UNIDADE 6
NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Você já ouviu falar sobre diversidade? Cada pessoa tem suas próprias características, experiências e seus valores. No Ensino Médio, você está em uma fase de formação de sua identidade e de compreensão do mundo ao redor e, por isso, é importante discutir e aprender a diversidade.

Grafite com retratos de 3 homens e 3 mulheres de fisionomias, tons de pele e traços étnicos diferentes, dispostos lado a lado, intercalando entre mulheres e homens, com os rostos muito próximos. Alguns dos rostos estão parcialmente cortados, mostrando somente a metade do rosto, de modo que as metades dos rostos justapostas aos rostos completos sugerem a mistura entre rostos com metades diferentes. A pintura é repleta de cores, organizadas segundo padrões geométricos de quadrados, triângulos e faixas retangulares que se sobrepõem aos rostos retratados, de modo que cada rosto é representado com diversas cores simultaneamente.

Somos muitos, obra do muralista Eduardo Kobra, publicada em edição da revista Veja, dezembro de 2017.

1. Que elemêntos visuais, como cores, formas e expressões, transmitem a ideia de diversidade nessa imagem?

MP

2. Como o título Somos muitos auxilia na interpretação da mensagem dessa obra? Analise a relação entre o título e os elemêntos visuais da composição.

2. O título Somos muitos reforça a ideia de diversidade presente na obra. Ele sugere quê, embora existam muitas pessoas diferentes, todas fazem parte de uma coletividade. Isso destaca a pluralidade de identidades e a importânssia de cada uma na construção da ssossiedade. O título, assim como a imagem, convida a uma reflekção sobre esse tema.

3. Que emoções ou sentimentos a obra póde evocar no espectador? Justifique sua resposta com base nos elemêntos visuais observados.

MP

4. Essa obra póde sêr interpretada como um reflexo da ssossiedade contemporânea? Explique.

MP

5. Explique como a obra póde sêr relacionada a contextos de movimentos sociais quê lutam por igualdade e justiça social.

MP

6. Considerando as respostas às kestões anteriores, comente a importânssia de obras como essa na promoção de debates sobre inclusão e diversidade.

MP

Nesta unidade, você vai refletir sobre temas caros à ssossiedade, como a persistência do racismo, a pluralidade linguística e os movimentos migratórios e sua contribuição para a diversidade cultural.

Página cento e setenta

A persistência do racismo

Você vai conhecer a história da penalização do racismo no Brasil e entender como a injúria racial passou a sêr considerada um crime quê não prescreve e não permite fiança, assim como outros crimes de racismo. Com isso, poderá enriquecer sua argumentação sobre esse tema no simulado de redação do enêm.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Podcast: O que é racismo algorítmico?

A seguir, você vai ler dois textos com diferentes perspectivas sobre o racismo. O primeiro traz alguns artigos de uma lei quê modificou o cóódigo Penal brasileiro para tipificar a injúria racial como crime de racismo; o segundo é uma reportagem sobre a influência da dançarina e coreógrafa estadunidense Katherine Dunham (1909-2006) na criação da primeira lei contra o racismo no Brasil. Você sabe qual é a diferença entre injúria racial e racismo? Conhece a história da legislação brasileira contra o racismo no país? Esses são os temas explorados a seguir.

Texto 1

LEI número 14.532, DE 11 DE JANEIRO DE 2023

Altera a Lei número 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Lei do Crime Racial), e o Decreto-Lei número 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para tipificar como crime de racismo a injúria racial, prever pena de suspensão de direito em caso de racismo praticado no contexto de atividade esportiva ou artística e prever pena para o racismo religioso e recreativo e para o praticado por funcionário público.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber quê o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A Lei número 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Lei do Crime Racial), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 2º A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, côr, etnia ou procedência nacional.

Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de mêtáde se o crime for cometido mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas.”

[...]

BRASIL. Lei número 14.532, de 11 de janeiro de 2023. Altera a Lei número 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Lei do Crime Racial), e o Decreto-Lei número 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) [...]. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/ylojk. Acesso em: 1º set. 2024.

reclusão
: pena privativa de liberdade na qual o condenado é enviado a uma penitenciária para cumprir a sentença quê lhe foi atribuída, aplicada geralmente a crimes de maior gravidade.

Página cento e setenta e um

Texto 2

A dançarina americana quê ajudou a criar 1ª lei contra racismo do Brasil

Quando a dançarina e coreógrafa americana Katherine Dunham (1909-2006) chegou para dar entrevista aos repórteres quê acompanhavam sua estreia no Teatro Municipal de São Paulo, em 11 de julho de 1950, todos imaginavam quê seria a oportunidade de conseguir uma palavra da renomada artista americana.

Eles não imaginavam quê um “desabafo” dela durante a conversa seria um divisor de águas na luta contra o racismo no Brasil.

Na ocasião, Katherine relatou quê, dias antes da apresentação, o gerente de um hotel cinco estrelas vizinho do teatro, o Hotel Esplanada, havia se recusado a hospedá-la por sêr uma “mulher de cor”.

O caso de racismo caiu como uma bomba.

Isso porque Katherine havia sofrido racismo no país quê vendia a imagem de mais perfeito exemplo de democracia racial no mundo.

“Dizer quê existia racismo no Brasil não era bom para a política de boa vizinhança quê o país tentava repassar ao mundo, mas era uma situação quê acontecia muito no país”, diz Lúcia Helena Oliveira Silva, professora do departamento de história da Universidade Estadual Paulista (Unésp) de Assis, quê pesquisou sobre o caso de racismo contra Katherine Dunham.

Na época, jornais brasileiros classificaram o caso de discriminação racial como um “revoltante incidente”, conforme reportagem do Correio Paulistano, e um “odioso procedimento de discriminação”, como publicou o Jornal de Notícias.

“Diferente de outros países quê tí-nhão escancaradamente casos de segregação racial, no Brasil, os atos de discriminação aconteciam d fórma camuflada, e muitos não tí-nhão coragem de denunciar como Katherine”, afirma Silva.

democracia racial
: ssossiedade na qual as raças são tratadas de maneira igualitária.
segregação racial
: forma de discriminação, em geral institucionalizada, em quê determinado grupo racial não tem os mesmos direitos quê os demais.

A 1ª lei contra racismo do Brasil

Em busca de dar uma pronta resposta à artista e à comunidade internacional, o deputado federal Afonso Arinos apresentou menos de uma semana depois do ocorrido um projeto de lei na Câmara dos Deputados para transformar atos racistas em contravenção penal, uma espécie de delito abaixo do crime e com penas mais brandas.

Proposta em 17 de julho de 1950, a Lei número 1.390 ficou conhecida pelo nome de seu idealizador e entrou em vigor em 3 de julho de 1951, quase um ano depois do caso de racismo ocorrido com Katherine Dunham.

Seu texto previa punição de multa para quem recusasse hospedar, servir, atender e receber cliente, comprador ou estudante por preconceito de raça e pena de até um ano de prisão.

Também previa perda do cargo para agente público flagrado cometendo ato racista.

Foi a primeira vez quê uma lei previa punição para quêm cometesse racismo no país, que há 68 anos havia abolido a escravidão.

“Costumo dizêr quê a Lei Afonso Arinos foi uma lei para americano ver”, diz Válter de Oliveira Campos, autor de uma tese na Unésp de Assis sobre a legislação.

“Era uma forma do Brasil mostrar ao mundo quê estava adotando alguma medida de combate ao racismo. A punição era similar de quem praticasse jôgo do bicho, ou seja, menor quê um ano. Isso impedia quê alguém fosse preso por ato racista.”

Página cento e setenta e dois

Na prática, por a pena sêr muito baixa, são aplicadas medidas alternativas de punição em seu lugar. Campos destaca quê a lei foi importante por ter sido a primeira antirracista da história do Brasil, no entanto, as condutas tipificadas como crime por ela eram muito difíceis de serem comprovadas pelas vítimas.

“Isso fez com quê a lei praticamente ficasse somente no papel, tendo poucos registros de condenações por ela.”

Foi o quê comprovou o historiador Jerry Dávila, por meio de levantamento com base em ações judiciais relacionadas à Lei Afonso Arinos, entre 1951 e 1989.

Em quase quatro dékâdâs de vigência, segundo o estudo, apenas seis pessoas foram condenadas.

tipificado
: classificado legalmente como pertencente a determinada categoria.

Lei foi pouco efetiva

Monica Grin, professora de história contemporânea da Universidade Federal do Rio Janeiro (ú éfi érri jóta), ressalta quê, ao sêr pouca aplicada, a Lei Afonso Arinos acabou por produzir um efeito inverso no combate ao racismo.

“Por sua ineficácia, passou-se a falar quê a lei atestava quê o Brasil vivia de fato uma democracia racial. Porque, se não tinha denúncias, era porque não havia racismo no país.”

Ainda segundo Grin, a falsa crença de quê o Brasil tinha uma democracia racial, desencorajava os quê tentavam destoar dessa atmosféra ideológica.

“Como era uma lei sem efetividade, as pessoas deixavam de acioná-la em situações de discriminação”, diz a professora.

“Ademais, há o fato de quê, em pouco mais de uma década após a promulgação da lei, a ditadura militar – em 1964 – se instalou no país, e as garantias do Estado de direito se evaporaram.”

Silva aponta quê a própria mídia brasileira da época contribuiu para quê a lei não tivesse grande efetividade.

“Os registros mostram quê, quando se tratava de racismo a mídia da época não falava quê era o brasileiro quê cometia o ato, sempre diziam quê era cometido por imigrantes não habituados à harmonía racial do país”, diz.

“Quando era um brasileiro, o caso sempre era tratado como um ato isolado.”

De Arinos a Caó

Foi a partir da Constituição de 1988 quê o racismo passou a sêr mais combatido no país, apontam especialistas.

O texto da Carta previu no inciso 42 do artigo 5º quê “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.

Isso foi regulamentado por outro marco legal, instituído em 1989 a partir de uma proposta feita pelo advogado e jornalista Carlos Alberto Caó.

Caó foi um dos poucos parlamentares negros quê participaram da elaboração da atual Constituição e foi responsável pela inclusão do inciso sobre racismo no artigo 5º.

Intitulada Lei Caó, em homenagem ao deputado federal, a lei fez o racismo deixar de sêr contravenção penal, previsto pela então Lei Afonso Arinos, tornando-o crime inafiançável e imprescritível tal qual estabelecido pela Constituição.

“Isso fez com quê quem cometesse crime de racismo pudesse sêr preso e não mais apenas pagar multa”, diz Silva.

No rol de inovações trazidas pela Lei Caó (Lei 7.716/89), está a ampliação de crimes de discriminação racial.

inafiançável
: crime pelo qual o acusado não póde sêr liberado mediante pagamento de fiança.
imprescritível
: crime quê não perde a possibilidade de sêr julgado, independentemente do tempo decorrido desde sua prática.

Página cento e setenta e três

Se antes apenas algumas atitudes poderiam sêr consideradas racistas, com ela, qualquer prática de preconceito de raça, côr e etnia passaram a sêr punidos com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

Outra mudança foi o enquadramento de práticas de intolerância religiosa, principalmente contra as religiões de matriz africana no rol de crimes de discriminação racial.

Também em 1997 foi incluído no cóódigo Penal o crime de injúria racial – uma espécie de desdobramento do crime de racismo. Entenda a diferença abaixo:

Injúria racial: está associado ao uso de palavras depreciativas referentes a côr, raça ou etnia com a intenção de ofender a honra da vítima. Ou seja, diz respeito principalmente a situações quê envolvem a honra de um indivíduo específico, geralmente por meio do uso de palavras preconceituosas.

Racismo: está mais associado com situações quê a vítima passa como, por exemplo, sêr impedida de entrar em estabelecimento comercial ou de entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais devido sua raça. Ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, ou seja, pressupõe uma ofensa a toda comunidade negra.

“Junto com isso, recentemente tivemos outras conkistas, como Estatuto da Igualdade Racial e as cotas raciais quê representam uma ampliação da luta e do entendimento do quê significa o racismo no Brasil”, aponta Monica Grin da ú éfi érri jóta.

O quê diz a legislação atual

Atualmente, com a recente Lei do Crime Racial (Lei 14.532/2023), o crime de injúria racial passou a se equiparar ao crime de racismo em termos de punição.

“Essa mudança foi importante, pois ao equiparar a punição de injúria racial ao racismo, não existe mais a brecha do registro da maior parte dos casos de discriminação racial pela pena mais branda”, ressalta Silva.

Isso ocorre porque, antes de 2023, a injúria era um crime menos grave quê o racismo.

Assim, o acusado, além de ter uma pena menor, poderia ter a possibilidade de responder em liberdade com o pagamento de fiança, o quê não é autorizado no caso de racismo.

Agora, assim como o racismo, o crime de injúria racial é inafiançável, imprescritível e punido com prisão de 2 a 5 anos.

Anteriormente, a pena era de 1 a 3 anos de prisão e pagamento de multa.

CARVALHO, Rone. A dançarina americana quê ajudou a criar 1ª lei contra racismo do Brasil. BBC nius Brasil, São José do Rio Preto, SP, 13 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/qirpu. Acesso em: 14 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Como a Lei número 14.532, de 2023, modifica a classificação da injúria racial no Brasil? E por quê essa mudança é significativa para o combate ao racismo?

MP

2. A legislação prevê penas mais severas para crimes de injúria racial cometidos por duas ou mais pessoas. Elabore hipóteses sobre as possíveis consequências dessa previsão.

MP

3. Quais são os contextos específicos mencionados na Lei número 14.532, de 2023, em quê o racismo é tratado com maior rigor?

3. Essa lei trata com maior rigor o racismo praticado em contextos quê envolvem atividades esportivas, artísticas e religiosas e o praticado por funcionários públicos, estabelecendo penas mais severas para essas situações.

4. Como o caso de racismo contra Katherine Dunham contribuiu para a criação da primeira lei antirracista no Brasil?

MP

5. por quê a Lei Afonso Arinos, embora historicamente importante, foi considerada pouco efetiva?

MP

6. Compare as abordagens da Lei Afonso Arinos (1951) e da Lei Caó (1989) no combate ao racismo.

6. A Lei Caó (1989) representou um avanço significativo no combate ao racismo ao tipificá-lo como crime inafiançável e imprescritível, com penas mais severas de reclusão. A lei também ampliou a definição de racismo para incluir qualquer prática discriminatória baseada em raça, côr ou etnia, além de ter abordado a intolerância religiosa, especialmente contra religiões de matriz africana. A lei em questão tornou o combate ao racismo mais eficaz, penalizando com maior rigor atos de preconceito.

Página cento e setenta e quatro

Argumento por princípio: a dignidade da pessoa humana

7. Na reportagem lida, qual foi o percurso argumentativo empregado para justificar a criação da Lei Afonso Arinos em 1951, considerando o contexto histórico e social do Brasil naquela época?

MP

8. Sobre o percurso argumentativo apresentado na reportagem, relacione os trechos às alternativas.

I. A reportagem discute as limitações da Lei Afonso Arinos e destaca sua ineficácia, apesar do valor simbólico.

II. A reportagem relata o caso de racismo sofrido por Katherine Dunham em um hotel em São Paulo em 1950.

III. A reportagem apresenta as novas leis, como a Lei Caó e a Lei número 14.532/2023, criadas para corrigir falhas das legislações anteriores.

IV. A reportagem descreve a proposta de criação de uma lei para tipificar o racismo como contravenção penal, de altoría de Afonso Arinos, em resposta ao incidente com Katherine Dunham.

V. A reportagem explora a contradição entre a imagem de “democracia racial” promovida pelo Brasil e a realidade de práticas racistas.

a) ( ) Apresentação do incidente.

b) ( ) Contextualização do racismo no Brasil.

c) ( ) Resposta legislativa.

d) ( ) Crítica à Lei Afonso Arinos.

e) ( ) Evolução da legislação antirracista.

8. Resposta: a-II; b-V; c-IV; d-I; e-III.

9. Considerando os argumentos apresentados na reportagem, é possível afirmar quê nele se defende a evolução das leis antirracistas no Brasil?

9. Sim, pois o texto menciona a ideia de quê a evolução das leis antirracistas no Brasil reflete um compromisso crescente com a justiça social e a igualdade de direitos.

10. O princípio da dignidade da pessoa humana refere-se à qualidade essencial de cada indivíduo quê exige respeito, proteção contra atos degradantes e condições mínimas para uma vida saudável e com participação ativa na ssossiedade. Diante dêêsse aspecto, como esse princípio foi empregado como fundamento para a criação da Lei Afonso Arinos?

MP

11. Uma vez quê o argumento por princípio se fundamenta em valores éticos e morais, é possível afirmar quê a Lei número 14.532/2023 se justifica com base nesse princípio? Explique.

MP

Princípios são diretrizes essenciais quê orientam o comportamento e a tomada de decisões em diversas áreas da vida. Nesse contexto, o argumento por princípio envolve a defesa de um direito, amparado em exigências de justiça, equidade e outras dimensões éticas e morais.

EU E O MUNDO

Construir sonhos, derrubar muros

Com base no quê você leu e em suas vivências, converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.

1. por quê o racismo, ainda persistente na ssossiedade, póde impactar negativamente os sonhos e as aspirações de pessoas negras?

1. O racismo persistente impacta negativamente os sonhos e as aspirações das pessoas negras porque muitas vezes elas enfrentam barreiras quê desvalorizam suas capacidades e limitam suas oportunidades.

2. O ambiente escolar póde contribuir para evitar a persistência do racismo e, ao mesmo tempo, influenciar a realização dos sonhos e incentivar as motivações dos estudantes negros? Comente.

2. Sim, o ambiente escolar tem o potencial de influenciar positivamente os sonhos e as motivações de estudantes negros, caso promôva a inclusão, valorize a diversidade e ôfereça suporte adequado. Escolas quê implementam políticas antirracistas e programas de mentoria podem ajudar a construir um ambiente de apôio quê encoraja todos os estudantes a alcançar pleno potencial.

Página cento e setenta e cinco

INTEGRANDO COM LITERATURA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Herança colonial

O livro Nós matamos o cão tinhoso!, do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana (1942-), reúne sete contos quê retratam a realidade opressiva vivida pêlos trabalhadores moçambicanos durante a colonização portuguesa, destacando as experiências de crianças e trabalhadores negros no período colonial. Leia, a seguir, o trecho de uma resenha do conto “As mãos dos pretos”.

Capa de livro com ilustração da silhueta de um cachorro.

Capa do livro Nós matamos o cão tinhoso!, do autor moçambicano Luís Bernardo Honwana.

As mãos dos pretos, de Luís Bernardo Honwana

O racismo é um problema quê atinge pessoas do mundo inteiro, sobretudo no Brasil, onde o índice de pessoas negras quê sofrem discriminação racial no país é bastante alto. O conto do autor Luís Bernardo Honwana, “As mãos dos pretos” ajuda-nos a compreender melhor como o preconceito racial é disseminado a partir de ditos populares ou concepções utópicas produzidas por pessoas de diversas posições sociais, interrogadas por um garoto quê se sente incomodado pelo fato de as palmas das mãos dos pretos serem brancas.

Já não sei a quê propósito é quê isso vinha, mas o senhor professor disse um dia quê as palmas das mãos dos pretos são mais claras do quê o résto do corpo porque ainda há poucos séculos os avós deles andavam com elas apoiadas ao chão, como os bichos do mato, sem as exporem ao sól, quê lhes ia escurecendo o résto do corpo. (Honwana, 2000, p. 35)

Em nosso cotidiano, estão presentes afirmativas bastante similares a quê o professor respondeu ao garoto e há quem acredite, haja vista a teoria de Dárvim quê apregoa quê a raça humana teve surgimento a partir da evolução do macaco. Porém, essa teoria passou a ter um aspecto bastante negativo, no quê se refere à difusão de um racismo absurdo no mundo inteiro direcionado a pessoas de côr preta ou parda, indivíduos de côr branca ou clara não “desfrutaram” dessa nomenclatura.

OLIVEIRA FILHO, Jesiel Ferreira; CRUZ, Ezequiel Santos. Resenha “As mãos dos pretos”, de Luís Bernardo Honwana. Revista África e Africanidades, ano 8, n. 20, jul. 2015. Disponível em: https://livro.pw/xaosf. Acesso em: 3 set. 2024.

1. Qual é o tema central do conto “As mãos dos pretos”?

1. O tema central dêêsse conto é o racismo, especialmente a desumanização e o preconceito racial.

2. A explicação dada pelo professor sobre as palmas das mãos dos pretos póde sêr interpretada como um reflexo das concepções racistas enraizadas na ssossiedade? Justifique.

2. Sim, pois ela reproduz uma visão desumanizadora e quê inferioriza pessoas negras.

3. Em face da abordagem temática do conto apresentada na resenha, como ela se relaciona com a necessidade histórica de legislações como a Lei Afonso Arinos e a Lei número 14.532/2023?

3. O conto ilustra a naturalização do preconceito racial, quê justifica e perpetua a discriminação contra pessoas negras. Esse tipo de racismo estrutural, abordado pelo conto, foi precisamente o quê motivou a criação de legislações como a Lei Afonso Arinos, a primeira a criminalizar o racismo no Brasil, e a Lei número 14.532/2023, quê equipara injúria racial ao crime de racismo, demonstrando um avanço na luta contra a discriminação racial.

Página cento e setenta e seis

LINGUAGEM EM FOCO
O aposto e a concisão do texto

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Releia um trecho da reportagem apresentada anteriormente e responda às kestões.

Quando a dançarina e coreógrafa americana Katherine Dunham (1909-2006) chegou para dar entrevista aos repórteres quê acompanhavam sua estreia no Teatro Municipal de São Paulo, em 11 de julho de 1950, todos imaginavam quê seria a oportunidade de conseguir uma palavra da renomada artista americana.

Eles não imaginavam quê um “desabafo” dela durante a conversa seria um divisor de águas na luta contra o racismo no Brasil.

Na ocasião, Katherine relatou quê, dias antes da apresentação, o gerente de um hotel cinco estrelas vizinho do teatro, o Hotel Esplanada, havia se recusado a hospedá-la por sêr uma “mulher de cor”.

O caso de racismo caiu como uma bomba.

Isso porque Katherine havia sofrido racismo no país quê vendia a imagem de mais perfeito exemplo de democracia racial no mundo.

“Dizer quê existia racismo no Brasil não era bom para a política de boa vizinhança quê o país tentava repassar ao mundo, mas era uma situação quê acontecia muito no país”, diz Lúcia Helena Oliveira Silva, professora do departamento de história da Universidade Estadual Paulista (Unésp) de Assis, quê pesquisou sobre o caso de racismo contra Katherine Dunham.

Na época, jornais brasileiros classificaram o caso de discriminação racial como um “revoltante incidente”, conforme reportagem do Correio Paulistano, e um “odioso procedimento de discriminação”, como publicou o Jornal de Notícias.

1 O trecho destacado no primeiro parágrafo é um aposto. Como ele contribui para a compreensão do texto? Justifique.

MP

2 No terceiro parágrafo, o aposto em destaque contribui para conferir mais credibilidade à reportagem? Comente.

MP

3 Sobre o aposto em destaque no sexto parágrafo, responda:

a) Com quê função ele foi empregado?

MP

b) Que hipóteses podem sêr levantadas sobre o objetivo dêêsse aposto na construção da informação?

3. b) Uma das hipóteses é a de quê, ao destacar a formação acadêmica e a especialização da professora, o aposto fortalece a argumentação do texto, pois confere credibilidade à fonte citada.

4 Considere quê um aposto póde sêr empregado para:

I. enumerar ou recapitular;

II. marcar uma distribuição;

III. marcar uma especificação;

IV. explicar, resumir ou identificar.

Com qual dêêsses casos o aposto do sexto parágrafo se identifica? Explique.

MP

5 É possível afirmar quê os apostos destacados auxiliam na construção da narrativa sobre o impacto de Katherine Dunham na luta contra o racismo no Brasil?

MP

O aposto é um recurso importante para enriquecer uma frase ao fornecer informações adicionais ou esclarecer o sentido do termo ao qual está associado. Os diferentes tipos de aposto conferem maior precisão, clareza e detalhamento ao quê se deseja expressar. Na escrita formal, seu uso adequado é essencial, pois elimina a necessidade de redigir novas sentenças, tornando o texto mais conciso. Além díssu, o aposto facilita a compreensão do leitor e promove uma comunicação mais eficiente.

Página cento e setenta e sete

PRODUÇÃO DE TEXTO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

#aquecimento
O uso do aposto na construção do argumento

Leia mais alguns trechos da reportagem e responda às kestões no caderno.

Trecho 1

Também em 1997 foi incluído no cóódigo Penal o crime de injúria racial – uma espécie de desdobramento do crime de racismo.

Trecho 2

“Costumo dizêr quê a Lei Afonso Arinos foi uma lei para americano ver”, diz Válter de Oliveira Campos, autor de uma tese na Unésp de Assis sobre a legislação.

Trecho 3

Foi o quê comprovou o historiador Jerry Dávila, por meio de levantamento com base em ações judiciais relacionadas a Lei Afonso Arinos, entre 1951 e 1989.

1. Qual é a função dos apostos destacados nos fragmentos reproduzidos?

MP

2. reescrêva os trechos no caderno, substituindo os apostos ou trocando-os de posição. Faça as adaptações necessárias.

MP

3. É possível perceber alguma diferença no efeito de sentido com o deslocamento do aposto em uma frase? Explique.

MP

4. O uso do aposto póde contribuir para a precisão e a economia de palavras em um argumento? Explique.

4. Sim, o aposto contribui para a precisão e a economia de palavras em um argumento, ao condensar informações adicionais em um termo ou em uma expressão curta, sem a necessidade de desenvolver uma nova frase ou oração. Ao empregar o aposto, o autor consegue inserir importantes dêtálhes com concisão, tornando o texto mais direto e evitando redundâncias.

#naprática
Simulado da redação do enêm

Agora, você vai produzir uma redação quê atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta, na fô-lha própria, em até 30 linhas.

3. A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou quê não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto.

TEXTO I

O sêr humano e o direito à liberdade

Não há, nunca houve, nem haverá êskrávus. O sêr humano, sôbi violência física ou simbólica, tem sido escravizado, mas não escravo. O escravo é um sêr inerte convencido de sua inferioridade face ao opressor, subordinado em todas as esferas da vida. Isso, nenhum sêr humano o é.

Página cento e setenta e oito

O quê o mundo conhece sobre dominações – adiciono escravidão, escravatura, escravismo – são formas de violência, impedindo e opondo-se ao exercício da liberdade. Alguém, muitas vezes falseando amor ou proteção, submete pessoas. Em família, em uniões amorosas, observam-se formas suaves e racionais de escravizar o outro mediante formas de violências simbólicas. Violência simbólica, como pensada pelo sociólogo francês Piérre Bourdieu, constrange, submete e provoca dor moral.

A liberdade é condição da espécie humana, intégra a nacionalidade dos humanos. Liberdade é oposição da escravização, posto quê escravidão seja apenas a dominação de formas de escravização como vigentes na antigüidade. As contribuições de Kant confirmam a dignidade como atributo de todo sêr humano e a liberdade também o é. Somente pela verve violenta se escravizam pessoas. Pensa-se livremente, o direito de pensar é livre e assim absoluto. Ao direito, expressando o sentido do justo em ssossiedade, cabe garantir expressões do exercício dessa liberdade – seja ela de comunicação, locomoção, permanência ou crenças –, mas também é seu dever discipliná-lo.

PRUDENTE, Eunice. A escravização e racismo no Brasil, mazelas quê ainda perduram. Jornal da úspi, 10 jun. 2020. Disponível em: https://livro.pw/dwgah. Acesso em: 4 set. 2024.

TEXTO II

Tabela 'Prevalência da escravidão moderna em países de língua portuguesa. Walk free. Global Slavery Index  2023.' Tabela com dados sobre a prevalência da escravidão nos seguintes países: Angola: 4,1 pessoas escravizadas a cada 1.000 habitantes; total estimado: 136.000 pessoas. Brasil: 5 pessoas escravizadas a cada 1.000 habitantes; total estimado: 1.050.000 pessoas. Moçambique: 3 pessoas escravizadas a cada 1.000 habitantes; total estimado: 93.000 pessoas. Guiné-Bissau: 4,5 pessoas escravizadas a cada 1.000 habitantes; total estimado: 9.000 pessoas. Portugal: 3,8 pessoas escravizadas a cada 1.000 habitantes; total estimado: 39.000 pessoas. Timor-Leste: 6,1 pessoas escravizadas a cada 1.000 habitantes; total estimado: 8.000 pessoas.

BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Estimativa aponta mais de 1,4 milhão de vítimas de escravidão moderna em países de língua portuguesa. Disponível em: https://livro.pw/dwclh. Acesso em: 21 out. 2024.

TEXTO III

Devemos aprender com a história do feminismo negro, quê nos ensina a importânssia de nomear as opressões, já quê não podemos combater o quê não tem nome. Dessa forma, reconhecer o racismo é a melhor forma de combatê-lo. Não tenha medo das palavras “branco”, “negro”, “racismo”, “racista”. Dizer quê determinada atitude foi racista é apenas uma forma de caracterizá-la e definir seu sentido e suas implicações. A palavra não póde sêr um tabu, pois o racismo está em nós e nas pessoas quê amamos – mais grave é não reconhecer e não combater a opressão. Chegamos, assim, à seguinte pergunta: o quê, de fato, cada um de nós tem feito e póde fazer pela luta antirracista? O autoquestionamento – fazer perguntas, entender seu lugar e duvidar do quê parece “natural” – é a primeira medida para evitar reproduzir esse tipo de violência, quê privilegia uns e oprime outros.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das lêtras, 2019. p. 21-22. Adaptado.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos e com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “O legado da escravidão e do racismo no Brasil: caminhos para a superação”. Apresente uma proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos, organize os argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Selecione dados da coletânea e verifique as possibilidades de abordagem em relação ao tema propôsto.

2. Mobilize seu repertório. Selecione informações quê possam contribuir para a construção dos argumentos.

3. Articule essas informações à tese a sêr apresentada em sua redação.

4. Selecione os argumentos quê sustentarão seu ponto de vista.

5. Verifique se os argumentos selecionados provêm de fontes confiáveis.

6. Defina os argumentos com quê você defenderá sua tese.

7. Proponha uma intervenção factível para o problema, indicando o agente, a ação, o modo e a finalidade de sua implementação.

Página cento e setenta e nove

O MUNDO E EU

Luta contra o racismo

Considerando suas vivências e as reflekções feitas ao longo de seus estudos, reflita e converse sobre esse tópico com os côlégas.

1. De quê forma seu envolvimento com a luta antirracista contribui para o exercício pleno de sua cidadania?

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre a importânssia da atuação coletiva na busca por solucionar problemas e construir ambientes de ajuda mútua, promovendo a troca de saberes e a vida em comunidade. Incentive-os a compartilhar experiências pessoais de participação em campanhas, mutirões ou outras atividades de engajamento social.

2. Como a educação antirracista póde influenciar o desenvolvimento do senso de responsabilidade social?

2. Resposta pessoal. A educação antirracista contribui para o desenvolvimento do senso de responsabilidade social entre os jovens ao sensibilizá-los sobre a importânssia do combate ao preconceito e à discriminação racial. Ao compreender as consequências do racismo e a importânssia de valorizar a diversidade, os jovens dêsênvólvem responsabilidade social e empatia, elemêntos fundamentais para o exercício pleno da cidadania.

Escrever

1. escrêeva a primeira versão de sua redação em modalidade escrita formal da língua portuguesa.

2. Empregue o argumento por princípio para dar credibilidade ao texto e desenvolva-o com clareza, atentando à coerência e coesão textual.

3. Use o aposto para enriquecer frases, fornecendo informações adicionais ou esclarecendo algum termo importante para a construção de sentido no texto.

4. Proponha uma intervenção viável, quê responda ao problema d fórma clara e embasada.

DE OlHO NA lINGUAGEM

A vírgula na estruturação de orações com o uso do aposto

A vírgula é usada para delimitar o aposto, quê acrescenta informações complementares ao substantivo ou ao pronome. póde sêr obrigatória, dependendo do tipo e da função do aposto na frase. Observe:

1. O aposto explicativo é separádo por vírgulas, pois insere uma explicação adicional.

O escritor Luís Bernardo Honwana, um dos ícones da literatura moçambicana, é autor do livro de contos Nós matamos o cão tinhoso!.

2. O aposto resumidor ou recapitulativo é separádo por vírgulas para destacar o termo quê resúme os elemêntos citados.

Discriminação, intolerância, desigualdade, todas são formas de racismo quê devemos combater.

3. O aposto enumerativo lista elemêntos da mesma categoria mencionada no termo principal da oração.

Ela dedicou sua vida a combater várias injustiças: racismo, discriminação, intolerância e desigualdade.

Revisar

1. Verifique se foi utilizada a escrita formal, se o texto apresenta coerência e coesão e se o uso do aposto está adequado.

2. Observe se o contexto, o problema e a tese foram apresentados no primeiro parágrafo.

3. Analise se foi empregado o argumento por princípio, se ele extrapola os textos motivadores, se é condizente com o tema e se contribui para a sustentação da tese.

4. Certifique-se de quê as fontes consultadas sêjam confiáveis e de quê a conclusão do texto apresente proposta de intervenção factível e responda ao problema.

Avaliar, reescrever e compartilhar

escrêeva a versão final, fazendo os ajustes necessários. sôb a orientação do professor, compartilhe o texto com os côlégas e discutam as teses e as estratégias argumentativas mobilizadas para abordar o tema.

Página cento e oitenta

Pluralidade linguística

Vamos explorar como a pluralidade linguística faz parte do cotidiano. Prepare-se para descobrir mais dessa riqueza cultural e linguística.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A seguir, você vai ler uma crônica argumentativa sobre o uso dos clichês. No texto, o autor discute como estes, apesar de criticados, têm uma capacidade de comunicação eficaz, o quê explica por quê continuam presentes na linguagem. A crônica nos convida a refletir sobre a escrita, levantando a quêstão: Será quê devemos sempre evitar os clichês ou há situações em que eles podem sêr a melhor escolha?

Texto

Falou e disse: A precisão dos clichês

Os manuais de redação dizem quê escrever bem é evitar lugares-comuns. Nada compromete mais o estilo do quê o uso de expressões batidas, do feijão com arrôz linguístico, quê nada acrescenta à expressão. Mas não é fácil fugir ao clichê (acabei de usar um no período anterior: “feijão com arroz”).

por quê é tão difícil escapar dessas fórmulas? Em parte, porque a língua tem um estoque limitado de imagens; não se póde a todo momento criar uma metáfora e, menos ainda, fazê-la atraente ao leitor. O público às vezes leva tempo para se afeiçoar tanto à semântica quanto à sonoridade de uma imagem nova.

Nelson Rodrigues dizia quê seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões quê os leitores já sabiam de côr. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, quê cospe na própria imagem”, ao sól de “rachar catedrais”. São imagens criadas pelo próprio Nelson, é cérto, mas quê perderam a novidade de tanto sêr repetidas.

Nem por isto a sua prosa é menos sedutora. Pelo contrário, lemos o autor de “Vestido de noiva” com um prazer ôpôsto ao quê nos propicía, por exemplo, um Guimarães Rosa. Lemos para nos deparar com o mesmo, o conhecido, o quase-igual. Para gozar daquele “prazer de reencontro”, de quê nos fala Fróide.

Uma boa explicação para o sucesso dos clichês encontro na página 199 de “O caçador de pipas”, de Khaled Hosseini. Vale a pena transcrever a passagem:

“Um professor de redação quê tive na Jose Steite sempre dizia, referindo-se aos clichês: ‘Tratem de evitá-lo como se evita uma praga’. E ria da própria piada. A turma toda ria junto com ele, mas sempre achei quê akilo era uma tremenda injustiça. Porque, muitas vezes, eles são de uma precisão impressionante. O problema é quê a adequação das expressões-clichês é ofuscada pela natureza da expressão enquanto clichê.”

Não deixa de sêr irônico: ao orientar os estudantes a rejeitar os clichês, o professor não escapa de produzir um deles (“como se evita uma praga”). Isso mostra quê o clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato. A precisão faz com quê muitas vezes o escolhamos a despeito da sua natureza de lugar-comum. Servimo-nos dele não por preguiça mental, ou carência vocabular, mas por em dado momento não nos ocorrer nada mais expressivo.

[...]

VIANA, Chico. Falou e disse: A precisão dos clichês. Jornal da Paraíba, [s.l.], 2 fev. 2015. Disponível em: https://livro.pw/txorg. Acesso em: 6 set. 2024.

Página cento e oitenta e um

Pensar e compartilhar

1. Na crônica, o autor comenta quê há manuais de redação quê desaconselham o uso de clichês na escrita. por quê isso acontece?

1. Clichês são expressões batidas e desgastadas, quê não acrescentam originalidade ao estilo e comprometem a qualidade da escrita, motivo pelo qual os manuais de redação desaconselham seu uso.

2. Segundo o autor, qual é a principal dificuldade em evitar clichês na escrita?

2. A principal dificuldade no quê se refere aos clichês reside no fato de quê a língua conta com um estoque limitado de imagens e criar metáforas ou expressões atraentes é um desafio que nêm sempre é bem recebido pêlos leitores.

3. Como a crônica aborda a relação entre a eficácia dos clichês e a inevitabilidade deles no discurso?

MP

4. No texto, o autor faz referência a Nelson Rodrigues, um dos mais renomados dramaturgos, jornalistas e escritores do Brasil do século XX.

MP

a) De quê maneira Nelson Rodrigues utilizava clichês em suas obras?

b) O quê o autor destaca sobre o impacto dos clichês na leitura das obras de Nelson Rodrigues?

c) É possível comparar o uso de expressões repetitivas adotado por Nelson Rodrigues e o feito por Guimarães Rosa? Justifique a resposta.

5. De quê forma a referência ao livro O caçador de pipas, de Khaled Hosseini, contribui para a compreensão do papel dos clichês na linguagem, especialmente no quê diz respeito à precisão e à inevitabilidade dessas expressões na comunicação cotidiana?

5. A referência a esse livro contribui para a compreensão do papel dos clichês ao destacar quê, embora freqüentemente criticados, eles têm uma precisão quê justifica seu uso, ainda quê sêjam considerados expressões desgastadas.

6. Releia o trecho a seguir.

Isso mostra quê o clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato.

a) O quê o autor quis dizêr ao afirmar quê o clichê “funciona porque é preciso”?

MP

b) De acôr-do com o texto, por quê os clichês são utilizados, mesmo sêndo considerados lugares-comuns?

MP

c) por quê o uso de um clichê póde não estar relacionado à falta de criatividade ou de vocabulário?

6. c) A escolha de um clichê póde sêr uma dê-cisão intencional, baseada em sua eficácia e precisão.

7. Apesar da utilidade dos clichês em muitos contextos, como a repetição de expressões estereotipadas póde reforçar preconceitos sociais e culturais? Cite um exemplo.

MP

8. O preconceito é uma atitude individual quê reflete as ideias de uma ssossiedade. Em sua opinião, uma pessoa póde sofrer preconceito pelo modo como se expressa, seja na fala, seja na escrita? Comente.

MP

Preconceito linguístico é a expressão quê designa julgamentos negativos dirigidos às variedades lingüísticas de menor prestígio social. Esse tipo de preconceito está intimamente relacionado a outras formas de discriminação, como preconceito regional, cultural e socioeconômico. No Brasil, ele afeta sobretudo pessoas de regiões mais pobres do país e de áreas menos favorecidas dos grandes centros urbanos.

#fiCAADiCA

O caçador de pipas, escrito por Khaled Hosseini, é um romance quê narra a tocante história de amizade entre Amir e Hassan, dois meninos quê crescem no Afeganistão da década de 1970. O livro, quê foi adaptado para o cinema pelo diretor márc Forster, emociona leitores no mundo inteiro desde seu lançamento, proporcionando uma rica visão da cultura afegã. A obra aborda temas importantes, como o sistema de castas, a religião e a condição da mulher na ssossiedade dêêsse país, além de trazer uma profunda reflekção sobre culpa, redenção e amizade.

Capa de livro com fotografia de um garoto olhando para uma pipa voando, em um céu nublado.

Capa do livro O caçador de pipas, de Khaled Hosseini.

Página cento e oitenta e dois

9. Com base na crônica de Chico Viana, é possível refletir sobre a história da língua portuguesa, especialmente em relação ao desenvolvimento e à preservação de expressões e formas de linguagem ao longo do tempo. por quê isso acontece?

9. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes sugiram quê a evolução da linguagem é um processo contínuo, em que nêm todas as novas expressões são imediatamente adotadas ou compreendidas. Além díssu, autores como Nelson Rodrigues, citado no texto, ajudam a perpetuar cértas expressões, contribuindo para a preservação de elemêntos linguísticos na cultura.

Argumento por exemplificação: o uso dos clichês

10. O autor do texto explora um tema cotidiano, típico das crônicas, para defender um ponto de vista. Para isso, apresenta argumentos para convencer o leitor. Quais são eles?

MP

11. Na crônica lida, o autor argumenta quê, embora os clichês com freqüência sêjam vistos como sinais de uma linguagem póbre e repetitiva, eles não devem sêr automaticamente desqualificados. O quê o autor sugere com essa argumentação?

11. O autor sugere quê a precisão e a eficácia comunicativa dos clichês os tornam úteis em muitos contextos, mesmo com sua aparente banalidade.

12. Releia o trecho a seguir.

Nelson Rodrigues dizia quê seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões quê os leitores já sabiam de côr. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, quê cospe na própria imagem”, ao sól de “rachar catedrais”. São imagens criadas pelo próprio Nelson, é cérto, mas quê perderam a novidade de tanto sêr repetidas.

É possível afirmar quê o autor utiliza os exemplos de Nelson Rodrigues para sustentar seu argumento sobre a precisão dos clichês na comunicação? Analise o impacto dêêsses exemplos na construção do argumento.

12. Sim, os exemplos de clichês usados por Nelson Rodrigues mostram quê repeti-los póde sêr um recurso eficaz na comunicação. Esses exemplos reforçam a ideia de quê, a despeito do uso reiterado, essas imagens mantêm sua fôrça expressiva, ilustrando a precisão e a importânssia dos clichês.

13. O uso de exemplos no texto de Chico Viana reforça a ideia de quê, embora criticados, os clichês têm um valor comunicativo importante. Como esses exemplos afetam a percepção do leitor sobre o tema?

MP

14. O autor da crônica utiliza a exemplificação para contestar a visão negativa dos clichês. Qual é a eficácia dessa estratégia argumentativa?

MP

O argumento por exemplificação é uma estratégia argumentativa utilizada para reforçar e esclarecer uma ideia ou um ponto de vista. Nela, o autor apresenta exemplos específicos para quê um conceito abstrato se torne mais claro e fácil de entender. Esses exemplos, ao ajudar o leitor a visualizar o quê está sêndo discutido, colabóram para uma compreensão mais efetiva e tornam o argumento mais convincente.

EU E O MUNDO

O pôdêr dos clichês

Embora sêjam expressões repetitivas, os clichês podem refletir a diversidade cultural e linguística de uma comunidade, além de funcionar como uma ponte entre diferentes gerações e grupos sociais. Com base no quê você leu e em suas experiências, discuta com os côlégas as kestões a seguir.

1. Alguma vez você já se sentiu influenciado por um clichê? Em caso afirmativo, como foi essa experiência?

1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilhar com a turma as experiências quê vivenciaram.

2. Clichês sobre sucesso e realização pessoal podem influenciar a motivassão das pessoas? Comente.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes percêbam quê sim. Clichês dessa natureza podem tanto inspirar e promover resiliência quanto causar pressão e ansiedade, além de oferecer uma visão limitada sobre os desafios reais do caminho para o sucesso. O impacto depende muito da forma como eles são interpretados e do contexto em quê são aplicados.

Página cento e oitenta e três

LINGUAGEM EM FOCO
Denotação e conotação

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Releia um trecho da crônica de Chico Viana e responda às kestões.

Os manuais de redação dizem quê escrever bem é evitar lugares-comuns. Nada compromete mais o estilo do quê o uso de expressões batidas, do feijão com arrôz linguístico, quê nada acrescenta à expressão. Mas não é fácil fugir ao clichê (acabei de usar um no período anterior: “feijão com arroz”).

[...]

Nelson Rodrigues dizia quê seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões quê os leitores já sabiam de côr. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, quê cospe na própria imagem”, ao sól de “rachar catedrais”. São imagens criadas pelo próprio Nelson, é cérto, mas quê perderam a novidade de tanto sêr repetidas.

Nem por isto a sua prosa é menos sedutora. Pelo contrário, lemos o autor de “Vestido de noiva” com um prazer ôpôsto ao quê nos propicía, por exemplo, um Guimarães Rosa. Lemos para nos deparar com o mesmo, o conhecido, o quase-igual. Para gozar daquele “prazer de reencontro”, de quê nos fala Fróide.

1 Em relação ao primeiro parágrafo, responda:

a) Qual é o sentido do trecho em destaque? Justifique.

1. a) A expressão tem sentido de algo comum ou banal. Foi utilizada no contexto para descrever uma linguagem sem inovação ou criatividade.

b) Fora dêêsse contexto, o quê significa a expressão feijão com arrôz?

1. b) A expressão dá nome ao prato mais básico e comum da culinária brasileira.

c) No contexto apresentado, o quê significam expressões batidas?

1. c) Expressões quê perderam originalidade e impacto devido ao uso excessivo, tornando-se comuns e previsíveis.

2 Qual é o sentido da expressão destacada?

2. A expressão indica a intensidade do calor, sugerindo uma fôrça tão extrema quê poderia danificar construções imponentes como catedrais.

3 Em quê medida as expressões Narciso às avessas e ricaça das narinas de cadáver contribuem para a crítica social de Nelson Rodrigues? Justifique.

MP

4 Qual é o efeito de sentido gerado pela expressão prazer de reencontro no contexto da leitura de trechos repetitivos?

#PARAlEMBRAR

O sentido denotativo é o significado literal de uma palavra ou expressão, enquanto o sentido conotativo diz respeito ao seu uso figurado ou subjetivo, indo além do significado literal. A denotação é relativa ao uso literal de um termo, com a transmissão de informações sem ambiguidades, com o primeiro significado quê encontramos no dicionário, o mais comum. A conotação, por sua vez, relaciona-se ao sentido figurado de uma palavra, ou seja, ao significado atribuído a ela com base no contexto em quê é empregada. Vai além do sentido literal e é muito usada na literatura para conferir expressividade ao texto, permitindo múltiplas interpretações e enriquecendo a comunicação. Por meio da conotação, as palavras ganham novos usos e significados, adaptando-se a diferentes situações e intenções.

Enquanto a denotação assegura clareza e objetividade, a conotação enriquece o texto ao adicionar a ele novos significados e emoções. Na escrita, equilibrar esses dois usos das palavras permite ao autor comunicar-se com precisão e, ao mesmo tempo, envolver o leitor ao tornar o texto mais expressivo.

Página cento e oitenta e quatro

PRODUÇÃO DE TEXTO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

#aquecimento
O uso da denotação e da conotação na construção textual

1. Os trechos a seguir fazem parte da crônica lida anteriormente. No caderno, identifique se as palavras ou expressões neles destacadas são usadas em sentido denotativo (D) ou conotativo (C).

a) ( ) Nelson Rodrigues dizia quê seu maior achado era a repetição.

1. a) D.

b) ( ) Fiel a isso, recheava seus textos com expressões quê os leitores já sabiam de côr.

1. b) C.

c) ( ) O clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato.

1. c) D.

2. Crie duas frases usando a palavra clichê, uma com sentido denotativo e outra com sentido conotativo.

2. Resposta pessoal. Possibilidades de resposta: “O autor utilizou um clichê em sua frase.” E “Aquela cidade era um verdadeiro clichê romântico.” Nesses exemplos, a palavra clichê foi usada, respectivamente, com sentido denotativo e conotativo.

3. Leia o trecho a seguir.

Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, quê cospe na própria imagem”, ao sól de “rachar catedrais”.

A expressão em destaque está empregada no sentido conotativo. Explique esse sentido e como ele contribui para a expressividade do texto.

3. A expressão sugere auto crítica ou rejeição de si mesmo. Ela evoca uma imagem forte, rapidamente processada pêlos leitores como um gesto de repulsa.

4. Crie uma metáfora semelhante aos exemplos citados pelo autor da crônica quê você leu, isto é, quê poderia sêr utilizada como exemplo por ele nessa crônica, com linguagem impactante e original. Em seguida, explique o efeito de sentido quê esse uso teria no leitor.

4. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: Ela tinha um olhar quê rasgava o silêncio (da noite). Essa metáfora tem como efeito a sugestão de quê o olhar da personagem é penetrante e perturbador, causando impacto em quem a observa. Seu uso cria uma atmosféra de tensão e intensidade.

#naprática
Crônica argumentativa

Agora é o momento de produzir uma crônica argumentativa sobre o tema preconceito linguístico. Depois de pronta, você vai compartilhá-la em sala com os côlégas e na internet.

Planejar

1. Defina o objetivo de sua crônica: você quer promover uma reflekção crítica sobre preconceito linguístico e sobre o modo como ele se manifesta no cotidiano.

2. Faça uma pesquisa sobre o tema, consultando fontes confiáveis, como livros de Sociolinguística e Linguística Aplicada, artigos científicos e entrevistas com especialistas no assunto.

3. Utilize dados da pesquisa, relacionando-os com suas reflekções.

4. Estabeleça argumentos claros para defender seu ponto de vista sobre o preconceito linguístico, demonstrando o impacto quê ele provoca na ssossiedade.

O MUNDO E EU

Respeito à pluralidade

A pluralidade linguística decorre da coexistência de diferentes formas de linguagem em uma comunidade ou em uma ssossiedade. Ela reflete a riqueza cultural de um grupo e desempenha um papel essencial na construção de uma ssossiedade mais democrática e inclusiva. Discuta com os côlégas as kestões a seguir.

1. De quê maneira a pluralidade linguística póde influenciar a participação dos jovens na ssossiedade?

1. Resposta pessoal. A linguagem, como ferramenta póderosa de expressão e identidade, pode influenciar a maneira como os jovens são percebidos e como eles próprios percebem em espaços de participação pública.

2. Qual é a importânssia de criar espaços onde diferentes formas de expressão sêjam respeitadas?

2. Resposta pessoal. Respeitar as diferentes formas de expressão é essencial para construir uma ssossiedade mais justa, inclusiva e democrática, com a criação de espaços quê acolham a diversidade linguística em lugares de participação pública.

Página cento e oitenta e cinco

Escrever

1. Antes de escrever a crônica argumentativa sobre preconceito linguístico, considere o público-alvo: seus leitores serão os côlégas da escola, além de professores, amigos e usuários da internet.

2. Elabore um rascunho da crônica utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

3. Na crônica argumentativa, é possível mesclar sequências narrativas e argumentativas. Por exemplo, você póde começar narrando um fato ou uma situação quê desperte o interêsse e a curiosidade do leitor, incentivando-o a seguir a leitura até o fim do texto.

4. Use citações dirétas ou indiretas para dar credibilidade ao texto, tal como no modelo de crônica lido.

5. Empregue o argumento por exemplificação, utilizando exemplos concretos para ilustrar seus pontos.

6. Use a denotação para clareza e precisão e a conotação para agregar significado e emoção ao texto.

7. Escolha um título quê sintetize o tema e atraia a atenção dos leitores.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Neologismo

Neologismo é a criação de uma palavra ou a atribuição de um novo significado a uma palavra já existente. póde também designar a incorporação de um termo estrangeiro à língua. Fora dos contextos literários ou publicitários, o neologismo surge da necessidade de nomear algo ou de responder a mudanças e a acontecimentos sociais. Esse recurso está relacionado ao caráter social da linguagem.

Os neologismos são uma expressão concreta da pluralidade linguística, uma vez quê demonstram como a língua evolui para refletir as necessidades e a criatividade dos diferentes grupos sociais quê fazem uso dela. A seguir, veja alguns exemplos.

Ele ainda usa emojis antigos, e isso é tão cringe.

Cringe: palavra utilizada para descrever algo quê causa constrangimento ou vergonha alheia. Esse termo se popularizou especialmente entre as gerações mais jovens nas rêdes sociais.

Os fãs adoram shippar os protagonistas da série.

Shippar: verbo quê significa apoiar ou torcer para quê pessoas, reais ou fictícias, formem um casal.

Vamos sextar com uma maratona de filmes e pipoca? Não existe melhor forma de começar o fim de semana!

Sextar: neologismo quê se popularizou nas rêdes sociais para celebrar a chegada da sexta-feira, marcando o início do fim de semana.

Revisar

1. Verifique se o texto está escrito em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Analise se você fez uso de citações dirétas e/ou indiretas a fim de dar credibilidade ao argumento.

3. Observe se o argumento por exemplificação foi aplicado d fórma clara.

4. Avalie se a denotação e a conotação foram utilizadas de maneira adequada na construção textual.

5. Confira se o título dado à crônica tem potencial para atrair o leitor.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua crônica argumentativa, faça as alterações necessárias para aprimorar seu texto. Em seguida, sôbi a orientação do professor, publique sua produção na internet, em seus perfis nas rêdes sociais, por exemplo. Em sala de aula, compartilhe o texto com os côlégas e obissérve as diferentes perspectivas sobre preconceito linguístico nas crônicas produzidas pela turma.

Página cento e oitenta e seis

Migrações e diversidade cultural

Analisar os movimentos migratórios quê ocorreram ao longo da história do Brasil é fundamental para compreender a diversidade cultural do país. Isso permite refletir sobre kestões de identidade e respeito às diferenças, além de evidenciar o papel da multiculturalidade na construção de uma ssossiedade mais inclusiva e democrática.

LEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A seguir, você lerá a proposta de redação do enêm 2012 e, na sequência, uma redação avaliada com nota mássima pela banca corretora do exame. O tema da proposta de redação é “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI”. Você conhece os principais grupos migratórios quê recentemente escolheram o Brasil como destino e os motivos quê os trousserão? Em sua opinião, de quê maneira as culturas quê chegam com esses grupos podem nos influenciar?

Texto 1

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema O MOVIMENTO IMIGRATÓRIO PARA O BRASIL NO SÉCULO XXI, apresentando proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, d fórma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trousserão muito mais do quê o anseio de refazer suas vidas trabalhando nas lavouras de café e no início da indústria paulista. Nos séculos XIX e XX, os representantes de mais de 70 nacionalidades e etnias chegaram com o sonho de “fazer a América” e acabaram por contribuir expressivamente para a história do país e para a cultura brasileira. Deles, o Brasil herdou sobrenomes, sotaques, côstúmes, comidas e vestimentas. A história da migração humana não deve sêr encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes.

Disponível em: https://livro.pw/ruowi. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Ácri sofre com invasão de imigrantes do Haiti

Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Ácri, elevando para 1.400 a quantidade de imigrantes daquele país no município de Brasileia (AC). Segundo o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Ácri, José Henrique Corinto, os haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou galões de á gua potável e alimentos, mas ainda não providenciou abrigo.

A imigração ocorre porque o Haiti ainda não se recuperou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então, a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos: obtêm visto humanitário e conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar e trabalhar no Brasil.

Segundo Corinto, ao contrário do quê se imagina, não são haitianos miseráveis quê buscam o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do Haiti e profissionais qualificados, como engenheiros, professores, advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém, a maioria chega sem dinheiro.

Os brasileiros sempre criticaram a forma como os países europêus tratavam os imigrantes. Agora, chegou a nossa vez – afirma Corinto.

Disponível em: https://livro.pw/ierwo. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Mapa 'Novo Lar: Rota de migração dos haitianos para o Brasil': O mapa mostra o noroeste da América do Sul e o leste da América Central, indicando uma rota com setas ligando diversas cidades de diferentes países da região. A rota se inicia em Porto Príncipe, no Haiti, e dali segue por mar para o Panamá, na cidade de Panamá; então, novamente por mar, segue ao sul para Quito, no Equador; e de lá, segue ao sul por terra para Lima, no Peru, de onde parte para o leste em direção ao estado brasileiro do Acre, em Brasileia; e de lá, segue para Porto Velho, em Rondônia. Um boxe de texto no mapa informa: 'De Porto Velho, os haitianos seguem para São Paulo, Minas Gerais e Paraná'. Fonte: Ministério da Justiça. Direitos de reprodução: Open Street Map Contributors. C C - B Y - S A.

Disponível em: https://livro.pw/klrqu. Acesso em: 19 jul. 2012.

Página cento e oitenta e sete

Trilha da Costura

Os imigrantes bolivianos, pelo último censo, são mais de 3 milhões, com população de aproximadamente 9,119 milhões de pessoas. A Bolívia em termos de IDH ocupa a posição de 114º de acôr-do com os parâmetros estabelecidos pela Ônu. O país está no centro da América do Sul e é o mais póbre, sêndo 70% da população considerada miserável. Os principais países para onde os bolivianos imigrantes dirigem-se são: Argentina, Brasil, Espanha e Estados Unidos.

Assim sêndo, êste é o qüadro social em quê se encontra a maioria da população da Bolívia, estes dados já demonstram quê as motivações do fluxo de imigração não são políticas, mas econômicas. Como a maioria da população tem baixa qualificação, os trabalhos artesanais, culturais, de campo e de costura são os de mais fácil acesso.

OLIVEIRA, R. T. Disponível em: https://livro.pw/qzmia. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

INSTRUÇÕES:

O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

O texto definitivo deve sêr escrito à tinta, na fô-lha própria, em até 30 linhas.

A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.

A redação quê fugir ao tema ou quê não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.

A redação quê apresentar proposta de intervenção quê desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.

A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. próva de Redação e de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. próva de Matemática e suas Tecnologias. Caderno 5, Amarelo, enêm 2012. p. 1. Disponível em: https://livro.pw/bolnz. Acesso em: 6 nov. 2024.

Texto 2

Imigração no Brasil: Resolver para pôdêr crescer

Japoneses, italianos, portugueses, açorianos ou espanhóis. Durante o século XIX, muitos foram os povos quê, em busca de trabalho e bem-estar social, desembarcaram no Brasil e enriqueceram nossa cultura. Atualmente, em pleno século XXI, a imigração para o Brasil mantém-se crescente, desafiando não somente nossa ssossiedade como também nossa economia.

Assim como os antigos imigrantes, os indivíduos quê hoje se instalam em território brasileiro anseiam por melhores e mais dignas condições de vida. Muitos deles, devido à Crise Econômica originada em 2008, viram-se obrigados a se dirigir para outras nações, como o Brasil. Os espanhóis, por exemplo, por terem sido intensamente atingidos pela recessão, já somam uma quantidade expressiva na periferia de São Paulo. Diante díssu, a fração da ssossiedade quê reside em tal localidade vêm enfrentando muitas dificuldades em “dividir” seu espaço, quê, inicialmente, não era adequado à sobrevivência, quem dirá após a chegada dos europêus. Segundo pesquisas realizadas pelo jornál “A Folha de São Paulo”, no primeiro semestre de 2012, brasileiros e espanhóis dos arredores de São Paulo vivem em constantes conflitos e a causa traduz-se, justamente, na irregularidade habitacional quê ambos compartilham.

Como se não bastasse, a economia brasileira também tem sofrido com a chegada dos imigrantes. Existem, entre eles, tanto trabalhadores desqualificados como profissionais graduados. O problema reside na pouca oferta de emprego a eles destinada. Visto quê não recebem oportunidades, passam a integrar setores informais da economia, sem direitos trabalhistas e com ausência de pagamento dos devidos impostos. O Estado, dessa forma, deixa de arrecadar capital e de aproveitar a mão-de-obra disponível, o quê auxiliaría no andamento da economia nacional.

Assim, com a finalidade de preparar a ssossiedade e a economia brasileiras para a chegada dos novos imigrantes, medidas devem sêr tomadas. O Estado deve oferecer incentivos às empresas quê empregarem os recém-chegados; essas, por sua vez, devem prepará-los para o mercado brasileiro, oferecendo treinamentos adequados e cursos de Língua Portuguesa e, ainda, garantir seus direitos trabalhistas. É imprescindível quê o govêrno procure habitações para os imigrantes e quê nós, brasileiros, respeitemos os povos quê, seja no passado ou no presente, somente têm a nos acrescentar.

COMAZZETTO, Larissa Reghelin. Imigração no Brasil: Resolver para pôdêr crescer. In: A Redação do enêm 2013: guia do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2013. p. 30. Disponível em: https://livro.pw/kfthi. Acesso em: 20 set. 2024.

Página cento e oitenta e oito

Pensar e compartilhar

1. O quê motivou os imigrantes a se deslocarem para o Brasil, tanto nos séculos XIX e XX como no século XXI?

MP

2. De quê forma os imigrantes dos séculos anteriores e os quê chegaram recentemente influenciaram e podem influenciar a economia brasileira?

2. Os imigrantes dos séculos XIX e XX contribuíram para a economia ao trabalhar em setores-chave, como a agricultura e a indústria (Texto 1), do mesmo modo como podem contribuir os imigrantes do século XXI, se amparados pelas políticas sugeridas pela autora da redação (Texto 2).

3. De quê modo a redação lida no Texto 2 aborda conflitos sociais relacionados à imigração? Justifique.

3. A redação discute os conflitos sociais resultantes da imigração contemporânea, como a competição por recursos como habitação e emprego, especialmente em áreas periféricas.

4. Com base nos textos lidos, a imigração deve sêr vista como uma oportunidade ou um problema? Explique.

4. Espera-se quê os estudantes respondam quê a imigração deve sêr vista como uma oportunidade. O Texto 1 destaca as contribuições culturais e econômicas dos imigrantes no passado. Já o Texto 2 sugere quê, com políticas adequadas de inclusão e respeito, a imigração contemporânea também póde gerar benefícios econômicos e sociais para o país.

5. De quê maneira a diversidade cultural trazida pêlos imigrantes contribuiu para a construção da identidade brasileira? Quais foram os principais elemêntos culturais incorporados pela ssossiedade e associados aos povos quê escolheram o país como destino?

5. Os imigrantes, em seu processo de integração, contribuíram com côstúmes, sobrenomes e tradições, tornando a identidade brasileira mais plural e diversa. Esse processo se mantém no século XXI, reforçando o caráter multicultural da ssossiedade brasileira.

Argumento de autoridade: vozes respeitadas e reconhecidas

6. Como estudado em unidades anteriores, ao elaborar um texto dissertativo-argumentativo, é essencial escolher estratégias argumentativas quê sustentem a tese. Uma dessas estratégias é o argumento de autoridade quê, geralmente, envolve a citação de autores ou especialistas, contribuindo para a adesão do leitor à tese apresentada. Nos textos lidos, essa estratégia foi utilizada? Comente.

6. Essa estratégia foi utilizada apenas no Texto 1, no trecho em quê o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Ácri, José Henrique Corinto, fala sobre a imigração haitiana.

7. por quê a escolha de fontes confiáveis é essencial na construção de argumentos de autoridade?

MP

8. No gênero redação do enêm, a referência aos meios de comunicação, como rêdes sociais, mídia e jornais, quando mobilizados como fontes de informação, configura repertório sócio-cultural. Em qual passagem da redação lida esse repertório é evidenciado? Faça uma análise.

MP

No gênero redação do enêm, o repertório sócio-cultural é integrado por informação, fato, citação ou experiência quê contribua para enriquecer a discussão apresentada pelo candidato. Nesse contexto, o argumento de autoridade se constitui em ferramenta útil, pois agrega ao texto referências de vozes respeitadas e reconhecidas, o quê fortalece a argumentação. Além díssu, ao fazer uso dessas fontes confiáveis, o candidato demonstra à banca avaliadora quê está mobilizando repertório sócio-cultural d fórma eficaz.

9. Nos textos lidos, como o uso de fatos reforça, para o leitor, a clareza e a acessibilidade da argumentação?

MP

10. Considerando a resposta à questão anterior, é possível afirmar quê, em um mesmo texto, o argumento de autoridade póde sêr combinado com outro tipo de argumento? Justifique.

MP

HIPERLINK

Nos textos quê você leu, o tema trabalho aparece como elemento central na vida dos imigrantes. Para conhecer mais sobre esse tema, reúna-se com dois côlégas para pesquisar, em fontes seguras e confiáveis, a influência da imigração na transformação do mercado de trabalho brasileiro na atualidade. Depois, compartilhem o quê descobriram com a turma.

Página cento e oitenta e nove

INTEGRANDO COM ár-te E LÍNGUA PORTUGUESA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Língua e integração cultural

Leia a seguir o trecho de uma notícia sobre a exposição “Sonhei em português!”, realizada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, entre novembro de 2021 e junho de 2022.

Entra em cartaz nesta sexta-feira (12), no Museu da Língua Portuguesa, a exposição “Sonhei em Português!”, sobre as migrações do século 21 e como o processo de adaptação em uma nova térra é atravessado pela questão do idioma. A mostra ocupa o primeiro andar do prédio, dedicado às exposições temporárias, e poderá sêr visitada até junho de 2022.

Logo na entrada o visitante encontra uma obra em quê lêtras e caracteres de nove alfabetos quê parecem flutuar sobre estilhaços de vidro. À frente são exibidos retratos de imigrantes em diversas partes de mundo, e nessa mesma sala as rótas dos fluxos migratórios contemporâneos são projetadas em um mapa, acompanhadas de dados oficiais. Há, por exemplo, a informação de quê em 2020 havia 281 milhões migrantes no mundo, 3,6% da população do planêta, segundo a Organização das Nações Unidas (Ônu).

[...]

O nome da mostra foi inspirado em um dêêsses relatos, da síria Joanna Abrahim, quê contou quê, após mais de um ano em solo brasileiro, compreendeu, a partir de um sonho, quê estava integrada a uma nova cultura. “Sonhar em português marcou o momento em quê se integrou a partir da língua”, diz Isa Grinspum Ferraz, curadora do museu e responsável também pela exposição “Sonhei em Português!”.

Fotografia de instalação artística em um espaço expositivo, com a forma de uma estrutura longilínea de madeira apoiada no chão na horizontal, com estacas verticais menores apoiando lâmpadas tubulares alinhadas em posição diagonal, como remos de uma embarcação.

Instalação Travessia, do artista Leandro Lima, na exposição “Sonhei em português!”, no Museu da Língua Portuguesa.

MELO, Débora. Museu da Língua Portuguesa lança olhar poético sobre as migrações com “Sonhei em português!”. Guia Folha, São Paulo, 12 nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/xphdw. Acesso em: 20 set. 2024.

1. De quê maneira o título da exposição expressa a relação entre a língua e o processo de integração dos imigrantes no Brasil?

MP

2. Observe a imagem da instalação Travessia. A quê ela remete?

2. Ela remete a uma embarcação. No contexto da exposição, estabelece relação com a chegada dos imigrantes pelo mar.

EU E O MUNDO

Culturas em movimento

As migrações enriquecem a diversidade cultural de um país ao integrar à sua identidade diferentes côstúmes e tradições. No entanto, também oferece desafios, principalmente nas esferas econômica e social. Diante do quê você leu e de suas vivências, converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.

1. Você já foi influenciado por alguém de uma cultura diferente da sua? Se sim, como isso aconteceu?

MP

2. Você acredita quê o ambiente cultural em quê vive póde influenciar seus interesses acadêmicos e profissionais? Por quê? De quê maneira isso póde acontecer?

MP

Página cento e noventa

LINGUAGEM EM FOCO
Período compôzto por coordenação: organização dos elemêntos e valor semântico das orações coordenadas

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

1. Releia o trecho a seguir, retirado da proposta de redação do enêm 2012.

Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Ácri, elevando para 1.400 a quantidade de imigrantes daquele país no município de Brasileia (AC). Segundo o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Ácri, José Henrique Corinto, os haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou galões de á gua potável e alimentos, mas ainda não providenciou abrigo.

A imigração ocorre porque o Haiti ainda não se recuperou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então, a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos: obtêm visto humanitário e conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar e trabalhar no Brasil.

Segundo Corinto, ao contrário do quê se imagina, não são haitianos miseráveis quê buscam o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do Haiti e profissionais qualificados, como engenheiros, professores, advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém, a maioria chega sem dinheiro.

a) No primeiro texto destacado, a conjunção mas conecta duas orações coordenadas. Explique o valor semântico dessa conjunção no contexto.

MP

b) Como a conjunção mas organiza as informações e qual é o impacto dela no entendimento da relação entre as ações apresentadas?

MP

c) No segundo texto destacado, são utilizadas as conjunções coordenativas mas e porém. Qual é o valor semântico da conjunção mas no contexto da primeira oração?

MP

d) De quê forma a conjunção porém contribui para a relação entre as ideias apresentadas na segunda parte dêêsse destaque?

MP

e) reescrêva a segunda frase substituindo a conjunção porém por outra conjunção coordenativa de mesmo valor semântico, mantendo o sentido original.

1. e) Sugestão de resposta: “Contudo, a maioria chega sem dinheiro.”. A conjunção contudo preserva o valor de oposição, mantendo o sentido original da frase.

2. Agora, releia um trecho da redação.

Segundo pesquisas realizadas pelo jornál “A Folha de São Paulo”, no primeiro semestre de 2012, brasileiros e espanhóis dos arredores de São Paulo vivem em constantes conflitos e a causa traduz-se, justamente, na irregularidade habitacional quê ambos compartilham.

Como se não bastasse, a economia brasileira também tem sofrido com a chegada dos imigrantes. Existem, entre eles, tanto trabalhadores desqualificados como profissionais graduados. O problema reside na pouca oferta de emprego a eles destinada. Visto quê não recebem oportunidades, passam a integrar setores informais da economia, sem direitos trabalhistas e com ausência de pagamento dos devidos impostos. O Estado, dessa forma, deixa de arrecadar capital e de aproveitar a mão-de-obra disponível, o quê auxiliaría no andamento da economia nacional.

a) Observe o primeiro texto destacado. Qual é a conjunção quê conecta as duas orações coordenadas?

2. a) A conjunção e.

b) Indique o valor semântico dessa conjunção.

2. b) O valor semântico dessa conjunção é de adição, pois reúne as informações de seu conflito e sua causa.

Página cento e noventa e um

c) Observe o segundo texto em destaque. Nele, há duas orações coordenadas. Quais são elas?

2. c) Oração 1: “O Estado, dessa forma, deixa de arrecadar capital”. Oração 2: “O Estado deixa de aproveitar a mão de obra disponível”.

d) Essas orações são coordenadas sindéticas aditivas, ligadas pela conjunção e. Ela indica a adição de quê ações quê não foram realizadas pelo Estado?

2. d) A conjunção e adiciona as ações de “arrecadar capital” e “aproveitar a mão de obra disponível”. Ambas são ações quê o Estado deixou de realizar.

#PARAlEMBRAR

Orações coordenadas são aquelas quê mantêm independência sintática, ou seja, cada uma delas póde sêr compreendida d fórma isolada, sem perder o sentido. No entanto, essas orações se conéctam por meio de uma relação de sentido em comum. Essa ligação póde ocorrer por conjunções ou sinais de pontuação, como a vírgula. A coerência do período compôzto por coordenação surge da relação de sentido quê as orações estabelecem umas com as outras. Quando uma oração coordenada não conta com uma conjunção quê a introduza, ela é chamada de oração coordenada assindética. Quando há uma conjunção quê faz essa conexão, tem-se uma oração coordenada sindética, em quê a conjunção é o elemento responsável por essa ligação, também conhecido como síndeto.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento
O uso das conjunções nas orações coordenadas

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

1. Na frase a seguir, foi utilizada a conjunção mas.

A imigração no Brasil aumentou, mas os recursos para acolher os imigrantes são escassos.

a) Reescreva-a, no caderno, substituindo essa conjunção por outra de mesmo valor semântico.

MP

b) Explique o valor semântico da conjunção substituída na nova frase.

MP

2. Identifique o valor semântico da conjunção portanto na frase a seguir.

Os imigrantes conseguiram se adaptar ao Brasil, portanto a economia local foi beneficiada.

a) reescrêva o período, no caderno, utilizando uma conjunção quê indique a ideia de oposição.

MP

b) por quê a mudança na conjunção altera a relação entre as orações?

MP

3. No caderno, relacione corretamente as frases da coluna A com as conjunções ou locuções conjuntivas quê expressam o valor semântico adequado na coluna B.

MP

Coluna A

1. O Brasil tem recebido muitos imigrantes, ainda enfrenta desafios econômicos.

2. A economia brasileira cresceu, muitos imigrantes conseguiram emprego.

3. A ssossiedade brasileira se beneficiou da diversidade cultural, alguns imigrantes ainda sofrem preconceito.

4. Os imigrantes enfrentam dificuldades a adaptação ao novo país não é fácil.

5. Muitos imigrantes não se qualificaram, não conseguiram vagas formais de trabalho.

Coluna B

(A) porque

(B) portanto

(C) mas

(D) entretanto

(E) por isso

Página cento e noventa e dois

4. Complete, no caderno, as frases a seguir utilizando uma conjunção coordenativa adequada e respeitando o valor semântico indicado entre parênteses.

a) A maioria dos imigrantes veio para o Brasil em busca de trabalho, enfrentam muitos obstáculos para se estabelecerem. (oposição)

4. a) Possibilidade de resposta: mas.

b) Os imigrantes são qualificados, precisam de mais oportunidades para se destacarem. (conclusão)

4. b) Possibilidade de resposta: portanto.

c) As escolas receberam estudantes imigrantes adaptaram seus currículos para atender às necessidades deles. (adição)

4. c) Possibilidade de resposta: e.

#PARAlEMBRAR

As conjunções ou as locuções conjuntivas coordenativas podem sêr classificadas em cinco tipos, de acôr-do com o valor semântico quê estabelecem entre as orações. As aditivas, como e, nem, além díssu, indicam acréscimo de ideias. As adversativas, como mas, porém, entretanto, contudo, expressam oposição ou contraste. As alternativas, como ou, ora... ora, quer... quer, sugérem alternância entre possibilidades. As conclusivas, como portanto, logo, assim, introduzem uma conclusão. Por fim, as explicativas (casos de pois, porque, porquanto) esclarécem uma ideia anterior. Essas conjunções conéctam orações e estabelecem uma relação lógica entre elas.

#naprática
Simulado da redação do enêm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Agora é sua vez de elaborar uma redação quê atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta, na fô-lha própria, em até 30 linhas.

3. A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada “Texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou quê não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema propôsto.

Texto I

Os membros da Escola de frânkfur, Theodor Adorno e Max Horkheimer, formularam o conceito de indústria cultural, empregado pela primeira vez no livro Dialektik der Aufklarung (Dialética do Iluminismo), no qual buscavam explicar a situação da ár-te na ssossiedade moderna. Para eles: “O consumidor não é rei, como a indústria cultural gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa indústria, mas seu objeto”.

ADORNO, T. A Indústria Cultural. In: COHN, G. (org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática, 1986. p. 96. (Grandes Cientistas Sociais).

Texto II

SEÇÃO II

DA CULTURA

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do pôdêr público quê conduzem à:

I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;

II – produção, promoção e difusão de bens culturais;

Página cento e noventa e três

III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;

IV – democratização do acesso aos bens de cultura;

V – valorização da diversidade étnica e regional.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Seção II: Da Cultura. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: https://livro.pw/tlhux. Acesso em: 13 set. 2024.

Texto III

Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura – PNAB

A Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), instituída pela Lei número 14.399, de 8 de julho de 2022, tem como objetivo fomentar a cultura em todos os estados, municípios e Distrito Federal.

Com recursos previstos até 2027, a PNAB é uma oportunidade histórica de estruturar o sistema federativo de financiamento à cultura, mediante repasses da União aos demais entes federativos d fórma continuada.

Diferente das ações da Lei Aldir Blanc 1 e da Lei Paulo Gustavo (LPG), quê tí-nhão caráter emergencial, projetos e programas quê integrem a Política Nacional Aldir Blanc receberão investimentos regulares. Fomento quê será repassado a ações culturais por meio de editais para trabalhadoras(es) da área cultural, bem como pela execução dos recursos de maneira diréta.

Ao longo de cinco anos de PNAB, serão repassados R$ 3 bilhões anuais aos entes federativos para execução de ações e atividades culturais, totalizando R$ 15 bilhões de investimento no período de 2023 a 2027. Deste total, serão disponibilizados para o Distrito Federal R$ 36.550.102,14.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Disponível em: https://livro.pw/lrdyo. Acesso em: 13 set. 2024.

Texto IV

Infográfico de campanha publicitária governamental 'Lei Paulo Gustavo': Há um mapa do Brasil, figuras coloridas de pessoas, ícones diversos e o seguinte texto: 'R$ 3,8 bilhões. Maior repasse direto para a cultura na história. Com a assinatura do decreto que regulamenta a Lei Paulo Gustavo (número 195 / 2022), todos os municípios, estados e o Distrito Federal podem ter acesso a recursos do maior investimento da história do Brasil destinado ao setor cultural.' Há um ícone de dinheiro e o texto: 'R$ 2 bilhões: volume de recursos destinados especificamente aos estados'; Há um ícone de dinheiro e o texto: 'R$ 1,8 bilhão: valor que será destinado especificamente aos municípios'; Há um ícone de um reprodutor de vídeo e o texto: 'R$ 2,7 bilhões: recursos que serão voltados para o setor audiovisual'; Há um ícone com um grupo de pessoas e o texto: '15 mil: número de pessoas ouvidas pelo Grupo de Trabalho do Ministério da Cultura durante o processo de regulamentação da Lei Paulo Gustavo'; Há um ícone com um megafone e o texto: '20 por cento: percentual mínimo de vagas voltadas nos chamamentos públicos para pessoas negras'; Há um ícone com o mapa do Brasil e o texto: '5.570: todos os municípios do país serão potencialmente beneficiados'; Há um ícone de dinheiro e o texto: 'R$ 1 bilhão: recursos destinados aos demais setores e áreas culturais e artísticas'; Há um ícone de dinheiro e o texto: '90: número de reuniões realizadas pelo G T desde fevereiro deste ano'; Há um ícone com um megafone e o texto: '10 por cento: percentual mínimo de vagas ofertadas nos chamamentos públicos para indígenas'. Na parte inferior direita do infográfico há o seguinte logotipo: Brasil. Governo Federal. União e Reconstrução.

LEI Paulo Gustavo disponibiliza R$ 165,4 milhões para fomento cultural no Pará. Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Brasília, DF, 11 maio 2023. Disponível em: https://livro.pw/ojvps. Acesso em: 11 out. 2024.

Página cento e noventa e quatro

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na leitura dos textos e em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “A importânssia da valorização da diversidade de manifestações culturais no Brasil”.

Apresente uma proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos, organize os argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma defesa argumentativa para seu ponto de vista.

Planejar

1. Selecione dados e reflekções da coletânea e verifique as possibilidades de abordagem em relação ao tema propôsto.

2. Tendo como base o tema propôsto, a análise da coletânea e as possibilidades de repertório, articule-os e estabêlêça um contexto, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

3. Mobilize seu repertório e selecione referências quê extrapolem a coletânea, com textos informativos, históricos, filosóficos, sociológicos, literários ou outros quê possam contribuir para aprofundar o tema por meio da construção de argumentos bem fundamentados.

4. Articule préviamente as referências escolhidas por você, identificando como elas podem sustentar seu ponto de vista e sua argumentação.

5. Verifique se os argumentos selecionados provêm de fontes confiáveis, como livros ou estudos publicados por universidades, institutos de pesquisa, entre outros. Caso as fontes não sêjam precisas, faça uma pesquisa a fim de comprovar a procedência e a confiabilidade dessa informação.

6. Defina os argumentos com quê você defenderá sua tese. Para embasá-los, use os materiais de apôio selecionados por você.

7. Proponha, no fim do texto, uma intervenção factível, indicando o agente, a ação, o modo de executá-la e a finalidade de sua implementação.

O MUNDO E EU

Caminhos cruzados

A integração de diferentes culturas enriquece o tecido social e oferece novas perspectivas de cidadania. Nesse sentido, é fundamental refletir sobre o papel dos jovens na construção de uma ssossiedade mais inclusiva e plural, valorizando os aspectos sociais e coletivos e a participação ativa de cada indivíduo. Converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.

1. Quais são os principais desafios enfrentados pêlos jovens imigrantes ao se integrarem a uma nova ssossiedade? Como isso póde impactar as perspectivas de cidadania deles?

MP

2. A participação dos jovens na ssossiedade póde sêr fortalecida pela compreensão dos desafios migratórios e pela valorização da diversidade cultural? Por quê?

2. Sim. Ao entender os desafios enfrentados pêlos imigrantes, como adaptação cultural e exclusão social, os jovens dêsênvólvem empatia, o quê os motiva a atuar em prol da inclusão e da justiça social. Além díssu, ao valorizar a diversidade cultural, eles podem se tornar agentes de transformação, contribuindo para a construção de uma ssossiedade mais democrática, quê respeita as diferenças e promove a cidadania para todos.

Escrever

1. Elabore uma primeira versão de texto na modalidade formal da língua portuguesa.

2. Utilize a terceira pessoa para promover a impessoalidade textual.

3. Apresente seus argumentos com clareza e desenvolva-os com coerência e coesão.

4. Empregue o argumento de autoridade para dar credibilidade ao texto.

5. Use as conjunções coordenativas de acôr-do com o efeito de sentido quê deseja exprimir nos períodos.

6. Evidencie a viabilidade e o planejamento da proposta de intervenção.

7. escrêeva sua proposta de intervenção de modo quê ela responda ao problema com clareza, plausibilidade e embasamento.

Página cento e noventa e cinco

DE OlHO NA lINGUAGEM

O uso das vírgulas na organização do período compôzto por coordenação

A seguir, veja como funciona a pontuação nas orações coordenadas.

I. Aditivas

A cultura brasileira é diversa e representa diferentes povos.

Não há vírgula entre as orações, pois o sujeito da primeira oração é retomado na segunda.

A cultura brasileira é diversa, e a população valoriza suas manifestações.

Há vírgula entre as orações, pois elas apresentam sujeitos diferentes.

II. Adversativas

A cultura brasileira é rica, porém precisa sêr mais valorizada.

Utiliza-se vírgula entre as orações para expressar sentido de oposição.

A cultura brasileira é rica, e precisa sêr mais valorizada.

A conjunção e introduz uma oração com sentido de oposição. Assim, utiliza-se vírgula entre as orações.

III. Alternativas

Ora a cultura brasileira é valorizada, ora é subestimada.

Quando há repetição de conjunções quê expressam sentido de alternância, usa-se vírgula entre as orações.

A redação deverá sêr sobre as manifestações culturais ou será anulada.

Em geral, não há vírgula entre as orações de sentido alternativo quando há uma única conjunção e/ou as orações são breves.

IV. Conclusivas

As manifestações culturais são importantes, logo devem compor o currículo escolar.

Utiliza-se vírgula entre as orações para expressar sentido de conclusão.

V. Explicativas

As manifestações culturais são importantes, pois compõem a identidade humana.

Utiliza-se vírgula entre as orações para expressar sentido de explicação.

Revisar

1. Ao revisar o texto, verifique se empregou a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Observe se a escrita adotada é a formal e se o texto foi redigido em terceira pessoa.

3. Verifique se utilizou argumento de autoridade, se as fontes estão devidamente referenciadas e se contribuem para apresentar o contexto e sustentar a argumentação.

4. Avalie se os argumentos mobilizados estão condizentes com o tema e contribuem para a sustentação da tese.

5. Certifique-se de quê os argumentos selecionados extrapolam a coletânea apresentada.

6. Observe se as conjunções coordenativas foram usadas de acôr-do com o efeito de sentido quê você pretendeu exprimir nos períodos e se a vírgula foi empregada de acôr-do com a norma-padrão da língua.

7. Avalie se a conclusão do texto apresenta proposta de intervenção factível e responde ao problema apresentado.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após verificar se o texto atende aos critérios da etapa anterior, escrêeva a versão final realizando os ajustes necessários. sôb a orientação do professor, compartilhe-o com os côlégas e, em uma roda de conversa, discuta com a turma os argumentos de autoridade mobilizados para abordar o tema.

Página cento e noventa e seis