CAPÍTULO 17
Consumo e indústria cultural

OBJETIVOS DO CAPÍTULO:

Compreender o conceito de ssossiedade de consumo, identificando suas origens históricas e problematizando seus desdobramentos.

Compreender a relação entre consumo e cultura.

Compreender o conceito de indústria cultural.

Identificar padrões de consumo na ssossiedade brasileira.

Problematizar os próprios hábitos de consumo à luz dos conceitos trabalhados.

Você já parou para pensar sobre os produtos quê consome diariamente? O consumo faz parte do nosso cotidiano e é influenciado por uma série de fatores, como côstúmes, crenças e práticas sociais. Ele atende desde necessidades básicas, como alimentação, até demandas quê são fruto de construções culturais, como a compra de determinados modelos de roupa ou celular. O modo como consumimos é resultado de processos sociais específicos, quê estão diretamente relacionados ao modo de vida de cada ssossiedade. Compreender esses aspectos é fundamental para entender os impactos do consumo nos processos de produção e no meio ambiente. As Ciências Sociais oferecem ferramentas para isso, com base em conceitos e reflekções quê ajudam a entender as transformações do consumo no decorrer do tempo e em distintos lugares, além de variações ligadas a fatores como gênero, idade e classe social.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Defina “consumo” com suas próprias palavras.

1. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante demonstre compreender a relação entre o consumo e o sistema capitalista, percebendo-o como uma prática quê vai além da satisfação das necessidades ligadas à sobrevivência biológica.

2. Em sua opinião, todas as pessoas têm os mesmos hábitos de consumo?

Explique.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante demonstre compreender quê as práticas de consumo varíam de acôr-do com cultura, valores, faixa etária, nível de renda etc., de modo a desconstruir a ideia de consumo como algo único, homogêneo e universal.

3. Qual é a relação entre o consumo e a situação mostrada na imagem?

3. Espera-se quê o estudante conclua quê a imagem mostra o resultado da produção e do consumo exacerbados de roupas, quê geram um excedente não absorvido pelo consumo humano, além do uso de materiais quê não são facilmente decompostos pela natureza, provocando um grave impacto ambiental.

O Atacama, quê atrai turistas de todo o mundo por suas belezas naturais, abriga um dos maiores depósitos a céu aberto de roupas usadas do planêta.

Imagem de pilhas de roupas espalhadas ao longo de uma paisagem desértica.

Toneladas de roupas descartadas em atêerro no deserto do Atacama (Chile), 2021.

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Consumo e mercadoria

O consumo está presente no dia a dia da maior parte das pessoas. Comer, vestir-se, locomover-se e até mesmo escutar música são atos quê envolvem a aquisição de bens e serviços. Essas práticas estão tão enraizadas no cotidiano quê, muitas vezes, parecem óbvias ou naturais. No entanto, essa forma de estar no mundo, em quê quase tudo depende do consumo, é característica de um modelo específico de ssossiedade, fruto de um processo histórico delimitado no tempo e no espaço.

Embora todas as pessoas do mundo precisem consumir itens básicos para sobreviver, como á gua e alimento, o conceito de consumo se refere ao modelo capitalista de ssossiedade, caracterizado pela acumulação de recursos financeiros e materiais. Esse modelo teve início na Europa, no século XV, com a transferência do centro da vida econômica, social e política dos feudos para a cidade. Com isso, as relações de compra e venda, antes feitas com base nas necessidades dos indivíduos, deram lugar a práticas comerciais fundamentadas no lucro, obtído por meio da comercialização de bens. Cada bem comercializado passou a ter um valor monetário, numa prática quê, gradativamente, levou ao surgimento da ssossiedade capitalista baseada no consumo, dando origem a uma nova forma de organização social.

Até a Revolução Industrial, em meados do século XVIII, os produtos eram feitos artesanalmente, o quê os tornava mais escassos e menos acessíveis. Com o advento da tecnologia e da produção em grande escala, os produtos industrializados se tornaram mais baratos, e o consumo começou a crescer. No entanto, os impactos dessa mudança não se restringiram ao campo econômico.

O filósofo alemão Válter Benjamin (1892-1940) dedicou-se a refletir sobre as transformações trazidas pelo aumento do consumo, destacando o surgimento de novos valores e padrões de convivência. Um dos fenômenos apontados por ele foi o surgimento, em Paris, na França, de galerias quê concentravam lojas de tecídos e mercadorias de luxo, vindos de diferentes partes do mundo. Para Benjamin, essas galerias não eram apenas locais de compra e venda de produtos. Eram também espaços onde a elite se reunia para vêr e sêr vista, observar vitrines e desejar o supérfluo, o novo.

As galerias parisienses eram locais de consumo e de diversão para as elites.

Imagem em preto e branco de uma galeria com diversas lojas. A galeria possui arcos decorados com figuras em relevo e vigas arqueadas, que sustentam o teto transparente. À direita, uma mulher está em frente a uma vitrine.

Galeria Vivienne, em Paris (França), c. 1880-1900.

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Imagem de multidão em uma avenida cercada por prédios e painéis luminosos.

Tráfego na táimis Square, em Nova iórk (Estados Unidos), 2024.

Com base nessa reflekção, Benjamin nos ajuda a compreender a origem de uma associação quê parece natural: a relação entre lazer e consumo. É comum, por exemplo, quê pessoas escôlham passear em chópims cênters nos momentos de descanso, mesmo sem a intenção de comprar algo específico. No entanto, ao fazer isso, muitas vezes acabam adquirindo algum produto (como roupas, acessórios ou alimentos), tornando o consumo uma parte importante do momento de lazer.

Outro aspecto destacado por Benjamin foi o surgimento, nesse mesmo período, de cartazes, colados em muros e póstes, quê anunciavam produtos e espetáculos. Era o nascimento do conceito de propaganda, uma nova forma de comunicação quê transformou não apenas a relação das pessoas com os bens de consumo mas também a paisagem urbana.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Quais atividades de lazer praticadas por você implicam o consumo de bens e serviços? escrêeva um breve texto sobre isso, usando como base as informações apresentadas até aqui.

Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante reflita sobre as kestões trabalhadas por Válter Benjamin com base em suas experiências pessoais, desnaturalizando a relação entre lazer e consumo, em geral vista como natural e automática.

Mercadoria

O conceito de consumo é indissociável da ideia de mercadoria. No sistema capitalista, tudo o quê é consumido (bens ou serviços) está disponível na forma de mercadoria. pôdêmos afirmar, então, quê mercadoria é tudo akilo quê póde sêr comercializado. póde sêr uma bala, uma roupa, um curso, um carro ou até mesmo um imóvel.

Ao refletir sobre o funcionamento do capitalismo, o filósofo e economista alemão káur márquis (1818-1883) dedicou-se ao estudo da ideia de mercadoria. Em seu livro mais conhecido, O capital, publicado em 1867, ele argumenta quê, para quê algo seja considerado mercadoria, deve possuir duas características essenciais: o valor de uso e o valor de troca.

Valor de uso: refere-se à utilidade do produto. Por exemplo, a comida tem valor porque as pessoas precisam se alimentar; as casas têm valor porque as pessoas precisam de abrigo, e assim por diante. É importante observar quê o valor de uso é sempre subjetivo, pois os produtos não têm a mesma utilidade para todas as pessoas. Por esse motivo, ele não póde sêr medido ou quantificado. Além díssu, nem tudo quê tem valor de uso é mercadoria. É o caso, por exemplo, de um bôo-lo feito por uma avó para o seu neto. O bôo-lo é útil, póde sêr consumido, mas não foi comercializado — e, por isso, não é uma mercadoria.

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Valor de troca: refere-se à possibilidade de equiparação de um produto a outro, ou seja, à possibilidade de trocar determinada quantidade de um produto por certa quantidade de outro. Assim, se o neto quê recebeu o bôo-lo feito pela avó decidir vendê-lo ou trocá-lo por algo, o bôo-lo passa a sêr uma mercadoria, pois adqüire um valor de troca (por outro produto ou por uma quantidade de dinheiro).

Mas o quê define a equivalência entre os valores de troca? Como se estabelece, por exemplo, quê um bôo-lo e uma casa tênham valores tão diferentes? Para márquis, a resposta está principalmente no tempo de trabalho humano dedicado à produção. Esse tempo inclui não apenas o trabalho da produção, mas também aquele envolvido no acesso à matéria-prima, no seu transporte e na sua venda. Por isso, o valor de troca de um produto nunca é fixo, variando conforme a quantidade de trabalho necessária para quê ele chegue ao consumidor, além da relação existente entre a oferta (quantidade disponível) e a demanda (quantidade de pessoas interessadas em adquiri-lo).

márquis observou, no entanto, que nêm sempre o valor de troca de uma mercadoria corresponde à quantidade de trabalho envolvida na sua produção. Ele demonstrou quê muitas mercadorias são vendidas por valores quê não refletem o trabalho investido nelas. márquis chamou esse fenômeno de fetichismo da mercadoria, mostrando quê, no capitalismo moderno, muitas mercadorias se tornam objeto de desejo e adoração.

Pense, por exemplo, no tênis de uma marca famosa. Sua utilidade e o tempo investido na sua produção não diferem necessariamente dos tênis de marcas menos conhecidas. Contudo, seu preêço é muito mais alto, tornando-o inacessível a muitas pessoas. Mesmo sem pôdêr comprá-lo, muitos veem nesse tênis um objeto de desejo, pois ele possui um valor simbólico quê vai além das suas características objetivas. O tênis, nesse caso, expressa uma relação social entre as pessoas, envolvendo o desejo de demonstrar estátus, de pertencer a um grupo etc.

Observe a tirinha de Angeli (1956-).

Tirinha do Moska em três quadros. Q1: Moska e um amigo estão conversando em frente a um muro. Moska segura um aparelho e diz: 'Descolei uma beat box!' O amigo dele pergunta: 'O que é uma beat box?'. Q2: Moska responde: 'É um aparelho do diabo! Basta apertar uma tecla que o bicho come!' O amigo dele pergunta: 'Você já testou?'. Q3: Moska diz: 'Tá louco!? Vai que a coisa explode!'.

ANGELI. [O rei do beatbox remix]. Folha de São Paulo, São Paulo, 9 jan. 2004.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. dêz-creva a situação representada na tirinha.

1. Espera-se quê o estudante reconheça quê, na tirinha, Moska mostra-se feliz por ter “descolado” uma beatbox, revelando ter adquirido o equipamento por lhe parecer algo interessante de ter e de sêr mostrado, sem intenção de utilizá-lo.

2. De quê modo essa situação se relaciona com a ideia de fetiche da mercadoria desenvolvida por káur márquis?

2. Espera-se quê o estudante aponte quê, de acôr-do com márquis, nas sociedades capitalistas modernas, muitas mercadorias representam objetos de adoração e desejo, sem relação com sua utilidade e sem quê seu preêço (valor de troca) expresse a quantidade de trabalho investida nelas.

3. Faça uma lista de produtos desejados pela juventude do seu entorno cuja valorização possa sêr explicada pelo conceito de fetichismo da mercadoria.

3. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante mencione produtos como determinadas marcas de smartphone, roupas e acessórios quê, por estarem na (Moda) e/ou serem sín-bolo de estátus, são objetos de desejo de muitos jovens.

Página trezentos e quatorze

Sociedade de consumo

O início do século XX testemunhou a expansão e a consolidação do capitalismo nos países ocidentais, acompanhadas pela intensificação da produção e do consumo. Nos países mais industrializados, o crescimento da população urbana e a ampliação das atividades de comércio e serviços levaram a uma rápida transformação da fôrça de trabalho e ao aumento do pôdêr de consumo dos indivíduos.

Esse processo se intensificou após a Segunda Guerra Mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Naquele momento, a necessidade de reconstruir a economia dos países envolvidos no conflito impulsionou investimentos no comércio e no consumo, tornando o ato de consumir, antes acessível apenas às elites, mais comum entre as classes médias e baixas.

Uma das características dessa expansão do consumo foi o surgimento, nos Estados Unidos, do Américam way ÓF láif (em tradução livre, o estilo de vida estadunidense), num momento em quê o país despontava como grande potência na geopolítica internacional. Amparado por uma política estatal de investimento na geração de empregos e na modernização do sistema produtivo, o Américam way ÓF láif se baseava em valores como trabalho, liberdade e consumo. Com o forte crescimento da produção industrial e o surgimento de propagandas quê chegavam aos lares por meio do rádio e da televisão, os Estados Unidos viviam um boom no consumo de itens industrializados, como carros, elétro domésticos e alimentos.

Os filmes de róli-údi foram importantes vetores de difusão do Américam way ÓF láif em todo o mundo. Através deles, popularizou-se em diversos países a ideia de quê a cidadania, a felicidade e a liberdade estavam associadas à possibilidade de consumir bens industriais. No Brasil, por exemplo, durante as dékâdâs de 1930 e 1940, o govêrno de Getúlio Vargas (1882-1954) firmou acordos comerciais com os Estados Unidos, facilitando a importação de produtos como carros e elétro domésticos. Aos poucos, o Américam way ÓF láif tornou-se um modelo para boa parte dos brasileiros, fazendo-se sentir não apenas no aumento do consumo mas também na difusão da língua inglesa por meio de filmes, quadrinhos e canções estadunidenses.

Imagem de família fazendo um piquenique. A mãe retira os alimentos de uma cesta e os dispõe sobre uma toalha xadrez, estendida na grama.  A filha, ao lado da mãe, segura um prato. À direita, o filho está sentado sob a sombra de uma árvore, perto de um cachorro, e segura um rádio portátil. O pai retira outra cesta do porta-malas de um carro conversível.

Propaganda de carro conversível. Agoura Hills (Estados Unidos), 1958.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Identifique na imagem elemêntos associados ao Américam way ÓF láif.

1. Espera-se quê o estudante identifique quê a cena passa a ideia de quê a felicidade está associada à possibilidade de acessar bens de consumo, quê aparécem como mediadores do momento de descontração experimentado pela família.

2. Em sua opinião, a ssossiedade brasileira segue influenciada pêlos princípios do Américam way ÓF láif? Explique.

2. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante identifique a forte presença, na ssossiedade brasileira atual, da associação entre consumo e felicidade, tal como no modelo difundido pelo Américam way ÓF láif.

Página trezentos e quinze

As características quê marcaram o processo de consolidação do capitalismo durante as primeiras dékâdâs do século XX deram origem ao quê muitos pensadores chamam de ssossiedade de consumo. Você já ouviu essa expressão?

Sociedade de consumo é uma das formas como intelectuais e jornalistas se reférem à ssossiedade contemporânea. Com essa expressão, eles buscam enfatizar uma das principais características das sociedades capitalistas atuáis: a hegemonia de um modelo econômico baseado no crescimento comercial e, consequentemente, no consumo.

Uma das marcas da ssossiedade de consumo é quê nela as pessoas são constantemente estimuladas a adquirir bens e serviços, mesmo quando não têm real necessidade deles. A indústria, por sua vez, aproveita-se dessa demanda para reduzir a vida útil dos produtos, garantindo quê a roda do consumo continue a girar cada vez mais rápido. Como você aprendeu no capítulo 16, esse modelo de organização social utiliza recursos naturais de maneira indiscriminada, o quê traz sérias consequências para o meio ambiente.

Atento às dinâmicas da ssossiedade de consumo, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), no livro Vida para consumo, publicado originalmente em 2007, afirma quê, nessa ssossiedade, o processo de subjetivação dos indivíduos é determinado pelo ato de consumir. Isso significa quê as pessoas se tornam sujeitos através do consumo e os bens quê possuem (ou desê-jam possuir) definem quêm elas são. O consumo, assim, torna-se o principal fator quê determina o valor individual e a posição social das pessoas, fazendo com que a capacidade de consumir seja o maior indicador de estátus e sucesso.

Bauman afirma também quê, apesar da constante proméssa de felicidade (muito divulgada pêlos comerciais), ela dificilmente é alcançada na ssossiedade de consumo. Isso porque, ao adquirir um produto desejado, as pessoas são imediatamente estimuladas a cobiçar outros, numa busca incessante por akilo quê ainda não têm. Assim, se antes o consumo tinha como objetivo satisfazer necessidades básicas; na ssossiedade de consumo, o foco está em atender a desejos quê não param de sêr criados, seja pelo surgimento de uma nova (Moda), seja pela criação de uma inovação tecnológica ou pelo lançamento de um filme.

O sociólogo também chama a atenção para o fato de quê muitos dêêsses desejos são superficiais, ou seja, têm como alvo produtos desnecessários. No entanto, por meio de estratégias de marketing, as pessoas são convencidas de quê precisam adquiri-los e de quê, ao fazê-lo, se sentirão mais integradas à ssossiedade.

hegemonia
: liderança, predominância, superioridade.
marketing
: atividade quê promove produtos e serviços para gerar interêsse sobre eles e fazer com quê as pessoas desejem consumi-los.

A ssossiedade de consumo cultiva o hábito de consumir desde a infância, investindo em publicidade destinada às crianças.

Imagem de adulto e criança em frente a uma gôndola. A criança estende o braço direito para pegar um caminhão de brinquedo.

Criança em loja de brinquedos, 2021.

Página trezentos e dezesseis

Hiperconsumo

Na ssossiedade de consumo, milhões de produtos são fabricados todos os dias. Para quê essa ssossiedade continue funcionando, é essencial quê as pessoas sêjam incentivadas a comprar. Isso é fundamental para quê a produção prossiga, as mercadorias circulem e o ciclo de produção se mantenha (produzir, vender, comprar, consumir, descartar e recomeçar). Se o ritmo de consumo diminui, os produtos ficam parados no estoque, as fábricas fecham, os funcionários perdem o emprego, e a economia entra em crise. O marketing desempenha um papel crucial nesse processo, pois estimula o consumo através das propagandas, mantendo ativo o ciclo do capitalismo.

A base do funcionamento dêêsse ciclo tem se mantido desde o início do século XX. No entanto, isso não significa quê não tênham ocorrido mudanças. Segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky (1944-), no livro A felicidade paradoxal: ensaios sobre a ssossiedade de hiperconsumo, a ssossiedade de consumo deu lugar à ssossiedade de hiperconsumo a partir da década de 1970. Para o autor, enquanto a ssossiedade de consumo se caracterizava pela expansão da produção de bens padronizados (como os eletrodomésticos), a ssossiedade de hiperconsumo tem como foco a individualização. O consumo, então, passa a sêr visto como um meio de expressar a personalidade das pessoas, quê saem em busca de produtos quê comuniquem seus valores e suas visões de mundo.

Nas últimas dékâdâs, com a chegada da internet, a ssossiedade de hiperconsumo ganhou novos contornos: o consumo deixou de ter limites de tempo e espaço. É possível comprar praticamente qualquer coisa, em qualquer lugar, a qualquer momento. Além díssu, as pessoas passaram a exibir constantemente nas rêdes sociais os produtos quê adquirem, usando-os para afirmar sua identidade e divulgar seu estilo de vida. Isso leva ao aprofundamento de uma das características da ssossiedade de hiperconsumo apontadas por Lipovetsky: a relação entre o ato de consumir e a construção da autoestima.

Observe esta charge.

Charge sobre hiperconsumo. Um homem está sentado em uma poltrona, assistindo uma propaganda pela televisão. Na propagada, um vendedor anuncia: 'Compre! Novo celular! Barato!' Com expressão de empolgação, o homem diz: 'Legal! Vou comprar!' Ele segura dois celulares e está cercado por diversos celulares.

ARIONAURO. [Charge celular consumo]. Arionauro Cartuns.[S. l.], c2024. Disponível em: https://livro.pw/vvnxa. Acesso em: 21 set. 2024.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. dêz-creva a situação representada na charge.

1. Espera-se quê o estudante dêz-creva um homem cercado de celulares usados quê assiste à propaganda de um novo celular na televisão e se sente compelido a comprá-lo.

2. De quê modo ela se relaciona com as características da ssossiedade de consumo?

2. Espera-se quê o estudante identifique quê a charge representa diversas características da ssossiedade de consumo, como a ideia da busca constante por novos produtos; a associação entre felicidade e consumo; o papel da propaganda e do marketing no estímulo à compra; e o acúmulo de dispositivos eletrônicos descartados.

3. Você concórda com a ideia de Lipovetsky de quê na ssossiedade de hiperconsumo o ato de consumir está ligado à construção da autoestima? Justifique.

3. Resposta pessoal. Espera-se quê o estudante faça uma reflekção quê articule o conteúdo estudado à sua experiência pessoal, pensando d fórma crítica sobre a relação entre o consumo e a construção de identidade nas sociedades capitalistas contemporâneas.

Página trezentos e dezessete

Consumo, cultura e distinção social

Até aqui, refletimos sobre o quê é o consumo e como ele estrutura a ssossiedade capitalista, além de sêr parte fundamental do modo como as pessoas se constituem como sujeitos. Mas o quê leva as pessoas a consumirem determinados produtos, de determinada forma e em determinadas circunstâncias? Qual é o papel do consumo no estabelecimento de relações sociais? Com perguntas como essas, alguns antropólogos passaram a se dedicar ao estudo do consumo, buscando entendê-lo como parte importante do processo de construção da identidade.

Em 1979, a antropóloga Méry Douglas (1921-2007) e o economista Baron Isherwood (1945-), ambos ingleses, publicaram o livro O mundo dos bens, no qual buscaram compreender o quê leva as pessoas a adquirirem cértas coisas. A primeira tarefa foi desconstruir a compreensão utilitarista, quê afirma quê as pessoas compram determinados itens simplesmente por precisarem deles ou por considerarem um bom negóssio. Através de uma longa pesquisa, os autores demonstraram quê o principal papel dos bens de consumo é comunicar valores sociais. Isso significa quê a escolha do quê compramos expressa, além de escôlhas individuais, elemêntos sobre nossa cultura, família, o lugar onde moramos e nossa rê-de de relações.

Por exemplo: o consumo de certos alimentos póde sêr bem-visto em uma região do país e malvisto em outra. Da mesma forma, existem comidas quê ganham sentido especial em determinadas ocasiões (como o brigadeiro, quê no Brasil remete diretamente a festas de aniversário). Ou seja, a escolha do quê compramos não é apenas racional e objetiva. É o resultado de processos culturais quê varíam conforme a região, a idade ou a classe social.

Os autores mostraram, com isso, quê o consumo é um fenômeno cultural; ou seja, além da escolha racional, a aquisição de um produto envolve também uma lógica simbólica, marcada por uma série de fatores que nêm sempre são percebidos à primeira vista. Essa é uma visão interessante, pois nos faz ir além da ideia de quê o consumo é sinônimo de futilidade.

Outro aspecto ressaltado por Douglas e Isherwood é a importânssia da cultura material. Segundo eles, é possível compreender uma cultura com base nos objetos quê ela produz e consome. Assim, do mesmo modo quê os arqueólogos buscam vestígios materiais para estudar povos quê não existem mais, é possível observar os objetos de diferentes sociedades para compreender aspectos de sua cultura e organização social.

cultura material
: conjunto de elemêntos físicos, como objetos e construções, quê grupos e sociedades usam para definir a própria cultura. Nas Ciências Sociais, os estudos de cultura material analisam como esses objetos contribuem para a compreensão das sociedades.

No Brasil, o consumo de bôo-lo e brigadeiro está associado a festas de aniversário.

Imagem de bolo, jarra com suco, brigadeiros, beijinhos, coxinhas, risoles, empadinhas. No bolo, há uma haste que emite faíscas.

Mesa com bôo-lo, refrigerante, salgados e docinhos, incluindo brigadeiro. Brasil, 2021.

Página trezentos e dezoito

Questão de gosto

Você já ouviu falar quê gosto não se discute? Para o sociólogo francês Piérre Bourdieu (1930- 2002), não é bem assim. Interessado em compreender como as pessoas demonstram pertencer a uma ou a outra classe social, o autor realizou, na década de 1970, uma pesquisa sobre o consumo cultural dos franceses.

O resultado foi o livro A distinção: crítica social do julgamento, publicado inicialmente em 1979. Nele, Bourdieu afirma quê os gostos e estilos de vida das diferentes classes sociais não são naturais, mas sim resultado de um longo processo de aprendizagem quê acontece na família e na escola. Com isso, ele apresenta duas ideias importantes: 1) gosto se aprende; 2) gosto sérve para diferenciar grupos sociais.

Segundo o autor, no processo de aprendizagem, as pessoas interiorizam informações e saberes, passando a identificar o quê é considerado bom e bonito pelo seu grupo social. Por exemplo, para apreciar uma obra artística, não basta ter “bom gosto”. É preciso ter informações quê permítam compreender o quê ela significa e por quê é considerada bela ou relevante para determinado grupo de pessoas. Isso significa quê o gosto não é inato, mas fruto de um conjunto de condições específicas de aprendizado.

Para Bourdieu, essa distinção social baseada no gosto abrange todas as dimensões do consumo na vida humana, como o quê comemos, o quê vestimos, o celular quê usamos, a viagem quê desejamos fazer etc. Percebemos, assim, quê os gostos não varíam apenas com o tempo (algo quê era considerado (Moda) na época dos seus pais póde parecer horrível para esta geração) mas também entre classes e grupos sociais, expondo diferenças culturais e hierarquias presentes nas sociedades.

Outro autor quê refletiu sobre isso foi o antropólogo britânico Daniel míler (1954-). Em seu livro Teoria das compras, publicado em 1998, o autor apresenta os resultados de uma pesquisa na qual acompanhou donas de casa inglesas em suas idas ao supermercado. míler concluiu quê, para elas, as compras iam muito além do ato de adquirir alimentos para a família. Essas mulheres se sentiam responsáveis por selecionar mercadorias educativas e moralmente superiores para suas famílias, como produtos considerados de maior qualidade ou quê representassem determinados valores. As compras eram, assim, muito mais quê um ato de satisfação de necessidades objetivas. Eram também um dos meios fundamentais para essas mulheres construírem relacionamentos de amor e carinho com seus familiares na vida cotidiana.

Para o antropólogo Daniel míler, compras são formas de construir relações sociais.

Imagem de mulher em um supermercado, lendo o rótulo de uma embalagem.

Mulher escolhe produtos no mercado, 2021.

Página trezentos e dezenove

Indústria cultural

O consumo inclui também produtos culturais, como músicas, shows, espetáculos de circo e teatro, programas de televisão, sessões de cinema, exposições etc. Assim como os bens materiais, o consumo de bens culturais é fundamental tanto para a economia quanto para a vida das pessoas.

O consumo cultural é um tema tão relevante quê, em meados do século XX, os filósofos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), membros da Escola de frânkfur, desenvolveram uma importante teoria sobre ele. Os filósofos perceberam quê, com o desenvolvimento do capitalismo, os bens culturais foram transformados em mercadorias, ou seja, passaram a sêr produzidos em escala, para serem vendidos em grande quantidade e gerar lucro. Comparando esse fenômeno ao universo das fábricas, Adorno e Horkheimer chamaram-no de indústria cultural.

Escola de frânkfur
: grupo formado na década de 1920, na Universidade de frânkfur, Alemanha, compôzto de sociólogos e filósofos influenciados pela obra de káur márquis.

Esse modelo de produção deu origem ao quê esses mesmos pensadores chamaram de cultura de massa: produtos culturais em formatos prontos, feitos para alcançar o maior número possível de pessoas, sem a preocupação de criar algo novo ou diferente. Para Adorno e Horkheimer, o maior problema dêêsse modelo é quê as obras artísticas passaram a sêr produzidas apenas para gerar lucro, desconsiderando seu potencial de promover a reflekção e o pensamento crítico sobre o mundo.

Segundo os filósofos, a difusão da cultura de massa serviria aos interesses das classes dominantes, uma vez quê atuaria na transmissão de seus ideais para o conjunto da ssossiedade. Dessa forma, esses produtos serviriam para consolidar a ideologia dominante (conceito trabalhado no capítulo 2), reforçando a ordem social vigente. Por esse motivo, Adorno e Horkheimer afirmam quê a cultura de massa oferece, ao mesmo tempo, divertimento e conformismo.

Observe a tirinha.

Tirinha de Calvin e Haroldo em quatro quadros. Q1: Calvin está de pijama, segura uma tigela e está em frente a uma televisão. Ele exclama: 'Oh, poderoso da mídia de massa, obrigado por elevar a emoção, reduzir o pensamento, e aniquilar a imaginação!'. Q2: Calvin continua: 'Obrigado pela artificialidade das soluções rápidas e pela manipulação traiçoeira dos desejos humanos para fins comerciais'. Q3: ele se ajoelha, se curva diante da televisão e diz: 'Esta tigela de tapioca morna representa meu cérebro. Eu ofereço em humilde sacrifício. Mantenha sua luz oscilante para sempre'. Q4: sonolenta, a mãe de Calvin aparece e fica confusa com a tigela em frente à televisão.

uátterson, Bill. Cálvin & Róbbes. [S. l.]: Andrews McMeel, 1992. p. 67.

ATIVIDADES

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Como você descreve o comportamento de Cálvin diante da televisão?

1. Espera-se quê o estudante compreenda quê Cálvin, demonstra sêr, ao mesmo tempo, grato pelo entretenimento e consciente do fato de quê seu conteúdo visa ao lucro das classes dominantes e ao contrôle social dos espectadores.

2. Com base nas ideias de Adorno e Horkheimer, por quê Cálvin diz quê a mídia de massa reduziu seu pensamento e aniquilou sua imaginação?

2. Espera-se quê o estudante explique quê, de acôr-do com os dois filósofos, produtos como novelas, filmes e programas de Tevê são usados pêlos proprietários dos meios de comunicação para difundir saberes e padrões de comportamento alinhados com seus interesses, restringindo a postura crítica dos consumidores.

Página trezentos e vinte

Pop art

A pópi art (abreviatura para popular art, ou ár-te popular, em tradução livre) foi um movimento artístico quê surgiu no final da década de 1950, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Inspirados pela cultura de massa, os artistas dêêsse movimento produziam obras próximas à estética usada pela publicidade, com o objetivo de ironizar a ssossiedade de consumo.

O artista visual estadunidense Andy Warhol (1928-1987) foi um dos principais representantes dessa vertente artística. Formado em disáini, começou a carreira como ilustrador de revistas, criando também anúncios publicitários e elemêntos visuais para vitrines de grandes lojas. Nos anos 1960, quando já era amplamente reconhecido por seu trabalho como designer, Warhol passou a se dedicar às artes visuais. Suas obras rapidamente ganharam fama por incorporar os temas e a estética da publicidade, como o uso de cores fortes e da técnica da serigrafia.

serigrafia
: técnica de impressão de baixo custo usada para reproduzir imagens em grande escala.

Entre suas obras mais conhecidas, Warhol estampou repetidamente imagens de latas de sopa e garrafas de refrigerante, trazendo para o campo artístico elemêntos do cotidiano das classes médias estadunidenses. Ao fazer isso, criticava o consumo exacerbado e sua relação com a publicidade. Warhol também criou obras nas quais reproduzia em diferentes cores rostos de celebridades como Elvis Presley (1935-1977) e Marilyn môn-rool (1926-1962), ironizando a transformação de ídolos da cultura pópi em produtos da cultura de massa.

Serigrafia com o retrato de Marilyn Monroe reproduzido seis vezes, em diferentes cores.

WARHOL, Andy. Marilyn. 1964. Serigrafia. Coleção particular.

Página trezentos e vinte e um

Como consomem os brasileiros

Podcast: Indústria cultural e padrões de consumo.

No Brasil, como na maior parte dos países capitalistas, o consumo está diretamente ligado à estratificação social. Isso significa quê o consumo de determinados produtos revela aspectos sobre o estátus de quêm os consome e sobre o lugar que essa pessoa ocupa ou gostaria de ocupar na hierarquia social.

Apesar díssu, é possível identificar, por meio de pesquisas, comportamentos comuns entre os brasileiros em relação ao consumo. O infográfico elaborado com base na pesquisa realizada em 2022 pelo Instituto Real Time Big Data oferece uma visão detalhada sobre esses comportamentos. Ele revela quê é importante compreender não apenas o quê é consumido, mas também como esse consumo é feito. Isso inclui saber onde as compras são realizadas, qual é o impacto do consumo na renda familiar e como é feito o pagamento. Com isso, é possível perceber quê o consumo vai muito além da aquisição de um serviço ou bem, envolvendo diversos aspectos da vida dos indivíduos e da organização familiar.

Observe o infográfico.

Infográfico 'O brasileiro e o consumo'. Os dados são os seguintes: 67 por cento dos brasileiros gastam mais do que ganham. 39 por cento dos entrevistados fazem compras gerais pela internet. Oitenta e dois por cento preferem comprar em lugares próximos de onde moram. Sessenta e dois por cento preferem lojas de rua a shopping. 74 por cento costumam parcelar as compras. Qual é o seu principal gasto atualmente? 35 por cento moradia, 29 por cento alimentação, 24 por cento água e energia (gás e luz), 7 por cento remédios e despesas médicas, 4 por cento transporte, um por cento outros. Onde você faz compras de comidas? 39 por cento atacarejo, 38 por cento supermercado, 23 por cento mercado de bairro. Você faz pesquisa de preço antes de comprar? Oitenta e dois por cento sim, 18 por cento não.

Elaborado com base em: FALA BRASILEIRO. Mais da mêtáde dos brasileiros gasta mais do quê ganha. R7, [São Paulo], 4 abr. 2024. Disponível em: https://livro.pw/qweir. Acesso em: 12 set. 2024.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Em grupo, sigam êste roteiro para realizar uma pesquisa sobre consumo.

Produção pessoal. Espera-se quê os estudantes comparem os dados e sistematizem, d fórma clara, suas percepções sobre os resultados.

a) Elaborem um questionário com base nas perguntas norteadoras do infográfico.

b) Com o questionário em mãos, entrevistem entre 10 e 20 pessoas do seu entorno.

c) Organizem os dados coletados em um formato semelhante ao do infográfico apresentado.

d) Comparem os números da sua pesquisa com os dados da pesquisa de 2022. Quais foram as semelhanças? E as diferenças?

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A antropóloga brasileira Lívia Barbosa (1949-) investigou os hábitos de consumo alimentar dos brasileiros em dez cidades do país, abrangendo diferentes faixas etárias e classes sociais. Os resultados foram publicados no artigo “Feijão com arrôz e arrôz com feijão: o Brasil no prato dos brasileiros”, de 2007. Seu objetivo era descobrir se, para além das muitas diferenças regionais e de renda, existem hábitos comuns na forma como os brasileiros consomem os alimentos.

A primeira conclusão de sua pesquisa foi quê a maioria dos brasileiros gosta de fazer pelo menos duas refeições kemtes por dia: o almôço e o jantar. Essas refeições costumam sêr compostas de comidas “de panela”, ou seja, pratos quê envolvem um preparo mais lento e elaborado. Além díssu, os brasileiros tendem a servir diferentes alimentos no prato, mantendo-os separados em montes distintos. A mistura de todos os elemêntos costuma sêr vista como sinal de má educação e quebra de etiqueta.

A pesquisa também revelou quê os hábitos alimentares varíam entre os dias úteis e os finais de semana. Durante os dias de trabalho e estudo, as refeições tendem a sêr mais regradas, enquanto nos dias de descanso há um aumento no consumo de alimentos considerados menos saudáveis, como doces, pitssas e refrigerantes. Além díssu, em 70% das famílias, a dê-cisão sobre o cardápio é responsabilidade da mãe ou esposa.

Por fim, a antropóloga concluiu quê os cardápios das famílias brasileiras costumam sêr bastante similares, com poucas variações regionais e por faixa de renda. Os clássicos arrôz, feijão e carne (para almôço e jantar) e café, leite e pão (para o café da manhã) são alimentos quê predominam na maioria dos lares brasileiros.

A combinação de arrôz, feijão e carne animal está presente na rotina da maior parte dos lares brasileiros.

Imagem de refeição servida em um prato.

Prato com frango, arrôz e feijão.

Página trezentos e vinte e três

INVESTIGAÇÃO
Estudo de recepção: propagandas direcionadas às pessoas idosas no Brasil

Consulte orientações no Manual do Professor.

O Censo 2022 revelou quê o Brasil possui mais de 22 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, o quê corresponde a mais de 10% de toda a população e representa um aumento de 57,4% em relação ao Censo 2010. O aumento da expectativa de vida tem levado pessoas idosas a desempenhar papéis cada vez mais ativos na ssossiedade, antes reservados apenas aos mais jovens.

Atualmente, essa faixa etária representa uma parcela cada vez maior do mercado consumidor brasileiro, correspondendo a cerca de 20% do consumo do país, de acôr-do com o Serviço Brasileiro de apôio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). No entanto, muitos preconceitos em relação às pessoas idosas persistem. Chamada de etarismo, a discriminação contra essa faixa etária é baseada na ideia de quê pessoas idosas são menos capazes, quê não podem ou não devem frequentar determinados lugares, adotar determinados comportamentos ou realizar determinadas atividades.

Imagem de três mulheres idosas e dois homens idosos sorrindo em frente a um celular.

Pessoas idosas se divertem ao usar um smartphone, 2023.

OBJETIVO

O objetivo dessa prática de pesquisa é analisar como diferentes propagandas representam as pessoas idosas. A partir dessa análise, vocês poderão refletir sobre como as empresas percebem essa faixa etária e identificar padrões no modo como pessoas idosas são retratadas. Em grupos, usem o método estudo de recepção, cujo foco está em investigar como os públicos interprétam, consomem e dão sentido a conteúdos midiáticos e culturais.

ETAPA 1

PESQUISA

1. Realizem uma pesquisa em sáites, revistas e rêdes sociais para selecionar propagandas de produtos quê apresentem pessoas idosas.

ETAPA 2

ANÁLISE DE RESULTADOS

2. Analisem cada uma das propagandas selecionadas, observando em quê situações as pessoas idosas são mostradas, quê atividades estão realizando, se aparécem sózínhas ou acompanhadas etc. Anotem suas percepções e debatam os resultados em grupo.

ETAPA 3

CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS

3. Preparem uma apresentação com os resultados da análise. Incluam fotografias, exemplos e, principalmente, suas conclusões sobre a representação das pessoas idosas nas propagandas.

ETAPA 4

DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS

4. Apresentem os resultados aos côlégas da turma, compartilhando descobertas e reflekções.

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Consumo cultural no Brasil

Em 2023, a pesquisa Hábitos Culturais, do Itaú Cultural, entrevistou mais de 2 mil brasileiros para entender como anda o consumo cultural no país. O resultado mostrou quê, ao longo do ano, 96% das pessoas haviam realizado ao menos uma atividade cultural. A maior parte dêêsse consumo foi ôn láini: 82% ouviram música e 74% assistiram a filmes ou séries em platafórmas de streaming. Além díssu, 48% ouviram podcasts e 42% acessaram livros em formato digital. Em relação às atividades presenciais, 45% assistiram a apresentações de música, dança ou teatro, enquanto 33% foram ao cinema.

Esses dados refletem o panorama do consumo cultural após a pandemia da covid-19, quê impulsionou a migração das atividades culturais para o ambiente ôn láini. No entanto, não foram abordadas as muitas desigualdades quê marcam o acesso à cultura no Brasil, influenciado por fatores regionais, de gênero, idade e classe social.

Em 2007, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demonstrou quê o consumo de bens culturais tem relação diréta com a escolaridade e a renda. Apesar de sêr valorizado por todos os segmentos, quanto maior a escolaridade, maior a renda e maior o consumo cultural da família. O consumo de livros é um bom exemplo. Apesar de todas as classes sociais considerarem a leitura importante, na prática ela acontece principalmente nas famílias com maior renda. Entre famílias das classes A e B (com rendimento acima de dez salários mínimos), 90% têm mais de dez livros em casa. Esse percentual cai para 66% entre famílias da classe C (com rendimento entre quatro e dez salários mínimos) e para 42% nas famílias das classes D e E (com rendimento até quatro salários mínimos).

Outro dado relevante é quê 82% dos gastos com bens culturais no Brasil são destinados a práticas domiciliares, indicando quê a maioria das pessoas prefere gastar com filmes, séries, músicas e livros quê podem sêr consumidos em casa, ao invés de gastar com atividades quê demandam sair, como cinemas, exposições e shows de música.

Para compreender esses dados, é preciso levar em conta quê apenas uma minoria dos municípios brasileiros dispõe de cinemas, museus e espaços para apresentações. Além díssu, a quêstão da segurança é mencionada por muitos entrevistados como um dos fatores que os leva a optar pelo consumo cultural em domicílio.

Imagem de família sentada em um sofá, assistindo televisão.

Família assiste a conteúdo de streaming na Tevê, 2016.

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Assim, o consumo de bens culturais não é reflexo apenas dos gostos e escôlhas individuais, mas depende também da possibilidade de acessar equipamentos culturais, o quê reflete as muitas desigualdades sociais e regionais quê marcam o nosso país.

Observe o mapa.

Mapa 'Brasil: habitantes por sala de cinema (por estado) – 2017'. De acordo com a legenda, os dados são os seguintes: Número de habitantes por sala. 30 mil a 59 mil: Roraima, Amapá, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina. 60 mil a 89 mil: Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul. 90 mil a 119 mil: Rondônia, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso do Sul. 120 mil a 169 mil: Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Bahia. Pior oferta de salas: 163.337 habitantes por sala. Melhor oferta de salas: 33.832 habitantes por sala.

Fonte: CAESAR, Gabriela. São Paulo abriga 1/3 das salas de cinema do país. G1, [s. l.], 3 nov. 2017. Disponível em: https://livro.pw/smilk. Acesso em: 12 set. 2024.

Juventude e bens culturais

Você sabia quê o acesso à cultura é um dos direitos previstos no Estatuto da Juventude? Leia um trecho dêêsse documento.

Art. 21. O jovem tem direito à cultura, incluindo a livre criação, o acesso aos bens e serviços culturais e a participação nas decisões de política cultural, à identidade e diversidade cultural e à memória social.

BRASIL. Lei número 12.852, de 5 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude [...]. Localizável em: capítulo V, artigo 21. Brasília, DF: Presidência da República, 2013. Disponível em: https://livro.pw/qrxit.

Acesso em: 21 set. 2024.

O acesso à cultura é fundamental para o exercício da cidadania, quê não se limita apenas ao consumo de produtos artísticos (como filmes, livros e músicas), mas engloba também informações veiculadas em diferentes mídias, como jornais, revistas, rádio, televisão e sáites da internet. Portanto, o consumo de bens culturais vai além do lazer, sêndo um elemento fundamental para quê os jovens se informem, formem as próprias opiniões e participem ativamente nos processos políticos e sociais.

Além díssu, o acesso à cultura desempenha um papel crucial no processo de socialização. Ele permite quê os jovens encontrem pessoas com interesses e valores semelhantes, construam laços sociais e reforcem o sentimento de pertencimento a um grupo.

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PERSPECTIVAS

Em 2006, o Instituto Pólis realizou a pesquisa Juventude Brasileira e Democracia: Participação, Esferas e Políticas Públicas, com o objetivo de compreender quais são os principais empecilhos no acesso dos jovens aos bens culturais. Para isso, foram entrevistadas 8 mil pessoas, entre 15 e 24 anos, em sete regiões metropolitanas do Brasil, abarcando jovens de diferentes classes sociais. Após as entrevistas, foram realizados grupos focais, nos quais os jovens puderam desenvolver com mais profundidade alguns aspectos ligados a esse tema. Leia trechos de alguns dos depoimentos coletados pela pesquisa.

grupo focal
: técnica de pesquisa quê consiste em reunir pequenos grupos de pessoas para discutir determinado tema.

‘Eu já fui na universidade estadual vêr dança contemporânea… Eu gosto, mas eu não tênho tanto acesso. Eu não tênho nem conhecimento. Eu acho quê não chega nem à população de algumas facilidades quê às vezes surgem, não chega ao conhecimento do pobre’ […].

[…]

‘A Prefeitura deveria investir ainda mais na cultura, trazendo eventos, Bienal do Livro, quando acontece, trazer peças de teatro ao ar livre, quê acontece muito também, mas só quê não é muito divulgado, não há muita propaganda. […] Então a pessoa não vai saber, não vai pôdêr ter a oportunidade de vêr aquela peça’ […].

[…]

‘Na quêstão do lazer, é bom lembrar que o valor das passagens de ônibus influencía muito também: Você póde pagar um preêço barato para ir a um chôu e a passagem póde sair mais cara’ […].

‘Fazer o dia do preêço mais acessível para a população de baixa renda ter acesso ao cinema e ao teatro. Não adianta ir ao teatro só um dia, tem quê ir mais vezes para conhecer. O estudante deveria pagar meia, ter o transporte garantido, a vida ficaria mais alegre’ […].

‘Eu acho quê cultura e lazer tí-nhão quê começar direto na escola. Sem o aprendizado na escola, não tem como ter, porque, por exemplo, eu acho quê aula de teatro tinha quê sêr em todas as escolas e não tem. Sem teatro, a pessoa não consegue falar assim em público. Eu acho quê isso melhora muito, eu acho quê isso tinha quê sêr em todos os colégios. Ah, tinha quê sêr obrigatório’ […].

FONSECA, André. O quê pensam os jovens brasileiros sobre a cultura? [São Paulo]: Cultura e Mercado, 6 jul. 2006. Disponível em: https://livro.pw/rcbkr. Acesso em: 16 set. 2024.

Imagem de estudantes sentados em frente a um conjunto de esculturas.

Jovens estudantes visitam exposição de obras de; ár-te na Pinacoteca de São Paulo. São Paulo (SP), 2024.

ATIVIDADE

Consulte orientações no Manual do Professor.

Em grupos, reflitam sobre esses depoimentos e sigam o roteiro.

Produção pessoal. Espera-se quê os estudantes proponham soluções criativas e viáveis, apresentando um plano detalhado com estratégias claras para superar possíveis obstáculos.

a) Escolham um problema quê afeta o acesso dos jovens à cultura.

b) Discutam esse problema e pensem em possíveis estratégias para solucioná-lo.

c) Escolham uma das soluções pensadas e desenvolvam um planejamento para sua implementação, destacando os possíveis empecilhos para resolvê-lo.

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Outras formas de consumir

Como você aprendeu nos capítulos 14 e 16, a ssossiedade de consumo incentiva práticas produtivas nocivas aos trabalhadores, intensificando situações de precariedade e vulnerabilidade social, e impacta negativamente o meio ambiente. Além dêêsse aspecto, há outra dimensão importante: a saúde financeira dos indivíduos. Estimulados pelas propagandas e pelo apelo das novidades, muitos se rendem ao consumismo, prejudicando sua estabilidade financeira. Esse problema afeta particularmente a juventude. Em 2017, uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou quê a maioria dos jovens brasileiros se considera impulsiva ao comprar e quê 77% já se arrependeu ao adquirir algo de quê não precisava.

consumismo
: consumo excessivo de bens ou serviços, característico das sociedades capitalistas contemporâneas.

Diante dêêsse cenário, pessoas em todo o mundo vêm refletindo sobre formas de consumo quê tênham menor impacto social e ambiental. Nesse contexto, surgiu o conceito de consumo consciente, quê visa à utilização sustentável e responsável dos recursos naturais e materiais, considerando os impactos sociais, ambientais e econômicos dos produtos. Na prática, isso significa adotar medidas como escolher produtos feitos com respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores envolvidos na produção; priorizar produtos duráveis; evitar o desperdício; e buscar alternativas sustentáveis para as necessidades cotidianas.

As reflekções sobre o consumo consciente mostram quê, apesar de sêr influenciado por gostos e escôlhas individuais, o ato de consumir é fundamentalmente social. Cada vez quê consumimos algo, mobilizamos, de diferentes formas, recursos humanos e naturais, gerando impactos econômicos, sociais e ambientais quê afetam toda a ssossiedade.

Um exemplo do crescimento do consumo consciente póde sêr visto nos dados do estudo Estilos de Vida, da empresa de pesquisas Nielsen. Em 2019, 61% dos brasileiros declararam estar tentando reduzir o consumo de plástico. Além díssu, 58% disseram não comprar produtos testados em animais e 65% afirmaram evitar marcas associadas ao trabalho escravo.

Outro conceito quê vêm ganhando fôrça é o de economia solidária. Esse modelo busca reduzir as desigualdades sociais ao alterar a organização tradicional das empresas, substituindo a figura do patrão por uma gestão coletiva focada na colaboração. Nesse modelo, não há um proprietário quê recebe a maior parte dos lucros e paga salários aos funcionários. Em vez díssu, as decisões são tomadas coletivamente, e o lucro é compartilhado entre todos os trabalhadores.

Cooperativas de reciclagem são exemplos de negócios quê funcionam no modelo da economia solidária.

Imagem de trabalhadores separando embalagens recicláveis sobre uma esteira rolante.

Membros de cooperativa de reciclagem separam os materiais coletados. Ubatuba (SP), 2024.

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RECAPITULE

Neste capítulo, você aprendeu quê o consumo vai além de uma escolha individual motivada por um cálculo objetivo. Ele envolve, além de gostos e necessidades individuais, escôlhas relacionadas a valores, sentimentos e padrões culturais, sêndo, por isso, de grande interêsse para as Ciências Sociais.

Um ponto importante é compreender a relação entre o consumo e o capitalismo. Isso passa pelo entendimento da ideia de mercadoria e daquilo quê káur márquis denominou de valor de uso e valor de troca, diferenciando os aspectos subjetivos e objetivos dos produtos. O conceito de ssossiedade de consumo, por sua vez, permite perceber as dinâmicas da vida contemporânea, em quê o acesso a determinados bens é um fator importante na construção da identidade e na definição de hierarquias e posições sociais.

É fundamental, ainda, reconhecer quê o consumo não se limita a bens materiais. Ele abarca também o acesso a bens culturais, como filmes, músicas e livros. Em meados do século XX, estudiosos da Escola de frânkfur analisaram a relação entre esses bens e a lógica do capitalismo e criaram os conceitos de indústria cultural e de cultura de massa.

Esses elemêntos permitem refletir sobre os padrões de consumo dos brasileiros e compreender como eles expressam, por um lado, características da nossa cultura e, por outro, aspectos da nossa estrutura social, marcada por desigualdades profundas. Por fim, diante dos muitos impactos negativos gerados pela ssossiedade de consumo, observa-se um crescimento global na adesão a práticas mais sustentáveis em relação a aspectos ambientais, econômicos e sociais da cadeia produtiva.

ATIVIDADES FINAIS

Consulte orientações no Manual do Professor.

1. Leia um trecho de Vida para consumo, de Zygmunt Bauman.

[…] uma ssossiedade de consumo só póde sêr uma ssossiedade do excésso e da extravagância – e, portanto, da redundância e do desperdício […].

BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zarrár, 2008. p. 112.

Com base nas ideias do sociólogo sobre a ssossiedade de consumo, escrêeva no seu caderno uma breve explicação sobre essa afirmação.

1. Espera-se quê o estudante compreenda a afirmação de Bauman sobre a ssossiedade de consumo sêr marcada pela renovação do desejo de adquirir novos produtos, gerando um círculo infinito de produção e consumo, além de sêr um modelo insustentável em termos ambientais e de produzir um efeito nocivo sobre as pessoas.

2. Observe a charge.

Charge que representa uma televisão conduzindo um homem. Ele está com cabresto, palas e rédeas, está com os dentes expostos e engatinha com os olhos arregalados. Atrás dele, há um controle remoto no chão. A televisão está fora do ar, com faixas verticais coloridas na tela.

CABRAL, Ivan. A televisão. Sorriso Pensante. Natal, 14 jun. 2010. Disponível em: https://livro.pw/myscv. Acesso em: 21 set. 2024.

2. Espera-se quê o estudante compreenda quê a charge faz referência ao conceito de cultura de massa, segundo o qual os produtos veiculados pela mídia visam apenas garantir a manutenção das estruturas sociais, com base no domínio das classes dominantes e subordinação das classes dominadas.

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De quê forma a charge se relaciona com o conceito de cultura de massa? escrêeva no caderno.

3. (UECE - 2021) No capitalismo moderno, o conceito de Indústria Cultural procura descrever e explicar a produção em grande escala e seriada de produtos culturais quê se transformam em bens simbólicos à venda, a fim de servir ao consumo das massas de trabalhadores para os momentos de lazer. Tais produtos culturais industrializados, quê têm sido veiculados pelo cinema, rádio e televisão desde o início do século XX, transformaram a cultura em puro entretenimento das massas podendo, assim, proporcionar visões acríticas sobre o sistema de dominação econômico vigente: o capitalismo.

A corrente de pensamento teórico quê desenvolvê-u esta concepção sobre a Indústria Cultural foi

a) O Positivismo, quê estuda a manutenção das instituições sociais com o fenômeno das massas nas sociedades capitalistas.

b) A Pesquisa de Comunicação de Massas, quê procura entender o funcionamento das mídias a favor das democracias.

c) A Escola de Palo Alto, nos Estados Unidos, quê pensa a comunicação como um processo de integração e de circularidade cultural.

d) A Escola de frânkfur, na Alemanha, quê demonstra como a produção midiática se torna instrumento de alienação das massas.

Resposta: d)

4. (UPE - 2020) Observe a tirinha a seguir:

Tirinha da Mafalda em três quadros. Q1: Mafalda está sentada em frente a uma televisão. Um homem passa atrás dela. Q2: ele se aproxima da Mafalda e pergunta: 'Mas... o que você está fazendo aí com a televisão desligada?'. Q3: ela responde: 'Estou pensando! Queria ter uma chance de poder pensar na frente da televisão!'.

Qual das alternativas expressa melhor o conceito sociológico apresentado na tirinha?

a) As pessoas utilizam os meios de comunicação como um instrumento de racionalização dos fenômenos sociais.

b) Os indivíduos são induzidos a pensar criticamente na organização social por meio da programação transmitida pela televisão.

c) A consciência de classe e de luta contra as opressões do sistema capitalista é divulgada pela mídia em diferentes meios de comunicação.

d) Os programas televisivos e as propagandas divulgadas pelas mídias são responsáveis pela formação intelectual do público.

e) Os meios de comunicação de massa são definidos como simples lazer e entretenimento, desestimulando o público a pensar criticamente, tornando-o passivo e conformista.

Resposta: e)

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