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O efeito Magnus e os chutes com “efeito”

Em um jogo de futebol da seleção brasileira contra a seleção francesa, um lance foi chamado de “gol impossível”. Isso porque a trajetória descrita pela bola, desde o chute até entrar no gol, foi uma curva acentuada que fez a bola desviar da barreira e voltar para a direção do gol. Porém, essa jogada não teve nada de impossível e pode ser explicada com alguns conceitos da Física, como veremos a seguir.

Ilustração de uma partida de futebol evidenciando a trajetória percorrida pela bola após o chute de um jogador que está fora da grande área usando uniforme amarelo e azul. A trajetória da bola é dada por uma curva, acertando o canto direito do gol. O time adversário desse jogador usa uniforme azul e branco, e alguns jogadores dessa equipe formam uma barreira à frente do jogador que tem a posse da bola. Também há jogadores dos dois times espalhados pela grande área. No gol, o goleiro usa uniforme de cor preta e está posicionado do lado oposto à bola.
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Ilustração de uma bola de futebol. Há um eixo vertical traçado atrás da bola com uma seta indicando o movimento de giro. Também há um vetor F sobre a bola, partindo de determinado ponto na parte inferior, em diagonal apontando para a direita.
Crédito: Ronaldo Lucena/ASC Imagens

Ao chutar, o jogador deve bater o pé fazendo com que a bola vá para a frente ao mesmo tempo que ela adquire um movimento de giro em torno de um eixo vertical.

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Ilustração de uma bola de futebol com as representações do movimento do ar ao redor dela, contornando-a. Há uma seta curva indicando o sentido de giro da bola acompanhada da letra ômega. Também há uma seta vertical para cima, a qual representa a velocidade da bola em relação ao ar. Ao lado dessa seta, está a letra v. Há outras três setas acompanhadas da letra F, que indicam as forças que atuam sobre as moléculas de ar que estão se movimentando no mesmo sentido do giro da bola.
Crédito: Ronaldo Lucena/ASC Imagens

Durante o movimento da bola, o ar se adere à superfície dela, de modo que, no lado em que se movimenta no mesmo sentido do giro da bola, o percurso percorrido pelas moléculas do ar é maior. Para que o ar realize esse movimento curvilíneo, é necessária a ação de uma força na direção do centro da trajetória percorrida.

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Ilustração de uma bola de futebol com as representações do movimento do ar ao redor dela, contornando-a. As representações à esquerda da bola estão indicadas como região de baixa pressão. Do lado direito, temos a região de alta pressão. Há uma seta horizontal para a esquerda acompanhada da letra F partindo do cento da bola, representando a força sobre ela. Além disso, há uma linha curva representando a trajetória da bola. Essa linha curva sai do canto inferior esquerdo, indo até o canto superior esquerdo e passando pelo centro da bola.
Crédito: Ronaldo Lucena/ASC Imagens

O efeito Coandă produz forças sobre a bola, além de provocar uma região de baixa pressão na região na qual o ar se move no mesmo sentido do giro da bola, com uma região de alta pressão no lado oposto. A combinação desses efeitos produz uma força resultante que desvia a trajetória da bola, fazendo-a descrever uma curva.

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Ilustração de uma linha curva com uma de suas extremidades em espiral. Uma parte da linha está destacada em vermelho, representando a curva descrita pela bola.
Crédito: Ronaldo Lucena/ASC Imagens

Estima-se que a bola tenha chegado ao gol com velocidade de cerca de 100 quilômetros por hora100 km/h. A curva descrita pela bola nesse lance foi alvo de estudo de cientistas franceses. Segundo o artigo publicado por eles, se a bola não tivesse chegado ao gol e mantivesse sua rapidez de translação e de giro, ela poderia entrar em trajetória em espiral.

Representação da trajetória percorrida pela bola após o chute do jogador brasileiro.

Crédito da imagem: Alexandre Koyama/ASC Imagens

O “efeito” para fazer com que a bola realize um movimento de curva é bem comum no futebol, assim como em outros esportes, como o tênis, o voleibol, o tênis de mesa, entre outros. Em todas essas práticas, o princípio é o mesmo: fazer a bola girar enquanto se move pelo ar. Assim, a curva realizada pela bola pode enganar os adversários.