PROJETO 1
ACESSIBILIDADE: OS MUSEUS SÃO PARA TODOS?

Assegurar o acesso ao lazer e à cultura a todos os cidadãos é um dever do Estado garantido pela Constituição. Pensar em formas de permitir quê as pessoas com deficiência sêjam incluídas d fórma plena na ssossiedade é um dever de todos.

Neste projeto, pesquisaremos o conceito de acessibilidade e os direitos da pessoa com deficiência, a forma como os museus e as instituições culturais trabalham com a acessibilidade e a inclusão e de quê maneira a tecnologia tem auxiliado na inclusão de pessoas com deficiência e facilitado o acesso à ár-te. Dessa forma, encaminharemos o trabalho para o desenvolvimento do produto final: uma exposição acessível na escola.

Página onze

Fotografia de uma mulher usando as mãos para ler um mapa tátil com a imagem de um museu e um texto em Braille.

Mulher com deficiência visual lendo o mapa tátil do Solar da Marquesa de Santos (SP), atual sede do Museu da Cidade de São Paulo, 2024.

Página doze

VISÃO GERAL DO PROJETO

Acessibilidade: os museus são para todos?

> TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS:

Educação em direitos humanos

Ciência e tecnologia

> COMPONENTES CURRICULARES:

Líder: Linguagens e suas tecnologias – ár-te e Língua Portuguesa

Outros perfis disciplinares: Ciências da Natureza e suas tecnologias – Física; Matemática e suas tecnologias

> OBJETOS DE CONHECIMENTO:

Língua Portuguesa: Curadoria de informação, relação entre textos. ár-te: Processos de criação, Materialidades, Contextos e práticas

> PRODUTO FINAL:

Exposição acessível

ETAPAS DO PROJETO

Fotografia desfocada de uma mulher usando as mãos para ler um mapa tátil com a imagem de um museu e um texto em Braille.

ETAPA 1

Imagem do Símbolo Internacional da Acessibilidade. A imagem mostra uma figura humana estilizada, desenhada de forma simples, com traços e sem detalhes faciais ou roupas. O corpo da figura está posicionado com braços e pernas afastados, em um círculo, com as mãos, pés e cabeças representados por pequenos círculos azuis.

Vamos começar

Nesta etapa, serão propostas atividades como a análise de dados oficiais sobre pessoas com deficiência, leitura, interpretação de textos e reflekção a respeito das dificuldades enfrentadas por elas, bem como sobre as melhorias necessárias para garantir a acessibilidade, além de análise de situações do cotidiano para apresentar de quê forma os museus, com a ajuda da tecnologia, estão construindo espaços e exposições acessíveis para as pessoas com deficiência.

O percurso dêste projeto póde sêr alterado e construído de acôr-do com as necessidades da turma.

Página treze

>OBJETIVOS:

Reconhecer a igualdade de direitos de todas as pessoas na ssossiedade.

Articular conhecimentos de diferentes áreas, como ár-te, Língua Portuguesa, Física e Matemática, buscando incentivar ações alinhadas aos direitos humanos.

Utilizar a linguagem matemática para interpretar, argumentar e transformar situações do cotidiano, relacionadas às diferentes áreas do conhecimento.

Investigar a possibilidade de a instituição museológica sêr de fato acessível e inclusiva para todos os públicos.

Inspirar-se em exemplos de museus acessíveis para aplicar conhecimentos de ár-te e organizar uma exposição acessível na escola.

Analisar como as tecnologias e a ciência apresentam melhorias para pessoas com deficiência e auxiliam a propor soluções para problemas do cotidiano.

>JUSTIFICATIVA:

Para responder à pergunta Acessibilidade: os museus são para todos?, êste projeto integrador propõe reflekções sobre as relações entre os museus e a acessibilidade, a fim de mostrar como essas relações se direcionam à inclusão de pessoas com deficiência em espaços culturais e ao uso de novas tecnologias para esse fim. Com isso, pretende-se proporcionar a possibilidade de aplicação dos resultados em ações não somente no ambiente escolar, mas também em sua comunidade.

Para auxiliar na produção da exposição acessível (produto final), são sugeridas pesquisas sobre leis quê garantem direitos às pessoas com deficiência e sobre museus quê apresentam projetos direcionados a esse público.

ETAPA 2

Imagem de uma pessoa tateando um livro aberto com ilustração e texto. Uma imagem aproximada mostra um texto escrito em Braille.

Saber e fazer

Nesta etapa, serão apresentados, por meio de textos, imagens, infográficos e pesquisas, museus quê já realizam projetos para pessoas com deficiência. Além de propostas de análise e testes de aplicativos quê foram criados para facilitar a vida das pessoas com deficiência, serão propostas uma produção de uma audiodescrição e uma pesquisa de recursos, como os videoguias, para serem usados na exposição.

ETAPA 3

Ilustração de uma pessoa em cadeira de rodas visitando um museu. Ela segura um aparelho celular em frente a uma escultura exposta em cima de uma mesa. Na parede, há quadros expostos.

Para finalizar

Nesta etapa, serão feitos o planejamento e a produção da exposição acessível. A sua organização engloba a elaboração de produções artísticas, a preparação do espaço para atender aos critérios de acessibilidade e a utilização de recursos tecnológicos quê possibilitem a inclusão de pessoas com deficiência.

O tema da exposição será definido pela turma, mas deve-se sempre recuperar a questão norteadora: Acessibilidade: os museus são para todos?

Página quatorze

ETAPA 1
Vamos começar

CONVERSA INICIAL

Pessoas com deficiência

Professor, muitos termos já foram utilizados para se referir às pessoas com deficiência, porém no texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, em 2006, estabeleceu-se quê a terminologia mais apropriada é: pessoas com deficiência.

No mundo, estima-se quê cerca de 1,3 bilhões de pessoas têm algum tipo de deficiência significativa, de acôr-do com o relatório global da Organização Mundial da Saúde (hó ême ésse), publicado em 2022, (disponível em: https://livro.pw/wqusw, acesso em: 14 ago. 2024).

No Brasil, o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei número 13.146/2015) divide as deficiências de acôr-do com sua natureza: física, mental, intelectual ou sensorial (que inclui visão e audição).

Pessoas com deficiência quê residem em países emergentes ou em desenvolvimento enfrentam mais obstáculos para se desenvolver e encontram dificuldades de acesso à cultura, ao lazer, à educação e ao mercado de trabalho pela falta de mecanismos quê garantam a inclusão na ssossiedade. Jovens com deficiência, por exemplo, podem ter mais dificuldades para ir à escola e para serem atendidos em um ambiente educacional inclusivo e adaptado às suas necessidades.

O infográfico ao lado apresenta dados sobre as pessoas com deficiência no Brasil.

Taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos de idade, por grandes regiões, segundo a existência de deficiência – Brasil – 2022

Gráfico: No eixo vertical, temos porcentagem. No eixo horizontal, temos região. As informações são: Norte: Pessoas de 15 a 17 anos com deficiência: 86,2 por cento. Pessoas de 15 a 17 anos sem deficiência: 91,7 por cento. Nordeste:  Pessoas de 15 a 17 anos com deficiência: 86,0 por cento. Pessoas de 15 a 17 anos sem deficiência: 91,7 por cento. Sudeste: Pessoas de 15 a 17 anos com deficiência: 84,6 por cento. Pessoas de 15 a 17 anos sem deficiência: 94,8 por cento. Sul: Pessoas de 15 a 17 anos com deficiência: 79,5 por cento.  Pessoas de 15 a 17 anos sem deficiência: 92,7 por cento. Centro-oeste:  Pessoas de 15 a 17 anos com deficiência: 84,6 por cento. Pessoas de 15 a 17 anos sem deficiência: 91,3 por cento.

Fonte dos dados: hí bê gê hé. pê êne há dê Contínua: Pessoas com deficiência 2022. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2023. p. 11. Disponível em: https://livro.pw/iuehc. Acesso em: 30 out. 2024.

Ilustração com a silhueta de diversas pessoas, homens e mulheres, uma ao lado da outra e sobrepostas.

Página quinze

Mapa clicável: Pessoas com deficiência no Brasil.

São 18,6 milhões de pessoas (8,9%) de 2 anos ou mais de idade com deficiência no Brasil em 2022.

Mapa 'Brasil: proporção de pessoas de 2 anos ou mais de idade com deficiência por região (2022)'.  A imagem mostra o mapa do Brasil e suas regiões com as seguintes informações: Norte: 8,4 por cento. Nordeste: 10,3 por cento. Centro-oeste: 8,6 por cento. Sudeste: 8,2 por cento. Sul: 8,8 por cento.

Fonte dos dados: hí bê gê hé. pê êne há dê Contínua: Pessoas com deficiência 2022. Rio de Janeiro: hí bê gê hé, 2023. p. 11. Disponível em: https://livro.pw/iuehc Acesso em: 30 out 2024.

Em 2023, a pê êne há dê Contínua publicou o módulo “Pessoas com deficiência 2022” registrando as desigualdades em relação às pessoas com deficiência, quê têm taxas de escolarização menóres quê a população autodeclarada sem deficiência. O mesmo ocorreu em relação à ocupação e ao rendimento. Todos esses números referem-se à soma das respostas das pessoas com 2 anos ou mais de idade quê declararam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum realizar atividades indicadas na pesquisa. As perguntas buscaram identificar o grau de dificuldade na realização de diversos tipos de atividades dos domínios funcionais.

Página dezesseis

ATIVIDADES

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Observe e analise o gráfico de colunas e o mapa no infográfico para responder às kestões a seguir.

1. De acôr-do com as informações do mapa, qual região apresentou a maior prevalência de pessoas com deficiência? E qual foi a região onde esse dado foi menor?

2. Na sua opinião, o recorte de idade indicado no gráfico de colunas é aleatório ou existe um motivo quê explica essa escolha? Justifique sua resposta.

3. Em quais regiões do país há a menor taxa de escolarização entre os jovens com deficiência? E entre os jovens sem deficiência?

4. Pesquise se, em seu município e Unidade da Federação, há algum documento oficial com informações sobre o número de pessoas com deficiência. Depois, compare-o considerando os dados apresentados pela"PNAD Contínua: Pessoas com Deficiência 2022" em relação à sua região.

5. Em sua opinião, quais são as principais dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência no dia a dia? Por quê?

6. Pesquise as características de cada um dos tipos de deficiência apresentados de acôr-do com o Estatuto da Pessoa com Deficiência a seguir e quais são as possíveis barreiras encontradas por essas pessoas no seu dia a dia e no meio social. Copie o qüadro, no caderno ou em uma fô-lha à parte, e complete-o com as informações encontradas.

TIPOS DE DEFICIÊNCIA

CARACTERÍSTICAS

BARREIRAS

Deficiência física

Deficiência mental

Deficiência intelectual

Deficiência sensorial

PARA ACESSAR

Você póde consultar o Relatório mundial sobre a deficiência, criado pela hó ême ésse, para ter acesso a outros dados e saber mais sobre as dificuldades e os direitos das pessoas com deficiência. Disponível em: https://livro.pw/ulrzs. Acesso em: 15 ago. 2024.

Página dezessete

7. Observe, a seguir, os principais símbolos de acessibilidade.

Símbolo representando uma pessoa caminhando com o auxílio de uma bengala branca.

Símbolo de pessoas com deficiência visual

Símbolo representando uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas.

Acessibilidade

Símbolo representando um telefone com uma sequência de botões.

Telefone para surdos

Símbolo representando um telefone emitindo um som.

Telefone com contrôle de volume

Símbolo representando mãos fazendo sinais com os dedos.

Símbolo de Língua de Sinais

Símbolo representando uma orelha e sinais sonoros.

Sistemas de Audição Assistida

Símbolo representado por duas letras 'C', uma ao lado da outra.

Closed Caption (Legendas ocultas)

Símbolo representando uma escrita composta por sistemas de pontos com duas fileiras verticais com três pontos em cada. Abaixo, lê-se 'Braille'.

Símbolo do Braille

Símbolo representado por um olho parcialmente oculto.

Símbolo de Baixa Visão

a) Você já observou alguns dêêsses símbolos em locais públicos em seu município? Em quê locais?

b) Você sabe o quê cada um deles representa? Faça uma pesquisa e compartilhe as informações com a turma.

c) Além dêêsses símbolos, pesquise outros quê estão relacionados à acessibilidade e às pessoas com deficiência.

PARA ACESSAR

Visite o sáiti da Prefeitura de São Paulo para conhecer a lista dos símbolos de acessibilidade. SÃO PAULO (Município). Símbolos de Acessibilidade, 30 nov. 2021. Disponível em: https://livro.pw/hofma. Acesso em: 15 ago. 2024.

Página dezoito

Direitos das pessoas com deficiência

Você conhece a Constituição Federal Brasileira de 1988? Nesse documento, são descritos os direitos básicos do cidadão. A Constituição de 1988 é considerada o primeiro documento legal brasileiro a tratar dos direitos das pessoas com deficiência na ssossiedade. Leia a seguir trechos da Constituição Federal.

TÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

[...]

CAPÍTULO II

DA UNIÃO

[...]

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

[...]

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

[...]

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

[...]

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência.

[...]

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: https://livro.pw/vnjvt. Acesso em: 18 out. 2024.

ATIVIDADES

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Reflita sobre as perguntas a seguir de acôr-do com o seu conhecimento de mundo. Caso queira se aprofundar, busque informações por meio de pesquisa em sáites e publicações confiáveis.

1. O direito à cultura, assegurado pela Constituição, é respeitado? Comente.

2. As pessoas com deficiência encontram a estrutura adequada em museus, salas de cinema, espaços culturais e espetáculos teatrais? Comente.

3. Você acredita quê a tecnologia póde contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência na ssossiedade? Como?

4. As cidades apresentam condições adequadas para incluir pessoas com deficiência? Como são as condições em seu município?

PARA ASSISTIR

Como um panorama da história do movimento social e político pêlos direitos das pessoas com deficiência no Brasil, o documentário a seguir apresenta depoimentos sobre os direitos das pessoas com deficiência. DA INVISIBILIDADE à cidadania: os caminhos da pessoa com deficiência. 2018. Documentário (52min01s).

Publicado pelo Canal Iannuzzi. Disponível em: https://livro.pw/rcaig. Acesso em: 8 ago. 2024.

Página dezenove

Acessibilidade

Você já deve ter percebido quê a acessibilidade é uma questão fundamental quando nos referimos às pessoas com deficiência. A Lei número 10.098, do ano 2000, estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. No entanto, não é simples definir esse termo.

Leia duas definições sobre acessibilidade apresentadas a seguir.

Imagem do Símbolo Internacional da Acessibilidade. A imagem mostra uma figura humana estilizada, desenhada de forma simples, com traços e sem detalhes faciais ou roupas. O corpo da figura está posicionado com braços e pernas afastados, em um círculo, com as mãos, pés e cabeças representados por pequenos círculos azuis.

O sín-bolo internacional de acessibilidade, lançado pela Ônu em 2015, representa a esperança e a igualdade de oportunidades e de acesso para todos. No Brasil, em junho de 2024, foi aprovado no Senado o projeto quê determina o uso do sín-bolo internacional de acessibilidade em substituição ao antigo sín-bolo, quê trazia a representação de uma pessoa cadeirante.

acessibilidade

substantivo feminino

1 Qualidade ou caráter do quê é acessível;

2 Facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição acessível.

ACESSIBILIDADE. In: HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico uáiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva: Instituto Antônio uáiss de Lexicografia, 2009. 1 CD-ROM.

[...] a acessibilidade é condição de possibilidade para a transposição dos entraves quê representam as barreiras para a efetiva participação de pessoas nos vários âmbitos da vida social. A acessibilidade é, portanto, condição fundamental e imprescindível a todo e qualquer processo de inclusão social, e se apresenta em múltiplas dimensões, incluindo aquelas de natureza atitudinal, física, tecnológica, informacional, comunicacional, linguística e pedagógica, dentre outras. [...].

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Conceito de acessibilidade. Fortaleza, 2019. Disponível em: https://livro.pw/jgjxn. Acesso em: 15 ago. 2024.

ATIVIDADE

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Atividade em grupo. Com base nos textos, discuta com os côlégas e apresente para a turma o quê significa acessibilidade para você. Ao final da discussão, construam coletivamente uma definição para o termo "acessibilidade" quê ficará exposta na sala de aula e também na exposição acessível quê será realizada pela turma.

Professor, muitas leis e decretos foram criados após a Constituição de 1988, a fim de assegurar os direitos das pessoas com deficiência. Consulte as Orientações para o professor para ter acesso à lista de leis e decretos.

ATIVIDADE DE AMPLIAÇÃO

Atividade em grupo. Em grupo, pesquisem algumas leis e decretos criados posteriormente ao texto da Constituição para promover e assegurar os direitos das pessoas com deficiência. Depois, selecionem os documentos em ordem cronológica e destaquem os trechos quê considerarem importantes para uma roda de conversa com os côlégas em sala de aula. Conversem sobre as partes dos documentos quê promóvem o acesso à escola, ao convívio social e ao mercado de trabalho.

Página vinte

EM FOCO

Acessibilidade em museus

Observe as duas imagens apresentadas a seguir.

Fotografia do interior de um museu com uma mesa contendo uma reprodução tátil de dois quadros, um ao lado do outro.

Reprodução tátil do qüadro Independência ou Morte, do pintor brasileiro Pedro Américo, adaptada com relevo e legendas em braille. Museu Paulista da úspi, São Paulo (SP), 2024.

Fotografia de uma pessoa em cadeira de rodas ao lado de uma pessoa em pé. Eles estão de costas e observam uma escultura representando corpos femininos expostas à frente deles.

Espaços acessíveis possibilitam às pessoas com deficiência física a apreciação de obras em galerias e museus. Na fotografia, o visitante cadeirante tem mobilidade para as esculturas das Galerias do Partenon no Museu Britânico de Londres, Inglaterra, 2023.

ATIVIDADES

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. O quê cada uma das imagens revela?

2. Em sua opinião, essas cenas se repetem na maior parte dos museus do Brasil? Há cidades quê têm maior e menor índice de acessibilidade em museus? Pesquise e compartilhe as informações com a turma.

3. Como é a acessibilidade nos museus, nas galerias, nos centros culturais e nos espaços de exposições do seu município? Comente.

4. Você conhece algum trabalho relacionado à acessibilidade desenvolvido em sua comunidade? Como ele é?

5. Quais profissionais você imagina quê estariam relacionados ao desenvolvimento de ações, projetos e políticas públicas de promoção e garantia de acessibilidades?

6. Você conhece aplicativos ou sáites quê facilitam o acesso de pessoas com deficiência a espaços culturais? Dê exemplos e explique como esses recursos tecnológicos promóvem a inclusão.

Página vinte e um

7. Leia o pôust a seguir, publicado na rê-de social do Museu do Ipiranga, localizado na cidade de São Paulo.

Imagem de postagem em rede social, escrito:  'Museu do Ipiranga: Atenção comunidade surda, a programação do Museu segue a todo vapor! Em agosto, o tema para as visitas temáticas mediadas em Libras será 'Corpo e Trabalho'. Anote aí: as visitas são gratuitas, com 10 vagas e acontecerão no próximo domingo, dia 4 de agosto, às 15 horas da tarde, e às quartas-feiras de agosto, também às 15 horas da tarde. Os ingressos podem ser retirados diretamente na bilheteria na data da visita. Hashtag: Paratodosverem: vídeo mostra uma mulher jovem, branca, de cabelos curtos. Ela é fluente em Libras e convida o...'. A postagem tem 292 curtidas.

Fotografia da fachada do Museu do Ipiranga. Ele é um edifício longo, com formato retangular e simétrico, composto por três andares visíveis. A superfície do prédio é lisa e pintada em tom amarelo claro. Na parte inferior da fachada, há uma grande escadaria central que leva até a entrada principal. A entrada possui portas grandes e arqueadas, com janelas acima delas. Ao longo da fachada, existem várias colunas verticais distribuídas de forma regular. Entre as colunas, há janelas altas com forma arqueada na parte superior. No nível superior da fachada, há um elemento triangular no centro. Todo o edifício está cercado por jardins com caminhos e plantas alinhadas.

vista aérea do Museu do Ipiranga - úspi, São Paulo (SP), 2024.

a) Nesse pôust de rê-de social, é divulgada uma visita temática ao museu, cujo tema é “Corpo e trabalho”, relacionado à exposição de longa duração “Mundos do trabalho”. Para você, considerando o tema e o título da exposição, o quê poderia sêr discutido durante essa visita?

b) Atividade em grupo. No sáiti do museu, há um resumo sobre a exposição “Mundos do trabalho”. Forme grupos com quatro ou cinco côlégas e entrem no línki sugerido no boxe"Para acessar". Leiam o resumo da exposição e discutam, entre outros, aspectos como:

a importânssia dessa exposição;

a relevância dela para a comunidade e para os visitantes;

as habilidades necessárias ao trabalho no período abordado na exposição e as habilidades necessárias para o século XXI.

PARA ACESSAR

Para conhecer a exposição “Mundos do trabalho”, o Museu do Ipiranga elaborou um livreto quê destaca diferentes profissões, seus trabalhadores, ferramentas e produtos de ação. Nele, busca-se entender o trabalho como uma atividade humana quê objetiva a transformação de elemêntos naturais para fins determinados e em quê são utilizados instrumentos específicos. Disponível em: https://livro.pw/aiwjl. Acesso em: 18 out. 2024.

Capa de material para professores, escrito 'Mundos do trabalho, Museu do Ipiranga, USP'. Na imagem, há uma máquina de costura.

Reprodução da capa do material para professores criado para a exposição"Mundos do Trabalho", quê aconteceu no Museu do Ipiranga - úspi, em São Paulo (SP), 2024.

Página vinte e dois

ORGANIZANDO OS TRABALHOS

Projeto 1 - Acessibilidade

Ao entrar em contato com dados oficiais sobre as pessoas com deficiência e conhecer as leis quê asseguram a elas o direito à cultura, ao lazer e à acessibilidade, torna-se inevitável fazer o questionamento Acessibilidade: os museus são para todos? Com base nessa pergunta-chave, começaremos a direcionar o trabalho para a produção final, visando à criação de uma exposição acessível na escola.

Ao final do projeto, você e seus côlégas se expressarão artisticamente, por meio de uma das linguagens da ár-te, e organizarão uma exposição acessível na escola, tendo em vista os critérios de acessibilidade.

Para isso, com a ajuda dos professores envolvidos na construção dêste projeto, nas próximas etapas você e seus côlégas devem se organizar para trabalhar d fórma colaborativa. Na etapa 2, vocês trabalharão ora em duplas, ora em pequenos grupos para a execução das tarefas propostas. Para a formação dos grupos de trabalho, procure côlégas com experiências e interesses distintos dos seus, cujas características certamente propiciarão trocas de informações valiosas e inusitadas.

Para a organização da exposição na etapa 3, os grupos serão divididos de acôr-do com os interesses e as aptidões de cada estudante. A distribuição das tarefas e organização das equipes de trabalho para a exposição serão aprofundadas mais adiante neste projeto.

Elaborem, em uma planilha eletrônica, um cronograma de fluxo de trabalho para organizar e acompanhar cada etapa do desenvolvimento, d fórma a facilitar a visão geral do evento quê vocês produzirão.

Materiais necessários

Para realizar esse projeto, vocês vão precisar de computadores, celulares ou tablets com acesso à internet, fones de ouvido, câmeras digitais, trena, fita métrica, papéis diversos, lápis, canetas variadas, tintas, telas, pincéis, sucatas e materiais reutilizáveis, argila, gesso, tesoura, EVA, entre outros. Planejem-se para ter esses materiais em mãos, conforme a necessidade de cada aula, e, assim, executar adequadamente as atividades propostas.

Fotografia de um grupo de jovens sentados em frente a uma mesa retangular, olhando uns para os outros, discutindo ideias. Uma menina fala, gesticulando com as mãos, enquanto o restante do grupo a observa. Um menino está com o notebook aberto e há livros e folhas em cima da mesa.

O trabalho coletivo incentiva o desenvolvimento dos estudantes e fortalece a empatia na turma.

Página vinte e três

ETAPA 2
Saber e fazer

Museus acessíveis

Fotografia de uma jovem de cabelos longos e vermelhos, sentada em uma cadeira de rodas, observando quadros expostos nas paredes de um museu. A menina usa uma máscara de proteção cobrindo boca e nariz.

Jovem em uma cadeira de rodas visita uma galeria de; ár-te na cidade de Batumi, Georgia, nos Estados Unidos, 2022.

Os museus são espaços culturais de inclusão por excelência, responsáveis por valorizar nossa memória e nossa cultura, garantir a inclusão de diferentes públicos e permitir quê o conhecimento acumulado ao longo de séculos seja acessado pêlos visitantes. Além díssu, são espaços sociais quê se abrem para acolher a diversidade e promover a integração social.

Leia a seguir o trecho de um texto sobre o projeto realizado pelo Museu do Futebol, em São Paulo, com pessoas com deficiência.

Página vinte e quatro

Podcast: Acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência.

Projetos Educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade e inclusão

Introdução

O Museu do Futebol, equipamento cultural público da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, inaugurado em setembro de 2008, já nasceu com o Núcleo Educativo e com um programa de acessibilidade, chamado Programa de Acessibilidade do Museu do Futebol (PAMF). Pioneiro nessa área, o Museu do Futebol foi o primeiro museu a sêr inaugurado com o conceito de acessibilidade concebido antes de sua implantação. Ao abrir as portas para o público, o museu se destacou por possuir recursos quê, até então, não eram comuns em espaços culturais. Plataformas para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, piso tátil, elevadores, escadas rolantes, banheiros adaptados, audioguias para pessoas cegas, com baixa visão e estrangeiros são alguns dos recursos com os quais o museu conta desde sua inauguração. Além díssu, placas em Braille, maquetes táteis, pranchas com alto contraste de côr e relevo e placas em resina para toque tí-nhão o desafio de ajudar na transposição da linguagem do conteúdo da exposição de longa duração para o público com deficiência visual e intelectual.

Fotografia de jovens tateando uma maquete representando um estádio de futebol.

Maquete tátil, um dos recursos de acessibilidade do Museu do Futebol, em São Paulo (SP), 2010.

Para o Museu do Futebol, acessibilidade é propiciar quê o maior número de pessoas, independentemente de suas condições físicas, sociais e intelectuais, possam viver suas experiências no Museu. Para isso, o PAMF conta com recursos físicos e comunicacionais além de profissionais qualificados para atender a todos. Todas as salas e conteúdo do museu foram pensados para receber e incluir todos os perfis de públicos: brasileiros e estrangeiros; de diversas classes sociais; pessoas com deficiência; crianças, jovens, adultos e idosos. O PAMF também é responsável por criar materiais lúdico-pedagógicos quê, de maneira acessível, dialogam com o conteúdo do nosso acervo, facilitando a compreensão e estimulando a reflekção do público.

Nesse sentido, ter em vista o conceito de Acessibilidade num espaço de educação não formal nos faz compreender a verdadeira amplitude da palavra, seja ela no âmbito físico, intelectual, social ou atitudinal. Para o Educativo, como Núcleo quê atua diretamente com o público, os recursos físicos de acessibilidade são um suporte para o atendimento humano. Dessa forma, a acolhida, o afeto, a adaptação da linguagem, a utilização de materiais de apôio além do acervo, em suma, toda a disponibilidade do material humano a favor da pessoa com deficiência torna a atuação do Educativo fundamentalmente acessível e inclusiva.

Nesse aspecto, cabe mencionar a importânssia de projetos específicos criados por nós, quê tanto capacitam a equipe quanto abrem para um maior diálogo com os diferentes tipos de público, tais como o projeto

Página vinte e cinco

premiado Deficiente Nota * Residente, o projeto Aproximações, o projeto Museu Amigo do Idoso e o Espaço Dente de Leite. Além díssu, intérnamente, foi desenvolvido o projeto Conviver, de consciência funcional, para dialogar com nosso público mais fiel: os funcionários do museu, tanto os terceirizados como os celetistas.

Projeto Deficiente Residente

O Projeto Deficiente Residente, iniciado em 2010, nasceu de uma necessidade, experimentada pela equipe do Núcleo Educativo, de tornar universos distantes e desconhecidos, familiares. Dúvidas básicas como, por exemplo, se podíamos dizêr a uma pessoa cega a expressão corriqueira “como você vê”, a dúvidas mais compléksas, como, por exemplo, se uma pessoa autista ou com síndrome de Asperger consegue identificar as emoções por meio de expressões faciais; ou seja, de quê modo lidar com alteridades com as quais temos pouco ou nenhum contato e desconstruir determinados pré-conceitos. Estes anseios fizeram parte dos quêstionamentos que acompanham o desafio de atender pessoas com deficiência com afeto e levando em conta suas especificidades.

O projeto Deficiente Residente partiu do princípio de quê para um museu sêr acessível ao público com deficiência era necessário fazer um projeto “com” e não “para” a pessoa com deficiência. A palavra “com” aparecia como algo fundamental para colocar todos os envolvidos no papel de protagonistas, pensando juntos em melhorias na acessibilidade física do museu e no atendimento humano ao público. [...]. Planejamos uma imersão, a cada ano, com uma deficiência específica, escolhida com a equipe. Assim, em 2010 trabalhamos a deficiência visual; em 2011, a deficiência intelectual; em 2012, a deficiência auditiva; em 2013, a deficiência física; em 2014, a saúde mental; em 2015, uma retomada com representantes das edições anteriores. A cada ano, foram selecionados residentes para atuar com a equipe nas quebras de barreiras atitudinais. Todos os residentes foram remunerados.

CARDOSO, Ialê Pereira; CONTINELLI, Marcelo. Projetos Educativos do Museu do Futebol: experiências na acessibilidade e inclusão. Rede de rêdes - diálogos e perspectivas das rêdes de educadores de museus no Brasil. São Paulo, 2018. Disponível em: https://livro.pw/uwbee. Acesso em: 19 ago. 2024.

PARA ASSISTIR

O documentário sobre o Projeto Deficiente Residente apresenta de quê forma o Museu do Futebol construiu, com as pessoas com deficiência, projetos para garantir a acessibilidade e a integração de diferentes públicos ao espaço do museu. Disponível em: https://livro.pw/knlxu. Acesso em: 19 ago. 2024.

A seguir, apresentamos a reprodução de um infográfico com os principais recursos de acessibilidade promovidos pelo Museu do Ipiranga, em São Paulo (SP), após sua reforma.

Fotografia de um grupo de crianças observando uma exposição no interior de um museu. Atrás delas, há um painel com quatro pôsteres contendo imagens de uma pessoa mostrando movimentos da prática do futebol.

Painéis no interior do Museu do Futebol, localizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP), 2023.

Página vinte e seis

Professor, sugira aos estudantes quê visitem o sáiti do Museu do Ipiranga e pesquisem as iniciativas dos Núcleos Educativos.

MUSEU DO IPIRANGA: PROPOSTA DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO

1 Libras e legendagem

Todos os conteúdos audiovisuais do Novo Museu do Ipiranga são acompanhados por Libras e por legendas, para incluir as pessoas com deficiência auditiva. Na imagem, por exemplo, uma das mesas interativas do museu apresenta uma pessoa utilizando a Linguagem Brasileira de Sinais para ler o conteúdo.

2 bráile

O sistema braile também está presente no Museu do Ipiranga. Todos os materiais para leitura possuem vêrsão em braile para possibilitar o entendimento das pessoas com deficiência visual. É possível ver esse recurso na imagem ao lado a réplica tátil da pintura Dona Leopoldina de Habsburgo e Seus Filhos, de Domênico Failutti,com uma descrição em braile o lado.

Imagem de uma pessoa tateando um livro aberto com ilustração e texto. Uma imagem aproximada mostra um texto escrito em Braille.

3 Audioguia

O Museu do Ipiranga disponibiliza propostas de direcionamento da visita, entre elas os audioguias, um sistema de guiagem quê descreve e explica o passeio turístico. O audioguia com recursos de acessibilidade (audiodescrição, Libras e inglês) é acessado por meio de um programa, quê póde sêr baixado no celular. Caso o visitante não possua o aparelho eletrônico, há a possibilidade de retirar um táblêti na bilheteria.

4 Piso podotátil

O piso podotátil está ao longo de toda a trajetória do museu. Ele permite uma circulação segura de pessoas com deficiência visual por meio do estímulo tátil.

Piso tátil alerta: compôzto por círculos em relevo para indicar a presença de algum obstáculo ou mudança de direção.

Piso tátil direcional: compôzto por faixas paralelas em relevo, quê aponta o sentido do fluxo e a direção do caminho a sêr seguido.

Imagem dos pés de uma pessoa pisando em um chão com elementos táteis. Uma imagem aproximada mostra pequenos círculos em relevo e faixas paralelas em relevo.

5 Impressão em fonte ampliada e com alto contraste

Esse recurso garante acessibilidade àqueles com dificuldade na leitura, por exemplo, quem possui dislexia ou baixa visão. A fonte ampliada e o alto contraste facilitam a legibilidade dos textos expostos.

Imagem de uma pessoa em pé, observando um painel com imagens ampliadas. Uma imagem aproximada mostra a lateral do painel em alto contraste.

6 Recursos multissensoriais

A curadoria do museu buscou estimular os cinco sentidos dos visitantes. Existem 333 objetos multissensoriais espalhados em todo o museu: foram desenvolvidas réplicas originais das obras expostas, quê podem sêr manipuladas pelo público, além de salas com recursos olfativos, algo pouco explorado pêlos museus. Essas salas possuem cheiros relacionados à sua temática. Por exemplo, naquelas cujo tema são instrumentos de cuzinha, pode-se sentir o cheiro de lenha queimada, remetendo o visitante a espaços com fogões à lenha.

Imagem de uma pessoa tateando uma pintura em alto-relevo. A imagem aproximada mostra uma pessoa tateando uma escultura de jacaré e a representação de um quadro.

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7 Elevadores, rampas e banheiro acessível

As escadas podem sêr um elemento excludente para quem possui mobilidade reduzida, por isso o museu dispõe de elevadores e rampas para garantir a acessibilidade. Além dêêsses itens, também há uma platafórma elevatória para viabilizar o acesso de pessoas com deficiência física ao mirante e aos banheiros acessíveis.

Imagem de uma pessoa caminhando sobre um chão com elementos em alto-relevo. Em destaque, há uma placa com o símbolo de uma pessoa em cadeira de rodas e pessoas aguardando em frente a um elevador.

8 Audiodescrição: #PraCegoVer

A audiodescrição traduz em palavras tudo akilo quê é essencialmente visual. Com uma linguagem descritiva, clara e concisa, permite quê pessoas com deficiência acessem os conteúdos visuais d fórma audível. A presença dêêsse recurso é indispensável no museu, já quê viabiliza a compreensão de imagens pelas pessoas com deficiência visual.

9 Escrita simplificada

A escrita simplificada é uma forma reduzida e simples de explicar os conteúdos apresentados. Nas salas, as informações são apresentadas d fórma objetiva e em um disáini atrativo e convidativo. Imagens e símbolos gráficos também auxiliam na compreensão de pessoas com dificuldade de se comunicar por meio de textos.

Imagem de uma mulher em um museu lendo um texto escrito na parede, ao lado de objetos expostos. Na imagem ampliada, há um texto simplificado ao lado de um objeto.

10 Redução de estímulos visuais

Nos conteúdos audiovisuais, o Museu do Ipiranga buscou não utilizar elemêntos com quantidade elevada de estímulos visuais, como os quê piscam muito ou os quê possuem luz intensa. A elevada luminosidade póde sobrecarregar a visão das pessoas autistas, e assim prejudicar sua experiência no museu.

Imagem de pessoas em um museu observando um grande quadro exposto. No destaque, há uma tela digital com informações sobre a exposição.

Fonte: BARROS, Maria Fernanda. Museu do Ipiranga: um prédio secular quê projéta acessibilidade e inclusão. Jornal da úspi, São Paulo, 29 set. 2022. Disponível em: https://livro.pw/nbwic. Acesso em: 18 out. 2024.

ATIVIDADE DE AMPLIAÇÃO

Atividade em grupo. Em grupo, ampliem a discussão investigando em sáites de outras exposições no Brasil ou no mundo quê também apresentem diversidade de recursos de acessibilidade. Selecionem textos e imagens e compartilhem os resultados das pesquisas com os côlégas.

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Professor, pense na possibilidade de levar os estudantes a campo ou de sugerir a eles quê visitem museus e espaços culturais de sua região. Além de conhecerem esses espaços, eles terão a oportunidade de fazer uma pesquisa de campo para levantar os recursos de acessibilidade oferecidos a pessoas com deficiência e de entrevistar educadores quê participam de projetos de inclusão elaborados pelo núcleo educativo dêêsses lugares. Oriente-os a observar, registrar por escrito ou por dêzê-nhôs e fotografar o espaço, as obras, os banheiros, sempre com foco nas kestões da acessibilidade. Essa atividade póde sêr fundamental para concretizar a exposição acessível proposta como produto final. Geralmente, os museus aceitam agendamento prévio para visitas de escolas ou pequenos grupos.

ATIVIDADES

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

Com base na leitura dos textos e na observação das imagens das páginas anteriores, responda às kestões a seguir.

1. Você já conhecia o Museu do Futebol e o Museu do Ipiranga, mesmo quê apenas por fotografias ou por notícias relacionadas a eles?

2. Você tinha conhecimento da existência de Núcleos Educativos responsáveis por melhorar a experiência do público em visitas ao museu? Qual é a sua opinião sobre esses núcleos após ler os textos?

3. Quais são os recursos quê os museus apresentados oferecem para garantir o acesso e a integração das pessoas com deficiência nas exposições?

4. Como você avalia as estratégias utilizadas pelo Núcleo Educativo do Museu do Futebol para garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência?

ATIVIDADE DE AMPLIAÇÃO

Atividade em grupo. Após conhecer os museus apresentados anteriormente, a fim de ampliar a discussão, você seus côlégas farão uma pesquisa para conhecer os espaços culturais da sua região quê oferecem programas educativos voltados para pessoas com deficiência.

Para se inspirar, vejam o levantamento feito em:"Acessibilidade Cultural – Guia prático para agentes públicos da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal", disponível em: https://livro.pw/svanu (Acesso em: 18 out. 2024.).

Pesquisem também quais recursos esses espaços utilizam e se dispõem de serviços como áudio e videoguias, intérpretes de Libras, obras táteis etc. Compartilhem os resultados da pesquisa com a turma.

Fotografia de um homem e uma mulher se comunicando por meio de sinais com as mãos.

Os surdos se comunicam por meio de línguas de sinais e utilizando o alfabeto manual (conhecido também como datilológico).

VOCÊ SABIA

A Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão pela Lei número 10.436/2002. Cada país apresenta sua própria língua de sinais, assim como suas línguas faladas.

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Tecnologia e acessibilidade

Os aplicativos citados no artigo cumprem com objetivos pedagógicos e de informação, sem caracterizar propaganda para êste conteúdo.

Aplicativos

Você sabia quê existem diversos aplicativos criados para auxiliar as pessoas com deficiência? Leia sobre isso no texto a seguir.

7 aplicativos gratuitos para ajudar as pessoas com deficiência

Para a maioria das pessoas a tecnologia sérve para facilitar as tarefas. Porém, no caso das pessoas com deficiência, ela póde representar uma ajuda ainda mais importante, tornando possíveis as atividades.

Aplicativos e soluções podem fazer grande diferença na conexão dessas pessoas com o mundo ao seu redor e, para isso, desenvolvedores são capazes de aproveitar tecnologias quê fazem parte do dia a dia das pessoas em prol de uma missão bastante nobre.

Confira alguns dos aplicativos de tecnologia assistiva quê você póde usar ou indicar para facilitar a vida de quem tem alguma deficiência.

Ilustração de uma pessoa segurando um aparelho celular com elementos audiovisuais no entorno, como plaqueta de filmagem, câmera filmadora, óculos 3D, entre outros.

Expressia

[...]

Para famílias e pessoas não verbais, o Expressia é um aplicativo de Comunicação Alternativa incrível, gratuito, facílimo de usar e totalmente personalizável.

Em segundos é possível criar cartões com figuras, fotos, texto, voz e até músicas, e agrupá-los em pranchas temáticas de acôr-do com o contexto da comunicação. Depois, é só tokár nos cartões em sequência para compor frases e expressar ideias e pensamentos rapidamente!

[...]

TelepatiX

Pessoas quê não conseguem falar e têm movimentos muito limitados, como pacientes de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e indivíduos acometidos de Paralisia Cerebral ou seqüelas de Acidente Vascular Cerebral / Encefálico (AVC/AVE) podem usar o TelepatiX para se comunicar pelo piscar dos olhos, usando a câmera do próprio celular, táblêti ou computador. O aplicativo oferece um alfabeto quê é percorrido por uma varredura sequencial de linhas e colunas. O próprio utilizador consegue escolher a velocidade da varredura.

A pessoa seleciona cada linha e coluna simplesmente piscando os olhos ou, alternativamente, tokãndo em qualquer parte da tela, mesmo tendo o menor e mais impreciso movimento. A seleção também póde sêr feita por meio de acionadores externos ou, até mesmo, pelo clique do botão esquerdo de um máuzi comum.

Para acelerar a escrita, o TelepatiX vai tentando “adivinhar” as palavras a cada letra escolhida, e também aprende o vocabulário freqüente do utilizador e completa suas frases mais usadas. Depois de escrever, a pessoa póde mandar o aplicativo vocalizar a frase em alto e bom som.

[...]

Seeing AI

O Seeing AI é um aplicativo incrível quê está ajudando a mudar a vida de pessoas cegas ou com alguma deficiência visual. Usando o pôdêr da Inteligência Artificial, o Seeing AI oferece soluções inteligentes para facilitar a vida de pessoas com algum problema de visão. Com sua ajuda, essas estão tendo mais facilidade para entender o quê está acontecendo ao seu redor.

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[...]

eSSENTIAL Accessibility

O eSSENTIAL Accessibility é uma tecnologia assistiva para computadores pessoais quê auxilia os usuários com dificuldades de controlar o máuzi, de usar o teclado ou de ler na tela. Na prática, funciona como um navegador com recursos de acessibilidade, permitindo, por exemplo, controlar o cursor com movimentos do rrôsto e comandos de voz, entre outras alternativas para máuzi. [...]

Pro Deaf

ProDeaf é um software de tradução de texto e voz na língua portuguesa para Libras – a língua brasileira de sinais, com o objetivo de realizar a comunicação entre surdos e ouvintes.

Be my Eyes

O app permite quê qualquer pessoa possa emprestar sua visão por alguns minutos. O app é gratuito e funciona como um sistema de câmera quê conecta deficientes visuais com voluntários e permite quê, por meio da fala e da imagem, problemas como identificar locais, fotos ou, por exemplo, o quê diz uma placa ou data de validade de um produto sêjam resolvidos facilmente.

HandTalk

Para os surdos quê utilizam a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e também para aqueles quê querem se comunicar com eles, mesmo não tendo o conhecimento da LIBRAS, esse aplicativo é um tradutor simultâneo dos dois idiomas. [...]

Wheelmap

O Wheelmap é um aplicativo quê auxilia a encontrar lugares com acessibilidades já visitados por outras pessoas com deficiência. Nele é possível informar se o local tem acessibilidade para cadeirante ou quais problemas tem. É uma troca de informações útil e colaborativa [...] disponível em 22 idiomas [...]

7 APLICATIVOS gratuitos para ajudar as pessoas com deficiência. TiX Tecnologia Assistiva. Belo Horizonte, [20--?]. Disponível em: https://livro.pw/ibarx. Acesso em: 22 ago. 2024.

ATIVIDADES

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Você já conhecia ou já utilizou algum dêêsses aplicativos?

2. Quais dêêsses aplicativos poderiam sêr utilizados para propor uma exposição acessível em sua escola? Justifique.

3. É possível se inspirar na tecnologia utilizada por esses aplicativos e adaptá-la para um projeto em sua escola? Como?

ATIVIDADE DE AMPLIAÇÃO

Atividade em grupo. Vamos testar? êste é o momento em quê você e seus côlégas poderão baixar e usar os aplicativos para entender como cada um deles funciona. Muitas ideias poderão surgir neste momento. É importante anotá-las para serem retomadas em momento oportuno.

Futuramente, esses aplicativos poderão sêr utilizados na exposição organizada por vocês ou servir para inspirar a criação de vídeos e conteúdos acessíveis pensados pela turma.

PARA LER

Leia no sáiti Agência de notícias da indústria a matéria “6 projetos de acessibilidade no mundo das artes quê você precisa conhecer!”. Disponível em: https://livro.pw/uhbjs. Acesso em: 19 ago. 2024.

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Audiodescrição de uma obra de; ár-te

A audiodescrição é um recurso tecnológico utilizado para possibilitar a pessoas com deficiências visual e intelectual fruírem de obras de; ár-te em museus e espaços culturais. Ela transforma imagens em palavras. Contém informações quê não são apreendidas visualmente pêlos cegos: expressões faciais, composição dos elemêntos da cena, descrição da luminosidade, detalhamento das vestimentas utilizadas pêlos personagens, entre outras.

Transcrevemos a seguir uma audiodescrição de altoría de Simone de Araújo Barbosa.

Pintura representando uma paisagem com uma cidade com prédios ao fundo, um viaduto e uma via principal com tráfego de veículos. Na marginal da avenida, há árvores com galhos secos e folhas em tons outonais.

A ponte de uést-mínster (1906), de André Derain (1880-1954). Óleo sobre tela, 81 cm × 100 cm.

[...] imagem da obra de; ár-te − Título: “A Ponte de Westminster”. Óleo sobre tela de 1906. Obra de André Derain, pintura característica do movimento fauvismo em quê os elemêntos da natureza são apresentados em cores vivas, contrastantes e não realistas.

Descrição geral: A obra retrata a paisagem de carros sobre uma ponte suspensa vista em perspectiva curvilínea cercada por árvores altas. Ao fundo prédios, sól com pequena nuvem à esquerda.

Detalhes: Parte inferior é representada pela largura da ponte com piso vêrde quê se curva verticalmente à esquerda cerca de dois terços do tamãnho da tela.

Página trinta e dois

À medida quê os carros se aproximam da parte inferior, a maioria azuis com dêtálhes em preto, tornam-se mais nítidos seguindo as normas de perspectiva.

As árvores são representadas por linhas fínas na côr laranja com alguns traços finos azuis. As cópas possuem uma leve inclinação para o lado esquerdo como estivessem acompanhando a curvatura da ponte.

Do lado esquerdo da ponte, sugere rio, na côr amarelo com pinceladas curtas e isoladas na côr azul e verde-claro. Neste ambiente há alguns objetos na côr azul, sugere barcos.

À esquerda, parte superior, terminada a curvatura da ponte, há uma linha do horizonte demarcada em toda extensão por estruturas de prédios de vários tamanhos na côr azul. Logo atrás, há uma luminosidade forte em amarelo, sugere sól, ao se aprossimár observa vários tons de azuis e laranja na composição do céu. Do lado esquerdo há uma nuvem pequena com predominância da côr rosa.

Dados complementares: A tela está exposta no Museu d’Orsay (Paris, França). O artista se expressa por meio da côr intensa quê define a forma [...].

BARBOSA, Simone de Araujo. Descrição de uma obra de; ár-te por Audiodescrição: “A Ponte de Westminster”. Olhares, 1 nov. 2015. Blogue. Disponível em: https://livro.pw/ofkpj. Acesso em: 19 ago. 2024.

ATIVIDADE

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Quais elemêntos da obra de; ár-te foram explorados para construir a audiodescrição apresentada acima?

ATIVIDADE DE AMPLIAÇÃO

Atividade em dupla. Em duplas, escôlham uma obra de; ár-te e a obissérvem detalhadamente. Façam anotações sobre os aspectos quê mais lhes chamam a atenção. Descrevam a obra da maneira mais detalhada possível, apresentem elemêntos quê possam enriquecer a interpretação e citem as formas, o material utilizado, as dimensões etc. Após finalizar a descrição, façam a leitura do texto produzido e gravem em um aparelho quê armazene registros sonoros (pode sêr um celular, um gravador ou um computador). Ao final da gravação, ouçam-na com atenção e compartilhem com os côlégas a audiodescrição da obra.

Peçam aos côlégas quê façam sugestões de melhorias e apontem elemêntos quê poderiam entrar em uma audiodescrição futura, quê será utilizada possivelmente na exposição acessível organizada pela turma na escola.

Professor, caso haja estudantes com deficiência visual na turma, eles serão fundamentais para a realização da atividade e poderão dar sugestões importantes para quê as audiodescrições fiquem cada vez melhores.

PARA ACESSAR

Assista ao vídeo Audiodescrição é importante recurso para acessibilidade para ampliar os conhecimentos sobre o tema. Disponível em: https://livro.pw/lstnm. Acesso em: 19 ago. 2024.

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Videoguias e QR Code

Os videoguias são instrumentos de acessibilidade muito utilizados em diferentes espaços sociais e culturais. Nos museus, os vídeos produzidos em Libras com legenda em português permitem às pessoas com deficiência auditiva ter contato com obras e vivenciar a experiência museal d fórma plena. A Pinacoteca do Estado de São Paulo foi uma das pioneiras na utilização do serviço de videoguias para surdos e apresenta diversos conteúdos em sua página oficial.

Ilustração de quatro mulheres utilizando aparelhos digitais. Duas usam notebooks, sentadas e deitadas no chão e as outras duas usam seus aparelhos celulares.

O QR Code (Quick Response Code), uma evolução do cóódigo de barras com grande capacidade de armazenamento e facilmente lido por aplicativos de celular, é uma tecnologia importante para o recurso de videoguia. Desenvolvida nos anos 1990 pela empresa japonesa Denso-Wave para sêr utilizada na indústria automobilística, logo se tornou uma ferramenta com diversas outras aplicações. A tecnologia do QR Code aliada aos videoguias permite a compreensão de informações pelas pessoas surdas, sem custo para quem utiliza e para quem fabrica.

Por mais quê sêjam amplamente utilizados como recurso de acessibilidade, os videoguias não fazem parte da lista da Tecnologia Assistiva. A expressão foi criada em 1988, nos Estados Unidos, e define uma área interdisciplinar do conhecimento, quê engloba recursos, produtos, metodologias, estratégias, práticas e serviços com o objetivo de ampliar a participação de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, visando promover vida independente e inclusão.

Apesar de a tecnologia apresentar possibilidades e recursos muito eficazes, o seu uso não exclui a atuação de intérpretes de Libras em museus e espaços culturais. É fundamental a presença de funcionários qualificados para atender o público com deficiência auditiva, a fim de contextualizar, descrever o ambiente e acompanhá-lo durante toda a visita.

ATIVIDADES

Sugestões de respostas e comentários das atividades estão nas Orientações para o professor ao final do livro.

1. Você já tinha ouvido falar na expressão"Tecnologia Assistiva"? Como ela póde auxiliar as pessoas com deficiência no dia a dia?

2. Você já conhecia o serviço de videoguia? Já utilizou ou conhece alguém quê tenha utilizado em alguma visita a museus? Comente essa experiência.

3. Você conhece algum intérprete de Libras? Em quê local ele trabalha?

PARA ASSISTIR

A Tevê INES é a primeira webTV em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ela oferece conteúdo diversificado sobre cultura, entretenimento, esporte, tecnologia, além de dêzê-nhôs animados, filmes e aulas de Libras. Para saber mais sobre a Tevê INES, acéçi o sáiti: https://livro.pw/omwzv. Acesso em: 19 ago. 2024.

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ETAPA 3
Para finalizar

PRODUTO FINAL

Exposição acessível

Ilustração de pessoas visitando uma exposição em um museu. Jovens caminham pelo saguão observando os quadros e esculturas expostas.

Nesta última etapa, você e seus côlégas vão cuidar de todos os dêtálhes da organização e produção da exposição acessível na escola.

Em um primeiro momento, a turma trabalhará junto para definir as características e o perfil do público a quê se destinará a exposição acessível. Em um segundo momento, vocês se dividirão em pequenos grupos. Cada grupo poderá ficar responsável por uma etapa da produção. Os estudantes quê se sentirem mais à vontade para produzir artisticamente pódem ficar responsáveis por essa etapa; um segundo grupo póde cuidar dos critérios de acessibilidade e da organização do espaço expositivo; e outro pode cuidar da utilização dos recursos tecnológicos adequados à exposição. Organizem-se para quê todos possam participar e contribuir da melhor forma possível.

Definindo aspectos da exposição

Com o intuito de iniciar a preparação dos trabalhos, você e seus côlégas devem elaborar um planejamento para definir a quê público se destinarão a exposição e as produções artísticas criadas por vocês.

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É possível realizar uma exposição quê atenda a todas as pessoas com deficiência (física, mental, intelectual ou sensorial) ou eleger um tipo de deficiência para sêr o foco da exposição.

Vocês realizarão uma pesquisa, em sua comunidade escolar, com o objetivo de delimitar e definir as demandas da preparação da exposição acessível. Esta atividade é muito importante para o desenvolvimento dos trabalhos e será dividida em cinco passos, detalhados a seguir.

1. Elaboração do questionário

Definam as perguntas quê farão parte da pesquisa, d fórma a esclarecer pontos fundamentais para a realização do evento na escola. Sugestões:

Qual é a estrutura ideal de um espaço cultural para receber pessoas com deficiência?

Que tipo de obras de; ár-te póde despertar mais interêsse do público?

Quais recursos tecnológicos você imagina quando falamos em acessibilidade em museus?

Quais desafios uma pessoa com deficiência enfrentaria em uma exposição de; ár-te realizada nesta escola?

Em sua opinião, quê tipo de deficiência a exposição acessível deve focar?

2. Público a sêr entrevistado

Definam o perfil do público a sêr entrevistado: estudantes, professores, funcionários da escola, entre outros. Fiquem atentos: as kestões elaboradas no passo anterior devem sêr coerentes com o público a sêr entrevistado.

Vocês podem realizar uma pesquisa censitária (com todas as pessoas do público escolhido) ou por amostra (escolha aleatória de algumas pessoas, cujos dados passam a representar o todo).

3. Coleta de dados

Definam como será aplicado o questionário (em papel ou por meio de algum aplicativo ou ferramenta ôn láini) e como serão registradas as respostas dos entrevistados. Organizem e dividam as tarefas a serem desenvolvidas. Para isso, será necessário o uso de computadores, tablets ou celulares com acesso à internet, câmeras digitais, gravadores e blocos de anotações.

4. Organização dos dados

Após a aplicação dos questionários, organizem as respostas em forma de listas, quadros ou planilhas eletrônicas.

5. Análise dos dados

Após a organização dos dados, escôlham recursos para realizar a análise dos dados obtidos, como gráficos ou tabélas. Também é possível usar medidas de tendência central para representar alguns dados, como média aritmética, (Moda) ou mediana. Por fim, analisem todas as informações coletadas para definir como será a exposição na escola.

Ao finalizar a pesquisa, é importante quê vocês elejam, coletivamente, um tema a sêr desenvolvido na exposição. Em seguida, definam: o local onde será realizada a exposição na escola, quê tipo de produções artísticas (escultura, pintura, fotografia, perfórmance etc.) serão feitas, quais recursos tecnológicos serão utilizados para garantir a acessibilidade e qual será o público-alvo da exposição.

Ilustração com o símbolo de acessibilidade, um gráfico de setor, uma calculadora e folhas pautadas.

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Produções artísticas

Os estudantes quê escolherem se expressar artisticamente definirão também a linguagem da ár-te na qual se sentem mais confortáveis em produzir. Por exemplo: aqueles quê gostam de fotografar podem se dedicar à fotografia; os quê preferem a pintura podem se dedicar a essa expressão artística; e, ainda, os optantes pela escultura poderão se ocupar da criação de objetos em três dimensões. Há ainda a possibilidade de criar performances quê devem sêr préviamente planejadas para serem apresentadas no dia da exposição.

Ilustração do interior de um museu com quadros e esculturas expostas.

Com os tipos de produções artísticas definidos, a turma deverá provisionar os materiais necessários para a sua produção, como câmera digital, papéis diversos, tintas, telas, pincéis, sucatas e materiais reutilizáveis, argila, gesso, tesoura, EVA, entre outros. Além díssu, é importante verificar se na escola existe algum espaço quê poderá sêr utilizado como ateliê de; ár-te para a produção e preparação das peças para a exposição.

Uma boa forma de incentivar a criatividade é realizar uma pesquisa sobre as obras de artistas contemporâneos, como Rosana Paulino, Cláudia Andujar, sônîa Gomes, Vik Muniz, Cildo Meireles, entre outros, e as técnicas utilizadas por eles. A ár-te contemporânea tem como características: o uso de materialidades não convencionais quê proporcionam a liberdade de escolha para concretizar a obra e a criação de obras interativas, das quais o espectador participa ativamente, utilizando, para isso, técnicas inovadoras e recursos tecnológicos para a criação.

Os artistas, de modo geral, sempre buscam novos meios para se expressar, apoiando-se nas transformações do mundo, na crescente globalização e nos avanços tecnológicos. Sendo assim, o grupo terá a oportunidade de trabalhar com ár-te e expressar-se na linguagem contemporânea quê julgar mais adequada para a exposição.

É importante pensar nos possíveis diálogos dessas obras com o tema da exposição definido pela turma, com o público-alvo e com o espaço onde elas serão expostas. Transcrevam o qüadro a seguir, no caderno, e o preencham como orientação do processo criativo, tendo em mente quê póde havêer mudanças no meio do caminho.

O QUE COMUNICAR?

COMO COMUNICAR?

MATERIALIDADES

PÚBLICO-ALVO

O grupo responsável pêlos recursos tecnológicos deve acompanhar a escolha dos espaços, a criação e produção das obras de; ár-te a fim de pensar em estratégias para tornar o conteúdo acessível ao público escolhido.

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Recursos tecnológicos na busca pela acessibilidade

O grupo responsável por aplicar recursos tecnológicos às peças para a exposição acessível póde planejar a criação de obras táteis, a gravação de audiodescrições ou até mesmo a produção de videoguias com a ajuda de intérpretes de Libras, se possível.

Para trabalhar de acôr-do com a perspectiva inclusiva, é preciso considerar critérios fundamentais quê proporcionem uma experiência significativa para o público. Esses critérios podem sêr divididos em duas categorias: acessibilidade à informação e ao espaço.

Fotografia de uma criança em um museu tateando um tipo de mapa com a ajuda de um adulto.

Criança interagindo com o mapa tátil com ajuda de adulto na mostra Convivendo Com Robôs, no Japan House, em São Paulo, 2024.

Esse grupo manterá o foco na primeira categoria:

I. Acessibilidade à informação: textos em braile, conteúdos em Libras, audioguias, audiodescrição e obras táteis.

A produção dos conteúdos será feita com base nas obras criadas pêlos estudantes. É possível utilizar aplicativos já existentes, mas será preciso realizar uma pesquisa sobre quais deles podem contribuir para o desenvolvimento dos conteúdos criados por vocês. Se optarem pela criação de um aplicativo para a exposição, será preciso realizar pesquisas, consultar tutoriais e aprender com outros estudantes e professores quê entendam de tecnologia.

Em um segundo momento, será necessário agendar um dia para realizar a gravação dos áudios e videoguias e fazer uma lista dos materiais quê serão necessários para o dia da exposição, como fones de ouvido, celulares ou tablets com acesso à internet para disponibilizar o conteúdo produzido por vocês. Não se esqueçam de quê todos os equipamentos e os conteúdos produzidos deverão sêr checados antes da exposição para quê não apresentem problemas técnicos no momento de sua utilização.

Se existirem pessoas fluentes em Libras na escola, elas poderão sêr convidadas a atuar como guias no dia da exposição.

PARA ACESSAR

O sáiti Canal Tech apresenta um passo a passo de como criar um QR Code, cujo tutorial póde servir como base para as produções da turma. MAGALHÃES, A. L. QR Code - Entenda como funciona e aprenda a fazer. CanalTech, 13 jan. 2022.# Disponível em: https://livro.pw/jytlm. Acesso em: 19 ago. 2024.

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A acessibilidade no espaço expositivo

Conhecer com precisão as dimensões do espaço onde se realizará o evento é fundamental para garantir a adequada exposição das obras e assegurar o livre trânsito dos visitantes entre elas. Cálculos de perímetro, de área e de altura devem sêr realizados para prever os espaços de instalação das obras, de modo quê a contemplação seja acessível a todos os visitantes. Esses cálculos podem sêr efetuados com a ajuda de aplicativos. Do mesmo modo, as áreas de circulação dos visitantes devem sêr previstas para permitir o deslocamento confortável entre as obras. A instalação de rampas de acesso e a aplicação de piso tátil também devem sêr consideradas.

Ilustração de uma pessoa em cadeira de rodas visitando um museu. Ela segura um aparelho celular em frente a uma escultura exposta em cima de uma mesa. Na parede, há quadros expostos.

Esse grupo focará na segunda categoria de acessibilidade citada anteriormente:

II. Acessibilidade ao espaço: a arquitetura, a concepção e a organização dos espaços expositivos são grandes aliados para auxiliar no deslocamento e na utilização dos ambientes com segurança. Iluminação, distribuição, localização e exposição adequadas das obras também são de fundamental importânssia para tornar o espaço acessível. Devem-se prever, ainda, avisos luminosos quê auxiliem as pessoas com deficiência auditiva, avisos sonoros e piso tátil para as pessoas com deficiência visual e rampas e elevadores para as pessoas com deficiência física.

A exposição póde sêr realizada em uma sala de aula preparada para receber as produções ou em outro espaço da escola quê o grupo julgue adequado.

O projeto curatorial de uma exposição quê prima pela acessibilidade deve tanto permitir o acesso como facilitar a compreensão dos objetos artísticos expostos, principalmente para pessoas com deficiência, considerando assim aspectos físicos, comunicacionais e atitudinais:

Aspectos físicos – Acesso adaptado para a circulação de pessoas em cadeiras de rodas e mobilidade reduzida, piso tátil para orientação e segurança de pessoas com deficiências visuais, alcance visual e manual de textos, bases e recursos de apôio para pessoas com e sem deficiência.

Aspectos comunicacionais – São maquetes táteis tridimensionais de obras de; ár-te, reproduções em relevo texturizado e alto contraste de imagens bidimensionais, jogos associativos de obras de; ár-te com poemas, palavras, extratos sonoros e imagens, objetos referenciais tridimensionais e quebra-cabeças imantados. Além díssu, há textos investigativos disponibilizados em áudio e dupla leitura (tinta com caracteres ampliados e braile).

Projeto curatorial
: reflete as escôlhas, as motivações e os percursos definidos pelo grupo responsável pela organização de uma exposição, mostra ou bienal de; ár-te.

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Aspectos atitudinais – Consistem nas ações de formação para todas as equipes das instituições envolvidas, principalmente aquelas ligadas ao atendimento do público, por meio de cursos, palestras e oficinas a professores e educadores, visando a formação dêêsses profissionais para o planejamento de programas e cursos de; ár-te para alunos e os mais diversos perfis de públicos, permitindo a todos o amplo acesso à fruição e apreciação da ár-te [...].

TOJAL, Amanda Pinto da Fonseca. Acessibilidade cultural: inclusão de públicos escolares com deficiências. Caderno ár-te + Educação, São Paulo: Fundação Volkswagen: Editora Segmento, 2015. p. 100-101.

PARA LER

O Manual de Instruções Técnicas de Acessibilidade para apôio ao Projeto Arquitetônico apresenta informações importantes sobre o dimensionamento básico para pessoas com deficiência acessarem espaços e se locomoverem pela cidade. A leitura do material contribuirá para a montagem e organização do espaço da exposição na escola. SÃO PAULO (Município). Manual de instruções técnicas de acessibilidade para apôio ao projeto arquitetônico. São Paulo: SMPED, [20--?].

Disponível em: https://livro.pw/khqig. Acesso em: 19 ago. 2024.

Para quê essa acessibilidade seja alcançada, é preciso atentar para as características do espaço expositivo e elencar os itens quê necessitam sêr adaptados para quê ele se torne acessível a todos. Listamos a seguir alguns critérios quê precisam sêr observados e quêstionamentos que podem surgir durante a organização:

1. Distribuir: as obras pelo espaço, considerando a altura e a proximidade adequada para quê pessoas com deficiência possam acessá-las.

2. Observar: o local escolhido para a exposição apresenta colunas quê dificultam a passagem ou corredores amplos? O percurso até o local é fácil? Necessita de sinalização ou adaptações como rampas de acesso? Como esses problemas podem sêr solucionados pela turma?

3. Definir: as obras expostas poderão sêr tocadas? Serão acompanhadas por legendas em braile e por suas respectivas reproduções táteis?

4. Prever: alguma formação será oferecida ao grupo quê realizará a exposição, visando prepará-lo (grupo) para receber d fórma adequada todos os públicos?

Por fim, criem cartazes ou convites virtuais para divulgar a exposição. Definam o período em quê a exposição será realizada e se será aberta para toda a comunidade ou somente para os estudantes e funcionários da escola.

Organizem-se com antecedência para arrumar o espaço escolhido e dispor as produções artísticas adequadamente no dia do evento.

Uma ótima ideia é fazer registros de todo o processo, quê podem sêr fotografias, relatos, vídeos e dêzê-nhôs sobre os trabalhos realizados pêlos grupos durante a produção e a organização e no dia da exposição.

Aproveitem cada momento e boa exposição!

Ilustração de pessoas em um museu interagindo com as artes expostas. Uma mulher pinta uma linha curvilínea na parede, um casal tateia uma escultura circular e outras pessoas fazem desenhos na parede.

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Avaliação

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

Para avaliar o processo de construção dos saberes, das atitudes e a reflekção sobre o tema e o mundo do trabalho, sugerimos a elaboração de quadros quê permitem o acompanhamento da produção e a reflekção do quê foi desenvolvido nas etapas do projeto. Os quadros devem sêr copiados e preenchidos de acôr-do com as orientações do professor.

Avaliação dos saberes

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS

1 Realizei com facilidade

2 Realizei

3 Realizei com dificuldade

4 Não realizei

ETAPA 1 – VAMOS COMEÇAR

A. Analisar dados oficiais sobre o número de pessoas com deficiência no Brasil considerando os tipos de deficiência.

B. Refletir sobre os direitos, as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência e as melhorias necessárias para garantir sua acessibilidade.

C. Conhecer e discutir os recursos disponibilizados por museus quê garantem a acessibilidade para pessoas com deficiência.

ETAPA 2 – SABER E FAZER

A. Conhecer museus inclusivos e os recursos de acessibilidade utilizados em seus programas educativos.

B. Fazer levantamento de espaços culturais e museus na região onde moro e pesquisar sobre programas educativos e recursos para pessoas com deficiência quê esses espaços disponibilizam.

C. Conhecer e testar aplicativos criados para facilitar o cotidiano das pessoas com deficiência.

D. Produzir audiodescrição de uma obra de; ár-te e conhecer os recursos de videoguia.

E. Pesquisar sobre a tecnologia assistiva e como ela póde auxiliar as pessoas com deficiência.

ETAPA 3 – PARA FINALIZAR

A. Planejar e organizar uma exposição acessível na escola destinada a pessoas com deficiência.

B. Expressar-se artisticamente e preparar o espaço expositivo d fórma a atender aos critérios de acessibilidade.

C. Selecionar, testar e aplicar recursos tecnológicos disponíveis quê possibilitem a inclusão de pessoas com deficiência.

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Avaliação das atitudes

AVALIAÇÃO DAS ATITUDES E POSTURAS

1 Sempre

2 Frequentemente

3 Raramente

4 Nunca

Veja nas Orientações para o professor observações e sugestões sobre o uso dos quadros avaliativos.

A. Realizo as tarefas nas datas sugeridas d fórma atenta e responsável.

B. Atuo com organização, trazendo para as aulas todo o material solicitado.

C. Demonstro comportamento adequado e comprometido nos diferentes momentos de desenvolvimento do projeto.

D. Escuto com atenção as explicações e proposições do professor, côlégas e outras pessoas envolvidas nas atividades propostas.

E. Apresento atitude colaborativa, compartilhando opiniões, sugestões e propostas com os côlégas.

F. Falo com clareza ao compartilhar dúvidas e opiniões.

G. Atuo d fórma respeitosa em relação às dificuldades apresentadas pêlos côlégas.

H. Demonstro empatia e respeito quando lido com opiniões e contextos diferentes dos meus.

MUNDO DO TRABALHO

Assim como muitas profissões deixaram de existir com o passar do tempo, também outras surgiram em função de novas demandas na ssossiedade. Como exemplo, diferentes profissões especializadas em acessibilidade estão sêndo cada vez mais visadas atualmente por serem essenciais para auxiliar empregadores e empregados na tarefa de adaptar ambientes de trabalho de modo a torná-los acessíveis. Por um lado, temos profissionais como o intérprete de Libras, os desenvolvedores e os programadores de tecnologias assistivas, quê atuam diretamente na apresentação de soluções acessíveis para ajudar pessoas e empresas. Por outro, temos algumas profissões tradicionais buscando especializações nas áreas de Arquitetura, Engenharia e Psicologia voltadas para a acessibilidade. Escolha uma dessas profissões citadas, ou outra quê se encaixe nas mesmas características (que tenha correlação com acessibilidade) e explique sua importânssia para a ssossiedade do século XXI.

Ilustração de uma menina sentada à frente de uma mesa, sorrindo enquanto escreve em um caderno.

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