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O trajeto percorrido pelo navio Beagle (1831-1836)

A viagem a bordo do Beagle é considerada por Charles Darwin um dos acontecimentos mais importantes de sua vida. Ao longo dela, Darwin aprimorou sua capacidade de observação e de compreensão dos fenômenos naturais. Essa viagem teve início no dia 27 de dezembro de 1831, partindo da Inglaterra. Acompanhe a seguir o trajeto e algumas observações e estudos feitos pelo naturalista inglês em alguns pontos ao longo do percurso.

Mapa-múndi com setas representando um trajeto. Os continentes estão nomeados e a legenda indica cada parada feita no trajeto representado por setas. O trajeto se inicia em Devonport, na Europa, em 27 de dezembro de 1831, e vai para o Arquipélago de Cabo Verde em 16 de janeiro de 1832; para a América, passando pela Bahia, em 29 de fevereiro de 1832; Rio de Janeiro de 4 de abril a 5 de julho de 1832; Montevidéu de 26 de julho a 19 de agosto de 1832; Ilhas Malvinas, de março de 1833 a março de 1834; Valparaíso em 23 de julho de 1834; Callao de 19 de julho a 6 de setembro de 1835; Arquipélago de Galápagos, de 16 de setembro a 20 de outubro de 1835, seguindo para a Oceania, onde passa por Taiti em novembro de 1835; Baía das Ilhas, de 21 a 30 de dezembro de 1835; Sidney em janeiro de 1836; Hobart em fevereiro de 1836; King George’s Sound, de 6 a 14 de março de 1836, depois segue pela Ásia, passando por Ilhas Cocos, de 1 a 12 de abril de 1836; segue pela África, passando pela Ilha Bourbon, em 29 de abril e 9 de maio de 1836; Cabo da Boa Esperança, em 31 de maio de 1836; Ilha de Santa Helena, de 8 a 14 de julho de 1836; Ilha de Ascensão, no Oceano Atlântico, de 19 a 23 de julho de 1836, retornando pela Bahia na América, de 1 a 6 de agosto de 1836; seguindo pelo Arquipélago de Cabo Verde em 31 de agosto de 1836; Arquipélago de Açores, de 20 a 24 de setembro de 1836; e Falmouth, localizada bem próximo a Devonport, em 2 de outubro de 1836.
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Na Argentina, Darwin descobre vários fósseis de grandes mamíferos que habitaram a Terra durante o Período Quaternário. Ele faz várias inferências sobre o tempo que esses animais viveram na Terra ao compará-los com conchas encontradas no mesmo local dos fósseis. Além disso, surpreende-se com as semelhanças entre formas fósseis e viventes de alguns mamíferos.

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Após desembarcar em Valparaíso, no Chile, Darwin realiza várias expedições terrestres. Ao se deparar com a Cordilheira dos Andes, ele faz observações sobre as diferenças entre espécies animais e vegetais existentes de um lado e de outro da cordilheira, concluindo que os Andes formaram uma barreira geográfica importante desde o aparecimento dessas espécies.

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Nas Ilhas Galápagos, Darwin nota variações nos bicos das aves. Após saber que eram espécies diferentes, ele levanta a hipótese de que o isolamento geográfico fez com que, a partir de uma espécie ancestral originária do continente, as aves das ilhas apresentassem modificações em seus bicos, provavelmente, relacionadas aos seus hábitos alimentares.

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Nas Ilhas Cocos, no Oceano Índico, Darwin se vale de seus conhecimentos em geologia e em biologia para propor os estágios de formação de um atol, recifes de coral de formato circular que podem se formar no entorno de ilhas, muitas vezes de origem vulcânica.

Mapa-múndi com a representação do trajeto percorrido pelo navio Beagle (1831-1836), com destaque para algumas de suas paradas.

Crédito da imagem: Edson Bellusci

Fonte de pesquisa: TORT, P. Darwin e a ciência da evolução. Tradução: Vera Lucia dos Reis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

Após quase 5 anos de viagem, o navio Beagle retorna à Inglaterra em 2 de outubro de 1836. Em seu retorno, Darwin já era conhecido como promissor geólogo e naturalista devido às correspondências que trocara com outros estudiosos ao longo da viagem. Durante todo o trajeto, Darwin registrou em seu diário de bordo suas observações e reflexões, fundamentais à elaboração de suas ideias sobre a evolução das espécies.