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Grupos sanguíneos: ABO e Rh
Você sabe qual é o seu tipo sanguíneo? Normalmente, essa pergunta é realizada antes de uma cirurgia ou de uma doação de sangue. A verificação do tipo sanguíneo, que pode ser feita pela tipagem sanguínea, é fundamental em caso de transfusão de sangue. Nesse procedimento, o tipo sanguíneo do doador deve ser compatível com o do receptor, uma vez que, do contrário, a transfusão pode causar reação imunológica grave, podendo levar o paciente até mesmo à morte.
Transcrição do vídeo para acessibilidade
[AUDIODESCRIÇÃO]
Num fundo com papéis coloridos, o título: Grupos sanguíneos ABO e Rh. No canto inferior direito, intérprete de Libras. Vídeo de animação.
[DOADORA]
Olá! Hoje eu decidi acompanhar meus pais e doar sangue também. É minha primeira vez.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Uma jovem negra de cabelos compridos está sentada em uma poltrona. Ela está com o braço direito estendido segurando uma bolinha enquanto sangue é coletado. Ao lado dela, uma enfermeira.
[ENFERMEIRA]
Excelente decisão! Ainda mais porque você tem sangue tipo O negativo, um sangue muito utilizado nos hospitais em emergências.
[AUDIODESCRIÇÃO]
A enfermeira é branca, está com cabelos presos, uniforme verde, luvas e segura uma prancheta.
[DOADORA]
É mesmo? Por quê?
[ENFERMEIRA]
O sangue do tipo O negativo pode ser doado para pessoas dos outros três tipos sanguíneos, A, B e AB e também para o tipo O. A transfusão de sangue só é segura hoje por conta da descoberta dos tipos sanguíneos.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Um homem está sentado em uma poltrona recebendo sangue no braço direito.
[DOADORA]
Uau! E como foi isso?
[ENFERMEIRA]
Foi Karl Landsteiner, um médico austríaco, que descobriu a existência de diferentes tipos de sangue, em mil e novecentos.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Ilustração de um homem de bigode, terno e gravata. Ao lado, o texto: Karl Landsteiner nasceu em mil oitocentos e sessenta e oito e morreu em mil novecentos e quarenta e três.
[ENFERMEIRA]
Nessa época, algumas tentativas de transfusão de sangue humano eram bem-sucedidas, mas muitas outras fracassavam. Karl, então, realizou alguns experimentos.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Uma mão posiciona, no centro da tela, uma lâmina com duas gotas de hemácias em solução. Texto: Amostras do paciente um.
[ENFERMEIRA]
Colocando hemácias de um paciente em contato com o plasma sanguíneo desse mesmo paciente, não acontecia nada.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Com um conta-gotas, a mão pinga uma gota de plasma do paciente um em uma das hemácias e ela permanece igual.
[ENFERMEIRA]
Por outro lado, se usasse o plasma de outro doador, em alguns casos, as hemácias se aglutinavam.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Uma gota de plasma do paciente dois cai sobre a outra hemácia, que fica com coloração mais escura e com grumos.
[ENFERMEIRA]
Fazendo esses testes, ele percebeu um padrão e identificou três grupos de sangue diferentes, que ele chamou de A, B e C.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Tabela com quatro colunas e quatro linhas. Nas colunas estão as hemácias. Nas linhas, os plasmas. Todos estão divididos em grupos A, B e C.
[ENFERMEIRA]
As hemácias das pessoas do grupo A se aglutinavam ao entrarem em contato com o plasma sanguíneo de pessoas do grupo B. O contrário também acontecia: se hemácias do grupo B fossem misturadas com o plasma do grupo A, também se aglutinavam. O plasma do grupo C aglutinava as hemácias dos grupos A e B.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Os espaços da tabela correspondentes às misturas citadas são preenchidos com a lâmina que possui hemácias de coloração mais escura e com grumos.
[ENFERMEIRA]
No entanto, as hemácias desse grupo não eram afetadas, tanto pelo plasma do grupo A quanto do grupo B.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Na tabela, é colocada uma lâmina com hemácia sem reação nos espaços que correspondem às misturas citadas.
[ENFERMEIRA]
Assim, Karl Landsteiner determinou que os pacientes dos grupos A e B tinham, na superfície de suas hemácias, antígenos diferentes. Esses antígenos são também chamados de aglutinogênios.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Na tela, o texto: Sistema do grupo sanguíneo ABO. Abaixo, uma tabela com quatro colunas e três linhas. Na primeira linha, estão os tipos sanguíneos: grupo A, grupo B e grupo C; na segunda linha: hemácias e na terceira linha: plasma.
[ENFERMEIRA]
Os pacientes do grupo A tinham aglutinogênios do tipo A, enquanto os do grupo B tinham aglutinogênios do tipo B. Os pacientes do grupo C, não tinham aglutinogênios do tipo A ou B em suas hemácias.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Na tabela, a linha das hemácias está preenchida com ilustrações de uma figura vermelha de formato arredondado. Na hemácia do grupo A, bolinhas representam o aglutinogênio A. Na hemácia do grupo B, triângulos representam o aglutinogênio B.
[ENFERMEIRA]
Além disso, ele verificou que no plasma desses grupos existiam aglutininas, anticorpos que causam a reação de aglutinação ao entrarem em contato com os aglutinogênios das hemácias: anti-B para o grupo A, anti-A para o grupo B e os dois anticorpos para o grupo C.
[AUDIODESCRIÇÃO]
No plasma do grupo A, ilustração de uma figura roxa com cinco ramificações em formato de Y unidas em suas bases e com pontas triangulares. Anti-B. No plasma do grupo B, figura similar em azul e com pontas arredondadas. Anti-A. No plasma do grupo C, as duas figuras: roxa e azul.
[ENFERMEIRA]
O grupo C foi renomeado para O, e depois se descobriu a existência do grupo AB, que possui em suas hemácias aglutinogênios A e B e nenhum anticorpo em seu plasma.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Na tabela, o grupo C vira grupo O e surge mais uma coluna, para o grupo AB. A hemácia do grupo AB está ilustrada com bolinhas e triângulos.
[ENFERMEIRA]
E assim descobriu-se os tipos sanguíneos do sistema ABO. Em transfusões sanguíneas entre pessoas de tipos sanguíneos incompatíveis, as hemácias doadas podem se romper, causando uma série de complicações para a saúde do paciente.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Ilustração de várias hemácias do tipo A. Ao lado de cada uma, a figura roxa, anti-B.
[ENFERMEIRA]
Por exemplo, se uma pessoa de sangue do tipo A receber uma transfusão sanguínea de um doador de sangue do tipo B, as aglutininas Anti-B presentes no plasma dela, se ligarão aos aglutinogênios B das hemácias doadas, provocando o rompimento dessas células.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Surgem várias hemácias do tipo B. Ao lado de cada uma, a figura azul, anti-A. As figuras de cor roxa, anti-B, encaixam-se nas hemácias com triângulos, os aglutinogênios B. As hemácias se rompem.
[ENFERMEIRA]
Por isso a importância de saber o seu tipo de sangue!
[DOADORA]
Então, eu posso doar para todos, mas só posso receber sangue do tipo O, é isso mesmo?
[AUDIODESCRIÇÃO]
A jovem franze a sobrancelha, com dúvida.
[ENFERMEIRA]
Ah! Entendeu direitinho!
[AUDIODESCRIÇÃO]
A enfermeira faz um joinha para a jovem.
[DOADORA]
Quem tem sangue tipo O pode doar para os demais tipos sanguíneos do grupo ABO, mas só pode receber do tipo O.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Na tela, há um esquema com o título “Quem doa pra quem?”. Há duas colunas, uma para doadores e outra para receptores.
[DOADORA]
E quem tem sangue tipo AB só pode doar para pessoas com sangue do tipo AB, mas pode receber de todos os outros tipos sanguíneos do sistema ABO.
[ENFERMEIRA]
Isso! Eles podem ser A, B ou O.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Setas ligam cada tipo de doador ao respectivo receptor.
[DOADORA]
Pera aí, lembrei de outro detalhe! Eu sou do tipo O negativo. De onde vem o negativo do meu tipo sanguíneo?
[AUDIODESCRIÇÃO]
Aparentando dúvida, a jovem franze a sobrancelha. Em um balão de pensamento, está escrito "O negativo".
[ENFERMEIRA]
Esse sinal está relacionado a outro grupo sanguíneo, o Rh.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Na tela o texto “Grupo Sanguíneo Rh”. E uma tabela com três colunas e três linhas. Na primeira linha estão os grupos Rh positivo e Rh negativo. Na segunda linha, hemácias. Na terceira, plasma.
[ENFERMEIRA]
Pessoas Rh positivo possuem antígenos Rh em suas hemácias. Pessoas Rh negativo, como você, não apresentam antígenos Rh em suas hemácias.
[AUDIODESCRIÇÃO]
As hemácias são representadas por um círculo vermelho. Na hemácia do Rh positivo, há tracinhos ao redor do círculo.
[DOADORA]
Mas e os anticorpos?
[AUDIODESCRIÇÃO]
Com dúvida, a jovem leva o dedo ao rosto.
[ENFERMEIRA]
Normalmente, o plasma não contém anticorpos anti-Rh.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Na tabela, para o plasma, há um ícone de bloqueio com o texto “não contém anticorpos no plasma”.
[ENFERMEIRA]
Mas se uma pessoa Rh negativo receber uma transfusão de sangue de uma doadora Rh positivo, o sistema imunológico dela passará a produzir anticorpos anti-Rh, que serão mantidos no sangue. Caso a pessoa Rh negativo receba uma segunda transfusão, esta não pode ser de outra pessoa Rh positivo, pois em seu sangue existem anticorpos anti-Rh, produzidos após a primeira doação, os quais podem desencadear uma reação fisiológica grave.
[AUDIODESCRIÇÃO]
No plasma Rh negativo, há várias ilustrações semelhantes à letra Y e o texto “anticorpos anti-Rh, após transfusão”.
[ENFERMEIRA]
Nossa, o tempo já passou tão rápido com a conversa! Já, já eu volto aqui para te liberar, falta pouquinho, viu?
[DOADORA]
Mas já?
[ENFERMEIRA]
Sim, são só quinze minutinhos no total, passa rapidinho!
[TRANSIÇÃO DE TEMPO]
[ENFERMEIRA]
Prontinho, tá liberada!
[DOADORA]
Muito obrigada por esclarecer minhas dúvidas.
[AUDIODESCRIÇÃO]
Em pé, a jovem conversa com a enfermeira ao lado dela.
[ENFERMEIRA]
Eu que agradeço, doação de sangue é uma atitude muito importante e ajuda a salvar vidas.
[DOADORA]
E eu pretendo voltar mais vezes! Tchau, tchau!
[ENFERMEIRA]
Tchau!
[AUDIODESCRIÇÃO]
Num fundo com formas coloridas, créditos.
[CRÉDITOS]
Imagens:
BUGBITE
Fontes de pesquisa: SNUSTAD, Peter D.; SIMMONS, Michael J. Fundamentos de Genética. Tradução: Paulo A. Motta.4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2008.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Trad.: Alexandre Lins Werneck et al. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
Efeitos sonoros: Incompetech.com
Locução: Casa das Vozes
Libras: Visual Libras
Audiodescrição:
Roteiro: Camila Vidigal
Locução: Erick Lopes de Almeida
Consultoria: Anderson Martins
A transfusão de sangue é um procedimento necessário em diversas situações, como no tratamento de alguns casos de anemia, em cirurgias de urgência, complicações da dengue, no tratamento de câncer, entre outras doenças graves. Doar sangue é um ato de solidariedade e pode salvar vidas.