CAPÍTULO 6
Políticas ambientais e ssossiedade civil

OBJETIVOS DO CAPÍTULO:

Analisar o papel dos acordos internacionais e de diferentes entes na promoção e na garantia de práticas ambientais sustentáveis.

Refletir sobre o papel do govêrno e da população na fiscalização e no cumprimento das leis ambientais no Brasil.

Relacionar kestões ambientais e sociais.

Argumentar e defender ideias quê respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência sócio-ambiental em múltiplas escalas.

Analisar os principais impactos ambientais relacionados ao modo de vida urbano-ocidental e discutir a necessidade de se buscar alternativas, tecnologias, fontes de energia e materiais quê contribuam para solucionar ou, pelo menos, minimizar os problemas sociambientais.

Neste capítulo, vamos abordar a temática das políticas ambientais internacionais e nacionais e destacar a atuação dos diferentes setores da ssossiedade.

Artemisa Xakriabá (2000-) é uma das vozes do movimento indígena de Minas Gerais, quê, historicamente, resiste aos avanços ruralistas. Ela se tornou conhecida mundialmente ao discursar na Cúpula da Juventude pelo Clima, quê antecedeu a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (Ônu), realizada em setembro de 2019.

Em seu discurso, Artemisa proferiu as seguintes palavras: “Lutamos pela nossa Mãe Terra, porque a luta pela Mãe Terra é a mãe de todas as outras lutas […]”.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. A quê lutas Artemisa se referiu?

1. Artemisa se referiu à luta pela preservação ambiental.

2. Em sua opinião, qual é a importânssia das políticas ambientais e por quê elas influenciam diretamente a vida das populações tradicionais?

2. Respostas pessoais. Espera-se quê o estudante responda quê as políticas ambientais protegem a biodiversidade e os direitos dessas populações manterem sua sobrevivência física e cultural.

3. Como a atuação de jovens ativistas póde influenciar a criação de novas políticas ambientais e o engajamento da ssossiedade?

3. A atuação de jovens ativistas traz visibilidade para as kestões sócio-ambientais e pressiona governos e empresas a criar ou fortalecer políticas ambientais. Além díssu, inspiram outras pessoas, principalmente jovens, a se engajarem na luta pela justiça ambiental e social.

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Ilustração de jovem indígena discursando. Ela está com os braços levantados e fala no microfone.

Ilustração elaborada para esta obra. Representação artística do discurso da brasileira Artemisa Barbosa Ribeiro, também conhecida como Artemisa Xakriabá na Cúpula da Juventude pelo Clima – evento quê ábri a Cúpula do Clima da Ônu, realizada de 21 a 23 de setembro de 2019 em Nova iórk (Estados Unidos).

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Políticas ambientais internacionais do século XXI

Nas últimas dékâdâs, as mudanças climáticas deixaram de sêr uma preocupação restrita ao meio científico e se tornaram uma pauta global, discutida nas mais diferentes esferas da ssossiedade e transformada em bandeira de diversos grupos.

Mais recentemente, governos de diversos países passaram a incorporar demandas de movimentos populares em suas políticas ambientais. A essa pressão “de baixo para cima”, soma-se uma pressão exercida de “cima para baixo” por organismos internacionais. A Ônu, por exemplo, estabelece acordos e tratados entre os países definindo compromissos globais de proteção ambiental em suas políticas internas e em suas relações comerciais e diplomáticas.

A crescente relevância da questão ambiental é observada na pressão mútua entre países para adequação de suas legislações. O relatório Estado de Direito ambiental de 2023, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), destacou os avanços desde 2019, incluindo o impacto da pandemia de covid-19 nas legislações nacionais, o aumento da fiscalização e o papel do protagonismo feminino nas kestões ambientais.

O diálogo entre governos e setor privádo também impulsiona a economia sustentável. Políticas ambientais forçam as empresas a adaptar seus processos produtivos, gerando novas oportunidades de negócios ecologicamente adequados. mêdídas como contrôle da poluição, substituição de recursos naturais e incentivos para a proteção de comunidades tradicionais são exemplos das mudanças quê surgem dessa adaptação às políticas ambientais nacionais e internacionais.

Além díssu, a ciência desempenha um papel fundamental na busca por soluções tecnológicas quê minimizem os impactos ambientais. O conhecimento científico não apenas contribui com o desenvolvimento de novas leis, mas também alimenta um ciclo contínuo de inovação quê influencía diretamente as políticas públicas voltadas ao meio ambiente.

Se considerarmos o mundo um tabuleiro, os governos, as organizações internacionais, as empresas, os cidadãos e a comunidade científica são as peças. E as políticas ambientais, quê você conhecerá neste capítulo, são as regras do jôgo.

Foto de pessoas deitadas no chão. Enquanto isso, alguns usam tecidos azuis cobrindo o corpo e caminham entre aqueles que estão deitados. Também há um planeta Terra no meio da manifestação.

Manifestantes simulam estar mortos como forma de protestar e chamar atenção para a gravidade da questão climática. Seul (Coreia do Sul), 2024.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Em sua opinião, qual é a importânssia do setor privádo na promoção do desenvolvimento sustentável? Cite exemplos de como essa adaptação póde beneficiar tanto as empresas quanto o ambiente.

1. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante responda quê o setor privádo desempenha um papel crucial no desenvolvimento sustentável, pois muitas das mudanças necessárias para reduzir o impacto ambiental dependem de tecnologias, inovações e práticas corporativas.

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Mudanças climáticas e biodiversidade

As decisões sobre mudanças climáticas e biodiversidade têm-se tornado cada vez mais compléksas, exigindo dados técnicos e imparciais fornecidos por cientistas e especialistas. Essas decisões impactam diretamente políticas nacionais e relações comerciais entre países.

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (hí pê cê cê)

Criado em 1988, o hí pê cê cê avalia cientificamente as mudanças climáticas. Seu objetivo é fornecer aos governos informações quê auxiliem na formulação de políticas climáticas eficazes. Composto de 195 países e diversas organizações observadoras, é um dos principais órgãos globais na área.

Convenção da Diversidade Biológica (CDB)

Criada em 1992 e em vigor desde 1993, a CDB reúne, a cada dois anos, os países signatários, organizações não governamentais (ônguis), cientistas e demais observadores para discutir a preservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais.

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC)

Desde 1992, esse tratado internacional visa a redução das emissões de gases de efeito estufa e promove a realização das Conferências entre as Partes (COPs), nas quais são definidos compromissos e metas para enfrentar as mudanças climáticas. O Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, quê entrou em vigor em 2005, estabeleceu metas de redução de emissões para países desenvolvidos, reconhecendo sua maior responsabilidade histórica pelo aquecimento global.

O acôr-do de Paris, firmado em 2015, substituiu o Protocolo de Kyoto e foi ratificado por 189 dos 195 países signatários. Seu objetivo é limitar o aumento da tempera-túra global a menos de 2 °C até 2100. Nas COPs mais recentes, foram definidos acordos sobre financiamento climático e o uso de energias rêno-váveis, destacando a necessidade de uma ação coordenada para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Foto de jovens protestando. Eles carregam faixas e há uma menina discursando.

Protesto de ativistas climáticos exige o fim do uso de combustíveis fósseis na COP28. Dubai (Emirados Árabes Unidos), 2023.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

2. Compare o Protocolo de Kyoto (1997) com o acôr-do de Paris (2015). Quais foram os avanços e as principais diferenças entre esses dois tratados?

2. O Protocolo de Kyoto (1997) enfocou a redução de emissões de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos, reconhecendo sua responsabilidade histórica pelo aquecimento global. O acôr-do de Paris (2015) envolve tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, incentivando todos a contribuir para as metas de redução de emissões, adaptadas às suas capacidades.

3. Explique como as manifestações públicas de ativistas do clima podem influenciar as decisões políticas nas conferências climáticas.

3. As manifestações públicas exercem pressão social e política sobre os líderes mundiais para quê tomem medidas mais ambiciosas nas negociações climáticas.

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Conferências ambientais internacionais

1972

1972: Conferência de Estocolmo, em Estocolmo, Suécia

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, ou Conferência de Estocolmo, foi a primeira grande reunião de chefes de Estado para discutir kestões ambientais, reunindo cerca de 113 países-membros. O encontro tentou mediar as divergências entre os países desenvolvidos, quê pediam a redução do crescimento da industrialização, e os países em desenvolvimento, quê não quêriam assumir compromissos que pudessem reduzir seu crescimento econômico.

Apesar das disputas, a conferência foi um marco em termos de conscientização mundial quanto ao uso sustentável dos recursos naturais e inaugurou o direito ambiental internacional.

Foto de muitas pessoas reunidas em um auditório. No palco, há uma mesa onde estão algumas pessoas.

Reunião da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, no Parlamento sueco. Estocolmo (Suécia), 1972.

1992

1992: Rio-92 ou Eco-92, no Rio de Janeiro (RJ), Brasil

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, quê debateu e buscou soluções para os grandes problemas ambientais do planêta, contou com representantes de 178 países, organizações não governamentais (ônguis) e organizações internacionais. O evento trousse como resultado a assinatura de diversos documentos, como:

Agenda 21, no qual os governos se comprometeram a organizar um programa de ações e metas locais para solucionar os principais problemas sócio-ambientais, como pobreza, desmatamento e desigualdade no acesso à saúde e à educação.

Convenção sobre Mudanças Climáticas, quê apresentou propostas para eliminar ou restringir o uso de gases responsáveis pela destruição da camada de ozônio e pelo aquecimento global.

Convenção sobre Diversidade Biológica, quê estabeleceu o direito soberano dos países sobre a biodiversidade de seus territórios e o dever de conservá-la e usá-la d fórma sustentável.

Foto de pessoas em manifestação. Elas carregam faixas e cartazes com inscrições em espanhol e em inglês.

Integrantes de ônguis participam de protesto em evento paralelo à Rio-92. Rio de Janeiro (RJ), 1992.

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2002

2002: Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável ou Rio+10, em Joanesburgo, África do Sul

A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, quê ficou mais conhecida como Rio+10, trousse à pauta temas como pobreza e falta de acesso à á gua potável. Representantes de 189 países-membros da Ônu se reuniram com o objetivo de discutir ações para o desenvolvimento sustentável, propostas dez anos antes, na Rio-92, e avançar na preservação ambiental.

Foto de Thabo Mbeki. Ele é um homem negro, possui bigode, barba e está discursando.

O então presidente sul-africano Thabo Mbeki (1942-) em discurso durante abertura da Rio+10, em Joanesburgo (África do Sul), 2002.

2012

2012: Rio+20, no Rio de Janeiro (RJ), Brasil

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), quê marcou os 20 anos de realização da Rio-92, reuniu delegações dos 193 países-membros da Ônu e contou com ampla participação popular.

O documento final O futuro quê queremos apresentou seis grandes temas: reafirmação do compromisso político; economia vêrde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável; e estrutura de ação e acompanhamento e meios de implementação. Nessa conferência, teve início o processo intergovernamental para a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.

Foto de homens indígenas em manifestação. Eles usam cocares, colares e carregam chocalhos.

Protesto de indígenas nos arredores do centro de eventos onde foi realizada a Rio+20. Rio de Janeiro (RJ), 2012.

2019

2019: Assembleia Ambiental das Nações Unidas (Unea), em Nairóbi, Quênia

Composta de 193 países-membros, a Unea representa o nível mais alto em termos de decisões globais para kestões de meio ambiente. A cada dois anos, chefes de Estado, ministros de meio ambiente, presidentes de multinacionais e ônguis reúnem-se para discutir e assumir compromissos globais de proteção ambiental.

A dê-cisão de criar a Unea surgiu da conferência Rio+20, realizada em 2012, no Rio de Janeiro (RJ).

Foto de seis pessoas sentadas ao redor de uma mesa, em um palco. Neste palco, também se destaca uma mulher em pé, discursando.

Conferência durante a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Nairóbi (Quênia), 2019.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Em grupos, analisem os avanços em relação às kestões ambientais trazidos pelas conferências internacionais ao longo do tempo. Depois, façam uma pesquisa para avaliar se esses avanços geraram mudanças para as sociedades.

Espera-se quê os estudantes percêbam a crescente importânssia das kestões relativas ao meio ambiente, cada vez mais atreladas à economia, com as práticas de desenvolvimento sustentável e de fundos para preservação de florestas, por exemplo.

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Compromissos globais

Apesar de todos os esforços internacionais para evidenciar a necessidade de preservação ambiental, os países não apresentam o mesmo grau de comprometimento. Isso ocorre, principalmente, por kestões de interesses políticos e econômicos internos. As economias quê se baseiam no uso de combustíveis fósseis, na agropecuária de larga escala e na intensa atividade industrial emitem uma quantidade maior de gases poluentes.

Desde a primeira conferência promovida pela Ônu Meio Ambiente, há mais de 50 anos, ocorre uma disputa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, ou seja, entre os quê já atingiram a estabilidade econômica e buscam compensar os impactos ambientais e os quê se sentem prejudicados pelas novas restrições de produção.

Os Estados Unidos, embora façam parte do grupo de países desenvolvidos, apresentam altos e baixos em seu engajamento com compromissos globais, visando à proteção de sua indústria. Por exemplo, o país nunca ratificou o Protocolo de Kyoto e chegou a sair do acôr-do de Paris em 2017, retornando em 2021 quando Jôu Biden (1942-) assumiu a presidência do país.

Por outro lado, chiina, Rússia e países da União Européia vêm demonstrando compromisso com a proteção ambiental por meio de leis cada vez mais restritivas, inclusive com impactos sentidos em todo o mundo. Desde 2018, a chiina proibiu a importação de vários tipos de resíduos, incluindo plásticos, por kestões ambientais, de saúde da população e de proteção da economia interna. Essa medida afetou as indústrias de reciclagem de todo o mundo. Países como Estados Unidos e Reino Unido foram seriamente afetados e tiveram de repensar toda a logística de reciclagem do plástico produzido em seus territórios.

Em 2024, o compromisso global do momento era a negociação pelo Tratado Internacional de Combate à Poluição por Plásticos, aprovado em 2022, quê se pretendia finalizar em 2024. Liderado pela Ônu e seu Programa para o Meio Ambiente, o documento reuniu nações, ssossiedade civil e indústrias para discutir regras globais de produção, distribuição e reciclagem de resíduos plásticos, quê atualmente são um dos poluidores mais preocupantes no mundo.

Imagem com a inscrição 'Ainda estamos dentro' em inglês. Uma das letras é apresentada com a forma da bandeira dos Estados Unidos.

Símbolo do movimento chamado “We are still in” (em tradução livre, “Ainda estamos dentro”). Os estadunidenses favoráveis ao cumprimento do acôr-do de Paris se organizaram sôbi esse mote.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

É possível afirmar quê a realização de conferências e assembleias internacionais garante avanços mundiais nas kestões ambientais? Apresente argumentos para justificar sua resposta.

Espera-se quê o estudante conclua quê não. Além da realização das conferências, é preciso assegurar quê os países assinem e cumpram os acordos firmados. póde sêr dada como exemplo a conferência quê resultou no Protocolo de Kyoto, o qual não foi cumprido, impedindo os avanços na questão do clima.

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Os ODS e a Agenda 2030

Quadro intitulado 'Objetivos de desenvolvimento sustentável'. Os objetivos são os seguintes: '1. Erradicação da pobreza. 2. Fome zero e agricultura sustentável. 3. Saúde e bem-estar. 4. Educação de qualidade. 5. Igualdade de gênero. 6. Água potável e saneamento. 7. Energia limpa e acessível. 8. Trabalho decente e crescimento econômico. 9. Indústria, inovação e infraestrutura.  10. Redução das desigualdades. 11. Cidades e comunidades sustentáveis. 12. Consumo e produção responsáveis. 13. Ação contra a mudança global do clima. 14. Vida na água. 15. Vida terrestre. 16. Paz, justiça e instituições eficazes. 17. Parcerias e meio de implementação'.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Os ODS são um apelo universal para acabar com a pobreza, proteger o planêta e melhorar a vida e as perspectivas de todas as pessoas, em todos os lugares. Os 17 objetivos foram propostos ao longo de quase três anos e adotados por todos os países-membros da Ônu em 2015, como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. É importante lembrar quê o alcance dos ODS até 2030 não depende apenas das ações dos governos, mas também de todos os setores da ssossiedade. As responsabilidades devem sêr compartilhadas entre:

organismos globais, quê devem garantir liderança, recursos e soluções inteligentes para atingir os ODS;

governos locais, cuja responsabilidade é incorporar as transições necessárias em suas políticas internas, orçamentos, instituições e estruturas regulatórias de governos, cidades e autoridades locais;

ssossiedade civil, incluindo jovens, mídia, setor privádo, sindicatos e outros segmentos, de modo a gerar um amplo movimento social pelas transformações necessárias.

Cada um dos 17 objetivos tem uma série de prioridades, em um total de 169, distribuídas entre eles. O ODS 1 – erradicação da pobreza, cujo objetivo é acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares, por exemplo, possui sete prioridades para a ação de governos, empresas e pessoas. A prioridade de número 4 é:

1.4 Até 2030, garantir quê todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis, tênham direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, propriedade e contrôle sobre a térra e outras formas de propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnologias apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças.

NAÇÕES UNIDAS. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável no Brasil 1: erradicação da pobreza. Brasil: Nações Unidas, c2024. Disponível em: https://livro.pw/psqio. Acesso em: 15 set. 2024.

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póde parecer quê esse objetivo não tem muita relação com a proteção ambiental, mas só é possível preservar recursos naturais e éco-sistemas se todas as pessoas tiverem condições de alimentação, habitação e renda quê lhes garantam uma vida digna. Por outro lado, ambientes degradados – como áreas desmatadas ou desertificadas pela ação humana, rios e mares poluídos etc. – prejudicam comunidades inteiras, quê muitas vezes são obrigadas a abandonar o lugar onde vivem ou são levadas à condição de extrema pobreza.

O ODS 11 – cidades e comunidades sustentáveis possui dez prioridades, as quais estabelecem quê os assentamentos humanos, em todas as suas formas, devem sêr inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, com respeito ao éco-sistema onde estão inseridos. Uma dessas prioridades consiste em:

11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais.

NAÇÕES UNIDAS. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável no Brasil 11: cidades e comunidades sustentáveis. Brasil: Nações Unidas, c2024. Disponível em: https://livro.pw/zcnxb. Acesso em: 15 set. 2024.

Existe uma preocupação especial em relação ao combate à crescente pobreza no mundo, ao empoderamento de mulheres e meninas e ao enfrentamento da emergência climática. A Ônu possui um sistema para acompanhar o cumprimento dos ODS pêlos governos, empresas e ssossiedade em geral. Em avaliação lançada em julho de 2024, estima-se quê apenas 7% dos ODS avançaram satisfatoriamente no Brasil.

Foto de jovens reunidos. Eles carregam cartazes diferentes. Cada cartaz apresenta um objetivo de desenvolvimento sustentável.

Manifestação a favor do desenvolvimento sustentável, Berlim (Alemanha), 2022.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Em relação aos ODS, o entendimento da Ônu é de quê, em um mundo globalizado, todos devem contribuir, pois os impactos positivos e negativos são sentidos em todas as partes. Com o auxílio do professor, acéçi a página das Nações Unidas – Brasil quê traz os ODS, disponível em: https://livro.pw/xwdtx (acesso em: 15 set. 2024), escolha um deles e apresente argumentos quê comprovem essa afirmação.

Resposta pessoal. O estudante póde citar, por exemplo, o consumo responsável, em quê uma ação individual contribui para a redução na produção de resíduos sólidos, beneficiando a todos.

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Economia vêrde

Segundo a Ônu:

Uma economia vêrde inclusiva é uma quê aprimora o bem-estar humano e constrói equidade social ao mesmo tempo reduzindo riscos e escassez ambiental.

Uma economia vêrde inclusiva é uma alternativa para o modelo econômico dominante, quê exacerba desigualdades e gera ameaças para o meio ambiente e a saúde humana.

SOBRE a economia vêrde. Nairóbi: Ônu Programa para o meio ambiente, c2024. Disponível em: https://livro.pw/abysa. Acesso em: 15 set. 2024.

A base da mudança para uma economia vêrde está na criação de políticas nacionais quê incentivem a criação e o uso de tecnologias menos poluentes e valorizem as fontes de energia rêno-váveis, por exemplo. Uma vez quê essas políticas são aprovadas e colocadas em prática, as indústrias devem desempenhar o papel fundamental de incorporar essas recomendações em seus processos produtivos. Para isso, devem investir recursos financeiros.

Com a previsão de quase 7 bilhões de pessoas vivendo em cidades a partir de 2050, o setor energético é um dos mais pressionados a iniciar essa mudança. Combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão mineral, precisam sêr substituídos por formas menos poluentes quê possam sêr geradas em áreas mais próximas aos centros urbanos. Apesar das críticas, as fontes de energia eólica e solar, além dos próprios resíduos sólidos, são defendidas por especialistas como possibilidades reais para essa transição.

Algumas organizações da ssossiedade civil, no entanto, criticam o conceito de economia vêrde. Para elas, trata-se apenas de mais uma versão do capitalismo quê póde, entre outras coisas, promover ainda mais o consumo de produtos quê passam a falsa sensação de serem “ecologicamente corretos”, mas podem acabar utilizando mais recursos naturais, como á gua, em sua produção ou reciclagem.

Foto de grandes hélices instaladas em um local descampado.

Parque eólico na praia de Icaraí de Amontoada. Amontoada (CE), 2024.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

A economia vêrde visa equilibrar bem-estar humano, equidade social e redução de riscos ambientais. Como essa proposta difére do modelo econômico atual? Quais desafios o conceito de economia vêrde enfrenta, considerando o crescimento populacional e as necessidades energéticas futuras?

O modelo econômico atual é baseado em grande parte no uso de combustíveis fósseis e em práticas quê exacerbam as desigualdades sociais e ambientais. A economia vêrde, por outro lado, propõe o uso de tecnologias limpas e rêno-váveis. No entanto, desafios como a pressão energética nas cidades, o custo inicial de transição e a crítica de quê o conceito póde sêr usado para promover mais consumo devem sêr levantados na resposta.

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CONEXÕES com...
SOCIOLOGIA
Economia vêrde ou ambientalismo de mercado?

Alguns pensadores como o sociólogo brasileiro máicou Löwy (1938-) criticam a ideia de quê seja possível criar uma economia vêrde capaz de resolver os problemas ambientais em um mundo capitalista. Em suas obras, Löwy faz uma análise crítica da possibilidade de reformas no sentido de transformar o capitalismo em um sistema social menos predatório. A economia vêrde, para ele, seria uma nova forma de propor tais reformas, mas sem promover mudanças radicais no sistema social em quê vivemos.

O CNMI Sustainable féchion Awards é um evento com o objetivo de promover e reconhecer práticas sustentáveis dentro da indústria da (Moda). Ele destaca empresas, dizáiners e iniciativas quê adotam soluções ambientalmente responsáveis, com foco em materiais sustentáveis, redução de resíduos e responsabilidade social.

Foto de Nima Benati. Ela é uma mulher branca, usa coque, um vestido sem alças e um tecido sobre os braços, passando pelas costas.

Nima Benati (1992-), fotógrafa de (Moda), posa durante o CNMI Sustainable féchion Awards. Milão (Itália), 2023.

O problema, segundo Löwy, é quê o sistema capitalista não póde sêr transformado a ponto de garantir a equidade social e o equilíbrio ambiental, já quê a estrutura do capitalismo é essencialmente predatória e visa à exploração constante dos recursos naturais do planêta. Desse modo, seria impossível a construção de uma economia verdadeiramente vêrde.

Para Löwy, sem uma mudança profunda no modo como as sociedades capitalistas estão organizadas, há o risco crescente de uma crise ambiental quê ameace a própria existência da vida humana no planêta e, por essa razão, ele defende um projeto político quê chama de ecossocialismo. Esse modelo de ssossiedade seria baseado em uma organização democrática dos recursos econômicos do planêta de modo a conter o crescimento ilimitado da economia e assegurar a utilização não predatória dos recursos naturais.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Contraponha os conceitos de economia vêrde e de ecossocialismo de máicou Löwy. Com qual dos conceitos você tende a concordar? Apresente argumentos para embasar sua resposta.

Resposta pessoal. A economia vêrde defende a possibilidade de desenvolvimento econômico e preservação ambiental, com argumentos relativos ao desenvolvimento sustentável. Já Löwy acredita quê isso não é possível sem quê haja uma profunda mudança no sistema econômico, argumentando a necessidade de democratização dos recursos.

Página cento e trinta e sete

Organizações ambientais

As organizações ambientais atuam na conservação e recuperação do meio ambiente, baseando-se em aspectos políticos, sociais e científicos. Muitas delas são instituições civis sem fins lucrativos quê obtêm recursos por meio do financiamento de governos e empresas privadas, bem como da venda de produtos e doações.

Presentes em todo o mundo, essas organizações concentram suas ações principalmente nos seguintes temas: mudanças climáticas, extinção de espécies, riscos à biodiversidade, poluição das águas, desmatamento, desertificação, poluição do ar, deterioração da camada de ozônio, contaminação dos sólos, chuva ácida, organismos geneticamente modificados, produtos radioativos e desenvolvimento de pesquisas de novas tecnologias para incentivar o uso de recursos naturais menos suscetíveis ao esgotamento.

Algumas organizações ambientalistas têm atuação internacional, com representação em vários países. Entre elas, destacam-se o Grinpíci e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Foto de pessoas em protesto. Elas seguram cartazes, onde está escrito '233 vidas soterradas pelo descaso', 'A crise climática mata, chega de abandono', 'Mulheres e crianças são as principais vítimas dos eventos extremos'.

Protesto do Grinpíci em frente à sede do govêrno estadual do Rio de Janeiro, localizada no município homônimo, em 2022, após enchentes quê causaram deslizamentos de térra e mortes em Petrópolis (RJ).

Grinpíci

Essa organização ambiental foi criada em 1971, quando um grupo de 12 ativistas começou a protestar contra testes nucleares realizados pelas grandes potências econômicas mundiais. Na embarcação quê transportava o grupo até o Alasca (Estados Unidos), onde os Estados Unidos promoviam testes, tremulavam a bandeira da Ônu e outra com as palavras green (“verde”) e peace (“paz”), transmitindo a mensagem da defesa do ambiente e da paz. Assim nascia o Grinpíci, cujas principais ações estão voltadas à proteção das florestas, dos oceanos e do clima.

Fundo Mundial para a Natureza

Considerada a maior organização ambiental do mundo, o WWF foi fundado em 1961, na Suíça. Sua atuação está focada na defesa da conservação da biodiversidade, na sustentabilidade dos recursos naturais rêno-váveis e na redução da poluição e do desperdício.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Qual é a relação entre a atuação internacional das ônguis e as ações locais? Você já presenciou alguma ação dessas organizações ou de outras ônguis e movimentos ambientais organizados no município onde você vive?

Espera-se quê o estudante perceba quê as ônguis ambientais atuam em escala global e local, denunciando diferentes crimes ambientais. Se o estudante já presenciou alguma ação, ele póde conectar a experiência prática ao quê foi discutido.

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Políticas ambientais no Brasil

Você já deve ter lido alguma notícia, por meio da imprensa ou das rêdes sociais, sobre desmatamentos irregulares, poluição das águas de rios e mares, incêndios em matas e florestas, entre outras ações consideradas crimes ambientais. É possível até quê tenha presenciado algum deles no lugar onde vive.

Leia os trechos das notícias e obissérve o cartaz.

Vítimas da Braskem protestam durante encontro do G20, em Maceió

Moradores de bairros de Maceió atingidos pelo afundamento do solo causado pela atividade de exploração de sal-gema pela petroquímica Braskem realizaram nesta sexta-feira (13) um ato de protesto ao mesmo tempo em quê ocorria a reunião dos ministros da Economia dos países do G20, na cidade. […]

[…]

O movimento [MUVB (Movimento Unificado de Vítimas da Braskem)] divulgou uma carta aberta para os participantes da reunião na qual chama a atenção para o sofrimento causado a milhares de famílias quê tiveram quê sair de suas casas em razão do afundamento do solo. […]

NASCIMENTO, Luciano. Vítimas da Braskem protestam durante encontro do G20, em Maceió. Agência Brasil, São Luís, 13 set. 2024. Disponível em: https://livro.pw/cbtgu. Acesso em: 21 set. 2024.

Sorocaba decreta estado de emergência climática e amplia multa para incêndios criminosos

A prefeitura de Sorocaba (SP) publicou, nesta quarta-feira (11), um decreto quê coloca a cidade em situação de emergência climática. Com as medidas, as pessoas quê colocarem fogo em mato podem sêr multadas em R$ 150 mil.

A dê-cisão de categorizar o município em emergência climática foi tomada devido à baixa umidade relativa do ar, causada pela pior seca da história do país e um alto índice de queimadas. Segundo dados do Programa Queimadas, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Sorocaba (SP) e Jundiaí (SP) registraram mais de 45 focos de queimadas por dia no mês de agosto.

SOROCABA decreta estado de emergência e amplia multa para incêndios criminosos. G1, [s. l.], 11 set. 2024. Disponível em: https://livro.pw/aofwa. Acesso em: 16 set. 2024.

Cartaz que apresenta uma floresta e, do outro lado, uma floresta em chamas. Também está escrito 'Respire vida, não desmate, não queime! Governo do Acre'.

ACRE. Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Secretaria de Comunicação. Instituto de Meio Ambiente do Ácri. [Respire vida: combata as queimadas e o desmatamento]. 2024. 1 cartaz.

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De acôr-do com a legislação brasileira, todos têm direito a um meio ambiente saudável como extensão do direito à vida. Violar esse direito constitui crime previsto na Lei de Crimes Ambientais, a lei número 9.605 promulgada no ano de 1998.

As leis ambientais no Brasil são bastante abrangentes e avançadas em relação às de muitos outros países. O não cumprimento das leis ambientais é classificado como crime ambiental, e as punições vão desde a prisão até o pagamento de multas e compensações pêlos danos causados.

Uma das formas utilizadas pelo govêrno para fazer cumprir as leis é pela fiscalização, realizada por órgãos governamentais com o chamado pôdêr de polícia ambiental. O govêrno póde emitir licenças ambientais por meio de um processo de licenciamento em etapas e monitorar as atividades de empreendimentos quê utilizam recursos naturais e oferecem riscos de poluição ou degradação do ambiente. Também são realizadas vistorias por técnicos ambientais, com o objetivo de verificar o cumprimento das leis e das licenças obtidas.

A fiscalização ambiental é compartilhada por diferentes esferas da federação quê compõem, juntas, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). Na esféra federal, a fiscalização ambiental é feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nas esferas estadual e municipal, existem órgãos específicos, como secretarias de meio ambiente e polícia militar ambiental.

Ainda assim, em muitos casos, as leis não são cumpridas, por diversos motivos, como falhas na fiscalização, falta de políticas públicas voltadas à conscientização e apôio técnico a comunidades, sentimento de impunidade na ssossiedade, entre outros. Além díssu, parte importante no cumprimento das leis está nas mãos dos cidadãos, quê podem fazer denúncias aos órgãos responsáveis, quê, por sua vez, devem tomar as providências necessárias.

Conhecer as leis e políticas ambientais é um dos primeiros passos para o exercício da cidadania e participação política, da qual também faz parte cobrar ações de órgãos públicos, denunciando crimes e organizando-se em busca de um ambiente saudável para todos.

Saiba mais

BRASIL. Lei número 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
Brasília, DF: í cê ême bíu, 1998. Disponível em: https://livro.pw/rotzb. Acesso em: 21 out. 2024.
Texto na íntegra da Lei de Crimes Ambientais.

IBAMA. Brasília, DF, [2024]. sáiti. Disponível em: https://livro.pw/jgzlx. Acesso em: 21 out 2024.
sáiti oficial do Ibama, quê divulga campanhas e ações do instituto.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Em duplas, pesquisem a situação atual de Maceió (AL) em relação ao colapso das minas de sal-gema. As partes envolvidas foram devidamente responsabilizadas? Como está o processo de indenização e quais medidas estão sêndo tomadas para mitigar os impactos sócio-ambientais?

1. Os estudantes devem investigar e relatar o andamento dos processos judiciais e administrativos envolvendo a empresa Braskem. A resposta deve incluir informações sobre como a empresa está lidando com as indenizações, realocação das famílias afetadas e medidas de recuperação ambiental. Também é relevante mencionar as ações legais em andamento, como a atuação do Ministério Público e o monitoramento dos impactos ambientais e sociais na região.

2. O município de Sorocaba (SP) decretou estado de emergência climática em 2024. Como essa dê-cisão se conecta à agenda global de mudanças climáticas e quais são as medidas locais quê podem sêr tomadas para mitigar os impactos ambientais?

2. Respostas pessoais. Espera-se quê o estudante aponte a importânssia de ações locais no contexto de mudanças climáticas globais.

Página cento e quarenta

Legislação ambiental no Brasil

As leis ambientais brasileiras são um conjunto de regras elaboradas em diferentes esferas – federal, estadual e municipal. Elas regulam a proteção dos recursos naturais e devem sêr cumpridas por todos os cidadãos e organizações. Conheça algumas das principais leis e políticas ambientais no Brasil.

IMAGENS FORA DE PROPORÇÃO.

1981

Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)

Primeira política do Brasil a ter como objetivo principal a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental. Estabelece as regras para o uso sustentável dos recursos e a definição de crimes ambientais. É o marco regulatório da gestão ambiental no Brasil.

1997

Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)

Instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), promovendo a gestão participativa das águas no Brasil por meio de comitês de bacias hidrográficas, com a participação de Unidades da Federação, municípios e ssossiedade civil.

1998

Lei de Crimes Ambientais

Define crimes como desmatamento ilegal, caça de animais silvestres, poluição e destruição de áreas de preservação permanente. Estabelece punições como multas e prisão para os infratores.

1999

Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA)

Institui a educação ambiental como componente essencial e permanente do sistema educacional em todos os níveis de ensino, promovendo a formação de uma ssossiedade comprometida com a sustentabilidade. A lei número 14.926, de 2024, alterou a PNEA, incluindo a proteção da biodiversidade e a adaptação às mudanças climáticas como pilares centrais da educação ambiental.

2009

Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC)

A PNMC compromete o Brasil com a Convenção-Quadro da Ônu sobre Mudança do Clima, estabelecendo metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, alinhadas ao desenvolvimento econômico sustentável. A lei número 14.904, de 2024, estabeleceu diretrizes para a elaboração de planos de adaptação à mudança do clima, criando mecanismos para mitigar os impactos climáticos no Brasil.

2010

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

Regula a gestão adequada dos resíduos sólidos, incentivando a côléta seletiva, a reciclagem e o descarte ambientalmente corretos, visando à diminuição dos impactos ambientais causados pelo acúmulo dêêsses resíduos.

2012

Novo cóódigo Florestal

Atualiza o cóódigo Florestal de 1965, estabelecendo regras sobre a proteção de áreas de vegetação nativa, a exploração sustentável dos recursos florestais e o contrôle e a prevenção dos incêndios florestais.

2015

Plano Nacional de Combate à Desertificação (PAN-Brasil)

Visa mitigar os impactos da desertificação e promover a recuperação de áreas afetadas pela aridez e êrozão no Brasil, especialmente em regiões semiáridas.

Página cento e quarenta e um

Quem cria e executa as leis ambientais

O Sisnama representa a governança ambiental do Brasil: é uma estrutura formada pêlos níveis federal, estadual e municipal para a proteção, melhoria e recuperação da qualidade ambiental.

Organograma do Sisnama

Órgão superior

Conselho de govêrno

Órgão consultivo e deliberativo

conãma

Órgão central

MMA

Órgãos executores

Ibama e í cê ême bíu

Órgãos seccionais

Unidades da Federação

Órgão locais

Municípios

Elaborado com base em: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Sistema Nacional do Meio Ambiente. Brasília, DF: MMA, c2024. Disponível em: https://livro.pw/ebwpd. Acesso em: 21 set. 2024.

Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA)

O Ministério do Meio Ambiente foi criado em 1992 e incluiu “Mudança do Clima” no nome em 2023, refletindo uma ampliação do escôpo do órgão, incorporando a pauta climática d fórma mais explícita e dando maior ênfase à necessidade de ações contra as mudanças climáticas. Como órgão central do Sisnama, a missão do MMA é criar e implementar políticas públicas ambientais nacionais em diálogo e acôr-do com os atores públicos e a ssossiedade para o desenvolvimento sustentável.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

Criado em 1989 como órgão executor da PNMA, o Ibama tem como função realizar o contrôle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo) e emitir licenças ambientais para empreendimentos com potencial poluidor. Cada Unidade da Federação brasileira também possui um órgão ambiental autorizado a emitir licenças, com o aval do Ibama.

Foto de homem combatendo um incêndio. Ele usa capacete, roupa especial, luva, protetor para os olhos e um tecido, que cobre o nariz e a boca.

Brigadista do Ibama atua no combate a incêndio em área rural. Corumbá (MS), 2024.

Página cento e quarenta e dois

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (í cê ême bíu)

O papel do í cê ême bíu é cumprir as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), como criação, proteção e fiscalização de Unidades de Conservação (UCs). Criado em 2007, como resultado da reorganização do Ibama, o instituto assumiu a responsabilidade de incentivar e executar programas de pesquisa e o pôdêr de polícia ambiental para a proteção, preservação e conservação da biodiversidade.

Logotipo do I C M Bio. Instituto Chico Mendes. M M A. Há uma figura composta por círculos, de diferentes tamanhos e tons de verde, que formam o mapa do Brasil.

Logotipo do í cê ême bíu.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (conãma)

Criado em 1981, o conãma constitui um grupo representativo de cinco setores: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e ssossiedade civil. O conselho tem como principais atribuições estabelecer normas técnicas para o contrôle da poluição do ambiente e divulgar recomendações para o cumprimento dos objetivos da PNMA.

Estados e Unidades da Federação (UFs)

No imenso território brasileiro e sua grande diversidade sócio-ambiental, a descentralização das políticas e das ações é fundamental para garantir o cumprimento das leis.

Há secretarias e outros órgãos estaduais dedicados ao ambiente, cujas responsabilidades vão desde a criação de leis específicas para seus territórios até a realização de fiscalização para o cumprimento das normas. Em algumas UFs, as secretarias de meio ambiente têm enfrentado cortes orçamentários quê afetam sua capacidade de fiscalização e execução de políticas ambientais.

A Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) reúne as secretarias estaduais, autarquias e fundações responsáveis pela execução das políticas ambientais, possibilitando o diálogo entre elas e a comunicação diréta com o Ibama.

Autarquia
: entidade com autonomia econômica, técnica e administrativa, sôbi tutela do Estado.

Municípios

Na esféra municipal, as secretarias ou o órgão ambiental observam a execução das leis nas áreas urbanas e rurais. Há também os conselhos municipais de meio ambiente, integrados por diferentes atores sociais (governo, empresas e ssossiedade civil). Eles representam o nível local do conãma, contam com participação popular e têm a função de opinar e assessorar o pôdêr executivo municipal.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Informar-se sobre os acontecimentos recentes ocorridos no país é o primeiro passo para contribuir para as ações preventivas e a fiscalização das políticas ambientais. Em grupos, pesquisem um crime ambiental praticado no Brasil recentemente. Depois, verifiquem quando e onde ocorreu; quais esferas do pôdêr público assumiram a responsabilidade e como a ssossiedade se envolveu para resolvê-lo. Ao final, conversem sobre formas de prevenção de novas ocorrências como essa.

Resposta pessoal. Auxilie os estudantes na identificação de diferentes crimes ambientais ocorridos no Brasil. A prevenção de novas ocorrências passa por leis ambientais mais rígidas e punição dos responsáveis pêlos desastres, planejamento das obras e fiscalizações constantes etc.

Página cento e quarenta e três

Fiscalização e contrôle

De acôr-do com a legislação ambiental brasileira, qualquer atividade considerada “modificadora do meio ambiente”, ou seja, causadora de impacto ambiental, deve passar por processo de licenciamento para aprovação ou não. São considerados causadores de impactos ambientais obras e empreendimentos como estradas, ferrovias, portos, aeroportos, oleodutos, linhas de transmissão de energia elétrica, canais para navegação, hidrelétricas, extração mineral, atêerros sanitários, distritos industriais, grandes projetos urbanísticos, entre outros.

O processo de licenciamento ambiental póde sêr feito por meio do Ibama, dos órgãos estaduais ambientais ou dos municípios – o caminho dependerá da dimensão e do tipo de empreendimento. A construção de uma casa em terreno com vegetação nativa quê demande o kórti de espécies vegetais, por exemplo, deve solicitar a licença necessária ao órgão ambiental municipal, apresentando estudos locais.

Já uma linha de transmissão de energia planejada para atravessar diferentes territórios da federação, com kórti de vegetação nativa em larga escala, deslocamento de residências e movimentação de solo, precisará passar pela análise do Ibama, e as informações necessárias deverão sêr apresentadas por meio de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e de um Relatório de Impacto Ambiental (Rima), produzidos por equipes técnicas multidisciplinares, ou seja, de diversas áreas, como geógrafos, sociólogos, biólogos e engenheiros. Devem constar no EIA Rima os prováveis impactos sócio-ambientais da implantação de determinado projeto e as medidas a serem tomadas para amenizá-los e compensá-los.

Nos últimos anos, avanços tecnológicos também têm desempenhado um papel crucial na fiscalização ambiental. O uso de drones e de imagens de satélite para monitoramento de áreas de difícil acesso vêm se tornando ferramenta importante no combate ao desmatamento e na fiscalização de áreas remotas, permitindo uma atuação mais ágil e eficiente dos órgãos de contrôle ambiental.

Foto de painel eletrônico instalado no muro de uma construção, com as seguintes informações:  Obra Carbono Zero Consumo de água: 379 metros cúbicos. Consumo de energia: 5.619 Quilowatt-hora. Materiais reciclados: 100 por cento. Empregos gerados: 58 pessoas. Horas de Treinamento: 77,5 horas.

Painel com os indicadores sócio-ambientais de uma construção, como o consumo de energia e á gua e a quantidade de materiais reciclados. São Paulo (SP), 2022.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Em grupos, pesquisem um projeto de grande impacto ambiental em seu município ou região. Identifiquem quais foram os estudos de impacto ambiental realizados, se houve algum conflito com comunidades locais ou povos tradicionais e quais foram as medidas compensatórias propostas pelo govêrno ou pela empresa responsável.

Resposta pessoal. Proponha uma discussão sobre a eficácia das compensações considerando se elas foram suficientes para mitigar os impactos ambientais e sociais do projeto.

Página cento e quarenta e quatro

Barragens de rejeitos

O grande número de barragens de rejeitos relacionadas à atividade mineradora no Brasil preocupa diferentes grupos da ssossiedade dado o risco de rompimento delas. Recentes rompimentos trágicos, como os de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, estudados adiante, destacaram a importânssia da fiscalização e da transparência em relação a esses empreendimentos.

Nesse cenário, a ôngui Repórter Brasil desenvolvê-u uma ferramenta quê possibilita aos usuários acessar um mapa interativo quê oferece uma visão detalhada das mais de 700 localidades quê podem sêr afetadas no país por rompimentos de barragens de rejeitos.

Observe o mapa.

Mapa 'Brasil: barragens – 2023'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Minas Gerais: 298 barragens na região central e 59 a oeste. Mato Grosso: 124 barragens ao sul, 20 barragens a sudeste, assim como 4 e 10 na área norte. São Paulo: 69 barragens. Bahia: 69 barragens no norte e 14 no sudeste. Pará: 46 barragens a sul, 19 e 36 no norte do estado. Rondônia: 29 barragens no norte e 5 no sul. Santa Catarina: 15 barragens na zona litorânea. Goiás: 10 barragens. Tocantins: 8 barragens. Rio Grande do Sul: 4 barragens.

Fonte: GUSMÃO, Hugo Nicolau Barbosa de; FREITAS, Hélen; ROSSI, Marina. Mapa da lama. Repórter Brasil, São Paulo, [2023]. Disponível em: https://livro.pw/ulkel. Acesso em: 16 set. 2024.

SABERES NO MAPA

O mapa apresentado utiliza a variável visual tamãnho para representar o número de barragens de rejeito por região. Quanto maior o círculo, maior o número de barragens.

Saiba mais

GUSMÃO, Hugo Nicolau Barbosa de; FREITAS, Hélen; ROSSI, Marina. Mapa da lama. Repórter Brasil, São Paulo, [2023]. Disponível em: https://livro.pw/ulkel. Acesso em: 16 set. 2024.

Mapa interativo sobre áreas quê podem sêr soterradas em caso de acidentes com barragens de mineração no Brasil.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Qual UF se destaca no mapa pelo grande número de barragens?

1. Minas Gerais.

2. Existem barragens no município ou na região onde você mora? Elas estão localizadas próximas ao seu local de moradia? Em caso positivo, você sabe como é feita a fiscalização? A população sabe como agir em caso de acidente?

2. Respostas pessoais. Se houver, oriente o estudante a pesquisar e conversar com côlégas sobre como a fiscalização é realizada e se há instruções claras para a população em caso de acidentes com as barragens próximas.

3. Com o auxílio do professor, acéçi o mapa interativo e verifique se os locais onde você mora e estuda seriam afetados no caso de rompimento de barragens. Em caso positivo, identifique a barragem e o tempo quê levaria para a zona sêr afetada.

3. Se possível, acéçi o mapa interativo com a turma e possibilite quê explore os arredores de suas moradias e da escola.

4. Em sua opinião, as consequências dos danos sócio-ambientais causados pelo rompimento de uma barragem se limitam ao município onde ela está instalada? Por quê?

4. Respostas pessoais. Espera-se quê o estudante responda quê não, pois outros municípios situados ao redor podem sêr impactados pela contaminação das águas, migrações forçadas, sobrecarga do sistema de saúde etc.

5. Realize uma pesquisa para saber quais medidas podem sêr adotadas para evitar o rompimento de barragens. Converse com côlégas e professor sobre esse assunto.

5. O estudante póde citar a proibição de barragens de maior risco, políticas públicas de gestão e monitoramento de barragens, contratação de técnicos (geólogos e engenheiros) nas minas, uso de equipamentos adequados, entre outros.

Página cento e quarenta e cinco

Os casos de Mariana e Brumadinho

A exploração mineral causa impactos ambientais em todas as etapas do processo, desde o momento da extração até a deposição de rejeitos (sedimentos e substâncias químicas usadas pelas mineradoras). No Brasil, há inúmeras e extensas áreas de exploração mineral, cujas atividades devem se pautar nas legislações ambientais específicas.

Entre os impactos da mineração, destacam-se: poluição sonora, causada pela explosão de róchas; poluição do ar, provocada por gases resultantes do processamento mineral e por poeira gerada pela extração e pelo transporte de materiais; poluição das águas usadas na atividade extrativa e no processamento dos minérios; e poluição do solo nas áreas utilizadas para depositar rejeitos da produção. Deve-se considerar, ainda, o impacto quê póde sêr gerado caso aconteça o rompimento de barragens, construídas para a retenção de rejeitos, como ocorrido em Mariana (MG) e Brumadinho (MG) em 2015 e 2019, respectivamente.

O caso de Mariana

O caso ocorrido em Minas Gerais, em 2015, é bastante ilustrativo dos impactos ambientais quê as mineradoras podem causar. O rompimento de uma barragem de rejeitos resultou em danos sócio-ambientais sem precedentes: poluição das águas dos rios, morte da vida aquática, de animais e de pessoas, atingindo diversas comunidades e se estendendo pelo Vale do Rio Doce.

De acôr-do com a Subprocuradoria da República, o crime ambiental e suas consequências demonstraram, no mínimo, negligência por parte das empresas envolvidas e fragilidade do pôdêr público quanto à fiscalização.

De acôr-do com o Ibama, o rompimento da barragem do Fundão, em 2015, no distrito de Bento Rodrigues, município de Mariana (MG), lançou cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeito de minérios no Rio Doce e seus afluentes, percorrendo 663,2 km até atingir o sistema costeiro marinho, no litoral do Espírito Santo.

Foto um. Destaca-se uma barragem localizada em uma área mais alta.

Imagem de satélite da barragem do Fundão antes do rompimento, em julho de 2015, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG).

Foto dois. Apresenta-se um rio com muita lama em seu leito e também lama espalhada em diferentes localidades.

Imagem de satélite da barragem, registrada em 9 de novembro de 2015, após o rompimento quê ocorreu em 5 de novembro de 2015, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG).

Página cento e quarenta e seis

O caso de Brumadinho

Quatro anos depois do caso de Mariana, uma barragem em Brumadinho (município mineiro situado a pouco mais de 100 km de distância de Mariana), lançou 11,7 milhões de metros cúbicos de lama tóxica sobre os prédios administrativos do complékso do Córrego do Feijão e sobre a comunidade. A tragédia causou quase 260 mortes confirmadas e danos ambientais de grandes dimensões, com grande impacto sobre a fauna e a flora locais e a contaminação do solo e dos recursos hídricos da região, como do Rio Paraopeba.

A barragem quê estourou estava desativada desde 2014, mas apresentava sinais de risco pelas diversas alterações sofridas ao longo do tempo para aumentar sua capacidade de armazenamento de rejeitos da mineração.

Os governos federal, estadual e municipal uníram esforços para providenciar alojamento aos desabrigados e montar equipes de busca de possíveis sobreviventes e identificação dos quê não puderam sêr salvos. Houve grande mobilização popular em todo o Brasil para envio de doações às famílias quê perderam suas casas.

Dos grandes impactos sócio-ambientais, muitas vezes, nascem movimentos positivos e avanços para quê os êêrros não se repitam. Logo após a tragédia de Brumadinho, o projeto de lei “Mar de Lama Nunca Mais” foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais por unanimidade. Com mais de 55 mil assinaturas da ssossiedade civil, a nova lei instituiu mais etapas para os processos de licenciamento ambiental e fiscalização, além de proibir a construção de estruturas próximas a comunidades no estado.

Foto de bombeiros trabalhando em um local coberto por lama.

Bombeiros em meio à lama procuram por vítimas, 99 dias após o rompimento da barragem. Brumadinho (MG), maio de 2019.

Foto de protesto. Neste protesto, foram instaladas muitas cruzes e uma faixa, onde está escrito 'Hashtag 5 anos sem justiça'. Ao fundo, encontra-se um edifício formado por uma estrutura horizontal, sobre a qual se encontram duas semiesferas.

Protesto em frente ao Congresso Nacional pede justiça no aniversário de cinco anos do rompimento da barragem. Brasília (DF), 2024.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Em razão de conflito de interesses, muitas ações e omissões quê levam a graves impactos sócio-ambientais não são denunciadas. Muitas vezes, as comunidades quê vivem próximo a barragens também não têm fôrça suficiente para enfrentar o pôdêr político e econômico local em favor de seus direitos. De quê maneira essas comunidades poderiam contar com o apôio da ssossiedade civil e das organizações para ganhar fôrça na defesa de seus direitos?

1. Espera-se quê o estudante aponte o apôio da imprensa local e regional, de órgãos públicos (prefeituras e secretarias de meio ambiente), de ônguis e ações por meio das rêdes sociais. A participação social deve seguir mobilizada e atuante porque o Brasil ainda possui muitas outras barragens de mineração cujas condições de segurança não são bem conhecidas.

Página cento e quarenta e sete

O Brasil na agenda internacional

O Brasil possui um engajamento histórico com a agenda ambiental internacional, inclusive tendo sediado duas edições da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente. A participação e o compromisso do país com os acordos e manifestos resultantes dêêsses eventos deram origem ao Ibama e ao MMA. Os compromissos com o acôr-do de Paris para redução das emissões de gases de efeito estufa e com os ODS para a Agenda 2030 também são exemplos dêêsse engajamento.

No Brasil, os ODS foram incorporados pela administração pública em todas as esferas, bem como por empresas e pela ssossiedade civil. Para monitorar o cumprimento das metas de cada ODS, há uma platafórma ôn láini quê mostra a situação dos indicadores adequados à realidade do país. por quê isso é importante? Porque é por meio dêêsses avanços quê o Brasil se mostra confiável para obtêr acesso a recursos financeiros internacionais para melhorias, por exemplo, em setores importantes como energia, indústria e agricultura.

O compromisso com as kestões ambientais representa também oportunidade financeira em tempos de preocupação global. Porém, isso depende do modo de pensar dos governantes e da forma como direcionam os esforços, os recursos e o comprometimento com programas e projetos voltados à proteção ambiental e à promoção de desenvolvimento com inclusão social.

Foto aérea de museu que possui o formato de uma espiral. Ao lado, estão instalados painéis solares.

Painéis solares fornecem energia para o Museu da Natureza, no Parque Nacional Serra da Capivara. Coronel José Dias (PI), 2023.

Imagem do objetivo de desenvolvimento sustentável número 7: energia limpa e acessível.

ODS número 7.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

2. Pesquise como o Brasil tem se posicionado internacionalmente em relação aos ODS e como o país tem contribuído para o cumprimento dessas metas.

2. Espera-se quê o estudante identifique quê o Brasil tem adotado os ODS de maneira formal em várias esferas do govêrno e da ssossiedade civil, com destaque para o cumprimento de metas ligadas à energia renovável, proteção de florestas e redução da pobreza. No entanto, há desafios em relação à coordenação e ao monitoramento dessas metas, principalmente nas áreas de igualdade social e combate ao desmatamento.

3. O uso de energia solar vêm crescendo no país e está associado, entre outros aspectos, ao cumprimento do ODS 7. Você conhece algum local quê utiliza energia solar? Pesquise o uso dêêsse tipo de energia no município ou na UF onde você vive.

3. Resposta pessoal. Auxilie o estudante na identificação de ações para a implementação de painéis solares e o uso de energia solar no município ou na UF onde vive.

Página cento e quarenta e oito

Questões ambientais ou sócio-ambientais?

O ambiente deve sêr entendido como a interação entre elemêntos naturais e humanos. As kestões ambientais estão diretamente ligadas à forma como a ssossiedade se relaciona com a natureza e com os elemêntos construídos pêlos sêres humanos. Além díssu, devem considerar como os diversos agentes da ssossiedade (governos, empresas, cidadãos etc.) se relacionam entre si. Se a relação do pôdêr público com empresas poluidoras é de conivência, isso resultará em impacto sobre os elemêntos naturais (água, ar etc.), quê, por sua vez, prejudicará as condições de vida das pessoas. As kestões ambientais, portanto, são também sociais, daí serem chamadas de sócio-ambientais.

Os exemplos de Mariana (MG), Brumadinho (MG) e Maceió (AL) demonstram a estreita relação entre a natureza e as esferas sociais e econômicas. A negligência causada pêlos interesses econômicos resultou na perda de centenas de vidas, afetou a economia dos municípios e do entorno, contaminou as águas, o solo e a vegetação.

Nas últimas dékâdâs, o Brasil avançou em relação a algumas kestões ambientais, com maior (embora ainda não suficiente) fiscalização na emissão de gases poluentes por indústrias e veículos; uso de biocombustíveis; criação de leis ambientais; áreas de proteção ambiental etc. Há, no entanto, ainda muito a sêr recuperado, evitado e minimizado, o quê envolve esforços de todos: pôdêr público, empresas, ônguis, comunidades tradicionais e cada pessoa em seu lugar de vivência.

A participação social é fundamental tanto na criação das políticas públicas quanto na cobrança e fiscalização da execução das leis. Além dos conselhos municipais de meio ambiente, há muitas formas de mobilização, começando pela própria comunidade onde se vive. As grandes mudanças começam pelas tentativas locais, pela conexão com pessoas com os mesmos interesses e o diálogo com o pôdêr público.

Foto de pessoas usando camisetas brancas ou coletes amarelos. Eles seguram baldes e aparelhos para detectar metais.

Voluntários do Instituto EcoFaxina e do projeto Santos Praias e Mares Limpos recolhem resíduos na Praia do José Menino. Santos (SP), 2024.

Página cento e quarenta e nove

Um exemplo de participação social

Um grupo de estudantes na Escola Estadual de Educação Profissional Lucas Emmanuel Lima Pinheiro, no município de Iguatu, interior do Ceará, realizou um conjunto de ações para valorizar o bioma da Caatinga. Eles conseguiram não só transformar a educação ambiental dentro da escola mas também ajudaram a criar leis e a mudar a forma como a comunidade e o munícipio lidavam com o ambiente.

Uma das ações do grupo foi realizar uma pesquisa com os côlégas do 1º ano do Ensino Médio das outras sete escolas do município, na qual verificaram o desconhecimento dos estudantes em relação à Caatinga. Uma das perguntas pedia aos estudantes quê citassem animais nativos do bioma, e a resposta de cerca de 80% deles considerou a vaca um animal nativo. Além díssu, foi observado na pesquisa quê muitos estudantes percebiam o bioma apenas como uma paisagem seca e morta.

O grupo decidiu criar ações para mudar a situação de desinformação geral. Prepararam um projeto de lei e fizeram uma campanha na câmara de vereadores do município. O projeto, apresentado em dezembro de 2015 e aprovado em março de 2016, tinha como principal objetivo desenvolver uma nova identificação das pessoas com a Caatinga, além de chamar atenção para o uso do bioma sem causar degradação.

A lei criada por eles define arborização com espécies nativas e estabelece quê a oiticica, árvore típica da Caatinga, seja o novo sín-bolo do município. Ainda, a nova lei criou um simpósio anual sobre o bioma no dia 28 de abril, Dia Nacional da Caatinga.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Para muitas pessoas, formular leis é algo muito distante, quê deve sêr preocupação apenas de políticos. Os estudantes de Iguatu (CE) provaram o contrário, tomando atitudes protagonistas com base em princípios éticos, democráticos e sócio-ambientais.

Em grupo, conversem sobre as seguintes kestões.

a) Qual é a importânssia de atitudes individuais ou de pequenos grupos quê pensem no coletivo ou na comunidade em quê vivem?

b) Como você se sente realizando uma ação quê o coloca como executor de uma tomada de dê-cisão responsável?

c) Qual é a importânssia da argumentação em casos como esse?

1. Espera-se quê os estudantes identifiquem a importânssia de pequenas atitudes quê possam beneficiar a comunidade, desenvolvendo pensamento crítico e habilidades de argumentação. Além díssu, é uma oportunidade para discutir como eles podem se tornar agentes de mudança em kestões sócio-ambientais. Incentive os estudantes a refletir sobre o impacto de suas ações no coletivo.

2. Reúnam-se em grupos para reproduzir os passos percorridos pêlos estudantes de Iguatu (CE).

Identifiquem o bioma do município onde vocês estudam e pesquisem informações sobre ele.

Desenvolvam um quêstionário para saber o que os demais estudantes da sua escola e as pessoas da comunidade onde vivem sabem a respeito dêêsse bioma.

Organizem as informações obtidas e as analisem.

Com base nos resultados obtidos, procurem soluções para resolver problemas como crimes ambientais e desinformação da comunidade em relação ao bioma onde vivem.

Proponham um novo projeto de lei para sêr apresentado na câmara de vereadores do município.

2. Produções pessoais. ôriênti os estudantes a realizar a pesquisa proposta em sáites de universidades, institutos de pesquisa e ônguis.

Página cento e cinquenta

ATIVIDADES FINAIS

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Escolha dois dos 17 ODS da Agenda 2030 com os quais você mais se identifica e indique ações quê considera necessárias para ajudar a alcançá-los.

1. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante relate ações práticas para contribuir com esses objetivos.

2. Imagine quê você é o(a) secretário(a)-geral da Ônu e vai liderar uma discussão ambiental global. Escolha um tema a sêr debatido, justificando sua importânssia, determinando os setores quê devem sêr convocados a participar (governos, empresas, entre outros) e selecionando os ODS relacionados a esse tema.

2. Resposta pessoal. Incentive o estudante a refletir sobre os principais desafios ambientais globais, como mudanças climáticas, poluição dos oceanos ou crise hídrica, destacando a importânssia de propor temas amplos, mas acessíveis.

3. Em grupo, pesquisem ao menos uma ação no Brasil de ônguis como Grinpíci, WWF ou outra organização ambiental internacional. Procurem descobrir o quê foi propôsto, os objetivos da ação, como ela foi desenvolvida, quais foram os resultados obtidos e quê importânssia ela representou para a ssossiedade brasileira. Apresentem, em forma de podcast, os resultados para côlégas e professor.

3. Produção pessoal. Auxilie os estudantes na identificação das ações para quê os podcasts possam abordar uma diversidade delas.

4. Observe as imagens para responder às kestões.

Foto de mulher observando quadros. Esses quadros estão expostos na parede e apresentam o rosto de dois homens.

Visitante observa peças da artista turca Deniz Sağdıç (1982-), quê utiliza a técnica de upcycling para criar retratos de pessoas famosas com materiais reciclados, como díns, tecídos ou botões, expostas durante a COP27. Sharm el-Sheikh (Egito), 2022.

Foto de pessoas em manifestação. Eles seguram uma faixa, onde está escrito 'S O S queimadas. Sem mata, sem água!'.

Manifestantes participam da Marcha por Justiça Climática. São Paulo (SP), 2024.

Página cento e cinquenta e um

a) O quê as duas imagens têm em comum?

4. a) Elas abordam kestões relacionadas ao meio ambiente e à conscientização.

b) Em sua opinião, as formas de expressão retratadas nas imagens ajudam a construir políticas públicas ambientais? Qual delas parece mais eficaz?

4. b) Respostas pessoais. Espera-se quê o estudante aponte quê ambas contribuem para a conscientização.

c) Em grupo, criem uma obra de; ár-te utilizando materiais alternativos/reaproveitados. póde sêr um qüadro, uma escultura ou uma instalação. O objetivo é conscientizar as pessoas sobre a importânssia da sustentabilidade e da preservação ambiental. Planejem o conceito da obra e pensem em como transmitir a mensagem ambiental por meio dos materiais e da estética.

4. c) Produção pessoal. O grupo deve criar uma obra de; ár-te quê transmita uma mensagem clara de preservação do meio ambiente.

5. Observe o grafite elaborado pela dupla de artistas OSGEMEOS. Depois, leia o relato de um morador dos arredores da barragem.

Grafite que apresenta uma mulher e duas crianças. Eles estão em um local coberto por lama, onde casas, eletrodomésticos e animais estão soterrados. Eles choram enquanto uma pessoa joga mais lama no local. Essa pessoa usa terno e gravata, com o símbolo de cifrões.

OSGEMEOS. [Até quando…]. [S. l.], 17 nov. 2015. feici buki: osgemeos. Disponível em: https://livro.pw/lahzo em: 7 out. 2024.

O tema do grafite d'OS-GEMEOS é a destruição do distrito de Bento Rodrigues pelo rompimento da barragem do Fundão em Mariana (MG), em 2015.

“Era uma vila pesqueira e toda economia girava em torno do rio. A gente está atravessando muitos transtôrnos. Já são três anos de impunidade, de um relacionamento totalmente conflituoso porque eles [a Vale] não reconhecem, não quêrem pagar, não quêrem ressarcir os danos materiais das pessoas. Os emocionais são irreparáveis porque toda comunidade pequena quê depende de um rio tem um vínculo com esse patrimônio que é muito maior que o financeiro, faz parte da cultura da gente”.

HERRERO, Thaís. Da tragédia de Mariana para Brumadinho. [São Paulo]: Grinpíci, 28 fev. 2019. Disponível em: https://livro.pw/qxbam. Acesso em: 17 set. 2024.

a) Que crítica é expressa por meio do grafite?

5. a) O lucro das grandes corporações quê se sobrepõe às vidas das pessoas e das comunidades locais.

b) Relacione a crítica evidenciada pelo grafite ao relato do morador do distrito de Bento Rodrigues.

5. b) Ambos denunciam a falta de responsabilidade da mineradora em reparar os danos causados.

c) Em sua opinião, é possível usar os recursos naturais sem degradá-los?

5. c) Espera-se quê o estudante responda quê sim.

d) No caso de Mariana, as leis ambientais foram cumpridas? Explique.

5. d) Não, as leis ambientais não foram devidamente cumpridas. O rompimento da barragem causou severos danos ambientais e sociais.

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enêm E VESTIBULARES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. (Enem/MEC)

O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônea ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

lópes, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de São Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).

A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importânssia da cartografia como elemento promotor da

a) expansão da fronteira agrícola.

b) remoção de populações nativas.

c) superação da condição de pobreza.

d) valorização de identidades coletivas.

e) implantação de modernos projetos agroindustriais.

Resposta: d)

2. (Enem/MEC)

Doze mil quilômetros separam Acra, a capital de Gana, do Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos, centro da revolução tecnológica do século XXI. Há, no entanto, outra distância maior do quê a geográfica. Acra e o Vale do Silício estão no extremo de um ciclo de vida. Computadores, tablets e celulares nascem da cabeça de nerds sôbi o sól californiano e morrem e são descompostos no distrito de Agbogbloshie, periferia africana.

lópes, K. O lixão pontocom da África. Disponível em: https://livro.pw/axzdh. Acesso em: 10 abr. 2015.

A situação descrita é um exemplo de um modelo de desenvolvimento tecnológico quê revela um processo de

a) diminuição de empregos formais na área de reciclagem.

b) redução do consumo consciente entre as nações envolvidas.

c) negligenciamento da logística reversa por esse setor industrial.

d) desmantelamento das propostas de tratamento dos resíduos sólidos.

e) desestruturação dos serviços de assistência técnica em países emergentes.

Resposta: c)

3. (Uerj)

Conjunto de duas fotos que apresentam a cidade de Porto Alegre em 1941 e 2024. Nas duas fotos a cidade está alagada.

Após 83 anos, a cidade de Porto Alegre voltou a registrar uma grande enchente. Em 1941, a capital gaúcha enfrentou um alagamento histórico, quê deixou cerca de 70 mil pessoas desabrigadas. Na ocasião, o nível do Guaíba, cuja cota de inundação é de 3 metros, chegou a uma altura entre 4,75 e 4,76 metros, segundo registros da época. Desta vez, o nível do Guaíba passou de 5,3 metros e, no dia 8 de maio de 2024, atingiu 5,07 metros.

cnnbrasil.com.br

As grandes enchentes quê afetaram Porto Alegre, nos anos de 1941 e 2024, mencionadas na reportagem, indicam a incidência dêêsse problema na capital gaúcha.

Na atualidade, o agravamento dêêsse problema está relacionado ao contexto de:

a) intensificação da crise climática

Página cento e cinquenta e três

b) exploração de recursos minerais

c) degradação do bioma do Pampa

d) permeabilização do solo da cidade

Resposta: a)

4. (Uece) Segundo estudos, o aquecimento global é responsável pelas mudanças climáticas quê vêm ocorrendo em todo o planêta, com trágicas consequências ambientais, econômicas e sociais.

No quê concerne ao aquecimento global, assinale a afirmação verdadeira.

a) Os países desenvolvidos não são os principais responsáveis pela concentração de gases de efeito estufa na atmosféra.

b) As consequências do aquecimento global afetarão todos os países, mas as consequências dessas mudanças climáticas não afetarão o meio ambiente e a população do Brasil.

c) O aquecimento global é um fenômeno natural e não tem relação com a concentração de gases de efeito estufa na atmosféra emitidos pêlos países ricos.

d) Em decorrência do aquecimento global, milhões de pessoas poderão enfrentar fome e racionamento de á gua, além das consequências do desaparecimento de muitas áreas costeiras pela elevação do nível do mar.

Resposta: d)

5. (Enem/MEC)

A Cordilheira do Himalaia tem mais de 50 milhões de anos, sêndo classificada como a maior cordilheira do planêta. Originário da língua sânscrito, comum na região, seu nome quer dizêr “morada da neve”. É possível encontrar nessa cordilheira as quinze maiores montanhas do mundo. Ao todo, existem mais de cem picos, quê contam com altitudes bem maiores quê 7.000 m. O everést, considerado o ponto mais alto da Terra, tem nada menos quê 8.848 m de altitude, e continua crescendo, aproximadamente, 0,8 mm a cada ano.

Disponível em: h t t p s://meioambiente.culturamix.com. Acesso em: 12 nov. 2021 (adaptado).

Qual dinâmica natural é responsável pelo fenômeno apresentado?

a) Derrame de lava vulcânica.

b) Encontro de placas tectônicas.

c) Ação do intemperismo químico.

d) Sedimentação de êrozão eólica.

e) Derretimento de geleiras glaciais.

Resposta: b)

6. (Uece) A quêstão ambiental não está desconectada da questão social e, assim, para que ambientalistas tênham sucesso nos resultados dos seus esforços, são necessários, também, o combate às desigualdades socioeconômicas e a busca pela garantia de direitos humanos básicos. Neste sentido, o sucesso da questão sócio-ambiental demanda mais trabalho em conjunto e maior contingente de agendas dos Estados, da ssossiedade e do setor produtivo privádo.

Assim posto, analise as proposições a seguir:

I. O avanço na direção de uma ssossiedade ambientalmente sustentável depende da conjugação das lutas por equidade social e direitos.

II. O sucesso da proteção ambiental atualmente está ligado, parcialmente, à realização de alguns direitos dos animais e da natureza.

III. As soluções para a questão ambiental passam pela cooperação entre os governos, a ssossiedade civil e as indústrias, por exemplo.

IV. O combate aos males ao meio ambiente natural exige a escolha de caminhos desvinculados da economia e do desenvolvimento social.

Está correto o quê se afirma somente em

a) I e III.

b) II e III.

c) I e IV.

d) II e IV.

Resposta: a)

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INVESTIGAÇÃO

Problemas ambientais na comunidade

A proposta dêste projeto é investigar como se dá a relação entre a ssossiedade e a natureza no município onde você vive. Com base nas etapas sugeridas, espera-se quê você e os côlégas identifiquem como governantes, empresários, membros de ônguis, outros côlégas da escola, suas famílias e vocês se relacionam com o meio ambiente.

ETAPA 1

Planejamento do trabalho e diagnóstico da realidade

Em grupo, escôlham um impacto ou problema ambiental existente no município onde vivem.

Escolhido o tema, conversem sobre o quê sabem dele e busquem dados e informações para realizar um diagnóstico sobre esse impacto ou problema ambiental. Formulem hipóteses e perguntas a serem respondidas, como as listadas a seguir.

Em quê áreas do município ocorre?

Há quanto tempo esse problema ocorre?

Quais são as causas?

Que atores (indústrias, órgãos do govêrno, empresas, população etc.) estão envolvidos com o problema?

Quem são as pessoas mais atingidas?

Em quê medida esses atores são responsáveis pelo problema e podem resolvê-lo ou mitigar suas consequências?

Lembrem-se de registrar as informações coletadas.

ETAPA 2

Análise da realidade

Nesta etapa, o tema de estudo será analisado com base nos dados pesquisados na etapa anterior. A análise das informações coletadas é um momento de descobertas e levantamento de novas dúvidas, exigindo quê a pesquisa seja ampliada para responder aos possíveis quêstionamentos que surgirem.

Ao final da análise dos dados e das informações, espera-se quê os questionamentos tênham sido respondidos e conclusões sêjam tiradas. Observe a seguir um exemplo de conclusão.

Determinada área do bairro próximo a um rio sofre com inundações. No passado, esse local não era afetado por tais eventos, mas atualmente, principalmente no verão, durante as chuvas mais intensas, os moradores têm suas casas invadidas por á gua. A ocorrência dêêsses eventos está relacionada ao grande crescimento do bairro nos últimos dez anos, quê promoveu a diminuição de áreas verdes e a impermeabilização do solo.

Página cento e cinquenta e cinco

ETAPA 3

Proposição de ações

Após a investigação das hipóteses levantadas e obtenção de respostas sobre o problema estudado, é hora de pensar em soluções.

O quê o grupo propõe para a resolução do problema identificado com base nos dados e nas informações coletados?

Que tipo de ação cabe a cada ator envolvido para a resolução do problema ambiental ou diminuição dos impactos?

Como garantir quê tais ações sêjam encaminhadas para o pôdêr público ou outro ator quê póde solucionar o problema identificado?

O quê o grupo póde fazer de maneira mais diréta para intervir na realidade?

ETAPA 4

Produtos finais e divulgação

Nesta etapa, a intenção é chamar a atenção do pôdêr público e da população do município onde estudam por meio de conteúdos quê devem sêr criados com base nos temas e nas soluções discutidos nas etapas anteriores.

Propõe-se quê os conteúdos elaborados sêjam postados em uma rê-de social escolhida pela turma. Vocês devem certificar-se quê as informações e os dados quê farão parte do conteúdo criado sêjam retirados de fontes confiáveis, não promovendo a divulgação de informações falsas ou erradas.

Para a elaboração de conteúdos quê serão postados na internet, leiam as sugestões a seguir.

Entrevistar pesquisadores ou pessoas envolvidas com o problema na comunidade e gravar podcasts.

Registrar por meio de fotografias o problema ambiental estudado e criar uma campanha com as imagens acompanhadas de textos denunciando os impactos do tema retratado.

Convidar especialistas e representantes do pôdêr público, das indústrias e de ônguis para um debate com a comunidade, discutindo como o problema ambiental afeta a população, as suas causas e as possíveis formas de mitigação ou resolução. O debate póde sêr gravado e depois postado. Outra possibilidade é organizar essa conversa por meio de videoconferência, utilizando uma platafórma digital de comunicação.

Elaborar e divulgar uma carta pública aos representantes políticos, relatando o problema e solicitando ações de acôr-do com a legislação municipal, estadual e federal vigente.

Criar cartazes e intervenções artísticas quê sensibilizem as pessoas sobre o problema ambiental e promovam a conscientização.

Criar um vídeo sobre o problema ambiental, apresentando depoimentos de moradores e relatando as suas causas e consequências para a população.

Criar um mapa colaborativo localizando e representando as mudanças propostas. O mapa deve conter os elemêntos básicos, como título, legenda, escala etc. A apresentação póde sêr feita d fórma digital ou impressa, garantindo-se quê todos visualizem e, ao mesmo tempo, discutam as propostas de intervenção feitas pelo grupo.

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