

O estudo dos fósseis revela espécies já extintas e nos possibilita entender como os sêres vivos se modificaram ao longo do tempo.

Fotografia de um inseto, semelhante a uma mosca, fossilizado dentro de uma pedra de âmbar. A pedra é transparente e possui cor amarelada.

inséto fossilizado, com idade estimada em milhões de anos.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Faça uma visita virtual ao Museu de Paleontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ((hú f érre gê ésse)) e conheça sua coleção de fósseis.

Tour virtual. Publicado por: Museu de Paleontologia Irajá Daminani Pinto. Disponível em: https://livro.pw/fwpzw. Acesso em: 17 out. 2024.

Página trezentos e setenta e dois

DIÁLOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Química. Mais informações nas Orientações para o professor.

Como é possível estimar a idade dos fósseis?

Existem diversas maneiras de determinar a idade aproximada de um fóssil. Algumas envolvem isótopos radioativos, como o carbono-14 (C14). Esse isótopo de carbono é encontrado no ambiente na molécula de gás carbônico (CO2). Ele é incorporado pelas plantas por meio da fotossíntese e pêlos animais por meio da alimentação. Ao longo de sua vida, os sêres vivos mantêm uma certa quantidade de carbono-14 em seu organismo. Quando um organismo morre, ele para de absorver esse isótopo radioativo, e a quantidade dêêsse carbono começa a diminuir lentamente.

Ao medir a quantidade de carbono-14 quê ainda está presente no fóssil em comparação com o quê deveria estar presente em um organismo vivo, os cientistas podem estimar quanto tempo se passou desde quê o organismo morreu. Quanto menor for a quantidade dêêsse isótopo na amostra, mais antigo é o fóssil. Contudo, essa técnica consegue determinar idades de fósseis de até 50 mil anos de idade. Para fósseis mais antigos, outras técnicas são requeridas.

Os estudos moleculares também fornecem evidências da evolução. Por exemplo, é possível fazer uma análise comparativa do material genético de diferentes espécies. Ao se identificarem sequências similares de um mesmo gene, quê é utilizado como um dos parâmetros para comparar as espécies analisadas no estudo, entende-se quê essa póde sêr uma evidência de quê elas são evolutivamente próximas entre si.

Evidências da evolução também podem sêr obtidas com base no estudo das características semelhantes apresentadas por diferentes organismos. Entre elas, estão as estruturas homólogas, presentes em espécies quê compartilham um ancestral comum. Essas estruturas possuem a mesma origem embriológica, mas não necessariamente dêsempênham a mesma função em cada espécie.

Um exemplo de estrutura homóloga são os óssos quê compõem os membros anteriores dos mamíferos (o úmero, o rádio, a ulna, os carpos, os metacarpos e as falanges). A presença dêêsses óssos em todos os mamíferos é um indicativo de quê eles compartilham um ancestral comum já extinto, quê, no passado, apresentava esses mesmos óssos. Contudo, ao longo do tempo, as linhagens evolutivas dos mamíferos acumularam modificações, resultando em membros anteriores com formatos e funções diferentes nas espécies atuáis. Por exemplo, os membros anteriores dos sêres humanos são utilizados para manipular o ambiente; das baleias, para o nado; dos gatos, para caminhar e saltar; e dos morcegos, para o vôo.

Esquema representando os ossos que compõem o membro anterior do ser humano, da baleia, do gato e do morcego. Estão indicados os úmeros, os rádios, as ulnas, os carpos, os metacarpos, as falanges de cada um dos seres. Cada osso está colorido com a mesma cor nos quatro membros.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 473.

Representação dos óssos quê compõem o membro anterior do sêr humano, da baleia, do gato e do morcêgo, quê são estruturas homólogas.

Página trezentos e setenta e três

História da vida na Terra

Para os estudos a respeito da história da vida na Terra, usam-se as unidades de medida éons, eras e períodos para determinar o tempo geológico – subdivisões de maior para menor abrangência. Acompanhe o qüadro a seguir.

Éon

Era

Período

Intervalo de anos (aproximadamente)

Pré-cambriano

Hadeano

De 4,6 a 4 bilhões de anos atrás

Arqueano

De 4 a 2,5 bilhões de anos atrás

Proterozoico

De 2,5 bilhões a 538 milhões de anos atrás

Fanerozoico

Paleozoico

Cambriano

De 538 a 485 milhões de anos atrás

Ordoviciano

De 485 a 443 milhões de anos atrás

Siluriano

De 443 a 419 milhões de anos atrás

Devoniano

De 419 a 358 milhões de anos atrás

Carbonífero

De 358 a 298 milhões de anos atrás

Permiano

De 298 a 251 milhões de anos atrás

Mesozoico

Triássico

De 251 a 201 milhões de anos atrás

Jurássico

De 201 a 145 milhões de anos atrás

Cretáceo

De 145 a 66 milhões de anos atrás

Cenozoico

Paleógeno

De 66 a 23 milhões de anos atrás

Neógeno

De 23 a 2,58 milhões de anos atrás

Quaternário

De 2,58 milhões de anos atrás aos dias de hoje

Ilustração representando um dos primeiros peixes. É um peixe de corpo alongado, cabeça grande e alongada, boca grande, olhos pequenos localizados nas laterais da cabeça e nadadeiras pouco desenvolvidas.

Ilustração representando um dos primeiros répteis. É um animal com corpo e cauda alongados, cabeça e boca grandes e quatro pernas curtas com os dedos das patas pontudos.

Ilustração representando um dos primeiros dinossauros. Animal voador, com o corpo curto, asas longas, patas traseiras finas e curtas, cabeça pequena com uma grande protuberância fina no topo da cabeça.

Ilustração representando um dos primeiros mamíferos. Animal de quatro patas, corpo alongado com pelo curto, cauda comprida, cabeça grande, focinho alongado, orelhas pequenas nas laterais e olhos redondos na frente da cabeça.

Ilustração representando um dos primeiros hominídeos. Homem com vestes rudimentares feitas de couro, possui bastante pelo ao longo do corpo e segura uma lança.

Representação do tempo geológico e de alguns eventos da história evolutiva da vida na Terra (imagens sem escala; cores fantasia).

Fonte: INTERNÉTIONAL chronostratigraphic chart. [S. l.]: International Commission on Stratigraphy, c2013-2023. Disponível em: https://livro.pw/dlgfj. Acesso em: 18 out. 2024.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Você sabia quê o mamífero mais antigo já descoberto foi encontrado no Brasil por cientistas brasileiros? Assista ao vídeo no sáiti a seguir para conhecer mais.

Identificação do mamífero mais antigo da Terra - Acontece na (hú f érre gê ésse). Publicado por: (hú f érre gê ésse) Tevê. Vídeo (6 min). Disponível em: https://livro.pw/mhvvm. Acesso em: 8 maio 2025.

É possível acionar a legenda no vídeo. Caso precise da janela de Libras, sugere-se o uso de ferramentas digitais como o VLibras (Disponível em: https://livro.pw/noesn. Acesso em: 8 maio 2025.)

Página trezentos e setenta e quatro

A seguir, serão apresentados alguns eventos quê resultaram na diversidade de espécies atualmente encontradas no planêta.

1
Formação da Terra:

Estudos indicam quê a Terra teria se formado há cerca de 4,6 bilhões de anos.

2
As róchas mais antigas:
As mais antigas róchas conhecidas na superfícíe terrestre datam de aproximadamente 4,2 bilhões de anos.

3
Surgimento da vida:
Não se sabe ao cérto quando a vida surgiu na Terra. As primeiras evidências são de cerca de 3,5 bilhões de anos atrás, os estromatólitos, róchas sedimentares produzidas pela atividade de colônias de procariontes primitivos.

Fotografia de inúmeros estromatólitos sobre um corpo d'água raso. São estruturas semelhantes a rochas arredondadas.

Estromatólitos encontrados na Austrália.

PENSE E RESPONDA

3 Os estromatólitos são indicativos da existência de vida na Terra em qual era do tempo geológico?

4
A fotossíntese:
Estruturas microscópicas quê se assemelham a células procarióticas foram encontradas em fósseis de cerca de 3,4 bilhões de anos no oeste da Austrália. Elas foram consideradas as evidências mais antigas de sêres fotossintetizantes.

5
O aumento da concentração de gás oxigênio na atmosféra:
Estudos indicam quê a concentração atmosférica de gás oxigênio tenha começado a aumentar por volta de 2,7 bilhões de anos atrás. O aumento de sua concentração atmosférica foi importante para a diversificação dos sêres de metabolismo aeróbio.

6
As células eucarióticas:
Os fósseis mais antigos de células eucarióticas datam de 1,8 bilhão de anos.

7
A vida pluricelular:
Não se sabe ao cérto quando os primeiros sêres pluricelulares tênham surgido no planêta, mas sabe-se quê eles já existiam por volta de 1,6 bilhão de anos atrás, data dos mais antigos fósseis encontrados de organismos pluricelulares.

8
Os animais mais antigos:
Os fósseis mais antigos de animais datam de 558 milhões de anos.

Fotografia do fóssil de um Dickinsonia. O animal possuía segmentos no corpo, era achatado e ovalado. No centro, havia uma estrutura fina e alongada. Os indivíduos possuíam diversos tamanhos, mas os maiores fósseis medem até 1,4 metros de comprimento.

Os animais mais antigos já encontrados, conhecidos como Dickinsonia, possuíam um formato ovál e uma estrutura corporal compléksa. Possuíam cerca de 1,4 métro de comprimento.

9
Diversificação animal:
No período Cambriano, houve um grande aumento da diversidade de muitos filos de animais, evento conhecido como explosão cambriana, assim como o surgimento dos primeiros peixes.

Fotografia de um fóssil de trilobita. O corpo tem forma alongada e achatada. Uma das pontas tem formato de meia-lua, o restante do corpo apresenta um eixo central e diversos segmentos.

Harpides, fóssil de trilobita, um artrópode quê se alimentava enquanto rastejava no fundo do mar. Ele viveu entre 500 e 300 milhões de anos atrás.

10
A colonização do ambiente terrestre:
Já no período Ordoviciano, algas marinhas tornam-se abundantes e o ambiente terrestre passa a sêr colonizado por grupos de plantas e invertebrados. A evidência fóssil mais antiga de plantas terrestres data de cerca de 420 milhões de anos. Essas plantas eram avasculares, ou seja, não apresentavam vasos condutores de sseiva.

Página trezentos e setenta e cinco

11
A primeira extinção em massa:
Ao fim do período Ordoviciano, a tempera-túra do planêta começou a diminuir significativamente, conforme as camadas de gêlo se espalhavam. Acredita-se quê o congelamento tenha ocasionado uma das maiores extinções em massa de vida na Terra, visto quê boa parte dos sêres vivos ocupavam ambientes aquáticos.

12
Diversificação das plantas:
Já no Siluriano, a tempera-túra voltou a se elevar, permanecendo kemte e estável durante a maior parte do período. As primeiras plantas terrestres com vasos condutores surgiram no período Siluriano.

13
Diversificação dos peixes e primeiros tetrápodes:
O período Devoniano é conhecido por “Idade dos peixes” devido à grande diversificação dos peixes ósseos. Nele, também ocorreu o surgimento dos insetos e dos primeiros tetrápodes, ou seja, vertebrados terrestres de quatro membros, além das primeiras plantas com sementes.

14
Florestas de plantas vasculares:
No Carbonífero, aparécem extensas florestas de plantas vasculares e os anfíbios tornam-se dominantes. Além díssu, surgem os primeiros répteis.

15
A maior extinção em massa:
Ao final do Permiano, houve uma das maiores extinções da história do planêta de organismos aquáticos e terrestres. Acredita-se quê mais de 90% das espécies de animais marinhas tênham sido extintas, além de 70% das espécies terrestres, aproximadamente. Não se sabe ao cérto o quê teria provocado esse evento, mas acredita-se quê tenha relação com a acidificação das chuvas, provocada pela emissão de gases vulcânicos. Os primeiros dinossauros teriam surgido no cenário posterior.

16
Mamíferos e irradiação dos dinossauros:
No Triássico, ocorre o surgimento dos mamíferos. Os mamíferos primitivos coexistiram com os dinossauros, os quais se irradiaram no Triássico.

Composição de duas imagens. A. Fotografia de um fóssil de um megazostrodonte. O esqueleto está mais evidente. B. Ilustração de um megazostrodonte. Animal semelhante a um roedor, com quatro patas, dedos alongados, cauda longa e fina, corpo esguio, cabeça arredondada e focinho comprido. Possui pelos por todo o corpo.

Fóssil (A) e concepção artística (B) de um megazostrodonte, um mamífero primitivo extinto quê possuía o tamãnho de um camundongo e se alimentava de insetos (imagem sem escala; cores fantasia).

17
O surgimento das flores:
As primeiras plantas com flores surgiram no Jurássico. Nesse período, os dinossauros se tornaram muito diversificados e dominantes.

Imagem digital realista de uma Euanthus panii. Planta com simetria radial, folhas com pontas arredondadas e uma estrutura no centro semelhante a uma inflorescência. Os fósseis possuem poucos milímetros.

Concepção artística da planta da espécie Euanthus panii, vivente no período Jurássico (imagem sem escala; cores fantasia).

18
A extinção dos dinossauros:
Ao fim do Cretáceo, há cerca de 65 milhões de anos, ocorreu outro evento de extinção em massa, responsável pela eliminação dos dinossauros. Uma das hipóteses mais aceitas entre os cientistas é quê essa extinção tenha sido ocasionada pela alteração climática provocada por um meteoro quê teria atingido o planêta, enchendo a atmosféra de gases, poeira e detritos.

19
Irradiação da vida:
Já no Paleógeno, há uma grande irradiação de mamíferos, aves, plantas com flores e insetos polinizadores, assim como o surgimento de muitos grupos de primátas. No Neógeno, a irradiação dêêsses grupos continua e surgem os primeiros ancestrais quê se relacionam com a espécie humana.

20
Surgimento do gênero ômo e dos sêres humanos:
No Quaternário, período quê vivemos nos dias de hoje, ocorre o surgimento do gênero ômo, e, por conseguinte, de nossa espécie (ômo sápiens). A origem dos ômo sápiens teria ocorrido há cerca de 300 mil anos, na África Oriental.

Composição de duas fotografias. A. Crânio humano fossilizado em bom estado de conservação. Apenas os ossos da cavidade ocular estão um pouco deteriorados. B. Escultura de cabeça humana. Tem pele negra, sem cabelos.

Fóssil do crânio (A) e reconstrução artística do rrôsto (B) do sêr humano mais antigo encontrado na América do Sul. Esse fóssil é de uma mulher, quê foi chamada de Luzia, e data de cerca de 11.500 anos atrás.
Representação de alguns eventos importantes desde a formação da Terra até o surgimento dos ômo sápiens.

Página trezentos e setenta e seis

História do pensamento evolutivo

Atualmente, a evolução é aceita pela comunidade científica e sustentada por diversas evidências. Contudo, no passado, não se acreditava na evolução dos sêres vivos. Por muitos séculos, diversos estudiosos defendiam o fixismo, isto é, quê as espécies de sêres vivos teriam se originado na forma com quê se apresentam e assim permaneceriam, mantendo-se imutáveis.

O avanço dos estudos científicos em diferentes áreas das Ciências contribuiu para o entendimento de quê os sêres vivos não poderiam sêr imutáveis, mas se modificariam ao longo do tempo. Gradualmente, houve a concretização do pensamento evolutivo.

Desde o século XVIII, diferentes explicações para a evolução dos sêres vivos foram propostas. A seguir, estudaremos duas delas: a proposta por lamárki e a proposta por Dárvim e por Wallace.

As ideias evolucionistas de lamárki

O naturalista francês jã batíst Piérre antoní de Monê (1744-1829), conhecido como lamárki, foi o primeiro pesquisador a propor uma explicação a respeito de como se daria a evolução dos sêres vivos. Ela foi publicada na obra Philosophie Zoologique, em 1809.

Para lamárki, cada espécie atual teria se originado por geração espontânea e, a partir daí, seguido seu próprio caminho evolutivo, d fórma independente. Ao longo dêêsse processo, cada espécie teria se modificado em função das alterações do ambiente quê ocupava.

lamárki defendia quê o tempo e as condições ambientais eram os principais fatores responsáveis pela transformação progressiva dos sêres vivos.

O tempo justificaria a complexidade das espécies atuáis. Ou seja, de acôr-do com sua proposição, as espécies mais simples teriam surgido mais recentemente e, portanto, teriam se modificado menos, se comparadas às espécies mais compléksas. Essas teriam surgido em tempos mais remotos e se modificado mais.

Por sua vez, as condições ambientais imporiam mudanças nos sêres vivos. Isto é, os sêres vivos se modificariam por influência do ambiente.

lamárki afirmava quê as novas características apresentadas pêlos sêres vivos, se plenamente utilizadas por eles, poderiam sêr passadas aos seus descendentes por meio da reprodução. Essa proposição estava embasada no uso e desuso e na herança dos caracteres adquiridos, explicações comuns entre os naturalistas da época. O uso e desuso determinam quê as características dos sêres vivos tenderiam a sêr desenvolvidas ou atrofiadas se fossem muito ou pouco utilizadas, respectivamente. A herança dos caracteres adquiridos, por sua vez, estipula quê as características resultantes do uso e do desuso seriam transmitidas às próximas gerações.

Fotografia de diversos tipos de flores e plantas rasteiras.

As ideias evolucionistas buscam explicar a diversidade dos sêres vivos existentes na Terra.

Página trezentos e setenta e sete

A evolução do pescoço da girafa não foi proposta por lamárki em sua obra original. Esse exemplo, no entanto, é freqüentemente utilizado d fórma didática para ilustrar suas ideias evolucionistas.

Por exemplo, com base nas ideias de lamárki, explica-se quê as girafas, no passado, não apresentavam pescoço comprido, e para se alimentarem das fô-lhas presentes nas cópas das árvores, tí-nhão de esticá-lo. Com o tempo, seu pescoço teria ficado mais longo (uso e desuso). Essa característica teria sido transmitida aos seus filhotes (herança dos caracteres adquiridos), quê nasceriam com pescoço mais longo. A cada geração, o pescoço das girafas teria ficado mais longo, resultando no tamãnho atual.

Atualmente, as ideias de lamárki não são aceitas pela comunidade científica. Sabe-se quê os sêres vivos não se originam por geração espontânea e que nêm todas as mudanças ocorridas em um organismo durante sua vida são transmitidas às gerações seguintes.

Embora suas teorias não sêjam mais aceitas, lamárki desempenhou um papel histórico importante na aceitação da ideia de evolução. Mesmo desacreditadas por pessoas de sua época, suas ideias abriram caminho para novas discussões sobre a evolução dos sêres vivos.

Fotografia de uma girafa se alimentando das folhas de uma árvore. A girafa é um animal quadrúpede, com o pescoço muito alongado em relação ao corpo. Possui olhos nas laterais da cabeça, um rabo, orelhas relativamente pequenas, crina e pelagem curta, amarelada com diversas manchas marrons espalhadas. O tamanho médio de um indivíduo adulto é de 4,2 metros.

Girafa alimenta-se das fô-lhas de uma árvore na savana africana.

As ideias evolucionistas de Dárvim e Wallace

Algumas dékâdâs depois de lamárki, os naturalistas britânicos xárlês Dárvim (1809-1882) e álfred Russel Wallace (1823-1913) propuseram, independentemente, explicações similares para a evolução dos sêres vivos. Para eles, a evolução seria explicada pela seleção natural, quê estudaremos adiante.

Muitas das conclusões de Dárvim foram proporcionadas pela viagem de cinco anos de exploração ao redor do mundo, juntamente ao capitão FitzRoy no navio inglês HMS Bígou. Partindo da Inglaterra, em 1831, a expedição passou por diferentes continentes, incluindo a América do Sul, onde Dárvim visitou o Brasil. O retorno à Inglaterra ocorreu em 1836.

Carrossel de Imagens: Alfred Russel Wallace na Amazônia.

Mapa 'A viagem do H M S Beagle pelo mundo' de 1.831 a 1.836. Mapa-múndi com uma linha vermelha indicando a rota e pontos indicando as cidades pelas quais o navio passou. A expedição saiu de Phymouth, passou, respectivamente, por Cabo Verde, Salvador, Rio de Janeiro, Montevidéu, Bahia Blanca, Ilhas Malvinas, Cabo Horo, Patagônia, Valparaíso, Ilhas Galápagos, Ilha Thaiti, Nova Zelândia, Hobart, Maurício, Madagascar, Cabo da Boa Esperança, Cidade do Cabo, Ilha de Ascensão, Salvador e Cabo Verde novamente, Açores e finalizaram em Falmouth.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 466. BROWNE, Janet. xárlês Dárvim: viajando. São Paulo: Aracati: Editora Unésp, 2021. p. 238-239.

Representação da rota realizada pelo HMS Bígou entre 1831 e 1836.

Página trezentos e setenta e oito

Nessa viagem, Dárvim visitou diferentes ambientes e observou vários organismos ao redor do mundo, além de coletar diversos exemplares de sêres vivos para estudá-los. Entre as espécies coletadas estavam as de aves conhecidas popularmente por tentilhões, encontradas nas ilhas de Galápagos, arquipélago localizado na costa do Equador. Os tentilhões viviam em diferentes ilhas do arquipélago e apresentavam características próprias, como o formato de seu bico.

Composição de cabeças de pássaros tentilhões. 1. Geospiza magnirostris: Cabeça grande, com bico curto e robusto, penas escuras. 2. Geospiza fortis: Muito semelhante ao anterior, mas com a cabeça ligeiramente menor. 3. Geospiza parvula: Cabeça pequena, com bico curto e pequeno. As penas são mais escuras no topo da cabeça. Há uma faixa branca sobre os olhos. 4. Certhidea olivacea: Muito semelhante ao anterior, mas o bico é um pouco mais pontudo e a cabeça é um pouco menor.

DARWIN, xárlês. A naturalist's voyage. Londres: Diôn Murray, 1889. p. 379.

Desenhos das espécies de tentilhões estudados por Dárvim.

Ao retornar à Inglaterra, Dárvim consultou um profissional especialista em aves, Diôn Gould (1804-1881), quê, ao analisar os tentilhões coletados, concluiu quê pertenciam a espécies distintas. Então, a partir de seus estudos, Dárvim supôs quê as espécies de tentilhões dêêsse arquipélago teriam surgido a partir de uma espécie ancestral quê habitava o continente, no passado. Isto é, há muitos anos, uma população de tentilhões do continente teria colonizado as ilhas de Galápagos, e, devido às diferentes condições ambientais de cada ilha, essas aves acabaram se divergindo e, com o tempo, tornaram-se espécies distintas.

O estudo dos tentilhões foi importante para a proposição da ancestralidade comum. Segundo Dárvim, todas as espécies existentes e extintas em nosso planêta, compartilhariam um ancestral comum. êste, por sua vez, teria dado origem aos ancestrais das espécies atuáis.

Para explicar como as espécies teriam se modificado ao longo do tempo, Dárvim propôs a teoria da seleção natural, similarmente ao quê foi propôsto por Wallace.

Para tal proposta, foram consideradas as seguintes premissas:

Os sêres vivos possuem alto potencial reprodutivo.

No geral, um casal de cada espécie de sêres vivos tem o potencial para gerar muitos descendentes. Contudo, não se observam populações extremamente numerosas de cada espécie em um mesmo ambiente.

Os recursos ambientais são limitados, fazendo com quê os sêres vivos estabeleçam uma competição por eles.

Alimento, abrigo e parceiros para reprodução são exemplos de alguns recursos pêlos quais os sêres vivos buscam. Eles estão disponíveis em quantidades limitadas, não podendo atender a todos os indivíduos presentes em um ambiente. Por isso, eles competem por recursos.

As características dos indivíduos de uma mesma população são distintas.

Os indivíduos de uma população podem apresentar diferentes características. Algumas delas podem favorecer sua sobrevivência no ambiente, por serem vantajosas para a competição por recursos. Nesse caso, eles terão mais chances de reproduzir e produzir um maior número de descendentes. Como muitas características são hereditárias, isto é, transmitidas entre as gerações, os descendentes podem herdar as características vantajosas. Com o tempo, elas estarão presentes entre muitos indivíduos da população.

A ideia base da teoria da seleção natural é a de quê as características dos indivíduos são selecionadas em decorrência das condições do ambiente em quê vivem. Considerando os tentilhões de Galápagos, por exemplo, as condições ambientais de cada ilha teriam selecionado características diferentes entre os tentilhões, como o formato de seus bicos, ao longo do tempo.

Página trezentos e setenta e nove

Assim como Dárvim, em seus estudos, Wallace também propôs a ancestralidade comum das espécies e chegou à conclusão de quê a seleção natural seria a base para a evolução dos sêres vivos. Em 1858, Wallace compartilhou suas conclusões com Dárvim, quê, em 1859, publicou a obra A origem das espécies com a síntese dessas ideias. Com o avanço dos estudos, a seleção natural foi revista em alguns pontos, mas mantém-se aceita até os dias de hoje. Ela compõe parte da teoria evolutiva mais aceita atualmente.

PENSE E RESPONDA

4 Considere um casal de elefantes. Segundo as estimativas de Dárvim, eles poderiam gerar 15 milhões de descendentes em um período de 500 anos – o quê não ocorre. Proponha uma explicação para o fato de não observarmos populações numerosas de elefantes, como as estimativas de Dárvim, vivendo em cérto ambiente.

5 Ainda nesse exemplo, considere quê a presença de trombas maiores seja mais vantajosa para a obtenção de alimentos. O quê é esperado quê aconteça com a população de elefantes, se essa característica puder sêr herdada pêlos descendentes?

Fotografia de cinco elefantes, três adultos e dois filhotes. Mamífero com com corpo robusto, pernas grossas e cilíndricas. A cabeça é larga, com orelhas grandes e em forma de leque, que se estendem para os lados. Possui uma tromba é longa e presas curvadas e visíveis se projetam para frente a partir da parte superior da boca. A pele é espessa e enrugada, com dobras visíveis principalmente nas pernas e ao redor dos olhos. A cauda é fina, longa e termina com um tufo de pelos. Os indivíduos possuem cerca de 3 metros de altura e 7 metros de comprimento.

População de elefantes da espécie Loxodonta africana. Botswana (África), 2020.

ATIVIDADES

1. A teoria da evolução dos sêres vivos é sustentada por diversas evidências. Indique uma delas e explique de quê maneira ela auxilia os pesquisadores a compreender como se deu a evolução da vida.

2. A vida na Terra já passou por cinco episódios de extinção em massa. Contudo, existe uma discussão na comunidade científica de quê o planêta póde estar vivenciando a sexta extinção em massa. A respeito do assunto, leia o texto a seguir.

[...]

Em torno de 30% das espécies de plantas e animais catalogadas pêlos biólogos estão ameaçadas de extinção por riscos como a falta de alimentos causada pela destruição de seus hábitátis pêlos humanos, envenenamento com pesticidas ou pela caça por lucro ou diversão.

A última vez quê a Terra enfrentou uma extinção em massa da flora e da fauna tão rápida foi há 66 milhões de anos, quando um meteoro enorme atingiu o planêta. [...]

Na época geológica chamada [...] de Antropoceno, os humanos são o asteroide. A taxa anual de extinção natural é de dez a 100 espécies por ano. A atividade humana eleva esse número para cerca de 27 mil por ano.

[...]

COMO a humanidade póde evitar a sexta onda de extinção em massa. G1, [s. l.], 13 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/dvvtx. Acesso em: 18 out. 2024.

Com base nas informações apresentadas e em seus conhecimentos, faça o quê se propõe a seguir.

a) O quê o autor do texto quis dizêr com "os humanos são os asteroides"?

b) Quais fatores mencionados no texto são responsáveis pela redução atual da biodiversidade?

c) Considerando sua resposta ao item (b), proponha ações quê ainda podem sêr realizadas de modo a evitar quê a biodiversidade do planêta seja prejudicada.

d) De acôr-do com o texto, em quantas vezes as atividades humanas aumentaram a taxa de extinção de espécies, considerando a taxa natural mais alta mencionada?

Página trezentos e oitenta

3. Em seu caderno, associe corretamente as colunas a seguir.

A. lamárki

B. Dárvim e Wallace

I. O ambiente impõe mudanças aos sêres vivos.

II. As espécies atuáis surgiram espontaneamente, de modo independente.

III. As condições ambientais selecionam os sêres vivos quê possuem características vantajosas.

IV. O uso das características promove seu desenvolvimento e o desuso, sua atrofia.

V. Os sêres vivos quê possuem características vantajosas à sua sobrevivência têm maior probabilidade de sobreviver e de se reproduzir.

VI. As espécies atuáis surgiram de ancestrais quê se modificaram ao longo do tempo.

VII. Características adquiridas são transmitidas à geração seguinte.

4. Considerando a resposta à atividade 3, elabore um texto comparativo entre as ideias evolutivas de lamárki e as de Dárvim e Wallace.

5. Analise o esquema a seguir.

Considere quê os círculos representam indivíduos de uma população e quê indivíduos altamente sensíveis à luz tênham baixas chances de sobreviver quando expostos a ela.

Esquema de três momentos representando uma população que passou por seleção natural. Uma seta apontando para a direita indica a passagem do tempo. 1. Antes da seleção, há 9 indivíduos com níveis de sensibilidade a luz variados, de baixo a alto. 2. Após a seleção, restaram apenas 2 indivíduos com baixo nível de sensibilidade à luz. 3. População final com 6 indivíduos com baixo nível de sensibilidade à luz.

a) O quê é representado no esquema?

b) Na situação (1), é possível dizêr quê o ambiente em quê os indivíduos viviam era sombreado ou ensolarado? E na situação (3)? Justifique sua resposta.

c) Apesar de o esquema representar uma situação hipotética, é possível quê situações similares aconteçam, devido a fatores naturais ou às atividades humanas. Considere quê uma floresta com grande densidade de árvores seja desmatada para quê o terreno seja utilizado para o plantio de soja. Relacione essas informações ao esquema, justificando a importânssia da preservação da natureza.

6. Leia a reportagem a seguir.

Fóssil de 120 milhões de anos revela como aves antigas se alimentavam

Descoberta de novo estudo diverge de hipóteses anteriores de quê uma das aves mais antigas da Terra se alimentava de peixes

Um novo estudo [...] mostra quê sementes fossilizadas foram encontradas no estoômago de um dos primeiros pássaros a vivêrem na Terra, indicando quê eles comiam frutas. A descoberta diverge da hipótese de quê essas aves se alimentavam de peixes, quê surgiu pelo seu bico conter vários dentes fortes.

A ave Longipteryx chaoyangensis viveu há mais de 120 milhões de anos onde hoje é o nordeste da chiina e foi descoberta em 2000.

[...]

MARACCINI, Gabriela. Fóssil de 120 milhões de anos revela como aves antigas se alimentavam. CNN Brasil, [s. l.], 16 set. 2024. Disponível em: https://livro.pw/yypzo. Acesso em: 18 out. 2024.

a) Os conhecimentos científicos estão em constante construção e, por isso, podem sêr revistos e reformulados. Relacione essa afirmativa ao conteúdo da reportagem.

b) De quê maneira o estudo dos fósseis contribuiu para o entendimento dos hábitos alimentares da ave Longipteryx chaoyangensis?

c) As espécies de aves atuáis não apresentam dentes. A ausência de dentes reduz a massa corporal dêêsses animais e é considerada uma adaptação ao vôo. Considerando essas informações e seus conhecimentos sobre seleção natural, elabore uma hipótese para explicar a perda dos dentes ao longo da evolução das aves.

Página trezentos e oitenta e um

Saiba mais Fóssil vivo

Os peixes da espécie Latimeria chalumnae, conhecidos como celacantos, eram considerados extintos pela comunidade científica, já quê não eram encontrados na natureza. O quê se conhecia eram apenas exemplares fossilizados, datados de milhões de anos atrás. Até quê, para a surpresa dos pesquisadores, um exemplar foi capturado por pescadores na África do Sul, em 1938, fazendo com quê ficassem conhecidos como “fósseis vivos”.

Os celacantos permaneceram ocultos por tanto tempo porque habitam grandes profundidades e possuem hábitos noturnos, período em quê costumam se alimentar. Durante o dia, permanecem reclusos em cavernas.

Com a redescoberta dos celacantos, eles passaram a sêr amplamente estudados. As pesquisas revelaram quê, mesmo com a similaridade na aparência entre os celacantos atuáis e os fósseis, essa espécie se modificou ao longo do tempo. Os fósseis indicam a presença de pulmões bem desenvolvidos, quê provavelmente teriam sido funcionais no passado, possibilitando a sobrevivência dos celacantos em águas com baixa quantidade de gás oxigênio dissolvido. Os celacantos atuáis, porém, apresentam pulmões de tamãnho reduzido, quê não realizam função respiratória, a qual é desempenhada pelas brânquias dêêsses peixes.

Fotografia de um celacanto. Peixe com corpo alongado e robusto, recoberto por escamas grossas. Possui nadadeiras pares espessas e lobadas, semelhantes a pequenos membros, posicionadas lateralmente. A nadadeira caudal tem três lobos. Tem focinho curto e olhos arredondados, um em cada lateral da cabeça. A boca é voltada ligeiramente para baixo. As nadadeiras dorsal e anal também são espessas e arredondadas. Os indivíduos podem ter até 1,8 metros.

Celacanto (Latimeria chalumnae). O adulto da espécie póde atingir até 2 metros de comprimento.

Fotografia de um fóssil de um celacanto onde estão mais evidentes sua cabeça, coluna vertebral e nadadeiras.

Fóssil de celacanto (Latimeria chalumnae) encontrado na Alemanha e datado de 161 a 145 milhões de anos atrás (Jurássico Superior).

ATIVIDADES

1. Ao comparar os celacantos atuáis com fósseis, os pesquisadores notaram algumas diferenças. Quais diferenças são essas?

2. O quê as diferenças encontradas pêlos pesquisadores indicam?

Página trezentos e oitenta e dois

TEMA
32
Teoria sintética da evolução

Leia o trecho da reportagem a seguir.

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Resistência a antibióticos póde causar mais de 39 milhões de mortes até 2050, aponta estudo

Mais de 39 milhões de pessoas em todo o mundo podem morrer diretamente devido a infekições resistentes aos antibióticos nos próximos 25 anos. Isso é o quê aponta um estudo [...] quê considera possível evitar essa tragédia.

RESISTÊNCIA a antibióticos póde causar mais de 39 milhões de mortes até 2050, aponta estudo. G1, [s. l.], 17 set. 2024. Disponível em: https://livro.pw/rvoub. Acesso em: 19 out. 2024.

Um dos grandes desafios de saúde pública atuáis é o fato de agentes patogênicos, como bactérias, vírus, protozoários e fungos, não responderem mais aos medicamentos utilizados para combatê-los. Essa resistência antimicrobiana faz com quê cértas infekições se tornem difíceis de serem tratadas, aumentando os riscos de casos graves e óbitos.

Uma das causas para o desenvolvimento da resistência antimicrobiana é o uso de medicamentos d fórma excessiva ou incorréta pelas pessoas, em especial os antibióticos.

A resistência antimicrobiana está associada a alguns fatores evolutivos quê fazem parte da teoria sintética da evolução, atualmente aceita na comunidade científica. Formulada no século XX após o avanço dos estudos evolutivos e sua integração com a Genética, essa teoria é composta de fatores como a mutação, a recombinação, o fluxo gênico, a dêríva genética e a seleção natural. Neste Tema, estudaremos mais dêtálhes sobre cada um dêêsses fatores.

Fotografia de um homem negro, de cabelo curto, usando jaleco, óculos, em um consultório. Possui um estetoscópio sobre os ombros e está sentado à mesa enquanto escreve em um papel com uma caneta.

Medicamentos devem sêr utilizados somente sôbi prescrição médica.

PENSE E RESPONDA

1 Como é possível quê alguns agentes patogênicos desenvolvam resistência a medicamentos? Apresente a um colega uma hipótese sobre o assunto.

2 Desde 2011, a venda de antibióticos sem receita médica se tornou proibida no Brasil. Qual é a importânssia dessa medida?

Página trezentos e oitenta e três

Mutação

Como estudado, as mutações compreendem alterações no material genético. Elas podem ocorrer em sequências específicas, como nos genes, o quê póde alterar a proteína quê seria codificada. As mutações podem afetar os organismos e as características manifestadas por eles.

Por alterarem a sequência de bases nitrogenadas do dê ene há dos sêres vivos, as mutações configuram a origem primária da variabilidade genética entre os indivíduos de uma população. E é sobre essa variabilidade quê a seleção natural irá atuar, selecionando os conjuntos genéticos mais vantajosos em determinadas condições ambientais. Acompanhe o seguinte exemplo hipotético.

Considere quê em uma floresta exista uma população de besouros de côr verde-amarela quê se destaca no ambiente em quê vivem e, por isso, são facilmente predados por aves. Considere quê, em cérto momento, tenha nascido um besouro de côr marrom-amarela, em decorrência de uma mutação no gene quê configura a côr do élitro (asa de proteção quê recobre as asas funcionais) dos besouros. Por conta de sua coloração, esse besouro póde sêr confundido com as cores dos troncos e do solo presentes na floresta e não sêr predado com facilidade (1).

Nesse caso, a côr marrom-amarela consistiu em uma vantagem para a sobrevivência do besouro nesse ambiente. Caso essa característica seja hereditária, ela poderá sêr herdada por seus descendentes, por meio da reprodução (2). Com o passar das gerações, poderão existir mais besouros de élitro marrom-amarelo na população (3).

Esquema representando a atuação da seleção natural em uma população de besouros em três momentos. Uma linha na horizontal representa a passagem do tempo. 1. Círculo marrom com 1 besouro marrom e 4 besouros verdes. 2. Círculo marrom com 2 besouros marrons e 2 besouros verdes. Atrás do círculo está um pássaro com um besouro verde na boca. 3. Círculo marrom com 7 besouros marrons e 1 besouro verde.

Elaborada com base em: URRY, Lisa A. éti áu. Campbell biology. 12. ed. Nova iórk: pírsom, 2020. p. 486.

Representação da atuação da seleção natural em uma população de besouros (imagens sem escala; cores fantasia).

Um exemplo real da mutação como fator evolutivo é o desenvolvimento da resistência antimicrobiana. A resistência póde surgir em um organismo devido a uma mutação, quê lhe confere a capacidade de sobreviver à ação de determinados agentes antimicrobianos, como medicamentos ou pesticidas. Se essa característica for hereditária, ela poderá sêr transmitida a seus descendentes, resultando em uma população resistente e difícil de sêr controlada.

É importante destacar quê as mutações nem sempre resultam em novas características, pois podem sêr silenciosas e não produzir efeitos nos organismos. Além díssu, nem todas as mutações são hereditárias. Neste caso, mesmo quê originem novas características, elas não serão transmitidas aos descendentes.

Página trezentos e oitenta e quatro

Recombinação

Como estudado, a meiose ocorre em duas etapas: na primeira etapa (meiose I), o par de cromossomos homólogos é separádo entre as células-filhas; na segunda etapa (meiose II), as cromátides irmãs de um mesmo cromossomo são separadas entre as células-filhas. Ao final da divisão meiótica, cada célula-filha apresenta apenas uma cromátide de cada cromossomo. Com isso, cada gameta formado pela meiose apresentará um conjunto de alelos, ou seja, um conjunto genético.

Entretanto, é possível produzir novas combinações de alelos entre os gametas formados, evento denominado recombinação. Um dos processos quê resulta na recombinação é o crossing-over.

O crossing-over compreende a troca de segmentos de dê ene há entre cromátides de cromossomos homólogos durante a meiose. Essa troca póde alterar os alelos presentes em cada cromossomo, resultando em gametas com novas combinações de alelos.

Analise o esquema a seguir da meiose de uma célula 2n, na qual ocorre o crossing-over entre um par de homólogos. Note quê cada célula-filha, ao final, carrega diferentes conjuntos genéticos.

Esquema representando o processo de crossing-over durante a meiose de uma célula diploide. 1. Célula mãe 2 n com dois cromossomos homólogos com as cromátides duplicadas. 2. O crossing over ocorre quanto uma das cromátides se sobrepõe à outra, para realizar a troca de segmentos. 3. Célula com dois cromossomos recombinantes, que carregam um o segmento do outro. 4. Na divisão celular os cromossomos se separam, formando duas células com um cromossomo duplicado. 5. Cada cromátide cada célula se transforma em duas células filhas n, sendo duas células com cromossomos iguais aos da célula mãe e duas com cromossomos recombinantes.

Elaborada com base em: PIERCE, Benjamin A. Genética: um enfoque conceitual. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2016. Localizável em: p. 76 do pdf.

Representação do crossing-over durante a meiose de uma célula diploide. Nesse processo, segmentos da mesma região de cada cromossomo homólogo podem sêr trocados entre si (imagem sem escala; cores fantasia).

A união entre gametas recombinantes possibilita quê os descendentes formados apresentem novos conjuntos genéticos. Dessa forma, a recombinação aumenta a variabilidade genética existente em uma população.

Fluxo gênico

O fluxo gênico consiste na troca de informações genéticas entre diferentes populações de uma mesma espécie. Essa troca ocorre por meio da reprodução sexuada de seus membros. Assim, é possível produzir novas combinações de conjuntos genéticos nos descendentes, o quê contribui para aumentar a variabilidade genética existente na população.

O fluxo gênico póde sêr ocasionado pela imigração, ou seja, pela chegada de novos indivíduos a uma população. Os imigrantes podem apresentar conjuntos genéticos bastante distintos dos indivíduos quê já existiam na população, como mostra o exemplo a seguir.

Página trezentos e oitenta e cinco

Considere duas populações de borboletas da mesma espécie: a população A, com apenas borboletas de asas vermelhas, e a população B, com borboletas de asas vermelhas e borboletas de asas amarelas. Se uma borboleta de asas amarelas da população B migrar e se reproduzir com uma borboleta da população A, parte de seus genes será combinada e transmitida aos descendentes, quê póderão ter asas amarelas. Com o tempo, essa característica pode se estabelecer na população A, aumentando sua variabilidade genética.

Por outro lado, a emigração de indivíduos de uma população pequena póde reduzir sua variabilidade genética, já quê as possíveis combinações entre os descendentes diminuem. Assim, a migração livre permite quê diferentes populações tróquem informações genéticas.

Deriva genética

Esquema representando o fluxo gênico entre populações de borboletas distintas. A população A está representada por 7 borboletas vermelhas. A população B está representada por 4 borboletas vermelhas e 5 borboletas amarelas. Uma das borboletas amarelas de B migra para a população A e, após algumas gerações, a população A fica com 6 borboletas vermelhas e duas borboletas amarelas.

Elaborada com base em: FLUXO gênico. São Paulo: Entendendo a Evolução, [202-]. Disponível em: https://livro.pw/kpsyb. Acesso em: 21 ago. 2024.

Representação do fluxo gênico entre populações de borboletas distintas (imagens sem escala; cores fantasia).

A dêríva genética corresponde à alteração ao acaso da freqüência de alguns alelos em uma população, podendo resultar na redução aleatória da variabilidade genética dessa população. Essa alteração não tem relação com as vantagens ou desvantagens apresentadas pêlos indivíduos frente às condições ambientais e, portanto, não caracteriza ação da seleção natural. Também não está associada à migração.

Os processos quê podem resultar na dêríva genética podem envolver fenômenos naturais, como queimadas, erupções vulcânicas, terremotos e maremotos, ou atividades humanas. Nesses casos, diversos indivíduos podem sêr mortos, independentemente das características apresentadas.

A retirada de indivíduos de uma população reduz sua variabilidade genética, o quê póde sêr um fator negativo para a sobrevivência da população, visto quê seus membros podem não sêr capazes de sobreviver diante de alterações futuras nas condições ambientais.

Por exemplo, considere quê entre os indivíduos de uma população de árvores existem aqueles muito resistentes a períodos de seca e aqueles pouco resistentes. Contudo, considere quê tenha ocorrido uma quêimada na região onde habitam. Esse evento provoca a redução acentuada da população de árvores, pois vários indivíduos dessa população morrem aleatoriamente em decorrência da quêimada. Com isso, é possível quê sobrevivam, de maneira aleatória, mais ou menos indivíduos com determinada característica. É possível ainda que uma dessas características desapareça dessa população em decorrência da queimada. Por exemplo, é possível que as árvores resistentes à seca desapareçam, afetando a sobrevivência dessa população em épocas de grande estiagem.

Para evitar quê populações sêjam dizimadas e, eventualmente, extintas, é importante manter a variabilidade genética das populações.

PENSE E RESPONDA

3 Quais atividades humanas podem afetar uma população, a ponto de reduzir sua variabilidade genética?

Página trezentos e oitenta e seis

Seleção natural

A seleção natural ocorre em função das vantagens, ou desvantagens, na sobrevivência e na reprodução dos indivíduos, conferidas em decorrência de suas características. Nesse sentido, ela não é aleatória, tampouco ocorre ao acaso.

A seleção natural atua sobre as características do indivíduo, oriundas de sua constituição genética e da influência ambiental sobre elas. No entanto, sua ação ocorre de acôr-do com as condições do ambiente. Isso significa quê determinadas características podem sêr vantajosas sôbi cértas condições ambientais e desvantajosas sôbi outras.

Considere o exemplo dos ratos da espécie Peromyscus polionotus, encontrados em uma vasta região da América do Norte. A côr da pelagem dessa espécie varia de tons claros a escuros e se relaciona ao tipo do solo das regiões onde esses ratos habitam. Por exemplo, na região costeira do estado da Flórida (Estados Unidos), onde o solo é mais claro, encontram-se populações de pelagem clara. Já no interior dos estados da Flórida e do Alabama (Estados Unidos), onde o solo tende a sêr mais escuro, encontram-se populações de pelagem escura.

Um grupo de pesquisadores investigou os fatores quê poderiam estar envolvidos na variação dessa característica. A análise do material genético de indivíduos de diferentes populações evidenciou muitas similaridades, indicando quê as populações estariam em contato, trocando informações genéticas. Ou seja, a variação não poderia sêr resultado de um baixo fluxo gênico.

A partir de outras análises, os pesquisadores concluíram quê a seleção natural seria responsável por manter essa variação: em sólos mais claros, ratos de pelagem clara são menos predados e possuem mais chances de sobrevivêr e se reproduzir; em sólos mais escuros, são os ratos de pelagem escura quê exibem vantagens.

Composição de duas fotografias de ratos da espécie Peromyscus polionotus. São roedores de pelo curto, pequenas orelhas arredondadas, com olhos pretos nas laterais da cabeça, patas curtas e uma longa e fina cauda, que possui menos pelos do que o resto do corpo. Medem geralmente entre 11 e 14 centímetros de comprimento total, incluindo a cauda. A cauda sozinha representa cerca de 4 a 6 centímetros desse comprimento. A. Rato de pelagem clara sobre areia atrás de um ramo de capim seco. B. Rato de pelagem escura sobre areia.

Rato de pelagem clara (A) e de pelagem escura (B) da espécie Peromyscus polionotus.

ATIVIDADES

1. Quais fatores evolutivos constituem a teoria sintética da evolução?

2. O melanismo é uma mutação genética quê eleva a taxa de produção de melanina por um animal, resultando em péle, pelagem ou plumagem mais escura. Dependendo do ambiente em quê vive, é possível quê o animal melânico tenha vantagens ou desvantagens para sobreviver. Leia a fala de um biólogo sobre o assunto para responder às kestões a seguir.

[...]

[...] “Especula-se quê em áreas florestais mais densas, onde a luminosidade penetra pouco no interior da mata, animais melânicos podem se beneficiar no quesito camuflagem e ter maior sucesso de caça.

Fotografia de uma onça-pintada melânica. É um grande felino, possui pelagem acinzentada com manchas pretas em todo o corpo. Os indivíduos possuem até 1,85 metros de comprimento.

Onça-pintada (Panthera onca) melânica.

Página trezentos e oitenta e sete

Porém, em ambientes mais abertos de vegetação mais rala, acredita-se quê esses indivíduos terão mais dificuldade em se camuflar na vegetação, sêndo assim uma desvantagem”, diz [o biólogo e coordenador científico do Onçafari, Eduardo Fragoso].

[...]

BUCHERONI, Giulia. Onça-preta e onça-pintada são a mesma espécie; entenda. G1, [s. l.], 14 set. 2021. Disponível em: https://livro.pw/ngoft. Acesso em: 19 out. 2024.

a) As informações apresentadas se relacionam a dois fatores evolutivos. Quais são eles? Explique sua resposta relacionando ambos os fatores.

b) Em sua fala, o biólogo apresentou uma hipótese sobre a sobrevivência de animais melânicos. Considere quê essa hipótese tenha sido validada e responda: de quê maneira o desmatamento de áreas florestais póde afetar a sobrevivência de animais melânicos?

3. Os corredores ecológicos são faixas de vegetação quê ligam fragmentos de florestas quê foram separados pelas atividades humanas, como a agricultura e a construção de rodovias. Os corredores são importantes para quê as populações de espécies quê habitam os fragmentos possam estabelecer comunicação e se reproduzir. Nesse sentido, os corredores contribuem para a manutenção da biodiversidade.

Fotografia aérea de vários morros com vegetação rasteira e um corredor de vegetação mais densa atravessando a paisagem.

Corredor de Biodiversidade em Extrema (MG), 2016.

A respeito do assunto, responda às kestões a seguir.

a) Que fator evolutivo está relacionado à importânssia biológica dos corredores ecológicos? Explique sua resposta.

b) Os corredores ecológicos podem fazer parte do manejo de regiões legalmente protegidas,

chamadas Unidades de Conservação (UC). No estado em quê você mora, existe um corredor ecológico quê liga regiões legalmente protegidas? Para responder a essa questão, realize uma pesquisa em sáites e fontes confiáveis. Em sua pesquisa, busque saber o contexto histórico relacionado à determinação dêêsse corredor ecológico, enfatizando as razões pelas quais foi instituído.

4. A sobrepesca, também chamada de pesca predatória, corresponde à realização da atividade pesqueira d fórma desenfreada e excessiva. Nesse caso, muitos indivíduos adultos podem sêr capturados, antes ou durante sua fase reprodutiva, fazendo com quê não restem adultos suficientes para reestabelecer a população. Com base nas informações apresentadas e em seus conhecimentos, faça o quê se propõe a seguir.

a) De quê maneira a redução progressiva do tamãnho da população de peixes no ambiente a torna suscetível aos efeitos da dêríva genética?

b) Considerando sua resposta ao item (a), justifique a importânssia da adoção de estratégias de manejo para a atividade pesqueira. Em sua resposta, proponha estratégias quê podem sêr adotadas por pescadores para garantir quê a prática ocorra d fórma sustentável. Se necessário, realize uma pesquisa em sáites e fontes confiáveis.

5. Analise as afirmativas a seguir. Identifique as afirmativas corretas e, em seu caderno, corrija as falsas.

I. A mutação é a origem primária da variabilidade genética existente em uma população.

II. A recombinação reduz, ao acaso, a variabilidade genética existente em uma população.

III. O fluxo gênico não interfere na variabilidade genética de uma população, pois não envolve trocas de informações genéticas.

IV. A dêríva genética póde reduzir drasticamente a variabilidade genética de uma população, sobretudo em populações pequenas.

V. A seleção natural seleciona determinadas características, conferidas por certos conjuntos genéticos, ao acaso.

Página trezentos e oitenta e oito

Há uma sugestão de jôgo nas Orientações para o professor.

Oficina científica

Evolução em jôgo

Aprender jogando é divertido. Como seria possível construir um jôgo de tabuleiro de percurso para abordar os fatores responsáveis pela evolução dos sêres vivos? Em um grupo de três ou quatro pessoas, façam o quê se pede.

Materiais

2 cartolinas brancas e 5 cartolinas coloridas (de cores diferentes);

1 dado;

1 tesoura de pontas arredondá-das;

Lápis de côr ou canetas;

Aparelho digital conectado à internet ou o próprio livro;

Outros materiais, conforme o planejamento do grupo.

Procedimentos

Utilizem uma cartolina branca para construir o percurso do tabuleiro. Ele deve ter um número entre 30 e 40 casas.

Construam ou escôlham alguma peça quê represente o jogador, para sêr movimentada durante o jôgo.

O jôgo póde precisar de cartas. Utilizem a outra cartolina branca para recortar retângulos e escrevam neles os comandos quê, dependendo das regras criadas, podem se repetir. O número de cartas é variável, pois também depende das regras criadas.

O jôgo póde ter fichas. rêcórtem as cartolinas coloridas para formár fichas de cada uma das cores disponíveis. O número de fichas é variável, pois depende das regras criadas.

O jôgo precisa ter relação com os fatores evolutivos estudados neste Tema. Assim, vocês podem utilizar o próprio livro ou um aparelho digital para pesquisar informações na internet e usá-las para elaborar perguntas ou regras. Elas podem sêr aplicadas, por exemplo, nas cartas ou fichas do jôgo.

Criem as regras do jôgo. É importante definir o objetivo, quantos participantes podem jogar e como as rodadas podem sêr jogadas, considerando todos os itens construídos por vocês (tabuleiro, cartas e fichas) e o dado. Se necessário, é possível incluir novos itens, conforme as regras estabelecidas pela equipe.

Testem o jôgo em uma partida e façam ajustes, se necessário. Após pronto, tróquem seu jôgo com outro grupo e verifiquem se as regras são fáceis de entender.

Para quê o jôgo seja funcional e tenha uma duração adequada, definam o número de jogadores entre três ou quatro.

Ilustração de uma mesa redonda de madeira. Sobre ela há um jogo de tabuleiro com cartas e um dado.

Representação dos elemêntos do jôgo a sêr construído.

ATIVIDADE

1. Façam uma análise do jôgo construído, considerando os seguintes aspectos.

As regras definidas funcionaram?

Quais foram as dificuldades encontradas pelo grupo na elaboração do jôgo?

Todas as perguntas foram respondidas com facilidade pêlos jogadores? Houve alguma pergunta de maior dificuldade?

O quê vocês fariam para melhorar o jôgo?

Página trezentos e oitenta e nove

TEMA
33
Especiação

Leia o texto a seguir.

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Carrossel de Imagens: Pesquisando por novas espécies no Brasil.

Jararaca-ilhoa: entenda como o isolamento criou uma nova espécie 100% brasileira

[...]

A jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) é uma moradora [...] da Ilha da Queimada Grande, conhecida como “Ilha das Cobras", no litoral sul de São Paulo. Por sêr encontrada exclusivamente na ilha, possui características diferentes das suas irmãs jararacas continentais.

A [...] espécie desenvolvê-u hábitos alimentares adaptados ao local e caça principalmente nas árvores, abocanhando as aves quê migram para a ilha. [...]

Por frequentar mais a vegetação, seu corpo parece ter se modificado ao longo de gerações. Ela é menor e mais leve quê a jararáca continental, com uma cauda longa, adaptada para agarrar [...]. Sua cabeça é maior e as presas menóres comparadas às suas parentes.

As jararacas ficaram isoladas na Ilha da Queimada Grande há 11 mil anos [...]. Ao longo dêêsse período, essas jararacas isoladas foram se adaptando e se diferenciando de suas irmãs quê ficaram do outro lado do mar.

[...]

JARARACA-ILHOA: entenda como o isolamento criou uma nova espécie 100% brasileira. São Paulo: Portal do Butantan, 23 jun. 2022. Disponível em: https://livro.pw/xjpfb. Acesso em: 19 out. 2024.

Fotografia da jararaca enrolada em si sobre um chão coberto de folhas secas.

A jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) ocorre somente na Ilha da Queimada Grande (SP).

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Para conhecer mais sobre a jararaca-ilhoa, assista ao vídeo no sáiti a seguir.

A Ilha da Queimada Grande: cobras mais venenosas. Publicado por: Né chionál Geográfic Brasil. Vídeo (6 min). Disponível em: https://livro.pw/rtkqc. Acesso em: 19 out. 2024.

É possível acionar a legenda no vídeo. Caso precise da janela de Libras, sugere-se o uso de ferramentas digitais como o VLibras (Disponível em: https://livro.pw/noesn. Acesso em: 8 maio 2025.)

Ao longo do tempo geológico, diversas espécies de sêres vivos foram extintas, assim como outras surgiram, como a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis). O surgimento de novas espécies a partir de uma ancestral é denominado especiação e póde ocorrer por meio de alguns processos, quê serão estudados neste Tema.

PENSE E RESPONDA

1 Segundo o texto, qual é o principal motivo do surgimento da nova espécie?

2 Quais são as diferenças entre a jararaca-ilhoa e as jararacas do continente em termos de características físicas e comportamentais?

3 O título de uma reportagem científica deve capturar a essência do estudo de maneira compreensível, precisa e atraente. Elabore um novo título para a reportagem quê atenda a esses critérios.

Página trezentos e noventa

Isolamento reprodutivo

Um dos fatores quê póde determinar se a especiação ocorreu é o isolamento reprodutivo entre duas populações. Populações reprodutivamente isoladas são aquelas quê não são capazes de se reproduzir na natureza, ou, quando o fazem, não geram descendentes férteis, indicando a ausência de fluxo gênico entre as duas populações. Essa incapacidade decorre de mecanismos pré-zigóticos, quê podem impedir o encontro dos indivíduos quê irão se reproduzir ou a fecundação dos gametas. Mecanismos pós-zigóticos também podem atuar, impedindo a formação do zigôto ou, caso ele se forme, resultar em um adulto estéril.

Tipos de isolamento reprodutivo

Mecanismos pré-zigóticos

Isolamento temporal

Algumas espécies se reproduzem em épocas diferentes. A diferença temporal de seus períodos reprodutivos póde sêr em dias, meses, estações ou anos. Por isso, não é possível ocorrer a união entre seus gametas.

Isolamento de hábitat

Algumas espécies podem ocupar diferentes hábitátis em uma mesma área. É possível quê raramente se encontrem, mesmo quê não estejam isoladas fisicamente.

Isolamento comportamental

Algumas espécies apresentam comportamentos específicos para a atração de parceiros

reprodutivos; muitas vezes, esses comportamentos auxiliam no reconhecimento de parceiros de mesma espécie. Por esse motivo, não reconhecem indivíduos quê não exibam esse comportamento.

Isolamento mecânico

Algumas espécies apresentam estruturas reprodutivas diferentes, de tamãnho e formato distintos. Assim, são impedidas de se acasalar.

Isolamento gamético

Os gametas masculinos produzidos por uma espécie podem sêr incapazes de se unirem aos gametas femininos produzidos por outras espécies. Por exemplo, podem sêr produzidas substâncias químicas quê impeçam a fecundação dos gametas de diferentes espécies.

Mecanismos pós-zigóticos

Inviabilidade do híbrido

A sobrevivência do híbrido póde sêr comprometida pela união do conjunto genético dos parentais de diferentes espécies, tornando seu desenvolvimento inviável.

Infertilidade do híbrido

Mesmo quê o híbrido seja capaz de sobreviver e se desenvolva, a maior parte deles é estéril. Isto é, são inférteis, não sêndo capazes de se reproduzir e gerar descendentes. É o quê ocorre com o burro e com a mula, quê são híbridos normalmente estéreis.

Fonte: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 502-503.

Estéril
: incapaz de procriar; infértil.
Híbrido
: organismo formado pelo cruzamento entre indivíduos de espécies distintas.

Fotografia da cabeça de um burro. Equino de coloração marrom acinzentado e pelo curto. Possui bochechas proeminentes, focinho comprido, narinas grandes, uma pequena crina, duas orelhas pontudas e olhos nas laterais da cabeça. Tem cerca de 1,6 metros.

O burro é o híbrido macho formado a partir do acasalamento de uma égua, fêmea da espécie Equus caballus, e de um jumento, macho da espécie Equus asinus.

Página trezentos e noventa e um

Especiação alopátrica

A especiação alopátrica, também chamada de especiação geográfica, ocorre quando uma população de uma espécie é separada fisicamente em duas ou mais populações, quê se diversificam ao longo do tempo em decorrência de fatores evolutivos. Essa separação normalmente se dá por uma barreira geográfica, como rios, montanhas ou outros obstáculos. Analise o exemplo a seguir.

Esquema representando as etapas que envolvem a especiação alopátrica. 1. População inicial representada por insetos de diferentes tons de verde e marrom dentro de um círculo. Texto: Considere uma população inicial de insetos, na qual seus membros são capazes de se reproduzir e gerar descendentes férteis. 2. Uma barreira surge no meio do círculo, deixando insetos verdes e marrons de um lado e apenas marrons do outro. Texto: Caso essa população seja separada por uma barreira geográfica, os indivíduos das novas populações não poderão se encontrar no ambiente e, portanto, deixam de se reproduzir. 3. Passado o tempo, cada parte da população anterior se transforma em um novo círculo, representando a população da espécie A, composta por insetos verdes, e a população B, composta por insetos marrons. Texto: Ao longo do tempo, os processos evolutivos irão atuar de modo diferente em cada uma das populações, fazendo com que se diversifiquem. O acúmulo das diferenças entre as populações pode torná-las duas espécies distintas. Assim, caso a barreira geográfica deixe de existir e os indivíduos se encontrem novamente, não serão capazes de se reproduzir e gerar descendentes férteis.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 505.

Representação das etapas quê envolvem a especiação alopátrica (imagem sem escala; cores fantasia).

Nem toda barreira geográfica é capaz de conduzir à especiação alopátrica, visto quê os organismos podem transpor essa barreira. Ou seja, os organismos quê conseguem atravessá-la ou contorná-la não serão mantidos em populações fisicamente separadas. Por exemplo, é possível quê um rio atue como barreira geográfica para pequenos invertebrados terrestres, como formigas, mas não para algumas aves, quê são capazes de cruzar as margens do rio voando.

Contudo, uma vez isoladas, o fluxo gênico entre essas populações será interrompido, resultando em possibilidades de conjuntos genéticos diferentes para cada uma delas. Além díssu, a atuação da seleção natural sobre cada população poderá sêr distinta, visto quê as condições do ambiente em quê cada uma passará a viver possivelmente não serão as mesmas. Também é possível quê ocorram mutações entre os indivíduos de cada população.

Todos esses processos evolutivos podem fazer com quê as populações acumulem diferenças ao longo do tempo, até quê sêjam incapazes de se reproduzir e compartilhar informações genéticas.

Página trezentos e noventa e dois

Especiação simpátrica

A especiação simpátrica ocorre quando novas espécies são formadas sem quê ocorra isolamento geográfico. Nesse caso, podem ocorrer modificações em alguns indivíduos de uma mesma população, quê, com o passar do tempo, podem resultar em novas espécies.

Considere o exemplo a seguir.

Esquema representando as etapas que envolvem a especiação simpátrica. 1. População inicial representada por insetos de diferentes tons de marrom dentro de um círculo. Texto: Considere uma população inicial de insetos, na qual seus membros são capazes de se reproduzir e gerar descendentes férteis. 2. Em um segundo momento, um grupo de três insetos está circulado, representando a diferenciação dos demais. Texto: Dentro dessa população, um grupo de indivíduos, por algum motivo (como ocuparem locais distintos ou consumirem alimentos diferentes), deixa de se reproduzir com outros membros. da população inicial, mesmo sem uma barreira geográfica. 3. O tempo passa e os três insetos do círculo menor estão verdes, indicados como população B. O restante está indicado como população A. Texto: Ao longo do tempo, os processos evolutivos atuarão de modo diferente em cada uma das populações, fazendo com que se diversifiquem. O acúmulo das diferenças entre as populações pode torná-las duas espécies distintas, isoladas reprodutivamente.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 505. SPECIATION. Uóchinton, D.C.: Né chionál Geográfic, c1996-2024. Disponível em: https://livro.pw/gibcb. Acesso em: 19 out. 2024.

Representação das etapas quê envolvem a especiação simpátrica (imagem sem escala; cores fantasia).

A especiação simpátrica póde ocorrer por meio da poliploidia, condição hereditária em quê o indivíduo apresenta dois ou mais conjuntos completos de cromossomos. Nesse caso, podem ocorrer êêrros acidentais na formação dos gametas dos indivíduos, originando gametas com o conjunto total de cromossomos da espécie, em vez de mêtáde dêêsse conjunto. Caso esses gametas se unam a outros, forma-se um zigôto quê apresenta mais de um conjunto completo de cromossomos, quê, caso seja capaz de se desenvolver, póde originar uma nova espécie.

Vamos analisar o seguinte exemplo hipotético. Considere quê uma espécie apresente 12 cromossomos no total. Os gametas formados normalmente por seus indivíduos apresentarão 6 cromossomos; assim, após a união dos gametas na reprodução sexuada, forma-se um zigôto com 12 cromossomos novamente, quê irá se desenvolver em um novo indivíduo. Contudo, se houver êêrros na formação dos gametas, podem sêr formados gametas com o conjunto completo, isto é, com 12 cromossomos. Caso esses gametas se unam a outros, será formado um zigôto com um conjunto cromossômico distinto, quê poderá se desenvolver em um novo indivíduo.

A poliploidia dificilmente ocorre na natureza, pois zigotos ou indivíduos poliploides têm pouca viabilidade para se desenvolver. Porém, a poliploidia existe entre as plantas e alguns grupos de peixes e de anfíbios, por exemplo.

PENSE E RESPONDA

4 A especiação da jararaca-ilhoa, descrita na abertura dêste Tema, originou-se por especiação alopátrica ou simpátrica? Por quê?

Página trezentos e noventa e três

ATIVIDADES

1. O quê é especiação? Explique como ela ocorre.

2. Identifique qual mecanismo de isolamento reprodutivo está relacionado às situações apresentadas a seguir.

a) Muitos animais aquáticos libéram seus gametas na á gua, e a fecundação ocorre no ambiente. De modo geral, apenas gametas de indivíduos machos e fêmeas de uma mesma espécie são capazes de se unir na fecundação.

b) Há duas espécies de gambá do gênero Spilogale quê são encontradas em áreas geográficas próximas, mas se reproduzem em estações do ano diferentes. A época reprodutiva de uma delas é o verão; da outra, o inverno.

c) Existem duas espécies de cobras do gênero Thamnophis quê ocorrem na mesma área geográfica. No entanto, uma das espécies é terrestre; a outra, vive principalmente na á gua.

d) A mula é o híbrido fêmea resultante do acasalamento de um jumento macho e de uma égua. Apesar de se desenvolver, não é capaz de gerar descendentes.

e) Nas conchas dos caracóis do gênero Bradybaena existem aberturas genitais quê possibilitam a passagem de gametas durante o acasalamento. A posição das aberturas é específica para cada espécie, impossibilitando a reprodução entre indivíduos de espécies distintas.

f) Os atobás-de-pés-azuis, da espécie Sula nebouxii, são encontrados nas Ilhas Galápagos. O acasalamento é proporcionado a partir de uma kórti exclusiva da espécie, na qual o macho levanta os pés azuis, chamando a atenção da fêmea.

3. O Grand Canyon é uma formação geológica natural localizada no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Ele foi formado ao longo de milhões de anos, devido à atividade erosiva do Rio Colorado. Atualmente, duas espécies de esquilos são encontradas em diferentes regiões do cânion: a região Norte é ocupada por esquilos da espécie Ammospermophilus leucurus, quê apresentam uma mancha branca em sua cauda; enquanto a região Sul é ocupada por esquilos da espécie Ammospermophilus harrisii, quê não a apresentam. Os estudos apontam quê essas espécies foram originadas de uma população ancestral, quê foi geograficamente separada ao longo da formação do cânion.

Fotografia de um rio sinuoso com diversas e grandes formações rochosas às suas margens.

Rio Colorado situado no Grand Canyon. Arizona (Estados Unidos), 2022.

Composição de duas fotografias de esquilos. A. Esquilo pequeno com pelagem que varia entre branco, cinza e marrom, que cobre o corpo todo. Na cauda, o pelo é mais longo. Possui olhos nas laterais da cabeça e focinho pouco alongado. Mede entre 20 e 25 centímetros, incluindo a cauda. B. Esquilo muito semelhante ao anterior, porém mede cerca de 16 centímetros.

Esquilo da espécie Ammospermophilus leucurus (A) e esquilo da espécie Ammospermophilus harrisii (B).

Segundo as informações do texto, quê tipo de especiação originou as espécies de esquilo citadas? Explique-a.

4. Analise os esquemas a seguir e responda: quê tipo de especiação está sêndo representada em cada um dos exemplos? Explique sua resposta.

Esquema representando duas populações. 1. População inicial é representada por um círculo roxo que se divide em duas meia-luas. No próximo momento, uma das meias-luas fica amarela. Ao fim são originados dois círculos menores, um roxo, representando a espécie A e outro amarelo, representando a espécie B. 2. População inicial é representada por um círculo roxo. Dentro dele, começa a surgir uma mancha amarela que cresce gradualmente. Ao fim, são originados dois círculos menores, um roxo, representando a espécie A e outro amarelo, representando a espécie B.

Página trezentos e noventa e quatro

TEMA
31
Evolução humana

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Leia as manchetes a seguir.

Vendedora quê se recusou a atender clientes negros é denunciada por racismo

SOUZA, Béto; SALDANHA, Rafael. Vendedora quê se recusou a atender clientes negros é denunciada por racismo. CNN Brasil, São Paulo, 23 jul. 2024. Disponível em: https://livro.pw/vitfp. Acesso em: 19 out. 2024.

Incidentes racistas no futeból brasileiro aumentam quase 40% em um ano

INCIDENTES racistas no futeból brasileiro aumentam quase 40% em um ano. G1, [s. l.], 26 set. 2024. Disponível em: https://livro.pw/tcjef. Acesso em: 19 out. 2024.

Família de estudante relata racismo e agressão em escola

MIYAKE, Rafael. Família de estudante relata racismo e agressão em escola. Dol, Belém, PA, 22 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/ujjkr. Acesso em: 19 out. 2024.

Os sêres humanos são geneticamente tão similares quê não há base biológica para existirem raças humanas. O conceito de raça, portanto, não tem embasamento científico, sêndo uma construção social criada para hierarquizar os sêres humanos, transformando as diferenças existentes entre as pessoas em desigualdade e segregação. Os reflexos dessa construção social são sentidos até os dias de hoje, sêndo o racismo um deles, como apresentado pelas manchetes.

É nossa responsabilidade combater esse preconceito. Uma das maneiras de desconstruir o racismo é por meio de uma abordagem científica fundamentada em princípios éticos. Estudos evolutivos, baseados em evidências morfológicas e moleculares, comprovam quê todos os sêres humanos compartilham a mesma origem; ou seja, somos todos parentes.

Neste Tema, estudaremos aspectos relacionados à origem e à evolução humana.

Cartaz com a fotografia do braço de uma pessoa negra segurando o braço de uma pessoa branca, que segura o braço da pessoa negra de volta. No canto superior direito, há os seguintes dizeres: 'Respeito não tem cor! Juntos contra o racismo! 03 de julho. Dia Nacional de combate à discriminação racial.' Na parte inferior, estão os logotipos da Câmara Municipal de Itaitinga, o endereço do site oficial e o perfil do Instagram da instituição.

Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, comemorado anualmente em 3 de julho. Campanha promovida em Itaitinga (CE), 2023.

PENSE E RESPONDA

1 Com quê freqüência você ouve ou lê notícias similares a essas? Converse com seus côlégas.

2 Você já presenciou uma situação envolvendo racismo? Se sim, como você agiu nessa situação? Se não, como você deveria agir?

Página trezentos e noventa e cinco

A ordem Primata

Os sêres humanos, assim como chimpanzés, gorilas, bonobos, orangotangos, lêmures, entre outros, pertencem à ordem Primata. A maior parte dos primátas compartilha uma série de características, como hábitos arbóreos, cinco dígitos nos membros, garras modificadas em unhas, olhos voltados para a frente e sentido da visão desenvolvido, mãos e pés preênseis (que possibilitam segurar e agarrar objetos), além do polegar em oposição aos demais dedos da mão. O polegar opositor, como é denominado, amplifica a possibilidade de manipulação do ambiente.

A ordem Primata compreende mais de 500 espécies. Entre as espécies viventes, diversos estudos têm indicado quê os chimpanzés (Pan troglodytes) e os bonobos (Pan paniscus) são mais próximos evolutivamente dos sêres humanos do quê dos demais primátas. Os estudos genéticos, por exemplo, apontam similaridade de 96% entre o dê ene há de chimpanzés e de sêres humanos, e de 98,7% entre o dê ene há de bonobos e de sêres humanos.

Essas e outras evidências indicam quê essas três espécies de primátas teriam tido um ancestral comum, quê teria se diversificado e originado cada uma delas. Nesse sentido, é importante salientar quê o pensamento popular de quê os sêres humanos teriam surgido dos macacos é incorréto e sem fundamento científico.

Embora os sêres humanos compartilhem semelhanças genéticas com chimpanzés e bonobos, quê são espécies viventes, o nosso parentesco evolutivo é ainda mais próximo com outras espécies já extintas. Essas espécies, conhecidas como hominínios, foram descobertas por meio do registro fóssil. A seguir, serão apresentadas algumas dessas espécies no estudo da história evolutiva humana.

Os hominínios compreendem os representantes da tribo Hominini, quê incluem os gêneros: Sahelanthropus, Orrorin, Australopitécus, Ardipithecus, Paranthropus e ômo.

Composição de fotografias de macacos com suas mãos em detalhe. 1. Macaco japonês, macaca fuscata: primata de pelo claro e denso cobrindo todo o corpo, com exceção da face, das palmas das mãos e solas dos pés. Mede cerca de 55 centímetros. Ao lado, está a fotografia de sua mão com a palma voltada para cima e polegar opositor. É uma mão pequena, semelhante à mão de um humano. 2. Orangotango-de-sumatra, pongoabedelii: primata de pelo vermelho, denso e longo cobrindo todo o corpo, com exceção da face, das palmas das mãos e solas dos pés. Possui braços longos. Mede entre 90 e 140 centímetros. Ao lado, está a fotografia de sua mão de lado evidenciando o polegar opositor. É uma mão semelhante à mão de um humano. 3. Gorila-do-ocidente, Gorilla gorilla: primata de pelo escuro, pelo denso cobrindo todo o corpo, com exceção da face, peito, palmas das mãos e solas dos pés. Mede cerca de 55 centímetros. Ao lado, está a fotografia de sua mão com a palma voltada para cima e polegar opositor. É uma mão grande, semelhante à mão de um humano. 4. Ser humano, homo sapiens: homem com cabelos curtos, usa camiseta e óculos. A altura média do humano é de 165 centímetros. Ao lado, está a fotografia da mão de um humano.

Mãos de diferentes espécies de primátas. O polegar opositor é uma característica da maior parte dos primátas.

Fotografia de chimpanzés, uma mãe segurando o filhote. É um primata de corpo robusto e membros longos. Os braços são mais compridos que as pernas. A face é quase sem pelos, com olhos frontais e nariz achatado. A cabeça é arredondada, com orelhas grandes e visíveis. O corpo é coberto por pelos escuros. As mãos têm dedos longos. Medem entre 60 e 90 centímetros.

Fêmea de chimpanzé (Pan troglodytes).

Fotografia de bonobos, uma mãe adulta e seu filhote, sentados em um local de vegetação rasteira. O bonobo é um primata com os braços longos, corpo magro, mas musculoso, coberto por pelos escuros, mais ralos na região do peito e do rosto. As mãos e os pés são grandes, com dedos longos e polegar opositor. Mede cerca de 80 centímetros.

Fêmea de bonobo (Pan paniscus).

Página trezentos e noventa e seis

História evolutiva do sêr humano

Os sêres humanos (ômo sápiens) são a única espécie vivente de hominínio. No entanto, ao longo dos últimos 7 milhões de anos, existiram muitas outras espécies de hominínios, cuja origem e extinção ocorreram em diferentes períodos. Analise o esquema a seguir, quê representa a possível cronologia da espécie ômo sápiens e de mais 13 espécies de hominínios já extintas.

Gráfico de colunas que mostra a linha do tempo de espécies de hominínios. No eixo vertical estão representados os anos. Os dados são os seguintes: Sahelanthropus tchadensis: viveu entre 7,5 e 6 milhões de anos atrás. Orrorin tugenensis: viveu entre 6,25 e 5,75 milhões de anos atrás. Ardipithecus ramidus: viveu entre 4,5 e 4,4 milhões de anos atrás. Australopithecus anamensis: viveu entre 4,25 e 3,75 milhões de anos atrás. Australopithecus afarensis: viveu entre 4,3 e 3 milhões de anos atrás. Australopithecus africanus: viveu entre 3,75 e 2,1 milhões de anos atrás. Australopithecus garhi: viveu há 2,5 milhões de anos. Paranthropus bolsei: viveu entre 2,25 e 1,2 milhões de anos atrás. Paranthropus robustus: viveu entre 1,75 e 1,25 milhões de anos atrás. Homo habilis: viveu entre 2,4 e 1,4 milhões de anos atrás. Homo rudolfensis: viveu há 1,8 milhões de anos. Homo erectus: viveu entre 1,8 e 0,2 milhões de anos atrás. Homo neanderthalensis: viveu entre 0,4 e 0,05 milhões de anos atrás. Homo sapiens: surgiu em 0,3 milhões de anos atrás e vive até os tempos de hoje.

Fonte: WHAT does it mean to be human? Human family tree. [S. l.]: Smithsonian: Né chionál Miusiãm ÓF Natural rístorí, [202-]. Disponível em: https://livro.pw/spxsz. Acesso em: 1 out. 2024.

Linha do tempo de espécies de hominínios. A altura da barra correspondente a cada espécie representa o período estimado em quê a espécie viveu no planêta.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Conheça mais dêtálhes sobre a história evolutiva dos sêres humanos e seus ancestrais no livro indicado a seguir.

Maria do Carmo Tinoco Brandão e Válter Néves. Como nos tornamos humanos. Curitiba: Editora CRV, 2020.

Os fósseis mais antigos já encontrados de hominínios pertencem à espécie Sahelanthropus tchadensis, com cerca de 6 a 7 milhões de anos, encontrados no Chade (país da África), e à espécie Orrorin tugenensis, com cerca de 6 milhões de anos, encontrados no Quênia (país da África). Estudos sugérem quê essas espécies possivelmente já possuíam postura bípede parcial, ou seja, não caminhavam sôbi as duas pernas, mas seriam capazes de sustentar o corpo nessa posição.

Dos hominínios mais antigos, o mais conhecido pertence à espécie Ardipithecus ramidus, de aproximadamente 4,4 milhões de anos atrás. Os fósseis de A. ramidus foram encontrados na Etiópia (país da África). Estudos indicam quê essa espécie era amplamente arbórea, mas teria sido capaz de andar d fórma bípede.

Fotografia de um crânio fossilizado com muitas rachaduras e alguns dentes faltando. O osso acima das cavidades oculares é proeminente.

Fóssil do crânio de Sahelanthropus tchadensis, encontrado no Chade (África), com cerca de 7 a 6 milhões de anos.

Ilustração de um Ardipithecus ramidus. Ser bípede com braços longos, pelos sobre o corpo todo e mãos e pés com polegares opositores.

Representação de Ardipithecus ramidus, produzida com base na análise dos fósseis encontrados da espécie (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE ERESPONDA

3 Analise a linha do tempo e identifique quais espécies de hominínios coexistiram com a espécie humana.

Página trezentos e noventa e sete

Por volta de 4 milhões de anos atrás, surgiu o gênero Australopitécus, quê teria sido completamente bípede, isto é, teria postura ereta e caminharia sôbi duas pernas. As espécies mais conhecidas do gênero são A. afarensis, com cerca de 3,8 a 2,9 milhões de anos, encontrada na África Oriental, e A. africanus, com cerca de 3,3 a 2,1 milhões de anos, encontrada na África do Sul.

Fotografia de pegadas sobre uma rocha.

Pegadas fossilizadas com cerca de 3,6 milhões de anos de hominínios, provavelmente da espécie A. afarensis, encontradas em Laetoli (Tanzânia). As pegadas corroboram a hipótese de quê a espécie A. afarensis teria sido bípede.

Ilustração de um Homo erectus. Ser bípede com traços semelhantes a um humano, pelos cobrindo o corpo inteiro, um pouco mais ralos na região do abdômen e rosto. Os pés e as mãos são semelhantes aos dos humanos.

Representação de ômo erectus (imagem sem escala; cores fantasia).

Os primeiros fósseis encontrados do gênero ômo datam de cerca de 2,4 milhões de anos e pertencem à espécie ômo habilis, encontrada na África Oriental. Membros dessa espécie já eram capazes de utilizar ferramentas simples de pedra para caçar animais.

A espécie ômo erectus, por sua vez, apresentava distribuição ampla, visto terem sido identificados fósseis em diferentes continentes, além da África. Acredita-se quê essa espécie teria sido a primeira a usar e a controlar o fogo, o quê possibilitou quê saísse da África e vivesse em continentes de clima frio, como a Europa e a Ásia. O uso de ferramentas um pouco mais compléksas também teria auxiliado em sua dispersão, pois possibilitavam a obtenção de uma maior diversidade de alimentos mais energéticos. Essa espécie teria surgido por volta de 1,9 milhão de anos e perdurado até cerca de 110 mil anos, quando teria sido extinta.

A espécie H. erectus, juntamente à espécie H. niãndertalênsis (que teria surgido há cerca de 400 mil anos e habitado a Europa e a Ásia) foram as duas espécies de hominínios quê coexistiram com o ômo sápiens, a nossa espécie, a única atualmente vivente do gênero ômo.

Os fósseis mais antigos de ômo sápiens foram encontrados no marrócos (país da África) e datam de cerca de 300 mil anos atrás. Isso indica quê os ancestrais dos sêres humanos se originaram na África. Entretanto, a sofisticação de seus comportamentos (decorrente do grande volume cerebral), tais como a organização social em bandos, a expressão artística, o uso da linguagem e de ferramentas compléksas, possibilitou quê nossa espécie rapidamente ocupasse diferentes continentes e obtivesse sucesso em sua sobrevivência.

Ilustração de um Homo neanderthalensis. Ser muito semelhante a um humano, mas com traços mais robustos, possui pelos apenas em algumas partes do corpo, como um humano. Usa vestes e calçados rudimentares. Segura uma lança de pedra em uma mão e uma lança de madeira na outra.

Representação de ômo niãndertalênsis (imagem sem escala; cores fantasia).

Página trezentos e noventa e oito

Os estudos apontam quê a migração dos ômo sápiens para fora da África teria se iniciado há pelo menos 60 mil anos. Acredita-se quê essa dispersão tenha sido impulsionada possivelmente pelo resfriamento do planêta. Os primeiros continentes ocupados teriam sido a Europa e a Ásia, seguidos pela Austrália. Conforme confeccionavam novas ferramentas e novos instrumentos, amplificavam sua exploração do ambiente, com a obtenção de plantas e de animais diversos para a alimentação; o armazenamento de bens; a construção de abrigos adequados a diferentes tipos climáticos etc.

A ocupação do Ártico teria ocorrido há cerca de 20 mil anos, quando o nível dos oceanos teria baixado devido às condições do planêta. Isso teria possibilitado a consequente ocupação das Américas, há aproximadamente 15 mil anos.

Sociedade humana

A agricultura e a domesticação de animais foram fatores quê reduziram o hábito de vida nômade dos sêres humanos, ou seja, permitiram seu estabelecimento em habitações fixas, já quê não precisariam mais migrar em decorrência da escassez de alimentos de uma área já explorada.

Com o tempo, as plantas cultivadas e os animais criados passaram a ter outras finalidades além da alimentação. O pelo dos animais caçados, por exemplo, passou a sêr utilizado como matéria-prima para a confekissão de vestimentas; algumas partes das plantas passaram a sêr utilizadas para a fabricação de objetos quê auxiliariam na construção de moradias.

As habitações fixas possibilitaram quê os sêres humanos formassem comunidades, onde foi instituída a divisão de trabalhos entre seus membros.

As comunidades vizinhas, então, começaram a trocar e a comercializar produtos. Com o tempo, a organização das comunidades passou a incluir regras e leis quê determinavam certos tipos de conduta. Essas eram ensinadas às gerações seguintes, desde a infância, contribuindo para a consolidação de hábitos e côstúmes dentro dos grupos. Com isso, estabeleceu-se a cultura de cada comunidade, isto é, seu conjunto de crenças, conhecimentos, côstúmes, tradições e padrões de comportamento.

Ilustração de um homem sentado em uma rocha segurando um cajado. À sua frente, está um pasto com ovelhas. Em segundo plano, há duas mulheres abaixadas colhendo alguns ramos de plantas com uma foice.

As habitações fixas foram estabelecidas a partir do cultivo de plantas e da criação de animais (imagem sem escala; cores fantasia).

Página trezentos e noventa e nove

Atualmente, a ssossiedade humana é constituída por diversos grupos de indivíduos quê ocupam o mesmo território e partilham interesses e aspectos culturais comuns, como o idioma, a religião, tipos de roupas e o modo como interagem com a natureza, por exemplo. Nesse sentido, desde quê nasce, o indivíduo interage com outros de seu grupo e passa a conhecer todos esses aspectos, quê lhe são ensinados.

Entretanto, sua percepção de mundo é individual, ao passo quê atribui os próprios significados àquilo quê está ao seu redor. Por esse motivo, um indivíduo póde não concordar com os padrões determinados por seu próprio grupo e passar a se identificar com outros. Independentemente de concordar ou não, o respeito deve sêr sempre mantido. Mesmo quê a cultura se mostre muito diversa entre os diferentes grupos espalhados pelo país e pelo mundo, essa diversidade deve sêr igualmente respeitada.

O respeito deve sêr a base da ssossiedade humana, independentemente da cultura. Sua omissão póde fazer com quê as pessoas se tornem intolerantes em relação àquilo quê lhes é diferente, considerando como correto apenas os padrões aceitos por seu grupo. Diversos episódios de intolerância já foram e ainda são vivenciados pela humanidade. Eles não têm razão de existir, pois, além de não terem fundamentos, ferem a dignidade das pessoas.

Fotografia de uma mãe e sua filha. Elas são indígenas, estão sentadas lado a lado no chão de pernas cruzadas, sorrindo uma para a outra. A mulher está costurando usando uma agulha grossa de madeira e um fio. Veste saia longa, camiseta de manga comprida, chapéu com lenço e uma capa sobre os ombros. A menina está segurando uma banana, tem vestes semelhantes às da mãe, porém usa um gorro no lugar do chapéu. Suas roupas são coloridas.

A cultura influencía no modo como as pessoas se vestem.

ATIVIDADES

1. Quais são as principais características dos primátas?

2. Entre os primátas atualmente viventes, quais deles são mais próximos evolutivamente dos sêres humanos?

3. Analise a imagem a seguir e responda às kestões quê seguem.

Ilustração de sete figuras caminhando da esquerda para a direita, um atrás do outro. O ser mais à esquerda é um macaco pequeno andando curvado.  À medida que as figuras avançam para a direita, os corpos tornam-se progressivamente mais eretos, com redução de pelos corporais, traços faciais menos projetados e aumento da estatura. A figura final, à direita, representa um ser humano moderno, totalmente ereto, com corpo quase sem pelos.

a) O quê a imagem representa?

b) Considerando os conhecimentos científicos a respeito da evolução da espécie humana, a imagem póde sêr considerada correta?

Justifique sua resposta.

4. Leia os textos A e B.

Texto A:

[...]

O colonialismo e a escravidão foram os motores quê levaram os europêus a buscar apôio científico para justificar suas ações contra os povos indígenas.

Uma das primeiras ferramentas usadas para discriminar as diferentes “raças humanas” foi a craniologia, o estudo das características métricas e morfológicas do crânio humano.

Para isso, foram medidos os crânios dos principais grupos populacionais conhecidos.

[...]

Assim, uma hierarquia social e cultural foi estabelecida entre os grupos humanos.

[...]

BOVE, Lorenza Coppola. Racismo: como a ciência desmantelou a teoria de quê existem diferentes raças humanas. BBC nius Brasil, São Paulo, 12 jul. 2020. Disponível em: https://livro.pw/cdkss. Acesso em: 25 ago. 2024.

Página quatrocentos

Texto B:

[...]

A principal conclusão do meu trabalho é: a única maneira de conceitualizar a enorme diversidade genética da humanidade é considerar quê todas as mais de 7 bilhões de pessoas quê vivem no mundo são únicas em seus genomas e histoórias de vidas. Qualquer tentativa de dividir essa diversidade com base na formulação de “raças” ou em critérios de geografia, côr da péle ou religião estará destinada ao fracasso. Somos todos parentes e todos diferentes.

[...]

PIFFERO, Luiza. “Raças não existem. Trata-se de um conceito inventado”, garante o geneticista Sérgio Pena. Gaúcha ZH, Porto Alegre, 7 jul. 2017. Disponível em: https://livro.pw/ikahl. Acesso em: 25 ago. 2024.

Com base nas informações dos textos e em seus conhecimentos, responda às kestões a seguir.

a) O quê diz o Texto A?

b) O quê diz o Texto B?

c) Pode-se dizêr quê, no Texto A, os conhecimentos científicos da época foram utilizados indevidamente para justificar a discriminação de alguns povos? Justifique sua resposta.

d) O Texto B apresenta uma entrevista com o geneticista brasileiro Sérgio Pena (1947-). Em sua opinião, esse texto desmistifica o conteúdo do Texto A? Justifique sua resposta.

e) Não há fundamentos científicos para classificar as pessoas em raças, tampouco hierarquizá-las. Mesmo assim, ainda vivenciamos atitudes e falas quê buscam, de alguma maneira, legitimar uma falsa hierarquização, refletindo em inúmeros casos de racismo. O racismo precisa sêr combatido diariamente e uma maneira de fazê-lo é disseminar informações consistentes, conscientizando a população. Com esse objetivo, forme um grupo com seus côlégas e organizem uma campanha na escola de combate ao racismo. Os materiais da campanha podem incluir vídeos e panfletos informativos.

5. A espécie ômo erectus, juntamente à espécie ômo niãndertalênsis, foram as duas espécies de hominínios quê coexistiram com a nossa, ômo sápiens. Contudo, apenas o H. sápiens obteve sucesso em sua sobrevivência, sêndo a única espécie atualmente vivente do gênero ômo.

A respeito do assunto, responda às kestões.

a) Em qual continente a espécie ômo sápiens se originou? Justifique sua resposta.

b) Explique como teria ocorrido a dispersão do ômo sápiens entre os continentes.

c) Que características da espécie ômo sápiens foram vantajosas à sua sobrevivência e ocupação por todo o planêta?

6. Uma das hipóteses sobre a evolução do bipedalismo entre as espécies ancestrais de hominínios é quê essa postura confere economia de energia durante a caminhada, em comparação aos não bípedes.

Ilustração de um hominínio do gênero Australopithecu que é um ser bípede, semelhante a um humano, mas tem mãos consideravelmente maiores e músculos bem definidos. As feições se assemelham às de macacos.

Representação do hominínio do gênero Australopitécus. O gênero teria sido completamente bípede e surgiu por volta de 4 milhões de anos atrás (imagem sem escala; cores fantasia).

Com base nas informações apresentadas e em seus conhecimentos, responda às kestões a seguir.

a) Considerando uma situação hipotética de escassez de alimentos, qual seria a vantagem do bipedalismo? Justifique sua resposta.

b) É possível dizêr quê o bipedalismo póde ter sido um importante fator de sobrevivência para os ancestrais dos sêres humanos? Justifique sua resposta.

7. De quê maneira o estudo de fósseis e de instrumentos antigos, como ferramentas, auxilia no estudo da história evolutiva humana?

Página quatrocentos e um

TEMA
35
Sociedade, ambiente e saúde

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

As cenas a seguir retratam situações vividas pela ssossiedade humana em diferentes épocas. Analise-as.

Ilustração de um homem em uma janela. Ele está jogando o conteúdo líquido de um balde para fora da janela.

BARY, Hendrik. Gore Besje. [Entre 1657 e 1675]. Gravura, 25,3 cm x 18,5 cm.

Mulher joga o conteúdo de seu penico pela janela.

Fotografia de um homem sobre uma escada acendendo um lampião no topo de um poste de rua antigo.

Acendedor de lampiões no século XIX. Ao fim da tarde, esses profissionais eram responsáveis por acender os lampiões das ruas quê funcionavam à base de óleo animal.

Como estudamos, desde quê os sêres humanos deixaram de sêr nômades e passaram a viver em moradias fixas, surgiram as primeiras comunidades. As mudanças iniciais, como o cultivo, a criação de animais e a divisão de trabalho, alteraram o modo de vida dos sêres humanos.

Ao longo da história, essas transformações continuaram a ocorrer, influenciadas por fatores sociais, políticos, econômicos e culturais, além dos avanços científicos e tecnológicos. Exemplos díssu são a eletricidade, quê revolucionou setores da ssossiedade, e os serviços de saneamento básico, quê melhoraram a saúde pública.

Embora muitas dessas mudanças tênham impulsionado o crescimento econômico e melhorado a qualidade de vida, também geraram desafios, como os impactos ambientais e a desigualdade social. Neste estudo, acompanharemos como a Ciência, com destaque para a Biologia, impulsiona inovações e ajuda a resolver esses problemas.

PENSE E RESPONDA

1 Essas imagens podem representar impactos em relação à saúde e ao ambiente? Quais seriam esses possíveis impactos? Converse com um colega sobre o assunto.

2 Quais contribuições a Ciência (em especial a Biologia) forneceu para a melhora dos impactos quê você citou na questão anterior?

3 As contribuições científicas quê você mencionou na questão anterior estão presentes em sua comunidade? Elas são eficientes? Justifique.

Página quatrocentos e dois

Matrizes energética e elétrica

Parte das mudanças quê ocorrem na ssossiedade se relacionam às fontes energéticas e suas finalidades. Um exemplo são os lampiões. No passado, a iluminação pública utilizava lampiões movidos a óleo vegetal e óleo animal, principalmente de baleia. A demanda por óleo de baleia resultou na caça extensiva dêêsses animais no passado.

Com a produção de energia elétrica em larga escala, a partir da segunda mêtáde do século XIX, a iluminação pública se tornou mais eficiente. Gradualmente, as fontes energéticas utilizadas pêlos países mudaram, sêndo cada vez mais destinadas à produção de energia elétrica. Nesse contexto, combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petróleo, ganharam maior destaque.

O conjunto de fontes energéticas disponíveis para atender toda a demanda energética de uma região corresponde à matriz energética. Elas compreendem fontes não rêno-váveis, como petróleo, carvão mineral, gás natural e energia nuclear, e fontes rêno-váveis, como energia hídrica, energia solar, energia eólica e biomassa.

Como exemplo, analise os dados a seguir sobre as matrizes energéticas mundial e brasileira em 2022.

Note quê ambas as matrizes energéticas são compostas majoritariamente de fontes não rêno-váveis, sêndo os combustíveis fósseis as fontes mais utilizadas ao redor do mundo.

Apesar díssu, a matriz energética do Brasil é bem diferente da mundial. No caso brasileiro, em 2022, todas as fontes não rêno-váveis somaram 53%. Além díssu, o uso de recursos rêno-váveis foi bastante significativo, representando 47%. Em contrapartida, no caso mundial, as fontes não rêno-váveis representaram 86% no mesmo período, enquanto as fontes rêno-váveis foram pouco expressivas, com cerca de 14%.

Ao se considerar as fontes de energia disponíveis apenas para o abastecimento elétrico de uma região, tem-se a matriz elétrica. Como exemplo, analise os dados a seguir sobre as matrizes elétricas mundial e brasileira em 2022.

Analisando esses dados, percebe-se quê as fontes de energia utilizadas para a geração de energia elétrica pelo mundo são essencialmente não rêno-váveis (70,6%).

A matriz elétrica brasileira, diferentemente de muitos outros países, é majoritariamente constituída por fontes rêno-váveis (87,9%), sêndo a energia hídrica a mais significativa. Ela é utilizada em hidrelétricas para suprir a demanda energética do país, o qual apresenta recursos hídricos abundantes.

Matriz energética mundial e brasileira em 2022

Fontes de energia

Matriz energética mundial

Matriz energética brasileira

Fontes de energia não rêno-váveis

Petróleo e derivados; gás natural; carvão mineral; nuclear; outras

86%

53%

Fontes de energia rêno-váveis

Hídrica; biomassa; eólica; solar; outras

14%

47%

Matriz elétrica mundial e brasileira em 2022

Fontes de energia

Matriz elétrica mundial

Matriz elétrica brasileira

Fontes de energia não rêno-váveis

Petróleo e derivados; gás natural; carvão mineral; nuclear; outras

70,6%

12,1%

Fontes de energia rêno-váveis

Hídrica; biomassa; eólica; solar; outras

29,4%

87,9%

Fonte dos dados: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento. Resenha energética brasileira 2024. Brasília, DF: MME: SNTEP, 2024. p. 9, 29. Disponível em:https://livro.pw/qrzli. Acesso em: 19 out. 20 NO FIO1 DO TEMPO24.

PENSE E RESPONDA

4 Utilize uma ferramenta digital para elaborar gráficos representativos das matrizes energéticas e elétricas mundial e brasileira de 2022.

Página quatrocentos e três

Bioenergia

O estudo das matrizes energética e elétrica mostra grande dependência mundial em relação às fontes não rêno-váveis, sobretudo aos combustíveis fósseis. Essa dependência levanta diversas preocupações ambientais, como as emissões significativas de gases poluentes quê contribuem para as mudanças climáticas.

Nos últimos anos, a preocupação ambiental, somada à possibilidade de esgotamento dos recursos naturais, tem incentivado os países a investirem em fontes menos poluentes, como as energias solar e eólica. Nesse contexto, a bioenergia tem se destacado cada vez mais. A bioenergia se refere a toda forma de energia gerada a partir de fontes biológicas rêno-váveis.

A matéria-prima para a bioenergia é a biomassa, quê compreende a matéria OR GÂNICA de origem animal e vegetal. São exemplos os resíduos agrícolas (bagaço de cana), florestais (madeira), dejétos (de origem animal) e rejeitos (industriais e urbanos). A biomassa póde sêr quêimada produzindo calor, que é utilizado para aquecer a á gua, gerar vapor e acionar turbinas quê produzem eletricidade. Ela também póde sêr convertida em biocombustíveis (como etanol e biogás) quê alimentam geradores de eletricidade.

O biogás compreende uma mistura gasosa, produzida pela decomposição da matéria OR GÂNICA realizada por microrganismos em biodigestores. O biogás produzido é armazenado e posteriormente utilizado para alimentar geradores de energia elétrica.

Outra tecnologia quê envolve o conceito de bioenergia é a célula de combustível microbiana (CCM). Nessa tecnologia, microrganismos são cultivados em recipientes específicos e, ao degradar a matéria OR GÂNICA, produzem eletricidade.

Fotografia de uma mulher de costas segurando um voltímetro com uma das mãos e um frasco contendo um líquido na outra. O voltímetro está conectado à tampa do frasco por meio de um cabo. O voltímetro marca em seu visor o número 617. Em segundo plano, estão outros frascos semelhantes também conectados a voltímetros sobre algumas prateleiras.

Pesquisadora méde a voltagem produzida por uma célula de combustível microbiana. Alguns experimentos mostraram quê é possível carregar parcialmente a bateria de um celular a partir de CCM.

Fotografia de um biogestor. Estrutura grande, alongada com a superfície arredondada. Em segundo plano há um prédio com chaminés soltando fumaça.

Biodigestor localizado em Rio Grande (RS), 2014.

Página quatrocentos e quatro

DIÁLOGOS DA NATUREZA

êste assunto permite um trabalho em conjunto com os componentes curriculares de Física e Química. Mais informações nas Orientações para o professor.

Algas produtoras de energia elétrica

Nos últimos anos, pesquisadores têm se dedicado a estudar a produção de energia elétrica a partir da conversão da luz solar por organismos fotossintéticos. O mecanismo é teóricamente simples: algas são espalhadas sôbi painéis biofotovoltaicos, semelhantes aos painéis solares. Ao oxidarem a á gua, as algas libéram elétrons, quê são captados por eletrodos criando uma corrente elétrica.

Entre as vantagens dessa tecnologia estão o uso de fontes rêno-váveis (algas) e a captura de gás carbônico enquanto ocorre a produção de oxigênio, contribuindo para o combate às mudanças climáticas causadas pela intensificação do efeito estufa. Além díssu, o funcionamento dessa tecnologia ocorre em condições de baixa luminosidade, o quê a torna versátil e promissora para futuras aplicações em ambientes diversos.

Imagem de microscopia de inúmeras algas esféricas, algumas estão agrupadas entre si.

Algas verdes (Chlorella vulgaris) (imagem de microscopía óptica; aumento aproximado de 400 vezes).

Saneamento básico

Outra mudança importante na ssossiedade foi a implementação do saneamento básico. Esses serviços e instalações têm como objetivo promover a saúde da população e proteger o ambiente. Entre eles estão:

o abastecimento de á gua potável, quê envolve o tratamento de á gua e a sua disponibilização às residências;

o esgotamento sanitário, quê envolve a côléta, o tratamento e a destinação adequada do esgoto de residências e de indústrias;

o manejo de resíduos sólidos, quê envolve a côléta, o tratamento e a destinação adequada dos resíduos provenientes das residências e da limpeza das vias urbanas;

o manejo de águas pluviais, quê envolve a drenagem e a destinação adequada da á gua das chuvas.

A implementação do saneamento básico ocorreu d fórma gradual entre os países. No Brasil, por exemplo, os primeiros registros datam do século XVI. Desde então, há esforços para a ampliação da cobertura de seus serviços de modo a atender toda a população, conforme estipulado pela lei número 11.445, de 2007, quê determina sua universalização.

Fotografia aérea de uma estação de tratamento de água. No primeiro plano, há um conjunto de edifícios, estruturas industriais e grandes compartimentos abertos. À esquerda, há uma torre alta e cilíndrica. Ao fundo, vê-se uma estrada com alguns carros passando, vegetação abundante e, mais distante, um corpo d’água.

Estação de tratamento de á gua localizada em Natal (RN), 2024.

Página quatrocentos e cinco

Os dados do Censo Demográfico de 2022 apresentados dizem respeito à cobertura dos serviços de saneamento por domicílios brasileiros. Os dados apresentados na atividade 4, da seção Atividades, referem-se ao acesso a serviços de côléta de esgoto por moradores dos domicílios. Por serem parâmetros diferentes, os dados também são distintos.

A universalização do saneamento básico ainda é uma realidade distante, uma vez quê parte da população não tem acesso a esses serviços, como mostram os dados a seguir.

Entre os serviços apresentados, pode-se perceber quê a côléta de esgoto é o de menor cobertura nacional. Isso significa quê, diariamente, no Brasil, um grande volume de esgoto não tratado tem sido despejado no ambiente.

Gráfico de barras horizontais 'Saneamento básico no Brasil em 2022'. O eixo vertical representa o tipo de serviço e o eixo horizontal representa a porcentagem da população brasileira que tem acesso a eles. Seguem os dados: Coleta de esgoto: 64,69 por cento. Água tratada: 83,88 por cento. Coleta de resíduos sólidos: 91,71 por cento.

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Panorama: Censo 2022. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2023. Disponível em: https://livro.pw/eyvea. Acesso em: 19 out. 2024.

De modo geral, o despejo de esgoto não tratado promove a contaminação do ambiente. Ao atingir rios e lagos, o esgoto póde causar a eutrofização, causada pelo excésso de nutrientes na á gua. Esse processo leva à proliferação de algas e formação de uma camada quê bloqueia a luz, reduzindo a taxa de fotossíntese das plantas aquáticas e, por consequência, o gás oxigênio dissolvido na á gua, levando à morte de inúmeros sêres vivos, como plantas, peixes, crustáceos e moluscos.

A falta de côléta e tratamento de esgoto também é um problema para a saúde da população brasileira, pois póde contaminar corpos d’água e, como consequência, aumentar a incidência de doenças veiculadas pela á gua.

A côléta de resíduos é o serviço de maior cobertura no país, atendendo 91,71% da população brasileira. No entanto, ainda enfrentamos problemas com o descarte inadequado de resíduos. Muitas pessoas os descartam em locais indevidos, como terrenos vazios e ruas, o quê resulta em seu acúmulo no ambiente. Esse cenário favorece o entupimento de bueiros, provocando enchentes em períodos de chuvas intensas, além da proliferação de animais vetores de doenças, como insetos e ratos.

Fotografia da vista de cima de um bueiro, sem a tampa, cheio de diversos tipos de lixo, principalmente de embalagens plásticas.

Bueiro preenchido por resíduos. O acúmulo de resíduos no ambiente póde sêr decorrente da ausência do serviço de côléta ou de seu descarte indevido por parte da população.

Página quatrocentos e seis

Falta de saneamento básico e doenças

A falta de tratamento e a contaminação da á gua, assim como o acúmulo de resíduos no ambiente, favorécem a disseminação e o contato com agentes etiológicos. Esses agentes são causadores de determinadas doenças, quê serão estudadas a partir de agora.

Doenças causadas por vírus

O acúmulo de resíduos no ambiente amplia a oferta de abrigo, alimento e locais de reprodução para diversos vetores de doenças, como o mosquito da espécie aédis egípti. A reprodução do aédis egípti depende de focos de á gua parada, quê podem sêr formados em resíduos acumulados no quintal das residências, em terrenos vazios ou na rua. Em seu ciclo de vida, os mosquitos depositam ovos nas paredes de recipientes, os quais poderão entrar em contato com a á gua quê se acumula após a chuva, por exemplo. O contato com a á gua favorece a eclosão dos ovos, e, após poucos dias, as larvas se dêsênvólvem em mosquitos adultos.

O mosquito aédis egípti é transmissor de várias doenças, como a dengue, a febre amarela, a chicungunha e a infekição pelo vírus zika. Essas doenças apresentam sintomas comuns, como febre e dores de cabeça. Outros sintomas podem incluir:

dengue: dores musculares, articulares e/ou atrás dos olhos, fadiga, dor abdominal, vômitos e hemorragia.

febre amarela: dores musculares, vômitos, e, em casos graves, icterícia, hemorragia e insuficiência de órgãos.

chicungunha: inchaço e dores intensas nas articulações, manchas vermelhas pelo corpo, coceira, conjuntivite, vômitos e diarreia.

infekição pelo vírus zika: inchaço ao redor de articulações e conjuntivite. Em caso de mulheres grávidas, é possível provocar malformações no fétu.

O combate ao mosquito vetor dessas doenças depende tanto de ações realizadas pelo govêrno quanto da participação ativa da comunidade para eliminar os focos de á gua parada. Atitudes individuais, como não descartar resíduos no ambiente, usar repelente e colocar telas em portas e janelas das residências, também atuam como medidas preventivas a essas doenças.

Icterícia
: condição clínica de coloração amarelada da péle e dos olhos.

Na presença de qualquer sintoma, é preciso consultar um médico, quê fará um diagnóstico e determinará o tratamento mais adequado.

ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Para saber mais sobre como combater o aédis egípti, acéçi o sáiti a seguir.

Cartaz com uma fotografia de garrafas plásticas e latas sujas sobre a grama. Representado acima, está uma fotografia ampliada do mosquito. Ao lado da imagem, está escrito 'Você sabe onde mora o perigo. Acabe com ele.' No canto superior direito, está escrito 'R S sem aedes'. Na parte de baixo estão o número 190, a sigla C E V S, o brasão do Governo do Estado do Rio Grande do Sul e os escritos 'Ministério da Saúde. Governo Federal'.

aédis egípti. Publicado por: Gov.br. Disponível em: https://livro.pw/momxl. Acesso em: 19 out. 2024.

Campanha de combate ao mosquito aédis egípti. Rio Grande do Sul, 2024.

Página quatrocentos e sete

Doenças causadas por bactérias

Algumas doenças causadas por bactérias podem sêr veiculadas pelo contato com a á gua contaminada, como a leptospirose e a coléra. Por isso, estão associadas à falta de serviços de saneamento básico.

A leptospirose é causada pela bactéria do gênero Leptospira. Sua transmissão ocorre pelo contato da péle e das mucosas com a urína de animais infectados, principalmente ratos. Sua disseminação é propiciada pelas inundações, quê ocorrem comumente após chuvas intensas em locais com infraestrutura de esgoto inadequada, facilitando o aumento repentino no número de casos em determinados locais. A doença póde sêr assintomática ou sintomática, ocasionando febre, falta de apetite, dor de cabeça, dores musculares, vômitos, diarreia, e em casos mais graves, icterícia, insuficiência renal e hemorragia.

A cólera é causada pela bactéria Vibrio cholerae. Sua transmissão ocorre pela ingestão de á gua ou alimentos contaminados pela bactéria, ou mesmo pelo contato fecal-oral direto, e está associada a hábitos de higiene. Comumente, a doença não manifesta sintomas ou causa um qüadro de diarreia leve. Em casos mais graves, póde ocasionar diarreia aquosa, vômitos e dor abdominal. Se não for tratada adequadamente, póde ocorrer desidratação intensa.

A cólera póde sêr evitada com medidas de higiene, como lavar as mãos, antes e após utilizar o banheiro, antes das refeições e após utilizar transportes públicos. Além díssu, é importante a higienização adequada de alimentos e pela ingestão de á gua tratada, filtrada ou fervida.

Fotografia de uma pessoa lavando as mãos na pia.

Lavar as mãos é um hábito de higiene quê contribui para manutenção da saúde.

Doenças causadas por protozoários

A amebíase é uma das doenças de veiculação hídrica causadas por protozoários, no caso, pela ameba Entamoeba histolytica. Ela é transmitida pela ingestão de á gua ou de alimentos contaminados com os cistos das amebas, eliminados junto às fézes dos indivíduos infectados. Quando ingeridos por uma pessoa sadia, os cistos originam formas ativas dos protozoários, quê se alojam no trato gastrointestinal, geralmente no intestino grosso. Entre os sintomas comuns, estão febre, cólicas intestinais e diarreia, quê póde conter sangue.

Cisto
: forma resistente de certos parasitas quê permite sua sobrevivência em ambientes desfavoráveis.

Página quatrocentos e oito

Doenças causadas por vermes

Doenças causadas por vermes são popularmente denominadas verminoses. A transmissão de algumas delas está relacionada à falta de serviços de saneamento básico. Um exemplo é a ascaridíase, quê é causada pelo nematódeo Ascaris lumbricoides, popularmente chamado de lombriga. Sua transmissão ocorre pela ingestão de á gua ou alimentos contaminados pêlos ovos dos vermes adultos, eliminados junto às fézes de pessoas infectadas. Após a ingestão, os ovos eclodem, os vermes se dêsênvólvem no interior do organismo e, quando adultos, alojam-se no intestino delgado, provocando dores abdominais e retenção de líquidos.

PENSE E RESPONDA

5 Em grupo, pesquisem sobre verminoses relacionadas à falta de saneamento básico, como ascaridíase, esquistossomose, teníase e filariose, destacando as formas de prevenção e a importânssia do saneamento básico. Escolham uma comunidade com carência de saneamento básico, criem um vídeo criativo quê reflita a realidade local e apresentem soluções práticas. Combinem com o professor como exibir o vídeo para essa comunidade.

A Biologia desempenha um papel fundamental no estudo dessas doenças, ao identificar os agentes causadores, seus ciclos de vida e os fatores quê potencializam sua transmissão em ambientes sem infraestrutura adequada. Contudo, é preciso exigir do pôdêr público soluções para o saneamento básico, garantindo melhores condições de saúde e qualidade de vida para toda a população.

ATIVIDADES

1. Defina matriz energética e matriz elétrica.

2. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma organização internacional voltada para maximizar o desenvolvimento econômico de mais de 30 países membros. Analise os dados da matriz energética da OCDE em 1973 e em 2022 para responder às kestões a seguir.

a) Em 1973, a matriz energética da OCDE era composta majoritariamente de fontes rêno-váveis ou de fontes não rêno-váveis? E em 2022?

b) Qual fonte de energia da matriz energética da OCDE teve a maior alteração em pontos percentuais entre os anos de 1973 e 2022?

c) É possível dizêr quê, após 1973, a OCDE tem investido em fontes rêno-váveis de energia? Justifique sua resposta.

d) É possível afirmar quê a OCDE tem uma grande dependência de fontes não rêno-váveis de energia? Analise as kestões

Matriz energética da OCDE em 1973 e em 2022

Fonte de energia

1973

2022

Petróleo e derivados

52,6%

34,9%

Gás natural

18,9%

29,9%

Carvão mineral

22,5%

13,3%

Nuclear

1,3%

9,0%

Outras não rêno-váveis

-

0,7%

Hídrica

2,1%

2,3%

Biomassa

2,4%

5,8%

Eólica

-

1,8%

Solar

-

1,2%

Outras rêno-váveis

0,2%

1,1%

Fonte: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento. Resenha energética brasileira 2024. Brasília, DF: MME: SNTEP, 2024. p. 9. Disponível em: https://livro.pw/qrzli. Acesso em: 19 out. 2024.

Página quatrocentos e nove

sócio-ambientais associadas a esse cenário. Se necessário, realize uma pesquisa em sáites e fontes confiáveis.

3. O bairro onde você mora possui acesso aos serviços de saneamento básico? Em grupo, investiguem o acesso ao saneamento no bairro em quê vocês moram. Identifiquem eventuais necessidades locais e produzam um relatório a partir das informações encontradas. No relatório, evidenciem a importânssia do acesso aos serviços de saneamento.

4. A dengue é um dos problemas de saúde pública no Brasil, cujos casos têm aumentado significativamente nos últimos anos. Em 2023, no Brasil, foram registrados mais de 1,5 milhão de casos prováveis, distribuídos ao longo dos meses conforme expresso no gráfico a seguir.

Gráfico de colunas 'Casos prováveis de dengue no Brasil em 2023'. O eixo vertical representa o número de casos e o eixo horizontal representa o tempo em meses. Contém as seguintes informações aproximadas: Janeiro: 70.000 casos. Fevereiro: 135.000 casos. Março: 310.000 casos. Abril: 400.000 casos. Maio: 270.000 casos. Junho: 90.000 casos. Julho: 40.000 casos. Agosto: 25.000 casos. Setembro: 20.000 casos. Outubro: 25.000 casos. Novembro: 40.000 casos. Dezembro: 75.000 casos.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Dengue: notificações registradas no sistema de informação de agravos de notificação - Brasil. Brasília, DF: MS: DATASUS, 2024. Disponível em: https://livro.pw/xpwfs. Acesso em: 3 out. 2024.

Considerando esses dados e seus conhecimentos sobre a dengue, responda às kestões.

a) Em quais meses do ano houve maior registro de casos de dengue no ano de 2023? Elabore uma hipótese para explicar esses dados. Depois, faça uma pesquisa em sáites e fontes confiáveis para verificar sua hipótese.

b) Em grupo, organizem uma campanha contra a dengue. Criem materiais de campanha quê possam sêr compartilhados com a população, incentivando-a a adotar ações de combate em seu cotidiano.

5. Analise os gráficos a seguir para responder às kestões.

1. Gráfico de colunas 'População com acesso à rede de coleta de esgoto no Brasil' de 2010 e 2022. O eixo vertical representa a proporção de domicílios em porcentagem e o eixo horizontal representa o tempo em anos. Contém as seguintes informações: 2010: 52,8 por cento. 2022: 62,5 por cento.

Fonte: FERREIRA, Igor éti áu. Censo 2022: rê-de de esgoto alcança 62,5% da população, mas desigualdades regionais e por côr e raça persistem. Agência hí bê gê hé Notícias, Rio de Janeiro, 26 abr. 2024. Disponível em: https://livro.pw/kpczw. Acesso em: 19 out. 2024.

2. Gráfico de colunas 'Internações por doenças de veiculação hídrica no Brasil' de 2010 e 2022. O eixo vertical representa o número de internações e o eixo horizontal representa o tempo em anos. Contém as seguintes informações: 2010: 603.623 internações. 2022: 191.418 internações.

Fonte: INTERNAÇÕES totais por doenças de veiculação hídrica. São Paulo: Painel Saneamento Brasil, 2022. Disponível em: https://livro.pw/bmsia. Acesso em: 19 out. 2024.

a) O quê é possível dizêr sobre a população com acesso à côléta de esgoto no Brasil, entre os anos de 2010 e 2022? E sobre as internações por doenças de veiculação hídrica nesse período?

b) Relacione os gráficos I e II e justifique a importânssia do saneamento básico para a saúde da população.

Página quatrocentos e dez

TEMA
36
Biotecnologia

Respostas e comentários dêste Tema estão disponíveis nas Orientações para o professor.

A Ciência e a tecnologia impactam a ssossiedade de diferentes maneiras. Um exemplo é a biotecnologia, quê póde sêr entendida como técnicas de manipulação de sêres vivos, incluindo microrganismos, plantas e animais, ou de suas partes, voltadas para o desenvolvimento de produtos ou de processos quê interessam à ssossiedade humana. Nesse sentido, a fabricação de pães, queijos e vinhos, realizada a partir da ação fermentadora de microrganismos, representa uma aplicação da biotecnologia.

Fotografia de uma massa de pão crua ao lado de um pão assado.

Pães de fermentação natural.

Em um contexto amplo, a fabricação de pães, realizada pela ssossiedade humana há milhares de anos, utiliza técnicas de biotecnologia. Nesse caso, usa-se leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae para a fermentação.

Com o avanço dos conhecimentos científicos e tecnológicos, as biotecnologias têm sido aprimoradas e passaram a incluir a manipulação do material genético dos sêres vivos, permitindo a criação de organismos com características específicas. Essa engenharia genética tem um impacto significativo na produção de alimentos, ao possibilitar o desenvolvimento de cultivos mais resistentes e nutritivos, e na saúde, com inovações em medicamentos e vacinas. Além díssu, a biotecnologia também aborda kestões ambientais, como a biorremediação, quê utiliza microrganismos para despoluir áreas contaminadas.

O desenvolvimento de organismos geneticamente modificados, a clonagem de células e de organismos e o uso de células-tronco serão alguns dos assuntos a serem estudados neste Tema.

Imagem de microscopia de inúmeras bactérias com formato alongado e pontas arredondadas.

Bactérias Pseudomonas putida (imagem de microscopía óptica, aumento aproximado de 8.700 vezes; colorida artificialmente).

A bactéria Pseudomonas putida é naturalmente capaz de degradar alguns compostos químicos quê podem contaminar o solo. Modificações realizadas no dê ene há dêêsse microrganismo ampliam essa capacidade e permitem quê ele seja utilizado para recuperar ambientes poluídos. Esse é um exemplo aplicado da biotecnologia.

PENSE E RESPONDA

1 A Ciência e a tecnologia se beneficiam mutuamente. Você concórda? Explique sua resposta por meio de um exemplo.

2 Qual é a relação da Ciência e da tecnologia com a ssossiedade?

Página quatrocentos e onze

Engenharia genética

De modo geral, a engenharia genética se refere a um conjunto de técnicas e de tecnologias quê possibilitam a manipulação do material genético. Entre as diversas biotecnologias quê compõem a engenharia genética, estudaremos a tecnologia do dê ene há recombinante, quê possibilita a obtenção de organismos geneticamente modificados (OGMs), a produção de vacinas gênicas e a realização da terapia gênica.

dê ene há recombinante

Uma molécula de dê ene há recombinante consiste em uma nova molécula de dê ene há, ôbitída a partir da combinação de fragmentos de dê ene há, geralmente de dois ou mais organismos diferentes, sêjam indivíduos de uma mesma espécie, sêjam de espécies distintas. A partir de agora, analisaremos como póde sêr ôbitída uma molécula de dê ene há recombinante e, na sequência, algumas de suas aplicações.

Enzimas quê cortam e ligam

Para obtêr uma molécula de dê ene há recombinante, são utilizadas enzimas capazes de cortar e ligar uma molécula de dê ene há em regiões específicas. As enzimas quê promóvem o kórti da molécula de dê ene há são chamadas de enzimas de restrição, enquanto aquelas quê ligam segmentos de dê ene há são chamadas de enzimas dê ene há ligases.

Analise como elas atuam, d fórma simplificada, no esquema a seguir.

Esquema que representa a ação de enzimas de restrição e de D N A ligases na obtenção de uma molécula de D N A recombinante. 1. As moléculas de D N A de diferentes organismos são tratadas com uma mesma enzima de restrição. Existem diversas enzimas de restrição, cada qual reconhece e promove cortes em regiões específicas das moléculas de D N A, denominadas sítios de restrição. De modo geral, os sítios de restrição do D N A delimitam sequências curtas de nucleotídeos. Portanto, após o tratamento com a enzima de restrição, são obtidos pequenos fragmentos das moléculas de D N A. 2. O tratamento com a mesma enzima de restrição, de modo geral, pode produzir extremidades adesivas nas moléculas de DNA, ou seja, sequências de bases complementares. Em condições específicas, a complementaridade das extremidades possibilita a combinação de fragmentos de DNA de diferentes origens. Em seguida, os fragmentos são tratados com a enzima D N A ligase, que permite a ligação entre as extremidades complementares dos fragmentos de diferentes origens, formando um D N A recombinante.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 413.

Representação da ação de enzimas de restrição e de dê ene há ligases na obtenção de uma molécula de dê ene há recombinante. A tesoura e a cola são apenas ilustrações artísticas quê representam, figurativamente, o mecanismo de ação dessas enzimas (imagem sem escala; cores fantasia).

Página quatrocentos e doze

Clonagem molecular

A clonagem molecular consiste na obtenção de múltiplas cópias de um segmento específico da molécula de dê ene há. De modo geral, ela é realizada a partir da obtenção de uma molécula de dê ene há recombinante e sua posterior inserção em outra célula, para quê seja replicada.

Nesse caso, a obtenção de uma molécula de dê ene há recombinante envolve uma molécula de dê ene há doador e de um vetor de replicação. O dê ene há doador contém a sequência gênica de interêsse, quê será isolada e inserida no vetor. O vetor, por sua vez, é uma molécula de dê ene há na qual o gene de interêsse sêrá inserido para ser replicado, resultando na produção de inúmeras cópias. De modo geral, o vetor é uma molécula de dê ene há pequena capaz de se replicar em células vivas. Um vetor amplamente utilizado para a realização dessa tecnologia é um plasmídeo bacteriano, uma molécula de dê ene há circular capaz de se replicar d fórma independente do cromossomo bacteriano.

O esquema a seguir representa, d fórma simplificada, como ocorre a clonagem molecular utilizada para a produção de insulina humana sintética.

Esquema representando as etapas da clonagem molecular da insulina humana. 1. O DNA doador (célula humana) e o vetor (bactéria Escherichia coli) são isolados. 2. O gene de interesse (insulina) é cortado do DNA doador por uma enzima de restrição, assim como o vetor. 3. A tecnologia do DNA recombinante é aplicada para a obtenção de um plasmídeo recombinante. Nesse caso, o gene da insulina humana é inserido no plasmídeo da E. coli. 4. Em condições laboratoriais específicas, o plasmídeo recombinante é inserido em uma célula bacteriana previamente preparada, neste caso, a E. coli. Por ter recebido um plasmídeo recombinante, ela passa a ser chamada de bactéria recombinante. 5. A bactéria recombinante se reproduz. Isso resulta na produção de inúmeras cópias do gene de interesse que foi inserido no plasmídeo recombinante, neste caso, a insulina. 6. O gene inserido no plasmídeo passa a ser expresso pela bactéria, resultando na produção da insulina humana, que é posteriormente isolada para ser utilizada no tratamento de diabéticos.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 412.

Representação da clonagem molecular da insulina humana (imagem sem escala; cores fantasia).

PENSE E RESPONDA

3 Pesquise o quê caracterizam os tipos 1 e 2 de diabetes e a relação dessas doenças com a insulina.

4 Desde a década de 1980, a insulina sintética humana passou a sêr produzida em escala industrial, graças à tecnologia do dê ene há recombinante e à clonagem molecular. Pesquise sobre a importânssia dêêsse avanço científico.

Página quatrocentos e treze

Organismos geneticamente modificados (OGMs)

Os organismos geneticamente modificados (OGMs) compreendem os sêres vivos (microrganismos, plantas e animais) cujo material genético foi alterado artificialmente por técnicas específicas da engenharia genética. Um exemplo de OGM são os organismos transgênicos, cujo material genético recebeu a inserção de um ou mais genes de outras espécies. De modo geral, os organismos transgênicos são produzidos para expressar genes de interêsse de outra espécie, passando a apresentar características quê, naturalmente, não têm.

No exemplo exposto anteriormente para a produção de insulina humana, a bactéria quê recebeu o plasmídeo recombinante se tornou uma bactéria transgênica. Isso porque seu plasmídeo recebeu um gene humano, o qual passou a sêr expresso pela bactéria. Ou seja, a bactéria adquiriu uma característica quê não apresenta naturalmente: a capacidade de sintetizar insulina humana.

De modo geral, a transgenia é utilizada para a realização de processos industriais e para otimizar as práticas agrícolas. Nesse último caso, há muitos anos são realizados estudos a respeito das plantas transgênicas, e algumas já foram introduzidas no consumo humano, como a soja e o milho.

Um dos tipos de soja transgênica, por exemplo, recebeu um gene de tolerância ao agrotóxico glifosato, gene esse quê foi isolado de uma bactéria do gênero Agrobacterium. Esse tipo de soja transgênica se torna tolerante ao uso do glifosato, quê é aplicado para evitar o crescimento de ervas daninhas nas plantações.

PENSE E RESPONDA

5 Os dois exemplos citados no início dêste Tema referem-se a OGMs? Por quê?

Esquema representando o processo de obtenção de uma planta transgênica a partir de um gene de interesse bacteriano. Primeiro ocorre a seleção de tecidos vegetais para inserção em um meio de cultura. Depois, uma bactéria Agrobacterium modificada com gene de interesse é colocada no meio de cultura. O gene de interesse passa para as células vegetais cultivadas e é utilizado para a criação de uma planta transgênica.

Elaborada com base em: GRIFFITHS êntoni J. F. éti áu. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara kúgam, 2008. p. 633.

Representação da obtenção de uma planta transgênica a partir de um gene de interêsse bacteriano (imagem sem escala; cores fantasia).

Página quatrocentos e quatorze

Um dos tipos de milho transgênico, por sua vez, recebeu um gene quê codifica a tô-ksina Bt, uma proteína tóxica a diversos insetos-praga. Com isso, a planta fica protegida do ataque de insetos, reduzindo a necessidade de uso de agrotóxicos inseticidas.

As plantas transgênicas podem apresentar diversas vantagens ao produtor, auxiliando na otimização da produção; ao consumidor, reduzindo o custo associado ao produto ou ofertando maior valor nutricional; ou a ambos. Além díssu, podem sêr uma possibilidade para suprir a necessidade de se aumentar a produção mundial de alimentos, considerando as estimativas futuras quanto ao grande crescimento da população do planêta.

Contudo, as plantas transgênicas ainda são um assunto controverso, devido aos possíveis riscos ambientais e à saúde humana. De acôr-do com a Organização Mundial da Saúde (hó ême ésse), os riscos ambientais envolvem os desequilíbrios nas relações entre as espécies próximas ao local de plantio, pois o comportamento das plantas transgênicas póde sêr alterado. Entre os possíveis riscos à saúde humana estão as reações alérgicas.

Outra discussão importante sobre os transgênicos envolve a soberania alimentar. Esse conceito trata do direito das nações de definir suas próprias estratégias de produção, distribuição e consumo de alimentos. Ele também garante a preservação da autonomia e a redução da dependência das flutuações de preços internacionais. Neste contexto, a influência de grandes multinacionais no mercado de transgênicos não deve interferir na livre escolha do quê é cultivado e consumido. Para ajudar nessa soberania, foram criadas leis quê exigem rótulos em alimentos quê contêm transgênicos, garantindo quê consumidores tênham direito à escolha do quê irão consumir.

Contudo, para sêrem permitidos para plantio e para consumo, eles devem ser aprovados em testes de segurança específicos. Sendo assim, a hó ême ésse garante quê os alimentos produzidos com ingredientes transgênicos quê são consumidos mundialmente foram aprovados nesses testes, possuindo baixa probabilidade de oferecer riscos ao ambiente e à saúde.

De qualquer forma, é importante quê alimentos quê possuem ingredientes transgênicos sêjam sinalizados com um sín-bolo específico em sua embalagem, alertando o consumidor a respeito de sua composição.

PENSE E RESPONDA

6 A preservação da cultura e dos hábitos alimentares de um povo também é considerada na soberania alimentar. Qual é a importânssia dêêsse aspecto para a identidade de uma nação e para a sustentabilidade de suas práticas alimentares? Converse com seus côlégas sobre o assunto e cite um exemplo.

Fotografia de um rótulo com o símbolo de produto transgênico. O símbolo é um triângulo com a letra T dentro. Abaixo do símbolo está escrito 'Contém derivados de soja e milho transgênicos'.

Símbolo indicativo da presença de componentes geneticamente modificados nos alimentos.

Página quatrocentos e quinze

Tecnologias em vacinas

O avanço do conhecimento científico, atrelado ao desenvolvimento tecnológico, possibilitou a criação de diferentes métodos para a produção de vacinas. Com isso, hoje existem vários imunizantes eficazes para diversas infekições.

As primeiras vacinas produzidas foram as vacinas atenuadas, nas quais o agente infekissioso (bactéria ou vírus) é injetado vivo, porém enfraquecido, de modo a induzir uma resposta imune sem causar a doença. Alguns dos imunizantes produzidos por esse método são a vacína para caxumba, febre amarela e poliomielite (oral).

Outro tipo são as vacinas inativadas, produzidas com bactérias mortas ou vírus inativados. As vacinas contra hepatite A, gripe e raiva são produzidas utilizando esse método.

Mais recentemente, foram desenvolvidas vacinas quê empregam técnicas de engenharia genética. Entre elas estão as vacinas gênicas, quê utilizam uma sequência de material genético quê codifica os antígenos de determinado agente infekissioso.

Um exemplo de vacína gênica são as vacinas de dê ene há, produzidas a partir da tecnologia do dê ene há recombinante. Neste tipo de vacína, insere-se a sequência de interêsse (que codifica o antígeno do agente infeccioso) em um vetor (que póde sêr um plasmídeo bacteriano). Por meio da vacína, o vetor é administrado no corpo humano, quê vai passar a produzir o antígeno do agente infekissioso. Esse antígeno irá desencadear a reação imunitária, levando à produção de anticorpos contra ele.

Atualmente, vacinas gênicas já foram aprovadas para uso em humanos na prevenção da covid-19 e estão sêndo investigadas em diversos outros contextos, como contra a dengue e a infekição pelo vírus zika. Alguns estudos também indicam a utilização de vacinas gênicas para a prevenção de alguns tipos de câncer, como o quê póde sêr causado pelo HPV (papilomavírus humano).

Independentemente do método e da tecnologia empregada em sua produção, todas as vacinas são seguras e eficazes, pois passaram por inúmeros testes antes de serem aprovadas para uso. De modo geral, para quê seja criada uma proteção prolongada, é necessário aplicar mais de uma dose da vacína, com intervalos específicos. Em alguns casos, há a necessidade de doses de reforço para manter a imunidade.

Fotografia de uma mulher negra de óculos observando frascos contendo líquidos diferentes. Das tampas dos frascos saem tubos finos que estão conectados a uma máquina acima deles.

Cientista trabalha no desenvolvimento de vacinas gênicas.

Página quatrocentos e dezesseis

Terapia gênica

A terapia gênica é utilizada para o tratamento de algumas doenças genéticas, como alguns tipos de câncer hereditário. Ela consiste na introdução de genes terapêuticos em células do paciente, utilizando vetores obtidos pela tecnologia do dê ene há recombinante. O objetivo da técnica é quê esses genes sêjam incorporados ao material genético das células do paciente e passem a sêr expressos, contribuindo para o tratamento da doença.

A técnica póde sêr realizada diretamente no organismo humano ou em células isoladas em laboratório, quê depois são introduzidas no corpo do paciente. Acompanhe o esquema a seguir quê representa, d fórma simplificada, uma técnica de terapia gênica.

Esquema representando a a realização da terapia gênica em células isoladas. 1. Algumas células do paciente são removidas e mantidas em uma cultura de laboratório. 2. Os genes terapêuticos são inseridos em um vetor, como o material genético de um vírus que foi geneticamente modificado para não se reproduzir. 3. Em condições específicas de laboratório, por meio do vetor viral, os genes terapêuticos são incorporados ao material genético das células do paciente. 4. As células geneticamente modificadas são transplantadas de volta ao organismo do paciente por meio de uma seringa. 5. No organismo, as células irão expressar os genes terapêuticos e se multiplicar, contribuindo para o tratamento da doença.

Elaborado com base em: KUMAR, Sandeep R. P. éti áu. Clinical development ÓF gene therapy: results ênd lessons from recent successes. Molecular Therapy: Methods & Clinical Development, [s. l.], v. 3, 2016. Disponível em: https://livro.pw/gecrb. Acesso em: 28 out. 2024.

Representação da realização da terapia gênica em células isoladas (imagem sem escala; cores fantasia).

Entre exemplos de aplicação da terapia gênica está o tratamento da anemia falciforme e da fibrose cística. Em ambas as condições, um gene saudável é inserido, auxiliando na produção de proteínas funcionais quê ajudam a reduzir os problemas característicos dessas doenças.

PENSE E RESPONDA

7 Faça uma pesquisa a respeito da anemia falciforme e da fibrose cística e registre os resultados no caderno.

Clonagem celular e de organismos

A clonagem celular e a clonagem de organismos se reférem à produção artificial de, respectivamente, células e indivíduos geneticamente iguais. Elas podem sêr obtidas por diferentes técnicas. Uma dessas técnicas corresponde à clonagem a partir da transferência nuclear de células somáticas, quê é qualquer célula quê forma um organismo, com exceção das células reprodutivas.

A transferência nuclear de células somáticas consiste na retirada do núcleo de uma célula somática diferenciada e sua inserção em um gameta feminino, quê teve seu núcleo anteriormente retirado. Nesse sentido, o gameta feminino incorpóra o núcleo doador, passando a expressar e atuar conforme seu novo material genético.

Página quatrocentos e dezessete

A célula à qual foi incorporada um novo núcleo é, então, submetida à divisão celular, sôbi condições específicas de laboratório. Forma-se um embrião jovem, quê póde sêr utilizado para a realização de dois tipos de clonagem: a clonagem reprodutiva e a clonagem terapêutica.

Clonagem reprodutiva

Na clonagem reprodutiva, forma-se um indivíduo geneticamente idêntico ao indivíduo doador de núcleo. Foi por meio dessa técnica quê a ovelha Dolly foi clonada na década de 1990, conforme representa simplificadamente o esquema a seguir.

Esquema representando as etapas da clonagem reprodutiva que deu origem à ovelha Dolly. 1. Células mamárias foram retiradas de uma ovelha e cultivadas em laboratório. 2. Óvulos foram retirados de outra ovelha e tiveram seus núcleos removidos. 3. Uma célula mamária foi fusionada a um óvulo cujo núcleo havia sido removido. A célula resultante passou a apresentar o núcleo da célula mamária. 4. A célula resultante foi submetida à divisão celular, sob condições específicas de laboratório, formando um embrião jovem. 5. O embrião foi implantado no útero de uma terceira ovelha, completando seu desenvolvimento até o nascimento. 6. Uma ovelha geneticamente idêntica à ovelha doadora de células mamárias nasceu e foi batizada como Dolly.

Elaborado com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 424.

Representação da clonagem reprodutiva da ovelha Dolly, quê ocorreu por meio da transferência nuclear de células somáticas (imagem sem escala; cores fantasia).

O desenvolvimento da técnica de clonagem reprodutiva suscitou discussões mundiais a respeito de sua legalidade, sobretudo com respeito à clonagem de sêres humanos. Com base em kestões morais, éticas, jurídicas e nos próprios conhecimentos científicos, essas discussões resultaram na proibição de sua prática em diversos países. No Brasil, especificamente, a lei número 11.105, de 2005, proíbe a clonagem reprodutiva de sêres humanos, configurando um crime. Além das kestões mencionadas, é importante reiterar quê a clonagem reprodutiva não garante quê o desenvolvimento do embrião ocorrerá d fórma segura, tampouco quê terá uma vida saudável.

Página quatrocentos e dezoito

Clonagem terapêutica

Na clonagem terapêutica, o embrião em estágio inicial de desenvolvimento, logo após a fertilização, não é implantado no útero de uma fêmea, mas é utilizado para obtenção de células-tronco. De modo geral, as células-tronco são células quê possuem alto potencial reprodutivo e não são especializadas; sôbi condições adequadas, as células-tronco são capazes de se diferenciar em células especializadas de um ou mais tipos.

Em relação aos animais, estudos indicam três tipos de célula-tronco: as embrionárias, as adultas e as induzidas. As células-tronco embrionárias podem dar origem a qualquer tecido do corpo. Elas são extraídas de embriões obtidos em tratamentos de fertilização e quê não serão implantados no útero materno.

As células-tronco adultas estão presentes em diferentes órgãos, mas não são capazes de originar todos os tipos de tecido do corpo. Entre elas estão as células-tronco da medula óssea, um tecido presente no interior dos óssos quê é capaz de originar células do sangue, da cartilagem, do próprio tecido ósseo e do tecido adiposo.

Devido à capacidade de dar origem a novos tecídos, as células-tronco podem sêr cultivadas sôbi determinadas condições para se especializarem em diferentes tipos celulares, como células hepáticas (do fígado), células nervosas e células do sangue, e a partir díssu podem sêr utilizadas em terapias para reparar tecídos danificados ou até mesmo para a produção de órgãos, como rins, óssos ou músculos.

Esquema representando o cultivo de células-tronco embrionárias e adultas. As células-tronco embrionárias podem ser obtidas do blastocisto, a fase do início do desenvolvimento embrionário. Essas células podem gerar muitos tipos celulares, como células musculares, nervosas e sanguíneas. As células-tronco adultas podem ser obtidas da medula óssea de um ser humano. Essas células geram um número limitado de tipos celulares, como células sanguíneas.

Elaborada com base em: REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 426.

Representação do cultivo de células-tronco embrionárias e adultas (imagem sem escala; cores fantasia).

Página quatrocentos e dezenove

Atualmente, diversos estudos são realizados na busca por resolver o problema da capacidade limitada das células-tronco adultas em dar origem a novos tipos celulares. Em alguns dêêsses estudos, células do corpo humano quê não são células-tronco são induzidas a ter a capacidade de originar qualquer tipo de célula do corpo humano. São as chamadas células-tronco induzidas.

Esquema representando as etapas para obtenção de células-tronco induzidas. 1. Células somáticas da pele (fibroblastos) são isoladas. 2. Genes reguladores são introduzidos na célula por meio de vetores. 3. As células são cultivadas em placa Petri. 4. As novas células-tronco formadas possuem propriedades semelhantes às células-tronco embrionárias e podem originar diferentes células. Exemplos de células: sanguíneas, nervosas e musculares.

Elaborada com base em: KARAGIANNIS, píter; NAKAUCHI, Ayaka; YAMANAKA, Shinya. Bringing Induced pluripotent stem cell technology to the bedside. JMA Journal, Tóquio, Japão, v. 1, n. 1, p. 6-14, 2018. Disponível em: https://livro.pw/obhjn. Acesso em: 21 out. 2024. REECE, diêine B. éti áu. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artméd, 2015. p. 427.

Representação da obtenção de células-tronco induzidas (imagem sem escala; cores fantasia).

Existe um grande interêsse no uso de células-tronco para aplicações médicas, sobretudo para o tratamento de condições ou de doenças humanas em quê se faça necessária a regeneração de tecídos danificados, como cânceres, diabetes tipo 1 e lesões em algumas regiões do sistema nervoso. Os estudos ainda precisam sêr aprofundados para se garantir a segurança da técnica, quê tem se mostrado promissora em muitas pesquisas realizadas ao redor do mundo.

A utilização de células-tronco embrionárias humanas tem gerado diversos debates na ssossiedade. Parte considera um problema ético trabalhar com essas células, já quê sua utilização estaria impedindo a formação de um novo indivíduo. Outra parte da ssossiedade considera esses embriões inviáveis para a fertilização e quê a técnica não estaria impedindo a formação de um novo indivíduo.

A regulamentação da utilização das células-tronco embrionárias no Brasil é estabelecida pela lei número 11.105, de 2005, quê aborda aspectos gerais de biossegurança. Entretanto, alguns analistas acreditam quê, devido à complexidade e à distinção do tema, ele deveria ter uma lei à parte.

PENSE E RESPONDA

8 E você? Qual é a sua opinião sobre a utilização de células-tronco embrionárias? Converse com o professor e organizem um debate em sala, de maneira quê cada colega possa emitir sua posição referente ao assunto, respeitando possíveis ideias contrárias às suas. Antes, embase sua opinião realizando uma pesquisa mais ampla sobre o assunto.

Página quatrocentos e vinte

Biologia Sintética

O conjunto de informações quê determinam um sêr vivo está codificado em seu genoma. Com o desenvolvimento da biotecnologia, o sêr humano aprendeu a decifrar o genoma de diferentes organismos e, por meio de técnicas de engenharia genética, a manipulá-lo.

Desde a década de 1990, novas tecnologias permitiram decifrar com maior rapidez o genoma dos sêres vivos, levando ao desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento. Com base nesses avanços, desenvolveu-se a Biologia Sintética. Essa área tem entre seus objetivos o de desenhar e construir organismos artificiais quê produzam novas moléculas de interêsse específico e redesenhar organismos já existentes para maximizar e direcionar sua biologia para a produção de moléculas de interêsse.

A Biologia Sintética tem diversas aplicações. Na geração de energia, microrganismos geneticamente sintetizados podem produzir hidrogênio para sêr utilizado como combustível veicular. Na saúde, é possível obtêr novos medicamentos, vacinas e tecídos com base em organismos sintetizados, quê não ocorram naturalmente. No ambiente, microrganismos podem sêr desenvolvidos para detectar ou degradar poluentes. Na indústria, microrganismos podem sêr projetados para produzir moléculas quê se tornem alternativas às fibras naturais ou sintéticas existentes. Na agricultura, novos aditivos alimentares podem sêr criados com o uso dessa tecnologia.

Outras áreas quê têm se destacado são a Astronomia e a Astrobiologia. Com o crescente aumento da tecnologia, em breve o sêr humano estará em Marte. Mas para quê isso aconteça, é necessário garantir condições para a sobrevivência dos astronautas durante a viagem e nesse planêta. Isso poderia sêr auxiliado pelas aplicações da Biologia Sintética, como organismos projetados para gerar combustível, produzir alimentos, sintetizar materiais orgânicos para a construção de abrigos e produzir medicamentos.

Desenho digital com constrições semi esféricas, uma delas parece ser uma estufa de plantas. Ainda há algo semelhante ao foguete. O chão é de terra batida e, em segundo plano, há uma formação rochosa.

Concepção artística de uma possível base humana no planêta Marte. Nela, estariam presentes locais onde microrganismos sintetizados seriam cultivados (biorreatores) para gerar alimento, biopolímeros, combustíveis, realizar a reciclagem e o reaproveitamento de resíduos, entre outros.

Página quatrocentos e vinte e um

ATIVIDADES

1. O quê são biotecnologias?

2. Explique o quê é engenharia genética.

3. Qual é a diferença entre células-tronco embrionárias, células-tronco adultas e células-tronco induzidas?

4. Em um estudo sobre tumores no pulmão, pesquisadores brasileiros usaram vírus modificados como vetores para transferir dois genes supressores de tumor às células cancerígenas. Esses genes induzem a morte celular. Após testes bem-sucedidos em laboratório, os experimentos foram realizados em camundongos, nos quais os pesquisadores observaram uma regressão de 80% no tamãnho dos tumores.

a) Qual é o nome da técnica utilizada na pesquisa?

b) A técnica apresentará os mesmos resultados em sêres humanos? Explique sua resposta.

5. O plantio e o consumo de plantas transgênicas são assuntos muito discutidos mundialmente, sobretudo quanto à sua segurança ambiental e à saúde humana. A respeito do assunto, responda às kestões.

a) O quê são transgênicos?

b) Quais são os pontos positivos e negativos associados ao plantio e ao consumo de plantas transgênicas?

c) Forme um grupo com seus côlégas e se posicionem a respeito dos transgênicos, construindo argumentos consistentes.

6. No passado, a insulina utilizada no tratamento de pessoas com diabetes tipo 1 era extraída do pâncreas do bôi e do pôrco. Apesar de sua similaridade com a humana, a insulina extraída dêêsses animais causava efeitos colaterais em alguns pacientes, além de não sêr eficaz em outros. Com a produção da insulina humana sintética em larga escala, houve uma melhoria no tratamento de pacientes diabéticos, quê passou a ter maior taxa de sucesso. A respeito do assunto, responda às kestões.

a) Qual(is) técnica(s) é(são) utilizada(s) na produção de insulina humana sintética?

b) Explique como ocorre a produção de insulina humana sintética.

7. A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia quê simula o pensamento humano. Ela permite quê máquinas analisem grande quantidade de dados, identifiquem padrões e tomem decisões d fórma autônoma e ágil para a resolução de problemas. Agora analise a frase a seguir.

A inteligência artificial vai acelerar a criação de produtos biotecnológicos, o quê póde sêr positivo.

Você concórda com essa frase? Em dupla, façam uma pesquisa sobre o assunto e elaborem uma apresentação digital com os exemplos quê encontraram.

8. O quê é Biologia Sintética?

9. Forme um grupo com mais dois côlégas. Considerem quê vocês trabalhem em um laboratório de Biologia Sintética e quê possam desenvolver um organismo sintético. Que tipo de organismo vocês tentariam desenhar geneticamente? Por quê? Façam uma pesquisa para embasar sua justificativa. Ao final, montem uma apresentação digital para apresentar à turma o produto a sêr obtído e as justificativas para seu desenvolvimento.

Ilustração de uma fita de material genético em formato helicoidal.

Página quatrocentos e vinte e dois

Oficina científica

Extraindo o dê ene há de cebola

O estudo do dê ene há dos sêres vivos é realizado há dékâdâs, desde quê técnicas para sua extração e análise foram desenvolvidas e aprimoradas. Muitas dessas técnicas exigem diversos equipamentos laboratoriais específicos. Mas será possível extrair o dê ene há de cértas células com poucos materiais e procedimentos simples?

Materiais

1 cebola picada em pedaços pequenos;

uma colher de chá de sal de cuzinha;

uma colher de sopa de detergente neutro;

150 mL de á gua filtrada à tempera-túra ambiente;

1 frasco de áucôl 98º gelado (que deve sêr mantido anteriormente no congelador por um dia);

2 copos de vidro transparente identificados pelas lêtras A e B;

1 coador de café e 1 filtro de café;

1 panela com á gua aquecida a fogo baixo para banho-maria;

1 recipiente plástico;

Cubos de gêlo;

Papel-filme.

Procedimentos

No copo A, adicione a á gua filtrada e misture, com cuidado, o detergente e o sal, de modo a não formár espuma. Adicione a cebola picada à mistura e cubra a abertura do copo com papel-filme.

Coloque o copo A no interior da panela com á gua aquecida a fogo baixo, mantendo-o em banho-maria por 20 minutos.

Espere o copo A esfriar por 5 minutos, remova-o da panela, retire o papel-filme e filtre a mistura com auxílio do coador e do filtro de café. Armazene a solução filtrada no copo B.

Mantenha apenas mêtáde do volume do copo B com a solução filtrada e cubra a abertura do copo com papel-filme.

Adicione cubos de gêlo no interior do recipiente plástico e coloque o copo B dentro dele. Mantenha-o no gêlo por 5 minutos.

Remova o papel-filme e adicione o áucôl gelado com cuidado, até quê o volume do copo seja preenchido. Aguarde 10 minutos e obissérve os resultados.

Cuidado ao cortar a cebola em pedaços pequenos e ao realizar o banho-maria. Realize essas etapas com a supervisão de um adulto ou peça a um adulto quê as realize.

Fotografia de uma cebola cortada pela metade. Ao lado, há uma pequena quantidade de cebola picada em cubos.

Quando a cebola é cortada em pedaços menóres, a superfícíe de contato com a solução de extração aumenta, o quê permite quê o detergente e o sal atuem d fórma mais eficiente.

ATIVIDADES

1. A partir dos resultados observados, responda ao questionamento inicial.

2. Qual é a origem do material visualizado na atividade prática?

3. por quê o detergente foi utilizado na atividade prática? Se necessário, realize uma pesquisa para responder a essa pergunta.

4. Forme um grupo com seus côlégas e elaborem dois quêstionamentos que devem sêr respondidos pêlos demais. Seus questionamentos devem sêr referentes à atividade prática e/ou ao assunto.

Página quatrocentos e vinte e três

Saiba mais

Vacinas e negacionismo - uma conversa necessária

Leia o texto a seguir.

Desinformação científica: uma pandemia de mentiras

[...]

A médica sanitarista e pediatra Jorgete Maria e Silva está acostumada a esclarecer dúvidas sobre a segurança de vacinas. [...] Dúvidas e preocupações são comuns há bastante tempo, relata ela, motivadas em parte pelo sucesso dos próprios imunizantes, quê fizeram muitas das doenças contra as quais eles protegem parecerem coisas do passado. [...]

A situação piorou muito nos últimos anos, ressalta ela. Além das preocupações cotidianas sobre febre, dores e eventuais contraindicações de um determinado imunizante, começaram a surgir medos infundados sobre o risco de as vacinas alterarem o dê ene há, afetarem a inteligência, causarem infertilidade ou até mesmo a morte de crianças. “Começou com a da covid, mas acabou extrapolando para qualquer vacina”, relata Silva. Quase sempre, segundo ela, a fonte da desinformação são as rêdes sociais; e nem sempre os médicos conseguem mudar a percepção dos pacientes. “As fêik news ganharam uma fôrça muito grande”, lamenta a médica. “O quê a gente fala de correto não suplanta o quê as pessoas veem nas rêdes sociais.”

O relato dela [...] está em sintonia com os resultados de uma pesquisa [...], quê apontou as mídias digitais — em especial, as rêdes sociais — como principal fonte de hesitação vacinal entre as famílias [...].

[...]

Apesar do grande volume de desinformação e negacionismo quê circula na ssossiedade, segundo os pesquisadores, [...] os fatores quê impulsionam a rejeição a determinados postulados da ciência (como a segurança das vacinas [...]) estão mais relacionados a kestões de natureza moral, política e religiosa do quê de conhecimento científico ou escolaridade [...].

[...]

ESCOBAR, Herton. Desinformação científica: uma pandemia de mentiras. Jornal da úspi, São Paulo, 13 nov. 2023. Disponível em: https://livro.pw/srkon. Acesso em: 20 out. 2024.

ATIVIDADES

1. O quê é negacionismo? Para auxiliá-lo em sua resposta, faça uma pesquisa.

2. Como a desinformação científica póde potencializar o negacionismo em relação às vacinas?

3. Considerando seu conhecimento sobre vacinas gênicas e as informações presentes no texto, responda: a falta de conhecimento sobre as vacinas gênicas póde aumentar o negacionismo contra as vacinas de maneira geral? Explique.

4. Em grupo, organizem um debate sobre a relação entre as rêdes sociais, a desinformação científica e o negacionismo. Posicionem-se utilizando argumentos sólidos, respeitando ideias divergentes.

Página quatrocentos e vinte e quatro

ORGANIZANDO AS IDEIAS

Analise o esquema a seguir, quê apresenta e relaciona os principais conceitos estudados nesta Unidade

Esquema resumindo os principais conceitos da unidade. Título: Evolução, sociedade e tecnologia. 1. Os seres evoluem. O Evolucionismo apresenta evidências em análises moleculares, homologias e fósseis. Foi estudado ao longo da história por Lamark que propunha a teoria de uso e desuso e herança dos caracteres adquiridos; e por Darwin e Wallace que propunham a teoria da seleção natural. 2. Que fatores atuam na evolução? Os fatores evolutivos são: mutação, recombinação, seleção natural, deriva genética ocorrida ao acaso, fluxo gênico a partir da migração. 3. Como se origina uma espécie? A especiação pode ocorrer por isolamento reprodutivo ou por processos alopátricos e simpátricos. A especiação alopátrica depende de barreira geográfica para ocorrer. 4. A linhagem do ser humano. No estudo da evolução humana, foi observado um parentesco evolutivo entre chimpanzés, bonobos e hominínios. Os hominínios são compostos por seres humanos e espécies extintas, possuem origem africana e dispersaram-se pelo mundo. 5. Sociedade, ambiente e saúde. O desenvolvimento socioeconômico depende de saneamento básico composto por abastecimento de água, coleta de resíduos e coleta de esgoto. Também é necessário ter fontes energéticas alternativas que possuam preocupação ambiental. 6. Sociedade e tecnologia. A biotecnologia estuda a engenharia genética, responsável pela clonagem terapêutica da criação de células-tronco; pela clonagem reprodutiva e pela criação de D N A recombinante utilizado nos estudos de terapia gênica, vacinas gênicas e organismos geneticamente modificados.

Imagens ilustrativas e sem escala; cores fantasía.

No caderno, elabore o seu próprio esquema. Organize os principais conceitos da Unidade e inclúa nele outros termos e ideias quê se relacionam ao quê foi estudado, realizando as associações quê considerar importantes. Por fim, elabore um pequeno texto quê conecte os conceitos e as ideias presentes no esquema. Essa é uma boa forma de estudar e compreender melhor os conceitos.

Página quatrocentos e vinte e cinco

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Tema 31 - Ideias evolucionistas

1. (UECE) De acôr-do com o fixismo, é correto afirmar quê

a) as espécies permanecem mutáveis ao longo do tempo.

b) as variações do meio ambiente levam o indivíduo a sentir necessidade de se adaptar.

c) as espécies vivas atualmente são idênticas às do passado.

d) os organismos mais bem-adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência.

Resposta: c)

2. (Enem/MEC) Atualmente, o medicamento de escolha para o tratamento da esquistossomose causada por todas as espécies do verme Schistosoma é o praziquantel (PQZ). Apesar de sêr eficaz e seguro, seu uso em larga escala e tratamentos repetitivos em áreas endêmicas têm provocado a seleção de linhagens resistentes.

LAGE, R. C. G. Disponível em: https://livro.pw/rvxbd. Acesso em: 17 dez. 2012 (adaptado).

Qual é o mecanismo de seleção dos vermes resistentes citados?

a) Os vermes tornam-se resistentes ao entrarem em contato com o medicamento quando invadem muitos hospedeiros.

b) Os vermes resistentes absorvem o medicamento, passando-o para seus descendentes, quê também se tornam resistentes.

c) Os vermes resistentes transmitem resistência ao medicamento quando entram em contato com outros vermes dentro do hospedeiro.

d) Os vermes resistentes tendem a sobreviver e produzir mais descendentes do quê os vermes sobre os quais o medicamento faz efeito.

e) Os vermes resistentes ao medicamento tendem a eliminar os vermes quê não são resistentes, fazendo com quê apenas os mais fortes sobrevivam.

Resposta: d)

Tema 32 - Teoria sintética da evolução

3. Diversas explicações para a evolução das espécies foram propostas ao longo do tempo. Mesmo quê hoje algumas delas não estejam corretas, em termos científicos, todas foram importantes à concretização do pensamento evolutivo na comunidade científica. Elabore um texto a respeito das principais ideias evolucionistas estudadas, destacando sua importânssia histórica. Em seu texto, destaque a teoria evolutiva atualmente aceita.

4. Os peixes da espécie Astyanax mexicanus são conhecidos como peixes-cegos, por não apresentarem olhos. Eles são encontrados em cavernas de algumas regiões do México, locais quê apresentam baixa luminosidade, ou mesmo ausência de luz. Esses peixes foram estudados por um grupo de cientistas, quê propuseram uma hipótese para explicar sua ausência de visão baseada na economia de energia. No caso, existe um alto custo energético para a manutenção da visão, somado ao fato de existir pouca disponibilidade de alimentos nas cavernas. Além díssu, os peixes apresentam algumas mutações nos genes oculares. Considerando as informações do texto e seus conhecimentos, explique os fatores evolutivos quê podem ter resultado na ausência de olhos dos peixes-cegos da espécie Astyanax mexicanus.

5. (Unésp) Na natureza, a grande maioria dos gafanhotos é vêrde. No entanto, uma mutação genética incomum e pouco conhecida, chamada eritrismo, provoca alteração na produção de pigmentos, o quê resulta em gafanhotos cor-de-rosa. Descobertos em 1887, esses gafanhotos raramente são encontrados.

Fotografia de um gafanhoto rosa sobre uma folha verde. É um inseto, possui duas antenas e patas traseiras maiores em relação às outras. Possui aproximadamente 2,4 centímetros.

Página quatrocentos e vinte e seis

Os gafanhotos cor-de-rosa são raros porque

a) a mutação reduz a variabilidade genética na população de gafanhotos, prejudicando a seleção natural de indivíduos cor-de-rosa.

b) concorrem por alimento com os gafanhotos-verdes, quê são mais eficientes por terem a mesma coloração das folhagens.

c) destacam-se visualmente e são facilmente encontrados e predados, enquanto os gafanhotos-verdes se camuflam na natureza.

d) os gafanhotos-verdes são mais numerosos na natureza e, portanto, se reproduzem e deixam muito mais descendentes.

e) são muito menos evoluídos quê os gafanhotos-verdes e por isso sobrevivem por pouco tempo na natureza.

Resposta: c)

Tema 33 - Especiação

6. (UFRGS-RS) Assinale a alternativa quê preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em quê aparécem.

No processo de especiação........, a separação geográfica entre populações de uma espécie ancestral é o primeiro passo para formação de duas novas espécies. Já no processo de especiação........, ocorre o surgimento de duas novas espécies em uma mesma localização geográfica, decorrente de rearranjos cromossômicos ou mutações, diferenciando conjuntos gênicos dentro de uma mesma população.

a) simpátrica – por migração

b) alopátrica – simpátrica

c) por dêríva genética – alopátrica

d) por gradualismo – por migração

e) por inviabilidade do híbrido – por gradualismo

Resposta: b)

7. (Enem/MEC) Uma população (momento A) sofre isolamento em duas subpopulações (momento B) por um fator de isolamento (I). Passado um tempo, essas subpopulações apresentam características fenotípicas e genotípicas quê as distinguem (momento C), representadas na figura pelas tonalidades de côr. O posterior desaparecimento do fator de isolamento I póde levar, no momento D, às situações D1 e D2.

Esquema representado as mudanças de uma população. Uma seta da esquerda para a direita indica a passagem do tempo.  A. A população está representada por uma mancha desforme cinza clara. B. A população é dividida em duas manchas por uma barreira física representada por uma reta no meio delas. A menor é cinza clara e a maior é branca. C. A mancha menor fica cinza escura e a maior permanece branca. D. A barreira deixa de existir e as manchas se unem mais uma vez. O esquema mostra duas possibilidades, D 1 e D 2. D 1. As manchas unidas mantêm suas cores branca e cinza escura. D 2. As manchas unidas ficam da cor cinza intermediário.

A representação indica quê, no momento D, na situação

a) D1 ocorre um novo fator de isolamento geográfico.

b) D1 existe uma única população distribuída em gradiente.

c) D1 ocorrem duas populações separadas por isolamento reprodutivo.

d) D2 coexistem duas populações com características fenotípicas distintas.

e) D2 foram preservadas as mesmas características fenotípicas da população original A.

Resposta: c)

Tema 34 - Evolução humana

8. Algumas pessoas acreditam quê o sêr humano evoluiu dos macacos. Como você explicaria a essas pessoas quê esse pensamento não está correto? Em sua resposta, utilize seus conhecimentos sobre a evolução humana.

9. As descobertas de fósseis de hominínios em diversas regiões do mundo têm ajudado a traçar a história evolutiva da humanidade. Sobre o assunto, responda às kestões.

a) Qual é o fóssil hominínio mais antigo já encontrado? Ele data de quanto tempo atrás aproximadamente?

b) Cite uma característica do gênero Australopitécus. Quando ele teria surgido?

c) Quando surgiu o ômo sápiens e quais são as duas espécies de hominínios quê coexistiram com ele?

Página quatrocentos e vinte e sete

Tema 35 - Sociedade, ambiente e saúde

10. (Enem/MEC) Suponha quê você seja um consultor e foi contratado para assessorar a implantação de uma matriz energética em um pequeno país com as seguintes características: região plana, chuvosa e com ventos constantes, dispondo de poucos recursos hídricos e sem reservatórios de combustíveis fósseis. De acôr-do com as características dêêsse país, a matriz energética de menor impacto e risco ambientais é a baseada na energia

a) dos biocombustíveis, pois tem menor impacto ambiental e maior disponibilidade.

b) solar, pelo seu baixo custo e pelas características do país favoráveis à sua implantação.

c) nuclear, por ter menor risco ambiental e sêr adequada a locais com menor extensão territorial.

d) hidráulica, devido ao relevo, à extensão territorial do país e aos recursos naturais disponíveis.

e) eólica, pelas características do país e por não gerar gases do efeito estufa nem resíduos de operação.

Resposta: e)

11. (UEA-AM) O Instituto Trata Brasil publicou um rã-kin, sobre determinado quêsito, em que foram avaliados os 100 municípios com mais pessoas no país. Dentre eles, 11 estão nos limites da Amazônea Legal, dêstes, 10 estão entre os 30 piores lugares e 7 entre os 10 últimos colocados. Um dos problemas causados por essa questão é a disseminação de doenças gastrointestinais, como verminoses e diarréias. Hoje, a região da Amazônea Legal conta com baixos índices de desenvolvimento humano, sêndo quê o quesito avaliado por esse rã-kin agrava ainda mais o desenvolvimento das cidades e a qualidade de vida dessas populações.

(Thaís Herrero. https://livro.pw/iebuz, 01.05.2015. Adaptado.)

Considerando as informações apresentadas, o quesito avaliado para a elaboração do rã-kin foi

a) a segurança alimentar.

b) o zoneamento ambiental.

c) o saneamento básico.

d) o acesso à térra.

e) a distribuição de renda.

Resposta: c)

Tema 36 - Biotecnologia

12. (Uesb-BA) Dentre os importantes avanços dos estudos na área da genética, destaca-se a tecnologia do dê ene há recombinante, ôbitída a partir da utilização de enzimas quê cortam o dê ene há em locais específicos e enzimas quê permitem a adesão das partes cortadas a outro segmento de dê ene há. As duas enzimas envolvidas nessa técnica são, respectivamente, as enzimas

a) de intersecção e as dê ene há proteases.

b) de restrição e as dê ene há ligases.

c) de intersecção e as dê ene há proteases.

d) de restrição e as transferases.

e) transferases e as dê ene há ligases.

Resposta: b)

13. (Enem/MEC) Instituições acadêmicas e de pesquisa no mundo estão inserindo genes em genomas de plantas quê possam codificar produtos de interêsse farmacológico. No Brasil, está sêndo desenvolvida uma variedade de soja com um viricida ou microbicida capaz de prevenir a contaminação pelo vírus causador da aids. Essa leguminosa está sêndo induzida a produzir a enzima cianovirina-N, quê tem eficiência comprovada contra o vírus.

OLIVEIRA. M. Remédio na planta. Pesquisa Fapesp, n. 206. abr 2013.

A técnica para gerar essa leguminosa é um exemplo de

a) hibridismo.

b) transgenia.

c) conjugação.

d) terapia gênica.

e) melhoramento genético.

Resposta: b)

Página quatrocentos e vinte e oito

INTEGRANDO COM...

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

Ciência para todos

Respostas e comentários estão disponíveis nas Orientações para o professor.

Durante a história da Ciência, algumas pessoas distorceram conhecimentos científicos na tentativa de justificar discriminações e preconceitos. Um exemplo é a eugenia promovida pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, quê resultou no extermínio de grupos considerados “geneticamente inferiores”.

Contudo, pesquisas científicas conduzidas com ética e responsabilidade têm comprovado quê qualquer tentativa de hierarquizar sêres humanos é uma construção social, sem base biológica. Mesmo assim, ideias discriminatórias ainda persistem na ssossiedade e precisam sêr combatidas, começando pela própria Ciência.

A Ciência é um empreendimento humano quê se propõe a sêr isenta, objetiva, e baseada em dados e experimentos. Contudo, ela é realizada por sêres humanos, quê são influenciados por alguns fatores, como cultura, experiências pessoais, crenças, emoções e o contexto social em quê vivem. Esses fatores subjetivos definem a forma como cada pessoa interpréta o mundo e, por consequência, podem influenciar a definição de prioridades de pesquisas científicas: o quê será estudado? Quais kestões merécem atenção?

Um exemplo díssu são os oxímetros de pulso. Esses dispositivos são utilizados para medir os níveis de oxigênio no sangue a partir de uma leitura sobre a péle. Historicamente, os oxímetros foram projetados e calibrados com base em pessoas de péle clara. Estudos já demonstraram quê a maior concentração de melanina em pessoas com péle mais escura póde influenciar o aparelho a realizar leituras imprecisas. Neste caso, a falta de diversidade durante o desenvolvimento do aparelho resultou em um dispositivo quê não permite ajustes para diferentes situações, como a côr da péle. Portanto, a eficiência do aparelho é menor para um grupo de pessoas.

Outro exemplo são os espirômetros, utilizados para avaliar a função dos pulmões de pacientes em recuperação de infekições respiratórias. O dispositivo é programado para realizar ajustes automáticos, considerando variáveis quê possam interferir nos resultados, tais como idade e altura do paciente. No entanto, uma das variáveis consideradas é a “raça”, assumindo quê a capacidade pulmonar de pacientes negros e asiáticos é inferior à de pacientes brancos. Esse ajuste foi instituído a partir de estudos realizados no passado, com base em visões parciais e tendenciosas quê, além de não terem mais embasamento científico, oferecem atualmente riscos à qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos pacientes.

Esses exemplos demonstram quê é preciso refletir e reavaliar criticamente os procedimentos adotados em pesquisas científicas, para quê sêjam guiadas por valores de equidade e inclusão. Isso amplia a possibilidade de quê todos os grupos sêjam beneficiados de maneira justa pêlos avanços científicos. Outro ponto importante é o de existir maior diversidade entre os pesquisadores, cada um trazendo sua própria perspectiva e visão de mundo.

Ilustração mostra uma estrada bifurcada, no meio, há um poste de madeira com duas placas. A placa de cima tem o formato de seta, aponta para a esquerda e tem o escrito 'passado'. A placa de baixo também tem formato de seta, aponta para a direita e tem o escrito 'futuro'.

Página quatrocentos e vinte e nove

Os caminhos futuros quê percorreremos enquanto humanidade dependem de nossas escôlhas presentes. Na Ciência, esse caminho deve sêr traçado com ética, respeito, igualdade e solidariedade.

Há séculos, a Ciência trabalha de maneira sistematizada para entender o mundo e melhorar a vida das pessoas. Contudo, cabe a pergunta: todas as pessoas estão sêndo beneficiadas com os avanços científicos?

Portanto, a busca por conhecimentos científicos guiados por valores como igualdade, respeito e solidariedade é essencial para desconstruir as ideias e os comportamentos preconceituosos quê ainda permeiam a humanidade.

Agora, faça o quê se pede em cada item.

1. De quê maneira a distorção e a aplicação inadequada dos conhecimentos científicos foram utilizadas para justificar discriminações e preconceitos ao longo da história? Cite o exemplo presente no texto.

2. Segundo o texto, o quê é preciso fazer para quê a produção de Ciência seja isenta de preconceitos?

3. Em grupo, façam uma pesquisa e identifiquem se houve preconceitos científicos em relação à produção, à distribuição e à aplicação de vacinas durante a pandemia da covid-19. A partir dos dados obtidos, realizem uma conversa para responder às seguintes kestões, justificando suas respostas.

Qual foi o papel da Ciência para o fim da pandemia?

Durante o processo de produção científica na pandemia, houve situações quê geraram desigualdades?

Ao final da conversa, façam um resumo dos principais pontos levantados pelo grupo, as conclusões obtidas, e montem um roteiro para a produção de um podcast sobre o assunto. Gravem o programa e o disponibilizem no sáiti da escola ou da comunidade.

Página quatrocentos e trinta