PROJETO
5
COMO PRATICAR O DIÁLOGO?

A escola é palco de uma grande diversidade de pessoas, com pensamentos, histoórias de vida e interesses distintos. Em um espaço de convivência como esse, é natural surgirem conflitos, quê são inerêntes à vida em ssossiedade. As diferenças de ideias e de posicionamentos refletem a diversidade de culturas e valores humanos. Por isso, devem sêr vistas como oportunidades de troca, crescimento e aprendizado. Por meio de nossas experiências e das interações quê estabelecemos com outras pessoas, podemos contribuir para a construção de uma ssossiedade mais pacífica.

Neste Projeto Integrador, você vai refletir sobre as oportunidades de crescimento quê um conflito póde trazer e aprender algumas técnicas de comunicação e de mediação para estar ápto a intervir de maneira construtiva nos conflitos quê presenciar ou dos quais fizer parte – seja na escola, seja fora dela. Você também vai ponderar sobre os conflitos quê podem surgir no ambiente de trabalho e sobre a importânssia de cuidar de sua saúde mental. Após essas reflekções, você e os côlégas vão investigar as principais situações motivadoras de conflitos na escola para criar um grupo de mediação de conflitos: um espaço acolhedor em quê vocês poderão assumir os papéis de participantes e de mediadores, exercitando o protagonismo e contribuindo para quê a escola seja um ambiente pacífico, seguro e acolhedor.

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

Em dupla, obissérvem a imagem de abertura dêste projeto e respondam:

1. Que tipo de ambiente é retratado? Como chegaram a essa conclusão?

2. O quê as pessoas parecem estar fazendo?

3. De acôr-do com a expressão das pessoas, vocês acham quê elas estão em uma conversa pacífica ou em uma discussão acalorada? Por quê?

Página cento e quarenta e um

Imagem de pessoas reunidas discutindo um projeto.

Um diálogo fundamentado na prática da comunicação não violenta promove a compreensão mútua e fortalece as relações humanas. Quando o diálogo acontece, todos se sentem ouvidos e respeitados, o quê evita mal-entendidos e conflitos.

Página cento e quarenta e dois

FICHA DE ESTUDO

Objetivos

Discutir a natureza dos conflitos.

Refletir sobre a importânssia da empatia e adotar técnicas de comunicação não violenta como ferramentas essenciais para a resolução de conflitos e a promoção do entendimento mútuo.

Praticar e incorporar valores relacionados aos direitos humanos e à cultura de paz.

Pesquisar sobre búlin, violência escolar, precarização do trabalho e conflitos geracionais.

Justificativa do projeto

Neste projeto, os estudantes vão explorar atividades ligadas a Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, com produção de textos a partir de realização de côléta de dados, pesquisas com questionários, interpretando-os para extrair uma situação real no ambiente escolar. Em um espaço de convivência como a escola, é comum o aparecimento de conflitos quê, quando não são bem gerenciados, podem resultar em situações indesejadas. Para evitar quê os conflitos se agravem, é importante aprender a mediá-los por meio da adoção de algumas técnicas quê incluem a empatia, o diálogo e a prática de valores relativos aos direitos humanos e à cultura de paz, para quê a escola seja um ambiente quê acolha a diversidade das pessoas. Essas práticas também ajudarão você a construir relações mais positivas tanto na escola quanto no ambiente de trabalho.

O mundo do trabalho apresenta inúmeros desafios quê podem sêr potenciais desencadeadores de conflitos. Neste Projeto Integrador, você também vai refletir sobre como lidar com os problemas quê podem surgir no âmbito profissional e sobre a importânssia de cuidar da saúde mental.

TCT

Direitos da criança e do adolescente

Educação em direitos humanos

Vida familiar e social

Trabalho

Saúde

ODS

3 Saúde e bem-estar

4 Educação de qualidade

8 Trabalho decente e crescimento econômico

10 Redução das desigualdades

16 Paz, justiça e instituições eficazes

Materiais

Caderno ou blocos de anotação

Canetas

Computador com acesso à internet

Folha de papel sulfite e cartolina

Produto final

Grupo de mediação de conflitos.

Página cento e quarenta e três

Percurso do projeto

ETAPA

1

Nessa etapa, você vai discutir o conceito de conflito e explorar maneiras de lidar com ele. Também vai conhecer a justiça restaurativa e refletir sobre como aplicá-la no ambiente escolar para uma melhor convivência. Por fim, você vai entender a empatia como ferramenta para gerenciar conflitos e promover uma convivência mais pacífica e pesquisar informações sobre o búlin e a violência na escola.

ETAPA

2

Nessa etapa, você vai compreender o papel do diálogo nas relações interpessoais e conhecer técnicas de comunicação não violenta para expressar-se com clareza e identificar sentimentos. Vai estudar a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Declaração sobre uma Cultura de Paz, com o objetivo de criar um ambiente escolar mais harmonioso. Por fim, você vai elaborar um manual de práticas de boa convivência.

ETAPA

3

Nessa etapa, você vai refletir sobre conflitos no mundo do trabalho, focando as diferenças geracionais, reconhecer a importânssia do cuidado com a saúde mental diante das pressões profissionais e discutir formas de combater a precarização. Por fim, você vai criar um manual de cuidado com a saúde mental.

ETAPA

FINAL

O produto final do projeto será produzido com base no mapeamento, por meio da aplicação de um questionário, dos principais conflitos existentes na escola. Esse material será a base para, em seguida, organizar os grupos de mediação de conflitos em duas frentes: os círculos de construção da paz e os círculos restaurativos.

Página cento e quarenta e quatro

ETAPA
1
Conflito, um outro olhar
Como melhorar a convivência no espaço escolar?

Consulte as orientações no Manual do professor.

Foto de uma menina chateada.

Abordar e resolver conflitos no ambiente escolar é essencial não apenas para promover uma convivência harmoniosa entre côlégas, mas também para desenvolver habilidades socioemocionais, como empatia, respeito, comunicação não violenta e escuta ativa.

Como definir “conflito”?

É muito provável quê você esteja familiarizado com a palavra conflito e já tenha usado ou escutado esse termo em vários ambientes e em diferentes situações. Mas o quê é conflito para você?

Essa quêstão tem diferentes respostas, que varíam dependendo do ponto de vista e das experiências de cada pessoa. Se você consultar um dicionário, vai encontrar definições quê se relacionam à falta de entendimento entre duas ou mais partes; ao choque, ao enfrentamento; a uma discussão acalorada. Mas será quê podemos olhar para o conflito de outra maneira? Para saber mais sobre esse assunto, leia o Texto 1 a seguir.

TEXTO 1

[...] Se disséssemos para você quê o conflito também póde sêr oportunidade, espaço de criatividade, propulsor de mudanças, essa seria uma ideia nova ou velha? E se disséssemos quê não podemos viver sem conflito, quê a vida pressupõe conflito?

Como você se sente em relação a essas kestões?

Elas lhe trazem conforto, desconforto?

[...] Talvez você esteja se dizendo: Quanta pergunta! Chega! Eu quêro chão firme. Isto é uma coisa que o conflito não traz: chão firme. Talvez, por isso, muitos de nós tenhamos tanta dificuldade em aceitá-lo como parte integrante da vida.

Olhar para o conflito, lidar com ele, encontrar caminhos de conversa e de ação por meio dele e aprender com ele implica aguentar uma dose de contradição e incerteza. Se, por um lado, isso póde representar um peso, uma angústia, por outro, póde sêr libertador: ter certeza de quê a certeza não existe. [...]

CATÃO, Ana. Conflito, violências e escola. Respeitar é preciso!, 4 nov. 2017. Disponível em: https://livro.pw/pxlyq. Acesso em: 4 set. 2024.

Página cento e quarenta e cinco

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

1. Considerando o texto quê você leu, responda:

a) Você já tinha pensado no conflito como uma oportunidade, um espaço de criatividade e um acontecimento propulsor de mudanças? De quê maneira você acredita quê o conflito póde se relacionar com esses elemêntos?

1. a) Respostas pessoais.

b) Considere o fragmento de texto a seguir.

Isto é uma coisa quê o conflito não traz: chão firme. Talvez, por isso, muitos de nós tenhamos tanta dificuldade em aceitá-lo como parte integrante da vida.

por quê a autora afirma quê o conflito não traz “chão firme”? Você concórda com essa afirmação? Compartilhe sua resposta com os côlégas e explique-a.

1. b) A autora afirma quê o conflito não traz “chão firme” porque lidar com ele e encontrar caminhos de ações e de conversas traz incertezas, proporcionando cérto desconforto. Resposta pessoal.

c) Você acredita quê o conflito é parte integrante da vida? Por quê?

1. c) Respostas pessoais.

2. Pesquise algumas definições para a palavra conflito e, depois, faça o quê se pede.

a) Levante hipóteses: Que motivos podem desencadear um conflito?

2. a) Resposta pessoal.

b) Você acredita quê um conflito é necessariamente violento? Explique sua resposta.

2. b) Resposta pessoal. Ajude os estudantes a perceber quê o conflito não é necessariamente violento.

c) Em sua opinião, o quê podemos fazer para quê um conflito não culmine em violência?

2. c) Resposta pessoal. É importante quê os estudantes percêbam quê é possível gerenciar os conflitos para quê eles não se agravem e terminem em situações violentas.

d) Segundo sua percepção, em quê situações um conflito póde sêr destrutivo e em quais contextos ele póde sêr construtivo?

2. d) Resposta pessoal.

3. Em grupos, escôlham um tipo de conflito comum no ambiente escolar e respondam aos itens a seguir.

a) Descrevam esse conflito.

b) Na opinião de vocês, quê ações podem gerar esse tipo de conflito?

c) Quais sentimentos vocês imaginam quê os envolvidos podem vivenciar antes dêêsse conflito, durante a situação e depois dela?

d) O quê póde agravar esse tipo de situação?

e) O quê póde sêr feito para evitar quê esse conflito se agrave?

3. Respostas pessoais. As respostas para os itens desta atividade podem variar conforme os conflitos selecionados pêlos grupos. Avalie as respostas caso a caso.

4. Você acredita quê alguns conflitos são mais graves quê outros? Explique sua opinião e compartilhe-a com os côlégas.

4. Espera-se quê os estudantes mencionem quê alguns conflitos são mais graves quê outros.

5. Depois das discussões levantadas pelo Texto 1 e da realização das atividades, explique, com suas palavras, o quê é conflito e compartilhe sua resposta com os côlégas. Depois, com toda a turma, elabore uma definição para esse termo.

5. Resposta pessoal

Imagem de um balão de diálogo unindo duas pessoas.

Conflitos positivos são oportunidades de crescimento e entendimento mútuo. Quando o diálogo é valorizado, até mesmo as diferenças podem se transformar em pontes quê unem, possibilitando a construção de um ambiente escolar mais harmonioso e colaborativo.

Página cento e quarenta e seis

Justiça restaurativa na escola

Você explorou algumas noções de conflito e maneiras de lidar com ele. Neste projeto, você será estimulado a olhar para o conflito como uma potência, uma oportunidade para, com base nele, construir espaços de diálogo e contribuir para quê a convivência em ssossiedade seja mais harmoniosa e pacífica.

Para garantir o gerenciamento dos conflitos, podem sêr adotadas algumas ações elaboradas pela justiça restaurativa, chamadas de práticas restaurativas. Trata-se de um conjunto de metodologias de gestão de conflitos baseado no diálogo, na escuta ativa e na criação da empatia a fim de quê as partes envolvidas cheguem a um consenso, propiciando o entendimento mútuo.

Veja, a seguir, algumas metodologias quê compõem esse conjunto de práticas.

Círculos de construção de paz: encontros coletivos em quê são discutidos os conflitos existentes em um ambiente, dos mais corriqueiros aos mais graves, a fim de pensar em práticas quê possam promover uma convivência mais pacífica.

Círculos restaurativos: também conhecidos como círculos de mediação, consistem em encontros reservados dos quais participam as partes diretamente envolvidas em um conflito, a fim de quê possam conversar, entender as motivações uma da outra e chegar a um consenso ou a uma solução quê seja boa para ambas.

Esses encontros são mediados por um ou dois facilitadores ou mediadores, isto é, indivíduos quê olham para o conflito com neutralidade e facilitam o diálogo entre as partes sem tomar partido, julgar ou aplicar punições.

Veja, a seguir, o exemplo de uma escola quê adotou algumas práticas restaurativas em seu ambiente.

Foto de uma garota em pé, falando e sorrindo. Ao fundo, outros jovens estão sentados em uma pequena arquibancada de degraus altos e largos, prestando atenção ao que a garota fala e sorrindo. Dois deles estão com notebooks no colo.

É possível garantir uma convivência mais pacífica por meio de algumas técnicas de práticas restaurativas. Na imagem, momento de conversa em ambiente escolar em São Paulo (SP). Fotografia de 2023.

TEXTO 2

A aposta da justiça restaurativa para evitar quê conflitos gerem violência em escolas

Um círculo de diálogo, em quê se coloca pessoas frente a frente para falar de seus sentimentos e resolver conflitos. póde parecer prática religiosa ou terapêutica, mas não é isso. Trata-se de uma atividade relativa à justiça restaurativa, abordagem quê nasceu no sistema judiciário, mas quê tem encontrado caminhos principalmente na educação, especialmente em tempos em quê ameaças de violência e insegurança páiram sobre as escolas.

Página cento e quarenta e sete

[...]

No Paraná, experiência vira exemplo para o país

Maringá, no interior do Paraná, é uma cidade quê percebeu antes quê o próprio MÉC [Ministério da Educação] o quê podia fazer com o modelo nas escolas. Em 2017, em parceria com professores da Universidade Estadual de Maringá (hú hê ême), onde funcionava o programa ProPaz de justiça restaurativa, a prefeitura iniciou um projeto-piloto com 5 escolas e 4 centros de educação infantil para implementar os chamados círculos de construção de paz.

“A ideia era levar para a escola a compreensão de quê os conflitos existem, mas é preciso falar sobre eles para evitar quê se transformem em violência”, conta a coordenadora do Núcleo de Justiça Restaurativa do município, Silvana Valin. Na prática, quando um professor identifica um caso de búlin, por exemplo, ele chama todos os alunos para o diálogo, reunindo-os em círculos. “É uma metodologia ancestral, inspirada nos ensináhmentos indígenas, onde todos são considerados iguais. Essa abordagem é aplicada em diversos ambientes como forma de promover a justiça restaurativa”, explica.

Quando o projeto começou, 30 servidores, entre membros das equipes escolares e da Secretaria de Educação, foram capacitados em justiça restaurativa, círculos de construção de paz e comunicação não violenta para aprender a conduzir as práticas de diálogo.

[...]

Falando sobre sentimentos

Silvana Valin explica quê, nas práticas, as crianças são estimuladas a falar de seus sentimentos e expor situações de conflito entre alunos e, também, com professores. Os pais são envolvidos, já quê muitas vezes as crianças trazem situações de casa para a escola.

“São sugeridos círculos completos uma vez por mês, com abordagens mais amplas, além das práticas de atenção plena diárias, com o quê chamamos de checkins e checkouts. As crianças contam como estão se sentindo na chegada e na saída da escola”, exemplifica.

Temas como respeito em sala de aula e entre côlégas são abordados. “E as atividades incluem quêstionamentos que incentivam a reflekção sobre kestões de raça, aparência física e rótulos negativos.”

Dados ainda não foram computados, mas já se percebe diminuição no índice de denúncias e reclamações envolvendo conflitos no ambiente escolar. Daqui para frente, porém, os resultados poderão sêr mais palpáveis, já quê, com o programa plenamente instituído, desde março relatórios trimestrais devem sêr enviados pelas escolas à promotoria de justiça do Ministério Público do Paraná na cidade e ao núcleo de justiça restaurativa da prefeitura para análise dos órgãos sobre a efetividade das ações.

Embora muitas cidades tênham avançado dentro das práticas de justiça restaurativa com programas próprios no país, para o desembargador Leoberto Brancher o exemplo de Maringá é uma marca para o Brasil, e está na vanguarda das políticas públicas. “Desconheço casos semelhantes, com todas as escolas dotadas de núcleos próprios, com facilitadores capacitados.”

[...]

MARTONI, Ligia. A aposta da justiça restaurativa para evitar quê conflitos gerem violência em escolas. Gazeta do Povo, 24 jun. 2023. Disponível em: https://livro.pw/luftq. Acesso em: 4 set. 2024.

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

1. Com base no Texto 2, responda às kestões.

a) Você acha quê as práticas restaurativas são um bom modelo para uma convivência melhor no ambiente escolar? Por quê?

Página cento e quarenta e oito

b) Releia a seguinte fala da coordenadora do Núcleo de Justiça Restaurativa de Maringá, Silvana Valin:

“São sugeridos círculos completos uma vez por mês, com abordagens mais amplas, além das práticas de atenção plena diárias, com o quê chamamos de checkins e checkouts. As crianças contam como estão se sentindo na chegada e na saída da escola”, exemplifica.

Em sua opinião, por quê é importante avaliar como as crianças se sentem ao chegar e sair da escola?

c) Segundo a reportagem, já é possível perceber uma “diminuição no índice de denúncias e reclamações envolvendo conflitos no ambiente escolar”. De quê maneira as práticas restaurativas contribuíram para isso?

2. Retome a atividade 3 da página 145 e responda aos itens a seguir.

a) Nos conflitos sobre os quais você e os côlégas refletiram, há espaço para diálogo entre as partes envolvidas? Em caso afirmativo, como essa prática póde influenciar a resolução do conflito?

b) Caso não haja espaço para diálogo, por quê isso acontece?

Foto de uma mulher e alguns rapazes sentados em roda, em cadeiras giratórias. A mulher está falando e sorrindo, enquanto os rapazes a escutam com atenção. Eles estão em uma sala ampla com poltronas e mesas ao fundo.

Os círculos de mediação são encontros orientados por um mediador ou facilitador, quê cria um ambiente seguro e estruturado para quê todos os participantes possam expressar opiniões e sentimentos. Essa dinâmica incentiva a reflekção e a construção coletiva de soluções, reforçando valores como cooperação, respeito e responsabilidade mútua, fundamentais para uma convivência saudável no ambiente escolar. Na imagem, conversa mediada em ambiente escolar em São Paulo (SP). Fotografia de 2023.

Conexões

Para saber mais sobre a adoção de práticas restaurativas no ambiente escolar, consulte o guia de justiça restaurativa na escola desenvolvido no âmbito do Projeto Ciranda, da Universidade Federal de Minas Gerais (hú éfe ême gê).

JAYME, Fernando Gonzaga; ARAÚJO, Mayara de Carvalho. Justiça restaurativa na escola: formando cidadãos por meio do diálogo e da convivência participativa. Belo Horizonte: Nós, 2018. Disponível em: https://livro.pw/kwftp. Acesso em:4 set. 2024.

A importânssia da empatia

Você já parou para pensar sobre o quê é empatia? Converse com os côlégas a respeito.

Empatia vai além de tentar imaginar como nos sentiríamos no lugar de outra pessoa. Trata-se de compreender as necessidades, os sentimentos e as perspectivas do outro considerando a realidade

Página cento e quarenta e nove

em quê ele vive, e não a nossa. Ao exercermos empatia, respeitamos a individualidade e as circunstâncias únicas do outro, criando espaço para uma compreensão mais profunda e respeitosa. Essa habilidade é fundamental para resolver conflitos d fórma pacífica e construtiva.

Para ilustrar essa ideia, podemos nos inspirar na filosofia ubuntu, praticada pêlos povos originários da África subsaariana. Essa filosofia valoriza a interconexão entre os indivíduos, promovendo a ideia de quê “eu sou porque nós somos”, o quê reforça a importânssia da empatia nas relações humanas.

Leia o Texto 3 a seguir para saber mais sobre o ubuntu e sua relevância.

África subsaariana
: região do continente africano localizada ao sul do deserto do Saara.

TEXTO 3

Ubuntu: a filosofia africana quê nutre o conceito de humanidade em sua essência

Uma ssossiedade sustentada pêlos pilares do respeito e da solidariedade faz parte da essência de ubuntu, filosofia africana quê trata da importânssia das alianças e do relacionamento das pessoas, umas com as outras. Na tentativa da tradução para o português, ubuntu seria “humanidade para com os outros”. Uma pessoa com ubuntu tem consciência de quê é afetada quando seus semelhantes são diminuídos, oprimidos.

– De ubuntu, as pessoas devem saber quê o mundo não é uma ilha: “Eu sou porque nós somos”. Eu sou humano, e a natureza humana implica compaixão, partilha, respeito, empatia – detalhou, em entrevista exclusiva ao Por dentro da África, dãrki Louw, doutor em Filosofia Africana pela Universidade de Stellenbosch (África do Sul).

dãrki conta quê não há uma origem exata da palavra. Estudiosos costumam se referir a ubuntu como uma ética “antiga” quê vêm sêndo usada “desde tempos imemoriais”. Alguns pesquisadores especulam sobre o Egito Antigo (parte de um complékso de civilizações, do qual também faziam parte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália) como o local de origem do ubuntu como uma ética, mas o próprio fundamento do ubuntu é geralmente associado à África Subsaariana e às línguas bantas (grupo etnolinguístico localizado principalmente na África Subsaariana). [...]

Na esféra política, o conceito é utilizado para enfatizar a necessidade da união e do consenso nas tomadas de dê-cisão, bem como na ética humanitária. [...] A ideia de ubuntu inclui respeito pela religiosidade, individualidade e particularidade dos outros. [...]

LUZ, Natalia da. Ubuntu: a filosofia africana quê nutre o conceito de humanidade em sua essência. Por dentro da África, 24 set. 2014. Disponível em: https://livro.pw/esgwa. Acesso em: 3 ago. 2024.

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

Considere o texto para responder às perguntas a seguir.

a) De quê forma as ideias do ubuntu podem nos inspirar a adotar atitudes mais empáticas no dia a dia? Justifique sua resposta utilizando exemplos.

a) Resposta pessoal.

b) No fragmento “Uma pessoa com ubuntu tem consciência de quê é afetada quando seus semelhantes são diminuídos, oprimidos”, o autor sugere uma interconexão entre os indivíduos. Você concórda com essa ideia? Explique como a opressão de uma pessoa póde impactar a comunidade a seu redor.

b) Resposta pessoal.

c) Em sua opinião, as ideias discutidas no texto podem contribuir para a construção de uma ssossiedade mais pacífica? dêz-creva de quê maneira isso poderia acontecer, mencionando aspectos como respeito e solidariedade.

c) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes percêbam quê, ao respeitar o próximo e não o diminuir, compreendendo quê todos são afetados de alguma maneira quando isso ocorre, pode-se promover o respeito às diferenças e às particularidades de cada um, contribuindo para uma ssossiedade mais pacífica.

Página cento e cinquenta

em AÇÃO
Combate ao búlin e à violência na escola

Consulte as orientações no Manual do professor.

Um dos grandes desafios nas comunidades escolares é o combate ao búlin e à violência, práticas quê comprometem a convivência entre os estudantes e podem causar graves consequências para as vítimas, afetando seu bem-estar emocional, social e acadêmico. Leia o trecho a seguir de um texto do Unicef sobre esse tema.

TEXTO 4

Búlin e violência escolar

Suas consequências e como combatê-las

Você já se sentiu intimidado por algum colega na sua escola? O búlin tem sido um dos maiores problemas encarados no ambiente escolar e a principal forma de violência praticada nesse espaço. Mas, afinal, o quê é búlin nos dias de hoje?

Antes de qualquer coisa, precisamos ter em mente quê qualquer tipo de agressão e constrangimento, com a intenção de inferiorizar alguém, é indiscutivelmente errado e gera consequências péssimas para a saúde mental das pessoas – e, se você conhece alguém quê disse quê sofreu búlin e quê isso não impactou sua vida, não quer dizêr quê não existe sofrimento com essa forma de violência. Precisamos falar sobre o tema e ficar atentos, as consequências são muitas e só podem sêr enxergadas ao sêr discutidas.

Segundo a Fundação ôsváldo Cruz (Fiocruz), a palavra búlin é um termo em inglês para descrever um ato de violência física, verbal e/ou psicológica, sêndo intencional e repetitiva. Tal prática na maioria dos casos está ligada ao contexto escolar, representado por violências físicas, verbais e atitudes pejorativas, quê buscam prejudicar a imagem de outra pessoa. Posteriormente a isso, as ações decorrentes do búlin podem levar à alta incidência de violência nas escolas, visto quê é o espaço de maior interação entre os jovens, podendo resultar em desafios para a saúde mental, como depressão, ansiedade, fobia e isolamento social.

[...] Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê hé), cerca de 23% dos brasileiros declararam ter sofrido búlin em algum momento da sua vida. Assim, nesse cenário, esse tipo de violência se apresenta como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.

Essas taxas são muito perigosas, ainda mais se considerarmos quê essa depreciação do próximo póde levar a uma autodepreciação, na qual o sujeito quê sofre búlin póde aderir a comportamentos prejudiciais a seu bem-estar e crescer com essa dor, caso nunca busque ajuda. [...]

PITANGA, Giovanna éti áu. Búlin e violência escolar: suas consequências e como combatê-las. Unicef, 18 jul. 2023. Disponível em: https://livro.pw/tmgvi. Acesso em: 3 ago. 2024.

Agora você e os côlégas vão realizar uma pesquisa anônima sobre casos de búlin e violência na escola. Sigam o passo a passo.

PASSO

1

Organização dos grupos

A turma deve se organizar em dois grupos. Em seguida, cada grupo deve formular perguntas quê poderiam constar em um questionário sobre o tema “Búlin e violência na escola”.

PASSO

2

Redação do questionário

Escrevam o questionário do grupo em uma fô-lha avulsa ou, se possível, imprimam o questionário. O participante da pesquisa deverá responder “sim” ou “não” e, se desejar, escrever algum comentário. Escrevam “Grupo 1” ou “Grupo 2” no topo do questionário. Vejam um exemplo com cinco kestões.

Página cento e cinquenta e um

Grupo 1

1. Você já presenciou ou sofreu búlin ou violência no espaço escolar?

() Sim. () Não.

Comente se desejar:

2. Caso tenha sofrido búlin ou violência, você foi acolhido pêlos côlégas ou pêlos funcionários da escola?

() Sim. () Não.

Comente se desejar:

3. Caso tenha presenciado uma situação de búlin ou violência, você tomou alguma atitude?

() Sim. () Não.

Comente se desejar:

4. Você já agrediu algum colega verbal ou fisicamente?

() Sim. () Não.

Comente se desejar:

5. Sua escola aborda e discute o problema de búlin e violência?

() Sim. () Não.

Comente se desejar:

PASSO

3

Aplicação dos questionários

Recomenda-se verificar préviamente a possibilidade de aplicação dos questionários por meio das urnas com a direção da escola.

Cada grupo deverá distribuir seu questionário para outras turmas da escola. Os estudantes devem responder em casa e devolvê-lo no dia seguinte sem colocar o nome.

Também é possível quê cada grupo confeccione uma urna, identificando-a adequadamente (por exemplo, “Questionário do Grupo 1” e “Questionário do Grupo 2”). As urnas podem sêr colocadas na entrada da escola, para quê os questionários sêjam depositados corretamente e recolhidos d fórma organizada.

PASSO

4

Análise de dados

Após recolher os questionários, reúnam-se para a leitura e análise das respostas. Reflitam sobre os comentários apresentados e redijam um pequeno relatório com conclusões do grupo.

PASSO

5

Apresentação

Em um dia definido pelo professor, cada grupo deverá apresentar suas conclusões para a turma. Uma sugestão é apresentar com ajuda de cartazes ou em uma projeção de slides. Reflitam juntos sobre maneiras de melhorar a convivência escolar, com base nos pontos discutidos.

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora desta etapa: Como melhorar a convivência no espaço escolar?

Página cento e cinquenta e dois

ETAPA
2
O pôdêr do diálogo
Como construir uma cultura de paz?

Consulte as orientações no Manual do professor.

Podcast: Comunicação não violenta e direitos humanos nas escolas.

Comunicação não violenta

Nesta etapa, você será apresentado a algumas técnicas de comunicação quê podem ajudar na mediação de conflitos tanto no ambiente escolar quanto fora dele.

Você já sabe quê o diálogo é parte fundamental das práticas restaurativas e quê a empatia e a escuta ativa têm um pôdêr positivo na construção de relações interpessoais. No entanto, assim como o diálogo póde contribuir para a criação de vínculos pacíficos, ele tem o potencial de fragilizar as relações humanas. Por isso, aprender a expressar sentimentos de maneira respeitosa e empática, sem julgamentos, é fundamental para estabelecer uma comunicação saudável e evitar impactos negativos nos interlocutores.

Ademais, vamos falar sobre a comunicação compassiva, também conhecida como comunicação não violenta (CNV).

Essa abordagem foi desenvolvida pelo psicólogo estadunidense Márchall Rosenberg e sua equipe. Ela consiste em expressar-se d fórma mais assertiva, com foco na empatia e na compreensão mútua. Rosenberg também identificou um tipo de comunicação quê ele chama de “comunicação quê bloqueia a compaixão” e quê, segundo ele, contribui para o surgimento de comportamentos violentos em relação aos outros e a nós mesmos, configurando-se como uma “comunicação alienante da vida”.

Entre as formas de “comunicação alienante da vida”, Rosenberg destaca julgamentos, insultos, depreciações, rotulações e críticas destrutivas. Essas atitudes, quando presentes na comunicação, criam barreiras emocionais e dificultam a conexão entre as pessoas.

Contudo, a CNV oferece várias técnicas quê podem sêr incorporadas a nosso repertório para comunicar nóssos sentimentos d fórma mais clara e estabelecer conexões mais profundas com as pessoas ao nosso redor. Entre elas estão a observação sem julgamentos, a identificação dos sentimentos e das necessidades e o pedido claro para quê as necessidades sêjam atendidas.

Foto de dois homens conversando.

Dialogar não é apenas expressar nossas ideias, mas também ouvir e compreender as perspectivas do outro.

Técnicas de comunicação não violenta

Agora, vamos conhecer quatro técnicas quê podem sêr úteis tanto nas práticas restaurativas quanto no cotidiano. São elas:

observar uma situação sem emitir julgamento ou avaliação;

identificar seus sentimentos e expressá-los d fórma assertiva;

reconhecer a causa do sentimento, ou seja, a necessidade quê está sêndo atendida ou negligenciada;

fazer um pedido específico de maneira clara e objetiva.

Página cento e cinquenta e três

A observação sem julgamento ou avaliação

Uma das principais características da CNV é a habilidade de observar sem avaliar, ou seja, descrever situações e referir-se a outras pessoas sem emitir julgamentos ou opiniões. Ao expressarmos nossas observações com um tom avaliativo ou crítico, é mais provável quê o interlocutor não compreenda plenamente a mensagem, podendo interpretá-la como uma crítica pessoal. Isso cria barreiras na comunicação e dificulta a resolução de conflitos.

A seguir, leia um trecho quê aborda essa questão.

TEXTO 1

O primeiro componente da CNV acarreta necessariamente separar observação de avaliação. Precisamos observar claramente, sem acrescentar nenhuma avaliação, o quê vemos, ouvimos ou tocamos quê afeta nossa sensação de bem-estar.

As observações constituem um elemento importante na CNV, em quê desejamos expressar clara e honestamente a outra pessoa como estamos. No entanto, ao combinarmos a observação com a avaliação, diminuímos a probabilidade de quê os outros ouçam a mensagem quê desejamos lhes transmitir. Em vez díssu, é provável quê eles a escutem como crítica e, assim, resistam ao quê dizemos.

A CNV não nos obriga a permanecermos completamente objetivos e a nos abstermos de avaliar. Ela apenas requer quê mantenhamos a separação entre nossas observações e nossas avaliações. A CNV é uma linguagem dinâmica, quê desestimula generalizações estáticas; ao contrário, as avaliações devem sempre se basear nas observações específicas de cada momento e contexto. [...]

ROSENBERG, Márchall Bertram. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2003. p. 49.

Geralmente, quando julgamos algo, alguém ou alguma situação, utilizamos verbos com conotação avaliativa. Veja a diferença.

João vive deixando as coisas para depois

observação com avaliação implícita

João só estuda na véspera das provas

observação isenta de avaliação

A segunda frase se limita a relatar um fato, sem emitir julgamentos. Isso facilita a compreensão e evita quê o interlocutor se sinta criticado ou atacado, promovendo uma comunicação mais clara e objetiva.

A identificação e a expressão dos sentimentos

Você consegue nomear e comunicar seus sentimentos e suas emoções com precisão? Embora pareça simples, muitas vezes, temos dificuldade em expressar nóssos sentimentos d fórma clara ou até mesmo em reconhecer o quê estamos sentindo. Além díssu, nosso vocabulário emocional póde sêr limitado, restringindo-se a termos ligados a emoções, como triste ou feliz.

No entanto, entre esses dois extremos, existem muitas nuances emocionais. Ampliar o repertório de palavras para descrever os sentimentos é fundamental para estabelecer diálogos mais precisos e empáticos. Por exemplo, em vez de dizêr apenas “estou triste”, você póde identificar quê está “frustrado”, “decepcionado” ou “melancólico”, o quê oferece uma comunicação mais exata e rica.

Imagem de diferentes grupos conversando entre si.

Página cento e cinquenta e quatro

Diferenciando causa de estímulo: como identificar as próprias necessidades

Um aspecto importante ao lidar com nóssos sentimentos é a capacidade de diferenciar o estímulo da causa. Muitas vezes, tendemos a atribuir nossa raiva ou frustração a outra pessoa e acabamos “descontando” esses sentimentos nela. No entanto, é importante investigar a verdadeira necessidade por trás dêêsses sentimentos.

As mensagens-eu e as mensagens-você podem nos ajudar nessa tarefa. As mensagens-eu enfatizam como nos sentimos e quais são nossas necessidades, enquanto as mensagens-você colocam a culpa no outro, gerando defensividade. Por exemplo:

Você sempre me ignora!

mensagem-você: foco no outro, o quê gera acusação

Eu me sinto ignorado quando você não responde a minhas mensagens.

mensagem-eu: foco no sentimento e na necessidade pessoal

Dessa forma, a comunicação se torna mais construtiva, pois estamos expressando nossas necessidades sem acusar ou julgar o outro.

Observe, no trecho a seguir, como o conceito é explorado.

TEXTO 2

[...] As “mensagens-eu” são importantes durante um conflito, para restabelecer diálogos, para superar ressentimentos, não são acusatórias e ajudam a pessoa a vêr o “outro lado”. São exemplos de “mensagens-eu”: “eu me sinto ofendido por causa disso”, “eu não gostei daquilo”; “eu penso quê esta é a melhor opção por causa disso”; “eu senti raiva por esse motivo”; “estou triste porque você pegou o meu material”; “em minha opinião isto poderia sêr resolvido de outra forma, o quê você acha disto?”.

As “mensagens-você” são acusatórias, invadem o íntimo da outra pessoa e geralmente impõem culpa ao outro. Elas fazem com quê as pessoas revidem ou se retirem da conversa. São exemplos de “mensagens-você”: “você me irrita”; “você está errado”. [...]

NUNES, Antônio Carlos Ozório. Diálogos e mediação de conflitos nas escolas: guia prático para educadores. Brasília, DF: CNMP, 2014. Disponível em: https://livro.pw/ulojl. Acesso em: 4 ago. 2024.

Como fazer pedidos

Após identificarmos nóssos sentimentos e a necessidade quê está por trás deles, o próximo passo é fazermos pedidos claros e objetivos. Nesse momento, é importante mencionar ações positivas, expressando o quê quêremos em vez do que não queremos. Isso ajuda a evitar ambiguidades e facilita o entendimento por parte do interlocutor.

Por exemplo, em vez de dizêr:

Eu não gostaria quê você falasse dessa maneira comigo.

foco no quê não queremos

Pode-se dizêr:

Eu gostaria quê você falasse comigo de maneira mais educada e gentil.

foco no quê desejamos

Página cento e cinquenta e cinco

Essa abordagem ajuda a garantir quê o pedido seja compreendido de maneira positiva e cria um espaço para quê a outra pessoa possa atender à solicitação de modo mais eficaz.

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no

Manual do Professor.

1. Você já praticou algum dos hábitos de comunicação violenta citados? Em caso afirmativo, cite quais e comente se eles já foram um fator de agravamento de conflitos em seu dia a dia.

1. Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes reflitam sobre os próprios hábitos de comunicação, identificando se costumam utilizar julgamentos, críticas ou rótulos nas interações.

2. Sobre a expressão dos sentimentos, responda às kestões.

a) De modo geral, você acredita quê consegue nomear e expressar seus sentimentos e suas emoções em situações de conflito?

2. a) Resposta pessoal. Os estudantes devem avaliar se conseguem identificar com precisão o quê estão sentindo em momentos de tensão e se conseguem verbalizar esses sentimentos d fórma clara e respeitosa.

b) Pense em uma situação de conflito quê você vivenciou recentemente e procure descrever os sentimentos quê teve nesse momento. Você acredita quê, durante o conflito, usou palavras quê poderiam comunicar adequadamente o quê sentiu?

2. b) Resposta pessoal.

3. Sobre a maneira como você costuma expressar sentimentos supostamente negativos, responda às seguintes kestões.

a) Em geral, ao expressar sentimentos como raiva e frustração, você costuma responsabilizar uma pessoa pelo quê sente?

3. a) Resposta pessoal.

b) Você considera importante investigar os motivos quê podem ter causado esses sentimentos em você? Explique sua resposta.

3. b) Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes percêbam a importânssia de investigar as causas de seus sentimentos.

c) Tente se lembrar de uma situação de conflito em quê você ficou com raiva, triste ou frustrado e faça o quê se pede nos itens a seguir.

Relembre o quê aconteceu, onde você estava e se havia outras pessoas envolvidas quê, em sua avaliação, disseram ou fizeram coisas quê causaram esse sentimento em você.

Agora, procure distinguir o estímulo da causa, ou seja, de seus sentimentos. Para isso, tente identificar uma necessidade básica sua quê foi afetada pela ação da outra pessoa.

Por fim, pense em uma mensagem para essa pessoa, mas não use a construção “Fiquei com raiva porque ‘você’...”. Uma maneira de iniciar essa frase póde sêr a seguinte:

3. c) Resposta pessoal.

Naquele dia, quando você fez/agiu [descrever a ação da pessoa], eu senti raiva porque [descrever a necessidade básica quê foi afetada].

Conexões

Cartaz do filme 'Entre os muros da escola' com imagem de um professor, da sala de aula e de duas alunas com a mão levantada.

O filme, baseado em um romance do escritor François Bégaudeau, expõe a realidade de uma escola de Ensino Médio localizada na periferia de Paris. As diferenças étnicas, sociais e culturais, somadas a um contexto de vulnerabilidade econômica, geram uma série de conflitos relacionados à falta de diálogo.

ENTRE os muros da escola. Direção: Laurent Cantet. França, 2008. Vídeo (128 min).

Página cento e cinquenta e seis

Direitos humanos e cultura de paz

Você já ouviu falar na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)?

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada por representantes de diversas origens e culturas ao redor do mundo e proclamada pela Organização das Nações Unidas (Ônu) em 1948, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Seu principal propósito era assegurar quê atrocidades como o Holocausto, quê violou profundamente a dignidade humana, jamais se repetissem. A DUDH visa proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas, independentemente de raça, nacionalidade, etnia, gênero ou religião, promovendo a igualdade e o respeito universal. Leia, a seguir, alguns artigos dêêsse documento.

TEXTO 3

[...]

Artigo 1º

Todos os sêres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2º

Todos os sêres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de côr, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. [...]

Artigo 7º

Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação quê viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

[...]

ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Texto traduzido para o português. Disponível em: https://livro.pw/jebum. Acesso em: 4 ago. 2024.

Outro documento criado pela Ônu para prevenir eventos violentos e promover a pacificação entre as nações é a Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz, lançada em 1999. Esse documento reforça a importânssia de construir sociedades baseadas no respeito, na cooperação e na resolução pacífica de conflitos. Leia, a seguir, o artigo 1º dessa declaração.

TEXTO 4

Artigo 1º

Uma cultura de paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados em:

a) Respeito à vida, fim da violência e promoção e prática da não violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação. [...]

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Resolução número 53/243: Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz. In: ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Resoluções adotadas pela Assembleia Geral. United Nations, 6 out. 1999. Tradução do autor. Disponível em: https://livro.pw/skjep. Acesso em: 4 ago. 2024.

Nesse trecho, a Ônu destaca quê a educação e o diálogo dêsempênham um papel crucial na construção de uma ssossiedade mais pacífica, igualitária e comprometida com os direitos humanos. Por essa razão, muitas escolas têm adotado os princípios da Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz como referência para enfrentar desafios no ambiente escolar, como o búlin.

Página cento e cinquenta e sete

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no

Manual do professor.

1. Em grupo, respondam aos itens a seguir, sobre a DUDH.

a) Qual é a importânssia da DUDH para a ssossiedade?

1. a) Espera-se quê os estudantes reconheçam quê esse documento é importante por determinar os direitos inerêntes a todos os sêres humanos.

b) Pesquisem a declaração completa e respondam: Que ações podem sêr consideradas violações dos direitos humanos?

1. b) Podem sêr considerados violações dos direitos humanos preconceitos, discriminações, trabalho escravo, tortura etc. Se houver possibilidade, promôva uma leitura coletiva da Declaração Universal dos Direitos Humanos com os estudantes.

c) É responsabilidade do Estado assegurar o cumprimento dos artigos da DUDH por meio da criação de políticas públicas quê protejam as populações mais vulneráveis e da investigação de denúncias de violações. No Brasil, um dos mecanismos disponíveis para isso é o Disque 100, um canal de denúncias quê qualquer cidadão póde acessar para relatar situações de violação de direitos humanos quê tenha presenciado ou vivenciado. Pesquisem mais sobre o Disque 100 e registrem outras informações importantes, como as medidas tomadas após o recebimento de uma denúncia e os principais casos atendidos por esse serviço.

1. c) O serviço atende situações de violações e aciona os orgãos competentes.

d) por quê é importante denunciar casos de desrespeito aos direitos humanos?

1. d) É importante denunciar casos de violações dos direitos humanos porque, por meio das denúncias recebidas, o Estado póde traçar estatísticas de violências e promover políticas públicas quê visem à proteção dos grupos mais afetados.

2. Sobre a cultura de paz nas escolas e a prática do búlin, reflita sobre as kestões a seguir.

a) Além do búlin, quê outras atitudes você acredita quê devam sêr coibidas na escola? Explique sua resposta.

2. a) Resposta pessoal.

b) Pensando no contexto da escola em quê você estuda, quê ações ou projetos você acredita quê poderiam contribuir para firmar a cultura de paz nesse espaço e evitar problemas indesejados como o búlin?

2. b) Resposta pessoal.

Foto de crianças reunidas ao redor de uma grande folha de papel. Nesta folha está escrita a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em inglês.

Crianças na United Nations International Nursery School (Creche Internacional das Nações Unidas, em tradução livre para o português) com um pôster da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1950.

Conexões

Capa do livro 'Por que lutamos? Conflito, guerra e paz'.

Essa obra de Niki Walker explora o conceito de conflito, traçando paralelos entre os grandes conflitos históricos e os desafios cotidianos enfrentados na vida pessoal. Por meio dessa comparação, a autora nos convida a refletir sobre como os princípios de resolução de conflitos podem sêr aplicados tanto em escala global quanto no dia a dia.

uólker, Niki. por quê lutamos?] Conflito, guerra e paz. Tradução: Antônio Carlos Vilela. São Paulo: Melhoramentos, 2013.

Página cento e cinquenta e oito

em AÇÃO
Manual de boas práticas de convivência

Consulte as orientações no Manual do professor.

Para garantir quê as práticas de boa convivência sêjam respeitadas no ambiente escolar, é essencial quê as regras sêjam claramente estabelecidas e compreendidas por todos. Leia, a seguir, algumas regras do pacto social elaborado pela Escola Técnica Estadual (Etec) Irmã Agostina, do Centro Paula Souza, quê aborda normas de convivência escolar, buscando, entre outras recomendações, quê os estudantes respeitem diferenças e pratiquem a tolerância.

TEXTO 5

Direitos dos alunos, deveres e do regime disciplinar do corpo discente

Dos direitos:

1. Ter garantido o acesso à educação gratuita e de qualidade até a conclusão do curso.

2. Receber educação em uma escola limpa e segura;

3. Usufruir de ambiente de aprendizagem apropriado e incentivador, livre de discriminação, constrangimentos ou intolerância;

4. Receber informações sobre as aulas, programas disponíveis na escola e oportunidades de participar em projetos especiais;

5. Ter garantido a confidencialidade das informações de caráter pessoal ou acadêmicas registradas e armazenadas pelo sistema escolar, salvo em casos de risco ao ambiente escolar ou em atendimento a requerimento de órgãos oficiais competentes;

6. Na falta do professor haverá reposição a sêr combinada d fórma quê atenda aos discentes e professores nos horários pós-aula e/ou aos sábados para totalizar a carga horária e dia(s) letivo(s) exigíveis no calendário escolar e para a certificação do nível ou modalidade de ensino;

[...]

Dos deveres:

1. Acatar as Normas de Convivência desta Unidade e do Regimento Comum das Escolas Técnicas do Centro Paula Souza;

[...]

5. O aluno deve aguardar na sala de aula a chegada do professor;

6. Trajar-se adequadamente nas dependências da escola, não sêndo permitido o uso de: chórts, minissaia, regata, top e outros quê confrontem com o ambiente escolar;

7. Observar as disposições vigentes sobre entrada e saída das classes e demais dependências da escola, independentemente da idade;

8. Ser respeitoso e cortês para com côlégas, diretores, professores, funcionários e colaboradores da escola, independentemente de idade, sexo, raça, côr, credo, religião, origem social, nacionalidade, condição física ou emocional, deficiências, estado civil, orientação sexual ou crenças políticas e acatar as Normas de Convivência desta Unidade e do Regimento Comum das Escolas Técnicas do Centro Paula Souza;

[...]

10. Abster-se de condutas quê neguem, ameacem ou de alguma forma interfiram negativamente no livre exercício dos direitos dos membros da comunidade escolar;

11. Respeitar e cuidar dos prédios, equipamentos e símbolos escolares, ajudando a preservá-los e respeitando a propriedade alheia, pública ou privada;

[...]

13. Compartilhar com a direção da escola informações sobre kestões quê possam colocar em risco a saúde, a segurança e o bem-estar da comunidade escolar;

14. Utilizar meios pacíficos na resolução de conflitos;

15. Reunir-se sempre de maneira pacífica e respeitando a dê-cisão dos alunos quê não desejem participar da reunião;

[...]

MARTORELLI, Marco Áurélio Chagas (org./coord.). Etec Irmã Agostina/Centro Paula Souza/Governo do Estado de São Paulo [s. d.]. Disponível em: https://livro.pw/pxlpl. Acesso em: 10 out. 2024.

Página cento e cinquenta e nove

Um manual de boas práticas de convivência escolar deve funcionar como uma referência para orientar o comportamento dos estudantes, promovendo o respeito mútuo e um ambiente propício ao aprendizado. Mas o quê deve constar em um manual como esse?

Entre os itens mais relevantes, é possível destacar:

regras quê promovam a empatia e o respeito entre estudantes, professores e funcionários;

valorização do diálogo como ferramenta de resolução de conflitos;

manter um ambiente limpo e organizado, incentivando a responsabilidade coletiva;

pontualidade e comprometimento com as tarefas escolares;

cultivo de uma cultura de paz, quê priorize a convivência harmoniosa e o respeito às diferenças.

Agora, você e os côlégas vão produzir um manual de boas práticas pensando na realidade de sua turma na escola. Para isso, sigam o passo a passo indicado.

PASSO

1

Organização dos grupos

Reúnam-se em grupos de cinco integrantes e discutam o quê consideram essencial para uma boa convivência na turma. Por exemplo:

Existe respeito entre os côlégas? E entre os estudantes, os professores e os funcionários?

Há empatia e disposição para ouvir os outros?

Os estudantes chegam pontualmente às aulas?

As tarefas solicitadas pêlos professores são realizadas?

A turma colabora para manter a sala e os espaços comuns limpos?

PASSO

2

Redação do manual

Após a discussão, redijam um manual de boas práticas de convivência com até dez itens quê resumam as principais conclusões do grupo, como ouvir com atenção as opiniões dos côlégas, respeitar o momento de fala do professor e sêr pontual nas atividades.

Escrevam essas regras em um cartaz e fixem-no na sala de aula.

PASSO

3

Apresentação e leitura

Em um dia determinado, apresentem seu cartaz e circulem pela sala de aula para ler as propostas de outros grupos.

PASSO

4

Debate

Após a leitura, discutam com a turma:

Houve itens repetidos nos manuais? Por quê?

Os manuais consideraram o diálogo entre os estudantes, professores e funcionários e promóvem a cultura de paz?

Alguma proposta parece difícil de cumprir? Por quê?

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora desta etapa: Como construir uma cultura de paz?

Foto de alunos trabalhando juntos. Eles fazem anotações no caderno e no computador.

A paz no ambiente escolar nasce do cumprimento consciente das regras e da valorização do diálogo.

Página cento e sessenta

ETAPA
3
A convivência no trabalho
Como lidar com as kestões de convivência no trabalho?

Consulte as orientações no Manual do professor.

Foto de jovens trabalhando juntos. Eles fazem anotações no computador.

Uma convivência harmoniosa no ambiente de trabalho é essencial para o bem-estar coletivo e a produtividade. Saber lidar com diferenças de opinião, evitar confrontos desnecessários e cultivar o respeito mútuo são passos fundamentais para a construção de um ambiente profissional saudável.

O equilíbrio nos conflitos profissionais

As reflekções quê você fez até agora também serão valiosas para suas experiências quando ingressar no mundo do trabalho. Diálogo, empatia e comunicação não violenta são pilares fundamentais para garantir uma convivência profissional saudável. Saber se posicionar adequadamente, colaborar d fórma eficiente e sêr assertivo são habilidades indispensáveis em qualquer função quê você venha a desempenhar.

Agora, você vai refletir sobre as melhores maneiras de lidar com as diferenças no ambiente de trabalho, quê muitas vezes podem sêr fonte de conflitos. Também é o momento de ponderar a importânssia da saúde mental e a necessidade de estar atento às diversas formas de precarização do trabalho.

Conciliar as demandas compléksas do mundo profissional e manter o equilíbrio mental são atitudes quê podem parecer desafiadoras, mas o objetivo desta etapa é oferecer ferramentas e recursos para lidar com essa realidade.

Um dos obstáculos quê podem surgir ao ingressar no mercado de trabalho é o conflito geracional. Em um mundo quê valoriza cada vez mais a diversidade, a convivência entre trabalhadores

Página cento e sessenta e um

de diferentes idades será uma constante. Como criar harmonía entre pessoas de gerações distintas? Como evitar quê essas diferenças afetem negativamente a rotina de trabalho? Para iniciar essa reflekção, faça as atividades a seguir.

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

1. Você sabe quais são as principais gerações do mundo contemporâneo? Realize uma pesquisa e cite o período quê compreende cada uma delas.

1. As principais gerações atuáis são os baby boomers (nascidos entre 1947 e 1963), a geração X (nascidos entre 1964 e 1983), a geração Y ou millenials (nascidos entre 1984 e 1995), a geração Z (nascidos entre 1996 e 2009) e a geração Alfa (nascidos a partir de 2010).

2. Sobre sua geração, responda:

a) Quais as características típicas dela? Converse com os côlégas a respeito díssu.

b) Você se identifica com as características típicas de sua geração? Em quais aspectos?

c) Em sua opinião, qual é a principal diferença entre a sua geração e as gerações anteriores?

2. Respostas pessoais.

Leia o Texto 1 a seguir, quê trata do conflito de gerações no mundo do trabalho.

TEXTO 1

Como lidar com o conflito de gerações no ambiente de trabalho?

Para lidar com essas diferenças, é importante praticar a empatia e o respeito pelas perspectivas e experiências de cada geração

Lidar com o conflito de gerações no ambiente de trabalho é uma habilidade crucial para estudantes quê estão prestes a ingressar no mercado de trabalho. A dinâmica entre diferentes gerações póde sêr desafiadora, mas também oferece oportunidades para aprendizado e crescimento. No pôust de hoje, vamos explorar algumas estratégias para lidar com o conflito de gerações e criar um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.

Uma das principais razões para o conflito de gerações no ambiente de trabalho é a diferença de côstúmes, expectativas e formas de trabalhar entre as gerações. Por exemplo, os estudantes da geração Z e millennials tendem a valorizar a flexibilidade, a inovação e a colaboração, enquanto as gerações mais antigas podem priorizar a hierarquia, a estabilidade e a tradição. Essas diferenças podem levar a mal-entendidos, falta de comunicação e possíveis conflitos.

Praticando a empatia

Para lidar com essas diferenças, é importante praticar a empatia e o respeito pelas perspectivas e experiências de cada geração. Em vez de julgar ou criticar as diferenças, é fundamental buscar compreender o ponto de vista do outro e encontrar maneiras de trabalhar juntos d fórma construtiva. Isso póde envolver abrir espaço para discussões abertas e honestas sobre as diferenças e como elas podem sêr aproveitadas para benefício mútuo.

[...]

Além díssu, é essencial reconhecer quê cada geração traz habilidades e conhecimentos únicos para o ambiente de trabalho. Os estudantes mais jovens podem oferecer insights inovadores, habilidades digitais avançadas e uma mentalidade empreendedora, enquanto as gerações mais antigas podem contribuir com sua experiência, sabedoria e capacidade de lidar com desafios compléksos. Ao reconhecer e valorizar essas diferenças, é possível criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e colaborativo.

Página cento e sessenta e dois

Trocando conhecimento

Outra estratégia importante para lidar com o conflito de gerações é promover o trabalho em equipe e a troca de conhecimentos entre as gerações. Os estudantes pódem se beneficiar da orientação e mentoria das gerações mais antigas, enquanto estas podem aprender com a energia e a criatividade dos mais jovens. Estabelecer programas formais ou informais de mentorização pode ajudar a promover uma cultura de aprendizado contínuo e colaboração no ambiente de trabalho.

A comunicação também desempenha um papel fundamental na gestão do conflito de gerações. É importante estabelecer canais abertos e transparentes de comunicação, onde as diferentes gerações se sintam à vontade para compartilhar suas ideias, preocupações e sugestões. Isso póde envolver o uso de ferramentas digitais, rêuní-ões regulares ou até mesmo grupos de discussão focados em temas relevantes para todas as gerações.

Respeito e diversidade

No ambiente de trabalho é essencial promover uma cultura de respeito, diversidade e inclusão […]. Isso significa combater atitudes preconceituosas ou discriminatórias com relação à idade, sexualidade, religião etc. e promover a diversidade geracional como um ativo para a organização. Ao criar um ambiente onde todas as gerações se sintam valorizadas e respeitadas, é possível reduzir o conflito e promover um clima de trabalho mais positivo e produtivo.

Lidar com o conflito de gerações no ambiente de trabalho requer empatia, respeito, reconhecimento das diferenças e promoção da colaboração e do aprendizado mútuo. Ao adotar essas estratégias, os estudantes podem não apenas enfrentar os desafios do conflito de gerações, mas também aproveitar as oportunidades quê ele oferece para crescer e se desenvolver profissionalmente. Um ambiente de trabalho harmonioso e inclusivo beneficia a todos, independentemente da geração a quê pertencem.

COMO lidar com o conflito de gerações no ambiente de trabalho? Blog da Graduação FGV, 8 fev. 2024. Disponível em: https://livro.pw/zmvcd. Acesso em: 4 ago. 2024.

Foto de um homem idoso e um jovem trabalhando juntos.

É essencial reconhecer quê cada geração traz habilidades e conhecimentos únicos para o ambiente de trabalho. Os mais jovens podem oferecer habilidades digitais avançadas e uma mentalidade empreendedora, enquanto as gerações mais antigas podem contribuir com sua experiência e capacidade de lidar com desafios compléksos.

Conexões

Cartaz que apresenta um homem idoso e uma jovem trabalhando, também está escrito 'A experiência não tem idade'.

Nesse filme, um viúvo de 70 anos volta ao mercado de trabalho e precisa conviver com uma geração bem diferente da sua. Uma bela amizade acaba se construindo entre o idoso e sua jovem chefe.

UM SENHOR estagiário. Direção: Nancy Meyers. Estados Unidos, 2015. Vídeo (121 min).

Página cento e sessenta e três

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

1. Com base na leitura do Texto 1, responda:

a) Qual é a vantagem do convívio entre diferentes gerações?

b) Você concórda com as principais razões relacionadas ao conflito de gerações apontadas no texto? Explique o motivo de sua resposta.

c) O quê o texto sugere para quê haja uma cultura de respeito no ambiente de trabalho?

d) Considerando as duas etapas anteriores, quais práticas construtivas podem sêr empregadas para lidar com as diferenças geracionais?

2. Que habilidades você acha quê possui para lidar com as diferenças geracionais no trabalho? O quê precisaria aperfeiçoar?

3. Em grupo, conversem sobre suas experiências de convívio com pessoas mais velhas, em casa ou na escola, e respondam:

a) Que tipo de aprendizado ocorre nesse convívio?

b) Que dificuldades você já enfrentou nesse convívio?

Foto de uma mulher e uma jovem conversando.

Colaborar em um ambiente de trabalho intergeracional é uma oportunidade de unir a experiência e a inovação. Ao valorizar as diferentes perspectivas de cada geração, ampliamos a capacidade de resolver problemas d fórma criativa e eficiente.

Saiba mais

Soft skills

Você sabe o quê esse termo significa? No mercado de trabalho, ele está associado a habilidades comportamentais. Diferentemente das habilidades técnicas adquiridas por meio de formações específicas (também conhecidas como hard skills), as soft skills envolvem a capacidade de interação com os côlégas. Em um processo seletivo, essas habilidades podem fazer a diferença. Capacidade de trabalho em equipe, empatia, liderança, flexibilidade, resiliência, ética e criatividade são alguns exemplos de soft skills.

Esquema apresentando alguns 'Soft Skills', que são: comunicação, liderança, empatia, ética, resiliência, trabalho em equipe, criatividade e flexibilidade.

As soft skills indicam como uma pessoa lida com o outro e com suas próprias emoções.

Página cento e sessenta e quatro

Saúde mental no trabalho

Além de lidarmos com os conflitos quê pódem surgir no ambiente de trabalho, é fundamental prestarmos atenção à nossa saúde mental. O mundo profissional nos impõe diversos desafios e pode sêr uma fonte significativa de estresse.

A saúde mental póde ter relação com a forma como gerenciamos as pressões do dia a dia, seja no trabalho, com a família, entre amigos ou em outras atividades cotidianas. Para manter uma boa saúde mental, é essencial buscarmos equilíbrio em diferentes áreas da vida. Além díssu, estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal, praticar atividades físicas, manter uma alimentação saudável e garantir um bom sono são práticas quê favorécem esse equilíbrio. No entanto, para muitas pessoas, o trabalho póde se transformar em uma fonte de sofrimento, dificultando a conkista dêêsse bem-estar.

Para refletir sobre o tema, leia o Texto 2 a seguir.

TEXTO 2

Saúde mental: 86% dos funcionários mudariam de emprego por saúde mental, diz estudo

76% dos trabalhadores conhecem alguém quê precisou se afastar do trabalho por razões psicológicas

Equilibrar a saúde mental com o trabalho tem se tornado cada vez mais relevante para os trabalhadores brasileiros. Tanto quê 86% dos funcionários mudariam de emprego para preservar a saúde mental, segundo pesquisa [...].

De acôr-do com a pesquisa, 61% não se sentem satisfeitos ou felizes no trabalho, e a maioria (76%) já conheceu alguém quê precisou se afastar das atividades de trabalho por razões psicológicas. Somado a esses resultados, 86% dos participantes acreditam quê as empresas não estão preparadas para lidar com a saúde mental dos funcionários.

Saúde mental nas empresas

De acôr-do a Organização Mundial da Saúde (hó ême ésse), 86% dos brasileiros têm algum transtorno mental, como ansiedade e depressão, o quê influencía a saúde mental dos colaboradores.

Dos transtôrnos quê acometem a saúde mental do trabalhador a ansiedade lidera como a doença quê mais afasta os colaboradores do trabalho (51%). Em seguida vêm depressão (17%), estresse (16%) e síndrome de burnout (14%), de acôr-do com pesquisa realizada durante o Congresso Nacional de Gestão de Pessoas (Conarh), neste ano, em São Paulo.

Ainda conforme o estudo, 48% dos gestores e funcionários de RH relataram quê acreditam quê possam existir pelo menos 10% de colaboradores espalhados em suas empresas com doenças mentais não detectadas. Outros 19% acham quê 20% dos funcionários em seus ambientes de trabalho têm diagnósticos ainda não identificados, além de também 19% declararem quê não sabem dizêr.

Burnout
: palavra de origem inglesa associad ao esgotamento. A síndrome de burnout também é conhecida como “síndrome do esgotamento profissional”.

Página cento e sessenta e cinco

Quais são as causas dos problemas de saúde mental nas empresas?

Competitividade excessiva

A busca individual por superar os côlégas póde prejudicar o bem-estar emocional dos colaboradores, gerando uma atmosféra de insegurança, ambiente excessivamente competitivo e clima de constante pressão e ansiedade.

Altas exigências

Lidar com uma lista interminável de tarefas a serem cumpridas e a imposição de demandas de trabalho exageradas, especialmente quando desequilibradas e irrealistas, póde levar a altos níveis de estresse.

Falta de organização e flexibilidade

A falta de organização sobre funções e responsabilidades e a rigidez em relação a mudanças criam um ambiente de desconforto emocional.

Assédio moral

O medo de retaliação, a humilhação pública e a constante preocupação com a interação com côlégas e superiores estão entre as causas de danos emocionais significativos. A presença de assédio moral ou práticas intimidadoras cria um ambiente emocionalmente tóxico capaz de afetar a saúde mental dos colaboradores.

Longas jornadas de trabalho

Trabalhar longas horas sem o devido descanso resulta em esgotamento físico e emocional, causando estresse e contribuindo para diminuir a produtividade ao longo do tempo.

[...]

CHÉROLET, Brenda. Saúde mental: 86% dos funcionários mudariam de emprego por saúde mental, diz estudo. Educa Mais Brasil, 10 nov. 2023. Disponível em: https://livro.pw/qysow. Acesso em: 4 ago. 2024.

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

Após a leitura da matéria, formem uma roda de conversa com cinco côlégas para discutir as seguintes kestões:

a) A pesquisa revela quê 86% dos funcionários mudariam de emprego para preservar a saúde mental. Vocês imaginavam quê a saúde mental era um problema tão presente no ambiente de trabalho brasileiro? por quê vocês acham quê esse índice é tão elevado?

a) Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes respondam quê não imaginavam quê a saúde mental fosse um problema tão significativo, mas quê, ao refletirem sobre isso, reconhecem o aumento da pressão no trabalho moderno.

b) Os distúrbios e transtôrnos mais comuns mencionados são ansiedade, depressão, estresse e síndrome de burnout. Vocês conhecem alguém quê tenha passado por algum dêêsses distúrbios e transtôrnos? Como essa pessoa lidou com a situação?

b) Respostas pessoais.

c) Ao reler as causas dos problemas de saúde mental nas empresas, vocês acham quê é possível reduzir ou prevenir essas causas? Que mudanças poderiam sêr implementadas no dia a dia dos profissionais?

c) Respostas pessoais.

d) A escola também póde sêr uma fonte de estresse devido às exigências. Quais práticas vocês adotam para preservar a saúde mental no ambiente escolar? Que outras estratégias poderiam sêr eficazes?

d) Respostas pessoais. Os estudantes podem mencionar práticas como organizar o tempo de estudo, fazer pausas regulares, conversar com amigos ou realizar atividades de quê gostam como formas de manter o equilíbrio emocional.

Página cento e sessenta e seis

A precarização do trabalho

A precarização do trabalho refere-se à diminuição da qualidade das condições do trabalho, geralmente em razão da perda ou da flexibilização de direitos trabalhistas. Situações extremas, nas quais os direitos trabalhistas são violados, são consideradas situações de trabalho análogo à escravidão. A seguir, leia um trecho de uma reportagem quê relata o drama de um grupo de brasileiros quê, ao buscar uma oportunidade de emprego, acabou envolvido em uma trágica situação.

TEXTO 3

Trabalhadores em situação vulnerável expõem a precarização dos direitos trabalhistas no Brasil

Organização Internacional do Trabalho aponta quê desaceleração da economia póde forçar aumento de aceitação de empregos degradantes, intensificando desigualdade; entenda o quê é precarização do trabalho

“A gente foi em busca de um sonho, de conquistar nosso próprio salário e ajudar no sustento da família, mas quando chegou lá era um pesadelo”, relatou, ao podcast O assunto, um trabalhador quê foi resgatado de uma vinícola em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Ele faz parte do grupo de 207 homens quê saíram da baía para côlher uvas, com a proméssa de receber alojamento, comida e até 4 mil reais de salário, mas acabaram em situação análoga à escravidão. A proméssa foi feita pela empresa Fênix Serviços Administrativos e apôio à Gestão de Saúde LTDA, quê prestava serviços para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton.

De acôr-do com os depoimentos, os trabalhadores recebiam comida estragada e eram obrigados a contrair dívidas exorbitantes nos estabelecimentos próximos do alojamento, onde eram “tratados como bicho”. Espancados com cabos de vassora, mordidas e spray de pimenta, eles eram acordados com choques elétricos por volta das 4 da manhã para trabalhar até as 9 (da noite), sem descanso.

Em 22 de fevereiro, o Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e as polícias Federal e Rodoviária Federal realizaram uma operação, na qual constataram as condições degradantes de trabalho.

A situação dos trabalhadores de Bento Gonçalves vai ao encontro das observações feitas pelo novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), lançado no início dêste ano. De acôr-do com o documento, a atual desaceleração econômica mundial vai forçar cada vez mais trabalhadores e trabalhadoras a aceitar empregos precários, de baixa remuneração e sem proteção social, reforçando ainda mais as desigualdades expostas pela pandemia.

[...]

TRABALHADORES em situação vulnerável expõem a precarização dos direitos trabalhistas no Brasil. Conectas, 9 mar. 2023. Disponível em: https://livro.pw/arurp. Acesso em: 4 ago. 2024.

Página cento e sessenta e sete

MUNDO DO TRABALHO

Burnout, uma síndrome ocupacional

A síndrome de burnout foi reconhecida pela hó ême ésse em 2022 como uma síndrome ocupacional. Isso garante quê trabalhadores diagnosticados tênham direito a benefícios trabalhistas e previdenciários, como ocorre com doenças relacionadas ao trabalho, sêndo necessário o diagnóstico por meio de perícia médica. Além díssu, o trabalhador afastado por burnout não póde sêr demitido nos 12 meses seguintes a seu retorno.

Esse reconhecimento também aumenta a responsabilidade dos empregadores, quê precisam estar atentos às condições de trabalho para prevenir ambientes quê favoreçam o esgotamento. Segundo a International Stress Management associassiôn (ISMA), o Brasil é o segundo país com mais casos de burnout, quê se caracteriza por exaustão física e emocional, causada pelo excésso de trabalho e pela pressão. Sintomas comuns incluem sentimento de esgotamento e falta de energia, negativismo ou cinismo relacionado ao trabalho e uma sensação de ineficácia e falta de realização. O tratamento póde incluir psicoterapia e, em alguns casos, acompanhamento psiquiátrico.

A precarização do trabalho póde gerar o aumento dos casos de burnout. Condições de emprego marcadas por sobrecarga, baixa remuneração e insegurança no trabalho colocam os trabalhadores em um ciclo de estresse contínuo. Quando direitos fundamentais, como pausas e um ambiente equilibrado, não são garantidos, o risco de burnout aumenta. Além díssu, a insegurança financeira e o medo da demissão fazem com quê muitos suportem condições extremas, o quê agrava o impacto sobre sua saúde mental.

Foto de uma mulher sentada em frente ao computador. Ela está sobrecarregada, pois recebe instruções e cadernos com anotações.

O excésso de trabalho e pressões podem levar à síndrome de burnout.

ATIVIDADES

Consulte as respostas e as orientações no Manual do professor.

1. Sobre a precarização do trabalho e a síndrome de burnout, responda:

a) por quê a condição em quê os trabalhadores de Bento Gonçalves estavam foi considerada análoga à escravidão?

b) O quê leva as pessoas a aceitar trabalhos precários?

2. Reúna-se com o mesmo grupo formado para a realização da atividade da página 165 e discuta:

a) Como combater o trabalho precarizado?

b) Que alternativas poderiam sêr colocadas em prática para quê essa condição de trabalho não existisse?

3. Façam uma pesquisa e citem algumas medidas quê podem sêr tomadas para a prevenção da síndrome de burnout.

4. por quê o reconhecimento do burnout como síndrome ocupacional é importante?

Página cento e sessenta e oito

em AÇÃO
Manual de cuidados com a saúde mental

Consulte as orientações no Manual do professor.

Na atividade anterior, você pesquisou medidas quê podem sêr tomadas para a prevenção da síndrome de burnout. O enfrentamento dos distúrbios e transtôrnos mentais no ambiente de trabalho é um tema quê ganha cada vez mais relevância. Leia, a seguir, o trecho de um texto da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre o assunto.

TEXTO 4

hó ême ésse e OIT fazem chamado para novas medidas de enfrentamento das kestões de saúde mental no trabalho

As novas diretrizes globais da hó ême ésse sobre saúde mental no trabalho são reforçadas por estratégias práticas descritas no resumo de política conjunto da hó ême ésse e OIT

A hó ême ésse e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) fizeram um chamado a ações concretas para atender às preocupações sobre a saúde mental da população trabalhadora.

Estima-se quê anualmente 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por causa de depressão e ansiedade, custando à economia global quase 1 trilhão de dólares. Com o objetivo de abordar essa temática, duas novas publicações foram lançadas nesta quarta (28): Diretrizes da hó ême ésse sobre saúde mental no trabalho e um resumo de política conjunto da hó ême ésse e OIT.

As diretrizes globais da hó ême ésse sobre saúde mental no trabalho recomendam ações para enfrentar os riscos à saúde mental, como cargas pesadas de trabalho, comportamentos negativos e outros fatores quê geram sofrimento no trabalho. Pela primeira vez, a hó ême ésse recomenda o treinamento de gestores para desenvolverem capacidades para prevenir ambientes de trabalho estressantes e responder aos trabalhadores em sofrimento.

[...]

O resumo de política conjunto da hó ême ésse/OIT explica as diretrizes da OMS em termos de estratégias práticas para governos, empregadores e trabalhadores e suas organizações, nos setores público e privádo. O objetivo é apoiar a prevenção dos riscos à saúde mental, proteger e promover a saúde mental no trabalho e apoiar as pessoas com condições de saúde mental, para quê possam participar e prosperar no mundo do trabalho. O investimento e a liderança serão fundamentais para a implementação das estratégias.

“Como as pessoas passam uma grande parte de suas vidas no trabalho – um ambiente de trabalho seguro e saudável é fundamental. Precisamos investir para construir uma cultura de prevenção em torno da saúde mental no trabalho, reformulando o ambiente de trabalho para pôr fim ao estigma e à exclusão social e garantir quê os funcionários com condições de saúde mental se sintam protegidos e apoiados”, disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT.

[...]

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. hó ême ésse E OIT fazem chamado para novas medidas de enfrentamento das kestões de saúde mental no trabalho. OPAS, 28 set. 2022. Disponível em: https://livro.pw/wtoet. Acesso em: 6 ago. 2024.

Para produzir um manual sobre os cuidados com a saúde mental no trabalho, é necessário ampliar a pesquisa quê vocês realizaram na atividade sobre burnout. No texto sobre saúde mental, são citados os transtôrnos, distúrbios e sintomas mais comuns quê acometem o trabalhador: ansiedade, depressão, estresse e síndrome de burnout. Considere esses exemplos e siga o passo a passo:

Página cento e sessenta e nove

A ansiedade, com a nomenclatura aplicada aqui, trata-se de uma experiência humana comum. Em alguns casos, póde sêr o indício de um transtorno, como a TAG, o pânico etc.

PASSO

1

Organização dos grupos e reflekção

Reúna-se com o mesmo grupo da etapa anterior para refletir sobre as kestões a seguir.

O quê vocês fariam se começassem a desenvolver sintomas de ansiedade ou estresse no ambiente de trabalho?

por quê a manutenção da saúde mental no trabalho é importante?

PASSO

2

Pesquisa e reflekção

Realizem uma pesquisa ôn láini sobre as medidas quê podem sêr tomadas para prevenir transtôrnos, distúrbios e sintomas mentais no trabalho. Respondam às seguintes kestões:

Como identificar o quê o trabalhador está sentindo? O quê ele deveria fazer ao começar a perceber sintomas de tensão, ansiedade, cansaço excessivo ou estresse?

O quê é possível fazer antes de buscar ajuda profissional?

Há medidas quê podem sêr tomadas individualmente? Quais?

Que medidas dependem do amparo da empresa ou instituição?

PASSO

3

Redação

Com base na reflekção do grupo e na pesquisa, elaborem uma lista de, no mássimo, dez itens com sugestões para a prevenção a transtôrnos, distúrbios e sintomas mentais no trabalho. Vejam dois exemplos de itens possíveis, um no âmbito pessoal e outro no coletivo:

Praticar atividades físicas para melhorar o bem-estar → âmbito pessoal Treinar gestores para reconhecer sintomas em seus funcionários → âmbito coletivo

PASSO

4 Leitura

No dia determinado, cada grupo deverá escolher um representante para ler o manual quê produziram para a turma.

PASSO

5 Debate

Após as leituras, a turma vai discutir a respeito do manual de cada grupo, refletindo sobre as seguintes kestões:

Houve itens repetidos nos manuais criados pêlos grupos?

Quais itens são mais relevantes? Por quê?

PASSO

6 Manual coletivo

Após o debate, a turma vai redigir um manual único sobre cuidados com a saúde mental no trabalho com, no mássimo, dez itens.

PASSO

7 Divulgação

O manual da turma póde sêr divulgado no blogue da escola como uma contribuição de vocês ao debate em torno da saúde mental no trabalho.

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora desta etapa: Como lidar com as kestões de convivência no trabalho?

Página cento e setenta

ETAPA
FINAL
Grupo de mediação de conflitos

Consulte as orientações no Manual do professor.

Foto de jovens reunidos. Eles estão conversando.

O grupo de mediação é uma estratégia eficiente para a resolução de conflitos no ambiente escolar.

Para consolidar os aprendizados dêste Projeto Integrador, vocês vão se organizar para criar círculos restaurativos na escola com base na identificação dos principais conflitos existentes nesse ambiente. Para isso, a proposta é elaborar um quêstionário, que póde sêr aplicado apenas entre os estudantes ou estendido a toda a comunidade escolar, como funcionários, professores e até os responsáveis.

PASSO

1

Definam o espaço

Pensem em quem vai participar da pesquisa: se apenas os estudantes da escola; se os professores e funcionários também vão responder ao questionário; se os responsáveis e a comunidade escolar vão participar etc.

PASSO

2

Organização dos grupos

Definam como vocês vão se organizar para realizar a pesquisa. Caso tênham decidido estendê-la para a comunidade escolar, por exemplo, formem dois subgrupos: um para aplicar o questionário no entorno e outro para aplicar o questionário na escola.

PASSO

3

Elaboração do questionário

Discutam se o quêstionário terá perguntas abertas, espaço para quê os participantes da pesquisa deem opiniões e expressem seus sentimentos em relação aos problemas que os afetam ou perguntas mais objetivas, com alternativas fechadas e respostas “sim” e “não”. Outra opção é misturar os formatos.

Conexões

Cartaz de 'Pro dia nascer feliz' com imagens de crianças e anotações.

êste documentário apresenta depoimentos de jovens estudantes de escolas das rêdes pública e particular sobre suas experiências no ambiente escolar, seus medos, anseios, projetos e inquietações.

PRO dia nascer feliz Direção: João Jardim. Brasil, 2006. Vídeo (88 min).

Página cento e setenta e um

Modelo de questionário – Identificando os problemas na escola

Responda sim ou não para cada pergunta a seguir.

1. Você se sente seguro na escola?

2. Você já sofreu algum tipo de discriminação no ambiente escolar?

3. Você já se sentiu intimidado por alguém na escola?

4. Você já presenciou ou já se envolveu em discussões relacionadas a divergências de opinião no ambiente escolar?

Adaptem o roteiro conforme as decisões do grupo e o contexto da escola. Verifiquem a necessidade de criar perguntas diferentes caso tênham decidido estender o questionário para a comunidade escolar e propor questionamentos sobre como a vizinhança ou como os pais ou responsáveis percebem a escola.

PASSO

4

Análise dos resultados

Analisem os resultados obtidos e verifiquem a existência de problemas mais graves, como búlin e discriminação.

PASSO

5

Apresentação dos resultados

Definam a melhor maneira de organizar os resultados considerando o tipo de quêstionário que adotaram. Vocês podem, por exemplo, criar gráficos ou tabular os dados usando planilhas eletrônicas.

PASSO

6

Criação do grupo de mediação

A proposta é quê vocês formem duas frentes de ação:

círculos de construção da paz: momentos em quê os problemas coletivos são discutidos a fim de pensar em soluções para situações de búlin, discriminações e outros desentendimentos na escola.

círculos restaurativos: espaços em quê as partes envolvidas em um conflito ficam frente a frente para apresentar seus pontos de vista e sentimentos sobre o ocorrido, e pensar em possíveis soluções quê sêjam boas para ambas por meio do diálogo.

Nas duas frentes, deve havêer a figura de um ou mais mediadores ou facilitadores. Aos participantes delas, é preciso explicar seu ponto de vista sobre os conflitos e os problemas presentes no ambiente escolar usando as técnicas de comunicação estudadas:

falar sobre o quê ocorreu;

mencionar seus sentimentos com assertividade;

dizêr as necessidades básicas quê foram afetadas;

usar mensagens-eu;

construir falas isentas de julgamentos;

praticar a escuta ativa, estabelecendo uma conexão com os sentimentos das outras pessoas.

Página cento e setenta e dois

Para começar a organizar os círculos, sigam as orientações indicadas.

1. Definição do conflito

Retomem os conflitos mapeados ao longo das atividades dêste projeto e decidam quais deles serão discutidos em cada frente:

nos círculos de construção da paz, vocês podem conversar sobre conflitos quê dizem respeito à convivência de modo geral;

nos círculos restaurativos, vocês podem trabalhar kestões quê exigem a interação entre os participantes para a resolução da situação.

2. Definição das funções

a) Os estudantes mediadores podem sêr indicados pela turma, podendo sêr eleitos ao menos dois mediadores por sessão. Essa escolha póde sêr rotativa. Para isso, considerem quê o mediador deve:

garantir a horizontalidade das sessões, ou seja, assegurar quê ninguém fique em uma posição superior, nem mesmo os mediadores;

facilitar o diálogo entre os envolvidos;

não expressar opiniões ou julgamentos;

ter uma atitude empática, captando a confiança dos participantes;

não dar conselhos ou dizêr aos envolvidos o quê fazer;

não ameaçar ou prever consequências negativas, do tipo “Se você não fizer isso…”.

b) Os estudantes mediadores devem definir quando e onde acontecerão as sessões dos círculos de construção da paz e dos círculos restaurativos.

3. Definição dos recursos

Depois de definir os papéis e os conflitos sobre os quais vão atuar, procurem a gestão da escola e conversem com os professores para obtêr os recursos necessários, como a sala quê será usada para as sessões.

4. Divulgação

Pensem em uma estratégia de divulgação dos círculos de construção de paz e dos círculos restaurativos para os outros estudantes da escola. Vocês podem usar cartazes, folhetos, blogues ou as mídias sociais da escola, caso existam. O importante é quê esse material contenha as informações mais básicas e necessárias, como uma breve explicação do quê constituem essas rêuní-ões; o objetivo delas; os dias, o horário e o local ou a sala da escola onde vão acontecer.

Aproveitem para retomar a pergunta norteadora do projeto: Como praticar o diálogo?

Página cento e setenta e três

AUTOAVALIAÇÃO

Para finalizar êste Projeto Integrador, é importante avaliar sua participação tanto individual como coletiva. Para isso, em uma fô-lha de papel sulfite, faça o quê se pede.

1. Sobre seu envolvimento e o da turma neste Projeto Integrador, responda às kestões a seguir.

a) Os objetivos do projeto foram alcançados?

b) Seus objetivos de aprendizagem foram atingidos? Justifique sua resposta.

c) Você se envolveu em todas as atividades propostas? Argumente.

d) Em qual etapa houve mais dedicação? Em qual houve menos? Justifique sua resposta.

e) Qual foi seu maior desafio ao longo do projeto? Como você conseguiu superar as dificuldades?

f) Atribua uma nota de zero a dez para sua participação e para a participação da turma neste projeto. Argumente sobre essas notas.

g) Qual foi o maior desafio do grupo ao longo do projeto? Como vocês superaram as dificuldades?

h) Em relação a suas ações, em quais aspectos você acredita quê póde melhorar na realização do próximo projeto? Em quais aspectos a turma póde melhorar?

i) Junte-se a um colega para comparar as respostas às kestões anteriores, verificando com quais itens da avaliação vocês concórdam e de quais discordam.

j) escrêeva, de modo sucinto, quais foram as aprendizagens quê você desenvolvê-u neste projeto.

2. Em relação ao assunto dêste Projeto Integrador, você:

a) discutiu sobre os conflitos e refletiu sobre a possibilidade de lidar com eles de maneira mais positiva?

b) Compreendeu quê algumas práticas restaurativas podem contribuir para melhorar a convivência na escola e no ambiente de trabalho?

c) Entendeu o conceito de empatia e a importânssia de tentar se conectar com os sentimentos das outras pessoas e compreender suas necessidades e motivações?

d) Assimilou e aplicou algumas técnicas de comunicação não violenta e passou a identificar os próprios sentimentos e a se expressar com mais assertividade?

e) Refletiu sobre a importânssia de respeitar os direitos humanos e contribuir para a propagação da cultura de paz na escola?

f) Ponderou sobre os possíveis conflitos entre gerações no ambiente de trabalho?

g) Reconheceu a importânssia de cuidar da saúde mental?

h) Refletiu sobre a importânssia de lutar contra a precarização do trabalho?

i) Identificou os principais conflitos existentes no ambiente escolar por meio da aplicação de questionário na escola e/ou na comunidade?

j) Participou ativamente da criação de um grupo de mediação de conflitos na escola?

k) Planejou e elaborou as etapas de acôr-do com os roteiros propostos nas seções Em ação?

Página cento e setenta e quatro