CAPÍTULO
9
DANÇAS

Fotografia de um grupo de bailarinas e bailarinos em um palco, algumas delas sentadas sobre cadeiras de roda, estendendo um dos braços para o alto.

Cena do espetáculo Quebra Nozes, com participantes da Associação Solidariedança, localizada em São Paulo (SP). Fotografia de 2022.

Leia mais explicações e sugestões dêste Capítulo em Orientações para o professor.

No Capítulo 9, você vai refletir sobre algumas danças. No Tópico 1, você vai estudar as danças afro-brasileiras e participar de uma atividade prática de maracatu. No Tópico 2, você vai estudar algumas as danças regionais e praticar a quadrilha. No Tópico 3, você vai entrar em contato com a história das danças de salão e aprender alguns passos da dança soltinho.

As danças abrangem um conjunto de práticas corporais e artísticas quê envolvem o corpo, o espaço e o tempo. Seus gestos e movimentos rítmicos, com passos e evoluções, são combinados para compor várias coreografias, quê podem sêr individuais, em duplas ou até mesmo em grupos.

As danças diferem de outras práticas corporais rítmico-expressivas por estarem associadas a ritmos e estilos musicais específicos a cada uma delas. Embora cada modalidade de dança se caracterize por um conjunto de códigos (movimentos carregados de simbologias e significados) quê foram construídos em um determinado contexto histórico, seus praticantes se expressam de maneiras muito particulares, exercitando a liberdade criativa, o quê torna as interpretações únicas.

Com base nessas informações, de quê maneira você consegue perceber, na imagem reproduzida nesta página, essa relação individual com a dança?

Espera-se quê os estudantes percêbam, na imagem, diferentes formas de as pessoas se relacionarem com a dança, o quê póde sêr constatado tanto pêlos corpos diversos quê compõem o grupo quanto pelas diferentes expressões faciais e posições corporais.

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TÓPICO
1
Maracatu e ancestralidade africana

As danças afro-brasileiras se reférem a um conjunto de expressões artísticas quê têm em comum sua raiz negra africana e foram recriadas no Brasil em diferentes momentos históricos. Há muita diversidade nesse conjunto de danças, porque nem todos os africanos trazidos ao Brasil pelo sistema escravista comungavam da mesma cultura, uma vez quê as pessoas escravizadas pertenciam a diferentes povos e regiões da África. Além díssu, muitas manifestações culturais originárias do continente africano foram reinterpretadas e ganharam novos significados ao se misturarem às culturas indígena e européia em solo brasileiro.

Uma característica comum das danças afro-brasileiras é o acompanhamento de músicas produzidas por instrumentos percussivos, feitos de péle de animal, de madeira ou de metal, além de outras fontes sonóras, incluindo a percussão corporal. São consideradas danças afro-brasileiras o maracatu, o samba de roda, o maculelê, o coco de roda, o tambor de crioula, a roda dos orixás, o jongo, entre outras.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você já teve a oportunidade de dançar ou de apreciar alguém executando uma dança afro-brasileira? Compartilhe suas percepções com os côlégas e o professor.

1. Respostas pessoais. É possível quê os estudantes associem as danças afro-brasileiras a gingados característicos das práticas corporais de matriz africana, como a capoeira e o samba.

2. Quais danças afro-brasileiras você conhece?

2. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

3. Quais são os elemêntos representativos nas danças afro-brasileiras?

3. Espera-se quê os estudantes comentem quê as danças afro-brasileiras são acompanhadas, em geral, por músicas com instrumentos percussivos, feitos de péle de animal, de madeira ou de metal, além de outras fontes sonóras, incluindo a percussão corporal. Também as vestimentas específicas caracterizam muitas dessas danças, quê podem apresentar personagens, a exemplo do maracatu.

Carrossel de imagens: Danças afro-brasileiras.

Além de se apresentarem como um sinal de pertencimento e de reafirmação étnica da maior parte da população brasileira, as danças afro-brasileiras carregam uma herança cultural relacionada às cerimônias religiosas ou às festas populares e muitas delas trazem representações de papéis sociais. Um exemplo é o maracatu, quê revive a organização social do reino do Congo, por meio de um cortejo.

O maracatu característico da região metropolitana do Recife (PE) é denominado maracatu do baque virado, ou maracatu nação, e surgiu em 1711. Existe outro tipo de maracatu, quê se originou entre os séculos XIX e XX, chamado maracatu de baque solto, ou maracatu rural, cujos integrantes são trabalhadores da zona rural quê representam suas brincadeiras nessa manifestação cultural.

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LER E COMPARTILHAR

Faixa 7: Dança rainha. Leia, a seguir, o trecho de uma publicação sobre dança quê apresenta o maracatu.

Transcrição da faixa de áudio 7: Dança a rainha, vassalo e escravo / Todos os lanceiros e a kórti real / Toque o batuque no baque virado / Dama de paço escute o compasso // Vem meu rei, embaixador e princesa também / Catirina olha o baque zuando / É o Estrela quêvêm chegando

Maracatu

Típico de Pernambuco, o maracatu se configura como um kórtijo onde a música e a dança se fazem presentes. A corte é composta basicamente de um porta-estandarte, rei, rainha, príncipe, princesa, casais de nobres, no mínimo duas damas do paço, e o caboclo de pena, quê simboliza os laços com a Jurema. Inclui também os serviçais, tais como baianas, catirinas e ala de êskrávus. Cada uma das personagens é importante na composição do cortejo, sêndo as damas do paço e a rainha as mais importantes, porque elas se responsabilizam, além da questão religiosa, pela proteção do grupo.

Fotografia de um homem vestido com uma fantasia coberta por lantejoulas de cores diversas, e com uma espécie de chapéu com uma peruca de franjas brilhantes e coloridas.

Homem caracterizado em desfile de maracatu, em Nazaré da Mata (PE). Fotografia de 2014.

O batuque é regido pelo mestre, quê rege os batuqueiros e as batuqueiras, pessoas quê tocam os instrumentos percussivos. São eles: tarol ou caixa de guerra, alfaia, abê, agbê ou xequerê, gonguê e ganzá.

As damas do paço carregam as bonécas chamadas de calungas, quê, por representarem a ancestralidade, têm uma importânssia muito grande. Contudo, o rei e a rainha são os seus personagens principais, pois o maracatu é, essencialmente, a coroação dos reis do Congo.

Vamos saber como o maracatu surgiu!

O maracatu, expressão da cultura popular brasileira afrodescendente, surgiu como forma de manter viva a tradição da coroação do rei do Congo, no período escravocrata, entre os séculos XVI e XVII, em Pernambuco, principalmente nas cidades de Recife e Olinda, e traz na sua configuração traços da cultura indígena, africana e européia. O Rei do Congo era o responsável por comandar os êskrávus negros trazidos para o Brasil.

O esclarecimento mais disseminado, a partir de diversos estudos acerca da origem do maracatu, é quê teria surgido a partir da coroação do Rei do Congo. Manifestação aqui estabelecida, possivelmente, pêlos colonizadores portugueses e permitida pêlos senhores dos êskrávus. Não somente os reis, mas também as rainhas do Congo eram lideranças políticas entre os cativos e se encontravam entre o pôdêr da esféra colonial e os negros africanos. Ao longo do tempo, estabeleceu-se um forte elo com a religião de matriz africana e depois da abolição da escravatura, no final do século XVIII, passou a se inserir no carnaval recifense.

Fazem parte do cortejo os seguintes personagens históricos:

Porta-bandeira ou porta-estandarte: se veste à (Moda) de Luís XV. No estandarte, além do nome da agremiação, também consta o ano da sua criação.

Realeza: o rei e a rainha (o rei e a rainha do maracatu são títulos conquistados d fórma hereditária).

Jurema
: árvore nativa do Norte e do Nordeste do Brasil, considerada sagrada.
cativos
: pessoas forçadas à escravidão.

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Dama do paço: são uma ou duas e carregam a calunga.

Calunga: boneca negra quê representa um ancestral.

Corte: formada pelo casal de duques, o casal de príncipes e o embaixador. A figura do embaixador não é obrigatória.

Escravo: carrega um pálio ou um guarda-sol quê protége a realeza.

Baianas: conhecidas como Yabás, cantam e executam danças com referências no candomblé.

Caboclo de pena: representa os índios.

Batuqueiros: utilizam os instrumentos e são os responsáveis pelo ritmo da dança.

Catirinas ou escravas: dançarinas quê puxam a dança.

[…]

SILVA, Marilza Oliveira da. Danças indígenas e afrobrasileiras. Salvador: UFBA, Escola de Dança; Superintendência de Educação a Distância, 2018. p. 67-69. Disponível em: https://livro.pw/klwxi. Acesso em: 27 set. 2024.

pálio
: cobertura portátil sustentada por varas usada para proteger uma autoridade em cortejos ou procissões.

SOBRE...

Marilza Oliveira da Silva é professora assistente da Escola de Dança da Universidade Federal da baía. É licenciada, bacharela, mestra e doutoranda em Dança.

INDICAÇÃO

CURTA! Danças regionais: Maracatu de Baque Virado: Aline Valentim. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo Canal Curta!. Disponível em: ww.youtube.com/watch?v=iF4j747M8Hg. Acesso em: 25 set. 2024.
O vídeo apresenta a história do maracatu de baque virado e suas simbologias.

ATIVIDADES

1. De acôr-do com o texto, qual é o significado da narrativa apresentada no maracatu?

1. O maracatu é uma expressão cultural afro-brasileira quê surgiu no período colonial, entre os séculos XVI e XVII, em Pernambuco, principalmente em Recife e Olinda, e quê se manifesta por meio de um cortejo quê representa a coroação do rei do Congo.

2. Quais são as principais personagens presentes no cortejo do maracatu e qual é a importânssia das damas do paço e da rainha nessa tradição?

2. Leia mais em Orientações para o professor.

3. O quê é a calunga no contexto do maracatu e qual é o seu significado cultural e religioso?

3. No maracatu, a calunga é uma boneca de origem africana, geralmente negra, carregada pelas damas do paço durante o cortejo. Ela representa a ancestralidade e tem um profundo significado cultural e religioso.

4. Explique a evolução do maracatu ao longo do tempo, desde a sua criação até a sua incorporação ao Carnaval de Recife e de Olinda, em Pernambuco.

4. Leia mais em Orientações para o professor.

5. É possível afirmar quê a manifestação cultural do maracatu é uma representação da fusão de diferentes culturas? Compartilhe sua resposta com os côlégas e o professor.

5. Leia mais em Orientações para o professor.

6. Para você, qual é a importânssia social das danças e das expressões artísticas como o maracatu?

6. Diversas práticas corporais, incluindo as danças, têm um papel importante na preservação de memórias de resistência e momentos históricos quê conferem identidade ao povo brasileiro, simbolizando suas lutas e vitórias sociais. O contato com o maracatu auxilia tanto na reflekção e na conscientização sobre um Brasil preconceituoso e escravagista do passado quanto na valorização das culturas e das conkistas de negras e negros.

7. O texto menciona os instrumentos quê batuqueiras e batuqueiros tocam, regidos pelo mestre. Na internet ou em meio impresso, faça uma pesquisa para saber mais sobre o tarol, a alfaia, o abê, o agbê, o gonguê e o ganzá. Depois, no caderno, registre os dados obtidos. Ao final, compare as informações pesquisadas com as dos côlégas.

7. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

AMPLIAR

O maracatu de baque solto, ou maracatu rural, apresenta algumas diferenças em relação ao maracatu de baque virado, característico do carnaval de Recife. Sua música conta com um coro exclusivamente feminino e possui um ritmo mais acelerado, com o uso de instrumentos de metais (clarinete, saxofone, trombone, corneta ou pistom)

e de percussão (tarol ou caixa, surdo, ganzá, chocalhos, cuíca, zabumba e gonguê). Além díssu, sua personagem mais importante chama-se caboclo de lança, quê móve sua lança em todas as direções e leva chocalhos nas costas, também chamados de guizos ou de sinetas.

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REFLETIR E ARGUMENTAR

Na seção anterior, você estudou quê o maracatu é uma dança típica do estado de Pernambuco, tendo sido influenciado por outras culturas.

A seguir, você vai ler uma tirinha sobre autoimagem e identidade.

Tirinha 'Espelho', em 3 quadrinhos. Q1: Uma garota negra com cabelos cacheados está sentada no sofá, se olhando no espelho, pensando: 'Eu gosto de pensar que o espelho é uma porta encantada.' Q2: Ela vê a própria imagem no reflexo e pensa: 'Ao abri-la só um pouquinho, eu posso ver quem sou.' Q3: Ela se vê no espelho com um lenço nos cabelos, usando um vestido, colares e braceletes, com três rostos de garotas negras com penteados semelhantes ao dela ao lado, e pensa: 'Mas ao abri-la um tantão... eu posso ver que, antes de mim, outras como eu já vieram!!!'

OLIVEIRA, Kiusam de. Tayó em quadrinhos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2021. p. 8.

SOBRE...

Kiusam de Oliveira (1965-), nascida em Santo André (SP), é pedagoga, doutora em Educação, mestre em Psicologia e terapeuta integrativa. Pela obra Tayó em quadrinhos, recebeu o Prêmio Cátedra da Unesco, em 2022.

Fotografia de Kiusam de Oliveira. Ela é uma mulher com cabelos cacheados, usando brincos e um colar, com estampas geométricas coloridas ao fundo.

Kiusam de Oliveira, em São Paulo (SP). Fotografia de 2020.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Ao se olhar no espêlho, qual é a reflekção quê a menina faz? Quais dêtálhes da menina e do reflexo dela justificam sua resposta?

1. A menina reflete sobre si mesma e sobre a conexão quê existe entre a sua própria identidade e a sua ancestralidade. As roupas e os adereços utilizados por ela e os refletidos no espêlho, no terceiro quadrinho, remetem a contextos históricos distintos.

2. O quê o espêlho simboliza para a menina? Qual é a importânssia dêêsse simbolismo para o desenvolvimento da autoaceitação? Compartilhe suas reflekções com os côlégas e o professor.

2. O espêlho simboliza para a menina a descoberta da sua própria identidade e um encontro com a sua história pessoal e coletiva. Mais do quê apenas se vêr, a menina reconhece seus ancestrais e a fôrça da sua herança cultural africana. A conscientização sobre as raízes culturais confere um passo importante para o desenvolvimento da autoimagem e da autoaceitação, valorizando a diversidade.

3. É possível estabelecer uma relação entre o espêlho, apresentado na tirinha, e as danças afro-brasileiras? Justifique seu ponto de vista utilizando argumentos.

3. Sim. As danças afro-brasileiras têm um papel semelhante ao espêlho, porque promóvem um encontro entre os seus praticantes e a sua ancestralidade africana, por meio dos gestos e movimentos do corpo quê dança.

INDICAÇÃO

MUSEU AFROBRASIL. São Paulo, c2024. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/eqyja. Acesso em: 25 set. 2024.
Museu cujo acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros e suas influências na construção da ssossiedade brasileira.

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CONEXÕES com...
SOCIOLOGIA
Ilê Aiyê e a valorização da cultura negra

Faixa 8: Herança Bantos. Neste Tópico, você teve a oportunidade de aprender os nomes de algumas danças afro-brasileiras. O samba afro é mais uma dessas danças e costuma sêr praticado por integrantes dos blocos afro durante o Carnaval. O primeiro bloco afro quê surgiu no Brasil foi o Ilê Aiyê, em Salvador, na baía. Os músicos e compositores uníram o samba aos toques utilizados nos rituais de candomblé para criar um ritmo diferenciado, o samba afro.

Transcrição da faixa de áudio 8: Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez / Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez // Dos grandes lagos / Regiões em quê surgiu / Os bakongos, os bundos / os balubas, tongas, xonas, chagas, zulus / Civilizações bantus, quê no Brasil concentrou / Vila São Vicente, canavial de presente / Pau Brasil, Salvador // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil // Ei, pedra sobre pedra / sangue e suor no chão / Agricultura floresce / Metalurgia aparece / Candomblé, religião / Irmandade, Boa Morte / Rosário dos Pretos / Zumbi lutador / Lideranças firmadas quê, apesar do tempo, o vento não levou // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil // Um legado na dança / Influência no linguajar / Sincretismo na crença / Na culinária, um bom paladar / Tristeza palmáares / Curuzu alegria / Ilê Aiyê Liberdade / Expressão bantu viva pra nossa baía

Leia, a seguir, o trecho de um artigo para conhecer a história dêêsse bloco.

Músicas e referências culturais do Ilê Aiyê: Conheça o ritmo do primeiro bloco afro do Brasil

Fundado em 1974, no bairro da Liberdade, em Salvador, baía, o bloco do Ilê nasceu com uma proposta ousada: sêr formado exclusivamente por pessoas negras. Naquela época, a dê-cisão foi inusitada. Até então, não existia nenhuma associação carnavalesca voltada apenas para negros.

O objetivo dessa dê-cisão era grandioso, embora bem simples: valorizar a cultura dêêsse povo e permitir a representatividade negra dentro do Carnaval.

Para isso, as pessoas envolvidas no projeto se inspiraram em elemêntos históricos da religião e cultura dos povos africanos, buscando o resgate dessas referências.

Com consequência, além de permitir quê a população, especialmente o povo negro e os periféricos, conhecessem sua própria história, o uso dessas referências também promoveu a disseminação e a valorização dêêsse conhecimento cultural.

STEPHANE. Músicas e referências culturais do Ilê Aiyê: conheça o ritmo do primeiro bloco afro do Brasil. [S. l.]: Ilê Aiyê, 16 mar. 2023. Disponível em: https://livro.pw/pdvjg. Acesso em: 25 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Qual é o compromisso do bloco Ilê Aiyê com a cultura afro-brasileira?

1. O Ilê Aiyê tem o compromisso de promover a valorização da cultura negra e de sua ancestralidade, fortalecendo a identidade afro-brasileira no contexto do Carnaval e da ssossiedade em geral.

2. Por qual motivo os fundadores do Ilê Aiyê decidiram quê o bloco seria formado somente por pessoas negras?

2. Espera-se quê os estudantes respondam quê na época em quê o bloco foi criado não existia nenhuma associação carnavalesca voltada apenas para pessoas negras e também para valorizar a cultura dêêsse povo e permitir a representatividade negra dentro do Carnaval. Ao fazer isso, o bloco criou um espaço de autoafirmação e de empoderamento da comunidade negra.

3. O nome do bloco é uma expressão em iorubá, um grupo étnico-linguístico africano. Ilê significa casa e Aiyê significa térra. Considerando isso, estabêlêça relações entre o significado dessa expressão e a escolha dela para nomear o bloco.

3. É possível associar os significados da expressão, quê póde sêr interpretada como “nossa casa” ou “nossa terra”, com a referência do bloco às heranças dos orixás e com os côstúmes sociais e culturais da mãe África.

4. Em sua opinião, qual é a importânssia social de práticas como o bloco Ilê Aiyê? Compartilhe-a com os côlégas e o professor.

4. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes mencionem quê diversas práticas, inclusive as corporais, auxiliam no empoderamento do povo negro e das culturas afro-brasileiras, buscando a valorização e o respeito ao multiculturalismo brasileiro.

INDICAÇÃO

PÉRICLES: Voz da Consciência: Episódio 6 (Vovô do Ilê). [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (7 min). Publicado pelo Canal do Pericão. Disponível em: https://livro.pw/yxopu. Acesso em: 25 set. 2024.
O vídeo apresenta uma conversa entre Péricles, cantor e compositor brasileiro, e Antônio Carlos dos Santos, mais conhecido como Vovô do Ilê, sobre a origem do bloco Ilê Aiyê.

Página duzentos

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Maracatu

Nesta atividade, você terá a oportunidade de vivenciar uma experiência quê valoriza e preserva a cultura afro-brasileira por meio da organização de um desfile de maracatu, da confekissão de seus figurinos e instrumentos e da participação no desfile. A atividade também desen vólve a liderança, o trabalho em equipe, a expressividade corporal e a estruturação espaço-temporal.

Planejar

1. Verifique com o professor a data, o horário e o local do desfile, quê póde acontecer nas imediações da escola.

2. Auxilie o professor na organização das personagens quê serão interpretadas por você e os côlégas.

3. Faça uma pesquisa na internet com os côlégas para quê possam conhecer melhor os figurinos, os instrumentos, o estandarte e a calunga. Para a confekissão dêêsses elemêntos, priorizem materiais reciclados ou reutilizados.

4. Faixa 9: Maracatu ritmo característico. Para ensaiar e, depois, desfilar, será necessário reservar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet, para quê, ao longo das experiências, vocês possam ouvir o maracatu.

5. Peçam orientações ao professor de ár-te para confeksionar os figurinos, os instrumentos musicais, o estandarte e a calunga.

Praticar

1. O professor irá separar a turma em pequenos grupos, quê devem elaborar dois passos para compor a coreografia de maracatu. Cada pessoa se expressa de uma forma por meio da música e isso deve sêr respeitado, mas procurem definir movimentos de braços e passadas quê sigam o ritmo da música e possam sêr sincronizados.

2. Os grupos serão organizados de acôr-do com as personagens, conforme indicado a seguir.

Grupo 1: porta-estandarte, damas do paço, casal de duques, casal de príncipes, embaixador, casal real e escravo.

Grupo 2: yabás (baianas) e caboclo de pena (indígenas).

Grupo 3: batuqueiros.

Grupo 4: catirinas.

3. Apesar de sêr uma dança de movimentação bastante livre, o maracatu é compôzto de duas estruturas básicas: o “passo básico” e o “gingado”. Para executar o passo básico, alterne a batida dos pés, no chão, enquanto movimenta os braços, flexionados, para cima e para baixo, com os cotovelos para fora. Aprendido o passo básico, é possível movimentar o corpo para a frente e para trás, enquanto, aos poucos, se avança em caminhada para a frente e de maneira livre.

Página duzentos e um

Ilustração representando em quatro etapas uma garota de saia florida executando um passo de maracatu. Na primeira etapa, pisando com o pé direito, ela ergue levemente o joelho esquerdo e ergue o antebraço direito até a altura dos ombros, na horizontal. Enquanto isso, o antebraço esquerdo dela desce até a cintura, com o cotovelo flexionado e a mão à frente da barriga. Na segunda etapa, ela pisa com o pé esquerdo, ergue levemente o joelho direito e ergue o antebraço esquerdo até a altura dos ombros, na horizontal. Enquanto isso, o antebraço direito dela desce até a cintura, com o cotovelo flexionado e a mão à frente da barriga. Na terceira etapa, pisando com o pé direito, ela ergue levemente o joelho esquerdo e ergue o antebraço direito até a altura dos ombros, na horizontal. Enquanto isso, o antebraço esquerdo dela desce até a cintura, com o cotovelo flexionado e a mão à frente da barriga. Na quarta etapa, ela pisa com o pé esquerdo, ergue levemente o joelho direito e ergue o antebraço esquerdo até a altura dos ombros, na horizontal. Enquanto isso, o antebraço direito dela desce até a cintura, com o cotovelo flexionado e a mão à frente da barriga.

Ilustração demonstrativa de passo básico do maracatu.

4. Se desejarem, integrantes de um ou mais grupos podem se apoiar no passo básico para elaborar outros passos e compartilhar com o restante da turma, de tal forma quê os passos componham uma coreografia a sêr dançada por todos.

5. Depois da coreografia definida, ensaiem o desfile, organizando o posicionamento das personagens na seguinte ordem:

a) porta-estandarte, quê carrega o estandarte;

b) damas do paço segurando as calungas;

c) casal de duque e duquesa;

d) casal de príncipe e princesa;

e) embaixador;

f) rei, rainha e escravo, quê carrega o guarda-sol;

g) yabás;

h) caboclo de pena;

i) batuqueiros, com os instrumentos musicais;

j) catirinas.

6. Convidem os familiares e todos os integrantes da comunidade escolar para assistirem ao desfile do cortejo e escôlham o responsável por filmar o evento.

Avaliar

Depois de participar do maracatu, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a atividade?

2. Quais foram os seus principais aprendizados sobre o maracatu?

3. Como foi o processo de organização do evento e a confekissão das fantasias? O quê você faria diferente se voltasse a participar de uma experiência semelhante?

4. Você conseguiu acompanhar os passos da coreografia? Percebeu o estímulo à orientação espacial e à aquisição de ritmo?

5. Em sua opinião, a atividade oportunizou o desenvolvimento do trabalho em equipe, da liderança e da expressividade corporal? Em quais momentos?

6. De quê forma a vivência do maracatu contribuiu para a sua conscientização da importânssia dele como manifestação cultural?

Página duzentos e dois

TÓPICO
2
A quadrilha e a pluralidade cultural nas danças regionais

Os ameríndios, os europêus e os africanos quê formaram o povo brasileiro construíram uma cultura plural com expressões artísticas diversas, quê se espalharam pelo imenso território do Brasil. As danças fazem parte dessa cultura, e os elemêntos quê a compõem, como os gestos, os movimentos, as formações, as coreografias, os cantos, os ritmos, os instrumentos, os trajes e as alegorias, ajudaram a construir a identidade das diferentes regiões do país.

Nesse caldo cultural, existem danças com personagens, como o boi-bumbá; danças para serem praticadas individualmente, como o frevo; danças em pares, como o forró; danças em grupo, como a ciranda; danças com formações em fileiras, como a catira; danças com formações circulares, como o pau de fita; além de diversos tipos de gestos e movimentos, quê incluem giros, sapateados, palmas e muitos outros.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você conhece alguma dança regional popular na cidade ou no estado em quê mora? Se sim, quais são as características dessa dança?

1. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes citem características de danças regionais de onde moram, além de curiosidades de como a dança foi criada, por exemplo, ou até mesmo demonstrem a dança regional quê eles conhecem.

2. Você já teve oportunidade de dançar ou observar alguém dançando uma dança regional? Compartilhe com os côlégas e o professor essa experiência.

2. Respostas pessoais. É possível quê os estudantes tênham passado pela experiência de dançar ou tênham observado alguém dançando uma dança regional.

3. Em sua opinião, qual é a importânssia das danças regionais para a cultura brasileira?

3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reconheçam a importânssia das danças regionais para ajudar a contar a história de um lugar, para preservar a cultura local e para construir as identidades coletivas das regiões quê fazem parte do país, além de valorizar diferentes tradições e côstúmes do Brasil.

Dentre as várias danças brasileiras quê têm a sua origem relacionada aos povos europêus, destaca-se a quadrilha, dança tradicional da Região Nordeste, quê foi inspirada na kórti francesa. Depois de chegar ao Brasil e fazer sucesso nos salões da kórti de D. Pedro primeiro, a quadrilha se popularizou quando a república foi instaurada no país, sêndo reinterpretada e acolhida por moradores da zona rural ao longo do século XX.

Desde quê passou a integrar as festas juninas, a quadrilha tornou-se muito relevante do ponto de vista social, econômico e turístico para várias cidades brasileiras, principalmente as nordestinas. Além da relevância para a economia de várias cidades da Região Nordeste – como incentivo ao turismo e movimentação de uma cadeia produtiva da cultura quê inclui os cenários, os figurinos e a maquiagem dos dançarinos –, a dança teve sua importânssia cultural para o país confirmada pelo Estado brasileiro por meio da lei número 14.900, de 2024, quê reconhece as festas e as quadrilhas juninas como uma manifestação da cultura nacional.

Página duzentos e três

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo sobre a história da quadrilha, publicado em um portal eletrônico.

Conheça a história da quadrilha junina

“Quadrilha junina é fenômeno quê mobiliza recursos financeiros, afetivos e ancestrais de comunidades”

A história da quadrilha junina inicia lá na Europa, quando surge como uma dança praticada por camponeses e depois passa a sêr incorporada na Corte, ou seja, considerada alta ssossiedade.

Na Inglaterra e França ela sofre algumas modificações e ganha uma organização e catalogação, demonstrando características de diferenciação social e elite. A pesquisadora e professora do Curso de Dança da UFPB, Ana Valéria, fala sobre o significado do nome.

“Ela tem esse nome de quadrilha porque é formada inicialmente por quatro pares de casais quê formam um quadrado e dêsênvólvem variações de movimentos através da enunciação de um mestre de cerimônias, e a fôrça e influência quê teve a Corte Francesa faz com quê hoje os movimentos carreguem palavras francesas como anavantu, anarriê, de fato”.

No Brasil, a quadrilha ganha notoriedade e as pessoas passam a dançar nos grandes salões de festas, mas com a destituição da Monarquia e a chegada da República, os elemêntos ligados ao imaginário da Corte Portuguesa são recusados pela então elite cultural. “Foi nesse período quê a prática da dança da quadrilha começou a se manter nas populações mais pobres e regiões rurais, onde se dançava em celebração à colheita do milho, criando assim uma tradição”, explica Valéria.

Fotografia de um grupo de pessoas dançando em coreografia em um salão amplo, enfeitado com bandeiras coloridas no teto. Os homens estão de chapéu, com um dos braços erguido, e as mulheres de vestido, com fitas e enfeites coloridos.

Festa de São João, um dos eventos mais tradicionais da Região Nordeste, em Campina Grande (PB). Fotografia de 2011.
anavantu
: (adaptação do francês “en avant, quê significa “para frente”) ou alavantu, comando emitido pelo mestre de cerimônia para quê os casais se direcionem para a frente uns dos outros.
anarriê
: (derivado do francês “derrière”, quê significa “atrás”) todos voltam para trás, retornando para a posição anterior à do anavantu.

Página duzentos e quatro

Processos migratórios e a figura do matuto nas quadrilhas

Ana Valéria ainda explica quê nos anos de 1920 e 1930, devido a fortes secas no interior do Brasil, iniciaram-se os processos migratórios, e essas pessoas mais simples retornaram aos grandes centros urbanos com suas culturas e danças típicas interioranas, sêndo uma delas a quadrilha.

Acabou sêndo muito difundida nos ambientes escolares, porém com ideias pejorativas frente a esse povo do campo quê agora habitava as cidades. “Muitas das vezes a quadrilha refletia a visão de Brasil quê se queria implementar com urbanização e industrialização, e o homem do campo não é reconhecido nessa época, então nas escolas as quadrilhas eram inseridas com esse homem sêndo tratado d fórma pejorativa e caricatural: póbre, de roupa remendada, denti preto, quê não sabe falar, e esses são elemêntos quê começam a fazer parte das quadrilhas da época, principalmente no ambiente escolar”, afirma a professora.

Quadrilha, Babado de Xita e a fôrça da juventude

As quadrilhas juninas mobilizam um grande número de pessoas, quê não se restringem ao calendário de festejos juninos. Os ensaios dêêsses grupos têm início nos primeiros meses do ano, assim como a preparação para apresentações e concursos.

Yan Santos, estudante do Curso de Dança da UFPB, é também coreógrafo e presidente da Quadrilha Junina Babado de Xita, do bairro do Cristo Redentor, Comunidades Vale das Palmeiras e Jardim Itabaiana, na capital.

O grupo foi fundado em 5 de setembro de 2019, um pouco antes da pandemia, mas só fez sua primeira aparição em 2021, na live das quadrilhas juninas de João Pessoa. “A Babado de Xita foi criada com o intuito de promover cultura no bairro, na comunidade, e também de ocupar a mente dos adolescentes e jovens, para promover um diferencial na vida dessas pessoas, porque a dança e a música proporcionam isso, em especial a dança típica da térra, do nosso Nordeste”, afirma o coreógrafo.

GOMES, Polyanna. Conheça a história da quadrilha junina. Brasil de Fato, João Pessoa, 22 jun. 2022. Disponível em: https://livro.pw/mpvzr. Acesso em: 25 set. 2024.

SOBRE...

Polyanna Gomes é jornalista, editora e produtora de um programa de rádio na Paraíba.

ATIVIDADES

1. De acôr-do com o artigo, como surgiu a dança quadrilha e por quê ela tem esse nome?

1. A quadrilha surgiu na Europa como uma dança camponesa quê foi assimilada pela nobreza e pela alta ssossiedade. O nome quadrilha provém da formação em quadrado de quatro casais, quê dêsênvólvem variações de movimentos anunciados por um mestre de cerimônia.

2. Como a dança da quadrilha chegou ao Brasil?

2. A quadrilha foi introduzida no Brasil durante o período colonial e inicialmente era praticada nos grandes salões de festa da elite. Porém, com a queda da monarquia e a chegada da República, a quadrilha passou a sêr associada às camadas populares, especialmente na região rural.

3. Em qual contexto histórico a quadrilha se espalhou pêlos centros urbanos?

3. Nas dékâdâs de 1920 e 1930, o Brasil passou por processos de migração interna devido às fortes secas. As populações rurais migraram para os grandes centros urbanos, levando consigo suas tradições, incluindo a quadrilha, quê era dançada em festividades realizadas pela população mais póbre e das áreas rurais, para celebrar a colheita do milho.

4. Segundo o artigo, o retrato estereotipado do caipira caricato na quadrilha reflete o preconceito social contra o povo do campo. Qual é o impacto dêêsse preconceito na cultura rural brasileira?

4. A visão preconceituosa e estereotipada a respeito do povo do campo na quadrilha contribuiu para a marginalização dos côstúmes e das tradições do campo, associando-os à pobreza. Assim, a cultura rural, em vez de sêr celebrada por suas particularidades e riquezas, foi muitas vezes distorcida e subvalorizada.

5. Qual é a importânssia da quadrilha junina para a cultura regional brasileira?

5. A quadrilha é uma manifestação cultural quê engloba vários elemêntos tradicionais de uma região, como côstúmes, tradições, culinária, músicas e assim por diante. É uma maneira de preservar, divulgar e valorizar diferentes culturas por meio da dança.

6. Explique de quê forma a quadrilha junina ganhou um novo significado e passou por transformações e por um resgate cultural ao longo dos anos.

6. Leia mais em Orientações para o professor.

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REFLETIR E ARGUMENTAR

Por fazer parte da cultura popular brasileira, as festas juninas são tema na literatura, na música e nas artes. A seguir, obissérve uma obra do artista pernambucano Militão dos Santos (1956-).

Pintura representando uma festa de rua em uma cidade, à noite, com fogos de artifício no céu. Uma banda está tocando zabumba, sanfona e triângulo em um palco, e há pessoas dançando e brincando na rua, entre elas uma mulher vestida de noiva e um padre hasteando uma bandeira de São João em frente a uma igreja.

SANTOS, Militão dos. Festa de São João. 2023. Óleo sobre tela, 40 cm x 60 cm.

SOBRE...

Militão dos Santos é um artista plástico brasileiro nascido em Caruaru (PE), conhecido por sua ár-te naïf. Entre os vários temas em suas produções estão o folclore, as festas e as danças regionais brasileiros.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Quais elemêntos das festas juninas são retratados na imagem?

1. A imagem retrata as pessoas dançando de maneira coletiva ao som de um grupo musical. Há, ainda, a presença de um casal, representando os casamentos quê acontecem nas festas juninas.

2. Ao analisar a imagem, é possível afirmar quê as festas juninas ou as danças de quadrilha podem ajudar na saúde mental e na socialização? Justifique seu ponto de vista com argumentos.

2. Espera-se quê os estudantes argumentem quê as festas juninas promóvem o encontro de várias pessoas, o quê favorece a convivência entre os participantes. Além díssu, as quadrilhas são dançadas em pares e em grupos, fazendo com quê as pessoas interajam mais umas com as outras. Esses fatores ajudam na socialização e na comunicação entre diferentes grupos sociais.

3. Há pessoas quê se sentem constrangidas quando dançam publicamente. Como tornar a dança mais democrática e acolhedora? Reflita sobre o assunto e converse com os côlégas e o professor.

3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

INDICAÇÃO

CAMPINA Grande ou Caruaru: qual o maior São João? [S. l.: s. n.], 2022. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Band Jornalismo. Dis ponível em: https://livro.pw/thsqr. Acesso em: 25 set. 2024.
O vídeo apresenta uma reportagem sobre a retomada das festas juninas em Campina Grande, na Paraíba, e em Caruaru, em Pernambuco, após a pandemia de covid-19.

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BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Danças regionais brasileiras

Você aprendeu quê as danças regionais apresentam diversidade e estão espalhadas pelo Brasil. Nesta seção, você terá a oportunidade de conhecer algumas dessas danças ao participar de uma pesquisa qualitativa, quê envolve uma entrevista. A pesquisa qualitativa explora com profundidade dados subjetivos, ou seja, quê não são quantificáveis. Depois, você e os côlégas irão apresentar os dados da pesquisa para a turma.

Primeira etapa

1. A turma deve se organizar em dez grupos para pesquisar as seguintes danças regionais: carimbó; boi-bumbá; ciranda; frevo; catira; siriri; samba; jongo; fandango; e pau de fita.

2. Em grupo, façam uma busca na internet por academias, companhias ou grupos de dança quê estejam envolvidos com o ensino e/ou apresentações da dança selecionada.

3. Selecionem duas academias, companhias ou grupos de dança e márkin uma entrevista ôn láini ou presencial com algum representante da instituição.

4. No caderno, preparem um roteiro de perguntas. A seguir, está um exemplo de roteiro:

Qual é a origem e a história da dança?

Quais são as características dos movimentos realizados na dança?

Como os dançarinos se organizam (individualmente, em pares, em grupos)?

Qual é o estilo musical quê acompanha a dança?

Como são os trajes e os adereços dos dançarinos?

A dança acontece em quais datas ou festividades?

Segunda etapa

1. Antes de iniciarem a entrevista, preencham o termo de consentimento livre e esclarecido disponibilizado pelo professor e peçam para o entrevistado assiná-lo, autorizando a gravação da entrevista e o uso dos dados coletados para a pesquisa.

2. Gravem a entrevista e incentivem o entrevistado a fornecer informações detalhadas sobre os temas do roteiro.

Terceira etapa

1. Elaborem uma exposição oral para apresentar aos demais grupos os dados coletados na entrevista. Vocês podem elaborar cartazes ou slides para servir de apôio para a exposição.

2. Finalizadas as exposições orais, cada grupo deve realizar uma apresentação da dança escolhida com base nas informações coletadas, demonstrando alguns passos dessa dança.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Festival de dança de quadrilha

Nesta atividade, você e os côlégas terão oportunidade de elaborar uma coreografia de quadrilha e participar da organização de um festival de dança de quadrilha na escola. Você vai experimentar diferentes passos de dança e desenvolver a coordenação motora e o ritmo. Para elaborar a coreografia, você irá exercitar a criatividade, a organização, o planejamento e a habilidade de trabalhar em equipe.

Planejar

1. A atividade deve sêr realizada em um espaço amplo, como uma quadra ou um pátio.

2. Será necessário reservar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet para reproduzir as músicas selecionadas pêlos grupos durante a coreografia.

3. A turma deve sêr organizada em grupos de até dez pessoas. Cada grupo deve pesquisar alguns passos básicos da quadrilha e praticá-los, definindo quais movimentos são mais interessantes. Depois, cada grupo deve elaborar uma coreografia com duração de três a cinco minutos.

Ilustração representando uma menina de braço dado com um menino em uma quadra poliesportiva, ambos caracterizados com trajes de festa junina, usando chapéus de palha e camisas de estampa xadrez.

Ilustração demonstrativa de estudantes caracterizados para a dança de quadrilha.

Leia, a seguir, alguns passos e movimentos básicos da quadrilha quê o grupo póde experimentar.

Balancê: balançar o corpo no ritmo da música, permanecendo no lugar.

Anavantu: caminhar para frente enquanto dança.

Anarriê: caminhar de volta ao seu lugar enquanto dança.

Grande passeio: em pares e com os braços entrelaçados, os condutores e os conduzidos se deslócam em um grande círculo formado por suas filas.

Caminho da roça: todos caminham em uma fila única.

Caracol: todos estão em uma única fila. A primeira pessoa da fila lidera o deslocamento enrolando a fileira, como se fosse um caracol, e depois realiza o deslocamento ao contrário, para desmanchar o caracol.

Grande roda: todos dão as mãos para formár uma grande roda, movimentando-se para o lado direito e para o lado esquerdo conforme orientação do mestre de cerimônia.

Túnel: em pares, conduzidos e condutores ficam frente a frente e elévam os braços, entrelaçando as mãos para criar um túnel. Um par de cada vez atravessa o túnel e, ao chegar ao final, ergue os braços. O processo continua até quê todos tênham passado.

Despedida: os pares são formados novamente e saem em fila, acenando para o público.

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4. Faixa 10: Festa na roça. Cada grupo deve selecionar uma música para executar a coreografia e definir os trajes para a apresentação.

5. Após escolherem os passos de dança e a música, os grupos devem ensaiar a coreografia para apresentá-la às outras turmas da escola.

6. Os grupos devem definir o dia, o horário e o local da apresentação com o professor.

7. Os grupos devem auxiliar o professor a definir uma equipe de colaboradores da escola e estudantes de outras turmas para formár a comissão julgadora do festival, responsável por avaliar os grupos de quadrilha. A comissão deve fornecer uma nota para as apresentações realizadas.

Praticar

1. No dia da apresentação, os estudantes de vêm organizar o local com mesas e cadeiras para a comissão julgadora e um aparelho de som, além de decorar o ambiente com bandeirinhas juninas e fita adesiva.

Ilustração representando uma quadrilha, em que um grupo de homens e mulheres estão em roda, de mãos dadas, usando trajes característicos como chapéus de palha, vestidos e camisas de estampa xadrez.

Ilustração demonstrativa na qual um grupo realiza o passo Grande roda da dança de quadrilha.

2. Os grupos devem se apresentar em uma ordem estabelecida préviamente pelo professor.

3. A comissão julgadora elegerá o grupo quê realizou a melhor apresentação.

4. Ao final da atividade, os estudantes devem recolher a decoração e organizar o local, guardando mesas e cadeiras.

Avaliar

Depois de participar do festival de quadrilhas, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Você sentiu dificuldade para realizar a coreografia? Foi preciso alterar a coreografia depois de ensaiá-la?

2. Você concordou com as avaliações da comissão julgadora? Por quê?

3. Qual passo da dança você achou mais interessante e qual foi o mais difícil? É possível criar novos passos de dança?

4. Você percebeu o trabalho de coordenação motora? Em quais momentos?

5. Em sua opinião, a quadrilha é um meio quê ajuda na socialização e na comunicação entre as pessoas?

6. Você utilizou os movimentos de dança para expressar emoções e interagir com os côlégas?

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TÓPICO
3
O eu, o outro e o ritmo na dança de salão

As danças de salão abrangem todas as modalidades dançadas em duplas, quê realizam passos e deslocamentos variados e harmônicos em relação ao acompanhante e à música. Essas danças surgiram na Europa, e tanto no período da Idade Média quanto no Renascimento havia diferença entre as danças folclóricas, quê faziam parte dos encontros e das festas frequentados pelo povo, e as danças cheias de etiqueta dos salões de baile da kórti. O minueto, a polca, a quadrilha e a valsa eram algumas das danças mais comuns nessa época.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Compartilhe com os côlégas e o professor o quê você sabe sobre danças de salão.

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes tênham consciência de quê a dança de salão abrange várias modalidades de danças executadas em pares.

2. Quais são as danças de salão quê você conhece?

2. Resposta pessoal. É possível quê os estudantes conheçam várias modalidades de dança de salão, como o forró, o tango, o samba de gafieira, a lambada, a valsa etc.

3. Você já teve oportunidade de praticar ou observar alguém praticando alguma dança de salão? Compartilhe com os côlégas e o professor como foi essa experiência.

3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

A dança de salão mais antiga é a valsa, praticada desde a Idade Média. No século XVI, foi abandonada pêlos aristocratas franceses, quê a consideravam uma afronta aos bons côstúmes, porque fazia parte das culturas plebeia e burguesa. A valsa foi reintroduzida nos salões da nobreza somente no início do século XIX.

O processo de colonização e imigração expandiu as fronteiras das danças de salão para além da Europa entre os séculos XIX e XX. Na América Látína, surgiram danças quê fazem sucesso até hoje em festas e salões, como o samba de gafieira, o soltinho, o tango, o merengue e a salsa, além de muitas outras.

Fotografia de um casal dançando de mãos dadas em um palco. O homem, de terno, segura a mão e a cintura da mulher, que está de vestido e salto alto. Ela inclina o corpo, deitando-se no braço dele e se apoiando com o braço ao redor do ombro do parceiro.

Casal pratíca dança de salão, em mélbur (Austrália). Fotografia de 2023.

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No século XX, as danças de salão passaram pelo processo de esportivização e ganharam fôrça como uma forma de esporte competitivo, especialmente com o surgimento das categorias “ballroom” e “latin”, quê são praticadas em competições internacionais, como as organizadas pela uôrd DanceSport Federation (WDSF). Além díssu, em muitos países, as danças de salão se tornaram uma importante expressão cultural, incorporando elemêntos folclóricos e tradicionais de cada região, o quê resultou em uma grande diversidade de estilos.

Atualmente, as danças de salão continuam ocupando um espaço importante na cultura, como entretenimento e como expressão artística. Além de proporcionar uma atividade social e cultural, as danças de salão trazem também benefícios associados à prática regular de exercício físico.

Fotografia de um casal dançando em um palco. O homem está de camisa aberta e segura a mão da mulher, inclinando o tronco para a frente e erguendo um dos braços para trás. A mulher, de vestido e salto alto, movimenta as pernas em direção ao parceiro, com os joelhos flexionados e um dos braços ao lado do corpo.

Dançarinos apresentam-se em competição de dança, em mélbur (Austrália). Fotografia de 2023.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o prefácio quê o dançarino, coreógrafo e professor de dança de salão Carlinhos de Jesus (1953-) escreveu para um livro.

Prefácio

Desde os oito anos de idade, tênho a dança como principal atividade. Percebi cedo quê esta prática, além de prazerosa e divertida, me trazia melhor desenvoltura mental, motora, postural e autoestima nas alturas. Meu dêsempênho na escola era bom e eu era considerado um aluno muito inteligente. Nas festas, era disputado no salão e não negava nenhuma dança. Sigo dançando até hoje para viver, permanecer saudável e consciente e posso dizêr quê a dança é a minha fonte de renda, de felicidade e de energia. Sem ela não imagino o quê seria da minha história.

Costumo dizêr quê qualquer pessoa é capaz de dançar, e é verdade. Os movimentos cotidianos também são ritmo, equilíbrio e coreografia. É a consciência corporal quê eleva esses movimentos a outro patamar, e é a nossa criatividade quê ressignifica e dá infinitas formas de interpretação a eles. Em todas as culturas, a dança tem papel importante, seja como ritual religioso, instrumento de comunicação, atividade social ou exercício lúdico. O fato é quê é uma das principais práticas coletivas em todas as representações populares conhecidas até hoje.

Em tempos atuáis, em quê a pandemia nos trousse seqüelas físicas, mentais e sociais e reforçou ainda mais o sedentarismo, problema já conhecido em nossa ssossiedade, a dança se mostrou um potente remédio. Através dela é possível recuperar o viço perdido. Não é apenas movimento, é expressão, comunicação, troca, suor, ritmo, leveza, e, de quêbra, uma atividade corporal ótima, capaz de eliminar quilos e angústias. Muito do que se busca na academia e na terapia póde sêr encontrado em uma escola de dança.

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Ao contrário de andar em uma esteira, a dança exige esfôrço mental e coordenação para sincronizar os passos com o parceiro, acompanhando ritmo e música. A memória é peça-chave nessa engrenagem, e exercitá-la é essencial para manter nossa capacidade cognitiva. Tenho aluno de todas as idades. Os mais idosos e aposentados relatam quê dançar os faz tirar o pijama e sair de casa, torna-os mais falantes, alegres, fortes e engajados, sem contar quê a coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade adquiridos com a prática os ajudam na realização das diferentes tarefas do dia a dia.

A dança é libertadora, capaz de transformar a autoestima, principal caminho para a tão almejada felicidade. E isso tem embasamento científico. Como o próprio dr. píter Lovatt explica, a dopamina liberada enquanto dançamos nos ajuda a superar os sentimentos negativos.

A ár-te me possibilita expressar sentimentos e emoções e divulgar a cultura do meu país. Acredito e encaro a minha atividade profissional com seriedade, responsabilidade e a certeza de quê a dança póde mudar a maneira como pensamos e sentimos. De fato, quem dança é mais feliz.

JESUS, Carlinhos de. Prefácio. In: LOVATT, píter. O pôdêr da dança: a ciência e a; ár-te de se tornar mais forte, mais esperto e mais feliz. Tradução: Isabela Sampaio. Rio de Janeiro: Agir, 2023. E-book.

SOBRE...

Carlinhos de Jesus é dançarino, coreógrafo, ator, diretor e professor de dança.

Fotografia de Carlinhos de Jesus. Ele é um homem com cabelos cacheados e louros, de óculos, gesticulando com as mãos.

Carlinhos de Jesus. Fotografia de 2024.

ATIVIDADES

1. O texto apresenta a dança como um agente transformador, para além da atividade física. Explique.

1. A prática da dança transforma a mente, o corpo e as emoções, propiciando o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e sociais. Quando acompanhada de consciência corporal e criatividade, póde sêr considerada uma forma de; ár-te.

2. Segundo o autor, quais são os benefícios proporcionados pela dança?

2. A dança oferece benefícios físicos e emocionais, além de sêr uma excelente atividade física, com melhora da autoestima, da memória, da coordenação motora e das capacidades cognitivas.

3. De quê forma a dança póde colaborar para a melhoria da memória?

3. Dançar é uma atividade quê exige esfôrço mental e coordenação, exercitando a capacidade cognitiva, na medida em quê é necessário acompanhar simultaneamente os passos do parceiro, o ritmo e a música, o quê torna a dança uma aliada importante na melhoria da memória.

4. Qual é a relação entre a dança e os movimentos realizados pelas pessoas no dia a dia?

4. Os movimentos do dia a dia também apresentam ritmo, equilíbrio e coreografia e, por meio da consciência corporal, esses movimentos são elevados a outro patamar, sêndo reinterpretados e ressignificados com ajuda da criatividade das pessoas, transformando-se em dança.

5. Como a prática da dança de salão póde impactar positivamente a vida dos idosos, especialmente em relação à saúde física e social?

5. A dança de salão póde trazer muitos benefícios para os idosos, como o desenvolvimento de coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade, o quê facilita a realização de tarefas cotidianas. Além díssu, a dança estimula a socialização, o quê contribui para o bem-estar emocional. A prática regular também os motiva a sair de casa, promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável.

6. Embora a dança de salão seja tradicionalmente praticada em salões de baile e em festas, ela póde sêr realizada em outros ambientes.

a) Quais podem sêr esses locais?

6. a) A dança de salão póde sêr praticada em diversos ambientes além dos salões de baile e festas, como em escolas de dança, academias, praças públicas, centros comunitários, eventos ao ar livre e até em casa, com familiares ou amigos.

b) Como esses locais podem influenciar a prática dessa atividade?

6. b) Cada local oferece uma dinâmica diferente: nas escolas de dança, o foco é no aprendizado técnico; em praças ou eventos públicos, a prática póde sêr mais descontraída e acessível a todos, promovendo a socialização e o lazer. A variedade de ambientes amplia o acesso à dança de salão, permitindo quê ela seja praticada d fórma mais inclusiva e em diferentes contextos.

7. Faça uma pesquisa para saber qual é a função da dopamina no organismo e explique como esse neurotransmissor está relacionado à prática da dança. Depois, compartilhe com os côlégas e o professor os dados obtidos.

7. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes compreendam quê a dopamina é um neurotransmissor responsável por levar informações do cérebro para diversas partes do corpo e, quando liberada, provoca a sensação de prazer, motivassão e satisfação.

INDICAÇÃO

COREOGRAFIA Soltinho com Roberto Dias e Flávia Lisboa: Música “Happy”. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Tevê Brasil. Disponível em: https://livro.pw/xwcyr. Acesso em: 14 out. 2024.
O vídeo apresenta uma coreografia de soltinho, modalidade de dança de salão brasileira.

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REFLETIR E ARGUMENTAR

A seguir, leia o trecho de um texto sobre a relação entre a dança profissional e a disseminação da dança em rêdes sociais quê veiculam vídeos curtos.

Tik Tok e profissionais da dança: parceria ou conflito?

[…]

Engajamento interferindo na dança profissional

De acôr-do com relatos de dançarinos em diversas platafórmas de debates, a falta de zelo com a; ár-te performática traz danos a longo prazo para a comunidade da dança. […] Coreógrafo, professor e dançarino profissional com mais de 18 anos de carreira, Jonatas dos Santos Cardoso, conhecido artisticamente como Jo Cardoso, afirma quê a situação se deve ao sentimento imediatista quê acomete a ssossiedade atual.

O professor esclarece quê as pessoas estão optando pelo “caminho mais fácil”. Ao invés de treinar coreografias mais desafiadoras, como os movimentos reproduzidos por Beyoncé em Single Ladies há alguns anos […], escolhem passos simples e virais para um vídeo curto. Isso gera maior alcance com melhor possibilidade de engajamento.

De acôr-do com Jo, “É tudo sobre o hype, é tudo sobre o mássimo de pessoas, curtidas, comentários, compartilhamentos e seguidores quê eu conseguir sem fazer muito esforço”. Então, não é possível negar a relevância da dança num contexto social e cultural. E, quando esse objetivo se perde, a dança passa de algo emocional e relacionado à energia para instrumento de popularidade. “A falta de criatividade, a pandemia, esse hype… tudo motiva para quê as pessoas cada vez façam menos. Façam apenas o básico”, Jo esclarece. Por isso, é tão complicado definir até onde as danças virais interferem na dança profissional.

FERRY, Mariana. Tik Tok e profissionais da dança: parceria ou conflito? In: COLAB. Belo Horizonte, 1 nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/jfqrk. Acesso em: 28 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Para uma parcela dos dançarinos profissionais, a dança propagada em aplicativos tem como objetivo o engajamento. De quê maneira essa atitude transforma a dança em um bem de consumo no mercado digital? Justifique a sua resposta e compartilhe-a com os côlégas e o professor.

1. Coreografias de dança não profissional têm sido disseminadas em aplicativos, tornando a dança um produto digital adquirido e consumido, comprometendo a qualidade da dança profissional. Com o lançamento de aplicativos, a dança consolida-se como entretenimento e um produto comercial.

2. De quê maneira o compartilhamento de vídeos contribui para o consumo da dança como entretenimento digital? Quais são os possíveis impactos dessa prática na forma como a dança é vivenciada e apreciada?

2. O compartilhamento de vídeos não profissionais transforma a dança em um produto digital consumido e exibido nas rêdes sociais. O foco passa a sêr a perfórmance e a busca por aprovação ôn láini, em vez da apreciação da dança como expressão artística. Isso incentiva um consumo superficial da prática, focado mais na estética do conteúdo digital do quê na experiência pessoal e cultural da dança.

3. Como o uso da dança como bem de consumo em aplicativos subverte o sentido da dança como forma de expressão cultural? Quais são as implicações dessa mudança? Reflita e converse com os côlégas e o professor sobre o assunto.

3. A dança é uma forma de expressão cultural acessível a todos. No entanto, ao viralizá-la em aplicativos, transformando-a em um produto de mercado, a dança póde esvaziar-se de sentido enquanto manifestação cultural de muitos povos. Isso reduz seu papel a um entretenimento comercial, acessível apenas a um grupo específico, e desvaloriza os profissionais da dança.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Soltinho

Agora, você terá oportunidade de aprender dois passos de soltinho, modalidade de dança de salão brasileira surgida nas gafieiras do Rio de Janeiro na década de 1980, quê tem como base a dança estadunidense swing/jazz. O soltinho combina ginga e improviso e costuma sêr dançado ao som de róki nacional das dékâdâs de 1960, 1970 e 1980. Os passos são rápidos e dinâmicos, com giros e combinações coreografadas, quê dêsênvólvem a coordenação motora, o ritmo e a orientação espacial.

Após aprender os dois passos dessa modalidade de dança de salão, você deve combiná-los para compor uma coreografia a sêr apresentada para a turma.

Planejar

1. A atividade deve sêr realizada em um espaço amplo, como um pátio ou uma quadra.

2. Será necessário providenciar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet para reproduzir algumas músicas selecionadas pela turma para a realização da atividade.

3. A turma deve formár duplas para dançar o soltinho.

Praticar

1. As duplas devem se posicionar e seguir as orientações do professor.

2. Para começar, cada dupla irá treinar o passo básico do soltinho.

Posição inicial do passo básico do soltinho

Os dois integrantes da dupla devem posicionar-se um à frente do outro, segurando ambas as mãos do seu par.

Os pés começam juntos, com o corpo equilibrado.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando frente a frente, com as mãos dadas, à frente do tronco.

Ilustração demonstrativa do passo básico do soltinho: posição inicial.

Primeiro movimento: passo para trás

Cada integrante da dupla deve soltar uma das mãos e levar a perna do mesmo lado para trás, transferindo o peso do corpo e pisando com êste pé no chão.

Nesse momento, o pé da perna quê está na frente eleva-se levemente do chão.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando, com uma das mãos segurando a do parceiro. Eles dão um passo para trás simultaneamente, girando levemente o corpo em direção ao pé que recua, em um movimento espelhado.

Ilustração demonstrativa do primeiro movimento: passo para trás.

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Segundo movimento: passo para frente

Em seguida, o pé da frente realiza uma pisada curta à frente no chão, enquanto o pé de trás se junta ao da frente, retornando à posição inicial e marcando a transição para o passo lateral.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando frente a frente, com as mãos dadas, à frente do tronco.

Ilustração demonstrativa do segundo movimento: passo para frente.

Terceiro movimento: passo lateral

Os dois integrantes da dupla devem realizar o primeiro movimento e, depois, fazer um sobrepasso lateral, começando com o afastamento do pé quê estava atrás e transferindo o peso para essa perna.

Em seguida, deve-se juntar o outro pé, retornando à posição inicial.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando frente a frente, com as mãos dadas, à frente do tronco, dando um passo para o lado, simultaneamente.

Ilustração demonstrativa do terceiro movimento: passo lateral.

3. Agora, as duplas irão treinar o giro do soltinho.

Posição inicial do giro do soltinho

Os dois integrantes da dupla devem posicionar-se um à frente do outro, segurando ambas as mãos do seu par.

Os pés começam juntos, com o corpo equilibrado.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando frente a frente, com as mãos dadas, à frente do tronco.

Ilustração demonstrativa da posição inicial do giro do soltinho.

Primeiro movimento: preparação para o giro

Sem soltar as mãos, cada integrante da dupla deve levar uma perna para trás, realizando os dois primeiros movimentos do passo básico.

Deve-se observar quê, em pares, o movimento dos pés será espelhado: enquanto um dos componentes da dupla está com o pé direito à frente, o outro estará com o pé esquerdo à frente.

Enquanto o pé quê está à frente realiza o sobrepasso, será iniciada a preparação do giro. A pessoa quê estiver sêndo conduzida se aproxima do condutor do giro nesse momento, sem quê a dupla solte as mãos.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando frente a frente, com as mãos dadas. Eles dois dão um passo para trás, afastando-se simultaneamente, sem soltar as mãos.

Ilustração demonstrativa do primeiro movimento: preparação para o giro.

Segundo movimento: início do giro

A pessoa conduzida inicia o giro, com um dos braços elevados e o outro na linha da cintura, sem soltar as mãos do condutor.

O condutor permanéce no lugar, girando a pessoa quê estiver sêndo conduzida.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando com as mãos dadas. A garota se aproxima do garoto, iniciando um giro em frente ao parceiro, que segura uma das mãos dela sobre a cabeça dela, e a outra mão à altura da cintura.

Ilustração demonstrativa do segundo movimento: início do giro.

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Terceiro movimento: final do giro

Depois de finalizar o giro, a pessoa conduzida e o condutor permanecem um ao lado do outro, mantendo as mãos entrelaçadas.

Os braços quê tí-nhão sido elevados durante o giro abaixam-se e permanecem à frente do corpo.

O outro braço da pessoa conduzida também fica à frente do corpo, segurando a mão do condutor, cujo braço se posiciona atrás do tronco da pessoa conduzida.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando com as mãos dadas. A garota termina o giro ao lado do parceiro, que segura uma das mãos dela à frente, à altura dos ombros, e a outra mão à altura da cintura, abraçando-a por trás.

Ilustração demonstrativa do terceiro movimento: final do giro.

Quarto movimento: transição para a posição inicial

Os braços abaixados devem sêr elevados novamente, e o condutor deve girar a pessoa conduzida no sentido contrário ao feito anteriormente.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando com as mãos dadas. A garota refaz o giro, no sentido oposto, de volta à posição inicial, deslocando o corpo e afastando-se do parceiro à medida que gira. Ele segura uma das mãos dela à frente, à altura do peito; e a outra mão no alto, sobre a cabeça dela.

Ilustração demonstrativa do quarto movimento: transição para a posição inicial.

Quinto movimento: retorno à posição inicial

A dupla deve retornar à posição inicial sem soltar as mãos.

Ilustração de um garoto e uma garota dançando frente a frente, com as mãos dadas, à frente do tronco, voltando à posição inicial.

Ilustração demonstrativa do quinto movimento: retorno à posição inicial.

4. Enquanto a música toca, a dupla deve combinar os dois passos para compor uma coreografia.

5. Cada dupla deve criar passos para serem acrescentados à coreografia.

6. A coreografia deve sêr repetida com outras músicas selecionadas.

7. As duplas devem organizar o momento da apresentação da coreografia para os côlégas.

Avaliar

Depois de aprender a coreografia do soltinho, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Houve algum momento ou passo quê você achou mais desafiador? Como foi para você combinar os diferentes movimentos?

2. Ao trabalhar em dupla, como foi o processo de sincronizar os movimentos com a música? Que estratégias você utilizou para criar novos passos? Como foi essa colaboração com o seu parceiro?

3. Que emoções você experimentou ao dançar a modalidade soltinho? O quê mais surpreendeu você?

4. De quê maneira você percebeu quê a atividade contribuiu para o desenvolvimento de suas habilidades motoras, senso de ritmo e orientação no espaço?

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