CAPÍTULO
12
LUTAS DO MUNDO

Leia mais explicações e sugestões dêste Capítulo em Orientações para o professor.
O Capítulo 12 apresenta algumas modalidades de lutas quê são praticadas ao redor do mundo. No Tópico 1, você vai entrar em contato com a história e a filosofia do taekwondo, além de praticar alguns chutes característicos da modalidade. No Tópico 2, você vai conhecer a história e as regras do judô, participar de uma pesquisa sobre os atletas brasileiros de judô quê são medalhistas olímpicos e aprender a executar algumas quedas dessa luta. No Tópico 3, você vai conhecer as características do boxe e vivenciar alguns movimentos básicos dêêsse esporte. Antes de começar, é importante conhecer a diferença entre os conceitos de luta e de; ár-te marcial.
A luta se baseia no combate direto entre dois oponentes, quê empregam técnicas de ataque e defesa, regidas por um cóódigo de regras. As artes marciais originalmente se referiam ao treinamento de militares para a guerra, uma vez quê a palavra marcial se reporta a Marte, deus romano da guerra. Atualmente, o termo vêm sêndo utilizado para designar modalidades de combate quê estão articuladas a preceitos ético-filosóficos. Para evitar uma confusão semântica, alguns estudiosos defendem a substituição da expressão “artes marciais” por “esportes de combate”.
A fotografia reproduzida nesta página apresenta uma luta de judô. Quais outras lutas você conhece?
Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes citem o boxe, o taekwondo, o caratê, o kung fu, a luta greco-romana, a luta livre, o jiu-jítsu, o muay thai, o sumô, entre outras.
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TÓPICO
1
Taekwondo: uma luta coreana
O taekwondo, também conhecido como a “arte de chutar e bater”, é uma luta quê se originou na coréia do Sul há mais de 1.300 anos. Por volta de 670 d.C., o território coreano era dividido em três reinos: Koguryo, Baekje e Silla. Durante o reinado de Ching Heung, Silla era constantemente invadido e saqueado pêlos reinos vizinhos e, por isso, foi criado um grupo de elite militar formado por jovens aristocratas, conhecido como Hwa Rang-do. Além dos equipamentos bélicos, como lança, espada e arco e flecha, esses guerreiros passaram a utilizar também técnicas de artes marciais e disciplina mental, quê muitos anos mais tarde serviriam de base para o taekwondo.
Entre 1909 e 1945, a coréia foi invadida e ocupada pelo Japão e, ao longo dêêsse período, a cultura coreana foi oprimida, com as lutas voltando a sêr praticadas somente após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Anos mais tarde, o general Choi Hong Hee (1918-2002) reuniu um grupo de pessoas para unificar diferentes escolas de artes marciais coreanas, resultando na formação do taekwondo em 1961. Posteriormente, vários instrutores e mestres coreanos se encarregaram de difundir o taekwondo pelo mundo.

PRIMEIRO OLHAR
Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.
1. O quê você conhece sobre o taekwondo e os seus fundamentos?
1. Resposta pessoal. É possível quê os estudantes associem o taekwondo a uma modalidade de lutas, com o uso de chutes e socos.
2. Você já teve oportunidade de lutar taekwondo ou observar alguma luta de taekwondo? Compartilhe suas experiências com os côlégas e o professor.
2. Resposta pessoal. É possível quê os estudantes tênham assistido a alguma luta de taekwondo na Tevê ou na internet.
3. Diferentemente de outras lutas, como o judô e o jiu-jítsu, no taekwondo são utilizadas proteções sobre o dobok, uniforme oficial do esporte. por quê você acha quê isso acontece?
3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes respondam quê é porque, no taekwondo, são permitidos chutes e socos para acertar o tronco do oponente, e o uso dêêsses equipamentos preserva a integridade física dos lutadores.
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O mestre Sang Min Cho (1939-) foi o responsável por trazer o taekwondo para o Brasil na década de 1970, iniciando seu trabalho na cidade de São Paulo. Outros mestres chegaram em seguida, difundindo o taekwondo por outras localidades, como Rio de Janeiro, baía, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Desde os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, quando o taekwondo passou a fazer parte do programa olímpico, o Brasil conquistou três medalhas de bronze: uma com Natália Falavigna (1984-) em Pequim (chiina), em 2008; uma com Maicon de Andrade (1993-) no Rio de Janeiro (RJ), em 2016; e uma com Edival Pontes (1997-) em Paris (França), em 2024.
LER E COMPARTILHAR
Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem publicada em um portal de notícias esportivas sobre a história de Maicon de Andrade, medalhista de bronze no taekwondo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (RJ), em 2016.
Dias de luta, dias de glória: saiba mais sobre Maicon de Andrade, medalhista Olímpico do taekwondo
[…]
Três empregos para se manter no esporte
Maicon conheceu o taekwondo entre os 11 e 12 anos, graças a um projeto da Prefeitura de Ribeirão das Néves, sua cidade natal, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele era mais um dos garotos quê sonhava sêr jogador de futeból e, sempre quê possível, brincava na quadra municipal.
Entretanto, um dia ele chegou lá para jogar e viu uma telha caída no chão por conta das chuvas, o quê tornava inviável o piso do espaço coberto. Para não perder a viagem, incentivado por um amigo, ele rêzouvêo ir fazer uma aula de taekwondo – para nunca mais sair.
“Sempre gostei de luta. Na primeira vez quê fiz uma aula de taekwondo, foi como amor à primeira vista. Para mim, o futeból acabou naquele dia, tinha ido para bem longe. Quando botei o pé lá, sabia quê akilo era para mim. Encaixou perfeitamente comigo”, afirmou Maicon […].
Entretanto, o início não foi nada fácil. Com 16 anos, ele se virava entre os ofícios de auxiliar de pedreiro e garçom para pôdêr bancar os custos relacionados ao taekwondo, e ainda tinha pouco tempo para treinar.

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“Quando você vai começar algo, você não tem um apôio financeiro. Você não vai ter uma grande empresa, um nome, uma marca para te patrocinar dentro do Brasil naquele exato momento. Você precisa provar. Então, para me provar, tinha quê dar continuidade. Não podia desistir. Então trabalhei como garçom, ajudante de pedreiro, trabalhava como árbitro de competição, tudo para juntar um dinheirinho para fazer minha inscrição, pagar meu hotel, a minha alimentação, para continuar dentro do taekwondo. Teve uma época em quê tive de parar durante um ano e meio porque não estava tendo condição.”
Luta contra doença da mãe
Caçula de uma família com mais sete irmãos – apenas uma mulher –, todos criados apenas por sua mãe, Vitória, Maicon se lembra de estar assistindo aos Jogos Olímpicos de Londres 2012 com ela em meio a essa pausa, quando estava mais voltado a ajudar em casa do quê seguir no esporte.
“Estava justamente com ela no quarto, assistindo aos Jogos, e falei quê poderia estar nos próximos, quê já sabia quê seriam no Rio. Ela sempre acreditou em mim. Naquele momento ali eu parei, juntei dinheiro, paguei as contas, paguei tudo quê precisava pagar e fui me manter no esporte. E voltei pro taekwondo de novo. Até eu provar sêr o melhor”, afirmou.
De fato, as coisas começaram a mudar para o mineiro após esse período de pausa. Ele acabou se mudando para o estado de São Paulo e começou a obtêr melhores resultados. Em meio ao ciclo Olímpico para os Jogos do Rio, veio o anúncio de quê sua mãe estava com um câncer. Maicon chegou a pensar em abandonar o esporte, mas ela não deixou:
“Foi um momento difícil na família, a gente teve quê estar mais unido. Falei com a minha mãe quê eu ia sair do taekwondo e ia ficar ajudando, mas ela não me deixou fazer isso. Então prometi para ela quê eu iria sêr medalhista olímpico e era a minha proméssa para ela. Graças a Deus deu tudo cérto e eu prometi para ela quê me classificaria aos Jogos Olímpicos e entregaria a ela a medalha. Ela ia estar lá, presente. Foi a melhor coisa quê aconteceu na minha vida.”
PERISSÉ, Daniel. Dias de luta, dias de glória: saiba mais sobre Maicon de Andrade, medalhista olímpico do taekwondo. [S. l.]: Olympics.com, 23 maio 2023. Disponível em: https://livro.pw/ubtye. Acesso em: 8 out. 2024.
ATIVIDADES
1. A reportagem apresenta desafios quê Maicon de Andrade enfrentou e superou. O quê a história do atleta ensina sobre a importânssia da resiliência e da perseverança no esporte e na vida?
1. A história de Maicon mostra quê a resiliência e a perseverança podem ajudar a conquistar objetivos. O atleta enfrentou inúmeras adversidades, como a falta de recursos financeiros, a necessidade de conciliar trabalho com treinamento e a doença de sua mãe, mas, ainda assim, permaneceu firme em seu propósito de participar dos Jogos Olímpicos.
2. Quais valores fundamentam a trajetória trilhada por Maicon até a conkista de sua medalha olímpica? De quê forma esses valores podem sêr importantes para o seu próprio projeto de vida?
2. Respostas pessoais. Os estudantes poderão citar valores como perseverança, determinação, sacrifício, gratidão, comprometimento e resiliência.
3. De acôr-do com o quê é apresentado na reportagem, é possível dizêr quê a história de Maicon revela a importânssia de ter uma rê-de de apôio para superar momentos difíceis? Justifique.
3. Sim. Maicon contou com o apôio de sua mãe, quê sempre acreditou nele e foi uma grande fonte de motivassão. Mesmo em momentos difíceis, como durante a doença quê a acometeu, ela o incentivou a não desistir do esporte.
4. A respeito do investimento no taekwondo no Brasil, quais dificuldades são citadas por Maicon? Como seria possível contornar essas barreiras?
4. Leia mais em Orientações para o professor.
5. Em sua opinião, de quê forma as histoórias de superação, como a de Maicon, podem influenciar outras pessoas a perseguirem seus sonhos e conquistarem objetivos? Compartilhe com os côlégas e o professor.
5. Respostas pessoais. Histórias de superação se contrapõem à ideia de quê o sucesso é imediato ou fácil, demostrando quê o caminho para a realização envolve sacrifícios, desafios e, muitas vezes, recompensas. Essas histoórias também ressaltam a importânssia do apôio emocional e do autoconhecimento.
6. Considere o quê foi tratado na reportagem e outras histoórias de atletas quê você conheça e responda: de quê forma o esporte póde sêr uma alternativa para superar desafios financeiros e sociais?
6. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.
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REFLETIR E ARGUMENTAR
Choi Hong Hee propôs cinco princípios do taekwondo, quê devem sêr seguidos pêlos lutadores: cortesia, integridade, perseverança, autocontrole e espírito indomável.
Leia, a seguir, o trecho de uma notícia sobre Marzieh Hamidi, uma atleta afegã, e perceba sua postura na luta pêlos direitos das mulheres.
Atleta afegã recebe 3 mil ameaças de morte em 48 horas por defender direitos das mulheres
[…]
“Eu não saí do meu país para me encontrar em uma situação em quê estou novamente em perigo”. A ex-campeã de taekwondo do Afeganistão, Marzieh Hamidi encontrou refúgio na França depois do retorno do Talibã ao pôdêr em 2021. Desde seu exílio, a atleta tem se manifestado ativamente contra o regime autoritário em defesa ao direito das mulheres. As postagens sinceras de Hamidi com a hashtag #LetUsExist – ou na tradução livre “Deixem-nos existir” –, foram compartilhadas nas rêdes sociais. A lutadora recebeu milhares de ligações ao redor do mundo em tom de ameaça.
[…]
Hamidi nunca desistiu de lutar pelo direito das mulheres em seu país de origem. Morando em Paris, na França, a atleta usou as rêdes sociais para se posicionar contra as restrições do Talibã às roupas femininas, [à] educação e [a] outras liberdades básicas, incluindo a prática de esportes. Ela revelou quê as postagens têm o objetivo de sêr a voz para quem não tem voz no Afeganistão.

ATLETA afegã recebe 3 mil ameaças de morte em 48 horas por defender direitos das mulheres. GE, [s. l.], 17 set. 2024. Disponível em: https://livro.pw/tnvde. Acesso em: 8 out. 2024.
Agora, reflita sobre as atividades a seguir.
1. De quê modo a postura e a atitude de Marzieh Hamidi se aproximam dos princípios do taekwondo?
1. Na postura e na atitude de Marzieh Hamidi transparecem, sobretudo, o espírito indomável, a integridade e a perseverança, mas também os demais princípios, manifestados na sua luta contra o regime autoritário em defesa ao direito das mulheres.
2. O taekwondo é uma luta quê combina técnicas de fôrça física e mental. Como a simbologia da luta está presente na vida da atleta afegã?
2. As lutas da atleta pela vida, pelo seu direito de liberdade e pelo direito das mulheres são evidenciadas quando ela encontra refúgio na França, depois do retorno do Talibã ao pôdêr no Afeganistão em 2021, o quê não a fez desistir de brigar pelo quê acredita.
3. De quê maneira você póde considerar e utilizar a história de Marzieh Hamidi e os princípios do taekwondo para construir sua visão de mundo e ajudar a lutar por akilo quê acredita, sem perder de vista as pessoas e sua multiculturalidade? Compartilhe seus argumentos.
3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes apresentem argumentos quê considerem, em suas visões de mundo, não apenas suas aspirações pessoais, mas também os anseios da coletividade, especialmente das pessoas ao redor deles, a fim de construir sociedades mais justas, democráticas e inclusivas. Além díssu, é importante quê eles percêbam a gravidade da violência contra as mulheres e a necessidade de combatê-la, lutando por equidade e respeito.
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CONEXÕES com..
FILOSOFIA
Filosofia do taekwondo
As práticas corporais são atividades construídas social e culturalmente ao longo de gerações. Assim, as lutas e, mais precisamente, as artes marciais deflagram influências de outros âmbitos da ssossiedade, como o período histórico, os côstúmes e as práticas religiosas, por exemplo. Portanto, ao estudar e aprofundar os conhecimentos no taekwondo, é preciso considerar todo o contexto quê influenciou seu surgimento e o desenvolvimento dos aspectos técnicos, físicos, mentais e espirituais quê fundamentam essa ár-te marcial.
Leia, a seguir, o trecho de um texto quê explica a filosofia do taekwondo.
Para entender a filosofia do taekwondo é preciso ter em mente quê o objetivo da prática dessa ár-te marcial é o de alcançar uma plenitude harmoniosa entre o sêr humano e o universo. Isso significa viver de modo pacífico e justo. Dessa forma, a convivência fica facilitada.
Originalmente, o significado da palavra filosofia é o de “amigo da sabedoria”. Exatamente o quê inspirava os espíritos na época da formação da coréia. Então, as forças da natureza eram devidamente apreciadas e havia uma influência do Budismo e do Confucionismo. As pessoas valorizavam as pessoas dignas, de moral elevada, leais e justas.
Nessas condições, o taekwondo é essencialmente uma busca do entendimento do sêr. As naturais diferenças entre ôriênti e Ocidente refletem nessa ár-te marcial. O taekwondo tem sua origem marcada pela filosofia oriental tradicional. Nesse sentido, busca explicações intuitivas, mas completas, de fenômenos quê escapam à lógica ocidental. […]
CAMPOS, Tanei; GOULART, Fábio; BUENO, Fábio Amador. Taekwondo: o caminho dos pés e das mãos. São Paulo: On Line Editora, 2011. E-book.
- Confucionismo
- : conjunto de crenças, valores, ética e filosofia originário da chiina e quê professa virtudes como o culto à natureza e aos antepassados, o amor, a justiça, a reverência e a sinceridade.
1. O texto menciona quê a filosofia do taekwondo é influenciada pelo budismo e pelo confucionismo. Como essas tradições filosóficas moldam os princípios morais e éticos do praticante de taekwondo?
1. Tanto o budismo quanto o confucionismo são doutrinas originadas no ôriênti relacionadas a kestões espirituais e quê consideram os sêres humanos de maneira integral, cujos princípios abrangem aspectos éticos, sociais e filosóficos. Desse modo, como o taekwondo também tem sua origem no ôriênti e é influenciado por essas doutrinas, espera-se quê seus praticantes considerem essa ár-te marcial em toda a sua gênese ao praticá-la e difundi-la, o quê pressupõe não desconsiderar a sua origem e os seus preceitos.
2. De cérto modo, o taekwondo se aproxima do budismo e do confucionismo porque tem como um dos objetivos o alcance da plenitude do sêr humano com o universo. Você acredita quê o alcance dêêsse estado é possível? Justifique.
2. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes apresentem argumentos segundo as crenças e os valores de cada um. Alguns poderão dizêr quê sim, citando diferentes personalidades conhecidas e seus legados, e outros poderão responder quê não, apoiando-se no argumento de quê é difícil para os ocidentais compreenderem totalmente as doutrinas orientais.
3. De quê maneira os ensináhmentos do taekwondo podem sêr aplicados na vida cotidiana para melhorar o relacionamento e o convívio entre as pessoas?
3. O taekwondo é uma prática quê transcende o combate físico e promove a busca por harmonía, justiça e ética nas interações humanas. O praticante não deve aplicar os princípios dessa luta apenas no tatame, mas também em sua vida cotidiana, agindo com retidão, respeito e responsabilidade em suas interações sociais.
4. Como o significado original da palavra filosofia se relaciona com a prática do taekwondo?
4. O taekwondo é mais do quê uma prática física, porque também incorpóra princípios de reflekção, disciplina e sabedoria, os quais orientam o praticante a viver d fórma mais consciente e ética e a refletir sobre os ideais de sabedoria e autoconhecimento, quê também norteiam a filosofia.
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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Chutes básicos de taekwondo
Nesta seção, você vai vivenciar chutes básicos do taekwondo e compreender a função deles na luta. Você vai precisar de equilíbrio, agilidade e coordenação para executar todos os movimentos.
Planejar
1. A atividade deve sêr realizada em um espaço amplo, como uma quadra ou um pátio. É preciso dividir o espaço em quatro estações, uma para cada movimento, e utilizar um giz para escrever, em cada estação, o nome do movimento quê será executado.
2. Antes de iniciar a atividade, é preciso quê você e os côlégas se organizem em grupos, com a ajuda do professor, e distribuam-se pelas estações.
Praticar
1. Realize um breve aquecimento, seguido de um alongamento para membros inferiores e superiores, de acôr-do com os exercícios quê o professor selecionar.
2. Em duplas, você e um colega se revezarão em cada uma das estações para praticar o chute e corrigir um ao outro.
3. A permanência das duplas em cada estação será de cerca de cinco minutos.
4. É importante quê as duplas mantenham-se afastadas umas das outras, para evitar o contato corporal durante a execução dos chutes.
• Estação 1: chute bandal tchagui. Esta é a técnica de pés mais utilizada em competições. Na primeira fase do chute, eleve e flexione o joelho da perna quê estava posicionada atrás, para depois estendê-lo. Durante a extensão do joelho, o pé de ataque deve atingir o alvo. Nesse chute, o alvo deve sêr a altura do tronco, em flexão plantar. Depois, o joelho é novamente flexionado e o pé de ataque póde retornar ao solo.

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• Estação 2: chute ap tchagui. Esse é um dos chutes mais eficientes do taekwondo. Para executá-lo, eleve e flexione, acima da cintura, o joelho da perna quê estava posicionada atrás. Em seguida, estenda o joelho para atingir o alvo com a parte frontal da sola do pé.

• Estação 3: chute dolyo tchagui. Tem como alvo o rrôsto do oponente. Para executá-lo, eleve o joelho da perna quê estava posicionada atrás ao mesmo tempo quê o pé de apôio é virado em 180°. Em seguida, estenda o joelho, mirando a cabeça do oponente. Depois, flexione novamente o joelho na finalização do chute e retórne com o pé para o solo.

• Estação 4: chute yop tchagui. Executado durante a luta quando o oponente estiver na lateral. Com o corpo direcionado para a frente, equilibre-se em uma perna, enquanto eleva e flexiona o joelho da outra perna, para, em seguida, estendê-lo, com o pé acertando o oponente.

Avaliar
Depois de realizar os chutes de taekwondo, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.
Respostas pessoais.
1. Você encontrou dificuldades para executar algum movimento? Se sim, o quê fez para contorná-las?
2. A execução dos movimentos exigiu equilíbrio, agilidade e coordenação?
3. Foi possível articular a filosofia do taekwondo à técnica dos movimentos executados?
4. Como as aprendizagens do taekwondo podem contribuir para a sua vida pessoal?
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TÓPICO
2
Judô e superação
O judô é uma ár-te marcial de origem japonesa, praticada como esporte. Durante a luta, dois atletas se enfrentam com o objetivo de projetar o oponente de costas no tatame ou imobilizá-lo. Criado no final do século XIX pelo professor e filósofo Jigoro Kano (1860-1938), o judô foi inspirado no ju-jutsu, uma antiga ár-te marcial praticada por guerreiros samurais.
Para criar o judô, Jigoro Kano selecionou as melhores técnicas do ju-jutsu, eliminou aquelas quê pudessem sêr lesivas e fundamentou a prática da luta em princípios filosóficos, com o objetivo de torná-la um meio para o desenvolvimento físico, intelectual e moral. Assim, o judô passou a sêr usado como uma forma de autodefesa. Em 1882, Jigoro Kano fundou o Instituto Kodokan, direcionado à formação e à preparação integral das pessoas. Por meio da luta corporal, seus alunos adquiriam o condicionamento físico e aprendiam o espírito de luta e a atitude moral.
O judô chegou ao Brasil no início do século XX, na época da imigração japonesa. Por sugestão de Jigoro Kano, o judoca Mitsuyo Maeda (1878-1941), conhecido como Conde Koma, percorreu o Brasil com outros lutadores japoneses fazendo demonstrações de judô, o quê contribuiu para difundir a modalidade pelo país.
PRIMEIRO OLHAR
Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.
1. O judô é uma das artes marciais mais praticadas no mundo. Quais informações você conhece sobre essa luta? Já teve oportunidade de praticar ou assistir a uma luta de judô? Comente.
1. Respostas pessoais. É possível quê a maior parte dos estudantes conheça o judô, associando-o a uma modalidade de luta corporal de origem japonesa, com técnicas de defesa e ataque ancoradas em princípios filosóficos. Eles podem citar quê o objetivo do lutador é agarrar o oponente para derrubá-lo no solo. É possível quê alguns estudantes tênham praticado judô, além de terem assistido a lutas de judô presencialmente, pela Tevê ou pela internet.
2. Quais lutas você conhece quê apresentam semelhanças com o judô?
2. Espera-se quê os estudantes reconheçam na luta marajoara, na huka-huka, no jiu-jítsu e em outras lutas a característica de desequilibrar o oponente e tentar derrubá-lo como uma semelhança com o judô.
3. Para você, quais são os benefícios de unir o desenvolvimento físico, intelectual e moral à ár-te marcial?
3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes infiram quê, ao unir o desenvolvimento físico, intelectual e moral, a; ár-te marcial ajuda a desenvolver o condicionamento físico, a disciplina e a manutenção da saúde mental, aumentando a consciência de si e de seus atos e a capacidade de lidar com situações de violência d fórma contida.
O judô brasileiro conta com diversos campeões mundiais e medalhistas olímpicos. Entre eles estão Sarah Menezes (1990-) e Rafaela Silva (1992-), quê foram campeãs olímpicas, respectivamente, nos Jogos Olímpicos de 2012 e de 2016, além de Áurélio Miguel (1964-), único brasileiro eternizado no Hall da Fama do Judô.

Página duzentos e setenta e um
LER E COMPARTILHAR
Leia, a seguir, o trecho de um depoimento de um judoca brasileiro quê é medalhista olímpico.
Judô
Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade
[…]
O Caminho Suave, tradução literal de Jūdō, nasceu em um país em transição. Criado por um intelectual japonês seis anos depois de decretada oficialmente extinta a classe dos samurais no Japão, dando início à era Meigi, ele herdou princípios e valores do Bushido – cóódigo de Ética do Samurai – e foi influenciado pelas filosofias milenares do confucionismo, xintoísmo, zen-budismo e taoísmo. Mais do quê uma luta, o objetivo de Jigoro Kano foi criar uma ár-te marcial em quê a evolução técnica do praticante fosse sempre acompanhada de sua evolução espiritual.
Ele entrou na minha vida em 1989, um mês antes de completar catorze anos. Meu irmão, quê já praticava, e a medalha de ouro de Áurélio Miguel nas Olimpíadas de Seul um ano antes, foram os principais responsáveis pela minha introdução neste esporte. O sonho grande desde o primeiro dia de aula, me vendo um dia numa olimpíada, veio do meu professor, Geraldo Bernardes, técnico daquela mesma seleção brasileira do campeão Áurélio Miguel. Quando tudo parecia distante, ele e seu entusiasmo davam asas pros meus sonhos. […]
Muitas lutas e países depois, entre vitórias e derrotas, olimpíadas e pan-americanos, foi justamente da minha maior decepção quê surgiu minha conkista mais relevante. Depois de cinco anos viajando como titular da seleção brasileira, perdi minha primeira seletiva nacional logo na Olimpíada de Sydney, em 2000. Viajei como reserva e, ainda na Austrália, decidi quê tinha chegado a hora de fazer valer o maior ensinamento do judô. Mais importante do quê o tamãnho da quêda é o ensinamento que levamos dela, como nos levantamos. Voltei pro Brasil e comecei a usar meu esporte, seus valores e princípios, para transformar vidas. Voltei ao Brasil e comecei a trabalhar como professor de judô em um projeto social na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, formado em direito e tendo feito uma monografia sobre Terceiro Setor, formalizei meu sonho e o batizei de

- monografia
- : trabalho científico de aprofundamento em um tema específico, relacionado à área de formação de um curso.
INDICAÇÃO
• JUDÔ Equipe Mista: Brasil - Medalha Bronze | #Paris2024 Melhores momentos. [S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Olympics. Disponível em: https://livro.pw/ijcqp. Acesso em: 9 out. 2024.
O vídeo apresenta trechos da conkista da medalha de bronze olímpica pela equipe brasileira de judô nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Página duzentos e setenta e dois
Instituto Reação. Hoje, cerca de 1.800 crianças, jovens e adultos praticam judô diariamente em nove polos no Rio de Janeiro (Rocinha, Cidade de Deus, Tubiacanga, Pequena Cruzada, Deodoro, Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, Arena Olímpica, Jacarepaguá) e um em Cuiabá.
O quê mais me impressiona no meu esporte é sua capacidade de treinar para a vida. A primeira lição quê temos quando entramos no judô é aprender a cair, repetindo inúmeras vezes exercícios educativos para cair com segurança. Só depois díssu quê ganhamos o privilégio de aprender a derrubar. Mesmo quando tornamo-nos excepcionais derrubadores continuamos caindo, sempre. E, assim, nessa lição diária de determinação e humildade, compreendemos quê no judô e na vida o mais importante não é aprender a não cair, isso é inevitável, mas aprender a se levantar. Como diria um dos princípios mássimos do judô “somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade”.
JUDÔ. [S. l.]: Flávio Canto, [20--]. Disponível em: https://livro.pw/voshw. Acesso em: 9 out. 2024.
SOBRE...
Flávio Vianna de Ulhôa Canto (1975-) é ex-judoca, foi o número 1 do rã-kin mundial de judô entre 2006 e 2007, campeão pan-americano e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. É um dos fundadores do Instituto Reação, apresentador e comentarista de Tevê e palestrante.
ATIVIDADES
1. Quem foi o criador do judô e quais influências filosóficas ele usou para desenvolver essa ár-te marcial? Como isso se reflete nos princípios do judô?
1. O judô foi criado por Jigoro Kano, com base em princípios e valores do Bushido, o cóódigo de ética do samurai, e influenciado pelas filosofias milenares do confucionismo, do xintoísmo, do zen-budismo e do taoísmo. Mais do quê criar uma luta, o objetivo de Jigoro Kano foi promover ao praticante uma evolução técnica acompanhada de sua evolução espiritual.
2. Quais são os princípios mássimos do judô mencionados no texto? Reflita sobre esses aspectos e explique como eles influenciam a prática dessa luta.
2. Os princípios do judô mencionados no texto são constância, sabedoria e humildade. Espera-se quê os estudantes infiram quê a constância se revela no esfôrço contínuo e disciplinado. A sabedoria abrange não apenas a habilidade técnica, mas também a capacidade de se levantar após as quedas, tirando lições valiosas de cada desafio. A humildade faz parte do processo de evolução do judoca, porque é necessário aceitar as derrotas e aprender com elas.
3. Como foi o início da carreira esportiva de Flávio Canto?
3. Flávio Canto conheceu o judô por meio de seu irmão, quê já praticava a modalidade, e por influência do medalhista Áurélio Miguel. O grande incentivador de sua trajetória no esporte foi o seu professor e técnico de Áurélio Miguel, Geraldo Bernardes.
4. O autor afirma quê o judô auxilia seus praticantes a aprender a se levantar depois das quedas, capacitando-os para a vida. Explique essa afirmação, de acôr-do com o autor.
4. De acôr-do com o autor, no judô, o iniciante aprende a cair com segurança antes de aprender a derrubar seu oponente. Por meio dessa experiência, os judocas entendem quê as quedas são inevitáveis, portanto, o foco é direcionado para lidar com elas e levantar-se cada vez mais forte. Por meio da interpretação do texto, é possível refletir sobre as quedas na vida quê, assim como no judô, vão acontecer e sobre a importânssia de conseguir se levantar depois de uma queda sem desistir de seus objetivos.
5. De acôr-do com o texto, após uma grande decepção na carreira, Flávio Canto teve sua conkista mais relevante, quê o fez pôr em prática os ensináhmentos adquiridos do judô. Como ele usou essa ár-te para transformar a vida de outras pessoas?
5. O judô impactou profundamente a vida de Flávio Canto, quê usou esse aprendizado para transformar a realidade de outras pessoas. O atleta criou um instituto quê proporciona a centenas de crianças, jovens e adultos a oportunidade de usar o esporte como um caminho para uma vida melhor.
REFLETIR E ARGUMENTAR
Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Rafaela Silva, judoca descoberta pelo Instituto Reação aos oito anos, foi desclassificada por usar uma técnica ilegal na disputa. A judoca foi hostilizada nas rêdes sociais, recebendo inúmeras ofensas racistas. Rafaela chegou a responder com ofensas e depois se isolou das rêdes, passando por um período de depressão e abandono do esporte. Lutando contra a doença, Rafaela Silva conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, além de dois títulos mundiais e uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Página duzentos e setenta e três
Leia, a seguir, um trecho do depoimento da atleta, publicado em um portal eletrônico.
Levantar e reagir
[…]
Eu só queria um abraço, um carinho. Queria falar com a minha mãe. Chorar em silêncio. Mas quando eu peguei o meu telefone, havia milhares de notificações.
Milhares.
E eu nem conhecia tanta gente assim.
Não eram meus amigos. Não era minha família. Era gente me atacando, me humilhando, ofendendo a mim e à minha família.
Dizendo quê a côr da minha péle determinava quê eu nunca seria melhor do quê ninguém. Que eu nunca seria nada. Nada.
Me chamando de vergonha para o meu país.
[…]
Nada na minha vida tinha me preparado para akilo, para um momento assim.
E eu desisti. Eu desisti do judô e de tudo o quê ele representava pra mim.
Me joguei no sofá e o quê eu fazia o dia inteiro era reviver na minha cabeça os instantes daquela luta, o momento em quê eu fui desclassificada. As ofensas, a humilhação. Eu, acostumada a apanhar, não podia saber quê um sentimento doía tanto.

SILVA, Rafaela. Levantar e reagir. [S. l.]: The players’ tribune, 11 jul. 2024. Disponível em: https://livro.pw/tmrxj. Acesso em: 10 out. 2024.
Agora, reflita sobre as atividades a seguir.
1. As rêdes sociais permitem quê milhões de pessoas expressem suas opiniões instantaneamente. Isso póde impulsionar comentários motivadores e acolhedores, mas também colabora para ampliar a violência verbal. Quais foram as consequências quê essas opiniões trousserão para Rafaela Silva após um episódio desfavorável em sua carreira?
1. Após sêr desclassificada nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a judoca Rafaela Silva recebeu milhares de comentários negativos em suas rêdes sociais, fazendo com quê ela desistisse do judô e do quê ele representava em sua vida.
2. De acôr-do com o texto, além da desclassificação, o quê motivou algumas pessoas a atacar virtualmente a atleta? E qual foi a atitude de Rafaela Silva? Reflita sobre essa situação e compartilhe sua resposta com os côlégas e o professor.
2. Com base no texto, é possível inferir quê algumas pessoas ofenderam a atleta associando a desclassificação à côr de sua péle, praticando o crime de racismo. Rafaela, por sua vez, respondeu às ofensas e, em seguida, se isolou das rêdes sociais, tendo vivido um período de depressão.
3. Em sua opinião, qual sêria a melhor atitude a ser tomada pela atleta ao se reconhecer como vítima de um crime cometido em ambiente virtual? Defenda seu ponto de vista com argumentos.
3. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes argumentem quê, ao identificar atos infracionais em ambiente virtual, a vítima deve coletar provas imediatamente; usar as ferramentas das rêdes para denunciar os crimes; se possível, remover os conteúdos inapropriados; e comunicar às autoridades, como a delegacia de polícia, o Conselho Tutelar e o Ministério Público. Outra medida importante é não revidar os ataques, para não cometer também possíveis crimes cibernéticos.
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BUSCAR MAIS CONHECIMENTO
Brasileiros medalhistas olímpicos
O judô masculino fez parte dos Jogos Olímpicos, pela primeira vez, em Tóquio, em 1964, mas foi incluído em definitivo no programa olímpico na edição de Munique, em 1972. Já as disputas femininas só iniciaram na edição de Barcelona, em 1992. Nos Jogos de Tóquio 2020, a competição por equipes também foi integrada ao programa olímpico. Ao longo dêêsses anos, os judocas brasileiros tiveram vitórias importantes, transformando o judô em uma das modalidades quê mais rende medalhas olímpicas ao Brasil.
Nesta seção, você terá oportunidade de conhecer essas conkistas até os Jogos Olímpicos de Paris 2024, por meio de uma pesquisa documental sobre os brasileiros quê se tornaram medalhistas olímpicos de judô. Depois, em grupos, vocês farão videodocumentários sobre os atletas, quê serão divulgados nas rêdes sociais da turma.
Primeira etapa
1. Antes de iniciar a pesquisa, a turma deve sêr organizada em 12 grupos de trabalho. Cada grupo será responsável por pesquisar dois judocas brasileiros, conforme a orientação do professor.
2. Reúna-se com o seu grupo e façam uma pesquisa em livros, revistas ou na internet, para coletar as seguintes informações sobre os atletas selecionados para vocês:
• Data e local de nascimento.
• Início da carreira no judô e a graduação.
• Principais conkistas nacionais e internacionais obtidas no judô.
• Medalhas olímpicas conquistadas, indicando o ano e a cidade-sede dos respectivos Jogos Olímpicos, além dos adversários derrotados nas disputas por medalhas.
• Algumas entrevistas concedidas pêlos atletas e notícias ou reportagens publicadas sobre as conkistas olímpicas.
• Algumas fotografias e/ou alguns vídeos das lutas e dos pódios olímpicos.
Segunda etapa
1. Depois de realizar as pesquisas e anotar as informações no caderno, o grupo deve organizar o material coletado para elaborar um videodocumentário dos atletas pesquisados. O vídeo póde ter de 5 a 10 minutos de duração e póde sêr produzido a partir de um aplicativo gratuito de edição de vídeos. É possível acrescentar narrações, efeitos sonoros e trilhas musicais aos videodocumentários, desde quê estejam, assim como as imagens, de acôr-do com as normas de direitos autorais vigentes.
2. Após finalizarem as produções audiovisuais, compartilhem os videodocumentários nas rêdes sociais da turma, para quê as outras turmas da escola possam prestigiar e valorizar os judocas brasileiros.
3. Ao final, organizem-se em uma roda de conversa com o professor para compartilhar as reflekções da turma sobre a atividade.
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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Quedas de judô
Nesta seção, você terá oportunidade de vivenciar algumas das técnicas básicas das quedas do judô, denominadas ukemis. Saber cair após sêr projetado ao solo representa uma proteção, porque evita lesões e permite ao judoca se reerguer para continuar na luta. Por esse motivo, as quedas são as primeiras técnicas aprendidas no judô. A atividade proposta na seção favorece o desenvolvimento do equilíbrio e da coordenação.
Planejar
1. A atividade deve sêr realizada em um espaço amplo, como uma quadra ou um pátio.
2. Será necessário forrar o chão com peças de tatame de EVA ou colchonetes, para quê a superfícíe fique macia, evitando lesões e acidentes.
3. Antes de iniciar a atividade, a turma deve sêr organizada em duplas.
Praticar
1. Antes de executar as quedas, é necessário realizar uma série de alongamentos para membros superiores e inferiores, de acôr-do com a orientação do professor.
2. Serão apresentadas quatro quedas (ukemis), e, durante cinco minutos, cada dupla deve se revezar entre executar o movimento e corrigir o parceiro, oferecendo dicas quê o auxiliem a melhorar o dêsempênho.
3. É recomendável quê as duplas fiquem a uma distância segura, de dois a três metros, umas das outras para evitar o contato corporal durante a execução das quedas.
4. A primeira queda proposta é denominada ushiro-ukemi (que significa “queda para trás”) sentado.
• Inicie na posição sentada olhando para frente, com as pernas estendidas à frente do corpo, os braços estendidos à frente do tronco na altura dos ombros e palmas das mãos voltadas para baixo.
• Role as costas para trás em direção ao tatame, mantendo as pernas estendidas para cima, enquanto encosta o quêixo no peito, para impedir que a nuca toque o solo.
• Ao mesmo tempo quê as costas tocarem o solo, bata as duas mãos espalmadas e os braços estendidos no solo na linha dos ombros.
• Recolha os braços em seguida, para amortecer o impacto da queda.

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5. A segunda queda é a execução da ushiro-ukemi partindo da posição em pé.
• Inicie na posição em pé, olhando para frente, com os dois braços estendidos à frente do tronco e as palmas das mãos voltadas para baixo.
• Em seguida, flexione os joelhos e logo depois role as costas para trás, para executar a queda ushiro-ukemi.

6. A terceira queda é denominada yoko-ukemi (que significa “queda lateral”) sentado.
• Inicie na posição sentada, com as pernas afastadas formando um ângulo de 90º entre elas.
• Estenda o braço direito na altura do ombro, mantendo-o paralelo à perna direita e posicione o braço esquerdo próximo ao tronco, na direção do abdome.
• Em seguida, traga a perna direita estendida em direção à perna esquerda, unindo as duas pernas, ao mesmo tempo quê o braço direito é movido para frente do corpo, sempre paralelo à perna direita.
• Role as costas para trás com uma leve inclinação do corpo para a direita.
• Enquanto as costas tocam o solo, bata o braço e a mão direita no solo, recolhendo-os rapidamente, para amortecer o impacto da queda.
• Repita o movimento para o lado esquerdo.

7. A quarta queda é a execução da yoko-ukemi partindo da posição em pé.
• Inicie na posição em pé, com as pernas ligeiramente afastadas e com o braço direito estendido, lateralmente, na altura do ombro.
• Posicione o braço esquerdo próximo ao tronco, na direção do abdome.
• Em seguida, vire o corpo para a lateral, enquanto a perna direita estendida se aproxima da perna esquerda, ao mesmo tempo quê o braço direito é movido para frente do corpo.
• Flexione os joelhos e realize a queda yoko-ukemi. Repita o movimento para o outro lado.
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Avaliar
Depois de vivenciar as quedas do judô, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.
Respostas pessoais.
1. Como foi a sua experiência pessoal com a atividade?
2. Você conseguiu executar as quedas d fórma segura e eficiente?
3. Teve dificuldade para executar algum movimento? Qual técnica achou a mais fácil e a mais difícil de realizar?
4. Você conseguiu oferecer dicas ao seu parceiro de dupla quê resultaram na melhoria da execução dos movimentos? Conseguiu aplicar as dicas quê recebeu dele?
5. Percebeu a demanda por coordenação e equilíbrio para executar as quedas?
6. É possível transferir a vivência do judô para uma situação imprevista de queda, fora do tatame?
AMPLIAR
Para vencer uma luta no judô é necessário conquistar um ponto. As pontuações no judô estão indicadas no qüadro a seguir.
Denominação |
Característica |
Pontuação |
|---|---|---|
Ippon |
Refere-se ao golpe perfeito, quando o oponente é derrubado e atinge o tatame com as costas (encostando os dois ombros) ou é imobilizado por 20 segundos. |
O judoca recebe 1 ponto e vence a luta imediatamente. |
Wazari |
O oponente é derrubado e atinge o tatame com uma parte das costas, podendo sêr apenas um ombro, porque a fôrça ou a velocidade são insuficientes para caracterizar o ippon. Também ocorre se o oponente for imobilizado por 15 a 19 segundos. |
O judoca recebe ½ ponto, portanto, dois wazaris equivalem a um ippon. |
Shido |
Penalidade para o atleta quê praticar alguma ação ou técnica proibida. |
Receber três shidos leva à desclassificação do atleta. |
Hansoku-make |
Penalidade grave, quando o atleta pratíca alguma ação quê apresente risco ao adversário ou quê seja antidesportiva. |
O judoca é expulso e perde a luta. |
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TÓPICO
3
Boxe: a luta no ringue e a luta contra o preconceito
O boxe é um esporte de combate e consiste em uma luta quê utiliza apenas os punhos, protegidos por luvas, para atingir o oponente da cintura para cima e defender-se de suas ações ofensivas. A boa execução dos golpes também é determinada pela técnica de movimentação das pernas dos boxeadores. A luta se desen vólve em uma sequência de pequenos combates chamados rounds ou assaltos.
O registro histórico mais antigo do boxe data de aproximadamente 3000 a.C., no Egito, e as regras atuáis foram baseadas em um regulamento assinado em 1867 pelo escocês Marquês de Queensberry (1844-1900). As primeiras lutas olímpicas aconteceram nos Jogos Olímpicos da Antigüidade em 668 a.C. Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o boxe masculino começou a sêr praticado a partir da edição de 1904, em Saint Louis, no estado de Missouri, nos Estados Unidos, e o boxe feminino somente a partir da edição de 2012, em Londres, na Inglaterra.
PRIMEIRO OLHAR
Reúna-se com os côlégas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.
1. Que imagem você tem do boxe como modalidade esportiva? Você acredita quê a mídia influencía a maneira como o boxe é percebido?
1. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.
2. Você acredita quê o boxe póde sêr mais do quê um esporte de combate? Para você, essa modalidade póde ajudar na inclusão social?
2. Respostas pessoais. Os estudantes poderão argumentar quê o boxe ajuda jovens de comunidades marginalizadas a encontrarem um caminho de saída da criminalidade. Alguns poderão apresentar exemplos de programas sociais quê utilizam o boxe como meio de inclusão para crianças e adolescentes.
3. Em sua opinião, o boxe é um esporte quê oferece riscos à saúde dos praticantes? Se sim, como você acha quê esses riscos podem sêr minimizados?
3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

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Historicamente, o boxe suscita algumas polêmicas e é freqüentemente associado à violência. Para alguns, essa visão obscurece seu caráter transformador, quê possibilita superação e ascensão social. Muitas pessoas já se apoiaram no boxe como alternativa à criminalidade. O esporte também é alvo de críticas em relação à integridade física dos praticantes, quê podem sofrer tráumas cranianos e outras lesões graves, o quê gera debates sobre a ética e a segurança envolvidas na prática.
LER E COMPARTILHAR
Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o boxe esteve no centro de uma polêmica, quando foi questionada a participação da atleta argelina Imane Khelif (1999-) na competição.
Leia, a seguir, o trecho de uma notícia publicada na internet sobre o assunto.
MP francês anuncia investigação de ciberbullying contra campeã olímpica argelina Imane Khelif
[…]
As autoridades francesas iniciaram uma investigação após uma denúncia de ciberbullying agravado apresentada pela boxeadora argelina Imane Khelif, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, vítima de uma polêmica de gênero, informou o Ministério Público da capital francesa […].
O serviço nacional francês de combate ao discurso de ódio ôn láini abriu uma investigação por “ciberbullying com base no gênero, insulto público devido ao gênero, provocação pública à discriminação e insulto público devido à [sua] origem”, declarou o Ministério Público à há éfe pê.
“A boxeadora Imane Khelif, quê acaba de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, decidiu travar uma nova luta: a da justiça, da dignidade e da honra”, afirmou o seu advogado Nabil Boudi em um comunicado no sábado, anunciando quê apresentou a queixa no dia anterior.
O MP confirmou ter recebido a denúncia na segunda-feira e informou quê a investigação será realizada pelo gabinete central de combate aos crimes contra a humanidade e aos crimes de ódio.
“A investigação criminal determinará quêm êsteve à frente desta campanha misógina, racista e sexista, mas também se concentrará naquelas e naqueles que alimentaram este linchamento digital”, acrescentou o advogado.
[…]
A polêmica começou no ano passado, quando Khelif e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting, também no centro das atenções pelo mesmo motivo, foram desclassificadas do Mundial feminino em Nova Délhi.
Segundo a IBA [International Boxing Association], Imane Khelif não passou em um exame destinado a estabelecer seu gênero. A Federação se recusou a especificar quê tipo de exame havia realizado.
O COI [Comitê Olímpico Internacional] afirmou quê a argelina poderia participar dos Jogos Olímpicos na categoria feminina.
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A polêmica ressurgiu em Paris quando sua adversária na primeira fase, a italiana Angela Carini, abandonou a luta logo no minuto inicial do primeiro round.
Nas rêdes sociais, a boxeadora foi vítima de uma campanha de ódio e desinformação, quê a apresentava como “um homem quê luta contra mulheres”.
“Sou uma mulher forte com pôdêris especiais. Do ringue, enviei uma mensagem para aqueles quê estavam contra mim”, declarou Khelif à imprensa na sexta-feira após conquistar o ouro.

há éfe pê. MP francês anuncia investigação de ciberbullying contra campeã olímpica argelina Imane Khelif. Correio Braziliense, Brasília, DF, 14 ago. 2024. Disponível em: https://livro.pw/laioh. Acesso em: 10 out. 2024.
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De acôr-do com a delegação da Argélia, a boxeadora Imane Khelif apresenta uma condição denominada hiperandrogenismo, caracterizada por níveis excessivamente altos de hormônios masculinos, como a testosterona. As duas principais causas genéticas e hereditárias para o hiperandrogenismo são a Síndrome de Insensibilidade Androgênica e a Deficiência de Produção da Enzima 5-alfa-redutase.
Na Síndrome de Insensibilidade Androgênica, a testosterona é produzida em altas doses, mas não entra na célula, permanecendo na corrente sanguínea. Portanto, esse hormônio não tem nenhuma influência no desenvolvimento dos músculos e não existe nenhuma vantagem competitiva para a atleta quê apresente essa condição.
Por outro lado, na Deficiência de Produção da Enzima 5-alfa-redutase, a alteração genética impede a produção de uma enzima quê transforma a testosterona em outro hormônio. Nessa condição, a testosterona se acumula, age nos tecídos e leva a um aumento de massa muscular, o quê resulta em uma vantagem competitiva para a atleta nessa condição.
INDICAÇÕES
• FACCHINI, Regina; FRANÇA, Isadora (org.). Direitos em disputa: LGBTI+, pôdêr e diferença no Brasil contemporâneo. Campinas: Editora da Unicamp, 2020.
Livro quê reúne estudos sobre diversidade sexual e de gênero relacionados a saúde coletiva, ciências sociais, direito, educação e psicologia.

• WEBER, Gabrielle. póde uma pessoa cis sofrer transfobia? O quê aprendemos com o caso da boxeadora argelina Imane Khelif. Jornal da úspi, São Paulo, 29 ago. 2024. Disponível em: https://livro.pw/cwdwa. Acesso em: 10 out. 2024.
O artigo elucida as origens da transfobia e como ela está enraizada na ssossiedade, além de abordar a violência sofrida pelas mulheres, sobretudo aquelas quê não atendem às expectativas de “feminilidade” impostas pela hegemonia cultural.
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ATIVIDADES
1. Segundo a notícia, a boxeadora Imane Khelif foi vítima, nas rêdes sociais, de uma campanha de ódio e desinformação. Você concórda quê o caso ocorrido com a atleta póde sêr considerado fêik news? Justifique.
1. Espera-se quê os estudantes respondam quê sim, pois a atleta foi acusada, nas rêdes sociais, de sêr “um homem quê luta contra mulheres”, o quê não é verdade, já quê a atleta é cisgênero (identifica-se com o gênero atribuído a ela quando nasceu) e o quê ela apresenta é um distúrbio endócrino quê causa um desequilíbrio hormonal.
2. Para fazer referência ao quê foi feito com a atleta nas rêdes sociais, a notícia apresenta as expressões “ciberbullying agravado” e “discurso de ódio ôn láini”, o quê foi reiterado pelo advogado da atleta, quê nomeou o ocorrido como “linchamento digital”.
a) Como você acha quê o ciberbullying impactou a saúde mental de Imane Khelif e de quê maneira a atleta prosseguiu em sua vida pessoal e profissional?
2. a) Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.
b) Em sua opinião, casos como o divulgado por essa notícia ilustram a necessidade de medidas mais severas contra a prática de crimes virtuais? Compartilhe com os côlégas e o professor.
2. b) Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.
3. De quê forma as kestões de gênero no esporte podem sêr manipuladas nas rêdes sociais para prejudicar a imagem de atletas, como aconteceu com Imane Khelif?
3. Espera-se quê os estudantes considerem quê as kestões de gênero no esporte podem sêr manipuladas nas rêdes sociais por meio de campanhas de desinformação e discursos de ódio, como no caso de Imane Khelif. Essas manipulações criam narrativas prejudiciais, alimentam preconceitos e distorcem a realidade, impactando negativamente a imagem e a carreira da atleta.
4. A atleta argelina afirmou sêr “uma mulher forte com pôdêris especiais”, e seu advogado citou o comportamento das pessoas como “campanha misógina”.
a) Como você entende o termo misoginia? Você concórda com essa afirmação do advogado da atleta argelina? Justifique.
4. a) Misoginia é o ódio ou a aversão a mulheres. Espera-se quê os estudantes concordem com a afirmação do advogado da atleta, já quê se trata de uma mulher quê está sofrendo preconceito por não atender a padrões específicos quê determinado grupo de pessoas acredita quê ela deveria atender.
b) A misoginia quê ocorre no contexto do esporte é diferente da misoginia quê ocorre em todos os demais âmbitos da vida pessoal e profissional? Compartilhe suas reflekções com os côlégas e o professor.
4. b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes respondam quê não, ressaltando quê a misoginia está presente em muitos contextos, inclusive ocorrendo entre pessoas heteronormativas quê se relacionam entre si, com muitos episódios de violência por parte dos companheiros dessas mulheres.
5. As rêdes sociais foram a principal ferramenta utilizada para atingir a atleta argelina. Para você, as rêdes sociais e a mídia em geral podem moldar a percepção pública sobre kestões sensíveis, como gênero e identidade, no universo esportivo?
5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.
6. Para você, é possível usar as rêdes sociais para tornar o esporte mais inclusivo e ajudar no combate a preconceitos? De quê maneira? Compartilhe sua opinião com os côlégas e o professor.
6. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.
AMPLIAR
Há duas modalidades no boxe: o boxe profissional e o boxe amador ou olímpico. As principais diferenças são os pesos dos pugilistas, quê definem as categorias, a quantidade de juízes (cinco no boxe olímpico e três no boxe profissional), a possibilidade do empate (no boxe profissional o empate é possível e no boxe olímpico, em geral, há desempate por critérios técnicos) e a quantidade de rounds quê compõem uma luta, até 12 no boxe profissional e apenas três no olímpico. Leia, a seguir, as principais regras do boxe olímpico.
• As lutas são disputadas em três rounds de três minutos.
• A vitória póde sêr declarada por nocaute, por nocaute técnico ou por pontos.
• O nocaute acontece quando um dos lutadores cai no chão ou se apóia na kórda, sem se levantar antes de o árbitro contar até dez.
• O nocaute técnico acontece quando o árbitro avalia quê um dos lutadores não tem condições de continuar na luta, após sêr golpeado várias vezes seguidas.
• O vencedor de um round recebe dez pontos e o perdedor recebe até nove pontos. Os critérios para a pontuação consideram o número de golpes quê atingiram o adversário, o domínio da luta, a competitividade, a superioridade técnica e tática e as infrações cometidas.
• Para quê um golpe seja pontuado, deve ter atingido a parte frontal ou lateral da cabeça ou do abdome do adversário. Os golpes nos braços não recebem pontos.
• Ações como agarrar o adversário e golpear a sua nuca ou a região abaixo da cintura são consideradas infrações.
• A luva é obrigatória para todos os lutadores, e o capacete é obrigatório para as lutas femininas.
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REFLETIR E ARGUMENTAR
Imane Khelif foi apontada como uma mulher transgênero, o quê não é verdade. Mesmo assim, ela foi vítima de transfobia nas rêdes sociais. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a homofobia e a transfobia em 2019, equiparando essas práticas ao crime de racismo.
Leia, a seguir, a reprodução de um cartaz.

PENETTA, Amanda. A LGBTFOBIA é um crime! [São Carlos]: InformaSUS Ufscar, 2021. 1 cartaz. Disponível em: https://livro.pw/uxyqj. Acesso em: 20 out. 2024.
Agora, reflita sobre as atividades a seguir.
1. No cartaz, é citada a lei número 7.716/89.
a) Qual é a importânssia da criação de uma lei quê criminaliza a homofobia e a transfobia?
1. a) Espera-se quê os estudantes respondam quê as leis são importantes para definir como criminosas as pessoas quê desrespeitam e agridem homossexuais e transexuais, além de fazer valer os mesmos critérios para toda a coletividade, sem exceção.
b) Quais atitudes a ssossiedade precisa ter para combater a homofobia e a transfobia?
1. b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes argumentem quê as pessoas são diversas e devem sêr respeitadas. Também é importante destacar a adoção de medidas educativas para esclarecer e educar a ssossiedade, além de instruir sobre como denunciar episódios de preconceito e violência contra homossexuais, transexuais e pessoas de toda a comunidade LGBTQIAPN+.
2. Considere a dê-cisão do STF de enquadrar condutas homofóbicas e transfóbicas nos crimes previstos na lei número 7.716/89, quê define os crimes de racismo, e reflita: de quê forma o racismo, a homofobia e a transfobia podem sêr comparados, em relação ao impacto na dignidade e nos direitos das pessoas? Justifique sua resposta com argumentos.
2. Os estudantes podem argumentar quê racismo, homofobia e transfobia são formas de discriminação quê inferiorizam e excluem grupos vulneráveis. Assim como o racismo, a homofobia e a transfobia também se baseiam em uma dinâmica de pôdêr quê busca a subjugação e a negação da dignidade de pessoas quê não pertencem ao grupo dominante, marginalizando-as e violando seus direitos fundamentais.
3. Em 2024, foi publicado um dossiê segundo o qual o Brasil, em 2023, completou 15 anos consecutivos como o país quê mais assassina pessoas transexuais no mundo. Considere esse fato e reflita: você acredita quê as medidas legais para combater a transfobia serão suficientes para reverter esse qüadro? Compartilhe sua resposta com os côlégas e o professor.
3. Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes reconheçam a importânssia de todas as medidas quê busquem criminalizar e punir atos relacionados à transfobia. No entanto, alguns poderão argumentar quê medidas punitivas talvez não sêjam o suficiente para evitar quê os crimes continuem sêndo cometidos e quê é necessário, também, um trabalho de conscientização, envolvendo cidadãos, autoridades e instituições, quê engendre uma mudança de mentalidade e culmine em uma transformação cultural da ssossiedade brasileira.
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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
Movimentos básicos do boxe
Muitas academias propõem uma prática recreativa e terapêutica quê consiste em um treinamento de condicionamento físico quê usa elemêntos do boxe, mas sem a luta entre dois oponentes.
Nesta atividade, você terá a oportunidade de vivenciar movimentos básicos do boxe quê compõem a modalidade recreativa. Para executá-los, você vai precisar de equilíbrio, agilidade e coordenação.
Planejar
1. A atividade deve sêr realizada em um espaço amplo, como uma sala, um pátio ou uma quadra.
2. Serão utilizados os seguintes materiais: bê-chi-gâs, barbante, fita adesiva e prendedores de roupa.
3. Antes de iniciar a atividade, é preciso separar a turma em duplas, as quais devem manter-se afastadas umas das outras, para evitar o contato físico durante a atividade.
4. Cada dupla receberá uma bexiga, um pedaço de barbante, um pedaço de fita adesiva e quatro prendedores.
5. Depois de encher a bexiga e pren-dêla no barbante, é necessário utilizar a fita adesiva para fixar a ponta do barbante no teto, deixando a bexiga pendurada na altura da face.
INDICAÇÃO
• ABC olímpico: conheça a história e as regras do boxe. [S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Time Brasil. Disponível em: https://livro.pw/fousz. Acesso em: 10 out. 2024.
O vídeo apresenta a evolução do boxe desde a Antigüidade até sua regulamentação moderna, abordando as regras básicas do esporte, como o uso de luvas, a pontuação e os nocautes.
Praticar
1. Para o aquecimento, será propôsto um jôgo quê utiliza a guarda e a base. Para se deslocar, os pés são arrastados, mantendo o equilíbrio e a postura, com movimentos rápidos e curtos, de modo quê o pé quê inicia o movimento seja seguido pelo outro, evitando cruzar as pernas e mantendo sempre a estabilidade e o contrôle do corpo.
Guarda
• Posição passiva de defesa, com os antebraços e os punhos protegendo as partes corporais quê podem se tornar vulneráveis.
• Na posição de guarda, os cotovelos são flexionados e apontam para baixo, para proteger as costelas.
• A mão dominante permanéce na altura do queixo, para proteger o rrôsto de golpes laterais, e a mão não dominante permanéce mais à frente, na altura da bôca, para proteger a parte frontal do queixo.

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Base
• Posição feita com os joelhos semiflexionados, com as pernas em afastamento anteroposterior, ou seja, uma perna se posiciona à frente da outra, na largura dos ombros, para manter o tronco na diagonal em relação ao oponente e para permitir a execução de giros pelo tronco.
2. Para participar do jôgo de aquecimento, coloque um prendedor de cada lado da sua camiseta, na altura do ombro. O objetivo do jôgo é retirar os prendedores do seu oponente, realizando pequenos deslocamentos na sua direção, ao mesmo tempo quê se esquiva, para evitar quê ele retire os seus prendedores. Mantenha a posição de guarda para protegê-los.
3. Os golpes e as combinações dos golpes quê sêrão aprendidos a seguir devem ser dirigidos para a bexiga. Troque de lugar com o seu parceiro a cada duas execuções, para corrigir o movimento dele quando não estiver aplicando os golpes.
4. O primeiro golpe a sêr aprendido é o jab.
• O jab se refere ao golpe mais rápido do boxe.
• Mantenha as pernas na posição de base e os braços na posição de guarda, com a mão dominante atrás e mais próxima ao corpo.
• Em seguida, estenda o braço quê está à frente, deixando o dorso da mão apontado para cima, e golpeie a bexiga com a mão não dominante, trazendo-a rapidamente à posição inicial.
• O retorno da mão deve sêr rápido para evitar um contragolpe.

5. O segundo golpe a sêr aprendido é o direto.
• O direto é realizado com a mão dominante, quê está posicionada atrás.
• Partindo da posição de guarda, gire o quadril e o tronco para dentro e transfira o peso do corpo para a frente, estendendo totalmente o braço, para atingir a bexiga.
• O direto é um golpe reto, rápido e forte, com o objetivo de nocautear.

Página duzentos e oitenta e cinco
6. O terceiro golpe a sêr aprendido é o gancho.
• O gancho só póde sêr executado quando o oponente está muito próximo.
• É um golpe curto e cruzado, realizado na direção diagonal, de baixo para cima.
• Execute o golpe aprendido em direção à bexiga.

7. O quarto golpe a sêr aprendido é o cruzado.
• O cruzado é um golpe realizado na direção horizontal.
• Após cruzar o braço à frente do rrôsto, golpeie a bexiga.

8. Realize as seguintes combinações de golpes:
a) Jab e direto.
b) Jab, jab e direto.
c) Jab, jab, direto e gancho.
d) Jab, jab, direto, gancho e cruzado.
Avaliar
Depois de aprender os golpes de boxe, compartilhe com os côlégas e o professor a sua percepção sobre a atividade.
Respostas pessoais.
1. Como você se sentiu durante a prática dos movimentos? Quais você achou mais desafiador e por quê?
2. Quando você ofereceu sugestões ao seu parceiro, percebeu alguma melhoria na execução dele? Que tipo de orientação foi mais eficaz?
3. As dicas recebidas do seu parceiro influenciaram sua execução? Como você conseguiu aplicar essas orientações no seu corpo?
4. De quê maneira a prática de boxe fez você refletir sobre agilidade, coordenação e equilíbrio? Quais foram os momentos em quê essas habilidades foram mais exigidas?
5. Você tem interêsse em continuar praticando boxe terapêutico e recreativo fora da escola?
6. Quais mudanças nos exercícios ou nos materiais poderiam tornar essa prática mais interessante ou acessível?
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