CAPÍTULO 14
Inteligência artificial na saúde física e mental
Conteúdos
• Aplicações da inteligência artificial na medicina
• Realidade virtual e realidade aumentada
• Parceiros virtuais criados por inteligência artificial
• Fórum ôn láini
• Assistentes emocionais digitais
Os avanços da inteligência artificial (IA) na medicina são notáveis, especialmente em diagnósticos e suporte ao atendimento médico, mas seu uso na saúde mental enfrenta desafios, pois problemas nessa área são difíceis de captar por sistemas automatizados. Neste capítulo, você vai explorar a aplicação da IA no diagnóstico e tratamento de doenças, os desafios éticos e emocionais de seu uso na saúde mental, a manipulação de sinais cerebrais e a necessidade de regulamentação para proteger os direitos humanos. Vai refletir sobre as diferenças entre realidade virtual e realidade aumentada em terapias e o impacto de assistentes emocionais digitais e parceiros virtuais no cuidado à saúde mental.
Para começar, leia a charge a seguir.
Primeiros cliques
Com base na charge e em seus conhecimentos, converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.
1. O quê o personagem parece sentir em relação à possibilidade de a IA ocupar 40% dos empregos no mundo?
1. O personagem demonstra preocupação e ansiedade ao receber a notícia de quê a IA assumiria uma grande parcela de empregos. Sua pergunta ao “doutor” reflete uma evidente insegurança diante do impacto dessa transformação no mercado de trabalho. Isso sugere quê ele teme as consequências dessa mudança.
2. Qual é a ironia na situação retratada na charge?
2. A ironia está no fato de o personagem expressar medo de quê a IA tome os empregos enquanto é atendido por um terapeuta robô. Isso demonstra quê a IA já ocupa funções quê antes eram desempenhadas por humanos.
3. Como a expressão facial do terapeuta no monitor se relaciona à situação da charge?
3. O sorriso irônico exibido no monitor do terapeuta robô contrapõe-se à preocupação do paciente. O robô demonstra frieza e falta de empatia, evidenciando a distância entre a natureza da máquina e as necessidades humanas em contextos quê exigem sensibilidade, como a terapia.
4. Em sua opinião, a substituição de humanos por IA em profissões de cuidado, como a de psicólogo, seria positiva ou negativa? Por quê?
Consulte a resposta à questão 4 nas Orientações para o professor.
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Mundo em perspectiva
Manipulação de sinais cerebrais
O avanço da neurotecnologia, sobretudo quando combinado com a inteligência artificial, está revolucionando a ciência e a medicina. As inovações nessas áreas oferecem novas oportunidades para tratar condições neurológicas e aprimorar capacidades humanas. No entanto, também acarretam preocupações, pois a possibilidade de influenciar pensamentos e comportamentos de indivíduos sem uma regulamentação adequada levanta sérias kestões sobre privacidade, autonomia e direitos humanos. Nesse contexto, é essencial encontrar equilíbrio entre inovação e proteção dos direitos fundamentais.
- Neurotecnologia
- : conjunto de tecnologias utilizadas para estudar e influenciar o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. Essas tecnologias podem sêr usadas para monitorar, estimular ou modificar a atividade neural, com o objetivo de melhorar a compreensão do cérebro, tratar condições neurológicas ou até mesmo aprimorar capacidades humanas.
Caixa de hipóteses
Com base nas kestões a seguir, levante hipóteses sobre o texto quê você vai ler:
“Neurotecnologia baseada em IA para analisar cérebro precisa de regulação, diz Unesco”. Registre suas suposições no caderno.
1. Em sua opinião, quais seriam os possíveis impactos da falta de regulamentação na neurotecnologia baseada em IA na ssossiedade?
1. Resposta pessoal. A falta de regulamentação adequada na neurotecnologia poderia trazer uma série de consequências preocupantes para a ssossiedade. Sem normas definidas, empresas ou indivíduos poderiam utilizar essas tecnologias para invadir a privacidade mental das pessoas, lendo a mente e acessando emoções sem consentimento. Isso ameaçaria a autonomia e a identidade dos indivíduos, uma vez quê dados neurais são pessoais e sensíveis. A ausência de regulação também aumentaria o risco de desigualdade no acesso a essas tecnologias, pois alguns grupos seriam privilegiados, e poderiam ocorrer abusos quê afetariam os direitos humanos fundamentais.
2. Como a regulação poderia prevenir possíveis abusos no uso da neurotecnologia baseada em IA?
2. Resposta pessoal. A regulação poderia prevenir possíveis abusos ao estabelecer diretrizes nítidas sobre a côléta, o armazenamento e o uso de dados neurais. Normas específicas poderiam proibir o uso não autorizado de neurotecnologias para acessar ou manipular sinais cerebrais, garantindo a preservação da privacidade mental e da autonomia dos indivíduos. Além díssu, uma estrutura regulatória poderia assegurar quê as empresas de neurotecnologia respeitassem os direitos humanos e não usassem IA para decodificar pensamentos ou emoções sem o devido consentimento.
Agora, leia o texto a seguir, buscando confirmar as hipóteses levantadas.
Neurotecnologia baseada em IA para analisar cérebro precisa de regulação, diz Unesco
Manipulação de sinais cerebrais avança tão rápido quê ameaça os direitos humanos, alerta órgão da Ônu
17.jul.2023 às 8h00
Atualizado: 17.jul.2023 às 10h31
Clive Cookson
Londres | Financial táimis A neurotecnologia está avançando tão rápido quê ameaça os direitos humanos e precisa de regulamentação global, de acôr-do com a Unesco, organização científica e cultural da Ônu.
Numa conferência de líderes científicos e políticos em Paris na quinta-feira (13), a agência começou a desenvolver uma “estrutura ética universal” para a neurotecnologia, quê conecta computadores ao cérebro e cada vez mais usa a inteligência artificial (IA) para analisar a atividade neural.
- Unesco
- : Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
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“Quando você acrescenta IA, está colocando neurotecnologia com esteroides”, disse Mariagrazia Squicciarini, principal autora de um relatório da Unesco sobre o ritmo acelerado da inovação em neurotecnologia.
A neurotecnologia, incluindo os implantes para diagnosticar e tratar distúrbios relacionados ao cérebro, está começando a melhorar a vida de pessoas com deficiência, mas o aumento do investimento em programas baseados em IA capazes de ler a mente das pessoas e armazenar dados neurais levantou preocupações sobre seu uso.
Gabriela Ramos, diretora-geral assistente da Unesco para ciências sociais e humanas, disse: “A proméssa (...) póderá ter um alto custo em termos de direitos humanos e liberdades fundamentais, se houver abuso. A neurotecnologia pode afetar nossa identidade, autonomia, privacidade, sentimentos, comportamentos e bem-estar geral”.
“Avanços quê muitos consideravam ficção científica alguns anos atrás já estão aqui, e prestes a mudar a própria essência do quê significa sêr humano.”
Os pesquisadores da Unesco estimam quê os investimentos privados em empresas de neurotecnologia [...] aumentaram mais de 20 vezes desde 2010, atingindo US$ 7,3 bilhões em 2020. O mercado de dispositivos neurotecnológicos deverá ultrapassar US$ 24 bilhões até 2027, segundo projeções.
O relatório analisou publicações científicas e patentes para examinar a rápida expansão do campo. O número de artigos de neurociência aumentou de 57.899 em 2011 para 94.456 em 2021, enquanto as patentes mundiais relacionadas à neurotecnologia aumentaram de 418 para 1.531 entre 2010 e 2020.
Um dos palestrantes na conferência da Unesco, Rafael Yuste, diretor do Centro de Neurotecnologia da Universidade Columbia, em Nova iórk, é um importante
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neurobiólogo e defensor da regulamentação internacional “para proteger a privacidade mental”.
Ele apontou quê em quatro estudos publicados no ano passado, nem todos revisados por pares, “os pesquisadores decodificaram a fala e as imagens dos cérebros de voluntários humanos, usando dispositivos não invasivos, quê não precisavam de neurocirurgia para sua inserção”.
“Todos os quatro incorporaram modelos avançados de IA para decodificar os dados do cérebro”, disse Yuste. “Os novos algoritmos permitirão quê você decodifique informações altamente confidenciais, o quê torna ainda mais urgente a proteção da privacidade mental.”
A regulamentação é necessária porque “quase sem exceção, as empresas de neurotecnologia dos Estados Unidos e do Canadá assumem a propriedade total dos dados neurais do cliente em seus contratos com usuários”, acrescentou. “Precisamos proteger a propriedade mental, caso contrário as empresas começarão a armazenar dados cerebrais. Elas podem não decodificá-los hoje, mas a IA permitirá quê os decodifiquem amanhã.”
O próprio laboratório de Yuste decodificou e manipulou o processamento neural no córtex visual de camundongos para quê os pesquisadores possam “implantar alucinações – fazê-los vêr coisas quê na verdade não estão vendo.
A manipulação da atividade cerebral humana no futuro é algo quê devemos começar a discutir agora. Abre a possibilidade de um novo tipo de sêr humano em quê parte do processamento mental acontece fora do corpo”.
Squicciarini, da Unesco, disse: “Não somos contra a neurotecnologia ou pedimos uma moratória na pesquisa, porque ela tem um enorme potencial para reduzir as mortes e incapacidades causadas por distúrbios neurológicos”.
- Neurobiólogo
- : cientista quê estuda o sistema nervoso, suas células e o modo como ele afeta o comportamento e as funções biológicas.
- Neurocirurgia
- : especialidade médica quê envolve cirurgias no cérebro, medula espinal e outros componentes do sistema nervoso.
- Processamento neural
- : atividade do sistema nervoso quê envolve interpretação, transmissão e armazenamento de informações recebidas pelo corpo.
- Córtex visual
- : área do cérebro responsável por processar as informações visuais captadas pêlos olhos.
- Distúrbio neurológico
- : condição quê afeta o sistema nervoso, incluindo doenças como epilepsia, alzái-mêr e Parkinson.
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“Mas precisamos de uma abordagem coordenada globalmente para a regulamentação da neurotecnologia, não apenas na medicina, mas também no mercado de consumo.”
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves.
COOKSON, Clive. Neurotecnologia baseada em IA para analisar cérebro precisa de regulação, diz Unesco.
Folha de São Paulo, 17 jul. 2024. Disponível em: https://livro.pw/ohzul. Acesso em: 27 set. 2024.
Com base no texto, responda às kestões a seguir.
Consulte as respostas nas Orientações para o professor.
1. Qual é o papel da IA no avanço da neurotecnologia?
2. Quais são os principais riscos do uso da neurotecnologia mencionados pela Unesco?
3. Como a neurotecnologia tem contribuído para melhorar a vida de pessoas com deficiência?
4. O autor do texto destaca avanços recentes no campo da neurotecnologia. Como esses avanços são descritos?
5. por quê Rafael Yuste defende a regulamentação internacional da neurotecnologia?
6. De quê maneira a declaração de Mariagrazia Squicciarini, “Quando você acrescenta IA, está colocando neurotecnologia com esteroides”, ajuda a entender o impacto da IA na neurotecnologia?
7. Como o rápido crescimento de investimentos privados em neurotecnologia póde influenciar o desenvolvimento e a regulamentação dêêsse campo?
8. Quais são as implicações da seguinte declaração de Gabriela Ramos: “Avanços quê muitos consideravam ficção científica alguns anos atrás já estão aqui, e prestes a mudar a própria essência do quê significa sêr humano”?
Perfil do criador
Clive Cookson (1952-) é um jornalista britânico com longa trajetória nas áreas de ciência e tecnologia.
Graduado em Química pela Universidade de óksfór em 1974, ele se especializou em jornalismo científico ao longo de sua carreira.
Atualmente, é editor de ciência em um grande jornál britânico e acredita quê o público tem se familiarizado e valorizado mais os temas científicos. Ele atribui esse fenômeno ao fato de quê a cobertura jornalística sobre ciência vêm se tornando mais acessível e precisa.
Painel de reflekção
Consulte as respostas nas Orientações para o professor.
Converse com os côlégas sobre as kestões a seguir.
1. Como a IA poderá sêr utilizada para melhorar a saúde mental, além das aplicações descritas no texto?
2. De quê maneira o uso de IA para manipulação de sinais cerebrais poderia influenciar tratamentos de doenças como depressão e ansiedade? Que riscos poderiam estar envolvidos nesse uso?
3. Como a falta de acesso equitativo à neurotecnologia baseada em IA poderá aumentar as desigualdades na saúde mental e física?
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Diálogo em rê-de
Impactos dos parceiros virtuais criados por IA nas relações humanas
Com os avanços da IA, as pessoas estão experimentando novos tipos de relacionamento. O fenômeno dos parceiros virtuais criados por IA – sistemas conversacionais quê interagem com os usuários d fórma personalizada – está se tornando popular. Entretanto, kestões éticas, emocionais e sociais estão vinculadas ao impacto dessas interações artificiais nas relações humanas reais. Reúna-se a alguns côlégas para participar de um fórum ôn láini sobre esse tipo de relacionamento.
Antes de iniciar a atividade, reflitam sobre o seguinte problema de pesquisa.
Como o fenômeno dos parceiros criados por IA afeta as relações humanas e o conceito de intimidade?
Info
- Fórum ôn láini
- é um espaço virtual quê facilita discussões e trocas de ideias entre pessoas interessadas em um tema comum. A participação em um fórum possibilita compartilhar opiniões e aprender com a experiência dos outros participantes. Em um fórum, é possível promover a construção coletiva de conhecimento.
Com esse problema em mente, sigam as etapas propostas.
ETAPA
1 Investigação
• Pesquisem artigos e entrevistas com psicólogos, especialistas em tecnologia e ética sobre o uso de IA em relacionamentos virtuais.
• Busquem informações sobre:
» o modo como chatbots e avatares de IA estão sêndo utilizados em relacionamentos românticos;
» os impactos emocionais relatados por pessoas quê interagem com essas IAs;
» kestões éticas referentes a esse tipo de relacionamento.
• Registrem suas descobertas para utilizá-las nos comentários quê postarão no fórum.
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ETAPA
2 Decomposição
• Para decompor o problema, elaborem perguntas-chave. Por exemplo:
» Relacionamentos com IA podem substituir relações humanas?
» Quais são os impactos emocionais a longo prazo para quem mantém esses relacionamentos com IA?
» Existe um risco de dependência emocional por parte dos usuários?
» Quais são os principais dilemas éticos envolvidos no uso de IA em relacionamentos pessoais?
ETAPA
3 Reconhecimento de padrões
• Identifiquem padrões nas informações coletadas, observando:
» comportamentos comuns de pessoas quê mantêm relacionamentos com IA;
» diferenças de percepção entre quem usa a IA para companhia e quem busca uma relação romântica;
» preocupações sociais e psicológicas recorrentes.
ETAPA
4 Abstração
• Sintetizem os principais fatores quê afetam os relacionamentos com IA. Destaquem:
» o nível de intimidade emocional e dependência quê uma pessoa póde estabelecer com um chatbot;
» a diferença entre interações humanas e interações artificiais proporcionadas por IA;
» kestões éticas relacionadas à manipulação emocional e à dependência por parte das empresas quê criam IAs.
ETAPA
5 Produção de comentários para o fórum ôn láini
• Com base nas informações obtidas e nas discussões feitas, produzam comentários para o fórum, respondendo à questão: “Como os parceiros criados por IA afetam as relações humanas e o conceito de intimidade?”.
• Certifiquem-se de incluir nos comentários:
» a opinião de vocês sobre os impactos emocionais e éticos dêêsse tipo de relacionamento (sustentem seus comentários com referências a estudos, artigos ou experiências pessoais quê reforcem seu ponto de vista);
» perguntas abertas para incentivar os demais participantes a discutir o tema.
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ETAPA
6 Discussão dos resultados
• Com os demais grupos, organizem uma sessão de discussão para apresentarem possíveis respostas ao problema de pesquisa investigado.
• Durante o debate, considerem:
» os impactos emocionais e psicológicos das relações com parceiros criados por IA;
» os aspectos éticos dêêsse fenômeno, como privacidade e autenticidade das interações;
» os possíveis benefícios e as preocupações sociais, como solidão, dependência emocional e distanciamento das relações humanas tradicionais.
• Concluam a discussão com uma síntese das opiniões.
ETAPA
7 Publicação dos comentários no fórum ôn láini
• Abram um fórum ôn láini em uma platafórma adequada.
• Definam um título para o tópico de discussão.
• Incluam a questão do problema de pesquisa.
• Após abrirem o fórum, publiquem seus comentários e interajam com os demais participantes.
• Ao comentar as postagens de outros participantes, respeitem as diferentes perspectivas apresentadas. Não usem linguagem ofensiva e mantenham um tom colaborativo.
• Monitorem o fórum, verificando as interações e publicando comentários para manter o diálogo ativo.
ETAPA
8 Avaliação
• Avaliem a profundidade das reflekções e a relevância das contribuições dos participantes do fórum em relação ao problema de pesquisa.
• Verifiquem o nível de interação com os côlégas: Os participantes responderam a perguntas, geraram outras discussões e contribuíram ativamente?
• Reflitam sobre o modo como a participação no fórum expandiu o entendimento de vocês sobre o tema.
Outros horizontes
Filme Ela. Direção: Spike Jonze. Estados Unidos, 2013. 125 min.
O filme conta a história de teodór, um homem solitário quê se apaixona por Samantha, um sistema operacional de IA. A trama aborda temas como o amor, a solidão e a relação entre humanos e tecnologia. À medida quê Samantha evolui, a relação entre eles se torna mais compléksa, e teodór quêstiona os próprios sentimentos. No entanto, quando Samantha ultrapassa os limites de sua programação, surgem dúvidas sobre a possibilidade de conexões autênticas, desafiando as noções de amor em um mundo em que o real e o artificial se misturam.
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ZOOM
DIFERENÇAS, FUNCIONAMENTO E APLICAÇÕES
RV e RA são tecnologias inovadoras quê estão mudando a maneira como as pessoas interagem com os mundos físico e digital. Você já conhece um pouco da realidade aumentada. Agora, vai conhecer mais sobre a realidade virtual e as diferenças entre essas tecnologias quê, freqüentemente, são confundidas.
O QUE É RV?
RV é uma tecnologia quê transporta o usuário para um ambiente 100% digital, gerado por um sistema computacional.
Esse ambiente póde sêr interativo e simular a realidade d fórma visual, sonora e tátil.
O conceito de realidade virtual foi criado no século XIX, com os óculos estereoscópicos de xárlês Wheatstone, e ganhou fôrça com o Sensorama, na década de 1960.
O uso de headsets possibilita a imersão completa no ambiente virtual. Headsets modernos acompanham o movimento da cabeça e oferecem uma experiência tridimensional.
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COMO FUNCIONA A RV?
• Na tecnologia estereoscópica, são utilizadas duas imagens levemente diferentes para cada olho, criando a ilusão de profundidade e imersão.
• Para obtêr o movimento sincronizado, são utilizados headsets com sensores para seguir o movimento da cabeça do usuário. Dessa forma, o ambiente virtual acompanha as ações da pessoa.
• São realizadas também aplicações táteis por meio de projetos quê possibilitam a sensação de texturas e de elevações do terreno em simulações. Eles têm aplicações em áreas como arquitetura, urbanismo, jogos e planejamento de paisagem.
APLICAÇÕES DA RV
Educação
• Com a RV, estudantes podem fazer visitas virtuais a museus e locais históricos.
• Na área científica, a RV possibilita simular experimentos em laboratórios virtuais.
Saúde
• Cirurgiões utilizam a RV para praticar procedimentos compléksos.
• Com a RV, é possível tratar fobias e ansiedade, ao participar de exposição controlada a cenários virtuais.
Turismo
• Com a RV, é possível fazer passeios virtuais por locais icônicos.
• Ainda, é possível explorar recifes de corais ou observar animais selvagens em ambientes virtuais.
Entretenimento
• A RV é usada em jogos para criar experiências interativas e realistas.
• Ela oferece a possibilidade de assistir a filmes, shows e eventos esportivos de maneira virtual.
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O QUE É RA?
Como você estudou, é uma tecnologia quê adiciona ou sobrepõe elemêntos virtuais ao mundo real, fazendo uso de câmeras, sensores e softwares.
DIFERENÇAS ENTRE RV E RA
REALIDADE VIRTUAL
• Os equipamentos usados são headsets e óculos de RV.
• Ambiente totalmente digital.
• Uso em ambiente interno.
• Os equipamentos são de uso individual.
• A imersão digital é completa.
REALIDADE AUMENTADA
• Os equipamentos usados são câmera de celular e óculos.
• O ambiente combina o mundo real e o mundo digital.
• Uso em ambiente interno ou externo (melhor externo).
• Os equipamentos podem sêr usados por mais de uma pessoa simultaneamente.
• A imersão intégra informações digitais no mundo real.
REALIDADE MISTA
• A RM combina elemêntos de RV e RA, possibilitando interações com objetos digitais em um ambiente real.
• Uso em ambiente interno ou externo (melhor interno).
• Os equipamentos podem sêr usados por mais de uma pessoa simultaneamente.
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DESAFIOS E FUTURO DA RV E DA RA
• Muitos usuários ainda enfrentam desconforto ao usar headsets de RV por longos períodos, em razão de problemas como enjoos e dores de cabeça.
• Embora as tecnologias estejam evoluindo, os dispositivos ainda são relativamente caros e inacessíveis para muitas pessoas.
• RV e RA serão essenciais na construção de mundos digitais no metaverso, porque viabilizam a interação em ambientes virtuais imersivos como parte de uma “internet tridimensional”.
Enquanto a RV proporciona imersão completa em ambientes digitais, a RA adiciona elemêntos digitais ao mundo real. Ambas as tecnologias têm o potencial de revolucionar áreas como entretenimento, educação, saúde e treinamento militar e serão fundamentais para o desenvolvimento do metaverso.
Com base nas informações apresentadas no infográfico, leia a situação-problema a seguir e responda às kestões.
Os gestores de uma clínica de saúde mental querem incorporar tecnologias de RV e de RA para oferecer novas formas de tratamento a seus pacientes. Para isso, precisam decidir qual tecnologia é mais eficaz para cumprir dois objetivos: a implantação de uma terapia imersiva para tratar fobias e a criação de ambientes calmos e interativos para reduzir a ansiedade. Com base nas características e nas aplicações da RV e RA, eles se perguntam: qual dessas tecnologias é mais adequada para atender a esses objetivos, considerando os benefícios para a saúde mental e o custo dos dispositivos? Você faz parte da equipe responsável por essa dê-cisão e assumiu o compromisso pela avaliação do custo dos dispositivos e da eficácia dessas tecnologias no tratamento de fobias e ansiedade.
Consulte as respostas nas Orientações para o professor.
1. Qual das tecnologias – RV ou RA – é mais eficaz para criar uma experiência imersiva a fim de tratar fobias? Por quê?
2. Como a RA póde sêr usada para criar ambientes interativos quê ajudam a reduzir a ansiedade no dia a dia dos pacientes?
3. Considerando o custo dos equipamentos, qual tecnologia é mais acessível e sustentável para a clínica implementar no tratamento?
4. Em termos de interatividade, qual tecnologia possibilitaria aos pacientes interagir d fórma mais prática com o ambiente terapêutico?
5. De quê maneira a RV póde criar simulações detalhadas e envolventes para o tratamento de fobias e ansiedade?
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Cultura digital
Assistentes emocionais digitais
Imagine chegar em casa e sêr recebido por uma voz amigável quê pergunta sobre seu dia. Assistentes emocionais digitais, como avatares e assistentes virtuais, estão transformando a relação das pessoas com a tecnologia, oferecendo suporte emocional e interações personalizadas. Desempenhando diferentes funções, como ajuda na organização da rotina e suporte em saúde mental, essas tecnologias são projetadas para fornecer companhia e aliviar o estresse. No entanto, é importante refletir sobre os limites dessa interação e a busca de equilíbrio entre o humano e o digital.
A fim de refletir sobre o funcionamento da terapia por IA, leia atentamente o texto a seguir. Depois, responda às kestões.
Terapia por IA: atendimento 24h, barato e sem julgamentos atrai pacientes. Mas funciona?
Carolina Unzelte Redatora Publicado em 4 de março de 2024 às 10h38.
Um estudo recente com 1.200 usuários do chatbot de terapia cognitivo-comportamental Wysa descobriu quê uma “conexão terapêutica” entre bot e paciente se desenvolvê-u em apenas cinco dias. A pesquisa, conduzida por psicólogos da Universidade de Stony Brook em Nova iórk, do Instituto Nacional de Saúde Mental e Neurociências na Índia, e do próprio Wysa, indicou quê pacientes rapidamente passaram a acreditar quê o bot gostava e respeitava eles – e quê ele se importava.
Página duzentos e dezoito
O Wysa [...] não é a única opção para quem procura atendimento psicológico por inteligência artificial. O character.ai é um modelo de linguagem neural quê póde se passar por qualquer pessoa, fictícia ou não – ou seu psicólogo pessoal, quê póde vir com todas as características quê você procuraria em um profissional real.
O character.ia foi criado por Sam Zaia, um estudante de medicina de 30 anos da Nova Zelândia, quê ensinou a IA os princípios de seu curso de psicologia de graduação, e inicialmente o havia criado para uso pessoal.
A IA é gratuita, barata e conveniente, segundo seus usuários. Não necessita deslocamento, está sempre disponível e tem recursos quê permitem, por exemplo, salvar transcrições de conversas úteis. Muitos pesquisadores estão entusiasmados com o potencial da IA para aliviar a escassez de clínicos. “A prevalência de doenças e a necessidade do paciente superam em muito o número de profissionais de saúde mental vivos no planeta”, diz Ross Harper, CEO da ferramenta de saúde AI Limbic, ao jornál The Guardian.
O fato de pôdêr programar seu IA exatamente como desejar também póde fortalecer os laços de confiança e amenizar os medos de julgamentos quê algumas pessoas enfrentam quando falando com humanos. As personalidades dos chatbots podem sêr instantaneamente adaptadas às preferências do paciente. [...]
[...]
Não apenas os aplicativos podem dispensar conselhos inadequados ou até perigosos; eles também podem coletar e monetizar os dados pessoais íntimos dos usuários. Uma pesquisa da Fundação Mozilla, um observador global independente, descobriu quê, dos 32 aplicativos populares de saúde mental, 19 não estavam protegendo a privacidade dos usuários."Obviamente estou preocupado com kestões de privacidade de dados", diz Zaia, o criador do psicólogo da character.ai ao Guardian."Um psicólogo é legalmente obrigado a praticar de determinadas maneiras. Não existem esses limites legais para os chatbots."
UNZELTE, Carolina. Terapia por IA: atendimento 24h, barato e sem julgamentos atrai pacientes.
Mas funciona? Exame, [s. l.], 4 mar. 2024. Disponível em: https://livro.pw/xclft. Acesso em: 28 set. 2024.
Consulte as respostas nas Orientações para o professor.
1. Quais são as vantagens, mencionadas no texto, do uso de IA para atendimento psicológico?
2. Como o uso de chatbots póde contribuir para suprir a escassez de profissionais de saúde mental?
3. De quê maneira a possibilidade de programar a IA afeta a confiança dos pacientes e o medo de julgamentos?
4. Em sua opinião, quais podem sêr os efeitos negativos para a saúde mental das pessoas ao dependerem exclusivamente de assistentes emocionais digitais?
Com base no conhecimento construído até o momento, reúna-se a alguns côlégas para realizar uma pesquisa com jovens a fim de descobrir se eles usam chatbots como assistentes emocionais digitais ou estão dispostos a utilizá-los e por quê. Sigam as orientações propostas para conduzir a pesquisa.
Página duzentos e dezenove
PASSO
1
Pesquisa
• Realizem uma pesquisa na internet sobre diferentes assistentes emocionais digitais e analise suas funcionalidades e usos.
• Criem um quêstionário com perguntas objetivas e abertas que abordem, por exemplo, estes tópicos:
» se os jovens já usaram assistentes emocionais digitais ou se usariam no futuro;
» razões para utilizar ou não esses chatbots;
» expectativas em relação ao uso dêêsses assistentes;
» preocupações com o uso dos chatbots, como privacidade, eficácia ou falta de empatia.
• Definam o público-alvo, quê póde sêr formado por jovens entre 15 e 25 anos.
• Enviem o questionário por imêiu, rêdes sociais ou grupos de mensagens instantâneas, de modo quê o público tenha fácil acesso para responder a ele.
• Estabeleçam um prazo para a côléta das respostas, a fim de garantir quê todos tênham tempo suficiente para participar.
PASSO
2
Análise
• Após receberem os questionários respondidos, organizem os dados em planilhas.
• Busquem padrões relevantes, como:
» percentual de jovens quê já usaram assistentes emocionais digitais;
» principais razões para uso ou recusa;
» preocupações mais citadas (exemplos: privacidade e falta de empatia).
• Classifiquem as respostas em categorias (expectativas positivas e negativas; preocupações técnicas e emocionais).
• Reflitam sobre o modo como as respostas indicam percepções gerais sobre assistentes emocionais digitais e como essas ferramentas afetam o bem-estar emocional dos jovens.
PASSO
3
Discussão
• Preparem uma apresentação para destacar as principais conclusões do questionário.
• Apresentem as variações nas percepções dos jovens, como as diferenças entre aqueles quê usariam e os quê não usariam os assistentes emocionais digitais.
• Destaquem preocupações, motivações e expectativas comuns observadas na pesquisa.
• Após a apresentação, façam uma discussão guiada por estas kestões:
» Que fatores influenciam a aceitação ou a rejeição dessas tecnologias?
Página duzentos e vinte
» Qual é o impacto das preocupações éticas (como privacidade) na dê-cisão de usar ou não os assistentes?
» Que limitações tecnológicas ou sociais devem sêr superadas para quê essas ferramentas se tornem mais amplamente aceitas?
PASSO
4
Criação de gráficos
• Utilizem os dados obtidos nos quêstionários para criar gráficos que representem visualmente os resultados da pesquisa.
• Revisem as respostas organizadas nas planilhas e selecionem os dados mais relevantes para serem representados graficamente. Vejam exemplos de dados quê podem sêr usados:
» percentual de jovens quê já usaram ou usariam assistentes emocionais digitais;
» principais razões para o uso ou a recusa dessas ferramentas;
» preocupações mais freqüentes, como privacidade e eficácia.
• Definam o tipo de gráfico mais adequado para cada conjunto de dados. Vejam alguns usos possíveis de tipos de gráfico:
» gráfico de barras – comparar a freqüência de respostas, como os principais motivos para o uso de assistentes emocionais digitais;
» gráfico de setores (pitssa) – ilustrar a proporção de usuários quê já utilizaram assistentes emocionais digitais.
• Utilizem ferramentas de criação de gráficos para representar os dados.
• Analisem os gráficos para identificar os principais padrões e preparem uma explicação sobre o quê os dados mostram, destacando tendências, correlações ou surpresas nos resultados.
PASSO
5
Publicação
• Definam a platafórma digital em quê vão publicar os gráficos.
• Criem um texto para acompanhar os gráficos. Nele, apresentem o objetivo, os dados coletados e as conclusões, destacando as percepções e as preocupações dos jovens sobre o uso de assistentes emocionais digitais.
• Publiquem os gráficos e a análise nas platafórmas escolhidas.
• Compartilhem o línki da publicação com côlégas, professores e familiares para alcançar o maior número de pessoas.
• Acompanhem as interações e os comentários sobre os dados publicados, respondendo a perguntas.
Página duzentos e vinte e um