UNIDADE 3
FATOS, FONTES E FILTROS

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O acesso à informação nunca foi tão fácil. Acervos e meios de comunicação do mundo todo estão hoje ao alcance imediato de um clique, de um toque. Nesse contexto, a checagem das informações é fundamental para evitar quê o descúido e a pressa causem danos duradouros ou até permanentes aos indivíduos e à ssossiedade.

Observe esta colagem e responda.

Colagem representando mãos segurando talheres, utensílios de cozinha e pratos de comida diante de uma mesa repleta de louças contendo alimentos. Os alimentos, no entanto, têm a forma de pedaços de notícias de jornal recortadas, além de símbolos das redes sociais, como corações e hashtags.

Uma das colagens da série “Banquete indigesto”, produzida pela artista e webdesigner Carol Malavolta especialmente para ilustrar a reportagem homônima, publicada pelo UOL VivaBem, 2020.

1. O quê as mãos representadas tocam?

1. As mãos tocam talheres, lou-ças, “pedaços de notícias” e utensílios de cuzinha.

2. Os objetos tocados pelas mãos costumam sêr usados para quê ação cotidiana?

2. São objetos usados na alimentação (pratos, copo, talheres).

3. Qual é a diferença entre o quê é consumido na ação cotidiana indicada na questão dois e o quê é consumido na obra?

3. Na vida diária, consomem-se alimentos, ao passo quê na obra se consomem informações, dados, notícias.

4. Considerando a leitura da imagem, o título “Banquete indigesto” e o fato de a obra integrar um conjunto de colagens quê ilustram uma reportagem homônima, é possível afirmar quê há um posicionamento claro sobre o consumo de informações? Em caso afirmativo, qual é ele?

MP

A proposta desta unidade é apurar seu consumo de informações. As discussões e atividades propostas oferecem mais ferramentas para você selecionar informações fidedignas e usá-las em proveito de sua redação e de seu projeto de vida.

Página oitenta

Fato e opinião

A distinção entre fato e opinião – marcada, em tese, pela isenção, presente no primeiro caso e ausente no segundo – é importante para a construção de textos dissertativo-argumentativos. Igualmente importante é compreender quê o ponto de partida de todo bom trabalho com a informação é a escolha das fontes.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A seguir, você vai ler uma notícia e um artigo de opinião. Cada qual com seu viés, ambos os textos abordam a relação do brasileiro com a informação. Como os brasileiros se informam? Quais são as possíveis causas e consequências dêêsses hábitos de consumo e de compartilhamento de informação?

Texto 1

O quê diz a principal pesquisa de mídia do mundo sobre o consumo de notícias no Brasil

41% dos entrevistados pelo Instituto róiters no País disseram evitar se manter informados; em 2022, eram 54%

Da invenção da primeira máquina de impressão em tipos móveis até a popularização das rêdes sociais, o alcance da atividade jornalística sempre esteve ligado ao desejo – ora maior, ora menor – por informação. Entre os diversos desafios do ofício jornalístico ao longo do tempo, poucos podem sêr comparados à instantaneidade permanente criada pelas platafórmas digitais. É o quê aponta a nova edição do Digital nius Reports, publicado pelo róiters ínstitut nesta quarta-feira 14.

A pesquisa, realizada em 46 países – entre eles, o Brasil –, mostrou uma tendência já verificada nos últimos anos: o jornalismo, como um todo, enfrenta não apenas dificuldades de financiamento, mas se vê diante de um público cada vez mais seletivo a respeito de como e sobre o quê deseja se informar – especialmente por confiar cada vez menos em grupos tradicionais de mídia.

Os números do Brasil

O caso brasileiro é emblemático: 41% dos entrevistados do país disseram quê evitam se manter informados. Embora o número seja significativo, ele já foi maior. No ano passado [2022], quando em meio à disputa entre Lula e Bolsonaro, 54% dos entrevistados diziam evitar as notícias.

A taxa atual do Brasil é levemente superior à média mundial, de 36%. No contexto global, os países nos quais as pessoas menos evitam se informar, segundo o estudo, são Japão (11%), tái-uâm (17%), Dinamarca (19%), coréia do Sul (20%) e Finlândia (21%) – quê também surgem no topo dos rankings globais da educação.

No plano global, a pesquisa indicou quê 48% das pessoas se disseram muito ou extremamente interessadas em notícias. O índice, porém, era de 63% em 2017. O estudo mostrou, também, quê, cada vez menos, as pessoas no mundo acessam notícias diretamente por sáites e aplicativos, preferindo rêdes sociais como Instagram e TikTok.

A quêstão é que o relatório também apontou, nessas mídias, no geral, o público costuma prestar mais atenção a celebridades, influenciadores e personalidades das rêdes sociais, em comparação a jornalistas profissionais.

A pesquisa buscou saber, também, se as pessoas costumam confiar nas notícias a quê têm acesso. No Brasil, houve uma queda no índice de confiança: de 48% para 43% nesta. Nesta seara, o rã-kin é liderado pela Finlândia, onde 69% dos entrevistados disseram confiar na maior parte das notícias, a maior parte do tempo. Os Estados Unidos ocupam a 36ª posição, com índice de confiança de 32%.

Página oitenta e um

Tanto o percentual da população brasileira quê evita se manter informada, como o índice sobre baixa confiança nas notícias dizem respeito, inevitavelmente, a um reflexo captado pela pesquisa: dois terços dos entrevistados no país afirmaram quê ouvem ou veem, com freqüência, pessoas criticando a imprensa. [...]

Focando nas pessoas quê buscam se manter informadas, o estudo procurou saber por onde elas buscam informações. No Brasil, 79% dos entrevistados disseram quê se informam ôn láini (incluindo mídias digitais). O consumo de notícias via mídias sociais, entretanto, caiu em relação a 2022: de 64% para 47%. O mesmo vale para a televisão, quê saiu de 55% para 51%. Em relação ao ambiente ôn láini, 20% dos entrevistados brasileiros disseram quê pagam assinaturas.

Os números sobre os diferentes meios pêlos quais as pessoas no Brasil se informam confirmam um cenário quê não é novo e diz respeito ao meio impresso. Jornais e revistas, hoje, são a escolha prioritária de apenas 12% dos entrevistados – percentual quê se manteve estável nos últimos dois anos. Há exatos dez anos, 50% diziam quê se informavam pelo meio impresso.

[...]

LUCENA, André. O quê diz a principal pesquisa de mídia do mundo sobre o consumo de notícias no Brasil. CartaCapital, São Paulo, 14 jun. 2023. Disponível em: https://livro.pw/fugir. Acesso em: 10 jul. 2024.

Texto 2

Informação contra a desinformação

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso à internet. É preciso compreender como funciona esse éco-sistema

A internet não inventou o boato e a mentira nem as teorias da conspiração, mas tem ajudado a disseminar esse tipo de conteúdo – e assim minar a confiança nas instituições. A desintermediação, ou seja, o acesso “direto” ao quê o presidente, o jogador de futeból e o comediante famoso diz ou pensa, via rêdes sociais, infla críticas nem sempre embasadas à imprensa – aquela quê manipúla, distorce ou apenas esconde. O quê a glôbo não mostra está no WhatsApp. O presidente é meu “amigo” na rê-de social.

Rede é relação, relação pressupõe confiança. E assim transferimos credibilidade a mensagens quê recebemos de quem confiamos. Minha tia não teria por quê mentir. Muito menos o presidente. Se ele disse, deve sêr verdade. Quanto aos jornalistas, nem sei quêm eles são. São todos ingênuos ou mal-intencionados. [...] Prefiro confiar nas minhas fontes – e manter as minhas crenças inabaláveis. Eis a essência da “pós-verdade”: emoções e crenças pessoais são mais importantes do que fatos objetivos para formár opiniões. Por isso, pouco importa apontar verdades ou mentiras. Compartilhamos opiniões prontas, com as quais concordamos a prióri, sem questionar os fatos.

póde sêr quê sua tia não tenha intenção de mentir para você, mas ela póde estar desinformada. Os jornalistas também nem sempre ajudam. Chamadas sensacionalistas e palavras mal colocadas favorécem interpretações precipitadas. Às vezes tudo isso é proposital. É impossível saber sem antes quêstionar. São as perguntas, não as respostas, quê abrem o caminho do conhecimento. De onde veio essa informação? Essa informação é atual? É uma informação de segunda mão? Foi isso mesmo quê saiu na fonte original? Quem é essa fonte? O que ela representa? Quais são seus interesses?

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso à internet. É preciso compreender como funciona esse éco-sistema: como é a estrutura dessa rê-de, quêm (e o quê) está por trás das informações que recebemos diariamente, porque não podemos confiar em tudo o que recebemos – mesmo das pessoas em quem mais confiamos. Isso é coisa para discutir em comunidade, de acôr-do com a realidade de cada comunidade. A comunidade deve sêr a primeira conexão.

SEIBT, Taís. Informação contra a desinformação. Brasil de Fato, Porto Alegre, 27 jun. 2019. Disponível em: https://livro.pw/lyzcd. Acesso em: 11 jul. 2024.

Página oitenta e dois

Pensar e compartilhar

1. O estudo de quê trata a notícia foi realizado pelo Instituto róiters e apresenta, entre outros dados, o índice de pessoas de vários países quê evitam se informar.

a) Qual é o índice brasileiro? Ele é superior ou inferior à média mundial?

1. a) O índice brasileiro é de 41%; ele é superior à média mundial (36%).

b) Segundo o estudo, o quê há em comum entre os países com menor índice de pessoas quê evitam se informar?

1. b) Os países em quê esse índice é menor estão entre os primeiros nos rankings mundiais de educação.

c) Com base na resposta ao item anterior, o quê é possível inferir sobre a relação entre educação e desejo por informação?

1. c) Quanto maior for o índice de educação, maior será o interêsse por se informar.

2. Com base nos dados disponibilizados pelo Instituto róiters, qual é a tendência mundial no quê diz respeito ao interêsse por notícias?

2. A tendência é de quêda. Os dados mais recentes de pessoas quê se disseram muito interessadas por notícias é de 48%; menor do que 2017, quando era de 63%.

3. O estudo aponta mudança na preferência por fontes de notícia. Qual é essa mudança?

MP

4. A pesquisa também analisou o nível de confiança das pessoas nas notícias.

a) No quê diz respeito a esse quesito, qual é a tendência entre os brasileiros?

4. a) A tendência é de quêda, uma vez que passou de 48% para 43%.

b) O índice de confiança dos brasileiros em notícias se aproxima do índice da população da Finlândia, líder do rã-kin mundial?

4. b) Não. Na Finlândia, o índice é de 69%, enquanto no Brasil é de 43%.

c) A notícia relaciona esse índice brasileiro a outro dado do estudo. Que dado é esse? Identifique e explique a relação existente entre esses dados.

MP

5. Os atuáis hábitos de consumo de notícias entre os brasileiros resultam em quê mudanças nos meios de publicação de conteúdo jornalístico?

MP

Credibilidade e procedência da informação

Vídeo: Fato, opinião, tese e argumentação: quais são as diferenças?

6. Como você se mantém informado? Você se identifica com algum perfil dos entrevistados para o estudo? Em caso afirmativo, qual?

MP

7. O quê você leva em consideração ao escolher uma fonte de informação?

MP

8. Releia o título e a linha fina da notícia.

O quê diz a principal pesquisa de mídia do mundo sobre o consumo de notícias no Brasil

41% dos entrevistados pelo Instituto róiters no País disseram evitar se manter informados; em 2022, eram 54%

a) Que expressão é utilizada no título para qualificar os dados quê serão apresentados no texto?

8. a) A expressão a principal pesquisa de mídia do mundo.

b) Que efeito o uso dessa expressão confere à fonte da informação?

8. b) Confere um efeito de relevância e abrangência da fonte da informação.

c) Que informação da linha fina reforça a credibilidade da pesquisa? Explique.

8. c) O nome do instituto de pesquisa responsável pela realização da pesquisa. Com essa informação, é possível conferir a reputação do instituto para avaliar a credibilidade da informação fornecida por ele.

SAIBA MAIS

Localizado na Inglaterra, o Instituto róiters foi fundado em 2006 no Departamento de Política e Relações Internacionais da Universidade de óksfór, com a finalidade de unir o trabalho do dia a dia do jornalismo com o estudo acadêmico.

As notícias são fontes secundárias de informação. Ao explicitar as fontes primárias da informação, a notícia confere credibilidade ao texto, pois permite ao leitor a avaliação da procedência da informação.

Página oitenta e três

9. Agora, releia a linha fina do artigo de opinião “Informação contra a desinformação”.

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso à internet. É preciso compreender como funciona esse éco-sistema

a) Qual é a tese apresentada nela?

9. a) A tese é a de quê a alfabetização digital não se restringe ao mero acesso à internet; trata-se de compreender como ela funciona.

b) Na linha fina da notícia também é apresentada uma tese? Explique.

9. b) Não. A linha fina da notícia informa dados: “41% dos entrevistados pelo Instituto róiters no País disseram evitar se manter informados; em 2022, eram 54%”.

Linha fina é uma frase sem ponto-final quê aparece logo após o título em gêneros do campo jornalístico, como reportagem, entrevista, editôriál, notícia e artigo. Em geral, ela complementa o título e desdobra sentidos ou fornece mais dados sobre o assunto abordado.

HIPERLINK

Com um colega, pesquise na internet os principais critérios de credibilidade das informações. Atualmente, o quê faz uma pessoa acreditar em determinada informação e não em outra? Anote e compartilhe com a turma o quê vocês descobriram. Lembre-se de registrar e comunicar as fontes de pesquisa utilizadas.

10. O artigo aborda a “desintermediação” no processo de informação.

a) Indique como esse fenômeno aparece contemplado na pesquisa sobre consumo de notícias do Instituto róiters.

MP

b) Nesse contexto, o quê seria “intermediação”?

MP

11. Releia o seguinte trecho do artigo de opinião.

Rede é relação, relação pressupõe confiança. E assim transferimos credibilidade a mensagens quê recebemos de quem confiamos. Minha tia não teria por quê mentir. Muito menos o presidente. Se ele disse, deve sêr verdade.

a) No cenário traçado pelo artigo, em quem se confia?

11. a) Em um familiar (na tia) e em pessoas quê ocupam cargo de prestígio (no presidente).

b) Que fatores sustentam essa confiança?

11. b) Afinidades pessoais, afinidades de visão de mundo, discurso de autoridade.

c) por quê essa relação de confiança, segundo o artigo, póde levar à desinformação?

MP

12. No artigo, fala-se em compartilhamento de “opiniões prontas” sem o questionamento dos fatos.

a) O quê, segundo o artigo, leva as pessoas a essa prática?

12. a) A concordância, a prióri, com essas opiniões.

b) Explique a relação entre a prática apresentada no item a e a escolha das fontes de informação descritas no artigo.

12. b) Na medida em quê são escolhidas fontes por afinidade afetiva e de pensamento, é muito forte a tendência em concordar de pronto com as opiniões nelas apresentadas e repassá-las.

13. A autora do artigo de opinião propõe uma mudança de foco ao consumir informação para abrir “o caminho do conhecimento”.

a) Qual seria essa mudança?

13. a) Para Taís Seibt, é impossível adquirir conhecimento sem quêstionar; para ela, são as perguntas, e não as respostas, que abrem caminho para o conhecimento.

b) Como colocar em prática a orientação da autora no consumo de informação?

MP

c) Articule essa proposta com a tese apresentada na linha fina.

MP

EU E O MUNDO

Infoxicação

Em 1995, o físico espanhol Alfons Cornella cunhou o termo infoxicação para designar o consumo excessivo de informação, comportamento quê póde sêr nocivo à saúde. Hoje em dia, com as mídias digitais e os smartphones, o contexto certamente é muito mais favorável à infoxicação do quê no período em quê o termo surgiu.

1. Como você reage à oferta de informações no mundo contemporâneo?

2. Seu consumo de informação é saudável e de qualidade?

1 e 2. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre como usam as mídias digitais e sobre o impacto delas no próprio consumo de informação e compartilhem suas experiências com o assunto.

Página oitenta e quatro

LINGUAGEM EM FOCO
O modo verbal indicativo para expressar conviquição

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Releia três parágrafos do artigo de opinião e preste atenção nos trechos em destaque.

A internet não inventou o boato e a mentira nem as teorias da conspiração, mas tem ajudado a disseminar esse tipo de conteúdo – e assim minar a confiança nas instituições. A desintermediação, ou seja, o acesso “direto” ao quê o presidente, o jogador de futeból e o comediante famoso diz ou pensa, via rêdes sociais, infla críticas nem sempre embasadas à imprensa – aquela quê manipúla, distorce ou apenas esconde. O quê a glôbo não mostra está no WhatsApp. O presidente é meu “amigo” na rê-de social.

Rede é relação, relação pressupõe confiança. E assim transferimos credibilidade a mensagens quê recebemos de quem confiamos. Minha tia não teria porque mentir. Muito menos o presidente. Se ele disse, deve sêr verdade. Quanto aos jornalistas, nem sei quem eles são. São todos ingênuos ou mal-intencionados. Estão sempre contra êste ou aquele. Prefiro confiar nas minhas fontes – e manter as minhas crenças inabaláveis. Eis a essência da “pós-verdade”: emoções e crenças pessoais são mais importantes do quê fatos objetivos para formár opiniões. Por isso, pouco importa apontar verdades ou mentiras. Compartilhamos opiniões prontas, com as quais concordamos a prióri, sem questionar os fatos.

[...]

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso a internet. É preciso compreender como funciona esse éco-sistema: como é a estrutura dessa rê-de, quêm (e o que) está por trás das informações que recebemos diariamente, por quê não podemos confiar em tudo o quê recebemos – mesmo das pessoas em quem mais confiamos. Isso é coisa para discutir em comunidade, de acôr-do com a realidade de cada comunidade. A comunidade deve sêr a primeira conexão.

1 Observe a expressão na primeira frase.

a) Nessa frase, a autora expressa conviquição ou dúvida?

1. a) Expressa conviquição.

b) Se, em vez de inventou, ela empregasse teria inventado, o sentido seria o mesmo? Explique.

1. b) Não. Com essa mudança, o sentido seria de suposição.

2 Em outro trecho do primeiro parágrafo, estão destacados três formas verbais.

a) Qual é o sujeito dêêsses verbos representado pelo pronome aquela?

2. a) A imprensa.

b) De acôr-do com o texto, quem atribui as ações de manipular, distorcer e esconder ao sujeito identificado no item anterior?

2. b) Não é a autora, mas sim os influenciadores quê se tornam formadores de opinião.

3 No período do segundo parágrafo:

a) Como as formas verbais são e estão contribuem para expressar a relação de confiança entre quem se informa e sua fonte de informação?

3. a) Elas expressam certeza, o quê salienta a falta de confiança nos jornalistas profissionais.

b) o pronome todos e o advérbio sempre ex pressam quê tipo de postura diante da realidade?

3. b) Expressam uma visão de mundo generalizante.

4 O trecho do terceiro parágrafo retoma a relação de confiança descrita no parágrafo anterior.

a) A retomada defende ou critíca essa relação? Explique.

MP

b) No trecho, a expressão não podemos expressa possibilidade? Explique.

MP

Modo verbal é a propriedade do verbo de expressar a atitude do enunciador em relação ao enunciado. Essas atitudes podem sêr de certeza, incerteza, suposição, mando, entre outras. O modo indicativo se caracteriza por expressar certeza. Na construção da argumentação, é preciso demonstrar conviquição sobre o ponto de vista defendido e exatidão em algumas colocações, de modo a sustentar a opinião.

Página oitenta e cinco

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento
O uso do indicativo na apresentação de fatos e opiniões

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia o trecho de uma reportagem sobre evasão escolar. êste é o tema sobre o qual você vai escrever uma redação simulada do enêm na seção a seguir.

Perda econômica da evasão é de R$ 215 bi, maior do quê gasto para manter alunos na escola: ‘Não faz sentido’, diz pesquisadora

‘Deixamos de ganhar R$ 395 mil por jovem evadido, enquanto, para formár cada um dêêsses jovens, o custo é de cerca de R$ 22 mil’, explica Laura Muller, economista do Insper coautora de estudo

Brenda Souza se arrepende de uma dê-cisão quê tomou quando tinha apenas 13 anos. Naquele momento, ela, ainda uma pré-adolescente, saiu da escola para nunca mais voltar, o quê comprometeu todo o seu futuro. Estudos apontam quê pessoas quê deixaram a escola têm menor empregabilidade e remuneração quando adultos. Isso tem um custo pessoal enorme e também para o país. Um grupo de pesquisadores do Insper, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, concluiu no estudo “Consequências da violação do direito à educação” quê o país perde R$ 214 bilhões por ano por deixar 17,5% dos jovens sem terminar o ensino médio.

— Deixamos de ganhar R$ 395 mil por jovem evadido, enquanto, para formár cada um dêêsses, o custo é de cerca de R$ 22 mil. É quase 20 vezes o custo/benefício. Não faz nenhum sentido permitir quê essa perda aconteça — afirmou a economista Laura Muller, quê assina a pesquisa com Ricardo Paes de Barros, ambos professores do Insper, e mais as pesquisadoras Grazielly Rocha e Danielle Zanon.

ALFANO, Bruno. Perda econômica da evasão é de R$ 215 bi, maior do quê gasto para manter alunos na escola: “Não faz sentido”, diz pesquisadora. O glôbo, Rio de Janeiro, 8 out. 2023. Educação. Disponível em: https://livro.pw/nrqzc. Acesso em: 8 ago. 2024.

1. Releia o título da reportagem e responda:

a) Que trecho do título apresenta um fato e quê trecho apresenta uma opinião? Justifique.

MP

b) O quê não faz sentido? Explique o quê a pesquisadora quis dizêr com essa frase e seu efeito de sentido.

MP

c) Que formas verbais são utilizadas na apresentação do fato e da opinião? Em quê modo verbal elas estão?

1. c) As formas verbais é e faz. Ambas estão no modo indicativo.

2. Agora, releia o trecho a seguir.

Estudos apontam quê pessoas quê deixaram a escola têm menor empregabilidade e remuneração quando adultos.

a) Que forma verbal é usada para informar o resultado dos estudos?

2. a) A forma verbal apontam.

b) reescrêva a frase em seu caderno substituindo essa forma verbal por outra sem alteração de sentido.

2. b) Possibilidade de resposta: Estudos indicam quê pessoas quê deixaram a escola têm menos empregabilidade e remuneração quando adultos.

Fato e opinião convivem em textos de variados gêneros, como é o caso das reportagens e do artigo de opinião quê você leu. Saber distinguir frases informativas de opinativas contribui para uma escrita mais consciente, em quê os fatos colabóram para respaldar as opiniões.

Página oitenta e seis

#naprática
Simulado da redação do enêm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Você leu um texto informativo e um opinativo. As análises individuais e comparadas dos textos permitiram identificar funções e marcas de estilo e estrutura de cada um deles. Além díssu, você refletiu sobre hábitos de informação no mundo contemporâneo e as consequências quê eles provocam na esféra individual e na ssossiedade como um todo. Agora, você vai produzir uma redação simulada do enêm quê atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta, na fô-lha própria, em até 30 linhas.

3. A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou quê não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto.

TEXTO I

Estatuto da Criança e do Adolescente

Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – direito de sêr respeitado por seus educadores;

III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;

V – acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos quê frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagójikô, bem como participar da definição das propostas educacionais.

BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF: MDHC, 2023. p. 38-39. Disponível em: https://livro.pw/jkzhr. Acesso em: 8 ago. 2024.

TEXTO II

Gráfico 'Conclusão do ensino médio':  Gráfico de barras com porcentagens referentes à taxa de conclusão do ensino médio em diversos países, comparando-as com a taxa de conclusão presente no Brasil até os 24 anos de idade. As taxas são as seguintes: Brasil: 60,3 por cento; México: 67,8 por cento; Costa Rica: 74,9 por cento; Colômbia: 75,2 por cento; Portugal: 89,7 por cento; Chile: 93,4 por cento. Ao lado do gráfico há a seguinte informação: 'Apenas 6 em cada 10 brasileiros nascidos em 1988 completaram o Ensino Médio até os 24 anos'.

LIMA, Ludmilla de. Evasão no ensino médio custa R$ 135 bilhões anuais ao país, aponta estudo da Firjan SESI. Extra, Rio de Janeiro, 16 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/kaqpr. Acesso em: 8 ago. 2024.

TEXTO III

Em 2023, 41,7% dos jovens de 14 a 29 anos com nível de instrução inferior ao médio completo apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário para terem abandonado ou nunca frequentado escola, proporção quê subiu 1,5 p.p. em comparação a 2022.

Página oitenta e sete

Para 53,4% dos homens nesse grupo etário, o principal motivo para deixar a escola foi a necessidade de trabalhar, seguido pela falta de interêsse em estudar (25,5%). Para as mulheres, o principal motivo foi também a necessidade de trabalhar (25,5%), seguido pela gravidez (23,1%) e por não ter interêsse em estudar (20,7%).

BELLO, Luiz; BRITTO, Vinícius. Uma em cada quatro mulheres de 15 a 29 anos não estudava e nem estava ocupada em 2023. Agência hí bê gê hé Notícias, Rio de Janeiro, 22 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/ycqkj. Acesso em: 15 jul. 2024.

TEXTO IV

É quê, no fundo, uma das radicais diferenças entre a educação como tarefa dominadora, desumanizante, e a educação como tarefa humanizante, libertadora, está em quê a primeira é um puro ato de transferência de conhecimento, enquanto a segunda é ato de conhecer.

FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. p. 80.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Consequências da evasão e do abandono escolar para a ssossiedade brasileira”. Apresente e organize argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Selecione dados e reflekções da coletânea quê possam dar suporte à formulação e à defesa de seu ponto de vista sobre o tema propôsto.

2. Mobilize também seu repertório. Selecione referências quê possam contribuir para a defesa de seu ponto de vista sobre o assunto. Seja criterioso na escolha. Veículos reconhecidos da imprensa, estudos de universidades e institutos, e pensadores renomados são fontes mais seguras. Informações divulgadas por fontes quê não prezam pelo cuidado e pela checagem da informação podem prejudicar ou até mesmo comprometer sua abordagem.

3. Articule préviamente as referências escolhidas, identificando como elas conversam entre si por afinidades ou contrastes.

4. Estabeleça um contexto, identifique um problema nele e apresente uma tese a respeito. Ainda quê a proposta de intervenção para o problema seja identificada somente no final do texto, é importante quê sua tese já a tenha em vista. Portanto, exponha uma tese quê esteja alinhada com a proposta de intervenção.

5. Defina os argumentos com quê você defenderá sua tese. Para embasá-los, use os materiais de apôio selecionados préviamente. O uso de informações veiculadas em fontes confiáveis é muito útil como estratégia argumentativa, pois confere respaldo para as opiniões e demonstra quê o autor da tese conhece bem o tema.

6. Proponha, no final do texto, uma intervenção factível para o problema abordado. Para isso, além da ação, apresente seu agente, a ação a sêr realizada, o quê fazer para executá-la e a finalidade de sua implementação.

O MUNDO E EU

Aprendizagem e estímulo

O abandono escolar é muito maior entre os estratos menos favorecidos da ssossiedade, o quê aponta para o fator econômico como causa importante dêêsse fenômeno. Nesse contexto, a evasão é essencialmente uma necessidade. No entanto, há quêm abandone a escola precocemente por escolha, alegando que o ambiente escolar é pouco atraente. Converse com os côlégas e o professor sobre as kestões a seguir.

1. Que práticas da educação você considera desestimulantes? Por quê?

2. O processo de aprendizagem deve sêr necessariamente prazeroso?

3. Ao longo de sua formação escolar, quê práticas motivaram você a aprender?

1 a 3. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes avaliem as práticas como um todo, desde a relação com o professor, a organização da turma em sala de aula, o uso ou não de tecnologias etc. Para estimular a discussão, pergunte aos estudantes o quê pensam sobre dedicação e disciplina e se elas são prazerosas no processo de aprendizagem.

Página oitenta e oito

Escrever

1. escrêeva uma primeira versão da redação. O texto deve estar de acôr-do com a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Para apresentar as informações com conviquição e respaldar sua opinião, empregue os verbos no modo indicativo. Outro recurso quê póde sêr mobilizado para enfatizar ações é a nominalização dos verbos. Confira no boxe a seguir.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Nominalização dos verbos

Nominalização de verbos é a formação de um substantivo com base em um verbo. Esse processo póde sêr realizado por meio de sufixação, ou seja, do acréscimo de um sufixo. Analise os exemplos.

VERBO

SUFIXO

SUBSTANTIVO

construir

-ção

construção

decidir

-são

dê-cisão

lembrar

-ança

lembrança

acolher

-mento

acolhimento

Um dos efeitos de sentido da nominalização de verbos é dar enfoque ao fato, à ação em detrimento de seu agente.

Releia o trecho a seguir, da primeira frase da notícia trabalhada nesta sequência.

Da invenção da primeira máquina de impressão em tipos móveis até a popularização das rêdes sociais [...].

1. Que substantivos resultam de nominalização de verbos?

1. São eles: invenção, impressão e popularização.

2. Os agentes das ações designadas por esses substantivos são mencionados?

2. Não.

3. Que efeito de sentido esses substantivos produzem nesse trecho?

MP

3. Apresente seus argumentos com clareza e desenvolva-os com coerência e coesão.

4. escrêeva sua proposta de intervenção de modo quê ela forneça uma resposta plausível e embasada ao problema.

Revisar

1. Verifique se a escrita está de acôr-do com a norma-padrão.

2. Avalie se os dados utilizados embasam a opinião.

3. Observe se o contexto, o problema e a tese foram apresentados no 1º parágrafo.

4. Veja se os argumentos mobilizados estão condizentes com o tema e contribuem para a sustentação da tese.

5. Confira se as fontes consultadas estão devidamente referenciadas e contribuem para apresentar o contexto e sustentar a argumentação.

6. Verifique se a proposta de intervenção oferece resposta factível ao problema e se foram indicados o agente e a finalidade da proposta e os meios para executá-la.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após revisar sua redação, escrêeva a versão final com os ajustes necessários.

2. sôb orientação do professor, compartilhe o texto produzido com os côlégas e, em uma roda de conversa, discuta com eles as fontes consultadas e as teses e estratégias argumentativas de todos.

Página oitenta e nove

Informações em diferentes formatos

A forma de veicular fatos e estatísticas varia em função do meio de publicação. O rádio se limita à palavra falada e outros elemêntos sonoros, enquanto os meios audiovisuais podem usar textos escritos, imagens, vídeos e áudios.

A forma como consumimos e interpretamos informações está passando por uma transformação significativa, principalmente com a democratização do acesso do consumo e de produção dos meios audiovisuais. Essa mudança reflete uma tendência crescente em direção ao consumo digital e ao uso de mídias digitais, o quê póde estar contribuindo para o declínio do consumo de materiais impressos. O impacto dos meios audiovisuais na disseminação de dados e informações altera a maneira como esses conteúdos são apresentados e como são recebidos e compreendidos pelo público.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Você vai ler uma reportagem com gráficos sobre leitura e acesso a livros no Brasil. Como você imagina sêr o hábito de leitura no país? Qual seria o objetivo do uso de gráficos na reportagem?

Texto

Há futuro para a leitura no Brasil?

Em meio ao aumento do uso de internet e das rêdes sociais, os livros perderam a atratividade entre os brasileiros. Mas o futuro póde estar nas bibliotecas comunitárias

Em setembro de 2020, foi lançada a quinta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, e os resultados foram, em parte, preocupantes. De 2015 a 2019, o país perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores, e boa parte deles nas faixas etárias de 14 a 17 anos e de 18 a 24, chegando a oito pontos percentuais de diferença. Mas o quê isso quer dizêr para o futuro da leitura no país?

A pesquisa realizada quadrienalmente pelo Instituto Pró-Livro (IPL) é dedicada a avaliar o comportamento do leitor brasileiro, buscando contribuir para discussão e promoção de políticas públicas quê estimulem o hábito da leitura. O estudo apontou quê o número de leitores no país caiu de 56% para 52% — totalizando os 4,6 milhões. Ele considera como leitor toda pessoa quê leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses antes da aplicação da entrevista. Os dados apontam quê o brasileiro lê, em média, cinco livros por ano — mas apenas dois e meio completos.

Na apresentação dos resultados, promovida pelo Itaú Cultural, Zoara Failla, coordenadora da pesquisa, afirmou quê a internet, rêdes sociais e aplicativos, como o WhatsApp, ganharam muito espaço entre as atividades preferidas no tempo livre entre todos os entrevistados. Enquanto, em 2015, 47% alegaram utilizar internet no tempo livre, na atual pesquisa esse número aumentou para 66%. Já entre os entrevistados quê relataram utilizar o WhatsApp, o aumento foi de 15 pontos percentuais.

Página noventa

Gráfico 'Porcentagem de leitores por idade': Gráfico de barras com as porcentagens de leitores nos anos de 2015 e 2019 para as seguintes faixas etárias: 5 a 10 anos: 67 por cento em 2015; 71 por cento em 2019; 11 a 13 anos: 84 por cento em 2015; 81 por cento em 2019; 14 a 17 anos: 75 por cento em 2015; 67 por cento em 2019; 18 a 24 anos: 67 por cento em 2015; 59 por cento em 2019; 25 a 29 anos: 59 por cento em 2015; 55 por cento em 2019; 30 a 39 anos: 57 por cento em 2015; 53 por cento em 2019; 40 a 49 anos: 48 por cento em 2015; 45 por cento em 2019; 50 a 69 anos: 41 por cento em 2015; 38 por cento em 2019; 70 ou mais anos: 27 por cento em 2015; 26 por cento em 2019.

Gráfico 'O que gosta de fazer em seu tempo livre? (porcentagens de respostas 'Sempre')': Gráfico de barras mostrando porcentagens de preferência por diversas atividades no tempo livre para os seguintes anos: 2007: Assiste televisão: 77 por cento; Usa internet: 18 por cento; Escuta música ou rádio: 54 por cento; Usa WhatsApp: 0 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 29 por cento; 2011: Assiste televisão: 85 por cento; Usa internet: 24 por cento; Escuta música ou rádio: 52 por cento; Usa WhatsApp: 0 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 38 por cento; 2015: Assiste televisão: 73 por cento; Usa internet: 47 por cento; Escuta música ou rádio: 60 por cento; Usa WhatsApp: 43 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 44 por cento; 2019: Assiste televisão: 67 por cento; Usa internet: 66 por cento; Escuta música ou rádio: 60 por cento; Usa WhatsApp: 62 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 51 por cento.

Fonte: Retratos da Leitura no Brasil.

É possível perceber a queda na porcentagem de pessoas leitoras na maioria das faixas etárias e o aumento do uso da internet e WhatsApp entre os anos de 2015 e 2019.

Esses dados estão relacionados, principalmente, com as faixas etárias quê tiveram maior quêda percentual de leitores. Thobias Pontes Barcelos, de 16 anos, morador de Gravataí e estudante da Escola Estadual de Ensino Médio José Maurício, conta quê o que mais gosta de fazer em seu tempo livre é ficar no celular ou no computador consumindo vídeos e podcasts, além de jogar em consoles.

Apesar de gostar de ler, faz isso com pouca freqüência. “O último livro quê li faz uns dois meses, chamado O homem de giz”, afirma o estudante, quê está cursando o segundo ano do Ensino Médio. A obra da escritora inglesa C. J. Tudor tem uma trama de suspense e assassinatos.

O pôdêr das influências

Manuela Petri, de 14 anos, se considera uma leitora voraz e conta quê sua irmã mais velha foi um dos seus exemplos para gostar de ler. Além díssu, destaca quê compartilhar a leitura com as amigas fez com quê o hábito se tornasse mais freqüente. Manuela mora em Porto Alegre e está no nono ano do Ensino Fundamental. Ela conta quê lê mais de 15 livros por ano.

Esse é um dos grandes fatores quê influenciam a leitura: o incentivo de outras pessoas. Cerca de 34% dos entrevistados para a pesquisa do IPL disseram quê alguém os estimulou a gostar de ler, sêndo a família e os professores os mais citados como influenciadores.

O professor de Português e Inglês Dêner Ramos, de 27 anos, sempre vê seus alunos consumindo conteúdos ligados à cultura pópi. “Cultura pópi é tudo quê tem alguma lógica midiática por trás. Eu os vejo consumindo muito mídias visuais, como animes, filmes e séries. Muitos jogam videogame no celular ou nos próprios consoles e computadores”, explica o professor, quê leciona em uma escola municipal em Porto Alegre.

Página noventa e um

Já o interêsse pela leitura é baixo. Dêner relata quê poucos de seus estudantes, quê estão entre o sexto e o nono ano do Ensino Fundamental, já têm o hábito de ler livros. Quando se refere a livros, destaca quê não se trata somente de livros com textos escritos, mas também de livros com textos visuais, como mangás e histoórias em quadrinhos. O professor explica quê os alunos só conseguem ter interêsse pela leitura se akilo quê leem faz sentido em suas vidas. “Para incentivar os alunos a ler, é necessário partir do contexto deles e do quê eles gostam para então fazer relações com literatura”, explica. Nesse sentido, para estimular o hábito da leitura entre seus alunos, Dêner desenvolvê-u um projeto na escola quê foi bem aceito.

É através da intertextualidade entre grandes obras literárias e os conteúdos de interêsse dos alunos quê Dêner constrói, de alguma forma, o vínculo das crianças com a leitura. Após a realização do seu projeto de análise de fanfiction, um dos alunos lhe procurou pedindo mais indicações de leitura. “E eu me senti muito, muito, muito bem, porque foi sensacional saber quê fiz um trabalho quê permitiu quê aquele aluno construísse a possibilidade de, na vida dele, entrar no mundo da leitura”, comemora.

[...]

As bibliotecas comunitárias

Mas há alternativas para êste cenário preocupante? Na contramão dos índices de leitura quê estão diminuindo e das dificuldades de acesso aos livros no Brasil, estão as bibliotecas comunitárias, espaços quê propõem não só a garantia de acesso à leitura, mas à cultura e à informação para pessoas quê, em grande parte das vezes, não possuem outras oportunidades.

Ainda segundo a pesquisa do IPL, 7% das pessoas acessam hoje livros através de bibliotecas públicas ou comunitárias. No país, existem diversas bibliotecas geridas e organizadas pela ssossiedade civil. A Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC), por exemplo, reúne 115 bibliotecas em todo território brasileiro, subdivididas em outras 11 rêdes locais nos estados do Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, baía, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Trata-se de um movimento pela democratização do acesso ao livro, à leitura, à literatura e às bibliotecas.

[...]

Em novembro de 2020, a rê-de lançou uma ferramenta para conectar os leitores às bibliotecas comunitárias: um Mapa da Leitura. A funcionalidade permite quê as pessoas encontrem as bibliotecas espalhadas pelo Brasil, possibilitando o contato virtual com espaços de leitura dos mais diversos cantos do país, além de ter a possibilidade de acessar o fórum do mapa e trocar experiências com as bibliotecas.

[...]

O futuro e o presente dos livros

Márcia Cavalcante, coordenadora colegiada da ôngui Cirandar, de Porto Alegre, diz quê as bibliotecas comunitárias não são apenas o futuro, mas também o presente para o acesso aos livros no Brasil. Trabalhando com bibliotecas há mais de 20 anos, compreende quê o cenário era muito diferente do atual. “Hoje o livro e a leitura estão cada vez mais presentes não só no imaginário, possuindo um valor simbólico, como também fazendo parte do dia a dia das comunidades”, afirma. A Cirandar tem, entre outros, o objetivo de promover a leitura entre crianças e jovens.

Além díssu, para Márcia, atualmente há uma maior diversidade editôriál: temos publicações de todos os tipos, para todos os gostos, com uma pluralidade muito grande, e isso permite quê as pessoas também se enxerguem e se reconheçam na literatura. Márcia afirma quê, apesar da situação econômica vivida pelo país, as bibliotecas seguem resistindo e sêndo um território fértil para semear o amor aos livros. “Vejo aí um movimento muito bonito de bibliotecas em outras cidades fora de Porto Alegre, como Eldorado do Sul, Alvorada, Cachoeirinha, Caxias do Sul, Canoas, Alegrete. Uma rê-de grande assim de bibliotecas quê vão se espalhando por iniciativas comunitárias e quê confirmam o interêsse, curiosidade e amor ao livro e à leitura”, diz.

Página noventa e dois

Carrossel de Imagens: Histórias em imagens: a fotorreportagem.

Apesar da fôrça da internet e das dificuldades de acesso aos livros, o trabalho de professores, bibliotecários, profissionais da saúde e voluntários tem sido fundamental para manter o interêsse pela leitura por pelo menos parte dos brasileiros. Como diz o professor Dêner, quando o leitor percebe conexão entre a leitura e a sua vida, ela passa a fazer sentido, e a construção de conhecimento passa a sêr natural e prazerosa. E esse é um direito de todos, independente do lugar onde se vive, ou da condição social.

[...]

PACHECO, Vitória. Há futuro para a leitura no Brasil? Sextante 57: um país plural, Porto Alegre, nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/tmypw. Acesso em: 23 ago. 2024.

HIPERLINK

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil ocorre a cada quatro anos. Pesquise a edição mais recente e compare com os resultados de 2020. O interêsse pela leitura diminuiu, estabilizou ou aumentou? Quais fatores podem ter influenciado isso?

Pensar e compartilhar

1. No título e na linha fina da reportagem, são apresentadas a causa e a possível solução para determinado problema. Identifique o problema, a causa e a possível solução para ele.

MP

2. A reportagem aborda resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Ela enfatiza o decréscimo de um índice, acompanhado do aumento de outro. Que índices são esses e qual é a relação entre eles?

MP

3. Retome o primeiro gráfico da reportagem com atenção.

a) Há algum dado positivo em relação à leitura no intervalo entre 2015 e 2019 ou todos os dados apresentados são negativos? Explique.

MP

b) O quê é possível inferir sobre a relação entre interêsse pela leitura e faixa etária?

3. b) A partir da faixa etária entre 11 e 13 anos, depreende-se quê, quanto maior for a faixa etária, menor é o interêsse pela leitura.

4. Releia êste trecho:

Esses dados estão relacionados, principalmente, com as faixas etárias quê tiveram maior queda percentual de leitores.

a) Quais foram as faixas etárias com maior queda percentual de leitores?

4. a) As faixas etárias com maior queda percentual de leitores foram a de 14-17 anos e 18-24 anos, ambas com queda de 8%.

b) Onde esses índices estão indicados? No texto verbal ou no gráfico?

4. b) Estão indicados no primeiro gráfico da reportagem.

c) O quê é possível inferir sobre a relação entre o texto verbal e o gráfico? Trata-se de uma relação de complementação ou de reforço de informações?

4. c) Trata-se de uma relação de complementação de informações: o gráfico complementa os dados apresentados no texto verbal.

5. No segundo gráfico foram usadas mais cores do quê no primeiro.

a) Nele, as cores dêsempênham a mesma função quê no primeiro gráfico? Explique.

5. a) Sim, em ambos os gráficos as cores foram utilizadas para indicar os anos quê representam o intervalo de tempo analisado na pesquisa.

b) A maior variação de cores no segundo gráfico indica um ganho informativo em relação ao primeiro. Qual é esse ganho?

5. b) O segundo gráfico apresenta maior abrangência temporal em relação ao primeiro, ou seja, permite acompanhar a evolução dos índices em maior intervalo de tempo.

6. Após veicular e comparar dados da pesquisa, a reportagem cita depoimentos de fontes de diferentes perfis.

a) Considerando o problema abordado pela reportagem e a possível solução apontada na linha fina, explique a escolha dessas fontes.

6. a) O jovem estudante de Ensino Médio representa a faixa etária em quê se verificou a maior perda de leitores durante o período contemplado pela pesquisa. Já o professor e as representantes de ônguis ligadas a bibliotecas comunitárias representam incentivadores de leitura, atores fundamentais para o enfrentamento do problema da queda do interêsse por livros e pela leitura de textos verbais constatada na pesquisa.

b) Que efeito a mudança do viés predominantemente informativo do início da reportagem para o viés predominantemente de experiência de vida gera no tratamento do assunto da reportagem?

6. b) Essa mudança de viés humaniza os dados captados pela pesquisa, ou seja, mostra em experiências de vida o quê a pesquisa mensurou apenas em números.

Página noventa e três

7. A pesquisa Retratos da leitura no Brasil foi realizada 208 municípios brasileiros. Confira a seguir os resultados das capitais (com exceção de Boa Vista) e do Distrito Federal a dois tópicos abordados na quinta edição da pesquisa. Para computar esses dados, a pesquisa considerou leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses, e perguntou aos entrevistados se sabem ou ouviram falar da existência de uma biblioteca pública em sua cidade ou seu bairro.

Mapa Clicável: Mais dados sobre a leitura no Brasil.

'Mapa da leitura no Brasil': O mapa mostra o Brasil, com porcentagens referentes à leitura nas capitais das unidades federativas. Segundo a legenda, os dados de cada capital para 'Porcentagem da população considerada leitora' e 'Porcentagem dos entrevistados que sabem de ao menos uma biblioteca pública na cidade ou no bairro', respectivamente, são os seguintes:  Porto Velho: 51 por cento e 39 por cento; Boa Vista: sem dados; Rio Branco: 49 por cento e  76 por cento; Manaus: 62 por cento e 44 por cento; Macapá: 51 por cento e 34 por cento; Belém: 61 por cento e 34 por cento; Cuiabá: 52 por cento e 33 por cento; Palmas: 51 por cento e 39 por cento; Teresina: 59 por cento e 48 por cento; São Luís: 59 por cento e 68 por cento; Fortaleza: 54 por cento e 32 por cento; Natal: 48 por cento e 31 por cento; João Pessoa: 64 por cento e 39 por cento; Recife: 52 por cento e 50 por cento; Maceió: 37 por cento e 31 por cento; Aracaju: 58 por cento e 55 por cento; Salvador: 57 por cento e 39 por cento; Brasília: 50 por cento e 39 por cento; Goiânia: 42 por cento e 43 por cento; Campo Grande: 26 por cento e 21 por cento; Vitória: 55 por cento e 49 por cento; Belo Horizonte: 53 por cento e 43 por cento; Rio de Janeiro: 47 por cento e 38 por cento; São Paulo: 60 por cento e 57 por cento; Curitiba: 63 por cento e 65 por cento; Florianópolis: 56 por cento e 54 por cento; Porto Alegre: 52 por cento e 44 por cento.

Fonte dos dados: INSTITUTO PRÓ-LIVRO. Leitura e leitores nas capitais e regiões. Retratos da leitura no Brasil. São Paulo, 2019. Disponível em: https://livro.pw/kerzc. Acesso em: 18 set. 2024.

a) Se você fosse um gestor público federal, qual dessas capitais você priorizaria para realizar ações de incentivo à leitura? Por quê?

7. a) A capital seria Campo Grande, pois, entre elas, é a quê apresenta menor porcentagem de leitores.

b) Com base nos dados dêêsses dois tópicos, quê ação pública de incentivo à leitura tende a sêr efetiva? Explique.

7. b) A criação de bibliotecas públicas. Campo Grande, a capital com menor índice de leitores é também aquela com menor presença de bibliotecas públicas. Já Curitiba, uma das capitais com maior índice de leitores (63%), é aquela com maior presença de bibliotecas públicas (65%).

EU E O MUNDO

Influenciadores de leitura

A reportagem aponta a influência de outras pessoas como um dos principais fatores de estímulo à leitura. Entre esses influenciadores, familiares e professores são os mais citados pêlos entrevistados. Converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.

1 a 3. Respostas pessoais. Incentive os estudantes a compartilhar suas experiências e vivências em relação aos estímulos à leitura.

1. Quem são as pessoas quê mais influenciam você a ler? Por quê?

2. O quê você considera essencial para se sentir motivado a ler?

3. Você já influenciou alguém a ler? Em caso afirmativo, o quê fez para incentivar essa pessoa?

Página noventa e quatro

INTEGRANDO COM MATEMÁTICA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Disposição das informações em gráficos

O Gráfico 1 foi publicado na reportagem lida anteriormente e o Gráfico 2 intégra a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Analise-os com atenção e responda às perguntas a seguir.

Gráfico 1 'O que gosta de fazer em seu tempo livre? (porcentagens de respostas 'Sempre')': Gráfico de barras mostrando porcentagens de preferência por diversas atividades no tempo livre para os anos de 2007, 2011, 2015 e 2019. O gráfico mostra barras com uma cor para cada um dos anos, separadas por atividade. Os dados são os seguintes: 2007: Assiste televisão: 77 por cento; Usa internet: 18 por cento; Escuta música ou rádio: 54 por cento; Usa WhatsApp: 0 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 29 por cento; 2011: Assiste televisão: 85 por cento; Usa internet: 24 por cento; Escuta música ou rádio: 52 por cento; Usa WhatsApp: 0 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 38 por cento; 2015: Assiste televisão: 73 por cento; Usa internet: 47 por cento; Escuta música ou rádio: 60 por cento; Usa WhatsApp: 43 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 44 por cento; 2019: Assiste televisão: 67 por cento; Usa internet: 66 por cento; Escuta música ou rádio: 60 por cento; Usa WhatsApp: 62 por cento; Assiste vídeos ou filmes: 51 por cento.

Gráfico 2 'Existência de biblioteca: Existe na sua cidade ou bairro uma biblioteca pública?': Gráfico de barras com respostas da população sobre o conhecimento acerca da existência de bibliotecas públicas. O gráfico mostra porcentagens para as respostas 'Sim', 'Não' e 'Não sabe ou não respondeu'. Há uma barra para cada ano da pesquisa, e cada porcentagem corresponde a uma cor identificada com as respostas, ocupando uma parte da barra total. Os dados são os seguintes: 2019:  Sim: 47 por cento;  Não: 45 por cento; Não sabe ou não respondeu: 8 por cento; 2015:  Sim: 55 por cento;  Não: 36 por cento; Não sabe ou não respondeu: 9 por cento; 2011:  Sim: 67 por cento;  Não: 18 por cento; Não sabe ou não respondeu: 15 por cento; 2007:  Sim: 67 por cento;  Não: 20 por cento; Não sabe ou não respondeu: 13 por cento.

FAILLA, Zoara (org.). Retratos da Leitura no Brasil, 5. São Paulo: Instituto Pró-Livro, 2021. p. 306. Disponível em: https://livro.pw/sstez. Acesso em: 23 ago. 2024.

1. No segundo gráfico, as barras de cores diferentes estão justapostas, formando uma barra multicor.

a) Como esse recurso contribui para a divulgação das respostas por ano?

1. a) Esse recurso permite contabilizar e representar a totalidade e a variedade das respostas para cada ano em uma única barra.

b) Considerando a pergunta quê norteia o primeiro gráfico, por quê o recurso de barras justapostas não poderia sêr utilizado nele?

MP

2. Os dados do segundo gráfico poderiam sêr representados como no primeiro gráfico.

a) Explique como eles seriam organizados nesse formato.

2. a) As barras coloridas poderiam sêr desmembradas verticalmente e, embaixo delas, ficaria a menção ao ano a quê o dado corresponde. Isso valêría para cada um dos anos contemplados.

b) Considerando a disposição visual dos elemêntos, quê desvantagem essa mudança traria?

2. b) Essa alteração d fórmato deixaria o gráfico mais largo, o quê consiste em uma desvantagem espacial. Do modo original, ele cumpre sua função de forma mais objetiva e sucinta.

3. Em sua opinião, qual dos dois formatos de gráfico é mais eficaz em representar visualmente as variações de porcentagem? Explique.

3. Resposta pessoal. Para justificar a resposta, os estudantes devem considerar e comparar recursos de cada formato de gráfico.

Página noventa e cinco

Leitura e uso de informações em textos multimodais para a construção da argumentação

A seguir, analise um gráfico da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil e um depoimento de Marcos Pereira, vice-presidente do Instituto Pró-Livro (IPL).

Gráfico 'Motivos para frequentar mais a biblioteca': Gráfico de barras mostrando porcentagens referentes aos motivos apresentados, nos anos de 2019 e 2015. Os dados são os seguintes: Ter mais livros ou títulos novos: 2019: 26 por cento; 2015: 32 por cento; Ter títulos interessantes ou que me agradam: 2019: 20 por cento; 2015: 22 por cento; Ser mais próxima de casa ou de fácil acesso: 2019: 19 por cento; 2015: 8 por cento; Ter atividades culturais: 2019: 17 por cento; 2015: 15 por cento; Ter um bom atendimento: 2019: 13 por cento; 2015: 14 por cento; Ter internet: 2019: 12 por cento; 2015: 13 por cento; Ter ambiente mais agradável, mais claro ou com mais luz: 2019: 8 por cento; 2015: 10 por cento; Melhor disposição dos livros ou facilidade de acesso: 2019: 9 por cento; 2015: 11 por cento; Ter horários e funcionamento ampliados (noturno e finais de semana): 2019: 8 por cento; 2015: 11 por cento; Ser atendido por um profissional que oriente sobre o que ler: 2019: 7 por cento; 2015: 0 por cento; Ter ambientes mais parecidos com livrarias: 2019: 6 por cento; 2015: 8 por cento; Outros: 2019: 1 por cento; 2015: 1 por cento; Nada faria frequentar biblioteca: 2019: 10 por cento; 2015: 8 por cento; Não sabe ou não respondeu: 2019: 2 por cento; 2015: 2 por cento.

ABE, Stephanie Kim. Retratos da leitura no Brasil: por quê estamos perdendo leitores. Saberes e Práticas, São Paulo, 22 set. 2020. Disponível em: https://livro.pw/benwl. Acesso em: 7 out. 2024.

Depoimento

“Infelizmente, não estamos indo para lugar nenhum. E a pesquisa das bibliotecas mostra quê o investimento em profissionais formadores do hábito de leitura é a coisa mais importante de todo esse ciclo. Claro quê a gente precisa de bons acervos, boas instalações, precisamos trabalhar com outras mídias, mas não estamos investindo nos profissionais: o formador, o professor, o bibliotecário, o contador de história”, defende [Marcos Pereira].

ABE, Stephanie Kim. Retratos da leitura no Brasil: por quê estamos perdendo leitores. Saberes e Práticas, São Paulo, 22 set. 2020. Disponível em: https://livro.pw/benwl. Acesso em: 7 out. 2024.

8. Para Marcos Pereira, qual é a principal ação para enfrentar o desinteresse pela leitura?

8. Investir em formadores de leitura: professores, contadores de história e bibliotecários.

9. Em quê dados do gráfico ele se apóia para defender essa ideia?

9. Nos índices “Ter um bom atendimento” (13%) e “Ser atendido por um profissional quê oriente sobre o quê ler” (7%); ambos estão relacionados ao papel de profissionais quê formam leitores.

10. Proponha outra ação de fomento à leitura amparada nos dados apresentados pelo gráfico.

MP

A compreensão, a análise e a seleção de dados dispostos em gráficos podem auxiliar na defesa de determinado ponto de vista. Em propostas de redação do enêm, é comum a apresentação de um texto multimodal, como gráficos e infográficos. Fazer uso produtivo dessas informações contribui para a construção da argumentação em uma redação.

Página noventa e seis

lINGUAGEM EM FOCO
Verbos do dizêr

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Releia parte da reportagem sobre hábitos de leitura no Brasil e preste atenção nos destaques.

Thobias Pontes Barcelos, de 16 anos, morador de Gravataí e estudante da Escola Estadual de Ensino Médio José Maurício, conta quê o quê mais gosta de fazer em seu tempo livre é ficar no celular ou no computador consumindo vídeos e podcasts, além de jogar em consoles. Apesar de gostar de ler, faz isso com pouca freqüência. “O último livro quê li faz uns dois meses, chamado O homem de giz”, afirma o estudante, quê está cursando o segundo ano do Ensino Médio. A obra da escritora inglesa C. J. Tudor tem uma trama de suspense e assassinatos. [...]

Dêner relata quê poucos de seus alunos, quê estão entre o sexto e o nono ano do Ensino Fundamental, já têm o hábito de ler livros. Quando se refere a livros, destaca quê não se trata somente de livros com textos escritos, mas também de livros com textos visuais, como mangás e histoórias em quadrinhos. O professor explica quê os alunos só conseguem ter interêsse pela leitura se akilo quê leem faz sentido em suas vidas. “Para incentivar os alunos a ler, é necessário partir do contexto deles e do quê eles gostam para então fazer relações com literatura”, explica. Nesse sentido, para estimular o hábito da leitura entre seus alunos, Dêner desenvolvê-u um projeto na escola quê foi bem aceito.

É através da intertextualidade entre grandes obras literárias e os conteúdos de interêsse dos alunos quê Dêner constrói, de alguma forma, o vínculo das crianças com a leitura. Após a realização do seu projeto de análise de fanfiction, um dos alunos lhe procurou pedindo mais indicações de leitura. “E eu me senti muito, muito, muito bem, porque foi sensacional saber quê fiz um trabalho quê permitiu quê aquele aluno construísse a possibilidade de, na vida dele, entrar no mundo da leitura”, comemora.

1 O primeiro parágrafo do trecho traz dois depoimentos do estudante Thobias.

a) Qual dêêsses depoimentos está no discurso direto e qual está no discurso indiréto?

MP

b) As formas verbais se reférem a quais dêêsses discursos?

MP

c) Qual dêêsses tipos de discurso dá destaque ao entrevistado? Por quê?

MP

d) Considerando o conteúdo da reportagem, apresente uma hipótese para explicar o efeito de sentido obtído com o emprego dessa variação de tipos de discurso.

1. d) O uso do discurso direto confere mais destaque ao fato de o estudante ter lido o último livro dois meses antes de ter sido entrevistado e ao título dessa obra, o quê póde sêr explicado pelo tema da reportagem, sobre hábitos de leitura.

2 O segundo parágrafo traz quatro formas verbais em destaque.

a) Se elas fossem substituídas por formas do verbo dizêr, a função de indicar o depoimento do professor seria preservada?

2. a) Sim.

b) E quanto ao sentido? Essa substituição acarretaria prejuízos? Explique.

2. b) Sim, haveria alteração de sentido. O verbo dizêr é mais neutro, não expressa a intenção com quê ou o modo como algo foi dito. Ao usar formas dos verbos relatar, destacar e explicar, a repórter expressa diferentes intenções da fala do entrevistado.

3 Observe a forma verbal em destaque no terceiro parágrafo.

a) O quê justifica o emprego dessa forma verbal?

MP

b) Substitua essa forma verbal por outra sem prejuízo de sentido.

3. b) Opções de resposta: celebra, alegra-se.

O bom uso dos verbos do dizêr indica não só uma declaração do falante como também as intenções com quê ele fala. Em vez do verbo dizêr, o mais neutro entre todos os verbos usados com essa função, é preferível empregar outros quê expressem as nuances de sentido de cada fala. Ao citar declarações de fontes em sua Redação do enêm, sêndo um argumento de autoridade, a contextualização de um problema ou a proposição de uma intervenção, explore bem esse recurso. Verbos como argumentar, defender, discordar e explicar reforçam para o leitor as funções de cada citação em seu texto.

Página noventa e sete

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento
O uso de citações para legitimar dados, fatos e opiniões

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Releia outro trecho da reportagem “Há futuro para a leitura no Brasil?” e responda às kestões.

O futuro e o presente dos livros

Márcia Cavalcante, coordenadora colegiada da ôngui Cirandar, de Porto Alegre, diz quê as bibliotecas comunitárias não são apenas o futuro, mas também o presente para o acesso aos livros no Brasil. Trabalhando com bibliotecas há mais de 20 anos, compreende quê o cenário era muito diferente do atual. “Hoje o livro e a leitura estão cada vez mais presentes não só no imaginário, possuindo um valor simbólico, como também fazendo parte do dia a dia das comunidades”, afirma. A Cirandar tem, entre outros, o objetivo de promover a leitura entre crianças e jovens.

Além díssu, para Márcia, atualmente há uma maior diversidade editôriál: temos publicações de todos os tipos, para todos os gostos, com uma pluralidade muito grande, e isso permite quê as pessoas também se enxerguem e se reconheçam na literatura. Márcia afirma quê, apesar da situação econômica vivida pelo país, as bibliotecas seguem resistindo e sêndo um território fértil para semear o amor aos livros. “Vejo aí um movimento muito bonito de bibliotecas em outras cidades fora de Porto Alegre, como Eldorado do Sul, Alvorada, Cachoeirinha, Caxias do Sul, Canoas, Alegrete. Uma rê-de grande assim de bibliotecas quê vão se espalhando por iniciativas comunitárias e quê confirmam o interêsse, curiosidade e amor ao livro e à leitura”, diz.

Apesar da fôrça da internet e das dificuldades de acesso aos livros, o trabalho de professores, bibliotecários, profissionais da saúde e voluntários tem sido fundamental para manter o interêsse pela leitura por pelo menos parte dos brasileiros. Como diz o professor Dêner, quando o leitor percebe conexão entre a leitura e a sua vida, ela passa a fazer sentido, e a construção de conhecimento passa a sêr natural e prazerosa. E esse é um direito de todos, independente do lugar onde se vive, ou da condição social.

PACHECO, Vitória. Há futuro para a leitura no Brasil? Sextante 57: um país plural, Porto Alegre, nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/tmypw. Acesso em: 17 ago. 2024.

1. O intertítulo dêêsse trecho é O futuro e o presente dos livros.

a) Quem é a fonte entrevistada pela repórter quê fala a respeito do futuro e do presente dos livros?

1. a) Márcia Cavalcante, coordenadora colegiada da ôngui Cirandar, de Porto Alegre.

b) O intertítulo é um recurso de destaque na reportagem. Explique o efeito de sentido causado pelo uso, no intertítulo, de expressões tiradas de uma citação.

MP

2. Analise a última frase da reportagem: “E esse é um direito de todos, independente do lugar onde se vive, ou da condição social”.

a) De quem é essa frase? Ela é informativa ou opinativa?

2. a) Essa frase é da repórter e é opinativa.

b) Iniciada pela conjunção e, a frase está ligada em coesão e sentido com uma declaração anterior, mas cujo autor é outro. Quem é esse autor?

2. b) O autor da declaração anterior, em discurso indiréto, é o professor Dêner.

c) Explique o efeito de sentido provocado na reportagem por esse alinhamento de pensamento entre diferentes autores.

2. c) A repórter mostra-se alinhada ao pensamento do professor Dêner, de modo quê a escolha dessa fonte contribui para quê a profissional expresse sua visão particular sobre a conexão entre vida e leitura.

3. Escolha, entre as citações dos entrevistados, alguma quê esteja alinhada à sua opinião sobre o universo da leitura. Depois, escrêeva no caderno um breve parágrafo opinativo em terceira pessoa.

3. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: A presença do livro nas comunidades é fundamental para ampliar o acesso à leitura e ressignificar a vida das pessoas. Um exemplo vêm de Porto Alegre. Márcia Cavalcante, coordenadora da ôngui Cirandar, relata quê “o livro e a leitura estão cada vez mais presentes não só no imaginário, possuindo um valor simbólico, como também fazendo parte do dia a dia das comunidades”.

Página noventa e oito

#naprática
Post opinativo

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Se você já leu conteúdos jornalísticos na internet, possivelmente deve ter notado a seção de comentários, comum nesse tipo de publicação. Nesse espaço, os leitores podem apontar êêrros no texto, fazer sugestões, compartilhar experiências pessoais sobre temas correlatos, mas o quê predomina é o viés opinativo, ou seja, a emissão de juízo de valor sobre o conteúdo lido.

Agora você vai produzir um pôust opinativo para a reportagem Há futuro para a leitura no Brasil? Contudo, antes de planejar sua produção, você lerá um pôust opinativo publicado no sáiti da reportagem quê você leu.

Excelente matéria!!! Um informativo muito importante quê deve chegar até os gestores públicos, profissionais da educação e professores quê trabalham nas duas primeiras etapas da Educação Básica, principalmente dos alfabetizadores. Sou professora e palestrante, tratando com vários temas relacionados a currículo, letramento, alfabetização, leitura e escrita e essa matéria tá perfeita pra enriquecer meu trabalho.

Logo no início do pôust, a leitora êsplicíta sua opinião. Em seguida, desen vólve sua avaliação em relação à reportagem.

Depois, a leitora relata sua experiência profissional, a qual confere credibilidade à opinião emitida, uma vez quê se trata de alguém quê atua na área abordada pela reportagem. Por último, ela reforça sua opinião em relação ao texto.

Note quê, em apenas um parágrafo, a leitora apresentou e desenvolvê-u sua opinião sem perder de vista o conteúdo do artigo.

O pôust está escrito em primeira pessoa, mas também poderia ter sido escrito em terceira, como em uma Redação do enêm. O emprego da forma verbal em destaque indica um índice de informalidade, pois o pôust não tem necessariamente um tom formal. Entretanto, como todo texto opinativo, ele exige uma argumentação clara e coerente.

SILVA, Terezinha de Jesus. Há futuro para a leitura no Brasil? Sextante 57: um país plural, Porto Alegre, nov. 2021. Comentários. Disponível em: https://livro.pw/tmypw. Acesso em: 23 ago. 2024.

Planejar

1. Releia atentamente a reportagem “Há futuro para a leitura no Brasil?”.

2. Escolha aspectos e trechos quê deseja comentar em seu pôust. Que dados e/ou relatos chamaram sua atenção?

3. Anote no caderno se você sentiu falta de algo na reportagem, especificando dados, fontes ou determinada abordagem de quê tenha sentido falta.

4. Registre também se os gráficos cumpriram sua função informativa. Caso entenda quê não, reflita sobre o quê poderia sêr melhorado nessa questão.

5. Como o pôust é um texto breve, selecione elemêntos específicos da reportagem para comentar.

6. Organize sua opinião d fórma clara e coesa. Tenha em vista a escrita de, no mássimo, dois parágrafos curtos.

7. Escolha uma citação externa à reportagem para legitimar sua opinião, um recurso trabalhado na seção #aquecimento. Isso evitará quê sua opinião seja frágil e centrada apenas em opiniões e hipóteses pessoais e mostrará quê você dialoga bem com o conteúdo da reportagem.

8. Escolha a pessoa do discurso de seu pôust: primeira ou terceira. Se optar pela primeira opção, lembre-se de fundamentar sua opinião, a fim de evitar impressões subjetivas.

Página noventa e nove

O MUNDO E EU

Comunidades do livro

Bibliotecas comunitárias são espaços criados pela ssossiedade civil quê agregam pessoas por meio de atividades ligadas ao livro: debates, saraus, lançamentos, oficinas e ações coletivas. Converse com os côlégas sobre esse relevante espaço cultural voltado ao despertar e cultivar o prazer da leitura.

1. Você já visitou uma biblioteca comunitária? Como foi a experiência?

1. Resposta pessoal. promôva uma troca entre os estudantes de modo quê quem já visitou uma biblioteca comunitária possa relatar a experiência aos demais.

2. Como a ssossiedade civil póde se organizar para criar uma biblioteca comunitária?

MP

3. Que ações podem engajar a comunidade na prática da leitura?

3. Uma biblioteca comunitária póde promover rodas de leitura, saraus, visitas guiadas, mediação e assistência para empréstimo do acervo, entre outras ações.

Escrever

1. escrêeva uma primeira versão do pôust. O texto póde apresentar marcas de informalidade, no entanto as regras de ortografia ou de concordância verbal e nominal devem sêr seguidas.

2. Em razão da brevidade do pôust, é desejável quê sua opinião seja explicitada logo no início.

3. Demonstre quê você leu a reportagem, resumindo a estrutura ou citando trechos relevantes.

4. Use citações externas para fundamentar sua opinião e, se possível, relate experiências pessoais.

5. Conclua o pôust ratificando sua opinião ou apresentando uma sugestão.

DE OlHO NA lINGUAGEM

As siglas e a utilização de lêtras maiúsculas e minúsculas

Sigla é o conjunto das lêtras iniciais de palavras quê formam um nome ou expressão; Ônu é a sigla de Organização das Nações Unidas. Se a sigla tiver até três palavras, todas as lêtras devem sêr maiúsculas; se exceder esse número, somente a primeira letra será maiúscula, como em Otan, sigla de Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Se as lêtras da sigla forem pronunciadas individualmente, como em INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) todas devem sêr maiúsculas, mesmo quê sêjam mais de três.

Há casos em quê lêtras minúsculas são adicionadas para evitar confusões com outras siglas, como CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), em quê se acrescentou a letra t, para distingui-la da sigla de CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).

Na reportagem comentada por você, é citada a sigla ôngui.

1. O quê ela significa?

1. Ela significa organização não governamental.

2. por quê todas as lêtras dessa sigla foram grafadas em maiúsculas?

2. Porque a sigla ôngui é formada por três palavras e, conforme a regra geral, deve sêr grafada em letra maiúscula.

Revisar

Agora, releia o texto quê você produziu e verifique se ele atende aos critérios a seguir.

1. Analise se sua opinião foi devidamente apresentada, fundamentada e concluída.

2. Avalie se o pôust está curto, objetivo e claro.

3. Verifique se o texto segue as regras de ortografia e concordância.

4. Observe se as citações externas estão indicadas e embasam a opinião.

5. Caso tenha mencionado alguma sigla, confirme se ela foi grafada de modo a sêr reconhecida pêlos leitores.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar seu rascunho e fazer os ajustes necessários, escrêeva a versão final de seu pôust. Com a orientação do professor, acéçi o línki da reportagem e publique seu comentário.

Página cem

A utilização produtiva das informações

O acesso à informação é essencial para o desenvolvimento crítico e a tomada de decisões embasadas, mas a proliferação de notícias falsas distorce a realidade e influencía negativamente as opiniões. É crucial quê todos aprendam a identificar fontes confiáveis, a checar fatos e a discutir criticamente as informações quê consomem.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A seguir, você vai ler o trecho de uma entrevista, realizada em 2018, sobre a disseminação de notícias falsas no mundo contemporâneo, analisando as intenções por trás dêêsse fenômeno, as consequências e as alternativas para enfrentá-lo. Você sabe quais são as principais características de uma notícia falsa? Já ouviu falar no conceito de pós-verdade?

Texto

Como sair das bolhas?

A pesquisadora Pollyana Ferrari fala sobre fêik news, o conceito de pós-verdade e o papel da educação para construir ética, senso crítico e permitir leituras de mundo

O ano de 2016 trousse um episódio de fôlego para a pesquisa de pós-doutorado de Pollyana Ferrari, jornalista e pesquisadora em mídias digitais. Donald Trump tinha acabado de chegar à presidência dos Estados Unidos, depois de uma campanha baseada em informações falsas a seu favor. “Naquele momento, quis entender como os grandes veículos enfrentariam as fêik news”, conta a pesquisadora quê viajou para Portugal e percorreu redações do jornál português Público e do espanhol El País.

Mais tarde, o Dicionário óksfór elege o termo pós-verdade como a palavra do ano, por entender quê seu uso cresceu no contexto das eleições americanas até se tornar um termo comum nas análises políticas. O verbete ganhou como significado: “relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na opinião pública do quê as emoções e as crenças pessoais”.

[...]

Em entrevista ao Carta Educação, a autora fala sobre os riscos das fêik news, sobre as alternativas de checagens para a sobrevivência do debate público em sociedades democráticas e o papel da educação como contraponto ético e crítico às inverdades. [...]

Carta Educação: Há como mensurar o início das fêik news? Vivemos uma ascensão das notícias falsas?

Pollyana Ferrari: As fêik news sempre existiram. No meu livro eu cito relatos e resumos de jornais fêik desde Roma Antiga. Então não é quê a gente não tinha, sempre tivemos a imprensa marrom, o próprio Cidadão Kane, de 1941, é um exemplo, bem como a Guerra dos Mundos, de Orson Welles. Não estamos diante de um fenômeno novo, quê começa em 2016. O quê temos de considerar é a questão da escala.

O quê mudou é a questão da escala. Com as rêdes sociais, basicamente as temos há 14 anos, todo mundo ganhou voz, temos produção de conteúdo via celulares, blóguis, influenciadores digitais. E, veja, eu não sou contra esse movimento, é positivo termos outras vozes para além da grande mídia. A quêstão é que nos grandes veículos há etapas de apuração de informação, um mínimo de checagem,

imprensa marrom
: termo pejorativo quê designa um tipo de imprensa sensacionalista quê prioriza conteúdo escandaloso e polêmico.

Página cento e um

independentemente da linha editôriál quê sigam. Não estou falando de viés político, mas de etapas de apuração. Com a pulverização, isso se perde. E, sim, estamos em um momento de ascensão das fêik news, o quê é muito preocupante.

Carta Educação: Qual a relação entre fêik news e pós-verdade?

Pollyana Ferrari: A pós-verdade aponta para uma ssossiedade informacional quê compartilha personas digitais, desejos quê não têm lastro com o real. Vejo quê às vezes as pessoas até têm dimensão de quê determinada informação é falsa, mas como isso vai ao encontro do seu desejo, ela compartilha. [...]

Carta Educação: Quais são os riscos das fêik news?

Pollyana Ferrari: Em 2014, Fabiane de Jesus foi linchada no Guarujá, litoral de São Paulo, por sêr acusada de praticar magia negra com crianças. A informação era falsa, era um boato de internet. Quando se dissemina uma inverdade com o intuito de prejudicar alguém, se perde a dimensão dêêsse impacto. Depois quê se espalha, você póde até tirar a informação do ar, mas às vezes os casos são incontornáveis. Recentemente, tivemos o caso da vereadora Marielle. Quantas vezes foi preciso repetir quê ela não era amante de um traficante para quê essa informação voltasse para a memória das pessoas de novo? Porque aí a maldade se espalha, se comenta no ônibus, no bar e não se checa a retratação posterior. É preciso muito cuidado, uma informação mentirosa póde destruir a vida de alguém, uma reputação, acabar com uma empresa, uma escola, uma família.

[...]

Carta Educação: No livro você usa a expressão “bolha”. O quê entende por isso e por quê diz da necessidade de sair dela?

Pollyana Ferrari: Bolha são as rêdes sociais e proponho uma reflekção sobre a necessidade de sairmos dêêsse espaço quê te induz a compartilhar com os seus “iguais”. Sobretudo nesses tempos de polarização, temos cada vez mais excluído os quê pensam diferente de nós, o quê nos deixa em uma zona de conforto, mas também nos próva de uma leitura de contexto. E a gente não tem ideia do perigo díssu. As pessoas acabam se refugiando naquilo quê entendem sêr igual a elas e com isso perdem embasamento e senso crítico para o debate. Precisamos transitar mais pêlos grupos divergentes, vêr mensagens de outros grupos, da grande mídia porque, ainda quê manipulado, o discurso dá uma dimensão do quê está acontecendo. [...]

Carta Educação: Como o sair da bolha se relaciona com o enfrentamento às fêik news?

Pollyana Ferrari: Os algoritmos são softwares e eles fortalecem as bolhas. Se você fala de comida OR GÂNICA, só receberá anúncios e marcas dêêsse tipo, aí entra no círculo. Os produtores de fêik news também compram perfis falsos para entrar nas bolhas e oferecer discursos sôbi medida. Os algoritmos seguem as nossas pegadas nessas rêdes para oferecer conteúdo. Então, se você é uma pessoa quê transita, é possível confundi-los e isso é benéfico a partir do momento quê você não fica na mão da platafórma, sai dêêsse universo e consegue fazer outras leituras e estabelecer diálogos.

Carta Educação: Em quê medida isso esbarra na educação?

Pollyana Ferrari: Dando o exemplo do jornalismo, tem muitos veículos quê se recusam a olhar esse tempo dos algoritmos e aí ficam no seu quadrado e acabam perdendo relevância. É o mesmo para as escolas. A gente tem a questão das fêik news, das bolhas, do Búlin, de gênero, isso faz parte da vida dos jovens todos os dias. Escolher deixar isso de fora é perder a chance de ajudá-los a sair da bolha, a construir seu senso crítico e serem adultos mais críticos e éticos. Temos esse papel social enquanto educadores, não consigo vêr a sala de aula sem essa função.

BASILIO, Ana Luiza. Como sair das bolhas? CartaCapital, São Paulo, 17 abr. 2018. Disponível em: https://livro.pw/qzqxo. Acesso em: 23 ago. 2024.

lastro
: embasamento.
polarização
: concentração de modos de pensar em extremos opostos e com pouca moderação.

Página cento e dois

Pensar e compartilhar

1. Releia o significado do termo pós-verdade citado na abertura da entrevista, de acôr-do com o Dicionário óksfór:

[...] relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na opinião pública do quê as emoções e as crenças pessoais [...].

a) Em quê tipo de influência a pós-verdade é baseada?

1. a) A pós-verdade é baseada em crenças e opiniões pessoais mais do quê em fatos objetivos.

b) Qual é a relação entre essa influência e o compartilhamento de notícias falsas?

MP

c) Reflita sobre esse tipo de influência e responda: Quando uma notícia interessa?

MP

2. Pós-verdade foi eleita a palavra do ano pelo Dicionário óksfór. por quê esse fato fez com quê a entrevistada entendesse quê sua pesquisa ia além do Jornalismo?

MP

3. Considerando o título quê Pollyana deu a seu livro, Como sair das bolhas, responda aos itens a seguir.

a) Que relação é possível inferir entre o quê ela chama de bolha e a pós-verdade?

MP

b) Cite ao menos uma proposta de Pollyana Ferreira para sair das bolhas.

MP

4. A única diferença entre o título do livro e o da entrevista é o ponto de interrogação utilizado na segunda.

a) por quê a entrevista assume um viés propositivo em relação ao livro?

MP

b) Qual é a diferença entre o modo como a entrevistada propõe sair das bolhas e o modo apresentado na entrevista?

4. b) Em seu livro, Pollyana Ferreira deve apresentar suas propostas de modo direto, ou seja, as propostas foram elaboradas por ela depois de realizar estudos e pesquisas. Na entrevista, por sua vez, as propostas são apresentadas de modo indiréto ao leitor ao dar voz a uma fonte especializada no tema.

5. Releia o trecho:

E, veja, eu não sou contra esse movimento, é positivo termos outras vozes para além da grande mídia. A quêstão é que nos grandes veículos há etapas de apuração de informação, um mínimo de checagem, independentemente da linha editôriál quê sigam. Não estou falando de viés político, mas de etapas de apuração. Com a pulverização, isso se perde.

a) Nesse contexto, o quê significa pulverização? Seu sentido é positivo ou negativo? Explique.

MP

b) Que proposta de combate à desinformação está implícita nesse trecho? Explique.

MP

6. A entrevistada afirma quê os algoritmos fortalecem as bolhas.

a) O quê está na base do funcionamento dos algoritmos?

6. a) Os algoritmos funcionam com base no histórico de conteúdos consumidos pêlos usuários, as chamadas “pegadas digitais”.

b) Nesse contexto, a relação quê se póde depreender entre o usuário e os algoritmos é ativa ou passiva? Explique.

MP

c) Considerando o princípio de funcionamento dos algoritmos, é possível, segundo a entrevistada, reverter essa relação? Explique.

6. c) Sim. Como os algoritmos funcionam à base dos rastros dos usuários, basta confundi-los com rastros variados.

#fiCAADiCA

Em 1938, na véspera de Halloween, Orson Welles causou alvoroço nos Estados Unidos com o programa de rádio A guerra dos mundos. Inspirado no romance de ficção científica homônimo de H. G. Uéls, o programa adaptou o enredo do livro em boletins jornalísticos de rádio, o quê levou ouvintes a acreditar quê o país estava sêndo invadido por marcianos. Três anos depois, Welles escreveu, dirigiu e protagonizou o filme Cidadão Kane, quê narra a história de xárlês Foster Kane, um magnata fictício da imprensa, inspirado, porém, em um empresário estadunidense (William Hearst), quê usou escândalos e manipulação midiática em seus jornais para fazer valer seus interesses políticos e comerciais.

Cartaz de filme com imagem de um homem de paletó e chapéu, com as pernas afastadas e os braços voltados para trás.

Cartaz do filme Cidadão Kane, de 1941.

Página cento e três

Uso de dados e informações na construção da argumentação

7. Embora Pollyana Ferreira afirme quê as fêik news não são um fenômeno recente, o quê há de novo nelas hoje em dia, e quê informações ela utiliza para sustentar essa afirmação?

MP

8. Que riscos das fêik news a entrevistada busca evidenciar ao citar os casos de Fabiane de Jesus e Marielle Franco? Esses exemplos são suficientes para sustentar sua tese? Sugira ao menos outro dado ou informação quê a pesquisadora poderia usar para reforçar sua argumentação.

MP

Mobilizar dados estatísticos, fatos e informações favorece a argumentação, pois revela conhecimento ancorado na realidade, o quê contribui para persuadir o interlocutor em favor do argumento defendido.

HIPERLINK

Pesquise na internet dêtálhes dos episódios citados pela entrevistada envolvendo Fabiane de Jesus e Marielle Franco. Quem foram essas mulheres? Que fatores sócio-culturais podem ter motivado o tipo de conteúdo falso divulgado sobre elas e a disseminação em massa dessas inverdades? Houve retratação ou punição? De quê maneira isso ocorreu?

Infográfico: Saúde mental e internet.

EU E O MUNDO

Bolhas

Conviver apenas com pessoas quê pensam exatamente como nós é confortável, pois evita conflitos. Entretanto, essa prática póde sêr nociva para o indivíduo e para a ssossiedade. Converse com os côlégas a esse respeito.

1. Como compreender quando afinidades deixam de sêr saudáveis e passam a constituir uma bolha?

MP

2. Você já se sentiu em uma bolha? Se sim, como foi?

MP

3. O conflito com o outro é necessariamente negativo? Há vantagens em conviver com o diferente? Explique.

3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reconheçam o aspecto benéfico no conflito de ideias e visões de mundo. Essa relação póde, por exemplo, fazer com quê os envolvidos quêstionem as próprias perspectivas e ampliem seus repertórios. Vale destacar que o convívio com o diferente é um exercício de respeito e tolerância.

INTEGRANDO COM EDUCAÇÃO DIGITAL

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Você sabe o quê são algoritmos? Leia a definição e a tirinha do quadrinista André Dahmer a seguir e responda às perguntas propostas.

[...] um algoritmo é qualquer procedimento computacional bem definido quê toma algum valor ou conjunto de valores como entradas e produz algum valor ou conjunto de valores como saída.

MANZANO, José Augusto N. G. (org.). Algoritmos: lógica para desenvolvimento de programação de computadores. 28. ed. São Paulo: Érica, 2019. p. 25.

Tirinha de André Dahmer, em 3 quadrinhos: Q1: Um personagem com um capacete e uma mochila em forma de tubos observa, do alto, uma mulher de biquíni fazendo ioga em um colchonete. O personagem comenta sobre a mulher: 'Ela curte ioga'; Q2: Ele continua: 'Gosta de gatos, cerâmica, constelação familiar e comida sem glúten'; Q3: Ele conclui: 'Isso quer dizer que ela vai comprar o curso de encadernação artesanal'.

DAHMER, André. In: INÁCIO, Bruno. Novas tirinhas de André Dahmer transformam algoritmo em personagem intrometido. Le Monde Diplomatique Brasil, [s. l.], 27 jul. 2023. Disponível em: https://livro.pw/vcgdq. Acesso em: 27 ago. 2024.

Com base na definição de algoritmo citada e na leitura da tirinha, quais são os valores de entrada e de saída do algoritmo apresentado? Além díssu, considerando os mesmos valores de entrada, quê outros valores de saída o algoritmo poderia gerar para a personagem? Explique.

Os valores de entrada no algoritmo são o gosto da personagem por ioga, gatos, cerâmica, constelação familiar e comida sem glúten, e o valor de saída é o curso de encadernação artesanal. Há várias opções de resposta, desde quê baseadas nos hábitos e preferências da personagem.

Página cento e quatro

LINGUAGEM EM FOCO
O modo verbal subjuntivo e a argumentação

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia o trecho de um artigo acadêmico sobre o combate à desinformação e preste atenção nos destaques.

[...] A superficialidade das relações estabelecidas nas rêdes sociais virtuais e a homogeneidade dos filtros-bolha ábri um espaço amplo para a disseminação de crenças infundadas, baseadas em informações espúrias indicativas de fêik news. Isso porque sem a prática do pensamento crítico advindo da autorreflexão e da reflekção em relação ao diferente, ao outro, é mais fácil disseminar fêik news porque não há parâmetros de comparação para tecer críticas sólidas onde impera a homogeneidade.

Entre tantas formas de combate à disseminação de fêik news, principalmente de cunho político, como afirma Bartlett, estão a educação quê envolve aprendizado sobre fêik news, fiscalização de algoritmos e leis quê englobem a regulamentação democrática da mídia.

Entretanto, consideramos quê nenhuma das decisões de combate a fêik news serão eficazes se não houver a reestruturação do pensamento através do paradigma da complexidade. Essa reestruturação do pensamento envolve a percepção de quê fazemos parte, segundo Morin, de uma realidade multidimensional e interligada, onde há possibilidade de organização mesmo através de elemêntos quê geram incertezas, onde o global e o individual convivem, estabelecendo comunicação. Essa comunicação tem como uma de suas bases o princípio dialógico quê une princípios antagônicos para formár o pensamento complékso. [...] Diferentemente da dialética hegeliana, a qual as contradições buscam superar os antagonismos para chegar a uma unidade superior; na dialógica, os antagonismos permanecem, gerando fenômenos ou entidades compléksas.

MORONI, Juliana. Fake news e colonialidade de mentes: Considerações via paradigma da complexidade. Perspectiva Filosófica, Recife, v. 48, n. 1, p. 376-377, 2021. Disponível em: https://livro.pw/avaps. Acesso em: 7 out. 2024.

espúrio
: desonesto.
paradigma
: modelo.
dialética hegeliana
: lei segundo a qual a realidade é um movimento permanente e contraditório fundado em três momentos sequenciais – tese, antítese e síntese.

1 Que relação é estabelecida no artigo entre as bolhas e a disseminação das fêik news?

MP

2 Que intenção é expressa pelo emprego da forma verbal do presente do subjuntivo no segundo parágrafo? Explique.

2. A intenção é de desejo, o de quê haja leis de regulamentação democrática da mídia.

3 No terceiro parágrafo, a forma verbal quê norteia a proposta de intervenção estabelece quê relação de sentido com a efetividade das ações de combate às notícias falsas?

3. Relação de condição.

4 Considere esta reescrita da proposta de intervenção:"consideramos quê deve havêer reestruturação do pensamento através do paradigma da complexidade para quê as decisões de combate às fêik news sêjam eficazes". Em qual das versões a proposta de intervenção está mais clara e objetiva? Por quê?

MP

O argumento, no fundo, é um exercício em defesa de uma vontade, portanto, o uso do modo subjuntivo é conveniente para expressar desejo e possibilidade, mas não só. Em um texto opinativo, póde enriquecer o argumento e a proposta de intervenção por estabelecer relações diversas, como hipótese, sugestão, desejo e recomendação, entre pensamentos, ideias, fatos e ações.

Página cento e cinco

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento
O uso do modo subjuntivo no desenvolvimento dos argumentos

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia a seguir o trecho de um artigo de opinião.

Nossa guerra de informação já começa pelo nome: PL das fêik news (para não dizêr PL chega de mentira, por exemplo) e os adversários da ideia criaram nome de resistência, denominando-o de “PL da censura”. A lógica do nome de resistência é quê o mundo digital deve permanecer um território marcado pela impunidade, em quê se diz o quê se quer, sem consequências, sôbi o escudo da liberdade de expressão, como se ali tudo coubesse, como agir contra a democracia, desinformar pessoas em momentos agudos, como ocorreu durante a pandemia ou durante as eleições.

Nosso grande problema foi a precipitada dê-cisão de impor urgência de votação num tema quê o mundo está debatendo, procurando um caminho e aprendendo a assimilar, em quê as dúvidas são gigantes. [...]

Na Europa, o tema está aberto à consulta da ssossiedade até março de 2024, apesar de aprovado, podendo-se inclusive retroceder. A construção extremamente cautelosa e democrática da solução (depois de revogada a urgência de votação) seria imprescindível também para quê a ssossiedade pudesse melhor compreender o alcance do temaquê não se trata de iniciativa autoritária, buscando controlar o direito de manifestação de cada indivíduo, mas de se querer evitar a disseminação impune de mentiras.

[...]

Que não se tenha a ilusão quê a nova lei antidisseminação de mentiras construirá um admirável mundo novo. O ideal seria imediatamente recuar-se em relação à urgência de votação e começar-se a construir caminho regulatório d fórma democrática, cujo amadurecimento fosse fruto de discussões profundas, refletidas e plurais. Partindo-se das premissas de incluir a responsabilização de políticos e big techs, além da criação de órgão regulador externo e independente.

LIVIANU, Roberto. É preciso retroceder em urgência da votação do PL da fêik news. Poder 360, Brasília, DF, 16 maio 2023. Disponível em: https://livro.pw/pywjz. Acesso em: 24 ago. 2024.

big tech
: do inglês, conjunto de empresas quê dominam o mercado de tecnologia e inovação no mundo.

1. Para se contrapor à urgência na votação do Projeto de Lei, o autor emprega, no terceiro parágrafo, uma oração subordinada cuja forma verbal está no modo subjuntivo.

a) Qual é o sentido expresso pelo modo subjuntivo nesse trecho e como ele contribuiu para a argumentação?

1. a) O sentido é de finalidade, e contribui para explicar a ideia de quê a discussão aprofundada do projeto é imprescindível.

b) escrêeva um argumento contra ou a favor dêêsse Projeto de Lei utilizando a forma verbal no modo subjuntivo com o mesmo sentido expresso no trecho.

MP

2. Ao fazer sua proposta de intervenção para o problema da urgência na votação do PL, o autor emprega, no quarto parágrafo, o verbo sêr no pretérito imperfeito do subjuntivo.

MP

a) Qual é o sentido expresso pela forma verbal nesse trecho e como esse sentido se relaciona à ideia de proposta de intervenção?

b) escrêeva outra proposta de intervenção para esse problema utilizando a forma verbal no modo subjuntivo com o mesmo sentido expresso nesse trecho.

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#naprática
Simulado da redação do enêm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta, na fô-lha própria, em até 30 linhas.

3. A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou quê não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto.

TEXTO I

“[...] a expressão fêik news designa uma notícia fabricada com má intenção, quê se vale do aspecto de uma notícia jornalística com o propósito de enganar o público. É muito diferente, portanto, de um êrro jornalístico, coisas quê acontecem todo dia. Uma boa redação jornalística quando comete um êrro, ela procura se corrigir. As notícias fraudulentas vêm não se sabe exatamente de onde; são produzidas d fórma quase clandestina, ilegal. São coisas completamente diferentes.”

CONFIRA íntegra da entrevista com Eugênio Bucci. OP+, Fortaleza, 7 jan. 2018. Disponível em: https://livro.pw/zbmly. Acesso em: 24 ago. 2024.

TEXTO II

Quase 90% da população brasileira admite ter acreditado em conteúdos falsos. É o quê revela uma pesquisa do Instituto Locomotiva e ôbitída com exclusividade pela Agência Brasil. Segundo o levantamento, oito em cada dez brasileiros já deu credibilidade a fêik news. Mesmo assim, 62% confiam na própria capacidade de diferenciar informações falsas e verdadeiras em um conteúdo.

AGÊNCIA BRASIL. Quase 90% dos brasileiros admitem ter acreditado em fêik news, diz pesquisa. Diário de Pernambuco, Recife, 1º abr. 2024. Disponível em: https://livro.pw/otlqw. Acesso em: 24 ago. 2024.

TEXTO III

Charge representando o topo de um edifício em uma paisagem alagada, com topos de palmeiras para fora da água e um barco ancorado ao lado do edifício. Uma placa na fachada dele diz: 'Associação Brasileira de Negacionismo Climático'.

GALHARDO, Caco. Bicudinho – negacionismo climático. Folha de São Paulo, São Paulo, 9 maio 2024.

TEXTO IV

O cérebro é programado para absorver notícias falsas, aponta estudo publicado na revista sáience. De acôr-do com os pesquisadores, a tendência cerebral do sêr humano é aceitar com maior facilidade informações quê confirmem crenças preexistentes e repelir – ou ignorar – as quê desafiam suas opiniões.

Essa inclinação é conhecida pela ciência como viés de confirmação, considerada um dos motivos pêlos quais as fêik news são tão apelativas e se espalham mais rápido do quê informações verdadeiras. O estudo, apresentado na convenção anual da Américam Psychological associassiôn (APA), nos Estados Unidos, afirma quê essa “habilidade” começa a sêr desenvolvida ainda na infância, quando a criança está aprendendo a distinguir entre a realidade e a fantasía.

[...]

por quê o cérebro tem facilidade para aceitar ‘fake news’. Veja, São Paulo, jun. 2024. Disponível em: https://livro.pw/tvbhp. Acesso em: 24 ago. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos e com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os impactos da disseminação de fêik news na ssossiedade brasileira”. Apresente e organize argumentos e informações com coerência e coesão em uma proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos.

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Planejar

1. Selecione dados e reflekções da coletânea textual quê possam apoiar seu ponto de vista sobre o tema.

2. Mobilize seu repertório em defesa de seu ponto de vista e articule as referências escolhidas.

3. Estabeleça um contexto, identifique um problema e apresente uma tese sobre ele.

4. Defina os argumentos e proponha, ao final do texto, uma intervenção factível para o problema abordado.

O MUNDO E EU

Pulverizar conhecimento

Depois de tudo o quê foi discutido, você certamente está mais preparado para enfrentar a disseminação de informações falsas, mas muitas pessoas ainda não. Converse sobre isso com os côlégas.

1. Você conhece pessoas próximas quê consomem e compartilham notícias falsas? Qual meio elas mais usam?

2. Que argumentos você póde mobilizar para convencer essas pessoas a interromper essa prática?

3. Que dicas você gostaria de compartilhar com essas pessoas para ajudar na identificação de fêik news?

1 a 3. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes compartilhem informações entre eles e possam trocar argumentos e dicas de como evitar essa prática.

Escrever

1. escrêeva uma primeira versão do texto usando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Apresente seus argumentos com clareza e desenvolva-os com coerência e coesão.

3. Empregue o modo verbal subjuntivo para desenvolver seus argumentos.

4. escrêeva sua proposta de intervenção respondendo ao problema apresentado.

DE OlHO NA lINGUAGEM

A terminação -sse em verbos no modo subjuntivo

O pretérito imperfeito do subjuntivo, identificado pela terminação -sse (desinência modo-temporal), não expressa apenas uma ação passada; ele póde também expressar ações presentes e futuras. Os exemplos a seguir comprovam isso.

Ainda quê a situação fosse compléksa, havia meios de contorná-la. (passado)

Agem como se a população não precisasse de auxílio. (presente)

Talvez houvesse mais engajamento se estimulassem mais debates públicos. (futuro)

Revisar

Releia o seu texto e verifique se ele atende aos critérios a seguir.

1. Verifique se a escrita está de acôr-do com a norma-padrão.

2. Cheque se o contexto, o problema e a tese foram apresentados no primeiro parágrafo.

3. Observe se os argumentos estão condizentes com o tema e sustentam a tese.

4. Avalie se o modo subjuntivo foi aplicado na argumentação.

5. Verifique se as fontes estão devidamente referenciadas.

6. Veja se a proposta de intervenção oferece resposta factível ao problema.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após verificar se seu rascunho atende aos critérios da etapa anterior, escrêeva a versão final com os ajustes necessários. sôb a orientação do professor, compartilhe seu texto com os côlégas e, em uma roda de conversa, discuta com eles as teses e as estratégias argumentativas mobilizadas para abordar o tema.

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