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Cientistas que influenciaram o evolucionismo

O conhecimento científico é uma construção. Assim, diversas descobertas e interpretações dos fenômenos da natureza foram necessárias ao reconhecimento de que a Terra e os seres vivos são mutáveis. Durante a Revolução Científica, descobriu-se que o planeta Terra, o Sol e a Lua não são os únicos astros do Universo e que existem há muito tempo. Depois, a idade da Terra passou a ser questionada e estudiosos passaram a admitir que as espécies poderiam sofrer mudanças ao longo do tempo.

Transcrição do áudio para acessibilidade

[VINHETA DE ABERTURA]

[MARIA EDUARDA]

Cientistas que influenciaram o evolucionismo.

[CONCLUSÃO DA ABERTURA]

[MARIA EDUARDA]

Quando o assunto é evolução, talvez você se lembre de nomes como Darwin e Lamark, certo? Mas sabia que outros estudiosos contribuíram com as ideias evolucionistas? Olá, eu sou a Maria Eduarda e, neste episódio, vamos conhecer pesquisadores que também concluíram que a Terra não permaneceu igual desde a sua origem – e nem a vida que habita aqui. Vem comigo!

[VINHETA DE APROFUNDAMENTO]

[MARIA EDUARDA]

Em meados dos séculos dezoito e dezenove, o fixismo e o criacionismo eram as teorias mais comuns para explicar a vida na Terra e a sua origem. No entanto, alguns estudiosos começaram a encontrar evidências de que talvez a Terra fosse muito mais antiga e complexa do que a humanidade imaginava.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[MARIA EDUARDA]

James Hutton foi um naturalista que se dedicou a pesquisar as rochas e a constituição do planeta Terra. Em seus estudos, ele observou a ação de processos naturais na mudança da superfície terrestre, como a erosão. Com isso, Hutton considerou que a Terra sofria transformações diárias e de forma lenta, que só poderiam ser observadas ao longo de muitos anos. Assim, ele concluiu que o planeta Terra era muito mais antigo do que se dizia até então. Anos depois, outro geólogo chegou à mesma conclusão. Charles Lyell notou a presença de conchas no interior de determinadas rochas, mesmo naquelas distantes do mar. Ao investigar seus achados, Lyell propôs que, além das transformações constantes observadas por Hutton, a Terra ainda era influenciada por fenômenos naturais, como os terremotos e a atividade de vulcões. Essas ações poderiam ter modificado o relevo e o nível do mar, descobrindo as rochas que, antes, faziam parte do fundo do oceano. No entanto, para que essa mudança fosse possível, a Terra deveria existir há milhões de anos.

[VINHETA DE TRANSIÇÃO]

[MARIA EDUARDA]

Os indícios de que a Terra era antiga existiam, mas ainda havia poucas evidências sobre a presença dos seres vivos em períodos distantes. Paralelamente aos estudos de Hutton e Lyell, William Smith estudava as rochas sedimentares em outra parte do mundo. Ao escavar essas rochas, Smith notou que elas eram compostas por camadas que se formavam uma sobre as outras. Nas camadas mais profundas, era possível encontrar fósseis formados a partir de vestígios de animais ou outros seres vivos. Ao seguir com as escavações para explorar os fósseis encontrados, o geólogo percebeu que os mesmos tipos de fósseis eram encontrados quando se atingia uma mesma camada da rocha sedimentar. Para ele, isso era uma evidência de que aquelas rochas foram formadas em períodos específicos, quando os restos dos seres vivos de espécies abundantes acabavam se aglomerando ao sedimento que as originou. Com essa interpretação, foi possível supor que as camadas das rochas eram registros da idade da Terra, e que eles permitiriam verificar quais seres viveram aqui antes dos humanos. Essa compreensão deu início aos trabalhos de um campo de estudos que se dedica a determinar a idade das rochas na atualidade.

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[MARIA EDUARDA]

Mais ou menos na mesma época, mas em outra área da ciência, Georges Cuvier se dedicava a explorar a anatomia dos diferentes tipos de animais. Suas pesquisas exploravam seus corpos e funcionamentos, usando essas características para diferenciar as espécies. Naquele período, acreditava-se que os fósseis eram registros de animais que ainda existiam, uma vez que o fixismo era a ideia mais aceita entre os cientistas. Então, Cuvier decidiu comparar o suposto fóssil de um elefante com as ossadas dos elefantes asiáticos e africanos. Ao analisar as características e a estrutura do corpo desses animais, notou que os três exemplares tinham diferenças entre si, sendo o fóssil o mais distinto das espécies. Ao procurar semelhanças entre o fóssil e os animais conhecidos e registrados, Cuvier não encontrou nenhum ser idêntico, o que o levou a afirmar que aquele animal fossilizado já não existia há muitos anos. Atualmente, esse animal é conhecido como mamute, e a ideia de inexistência de determinada espécie deu origem ao conceito de extinção. O trabalho de Cuvier contribuiu para a compreensão de que a vida na Terra foi modificada ao longo do tempo, com a conclusão de que as espécies que existiram no passado são diferentes daquelas que encontramos hoje.

[VINHETA DE TRANSIÇÃO]

[MARIA EDUARDA]

Dentre os estudiosos que questionaram a imutabilidade das espécies destacou-se Georges-Louis Leclerc, conhecido como Conde de Buffon. Para ele, tipos distintos de seres vivos teriam se originado de um único molde interno. Assim, seres vivos semelhantes, por exemplo, o cão doméstico, o lobo e a raposa, seriam originados de um ancestral comum. Segundo as ideias de Buffon, o ancestral comum dessas espécies teria se dispersado pelo mundo. Em cada região, diferentes influências ambientais alterariam o molde interno do ancestral. Essas modificações teriam originado as diferentes espécies de canídeos que conhecemos hoje. No entanto, Buffon não conseguia explicar como o cão com o molde ancestral teria surgido, então ele argumentou que poderia ter sido por geração espontânea. Embora as proposições de Buffon tivessem poucas evidências, elas foram importantes para a história da Ciência, assim como as proposições dos outros estudiosos abordados nesse podcast.

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[MARIA EDUARDA]

Os estudos e as interpretações desses cientistas foram fundamentais para fortalecer as teorias evolutivas que começariam a ser pensadas anos depois, por Darwin e Wallace. Os trabalhos realizados por Hutton, Lyell, Smith, Cuvier e Buffon nos mostram que o conhecimento científico é elaborado por muitas pessoas e que é resultado de um esforço coletivo ao longo dos anos. Tchau! Até a próxima!

[VINHETA FINAL]

[MARIA EDUARDA]

Esta produção usou áudios de Yan Maran e Envato Elements. Voz de Maria Eduarda Panobianco.

A Ciência é uma construção coletiva e muitas vezes interdisciplinar. Para que a teoria da evolução de Charles Darwin (1809-1882) e de Alfred Russel Wallace (1823-1913) fosse proposta, conhecimentos de diversas áreas, como Geologia, Paleontologia e Anatomia, foram fundamentais.