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UNIDADE 1

A QUÍMICA E A MATÉRIA DO UNIVERSO

Na imagem de abertura desta unidade, há uma cientista examinando um fragmento de meteorito. O que você acha que ela pode descobrir? Essa cena não simboliza apenas o espírito investigativo e a busca incessante por conhecimento que caracteriza a ciência, mas destaca também o papel das mulheres nessa área. Histórias de cientistas como Marie Curie (1867-1934), Rosalind Elsie Franklin (1920-1958) e muitas outras são registros de como mulheres contribuíram para avanços científicos e inspiraram gerações.

Nesta unidade, além de conhecer contribuições de diversas mulheres que enfrentaram e ajudaram a reduzir as barreiras de gênero na ciência, vamos explorar o desenvolvimento do conhecimento científico, reconhecendo como saberes tradicionais, acumulados ao longo de gerações, também contribuem para a ciência. Serão apresentados os principais conceitos envolvidos no estudo da Química e os primórdios do atomismo, teoria que propõe que toda a matéria é composta de partículas indivisíveis e que foi o ponto de partida para o desenvolvimento da tabela periódica.

A análise de substâncias e misturas também é tema desta unidade. Você sabe diferenciar substâncias puras de misturas? Vamos aprender a importância dessa distinção para a Química e, assim como a cientista retratada na imagem utiliza técnicas para investigar o meteorito, vamos explorar alguns métodos usados para separação de materiais e obtenção de substâncias.

a ) Você considera importante os estudos relacionados à formação do Universo, como a análise do fragmento de meteorito retratado na fotografia?

b ) Discuta com seus colegas a importância de conhecer a estrutura da matéria.

c ) Por que é importante reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres para a ciência?

d ) Como a compreensão das substâncias e misturas pode impactar nosso dia a dia e a sociedade em geral?

Respostas nas Orientações para o professor.

Nesta unidade, vamos estudar...

  • desenvolvimento da ciência moderna;
  • conceitos iniciais de Química;
  • evolução da teoria atômica da matéria;
  • tabela periódica;
  • propriedades físicas e químicas da matéria;
  • substâncias e misturas;
  • métodos de separação de misturas.

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Fotografia de uma mulher em um ambiente de laboratório, usando óculos de grau e luvas de proteção. Ela está manipulando uma pinça com um pequeno objeto em direção a um recipiente de metal sobre um suporte.
Pesquisadora Dolores Hill analisando um fragmento de meteorito.

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CAPÍTULO1

A ciência moderna

O nascimento da ciência moderna

Você sabe qual é o metal mais valioso que existe? Muitas pessoas responderiam que é o ouro, por conta das aplicações desse material na produção de joias, acessórios e componentes eletrônicos.

A busca por materiais valiosos, visando obter riqueza, foi objetivo de vários indivíduos ao longo da história. Esse é um fato evidenciado pelos registros da ampla busca pela pedra filosofal, um artefato que poderia transformar outros materiais em ouro. Hoje, ela é tema de muitas obras de ficção, como livros e filmes, mas no passado foi seriamente investigada pelos alquimistas. Pouco se fala, mas o físico inglês Isaac Newton (1643-1727), formulador da lei da gravitação universal, já tentou por si só encontrar uma fórmula para o desenvolvimento da pedra filosofal.

1. Você já ouviu falar em alquimia ou pedra filosofal? Sente-se com um colega e converse sobre o tema.

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é incentivar a troca de informações entre os estudantes.

A alquimia, prática muito presente na Idade Média (476-1453), utilizava do sobrenatural e de experimentos para explicar coisas do dia a dia, muitas vezes distantes do pensamento racional. Por exemplo, muitos alquimistas buscavam um remédio universal para curar todos os males físicos e morais da humanidade ou a pedra filosofal, que seria responsável por transformar todos os metais em ouro.

Embora não fosse ainda aquilo que conhecemos como Química, a alquimia foi essencial para o desenvolvimento de diferentes técnicas e instrumentos laboratoriais importantes. Além disso, possibilitou a descoberta de substâncias como álcool, éter, ácidos nítrico e sulfúrico e os sais minerais.

Pintura retratando um alquimista em um laboratório antigo. O homem, de idade avançada, veste uma túnica branca com detalhes pretos e vermelhos e um chapéu escuro. Ele segura um recipiente de vidro em uma das mãos enquanto trabalha com equipamentos alquímicos, incluindo recipientes de cobre, balões de vidro e tubos dispostos sobre uma mesa e no chão. Ao fundo, prateleiras de madeira exibem frascos e outros utensílios.
O alquimista, de Joseph Leopold Ratinckx. Óleo sobre madeira, 36 centímetros vezes 27 centímetros 36  cm × 27  cm , 1937.

No século XVII, à medida que os estudiosos começaram a sistematizar as informações sobre suas observações, o misticismo foi gradativamente abandonado e, com ele, a alquimia.

Nesse processo, muito do que era produzido só valia se pudesse ser descrito pela Matemática e pudesse passar por experimentação, dando início à aplicação do chamado método científico.

Fotografia da área interna de um laboratório com uma mesa central repleta de frascos e recipientes de diversos tamanhos. Ao fundo, há prateleiras com tubos de ensaio e balões.
Laboratório moderno de Química.

O método científico e sua aplicação caracterizam a ciência moderna, que busca produzir conhecimento por meio de questionamentos, observação de fatos, experimentação e formulação de hipóteses.

2. Analise a pintura O alquimista e a imagem de um laboratório de Química. Quais semelhanças é possível identificar entre o que está representado nas imagens?

Resposta: Em ambas as imagens há presença de instrumentos que são fundamentais para a execução dos experimentos.

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Os estudos do químico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) e de outros cientistas da época caracterizaram o início da Química moderna, pois seguiam o método científico.

Antes de Lavoisier, havia a teoria do flogisto, desenvolvida pelo químico e médico alemão Georg Ernst Stahl (1660-1734), que afirmava que os materiais inflamáveis continham uma substância invisível, chamada flogisto. A queima do material resultava na liberação dessa substância; quanto mais flogisto o material tivesse, mais facilmente entrava em combustão.

Pintura em preto e branco de um homem de cabelo cacheado e volumoso, vestido com um manto.
Georg Ernst Stahl.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

1.

Ilustração de uma tora de madeira com chamas emanando de sua superfície.
Representação de material em combustão.

2.

Ilustração de uma representação de um material em estado de cinzas, com fumaça se elevando acima dele. Há uma indicação na fumaça com a informação: flogisto liberado e outra no material em cinzas com a informação: resíduo (sem flogisto).
Representação das cinzas que restavam como resíduo, sem o flogisto.

Lavoisier realizou diversos experimentos envolvendo o processo de combustão. Ao usar balanças para verificar as massas das substâncias durante essas reações químicas, ele notou que a combustão não ocorria por causa do flogisto, mas sim em razão de algo presente no ar, que ele chamou de oxigênio.

Diversos estudos foram realizados por Lavoisier, muitos com a contribuição de sua esposa, a cientista, também francesa, Marie-Anne Pierrette Paulze (1758-1836). Ela foi fundamental no trabalho do marido, atuando como assistente de laboratório, além de contribuir para a produção, edição e ilustração dos textos.

Os estudos de Lavoisier foram considerados uma revolução na ciência, pois forneceram uma nova maneira de explicar um fenômeno – no caso, a combustão dos materiais –, e contribuíram para o nascimento da Química.

Pintura. À esquerda, está uma mulher com cabelo volumoso e vestido branco levemente inclinada em direção a um homem que está ao seu lado, vestido com um traje escuro. Eles estão diante de uma mesa, onde há vários instrumentos científicos, incluindo frascos e outros equipamentos de vidro.
Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) e Marie Anne Lavoisier (Marie Anne Pierrette Paulze, 1758-1836), de Jacques Louis David. Óleo sobre tela, 259 centímetros vezes 194 centímetros 259  cm × 194  cm , 1788.

Sobre as mudanças e evoluções no conhecimento científico, leia o texto a seguir.

[…] Guiados por um novo paradigma, os cientistas adotam novos instrumentos e orientam seu olhar em novas direções. E o que é ainda mais importante: durante as revoluções, os cientistas veem coisas novas e diferentes quando, empregando instrumentos familiares, olham para os mesmos pontos já examinados anteriormente. […] Não obstante, as mudanças de paradigma realmente levam os cientistas a ver o mundo definido por seus compromissos de pesquisa de uma maneira diferente. […] após uma revolução, os cientistas reagem a um mundo diferente. […]

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. Tradução: Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998. p. 145-146.

3. Com base na leitura do texto, defina revolução científica.

Resposta: Mudar a forma de observar determinados fatos, adotando novas maneiras de analisar e se comprometer com a pesquisa científica.

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Desde a época da alquimia até o início do século XVII, quando a ciência começou a se dividir em diversas áreas, surgiu o campo de conhecimento que hoje conhecemos como Química. Reflita e se pergunte: o que faz um profissional formado em Química?

É provável que você associe o profissional de Química principalmente ao trabalho em laboratório, mas o campo de atuação é amplo. Embora o laboratório seja uma parte importante do cotidiano de um(a) químico(a), há outras oportunidades no mercado de trabalho para esses profissionais.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma cientista em um laboratório. Ela está de jaleco e luvas, segurando um recipiente com uma substância enquanto utiliza um instrumento para manipular a amostra. No fundo, há frascos e tubos de ensaio.
Representação do estereótipo da profissão de químico.

A formação na área química permite uma diversidade de atuações. Para organizar nossas ideias, vamos ordená-los em cinco diferentes grandes grupos: técnicos; licenciados; bacharéis; químicos industriais; e engenheiros.

  • Os técnicos são profissionais de nível médio que atuam com análises laboratoriais ou linhas de produção.
  • Os profissionais licenciados geralmente atuam em sala de aula como professores.
  • Os bacharéis, assim como os licenciados, trabalham com pesquisa e desenvolvimento de produtos.
  • Os químicos industriais e os bacharéis com atribuição tecnológica são capacitados para atuar nos mais variados processos industriais.
  • Já os engenheiros da área química (engenheiros químicos, de alimentos, de materiais, têxteis, ambientais, entre outros) são profissionais relacionados à elaboração de processos e projetos de instalações industriais.

É necessário valorizar os profissionais da área química, pois eles contribuem de forma significativa para o bem-estar das populações em escala global por meio da pesquisa e do desenvolvimento de modos de produção mais sustentáveis. Inclusive, o elevado crescimento da população e o uso excessivo de recursos naturais que resultaram em mudanças climáticas levaram os profissionais de Química a se envolverem em uma área denominada economia verde.

A economia verde contribui para o bem-estar das sociedades ao reduzir o uso de recursos naturais e os riscos da escassez ambiental. Essa área, muito provavelmente, será responsável pelo surgimento de novas carreiras profissionais no futuro, já que representa um setor de grande potencial no Brasil. Para ampliar esse potencial, é importante identificar e analisar as áreas e os setores específicos que mais contribuem para a degradação ambiental e a emissão de gases do efeito estufa. Assim, é possível direcionar os esforços para possibilitar uma transição sustentável.

Fotografia de vista aérea de uma instalação industrial. A estrutura é composta por grandes tanques e edifícios, com várias chaminés que emitem vapor ou fumaça. Ao redor há extensas áreas com vegetação.
Imagem aérea de uma usina de álcool a partir da cana-de-açúcar, uma opção de biocombustível menos poluente e de fonte renovável, no município de Bariri (SP), em 2023.

Portanto, a Química tem evoluído continuamente, desde a época da alquimia até se consolidar como uma ciência independente; os profissionais da área atuam em diversos campos, que incluem ensino, pesquisa e indústria; e as áreas que envolvem a Química são importantes para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a eficiência energética, para a criação de processos mais eficazes e para a elaboração de novos produtos sustentáveis.

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A Química também é uma ferramenta para o cumprimento de alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) previstos na denominada Agenda 2030. A iniciativa, coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), é um acordo internacional assinado em 2015 por mais de 190 países, incluindo o Brasil. O objetivo é promover medidas para a solução de problemas como pobreza, devastação do meio ambiente, crises climáticas, entre outros.

É possível afirmar que, direta ou indiretamente, o profissional da Química pode contribuir com muitos dos objetivos propostos pelo documento. Confira alguns deles a seguir.

  • Participação em serviços de saneamento básico, como tratamento de água e esgoto, fator crucial para ajudar a acabar com a pobreza em todas as suas formas.
  • Auxiliar na promoção do bem-estar e da saúde (Objetivo 3) ao sintetizar novos compostos que poderão ser utilizados como medicamentos que podem controlar novas epidemias.
  • Promover acesso à energia acessível e limpa (Objetivo 7), com fontes alternativas.
  • Melhoria na eficiência dos recursos globais no consumo e na produção, de modo a minimizar a degradação ambiental, com pesquisas avançadas nos setores tecnológicos para gerar emprego digno e crescimento econômico (Objetivo 8).
  • Desenvolver processos que utilizem menos energia e gerem menos resíduos (Objetivo 9).
  • Cidades e comunidades sustentáveis (Objetivo 11) podem ser promovidas por meio de uma economia circular ao recuperar materiais valiosos de resíduos.
  • Promoção de um uso consciente dos recursos naturais e contribuição para o manejo ambientalmente saudável de produtos químicos e resíduos (Objetivo 12).
  • Combate às alterações climáticas (Objetivo 13), com o desenvolvimento de tecnologias para captura e armazenamento de carbono.
  • Promoção da vida sobre a terra (Objetivo 15), desenvolvendo tecnologias para monitoramento e remediação de poluição ambiental.

Essa situação mostra também que estudos científicos realizados por diferentes cientistas simultaneamente, cada um sob o olhar de sua especialidade, possibilitam avanços em diversas áreas da ciência, como saúde, energia, alimentação e ambiente.

Um parâmetro que pode ser utilizado para avaliar como os estudos científicos avançam em determinado país é a quantidade de publicações científicas. Leia a manchete a seguir.

Brasil publicou quase 157 mil artigos em 2023

Disponível em: https://s.livro.pro/21008p. Acesso em: 25 jul. 2024.

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De acordo com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em 2023 o Brasil produziu cerca de 157 mil artigos científicos, colocando-o na décima posição entre os países com maior produção científica no ano. No entanto, o estudo científico no Brasil ainda enfrenta muitas dificuldades.

a ) Junte-se a dois colegas e façam uma pesquisa sobre os estudos científicos no país, identificando possíveis obstáculos para seu desenvolvimento. Em seguida, proponham medidas que possam ser adotadas pela população e pelos governantes a fim de avançar a posição do país no ranking mundial de produção científica, além de melhorar a qualidade das pesquisas aqui realizadas.

Resposta e comentários nas Orientações para o professor.

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LIGADO NO TEMA

O conhecimento científico e o conhecimento tradicional

Leia o trecho da notícia a seguir.

Países adotam tratado histórico sobre Propriedade Intelectual, Recursos Genéticos e Conhecimento Tradicional
Após décadas de negociações, os Estados-membros da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) adotaram um tratado internacional histórico que lida com a interseção entre propriedade intelectual, recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados.
[…]
O que o Tratado faz?
De forma ampla, onde uma invenção reivindicada em uma aplicação de patente for baseada em recursos genéticos, cada parte contratante exigirá que os candidatos divulguem o país de origem ou a fonte dos recursos genéticos. Onde a invenção reivindicada em uma aplicação de patente for baseada em conhecimento tradicional associado a recursos genéticos, cada parte contratante exigirá que os candidatos divulguem os Povos Indígenas ou a comunidade local, conforme aplicável, que forneceram o conhecimento tradicional.
[…]

PAÍSES adotam tratado histórico sobre Propriedade Intelectual, Recursos Genéticos e Conhecimento Tradicional. Nações Unidas Brasil, 24 maio 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/8womfd. Acesso em: 25 jul. 2024.

O trecho de notícia mostrado anteriormente faz menção a dois termos importantes para sua compreensão: propriedade intelectual e conhecimento tradicional. Você já ouviu falar nesses termos? Em qual contexto?

Professor, professora: Comentários nas Orientações para o professor.

A propriedade intelectual refere-se às criações da mente – invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, nomes, imagens, desenhos ou processos. Ou seja, está relacionada com o conhecimento, e por meio dela os criadores ou responsáveis por qualquer produção intelectual podem garantir, por algum tempo, a possibilidade de recompensa financeira pela criação.

O conhecimento, por sua vez, se apresenta de diferentes modos. Há o senso comum, adquirido por observação e repetição, sem ser criado um método para tal; o conhecimento científico, adquirido por meio de uma série de métodos, sendo reprodutível e verificável; e o conhecimento tradicional, produzido pelos povos indígenas e comunidades tradicionais, que pode envolver modos de vida, arte, dança, música, Medicina, biodiversidade e conhecimento e proteção de variedades vegetais.

Muitos conhecimentos científicos foram inspirados pelos conhecimentos tradicionais – por exemplo, a fabricação de bolas de borracha pelos indígenas mesoamericanos (região da América Central) foi utilizada e adaptada por Charles Goodyear em 1939 para fabricar borracha.

A capacidade dos povos originários de observar a natureza e tirar conclusões que, com suas particularidades, forneciam respostas aos questionamentos existentes é um tipo de conhecimento que deve ser reconhecido. Na Química, é possível afirmar que indígenas amazônicos desenvolveram processos de transformação de substâncias, ou seja, obtiveram produtos por meio de reações químicas.

a ) Qual é a diferença fundamental entre conhecimento tradicional e conhecimento científico?

Resposta: O conhecimento tradicional é adquirido via observação da natureza e da prática e é transmitido ao longo de gerações. Já o conhecimento científico é obtido por meio de métodos sistemáticos, experimentações controladas e análise rigorosa.

b ) Indique como o conhecimento tradicional pode contribuir tanto para as práticas científicas modernas quanto para a sustentabilidade e a preservação da biodiversidade.

Resposta: O conhecimento tradicional muitas vezes contém informações que podem ter uma interpretação diferente pelas práticas científicas modernas. Por meio dele é possível desenvolver técnicas que respeitam os ciclos naturais e a capacidade de regeneração dos ecossistemas, contribuindo para uma relação mais equilibrada entre humanos e meio ambiente.

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ATIVIDADES

1. O astrônomo, matemático e geógrafo egípcio Ptolomeu (100-170) afirmava que a Terra era o centro do Universo e que os demais astros giravam em torno dela. Esse é o chamado modelo geocêntrico, que séculos depois foi substituído por outro, o heliocêntrico, proposto pelo astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543). De acordo com esse novo modelo, o Sol era o centro do Universo, ao redor do qual giravam os outros astros, incluindo a Terra.

Ilustração de um diagrama colorido representando um modelo do sistema solar. Há círculos concêntricos em espiral, com a Terra posicionada no centro, rodeada por anéis. Cada anel é colorido de forma distinta, e o diagrama inclui ilustrações e elementos decorativos nas bordas. A parte superior possui faixas com inscrições carregadas por anjos, enquanto embaixo estão emblemas e selos.
Representação do modelo geocêntrico de organização do Sistema Solar.
Ilustração de um diagrama representando um modelo do sistema solar. O Sol está representado no centro e os planetas dispostos em órbitas ao seu redor. Há figuras humanas e elementos decorativos ao redor do diagrama.
Representação do modelo heliocêntrico de organização do Sistema Solar.

a ) Por que o modelo proposto por Copérnico pode ser utilizado para ilustrar a revolução científica?

b ) O que levou o modelo geocêntrico a ser substituído pelo heliocêntrico? Se necessário, faça uma pesquisa sobre o assunto.

2. Galileu, com auxílio de equipamentos de melhor resolução, conseguiu enxergar que a Lua não era perfeita, como os gregos diziam. O que podemos concluir a respeito do conhecimento científico com essa situação?

Resposta pessoal. A atividade objetiva incentivar uma reflexão crítica entre os estudantes sobre como o conhecimento científico, aceito durante um período, pode ser revisado e modificado com o tempo. Espera-se que eles compreendam que o conhecimento científico não é uma verdade absoluta, mas sim algo que está em constante mudança, conforme novas pesquisas são realizadas.

3. Leia o trecho da reportagem a seguir e confira a imagem.

Vírus zika pode voltar a se replicar após recuperação, aponta estudo
Isso pode levar a novos episódios de sintomas

VÍRUS zika pode voltar a se replicar após recuperação, aponta estudo. Agência Brasil, 23 jun. 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/00xkvk. Acesso em: 25 jul. 2024.

Mosquito (Aedes aegypti): pode atingir cerca de 7 milímetros 7  mm de comprimento.

Fotografia de um mosquito sobre a pele de uma pessoa. Ele tem asas na parte de cima do corpo, pernas longas e finas, tórax pequeno e abdome comprido com cor vermelha na parte de baixo. Ele tem listras brancas e pretas no corpo e nas pernas. E tem uma estrutura longa e fina que se estende da parte frontal da cabeça e que está em contato com a pele da pessoa.
Fêmea do mosquito A. aegypti.

a ) Como o trecho da reportagem pode ser relacionado à imagem?

Enquanto o trecho da reportagem cita o vírus zika, a imagem mostra como ocorre a transmissão desse vírus ao ser humano, que é por meio da picada da fêmea contaminada do mosquito A. aegypti.

b ) Indique como a pesquisa influencia na mudança de hábito das pessoas e previne doenças.

Respostas das questões 1 e 3. b) nas Orientações para o professor.

4. Como os experimentos de Lavoisier desafiaram e eventualmente refutaram a teoria do flogisto, contribuindo para o estabelecimento dos fundamentos da Química moderna?

Resposta: Os trabalhos de Lavoisier estabeleceram métodos rigorosos de experimentação e quantificação.

5. Em geral, o método científico engloba algumas etapas, como observação, formulação de hipóteses, experimentação, interpretação dos resultados e conclusão. Um pesquisador que investiga certo tema por meio do método científico deverá cumprir todas as etapas? Justifique sua resposta.

Resposta: Sim. A ausência de qualquer etapa compromete a metodologia científica e a confiabilidade dos resultados obtidos.

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6. Leia o texto a seguir.

[...]
Tivemos a sorte de encontrar um indígena idoso [...]. Ele era o químico (chimiste) do local. Encontramos com ele grandes caldeiras feitas de barro para cozinhar a seiva das plantas; vasilhames mais rasos que favoreciam a evaporação por causa da ampla superfície que ofereciam para isso; folhas de banana que, enroladas em forma de sacola, eram usadas para filtrar os líquidos mais ou menos impregnados de fibras. Em toda parte, havia a maior ordem e limpeza nessa cabana transformada em laboratório de química (laboratoire de chimie). O indígena que iria nos dar informações é conhecido na missão sob o nome de mestre do veneno (maître de poison, amo del Curare) [...]. "Eu sei, disse ele, que os brancos possuem o segredo de fazer sabão, e aquele pó preto que tem a desvantagem de fazer barulho e afugentar os animais quando não se acerta neles. O curare, que sabemos preparar de pai para filho, é bem melhor do que tudo que vocês conseguem produzir lá (do outro lado dos mares) [...]".
[...]

HUMBOLDT, Alexander von apud SOENTGEN, Jens; HILBERT, Klaus. A química dos povos indígenas da América do Sul. Química Nova, v. 39, n. 9, 2016. p. 1144. Disponível em: https://s.livro.pro/1cgrbu. Acesso em: 2 jul. 2024.

a ) No texto, são descritas algumas etapas para a produção do curare. Quais delas você reconhece como práticas semelhantes às utilizadas pela chamada ciência moderna?

Resposta: Caldeiras feitas de barro para cozinhar; vasilhames mais rasos, que favoreciam a evaporação; e folhas de banana, usadas para filtrar os líquidos.

b ) Como os indígenas teriam desenvolvido seus processos transformativos descritos por Humboldt? Como esses conhecimentos foram transmitidos dentro dessa cultura?

Resposta: Os indígenas desenvolveram seus processos transformativos por meio da observação da natureza, como verificar que uma folha de banana consegue atuar como um filtro. Os conhecimentos tradicionais foram transmitidos de geração em geração, de pai para filho.

c ) A técnica de extração do curare foi levada pelo geógrafo alemão Alexander von Humboldt, que no começo do século XIX testemunhou o fabrico pelos indígenas. A substância ativa tubocurarina foi isolada na década de 1940 e rendeu a empresas patentes milionárias de relaxantes musculares usados em cirurgias. Baseado no exposto, de que maneira o novo tratado de propriedade intelectual, estudado na seção Ligado no tema, pode contribuir para a valorização dos conhecimentos tradicionais?

Resposta nas Orientações para o professor.

7. Em uma notícia, foi apresentado o desenvolvimento de um material capaz de "extrair ouro de lixo". Formado por uma folha de grafeno, o material consegue reter partículas de ouro presentes em um líquido que passe por ele, mesmo que em quantidades muito baixas. Por isso, o material foi relacionado diversas vezes à pedra filosofal.

Fotografia de uma folha de grafeno sobre uma mão com luva azul. A folha tem formato circular, é de cor preta e apresenta uma superfície com textura.,.
Folha de grafeno.

a ) Por que o material desenvolvido foi relacionado à pedra filosofal?

Resposta: O material foi associado à pedra filosofal porque esse artefato possibilitaria obter ouro de outros materiais, transformando-os. O material desenvolvido, contudo, apenas extrai o ouro já presente em um líquido.

b ) Analise o esquema a seguir, que mostra como ocorre a extração do ouro pela folha de grafeno.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Esquema com o título: Solução com baixíssima quantidade de ouro. Há vários traços pretos dispostos em várias linhas e em cada linha os traços são separados por pequenos espaços. Em meio aos traços pretos, há várias bolinhas na cor amarela espalhadas. E há uma linha tracejada em azul que se inicia na parte superior, passando somente por bolinhas amarelas pelos espaços entre os traços pretos, chegando até a parte inferior, que está em azul com setas apontando para baixo e escrito água.
Representação do processo de extração do ouro.

Esse esquema mostra que as partículas de ouro de um líquido ficam retidas ao passar pelo grafeno. Esse processo de separação está presente em nosso dia a dia, empregado para outros materiais. Qual é o nome desse processo?

Resposta: Espera-se que os estudantes utilizem seus conhecimentos prévios para identificar o processo de filtração.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

b ) Ao passar pelas folhas de grafeno, as partículas de ouro de um líquido ficam retidas em pequenas aberturas, enquanto o líquido passa através delas. Esse processo de separação está presente em nosso dia a dia, empregado em outros materiais. Qual é o nome desse processo?

Resposta: Espera-se que os estudantes utilizem seus conhecimentos prévios para identificar o processo de filtração.

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Mulheres na ciência

Leia a tirinha a seguir e responda às questões 4 e 5.

Tirinha com três quadrinhos. Q1. Há duas mulheres adultas diante de uma mesa tomando chá e observando duas meninas brincando ao fundo. Uma mulher é ruiva, e diz: QUE MILAGRE! ELAS LARGARAM O CELULAR. A outra mulher é negra, e responde: ESSE KIT DE MIÇANGAS É ÓTIMO PRA FAZER COISAS DE MENINAS. Q2. As meninas exibem figuras feitas com bolinhas e linhas. Elas estão sentadas no chão e à frente delas há um caixa com bolinhas coloridas. Uma delas diz: OLHA! EU FIZ UMA MOLÉCULA DE NAFTALENO. A outra menina diz: EU FIZ UM DNA. Q3. Uma das mulheres está com sobrancelhas arqueadas e mão no queixo, intrigada e diz: VOCÊ NÃO DISSE QUE ERAM COISAS DE MENINAS? A outra mulher responde: ORA! E POR ACASO CIÊNCIA NÃO É COISA DE MENINAS?

MERLIN, Marco. Cientirinhas. Disponível em: https://s.livro.pro/jrcnx8. Acesso em: 26 jul. 2024.

4. Com base no diálogo da tirinha, converse com seus colegas sobre como os estereótipos de gênero podem limitar a ocupação das mulheres nos espaços que são considerados mais adequados aos homens.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que os estereótipos de gênero podem limitar o interesse das mulheres por áreas supostamente mais adequadas aos homens.

5. Quais são os principais desafios enfrentados por mulheres na ciência hoje em dia e como esses desafios podem impactar o avanço científico?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem desigualdades de gênero, falta de representação em cargos de liderança, disparidades salariais e dificuldades para conciliar carreira e vida pessoal.

Ao ler a tirinha, em qual momento você identificou que houve quebra de expectativa? Isto é, em qual momento apareceu algo diferente do que se esperava?

O quadrinho exemplifica como os estereótipos de gênero podem limitar o potencial das mulheres ao associá-las a certas atividades e interesses. Elas, no entanto, desafiam essas suposições, subvertendo os estereótipos e mostrando que todas as atividades, inclusive a ciência, são igualmente adequadas para meninas e meninos.

6. Como políticas públicas podem promover mais representação e participação das mulheres em todas as áreas da ciência?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem que políticas e iniciativas inclusivas, além de investimentos em educação e conscientização sobre equidade de gênero, podem ajudar a superar barreiras estruturais e culturais.

Agora, analise a fotografia a seguir.

Fotografia de um grupo de 28 homens e uma mulher, usando trajes escuros, sendo a maioria terno e gravata. Eles estão organizados em duas fileiras, com alguns sentados e outros em pé, em um espaço ao ar livre perto de um edifício.
Registro dos 29 participantes da quinta edição da Conferência de Solvay, realizada em Bruxelas, na Bélgica, em 1927.

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A fotografia reúne os mais notáveis pesquisadores da época, sendo 28 homens e apenas uma mulher.

A única retratada é Marie Curie. Nascida na Polônia, Marie obteve grande destaque por ter sido a pioneira (juntamente com seu marido, Pierre Curie) no ramo da radioatividade. Além disso, foi a primeira mulher a receber um Nobel e a primeira pessoa a ganhar o prêmio duas vezes.

Com as mudanças e evoluções nas ciências, houve também avanços na participação feminina nessas áreas. No entanto, por muitos anos, a imagem feminina foi apagada e muitas não receberam o devido reconhecimento, tampouco os trabalhos foram apropriadamente creditados.

Um caso famoso foi o da física inglesa Rosalind Elsie Franklin, que obteve pela primeira vez uma imagem de raios-X de uma molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA), o que possibilitou elucidar sua estrutura. No entanto, o crédito pela determinação da estrutura dessa molécula foi dado somente ao cientista estadunidense James Dewey Watson (1928 -), ao cientista inglês Francis Harry Compton Crick (1916-2004) e ao biofísico neozelandês Maurice Wilkins (1916-2004), pois acreditava-se que ela apenas obteve a imagem e não a tinha associado à estrutura helicoidal.

Fotografia em preto e branco de uma mulher vista dos ombros para cima, com uma mão apoiada no queixo. Ela possui cabelo curto escuro, veste uma roupa clara e usa um colar.
Rosalind Elsie Franklin.

Em 2022, dois pesquisadores dos trabalhos de Watson e Crick tiveram acesso aos documentos de Rosalind Franklin e perceberam que ela não deixou de compreender a estrutura do DNA. Esses documentos revelam que ela foi uma colaboradora de igual relevância na descoberta da estrutura do DNA.

Fotografia de manchas simétricas pretas em um fundo branco sendo semelhante a letra X. Acima e abaixo há também manchas de coloração preta.
Imagem de raio-X obtida por Rosalind Franklin.

Um dos exemplos notáveis que se tem sobre a falta de crédito às mulheres diz respeito à Marie-Anne Pierrette Paulze. A famosa pintura que retrata ela e seu marido, Antoine Lavoisier, apresentada no início do capítulo, é comumente divulgada apenas com a informação de que retrata "Lavoisier e esposa", desconsiderando que Marie-Anne desempenhou mais do que o papel de esposa do químico.

Ao longo dos mais de 20 anos de casamento, Marie-Anne anotou resultados experimentais e desenhou com precisão os aparatos de laboratório, o que ajudou os cientistas contemporâneos à sua época a entenderem métodos e resultados dos trabalhos de Lavoisier. Além disso, entre suas habilidades estava, em especial, a capacidade de ler, traduzir e analisar textos científicos escritos em inglês, que o marido não dominava completamente, sendo um idioma imprescindível para a comunidade científica que atuava fora da França.

Albert Einstein citou, em muitas de suas cartas, a forte colaboração de sua esposa na época, a física e matemática Mileva Marić (1875-1948), e como ela foi de enorme ajuda em seus estudos.

Na comunidade científica, há debates sobre o nível de interferência de Mileva nos estudos de Einstein. Estima-se que no período de 1900 a 1905, com o consentimento dela, o casal publicou trabalhos científicos desenvolvidos em conjunto, porém foram assinados apenas por Einstein. Esse período inclui textos sobre a relatividade, e nestes, possivelmente Mileva contribuiu diretamente com inúmeras revisões.

Fotografia de uma mulher jovem, com cabelo curto e escuro. Ela usa uma blusa de tecido escuro com um grande laço na gola.
Mileva Marić.

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As histórias relatadas anteriormente trouxeram características claras de desconsideração, omissão e subestimação das habilidades e competências das mulheres no mundo científico.

Tais características de invisibilidade compõem o chamado fenômeno Matilda, ou efeito Matilda, termo utilizado para descrever a tendência de minimizar, ignorar ou negar as contribuições de mulheres cientistas. O nome homenageia a sufragista estadunidense Matilda Joslyn Gage (1826-1898), que expunha as desigualdades que afetavam as mulheres em busca de espaço no mundo científico.

Como consequência da subestimação e da invisibilidade das mulheres na ciência, pode-se evidenciar a baixa confiança delas em suas próprias habilidades e desmotivação em seguir uma carreira acadêmica no passado, gerando impactos negativos no progresso da pesquisa científica.

A busca pela carreira científica aumentou no Brasil e no mundo nas últimas décadas e muitas pesquisas apontam que as mulheres são a maioria em cursos de mestrado (57%) e doutorado (58%) nas áreas científicas. Entretanto, o avanço das cientistas no mercado de trabalho é desproporcional.

Disparidades salariais, baixa representatividade em cargos de liderança e reconhecimento profissional são presentes na vida de muitas profissionais, culminando no chamado efeito tesoura, em que, quanto mais alta a função desempenhada (o cargo), menor tende a ser a participação de mulheres. Analise o gráfico a seguir.

Sistema de ciência e tecnologia no Brasil (2015-2019)

Gráfico de linhas. O eixo horizontal representa o cargo e o eixo vertical os valores de percentual de ocupação das pessoas nesses cargos. Além disso, os cargos estão separados em três grupos: cargo técnico, cargo técnico-político, e cargo político. Há duas linhas no gráfico, uma para homens e outra para mulheres. Os dados para mulheres são: em cargo técnico: estudantes de graduação: 57 por cento; estudantes de pós-graduação: 53 por cento; professores em formação: 45 por cento; docentes na graduação: 43 por cento. Em cargo técnico-político: coordenadores de curso de pós-graduação: 41 por cento; destinatários de bolsa de pesquisa C N P q: 36 por cento; Coordenador de áreas do conhecimento da CAPES: 28 por cento. Em cargo político: presidente da CAPES: 14 por cento; ministro da educação: 2 por cento; ministro de ciências e tecnologia: 0 por cento. Os dados para homens são: em cargo técnico: estudantes de graduação: 43 por cento; estudantes de pós-graduação: 47 por cento; professores em formação: 55 por cento; docentes na graduação: 57 por cento. Em cargo técnico-político: coordenadores de curso de pós-graduação: 59 por cento; destinatários de bolsa de pesquisa C N P q: 64 por cento; Coordenador de áreas do conhecimento da CAPES: 72 por cento. Em cargo político: presidente da CAPES: 86 por cento; ministro da educação: 98 por cento; ministro de ciências e tecnologia: 100 por cento.

Fonte de pesquisa: AREAS, Roberta et al. Gender and the scissors graph of Brazilian science: from equality to invisibility. OSF Preprints, 29 jun. 2020. Disponível em: https://s.livro.pro/uzrr8d. Acesso em: 25 jul. 2024.

Mulheres do mundo todo sofrem os efeitos da naturalização dos estereótipos, estes muitas vezes reproduzidos por homens e mulheres inconscientemente. Pesquisas realizadas na Europa mostram que 67% das mulheres acreditam que outras mulheres não estão qualificadas para ocupar cargos de liderança na ciência, o que revela como essas noções arraigadas podem ser reproduzidas por todas as pessoas.

Professor, professora: Comente que CNPq é a sigla para Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que é uma fundação pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que tem como principais atribuições fomentar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação.

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A discriminação de gênero também se reflete no Prêmio Nobel, considerado a maior honraria acadêmica mundial. Desde a sua criação, em 1901, até 2023, o prêmio foi concedido a 936 homens, mas apenas a 64 mulheres. Os gráficos a seguir mostram a discrepância em relação ao gênero.

Porcentagem de homens e mulheres laureados com o Prêmio Nobel em todas as áreas (1901-2023)

Gráfico de setores com os dados: homens: 93 por cento; e mulheres 7 por cento.

Porcentagem de homens e mulheres laureados com o Prêmio Nobel de Física (1901-2023)

Gráfico de setores com os dados: homens: 97,8 por cento; e mulheres 2,2 por cento.

Porcentagem de homens e mulheres laureados com o Prêmio Nobel de Química (1901-2023)

Gráfico de setores com os dados: homens: 95,88 por cento; e mulheres 4,12 por cento.

Porcentagem de homens e mulheres laureados com o Prêmio Nobel de Medicina (1901-2023)

Gráfico de setores com os dados: homens: 94,28; e mulheres: 5,72 por cento.

Fonte de pesquisa: NOBEL Prize awarded women. The Nobel Prize. Disponível em: https://s.livro.pro/a2ppdv. Acesso em: 26 jul. 2024.

Além da evidente discrepância nas premiações, principalmente ao considerar as áreas de Química, Física e Medicina, até 2023, entre as cientistas laureadas, nenhuma era negra nem indígena.

Extrapolando a ciência, podemos perceber que, apesar de serem maioria no Brasil, a presença de mulheres em outros campos do mercado de trabalho e em posições de poder continua pequena. De acordo com o Censo 2022, a população de mulheres no Brasil é de 51,1%, mas, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no mandado de 2020-2024, apenas 12,1% prefeitas foram eleitas – entre elas, apenas 32% são negras. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no último trimestre de 2023 as mulheres correspondiam a 54,3% dos desempregados no Brasil, e 35,5% eram mulheres negras.

Esses dados mostram que os desafios relacionados a gênero não se restringem às ciências e resultam em menos oportunidades e mais vulnerabilidade à violência. Para as mulheres negras, esses fatores são ainda mais intensificados em razão do racismo estrutural, conceito que descreve como a discriminação racial está incorporada nas estruturas sociais e históricas do Brasil.

Assim, podemos perceber que a falta de diversidade de gênero na ciência e em outros campos da sociedade é significativa e aumenta quando combinada a outros fatores sociais, como etnia, orientação sexual, classe social e localização geográfica.

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A ciência depende da criatividade e da pluralidade. Quando mulheres, especialmente negras ou indígenas, são sistematicamente excluídas, não se está apenas reduzindo a diversidade, mas também prejudicando o próprio desenvolvimento das pesquisas científicas.

Para evitar o aumento de desigualdades, é fundamental que ações sejam adotadas para promover uma paridade de gênero em todas as áreas, em especial nas ciências. Um marco significativo dessa luta foi a criação do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, em 2015, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que estabeleceu o dia 11 de fevereiro como a data para celebrar tal visibilidade na ciência e na tecnologia, destacando suas contribuições históricas e contemporâneas nesses campos. Observe o cartaz a seguir, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que promove uma ação que visa ampliar o acesso e assegurar a participação igualitária de mulheres e meninas na ciência e tecnologia.

Cartaz com as seguintes informações textuais: A FAPEM vai lançar editais inéditos no dia internacional de mulheres e meninas na ciência. Quando? 11 de fevereiro. Hora? 9 horas (horário de Manaus). Onde? No canal do Youtube da Fapeam: barra fapeam amazonas. À esquerda, há uma ilustração de uma mulher com elementos ao redor que remetem à ciência, como frascos e gráficos. Acima está escrito a frase: A cientista que sou saúda a cientista que mora em você. E na parte inferior está escrito: Dia internacional de mulheres e meninas na ciência, 11 de fevereiro de 2021.
Cartaz de divulgação de ação para incentivo à participação de mulheres e meninas na ciência.

Além de datas comemorativas, iniciativas que apoiam a participação de mulheres em suas respectivas áreas de estudo são maneiras práticas de combater a desigualdade de gênero. Considerar aspectos como a maternidade durante o processo de pesquisa, concedendo prazos flexíveis para mães pesquisadoras, são movimentos que contribuem para o aumento e a permanência feminina nesses contextos. A Lei nº 14.925/2024, sancionada em 2024, assegura a prorrogação dos prazos de conclusão de cursos de educação superior para estudantes e pesquisadores por motivo de parto, nascimento de filho, adoção ou obtenção de guarda judicial. Ações como essas cooperam para o empoderamento de meninas e mulheres em busca da igualdade de gênero, um dos objetivos da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Apoiar a participação feminina na ciência pode oferecer oportunidades para o desenvolvimento de muitas cientistas, além de gerar resultados positivos para a pesquisa e inovação. No Brasil, um exemplo notável na ciência é a biomédica Jaqueline Goes de Jesus (1989 -), que coordenou a equipe responsável por sequenciar o genoma do vírus SARS-CoV-2 em apenas 48 horas, após o primeiro caso de covid-19 no país. Seu trabalho também inclui a pesquisa sobre os surtos de arbovírus, como dengue, febre amarela, chikungunya e zika, que são ameaças significativas à saúde pública em áreas tropicais e subtropicais.

Reconhecer que, por muitos anos, mulheres e outras minorias foram sistematicamente excluídas das áreas científicas é um dos passos que contribuem para a conscientização e transformação das ciências. Promover a inclusão e a diversidade nesses campos do conhecimento permite a entrada de diferentes perspectivas e o enriquecimento das pesquisas desenvolvidas. Apoiar e valorizar a diversidade não apenas cria um ambiente mais igualitário e acolhedor para todos os cientistas, mas também estimula o crescimento e a inovação desse campo de estudos.

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LIGADO NO TEMA

Divulgação científica

Confira a imagem a seguir.

Cartaz com as seguintes informações textuais: Desvendando a Vida; Semana do ensino e da divulgação científica; 6 a 11 de maio. Museu de Biologia. O fundo é colorido e há alguns elementos gráficos.
Divulgação da Semana do Ensino e da Divulgação Científica do Museu de Biologia da Universidade de Brasília, em 2024.

a ) Do que se trata o evento? A qual público é destinado? O que você espera que seja discutido nesse evento? Você participaria desse tipo de evento?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que o evento se trata de uma divulgação científica sobre a vida do ponto de vista biológico e que é destinado ao público interessado.

A divulgação científica busca permitir que toda a população tenha acesso a informações sobre ciências. Ela surgiu na Europa, no ano de 1834, com a publicação de On the Connexion of the Physical Sciences, um livro com equações, cálculos, explicações, descrições e analogias que resumiam tudo o que estava sendo desenvolvido em cada área do conhecimento científico. No Brasil, a divulgação científica se iniciou no mesmo período, influenciada pelo interesse que Dom Pedro II tinha pelas ciências.

Professor, professora: Diga aos estudantes que o título do livro em tradução livre é "A ligação entre as ciências físicas".

Ao longo da história, a forma como os resultados científicos eram divulgados passou por diversas transformações, acompanhando o desenvolvimento da tecnologia e da sociedade. No século XX, a divulgação científica ganhou ênfase com a publicação de artigos em diferentes revistas que usavam uma linguagem acessível ao público não especializado.

Entre 1970 e 1980, a ascensão da divulgação científica ocorreu por meio de programas de televisão, permitindo o crescimento da visibilidade da ciência. Um grande nome desse movimento foi o astrofísico estadunidense Carl Sagan (1934-1996), que em seu programa Cosmos apresentava conceitos e fenômenos científicos de maneira simples, contando com o auxílio de efeitos visuais e da computação gráfica.

A chegada da internet no final do século XX e sua expansão no início do século XXI trouxe uma grande revolução na forma de comunicação, incluindo o modo de divulgar as informações: as redes sociais. Essas poderosas ferramentas permitiram que comunidades científicas compartilhassem seus trabalhos e interagissem com o público em tempo real. Além disso, muitas plataformas se destacaram na divulgação científica, oferecendo vídeos explicativos, animações e outros conteúdos multimídia, ajudando a tornar a ciência mais acessível e compreensível para todos.

Com isso, democratizou-se o acesso à informação científica, permitindo que qualquer pessoa pudesse se informar sobre novas descobertas. No entanto, a rápida disseminação via internet exige cuidado e atenção com relação à confiabilidade das fontes. A quantidade de informações disponíveis on-line pode muitas vezes dificultar a busca por fontes seguras e confiáveis, gerando desinformação.

Nas redes sociais, a divulgação de conteúdos científicos aumentou e surgiu um novo tipo de divulgador: o influenciador digital científico. Pesquise alguns desses perfis e responda aos itens a seguir.

b ) Indique a formação dos influenciadores que você pesquisou.

c ) Qual é a finalidade das postagens desses influenciadores?

d ) O influenciador cita a fonte de pesquisa em suas postagens?

Respostas pessoais. Comentários nas Orientações para o professor.

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ATIVIDADES

1. Leia o trecho da reportagem a seguir.

Oxímetros usados na Covid-19 funcionam pior com negros
Aparelho pode mostrar oxigenação maior que o devido em pessoas de pele mais escura
O serviço de saúde do Reino Unido (NHS) alertou ontem que os oxímetros, aparelhos usados para medir os níveis de oxigênio no sangue cujo uso se disseminou com a Covid-19, podem dar diagnósticos "equivocados" em pacientes negros.
[…]

OXÍMETROS usados na Covid-19 funcionam pior com negros. O Globo, Rio de Janeiro, 1 ago. 2021. p. 15.

a ) O que os diagnósticos equivocados no uso de oxímetros em pacientes negros podem revelar sobre o modo como essa tecnologia foi desenvolvida?

b ) Sabendo que os oxímetros são dispositivos que permitem medir a quantidade de oxigênio no sangue por meio da passagem de luz através da pele e que uma quantidade menor de oxigênio pode indicar um problema de saúde, quais são os possíveis problemas que o resultado equivocado do equipamento pode trazer para um paciente?

c ) Qual seria uma resolução adequada para esse problema?

d ) Pesquise o que é racismo científico e analise como ele se relaciona com os erros de diagnóstico no uso de oxímetros em pessoas negras, relatado na reportagem.

e ) Com base nessa análise e no que você estudou, responda: a ampliação da diversidade no campo científico poderia ajudar a evitar problemas como o apresentado na reportagem?

2. Em 2019, a filósofa e professora estadunidense Angela Yvonne Davis (1944 -), em visita ao Brasil, disse em um evento: "quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela". Com base no que você estudou sobre a falta de diversidade de gênero na ciência e em outros campos da sociedade, analise as afirmativas a seguir sobre o significado da fala de Davis.

I ) A fala de Angela Davis destaca a ideia de como ao enfrentar barreiras diversas, como a de gênero, de classe e de raça, as mulheres negras não apenas quebram paradigmas individuais, mas também impulsionam mudanças significativas em toda a sociedade.

II ) As ações de mulheres negras que buscam pela diversidade de gênero trazem consequências apenas na vida pessoal de cada uma delas.

III ) As conquistas e os avanços dessas mulheres desafiam estruturas sociais, provocando transformações mais amplas. Esse avanço, tanto na área científica quanto em outros campos de atuação, pode ter um impacto positivo e beneficiar toda a estrutura social.

Sobre as afirmações:

a ) Todas estão corretas.

b ) Todas estão erradas.

c ) Apenas as afirmações I e II estão corretas.

d ) Apenas a afirmação II está correta.

e ) Apenas as afirmações I e III estão corretas.

Resposta: Alternativa e.

3. De acordo com a Unesco, nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, conhecida como a sigla em inglês STEM, consideradas fundamentais para o desenvolvimento das economias dos países, a maioria dos estudantes ainda não alcançou a igualdade de gênero nessas áreas. Estima-se que 33,3% de todos os estudantes dessas áreas no mundo são mulheres. Quais estratégias podem ser adotadas para promover uma maior equidade de gênero nessas áreas?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é incentivar a reflexão dos estudantes sobre a importância de políticas públicas intencionais que promovam o maior engajamento feminino nas áreas de STEM. Tais políticas são cruciais para que as instituições avancem na promoção da equidade de gênero e criem um ambiente com maior equidade.

4. Em duplas, pesquise e selecione duas mulheres cientistas das áreas de Física, Química, Medicina e áreas correlatas. Reúna algumas informações sobre as cientistas pesquisadas, como os principais feitos nesses campos de atuação e prêmios e demais reconhecimentos formais a elas concedidos. Com base nas informações coletadas, elaborem um banner ou um cartaz. Façam uma apresentação para a turma e, com o auxílio do professor, exponham os cartazes em espaços da escola.

Respostas das questões 1 e 4 nas Orientações para o professor.

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CAPÍTULO2

Conceitos iniciais de Química

O ambiente que nos cerca está repleto de fenômenos físicos e químicos, naturais ou artificiais. Alguns são naturalmente deslumbrantes, como a aurora boreal, as bolhas congeladas de metano aprisionadas no Lago Abraão, no Canadá, e as ondas bioluminescentes vistas à noite em praias cujas areias contêm fitoplânctons que emitem luz, pois convertem a energia química em energia luminosa por meio de reações químicas.

Fotografia de uma paisagem com uma superfície de água congelada com muitas bolhas espalhadas, refletindo tons de azul e branco. Ao fundo, há montanhas cobertas de neve e um céu nublado.
Bolhas de metano congelado no Lago Abraão, no município de Banff, no Canadá, em 2023.

Com o desenvolvimento da Ciência e do método científico, esses e muitos outros fenômenos da natureza passaram a ser estudados pelo ser humano de forma mais precisa, a fim de tentar compreender vários aspectos, como as causas e os mecanismos pelos quais ocorrem. Para que esses eventos pudessem ser analisados de forma confiável por diversos cientistas em diferentes lugares do mundo, a padronização dos procedimentos de investigações tornou-se necessária e, assim, muitas das convenções estabelecidas e adotadas pela Ciência atualmente fazem parte do nosso cotidiano, como as grandezas físicas.

Grandezas físicas

É possível perceber a presença das grandezas físicas em diversas situações do cotidiano.

Grandezas e unidades de medida
Grandeza Nome da unidade Unidade

comprimento

metro

metro m

massa

quilograma

quilograma kg

tempo

segundo

segundo s

temperatura termodinâmica

kelvin

K K

volume

metro cúbico

metro elevado ao cubo m 3

peso

newton

N N

pressão

pascal

pascal Pa

energia

joule

joule J

Tudo que existe e possibilita ser medido é chamado grandeza física ou grandeza, sendo expresso em unidade de medida. Para ajudar na comunicação científica, foi criado o Sistema Internacional de Unidades (SI), representado anteriormente, o qual estabelece alguns padrões de unidades de medida das grandezas. A criação do SI foi necessária para padronizar as medidas e auxiliar na comercialização de produtos. Antigamente, as unidades de medida eram baseadas no corpo humano (palmo, pé e polegada), o que as tornava imprecisas e pouco confiáveis, em razão das diferenças físicas entre as pessoas. Algumas dessas medidas ainda usamos.

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Massa

A realização de refeições em restaurantes é paga pela quantidade de quilogramas colocada pela pessoa em seu prato.

1. Você já fez alguma refeição em restaurantes em que o pagamento é feito individualmente por prato consumido? E em restaurantes onde se paga um preço único para se servir à vontade? Em sua opinião, em qual tipo de restaurante as pessoas tendem a desperdiçar mais alimento?

Resposta pessoal. Com esta questão, pretende-se verificar se os estudantes percebem que as pessoas tendem a evitar desperdício de alimentos quando se servem à vontade.

A massa é a grandeza física relacionada à inércia, propriedade da matéria correspondente ao estado de repouso ou movimento do corpo. Os corpos tendem a permanecer em repouso da mesma forma que tendem a permanecer em movimento. Essa tendência, de forma geral, é entendida como a resistência do corpo com relação à mudança do repouso para o movimento ou vice-versa. Quanto maior é a massa de um corpo, maior é a resistência de mudar o estado em que se encontra, seja ele de repouso, seja de movimento.

Para determinar a massa de um corpo, geralmente utiliza-se uma balança, instrumento que compara essa quantidade de matéria com a massa adotada como padrão. A unidade de medida de massa-padrão determinada no SI é o quilograma abre parênteses quilograma fecha parênteses ( kg ) .

Peso

Confira na imagem a representação do vendedor de uma barraca de frutas atendendo um cliente. O profissional está utilizando um instrumento que serve para medir a força aplicada em um corpo: nesse caso, a força peso. Com o resultado obtido no instrumento, o vendedor calcula o valor que o cliente pagará pela mercadoria.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um homem de avental no interior de uma barraca segurando uma balança portátil com um produto. Ele segura a balança na direção de outro homem que está à sua frente.
Representação de um vendedor utilizando uma balança portátil.

2. Em algumas situações do dia a dia, é comum usar o termo peso com conotação igual à de massa. Porém, em aspectos físicos, esses termos não são sinônimos. Então, o que é peso?

Resposta: Peso indica a força gravitacional que o planeta exerce sobre a matéria.

Admite-se que peso é a força que atua nos materiais em decorrência de uma atração gravitacional entre as massas deles. Assim, aqui na Terra, o peso de um material indica a força gravitacional que o planeta exerce sobre a massa dele. Uma vez que a atração gravitacional varia de acordo com a localização, o peso de um objeto dependerá do lugar onde ele é avaliado. A imagem demonstra as variações gravitacionais da Terra, com as regiões na cor azul apresentando atração gravitacional menor e as coloridas em amarelo e laranja indicando atração maior.

Mapa colorido evidenciando a América, África, Europa, Asia, Oceania e Antártida. Por todo o mapa predomina tons de verde, e grandes manchas em tons amarelos e laranja entre a América e Europa, e próximo à Ásia e Oceania. Também há algumas manchas em tons de azul espalhadas próximo a América e entre África e Ásia.
Imagem de variações do campo gravitacional da Terra.

Toda matéria tem massa, mesmo que esteja isolada no Universo, mas só terá peso se estiver sujeita à ação gravitacional de outro material com massa significativa.

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Dica

Peso e massa são grandezas proporcionais: quanto maior a força gravitacional, maior será o peso.

3. Em sua opinião, o peso e a massa de um astronauta na Terra e na Lua são os mesmos?

Resposta: As massas são as mesmas, os pesos são diferentes.

Fotografia de um astronauta flutuando no espaço. Ele usa um traje volumoso e branco, equipado com diversos dispositivos e ferramentas, e está manuseando uma estrutura. Ao fundo, parte do planeta Terra.
Astronauta em uma missão espacial.

Os astronautas flutuam quando estão em órbita. Esse fato indica que eles perdem suas massas? A resposta para essa questão é negativa, afinal, se isso ocorresse, eles deixariam de existir!

A massa de um astronauta é a mesma independentemente de estar na Terra ou na Lua. No entanto, em razão das diferentes atrações gravitacionais, o peso dele na Terra é maior (aproximadamente seis vezes) do que na Lua.

O cálculo do peso (P P é o peso em N N ) de um material é dado pelo produto entre a sua massa ('m' m é a massa do material em quilograma kg ) e a aceleração da gravidade local ('g' g é a aceleração da gravidade em metro por segundo elevado ao quadrado m/ s 2 ).

Assim:

P é igual a 'm' vezes 'g' P = m · g

Sendo o peso uma força, a unidade dele no SI é o newton abre parênteses N fecha parênteses ( N ) .

4. Calcule o peso de um astronauta de 75 quilogramas 75  kg na Terra, com a aceleração da gravidade sendo de 9 vírgula 8 metros por segundo elevado ao quadrado 9,8  m/ s 2 , e na Lua, com a aceleração da gravidade sendo de 1 vírgula 6 metro por segundo elevado ao quadrado 1,6   m / s 2 .

Resposta: Na Terra: 735 newtons 735  N . Na Lua: 120 newtons 120  N .

Volume

Confira na representação o atendente de um restaurante preparando suco de laranja em uma jarra com a indicação 1.000 centímetros cúbicos 1 . 000   cm 3 , para depois servir a bebida em copos de 300 mililitros 300   mL .

5. A que se referem as medidas destacadas no texto?

Resposta: À capacidade da jarra e do copo, respectivamente.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um jovem preparando suco. Ele está colocando uma laranja em uma jarra que tem a indicação de 1000 centímetros cúbicos. Ao lado há mais laranjas e três copos, onde está escrito: suco 300 mililitros.
Representação de um atendente preparando suco de laranja.

O volume de um corpo é a quantidade de espaço ocupada por ele em que as unidades são valores de tamanho cúbico, por exemplo, centímetro elevado ao cubo cm 3 , decímetro cúbico dm 3 e metro cúbico m 3 .

Capacidade é a quantidade de volume líquido que comporta certo volume de um corpo. A unidade dela é medida em litros litro ( L ) ou variações dessa unidade (mililitro mL , decilitro dL , quilolitro kL etc.).

Na situação apresentada, o suco de laranja pode ocupar 1.000 centímetros cúbicos 1 . 000   cm 3 na jarra que o atendente está utilizando para preparar o suco.

No SI, a unidade de medida da grandeza volume é o metro cúbico abre parênteses metro cúbico fecha parênteses ( m 3 ) , sendo que:

  • 1 metro cúbico 1   m 3 equivale a 1.000 decímetros cúbicos 1 . 000   dm 3 ;
  • 1 decímetro cúbico 1   dm 3 equivale a 1.000 centímetros cúbicos 1 . 000   cm 3 .

Para calcular o volume de um sólido regular, como um cubo, considera-se o produto da área da base pela altura. Nesse caso,

V é igual a A vezes 'h' V = A · h

em que:

  • V V é o volume do cubo em metro cúbico m 3 ;
  • A A é a área da base do cubo em metro quadrado m 2 ;
  • 'h' h é a altura do cubo em metro m .

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Em um laboratório de química, é comum usar os equipamentos que aparecem na fotografia a seguir para medir o volume de materiais. Note a relação entre medida de volume e medida de capacidade.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Fotografia de vários objetos de laboratório, numerados. São eles:1. Recipiente cilíndrico com graduação visível. 2. Um frasco de vidro com uma base arredondada. 3. Um tubo longo e estreito, com escala. 4. Um recipiente tubular de vidro com uma válvula parecida com um registro em uma extremidade. 5. Tubo longo de vidro com o centro expandido e uma extremidade afunilada. 6. Instrumento de plástico com um botão na extremidade superior e afunilamento na outra extremidade. 7. Instrumento de vidro com uma agulha, cilindro e êmbolo.
Equipamentos utilizados em laboratório de química.

1. proveta

2. balão volumétrico com tampa

3. pipeta graduada

4. bureta

5. pipeta volumétrica

6. micropipeta

7. microsseringa com agulha

Ilustração de um cubo azul ao lado de um cubo alaranjado. O cubo azul é bem maior comparado ao cubo alaranjado.
Cubo de 1.000 litros 1 . 000  L ao lado de cubo de 1 litro 1  L .

V é igual a 1 metro vezes 1 metro vezes 1 metro V = 1  m · 1  m · 1  m , portanto, 1 metro cúbico 1   m 3 , o qual equivale à capacidade de 1.000 litros 1 . 000  L .

V é igual a 1 decímetro vezes 1 decímetro vezes 1 decímetro V = 1  dm · 1  dm · 1  dm , portanto, 1 decímetro cúbico 1   dm 3 , o qual equivale à capacidade de 1 litro 1  L .

6. Qual é o volume em centímetro cúbico cm 3 do copo no qual é servido o suco de laranja no restaurante mencionado no exemplo da página anterior?

Resposta: 300 centímetros cúbicos 300   cm 3

Densidade

Ao beber um copo de água com gelo, você já deve ter notado que os cubos de gelo não ficam na parte de baixo do recipiente, mas boiando. Uma parte do gelo, inclusive, fica acima da superfície da água.

Ilustração de um copo com água e com cubos de gelo que estão flutuando na água.
Representação de um copo de água com cubos de gelo.

7. Por que os cubos de gelo flutuam em um copo com água?

Resposta: Porque a densidade do gelo é menor do que a da água.

A densidade é a grandeza física que relaciona a massa de um material com o seu volume. Ela pode ser expressa pelo quociente entre a massa e o volume:

d é igual a 'm' sobre V d = m V

em que:

  • d d é a densidade;
  • 'm' m   é a massa do corpo em quilograma kg ;
  • V V   é o volume do corpo em metro cúbico m 3 .

No SI, a unidade de medida da densidade de um corpo é o quilograma por metro cúbico abre parênteses quilograma barra metro cúbico fecha parênteses ( kg / m 3 ) . No cotidiano, contudo, são usadas outras unidades: o grama por centímetro cúbico abre parênteses grama barra centímetro cúbico fecha parênteses ( g / cm 3 ) e o grama por mililitro abre parênteses grama barra mililitro fecha parênteses ( g / mL ) .

8. Considerando que a massa de um cubo de gelo é de aproximadamente 64 vírgula 80 gramas 64,80  g e que o volume é de 72 vírgula 0 0 centímetros cúbicos 72 , 00   cm 3 , calcule a densidade dele. Em seguida, compare-a com a densidade do suco de laranja abre parênteses 1 vírgula 0 2 grama barra centímetro cúbico fecha parênteses ( 1,02  g/cm 3 ) .

Resposta: A densidade do cubo de gelo é 0 vírgula 90 grama barra centímetro cúbico 0,90 g/cm 3 . É menor do que a do suco de laranja; assim, tende a flutuar nele.

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Pressão

Confira a imagem a seguir.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um jovem bebendo suco com um canudo em um copo.
Representação de uma pessoa tomando suco de laranja com um canudo.

9. Como o suco de laranja (líquido) que está no copo pode subir pelo canudo?

Resposta: Por causa da redução da pressão dentro do canudo e em razão da pressão atmosférica.

A situação apresentada está relacionada à atuação da pressão sobre os corpos. Quando sugamos o ar de dentro de um canudo que está parcialmente imerso em um copo com suco, ocorre a diminuição da pressão no interior dele, que se torna menor do que a pressão atmosférica. Essa diferença de pressão faz o líquido subir pelo canudo.

Para compreender o que é pressão, tomemos como exemplo uma caixa de massa 6 quilogramas 6  kg submetida à aceleração gravitacional de 10 metros por segundo elevado ao quadrado 10  m/ s 2 . Nesse caso, o respectivo peso é igual a 60 newtons 60  N .

Considere que essa caixa esteja em cima de uma mesa cuja área seja de 4 metros quadrados 4   m 2 , sobre a qual exerce determinada força. Para saber qual é essa força, basta determinar a razão entre a força que a caixa exerce sobre a área dessa mesa e a área da mesa.

início de fração, numerador: 60 newtons, denominador: 4 metros quadrados, fim de fração é igual a 15 newtons barra metro quadrado 60  N 4   m 2 = 15  N / m 2

Isso significa que, a cada 1 metro quadrado 1   m 2 da mesa, está sendo aplicada uma força de 15 newtons 15  N .

Pressão é a razão da força pela área. Se uma força abre parênteses 'F' fecha parênteses ( F ) atua sobre uma determinada área abre parênteses A fecha parênteses ( A ) de uma superfície, a pressão abre parênteses P fecha parênteses ( P ) exercida pela força sobre essa superfície é, por definição:

P é igual a 'F' sobre A P = F A

A unidade de pressão no SI é pascal pascal ( Pa ) , em homenagem ao físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662), que fez os primeiros estudos sobre mecânica de fluidos e realizou importantes experiências com a pressão atmosférica, concluindo que, com o aumento da altitude, há diminuição na pressão atmosférica.

Dica

No SI, a unidade de força é o newton N ( N ) e a unidade de área é o metro quadrado m 2 . Como a pressão é calculada pela razão entre força e área, obtém-se a unidade pascal abre parênteses P a fecha parênteses ( Pa ) , que é newton barra metro quadrado N / m 2 . Assim, 1 pascal 1  Pa equivale a 1 newton por metro quadrado 1  N / m 2 .

1 a t m é igual a 1 vírgula 0 1 vezes 10 elevado a 5 início de fração, numerador: N, denominador: metro quadrado, fim de fração portanto 1 a t m é igual a 1 vírgula 0 1 vezes 10 elevado a 5 pascal 1  atm = 1,01 · 10 5 N   m 2 1  atm = 1,01 · 10 5  Pa

10. O ar tem peso?

Resposta: O ar tem massa, logo terá peso quando estiver submetido à ação gravitacional.

Em estudos a respeito dos gases atmosféricos, o físico e matemático italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) verificou que a atmosfera tem capacidade de exercer pressão sobre a superfície terrestre. Em 1643, após muitos estudos e experimentos, ele desenvolveu um instrumento para medir a pressão atmosférica: o barômetro.

O barômetro de Torricelli é formado por um tubo capilar de aproximadamente 100 centímetros 100  cm de comprimento que contém mercúrio abre parênteses H g fecha parênteses ( Hg ) , sendo fechado em uma das extremidades. Esse instrumento fica imerso, com a extremidade aberta voltada para baixo, em um recipiente que também contém mercúrio. O esperado é que todo o mercúrio líquido do tubo escoe para o interior da bacia; no entanto, a pressão do ar sobre a superfície do mercúrio presente na bacia impede esse escoamento total. Quando essa pressão diminui, certa quantidade de mercúrio do tubo escoa para a bacia e, consequentemente, a altura da coluna de mercúrio no tubo diminui.

Gravura de um homem, vestido com um manto de pele e uma gola larga. Ele está em um ambiente de laboratório, cercado por frascos e livros. Na sua frente, há um recipiente circular sobre a mesa, no qual ele está segurando um instrumento semelhante a um bastão.
Gravura que representa Evangelista Torricelli na invenção do barômetro.

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Confira na imagem uma representação da inserção do barômetro de Torricelli no recipiente de mercúrio.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma representação de um experimento. À esquerda duas mãos seguram um tubo que está completamente cheio por um líquido. Uma das mãos está tampando a extremidade inferior do tubo, que está acima de um recipiente com líquido. Ao lado, uma mão segura o mesmo tubo com a extremidade inferior dentro do recipiente com líquido. Dentro do tubo há uma menor quantidade de líquido comparado ao tubo da esquerda.
Representação do funcionamento do barômetro de Torricelli.

11. O que acontece com o metal mercúrio presente no tubo quando a pressão do ar aumenta?

Resposta: Com o aumento da pressão do ar, menos quantidade do metal mercúrio presente no tubo escoa para a bacia e, consequentemente, a coluna desse metal no tubo aumenta.

Ao nível do mar, o mercúrio líquido que se encontra no tubo capilar escoa até a altura de 76 centímetros 76  cm no tubo. Esse valor é considerado o valor da pressão normal.

76 centímetros H g 76  cmHg equivalem a 760 milímetros de mercúrio ou 1 atmosfera abre parênteses 1 a t m fecha parênteses 760  mmHg ou  1  atmosfera ( 1  atm )

Torricelli relacionou o resultado desse experimento à influência da pressão atmosférica no peso da coluna de mercúrio no tubo, pois quanto maior a pressão do ar, maior fica a coluna de mercúrio no capilar.

Dica

É importante ressaltar que o referido experimento foi realizado ao nível do mar, a 273 Kelvin 273  K (equivalente, na escala Celsius, a 0 grau Celsius 0   ° C ) e em um local onde o módulo da aceleração gravitacional apresenta o valor 'g' é igual a 9 vírgula 81 metros por segundo elevado ao quadrado g = 9,81  m/ s 2 . Considere, ainda, que a densidade do mercúrio nessas condições seja igual a rô subscrito H g é igual a 13 vírgula 60 vezes 10 elevado ao cubo quilograma por metro cúbico ρ Hg = 13,60 · 10 3  kg/ m 3 .

Ao usar o barômetro de Torricelli, observa-se que a altura da coluna de mercúrio varia conforme a altitude em que é medida.

A pressão atmosférica abre parênteses P subscrito A fecha parênteses ( P A ) ao nível do mar é equivalente à pressão de uma coluna de mercúrio de 760 milímetros 760  mm de altura, a 0 grau Celsius 0   ° C e em um local em que o módulo da aceleração gravitacional tem valor 'g' é igual a 9 vírgula 81 metros por segundo elevado ao quadrado g = 9,81  m/ s 2 .

Considerando que V V é o volume da coluna, 'm' subscrito H g m Hg é a massa da coluna de mercúrio com seção reta de área A A e rô subscrito H g ρ Hg é a densidade do mercúrio, temos que 'm' subscrito H g é igual a rô subscrito H g vezes V m Hg = ρ Hg · V e V é igual a A vezes 'h' V = A · h . A pressão atmosférica em determinado local pode ser calculada pela expressão:

P subscrito A é igual a início de fração, numerador: 'm' subscrito H g vezes 'g', denominador: A, fim de fração implica em P subscrito A é igual a início de fração, numerador: rô subscrito Hg vezes V vezes 'g', denominador: A, fim de fração implica em P subscrito A é igual a rô subscrito H g vezes 'g' vezes 'h' P A = m Hg · g A P A = ρ Hg · V · g A P A = ρ Hg · g · h

Substituindo os valores relativos às grandezas ao nível do mar e a 0 grau Celsius 0   ° C nessa expressão, obtém-se:

P subscrito A é igual a abre parênteses 13 vírgula 60 vezes 10 elevado ao cubo quilograma por metro cúbico fecha parênteses vezes abre parênteses 9 vírgula 81 metros por segundo elevado ao quadrado fecha parênteses vezes abre parênteses 0 vírgula 76 metro fecha parênteses implica em P subscrito A é igual a 1 vírgula 0 1 vezes 10 elevado a 5 pascal P A = ( 13,60 · 10 3  kg/ m 3 ) · ( 9,81  m/ s 2 ) · ( 0,76  m ) P A = 1,01 · 10 5  Pa

Assim, 1 a t m 1  atm equivale a aproximadamente 1 vezes 10 elevado a 5 pascal 1 · 10 5  Pa .

Temperatura e calor

Observe a situação a seguir.

Ilustração de dois jovens conversando sob um sol brilhante. Os dois usam bonés e estão com gotículas de suor no rosto. Um deles está dizendo: NOSSA, COMO ESTÁ CALOR HOJE. E o outro responde: HOJE ESTÁ CALOR OU ESTÁ QUENTE?
Representação de pessoas em dia ensolarado.

12. Em que situações geralmente utilizamos os termos quente ou frio?

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes a relacionar o uso dos termos quente e frio a situações que envolvem temperatura.

Geralmente, utilizamos os termos quente e frio em situações que envolvem o conceito de temperatura.

A temperatura é a grandeza física relacionada à energia térmica do material (o estado térmico dele). Assim, o movimento das partículas que constituem um material é maior conforme esse material fica mais quente. Essa agitação térmica indica que ele tem energia de movimento (energia cinética). Logo, a temperatura é a grandeza que mede a energia cinética média das partículas de um objeto.

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O instrumento utilizado para medir a temperatura é o termômetro. Por volta de 1720, o físico polonês Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736) construiu os primeiros termômetros confiáveis. O modelo mais conhecido é o líquido, ou clínico, no qual a temperatura corporal pode ser medida pela variação da altura do líquido que está contido dentro dele. Em geral, esse líquido pode ser o mercúrio ou o álcool colorido. Há ainda os termômetros à pressão de gás; os culinários; os meteorológicos, que medem as temperaturas do ambiente; e o de infravermelho (pirômetro óptico), que informa a temperatura de um corpo ao medir a irradiação térmica da superfície dele. Os mais usados e procurados são os clínicos e os meteorológicos.

Professor, professora: Comente com os estudantes que a fabricação e a comercialização de termômetros de mercúrio foram proibidas desde 2019 devido à toxicidade desse metal. Comente também que esse tipo de termômetro não pode ser descartado no lixo comum. Deve-se procurar pontos de coleta específicos.

Fotografia de um termômetro digital branco, com extremidade metálica medindo 36,6 graus Celsius.
Termômetro digital.
Fotografia de um termômetro a álcool. Ele tem duas escalas numéricas. À direita, as unidades de medida são em Fahrenheit e à esquerda, em Celsius. Há um líquido vermelho dentro do bulbo próximo de 40 graus Celsius e 100 graus Fahrenheit.
Termômetro de álcool.

A temperatura pode ser medida em diversas escalas, sendo as mais comuns a Celsius, a Fahrenheit e a Kelvin. No Brasil, a mais usada delas é a Celsius; nos Estados Unidos, usa-se a escala Fahrenheit, assim como em diversos países europeus.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de três termômetros com diferentes escalas, com retas tracejadas entre eles indicando suas temperaturas correspondentes. O termômetro da esquerda tem indicação de menos 273 graus Celsius na parte inferior, 0 grau no centro e 100 graus Celsius na parte superior. Nesse termômetro há um líquido vermelho indicando a temperatura 0 grau. O termômetro ao lado, tem a escala em Kelvin. Este termômetro tem a indicação de 273 kelvins na sua parte central, 373 kelvins na parte superior, e a indicação de 0 kelvin na parte superior. Nele há um líquido vermelho indicando a temperatura 273 kelvins. E o termômetro a direta tem a escala em Fahrenheit. Este termômetro apresenta a indicação de 32 graus Fahrenheit na parte central, 212 graus Fahrenheit na parte superior, e menos 459 graus Fahrenheit na parte inferior. Nele há um líquido vermelho marcando a temperatura 32 graus Fahrenheit. As indicações na parte superior estão marcadas com a letra A; as indicações da parte central, letra B; e as indicações da parte inferior, letra C.
Representação das escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit.

A. temperatura de ebulição da água a 1 a t m 1  atm : 100 graus Celsius 100   ° C 373 Kelvin 373  K 212 graus Fahrenheit 212   ° F

B. temperatura de fusão da água a 1 a t m 1  atm : 0 grau Celsius 0   ° C 273 Kelvin 273  K 32 graus Fahrenheit 32   ° F

C. zero absoluto: menos 273 graus Celsius 273   ° C 0 Kelvin 0  K menos 459 vírgula 4 graus Fahrenheit 459,4   ° F

A unidade de temperatura no SI é o kelvin abre parênteses K fecha parênteses ( K ) . As equações de conversão de temperaturas nessas escalas são:

  • T subscrito K é igual a T subscrito C mais 273 T K = T C + 273
  • início de fração, numerador: T subscrito C, denominador: 5, fim de fração é igual a início de fração, numerador: T subscrito F menos 32, denominador: 9, fim de fração T C 5 = T F 32 9
  • início de fração, numerador: T subscrito K menos 273, denominador: 5, fim de fração é igual a início de fração, numerador: T subscrito F menos 32, denominador: 9, fim de fração T K 273 5 = T F 32 9

em que:

  • T subscrito K é igual a temperatura na escala Kelvin T K = temperatura na escala Kelvin ;
  • T subscrito C é igual a temperatura na escala Celsius T C = temperatura na escala Celsius ;
  • T subscrito F é igual a temperatura na escala Fahrenheit T F = temperatura na escala Fahrenheit .

Confira na fotografia o termômetro que mostra a temperatura ambiente em um dia no município de São Paulo. Ela está em graus Celsius, mas pode ser convertida tanto para a escala Kelvin quanto para a Fahrenheit. Nesse ambiente, a temperatura apresentada no termômetro é 34 graus Celsius 34  °C .

Fotografia de uma rua urbana, com um termômetro digital destacando a temperatura de 34 graus Celsius. Há vários edifícios pela rua, carros e pessoas andando pelas calçadas.
Termômetro no município de São Paulo (SP), em 2023.

T subscrito K é igual a T subscrito C mais 273 implica em T subscrito K é igual a 34 mais 273 implica em T subscrito K é igual a 307 portanto T subscrito K é igual a 307 Kelvin T K = T C + 273 T K = 34 + 273 T K = 307 T K = 307  K

início de fração, numerador: T subscrito C, denominador: 5, fim de fração é igual a início de fração, numerador: T subscrito F menos 32, denominador: 9, fim de fração implica em 34 sobre 5 é igual a início de fração, numerador: T subscrito F menos 32, denominador: 9, fim de fração implica em 93 vírgula 2 portanto T subscrito F é igual a 93 vírgula 2 graus Fahrenheit T C 5 = T F 32 9 34 5 = T F 32 9 93 , 2 T F = 93 , 2   ° F

Assim, no ambiente apresentado, a temperatura de 34 graus Celsius 34   ° C corresponde a 307 Kelvin 307  K ou 93 vírgula 2 graus Fahrenheit 93 , 2   ° F .

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Calor é a energia térmica em trânsito. Assim, a energia térmica é transferida de um material para outro, desde que, entre eles, haja diferença de temperatura. O calor pode se transferir de um corpo a outro por condução, convecção ou irradiação.

Na transferência de energia na forma de calor por condução, a energia se propaga por causa da agitação das partículas do material. Esse processo é mais eficiente em materiais como os metais, que são bons condutores de calor. Isso também explica o motivo de muitas panelas serem feitas desse material.

Fotografia de uma pessoa de avental usando uma colher de metal em uma panela que também é de metal e que está sobre um fogão ligado. Há vapor saindo da panela ao lado há outros recipientes.
Pessoa utilizando utensílio metálico em uma panela quente.

Como os metais são bons condutores, o calor pode ser transferido por condução para a mão da pessoa por meio do utensílio metálico.

Fotografia de uma pessoa usando uma colher de madeira em uma panela sobre um fogão ligado. A pessoa também está segurando um recipiente transparente com água.
Pessoa utilizando utensílio de madeira em uma panela quente.

A utilização de utensílios de madeira ou com cabo feito de outro material que não seja bom condutor de calor diminui a condução do calor para a mão da pessoa.

A transferência de energia na forma de calor por convecção é comum em gases e líquidos. Assim, ao colocar água para ferver em uma panela, por exemplo, a parte do líquido que está mais próximo do fogo será a primeira a aquecer. Quando isso acontece, tende a sofrer expansão, ficando menos densa do que a água da superfície (que está mais fria). Dessa maneira, ela tende a se deslocar para ficar por cima, enquanto a parte mais fria e mais densa se move para baixo. Esse ciclo repete-se várias vezes e forma uma corrente denominada corrente de convecção, que é ocasionada pela diferença entre as densidades. Isso faz com que o fluxo de energia na forma de calor seja transferido para todo o líquido.

Fotografia de uma panela vermelha com água fervendo dentro e sobre um fogão ligado.
Nos líquidos e gases, há transferência de energia por convecção.

Na irradiação ou radiação térmica, a transferência de calor ocorre por meio de ondas eletromagnéticas, as quais podem se propagar no vácuo.

Quando materiais com diferentes temperaturas são colocados em contato, o fluxo de calor passa do material com maior temperatura para o com menor temperatura. Esse fluxo de energia continuará enquanto os dois materiais em contato não atingirem a mesma temperatura. Por exemplo, ao segurar uma xícara com chá quente, a energia térmica da bebida é transferida na forma de calor para a xícara e para as mãos até que a temperatura se iguale.

Fotografia de uma pessoa sentada perto de uma lareira acesa segurando uma xícara. Ao fundo, há um par de patins de gelo pendurados e sobre uma mesa há um livro e uma vela acesa.
Graças à irradiação, podemos nos aquecer nas proximidades de uma lareira ou fogueira sem que haja contato direto com o fogo.

13. Em aparadores usados para manter a temperatura dos alimentos em restaurantes, quais tipos de transferência de energia na forma de calor ocorrem?

Resposta: Condução e convecção.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

13. Aparadores utilizados para manter a temperatura de alimentos em restaurantes geralmente são feitos de metal e em seu interior há água, que é mantida aquecida para que as cubas com os alimentos na parte superior não esfriem. Quais tipos de transferência de energia na forma de calor ocorrem nesse equipamento?

Resposta: Condução e convecção.

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Na Química, para representar as grandezas físicas, de forma geral, faz-se uso de números em notação científica e em ordem de grandeza. A notação científica facilita a escrita de um número.

Números em notação científica

Um número em notação científica é representado na forma de um produto de dois fatores. Um deles tem, em sua parte inteira, um número diferente de zero; o outro é uma potência de dez, que pode ser positiva, nula ou negativa. Dessa forma, o número abre parênteses n fecha parênteses ( n ) em notação científica poderá ser representado da seguinte maneira:

n é igual a x vezes 10 elevado a y n = x · 10 y

em que:

  • n é igual a número a ser convertido para a notação científica n =  número a ser convertido para a notação científica ;
  • x é igual a número compreendido entre 1 abre parênteses inclusive fecha parênteses e 10 abre parênteses exclusive fecha parênteses x =  número compreendido entre  1   ( inclusive )  e  10   ( exclusive ) ;
  • y é igual a número pertencente ao conjunto dos números inteiros. y =  número pertencente ao conjunto dos números inteiros .

Confira no quadro Exemplos de números reais expressos em notação científica alguns números representados em notação científica.

Exemplos de números reais expressos em notação científica
Número Em notação científica

62

6 vírgula 2 vezes 10 elevado a 1 6,2 · 10 1

1.962

1 vírgula 962 vezes 10 elevado ao cubo 1,962 · 10 3

0,0000062

6 vírgula 2 vezes 10 elevado a menos 6 6,2 · 10 6

Para representar um número, também pode-se utilizar os símbolos dos prefixos do Sistema Internacional. Observe o quadro Exemplos de prefixos e símbolos.

Exemplos de prefixos e símbolos
Prefixo Multiplicador Símbolo

pico

vezes 10 elevado a menos 12 é igual a 0 vírgula 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 · 10 12 = 0,000000000001

p p

nano

vezes 10 elevado a menos 9 é igual a 0 vírgula 0 0 0 0 0 0 0 0 1 · 10 9 = 0,000000001

n n

micro

vezes 10 elevado a menos 6 é igual a 0 vírgula 0 0 0 0 0 1 · 10 6 = 0,000001

mi μ

mili

vezes 10 elevado a menos 3 é igual a 0 vírgula 0 0 1 · 10 3 = 0,001

metro m

centi

vezes 10 elevado a menos 2 é igual a 0 vírgula 0 1 · 10 2 = 0,01

c c

quilo

vezes 10 elevado ao cubo é igual a 1.000 · 10 3 = 1 . 000

k k

mega

vezes 10 elevado a 6 é igual a 1.000.000 · 10 6 = 1 . 000 . 000

M M

giga

vezes 10 elevado a 9 é igual a 1.000.000.000 · 10 9 = 1 . 000 . 000 . 000

G G

Ordem de grandeza

Para fazer a conversão de um número em sua representação em notação científica, é preciso considerar o valor numérico de determinada grandeza. Nesse caso, os cientistas costumam expressá-la em ordem de grandeza.

Em linhas gerais, a ordem de grandeza de um número é a potência de dez mais próxima dele. Assim, a ordem de grandeza do número 18 é 10 elevado a 1, porque 18 está mais próximo de 10 elevado a 1 do que de 10 elevado a 2. Já a ordem de grandeza do número 62 é 10 elevado a 2.

Para expressar a ordem de grandeza de um número, devemos escrevê-lo em notação científica:n é igual a x vezes 10 elevado a y n = x · 10 y e considerar os casos a seguir.

  • Se o valor de x x for menor do que raiz quadrada de 10 10 , ou seja, 3,16, a ordem de grandeza do numeral será 10 elevado a y 10 y .
  • Se o valor de x x for maior do que raiz quadrada de 10 10 , ou seja, 3,16, a ordem de grandeza do numeral será 10 elevado a início expoente, y mais 1, fim expoente 10 y + 1 .

Assim, a ordem de grandeza do numeral 8 vírgula 26 vezes 10 elevado a 5 8 , 26 · 10 5 é 10 elevado a 6 10 6 porque 8,26 é maior do que 3,16 e, nesse caso, devemos acrescentar uma unidade ao expoente da notação científica.

A ordem de grandeza do número 2 vírgula 31 vezes 10 elevado a 4 2 , 31 · 10 4 é 10 elevado a 4 10 4 porque 2,31 é menor do que 3,16 e, nesse caso, devemos manter o expoente da notação científica.

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ATIVIDADES

1. Confira as grandezas físicas a seguir e realize as transformações solicitadas.

a ) 3 quilômetros 3  km em metro m .

b ) 2 vírgula 5 quilômetros 2,5  km em milímetro mm .

c ) 4 vírgula 5 quilômetros 4,5  km em centímetro cm .

d ) 3 vírgula 1416 metros quadrados 3,1416   m 2 em centímetro quadrado cm 2 .

e ) 3 vírgula 5 milímetros quadrados 3,5   mm 2 em metro quadrado m 2 .

f ) 3 metros cúbicos 3   m 3 em decímetro cúbico dm 3 .

g ) 450 vírgula 8 decímetros cúbicos 450,8   dm 3 em centímetro cúbico cm 3 .

h ) 200 centímetros cúbicos 200   cm 3 em decímetro cúbico dm 3 .

i ) 100 graus Celsius 100   ° C em K K .

j ) 350 Kelvin 350  K em grau Celsius ° C .

k ) 50 minutos 50  min em segundo s .

l ) 1.200 segundos 1 . 200  s em minuto min .

m ) 2 horas 2  h em minuto min .

n ) 14.400 segundos 14 . 400  s em hora h .

Resoluções nas Orientações para o professor.

2. Reescreva os numerais a seguir em notação científica.

a ) 2.300

b ) 0,0004

c ) 180.000.000.000

d ) 0,000000000000314

Resoluções nas Orientações para o professor.

Resposta: a) 2 vírgula 3 vezes 10 elevado ao cubo 2,3 · 10 3 ; b) 4 vírgula 0 vezes 10 elevado a menos 4 4,0 · 10 4 ; c) 1 vírgula 8 vezes 10 elevado a 11 1,8 · 10 11 ; d) 3 vírgula 14 vezes 10 elevado a menos 13 3,14 · 10 13 .

3. Um dos exames solicitados pelos médicos para fazer a avaliação clínica de um paciente é a determinação da densidade da urina, que avalia a capacidade do rim de produzir urina concentrada. A densidade normal pode variar entre 1 vírgula 0 0 5 grama barra mililitro 1,005  g / mL e 1 vírgula 0 35 grama barra mililitro 1,035  g / mL .

Por que a urina humana apresenta densidade maior do que a da água abre parênteses d é igual a 1 vírgula 0 grama barra mililitro fecha parênteses ( d = 1,0  g / mL ) ?

4. Uma solução cuja densidade é de 575 gramas por litro 575  g / L foi preparada dissolvendo-se 80 gramas 80  g de hidróxido de sódio abre parênteses N a O H fecha parênteses ( NaOH ) em 380 centímetros cúbicos 380   cm 3 de água. Determine, respectivamente, a massa da solução obtida e seu volume. (Dado: densidade da água é igual a 1 vírgula 0 grama por centímetro cúbico densidade da água  = 1,0  g / cm 3 ).

Resposta: A massa da solução é 460 gramas 460  g e do volume é 800 centímetros cúbicos 800   cm 3 . Resolução nas Orientações para o professor.

5. Considere que você esteja em pé, com seus pés no chão. P P é a pressão média sobre o chão, debaixo das solas dos seus sapatos. Se suspender um pé, equilibrando-se em apenas um, qual seria a nova pressão média?

Fotografia de um homem vestido de terno preto. Ele está de perfil, com uma perna levantada.
Homem se equilibrando em uma perna.

Resposta: O cálculo da pressão média P P é dado pela relação P é igual a 'F' barra A P = F / A , em que 'F' F é a força aplicada e A A é a área. Pela expressão, nota-se que força e área são grandezas inversamente proporcionais. Na situação apresentada, a área diminui pela metade, logo, a pressão média vai dobrar, correspondendo a 2 vezes P 2 · P .

6. Uma cientista realiza experimentos em um laboratório na Terra e em um laboratório espacial na Lua. Ela precisa pesar uma amostra de 500 gramas 500  g de um composto químico em ambos os locais.

a ) Qual é a massa da amostra na Terra e na Lua? Explique sua resposta.

b ) Qual é o peso da amostra na Terra e na Lua? Considere que a aceleração da gravidade na Terra é aproximadamente 9 vírgula 8 metros por segundo elevado ao quadrado 9,8  m/ s 2 e na Lua é aproximadamente 1 vírgula 6 metro por segundo elevado ao quadrado 1,6  m/ s 2 .

Resolução nas Orientações para o professor.

7. Imagine que você esteja se preparando para um dia frio. Assim, faz um chá quente e se aconchega ao lado de um aquecedor elétrico.

Fotografia de uma xícara de chá sobre um suporte de tecido. Há vapor saindo de dentro da xícara.
Xícara de chá.

a ) Explique como o calor é transferido do chá quente para o ar ao seu redor. Qual método de transferência de energia está envolvido nessa situação?

b ) Como o aquecedor elétrico aquece o ambiente? Descreva os métodos de transferência de calor que estão ocorrendo.

c ) Se você tocar na xícara de chá quente, consegue sentir o calor. Qual método de transferência de calor está envolvido nesse caso?

Respostas das questões 1, 3, 6 e 7 nas Orientações para o professor.

8. Para cada uma das situações a seguir, determine a ordem de grandeza (potência de 10 mais próxima) da medida apresentada. Lembre-se de que a ordem de grandeza é uma estimativa simplificada para expressar quão grande ou pequeno um número é.

a ) A distância média da Terra até a Lua é de aproximadamente 384.400 quilômetros 384 . 400  km .

Resposta: Como 3 vírgula 8 é maior do que 3 vírgula 16 3 , 8 > 3 , 16 , a ordem de 3 vírgula 844 vezes 10 elevado a menos 8 metro 3 , 844 · 10 8  m é 10 elevado a 9 10 9 .

b ) A massa de um átomo de ferro abre parênteses Fe fecha parênteses ( Fe ) é aproximadamente 9 vírgula 27 vezes 10 elevado a menos 26 quilograma 9,27 · 10 26 kg .

Resposta: Como 9 vírgula 27 é maior do que 3 vírgula 16 9 , 27 > 3 , 16 , a ordem de 9 vírgula 27 vezes 10 elevado a menos 23 grama 9 , 27 · 10 23  g é 10 elevado a menos 22 10 22 .

c ) Um urso-pardo adulto tem cerca de 3.000.000 pelos.

Resposta: Como 3 é menor do que 3 vírgula 16 3 < 3 , 16 , a ordem de 3 vezes 10 elevado a 6 3 · 10 6 é 10 elevado a 6 10 6 .

d ) O coração humano bate cerca de 180 vezes por minuto durante uma atividade física intensa.

Resposta: Como 1 vírgula 8 é menor do que 3 vírgula 16 1 , 8 < 3 , 16 , a ordem de 1 vírgula 8 vezes 10 elevado ao quadrado 1 , 8 · 10 2 é 10 elevado ao quadrado 10 2 .

e ) A quantidade de células no corpo humano é cerca de 37 trilhões (37.000.000.000.000).

Resposta: Como 3 vírgula 7 é maior do que 3 vírgula 16 3 , 7 > 3 , 16 , a ordem de 3 vírgula 7 vezes 10 elevado a 13 3 , 7 · 10 13 é 10 elevado a 14 10 14 .

f ) O diâmetro de um fio de cabelo humano é aproximadamente 0 vírgula 1 milímetro 0,1  mm .

Resposta: Como 1 é menor do que 3 vírgula 16 1 < 3 , 16 , a ordem de 1 vezes 10 elevado a menos 4 1 · 10 4 é 10 elevado a menos 4 10 4 .

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CAPÍTULO3

A matéria

O estudo da matéria

O seu corpo, assim como o de qualquer outro ser humano, é composto por diferentes sistemas, órgãos, tecidos e células. E se dissessem a você que os seres humanos e todos os seres vivos ou elementos não vivos no Universo são compostos de átomos, você concordaria com essa afirmativa?

Tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço é chamado de matéria e toda matéria é constituída de átomos. Então, sim, podemos afirmar que os seres humanos são compostos de um conjunto de átomos, que podem interagir e reagir uns com os outros.

1. O que é átomo?

Resposta: O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o assunto. Espera-se que eles respondam que átomo é a unidade básica da matéria, que carrega características específicas de determinado elemento.

2. Onde podemos encontrar os átomos?

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que os átomos são encontrados em toda a matéria existente no Universo.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma estrutura atômica, representando um átomo com um núcleo central representado por esferas azuis e rosas. Em torno do núcleo, há duas órbitas nas quais há várias esferas amarelas. A região onde estão as esferas amarelas há uma indicação com a letra A, e as esferas em azul e rosa estão indicadas pela letra B.
Representação da estrutura de um átomo de carbono abre parênteses C fecha parênteses ( C ) .

A. Eletrosfera: região localizada ao redor do núcleo e onde estão os elétrons (representados em amarelo).

B. Núcleo: região central do átomo composta de prótons (representados em rosa) e nêutrons (representados em azul).

Atualmente, sabemos que um átomo apresenta uma região central, chamada núcleo, e uma periférica, denominada eletrosfera. E sabemos também que ele é composto de estruturas ainda menores, chamadas partículas subatômicas, como os prótons, os nêutrons e os elétrons. Confira essas estruturas na imagem.

O átomo é eletricamente neutro, ou seja, contém o mesmo número de prótons e elétrons, e a maior parte de sua massa está concentrada no núcleo, com a massa dos elétrons sendo praticamente desprezível. Já a eletrosfera concentra o maior volume de um átomo, quando comparada ao núcleo atômico.

Dica

O volume é a grandeza física que se refere ao espaço ocupado por um corpo. Corpos com maior volume ocupam mais espaço no meio.

Os átomos podem se unir com outros átomos iguais ou diferentes, em proporções variadas, formando substâncias. A molécula de oxigênio abre parênteses O subscrito 2 fecha parênteses ( O 2 ) , por exemplo, é formada pela união de dois átomos de oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) . Já a molécula de água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) é formada pela união de dois átomos de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) e um átomo de oxigênio.

Esquema. À esquerda, há duas estruturas atômicas com um sinal de mais entre elas. As duas estruturas são representadas com seus núcleos no centro, representados por esferas rosa e azul. Em torno de cada núcleo, há órbitas com elétrons representados por pequenas esferas amarelas. E abaixo de cada estrutura há uma letra O. Uma seta azul aponta para a direita, onde as duas estruturas atômicas estão interligadas, compartilhando pares de elétrons em uma região comum das suas camadas mais externas. Abaixo está escrito O 2.
Representação da formação da molécula de oxigênio.
Esquema. À esquerda há uma estrutura atômica contendo um núcleo central, representado por uma pequena esfera rosa. Ao redor há uma órbita com um elétron representado por uma esfera amarela. Abaixo está a letra H. Ao lado da estrutura há um sinal de mais e há outra estrutura atómica, essa com um núcleo central representado por esferas azuis e rosa. Ao redor há duas orbitas com elétrons representados por esferas amarelas. Acima da estrutura está a letra O, e abaixo dela, outro sinal de mais, seguido por mais uma estrutura com uma esfera rosa ao centro com uma orbita ao redor contendo um elétron. Abaixo está a letra H. Ao lado dessas estruturas, uma seta azul aponta para a direita, onde as três estruturas se repetem, estando interligadas compartilhando pares de elétrons nas regiões comuns. Abaixo está escrito: H 2 O.
Representação da formação da molécula de água.

3. Analisando as imagens, quais partículas subatômicas permitem aos átomos interagirem entre si?

Resposta: Os elétrons.

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Origem dos elementos químicos

Os átomos com o mesmo número de prótons no núcleo atômico correspondem a um elemento químico, como o hidrogênio (HH, átomos com um próton), o hélio (H eHe, átomos com dois prótons) e o oxigênio (OO, átomos com oito prótons). Esses e tantos outros elementos químicos estão presentes no Universo e fazem parte da matéria existente. Você já parou para pensar como surgiram esses e os demais elementos químicos?

Atualmente, a teoria do Big Bang é a mais aceita para explicar a origem do Universo. Nela, o Universo teria começado a partir de um ponto material extremamente quente e denso, que continha toda a energia existente no Universo e que sofreu uma rápida expansão e resfriamento, formando a matéria que compõe as galáxias, as estrelas e os planetas. Confira a seguir algumas etapas do Big Bang.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração com uma representação do Big Bang e a evolução do universo. À esquerda, há uma esfera azul seguida por uma série de seções com diferentes elementos representando a expansão do universo. Há letras de A até E indicando as seções. Da esquerda para direita, logo depois da esfera está indicado a letra A e há várias partículas subatômicas. Em seguida, na letra B há várias partículas representadas por pequenos pontos em azul e laranja. Na letra C há várias representações de núcleos. Na letra D estão representados vários átomos. E na letra E, em um fundo azul estão representadas as galáxias.
Representação do Big Bang.

Imagem elaborada com base em: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. O Big Bang. Disponível em: https://s.livro.pro/wkqedp UNIVERSITY OF CALIFORNIA. Origin of the elements. Disponível em: https://s.livro.pro/nnarvm. Acessos em: 7 ago. 2024.

A. Logo após o início da expansão do Universo, a temperatura era extremamente alta e havia grande quantidade de energia.

B. À medida que o Universo se expandia, a temperatura diminuía, possibilitando a formação das primeiras partículas, conhecidas como quarks. Alguns segundos depois, formaram-se outras partículas, como os elétrons.

Conforme a expansão ocorria, os quarks deixaram de existir isoladamente e passaram a se combinar, formando prótons e nêutrons.

C. Após cerca de três minutos da grande explosão, a temperatura atingiu valores que possibilitaram a formação de núcleos leves de deutério, pela colisão e fusão de prótons e nêutrons. Esses núcleos se combinaram com outras partículas e deram origem a núcleos de hidrogênio, hélio abre parênteses H e fecha parênteses ( He ) e lítio abre parênteses L i fecha parênteses ( Li ) em pequenas quantidades.

D. A contínua redução da temperatura possibilitou que os elétrons se combinassem com esses núcleos e formassem os primeiros átomos. Os átomos são a menor porção do elemento químico que carrega suas propriedades.

E. Ao longo de seu desenvolvimento, o Universo foi se expandindo e resfriando. Com isso, a matéria existente se condensou, formando nuvens de gás. Essas nuvens deram origem às primeiras estrelas e, cerca de 1 bilhão de anos depois, formaram-se as primeiras galáxias.

As primeiras estrelas eram compostas basicamente dos elementos químicos hélio e hidrogênio. No interior delas, as condições de pressão e temperatura possibilitaram a formação de outros elementos químicos que passaram a fazer parte do Universo.

Fotografia de uma nuvem de gás e poeira vista no espaço. Ela tem coloração predominantemente rosa, com detalhes em tons mais escuros e brilhantes, refletindo a presença de estrelas e outras estruturas cósmicas ao fundo.
Cepheus B, nuvem densa de gás e poeira remanescente da formação de uma galáxia e rica no elemento químico hidrogênio, localizada na Via Láctea.

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O tamanho das estrelas é um dos fatores que interfere nas condições internas e na formação dos elementos químicos. Confira a seguir os elementos químicos formados ao longo da evolução de estrelas com tamanho inferior a oito massas solares – menor do que 8 vezes a massa do Sol abre parênteses 1 vírgula 9 vezes 10 elevado a 30 quilogramas fecha parênteses ( 1,9 · 10 30  kg ) .

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração representando a evolução de uma estrela em três fases distintas: À esquerda, indicada pela letra A, uma esfera brilhante e amarelada, semelhante ao Sol. Ao lado, uma seta aponta para uma esfera maior e mais volumosa, com uma coloração avermelhada. Essa está indicada pela letra B. Outra seta aponta para terceira esfera, menor que as anteriores, branca e densa, indicada pela letra C.
Representação de parte da evolução de uma estrela com tamanho inferior a 8 vezes a massa solar.

A. No interior dessas estrelas, ao longo de bilhões de anos, ocorre a fusão de átomos de hidrogênio, resultando na formação de átomos de hélio.

B. No interior das gigantes vermelhas, as condições de temperatura e pressão possibilitam que a fusão de átomos de hélio resulte em átomos de carbono e de nitrogênio abre parênteses N fecha parênteses ( N ) .

C. Na fase de anã-branca, podem ocorrer explosões que favorecem a formação de átomos dos elementos químicos hélio, carbono, oxigênio, nitrogênio e neônio abre parênteses N e fecha parênteses ( Ne ) . Além disso, podem se formar os átomos dos elementos químicos níquel abre parênteses N i fecha parênteses ( Ni ) , cobre abre parênteses C u fecha parênteses ( Cu ) e ferro abre parênteses F e fecha parênteses ( Fe ) .

Confira a seguir os elementos químicos formados ao longo da evolução de estrelas com tamanho superior a 8 massas solares.

Ilustração representando a evolução de uma estrela em três fases distintas: À esquerda, indicada pela letra A, uma esfera brilhante e de cor azulada. Ao lado, uma seta aponta para uma esfera maior e mais volumosa, com uma coloração alaranjada e amarelada, semelhante ao sol. Essa está indicada pela letra B. Outra seta aponta uma estrela de formato irregular e brilhante, indicada pela letra C. No centro, ela tem coloração branca e azul e ao redor possui tons alaranjados.
Representação de parte da evolução de uma estrela com tamanho superior a 8 massas solares.

Imagens elaboradas com base em: NASA. What is Your Cosmic Connection to the Elements? Disponível em: https://s.livro.pro/5huge8. Acesso em: 7 ago. 2024.

A. Nessas estrelas, a fusão entre átomos de hidrogênio e hélio ocorre de modo mais rápido, encerrando-se em menos de 1 bilhão de anos.

B. Nas supergigantes vermelhas, as condições extremas possibilitam que átomos de hélio e de carbono deem origem a átomos de oxigênio. Nessa fase, ocorrem diversos processos, em diferentes camadas das estrelas, que resultam em átomos de vários elementos químicos, como magnésio abre parênteses M g fecha parênteses ( Mg ) , neônio abre parênteses N e fecha parênteses ( Ne ) , silício abre parênteses S i fecha parênteses ( Si ) , nitrogênio, sódio abre parênteses N a fecha parênteses ( Na ) , alumínio abre parênteses A l fecha parênteses ( A l ) , fósforo abre parênteses P fecha parênteses ( P ) , cloro abre parênteses C l fecha parênteses ( C l ) , potássio K ( K ) , cálcio abre parênteses C a fecha parênteses ( Ca ) , níquel abre parênteses N i fecha parênteses ( Ni ) , titânio abre parênteses T i fecha parênteses ( Ti ) , vanádio abre parênteses V fecha parênteses ( V ) e argônio abre parênteses A r fecha parênteses ( Ar ) .

C. A grande explosão resultante da morte estelar cria condições para a formação de átomos dos elementos químicos silício e níquel, xenônio abre parênteses X e fecha parênteses ( Xe ) , platina abre parênteses P t fecha parênteses ( Pt ) e ouro abre parênteses A u fecha parênteses ( Au ) , bem como de átomos mais pesados.

Além da formação de elementos químicos nas estrelas, é possível que alguns deles se originem do espaço, por ação dos raios cósmicos, que são formados por partículas como prótons e elétrons e se movem em alta velocidade. Esses raios podem se chocar com átomos existentes no espaço entre as estrelas, como átomos de hidrogênio e de hélio, originando átomos de outros elementos químicos, como lítio, berílio abre parênteses B e fecha parênteses ( Be ) e boro abre parênteses B fecha parênteses ( B ) .

4. Como os elementos químicos formados nas estrelas chegam a diferentes locais do espaço?

Resposta: O objetivo desta questão é fazer que os estudantes reflitam sobre a dispersão dos elementos químicos no espaço, relacionando-a com a formação das estrelas. Espera-se que eles comentem que esses elementos formados nas estrelas são dispersos pelas nebulosas planetárias, quando a estrela em colapso perde parte de suas camadas mais externas, e quando ocorrem explosões, como a supernova (morte estelar), que lança esses elementos no espaço.

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Distribuição dos elementos químicos

Ao longo da origem e do desenvolvimento do Universo, diferentes elementos químicos se formaram e se espalharam pelo espaço. Os átomos desses elementos foram se unindo uns com os outros, originando as substâncias. Estas também interagiram entre si e originaram porções de matéria cada vez maiores, possibilitando a formação de diferentes astros, como estrelas, planetas e sistemas planetários.

O Sistema Solar se formou há cerca de 4,6 bilhões de anos, a partir de uma nuvem densa de poeira e gás, chamada nebulosa solar. Ao entrar em colapso, a matéria dessa nuvem começou a se mover rapidamente, formando um disco. Nesse disco, as partículas microscópicas de matéria começaram a se unir, dando origem a corpos rochosos, que resultaram em planetesimais, que assim originaram os planetas.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Fotografia representando a nebulosa solar, a qual tem o formato de um disco com um núcleo brilhante no centro. Ela possui áreas iluminadas em tons de amarelo e laranja, e partes mais escuras com sombras que acentuam a estrutura. A região mais clara, próxima ao centro está indicada com a letra A, e região mais escura, longe do centro, está indicada com a letra B.
Representação da nebulosa solar.

A. Os planetesimais ricos em elementos químicos mais densos, como metais e silicatos, foram mantidos na região mais interna do disco, próximo ao Sol, onde a temperatura era elevada. Esses planetesimais deram origem aos planetas rochosos Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

B. Substâncias voláteis, como água e amônia abre parênteses N H subscrito 3 fecha parênteses ( N H 3 ) , foram empurradas para as porções mais externas do disco. Por causa das baixas temperaturas dessa região, essas moléculas se condensaram. Os planetesimais formados nessa região deram origem a planetas com núcleos rochosos e porções externas ricas em líquidos e gases, os chamados planetas gasosos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

5. Como os elementos químicos formados após o Big Bang ou no interior das estrelas, por exemplo, foram incorporados à Terra?

Resposta: Espera-se que os estudantes comentem que, em determinadas condições, os elementos químicos dispersos no Universo dão origem a nuvens de gás e poeira, resultando na formação dos sistemas planetários, como o Sistema Solar. Nesse processo, o material existente na nuvem sofre condensação, dando origem a uma estrela. O material restante dá origem a protoplanetas, que resultam em planetas, como a Terra.

A distribuição variável dos elementos químicos durante a formação do Sistema Solar interferiu na composição atual dos astros desse sistema planetário. Veja a seguir.

Astros (dimensões):

Sol: aproximadamente 1.390.000 quilômetros 1 . 390 . 000  km de diâmetro.

Mercúrio: aproximadamente 4.879 quilômetros 4 . 879  km de diâmetro.

Vênus: aproximadamente 12.103 quilômetros 12 . 103  km de diâmetro.

Fotografia do Sol exibindo sua superfície amarelada e avermelhada. Há raios brilhantes de luz, que se projetam para fora em várias direções.
Sol.

Composto principalmente de hidrogênio e hélio, havendo também pequenas quantidades de oxigênio, carbono, ferro e nitrogênio.

Ilustração do planeta Mercúrio. Ele tem a superfície predominantemente cinza, com áreas destacadas em tons de azul e laranja.
Mercúrio.

Sua atmosfera é composta principalmente de oxigênio, sódio, hidrogênio, hélio e potássio. Seu núcleo, no entanto, é composto basicamente de ferro.

Ilustração do planeta Vênus. Ele tem a superfície em tons claros. O planeta apresenta faixas sutis de cor branca, que se estendem horizontalmente.
Vênus.

Apresenta uma atmosfera composta de dióxido de carbono abre parênteses C O subscrito 2 fecha parênteses ( CO 2 ) , gás nitrogênio e nuvens contendo gotículas de ácido sulfúrico abre parênteses H subscrito 2 S O subscrito 4 fecha parênteses ( H 2 S O 4 ) . Seu núcleo é composto de ferro e níquel.

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Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Astros (dimensões):

Terra: aproximadamente 12.756 quilômetros 12 . 756  km de diâmetro.

Marte: aproximadamente 6.794 quilômetros 6 . 794  km de diâmetro.

Júpiter: aproximadamente 142.984 quilômetros 142 . 984  km de diâmetro.

Saturno: aproximadamente 120.536 quilômetros 120 . 536  km de diâmetro.

Urano: aproximadamente 51.118 quilômetros 51 . 118  km de diâmetro.

Netuno: aproximadamente 49.492 quilômetros 49 . 492  km de diâmetro.

Ilustração do planeta Terra, com continentes aparentes nas cores verde e marrom. Os oceanos são retratados em um tom azul, com nuvens brancas esparsas cobrindo partes da superfície.
Terra.

Sua atmosfera é composta, principalmente, pelos gases nitrogênio e oxigênio. Além desses gases, há outros em menor quantidade, como argônio, dióxido de carbono e neônio.

Ilustração do planeta Saturno. Em sua superfície há faixas em tons de amarelo e laranja. Ao redor há um grande anel, com sua parte interna não tocando no planeta. O corpo desse anel é formado por pequenas faixas claras e escuras, que percorrem toda a superfície.
Saturno.

Apresenta uma atmosfera composta pelos gases hidrogênio e hélio. Já seu núcleo é composto de ferro e níquel, envolvido por hidrogênio líquido.

Ilustração do planeta Marte. Ele tem a superfície em tons de laranja e marrom.
Marte.

Sua atmosfera é composta pelos gases dióxido de carbono, nitrogênio e argônio. Já seu núcleo tem ferro e níquel.

Ilustração do planeta Urano. Ele tem coloração azulada com faixas em cores claras. Há dois anéis finos que orbitam ao seu redor.
Urano.

Seu núcleo é composto de ferro e níquel, rodeado por água. Já sua atmosfera é composta pelos gases hidrogênio e hélio e uma pequena quantidade de metano, além de traços de água e amônia.

Ilustração do planeta Júpiter. Em sua superfície há faixas distintas e coloridas em tons de marrom e laranja, com algumas partes brancas e azuis.
Júpiter.

Sua atmosfera é composta pelos gases hidrogênio, hélio, metano, amônia e vapor de água. Seu núcleo é formado por ferro e dióxido de silício abre parênteses S i O subscrito 2 fecha parênteses ( Si O 2 ) , envolvido por hidrogênio líquido.

Ilustração do planeta Netuno. Ele tem a superfície em cor com algumas manchas esbranquiçadas.
Netuno.

Sua atmosfera é composta pelos gases hidrogênio e hélio e uma pequena quantidade de metano abre parênteses C H subscrito 4 fecha parênteses ( C H 4 ) . Seu núcleo é composto de ferro e níquel e é rodeado por água com amônia e metano dissolvidos.

A estrutura da Terra

Em determinado momento de sua formação, o material que compunha a Terra estava completamente derretido. Nesse estado, a maior parte dos átomos de ferro e dos átomos de outros elementos químicos mais densos se movimentou em direção ao centro do planeta, enquanto os mais leves se moveram para a superfície. Esse processo é chamado diferenciação planetária e possibilitou a formação das quatro camadas principais da Terra: núcleo interno, núcleo externo, manto e crosta, com constituições químicas variadas. Confira a seguir.

Ilustração com uma representação da Terra em corte, mostrando suas diferentes camadas internas. Cada camada está indicada com uma letra do alfabeto, de A até D. Indicada por A, está a crosta, camada visível na parte externa, representada em tons de azul. Em seguida está o manto, indicado pela letra B. Ele está abaixo da crosta, em tons de vermelho, laranja e amarelo, que gradualmente se intensificam em direção ao núcleo. Há um núcleo externo, indicado por C e representado em vermelho com bordas mais claras. E há um núcleo Interno, indicado por D e em cor amarelo brilhante. Esse está no centro, em formato esférico.
Representação da Terra em corte mostrando suas camadas.

A. Crosta: camada mais externa da Terra, formada basicamente pelos elementos químicos oxigênio, silício, alumínio, ferro, cálcio, magnésio, potássio e sódio. Nas porções continentais, essa camada apresenta em média 30 quilômetros 30  km de espessura, enquanto no assoalho dos oceanos o valor médio é de 5 quilômetros 5  km .

B. Manto: camada mais espessa da Terra, cuja composição química abrange principalmente os elementos oxigênio, magnésio, silício e ferro. Apresenta cerca de 2.900 quilômetros 2 . 900  km de espessura e é composta por rochas derretidas ricas em ferro e magnésio.

C. Núcleo externo: região de aproximadamente 2.300 quilômetros 2 . 300  km de espessura, composta de ferro e níquel líquidos.

D. Núcleo interno: esfera sólida composta de ferro e níquel, com aproximadamente 1.220 quilômetros 1 . 220  km de raio.

Imagem elaborada com base em: IN DEPTH. Nasa Science. Disponível em: https://s.livro.pro/4lcprt. Acesso em: 7 ago. 2024; PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 31-32.

Embora haja na Terra mais de 100 elementos químicos, apenas 8 deles correspondem a mais de 99% da massa do planeta. Entre eles, destacam-se o ferro, o oxigênio, o silício e o magnésio, que totalizam mais de 90% da massa terrestre.

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ATIVIDADES

1. Leia o trecho do texto a seguir.

Cerca de 14,5 bilhões de anos atrás, uma grande explosão (em inglês, Big Bang) formou o hidrogênio e o hélio, os elementos mais leves. Posteriores reações nucleares nas estrelas transmutaram estes elementos em outros mais pesados, incluindo o carbono, o nitrogênio, o oxigênio, o enxofre, o fósforo e a maioria dos outros elementos da tabela periódica. Explosões de estrelas com muita massa, chamadas de supernovas, espalharam os elementos pelo universo e, ao longo do tempo, os elementos pesados se juntaram para formar os planetas e os outros corpos celestes. Através de um processo, que ainda não é compreendido e sobre o qual continua a haver muita pesquisa, moléculas simples se formaram, eventualmente incluindo moléculas orgânicas que podem dar suporte à vida — os ácidos nucleicos que formam o DNA e o RNA, os aminoácidos que compõem as proteínas, os carboidratos, como a glicose, e outros tipos de moléculas. É a partir de elegantes blocos de construção moleculares como estes que a incrível riqueza da química e da vida evoluiu. Portanto, no verdadeiro sentido da palavra, nós, seres vivos, somos feitos de poeira estelar, e sem as supernovas não haveria a química orgânica e tampouco a vida.
[…]

SOLOMONS, T. W. Graham; FRYHLE, Craigh B. Química orgânica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 1. p. 2.

a ) De acordo com o texto, qual é a relação do Big Bang e da formação das estrelas com a origem dos elementos químicos?

b ) Como os elementos químicos podem ser relacionados à existência de vida na Terra?

c ) Explique com suas palavras o trecho destacado no texto.

Respostas nas Orientações para o professor.

2. Analise as afirmações a seguir.

I ) As primeiras estrelas do Universo eram compostas basicamente de hidrogênio e sal. Com o passar do tempo, as partículas subatômicas se combinaram, formando elementos químicos mais complexos.

II ) As condições de pressão e temperatura no interior das estrelas não afetam a formação de novos átomos. Apenas a quantidade de matéria.

III ) O tamanho das estrelas interfere na evolução delas, pois afeta suas condições de pressão e temperatura.

Indique a alternativa correta a seguir.

a ) Apenas a afirmação I está correta.

b ) Apenas a afirmação III está correta.

c ) Todas as afirmações estão erradas.

d ) Todas as afirmações estão corretas.

e ) As afirmações I e III estão corretas.

Resposta: Alternativa b.

3. As tabelas a seguir apresentam a composição química, em porcentagem, do planeta Terra e de uma de suas camadas.

Composição do planeta Terra
Elemento %

Ferro

35%

Oxigênio

30%

Silício

15%

Magnésio

13%

Níquel

2,4%

Enxofre

1,9%

Cálcio

1,1%

Alumínio

1,1%

Outros

é menor do que 1 por cento < 1 %

Composição da crosta terrestre
Elemento %

Oxigênio

46%

Silício

28%

Alumínio

8%

Ferro

6%

Magnésio

4%

Cálcio

2,4%

Potássio

2,3%

Sódio

2,1%

Outros

é menor do que 1 por cento < 1 %

Fonte de pesquisa: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 32.

a ) O que você pode dizer a respeito da distribuição dos elementos químicos na Terra?

A Terra não é homogênea, havendo predomínio de alguns elementos e variação entre as camadas da Terra.

b ) Qual foi a importância do processo de diferenciação planetária na atual composição química das camadas da Terra?

O processo possibilitou a ocorrência e a distribuição diferencial dos elementos químicos, de acordo com sua densidade, resultando na formação das camadas da Terra.

c ) Junte-se a um colega e, utilizando uma planilha eletrônica, construam um gráfico de colunas e um gráfico de setores com os dados apresentados nas tabelas. Em seguida, avaliem qual tipo de apresentação de dados e informações – quadros, gráfico de colunas ou gráficos de setores – vocês consideram mais fácil de interpretar. Justifiquem a escolha.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes avaliem os prós e contras de cada tipo de apresentação, notando que, por serem visuais, os gráficos têm uma rápida interpretação.

4. Alguns pesquisadores utilizam o termo "NIFE" para se referir ao núcleo da Terra. Isso porque essa camada terrestre é constituída basicamente de:

a ) nitrogênio N ( N ) e fósforo abre parênteses P fecha parênteses ( P ) .

b ) níquel abre parênteses N i fecha parênteses ( Ni ) e flúor abre parênteses F fecha parênteses ( F ) .

c ) nitrogênio abre parênteses N fecha parênteses ( N ) , iodo abre parênteses I fecha parênteses ( I ) , flúor abre parênteses F fecha parênteses ( F ) e estanho abre parênteses S n fecha parênteses ( Sn ) .

d ) neônio abre parênteses N e fecha parênteses ( Ne ) , fósforo abre parênteses P fecha parênteses ( P ) e estanho abre parênteses S n fecha parênteses ( Sn ) .

e ) níquel abre parênteses N i fecha parênteses ( Ni ) e ferro abre parênteses F e fecha parênteses ( Fe ) .

Resposta: Alternativa e.

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Teorias atômicas

Do que a matéria é formada? Qual é a menor porção da matéria? O que a areia, o ser humano e um cometa, por exemplo, têm em comum? Questões como essas e inúmeras outras intrigaram os cientistas ao longo do tempo. Para respondê-las, alguns estudiosos desenvolveram modelos científicos, que são representações simplificadas, abstratas e idealizadas da realidade.

6. Como você responderia às questões propostas anteriormente?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito dos átomos e da constituição da matéria.

Os filósofos antigos foram os primeiros a divulgar suas ideias com o intuito de explicar a natureza da matéria que constitui todo o Universo. Por exemplo, os pré-socráticos, como os gregos Leucipo de Mileto (500 a.C.-430 a.C.) e Demócrito de Abdera (460 a.C.-370 a.C.), defendiam que toda a matéria era constituída por partículas minúsculas e indivisíveis, chamadas átomos (do grego a, "não", e tomo, "parte", ou seja, "o indivisível"). Para esses filósofos, os átomos estavam em constante movimento, ocasionando colisões e reagrupamentos que resultaram na formação da matéria. Os estudiosos que defendiam essas ideias ficaram conhecidos como atomistas.

Pintura de um homem idoso com uma longa barba branca e cabelos escuros. Ele está vestido com uma túnica escura e segura um pedaço de papel em uma das mãos.
Leucipo de Mileto.
Pintura de um homem de bigode e cabelos ondulados. Ele está sorrindo, usa uma túnica escura, adornada com um colarinho branco e está ao lado de um globo terrestre
Demócrito de Abdera.

Outra proposta sobre a constituição da matéria foi formulada pelo filósofo grego Empédocles (490 a.C.-430 a.C.). Para ele, tudo o que existia no Universo era formado por quatro elementos: água, ar, terra e fogo. Apesar de ter conseguido comprovar a existência material do ar, que considerava ser uma substância, ele não tinha evidências experimentais para os outros elementos de sua hipótese.

Pintura em preto e branco de um homem idoso visto de perfil. Ele tem uma longa barba, cabelos compridos, e usa um chapéu escuro.
Empédocles.

Já os filósofos gregos Platão (427 a.C.-347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) foram grandes defensores da ideia dos quatro elementos. Além disso, eles incorporaram outras concepções a respeito da constituição da matéria, formulando hipóteses como a da inexistência de partículas indivisíveis, como outros estudiosos defendiam.

Pintura de busto de um homem idoso, com barba e cabelos longos. Ele usa um manto escuro com uma camada vermelha.
Platão.
Pintura de busto de um homem com barba e cabelo escuro. Ele usa vestes de cor branca.
Aristóteles.

Durante certo tempo, a linha de pensamento dos quatro elementos se sobrepôs à visão atômica da constituição da matéria, exercendo grande influência sobre o pensamento científico, da Antiguidade ao século XVII.

No século XVII, a noção de átomo, proposta por Demócrito e Leucipo, foi retomada, substituindo as ideias de Empédocles. Isso ocorreu porque alguns cientistas perceberam que a água e o ar, por exemplo, não eram elementos fundamentais da matéria, mas se combinavam para formar novas substâncias.

Na tentativa de reconhecer os átomos como componentes básicos da matéria, conhecer suas propriedades e como interagiam para formar substâncias, diversos cientistas desenvolveram diferentes teorias e modelos ao longo do tempo. A seguir, vamos estudar alguns desses modelos e teorias atômicas.

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CONEXÕES com ... FILOSOFIA

O atomismo

Definir o que é Filosofia já é, por si só, uma questão filosófica. Diversos povos e culturas antigos produziram conhecimentos que atualmente podem ser considerados filosóficos. Isso evidencia que a Filosofia não é exclusiva de uma época ou cultura, mas parte da humanidade.

Apesar de seu caráter universal, o que é entendido como o "início" da Filosofia, em termos acadêmicos, remonta aos gregos há mais de 2 mil anos. Os filósofos gregos sistematizaram métodos de pensamento crítico que influenciaram profundamente a tradição ocidental. A Filosofia, então, surgiu como um complemento e uma resposta crítica à mitologia, buscando entender o Universo e a condição humana por meio da razão e do debate argumentativo.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um homem sentado sobre uma pilha de livros. Ele tem cabelos e barba comprida, e ao lado dela há um ponto de interrogação. Em um dos livros está escrito Filosofia.
Representação da Filosofia como conhecimento produzido.

A herança da Filosofia grega antiga foi central no pensamento europeu ao longo dos séculos, sobretudo a partir do Renascentismo, movimento que se iniciou no século XIV e se estendeu até o século XVII. Os renascentistas se inspiraram na Antiguidade clássica para estabelecer as bases do pensamento filosófico e os fundamentos da ciência.

Algumas das principais questões tratadas hoje na área das Ciências da Natureza, pelos campos de estudo da Química, Física e Biologia, foram antes abordadas como investigações filosóficas. Séculos atrás, pensadores já discutiam, por exemplo, a estrutura da matéria, os movimentos dos corpos, a origem e a diversidade da vida, entre tantos outros temas.

A Filosofia da Ciência norteia a investigação científica e contribui para o desenvolvimento de teorias e métodos mais robustos. Esse campo debate os limites do conhecimento científico, as implicações éticas e sociais das descobertas científicas, entre outras abordagens.

A definição e a sistematização da Filosofia da Ciência remontam às reflexões dos antigos gregos sobre a arché, ou seja, um elemento fundamental, um princípio único, que seria a origem de todos os outros elementos, de tudo o que existe. Entre várias propostas, Demócrito formulou a teoria atomista, uma primeira concepção sobre o que seriam os átomos. Ideias filosóficas sobre a constituição da matéria perduraram e foram revisitadas ao longo dos séculos, até a elaboração do primeiro modelo atômico moderno pelo químico e meteorologista inglês John Dalton (1766-1844), em 1803.

a ) Associe o desenvolvimento da teoria atômica à concepção desenvolvida por Demócrito.

Resposta: A teoria atômica está permanentemente em discussão e permeada de novas proposições, muito em razão dos avanços técnicos e tecnológicos de instrumentos que permitem novos experimentos. Ao longo da história, diversas teorias atômicas foram propostas, e atualmente a mais aceita é o desdobramento e a soma de séculos de pesquisas e descobertas. Há o entendimento de que o átomo é a menor parte dos elementos químicos e é formado por um núcleo que contém prótons e nêutrons, ao redor do qual orbitam elétrons. Essa concepção remonta à ideia de Demócrito, que entendia que os átomos eram indivisíveis e compunham as menores partículas das substâncias da natureza. Assim como Demócrito supunha ao investigar filosoficamente a origem do Universo e da matéria, o átomo é a partícula que compõe todas as substâncias.

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Teoria atômica de Dalton

Em 1803, John Dalton retomou a ideia atômica proposta por Demócrito e Leucipo para explicar a composição da matéria.

Embora os filósofos pré-socráticos já houvessem citado a existência de átomos indivisíveis como constituintes da matéria, foi Dalton quem demonstrou experimentalmente que os átomos poderiam existir, provendo um caráter científico para os estudos da constituição da matéria.

Gravura em preto e branco de um homem sentado em uma cadeira ao lado de uma mesa. Ele usa óculos, está com a cabeça apoiada em uma das mãos e usa um casaco escuro e uma camisa clara.
John Dalton.

Sua teoria se baseava na lei da conservação das massas e na lei das proporções constantes. Com esses estudos, John Dalton formulou alguns postulados, que reúnem as informações a seguir.

  • Toda a matéria é composta de pequenas partículas indivisíveis chamadas átomos.
  • Todos os átomos de um mesmo elemento químico são idênticos em massa e propriedades.
  • Os átomos de diferentes elementos químicos diferem entre si e têm massas, propriedades físicas e propriedades químicas distintas.
  • Durante as reações químicas, os átomos não são criados nem destruídos.
  • Os átomos podem se combinar, formando substâncias.
  • A combinação de átomos de mais de um elemento químico resulta em compostos.
  • Um composto é sempre constituído dos mesmos números e tipos de átomos.

A teoria atômica de Dalton (1808) considerava que os átomos eram esféricos, maciços e indivisíveis.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma esfera azul.
Representação do modelo atômico de Dalton.

Além da formulação do modelo atômico, Dalton elaborou uma representação simbólica de átomos, em que os elementos químicos eram representados por círculos com linhas, pontos e letras.

Os símbolos utilizados por Dalton serviam individualmente para representar os elementos e, em combinação, para representar os compostos.

Veja a seguir alguns exemplos dos símbolos criados por Dalton.

Ilustração de uma circunferência preta com um círculo menor no centro.
Hidrogênio.
Ilustração de uma circunferência preta com três retas dividindo o círculo em pedaços iguais se encontrando no centro.
Fósforo.
Ilustração de uma circunferência preta com a letra I maiúscula no centro.
Ferro.
Ilustração de uma circunferência preta preenchida com uma coloração em cinza.
Carbono.
Ilustração de uma circunferência preta com seis retângulos pretos saindo da circunferência e apontando para o centro. Sua disposição é simétrica e há um círculo branco no centro da circunferência.
Sulfato de bário.
Ilustração de uma circunferência preta com um traço vertical dividindo-a ao meio.
Nitrogênio.
Ilustração de uma circunferência preta com um traço vertical e outro horizontal dividindo-a em quatro partes iguais.
Enxofre.
Ilustração de uma circunferência preta com um L maiúsculo ao centro.
Chumbo.
Ilustração de uma circunferência preta com oito retângulos pretos saindo da circunferência e apontando para o centro. Sua disposição é simétrica e há um círculo branco no centro da circunferência.
Mercúrio.
Ilustração de uma circunferência preta com a letra G maiúscula no centro.
Ouro.

Em seus estudos, Dalton investigou as propriedades da matéria, afirmando, por exemplo, que a massa de determinado composto é igual à soma das massas dos átomos que o compõem.

Os postulados de Dalton também explicavam como compostos diferentes podem ser formados pelos mesmos tipos de átomos. Para isso, bastava que as proporções dos átomos fossem diferentes. Acompanhe os exemplos a seguir.

Esquema. À esquerda há uma esfera preta corresponde ao carbono. Ao lado, um sinal de mais, seguido de uma esfera vermelha correspondente ao oxigênio. Ao lado há uma seta apontando para uma esfera preta interligada com uma esfera vermelha, a qual corresponde ao monóxido de carbono.
Representação da formação do monóxido de carbono abre parênteses C O fecha parênteses ( CO ) , composto que contém átomo de carbono e oxigênio.
Esquema. À esquerda há uma esfera preta corresponde ao carbono. Ao lado, um sinal de mais, seguido de duas esferas vermelhas correspondente ao oxigênio. Ao lado há uma seta apontando para uma esfera preta interligada com duas esferas vermelhas, uma de cada lado, o que corresponde ao dióxido de carbono.
Representação da formação do dióxido de carbono, composto que contém átomo de carbono e oxigênio, porém com diferente proporção desses átomos.
Postulados:
pressuposições que não foram testadas no trabalho em questão, mas testadas e aceitas em trabalhos anteriores.

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Teoria atômica de Thomson

Ao longo do tempo, os avanços na investigação da matéria se direcionavam para uma nova visão de átomo, sugerindo uma estrutura mais complexa e constituída por partículas ainda menores, chamadas subatômicas. O desenvolvimento de estudos e experimentos sobre a eletricidade e a radioatividade foi essencial para as primeiras elucidações a respeito da estrutura interna do átomo.

A partir do século XVIII, foram realizados estudos sobre as descargas elétricas. Por meio deles, os cientistas perceberam, por exemplo, que ao aplicar alta voltagem no tubo contendo gás à baixa pressão, surgia uma radiação em seu interior. Essa radiação não era visível, mas sua movimentação no interior do tubo podia ser percebida em razão da emissão de luz. A radiação que surgia no interior do tubo se originava no polo negativo, também chamado de cátodo, e por isso recebeu o nome de raios catódicos. Apresentamos a seguir uma representação desse aparato, desenvolvido pelo químico inglês William Crookes (1832-1919).

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma ampola de raios catódicos representada por uma estrutura cilíndrica em azul, que corresponde ao tubo de vidro e que está na horizontal. No interior desse tubo, está a seguinte indicação: gás à baixa pressão. À esquerda, há um disco de cor cinza, que simboliza o cátodo, e à direita outro disco cinza, que corresponde ao ânodo. De cada disco sai um fio conectado a uma caixa de fonte de alta tensão. O cátodo está conectado a parte negativa da caixa, enquanto, o ânodo está conectado a parte positiva.
Representação da ampola de raios catódicos.

Em 1897, o físico inglês Joseph John Thomson (1856-1940) realizou experimentos com os raios catódicos utilizando diferentes gases. Ele observou que esses raios se originavam de qualquer tipo de gás e sofriam desvios em direção à placa de metal carregada positivamente. Com isso, concluiu que os raios catódicos eram compostos de partículas providas de massa e carregadas negativamente, às quais deu o nome de elétrons. Essa foi a primeira partícula subatômica descoberta e a primeira evidência experimental da estrutura interna dos átomos, agora vistos como unidades divisíveis.

Fotografia em preto e branco de busto um homem de cabelos e bigode grisalhos. Ele usa óculos e usa casaco escuro e camisa clara.
Joseph John Thomson.
Ilustração de um experimento representado por uma estrutura cilíndrica em azul, que corresponde ao tubo de vidro e que está na horizontal. No interior desse tubo, está a seguinte indicação: gás à baixa pressão. À esquerda, há um disco de cor cinza, que simboliza o cátodo, e à direita outro disco cinza, que corresponde ao ânodo. De cada disco sai um fio conectado a uma caixa de fonte de alta tensão. O cátodo está conectado a parte negativa da caixa, enquanto, o ânodo está conectado a parte positiva. Também há um fio verde saindo do cátodo, atravessando o tubo e chegando até sua parte superior, antes do ânodo. Esse fio corresponde ao raio catódico desviado. No centro do tubo há uma saída na parte superior, onde está indicado o sinal positivo. E outra saída na parte inferior com o sinal negativo.
Representação do experimento de Thomson.

Dica

As partículas podem ter carga elétrica positiva ou negativa. As que apresentam cargas de mesmo sinal (mais barra mais + / + ou menos barra menos / ) se repelem, enquanto as partículas com cargas de sinais opostos abre parênteses mais barra menos fecha parênteses ( + / ) se atraem.

Além disso, embora os elétrons apresentassem carga negativa, os átomos como um todo tinham carga nula. Sendo assim, os átomos deveriam apresentar carga positiva suficiente para anular a carga negativa.

Em 1903, para abranger suas observações, Thomson propôs um novo modelo de átomo, que consistia em uma esfera maciça e com carga positiva, na qual pequenas partículas negativas, os elétrons, estariam distribuídas por toda a massa uniforme de matéria.

Ilustração de uma esfera de cor rosa, indicada como esfera positiva e maciça. Dentro dela há várias esferas menores e amarelas indicadas como partículas negativas, elétrons.
Representação de uma das possíveis interpretações do modelo atômico de Thomson.

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Teoria atômica de Nagaoka

Em 1904, o físico japonês Hantaro Nagaoka (1865-1950) apresentou à comunidade científica seu modelo atômico. De acordo com ele, o átomo não era uma esfera maciça que concentrava a maior parte do volume atômico, na qual estavam distribuídos os elétrons, mas sim uma grande região central ao redor da qual os elétrons se moviam em órbita.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Fotografia em preto e branco de busto de um homem de cabelos grisalhos e apoiando o rosto com a mão. Ele usa óculos e casaco escuro.
Hantaro Nagaoka.
Ilustração de uma esfera rosa com uma linha curva ao redor. Nessa linha curva há várias esferas menores, e amarelas.
Representação de uma das possíveis interpretações do modelo atômico de Nagaoka.

Teoria atômica de Rutherford

Em 1910, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) e sua equipe, composta pelo físico alemão Hans Geiger (1882-1945) e o físico inglês Ernest Marsden (1889-1970), propuseram alguns experimentos que consistiam em colocar uma lâmina de ouro na frente da amostra de um elemento químico radioativo, ou seja, que emite radiação espontaneamente.

Ao bombardear a lâmina de ouro com partículas alfa, provenientes do elemento químico polônio abre parênteses P o fecha parênteses ( Po ) , Rutherford e seus colaboradores observaram que a maioria delas atravessou a lâmina de ouro. No entanto, algumas dessas partículas sofreram desvios e outras ricochetearam em direção à fonte. A análise dos resultados desse experimento levou a conclusões incoerentes com o modelo atômico proposto por Thomson.

Ilustração representando um experimento. À esquerda, há um dispositivo cilíndrico verde, dentro de uma estrutura cúbica. Esse dispositivo está indicado como elemento químico radioativo. Há uma seta roxa, indicada como feixe de partículas de carga positiva, saindo do dispositivo em direção a uma placa amarela indicada como sendo lâmina de ouro. Essa placa está posicionada dentro de um anel cinza. Há raios roxos que colidem com a placa e se dispersam em diferentes direções do anel.
Representação do bombardeamento de partículas alfa na lâmina de ouro.
Ilustração representando um experimento. Há diversas partículas representadas por um grupo de esferas amarelas que representam átomos de ouro. Dentro de cada uma delas há um núcleo representado por esferas menores. Há várias linhas em diferentes direções atravessando essas partículas. Cada linha possui uma esfera em uma extremidade e está indicado que essas linhas correspondem ao feixe de partículas de carga positiva. Para as linhas que cortam as partículas em linha reta está indicado o número 1. Para as linhas que passam pelo núcleo e seguem a mesma direção com um desvio está indicado o número 2. E para as linhas que passam pelo núcleo e depois segue uma direção oposta está indicado o número 3.
Representação da interação das partículas alfa com os átomos de ouro.

1. Observação: a maioria das partículas alfa α atravessou a fina lâmina de ouro sem sofrer desvio considerável em sua trajetória. Conclusão: a maior parte do volume total do átomo é espaço vazio.

2. Observação: algumas partículas alfa α sofreram grandes desvios durante a trajetória. Conclusão: a região central do átomo concentra uma porção muito pequena do átomo dotada de carga positiva, à qual foi dado o nome de núcleo.

3. Observação: poucas partículas alfa α ricochetearam e retornaram em direção à fonte radioativa. Conclusão: a maior parte da massa do átomo está localizada no núcleo.

Os resultados do experimento descrito anteriormente levaram à elaboração de um novo modelo atômico. Nele, Rutherford propôs que o átomo era formado por uma pequena região central positiva, que concentrava quase toda a massa do átomo − o núcleo −, e era circundada por um grande espaço vazio. Nesse espaço, localizavam-se os elétrons, que se movimentavam em torno do núcleo.

Ilustração de um modelo atômico. No centro, está o núcleo, que é representado por uma esfera rosa, e está indicado como região densa e positiva. Ao redor do núcleo, há elétrons negativos, representados por esferas laranjas, que estão sobre linhas que simbolizam suas órbitas
Representação do modelo atômico de Rutherford.

Dica

Acesse o simulador "Espalhamento de Rutherford". Nele, você vai investigar o comportamento das partículas alfa α ao incidirem em um átomo. Disponível em: https://s.livro.pro/8tf4h2. Acesso em: 16 jul. 2024.

7. Com base no modelo atômico proposto por Rutherford, explique com suas palavras os resultados do experimento descrito anteriormente.

Espera-se que os estudantes respondam que a maioria das partículas atravessou a lâmina ao passar pelos elétrons, outras sofreram leve desvio ao passar próximo do núcleo e um menor número sofreu grande desvio ao colidir com o núcleo.

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Analisando os resultados dos experimentos, Rutherford e sua equipe calcularam que a região central do átomo, o núcleo, era aproximadamente 10.000 vezes menor que o tamanho total do átomo.

Atualmente, sabemos que o diâmetro dos átomos é da ordem de 10 elevado a menos 10 metro 10 10  m . Por ser um valor muito pequeno, ele é quase sempre expresso na unidade de picômetros abre parênteses 1 p m é igual a 10 elevado a menos 12 metro fecha parênteses ( 1  pm = 10 12  m ) , que faz parte do Sistema Internacional de Unidades (SI). Outra unidade também usada para expressar medidas atômicas é o angstrom abre parênteses 1 angstrom é igual a 10 elevado a menos 10 metro fecha parênteses ( 1  Å = 10 10  m ) , mesmo que este não integre o SI.

O diâmetro atômico do hidrogênio, por exemplo, é de aproximadamente 1 vírgula 1 angstrom 1,1  Å . O diâmetro do próton, por sua vez, tem aproximadamente 1 vírgula 7 vezes 10 elevado a menos 5 angstrom 1,7 · 10 5  Å . Podemos imaginar essa relação da seguinte forma: se o diâmetro total do átomo de hidrogênio fosse do tamanho de um campo de futebol profissional, o núcleo seria do tamanho de uma formiga no centro desse campo.

Rutherford continuou realizando experimentos com as partículas alfa α . Em 1919, ele concluiu que o núcleo de todos os átomos continha partículas carregadas positivamente. A essas partículas subatômicas foi dado o nome de próton.

Em 1913, ao realizar experimentos com raios X, o físico inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley (1887-1915), membro da equipe de Rutherford, chegou à conclusão de que as propriedades dos elementos químicos variavam em função do número de prótons existentes no núcleo atômico. Dessa forma, foi possível determinar que todo elemento químico apresenta uma quantidade específica de prótons no núcleo.

A carga elétrica líquida de um átomo é neutra, ou seja, a quantidade de cargas positivas (prótons) e negativas (elétrons) é igual.

Experimentos indicavam que a massa do átomo era maior que a massa dos prótons de seu núcleo. Esse fato levou os cientistas a considerar a existência de outra partícula no núcleo atômico, além dos prótons, uma vez que a massa dos elétrons é praticamente desprezível.

Fotografia em preto e branco de um homem segurando alguns instrumentos de vidro. Ele tem cabelos escuros e bigode, e usa jaqueta e gravata.
Henry Gwyn Jeffreys Moseley.

Em 1932, o físico nuclear inglês James Chadwick (1891-1974), também membro da equipe de Rutherford, identificou uma nova partícula subatômica, com massa praticamente igual à do próton, porém sem carga elétrica. Essa partícula recebeu o nome de nêutron. Para identificá-la, Chadwick realizou um experimento que consistia em bombardear uma folha de berílio com partículas alfa α , provenientes de uma amostra de um elemento radioativo. Atrás dessa folha, foi colocada uma placa de parafina e um contador Geiger.

Nesse experimento, a incidência de partículas alfa α na folha de berílio fazia com que ela liberasse nêutrons, os quais colidiam com a placa de parafina, deslocando prótons dela, que eram detectados pelo contador Geiger.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um experimento. À esquerda, há uma câmara onde há um material radioativo representado por uma faixa retangular preta. À frente desse material há várias esferas correspondentes as partículas alfa. Das esferas saem setas em direção a uma barreira retangular correspondente a folha de berílio. À direita dessa barreira há várias esferas menores, em azul correspondentes aos nêutrons. Dessas esferas saem setas apontando para uma barreira retangular correspondente a parafina. Do outro lado, à direita da parafina, há várias esferas roxas, correspondentes aos prótons. Delas saem setas apontando para uma estrutura que é denominada contador Geiger.
Representação do experimento de Chadwick.
Contador Geiger:
aparelho utilizado para medir radiações alfa α , beta β e gama γ .

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Após o experimento de Chadwick, sabia-se que o átomo era composto de três partículas subatômicas, que apresentam diferentes características. Observe a seguir.

Características das partículas subatômicas
Partícula Região do átomo Massa (quilograma – quilograma kg ) Carga elétrica (CoulombC C ) Carga

Próton

Núcleo

1 vírgula 673 vezes 10 elevado a menos 27 1,673 · 10 27

mais 1 vírgula 602 vezes 10 elevado a menos 19 +   1,602 · 10 19

mais 1 +   1

Nêutron

Núcleo

1 vírgula 675 vezes 10 elevado a menos 27 1,675   ·   10 27

0 0

0 0

Elétron

Eletrosfera

9 vírgula 109 vezes 10 elevado a menos 31 9,109   · 10 31

menos 1 vírgula 602 vezes 10 elevado a menos 19   1,602 · 10 19

menos 1   1

Fonte de pesquisa: HAYNES, William M. CRC handbook of chemistry and physics. 97. ed. Boca Raton: CRC Press, 2016-2017. p. 1-1, 1-4.

8. De acordo com a tabela, quais são as semelhanças e diferenças entre as partículas subatômicas?

Resposta: Essa questão incentiva os estudantes a analisar as informações da tabela. Espera-se que eles comentem que os prótons e os nêutrons têm praticamente a mesma massa, porém o nêutron não tem carga elétrica. Próton e elétron apresentam a mesma carga elétrica, porém com sinal diferente, o que possibilita ao átomo ser eletricamente neutro. A massa do elétron é extremamente pequena, o que a torna praticamente desprezível.

Compartilhe ideias

A descoberta do nêutron foi fundamental para a compreensão da estrutura atômica e das partículas subatômicas, abrindo caminho para uma nova área de estudo, a Física Nuclear.

a ) Junte-se a três colegas para pesquisar a importância dos estudos da Física Nuclear para a sociedade atual, citando exemplos de sua aplicação. Em seguida, organizem um debate com os demais grupos da turma para analisar e discutir situações controversas sobre a aplicação desse tipo de conhecimento, enfatizando a importância da ética e da responsabilidade em seu uso.

Resposta: Os estudantes podem citar exemplos, como o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico e tratamento de doenças, geração de energia elétrica, esterilização de alimentos e aplicações industriais. Comentários nas Orientações para o professor.

Teoria atômica de Bohr

Assim como os modelos atômicos propostos anteriormente, o elaborado por Rutherford e seus colaboradores tinha incoerências. Sabe-se, por exemplo, que corpos com carga elétrica e em movimento emitem radiação. Sendo assim, os elétrons, que se movem rapidamente ao redor do núcleo, de acordo com Rutherford, tenderiam a perder energia, sendo atraídos pelo núcleo. Isso causaria o colapso dos átomos, o que na prática impediria a existência deles e, consequentemente, de qualquer elemento químico.

Durante muito tempo, considerava-se que a energia era emitida de modo contínuo. No entanto, em 1900, o físico alemão Max Karl Ernst Ludwig Planck (1858-1947) admitiu que a energia era descontínua. De acordo com sua teoria, a quantidade fixa de energia era absorvida ou emitida sob a forma de "pequenos pacotes", chamados quantum – no plural, quanta.

No início do século XX, o físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962), com base em suas análises, nas afirmações de Planck e em outros estudos da interação da luz com a matéria, propôs uma nova visão da estrutura do átomo. Ele sugeriu que os átomos de diferentes elementos químicos teriam determinados estados de energia, uma vez que emitiam radiações em determinados comprimentos de onda.

Fotografia em preto e branco de busto de um homem com cabelos penteados para trás. Ele usa camisa clara, com casaco escuro e gravata.
Niels Bohr.

Em 1913, Bohr apresentou seu modelo atômico com base em três postulados, descritos a seguir.

  • Os elétrons se movem em órbitas circulares ao redor do núcleo atômico. O número de órbitas em um átomo é variável e limitado. Cada uma dessas órbitas é chamada de camada eletrônica ou nível de energia abre parênteses n fecha parênteses ( n ) . A energia dessas camadas varia, sendo maior nas que se localizam mais distantes do núcleo atômico.
  • Enquanto se movimentam em uma camada eletrônica específica, os elétrons não emitem energia espontaneamente, mantendo-se no chamado estado estacionário.
  • Quando o elétron absorve energia suficiente, proveniente do meio externo, ele se desloca de um nível de menor energia (mais próximo do núcleo) para um nível de maior energia (mais distante do núcleo), passando do estado estacionário para o estado excitado. O elétron pode retornar ao estado estacionário, emitindo a energia que absorveu previamente e retornando à camada eletrônica de menor energia. Ao retornar à sua órbita original (estado fundamental), o elétron emite, sob a forma de fóton, a mesma quantidade de energia que absorveu previamente.
Coulomb:
unidade de carga elétrica.

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Confira a seguir o esquema com a representação da absorção e emissão de energia pelo elétron de um átomo.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

1.

Esquema. No centro, está o núcleo, representado por uma combinação de esferas rosa e azul. Ao redor do núcleo, há elétrons representados por esferas laranja que orbitam em diferentes níveis indicados por órbitas concêntricas.
Representação da estrutura do átomo de carbono em estado estacionário.

2.

Esquema. No centro, está o núcleo representado por uma combinação de esferas rosa e azul e há elétrons representados por esferas laranja orbitando ao redor do núcleo. Há um raio próximo do núcleo em direção a um elétron na orbita mais próxima do núcleo. Esse elétron tem coloração mais clara, e dele sai uma seta apontando para um elétron de outra orbita mais distante.
Representação da estrutura do átomo de carbono em estado excitado, quando há aumento de energia.

3.

Esquema. No centro, está o núcleo representado por uma combinação de esferas rosa e azul e há elétrons representados por esferas laranja orbitando ao redor do núcleo. Há um raio indicado como fóton saindo de um elétron da órbita mais distante do núcleo e apontando para fora da estrutura. Esse elétron tem coloração mais clara, e dele sai uma seta apontando para um elétron da órbita mais próxima do núcleo.
Representação da estrutura do átomo de carbono após a emissão de fóton, quando há diminuição de energia.

Em síntese, um elétron, quando em estado estacionário, tem energia total constante. No entanto, quando em estado excitado, sua energia total varia. Assim, Bohr concluiu que, quanto mais próxima for a órbita eletrônica permitida em relação ao núcleo atômico, mais estável será o sistema elétron/núcleo (menor energia total).

Considerando os 118 elementos químicos conhecidos atualmente e suas respectivas quantidades de elétrons, os átomos podem ter no máximo sete níveis de energia, que são identificados por números inteiros, de 1 a 7, ou pelas letras K, L, M, N, O, P e Q. Os níveis mais próximos do núcleo contêm os elétrons de menor energia, enquanto os elétrons mais energéticos se encontram nos níveis de energia mais afastados do núcleo. Cada nível de energia abriga um número limite de elétrons, como mostra o quadro a seguir.

Ilustração de um diagrama com círculos concêntricos, com letras posicionadas em alguns desses círculos. No centro há uma combinação de esferas azuis e rosa. As letras dispostas ao longo dos círculos, de dentro para fora são: K, L, M, N, O, P, Q.
Representação dos níveis de energia do modelo atômico de Bohr.
Quantidade de elétrons por camada
Nível de energia Camada Número máximo de elétrons

1º

K

2

2º

L

8

3º

M

18

4º

N

32

5º

O

32

6º

P

18

7º

Q

8

Por exemplo, o átomo de argônio abre parênteses A r fecha parênteses ( Ar ) tem 18 elétrons. Eles se distribuem de forma que a primeira e a segunda camada estão completamente preenchidas com 2 e 8 elétrons, respectivamente. Na última camada, há 8 elétrons.

Ilustração representando um modelo atômico. No centro está o núcleo representado por uma combinação de esferas azuis e rosa. Ao redor, há três órbitas com elétrons representados por esferas laranjas e que estão dispostos de forma alinhada, contendo elétrons acima e abaixo do núcleo, à direita e à esquerda, e nas direções diagonais.
Representação da estrutura de um átomo de argônio no modelo atômico de Bohr.

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Modelo de camadas nucleares

Assim como os elétrons são distribuídos em níveis de energia (K, L, M, N, O, P e Q), como foi proposto por Niels Bohr, também as partículas nucleares – prótons e nêutrons – estão organizadas em camadas. Esse é o modelo nuclear de camadas, proposto pela física polonesa Maria Goeppert Mayer (1906-1972).

Basicamente, o modelo explica a existência dos "números mágicos", que estariam relacionados a quantidades específicas de prótons e nêutrons nos núcleos atômicos. Esses números são 2, 8, 20, 28, 50 e 82, chegando a 126 no caso dos nêutrons, e estão associados a elementos químicos altamente estáveis, pois os prótons e nêutrons estariam distribuídos em uma estrutura de camadas de energia, de forma a completar essas camadas. Átomos como o chumbo, de número atômico 82 e massa de aproximadamente 208, teriam um núcleo estável, uma vez que apresentam números mágicos. Nesse caso, números duplamente mágicos: 82, referente ao número de prótons, e 126, que é o número de nêutrons.

Mayer foi a segunda mulher a receber o Prêmio Nobel de Física, em 1963, com outro pesquisador alemão, Hans Jensen (1907-1973), que estudou paralelamente o mesmo assunto. Antes dela, apenas a física polonesa Marie Curie (1867-1934) havia recebido o Prêmio Nobel, um em Física e outro em Química, ambos no início do século. Assim como Curie, Mayer dedicou boa parte de sua vida à pesquisa no âmbito da ciência em universidades estadunidenses. Essas pesquisas receberam seu total empenho e dedicação e foram feitas sem nenhuma remuneração. Maria Goeppert Mayer fazia parte da sexta geração de uma família de professores universitários.

A teoria atômica atual

Avanços na área da Física levaram alguns cientistas a questionar a natureza do elétron. O físico francês Louis de Broglie (1892--1987) buscou explicar o comportamento dos elétrons com base na ideia de uma dualidade onda-partícula. Assim, ora o comportamento do elétron pode ser explicado como sendo uma partícula, ora esse comportamento é semelhante ao de uma onda.

Para compreender a diferença entre esses comportamentos, é preciso analisar como corpos (partículas) e ondas se movimentam no espaço. As partículas percorrem trajetórias bem definidas, descritas pelas leis da Mecânica Clássica. Assim, quando duas partículas colidem, ocorre um desvio na trajetória delas. Esse comportamento pode ser observado, por exemplo, se um conjunto de partículas for lançado contra um obstáculo com fendas.

Ilustração representando um experimento. No centro há uma linha vertical verde que representa uma barreira. À esquerda, existem quatro esferas vermelhas. Há algumas setas evidenciando que quando a esfera esbarra na barreira verde, ela é refletida e caso ela incida na fenda, ela atravessa.
Representação do comportamento das partículas ao atravessar uma fenda dupla.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

As partículas que não se chocam com o obstáculo não têm sua trajetória alterada e passam pela fenda. Já as partículas que se chocam com o obstáculo não passam pela fenda, pois sua trajetória é desviada.

As ondas, por sua vez, quando se encontram com outras ondas, sofrem fenômenos de interferência e, nesses casos, suas trajetórias se sobrepõem. Assim, ao lançar um feixe de ondas (como a luz) contra um obstáculo com fendas, observa-se um comportamento diferente do das partículas.

Ao passar por uma fenda, as ondas sofrem um fenômeno chamado difração, no qual os obstáculos são contornados. Esse comportamento foi demonstrado em 1801 pelo físico britânico Thomas Young (1773-1829) ao realizar um experimento com feixes de luz, que ficou conhecido como experimento da dupla fenda, provando que a luz era composta de ondas.

Ilustração representando um experimento. À esquerda há duas linhas verticais verdes, alinhadas, com um pequeno espaço entre elas. À esquerda das linhas verdes há várias linhas verticais vermelhas, e delas saem uma seta apontando para o espaço entre as linhas verdes. Dou outro lado das linhas verdes, há várias linhas curvas em vermelho, todas curvadas para o mesmo lado e que aumentam de tamanho progressivamente, até encostar em outras três linhas verdes verticais. E à direita, ao lado das 3 linhas verdes verticais há muitas linhas curvas em vermelho espalhadas.
Representação do comportamento das ondas ao atravessar uma fenda dupla.

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A primeira tentativa de testar o comportamento ondulatório dos elétrons, proposta em 1923 por Louis de Broglie, foi realizada em 1927 pelos físicos estadunidenses Clinton Davisson (1881-1958) e Lester Germer (1896-1971). Eles observaram a difração de um feixe de elétrons através de um cristal de níquel. Apesar do sucesso do experimento anterior, a difração de elétrons através de uma dupla fenda só foi verificada em 1961, pelo físico alemão Claus Jönsson (1930-2024). Essa foi a prova definitiva de que a teoria da dualidade onda-partícula para os elétrons estava correta.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Esquema. À esquerda há um cilindro correspondente a um emissor de elétrons. Dele saem ondas e pequenas esferas amarelas que correspondem aos elétrons. Uma seta sai dos elétrons e aponta para uma placa retangular preta representado uma fenda dupla, da qual sai outra seta apontando para um anteparo branco com faixas retangulares roxas que representam o padrão interferência.
Representação do comportamento dos elétrons ao atravessar uma fenda dupla.

Com base nas observações de Louis de Broglie, em 1926, o físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) relatou que os elétrons não se movimentavam em órbitas específicas com distâncias fixas do núcleo, como propunha o modelo atômico de Bohr, mas se moviam livremente em torno do núcleo. Assim, foi postulado que há regiões nas quais se tem maior probabilidade de encontrar elétrons. Essa região é determinada com base em cálculos matemáticos e recebeu o nome de orbital atômico.

Gravura de um homem com óculos usando paletó e gravata. O fundo é composto por padrões coloridos e elementos gráficos.
Gravura de Erwin Schrödinger em cédula austríaca.

Sendo assim, no atual modelo atômico, o átomo apresenta o núcleo circundado por orbitais atômicos, que deixam de ser locais fixos em que os elétrons se movimentam para se tornarem as principais regiões do átomo onde os elétrons podem ser encontrados. Dessa forma, não é possível determinar com exatidão a posição do elétron no átomo, apenas a região mais provável de sua ocorrência. Na representação do modelo atômico atual, a região mais escura em torno do núcleo representa o local de maior probabilidade de encontrar os elétrons.

Ilustração de um círculo brilhante amarelo. E dentro dele há uma estrutura composta por pequenas esferas azuis e rosa.
Representação do modelo atômico atual.

Nesse modelo, cada camada corresponde a um número quântico principal abre parênteses n fecha parênteses ( n ) inteiro e maior que zero. Ou seja, as sete camadas eletrônicas correspondem aos números quânticos de 1 a 7. Quanto maior o valor de n, mais energética é a camada eletrônica.

Números quânticos principais
Camada n

K

1

L

2

M

3

N

4

O

5

P

6

Q

7

Dica

Acesse o simulador "Modelos do átomo de hidrogênio". Nele, você vai investigar o comportamento dos fótons ao incidirem em um átomo, de acordo com os diferentes modelos atômicos. Disponível em: https://s.livro.pro/7uwwd5. Acesso em: 7 ago. 2024.

Além disso, cada camada eletrônica está dividida em subcamadas, dadas pelo número quântico secundário abre parênteses l fecha parênteses ( l ) . Existem n n valores diferentes de l l para cada valor de n n , e ele vai de zero a n menos 1 n 1 . Considerando, por exemplo, n é igual a 3 n = 3 , l l poderá ter três valores, que são 0, 1 e 2.

Números quânticos secundários
Subcamada abre parênteses l fecha parênteses ( l ) Nome

0

s

1

p

2

d

3

f

4

g

5

h

6

i

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Por fim, o último número que descreve um orbital atômico é o número quântico magnético abre parênteses m l fecha parênteses ( m l ) . Ele pode ter valores inteiros entre l l e menos l l . Observe essa relação no quadro a seguir.

Relação entre 'L' , m 'L' m e número de orbitais
Subcamada abre parênteses l fecha parênteses ( l )

Número quântico magnético abre parênteses m l fecha parênteses ( m l )

Quantidade de orbitais na subcamada

0

0

1

1

menos 1 ponto-e-vírgula 0 ponto-e-vírgula 1 1; 0; 1

3

2

menos 2 ponto-e-vírgula menos 1 ponto-e-vírgula 0 ponto-e-vírgula 1 ponto-e-vírgula 2 2;  1; 0; 1; 2

5

3

menos 3 ponto-e-vírgula menos 2 ponto-e-vírgula menos 1 ponto-e-vírgula 0 ponto-e-vírgula 1 ponto-e-vírgula 2 ponto-e-vírgula 3 3;  2;  1; 0; 1; 2; 3

7

Distribuição eletrônica

Cada orbital pode conter até dois elétrons, o que significa que as quantidades de elétrons nas subcamadas são diferentes.

Quantidade de orbitais e elétrons por subcamada
Subcamada Quantidade de orbitais Quantidade de elétrons

s

1

2

p

3

6

d

5

10

f

7

14

Com base nas informações obtidas pelos números quânticos, podemos determinar a divisão das camadas em subcamadas e a quantidade de elétrons em cada uma. Observe como os valores condizem com os vistos anteriormente.

Subcamadas e quantidade de elétrons por camada
Camada Subcamadas Quantidade máxima de elétrons

K

s

2

L

s p

8

M

s p d

18

N

s p d f

32

O

s p d f

32

P

s p d

18

Q

s p

8

Mesmo que não seja possível determinar a posição exata dos elétrons, sabe-se que eles se distribuem ao redor do núcleo de maneira a ter a menor energia possível, o que garante estabilidade aos átomos. Assim, a tendência é que as camadas eletrônicas sejam preenchidas no sentido da camada de menor energia para a de maior energia. Esse comportamento pode ser descrito com um diagrama proposto pelo químico estadunidense Linus Pauling (1901-1994). Confira o sentido da seta no diagrama apresentado. Ela indica o sentido de preenchimento das subcamadas eletrônicas.

Diagrama representando as camadas eletrônicas de um átomo. Há três colunas em cores diferentes e com números acompanhados de letras e cada uma. A primeira coluna está em roxo, os números vão de 1 a 7 e todos acompanham a letra s. A segunda coluna está em verde, os números vão de 2 a 7, e todos acompanham a letra p. A terceira coluna está em vermelho, os números vão de 3 a 6, e todos acompanham a letra d. E a quarta coluna, em amarelo, tem os números 4 e 5 que acompanham a letra f. Também há setas que passa por todos os elementos, em ordem diagonal, começando em 1 s e depois segue na seguinte direção: 2 s; 2 p; 3 s; 3 p; 4 s; 3 d; 4 p; 5 s; 4 d; 5 p; 6 s; 4 f; 5 d; 6 p; 7 s; 5 f; 6 d; 7 p.
Diagrama de Linus Pauling.

Portanto, a distribuição dos elétrons da maioria dos átomos segue a seguinte ordem crescente de energia:

1 s elevado ao quadrado 2 s elevado ao quadrado 2 p elevado a 6 3 s elevado ao quadrado 3 p elevado a 6 4 s elevado ao quadrado 3 d elevado a 10 4 p elevado a 6 5 s elevado ao quadrado 4 d elevado a 10 1s 2  2s 2   2p 6   3s 2   3 p 6   4   s 2   3 d 10   4 p 6   5   s 2   4 d 10

5 p elevado a 6 6 s elevado ao quadrado 4 f elevado a 14 5 d elevado a 10 6 p elevado a 6 7 s elevado ao quadrado 5 f elevado a 14 6 d elevado a 10 7 p elevado a 6 5 p 6   6s 2   4 f 14   5 d 10   6 p 6   7   s 2   5 f 14   6 d 10   7 p 6

Por exemplo, a distribuição eletrônica do átomo de carbono, que tem 6 elétrons, será 1 s elevado ao quadrado 2 s elevado ao quadrado 2 p elevado ao quadrado 1s 2  2s 2   2p 2 . Note que a soma dos valores sobrescritos corresponde ao número total de elétrons do átomo.

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ATIVIDADES

Imagens desta página sem proporção.

1. Analise as informações a seguir.

I ) Tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço, ou seja, a matéria, é constituída de partículas indivisíveis.

II ) O mesmo tipo de átomo pode estar presente em diferentes compostos – por exemplo, o átomo de oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) constitui água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) e óxido nitroso abre parênteses N subscrito 2 O fecha parênteses ( N 2 O ) .

III ) Nas reações químicas, os átomos são destruídos para a criação de novos compostos.

Indique a alternativa correta.

a ) Todas as afirmações estão corretas.

b ) Todas as afirmações estão erradas.

c ) Apenas a afirmativa I.

d ) Apenas a afirmativa II.

e ) Apenas a afirmativa III.

Resposta: Alternativa d.

2. Adesivos que brilham no escuro são muito utilizados na decoração de quartos e objetos. A emissão desse brilho é possível graças à presença de uma substância, chamada sulfeto de zinco abre parênteses Z n S fecha parênteses ( ZnS ) , na superfície desses objetos. Após ser exposta à luz, o Z n S ZnS é capaz de emitir um brilho esverdeado no escuro. Isso ocorre porque, ao ser exposta à luz, essa substância absorve a energia luminosa. No escuro, essa energia é liberada, emitindo o brilho característico.

Ilustração de várias estrelas verdes de diferentes tamanhos em um fundo preto.
Adesivos que brilham no escuro.

a ) O modelo atômico que explica o fenômeno citado foi proposto por:

I ) Demócrito.

II ) John Dalton.

III ) Joseph John Thomson.

IV ) Ernest Rutherford.

V ) Niels Bohr.

b ) Explique, com suas palavras, o funcionamento desses adesivos, relacionando-os ao modelo atômico identificado no item anterior.

c ) Utilizando um software para a criação de vídeos, elabore uma animação que mostre o funcionamento desse tipo de adesivo. Essa explicação deve conter informações referentes ao modelo atômico identificado no item a.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

c ) Junte-se a um colega e, utilizando um software para a criação de vídeos, elaborem uma animação que mostre o funcionamento desse tipo de adesivo. Essa explicação deve conter informações referentes ao modelo atômico identificado no item a.

Resposta: Espera-se que os estudantes elaborem uma animação que inclua a representação de um átomo com seu núcleo, diferentes níveis de energia e um elétron. Eles devem demonstrar que a absorção de energia (luz ambiente, no caso do exemplo) faz o elétron passar para camadas mais afastadas do núcleo, tornando-se excitado. No escuro, a energia que foi previamente absorvida é liberada sob a forma de um fóton, resultando no brilho característico desses objetos. Essa animação pode ser publicada no site ou nas redes sociais da escola.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. É possível organizar diferentes tarefas para cada um dos estudantes.

d ) O funcionamento dos adesivos poderia ser prejudicado caso eles fossem mantidos apenas no escuro? Justifique sua resposta.

e ) Cite outro objeto presente no dia a dia que utiliza o mesmo princípio da fosforescência dos adesivos em seu funcionamento.

Resposta nas Orientações para o professor.

3. As primeiras concepções sobre os átomos consideravam que estes seriam partículas indivisíveis. Essa ideia foi refutada após a descoberta dos:

a ) prótons, por Henry Moseley.

b ) nêutrons, por James Chadwick.

c ) elétrons, por Joseph John Thomson.

d ) fótons, por Niels Bohr.

e ) nêutrons, por Ernest Rutherford e sua equipe.

Resposta: Alternativa c.

4. A luz tem a propriedade de contornar obstáculos, fenômeno conhecido como difração. Podemos observá-lo, por exemplo, quando a luz de um laser passa por uma fenda.

Fotografia de um experimento óptico, onde uma placa transparente está posicionada sobre uma base. Raios de laser vermelhos estão sendo projetados em direção a placa.
Luz de laser vermelho sofrendo difração ao passar por uma grade de difração.

Julgue as afirmações a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F) e corrija as falsas.

a ) O mesmo fenômeno de difração que ocorre com a luz do laser também pode ser observado para os elétrons.

b ) O fenômeno de difração não ocorre com elétrons, pois eles percorrem trajetórias lineares.

c ) A teoria da dualidade onda-partícula foi elaborada para explicar a natureza dos elétrons.

Resposta: a) Verdadeira.; b) Falsa. Os elétrons percorrem trajetória similar às ondas.; c) Verdadeira.

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5. Os experimentos realizados por Rutherford e sua equipe foram decisivos para a elucidação sobre a estrutura dos átomos. Por meio deles, foi possível determinar:

a ) a existência dos elétrons.

b ) a presença de um núcleo denso e pequeno.

c ) a ausência de espaços vazios entre as subpartículas.

d ) a quantidade de energia nas órbitas percorridas pelos elétrons.

e ) a existência dos prótons.

Resposta: Alternativa b.

6. Com suas palavras, elabore um texto explicando a história do desenvolvimento dos modelos atômicos, enfatizando as semelhanças, as diferenças e os avanços entre eles. Mencione a relevância dessas descobertas para a ciência e sua importância até os dias atuais. Além dos conteúdos apresentados no capítulo, consulte outras referências confiáveis.

Resposta pessoal.

7. Os fogos de artifício fazem parte das festividades de diversos locais e culturas. As luzes coloridas observadas nos fogos não são provenientes de nenhum dispositivo eletrônico, mas somente de seus compostos químicos. A depender do sal utilizado, são observadas diferentes cores, como descrito a seguir.

Cor observada na queima de alguns sais
Sal Cor

Cloreto de estrôncio

Vermelho

Carbonato de cálcio

Laranja

Carbonato de bário

Verde

Óxidos de cobre

Azul

a ) Como é possível explicar a emissão de luz dos fogos de artifício?

Resposta: As cores observadas resultam das transições eletrônicas quando os elétrons são excitados pela queima e, em seguida, retornam ao estado fundamental de energia.

b ) Elabore um esquema representando o fenômeno para dois sais diferentes.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes elaborem dois esquemas com números de elétrons e transições diferentes.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

b ) Mencione qual seria a diferença desse fenômeno para dois sais diferentes.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem que haverá número de elétrons e transições diferentes.

c ) Por que os elementos químicos emitem luzes de cores diferentes?

Resposta: As transições dos elétrons ocorrem com os elétrons mais externos, ou seja, no caso de S r Sr , C a Ca , B a Ba e C u Cu , das subcamadas 5 s 5s , 4 s 4s , 6 s 6s e 3 d 3d , respectivamente. Como a energia das subcamadas é diferente, as transições são diferentes e produzem cores variadas.

8. Os elétrons apresentam algumas características de corpo, como massa e volume. Porém, também têm características de ondas, como a capacidade de sofrer difração ao passar por obstáculos. A observação dessas propriedades deu origem a um princípio que influenciou diretamente a elaboração dos modelos atômicos modernos foi enunciado como:

a ) princípio da incerteza.

b ) princípio da equivalência das cargas.

c ) princípio da dualidade onda-partícula.

d ) princípio da conservação das partículas.

e ) princípio da dualidade onda-carga.

Resposta: Alternativa c.

9. Uma das maneiras de descrever a distribuição eletrônica de um átomo é por meio de números quânticos. Confira a distribuição eletrônica do sódio e determine os itens a seguir.

1 s elevado ao quadrado 2 s elevado ao quadrado 2 p elevado a 6 3 s elevado a 1 1s 2  2s 2   2p 6   3s 1  

a ) O número quântico principal do orbital de maior energia.

Resposta: n é igual a 3 n = 3

b ) O número quântico secundário do orbital de maior energia.

Resposta: l é igual a 0 l = 0

c ) O número quântico magnético do orbital de maior energia.

Resposta: m l é igual a 0 m l = 0

d ) A quantidade de elétrons no orbital de maior energia.

Resposta: 1 elétron.

10. Leia o texto a seguir.

A pasta de dente com flúor é importante para diminuir a prevalência de cárie dentária. Todas as pessoas apresentam, em algum grau, perdas de minerais (desmineralização) dos dentes devido às flutuações do p H pH oral. Entretanto, o indivíduo exposto à alimentação não adequada, com excesso de açúcares e alimentos ultraprocessados e higiene bucal dificultada apresenta esse processo de perda dos minerais do dente ocasionando a cárie. Por isso, é importante que se utilize pasta fluoretada todos os dias durante a higiene bucal.
[...]

VICTOR, Nathan. Flúor protege os dentes contra a decomposição e evita formação de cáries. Ministério da Saúde, 25 out. 2022. Disponível em: https://s.livro.pro/u035jf. Acesso em: 8 ago. 2024.

Sabendo que o flúor tem 9 elétrons, indique a alternativa que apresenta corretamente sua distribuição eletrônica.

a ) 1 s elevado ao quadrado 2 s elevado ao quadrado 2 p elevado a 6 1s 2  2s 2   2p 6

b ) 1 s elevado ao quadrado 2 s elevado ao quadrado 2 p elevado a 5 1s 2  2s 2   2p 5

c ) 1 s elevado ao quadrado 2 s elevado a 1 2 p elevado a 6 1s 2  2s 1   2p 6

d ) 1 s elevado a 1 2 s elevado ao quadrado 2 p elevado a 6 1s 1  2s 2   2p 6

e ) 1s e evado a 1 2 s elevado a 1 2 p elevado a 5 1s 1  2s 1   2p 5

Resposta: Alternativa b.

11. O potássio abre parênteses K fecha parênteses ( K ) é um elemento químico essencial à dieta humana e está presente em diversos alimentos, como carnes, peixes, frutas, legumes e vegetais. Sabendo que o átomo de K K tem 19 elétrons, represente sua distribuição eletrônica em camadas e subcamadas em ordem crescente de energia.

Resposta: 1 s elevado ao quadrado 2 s elevado ao quadrado 2 p elevado a 6 3 s elevado ao quadrado 3 p elevado a 6 4 s elevado a 1 1s 2  2s 2   2p 6   3s 2   3 p 6   4 s 1

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CAPÍTULO4

Organização dos elementos químicos

Desenvolvimento da tabela periódica

Ao longo do ano, a escola de Júlia realizou vários passeios com as turmas do Ensino Médio. Nesses passeios, ela e seus colegas visitaram um parque de diversões, uma exposição de arte, um jardim botânico, assistiram a um concerto da orquestra da cidade e foram a um museu de ciências.

Júlia gosta de registrar os lugares que visita e faz isso com seu smartphone, assim, pode relembrar suas experiências e compartilhar as fotografias, os vídeos e os áudios com a família e os amigos. Esses arquivos ficam armazenados na memória do smartphone na ordem cronológica em que são realizados. Na imagem A, é possível verificar como os diferentes tipos de mídia ficam misturados na pasta de arquivos do dispositivo.

No dia da visita ao museu de ciências, Júlia e sua turma puderam apreciar diferentes peças do acervo e ela fez diversos registros. Alguns meses depois, ao se encontrar com uma amiga, ela quis mostrar a fotografia de um terrário.

Essa tarefa foi um pouco difícil, pois teve de localizar a fotografia desejada entre todos os arquivos daquele ano, o que tomou bastante tempo.

A.

Ilustração de uma tela de um smartphone exibindo uma lista de arquivos multimídia. Os arquivos estão organizados em uma lista vertical, incluindo tipos como áudio, vídeo e imagens. Cada item contém o nome do arquivo, a data de criação e o tamanho do arquivo, além de informações de geolocalização (G P S). Os itens listados são: Áudio 1 M p 3, em 1 de janeiro de 2026; 0,5 megabaite; G P S: museu. Vídeo 1 M P 4, em 5 de abril de 2026, 105 megabaites, G P S: casa. Foto 1 j peg, em 01 de janeiro de 2026, 1 megabaite, G P S: Museu. Áudio 2 m p 3, 07 de novembro de 2026, 0,5 mebaite. G P S: Lago. Foto 4 j peg, em 4 de fevereiro de 2026, 1 megabaite, G P S: Parque. Áudio 6 m p 3, em 01 de janeiro de 2026, 0,5 megabaite, G P S: Museu. Vídeo 2 M p 4, em 04 de fevereiro de 2026, 0,5 megabaite, G P S: Parque; e foto 3 j peg, em 01 de janeiro de 2026, 1 megabaite, G P S: Museu.
Arquivos armazenados no smartphone.

Tal processo seria facilitado se Júlia pudesse organizar os arquivos de acordo com suas necessidades. Assim, ela poderia agrupar os registros de acordo com a localização e ordená-los por tipo de arquivo, como na imagem B.

B.

Ilustração da tela de um smartphone, exibindo uma lista de arquivos organizados em categorias. As categorias são Museu, Parque e Lago. Cada categoria contém diferentes tipos de arquivos, com informações sobre nome, data de criação, tamanho e geolocalização (G P S). Na categoria museu tem: Foto 1 j peg, em 01 de janeiro de 2026, 1 megabaite, G P S: museu. Foto 3 j peg, em 01 de janeiro de 2026, 1 megabaite, G P S: Museu. Áudio 6 M p 3, em 01 de janeiro de 2026, 0,5 megabaite, G P S: Museu. Áudio 1 M p 3, 01 de janeiro de 2026, 0,5 megabaite, G P S: Museu. Na categoria parque, tem: foto 4 j peg, em 04 de fevereiro de 2026, 1 megabaite, G P S:Parque. Vídeo 2 m p 4, em 04 de fevereiro de 2026, 105 megabaites, G P S: Parque. E na categoria Lago: áudio 2 m p 3, em 047 de novembro de 2026, 0,5 megabaite, G P S: Lago. E vídeo 3 m p 4, em 07 de novembro de 2026, 105 megabaites, G P S: Lago.
Arquivos agrupados por local e sequenciados por tipo.

Situações semelhantes a essa ocorreram com os elementos químicos no início do século XIX. Com mais de 30 elementos conhecidos, os cientistas da época sentiram que era necessário organizá-los a fim de facilitar a compreensão de suas propriedades e características.

Vários estudiosos se dedicaram à elaboração de um modelo que agrupasse os elementos químicos com propriedades semelhantes, contribuindo assim para a criação da tabela periódica que conhecemos atualmente.

As primeiras tabelas periódicas

A primeira tentativa de classificar os elementos químicos foi proposta em 1789, pelo químico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794). Ele agrupou os elementos até então conhecidos com base em suas propriedades, classificando-os em gases, metais, não metais e terrosos.

1. Caso Júlia precisasse liberar espaço de armazenamento no smartphone e tivesse de selecionar arquivos para serem excluídos após um backup, qual seria o melhor critério de escolha?

Resposta: Ela deveria organizar os arquivos por tamanho, para excluir os que ocupam mais espaço.

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Em 1829, o químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner (1780-1849) observou que os elementos então conhecidos e que tinham propriedades semelhantes podiam ser organizados em grupos de três a três (tríades). A seguir, alguns exemplos das tríades propostas por Döbereiner.

  • Lítio abre parênteses L i fecha parênteses ( Li ) , sódio abre parênteses N a fecha parênteses ( Na ) e potássio abre parênteses K fecha parênteses ( K ) .
  • Cálcio abre parênteses C a fecha parênteses ( Ca ) , estrôncio abre parênteses S r fecha parênteses ( Sr ) e bário abre parênteses B a fecha parênteses ( Ba ) .
  • Cloro abre parênteses C l fecha parênteses ( C l ) , bromo abre parênteses B r fecha parênteses ( Br ) e iodo abre parênteses I fecha parênteses ( I ) .
  • Ferro abre parênteses F e fecha parênteses ( Fe ) , cobalto abre parênteses C o fecha parênteses ( Co ) e níquel abre parênteses N i fecha parênteses ( Ni ) .
  • Enxofre abre parênteses S fecha parênteses ( S ) , selênio abre parênteses S e fecha parênteses ( Se ) e telúrio abre parênteses T e fecha parênteses ( Te ) .

Os elementos de uma mesma tríade tinham propriedades químicas semelhantes e a massa atômica do elemento central era, aproximadamente, igual à média aritmética dos outros dois elementos da tríade.

Por exemplo, na tríade L i Li , N a Na e K K , a massa do sódio pode ser determinada por meio da massa do lítio (7) e do potássio (39).

massa atômica do N a é igual a início de fração, numerador: 7 mais 39, denominador: 2, fim de fração é igual a 23 massa atômica do Na = 7 + 39 2 = 23

A organização proposta por Döbereiner foi considerada ineficaz, pois atendia a poucos elementos. Além disso, outros cientistas passaram a utilizar relações semelhantes para organizar os elementos em grupos de quatro e cinco, o que indicava que os elementos podiam ser organizados em grupos maiores.

Em 1862, o geólogo francês Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois (1820-1886) propôs a organização dos elementos químicos da seguinte maneira: inicialmente, com base na massa atômica do átomo de oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) , de 16 unidades 16  u , ele dividiu a superfície de um cilindro em 16 colunas e várias linhas horizontais; em seguida, traçou uma linha helicoidal (com 45 graus 45 ° de inclinação) que começava no ponto zero e dava uma volta a cada 16 unidades. Os símbolos dos elementos químicos eram, então, dispostos sobre a linha helicoidal.

Fotografia de um homem. Ele possui cabelo claro e um bigode espesso, está vestindo um terno escuro com uma gravata branca e uma camisa clara.
Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois.

Dessa maneira, os elementos com propriedades semelhantes ficavam em uma mesma linha vertical. A aceitação desse modelo foi pequena, pois os valores das massas atômicas eram, em grande parte, errôneos e imprecisos.

Ilustração de um diagrama em forma de cilindro dividido em linhas horizontais e verticais. Ao longo da circunferência superior do cilindro estão os números 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14. E na lateral há números organizados verticalmente, de cima para baixo são eles: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28, 30 e 32. Existem duas linhas vermelhas demarcando símbolos de elementos químicos. A primeira com L i, B e, B, C e N. A segunda com N a, M g, A l e S i.
Representação do parafuso telúrico de Chancourtois.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Em 1864, o químico inglês John Alexander Reina Newlands (1837-1898) classificou os elementos químicos, conhecidos pela ordem crescente de massa atômica, em sete colunas (grupos) dispostas lado a lado. Newlands observou que, se olhássemos da esquerda para a direita, as propriedades dos elementos eram semelhantes do primeiro ao oitavo elemento da coluna, como as notas musicais, que se repetem a cada oitava. Para ele, os elementos que ficavam em uma mesma coluna tinham propriedades semelhantes. É por essa razão que temos a lei das oitavas de Newlands.

Fotografia em preto e branco de um homem com uma barba espessa e cabelos grisalhos. Ele está vestindo um terno escuro.
John Alexander Reina Newlands.

Posteriormente, a lei das oitavas de Newlands também foi descartada pela comunidade científica, pois havia problemas com os valores das massas atômicas.

Em 1866, o químico alemão Julius Lothar Meyer (1830-1895) montou uma tabela em que os elementos se distribuíam em grupos, de acordo com suas valências. Meyer montou ainda uma relação entre as massas atômicas e seus volumes, sendo o primeiro a reconhecer a periodicidade dos elementos em função de suas massas atômicas.

Fotografia em preto e branco de um homem com cabelo liso e grisalho, e uma barba comprida. Ele está usando um terno escuro com uma gravata preta.
Julius Lothar Meyer.
Periodicidade:
que apresenta regularidade; que ocorre em intervalos regulares.

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A relação observada por Meyer mostrava que, conforme a massa atômica dos elementos (representada no eixo horizontal) crescia continuamente, o volume atômico (representado no eixo vertical) não crescia de forma contínua, mas aumentava até certo elemento e, então, diminuía. Por isso, o gráfico não forma uma reta, mas uma curva com picos. Confira a seguir.

Curva de volume atômico em função da massa atômica, apresentada por Lothar Meyer em 1870

Gráfico de linha. O eixo horizontal representa a massa atômica em gramas por mol e o vertical representa o volume atômico em centímetros cúbicos por mol. Há uma linha vermelha com uma parte tracejada, que passa por vários símbolos dos elementos químicos. Os elementos que estão entre 0 e 20 gramas por mol e entre 0 e 20 centímetros cúbicos por mol são: H; B e; L i; B; C diamante; N; C grafite; e O. Entre 20 e 40 gramas por mol e entre 0 e 50 centímetros cúbicos por mol, estão os elementos: N a; M g; A l; S i; P; S; C l; K. Entre 40 e 80 gramas por mol e entre 0 e 30 centímetros cúbicos por mol estão os elementos: C a; T i; V; C r; M n; F e ; N i; C o; C u; Z n; G a; A s; S e; B r. Entre 80 e 120 gramas por mol e entre 0 a 60 centímetros cúbicos por mol, estão os elementos: R b; S r; Z r; N b; M o; R u; P d; A g; C d; l n; S n. Entre 120 e 140 gramas por mol e entre 10 e 70 centímetros cúbicos por mol os elementos são: S b; T e; I; C s; B a; D y. E entre 140 e 240 gramas por mol e entre 10 e 30 centímetros cúbicos por mol, os elementos são: C e; D y; W; A u; P t; O s; I r; H g; T l; B i; P b; T h. Além desses , existe um ponto fora da linha localizado próximo de 180 gramas por mol e entre 10 e 20 centímetros cúbicos por mol, com o elemento T a.

Fonte de pesquisa: LIMA, Geraldo M. de; BARBOSA, Luiz C. A.; FILGUEIRAS, Carlos A. L. Origens e consequências da tabela periódica, a mais concisa enciclopédia criada pelo ser humano. Química Nova, v. 42, n. 10, 2019. p. 1134.

Em 1869, já eram conhecidos 62 elementos químicos. Nessa época, o russo Dmitri Ivanovich Mendeleev (1834-1907) produziu o trabalho mais bem-sucedido no desenvolvimento da tabela periódica.

Mendeleev escreveu as propriedades dos elementos químicos em cartões e, ao tentar organizá-los, percebeu que, colocando-os em ordem crescente de massa atômica, certos tipos de elementos ocorriam com regularidade. Inicialmente, os elementos semelhantes estavam dispostos em linhas horizontais, mas, logo depois, ele alterou a disposição dos elementos químicos para que coubessem em colunas verticais, como vemos hoje.

Fotografia em preto e branco de um homem com longos cabelos e uma barba espessa. Ele está vestindo um paletó escuro com uma camisa clara.
Dmitri Ivanovich Mendeleev.

Mendeleev não apenas organizou os elementos de uma maneira eficaz, mas também deixou lacunas em sua tabela, prevendo as propriedades de cinco elementos químicos que ainda não haviam sido descobertos. Nos 15 anos seguintes, ocorreu a descoberta de três desses elementos.

Fotografia de um documento manuscrito em papel com várias anotações ilegíveis. Há várias anotações espalhadas, e partes destacadas.
Rascunho da primeira versão da tabela periódica proposta por Mendeleev, em 1869.
Fotografia de um diagrama contendo símbolos químicos e seus respectivos números atômicos. Ele está organizado em linhas e colunas.
Organização dos elementos químicos na tabela periódica proposta por Mendeleev.

Em 1913, o físico inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley (1887-1915), que trabalhava na equipe do físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), concluiu, por meio de experimentos com raios X, que as propriedades dos elementos químicos variam periodicamente em função de sua carga nuclear, ou seja, de seu número de prótons (número atômico). Moseley foi quem formulou a lei periódica atual.

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ATIVIDADES

1. O químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner propôs, em 1829, a organização dos elementos químicos em grupos.

a ) Qual o nome dado para essa organização feita por Döbereiner?

Resposta: Tríades.

b ) De que maneira Döbereiner organizou os elementos químicos?

Resposta: Organizou em grupos de três elementos.

c ) Qual das opções a seguir não forma a tríade proposta por Döbereiner? Faça os cálculos.

I ) Nitrogênio abre parênteses N ponto-e-vírgula Z é igual a 14 fecha parênteses ( N;  Z = 14 ) , fósforo abre parênteses P ponto-e-vírgula Z é igual a 31 fecha parênteses ( P;  Z = 31 ) e arsênio abre parênteses A s ponto-e-vírgula Z é igual a 75 fecha parênteses ( As;  Z = 75 ) .

II ) Oxigênio abre parênteses O ponto-e-vírgula Z é igual a 16 fecha parênteses ( O;  Z = 16 ) , enxofre abre parênteses S ponto-e-vírgula Z é igual a 32 fecha parênteses ( S;  Z = 32 ) e selênio abre parênteses S e ponto-e-vírgula Z é igual a 79 fecha parênteses ( Se ;   Z = 79 ) .

III ) Escândio abre parênteses S c ponto-e-vírgula Z é igual a 45 fecha parênteses ( Sc ;   Z = 45 ) , titânio abre parênteses T i ponto-e-vírgula Z é igual a 48 fecha parênteses ( Ti ;   Z = 48 ) e vanádio abre parênteses V ponto-e-vírgula Z é igual a 51 fecha parênteses ( V ;   Z = 51 ) .

IV ) Lítio abre parênteses L i ponto-e-vírgula Z é igual a 7 fecha parênteses ( Li ;   Z = 7 ) , sódio abre parênteses N a ponto-e-vírgula Z é igual a 23 fecha parênteses ( Na ;   Z = 23 ) e potássio abre parênteses K ponto-e-vírgula Z é igual a 39 fecha parênteses ( K;  Z = 39 ) .

Resposta: Alternativas I e II. Resoluções nas Orientações para o professor.

d ) Você considera que esse seja um método efetivo para organizar os elementos? Explique.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que não, pois foi uma metodologia limitada, que não se aplicava a todos os elementos.

2. Uma das propostas de organização dos elementos químicos foi criada por Chancourtois, em 1862, e ficou conhecida como "parafuso telúrico".

Ilustração de um diagrama em formato de gráfico sobre uma malha quadriculada. Na parte superior, nas colunas estão apresentados os números, da esquerda para direita 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14 e 16. Do lado direito, para as linhas, de cima para baixo estão os números: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28, 30, 32, 34, 36, 38 e 40. Existe uma linha pontilhada vertical entre os números 6 e 8 da parte superior. Três linhas transversais atravessam o diagrama com símbolos de elementos químicos. Primeira linha: H, H, L i, G i, B o, C, A r, O. Segunda linha: O, n, N a, M g, M g, u, S i, P b, S. Terceira linha: C l, K, C l. A linha pontilhada vertical corta as linhas transversais passando pelos elementos químicos: L i, N a e K.
Representação do esboço plano do parafuso telúrico proposto por Chancourtois.

Fonte de pesquisa: LIMA, Geraldo M. de; BARBOSA, Luiz C. A.; FILGUEIRAS, Carlos A. L. Origens e consequências da tabela periódica, a mais concisa enciclopédia criada pelo ser humano. Química Nova, v. 42, n. 10, 2019. p. 1134.

Apesar de ter sido substituída por um modelo mais preciso e eficiente, essa organização trazia a ideia de que alguns elementos poderiam fazer parte de um mesmo grupo. Analisando a ilustração e considerando as ideias de Chancourtois, é correto afirmar que:

a ) a ilustração representa a planificação de cilindro dividido em diversas colunas e linhas horizontais, e a linha diagonal representa o agrupamento dos elementos químicos, ou seja, cloro e potássio pertencem ao mesmo grupo.

b ) o parafuso telúrico não está corretamente representado nessa ilustração, pois o carbono deve estar no ponto zero.

c ) os elementos químicos que aparecem na mesma linha vertical pertencem ao mesmo grupo, portanto têm as mesmas características físico-químicas, como L i Li , N a Na e K K , destacado com fio pontilhado.

d ) o modelo proposto por Chancourtois teve grande aceitação pela comunidade científica, pois os valores de massa atômica disponíveis na época eram precisos e evitaram informações divergentes.

Resposta: Alternativa c.

3. A lei das oitavas, proposta pelo químico inglês John Alexander Reina Newlands, em 1864, organizava os elementos químicos conhecidos em ordem crescente de massa atômica, de forma que eles ficassem agrupados com base em propriedades semelhantes e distribuídos como notas musicais em uma pauta musical.

Ilustração que apresenta um diagrama análogo a uma partitura, com cinco linhas horizontais na parte superior e outras cinco na parte inferior. E cada uma com elementos químicos organizados em 8 colunas. Na parte superior, a esquerda, está a clave de sol ao lado dos números 8 e 1, a frente estão dispostos os símbolos químicos dos elementos C o, N i, C u, Z n (em vermelho na primeira linha), C l, K, C a (em preto na última linha) e C r, T i, M n, F e, C o (em vermelho também na última linha). Na parte inferior, a esquerda, está a clave de fá ao lado dos números 8 e 1, a frente estão dispostos os símbolos químicos dos elementos F, N a, M g, A l, S i, P, S, C l (em preto na primeira linha), H, L i, B e, B, C, N, O, F (em preto na última linha).
Representação da lei das oitavas, em 1864.

Fonte de pesquisa: PARRETT, Fred. Chemistry and all that jazz. SCI, 22 abr. 2014. Disponível em: https://s.livro.pro/flaroh. Acesso em: 31 jul. 2024.

a ) Qual foi a novidade trazida por esse tipo de organização dos elementos químicos?

Resposta: Foi a distribuição dos elementos em oito colunas, pois, ao considerar a ordem crescente de massa atômica dos elementos, o primeiro e o oitavo elemento têm propriedades semelhantes.

b ) Que motivos levaram os cientistas a abandonar a lei das oitavas?

Resposta: Com a descobertas de novos elementos químicos, essa organização deixou de funcionar, pois havia problemas nos valores da massa atômica.

4. A lei periódica formulada em 1913 pelo físico inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley é utilizada até os dias atuais. Cite a principal diferença entre o critério de organização dos elementos segundo Mendeleev e Moseley.

Resposta: Moseley determinou a lei periódica com base em experimentos com raios X e concluiu que as propriedades dos elementos químicos variam de acordo com o número de prótons. Mendeleev estruturou os elementos químicos em ordem crescente de massa atômica, prevendo a existência de alguns que não eram conhecidos na época e reservando lugares para eles em posições determinadas na tabela periódica.

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A tabela periódica atual

A tabela periódica atual baseia-se na lei da periodicidade de Moseley. Nela, os elementos químicos estão dispostos em ordem crescente de seu número atômico, distribuídos em 7 períodos (linhas) e em 18 grupos (colunas).

Dica

Um exemplo de tabela que contém os símbolos dos elementos em Libras e informações adicionais, como distribuição eletrônica e estado físico em temperatura ambiente, é a chamada Tabela Periódica Inclusiva, disponível em: https://s.livro.pro/8a6oaq. Acesso em: 5 ago. 2024.

Ilustração com o título: Tabela periódica dos elementos, com massas atômicas referidas ao isótopo 12 do carbono. Acima da tabela estão os seguintes textos: As massas atômicas relativas são listadas com arredondamento no último algarismo. As massas atômicas entre parênteses representam valores ainda não padronizados pela IUPAC. Observação: as cores utilizadas nesta tabela não têm significado científico; são apenas recursos visuais pedagógicos. A tabela tem 18 colunas e 7 linhas. Na parte inferior há uma legenda com cores: em verde-escuro e claro, os metais de transição interna; em azul, os gases nobres; em rosa, os não metais; e em amarelo, os metais. Na parte inferior esquerda, há um quadrado indicando quais informações estão presentes na tabela, de cima para baixo: número atômico, símbolo, nome e massa atômica. As informações para cada elemento serão apresentadas nessa ordem, iniciando pela cor. linha 1, coluna 1, em branco: 1, H, hidrogênio, 1 vírgula 0 1; coluna 18, em azul: 2, H e, hélio, 4,0; linha 2, coluna 1, em amarelo: 3, L i, lítio, 6,94; coluna 2, em amarelo: 4, B e, berílio, 9 vírgula 0 1; coluna 13, em rosa: 5, B, boro, 10,81; coluna 14, em rosa: 6, C, carbono, 12 vírgula 0 1; coluna 15, em rosa: 7, N, nitrogênio, 14 vírgula 0 1; coluna 16, em rosa: 8, O, oxigênio, 16,0; coluna 17, em rosa: 9, F, flúor, 19,0; coluna 18, em azul: 10, N e, neônio, 20,18; linha 3, coluna 1, em amarelo: 11, N a, sódio, 22,99; coluna 2, em amarelo: 12, M g, magnésio, 24,31; coluna 13, em amarelo: 13, A l, alumínio, 26,98; coluna 14, em rosa: 14, S i, silício, 28 vírgula 0 9; coluna 15, em rosa: 15, P, fósforo, 30,97; coluna 16, em rosa: 16, S, enxofre, 32 vírgula 0 6; coluna 17, em vermelho: 17, C l, cloro, 35,45; coluna 18, em azul: 18, A r, argônio, 39,95; linha 4, coluna 1, em amarelo: 19, K, potássio, 39,10; coluna 2, em amarelo: 20, C a, cálcio, 40 vírgula 0 8; coluna 3, em amarelo: 21, S c, escândio, 44,96; coluna 4, em amarelo: 22, T i, titânio, 47,87; coluna 5, em amarelo: 23, V, vanádio, 50,94; coluna 6, em amarelo: 24, C r, crômio, 52,0; coluna 7, em amarelo: 25, M n, manganês, 54,94; coluna 8, em amarelo: 26, F e, ferro, 55,85; coluna 9, em amarelo: 27, C o, cobalto, 58,93; coluna 10, em amarelo: 28, N i, níquel, 58,69; coluna 11, em amarelo: 29, C u, cobre, 63,55; coluna 12, em amarelo: 30, Z n, zinco, 65,38; coluna 13, em amarelo: 31, G a, gálio, 69,72; coluna 14, em amarelo: 32, G e, germânio, 72,63; coluna 15, em rosa: 33, A s, arsênio, 74,92; coluna 16, em rosa: 34, S e, selênio, 78,97; coluna 17, em rosa: 35, B r, bromo, 79,90; coluna 18, em azul: 36, K r, kriptônio, 83,80; linha 5, coluna 1, em amarelo: 37, R b, rubídio, 85,47; coluna 2, em amarelo: 38, S r, estrôncio, 87,62; coluna 3, em amarelo: 39, Y, ítrio, 88,91; coluna 4, em amarelo: 40, Z r, zircônio, 91,22; coluna 5, em amarelo: 41, N b, nióbio, 92,91; coluna 6, em amarelo: 42, M o, molibdênio, 95,95; coluna 7, em amarelo: 43, T c, tecnécio, 97 entre parênteses; coluna 8, em amarelo: 44, R u, rutênio, 101 vírgula 0 7; coluna 9, em amarelo: 45, R h, ródio, 102,91; coluna 10, em amarelo: 46, P d, paládio, 106,42; coluna 11, em amarelo: 47, A g, prata, 107,87; coluna 12, em amarelo: 48, C d, cádmio, 112,41; coluna 13, em amarelo: 49, I n, índio, 114,82; coluna 14, em amarelo: 50, S n, estanho, 118,71; coluna 15, em amarelo: 51, S b, antimônio, 121,8; coluna 16, em rosa: 52, T e, telúrio, 127,60; coluna 17, em rosa: 53, I, iodo, 126,90; coluna 18, em azul: 54, X e, xenônio, 131,29; linha 6, coluna 1, em amarelo: 55, C s, césio, 132,91; coluna 2, em amarelo: 56, B a, bário, 137,33; coluna 3, em verde escuro: lantanídios, de 57 a 71, serão apresentados depois; coluna 4, em amarelo: 72, H f, háfnio, 178,49; coluna 5, em amarelo: 73, T a, tântalo, 180,95; coluna 6, em amarelo: 74, W, tungstênio, 183,84; coluna 7, em amarelo: 75, R e, rênio, 186, 21; coluna 8, em amarelo: 76, O s, ósmio, 190,23; coluna 9, em amarelo: 77, I r, irídio, 192,22; coluna 10, em amarelo: 78, P t, platina, 195 vírgula 0 8; coluna 11, em amarelo: 79, A u, ouro, 196,97; coluna 12, em amarelo: 80, H g, mercúrio, 200,59; coluna 13, em amarelo: 81, T l, tálio, 204,38; coluna 14, em amarelo: 82, P b, chumbo, 207,2; coluna 15, em amarelo: 83, B i, bismuto, 209,98; coluna 16, em amarelo: 84, P o, polônio, 209 entre parênteses; coluna 17, em rosa: 85, A t, astato, 210 entre parênteses; coluna 18, em azul: 86, R n, radônio, 222 entre colchetes; linha 7, coluna 1, em amarelo: 87, F r, frâncio, 223 entre parênteses; coluna 2, em amarelo: 88, R a, rádio, 226 entre parênteses; coluna 3, em verde claro: actinídios, de 89 a 103, serão apresentados depois; coluna 4, em amarelo: 104, R f, rutherfórdio, 267 entre parênteses; coluna 5, em amarelo: 105, D b, dúbnio, 268 entre parênteses; coluna 6, em amarelo: 106, S g, seabórgio, 269 entre parênteses; coluna 7, em amarelo: 107, B h, bóhrio, 270 entre parênteses; coluna 8, em amarelo: 108, H s, hássio, 269 entre parênteses; coluna 9, em amarelo: 109, M t, meitnério, 277 entre parênteses; coluna 10, em amarelo: 110, D s, darmstádtio, 281 entre parênteses; coluna 11, em amarelo: 111, R g, roentgênio, 282 entre parênteses; coluna 12, em amarelo: 112, C n, copernício, 285 entre parênteses; coluna 13, em amarelo: 113, N h, nihônio, 286 entre parênteses; coluna 14, em amarelo: 114, F l, fleróvio, 290 entre parênteses; coluna 15, em amarelo: 115, M c, moscóvio, 290 entre parênteses; coluna 16, em amarelo: 116, L v, livermório, 293 entre parênteses; coluna 17, em amarelo: 117, T s, tennesso, 293 entre parênteses; coluna 18, em vermelho: 118, O g, oganessônio, 294 entre parênteses; Apresentação dos lantanídios, em verde escuro, que estão na linha 6: 57, L a, lantânio, 138,91; 58, C e, cério, 140,12; 59, P r, praseodímio, 140,91; 60, N d, neodímio, 144,24; 61, P m, promécio, 145 entre parênteses; 62, S m, samário, 150,36; 63, E u, európio, 151,96; 64, G d, gadolínio, 157,25; 65, T b, térbio, 158,93; 66, D y, disprósio, 162,50; 67, H o, hólmio, 164,93; 68, E r, érbio, 167,26; 69, T m, túlio, 168,93; 70, Y b, itérbio, 173 vírgula 0 3; 71, L u, lutécio, 174,97. Apresentação dos actinídios, em verde claro, que estão na linha 7: 89, A c, actínio, 227 entre parênteses; 90, T h, tório, 232 vírgula 0 4; 91, P a, protactínio, 231 vírgula 0 4; 92, U, urânio, 238 vírgula 0 3; 93, N p, neptúnio, 237 entre parênteses; 94, P u, plutônio, 244 entre parênteses; 95, A m, amerício, 243 entre parênteses; 96, C m, cúrio, 247 entre parênteses; 97, B k, berkélio, 247 entre parênteses; 98, C f, califórnio, 251 entre parênteses; 99, E s, einstênio, 252 entre parênteses; 100, F m, férmio, 257 entre parênteses; 101, M d, mendelévio, 258 entre parênteses; 102, N o, nobélio, 259 entre parênteses; 103, L r, laurêncio, 2623 entre parênteses.
Tabela periódica.

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Estrutura da tabela periódica dos elementos químicos

Como podemos conferir na tabela periódica da página anterior, os 118 elementos químicos conhecidos atualmente estão distribuídos em períodos e grupos.

Ilustração da tabela periódica.
Tabela periódica.
Ilustração do quadro referente ao elemento químico sódio, da tabela periódica. Ele tem a cor amarela, e no topo, há o número 11 com a indicação: número atômico. Abaixo, as letras N a, com a indicação: símbolo do elemento químico. Abaixo, está escrito sódio, com a seguinte indicação: nome do elemento químico. Abaixo, o número 22,99, com a indicação; massa atômica.
Destaque do elemento químico sódio.

Número atômico

Representado por abre parênteses Z fecha parênteses ( Z ) , o número atômico indica o número de prótons abre parênteses p fecha parênteses ( p ) existentes no núcleo do átomo do elemento químico. Os átomos de um mesmo elemento químico têm o mesmo número de prótons no núcleo.

Símbolo e nome do elemento químico

Cada elemento químico é representado por uma ou duas letras, sendo a primeira sempre maiúscula e a segunda, minúscula. Atualmente, há 118 elementos químicos reconhecidos oficialmente, dos quais 92 ocorrem naturalmente na Terra e 24 são sintéticos, ou seja, produzidos em laboratório.

Massa atômica

Representada por A A , a massa atômica refere-se à soma do número atômico abre parênteses Z fecha parênteses ( Z ) e de nêutrons abre parênteses n fecha parênteses ( n ) presentes no núcleo do átomo, ou seja:

A é igual a Z mais n A = Z + n

Dica

A massa dos elétrons é tão pequena em relação ao núcleo que geralmente não é considerada.

Na tabela periódica, o valor apresentado representa a massa atômica média, determinada a partir da massa dos isótopos do elemento químico e sua abundância relativa na natureza.

Períodos

As sete linhas horizontais da tabela periódica representam os períodos. Cada período corresponde à quantidade de níveis eletrônicos que o átomo do elemento químico apresenta e elementos químicos de um mesmo período têm a mesma quantidade de níveis eletrônicos. Confira no quadro Número de níveis eletrônicos por período.

Número de níveis eletrônicos por período
Período Número de níveis eletrônicos

1º

1: (K)

2º

2: (K, L)

3º

3: (K, L, M)

4º

4: (K, L, M, N)

5º

5: (K, L, M, N, O)

6º

6: (K, L, M, N, O, P)

7º

7: (K, L, M, N, O, P, Q)

Logo abaixo da tabela, há duas séries de elementos químicos: dos lantanídios (sexto período) e dos actinídios (sétimo período). Essa organização é feita para evitar que a tabela periódica fique com linhas extensas.

Isótopos:
átomos de um mesmo elemento químico que têm número de nêutrons diferentes.

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Grupos

As 18 colunas da tabela periódica representam os grupos de elementos químicos. Os elementos contidos nos grupos 1, 2, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 são conhecidos como elementos representativos.

Os elementos de transição estão contidos nos grupos 3 a 12 da tabela periódica e podem ser divididos em dois grupos: elementos de transição interna, que abrangem os elementos contidos nas séries dos lantanídios e actinídios; e elementos de transição externa, que incluem os demais elementos.

Os elementos químicos de um mesmo grupo têm propriedades químicas semelhantes, pois apresentam a mesma configuração eletrônica em sua camada de valência.

Professor, professora: Comentários sobre como trabalhar a configuração eletrônica da camada de valência nas Orientações para o professor.

Nome e configuração eletrônica do nível de valência de cada grupo
Grupo Nome Configuração eletrônica do nível de valência

1

Metais alcalinos

n s elevado a 1 abre parênteses com n é diferente de 1 fecha parênteses ns 1   ( com n    1 )

2

Metais alcalinoterrosos

n s elevado ao quadrado abre parênteses com n é diferente de 1 fecha parênteses ns 2   ( com n    1 )

3-12

Elementos de transição externa

abre parênteses n menos 1 fecha parênteses d elevado a início expoente, abre parênteses 1 a 10 fecha parênteses, fim expoente n s ao quadrado (   1 )   d ( 1  a  10 ) ns 2

3-12

Elementos de transição interna

abre parênteses n menos 2 fecha parênteses f elevado a início expoente, abre parênteses 1 a 14 fecha parênteses, fim expoente n s ao quadrado (   2 )   f ( 1  a  14 ) ns 2

13

Grupo do boro

n s elevado ao quadrado n p elevado a 1 ns 2   np 1

14

Grupo do carbono

n s elevado ao quadrado n p elevado ao quadrado ns 2   np 2

15

Grupo do nitrogênio

n s elevado ao quadrado n p elevado ao cubo ns 2   np 3

16

Calcogênios

n s elevado ao quadrado n p elevado a 4 ns 2  np 4

17

Halogênios

n s elevado ao quadrado n p elevado a 5 ns 2   np 5

18

Gases nobres

n s elevado ao quadrado n p elevado a 6 abre parênteses com n é maior do que 1 fecha parênteses ns 2   np 6   ( com n > 1 )

Dica

Apesar de o elemento químico hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) apresentar configuração eletrônica 1 s elevado a 1 1 s 1 , ele não é um metal alcalino. Trata-se de um elemento representativo classificado à parte.

Ícone para acessar o objeto digital podcast.

Classificação dos elementos químicos

De acordo com suas propriedades químicas, os elementos podem ser classificados em hidrogênio, metais, ametais (ou não metais) e gases nobres. Na imagem, essas classes estão diferenciadas por cores.

Ilustração da tabela periódica dos elementos, dividida em diferentes seções de cores. Na parte superior, há uma área em amarelo, que é a maior seção. À direita dessa seção, há uma área em rosa que se destaca e na extremidade direita, uma pequena área em azul. Na parte inferior da imagem, há uma seção em verde escuro e outra em verde claro.
Ilustração de uma legenda de cores utilizada para classificar diferentes elementos químicos na tabela periódica. Cada cor está associada a uma categoria específica: retângulo branco para hidrogênio, retângulo amarelo para metais, retângulo dividido na diagonal em verde claro e escuro para metais de transição interna, retângulo rosa para não metais e retângulo azul para gases nobres.
Representação das classes de elementos químicos da tabela periódica.

Hidrogênio

O hidrogênio é o elemento mais simples e abundante do Universo. Ele pode ser encontrado no Sol e na maioria das estrelas e tem a propriedade de se combinar com metais e ametais. Nas condições ambientais de temperatura e pressão (CATP, 25 graus Celsius 25  °C e 1 a t m 1  atm ), é um gás inflamável e tem comportamento químico semelhante ao dos ametais. Na tabela periódica, pode ser alocado no grupo 1 por conta de sua camada de valência ou então destacado isoladamente no topo da tabela, por não pertencer ao grupo dos metais alcalinos. O hidrogênio molecular é visado como combustível em veículos, como exemplifica a fotografia. Ao entrar em combustão, esse gás libera apenas vapor de água como produto.

Fotografia de um ônibus estacionado em uma via pavimentada. O ônibus tem uma parte frontal arredondada e uma pintura nas cores prata, azul e preto. Ao fundo há várias árvores.
Ônibus movido a gás hidrogênio abre parênteses H subscrito 2 fecha parênteses ( H 2 ) em Berlim, na Alemanha, em 2018.

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Metais

Os metais correspondem à maior parte dos elementos químicos. Suas substâncias simples têm como principal característica formar íons positivos (cátions).

Entre outras características, os metais apresentam brilho metálico, são bons condutores de calor e corrente elétrica e facilmente transformados em fios (ductilidade) e lâminas (maleabilidade).

Em geral, os metais são encontrados na natureza associados a outros elementos, na forma de minérios. Por exemplo, o minério hematita abre parênteses F e subscrito 2 O subscrito 3 fecha parênteses ( Fe 2 O 3 ) , do qual se extrai o ferro. Alguns metais, como ferro, cobalto e níquel, são atraídos por ímãs.

Imagens desta página sem proporção.

Fotografia de um mineral em formato irregular. A coloração predominante é prateada, com reflexos metálicos..
Hematita.

Metais de transição interna

Os metais de transição interna se subdividem em duas séries. A dos lantanídios compreende os elementos entre o lantânio abre parênteses L a fecha parênteses ( La ) e o lutécio abre parênteses L u fecha parênteses ( Lu ) . Já a dos actinídios compreende os elementos entre o actínio abre parênteses A c fecha parênteses ( Ac ) e o laurêncio abre parênteses L r fecha parênteses ( Lr ) . Essas séries são frequentemente representadas como linhas abaixo da tabela, de modo a ocupar menos espaço lateralmente, mas também fazem parte da tabela periódica.

Esses elementos têm como característica a camada de valência com elétrons nos orbitais f, além dos elétrons n s ao quadradons2.

Os lantanídios, como o érbio abre parênteses E r fecha parênteses ( Er ) , podem ser encontrados na natureza na forma metálica ou de óxidos. Esses elementos também são conhecidos como terras-raras e são explorados para a produção de componentes eletrônicos, baterias e painéis solares.

Fotografia de um mineral com superfície metálica e brilhante. A coloração é predominantemente prateada, e seu formato é irregular com linhas verticais bem definidas ao longo das faces aparentes.
Érbio sólido.

Os actinídios estão entre os elementos químicos mais pesados da tabela, e muitos deles, como o mendelévio abre parênteses M d fecha parênteses ( Md ) e o einstênio abre parênteses E s fecha parênteses ( Es ) , são sintéticos, ou seja, não existem na natureza. Além disso, vários são radioativos, como o tório abre parênteses T h fecha parênteses ( Th ) e o urânio abre parênteses U fecha parênteses ( U ) , usados em usinas de energia nuclear.

Fotografia de uma rocha de formato irregular com uma superfície texturizada. A coloração predominante é amarela, com manchas de tons mais escuros, que se espalham por várias áreas da rocha.
Minério de urânio.

Professor, professora: Se achar interessante, leia o artigo sobre o histórico, a produção e perspectivas das terras-raras no Brasil, disponível em: https://s.livro.pro/q1pwxx. Acesso em: 4 out. 2024.

Ametais ou não metais

Os ametais, em geral, têm como principal característica química a tendência a atrair elétrons, formando ânions. Em geral, suas substâncias simples são más condutoras de calor e de corrente elétrica, com exceção do carbono grafite abre parênteses C fecha parênteses ( C ) , e não são maleáveis nem dúcteis. Nas CATP, alguns ametais são gasosos, como nitrogênio abre parênteses N fecha parênteses ( N ) , oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) , flúor abre parênteses F fecha parênteses ( F ) e cloro abre parênteses C l fecha parênteses ( C l ) ; o bromo é líquido e os demais ametais são sólidos, como é o caso do enxofre abre parênteses S fecha parênteses ( S ) , como se verifica na imagem.

Fotografia de um mineral de coloração amarela, com uma formato irregular e textura esponjosa.
Enxofre sólido.

Gases nobres

Os gases nobres são pouco reativos e isso ocorre porque esses elementos apresentam a camada de valência completa, o que confere grande estabilidade a eles.

Nas CATP, encontram-se na fase gasosa em pequenas porções na atmosfera, sendo o argônio o mais abundante. Eles são utilizados em diversos locais, como balões-sonda, letreiros luminosos, sistemas de visão noturna e até para tratamento de certos tipos de câncer.

Fotografia de uma placa iluminada em uma área urbana à noite. A placa tem a forma de um L e apresenta caracteres em vermelho e branco.
Painel de neon em Hong Kong, China, em 2019.

Outras informações/classificações

Algumas tabelas periódicas podem ter outras classificações e informações adicionais sobre os elementos químicos; isso depende da característica que se deseja destacar ou estudar. É comum, por exemplo, utilizar cores e legendas para indicar dados como estado físico, distribuição eletrônica, radioatividade, entre outros.

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Contribuição de mulheres para a tabela periódica

Você já parou para pensar como a tabela periódica é a síntese dos resultados de diversos experimentos em um único lugar? Tipos de ligações químicas, raios atômicos e reatividade podem ser consultados e/ou previstos de acordo com a posição dos elementos, que é dada em grupos e períodos. Muitos cientistas, como Newlands, Döbereiner e – o mais conhecido deles – o russo Mendeleev, envolveram-se na tentativa de encontrar a melhor organização da tabela, prevendo, com determinada precisão as propriedades de elementos que ainda não haviam sido descobertos.

Mas nada teria para se organizar se não fossem os diversos elementos descobertos ao longo do tempo. E isso também foi um trabalho de muitas mãos, inclusive femininas. Embora as mulheres, ao longo da história, tenham sido impedidas de frequentar a escola e a universidade, muitas fizeram contribuições importantes para a ciência. Algumas dessas contribuições estão ligadas ao descobrimento de elementos químicos.

Localize na tabela os elementos polônio abre parênteses P o fecha parênteses ( Po ) e rádio abre parênteses R a fecha parênteses ( Ra ) e as informações sobre eles. Antes das pesquisas da cientista polonesa Marie Curie (1867-1934) e sua equipe, esses elementos ainda não eram conhecidos. Para obter o rádio metálico ao longo dos anos, ela trabalhou com toneladas de um minério contendo urânio chamado pechblenda; havia uma série de etapas químicas de separação, para conseguir pouquíssima quantidade de R a Ra . O elemento cúrio abre parênteses C m fecha parênteses ( Cm ) tem esse nome para homenageá-la, bem como o seu marido, o cientista francês Pierre Curie (1859-1906). Os trabalhos prestados por Marie Curie lhe renderam dois prêmios Nobel no início do século XX, um na área de Química e outro na área de Física.

Fotografia em preto e branco de uma mulher vista do pescoço para cima. Ela tem cabelo claro, que estão presos.
Marie Curie.

Outra mulher contemporânea de Marie Curie foi a física austríaca Lise Meitner (1878-1968). Com 22 anos de idade, Meitner, inspirada nos trabalhos de Marie, conseguiu entrar na universidade para estudar Física como ouvinte. Ela foi responsável pela descoberta do elemento de número atômico 91, o protactínio abre parênteses P a fecha parênteses ( Pa ) .

Fotografia em preto e branco de uma mulher sentada em uma cadeira. Ela está vestida com um blazer escuro e uma blusa clara. A mulher tem cabelos presos e está segurando um livro com as duas mãos. Ao fundo, há prateleiras com livros.
Lise Meitner.

A química alemã Ida Noddack (1896-1978), em parceria com seu marido, o químico alemão Walter Noddack (1893-1960), descobriu o elemento rênio, cujo símbolo é R e Re . Vivendo na Alemanha no período do regime nazista, Ida foi mais um exemplo de perseverança na história feminina dedicada à ciência. Durante esse governo, as mulheres não podiam ocupar certos cargos e havia uma lei que obrigava as instituições a demitirem-nas quando elas se casavam.

Fotografia em preto e branco de uma mulher vista de busto. Ela tem cabelo curto e ondulado.
Ida Noddack.

Vários nomes de elementos da tabela periódica foram inspirados em nomes de lugares e pessoas, como é o caso do califórnio abre parênteses C f fecha parênteses ( Cf ) , em homenagem ao estado da Califórnia (EUA), e o bório abre parênteses B h fecha parênteses ( Bh ) , para homenagear o físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962). Também a química francesa Marguerite Perey (1875-1909) homenageou seu país ao descobrir o elemento químico cujo número atômico é 87, o frâncio abre parênteses F r fecha parênteses ( Fr ) . Ela foi assistente pessoal de Marie Curie. Após a morte da cientista polonesa, Perey continuou seus trabalhos com a filha de Marie, Irène Joliot-Curie (1897-1956), e seu esposo, o químico francês Jean Frédéric Joliot (1900-1958).

Fotografia de uma mulher. Ela tem cabelo cacheado e volumoso, com mechas claras destacadas.
Marguerite Perey.

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CONEXÕES com ... FÍSICA

Formação de novos elementos químicos: entre a ficção e a realidade

Nos filmes e quadrinhos de ficção, Tony Stark, também conhecido como o super-herói Homem de Ferro, sintetiza um novo elemento químico chamado "badássio" para substituir o paládio em seu reator ARC (um aparelho implantado em seu peito para mantê-lo vivo). Embora essa narrativa seja fascinante e cheia de imaginação, está repleta de limitações e impossibilidades, pois a criação de novos elementos químicos é um processo extremamente complexo e delicado.

Fotografia de um homem no interior de uma cozinha. Ele está usando uma regata cinza e calças escuras. No centro de seu peito, há uma luz azul brilhante. O braço direito do homem é substituído por uma prótese metálica. Ao fundo, há armários claros, um relógio na parede, uma pia e utensílios.
Personagem Tony Stark com o reator fictício em seu corpo.

No mundo real, a produção de novos elementos químicos é um campo de estudo de cientistas em instituições de pesquisa ao redor do mundo, e esses processos ocorrem em equipamentos sofisticados chamados aceleradores de partículas. Atualmente, a tabela periódica contempla elementos até o número atômico 118, que é o oganessônio, o elemento mais pesado.

A ideia de criar um elemento como o badássio seria uma tarefa bastante complexa. Qualquer elemento hipotético mais pesado que o oganessônio seria extremamente instável, decompondo-se quase instantaneamente após sua criação. Isso acontece porque, à medida que os elementos se tornam mais pesados, o núcleo deles se torna mais propenso a se desintegrar por causa da força de repulsão eletrostática entre os prótons. Um exemplo dessa complexidade é a descoberta do nihônio, de número atômico 113. Os cientistas conseguiram obter apenas três átomos em 15 anos de pesquisas, que existiram por um período extremamente curto.

Desde a Antiguidade, o ser humano tem alimentado o desejo de criar e recriar elementos químicos, uma aspiração que ganhou força na época da alquimia, durante a Idade Média (476-1453). Os alquimistas, com suas tentativas de transmutar metais comuns em ouro e descobrir o elixir da vida, lançaram as bases para o desenvolvimento da Química moderna. Essas buscas místicas e experimentações rudimentares abriram caminho para o entendimento das reações químicas e da natureza dos elementos. Ao longo dos séculos, o conhecimento acumulado pela alquimia e, posteriormente, pela ciência moderna levou ao desenvolvimento de tecnologias avançadas, como os aceleradores de partículas. Esses dispositivos permitiram aos cientistas modernos atingirem energias necessárias para sintetizar elementos que não ocorrem naturalmente, fazendo avançar o entendimento da matéria e do Universo.

Os elementos químicos sintéticos produzidos em aceleradores de partículas resultam da colisão dos núcleos de átomos a velocidades extremamente altas. Esses aceleradores utilizam campos magnéticos e elétricos para impulsionar partículas, como prótons e íons, a energias suficientemente altas para que possam colidir e formar novos núcleos atômicos.

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Cerca de 92 elementos químicos conhecidos se formaram naturalmente no Universo. O urânio, com 92 prótons, é o mais pesado desses elementos naturais. Desde 1937, elementos mais pesados que o urânio têm sido sintetizados, apesar de geralmente serem instáveis.

Fotografia de vista aérea de um edifício com formato circular. O teto é de cor clara e apresenta uma estrutura em camadas, com uma abertura central que revela uma área interna. Em torno do edifício, há um espaço verde e algumas áreas de terra exposta.
Vista superior do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, que tem um acelerador de partículas, no município de Campinas (SP), em 2022.

Os aceleradores de partículas não são usados apenas para criar elementos; eles também são fundamentais para a Física de Partículas, que estuda as partículas mais básicas que compõem a matéria. Elas são descritas pela teoria do modelo-padrão e incluem quarks, que se juntam para formar prótons e nêutrons; léptons, como os elétrons, que circulam em torno dos núcleos atômicos; e bósons, partículas que medeiam as forças fundamentais, como o fóton (mediador de força eletromagnética) e o glúon (mediador da força forte, que mantém as partículas do núcleo atômico juntas).

Diagrama que apresenta os componentes fundamentais da matéria. Há uma legenda indicando que, em amarelo estão os quarks, em verde estão os léptons, em azul estão os Bósons de calibre, e em roxo bóson de Higgs. Os quarks incluem os tipos up, charm, top, down, strange e bottom. Os léptons incluem o elétron, o múon, o tau, e os neutrinos. Os bósons de calibre incluem o fóton, o bóson Z, o bóson W e o glúon. Por fim, o bóson de Higgs, H.
Partículas do modelo padrão.

Fonte de pesquisa: CAIRES, Luiza. Maior acelerador de partículas do mundo passa por um upgrade. O que vem por aí? Jornal da USP, 26 ago. 2019. Disponível em: https://s.livro.pro/bis1g7. Acesso em: 31 jul. 2024.

Por exemplo, o Large Hadron Collider (LHC), na CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), é o maior e mais poderoso acelerador de partículas do mundo. Foi no LHC que os cientistas detectaram o bóson de Higgs, partícula que confere massa a outras partículas.

Ícone para acessar o objeto digital mapa clicável.

a ) Qual é a importância de equipamentos de pesquisa avançados para a ciência, como os aceleradores de partículas?

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que esses tipos de equipamento são importantes para a ciência porque propiciam a pesquisa e a criação de novos materiais que um dia podem ter aplicações na sociedade, bem como permitir a validação de modelos teóricos.

b ) Você conhece alguma contribuição direta dos aceleradores de partículas para a sociedade? Se necessário, faça uma pesquisa.

Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar contribuições na Medicina, como a produção de radioisótopos para o tratamento de câncer.

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ATIVIDADES

1. Confira o recorte de uma parte da tabela periódica e responda às questões a seguir.

Ilustração de um recorte da tabela periódica, destacando dois grupos de elementos químicos em um fundo amarelo. À esquerda, de cima para baixo constam as seguintes informações: Lítio (L i), número atômico 3, massa atômica 6,94. Sódio (N a), número atômico 11, massa atômica 22,99. Potássio (K), número atômico 19, massa atômica 39,10. Rubídio (R b), número atômico 37, massa atômica 85,47. À direita, de cima para baixo: Berílio (B e), número atômico 4, massa atômica 9, 01. Magnésio (M g), número atômico 12, massa atômica 24,31. Cálcio (C a), número atômico 20, massa atômica 40 vírgula 0 8. Estrôncio (S r), número atômico 38, massa atômica 87,62. Os nomes dos elementos estão abaixo de seus símbolos, seguidos pelas respectivas massas atômicas.
Recorte da tabela periódica.

a ) O recorte apresenta elementos de quais grupos?

Resposta: Grupo 1, dos metais alcalinos; e grupo 2, dos metais alcalinoterrosos.

b ) Como é a configuração eletrônica do nível de valência desses elementos químicos?

Resposta: O grupo 1 tem configuração n s elevado a 1 ns 1 e o grupo 2, configuração n s elevado ao quadrado ns 2 .

c ) Identifique qual(is) dos pares a seguir apresenta elementos com propriedades químicas semelhantes.

I ) L i Li e B e Be .

II ) C a Ca e B e Be .

III ) K K e R b Rb .

IV ) R b Rb e B e Be .

Resposta: II e III.

d ) Qual é o critério utilizado para determinar se os elementos têm propriedades semelhantes?

Resposta: Pertencimento ao mesmo grupo.

2. Leia a manchete a seguir.

Próteses ortopédicas feitas com nióbio-titânio começam a ser produzidas

Disponível em: https://s.livro.pro/jem8nk. Acesso em: 31 jul. 2024.

a ) Quais são o símbolo e o número atômico dos elementos químicos citados na manchete?

Resposta: N b Nb , Z é igual a 41 Z = 41 ; T i Ti , Z é igual a 22 Z = 22 .

b ) Qual dos dois elementos químicos tem maior massa atômica?

Resposta: Nióbio.

c ) Qual é a importância da produção de próteses ortopédicas?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que as próteses têm por finalidade suprir as necessidades e funções de membros do corpo. Além de auxiliar na qualidade de vida da pessoa, sua importância estética influencia no tratamento psicológico e social do indivíduo.

3. O cobre abre parênteses C u fecha parênteses ( Cu ) tem uma série de aplicações graças às suas propriedades químicas e físicas. Atualmente, a maior parte do cobre é utilizada em equipamentos elétricos e na fabricação de fios da rede elétrica. A respeito desse elemento químico, responda às questões a seguir.

Fotografia de um fio revestido por uma isolação em duas cores: verde na parte superior e amarelo na parte inferior. Na extremidade do fio, há filamentos de cobre expostos, que são finos e torcidos.
Fio elétrico.

a ) O cobre é um metal ou um ametal? Em qual período e grupo da tabela periódica ele se encontra?

Resposta: Metal. Quarto período, grupo 11.

b ) Em que estado de agregação (sólido, líquido, gasoso) se encontra o cobre à temperatura ambiente?

Resposta: Sólido.

c ) Cite duas características que esse elemento químico apresenta que justifiquem sua ampla utilização em equipamentos elétricos.

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que o cobre é um ótimo condutor de eletricidade e de calor e apresenta alta ductilidade e maleabilidade.

d ) Em sua opinião, seria possível utilizar outro elemento químico do grupo do cobre para a fabricação de fios elétricos? Justifique.

Resposta: Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois os metais são bons condutores de eletricidade e são dúcteis.

4. Marguerite Perey, física francesa, anunciou a descoberta do elemento 87 em 1939. Ela propôs chamá-lo de frâncio, em referência a seu país natal, com o símbolo F a Fa . Em 1949, a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) confirmou o nome que ela propôs, mas o símbolo foi mudado para F r Fr em 1951.

a ) Qual é o número atômico desse elemento e o que ele representa?

Resposta: Seu número atômico é 87 e representa a quantidade de prótons existentes no núcleo do átomo desse elemento químico.

b ) De acordo com sua localização na tabela periódica, qual é o seu período e grupo?

Resposta: O elemento frâncio pertence ao 7º período e ao grupo dos metais alcalinos.

5. Associe os elementos químicos com o seu grupo da tabela periódica.

I. Lítio abre parênteses L i fecha parênteses ( Li ) .

II. Berílio abre parênteses B e fecha parênteses ( Be ) .

III. Flúor abre parênteses F fecha parênteses ( F ) .

IV. Neônio abre parênteses N e fecha parênteses ( Ne ) .

A. Halogênio.

B. Gases nobres.

C. Metal alcalinoterroso.

D. Metal alcalino.

Agora, identifique a alternativa correta.

a ) I – A; II – B; III – C; IV – D.

b ) I – A; II – C; III – B; IV – D.

c ) I – D; II – A; III – C; IV – B.

d ) I – D; II – C; III – A; IV – B.

e ) I – B; II – D; III – A; IV – C.

Resposta: Alternativa d.

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6. O sódio é o sexto elemento químico mais comum na Terra e compõe cerca de 2,6% da crosta terrestre. Trata-se de um metal macio, que reage vigorosamente com a água e que, por causa dessa alta reatividade, não é encontrado de forma isolada na natureza. O metal de sódio é produzido por eletrólise do cloreto de sódio fundido. Sobre o elemento químico sódio abre parênteses Z é igual a 11 fecha parênteses ( Z = 11 ) , julgue as afirmativas a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F) e corrija a(s) falsas.

a ) Tem 11 prótons em seu núcleo atômico.

b ) É sólido à temperatura ambiente.

c ) Está localizado no terceiro período da tabela periódica.

d ) Pertence ao grupo dos metais alcalinoterrosos.

e ) É representado pelo símbolo N a Na .

Resposta: V – V – V – F – V; d) Pertence ao grupo dos metais alcalinos.

7. Identifique as sentenças com informações corretas sobre a classificação periódica do elemento químico com número atômico 38. Em seguida, escreva a soma dessas sentenças.

01 ) Pertence ao grupo 2.

02 ) Encontra-se no sexto período.

04 ) É um metal alcalino.

08 ) Apresenta 2 elétrons em seu nível de valência.

Professor, professora: Oriente os estudantes a resolver as questões cujas alternativas são numeradas. Os valores das alternativas que respondem corretamente à questão devem ser somados e a resposta é o resultado da somatória.

Resposta: Soma: 01 mais 0 8 é igual a 0 9 01 + 08 = 09

8. A física polonesa Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, destacando-se por realizar importantes pesquisas sobre a radioatividade com seu marido, o físico Pierre Curie, e descobrir três elementos químicos: o rádio, o polônio e o tório abre parênteses T h fecha parênteses ( Th ) .

Qual(is) item(ns) a seguir apresenta(am) informações corretas sobre esses três elementos químicos?

a ) Rádio e polônio têm, respectivamente, a massa atômica de 226 e 209 e pertencem ao sétimo período da tabela periódica.

b ) Rádio e polônio são ametais representados pelos símbolos R a Ra e P o Po , respectivamente.

c ) O tório é um elemento químico pertencente ao grupo dos actinídios.

d ) O polônio tem número atômico 84 e pertence ao grupo 15.

e ) O rádio pertence ao grupo dos metais alcalinoterrosos, grupo 2 da tabela periódica.

Resposta: Alternativas c e e.

9. Identifique a alternativa com a configuração eletrônica do subnível mais energético dos elementos químicos de transição externa, como a platina e o titânio.

a ) Configuração eletrônica abre parênteses n menos 1 fecha parênteses d elevado a início expoente, abre parênteses 1 a 10 fecha parênteses, fim expoente ( n 1 )   d ( 1  a  10 ) .

b ) Configuração eletrônica abre parênteses n menos 2 fecha parênteses d elevado a início expoente, abre parênteses 1 a 10 fecha parênteses, fim expoente ( n 2 )   d ( 1  a  10 ) .

c ) Configuração eletrônica abre parênteses n menos 2 fecha parênteses f elevado a início expoente, abre parênteses 1 a 14 fecha parênteses, fim expoente ( n 2 )   f ( 1  a  14 ) .

d ) Configuração eletrônica abre parênteses n menos 1 fecha parênteses d elevado a início expoente, abre parênteses 1 a 14 fecha parênteses, fim expoente ( n 1 )   d ( 1  a  14 ) .

Resposta: Alternativa a.

10. Leia o texto a seguir.

[…] o símbolo do mercúrio, H g Hg , consiste de duas letras que nem aparecem no nome do elemento. A solução desse mistério – a palavra deriva de hydragyrum, "água de prata" em latim – me ajudou a entender o quanto as línguas e as mitologias antigas influenciaram a tabela periódica, algo que se vê até hoje nos elementos mais recentes e superpesados da última linha.
Também encontrei mercúrio em minhas aulas de literatura. Fabricantes de chapéu usavam uma água de mercúrio brilhante e alaranjada para separar pelo das peles, e os chapeleiros que trabalhavam perto de tanques fumegantes, como o chapeleiro louco de Alice no País das Maravilhas […]
[...]

KEAN, Sam. A colher que desaparece. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 9-10.

a ) Quais outros nomes de elementos químicos foram influenciados por outros idiomas ou mitologias? Se necessário, realize uma pesquisa.

Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar o titânio abre parênteses T i fecha parênteses ( Ti ) , que foi relacionado aos titãs da mitologia grega; o símbolo do ouro abre parênteses A u fecha parênteses ( Au ) , que vem da palavra aurum do latim e significa "aurora reluzente".

b ) O elemento mercúrio apresenta quantos níveis eletrônicos?

Resposta: Como o mercúrio está no sexto período da tabela periódica, ele apresenta 6 níveis eletrônicos.

c ) O segundo parágrafo do texto menciona a exposição ao mercúrio pelos fabricantes de chapéu. Como isso pode ter afetado a saúde do personagem Chapeleiro Maluco? Se necessário, realize uma pesquisa.

Resposta: A exposição ao mercúrio pode causar danos neurológicos e afetar o comportamento, além de causar danos aos sistemas cardiovascular e renal.

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CAPÍTULO5

Substâncias e misturas

Substâncias simples e compostas

Leia o trecho da matéria a seguir.

Descoberto, finalmente, o primeiro tipo de molécula do Universo
O primeiro tipo de molécula que se formou no Universo foi detectado no espaço pela primeira vez, após década de pesquisa. Os cientistas descobriram a sua assinatura na nossa própria Galáxia usando o maior observatório aerotransportado do mundo, o SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy) da NASA, enquanto o avião voava bem acima da superfície da Terra e apontava os seus instrumentos sensíveis para o cosmos.
[...]

DESCOBERTO, finalmente, o primeiro tipo de molécula do Universo. Centro Ciência Viva do Algarve, 19 abr. 2019. Disponível em: https://s.livro.pro/yvzlga. Acesso em: 9 ago. 2024.

A molécula a que a manchete se refere é o íon hidreto de hélio abre parênteses H e H elevado a início expoente, mais, fim expoente fecha parênteses ( HeH + ) . Após décadas de estudos, em abril de 2019, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) noticiou a detecção do primeiro tipo de molécula que teria se formado no Universo.

Logo após o Big Bang, o Universo era composto apenas de átomos de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) e hélio abre parênteses H e fecha parênteses ( He ) , pois a alta temperatura após a expansão não possibilitava que outros elementos se formassem. Cerca de 100 mil anos após esse evento, as condições de temperatura e de radiação ultravioleta possibilitaram que átomos ionizados se combinassem, formando o íon hidreto de hélio. Posteriormente, essa molécula combinada com outros átomos de hidrogênio resultou na formação do gás hidrogênio abre parênteses H subscrito 2 fecha parênteses ( H 2 ) , responsável por originar estrelas.

Por volta de 400 milhões de anos depois, as condições de temperatura e de pressão estelares proporcionaram a formação de inúmeros outros elementos químicos, que interagiram entre si e originaram diversas substâncias.

Substância é uma porção de matéria que apresenta propriedades características e composição química definida, ou seja, que não varia de amostra para amostra. Ela pode ser classificada em substância simples ou substância composta. A seguir, vamos conhecer alguns exemplos.

Substância simples

As substâncias simples são formadas por um ou mais átomos de um mesmo elemento químico, em uma proporção definida.

O gás hidrogênio é uma substância simples constituída de átomos do elemento químico hidrogênio. Esse gás pode ser utilizado em diferentes situações do cotidiano, inclusive como combustível para alguns veículos. Nesse caso, a combustão do gás hidrogênio ocorre por meio do seu contato com outra substância simples, o gás oxigênio abre parênteses O subscrito 2 fecha parênteses ( O 2 ) . No final, há apenas a liberação de calor e água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) . Por isso, o gás hidrogênio é considerado uma importante fonte de energia renovável e limpa.

Fotografia de um ônibus azul sendo abastecido com hidrogênio. Na lateral do ônibus está escrito Hydrogen. Ele está estacionado próximo a uma bomba de abastecimento onde há o símbolo H 2.
Ônibus movido a gás hidrogênio em um posto de abastecimento.

Professor, professora: Comente com os estudantes que os veículos movidos a hidrogênio são pouco comuns e ainda não são comercializados no Brasil.

1. Qual é a proporção do elemento químico que compõe a substância gás hidrogênio?

Resposta: A proporção é de dois átomos de hidrogênio.

Íon:
átomo ou grupo de átomos eletricamente carregado.

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Como mencionado anteriormente, o gás oxigênio é uma substância simples, formada por dois átomos do elemento químico oxigênio abre parênteses O fecha parênteses ( O ) e essencial para diversos seres vivos, conhecidos como aeróbicos. Além disso, é responsável pela combustão de diversos materiais e pode ser usado para fins industriais.

Esse gás é um dos componentes do ar atmosférico. Sob a ação da radiação ultravioleta, os átomos de oxigênio e o gás oxigênio presentes na atmosfera podem se combinar, dando origem ao gás ozônio abre parênteses O subscrito 3 fecha parênteses ( O 3 ) , uma substância simples composta de três átomos de oxigênio.

Fotografia de um cilindro de gás prateado, com um regulador de pressão na parte superior. O cilindro está conectado a uma mangueira verde que se estende até um dispositivo na parte inferior, semelhante a um nebulizador.
Cilindro de gás oxigênio hospitalar, identificado pela cor verde.
Esquema. Da esquerda para a direita há três esferas vermelhas agrupadas, com uma linha amarela, indicada por radiação ultravioleta. Das esferas saem duas setas, a qual estão marcadas com a letra A. As setas derivam em duas sequências. A sequência de cima apresenta uma esfera vermelha o sinal de mais e duas esferas vermelhas unidas seguidas de uma seta com a indicação B e três esferas vermelhas ligadas. A sequência de baixo apresenta duas esferas vermelhas unidas indicadas por gás oxigênio mais uma esfera vermelha indicada por átomo de oxigênio seguidas de uma seta com a indicação B e três esferas vermelhas ligadas indicadas por gás ozônio.
Representação da degradação (A) e da formação (B) naturais do gás ozônio na atmosfera.

Analise as imagens a seguir.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Fotografia de um cabo elétrico com um revestimento externo preto indicado como plástico. Na extremidade do cabo há fios de cobre que são de cor dourada.
Fio elétrico.
Ilustração de um agrupamento de esferas marrons. Algumas esferas se sobrepõem e a estrutura final possui um formato cúbico.
Representação do modelo espacial do cobre metálico.

O cobre metálico é um exemplo de substância simples, pois é formado por inúmeros átomos de cobre abre parênteses C u fecha parênteses ( Cu ) . Esse metal é encontrado naturalmente no estado sólido e amplamente utilizado na produção de fios elétricos, como mostrado na imagem anterior. Essa aplicação se deve ao fato de o cobre ser dúctil, maleável e um bom condutor de corrente elétrica.

2. Qual é a importância do cobre no fio elétrico?

Resposta: Essa porção corresponde ao item condutor de corrente elétrica do fio.

3. Qual é a importância do plástico no fio elétrico?

Resposta: Essa porção é composta de material isolante elétrico, que possibilita o manuseio do fio sem que a pessoa leve um choque.

Substância composta

Observe a transformação a seguir.

Ilustração representando uma reação química. Há duas esferas vermelhas ligadas mais dois grupos com duas esferas brancas menores ligadas. Está indicado que as esferas vermelhas é a molécula de gás oxigênio, e as brancas, molécula de gás hidrogênio. Há uma seta apontando para a direita e há uma reconfiguração das esferas com dois grupos contendo uma esfera vermelha ligada a duas outras brancas mais calor. Para a reconfiguração de moléculas está indicado que corresponde a molécula de água.
Representação da combustão do gás hidrogênio.

4. Analisando uma molécula de gás oxigênio e uma molécula de água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) , o que elas têm de diferente em relação à sua composição?

Resposta: Espera-se que os estudantes concluam que o gás oxigênio é composto de átomos do mesmo elemento químico, enquanto a água tem em sua composição átomos de dois elementos químicos diferentes.

Vimos que a combustão do gás hidrogênio na presença de gás oxigênio tem como produto água e calor.

Note que a molécula de água é constituída por átomos de diferentes elementos químicos, hidrogênio e oxigênio, combinados entre si. Dizemos, então, que a água é uma substância composta.

O metano abre parênteses CH subscrito 4 fecha parênteses ( CH 4 ) é uma substância composta formada por um átomo do elemento químico carbono abre parênteses C fecha parênteses ( C ) quatro átomos de hidrogênio abre parênteses H fecha parênteses ( H ) . Esse gás pode ser produzido e liberado tanto por fontes artificiais (como a queima de combustíveis fósseis) quanto por fontes naturais. Nos aterros sanitários, por exemplo, o processo de decomposição da matéria orgânica produz grande quantidade de gases, em especial o gás metano, que são removidos das camadas de resíduos por meio de tubulações.

Fotografia de um campo com duas estruturas metálicas. Em primeiro plano, há uma estrutura composta por um cilindro de metal enferrujado com um topo em forma de cone, e que está apoiado em uma estaca. Ao fundo, há uma segunda estrutura, um cilindro maior, também metálico e enferrujado, com um topo aberto. O solo ao redor é de terra avermelhada, com áreas cobertas por grama.
Drenos de gás em aterro sanitário no município de Londrina (PR), em 2019.
Dúctil:
propriedade do material que possibilita que ele seja esticado ou comprimido sem se quebrar.

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Propriedades das substâncias

Imagine que dois cubos de dimensões idênticas abre parênteses 8 vírgula 0 centímetros cúbicos fecha parênteses ( 8 , 0  cm 3 ) , um composto de chumbo abre parênteses P b fecha parênteses ( Pb ) puro metálico e outro de alumínio abre parênteses A l fecha parênteses ( A l ) puro metálico, sejam colocados sobre uma mesma balança, um de cada vez, como mostra a figura a seguir.

Imagens sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de um cubo cinza em cima de uma balança digital, que está marcando 90,4 gramas.
Representação da medida de massa do cubo de chumbo.
Ilustração de um cubo cinza em cima de uma balança digital, que está marcando 21,6 gramas.
Representação da medida de massa do cubo de alumínio.

5. As massas dos cubos de chumbo e de alumínio são iguais? Em sua opinião, por que isso ocorreu, levando em conta que ambos têm dimensões idênticas?

Resposta: Não. O objetivo desta questão é levar os estudantes a analisar a situação e, intuitivamente, refletir sobre as propriedades específicas das substâncias. Espera-se que eles comentem que, considerando o mesmo volume, as diferentes massas são resultado da variação de densidade das substâncias que compõem os cubos. O chumbo, por ter maior massa para um mesmo volume, apresenta maior densidade que o alumínio.

Embora os dois cubos tenham as mesmas dimensões, a massa do cubo de chumbo é diferente da massa do cubo de alumínio. Isso ocorre por conta das diferentes densidades.

Como visto anteriormente, a densidade relaciona a massa de um corpo e o volume ocupado por ele e pode ser definida por d é igual a 'm' barra V d = m / V , em que d d é a densidade do corpo; 'm' m é a massa do corpo; e V V é o volume ocupado pelo corpo.

Sendo assim, para um mesmo volume, quanto maior a densidade da substância, maior sua massa. No Sistema Internacional de Unidades (SI), a massa abre parênteses 'm' fecha parênteses ( m ) é expressa em quilograma abre parênteses quilograma fecha parênteses ( kg ) ; o volume abre parênteses V fecha parênteses ( V ) , em metro cúbico abre parênteses metro cúbico fecha parênteses ( m 3 ) ; e a densidade abre parênteses d fecha parênteses ( d ) , em quilograma vezes metro elevado a menos 3 kg · m 3 ou quilograma por metro cúbico kg / m 3 .

Dica

Para converter quilograma vezes metro elevado a menos 3 kg · m 3 em g vezes centímetro elevado a menos 3 g · cm 3 , basta dividir o valor por 1.000. Assim, para o chumbo, d subscrito P b é igual a 11.300 quilogramas vezes m elevado a menos 3 d Pb = 11 . 300  kg · m 3 ou d subscrito P b é igual a 11 vírgula 3 gramas vezes centímetro elevado a menos 3 d Pb = 11,3  g · cm 3 . Já para o alumínio, d início subscrito, A l, fim subscrito é igual a 2.700 quilogramas vezes m elevado a menos 3 d A l = 2 . 700  kg · m 3 ou d início subscrito, A l, fim subscrito é igual a 2 vírgula 7 gramas vezes centímetro elevado a menos 3 d A l = 2,7  g · cm 3 .

Além da densidade, em condições constantes de pressão, ao serem aquecidas ou resfriadas, a temperatura de fusão abre parênteses T subscrito f fecha parênteses ( T f ) e a temperatura de ebulição abre parênteses T subscrito e fecha parênteses ( T e ) das substâncias puras permanecem constantes, até a sua completa mudança de fase. Confira no gráfico.

Padrão de variação de temperatura de uma substância durante aquecimento

Gráfico de linha. O eixo vertical representa a temperatura em graus Celsius, enquanto o eixo horizontal representa o tempo. Há uma linha vermelha conectando vários pontos. O ponto A está localizado sobre o eixo vertical, um pouco acima de zero. A linha cresce até o ponto B, que está um pouco acima e à direita, localizado em T índice f no eixo vertical. Do ponto B, a linha segue constante até um ponto C. Em seguida a linha cresce até um ponto D que está localizado em T índice e no eixo vertical. A partir de D, a linha se mantém constante até um ponto E, e depois cresce até um ponto F.

Fonte de pesquisa: RUSSELL, John B. Química geral. Tradução: Márcia Guekezian et al. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. v. 1. p. 475.

No primeiro patamar abre parênteses T subscrito f fecha parênteses ( T f ) , a temperatura se mantém constante no decorrer do tempo de transição da fase sólida para a líquida. Já no segundo patamar abre parênteses T subscrito e fecha parênteses ( T e ) , a temperatura se mantém constante no decorrer do tempo de transição da fase líquida para a gasosa.

6. Identifique o estado de agregação da matéria em cada um dos segmentos de reta do gráfico: expressão com detalhe acima, início da expressão, A B, fim da expressão, início do detalhe acima, barra horizontal, fim do detalhe acima AB ¯ , expressão com detalhe acima, início da expressão, C D, fim da expressão, início do detalhe acima, barra horizontal, fim do detalhe acima CD ¯ e expressão com detalhe acima, início da expressão, E F, fim da expressão, início do detalhe acima, barra horizontal, fim do detalhe acima EF ¯ .

Resposta: expressão com detalhe acima, início da expressão, A B, fim da expressão, início do detalhe acima, barra horizontal, fim do detalhe acima AB ¯ : estado sólido; expressão com detalhe acima, início da expressão, C D, fim da expressão, início do detalhe acima, barra horizontal, fim do detalhe acima CD ¯ : estado líquido; expressão com detalhe acima, início da expressão, E F, fim da expressão, início do detalhe acima, barra horizontal, fim do detalhe acima EF ¯ : estado gasoso.

À pressão de 1 a t m 1  atm e a 25 graus Celsius 25   ° C , a água pura apresenta: d é aproximadamente igual a 1 grama vezes centímetro elevado a menos 3 d 1  g · cm 3 , T subscrito f é igual a 0 grau Celsius T f = 0   ° C e T subscrito e é igual a 100 graus Celsius T e = 100   ° C . Nenhuma outra substância pura tem essas mesmas características. Portanto, dizemos que a densidade, a temperatura de fusão e a temperatura de ebulição são propriedades específicas da matéria, pois possibilitam identificar e diferenciar cada substância.

Muitas substâncias, no entanto, não são encontradas naturalmente em sua forma pura. Pelo contrário, são encontradas associadas a outras substâncias, caracterizando as chamadas misturas, que estudaremos ainda neste capítulo.

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Massas atômicas e massas moleculares

Na página anterior, pudemos notar que os cubos de alumínio e de chumbo tinham densidades diferentes ao medir a massa de ambos. Para tal, foi utilizada uma balança digital. Esse objeto está presente no dia a dia das pessoas, pois sua precisão e facilidade de operação o tornam muito útil e prático.

7. Você já teve contato com alguma balança semelhante à ilustrada na página anterior? E com outro tipo de balança?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes falem um pouco sobre as experiências pessoais que envolvem balanças e mapeiem o quão modernos esses objetos são.

As balanças antigas, conhecidas como balanças de pratos, operam por meio da comparação de massas. Para determinar a massa de um objeto, comparamos-na com uma referência.

Já nas balanças digitais, o objeto a ser pesado exerce pressão sobre um sensor interno chamado célula de carga. Essa célula converte a pressão em um sinal elétrico: maiores pressões resultam em um sinal mais intenso. Para garantir sua precisão, as balanças digitais precisam passar por um processo de calibração usando um padrão de massa conhecido.

Para realizar uma medição, é necessário haver uma referência que sirva de padrão. Medir a massa de um objeto em unidade do SI, ou seja, em quilograma kg , consiste em comparar a massa de um objeto com o quilograma-padrão (unidade de massa padrão no SI). O quilograma-padrão equivale à massa de um cilindro de aproximadamente 3 vírgula 9 centímetros 3,9  cm de altura e 3 vírgula 9 centímetros 3,9  cm de diâmetro, feito de irídio e platina.

Fotografia de um objeto cilíndrico de vidro transparente sobre uma base retangular. Dentro do cilindro, há outros cilindros semelhantes e de tamanhos diferentes. Eles estão um dentro do outro. Ao lado do dispositivo, há um par de alicates metálicos.
Quilograma-padrão guardado no interior de três cúpulas de vidro na sede do Bureau Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres, na França.

Em 2019, o quilograma-padrão foi substituído por um conceito de massa bem mais preciso e que considera uma série de equivalências físicas.

A balança de Watt é um instrumento que utiliza essas grandezas físicas para medir precisamente a massa de um objeto e funciona de modo semelhante a uma balança convencional: em um dos lados da balança, coloca-se o objeto a ser pesado, enquanto o outro lado é atraído para baixo por um eletroímã. Mede-se, então, a corrente aplicada para que a balança fique em equilíbrio.

Fotografia de uma balança de dois pratos. A balança possui uma base irregular e uma estrutura metálica que sustenta os pratos, que são circulares, um de cada lado da balança. Acima deles, há um braço horizontal que conecta os pratos a um sistema de medição. Ao lado da balança, há uma caixa aberta contendo alguns pesos.
Balança de contrapeso com conjunto de pesos padronizados.
Fotografia de uma balança digital. Ela tem o formato retangular, com uma superfície de pesagem metálica, também retangular e com uma pequena tela e botões ao lado. Sobre a balança há uma caixa aberta contendo alguns pesos.
Balança digital e conjunto de pesos utilizados para calibração.

8. Em sua opinião, seria possível utilizar as balanças mostradas anteriormente para medir a massa de um átomo?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a necessidade de escolher padrões apropriados para determinar cada medida específica e que, nesse caso, há a necessidade de encontrar outra unidade-padrão de massa para medir os átomos.

Ao responder à questão anterior, você deve ter percebido que medir a massa de um átomo não deve ser fácil. Diante disso, surge uma pergunta: o que poderia ser usado como padrão de massa atômica?

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Após muitos modelos de padronização, a comunidade científica internacional decidiu, em 1961, escolher o átomo de carbono-12 abre parênteses sobrescrito 12 subscrito 6 C fecha parênteses ( C 6 12 ) , cuja massa atômica é 12, para determinar o padrão de medida de massa atômica, ou seja, para servir de referência na determinação da massa dos outros átomos.

No Sistema Internacional de Unidades, o padrão de massa para átomos e moléculas é a unidade de massa atômica (unidade unificada de massa atômica), representada pela letra unidade u .

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma esfera.
Representação de um átomo de carbono-12.
Ilustração de uma esfera, com linhas que a dividem em 12 segmentos.
Representação do átomo de carbono-12 dividido em 12 partes.
Ilustração de uma forma semicircular correspondente a parte de uma esfera.
Representação de 1 12 avos 1 12 do átomo de carbono-12.

1 12 avos 1 12 da massa do carbono-12 equivale a uma unidade de massa atômica abre parênteses 1 unidade fecha parênteses ( 1  u ) .

Dessa forma, um valor de massa atômica abre parênteses M A fecha parênteses ( M A ) deve ser expresso em unidade unidade u .

Confira alguns exemplos:

  • massa atômica de 1 átomo de carbono é igual a 12 unidades 1  átomo de carbono = 12  u ;
  • massa atômica de 1 átomo de nitrogênio é igual a 14 unidades 1  átomo de nitrogênio = 14  u ;
  • massa atômica de 1 átomo de cálcio abre parênteses C a fecha parênteses é igual a 40 unidades ( Ca ) = 40  u .

As moléculas são formadas por átomos. Por isso, para determinar a massa da molécula de uma substância, deve-se somar as massas dos átomos que a constituem; a massa de uma molécula é denominada massa molecular abre parênteses M M fecha parênteses ( M M ) .

A massa molecular abre parênteses M M fecha parênteses ( M M ) deve ser expressa em unidade unidade u . Exemplos:

  • massa molecular de uma molécula de amônia abre parênteses NH subscrito 3 fecha parênteses é igual a 17 unidades ( NH 3 ) = 17  u , pois tem-se
    N H subscrito 3 abre chaves. linha 1: N abre parênteses 14 unidades fecha parênteses seta para a direita 14 vezes 1 é igual a 14 unidades. linha 2: H abre parênteses 1 unidade fecha parênteses seta para a direita 1 vezes 3 é igual a início de fração, numerador: 3 unidades, denominador: 17 unidades, fim de fração. NH 3 { N ( 14  u ) 14 · 1 = 14  u  H ( 1  u ) 1 · 3 = 3   u 17  u
  • massa molecular de uma molécula de hidrogênio abre parênteses H subscrito 2 fecha parênteses é igual a 2 unidades ( H 2 ) = 2  u ;
  • massa molecular de uma molécula de nitrogênio abre parênteses N subscrito 2 fecha parênteses é igual a 28 unidades ( N 2 ) = 28  u .

Como visto anteriormente, a tabela periódica contém os símbolos dos elementos químicos formadores das substâncias e, entre outras informações, apresenta as respectivas massas atômicas. Confira a tabela periódica, na página 61, e note que há uma legenda explicativa relativa a cada um dos elementos químicos apresentados.

Ilustração de um quadro com os seguintes escritos, de cima para baixo: número atômico, símbolo, nome e massa atômica. A palavra símbolo está centralizada e possui destaque em relação as outras.
Legenda das células da tabela periódica.
Ilustração de um quadro amarelo com os seguintes escritos, de cima para baixo: 13, A l, alumínio e 26,98. Está indicado que 26,98 corresponde a: massa atômica (aproximada) igual a 27 u.
Célula referente ao elemento químico alumínio.

Dessa forma, se desejarmos calcular a massa molecular do dióxido de nitrogênio abre parênteses N O subscrito 2 fecha parênteses ( N O 2 ) , basta consultar a tabela periódica para obtermos:

M A abre parênteses N fecha parênteses é igual a 14 vírgula 0 1 unidades M A   ( N ) = 14,01  u , ou seja, aproximadamente 14 unidades 14  u ;

M A abre parênteses O fecha parênteses é igual a 16 vírgula 0 0 unidades M A   ( O ) = 16,00  u , ou seja, 16 unidades 16  u .

Assim, o cálculo será:

Esquema de cálculo com N O 2 seguido de abre chave e duas linhas. Primeira linha: N, abre parênteses, 14 u, fecha parênteses seta aponta para 14 vezes 1 igual a 14 u. Segunda linha: O, abre parênteses, 16 u, fecha parênteses, seta aponta para 16 vezes 2 igual a 32 u. Abaixo de 32 há um traço e o valor 46 u.

Logo, sua massa molecular abre parênteses M M fecha parênteses ( M M ) é 46 unidades 46  u .

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ATIVIDADES RESOLVIDAS

R1. Calcule a massa molecular da glicose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses ( C 6 H 12 O 6 ) .

Resolução

Ao consultarmos a tabela periódica, temos as seguintes massas atômicas (aproximadas):

  • C é igual a 12 unidades C = 12  u
  • H é igual a 1 unidade H = 1  u
  • O é igual a 16 unidades O = 16  u

O cálculo da massa molecular da glicose será obtido pela soma dos produtos da massa atômica de cada elemento pela sua respectiva atomicidade.

Então, para calcular a massa molecular da glicose, devemos efetuar a seguinte operação:

12 vezes 6 mais 1 vezes 12 mais 16 vezes 6 é igual a 180 unidades 12 · 6 + 1 · 12 + 16 · 6 = 180  u

Assim, a massa molecular da glicose é igual a 180 unidades 180  u . Logo,

M M abre parênteses glicose fecha parênteses é igual a 180 unidades M M ( glicose )   =   180  u .

R2. Qual é a massa de 150 moléculas de água (H subscrito 2 O H 2 O )?

Resolução

Ao consultar a tabela periódica, temos os valores aproximados de massas atômicas dos elementos constituintes da molécula de água:

  • H é igual a 1 unidade H = 1  u
  • O é igual a 16 unidades O = 16  u

Logo, o cálculo da massa molecular da água (massa de uma molécula de água) é dado por:

1 vezes 2 mais 16 vezes 1 é igual a 18 unidades 1 · 2 + 16 · 1 = 18  u

Assim, para 150 moléculas de água, temos: 150 vezes 18 unidades é igual a 2.700 unidades 150 · 18  u = 2 . 700  u .

Conclui-se que a massa de 150 moléculas de água é 2.700 unidades 2 . 700  u .

Quantidade de matéria e massa molar

Imagine-se tentando medir a massa de um átomo de ferro abre parênteses 56 unidades fecha parênteses ( 56  u ) . Como vimos anteriormente, não é fácil medir o que não pode ser visto a olho nu.

Agora, suponha que aumentemos a quantidade de átomos de ferro até termos uma amostra visível, sendo possível medir sua massa por meio de uma balança, por exemplo.

Assim, para qualquer material, ao aumentar as quantidades de suas partículas elementares (átomos ou moléculas), em um dado momento seria possível medir sua massa com os instrumentos do mundo macroscópico. Essa ideia está relacionada ao conceito de mol − em latim, "porção, quantidade" −, introduzido em 1896 pelo físico-químico letão Wilhelm Ostwald (1853-1932). Ele recebeu o Nobel em 1909 e é considerado o fundador da Físico-Química, o ramo que estuda os princípios da Química.

Fotografia em preto e branco de busto de um homem idoso. Ele tem barba longa e cheia, de cor branca, e cabelo também grisalho, e usa roupas escuras.
Wilhelm Ostwald.

Mol é a unidade de medida no SI que representa a quantidade de matéria de um sistema. Ele indica um número de unidades elementares, que se assemelha ao número de átomos contidos em 1 vírgula 2 vezes 10 elevado a menos 2 quilograma 1,2 · 10 2  kg (ou 12 gramas 12  g ) de carbono-12.

Assim, considere a quantidade de matéria igual a 1 mol 1  mol das substâncias gás cloro abre parênteses C l subscrito 2 fecha parênteses ( C l 2 ) , trióxido de enxofre abre parênteses S O subscrito 3 fecha parênteses ( S O 3 ) e ácido fosfórico (H subscrito 3 P O subscrito 4 H 3 P O 4 ). Como todas têm a mesma quantidade de matéria, todas terão a mesma quantidade de unidades elementares. Assim como elas, as amostras de substâncias que observamos em nosso cotidiano são formadas por um número grande de unidades elementares (átomos e moléculas).

Experimentos envolvendo a massa de 1 mol 1  mol de qualquer substância chegam, com maior ou menor exatidão, a um valor numérico próximo de 602.000.000.000.000.000.000.000 unidades da respectiva substância, ou seja, 6 vírgula 0 2 vezes 10 elevado a 23 6,02 · 10 23 unidades.

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Na fotografia a seguir, podemos verificar a quantidade de matéria abre parênteses 1 mol fecha parênteses ( 1  mol ) para as amostras de cloreto de ferro(III) abre parênteses F e C l subscrito 3 fecha parênteses vírgula ( FeC l 3 ) , sulfato de cobre(II) abre parênteses C u S O subscrito 4 fecha parênteses ( CuS O 4 ) , iodeto de potássio abre parênteses K I fecha parênteses ( KI ) , cloreto de sódio abre parênteses N a C l fecha parênteses ( NaC l ) , permanganato de potássio abre parênteses K M n O subscrito 4 fecha parênteses ( KMn O 4 ) e nitrato de cobalto(II) abre parênteses C o abre parênteses N O subscrito 3 fecha parênteses subscrito 2 fecha parênteses ( Co ( N O 3 ) 2 ) .

Fotografia de seis amostras de substâncias químicas em recipientes de vidro redondos. As substâncias são de cores distintas e todas estão identificadas com etiquetas. São elas: substância composta de pequenos sólidos de cor laranja: Cloreto de ferro 3 com 162,2 gramas. Substância em pó azul: Sulfato de cobre com 159,6 gramas. Substância em pó branco: Iodeto de potássio com 166,0 gramas. Substância em pó preto: Permanganato de potássio com 158,0 gramas. Substância em pó vermelho: Nitrato de cobalto com 183,0 gramas. E substância em pó branco: Cloreto de sódio com 58,4 gramas.
Cada amostra da fotografia contém 6 vírgula 0 2 vezes 10 elevado a 23 6,02 · 10 23 moléculas abre parênteses 1 mol fecha parênteses ( 1  mol ) da respectiva substância.

O número 6 vírgula 0 2 vezes 10 elevado a 23 6,02 · 10 23   é conhecido como constante de Avogadro abre parênteses N subscrito A fecha parênteses ( N A ) , em homenagem ao cientista italiano Amedeo Avogadro (1776-1856).

Segundo Avogadro, volumes iguais de diferentes gases, na mesma temperatura e pressão, apresentam mesma quantidade de moléculas. Após sua morte, o químico italiano Stanislao Cannizzaro (1826-1910) prosseguiu seus trabalhos estabelecendo uma série de estudos sobre a massa de compostos químicos em reações. Os trabalhos de Cannizzaro foram importantes para a distinção entre massa atômica e massa molecular e a confirmação da hipótese de Avogadro.

A massa da quantidade de matéria que contém 1 mol 1  mol de unidades elementares de uma substância é chamada de massa molar (M M ). Ela apresenta o mesmo valor em módulo, em grama barra mol g / mol , que uma unidade elementar da própria substância, em unidade u .

Considere as seguintes massas atômicas: H é igual a 1 unidade H =   1  u ; C é igual a 12 unidades =   12  u ; N é igual a 14 unidades =   14  u ; O é igual a 16 unidades =   16  u . Assim, pode-se calcular a massa molar de átomos, moléculas, íons etc. Confira a seguir alguns exemplos:

  • massa molar da molécula de hidrogênio abre parênteses H subscrito 2 fecha parênteses é igual a 2 gramas barra mol ( H 2 ) = 2  g / mol ;
  • massa molar da molécula de nitrogênio abre parênteses N subscrito 2 fecha parênteses é igual a 28 gramas barra mol ( N 2 ) = 28  g / mol ;
  • massa molar da glicose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses é igual a 180 gramas barra mol ( C 6 H 12 O 6 ) = 180  g / mol .

O valor da massa molar de uma substância permite a determinação da quantidade de matéria em mol.

ATIVIDADES RESOLVIDAS

R3. Considere que em uma amostra haja 540 gramas 540  g de glicose abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 12 O subscrito 6 fecha parênteses ( C 6 H 12 O 6 ) . Qual é a quantidade de matéria em mol dessa substância presente na amostra?

Resolução

Esquema com duas linhas. Na primeira linha1 mol de moléculas de C 6 H 12 O 6 está relacionado com 180 gramas. E na segunda linha x mol está relacionado com 540 gramas. Ao lado está escrito: portanto, x igual a 3 mols de moléculas de C 6 H 12 O 6.

R4. Calcule a massa, em gramas, de uma molécula de glicose, sabendo que sua massa molar equivale a 180 gramas ⁄ mol 180  g mol .

Resolução

Esquema com duas linhas. Na primeira: 6 vírgula 0 2 vezes 10 elevado a 23 moléculas de glicose (1 mol) está relacionado a 180 gramas de glicose. Na segunda linha, 1 molécula de glicose está relaciona com m. Apo lado está escrito: portanto m é igual a 2,99 vezes 10 elevado a menos 22 g.

Assim, uma molécula de glicose tem massa igual a 2 vírgula 99 vezes 10 elevado a menos 22 g. 2,99 · 10 22  g .

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ATIVIDADES

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

1. Analise a imagem a seguir e identifique a alternativa correta.

Ilustração de esferas vermelhas e esferas pretas. Todas elas estão agrupadas por pares: duas vermelhas, duas pretas ou uma preta mais uma vermelha.
Representação de porções de matéria.

a ) Estão representadas seis substâncias simples.

b ) Estão representadas três substâncias compostas.

c ) Estão representados apenas dois elementos químicos.

d ) Estão representadas quatro moléculas.

Resposta: Alternativa c. Comentários nas Orientações para o professor.

2. Para verificar se determinado objeto era feito de prata, alumínio ou chumbo, ele foi colocado em uma proveta de 100 mililitros 100  mL , contendo 7 mililitros 7  mL de água. Após a adição do objeto de massa 37 vírgula 8 gramas 37,8  g na proveta, o volume de água aumentou para 21 mililitros 21  mL . Sabendo que a densidade do alumínio, do chumbo e da prata são, respectivamente, 2,7, 11,3 e 10 vírgula 5 gramas vezes centímetro elevado a menos 3 10,5  g · cm 3 , identifique a composição do material, sendo 1 centímetro cúbico 1    cm 3 equivalente a 1 mililitro 1  mL .

Resposta: Alumínio. Resolução nas Orientações para o professor.

3. O quilograma foi a última unidade a depender de um objeto concreto como padrão de medida. Por que essa substituição foi necessária?

Resposta: Alguns motivos resultaram na substituição de objetos concretos por constantes físicas, entre eles a possibilidade de variação de massa desses objetos por causa das condições físicas como temperatura, umidade e pressão.

4. Pesquise em casa ou no supermercado as informações nutricionais de um litro de leite integral. Verifique a quantidade de cálcio indicada na embalagem e responda às questões.

a ) Qual é o número de mols de cálcio presentes em um litro de leite?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem que 1 mol 1  mol de cálcio tem 40 vírgula 0 8 gramas 40 ,   08  g de cálcio, analisem o valor indicado por litro na embalagem e façam a divisão desse valor por 40 vírgula 0 8 gramas 40,08  g . Comentários nas Orientações para o professor.

b ) Cite uma doença relacionada à falta de cálcio.

Resposta: Osteoporose, hipocalcemia etc.

5. Leia o trecho da reportagem e responda às questões a seguir.

Pela 1ª vez, telescópio detecta molécula crucial para surgimento da vida
O telescópio James Webb detectou um tipo de molécula de carbono pela primeira vez no espaço. […] A agência espacial americana afirma que a descoberta é importante porque a substância é responsável pela formação de outras moléculas de carbono essenciais ao surgimento da vida.
A molécula encontrada é o cátion metila abre parênteses C H subscrito 3 início sobrescrito, mais, fim sobrescrito fecha parênteses ( CH 3 + ) . O local do registro foi em um sistema estelar ainda jovem. […]

MARTIN-DRUMEL, Marie-Aline. Pela 1ª vez, telescópio detecta molécula crucial para surgimento da vida. Folha de S.Paulo, São Paulo, 27 jun. 2023. p. B6.

a ) Qual molécula foi detectada pelo telescópio? Trata-se de uma substância simples ou composta?

Resposta: A molécula detectada é o cátion metila, C H subscrito 3 elevado a início expoente, mais, fim expoente CH 3 + , uma substância composta.

b ) Por que essa molécula é considerada crucial para o surgimento da vida?

Resposta: A molécula é crucial para a vida por ser precursora de uma série de outras moléculas que contêm carbono.

6. Um estudante de Química encontrou na bancada do laboratório dois frascos de vidro idênticos fechados, e cada um deles com líquidos transparentes e sem identificação.

Os dois frascos tinham o mesmo volume de líquido, mas ao segurar cada um deles o estudante percebeu que tinham massas diferentes. Sem abrir os frascos, como ele pode identificar os líquidos, já que na prateleira faltam os frascos de água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) e de hexano abre parênteses C subscrito 6 H subscrito 14 fecha parênteses ( C 6 H 14 ) ?

Considere que o ambiente do laboratório está a 25 graus Celsius 25   ° C , a densidade da água é de aproximadamente 1 vírgula 0 0 grama vezes centímetro elevado a menos 3 1,00  g · cm 3 e a do hexano é de aproximadamente 0 vírgula 66 grama vezes centímetro elevado a menos 3 0,66  g · cm 3 .

Resposta: Como os frascos são iguais e têm o mesmo volume, pode-se identificar que o frasco mais pesado é o de água, pois ela é mais densa.

7. Para saber se um ovo ainda está bom para consumo, é possível fazer o seguinte teste:

Coloca-se o ovo em um recipiente com água. Se ele afundar, pode ser consumido; se boiar, está estragado.

No teste descrito, qual propriedade física da matéria foi analisada para saber se o ovo estragou? Explique por que isso acontece.

Resposta: A propriedade relacionada ao teste é a densidade. O ovo se torna menos denso com o passar do tempo pela perda de água interna e consequente entrada de ar.

8. Calcule a massa em grama g das moléculas a seguir sabendo que as esferas pretas representam o átomo de carbono abre parênteses 12 gramas barra mol fecha parênteses ( 12  g / mol ) ; as esferas vermelhas representam os átomos de oxigênio abre parênteses 16 gramas barra mol fecha parênteses ponto-e-vírgula ( 16  g / mol ) ; e as esferas brancas, os átomos de hidrogênio abre parênteses 1 grama barra mol fecha parênteses ( 1  g/mol ) .

Resoluções nas Orientações para o professor.

Ilustração dois grupos iguais de três esferas unidas sendo: uma esfera vermelha ligada a uma esfera preta que, por sua vez, está ligada a outra esfera vermelha.
Gás carbônico.

Resposta: 'm' é igual a 7 vírgula 31 vezes 10 elevado a menos 23 grama m   =   7 ,31 · 10 23  g

Ilustração de dois grupos iguais com duas esferas vermelhas conectadas.
Gás oxigênio.

Resposta: 'm' é igual a 5 vírgula 32 vezes 10 elevado a menos 23 grama m   =   5,32 · 10 23  g

Ilustração de dois grupos iguais com duas esferas brancas conectadas.
Gás hidrogênio.

Resposta: 'm' é igual a 3 vírgula 32 vezes 10 elevado a menos 24 grama m   =   3 ,32 · 10 24  g

9. Um copo contém 36 mililitros 36 mL  de água abre parênteses H subscrito 2 O fecha parênteses ( H 2 O ) . Considerando que não haja impurezas, determine o número de moléculas de água ingeridas ao tomarmos toda a água desse copo.

Dados: H é igual a 1 unidade H = 1  u ; O é igual a 16 unidades O = 16 u ; d subscrito água é igual a 1 vírgula 0 grama vezes centímetro elevado a menos 3 d água = 1,0  g · cm 3 .

Resposta nas Orientações para o professor.

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Misturas

A pintura corporal faz parte da identidade cultural de muitos povos indígenas brasileiros. Essas pinturas têm diferentes significados e podem variar entre as etnias, os membros da comunidade e as ocasiões. As tintas utilizadas para a pintura são extraídas e produzidas com materiais da natureza. As sementes do urucuzeiro (Bixa orellana), por exemplo, são usadas para a produção da tinta na cor vermelha.

Fotografia de um grupo de crianças com a pele pintada com tinta de cor vermelha e traços pretos. Elas usam colares brancos, e seus cabelos estão com algumas mechas tingidas de vermelho.
Crianças da etnia Xavante com pinturas corporais feitas com urucum na Aldeia São José, no município de Campinápolis (MT), em 2021.

Confira a seguir o modo de preparação dessa tinta pelos indígenas xavantes.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

A.

Ilustração de mão segurando uma pedra cinza acima de um recipiente. A parte inferior da pedra está vermelha e o recipiente é um tronco de árvore, com a parte superior arredondada e aberta, onde há um pó vermelho.
Representação da etapa de trituração das sementes.

B.

Ilustração de mão segurando um utensílio de medida, despejando um material vermelho sobre uma peneira. A peneira está apoiada sobre uma panela.
Representação da etapa de peneiração da solução.

C.

Ilustração de uma panela colocada sobre uma estrutura de madeira que está em chamas. Dentro da panela, há um líquido vermelho borbulhando.
Representação da etapa de aquecimento da solução.

D.

Ilustração de duas mãos pressionando uma massa vermelha e maleável sobre uma superfície de madeira.
Representação da etapa de moldagem do corante.

Professor, professora: O método de produção da tinta de urucum descrito e representado na ilustração é utilizado pela comunidade xavante localizada no município de Barra do Garça (MT).

Utilizando uma pedra, as sementes colhidas são trituradas (A). Adiciona-se água e, com o auxílio de uma peneira, a solução contendo o corante é separada em uma vasilha (B). Essa solução é aquecida no fogo e a ela são adicionados materiais de outras duas espécies vegetais, visando tornar o corante mais vermelho e brilhoso, além de garantir uma consistência adequada (C). O produto é exposto diretamente à luz solar e, após a secagem, os homens moldam esferas com esse material (D), que são envoltas com folhagens e reservadas até o momento do uso. Para utilizar o pigmento, adicionam o látex da castanha do babaçu, que facilita a aplicação e a remoção da tinta do corpo.

Fonte de pesquisa: TSUWATÉ, Vilianes T.; LEÃO, Marcelo F. Descrição do preparo do corante e das diversas utilizações do urucum pelo povo Xavante. Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 9, n. 4, p. 77-93, 2017. Disponível em: https://s.livro.pro/hvd74v. Acesso em: 9 ago. 2024.

9. A tinta produzida pelos Xavante pode ser considerada uma mistura? Argumente sua resposta.

Resposta: O objetivo desta questão é levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito do conceito de misturas. Espera-se que eles respondam que sim, uma vez que a tinta utilizada é resultante da combinação do pigmento extraído das sementes de urucum, água, látex e outros materiais.

Boa parte dos materiais que encontramos no ambiente são misturas de diferentes substâncias. Por exemplo, neste exato momento, mesmo sem perceber, você está em contato com uma mistura, o ar atmosférico. Embora inspiremos o ar para absorver gás oxigênio, este não é seu único componente. O ar atmosférico é uma mistura constituída de, aproximadamente, 78% de gás nitrogênio, 21% de gás oxigênio e 1% de outros gases, incluindo gás carbônico e vapor de água H subscrito 2 O abre parênteses grama fecha parênteses H 2 O ( g ) .

Confira a imagem.

Ilustração de uma mão segurando um smartphone exibindo a tela, onde há uma previsão do tempo com vários dados. No topo, estão as temperaturas, com 15 graus e 23 graus. Abaixo há ícones representando condições climáticas, como chuva, vento, umidade e sol, acompanhados de informações como a quantidade de chuva (0 milímetros), com chances de 0 por cento; direção do vento (leste); umidade (50 por cento e 97 por cento); nascer do sol as 07 horas e 1 minuto; e pôr do sol as 18 horas e 2 minutos.
Representação da previsão do tempo.

Fonte de pesquisa: SIMEPAR. Disponível em: https://s.livro.pro/z6v2ot. Acesso em: 9 ago. 2024.

10. De que maneira o ser humano pode interferir na composição da mistura do ar atmosférico?

Resposta: Os estudantes podem citar quaisquer atividades humanas que adicionem gases e poluentes ao ar atmosférico, como queima de combustíveis fósseis.

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Enquanto as substâncias têm composição fixa, as misturas apresentam composição química variável. No ar atmosférico, por exemplo, a quantidade de vapor de água varia bastante, pois sua concentração depende de uma série de fatores, como o clima, a poluição e o vento.

Embora a água pura seja um exemplo de substância, a água potável que ingerimos é uma mistura, formada por água e sais minerais, daí o nome "água mineral". Além disso, dependendo da amostra, as substâncias componentes da mistura podem variar, bem como sua quantidade. Tais variações interferem nas propriedades da mistura, alterando, por exemplo, sua densidade e as temperaturas de fusão e de ebulição.

Tabela com 5 linhas e 3 colunas. Na primeira linha está o título: COMPOSIÇÃO QUÍMICA (miligrama por litro). Em cada célula há um elemento químico ou composto acompanhado de seu respectivo valor. Os dados das células são: Cálcio: 33,877 Magnésio: 11,227 Sódio: 9,170 Potássio: 0,684 Estrôncio: 0 vírgula 0 8 0 Vanádio: 0 vírgula 0 2 3 Bicarbonato: 157,99 Nitrato: 14,76 Cloretos: 5,00 Sulfato: 2,83 Fluoreto: 0 vírgula 0 5 Brometo: 0, 03
Informações sobre a composição química no rótulo de uma garrafa de água mineral.

11. Por que a composição química da água mineral pode variar?

Resposta: Espera-se que os estudantes comentem que essa composição pode variar porque ela sofre influência da composição da fonte de onde é extraída.

Ao ser aquecida ou resfriada a uma pressão constante, uma mistura comum não apresenta temperatura constante durante a mudança de estado de agregação, como mostra o gráfico a seguir. Isso ocorre pois cada uma das substâncias componentes da mistura apresenta temperaturas de fusão e ebulição específicas.

Variação de temperatura de uma mistura comum durante aquecimento

Gráfico de linha. O eixo vertical representa a temperatura em graus Celsius, enquanto o eixo horizontal representa o tempo. Há uma linha que se inicia do ponto A, acima de 0 sobre o eixo vertical, e segue crescendo de forma irregular passando pelos pontos B, C, D, E respectivamente, até chegar em um ponto F. Está indicado que a distância entre os pontos B e C no eixo vertical é T índice f. E a distância entre os pontos D e E no eixo vertical é T índice e.

Fonte de pesquisa: RUSSELL, John. B. Química geral. Tradução: Márcia Guekezian et al. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. v. 1. p. 475.

Algumas misturas, no entanto, apresentam temperatura de fusão ou ebulição invariáveis a uma pressão constante. Quando, durante o aquecimento da mistura, observa-se um patamar de fusão (temperatura de fusão constante e fixa), ela é chamada de eutética. Já quando se tem um patamar de ebulição (temperatura de ebulição constante e fixa) durante esse processo, a mistura é chamada de azeotrópica.

Variação de temperatura de uma mistura eutética durante aquecimento

Gráfico de linha. O eixo vertical representa a temperatura em graus Celsius, enquanto o eixo horizontal representa o tempo. Há uma linha que se inicia do ponto A, acima de 0 sobre o eixo vertical, e segue crescente até um ponto B localizado em T índice f no eixo vertical. Depois ela permanece constante até um ponto C, também localizado em T índice f no eixo vertical. Depois do ponto C, a linha segue crescendo de forma irregular passando pelos pontos D, E respectivamente, até chegar em um ponto F. Está indicado que a parte constante entre B e C corresponde ao patamar de fusão. Também está indicado que a distância entre os pontos D e E no eixo vertical é T índice e.

Fonte de pesquisa: ATKINS, Peter W.; PAULA, Júlio de. Físico-química. Tradução: Edilson Clemente da Silva et al. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. v. 1. p. 170-175.

Variação de temperatura de uma mistura azeotrópica durante aquecimento

Gráfico de linha. O eixo vertical representa a temperatura em graus Celsius, enquanto o eixo horizontal representa o tempo. Há uma linha que se inicia do ponto A, acima de 0 sobre o eixo vertical, e segue crescendo de forma irregular passando pelos pontos B, C, D respectivamente. Em seguida ela permanece constante em relação ao eixo vertical, até um ponto E, e depois segue crescente até um ponto F. Está indicado que a distância entre os pontos B e C no eixo vertical é T índice f. Os pontos D e E estão localizados em T índice e no eixo vertical e está indicado que a parte constante entre eles corresponde ao patamar de ebulição.

Fonte de pesquisa: ATKINS, Peter W.; PAULA, Júlio de. Físico-química. Tradução: Edilson Clemente da Silva et al. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. v. 1. p. 165-170.

Essas misturas têm composição química e propriedades específicas. Confira os exemplos a seguir.

Temperatura de fusão abre parênteses T subscrito f fecha parênteses ( T f ) a 1 a t m 1   atm
Material T subscrito f abre parênteses grau Celsius fecha parênteses T f   ( °C )

Chumbo

327,5

Ouro

1.064,2

Mistura eutética com 85,4% de chumbo e 14,6% de ouro

212 (valor constante)

Fonte de pesquisa: HAYNES, William M. (ed.). CRC Handbook of chemistry and physics. 97. ed. London: CRC Press, 2014. p. 15-33.

Temperatura de ebulição abre parênteses T subscrito e fecha parênteses ( T e ) a 1 a t m 1   atm
Material T subscrito e abre parênteses grau Celsius fecha parênteses T e   ( °C )

Água

100

Etanol

78,2

Mistura azeotrópica com 4,3% de água e 95,7% de etanol

76,1 (valor constante)

Fonte de pesquisa: HAYNES, William M. (ed.). CRC Handbook of chemistry and physics. 97. ed. London: CRC Press, 2014. p. 6-224.

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Além de variações quanto às suas propriedades, as misturas podem apresentar diferenças no número de fases, sendo classificadas em misturas homogêneas ou misturas heterogêneas.

Misturas homogêneas e heterogêneas

O aspecto das misturas pode se mostrar uniforme, possibilitando a identificação de uma única fase, ou não uniforme, com duas ou mais fases. Esse aspecto pode variar de acordo com alguns fatores, como os componentes da mistura e a proporção deles nesse meio.

Quando os componentes de uma mistura são imiscíveis entre si, ou seja, que não se misturam, observa-se a formação de duas ou mais fases. No caso a seguir, apresenta-se o teste da proveta, feito para determinar o teor de álcool na gasolina.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

A.

Ilustração de uma proveta cilíndrica graduada. Ela possui capacidade total de 100 mililitros, e as graduações estão indicadas de 10 em 10. Há um líquido de cor amarela dentro da proveta que está até a marca de 50 mililitros. A parte superior da proveta está fechada com uma tampa.
Representação da proveta contendo amostra de gasolina.

B.

Ilustração de uma proveta cilíndrica graduada contendo um líquido amarelado até uma marca acima de 70 mililitros. Uma mão com luva segura um frasco de plástico, com um bico despejando um líquido dentro da proveta.
Representação da adição de solução na amostra.

C.

Ilustração de duas mãos com luvas agitando uma proveta cilíndrica graduada. A proveta é transparente e contém um líquido amarelado.
Representação da mistura sendo agitada.

D.

Ilustração de uma proveta cilíndrica graduada, posicionado verticalmente contendo duas indicações em numeração romana. Na parte 1 há um líquido de cor amarela entre as marcas de 60 e 100 mililitros. Há uma indicação de 40 mililitros correspondendo a quantidade desse líquido. Na parte 2 há um líquido transparente que vai até a marca 60 mililitros.
Representação da mistura com as fases separadas.

A. Uma amostra de 50 mililitros 50  mL de gasolina é colocada em uma proveta de 100 mililitros   100  mL .

B. Em seguida, adicionam-se 50 mililitros 50  mL de uma solução de cloreto de sódio abre parênteses água mais N a C l fecha parênteses ( água + NaC l ) .

C. A proveta é tampada e invertida cerca de 10 vezes.

D. A proveta é mantida em repouso por 10 minutos, até a separação das fases.

Fonte de pesquisa: BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Cartilha do posto revendedor de combustíveis. 6. ed. Rio de Janeiro: ANP, 2017. p. 15-16. Disponível em: https://s.livro.pro/620u25. Acesso em: 9 ago. 2024.

12. Por que o volume final da fase contendo gasolina variou?

Resposta: O etanol anidro, um dos constituintes da gasolina combustível, dissolveu-se na solução de cloreto de sódio adicionada à proveta, aumentando o volume dessa porção da mistura. A porção restante de gasolina é composta de elementos não miscíveis em água.

Ao final do teste, observam-se duas fases: uma formada por gasolina (I); e outra formada por água, cloreto de sódio e etanol (II). Nesse caso, a mistura é do tipo heterogênea.

A análise da variação dos volumes possibilita aos fiscais determinar o teor de etanol anidro na gasolina e compará-lo com padrões estabelecidos por lei.

Agora, analise o exemplo a seguir.

Em uma amostra de água potável, é possível identificar uma única fase (A); logo, essa mistura é homogênea.

A.

Fotografia de um copo transparente cheio de água.
Amostra de água potável.

Ao adicionarmos uma pequena quantidade de cloreto de sódio a essa amostra, a mistura se mantém homogênea (B), pois a quantidade de sal adicionada se dissolveu completamente na água.

B.

Fotografia de um copo transparente com água e, ao lado, uma colher com sal.
Amostra de água potável com sal.
Fases:
referem-se a cada porção da mistura com as mesmas propriedades em toda a sua extensão.

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13. Em sua opinião, é possível que uma mistura de água e sal se torne heterogênea? Argumente sua resposta.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que, em determinado momento, o sal não será completamente dissolvido na água, resultando em um sistema heterogêneo.

Em determinado momento do processo de adição de sal à água, observa-se que parte desse sal se deposita no fundo do recipiente, resultando em um sistema heterogêneo. Isso ocorre porque o cloreto de sódio apresenta uma solubilidade específica em água. A solubilidade representa o limite máximo de soluto que pode ser dissolvido em uma determinada quantidade de solvente, em condições específicas de temperatura e pressão.

14. De que maneira seria possível dissolver o corpo de fundo sem alterar temperatura e pressão?

Resposta: Adicionando mais solvente (água).

Na amostra B da página 80, a quantidade de sal adicionada foi inferior à solubilidade do cloreto de sódio em água, resultando em uma solução insaturada. Ao adicionar a quantidade máxima de sal que a água é capaz de dissolver sob condições específicas de temperatura e pressão, temos uma solução saturada. Qualquer quantidade de sal adicionada além desse limite vai se depositar no fundo do recipiente, tendo como resultado uma solução saturada com corpo de fundo (C).

C.

Fotografia de um copo transparente com água, com uma colher acima dele despejando sal. Na parte inferior do copo há uma pequena camada branca, a qual está indicada como: corpo de fundo.
Amostra saturada de água potável com sal.

15. Em sua opinião, há alguma forma de dissolver o sal presente no corpo de fundo sem acrescentar água à mistura? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que o aumento da temperatura fará o corpo de fundo ser dissolvido.

Ícone para acessar o objeto digital vídeo.

A solubilidade de uma substância é uma propriedade que está relacionada à temperatura do solvente no qual ele é solubilizado. Confira a seguir a variação da solubilidade em função da temperatura.

Solubilidade em água de alguns sais em função da temperatura

Gráfico de linhas. O eixo vertical representa a solubilidade de diferentes sais em gramas por 100 gramas de água, indo de 0 a 100. E o eixo horizontal representa a temperatura em graus Celsius, indo de 0 a 100. Há uma curva em laranja representando C a C l índice 2. Ela se inicia com solubilidade próximo de 60 em 0 grau, e cresce com o aumento da temperatura, chegando a solubilidade 100 quando a temperatura está próximo de 30 graus Celsius. Há uma curva em verde que corresponde a K N O índice 3, e tem solubilidade um pouco acima de 10 quando a temperatura é 0 grau, seguindo crescente, chegando a solubilidade 100 entre 50 e 60 graus Celsius. Uma reta preta corresponde a N a C l e tem solubilidade um pouco acima de 30 para 0 grau, seguindo crescente até chegar a solubilidade 40 em 100 graus Celsius. Há uma curva em azul que corresponde a K C l O índice 3 com solubilidade um pouco acima de 0 para 0 grau, crescendo até chegar em solubilidade próximo de 60 para 100 graus. E por último há uma curva vermelha para C e índice 2 abre parênteses, S O índice 4, fecha parênteses, índice 3. Ela tem solubilidade 20 para 0 grau, e decresce, chegando a solubilidade um pouco acima de 0 para 100 graus Celsius.

Fonte de pesquisa: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. Tradução: Eloiza Lopes, Tiago Jonas e Sonia Midori Yamamoto. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. p. 571.

É possível notar que, ao aumentar a temperatura, a solubilidade da maioria dos sais também aumenta.

16. Existe algum sal cuja solubilidade diminui com o aumento da temperatura?

Resposta: Sim, o sulfato de cério(III) abre parênteses C e subscrito 2 abre parênteses S O subscrito 4 fecha parênteses subscrito 3 fecha parênteses ( Ce 2 ( SO 4 ) 3 ) .

Esse fato também pode ser observado em situações do cotidiano. Pense, por exemplo, quando você prepara um copo de leite com achocolatado. Se o leite estiver frio, o achocolatado demora para solubilizar. Já se o leite for aquecido, o achocolatado é facilmente dissolvido nele.

Ao analisar o gráfico, também percebemos que a solubilidade de cada sal tem um comportamento diferente em função da temperatura.

17. Considerando o clorato de potássio abre parênteses K C l O subscrito 3 fecha parênteses ( KC l O 3 ) , o cloreto de sódio abre parênteses N aC l fecha parênteses ( NaC l ) e o nitrato de potássio abre parênteses K N O subscrito 3 fecha parênteses ( KNO 3 ) , qual sal tem maior solubilidade a 40 graus Celsius 40   ° C ? E a 20 graus Celsius 20   ° C ?

Resposta: A 40 graus Celsius 40   ° C , o nitrato de potássio é mais solúvel; a 20 graus Celsius 20   ° C , o cloreto de sódio é mais solúvel.

Página 82

Nas redes sociais, há alguns perfis que divulgam vídeos de experimentos bem intrigantes, como a formação de "gelos em instantes" em temperatura ambiente. Nesses vídeos, o simples contato do dedo com um líquido que parece ser apenas água provoca um efeito instantâneo: o líquido parece se solidificar.

Ilustração de uma pessoa com o dedo em um material branco que está dentro de um copo transparente com líquido azul. Ao fundo, há prateleiras com livros coloridos e alguns frascos de laboratório.
Jovem "congelando" a água com a ponta do dedo.

18. Ao assistir a um vídeo como esses, você acredita se tratar de algo real ou que tenha passado por alguma manipulação de efeitos especiais?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes questionem a veracidade do vídeo considerando que há condições especiais para a formação de cristais.

19. Você saberia explicar o fenômeno presente nos vídeos descritos anteriormente?

Resposta pessoal. O objetivo desta questão é fazer os estudantes refletirem sobre o tema e formularem hipóteses.

20. Ao navegar em redes sociais, você já viu alguma postagem que mostrasse um fenômeno aparentemente sem explicação? Descreva um exemplo e diga se essa postagem continha uma explicação acerca do fenômeno ou referências.

Resposta pessoal. Os estudantes devem descrever os vídeos que acham intrigantes e refletir sobre a veracidade deles. Para o aprendizado voltado ao uso de mídias, é importante que eles tenham um tempo para refletir acerca do que viram.

Os vídeos que apresentam o suposto congelamento instantâneo da água na verdade mostram as soluções chamadas de supersaturadas. Essas soluções contêm mais soluto do que seria possível dissolver nas condições em que estão. São formadas quando uma solução saturada com corpo de fundo é aquecida para permitir que mais soluto se dissolva. Em seguida, é resfriada lentamente, sem que ocorra nenhum tipo de perturbação e formação de cristais, mantendo assim o soluto em excesso dissolvido na solução. As soluções supersaturadas são instáveis; caso haja alguma perturbação, como agitação ou introdução de um cristal de soluto, ocorre a precipitação rápida do soluto em excesso.

21. Após ler sobre solução supersaturada, de que maneira você explicaria como foram feitos os vídeos descritos anteriormente?

Resposta: Espera-se que os estudantes descrevam que o vídeo não apresenta a formação de gelo, mas sim uma solução supersaturada que passa por uma perturbação.

Confira a seguir o que ocorre com uma solução supersaturada ao ser acrescentado um cristal do soluto que forma a solução.

Fotografia de um frasco de vidro em formato de balão, contendo um líquido transparente. Acima do frasco, há uma pinça azul posicionada segurando um pequeno sólido branco.
Adição de cristal de soluto à solução supersaturada.
Fotografia de um frasco de vidro em formato de balão, contendo um líquido transparente, com uma formação branca semelhante a cristais que se destacam tomando conta do líquido.
Cristalização da solução supersaturada.
Fotografia de um frasco de vidro em formato de balão. Dentro dele há um líquido preenchido por uma formação branca que se assemelha a cristais.
Solução saturada com cristais do soluto.

A solução descrita anteriormente é uma solução supersaturada de acetato de sódio abre parênteses N a C H subscrito 3 C O subscrito 2 fecha parênteses ( NaC H 3 CO 2 ) . Ela foi formada quando dissolvidos 170 gramas 170  g de acetato de sódio em 100 mililitros 100  mL de água a 100 graus Celsius 100   ° C .

Em seguida, a solução foi resfriada lentamente, até 20 graus Celsius 20   ° C , temperatura na qual a solubilidade de acetato de sódio é de 46 gramas 46 g por 100 mililitros 100  mL de água.

Ao longo do resfriamento, todo o soluto permanece dissolvido. Soluções supersaturadas são instáveis por conterem maior quantidade de soluto dissolvido do que seria possível dissolver a uma dada temperatura, e a adição de um cristal causa a cristalização do soluto em excesso.

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Assim como sólidos, gases também podem se dissolver em líquidos, e sua solubilidade é afetada pela temperatura. No entanto, ao contrário da maioria dos sais, em geral a solubilidade dos gases em líquidos diminui com o aumento da temperatura. Isso significa que, à medida que a água esquenta, menos gás pode ser dissolvido nela. E, da mesma forma que todo sal tem um comportamento específico em função da temperatura, os gases também apresentam comportamentos distintos. Observe no gráfico a solubilidade da amônia, do gás oxigênio, do monóxido de carbono abre parênteses C O fecha parênteses ( CO ) e do hélio abre parênteses He fecha parênteses ( He ) em água.

Solubilidade em água de alguns gases em função da temperatura

Gráfico de linha. O eixo vertical representa a solubilidade em milimol, e o eixo horizontal representa a Temperatura em graus Celsius. Há quatro curvas coloridas representando diferentes gases. Uma curva vermelha, que representa C H índice 4 inicia próximo a 2,25 milimols para um pouco acima de 0 grau, e apresenta uma queda acentuada à medida que a temperatura aumenta, finalizando em aproximadamente 1 milimol para 90 graus celsius. Uma curva verde representa O índice 2, e diminui gradualmente, iniciando em um valor próximo a 2,0 milimols para um pouco acima de 0 grau e finalizando em aproximadamente 1 milimol para 90 graus celsius. Uma curva azul representa o C O, que também diminui gradualmente, iniciando em um valor próximo a 1,5 milimols para um pouco acima de 0 grau, e finalizando em aproximadamente 0,75 milimol para 90 graus celsius. Por fim, uma curva laranja representa H e, que permanece constante o ao longo de toda a faixa de temperatura, iniciando em um valor próximo a 0,5 milimol um pouco acima de 0 grau e finalizando em aproximadamente 0,35 milimol para 90 graus celsius.

Fonte de pesquisa: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. Tradução: Eloiza Lopes, Tiago Jonas e Sonia Midori Yamamoto. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. p. 571.

22. Você já segurou ou apertou a garrafa de uma bebida gaseificada à temperatura ambiente? Se sim, notou algo diferente em relação à mesma garrafa recém-retirada da geladeira?

Resposta pessoal. Caso os estudantes respondam que sim, espera-se que digam que a garrafa à temperatura ambiente aparentava estar mais "dura", o que é causado pela pressão do gás dentro dela.

Você já deve ter notado esse comportamento dos gases ao segurar uma garrafa de bebida gaseificada à temperatura ambiente e percebido que ela tem maior resistência à deformação. Isso acontece porque as bebidas gaseificadas contêm dióxido de carbono (gás carbônico) dissolvido no líquido, e, quanto maior a sua temperatura, mais o gás se desprende do líquido, aumentando a pressão no interior da garrafa.

Assim como ocorre no líquido das bebidas gaseificadas, a solubilidade dos gases em corpos de água, como rios e oceanos, também diminui quanto maior for a temperatura da água. Analisando o gráfico da solubilidade em função da temperatura, é possível notar que a solubilidade do oxigênio decresce acentuadamente com o aumento da temperatura. Esse fator é de grande importância e um aumento de temperatura pode trazer consequências prejudiciais a ambientes aquáticos. Confira os apontamentos a seguir.

  • A diminuição na quantidade de oxigênio dissolvido pode afetar a respiração dos seres ali presentes.
  • A temperatura elevada pode acelerar a velocidade de reações químicas causadas por poluentes que podem estar presentes na água.
  • O aumento de temperatura pode diminuir o tempo de vida de alguns seres vivos aquáticos e afetar o seu ciclo de reprodução.
  • A proliferação de fungos e bactérias pode ser favorecida pelo aquecimento, aumentando o risco de crescimento de organismos patogênicos, causando doenças em seres humanos e animais.

23. Você sabe quais atividades podem causar o aquecimento das águas de rios ou oceanos?

Resposta pessoal. O objetivo desta atividade é verificar o conhecimento prévio dos estudantes sobre as fontes de poluição térmica, que podem ser causadas por atividades industriais e usinas elétricas.

O aquecimento de águas naturais pela introdução de água quente é chamado de poluição térmica, e entre suas causas destacam-se a operação de usinas geradoras de energia elétrica e o funcionamento de indústrias.

Próximo a Angra dos Reis, onde há duas usinas nucleares para geração de energia elétrica, localiza-se a chamada Praia do Laboratório, que tem a temperatura de suas águas mais elevada em razão do aquecimento provocado por um processo da central nuclear, que capta uma grande quantidade de água do mar para resfriar o vapor utilizado para movimentar o gerador de eletricidade.

Fotografia de uma vista aérea de uma usina. No centro, há um grande tanque esférico branco rodeado por edifícios e próximo de uma alta torre. A usina está situada em uma área cercada por vegetação montanhosa à esquerda e pela costa à direita, onde o mar é visível.
Usinas nucleares da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto de Angra dos Reis (RJ), em 2019.

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A água é um recurso precioso e indispensável para os seres vivos. Portanto, preservar os corpos de água é importante para manter o equilíbrio dos ecossistemas e a qualidade de vida dos seres vivos presentes neles. A importância dessa preservação está, inclusive, na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que destaca a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas aquáticos e terrestres em seus Objetivos 14 e 15. Esses objetivos visam proteger a vida marinha e os ecossistemas de água doce, promover a recuperação de áreas degradadas e garantir a sustentabilidade no uso dos recursos naturais.

Ilustração de um quadrado azul escrito: 14 proteger a vida marinha. E abaixo, ícones de ondas e um peixe.
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14.
Ilustração de um quadrado verde escrito: 15 Proteger a vida terrestre. E abaixo, ícones de uma árvore e pássaros.
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15.

Preservar nossos corpos de água não é apenas uma responsabilidade ambiental, mas também uma necessidade para garantir o futuro.

Agora, voltando a abordar os tipos de misturas, elas também podem se apresentar na fase sólida.

As ligas metálicas, por exemplo, são produzidas pela mistura de diferentes metais em proporções variadas. As propriedades dessas ligas variam de acordo com a composição e a proporção de seus componentes, possibilitando diferentes aplicações.

24. Qual é a importância de misturas como as ligas metálicas se comparadas ao uso isolado de seus constituintes?

Resposta: Espera-se que os estudantes comentem que a junção de diferentes elementos químicos e a variação de proporção entre eles nas ligas possibilitam a formação de materiais com diferentes propriedades. O objetivo desta questão é levá-los a uma reflexão sobre as propriedades das ligas metálicas.

O aço, por exemplo, é constituído de ferro e carbono. Ao alterar a concentração deste último, as propriedades da liga metálica, como rigidez e resistência, variam, garantindo seu uso em diferentes áreas, como na construção civil.

Além do aço, há ligas de alumínio, cobre e zinco, como o latão, e de cobre e estanho, como o bronze. Cada uma tem propriedades específicas. Por exemplo, o alumínio presente na liga de alumínio da roda de automóvel a torna mais leve, o que ajuda na redução do gasto de combustível.

Imagens desta página sem proporção.

Fotografia de uma roda prateada de carro em formato circular. A roda possui vários raios que se estendem do centro até a borda.
Roda de liga de alumínio de automóvel.

Na maioria dos casos, pode-se identificar visualmente os componentes de uma mistura heterogênea, como é o caso do granito, que é formado por dióxido de silício e óxidos de outro metal. Em outras misturas, como o sangue, só é possível identificar seus componentes com o auxílio de um equipamento de ampliação, como um microscópio. Confira a seguir a aparência de um pedaço de granito, o aspecto aparentemente homogêneo do sangue dentro do tubo e sua ampliação em um microscópio óptico.

Fotografia de uma rocha irregular com a superfície composta por uma mistura de cores, incluindo tons de laranja, cinza e preto.
Granito.
Fotografia de uma pessoa usando luvas, segurando um tubo de ensaio verticalmente. O tubo é transparente e contém um líquido vermelho.
Tubo contendo amostra de sangue humano.
Fotografia de uma amostra de sangue. Nela há várias células em tons de rosa e em formato circular, indicadas como hemácias. E em algumas delas há manchas roxas dentro.
Sangue humano. Imagem ampliada cerca de 1.000 vezes e colorida artificialmente.

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Dispersões coloidais

Há misturas que, apesar do aspecto homogêneo a olho nu, sob um microscópio óptico é possível notar partículas maiores do que átomos ou moléculas que formam as soluções verdadeiras e menores do que as partículas que formam as misturas heterogêneas. O leite desnatado, a maionese e a manteiga são exemplos desse tipo de mistura, chamado de dispersão coloidal ou coloide.

Imagens desta página sem proporção.

Fotografia de um jarro de vidro transparente ao lado de um copo, também de vidro, ambos contendo leite.
Copo com leite desnatado.
Fotografia de um pedaço de manteiga, de cor amarela sobre um prato de madeira redondo.
Manteiga.
Fotografia de uma tigela de madeira contendo maionese, conteúdo cremoso e branco.
Maionese.

O termo coloide foi introduzido pelo cientista escocês Thomas Graham (1805-1869) para indicar as características entre as soluções e as misturas heterogêneas. Essa palavra tem origem grega e significa "forma de cola". Ao observar o leite homogeneizado a olho nu, não é possível visualizar separadamente as substâncias que o compõem, o que constitui o aspecto de "cola" entre elas.

As partículas dos coloides não podem ser vistas a olho nu e não se sedimentam com a ação da gravidade, somente com processo de ultracentrifugação.

Por causa do tamanho, as partículas das dispersões coloidais passam através de um filtro, mas em geral não passam por uma membrana semipermeável. Quando observadas pelo ultramicroscópio, as partículas refletem e dispersam a luz.

Nos coloides, tanto a fase dispersa (partícula) quanto a fase dispersante (meio onde as partículas estão) podem ser sólidas, líquidas ou gasosas. Dependendo das fases do disperso e do dispersante, os coloides podem ser classificados em aerossol, espuma, emulsão, sol e gel, conforme mostra o quadro a seguir.

Professor, professora: O objetivo deste quadro é dar exemplos de coloides e sua classificação, para conhecimento dos estudantes. Portanto, não exija que eles memorizem nem as classificações, nem as características.

Estados de agregação dos componentes e exemplos de coloides
Coloide Disperso Dispersante Exemplos

aerossol sólido

sólido

gás

poeira, fumaça, desodorante

aerossol líquido

líquido

gás

neblina

espuma sólida

gás

sólido

poliuretano, poliestireno expandido

espuma líquida

gás

líquido

espuma de sabão (detergente)

emulsão

líquido

líquido

maionese, manteiga, leite

sol

sólido

líquido

creme dental, tinta, pó de gelatina dissolvido

sol sólido

sólido

sólido

rubi, safira

gel

líquido

sólido

gelatina pronta, geleia

Efeito Tyndall

O efeito Tyndall foi descrito pelo cientista inglês Michael Faraday (1791-1867) e explicado pelo físico irlandês John Tyndall (1820-1893). Esse fenômeno ocorre quando há dispersão da luz pelas partículas coloidais, o que possibilita visualizar o trajeto da luz pelo qual essas partículas dispersam os raios luminosos.

Fotografia de uma área arborizada em um campo coberto por grama verde. Há várias árvores altas contrastando com a luz brilhante que surge do centro, onde o sol está evidente, com os raios de luz se espalhando em várias direções, as quais as folhas das árvores ao redor refletem tons de amarelo e laranja.
Fenômeno de dispersão da luz ao passar por um meio com partículas coloidais.

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ATIVIDADES

1. Para evitar o descarte inadequado, uma família destina o óleo de cozinha usado no preparo de alimentos a uma cooperativa de reciclagem que produz sabão artesanal. Leia a seguir o passo a passo de como esse sabão pode ser produzido.

Na cooperativa, são adicionados cerca de 2 litros 2  L de água fervente em um recipiente plástico. Em seguida, acrescenta-se lentamente e aos poucos cerca de 1 quilograma 1  kg de hidróxido de sódio abre parênteses N a O H fecha parênteses ( NaOH ) , conhecido como soda cáustica. Após a completa dissolução dessa substância, 5 litros 5  L de óleo usado e coado são adicionados. É preciso mexer bem essa mistura, de preferência com o auxílio de uma colher de pau, por cerca de 30 minutos. Por fim, o conteúdo é despejado em uma forma e mantido em repouso, até que o sabão endureça.

a ) Qual é a importância da soda cáustica na produção do sabão? Faça uma pesquisa, se necessário.

b ) Que tipo de sistema seria formado pela junção de água e óleo caso não houvesse a adição da soda cáustica? Argumente sua resposta.

c ) Qual é a importância ambiental, social e econômica da atitude dessa família ao optar por destinar o óleo para uma cooperativa de reciclagem?

2. A tabela a seguir apresenta informações sobre o efeito da temperatura na quantidade de oxigênio dissolvido em dois tipos de água.

Efeito da temperatura na concentração de O subscrito 2 O 2 dissolvido em água doce e salgada
Temperatura abre parênteses grau Celsius fecha parênteses ( °C ) Concentração de O subscrito 2 O 2 na água doce abre parênteses mililitro vezes litro elevado a menos 1 fecha parênteses ( mL · L 1 ) Concentração de O subscrito 2 O 2 na água salgada abre parênteses mililitro vezes litro elevado a menos 1 fecha parênteses ( mL · L 1 )

0

10,29

7,97

10

8,02

6,35

15

7,22

5,79

20

6,57

5,31

30

5,57

4,46

Fonte de pesquisa: SCHMIDT-NIELSEN, Knut. Fisiologia animal: adaptação e meio ambiente. Tradução: Terezinha Oppido e Carla Finger. 5. ed. São Paulo: Editora Santos, 2013. p. 10.

a ) Analisando os dados da tabela, o que você pode dizer a respeito da solubilidade do gás oxigênio em água?

Resposta: A solubilidade do gás oxigênio aumenta conforme a temperatura das águas diminuem. Além disso, para uma mesma temperatura, a solubilidade é maior em água doce.

b ) Estudos indicam que o aumento da temperatura média terrestre está causando uma elevação da temperatura das águas do planeta. Caso esse aumento seja progressivo ao longo dos anos, as formas de vida aquática podem ser prejudicadas? Justifique sua resposta.

Resposta: Sim, pois a maioria dos animais aquáticos obtém o O subscrito 2 O 2 de que necessitam da água. A redução na quantidade desse gás dissolvido poderá prejudicar sua absorção, afetando processos essenciais aos seres vivos, como a respiração celular.

3. O soro caseiro é um exemplo de solução. Pesquise como ele é preparado, apontando os seguintes elementos:

  • componentes da mistura;
  • solvente;
  • solutos;
  • representação da dissolução;
  • função do soro caseiro no organismo humano.

Respostas das questões 1 e 3 nas Orientações para o professor.

4. Ao utilizar os materiais álcool etílico, água, óleo vegetal e querosene para construir uma torre de líquidos, a composição final da torre dependerá da ordem em que foi adicionado cada componente. Para isso, é preciso levar em consideração as propriedades dos materiais. Analise os dados a seguir em ambiente a 25 graus Celsius 25  °C .

Solubilidade entre os materiais
Mistura Solubilidade

água e álcool

solúvel

água e óleo

insolúvel

água e querosene

insolúvel

álcool e óleo

insolúvel

álcool e querosene

insolúvel

óleo e querosene

solúvel

Densidade dos materiais
Material Densidade aproximada

água

1 vírgula 0 grama barra mililitro 1,0 g/mL

álcool

0 vírgula 8 grama barra mililitro 0,8 g/mL

óleo

0 vírgula 9 grama barra mililitro 0,9 g/mL

querosene

menor que 0 vírgula 8 grama barra mililitro 0,8 g/mL

Fontes de pesquisa: HAYNES, William M. (ed.). CRC Handbook of chemistry and physics. 97. ed. London: CRC Press, 2014. p. 3-246. MATEUS, Alfredo Luis; THENÓRIO, Iberê. Manual do mundo: 50 experimentos para fazer em casa. Rio de Janeiro: Sextante, 2014. p. 43-46.

Qual seria a ordem de adição dos líquidos para que a torre tenha quatro fases?

a ) Água, óleo, álcool e querosene.

b ) Água, óleo, querosene e álcool.

c ) Água, álcool, óleo e querosene.

d ) Querosene, álcool, óleo e água.

e ) Querosene, água, óleo e álcool.

Resposta: Alternativa a. Comentários nas Orientações para o professor.

5. Caso a pessoa monte uma torre similar à descrita no exercício anterior e queira dar destaque às fases colorindo-as, quais aspectos químicos devem ser pesquisados antes de adquirir o corante?

Resposta: A solubilidade do corante nos líquidos que compõem as fases da torre.

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6. Durante a pandemia de covid-19, diversos tipos de tratamento sem comprovação científica foram compartilhados nas redes sociais. Um deles foi o chamado "prata coloidal", falsamente tido como cura para o coronavírus, além de ineficaz, poderia levar à intoxicação.

Nas publicações sobre esse falso tratamento, é descrita a produção de prata coloidal, em que são utilizados água deionizada (água livre de íons), eletrodos e um anel de prata. Em alguns mostra-se que a água inicial tem aspectos incolor e transparente. Após a produção da prata coloidal, a solução assume coloração ligeiramente amarelada.

a ) Como seria possível confirmar que a solução produzida é mesmo coloidal?

b ) Venâncio participa de um grupo de mensagens com colegas com quem joga futebol. Em 2020, alguns participantes desse grupo compartilharam a fake news da prata coloidal. Leia a conversa a seguir.

Ícone de perfil em branco.

Grupo do futebol

Fernando

Boa tarde, pessoal! Vi um vídeo de uma família inteira que foi curada de covid tomando prata coloidal. Aprendi como faz!! Vou fazer aqui e tomar para prevenir a doença!

14 dois-pontos 0 0 14 00

Venâncio

Cara, eu ouvi falar disso... mas será que é confiável mesmo? Achei estranho...

14 dois-pontos 0 2 14 02

Gilmar

Meu vizinho tá tomando e até agora não pegou covid!! Um conhecido dele usou a prata coloidal para tratar do machucado de pele e deu super certo, nem precisou ir ao médico. Pode confiar sim!!

14 dois-pontos 0 2 14 02

Venâncio

Sei não, pessoal... Acho que vou pesquisar um pouco mais. Tem que ver o que os pesquisadores estão falando disso.

14 dois-pontos 0 5 14 05

Chat do grupo do futebol.

Analisando a conversa, quem você acha que agiu adequadamente diante da informação recebida? Explique e identifique as práticas inadequadas nesse contexto.

Respostas nas Orientações para o professor.

7. Analise o gráfico de solubilidade dos sais a seguir. Depois, responda às questões propostas.

Solubilidade do nitrato de sódio abre parênteses N a N O subscrito 3 fecha parênteses ( N a N O 3 ) e cloreto de potássio abre parênteses K C l fecha parênteses ( K C l ) em água em função da temperatura

Gráfico de linhas. O eixo vertical representa a solubilidade de diferentes sais em gramas por 100 gramas de água, indo de 0 a 100. E o eixo horizontal representa a temperatura em graus Celsius, indo de 0 a 100. Há duas retas coloridas representando dois sais. Uma reta vermelha representa o N a N O índice 3 e inicia em 0 grau com solubilidade um pouco acima de 70, e finaliza em aproximadamente 35 graus Celsius com solubilidade 100. Uma linha azul representa o K C l e inicia em 0 grau com solubilidade próximo de 30 e finaliza em 100 graus Celsius com solubilidade próximo de 60.

Fonte de pesquisa: BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. Tradução: Eloiza Lopes, Tiago Jonas e Sonia Midori Yamamoto. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. p. 571.

a ) Uma solução de 90 gramas 90  g de N a N O subscrito 3 NaNO 3 em 100 gramas 100  g de água na temperatura de 10 graus Celsius 10  °C é uma mistura saturada? Explique.

Resposta: Não. É uma solução saturada com corpo de fundo, pois na temperatura em questão é possível dissolver no máximo 80 gramas 80  g .

b ) Se a temperatura de uma solução saturada com 50 gramas50 g de K C lKC l em 100 gramas100 g de água baixar de 70 graus Celsius 70   ° C para 50 graus Celsius 50   ° C , qual será aproximadamente a massa do K C l KC l que precipitará?

Resposta: Se em 70 graus Celsius 70   ° C a massa solubilizada é 50 gramas 50  g e em 50 graus Celsius 50   ° C é 40 gramas 40  g , a massa que depositará no fundo será igual a 10 gramas 10  g .

c ) Em um laboratório há 35 gramas 35  g de K C l KC l . Qual é a temperatura mínima necessária para a total dissolução do sal em 1 litro 1  L de água.

Resposta: A temperatura mínima necessária é de 30 graus Celsius 30   ° C .

8. Há uma técnica chamada recristalização, que serve para separar apenas o composto sólido desejado. Analise cada afirmativa a seguir como verdadeira ou falsa, depois corrija as falsas.

a ) Nessa técnica é elaborada uma solução saturada em uma temperatura elevada e, à medida que resfria, a solução se torna supersaturada, assim apenas o sólido desejado se precipita.

b ) A precipitação dos sais não depende de mudanças na temperatura da solução.

c ) A formação de cristais não ocorre em temperatura ambiente, logo não pode haver formação de sólidos.

d ) A adição de um cristal do soluto inicia a cristalização do soluto em excesso de soluções supersaturadas.

Resposta: Alternativas a e d são verdadeiras; b e c são falsas. b) A precipitação da maioria dos sais pode ocorrer com o resfriamento da solução. c) A formação de cristais depende da temperatura e de outros fatores e pode haver formação de cristais na temperatura ambiente.

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Separação de misturas

Em maio de 2024, o estado do Rio Grande do Sul passou por um período de chuvas intensas que resultaram em uma catástrofe, atingindo 90% dos municípios gaúchos. Ocasionadas por uma combinação de fenômenos climáticos, as chuvas alagaram boa parte do estado, desabrigaram muitas pessoas e comprometeram o acesso da população a diversos itens de necessidade básica. Leia o trecho da notícia a seguir e converse com os colegas sobre as questões propostas.

Marinha envia estações para tratamento de água ao Rio Grande do Sul
Transportados pelo NAM "Atlântico", equipamentos têm capacidade de fornecer 20 mil litros de água potável por hora

Professor, professora: Comente que NAM é a sigla para Navio-Aeródromo Multipropósito.

[…]
As estações de tratamento expedicionárias enviadas utilizam equipamento de filtragem química. Durante o processo, a água diretamente captada dos rios é tratada com alúmen, carbonato de sódio e cloro, além de decantada e filtrada. O resultado é água potável e pronta para o consumo humano, recurso de extrema importância para tropas em operação ou em situações de desastres que ocasionam o desabastecimento de água. O processo que trata água doce é diferente das estações usadas em navios da Marinha, por exemplo, que utilizam equipamentos de filtragem por osmose reversa – quando há a necessidade de dessalinização da água.
[…]

PAES, Cecília. Marinha envia estações para tratamento de água ao Rio Grande do Sul. Agência Marinha de Notícias, 10 maio 2024. Disponível em: https://s.livro.pro/i586rf. Acesso em: 9 ago. 2024.

25. Por que foi necessário o envio de estações de tratamento de água para a região?

Resposta: Porque milhares de pessoas ficaram sem abastecimento de água tratada, pois as estações de tratamento dessas localidades também ficaram alagadas.

26. Mais de 97% do volume de água da Terra é salgado. Por que essa água não pode ser consumida diretamente pelo ser humano?

Resposta: Esse tipo de água tem grande quantidade de sais, gerando prejuízos à saúde humana, como a desidratação.

27. De que maneira seria possível tornar a água do mar adequada ao uso e consumo humanos?

Resposta: Espera-se que os estudantes digam que isso seria possível pela separação de sal, impurezas e microrganismos.

28. Quais são os possíveis benefícios sociais do uso da água do mar como fonte de água potável para consumo humano?

Resposta: Isso poderia tornar a água, um direito humano, disponível a um maior número de pessoas.

A maior parte do volume de água da Terra é salgada. Essa água tem concentração de sais superior à água doce, por isso não pode ser consumida pelo ser humano. Nesse cenário, a remoção do excesso do sal da água do mar se tornou uma alternativa de acesso à água potável em diversas regiões.

Um mecanismo de dessalinização e filtragem da água do mar, usando o grafeno, foi elaborado pela pesquisadora brasileira Nadia Ayad (1992 -). Ela criou uma solução sustentável e inovadora para tentar resolver o problema que em um futuro não tão distante vai se agravar: o acesso da população à água potável. Analisando as propriedades do grafeno, a pesquisadora viu seu potencial como uma membrana de dessalinização, pela capacidade de peneiração superior. Em 2017, Ayad recebeu um prêmio internacional em reconhecimento ao seu trabalho e o material desenvolvido.

Fotografia de uma amostra de um pó preto em um recipiente redondo e transparente.
Pó de grafeno.

Diversas situações do cotidiano envolvem a necessidade de separar os componentes de uma mistura. Preparar café com filtro de papel, selecionar os grãos de feijão e separar o lixo reciclável do não reciclável são exemplos de técnicas de separação. Em laboratórios e indústrias, essas técnicas também são comuns.

A escolha do método é essencial para o sucesso na separação dos componentes de uma mistura. Essa escolha depende de diferentes fatores, como o material que se deseja separar e as propriedades químicas e físicas dos constituintes da mistura.

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Separação de misturas heterogêneas

Peneiração

A peneiração possibilita separar sólidos de diferentes dimensões ou sólidos suspensos em líquidos. Tal técnica é utilizada em diferentes situações do dia a dia, como para separar a polpa de fruta batida das sementes trituradas, separar os grumos maiores da farinha de trigo ou do açúcar e até mesmo remover as rochas na areia durante o preparo da argamassa pelo pedreiro. A remoção das sementes trituradas durante o preparo da tinta de urucum pelos indígenas xavantes, na etapa B da página 78, também envolve a aplicação da peneiração.

Fotografia de uma mão segurando uma peneira sobre uma tigela verde. A peneira está inclinada, e um pó fino de coloração branca está sendo passado por ela.
Pessoa peneirando farinha de trigo.

Analise as imagens a seguir.

A.

Fotografia de uma mão segurando um frasco de vidro transparente em formato de balão de fundo plano, contendo um líquido de cor marrom-clara e espumoso.
Amostra de água de rio.

B.

Fotografia de uma mão enchendo um copo com água em uma torneira de uma pia. O copo é transparente e a água está limpa.
Amostra de água de torneira.

29. Como é possível transformar a amostra de água A na amostra de água B?

Resposta: O objetivo desta questão é levar os estudantes a refletir sobre as técnicas de separação de misturas. Espera-se que eles comentem a respeito da remoção de componentes da amostra A, por meio de diferentes técnicas de separação, geralmente realizadas nas Estações de Tratamento de Água.

A água que chega à maioria das residências brasileiras é proveniente de Estações de Tratamento de Água (ETA). Nelas, a água captada, geralmente de rios, passa por diferentes processos, que incluem técnicas de separação de misturas. Confira algumas delas a seguir.

Decantação

30. Por que em embalagens de certos produtos, como sucos de frutas, há uma orientação de que é necessário agitá-los antes do consumo?

Resposta: Espera-se que os estudantes comentem que isso é necessário para que todos os componentes do produto envasado se distribuam igualmente. Ao ser mantido em repouso, alguns de seus componentes insolúveis de maior densidade podem se depositar no fundo do recipiente.

A decantação é uma técnica utilizada para separar materiais de diferentes densidades ou sólidos em suspensão. Essa separação ocorre por ação da gravidade, após a mistura ser mantida em repouso por certo tempo. Nesse processo, o material mais denso tende a ocupar a posição inferior do recipiente, enquanto o menos denso ocupa em maior parte a posição superior. A separação é concluída com a retirada da porção superior ou inferior da mistura, de acordo com o método empregado.

Nas ETA, essa técnica é aplicada nos chamados tanques de decantação ou decantadores, que recebem a água previamente tratada com coagulante, como o sulfato de alumínio abre parênteses A l subscrito 2 abre parênteses S O subscrito 4 fecha parênteses subscrito 3 fecha parênteses ( A l 2 ( SO 4 ) 3 ) ou o policloreto de alumínio abre parênteses abre colchetes A l subscrito 2 abre parênteses O H fecha parênteses subscrito 4 C l subscrito 2 fecha colchetes subscrito 6 fecha parênteses ( [ A l 2 ( OH ) 4 C l 2 ] 6 ) . O coagulante reage com as partículas de sujeira na água, formando pequenos flocos, que se depositam no fundo dos tanques por ação da gravidade. A porção superior, livre de flocos, continua o processo de tratamento, enquanto a porção inferior compõe o lodo, que é removido dos tanques.

Em nosso dia a dia, a decantação está presente em diferentes situações. Os cosméticos bifásicos, por exemplo o demaquilante mostrado na fotografia, quando mantidos em repouso, separam a porção menos densa do produto, oleosa, da mais densa, aquosa. Para usá-lo, é necessário agitar o produto, assim seus componentes se distribuirão de forma igual.

Fotografia de um frasco transparente de tampa branca que possui um conteúdo transparente dividido em duas partes: a inferior contém um líquido claro, enquanto a parte superior contém um líquido roxo.
Recipiente contendo demaquilante bifásico.

31. Qual é a importância de usar o coagulante no tratamento da água?

Resposta: O coagulante agrupa as partículas suspensas na água, como argila e microrganismos, que naturalmente não se depositam no fundo do tanque, formando flocos de sujeira densos, possibilitando a decantação.

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Filtração

A água proveniente dos tanques de decantação na ETA é filtrada. A filtração, geralmente, é utilizada para separar os componentes sólido/líquido de uma mistura. Para isso, a mistura atravessa um filtro, isto é, uma superfície porosa que retém a fase sólida da mistura, permitindo apenas a passagem da fase líquida. Existem diferentes tipos de filtro, com componentes e número de camadas variadas, dependendo do tipo de mistura em questão e do objetivo da aplicação da técnica.

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A

Ilustração de um tanque retangular transparente, preenchido com água. Dentro há várias camadas de solo na parte inferior, dispostas horizontalmente. A camada superior é de cor azul clara, seguida por uma camada marrom escuro, uma camada amarela clara, uma camada marrom mais clara, uma camada verde e, por fim, uma camada cinza na base. Uma parte específica da camada está destacada indicada com a letra B. Também há saídas de tubo localizadas na lateral direita do tanque.
Representação da etapa de filtração em uma Estação de Tratamento de Água em corte transversal.

B

Ilustração de um círculo dividido em várias camadas horizontais, cada uma representando diferentes tipos de material. As camadas são as seguintes, de cima para baixo: carvão: camada de cor preta; areia fina: camada de cor clara; areia grossa: camada de cor marrom; cascalho: camada, composta por pequenas pedras de cor cinza; pedregulho: camada, de cor verde.
Representação das camadas do filtro. Imagem ampliada 6 vezes em relação à imagem A.

Imagem elaborada com base em: GAUTO, Marcelo Antunes; ROSA, Gilber Ricardo. Processos e operações unitárias da indústria química. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2011. p. 15-16.

A água é um recurso essencial e indispensável para os seres vivos, e assegurar a disponibilidade, bem como a gestão sustentável desse recurso, é um dos objetivos presentes na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, elaborada pela ONU. Dessa maneira, o processo de tratamento de água desempenha um papel fundamental para o cumprimento desse objetivo.

Ilustração de um quadrado azul escrito: 6 Água potável e saneamento. Abaixo, um copo com água com uma gota dentro e abaixo do copo, uma seta apontando para baixo.
Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 6.

Em nosso dia a dia, a filtração está presente em diferentes situações, como no preparo do café coado, no tratamento doméstico da água antes do consumo e no uso do aspirador de pó. Neste último caso, as impurezas sólidas do ar e das superfícies ficam retidas no filtro, localizado no interior do aspirador.

Fotografia de um homem usando um aspirador de pó em uma sala. Ele está de pé, com os pés descalços, levemente inclinado para frente enquanto aspira um tapete de cor escura. Ao fundo, há um sofá cinza e uma prateleira de madeira com diversos objetos decorativos, como vasos e caixas.
Pessoa utilizando um aspirador de pó.

32. Qual é a importância de trocar periodicamente os filtros de equipamentos como ar-condicionado, aspirador de pó e filtros de água domésticos?

Resposta: Espera-se que os estudantes comentem que essa troca é essencial, uma vez que as partículas sólidas, como poeira e microrganismos, ficam retidas no filtro. Ao longo do tempo elas se acumulam nesse item, prejudicando sua funcionalidade e podendo causar danos à saúde de seus usuários.

No mundo da Ciência e da inovação, nem sempre as grandes descobertas nascem em laboratórios ou universidades. Às vezes, surgem na simplicidade de problemas do cotidiano, como o gosto amargo e os resíduos de grãos que ficavam no café. Foi tentando resolver esse incômodo diário ao beber café que a dona de casa alemã Amalie Auguste M. Bentz (1873-1950), ao usar um pedaço de papel mata-borrão do caderno de seu filho como filtro, obteve um café limpo, saboroso e sem resíduos. Ela colocou o papel em um funil improvisado feito com uma lata perfurada e despejou água quente sobre o pó de café.

Depois, Bentz testou sua invenção com amigas e viu que o filtro era realmente inovador. Em 1908, ela patenteou a invenção e passou a comercializá-la.

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Outras técnicas de separação

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Centrifugação

A decantação é um processo que pode ocorrer de modo muito lento. Visando acelerá-lo, é possível utilizar a centrífuga. Nesse equipamento, a mistura é submetida a uma rotação em alta velocidade.

Ilustração de uma centrífuga onde há dois tubos de ensaio, ambos preenchidos com um líquido vermelho, colocados em suportes que se opõem um ao outro. Na parte inferior da centrífuga, há um eixo central que conecta os tubos à base do equipamento. Há uma seta indicando o sentido de rotação da centrífuga, a qual está em sentido anti-horário.
Representação de centrífuga em corte, mostrando os tubos com amostras de sangue.

As partículas mais densas da mistura são arremessadas em direção ao fundo do recipiente, enquanto a parte menos densa concentra-se na parte superior. Essa técnica é comumente utilizada em análises laboratoriais de sangue.

Ilustração de um tubo de ensaio com um líquido em seu interior. O tubo é transparente e possui uma tampa amarela na parte superior. Dentro do tubo, o líquido está dividido em três camadas distintas. A camada superior é de cor azul clara, seguida por uma camada amarela que ocupa a maior parte do tubo e corresponde ao plasma. Na parte inferior, há uma camada de líquido vermelho correspondente a hemácias. Entre a camada amarela e a vermelha, há um líquido de coloração clara, em pequena quantidade, a qual corresponde aos glóbulos brancos e plaquetas.
Representação do sangue centrifugado com 3 fases.

Levigação e abanação

A densidade também permite a aplicação de outras duas técnicas de separação: a levigação e a abanação.

Na levigação, uma corrente de água arrasta os materiais menos densos que estão na superfície, enquanto os mais densos permanecem no fundo do recipiente. Essa técnica é muito utilizada por garimpeiros. Nesse caso, a mistura de sedimentos é colocada em um recipiente cônico (bateia) e submetida à água corrente. Os materiais menos densos, como a areia, são arrastados pela água, e os mais densos, como o ouro, depositam-se no fundo do recipiente.

Fotografia de um homem trabalhando em um campo de café. Ele usa chapéu, máscaras, uma camiseta de manga longa, calça, e segura uma peneira movimentando-a de forma a lançar grãos de café para o ar.
Pessoa separando grãos de café de folhas e galhos, por meio da técnica da abanação, no município de Apucarana (PR), em 2021.

Já na abanação, a corrente de ar arrasta os materiais menos densos. Essa técnica é utilizada para a separação de grãos, como os de café e arroz, de outras partes vegetais coletadas, como cascas e folhas. Para isso, a mistura heterogênea é movimentada em diferentes direções e submetida à corrente de ar, que remove os materiais menos densos.

Catação e separação magnética

Durante o empacotamento de grãos, como os de feijão, é possível que grãos danificados e itens estranhos, como pedras, sejam embalados com o produto. Por isso, é necessário fazer a separação dos grãos adequados para consumo dos demais itens. Ao fazer esse procedimento, aplica-se uma técnica de separação, a catação, que se baseia no uso de uma pinça, das mãos ou de outro utensílio que possibilite selecionar, capturar e remover alguns componentes da mistura.

O aço é um dos materiais mais reciclados no mundo. Esse processo ocorre, principalmente, nas usinas siderúrgicas. Para isso, inicialmente, é necessário que ele seja separado das demais sucatas metálicas, o que pode ser feito com a aplicação da separação magnética. Nesse processo, utiliza-se um ímã para separar os materiais ferromagnéticos, ou seja, que são atraídos por ímã, dos demais materiais.

Fotografia do interior de um grande edifício industrial, com estruturas metálicas expostas. No centro, há um objeto arredondado pendurado por um cabo contendo diversos materiais metálicos aglomerados.
Separação de materiais metálicos em uma usina siderúrgica nos Estados Unidos, em 2022.

Professor, professora: A intensidade das correntes de água e de ar depende da densidade dos materiais a serem separados.

33. Qual é a importância da reciclagem de ligas metálicas, como o aço?

Resposta: A reciclagem reduz a extração de matérias-primas do ambiente e a quantidade de material descartado e evita seu acúmulo no meio ambiente, além de o custo da reciclagem do aço ser inferior ao de sua produção.

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Separação de misturas homogêneas

Evaporação

Um dos processos que possibilita a separação dos componentes da água do mar é a evaporação. Nesse processo, a mistura é deixada exposta diretamente à luz solar até que o material mais volátil, nesse caso a água, evapore. O material evaporado é perdido para o ambiente. O processo de evaporação também pode ser realizado pelo aquecimento da mistura.

34. O que poderia ser feito para coletar a água que vaporiza da amostra?

Resposta: Poderia ser colocada uma superfície com temperatura inferior à do vapor, para que este pudesse se condensar. As gotículas formadas poderiam, então, ser recolhidas.

A remoção da água por meio da evaporação está presente em diferentes situações, como na obtenção do sal de cozinha e na secagem de roupas.

Fotografia aérea de uma área de extração de sal. Há um caminhão recebendo sal de um equipamento mecanizado que está ao lado posicionado próximo à margem da área de sal. O solo ao redor é coberto por uma camada branca, espessa de sal
Salina no município de Macau (RN), em 2019.
Fotografia de um varal de roupas secando ao ar livre. As roupas são brancas incluindo toalhas e lençóis. O chão é gramado e ao redor há várias árvores.
Roupas secando em um varal.

35. Explique com suas palavras como ocorre a secagem das roupas no varal.

Resposta: Espera-se que os estudantes comentem que a água presente nos tecidos das roupas aquece pela ação da luz solar e evapora.

36. Converse com os colegas sobre os equipamentos de proteção individual (EPI) que devem ser utilizados pelos trabalhadores das salinas.

Resposta: Como esses trabalhadores ficam expostos por muito tempo aos raios solares, os estudantes podem citar o uso de óculos de sol, bonés ou chapéus, protetor solar, roupas claras e de tecido leve. Além disso, o manuseio do sal exige o uso de botas e luvas.

Destilação simples

A água do mar é um exemplo de mistura homogênea, composta, em sua maior parte, de sais dissolvidos. A separação dos sais da água pode ser feita por diferentes técnicas, como a destilação simples. Esse processo consiste em separar os componentes da mistura de acordo com suas diferentes temperaturas de ebulição.

Professor, professora: Ao comentar sobre a composição da água do mar, diga que ela apresenta outras substâncias dissolvidas, como matéria orgânica resultante da decomposição dos seres vivos. No entanto, em se tratando de salinidade, considera-se apenas a concentração de sais dissolvidos.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Durante a destilação simples, a mistura é aquecida no interior de um balão de destilação (I). No caso de água e sal, a temperatura de ebulição da água é menor que a dos sais, portanto ela se transforma primeiro em vapor (II). O vapor de água passa pelo interior do condensador, isto é, um conjunto de tubos de isolamento por onde circula água fria continuamente. Ao entrar em contato com as paredes frias dos tubos, o vapor de água condensa, retornando à fase líquida (III), sendo então recolhida em um recipiente (IV). As substâncias com maior temperatura de ebulição permanecem no interior do balão de destilação.

Esquema. À esquerda, há um recipiente de vidro redondo com líquido (indicado como 1) e vapor (indicado como 2), apoiado sobre uma grade com um bico com chama azul e preso a uma haste. Acima dele, um termômetro está posicionado e conectado a direita, e há um tubo que se estende (indicado como 3) e desemboca em um frasco coletor (indicado como 4) com líquido dentro com gotejamento originado do tubo 3.
Representação da técnica de destilação simples da água do mar.

Imagem elaborada com base em: ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. p. F53.

A destilação simples é utilizada em muitos outros processos laboratoriais e industriais, como na produção do álcool etílico pela fermentação de açúcar. Nesse caso, o etanol abre parênteses C subscrito 2 H subscrito 5 O H fecha parênteses ( C 2 H 5 OH ) é separado do material fermentado e concentrado por meio da destilação.

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Destilação fracionada

O etanol é um exemplo de biocombustível produzido por meio da fermentação de biomassa, como o bagaço da cana-de-açúcar, e utilizado em veículos movidos a etanol ou do tipo flex. Seu uso como combustível se intensificou na década de 1970, em meio a uma das crises do petróleo, visando reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

O etanol resultante da fermentação de biomassa tem água em sua composição, sendo por isso chamado de etanol hidratado. A remoção da água presente no etanol pode ser feita, em parte, por meio da destilação fracionada, viabilizando a separação de líquidos miscíveis.

Professor, professora: Ao comentar sobre o etanol hidratado, diga que a mistura se torna azeotrópica (estudada anteriormente) ao atingir a proporção de 4 vírgula 6 por cento 4,6 % de água. A partir dessa concentração, a retirada de água ocorre por meio do uso de materiais desidratantes, ou seja, que absorvem a água. Isso possibilita a obtenção do etanol anidro, adicionado à gasolina.

A destilação fracionada é semelhante à destilação simples, exceto pela presença de uma coluna de fracionamento, localizada antes do condensador.

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Nesse processo, a mistura de etanol e água é aquecida (I). Em determinado momento, os dois componentes começam a evaporar. O etanol, por apresentar menor temperatura de ebulição e menor densidade, desloca-se mais facilmente pela coluna de fracionamento (II). Ao atingir o condensador (III), transforma-se em líquido e é recolhido (IV). Como a coluna de fracionamento contém estruturas que atuam como obstáculos, vapores mais densos e com maior temperatura de ebulição, como o da água, demoram mais para chegar ao condensador, possibilitando a separação desses componentes.

Esquema. À esquerda, há um recipiente de vidro redondo com líquido (indicado como 1) e vapor (indicado como 2), apoiado sobre um utensílio cinza e preso a uma haste. Acima dele, um termômetro está posicionado e conectado a direita, há um tubo que se estende (indicado como 3) e desemboca em um frasco coletor (indicado como 4.) com líquido dentro com gotejamento originado do tubo 3.
Representação da técnica de destilação fracionada.

Imagem elaborada com base em: ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. p. F53, 369.

Outros combustíveis, como gasolina, querosene, óleo diesel e gás natural, também são separados por meio do processo de destilação fracionada.

O petróleo é a base para a produção de combustíveis fósseis. É uma mistura complexa de diferentes componentes, chamados hidrocarbonetos, que formam grupos com temperaturas de ebulição semelhantes e possibilitam a obtenção de diferentes produtos, como os plásticos.

Nas refinarias, o petróleo bruto passa primeiro por um processo que visa quebrar suas grandes moléculas em moléculas menores. Em seguida, o material é direcionado às torres de destilação, para que as frações do petróleo sejam separadas de acordo com as diferenças de temperatura de ebulição. Nessas torres, o material é aquecido até sua vaporização. Quando o vapor de determinada fração do petróleo passa por uma bandeja, com a temperatura inferior à sua temperatura de ebulição, tal fração se condensa, sendo recolhida e separada dos demais componentes.

A destilação fracionada não é o único processo utilizado no refino do petróleo, mas é essencial para a separação de suas diferentes frações.

Ilustração de um diagrama com uma escala de cores que varia do amarelo claro ao vermelho escuro. À esquerda há um barril desenhado escrito petróleo abaixo. Conectado a esse barril, há um tubo que atravessa uma estrutura contendo chamas e se conecta ao diagrama. De baixo para cima está indicado: asfalto e piche na cor vermelho mais escuro e uma ilustração de uma estrada; óleos lubrificantes e uma ilustração de um recipiente com uma gota de óleo; diesel e a ilustração de um caminhão; querosene e a ilustração de um avião; gasolina e a ilustração de um carro; e gás liquefeito de petróleo (G L P) na cor amarelo mais claro e a ilustração de um botijão de gás.
Representação de torre de destilação fracionada de petróleo.

Imagem elaborada com base em: LYONS, William C.; PLISGA, Gary J.; LORENZ, Michael D. Standard Handbook of Petroleum and Natural Gas Engineering. 3. ed. GPP, 2016. p. 2-135.

Essa técnica também pode ser utilizada para separar componentes de misturas gasosas, como o ar atmosférico. Nesse caso, é necessário submeter o ar a um processo de resfriamento e aumento de pressão, fazendo seus componentes passarem para o estado líquido. Essa mistura líquida é, então, aquecida gradualmente e destilada de maneira fracionada. Assim, os componentes do ar atmosférico são separados, obtendo-se os diferentes gases em suas formas puras.

Hidrocarbonetos:
compostos químicos formados por átomos de carbono e hidrogênio.

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A química e o saneamento básico

Tratamento de água

Diversas técnicas de separação de misturas vistas ao longo deste capítulo são empregadas no tratamento da água. Nas cidades, as Estações de Tratamento de Água garantem o fornecimento contínuo de água potável para consumo humano, seguindo padrões de potabilidade regulados pelo governo e fiscalizados por autoridades sanitárias. O esquema a seguir mostra as etapas do tratamento.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Esquema. No lado esquerdo, há uma represa, a qual está indicada pelo número 1. Próximo dela, há uma estação de captação de água. Em seguida, há uma série de tanques de tratamento de água, com três tanques retangulares alinhados horizontalmente, marcados com os números 2, 3 e 4. Depois dos tanques, há um tanque menor marcado com o número 5, que se conecta a um reservatório cilíndrico, marcado com o número 6. Desse reservatório, sai uma tubulação que se conecta a um conjunto de edifícios, incluindo casas e prédios. Há vegetação, com árvores, presente ao lado da estação de captação.
Representação das etapas de tratamento em uma Estação de Tratamento de Água.

Fonte de pesquisa: GAUTO, Marcelo Antunes; ROSA, Gilber Ricardo. Processos e operações unitárias da indústria química. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2011. p. 3-19.

1. Represa: a água é bombeada da represa para chegar até a estação de tratamento. Grades são colocadas em locais estratégicos para impedir a passagem de detritos, plantas e peixes.

2. Coagulação: há impurezas da água de natureza coloidal que estão dispersas e aparentam homogeneidade. Para retirá-las, são adicionados coagulantes químicos como sulfato de alumínio, que é o mais usado, e realiza-se uma agitação vigorosa da água, para que as partículas de sujeira se agreguem e formem flocos. Nessa etapa, é realizado o ajuste de p H pH para favorecer a coagulação.

3. Decantação: a água vai para os decantadores, onde os flocos de sujeira formados vão se acumular no fundo.

4. Filtração: a água é filtrada em um tanque com pedras e areia para reter as partículas que restarem após a decantação.

5. Cloração e fluoretação: adiciona-se cloro para eliminar vírus e bactérias, que podem causar doenças se consumidos, e o flúor abre parênteses F fecha parênteses ( F ) , para a prevenção de cáries.

6. Finalmente a água está tratada e fica reservada em tanques para ser distribuída para a população.

Tratamento de esgoto

Uma parcela significativa das águas, depois de utilizadas para o abastecimento público e nos processos produtivos, retorna suja aos cursos de água. Dependendo do grau de poluição, essa água residual pode ser imprópria, causando, por exemplo, a mortandade de peixes.

Dessa forma, antes de atingirem os corpos aquáticos, as águas residuais também devem passar por algumas etapas de tratamento. Os processos de purificação de águas residuais são divididos em dois grandes grupos, os biológicos e os físico-químicos.

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O esquema a seguir mostra as etapas do tratamento de esgoto.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Esquema. No lado esquerdo, há um corpo d'água, representado em azul. Acima, há um conjunto de edifícios, incluindo casas e prédios, marcados com o número 1. Abaixo dos edifícios, há uma série de tanques de tratamento, identificados pelos números 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Um tanque cilíndrico, identificado como 6, possui uma conexão com o corpo d’água. Há dois tanques, marcados como 7 e 8, que possuem em seu interior um material de coloração marrom.
Representação das etapas de tratamento em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).

Fonte de pesquisa: GAUTO, Marcelo Antunes; ROSA, Gilber Ricardo. Processos e operações unitárias da indústria química. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2011. p. 29-40.

1. A água utilizada pela população forma o esgoto bruto e é encaminhada à rede de esgoto.

2. Gradeamento: remoção de materiais grosseiros, como galhos, folhas e plásticos, através de grades.

3. Desarenação: remoção da areia fina e outros materiais pesados em tanques de decantação.

4. Decantação primária: os sólidos em suspensão sedimentam no fundo dos tanques, formando o lodo primário. A parte líquida segue o tratamento e o lodo passa por outro procedimento.

5. Aeração: a parte líquida da etapa anterior passa por tratamento biológico com microrganismos, como bactérias e protozoários, que são utilizados para degradar a matéria orgânica presente na água. O ar fornecido favorece a proliferação desses microrganismos.

6. Decantação secundária: o restante do sólido se deposita no fundo e a parte líquida é devolvida para o meio ambiente em rios, lagos ou represas.

7. O lodo advém das decantações primária e secundária e é concentrado nos adensadores, onde é retirada a porção líquida.

8. O lodo separado é destinado para outros fins.

No tratamento de esgoto, além do retorno da água tratada para os corpos hídricos, há a possibilidade da utilização do lodo, subproduto dos processos de decantação, pois é altamente rico em matérias orgânicas e tem potencial de reúso, principalmente na agricultura. Passado pelo digestor, o lodo transforma-se em biogás, que pode ser queimado para geração de energia.

Tratamento de água e tratamento de esgoto são duas ações que integram o serviço de saneamento básico. Essa é uma expressão ampla, que denota diferentes serviços que fazem parte do desenvolvimento urbano. O saneamento básico é uma atividade atribuída ao Poder Público, que engloba:

  • abastecimento de água potável, além de disponibilizar e manter infraestruturas necessárias;
  • disponibilizar e manter infraestruturas e instalações para coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários;
  • limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
  • drenagem e manejo de águas pluviais para evitar ou minimizar danos advindos de enchentes e alagamentos.

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LIGADO NO TEMA

O custo da água

Leia o trecho da matéria a seguir.

Maioria das famílias na extrema pobreza não tem saneamento, diz estudo
[…]
Grande parte dos brasileiros ainda não tem acesso a saneamento básico, incluindo acesso à água potável e à rede de coleta de esgoto, segundo dados divulgados no estudo As Despesas da Família Brasileira com Água Tratada e Coleta de Esgoto, feito com base em dados de 2018 pelo Instituto Trata Brasil. Considerando a população que mora em unidades de consumo abaixo da linha de pobreza no país, 67,5% não tinha acesso à rede de esgotos em 2018. O pior resultado está na Região Norte, onde 88% dessa população não tinha esgoto.
Mais da metade (51,7%) das pessoas residentes em unidades de consumo abaixo da linha da pobreza no país também não recebiam água com regularidade – diariamente e na quantidade exata. Nesse caso, o pior resultado é o da Região Nordeste, em que 62,8% das pessoas não tinham acesso regular à água. Os dados reforçam a associação entre pobreza e falta de acesso aos serviços de saneamento no Brasil […].

BOEHM, Camila. Maioria das famílias na extrema pobreza não tem saneamento, diz estudo. Agência Brasil, 14 jul. 2021. Disponível em: https://s.livro.pro/5gswr1. Acesso em: 9 ago. 2024.

A água que chega às moradias no Brasil provém de Estações de Tratamento de Água. Nessas estações, ela é captada de rios, lagos ou poços e passa por diversos processos de purificação para torná-la potável e segura para o consumo. Após ser utilizada em diferentes atividades diárias, como higiene pessoal, lavagem de roupas e louças, a água se transforma em esgoto doméstico, que é encaminhado de forma segura, por meio de tubulações, às Estações de Tratamento de Esgoto. Pelo menos esse é o caminho esperado para a água que chega e deixa as moradias da população. Contudo, após ler o trecho da matéria apresentado no início da página, você diria que isso ocorre em todo o Brasil?

A água, por mais limpa que possa parecer na natureza, pode conter muitos patógenos em poucos mililitros. Por isso, é importante que passe por um tratamento, para desinfecção de microrganismos patógenos. Há também a fluoretação, garantida por lei no país – que corresponde ao acréscimo de flúor, mineral importante na saúde dos dentes.

Já a coleta e o tratamento de esgoto também são etapas relevantes do saneamento, pois a água residual que deixa as moradias pode conter grande quantidade de microrganismos, como bactérias, vírus e fungos causadores de doenças, que devem ser coletados e transportados à ETE, evitando a contaminação dos ambientes e transmissão de doenças. Além do transporte, o tratamento é essencial para garantir a devolução da água aos cursos naturais sem causar a poluição deles.

a ) A quais riscos uma população carente em serviços de saneamento básico está sujeita?

Resposta: Espera-se que os estudantes relatem que a falta de saneamento básico pode expor a população a microrganismos causadores de doenças.

b ) O saneamento básico é um direito assegurado a todos pela Constituição. Porém, é possível dizer que alguma parcela específica da população não está recebendo esse direito?

Resposta: Espera-se que os estudantes analisem o trecho da matéria e digam que as populações mais pobres do país são mais afetadas pela falta de saneamento básico.

c ) Você conhece algum bairro ou área do seu município que não tenha saneamento básico?

Resposta pessoal. Auxilie os estudantes a lembrar os elementos que caracterizam a falta de saneamento básico e converse com eles a respeito dos bairros do município. Caso o município seja plenamente atendido, conversem sobre municípios da região ou de outros lugares que os estudantes conheçam e não tenham esse direito garantido.

É importante reconhecer que os serviços de água e de esgoto implicam custos significativos. Esses custos envolvem a operação e a manutenção de infraestruturas complexas e os investimentos em tecnologia e pessoal qualificado. É comum que parte dos custos seja repassada aos consumidores por meio da fatura de água. Essa prática não apenas financia a operação contínua dos sistemas, mas também incentiva o uso responsável dos recursos hídricos, promovendo a sustentabilidade e a conservação ambiental.

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Os custos dos serviços de água e esgoto variam de acordo com a cidade e a empresa responsável e podem ser apresentados ao cliente de diferentes formas. Confira a seguir um exemplo de fatura de água fornecido por uma empresa de saneamento e as informações presentes nela.

Ilustração de uma conta mensal de serviços de água e ou esgotos. Nela, há informações pessoais do cliente e dados sobre valores e consumo de água e uso da rede de esgoto. Há indicações com letras de A até D. Na parte superior está escrito Companhia de Saneamento Básico. Logo abaixo, estão os dados de fornecimento, número do documento, fatura tipo e a data da emissão, 14 de abril de 2026. Em seguida estão os dados pessoais do consumidor e as seguintes informações: economia: RES 1; tipo de ligação: água e esgoto; data da apresentação: 14 de abril de 2026; próxima leitura: 15 de maio de 2026; condição de leitura: leitura normal. Água, leitura anterior: 14 de março de 2026 603; leitura atual: 14 de abril de 2026, 615. Indicado pela letra A estão: consumo em metros cúbicos: 12,0; Período: 31; média em metros cúbicos: 9,83. Em seguida há um histórico de consumo, emissão em consumo em metros cúbicos. Água. 14 de outubro de 2025: 13 R; 14 de novembro de 2025: 11 R; 14 de dezembro de 2025: 10 R; 13 de janeiro de 2026: 11; e 14 de março de 2026: 9 R. Abaixo, indicado pela letra B, há uma tabela com informações sobre tarifas de água e esgoto, organizadas em categorias de consumo. No lado esquerdo, há a coluna que indica a faixa de consumo, com os intervalos de 0 até 10 e de 11 até 20, em metros cúbicos por número de economias. Para a água, a tarifa mínima por metro cúbico em reais é de 3,27, resultando em um valor total de 33,80 para o consumo de até 10 metros cúbicos. Para consumos entre 11 e 20 metros cúbicos, a tarifa é de 5,13, totalizando 8,57. A soma das tarifas de água dá um subtotal de 42,37. Para o esgoto, os valores seguem o mesmo padrão, com tarifa mínima de 3,27, valor total de 33,80 para até 10 metros cúbicos e tarifa de 5,13, com valor total de 8,57 para a faixa entre 11 e 20 metros cúbicos. O subtotal de esgoto também é de 42,37. No final, a soma dos subtotais de água e esgoto resulta em um valor total de 84,74. Seguido da tabela, estão as seguintes informações: Discriminação do faturamento: água: 42,37; esgoto: 42,37; taxa de regulação 0,50: 0,42; total: 85,16. Vencimento: 26 de abril de 2026. Abaixo, a letra C indica uma tabela com informações sobre parâmetros de qualidade da água, organizados em linhas e colunas. As colunas indicam os parâmetros avaliados: turbidez, cor, cloro, coliformes totais e Escherichia coli. Já as linhas detalham três categorias: o mínimo exigido, as amostras realizadas e as amostras que atenderam ao padrão. Na linha Mínimo Exigido, todos os parâmetros apresentam o valor de 85 amostras. Na linha Amostras Realizadas, todos os parâmetros têm o valor de 87 amostras. Na linha Amostras Padrão, o número de amostras que atenderam aos critérios foi de 87 para turbidez, cor, coliformes totais e Escherichia coli, e de 86 para cloro. Abaixo há outra tabela, a qual está indicada pela letra D e apresenta informações relacionadas a tributos PIS PASEP e COFINS. Ela é dividida em quatro colunas: o nome dos tributos, a alíquota em percentual, a base de cálculo e o valor em reais. Na linha única disponível, a alíquota é de 6,90 por cento, a base de cálculo é de 85,16 reais e o valor correspondente é de 5,87 reais.
Representação de uma fatura de água.

A. Consumo: é medido pelo hidrômetro em metros cúbicos abre parênteses m elevado ao cubo fecha parênteses ( m 3 ) 1 metro cúbico 1 m 3 e corresponde a 1.000 litros 1 . 000  L  de água.

B. Tabela tarifária: conjunto de tarifas e regras determinadas pela companhia de água. Normalmente há uma classificação em categorias: residencial, comercial, industrial e pública; os valores estabelecidos para o consumo seguem uma tabela.

C. Parâmetros de qualidade: a fatura também apresenta os parâmetros da água, que seguem padrões estipulados pelo Ministério da Saúde.

D. Tributos: por fim, na fatura de água constam os tributos federais PIS e COFINS. PIS é a abreviação de Programa de Integração Social, e o valor arrecadado é destinado às verbas que mantêm o seguro-desemprego e o abono salarial dos trabalhadores. Já COFINS, ou Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, destina-se à manutenção de gastos com a seguridade social e saúde pública do Brasil. Na fatura que estamos analisando, a porcentagem de PIS e COFINS é de 6,9% do valor integral da conta, ou seja, do somatório de água e esgoto.

Conhecer a fatura de água é importante para incentivar o uso consciente e sustentável desse recurso natural e evitar o desperdício, a fim de garantir sua disponibilidade para o futuro. Além disso, evitar o desperdício de água é importante para uma gestão financeira, visto que, ao reduzir o consumo, não apenas contribuímos para a conservação dos recursos hídricos, mas também percebemos uma economia significativa na fatura.

d ) Com base em uma fatura de água da sua moradia, localize a faixa de consumo atingida.

Resposta pessoal. A resposta depende da quantidade de água consumida e das faixas de consumo estabelecidas pela companhia de água de cada região.

e ) De acordo com a Organização das Nações Unidas, o consumo médio de água esperado por pessoa durante um mês corresponde a 3,3 mil litros. Com base em sua fatura, determine, aproximadamente, a média de consumo de cada pessoa da sua moradia durante um mês. Você considera esse volume alto?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes dividam o volume de água consumida no mês pela quantidade de pessoas da moradia e o comparem com o valor estabelecido pela ONU.

f ) Você acredita ser possível adotar medidas para diminuir o consumo de água em sua moradia e diminuir o valor total da fatura?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre medidas de economia de água que possam ser adotadas por eles e seus familiares.

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PRÁTICA CIENTÍFICA

Separação de misturas

Por dentro do contexto

Imagens desta página sem proporção e em cores fantasia.

Podemos encontrar diversas misturas homogêneas e heterogêneas em nosso cotidiano. O vinagre, por exemplo, utilizado para temperar alimentos, é uma mistura de água e ácido etanoico, também conhecido como ácido acético. Nesse caso, temos uma mistura homogênea. Por outro lado, ao preparar um tempero para salada com vinagre e azeite, temos uma mistura heterogênea, pois os componentes são imiscíveis e formam diferentes fases.

Fotografia de uma tigela branca contendo um líquido amarelo claro. Há um frasco de vidro com uma tampa preta derramando um molho escuro na tigela. Ao fundo, há alguns pães sobre a mesa, além de ramos verdes.
Mistura de azeite e aceto balsâmico sendo preparada.

a ) Considerando a situação a seguir, que apresenta um dos procedimentos do tratamento de água, formule hipóteses sobre a segurança de consumir a água obtida no final da etapa.

Ilustração de um cilindro de vidro transparente preenchido com um material sólido de cor marrom.
Mistura antes de adicionar floculante.
Ilustração de um cilindro de vidro transparente com líquido azul claro e partículas sólidas de cor marrom que estão dispersas no líquido, criando uma aparência turva, especialmente na parte inferior. Algumas dessas partículas são maiores e arredondadas, enquanto outras são menores e mais irregulares.
Impurezas se aglomerando.
Ilustração de um cilindro de vidro transparente contendo um líquido azul claro. Há um depósito de partículas sólidas de cor marrom, que se acumularam no fundo.
Sedimentos no fundo do copo.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes analisem a imagem e identifiquem que o procedimento separou apenas partículas insolúveis da amostra de água, e que, portanto, ela ainda pode conter microrganismos e outras impurezas que a tornam insegura para consumo.

Materiais

  • 2 colheres de sopa de sal de cozinha
  • 2 colheres de sopa de serragem de madeira
  • 2 colheres de sopa de areia de construção
  • alguns clipes metálicos
  • algumas pedras de construção
  • caneta permanente
  • recipiente grande, como uma bacia
  • colher de sopa
  • peneira
  • filtro de papel
  • apoio para filtro
  • 10 colheres de sopa de água
  • ímã
  • copos plásticos de 200 mililitros 200  mL

Como proceder

A. Identifique os copos plásticos com caneta permanente, numerando de 1 a 5.

B. No recipiente grande, coloque todos os componentes da mistura e agite com o auxílio da colher. Os componentes da mistura correspondem aos 5 primeiros itens listados na seção Materiais.

C. Passe a mistura na peneira e reserve o que foi peneirado no copo plástico identificado como 1. No copo plástico 2, reserve a amostra que ficou retida na peneira.

Ilustração de mão segurando uma peneira contendo uma mistura de ingredientes com a indicação: material retido na peneira. Abaixo da peneira, há um copo transparente, indicado pelo número 1, com um fundo branco, onde o pó que sai da peneira está sendo depositado com a indicação: material peneirado.
Imagem referente à etapa C.

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D. Em seguida, passe o ímã em torno da mistura contida no copo 2. Separe todo material que é atraído pelo ímã e coloque no copo 3.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de mão segurando um ímã em forma de arco, com uma extremidade vermelha e a outra azul. O ímã está posicionado acima de um copo transparente, que contém uma mistura de pequenos objetos. O copo tem o número 2.
Imagem referente à etapa D.

E. Na amostra do copo 2, colete as pedras e reserve-as no copo identificado como 4. Se necessário, agite o copo para melhorar a visualização de todas as pedras.

F. Adicione 10 colheres de sopa de água no copo 1 e misture bem.

G. Passe essa mistura no filtro de papel e coloque o que foi filtrado no copo 5. O material que ficou retido volta para o copo 1.

H. Deixe o copo 5 em local exposto à luz solar e protegido de possíveis interferências. Aguarde alguns dias até restar apenas o sólido.

Dica

Quanto maior a temperatura do copo 5, mais rápida a última etapa do processo (H) acontecerá.

Análise e divulgação

1. Esboce em seu caderno um fluxograma com todos os métodos de separação e os componentes das misturas em cada etapa.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

1. Com um colega, elaborem um fluxograma com todos os métodos de separação e os componentes das misturas em cada etapa.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes elaborem um fluxograma representando, no início, a mistura de areia, sal, serragem, clipes e pedras, seguida da etapa de peneiração, em que a areia e o sal ficam no copo 1 e a serragem, os clipes e as pedras ficam no copo 2. No copo 2, haverá a etapa de imantação, em que os clipes são separados e colocados no copo 3. Com os materiais restantes no copo 2, realiza-se a etapa de catação, em que as pedras são separadas e colocadas no copo 4, e a serragem permanece no copo 2. No copo 1, com areia e sal, realizam-se as etapas de dissolução, que adiciona água à mistura, e filtração, separando a areia no copo 1 e o sal e a água no copo 5. Neste último, realiza-se a etapa de evaporação, em que a água é perdida para o ambiente, restando apenas o sal no copo 5.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. É possível organizar diferentes tarefas para cada um dos estudantes.

2. Qual componente é encontrado dentro de cada copo no final de todas as etapas da prática? Organize essas informações em seu caderno, conforme o modelo a seguir.

Material em cada copo
Copo Material

1

2

3

4

5

3. De acordo com suas observações, houve a formação de misturas homogêneas? E misturas heterogêneas?

4. É possível fazer as etapas de separação desta atividade prática em ordem diferente? Se sim, descreva em seu caderno.

5. Proponha pelo menos um procedimento de separação diferente, descreva as etapas e monte um fluxograma. Se necessário, pesquise para complementar a resposta.

6. É hora de divulgar os resultados! Para isso, faça uma publicação em um blog contando os resultados do experimento. Você pode fazer isso desenhando à mão, por exemplo, cada etapa da seção prática e escaneando os desenhos. Se preferir, tire fotografias de cada passo executado durante a aula e faça uma postagem. Aproveite para pesquisar outros exemplos em que são empregados diferentes processos de separação de misturas, relacionando-os a procedimentos realizados no dia a dia.

Respostas e comentários nas Orientações para o professor.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

6. É hora de divulgar! Para isso, junte-se a um colega e façam uma publicação em um blog contando os resultados do experimento. Vocês podem fazer isso por meio de uma representação de cada passo executado durante a atividade junto a uma descrição e explicação deles. Aproveite para pesquisar outros exemplos em que são empregados diferentes processos de separação de misturas, relacionando-os a procedimentos realizados no dia a dia.

Resposta pessoal. Oriente os estudantes sobre o tipo de recurso que eles podem utilizar para produzir as publicações. Reforce as principais informações que eles devem apresentar, como imagens dos procedimentos e explicações, e quais devem evitar compartilhar, como fotografias ou detalhes pessoais dos envolvidos.

Orientação para acessibilidade

Professor, professora: Organize as duplas de modo que o estudante não vidente esteja acompanhado de um estudante vidente. É possível organizar diferentes tarefas para cada um dos estudantes.

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ATIVIDADES

1. Leia o texto a seguir, sobre tratamento de água.

O primeiro filtro de areia para tratar a água para consumo humano documentado é a instalação experimental do engenheiro escocês John Gibb (1776-1850), em 1804. Essa metodologia foi melhorada por empresas privadas, o que levou à primeira instalação de tratamento de água pública para fornecimento aos residentes da região, em 1829, em Londres. Nesse método, a maioria das partículas era retida na areia e contribuía para diminuir o odor da água.

Na Alemanha, em 1893, foram feitas as primeiras tentativas de cloração, porém só em 1905, na Inglaterra, é que a água para abastecimento da população começou a ser clorada de forma permanente, pois o consumo de água contaminada havia causado uma epidemia de febre tifoide.

a ) Qual é o método de separação abordado no primeiro parágrafo do texto?

Resposta: Filtração.

b ) De acordo com as informações apresentadas no texto, o método mencionado no primeiro parágrafo foi suficiente para garantir a qualidade da água em Londres?

Resposta: Não, pois a filtração em camadas de areia não era capaz de eliminar alguns microrganismos, como os causadores da febre tifoide.

c ) O método citado no item a pode ser utilizado para separar que tipo de resíduos (solúveis ou insolúveis) da água a ser tratada? Justifique sua resposta.

Resposta: Resíduos insolúveis em água, pois a filtração separa misturas heterogêneas.

d ) Atualmente, que outras técnicas de separação de misturas ajudam na adequação da qualidade da água para uso e consumo humano?

Resposta: Espera-se que os estudantes citem, além da filtração, o peneiramento, a floculação e a decantação.

e ) Qual é a importância da adição de cloro à água tratada?

Resposta: O cloro elimina microrganismos causadores de doenças.

f ) Quais são as diferenças dos processos relatados no texto com a tecnologia de tratamento de água usada hoje em dia?

Resposta nas Orientações para o professor.

2. Expressões idiomáticas são conjuntos de palavras que expressam significados diferentes dos literais. "Procurar agulha no palheiro", por exemplo, é uma expressão utilizada para se referir a algo ou alguém muito difícil ou impossível de ser encontrado.

Em uma situação real, que método(s) poderia(m) ser utilizado(s) para separar uma agulha metálica de palhas? Justifique sua resposta.

Resposta nas Orientações para o professor.

3. O tratamento de água para uso humano é feito em Estações de Tratamento de Água (ETA), e em uma das etapas do tratamento o líquido atravessa espessas camadas de areia. Qual é o nome do processo físico de separação?

Resposta: Filtração.

4. Chá é uma bebida preparada por infusão feita com folhas de diversas plantas, geralmente utilizando água quente. Quando preparamos um chá, como mostra a fotografia, ocorrem processos físicos de separação de substâncias.

Fotografia de uma xícara de vidro transparente, contendo um líquido de coloração alaranjada. Dentro da xícara, há um sachê de chá, que está sendo mergulhado na bebida, com uma etiqueta roxa pendurada.
Chá em saquinho sendo preparado em água quente.

Em ordem de acontecimento, quais são esses processos?

a ) Filtração e dissolução.

b ) Filtração e extração.

c ) Extração e filtração.

d ) Extração e decantação.

e ) Dissolução e decantação.

Resposta: Alternativa c. Comentários nas Orientações para o professor.

5. Qual dos processos a seguir não faz parte das etapas de uma ETA?

a ) Decantação.

b ) Flotação.

c ) Destilação.

d ) Filtração.

e ) Cloração.

Resposta: Alternativa c. Comentários nas Orientações para o professor.

6. Qual etapa do processo de tratamento de água e de esgoto tem a densidade das partículas como fator determinante? Explique como ocorre essa etapa.

Resposta: A decantação é um processo de separação de misturas que leva em conta a densidade das partículas como fator determinante, pois a separação ocorre por ação da gravidade.

7. Para o preparo de macarrão cozido, são adicionados os seguintes itens em uma panela: água, sal, óleo e macarrão cru. Proponha um processo que possibilite separar cada um desses componentes.

Fotografia de uma panela de metal com macarrão em água fervente. A água está borbulhando, criando bolhas que se elevam à superfície. E o macarrão, de formato espiral, está parcialmente submerso na água.
Panela contendo água, sal, óleo e macarrão.

Resposta nas Orientações para o professor.

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8. A coluna de fracionamento presente na destilação fracionada tem seu funcionamento baseado em duas propriedades das substâncias: a densidade e a temperatura de ebulição.

Imagem sem proporção e em cores fantasia.

Ilustração de uma barra de cores verticais, que vai do amarelo claro na parte superior ao vermelho escuro na parte inferior, onde está indicado que corresponde a petróleo bruto. A barra é dividida em cinco seções, cada uma com uma cor distinta, que variam em tonalidade de amarelo, laranja e vermelho. À direita há números romanos associados a uma cor. 1 está na parte inferior, no vermelho mais escuro, 2 está na parte superior, na cor amarela. 3 está logo abaixo, na cor laranja claro. E abaixo está o 4 na cor laranja escuro.
Coluna de fracionamento.

Temperatura de ebulição

asfalto/piche é maior do que > óleos lubrificantes é maior do que >

é maior do que > diesel é maior do que > querosene é maior do que > gasolina é maior do que >

é maior do que > gás liquefeito de petróleo

Sabendo que gás de cozinha, gasolina, querosene e asfalto são produtos da destilação fracionada do petróleo, relacione-os com os produtos recolhidos em I, II, III e IV.

Resposta: Para responder a esta questão, os estudantes têm de lembrar que o estado físico do composto está relacionado às temperaturas de fusão e ebulição. Gases têm temperatura de ebulição menores que líquidos, e estes por sua vez têm temperaturas de ebulição menores que sólidos. Na coluna de fracionamento, as temperaturas mais elevadas de ebulição estão relacionadas com produtos recolhidos na base da coluna, e as mais baixas, com o topo da coluna. I - asfalto; II - gás de cozinha; III - gasolina; IV - querosene. Comentários nas Orientações para o professor.

9. Considerando um sistema formado por uma substância composta e duas substâncias simples distintas, responda aos itens a seguir.

a ) Represente o sistema microscópico por meio de moléculas formadas por bolinhas com diferentes cores.

Resposta: Deve-se representar uma molécula com pelo menos duas esferas de cores diferentes e duas moléculas formadas por esferas de mesma cor, porém as duas últimas devem ter cores diferentes entre si.

b ) Faça uma representação macroscópica considerando que todas as substâncias são líquidas e que elas formam uma mistura heterogênea.

Resposta: Deve-se representar uma mistura com duas ou três fases, uma vez que o sistema é heterogêneo. Comentários nas Orientações para o professor.

Atividade(s) adaptada(s) acessível(is)

a ) Descreva como seria o sistema microscópico formado por moléculas com bolinhas de diferentes cores.

Resposta: Deve-se descrever uma molécula com pelo menos duas esferas de cores diferentes e outras duas moléculas formadas por esferas de mesma cor, porém as duas últimas devem ter cores diferentes entre si.

b ) Descreva o sistema macroscópico considerando que todas as substâncias são líquidas e que elas formam uma mistura heterogênea.

Resposta: Deve-se descrever uma mistura com duas fases, uma vez que o sistema é heterogêneo.

RETOME O QUE ESTUDOU

Refletindo sobre o que estudou nesta unidade, responda às questões a seguir.

1. Qual é a diferença entre o senso comum e o conhecimento científico?

2. Antes da instituição da química como ciência, havia os alquimistas, responsáveis por tentar atingir grandes feitos, como a transformação de metais em ouro. Qual foi a contribuição dessas figuras históricas para o nascimento da química?

3. Imagine que você vai até a farmácia comprar um remédio para um familiar. Enquanto aguarda ser atendido, você escuta um cliente perguntando para uma funcionária onde estava a balança da loja, pois queria saber o peso dele.

O visor da balança apresentaria o dado mencionado pelo cliente? Explique qual seria o termo mais adequado nesse contexto.

4. Uma das grandes preocupações que o ser humano enfrenta nos tempos atuais é o aquecimento global. Esse fenômeno é, resumidamente, o agravamento do efeito estufa. Explique com suas palavras o que é o efeito estufa e comente como ocorre a troca de energia entre o Sol e o planeta Terra.

5. O astrônomo estadunidense Carl Sagan (1934-1996) afirmou certa vez que todos somos poeiras de estrelas. Explique o que essa frase significa.

6. Comente a respeito das contribuições do experimento do físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) para a compreensão da estrutura do átomo e explique o seu modelo.

7. A tabela periódica é dividida em metais, ametais, gases nobres e hidrogênio. Descreva as principais características dos elementos químicos em cada uma dessas divisões da tabela periódica.

8. Analisando os diferentes modelos atômicos e a evolução da tabela periódica, o que você pode perceber e correlacionar sobre o átomo e essa tabela?

9. É possível fazer um creme de maionese com óleo ou azeite, ovos e sal de cozinha. Como você constataria que essa mistura se trata de um coloide? Indique se as fases são sólidas, líquidas ou gasosas.

Respostas nas Orientações para o professor.

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MAIS QUESTÕES

1. (UFAM) Os alquimistas eram os cientistas que utilizaram os procedimentos de alquimia. Qual cientista famoso também foi um alquimista?

a ) Freeman Dyson

b ) Johannes Kepler

c ) Isaac Newton

d ) Le Chatelier

e ) Richard Bube

Resposta: Alternativa c.

2. (UECE) Marie-Anne Pierrete Paulze de Lavoisier (1758-1836), colaboradora de Lavoisier, seu esposo, teve lições de química com Jean-Batiste Bucquet, desenhou seus equipamentos de laboratório e traduziu do inglês e do latim livros que possibilitaram a desconstrução da teoria

a ) da força vital.

b ) da colisão.

c ) do calórico.

d ) do flogisto.

Resposta: Alternativa d.

3. (Fuvest-SP) Uma amostra sólida, sem cavidades ou poros, poderia ser constituída por um dos seguintes materiais metálicos: alumínio, bronze, chumbo, ferro ou titânio. Para identificá‐la, utilizou‐se uma balança, um recipiente de volume constante e água. Efetuaram‐se as seguintes operações: 1) pesou‐se a amostra; 2) pesou‐se o recipiente completamente cheio de água; 3) colocou‐se a amostra no recipiente vazio, completando seu volume com água e determinou‐se a massa desse conjunto. Os resultados obtidos foram os seguintes:

Esquema dividido em três seções. Na primeira seção à esquerda, há um retângulo cinza vertical, indicado como amostra e com 44 gramas. Ao lado, na seção central, há um retângulo maior com linhas diagonais em fundo claro e com a palavra Água escrita no meio e indicado como recipiente mais água com 350 gramas. Na terceira seção à direita, novamente há um retângulo com a palavra Água, e com um retângulo cinza menor, posicionado verticalmente, dentro do retângulo maior. Ele está indicado como recipiente mais água mais amostra, com 389 gramas.

Dadas as densidades da água e dos metais, pode‐se concluir que a amostra desconhecida é constituída de

a ) alumínio.

b ) bronze.

c ) chumbo.

d ) ferro.

e ) titânio.

Note e adote:

Densidades abre parênteses grama barra centímetro elevado ao cubo fecha parênteses ( g/ cm 3 ) :

água é igual a 1 vírgula 0 água = 1,0 ; alumínio é igual a 2 vírgula 7 alumínio = 2,7 ; bronze é igual a 8 vírgula 8 bronze = 8,8 ; chumbo é igual a 11 vírgula 3 chumbo = 11,3 ; ferro é igual a 7 vírgula 9 ferro = 7,9 ; titânio é igual a 4 vírgula 5 titânio = 4,5 .

Resposta: Alternativa b. Resolução nas Orientações para o professor.

4. (Enem/MEC) Um teste de laboratório permite identificar alguns cátions metálicos ao introduzir uma pequena quantidade do material de interesse em uma chama de bico de Bunsen para, em seguida, observar a cor da luz emitida.

A cor observada é proveniente da emissão de radiação eletromagnética ao ocorrer a

a ) mudança da fase sólida para a fase líquida do elemento metálico.

b ) combustão dos cátions metálicos provocada pelas moléculas de oxigênio da atmosfera.

c ) diminuição da energia cinética dos elétrons em uma mesma órbita na eletrosfera atômica.

d ) transição eletrônica de um nível mais externo para outro mais interno na eletrosfera atômica.

e ) promoção dos elétrons que se encontram no estado fundamental de energia para níveis mais energéticos.

Resposta: Alternativa d.

5. (UFRGS-RS) O Brasil concentra 98% das reservas conhecidas de nióbio no mundo. O nióbio é muito utilizado na produção de aços especiais, que apresentam alta resistência mecânica e são usados na fabricação de dutos para óleo e gás, automóveis, navios, pontes e viadutos.

Considere as afirmações abaixo, sobre esse elemento químico.

I ) Está localizado no Grupo 10 e no quarto período da tabela periódica.

II ) Apresenta em um de seus isótopos, 41 prótons e 52 nêutrons no núcleo atômico.

III ) Pode ser classificado como um lantanídeo.

Quais estão corretas?

a ) Apenas I.

b ) Apenas II.

c ) Apenas III.

d ) Apenas I e II.

e ) I, II e III.

Resposta: Alternativa b.

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6. (Unesp) Estudos sobre modelos atômicos foram fundamentais para o desenvolvimento da Química como ciência. Por volta de 450 a.C., os filósofos gregos Leucipo e Demócrito construíram a hipótese de que o mundo e, em consequência, a matéria eram constituídos a partir de unidades idênticas e indivisíveis, chamadas átomos. Contudo, foi somente a partir do século XIX que a realização de experimentos tornou possível a comprovação de hipóteses desenvolvidas ao longo do tempo. Um dos primeiros modelos aceitos foi criado por John Dalton, apresentado em um livro de sua autoria, publicado em 1808. Anos depois, outros dois principais modelos foram desenvolvidos, até que, em 1913, o físico Niels Bohr publicou um livro com sua teoria sobre o modelo atômico.

Tomando como referências as datas de publicação dos trabalhos de Dalton e Bohr, a linha do tempo que apresenta os fatos históricos do desenvolvimento do modelo atômico, com espaço proporcional à distância de tempo entre eles, é:

a )

Ilustração de uma linha do tempo horizontal fragmentada por retângulos indicando nomes e anos. Da esquerda para a direita estão os nomes Leucipo e Demócrito, mais ao centro da linha em um retângulo de cor escura. Ao final da linha, do lado direito há um ponto representando Dalton, com o ano 1808. Um ponto mais à direita marca Thomson. Em seguida, há um ponto para Rutherford, com o ano 1913. Por último, há um ponto para Bohr.

b )

Ilustração de uma linha do tempo horizontal fragmentada por retângulos indicando nomes e anos. Da esquerda para a direita estão os nomes Leucipo e Demócrito, mais ao centro da linha em um retângulo de cor escura. Ao final da linha, do lado direito há um ponto representando Dalton, com o ano 1808. Um ponto mais à direita marca Rutherford. Em seguida, abaixo, há um ponto para Thomson, com o ano 1913. Por último, há um ponto para Bohr.

c )

Ilustração de uma linha do tempo horizontal fragmentada por retângulos indicando nomes e anos. Da esquerda para a direita estão os nomes Leucipo e Demócrito, mais ao centro da linha em um retângulo de cor clara. Ao final da linha, do lado direito há um ponto representando Dalton, com o ano 1808. Um ponto mais à direita marca Rutherford. Em seguida, abaixo, há um ponto para Thomson, com o ano 1913. Por último, há um ponto para Bohr.

d )

Ilustração de uma linha do tempo horizontal fragmentada por retângulos indicando nomes e anos. Da esquerda para a direita estão os nomes Leucipo e Demócrito, no início da linha em um retângulo de cor clara. Ao final da linha, do lado direito há um ponto representando Dalton, com o ano 1808. Um ponto mais à direita marca Thomson. Em seguida, abaixo, há um ponto para Rutherford, com o ano 1913. Por último, há um ponto para Bohr.

e )

Ilustração de uma linha do tempo horizontal fragmentada por retângulos indicando nomes e anos. Da esquerda para a direita estão os nomes Leucipo e Demócrito, no início da linha em um retângulo de cor clara. Ao final da linha, do lado direito há um ponto representando Dalton, com o ano 1808. Um ponto mais à direita marca Rutherford. Em seguida, abaixo, há um ponto para Thomson, com o ano 1913. Por último, há um ponto para Bohr.

Resposta: Alternativa e.

7. (UECE) A distribuição eletrônica diz respeito ao modo como os elétrons estão distribuídos nas camadas ou níveis de energia que ficam ao redor do núcleo de um átomo. Considere um átomo que possui, em um nível energético, os subníveis s, p, d, f assim distribuídos:

I ) O subnível "s" contém o número máximo de elétrons.

II ) O subnível "p" contém o triplo do número de elétrons do subnível "s".

III ) O subnível "d" contém o número x mais 4 x + 4 de elétrons, onde x x é o número de elétrons que contém o subnível "p".

IV ) O subnível "f" contém menos 3 elétrons do número de elétrons que contém o subnível "d".

De acordo com a distribuição acima apresentada, é correto afirmar que o número total de elétrons deste nível energético é

a ) 26.

b ) 23.

c ) 25.

d ) 24.

Resposta: Alternativa c. Resolução nas Orientações para o professor.

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8. (UECE) Efetuou-se a configuração eletrônica, em seu estado fundamental, de determinado elemento químico, cujos dados foram: nível 1 é igual a completo nível 1 = completo ; nível 2 é igual a completo nível 2 = completo ; nível 3 é igual a completo nível 3 = completo ; nível 4 é igual a 18 elétrons nível 4 = 18 elétrons ; nível 5 é igual a 6 elétrons nível 5 = 6 elétrons . Assim, é correto afirmar que esse elemento químico é o

a ) S n abre parênteses Z é igual a 50 fecha parênteses Sn ( Z = 50 ) .

b ) T e abre parênteses Z é igual a 52 fecha parênteses Te ( Z = 52 ) .

c ) S b abre parênteses Z é igual a 51 fecha parênteses Sb ( Z = 51 ) .

d ) I abre parênteses Z é igual a 53 fecha parênteses I ( Z = 53 ) .

Resposta: Alternativa b. Resolução nas Orientações para o professor.

9. (Enem/MEC) O urânio é empregado como fonte de energia em reatores nucleares. Para tanto, o seu mineral deve ser refinado, convertido a hexafluoreto de urânio e posteriormente enriquecido, para aumentar de 0,7% a 3% a abundância de um isótopo específico – o urânio-235. Uma das formas de enriquecimento utiliza a pequena diferença de massa entre os hexafluoretos de urânio-235 e urânio-238 para separá-los por efusão, precedida pela vaporização. Esses vapores devem efundir repetidamente milhares de vezes através de barreiras porosas formadas por telas com grande número de pequenos orifícios. No entanto, devido à complexidade e à grande quantidade de energia envolvia, cientistas e engenheiros continuam a pesquisar procedimentos alternativos de enriquecimento.

ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2006 (adaptado).

Considerando a diferença de massa mencionada entre os dois isótopos, que tipo de procedimento alternativo ao da efusão pode ser empregado para tal finalidade?

a ) Peneiração.

b ) Centrifugação.

c ) Extração por solvente.

d ) Destilação fracionada.

e ) Separação magnética.

Resposta: Alternativa b.

10. (UFSC) A criação da tabela periódica dos elementos data de meados do século XIX e foi iniciada pelo químico Dmitri Mendeleev. Desde então, novos elementos foram descobertos e a tabela passou por diversas atualizações até chegar ao formato conhecido atualmente, com os elementos arranjados em "grupos" (colunas) e "períodos" (linhas). Sobre os elementos químicos e suas propriedades, é correto afirmar que:

01 ) os metais, que são constituintes de itens cotidianos que incluem desde panelas até aviões, encontram-se concentrados nos dois últimos grupos da tabela periódica e são conhecidos por sua baixa estabilidade térmica.

02 ) embora a maioria dos metais da tabela periódica esteja no estado líquido à temperatura ambiente, a conversão para o estado sólido, conhecida como "fusão", é possível por meio do aumento da temperatura do metal.

04 ) diversos elementos da tabela periódica são classificados como sintéticos, ou seja, não são encontrados na natureza, mas podem ser produzidos por reações nucleares em laboratório.

08 ) o cálcio, que é um importante constituinte de ossos e dentes, é classificado como não metal e, por isso, solúvel em meios alcalinos, o que justifica a recomendação de evitar a ingestão de açúcares pelos seres humanos.

16 ) os gases nobres, que constituem o grupo 18 da tabela periódica, são conhecidos pela elevada reatividade, o que os torna essenciais nos processos metabólicos do corpo humano.

32 ) a molécula de oxigênio, que é essencial à vida humana, é formada por átomos de um não metal que se unem por meio de ligações covalentes.

64 ) a distribuição em grupos dos elementos na tabela periódica é feita com base na semelhança de estado físico e na ordem crescente de número de massa.

Resposta: Soma: 04 mais 32 é igual a 36 04 + 32 = 36 .

11. (UECE) Uma mistura constituída por 62% de estanho e 38% de chumbo tem ponto de fusão definido igual a 183 graus Celsius 183  °C . Essa mistura é classificada como

a ) heterogênea e eutética.

b ) homogênea e azeotrópica.

c ) heterogênea e azeotrópica.

d ) homogênea e eutética.

Resposta: Alternativa d.

12. (Enem/MEC) Em seu laboratório, um técnico em química foi incumbido de tratar um resíduo, evitando seu descarte direto no meio ambiente. Ao encontrar o frasco, observou a seguinte informação: "Resíduo: mistura de acetato de etila e água".

Considere os dados do acetato de etila:

  • Baixa solubilidade em água;
  • Massa específica é igual a 0 vírgula 9 grama centímetro elevado a menos 3 Massa específica = 0,9   g   cm 3 ;
  • Temperatura de fusão é igual a menos 83 graus Celsius Temperatura de fusão = 83   °C ;
  • Pressão de vapor maior que a da água.

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A fim de tratar o resíduo, recuperando o acetato de etila, o técnico deve

a ) evaporar o acetato de etila sem alterar o conteúdo de água.

b ) filtrar a mistura utilizando um funil comum e um papel de filtro.

c ) realizar uma destilação simples para separar a água do acetato de etila.

d ) proceder a uma centrifugação da mistura para remover o acetato de etila.

e ) decantar a mistura separando os dois componentes em um funil adequado.

Resposta: Alternativa e.

13. (Fuvest-SP) A destilação é um processo utilizado para separar compostos presentes em uma mistura com base nas suas propriedades físicas como, por exemplo, a diferença de temperatura de ebulição, a uma dada pressão, entre os componentes da mistura.

Recentemente esse termo passou a figurar em estudos de poluição ambiental, nos quais o termo "destilação global" é utilizado para explicar a presença de compostos voláteis, como os pesticidas organoclorados, em águas e gelos de regiões polares, ainda que estes compostos nunca tenham sido produzidos ou utilizados nessas regiões. Com base no princípio da técnica da destilação, como pode ser explicada a presença desses pesticidas na Antártica e no Ártico?

a ) Eles são destilados nas águas aquecidas dos oceanos e levados pelas correntes marinhas para as regiões polares, onde se precipitam devido às águas frias dessas regiões.

b ) Eles evaporam nas regiões mais quentes e são levados pelas correntes atmosféricas para regiões mais frias como os polos, onde se condensam e voltam para a superfície.

c ) Após destilados, eles se tornam resistentes à degradação, de forma que alcançam todo o planeta, pela ação de correntes marinhas, inclusive as regiões polares.

d ) Os pesticidas organoclorados destilados, por conta da eletronegatividade dos átomos de cloro, têm afinidade com o gelo, o que faz com que eles se acumulem na Antártica ou no Ártico.

e ) Por serem hidrofílicos, eles são condensados juntamente com a água nas regiões quentes do planeta e se precipitam nos polos juntamente com o gelo.

Resposta: Alternativa b.

14. (Unesp) Considere o seguinte procedimento, realizado para a obtenção de óleo de amendoim em pequena escala.

1. Remover as cascas e as peles dos grãos de amendoim.

2. Transferir os grãos para um almofariz, acrescentar etanol e triturar bem com um pistilo.

3. Coar a mistura do almofariz, recolhendo o líquido coado em um prato.

4. Deixar o prato exposto ao ambiente até que o etanol evapore completamente.

5. Recolher, com uma seringa, o óleo de amendoim que restou no prato.

A trituração dos grãos favorece a dissolução do óleo no etanol, pois a superfície de contato, tornando o processo de separação de misturas, chamado , mais rápido. A separação da mistura do óleo com o álcool é possível porque o etanol possui maior do que o óleo.

As lacunas do texto são preenchidas, respectivamente, por:

a ) diminui – extração com solvente – pressão de vapor.

b ) aumenta – extração com solvente – temperatura de ebulição.

c ) aumenta – extração com solvente – pressão de vapor.

d ) aumenta – filtração – temperatura de ebulição.

e ) diminui – filtração – pressão de vapor.

Resposta: Alternativa c.

15. (Enem/MEC) A água bruta coletada de mananciais apresenta alto índice de sólidos suspensos, o que a deixa com um aspecto turvo. Para se obter uma água límpida e potável, ela deve passar por um processo de purificação numa estação de tratamento de água. Nesse processo, as principais etapas são, nesta ordem: coagulação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação.

Qual é a etapa de retirada de grande parte desses sólidos?

a ) Coagulação.

b ) Decantação.

c ) Filtração.

d ) Desinfecção.

e ) Fluoretação.

Resposta: Alternativa b.