UNIDADE 5
SABERES SOBRE A NATUREZA

Fotografia de um menino indígena com o corpo imerso em um rio, ao centro de uma paisagem com as margens e a mata ao fundo. Ele está com as mãos abertas e unidas em forma de uma concha ou uma cuia, de modo que um pequeno peixe se acomoda nas mãos dele, próximo à superfície da água.

Menino da etnia e aldeia Kamayura mostrando peixe na palma da mão. Parque Indígena do Xingu, Gaúcha do Norte (MT), 2023.

Página cento e trinta e nove

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O foco desta unidade é a relação entre sêr humano e meio ambiente. Embora dependente da natureza, em determinados contextos, as pessoas adotam atitudes quê a prejudicam com o intuito de atender a objetivos e interesses individuais ou coletivos. Contudo, a indiferença e o confronto à natureza são nocivos à própria humanidade, sobre quem recaem os prejuízos causados ao meio ambiente, haja vista as mudanças climáticas e a poluição do ar e das águas. Assim, é necessário um esfôrço coletivo no sentido de equilibrar a relação entre o meio ambiente e a humanidade, entre o consumo e a conservação da natureza.

1. O menino e o peixe estão em destaque na fotografia. Que elemêntos contribuem para esse destaque?

1. A posição do menino, centralizado na fotografia, e a perspectiva da imagem contribuem para esse destaque.

2. Como o menino favorece o destaque ao peixe?

2. Ele une as mãos em forma concha para abrigar o peixe.

3. Que relação entre sêr humano e natureza é possível depreender dessa imagem? Explique.

3. A relação é de integração: o menino está na á gua (possivelmente de um rio) e interage com o peixe, sem tirá-lo do próprio hábitat.

4. De quê modo o menino indígena retratado na imagem simboliza os saberes sobre a natureza?

4. Sabidamente, os indígenas são profundos conhecedores da natureza, com a qual têm uma relação de integração e harmonía.

Apesar de havêer cenários preocupantes na relação do sêr humano com o meio ambiente, você vai conhecer possibilidades de revertê-los por meio de ações sustentáveis, quê respeitam e colabóram com a conservação da natureza. Por meio das discussões e atividades propostas nesta unidade, você poderá ampliar seu conhecimento sobre esse tema e suas habilidades de leitura e de escrita, sobretudo a escrita argumentativa.

Página cento e quarenta

Consumo e sustentabilidade

Se a publicidade póde ditar hábitos de consumo, hábitos de consumo também podem ditar processos produtivos. Nesse sentido, consumidores atentos a kestões ambientais tendem a recusar produtos e serviços de empresas quê não promóvem a sustentabilidade, o quê póde levar à reformulação da cadeia de produção. Por meio de uma carta aberta, um poema e um artigo de opinião, você vai se informar sobre esse tema cada vez mais relevante no mundo contemporâneo e discuti-lo com os côlégas.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Você vai ler a seguir uma carta aberta e um poema quê abordam a atividade de mineração no Brasil. Considerando a função social dêêsses gêneros textuais e o tema quê abordam, quê reivindicação você associaria à carta aberta? Sobre o poema, quê impressões e experiências do eu lírico poderiam sêr mobilizadas?

Texto 1

Carta aberta: Alerta sobre os perigos do projeto do Novo cóódigo da Mineração

Queremos, através desta carta, alertar a população brasileira para o grande risco quê estamos correndo diante do Projeto de cóódigo da Mineração da relatora Greyce Elias (Avante-MG).

Esse projeto, quê não foi discutido com a ssossiedade civil, propõe quê a mineração seja entendida como essencial à vida humana e de utilidade pública, facilitando sua prática no país.

Entendemos quê o Novo cóódigo da Mineração é bastante problemático, se apresenta como um infame muro quê se constrói entre a ssossiedade e seu direito a um meio ambiente sadio, tendo como maiores pontos de atenção:

Flexibilização da fiscalização das atividades minerárias pela Agência Nacional de Mineração (ANM), criando uma “aprovação tácita” dos empreendimentos caso a agência não se manifeste em 180 dias;

Dispensa de licença ambiental para as atividades de pesquisa mineral quê sêjam genericamente definidas como destituídas de impacto ambiental;

Limitação do pôdêr de Estados e Municípios de aceitar ou não projetos minerários em seus territórios;

Impossibilidade de demarcação de Unidades de Conservação, áreas de proteção ambiental, tombamentos e outras demarcações como Terras Indígenas, Comunidades Quilombolas e Assentamentos de Reforma Agrária, quê sêjam impeditivos à mineração nas regiões visadas pelas empresas;

Legalização do garimpo, tornando o garimpeiro um Microempreendedor Individual (MEI) e isentando de licença ambiental a concessão da Permissão de Lavra Garimpeira;

Ausência de punição para mineradoras e garimpeiros, não prevendo a perda do título quando for utilizado trabalho análogo à escravidão, trabalho degradante e/ou trabalho infantil e, outras infrações como sonegação de informações para pagar menos impostos, operação intencional fora da área de concessão e quando não se cumprirem os determinantes ambientais;

Não aumento da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), um dos únicos impostos pago pelas mineradoras e quê é um dos mais baixos entre os países minerários.

tácito
: silencioso.

Página cento e quarenta e um

Diante díssu, vemos quê a proposta de mudança do cóódigo reflete apenas os interesses do setor mineral e não agrega as necessidades da ssossiedade brasileira de proteção dos seus direitos e do meio ambiente. Corroboram os interesses de empresas transnacionais e seus megaprojetos de mineração, incluindo mineração a céu aberto, quê tem afetado diversos territórios no Pampa, no Cerrado, na Amazônea e em diversos países da América Látína, além de garantir a continuidade do garimpo, quê já demonstrou sêr extremamente danoso para os éco-sistemas, para as águas e para a saúde da população. Esses projetos são de MORTE e não de vida.

Não quêremos que desastres como os de Brumadinho e de Mariana se propaguem pelo país. Nossos biomas estão em risco, nossa saúde está em risco, os modos de vida de populações tradicionais estão em risco. Deste modo, colocar a mineração como “atividade de utilidade pública, de interêsse social, de interêsse nacional e essencial à vida humana”, torna-se irresponsável e ilegítimo. Uma forma equivocada de conceber o desenvolvimento.

Os desastres ambientais vivídos no país mostram o quanto a mineração é nociva a qualquer forma de produção das condições materiais de vida dos grupos sociais afetados. Devastadora de territórios, memória social, conhecimentos tradicionais e projetos de futuro de comunidades inteiras, compromete á gua, alimentação, produção, rêdes de cuidado e processos identitários de diferentes gerações. Sobretudo, retira perspectivas de crianças e jovens, ou seja, das futuras gerações.

Quem defende Megaprojetos de Mineração não vive nestes territórios, não sente o impacto de morte na sua vida e na vida dos seus. É sabido quê impactos sociais e econômicos não são sentidos da mesma forma por todas e todos: a dor dos megaprojetos tem rrôsto, côr e gênero. A Frente “Elas na Luta contra a Megamineração” vêm discutindo, de modo particular, como as mulheres dos diferentes grupos sociais são afetadas por esses projetos de morte. Suas rendas são destituídas, suas famílias deslocadas, seus filhos e filhas veem-se com dificuldades de adaptação escolar, suas autonomias (em todas as esferas do cotidiano) são arrancadas. Isso não lhes têm conferido melhoria de vida. É desumano quê o Congresso Nacional venha a compactuar com o discurso posto neste cóódigo.

Não aceitamos esse retrocesso. Há uma trajetória de construção de legislações e normas quê, a duras penas, têm tentado estabelecer um conjunto de procedimentos para garantir o mínimo de segurança dos empreendimentos minerários (e outros quê possam ter impacto ambiental). Esta nova proposta renega todo êste processo. O Estado precisa aperfeiçoar o contrôle em relação à mineração, e não o diminuir.

Utilidade pública é a VIDA, interêsse social é a saúde de nossa população, a proteção dos nóssos éco-sistemas e dos nóssos direitos.

Assinam esta carta:

Frente Elas na Luta contra a Megamineração na Pampa / Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente – APEDeMA-RS / Associação Amigos do Gomeral (AAG) / Associação Terceira Via / Comitê de Combate à Megamineração no RS – CCM / Grupo de Pesquisa Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade – TEMAS/UFRGS / Sesunipampa – Seção Sindical dos Docentes da Unipampa / EcoLavras Bioma Pampa / Movimento Roessler para Defesa Ambiental / AIPAN – Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural / Instituto Mira-Serra / União Protetora do Ambiente Natural – UPAN / Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN / Instituto Econsciencia / Centro de Estudos Ambientais – CEA / DESMA/UFRGS – Núcleo de Estudos em Desenvolvimento Rural Sustentável e Mata Atlântica / Grupo de Pesquisa Tuna: gênero, educação e diferença – Unipampa/CNPq / Curso de Educação do Campo – Unipampa/Campus Dom Pedrito / Amigos da Terra Brasil / Amigos do Meio Ambiente – AMA Guaíba / Instituto Guaicuy / Projeto Manuelzão / São Sepé Sustentável

PROJETO Manuelzão éti áu. Carta aberta: Alerta sobre os perigos do projeto do Novo cóódigo da Mineração. Projeto Manuelzão, Belo Horizonte, 30 nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/opejn. Acesso em: 25 ago. 2024.

Página cento e quarenta e dois

Texto 2

A montanha pulverizada

Chego à sacada e vejo a minha serra,
a serra de meu pai e meu avô,
de todos os Andrades quê passaram
e passarão, a serr
a que não passa.

Era coisa dos índios e a tomamos
para enfeitar e presidir a vida
neste vale
soturno onde a riqueza
maior é sua vista e contemplá-la.

De longe nos revela o perfil grave.
A cada volta de caminho aponta
uma forma de sêr, em ferro, eterna,
e sopra eternidade na fluência.

Esta manhã acôr-do e
não a encontro.
Britada em bilhões de lascas
deslizando em correia transportadora
entupindo 150 vagões
no trem-monstro de 5 locomotivas
– o trem maior do mundo, tomem nota –
foge minha serra, vai
deixando no meu corpo e na paisagem
mísero pó de ferro, e êste não passa.

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Boitempo: esquecer para lembrar. São Paulo: Companhia das lêtras, 2017. p. 51. E-book.

Ilustração de uma cadeia de montanhas representadas por pequenos pontos justapostos.

soturno
: melancólico.

Pensar e compartilhar

1. A carta aberta busca dar publicidade a uma opinião, e seu conteúdo é destinado à ssossiedade. O interlocutor costuma sêr uma autoridade ou órgãos convidados a debater o assunto.

a) Na carta aberta quê você leu, quê trecho do primeiro parágrafo indica se tratar de um conteúdo aberto à ssossiedade?

1. a) O trecho “Queremos, através desta carta, alertar a população brasileira”.

b) A carta menciona uma autoridade pública. A quem a carta é destinada: à ssossiedade brasileira ou a essa autoridade? Explique.

MP

2. A carta defende uma tese. Identifique-a e explique a relação quê ela estabelece com o acesso público da carta aberta.

MP

3. A carta é assinada por diversos signatários.

a) Como essa multiplicidade de signatários está representada no texto?

3. a) Está representada pela pessoa do discurso quê conduz o texto: a primeira pessoa do plural (nós).

b) Quem são, em geral, os signatários da carta?

3. b) Os signatários da carta são, em geral, representantes de entidades quê defendem o meio ambiente e de instituições de ensino, como universidades.

c) Considerando a quantidade de signatários e a área em quê atuam, a assinatura da carta interfere no pôdêr reivindicatório dela? Explique.

3. c) Sim. Composta de diversos signatários quê representam instituições de prestígio, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul ((hú f érre gê ésse)), a assinatura contribui para fortalecer o pôdêr reivindicatório da carta.

d) Você seria um signatário dessa carta? Por quê?

3. d) Resposta pessoal. O objetivo da questão é explorar o alinhamento (total, parcial ou nulo) dos estudantes com o conteúdo da carta.

Página cento e quarenta e três

4. Na primeira estrofe do poema de Carlos drumom de Andrade, há alguns pronômes possessivos. O quê eles demonstram sobre a relação do eu lírico com a serra quê ele observa da sacada?

4. O pronome minha e o pronome meu (empregado duas vezes) demonstram a relação particular do eu lírico com a serra, quê é parte da história da família dele.

5. Na segunda estrofe do poema, obissérve a forma verbal tomamos, empregada na primeira pessoa do plural.

a) Ela se refere a quê ação sistemática na História do Brasil?

5. a) Ela se refere à tomada de terras dos povos originários.

b) Considerando essa referência, explique o efeito de sentido gerado pelo alargamento de perspectiva da primeira pessoa do singular para a primeira pessoa do plural.

MP

6. O verbo passar é empregado na primeira e na última estrofe do poema.

a) No contexto, qual é o sentido dêêsse verbo?

6. a) No contexto do poema, o sentido do verbo passar é o de mostrar quê algo é efêmero, transitório.

b) Com base nesse sentido, quê diferença é possível inferir entre os Andrades e a serra?

6. b) Os Andrades são efêmeros e a serra é eterna.

c) Que acontecimento narrado na última estrofe suspende essa diferença?

6. c) A destruição da serra, “Britada em milhões de lascas”.

d) Considerando a relação entre os Andrades e a serra, comente o impacto causado por esse acontecimento no eu lírico.

6. d) A destruição da serra é a destruição de uma memória familiar, de uma paisagem afetiva.

7. O poema cita o substantivo riqueza.

a) Quais são os dois sentidos de riqueza empregados no poema?

MP

b) Como essa diferença de sentidos se relaciona ao acontecimento quê norteia o poema?

7. b) O modo como a mineradora entende a riqueza do vale é o quê determina a pulverização da serra, sobrepondo-se, portanto, ao entendimento de riqueza imaterial do eu lírico em relação ao lugar.

8. Releia um trecho da carta aberta.

[...]. Devastadora de territórios, memória social, conhecimentos tradicionais e projetos de futuro de comunidades inteiras, compromete á gua, alimentação, produção, rêdes de cuidado e processos identitários de diferentes gerações.

Embora o foco do tema da mineração na carta seja outro, esse trecho converge com a perspectiva apresentada no poema. Explique essa afirmação.

8. O ponto de convergência com o poema é a devastação da memória social provocada pela mineração, perspectiva íntima, lírica, quê norteia o poema.

SAIBA MAIS

Novo cóódigo de Mineração

Em 10 de novembro de 2021, o projeto de lei para um Novo cóódigo de Mineração foi apresentado na Câmara dos Deputados. Em 1º de dezembro, a relatora dêêsse projeto apresentou uma nova versão do texto, em quê recuou da proposta inicial de retirar de estados e municípios o pôdêr de dê-cisão sobre a extração mineral, porém o projeto foi arquivado e não chegou a se tornar lei. Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei em: https://livro.pw/kqavf. Acesso em: 28 ago. 2024.

#fiCAADiCA

Boitempo é o nome da série memorialística de poemas de Carlos drumom de Andrade. Foi publicada entre 1968 e 1979, composta de três livros: Boitempo: (in) memória (volume I), Boitempo: menino antigo (volume II) e Boitempo: esquecer para lembrar (volume III). O poema “A montanha pulverizada”, quê você leu e analisou, foi originalmente publicado no terceiro volume da série. Em 2023, essa série foi republicada em dois volumes pela editora recór.

Capa de livro com fotografia de um menino ao lado de uma bicicleta.

Capa do livro Boitempo I: menino antigo, da editora recór.

Capa de livro com fotografia de Carlos Drummond de Andrade: um homem de óculos escrevendo em um caderno.

Capa do livro Boitempo II: esquecer para lembrar, da editora recór.

Página cento e quarenta e quatro

Argumento por exemplificação: o fato em favor de um princípio

9. Releia êste trecho da carta aberta e responda às kestões a seguir.

Não quêremos que desastres como os de Brumadinho e de Mariana se propaguem pelo país. Nossos biomas estão em risco, nossa saúde está em risco, os modos de vida de populações tradicionais estão em risco. Deste modo, colocar a mineração como “atividade de utilidade pública, de interêsse social, de interêsse nacional e essencial à vida humana”, torna-se irresponsável e ilegítimo. Uma forma equivocada de conceber o desenvolvimento.

Os desastres ambientais vivídos no país mostram o quanto a mineração é nociva a qualquer forma de produção das condições materiais de vida dos grupos sociais afetados.

a) Esse trecho da carta se opõe a quê ideia defendida pelo Novo cóódigo da Mineração?

MP

b) Que princípio geral é usado para contrariar essa ideia?

MP

c) Que fatos ocorridos no país são usados para embasar esse princípio geral?

9. c) Os desastres ambientais de Brumadinho e de Mariana, no estado de Minas Gerais.

d) Os acontecimentos citados precisariam sêr descritos. Que informações seriam importantes para caracterizá-los?

MP

e) Como a falta de informações sobre os fatos mencionados na carta impacta a argumentação?

MP

f) Faça uma breve pesquisa sobre os desastres ocorridos em Brumadinho e em Mariana e levante informações essenciais para caracterizar cada um deles.

9. f) Resposta pessoal. Para a pesquisa, oriente os estudantes a consultar fontes seguras.

g) Com os dados coletados, reescrêva o trecho da carta caracterizando os acontecimentos quê embasam a argumentação.

MP

HIPERLINK

Na carta aberta, menciona-se o Novo cóódigo da Mineração, pois, quando o projeto foi apresentado, o cóódigo vigente no Brasil era de 1967. Com um colega, pesquise os desdobramentos da legislação da mineração no Brasil e respondam às kestões a seguir. Registrem os dados pesquisados e compartilhem o resultado da pesquisa com a turma.

1. O cóódigo de 1967 ainda está vigente?

1. Sim, esse cóódigo continua vigente.

2. Houve novos projetos de lei após essa tentativa de 2021 apresentada no texto da carta? Em caso afirmativo, quais foram as propostas e qual foi o processo de tramitação delas?

2. Sim, houve uma nova proposta de alteração do cóódigo da Mineração por meio do Projeto de Lei número 957/2024, quê, em abril dêêsse ano, estava em análise na Câmara dos Deputados. Fonte de pesquisa: https://livro.pw/nbhyl. Acesso em: 30 set. 2024.

No argumento por exemplificação, usam-se fatos concretos para construir um princípio geral quê visa comprovar uma tese.

EU E O MUNDO

Natureza e memória afetiva

A serra de quê trata o poema “A montanha pulverizada” está relacionada à memória pessoal do eu lírico. É a serra vista da sacada de sua casa, a serra dele e “de todos os Andrades quê passaram”. Desse modo, a cena final é também a implosão de uma parte da memória do eu lírico. Converse com os côlégas sobre a relação entre natureza, afeto e memória.

1. Há alguma paisagem ou algum lugar da natureza quê tenha para você um valor afetivo, memorialístico?

MP

2. Se sim, qual é esse lugar? Ele permanéce intacto ou sofreu alguma mudança significativa como a serra citada no poema?

MP

3. Em sua opinião, uma lei sobre a mineração deveria levar em conta a memória social das áreas pretendidas para a exploração mineral ou o fator econômico deve sêr preponderante?

3. Resposta pessoal. O objetivo é quê, ao responder a essa questão, os estudantes mobilizem não só a visão particular deles, mas lévem em conta igualmente os conteúdos da carta e do poema.

Página cento e quarenta e cinco

LINGUAGEM EM FOCO
As preposições na construção dos sentidos do texto

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia, a seguir, o trecho inicial de uma notícia sobre consumo e sustentabilidade, prestando atenção aos termos em destaque. Depois, responda às kestões.

Os impactos ambientais e a sustentabilidade são cada vez mais considerados pêlos consumidores ao redor do mundo, é o quê aponta a pesquisa Future Consumer Index, da EY, realizada com 21.000 entrevistados de 27 países. Entre os brasileiros, por exemplo, 73% estão profundamente preocupados com a fragilidade do planêta, isto é maior do quê a média global de 64%. Já 35% esperam quê a mudança climática piore nos próximos 6 meses, vérsus 43% globalmente.

O quê chama a atenção também é quê a maior parte dos entrevistados no país dizem adotar a sustentabilidade como estilo de vida, quando 60% acreditam quê comprar e se comportar d fórma sustentável é um princípio de vida e 71% pretendem prestar mais atenção ao impacto ambiental de seu consumo no futuro.

A preocupação com o meio ambiente também se reflete em ação e mudanças de comportamentos dos brasileiros. Isto porque 77% afirmam usar sacolas reutilizáveis, 93% tentam economizar á gua, 73% tentam reduzir as emissões e 80% reciclam/reaproveitam produtos após o uso.

Consumo e sustentabilidade

Em relação ao consumo, 46% estão dispostos a pagar mais por produtos feitos de maneira sustentável, 66% tomam decisões de compra com base no impacto ambiental de um produto ou serviço, 68% tomam decisões de compra com base no impacto ético de um produto ou serviço e 73% estão mudando para alternativas sustentáveis nos produtos quê compram.

Os números são próximos da escala global, quê ficam em 42%, 60%, 58% e 60%, respectivamente.

FILIPPE, Marina. Preocupação dos brasileiros com o planêta afeta consumo e 73% estão mudando para opções sustentáveis. Exame, [s. l.], 21 nov. 2023. Disponível em: https://livro.pw/ivame. Acesso em: 12 ago. 2024.

1 No primeiro parágrafo, há uma preposição empregada duas vezes. O sentido, nas duas ocorrências, é o mesmo? Explique.

1. Não. Na primeira ocorrência, o sentido é de participação e, na segunda, de propósito.

2 A notícia apresenta dados de uma pesquisa. O emprego da preposição entre contribui para apresentar quê característica típica de pesquisas estatísticas?

2. Essa preposição contribui para apresentar segmentos da pesquisa; neste caso, delimita o segmento dos brasileiros.

3 Substitua a preposição vérsus, em destaque no primeiro parágrafo, por outra de sentido equivalente.

3. Contra.

4 Que preposições em destaque no texto conferem o sentido de tempo?

4. As expressões nos e após.

5 A locução prepositiva em relação a introduz o trecho após o intertítulo.

a) Que aspecto da pesquisa ela apresenta?

MP

b) Como essa locução prepositiva contribui para a coesão textual?

5. b) Ao introduzir um elemento novo, essa locução prepositiva contribui para organizar, no texto, os variados segmentos da pesquisa.

6 O trecho apresenta outra locução prepositiva: com base no.

a) A quê ação dos participantes da pesquisa essa locução prepositiva se relaciona?

MP

b) Qual é a contribuição dessa locução prepositiva para divulgar essa ação?

MP

Página cento e quarenta e seis

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento
O valor semântico das preposições na elaboração dos argumentos

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia, a seguir, um trecho de um artigo de opinião sobre consumo consciente publicado em um jornál e responda às kestões.

Precisamos falar de consumo consciente

A cobrança em torno dos grandes geradores de lixo levantou a necessidade de outra discussão importante em Campo Grande: a produção desenfreada de lixo e o descaso com quê temos tratado esse assunto. Recentemente, Mato Grosso do Sul foi considerado o estado mais arborizado do País. Somos conhecidos pelas belezas naturais e, embora não esteja entre os principais pontos turísticos do Estado, a Capital também é caracterizada por seus bélos parques e arborização. Mesmo assim, estamos longe de nos tornar uma capital sustentável no quê se refere a resíduos sólidos. Pelo contrário. Apesar de sermos um dos poucos municípios brasileiros quê têm a côléta seletiva implantada, ela está muito aquém do seu propósito.

Em Campo Grande, são produzidas diariamente 900 toneladas de lixo. Deste total, estima-se quê só 2% é destinado à reciclagem. Ou seja, das 24 mil toneladas de lixo produzidas mensalmente na Capital, só 500 toneladas são, de fato, encaminhadas para reciclagem. O

restante vai parar em atêerros. êste número chega a sêr inferior ao do restante do Brasil, quê estima reciclar o insignificante índice de 3%.

Para comparar o quão irrisório é êste número, o sistema de reciclagem da Suécia atingiu 99% de todo o lixo, funcionando tão bem quê, por anos, o país teve de comprar lixo de seus vizinhos para manter suas plantas funcionando. Essa diferença gritante é consequência da falta de conscientização da população, mas, principalmente, de investimento na área. Até hoje, por exemplo, o serviço de côléta seletiva – previsto no Plano Nacional dos Resíduos Sólidos, do govêrno federal, de 2010 – não chegou a todos os bairros de Campo Grande. O fato é quê, d fórma geral, nós consumimos como um país de primeiro mundo, mas, na hora de gerir seu lixo, ficamos em pé de igualdade com países de terceiro mundo. [...]

VACCARI, Glaucea. Precisamos falar de consumo consciente. Correio do Estado, Campo Grande, 15 jan. 2019. Disponível em: https://livro.pw/pvuxb. Acesso em: 27 ago. 2024.

1. A última frase do primeiro parágrafo do texto é introduzida pela locução prepositiva apesar de. O uso dessa locução prepositiva, e a oposição quê ela proporciona, indica a postura da autora em relação ao diagnóstico do problema discutido no artigo? Explique.

1. Essa locução prepositiva indica ponderação por parte da autora. Embora avalie negativamente o cenário da côléta seletiva em Campo Grande, ela não deixa de reconhecer um aspecto positivo nesse contexto.

2. A preposição para inicia o terceiro parágrafo do artigo e mobiliza a estratégia argumentativa de comparação. Em sua opinião, a estratégia intencionada foi efetiva na defesa da tese?

MP

3. No final do artigo, a autora afirma quê o Brasil se equipara a países de terceiro mundo no gerenciamento do lixo, sem apresentar, porém, dados quê sustentem essa afirmação. Faça uma breve pesquisa para encontrar dados quê a comprovem e escrêeva no caderno um parágrafo para embasar a afirmação da autora. Ao citar as fontes, use preposições ou locuções prepositivas como conforme, de acôr-do com e segundo.

MP

Página cento e quarenta e sete

#naprática
Carta aberta

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Agora é o momento de produzir uma carta aberta. Reúna-se com os côlégas e escrevam uma carta aberta sobre a necessidade de havêer educação ambiental voltada a práticas e hábitos sustentáveis de consumo.

Planejar

1. Retomem a carta aberta apresentada na seção Leitura em pauta, atentando à estrutura do gênero e à argumentação desenvolvida pêlos autores.

2. Mobilizem seu repertório sobre sustentabilidade e consumo no mundo contemporâneo.

3. Consultem fontes confiáveis e façam um levantamento de dados e análises relevantes quê permítam traçar o cenário dos hábitos de consumo atuáis no Brasil e no mundo, a fim de identificar possíveis problemas e conhecer práticas sustentáveis de consumo e iniciativas de educação ambiental quê possam contribuir para enfrentá-los.

4. Definam o destinatário da carta. Será uma autoridade, uma instituição ou um grupo de pessoas?

5. Listem os argumentos quê pretendem mobilizar para persuadir o destinatário em favor da necessidade da educação ambiental para práticas e hábitos sustentáveis de consumo.

6. Definam o título da carta. Iniciem o título com o nome do gênero – carta aberta – e, em seguida, citem a reivindicação ou o destinatário, como na carta quê vocês lêram.

O MUNDO E EU

Consumo consciente

No Brasil, existem os chamados selos de sustentabilidade. São mais de 30, voltados a diferentes setores da economia. Para certificar a sustentabilidade de uma empresa, eles levam em conta critérios como gestão da á gua, gestão de resíduos, eficiência energética, manejo florestal e preservação da biodiversidade. Oferecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um dos principais é o conferido pela ISO 14001, quê especifica os requisitos de gestão ambiental das empresas. Converse com os côlégas sobre práticas de consumo consciente e responda às kestões:

1. Ao comprar um produto, você checa se ele é produzido por uma empresa sustentável?

1. Resposta pessoal. Assegure um ambiente respeitoso para quê os estudantes possam manifestar as próprias vivências.

2. Se você tomasse conhecimento de quê um empresa não segue padrões de sustentabilidade, ainda assim compraria o quê ela produz?

2. Resposta pessoal. Esta atividade visa despertar os estudantes para uma atuação social quê promôva a sustentabilidade.

3. Além dêêsses selos, quê ações podem estimular a ssossiedade ao consumo consciente?

3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes citem ações como a promoção de campanhas educativas, inclusive compartilhando informações sobre o tema com pessoas com as quais convivem, e da economia circular, a implantação de políticas públicas quê incentivem a sustentabilidade, entre outras.

Escrever

1. Pesquisem ferramentas de escrita colaborativa ôn láini. Há opções gratuitas na internet.

2. Organizem-se em três grupos: os elaboradores, os editores e os revisores. Feita essa organização, os elaboradores devem escrever a primeira versão da carta, seguindo as definições da etapa de planejamento.

3. Façam uma introdução para contextualizar e identificar o objetivo de sua carta.

4. Ao apresentar argumentos e propostas, vocês podem organizá-los em bullets (tópicos), como na carta aberta quê vocês lêram.

5. Utilizem ao menos um argumento por exemplificação. Atentem para quê um ou mais exemplos dêêsse argumento estejam bem apresentados e descritos, de modo quê sirvam para construir o princípio geral com quê vocês pretendem sustentar uma tese.

Página cento e quarenta e oito

6. Na conclusão, retomem brevemente a reivindicação inicial e, d fórma breve, reforcem a defesa dos argumentos.

7. Se quiserem, escrevam uma despedida ao destinatário.

8. Assinem a carta. Se preferirem, mencionem antes da assinatura a data e o local de produção da carta.

9. Após a elaboração, os editores devem editar o texto, ajustando imprecisões e adequando trechos. Verifiquem, por exemplo, se a carta foi escrita com o uso da terceira pessoa do discurso. Embora haja cartas abertas em primeira pessoa, o emprego da terceira pessoa contribui para o tratamento distanciado da questão abordada.

10. Os editores devem dar um título à carta e, mesmo se vocês optarem por mencionar o destinatário no título, escrevam, antes do corpo da frase, uma saudação a ele. Esse recurso confere ao texto um tom respeitoso quê deve permanecer ao longo da escrita.

Revisar

1. Os revisores devem ler atentamente a carta e fazer os ajustes necessários para adequação do texto à norma-padrão da língua. Verifiquem o atendimento às regras de ortografia, assim como à concordância verbal e à nominal. Por exemplo, se o destinatário for feminino e mencionado no título da carta aberta, não se esqueçam do acento indicativo de crase, afinal a carta é destinada a alguém. Leiam, a seguir, a explicação sobre essa e outras contrações de preposição com artigo.

DE OlHO NA lINGUAGEM

A contração de preposição com artigo e o uso de crase

Em língua portuguesa, preposições e artigos podem se ligar. Quando, nesse processo, a preposição sofre redução, ocorre uma contração (em + a = na, em + um = num, de + a = da). Quando ela não se altera, ocorre uma combinação (exemplo: a + o = ao).

Um dos principais exemplos de contração de preposição com artigo na língua portuguesa é a crase, de quê participam a preposição a e os artigos a ou as. A crase é sinalizada pelo acento grave (`) sobre a vogal a. Exemplos:

Vou à praia sempre quê posso. (a + a = à)

Dedicou sua fala às mães presentes. (a + as = às)

Em ambas as frases, a preposição a é exigida pelo verbo.

2. Identifiquem se o título da carta começa com a expressão “Carta aberta” e se há uma saudação ao destinatário.

3. Chequem se a carta foi escrita em terceira pessoa e se a reivindicação está presente no início da carta, devidamente apresentada.

4. Verifiquem se os argumentos em defesa da reivindicação estão bem sustentados e se o argumento por exemplificação caracteriza satisfatoriamente o exemplo quê o ampara.

5. Confiram se a conclusão retoma o quê foi discutido de modo quê refórce a reivindicação e se a carta está assinada.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após verificar se a carta atende aos critérios de revisão, escrevam a versão final do texto, fazendo as correções necessárias.

2. Com a orientação do professor, publiquem a carta aberta da turma em perfis da rê-de social, caso os côlégas os disponibilizem, ou no blogue da escola.

Página cento e quarenta e nove

Lixo, resíduos e meio ambiente

Você conheceu alguns dos impactos quê o consumismo póde causar ao meio ambiente e refletiu sobre como o consumo consciente póde colaborar para um mundo mais sustentável. Agora, vai se aprofundar no tema sustentabilidade.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O artigo de opinião a seguir aborda o descarte irregular de lixo eletrônico. Nesse texto, além de definirmos o quê vêm a sêr esse tipo de lixo, chama-se atenção para os danos ambientais causados por ele em razão de seu aumento crescente. Também são propostas ações para enfrentar esse problema. O quê você sabe sobre a produção e o descarte de lixo eletrônico?

Texto

Descarte de lixo eletrônico

Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) é um nome técnico para lixo eletrônico, o qual não se limita apenas a computadores e celulares. REEE diz também respeito a qualquer tipo de eletrodoméstico, como geladeiras, micro-ondas, entre outros. O descarte de lixo eletrônico é um assunto quê sempre foi uma grande preocupação não só no Brasil, mas mundialmente, principalmente, devido ao seu descarte irregular.

Todo ano, em média, aumenta em 4% o lixo eletrônico no mundo. O Brasil se tornou, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), um dos países subdesenvolvidos com maior índice de lixo eletrônico, descartando em média mais de 90 mil toneladas de computadores, 2,2 toneladas de celulares e 17,2 toneladas de impressoras.

O hábito de realizar o descarte incorréto ainda é preocupante. Por mais quê existam campanhas de conscientização, as pessoas não têm o hábito de separar e fazer o descarte corretamente do lixo eletrônico. Isso acarreta inúmeros problemas, não só para a saúde como também para o meio ambiente. Uma possível solução seria conscientizar, especialmente, as crianças a desenvolverem o hábito de realizar o correto descarte.

Outra possível solução para esse problema é criar mais pontos de descarte fixos para esses eletrônicos, para quê tênham um fim correto. Há, segundo dados disponibilizados pelo govêrno Federal, 170 pontos de côléta, porém eles são insuficientes. A partir da côléta adequada, seria possível fazer a separação e a seleção do quê póde sêr aproveitado e, com isso, realizar consertos ou até mesmo montar novos equipamentos com a finalidade de serem distribuídos para pessoas sem condições de comprar um equipamento eletrônico. Assim, os REEE seriam mais bem aproveitados e, ao mesmo tempo, poderiam beneficiar quem realmente precisa.

Fontes

BRASIL. Saúde Ambiental: Brasil vai aumentar pontos de côléta de lixo eletrônico, 31 jan. 2020. Disponível em: https://livro.pw/pijvd. Acesso em: 9 jul. 2021.

NOTÍCIAS Concursos. Atualidades: Problemas do descarte de lixo eletrônico no ambiente, 13 set. 2020. Disponível em: https://livro.pw/ipbfl. Acesso em: 9 jul. 2021.

AGÊNCIA Brasil. Agência Brasil explica: como é o descarte correto do lixo, 15 maio 2021. Disponível em: https://livro.pw/jlwpl. Acesso em: 9 jul. 2021.

grín Eletron. Como descartar lixo eletrônico durante a quarentena, 11 jul. 2021. Disponível em: https://livro.pw/xkeyr. Acesso em: 13 jul. 2021.

VARGAS, Ketrin Diovana Alves Rodrigues. Descarte de lixo eletrônico. CiênciAção – Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural, [s. l.], 7 dez. 2021. Disponível em: https://livro.pw/aubme. Acesso em: 5 set. 2024.

Página cento e cinquenta

Pensar e compartilhar

1. O modo como a autora do artigo de opinião inicia o texto indica quê ela pressupõe havêer uma ideia geral equivocada sobre lixo eletrônico.

a) Que ideia é essa?

1. a) A ideia de quê o lixo eletrônico se resúme a computadores e celulares sem utilidade.

b) Como a definição apresentada pela autora corrige essa ideia?

1. b) A definição apresentada por ela expande essa ideia do senso comum por meio da afirmação de quê, para além de computadores e celulares, qualquer eletrodoméstico descartado é considerado lixo eletrônico.

2. Releia um trecho do artigo de opinião.

O descarte de lixo eletrônico é um assunto quê sempre foi uma grande preocupação não só no Brasil, mas mundialmente, principalmente, devido ao seu descarte irregular.

a) Explique qual é o enfoque dado nesse trecho ao problema discutido no artigo.

2. a) Parte-se de um âmbito geral (descarte do lixo eletrônico) para uma particularidade (o descarte irregular dêêsse tipo de lixo).

b) Que advérbio contribui para esse enfoque?

2. b) O advérbio principalmente.

c) Que outro elemento do artigo contribui para destacar o problema em discussão?

2. c) O título.

3. De acôr-do com o artigo, o lixo eletrônico aumenta, em média, 4% ao ano no mundo.

a) Tendo em vista o problema discutido, qual é a provável intenção da autora ao citar esse dado?

3. a) Provavelmente ela pretendeu chamar a atenção do leitor para o crescimento do problema, isto é, para sua tendência de agravamento.

b) No artigo, a autora não cita as causas do crescimento do lixo eletrônico no mundo. Com base em seu conhecimento sobre os hábitos de consumo no mundo contemporâneo, levante ao menos uma hipótese de causa para esse crescimento contínuo.

3. b) Resposta possível: O consumismo elevado e a obsolescência programada de equipamentos eletrônicos são fatores quê contribuem para o aumento crescente de lixo eletrônico no mundo.

4. Segundo a autora do artigo de opinião, as campanhas de conscientização sobre o descarte correto do lixo eletrônico hoje veiculadas são ineficientes.

a) Que alteração de direcionamento ela propõe para mudar esse qüadro?

4. a) A autora propõe quê as campanhas de conscientização sêjam voltadas, sobretudo, às crianças.

b) Com base no texto, qual é a razão implícita para a ineficiência de tais campanhas? Explique.

MP

5. A autora do artigo de opinião menciona quê o aumento dos pontos de côléta seria outra solução para o descarte irregular de lixo eletrônico no Brasil.

a) Segundo o texto, quê outro benefício essa solução traria e como seria possível viabilizá-la?

MP

b) Qual seria o impacto dessa solução no ambiente?

5. b) Seria positivo, uma vez quê reduziria a quantidade de lixo eletrônico descartado de modo irregular todo ano.

c) O quê é possível depreender do texto, considerando o benefício quê seria obtído com a implementação da sugestão dada pela autora?

5. c) É possível depreender quê ao menos parte dos aparelhos descartados tem conserto. Portanto, se eles fossem consertados antes do descarte, a quantidade de lixo eletrônico diminuiria.

HIPERLINK

A Lei número 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil. Faça uma pesquisa na internet para conhecer os princípios dessa lei e os benefícios quê ela trousse para a ssossiedade brasileira desde sua implementação. Outro documento normativo a respeito do lixo eletrônico é o Decreto número 10.240/2020, quê fixa normas para o sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos de uso doméstico e seus componentes. Em sua pesquisa, identifique os principais aspectos dêêsse decreto.

#fiCAADiCA

A pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021 contém dados sobre o descarte de lixo eletrônico no país. Para consultá-los, leia a notícia disponível em: https://livro.pw/vzfhr. Acesso em: 5 set. 2024.

Página cento e cinquenta e um

Argumento por definição: a escolha por uma forma de definir

6. Releia, no Texto 1, a definição de lixo eletrônico fornecida no artigo de opinião. Nos Textos 2, 3 e 4, leia definições para o mesmo conceito, publicadas em outras fontes.

Texto 1

Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) é um nome técnico para lixo eletrônico, o qual não se limita apenas a computadores e celulares. REEE diz também respeito a qualquer tipo de eletrodoméstico, como geladeiras, micro-ondas, entre outros.

Texto 2

O lixo eletrônico é um tipo de resíduo gerado pelo descarte de aparelhos eletrônicos no final de sua vida útil.

O QUE é lixo eletrônico e como descartar de maneira correta? Exame, São Paulo, 4 dez. 2023. Disponível em: https://livro.pw/jntwu. Acesso em: 5 set. 2024.

Texto 3

E-lixo é o termo guarda-chuva para qualquer produto descartado quê tenha um plugue ou uma bateria e freqüentemente contém substâncias tóxicas e perigosas, como mercúrio e chumbo.

RAMIREZ, Raquel. Lixo eletrônico chegou a nível récorde; entenda o problema. CNN Brasil, [s. l.]. 20 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/ewhas. Acesso em: 5 set. 2024.

Texto 4

Os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), também chamados de lixo eletrônico (e-lixo) e lixo tecnológico, são resíduos de equipamentos eletrônicos obsoletos como televisores, telefones celulares, rádios, elétro domésticos portáteis, ferramentas elétricas, computadores, brinquedos eletrônicos, filmadoras, videogueimes e outros dispositivos criados para facilitar a nossa vida.

DUARTE, Viviane de Barros Duarte éti áu. Responsabilidade compartilhada: o papel do consumidor no descarte do lixo eletrônico. Revista Augustus, Rio de Janeiro, v. 25, n. 50, p. 111-129, mar./jun. 2020. Disponível em: https://livro.pw/scjtd. Acesso em: 3 set. 2024.

a) Quais dessas definições não apresentam terminologia técnica?

6. a) As definições presentes nos Textos 2 e 3.

b) Considerando a publicação no meio acadêmico, se uma das definições apresentadas nos Textos 2, 3 e 4 substituísse a definição presente no artigo de opinião, qual seria a consequência da ausência da terminologia técnica?

6. b) A consequência seria a perda de rigor científico.

c) Entre as quatro definições de lixo eletrônico, qual não quêstiona a ideia geral de que o lixo eletrônico se resúme a computadores e celulares?

6. c) A definição apresentada no Texto 2.

d) Ao citar componentes do lixo eletrônico, a definição apresentada no Texto 3, se usada no artigo, contribuiria para chamar atenção do leitor para qual problema do descarte irregular citado no artigo?

MP

e) Entre as definições apresentadas nos Textos 2, 3 e 4, qual poderia substituir a definição do artigo de opinião sem prejuízo de intencionalidade? Por quê?

6. e) A definição 4, porque apresenta terminologia técnica e cumpre a função de problematizar a ideia geral corrente de quê o lixo eletrônico se limita a computadores e celulares.

Ao contrário do quê habitualmente se pensa, não há uma única maneira de definir. A variação de definições para um mesmo termo se deve ao objetivo de impor determinado sentido ou aspecto em detrimento de outros. No entanto, a fôrça argumentativa da definição se deve, em grande parte, à crença comum em seu caráter único, irrevogável. Se o interlocutor a considera isenta e categórica, tende a aderir a ela prontamente e sem contestação.

Página cento e cinquenta e dois

EU E O MUNDO

Descarte de lixo eletrônico

Quando um celular, um computador ou outro aparelho eletroeletrônico perde a funcionalidade ou o usuário não mais se interessa por ele, é como se deixassem de existir. Mas eles não deixam de existir para a natureza, quê fica cada vez mais atulhada quando esses aparelhos são descartados de modo irregular. Com base na leitura do artigo de opinião e em seus hábitos de consumo de eletroeletrônicos, converse com os côlégas e o professor sobre as kestões a seguir.

1. Que fatores sociais podem levar alguém a descartar um aparelho quebrado sem se informar se há conserto?

1. Resposta possível: O consumismo, impulsionado pela inovação tecnológica, póde sêr um dos principais fatores. Assim, é possível quê o prazer quê se tem com a compra de um equipamento mais tecnológico seja maior do quê o prazer obtído com o conserto de um equipamento.

2. Você já trocou de aparelho eletrônico por algum outro motivo quê não a perda da funcionalidade? Se sim, o quê o motivou a fazer essa compra?

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes comentem a própria experiência com base nos fatores sociais levantados na questão anterior.

3. Como você descarta seu lixo eletrônico?

3. Resposta pessoal. O objetivo dessa quêstão é levar os estudantes a refletir sobre os próprios hábitos, levando em conta o descarte de lixo eletrônico e sua aderência à sustentabilidade. Se julgar oportuno, amplie a discussão perguntando a eles se consideram o descarte quê fazem adequado e, se não for, o que podem fazer para tomar atitudes alinhadas aos princípios da sustentabilidade.

INTEGRANDO COM BIOLOGIA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Criando uma definição

A contaminação das águas dos rios e dos mares por metais pesados está entre os principais danos ambientais causados pelo descarte irregular de lixo eletrônico. Quando aparelhos eletrônicos entram em contato com a á gua, podem liberar metais cancerígenos como mercúrio e cádmio, quê, além de contaminá-la, podem atingir a fauna, a flora e até mesmo o sêr humano. A contaminação dos sêres vivos por esses metais póde ocorrer, entre outros motivos, pêlos processos de bioacumulação e biomagnificação, explicados no infográfico a seguir.

Infográfico com ilustrações de dois processos biológicos: 'Bioacumulação': representada por quatro fases de um peixe em processo de contaminação, cujo corpo vai progressivamente sendo ocupado por uma substância que o ocupa quase completamente. Uma seta caminha na direção do progresso dessa contaminação. 'Biomagnificação': representada por um processo iniciado por 4 unidades de vegetais parcialmente contaminadas; a partir delas, uma seta indica três gafanhotos com os corpos parcialmente contaminados; em seguida, uma seta vai dos gafanhotos para dois pássaros com metade dos corpos contaminados; e por fim, a partir deles uma seta indica um gavião com a maior parte do corpo contaminada.

SANTOS, Teresa. Mercúrio: contaminação causa diferentes problemas à saúde. InVivo, Rio de Janeiro, 19 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/waciz. Acesso em: 5 set. 2024.

1. A autora do artigo de opinião quê você leu o inicia com a definição de lixo eletrônico. Agora é sua vez de criar uma definição. Analise o infográfico e defina bioacumulação e biomagnificação.

MP

2. Faça uma breve pesquisa e compare a definição quê você redigiu com a definição de especialistas. Se identificar alguma imprecisão, faça as correções necessárias.

2. Resposta pessoal. Professor, ajude os estudantes a encontrar fontes confiáveis com base nas quais possam fazer correções adequadas nas definições quê criaram, tornando-as mais precisas.

Página cento e cinquenta e três

LINGUAGEM EM FOCO
O numeral, a fluidez da leitura e a organização das informações

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia, a seguir, o trecho de um artigo de opinião sobre a reciclagem de resíduos sólidos no Brasil. Preste atenção aos numerais em destaque e, depois, responda às kestões.

O quê está faltando para a reciclagem decolar no Brasil

[...]

É bem verdade quê, na última década, a gestão dos resíduos no Brasil deu passos importantes. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal número 12.305/2010) – quê, entre outras medidas, estabeleceu metas para o fechamento dos lixões – e a assinatura de Acordos Setoriais de Logística Reversa, com a consequente ampliação dos investimentos governamentais e privádo em reciclagem, estimularam esse cenário.

Porém, há ainda no país uma enorme quantidade de resíduos quê poderiam sêr reciclados e não são. De acôr-do com os números sistematizados pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) em seu Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil, o país gerou em 2017 mais de 78,4 milhões de toneladas de resíduos (1,035 kg/ hab/dia), sêndo quê 40,9% dêêsses resíduos acabaram em lixões ou atêerros inadequados. Além díssu, de acôr-do com o relatório técnico da primeira fase do acôr-do setorial de logística reversa, 68,1% das embalagens (papel, plástico, alumínio) quê poderiam ter sido recuperadas em 2017 não foram.

Esse desperdício traz, ao menos, três consequências graves. Primeiro, deposita-se em atêerros sanitários já exauridos ou lixões uma quantidade de resíduos quê poderia sêr reciclada, prejudicando o meio ambiente. Em segundo lugar, a ausência de reciclagem afeta diretamente o orçamento das prefeituras ou consórcios, na medida em quê aumenta o custo de transporte dos resíduos para atêerros e lixões. Segundo estimativas do setor de limpeza urbana, a crise fiscal dos municípios póde gerar inadimplência de até R$ 5,2 bilhões no ano de 2019, fazendo com quê prefeituras e consórcios já enfrentem, atualmente, dificuldades para pagar pêlos serviços regulares de côléta. Terceiro, perdem-se oportunidades de geração de renda por meio da reciclagem, especialmente para catadores e catadoras pobres, quê têm na côléta de material sua principal fonte de renda. Portanto, é preciso empreender um novo conjunto de medidas para quê a reciclagem efetivamente decole no país.

A primeira delas é dobrar a aposta na utilização da reciclagem como ferramenta para inclusão social. Investimentos realizados nas cooperativas de catadores já geraram retorno destacado. Na primeira fase do acôr-do setorial no setor de embalagens, por exemplo, houve aumento de 29% da recuperação das embalagens. Avaliada por material, a recuperação aumentou de 69% para 87,2% no caso de alumínio, 41% para 52,3% para as embalagens de papel/papelão e de 7,5% para 8,2% para as de plástico, conforme o Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil. O trabalho de catadores e catadoras foi essencial para quê esse aumento pudesse ocorrer.

[...]

SANTANA, Diogo; LAUREANO, Roberto; MANETTI, Dione. O quê está faltando para a reciclagem decolar no Brasil. Nexo, [s. l.], 3 nov. 2019. Disponível em: https://livro.pw/hyahw. Acesso em: 5 set. 2024.

1 Em sua opinião, o quê justifica o uso do numeral milhões combinado com o número 78,4 no segundo parágrafo, em vez do uso apenas de algarismos para representar a quantidade indicada?

MP

2 Qual é o objetivo dos autores ao citar o dado “78,4 milhões de toneladas de resíduos”?

MP

3 O objetivo do uso do numeral três no início do terceiro parágrafo é quantificar as consequências mais graves do problema apresentado. Quais numerais ordinais estão relacionados ao cardinal três? Qual é o objetivo dos autores ao usar um numeral relacionado a artigo?

MP

4 O artigo define as consequências do desperdício como graves. Há um critério de relevância na ordem dessas consequências, ou seja, a primeira é a mais grave? Explique.

MP

Página cento e cinquenta e quatro

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento
O numeral como indicador de valor definido e como operador argumentativo

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Releia um trecho do artigo de opinião quê você conheceu na seção Linguagem em foco.

Esse desperdício traz, ao menos, três consequências graves. Primeiro, deposita-se em atêerros sanitários já exauridos ou lixões uma quantidade de resíduos quê poderia sêr reciclada, prejudicando o meio ambiente. Em segundo lugar, a ausência de reciclagem afeta diretamente o orçamento das prefeituras ou consórcios, na medida em quê aumenta o custo de transporte dos resíduos para atêerros e lixões. Segundo estimativas do setor de limpeza urbana, a crise fiscal dos municípios póde gerar inadimplência de até R$ 5,2 bilhões no ano de 2019, fazendo com quê prefeituras e consórcios já enfrentem, atualmente, dificuldades para pagar pêlos serviços regulares de côléta. Terceiro, perdem-se oportunidades de geração de renda por meio da reciclagem, especialmente para catadores e catadoras pobres, quê têm na côléta de material sua principal fonte de renda. Portanto, é preciso empreender um novo conjunto de medidas para quê a reciclagem efetivamente decole no país.

A primeira delas é dobrar a aposta na utilização da reciclagem como ferramenta para inclusão social. Investimentos realizados nas cooperativas de catadores já geraram retorno destacado. Na primeira fase do acôr-do setorial no setor de embalagens, por exemplo, houve aumento de 29% da recuperação das embalagens.

1. Nesse trecho, são enumeradas três consequências graves do descarte indevido de resíduos sólidos urbanos no Brasil. Reúna-se com um colega para fazer uma breve pesquisa sobre o tema. Depois, com as informações obtidas, escrevam uma quarta consequência grave dêêsse desperdício. Iniciem o texto com o numeral cardinal adequado e, se citarem dados, mobilizem os numerais cardinais, fracionários ou multiplicativos.

MP

2. No trecho lido é apresentado um conjunto de medidas “para quê a reciclagem efetivamente decole no país”; em seguida, apresenta-se uma dessas medidas. Com base na pesquisa quê você fez, escrêeva outra medida quê promôva a reciclagem de resíduos sólidos. Ao redigir, use o numeral ordinal correto e, se citar dados, mobilize os numerais cardinais, fracionais ou multiplicativos.

2. Espera-se quê os estudantes comecem o texto com o uso de “a segunda” e tragam outra ideia de reciclagem de resíduos sólidos.

3. De acôr-do com a pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, estima-se quê aproximadamente 77,1 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram geradas em 2022 e quê 93% dêêsse montante tenha sido devidamente coletado. Ao comparar esses dados com aqueles apresentados no artigo de opinião, pode-se dizêr quê a reciclagem de resíduos, no Brasil, está decolando? Explique.

MP

Em textos argumentativos, os numerais podem indicar dados e estatísticas quê caracterizam um problema e dão mais solidez aos argumentos. Os numerais ordinais, por exemplo, podem organizar etapas de uma proposta de intervenção para um problema. Além dessa função, os numerais podem estabelecer a ordem de importânssia de argumentos ou ações.

Página cento e cinquenta e cinco

#naprática
Simulado da redação do enêm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Agora é sua vez de produzir uma redação quê atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta em até 30 linhas.

3. A redação quê apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou quê não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto.

TEXTO I

[...] o consumismo, em aguda oposição às formas de vida precedentes, associa a felicidade não tanto à satisfação de necessidades (como suas “versões oficiais” tendem a deixar implícito), mas a um volume e uma intensidade de desejos sempre crescentes, o quê por sua vez implica o uso imediato e a rápida substituição dos desejos destinados a satisfazê-la. Ele combina, como Don Slêiter [sociólogo britânico] identificou com precisão, a insaciabilidade dos desejos com a urgência e o imperativo de “sempre procurar mercadorias para se satisfazer”. Novas necessidades exigem novas mercadorias, quê por sua vez exigem novas necessidades e desejos; o advento do consumismo augura uma era de “obsolescência embutida” dos bens oferecidos no mercado e assinala um aumento espetacular na indústria de remoção do lixo.

BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação de pessoas em mercadoria. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zarrár, 2008. p. 44-45.

TEXTO II

À medida quê as economias se dêsênvólvem e o estilo de vida mais direcionado para o consumo se espalha pelo mundo, o lixo eletrônico se transformou em uma crise ambiental de grandes proporções. As pessoas quê vivem em países de alta renda possuem, em média, 109 dispositivos elétrico-eletrônicos per cápita, enquanto as quê vivem em países de baixa renda têm apenas quatro. Um novo relatório da Ônu revela quê, em 2022, a humanidade produziu 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico – mais de 7,7 quilos para cada pessoa na Terra – e reciclou menos de um quarto díssu. [...]

Isso também representa cerca de US$ 62 bilhões em materiais recuperáveis, como ferro, cobre e ouro, quê chegam aos atêerros de lixo eletrônico todos os anos. Nesse ritmo, o lixo eletrônico crescerá 33% até 2030, enquanto a taxa de reciclagem poderá cair para 20%. [...]

ANVERSA, Luiz. Geração de lixo eletrônico atingiu ponto alarmante, diz relatório da Ônu. Exame, São Paulo, 21 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/gjmup. Acesso em: 5 set. 2024.

TEXTO III

[...]

Extrair a matéria-prima, fabricar, consumir e jogar fora. Desde a revolução industrial é esse o ciclo de um produto na economia tradicional, popularmente conhecida como linear.

Percebendo os recursos finitos do planêta e o aumento da população, iniciaram novos estudos, visando identificar movimentos capazes de tornar a economia mais sustentável.

Assim surgiu a economia circular, cuja intenção é o uso da matéria-prima até seu esgotamento. Ou seja, usando-a quando não há mais possibilidade de reutilizar ou reciclar.

[...]

Enquanto a economia linear baseia-se em retirar da natureza, produzir e logo após descartar o produto, a economia circular visa exatamente o contrário, tendo como objetivo reutilizar êste produto quê seria descartado.

[...]

O QUE é Economia Circular? PUCRS on láine, Porto Alegre, 17 dez. 2020. Disponível em: https://livro.pw/fjzgv. Acesso em: 5 set. 2024.

Página cento e cinquenta e seis

TEXTO IV

Gráfico de barras com porcentagens de respostas referentes a afirmações sobre hábitos de descarte de resíduo eletrônico. Elas são as seguintes: 'Procuro um local de descarte apropriado para os eletrônicos e pilhas quebrados.'  Nunca: 13 por cento; Raramente: 16 por cento; Às vezes: 22 por cento; Frequentemente: 23 por cento; Sempre: 26 por cento; 'Doo meus eletrônicos usados em condição de uso.' Nunca: 10 por cento; Raramente: 16 por cento; Às vezes: 38 por cento; Frequentemente: 21 por cento; Sempre: 16 por cento; 'Procuro vender meus equipamentos eletrônicos que não uso mais.' Nunca: 14 por cento; Raramente: 18 por cento; Às vezes: 36 por cento; Frequentemente: 9 por cento; Sempre: 13 por cento; 'Descarto os eletrônicos e pilhas usadas junto com o lixo reciclável.' Nunca: 32 por cento; Raramente: 18 por cento; Às vezes: 25 por cento; Frequentemente: 14 por cento; Sempre: 11 por cento; 'Em minha casa eu deixo guardados os eletrônicos e pilhas em condição de uso.' Nunca: 30 por cento; Raramente: 19 por cento; Às vezes: 28 por cento; Frequentemente: 15 por cento; Sempre: 9 por cento; 'Descarto os eletrônicos e pilhas usadas junto com o lixo comum (lixo de banheiro ou cozinha).' Nunca: 46 por cento; Raramente: 16 por cento; Às vezes: 21 por cento; Frequentemente: 10 por cento; Sempre: 7 por cento; 'Chamo uma empresa para coletar meus eletrônicos usados.' Nunca: 52 por cento; Raramente: 18 por cento; Às vezes: 15 por cento; Frequentemente: 7 por cento; Sempre: 7 por cento.

Fonte: RESÍDUOS Eletrônicos no Brasil 2023. Green Eletron, São Paulo, 2023. Disponível em: https://livro.pw/skkwu. Acesso em: 14 ago. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A produção crescente e o descarte irregular de lixo eletrônico no Brasil”, apresentando proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, d fórma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Selecione dados e reflekções dos textos motivadores quê possam favorecer a identificação do problema e do contexto em quê ele está inserido, bem como seu ponto de vista sobre o tema.

2. Mobilize seu repertório e outras fontes de informação confiáveis, articulando-as.

3. Estabeleça um contexto, identifique um problema existente nele e apresente uma tese a respeito.

4. Elabore os argumentos, com base nas informações e nos dados quê selecionou. Pautando-se neles, selecione ao menos uma definição conceitual quê esteja alinhada com seu ponto de vista sobre o tema.

5. Proponha, no final do texto, uma intervenção factível para o problema. Para isso, além da ação, apresente o agente e a finalidade dela e como deve sêr executada.

O MUNDO E EU

Coleta seletiva

Destinar corretamente os resíduos é fundamental para reduzir danos ao meio ambiente e impulsionar a cadeia produtiva da reciclagem. Considerando esse tema, dialogue sobre as kestões a seguir.

1. Caso não haja côléta seletiva onde você vive, quê setor municipal deve sêr acionado para solicitar a implementação e quê argumentos poderiam convencê-lo a implementá-la?

MP

2. Que ideias e ações a comunidade escolar poderia adotar para melhorar a côléta seletiva na escola?

MP

Página cento e cinquenta e sete

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Ao escrever seus argumentos, utilize ao menos uma definição quê esteja alinhada ao seu ponto de vista.

3. Utilize numerais ordinais para encadear seus argumentos e/ou para estabelecer a ordem de importânssia entre eles. Você póde usá-los ainda para caracterizar etapas de um processo citado em uma ou mais partes da estrutura do texto.

4. Faça uso de diversos numerais para citar estatísticas quê possam embasar seu texto. No caso de números indicativos de porcentagem, siga a regra de concordância verbal explicada no boxe a seguir.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Leia as afirmações a seguir.

Apenas 3% do lixo eletrônico é reciclado no Brasil.

Apenas 3% do lixo eletrônico são reciclados no Brasil.

O dado, de 2023, é verídico, mas e a concordância verbal? Em qual das duas frases ela foi aplicada corretamente? Será quê em ambas? A concordância entre sujeito formado por números indicativos de porcentagem e verbos póde gerar dúvida; para resolvê-la, é preciso atentar à presença ou à ausência de substantivo posposto à porcentagem. Nesse caso, considera-se a seguinte regra de concordância verbal:

Se houver substantivo após o número de porcentagem, o verbo concórda com o número ou com o substantivo.

Se não houver substantivo após o número de porcentagem, o verbo concórda necessariamente com o número.

Portanto, as duas afirmações estão de acôr-do com a regra de concordância verbal. No entanto, se uma das afirmações fosse “Apenas 3% é reciclado.”, estaria em desacôordo com a regra; nesse caso, o verbo deve concordar necessariamente com o numeral, ou seja, o correto seria “Apenas 3% são reciclados.”.

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se o problema foi identificado e caracterizado.

2. Observe se há ao menos um argumento por definição e se ele está alinhado à tese defendida.

3. Analise se os argumentos estão encadeados e se embasam sua tese.

4. Verifique se os numerais cumprem as funções pretendidas no texto e se a concordância entre números indicativos de porcentagem e verbos está correta.

5. Certifique-se de ter adotado estratégias para evitar repetições e favorecer a fluidez da leitura e de quê não há êêrros de ortografia no texto.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após revisar sua redação, reescreva-a, fazendo as correções necessárias.

2. Com a orientação do professor, compartilhe-a em algum perfil de rê-de social quê você tenha e acrescente hashtags (#) temáticas para quê sua redação alcance mais leitores interessados no tema.

Página cento e cinquenta e oito

Natureza e ação humana

Sustentabilidade é um tema quê tem ganhado cada vez mais destaque no debate público atual. Contudo, algumas práticas sustentáveis são milenares e estão presentes na cultura dos povos tradicionais do Brasil. Conhecê-las é fundamental para disseminar esses saberes na ssossiedade contemporânea.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A redação do enêm quê você vai ler a seguir contemplou o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil” e recebeu nota mássima no exame. Você conhece algum dos desafios para a valorização dêêsses povos? Qual?

Texto 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta preta, na fô-lha própria, em até 30 linhas.

3. A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

Você sabe quais são as comunidades e os povos tradicionais brasileiros? Talvez indígenas e quilombolas sêjam os primeiros quê passam pela cabeça, mas, na verdade, além deles, existem 26 reconhecidos oficialmente e muitos outros quê ainda não foram incluídos na legislação. São pescadores artesanais, quebradeiras de coco-babaçu, apanhadores de flores sempre-vivas, caatingueiros, extrativistas, para citar alguns, todos considerados culturalmente diferenciados, capazes de se reconhecerem entre si.

Para uma pesquisadora da hú éne bê, essas populações consideram a térra como uma mãe, e há uma relação de reciprocidade com a natureza. Nessa troca, a natureza fornece “alimento, um lugar saudável para habitar, para ter á gua. E elas se responsabilizam por cuidar dela, por tirar dela apenas o suficiente para viver bem e respeitam o tempo de regeneração da própria natureza”, diz.

Disponível em: https://livro.pw/fcxpd. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

TEXTO II

Infográfico 'Povos tradicionais do Brasil. Estados com a maior concentração de famílias': Indígena: Amazonas: 43.264; Mato Grosso do Sul: 21.507; Roraima: 15.316; Quilombola: Bahia: 43.009; Maranhão: 39.316; Pará: 15.282; Cigano: Bahia: 1.538; Goiás: 643; Minas Gerais: 556; Extrativista: Pará: 11.826; Amazonas: 9.772; Maranhão: 7.190; Pescador: Pará: 40.123; Maranhão: 33.085; Bahia: 30.920; Povos de terreiro: Bahia: 1.883; Piauí: 856; Ceará: 603; Ribeirinho: Pará: 50.314; Amazonas: 16.507; Bahia: 9.670. Fonte: Ministério Público Federal. Infográfico elaborado em: 25 de outubro de 2019.

Disponível em: https://livro.pw/fcxpd. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

TEXTO III

Povos e comunidades tradicionais

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) preside, desde 2007, a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), criada em 2006. Fruto dos trabalhos da CNPCT, foi instituída, por meio do Decreto número 6.040, de 7 de fevereiro de 2017, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). A PNPCT foi criada em um contexto de busca de reconhecimento e preservação de outras formas de organização social por parte do Estado.

Disponível em: https://livro.pw/waths. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

Página cento e cinquenta e nove

TEXTO IV

Carta da Amazônea 2021

Aos participantes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26)

Não podia sêr mais estratégico para nós, Povos Indígenas, Populações e Comunidades Tradicionais brasileiras, reafirmarmos a defesa da sociobiodiversidade amazônica neste momento em quê o mundo volta a debater a crise climática na COP26. Uma crise quê atinge, em todos os contextos, os viventes da Terra! Nossos territórios protegidos e direitos respeitados são as reivindicações dos movimentos sociais e ambientais brasileiros. Não compactuamos com qualquer tentativa e estratégia baseada somente na lógica do mercado, com empresas quê apoiam legislações ambientais quê ameaçam nóssos direitos e com mecanismos de financiamento quê não condizem com a realidade dos nóssos territórios. Propomos o quê temos de melhor: a experiência das nossas sociedades e culturas históricas, construídas com base em nóssos saberes tradicionais e ancestrais, além de nosso profundo conhecimento da natureza. Inovação, para nós, não póde resultar em processos quê venham a ameaçar nóssos territórios, nossas formas tradicionais e harmônicas de viver e produzir.

Amazônea, Brasil, 20 de outubro de 2021. Entidades signatárias: CNS; Coiab; Conaq; MIQCB; Coica; ANA Amazônea e Confrem Disponível em: https://livro.pw/elqdo. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, apresentando proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, d fórma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. próva de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. próva de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 1, Azul, enêm 2022. p. 20. Disponível em: https://livro.pw/qrhzo. Acesso em: 10 set. 2024.

Texto 2

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importânssia dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o quê interfere na preservação de seus saberes. Logo, urgem medidas estatais quê promovam melhorias nesse cenário.

sôb esse viés, é válido destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural, quê proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na ssossiedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) afirma as heranças tradicionais dêêsses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro. Dessa forma, sabe-se quê a contribuição dêêsses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar e, inclusive, confere a eles uma participação efetiva na economia do país. Assim, evidencia-se a extrema relevância dessas comunidades para a manutenção de conhecimentos diferenciados, bem como para a evolução da coletividade.

Entretanto, a falta de representantes políticos eleitos para essa classe ocasiona a desvalorização das suas necessidades sociais, quê não são atendidas pêlos demais legisladores. Nesse contexto, a Constituição Federal assegura direitos inalienáveis a todos os cidadãos brasileiros, abordando o dever de inclusão de povos tradicionais nas decisões públicas. Desse modo, compreende-se quê a existência de obstáculos para o reconhecimento da importânssia de populações nativas se relaciona à ineficácia na incorporação de representantes quê sêjam, de fato, interessados na perpetuação de saberes e técnicas ancestrais propagados para esses grupos. Sendo assim, comprova-se a ocorrência de um grave problema no âmbito coletivo, o qual impede a garantia plena dos direitos básicos dessas pessoas.

suprimir
: extinguir.
inalienável
: quê não póde sêr tirado, transferido.

Página cento e sessenta

Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais quê alterem esse qüadro. Portanto, cabe ao Estado – cuja função principal é a proteção dos direitos de seus cidadãos – a implantação de mudanças no sistema eleitoral, por meio da criação de cotas rígidas para a eleição de políticos oriundos de localidades nativas. Tal reestruturação terá como finalidade a valorização de povos tradicionais, reconhecendo a sua fundamentalidade na composição histórica e cultural da ssossiedade brasileira.

SIMIONATO, Maria Fernanda. [Redação do Enem]. In: enêm 2022: leia redações nota mil. G1, [s. l.], 10 abr. 2023. Disponível em: https://livro.pw/mktzs. Acesso em: 10 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Nas “Instruções para a redação”, como o terceiro item colabora para reforçar a finalidade dos textos motivadores?

MP

2. Ao produzir a redação do enêm, é fundamental ater-se ao tema propôsto, pois fugir dele implica nota zero, como prevê a orientação 4.2.

a) O primeiro texto motivador problematiza uma ideia comum sobre os povos tradicionais brasileiros. Qual é essa ideia?

2. a) Trata-se da ideia de quê os povos tradicionais brasileiros se limitam aos indígenas e aos quilombolas.

b) Para quem partilha dessa ideia, o texto motivador em questão contribui para alargar ou para restringir o tema propôsto na redação? Explique.

MP

c) Diante dêêsse conteúdo, qual é a função educativa do primeiro texto motivador?

MP

3. O terceiro texto motivador cita ações do pôdêr público. Considerando as ações listadas, quê objetivo se póde inferir ao mencioná-las como apôio para a discussão do tema propôsto?

3. O objetivo quê se póde inferir é o de valorizar a atuação do pôdêr público em favor dos povos tradicionais brasileiros.

4. A redação do enêm deve se basear não só na leitura dos textos motivadores, como também nos conhecimentos adquiridos pelo participante ao longo de sua formação. Se você fosse participante dessa edição do enêm:

a) Como usaria os textos de apôio?

4. a) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes expressem a própria opinião sobre o tema da redação do enêm elaborando argumentos com base nos textos lidos.

b) Como mobilizaria seu repertório?

4. b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes indiquem a necessidade de relacionar o próprio repertório ao conteúdo dos textos lidos.

5. Para delimitar o problema, a autora da redação faz uma abordagem geral para, então, ater-se a dêtálhes. Releia o primeiro e o terceiro parágrafos da redação do enêm e explique como esse processo foi conduzido.

MP

6. Releia um trecho da redação do enêm.

sôb esse viés, é válido destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural, quê proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na ssossiedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) afirma as heranças tradicionais dêêsses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro.

a) A referência ao Ifan está relacionada a qual ideia defendida no texto? Que expressão coesiva êsplicíta essa relação?

MP

b) Qual é a estratégia argumentativa pretendida com essa relação?

6. b) A estratégia consiste em utilizar uma instituição renomada para embasar a ideia, ou seja, construir um argumento de autoridade.

c) Em sua opinião, a estratégia foi eficaz?

MP

7. Para resolver o problema levantado no início do texto, a autora propõe a criação de “cotas rígidas para a eleição de políticos oriundos de localidades nativas”.

a) Com isso, quê avaliação positiva está implícita na relação entre representatividade diréta e luta por interesses?

MP

b) Explique como a relação entre representatividade e luta por interesses aparece no quarto texto motivador.

7. b) O quarto texto motivador é uma carta aberta enunciada por “nós, Povos Indígenas, Populações e Comunidades Tradicionais brasileiras”, ou seja, as reivindicações não são mediadas: são eles mesmos os enunciadores da fala, e não alguém de fora do grupo.

Página cento e sessenta e um

Argumento por fato: os olhares para a História

8. Releia êste trecho da redação do enêm.

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importânssia dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o quê interfere na preservação de seus saberes. [...]

a) por quê a menção às “missões jesuíticas no Brasil colonial” é apropriada nesse momento da discussão do tema propôsto?

MP

b) Como o uso da locução a partir da denota a fôrça argumentativa dessa alusão histórica?

8. b) Essa locução denota quê as missões são o marco inaugural do desrespeito à cultura dos povos nativos no Brasil.

c) A autora da redação afirma quê “ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades”. Em face da distância temporal entre esse fato histórico e o cenário quê segue adverso para as comunidades nativas, o quê é possível depreender a respeito da postura do Brasil em relação a esses povos? Como essa informação implícita favorece a argumentação?

MP

d) O fato histórico citado não é apresentado em dêtálhes pela autora da redação. Tendo em vista a nota atribuída ao texto, pode-se pressupor quê a ausência dêêsse detalhamento não prejudicou a argumentação. Que fatores relativos à produção e à recepção do texto podem ter sido, então, levados em conta pêlos avaliadores no quê se refere a essa ausência?

MP

9. Escolha outro fato histórico quê preserve a intencionalidade original da autora e reescrêva no caderno a primeira frase da redação.

MP

HIPERLINK

A redação do enêm alude às missões jesuíticas no Brasil, ações implementadas no século XVI e quê perduraram até o século XVIII. Em dupla, pesquisem as informações gerais sobre essas missões e respondam às seguintes kestões: Quais eram os objetivos das missões jesuíticas no Brasil? Que ações eram realizadas pêlos colonizadores? Que consequências elas acarretaram no quê se refere à vida dos povos originários? por quê essas missões acabaram?

SAIBA MAIS

Segundo o Ifan, os padres jesuítas fundaram aldeamentos chamados de reduções, local de habitação dos indígenas guarani catequizados. Um dêêsses aldeamentos foi São Miguel, no Rio Grande do Sul. As ruínas da igreja ali construída e a edificação do Museu das Missões foram declaradas Patrimônio Mundial pela Unesco em 2 de dezembro de 1983. Havendo a possibilidade, sugere-se a visita guiada ao Museu das Missões, localizado no Sítio Histórico São Miguel Arcanjo. Acesse o sáiti para obtêr mais informações sobre visitação ao sítio histórico e ao museu: https://livro.pw/fxlbj. Acesso em: 24 out. 2024.

Fotografia de um edifício em ruínas com arquitetura do período colonial brasileiro. Ele está situado em uma paisagem com um gramado e árvores ao fundo.

Ruína da igreja de São Miguel das Missões (RS).

A estratégia argumentativa amparada em fato consiste na apresentação de informações de amplo domínio público em favor da intencionalidade do enunciador. A alusão histórica é um exemplo dessa estratégia. Na redação analisada, aludir às missões jesuíticas contribui para evidenciar o longo processo de desvalorização étnico-cultural sofrido pêlos povos nativos no Brasil. Contudo, não há única interpretação para os eventos históricos, de modo quê o enunciador póde escolher citar a quê lhe convier.

Página cento e sessenta e dois

INTEGRANDO COM HISTÓRIA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Riqueza linguística

Leia um trecho de uma reportagem sobre a presença da língua tupi no português falado no Brasil. Depois, responda às kestões no caderno.

Herança do Tupi presente no português falado no Brasil

Língua indígena era a principal falada no Brasil até meados do século 18, quando foi proibida pela kórti portuguesa. Mas era tarde: o tupi já nomeara grande parte da fauna, flora e cidades costeiras do país

Os povos quê habitavam o território brasileiro antes da chegada dos primeiros colonizadores portugueses falavam cerca de mil línguas, segundo registros da Faculdade de Filosofia; lêtras e Ciências da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

Além da riqueza linguística, a maioria deles, principalmente os quê habitavam o litoral, onde se formaram as primeiras cidades do país, falava uma língua comum, o tupi antigo. Chamado de “língua brasílica” pêlos portugueses, ele foi utilizado no Brasil durante séculos, por jesuítas, colonizadores e até bandeirantes.

Na verdade, os falantes do tupi antigo, assim como os do guarani – vale ressaltar quê tupi-guarani não é uma língua, mas uma família de línguas indígenas –, iam muito além do Brasil e se espalhavam por um vasto território da América do Sul, na época da chegada dos europêus ao continente.

Dentro do Brasil, o tupi antigo apresentava variações lingüísticas ao longo da costa. Os potiguares do Paraíba até os tamoios do Rio de Janeiro, por exemplo, pronunciavam inteiros os verbos acabados em consoante, enquanto os tupis de São Vicente não pronunciavam a última consoante. Mas eram variações próximas, quê permitiram aos colonizadores identificarem uma unidade entre os povos.

Segundo o professor da FFLCH-USP Eduardo Navarro, atualmente um dos principais estudiosos da matéria, o tupi é considerado o idioma indígena clássico do Brasil, uma vez quê “foi a única língua indígena, das centenas quê foram faladas no país, quê se fez representar significativamente no lékcico da língua portuguesa”.

Capa de livro com gravura de um brasão jesuíta, com formas barrocas, palavras em latim e figuras religiosas. O texto na capa está escrito em português arcaico e diz o seguinte: 'Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil. Pelo José de Anchieta da Companhia de Jesus. Com licença do Ordinário e do Prepósito geral da Companhia de Jesus. Em Coimbra por Antonio de Mariz, 1595.'

Edição histórica de ár-te de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, de José de Anchieta.

Página cento e sessenta e três

Por isso, até hoje é possível encontrar milhares de palavras do tupi no dia a dia dos brasileiros, quê vão desde nomes de alimentos (como abacaxi, mandioca, açaí, paçóca, pipoca), animais (capivara, tatu, arara, jacaré-açu, jabuti, perereca), cidades e estados (Pará, Paraná, Manaus, Sergipe,Maceió), rios (Xingu, Xapuri, Ipiranga), vegetação em geral (cipó, capim, jacarandá, samambaia) até nomes próprios (Iracema, Iara, Araci, Jacira, Maiara).

O tupi antigo está presente até mesmo nos primórdios da literatura nacional, tendo, inclusive, duas gramáticas publicadas: uma em 1595, ár-te de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, de altoría do padre José de Anchieta, e outra de 1621, organizada pelo também jesuíta Luís Figueira.

Gravura em preto e branco representando José de Anchieta: um homem de cabelos curtos e cacheados, com os cabelos do topo da cabeça raspados, vestido com uma batina de gola alta.

José de Anchieta, padre quê esteve entre os primeiros estudiosos da língua tupi. MODELLI, Laís. Herança do Tupi presente no português falado no Brasil. DW Brasil, 22 fev. 2022. Disponível em: https://livro.pw/artfy. Acesso em: 10 set. 2024.

1. A reportagem cita duas gramáticas do tupi escritas por jesuítas, com destaque para a de altoría de José de Anchieta, de 1595. Ante o propósito catequizante das missões, o quê explica o interêsse dos jesuítas pelo estudo do tupi?

1. Para catequizar os indígenas guarani, era fundamental comunicar-se com eles, razão pela qual se fez necessário o estudo do tupi, língua falada por esse povo.

2. Apesar do propósito catequizante, as gramáticas dos jesuítas podem, em contrapartida, ter contribuído de algum modo para quê o tupi seja “o idioma indígena clássico do Brasil”? Por quê?

2. Sim. Ao sistematizar o estudo do tupi no Brasil, essas gramáticas contribuíram para valorizá-lo.

3. A alusão às missões jesuíticas nesta reportagem tem a mesma intenção daquela feita na redação do enêm quê você leu anteriormente? Explique.

3. Não. Na redação a alusão é em tom essencialmente crítico, como exemplo de desvalorização da cultura dos povos originários. Na reportagem, não há uma perspectiva crítica em relação aos jesuítas.

EU E O MUNDO

Revisionismo histórico

Eventos históricos podem sêr reinterpretados. A descoberta de documentos e mesmo o momento histórico presente podem levar à revisão de interpretações consolidadas sobre acontecimentos da História. Esse movimento é chamado de revisionismo histórico.

Um dos exemplos mais recentes no Brasil envolve a trajetória dos bandeirantes. Durante séculos vistos majoritariamente como heróis da expansão do território brasileiro no período colonial, eles têm sido alvo de críticas em razão de terem provocado a captura e o extermínio de indígenas e de negros escravizados.

Atentados recentes contra monumentos dedicados a bandeirantes e a pressão popular contra a escolha do nome de Fernão Dias para uma estação de metrô em São Paulo mostram o posicionamento social sobre o tema. Converse com os côlégas para responder às kestões a seguir.

1. Em sua opinião, como devem sêr classificados os danos causados a monumentos dedicados aos bandeirantes em razão do revisionismo: vandalismo ou busca por justiça histórica?

MP

2. Você acredita sêr possível agir com equilíbrio, consciência, responsabilidade e ética em situações de conflito social, a exemplo dos atentados contra monumentos dedicados aos bandeirantes? De quê modo isso póde sêr feito?

2. Respostas pessoais. O objetivo da questão é levar os estudantes a refletir sobre a garantia do exercício da cidadania, tendo como fundamento os direitos humanos.

3. Além de documentos e novas descobertas, como o pensamento de uma época póde influenciar a reinterpretação da História?

MP

Página cento e sessenta e quatro

LINGUAGEM EM FOCO
A organização dos termos da oração e os efeitos de sentido

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia o trecho de uma notícia sobre um estudo de uma prática indígena de manejo do solo amazônico. Preste atenção aos termos em destaque e responda às kestões no caderno.

Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônea no passado

Pesquisadores estudam práticas agrícolas dos povos originários quê enriquecem o solo enquanto ajudam a manter o carbono longe da atmosféra

Um novo estudo traz evidências de quê a térra preta amazônica, com alto teor de carbono e nutrientes, teria sido criada intencionalmente há milhares de anos. De acôr-do com os cientistas, os nativos manipulavam o lixo e o fogo de maneira controlada para elevar a produtividade de alimentos, o quê teria aumentado a fertilidade do solo da floresta ao longo dos anos.

A pesquisa revela quê esse solo é uma herança do manejo da térra feito pêlos povos indígenas quê viveram na floresta nos últimos 5 mil anos. A térra preta é um solo mais fértil quê outros bastante arenosos presentes na região tropical. Por esse motivo, é mais requisitado para o plantio.

O estudo foi liderado pelo pesquisador Morgan Jêissãn Schmidt, da Universidade Federal de Santa Catarina e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, em parceria com o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da úspi e outras instituições.

Schmidt inicialmente teve apôio da Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos (NSF) e, posteriormente, da Fundação Wenner-Gren, voltada a pesquisas antropológicas. O artigo com a descoberta foi publicado na revista sáience Advances. O pesquisador também contou com o apôio do grupo de estudos Ecologia Histórica dos Neotrópicos, coordenado pelo professor Eduardo Néves, do MAE.

“A térra preta existe em quase toda a Amazônea, dentro e fora do Brasil, mas há lugares onde ela não aparece: na bacia do Rio Juruá, por exemplo. Os nóssos estudos mostram quê ela foi mais disseminada a partir de mais ou menos 2.500 anos atrás”, esclarece Néves, ao ressaltar a contribuição à biodiversidade amazônica trazida pelo manejo indígena. O Rio Juruá nasce no Peru, passa pêlos estados do Ácri e do Amazonas e deságua no Rio Solimões, tendo uma bacia afunilada.

CONTERNO, Ivan. Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônea no passado. Jornal da úspi, São Paulo, 11 out. 2023. Disponível em: https://livro.pw/xvrns. Acesso em: 10 set. 2024.

1 Se o título da notícia estivesse na voz ativa, em vez de na voz passiva analítica, qual seria o sujeito?

MP

2 Qual é o objetivo de empregar a voz passiva no título?

3 Do ponto de vista semântico, o quê há em comum entre os sujeitos dos trechos destacados? O quê se busca enfatizar com o uso dêêsses sujeitos?

4 No trecho destacado, explique a intenção do autor do texto ao deslocar o adjunto adverbial de causa.

5 Na oração destacada, por quê o deslocamento do adjunto adverbial também da ordem diréta é necessário?

6 Considerando as características do gênero notícia, explique o predomínio da ordem diréta dos termos da oração.

#PARAlEMBRAR

Período é o nome quê se dá à frase organizada em uma ou mais orações. Se estiver organizado em uma única oração, o período é simples; se em mais de uma, compôzto. Na língua portuguesa, prevalece a ordem diréta dos termos da oração, também chamada de SVC em razão dos termos quê a compõem: sujeito, verbo e complemento verbal. Se, após o complemento verbal, houver na oração advérbio, podemos falar em estrutura SVCA. Essa estrutura favorece a clareza e a fluidez dos enunciados.

Página cento e sessenta e cinco

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento
O deslocamento do adjunto adverbial para realçar sentidos

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Releia um trecho da redação do enêm quê você analisou anteriormente. Depois, responda às kestões.

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importânssia dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o quê interfere na preservação de seus saberes. Logo, urgem medidas estatais quê promovam melhorias nesse cenário.

sôb esse viés, é válido destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural, quê proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na ssossiedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ifan) afirma as heranças tradicionais dêêsses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro. Dessa forma, sabe-se quê a contribuição dêêsses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar e, inclusive, confere a eles uma participação efetiva na economia do país. Assim, evidencia-se a extrema relevância dessas comunidades para a manutenção de conhecimentos diferenciados, bem como para a evolução da coletividade.

1. reescrêva no caderno a primeira frase com os termos da oração em ordem diréta.

a) Do modo como foi escrita, quê termos foram deslocados da ordem diréta?

1. a) Os advérbios de tempo “historicamente” e “a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial”.

b) Qual é o efeito de sentido causado por esse deslocamento?

1. b) Esse deslocamento enfatiza os advérbios de tempo, ou seja, a alusão histórica às missões.

2. O segundo parágrafo manifesta a importânssia de “destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais” para a ssossiedade.

a) Segundo a autora, no contexto em quê esse trecho aparece, por quê esses povos são fundamentais para a ssossiedade contemporânea?

2. a) Esses povos são fundamentais porque detêm uma pluralidade histórica e cultural quê proporciona uma vasta sabedoria à ssossiedade contemporânea.

b) escrêeva uma frase cuja ordem sintática ressalte a razão dessa fundamentalidade.

MP

3. A autora da redação afirma quê “[...] a contribuição dêêsses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar [...]”. Com base no conteúdo do trecho, escrêeva uma frase cuja ordem sintática enfatize tais práticas dos povos tradicionais brasileiros.

3. Resposta possível: As práticas de sustentabilidade e agricultura familiar dêêsses povos contribuem para a formação intelectual do corpo social brasileiro.

A ênfase é o principal efeito de sentido quê decorre da inversão lógica dos termos da oração. Você pôdi notá-lo no início da redação. Dos termos, aquele quê tem trânsito mais livre na oração é o adjunto adverbial em virtude de sua independência sintática, já quê ele não é um argumento, uma necessidade do verbo. O deslocamento do adjunto adverbial póde realçar sentidos diversos pretendidos pelo enunciador.

Página cento e sessenta e seis

#naprática
Simulado da redação do enêm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Agora é sua vez de produzir uma redação quê atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta em até 30 linhas.

3. A redação quê apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou quê não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto.

TEXTO I

“A agricultura sustentável não constitui algum conjunto de práticas especiais, mas sim um objetivo: alcançar um sistema produtivo de alimento e fibras quê: aumente a produtividade dos recursos naturais e dos sistemas agrícolas, permitindo quê os produtores respondam aos níveis de demanda engendrados pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico; produza alimentos sadios, integrais e nutritivos quê permítam o bem-estar humano; garanta uma renda líquida suficiente para quê os agricultores tênham um nível de vida aceitável e possam investir no aumento da produtividade do solo, da á gua e de outros recursos; e corresponda às normas e expectativas da comunidade.”

NCR (National rissêrchi Council). Alternative agriculture. Uóchinton, DC: Né chionál Academy Préss, 1989. In: São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente/Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais. Agricultura sustentável. São Paulo: SMA, 2011. Disponível em: https://livro.pw/fxrfq. Acesso em: 10 set. 2024.

TEXTO II

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil

Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável

2.1 Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano

[...]

2.3 Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à térra, outros recursos produtivos e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola

2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, quê aumentem a produtividade e a produção, quê ajudem a manter os éco-sistemas, quê fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e quê melhorem progressivamente a qualidade da térra e do solo

OS OBJETIVOS de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Nações Unidas Brasil, 2024. Disponível em: https://livro.pw/clacx. Acesso em: 10 set. 2024.

TEXTO III

[...] Um estudo recente publicado na revista nêitiur alerta para a perda de terras agricultáveis nos próximos anos. Segundo os autores, as alterações climáticas na região Amazônia-Cerrado já tiraram 28% das atuáis terras agrícolas das suas condições favoráveis denominado “ótimo climático”. êste cenário póde se agravar drasticamente nas próximas dékâdâs se não houver uma mudança radical no modelo de produção com foco na sustentabilidade.

Neste cenário, a agricultura familiar quê já se encontra em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica necessitará de apôio de políticas públicas e incentivos econômicos para se adaptar aos efeitos das alterações no clima e impulsionar uma transição para sistemas produtivos mais sustentáveis e resilientes. Os desafios para êste setor compôzto por pequenos produtores, povos indígenas, extrativistas e outros grupos, reconhecidos pela lei n. 11.326 de 2006, passa também por kestões quê não podem sêr deixadas de lado. Vale citar os problemas de regularização fundiária, falta de acesso aos serviços básicos (como saúde, educação e infraestrutura) e carência de serviços de assistência técnica e extensão rural, entre os entraves para o desenvolvimento sustentável dos territórios por elas ocupados.

[...]

PINTO, Erika; MAZZETTI, Cristiane; ALTMANN, Alexandre. Caminhos para uma agricultura sustentável. Nexo, São Paulo, 27 fev. 2023. Disponível em: https://livro.pw/gzmiz. Acesso em: 10 set. 2024.

Página cento e sessenta e sete

TEXTO IV

Podcast: Caminhos para uma agricultura sustentável.

Infográfico com dois gráficos de formato circular, mostrando porcentagens representadas por cores no perímetro dos círculos, cada um deles com uma cor diferente. O texto no infográfico é o seguinte: 'Para os que consideram produto orgânico mais caro: acredita que a diferença de preços nos produtos orgânicos é justificada?' Os gráficos circulares contém as seguintes informações sobre a pergunta: Para consumidores de orgânicos, 61 por cento acreditam que sim; para não consumidores de orgânicos, 42 por cento acreditam que sim. O texto do infográfico continua:  'Justificativa para quem respondeu sim: produto sem agrotóxico; qualidade do produto; cuidado no cultivo; custo da produção; produção mais lenta; produção mais lenta; produção menor; produto saudável; qualidade da produção; tratamento de como é conservado o produto.' A parte inferior do infográfico mostra os logotipos das seguintes marcas: Organis, Brain, Biobrazil Fair, Diferente, Q I M A e I B D.

Fonte: ORGANIS. Panorama do consumo de orgânicos no Brasil 2023. Disponível em: https://livro.pw/urlns. Acesso em: 10 set. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Dificuldades e perspectivas para o desenvolvimento da agricultura sustentável no Brasil”, apresentando proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, d fórma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Leia atentamente os textos da coletânea a fim de conhecer o problema e o contexto em quê ele está inserido.

2. Escolha uma parte dêêsse problema para discuti-lo e apresente uma tese sobre ele.

3. Selecione as informações e reflekções da coletânea e mobilize seu repertório e outras fontes confiáveis para sustentar sua tese para o tema propôsto.

4. Defina os argumentos com quê você defenderá sua tese. Um deles deve fazer uma alusão histórica.

5. Proponha, no fim do texto, uma intervenção factível para o problema. Para isso, além da ação, apresente o agente e a finalidade dela e como deve sêr executada.

O MUNDO E EU

Horta OR GÂNICA comunitária

É possível quê você conheça hortas orgânicas comunitárias ou ao menos já tenha ouvido falar nelas. Além de sustentáveis, em decorrência de não se usarem nelas adubos industriais, tais hortas são uma alternativa para reduzir o custo com o consumo de alimentos orgânicos, pois a compra é feita diretamente dos produtores. Converse com os côlégas sobre esse assunto para responder às kestões a seguir.

1. Você sabe o quê é preciso para criar uma horta OR GÂNICA comunitária?

MP

2. Você sabe como os produtores se organizam?

MP

3. Em sua opinião, quais ações são possíveis, na esféra individual e na esféra do pôdêr público, para estimular iniciativas de implantação de hortas orgânicas comunitárias?

MP

Página cento e sessenta e oito

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa. Ao escrever seus argumentos, lembre-se de utilizar ao menos uma alusão histórica.

2. Varie a ordem sintática dos elemêntos da oração para promover ênfase de sentido. Fique atento ao uso da vírgula, empregando a regra de concordância verbal explicada no boxe a seguir.

DE OlHO NA lINGUAGEM

A vírgula entre termos da oração

Releia um trecho da redação do enêm.

Na contemporaneidade, a importânssia dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país.

Nessa oração, o adjunto adverbial foi deslocado para o início da frase, o quê atribui ênfase ao aspecto temporal. Note quê o deslocamento foi acompanhado de vírgula. O adjunto adverbial é o único entre os termos da oração (SVCA) quê, quando deslocado da ordem diréta, póde receber esse sinal de pontuação.

1. Se o adjunto adverbial for curto (composto de até três palavras), a vírgula no deslocamento é obrigatória apenas se o intuito for enfatizá-lo, como nas frases a seguir.

Hoje fez sól.

Hoje, fez sól.

A pontuação de ambas está correta, mas note quê a vírgula, em razão da pausa, realça o adjunto adverbial.

2. Se o adjunto adverbial for extenso ou em forma de oração, a vírgula no deslocamento é obrigatória, como nos exemplos a seguir.

Durante toda a manhã de segunda-feira, fez sól.

Durante as horas em quê pedalamos, fez sól.

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se o problema foi identificado e se ao menos uma alusão histórica foi utilizada em favor da argumentação.

2. Analise se os argumentos mobilizados estão condizentes com o tema e contribuem para a sustentação da tese.

3. Verifique se houve ao menos uma inversão de termos da oração para dar ênfase de sentido.

4. Certifique-se de ter evitado repetições e empregado a concordância verbal e a ortografia, favorecendo a fluidez da leitura.

5. Identifique se a proposta de intervenção oferece resposta factível ao problema e se foram indicados o agente e a finalidade da proposta, assim como os meios para executá-la.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação com base nos critérios da etapa anterior, reescrêva a versão final com os ajustes necessários. sôb a orientação do professor e com os côlégas, organize uma coletânea com os textos produzidos pêlos estudantes da turma. Depois, vocês podem depositar a coletânea na biblioteca da escola ou na biblioteca pública do município ou da comunidade onde moram. Assim, divulgarão o conhecimento construído sobre a agricultura sustentável no Brasil.

Página cento e sessenta e nove