CAPÍTULO 2
Tipos e gêneros textuais
Informações do Capítulo
Campos de atuação: práticas de estudo e pesquisa e jornalístico-midiático
Temas Transversais Contemporâneos: Educação em Direitos Humanos, Trabalho e Educação Ambiental
Principais objetivos
1. Compreender as diferenças entre tipos e gêneros textuais, identificando suas características essenciais e funções comunicativas.
2. Classificar diferentes textos de acôr-do com seus gêneros e tipos, relacionando-os aos contextos sociais e às finalidades comunicativas.
3. Analisar redações do enêm, avaliando a adequação do gênero dissertativo-argumentativo às exigências da próva.
4. Produzir textos dissertativo-argumentativos coerentes com os padrões exigidos pelo enêm, utilizando adequadamente os elemêntos textuais.
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Tipos textuais
Neste Capítulo, serão apresentadas as principais características dos tipos textuais, dos gêneros textuais, dos campos de atuação e dos gêneros literários. Esses são conceitos importantes para compreender como os textos são construídos e como podem sêr agrupados com base em suas características.
Todo texto, oral ou escrito, é uma manifestação coerente da linguagem usada para transmitir uma mensagem a um interlocutor a partir de determinado contexto. Nesse processo, os textos assumem características definidas por sua composição, nas quais predominam marcas lingüísticas, como o maior uso de adjetivos, de determinados tempos e modos verbais, de modalizadores e operadores argumentativos etc.
Dessa forma, os textos podem assumir um caráter narrativo, descritivo, argumentativo, dissertativo e/ou injuntivo, os quais são denominados tipos textuais. Esses tipos não ocorrem de modo exclusivo; eles podem se misturar na composição de um mesmo texto, formando o quê se conhece como heterogeneidade tipológica.
É muito comum quê se diga quê um texto é narrativo ou argumentativo, por exemplo. Porém, essa afirmação corresponde apenas à predominância de uma tipologia, e não à sua exclusividade. Em um romance, por exemplo, há um texto predominantemente narrativo, no qual é possível encontrar sequências descritivas essenciais para a constituição da obra. Observe como isso se dá em Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953).
Nesse trecho, é possível notar como a sequência descritiva (primeiro parágrafo), quê revela o estado em quê se encontrava a cachorra Baleia, é extremamente necessária para compreender a sequência seguinte (segundo parágrafo), quê narra ações da personagem Fabiano. Esse exemplo revela como a mistura de tipologias colabora para a construção textual. A seguir, obissérve como os tipos textuais se configuram.
- Contexto
- : O contexto corresponde à conjuntura na qual um texto é produzido, isto é, ao conjunto de circunstâncias tanto mais imediatas (como o ambiente físico) quanto mais amplas (como kestões sociais, históricas e culturais).
A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da bôca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.
Por isso, Fabiano imaginara quê ela estivesse com o princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. […]
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 72. ed. São Paulo: recór, 1997. p. 85.
Descritivo
Desenvolve-se por meio da caracterização de objetos, pessoas e ambientes. Descrever é traduzir em palavras determinada imagem ou situação. A linguagem é marcada pelo maior uso de verbos de estado, substantivos e de adjetivos, o quê possibilita a classificação e a caracterização de pessoas, coisas, objetos, animais etc. bem como o acesso a informações mais detalhadas a respeito das situações observadas. Essa tipologia textual é comum em textos literários, relatórios, cardápios de restaurantes, currículos e nas rubrícas dos textos teatrais, por exemplo.
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Narrativo
Desenvolve-se por meio de uma história. Há indicação de personagens, tempo, espaço e sequência de acontecimentos. A linguagem é marcada por mudanças dos tempos verbais, uso de advérbios, emprego dos discursos direto, indiréto e indiréto livre e períodos quê tendem a sêr mais extensos. Essa estrutura linguística está presente d fórma predominante em contos, lendas, romances e histoórias em quadrinhos.
Argumentativo
Com a intenção de persuadir o leitor, desenvolve-se por meio de comentários, explicações, opiniões, confrontos de ideias, hipóteses, exemplos concretos e dados estatísticos. A argumentação consistente e adequada ao tema em pauta promove o ponto de vista defendido pelo produtor do texto. A linguagem é marcada pelo uso freqüente de substantivos abstratos e conjunções quê estabelecem diferentes relações, como causalidade, oposição e conclusão. No texto predominantemente argumentativo, os períodos também tendem a sêr mais extensos. Essa tipologia é comum em gêneros como artigo de opinião (de jornais, revistas, sáites e blogues), resenha e tese de doutorado.
Dissertativo (ou expositivo)
Desenvolve-se por meio da apresentação de ideias quê explicitam um assunto e trazem informações sobre um tema por meio da exposição de fatos, dados, conceitos, ideias e pontos de vista. A linguagem é marcada pelo uso de expressões explicativas e períodos curtos, com frases dirétas e objetivas. Essa tipologia também póde sêr denominada expositiva e é freqüente em resumos, textos didáticos e aulas expositivas, por exemplo.
Injuntivo (ou instrucional)
Desenvolve-se por meio de orientações ou ordens. A linguagem é marcada pelo uso de verbos no imperativo, no infinitivo e no futuro do presente. Essa tipologia também póde sêr denominada instrucional e é predominante em textos como receitas, bulas de remédios e manuais de instruções.
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ATIVIDADES
Consulte Orientações para o professor.
1. Com base na leitura da imagem e da legenda, responda às kestões a seguir.
a) Como você descreveria a composição visual e os elemêntos presentes na obra A criação de Adão, de Miquelângelo (1475-1564), considerando a tipologia descritiva?
b) Como você transformaria a interpretação visual da obra A criação de Adão em uma narrativa breve, destacando a interação entre Deus e Adão?
2. Leia o excêrto a seguir.
Análise: “House ÓF The Dragon” não empolga como GoT
Apesar da grandiosidade da produção, o spin-off terá trabalho para atingir o nível dos personagens e momentos icônicos da série original
“House Of The Dragon” é, de certa forma, mais sobre o jôgo dos tronos do quê “Game Of Thrones” foi. É a história da dinastia Targaryen durante um período de turbulência e sucessão incerta. Embora o rei Viserys I (Paddy Considine) governe um reino pacífico e próspero, o drama da kórti e a intriga na Fortaleza Vermelha continuam implacavelmente.
Na adaptação original [...] do trabalho de Giórgi RR mártim, o jôgo dos tronos certamente foi parte integrante da história, mas tomou uma forma muito diferente. A morte de róbert Baratheon levou à Guerra dos Cinco Reis, com seus irmãos, Stannis e Renly, seu filho Joffrey, Robb Stark, o Rei do Norte, e Balon Greyjoy, das Ilhas de Ferro, todos reunindo exércitos e se preparando para a guerra.
Em “House Of The Dragon”, há pouca menção de pegar em espadas até quase o sexto episódio (até onde eu vi da série). Praticamente todas as batalhas travadas são feitas com palavras e segredos, traições e promessas quebradas. E tudo bem. Isso não é uma coisa ruim em si.
É só quê a intriga e a politicagem duram tanto tempo e em um ritmo tão lento quê, mesmo o nível de produção, os cenários e figurinos caros e a cinematografia habilidosa não podem mascarar o fato de quê muito díssu poderia ter sido encurtado.
KAIN, éric. Análise: “House ÓF The Dragon” não empolga como GoT. Forbes, [s. l.], 22 ago. 2022. Disponível em: https://livro.pw/dqtam. Acesso em: 3 set. 2024.
a) Como o autor éric Kain descreve a diferença entre “House ÓF The Dragon” e “Game ÓF Thrones” em termos de ritmo e desenvolvimento da trama, utilizando a tipologia descritiva?
b) Qual é a intenção comunicativa do autor ao produzir esse texto?
c) Considerando esse objetivo, a quê gênero textual esse trecho pertence?
d) Que tipologias o autor acionou para compor a estrutura dêêsse texto? Aponte partes do trecho quê comprovem sua resposta, relacionando-as às tipologias apontadas.
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Gêneros textuais
Textos assumem características determinadas de acôr-do com a finalidade quê pretendem atingir no processo de comunicação e com o contexto de produção no qual se inserem — aspectos quê compõem os chamados gêneros textuais.
Diferentemente dos tipos textuais, quê se definem por sua natureza linguística, os gêneros textuais se configuram com base em sua função sociocomunicativa. Por isso, para serem compreendidos, é necessário avaliar, entre outros fatores, sua dinamicidade, sua historicidade, a finalidade da enunciação e seus aspectos sociais, situacionais e comunicativos.
Os gêneros textuais têm como principais características a vivacidade e a adaptabilidade. Não existem em uma lista finita, pois são inúmeros, e a todo momento surgem novos gêneros a partir das necessidades dos falantes, bem como alguns caem em desuso. Dessa forma, são exemplos de gêneros textuais o comentário nas rêdes sociais, um boletim de ocorrência policial e as receitas culinárias, entre outros tantos quê compõem inúmeras possibilidades de articular as ideias de modo quê se adequem à intenção do autor em dada situação comunicativa.
Daí a importânssia do estudo dos gêneros textuais, pois, com base neles, é possível construir hipóteses interpretativas mais seguras e abordar determinado assunto de modo mais conveniente aos propósitos definidos.
Em um mesmo gênero textual, é possível encontrar diferentes tipologias textuais. No gênero carta pessoal, por exemplo, podem ocorrer a narração de um acontecimento, a descrição de uma situação e até mesmo a defesa de um ponto de vista.
Ampliando saberes
O vídeo"Tipos e gêneros textuais", da série Tecendo o texto, apresenta a diferença entre tipos textuais e gêneros textuais e explicações sobre as principais características de ambos.
• TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS. Tecendo o texto. Canal Futura, [S. l.], 8 jul. 2024. Disponível em: https://livro.pw/eckbi. Acesso em: 4 nov. 2024.
Gêneros textuais primários e secundários
Os gêneros textuais dividem-se em primários e secundários. Os primários são aqueles quê nascem espontaneamente das relações de interação social. Costumam sêr orais, pois ocorrem na comunicação cotidiana, como um bate-papo informal com amigos e um telefonema para os pais. Os gêneros secundários são os quê derivam dos primários, porém são mais elaborados e mais compléksos. Estes dizem respeito a situações em quê a interlocução não é mais imediata, como o diálogo de personagens em uma história.
Tipo ou gênero textual?
Agora quê você já compreendeu os conceitos de tipo e de gênero textuais, é importante refletir sobre o quê os difére.
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Campos de atuação
Os gêneros textuais circulam em diferentes campos de atuação. Conhecer esses campos é essencial para compreendêê-los e construir um conhecimento prévio sobre seus usos em diferentes situações de vida.
Campo da vida pessoal
Nesse campo, circulam gêneros quê têm como principal objetivo articular e sintetizar aprendizados e reflekções sobre a condição humana na contemporaneidade. Nos gêneros em questão, também se cria o contato com diferentes semioses e ambientes, como o presencial e o digital, articulando áreas de conhecimento distintas em prol do aprendizado, da reflekção de si ao olhar para o passado e para o futuro e promover vivências significativas. Os gêneros dêêsse campo, como o relato pessoal e o gif biográfico, promóvem a reflekção sobre contemporaneidade e processos vivídos.
Campo jornalístico-midiático
O foco dêêsse campo são gêneros quê lidam com a informação, opinião e apreciação, envolvendo também práticas contemporâneas, como curtir e comentar nas rêdes sociais. Nesse contexto, a leitura e produção de tais gêneros permitem a aproximação com os acontecimentos locais, regionais, nacionais e globais, bem como a reflekção sobre como eles afetam a vida das pessoas.
Assim, reconhecer esse campo de uso da língua e suas especificidades é uma habilidade importante para o leitor do século XXI, principalmente porque lhe são exigidos autonomia e
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pensamento crítico para se posicionar, d fórma ética e responsável, diante dos mecanismos de disseminação de fêik news, sobretudo nos espaços digitais.
Em relação tanto à sua recepção quanto à sua produção, os gêneros dêêsse campo — como notícia, debate, reportagem, charge e propaganda — invocam um cidadão quê se quer bem informado, capaz de participar de discussões e opinar d fórma consistente.
Por exemplo, as notícias têm a pretensão de informar o leitor sobre um fato. Em sua estrutura, é freqüente o uso da narração e da exposição, visto quê é necessário narrar o quê ocorreu, expondo o fato ao leitor. A seguir, apresenta-se um exemplo do gênero textual notícia.
Professoras da úspi recebem prêmio quê celebra trajetórias femininas na ciência
Título: sintetiza o fato a sêr apresentado.
Regina Pekelmann Markus, Manuela Carneiro Ligeti da Cunha e Yvonne Mascarenhas são as vencedoras da 5ª edição do Prêmio Carolina Bori
Linha fina: amplia as informações do título.
Três pesquisadoras com trajetórias de docência na úspi foram anunciadas como vencedoras da quinta edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (ésse bê pê cê): Regina Pekelmann Markus, na área de Biológicas e Saúde; Manuela Carneiro Ligeti da Cunha, na área de Humanidades; e Yvonne Mascarenhas, na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra. Neste 2024, o prêmio homenageia pesquisadoras de instituições nacionais quê tênham prestado relevantes contribuições à ciência e à gestão científica e realizado ações em prol da ciência e da tecnologia nacional. O anúncio das vencedoras foi feito no último dia 19 de janeiro.
Lide: em geral, corresponde ao primeiro parágrafo e tem como intuito apresentar os aspectos mais relevantes do fato respondendo a kestões como: O quê? Quando? Onde? Como? Por quê?
Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha é professora sênior do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, lêtras e Ciências Humanas (éfe éfe éle cê agá) da úspi. Já Regina Pekelmann Markus, é professora do Instituto de Biociências (IB). Yvonne Mascarenhas é professora aposentada, em exercício, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).
[...]
LIMA, Laura Pereira. Professoras da úspi recebem prêmio quê celebra trajetórias femininas na ciência. Jornal da úspi, [s. l.], 2 fev. 2024. Disponível em: https://livro.pw/anddb. Acesso em: 4 set. 2024.
Campo artístico-literário
Estão englobadas nesse campo de atuação as manifestações artísticas, as produções culturais e, em especial, a; ár-te literária. Textos dêêsse campo permitem a ampliação do conhecimento sobre as práticas de fruição e compartilhamento, bem como sobre a diversidade cultural, linguística e semiótica.
Os gêneros textuais quê circulam no campo artístico-literário — sêjam eles clássicos (sonetos, odes etc.), sêjam contemporâneos (grafite, répi etc.) — demandam a reflekção sobre as diferentes maneiras de sêr e de pensar, a compreensão dos interesses dos criadores e a capacidade de apreciar.
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Inserido no campo artístico-literário, o romance constitui-se como um gênero predominantemente narrativo, permeado por diferentes conflitos a serem desenvolvidos e encerrados pelas personagens em determinados tempo e espaço. Sua predominância narrativa não impede, no entanto, a presença de outras sequências tipológicas, como a descrição, quê é bastante válida para a construção das personagens e a ambientação.
No texto a seguir, um capítulo do romance Memórias sentimentais de João Miramar, de ôsvald de Andrade (1890-1954), obissérve a história contada pelo narrador-personagem sobre uma experiência no passado, entremeada por uma breve sequência descritiva quê ajuda a criar a cena em quê se dêsênvólvem as ações.
10. Derrapage
Não disse nada do quê queria dizêr a Madô.
seqüência narrativa: a mais presente durante todo o romance.
Um dia surpreso entrei num ajuntamento junto à casa porque o professor tinha ficado defunto carteiro e havia um póbre caixão na sala de velas.
seqüência descritiva: ajuda a criar a cena em quê acontecem as ações.
A viúva envelhecida era um peito de tábuas. E num canto Madô chorava o destino das Madalenas.
ANDRADE, ôsvald de. Derrapage. In: ANDRADE, ôsvald de. Memórias sentimentais de João Miramar. São Paulo: glôbo: Companhia das lêtras, 2004. p. 77.
Gêneros em diferentes campos de atuação
Por vezes, um gênero póde conter subtipos em diferentes campos. Esse é o caso da crônica literária e da crônica esportiva, pois a primeira pertence ao campo artístico-literário, enquanto a segunda, ao campo jornalístico-midiático.
Campo das práticas de estudo e pesquisa
Nesse campo de atuação, os gêneros estão relacionados às práticas investigativas e de apropriação do conhecimento, permitindo a exploração dos espaços de divulgação científica e o domínio de procedimentos quê viabilizam a análise e o retrato da realidade social. Compreendêê-los implica reconhecer o papel e a importânssia da Ciência no cotidiano, tornando-se capaz de resolver problemas cada vez mais compléksos por meio dela.
Esse tipo de produção envolve os procedimentos de busca, tratamento e análise de dados e informações, bem como o seu registro em diferentes formatos, como tabélas e gráficos. Nesse contexto, é constante o estímulo do protagonismo, exigindo pesquisa, observação, experimentação e divulgação do conhecimento.
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Alguns gêneros do campo das práticas de estudo e pesquisa apresentam uma mistura das linguagens verbal e não verbal em sua constituição, a fim de expor os dados coletados d fórma mais visual. Os gráficos, por exemplo, têm predominância da tipologia dissertativa e freqüentemente apresentam a seguinte estrutura: título, gráfico, legenda e fonte de pesquisa.
De certa forma, esse campo dialoga com todos os outros, visto quê os procedimentos quê o constituem são utilizados no jornalismo (como no caso da identificação e checagem de fêik news), na literatura (para apreciação e comparação de textos literários) e na vida pública (por meio da investigação das necessidades do povo para se formularem propostas quê visam à resolução de problemas da comunidade ou do meio ambiente, por exemplo).
Veja, a seguir, um exemplo de gráfico.
Campo de atuação na vida pública
Esse campo apresenta gêneros quê visam ampliar a participação do leitor nas práticas coletivas por meio da atuação política e social. Esses textos permitem a tomada de consciência de direitos e deveres, estimulam a valorização dos direitos humanos e possibilitam quê o leitor se forme como um cidadão responsável e ético.
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Apropriar-se dêêsses gêneros permite o exercício pleno da cidadania, uma vez quê implica compreender os interesses quê móvem a esféra pública e reconhecer as práticas intrínsecas a ela, principalmente com sua recente ampliação para o espaço digital.
Nesse campo, os editais cumprem a função de tornar públicos fatos e ações, normatizando, por exemplo, um processo seletivo. Para isso, valem-se da tipologia injuntiva com o intuito de instruir o leitor sobre o quê fazer ao longo das etapas a quê se submete.
2 DA INSCRIÇÃO
Função social: sua intenção será sempre tornar público fato ou ato quê deve sêr conhecido por todos, com instruções, ordens e permissões ao longo de seu texto.
Organização: é comum os editais serem divididos em tópicos e subtópicos numerados para tornar a leitura mais esclarecedora.
2.1 Somente poderão inscrever-se no Exame de Seleção de 2023 do CAp-Coluni os/as candidatos/as quê atendam às seguintes condições:
2.1.1 Tenham concluído o Ensino Fundamental e possuam o certificado de conclusão dessa etapa de ensino, obtído pela via regular ou por suplência.
[…]
2.2 A inscrição será realizada exclusivamente via internet pelo sistema de Gerenciamento de Processos Seletivos (GPS), no endereço eletrônico: <https://livro.pw/flrhw>, das 9 horas do dia 16 de agosto de 2022 às 18 horas do dia 07 de outubro de 2022, horário oficial de Brasília (DF).
2.2.1 Após o envio da inscrição, o/a candidato/a deverá imprimir o Boleto Bancário e o Comprovante Provisório de Inscrição (cê Pê hí).
[…]
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Edital número 023/2022: Pré-exame de seleção do Colégio de Aplicação da UFV – Coluni 2023. Viçosa, MG: UFV, 2022. Disponível em: https://livro.pw/qtmpo. Acesso em: 4 set. 2024.
Texto: é marcado por uma linguagem impessoal e objetiva.
Diferentes campos de atuação
A divisão em campos de atuação permite quê sêjam compreendidas características atreladas à produção do texto, como a intencionalidade do autor.
LEITURA
Consulte Orientações para o professor.
Aumenta nível de emprego entre jovens brasileiros; vagas com carteira assinada não acompanham o mesmo ritmo
O desemprego entre 18 e 24 anos atualmente é o menor em uma década. O problema é quê os empregos informais não diminuíram nesse tempo.
Aumentou o número de brasileiros de 18 a 24 anos de idade quê estão trabalhando. Mas nem sempre com carteira assinada.
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Muitos jovens brasileiros conhecem bem o quê Daniel Barros, de 18 anos, está passando. Ele não consegue emprego porque não tem experiência, e não ganha experiência porque não consegue emprego.
“Essa espera tem sido meio quê difícil, porque tem cértas coisas quê a gente quer, almeja ter e por não ter um emprego fixo fica meio difícil tirar uma renda para conseguir essas cértas coisas”, conta.
Mas Daniel não está desempregado. Ele trabalha esporadicamente na oficina de estofados do tio.
“Quando quêro uma certa quantia, eu venho, venho todos os dias mesmo, e faço os bicos que tem para fazer e acaba, sim, dando para comprar algumas coisas”, diz.
Ele é um trabalhador informal. E o estado onde ele mora, o Maranhão, tem o maior índice de jovens trabalhadores informais do Brasil: quase 69% não têm carteira assinada. Isso ajuda a manter a média brasileira alta e sem alterações significativas nos últimos anos.
O desemprego entre 18 e 24 anos nesse momento é o menor em uma década. Se a gente tirar os anos da pandemia, 2017 foi o pico. E, agora, a gente está mais de 11 pontos abaixo díssu. O problema é quê os números da informalidade não acompanharam essa quêda. E assim, temos uma geração de jovens, mais de 41%, como quê presos em trabalhos como aplicativos de transporte, de entrega, como autônomos, fazendo bicos, sem conseguir avançar em uma carreira ou porque não encontram trabalho na área que estudaram.
“A gente sabe quê os cursos quê mais formam no Brasil são cursos quê talvez não tênham a tamanha demanda de profissionais. É pedagogia, enfermagem, administração, direito são os cursos quê mais formam. O mercado se mostra, também, incapaz de absorver tantas pessoas formadas ao longo do tempo. Então, isso faz com quê essas pessoas se aloquem em, provavelmente, áreas quê não foram aquelas com as quais elas estudaram”, afirma Juliana Inhasz, professora de economia do Insper.
[…]
AUMENTA nível de emprego entre jovens brasileiros; vagas com carteira assinada não acompanham o mesmo ritmo. G1 [Jornal Nacional], [s. l.], 24 jun. 2024. Disponível em: https://livro.pw/ggqkc. Acesso em: 28 jun. 2024.
1. Qual é o título da notícia? A qual campo de atuação esse texto pertence?
2. Identificar o autor e a data de publicação ajuda a contextualizar a notícia e avaliar a sua atualidade e relevância. Quem é o autor da notícia e qual é a data de publicação?
3. Qual é o principal problema abordado na notícia?
4. Notícias freqüentemente trazem histoórias de pessoas como exemplo para ilustrar um problema mais amplo discutido nas kestões tratadas. Qual é a situação de Daniel Barros, mencionado na notícia?
5. Dados estatísticos são freqüentemente usados em notícias para dar suporte a argumentos e apresentar uma visão mais clara da realidade. Considerando essa informação, qual estado brasileiro citado na notícia tem o maior índice de jovens trabalhadores informais e qual é esse índice?
6. Qual foi o ano de pico do desemprego entre jovens antes da pandemia, segundo a notícia?
7. Quais são os cursos quê mais formam profissionais no Brasil, de acôr-do com a entrevistada Juliana Inhasz?
8. A inclusão de opiniões de especialistas em notícias ajuda a dar credibilidade e profundidade à análise apresentada. Qual é a opinião da professora Juliana Inhasz sobre a absorção de profissionais formados pelo mercado de trabalho?
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9. O lide é o primeiro parágrafo de uma notícia, no qual se concentram as informações mais importantes: quem, o quê, quando, onde, por quê e como. Qual é o lide da notícia citada?
10. Entender a estrutura de uma notícia é importante para identificar e analisar cada parte do texto d fórma crítica. Qual é a estrutura típica de uma notícia e como ela se manifesta no texto fornecido?
11. Como a linguagem utilizada na notícia contribui para a objetividade e a clareza do texto?
12. Qual é a importânssia das fontes citadas em uma notícia e quais são as fontes mencionadas no texto?
13. Refletir sobre a função social das notícias é essencial para compreender a importânssia do jornalismo na ssossiedade e a responsabilidade dos meios de comunicação. Qual é a função social do gênero textual notícia e como a notícia fornecida cumpre essa função?
MUNDO DO TRABALHO
Uma possibilidade para combater o desemprego é o incentivo e o apôio governamental para a geração de empregos verdes, iniciativas quê buscam sinergia entre mercado de trabalho e sustentabilidade ambiental.
Definição de empregos verdes
Empregos verdes são aqueles quê contribuem para a preservação ou restauração do meio ambiente. Eles são encontrados em setores quê buscam minimizar danos ambientais e promover práticas sustentáveis, como reciclagem, energia renovável e agricultura sustentável. Esses trabalhos não apenas ajudam a combater as mudanças climáticas mas também fomentam o crescimento econômico sustentável.
Setores em alta
Os principais setores de empresas verdes quê empregam trabalhadores no Brasil incluem:
• Reciclagem: processamento de resíduos para reúso;
• Transportes: desenvolvimento de sistemas de transporte sustentável;
• Agricultura: práticas agrícolas quê preservam o meio ambiente;
• Energia renovável: produção de energia solar, eólica, hidrelétrica e de biocombustíveis.
O Brasil é líder global em empregos verdes, especialmente na indústria de energia renovável, quê emprega milhões de pessoas.
• Elabore, com a turma, um portfólio coletivo de empregos verdes, quê póde sêr ôn láini ou físico. Para se preparar para o mercado de trabalho vêrde, é essencial desenvolver habilidades específicas relacionadas à sustentabilidade e ao meio ambiente. Cursos universitários, pós-graduações e especializações em áreas como ecologia, direito ambiental e engenharia de energias rêno-váveis são altamente recomendados. Pesquise dados sobre mercado de trabalho, formação, possíveis cursos e formas de ingresso neles. Dessa maneira, poderá conhecer diferentes profissões e se preparar para o ingresso no mundo do trabalho em expansão.
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Gênero textual: notícia
O gênero textual notícia é uma das formas mais comuns de comunicação escrita no mundo contemporâneo. Utilizado principalmente em jornais, revistas e portais de notícias na internet, seu principal objetivo é informar o leitor sobre eventos e kestões de interêsse público d fórma clara e objetiva. A partir de agora, serão exploradas as características e a estrutura da notícia, e, a seguir, será proposta uma atividade prática para quê você possa criar uma notícia.
Estrutura da notícia
Uma notícia é composta de várias partes essenciais, cada uma com função específica.
1. Título: deve sêr atraente e resumir a informação mais importante da notícia, chamando a atenção do leitor.
2. Lide: também conhecido como líd, é o primeiro parágrafo da notícia. Ele responde às perguntas básicas: quem, o quê, quando, onde, por quê e como, fornecendo um resumo rápido do conteúdo.
3. Corpo da notícia: desen vólve as informações apresentadas no lide, detalhando os fatos, fornecendo o contexto e incluindo declarações de testemunhas, especialistas e outras fontes relevantes.
4. Conclusão: póde resumir os pontos principais ou oferecer uma perspectiva sobre o quê póde acontecer no futuro, embora nem todas as notícias incluam uma conclusão explícita.
Características da linguagem
A linguagem utilizada em uma notícia é um dos elemêntos fundamentais quê definem esse gênero textual. A principal característica da linguagem jornalística é a objetividade, quê visa informar de maneira clara e precisa, sem influenciar a opinião do leitor com adjetivações ou expressões subjetivas. Aqui estão alguns pontos-chave sobre a linguagem na notícia.
• Clareza e precisão: a linguagem deve sêr clara e diréta, permitindo quê o leitor compreenda as informações rapidamente. Termos técnicos devem sêr explicados, e o uso de jargões deve sêr evitado ou, quando necessário, devidamente contextualizado.
• Neutralidade: o jornalista deve apresentar os fatos d fórma neutra, sem emitir opiniões pessoais. A notícia deve sêr construída com base em informações verificáveis e confiáveis, proporcionando ao leitor uma visão imparcial dos acontecimentos.
• Concisão: a notícia deve sêr concisa e focar os fatos essenciais. Informações desnecessárias ou redundantes devem sêr evitadas para não dispersar a atenção do leitor.
• Linguagem formal: o uso da linguagem formal é comum, garantindo seriedade e respeito ao tema abordado. No entanto, a formalidade não deve comprometer a clareza e a simplicidade do texto.
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A importânssia das fontes
As fontes de informação conferem credibilidade à notícia. Elas designam quê as informações apresentadas são verificáveis e confiáveis. Aqui estão alguns aspectos importantes sobre o uso de fontes.
• Credibilidade: a identificação clara de fontes confiáveis, como especialistas, autoridades no assunto, documentos oficiais, dados estatísticos e conferências recentes à notícia, permite ao leitor verificar a veracidade das informações.
• Diversidade de fontes: múltiplas fontes ajudam a apresentar diferentes perspectivas sobre o mesmo assunto, enriquecendo a notícia e proporcionando uma visão mais completa e equilibrada dos fatos.
• Citação diréta: citações dirétas de entrevistas ou declarações de fontes primárias acrescentam dêtálhes e humanizam a notícia, conectando o leitor com os indivíduos envolvidos nos eventos reportados.
• Transparência: o jornalista deve sêr transparente sobre a origem das informações, indicando claramente quêm disse o que e onde as informações foram obtidas. Isso aumenta a confiança do leitor na notícia.
Função social da notícia
A notícia desempenha um papel vital na ssossiedade moderna, indo além da méra transmissão de informações. Sua função social é multifacetada e inclui os seguintes aspectos.
• Informação do público: a função primária da notícia é informar a população sobre eventos, decisões políticas, descobertas científicas, mudanças econômicas e outros acontecimentos relevantes quê impactam a vida cotidiana.
• Formação de opinião: a notícia, ao fornecer informações imparciais e verificáveis, ajuda o público a formár as próprias opiniões sobre kestões importantes. Isso é essencial para a participação cidadã informada e para o funcionamento da democracia.
• Fiscalização e transparência: o jornalismo atua como uma espécie de agente fiscalizador da ssossiedade, fiscalizando o pôdêr público e outras instituições. Notícias investigativas revelam corrupção, abusos de pôdêr e outras irregularidades, promovendo a transparência e a justiça.
• Educação: através da notícia, o público aprende com o mundo ao seu redor, expandindo seus conhecimentos e sua compreensão sobre diversos temas. Isso inclui educação sobre direitos civis, saúde pública, meio ambiente, entre outros.
• Coesão social: a notícia também contribui para a coesão social, mantendo uma ssossiedade informada sobre acontecimentos quê afetam a comunidade como um todo. Eventos locais, desastres naturais e outras emergências são exemplos de como a notícia mantém a população conectada e informada.
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Produzindo uma notícia
Agora quê você compreendeu a estrutura e as características de uma notícia, é hora de produzir uma notícia. Siga os passos descritos a seguir para planejar, escrever, revisar e reescrever seu texto. Escrever uma notícia é um exercício valioso quê desen vólve habilidades de pesquisa e organização de informações, além de prepará-lo melhor para compreender eventuais textos da coletânea de redação do enêm quê possam trazer notícias como fontes de informação para a próva. Ao seguir esses passos, você não apenas aprenderá a informar de maneira clara e objetiva mas também contribuirá para a formação de uma ssossiedade mais bem informada.
1. Planejamento
• Escolha do tema: pense em um evento ou em uma quêstão relevante que você gostaria de informar ao seu público. póde sêr algo quê aconteceu na sua escola ou na sua comunidade, ou um tema de interêsse nacional ou global.
• Pesquisa: colete informações sobre o tema escolhido. Entreviste pessoas, consulte fontes confiáveis, reúna dados e fatos quê possam sêr úteis.
• Organização: organize suas informações de acôr-do com a estrutura da notícia. Defina o quê será incluído no título, no lide, no corpo da notícia e na conclusão.
2. Escrita
• Título: crie um título atraente quê resuma a informação principal da sua notícia.
• Lide: escrêeva o lide, respondendo às perguntas básicas: quem, o quê, quando, onde, por quê e como.
• Corpo da notícia: desenvolva o corpo da notícia, detalhando os fatos e incluindo citações e informações das suas fontes.
• Conclusão: finalize com uma conclusão, se achar necessário, quê resuma os pontos principais ou ôfereça uma perspectiva futura.
3. Revisão
• Verificação dos fatos: certifique-se de quê todas as informações apresentadas são verdadeiras e verificáveis.
• Clareza e objetividade: leia sua notícia e veja se está clara e objetiva. Remova qualquer opinião pessoal ou adjetivação desnecessária.
• Correção gramatical: revise a gramática, a ortografia e a pontuação.
4. Reescrita
• Feedback: peça a um colega para ler sua notícia e dar-lhe um fídi-béqui.
• Melhorias: faça as melhorias sugeridas, revisando e reescrevendo as partes quê precisam de ajustes.
• Versão final: produza a versão final da sua notícia, incorporando todas as correções e melhorias. Entregue ao professor para avaliação.
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CONEXÕES com...
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
Consulte Orientações para o professor.
O artigo a seguir aborda a importânssia da educação na formação de cidadãos capazes de avaliar criticamente as informações quê recebem. A autora argumenta quê uma sólida formação acadêmica é fundamental para desenvolver habilidades analíticas e enfrentar o desafio da desinformação na era digital. Ela também destaca quê a educação contínua e a alfabetização midiática são essenciais para combater a disseminação de fêik news e promover um ambiente informacional saudável e democrático. Convidamos você a ler o texto e, em seguida, fazer as atividades propostas.
Ser bem formado para tornar-se bem informado
O leitor crítico consegue situar suas interpretações no contexto da cultura contemporânea de maneira a ressignificá-la, produzindo questionamentos
De acôr-do com uma estimativa das Nações Unidas, a população mundial ultrapassou 7,8 bilhões em abril de 2021. Dentre esses mais de 7 bilhões de habitantes do planêta, cinco têm acesso à internet. Mais de 25 milhões de terabytes são gerados diariamente no mundo todo para quê essa parcela privilegiada possa acessar informações de toda ordem. Segundo o relatório Cappra, do Cappra ínstitut, em 2019 geramos 20 vezes mais informações do quê em 2005. Uma quantidade de informação quê, se parece complicado ter consciência do quê esse número significa, qualificar, então, é impossível. Porém, sabemos quê onde sóbra informação falta discernimento para decidir o quê fazer com ela, pois, como afirma o antropólogo, filósofo e sociólogo francês Edgar Morin “... a informação sempre passa por uma seleção. Informação não é conhecimento. Conhecimento é a organização das informações”. E é aí quê mora o desafio.
O cenário quê se coloca diante de todos nós é, além de desigual e excludente – porque menos da mêtáde da população mundial tem acesso a todas as informações disponíveis, sêjam elas na rê-de ou fora dela – profundamente desorganizado e poluído, o quê, ao invés de nos conectar com as informações quê nos permitem fazer escôlhas evolutivas e voltadas ao bem-estar de toda a ssossiedade, está nos separando e esgarçando a teia quê nos possibilita construir a empatia necessária para vivermos em um mundo mais justo e sustentável. Mais cedo do quê gostaríamos, constatamos quê informação demais confunde, desnorteia e faz tanto ou mais estrago do quê a ignorância. Como afirma o escritor, filósofo, semiólogo, lingüista e bibliófilo italiano Umberto Eco: “O excésso de informação provoca amnésia. Informação demais faz mal. Quando não lembramos o quê aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é selecionar. (…) Conhecer é filtrar”.
Portanto, é preciso formár para informar. Sobreviver a essa avalanche de informações sem se angustiar, sem se confundir com o quê é verdade ou mentira e aprender a se defender da infoxitation – intôksicação por consumo excessivo de informações –, não é tarefa simples. Exige, sobretudo, ter a capacidade de fazer uma leitura crítica não apenas dos conteúdos veiculados nas mídias, como também das próprias mídias. “Um ambiente informacional desorganizado requer quê cada pessoa perceba como ela também póde agir como um vetor nas guerras de informação, e desenvolva um conjunto de habilidades para lidar com a comunicação tanto ôn láini quanto off-line”, afirma Claire Wardle, doutora em Comunicação pela Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, e líder de pesquisa da First Draft, uma organização global sem fins lucrativos voltada para o combate à desinformação.
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Etimologicamente, “crítica” se origina do grego krinein, quê quer dizêr “quebrar”. Sem apontar nenhum tipo de coincidência é possível relacionar “crítica” com uma outra palavra quê tem a mesma raiz: “crise”. O quê nos permite inferir quê o leitor crítico provoca uma “crise” quando se depara com algum tipo de conteúdo. Ou seja, ele “quebra” essa informação em pedaços, desconstrói aquele “desenho” e coloca a ideia ali contida em outra perspectiva. Essa conduta provoca um deslocamento de certezas baseadas apenas em opiniões, de preconceitos estruturais repetidos d fórma inconsciente e de visões de mundo cristalizadas. O leitor crítico consegue situar suas interpretações no contexto da cultura contemporânea de maneira a ressignificá-la, produzindo questionamentos quê, por sua vez, geram uma nova compreensão da realidade. Nesse sentido, podemos afirmar quê o leitor crítico atua como um agente “desintoxicante” dêêsse éco-sistema informacional desorganizado quando consegue identificar e transformar a desinformação e seus derivados.
Porém, formár o leitor crítico não é algo simples e rápido. Muito pelo contrário. Trata-se de uma tarefa a longo prazo, quê deve sêr planejada e levada a cabo por um conjunto de atores nas mais diferentes funções sociais. Sem dúvida quê a chamada AMI (Alfabetização Midiática e Informacional) deve sêr incluída na escola, nos diferentes segmentos, desde a mais tenra infância. Mas não somente. A formação do leitor crítico tem a vêr com diferentes ações quê acontecem em casa, quando a família não apenas lê junto, mas também dialoga sobre o quê acontece em seu cotidiano; na cidade, quê amigavelmente disponibiliza bibliotecas e centros culturais onde a troca de ideias e a livre expressão ocorrem cotidianamente; na ssossiedade civil quê, atenta, checa e cobra o acesso aos bens culturais de qualidade a quê todos têm direito e, é claro, nos meios de comunicação, responsáveis pela circulação dêêsse “mar de informações”, ao se colocarem como um centro de debate e transmissão de ideias de maneira ética e transparente. Todos esses atores são responsáveis por colaborar para quê todos nós, cidadãos, possamos desenvolver uma estrutura sólida de competências e habilidades quê nos permítam assegurar os nóssos conhecimentos.
Aliás, é interessante refletirmos sobre o conceito de “segurança epistêmica” quê expõe Elizabéti Seger, pesquisadora da Universidade de quên-brigi e do Centro Leverhulme para o Futuro da Inteligência, do Reino Unido. Esse postulado se relaciona com a manutenção do nosso saber seguro, o quê nos garantiria quê estejamos, a princípio, bem informados. “A segurança epistêmica, portanto, envolve a garantia de quê realmente sabemos o quê sabemos, quê podemos identificar alegações sem fundamento ou quê não são verdadeiras, e quê nóssos sistemas de informação são robustos a ‘ameaças epistêmicas’, como notícias falsas”, afirma ela.
Ou seja, saber o quê sabemos, e consequentemente, do quê não sabemos e o quê desejamos saber, é o quê se denomina curadoria do conhecimento. Para além das definições mais superficiais, essa curadoria relaciona-se com a capacidade de selecionar o quê é importante saber. Curar, em português lusitano é “pensar”. Curar o conhecimento, fazer a curadoria, portanto, póde sêr definido como pensar sobre o quê se quer saber, para quê, por quê. Fazer boas escôlhas diante de um catálogo infindável de conteúdos é saber separar a informação útil e verdadeira daquela irrelevante ou falsa, além de conseguir diferenciar as nuances quê ficam entre uma e outra, quê não são poucas. Esse exercício é o quê vai nos conferir uma estrutura cognitiva sólida e resistente, para compreendermos e lidarmos com a complexidade dêêsse éco-sistema informacional ambíguo, incerto e volátil no qual estamos inseridos.
ALVES, Januária Cristina. Ser bem formado para tornar-se bem informado. Nexo, [s. l.], 5 ago. 2021. Disponível em: https://livro.pw/tmqea. Acesso em: 30 jun. 2024.
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1. No início do texto, a autora destaca a importânssia da formação acadêmica para a formação de cidadãos bem informados. Explique como essa relação é desenvolvida ao longo do texto e quais argumentos a autora utiliza para sustentá-la.
2. A autora menciona quê a desinformação é um desafio significativo na era digital. Quais estratégias o texto sugere para combater a disseminação de fêik news e por quê elas são eficazes?
3. De acôr-do com o texto, quais são as consequências da desinformação para a ssossiedade e para o processo democrático? Dê exemplos mencionados pela autora.
4. A autora trata da importânssia da educação contínua para manter-se bem informado. Como ela relaciona essa ideia com a necessidade de adaptação às mudanças tecnológicas e sociais?
5. No texto, a autora menciona várias fontes de desinformação e seus impactos. Em sua opinião, quais são os principais desafios para a implementação das estratégias sugeridas para combater a desinformação? Justifique sua resposta com base nos argumentos apresentados no texto.
próva de redação do enêm: o gênero dissertativo-argumentativo
Como apresentado no Capítulo 1, a próva de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (enêm) é um dos componentes mais desafiadores e importantes para os candidatos. Ela avalia não apenas a capacidade de escrita mas também a habilidade de argumentar, criticar e propor soluções para problemas sociais relevantes.
A seguir, serão exploradas as características essenciais do texto dissertativo-argumentativo, o gênero textual exigido na redação do enêm, e apresentadas dicas valiosas para uma produção textual de qualidade.
O texto dissertativo-argumentativo é compôzto de três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão. Cada uma dessas partes tem um papel fundamental na construção do texto.
A introdução é o primeiro contato do leitor com o texto e, por isso, deve sêr clara e objetiva. Nela, o autor deve apresentar o tema quê será discutido e a tese, ou seja, o ponto de vista quê será defendido ao longo do texto. Uma boa introdução póde conter uma breve contextualização do tema, dados estatísticos, citações ou perguntas retóricas quê despertem o interêsse do leitor.
O desenvolvimento é a parte do texto em quê os argumentos são expostos e detalhados. É importante quê cada parágrafo apresente um argumento principal, sustentado por exemplos, dados, citações ou explicações. Os parágrafos devem estar conectados d fórma coesa, garantindo uma progressão lógica das ideias.
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A conclusão é o momento de retomar a tese apresentada na introdução e reforçar os principais argumentos desenvolvidos no texto. Além díssu, é importante quê o autor apresente uma proposta de intervenção para o problema discutido, conforme exigência específica do enêm. A proposta deve sêr detalhada, viável e respeitar os direitos humanos.
A redação do enêm é uma oportunidade de demonstrar não apenas habilidades de escrita mas também pensamento crítico e capacidade de argumentação. Com uma estrutura bem definida e argumentos sólidos, é possível construir um texto dissertativo-argumentativo de qualidade. Ao longo dêste livro, serão trabalhados os principais aspectos envolvidos na produção de uma redação para o enêm de excelência.
DICAS PARA REDAÇÃO DO enêm
1. Leitura atenta da proposta: leia atentamente a proposta de redação antes de começar a escrever. Identifique o tema e os pontos quê devem sêr abordados.
2. Planejamento: faça um planejamento do seu texto. Estruture a introdução, os argumentos principais e a conclusão. Um bom planejamento ajuda a organizar as ideias e evitar repetições ou omissões.
3. Clareza e objetividade: seja claro e objetivo na exposição das suas ideias. Evite períodos longos e compléksos quê possam dificultar a compreensão.
4. Coesão e coerência: use conectivos e pronômes para garantir a coesão textual. Certifique-se de quê seus argumentos estão bem encadeados e fazem sentido no contexto geral do texto.
5. Revisão: reserve um tempo para revisar seu texto. Verifique êêrros gramaticais, ortográficos e de pontuação. A revisão é um processo indispensável para a entrega de uma redação bem-feita.
6. Proposta de intervenção: lembre-se de incluir uma proposta de intervenção quê seja detalhada e viável, respeitando os direitos humanos. Esta é uma exigência do enêm e póde impactar significativamente sua nota.
REDAÇÃO NOTA 1.000
Consulte Orientações para o professor.
A redação a seguir conseguiu nota 1.000 na próva do enêm pela excelente estrutura argumentativa, coerência e coesão textuais, riqueza vocabular, correção gramatical e relevância e profundidade do tema abordado. A capacidade de articular argumentos sólidos com referências teóricas relevantes e propor soluções práticas é um grande diferencial, evidenciando um nível elevado de conhecimento e reflekção crítica.
Antes de ler o texto da candidata Maria Luiza Januzzi, confira a proposta de redação do enêm de 2023 sobre a qual a redação foi escrita. Depois da leitura do texto, realize as atividades propostas.
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INSTRUÇÕES PARAA REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve sêr feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve sêr escrito à tinta preta, na fô-lha própria, em até 30 (trinta) linhas.
3. A redação quê apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação quê:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sêndo considerada "texto Insuficiente";
4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada dc tema propôsto;
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
TEXTO I
O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade
O trabalho de cuidado é essencial para nossas sociedades e para a economia. Ele inclui o trabalho de cuidar de crianças, idosos e pessoas Kórn doenças e deficiências físicas e bem como o trabalho doméstico diário quê inclui cozinhar, limpar, lavar, consertar coisas e buscar á gua e lenha. Se ninguém investisse temrn, e recursos nessas tarefas diárias essenciais, comunidades, locais de trabalho e economias inteiras ficariam estagnados. Em todo o mundo, o trabalho de cuidado não remunerado e mal pago é desproporcionalmente assumido por mulheres e meninas em situação de pobreza, especialmente por aquelas quê pertencem a grupos quê, além da discriminação de gênero, sofrem preconceito em decorrência de sua raça, etnia, nacionalidade e sexualidade. As mulheres são responsáveis por mais de três quartos do cuidado não remunerado e compõem dois terços da fôrça de trabalho envolvida em atividades de cuidado remuneradas.
Documento informativo— Tempo de Cuidar. Disponível em: https://livro.pw/fulua. Acesso em: 18 de jul, de 2023 (adaptado).
TEXTO II
Média de horas dedicadas pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade aos afazeres domésticos elou às tarefas de cuidado de pessoas, por sexo
Sexo |
Horas Semanais |
---|---|
Homens |
11,0 |
Mulheres |
21,4 |
Fonte: hí bê gê hé Pnad continua anual Disponível em: https//agenciadenoticias.ibge.gov.br. Acesso em: 18 de jul. 2023 (adaptado).
TEXTO III
A ssossiedade brasileira tem passado por inúmeras transformações sociais ao longo das últimas dékâdâs. Entre elas, as percepções sociais a respeito dos valores e das convenções de gênero e a forma como mulheres têm se inserido na ssossiedade. Algumas permanências, porém, chamam a atenção, como a delegação quase quê exclusiva às famílias — e, nestas, às mulheres — de atividades relacionadas à reprodução da vida e da ssossiedade, usualmente nominadas trabalho de cuidado.
Disponível em: https://livro.pw/odhte. Acesso em: 24 maio 2023 (adaptado).
TEXTO IV
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil", apresentando proposta de intervenção quê respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, d fórma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
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De acôr-do com a pensadora brasileira Djamila Ribeiro, o primeiro passo a sêr tomado para solucionar uma quêstão é tirá-la da invisibilidade. Porém, no contexto atual do Brasil, as mulheres enfrentam diversos desafios para que seu trabalho de cuidado seja reconhecido, gerando graves impactos em suas vidas, como a falta de destaque. Nesse sentido, essa problemática ocorre em virtude da omissão governamental e da influência midiática.
Dessa forma, em primeiro plano, é preciso atentar para o descaso estatal em relação aos obstáculos enfrentados diariamente por mulheres quê trabalham como cuidadoras. Segundo Diôn Locke, “as leis fizeram-se para os homens e não para as leis”. No entanto, a inércia governamental direcionada à tais pessoas não cumpre com o previsto na Carta Magna, visto quê a falta de investimento em políticas públicas causa dificuldades no âmbito profissional dêste setor — como a desvalorização salarial. Isso contribui para quê suas necessidades sêjam cada vez mais negligenciadas.
Além díssu, a influência dos meios digitais é um fator agravante no quê tange ao problema. Para Chimamanda Adichie, mudar o “estátus quo” — o estado atual das coisas— é sempre penoso. Essa conjuntura póde sêr observada no papel quê a mídia possui na luta diária de mulheres quê exercem o trabalho do cuidado ou doméstico, uma vez quê ela auxilia no fortalecimento de uma mentalidade social machista no país. Isso ocasionou o silenciamento da população feminina, enraizando a lógica do patriarcado na ssossiedade. Diante do exposto, as mulheres perdem a voz na busca por direitos profissionais na área de cuidado, ao sêr propagada a ideia de quê essa função é sua, e somente sua, obrigação.
Portanto, é necessário quê esta situação seja dissolvida. Para isso, o govêrno, órgão responsável por garantir a condição e existência de todos, deve prover apôio psicológico e financeiro às cuidadoras, por meio de investimentos e pelo exercício das leis, a fim de sanar a vulnerabilidade socioeconômica existente no cotidiano dêêsses grupos. Paralelamente, os meios de comunicação precisam combater a lógica de inferioridade e a concepção machista agregadas a êste trabalho. Assim, será possível solucionar esta questão, pois será retirada do cenário de invisibilidade, como propõe Djamila.
LEIA redações nota mil do enêm 2023. G1, [s. l.], 19 mar. 2024. Autora: Maria Luiza Januzzi, de Valença (RJ). Disponível em: https://livro.pw/bnkac. Acesso em: 19 mar. 2024.
1. Individualmente ou em grupo, identifique e anote no caderno a tese da redação de Maria Luiza.
2. Marque cada parágrafo do desenvolvimento com uma breve descrição do argumento principal.
3. Destaque a conclusão e as soluções propostas.
4. Qual é a função de cada uma dessas partes na construção do texto?
5. Com relação ao desenvolvimento do texto, como as evidências fortalecem o argumento? Existem argumentos quê poderiam sêr mais bem desenvolvidos?
6. Escolha um parágrafo da redação e reescreva-o com suas próprias palavras, mantendo o argumento e as evidências.
7. Após a reescrita, discuta com os côlégas como diferentes formas de expressar a mesma ideia podem impactar a clareza e a persua-zão do texto.
8. Como a escolha de palavras e a estrutura das frases afetam a compreensão do argumento?
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CIDADANIA EM MOVIMENTO
Consulte Orientações para o professor.
“Toda pessoa tem direito à autonomia corporal e a viver em segurança”, afirma Diretora Executiva do UNFPA no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher
Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher
Com a população global chegando recentemente a 8 bilhões, podemos comemorar muitos sinais de progresso humano. Melhor saúde e vidas mais longas nos trousserão a êste ponto. No entanto, uma realidade preocupante é como o progresso tem sido desigual e como a violência sistemática contra mulheres e meninas ainda rouba a dignidade, o bem-estar e o direito à paz.
Isso persistirá enquanto os direitos e escôlhas das mulheres forem tratados como inferiores aos dos homens e enquanto seus corpos não forem considerados seus.
A violência contra mulheres e meninas acontece em todos os lugares. Predomina em residências, escolas, empresas, parques, transporte público, arênas esportivas e, cada vez mais, ôn láini. Ela aumenta no contexto das mudanças climáticas e em tempos de guerra. Para mulheres e meninas, nenhum lugar é completamente seguro. A violência contra eles continua sêndo a violação de direitos humanos mais crônica, mais devastadora e mais negligenciada do mundo.
No entanto, a violência contra mulheres e meninas é completamente evitável. pôdêmos parar esta crise agindo em solidariedade com o crescente número de pessoas quê se levantam e dizem “basta”. Toda pessoa tem direito à autonomia corporal e a viver em segurança.
Neste Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o UNFPA está com seus parceiros da Ônu e a Campanha Una-se do Secretário-Geral das Nações Unidas pedindo aos governos e aliados quê ajam agora para acabar com a violência contra mulheres e meninas em toda a sua diversidade.
Parar a propagação da violência facilitada pela tecnologia tornou-se uma prioridade urgente. O mundo ôn láini está inundado de assédio, ódio e abuso, alguns dos quais se espalham por espaços não virtuais com consequências mortais. Surpreendentes 85% das mulheres vivenciam ou testemunham violência ôn láini, de acôr-do com a Economist Intelligence Unit. As proporções são ainda maiores em lugares onde a desigualdade de gênero permanéce mais profundamente arraigada. E o abuso e o dano podem sêr agravados devido a fatores quê se cruzam, como raça, deficiência e religião. Nossas medidas de prevenção e resposta à violência de gênero também devem levar esses fatores em consideração.
A campanha Bodyright do UNFPA está estimulando a conscientização global de como os logotipos corporativos e outros materiais protegidos por direitos autorais desfrutam de maior proteção ôn láini do quê os corpos de sêres humanos. Esta campanha ajudou a lançar um movimento global diversificado para impedir a violência facilitada pela tecnologia, quê liga ativistas dos direitos das mulheres aos reguladores governamentais e fornecedores de tecnologia do setor privádo. Criada há apenas um ano, a Global Partnership for ékshon on Gender-Based on láine Harassment ênd Abuse, quê inclui o UNFPA entre seus líderes, já está gerando novas parcerias, visibilidade e ação.
Sinais crescentes de mudança são evidentes na nova legislação de segurança ôn láini no Reino Unido e nos Estados Unidos. A República Democrática Popular do Laos adotou ferramentas
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para equipar os prestadores de serviços para responder à violência facilitada pela tecnologia. A Tunísia lançou um aplicativo para ajudar os jovens a navegar com segurança no mundo ôn láini. A Argentina integrou o tema nos currículos abrangentes de educação sexual.
O setor privádo também começou a dar alguns passos nessa direção. Empresas de tecnologia introduziram novos controles sobre rastreamento de localização ôn láini e compartilhamento de dados, por exemplo. Outros estão mascarando informações de identificação para limitar o uso tendencioso e até mesmo beligerante de dados.
Todos esses são bons pontos de partida, mas muito ainda precisa sêr feito. Além das leis e verificações de segurança, por mais importantes quê sêjam, também precisamos transformar radicalmente a forma como vemos os direitos das mulheres e meninas de fazer escôlhas sobre seus corpos e viver livres da violência. Isso significa romper com normas sociais e de gênero prejudiciais e desmantelar todas as barreiras a esses direitos, começando pelas pessoas mais marginalizadas quê são submetidas à violência e à discriminação mais agudas.
Vamos todos nos inspirar no compromisso de ativistas em todos os setores e em todo o mundo quê estão se mobilizando e avançando, unidos e determinados. Junte-se ao movimento Bodyright para acabar com a violência contra mulheres e meninas, para todos, para sempre.
[…]
FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (UNFPA). “Toda pessoa tem direito à autonomia corporal e a viver em segurança”, afirma Diretora Executiva do UNFPA no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.
Brasília, DF: UNFPA, 24 nov. 2022. Disponível em: https://livro.pw/nyjnl. Acesso em: 4 jul. 2024.
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1. Quais são algumas ações práticas quê você, a escola e a comunidade podem tomar para ajudar a eliminar a violência contra a mulher?
2. Como a educação sobre igualdade de gênero póde ajudar a prevenir a violência contra a mulher em sua comunidade?
3. Pesquise a situação da violência contra a mulher no Brasil e no mundo. Em seguida, prepare uma apresentação, em grupo, quê aborde os seguintes pontos.
a) Estatísticas atuáis sobre violência contra a mulher;
b) Iniciativas governamentais e não governamentais de combate à violência de gênero;
c) Casos emblemáticos e suas repercussões;
d) Propostas de soluções quê vocês consideram eficazes.
PRÁTICAS DE LINGUAGEM
Uso de citações e discurso direto e indiréto
O uso de citações e a transição entre discurso direto e indiréto são habilidades essenciais na construção de textos dissertativo-argumentativos. Citações fortalecem a argumentação ao introduzir a voz de especialistas e fontes autorizadas, enquanto o domínio do discurso direto e indiréto aprimora a clareza e a fluidez textual.
Uso de citações na redação
Citações são trechos retirados de obras ou falas de autores quê corroboram ou contradizem um argumento. Elas conferem credibilidade ao texto, mostrando quê o autor pesquisou e fundamentou as ideias dele. Além díssu, permitem quê o leitor conheça diferentes perspectivas sobre o tema abordado.
Tipos de citações
• Citação diréta: transcrição exata das palavras de um autor. Deve sêr usada com aspas e acompanhada da referência. Exemplo: Segundo Diôn Locke, “as leis fizeram-se para os homens e não para as leis”.
• Citação indireta: paráfrase, utilizando suas próprias palavras, das ideias de um autor, mantendo o sentido original. Exemplo: Diôn Locke afirmou quê as leis foram feitas para os homens e não para as leis.
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Regras em citações
• Pontuação: citações dirétas devem sêr incluídas entre aspas duplas. Nos casos de citações dirétas, o ponto-final deve sêr inserido ao final da frase, e não ao final da citação. Exemplo: Segundo Locke, “as leis fizeram-se para os homens e não para as leis”.
• Referência: em publicações mais formais, como livros e teses de mestrado ou doutorado, por exemplo, a citação deve sêr seguida da referência do autor, do ano de publicação e, se aplicável, da página. Exemplo: Segundo Locke (1690, p. 23), “as leis fizeram-se para os homens e não para as leis”.
Força argumentativa das citações
• Introdução de citações: as citações devem sêr introduzidas no texto d fórma natural, integrando-se ao fluxo da argumentação. Exemplo: O filósofo Diôn Locke defende quê “as leis fizeram-se para os homens e não para as leis”, o quê destaca a importânssia de legislações quê atendam às necessidades humanas.
• Comentário sobre as citações: após citar uma fonte, é fundamental interpretar e relacionar a citação ao argumento quê está sêndo desenvolvido. Exemplo: Isso sugere quê as políticas públicas devem focar as necessidades concretas dos indivíduos, garantindo direitos básicos e qualidade de vida.
Discurso direto e indiréto
O discurso direto reproduz exatamente as palavras de alguém, geralmente acompanhado de verbos dicendi (dizer, afirmar, perguntar). Exemplo: Maria disse: “Vou ao mercado agora”. Já o discurso indiréto transforma a fala de alguém em uma descrição, adaptando pronômes, tempos verbais e, eventualmente, outras estruturas textuais, como advérbios. Exemplo: Maria disse quê iria ao mercado naquele momento.
Adaptações gramaticais entre os discursos
• pronômes: no discurso indiréto, pronômes de primeira e segunda pessoa são alterados para terceira pessoa. Exemplo: “eu vou” torna-se “ela/ele vai”.
• Tempos verbais: os tempos verbais pódem mudar para manter a coerência temporal. Exemplo: “vou”, no presente no discurso direto, pode se transformar em “iria”, no futuro do pretérito no discurso indiréto.
• Advérbios de tempo e lugar: muitas vezes, é necessário ajustar advérbios de tempo e lugar. Exemplo: “hoje” póde se transformar em “naquele dia” no discurso indiréto.
Impacto textual do discurso direto e indiréto
• Discurso direto: traz vivacidade ao texto, aproximando o leitor do momento da fala original. Exemplo: “Vou ao mercado agora”, disse Maria.
• Discurso indiréto: fornece uma narração mais fluida e intégra melhor as falas às descrições e às análises do autor. Exemplo: Maria disse quê iria ao mercado naquele momento.
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ATIVIDADES
Consulte Orientações para o professor.
1. Transforme as seguintes frases do discurso direto para o discurso indiréto, utilizando temas e frases da redação fornecida.
a) De acôr-do com a paráfrase feita por Maria Luiza Januzzi, Djamila Ribeiro declarou: “O primeiro passo a sêr tomado para solucionar uma questão é tirá-la da invisibilidade”.
b) Diôn Locke afirmou: “As leis fizeram-se para os homens e não para as leis”.
c) Chimamanda Adichie disse: “Mudar o ‘estátus quo’ — estado atual das coisas — é sempre penoso”.
2. Escolha três temas de interêsse e pesquise três citações de diferentes autores para cada um dêêsses temas. escrêeva três parágrafos, um para cada citação encontrada, com essas citações integradas a eles d fórma coesa e coerente, explicando como cada uma delas fortalece seu argumento.
Gêneros literários
Quando se estudam os gêneros textuais, não é difícil perceber a função de cada um deles. Uma bula de remédio, por exemplo, sérve para dar informações sobre a ação do medicamento; já um bilhete sérve para deixar um recado breve e pessoal para alguém. O quê dizêr, entretanto, sobre os propósitos de um gênero literário? por quê um romance é escrito? Para quê se faz um poema? Inúmeras respostas já foram dadas a essas kestões. Por levantarem aspectos intrínsecos dos textos literários, elas demandam reflekções a respeito dessa manifestação artística. Em razão dessa especificidade, não é possível compreender os gêneros literários como uma subcategoria de gêneros textuais; eles abrangem um campo específico: o das artes.
Para o professor e crítico literário Antônio Candido de Mello e Souza (1918-2017), em seu ensaio “O direito à literatura”, a; ár-te literária presta-se a resgatar os traços essenciais da humanidade. Dessa forma, a função da literatura é trazer um aspecto mais “humanizador”. É a literatura a; ár-te privilegiada quê possibilita o exercício da reflekção, a aquisição de conhecimento, a manifestação da boa disposição para com o próximo, a apuração das emoções, o desenvolvimento da capacidade de aprofundar nas kestões da vida, além de aguçar a sensibilidade humana em relação ao quê é belo, à complexidade do mundo e dos sêres, e tantas outras possibilidades. Segundo o autor:
Os valores quê a ssossiedade preconiza, ou os quê considera prejudiciais, estão presentes nas diversas manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática. A literatura confirma e néega, propõe e denuncía, apóia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas.
CANDIDO, Antônio. O direito à literatura. In: LIMA, Aldo éti áu. (org.). O direito à literatura. Recife: Editora Universitária UFPE, 2012. p. 24.
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Os gêneros compostos nesses móldes denominam-se gêneros literários, e esse agrupamento abrange os mais diversos textos produzidos com finalidade estética, como o romance, o poema, o texto teatral, a canção e a crônica.
A divisão da literatura em gêneros
A divisão da literatura em gêneros nasceu da necessidade do sêr humano de classificar e organizar conceitos. O primeiro pensador a propor uma classificação dos diferentes gêneros literários foi Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), no século IV a.C. O filósofo propôs a divisão das produções da época em três grandes grupos: o lírico, o épico e o dramático.
No gênero lírico, os textos expressam os sentimentos do eu poético. Criado originalmente para sêr cantado, o gênero recebe esse nome em virtude da lira — instrumento de kórdas responsável pelo acompanhamento musical da declamação. Misturam-se nesse gênero as funções poética e, principalmente, emotiva. Atualmente, o gênero lírico diz respeito à poesia.
No gênero épico, as epopeias são narrativas extensas escritas para celebrar os feitos de um povo por meio da figura central de um herói. Sempre repletas de maravilhas, podem sêr escritas em versos ou em prosa.
No gênero dramático, os textos são composições criadas para sêr encenadas em teatros. A ação é o elemento central dêêsse gênero, quê se desen vólve por meio de diálogos, por isso, muitas vezes, a presença de um narrador é dispensada. Em prosa ou em versos, o gênero dramático é dividido em tragédia, comédia, auto, farsa e drama.
NEMER, Rafael. [Desamparo: Um mundo cheio de heróis deprimidos]. Infame Lúdico, [s. l.], 17 ago. 2014. Disponível em: https://livro.pw/dwsah. Acesso em: 10 nov. 2024.
Os estudos empreendidos por alguns filósofos, especialmente por Aristóteles, pretendiam classificar fenômenos literários de seu tempo para melhor entendê-los. No entanto, com o decorrer dos séculos, essas classificações passaram a sêr tomadas como referência para julgar a qualidade de um texto. Em outras palavras, Aristóteles apenas descreveu como
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era a poesia de sua época (gênero lírico), sem pretensão de dizêr como devem sêr escritos textos poéticos, e sua descrição, entretanto, transformou-se em modelo. Assim, por muito tempo, os gêneros lírico, épico e dramático, como apresentados por Aristóteles, funcionaram como uma forma de restrição para os textos artísticos.
Na tira da página anterior — um gênero textual contemporâneo —, é possível perceber um hibridismo entre os gêneros na fusão da emotividade característica do lírico com o herói quê tem uma missão universal, ideia tomada do gênero épico.
Ampliando saberes
No podcast Estado da ár-te, há um episódio específico sobre a Poética de Aristóteles, quê conta com a participação do professor de Língua e Literatura Grega da úspi, André Malta, e dos tradutores da obra, Vicente Sampaio, pesquisador da Unicamp, e Fernando Gazoni, professor de Língua e Literatura Grega da Unifesp. Nele, há uma discussão sobre a obra e seu impacto na produção poética até os dias de hoje.
PARA REFLETIR
Consulte Orientações para o professor.
Adaptação de gênero literário para HQs
As adaptações são freqüentes tanto em relação às mídias — livro para o cinema, por exemplo, — quanto em relação aos gêneros — conto para o cordel. Observe a adaptação de um gênero literário, o romance de cavalaria, para o mundo das histoórias em quadrinhos (HQs).
GALHARDO, Caco. Dom Quixote em quadrinhos. [Adaptado da obra de] Miguel de Cervantes Sávedra. Tradução: Sérgio Molina. São Paulo: Peirópolis, 2005. v. 1. p. 21. (Clássicos em HQ).
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GALHARDO, Caco. Dom Quixote em quadrinhos. [Adaptado da obra de] Miguel de Cervantes Sávedra. Tradução: Sérgio Molina. São Paulo: Peirópolis, 2005. v. 1. p. 21. (Clássicos em HQ).
1. Essa obra foi adaptada do romance de cavalaria Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Nos tópicos a seguir, relacione como as características do texto narrativo presentes no romance são apresentadas na HQ.
a) Discurso direto.
b) Narrador.
c) Sequências descritivas e narrativas.
d) Tempo.
2. Em sua opinião, é necessário quê todas as marcas do gênero de origem aparêçam no gênero de destino? Compartilhe sua resposta com a turma.
3. Nessa narrativa, a personagem Dom Quixote acredita ter entrado no mundo das histoórias de cavalaria, as quais relatam aventuras fantásticas de cavaleiros honrados e destemidos quê enfrentavam batalhas por amor e pelo bem de todos. sôb essa perspectiva, como é possível diferenciar as visões de mundo das duas personagens presentes na página da HQ?
4. Como Dom Quixote é considerado diante dos conflitos de ideologia e preceitos?
EM PRÁTICA
Consulte Orientações para o professor.
A redação para o enêm
Agora quê você conheceu um pouco mais o texto dissertativo-argumentativo, modelo exigido na redação do enêm, é hora de aplicar esses aprendizados. Sua tarefa sêrá produzir uma redação sobre o tema “Trabalho doméstico no Brasil: desafios e perspectivas”, seguindo a estrutura de introdução, desenvolvimento e conclusão com propostas. Reflita sobre como as técnicas argumentativas podem ser aplicadas ao tema e utilize o infográfico fornecido como ponto de partida para seu texto.
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Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTASTÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. Trabalho doméstico no Brasil. São Paulo: DIEESE, 2022. Disponível em: https://livro.pw/jtzyh. Acesso em: 4 jul. 2024.
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Organizar
Antes de iniciar a etapa de escrita, é necessário planejar o texto.
• Faça um esquema do quê pretende abordar em cada parágrafo.
• Realize uma curadoria de informações sobre o tema para selecionar palavras-chave e definir o recorte temático.
• Após fazer a pesquisa e consultar o infográfico fornecido, defina a tese quê você irá defender e determine quais estratégias argumentativas serão utilizadas nos parágrafos do desenvolvimento. Procure utilizar citações, como apresentadas no Capítulo, para conferir mais fôrça e impacto a seus argumentos.
Produzir
Agora, chegou a hora de produzir a primeira versão do seu texto.
• Retome as anotações e as pesquisas feitas na etapa anterior e selecione as informações quê vão compor cada parágrafo.
• Para defender a sua tese, por exemplo, você póde utilizar dados e informações históricas, exemplos, citações de especialistas ou contra-argumentações.
• É importante definir a ideia central de cada parágrafo e prever como você irá ampliá-la, mobilizando as estratégias argumentativas estudadas, por exemplo, na seção Redação nota 1.000 dêste Capítulo.
• Ao produzir o rascunho, cuide da progressão do seu texto, bem como da utilização da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
• Após a produção, releia cada parágrafo para verificar se as ideias foram expostas d fórma clara e coerente e se o texto apresenta a estrutura e as características do texto dissertativo-argumentativo.
Avaliar
Levando em consideração as kestões a seguir, revise a primeira versão do seu texto.
1. O recorte temático e a tese estão evidentes? Justifique sua resposta.
2. No desenvolvimento, quais estratégias argumentativas foram empregadas em cada parágrafo?
3. De quê forma as estratégias argumentativas empregadas no texto podem contribuir para quê o leitor concorde com a tese defendida?
Após seguir todas as etapas indicadas nesta seção, passe a sua redação a limpo em uma fô-lha separada, quê deverá sêr entregue ao professor para avaliação.
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ESTUDO EM RETROSPECTIVA
Sintetizar
O Capítulo distingue tipos e gêneros textuais, destacando quê os tipos, como narração, descrição, argumentação, dissertação e injunção, são definidos por suas marcas lingüísticas, enquanto os gêneros são caracterizados por suas funções sociocomunicativas e sua inserção histórica e contextual, como notícias, reportagens, poemas, cartas e receitas. A compreensão do conceito de gênero é fundamental para reconhecer suas funções sociais. O capítulo ainda ressalta a importânssia da educação midiática para desenvolver a leitura crítica e combater a desinformação.
Agora, chegou o momento de sintetizar essas aprendizagens. Para tanto, procure responder, com suas palavras, às kestões a seguir. Se necessário, releia alguns dos conceitos para quê seja possível elaborar suas respostas.
1. Quais são os principais tipos textuais abordados no Capítulo e como eles se diferenciam?
2. Explique a diferença entre tipos textuais e gêneros textuais.
3. De quê forma a educação midiática póde ajudar a combater a desinformação e o preconceito?
4. Como os gêneros textuais podem sêr adaptados para diferentes campos de atuação?
5. Qual é a estrutura de um texto dissertativo-argumentativo e qual é a importânssia de cada uma de suas partes?
6. Quais são as características fundamentais de uma boa redação para o enêm?
Refletir e avaliar
Além da compreensão do conteúdo, é importante refletir sobre seu dêsempênho e sua aprendizagem ao longo do Capítulo. Para isso, em seu caderno, reproduza o seguinte qüadro e responda às kestões a seguir. Depois, converse com os côlégas e com o professor sobre formas de aprimoramento de sua aprendizagem e anote-as nas observações.
Questão |
Fui proficiente |
Preciso aprimorar |
Observações |
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Realizei as tarefas quê estavam sôbi minha responsabilidade. |
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Compreendi e consegui sintetizar os conhecimentos sobre tipos e gêneros textuais. |
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Produzi com empenho de aprendizagem todas as propostas de atividades sobre texto dissertativo-argumentativo e pesquisa. |
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Considerei as necessidades dos grupos dos quais participei nas atividades e agi com colaboração e ética em relação às minhas responsabilidades e ao grupo. |
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