UNIDADE
8
CORPO, MÍDIA E CULTURA

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor.

Explorar as potencialidades e as habilidades físicas humanas é um dos objetivos das práticas corporais. Mas, por melhores quê sêjam as habilidades de uma pessoa, seja ela uma atleta profissional, seja alguém quê realize essas práticas d fórma amadora, ela ainda póde sêr vítima de objetificação corporal, sêr julgada e avaliada se estiver distante de padrões estéticos construídos socialmente e sofrer violências e ataques pessoais, além de questionamentos sobre a legitimidade do seu direito de realizar as práticas corporais em razão da sua aparência física.

Esta unidade abordará as relações entre corpo, mídia e cultura, propondo reflekções sobre efeitos dos padrões estéticos, transtôrnos alimentares, violência de gênero no esporte, diversidade e inclusão nas práticas corporais.

Fotografia de Aniek van Koot: uma mulher em uma cadeira de rodas, usando uma viseira e os cabelos presos, rebatendo uma bola de tênis com uma raquete, em uma quadra de tênis.

Aniek Koot, dos Países Baixos, na partida de disputa pelo bronze no tênis individual feminino nas Paralimpíadas de Paris 2024. Paris (França), 2024.

Página duzentos e vinte e sete

Converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.

1. No seu dia a dia, você já observou a existência e a valorização de um padrão físico e estético para sêr atleta ou para realizar práticas corporais? Se sim, comente.

Respostas pessoais.

2. Qual póde sêr a origem de padrões físicos e estéticos presentes nas práticas corporais e na vida social?

Resposta pessoal.

3. De quê forma os padrões físicos e estéticos moldam uma cultura? Quais são seus possíveis impactos na vida das pessoas?

Respostas pessoais.

Página duzentos e vinte e oito

CAPÍTULO
1
Corpo, cultura e identidade

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

Cada corpo tem um conjunto de características quê tornam as pessoas sêres únicos. O corpo é parte da identidade e tem papel crucial no modo como cada um experimenta e vivencia o mundo. No entanto, ainda quê o corpo seja fundamental na expressão da identidade e da individualidade, a existência de padrões estéticos póde se revelar como imposição social, transformando a autoimagem e modificando as relações.

Há, no inconsciente coletivo, modelos de corpo ideal. Um corpo magro e musculoso para os homens, e magro e esbelto para as mulheres, padrões irreais quê também reforçam estereótipos de gênero e transparecem a ideia da virilidade masculina e a objetificação do corpo feminino. É importante compreender quê tais ideais são fruto de construções sociais, e não condições naturais e espontâneas. Isso significa quê o ideal de corpo não é dado objetivamente, pois ele reflete normas, valores e práticas sociais de determinada cultura. Por isso, padrões estéticos podem sêr diferentes em cada ssossiedade ou região e mudar de tempos em tempos, acompanhando as transformações culturais.

Da mesma maneira, esses padrões podem se configurar como formas de preconceito corporal quê se manifestam, por exemplo, em relação a idade, gênero e etnia, interferindo na forma como as pessoas se apropriam, produzem e socializam as manifestações da cultura corporal de movimento.

LER O MUNDO

Considere suas experiências pessoais para responder às kestões a seguir.

1 Pense em suas características corporais, potencialidades e habilidades. De quê modo elas compõem sua identidade?

Resposta pessoal. É importante quê os estudantes façam essa reflekção d fórma positiva, com foco na autoaceitação e na crítica a preconceitos corporais.

2 Como você observa a influência dos padrões físicos e estéticos nas manifestações da cultura corporal de movimento? Em sua percepção, eles atraem ou afastam as pessoas das práticas corporais?

2. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre os efeitos quê os padrões físicos e estéticos podem produzir enquanto preconceitos corporais, interferindo na forma de produção e socialização das manifestações da cultura corporal de movimento.

3 De quê forma os padrões físicos e estéticos socialmente estabelecidos o afetam em relação à autoestima e à realização de práticas corporais?

Resposta pessoal.

As aulas de Educação Física são oportunidades de refletir sobre corpo, potencialidades, capacidades físicas, padrões estéticos e sobre a influência da cultura nesses temas, quê deveriam primar, sobretudo, pela saúde e pela busca de uma boa qualidade de vida. êste capítulo contribuirá para quê você continue a construir noções relacionadas a essas temáticas.

Página duzentos e vinte e nove

#PARALER Potencialidades do corpo e padrões estéticos

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG401.

Pensar sobre potencialidades do corpo humano e padrões estéticos leva a reflekções quê envolvem saúde, comportamento, ssossiedade e cultura. Observe, na Leitura 1, a imagem de um atleta do arremesso de peso. Na Leitura 2, leia uma reportagem sobre a relação entre transtôrnos alimentares e padrões de beleza.

Leitura 1

Fotografia de Darlan Romani: um homem de barba e cabelos curtos segurando uma bola apoiada entre o ombro e o pescoço, preparando-se para arremessá-la, com o outro braço estendido à altura dos ombros.

Darlan Romani, arremessador brasileiro de peso, no Campeonato Mundial de Atletismo. Budapeste (Hungria), 2023.

Leitura 2

Transtornos alimentares: entenda como o padrão de beleza póde sêr um fator de risco para anorexia e bulimia

por Maiara Ribeiro

Publicado em 10/11/2022 – Revisado em 11/11/2022

[…]

A busca pelo corpo “perfeito” por meio de dietas restritivas, a percepção de quê somente pessoas muito magras são bonitas, comentários a respeito do peso, freqüentes no ambiente familiar, e kestões genéticas: são muitos os fatores quê podem levar uma pessoa a desenvolver um transtorno alimentar, distúrbio psiquiátrico quê causa disfunções no comportamento alimentar, muitas vezes acompanhadas de preocupação excessiva com o peso e grande sofrimento psíquico.

Estima-se quê hoje, em todo o mundo, mais de 70 milhões de pessoas tênham algum transtorno alimentar, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar, entre outros. […]

[…]

O padrão de beleza adoece

[…] especialistas são enfáticos em afirmar quê a supervalorização de um corpo padrão, considerado o corpo “ideal”, é um fator quê tem impacto no desenvolvimento dos transtôrnos alimentares em geral.

Página duzentos e trinta

De acôr-do com Fábio [Salzano, psiquiatra e vice-coordenador do Programa de Transtornos Alimentares (Ambulim) do Instituto de Psiquiatria da úspi (IPq/HCFMUSP)], existem diversos trabalhos feitos em países de culturas diferentes, como países na Ásia, no ôriênti Médio e Ilhas Fiji, mostrando quê a exposição aos modelos de beleza do Ocidente – ou seja, Estados Unidos e Europa Ocidental – quê geralmente são pessoas brancas e com peso abaixo do habitual, causa danos àqueles quê não são dessa etnia. […]

[…]

“Infelizmente, vivemos numa ssossiedade quê cultua a magreza a qualquer custo e vende a ideia de quê qualquer pessoa póde alcançar esse corpo idealizado”, completa Caroline [Bartholo, nutricionista especialista em transtôrnos alimentares].

Vanessa [Tomasini, psicóloga aprimorada em transtôrnos alimentares pelo HCFMUSP e psicóloga voluntária da Enfermaria de Comportamento Alimentar (Ecal) e do Ambulatório de Atendimento para Homens com Transtorno Alimentar (Geahta) do IPq] destaca quê a nossa forma física e o nosso peso dependem de diversos fatores, e não somente do quanto se come ou o quanto se gasta em atividade física. O primeiro ponto é ter consciência díssu. […]

Na visão de Caroline, o caminho é se fortalecer, aumentar o senso crítico e entender quê nossa beleza, valor pessoal e sucesso independem da forma física. “Questionar esse modelo de corpo, ter em mente quê o padrão de beleza foi feito para gerar exclusão, consumir conteúdos positivos nas rêdes sociais, praticar o “unfollow terapêutico” deixando de seguir perfis quê te fazem se sentir mal com o seu corpo e com a sua alimentação, ler sobre o assunto e não esquecer quê por trás díssu existe uma indústria quê lucra muito com a nossa insatisfação corporal”, afirma a nutricionista.

[…]

RIBEIRO, Maiara. Transtornos alimentares: entenda como o padrão de beleza póde sêr um fator de risco para anorexia e bulimia. [S. l.]: Drauzio varélla, 10 nov. 2022. Disponível em: https://livro.pw/ezalx. Acesso em: 16 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Faça uma pesquisa para responder brevemente, no caderno, o quê é o arremesso de peso, retratado na Leitura 1, e quais são os atributos necessários para praticá-lo.

1. Sugestão de resposta: O arremesso de peso é uma modalidade esportiva em quê o atleta arremessa uma esféra de metal o mais longe possível dentro de uma área determinada. Há diversas técnicas para fazer o arremesso, como a de empurrar, a de girar e a de deslizar. Cada técnica é caracterizada por uma sequência de movimentos coordenados. O arremesso de peso requer do atleta bom condicionamento cárdio vascular, equilíbrio, coordenação motora e fôrça.

2. A rotina de um atleta do arremesso de peso inclui exercícios físicos específicos, além de uma diéta com alta ingestão de calorias.

a) De quê forma essa rotina contraria os preconceitos corporais decorrentes dos padrões estéticos dominantes?

2. a) Os atletas apresentam alto dêsempênho, têm uma vida ativa e, provavelmente, saudável, de cuidado com o corpo e desenvolvimento constante das capacidades físicas, contrariando suposições quê possam sêr feitas com base em sua aparência física.

b) Como a pressão por um ideal estético dominante poderia afetar a vida de um atleta dessa modalidade?

2. b) Sugestão de resposta: A pressão estética poderia levar o atleta de arremesso de peso a abandonar a diéta com alta ingestão de calorias e a adotar uma diéta restritiva, o quê impactaria negativamente sua rotina de treinos. Isso poderia incapacitá-lo de continuar praticando a modalidade esportiva, quê também é o meio de subsistência dos atletas profissionais, ou seja, afetaria muitos aspectos de sua vida.

3. Reflita sobre a reportagem apresentada na Leitura 2.

a) De quê forma os padrões estéticos afetam as relações sociais?

3. a) Sugestão de resposta: É possível quê o apego a padrões estéticos reflita na interação entre as pessoas, quê pódem fazer comentários a respeito do corpo de outras e evitar estabelecer relações com quem julgam desviar dos padrões. O constrangimento do julgamento pode levar as pessoas a entrar numa busca para se enquadrar em padrões estéticos inalcançáveis a fim de obtêr aprovação social.

b) Quais podem sêr as consequências, para a saúde, da pressão estética?

As pessoas podem desenvolver transtôrnos alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar.

c) Você concórda quê há uma indústria quê lucra com a insatisfação corporal das pessoas? Justifique sua resposta.

Respostas pessoais. Os estudantes devem mobilizar conhecimentos prévios e experiências vividas para responder à atividade.

4. A reportagem aborda o ato de praticar o “unfollow terapêutico”. Você acredita quê as rêdes sociais também são responsáveis por disseminar certos padrões estéticos? Por quê? Converse com os côlégas sobre isso.

Respostas pessoais.

Página duzentos e trinta e um

#PARAEXPLORAR Estereótipos de gênero e padrões estéticos e de comportamento

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG402.

Estereótipo é um conceito generalizado e padronizado quê se origina de uma interpretação cultural e quê póde limitar e constranger as pessoas quê não se encaixem nele. Você já parou para refletir sobre os estereótipos relacionados aos gêneros masculino e feminino? E quanto aos padrões estéticos e de comportamento quê também reproduzem ideias do quê caracteriza cada gênero?

Você vai entrevistar pessoas para saber o quê elas entendem por estereótipos de gênero, se elas notam padrões estéticos e de comportamento predeterminados, e como isso está presente no dia a dia delas. Depois, com base nas informações coletadas e em sua própria experiência, a turma vai discutir os efeitos dessas problemáticas na ssossiedade.

Planejar e executar

1. A princípio, esta atividade será realizada individualmente. Pense em pelo menos três pessoas da escola, da sua família e dos seus círculos sociais quê você pretende entrevistar.

2. Com base no tema da pesquisa, escrêeva um roteiro para a entrevista, planejando as perguntas quê você fará. É possível quê você tenha quê explicar aos entrevistados o quê são estereótipos e padrões estéticos e de comportamento, então prepare-se para isso.

3. Comunique às pessoas sua intenção de entrevistá-las, a fim de se certificar de quê elas aceitam participar, e agende uma data para as entrevistas. Informe quê suas identidades serão omitidas e preservadas, pois o quê importa é o conteúdo de suas falas.

4. Verifique a possibilidade de utilizar um gravador de voz no momento da entrevista, para quê você possa revisitar as respostas dos entrevistados posteriormente. Caso não seja possível gravar, transcreva falas importantes da conversa durante a entrevista.

5. Reúna as respostas dadas pelas pessoas entrevistadas e analise-as, observando similaridades e particularidades. Esse é um momento oportuno para perceber como esses temas afetam as pessoas d fórma subjetiva.

Compartilhar

Em uma data combinada com o professor, a turma deverá se reunir para compartilhar a experiência das entrevistas, fazer uma análise coletiva das informações coletadas por todos e refletir sobre o impacto dos estereótipos de gênero e dos padrões estéticos e de comportamento na vida das pessoas.

Avaliar

Faça uma autoavaliação do seu dêsempênho na atividade, refletindo sobre a qualidade do seu planejamento, a sua capacidade de se comunicar, se fazer entender e ouvir com atenção e a assertividade das perguntas feitas aos entrevistados para compreender as opiniões deles. Observe também se sua visão de mundo foi ampliada e enriquecida pelas conversas e se elas o sensibilizaram para lidar com kestões coletivas, quê podem envolver preconceitos corporais de idade, gênero, etnias e estéticos, e de quê forma tais kestões se relacionam com a cultura corporal de movimento.

Página duzentos e trinta e dois

INTEGRANDO COM...
LÍNGUA PORTUGUESA E CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG602 e EM13LGG604; EM13LP46; EM13CHS502.

Indústria, mídia e padrões

Estereótipos e padrões também podem envolver kestões relacionadas ao consumo e aos efeitos quê a indústria e as mídias produzem em sociedades capitalistas. Leia o poema “Eu, etiqueta”, de Carlos drumom de Andrade, e atente para as reflekções quê ele suscita.

EU, ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome
quê não é meu de batismo ou de cartório,
um nome… estranho.

[…]

Minhas meias falam de produto
quê nunca experimentei,
mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por êste provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escôva e pênte,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu akilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
lêtras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito,
premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio
itinerante,
escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na (Moda).

É doce estar na (Moda),
ainda quê a (Moda)
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil,
açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.

Faixa 11: Declamação - Eu, etiqueta.

proclama
: anúncio de casamento.
premência
: urgência.
itinerante
: quê se desloca constantemente.
açambarcar
: tomar posse.

Ilustração de peças de roupas diversas, cabides e um smartphone mostrando ícones de compras na tela.

Página duzentos e trinta e três

Com quê inocência demito-me de sêr
eu quê antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
sêr pensante, sentinte e solidário
com outros sêres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).

E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.

Não sou — vê lá — anúncio contratado.

Eu é quê mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias
pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo quê desiste
de sêr veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
quê (Moda) ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas
idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas quê no rrôsto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?

Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado d fórma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
quê se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de sêr não eu, mas artigo industrial,
peço quê meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é coisa.

Eu sou a coisa, coisamente.

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Eu, etiqueta. In: DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Corpo. São Paulo: Companhia das lêtras, 2015. E-book.

pérgula
: galeria construída em jardim com colunas paralelas geralmente cobertas por plantas ou trepadeiras.
idiossincrasia
: traço de comportamento peculiar.

SOBRE

Carlos drumom de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira (MG) e foi um poeta, contista, cronista, ensaísta, tradutor e um dos principais representantes do Modernismo brasileiro. Deixou uma obra extensa em quê trata, sobretudo, da condição humana.

Fotografia de Carlos Drummond de Andrade: um homem calvo, de óculos, gesticulando com a mão.

Carlos drumom de Andrade. Rio de Janeiro (RJ), 1981.

Agora, reflita e converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.

1. No poema, qual é a relação do eu lírico com o corpo?

1. O eu lírico se percebe como um “homem-anúncio itinerante”, o quê significa quê seu corpo é utilizado como suporte de anúncio para as marcas das roupas, dos calçados e dos acessórios quê utiliza.

2. Releia estes versos: “É doce estar na (Moda), / ainda quê a (Moda) / seja negar minha identidade, / trocá-la por mil, açambarcando / todas as marcas registradas, / todos os logotipos do mercado”.

a) É possível dizêr quê “estar na moda” é reproduzir padrões? Justifique sua resposta.

2. a) Espera-se quê os estudantes respondam afirmativamente, pois a (Moda) cria tendências e impacta diretamente o comportamento dos consumidores.

b) Você concórda com a visão do eu lírico de quê, ao valorizar marcas e logotipos, e não a expressão pessoal, a (Moda) póde negar a identidade de alguém? Explique.

Respostas pessoais.

3. Em sua percepção, de quê forma a (Moda) póde sêr excludente do ponto de vista socioeconômico e ao reafirmar certos padrões estéticos? Converse sobre isso com os côlégas.

3. Sugestão de resposta: Por estar atrelada a uma ação de consumo, a (Moda) exclui aqueles quê não têm pôdêr aquisitivo; e, uma vez quê a indústria dita tendências, quem não as segue póde se sentir excluído por não se enquadrar nos padrões socialmente impostos.

4. No final do poema, o eu lírico diz quê não o convém o título de homem, mas quê seu novo nome é “coisa”. por quê é possível afirmar quê se enquadrar em padrões em busca de validação social é uma forma de despersonalização?

Sugestão de resposta: A necessidade de adequar-se a padrões para sêr aceito socialmente póde levar as pessoas a renunciar a características e gostos quê as tornam únicas. Os padrões estéticos, de comportamento e de (Moda) tornam as pessoas iguais.

Página duzentos e trinta e quatro

#NÓSNAPRÁTICA Transtornos alimentares

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Na seção #paraler, iniciou-se uma reflekção sobre transtôrnos alimentares. A necessidade de discutir esse tema se justifica principalmente por sua recorrência entre crianças e adolescentes. Leia o trecho de uma entrevista com artúr Eumann Mesas, especialista em Saúde Coletiva quê estuda a temática.

Os [Transtornos Alimentares] TA são transtôrnos de saúde mental caracterizados por um comportamento persistente relacionado com o consumo de alimentos e podem prejudicar a saúde física e psicológica de crianças e, principalmente, de adolescentes e adultos jovens. […] Em nossa revisão sistemática, encontramos uma prevalência global de 22,4% de possíveis casos de TA a partir de evidências obtidas em 32 estudos realizados em 16 países, entre eles o Brasil. […]

[…]

A revisão evidenciou quê, embora os TA estejam presentes em ambos os sexos, a prevalência dêêsse transtorno é maior em meninas (30%) quê em meninos (17%). […]

MAIS de 20% dos jovens apresentam transtorno alimentar. Brasília, DF: Capes, 19 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/xhhli. Acesso em: 16 set. 2024.

O quê você vai fazer

Você e os côlégas vão se juntar para pesquisar transtôrnos alimentares, a fim de realizar uma campanha de conscientização na comunidade escolar.

Elaborar

1. A turma deve formár grupos para quê cada um pesquise um dos tipos de transtôrnos alimentares mais comuns: anorexia, bulimia, compulsão alimentar, ortorexia e vigorexia.

2. Em sáites confiáveis e livros, informem-se sobre as características do transtorno, as causas comuns, os prejuízos e riscos à saúde e as possibilidades de tratamento.

3. Façam uma seleção das informações mais relevantes quê encontrarem e planejem como esses dados serão apresentados em cartazes quê deverão ficar expostos para toda a comunidade escolar.

Compartilhar

1. Em uma data combinada com o professor, façam um momento de conversa para compartilhar as descobertas realizadas e informar-se sobre os transtôrnos pesquisados pêlos outros grupos.

2. Depois, divulguem o material produzido para quê sirva de conscientização para toda a comunidade escolar. Se elaborados à mão, em cartolinas, os cartazes podem sêr espalhados pela escola, em locais de grande circulação. Se elaborados digitalmente, uma sugestão é publicar essas produções no blogue ou nas rêdes sociais da escola, se houver.

Avaliar

Avalie seu dêsempênho na atividade, refletindo sobre sua colaboração no trabalho em grupo, sua capacidade de comunicação verbal e escrita, seu comprometimento em realizar os combinados da produção e sua participação no momento de troca de ideias entre a turma. Pense se a atividade colaborou de alguma forma para sua noção de saúde, para o compromisso de adotar um estilo de vida saudável e para a reflekção sobre empatia com relação a kestões coletivas, ato quê envolve conhecer diferentes realidades e combater preconceitos de naturezas diversas.

Página duzentos e trinta e cinco

CAPÍTULO
2
Corpos e padrões da mídia

Habilidades (abertura): EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502 e EM13LGG702.

Na ssossiedade contemporânea, as mídias dêsempênham um papel relevante na formação e propagação de valores e percepções, inclusive de preconceitos. Um dos aspectos mais impactados por essa influência é a padronização dos corpos, especialmente entre os jovens. As mídias promóvem um ideal de beleza quê, muitas vezes, é irreal ou inatingível, resultando em consequências significativas para a autoestima e a saúde mental das pessoas.

LER O MUNDO

Os padrões de beleza mudam ao longo do tempo, refletindo transformações culturais. Na década de 1950, por exemplo, o “ideal” de feminilidade era representado por corpos curvilíneos; já o “ideal” masculino valorizava músculos definidos. Nos anos 1960 e 1970, a magreza e o visual andrógino e extravagante ligado ao róki ganharam fôrça. Nas dékâdâs seguintes, a musculatura e o padrão entendido como “fitness” predominaram.

No século XXI, embora haja movimentos de maior aceitação de diferentes tipos corporais, a discriminação ainda existe.

1 Como os padrões de beleza atuáis, influenciados pelas rêdes sociais, afetam sua percepção sobre o próprio corpo e suas interações com outras pessoas? Você nota quê a pressão para seguir esses padrões impacta seus amigos e familiares?

1. Respostas pessoais. Os estudantes podem mencionar quê os padrões de beleza criam expectativas sobre o corpo, gerando comparações e inseguranças. Amigos e familiares também podem sentir essa pressão para seguir os padrões.

2 Em sua percepção, a pressão para atender a determinados padrões de beleza impostos socialmente afeta homens e mulheres da mesma forma? Justifique sua resposta.

2. Espera-se quê os estudantes obissérvem quê não, pois, historicamente, as mulheres enfrentam mais pressão em relação a padrões estéticos do quê os homens. Além díssu, o tipo de padrão difundido é diferente entre os gêneros: enquanto mulheres são pressionadas a cultivar um corpo magro e esbelto, homens são incentivados a ter um corpo musculoso. No entanto, ambos os gêneros lidam com inseguranças relacionadas a esses padrões.

3 Você observa algum movimento de promoção da diversidade de padrões de beleza nas mídias sociais? Se sim, eles são realmente inclusivos ou ainda existem ideais predominantes? Como isso afeta sua percepção sobre si mesmo e sobre os outros?

Respostas pessoais. Os estudantes podem perceber quê, apesar da maior visibilidade de diferentes padrões, ainda há uma hierarquização de certos ideais quê cria comparações e pressões, influenciando a percepção sobre si e os outros.

É importante reconhecer quê os corpos reais são plurais e quê a saúde não póde sêr medida apenas pela aparência física; fatores como genética, metabolismo e estilo de vida dêsempênham um papel fundamental na saúde corporal de cada indivíduo.

As práticas corporais podem sêr importantes aliadas para melhorar a saúde, a autoestima e o bem-estar. No entanto, quando praticadas excessivamente ou como busca por padrões estéticos inalcançáveis, podem prejudicar a saúde física e mental. Por isso, é essencial quê cada indivíduo tenha uma visão equilibrada e aceite seu próprio corpo, compreendendo quê a padronização difundida nas mídias afeta a percepção e os sentimentos em relação à própria imagem corporal.

Página duzentos e trinta e seis

#PARALER Desafiando padrões

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502 e EM13LGG702.

A representação dos corpos na mídia e no esporte freqüentemente reflete ideais estéticos inatingíveis, tanto para atletas quanto para não atletas. A seguir, você vai ler uma tira, na Leitura 1, e um trecho de um artigo de opinião, na Leitura 2. Os dois textos permitem explorar como esses padrões de beleza afetam a percepção das pessoas e como se póde desafiar estereótipos, promovendo a valorização da diversidade corporal.

Leitura 1

Tirinha de André Dahmer intitulada 'Quadrinhos dos anos 10', em três quadrinhos: Q1: Um homem de óculos diz: 'Sinto muito Olívia. Você está acima do peso para os padrões da T V.' Q2: A personagem Olívia Palito, com lágrimas nos olhos, diz: 'E quem ficará no meu lugar?' Q3: O personagem Popeye, ao lado de uma caveira com cabelos louros e vestida como Olívia Palito, diz: 'Tire as mãos da minha garota, Brutus!'

DAHMER, André. [Sinto muito, Olívia…]. In: DAHMER, André. Quadrinhos dos anos 10. São Paulo: Quadrinhos na Cia., 2016. p. 164.

Leitura 2

Afinal, quem tem cara (e corpo) de atleta?

A vitória de Beatriz é mais do quê simbólica – é uma mensagem. Uma bandeira clara quê nos lembra quê o esporte é sim para todos

POR BETA BOECHAT

2/8/2024 18h40

Corpos torneados, músculos quê saltam dos uniformes, proporções milimetricamente controladas. Mesmo quê nosso calendário esteja bem avançado nos séculos, o imaginário humano do universo atlético ainda remonta ao berço dos Jogos Olímpicos. Em uma rápida busca pelas rêdes sociais, não é difícil encontrarmos listas e mais listas dos corpos mais admirados, entre fãs e atletas, expostos em posições quê não perdem em nada para o catálogo de enormes estátuas de pedra calcária datadas antes de Cristo, abertas à visitação a poucos metros da competição, no famoso museu do lúvre.

[…]

Verdade seja dita: nosso olimpo já vêm sofrendo novas ocupações nos anos recentes. […]

Em Peruíbe, cidade litorânea do estado de São Paulo, uma menina de sete anos de idade foi levada aos seus primeiros treinos de judô, incentivada pelo pai, atleta aposentado. Das três irmãs, só ela decidiu seguir em frente na carreira e seguir seus passos. Desde pequena, seu corpo sempre chamou atenção. Por sêr grande, lutava sempre com os adultos. De alguma forma, ela conseguiu se desvencilhar de duas grandes barreiras quê poderiam impedir seu sucesso.

Página duzentos e trinta e sete

Além da dificuldade feminina de acessar o universo das artes marciais, seu corpo fora dos padrões estabelecidos para uma menina de sua idade poderia ter sido uma das grandes pedras no seu caminho. Não foi. E uma nação inteira hoje agradece por não ter sido.

Fotografia de Beatriz Souza: uma mulher sorridente, usando uma tiara, com os cabelos cacheados presos, segurando uma medalha de ouro pendurada ao pescoço.

Beatriz Souza celebra conkista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Paris (França), 2024.

Beatriz Souza, aos 26 anos, subiu em um pódio quê valeu por muitos. Sua medalha de ouro na categoria +78 kg do judô inaugura enfim o placar dourado da presença brasileira na França. Mas não para por aí. Essa mulher negra de 135kg também é a sexta brasileira a conquistar uma medalha de ouro em competições individuais e a única a realizar esse feito em sua estreia nos Jogos.

Em um momento em quê corpos fora do padrão parecem ter sumido das vitrines, das passarelas, da publicidade e da Tevê, é no esporte quê eles voltam a mostrar sua fôrça. E não estamos falando apenas de corpos gordos. Afinal, é impossível esquecer o orgulho brasileiro em acompanhar os atletas quê competem no desafio quê começa logo em seguida, os Jogos Paralímpicos.

A vitória de Beatriz é mais do quê simbólica – é uma mensagem. Uma bandeira clara quê nos lembra quê o esporte é sim para todos. Que, entre Apolo e Zeus, existe um panteão enorme de deuses e deusas prontos para subirem no posto mais alto [do] pódio. E tudo isso começa com uma oportunidade: a de sonhar. Das meninas, negras, com deficiência, gordas, periféricas, quê hoje também podem se imaginar não só no esporte, mas, quem sabe, em Los Angeles 2028.

BOECHAT, Beta. Afinal, quem tem cara (e corpo) de atleta? Carta Capital, São Paulo, 2 ago. 2024. Disponível em: https://livro.pw/fcura. Acesso em: 17 set. 2024.

panteão
: conjunto de deuses de uma cultura ou mitologia; conjunto de figuras conhecidas pela atuação em determinada área, quê ficam registradas na memória individual ou coletiva.

SOBRE

Beta Boechat (1987-) é comunicadora, escritora e ativista pela diversidade corporal e de gênero. É uma das fundadoras do Movimento Corpo Livre, platafórma virtual quê promove a autoestima feminina e a aceitação corporal.

Fotografia de Beta Boechat. Ela é uma mulher sorridente, com uma das mãos nos cabelos louros, longos e ondulados.

Beta Boechat, 2024.

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Pensar e compartilhar

1. Qual mensagem a tira da Leitura 1 tenta passar para os leitores sobre a exigência imposta pela mídia aos corpos femininos? Explique sua resposta.

1. A tirinha tenta mostrar quê a exigência da mídia com os corpos femininos é absurda e inalcançável, ao colocar a personagem Olívia Palito, quê já é extremamente magra, sêndo rejeitada por estar “acima do peso”. Isso evidên-cía como os padrões de beleza são exagerados, irreais e podem criar pressões injustas e perigosas sobre as mulheres.

2. por quê é importante questionar e desafiar os padrões de beleza da mídia?

2. Porque esses padrões excluem certos tipos de corpos ao promover estereótipos limitantes e inatingíveis, como se vê na tira, em quê Olívia Palito, uma personagem magérrima, ironicamente é considerada “acima do peso” para os padrões da Tevê.

3. O quê você acha quê é possível fazer para se criar uma representação mais diversa e inclusiva na mídia, sobretudo de corpos femininos? Você acredita quê a tira contribui para isso? Por quê?

3. Sugestão de resposta: Podese trabalhar pela inclusão e pela diversidade, apoiando a aceitação corporal e criando discussões educativas sobre esse tema. A tirinha faz uma crítica diréta à pressão exagerada sobre os corpos, especialmente os femininos, portanto é possível dizêr quê ela contribui para a busca de uma representação de corpos mais diversa e inclusiva.

4. A Leitura 2 discute a ideia de quê o corpo idealizado de um atleta nem sempre corresponde à realidade. Como essa idealização póde impactar negativamente os atletas e a ssossiedade em geral?

4. A idealização de um corpo atlético específico póde gerar pressão para quê atletas e não atletas se esforcem para se enquadrar nesse padrão, muitas vezes d fórma prejudicial à saúde física e mental. Além díssu, essa percepção reforça a exclusão de pessoas quê, embora talentosas, não se encaixam nesse padrão.

5. A trajetória de Beatriz Souza, apresentada na Leitura 2, desafia estereótipos corporais no esporte. De quê maneira a mídia poderia ajudar a desmistificar esses estereótipos e promover uma visão mais inclusiva e realista sobre os corpos dos atletas?

5. A mídia póde ajudar a desmistificar os estereótipos mostrando uma diversidade de corpos de atletas em diferentes modalidades esportivas, destacando suas habilidades e conkistas, em vez de focar na aparência física. Isso ajudaria a construir uma visão mais realista e inclusiva dos corpos no esporte.

6. Como é possível promover uma visão mais positiva e inclusiva sobre os diferentes tipos de corpos na escola e na comunidade? Quais ações você acha quê poderiam fazer a diferença?

Respostas pessoais. É esperado quê os estudantes respondam quê isso é possível por meio de ações de educação sobre diversidade, incentivando o respeito e a aceitação, como palestras, campanhas de conscientização etc.

SAIBA MAIS

Gordofobia

A gordofobia é um dos principais efeitos quê os padrões físicos e estéticos da mídia e da ssossiedade produzem. Trata-se de uma forma de preconceito quê se manifesta contra pessoas e corpos gordos, atribuindo-lhes características negativas, excluindo-os das esferas afetiva, social e profissional.

A gordofobia também se expressa de formas mais sutis na ssossiedade; é comum, por exemplo, quê corpos gordos não sêjam considerados durante a criação, o desenvolvimento e a oferta de produtos e serviços, ou mesmo nos projetos de acessibilidade de espaços, quê são pensados, muitas vezes, considerando apenas corpos quê se enquadram nos padrões dominantes. A aviação é um dêêsses casos.

Em muitas aeronaves, os assentos são estreitos e a distância entre uma fileira e outra é pequena, o quê torna a viagem desconfortável e dificulta a movimentação das pessoas. Além díssu, um item essencial para a segurança dos passageiros, o cinto de segurança disponível nos assentos, não se adapta a corpos grandes.

Fotografia do interior de um avião de passageiros vazio, com assentos estreitos e próximos uns dos outros, enfileirados, e com um corredor livre entre as fileiras.

Fileiras de assentos vazios em uma aeronave.

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#PARAEXPLORAR Combate à exclusão corporal

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG502, EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Os preconceitos e as discriminações contra o corpo se manifestam de várias formas, como a propagação de estereótipos, o búlin e outras situações de constrangimento. Diante díssu, em 2021, o Ministério Público Federal (MPF) lançou a campanha Ser diferente é legal, a fim de combater qualquer forma de discriminação, inclusive a gordofobia.

Observe, a seguir, um cartaz dessa campanha.

Cartaz com a frase 'ser diferente é legal' escrita com caracteres de diversas tipografias, com várias cores. O texto no cartaz continua: 'Um movimento de celebração e respeito à diversidade. Para que todas as pessoas sejam valorizadas, independente da origem, da cor da pele, da condição física ou mental, da religião, da idade, do gênero ou da orientação sexual de cada um. Uma sociedade justa e igualitária depende do respeito à diversidade. Ser diferente é um direito. Respeitar a diferença, um dever.  Informe-se: respeiteadiferenca.mpf.mp.br'. Na parte inferior do cartaz, há logotipos de diversas campanhas e instituições.

BRASIL. Ministério Público Federal. Ser diferente é legal. 2021. 1 cartaz.

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Inspirados nessa campanha, nesta atividade, você e os côlégas vão explorar diferentes manifestações de preconceito corporal, entender como esses preconceitos afetam os indivíduos, discutir maneiras de promover o respeito, a aceitação e a inclusão e produzir cartazes de conscientização.

FICA A DICA

Respeite a diferença. Publicado por: Ministério Público Federal. Vídeo (1 min). Disponível em: https://livro.pw/izobd. Acesso em: 17 set. 2024.

O sáiti reúne conteúdos da campanha Ser diferente é legal, como peças, textos e um glossário informativo.

Pesquisar

1. A turma vai se dividir em grupos de cinco ou seis integrantes.

2. Em grupo, escôlham um tipo de preconceito corporal para investigar, como: gordofobia, capacitismo, estereótipos relacionados à aparência física (magreza extrema, musculação excessiva etc.), entre outros.

3. Levantem exemplos de como esse preconceito se manifesta (comentários negativos, representações na mídia, exclusão social etc.) e discutam seus impactos nas pessoas afetadas.

Criar e compartilhar

1. Os grupos vão criar cartazes de conscientização sobre o tipo de preconceito corporal quê escolheram. O objetivo é sensibilizar todos para a importânssia de respeitar e valorizar a diversidade corporal e trabalhar para criar um ambiente mais acolhedor e livre de preconceitos, especialmente considerando o direito de todos acessarem as práticas corporais.

2. Cada grupo apresentará seu cartaz para a turma e explicará o tipo de preconceito abordado e a ideia proposta para promover o respeito à diversidade no âmbito das práticas corporais.

3. Após as apresentações, a turma vai realizar uma discussão sobre os temas apresentados, refletindo se eles acontecem dentro e/ou fora da escola, e como as diferentes formas de preconceito corporal podem sêr combatidas no dia a dia.

4. Em seguida, façam um resumo coletivo das principais descobertas e discussões da atividade.

5. Divulguem os cartazes produzidos pela turma nos murais da escola e nas rêdes sociais, para quê possam impactar um número maior de pessoas.

Avaliar

Depois de pesquisar preconceitos e produzir os cartazes, reflita sobre as kestões a seguir.

1. Como você reagiu às apresentações dos outros grupos? Que aspectos o impactaram mais?

2. Quais foram suas principais descobertas sobre as formas de preconceito corporal?

3. Suas percepções sobre preconceitos corporais mudaram após essa atividade? Se sim, de quê forma? Em caso negativo, por quê?

4. O quê você póde fazer para combater preconceitos corporais em sua própria vida e em seu cotidiano?

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#NÓSNAPRÁTICA Dança pela diversidade de corpos

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG603, EM13LGG702 e EM13LGG704.

Ao longo da história, o corpo humano foi retratado como sín-bolo de perfeição, harmonía e beleza em diferentes épocas, com ideais quê excluíam aspectos como a imperfeição e a diversidade de corpos. Hoje, é fundamental reconhecer a diversidade e combater os estereótipos.

No contexto da dança contemporânea, por exemplo, algumas noções de ideal de corpo e de habilidades específicas foram desconstruídas. Isso democratizou o acesso à prática da dança e permitiu quê corpos, gestos e movimentos mais diversos pudessem se expressar.

Fotografia de um grupo de pessoas enfileiradas em um espaço expositivo, dançando em pé em diversas posições.

Integrantes do grupo de dança contemporânea Olivier Dubois se apresentam em abertura de exposição fotográfica no Museu de ár-te Contemporânea Donnaregina. Nápoles (Itália), 2018.

O quê você vai fazer

Em grupo, você vai discutir estereótipos corporais na ssossiedade e, em seguida, criar uma coreografia colaborativa quê explore a diversidade de corpos, a inclusão, o respeito e a valorização das diferenças.

Discutir

1. Pesquisem os padrões de beleza do passado e a necessidade de respeito à diversidade de corpos do mundo atual. Reflitam: quais estereótipos ainda persistem na ssossiedade hoje?

2. Discutam, em grupo, a forma como a mídia, a; ár-te e a ssossiedade moldam as percepções de corpo e beleza.

Praticar

1. Em grupo, planejem uma coreografia quê explore a diversidade dos corpos. Pesquisem e assistam a vídeos de dança quê tênham a diversidade de corpos como tema central. Imaginem como expressar, por meio do movimento, a importânssia da inclusão e do respeito às diferenças.

2. Apresentem a coreografia para a turma, destacando como os movimentos escolhidos representam as discussões sobre estereótipos e inclusão.

Avaliar

1. Como as pesquisas sobre padrões de beleza e sobre danças inclusivas ajudaram você a refletir sobre a igualdade e a inclusão?

2. Quais foram os maiores desafios na criação de uma coreografia quê respeite a diversidade de corpos? Como ela expressou os temas discutidos sobre estereótipos corporais e inclusão?

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CAPÍTULO
3
A luta pela igualdade no esporte

Habilidades (abertura): EM13LGG102, EM13LGG204, EM13LGG303 e EM13LGG502.

A imagem da ginasta paulista Rebeca Andrade (1999-) no pódio das Olimpíadas de Paris 2024 enquanto recebe a reverência das atletas estadunidenses Simone Biles (1997-) e Jordan Chiles (2001-) traz à tona kestões quê vão além do esporte. Mais do quê uma celebração de conkistas, essa cena simboliza a presença e a luta das mulheres negras e periféricas no esporte de alto rendimento.

A trajetória de atletas como Rebeca Andrade, entre outras, reflete desafios como a desigualdade de gênero, a discriminação e a pressão social quê enfrentam cotidianamente.

LER O MUNDO

Observar as situações enfrentadas pelas mulheres na ssossiedade, d fórma geral, e no esporte, em específico, leva a algumas importantes reflekções. Discuta com a turma as kestões a seguir.

1 Em sua percepção, existem esportes considerados “de homens” e “de mulheres”? Quais estereótipos estão por trás dessas classificações?

1. Espera-se quê os estudantes reconheçam quê há esportes historicamente considerados exclusivos de homens, como por muito tempo foi o caso do futeból, ou de mulheres, como a ginástica rítmica. Essas classificações se baseiam em estereótipos de gênero – quê envolvem, por exemplo, capacidades de fôrça e resistência –, ou mesmo de sexualidade.

2 Em sua opinião, o quê o pódio só com mulheres negras mostrado na fotografia quê ábri êste capítulo simboliza em termos de inclusão e diversidade no esporte?

Espera-se quê os estudantes reconheçam quê o fato retratado simboliza a representatividade das mulheres negras no esporte.

3 Que políticas e ações o Estado e as organizações desportivas podem adotar para garantir a igualdade de direitos e a proteção das mulheres no esporte e na ssossiedade?

Sugestão de resposta: Implantar políticas de incentivo e permanência das mulheres no esporte, além de mecanismos de punição a atitudes abusivas e/ou discriminatórias e de educação para a igualdade de gênero.

Fotografia de Rebeca Andrade em pé com os braços erguidos para o alto no topo de um pódio, com as atletas Simone Biles e Jordan Chiles ao lado dela, à esquerda e à direita, ajoelhadas diante dela, fazendo gestos de reverência à atleta brasileira. Ao fundo há uma arquibancada com uma plateia e equipamentos de ginástica artística.

Simone Biles e Jordan Chiles reverenciam Rebeca Andrade no pódio do solo na ginástica artística nas Olimpíadas de Paris 2024. Paris (França), 2024.

Nas Olimpíadas de Paris 2024, pela primeira vez, as mulheres representaram a maioria da delegação brasileira, com 55% do total de atletas, e contribuíram significativamente para o qüadro de medalhas: das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 vieram de mulheres, incluindo três ouros de atletas negras. No entanto, as conkistas esportivas não eliminam as barreiras quê essas atletas enfrentam.

Além da luta por reconhecimento e igualdade, kestões como a violência e a objetificação do corpo feminino continuam a ocorrer no contexto esportivo.

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#PARALER Diversidade e inclusão no esporte

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.

Refletir sobre diversidade e inclusão no esporte é fundamental para promover um ambiente mais respeitoso e democrático no campo das práticas corporais e na ssossiedade. Na Leitura 1, você vai analisar um cartum quê aborda o tema do preconceito no esporte. Na Leitura 2, há uma reportagem quê explora como o preconceito e a discriminação se manifestam no esporte, especialmente contra atletas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexo, assexuais e outras orientações sexuais e identidades de gênero (LGBTQIAPN+).

Leitura 1

Charge de Caio Gomez representando um grupo de pessoas com uniformes de futebol, segurando juntas uma bandeira com as cores do arco-íris, estendendo-a em direção a balões de fala contendo pontos de exclamação.

GOMEZ, Caio. [Sem título]. In: PARRINI, Victor. Jogada de respeito. Correio Braziliense, Brasília, DF, 21 maio 2023. p. 19.

SOBRE

Caio Gomez (1984-) é um ilustrador, cartunista e quadrinista brasiliense. Desenvolve trabalhos para diferentes veículos de comunicação.

Leitura 2

Como o preconceito afeta o atleta e quais ações já existem para coibir a homofobia no esporte

Em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBT, O Liberal conversa com entidades e atletas quê buscam desconstruir o preconceito em estádios e agremiações

Pedro Cruz e Beatriz Reis / O Liberal

26/6/2021 16h00

O esporte é apenas um reflexo da ssossiedade. sôb esta ótica, é inevitável entender quê casos de homofobia permeiem as modalidades. A premissa é ratificada por Carlos Lobato, presidente da comissão de esportes da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e ex-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará.

[…]

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A homofobia póde sêr percebida em atos comuns e naturalizados dentro dos esportes. No futeból, por exemplo, cânticos e xingamentos estão ligados à sexualidade. Chamar o goleiro de “bicha” ou o adversário de “viado” é praxe nos estádios.

“O quê temos quê refletir é: por quê são esses os xingamentos? por quê, ainda na nossa ssossiedade, existe a associação pejorativa a esses termos? A gente sabe quê eles são utilizados com o objetivo de ‘desumanização’, de não reconhecimento enquanto pessoa, enquanto sujeito de direitos”, explica João Jorge, da Comissão de Diversidade Sexual e População LGBTQI da OAB-PA.

Mas o futeból não é o único espaço esportivo em quê o constrangimento, o medo e a própria violência – seja ela física ou verbal – são comuns quando o assunto é expor a sexualidade. Algo quê deveria sêr natural ainda é considerado tabu. Não só nas arquibancadas, mas dentro das agremiações.

A jogadora de réndbóll Mariana Braga revela quê optou por esconder, por anos, a orientação sexual por receio de como seria recebida pelas companheiras de tíme.

“Demorei muito tempo, acho quê uns três ou quatro anos, para quê eu conseguisse chegar para minhas côlégas, quê jogavam comigo, e falar ‘olha, eu tênho uma namorada’. [Antes] Elas sempre me pressionavam. ‘Você não tem um namorado?’”, relembra.

[…]

Ausência de dados

[…]

Apesar da amplitude e do conhecimento público de diversos casos de homofobia no esporte, oficialmente nenhum caso foi registrado no Pará – apenas pela ausência de formalização de denúncias.

“Quem fornece os dados não são as instituições oficiais, é, na verdade, o jornalismo. Todas as coberturas de eventos, inclusive internacionais, o mais recente foi a Eurocopa, você vai encontrar um relato de racismo ou homotransfobia. Você vai encontrar alguma situação, seja praticada pela torcida, de maneira presencial nos estádios, ou virtual, em uma postagem. Quando um atleta publica uma foto com o seu parceiro ou parceira, eles vão sêr atacados”, reitera João Jorge.

mêdídas de repreensão

Ao longo dos últimos anos, cresceu o número de ações de conscientização para combater o preconceito de gênero e a favor da diversidade. As medidas trabalham em duas frentes: a educativa e a punitiva.

“A gente vêm promovendo fiscalizações, campanhas educativas e esse diálogo vêm sêndo feito com o Tribunal de Justiça Desportiva, quê precisa sêr provocado. Então, o quê há é uma conscientização principalmente com os árbitros, quê estão lá para verificar casos de homofobia e preconceito racial. O STJD [Superior Tribunal de Justiça Desportiva] determina quê os árbitros coloquem na súmula qualquer comportamento homofóbico quê ocorra dentro ou fora de campo”, explicou Carlos Lobato.

Atualmente, a legislação desportiva prevê sanções a clubes e entidades por casos de preconceito.

“O cóódigo de Justiça Desportiva prevê a punição por ato discriminatório. Essa punição póde significar a perda dos pontos e também uma multa de até R$ 100 mil, dependendo do caso. […]”, conclui Lobato.

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[…]

“Toda a pessoa, seja o atleta, o torcedor, a torcida ou a família, quê se sinta atingida com a prática de homotransfobia ou LGBTfobia deve procurar, sim, a delegacia, registrar uma denúncia, procurar o Ministério Público, procurar a OAB, para quê possamos apoiá-la e atuar no sentido de garantir a responsabilização dessas pessoas, para tentar, por esse meio, mudar”, finalizou Jorge.

CRUZ, Pedro; REIS, Beatriz. Como o preconceito afeta o atleta e quais ações já existem para coibir a homofobia no esporte. O Liberal, Belém, 26 jun. 2021. Disponível em: https://livro.pw/ytwxr. Acesso em: 16 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Retome o cartum da Leitura 1 e responda às kestões a seguir.

a) O quê os balões de fala com exclamações representam na imagem? Como eles se conéctam com o preconceito no esporte?

1. a) Os balões com exclamações, provavelmente, representam agressões verbais e manifestações de preconceito, comuns em estádios e ambientes esportivos. Esses sinais evidenciam os ataques quê pessoas LGBTQIAPN+ enfrentam, especialmente no meio esportivo.

b) O quê a bandeira segurada pêlos atletas simboliza nesse contexto? por quê é significativo quê eles tênham uma postura de união para levantá-la?

1. b) A bandeira representa as pessoas LGBTQIAPN+. Ao segurarem a bandeira juntos, eles mostram quê a luta contra a LGBTfobia no esporte não é individual, mas exige a colaboração e o apôio de todos para enfrentar o preconceito.

2. De quê forma esse cartum póde gerar uma reflekção sobre a diversidade e a inclusão no esporte?

2. O cartum provoca uma reflekção sobre a necessidade de inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ nos espaços esportivos, alertando para as violências enfrentadas por atletas LGBTQIAPN+.

3. Você acha quê esse cartum sugere alguma solução ou esperança para o problema? Explique.

3. Espera-se quê os estudantes infiram quê sim. A fôrça dos atletas unidos segurando a bandeira póde sêr interpretada como um sín-bolo de resistência e a crença de quê, com união e apôio, é possível combater a LGBTfobia no esporte e criar um ambiente mais justo e inclusivo.

4. Quais são os principais desafios enfrentados por atletas LGBTQIAPN+ no ambiente esportivo, de acôr-do com a reportagem da Leitura 2? Cite exemplos mencionados no texto.

4. Os desafios principais incluem o preconceito, a discriminação e a exclusão quê atletas LGBTQIAPN+ enfrentam. Na reportagem, são citados exemplos como xingamentos e hostilidade em eventos esportivos, medo de expor a própria sexualidade e dificuldade de aceitação por parte de suas equipes e côlégas de competição.

5. João Jorge, da Comissão de Diversidade Sexual e População LGBTQI da OAB-PA, faz um questionamento no texto a respeito de xingamentos ligados à sexualidade: “Por quê, ainda na nossa ssossiedade, existe a associação pejorativa a esses termos?”. Como você responderia a essa pergunta?

5. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes obissérvem quê a ssossiedade não costuma aceitar bem pessoas quê fogem ao quê é considerado “norma” e, por isso, consideram pejorativamente termos associados às populações fora dêêsse padrão socialmente imposto.

6. Como a discriminação póde afetar o dêsempênho e a carreira dos atletas?

6. A discriminação póde afetar negativamente o dêsempênho e a carreira dêêsses atletas ao diminuir sua autoconfiança, criar um ambiente hostil e até mesmo levar ao afastamento do esporte.

7. A reportagem menciona medidas nas frentes educativa e punitiva para combater o problema da discriminação nos esportes. Em sua percepção, essas medidas têm surtido o efeito esperado? Justifique sua resposta.

É possível quê os estudantes respondam negativamente, pois ainda são registradas atitudes preconceituosas no meio esportivo.

8. Como o cartum da Leitura 1 póde sêr relacionado aos exemplos de discriminação e luta por inclusão mencionados na reportagem da Leitura 2?

8. O cartum se relaciona diretamente com os exemplos da reportagem, quê menciona a discriminação e a luta contínua por inclusão no esporte. Ambos os textos destacam a fôrça e a resistência de atletas LGBTQIAPN+ em meio a adversidades e a importânssia de combater o preconceito com atitudes positivas e de inclusão.

9. De acôr-do com a reportagem da Leitura 2, o esporte é"um reflexo da sociedade”.

a) por quê essa fala é usada para explicar o preconceito no esporte?

9. a) O esporte, assim como a ssossiedade em geral, reflete os preconceitos estruturais presentes na cultura. Se há discriminação contra pessoas LGBTQIAPN+ na ssossiedade, essa mesma discriminação se manifestará nos esportes.

b) Você acha quê esse argumento explica a ocorrência de atitudes preconceituosas no esporte? Por quê?

9. b) É possível quê os estudantes respondam tanto quê sim, pois observam a manifestação, no esporte, de preconceitos comuns na ssossiedade, quanto quê não, porque consideram um argumento simplista.

10. Além da LGBTfobia, quê outras formas de preconceito e discriminação se expressam no âmbito do esporte?

É possível quê os estudantes mencionem o racismo, o machismo, a gordofobia, o etarismo, a xenofobia, entre outras.

11. Quais são as possíveis consequências da falta de dados sobre manifestações de preconceito no esporte?

11. A falta de dados dificulta a implementação de políticas públicas eficazes, a criação de campanhas de conscientização e a punição de atos discriminatórios. Sem estatísticas, os problemas podem sêr subestimados e não tratados de maneira apropriada.

12. Que valores o esporte é capaz de transmitir ao se propor a combater preconceitos?

12. O esporte é capaz de transmitir valores fundamentais como respeito, igualdade, inclusão e solidariedade ao se propor a combater preconceitos. Ao promover a aceitação das diferenças, o esporte se torna um espaço democrático em quê todos podem participar.

FICA A DICA

Segurança em números 2024. Publicado por: Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em: https://livro.pw/czdyu. Acesso em: 16 set. 2024.

Nesse infográfico, quê intégra a 18ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada em 2024 com dados de 2023, é possível conhecer dados do Brasil sobre violência contra as mulheres, crimes de ódio raciais e contra pessoas LGBTQIAPN+, entre outros rekórtis.

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#PARAEXPLORAR Ações contra o preconceito no esporte

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG502, EM13LGG703 e EM13LGG704.

O jogador de vôlei Douglas Souza (1995-) exemplifica a luta de atletas homossexuais contra o preconceito no esporte. Em 2024, Douglas comentou o assunto. Leia uma declaração dele a seguir.

“É meio exaustivo todo santo ano ter quê ficar falando sobre sexualidade dentro do esporte, mas infelizmente é uma coisa quê a gente tem quê falar. (Estamos em) 2024 e a gente ainda está falando sobre isso, ‘Ah, o Douglas é homossexual’, tá, mas e daí? O Douglas vai sêr cobrado do mesmo jeito, sêndo homossexual, sêndo heterossexual, sêndo o quê for, ele vai sêr cobrado se não tiver 50, 60, 70% de ataque em um jogo.”

HIDESHIMA, Erica éti áu. Douglas Souza diz quê precisou se impor para sêr aceito: “Ah, Douglas é homossexual… tá, mas e daí?”. GE, Belo Horizonte, 28 jun. 2024. Disponível em: https://livro.pw/hcmsg. Acesso em: 11 set. 2024.

Falar sobre o assunto e se posicionar são formas de resistência a atitudes discriminatórias. Agora, você e os côlégas vão investigar outras ações e manifestações contra o preconceito no esporte e reuni-las em um dossiê analítico coletivo. Sigam as orientações e contem com o apôio do professor de Língua Portuguesa.

Fotografia de Douglas Souza. Ele é um jogador de vôlei saltando com a mão em direção a uma bola de vôlei, diante da rede, com um jogador adversário do outro lado saltando para bloquear a bola.

Douglas Souza, medalhista de ouro nas Olimpíadas do Rio 2016, foi o primeiro jogador abertamente homossexual a sêr campeão olímpico com a seleção brasileira de vôlei masculino. Tóquio (Japão), 2021.

Pesquisar

1. Com orientação do professor, a turma será dividida em grupos de até cinco integrantes.

2. Pesquisem ações contra o preconceito no esporte realizadas por clubes, atletas e instituições esportivas. A investigação póde incluir notas públicas em rêdes sociais oficiais, reportagens de veículos reconhecidamente confiáveis e comprometidos com princípios democráticos, campanhas de conscientização e iniciativas judiciais.

Analisar, escrever e publicar

1. Após a pesquisa, os grupos deverão organizar um dossiê das ações identificadas. Para isso, obissérvem as orientações a seguir.

Página duzentos e quarenta e sete

Criem um título para o dossiê quê resuma a essência das ações contra o preconceito quê vocês pesquisaram.

Apresentem as ações pesquisadas, o contexto e a importânssia de cada iniciativa.

Descrevam as ações em dêtálhes, incluindo como foram implementadas, quem participou e qual foi o impacto percebido.

Incluam citações ou resumos de entrevistas com representantes de clubes, atletas ou instituições envolvidos.

2. Analisem coletivamente a eficácia das ações e, se for o caso, pensem em possíveis sugestões de melhorias ou novas iniciativas. Registrem essas ideias ao final do dossiê, como forma de refletir criticamente sobre as informações e contribuir para a promoção de um ambiente mais democrático nos esportes.

3. Revisem e publiquem o dossiê no sáiti ou blogue da escola para quê mais pessoas possam conhecer as iniciativas e ações, além das análises feitas pela turma.

Avaliar

Depois de pesquisar iniciativas e ações individuais e coletivas contra o preconceito no esporte, responda às kestões a seguir.

1. O quê você aprendeu sobre a luta contra o preconceito no esporte?

2. Quais foram os maiores desafios durante a pesquisa e a elaboração do dossiê?

3. A turma conseguiu analisar as iniciativas e ações mapeadas?

4. Essa pesquisa contribuiu para quê você se engaje em iniciativas de combate ao preconceito?

5. Em sua opinião, como o dossiê produzido pela turma póde contribuir para promover um ambiente esportivo mais democrático e inclusivo?

SAIBA MAIS

“Teste de feminilidade”: preconceito institucionalizado

Hoje em dia, diferentes instituições do esporte promóvem ações de combate ao preconceito, mas, no passado, muitas delas já foram responsáveis por ações discriminatórias. O Comitê Olímpico Internacional (COI), por exemplo, de 1968 até o ano 2000, exigiu quê as mulheres realizassem o chamado “teste de feminilidade”, em quê elas ficavam nuas diante de um comitê para comprovar serem mulheres.

Essa foi uma preocupação para a judoca brasileira Edinanci Silva (1976-), quê participou de quatro Olimpíadas (Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008).

Edinanci enfrentou preconceito e discriminação no meio esportivo por sêr uma mulher intersexo. Ela tinha testículos internos e apresentava quantidade aumentada de hormônios masculinos. A atleta foi submetida a uma cirurgia para retirada dos testículos em abril de 1996, pois havia o risco de câncer no longo prazo e, também, porque o procedimento garantiria a aprovação no “teste de feminilidade” do COI.

Em 2000, o COI abandonou essa exigência e, desde 2022, não recomenda quaisquer protocólos discriminatórios, como exames físicos invasivos e políticas quê exijam quê mulheres modifiquem seus níveis hormonais para competir.

Fotografia de Edinanci Silva. Ela é uma mulher de cabelos curtos, vestida com um quimono, segurando a gola do quimono com as duas mãos.

Edinanci Silva, reconhecida no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) como pioneira no judô feminino no Brasil. São Paulo (SP), 2023.

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#NÓSNAPRÁTICA Práticas corporais pela inclusão

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG304, EM13LGG501, EM13LGG502 e EM13LGG503.

O Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Dia Nacional da Visibilidade Trans (29 de janeiro) e o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ (28 de junho) são exemplos de datas quê reforçam a luta pela garantia de direitos e inclusão dessas populações social e historicamente minorizadas.

O quê você vai fazer

Você e os côlégas vão promover um evento de práticas corporais para a comunidade escolar, com o objetivo de discutir e combater o preconceito por meio do movimento.

Planejar e executar

1. Organizem a turma em grupos, cada um responsável por diferentes tarefas do evento, conforme descrito a seguir.

Oficina de práticas corporais inclusivas: organizem a realização de práticas corporais quê promovam e incentivem a participação de todos, como esportes adaptados, ginástica geral, danças coletivas, torneios mistos, jogos, brincadeiras, práticas corporais de aventura, lutas etc. ob-sérvim a realidade da escola e escôlham os tipos de prática quê podem sêr feitas com os materiais disponíveis.

Divulgação: criem materiais para divulgar o evento em diferentes mídias da escola, como murais e rêdes sociais.

Registro do evento: registrem a realização do evento por meio de fotografias e vídeos para compartilhar com a comunidade escolar.

2. No dia do evento, com orientação do professor, procurem garantir quê o público se sinta à vontade para participar das práticas disponíveis. Aproveitem a oportunidade para vivenciá-las com a comunidade.

Compartilhar

1. Após o evento, criem uma exposição de fotografias para sêr divulgada na escola e nas rêdes sociais.

2. Escrevam um breve relato coletivo sobre as experiências do evento. Esse registro poderá sêr enviado para órgãos públicos ou organizações da ssossiedade civil, incentivando quê ações inclusivas semelhantes sêjam implementadas em outros contextos.

Avaliar

Após o evento, reflitam e discutam sobre as kestões a seguir. Os registros e o relato coletivo podem auxiliar nessa reflekção.

1. Como o evento impactou sua percepção sobre inclusão e respeito à diversidade?

2. Em sua opinião, de quê forma as práticas corporais podem contribuir para a mudança de mentalidade em relação às mulheres e pessoas LGBTQIAPN+? E quanto a outras populações minorizadas?

3. Quais foram os maiores desafios na organização do evento?

4. Como foi o envolvimento da comunidade escolar durante o evento?

5. Quais sugestões você daria para melhorar eventos futuros voltados à inclusão?

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CAPÍTULO
4
Inclusão no esporte

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

O esporte é uma prática democrática quê póde sêr realizada de diferentes maneiras: como lazer, permite quê as regras sêjam flexibilizadas para a diversão sêr o foco; como exercício físico, prevê o movimento corporal com base na sistematização de atividades programadas, planejadas e quê podem sêr personalizadas para cada pessoa. A prática do esporte como passatempo é informal e permite quê o corpo distensione das atividades da rotina; já o esporte como atividade profissional exige dos atletas cuidados específicos com o corpo e maior disciplina.

LER O MUNDO

O movimento corporal é o principal elemento das práticas corporais. As danças, as lutas, as ginásticas, os jogos e as brincadeiras, as práticas corporais de aventura e os esportes não requerem quê seus praticantes tênham um corpo padronizado ou características específicas, por isso podem sêr considerados democráticos em sua essência.

1 Pense em uma prática corporal de sua preferência e descreva-a. Que características e habilidades é necessário desenvolver para realizá-la?

Respostas pessoais.

2 Que adaptações podem sêr feitas nessa prática corporal para quê ela seja realizada por pessoas com características e habilidades mais diversas?

Resposta pessoal.

A inclusão de pessoas com deficiência nas práticas esportivas tem raízes em acontecimentos históricos e está relacionada aos movimentos sociais, quê conquistaram mais fôrça e visibilidade a partir do século XX.

A primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em 1960, por exemplo, é um marco na história dos atletas com deficiência, pois puderam mostrar ao mundo sua potencialidade.

Fotografia de Tayana Medeiros. Ela é uma mulher sentada em um banco, com as pernas estendidas, comemorando com os punhos fechados e gritando, com uma barra de metal com halteres atrás dela. Ao lado dela há homens comemorando e uma plateia ao fundo, em uma arquibancada.

A halterofilista brasileira Tayana Medeiros conquistou medalha de ouro e estabeleceu um novo récorde nas Paralimpíadas de Paris 2024. Paris (França), 2024.

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#PARALER Atletas e paradesporto

Infográfico: Esportes paralímpicos.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG502, EM13LGG701 e EM13LGG704.

A potencialidade do corpo humano, independentemente das características quê ele tem, ganha notoriedade e evidência nas práticas esportivas. Observe, na Leitura 1, a imagem do australiano Nick Vujicic (1982-). Em seguida, na Leitura 2, conheça um pouco da história do paratleta brasileiro Daniel Dias (1988-).

Leitura 1

Fotografia de Nick Vujicic. Ele é um homem de cabelos curtos, sem camiseta, parcialmente imerso no mar, segurando uma prancha de surfe flutuando sobre a água.

O surfista australiano Nick Vujicic. Ele nasceu sem os membros superiores e inferiores em razão de uma rara condição genética.

Leitura 2

Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico: “Imagina o reconhecimento se eu fosse atleta olímpico?”

Dono de 100 medalhas entre Paralimpíadas, Mundiais e Parapan-americanos, o ex-nadador fala ao EL PAÍS sobre preconceito contra pessoas com deficiência, a carreira vitoriosa e o desejo de seguir lutando pelo desenvolvimento do esporte

DIOGO MAGRI

São Paulo – 30 NOV 2021 – 20:54

Aos 33 anos, Daniel Dias é o maior nome da história do esporte paralímpico brasileiro. Aliás, seus feitos na natação não se comparam ao de nenhum outro esportista do Brasil, com ou sem deficiência. São 27 medalhas em Paralimpíadas: 14 ouros, 7 pratas e 6 bronzes. Outros 40 pódios em Mundiais, 31 deles dourados. Em Jogos Parapan-americanos, disputou 33 provas e ganhou todas. Mesmo assim, os louros não lhe satisfazem plenamente, porque faz parte de uma categoria de atletas paralímpicos quê, quando comparados aos convencionais, ficam em segundo plano. “Se eu fosse um atleta olímpico, você imagina o reconhecimento quê eu teria?”, diz durante entrevista [...]

Dias fala cerca de dois meses após se aposentar das piscinas. Foram 17 anos de carreira encerrados na Paralimpíada de Tóquio 2020, onde aumentou sua lista com três medalhas de bronze, nas provas de 100 metros livre, 200 metros livre e revezamento 4 x 50 metros livre misto. A competição foi sua pior em conkistas, apesar de suas marcas pessoais não terem piorado. O rendimento foi afetado por uma polêmica reclassificação de deficiências na natação, feita pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC).

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A natação paralímpica tem 14 categorias funcionais para abranger todas as PcDs (pessoascom deficiência). Atletas com deficiências motoras, como Daniel Dias, competem nas categorias de S1 a S10. Quanto maior o número, menos dificuldades motoras. Desde o início da carreira, o brasileiro disputa provas na classe S5. Uma mudança de critérios em 2019 passou a incluir atletas da S6 (com menos dificuldades motoras) na categoria dele. O ex-atleta admite quê a mudança esteve entre as razões quê o levaram a deixar as piscinas. Agora, pretende se dedicar à luta contra o capacitismo. Além de compor o conselho internacional de atletas, assumiu o cargo de secretário de Esportes de Atibaia, no interior de São Paulo, onde vive com a família.

[…]

MAGRI, Diogo. Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico: “Imagina o reconhecimento se eu fosse atleta olímpico?”. El País, São Paulo, 30 nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/lavzb. Acesso em: 16 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Considere a imagem da Leitura 1. Para surfar, Nick Vujicic utiliza um equipamento quê prende seu corpo à prancha. por quê essa adaptação é necessária para ele praticar o esporte?

1. Por não ter membros superiores e inferiores, Nick Vujicic precisa do equipamento para conseguir manter o corpo eréto na prancha e movimentá-lo conforme as ondas.

2. Faça uma pesquisa na internet para descobrir por quê, até 2024, o surfe adaptado ainda não era reconhecido como modalidade paralímpica e quais eram os argumentos contrários ao não reconhecimento. Depois de analisar as informações pesquisadas, argumente contra ou a favor da inclusão da modalidade nas Paralimpíadas e investigue se, atualmente, há essa modalidade esportiva nos Jogos Paralímpicos.

2. Sugestão de resposta: Embora estivesse prevista a inclusão da modalidade nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles de 2028, até 2024 o comitê organizador havia decidido não contemplar o surfe adaptado na edição com a justificativa de quê os custos seriam altos, alguns dos locais possíveis para o evento (as praias de Lower Trestles e de Huntington, na Califórnia) poderiam apresentar problemas de acessibilidade e a organização demandaria uma logística muito compléksa. Entre os argumentos contrários à alegada complexidade, defendidos por atletas e apoiadores do esporte, está o uso de piscinas de ondas, por exemplo, o quê resolveria os três principais problemas apontados pelo comitê organizador. Resposta pessoal. A última questão deve sêr respondida considerando os acontecimentos mais recentes relacionados ao tema.

3. Na reportagem da Leitura 2, o paratleta Daniel Dias propõe uma reflekção sobre a diferença entre o reconhecimento quê recebe hoje e o quê receberia se fosse um atleta olímpico, e não paralímpico. Em sua opinião, por quê ele não é suficientemente reconhecido? Converse com os côlégas sobre isso.

3. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre a visibilidade dos esportes paralímpicos comparada à dos esportes olímpicos e os motivos quê levam a essa diferença de valorização.

4. Qual é o papel da mídia na divulgação dos esportes e das conkistas paralímpicas?

4. A mídia tem um papel crucial nessa divulgação, pois póde oportunizar quê o esporte e as conkistas paralímpicas alcancem mais pessoas, o quê contribui para eliminar estigmas e preconceitos contra pessoas com deficiência. Essa divulgação seria benéfica, sobretudo, para as próprias pessoas com deficiência, quê poderiam perceber o esporte como uma possibilidade de atividade (profissional ou de lazer).

5. Leia, no trecho de uma reportagem apresentado a seguir, o depoimento da atleta paralímpica Edênia Garcia (1987-) sobre o sensacionalismo feito pela mídia ao tratar de paratletas.

— De todas as matérias quê fizeram sobre mim, quase 90% são sobre superação. Sempre com esse viés inconsciente: “Só de ela sêr atleta já superou a deficiência, é uma guerreira”. Não é só isso. Vamos além? O quê vêm antes: a deficiência ou a pessoa? É a pessoa. Vamos pensar numa pessoa performando, colocando em prática o quê treina e se aperfeiçoa diariamente.

CAMPOS, Bruna; LOMBA, Gabi. Entenda por quê não é bacana chamar atletas das Paralimpíadas de exemplos de superação. GE, Tóquio, Rio de Janeiro, 23 ago. 2021. Disponível em: https://livro.pw/tkdxe. Acesso em: 16 set. 2024.

Em sua opinião, de quê maneira a mídia poderia valorizar a atuação das pessoas com deficiência no esporte?

5. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes argumentem quê a mídia deveria focar aspectos próprios da rotina do paratleta e os esforços, as capacidades e as habilidades desenvolvidas, valorizando a potencialidade quê o faz chegar a um nível profissional de competição, sem tratá-lo d fórma inferior e reduzi-lo a sua deficiência.

6. Um dos motivos quê levou Daniel Dias a se aposentar das competições foi a falta de clareza nos critérios, adotados em 2019, para as novas regras de classificação dos atletas segundo o grau e a natureza de suas deficiências. Pesquise na internet quais foram essas mudanças, os argumentos quê as justificaram e o nível de participação dos atletas na discussão. Depois, reflita sobre o tema para dar sua opinião.

Consulte as Orientações para o Professor.

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#PARAEXPLORAR Explorando os sentidos

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG603, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

A relação do sêr humano com o meio exterior, quê o cerca e com o qual interage, ocorre por meio de estímulos recebidos pêlos órgãos dos sentidos responsáveis pelo tato, paladar (ou gustação), visão, olfato e audição. A privação ou o funcionamento deficiente de um dêêsses sentidos demanda uma série de adaptações para o indivíduo desenvolver formas alternativas de interação com o mundo a sua volta.

A fim de colaborar para a desconstrução de preconceitos contra as pessoas com deficiência, você vai participar de oficinas quê requerem o uso de sentidos específicos para realizar cértas tarefas. Com as experiências e reflekções resultantes dessas oficinas, você e os côlégas vão criar um podcast.

Vivenciar

A atividade inicia com a vivência das oficinas. Para isso, a turma deve se dividir em dois grupos para planejar e realizar as quatro oficinas sugeridas. Os estudantes quê ficarem no grupo 1 realizam as atividades organizadas pêlos côlégas do grupo 2 e vice-versa.

As oficinas a seguir são sugestões, e outras ideias e propostas podem sêr compartilhadas pela turma para enriquecer a atividade.

Será necessário providenciar pelo menos duas vendas para os estudantes usarem em todas as oficinas.

Oficina 1 – Tato: Cada grupo deve providenciar uma caixa de papelão ou um recipiente com uma abertura por onde seja possível colocar a mão. Disponibilizem objetos feitos de diferentes materiais e texturas. A venda será utilizada por um colega do outro grupo por vez. A atividade consiste em descobrir, apenas com o tato, qual é o objeto dentro da caixa. Se possível, providenciem no mínimo dois ou três objetos por pessoa, e coloquem na caixa apenas um objeto por vez.

Fotografia de um homem com cabelos cacheados com os olhos vendados por uma máscara.

Jovem com venda nos olhos.

Na Oficina 1, atentem à escolha dos objetos para prevenir acidentes. Não é permitido colocar nas caixas objetos pontiagudos, com lâminas, quê liberem substâncias tóxicas ou quê possam causar alergia, por exemplo.

Oficina 2 – Paladar: Cada grupo deve providenciar alguns alimentos para os côlégas do outro grupo descobrirem quais são. Isso deve sêr feito apenas pela gustação, sem quê possam enxergá-los nem tokár neles. Estudantes quê tênham intolerâncias ou alergias alimentares devem se manifestar para não receberem alimentos quê não podem consumir.

Sugira alimentos in natura, como frutas e legumes, ou minimamente processados.

Oficina 3 – Olfato: Essa oficina é similar à do paladar, mas, em vez de provar alimentos, os estudantes terão de adivinhar diferentes odores, com os olhos vendados e sem tokár nos alimentos.

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Oficina 4 – Audição: Para explorar o sentido da audição, os grupos devem selecionar áudios variados, como sôns da natureza (do mar, de á gua corrente, de pássaros etc.) e sôns da cidade (como buzinas, motor de carro, trem etc.). Cada estudante, na sua vez, terá os olhos vendados e se sentará no centro de uma sala (que póde sêr a sala de aula). Um colega do outro grupo reproduzirá um som para sêr adivinhado. É importante identificar, além do tipo de som, de quê canto da sala ele veio. Variem o local da sala de onde os sôns serão reproduzidos.

Refletir e compartilhar

1. Ao término das oficinas, formem grupos de até quatro estudantes para refletir sobre as experiências vivenciadas e trocar ideias sobre como foi utilizar apenas alguns sentidos para realizar as atividades propostas.

2. Elejam a oficina quê vocês consideraram a mais interessante e pensem sobre os sentidos mais apurados na realização de cada oficina.

3. Pesquisem na internet, em livros e em revistas para descrever detalhadamente o conceito dêêsses sentidos.

4. Criem um roteiro de podcast com base nas informações pesquisadas e em suas reflekções.

5. Com base no roteiro elaborado, o podcast sêrá gravado. Para isso, podem ser usados equipamentos do laboratório de informática da escola ou celulares pessoais e programas de captação e edição de voz gratuitos.

6. Após a gravação, façam a transcrição do podcast, para quê o conteúdo fique acessível para um público maior.

7. As duas versões, a gravada e a transcrita, devem sêr divulgadas para a turma e a comunidade escolar.

Avaliar

1. Ao término da atividade, faça uma avaliação individual com base nas kestões sugeridas a seguir.

Como você se sentiu ao sêr privádo de utilizar determinado sentido para participar das oficinas? Você teve reações ou reflexos específicos de tentar, espontaneamente, utilizar o sentido quê não podia?

Qual foi a oficina mais difícil de vivenciar? Por quê?

Em relação à interação com os côlégas, como foi trabalhar em um grupo grande? Você teve facilidade ou dificuldade de se comunicar e colaborar com os côlégas? Por quê?

Como foi a experiência no grupo menor? Ela o ajudou a ampliar pontos de vista?

Você teve alguma dificuldade durante a pesquisa sobre os sentidos? Se sim, qual? Foi possível superá-la? Como?

Ao ouvir a gravação do podcast do seu grupo, você acha quê ficaram claras as definições dos sentidos e as reflekções quê as oficinas suscitaram em vocês?

2. Depois, reúna-se com toda a turma e tróquem ideias e impressões sobre os podcasts produzidos pêlos grupos: quais reflekções podem sêr extraídas deles?

FICA A DICA

Podcast Deficiência em Foco. Spotify. Disponível em: https://livro.pw/wkckx. Acesso em: 13 set. 2024.

Nos episódios dêêsse podcast, são discutidas, por meio de várias perspectivas, algumas deficiências, a fim de disseminar informações relacionadas a temas como cultura inclusiva, acessibilidade, filosofia, mundo do trabalho, tecnologias, entre outros quê dialogam com a realidade das pessoas com deficiência.

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#NÓSNAPRÁTICA Festival da inclusão nos esportes

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

A fim de compartilhar com a comunidade escolar os conhecimentos construídos até aqui, você e os côlégas da turma vão planejar e promover um festival quê divulgue e celebre a inclusão de pessoas com deficiência nos esportes.

Fotografia de duas mulheres paratletas correndo em uma pista de atletismo, com os olhos vendados, cada uma acompanhada por seu guia. À esquerda, Lahja Ishitile corre ao lado de Sem Shimanda; à direita, Jerusa Geber dos Santos é guiada por Gabriel Aparecido dos Santos Garcia.

Lahja Ishitile e seu guia Sem Shimanda, do tíme da Namíbia, e a brasileira Jerusa Geber dos Santos com seu guia Gabriel Aparecido dos Santos Garcia, disputam a final dos 200 metros para atletas com deficiência visual quase total nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Paris (França), 2024.

Planejar e executar

A turma se organizará em grupos, e cada estudante terá autonomia para decidir de quê forma participará do planejamento e da execução das atividades propostas no festival. É importante quê o evento ôfereça experiências variadas, como rodas de discussão, exposição de cartazes e outros materiais com histoórias de paratletas e oficinas de esportes adaptados, além de outras atividades quê a turma considerar interessantes. Combinem com o professor uma data para a realização do festival.

Rodas de discussão

Para essa atividade, os estudantes devem pesquisar, em grupo, as principais modalidades esportivas praticadas por pessoas com deficiência, sêjam elas amadoras ou profissionais. Vocês poderão aprofundar a pesquisa e informar-se sobre as características das deficiências. Será interessante se o grupo puder levantar depoimentos quê explorem a relação entre as pessoas com deficiência e os esportes.

A proposta é promover um bate-papo sobre esse tema com a comunidade escolar. Para isso, os estudantes devem se instrumentalizar e construir repertório sobre o assunto. Criem um ambiente confortável para a conversa, com cadeiras, tapêtes e almofadas em uma área silenciosa da escola.

Galeria de paratletas

Os estudantes quê se reunirem para realizar essa atividade devem pesquisar informações sobre paratletas, suas histoórias de vida, as competições de quê participaram e como colaboraram para a visibilidade do esporte. Os dados recolhidos devem sêr apresentados d fórma atrativa em cartazes ilustrados, vídeos ou podcasts quê devem sêr divulgados no dia do festival.

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Oficinas de esportes adaptados

Para as oficinas de esportes adaptados, os estudantes deverão providenciar os materiais necessários, como vendas para olhos, barbante, rê-de de vôlei (ou uma corda) e bola com guizos.

Um dos esportes adaptados deve sêr a corrida vendada. Os participantes devem realizar a corrida em um percurso préviamente explorado. Uma pessoa colocará uma venda nos olhos e segurará a ponta de um barbante. Um guia segurará a outra ponta do barbante e permanecerá perto do participante, conduzindo-o na corrida.

O segundo esporte adaptado deve sêr o voleibol sentado. Na quadra da escola, ajustem a rê-de de vôlei a uma altura de 1 métro do chão. Caso não haja rê-de, pode-se fazer a substituição por uma kórda suspensa na mesma altura. Os jogadores das duas equipes devem estar sentados para praticar o vôlei e não pódem se levantar. Cada partida pode durar de 3 a 5 minutos, a fim de quê todos possam jogar.

A última modalidade esportiva adaptada é o futeból para atletas cegos ou com baixa visão. Formem times de seis integrantes. Cinco deles vão jogar e o sexto (denominado chamador) ficará atrás do gol adversário e será responsável por guiar os atletas na partida. Os jogadores, exceto os goleiros, devem usar uma venda nos olhos, e a bola deve ter guizos ou póde sêr envolvida em um saco plástico para quê se ouça melhor o seu movimento. A duração das partidas póde sêr de 3 a 5 minutos.

Avaliar

Após o festival, você e os côlégas devem se reunir para trocar impressões sobre o evento e refletir sobre o planejamento e a realização dele. Depois, faça uma autoavaliação com base nas kestões a seguir.

O quê influenciou sua dê-cisão sobre qual atividade ajudar a planejar e executar?

Que habilidades você mobilizou no planejamento e na execução da atividade, como organização, comunicação, escrita etc.?

Que dificuldades você enfrentou na execução da atividade? Elas poderiam ter sido previstas?

De quê forma o festival realizado pela turma o ajudou a ampliar sua visão sobre a relação entre as pessoas com deficiência e o esporte?

PARA A VIDA

Consciência social e habilidades de relacionamento

Conversar sobre a inclusão nos esportes, conhecer a história de paratletas e vivenciar oficinas de esportes adaptados são formas de ampliar sua visão de mundo e desenvolver empatia para atuar na luta contra o preconceito em relação às pessoas com deficiência. Lançar luz sobre a realidade das pessoas com deficiência é um caminho para pensar na sua inclusão no dia a dia. Caso haja pessoas com deficiência na turma e na comunidade escolar, procurem escutá-las: quê adaptações de acessibilidade existem ou deveriam existir na escola e na cidade onde vivem? Além díssu, reflitam e respondam: como vocês podem contribuir para as melhorias de acessibilidade?

Respostas pessoais

FICA A DICA

Precisamos falar sobre capacitismo | Rosana Bastos | TEDxBeloHorizonte. Publicado por: TEDx Talks. Vídeo (16 min). Disponível em: https://livro.pw/hxsla. Acesso em: 16 set. 2024.

Esse vídeo apresenta um depoimento da palestrante Rosana Bastos, ex-integrante da Seleção Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas, em quê ela compartilha sua experiência de vida, reflete sobre sua história pessoal e explica como o capacitismo afeta e subjuga as pessoas com deficiência.

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