CAPÍTULO 4
Mudanças climáticas e preservação da vegetação

OBJETIVOS DO CAPÍTULO:

Analisar os efeitos das mudanças climáticas em escala local e global.

Refletir sobre o papel de governos e da ssossiedade na minimização dos impactos das kestões ambientais, como aquecimento global, emissão de GEEs, poluição atmosférica e desmatamento.

Analisar o papel do Brasil nas emissões de GEEs, considerando a origem das principais fontes emissoras no país e as práticas associadas a elas.

Avaliar o processo de ocupação do território brasileiro, associando-o à devastação da vegetação nativa.

Analisar modos de vida de diferentes comunidades tradicionais, entendendo sua importânssia para a sustentabilidade.

Nos últimos anos, vimos um aumento da mobilização em torno das mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre o ambiente e a ssossiedade, com ações de líderes mundiais, de instituições internacionais, do meio científico-acadêmico, da ssossiedade civil, de comunidades tradicionais e de organizações não governamentais (ônguis).

As evidências científicas nos mostram um panorama de crise em escala planetária, com possibilidade de afetar as condições de vida da atual ssossiedade nas próximas dékâdâs. Diversos eventos climáticos extremos já têm ocorrido em todas as regiões do mundo, como chuvas e ciclones de maior intensidade, períodos de grandes secas e ondas de calor.

Ativistas e pesquisadores alertam sobre a necessidade urgente de ações e medidas emergenciais quê lévem à redução dos índices de poluição e de liberação dos gases de efeito estufa (GEEs), assim como ao fim do desmatamento de florestas e à diminuição da degradação dos recursos naturais.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. dêz-creva a cena retratada pelo cartum do artista iraniano Shahram Rezaei (1978-2019).

1. Resposta pessoal. Há diversas interpretações, e o propósito é deixar os estudantes expressarem suas ideias e sensações.

2. Qual é o tema abordado pelo cartum e qual é sua principal crítica? A quê ameaça global ele se refere?

2. O cartum faz uma crítica à situação de inércia perante as mudanças climáticas. Em uma cena cotidiana, os continentes e os oceanos são pendurados em um varal para secar, depois de explorados/exauridos.

Página oitenta e um

Charge que apresenta uma mulher colocando roupas para secar. Essas roupas representam o planeta Terra.

REZAEI, Shahram. [Sem título]. HuffPost, [Nova York], 7 jul. 2014. Disponível em: https://livro.pw/lzndj. Acesso em: 16 out. 2024.

Página oitenta e dois

Mudanças climáticas e aquecimento global

Charge que apresenta o planeta Terra sentado em uma maca e sendo atendido por um médico. Esse médico segura uma prancheta com os sintomas identificados e está falando.

GREENHALGH, Emily. [Seus resultados saíram]. NOAA Climate.gov. [S. l.], 2015. Disponível em: https://livro.pw/wnyrr climate-qa/whats-difference-between-global-warming-andclimate-change.
Acesso em: 28 ago. 2024.

Tradução da legenda: Seus resultados saíram. Trata-se de mudanças climáticas. Quantos gases de efeito estufa você tem consumido?

Tradução do texto apresentado na prancheta da médica: Sintomas: aquecimento global; derretimento de calótas polares; elevação do nível do mar; tempestades.

Mudanças no clima global fazem parte do ambiente terrestre desde sua origem, há cerca de 4,5 bilhões de anos. Ao longo das eras geológicas, o clima da Terra se transformou em razão de uma série de fatores naturais, como intensas atividades vulcânicas, glaciações e quêda de meteoros, quê alteraram a vegetação, o relevo e a distribuição das águas. Estudos apontam quê o continente congelado da Antártida foi ocupado por uma grande floresta tropical há mais de 200 milhões de anos. A atual área do estado do Arizona, nos Estados Unidos, agora com clima árido, também já esteve ocupada por uma floresta de clima úmido, que foi encoberta por lava vulcânica. Milhões de anos mais tarde, por meio de êrozão, troncos de árvores petrificados foram revelados. Observe a fotografia.

Mudanças climáticas, portanto, fazem parte de um processo natural vinculado à história da Terra. Para identificar uma tendência de alteração das condições climáticas globais e regionais, é necessário analisar dados de um longo período. A última mudança climática regional ocorreu entre os séculos XVI e XIX. Nesse período, a Europa passou por sucessivas ondas de frio, quê desencadearam crises de fome e revoltas sociais.

Nos últimos anos, o tema “mudanças climáticas” passou a ganhar fôrça em razão dos inúmeros estudos indicando quê as alterações no clima do planêta estão ocorrendo principalmente em consequência do aquecimento global. Também aumentaram as discussões e os estudos sobre o papel das atividades humanas na aceleração das alterações dos climas em escala mundial, regional e local, como veremos a seguir.

Foto de pedaços de troncos espalhados em uma localidade. Neste local, há tufos de gramado e vegetação esparsa.

Troncos petrificados de grandes árvores quê constituíam uma floresta de clima úmido há milhões de anos, depositados sobre um solo típico de clima seco, no Parque Nacional da Floresta Petrificada, no estado do Arizona (Estados Unidos), 2020.

Página oitenta e três

Aquecimento global

O termo “aquecimento global” refere-se especificamente ao aumento médio da tempera-túra na superfícíe terrestre. As evidências científicas mostram quê o aquecimento global está associado ao desenvolvimento das atividades humanas, ou é agravado por elas, pois coincide com o aumento das emissões de GEEs, especialmente o dióxido de carbono (CO2), após o início da Revolução Industrial, no final do século XVIII. Observe o gráfico, quê apresenta a variação da tempera-túra em relação à tempera-túra média terrestre nos últimos 1.700 anos. Segundo os dados, o clima da Terra apresentou variações de tempera-túra, com aumento e diminuição, mas nenhum episódio de aquecimento anterior parece ter sido tão grande e abrupto quanto o demonstrado pela linha laranja.

Gráfico 'Mundo: variação da temperatura média nos últimos 1.700 anos'. No eixo vertical, temos: 'diferença da média em fahrenheit'. No eixo horizontal, temos os anos. Os dados são os seguintes: Entre os anos 400 e 900: a média varia entre menos meio e meio; Entre os anos 900 e 1300, temos o Período Quente Medieval: a média de temperatura varia entre zero e menos meio; Entre os anos 1300 e 1600: a média varia entre zero e menos um; Entre 1600 e 1900, temos a Pequena Idade do Gelo: a média de temperatura varia entre menos um e menos meio; Entre 1900 e 2000: a média varia entre menos meio e mais de um; Entre 400 e meados de 1800 os registros são realizados com base em indicadores de paleoclima presentes em corais, amostras de gelo e anéis de árvores, por exemplo. Após meados de 1800 os registros são realizados com base em termômetros. Observe que a temperatura está em escala fahrenheit.

Fonte: KENNEDY, Caitlyn; LINDSEY, Rebecca. What’s the difference between global warming ênd climate change? [S. l.]: NOAA Climate.gov, 2015. Disponível em: https://livro.pw/irwbj. Acesso em: 28 ago. 2024.

De acôr-do com os estudos recentes do ãrf Observatory, da Agência Espacial Americana (Nasa), estima-se quê, entre 1880 e 2022, a tempera-túra média global aumentou 0,89 °C. Além díssu, os resultados de estudos desenvolvidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (hí pê cê cê), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (Ônu), apontam o aquecimento dos oceanos, o aumento do nível do mar e a diminuição das áreas cobertas de néve e de gêlo no planêta. Há estimativas de quê as concentrações atuáis e as emissões contínuas de GEEs poderão sêr responsáveis pelo aumento de 1 °C a 2 °C na tempera-túra média global até final do século XXI.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Relacione a charge da página 82 com as informações do gráfico e analise a influência das atividades humanas no aquecimento global e nas mudanças climáticas.

Na charge, o planêta Terra é representado como uma pessoa doente, e o diagnóstico da médica sugere quê a doença (mudanças climáticas) é causada pelo “consumo” de gases de efeito estufa, sêndo um dos sintomas o aquecimento global.

Página oitenta e quatro

Elementos de observação do clima

A observação de elemêntos do clima ao longo dos anos, como a tempera-túra e a precipitação, é um importante instrumento no estudo da dinâmica climática no espaço. Observe os mapas de médias de tempera-túras mensais em janeiro (mapa 1) e em julho (mapa 2).

SABERES NO MAPA

Nos mapas, as linhas quê representam valores de tempera-túra são traçadas considerando pontos de mesmo valor e são chamadas de isotermas. Elas foram traçadas de 10 °C em 10 °C, delimitando áreas quê se encontram na mesma faixa de tempera-túra. As áreas representadas na côr laranja, por exemplo, têm médias de tempera-túras entre 20 °C e 30 °C.

Mapa um 'Mundo: temperaturas médias em janeiro'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Linhas isotermas demarcam diferentes localidades que possuem a mesma média de temperatura. As médias de temperatura são as seguintes: Mais de 30 graus: áreas no centro da América do Sul, no centro e no sul da África, no centro e no norte da Oceania. De 20 a 30 graus: áreas ao redor da linha do Equador e entre os trópicos de Capricórnio e Câncer. De 10 a 20 graus: áreas ao redor e ao norte do Trópico de Câncer e, também  ao redor e ao sul do Trópico de Capricórnio. De zero a 10 graus: áreas ao norte do Trópico de Câncer e ao redor do Círculo Polar Antártico. De menos 10 a zero grau: áreas ao norte do Trópico de Câncer e ao redor do Círculo Polar Antártico. De menos 10 a menos 20 graus: áreas ao norte do Trópico de Câncer, nas proximidades do Círculo Polar Ártico e ao redor do Círculo Polar Antártico. De menos 20 a menos 30: áreas ao redor do Círculo Polar Ártico. De menos 30 a menos 40 graus: áreas ao redor do Círculo Polar Ártico. De menos 40 a menos 50 graus: localidades no extremo nordeste da Ásia. Abaixo de 50 graus: localidades no extremo nordeste da Ásia.

Mapa dois 'Mundo: temperaturas médias em julho'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Linhas isotermas demarcam diferentes localidades que possuem a mesma média de temperatura. As médias de temperatura são as seguintes: Mais de 30 graus: áreas no oeste da América do Norte, norte da África. E, também, no sudoeste, sul e sudeste da Ásia. De 20 a 30 graus: áreas ao redor da linha do Equador e entre os trópicos de Capricórnio e Câncer. De 10 a 20 graus: áreas ao norte do Trópico de Câncer e ao sul do Trópico de Capricórnio. De zero a 10 graus: área ao redor do Círculo Polar Antártico e do Círculo Polar Ártico. De menos 10 a zero grau: área ao redor do Círculo Polar Antártico. De menos 10 a menos 20 graus: área ao redor do Círculo Polar Antártico. De menos 20 a menos 30: área ao redor do Círculo Polar Antártico. De menos 30 a menos 40 graus: sul da Antártida. De menos 40 a menos 50 graus: sul da Antártida. De menos 50 a menos 60: extremo sul da Antártida. Abaixo de 60 graus: extremo sul da Antártida.

Fonte dos mapas: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 21.

A ação conjunta dos fatores ou controles climáticos determina os tipos de clima, quê se diferenciam por suas características de tempera-túra, precipitação, pressão atmosférica, circulação das massas de ar e correntes marítimas. O mapa 3 localiza as áreas de ocorrência dos grandes conjuntos climáticos do planêta Terra.

Página oitenta e cinco

Mapa três 'Mundo: tipos de clima – 2023'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Tipo de clima (adaptado da classificação de Köppen-Geiger). Equatorial: áreas no norte da América do Sul, no centro da África e no sudeste da Ásia, onde passa a linha do Equador.  Tropical: áreas no norte da América do Sul, no sul da América Central, no centro da África, no sul da Ásia e no norte da Oceania. Subtropical: áreas no sul da América do Sul, no centro da América do Norte, no sul da Europa, no centro-sul da África, no leste da Ásia e leste da Oceania.  Árido: áreas no oeste da América do Norte, no oeste da América do Sul, no centro-norte, norte e sul da África, no sudeste e centro da Ásia. Assim como, localidades no centro da Oceania. Semiárido: áreas no oeste da América do Norte, no oeste e leste da América do Sul, no centro-norte e centro-sul da África, no sudeste e centro da Ásia. Assim como, localidades no centro, norte e sul da Oceania. Mediterrâneo: áreas no oeste da América do Norte, no sul da Europa e sul da Oceania. Temperado: maior parte do continente europeu e áreas no sul da Oceania. Frio continental: áreas no norte da América do Norte, no centro-norte da ásia e nordeste da Ásia.  Frio subpolar: áreas no extremo norte da América do Norte, no extremo sul da América do Sul e no norte da Ásia. Polar: Antártida e áreas ao redor do Círculo polar Ártico e do Círculo Polar Antártico.

Fonte: hí bê gê hé. Atlas geográfico escolar. 9. ed. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2023. p. 63.

Clima equatorial

Característico das regiões situadas em baixas latitudes, próximas à linha do equador. É um clima kemte e úmido. Apresenta tempera-túra média anual superior a 25 °C, e a amplitude térmica é pequena. As chuvas são abundantes e bem distribuídas ao longo do ano.

Clima tropical

As médias de tempera-túra são superiores a 18 °C. As chuvas são abundantes, porém concentradas em um período do ano. Apresenta duas estações bem definidas: verão kemte e chuvoso e inverno ameno e seco.

Clima subtropical

É kemte no verão e frio no inverno. A tempera-túra média anual é inferior a 18 °C. No inverno, em algumas áreas, as tempera-túras podem sêr menóres do quê 0 °C, com geadas e queda de néve. As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano.

Clima semiárido

Os climas semiárido são caracterizados por chuvas escassas e concentradas em alguns meses do ano, com longos períodos de seca. O semiárido kemte apresenta tempera-túras elevadas e maior precipitação anual; ocorre na periferia dos desertos kemtes. O semiárido frio apresenta tempera-túras mais baixas, sêndo negativas no inverno.

Clima árido

Os climas desérticos são caracterizados pela escassez de chuvas. No deserto kemte, a amplitude térmica diária é elevada, em razão da baixa umidade; as tempera-túras podem atingir 50 °C durante o dia e menos de 0 °C à noite. Nos desertos frios, as tempera-túras são baixas.

Clima mediterrâneo

Recebe esse nome pois ocorre principalmente nas áreas próximas ao mar Mediterrâneo. Apresenta verão seco e kemte e inverno com muita chuva e tempera-túras amenas.

Clima frio continental

Ocorre nas áreas de altitude elevada, como na Cordilheira dos Andes e no Himalaia. Apresenta baixas tempera-túras o ano todo. As montanhas apresentam cumes com néve eterna.

Clima temperado

Apresenta, d fórma bem definida, as quatro estações. As médias térmicas anuais estão abaixo de 18 °C, e as chuvas, embora não abundantes, são bem distribuídas ao longo do ano.

Clima frio subpolar

Caracteriza-se pelas baixas tempera-túras na maior parte do ano. O verão é curto, e o inverno é longo e rigoroso, com intensa precipitação de néve. Ocorre em regiões de altas latitudes.

Clima polar

As tempera-túras são muito baixas durante o ano todo, com ocorrências periódicas de precipitações em forma de néve. Ocorre nas mais altas latitudes, o quê explica o frio intenso.

Página oitenta e seis

Consequências das mudanças climáticas

Carrossel de imagens: Impactos das mudanças climáticas.

Os impactos provocados pelo aquecimento global ocorrem em todo o mundo, mas com intensidades locais diferentes. Afetam os sêres humanos e as demais formas de vida responsáveis pelo equilíbrio natural e pela manutenção dos éco-sistemas existentes no planêta.

Alguns dos fenômenos quê vêm sêndo relacionados às alterações climáticas são o aumento da ocorrência e da intensidade de fortes tempestades, ciclones e furacões e a maior quantidade e extensão de incêndios em florestas, como os quê ocorreram na Austrália em 2020.

Estudos também indicam quê o aquecimento global tem sido diretamente responsável pela perda da biodiversidade do planêta. Segundo estimativa da Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Ipbes), órgão ligado à Ônu, as mudanças climáticas ameaçam mais de 1 milhão de espécies da fauna e da flora mundial. As atividades agrícolas e pecuárias também sofrem consequências, colocando a segurança alimentar da população mundial em risco.

No Brasil, estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2020, indicava um aumento da tempera-túra no país entre 2 °C e 3 °C ao longo dos próximos 50 anos, com intensificação do calor especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Para as regiões Sul e sudéste, as pesquisas apontam a tendência de alterações nos regimes de chuvas, com forte aumento dos extremos de precipitação. Em 2024, o Rio Grande do Sul viu essa projeção começar a se concretizar com as chuvas intensas quê causaram enchentes e devastação.

Esquema 'Possíveis consequências do aquecimento global'. Apresenta-se o aumento das temperaturas médias e os impactos acelerados por esse aumento: Aumento de dois graus: Derretimento das geleiras e recifes de corais prejudicados. Aumento de três graus: Escassez de água. Aumento de quatro graus: Elevação nos mares, espécies extintas, queda de produtividade na agricultura. Aumento de cinco graus: Tempestades, incêndios, secas, ondas de calor; e também: mudanças climáticas abruptas.

Fonte: KAHN, Suzana éti áu. A nova realidade da mudança climática. São Paulo: Planeta Sustentável: Abril, 2013. p. 10. Disponível em: https://livro.pw/pheoj. Acesso em: 28 ago. 2024.

Principais consequência globais previstas por cientistas caso a tempera-túra média do Planeta Terra aumente mais de 2 °C.

Página oitenta e sete

Conferências do clima: as COP

O acôr-do de Paris, firmado na COP21, em 2015, continua sêndo um marco no combate às mudanças climáticas. Na época, 195 países se comprometeram a limitar o aumento da tempera-túra média global a menos de 2 °C, preferencialmente a 1,5 °C. Para isso, as nações deveriam, a partir de 2020, implementar mecanismos de estímulo econômico e social necessários para quê os setores tradicionalmente mais poluentes, como energia e agropecuária, passassem a reduzir o volume das emissões de GEEs.

Apesar dêêsse comprometimento mundial, alguns chefes de Estado e alguns cientistas afirmam quê as atividades humanas não são responsáveis pelo aquecimento global, mas quê êste resulta exclusivamente de dinâmicas da natureza. Além díssu, consideram quê a transição para uma economia vêrde trará prejuízos econômicos para os países.

Durante a COP26, em 2021, houve um reforço global do compromisso do acôr-do de Paris. Países apresentaram planos mais ambiciosos de redução de emissões, mas muitos especialistas alertaram quê as promessas ainda não eram suficientes. Na COP27, em 2022, foi criado um fundo para ajudar países vulneráveis a lidar com os impactos das mudanças climáticas quê não podem sêr evitados. A COP28 avançou ao reconhecer a necessidade de transição energética para conter as mudanças climáticas, mas é vista como insuficiente ao não prever o fim dos combustíveis fósseis.

Compromissos estabelecidos em acordos internacionais, como o acôr-do de Paris, demonstram a importânssia de uma transição econômica com menóres impactos ambientais e maior justiça social. Dessa forma, não se trata somente de ações para diminuir o aumento da tempera-túra do planêta, mas também de mitigar seus efeitos colaterais no sistema climático, quê podem afetar milhões de pessoas.

Charge. Várias pessoas estão reunidas na Cúpula do Clima. Em uma tela, posicionada no palco, destacam-se as seguintes metas: 'Independência energética; preservação das florestas; sustentabilidade; economia verde; cidades habitáveis; recursos renováveis; água limpa; ar puro; crianças saudáveis; etc. etc'. Um dos participantes se levanta na plateia e diz: 'E se for tudo uma grande farsa, e criarmos um mundo melhor pra nada?'.

PETT, Joel. [E se for tudo uma grande farsa, e criarmos um mundo melhor pra nada?]. Piauí, [Rio de Janeiro], ed. 161, fev. 2020. Disponível em: https://livro.pw/sgdwk mo-no-poder/. Acesso em: 30 set. 2024.

A Conferência das Partes das Nações Unidas (COP) é uma reunião quê acontece uma vez por ano, desde 1994. Nela, as nações signatárias se reúnem para discutir e negociar ações conjuntas e compromissos relacionados às mudanças climáticas.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Há uma mensagem irônica na charge? Discorra sobre a crítica quê ela traz, a quê opinião se refere e se você concórda ou não com esse posicionamento.

1. Na charge, uma personagem descrente da mudança climática desdenha de práticas positivas para o meio ambiente, para a saúde e a qualidade de vida dos sêres humanos, como “água limpa, ar puro”.

2. Pesquise as prováveis consequências do aquecimento global quê poderiam ocorrer no lugar em quê você vive. Consulte essa informação em artigos científicos ou reportagens de jornais e revistas impressos ou digitais. Reúna as informações obtidas e discuta com côlégas. Durante o debate, reflita a respeito das atitudes e mudanças de comportamento quê podem sêr adotadas na comunidade a fim de minimizar os impactos do aquecimento global.

2. O objetivo dessa atividade é incentivar o protagonismo dos estudantes por meio de práticas de pesquisa a respeito das consequências do aquecimento global, considerando a ocorrência de eventos extremos e outros impactos no lugar em quê vivem.

Página oitenta e oito

Emissão de GEEs no Brasil

Em 2021, o Brasil era o quinto maior emissor de dióxido de carbono (CO2), segundo a organização Climate Watch. Esse é o principal gás de efeito estufa lançado por atividades humanas. Observe o gráfico 1.

Gráfico de setores um: 'Mundo: emissão de gases de efeito estufa – 2021'. Os dados são os seguintes: Dióxido de carbono: 74 por cento. Metano: 17 por cento. Óxido Nitroso: 6,3 por cento. Outros gases: 2,6 por cento. O gráfico de setores não fecha em 100% devido ao arredondamento dos dados.

Elaborado com base em: CLIMATE WATCH. históricou GHG emissions: global historical emissions. [Washington, D.C.]: Climate Watch, c2024. Disponível em: https://livro.pw/mzghg centage. Acesso em: 28 ago. 2024.

No Brasil, o monitoramento das emissões de GEEs é realizado pelo Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg), iniciativa do Observatório do Clima, uma organização da ssossiedade civil criada em 2001. Esse sistema monitora cinco setores: agropecuária, produção de energia, mudanças no uso da térra (desmatamento e quêimadas), indústria e resíduos (tratamento de esgoto e destino de resíduos sólidos que geram gases, como incineração e atêerro sanitário). Segundo dados do Seeg, em 2022, mais de 33% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil tiveram origem em alterações no uso do solo, relacionadas ao desmatamento.

Gráfico de setores dois 'Brasil: participação nas emissões de G E E s, por setor – 2022'. Os dados são os seguintes: Uso da terra e floresta: 33,05 por cento. Incluem mudanças no uso da terra, como os desmatamentos e as queimadas. Agropecuária: 29,67 por cento; Energia: 26,43 por cento; Resíduos: 5,85 por cento; Indústria: 5 por cento.

Elaborado com base em: SISTEMA DE ESTIMATIVAS DE EMISSÕES E REMOÇÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA. Piracicaba, 2024. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/hphux. Acesso em: 28 ago. 2024.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2022, 10% da energia elétrica utilizada no Brasil foi gerada com a queima de combustíveis fósseis (gás natural, derivados de petróleo e carvão mineral), quê libéram poluentes como dióxido de carbono (CO2)e dióxido de enxofre (SO2). O dízel e a gasolina, derivados do petróleo, são consumidos pela frota de carros e caminhões quê circulam no território diariamente.

Página oitenta e nove

Os combustíveis fósseis são formados em bacias sedimentares por restos de plantas e animais soterrados com sedimentos há milhões de anos. São amplamente utilizados como fontes de energia e respondem por cerca de 80% da energia consumida no mundo. O uso dêêsse tipo de combustível vêm sêndo bastante discutido por cientistas, governos e instituições internacionais, pois, em relação a outras fontes de energia (hidráulica, eólica, solar etc.), causa maiores impactos ambientais.

Apesar do reconhecimento da comunidade científica e da maior parte da ssossiedade de quê é necessário reduzir as emissões de GEEs, no Brasil, elas não apresentam um ritmo de diminuição significativo, como se póde verificar no caso da emissão de dióxido de carbono (CO2), na tabéla.

Brasil: emissão de CO2, por setor (em milhões de toneladas) – 2013 a 2022

2014

2015

2016

2017

2018

Resíduos

86,3

87,6

89,3

90,6

91,9

Uso da terra*

794,1

890,3

909,3

816,7

845,9

Indústria

101,4

100,9

96,0

99,9

101,2

Energia

480,6

457,1

423,8

429,5

407,9

Agropecuária

488,1

491,2

499,8

495,9

492,2

Total

1.950,5

2.027,1

2.018,2

1.932,6

1.939,1

*Mudanças no uso da térra, como desmatamento e queimadas.

Elaborado com base em: SISTEMA DE ESTIMATIVAS DE EMISSÕES E REMOÇÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA. Piracicaba, 2024. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/hphux. Acesso em: 29 ago. 2024

Bacia sedimentar
: estrutura rebaixada em relação aos terrenos vizinhos, preenchida com detritos oriundos das áreas circundantes.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

De quê forma você póde contribuir para melhorar a qualidade do ar onde vive? Siga o passo a passo.

a) Primeiro, conte como você percebe o problema no seu cotidiano: há muitos veículos circulando nas ruas e estradas no município em quê você vive?

b) Pesquise como a poluição do ar póde gerar problemas no ambiente e na saúde das pessoas.

c) Pesquise alternativas à quêima de combustíveis fósseis para os meios de transporte que observou. Que outros tipos de combustível ou de meios de transporte poderiam sêr utilizados?

d) Leve sua pesquisa para a sala de aula e debata com professor e côlégas sobre os seus resultados.

e) Em conjunto com a turma, elaborem ações locais para os problemas de seu município.

Produção pessoal, de acôr-do com o município pesquisado. ôriênti a pesquisa do estudante de acôr-do com os dados da localidade escolhida.

Página noventa

As queimadas como fonte de GEEs

No Brasil, o desmatamento associado às queimadas é a fonte principal das emissões de GEEs, e as maiores áreas de ocorrência estão na Amazônea e no Cerrado.

Queimadas naturais são muito comuns nas áreas da vegetação do Cerrado, mas são menos freqüentes na Amazônea. A parte mais significativa das queimadas no bioma amazônico é resultado de ações de desmatamento e limpeza de terreno para criação de áreas de pastagem para gado ou abertura de novas áreas para agricultura. Na região, o processo de desmatamento tem, geralmente, três etapas: o kórti das árvores maiores para o aproveitamento da madeira; o kórti raso da vegetação remanescente; e, depois de dois meses secando, a queimada intencional para reduzir o volume de galhos e troncos menóres. Esse processo de expansão das atividades agropecuárias é especialmente voltado para a produção de soja e a criação de gado.

As queimadas são responsáveis pela liberação de grandes quantidades de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO2), pois, no momento da combustão de biomassa vegetal, o carbono armazenado nas árvores é liberado na atmosféra.

Além díssu, a perda das áreas florestais durante as queimadas prejudica a regulação das tempera-túras da superfícíe terrestre, já quê a vegetação densa contribui para preservar a umidade e, consequentemente, manter as tempera-túras mais baixas. Os sólos expostos costumam absorver maior radiação solar e, por isso, mantêm as tempera-túras mais elevadas. A preservação das florestas, portanto, é fundamental no combate ao aquecimento global, pois, além de estas armazenarem carbono, sua presença contribui para a regulação das tempera-túras médias do planêta.

Bioma
: conjunto de vida vegetal e animal, constituído por tipos de vegetação próximos, com condições de geologia e clima semelhantes.

Foto aérea de floresta em chamas.

Área é desmatada para agricultura em Lábrea (Amazonas), 2024.

Estima-se quê cerca de 454.270 hectares da Floresta Amazônica foram perdidos em 2023 com o desmatamento e as queimadas.

Página noventa e um

O papel das TDICs no combate ao desmatamento

As atuáis tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) são importantes ferramentas para o combate ao desmatamento nas florestas e outras coberturas vegetais. Um exemplo é o uso de aplicativos de celulares por comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas para registrar e denunciar atividades ilegais em suas terras, como garimpo e extração de madeira. Outro exemplo é o Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil, o MapBiomas, quê intégra especialistas em diversas áreas, como biólogos e cientistas da computação, e disponibiliza mapas de cobertura e uso da térra do Brasil anualmente, desde 1985. Observe uma das telas da platafórma.

Imagem de mapa e gráficos que apresentam a distribuição dos diferentes biomas brasileiros.

MAPBIOMAS. São Paulo, [c2024]. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/lokfs. Acesso em: 17 out. 2024. Imagem de página do sáiti do projeto MapBiomas ôbitída em 2024.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Siga o passo a passo para realizar a atividade.

Produção pessoal, de acôr-do com a UF pesquisada. ôriênti a pesquisa do estudante de acôr-do com os dados da localidade escolhida.

a) Acesse a ferramenta digital do MapBiomas, disponível em: https://livro.pw/lokfs (acesso em: 17 out. 2024).

b) Ao acessar a ferramenta, colete os dados de cobertura vegetal, desmatamento e regeneração da vegetação registrados na Unidade da Federação (UF) ou município em quê você vive. Em seguida, analise as informações coletadas e selecione alguns aspectos quê considera importantes. Por exemplo, desenvolva uma breve discussão sobre como leis, como o Novo cóódigo Florestal (lei número 12.651, de 25 de maio de 2012), podem influenciar o desmatamento na área selecionada.

c) escrêeva um pequeno texto sobre os resultados de sua pesquisa e compartilhe-o com professor e côlégas.

Página noventa e dois

A importânssia das florestas

As comunidades tradicionais, como povos indígenas, quilombolas e extrativistas, dependem da vegetação original (também chamada de vegetação nativa), associada aos demais elemêntos naturais, para garantir sua subsistência, manter suas tradições culturais e sua existência como povo.

Por muito tempo, no mundo todo, o desmatamento foi associado ao desenvolvimento econômico. Durante séculos, as florestas foram importantes fontes de matérias-primas, e sua exploração intensificou-se com o desenvolvimento industrial. Iniciada na Inglaterra, em meados do século XVIII, a Revolução Industrial promoveu profundas transformações no modelo de produção, com a transição da manufatura para a indústria mecânica. Esse processo contribuiu não somente para o desmatamento de formações vegetais nativas de diversas regiões do mundo como também para o uso excessivo dos demais recursos naturais, como os minerais.

A retirada da vegetação original também está associada à urbanização e ao desenvolvimento de atividades econômicas primárias, como agricultura, pecuária e mineração. De acôr-do com o monitoramento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estima-se quê mais de 75% das florestas primárias do mundo já foram extintas.

Mapa 'Mundo: cobertura florestal original e atual – 2020'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Cobertura florestal original: extensas áreas no norte, centro e sul da América do Norte, no norte, sudeste e sul da América do Sul. Localidades amplas em todo o continente europeu, no centro e centro-sul da África, no norte, sudeste e sul da Ásia e, também, no leste da Oceania. Cobertura florestal atual: localidades menores no norte, centro e sul da América do Norte, no norte, sudeste e sul da América do Sul. Localidades menores em todo o continente europeu, no centro e centro-sul da África, no norte, sudeste e sul da Ásia e, também, no leste da Oceania.

Fonte: GRID-ARENDAL. Global forest cover. [Arendal]: GRID-Arendal, 2015. Disponível em: https://livro.pw/iarfu. Acesso em: 31 ago. 2024.

Página noventa e três

Nos dias atuáis, muitas pesquisas e práticas apontam diversos motivos para preservar grandes áreas de vegetação, além de, a médio e longo prazo, serem obtidos maiores ganhos econômicos.

Entre os principais motivos para a preservação das formações florestais, estão:

a capacidade de prover bens, como plantas mêdi-cinais (grande parte delas usadas pela indústria farmacêutica), frutos, raízes, madeira, fibras, óleos etc.;

o contrôle de pragas e doenças nos cultivos agrícolas, a purificação e a regulação do ciclo das águas; a regulação climática; a capacidade de absorver carbono pela fotossíntese (confira na imagem); a influência no contrôle de inundações, êrozão e assoreamento; a proteção de nascentes de rios etc.;

a contribuição para processos naturais, como a formação de sólos e o ciclo de nutrientes na natureza.

A umidade atmosférica na floresta resulta principalmente da transpiração das plantas, o quê ajuda a regular o clima não apenas da região onde a floresta se encontra mas também de outras bem mais distantes. O desmatamento reduz a evapotranspiração e, assim, inibe a reciclagem de á gua, pois diminui a umidade na atmosféra, afetando a precipitação em regiões para onde a umidade é transportada. Além díssu, o desmatamento também póde aumentar o escoamento de á gua, elevando os níveis dos rios.

Formação florestal
: termo genérico quê se refere a tipos de formação vegetal nos quais os elemêntos dominantes são as árvores, formando um dossel (cobertura superior da floresta).

Esquema 'Como e quanto as florestas tropicais absorvem e armazenam carbono'. Os dados são os seguintes: Em uma Floresta tropical sem perturbações, a absorção de carbono (pela fotossíntese) é de 30,4. O carbono é armazenado em biomassa acima do solo é 180. O carbono armazenado na biomassa abaixo do solo é 64 e o carbono armazenado abaixo do solo (solo e biomassa). Seguem para a atmosfera fluxos de carbono e estoque (fluxos-toneladas de carbono de hectare por ano; estoques de toneladas de carbono por hectare). Por fim, a emissão total de carbono (pela respiração) é de 24,5. Após 10 anos de desmatamento, a absorção total de carbono (pela fotossíntese) é de 12,3. O carbono armazenado na biomassa acima do solo é 43. O carbono armazenado na biomassa abaixo do solo é de 12. O carbono armazenado abaixo do solo (solo e biomassa). Nota: valores de fluxo são relatados como uma média de 10 anos. Por fim, a emissão total de carbono é de 25,1, sendo que a respiração corresponde a 6,8 e a queimada, desmatamento e erosão do solo.

Fonte: RAINFOREST FOUNDATION NORWAY; GRID-ARENDAL. Steite ÓF the rainforest 2014. óslo: Rainforest Foundation Norway, 2014. p. 36. Disponível em: https://livro.pw/ikdqd. Acesso em: 31 ago. 2024

Por meio da fotossíntese, as florestas são capazes de armazenar carbono, quê fica retido nas plantas e no solo. O desmatamento, principalmente quando acontece por meio de queimadas, causa a liberação do CO2

Página noventa e quatro

Brasil: vegetação nativa vérsus atual

No Brasil, o desmatamento teve início durante o processo de colonização, mas se intensificou ao longo do século XX, no período em quê houve crescimento da população, especialmente nas áreas urbanas, e diversificação das atividades econômicas no país.

A vegetação nativa tem importânssia ambiental, social e econômica: cumpre importantes serviços ecossistêmicos, póde sêr aproveitada economicamente d fórma sustentável e é fundamental para a subsistência diréta e preservação de tradições culturais de inúmeras comunidades.

No Brasil, as florestas constituem a formação vegetal de maior extensão. Mesmo no Cerrado e na Caatinga, caracterizados por formações arbustivas, há trechos de formações florestais. Compare, nos mapas 1 e 2, as áreas de vegetação nativa com as de vegetação atual no Brasil.

Segundo o Relatório Anual de Desmatamento do Brasil, somente em 2023 foram validados mais de 83 mil alertas de desmatamento, quê devastaram 13.300 km2 de vegetação nativa no país (aproximadamente 100 milhões de campos oficiais de futeból ou mais da mêtáde da área do estado de Sergipe), sêndo 60,6% no Cerrado, 24,8% na Amazônea e 14,4% na Mata Atlântica, na Caatinga, no Pantanal e no Pampa. O estudo constatou quê mais de 97% da perda de vegetação nativa está ligada à atividade agropecuária e mais de 93% dos desmatamentos não foram autorizados ou se sobrepõem a áreas protegidas; portanto, têm fortes indícios de serem ilegais.

Serviço ecossistêmico
: benefício quê a ssossiedade obtém da natureza, como provisão de alimentos, regulação climática, lazer e suporte para a vida (por exemplo, formação de solo), elemêntos vitais para o bem-estar das pessoas e para as atividades econômicas.

Mapa um 'Brasil: vegetação nativa'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Tipos de vegetação. Floresta Amazônica: extensas áreas nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, sul de Roraima, Pará, Amapá e norte do Mato Grosso. Mata dos Cocais: localidade no centro e norte do Maranhão e do Piauí. Matas Atlânticas (diferentes florestas e variados ecossistemas associados): localidades no Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná. E, também, no leste de Minas Gerais, leste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.  Mata de Araucárias: áreas no interior do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Caatinga: áreas no interior do Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Cerrado: áreas no norte de Roraima, sul do Amapá e, também, no Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Piauí, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e norte de São Paulo. Campos: áreas no sul do Rio Grande do Sul. Complexo do Pantanal (cerrado e campos inundáveis): localidade no oeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste do Mato Grosso.  Vegetações litorâneas (mangue, restinga, jundu): áreas no litoral sul, nordeste e sudeste.

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico. São Paulo: FTD, 2016. p. 64.

Mapa dois 'Brasil: vegetação atual'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Tipos de vegetação. Floresta Amazônica: áreas menores nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, sul de Roraima, Pará, Amapá e norte do Mato Grosso. Mata dos Cocais: áreas fragmentadas no Maranhão e no Piauí. Matas Atlânticas (diferentes florestas e variados ecossistemas associados): pequenas localidades no leste de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. Mata de Araucárias: pequenas áreas em Santa Catarina e Paraná. Caatinga: áreas fragmentadas no Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Cerrado: áreas fragmentadas em Roraima, Amapá e, também, no Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Campos: localidades menores no sul do Rio Grande do Sul. Vegetações litorâneas (mangue, restinga, jundu): áreas fragmentadas no litoral nordeste e sudeste. Área devastada: extensas localidades em Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Fonte: hí bê gê hé. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2018. p. 102.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Que formações vegetais nativas ocorrem na UF em quê você vive? Qual é a situação atual?

Resposta pessoal, de acôr-do com a UF onde o estudante mora. ôriênti o estudante a observar atentamente os dois mapas.

Página noventa e cinco

O cóódigo Florestal

O cóódigo Florestal, instituído em 2012, foi motivo de debate e discórdia entre os chamados ruralistas e os ambientalistas, porque amplia as áreas para agricultura e permite a supressão da vegetação nativa. Observe a ilustração e conheça alguns aspectos dessa lei.

Esquema 'Principais medidas do Novo Código Florestal brasileiro'. Os dados são os seguintes: Área de Preservação Permanente (APP): área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservação. Corresponde às margens dos rios e lagos, nascentes, topos de morro, encostas, manguezais, restingas e bordas de chapadas.  Reserva Legal: área que deve ser preservada em uma propriedade rural para garantir a biodiversidade e não colocar em risco os ciclos naturais.  Módulo fiscal: unidade variável de medida agrária em hectares, pois é definido para cada município e considera o tipo de exploração e a renda obtida. Agrossilvipastoril: cultivo em conjunto de agricultura, silvicultura e pecuária. Também se destacam as seguintes informações: Um. O Trecho desmatado é regulado pela lei válida para ações feitas até 2008 e com a instalação de reserva legal. Dois. A mata é regulada pela lei válida para ações feitas a partir de 2008 e com a instalação de reserva legal. Três. A margem do rio é regulada pela lei válida para ações feitas a partir de 2008 e com área de preservação permanente. Quatro. A nascente do rio é regulada pela lei válida para ações feitas a partir de 2008 e com área de preservação permanente. Cinco. O manguezal é regulado pela lei válida para ações feitas a partir de 2008 e com área de preservação permanente. Seis. O topo do morro é regulado pela lei válida para ações feitas a partir de 2008 e com área de preservação permanente. Sete. A encosta é regulada pela lei válida para ações feitas a partir de 2008 e com área de preservação permanente. Oito. A atividade agropastoril é regulada pela lei válida para ações feitas até 2008 e com área de preservação permanente.

Elaborado com base em: BRASIL. Lei número 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa […]. Brasília, DF: Casa Civil, 2012. Disponível em: https://livro.pw/upujc. Acesso em: 31 ago. 2024

Página noventa e seis

Desmatamento, solo e clima

Como visto no capítulo 3, a cobertura vegetal tem importante papel na conservação dos sólos, pois, entre outras funções, reduz o impacto da á gua da chuva sobre a superfícíe, e as raízes ajudam a fixar o solo.

Segundo a Ônu, a desertificação é definida como um processo de destruição do potencial produtivo da térra em áreas de clima semiárido, árido e subúmido seco, por meio da pressão exercida pelas atividades humanas, como queimadas, desmatamento, mineração e técnicas agropecuárias impróprias sobre éco-sistemas frágeis, cuja capacidade de regeneração é baixa.

A desertificação é um problema global quê afeta diretamente 250 milhões de pessoas e um terço da superfícíe terrestre. A degradação do solo e a desertificação ameaçam a quantidade de alimentos produzidos. Observe o mapa.

Mapa: 'Mundo: desertificação – 2018'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Deserto: Grande Bacia na América do Norte; Atacama na América do Sul; Saara no norte da África e Namíbia no sul da África; Arábia na Ásia e Gobi na Ásia e Vitória na Oceania. Risco moderado de desertificação: áreas ao redor dos desertos na América do Norte, América do Sul, África, Sudoeste e centro da Ásia, na Oceania e no sul da Europa. Alto risco de desertificação: áreas ao redor dos desertos na América do Norte, América do Sul, África, Sudoeste e centro da Ásia, na Oceania e no sul da Europa.

Fonte: EUROPEAN COMMISSION. uôrd atlas ÓF desertification: convergence ÓF global change issues. Luxemburgo: European Commission, 2019. Disponível em: https://livro.pw/fhofn. Acesso em: 20 out. 2024.

Ao contrário do processo de desertificação, a arenização ou formação de bancos de areia tem seu processo de degradação derivado da abundância de á gua, isto é, relacionado aos climas úmidos.

Os sólos arenosos apresentam uma predisposição para se transformar em areais. Quando o sêr humano retira a vegetação, principalmente em áreas de desnível, as chuvas “lavam” a camada superficial. Então, o solo desprotegido perde seus nutrientes, e a sua arenosidade natural é reforçada pelo acúmulo de sedimentos quê, consequentemente, formam os bancos de areia. Observe a ilustração.

Esquema 'Processo de arenização'. Primeiro, encontra-se um local inclinado com pouca vegetação. Em seguida, as áreas mais baixas e inclinadas estão tomadas por areia.

Fonte: SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes éti áu. Projeto arenização no Rio Grande do Sul, Brasil: gênese, dinâmica e espacialização. Biblio 3W: Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Barcelona, n. 287, 26 mar. 2001. Disponível em: https://livro.pw/qkkqe. Acesso em: 31 ago. 2024.

Evolução do processo de arenização.

Página noventa e sete

CONEXÕES com...
BIOLOGIA E QUÍMICA
Microrganismos do solo

O solo apresenta uma biota muito rica formada por organismos macroscópicos, como insetos e minhocas, e por microrganismos, como bactérias, fungos e algas. Em geral, observa-se quê a população dos microrganismos é maior próximo à superfícíe e diminui com a profundidade. Esses sêres são fundamentais para a manutenção da fertilidade do solo.

Essa biota desempenha algumas funções, como:

decompor a matéria OR GÂNICA: fungos e bactérias heterotróficas decompõem resíduos e matéria OR GÂNICA, liberando nutrientes essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, quê se reintegram nos ciclos biogeoquímicos, possibilitando a ciclagem de nutrientes;

fixar nitrogênio: a fixação biológica do nitrogênio é a conversão do nitrogênio molecular (N2)da atmosféra em amônia (NH3), utilizada pêlos vegetais para a produção de compostos orgânicos. Esse processo é realizado por bactérias fixadoras de nitrogênio, como as cianobactérias, de vida livre, e as do gênero Rhizobium, associadas às raízes das leguminosas como feijão e soja, formando nódulos. Nessa relação benéfica para ambos os organismos, as bactérias ganham carboidratos das plantas e um ambiente protegido; com isso, ajudam a fertilizar o solo com nitrogênio, permitindo às plantas usarem-no em seu desenvolvimento;

melhorar a estrutura do solo: os microrganismos melhoram a porosidade do solo, contribuindo para o aumento da capacidade de retenção de á gua;

controlar patógenos: muitos tipos de microrganismos competem com organismos capazes de causar doenças, o quê reduz a incidência de doenças de plantas.

Dessa forma, alterações no solo, como desmatamento e queimadas, afetam a biota, tornando-o, além de seco, menos produtivo.

Foto de raiz, que possui pequenas bolinhas em relevo.

Raiz de leguminosa. Em destaque, nódulos com bactérias do gênero Rhizobium. Essa associação aumenta a produtividade na agricultura.
Biota
: conjunto de sêres vivos de um determinado local quê se relacionam entre si e com o ambiente.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Explique como a presença de microrganismos no solo reduz a necessidade de adubação química.

Os microrganismos melhoram a fertilidade do solo, pois apresentam uma associação benéfica com as bactérias do gênero Rhizobium, quê têm a capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico, transformando-o em uma forma quê as plantas podem utilizar para a síntese de moléculas orgânicas.

Página noventa e oito

Crise ambiental e comunidades

De acôr-do com a legislação brasileira, povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e quê se reconhecem como tais, possuem formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. dêsses grupos fazem parte os inúmeros povos indígenas e comunidades de diversas partes do território brasileiro. Povos da floresta é a denominação quê recebem as comunidades tradicionais quê vivem nas florestas e delas tiram seu sustento, como os indígenas, extrativistas, seringueiros e ribeirinhos.

As comunidades tradicionais, principalmente os povos das florestas, sofrem com a crise ambiental global, pois são grupos sociais quê dependem diretamente dos recursos oferecidos pela natureza para sobreviver. Por isso, o desmatamento das áreas florestais póde prejudicar a base de subsistência dêêsses povos e comprometer seu modo de vida. No entanto, em razão do seu profundo conhecimento sobre os elemêntos da natureza e sua dinâmica, como períodos de cheias dos rios, melhores épocas para o plantio e uso medicinal de plantas, esses grupos podem aliar informações passadas entre as gerações ao conhecimento científico sobre agroecologia e desenvolvimento sustentável.

De acôr-do com a Ônu, os povos das florestas são grandes aliados na luta contra o aquecimento global, pois conhecem integralmente o valor e a importânssia da preservação da natureza para o equilíbrio ambiental. Os avanços científicos associados ao conhecimento tradicional podem se tornar uma importante saída para a crise ambiental nesse momento da história humana.

Conheça um pouco mais sobre o modo de vida de alguns povos da floresta e comunidades tradicionais quê vivem no Brasil.

As lutas dos povos da floresta

Na Amazônea, a luta dos povos da floresta ganhou fôrça com a notoriedade mundial de Chico Mendes (1944-1988) na década de 1980 e outros seringueiros do Ácri. Desde os anos de 1970, Chico Mendes liderou os povos da floresta na luta pela preservação da Amazônea e das atividades tradicionais. Uma das formas de luta era o empate, na qual se impedia d fórma pacífica a derrubada das árvores.

Em 1988, Chico Mendes foi assassinado, pois sua atuação era inconveniente para os fazendeiros

Foto de Chico Mendes. Ele é um homem branco, usa bigode e está dando uma palestra.

Chico Mendes em Xapuri (AC), 1988.

Página noventa e nove

locais. Mas sua luta e a dos povos da floresta resultaram, entre outras conkistas, na criação das Reservas Extrativistas (Resex), sêndo a primeira delas no Ácri em 1990, a reserva Alto Juruá. A implantação das Resex, presentes em todo o país, teve como objetivo aliar a preservação da floresta com uma exploração sustentável pelas comunidades locais, como a extração do látex e da castanha. No entanto, a pressão sobre essas reservas teve grande aumento principalmente a partir do final da década de 2010. Ao mesmo tempo, faltam políticas públicas para apoiar as comunidades tradicionais, quê, em muitos casos, não têm retorno econômico com os produtos explorados.

Reserva Extrativista
: Unidade de Conservação de Uso Sustentável quê tem o objetivo de proteger os meios de vida e a cultura das populações extrativistas e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais.

Articulações no Cerrado

Atualmente, estratégias de manejo do Cerrado e de áreas de transição são realizadas em mais de 50 territórios indígenas, centenas de terras quilombolas e diversas comunidades rurais, como geraizeiros, retireiros, vazanteiros, veredeiros – essas denominações são relacionadas aos éco-sistemas do Cerrado, ou seja, campos gerais, várzeas dos rios e veredas.

Muitas comunidades tradicionais no Brasil se articulam em associações e rêdes para promover avanços sociais e econômicos integrados à preservação da cultura, das formações vegetais nativas e dos demais elemêntos naturais. A Rede Cerrado é um exemplo de integração de mais de trezentas associações da ssossiedade civil. O objetivo principal é a luta pela conservação do Cerrado e a defesa de seus povos e suas comunidades tradicionais, promovendo justiça social e sustentabilidade ambiental.

Foto de mulher trançando fios dourados para produzir um cesto.

Mulher produz artesanato com capim dourado no povoado da Aldeia, território de Comunidades Tradicionais Geraizeiras. Formosa do Rio Preto (BA), 2024.

Página cem

ATIVIDADES FINAIS

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Leia o trecho da notícia a seguir.

[...] Sobretudo o Brasil trousse para a COP 28 a necessidade de se aliar sustentabilidade na Amazônea à redução da desigualdade social. Não é uma tarefa fácil, mas o Brasil vai ter quê se dedicar ao longo das próximas dékâdâs. Isso também não vai sêr feito em um ou dois anos, mas a Amazônea é chave na questão das mudanças climáticas globais – destacou [Paulo Artaxo, coordenador do Centro de Estudos Amazônea Sustentável, da Universidade de São Paulo (USP)].

GROBA, Paula. Brasil é confirmado como sede da COP 30 em 2025. Agência Senado, Brasília, DF, 12 dez. 2023. Disponível em: https://livro.pw/npuob. Acesso em: 23 ago. 2024.

a) Qual é a importânssia da realização de conferências internacionais para discutir as mudanças climáticas?

1. a) As conferências internacionais, como as COPs, são fundamentais para unir esforços globais na luta contra as mudanças climáticas.

b) Explique a afirmação de quê a Amazônea é chave na questão das mudanças climáticas globais.

1. b) A Amazônea tem uma vasta biodiversidade e papel crucial no equilíbrio climático global.

c) Pesquise quais foram as principais decisões tomadas desde a COP29 até a mais recente.

1. c) ôriênti os estudantes a realizar a pesquisa ôn láini utilizando fontes confiáveis, como a Ônu e portais de notícias renomados.

2. Analise o gráfico e responda às kestões.

Gráfico 'Amazônia: desmatamento – 2008 a 2023'. No eixo vertical, temos área em quilômetros quadrados. No eixo horizontal, temos os anos. Os dados são os seguintes: 2008: 2.046. 2009: 1.602. 2010: 1.095. 2011: 1.257. 2012: 1.145. 2013: 1.008. 2014: 2.461. 2015: 2.594. 2016: 3.402. 2017: 2.106. 2018: 4.358. 2019: 5.036. 2020: 6.408. 2021: 8.939. 2022: 9.069. 2023: 3.516.

Fonte: IMAZON. Desmatamento na Amazônea é o menor dos últimos cinco anos, mas equivale a 1.300 campos de futeból por dia. Belém, PA: Imazon, 20 out. 2023. Disponível em: https://livro.pw/spvyh. Acesso em: 31 ago. 2024

a) O quê o gráfico indica sobre o desmatamento da Amazônea? Que fatores ajudam a explicar isso?

2. a) O gráfico apresenta um aumento significativo no desmatamento da floresta de 2018 a 2022, com queda em 2023. A floresta deu lugar a outros tipos de uso do solo, como agropecuária e mineração.

b) Qual é a importânssia da preservação da floresta para as comunidades tradicionais?

2. b) A preservação da floresta é fundamental para as comunidades tradicionais desenvolverem as atividades das quais tiram seu sustento (extrativismo vegetal, por exemplo) e manterem suas tradições culturais.

3. Analise os mapas e responda.

Conjunto de mapas um 'Brasil: mapas de calor por área desmatada – 2020 a 2023'. Em 2020: as áreas com maiores temperaturas estão no Acre, sul do Amazonas, norte do Mato Grosso, centro do Pará e, também, no interior do Tocantins, Maranhão e Piauí. Em 2021: as áreas com maiores temperaturas estão no Acre, sul do Amazonas, norte do Mato Grosso, centro do Pará e, também, no interior do Tocantins, Maranhão e da Bahia. Em 2022: as áreas com maiores temperaturas estão no Acre, sul do Amazonas, norte do Mato Grosso, centro do Pará e, também, no interior do Tocantins, Maranhão e da Bahia. Em 2023: as áreas com maiores temperaturas estão no sul do Amazonas, no interior do Tocantins, Maranhão, do Piauí, Bahia, Sergipe e Alagoas.

Fonte: MAPBIOMAS. RAD2023: relatório anual do desmatamento no Brasil 2023. São Paulo: MapBiomas, 2024. p. 33. Disponível em: https://livro.pw/hldrb. Acesso em: 31 ago. 2024.

3. a) Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante localize sua Unidade da Federação e compare com o restante do território brasileiro para avaliar a intensidade dos alertas de desmatamento, considerando fatores como a cobertura vegetal original e o uso atual do solo.

3. b) Resposta pessoal, de acôr-do com a UF.

3. c) Cerrado

4. d) A sequência de mapas mostra quê o desmatamento, inicialmente mais concentrado na Amazônea, expandiu-se para o Cerrado, especialmente em 2023, indicando uma mudança significativa na área mais afetada pelo desmatamento.

Página cento e um

Mapa dois 'Brasil: alertas de desmatamento – 2023'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Amazônia: extensas áreas nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, sul de Roraima, Pará, Amapá e norte do Mato Grosso. Mata Atlântica: localidade na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. E, também, no leste de Minas Gerais e norte do Rio Grande do Sul. Cerrado: áreas no Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e norte de São Paulo. Pantanal: localidade no oeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste do Mato Grosso.  Caatinga: áreas no interior do Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Pampa: áreas no Rio Grande do Sul. Alertas de desmatamento: mais concentração no bioma Amazônia, no Cerrado e na Caatinga.

Fonte: MAPBIOMAS. RAD2023: relatório anual do desmatamento no Brasil 2023. São Paulo: MapBiomas, 2024. p. 32. Disponível em: https://livro.pw/hldrb. Acesso em: 31 ago. 2024.

a) De acôr-do com o mapa 2, como você avalia a distribuição de alertas de desmatamento na sua Unidade da Federação em 2023?

b) Quais tipos de vegetação estão presentes na sua Unidade da Federação?

c) Qual tipo de vegetação teve maior área desmatada em 2023?

d) Como mudou o padrão territorial do desmatamento no Brasil entre 2020 e 2023, conforme mostrado na sequência de mapas (mapa 1)?

4. Os impactos das mudanças climáticas afetam significativamente os povos da floresta. Leia o trecho da reportagem.

Na Amazônea, os povos originários observam mais efeitos do aquecimento global do quê a elevação da tempera-túra e eventos extremos, como secas, queimadas e enchentes. […]

Observando o fenômeno, o povo Baniwa cunhou o conceito de “mudanças mais-que-climáticas” para descrevê-lo. […] “E hoje a gente sabe quais são os impactos da ação do próprio homem, como o desmatamento.” [diz Juvêncio Cardoso, da etnia baniwa, professor de Física Intercultural e mestre em ensino de Ciências Ambientais].

[…]

De geração em geração, os pescadores aprendem quê os peixes da bacia do Rio Negro têm preferência pela minhoca do tipo daracubi. […]

O desequilíbrio da chuva, quê se alterna entre períodos mais longos de estiagem e precipitações mais intensas em curto espaço de tempo, impede quê as daracubis se reproduzam. […]

[…] No caso das andorinhas olioda, sempre quê sobrevoam em rasante os remansos de rio significa quê irá chover. […] Já as borboletas makalo, ao atravessarem os rios da margem direita à esquerda, prenunciam a temporada de frutificação de várias espécies de árvores.

Ciclos como estes se reproduzem nas tradições de todos os povos do Rio Negro. “Isso tudo se perdeu”, lamenta Clarindo Chagas, da etnia Tariana. “Nem os animais da natureza conseguem controlar ou avisar. A lagartixa, na beira, mostra até onde vai a á gua do rio. Ela nunca errou, mas esses dias ela não acerta mais. Se elas estão confusas, imagina a gente.”

SILVA, Luiz Felipe; ABREU, Fellipe. Crise climática ameaça ciência ancestral de indígenas do Rio Negro, quê lutam para se adaptar. Né chionál Geográfic, [s. l.], 14 out. 2022. Disponível em: https://livro.pw/fkilk. Acesso em: 23 ago. 2024.

a) O quê o povo baniwa quis expressar ao criar o conceito de “mudanças mais-que-climáticas”?

4. a) O conceito expressa a ideia de quê as mudanças ambientais vão além de simples alterações no clima, afetando também os aspectos cosmológicos, culturais e espirituais dos povos da floresta.

b) Como o desequilíbrio das chuvas impacta a prática tradicional dos pescadores do Rio Negro?

4. b) O desequilíbrio das chuvas impede quê as minhocas daracubis se reproduzam, dificultando a pesca tradicional.

c) Quais são alguns dos sinais naturais quê os povos da floresta observam para prever mudanças climáticas ou sazonais, e como essas previsões foram afetadas?

4. c) Os povos da floresta observam sinais naturais, como o vôo rasante das andorinhas olioda, quê indicava chuva; a travessia das borboletas makalo, quê prenunciava a frutificação de árvores; e a lagartixa, quê mostrava até onde vai a á gua do rio.

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