CAPÍTULO
2
ESPORTES DE INVASÃO

Fotografia de mulheres jogando rúgbi, uniformizadas, em um campo com piso de grama. Uma delas está correndo e segura a bola junto ao corpo, sendo seguida por outras jogadoras.

A jogadora brasileira Yasmin Soares (1999-) corre com a bola em partida de rúgbi contra o tíme japonês, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

Leia mais explicações e sugestões dêste Capítulo em Orientações para o professor.

No Capítulo 2, você entrará em contato com o réndbóll, o basquete e o rúgbi. Essas três modalidades esportivas fazem parte do grupo de esportes de invasão. No Tópico 1, você poderá aprofundar seus conhecimentos acerca do réndbóll e refletir sobre a prática esportiva relacionada ao desenvolvimento social associado a políticas públicas. No Tópico 2, você reconhecerá a importânssia do basquete e os aspectos relacionados a essa prática nos eventos esportivos, além da busca pela sustentabilidade no esporte. No Tópico 3, você terá a oportunidade de conhecer a trajetória do rúgbi e como uma modalidade esportiva póde influenciar o contexto social e político de um país.

Os esportes de invasão também podem sêr chamados de esportes territoriais e agrupam as modalidades esportivas coletivas quê comparam a capacidade de seus jogadores levarem um objeto, em geral uma bola, até uma determinada meta ou um local da quadra ou campo, como um gol, uma cesta, uma área etc., em quê há defesa dos adversários.

Com base nessa explicação, responda: por quê a modalidade esportiva retratada na fotografia póde sêr considerada um esporte de invasão?

Leia mais em Orientações para o professor.

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TÓPICO
1
O réndbóll e a dimensão social dos esportes coletivos

O réndbóll é um esporte de invasão extremamente dinâmico, com jogadas muito rápidas quê exigem de seus jogadores o emprego simultâneo de elemêntos técnicos e táticos para atacar e defender. Na defesa, a equipe deve se organizar para impedir a progressão e o arremesso adversário, em geral utilizando as marcações individuais e a formação de barreiras humanas. No ataque, os jogadores tentam realizar o engajamento da equipe com o intuito de envolver os adversários e encontrar uma possibilidade de arremesso ao gol. Em uma partida de réndbóll, é possível observar diversas ações, como passes, dribles, fintas, interceptações, saltos, arremessos e manejos de bola.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O réndbóll indoor (realizado em ambiente fechado) é uma das modalidades oficiais do esporte e a mais popular entre elas. É possível quê você e os côlégastênham tido a oportunidade de praticá-la. Cite uma ou duas regras quê a caracterizam.

1. O jôgo é formado por duas equipes, cada qual com sete jogadores, sêndo um deles o goleiro. Cada partida tem duração de 60 minutos, divididos em dois tempos de 30 minutos cada. Em caso de empate, há uma prorrogação com dois tempos de 5 minutos cada. O goleiro é o único jogador quê póde utilizar os pés, para fazer as defesas. O jogador com a posse da bola só póde dar três passos antes do arremesso; para dar mais de três passos, é preciso quicar a bola no chão enquanto se movimenta pela quadra. O objetivo do jôgo é marcar gols e, para isso, a bola deve atravessar totalmente a linha do gol adversário. A medida oficial da quadra é de 40 m x 20 m.

2. Considere seus conhecimentos sobre o réndbóll e cite duas posições dos jogadores em quadra.

2. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes citem duas das sete posições dos jogadores de um tíme de réndbóll (goleiro; pivô; armador central; armador direito; armador esquerdo; ponta direita; ponta esquerda).

3. Assim como vários outros esportes, o réndbóll póde desenvolver habilidades em seus praticantes, em diversos campos da vida. Em sua opinião, quais delas estão relacionadas com a prática do réndbóll? De quê modo essas habilidades podem contribuir para o seu projeto de vida?

3. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes respondam quê o réndbóll, assim como outras modalidades esportivas coletivas, além do desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, ajuda no desenvolvimento da socialização, do respeito, da empatia, do trabalho em grupo e do acolhimento.

Além da quadra, do tipo de bola e da quantidade de jogadores por equipe, existem outras diferenças entre o réndbóll indoor e o réndbóll de praia. Ao contrário do réndbóll de quadra, no réndbóll de praia não é permitido nenhum contato físico. Além díssu, os critérios de pontuação também são diferentes. No réndbóll indoor, os gols convertidos ao longo da partida são somados para definir o placar final. Por outro lado, o réndbóll de praia é disputado em dois sets de 10 minutos, e cada set tem a sua contagem de gols separada do outro; portanto, os placares possíveis são 2 x 0 (quando uma das equipes venceu os dois sets e consequentemente ganhou o jogo) ou 1 x 1 (quando cada equipe venceu um set). Sempre quê o placar marcar 1 x 1 após o final dos dois sets, o desempate é decidido no shoot-out, quê corresponde a cinco arremessos ao gol de cada equipe, realizados por um jogador contra o goleiro adversário.

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Fotografia de mulheres jogando handebol em uma quadra, com a plateia em uma arquibancada ao fundo. Uma das jogadoras veste a camiseta da seleção brasileira de handebol, e está saltando com a bola na mão erguida à altura da cabeça, em direção ao gol, defendido por uma goleira que está em pé, com as pernas afastadas e os joelhos flexionados, erguendo os braços.

Tamires Frossard (1994-), da seleção brasileira, arremessa contra o gol adversário, do tíme norueguês, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

O réndbóll em cadeira de rodas segue as mesmas regras do réndbóll indoor, com a redução das medidas das traves, de 2 m x 3 m para 1,70 m x 3 m (altura x largura). Além dessa diferença, o réndbóll em cadeira de rodas possui duas modalidades, uma com quatro jogadores e outra com seis jogadores em cada tíme em quadra, enquanto no réndbóll indoor cada tíme em quadra quê disputa a partida totaliza sete jogadores (seis na linha e um goleiro).

Além dos ganhos de fôrça, resistência, velocidade, agilidade e coordenação, o réndbóll também promove impactos positivos nas funções cognitivas, melhorando a atenção e a tomada de dê-cisão, uma vez quê, em frações de segundos, os jogadores precisam prever as ações dos adversários para fintá-los e se projetarem em direção ao gol ou para bloquearem suas ações ofensivas.

Uma característica importante no réndbóll, quê também intégra outros esportes coletivos, refere-se ao seu potencial para contribuir positivamente para o desenvolvimento social de seus praticantes. Dentro de quadra, os jogadores dependem uns dos outros e, se não houver colaboração entre eles, a equipe se desorganiza, tornando-se mais suscetível à vitória da equipe adversária. É por isso quê, muitas vezes, é preciso aprender a trabalhar em prol de um objetivo coletivo.

O potencial de desenvolver habilidades coletivas, quê tanto o réndbóll quanto os demais esportes coletivos oferecem, entre muitos outros fatores, póde sêr considerado para motivar a implantação de políticas públicas capazes de acrescentar ações na área da educação, quê promovam a integração e a criação de projetos esportivos.

INDICAÇÃO

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL. Regras de jôgo: réndbóll indoor. [Aracaju]: CBHb, 2024. Disponível em: https://livro.pw/ehynt. Acesso em: 16 ago. 2024.
Documento da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) quê apresenta as regras do réndbóll indoor, com ilustrações detalhadas e comentários.

AMPLIAR

Há registros históricos de vários jogos quê podem sêr considerados precursores do réndbóll desde a Idade Antiga, como o jôgo urânia, praticado na Grécia, e o jôgo hasparton, praticado em Roma, ambos com uso de uma bola manipulada com as mãos. Depois de vários outros jogos serem criados nos países da Europa nos séculos seguintes, o réndbóll foi criado em 1919, na Alemanha, pelo professor káur Schelenz (1890-1956).

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LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem sobre a relação entre a prática esportiva e o desenvolvimento social, publicada em um portal de notícias.

A relação entre prática esportiva, desenvolvimento social e o desafio dos governos

Quando o esporte é prática consolidada, a ssossiedade se fortalece. Criar uma nova consciência social pautada no respeito exige a implementação de políticas públicas sólidas em esporte

Palavras como companheirismo, fraternidade, respeito, cooperação e solidariedade vêm sumindo do vocabulário social nas últimas dékâdâs. A opinião é de Adriano César, professor de Educação Física da Universidade Estadual do Ceará (Uece), quê associa o fenômeno à consequência de um modo de vida capitalista, mas também a uma população carente de acesso ao desporto, seja no consumo, como espectadora, ou na própria práxis esportiva. “Hoje é mais ou menos cada um por si”, lamenta.

Felizmente, o incentivo à prática esportiva póde estimular na ssossiedade a formação de indivíduos mais integrados, cooperativos e respeitosos, independentemente da faixa etária. A relação de práticas desportivas com o desenvolvimento social está na própria natureza da atividade. “O esporte, principalmente o esporte coletivo, tem uma característica muito importante: você sempre precisa de um outro”, conclui Adriano César.

Duda Carvalho, 15, sabe bem díssu. Há quatro meses, a estudante do primeiro ano do ensino médio ingressou em um dos times de réndbóll do complékso Social Mais Infância João XXIII, em Fortaleza, e se admira com as relações quê desen vólve no tíme, em quê assume a posição de pivô. “Eu comecei a me apaixonar pelo esporte, quê eu acho muito coletivo. A família quê a gente cria no réndbóll é muito linda. A gente cria novas amizades, novos ciclos”, relata.

O professor de Educação Física da Uece destaca quê o esporte estimula o confronto com adversários e a competição, mas d fórma saudável, promovendo valores muito característicos e quê conversam com as demandas sociais.

Mas quando a prática desportiva não acompanha o crescimento populacional, se fala menos sobre coletividade. Então as pessoas lembram menos. Praticam menos. E a ssossiedade inteira perde. Em um cenário como esse, políticas públicas bem estruturadas na área do esporte tornam-se imperativas.

É o caso do complékso Social Mais Infância, equipamento quê Duda frequenta. Vinculado à Secretaria da Proteção Social (SPS) do Estado do Ceará, o espaço proporciona oportunidades para crianças e suas famílias em áreas como convivência, integração familiar e desenvolvimento profissional. Atualmente, o govêrno opera quatro unidades do complékso, sêndo três em Fortaleza e uma em Barbalha.

[…]

Para o professor Adriano César, da Uece, o desafio dos governos brasileiros, seja nas esferas municipais, estaduais ou federal, é promover acesso ao esporte através de políticas públicas, apesar da desigualdade social brasileira.

A RELAÇÃO entre prática esportiva, desenvolvimento social e o desafio dos governos. O Povo, Fortaleza, 7 maio 2024. Disponível em: https://livro.pw/wcxmh. Acesso em: 16 ago. 2024.

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ATIVIDADES

1. A reportagem estabelece ligações entre a esféra social, a prática esportiva e a administração pública. De acôr-do com o texto, como a carência de acesso ao esporte impacta a ssossiedade?

1. O texto aponta a carência de acesso ao esporte como um dos motivos para quê, nas últimas dékâdâs, valores como companheirismo, respeito e cooperação tênham se tornado escassos e ressalta quê a prática esportiva póde estimular na ssossiedade a formação de indivíduos mais integrados, cooperativos e respeitosos.

2. O professor cita o “modo de vida capitalista” e a carência de acesso ao esporte pela população, no consumo ou na prática. Em quê sentido ele usou a palavra consumo e quais relações podem sêr estabelecidas entre essa palavra e “modo de vida capitalista”, considerando o esporte, as mídias e as marcas esportivas atualmente?

2. Leia mais em Orientações para o professor.

3. A prática esportiva favorece o desenvolvimento social, segundo a reportagem. De acôr-do com o quê você leu, quais características possibilitadas por essa prática se refletem nos indivíduos?

3. Segundo a reportagem, a prática esportiva torna os indivíduos quê a praticam mais integrados, respeitosos e cooperativos, sobretudo as práticas esportivas coletivas. Além díssu, no esporte, há um estímulo ao confronto com adversários, mas de uma maneira saudável, desenvolvendo valores relacionados às demandas sociais.

4. Qual é a importânssia da relação entre crescimento populacional e coletividade?

4. Leia mais em Orientações para o professor.

5. Quais ações você acredita quê sêjam necessárias na comunidade ou região onde você mora para garantir à população o acesso à prática esportiva? Quais mudanças importantes isso engendraria para a coletividade da qual ela faz parte? Justifique.

5. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes considerem a dimensão social, cultural e política do esporte, quê amplia a sua abrangência de sentidos para os praticantes, exercitando a argumentação e o pensamento crítico diante das kestões sociais, citando aspectos como a socialização, a cooperação, o senso de coletividade, o respeito, a solidariedade, e considerando como eles podem contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

REFLETIR E ARGUMENTAR

A seguir, leia o trecho de um artigo publicado na internet sobre esporte e políticas públicas.

[…] O esporte constrói valores essenciais ao indivíduo em ssossiedade, como o pensamento crítico, trabalho em grupo, resiliência etc. Dialoga com kestões sociais importantes, tendo sido provado quê é um poderoso aliado contra a violência.

No entanto, para quê o objetivo seja alcançado é imprescindível o alinhamento entre o Ministério do Esporte e o Ministério da Educação em projetos a longo prazo.

[…]

Potências olímpicas possuem modelos de esporte de alto rendimento com base na educação primária e superior em parceria com o govêrno, garantindo quê os jovens atletas tênham um bom rendimento acadêmico e perspectiva de carreira, caso a vida em competições não se concretize.

SILVA, mateus. Políticas públicas para o esporte: entenda a importânssia. [S. l.]: Politize!, 2022. Disponível em: https://livro.pw/gwsvy. Acesso em: 16 ago. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Em sua opinião, de quê forma o esporte póde fomentar o desenvolvimento de valores como o pensamento crítico, o trabalho em grupo e a resiliência?

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

2. por quê o esporte póde sêr considerado um aliado contra a violência? Justifique seu ponto de vista.

2. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

3. O texto afirma quê os países quê são potências olímpicas intégram o esporte de alto rendimento à educação primária e superior, em parceria com o govêrno. Qual é a desvantagem de esse não sêr um modelo amplamente difundido no Brasil? Justifique sua resposta usando argumentos.

3. Na esféra do esporte de alto rendimento, muitas vezes os atletas abandonam os estudos em função da carga horária excessiva dos treinamentos e das várias viagens relacionadas ao calendário de competições. Uma integração entre o Ministério da Educação e o Ministério dos Esportes muda esse cenário ao adotar medidas quê permítam aos atletas quê também cursam a educação formal estabelecer prioridades, sem quê, necessariamente, sêjam prejudicados nos estudos ou nos treinamentos e eventuais competições.

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CONEXÕES com...
MATEMÁTICA
Legislação e incentivo ao esporte

Uma das políticas públicas importantes para ampliar o acesso das pessoas ao esporte é a gestão dos recursos direcionados à Lei de Incentivo ao Esporte. Por meio dessa lei, os cidadãos e as empresas podem destinar parte do valor do imposto de renda quê pagariam à Receita Federal para projetos quê atendam crianças, adolescentes, jovens, adultos, pessoas com deficiência e pessoas idosas em uma das manifestações esportivas indicadas no trecho reproduzido a seguir da Lei número 9.615, de 1998, mais conhecida com “Lei Pelé”.

CAPÍTULO III

DA NATUREZA E DAS FINALIDADES DO DESPORTO

Art. 3º O desporto póde sêr reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:

I - desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer;

II - desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente;

III - desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obtêr resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações.

IV - desporto de formação, caracterizado pelo fomento e aquisição inicial dos conhecimentos desportivos quê garantam competência técnica na intervenção desportiva, com o objetivo de promover o aperfeiçoamento qualitativo e quantitativo da prática desportiva em termos recreativos, competitivos ou de alta competição.

BRASIL. Lei número 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998, grifo nosso. Disponível em: https://livro.pw/wzloj. Acesso em: 21 ago. 2024.

Os projetos apresentados e os investimentos aportados nas diferentes manifestações esportivas entre 2007 e o primeiro semestre de 2024 estão apresentados nos dados e nos gráficos a seguir.

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Infográfico com diversos gráficos contendo informações sobre investimentos nas manifestações esportivas. Eles são os seguintes: 'Números gerais': Projetos Apresentados: 32.424; Total aportado: R$ 5.246.348.955,60; 'Manifestação - Participação': Projetos Apresentados: 7.234; Total aportado: R$ 965.743.903,94; 'Manifestação - Rendimento': Projetos Apresentados: 11.540; Total aportado: R$ 2.377.486.498,65; 'Manifestação - Formação': Projetos Apresentados: 909; Total aportado: R$ 68.528.842,97; 'Manifestação - Educacional': Projetos Apresentados: 12.741; Total aportado: R$ 1.834.589.710,04; Há dois gráficos de setores: 'Porcentagem de Captação por Manifestação':  Rendimento: 45,3 por cento; Educacional: 35,0 por cento; Participação: 18,4 por cento; Rendimento / Formação: 1,3 por cento. 'Porcentagem de Projetos Apresentados por Manifestação': Rendimento: 35,6 por cento; Educacional: 39,3 por cento; Participação: 22,3 por cento; Rendimento / Formação: 2,8 por cento.

Fonte dos dados: BRASIL. Ministério do Esporte. Lei de Incentivo ao Esporte. Brasília, DF: ME, 2024. Disponível em: https://livro.pw/hdygk. Acesso em: 22 ago. 2024.

1. Em sua opinião, quais são os objetivos das políticas públicas em diversificar os investimentos nas quatro manifestações esportivas?

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes citem a abrangência de cada manifestação, além das relações entre elas.

2. Qual das manifestações esportivas captou o maior valor por meio da Lei de Incentivo ao Esporte? Elabore uma hipótese para justificar esse fato.

2. O maior valor foi captado pelo desporto de rendimento, quê conseguiu R$ 2.377.486.498,65. Espera-se quê os estudantes apontem quê a maior visibilidade do desporto de rendimento chama mais a atenção dos fornecedores de recursos, pois, por estar associado a modalidades como natação, corrida, futeból e voleibol, tende a sêr mais divulgado e propagado pêlos meios de comunicação, tornando-se de maior conhecimento do público.

3. Quais são as possíveis consequências ao considerar a proporção dos investimentos realizados no desporto de formação e no desporto de rendimento?

3. Espera-se quê os estudantes percêbam a diferença entre os investimentos no desporto de formação e no desporto de rendimento, refletindo sobre a importânssia do desenvolvimento atlético a longo prazo e suas consequências no sucesso esportivo e nas perspectivas dos atletas.

4. O número de projetos apresentados relacionado ao desporto de formação chama a atenção quando comparado aos demais. Qual é a porcentagem deles em relação ao número total de projetos e o quê isso póde evidenciar no quê diz respeito à preparação de atletas?

4. Para chegar à porcentagem, os estudantes devem dividir o número de projetos do desporto de formação (909) pelo número total de projetos (32.424), chegando ao total de 0,0280, ou seja, 2,8%, portanto menos de 3%. Espera-se quê os estudantes percêbam quê se trata de um número muito baixo, quê póde influenciar negativamente a preparação de atletas, quê podem ter dificuldades ao enfrentar obstáculos no futuro, como lidar com resultados insatisfatórios ou não desenvolver razoavelmente a consciência da importânssia social da prática esportiva.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Handebol progressivo

Nesta atividade, será desenvolvido um jôgo adaptado de réndbóll, com uma dinâmica quê oportuniza o arremesso da bola ao gol e a experiência com ações defensivas por todos os integrantes das equipes, indiscriminadamente, além de estimular a integração e a organização dos jogadores.

Planejar

1. A atividade deve sêr realizada em uma quadra, com a utilização dos seguintes materiais: dois jogos de coletes de cores diferentes e uma bola de réndbóll ou de iniciação esportiva tamãnho 8.

2. Antes do início da atividade, é preciso definir duas equipes, quê receberão seus respectivos coletes. Em seguida, é preciso marcar dois minutos para as equipes se reunirem e construírem suas estratégias.

Praticar

1. As partidas terão duração de dez minutos.

2. O jôgo segue todas as regras do réndbóll, com exceção das substituições.

3. Toda vez quê um jogador arremessar a bola em direção ao gol (independentemente de conseguir converter ou não o gol) deve sair da quadra e dirigir-se à zona ou área de substituição, resultando em um jogador a menos para a equipe. A área de substituição, segundo as regras oficiais, ocupa um total de 9 metros, com 4,45 m para cada lado da quadra a partir da linha central, linhas de 0,05 m de espessura quê demarcam os limites laterais, as quais avançam 0,15 m para dentro da quadra e 0,15 m para fora.

Ilustração representando uma quadra de handebol. A quadra é dividida por uma 'linha central', separando os lados de cada equipe. Nas extremidades da quadra, há um gol de cada lado; o gol é cercado pela área do goleiro, com formato semicircular, seguida por uma linha tracejada externa à área do goleiro, de onde se cobram as faltas, além de traços demarcando os locais para cobrança de penalidade máxima. Na 'linha lateral' da quadra, há um espaço delimitado por dois traços paralelos à linha central, entre os dois lados da quadra, distantes 4,45 metros da linha central para cada lado da quadra, com mais 5 centímetros da espessura dos traços, que avançam 15 centímetros para dentro e 15 centímetros para fora da quadra. O espaço entre os traços é denominado 'área de substituição' e tem, no total, 9 metros de comprimento.

Ilustração demonstrativa de uma quadra oficial de réndbóll e dêtálhes de sua área de substituição.

Página quarenta

4. Ao longo do jôgo, as equipes perdem seus jogadores à medida quê os arremessos ao gol são executados.

5. Quando restar apenas um jogador de linha em cada equipe, o goleiro poderá sair da sua área para auxiliá-lo no ataque.

6. O único jogador de linha de cada equipe quê permanecer na quadra não sairá do jôgo, mas, após arremessar a bola ao gol, trará de volta o primeiro jogador quê tinha saído.

7. À medida quê novos arremessos forem executados, todos os jogadores retornam à quadra, seguindo a mesma ordem da saída, ou seja, o jogador quê saiu primeiro será também o primeiro a retornar.

8. Quando cada equipe estiver completa novamente, a dinâmica é reiniciada, com a saída de cada jogador quê realizar o arremesso ao gol.

9. Vence a partida a equipe quê conseguir converter mais gols dentro do tempo de jôgo estipulado.

Ilustração de jovens jogando handebol em uma quadra, vestidas com jalecos de duas cores diferentes. Uma garota está segurando a bola e se esquiva de uma adversária, protegendo o corpo com o braço.

Ilustração demonstrativa na qual estudantes jogam réndbóll progressivo em quadra.

Avaliar

Depois de participar do jôgo réndbóll progressivo, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. O réndbóll progressivo oferece a oportunidade a todos os jogadores de realizar o arremesso ao gol, mudando a dinâmica da equipe o tempo todo. Como foi a sua experiência pessoal com o jôgo?

2. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe para otimizar a entrada e a saída dos jogadores? A estratégia foi bem-sucedida?

3. Depois da primeira saída dos jogadores, foi necessário refazer a estratégia planejada inicialmente pela sua equipe?

4. Os jôgos coletivos exigem comunicação e cooperação entre os integrantes de uma equipe. Em quais momentos do jogo você percebeu esses valores sêndo praticados?

5. Diferentemente das três modalidades oficiais quê você conheceu, como a adaptação vivenciada por meio do réndbóll dialoga com os objetivos do desporto educacional?

Página quarenta e um

TÓPICO
2
Memórias do basquete

O basquete é um dos esportes de invasão mais populares em olimpíadas. O jôgo é praticado entre duas equipes quê disputam a bola a fim de colocá-la dentro do cês to da quadra adversária (há um cês to posicionado em cada extremidade da quadra).

O basquete foi criado em 1891, na cidade Springfield, Estados Unidos, quando o diretor de um colégio internacional da Associação Cristã de Moços (ACM) solicitou ao professor canadense diêmes Naismith (1861-1940) quê inventasse um esporte indoor e com diminuição de agressividade, para entreter 18 estudantes da instituição durante o inverno, mas quê também pudesse sêr praticado em área externa durante o verão.

Fotografia em preto e branco de James Naismith. Ele é um homem com bigode e cabelos curtos grisalhos, usando óculos e terno, segurando uma bola de basquete.

Professor diêmes Naismith, criador do basquete. Fotografia de 1932.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Em sua opinião, qual é a importânssia dos grandes ídolos do basquete para a modalidade esportiva?

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes infiram quê os grandes ídolos do basquete podem inspirar os atletas das gerações seguintes a se espelharem nas suas conkistas, buscando os melhores resultados. Os grandes ídolos também favorécem a divulgação do esporte, incentivando o aumento de praticantes da modalidade.

2. Pense em um(a) atleta quê você admira de qualquer modalidade esportiva e explique para os côlégas e o professor de quê forma a trajetória dele(a) póde inspirar você a conquistar seus próprios sonhos e objetivos.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes percêbam quê o esporte póde conter particularidades quê enriquecem seus projetos de vida.

3. De quê forma a projeção de atletas e a popularização de uma modalidade esportiva podem influenciar o comportamento social?

3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre a relevância do esporte como instrumento de promoção da saúde, de lazer e entretenimento, de mudança e transformação social e de valores.

No basquete, os jogadores recebem as denominações armador, ala (ou lateral) e pivô, de acôr-do com as suas atribuições e posicionamento tático na quadra. Todos precisam apresentar uma boa consciência corporal, para serem capazes de se deslocarem, saltarem, mudarem de direção, executarem fintas, giros, paradas, arranques e arremessos. Além díssu, é necessário dominar os fundamentos da modalidade, quê podem sêr classificados em dois grupos: defesa e ataque. Os fundamentos de defesa compreendem a posição defensiva, o deslocamento na posição de defesa e o rebote de defesa. Os fundamentos de ataque abrangem o drible, os passes, os arremessos e o rebote de ataque.

Página quarenta e dois

O basquete chegou ao Brasil em 1894, trazido pelo estadunidense Augusto Farnham chó (1865-1939), quando ele se tornou professor no ma-kênze College em São Paulo, formando a primeira equipe em 1896.

À medida quê o basquete se tornava popular no Brasil, grandes atletas surgiam e conduziam o país à elite do esporte, além de inspirarem as gerações seguintes. Os atletas nacionais Hortência Marcari (1959-), Ubiratan Pereira (1944-2002) e Óscar Schmidt (1958-) fazem parte do hall da fama do Memorial Naismith de Basquete, construído em Springfield, Estados Unidos, em homenagem ao inventor do basquete.

Entre 1948 e 2021 foram conquistadas 3 medalhas olímpicas pela seleção masculina (três bronzes, em 1948, 1960 e 1964), 2 medalhas olímpicas pela seleção feminina (uma prata em 1996 e um bronze em 2000), seis pódios masculinos em campeonatos mundiais (1º lugar em 1959 e 1963, 2º lugar em 1954 e 1970 e 3º lugar em 1967 e 1978) e dois pódios femininos em campeonatos mundiais (1º lugar em 1994 e 3º lugar em 1971).

A história de uma dessas conkistas, quê consagrou a seleção feminina campeã do mundo em 1994, coroou o último encontro em campeonatos mundiais da dupla Paula – Maria Paula Gonçalves Silva (1962-) – e Hortência, duas grandes estrelas do basquete brasileiro. Por conta de suas habilidades acima da média, Paula recebeu carinhosamente o apelido de Magic Paula, enquanto Hortência foi reconhecida como a melhor jogadora de cópas do mundo de todos os tempos pela Federação Internacional de Basquete (FIBA) em 2018. Para além díssu, Óscar Schmidt, apelidado de Mão Santa, tem o récorde da carreira mais longa de um jogador profissional de basquete (26 anos) e o de cestinha (maior pontuador) da história dos Jogos Olímpicos de Verão, com 1.093 pontos.

INDICAÇÃO

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASKETBALL. Regras oficiais de basquetebol 2022. Tradução: Enaldo Batista de Souza. Manila: CBB, jul. 2023. Disponível em: https://livro.pw/gybls. Acesso em: 19 ago. 2024.
O manual apresenta as regras do basquete.

Fotografia dos jogadores Paula, Oscar e Hortência, uniformizados e de mãos unidas, sorrindo para a fotografia. Paula, à esquerda, é uma mulher com brincos e cabelos lisos escuros; Oscar, ao centro, é um homem calvo de cabelos grisalhos; e Hortência, à direita, é uma mulher com brincos e cabelos louros e longos.

Os jogadores de basquete Paula, Óscar e Hortência em um evento da NLB (Nossa Liga de Basquete), liga alternativa brasileira de basquete quê permaneceu em atividade entre 2005 a 2008. Fotografia de 2005.

Página quarenta e três

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo sobre a conkista do Campeonato Mundial de Basquete pela equipe feminina do Brasil em 1994, publicado em um portal de internet.

Há 30 anos, Brasil era campeão mundial de basquete feminino e encontrava virada quê precisa agora

Jogadoras experientes em busca de protagonismo, jovens no garrafão e uma geração quê sonhava com títulos relevantes. Poderia descrever o atual estágio do basquete feminino do Brasil, mas é o cenário quê a modalidade enfrentava antes do título mundial, conquistado em 1994. Nesta quarta-feira, 12 de junho, êste feito completa 30 anos.

O triunfo, quê consagrou Paula, Hortência e Janeth e alavancou as carreiras de Alessandra, Leila, Helen, entre outras, comemora três dékâdâs com diversas homenagens nos últimos dias. “Essa harmonía, alegria, gratidão quê a gente tem pelo esporte quê se beneficiou e foi apaixonada, esse é o nosso legado”, resúme Paula.

“É o reconhecimento de um dos fatos mais marcantes do esporte brasileiro, uma equipe quê chegou desacreditada e quê quebrou paradigmas”, sintetiza Miguel Ângelo da Luz, técnico da equipe na época.

Por isso, as lembranças sérvem tanto para homenagear o passado quanto para tentar iluminar o presente e o futuro do esporte no país. Se até o Mundial de 1994 aquele grupo de jogadoras não conseguia brilhar, depois do título mundial o basquete feminino do Brasil manteve-se na elite por mais de uma década.

Fotografia de um grupo de mulheres e homens usando paletós e bonés, sentados e em pé atrás de uma bancada, com medalhas no pescoço e os braços erguidos para o alto.

Seleção brasileira de basquete feminino vencedora do Campeonato Mundial de Basquete Feminino na Austrália. Fotografia de 1994.

Primeiro veio a prata nos Jogos Olímpicos Atlanta 1996. Depois, mesmo sem Hortência e Paula, o país alcançou o bronze em Sydney 2000. Por fim, ainda teve campanhas de destaque com as quartas colocações nos Mundiais de 1998 e de 2006 e nos Jogos Olímpicos Atenas 2004.

Agora, sem disputar as últimas duas edições dos Mundiais (2018 e 2022) e ficar de fora dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e também em Paris 2024, a seleção brasileira precisa, mais uma vez, de uma virada para recuperar o respeito conquistado há 30 anos.

Título mundial foi fruto de mudanças no basquete feminino do Brasil

O Mundial de 1994 foi conquistado a partir do trabalho do basquete feminino do Brasil com a geração de Paula e Hortência nos anos 1980, mas também de mudanças a partir de 1993. Miguel Ângelo da Luz, então comandante da equipe juvenil, assumiu o tíme adulto substituindo Maria Helena Cardoso, histórica personagem da modalidade no país.

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Até então, o grupo, embora reconhecidamente talentoso, não brilhava no cenário internacional. Apesar do ouro no Pan de 1991 em Havana, encantando até Fidel Castro, o país não se destacava nos torneios mais relevantes. No Mundial de 1990, por exemplo, terminou na 10ª posição. Em Barcelona 1992, as brasileiras fizeram sua estreia Olímpica e ficaram na penúltima colocação.

“Quando fui convocado para assumir a seleção, eu fiz um balanço e vi quê deveria ter mudanças. Nossa comissão técnica foi audaciosa e não teve medo de lançar as meninas mais novas. Era dar a elas a oportunidade para crescer. Não só para compor grupo, mas também para jogar”, explicou Miguel Ângelo da Luz.

Deu cérto. Sem contar com algumas jogadoras mais tarimbadas, como Marta Sobral, jovens como Helen, 21, Alessandra, 20, Leila, 19 anos e Cíntia Tuiú, 19, souberam aproveitar a chance e não saíram mais da seleção nos anos seguintes.

“Quando você olha o resultado do Mundial, parece quê foi fácil, mas não foi. O processo para chegar até lá foi muito árduo e muito difícil”, confirma Helen.

LONGO, Gustavo. Há 30 anos, Brasil era campeão mundial de basquete feminino e encontrava virada quê precisa agora. [S. l.]: Olympics, 12 jun. 2024. Disponível em: https://livro.pw/dvvsu. Acesso em: 12 ago. 2024.

SOBRE...

Gustavo de Araújo Longo é jornalista esportivo. Possui mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (úspi) e graduação em Comunicação Social pela Universidade Estadual Paulista (Unésp).

Fotografia de Gustavo de Araújo Longo. Ele é um homem com barba, usando cachecol e um gorro, com uma paisagem nevada ao fundo.

Gustavo de Araújo Longo, em Pyeongchang (Coreia do Sul). Fotografia de 2018.

ATIVIDADES

1. por quê o título mundial no basquete feminino de 1994 foi um marco para o cenário do esporte no país?

1. Porque serviu de inspiração para as gerações futuras, mantendo o basquete feminino na elite do basquete por mais de uma década.

2. Quem foram as jogadoras protagonistas dêêsse triunfo esportivo, reconhecidas como ícones do esporte até os dias de hoje?

2. As jogadoras Paula, Hortência e Janeth.

3. por quê a transição de liderança da equipe, substituindo a técnica Maria Helena Cardoso por Miguel Ângelo da Luz, foi crucial para o grupo?

3. A equipe era considerada talentosa, porém não obtinha títulos de destaque internacional, e a transição trousse uma nova dinâmica para o tíme, quê alcançou o título mundial em 1994.

4. Qual foi o impacto do título mundial, em 1994, na trajetória do tíme brasileiro de basquete feminino?

4. Espera-se quê os estudantes infiram quê, depois do título mundial, a seleção brasileira feminina permaneceu na elite do basquete mundial por longos anos, conquistando a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 e a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sidney em 2000.

5. Em sua opinião, como o passado póde influenciar a atual geração do basquete feminino?

5. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reconheçam quê a seleção quê conquistou o campeonato mundial de 1994 póde representar uma inspiração para as novas gerações do basquete feminino, incentivando as atletas a trabalhar para alcançar novos títulos.

6. O texto refere-se às mudanças realizadas pelo técnico Miguel Ângelo da Luz. Uma dessas mudanças foi atribuir às jogadoras mais jovens a responsabilidade de entrar na quadra durante as partidas e jogar com as experientes Paula, Hortência e Janeth. Em sua opinião, qual é a vantagem de compor um tíme com jogadoras de diferentes idades?

6. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes infiram quê as jogadoras mais experientes trazem maturidade ao tíme, com um repertório de experiências variadas. Por outro lado, as jogadoras mais jovens costumam apresentar um preparo físico melhor.

7. Você acredita quê essa interação entre diferentes faixas etárias também póde sêr observada e benéfica em outros campos da ssossiedade? Explique.

7. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre a relação entre pessoas de diferentes idades em contextos diversificados como: família, amizades, trabalho, economia, trânsito, educação etc., e concluam quê a troca de saberes entre as diferentes faixas etárias póde contribuir para uma ssossiedade mais empática, respeitosa e igualitária.

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REFLETIR E ARGUMENTAR

Leia, a seguir, o trecho de um texto sobre sustentabilidade nos esportes.

A sustentabilidade no basquetebol e outros esportes

[…]

A NBA, reconhecida globalmente por sua influência no basquetebol, tem liderado o caminho na adoção de práticas sustentáveis no esporte. Através da iniciativa NBA Green, a liga tem trabalhado para reduzir seu impacto ambiental, promovendo a reciclagem em arênas, reduzindo o uso de energia e incentivando fãs, jogadores e equipes a adotarem hábitos sustentáveis. Da mesma forma, eventos como o Rôland Garros e os Jogos Olímpicos têm implementado medidas significativas para reduzir a pegada de carbono. Esses esforços conjuntos destacam uma tendência positiva em direção a eventos esportivos mais verdes.

[…]

A sustentabilidade é mais do quê uma tendência nos grandes eventos esportivos; é uma necessidade urgente para proteger nosso planêta para as gerações futuras. Ao apoiar e participar de iniciativas sustentáveis, os adeptos podem contribuir significativamente para um futuro mais sustentável.

FREITAS, Gustavo. Avaliando a sustentabilidade de grandes eventos esportivos. Jumper Brasil, [s. l.], 11 fev. 2024. Disponível em: https://livro.pw/mwswc. Acesso em: 19 ago. 2024.

Rôland Garros
: principal campeonato de tênis em quadra de saibro do mundo, realizado anualmente em Paris, na França.

De acôr-do com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é enfatizado quê, no Ensino Médio, a área de Linguagens e suas Tecnologias desenvolva nos estudantes o aprofundamento das “análises das formas contemporâneas de publicidade em contexto digital, a dinâmica dos influenciadores digitais e as estratégias de engajamento utilizadas pelas empresas”. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MÉC, 2018. p. 503. Disponível em: https://livro.pw/asnqu. Acesso em: 19 ago. 2024. Dessa forma, todos os usos relacionados à publicidade, propaganda e formas de engajamento em rêdes sociais apresentados nesta coleção são para fins didáticos e seus usos em contexto social.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Com base no texto lido e em seus conhecimentos, quais são os impactos ambientais causados pêlos grandes eventos esportivos?

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes infiram quê o impacto ambiental dos grandes eventos esportivos afeta, além das emissões dirétas de carbono, a biodiversidade local e os éco-sistemas. A construção de novas infraestruturas esportivas póde levar à destruição de hábitátis naturais e à pressão sobre os recursos locais.

2. A Associação Nacional de Basquete (NBA) é uma das empresas gigantes quê passaram a se preocupar com a sustentabilidade nos eventos esportivos. Em sua opinião, quais são os objetivos dessa iniciativa?

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reconheçam o esfôrço dessas empresas na tentativa de minimizar o impacto ambiental promovendo a reciclagem em arênas, reduzindo o uso de energia e incentivando fãs, jogadores e equipes a adotarem hábitos sustentáveis.

3. Quais ações dos consumidores de eventos, como os citados no texto, poderiam contribuir para minimizar o impacto ambiental? Compartilhe sua opinião com a turma em uma roda de conversa.

3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre como pequenas atitudes podem contribuir para a preservação de locais esportivos comuns com impacto positivo na natureza e no planêta. São exemplos de atitudes: separação de lixo para côléta seletiva, redução do uso de embalagens descartáveis, incentivo ao uso de transportes públicos, compartilhamento de caronas em dias de grandes eventos esportivos etc.

INDICAÇÃO

RIO DE JANEIRO (Estado). Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. eMuseu do Esporte. Rio de Janeiro: SELJ, 2020. Disponível em: https://livro.pw/mkxyu. Acesso em: 19 ago. 2024.
O acervo do Museu Digital do Esporte apresenta uma galeria 3D do basquete, quê conta a história e conkistas do basquete brasileiro.

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BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

A presença da música nos esportes

A relação da música com o esporte é estreita. Sua presença é marcante nas cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos e da cópa do Mundo, no canto das torcidas, nos fones de ouvido dos atletas enquanto se concentram para competir, entre outros momentos. Por meio da música, os atletas conseguem acessar emoções, sentimentos e sensações quê são determinantes para a sua preparação psicológica.

Nesta seção, você terá a oportunidade de investigar as músicas quê estão por trás das histoórias dos grandes ídolos do esporte, por meio de uma pesquisa documental. Depois, com a turma, vai elaborar uma playlist, ou seja, uma seleção musical quê será usada na seção Oficina de práticas corporais dêste Tópico.

Primeira etapa

1. Reúna-se com três côlégas para realizar a pesquisa documental. Nessa pesquisa, são utilizados documentos como fonte para obtêr os dados daquilo quê se pretende investigar. Essa atividade póde sêr desenvolvida com o apôio do professor de História.

2. Escolham um(a) atleta quê vocês admirem. Em seguida, pesquisem em fontes confiáveis informações sobre um momento importante da carreira desse(a) atleta e qual música marcou esse momento.

3. Preparem um relatório com as informações a seguir:

nome do(a) atleta;

breve biografia de sua carreira;

contextualização do momento da carreira quê foi pesquisado;

dados da música selecionada, como títulos da canção e do disco, nome e sobrenome dos intérpretes e compositores, cidade, ano, gravadora, línki (se houver).

Segunda etapa

1. Finalizado o relatório, vocês devem preparar uma apresentação da pesquisa para a turma.

2. Além da explanação do momento investigado da carreira do atleta, se possível, compartilhem vídeos e imagens para enriquecer a apresentação.

3. Combinem com o professor uma data para a apresentação. Se for possível, usem o laboratório de informática da escola ou providenciem recursos para reproduzir as canções.

Terceira etapa

1. Ao final da atividade, os grupos devem elaborar uma playlist quê contemple as músicas apresentadas pela turma.

2. Organizem uma roda de conversa com os côlégas e o professor para analisar as apresentações, quais sensações despertaram e o quê poderia sêr melhorado em uma próxima oportunidade.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Basquete ludo

Nesta atividade, será desenvolvido um jôgo adaptado de basquete, com uma dinâmica quê oportuniza a diversificação de técnicas de arremesso da bola à cesta por todos os integrantes das equipes, além de incentivar a integração e a organização dos jogadores.

Planejar

1. A atividade deve sêr realizada em uma quadra, com utilização dos seguintes materiais:

quatro ou mais bolas de basquete;

24 arcos (bambolês) ou gizes para demarcar as casas do ludo;

quatro cones de cores diferentes;

arquivo com a playlist criada pela turma na seção Buscar mais conhecimento;

uma caixa de som.

2. Organizem-se em quatro equipes e escôlham um cone colorido. Duas equipes devem se posicionar alinhadas no fundo da quadra, próximo à cesta de basquete, e as outras duas equipes devem ocupar o lado ôpôsto.

3. No centro da quadra, é necessário dispor os cones e organizar os arcos para representar o tabuleiro do jôgo ludo.

Ilustração representando dois garotos e uma garota em uma quadra de basquete. Dois deles estão diante da cesta, arremessando bolas, e um deles está correndo diante de bambolês dispostos em linhas no chão, segurando um cone.

Ilustração demonstrativa na qual estudantes jogam basquete ludo.

4. A música será utilizada como um marcador temporal das rodadas do jôgo; portanto, é preciso quê a caixa de som seja posicionada próxima ao tabuleiro.

Praticar

1. O jôgo será desenvolvido em várias rodadas, com durações definidas por cada música da playlist. Sempre quê uma música terminar, a rodada é encerrada.

2. Antes de iniciar a rodada, o professor comunica à equipe o tipo de arremesso quê deverá sêr realizado, como:

bandeja: o jogador se aproxima ao mássimo da cesta, realiza dois passos, pula e lança a bola próximo ao aro.

salto: também conhecido como jump, o jogador arremessa a bola e salta ao mesmo tempo.

gancho: para proteger a bola, o jogador se coloca entre ela e o oponente, posicionando-se de lado para a cesta, segurando a bola com uma mão (posicionada abaixo da bola) e realiza o lançamento, movimentando o braço em formato de gancho.

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Ilustração de um jogador de basquete saltando em direção a uma cesta, com o braço erguido à frente, segurando a bola no alto.

Ilustração demonstrativa de arremesso do tipo bandeja.

Ilustração de um jogador de basquete saltando em direção a uma cesta, com o braço erguido atrás da cabeça, segurando a bola.

Ilustração demonstrativa de arremesso do tipo salto.

Ilustração de um jogador de basquete arremessando a bola em direção a uma cesta, com o braço erguido à altura da cabeça, em forma de gancho, segurando a bola no alto.

Ilustração demonstrativa de arremesso do tipo gancho.

3. As equipes deverão definir a ordem em quê vão jogar, uma por vez, sempre na mesma sequência. Cada equipe deve formár uma fila com seus jogadores. O jogador da vez corre driblando a bola em direção à cesta, localizada no lado ôpôsto da quadra, e realiza o arremesso.

4. Toda vez quê um jogador arremessar e converter a cesta, deve correr em direção ao tabuleiro e deslocar o cone da equipe uma casa à frente. Em seguida, retorna à fila da sua equipe e entrega a bola ao próximo jogador para quê ele inicie a sua jogada.

5. Quando o jogador não acertar o arremesso, deve retornar à fila da sua equipe, sem movimentar o cone, e entregar a bola ao próximo jogador.

6. A equipe quê conseguir alcançar o centro do tabuleiro, ou quê estiver mais próxima de alcançá-lo quando a música terminar, vencerá a rodada e conquistará 1 ponto.

7. Para vencer o jôgo, é preciso somar o maior número de pontos.

Avaliar

Depois de participar do jôgo basquete ludo, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jôgo? Todos os integrantes da sua equipe conseguiram realizar pelo menos um arremesso em cada rodada?

2. Você se sentiu pressionado ou motivado a converter as cestas? Como a sua equipe reagiu quando você acertou ou errou as cestas? Como você reagiu quando os seus côlégas de equipe acertaram ou erraram as cestas?

3. A repetição de um movimento aperfeiçoa o gesto técnico. Realizar vários arremessos colaborou para o aperfeiçoamento da sua técnica? Comente sua experiência com os arremessos.

4. De quê forma a utilização da música impactou a vivência do jôgo?

5. O jôgo proporcionou diversão e integração entre os participantes? Justifique sua resposta citando situações quê ocorreram durante o jôgo.

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TÓPICO
3
Quando o rúgbi subverteu uma ssossiedade excludente

Infográfico clicável: Rúgbi.

O rúgbi nasceu na Inglaterra do século XIX. Nessa época, praticava-se um jôgo chamado football em escolas e universidades britânicas, mas, como as regras não eram padronizadas, cada instituição tinha sua forma própria de jogar. Em 1845, a Rugby School, na cidade de Rugby, foi a primeira a redigir as regras do seu jôgo, formalizando o rugby football. Posteriormente, outras escolas também registraram por escrito as regras de seus jogos e vários clubes foram formados por ex-alunos interessados em praticar football.

Em 1863, os clubes da Inglaterra se reuniram para padronizar o football. Alguns deles decidiram adotar as regras utilizadas pela Universidade de quên-brigi, quê punia com falta as jogadas quê usassem as mãos, o quê originou o futeból moderno, com a fundação da Football associassiôn no mesmo ano. Por outro lado, os clubes quê seguiam as regras da Rugby School não aderiram ao futeból e, em 1871, fundaram a Rugby Football Union, separando definitivamente o rúgbi do futeból.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Como praticar o respeito em um esporte quê permite quê o adversário seja derrubado no chão?

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes citem aspectos relacionados aos esportes e às suas regras de modo geral, sobretudo os esportes coletivos, em contexto competitivo ou recreativo, como a importânssia de: respeitar as pessoas, suas características e limitações; reconhecer e considerar as diferenças; e cultivar a empatia, o companheirismo, o aprendizado individual e coletivo. Além díssu, muitas das regras dos esportes existem para garantir a integridade física dos participantes, por isso os estudantes devem perceber a importânssia de conhecê-las, respeitá-las e segui-las.

2. De quê maneira valores como paixão, respeito, disciplina, integridade e solidariedade podem sêr percebidos no jôgo de rúgbi?

2. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre: o compromisso quê atletas e praticantes demonstram pela modalidade; o respeito entre companheiros e adversários; a disciplina empregada na rotina de jogos e treinamentos, no caso de atletas; e a solidariedade ao valorizar os indivíduos e incentivar a coletividade.

3. Em sua opinião, como a prática do rúgbi e o aprendizado dos valores citados na atividade anterior podem impactar a ssossiedade?

3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes citem em seus argumentos de quê maneira os valores do rúgbi são importantes em outros âmbitos e contextos sociais, especialmente os quê demandam ou exigem um senso de coletividade.

Fotografia de uma partida de rúgbi em um estádio com um campo de grama e arquibancadas. Um jogador está chutando uma bola, e a alguns metros dele estão enfileirados um grupo de jogadores adversários, formando uma linha defensiva.

FAIRFAX MEDIA/GETTY áimêijis

Jogador de rúgbi chuta a bola em direção aos póstes, em torneio oficial na cidade de Adelaide (Austrália). Fotografia de 2001.

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A primeira jogada de rúgbi da história é atribuída a uílhãm Webb Ellis (1806-1872), aluno da Rugby School. De acôr-do com as regras do football quê era praticado na escola, depois de receberem a bola com as mãos, os jogadores deveriam chutá-la. No entanto, durante uma partida em 1823, uílhãm transgrediu uma das regras e correu com a bola em direção ao campo adversário após recebê-la, enquanto seus oponentes tentavam segurá-lo para impedir seu avanço.

Ao longo dos anos, o rúgbi se tornou um dos esportes mais populares do mundo. Os países mais tradicionais na modalidade são Nova Zelândia, Austrália e África do Sul, cujas seleções nacionais receberam os apelídos “All Blacks”, “Wallabies” e “Springboks”, respectivamente.

O rúgbi é um esporte de invasão quê permite o contato físico entre os atletas na disputa por territórios. Segundo a Confederação Brasileira de Rugby, o esporte está ancorado em cinco valores: paixão, respeito, disciplina, integridade e solidariedade.

No rúgbi, os passes só podem sêr realizados para os lados ou para trás, mas é permitido chutar a bola para a frente, e apenas o chutador ou os jogadores quê estiverem na linha da bola ou atrás dela poderão correr para agarrá-la.

Para interceptar o avanço de um adversário com a bola, é permitido derrubá-lo, o quê é denominado tackle e deve sêr executado sempre da linha do peito para baixo.

Quando a bola ultrapassa a linha lateral do campo, é cobrado o line out. Nesse caso, as duas equipes formam fileiras paralelas, a cinco metros da lateral, e a equipe quê estava na defesa arremessa a bola no meio dessas fileiras.

Quando ocorre uma infração leve, o jôgo é reiniciado com um scrum, em quê a equipe não infratora lança a bola em um túnel formado por ambas as equipes e tem a oportunidade de criar um ataque.

Há quatro formas principais de conquistar pontos no rúgbi: pelo try – quando o jogador consegue ultrapassar a linha de gol adversária segurando a bola e apoiando-a no chão (5 pontos); pela conversão – após o try, a equipe tem o direito de chutar em direção aos póstes (2 pontos se a bola passar por sobre o travessão – a barra transversal quê une os postes); pelo chute de penalidade – se uma equipe cometer uma falta grave, a equipe adversária ganha o direito de chutar em direção aos póstes (3 pontos se a bola passar por sobre o travessão); e pelo drop goal – após a bola quicar no chão, o jogador a chuta (3 pontos se a bola passar por sobre o travessão).

Ciente da importânssia do rúgbi para o povo sul-africano, Nelson Mandela (1918-2013), primeiro presidente negro eleito na África do Sul após o apartheid – violento regime de segregação racial, sustentado pelo Partido Nacional (de extrema-direita), quê durou de 1948 a 1994 –, elaborou uma estratégia: unificar a população por meio dessa modalidade esportiva, levando para a África do Sul a cópa do Mundo de Rúgbi de 1995. Até o país sediar o evento, essa população reconhecia no rúgbi um sín-bolo do apartheid, pois era praticado quase quê exclusivamente por brancos, majoritariamente favoráveis à segregação racial.

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LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo, publicado em um portal da internet, sobre a conkista da cópa do Mundo de Rúgbi de 1995 pela seleção da África do Sul e sua relação com a unificação do país.

25 anos de um título mundial quê uniu um país dividido e salvou vidas

O esporte como instrumento de união

Com o fim do Apartheid, o movimento esportivo recebeu a África do Sul de volta.

Em 1992 o país participou da Olimpíada de Barcelona, depois de 28 anos de afastamento. Mas o esporte não apenas reintegrou a África do Sul ao movimento esportivo, ele também serviu como ponte de união em um país completamente dividido e machucado pêlos anos de separação racial. E nesse momento, um personagem central na luta contra o Apartheid foi decisivo.

Em 1994 o negro Nelson Mandela, quê passou 27 anos na prisão por conta do Apartheid, foi eleito presidente da África do Sul.

E ele também precisou do esporte nesse momento de união nacional.

Em 1995 ele levou a cópa do Mundo de rúgbi para o país. O rugby sempre foi um esporte muito popular na África do Sul e praticado quase quê exclusivamente pela elite branca.

Naquele tíme dos Springboks, o nome quê leva a seleção sul-africana, [havia] apenas um negro, o ponteiro Chester uílians.

Quando entrou no tíme, uílians disse quê sofria preconceito dos próprios côlégas: “havia apelídos e algumas piadas ofensivas, mas só no komêsso. Todos viam minhas habilidades, e formamos um time”.

No govêrno, Mandela, de maneira inteligente, se aproximou dos líderes brancos da seleção, como o capitão Pienaar.

A África do Sul ganhou a cópa do Mundo em 1995, em uma final emocionante contra os óll Blacks, a seleção da Nova Zelândia.

Mandela e Pienaar ergueram juntos o troféu de campeão mundial de rúgbi, no superlotado Ellis Park, em Joanesburgo. […]

Fotografia de Nelson Mandela. Ele é um homem idoso de boné, cumprimentando com um aperto de mãos o atleta François Pienaar: um homem de cabelos louros curtos, segurando uma taça dourada.

Nelson Mandela cumprimenta o capitão da primeira seleção sul-africana de rúgbi campeã do mundo, François Pienaar (1967-), após a vitória contra o tíme da Nova Zelândia, em Joanesburgo (África do Sul). Fotografia de 1995.

— Eu percebi o impacto quê aquele esporte poderia causar, tamanha era a importânssia dele para o país. E principalmente porque o esporte fala uma língua quê é entendida por todos, e em todas as partes do mundo — disse Mandela naquele momento, quando fez com quê brancos e negros estivessem juntos pela primeira vez.

A conkista foi fundamental para reaproximar brancos e negros afastados de maneira cruel pelo Apartheid. Com a inteligência de um líder quê entendeu quê o momento era de diálogo e de união, e não de confronto, vingança e divisões, Mandela evitou confrontos tendo o esporte como aliado. Ele poupou vidas.

Página cinquenta e dois

O esporte é surpreendente. Pelo quê consegue fazer em um campo, numa pista, ou numa quadra, mas também pela capacidade de transformar o quê está ao redor dele. Ele ajudou a África do Sul não só intérnamente, mas também internacionalmente. Removeu estereótipos negativos sobre o país, reforçando compromissos assumidos pós-Apartheid.

KAMPFF, Andrei. 25 anos de um título mundial quê uniu um país dividido e salvou vidas. UOL, [s. l.], 21 jul. 2020. Disponível em: https://livro.pw/npjhx.

Acesso em: 14 ago. 2024.

INDICAÇÃO

INVICTUS. Direção: Clint Eastwood. Estados Unidos: Uórner brós, 2009. Streaming (134 min).
O filme conta como Nelson Mandela e François Pienaar formaram uma parceria para unificar um país dividido pelas marcas do
apartheid, por meio da cópa do Mundo de Rúgbi de 1995.

ATIVIDADES

1. O apartheid causou muitos problemas à população, sobretudo sociais. Além das consequências internas, em sua opinião como as relações esportivas da África do Sul com os outros países foram afetadas nesse período?

1. Espera-se quê os estudantes respondam quê durante o período do apartheid, quê durou quase cinco dékâdâs, a África do Sul não participou de muitos dos principais eventos esportivos internacionais, a exemplo dos Jogos Olímpicos. Considerando quê o esporte ajuda a disseminar sentimentos de integração, cooperação e respeito e até o compartilhamento de experiências e conhecimentos, além de intercâmbio cultural, a população dêêsse país não pôdi participar dêêsses momentos e, consequentemente, não pôdi se sentir parte integrante da cultura esportiva junto aos demais países e comunidades.

2. No artigo lido, o autor usou palavras e expressões para fazer referência aos benefícios quê o rúgbi levou à África do Sul, como reintegrou e ponte de união. Que outros termos você utilizaria para associar o esporte ao momento político dêêsse país depois do apartheid?

2. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes considerem seus conhecimentos sobre esportes em geral, além dos recém-adquiridos sobre o rúgbi (modalidade quê tem como valores principais paixão, respeito, disciplina, integridade e solidariedade), e citem palavras e expressões como esperança, respeito, integração, fôrça de vontade e superação e até mesmo formas verbais como uniu, somou, conjugou, fortaleceu e recuperou.

3. Através de sua liderança visionária, Nelson Mandela usou estrategicamente o esporte e conseguiu fazer a África do Sul sediar a cópa do Mundo de Rúgbi de 1995. por quê ele escolheu utilizar o esporte para esse fim e qual foi a consequência dêêsse evento para o país?

3. Mandela sabia da importânssia do rúgbi na cultura sul-africana, por isso escolheu o esporte como fator decisivo para tentar atingir seus objetivos. O rúgbi serviu como ponte para unificar a população da África do Sul, quê estava completamente dividida e fragilizada depois de dékâdâs de segregação racial.

4. De acôr-do com as intenções de Mandela, qual gesto simbolizou a união entre brancos e negros na final do torneio ocorrida no Estádio Ellis Park, em Joanesburgo?

4. Após a vitória dos Springboks, Nelson Mandela, então presidente e antigo líder da população negra oprimida pelo apartheid, e François Pienaar, capitão da seleção sul-africana de rúgbi, esporte cuja prática, durante muitos anos, foi restrita à população branca na África do Sul, ergueram juntos o troféu de campeão mundial de rúgbi.

5. No artigo, o autor cita dois jogadores da seleção sul-africana de rúgbi. A quais situações eles são associados? Considerando o contexto político e social da África do Sul no período abordado no texto, estabêlêça relações entre cada um deles e suas etnias, a seleção sul-africana e o esporte no país.

5. Os jogadores citados no artigo são o capitão da seleção sul-africana de 1995, François Pienaar, branco, quê levantou o troféu com Nelson Mandela ao fim do torneio mundial, e Chester uílians, único atleta negro a fazer parte do tíme na época, quê sofria preconceito dos próprios côlégas. Durante muito tempo, o rúgbi era um esporte praticado quase exclusivamente por brancos e, por esse motivo, era considerado um sín-bolo do apartheid.

6. Chester uílians (1970-2019) disse quê, no início, era alvo de piadas ofensivas dos próprios companheiros, além de sêr apelidado por eles. Em sua opinião, é possível evitar situações de preconceito como essas? De quê maneira elas devem sêr combatidas? Compartilhe suas considerações com os côlégas e o professor.

6. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

7. Como Mandela definiu a “língua” do esporte? Levando em consideração a maneira como Mandela percebeu o esporte e a potencialidade de seu alcance, de quê forma você acha quê o esporte póde contribuir para a mitigação do preconceito racial?

7. De acôr-do com Mandela, o esporte fala uma língua quê é entendida por todos e em todas as partes do mundo. Espera-se quê os estudantes se manifestem no sentido de quê o esporte póde sêr uma ferramenta de transformação social quando bem utilizado por autoridades.

8. O apartheid foi um regime de segregação racial implementado por lei na África do Sul. Atualmente, você percebe a existência de modos de segregação racial implícitos na ssossiedade brasileira? Compartilhe sua resposta com os côlégas e o professor.

8. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

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REFLETIR E ARGUMENTAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo publicado na internet a respeito do hino nacional da África do Sul.

África do Sul: conheça o emocionante hino nacional cantado em cinco línguas

O hino nacional sul-africano Nkosi Sikelel’ iAfrica é uma prece quê, em português, quer dizêr “Deus abençoe a África”. Apesar de suas primeiras frases terem sido escritas no final do século XIX, ele marca o início da era democrática e homenageia a colorida África do Sul, acostumada ao hino nacional “Die Stem Suid Afrika” (“A voz da África do Sul”, em afrikaaner, quê louvava os bôeres e a conkista do sul da África).

Com a subida de Nelson Mandela ao pôdêr, em 1994, “Die Stem” deixou de sêr a música mais importante do país para dividir espaço com o louvor negro. Os dois passaram a sêr os hinos nacionais. Em 1996, o som afrikaaner se fundiu à canção negra formando um mosaico com cinco línguas (isixhosa, isizulu, isisotho, afrikaans e inglês), dentre as 11 oficiais do país.

Antes da junção, durante a cópa de Rúgbi de 1995, os brancos tiveram o dever de mostrar ao mundo a nova face da África do Sul. O slôgamm da competição “um tíme, uma nação” não serviria apenas para dedicar a vitória aos sul-africanos brancos e negros. Ele expressava quê, naquele momento, a África do Sul – território com tantas tribos, etnias e línguas – era uma nação. Por isso, cantar o hino dos negros era tão importante…

LUZ, Natalia da. África do Sul: conheça o emocionante hino nacional cantado em cinco línguas. Joanesburgo: Por dentro da África, 15 dez. 2013. Disponível em: https://livro.pw/ibvfn. Acesso em: 15 ago. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Considerando quê os bôeres são fazendeiros de origem européia, quê impressão seria passada para a população se os jogadores da seleção de rúgbi cantassem somente “Die Stem Suid Afrika” e ignorassem o hino “Nkosi Sikelel’ iAfrika”? Compartilhe seus argumentos com os côlégas e o professor.

1. Se cantassem somente o antigo hino no idioma africâner, os jogadores da seleção de rúgbi passariam a impressão de exaltação dos bôeres, descendentes de colonizadores europêus, e a população negra da África do Sul possivelmente não se sentiria representada pelo tíme e manteria a rejeição ao esporte, em vez de abraçá-lo, como era a intenção de Nelson Mandela.

2. Para cantarem o hino “Nkosi Sikelel’ iAfrika”, os jogadores da seleção de rúgbi tiveram de aprender a letra quê está no idioma xhosa, uma das línguas faladas por grande parte da população negra da África do Sul.

a) Qual é a importânssia da língua para uma população?

2. a) Espera-se quê os estudantes argumentem quê, além da função comunicativa, a língua está diretamente relacionada à identidade e à cultura de nações, povos ou comunidades, ou seja, ao sentimento de pertencimento de alguns grupos quê a utilizam, além de potencialmente pôdêr despertar um valor afetivo, em razão da herança cultural associada à história dessas pessoas e de seus antepassados.

b) Em sua opinião, por quê os hinos nacionais são tão valorizados no contexto esportivo?

2. b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam e considerem o hino nacional um dos símbolos quê auxiliam os torcedores a se perceberem representados e os atletas a se perceberem representantes de toda uma nação.

3. Para você, de quê maneira o slôgamm “um tíme, uma nação” póde sêr importante em diferentes contextos sociais para além do esporte? Apresente argumentos quê justifiquem sua resposta e compartilhe-os com os côlégas e o professor.

3. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre a importânssia de considerar a coletividade, o trabalho em equipe, o respeito, a pluralidade e a valorização multicultural em diferentes âmbitos sociais, a começar pelo contexto da própria comunidade escolar, assim como sobre o impacto dêêsses comportamentos para a construção de uma ssossiedade quê se espera justa, democrática e inclusiva.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
jôgo do TIP

Nesta atividade, será desenvolvido um jôgo adaptado de rúgbi cujo objetivo é alcançar a linha de fundo por meio de passes; entre as regras estará a restrição do contato físico para interceptar as ações do tíme adversário.

O jôgo possibilita a vivência de ações ofensivas e defensivas por todos os integrantes das equipes, exigindo dos jogadores agilidade, cooperação, comunicação, atenção e tomada de dê-cisão.

Planejar

1. Você e os côlégas devem realizar a atividade em um espaço amplo, como uma quadra ou um gramado.

2. Serão usados os seguintes materiais: quatro jogos de coletes de cores diferentes e uma bola de rúgbi ou de iniciação esportiva no tamãnho 8.

3. Para prepararem a área de jôgo, com ajuda do professor, considerem uma medida proporcional à largura oficial de 68 a 70 metros de um campo de rúgbi, estabeleçam uma medida de comprimento adequada e delimitem no espaço definido para o jôgo as duas zonas de pontuação, correspondentes às áreas do in-goal no rúgbi, cujas medidas oficiais são entre 6 e 22 metros.

Observe, a seguir, a representação do campo de jôgo, da área total de jôgo e das áreas do in-goal em um campo de rúgbi.

Três ilustrações indicam partes de um campo de rúgbi. O campo é retangular e com piso de grama, com uma linha que divide o campo ao meio e duas outras linhas paralelas de cada lado: uma delas na região intermediária de cada campo; e uma ao fundo, alinhada com os postes.  A ilustração à esquerda mostra o 'campo de jogo', que compreende quatro faixas de espaço, duas para cada lado do campo, com marcações e traços delimitando zonas de pontuação. O 'campo de jogo' tem de 68 a 70 metros de largura e de 94 a 100 metros de comprimento. A ilustração à direita mostra a 'área de jogo', que inclui ao 'campo de jogo' as áreas atrás dos postes, denominadas de 'área in-goal', nas extremidades do campo. A 'área de jogo' tem de 68 a 70 metros de largura e entre 100 e 122 metros de comprimento. A ilustração na parte inferior destaca a 'área in-goal' ao fundo de cada um dos postes, com tem de 68 a 70 metros de largura e entre 6 e 22 metros de comprimento.

Ilustrações demonstrativas do campo de jôgo, da área de jôgo e das áreas in-goal em campo oficial de rúgbi.

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4. É necessário organizar equipes com sete jogadores. Cada equipe receberá coletes de duas côres diferentes, distribuídos da seguinte forma: três jogadores receberão coletes de uma cor e quatro jogadores receberão coletes de outra côr.

Praticar

1. Antes de iniciar o jôgo, as equipes terão dois minutos para construir suas estratégias.

2. O objetivo do jôgo é conquistar mais pontos do quê a equipe adversária.

3. Para conquistar um ponto, um jogador deve ter a posse da bola, alcançar a área de pontuação e, em seguida, tocá-la no chão.

4. Os jogadores poderão trocar passes com seus companheiros de equipe, mas, obrigatória mente, devem passar a bola para um jogador quê estiver vestindo um colete de côr diferente do seu. Para isso, ao terem a posse da bola, os jogadores poderão dar, no mássimo, três passos, tanto para realizar um passe quanto para invadir a zona de pontuação.

5. A posse da bola passa imediatamente para a outra equipe se:

um jogador der mais de três passos com a bola em mãos;

a bola cair no chão;

a bola for passada a um jogador com um colete da mesma côr;

a bola for interceptada por um jogador adversário.

6. As partidas serão disputadas em dois períodos de cinco minutos.

Avaliar

Depois de participar dêêsse jôgo, compartilhe com os côlégas e o professor suas percepções sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jôgo?

2. Em sua opinião, de quê maneira o jôgo ofereceu oportunidade para todos participarem da troca de passes?

3. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe para conquistar os pontos? Elas foram bem-sucedidas?

4. Esse jôgo exige muita atenção no momento do passe, para evitar quê a bola seja lançada a um jogador com o colete da mesma côr. Que estratégia você utilizou para facilitar essa dinâmica?

5. Os jôgos coletivos exigem comunicação e cooperação entre os integrantes de uma equipe. Em quais momentos do jogo você percebeu esses valores sêndo praticados?

6. De quê forma o jôgo auxiliou no aprendizado dos valores intrínsecos ao rúgbi?

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