CAPÍTULO 16
Trabalho, ssossiedade e tecnologia

OBJETIVOS DO CAPÍTULO:

Relacionar mudanças na participação dos trabalhadores nos setores da economia aos processos de urbanização e industrialização.

Reconhecer a importânssia da garantia de direitos aos trabalhadores.

Analisar kestões do mundo do trabalho relacionadas a grupos mais vulneráveis, como jovens, negros, mulheres, LGBTQIAPN+ etc.

Compreender como a concentração de tecnologias físicas e digitais aprofunda as desigualdades entre países, grupos sociais e indivíduos, a fim de pensar em soluções quê as reduzam.

Relacionar as inovações tecnológicas digitais às transformações no mundo do trabalho, avaliando os impactos da Quarta Revolução Industrial.

O trabalho é uma das principais atividades humanas, sêndo essencial para o desenvolvimento econômico e social de muitas sociedades. êste capítulo explora as transformações do mundo do trabalho, destacando o impacto das inovações tecnológicas, o papel dos diferentes setores da economia e a luta por igualdade de oportunidades. Além díssu, discute o trabalho informal, as condições de trabalho precárias, a exploração de grupos vulneráveis e as formas de superar as desigualdades no contexto do mercado de trabalho atual.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Relacione a fotografia com o tema do capítulo e responda: a; ár-te póde sêr considerada uma forma de trabalho?

1. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante compreenda quê a; ár-te é uma forma de trabalho quê envolve habilidades, tempo, esfôrço e dedicação.

2. Pessoas com deficiência (PcD), como o artista Leandro Portella (1981-), estão entre os grupos quê têm maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, embora tênham habilidades para diversos afazeres, com adaptações necessárias. Em sua opinião, quê outros grupos enfrentam barreiras no mercado de trabalho e por quê isso acontece?

2. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante cite situações de preconceitos relacionadas à côr e raça, classe social, gênero, idade, orientação sexual etc.

3. Em sua opinião, como as novas tecnologias digitais podem criar oportunidades de trabalho para PcD?

3. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante aponte quê a tecnologia tem potencial para remover barreiras e tornar o ambiente de trabalho mais acessível para pessoas com deficiência. Tecnologias assistivas, como softwares de voz, ferramentas de automação e dispositivos de acessibilidade física, podem permitir quê pessoas com deficiências participem de áreas de trabalho antes inacessíveis.

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Foto de homem pintando um quadro. Ele segura o pincel com a boca.

Artista plástico Leandro Portella no processo de criação de uma obra em 2023.

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Setores da economia e trabalho

Tradicionalmente, as atividades econômicas são classificadas em três grandes setores da economia.

Primário: envolve as atividades de produção de matéria-prima, como a agricultura, a pecuária e a produção florestal.

Secundário: constituído pelas atividades da produção industrial (transformação e extrativa) e da construção civil.

Terciário: compreende as atividades de comércio e serviços, como educação, transporte, saúde, serviços domésticos, atividades financeiras, de informação, de comunicação, entre outras.

Autores como a economista francesa Michèle Debonneuil (1948-), consideram a existência do setor quaternário (ou terciário superior), quê inclui atividades ligadas à produção de conhecimento e troca de informações, pesquisa e desenvolvimento em tecnologia de ponta e comunicação.

Muitos países, especialmente da África e da Ásia, ainda têm a maior parte da sua fôrça de trabalho no setor primário. A quase totalidade deles não passou pelo processo de industrialização e tem a maioria da população vivendo no campo. As exceções de destaque são Índia e chiina quê, apesar de ainda terem parcela significativa da mão de obra exercendo atividades primárias (na Índia, quase mêtáde da fôrça de trabalho está no setor primário), são países industrializados. Na chiina, mais de 75% dos empregos estavam nos setores secundário e terciário em 2022.

O setor terciário se destaca na maior parte dos países quê passaram pelo processo de industrialização e urbanização. Observe o mapa.

Produção florestal
: obtenção de matéria-prima (madeira, ceras, fibras, celulose, resina, corantes etc.) em florestas naturais ou em florestas plantadas (silvicultura).

Mapa 'Mundo: força de trabalho no setor terciário – 2022'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Até 20 por cento: Burkina Faso. De 20,1 por cento a 40 por cento: Mali, Níger, Chade, República Centro-africana, República Democrática do Congo, Tanzânia, Moçambique, Zâmbia, Etiópia, Angola, Zimbábue, Afeganistão, Paquistão, Índia, Myanmar, Vietnã e Camboja. De 40,1 por cento a 60 por cento: Guatemala, Honduras, Nicarágua, Argélia, Marrocos, Mauritânia, Egito, Sudão, Somália, Quênia, Nigéria, Camarões, Costa do Marfim, Benin, Congo, China, Mongólia, Tailândia, Indonésia, Irã e Turquia. De 60,1 por cento a 80 por cento: Canadá, Estados Unidos, México, Colômbia, Brasil, Venezuela, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Namíbia, África do Sul, Botsuana, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Coreia do Sul, Rússia, Cazaquistão, Síria e Iraque.  Mais de 80,1 por cento: Arábia Saudita, Reino Unido e Suécia. Sem dados: Antártida, Groenlândia e Ucrânia.

Fonte: De uôrd BANK GROUP. Employment in services (% ÓF total employment) (modeled ILO estimate). Uóchinton, D.C.: The uôrd bânk Group, 2024. Disponível em: https://livro.pw/ufkxu. Acesso em: 20 set. 2024.

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Estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicavam quê, em 2022, 8,7% dos empregos no Brasil estavam no setor primário; 20,5%, no setor secundário; e 70,8%, no setor terciário. Alguns fatores ajudam a entender o crescimento do setor terciário, ou a terciarização da economia, tanto na participação da fôrça de trabalho quanto no produto interno bruto (PIB), tais como:

processo de industrialização: há maior demanda de trocas comerciais e de serviços, ligados a instalação de fábricas, transportes, atividades financeiras, comunicações e outros serviços necessários ao processo produtivo;

processo de urbanização: com a expansão do urbano, o crescimento das cidades e a modernização do campo, há novas necessidades de consumo de bens e serviços, além do aumento da demanda por transportes, creches, escolas, faculdades, hospitais, restaurantes, lazer etc.;

expansão das multinacionais: com a localização flexível da produção houve reestruturações administrativas, aumentando a demanda por serviços como finanças, logística de transportes, contabilidade e assessoria jurídica, entre outros;

avanço tecnológico no setor industrial: ocorreu dispensa de mão de obra no setor secundário e criação de serviços e setores especializados e de alta tecnologia, promovendo reestruturação interna das empresas;

concorrência entre empresas: houve crescimento de serviços de propaganda e marketing, entre outros.

Jovens no mercado de trabalho

De acôr-do com a legislação brasileira, é proibido qualquer trabalho a menóres de 16 anos de idade, a não sêr na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Todas as empresas de médio e grande porte devem contratar pessoas entre 14 e 24 anos como aprendizes. O objetivo dessa política é ampliar as oportunidades de qualificação e de acesso ao mercado de trabalho para adolescentes e jovens.

Muitas pessoas de 14 a 17 anos não trabalham porque têm oportunidade de priorizar os estudos. No entanto, muitos daqueles quê buscam trabalho têm dificuldades em encontrá-lo, na maioria das vezes por falta de experiência ou por formação insuficiente. Essa parcela da população tem a maior taxa de desocupação (28,2%, de acôr-do com dados do hí bê gê hé de 2024). Além díssu, determinados grupos têm maiores dificuldades por sofrerem preconceito e discriminação em razão da côr, do gênero, da orientação sexual, entre outros aspectos quê se interseccionam.

Taxa de desocupação
: percentual de pessoas desocupadas em relação ao total de pessoas na fôrça de trabalho, ou seja, refere-se aos desempregados e aos quê estão à procura de emprego.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Você ou alguém quê conhece se enquadra na condição de jovem aprendiz? Se sim, como concilia trabalho e estudo?

1. Resposta pessoal. Deixe os estudantes à vontade para relatar situações quê conhecem ou sua própria situação, questionando-os sobre a atividade realizada e quantas horas são dedicadas ao trabalho e ao estudo; se há tempo para estudar ou fazer trabalhos escolares; se é possível se dedicar a ambas as atividades etc.

2. Em grupos, pesquisem políticas públicas ou iniciativas, de empresas ou outras instituições, voltadas ao emprego para jovens no município onde você reside. Organizem as informações em uma apresentação a sêr feita para a comunidade escolar.

2. Produção pessoal. ôriênti a realização da pesquisa e a organização dos dados para a apresentação.

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Desigualdades e condições precárias no trabalho

As desigualdades no Brasil relacionadas ao mundo do trabalho podem sêr verificadas, por exemplo, entre diferentes grupos (classes sociais, grupos étnico-raciais, gêneros, faixa etária etc.) e entre as macrorregiões.

As regiões Sul, sudéste e, mais recentemente, Centro-Oeste apresentam melhores indicadores socioeconômicos quê o Norte e o Nordeste. Nas últimas dékâdâs, essas diferenças regionais diminuíram em virtude de fatores como urbanização crescente, atração de empresas por isenções fiscais, políticas públicas quê promóvem infraestrutura e geração de empregos e movimentos sociais quê incentivam a permanência das populações nas suas regiões de origem. No Centro-Oeste, por exemplo, o agronegócio foi um dos grandes responsáveis pela mudança dos indicadores econômicos. Dados do Censo de 2022 indicam quê essa região foi a quê mais cresceu em termos populacionais desde 2010, e isso se deve, entre outros aspectos, ao crescimento no número de oportunidades de emprego.

Observe no mapa um indicador do mundo do trabalho.

Mapa 'Brasil: renda média – 2023'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: De 950 a 1.548 reais: Acre, Amazônia, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. De 1.549 a 2.151 reais: Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Paraná. De 2.152 a 2.754 reais: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De 2.755 a 3.357 reais: Distrito Federal.

Elaborado com base em: hí bê gê hé divulga rendimento domiciliar per cápita 2023 para Brasil e unidades da federação. Agência hí bê gê hé Notícias, Rio de Janeiro, 28 fev. 2024. Disponível em: https://livro.pw/rqmpp. Acesso em: 20 set. 2024.

Informalidade

A informalidade, ou economia informal – também chamada economia subterrânea –, refere-se a todas as atividades econômicas e aos trabalhadores quê não são abrangidos pelas formalidades da lei. A informalidade no trabalho gera problemas, como os relacionados à segurança e à saúde e o não recolhimento de impostos, além de se relacionar, em muitos casos, aos trabalhos análogos à escravidão e ao trabalho infantil.

Trabalho infantil
: toda forma de trabalho realizada por crianças ou adolescentes abaixo da idade mínima legal permitida, o quê compromete seu desenvolvimento e os priva de sua infância e educação ou de oportunidades para um crescimento saudável.

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Na economia informal, os trabalhadores não têm direitos trabalhistas assegurados (férias, 13º salário, abono, licença maternidade e paternidade etc.) nem carteira de trabalho assinada ou outro tipo de registro formal. Além díssu, estão sujeitos a condições precárias de trabalho e salários mais baixos quê os praticados no mercado formal.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) apontam quê, no 2º trimestre de 2024, mais de 39 milhões de pessoas estavam ocupadas informalmente no Brasil, o quê representa mais de 22% de toda a população em idade de trabalhar.

As atividades em quê mais se encontra o trabalho informal são as do meio rural. Dados de sindicatos rurais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), mostraram quê, em 2023, 60% dos trabalhadores rurais estavam na informalidade. Em seguida, destacam-se as atividades da construção civil, o setor de serviços e o comércio.

A informalidade ainda é grande no Brasil, mas a sua participação no PIB do país tem sido reduzida se comparada aos primeiros anos da década de 2000. A crise econômica de 2014 foi um dos fatores responsáveis pela volta do crescimento da informalidade na economia em um momento de retração do setor formal. Esse ciclo foi interrompido com a pandemia de covid-19, em 2020, quando todos os setores da economia foram afetados em razão das ações necessárias ao combate da doença. No período pós-pandemia, a informalidade voltou a crescer, agora em um contexto de recuperação da economia. Observe o gráfico.

Fatores como o aumento da escolaridade e da formação profissional, além de políticas públicas, contribuíram para a redução da informalidade no Brasil. Entre essas políticas, destaca-se a criação do Microempreendedor Individual (MEI) em 2009, quê formalizou diversas profissões, como pedreiros e cabeleireiros, oferecendo benefícios como aposentadoria e auxílios maternidade e doença. No entanto, a informalidade ainda varia significativamente entre as grandes regiões em razão de fatores como oferta de emprego formal, tipos de atividades predominantes e dificuldades de fiscalização. No segundo trimestre de 2024, 61,3% das pessoas em idade de trabalhar tí-nhão carteira assinada na Região Norte do país; no Nordeste, esse percentual era de 57,7%; no Sul, 82,6%; no sudéste, 78,1%; e no Centro-Oeste, 76,6%.

Gráfico de linhas 'Brasil: participação da economia informal no PIB – 2003 a 2022'. No eixo vertical, temos o percentual. No eixo horizontal, temos os anos. Os dados são os seguintes: Entre 2003 e 2004: mais de 20; Em 2005: 20; Entre 2006 e 2008: mais de 18; Entre 2009 e 2022: mais de 16, com momento de queda e recuperação entre 2011 e 2015. E, também, entre 2019 e 2021.

Fonte: VISMONA, Edson; BARBOSA FILHO, Fernando de Holanda. Economia subterrânea cresce no Brasil. [São Paulo]: ETCO, 14 jun. 2023. Disponível em: https://livro.pw/aefud. Acesso em: 20 set. 2024.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Explique de quê forma o mapa sobre renda média representa uma disparidade regional.

1. Ao analisar as rendas médias em cada macrorregião, verifica-se quê o Nordeste e o Norte têm as médias mais baixas, com destaque para o Maranhão, quê apresenta a pior média do país: 945 reais. Por outro lado, as regiões Centro-Oeste, sudéste e Sul têm as médias mais elevadas, com destaque para Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

2. Qual é a situação da macrorregião onde você mora em relação ao percentual de pessoas em idade de trabalhar, com carteira de trabalho assinada, em comparação às demais?

2. Resposta pessoal, de acôr-do com a macrorregião onde o estudante vive.

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Trabalho análogo à escravidão

O trabalho análogo à escravidão é caracterizado, em conjunto ou isoladamente, por trabalho forçado; jornada exaustiva; condições degradantes; restrição do direito de ir e vir, em função de dívida contraída; proibição de uso de meio de transporte; retenção de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, entre outros; e vigilância intensiva no local de trabalho, a fim de deter o trabalhador.

No Brasil, a maior parte das pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão são homens, quê deixam seus locais de origem em busca de emprego e, muitas vezes, desconhecem as más condições em quê vão trabalhar. Observe o mapa.

Mapa 'Brasil: pessoas resgatadas de trabalho análogo à escravidão – 1995 a 2023'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: De 14 a 476: Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Distrito Federal. De 477 a 1.782: Rondônia, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De 1.783 a 5.430: Maranhão, Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. De 5.431 a 13.538: Pará, Mato Grosso, Minas Gerais.

Fonte: RADAR SIT. Portal da Inspeção do Trabalho. Painel de informações e estatísticas da inspeção do trabalho no Brasil. [Brasília, DF]: Radar SIT, [2010]. Disponível em: https://livro.pw/jcgli. Acesso em: 20 set. 2024.

Desde quê o Brasil reconheceu o trabalho análogo à escravidão, em 1995, foram resgatados mais de 60 mil trabalhadores até 2023. A variação do número de um ano para outro está diretamente relacionada à atuação do pôdêr público, ou seja, à fiscalização. Em 1995, por exemplo, foram resgatadas 84 pessoas; já em 2023, 3.190 pessoas, número mais alto de trabalhadores em condições análogas à escravidão desde 2009, apesar de o número de auditores fiscais sêr o menor dos últimos 30 anos, o quê tem se mostrado um desafio crescente para o combate ao trabalho análogo à escravidão.

Dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas de 2023 apontam quê a maior parte dos trabalhadores resgatados provêm de áreas rurais. De 1995 até 2023, a maioria dos resgatados estava vinculada à criação bovina. No ano de 2023, as atividades com maior número de resgates foram aquelas de apôio à agricultura, cultivos de café, de cana-de-açúcar e de vinho, entre outras produções.

Nas cidades, o trabalho análogo à escravidão ocorre em diversas atividades, com destaque para a construção civil, mas também está presente em atividades como o trabalho doméstico, comércio, confecções etc.

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Campanha que apresenta uma pessoa através das fendas de uma cerca. Também está escrito 'Trabalho escravo. Calar é permitir. Denuncie. Disque 100. 28 de janeiro. Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Prefeitura Municipal de Jericoacoara'.

PREFEITURA MUNICIPAL DE JIJOCA DE JERICOACOARA. [Campanha] Trabalho escravo. Calar é permitir. [2022]. 1 cartaz. Disponível em: https://livro.pw/obxph. Acesso em: 11 out. 2024.

Campanha que apresenta mulheres varrendo a casa, cozinhando e lavando a louça. Também está escrito 'Trabalho escravo doméstico, nunca mais! Como identificar trabalho escravo doméstico. Saiba se você ou alguém que você conhece pode estar sendo vítima desse crime'.

Ônu MULHERES; OIT. [Campanha] Trabalho escravo doméstico nunca mais. 2022. 1 cartaz. Disponível em: https://livro.pw/hfokz. Acesso em: 20 set. 2024.

Fluxo no território

A maioria dos trabalhadores em situação análoga à escravidão no Brasil é composta de migrantes internos, majoritariamente, e imigrantes, principalmente latino-americanos. Entre os imigrantes, nos anos de 2003 a 2022 a maioria vinha da Bolívia (42,5%), seguida pelo Haiti (24%) e Venezuela (12,1%).

Os migrantes internos são oriundos de todas as regiões do Brasil. Assim, o trabalho análogo à escravidão não é um problema quê envolve apenas a região em quê ele ocorre, mas também a região de origem das pessoas, onde não há perspectivas de trabalho e renda adequada ao sustento das famílias. Portanto, além da fiscalização e medidas posteriores de auxílio ao trabalhador, são necessárias ações para garantir quê as pessoas não precisem sair dos locais onde vivem para garantirem sua sobrevivência e a de seus dependentes.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. De quê forma o trabalho análogo à escravidão póde estar próximo de você ou de outras pessoas quê não têm relação diréta com ele?

1. Espera-se quê o estudante responda quê esse tipo de trabalho póde estar presente em diversas atividades do dia a dia. Mesmo sem relação diréta, todos podem estar próximos dessa realidade ao consumir produtos ou serviços quê envolvam trabalhadores em condições análogas à escravidão.

2. Em sua opinião, como o trabalho análogo à escravidão póde sêr associado a grandes empresas de confekissão?

2. Espera-se quê o estudante comente situações de conhecimento público de confecções quê terceirizavam suas produções para oficinas com trabalho análogo à escravidão para produção de suas peças. Além díssu, eles podem comentar quê a produção algodoeira e de couro, matérias-primas dessa atividade econômica, podem ter sido cultivadas por pessoas em condição análoga à escravidão.

3. Em grupos, criem uma campanha de conscientização quê proponha ações para combater o trabalho análogo à escravidão na região onde vocês vivem, como o fortalecimento da fiscalização, a denúncia de situações suspeitas ou a promoção de políticas públicas quê protejam os trabalhadores.

3. Produção pessoal. A campanha deve incluir propostas de ação, como a importânssia da denúncia, o fortalecimento das políticas públicas e a necessidade de fiscalização rigorosa.

Página trezentos e cinquenta e dois

Gênero e orientação sexual

No 2º trimestre de 2024, 51,7 % das pessoas em idade de trabalhar no Brasil eram mulheres. No entanto, das pessoas fora da fôrça de trabalho no período, 64,7% eram mulheres, com variações entre as Unidades da Federação (UFs) e as macrorregiões. Quando se observa o nível de ocupação (emprego), as diferenças entre homens e mulheres são ainda mais marcantes. Observe o gráfico.

Gráfico de barras 'Brasil: nível de ocupação de pessoas em idade de trabalhar, por sexo e macrorregião – segundo trimestre de 2024'. No eixo vertical, temos o percentual.  No eixo horizontal, temos a macrorregião. Os dados são os seguintes: Norte. Homem: por volta de 70; Mulher: por volta de 40; Nordeste. Homem: 60; Mulher: menos de 40; Sul. Homem: 70; Mulher: 50; Sudeste. Homem: por volta de 70; Mulher: por volta de 50; Centro-oeste. Homem: mais de 70; Mulher: mais de 50.

Fonte: hí bê gê hé. Indicadores hí bê gê hé: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Segundo Trimestre de 2024. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2024. p. 29. Disponível em: https://livro.pw/pftwg. Acesso em: 20 set. 2024.

A diferença na renda média recebida no trabalho principal entre homens e mulheres também é um aspecto quê chama a atenção: no 2º trimestre de 2024, era de 3.424 reais para os homens e 2.696 reais para as mulheres.

As diferenças entre mulheres e homens vêm diminuindo, mas a renda das mulheres ainda é 27% menor quê a renda média dos homens.

Além dos aspectos apontados, as mulheres ainda são minoria em determinadas profissões, consideradas “masculinas”, e em cargos de chefia. Em um rã-kin de uma consultoria global quê analisou 18 países, o Brasil ficou em 11º lugar na igualdade relacionada à ocupação de cargos de liderança.

Apesar de alguns avanços e do fato de as mulheres se destacarem em aspectos relacionados à educação, como maior média de anos de estudo e maior percentual com formação superior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê hé), ainda estão em condições desfavoráveis no mercado de trabalho e na ssossiedade brasileira em geral. Alguns fatores explicam essa situação, tais como:

As mulheres ainda são as principais responsáveis pêlos afazeres domésticos e pela criação dos filhos, mesmo quando trabalham fora de casa, qualificando a chamada dupla jornada. Por outro lado, os homens priorizam a carreira. Esse fator é reforçado pelas próprias legislações, como no caso das licenças maternidade e paternidade. No Brasil, o período reduzido de licença para os homens é indicativo de quê a lei considera as mulheres as principais

Página trezentos e cinquenta e três

responsáveis pela criação dos filhos. Em alguns países europêus (Suécia, Islândia, Noruega e Eslovênia, por exemplo), para diminuir a desigualdade entre gêneros e incentivar o cuidado compartilhado dos filhos, o período de licença póde sêr dividido entre os progenitores ou os pais têm licenças maiores quê as praticadas no Brasil.

Tanto em relação à empregabilidade quanto aos salários, as negociações são mais favoráveis aos homens, pois muitas empresas levam em conta a possibilidade de as mulheres ficarem grávidas, fator quê pesa na contratação da mulher como fôrça de trabalho.

Algumas pessoas e grupos ainda veem a mulher como inferior ou incapaz de ezercêr cértas atividades ou tomar decisões. Esta é uma visão machista quê não condiz com a realidade e com as legislações vigentes.

População LGBTQIAPN+

A sigla LGBTQIAPN+ refere-se a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgêneros, queer e questionando, intersexo, assexuais, arromânticos, agênero, pansexuais, polissexuais, não binários e outras identidades de gênero ou orientações sexuais representadas pelo sín-bolo “+”.

Dados de uma pesquisa realizada em 2021 pela consultoria Mais Diversidade revelam quê cerca de 54% das pessoas LGBTQIAPN+ entrevistadas não se sentiam seguras para falar sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. Esses grupos, com freqüência, sofrem preconceito e discriminação no mercado de trabalho e na ssossiedade em geral, reflexo da homofobia, da misoginia e de outros comportamentos preconceituosos.

Dentro do grupo LGBTQIAPN+, transexuais e travestis representam os grupos com menóres taxas de emprego formal.

Para minimizar o problema, governos, empresas e associações da ssossiedade civil procuram desenvolver ações voltadas à diversidade. Em relação a pessoas trans, em São Paulo, por exemplo, 2% das vagas de concursos públicos foram destinadas para esse grupo, e algumas empresas adotam a política de cotas, ainda quê não seja lei no Brasil. Outro exemplo é o projeto Transempregos, quê tem uma platafórma para auxiliar pessoas trans a conseguirem trabalho formal.

Em pesquisa realizada em 2022 pelo projeto TransVida, entre os trabalhadores transexuais entrevistados, mais de 27% disseram ter sofrido ou testemunhado transfobia e mais da mêtáde afirma sêr o único funcionário trans na empresa.

Misoginia
: ódio, desprêzo ou repulsa ao gênero feminino.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Em sua opinião, como as políticas públicas dos países, as ações de empresas e a mídia podem contribuir para a igualdade de gênero no mundo do trabalho?

Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante responda quê as políticas públicas pódem tornar obrigatórias as ações afirmativas; as empresas podem contribuir com a equidade salarial e o fim da distinção das “tarefas femininas/tarefas masculinas”, bem como adotar cotas para a contratação de profissionais mulheres; enquanto a mídia pode promover e popularizar as discussões sobre igualdade de gênero.

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Questões étnico-raciais

Apesar dos avanços legais nas últimas dékâdâs no combate ao racismo, os fatores de raça ou côr estão entre as principais causas de desigualdades e discriminações no mercado de trabalho brasileiro, contribuindo para prolongar a situação de exclusão social produzida historicamente e reproduzida em outros setores da ssossiedade.

A posição dos negros no mercado de trabalho é desfavorável em relação à dos brancos em diversos aspectos, como na remuneração, na taxa de desemprego, na proporção de pessoas vivendo na informalidade, entre outros. Dados da pesquisa Desigualdades Sociais por côr ou Raça no Brasil, do hí bê gê hé, indicam quê a renda média mensal dos brancos era, em 2022, 40% maior quê a dos negros.

As mulheres negras enfrentam os maiores desafios em termos de desocupação e renda. Dados do hí bê gê hé indicam quê, no trabalho doméstico, uma ocupação historicamente desvalorizada e quê requer pouca ou nenhuma qualificação formal, 92% das trabalhadoras são mulheres, 65% delas negras.

Gráfico de linhas 'Brasil: taxa de desocupação da força de trabalho por cor ou raça e sexo – 2016 a 2022' No eixo vertical, temos o percentual. No eixo horizontal, temos os anos. Os dados são os seguintes: Homens negros. Entre 2016 e 2021: mais de 10. Em 2022: menos de 10. Homens brancos. Entre 2016 e 2019: menos de 10. Em 2020: por volta de 10. Entre 2021 e 2022: menos de 10. Mulheres negras. Entre 2016 e 2019: mais de 15. Entre 2020 e 2021: por volta de 20. Em 2022: menos de 15. Mulheres brancas. Entre 2016 e 2021: mais de 10. Em 2022: menos de 10.

Fonte: IPEA. Retrato das desigualdades de gênero e raça 2024. Brasília, DF: Ipea, c2022. Localizável em: Renda, pobreza e desigualdade. Disponível em: https://livro.pw/ohquq. Acesso em: 20 set. 2024.

Embora o Brasil tenha a maior população negra fora do continente africano, os negros ainda têm baixíssima representatividade em cargos políticos e de comando em empresas no país.

Entre os indígenas quê buscam trabalho no mercado formal, a situação é ainda pior, pois muitos enfrentam dificuldades com a língua portuguesa e têm baixos índices de formação escolar e profissional, sêndo bastante recorrente a sua presença em áreas de trabalho análogo à escravidão. Segundo dados de 2024 do Instituto Ethos, nas maiores empresas do Brasil esse grupo representa 1% do corpo de funcionários e apenas 0,1% ocupa cargos de liderança.

Para corrigir as chamadas desigualdades de raça/cor em diversos aspectos, governos e associações de muitos países, incluindo o Brasil, promóvem ações afirmativas, entre outras políticas públicas e empresariais, quê resultam principalmente de lutas dos movimentos sociais.

Foto de Rachel Maia. Ela é uma mulher negra e usa tranças.

Raquel Maia (1971-), São Paulo (SP), 2024. Raquel é a primeira mulher negra brasileira a ocupar o cargo de diretora-executiva (CEO) no país.

Página trezentos e cinquenta e cinco

AMPLIAR SABERES

[...] ação afirmativa [é] todo programa, público ou privádo, quê tem por objetivo conferir recursos ou direitos especiais para membros de um grupo social desfavorecido, com vistas a um bem coletivo. Etnia, raça, classe, ocupação, gênero, religião e castas são as categorias mais comuns em tais políticas. Os recursos e oportunidades distribuídos pela ação afirmativa incluem participação política, acesso à educação, admissão em instituições de ensino superior, serviços de saúde, emprego, oportunidades de negócios, bens materiais, rêdes de proteção social e reconhecimento cultural e histórico.

[...]

A criação de políticas de ação afirmativa racial e social foi um dos acontecimentos de maior significado político e social das últimas dékâdâs no nosso país. Elas revolucionaram a maneira como gestores, acadêmicos e a população em geral compreendem a quêstão racial, as injustiças e as soluções para combatê-las. Elas mudaram a cara do ensino superior brasileiro, particularmente das universidades públicas, que concentram a maior parte da excelência acadêmica. O ensino superior passou a representar de maneira um pouco mais justa o perfil racial e econômico de nossa ssossiedade. Além díssu, elas mudaram a maneira como a ssossiedade enxerga a si mesma. O paradigma anterior era bastante formatado pelo desenvolvimentismo conservador promovido pelo regime militar: crescimento econômico sem distribuição, ou seja, desenvolvimento sem inclusão social. Com o advento das"cotas", particularmente das cotas raciais, a universidade começou a olhar para dentro de si e a identificar os inúmeros processos, sutis ou não, de exclusão contidos em seu funcionamento, processos quê na prática passavam despercebidos pela elite econômica branca quê a frequentava. Questões como transporte, moradia e alimentação dos alunos se tornaram fundamentais, afinal de contas, se quêremos quê a política tenha sucesso na promoção da igualdade de oportunidades, temos que mitigar o efeito de desigualdades preexistentes e externas sobre a própria política. [...]

FERES JÚNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto; DAFLON, Verônica Toste; VENTURINI, Anna Carolina. Ação afirmativa: conceito, história e debates. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2018. p. 13 e 170. Disponível em: https://livro.pw/lafuz. Acesso em: 10 out. 2024.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Observe o gráfico da página 354 e responda: o quê você percebe sobre as diferenças na desocupação de homens e mulheres de diferentes cores ou raça ao longo do tempo?

1. Espera-se quê o estudante aponte quê, ao longo dos anos analisados, as mulheres negras apresentam as maiores taxas de desocupação, seguidas pêlos homens negros e mulheres brancas, enquanto os homens brancos se mantêm com as menóres taxas durante todo o período.

2. Algumas pessoas argumentam quê políticas afirmativas, como as cotas raciais, criam dependência. Porém, essas ações têm um objetivo específico e não são permanentes. Em quê momento as políticas afirmativas podem sêr encerradas?

2. As políticas afirmativas têm o objetivo de reduzir desigualdades históricas. Elas podem sêr encerradas quando cumprirem esse papel, ou seja, quando a ssossiedade alcançar maior equidade de oportunidades e não houver mais desigualdade estrutural.

3. Em grupo, façam uma pesquisa sobre ações afirmativas no município ou na UF onde vocês vivem. Depois, montem um painel e discutam com côlégas e professor a importânssia dessas ações.

3. Produção pessoal. ôriênti os estudantes na pesquisa. Alguns grupos poderão ficar responsáveis pelas políticas públicas e outros por ações do setor privádo. Eles poderão investigar as situações quê levaram à implantação das ações e se as metas estão sêndo atingidas.

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Avanços tecnológicos e trabalho

Imagem de mulher utilizando o celular. Na tela do aparelho, está escrito 'Bem-vindo(a). Meu nome é Iris, sua assistente virtual. Do que você precisa? Fazer uma compra. Solicitar uma troca. Outros'.

Mulher utiliza recurso de assistência virtual em atendimento remoto por meio de um aparelho de celular.

É provável quê você ou alguém quê conheça já tenha passado por uma situação semelhante à ilustrada. O uso de aplicativos para atendimento remoto substituiu grande parte das vagas de emprego no teleatendimento, também conhecido como téle-márquêtin. Apesar da redução no número de vagas, esse é um dos setores quê mais contratam jovens para seu primeiro emprego, já quê, em geral, não exige formação especializada.

O teleatendimento é o setor quê mais fechou postos de trabalho formal em 2022 no Brasil. O país, quê em 2015 tinha 568 mil pessoas nesses postos, em 2022 somava 467 mil. Os principais fatores quê influenciaram essa redução foram a adoção pelas empresas da automatização da comunicação (ligações automáticas com uma gravação) e o uso de rêdes sociais e aplicativos, muitos deles com assistentes virtuais desenvolvidos com inteligência artificial (IA).

Impactos e tendências

Os avanços tecnológicos quê estão ocorrendo trazem rápidas e profundas transformações, configurando o quê alguns denominam de revolução tecnológica.

A substituição do trabalho humano por robôs é um dos marcos da Terceira Revolução Industrial, porém, na Quarta Revolução Industrial, com a robótica avançada integrada às demais tecnologias, a substituição é acelerada, intensificando a perda de postos de trabalho e até a extinção de algumas atividades ou profissões. Há quê se considerar, no entanto, quê a implantação de novas tecnologias, em geral, ainda é bastante cara. Em muitos países, e para muitas empresas, continua mais vantajoso manter trabalhadores do quê investir em sistemas automatizados e outras inovações. Isso acontece principalmente em países onde a mão de obra é mais barata, como muitos do chamado Sul Global.

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No entanto, a tendência é quê, nos mais diversos lugares, muitas atividades de diferentes setores da economia sofram os impactos da Quarta Revolução Industrial. Além díssu, muitas outras atividades mais compléksas, quê até bem pouco tempo não se imaginava quê pudessem sêr feitas por máquinas e programas de computador, também estão sêndo ou serão atingidas, como a produção de textos e a realização de diagnósticos médicos.

Podcast: A globalização e as plataformas digitais no mundo do trabalho.

A plataformização das relações de trabalho

Também chamada de uberização, em referência a uma popular empresa de serviço de transporte por aplicativo, a plataformização das relações de trabalho refere-se ao uso de platafórmas digitais ou aplicativos de celular quê conéctam o prestador de serviço ao consumidor.

Os entusiastas da plataformização alegam vantagens para o trabalhador, tais como: maior liberdade para realizar as atividades (como controlar horários e horas trabalhadas), possibilidade de complementar a renda ou mesmo ter uma alternativa de trabalho em momentos de crise. Para as empresas, a principal vantagem apontada é a redução de custos com funcionários dirétos, pois os trabalhadores plataformizados são considerados “parceiros” ou “colaboradores”.

Já os críticos questionam a insegurança jurídica dos trabalhadores, pois, por não serem funcionários dirétos das empresas, não têm os direitos garantidos. Além díssu, em muitos casos, cumprem longas e exaustivas jornadas de trabalho.

Nos últimos anos, discutiu-se a necessidade de regulamentar as platafórmas digitais quê conéctam trabalhadores a consumidores, como os motoristas de aplicativos e entregadores. A proposta de regulamentação busca garantir direitos básicos para esses trabalhadores, como aposentadoria e proteção social.

Entre os principais argumentos a favor está a necessidade de garantir direitos para os profissionais de aplicativos, como previdência e seguro-saúde, além de melhorar as condições de trabalho.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Observe a charge e responda ao quê se pede.

Charge 'Os empreendedores'. Dois jovens andam de bicicleta com uma mochila, usada para fazer entregas. Um deles fala: 'Você não dorme melhor sabendo que é seu próprio patrão?'. O outro responde: 'Eu não durmo'.

D'AGOSTINHO, Toni. [Os empreendedores.]. São Paulo, 22 nov. 2019. Disponível em: https://livro.pw/ezuob. Acesso em: 30 set. 2024.

a) Em sua opinião, qual mensagem a charge transmite sobre a realidade dos entregadores por aplicativos?

a) Espera-se quê o estudante perceba o contraste entre a ideia de sêr “seu próprio patrão”/”empreendedores” e a realidade de trabalho exaustivo e precário, sem descanso ou segurança, sugerida pela frase “Eu não durmo”.

b) A charge levanta kestões sobre a liberdade no trabalho. Como a plataformização do trabalho póde, ao mesmo tempo, oferecer flexibilidade e gerar jornadas exaustivas e riscos para os trabalhadores?

b) A plataformização oferece flexibilidade ao permitir quê os trabalhadores escôlham seus horários e quantas horas querem trabalhar. No entanto, essa “liberdade” freqüentemente vêm acompanhada de longas jornadas para garantir uma renda mínima, sem proteção social ou garantias trabalhistas, como férias e afastamento por motivos de saúde, resultando em maior precariedade, além de desgaste físico e emocional.

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Mudanças e permanências

quêm questione se a expansão dos avanços tecnológicos no mundo do trabalho oferece vantagens, já que trabalhadores perdem empregos ou se submetem a longas jornadas e atividades de trabalho e profissões são extintas.

Esse quêstionamento não é novo e esteve presente nas revoluções industriais anteriores à Quarta Revolução Industrial. É verdade que muitos dos avanços técnicos e as mais diversas tecnologias melhoraram aspectos da vida da humanidade de modo geral, como na medicina, com novos tratamentos para doenças antes incuráveis, na comunicação e nos transportes, por exemplo.

Outro ponto a se considerar é quê os avanços tecnológicos dão origem a novas atividades de trabalho e profissões, sobretudo relacionadas às tecnologias digitais da informação e comunicação, quê exigem habilidades mais especializadas. Entretanto, as transformações ocorridas em cada uma das revoluções industriais beneficiaram muito mais o grupo de países de economia mais avançada – nações europeias e Estados Unidos, por exemplo – e os grupos de pessoas quê já eram privilegiadas. É só observar, por exemplo, quê em pleno século XXI muitas pessoas não têm acesso à eletricidade, um dos marcos da Segunda Revolução Industrial.

De acôr-do com dados do Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (pí-núdi), em 2022 o Brasil ocupava a décima quarta posição no rã-kin de países mais desiguais do mundo. Isso significa quê a concentração de renda póde sêr agravada, já quê as pessoas com ocupações menos valorizadas são as quê podem sofrer maiores impactos negativos.

Mapa um 'Mundo: índice de Gini – 2022'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Índice. 0,40: Bielorrússia, Islândia, Noruega, Suécia e Finlândia. 0,45: Canadá, Portugal, Espanha, Reino Unido, França, Alemanha, Polônia, Cazaquistão e Argélia. 0,50: Líbia, Nigéria, Mauritânia, Austrália, Nova Zelândia, Paquistão e Afeganistão. 0,55: Egito, Sudão, Etiópia, Argentina, Uruguai, Níger, Mali, Somália, Rússia, China, Mongólia, Vietnã e Indonésia. 0,60: Estados Unidos, República Democrática do Congo, Tanzânia, Quênia, Sudão do Sul, Papua-Nova-Guiné, Índia, Irã, Iraque e Turquia. 0,65: Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai, Angola, Zimbábue, Arábia Saudita, Iêmen e Omã. 0,70: Chile, México, Colômbia, África do Sul, Moçambique, Botsuana e República Centro-africana. Sem dados: Antártida, Groenlândia, Venezuela e Saara Ocidental.

Fonte: OUR uôrd in Data. Gini coeficiente, 2022. [S. l.]: Our uôrd In Data, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/vrgwj. Acesso em: 30 set. 2024

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Grande parte da Quarta Revolução Industrial depende das tecnologias físicas e digitais da informação e da comunicação. Sem acesso a elas, há grandes obstáculos para avanços econômicos, considerando a forte interdependência de mercados e negócios do mundo globalizado. Daí a preocupação de organismos internacionais e pesquisadores quanto aos riscos do aumento do abismo quê separa as economias mais avançadas daquelas quê ainda não vivenciaram, em diversos aspectos, nem mesmo as revoluções industriais anteriores.

Nos países quê passaram pelo processo de industrialização tardia, como é o caso do Brasil, do México, da África do Sul, da Índia e da chiina, há grande risco de aprofundamento das desigualdades sociais, as quais, na maior parte deles, já são bastante acentuadas.

Observe o mapa.

Mapa dois 'Mundo: assinaturas de telefones móveis – 2022'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Número de assinaturas a cada 100 habitantes. Até 50: República Centro-africana, Sudão do Sul, Moçambique e Afeganistão. De 51 a 75: Venezuela, Níger, Chade, Sudão, Etiópia, Somália, República Democrática do Congo, Angola, Madagascar e Papua-Nova-Guiné. De 76 a 100: Canadá, Brasil, Bolívia, Equador, Congo, Camarões, Tanzânia, Iraque, Síria, Paquistão e Índia. De 101 a 125: Estados Unidos, México, Peru, Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Irlanda, Turquia, Indonésia, China, Austrália e Nova Zelândia. Mais de 126: Argentina, Paraguai, Uruguai, Alemanha, Ucrânia, Rússia, Irã, Arábia Saudita, Líbia, Tailândia, Japão e Coreia do Sul.  Sem dados: Antártida e Guiana Francesa.

Fonte: OUR uôrd IN DATA. Mobile phone subscriptions pêr 100 people. [S. l.]: Our uôrd In Data, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/kqyhr. Acesso em: 12 set. 2024.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. De acôr-do com os dados registrados no mapa 1, nos Estados Unidos há mais de uma assinatura de telefone móvel por pessoa. Cite outros países onde isso também acontece.

1. Exemplos de países: México, Argentina, Chile, Uruguai, quase todos os países europêus, África do Sul, chiina, entre vários outros.

2. Observe o mapa 2 e o mapa da página 14, analisando os dados representados. Procure observar se há relação entre eles.

2. Em geral, os países com altas taxas de usuários de internet apresentam também número elevado de linhas de celular. Essas duas tecnologias, em geral, têm menor concentração no continente africano e maior concentração nos países do Norte.

3. De acôr-do com o mapa 1, quais países do mundo são os mais desiguais? Em sua opinião, considerando os avanços tecnológicos, como essa situação póde mudar?

3. ôriênti o estudante a consultar o mapa da página 412 para identificar os nomes dos países. Espera-se quê ele aponte a necessidade de ampliar o acesso a tecnologias e formação especializada para grupos quê já se encontram mais vulneráveis em relação à renda.

Página trezentos e sessenta

CONEXÕES com...
MATEMÁTICA
Probabilidade de automatização

Com o avanço tecnológico, muitas funções tendem a sêr automatizadas e podem levar ao desaparecimento de algumas profissões. Pesquisadores de diferentes instituições publicaram o artigo"Automation ênd job loss: the Brazilian case" (em tradução livre,"Automação e perda de empregos: o caso brasileiro"), no qual apontam quê cerca de 58,1% dos empregos brasileiros podem desaparecer nas próximas duas dékâdâs em função da automação.

A probabilidade é o campo da Matemática quê analisa as chances de um determinado evento acontecer. Observe nas tabélas as profissões com maior e menor probabilidade de automação no Brasil nos próximos anos. Note quê, quanto mais próximo de 1, maior o risco; quanto mais próximo de 0, menor o risco.

Mais propensas à automação

Probabilidade

Profissão

0,99

Operadores de entrada de dados (digitador)

0,99

Profissionais de nível médio de direito e afins (assistente)

0,99

Agentes de seguros

0,99

Operadores de máquinas para fabricar equipamentos fotográficos

0,99

Vendedores por telefone

0,99

Despachantes aduaneiros

0,98

Contabilistas e guarda-livros

0,98

Condutores de automóveis, táxis e caminhonetes

0,98

Balconistas e vendedores de lojas

Menos propensas à automação

Probabilidade

Profissão

0,004

Dietistas e nutricionistas

0,004

Gerentes de hotéis

0,004

Especialistas em métodos pedagógicos

0,004

Médicos especialistas

0,004

Médicos gerais

0,005

Fonoaudiólogos e logopedistas

0,007

Dirigentes de serviços de bem-estar social

0,007

Psicólogos

0,007

Dirigentes de serviços de educação

Fonte: MAIS da mêtáde dos empregos do Brasil póde acabar por conta da automação. IstoÉ Dinheiro, [s. l.], 22 set. 2022. Disponível em: https://livro.pw/bgtdc. Acesso em: 16 set. 2024.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Em sua opinião, como a ssossiedade brasileira póde aproveitar as inovações tecnológicas da Quarta Revolução Industrial de modo a beneficiar a todos e, principalmente, os grupos quê correm maior risco de perder seus empregos e de não conseguir uma colocação no mercado de trabalho?

1. Resposta pessoal. promôva uma discussão e incentive os estudantes a refletir sobre como os diversos setores da ssossiedade podem agir.

2. Identifique se pessoas do seu convívio foram afetadas pela automação no mercado de trabalho. Essas pessoas conseguiram se recolocar em atividades semelhantes?

2. Respostas pessoais. ôriênti os estudantes na realização da atividade e combine um momento para quê compartilhem as respostas, com atenção para quê haja respeito às situações relatadas.

Página trezentos e sessenta e um

Encarando desafios

Nos últimos anos, aumentaram os debates em empresas, sindicatos, universidades e governos, entre outros setores, sobre as mudanças no mundo da produção e do trabalho. Assim, é importante refletir sobre o papel de organizações e indivíduos no quê diz respeito aos impactos das inovações, garantindo direitos aos trabalhadores, qualificação para as “profissões do futuro” e redução da distância socioeconômica entre países.

Empresas

Imagem de pessoas aprovando uma atividade. Ao implantar inovações, as empresas buscam, essencialmente, aumento de produtividade, maior eficácia dos processos de produção e redução dos custos operacionais, já quê no sistema capitalista o objetivo final é o lucro. Em muitos casos, no entanto, por iniciativa própria, pressão de sindicatos ou políticas governamentais, são tomadas medidas de realocação de funcionários diretamente impactados pelas mudanças, bem como de investimentos em qualificação e empreendedorismo social.

Instituições civis e de pesquisa

Imagem de experimentos científicos. Sindicatos, organizações não governamentais (ônguis), associações de classe, instituições religiosas e universidades são entidades quê podem apoiar trabalhadores de diferentes formas, como na organização e oferta de cursos de formação continuada e na qualificação em uma nova área de trabalho. Centros de pesquisa, como os das universidades, podem ajudar a entender a dinâmica das mudanças e sustentar, com dados científicos, as políticas públicas.

Governos

Imagem de uma carteira de trabalho. Legislações trabalhistas vêm sêndo flexibilizadas em diversos países. Alguns setores da ssossiedade defendem a necessidade dessas reformas para a promoção do crescimento econômico. Outros, porém, afirmam quê tais reformas prejudicam os trabalhadores, especialmente naqueles países onde a democracia é mais frágil. Daí a necessidade de políticas públicas quê promovam, por exemplo, maior acesso à qualificação de trabalhadores e à educação de qualidade.

Indivíduos

Imagem de um diploma. Se a educação sempre foi importante para o ingresso no mundo do trabalho, agora ela é imprescindível. Por esse motivo, é importante buscar formação acadêmica e técnica específica. Também é necessário conhecer novas formas de relações e atividades de trabalho e desenvolver as chamadas competências socioemocionais, como criatividade, colaboração e flexibilidade.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Como instituições civis, como ônguis, sindicatos e universidades, podem ajudar os trabalhadores a enfrentarem os desafios trazidos pela Quarta Revolução Industrial? Qual é o papel dessas instituições em seu projeto de vida e formação pessoal?

Espera-se quê o estudante responda quê elas têm um papel importante na qualificação e requalificação dos trabalhadores, bem como na negociação de melhores condições de trabalho e na criação de políticas públicas quê protejam os trabalhadores.

Página trezentos e sessenta e dois

ATIVIDADES FINAIS

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Na família de Lucas, quê tem 15 anos, sua mãe é cabeleireira, seu pai é vendedor em uma loja e sua irmã mais velha é professora.

a) Legalmente, em quê condição Lucas póde entrar no mercado de trabalho?

1. a) Lucas póde entrar no mercado de trabalho apenas na condição de jovem aprendiz.

b) Em quê setor da economia os familiares de Lucas estão empregados? Que outras atividades fazem parte dêêsse setor?

1. b) Todos os familiares de Lucas estão empregados no setor terciário, quê abrange comércio e serviços. Outras atividades quê podem sêr citadas pelo estudante incluem serviços financeiros, transportes, saúde, turismo, hotelaria, marketing, atividades culturais, entre outras

2. Leia o trecho do texto e obissérve o cartaz de divulgação da iniciativa promovida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (ésse bê pê cê).

Apesar dos avanços globais recentes, a desigualdade de gênero permanéce como desafio: atualmente, as mulheres representam apenas 30% dos cientistas, apesar de serem mêtáde da população.

Além díssu, a falta de oportunidades, incentivo e a invisibilidade da contribuição feminina para a ciência ao longo da História seguem como barreiras para a maior inclusão delas no campo.

De acôr-do com o relatório ‘Meninas curiosas, mulheres de futuro’, 62% das estudantes de escolas públicas não conhecem nenhuma mulher quê trabalhe nas áreas tecnológicas ou científicas. Entre os desafios identificados pelo estudo estão estereótipos de gênero, falta de estímulo e hostilidade contra as mulheres em áreas com maioria masculina.

MENINAS na ciência: prêmio para jovens cientistas está com inscrições abertas. [S. l.]: Educação e Território, 5 set. 2024. Disponível em: https://livro.pw/uiqxa. Acesso em: 7 set. 2024.

Chamada com as seguintes informações 'Sexto prêmio Carolina Bori. Ciência & Mulher. S B P C lança chamada para as Jovens Cientistas! As inscrições para o prêmio, na categoria 'Meninas na Ciência', estarão abertas de 2 de setembro a 31 de outubro de 2024'.

ésse bê pê cê. [ésse bê pê cê lança chamada para as jovens cientistas]. [S. l.], 2 set. 2024. Instagram: @sbpcnet. Disponível em: https://livro.pw/xscfu. Acesso em: 20 set. 2024. Post de lançamento do edital para a 6ª edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, dedicado à categoria “Meninas na Ciência”.

a) Quais são os objetivos do programa Meninas na Ciência, considerando os desafios mencionados no texto quanto à inclusão de mulheres nas áreas científicas e tecnológicas?

2. a) O programa tem como objetivo aumentar a participação de meninas e jovens mulheres nas áreas de ciência e tecnologia, promovendo a representatividade feminina e criando oportunidades de reconhecimento para futuras cientistas.

b) Você conhece alguma mulher quê atua em pesquisas científicas ou em áreas tecnológicas? Como essa presença ou ausência influencía sua visão sobre a participação feminina nesses campos?

b) Respostas pessoais. promôva um momento para quê os estudantes possam compartilhar suas experiências e opiniões.

3. Leia o trecho da reportagem e responda ao quê se pede.

Censo realizado pela Gestão Kairós, consultoria de sustentabilidade e diversidade, com empresas de diferentes setores e mais de 26 mil respondentes, aponta para sub-representatividade de homossexuais e bissexuais nas empresas, no qüadro geral e especialmente entre lideranças. Lésbicas, gays e bissexuais são 5,4% do qüadro geral, mas respondem por 3,4% dos líderes (cargos de gerente ou mais). Já transgêneros são 0,4% do total dos funcionários e 0,7% dos líderes. Pelas referências de estudos acadêmicos usados pela consultoria, a população brasileira teria cerca de 10% de lésbicas, gays e bissexuais e 2% de transgêneros.

SARAIVA, Alessandra; CARNEIRO, Lucianne. LGBTQIAP+ sofrem mais assédio moral. Valor Econômico, [Rio de Janeiro], 28 jun. 2022. Disponível em: https://livro.pw/jukzz. Acesso em: 14 set. 2024.

3. a) A sub-representatividade significativa de pessoas LGBTQIAPN+ nas empresas, especialmente em posições de liderança. Isso indica não apenas um desafio em ascender profissionalmente mas também destaca as barreiras estruturais quê impedem essa representatividade nos mais altos níveis corporativos.

Página trezentos e sessenta e três

a) Qual é a principal crítica revelada pela pesquisa em relação à diversidade no ambiente de trabalho?

b) Como esses números se comparam à estimativa da população LGBTQIAPN+ no Brasil?

3. b) Os números mostram uma disparidade considerável quando comparados à estimativa da população LGBTQIAPN+ no Brasil, onde cerca de 10% da população é composta de lésbicas, gays e bissexuais e 2% de transgêneros. A representatividade muito inferior no mercado de trabalho e em cargos de liderança evidên-cía a exclusão sistemática dessas pessoas, refletindo as desigualdades profundas ainda presentes na ssossiedade.

c) Com base nos dados apresentados, elabore um gráfico de barras quê mostre a comparação entre a porcentagem de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros na população brasileira, no qüadro geral de funcionários e nos cargos de liderança das empresas.

3. c) Espera-se quê o estudante crie um gráfico de barras simples, com três colunas para cada grupo.

4. Observe a charge e responda ao quê se pede.

Charge. Crianças estão trabalhando no campo. Destaca-se um menino, que trabalha com uma enxada. Enquanto isso, ele sonha em estar brincando.

MOTTA, Nando. [Trabalho infantil]. Campinas: Seaac, 2021. Disponível em: https://livro.pw/bvnqy. Acesso em: 20 set. 2024.

a) Que tipo de trabalho está representado na charge?

4. a) O trabalho infantil.

b) Qual é a principal mensagem quê a charge transmite sobre o trabalho infantil?

4. b) A charge mostra uma criança pensando em brincar, enquanto trabalha no campo, o quê sugere quê o trabalho infantil rouba a infância, o tempo de lazer e o direito das crianças à infância. O trabalho infantil prejudica o desenvolvimento e a felicidade das crianças.

c) Como o trabalho infantil afeta a vida das crianças em termos de educação e desenvolvimento social?

4. c) O trabalho infantil impede quê crianças frequentem a escola regularmente e se dediquem às atividades escolares, prejudicando sua educação e limitando suas oportunidades futuras.

5. Observe o gráfico e responda ao quê se pede.

Gráfico de barras 'Brasil: pessoas que contribuíram para a previdência, por condição de trabalho – 2022'. Os dados são os seguintes: Plataformizados: 35,7 por cento; Não plataformizados: 61,3 por cento.

Fonte: DIRETORIA DE PESQUISAS; COORDENAÇÃO DE PESQUISAS POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Pnad Contínua: teletrabalho e trabalho por meio de platafórmas digitais 2022. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, c2023. p. 6. Disponível em: https://livro.pw/tjaul. Acesso em: 20 set. 2024

a) A previdência social é o sistema quê garante benefícios ao trabalhador quê contribui ao longo de sua vida de trabalho. Pesquise e indique quais são esses benefícios.

5. a) Espera-se quê o estudante indique benefícios como aposentadoria por idade, por invalidez, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente e salário-maternidade.

b) Observe no gráfico quê, entre os trabalhadores plataformizados, uma proporção significativamente menor contribui para a previdência em comparação aos não plataformizados. Quais são os desafios enfrentados por trabalhadores plataformizados para contribuir para a previdência social?

5. b) Os trabalhadores plataformizados são classificados como autônomos ou microempreendedores, e a contribuição previdenciária nesses casos é voluntária.

c) Como a ausência de contribuições para a previdência póde afetar os trabalhadores em termos de planejamento de longo prazo e segurança financeira durante a aposentadoria?

5. c) Os trabalhadores quê não contribuem para a previdência ficam desprotegidos, uma vez quê não terão direito a uma aposentadoria.

6. Releia a página 361 e analise como os diferentes atores poderiam trazer soluções para a situação apresentada no trecho do texto.

Portaria eletrônica e dispensa de porteiros de condomínio

Muitos condomínios residenciais e comerciais vêm implantando portarias virtuais em substituição à contratação de porteiros (empregados ou terceirizados). Neste caso, a entrada e saída de pessoas e veículos passa a sêr controlada e fiscalizada por meio de câmeras e internet.

MARQUES, Fabíola. Portaria eletrônica e dispensa de porteiros de condomínio. São Paulo: Consultor Jurídico, 31 maio 2024. Disponível em: https://livro.pw/twfuk. Acesso em: 7 set. 2024.

6. A perda de vagas de trabalho de porteiros, quê estão sêndo substituídos pelas portarias virtuais, póde sêr enfrentada com ações de diversos atores.

Página trezentos e sessenta e quatro