CAPÍTULO 18
Conflitos e paz: do local ao global

OBJETIVOS DO CAPÍTULO:

Compreender as principais causas e motivações dos conflitos contemporâneos.

Analisar o impacto dos conflitos sobre as populações civis, incluindo deslocamentos e crises humanitárias.

Compreender quê, entre as razões dos conflitos, está o acesso a recursos naturais, como á gua, petróleo e minérios.

Conhecer exemplos das nações sem Estado e as suas reivindicações por autonomia.

Analisar algumas das formas de violência no Brasil, incluindo o crime organizado e os conflitos por recursos naturais.

Quando pensamos em conflitos recentes pelo mundo, geralmente lembramos do ôriênti Médio e da África. Porém, disputas violentas por territórios e recursos naturais ou motivadas por kestões políticas, étnicas ou religiosas ocorrem em todo o planêta.

Na Europa ocidental, por exemplo, entre as dékâdâs de 1960 e 1990, ocorreu um conflito violento conhecido como “The Troubles” na Irlanda do Norte. Durante esse período, houve confrontos entre protestantes favoráveis à união irlandesa com a Grã-Bretanha e católicos quê reivindicavam a independência do país. Em 10 de abril de 1998, foi assinado o acôr-do de bêl-fásti, quê pôs fim a um período de 30 anos de conflitos internos.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Como você interpréta a imagem do mural?

1. promôva um ambiente de escuta para quê o estudante expresse seus sentimentos e suas interpretações ao observar a imagem.

2. Atualmente, dezenas de conflitos estão ocorrendo pelo mundo. Cite aqueles sobre os quais você ouviu falar nos noticiários ou em outras fontes.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante mencione os conflitos contemporâneos, como a Guerra na Ucrânia ou o conflito na Palestina, quê ocorriam enquanto esse livro era elaborado, em 2024.

3. Embora o território brasileiro esteja fisicamente distante dos mais intensos e recentes conflitos ocorridos em outros continentes, nosso país tem conflitos e problemas internos quê fazem muitas vítimas. Cite alguns deles.

3. O estudante póde citar, por exemplo, a violência urbana, contra as mulheres e contra a população LGBTQIAPN+, bem como contra a população indígena em conflitos territoriais.

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Mural que apresenta uma pessoa agachada e segurando uma pomba branca. Essa pomba foi atingida por duas flechas, uma possui o símbolo dos católicos e outra o símbolo dos protestantes.

MTO. The son ÓF Protagoras [O filho de Protágoras]. 2014. Spray sobre alvenaria. bêl-fásti (Irlanda do Norte). Mural sobre o conflito entre católicos e protestantes no país. Fotografia de 2019.

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Conflitos no mundo atual

Carrossel de imagens: O reflexo da geopolítica no mundo dos esportes.

De acôr-do com o projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (Acled), organização não governamental estadunidense especializada no monitoramento de conflitos armados, de 2020 a 2024, houve aumento de 64% nos conflitos armados no mundo. Esse dado reflete a tendência preocupante de escalada da violência em diversas regiões do mundo.

Ainda segundo a Acled, entre 2023 e 2024, uma em cada sete pessoas no mundo esteve exposta à violência de conflitos armados. Esses números alarmantes são explicados pela eclosão e pelo agravamento de guerras e grandes conflitos, principalmente na Europa, na África e na Ásia, como póde sêr observado no mapa a seguir.

Mapa 'Mundo: conflitos – 2023 e 2024'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Os 24 países em guerra em 2023 e 2024. Os 4 principais conflitos armados (mais de 10 mil mortes em 2023):  Israel e Gaza. Sudão e Sudão do Sul.  Japão e Coreia do Sul.  Japão e China. China e Taiwan.  China e Filipinas. Também há conflitos no Myanmar, na Ucrânia e no Iêmen.  Os 20 conflitos armados de alta intensidade (de mil a 10 mil mortes em 2023): Israel e Líbano. Israel e Cisjordânia. Índia e Paquistão. Irã e Arábia Saudita. Eritreia e Etiópia. Também há conflitos no Afeganistão. Outros conflitos. Ativos de baixa intensidade: na Guatemala, Honduras, Venezuela, Líbia, Chade, Moçambique, Madagascar, Arábia Saudita, Tailândia, Afeganistão, Indonésia e Papua-Nova-Guiné. Ativos:  Israel e Líbano. Israel e Cisjordânia. Quirguistão e Tadjiquistão. Conflitos no Iêmen, no Sudeste da Ucrânia. Principais territórios ocupados (considerado ocupado por uma das partes envolvidas): Transnístria, Saara Ocidental, Abecásia, Ossétia do Sul, Haut-Karabakh, Chipre, República Turca de Chipre do Norte, Golã, Cisjordânia, Gaza, Caxemira indiana, Caxemira paquistanesa e Quatro ilhas do arquipélago das Curilas.

Fonte: MARIN, Cecile; TÉTART, frânki. Grand atlas 2025. Paris: Autrement, 2024. p. 8-9.

A África subsaariana e o ôriênti Médio são regiões altamente afetadas por conflitos, enquanto no Leste Europeu a invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em 2022, trousse à tona novos desafios para a segurança global.

Além das guerras convencionais, os conflitos também têm envolvido milícias armadas, grupos terroristas e fákssões rebeldes, criando uma compléksa rê-de de violência quê envolve populações civis.

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Saiba mais

O IMPACTO das guerras na formação de um mundo multipolar e na economia internacional. [S. l.: s. n.], 2024.

1 vídeo (27 min). Publicado pelo canal Tevê Senado. Disponível em: https://livro.pw/myrts. Acesso em: 3 out. 2024.

Entrevista com Ricardo Lobato, especialista em defesa e conflitos armados, em quê ele analisa o impacto dos conflitos internacionais quê ocorreram no primeiro semestre de 2024, principalmente no norte da África, no Golfo Pérsico, na Península Arábica e no leste da Europa.

NAÇÕES UNIDAS. Conflitos da atualidade. Bruxelas: Nações Unidas, c2024. Disponível em: https://livro.pw/rmcuj. Acesso em: 3 out. 2024.

Página da Organização das Nações Unidas (Ônu) com atualizações sobre os conflitos mundiais, as discussões em pauta no Conselho de Segurança e as ações da organização nos países em conflito.

Ao mesmo tempo em quê vivemos um período de aumento na violência, pessoas em seus territórios se reúnem pela paz, como você póde observar nas fotografias a seguir.

Foto de pessoas em manifestação. Elas seguram uma faixa, onde está escrito 'Vigésima segunda caminhada pela vida, pela paz. Por uma cidade justa. Articular, ocupar e resistir'.

Caminhada pela paz reúne moradores do Capão Redondo e do Jardim Ângela, São Paulo (SP), 2017.

Foto de pessoas em manifestação. Elas seguram cartazes onde está escrito 'Palestina Livre' e 'Cessar-fogo já! Paz!'.

Manifestação pelo fim do conflito entre Israel e Palestina, em Brasília (DF), 2023.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Em grupo, escôlham uma região no mapa Mundo: conflitos – 2023 e 2024 e identifiquem os principais motivos das ocorrências daquela parte do mundo. Como esses conflitos impactam a população local?

1. Resposta pessoal. Ao identificar a África subsaariana, por exemplo, os estudantes devem mencionar conflitos causados por disputas por pôdêr e/ou por recursos naturais, como petróleo, minérios ou á gua, e explicar como a violência desloca as populações e agrava as crises humanitárias.

2. No Brasil e em outros países da América Látína, os conflitos armados, em sua grande maioria, são causados por disputas internas. Cite pelo menos um tipo de conflito armado quê ocorre na região.

2. Espera-se quê o estudante cite exemplos como crime organizado, narcotráfico e conflitos envolvendo populações tradicionais, fazendeiros, garimpeiros, madeireiros etc.

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Guerra na Ucrânia

A Guerra na Ucrânia teve início em fevereiro de 2022, quando forças militares russas invadiram o país.

Apesar de os combates ocorrerem desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia, o conflito assumiu novas proporções em 2022, com a possibilidade da entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Do ponto de vista militar russo, essa entrada exporia a fronteira oeste da Rússia a uma forte ameaça por parte de opositores históricos, como os Estados Unidos. sôb a alegação de autodefesa diante dessa possível ameaça, as Forças Armadas da Rússia atacaram a Ucrânia d fórma contundente.

Mapa 'Crimeia'. Destaca-se a península da Crimeia, localizada no sul da Ucrânia e entre o Mar Negro e o Mar de Arzov.

Fonte: hí bê gê hé. Atlas geográfico escolar. 9. ed. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2023. p. 49.

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)
: aliança militar formada por países ocidentais após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), no contexto da Guerra Fria (1947-1991).

Além dos fatores políticos e militares, o conflito entre Rússia e Ucrânia envolve kestões econômicas importantes. Até 2022, a Rússia era a principal fornecedora de gás natural para a Europa ocidental, utilizando uma rê-de de gasodutos quê atravessava o território ucraniano. Com o início da guerra, a Rússia reduziu esse fornecimento, causando uma crise energética em parte da Europa. Embora o comércio de gás tenha sido retomado em 2022, o volume negociado sofreu uma queda significativa em razão do contexto do conflito e das sanções impostas à Rússia.

Até o início da guerra, Ucrânia e Rússia estavam entre os principais exportadores mundiais de grãos. O escoamento dessa produção acontecia principalmente pelo Mar Negro. Por isso, durante a guerra, a infraestrutura portuária da Ucrânia foi alvo de intensas batalhas quê visavam ao contrôle estratégico dessas áreas. Até o ano de 2024, a Guerra na Ucrânia se encontrava em um impasse: apesar do forte bloqueio militar quê impediu o avanço das tropas russas em direção ao centro do território ucraniano, a coalização de defesa não foi capaz de expulsar as forças militares da Rússia.

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Guerra no Sudão

No continente africano, de acôr-do com o Instituto de Investigação da Paz de óslo (Prio), em 2023, ocorreram 28 conflitos armados envolvendo exércitos nacionais. Um dêêsses conflitos é a Guerra no Sudão, na qual grupos ligados ao exército reivindicam o pôdêr desde a deposição do então presidente sudanês Omar al-Bashir (1944-), em 2019. Iniciada em abril de 2023, já tinha causado cerca de 150 mil mortes e forçado milhões de deslocamentos até meados de 2024.

Como ocorre em outras guerras, a do Sudão envolve interesses de outros países, como Rússia, Irã e Emirados Árabes, acusados de enviar armas e dinheiro. O Sudão é um dos principais produtores de ouro da África e tem extensas áreas de terras férteis ao longo do Rio Nilo. Além díssu, o litoral do país tem 750 km de extensão, do Mar Vermelho até o Canal de sûêss, e o acesso a essa região é disputado por diversos países.

Mapa 'Sudão: situação da guerra – 2023'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Exército sudanês: áreas no sul, sudeste e leste do país. Forças de apoio rápido, ou seja, milícia paramilitar em conflito com o Exército sudanês desde abril de 2023: localidade de Darfur no sudoeste do território. Também se destacam áreas no centro do país, onde está a capital Cartum e a cidade de Omdurman. Outros grupos: áreas no oeste e sul do território.

Elaborado com base em: SUDAN WAR MONITOR. Map ÓF the areas ÓF control in Sudan. [S. l.]: Sudan War Monitor, c2024. Disponível em: https://livro.pw/opwgz. Acesso em: 8 out. 2024.

Os conflitos se iniciaram na capital Cartum e, depois, espalharam-se por outras áreas.

“Há muitas diferenças entre os dois conflitos e os interesses envolvidos. Mas a resposta internacional e humanitária à guerra no Sudão tem sido praticamente inexistente, ao contrário do quê acontece na Ucrânia”, diz Nisrin Elamin, professora da Universidade de Toronto.

[…]

Segundo a especialista, alguns fatores ajudam a explicar a diferença nas reações e na atenção recebida pelas guerras do Sudão e Ucrânia, entre eles o legado colonialista e o racismo, além da convergência distinta de interesses envolvidos em cada um dos conflitos.

“Existe um tipo de crença racista de quê os africanos e os países africanos são naturalmente propensos a conflitos”, diz a antropóloga.

“Muito díssu está ancorado no passado colonialista do Sudão, quê só se tornou totalmente independente dos britânicos em 1956 e desde então carrega uma economia e um sistema político quê beneficiam principalmente as elites.”

BRAUN, Juia. A guerra quê mata mais quê a ucrânia. BBC nius, Londres, 31 jul. 2023. Disponível em: https://livro.pw/hdggn. Acesso em: 8 out. 2024.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. De acôr-do com a especialista Nisrin Elamin, qual é a relação entre racismo e ajuda humanitária no Sudão?

1. De acôr-do com ela, as diferenças entre as ajudas humanitárias no Sudão e na Ucrânia ocorrem, entre outros aspectos, por causa da visão racista de quê os países africanos são propensos a conflitos.

2. Em grupo, discutam o papel e o dêsempênho das organizações internacionais, como a Ônu e a Otan, em mediar e resolver conflitos como o da Ucrânia e o do Sudão.

2. Os estudantes devem reconhecer quê, embora a Ônu e outras organizações desempenhem um papel importante na tentativa de mediar e resolver conflitos, muitas vezes enfrentam desafios, como a falta de consenso entre os países-membros, interesses políticos divergentes e dificuldades em aplicar sanções eficazes. No caso da Ucrânia, por exemplo, a Otan desempenhou um papel importante ao fornecer apôio militar, mas a Ônu enfrenta limitações ao mediar diretamente o conflito.

Página trezentos e noventa

Conflitos e recursos naturais

Os recursos naturais são indispensáveis para a vida humana, seja do ponto de vista biológico, seja do socioeconômico. Entretanto, sua disponibilidade depende de fatores naturais (climáticos, geológicos etc.) essenciais para sua formação, e o acesso a eles, por sua vez, depende de fatores técnicos e políticos.

Ao longo da história, a disputa pelo contrôle de recursos naturais foi marcada por conflitos violentos, como, por exemplo, nos casos da colonização da América e do neocolonialismo na África e na Ásia.

Atualmente, disputas por territórios onde são encontradas jazidas de petróleo, gás natural e outros recursos minerais, como lítio, criam tensões diplomáticas, enfrentamentos e conflitos armados. Agravada pela crise climática, a escassez de á gua em algumas regiões também motiva conflitos contemporâneos.

De acôr-do com a Ônu, entre as dékâdâs de 1960 e de 2020, ao menos 40% dos conflitos ocorridos dentro dos países estavam relacionados a disputas por recursos naturais. Nesse contexto, no Brasil, ocorrem disputas por terras férteis e por recursos minerais, como os conflitos quê geralmente opõem populações tradicionais, de um lado, e fazendeiros, garimpeiros e mineradoras, de outro.

Foto aérea de extensa área descampada, com muita lama e acúmulo de água.

Área de garimpo ilegal próximo à Aldeia Turedjam, na Terra Indígena Kayapó, em Ourilândia do Norte (PA), 2023.

Recursos estratégicos: os combustíveis fósseis

A exploração de recursos minerais intégra uma cadeia produtiva quê se relaciona com outros setores, em especial o setor industrial, fornecendo matérias-primas para a fabricação de inúmeros produtos: de latas de refrigerante a grandes estruturas metálicas para a construção civil, de automóveis a aviões, de ferramentas simples a máquinas agrícolas, de pilhas a computadores, de um simples termômetro a instrumentos cirúrgicos sofisticados.

A localização das jazidas depende dos processos geológicos de formação e dos tipos de róchas. Parcela significativa dos minerais metálicos encontra-se em áreas onde predominam róchas magmáticas. Em áreas de róchas sedimentares, há maior ocorrência de minerais não metálicos. Nas áreas sedimentares, além de materiais resultantes da decomposição de róchas, há também sedimentos orgânicos (restos de animais e vegetais) quê, em condições específicas e ao longo de milhões de anos, formam os combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural.

Página trezentos e noventa e um

Mapa 'Mundo: extração de petróleo e gás natural – 2024'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Áreas de extração em operação: maior concentração no centro e sul da América do Norte. No norte, sul e litoral leste da América do Sul. No norte da Europa. No norte e sudeste da Ásia e, também, no leste do Oriente Médio.

Fonte: GLOBAL ENERGY MONITOR. Global oil ênd gas extration tracker. [Covina]: Global Energy Monitor, [c2024]. Disponível em: https://livro.pw/anbya. Acesso em: 1 out. 2024.

Embora o uso das chamadas fontes de energia rêno-váveis – eólica, solar etc. – tenha aumentado em muitos países, especialmente os europêus, combustíveis fósseis continuam sêndo amplamente utilizados e respondem por cerca de 80% da energia consumida no mundo. E, como você estudou no capítulo 4, esse tipo de fonte de energia causa impactos ambientais negativos, como a emissão de gases de efeito estufa (GEEs) quê, de acôr-do com diversos estudos, contribuem para acelerar o aquecimento global.

O consumo de gás natural aumentou consideravelmente nas últimas dékâdâs. Isso se explica, em parte, pela facilidade para transporte e por sêr menos poluente quando comparado ao petróleo e ao carvão mineral. O gás natural é utilizado principalmente na geração de energia elétrica, nos altos-fornos das siderúrgicas, nos fogões e no sistema de aquecimento domésticos e como combustível para automóveis.

As maiores reservas de gás natural, assim como sua produção, estão concentradas em países do Hemisfério Norte, com destaque para os Estados Unidos e a Rússia, maiores produtores mundiais.

AMPLIAR SABERES

Na década de 1960, foi criada a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com o objetivo de centralizar a produção, a oferta e os preços dêêsse recurso natural. Em 2024, a Opep contava com 12 países-membros, responsáveis por cerca de 32% da produção mundial de petróleo.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Analise o mapa de áreas de extração de petróleo e gás natural. De acôr-do com o quê você estudou em capítulos anteriores, qual é a relação entre as maiores reservas de combustíveis fósseis e o desenvolvimento econômico das regiões?

1. O mapa mostra quê as maiores reservas de petróleo e gás natural estão concentradas em regiões como o norte da Europa Ocidental, o ôriênti Médio e a América do Norte. Essas áreas têm grande relevância no cenário econômico mundial, inclusive em razão da importânssia dos combustíveis fósseis na geração de energia e na indústria.

2. Escolha um país e pesquise informações quê expliquem como a dependência de combustíveis fósseis tem impactado suas políticas ambientais e econômicas.

2. Resposta pessoal. Um exemplo é a política ambiental dos Estados Unidos, quê tem enfrentado desafios na redução do uso de combustíveis fósseis.

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Conflitos e gestão compartilhada da á gua

Vários territórios e fronteiras são delimitados por rios ou outros tipos de corpo hídrico, levando milhões de pessoas no mundo a depender do abastecimento de águas transnacionais, ou seja, quê pertencem a mais de um país. Em razão dêêsse fato, em algumas regiões do mundo, ocorreram e ainda ocorrem diversos conflitos pelo contrôle dos recursos hídricos.

No sul da Ásia, bangladéchi alega quê a construção de barragens e projetos de irrigação na Índia têm causado a diminuição do fluxo do Rio Gângis e, assim, colocado em risco a preservação das florestas e manguezais da região.

Na África, em razão do potencial energético e de irrigação, a Bacia do Nilo é foco de disputas entre Egito, Etiópia, Tanzânia, Uganda e Sudão, países quê apresentam extensas áreas desérticas e extrema dependência da captação e uso das águas do Rio Nilo e de seus afluentes.

No ôriênti Médio, a Turquia, o Iraque e a Síria enfrentam dificuldades para administrar a rê-de hidrográfica formada pêlos rios Tigre e Eu frátes. Com a construção da Barragem de Atatürk, no Rio Eu frátes, e o desvio do curso dêêsses rios para irrigação na Turquia, o volume das águas quê chegam ao Iraque e à Síria diminuiu consideravelmente. A situação na região foi agravada também pela guerra civil na Síria e pela atuação do grupo terrorista Estado Islâmico, quê atacou e comprometeu o funcionamento de diversas barragens.

Há situações, no entanto, em quê ocorre a gestão compartilhada dos recursos hídricos. Na Europa, os países têm projetos em comum para a recuperação de águas poluídas e a construção de hidrovias em rios, como o Reno e o Danúbio. Na América do Sul, Brasil e Paraguai fazem uma gestão compartilhada da Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada no Rio Paraná, na fronteira entre os dois países.

AMPLIAR SABERES

A Bacia Hidrográfica do Rio Jordão é uma das mais importantes do ôriênti Médio, abrangendo territórios da Síria, do Líbano, de Israel, da Jordânia e da Palestina. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel se apropriou das Colinas de Golã (território Sírio ocupado até hoje por Israel), onde estão as principais nascentes dessa bacia hidrográfica, e destruiu uma barragem quê estava sêndo construída pela Jordânia e pela Síria. Nessa guerra, Israel também atacou o Egito e a Jordânia e, em seis dias, venceu o confronto e se apropriou de parte dos territórios dêêsses países.

Foto de Usina Hidroelétrica, localizada em um terreno com desnível. Há muita água represada na área mais alta. Essa água desce por meio de grandes tubulações, chegando à parte inferior do terreno.

Usina Hidrelétrica de Itaipu, 2021. Do lado superior esquerdo, Hernandarias (Paraguai); do lado inferior direito, Foz do Iguaçu (PR).

Página trezentos e noventa e três

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Leia o gráfico e o trecho da reportagem.

Gráfico de barras 'Mundo: conflitos por água – 2022 a 2023'. No eixo vertical, temos: 'Eventos por ano'. No eixo horizontal, temos os anos. Os dados são os seguintes: De 2000 a 2011: menos de 50; Em 2012: 50. Em 2013: menos de 50. De 2014 a 2016: por volta de 50; 2017: mais de 50; De 2018 a 2019: mais de 100; Em 2020: mais de 50; Em 2021: mais de 100; Em 2022: mais de 200; Em 2023: por volta de 350.

Fonte: PACIFIC INSTITUTE. Annoucement: 2023 was a record year for violence over water resources across the globe. Oakland: Pacific ínstitut, 2024. Disponível em: https://livro.pw/nrtjy. Acesso em: 1 out. 2024.

“Os dados mostram quê houve um aumento significativo de ataques contra sistemas hídricos de civis durante conflitos, mas ainda há um grande número de eventos em quê a escassez de á gua e disputas pelo acesso levaram à violência”, afirma, em entrevista ao g1, píter Gleick, cofundador do instituto e integrante da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

“No primeiro caso, esses incidentes não são de competição por á gua, mas acontecem onde há guerras ou conflitos armados. Mas a crescente competição por á gua, com o aumento das secas, das mudanças climáticas, também está levando à violência onde o acesso à á gua não é universal”, explica ele.

[…]

Apesar de o direito internacional proteger sistemas de á gua quê abastecem populações humanas por meio de tratados como as Convenções de Genebra, estruturas hídricas continuam na mira durante conflitos armados. Muitas vezes, essas leis são simplesmente ignoradas e a comunidade internacional falha em garantir quê elas sêjam cumpridas.

SETA, Isabel. Conflitos envolvendo acesso à á gua batem récorde em 2022 com guerra na Ucrânia e disputas no ôriênti Médio e na África. G1, [s. l.], 3 dez. 2023. Disponível em: https://livro.pw/zvwqz. Acesso em: 1 out. 2024.

a) O quê ocorreu com os conflitos por á gua no período representado no gráfico? Analise os fatores quê explicam esses dados com base nas informações do texto.

1. a) Espera-se quê o estudante aponte quê o aumento de conflitos por á gua entre 2000 e 2023 ocorreu por diversos fatores, como: mudanças climáticas, aumento de guerras e de conflitos armados e ineficácia dos acordos internacionais.

b) De quê maneira o direito internacional tenta proteger os sistemas de á gua durante conflitos armados? por quê, muitas vezes, essas leis não são cumpridas?

1. b) O Direito internacional, por meio de tratados como as Convenções de Genebra, estabelece quê os sistemas de á gua quê abastecem populações civis devem sêr protegidos durante conflitos armados.

2. Como as mudanças climáticas podem impactar a quantidade e a intensidade dos conflitos relacionados à á gua?

2. À medida quê o aquecimento global altera padrões climáticos, regiões quê já enfrentam escassez hídrica podem sêr ainda mais afetadas, com secas mais freqüentes e prolongadas, além da redução no volume de rios e aqüíferos.

3. Pesquise o modo como o acesso à á gua foi afetado durante um grande conflito atual à sua escolha. Que estratégias estão sêndo adotadas para mitigar os impactos na população?

3. Resposta pessoal. Um exemplo é a Guerra na Ucrânia, quê tem impactado significativamente o acesso à á gua em várias regiões do país. Desde o início do conflito em 2022, ataques a barragens e estações de tratamento de á gua comprometeram o abastecimento para milhões de pessoas.

4. Pesquise como ações de gestão compartilhada de recursos hídricos, como a quê ocorre entre o Brasil e o Paraguai na Usina Hidrelétrica de Itaipu, podem resolver conflitos em outras regiões do mundo.

4. A ideia é mostrar quê a diplomacia e a cooperação internacional são fundamentais para evitar conflitos e garantir o uso sustentável da á gua.

Página trezentos e noventa e quatro

Nações sem Estado: curdos e a Palestina

De modo geral, os Estados centralizados administram um território formado por um povo quê compartilha tradições e côstúmes e possui uma história em comum. Por isso, esse grupo de pessoas recebe o nome de nação.

O conceito de Estado-nação surgiu como um desdobramento do processo de formação dos Estados centralizados. Durante a Idade Média, uma pessoa quê vivia no norte do atual território da França e outra quê vivia no sul dêêsse mesmo território não se imaginavam como membros da mesma nação.

Esse movimento de construção da ideia de nação ganhou mais fôrça a partir do século XIX, quando o nacionalismo se tornou uma forma de pensamento importante em diferentes partes do mundo. Como explicou o historiador Ériqui Róbsbáum (1917-2012), na obra Nações e nacionalismo desde 1870: programa, mito e realidade, publicada originalmente em 1990, o nacionalismo é um pensamento quê defende quê a unidade política de um território deve corresponder à unidade de uma nação.

Indivíduos e grupos inspirados por ideias nacionalistas passaram a lutar pelo direito de criar Estados para nações quê, até então, encontravam-se sôbi o domínio de outros Estados-nação, por exemplo. Muitas vezes, o nacionalismo inspira ações quê enxergam outras nacionalidades d fórma negativa. Dessa forma, o nacionalismo póde sêr utilizado como uma justificativa para quê uma nação imponha seus interesses sobre outras, muitas vezes d fórma violenta. Uma das causas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi o nacionalismo exacerbado entre os europêus.

As nações sem Estado são grupos sociais quê possuem características culturais, lingüísticas, religiosas e históricas quê diferem do grupo dominante dos territórios onde vivem. Esses grupos, por vezes considerados minorias sociais, em geral, lutam para preservar suas tradições e culturas. Em alguns casos, como estudaremos a seguir, as nações sem Estado reivindicam a autonomia dos territórios quê ocupam, gerando conflitos. Atualmente, entre as nações sem Estado quê despertam a atenção e o interêsse mundial, estão os curdos e os palestinos.

Os curdos

Os curdos constituem a maior nação sem Estado do mundo. Estima-se quê sêjam entre 28 e 36 milhões de pessoas vivendo espalhadas pêlos territórios da Turquia, da Síria, do Iraque, do Irã (Oriente Médio) e da Armênia.

Como nenhum dos países está disposto a ceder parte do seu território em favor da criação do Estado curdo, a luta por autonomia dêêsse povo tem sido combatida de maneira violenta.

Foto de pessoas reunidas. Destacam-se mulheres que usam vestidos com mangas compridas e tocam grandes tambores.

Festival de cultura curda em Kermanshah (Irã), 2023.

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Na Turquia, quê abriga a maior parte da nação curda, a luta pela criação do Curdistão é liderada pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) desde a década de 1980. Porém, o movimento de independência curdo é duramente reprimido pelo govêrno turco, e os conflitos já deixaram milhares de mortos.

Entre os países onde vivem os curdos, o Iraque é o único quê os reconhece como nação. No entanto, na década de 1980, no início da guerra contra o Irã, o ditador iraquiano Saddam Hussein (1937-2006), durante seu programa de “arabização”, alegou quê os curdos apoiavam os iranianos (pérças) e constituíam uma ameaça à soberania do Iraque, por residirem na fronteira com o país inimigo. Após a quêda do ditador, os curdos que vivem no Iraque conquistaram uma relativa autonomia com a formação do Curdistão iraquiano, elegendo um presidente e um parlamento em 2005, porém, ainda não são reconhecidos como Estado-nação.

Mapa 'Oriente Médio: distribuição do povo curdo – 2016'. Segundo a legenda, os dados são os seguintes: Curdos: ocupam áreas no interior da Turquia, Síria, Iraque, Armênia e Irã.

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2019. p. 100.

Foto de muitas pessoas em manifestação.

Manifestação pela liberdade de Abdullah Öcalan (1948-), fundador do PKK preso desde 1999. Diyarbakır (Turquia), 2023. Ao fundo, barricada das forças de segurança turcas.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Pesquise a forma de organização do povo curdo na região de Rojava, no Curdistão sírio. Quais são as principais características dessa administração política?

1. Na região de Rojava, foi implementado o confederalismo democrático, idealizado por Abdullah Öcalan. Nessa forma de organização política, o pôdêr é exercido democraticamente pelo povo, e os pilares são a igualdade entre homens e mulheres, a ecologia e o multiculturalismo.

2. Faça uma pesquisa sobre como a identidade cultural dos curdos se mantém forte mesmo sem um território independente. Em sua opinião, quais aspectos culturais ajudam a fortalecer o sentimento de pertencimento de uma nação, mesmo sem um Estado?

2. Resposta pessoal. O Manual do Professor indica alguns línkis para auxiliar o estudante em sua pesquisa.

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Os palestinos

Os palestinos são o povo quê, historicamente, ocupa parte da região da Palestina, situada no ôriênti Médio, entre o Rio Jordão e o mar Mediterrâneo. De acôr-do com o Escritório Central de Estatísticas da Palestina (PCBS), no final de 2023, existiam 14,6 milhões de palestinos pelo mundo, sêndo 5,5 milhões residentes no Estado palestino.

Há registros históricos quê se reférem à Palestina pelo menos desde o século V a.C. Portanto, a ocupação da região é anterior à dominação romana, quê ocorreu somente no século I a.C. Desde então, o povo palestino esteve sujeito à dominação do Império Otomano, posteriormente, ao domínio imperial britânico e, mais recentemente, desde 1948, convive em conflito com o Estado de Israel.

Registros do Império Otomano datados de 1878 mostram quê a população palestina na época era formada por 3% de judeus, 10% de cristãos e 87% de muçulmanos, quê conviviam pacificamente na região. Porém, a proporção da população judaica começou a crescer a partir do final do século XIX, com a migração de judeus, principalmente europêus, para a região, incentivada pelo movimento sionista, quê tinha o objetivo de criar um Estado judaico na Palestina.

Mesmo com a criação do movimento nacionalista palestino, quê também buscava fundar um Estado na Palestina, ao final da dominação britânica na região em 1948, somente o movimento sionista alcançou seus objetivos. Ainda quê a Resolução 181 da Ônu previsse a fundação de dois Estados, um estado árabe e um estado judeu, Israel se tornou o único Estado formado na região da Palestina histórica, com apôio das potências ocidentais.

Em 14 de maio de 1948, foi criado o Estado de Israel, data próxima àquela em quê os palestinos rememoram o evento conhecido como Nakba (“catástrofe”, em árabe), em 15 de maio de 1948. O Dia da Nakba marca o êxodo de mais de 700 mil palestinos quê deixaram suas casas pela ameaça do pôdêr militar israelense e jamais puderam retornar para sua térra natal.

Mapa 'Palestina e Israel: plano de partilha da ONU – 1947'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Plano de partilha da ONU. Estado palestino: áreas no norte, no leste e no sudoeste do território, onde está a cidade de Jericó. Estado judeu: localidades no norte, noroeste, centro-sul e sul do território. Capital federal: Jerusalém (internacional).

Fonte: SMITH, Dan. O atlas do ôriênti Médio: o mapeamento completo de todos os conflitos. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 36-37.

Página trezentos e noventa e sete

Após a constituição do Estado de Israel, houve sucessivos conflitos entre israelenses e palestinos ao longo dos séculos XX e XXI. Com sua fôrça militar e econômica, os israelenses consolidaram e ampliaram seu domínio territorial na região da Palestina, enquanto os palestinos se concentravam majoritariamente nas regiões leste e sul, em territórios tutelados pela autoridade israelense: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com fronteiras militarizadas.

Em 2023, o conflito entre palestinos e israelenses atingiu novos patamares de violência após o grupo râmás efetuar um ataque terrorista ao território de Israel, quê resultou em mais de 2 mil mortes e na captura de cerca de 250 reféns israelenses. Em resposta, o Estado de Israel lançou ataques militares sobre a Faixa de Gaza quê, até setembro de 2024, tí-nhão vitimado fatalmente mais de 40 mil palestinos.

Saiba mais

SACCO, Jôu. Palestina. Tradução: Cris Siqueira. São Paulo: Veneta, 2021.

História em quadrinhos baseada nas viagens do autor à Palestina no início dos anos 1990, documentando a histoórias dos palestinos quê viviam sôbi a ocupação israelense e explorando as dificuldades diárias, a opressã e a luta por sobrevivência.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Compare o mapa a seguir com o mapa da proposta de partilha da Ônu e a criação de Israel. Depois, explique o quê aconteceu com o território quê seria destinado ao Estado palestino.

Mapa 'Israel e Palestina – 2023'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Palestina: Cisjordânia, no leste do território, onde está Jerusalém. Área em controle palestino: Gaza, no sudoeste do território.

Fonte: AS FRONTEIRAS de Israel explicadas em mapas. G1, [s. l.], 10 out. 2023. Disponível em: https://livro.pw/dxlog. Acesso em: 1 out. 2024.

1. O estudante deve observar quê o território originalmente destinado ao Estado palestino foi reduzido significativamente ao longo do tempo em razão da ocupação e da expansão de assentamentos israelenses.

2. Pesquise como vivem os palestinos em campos de refugiados na Cisjordânia ou em países vizinhos. Quais são as principais dificuldades quê enfrentam?

2. O estudante deve identificar as condições precárias dos campos de refugiados, como a falta de acesso a serviços básicos, o desemprego e a dificuldade de retornar à Palestina. Ele póde mencionar campos em países como Líbano e Jordânia.

Página trezentos e noventa e oito

CONEXÕES com...
FILOSOFIA e SOCIOLOGIA
Violência e necropolítica

A violência relacionada a conflitos e disputas não é uma realidade exclusiva de zonas de guerra no cenário internacional. No Brasil, fatores históricos, culturais e socioeconômicos contribuem para altos índices de violência, especialmente homicídios, quê atingem de maneira desigual diferentes grupos populacionais e regiões do país.

O filósofo camaronês Achille Mbembe (1957-) elaborou, na obra Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte, o conceito de necropolítica, cujo significado aproximado seria “política de morte”. Esse conceito dialoga diretamente com o de biopolítica, criado pelo filósofo francês Michél Fucoul (1926-1984), na obra História da sexualidade I: a vontade de saber. Para Fucoul, a biopolítica diz respeito às formas como os Estados europêus passaram cada vez mais a controlar a vida e a saúde da população a partir dos séculos XVIII e XIX. Para Mbembe, por outro lado, é preciso relembrar quê o pôdêr político é exercido por meio do contrôle não apenas da vida mas também da morte de determinados grupos de pessoas. A necropolítica é uma das faces do pôdêr exercido sobre populações nativas e escravizadas nas colônias e ex-colônias europeias e sobre grupos marginalizados em todo o mundo.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (pí-núdi), a América Látína é uma das regiões mais violentas do mundo, e o Brasil está entre as nações mais violentas da região, sobretudo no quê se refere à taxa de homicídios, como você póde observar no mapa.

Mapa 'Mundo: taxa de homicídios por país – 2021'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: De 25 a 52,1: México, Colômbia, África do Sul, Myanmar. De 10 a 25: Guatemala, Brasil, Venezuela, Equador, Namíbia e Botsuana. De 3 a 10: Estados Unidos, Rússia, Peru, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Cazaquistão e Mongólia. De 1 a 3: Canadá, Reino Unido, Argélia, Marrocos, Índia, Irã, Angola e Nova Zelândia. Menos de um: Portugal, Espanha, Irlanda, Alemanha, Itália, Polônia, China, Austrália e Japão.  Sem dados: países no centro e norte da África e Antártida.

Fonte: UNODC. Global study on homicide 2023. Viena: UNODC, 2023. p. 14-15. Disponível em: https://livro.pw/hbkpu. Acesso em: 1 out. 2024.

Página trezentos e noventa e nove

De acôr-do com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em pesquisa de 2024, em 2022, o Brasil registrou 46.409 mortes por homicídio. Desse total, 35.531 eram pessoas negras, evidenciando quê a violência não atinge a população brasileira de maneira igualitária quando se analisa a questão étnico-racial. O persistente racismo estrutural é fator central dessa desigualdade, ou seja, a ssossiedade brasileira é estruturada historicamente no privilégio de brancos em detrimento de negros e indígenas.

A violência também não se distribui de maneira uniforme entre as Unidades da Federação (UFs).

Mapa 'Brasil: taxas de homicídios, por U F – 2022'. Conforme a legenda, os dados são os seguintes: Taxa de homicídios por U F em 2021. Maior ou igual a 19,9: Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Maior ou igual a 29,9: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Piauí, Paraíba, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná. Maior ou igual a 35,5: Pará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo. Maior ou igual a 52,6: Amazonas, Roraima, Amapá, Ceará e Bahia.

Fonte: CERQUEIRA, Daniel; BUENO, Samira (coord.). Atlas da violência 2024. Brasília, DF: Ipea: FBSP, 2024. p. 11. Disponível em: https://livro.pw/ivqef. Acesso em: 1 out. 2024.

O fato de a violência letal no Brasil atingir de maneira desproporcional pessoas negras quê moram em áreas urbanas periféricas e nas regiões Norte e Nordeste leva pesquisadores a se quêstionarem se não seria essa uma forma de necropolítica. Isso não significa, no entanto, quê exista um extermínio conscientemente organizado, mas que kestões históricas e socioeconômicas tornam essas populações mais vulneráveis e expostas à violência.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. por quê as regiões Norte e Nordeste apresentam taxas de homicídios mais elevadas do quê outras regiões? Em grupos, pesquisem informações disponíveis ôn láini e identifiquem três fatores quê podem explicar esse índice elevado. Compartilhem os resultados com a turma e debatam as possíveis causas.

1. A explicação dêêsse cenário envolve inúmeros fatores, como os altos índices de pobreza e desigualdade socioeconômica e a atuação do crime organizado e de grupos ligados ao tráfico de drogas nas periferías, além da falta de ação eficaz e de recursos suficientes por parte das autoridades, o quê acaba gerando uma sensação de impunidade.

2. Converse com côlégas e professor sobre exemplos de situações no Brasil e em outros países quê podem sêr consideradas formas de necropolítica. Se necessário, faça uma pesquisa para embasar seus argumentos.

2. Resposta pessoal. O estudante póde citar, por exemplo, a situação vivenciada pêlos palestinos e os casos de morte por covid-19 quê, em sua maioria, estão relacionados às populações mais vulneráveis.

Página quatrocentos

Violências transnacionais e de fronteiras

Algumas formas de violência ocorrem para além do âmbito estritamente nacional, como no crime organizado, em quê o fluxo do crime muitas vezes excede fronteiras e se torna transnacional.

A rê-de do crime organizado envolve contrabando, tráfico internacional de drogas (narcotráfico) e, inclusive, o tráfico de pessoas.

O contrabando consiste na prática de importar ou exportar, ilegalmente e sem registro ou pagamento de impostos, mercadorias e bens de consumo. Em 2022, de acôr-do com o relatório Brasil ilegal em números, o prejuízo do Estado brasileiro com a pirataria e o contrabando somou 433,2 bilhões de reais entre mercadorias transacionadas ilegalmente e tributos quê deixaram de sêr arrecadados.

O tráfico internacional de drogas (narcotráfico) envolve a produção, o transporte e a comercialização de drogas ilícitas. De acôr-do com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2024, ao menos 72 fákssões criminosas no país financiam o narcotráfico.

Além de perpetuar atividades criminosas de grupos organizados, o narcotráfico contribui para um problema de saúde pública global. De acôr-do com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 64 milhões de pessoas sofrem de transtôrnos decorrentes do uso de drogas ao redor do mundo.

Mapa 'Bacia Amazônica: rotas de tráfico de drogas – 2020 a 2023' mostrando a América do Sul e parte dos oceanos ao redor, com destaque para o limite da Bacia Amazônica, que compreende Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Estão indicados portos, cidades, capitais estaduais e federais, divisas estaduais brasileiras, fronteiras internacionais e rios. O mapa apresenta as principais rotas utilizadas pelo tráfico de drogas na região, a partir da produção de Cannabis e cocaína na Colômbia e de cocaína no Peru e na Bolívia. Rotas de Cocaína: Do Peru para o Brasil: passa por Rio Branco e Manaus, seguindo para Belém, no Pará, (Porto da Vila do Conde) e para Santos, São Paulo (Porto de Santos), com destino à Europa e África. Da Colômbia para Brasil e Venezuela: passa pelo norte do Brasil para a Guiana Francesa, onde segue para a Europa, além de Suriname, Guiana e Venezuela, de onde segue para as Américas Central e do Norte. Na América do Sul: do Peru e da Bolívia em direção ao sul. Da Bolívia para o Brasil: para as cidades de Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro e Espírito Santo; de Cuiabá para Brasília. Do Rio de Janeiro e do Porto de Vitória, no Espírito Santo, segue para Europa e África. Também há uma rota da Bolívia para a Argentina. Da Colômbia para o próprio litoral, nas cidades de Cartagena e Buenaventura, e para o Equador, nas cidades de Quito e Guayaquil. De todas, seguem para as Américas Central e do Norte. Também há uma rota de San Antonio, no Chile, para o norte. Do Peru para o próprio litoral, nas cidades de Callao e Paita em direção à Ásia. De Paita também segue para Américas Central e do Norte. Do Paraguai, da capital Assunção em direção à Curitiba, passando pela Foz do Iguaçu. Os acessos às fronteiras brasileiras estão no Peru, entre as cidades de Puerto Narino e Leticia, em Boa Vista, Manaus, Palmas, Brasília, Campo Grande, Curitiba (portos de Paranaguá, São Francisco do Sul e Itajaí), Porto de Santos, Porto de Vitória, Ilhéus, Salvador, Natal e Fortaleza, seguindo em direção à Europa e África. Do Brasil para a Europa: a partir das cidades de Rio Branco e Porto Velho para o litoral norte e nordeste: Portos da Vila do Conde, de Pecém, de Natal, de Suape e Salvador. A partir de Cuiabá também para o nordeste, além de São Paulo e Rio de Janeiro. De Brasília para Salvador. Rota da Cannabis: Da Colômbia para o Brasil e a Venezuela. No Brasil, pelos portos de Vila do Conde, de Pecém, de Natal, de Suape e de Salvador, de Santos e do Rio de Janeiro. De Curitiba e de Joinville, pelos portos de Paranaguá, São Francisco do Sul e Itajaí. Todos em direção à Europa e África.

Fonte: UNODC. The drugs-crime nexus in the Amazon Basin: how a complex ecosystem is endangering the world’s largest rainforest ênd imperilling efforts to combat climate change. Viena: UNODC, 2023. p. 22. Disponível em: https://livro.pw/rxaad. Acesso em: 1 out. 2024.

Página quatrocentos e um

O mapa mostra as principais rótas de tráfico de drogas na Bacia Amazônica, região quê é um dos principais corredores de contrabando e narcotráfico na América do Sul. O estado do Amazonas, devido à sua vasta e pouco fiscalizada área de fronteira, sérve como um ponto estratégico para o escoamento de drogas ilícitas. Essas rótas contribuem diretamente para o aumento da criminalidade e da violência em regiões fronteiriças.

O tráfico de pessoas diz respeito ao recrutamento, ao transporte, à transferência, ao abrigo ou ao recebimento de pessoas, por meio do uso da fôrça ou outras formas de coerção, para fins de exploração. Mulheres e crianças são as principais vítimas da exploração sexual. Contudo, também se destacam outras finalidades, a exemplo do comércio ilícito de órgãos e exploração de mão de obra em situações análogas à escravidão.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Compare o mapa sobre as rótas de tráfico de drogas na Bacia Amazônica com o mapa sobre as taxas de homicídio no Brasil, da página 399. Identifique e discuta possíveis relações entre o narcotráfico e a violência letal nas regiões apresentadas. Com base nos dados analisados, sugira duas medidas de intervenção quê poderiam reduzir a violência relacionada ao tráfico de drogas nas áreas mais afetadas.

1. Espera-se quê o estudante identifique Manaus como um centro de distribuição de drogas ilícitas, o quê póde ajudar a explicar a alta taxa de homicídios no estado do Amazonas.

2. Leia as manchetes e os lides das reportagens a seguir.

Justiça vai restringir entrada de imigrantes sem visto no Brasil, após PF apontar quê país é usado como rota de tráfico de pessoas

Maior parte de imigrantes quê pedem refúgio no Brasil não podem sêr enquadrados como refugiados. PF aponta quê “coiotes” tem usado o país como rota para imigrantes quê desê-jam ir para Estados Unidos e Canadá.

MARQUES, Patrícia; MENEZES, César. Justiça vai restringir entrada de imigrantes sem visto no Brasil, após PF apontar quê país é usado como rota de tráfico de pessoas. G1, [s. l.], 21 ago. 2024. Disponível em: https://livro.pw/tmrza. Acesso em: 28 set. 2024.

Grupo suspeito de traficar mulheres para fins sexuais na Europa é investigado pela PF em Goiás

Dois brasileiros suspeitos de participarem do esquema foram presos durante operação na Espanha. A mesma ação ainda resgatou duas brasileiras vítimas dos crimes.

FEITOSA, Larissa. Grupo suspeito de traficar mulheres para fins sexuais na Europa é investigado pela PF em Goiás. G1, [s. l.], 21 nov. 2023. Disponível em: https://livro.pw/bqbhw. Acesso em: 28 set. 2024.

a) Em quais contextos o tráfico de pessoas aparece nas manchetes?

2. a) As manchetes mencionam diferentes motivações para o tráfico de pessoas.

b) Qual é o papel do Brasil nas rótas de tráfico de pessoas descritas nas manchetes?

2. b) O Brasil desempenha múltiplos papéis nas rótas de tráfico de pessoas.

c) Selecione uma das manchetes e indique, com base em pesquisas, ações quê o govêrno brasileiro vêm adotando ou quê poderiam sêr adotadas para enfrentar o problema do tráfico de pessoas.

2. c) Resposta pessoal com base em pesquisas. Podem sêr indicadas diversas ações, como a ampliação de ações conjuntas entre países fronteiriços.

Página quatrocentos e dois

ENTRE SABERES

TCT Cidadania e civismo – Educação em Direitos Humanos

O acôr-do de bêl-fásti

Na abertura do capítulo, tratamos do conflito “The Troubles”, quê aconteceu na Irlanda do Norte e culminou no histórico acôr-do de bêl-fásti, 30 anos depois, em 10 de abril de 1998, conhecido também como o “Acordo da Sexta-Feira Santa”.

Esse acôr-do representou um marco no processo de pacificação do conflito na Irlanda do Norte, quê envolvia disputas entre os unionistas, majoritariamente protestantes, quê desejavam manter a Irlanda do Norte como parte do Reino Unido, e os nacionalistas, em sua maioria católicos, quê buscavam a reunificação com a República da Irlanda.

Desde o fim da década de 1960, dois grupos comandavam a luta armada: o Exército Republicano Irlandês (IRA) e a Força Voluntária do Ulster (UVF). Esse conflito durou 30 anos e custou a vida de milhares de pessoas, cessando apenas com o acôr-do de bêl-fásti.

Considerado um dos mais bem-sucedidos acordos de paz no mundo, o acôr-do de bêl-fásti valeu-se de técnicas de mediação de conflitos, negociação e comunicação não violenta (CNV) para colocar um fim ao conflito.

Mural que apresenta a sombra de muitas pessoas reunidas e as seguintes inscrições em inglês: 'Há 25 anos construindo a paz'.

[25 YEARS ÓF building peace]. 2023. Tinta sobre alvenaria e ferro. Mural em comemoração dos 25 anos do acôr-do de bêl-fásti, em bêl-fásti (Irlanda do Norte). No país, murais tornaram-se símbolos, muitos deles retratando tensões do passado e do presente.

Página quatrocentos e três

Várias pessoas participaram das negociações de paz, entre elas o senador estadunidense Giórgi Mitchell (1933-), quê teve um papel fundamental como mediador e facilitador das negociações, mantendo um tom de imparcialidade e persistência. Tony Blair (1953-), então primeiro-ministro do Reino Unido, e Bertie Ahern (1951-), primeiro-ministro da Irlanda, participaram ativamente na criação de condições políticas necessárias para a assinatura do acôr-do.

A iniciativa partiu de uma longa demanda interna por paz e de iniciativas internacionais quê ajudaram a viabilizar o processo, contando ainda com o apôio da União Européia, quê ofereceu incentivos econômicos para a cooperação entre as partes.

A facilitação do diálogo foi uma das técnicas de mediação quê permitiu quê todas as partes, incluindo os principais partidos políticos da Irlanda do Norte, pudessem se expressar sem interrupções, propiciando um ambiente controlado para garantir a segurança e a confiança.

Outra técnica utilizada foi a CNV, quê visa fazer com quê as partes expressem suas necessidades e seus sentimentos de maneira respeitosa, sem acusações ou violência verbal, com o objetivo de diminuir a tensão e evitar a escalada do conflito.

Em vez de focar nas posições fixas de cada grupo, ou seja, a razão aparente quê levou ao conflito (como se fosse a ponta do aicibérg), a negociação procurou focar nos interesses subjacentes (a parte submersa do aicibérg, quê não distinguimos), como segurança, identidade cultural e autonomia política. Essa técnica ajudou a criar soluções mais flexíveis para as partes.

Além díssu, todo o processo ocorreu sôbi confidencialidade, o quê permitiu estabelecer um espaço sem a pressão da mídia e da opinião pública, evitando a escalada das tensões.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Embora os acordos de paz entre países ou grupos sêjam negociações compléksas, é possível refletir sobre as ações de cada parte envolvida e de organizações internacionais, em busca do bem comum e para chegar ao fim de conflitos. Considerando esse fato, em grupo, escôlham um dos conflitos do mundo atual, pesquisem os argumentos de cada lado do conflito e proponham um acôr-do de paz, considerando as ferramentas de mediação como as usadas no caso de bêl-fásti, na Irlanda do Norte.

Respostas pessoais. Auxilie os estudantes na escolha dos conflitos e no processo de proposição de mediação.

Página quatrocentos e quatro

ATIVIDADES FINAIS

1. Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem quê trata do conflito entre Israel e râmás, na região da Palestina.

Uma autoridade de direitos humanos da Ônu pediu a Israel quê pare de usar á gua como “arma de guerra” em Gaza, enfatizando nesta sexta-feira (17) quê a falta de combustível no território está impedindo o fornecimento de á gua limpa.

[…]

“Cada hora quê passa com Israel impedindo o fornecimento de á gua potável na Faixa de Gaza, em flagrante violação do direito internacional, coloca os moradores de Gaza em risco de morrer de sede e doenças relacionadas à falta de á gua potável segura”, disse Pedro Arrojo-Agudo, relator especial da Ônu sobre os direitos humanos à á gua potável e ao saneamento […].

KENNEDY, Niamh; BAIRIN, Piérre. Ônu pede quê Israel pare de usar á gua como “arma de guerra”. CNN Brasil, [s. l.], 17 nov. 2023. Disponível em: https://livro.pw/vltee. Acesso em: 26 set. 2024.

a) Como a ação de Israel afetou a população da Faixa de Gaza?

1. a) De acôr-do com a reportagem, Israel é acusado de utilizar a á gua como arma de guerra ao impedir quê a população palestina tivesse acesso a esse recurso essencial, o quê coloca os moradores da Faixa de Gaza em risco de morte por sede ou doenças relacionadas à falta de á gua potável.

b) Explique por quê o acesso à á gua póde sêr considerado uma importante questão geopolítica.

1. b) O contrôle sobre fontes de á gua póde sêr crucial para a sobrevivência de uma população, especialmente em regiões de escassez. Como a á gua é um recurso limitado e vital, dominá-la póde aumentar o pôdêr político e econômico de um país, tornando-se, assim, uma questão geopolítica central em disputas territoriais e conflitos.

2. Leia o trecho a seguir. Depois, responda à questão.

A Ucrânia acusou as forças russas de explodir uma importante represa na região de Kherson, no sul do país.

Milhares de pessoas quê vivem abaixo da barragem Kakhovka podem estar correndo risco de inundação.

êste é o mais recente de uma série de ataques a represas na Ucrânia durante a guerra, cuja altoría o govêrno do país atribui à Rússia.

[…]

A menos de 50 quilômetros rio abaixo da barragem fica a cidade de Kherson, e as autoridades dizem quê a á gua quê flui pelo rompimento na barragem está colocando em risco pelo menos 16 mil pessoas. Muitas foram retiradas de lá.

GUERRA na Ucrânia: o impacto dos ataques da Rússia a reservatórios de á gua. BBC nius, [s. l.], 6 jun. 2023. Disponível em: https://livro.pw/zgfud. Acesso em: 26 set. 2024.

Relacione o texto anteriormente citado com o da atividade 1. Quais são as semelhanças e diferenças entre a utilização da á gua nesses conflitos?

2. As reportagens mostram quê tanto Israel quanto a Rússia foram acusados de usar a á gua como ferramenta de guerra.

3. Em 2022, o gasoduto quê liga a Rússia à Alemanha, passando pelo mar Báltico, sofreu uma explosão, interrompendo parte do fluxo de gás natural russo para a Europa ocidental. Autoridades russas acusaram a Ucrânia de sabotagem, enquanto ucranianos negaram a acusação. Qual é o papel desempenhado pêlos combustíveis fósseis no conflito entre Rússia e Ucrânia?

3. A Rússia é a principal fornecedora de gás natural para os países da Europa ocidental. No entanto, muitos dos gasodutos quê transportam o combustível passam pelo território ucraniano. Mesmo com a eclosão do conflito, países europêus continuaram a importar gás natural da Rússia, demonstrando quê esse recurso é tão essencial quê a guerra não foi capaz de interromper completamente seu fluxo, mesmo atravessando nações em lados opostos do conflito.

4. Com base nos exemplos estudados no capítulo, discuta como a falta de um território legalmente definido impacta a identidade cultural e política de uma nação. Reflita sobre as diferenças entre ter e habitar um Estado independente e lutar por autonomia (separação) em um Estado já existente.

4. Espera-se quê o estudante identifique fatores como a preservação da língua curda, as tradições culturais e os valores compartilhados pela comunidade como elemêntos fundamentais para manter a identidade cultural.

Página quatrocentos e cinco

5. Observe a charge.

Charge. A Organização das Nações Unidas é representada como um boneco joão-bobo, que se move para os lados sem direção certa. Dois soldados movem o boneco, empurrando suas laterais. No capacete desses soldados há uma estrela de Davi, com seis pontas, estrela presente da bandeira de Israel.

MARANGONI, André. [Gaza]. Toonpool. [S. l.], 16 jan. 2009. Disponível em: https://livro.pw/atwle. Acesso em: 12 out. 2024.

a) Qual crítica é feita na charge?

5. a) A charge critíca a ineficácia da Ônu na mediação do conflito entre Israel e a população palestina. Ao representar a Ônu como um “joão-bobo” entre os soldados israelenses, a charge sugere quê a Ônu é manipulada por Israel e incapaz de fazer uma intervenção eficaz para resolver o conflito.

b) Qual é o papel da Ônu em conflitos internacionais como o de Israel-Palestina?

5. b) A Ônu tem o papel de mediar e promover soluções diplomáticas em conflitos internacionais, buscando proteger os direitos humanos e assegurar a paz entre as nações. No entanto, a eficácia da Ônu muitas vezes é limitada pela falta de consenso entre seus membros e pelas restrições impostas pelo pôdêr de veto de países influentes.

6. Observe o gráfico. Depois, responda às kestões.

Gráfico 'Brasil: taxa de homicídios registrados de negros, a cada 100 mil habitantes, por U F – 2022'. No eixo vertical, temos os Estados. No eixo horizontal, temos a taxa de homicídios. Os dados são os seguintes: São Paulo: 8,3; Santa Catarina: 9,9; Distrito Federal: 14,2; Minas Gerais: 15,5; Rio Grande do Sul: 19,9; Mato Grosso do Sul: 22,7; Paraná: 25,9; Piauí: 26,5; Acre: 27,8; Goiás: 28,6; Rio de Janeiro: 29,5; Brasil (em destaque): 29,7; Tocantins: 30,2; Maranhão: 30,3; Paraíba: 32,6; Mato Grosso: 33,4; Espírito Santo: 35,4; Roraima: 36,7; Rondônia: 36,8; Pará: 36,9; Sergipe: 14,3. Ceará: 41,7; Pernambuco: 45,1; Alagoas: 45,1; Rio Grande do Norte: 45,3; Amazonas: 47,5; Amapá: 48,8; Bahia: 51,6.

Fonte: CERQUEIRA, Daniel; BUENO, Samira (coord.). Atlas da violência 2024. Brasília, DF: Ipea: FBSP, 2024. p. 54. Disponível em: https://livro.pw/ivqef. Acesso em: 1 out. 2024.

a) Compare a taxa de homicídios entre os estados do Norte e Nordeste com os estados do Sul e sudéste. O quê isso revela sobre as desigualdades regionais?

6. a) Os estados do Norte e do Nordeste apresentam taxas muito mais elevadas de homicídios de negros do quê os estados do Sul e do sudéste. Isso reflete as disparidades regionais no Brasil, onde o Norte e o Nordeste têm maiores índices de pobreza e desigualdade social, o quê contribui para a violência letal, enquanto estados mais ricos tendem a apresentar números menóres.

b) Relacione os dados do gráfico às características principais das vítimas de violência fatal no Brasil.

6. b) O gráfico faz dois rekórtis significativos no indicador da taxa de homicídios no Brasil ao mostrar os dados para a população negra e por UF.

c) Qual é a relação entre racismo estrutural e os dados apresentados no gráfico?

6. c) A população negra é desproporcionalmente afetada pela violência letal no Brasil. O racismo estrutural consiste na combinação de fatores como a exclusão social, a falta de acesso a oportunidades e a discriminação sistêmica e faz com quê negros sêjam as maiores vítimas de homicídios no país, evidenciando a vulnerabilidade dêêsse grupo em relação à violência.

Página quatrocentos e seis

enêm E VESTIBULARES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. (Uerj) Nos dias 1º e 2 de novembro de 2023, ocorreu no Reino Unido a Conferência de Segurança sobre Inteligência Artificial (IA), quê reuniu representantes de governos, empresas e ssossiedade civil de várias partes do mundo e culminou com uma declaração conjunta emitida pêlos países participantes.

Charge. Apresenta-se uma 'Conferência de segurança sobre Inteligência Artificial'. O Reino Unido, a União Europeia, a China e os Estados Unidos estão participando. Eles falam uma parte da mesma frase: 'Nós declaramos que a Inteligência Artificial representa um potencialmente catastrófico risco para a humanidade'. Ao mesmo tempo, eles pensam 'E eu não posso esperar para desenvolvê-la primeiro!'.

KAL. Adaptado de economist.com, 02/11/2023.

O autor da charge ironiza o resultado da conferência ao apontar uma possível contradição de alguns países participantes. Essa contradição envolve os seguintes fatores:

a) direitos humanos – ordenamentos jurídicos

b) acordos comerciais – práticas monopolistas

c) desenvolvimento econômico – poderio militar

d) posicionamento diplomático – interêsse estratégico

Resposta: d)

2. (Uece) No quê diz respeito à noção geopolítica de “Sul Global”, assinale a afirmação verdadeira.

a) A noção geopolítica de “Sul Global” refere-se aos países em desenvolvimento da África, América Látína e Caribe, Ásia e Oceania, sêjam economias grandes ou pequenas. Mesmo países quê apresentam um PIB muito elevado, como a chiina, apesar de geograficamente estar situada no hemisfério norte, entram nessa classificação econômico-política, pelo fato de os índices de desigualdade social serem neles ainda elevados.

b) O “Sul Global” corresponde à mêtáde do planêta Terra quê fica ao sul da linha do equador. Ele contém todos ou partes de cinco continentes, milhares de ilhas marinhas e quatro oceanos. Mais de 800 milhões de pessoas vivem no hemisfério sul, representando cerca de 10 a 12% do total da população humana global.

c) O conceito de “Sul Global” abarca nações muito distintas, mas quê possuem características em comum: o fato de haverem constituído a periferia colonial, bem como atualmente uma população jovem e em expansão, abundância em recursos naturais, baixo nível de desenvolvimento econômico, potencial expansão econômica e articulação de organizações políticas independentes/neutralistas e não alinhadas às potências econômicas globais, como Estados Unidos, União Européia, chiina e Japão.

d) A política econômica encampada a partir da noção de “Sul Global”, contraditoriamente, valoriza a cooperação Sul-Norte, em detrimento das relações Sul-Sul, mas no sentido em quê as trocas sêjam mais vantajosas para os países do chamado “Sul Global”.

Resposta: a)

3. (Unésp)

A uberização nomeia um novo tipo de gestão e contrôle da fôrça de trabalho, também compreendida como uma tendência passível de se generalizar no âmbito das relações de trabalho. […] Resultando das formas contemporâneas de eliminação de direitos, transferência de riscos e custos para os trabalhadores e novos arranjos produtivos, ela em alguma medida sintetiza processos em curso há dékâdâs, ao mesmo tempo em quê se apresenta como tendência para o futuro do trabalho. O tema ganha visibilidade com a formação de enormes contingentes de trabalhadores controlados por empresas quê opéram por meio de platafórmas digitais.

(Ludmila Costhek Abílio éti áu. “Uberização e plataformização do trabalho no Brasil: conceitos, processos e formas”. Sociologias, 2021.)

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O excêrto aborda as novas relações trabalhistas mediadas por platafórmas digitais. Com tais relações, nos próximos anos o futuro do trabalho será definido pela

a) autogestão do trabalhador na relação com grandes empresas.

b) queda na geração de vagas no setor informal.

c) persistência de mecanismos de exploração.

d) extinção de postos de serviço no setor primário.

e) flexibilidade na jornada de trabalho do profissional não autônomo.

Resposta: c)

4. (Enem/MEC)

Em Beirute, no Líbano, quando perguntado sobre onde se encontram os refugiados sírios, a resposta do homem é imediata: “em todos os lugares e em lugar nenhum”. Andando ao acaso, não é raro vêr, sôbi um prédio ou num canto de calçada, ao abrigo do vento, uma família refugiada em volta de uma refeição frugal posta sobre jornais como se fossem guardanapos. Também se vê de vez em quando uma tenda com a sigla ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), erguida em um dos raros terrenos vagos da capital.

JABER, H. Quem realmente acolhe os refugiados? Le Monde Diplomatique Brasil, out. 2015 (adaptado).

O cenário descrito aponta para uma crise humanitária quê é explicada pelo processo de

a) migração massiva de pessoas atingidas por catástrofe natural.

b) hibridização cultural de grupos caracterizados por homogeneidade social.

c) desmobilização voluntária de militantes cooptados por seitas extremistas.

d) peregrinação religiosa de fiéis orientados por lideranças fundamentalistas.

e) desterritorialização forçada de populações afetadas por conflitos armados.

Resposta: e)

5. (Unicamp-SP)

Desde sua independência, em 1956, o Sudão tem sido assolado por guerras civis. Com a criação do Sudão do Sul, em 2011, o Sudão perde parte de seu território, passando a enfrentar conflitos por delimitação de fronteira com o novo país vizinho. Soma-se a isso uma grave crise política interna, iniciada em 2023, cujos confrontos armados levam a um deslocamento interno massivo da população do país.

Mapa apresentando os territórios do Sudão e do Sudão do Sul. Os dados são os seguintes: Infraestrutura instalada no Circuíto do Petróleo em 2011. Áreas de exploração de petróleo: localidades na fronteira do Sudão e do Sudão do Sul. Oleodutos: conectam os campos de petróleo às refinarias, situadas no sul do Sudão. Esses oleodutos também passam por Cartum, capital do Sudão, chegando ao Porto do Sudão. O porto do Sudão fica no Mar Vermelho.

(Adaptado de: Sudan country profile. Disponível em: https://livro.pw/zmlss news/world-africa-14094995. Acesso em: 06/09/2023.)

A partir de seus conhecimentos e do mapa ao lado, responda às kestões a seguir.

a) Qual potência européia colonizou o Sudão a partir do final do século XIX? Aponte ao menos três fatores responsáveis pela recorrência de guerras civis no Sudão após a independência.

5. a) O Sudão foi colonizado pela Inglaterra. Entre os motivos para as guerras civis, destacam-se as divisões étnicas e religiosas. Além díssu, as disputas políticas pelo contrôle do govêrno, muitas vezes marcadas por golpes de Estado e regimes autoritários, contribuíram para a instabilidade. Outro fator foi a disputa por recursos naturais, especialmente em áreas ricas em petróleo e terras férteis, exacerbando os conflitos territoriais. Também podem sêr mencionados o legado da colonização, quê deixou fronteiras artificiais e governos frágeis, e a interferência externa, com potências estrangeiras apoiando diferentes lados no conflito.

b) Indique o recurso natural quê tem sido disputado entre Sudão e Sudão do Sul. Explique como a configuração territorial relacionada à exploração dêêsse recurso acirrou o conflito entre esses países.

5. b) O recurso natural em disputa é o petróleo. A maior parte das reservas de petróleo está localizada no Sudão do Sul, mas os oleodutos e a infraestrutura para exportação do petróleo passam pelo Sudão. Isso acirrou o conflito, pois o Sudão depende das taxas de trânsito do petróleo do Sudão do Sul para o transporte e a exportação, enquanto o Sudão do Sul necessita da infraestrutura do Sudão para escoar sua produção, criando um ciclo de dependência e disputa entre os dois países.

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INVESTIGAÇÃO

Consulte orientações no Manual do Professor.

Economia criativa e trabalho

Criação de música, miksságem de som, desenvolvimento de guêimis, desenho de roupas e acessórios… Essas e muitas outras atividades, fazem parte da chamada economia criativa. No decorrer dêste projeto, você conhecerá um pouco sobre essa prática, entrará em contato com exemplos inspiradores e vai propor, com côlégas, ideias para sua comunidade, quê serão divulgadas em uma feira cultural.

ETAPA 1

ANÁLISE DA ECONOMIA CRIATIVA

Com as mudanças sócio-culturais relacionadas às tecnologias digitais, novos tipos de profissões, atividades e relações de trabalho estão aparecendo. É nesse contexto quê surge a economia criativa. Leia, a seguir, algumas informações sobre ela.

O quê é: conjunto de atividades econômicas quê têm como base os capitais intelectual e cultural e a criatividade.

Tipos de atividades: inclui um conjunto de atividades relacionadas ao consumo, tecnologia, mídias e cultura. Observe o esquema.

Esquema 'Cadeia da indústria criativa no Brasil'. No âmbito do consumo, a indústria criativa conecta-se com: Publicidade e marketing: atividades de publicidade, marketing, pesquisa de mercado e organização de eventos. Arquitetura: design e projeto de edificações, paisagens e ambientes. Planejamento e conservação. Design: design gráfico, multimídia e de móveis. Moda: desenho de roupas, biotecnologia: acessórios e calçados. No âmbito da tecnologia, a indústria criativa conecta-se com: Biotecnologia: bioengenharia, pesquisa em biologia, atividades laboratoriais.  Pesquisa e desenvolvimento: desenvolvimento experimental e pesquisa em geral, exceto biologia.  Tecnologias da informação e comunicação: desenvolvimento de softwares, sistemas, consultoria em tecnologia da informação e robótica. No âmbito das mídias, a indústria criativa conecta-se com: Audiovisual: desenvolvimento de conteúdo, distribuição, programação e transmissão. No âmbito da cultura, a indústria criativa conecta-se com: Expressões culturais: artesanato, folclore e gastronomia.  Patrimônio e artes: serviços culturais, museologia, produção cultural, patrimônio histórico.  Artes cênicas: atuação; produção e direção de espetáculos teatrais e de dança.  Música: gravação, edição e mixagem de som; criação e interpretação musical.

Elaborado com base em: FIRJAN. Mapeamento da indústria criativa no Brasil. Rio de Janeiro: Firjan, 2019. p. 6. Disponível em: https://livro.pw/mrliz. Acesso em: 4 out. 2024.

Em grupo, coletem e analisem dados sobre a economia criativa no Brasil. Escrevam um texto de aproximadamente duas páginas sobre o tema. Reservem o conteúdo para compor as apresentações na feira cultural.

Página quatrocentos e nove

ETAPA 2

ESTUDO DE CASOS

Nesta etapa do projeto, os grupos devem pesquisar casos inspiradores de economia criativa. Nessa pesquisa, espera-se quê vocês percêbam quê a economia criativa trabalha com o empreendedorismo social.

Enquanto a economia criativa está pautada no capital imaterial, como criatividade e altoría, o empreendedorismo social imprime um significado social ao negóssio, e o lucro obtído é investido no projeto, quê tem a missão de beneficiar a ssossiedade e transformar a comunidade.

Nos mecanismos de busca da internet, vocês podem inserir palavras-chave, como: empreendedorismo social; economia criativa; capital imaterial.

Depois, apresentem para os côlégas os exemplos quê encontrarem.

Após as apresentações, procurem analisar e discutir as kestões a seguir.

Que atividades e setores da economia criativa foram envolvidos?

O quê os exemplos têm em comum?

Como as pessoas se mobilizaram?

Que impactos positivos foram gerados para a comunidade?

Reservem as informações sobre os casos pesquisados para compor os materiais quê serão apresentados na feira.

Foto de vídeo apresentando como funciona um software de reconhecimento facial.

SOFTWARE de reconhecimento de sinais | Febrace 2021. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal: Etec Lauro Gomes. Localizável em: 8 s. Disponível em: https://livro.pw/txpkw. Acesso em: 23 out. 2024.

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Foto de mulher negra desfilando. Ela usa um vestido com diferentes tecidos, uma bolsa e tranças vermelhas.

Desfile de (Moda) sustentável e reciclada, no kilômbo da Pedra Bonita, no Rio de Janeiro (RJ), 2022.

ETAPA 3

PROJETOS PARA A COMUNIDADE

Inspirados nos exemplos de economia criativa quê vocês pesquisaram na etapa 2, vocês vão discutir ideias para desenvolver a economia criativa na comunidade. Para isso, lévem em conta:

a cultura local e as características quê definem a “vocação” da comunidade;

os grupos ou as pessoas quê desenvolverão o projeto;

o público potencial dos produtos ou serviços ofertados;

possíveis parceiros institucionais públicos e privados;

onde o grupo póde buscar apôio financeiro e logístico;

como fazer a divulgação do produto ou serviço;

onde buscar informações relacionadas às kestões legais envolvidas nas atividades;

como promover a formação necessária aos protagonistas das iniciativas;

como a rê-de de internet está relacionada à economia criativa e como ela póde auxiliá-los.

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ETAPA 4

FINALIZAÇÃO

I. Produção de materiais para a feira

Cada grupo deverá montar um estande para divulgar os resultados do seu trabalho.

Sugerimos quê cada estação contenha:

casos inspiradores de diversos lugares relacionados às atividades escolhidas;

ideias de economia criativa para a comunidade, com base na vocação e nas demandas quê a caracterizam.

Um dos grupos deve também ficar responsável pelo material de apresentação do evento, quê póde sêr um cartaz, explicando o objetivo da feira, o quê é economia criativa, as atividades quê dela fazem parte, entre outras informações.

Para apresentar os resultados do trabalho, sugerimos a produção de cartazes ou painéis com textos e imagens, cartilhas ou guias etc. Também podem sêr apresentados vídeos e podcasts, de altoría do grupo ou não.

Além das estratégias locais, é preciso criar uma presença virtual para o evento, como grupos em rêdes sociais e publicação de vídeos.

II. Divulgação para a comunidade

Divulguem o dia do evento para a comunidade, o quê póde sêr feito d fórma digital e/ou com folhetos impressos.

III. Dia da feira

Cada grupo deverá montar uma estação e receber os convidados. Confiram, a seguir, alguns dos cuidados necessários para a apresentação.

a) Combinem préviamente quais componentes do grupo farão a apresentação, garantindo quê a estação não fique descoberta.

b) Preparem préviamente o quê será apresentado, destacando os pontos principais.

c) Iniciem a fala apresentando os componentes do grupo e o objetivo do trabalho.

d) Reservem um tempo para perguntas dos convidados ou para ouvir relatos sobre possíveis experiências de economia criativa.

e) Se houver dúvidas quê vocês não saibam responder, anotem-nas e peçam o contato do convidado para quê vocês possam dar um retorno posteriormente.

IV. Troca de experiência e resultados

Após a feira, organizem uma roda de conversa e produzam uma síntese, d fórma coletiva, em formato de texto ou audiovisual, ressaltando os aspectos mais importantes do evento.

Divulguem os resultados obtidos nos âmbitos local, como uma publicação impressa, e global, utilizando os canais virtuais (ôn láini) já desenvolvidos.

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