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A obtenção e utilização do Urânio-235

O urânio pode ser utilizado de forma indireta na datação de fósseis devido ao seu tempo de decaimento, transformando-se em outra substância. O urânio, contudo, também pode ter aplicações diretas, como na geração de energia elétrica. Conheça, no podcast a seguir, como ele é utilizado para essa finalidade.

Transcrição do áudio para acessibilidade

[VINHETA DE ENTRADA]

[PAULO]

A obtenção e a utilização do urânio duzentos e trinta e cinco.

[VINHETA DE INICIAÇÃO]

[PAULO]

Olá, estudante! Eu sou o Paulo e, no podcast de hoje, vamos falar sobre o urânio, um elemento fundamental para a produção de energia nuclear. Você vai entender em detalhes como ele é extraído da natureza, preparado para uso nos reatores e qual o seu papel na geração de eletricidade. Vamos lá?

[VINHETA DE SEPARAÇÃO]

[PAULO]

Quem vai ajudar a gente nessa discussão é a Mari. Bem-vinda, Mari!

[MARI]

Obrigada, Paulo, e olá, estudante! Acredito que podemos começar apresentando a definição de materiais radioativos. Basicamente, materiais radioativos são substâncias que emitem radiação de forma espontânea. Essa radiação é a energia liberada do núcleo de seus átomos, que são como pequenas esferas com um núcleo no centro. Em alguns átomos, esse núcleo é instável e libera energia para se tornar mais estável. Essa energia liberada é a radiação.

[PAULO]

Exato! E, entre esses materiais, o urânio é um dos mais conhecidos. Ele é um elemento químico que pode ser encontrado em pequenas quantidades em rochas, no solo e até mesmo na água. É importante destacar que o urânio natural não é composto por um único tipo de átomo. Ele é formado por isótopos diferentes, sendo que o urânio duzentos e trinta e oito é o isótopo mais comum.

[MARI]

É verdade, Paulo! O urânio duzentos e trinta e oito responde por noventa e nove vírgula três por cento do urânio natural. No entanto, a forma mais comum do urânio não é diretamente útil em aplicações como a geração de energia nuclear. Isso acontece porque ele não conta com núcleos físseis, que são núcleos que podem se quebrar pelo impacto de nêutrons que se movem lentamente. Agora você deve estar se perguntando: por que o urânio é tão importante, então?

[PAULO]

Ah! Boa pergunta! Vou começar falando sobre o seu processo de enriquecimento, que é parte essencial do uso desse material. O enriquecimento do urânio envolve a separação e a concentração do urânio duzentos e trinta e cinco, um isótopo menos comum que contém um núcleo físsil e que pode sustentar uma reação de fissão em cadeia dependendo da quantidade utilizada. Um dos métodos mais avançados para isso é a ultracentrifugação.

[MARI]

E é muito interessante saber como são realizadas a separação e a concentração desse isótopo por meio desse método. Você pode contar mais a respeito desse processo, Paulo?

[PAULO]

Claro! Esse método se baseia no princípio da diferença de massa entre os isótopos de urânio, pois o urânio duzentos e trinta e oito é ligeiramente mais pesado que o urânio duzentos e trinta e cinco. Assim, o urânio é transformado em hexafluoreto de urânio, que posteriormente é vaporizado e submetido a altíssimas rotações em centrífugas. As moléculas mais pesadas, ou seja, aquelas que contêm urânio duzentos e trinta e oito, tendem a se concentrar nas paredes externas do cilindro da centrífuga, enquanto as mais leves se acumulam no centro, de onde podem ser recolhidas.

[MARI]

E é aí que o urânio mostra seu valor. A ocorrência natural do urânio duzentos e trinta e cinco, é de apenas zero vírgula sete por cento, e, para servir de combustível nos reatores, ele é enriquecido de três a cinco por cento. O hexafluoreto de urânio é então convertido a dióxido de urânio e utilizado para a fabricação de pastilhas que servirão de elemento combustível para alimentar os reatores nucleares.

[PAULO]

Ah! E é interessante mencionar, Mari, que o funcionamento de uma usina nuclear é muito parecido com o de uma usina que utiliza combustível fóssil, pois o calor gerado no reator é utilizado na formação de vapor de água, que acionará uma turbina e um gerador elétrico. E uma grande vantagem é que, além de não emitir gases poluentes, apenas uma pequena quantidade de urânio é necessária para a geração de energia elétrica. Cerca de meio quilo de urânio pode gerar a mesma quantidade de energia elétrica de mil trezentas e cinquenta toneladas de carvão.

[MARI]

No entanto, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Depois de utilizado, o urânio gera resíduos radioativos, que são perigosos. Por isso, eles precisam ser descartados de maneira extremamente cuidadosa. Esses resíduos permanecem radioativos por milhares de anos, o que significa que o gerenciamento deles é um dos maiores desafios da energia nuclear.

[PAULO]

É verdade. Esses resíduos precisam ser armazenados em locais especiais, isolados do meio ambiente, para garantir que não haja contaminação. A ciência ainda está buscando formas de melhorar esse processo, seja por meio de novas técnicas de armazenamento ou de reciclagem dos materiais.

[MARI]

Enquanto a gente falava sobre o descarte dos resíduos radioativos, me veio à mente a série Os Simpsons. Sabe aqueles episódios em que o protagonista, o Homer Simpson, trabalha em uma usina nuclear? Eles sempre exageram na bagunça que é a segurança por lá. Acho que foi impossível não pensar naquelas cenas em que o lixo nuclear é jogado de qualquer jeito, até dentro de um parque de diversões!

[PAULO]

Essa referência é ótima, Mari. Os Simpsons sempre brincam com esses exageros. Mas na vida real, o gerenciamento de resíduos radioativos, como os do urânio, precisa ser levado muito a sério. Uma destinação inadequada dos rejeitos radioativos pode ter consequências gravíssimas para as sociedades humanas e para a natureza. Por isso, a ciência está em constante evolução para melhorar essas práticas e garantir ainda mais segurança ao processo de geração de energia nuclear.

[VINHETA DE ENCERRAMENTO DO ASSUNTO]

[MARI]

E, assim, concluímos nosso podcast de hoje. Entendemos que o urânio, apesar da baixa abundância natural de seu isótopo físsil, tem um importante papel na geração de energia nuclear. Desde sua extração, enriquecimento, utilização até o descarte dos resíduos, o cuidado em cada etapa é essencial para garantir que possamos aproveitar essa fonte poderosa de energia de maneira segura e eficiente.

[PAULO]

Esperamos que você tenha aprendido algo novo e interessante sobre o urânio e o mundo da energia nuclear. E lembre-se: a ciência é cheia de descobertas incríveis que podem mudar o mundo ao nosso redor. Até o próximo episódio!

[VINHETA DE ENCERRAMENTO]

[PAULO]

Esta produção usou áudios de Yan Maran e Envato Elements.

[MARI]

Vozes de Paulo Barcellos e Mari Guedes.

Todo o processo descrito para a obtenção e utilização do urânio na geração de energia elétrica nos permitiu conhecer mais uma aplicação de uma substância radioativa. Assim, por meio desse podcast, pudemos reconhecer a importância dessas substâncias para a sociedade e os cuidados que devem ser adotados em seu descarte.