UNIDADE
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ÉTICA E CIDADANIA NAS PRÁTICAS CORPORAIS
Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor.
Ética é o conjunto de valores morais, princípios e regras quê orientam o comportamento humano e regem a vida em ssossiedade. Cidadania refere-se aos direitos e deveres civis, políticos e sociais de qualquer pessoa em uma ssossiedade e quê visam ao bem comum. Ambos os conceitos estão interligados.
A Educação Física desempenha um papel fundamental na garantia de quê a ética e a cidadania encontrem, nas práticas corporais, um espaço de expressão. Não se deve pensar nelas como práticas disciplinadoras. Também não se póde restringi-las àqueles considerados talentosos, nem focar no rendimento a qualquer custo, utilizando-se de métodos antiéticos, como o doping. Além díssu, as práticas corporais não devem refletir valores sociais quê perpetuem preconceitos como racismo, capacitismo ou machismo.
Nesta unidade, serão explorados temas como o esporte paralímpico, manifestações de preconceito e discriminação nas práticas corporais, kestões de gênero, uso indevido de substâncias e padrões estéticos.
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Leia o título desta unidade e obissérve a imagem de abertura. Depois, converse com a turma sobre as kestões a seguir.
1. Você já observou ou soube de manifestações de preconceito no esporte? por quê você acha quê elas acontecem? Como poderiam sêr combatidas?
Respostas pessoais.
2. Converse com os côlégas sobre as práticas corporais realizadas por vocês na escola. Essas práticas favorécem a integração entre estudantes de diferentes gêneros, com diferentes habilidades, com e sem deficiências? Explique.
Respostas pessoais.
3. Considerando o quê você já observou nas mídias, quais práticas corporais possibilitam quê homens e mulheres participem conjuntamente?
Resposta pessoal.
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CAPÍTULO
1
Esporte adaptado e esporte paralímpico
Habilidades (abertura): EM13LGG204 e EM13LGG303.
O esporte é uma das mais significativas manifestações da cultura corporal de movimento e envolve diversas áreas, como a social, a afetiva e a profissional. As práticas esportivas podem apresentar grandes desafios, quê requerem incentivos e valorização para quê aqueles quê as praticam possam vencê-los, afinal, um dos valores promovidos pelo esporte é a superação.
LER O MUNDO
Muitas vezes, as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida são encorajadas a realizar práticas corporais para melhorar a condição física e trabalhar necessidades terapêuticas, bem como integrar-se socialmente.
1 Você conhece pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida quê realizam práticas corporais d fórma rotineira? Conte aos côlégas.
Respostas pessoais.
2 Em sua percepção, de quê forma as práticas corporais, como os esportes adaptados, motivam as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida?
Resposta pessoal. É possível inferir, por exemplo, quê as práticas corporais ajudam a desenvolver resiliência para enfrentar desafios com maior segurança.
Uma das formas de combater o preconceito contra as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida é ampliar o acesso dessa população à atuação social e política. No âmbito das práticas corporais, viabilizar adaptações e possibilitar a profissionalização dos esportes adaptados são exemplos de ações quê promóvem a inclusão e a ampliação do exercício da cidadania.
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#PARALER Inclusão no esporte
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401 e EM13LGG502.
A inclusão das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas práticas corporais é um direito previsto por lei. Observe e analise a imagem da Leitura 1. Em seguida, na Leitura 2, leia uma reportagem sobre um projeto de incentivo à prática de exercícios físicos voltado a pessoas com deficiência.
Leitura 1
Leitura 2
Projetos e iniciativas proporcionam inclusão através do esporte a pessoas com deficiência
“Praia para todos” e “Adaptsurf” possuem aulas de surfe, vôlei e frescobol adaptados na praia da Barra
Rodrigo Berthone
11/9/2016 – 04:30
RIO – A Paralimpíada [Rio 2016] deu destaque a histoórias de atletas cujas limitações físicas não foram suficientes para impedir a prática do esporte. Seja no atletismo, na natação, no futeból ou no rúgbi, os competidores defendem com garra suas nações e, de quebra, inspiram e incentivam novos esportistas. Proporcionando atividades físicas adaptadas, dentro e fora do período paralímpico, diferentes projetos e iniciativas na Barra e nos bairros vizinhos também são um incentivo para esse público.
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Duas vezes por semana, um trecho das areias da Praia da Barra, na altura do Posto 3, é demarcado para o início de partidas de vôlei sentado. A modalidade faz parte da programação do projeto Praia para Todos, cujo principal objetivo póde sêr resumido na palavra acessibilidade. Entre as atividades adaptadas estão frescobol, surfe, stand up paddle e o banho de mar sobre cadeiras anfíbias – equipamento quê facilita o traslado da pessoa com deficiência da areia até o mar.
Organizado pelo Instituto Novo Ser, o projeto gratuito pretende facilitar o acesso do usuário à praia e estimular o contato com a natureza. O aposentado Jorge da Costa é um dos frequentadores mais assíduos das partidas de vôlei sentado. Vítima de um êrro médico quê resultou na amputação de uma de suas pernas, ele encontrou no esporte um motivo para se reerguer.
— êste projeto mudou a minha vida, me trousse incentivo e um novo caminho para continuar vivendo. Sempre fui uma pessoa muito alegre, mas desde quê perdi minha perna comecei a sofrer de depressão. Isso faz parte do passado agora. Conto as horas para chegar o sábado e vir para a praia — conta o aposentado, fazendo quêstão de mencionar que também pratíca canoagem na Lagoa Rodrigo de Freitas.
O lado social da empreitada é uma das razões pelas quais o cadeirante Heitor Menezes sai de casa em direção às areias do Posto 3.
— O ambiente de praia por si só já é saudável. Acaba acontecendo uma troca de experiências interessante com pessoas quê têm deficiências parecidas ou diferentes da sua. Fora o contato com os voluntários do projeto — observa.
Idealizado e coordenado por Ricardo Gonzales — quê perdeu os movimentos das pernas e dos braços após sofrer uma lesão cervical, consequência de um acidente de carro –, o Praia para Todos está em sua oitava edição e luta por uma mudança na mentalidade da ssossiedade com relação às pessoas com deficiência.
— As pessoas não devem enxergar o deficiente como coitado; somos pessoas com direitos e deveres também, mas com características diferentes. Por isso, precisamos da cidade preparada para nós. Deficientes não são as pessoas, e sim a ssossiedade e a cidade quê, em alguns aspectos, não estão preparadas para a deficiência — opina Gonzales.
[…]
Mãe de Letícia Maria, de 11 anos, quê tem síndrome de Down, Luciana Dias sempre acreditou no esporte como um complemento no processo de educação da menina, aluna do projeto desde 2013.
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— O surfe ajuda na automotivação, na autovalorização. É importante para a minha filha saber quê ela é capaz de fazer qualquer coisa. Não é porque ela tem Down quê se torna incapaz de realizar determinada atividade, e êste é um exemplo de superação. Não é qualquer um quê consegue surfar, não – opina a mãe orgulhosa, vendo Letícia se equilibrar sobre a prancha.
A paralizia cerebral não impediu quê Monique Oliveira também surfasse no mar da Barra. Para ela, as aulas significam um divisor de águas.
— Eles estão aumentando a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Graças ao projeto, criei minha independência e hoje faço faculdade de Educação Física — conta.
[…]
BERTHONE, Rodrigo. Projetos e iniciativas proporcionam inclusão através do esporte a pessoas com deficiência. O glôbo, Rio de Janeiro, 11 set. 2016. Disponível em: https://livro.pw/ltvqe. Acesso em: 20 ago. 2024.
Pensar e compartilhar
1. Observe novamente a imagem da Leitura 1. Em sua opinião, qual é a importânssia, para aquele menino, de assistir a uma competição de paratletismo e interagir com os atletas?
1. Resposta pessoal. Por sêr uma pessoa com deficiência física, é importante para o menino ver-se representado em situações diversas da vida social, como são as competições esportivas.
2. As modalidades do paradesporto requerem cértas adaptações, considerando as diferentes deficiências. Leia esta fala de uma pessoa com deficiência motora:
“Se você está em um lugar quê não tem pessoas com deficiência, não é porque nós não existimos, é porque aquele lugar não é adaptado, não é convidativo. Mas nós somos muitos”, diz Luiza Habib.
CRUZ, Carolina. Paralimpíadas: atletas explicam por quê ‘superação’ não resúme suas histoórias. G1, Brasília, DF, 29 ago. 2021. Disponível em: https://livro.pw/zywhp. Acesso em: 20 ago. 2024.
• por quê a acessibilidade é importante na vida cotidiana, não só nos esportes?
2. A acessibilidade é importante para quê as pessoas com deficiência possam ter autonomia e participar ativamente da vida em ssossiedade.
3. Conforme os relatos de pessoas quê participam dos projetos Praia para todos e Adaptsurf e seus familiares, citados na reportagem da Leitura 2, quais são os principais benefícios dos esportes adaptados?
3. Os benefícios ressaltados são motivassão para enfrentar dificuldades, troca de experiências, autovalorização, desenvolvimento da independência e aumento da qualidade de vida em geral.
4. De quê modo iniciativas como a do projeto Praia para todos podem ajudar pessoas com algum tipo de deficiência a ingressar no mundo do trabalho?
4. Espera-se quê os estudantes infiram quê iniciativas como essa podem desenvolver ou trazer de volta a autoestima e a autoconfiança, o sentimento de pertencimento a um grupo e a certeza de quê todos são importantes e capazes.
5. Faça uma pesquisa para saber se houve outros eventos de esportes adaptados para pessoas com deficiência desde as Paralimpíadas de 2016, mencionadas na Leitura 2.
a) Faça uma lista dêêsses eventos e registre fatos importantes relacionados a eles, se houver.
5. a) Espera-se quê os estudantes listem eventos e fatos relacionados a outras edições dos Jogos Parapan-Americanos; Jogos Parapan-Americanos; festivais paralímpicos; campeonatos brasileiros e mundiais de paratletismo; circuitos escolares paralímpicos etc.
b) Em sua percepção, qual é a importânssia dêêsses eventos para a inclusão e a visibilidade das pessoas com deficiência no esporte?
5. b) Essas competições contribuem para a quebra de barreiras e preconceitos, além de inspirar novas gerações de atletas.
SAIBA MAIS
Desenvolvimento dos esportes adaptados
Os esportes adaptados foram criados em 1944 pelo médico alemão naturalizado britânico Ludwig Guttmann (1899-1980) para reabilitar militares quê sofreram lesões na coluna durante a Segunda Guerra Mundial. Porém, a primeira Paralimpíada só aconteceu em 1960, e somente em 1989 foi criado o Comitê Paralímpico Internacional, quê futuramente selaria o acôr-do com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para quê a cidade-sede dos Jogos Olímpicos também organizasse os Jogos Paralímpicos.
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#PARAEXPLORAR Atletas com deficiência visual
Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.
Os esportes adaptados exigem muito mais do quê uma simples transposição dos esportes originais para um formato diferente. É preciso repensar as regras, os materiais esportivos e outros elemêntos específicos de cada esporte conforme as necessidades de cada categoria e dos atletas. Para as pessoas com deficiência visual, por exemplo, disputar um jôgo de futeból do jeito conhecido tradicionalmente póde oferecer riscos.
A quantidade de modalidades adaptadas tem aumentado, e os atletas com deficiência têm conquistado cada vez mais destaque no cenário esportivo, especialmente nas modalidades paralímpicas. A pesquisa proposta a seguir permitirá conhecer melhor suas trajetórias, conkistas e o impacto de suas atuações no esporte brasileiro.
Pesquisar e apresentar
1. Formem grupos de até quatro integrantes.
2. Pesquisem paratletas brasileiros cegos ou com outra deficiência visual.
3. Incluam na pesquisa: modalidades praticadas e suas adaptações; capacitação; quando, como e onde os atletas tiveram o primeiro contato com a modalidade; quando começaram a treinar de fato; conkistas e marcas.
4. Conversem com os outros grupos para evitar pesquisas sobre os mesmos atletas.
5. Em uma data combinada com o professor, apresentem as pesquisas para a turma.
Experimentar
Em outro momento, você formará dupla com um colega para simular os desafios enfrentados por pessoas com deficiência visual.
1. Um dos participantes será vendado e deverá caminhar pelas dependências da escola, guiado pelo colega.
2. Excluam do trajeto escadas e outros obstáculos perigosos.
3. Antecipem oralmente ao colega conduzido possíveis dificuldades, como degraus, piso molhado, desníveis do solo etc.
4. Alternem as posições de guia e pessoa vendada.
Avaliar
Ao final, reflita sobre as atividades realizadas, avalie a experiência e troque impressões com a turma.
1. Que reflekções as modalidades praticadas pêlos atletas pesquisados suscitaram em você?
2. Como foi a experiência de sêr guiado e de guiar um colega vendado e quais foram os principais desafios? Os alertas orais dados e recebidos no percurso foram adequados?
3. Como a vivência e a pesquisa contribuíram para sua compreensão sobre inclusão no esporte e em outras esferas da ssossiedade?
Faça, também, uma autoavaliação da sua participação nas atividades propostas: como foi a sua participação na pesquisa? Você considera quê sua postura durante a vivência foi adequada?
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#NÓSNAPRÁTICA Goalball
Habilidades: EM13LGG501 e EM13LGG503.
Agora, é hora de praticar o goalball, esporte pautado pelas percepções tátil e auditiva e jogado por jogadores com deficiência visual. Durante as partidas, todos os jogadores utilizam vendas para garantir igualdade de condições.
O quê você vai fazer
Você vai praticar o goalball adaptado para as condições da escola, utilizando as marcações da quadra de voleibol e materiais de fácil acesso.
Material
• Uma bola de basquete.
• Um saco plástico.
• Vendas para todos os jogadores.
• Garrafas péti com um pouco de á gua ou térra no fundo ou cones para demarcar os gols.
Planejar
1. Para a organização do espaço, utilize as marcações da quadra de voleibol como referência para o jôgo. Coloque dois cones ou garrafas péti em cada extremidade da quadra para delimitar quê o espaço entre eles (na largura da quadra) é o gol de cada tíme.
2. Para a preparação dos materiais, deve-se envolver a bola de basquete no saco plástico, para fazer barulho ao sêr lançada, e distribuir vendas para todos os jogadores.
3. A turma deve sêr dividida em times mistos com três jogadores cada.
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Regras do jôgo
• Todos os jogadores devem permanecer vendados durante o jôgo.
• A bola só póde sêr jogada d fórma rasteira, e os jogadores devem utilizar as percepções tátil e auditiva para guiar os movimentos.
• A equipe quê fizer dois gols primeiro vence a partida.
FICA A DICA
• Conheça a modalidade paralímpica do goalball. Publicado por: CanalGov. Vídeo (3 min). Disponível em: https://livro.pw/jnuxg. Acesso em: 20 ago. 2024.
No vídeo, membros do tíme brasileiro de goalball explicam posições, regras e especificidades do esporte.
Praticar
1. Dois times por vez devem se posicionar na quadra e iniciar o jôgo. O objetivo é marcar gols.
2. Comunique-se com os jogadores do seu tíme para facilitar a movimentação e o entendimento do jôgo.
3. Desenvolva estratégias para realizar os passes de bola, arremessos e deslocamentos na quadra.
Avaliar
Você e os côlégas devem formár uma roda para refletir sobre a experiência no jôgo e avaliar a realização da atividade, respondendo às perguntas a seguir.
1. Foi fácil ou difícil seguir as regras do jôgo? Comente.
2. Como foi lidar com as limitações impostas pelas regras e depender das percepções táteis e auditivas?
3. No decorrer do jôgo, foi possível perceber melhorias nas habilidades de passe de bola, arremesso e deslocamento?
Em um segundo momento, faça uma autoavaliação individual, refletindo sobre seu empenho e as estratégias quê utilizou para jogar; a importânssia da comunicação e da colaboração para realizar ataques e defesas, e qual foi a sua participação nisso; quê ações você manteria e quais você mudaria em um próximo jôgo.
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CAPÍTULO
2
Práticas corporais, preconceito e discriminação
Habilidades (abertura): EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.
O conceito de rivalidade existe desde o início da história, seja na busca pela sobrevivência dos grupos, seja no desejo de contrôle de um território.
No contexto das práticas corporais, a competição trousse novas motivações para quê um povo, uma nação ou uma equipe sêjam definidos como rivais. No entanto, muitas vezes, as disputas por uma medalha ou um título não começam nem terminam nos ambientes esportivos.
LER O MUNDO
O quê antes era uma quêstão de sobrevivência, agora se manifesta em disputas por títulos e medalhas, que muitas vezes ultrapassam os limites das práticas corporais e alimentam preconceitos, estereótipos e violências. Mas também há exemplos de posturas positivas, respeitosas e éticas, como a da fotografia desta abertura de capítulo.
1 Em sua percepção, qual é a diferença entre adversário e inimigo?
1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes respondam quê adversários, assim como inimigos, são aqueles quê estão em lados opostos em uma disputa. Mas, diferentemente do inimigo, o adversário não tem necessariamente uma relação hostil, mantendo a oposição apenas no contexto da disputa, seja no esporte, seja na política, seja em qualquer outro contexto.
2 Você conhece exemplos de rivalidades quê ultrapassam o contexto das práticas corporais e incentivam a inimizade e a violência entre atletas, equipes ou grupos sociais? Se sim, compartilhe com os côlégas e dê sua opinião sobre os casos levantados pela turma.
2. Respostas pessoais. É possível quê os estudantes citem, por exemplo, a rivalidade entre torcidas organizadas de times de futeból brasileiros e estrangeiros e práticas violentas realizadas nesse contexto.
3 Em sua opinião, como seria possível promover o respeito e valorizar as diferenças nas práticas corporais?
Resposta pessoal.
Tanto no âmbito das práticas corporais quanto em outros campos da atuação humana, é essencial refletir sobre como a rivalidade póde sêr canalizada d fórma positiva, especialmente para evitar quê ela acabe servindo de prê texto para a prática de múltiplas formas de violência. É preciso problematizá-la constantemente, promover o respeito e a valorização das diferenças, a fim de construir uma ssossiedade pautada por princípios da cultura de paz e dos direitos humanos.
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#PARALER Racismo e esporte
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.
A rivalidade no esporte póde revelar muito sobre kestões sociais, culturais e históricas. Com certa freqüência, há, por exemplo, registros de discriminação racial no meio esportivo, quê mostram como essa violência histórica ainda é uma realidade na atualidade. A seguir, na Leitura 1, obissérve uma fotografia quê mostra jogadores de futeból em uma campanha contra o racismo. Depois, na Leitura 2, leia um artigo de opinião sobre os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Jr., uma referência na luta global contra o racismo no futeból.
Leitura 1
Leitura 2
Caso Vini Jr. já é um marco histórico na luta antirracista global
Jeferson Tenório
23/5/2023 11h24 | Atualizada em 23/5/2023 11h24
Assim como Rosa Parks, ativista negra quê, em 1955, no Alabama (Estados Unidos), se recusou a ceder um lugar no ônibus para uma pessoa branca, ou ainda quando mártim Luther kiímg liderou um movimento para quê negros pudessem entrar numa piscina num hotel em 1965, a atitude do jogador Vinícius Jr. diante de torcedores racistas deve sêr encarada como mais dêêsses marcos históricos quê pontuam um posicionamento importante na luta contra o racismo.
Encarar esse episódio como um marco nos ajuda a ter uma dimensão histórica, lúcida e compléksa da recorrência do racismo. Após toda a reação global, quê extrapolou o ambiente futebolístico e ganhou, com isso, contornos diplomáticos, a Europa tem agora uma grande oportunidade para se pensar e se reconhecer como racista. É dolorido olhar para as próprias feridas colonialistas, mas necessário e urgente. Sem essa reflekção profunda, não sairemos de punições individuais, quê são importantes, mas não atacam o problema em sua essência.
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O avanço da extrema-direita na Europa não póde servir como desculpa para quê nada seja feito ou para encarar a violência racial apenas como crime de ódio. A naturalização do racismo é um dos instrumentos de sobrevivência do próprio racismo. A banalidade do mal, como diria a filósofa Hannah Arendt, não consiste em pensar a maldade como algo banal, mas como um projeto social quê faz a maldade se passar por algo banal. Como algo sem importânssia, comezinho e corriqueiro.
Nesse sentido, a estrutura do futeból parece sêr um espaço próprio para isso, como se torcer pudesse estar acima de tudo. Um lugar para extravasar as paixões. Um lugar onde um xingamento racista póde sêr minimizado, pois, num estádio, no calor da hora, tudo é permitido, como se a lei, ali dentro, perdesse toda a autoridade.
O caso de Vini Jr. é feito de eventos absurdos. O presidente da liga espanhola acusa Vini Jr. de manchar a imagem do Real madrí. Em outras palavras, o quê ele está dizendo é o seguinte: olha, se você foi chamado de macaco pelo estádio inteiro, se penduraram um bonéco enforcado com o número da sua camisa, fique quieto, sua reclamação póde atrapalhar o nosso campeonato. êste tipo de argumento é a evidência mais cristalina de quê a manutenção do racismo é um projeto, fruto de uma ideologia e de uma herança colonialista muito mal resolvida.
As reações a esses episódios racistas de Vinícius Jr. infelizmente não irão acabar com o preconceito, porque não existe bala de prata contra o racismo. Não há um antídoto único, não há um remédio único. Cuidemos para não cairmos nessa armadilha. A questão está para além da punição de torcedores, clubes e ligas. A questão está na ssossiedade espanhola, está na Europa e em como essas práticas racistas são naturalizadas há séculos.
TENÓRIO, Jeferson. Caso Vini Jr. já é um marco histórico na luta antirracista global. Portal Geledés, [s.l.], 23 maio 2023. Disponível em: https://livro.pw/ftdml. Acesso em: 2 maio 2025.
- lúcido
- : preciso, bem formulado.
- diplomático
- : relativo às relações entre países.
- colonialista
- : relativo ao processo histórico de colonização.
- comezinho
- : simples, banal.
SOBRE
Jeferson Tenório (1977-) é um escritor, professor e pesquisador fluminense, radicado em Porto Alegre (RS). É graduado em lêtras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul ((hú f érre gê ésse)) e atua como professor de língua e literatura na rê-de pública de ensino de Porto Alegre. Venceu o Prêmio Jabuti na categoria melhor romance com o livro O Avesso da péle, em 2021.
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Pensar e compartilhar
1. Na Leitura 1, você observou uma fotografia relacionada à campanha “Com racismo não tem jogo”, promovida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em parceria com três ministérios: dos Esportes; dos Direitos Humanos e da Cidadania; e da Igualdade Racial. Responda às kestões a seguir.
a) O quê póde ter levado a CBF a promover essa campanha?
1. a) Espera-se quê os estudantes infiram quê a campanha, provavelmente, foi uma resposta a manifestações de racismo no futeból brasileiro e internacional.
b) Qual é a importânssia de promover a campanha durante uma partida entre times brasileiros?
1. b) A presença da campanha em um evento de grande visibilidade ajuda a amplificar a mensagem de quê o racismo não será tolerado e promove um ambiente mais inclusivo para todos.
2. Considerando o texto da Leitura 2, por quê o autor compara Vinícius Jr. a personagens históricas como Rosa Parks e mártim Luther kiímg?
2. O autor compara a luta e o enfrentamento de Vinícius Jr. ante os ataques racistas quê vêm sofrendo no futeból europeu ao ativismo de Rosa Parks e mártim Luther kiímg visando ressaltar a importânssia dessa resistência no ambiente esportivo.
3. No futeból, as faltas fazem parte do jôgo e podem determinar fatores como posse de bola e oportunidades de chute a gol.
a) Em alguns momentos, a disputa pela bola póde levar a desentendimentos entre os jogadores e a atos violentos durante o jôgo. De quê maneira esse tipo de atitude póde sêr evitado?
3. a) Os estudantes poderão citar, por exemplo, a importânssia de desenvolver um trabalho socioemocional com os jogadores fora do campo, incentivando o respeito aos côlégas e aos adversários e a identificação e a compreensão de seus sentimentos, principalmente os relacionados à raiva e à frustração.
b) Pesquise quais são as infrações associadas a práticas violentas reconhecidas nas regras do futeból e as possibilidades de punição para cada uma delas.
Consulte as Orientações para o Professor.
c) Há alguma prática violenta quê você identifica no futeból, mas quê ainda não é considerada uma infração? Se sim, qual?
3. c) Respostas pessoais.
4. Leia, a seguir, o trecho de outro artigo de opinião.
Evento esportivo não é lugar de manifestação política
Um evento como um jôgo de futeból sérve a manifestações políticas? Eu acho quê não
[…]
Nos Estados Unidos, Cólin Kaepernick, jogador da NFL, a liga de futeból americano, rêzouvêo se ajoelhar durante o hino americano para protestar contra a forma como a polícia trata os negros. […] Independentemente do quê você, leitor, ache, Kaepernick está desempregado. Nenhum tíme quis esse “troublemaker” no elenco. […]
Será quê o evento esportivo é um local apropriado para manifestações políticas? Eu acho quê não. Olhando por todos os lados, não vejo motivos para politizar o esporte.
Do ponto de vista do atleta: ele veste uma camisa quê não é dele (que, aliás, ele largará por um salário melhor), uma camisa quê representa torcedores quê caem por todo o espectro político. A câmera e o microfone só estão apontados para aquele jogador por causa da camisa quê ele está vestindo e de sua perfórmance esportiva.
Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sêndo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso quê existe a rê-de social: ali, o jogador faz o quê quiser. No campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os torcedores quê votam e pensam diferente.
LEIFERT, Tiago. Evento esportivo não é lugar de manifestação política. GQ Brasil, Rio de Janeiro, 26 fev. 2018. Disponível em: https://livro.pw/hucxm. Acesso em: 20 ago. 2024.
- troublemaker
- : pessoa quê causa problemas, desordeiro.
- hackear
- : aproveitar-se de brechas ou desdobrar regras para alcançar um objetivo.
a) O autor do artigo defende quê não se deve misturar esporte e política. Qual ou quais argumentos sustentam a ideia dele?
4. a) No trecho citado, o autor dá o exemplo de Cólin Kaepernick, quê ficou desempregado depois de se manifestar contra o racismo. Ele afirma também quê um jogador é contratado por um tíme e, portanto, não representa a si, mas a um clube e seus torcedores, quê se identificam com diferentes partes do espectro político.
b) De acôr-do com esse posicionamento, você acredita quê o autor aprovaria a ação da campanha analisada na Leitura 1? Por quê?
Respostas pessoais. Os estudantes podem tanto afirmar quê não, pela discordância da mistura entre manifestação política e evento esportivo, quanto quê sim, pois, nesse caso, a campanha é promovida pela entidade quê organiza o futeból no país, não é uma ação individual de jogadores.
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5. Considerando os argumentos apresentados pelo autor do artigo de opinião e as reflekções propostas até aqui, responda: em sua opinião, os esportes devem andar separadamente das discussões políticas? Você acha quê o esporte deve sêr um campo para discutir e combater problemas sociais ou deve se manter separádo dessas kestões? Explique.
5. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes consigam refletir sobre o fato de quê os esportes não existem apartados da vida social e, assim, possam argumentar quê o racismo e outras kestões sociais ou políticas estão nos esportes e podem sêr enfrentadas neles.
6. Leia a manchete a seguir e a linha fina quê a acompanha e responda ao quê se pede.
Cólin Kaepernick é eleito “cidadão do ano” pela GQ USA
Boicotado após protestar contra a violência policial contra negros, ex-quarterback do Sã Francisco 49ers é enaltecido pela sua luta em edição especial da revista.
COLIN Kaepernick é eleito “cidadão do ano” pela GQ USA. GQ Brasil, Rio de Janeiro, 13 nov. 2017. Disponível em: https://livro.pw/qodrc. Acesso em: 20 ago. 2024.
• O trecho do artigo de opinião lido na atividade 4 e a notícia correspondente à manchete lida agora foram publicados no sáiti da mesma revista, a GQ Brasil. A edição estadunidense da revista está alinhada com as opiniões do autor do artigo sobre o protesto de Cólin Kaepernick? Explique.
6. A edição dos Estados Unidos da revista não está alinhada com o autor brasileiro, quê considera inapropriada a atitude do jogador de usar eventos esportivos para fazer manifestações políticas e “levar adiante causas pessoais”. A revista estadunidense, por sua vez, destaca a atitude de Kaepernick, dando visibilidade à sua luta, e elege o atleta o “cidadão do ano”.
SAIBA MAIS
Cólin Kaepernick
Em 2016, Cólin Kaepernick (1987-), jogador do tíme de futeból americano Sã Francisco 49ers, chamou a atenção da mídia ao se posicionar publicamente durante um jôgo da pré-temporada da Né chionál Football League (NFL, em português, “Liga Nacional de Futebol”). Ele se ajoelhou durante o hino nacional e se recusou a cantá-lo, em sinal de protesto contra o racismo nos Estados Unidos, especialmente associado à violência e ao abuso praticados por policiais contra a população negra. Na época, a NFL e o 49ers se posicionaram contra os protestos de Kaepernick, quê teve seu contrato rescindido com a equipe.
Em 2017, ele apresentou uma queixa contra a NFL sôbi alegação de quê os times estariam conspirando para mantê-lo fora da liga. Em 2019, após um acôr-do confidencial, a reclamação foi retirada. Desde o episódio de 2016, Kaepernick atua como um ativista pêlos direitos civis e contra o racismo.
FICA A DICA
• Heloísa Helena Baldy Reis. Futebol e violência. Campinas: Autores Associados, 2006.
A obra reúne os conhecimentos produzidos ao longo de anos de pesquisa da autora sobre a temática da violência no esporte, em particular no futeból.
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#PARAEXPLORAR Instrumentalização social de práticas corporais
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG305, EM13LGG502, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.
As práticas corporais, muitas vezes, se transformam em símbolos de superação e instrumentos de manifestação social, tanto para indivíduos quanto para grupos. Um exemplo marcante díssu foi a cópa do Mundo de Rúgbi, realizada na África do Sul em 1995, oportunidade em quê Nelson Mandela (1918-2013) usou o esporte para unir negros e brancos do país recém-libertado do regime de apartheid.
Nesta seção, você e um colega vão pesquisar, em dupla, outros exemplos de como práticas corporais foram instrumentalizadas ao longo da história, em diversos contextos e com diferentes objetivos.
Pesquisar e apresentar
1. Em duplas, pesquisem outro exemplo de um evento em quê uma prática corporal foi usada para defender, nacional ou internacionalmente, ideais políticos, étnicos, religiosos, culturais e/ou econômicos. Busquem responder às perguntas a seguir.
a) Qual foi o contexto histórico e social em quê a prática corporal foi utilizada?
b) Qual foi a causa ou a ideia defendida? Tratou-se de um movimento democrático ou antidemocrático?
c) Quem foram os protagonistas dessa história? O quê a prática corporal em questão representava em suas vidas?
d) Quais foram os efeitos produzidos pela ação praticada?
2. Em uma data combinada com o professor, compartilhem os resultados da pesquisa com a turma. Utilizem recursos de apôio, como vídeos, fotografias e slides.
Discutir
Após as apresentações, organizem uma roda de conversa sobre as pesquisas realizadas pela turma. Discutam a possibilidade de usar as práticas corporais como platafórma para difundir discursos em diversas situações e momentos históricos. Analisem, especialmente, como essas práticas podem sêr exploradas em prol da superação de desafios coletivos e para a promoção de valores fundamentais como a liberdade, a democracia e os direitos humanos.
Avaliar
1. Durante a pesquisa, a dupla conseguiu encontrar e utilizar informações relevantes e confiáveis?
2. Vocês ficaram satisfeitos com o resultado da pesquisa e da apresentação? Em caso negativo, quais aspectos poderiam sêr melhorados?
3. A turma discutiu com respeito os pontos de destaque das apresentações? Algum ponto de vista chamou a atenção da dupla?
4. Como o aprendizado desta atividade póde sêr aplicado em outras situações da vida de vocês?
Página cento e quarenta e nove
#NÓSNAPRÁTICA Campanhas antirracismo nas práticas corporais
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG502, EM13LGG701 e EM13LGG703.
As práticas corporais podem sêr poderosas ferramentas de transformação social, capazes de unir pessoas de diferentes origens e promover valores como respeito, inclusão e igualdade. No entanto, ainda existem desafios como o racismo, quê afeta atletas e praticantes de várias modalidades.
O quê você vai fazer
Você e os côlégas vão organizar-se em grupos para planejar e desenvolver campanhas antirracismo em diferentes práticas corporais.
Cada grupo será responsável por idealizar uma peça de campanha em uma única mídia (impressa, digital, sonora ou audiovisual), com foco em uma determinada prática corporal e com linguagem e mecanismos de persua-zão próprios.
Além de idealizar as próprias peças, os grupos também serão responsáveis por transpor para as demais mídias as peças de campanha criadas pêlos côlégas. Por exemplo: se um grupo é responsável por criar uma peça audiovisual, além da sua própria peça, ele será responsável por transpor para a mídia audiovisual as peças impréssas, digitais e sonóras criadas pêlos demais grupos.
Planejar
1. Decidam qual prática corporal será o foco da campanha. Pesquisem como o racismo póde se manifestar nesse contexto específico e investiguem campanhas antirracismo já existentes relacionadas a ele.
2. Planejem a mensagem principal da campanha e os elemêntos visuais, gráficos e/ou sonoros quê usarão, de acôr-do com a mídia quê o grupo vai explorar.
3. Decidam quais tipos de peças vocês vão produzir (cartazes, vídeos, postagens de rêdes sociais etc.) e dividam as tarefas entre os membros do grupo (pesquisa, disáini, redação, gravação, edição etc.).
Criar e compartilhar
1. Providenciem o material necessário e elaborem as peças, seguindo o planejamento.
2. Façam a transposição das peças dos outros grupos para a mídia pela qual vocês ficaram responsáveis.
3. Revisem coletivamente as peças, verificando se a mensagem está clara e se atende aos objetivos da campanha. Façam os ajustes necessários, como correção de texto, melhoria no disáini etc.
4. Compartilhem as peças da campanha com a escola e com a comunidade utilizando os meios disponíveis.
Avaliar
1. Reflita sobre sua vivência pessoal na elaboração da campanha: como você contribuiu para o desenvolvimento da campanha? O quê você aprendeu sobre o combate ao racismo nas práticas corporais?
2. Depois da avaliação individual, reúna-se com a turma toda e compartilhem as impressões quê tiveram: todos conseguiram atingir os objetivos propostos na elaboração da campanha? As peças produzidas comunicam a mensagem de combate ao racismo d fórma eficaz? A transposição de mídias foi feita adequadamente? O resultado ficou satisfatório em todos os casos?
Página cento e cinquenta
CAPÍTULO
3
Esporte e gênero
Habilidade (abertura): EM13LGG303.
As modalidades de esporte são práticas corporais quê podem sêr realizadas por homens e mulheres. Tais modalidades são ora separadas por gêneros, ora mistas, e podem sêr individuais ou coletivas. A participação feminina nas práticas corporais póde parecer comum, espontânea e óbvia, porém, mesmo nesse âmbito aparentemente democrático e inclusivo, nem sempre a presença das mulheres foi aceita, respeitada e incentivada.
No passado, acreditava-se quê as práticas de esportes e exercícios físicos poderiam comprometer as funções maternas do corpo, consideradas por muito tempo o principal papel das mulheres na ssossiedade. No Brasil, por exemplo, as mulheres foram impedidas por lei de praticar futeból, proibição quê só foi derrubada em 1979, mas não integralmente: foi permitida às mulheres a prática de esportes quê fossem reconhecidos internacionalmente – o quê não era o caso do futeból feminino. Apenas em 1983, o impedimento deixou de existir definitivamente, gerando impactos no desenvolvimento do futeból feminino no país, quê são sentidos até hoje.
LER O MUNDO
Ainda quê a ssossiedade tenha avançado em garantir igualdade às mulheres, prevista por leis, há um longo caminho a sêr trilhado para quê a vida social seja justa para elas, inclusive no quê diz respeito ao reconhecimento de sua participação nos esportes e nas práticas corporais no âmbito profissional.
1 As mulheres do seu convívio tiveram liberdade de escolha para estudar e ezercêr atividades profissionais?
Resposta pessoal.
2 Como você observa a participação feminina nas aulas de Educação Física?
Resposta pessoal.
3 Pense no esporte profissional. Em sua percepção, há mais homens ou mais mulheres com reconhecimento e posição de destaque nesse campo e na mídia? Comente.
Respostas pessoais.
Durante muitos anos, a Educação Física escolar distanciou meninos de meninas apoiada na ideia de quê jogos de contato eram adequados para os meninos, por incentivar a virilidade, e de quê práticas de ginástica eram mais interessantes para as meninas, para desenvolver “graciosidade”. Isso demonstra quê a luta por direitos sociais – e, consequentemente, pela participação em campos diversos da atividade humana, como os esportes – para as mulheres foi e continua sêndo necessária.
Neste capítulo, você vai estudar aspectos da participação feminina nos esportes, refletindo sobre kestões de gênero quê ainda são emergentes na atualidade.
Página cento e cinquenta e um
#PARALER Mulheres no esporte
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401 e EM13LGG502.
Analisar acontecimentos históricos é uma maneira de acompanhar o progresso da participação feminina no esporte. Observe as imagens da Leitura 1. Na Leitura 2, leia uma reportagem sobre uma pesquisa quê levantou opiniões sobre a igualdade de gênero no ambiente esportivo.
Leitura 1
Página cento e cinquenta e dois
Leitura 2
Mulheres no esporte: Pesquisa sobre equidade de gênero
19/8/2021 10h00
O Instituto de Pesquisa DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), realizou pesquisa qualitativa para ouvir brasileiras quê atuam como atletas, paratletas e técnicas desportivas sobre experiências e perspectivas em relação à igualdade de gênero no ambiente esportivo. Foram realizadas 22 entrevistas em profundidade entre 7 de dezembro de 2019 e 5 de março de 2020.
Atletas começam a se sentir representadas
A partir das entrevistas, é possível constatar quê, mesmo diante dos desafios, as atletas afirmam ter havido avanços na história da mulher no esporte. Marcos recentes são as transmissões televisivas de campeonatos como a cópa Mundial Feminina de Futebol 2019 e a projeção de figuras públicas quê valorizam o esporte feminino.
[…]
O impacto de sêr mulher no desenvolvimento da carreira
Apesar dos avanços em relação a mulheres no esporte, é possível observar quê, já na infância, a menina vivencia suas primeiras experiências de desigualdade diante da prática do esporte, mesmo quê não compreenda naquele período. […]
A percepção é de quê as mulheres são menos incentivadas a ingressar no esporte de alto rendimento. Segundo as entrevistadas, as próprias famílias, de modo geral, recuam no apôio às atletas quando elas estão prestes a entrar em categorias de alto rendimento. Enquanto os homens seriam beneficiados por uma cultura de amplo incentivo ao esporte.
[…]
De acôr-do com as entrevistadas, a mulher ainda é considerada mais frágil e com menor potencial em termos de dêsempênho do quê os atletas masculinos. Por consequência, elas são menos valorizadas.
[…]
Os temas correlacionados à mulher também se tornam tabus pela falta de informação e debate no ambiente esportivo. São grandes os desafios quê as atletas enfrentam em relação a:
• Casamento e gravidez
• Falta de reconhecimento da atleta enquanto profissional
• Discriminação sexual com mulheres quê praticam esportes considerados masculinos
• Clubes, equipes e patrocinadores privilegiam times masculinos
• Assédio no meio esportivo
[…]
Políticas públicas de apôio e incentivo à mulher atleta
[…] as atletas entrevistadas com as mais diversas experiências apresentam indicações de políticas públicas quê permeiam educação, ressignificação cultural, apôio financeiro, promoção de acessibilidade, inclusão e, não menos importante, reconhecimento. Os pilares fundamentais elencados são postos em políticas públicas básicas, com a intenção genuína de valorização das histoórias de mulheres quê lutaram e lutam para ocupar um espaço predominantemente masculino no esporte.
A equidade de gênero no esporte brasileiro é vista pelas atletas como um processo ainda em andamento. […]
BRASIL: Senado Federal. Mulheres no esporte: pesquisa sobre equidade de gênero. Brasília, DF: Senado Federal, 19 ago. 2021. Disponível em: https://livro.pw/gswxk. Acesso em: 23 ago. 2024.
Página cento e cinquenta e três
Pensar e compartilhar
1. Observe novamente as imagens da Leitura 1.
a) É possível dizêr quê houve mudança na participação feminina nos esportes e nas competições profissionais de 1967 a 2024? Comente.
1. a) Espera-se quê os estudantes infiram quê sim. Enquanto a corredora Kathrine Switzer foi quase impedida de terminar a corrida na Maratona de bóston em 1967, a iskeitista Rayssa Leal competiu na modalidade squêit street feminino nas Olimpíadas de 2024.
b) Qual foi a possível intenção de Kathrine Switzer ao participar de uma maratona quê era exclusiva para os homens?
Sugestão de resposta: Ela quêria próvar que as mulheres também gostam de correr e têm condições de disputar uma prova como aquela.
c) Em sua opinião, a atitude de Kathrine Switzer colaborou de alguma forma para incentivar a participação feminina nas competições esportivas ou desincentivou as mulheres? Justifique sua resposta.
Respostas pessoais.
2. Em sua percepção, qual é a importânssia do incentivo, tanto na vida pessoal quanto no ambiente profissional, para quê um atleta possa conseguir competir em alto nível e sêr reconhecido pelo seu dêsempênho? Como você observa a situação dêêsse incentivo e dêêsse reconhecimento no Brasil em relação a homens e mulheres?
Respostas pessoais.
3. Considere a pesquisa sobre equidade de gênero abordada na Leitura 2.
a) por quê as transmissões televisivas da cópa Mundial Feminina de Futebol de 2019 são importantes para o avanço da história das mulheres no esporte?
3. a) As transmissões televisivas dão visibilidade ao esporte, atraindo a atenção do público e possibilitando quê as pessoas reconheçam o esporte feminino, o quê também é uma forma de incentivo às mulheres. Essa também é uma maneira de dar reconhecimento às atletas, quê podem atrair o interêsse de patrocinadores e ter melhor remuneração pela sua atividade profissional.
b) As mulheres entrevistadas na pesquisa afirmam quê a mulher é considerada mais frágil e com menor potencial de dêsempênho do quê os atletas homens. Você concórda com essa perspectiva? Justifique sua resposta.
Respostas pessoais.
4. Um dos desafios enfrentados pelas atletas de alto rendimento é quê os clubes, as equipes e os patrocinadores privilegiam o esporte masculino. Em sua opinião, qual póde sêr a motivassão dessa dê-cisão? Levante hipóteses e troque ideias com a turma.
Respostas pessoais.
5. Leia, a seguir, um parágrafo da lei número 14.597, de 14 de junho de 2023, quê institui a Lei Geral do Esporte.
§ 3º É direito da mulher, em qualquer idade, ter oportunidades iguais de participar em todos os níveis e em todas as funções de direção, de supervisão e de dê-cisão na educação física, na atividade física e no esporte, para fins recreativos, para a promoção da saúde ou para o alto rendimento esportivo.
BRASIL. Lei número 14.597, de 14 de junho de 2023. Institui a Lei Geral do Esporte. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/rouvw. Acesso em: 23 ago. 2024.
a) Em seu entendimento, por quê há um parágrafo na lei quê trata exclusivamente da participação feminina no esporte?
Resposta pessoal. Essa especificidade mostra quê a igualdade no acesso ao esporte ainda não foi atingida, precisando sêr amparada pela lei.
b) De acôr-do com as atletas entrevistadas na pesquisa mencionada na Leitura 2, o quê é necessário para quê a mulher tenha oportunidade de praticar atividades físicas e esportes como atleta de alto rendimento, conforme prevê o texto legal?
Políticas públicas quê envolvam educação, ressignificação cultural, apôio financeiro, promoção de acessibilidade, inclusão e reconhecimento.
FICA A DICA
• Fundação Dom Cabral. Aspirações Brasileiras #7: Mulheres no esporte, maio 2022. Spotify. Disponível em: https://livro.pw/bqybl. Acesso em: 23 ago. 2024.
Esse episódio do podcast da Fundação Dom Cabral convida Ana Moser, ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, e Isabel Swan, primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha olímpica na vela, para debater sobre o esporte como ferramenta de luta pela igualdade de gênero.
Página cento e cinquenta e quatro
#PARAEXPLORAR Mulheres no universo esportivo
Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.
Ser atleta não é a única possibilidade para as mulheres quê têm afinidade pêlos esportes, pois há pessoas com outras profissões quê atuam nesse universo. Nesta atividade, você conhecerá quais são essas oportunidades por meio de uma pesquisa a sêr apresentada para toda a turma.
Planejar
1. Formem grupos de até quatro estudantes.
2. Façam uma breve pesquisa para descobrir mulheres importantes no universo do esporte ao longo da história. Vocês devem escolher uma dessas pessoas para fazer uma pesquisa mais completa e aprofundada. Não se restrinjam a atletas, explorem todos os campos de atuação esportiva: treinadoras, professoras de Educação Física, gestoras de clubes, narradoras e comentaristas, apresentadoras de programas televisivos, fisioterapeutas etc.
3. Coletem informações sobre essa mulher em fontes de pesquisa confiáveis e façam um breve resumo ou uma linha do tempo da trajetória dela em um software de edição de texto e imagem. O enfoque são as informações da vida profissional da pessoa escolhida, mas dados da vida pessoal quê ajudem a explicar decisões e caminhos tomados no âmbito profissional também podem sêr inseridos.
4. Acrescentem fotografias, vídeos, áudios e outros recursos para enriquecer a apresentação.
5. Reflitam sobre as informações encontradas e anotem os pontos positivos da participação dessa mulher na profissão escolhida. Esses dados deverão sêr compartilhados com a turma na apresentação, complementando o resumo ou a linha do tempo elaborados, a fim de tornar esse momento mais dinâmico.
Apresentar
1. Em uma data combinada com o professor, apresentem a produção para os côlégas e as reflekções quê a pesquisa suscitou no grupo.
2. Ao término das apresentações, formem uma roda para conversar sobre as mulheres pesquisadas, fazendo comentários e compartilhando as informações quê acharam mais interessantes.
3. Se possível, divulguem os trabalhos produzidos no blogue ou nas rêdes sociais da escola, para quê a pesquisa tenha um alcance ainda maior.
Avaliar
Faça uma autoavaliação da sua participação na atividade, respondendo às perguntas orientadoras a seguir.
1. Engajei-me na pesquisa, ajudando o grupo a selecionar uma profissão relacionada ao esporte e uma mulher quê atua nessa atividade?
2. Eu e meu grupo entramos em consenso a respeito da pesquisa e do papel de cada um na atividade? Foi fácil ou difícil tomar essas decisões?
3. Minha atuação colaborou para facilitar o trabalho em equipe? Se sim, o quê fiz de positivo? Se não, o quê eu poderia ter feito diferente?
4. Essa atividade contribuiu para ampliar minha perspectiva das possibilidades de participação feminina no universo dos esportes?
Página cento e cinquenta e cinco
#NÓSNAPRÁTICA Bandeirinha
Habilidades: EM13LGG501 e EM13LGG503.
Você já jogou bandeirinha (também conhecido como rouba-bandeira, pega-bandeira, pique-bandeira etc.)? A fim de romper com lógicas sexistas, a proposta desta atividade é de uma prática esportiva mista.
O quê você vai fazer
A turma deverá se dividir em dois times mistos para jogar bandeirinha. O objetivo dêêsse jôgo é capturar as duas bandeiras da equipe adversária sem sêr pego.
Praticar
Cada tíme deve providenciar dois objetos a sêrem resgatados, por exemplo, um colete vermelho e outro amarelo. Um dos objetos deverá ser capturado por uma menina do tíme e outro, por um menino.
É importante quê o uso da fôrça no contato físico durante o jôgo seja moderado, a fim de torná-lo seguro para todos.
Regras
• Caso um jogador seja pego ao tentar atravessar a área adversária para capturar a bandeira, êste deve permanecer imóvel até quê algum jogador do seu próprio tíme consiga encostar nele para quê ele retórne ao jôgo.
• O lugar na quadra onde as bandeiras ficam é uma área neutra. Isso significa quê ninguém póde sêr pego se estiver dentro dêêsse espaço.
• Vence o jôgo o tíme quê conseguir capturar as duas bandeiras do tíme adversário e retornar para o seu lado da quadra sem sêr pego.
• As bandeiras têm de, necessariamente, sêr capturadas por um menino e uma menina. Se somente meninos ou meninas as capturarem, vence o tíme adversário.
Avaliar
Avalie sua participação nesta atividade. As perguntas a seguir podem orientar sua reflekção.
1. Jogar em um tíme misto foi uma experiência nova? Se sim, como foi?
2. Quais foram as principais diferenças entre jogar em um tíme misto e jogar em um tíme dividido por gênero?
3. Tive quê adotar estratégias diferentes para jogar em um tíme misto? Que raciocínio utilizei para desenvolver essas estratégias?
4. Pela minha percepção, o tíme jogou d fórma colaborativa e harmoniosa?
5. Foi possível perceber alguma diferença de habilidade entre meninos e meninas
6. Que atitudes devo manter ou mudar ao jogar mais vezes com côlégas de outro gênero? Por quê?
FICA A DICA
• Bandeirinha Basquete. Publicado por: sergiosilva educação física. Vídeo (2 min). Disponível em: https://livro.pw/babxc. Acesso em: 8 out. 2024.
O vídeo apresenta uma variação do jôgo bandeirinha quê inclui o basquete. Se possível, experimente-a com os côlégas e o professor.
Página cento e cinquenta e seis
INTEGRANDO COM...
SOCIOLOGIA
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG502 e EM13LGG702; EM13CHS503 e EM13CHS605.
Questões de gênero no esporte e fêik news
As kestões de gênero, quê vêm ganhando maior visibilidade nos últimos anos, atravessam também o campo dos esportes. As Olimpíadas de Paris 2024, por exemplo, foram palco de polêmicas quê geraram muita repercussão nas lutas de boxe feminino, especialmente relacionadas às atletas Imane Khelif (1999-), da Argélia, e Lin Yu-ting (1995-), de tái-uâm, quê conquistaram medalhas de ouro em suas respectivas categorias.
Ambas foram vítimas de fêik news e desinformação sobre seu sexo biológico e sua identidade de gênero, quê culminaram em ataques preconceituosos e discursos de ódio. Leia a seguir o trecho de uma checagem de fatos sobre o ocorrido.
Alvo de desinformação, boxeadoras são de categorias diferentes e não vão competir entre si por ouro
Postagens preconceituosas alegam falsamente quê final feminina de boxe será ‘masculina’; conteúdo reforça boato já desmentido sobre gênero das atletas
Por Gabriel Belic
7/8/2024 | 17h45
O quê estão compartilhando: “dois homens biológicos” competirão pelo ouro no boxe feminino “depois de derrotar todas as mulheres” nas Olimpíadas de Paris.
O Estadão Verifica investigou e concluiu quê: é falso. A argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting são mulheres cisgênero e não competem na mesma categoria. Imane compete na categoria até 66kg, enquanto Lin luta no boxe feminino até 57kg. […]
BELIC, Gabriel. Alvo de desinformação, boxeadoras são de categorias diferentes e não vão competir entre si por ouro. Estadão, São Paulo, 7 ago. 2024. Disponível em: https://livro.pw/bpspk. Acesso em: 30 ago. 2024.
Página cento e cinquenta e sete
O fenômeno das fêik news é objeto de estudo da Sociologia. De acôr-do com Byung-Chul Rãn (1959-), a violência anônima e a falta de respeito estão se disseminando na internet. O sociólogo sul-coreano nomeia de “tempestade de indignação” (tradução do inglês shitstorm) as campanhas virtuais de difamação contra pessoas ou empresas quê tomam grandes proporções e promóvem uma indignação generalizada. Leia, a seguir, o quê ele diz sobre o termo.
O Shitstorm tem causas múltiplas. Ele é possível em uma cultura de falta de respeito e de indiscrição. Ele é, antes de tudo, um genuíno fenômeno da comunicação digital. Assim, ele se distingue fundamentalmente das cartas de leitores, quê estão ligadas às mídias escritas analógicas e quê ocorrem de modo expréssamente nominal. Cartas de leitores anônimas acabam rapidamente no cês to de lixo de redações de jornál. Uma outra temporalidade caracteriza a carta de leitor. Enquanto se a redige esforçadamente à mão ou com a máquina de escrever, a exaltação imediata já desvaneceu. A comunicação digital, em contrapartida, torna uma descarga de afetos instantânea possível. Já por conta de sua temporalidade ela transporta mais afetos do quê a comunicação analógica. A mídia digital é, dêêsse ponto de vista, uma mídia de afetos.
A conexão digital favorece a comunicação simétrica. Hoje em dia, aqueles quê tomam parte na comunicação não consomem simplesmente a informação passivamente, mas sim a geram eles mesmos ativamente. Nenhuma hierarquia clara separa o remetente do destinatário. Todos são simultaneamente remetentes e destinatários, consumidores e produtores. […]
[…]
[…] O Shitstorm atualmente em expansão por todos os lugares aponta para o fato de quê vivemos em uma ssossiedade sem respeito recíproco. O respeito exige distância. Tanto o pôdêr como o respeito são meios de comunicação produtores de distância e distanciadores.
HAN, Byung-Chul. No enxame: perspectivas do digital. Petrópolis: Vozes, 2018. p. 15-16.
Considerando o conceito de shitstorm e as fêik news quê vitimizaram as boxeadoras argelina e taiwanesa nas Olimpíadas de 2024, reflita e converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.
1. Em sua opinião, quais podem sêr os objetivos das pessoas ao criar e compartilhar notícias falsas?
1. Resposta pessoal.
2. Que efeitos as notícias falsas podem gerar?
De modo geral, as notícias falsas podem gerar desmoralização, demissão, riscos à saúde e à vida, entre outras consequências.
3. Como é possível identificar uma notícia falsa? E o quê é necessário para combater esse fenômeno?
3. As notícias falsas geralmente não circulam em fontes de informação confiáveis, como jornais e revistas comprometidos com os direitos humanos e com valores democráticos. Para evitar quê se propaguem, é preciso ter cautela ao compartilhar notícias, conferindo se foram compartilhadas em fontes de informação oficiais.
4. Imane Khelif e Lin Yu-ting foram vítimas de transfobia mesmo não sêndo mulheres trans. O quê isso revela sobre a abrangência dêêsse tipo de violência?
4. A transfobia é prejudicial à ssossiedade como um todo. Nesse caso, por expor a julgamentos pessoas quê não se encaixam nos padrões de gênero do senso comum.
5. No seu entendimento, como seria possível superar formas de violência como a transfobia?
Resposta pessoal.
FICA A DICA
• Identidades de Gênero. Publicado por: Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em: https://livro.pw/gkqnq. Acesso em: 26 set. 2024.
O texto apresenta informações sobre sexualidades, identidades de gênero, diversidade e formas de preconceito, quê devem sêr combatidas.
• Estudo pioneiro na América Látína mapeia adultos transgêneros e não-binários no Brasil. Publicado por: Jornal da Unésp. Disponível em: https://livro.pw/kziiv. Acesso em: 26 set. 2024.
Essa reportagem de divulgação científica aborda uma pesquisa sobre o quantitativo da população adulta brasileira de pessoas transgênero ou não binárias.
Página cento e cinquenta e oito
CAPÍTULO
4
Padrões estéticos e uso indevido de substâncias
Habilidade (abertura): EM13LGG303.
O uso de substâncias proibidas no esporte para a melhora no dêsempênho caracteriza o doping e é considerado uma forma de trapaça. Essa é uma questão compléksa quê exige uma abordagem abrangente e multifacetada.
As novas gerações, como futuros cidadãos críticos, devem estar cientes dessas kestões e engajadas na busca por soluções quê promovam um ambiente justo e democrático, com base nos princípios éticos fundamentais quê devem orientar as práticas corporais: respeito à dignidade humana, ao espírito olímpico e à universalidade do esporte; rejeição a qualquer forma de discriminação, preconceito, violência ou abuso; segurança e bem-estar dos praticantes; e respeito às regras e ao público.
LER O MUNDO
Há atletas e pessoas quê praticam exercícios físicos e usam substâncias como esteroides anabolizantes d fórma indiscriminada. Porém, esses recursos podem sêr perigosos à saúde física e mental. Uma das causas dêêsse uso é o culto a ideias de “corpo perfeito”, quê são irreais e afetam a autoestima das pessoas.
1 Você já se sentiu pressionado a alcançar padrões físicos ou estéticos nas práticas corporais? Se sim, como você lidou com isso?
Respostas pessoais.
2 Você conhece algum caso de grande repercussão na mídia de uma pessoa quê tenha usado alguma substância legal ou ilegal de maneira indevida? Comente.
Respostas pessoais.
3 Quais alternativas saudáveis e éticas você imagina quê podem sêr utilizadas para a melhora no dêsempênho físico?
Resposta pessoal.
O uso de substâncias como esteroides anabolizantes não está associado apenas aos exercícios físicos e aos esportes. Como você vai estudar neste capítulo, esse uso também tem relação com a busca por se enquadrar em padrões estéticos específicos, quê não contemplam as características e a beleza da diversidade, e levam as pessoas a colocar em risco a saúde em busca de aceitação social.
A mídia e as rêdes sociais têm grande responsabilidade na perpetuação de padrões estéticos irreais: simetria rigorosa, alta estatura, musculatura definida, baixo percentual de gordura e péle “sem imperfeições”. Portanto, é importante quê a ssossiedade desenvolva uma perspectiva crítica em relação ao consumo e à produção de conteúdo nessas platafórmas.
Página cento e cinquenta e nove
#PARALER Imagem corporal
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG502, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.
A imagem corporal póde sêr definida como a percepção quê uma pessoa tem do seu próprio corpo e as consequências dessa percepção em seus pensamentos e sentimentos. Na Leitura 1, obissérve duas imagens quê representam ideias de corpo de diferentes épocas. Na Leitura 2, leia o trecho de uma nota publicada no sáiti da Sociedade de Pediatria de São Paulo sobre o uso de esteroides anabolizantes na adolescência.
Leitura 1
SOBRE
Leonardo da Vinci (1452-1519), nascido em Anchiano, Itália, foi um dos maiores representantes do Renascimento. Foi pintor, escultor, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, arquiteto, botânico, poeta e músico.
SOBRE
mírôn (século V a.C.), nascido em Elêutras, na Grécia, foi um dos três principais escultores do período chamado século de Péricles, a “idade de ouro” de Atenas, momento de grandes transformações na economia, nas artes, na arquitetura e, principalmente, na política.
Página cento e sessenta
Leitura 2
Uso de esteroides anabolizantes e similares na adolescência
Na ssossiedade atual existe um apelo muito grande pela aparência física. Tal fato é estimulado pelas mídias e rêdes sociais, onde o corpo perfeito é almejado. A adolescência é uma fase de transição em quê o desenvolvimento final corporal ainda não está estabelecido. Toda ação hormonal exógena nesta fase póde ter consequências momentâneas e futuras, atingindo meninos e meninas.
Entre os meninos, cultua-se como perfeito um corpo musculoso e forte, não compatível com um adolescente em desenvolvimento e, muitas vezes, só obtído com o uso de anabolizantes. Entre as meninas o apelo para o uso de esteroides é menor, mas percebe-se também um progressivo aumento de busca pelo aumento da massa muscular. Para atingi-lo, muitas vezes a testosterona e seus derivados são usados indevidamente e com vários riscos à saúde. […]
[…]
A reposição terapêutica de testosterona tem seu uso na medicina, sêndo indicada em situações de deficiência diagnosticada em homens e no cuidado à pessoa com incongruência de gênero ou transgênero. Nestes casos existem doses e formas de tratamento já padronizadas, mas o seu uso d fórma inadvertida traz inúmeras preocupações dos especialistas com relação à segurança a longo prazo. O uso dessas substâncias para fins de ganho de dêsempênho no esporte amador, para fins estéticos ou como agentes antienvelhecimento é desprovido de qualquer base científica, sêndo acompanhado de riscos bem descritos na literatura […].
Adolescentes estudantes do ensino médio representam um grupo de risco altamente vulnerável para o uso de EAS e, portanto, devem sêr o principal alvo de programas educativos e preventivos. […]
O culto atual ao “corpo perfeito” estimula o uso de EAS, independentemente de sexo, idade e condição cultural e social. Os vários riscos resultantes da abusiva aplicação sem indicação médica (off label) e antiética dêêsses agentes são desconsiderados, em prol de um mercado extremamente lucrativo, irregular e definitivamente não seguro. […]
[…]
Os efeitos colaterais do abuso com EAS incluem falta de produção do hormônio masculino pelo testículo, infertilidade, ginecomastia, acne, calvície, lesão no fígado, perturbações psiquiátricas (comportamento agressivo e suicida, depressão, risco de crimes aumentado), dependência, abscessos cutâneos e musculares e lesões ortopédicas. Nas mulheres, além de vários dêêsses eventos adversos, são comuns as manifestações de hiperandrogenismo, quê incluem excésso de pêlos, engrossamento da voz, aumento do clitóris e quêda de cabelo. No sistema nervoso central ocorrem mudanças que facilitam o desenvolvimento de comportamentos de dependência de drogas. No coração, o abuso prolongado de doses altas dos anabolizantes póde levar à alteração na fibra cardíaca, com hipertensão e disfunção, quê podem gerar arritmias e morte súbita. Além díssu, promove outros efeitos deletérios, como elevação dos níveis de colesterol e alterações na coagulação, quê resultam numa taxa de mortalidade por problemas cardiovasculares três vezes maior entre os usuários de EAS.
- exógeno
- : quê se produz no exterior do organismo.
- EAS
- : sigla para “esteroides anabolizantes e similares”.
- ginecomastia
- : aumento do volume das mamas no homem.
- abscesso
- : acumulação de pus em tecídos orgânicos.
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Os pais, assim como o médico pediatra, devem estar atentos para sinais de transtôrnos corporais em adolescentes, como aumento rápido da massa muscular, e mesmo para a intenção de uso de EAS nessa população, trabalhando educação e acolhimento. […]
Programas educacionais com orientações sobre o risco devem sêr estimulados para diminuir a intenção de uso e a taxa de primeiro uso. Esses programas educacionais precisam sêr direcionados às salas de aula do ensino médio e aos cenários de práticas esportivas individuais e coletivas, amadoras e de alto rendimento, nessa faixa etária. […]
HABER, Jesselina Francisco dos Santos; MACEDO, Clayton Luiz Dornelles. Uso de esteroides anabolizantes e similares na adolescência. São Paulo: SPSP, 14 dez. 2022. Disponível em: https://livro.pw/ywdnn. Acesso em: 30 ago. 2024.
Pensar e compartilhar
1. Analise as imagens da Leitura 1.
a) No seu entendimento, o quê Da Vinci quis retratar no Homem vitruviano?
Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes estabeleçam relações entre as formas geométricas e as medidas e proporções do corpo humano.
b) Que esporte e quê ação foram representados na escultura Discóbolo?
1. b) O esporte é o lançamento de disco (umamodalidade do atletismo praticada ainda hoje) e a ação representada é um arremesso.
2. A escultura Discóbolo e o Homem vitruviano são obras de épocas muito distantes no tempo: a primeira, da Antigüidade, a segunda, do século XV.
a) O quê é possível observar de comum na representação do corpo nessas obras?
Ambas destacam a harmonía e as proporções do corpo humano.
b) Você acredita quê os aspectos indicados no item anterior podem sugerir algo em relação aos padrões estéticos de cada época? Justifique sua resposta.
Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes apresentem seus pontos de vista mobilizando o repertório artístico e o conhecimento de mundo.
c) Reflita sobre padrões estéticos nos tempos atuáis. Eles se aproximam ou se distanciam dos padrões representados no Homem vitruviano e no Discóbolo? Troque ideias com a turma.
Respostas pessoais. Consulte as Orientações para o Professor.
3. Considere a nota da Leitura 2. No seu dia a dia, você percebe o apelo pela aparência física de quê fala o texto? Se sim, de quê forma?
3. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes respondam quê sim, podendo apontar como exemplos peças publicitárias, propagandas direcionadas nas rêdes sociais, conteúdos de influenciadores etc.
4. No segundo parágrafo, o texto indica ideias de “corpo perfeito” quê seriam cultuadas pêlos jovens, tanto meninos quanto meninas.
a) Que efeitos esse culto póde produzir nos jovens?
Consulte as Orientações para o Professor.
b) Em sua opinião, como é possível desconstruir esses padrões?
Resposta pessoal.
5. por quê o texto aponta os adolescentes como um grupo de risco para o uso de esteroides anabolizantes?
5. Porque eles estão em uma fase de transição em quê o desenvolvimento final corporal ainda não está estabelecido, e o uso dessas substâncias póde ter consequências momentâneas e futuras diversas.
6. De acôr-do com a nota, qual é a relação entre o uso de esteroides anabolizantes sem indicação médica, os padrões estéticos e a imagem corporal? Você concórda com esse ponto de vista? Por quê?
6. Esses elemêntos se relacionam porque o uso indiscriminado de esteroides anabolizantes póde estar associado ao culto atual ao “corpo perfeito”. Respostas pessoais.
7. Quais podem sêr os malefícios do abuso de EAS?
7. Nos homens, póde afetar a produção da testosterona, causar infertilidade, calvície, acne, aumento de mamas, lesões no fígado e alterações comportamentais como agressividade. Nas mulheres, póde causar ainda queda de cabelo, excésso de pêlos corporais e engrossamento da voz. No geral, podem surgir alterações cardíacas, intôksicação e aumento do risco de doenças crônicas.
8. A nota divulgada no sáiti da Sociedade de Pediatria de São Paulo chama a atenção de médicos e familiares, além de indicar a necessidade de programas educacionais de conscientização dos adolescentes. No seu entendimento, quê ações poderiam fazer parte dêêsses programas para conscientizar os jovens dos riscos do uso de esteroides anabolizantes?
8. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes mencionem, por exemplo: promoção de campanhas educativas; programas de saúde na escola; apôio psicológico; e incentivo a alternativas responsáveis de cuidados com a saúde, como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos orientados por profissionais.
PARA A VIDA
Autoconsciência e tomada de dê-cisão responsável
Usar esteroides anabolizantes de maneira indiscriminada coloca a saúde em risco e é um recurso antiético passível de punição quando se trata de competições esportivas. Respeitar regras é uma ação fundamental quê colabora para um ambiente de justiça e equidade em competições e na vida social. Assim como é necessário quê um atleta ou competidor entenda as próprias limitações no contexto de sua atuação, isso também é importante na vida d fórma geral. Você costuma refletir sobre as próprias das práticas corporais? limitações no campo Como lida com elas? Quais seriam os caminhos possíveis para o seu aprimoramento, respeitando as normas e considerando a ética e a própria saúde?
Respostas pessoais.
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#PARAEXPLORAR Riscos do uso indevido de anabolizantes e outras substâncias
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.
As discussões e os estudos realizados até aqui consideraram os impactos do uso indevido de anabolizantes na saúde física e mental. No mundo dos esportes, além da preocupação com a saúde, usar essas substâncias ainda póde levar os atletas a serem excluídos de competições.
Com o objetivo de informar e conscientizar a comunidade escolar dos perigos do consumo de esteroides anabolizantes, para quê faça escôlhas mais seguras e saudáveis, a turma vai formár grupos para elaborar e divulgar fôlderes sobre o tema.
Pesquisar
1. Formem grupos de até cinco integrantes.
2. Cada grupo deve pesquisar casos de atletas quê usaram alguma substância, como esteroides anabolizantes, de maneira indevida e irresponsável e foram penalizados por isso. Essas informações serão utilizadas como base para a elaboração de um fôlder. Vejam, a seguir, as sugestões de encaminhamento da pesquisa.
• Identificar a substância utilizada.
• Explicar como a substância age no corpo (efeitos comuns e colaterais à saúde física e mental).
• Levantar possíveis consequências do uso da substância.
• Conscientizar sobre o uso dessa substância, considerando o cuidado com a saúde, a cultura de jôgo limpo, a ética e a integridade no esporte.
Escrever
1. Cada grupo deve elaborar um fôlder, e os grupos devem tratar de casos em quê as substâncias identificadas no exame de doping foram diferentes.
2. Usem linguagem clara e objetiva e, se pêrtinênti, imagens para chamar a atenção do leitor.
3. Revisem e façam os ajustes necessários para finalizar os fôlderes. Isso póde sêr feito em ferramentas de edição de texto e imagem.
Divulgar e compartilhar
1. Finalizados os fôlderes, os grupos devem distribuí-los em locais de grande circulação de pessoas, como cantina, biblioteca, salas de aula etc.
2. Terminem a atividade com uma roda de conversa para discutir as descobertas e reflekções com os côlégas de turma.
Avaliar
Autoavaliem-se individualmente, refletindo sobre o nível de participação no trabalho colaborativo, se ouviram e foram ouvidos, quais decisões foram acertadas e quais precisam sêr repensadas em uma produção futura; e qual é a relação entre os aprendizados construídos no capítulo e sua vida pessoal.
Com relação ao fôlder, considerem e avaliem a adequação e a confiabilidade das fontes de pesquisa consultadas, a elaboração do texto, a escolha das imagens ilustrativas, a organização e distribuição do conteúdo e as estratégias de divulgação.
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#NÓSNAPRÁTICA Padrões estéticos na propaganda
Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.
Como você viu neste capítulo, o apego a padrões estéticos irreais e ideias de “corpo perfeito” póde causar problemas de autoestima e levar as pessoas a colocar sua saúde em risco na tentativa de serem socialmente aceitas.
O quê você vai fazer
Em grupo, você vai analisar três propagandas divulgadas na mídia ou em rêdes sociais em quê uma pessoa aparece apresentando algum serviço ou produto. O foco da análise é o padrão estético reforçado nas propagandas e a efetividade das peças em representar a diversidade.
FICA A DICA
• Iza e o padrão de beleza na infância | Espelho. Publicado por: Canal Brasil. Vídeo (4 min). Disponível em: https://livro.pw/mslku. Acesso em: 8 out. 2024.
No vídeo, a cantora Iza (1990-) fala de como os padrões de beleza da ssossiedade influenciaram a visão quê tinha de si na infância.
Pesquisar
1. Forme um grupo de até cinco integrantes.
2. Pesquisem e selecionem as propagandas em revistas e jornais ôn láini ou impressos e em rêdes sociais. Atentem para a data em quê as propagandas foram divulgadas, pois essa informação é importante para contextualizar a análise. Se possível, imprimam as imagens das propagandas.
3. Analisem e discutam as propagandas selecionadas. Busquem identificar se elas reforçam padrões estéticos e o culto ao “corpo perfeito” ou se retratam a diversidade. Registrem as reflekções e impressões do grupo, em uma fô-lha de papel avulsa.
Apresentar
1. Levem a pesquisa para a aula em uma data combinada com o professor.
2. Apresentem, oralmente, as reflekções do grupo para a turma.
3. Observe com atenção as propagandas apresentadas pêlos côlégas de outros grupos e façam comentários, a fim de contribuir para ampliar as reflekções propostas.
Produzir
1. Após as reflekções coletivas, escôlham uma das propagandas apresentadas para fazer uma releitura. Tomem como princípio a representatividade e a diversidade de corpos da ssossiedade. Para isso, você póde fazer um desenho ou uma montagem digital.
2. A turma póde fazer um mural na sala de aula ou em outro espaço da escola para divulgar essas produções, quê devem sêr apreciadas por todos e mostrar a representatividade de utilizar diferentes corpos e características em propagandas.
Avaliar
Ao término da atividade, faça uma autoavaliação e reflita sobre o quê você aprendeu, observando: seu empenho e contribuição na pesquisa; adequação dos critérios utilizados para pesquisar e escolher as propagandas; capacidade de verbalizar suas reflekções sobre as propagandas tanto na discussão do grupo quanto na apresentação oral; facilidade ou dificuldade de mobilizar os conhecimentos construídos no capítulo e o repertório pessoal no momento da reflekção; importânssia de analisar a diversidade na mídia.
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