CAPÍTULO 12
População e suas dinâmicas

OBJETIVOS DO CAPÍTULO:

Relacionar as dinâmicas da população brasileira às histoórias de vida e aos contextos mundial, regional e local.

Compreender a teoria da transição demográfica.

Identificar e relacionar as migrações internas no Brasil ao longo do tempo à história de vida familiar.

Reconhecer a importânssia da classificação por côr ou raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê hé) para a análise das desigualdades étnico-raciais no Brasil.

Utilizar côléta e análise de dados e informações presentes em diferentes linguagens, como mapas e gráficos.

Compreender as teorias demográficas.

Estudar as dinâmicas populacionais é fundamental para compreender quê os acontecimentos da vida de cada pessoa, família ou comunidade têm relação com as mudanças sociais, econômicas e ambientais quê ocorrem em diferentes escalas espaciais e diferentes tempos. êste capítulo trabalha, entre outros temas, as migrações no território brasileiro, o crescimento populacional, o envelhecimento da população e a relação das dinâmicas populacionais com as políticas públicas.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Quais aspectos das políticas públicas voltadas à população a cena retratada sugere?

1. Espera-se quê o estudante aponte a integração entre saúde e cultura, a valorização das pessoas idosas na ssossiedade e a promoção do envelhecimento ativo.

2. Como são tratadas as kestões relacionadas ao envelhecimento e à população idosa no seu município e na sua comunidade? Há atividades semelhantes às mostradas na fotografia?

2. Respostas pessoais. Espera-se quê o estudante reflita sobre a presença de atividades e programas para as pessoas idosas em sua comunidade, considerando aspectos como saúde, cultura e inclusão social.

3. A população idosa no Brasil está crescendo rapidamente. Explique como políticas públicas de diferentes áreas podem promover um envelhecimento saudável e apoiar a inclusão social das pessoas idosas.

3. Tais políticas envolvem a colaboração de diferentes áreas do govêrno para oferecer serviços integrados quê atendam às diversas necessidades da população idosa. Por exemplo, a integração de serviços de saúde com programas de atividades físicas, culturais e educacionais póde melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas. Além díssu, garantir acesso a cuidados médicos, suporte social e oportunidades de participação na comunidade contribui para um envelhecimento ativo e digno.

Página duzentos e cinquenta e sete

Foto de pessoas tocando tambor, caixa e pandeiros. Enquanto isso, os demais assistem.

Apresentação da Oficina de Percussão da Terceira Idade em dia de campanha de vacinação. Rio de Janeiro (RJ), 2024.

Página duzentos e cinquenta e oito

O mundo ainda é jovem

Leia o depoimento de Silvio (2008-), um paulista de 15 anos.

Sou Silvio, tênho 15 anos e moro com minha mãe e meus dois irmãos, João e Duda, em Arujá, município da Grande São Paulo. Meus pais também nasceram na região metropolitana, mas a maior parte dos meus avós vieram de outros lugares: meu avô materno veio de Lins, estado de São Paulo, e minha avó nasceu em Caruaru, Pernambuco. E meu avô paterno migrou de Natal, Rio Grande do Norte. Todos eles vieram jovens para a Grande São Paulo.

Comparando minha família com a de meus amigos, acho quê tênho muitos irmãos. Mas nada se compara às famílias dos meus avós. Minha avó materna, por exemplo, teve 12 irmãos! E minha avó paterna, outros 11.

Depoimento especial para esta obra.

Foto de menino. Ele tira uma fotografia de si e, ao fundo, destaca-se uma mulher, um jovem e uma jovem.

SIlvio, à frente, a mãe e os dois irmãos. Arujá (SP), 2024.

Como você viu, as gerações passadas da família de Silvio são marcadas por famílias grandes e por migrações. E esses aspectos não são isolados, ou seja, são comuns a muitas famílias brasileiras. Conversaremos sobre eles neste capítulo, analisando as dinâmicas populacionais nas escalas mundial, nacional, regional e de sua comunidade.

Silvio, João e Duda fazem parte de um grupo etário formado por 1,9 bilhão de pessoas no mundo, os jovens de 10 a 24 anos. Eles correspondem a quase 24% da população mundial, quê, em 2024, era de cerca de 8,1 bilhões de habitantes, segundo o relatório Situação da população mundial 2024, do Fundo de População das Nações Unidas (do inglês United Nation Population Fund, UNFPA).

O mesmo relatório aponta quê a maioria da população mundial tem menos de 30 anos. Por isso se póde dizêr quê o mundo ainda é jovem. Estimativas apontam quê esse qüadro vai continuar caracterizando a população de muitos países por anos. Entretanto, em vários deles, como no Brasil, observa-se a redução dessa proporção e o envelhecimento da população.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. As características das diferentes gerações de sua família são parecidas com as da família de Silvio? Converse sobre isso com um colega.

1. Resposta pessoal. ôriênti os estudantes a se reunirem em duplas e contarem um ao outro a respeito de sua história de vida e de seus familiares, com base no depoimento de Silvio.

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Observe os mapas.

Mapa 'Mundo: proporção de jovens na população total – 1980, 2024 e 2050'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: 1980. Pessoas com idade de 10 a 24 anos na população (percentual). De 20 a 29. Canadá, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, maioria dos países europeus, Rússia, Arábia Saudita, Austrália, Etiópia, Níger e Costa do Marfim. 30 ou mais. México, maioria dos países da América Central, maioria dos países da América do Sul, maioria dos países da África, maioria dos países da Ásia. 2024. Pessoas com idade de 10 a 24 anos na população (percentual). De 10 a 19: Canadá, Estados Unidos, Chile, maioria dos países da Europa, Rússia, China, Japão, Austrália e Tailândia De 20 a 29: maioria dos países da América Central e da América do Sul. Destaca-se o Egito, a líbia, a Argélia, África do Sul, Índia, Arábia Saudita, Mongólia, Cazaquistão, Irã, Turquia, Vietnã e Indonésia.  30 ou mais: maioria dos países da África, Iraque, Paquistão, Afeganistão, Iêmen. 2050. Pessoas com idade de 10 a 24 anos na população (percentual). De 10 a 19: países da América do Norte, Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia, Líbia, Argélia, Tunísia, Arábia Saudita, Rússia, China, Austrália, Myanmar, Tailândia, Irã, Arábia Saudita, Turquia. Também se destacam os países do continente europeu. De 20 a 29: maioria dos países da América Central, Venezuela, Bolívia, Paraguai, Egito, Sudão, Etiópia, Madagascar, África do Sul, Namíbia, República Centro-africana, Cazaquistão, Índia, Mongólia, Paquistão, Afeganistão e Indonésia. 30 ou mais: Mali, Níger, Chade, Nigéria, República Democrática do Congo, Tanzânia, Moçambique, Angola, Zâmbia e Somália.

Elaborado com base em: UNFPA. Situação da população mundial 2014: o pôdêr de 1,8 bilhão: adolescentes, jovens e a transformação do futuro. Nova iórk: UNFPA, 2014. p. 4. Disponível em: https://livro.pw/wrmoe. UNFPA. Steite ÓF world population report 2024: interwoven lives, threads ÓF hope: ending inequalities in sexual ênd reproductive health ênd rights. níu iórk: UNFPA, 2024. p. 148.Disponível em: https://livro.pw/yhkmr. Acessos em: 6 ago. 2024.

Quando um país tem altos percentuais de jovens, diferentes kestões devem sêr levadas em conta pêlos governos. Uma delas é a atenção a políticas públicas específicas, especialmente para os mais vulneráveis social e economicamente. São necessários, por exemplo, mais recursos para escolas e universidades, ações voltadas ao primeiro emprego, programas para promover a saúde física e mental na adolescência e incentivo a atividades de lazer e cultura.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

2. O quê ocorreu com a proporção da população mundial de jovens entre 1980 e 2024?

2. Diminuiu em diversos países, principalmente nos da Ásia e da América Látína. A maior parte dos países africanos manteve a taxa de 30% ou mais de jovens no total da população.

3. Analise a situação do Brasil ao longo do período representado nos três mapas.

3. Em 1980, o Brasil estava na faixa de 30% ou mais de jovens no total da população. Em 2024, esse percentual foi reduzido, estando na faixa de 20 a 29%. E a projeção para 2050 é de mais redução, ficando na faixa de 10% a 19%.

4. Em sua opinião, quais políticas públicas voltadas aos jovens são necessárias em sua comunidade?

4. Resposta pessoal. Converse com os estudantes sobre os desejos e sonhos deles no presente e para o futuro, e como políticas públicas podem contribuir para alcançá-los.

Página duzentos e sessenta

Transição demográfica

Pesquisadores quê estudam as dinâmicas da população mundial consideram a existência de fases de transição demográfica, ou seja, mudanças na estrutura etária da população de um país, de altas para baixas taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade.

Observe o gráfico.

Infográfico clicável: Um olhar global para as mudanças demográficas.

Gráfico 'Fases da transição demográfica'. Destaca-se a transição demográfica em 5 estágios: Fase um, com taxa de natalidade alta; taxa de mortalidade alta; crescimento vegetativo estável ou cresce lentamente. A pirâmide etária expõe esses dados com uma base larga, corpo mais fino e topo estreito. Fase um, com taxa de natalidade alta; taxa de mortalidade que cai rapidamente; crescimento vegetativo cresce lentamente. A pirâmide etária expõe esses dados com uma base larga, um corpo mais robusto e topo estreito. Fase três, com taxa de natalidade que cai rapidamente; taxa de mortalidade que cai mais lentamente; crescimento vegetativo que cresce lentamente. A pirâmide etária expõe esses dados com uma base menos mais estreita, corpo mais robusto e topo mais largo. Fase quatro, com taxa de natalidade estável; taxa de mortalidade que cresce ligeiramente; crescimento vegetativo estável ou cai lentamente. A pirâmide etária expõe esses dados com uma base estreita, corpo robusto e topo mais largo.

Elaborado com base em: ROSER, Max. Demographic transition: why is rapid population growth a temporary phenomenon? [S. l.]: Our uôrd in Data, 1 jun. 2019. Disponível em: https://livro.pw/gbgzl. Acesso em: 6 ago. 2024.

Taxa de fecundidade
: número médio de filhos nascidos vivos de uma pessoa quê gesta, por faixa etária específica do período reprodutivo, na população residente em determinado espaço, em determinado ano. A taxa também póde sêr apresentada por grupo de mil pessoas nascidas com o sexo feminino em cada faixa etária.
Taxa de natalidade
: número de nascidos vivos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço, em determinado ano.
Taxa de mortalidade
: número total de óbitos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço, em determinado ano.

Em geral, os fatores quê explicam a transição demográfica estão ligados aos processos de urbanização e industrialização dos países e às melhorias nas condições de vida, tais como:

As taxas de mortalidade caem, principalmente pela melhoria de aspectos relacionados à saúde da população, como campanhas de vacinação e desenvolvimento de novos medicamentos; construção de infraestrutura de saneamento básico; acesso à á gua potável etc.

A diminuição das taxas de natalidade ocorre pelo acesso à informação e a métodos de contracepção, possibilitando quê pessoas quê gestam tênham menos filhos, se assim desejarem; maior participação das mulheres no mercado de trabalho; alto custo de vida etc.

Considerando esses aspectos, pode-se concluir quê países com a maior parte da população formada por crianças e jovens estão nas primeiras fases da transição demográfica.

Página duzentos e sessenta e um

Pirâmides etárias

Observe quê, no gráfico sobre as fases da transição demográfica, há dêzê-nhôs representando as chamadas pirâmides etárias. Também conhecidas como pirâmides populacionais, são representações gráficas da distribuição da população de um determinado espaço por sexo e faixas de idade. O formato de cada pirâmide está diretamente relacionado à fase de transição demográfica. Observe as pirâmides etárias.

Pirâmide etária 'Nigéria: pirâmide etária em 2023'. Essa pirâmide possui uma base larga, um corpo que se afina com o envelhecimento da população e um topo estreito.

Fonte: POPULATIONPYRAMID.NET. Population ÓF Nigeria 2023. [S. l.]: PopulationPyramid.net, 2023. Disponível em: https://livro.pw/bqzvm. Acesso em: 6 ago. 2024.

Pirâmide etária 'Alemanha: pirâmide etária em 2023'. Essa pirâmide possui uma base estreita, um corpo que se mantém regular com o envelhecimento da população e um topo cuja largura corresponde à base.

Fonte: POPULATIONPYRAMID.NET. Population ÓF Germany 2023. [S. l.]: PopulationPyramid.net, 2023. Disponível em: https://livro.pw/geqop. Acesso em: 6 ago. 2024.

Quando a base (parte inferior) da pirâmide é mais larga quê as demais partes, há maior proporção de crianças e jovens.

O corpo (parte intermediária) representa a população de adultos.

O topo, ou cume (parte superior), representa a população de pessoas idosas. Um topo alto e largo indica alta esperança de vida ao nascer e grande número de pessoas idosas.

Em geral, países considerados desenvolvidos, nos aspectos sociais e econômicos, têm pirâmides com bases mais estreitas (devido à baixanatalidade), corpo mais largo e topo mais alto e largo em razão da alta esperança de vida. Por outro lado, países considerados menos desenvolvidos apresentam base bastante larga e topo mais estrêito e baixo.

Outro aspecto a notar nas pirâmides é o sexo. O lado direito representa as mulheres e o esquerdo os homens, sêndo possível compará-los.

Esperança de vida ao nascer
: também chamada “expectativa de vida”, é o número médio de anos quê se espera quê um recém-nascido viverá, considerando a mortalidade em um determinado espaço e ano.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Em qual fase da transição demográfica se encontra Nigéria e Alemanha? Justifique sua resposta.

A Nigéria encontra-se na primeira fase da transição demográfica, caracterizada por altas taxas de natalidade e mortalidade. A Alemanha está na quinta fase, caracterizada por um decréscimo populacional.

Página duzentos e sessenta e dois

Transição demográfica no Brasil

A diminuição do tamãnho das famílias no Brasil está diretamente ligada ao menor crescimento da população, ocorrido a partir das dékâdâs de 1960 e 1970. Até as primeiras dékâdâs do século XX, o Brasil vivia a primeira fase da transição demográfica, com altas taxas de mortalidade e natalidade. A partir da década de 1940, o país entra na segunda fase: as taxas de mortalidade caem e as de natalidade se mantêm altas, resultando em maior crescimento vegetativo. Em 1940, a população mais quê dobrou em relação a 1900.

Além do crescimento vegetativo, o aumento da população verificado a partir do primeiro censo (1872) é explicado pelo saldo migratório positivo, ou seja, o número de imigrantes (pessoas quê entraram no país), a partir do final do século XIX, foi maior quê o de emigrantes (pessoas quê saíram). Entre 1880 e 1930, chegaram, no Brasil, mais de 4 milhões de imigrantes, europêus em sua maioria.

Com os processos de industrialização e urbanização intensificados a partir da década de 1960, o Brasil entrou na terceira fase da transição, ou seja, as taxas de natalidade e de fecundidade começaram a declinar. No ano de 1950, o número de filhos por pessoa quê gesta estava em torno de seis. Dados do Banco Mundial estimam quê, em 2022, esse número era de 1,6 filhos por mulher. Ao mesmo tempo, as taxas de mortalidade se mantiveram em queda.

Crescimento vegetativo
: também chamado de crescimento natural, é a diferença entre a taxa de natalidade e a de mortalidade. Quando a taxa de natalidade é maior do quê a de mortalidade, o crescimento vegetativo é positivo.

Gráfico de linhas um 'Brasil: população total – 1872 a 2022'. No eixo vertical, temos: 'milhões de pessoas'. No eixo horizontal, temos os anos. Os dados são os seguintes:  1872: 9,9; 1892: 14,3; 1902: 17,4. 1922: 30,6; 1942: 41,2; 1952: 51,9; 1962: 71; 1972: 94,5; 1982: 121,2; 1992: 146,9; 2002: 169,9; 2012: 190,8; 2022: 203,1.

Fonte: hí bê gê hé. Censo Demográfico 2022: panorama. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, [2024]. Localizável em: gráfico População residente. Disponível em: https://livro.pw/qmvld. Acesso em: 7 ago. 2024.

Gráfico de linhas dois 'Brasil: taxa de crescimento populacional – 1890 a 2022'. No eixo vertical, temos: 'Taxa de crescimento (percentual)'. No eixo horizontal, temos os anos Os dados são os seguintes: 1890: 2,01; 1900: 1,98; 1920: 2,91; 1940: 1,49; 1950: 2,39; 1960: 2,99; 1970: 2,89; 1980: 2,48; 1990: 1,93; 2000: 1,64; 2010: 1,17; 2022: 0,52.

Elaborado com base em: hí bê gê hé. Taxa média geométrica de crescimento anual da população. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/dbxms. hí bê gê hé. Censo Demográfico 2022: panorama. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, [2024]. Localizável em: gráfico Taxa de crescimento anual. Disponível em: https://livro.pw/qmvld. Acessos em: 7 ago. 2024.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Com base na observação e análise dos gráficos, produza um pequeno texto quê relacione a taxa de crescimento à população total do Brasil desde 1872.

1. Produção pessoal. O gráfico 1 mostra quê a população total do país cresce desde 1872. No entanto, essa evolução não se manteve constante entre as datas representadas. Isso póde sêr observado no gráfico 2, no qual se verificam taxas de crescimento da população cada vez menóres a partir da década de 1960.

Página duzentos e sessenta e três

Pirâmides etárias da população brasileira

Observe as pirâmides etárias da população brasileira.

Pirâmides etárias 'Brasil: pirâmides etárias – 1980, 2000 e 2022'. A primeira pirâmide é de 1980. Ela possui uma base larga, um corpo que se afina com o envelhecimento da população e um topo estreito. A segunda pirâmide é de 2000. Ela possui uma base mais estreita, um corpo que se mantém regular e um topo um pouco mais largo. A segunda pirâmide é de 2022. Ela possui uma base ainda mais estreita, um corpo que se mantém regular e um topo um pouco mais largo que a pirâmide anterior.

Elaborado com base em: hí bê gê hé. Censo demográfico: tabéla 200: população residente, por sexo, situação e grupos de idade – amostra – características gerais da população. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/wjkud. Acesso em: 7 ago. 2024.

Note quê as pirâmides mostram, ao longo do tempo, mudanças significativas na estrutura populacional do país. Em 1980, o Brasil estava em uma fase inicial da transição demográfica, com altas taxas de natalidade e mortalidade. A pirâmide dêêsse período apresenta uma base mais larga quê o corpo e o topo e também mais larga quê as dos anos posteriores, indicando uma grande proporção de crianças e jovens, com a população se estreitando consideravelmente nas faixas etárias mais altas.

No ano 2000, a pirâmide etária apresenta uma base menos larga, refletindo a queda nas taxas de natalidade, mas ainda uma quantidade significativa de jovens. A transição demográfica avança, e a distribuição entre as faixas etárias começa a se equilibrar, indicando o aumento na expectativa de vida e a diminuição da mortalidade.

Em 2022, a pirâmide etária do Brasil apresenta uma base mais estreita, indicando uma redução contínua nas taxas de natalidade, enquanto o topo é mais largo, mostrando um aumento na proporção de pessoas idosas. Essa mudança resulta da continuidade da queda das taxas de natalidade e mortalidade e do aumento da expectativa de vida. Esse cenário traz novos desafios para as políticas públicas, especialmente nas áreas de saúde, previdência e serviços sociais.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

2. Observe a pirâmide etária do Brasil de 1980 e compare-a com a pirâmide de 2000. Quais são as principais diferenças?

2. A pirâmide de 1980 tem a base mais larga, indicando altas taxas de natalidade e uma grande proporção de crianças e jovens. Em 2000, a base é menos larga, refletindo a redução nas taxas de natalidade, e há uma distribuição mais equilibrada nas faixas etárias intermediárias.

3. Compare as pirâmides etárias de 2000 e 2022. O quê essas mudanças indicam sobre a evolução demográfica do Brasil?

3. A pirâmide de 2022 tem a base mais estreita se comparada à de 2000, indicando uma continuidade na redução das taxas de natalidade e mortalidade. O topo da pirâmide é mais largo, mostrando um aumento na proporção de pessoas idosas, refletindo o envelhecimento populacional e um aumento na expectativa de vida.

4. Considerando as mudanças nas pirâmides etárias do Brasil, quais políticas públicas deverão sêr intensificadas ou criadas nas próximas dékâdâs?

4. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante indique quê políticas essenciais incluem o fortalecimento do sistema de previdência social, ampliação dos serviços de saúde para a população idosa, desenvolvimento de infraestrutura para cuidados de longo prazo, entre outras.

Página duzentos e sessenta e quatro

População idosa

O processo de envelhecimento da população é outro aspecto relacionado à transição demográfica. Em geral, esse fenômeno é explicado pêlos avanços na medicina e pelas melhorias nas condições de vida, o quê faz aumentar a esperança de vida. No entanto, ele ocorre com diferenças entre as regiões ou continentes. Observe o gráfico.

Gráfico de barras 'Mundo: esperança de vida ao nascer, por região – 1960, 1990, 2020 e 2022'. No eixo vertical, temos: 'regiões'. No eixo horizontal, temos: 'Esperança de vida ao nascer (anos)' Os dados são os seguintes: África Subsaariana. Em 2022: por volta de 60;  Em 2020: por volta de 60; Em 1990: 50; Em 1960: pouco mais de 40. Sul Asiático. Em 2022: menos de 70; Em 2020: por volta de 70; Em 1990: menos de 60 Em 1960: mais de 40. América do Norte (exceto México). Em 2022: menos de 80; Em 2020: menos de 80; Em 1990: menos de 80; Em 1960: por volta de 70. Oriente Médio e Norte da África. Em 2022: mais de 70; Em 2020: mais de 70; Em 1990: mais de 60; Em 1960: mais de 40. América Latina e Caribe. Em 2022: mais de 70; Em 2020: mais de 70; Em 1990: menos de 70; Em 1960: mais de 50. Europa e Ásia Central. Em 2022: mais de 70; Em 2020: mais de 70; Em 1990: mais de 70; Em 1960: mais de 60. Leste Asiático e Oceania Em 2022: mais de 70; Em 2020: mais de 70; Em 1990: mais de 60; Em 1960: por volta de 40.

Elaborado com base em: De uôrd BANK GROUP. láif expectancy at birth, total (years). Uóchinton, D.C.: The uôrd bânk Group, c2024. Disponível em: https://livro.pw/kyrmv. Acesso em: 7 ago. 2024.

O envelhecimento populacional no mundo está em crescimento, mas o ritmo brasileiro destaca-se devido às rápidas mudanças demográficas recentes.

No Brasil, em 1950, a esperança de vida era de 45 anos, contra a de 75,5 anos registrada no Censo Demográfico de 2022, quê também contabilizou cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais (15,6% da população total), um aumento de 56% em relação a 2010, quando somava em torno de 20 milhões de pessoas (10,8% da população total).

O aumento do número de pessoas idosas e da esperança de vida remete a avanços sociais. No entanto, a menor proporção de pessoas em idade ativa afeta as contribuições previdenciárias, o quê demanda políticas públicas voltadas a setores como o da previdência social e a serviços e investimentos específicos em saúde, espaços para acolher idosos, projetos sociais e culturais etc., necessários para valorizar essa parcela da população quê, muitas vezes, sofre de preconceito e abandono.

Contribuição previdenciária
: contribuição mensal obrigatória do trabalhador formal para a previdência social, ou seja, o sistema público garante e gerencía as aposentadorias e os afastamentos remunerados do trabalho por kestões de saúde, por exemplo.

Página duzentos e sessenta e cinco

O Estatuto da Pessoa Idosa

O Estatuto da Pessoa Idosa, como é conhecida a lei federal número 10.741, foi aprovado em 2003 com o objetivo de garantir os direitos das pessoas com 60 anos ou mais. Com um percentual crescente de pessoas idosas no Brasil, é cada vez mais necessária a luta pêlos direitos dêêsse grupo.

Leia trechos do estatuto e obissérve o cartaz para fazer as atividades.

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da ssossiedade e do pôdêr público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

[…]

§ 2º Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial aos maiores de 80 (oitenta) anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas.

[…]

CAPÍTULO II

Dos Crimes em Espécie

[…]

Art. 97. Deixar de prestar assistência à pessoa idosa, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública […]

[…]

Art. 98. Abandonar a pessoa idosa em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado [...]

[…]

Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, da pessoa idosa, submetendo-a a condições desumanas ou degradantes ou privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado […]

BRASIL. Lei número 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa e dá outras providências. Brasília, DF: Casa Civil, 2003. Disponível em: https://livro.pw/anvhy. Acesso em: 7 ago. 2024.

Campanha que apresenta uma mulher negra com cabelos grisalhos, sorrindo. Também se destaca o texto 'Respeito não envelhece. 15 de junho. Dia Mundial da Consciência da Violência Contra a Pessoa Idosa. Disque 100. Denuncie a violência contra a pessoa idosa'.

SINOP. Secretaria Municipal de Assistência Social. Respeito não envelhece. Sinop: SMAS, 2024. 1 cartaz. Campanha Junho Violeta de respeito à pessoa idosa.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Compare os dados das regiões apresentadas no gráfico. escrêeva um parágrafo analisando a evolução da esperança de vida ao nascer. Quais fatores explicam a diferença entre as regiões?

1. Espera-se quê os estudantes apresentem fatores como como as melhores condições de saúde da população, políticas voltadas ao bem-estar, o desenvolvimento de infraestrutura de saneamento básico e acesso à á gua potável, as campanhas de vacinação e o desenvolvimento de novos medicamentos.

2. De quê forma o pôdêr público, empresas, famílias e outras instituições poderiam agir para garantir a efetivação dos direitos citados no artigo 3º do Estatuto da Pessoa Idosa na comunidade onde você vive?

2. Resposta pessoal. Incentive o estudante a compartilhar situações quê conheça nas quais os direitos das pessoas idosas não foram respeitados. A ideia é discutir como ações específicas podem sêr encaminhadas na comunidade.

3. Você já ouviu falar de crimes contra a pessoa idosa como os descritos nos artigos 97, 98 e 99 do estatuto? Ou mesmo os presenciou? Em sua opinião, como esses crimes poderiam sêr evitados, com base nas leis vigentes?

3. Respostas pessoais. Certifique-se de quê as respostas sêjam pautadas no respeito às leis vigentes e aos direitos humanos.

Página duzentos e sessenta e seis

Teorias populacionais

No dia 15 de novembro de 2022, a população mundial chegou à marca de 8 bilhões de habitantes.

Em muitos veículos de imprensa e em rêdes sociais, a notícia foi tratada d fórma catastrófica, acompanhada por análises quê associavam o aumento da população à falta de alimentos e recursos naturais, especialmente em países mais pobres.

Sem dúvida quê, ao longo da história, o crescimento da população mundial foi acompanhado da necessidade de mais alimentos, á gua, fontes de energia e outros recursos naturais. No entanto, deve-se analisar se a pressão sobre a natureza é causada pelo crescimento da população ou pela forma como grupos humanos das sociedades capitalistas urbano-industriais produzem e consomem. Será quê a contenção do crescimento da população reduziria a fome, a miséria e as grandes desigualdades sociais existentes no mundo? Ou há outros fatores envolvidos?

Nas primeiras dékâdâs do século XIX, o economista inglês Tômas Malthus (1766-1834) formulou uma teoria segundo a qual a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5…), enquanto a população mundial o faria em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32…). Ao longo do tempo, portanto, os alimentos seriam insuficientes para sustentar a superpopulação, o quê levaria à luta pela vida e à sobrevivência dos mais fortes.

A chamada teoria malthusiana não se confirmou com o passar do tempo, pois não levou em conta os avanços técnicos e tecnológicos quê ocorreriam na produção de alimentos, resultando no aumento da produtividade agrícola. Também não previu quê a população mundial diminuiria seu ritmo de crescimento.

Com o auge do crescimento populacional mundial na década de 1960, com taxas de crescimento anual acima dos 2% (para fins comparativos, em 2022 essa taxa era de 0,87%), foram encaminhadas políticas drásticas de contrôle populacional nos países mais pobres, como esterilização em massa de homens e mulheres e limitação do número de filhos. Tais políticas, apoiadas por organizações internacionais, baseavam-se na teoria neomalthusiana, segundo a qual a situação de pobreza e fome se devia ao crescimento populacional. Portanto, reduzir o crescimento resolveria esses problemas, o quê não se concretizou naqueles países quê implantaram o contrôle demográfico.

Foto de muitas pessoas e carros se deslocando pela rua.

Rua movimentada com carros e pessoas. Nova Delhi (Índia), 2022. Em 2024, a Índia era o país mais populoso do mundo, totalizando uma população de mais de 1.441 milhões de pessoas.

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Ainda hoje, há setores neomalthusianos da ssossiedade quê explicam a pobreza pelo crescimento populacional. Com o aumento das preocupações ambientais, principalmente no final do século XX, os chamados ecomalthusianos passaram a defender a ideia de quê o crescimento populacional geraria graves riscos ambientais, devido à pressão da população sobre a Terra.

Atualmente, diversos pesquisadores apontam os equívocos das teorias inspiradas em Malthus, afirmando quê a fome, a miséria, a degradação ambiental e outros problemas sociais e ambientais não são causados exclusivamente por pressão populacional, mas, principalmente, pelo consumismo, pela intensa produção industrial, pelas formas não sustentáveis de produzir e explorar os recursos naturais, pela concentração de renda etc. Portanto, acredita-se quê as soluções passem por mudanças nos processos produtivos e no modo como a ssossiedade se relaciona com a natureza. Também é praticamente consenso entre agências internacionais, governos e pesquisadores quê se deve investir em educação e saúde para quê as famílias, com acesso a informações e a métodos contraceptivos, possam tomar suas próprias decisões sobre o número de filhos.

AMPLIAR SABERES

O Fundo de População das Nações Unidas (UFPA) é uma agência da Ônu quê trata das kestões populacionais. Em seu relatório Situação da população mundial de 2023, recomendou fortemente quê os governos instituam, por exemplo, políticas de igualdade de gênero, como programas de licença parental, créditos e acesso universal à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos. A agência considera quê tais ações levam as sociedades a prosperar e reduzem a preocupação com a diminuição da população, já quê passa a havêer suporte para as famílias.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Apesar dos avanços na conkista de direitos das mulheres no mundo, ainda há casos em quê os direitos sexuais e reprodutivos não são garantidos. A falta de acesso a métodos contraceptivos, por exemplo, deixa as pessoas quê gestam sem o pôdêr de decidir se, quando e de quem querem engravidar. Isso impacta diretamente a saúde delas e o planejamento familiar.

a) Explique como o acesso a métodos contraceptivos póde afetar a vida das pessoas quê gestam e a dinâmica populacional de um país.

1. a) O acesso a métodos contraceptivos permite quê as pessoas quê gestam planejem suas famílias, evitem uma gravidez indesejada e cuidem melhor da sua saúde. Isso póde levar a uma redução nas taxas de natalidade e ao envelhecimento da população, afetando a estrutura etária e as políticas públicas necessárias.

b) Em sua opinião, quais são as principais barreiras enfrentadas pelas pessoas quê gestam em relação ao acesso a métodos contraceptivos em diferentes regiões do mundo?

1. b) Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante responda quê as principais barreiras incluem falta de informação, acesso limitado a serviços de saúde, kestões culturais e religiosas, desigualdade de gênero e condições econômicas desfavoráveis.

2. Faça um levantamento de informações sobre o atendimento à saúde da mulher no seu município. Depois, em grupo, reúnam as informações de atendimento d fórma objetiva e divulguem na comunidade, em forma de folheto impresso ou material para sêr enviado por aplicativo de mensagem.

2. Produção pessoal. ôriênti o estudante a levantar informações sobre o atendimento à saúde da mulher nos sáites e platafórmas disponibilizadas pela secretaria de saúde do município e da Unidade da Federação em quê vivem, bem como no portal do Ministério da Saúde, do Sistema Único de Saúde, e outras instituições de levantamento de dados estatísticos como o hí bê gê hé e o IPEA.

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População brasileira e território

Observe no mapa como as mais de 203 milhões de pessoas quê viviam no Brasil em 2022 estavam distribuídas no território nacional.

Mapa 'Brasil: distribuição da população – 2022'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: A maioria da população se concentra nas áreas litorâneas e nas proximidades das capitais dos estados. Também se destacam áreas populosas no interior de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e no leste da Bahia.

Elaborado com base em: hí bê gê hé. Atlas geográfico escolar. 9. ed. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2023. p. 117.

A atual distribuição espacial da população brasileira resulta de um longo processo de expansão da ocupação do território relacionado à colonização, do desenvolvimento de atividades econômicas e da urbanização. A concentração populacional na faixa leste tem relação com o processo histórico de ocupação européia e colonização a partir do litoral.

Ao longo dos séculos, as diversas atividades econômicas foram influenciando o deslocamento e estabelecimento de populações pelo território, a abertura de vias de transporte e o desenvolvimento de cidades.

A expansão da ocupação de áreas do interior do país tem relação com os povoamentos originalmente desenvolvidos às margens de rios e ao longo de vias de transportes (ferrovias e rodovias).

As grandes concentrações populacionais atuáis se encontram também nos centros urbanos, em especial nas capitais das Unidades da Federação (UFs) e regiões metropolitanas. Os fatores relacionados a isso são o intenso êxodo rural, os processos de industrialização e urbanização, e, nas últimas dékâdâs, a crescente importânssia do setor terciário (comércio e serviços) na geração de renda e trabalho.

Outro aspecto importante a considerar é o papel das políticas governamentais, quê favoreceram a ocupação do país em direção às regiões Centro-Oeste e Norte.

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Entre as ações dos governos, podem sêr citadas a distribuição de terras ou venda a preços baixos, a abertura de estradas, os projetos de exploração agrícola e mineral, a construção de Brasília, entre outras.

Por muitos séculos desde a chegada dos europêus, a expansão da ocupação do território brasileiro desconsiderou a existência dos povos originários e a importânssia da biodiversidade. Ocorreu, assim, o extermínio de muitos povos e populações indígenas e a devastação das vegetações originais, considerados"obstáculos" para o desenvolvimento econômico.

Observe o cartaz divulgado por uma das construtoras quê participaram da abertura de estradas na Amazônea durante a ditadura civil-militar (1964-1985), com o objetivo de ocupar áreas “despovoadas” quando a região amazônica era considerada um vazio populacional. Esse conceito desconsiderava, no entanto, a existência e permanência de populações tradicionais e seus territórios.

Cartaz com as seguintes informações: 'Para unir os brasileiros nós rasgamos o inferno verde. O Brasil progride. O Brasil quer seu povo unido, trabalhando e confiante. O governo federal promove o fortalecimento dos homens e de seus ideais. A Construtora Andrade Guitérrez S.A. participa deste esforço de afirmação nacional: é a pioneira nas grandes obras rodoviárias de integração da Amazônia'.

ANDRADE GUTIERREZ. Para unir os brasileiros nós rasgamos o inferno vêrde. Brasil: Andrade Gutierez, 1972. 1 cartaz.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. De acôr-do com o mapa, em qual parte do território a população brasileira estava mais concentrada? O quê explica essa concentração?

1. Espera-se quê o estudante responda quê a população brasileira estava concentrada numa faixa quê se estende de norte a sul, ao longo do litoral e áreas próximas a ele e nos arredores das capitais estaduais.

2. No contexto do cartaz, o quê é o “inferno verde”? Qual era o interêsse de determinados grupos da ssossiedade da época ao usar e divulgar essa expressão? Como povos e comunidades tradicionais quê habitavam o “inferno verde” eram percebidos por esses grupos?

2. “Inferno verde” se refere à Floresta Amazônica. Espera-se quê o estudante responda quê grupos ligados a construtoras e governos da época entendiam quê a Amazônea e os povos e comunidades tradicionais quê nela habitavam representavam obstáculos à exploração de recursos naturais e à implantação de práticas agropecuárias, por exemplo.

3. Ainda hoje, há setores da ssossiedade quê compactuam com o pensamento de quê povos e comunidades tradicionais são um obstáculo, apesar dos direitos conquistados e de estudos científicos e movimentos sócio-ambientais no mundo todo reforçarem a importânssia dêêsses grupos. Cite situações atuáis no Brasil em quê florestas e terras indígenas ainda são consideradas obstáculos.

3. Espera-se quê o estudante cite situações como invasões de terras indígenas para garimpo, exploração de madeira, desmatamento para instalação de atividades agropecuárias etc.

Página duzentos e setenta

Migrações internas

No início dêste capítulo, você observou quê os avós de Silvio migraram de diferentes lugares do Brasil para a Grande São Paulo. póde sêr quê você também tenha familiares, amigos ou vizinhos migrantes ou quê você e seus côlégas sêjam migrantes.

O conceito de migrante é abrangente e se refere a toda pessoa quê deixa o lugar onde vive para se estabelecer em outro. Quando uma pessoa se desloca entre países, ela realiza a migração externa ou migração internacional. Já o deslocamento no interior de um país é denominado migração interna, quê póde ocorrer entre regiões (inter-regional), estados (interestadual), municípios (intermunicipal), entre áreas rural e urbana (êxodo rural) etc.

As migrações internas no Brasil, ao longo da história, foram motivadas principalmente por fatores econômicos. Muitas pessoas, em diferentes períodos, deslocaram-se em busca de trabalho. As relações sociais dos migrantes, ou seja, com familiares, amigos, vizinhos etc. constituem importante aspecto na dê-cisão de para onde migrar, influenciando o sucesso do estabelecimento do migrante. Esse fator é importante, principalmente nas migrações de longas distâncias, como as inter-regionais e as internacionais.

Ao longo das dékâdâs, no Brasil, o Nordeste foi a região de onde mais partiram migrantes, majoritariamente de áreas rurais, em busca de oportunidades de trabalho em todas as regiões do país, principalmente no sudéste. Até meados do século XIX, o Nordeste – região de colonização mais antiga e mais importante economicamente por um longo período – concentrava a maior parte da população brasileira. Em 1872, ano do primeiro censo demográfico, quase mêtáde dos habitantes do Brasil estava nessa região, sêndo superada pelo sudéste nos censos seguintes. Assim, por muitas dékâdâs, em especial entre 1950 e 1970, o Nordeste foi uma região de expulsão populacional, enquanto o sudéste era a principal região de atração populacional.

Entre as dékâdâs de 1960 e 1970, um importante fluxo migratório se destacou com a expansão da fronteira agrícola para as regiões Centro-Oeste e Norte. Agricultores do Sul e sudéste, afetados pela concentração de terras e pela modernização agrícola em suas regiões, foram atraídos pelas grandes extensões de terras a preços baixos.

A partir da década de 1980, alguns aspectos se destacaram nas migrações internas, como a redução relativa da importânssia das áreas de atração (como o Estado de São Paulo); o aumento da retenção de população no Nordeste e a importânssia de novos eixos migratórios em direção às cidades médias no interior do país.

Página duzentos e setenta e um

Conjunto de quatro mapas. O primeiro: 'Brasil: migração interna - 1950–1970'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Principais fluxos migratórios no período: destaque para o fluxo migratório da Região Nordeste para as regiões Norte, Sudeste e Centro-oeste. Também há deslocamentos da região Sul para o Centro-oeste. O segundo: 'Brasil: migração interna - 1970–1990'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Principais fluxos migratórios no período: deslocamento da região Nordeste para as regiões Sudeste, Norte e Sul; da região Sudeste para o Centro-oeste e Norte; da região Sul para o Centro-oeste e Norte.  O terceiro: 'Brasil: migração interna - 1990–2000'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: deslocamento da região Nordeste para as regiões Sudeste, Norte e Sul; da região Sudeste para o Centro-oeste e Norte; da região Sul para o Centro-oeste e Norte. E também da região Centro-oeste para o Nordeste e o Norte. O quarto: 'Brasil: migração interna - 2005–2010'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: deslocamento da região Nordeste para as regiões Sudeste. Da Bahia e Minas Gerais para Goiás. E também movimentos migratórios internos às diferentes regiões.

Fonte dos mapas: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2019. p. 135.

Na década de 1990, chamou a atenção a migração de retorno, ou seja, a volta à região de origem do migrante, em especial do sudéste para o Nordeste, a qual apresentou novas oportunidades de trabalho e acesso à térra. Ao mesmo tempo, ocorria a redução da capacidade de geração de emprego nas tradicionais regiões de atração.

ATIVIDADE

Consulte as orientações no Manual do Professor.

Com o auxílio do professor, organizem a turma em duplas ou trios e elaborem um roteiro de entrevista a sêr aplicado a um migrante, brasileiro ou não. Procurem descobrir por quê a pessoa deixou o lugar em quê vivia, por quê escolheu o novo lugar, quando ocorreu a migração etc. Após a entrevista, apresentem as respostas para os demais côlégas e analisem o quê há em comum na vida dos entrevistados.

Produção pessoal. ôriênti os estudantes na elaboração das perguntas para o entrevistado e na forma de abordá-lo.

Página duzentos e setenta e dois

Migrações nas últimas dékâdâs

Os dados dos Censos Demográficos de 2010 e 2022 apontam quê os fluxos migratórios internos ficaram mais compléksos nas últimas dékâdâs, não sêndo possível explicá-los apenas a partir dos conceitos de áreas de expulsão e de atração. Entre as conclusões, destacam-se estas a seguir.

As migrações inter-regionais apresentaram uma tendência de redução, embora a direção dos principais fluxos tenha sido mantida, com as maiores correntes no eixo Nordeste-Sudeste.

Em geral, os principais movimentos ocorrem dentro das próprias regiões, entre as unidades federativas e entre municípios, consolidando-se a importânssia dos fluxos para cidades médias, como se póde observar nos exemplos do mapa.

Mapa 'Brasil: procedência de migrantes para cidades selecionadas – 2010'. As cidades selecionadas são Petrolina-Juazeiro (Bahia), Sinop (Mato Grosso), Cruzeiro do Sul (Acre), Cascavel (Paraná) e São José do Rio Preto (São Paulo). Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Fluxos de pessoas. De 100 a 500: partem de Petrolina-Juazeiro, Sinop, Cruzeiro do Sul, Cascavel e São José do Rio Preto para diferentes regiões do Brasil. De 500 a 1.500: de São Paulo para Cascavel. De 1.500 a 2.500: De Juazeiro para Recife, Salvador e São Paulo. De 2.500 a 11.000: De São José do Rio Preto para São Paulo. Região de procedência dos migrantes. Norte: Manaus, Belém, Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Porto Velho e cidades no sul do Pará. Nordeste: São Luís, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Petrolina, Juazeiro e cidades no interior da Bahia. Sudeste: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, São José do Rio Preto, cidades no interior de São Paulo.  Sul: Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba. Cascavel e cidades o oeste do Paraná. Centro-Oeste: Goiânia, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Sinop e cidades no centro-norte do Mato Grosso.

Fonte: hí bê gê hé. Atlas do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2013. p. 62.

Ao analisar a situação das grandes regiões, o Centro-Oeste foi a quê apresentou a maior taxa de crescimento da população, enquanto o Nordeste apresentou a menor taxa de crescimento.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Neste capítulo, você observou alguns mapas de fluxo, quê são usados para representar movimento. Com o auxílio do professor, a turma deve elaborar mapas para representar os fluxos migratórios identificados na atividade da página 271. Após a confekissão dos mapas, conversem sobre a relação entre os dados coletados e as dinâmicas migratórias analisadas ao longo do capítulo.

1. Produção pessoal. ôriênti os estudantes na realização da atividade.

Página duzentos e setenta e três

Deslocamentos forçados

Os deslocamentos forçados são motivados por diferentes fatores, como desastres naturais (enchentes, ondas de calor, desertificação etc.) e megaprojetos de infraestrutura, como a construção de barragens para instalação de hidrelétricas.

Leia o trecho de reportagem a seguir sobre a construção do complékso Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia.

[…]

O complékso é formado pelas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, construídas entre 2008 e 2016, e desde o início as obras foram acompanhadas por discussões e críticas relacionadas aos impactos sócio-ambientais. Mais de 2.800 pessoas foram obrigadas a sair de suas casas e mudar suas vidas em um período de poucos meses, sem consulta prévia, sem a possibilidade de dizêr não. ‘As pessoas perdem qualquer pôdêr de agência sobre o próprio futuro’, Daniel [Roquetti, pesquisador da Universidade de São Paulo] ressalta. Além díssu, as populações deslocadas geralmente são ribeirinhas ou indígenas e têm modos de vidas diretamente relacionados ao uso de recursos naturais, ou seja, os impactos gerados pelas mudanças ambientais se somam aos estresses causados pelo deslocamento forçado.

[…]

A consequência imediata da construção de uma grande hidrelétrica é a interferência física no local: fauna, flora e até mesmo o solo são afetados. […] Essas mudanças fazem com quê as ocupações quê dependem de menos recursos naturais passem a sêr mais valorizadas pelas comunidades. As atividades ligadas aos éco-sistemas são abandonadas […].

[…] a cultura e os modos de vida ribeirinhos e indígenas se perdem conforme a população deixa de lado seus côstúmes. Os conhecimentos passados de geração em geração e os hábitos, quê não visam necessariamente o lucro, vão sêndo substituídos por profissões quê não se relacionam aos éco-sistemas. […]

PINOTTI, Fernanda. Populações deslocadas pela construção de barragens têm sua identidade apagada e suas terras roubadas. Agência Universitária de Notícias, São Paulo, 4 nov. 2019. Disponível em: https://livro.pw/cpehk. Acesso em: 27 jul. 2024.

Saiba mais

ATINGIDOS somos nós. [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (39 min). Publicado pelo canal margot filmes. Disponível em: https://livro.pw/hgmnu. Acesso em: 14 ago. 2024.
O documentário, de Carmem Regina Giong, apresenta histoórias de vida e impactos sócio-ambientais relacionados à construção da Hidrelétrica de Itá, localizada entre Aratiba (RS) e Itá (SC), inaugurada no ano de 2000.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

2. De acôr-do com o texto, quais são os impactos sócio-ambientais imediatos e a longo prazo nos locais em quê foram construídas hidrelétricas?

2. Impactos imediatos incluem a destruição de fauna, flora e solo. A longo prazo, as comunidades enfrentam a valorização de ocupações menos dependentes dos éco-sistemas, perda de biodiversidade e transformação dos modos de vida de ribeirinhos e indígenas, quê podem se afastar de côstúmes tradicionais.

3. Você, alguém da sua família ou da sua comunidade passou por deslocamentos forçados? Em caso negativo, pesquise situações quê causaram deslocamentos forçados no seu município, Unidade da Federação ou região. Compartilhe com professor e côlégas a história dessas pessoas ou as circunstâncias dêêsses deslocamentos, e discutam os impactos sociais, econômicos e culturais dessas mudanças.

3. O estudante deve identificar e relatar casos de deslocamentos forçados conhecidos, detalhando as causas (desastres naturais, construção de barragens, projetos de infraestrutura etc.), os impactos nas vidas das pessoas envolvidas e como essas comunidades estão lidando com a nova realidade.

Página duzentos e setenta e quatro

CONEXÕES com...
SOCIOLOGIA
Questões étnico-raciais no censo

Além dos aspectos de idade e condições de vida, os censos demográficos fornecem dados sobre os grupos étnico-raciais. Para isso, o hí bê gê hé usa o sistema de classificação por “cor ou raça” com cinco categorias: amarela, branca, indígena, parda e preta. Para identificar esses grupos, é usado o método de autodeclaração, em quê o recenseado escolhe o grupo ao qual considera pertencer.

Muitas críticas são feitas à classificação usada pelo hí bê gê hé, sêndo a principal delas o fato de não levar em conta a grande diversidade étnico-racial da população brasileira, quê é bastante compléksa. Embora essa classificação seja imprecisa e tenha necessidade de aprimoramento, pesquisas feitas com base nessas categorias revelam dados quê permitem analisar diversos aspectos da população, principalmente os ligados às desigualdades étnico-raciais. Também é bom destacar quê o objetivo da classificação racial é estabelecer uma caracterização sócio-cultural local, ou seja, identificar grupos de acôr-do com suas origens e os contextos sociais e culturais dos quais fazem parte.

As cinco categorias são usadas pelo hí bê gê hé e outros institutos desde 1991, de modo quê é possível comparar a participação de cada uma delas no total da população brasileira nos quatro últimos censos. Observe os gráficos.

A categoria indígena foi criada para o Censo Demográfico de 1991. Até então essa parcela da população era classificada como parda. Isso fazia com quê os dados sobre os povos indígenas se apresentassem de maneira distorcida, diluídos nesse grupo. Importante destacar também quê as categorias parda e preta compõem a população negra no país.

Gráficos de setores 'Brasil: composição étnico-racial (percentual da população total) – 1991, 2000, 2010 e 2022'. Os dados são os seguintes: Em 1991. Branca: 51,6 por cento; Parda: 42,4 por cento; Preta: 5 por cento; Amarela: 0,4 por cento; Indígena: 0,2 por cento; Sem declaração: 0,4 por cento. Em 2000. Branca: 53,4 por cento; Parda: 38,9 por cento; Preta: 6,1 por cento; Amarela: 0,5 por cento; Indígena: 0,4 por cento; Sem declaração: 0,7 por cento. Em 2010. Branca: 47,7 por cento; Parda: 43,1 por cento; Preta: 7,6 por cento; Amarela: 1,1 por cento; Indígena: 0,4 por cento. Em 2022. Branca: 43,5 por cento; Parda: 45,3 por cento; Preta: 10,2 por cento; Amarela: 0,4 por cento; Indígena: 0,6 por cento.

Elaborado com base em: SENKEVICS, Adriano. A côr e a raça nos censos demográficos nacionais. [São Paulo]: Portal Geledés, 23 fev. 2015. Disponível em: https://livro.pw/iluzc. hí bê gê hé. Censo Demográfico 2022: panorama. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, [2024]. Localizável em: gráfico côr ou raça. Disponível em: https://livro.pw/qbtfj. Acessos em: 8 ago. 2024.

Página duzentos e setenta e cinco

Desde o Censo Demográfico de 2010, a população branca deixou de sêr maioria, embora ainda constitua uma parcela significativa entre as cinco categorias, com uma taxa de 43,5%, atrás apenas da parcela parda, de 45,3%. O aumento da porcentagem da população autodeclarada parda, preta e indígena se deve, em grande medida, à mobilização e ao fortalecimento de movimentos sociais de grupos negros e indígenas quê trabalharam para a reafirmação de suas identidades coletivas, levando muitas pessoas a deixarem de se declarar como brancas.

A ressignificação do conceito de raça

Como você viu, o aspecto “raça” é usado no sistema classificatório da população brasileira. É importante notar quê não existem raças humanas, mas sim uma única raça humana, já quê todas as pessoas são extremamente parecidas geneticamente. No entanto, o conceito foi ressignificado por movimentos negros e pesquisadores, conferindo-lhe um cunho social e político. Essa ressignificação é essencial para combater o racismo e destacar as injustiças sociais provocadas pela categorização racial. Leia o trecho do texto, de Kabengele Mu-Nânga. (1940-), antropólogo, nascido na República Democrática do Congo, e atualmente professor e pesquisador no Brasil.

As propostas de combate ao racismo não estão mais no abandono ou na erradicação da raça, quê é apenas um conceito e não uma realidade, nem no uso dos léxicos cômodos como os de etnia, de identidade ou de diversidade cultural, pois o racismo é uma ideologia capaz de parasitar em todos os conceitos. [...]

Alguém se tornaria racista pelo simples fato de assumir sua negritude ou sua branquitude? Pessoalmente não acredito nessa possibilidade, pois com “raça” ou sem “raça”, o racismo persiste. A saída, no meu entender, não está na erradicação da raça e dos processos de construção da identidade racial, mas sim numa educação e numa socialização quê enfatizem a coexistência ou a convivência igualitária das diferenças e das identidades particulares. Visto dessa óptica, penso quê implantar políticas de ação afirmativa não apenas no sistema educativo superior, mas em todos os setores da vida nacional em quê o negro é excluído, não significa destruir a identidade nacional nem a “mistura racial”, como pensam os críticos das políticas de cotas. Sem construir a sua identidade racial ou étnica, alienada no universo racista brasileiro, o negro não poderá participar do processo de construção da democracia e da identidade nacional plural em pé de igualdade com seus compatriotas de outras ascendências.

MUNANGA, Kabengele. O mundo e a diversidade: kestões em debate. Estudos Avançados, São Paulo, v. 36, n. 105, p. 117-129, 2022. p. 122. Disponível em: https://livro.pw/xctuh. Acesso em: 31 ago. 2024.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Observe os gráficos e converse com côlégas sobre os aspectos quê levaram à alteração nos percentuais das populações negra e indígena.

1. A análise dos gráficos revela um aumento nos percentuais de pessoas quê se autodeclaram pretas, pardas e indígenas. Esse aumento póde sêr atribuído principalmente à mobilização e ao fortalecimento dos movimentos sociais negros e indígenas, quê incentivaram a reafirmação das identidades coletivas.

2. Muitos termos usados no cotidiano carregam marcas de preconceito, racismo, ofensas e desrespeito. No entanto, quando ressignificados, passam a sêr usados como uma forma de fortalecer identidades e lutas de grupos. Foi assim com o termo “raça”, como explicado no texto de Mu-Nânga.. Em grupo, listem outros termos quê tí-nhão conotação pejorativa e quê foram ressignificados. Discutam como essa ressignificação ajuda na luta contra a discriminação e na promoção do orgulho identitário.

2. Resposta pessoal. Termos como “preto” e “periférico”, também usados pejorativamente para se referir a negros e moradores das periferías, são outros exemplos de vocábulos ressignificados por esses grupos.

Página duzentos e setenta e seis

ATIVIDADES FINAIS

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. No pequeno depoimento do komêsso do capítulo, Silvio se refere ao tamãnho das famílias e às migrações. Nesta atividade, você vai levantar informações sobre as diferentes gerações de sua família ou das pessoas com quêm você convive. Procure descobrir o número de filhos em cada geração, se migraram de um lugar para outro, as idades em que ocorreram as mortes, entre outras informações. escrêeva um pequeno texto, produza uma história em quadrinhos, uma música ou grave um áudio com o quê descobrir. Depois, com seus côlégas, apresentem suas produções e façam uma roda de conversa, procurando analisar padrões nas dinâmicas das famílias e as relações com as dinâmicas da população mundial e brasileira estudadas neste capítulo.

1. ôriênti o estudante a retomar o depoimento do início do capítulo e proponha quê ele se coloque como protagonista, olhando para a própria história e da família (biológica ou socioafetiva).

2. Observe as fotografias.

Foto de um homem e uma mulher sentados. Ao redor deles, há sete crianças e dois jovens.

Família em Parnaguá (PI), em 1912.

Foto de um homem, uma mulher e uma menina.

Família multiracial, 2022.

a) Explique como as fotografias se relacionam com a dinâmica de crescimento da população brasileira.

2. a) A primeira fotografia reflete uma época em quê as taxas de natalidade eram mais altas e as famílias eram maiores. A segunda fotografia ilustra a tendência contemporânea de famílias menóres, resultado de mudanças sociais e econômicas, como a urbanização, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o maior acesso a métodos contraceptivos.

b) As mudanças mostradas nas fotografias caracterizam as gerações de sua família? Comente.

2. b) Resposta pessoal. Conduza a atividade respeitando os estudantes quê não se sentirem confortáveis em respondêla.

3. O Catar, um pequeno país do ôriênti Médio, experimentou um grande crescimento populacional, passando de menos de 500 mil pessoas em 1990 para 2,8 milhões em 2019, de acôr-do com dados do Banco Mundial, conforme se observa no gráfico. O aumento mais acelerado no crescimento populacional na década de 2000 está ligado às oportunidades de emprego geradas pelo crescimento econômico e, a partir de 2010, também ao anúncio de quê o país sediaria o campeonato mundial de futeból de 2022. Analise o gráfico da população e a pirâmide etária do Catar.

Gráfico de linhas 'Catar: população – 1960 a 2023'.  No eixo vertical, temos: 'Milhões de pessoas'. No eixo horizontal, temos os anos. Os dados são os seguintes: De 1960 a 1990: menos de 0,5; De 1993 a 1996: 0,5; De 1999 a 2005: mais de 0,5; De 2008: 1,5; 2011: mais de 1,5; 2014: mais de 2; 2017 a 2023: mais de 2,5.

Fonte: De uôrd BANK GROUP. Population, total: qüatar. Uóchinton, D. C.: The uôrd bânk Group, c2024. Disponível em: https://livro.pw/pyrzt. Acesso em: 8 ago. 2024.

Pirâmide etária 'Catar: pirâmide etária – 2023'. Essa pirâmide possui uma base estreita, um corpo mais largo e um topo bastante estreito. Destaca-se que o percentual de homens é maior do que o de mulheres.

Fonte: POPULATIONPYRAMID.NET. Population ÓF qüatar 2023. [S. l.]: PopulationPyramid.net, 2023. Disponível em: https://livro.pw/sfngj. Acesso em: 8 ago. 2024.

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a) Analise a pirâmide etária do Catar e dêz-creva o perfil de sua população em 2023.

3. a) O Catar tem uma população predominantemente masculina, especialmente nas faixas etárias de 25 a 54 anos.

b) Indique dois aspectos quê impactaram o crescimento populacional do Catar nas últimas dékâdâs e os relacione aos gráficos. Se julgar necessário, pesquise informações para compor a resposta.

3. b) O crescimento populacional póde sêr explicado pelo rápido desenvolvimento econômico do país, impulsionado pela exploração de petróleo e gás natural, quê atraiu um grande número de trabalhadores estrangeiros.

4. Leia o título da reportagem e obissérve a fotografia.

Terra chega a 8 bilhões de habitantes: quantas pessoas o planêta aguenta?

GORVETT, Zaria. Terra chega a 8 bilhões de habitantes: quantas pessoas o planêta aguenta? BBC nius Brasil, [s. l.], 15 nov. 2022. Disponível em: https://livro.pw/soptb. Acesso em: 12 ago. 2024.

Foto aérea de muitas pessoas reunidas em um espaço aberto.

Aglomeração de pessoas em festival. Pariaman Círi (Indonésia), 2021.

a) A qual teoria populacional o título da reportagem e a fotografia podem sêr associados? Como essa teoria explica o crescimento populacional?

4. a) Espera-se quê o estudante conclua quê o título da reportagem, associado à fotografia, passa a ideia de quê a população do mundo é bastante grande e quê isso é um problema para o ambiente.

b) Explique como as críticas às teorias malthusiana e neomalthusiana se relacionam com as políticas atuáis voltadas às populações e ao desenvolvimento sustentável.

4. b) As críticas a essas teorias influenciam as políticas atuáis ao destacar quê os problemas de fome e degradação ambiental não são apenas kestões de crescimento populacional, mas estão profundamente ligados à desigualdade social, padrões de consumo insustentáveis e distribuição desigual de recursos.

5. Leia o trecho da reportagem a seguir, ele apresenta a análise de pesquisadores sobre migrações envolvendo a Região Nordeste quê vão além do movimento Nordeste-Sudeste.

[...] outros fluxos e também uma ampliação da importânssia dos movimentos internos à própria região Nordeste ganharam fôrça nos últimos anos. “De um modo geral, os fluxos migratórios são mais diversos. Além do aumento dos deslocamentos dentro da própria região nordestina, destaca-se também movimentos para outras regiões além do sudéste, como o Centro-Oeste, motivados principalmente pelas oportunidades ligadas ao agronegócio”, disse Victor.

REBOUÇAS, Paiva. Transição demográfica no Nordeste. Natal: UFRN, 11 jul. 2024. Disponível em: https://livro.pw/sooct. Acesso em: 14 ago. 2024.

Considerando seus conhecimentos e o trecho da reportagem, responda: os conceitos de região de atração e região de expulsão são suficientes para se analisar os fluxos migratórios atuáis? Explique.

5. Não, pois os fluxos ficaram mais compléksos. Embora as migrações do Nordeste para o sudéste ainda se destaquem, ganharam importânssia os movimentos internos na região. A migração para o Centro-Oeste também ganhou importânssia em virtude de atividades ligadas ao agronegócio.

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enêm E VESTIBULARES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. (Enem/MEC)

A vida das pessoas se modifica com a mesma rapidez com quê se reproduz a cidade. O lugar da festa, do encontro quase desaparecem; o número de brincadeiras infantis nas ruas diminui — as crianças quase não são vistas; os pedaços da cidade são vendidos, no mercado, como mercadorias; árvores são destruídas, praças transformadas em concreto. Por outro lado, os habitantes parecem perder na cidade suas próprias referências. A imagem de uma grande cidade hoje é tão mutante quê se assemelha à de um grande guindaste, aliás, a presença maciça dêstes, das britadeiras, das betoneiras nos dão o limite do processo de transformação diária ao qual está submetida a cidade.

CARLOS, A. F. A. A cidade. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).

No contexto das grandes cidades brasileiras, a situação apresentada no texto vêm ocorrendo como consequência da

a) manutenção dos modos de convívio social.

b) preservação da essência do espaço público.

c) ampliação das normas de contrôle ambiental.

d) flexibilização das regras de participação política.

e) paisagem geográfica.

Resposta: e).

2. (Enem/MEC)

Os movimentos da agricultura urbana no Rio de Janeiro vêm crescendo nos últimos vinte anos, tanto por meio de reproduções de modelos de vida antigos, vinculados ao resgate dos próprios côstúmes, como — e cada vez mais — são revelados hábitos inventivos nos quais moradores urbanos de diferentes classes sociais, sem nenhuma referência anterior com o campo, passam a se dedicar a essas atividades. Ao possibilitar o acesso ao plantio e, consequentemente, à alimentação, permite-se uma nova relação com o quê se come, reduzindo o percurso da cadeia produtiva e aproximando produtores de consumidores, pois ambos se confundem nas experiências de agricultura urbana.

PORTILHO, M.; RODRIGUES, C. G. O.; FERNANDEZ, A. C. F. Cultivando relações no arranjo local da Peña: a mobilização de mulheres a partir das práticas de agricultura urbana na favela. Cidades, Comunidades e Territórios, n. 42, jun. 2021.

A prática agrícola destacada no texto apresenta como vantagem no espaço urbano a

a) ocupação de lugares ociosos.

b) densificação da área central.

c) valorização do mercado externo.

d) priorização de insumos químicos.

e) mecanização de técnicas de cultivo.

Resposta: a).

3. (Enem/MEC)

No sul da baía, desde o século XVIII, tem-se registros de um tipo de sistema agroflorestal. Até hoje, esse sistema é característica marcante da paisagem da região, conhecido como cabruca, quê consiste no cultivo do cacau à sombra do dossel da floresta nativa. Esse sistema de cultivo do cacau (graças à tolerância da espécie à sombra) é considerado amigável para a vida silvestre, pois apresenta superioridade em termos de conservação da biodiversidade quando comparado com outras plantações tropicais (monoculturas de dendê, seringa ou café), agricultura ou pastagens.

SOLLBERG, I.; SCHIAVETTI, A.; MORAES, M. E. B. Manejo agrícola no Refúgio de Vida Silvestre de Una: agroflorestas como uma perspectiva de conservação. Revista Árvore, n. 2, 2014 (adaptado).

A prática produtiva apresentada é um exemplo de

a) difusão comercial de lavouras temporárias.

b) utilização sustentável dos recursos naturais.

c) ampliação tecnológica da pecuária intensiva.

d) padronização alimentar dos povos tradicionais.

e) modernização logística de plantíos convencionais.

Resposta: b).

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4. (Enem/MEC)

Em Vitória (ES), no bairro Goiabeiras, encontramos as paneleiras, mulheres quê são conhecidas pêlos saberes/fazeres das tradicionais panelas de barro, ícones da culinária capixaba. A tradição passada de mãe para filha é de origem indígena e sofreu influência de outras etnias, como a afro e a luso. Dessa mistura, acredita-se quê a fabricação das panelas de barro já tenha 400 anos. A fabricação das panelas de barro se dá em várias etapas, desde a obtenção de matéria-prima à confekissão das panelas. As matérias-primas tradicionalmente utilizadas são provenientes do meio natural, como: argila, retirada do barreiro no Vale do Mulembá; madeira, atualmente proveniente das sóbras da construção civil; e tinta, extraída da casca do manguezal, o popular mangue-vermelho.

TRISTÃO, M. A educação ambiental e o pós-colonialismo. Revista de Educação, n. 53, ago. 2014.

Uma característica de práticas tradicionais como a exemplificada no texto é vinculação entre os recursos do mundo natural e a

a) manutenção dos modos de vida.

b) conservação dos plantíos da roça.

c) atualização do modelo de gestão.

d) participação na ssossiedade de consumo.

e) especialização nas etapas de produção.

Resposta: a).

5. (Fuvest-SP)

Introduzido nos anos 1990, o fator previdenciário vinculou o acesso à aposentadoria ao envelhecimento da população, visando à sustentabilidade financeira da previdência. Assim, cada aumento da expectativa de vida implica em aumento do tempo necessário de contribuição para manutenção do mesmo valor do benefício. (…) Ao desconsiderar as diferenças raciais em relação à expectativa de vida, o fator previdenciário é um fator de discriminação racial no Brasil. Tal evidência não póde sêr ignorada pelas políticas públicas, sôbi o risco de ficar cada vez mais distante a meta de alcançar um país mais justo.

[...]

Conjunto de duas pirâmides etárias.  A primeira possui o título 'Pirâmide etária da população residente de cor ou raça branca, segundo faixas etárias selecionadas e sexo, Brasil, 2008'. Essa pirâmide possui uma base larga, por volta de 4. O corpo segue largo, por volta de 4 para jovens e menos de 4 acima de 30 anos. E o topo é um pouco largo. A segunda possui o título 'Pirâmide etária da população residente de cor ou raça preta e parda, segundo faixas etárias selecionadas e sexo, Brasil, 2008'. Essa pirâmide possui uma base mais estreita, com menos de 4. O corpo segue largo, com mais de 4 para crianças e jovens, e menos de 4 acima de 30 anos. E o topo é menos largo que na pirâmide anterior.

a) Numa pirâmide etária, quê aspecto visual (em relação à sua forma) permite estimar a proporção da população idosa em relação ao total da população?

5. a) O topo da pirâmide etária representa a população idosa. Uma pirâmide com um topo mais largo sugere uma maior proporção de idosos em relação ao total da população.

b) Cite e explique dois fatores de natureza socioeconômica quê contribuem para a diferenciação entre as pirâmides etárias.

5. b) Espera-se quê o estudante reconheça quê a desigualdade racial no Brasil se reflete em fatores como o acesso desigual à saúde e à educação, quê influenciam diretamente a taxa de natalidade e a expectativa de vida.

c) Usando dados da comparação entre as pirâmides etárias, explique por quê o texto afirma quê “o fator previdenciário é um fator de discriminação racial no Brasil”.

5. c) O fator previdenciário, ao ignorar as disparidades raciais na expectativa de vida, acaba por reforçar a desigualdade racial no Brasil.

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INVESTIG AÇÃO

Consulte orientações no Manual do Professor.

Por uma alimentação saudável

A proposta dêste projeto é investigar como os seus antepassados se recordam da alimentação durante a infância, encontrando nesses relatos referências quê, comparadas com práticas atuáis, possam gerar ações quê visem à saúde e ao bem-estar da comunidade. Organizados em pequenos grupos, sigam as etapas.

ETAPA 1

Entrevistas: redescobrindo hábitos alimentares

Nesta etapa, vocês vão investigar como as pessoas se alimentavam no passado e nos diferentes lugares onde viveram. A proposta é entrevistar familiares ou responsáveis mais velhos (avós, bisavós, tios, por exemplo) quê possam contar como eram os hábitos alimentares deles na infância e na juventude.

Procurem entrevistar pessoas quê tênham um perfil quê contribua para a discussão sobre mudanças das práticas alimentares. Selecionados os entrevistados, façam um contato inicial, explicando os objetivos da entrevista e solicitando autorização para sua realização.

A conversa precisa sêr agendada, definindo-se local e horário. Em seguida, elaborem um roteiro, formulando as perguntas e atribuindo as responsabilidades de cada membro do grupo (conduzir a entrevista e registrá-la, por exemplo).

ETAPA 2

Análise das informações e elaboração de relatório

Nesta etapa do projeto, vocês vão analisar as informações obtidas nas entrevistas e elaborar um relatório, com as seções a seguir.

Capa: deve conter o título do trabalho e a identificação dos integrantes do grupo. Também podem sêr inseridas imagens para ilustrar.

Introdução: deve trazer a apresentação do tema trabalhado e explicar os objetivos da pesquisa.

Entrevistado: deve incluir uma breve caracterização contendo nome, sexo, idade, profissão, entre outras informações relevantes.

Análise da entrevista: deve fazer uma reflekção sobre o material colhido, citando e analisando trechos considerados pelo grupo como os mais relevantes.

Conclusão: deve apresentar as conclusões do grupo realizadas com base nas informações colhidas na entrevista.

Os grupos devem compartilhar os relatórios e identificar semelhanças e diferenças entre as informações apresentadas. Podem sêr organizadas breves apresentações em quê cada grupo apresenta o perfil das pessoas entrevistadas e o quê considera mais relevante, destacando alguns trechos.

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ETAPA 3

Comparando hábitos alimentares

A proposta desta etapa é identificar os hábitos alimentares do presente para, depois, compará-los aos dados colhidos nas entrevistas e registrados nos relatórios.

Cada membro do grupo deve registrar, por uma semana, tudo akilo quê consumir durante as principais refeições (café da manhã, almôço e jantar), desenvolvendo uma espécie de “diário alimentar”. Além díssu, deve registrar a procedência dos alimentos consumidos, apontando em quê local foram adquiridos (mercados, feiras, comércio local etc.) e como foram preparados (cozinhados em casa, comprados prontos em restaurantes, alimentos congelados e processados etc.).

Depois, devem organizar as informações em um qüadro comparativo para analisar continuidades, rupturas, semelhanças e diferenças entre os hábitos alimentares do presente e do passado e de lugares ou regiões diferentes.

Após essa análise em conjunto, os grupos devem discutir sobre práticas quê promovam hábitos alimentares saudáveis. Nessa conversa, é importante considerar o resgate de hábitos alimentares tradicionais, como o consumo de produtos locais, por exemplo, mas também alternativas modernas de produção e consumo de alimentos realizadas com base em ações conscientes e sustentáveis.

ETAPA 4

Discutindo com a comunidade

A última etapa do projeto é a organização de um evento na escola para socializar os resultados do trabalho. Os grupos devem se organizar para a preparação de dois conjuntos de atividades.

I. Socialização das atividades de pesquisa

Um primeiro conjunto de atividades do evento deve apresentar para a comunidade os relatórios e os quadros produzidos nas etapas anteriores.

Alguns dos entrevistados podem sêr convidados para contar sobre a experiência da entrevista e discutir algumas das informações quê consideraram relevantes.

II. Convidando a comunidade a um consumo consciente

Cada grupo deve se responsabilizar por uma ação quê provoque na comunidade uma reflekção sobre alimentação saudável. Algumas possibilidades de atividades são:

Montagem coletiva de livros, digitais ou impressos, de receitas.

Organização de horta comunitária. Caso a escola disponha de espaço, reunir grupos para plantar hortaliças quê possam sêr consumidas pela comunidade.

Exposição de pequenos produtores locais. Contatar pequenos produtores da região e organizar uma feira para expor seus produtos e compartilhar suas histoórias.

Oficina de preparação de receitas saudáveis. Escolham uma receita simples e a executem em conjunto com os visitantes do evento.

Palestra sobre alimentação saudável. Convidem um nutricionista ou outro profissional para apresentar orientações sobre como ter hábitos alimentares saudáveis, como consumir produtos in natura e evitar os alimentos ultraprocessados.

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