UNIDADE
2
TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

Objetivos da Unidade

• Analisar as transformações no mundo do trabalho, diretamente relacionadas com o avanço tecnológico dos computadores e da internet a partir da década de 1990.

• Compreender os princípios fundamentais da inteligência artificial, as suas aplicações no cotidiano, o seu impacto sobre a ssossiedadesociedade e as implicações éticas relacionadas a seu uso.

• Compreender as transformações no mundo do trabalho impulsionadas pêlospelos avanços da robótica e da automação, analisando seus impactos no cotidiano.

No Capítulo 4, serão abordadas as transformações sociais, culturais e econômicas associadas ao trabalho no mundo contemporâneo, com ênfase na ssossiedadesociedade em rê-derede e no trabalho digital.

No Capítulo 5, o conceito e os fundamentos da inteligência artificial serão discutidos, bem como o uso, o impacto e os desafios, destacando-se as kestõesquestões éticas.

No Capítulo 6, serão abordadas as transformações no mundo do trabalho lideradas pêlospelos avanços da robótica e da automação, refletindo também sobre como esses avanços podem impactar o cotidiano de hoje e o futuro.

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Uma das características da Revolução Industrial foi a passagem de métodos de produção manual para produção mecânica, quêque é chamada de automatização do trabalho. A noção de quêque essa mudança de processos poderia levar ao aumento do desemprego é difundida na ssossiedadesociedade desde o início dessa revolução, no século XVIII, e especialmente a partir do século XIX.

1. O emprego de máquinas na produção de mercadorias sempre foi benéfico aos trabalhadores? Justifique sua resposta.

1. Resposta pessoal. É esperado quêque o estudante indique quêque as máquinas auxiliam a produção de mercadorias, aumentando a produtividade. Porém, seu uso pódepode levar ao aumento do desemprego em determinadas áreas econômicas. Além díssudisso, no contexto da Revolução Industrial, o uso das máquinas tornou os trabalhadores escravizados pelo ritmo do maquinário.

2. Quais são os riscos e os benefícios associados ao desenvolvimento de equipamentos considerados capazes de “pensar”, como os quêque empregam tecnologia IA?

2. Resposta pessoal. O estudante poderá descrever quêque a inteligência artificial poderá sêrser utilizada para a resolução de problemas do cotidiano, auxiliando as pessoas. Entretanto, ela também poderá tornar alguns empregos desnecessários, diminuindo o valor da mão de obra e tomando decisões sem a consulta ou anuência de um sêrser humano, o quêque pódepode colocar em risco toda uma coletividade.

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CAPITULO
4
Trabalho

PARTIDA

Vivemos em um mundo globalizado no qual as transformações tecnológicas constantemente impactam o mercado de trabalho, alterando a forma de estruturarmos nossa existência. Novos modos de convivência nesse mundo surgem e antigos desaparecem com a mesma rapidez. Nesse sentido, os computadores e a internet, popularizados na década de 1990, complementam o processo de globalização quêque se iniciou há séculos.

Um exemplo dêêssedesse novo modo de conviver no mundo cada vez mais globalizado é a possibilidade de comprar mercadorias, como roupas, produzidas em outro continente e, em algumas semanas, recebê-las em casa. Isso é possível por causa da existência de uma rê-derede de produção, do processamento de dados e do transporte entre locais muito distantes.

1 O quêque você entende por “globalização”?

1. Resposta pessoal. O estudante poderá indicar quêque globalização se refere a um processo de integração econômica, social e cultural relacionado com a interdependência entre diferentes nações e assentado na rapidez de trocas comerciais e de comunicação.

2 No dia a dia, de quêque maneira a globalização impacta nosso estilo de vida?

2. Resposta pessoal. O estudante poderá indicar seus gostos e suas preferências musicais e de entretenimento relacionados a outros países.

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Trabalho e ocupação

O ato de trabalhar pódepode sêrser definido como o gasto de energia física e mental com a intenção e o propósito de transformar o entorno. Nesse sentido, há uma diversidade de trabalhos possíveis: transformar uma pedra em uma ponta de lança é uma forma de trabalho, assim como semear o campo e posteriormente côlhercolher seus frutos. São formas de trabalho, também, cuidar dos filhos, cozinhar para alimentar a família, escrever um livro, operar uma máquina em uma fábrica de automóveis, limpar uma casa, entre tantas atividades. No sentido mais geral e abrangente, o trabalho abarca toda a atividade humana, ou seja, nossa própria capacidade de alterar o ambiente com base em nossa necessidade e consciência.

A maneira como as pessoas trabalham mudou com o tempo. Se em um período da AntigüidadeAntiguidade o trabalho era escravizado, fazia parte de algumas sociedades e era naturalizado, atualmente ele se dá em condições diferentes em grande parte do mundo, existindo o predomínio do trabalho assalariado.

A organização social do trabalho sempre dependeu e se relacionou com avanços tecnológicos. Tomando como exemplo as atividades agrícolas, na Idade Média e no contexto geográfico europeu, a maioria da população vivia no campo, e o trabalho agrário dependia diretamente do uso de animais de tração, como bois e cavalos, e da mão de obra humana. Moinhos de vento e de á guaágua ajudavam em determinadas atividades. Na atualidade, o conhecimento científico aplicado na gestão ambiental, como a agronomia e a zootecnia, e o uso de máquinas, como tratores, permitem mais racionalização e produtividade da atividade econômica associada à agricultura.

O movimento de urbanização continua no mundo atual: muitas pessoas vivem em centros urbanos e poucas no campo, indicando quêque o processo de industrialização, iniciado no século XVIII, na Inglaterra, alterou profundamente o modo como vivemos e nos organizamos em ssossiedadesociedade.

A ilustração LêLes très riches heures du duc de Berry (em tradução livre, “As horas muito ricas do duque de Berry”) compõe um livro de horas. Esse livro foi criado por católicos devotos no final da Idade Média e trazia o calendário dos santos, das festas, das colheitas, além de orações comuns e salmos.

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No cotidiano, há dois conceitos quêque podem sêrser confundidos: trabalho e ocupação.

• O trabalho se refere a um esfôrçoesforço físico ou mental, mas não é necessariamente remunerado, ou seja, pódepode não havêerhaver um aspecto financeiro envolvido.

• A ocupação se refere à realização de atividades remuneradas, a exemplo de um emprego.

Logo, toda ocupação é uma forma de trabalho, mas nem todo trabalho é considerado e valorizado como uma ocupação.

A maneira de trabalharmos depende do contexto histórico, do conhecimento tecnológico do período e das diferentes relações sociais quêque se formam. É essencial quêque reflitamos sobre as transformações tecnológicas quêque estão ocorrendo e quêque impactam a forma de trabalhar, transformando o mercado de trabalho e a empregabilidade das pessoas.

Trabalho em rê-derede

Segundo o sociólogo espanhol Manuel Castells (1942-), o desenvolvimento dos computadores e a criação da infraestrutura quêque possibilitou a popularização da internet no final da década de 1990 transformaram profundamente a economia de diversos países e, por consequência, a maneira de as pessoas trabalharem, criando novas ocupações e novos serviços, a qual Castells chama de economia global.

Essa nova economia é uma economia informacional, ou seja, apresenta centralidade da geração de conhecimentos e processamento de dados de modo instantâneo, e uma economia global e em rê-derede, quêque consiste na organização de rêdesredes de produção descentralizadas, formando linhas de montagens de mercadorias em um nível internacional.

Muito antes da década de 1990, alguns eventos contribuíram para a interconexão entre diversas partes do mundo, como as Grandes Navegações (séculos XV e XVI), as políticas de expansão e domínio territorial, cultural ou econômico a partir do século XVII e a Segunda Revolução Industrial (século XIX). Assim, foi criado um mercado mundial. Castells diferencia dois conceitos: a economia mundial se refere ao processo de colonização iniciado pêlospelos europêuseuropeus no século XVI, já a economia global demarca outro processo. Sobre essa última, lei o texto a seguir.

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[...] Uma economia global é algo diferente: é uma economia com capacidade de funcionar como uma unidade em tempo real, em escala planetária. Embora o modo capitalista de produção seja caracterizado por sua expansão contínua, sempre tentando superar limites temporais e espaciais, foi apenas no século XX quêque a economia mundial conseguiu tornar-se verdadeiramente global com base na nova infraestrutura, propiciada pelas tecnologias da informação e da comunicação, e com a ajuda decisiva de políticas de desregulamentação e da liberalização postas em prática pêlospelos governos e instituições internacionais.

[…]

[…] Assim, definirei de maneira mais precisa a economia global como uma economia cujos componentes centrais têm a capacidade institucional, organizacional e tecnológica de trabalhar em unidade e em tempo real, ou em tempo escolhido, em escala planetária.

CASTELLS, Manuel. A ssossiedadesociedade em rê-derede: a era da informação: economia, ssossiedadesociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 2020. p. 156.

Para Manuel Castells, a economia global surgiu inicialmente de um período de crise no capitalismo na década de 1970. Buscando novos mercados e necessitando de mão de obra barata, as empresas capitalistas dos países mais desenvolvidos focaram seu possível crescimento e sua lucratividade na mobilidade do capital, descentralizando a produção e se estabelecendo em outros países, como o México, e em outros continentes, a exemplo da Ásia.

Na década de 1980, novamente nos países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Inglaterra, ocorreu a desregulamentação do mercado financeiro, possibilitando movimentar capitais de maneira mais simples. A internet e o desenvolvimento de novas tecnologias auxiliaram esse processo, pois estabeleceram o princípio de instantaneidade: com um clique era possível enviar milhões de dólares a uma região do mundo e, em poucos segundos, enviar esse mesmo dinheiro a outro local, e o mercado financeiro podia sêrser acompanhado em tempo real. Ao final da década de 1990, essa desregulamentação dos mercados financeiros seria imposta, também, aos países em desenvolvimento.

Essa alteração — quêque foi a um só tempo tecnológica, cultural, econômica e social — estabeleceu uma nova interdependência entre os países. Contudo, aprofundou ainda mais as desigualdades existentes entre eles, dado o predomínio da produção científica dos países mais ricos. Afinal, a nova economia global dependia de um conhecimento científico cada vez mais compléksocomplexo e restrito a poucos: a produção informacional, associada à geração de novos conhecimentos e processamento de dados, permitiu o aumento da produtividade e da competitividade das empresas capitalistas dos países desenvolvidos. Essa competitividade foi desigual entre as nações por causa da incapacidade de cértascertas empresas, geralmente originárias de países mais pobres, em alcançar o mesmo nível de potencial produtivo.

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Globalização

A globalização pódepode sêrser compreendida como um processo histórico de longa duração ininterrupto quêque ganha novos contornos ainda hoje. Acompanhe alguns marcos históricos dêêssedesse processo.

O navegador Vasco da Gama (1469-1524) parte de Portugal em direção às Índias. Sua chegada a Calecute, em 1498, demarca uma nova etapa das Grandes Navegações.

O navegador italiano Cristóvão Colombo (1451-1506), financiado pela Coroa Espanhola, chega a um continente até então desconhecido pêlospelos europêuseuropeus, denominado posteriormente América. O encontro entre europêuseuropeus e nativos americanos aprofundou o processo de globalização. Além díssudisso, iniciou-se o colonialismo, um processo de violência, expropriação e escravidão no continente americano.

No final do século XV e no início do XVI, portugueses, espanhóis, britânicos e holan-dezesholandeses estabeleceram o “tráfico das almas”, também chamado de tráfico negreiro. Esse comércio perduraria até o século XIX. Milhões de africanos foram vendidos a traficantes e levados às Américas, onde realizaram a maior parte do trabalho agrícola e nas cidades.

O engenheiro britânico diêmesJames Watt (1736-1819) aprimora uma nova máquina: o motor a vapor. Esse novo invento seria fundamental no contexto da Revolução Industrial.

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Após diversas tentativas fracassadas, os britânicos conquistaram a Costa do Ouro, região quêque pertence atualmente a Gana. O Imperialismo (também conhecido como Neocolonialismo) buscou expandir os domínios dos países europêuseuropeus mais industrializados, especialmente Inglaterra e França, a regiões da África, da Ásia e da Oceania. Ao final do século XIX, grandes áreas da África e da Ásia foram conquistadas pêlospelos europêuseuropeus.

O inventor americano-canadense Reginald Fessenden (1866-1932) consegue, pela primeira vez, transmitir a voz humana via rádio. Essa conkistaconquista tecnológica iniciou um processo de construção de transmissores de rádio.

Foi inaugurada a linha ferroviária Caminho de Ferro de Benguela, conectando o interior do Congo ao porto de Lobito, em Angola. A função da linha ferroviária era facilitar a exploração e escoamento dos minérios congoleses.

Foi lançado pêlospelos Estados Unidos o Telstar 1, primeiro satélite de comunicações posto em órbita da Terra. Ele possibilitou a primeira transmissão televisiva ao vivo.

O pesquisador e cientista britânico Tim Berners-Lee (1955-) criou a world wide web (www), uma nova forma de conectar constantemente pessoas ao redor do mundo.

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INTEGRANDO COM...
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

Do ponto de vista histórico, econômico e social, as transformações no mundo do trabalho quêque estamos experienciando na atualidade podem sêrser contextualizadas com base em um longo processo quêque se iniciou durante a Revolução Industrial, ainda restrita à Inglaterra do século XVIII.

Expressões e conceitos como Quarta Revolução Industrial (ou Indústria 4.0) indicam quêque existiram uma primeira, uma segunda e uma terceira revolução. Logo, compreender a nossa experiência cotidiana e os impactos quêque as transformações tecnológicas causam deve sêrser acompanhado de uma análise quêque remonte ao próprio significado do termo industrialização.

A Revolução Industrial se iniciou na Inglaterra com o uso de maquinários na produção têxtil, alterando profundamente a maneira como os tecídostecidos eram produzidos e, em consequência, as relações de trabalho. Invenções como a máquina de fiar, em 1733, e a máquina a vapor, em 1765, possibilitaram o aumento da produção e a diminuição no preêçopreço dos produtos. A produção de carvão, necessária para abastecer as máquinas a vapor, tornou-se fundamental no continente europeu. O algodão produzido majoritariamente por pessoas escravizadas no sul dos Estados Unidos abastecia os grandes centros europêuseuropeus.

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Há diversas transformações associadas à industrialização, mas podemos citar o incremento do processo de urbanização no continente europeu e a decadência do trabalho artesanal. Após a (Primeira) Revolução Industrial, o tecelão se tornou um apêndice da máquina, ficando subordinado ao ritmo de trabalho dela.

Ao final do século XIX, a produção têxtil européiaeuropeia entrou em crise. Porém, uma nova ssossiedadesociedade havia se formado, assentada no lucro e na aplicação da ciência na produção de novas mercadorias. Inúmeras modificações sociais e tecnológicas deram lugar ao quêque é conhecido como Segunda Revolução Industrial, iniciada na segunda mêtádemetade do século XIX, em quêque novas formas de energia, como o petróleo, ganharam importânssiaimportância. A industrialização se expandiu pela Europa, pêlospelos Estados Unidos e pelo Japão, impulsionada pela produção de aço e ferro — a qual beneficiou também as ferrovias, quêque encurtaram o tempo de deslocamento entre localidades distantes.

A Terceira Revolução Industrial, iniciada na segunda mêtádemetade do século XX, relaciona-se com o processo de automatização, associado ao avanço da área de robótica, viabilizado pelo desenvolvimento dos microprocessadores. Todavia, recentemente, a expressão Quarta Revolução Industrial tem se popularizado. Ela sinaliza quêque, neste momento, um novo processo de industrialização está acontecendo.

Com base nas informações lidas, faça o quêque se pede.

• Em grupo, pesquise a expressão Quarta Revolução Industrial (ou Indústria 4.0). Observe quais são as principais alterações econômicas e tecnológicas associadas a esse processo. Depois, redija um breve resumo sobre suas descobertas.

Consulte Orientações para o professor.

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ATIVIDADES

Consulte Orientações para o professor.

1. Em seu caderno, indique a diferença entre os conceitos de trabalho e ocupação.

2. dêz-crevaDescreva o conceito de economia global propôstoproposto por Manuel Castells.

3. Leia o trecho a seguir.

[…] Qualquer pessoa com capacidade de gerar um valor agregado excepcional em qualquer mercado gózagoza da oportunidade de escolher emprego em qualquer lugar do mundo — e de sêrser convidado também. […].

[…]

[…] Embora o capital seja global, e as principais rêdesredes de produção sêjamsejam cada vez mais globalizadas, o maior contingente de mão de obra é local. Só a elite dos especializados, de grande importânssiaimportância estratégica, é realmente globalizada.

CASTELLS, Manuel. A ssossiedadesociedade em rê-derede: a era da informação: economia, ssossiedadesociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 2020. p. 182-183.

No texto, qual desigualdade de âmbito global é analisada pelo sociólogo Manuel Castells?

enêmENEM EM MENTE

1 (Enem/MEC, 2022)

Uma nova economia surgiu em escala global no último quartel do século XX. Chamo-a de informacional, global e em rê-derede para identificar suas características fundamentais e diferenciadas e enfatizar sua interligação. É informacional porque depende basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar d fórmade forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque seus componentes estão organizados em escala global, diretamente ou mediante uma rê-derede de conexões entre agentes econômicos. É rê-derede porque é feita em uma rê-derede global de interação entre rêdesredes empresariais.

CASTELLS, Manuel. A ssossiedadesociedade em rê-derede: a era da informação: economia, ssossiedadesociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. (Adaptado).

Qual mudança estrutural é resultado da forma de organização econômica descrita no texto?

a) Fabricação em série.

b) Ampliação de estoques.

c) Fragilização dos cartéis.

d) Padronização de mercadorias.

e) Desterritorialização da produção.

Resposta: e).

Consulte Orientações para o professor.

2 (Enem/MEC, 2021)

Constatou-se uma ínfima inserção da indústria brasileira nas novas tecnologias ancoradas na microeletrônica, capazes de acarretar elevação da produtividade nacional d fórmade forma sustentada. Os motores do crescimento nacional, há dékâdâsdécadas, são os grupos relacionados a comóditiscommodities agroindustriais e à indústria representativa do antigo padrão fordista de produção, esta última também limitada pela baixa potencialidade futura de desencadear inovações tecnológicas capazes de proporcionar elevação sustentada da produtividade.

AREND, M. A industrialização do Brasil ante a nova divisão internacional do trabalho. Disponível em: https://livro.pw/zjgwo. Acesso em: 16 jul. 2015. (Adaptado).

Um efeito dêêssedesse cenário para a ssossiedadesociedade brasileira tem sido o(a):

a) barateamento da cesta básica.

b) retorno à estatização econômica.

c) ampliação do pôdêrpoder de consumo.

d) subordinação aos fluxos globais.

e) incentivo à política de modernização.

Resposta: d).

Consulte Orientações para o professor.

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Trabalho digital

A partir da popularização dos celulares inteligentes com acesso irrestrito à internet, uma nova transformação tecnológica se iniciou, impactando inclusive as relações trabalhistas contemporâneas.

Os aplicativos de entrega ou de transporte, por exemplo, desenvolvidos com o objetivo de conectar clientes a fornecedores dispostos a realizar o trabalho solicitado, são platafórmasplataformas consideradas responsáveis por uma das principais alterações na forma como as pessoas se ocupam, trabalham e buscam novas maneiras de obtêrobter renda no mundo atual.

Essa transformação, quêque é simultaneamente tecnológica e econômica, ganhou diversos nomes, como gig economy (em português, “economia de bicos”). Outras expressões quêque se relacionam a esse novo mercado são plataformização do trabalho, uberização e trabalho digital.

Vamos conhecer as principais características do trabalho digital, inicialmente analisando a seguinte situação: você está em casa e resólveresolve pedir uma pitssapizza. Você pódepode ligar para a pizzaria, e, depois, um entregador buscará sua encomenda e a entregará em sua residência. Nesse contexto, existem quatro agentes econômicos: você, a pizzaria, o entregador e a platafórmaplataforma.

Outra situação para analisarmos: você está na escola, em um dia chuvoso, e deseja ir para casa. Então, chama um carro por meio de um aplicativo quêque conecta você a motoristas dispostos a realizar seu transporte. Aqui, temos três agentes: você, o motorista e o aplicativo.

Em ambas as situações, há grande praticidade em conseguir, em poucos cliques, algo de quêque você precisa.

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A exemplo dos sociólogos, como o espanhol Castells, pesquisadores do mundo do trabalho enfatizam e se preocupam com a profunda alteração nas relações de trabalho provocada diretamente pela maneira como as platafórmasplataformas se relacionam com a mão de obra quêque efetivamente faz o trabalho propôstoproposto por elas. Na visão dos criadores das platafórmasplataformas, os entregadores e motoristas não são trabalhadores formais, protegidos pela legislação trabalhista nacional (por exemplo, com carteira de trabalho assinada), mas sim mais um cliente da platafórmaplataforma. Ou seja, a mão de obra não trabalha diretamente para a platafórmaplataforma, e o aplicativo é apenas um intermediário entre o cliente (por exemplo, você) e outras pessoas ou empresas (por exemplo, a pizzaria), em busca de renda gerada por esses clientes.

A precarização do trabalho, a informalidade e a realização de “bicos” para sobreviver são anteriores ao desenvolvimento das platafórmasplataformas digitais. O quêque torna o trabalho digital novo é o uso de uma tecnologia avançada quêque usa algoritmos, análise de dados e avaliações constantes da mão de obra para desenvolver platafórmasplataformas em quêque o trabalhador é compreendido como um usuário. O prestador de serviço fica à disposição da platafórmaplataforma e em busca de um cliente, mas não há reconhecimento formal do trabalho dele.

A esse respeito, leia e reflita sobre o texto a seguir:

Há uma espécie de leilão invertido quêque coloca os/as trabalhadores/as em concorrência permanente, na busca por um novo labor a sêrser executado. Criam-se mercados de trabalho no interior de cada empresa, visando ao enfraquecimento do pôdêrpoder de barganha da fôrçaforça de trabalho. Assim, um amplo contingente (recrutado em diversas profissões, em sua maioria desempregado) fica à disposição da platafórmaplataforma para competir entre si, permitindo quêque haja sempre a possibilidade real de rebaixamento salarial.

FILGUEIRAS, vítorVitor; ANTUNES, Ricardo. Plataforma digitais, uberização do trabalho e regulamentação no capitalismo contemporâneo. In: ANTUNES, Ricardo (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020. p. 67.

Resumidamente, a noção de vínculo empregatício ou emprego formal se torna vaga e enfraquecida no contexto do trabalho digital, e a relação assimétrica entre trabalho e capital se aprofunda.

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Além da ausência de vínculo formal do trabalhador, outro aspecto a se considerar é a vigilância constante realizada pelas platafórmasplataformas no dia a dia do prestador de serviço. Valendo-se de algoritmos e sistemas de avaliação executados pelo cliente, após a finalização do trabalho, as platafórmasplataformas conseguem manter um contrôlecontrole efetivo sobre o trabalho realizado e sobre o trabalhador, ao mesmo tempo quêque afirmam não ter uma relação trabalhista formal com ele.

Sendo assim, no trabalho digital, é o algoritmo quêque toma as decisões, quêque propõe os clientes ao prestador de serviço, quêque organiza as demandas diariamente e quêque se torna o supervisor (chefe) do trabalhador, criando um rã-kinranking avaliativo disponível aos clientes interessados. Caso o trabalhador não atinja determinadas metas, ele é excluído do sistema da platafórmaplataforma. Por essa razão, há uma crítica à ideia de quêque o trabalho digital seja flexível.

Por fim, existem os riscos a quêque o trabalhador, associado ao trabalho digital, está sujeito. Esses riscos são apenas do trabalhador, a mão de obra quêque efetivamente mantém a platafórmaplataforma funcionando. Para as platafórmasplataformas, não há ônus, uma vez quêque não há pagamento dos direitos trabalhistas relacionados à contratação formal, como férias, 13º salário, hora ésstraextra, aposentadoria e cuidado necessário em caso de acidente de trabalho. Todos esses encargos são de responsabilidade do próprio trabalhador.

Nessa obra, organizada pelo sociólogo Ricardo Antunes, diversos artigos buscam compreender o papel da revolução tecnológica associada ao trabalho digital no cotidiano de trabalhadores brasileiros, em diferentes áreas, a exemplo de mototaxistas e operadores de téle-márquêtintelemarketing.

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Esses riscos no trânsito e a falta de uma vinculação trabalhista entre trabalhador e aplicativo criaram uma nova categoria de ocupação. Ela não se caracteriza como um trabalho formal, regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, ao mesmo tempo, não é um trabalho informal em quêque não existe vínculo com uma empresa capitalista (conhecido como “bico”). Ao contrário, o trabalho digital é associado diretamente a empresas bilionárias, muitas com ações vendidas na Bolsa de Valores, representando uma nova forma de exploração do trabalho.

Essa nova vinculação trabalhista se tornou uma forma importante de pessoas obterem renda, de maneira regular, mas quêque ainda carece de regulamentação. O trabalho digital ainda não está regulamentado em diversos países, a exemplo do Brasil.

Em julho de 2020, no contexto da pandemia do coronavírus, ocorreu uma greve de entregadores de aplicativos no Brasil. Esse movimento grevista demarcou o início de um processo de diligência entre os trabalhadores e as platafórmasplataformas.

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ATITUDE

Sugere-se comentar com os estudantes quêque morbidade é a relação entre o número de pessoas portadoras de uma doença ou lesão em relação à população total do local. Para os órgãos de saúde, esse valor é fundamental para a imediata intervenção com medidas de saúde pública.

Leia o texto a seguir.

Ministério da Saúde lança documento com dados sobre lesões de motociclistas no trânsito

[…]

O número de mortes de motociclistas em lesões no trânsito apresentou estabilidade entre 2011 (11.485 óbitos) e 2021 (11.115 óbitos), assim como a taxa de mortalidade quêque, em 2011, foi de 5,8 e em 2021 ficou em 5,7 por 100 mil habitantes. […]

As lesões de trânsito são um importante problema de saúde pública global, configurando entre as dez principais causas de morte em países de baixa e média renda e a sexta causa de DALY […], quêque significa “anos de vida perdidos ajustados por incapacidade”. De acôr-doacordo com o boletim publicado, no Brasil, em 2020, estas lesões foram responsáveis por mais de 190 mil internações nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e hospitais conveniados. Destas, mais de 61% eram de motociclistas.

Maria del Carmem Bisi Molina, diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não Transmissíveis, explica quêque o maior custo dêêssesdesses acidentes são as vidas quêque se perdem e os impactos quêque tais incidentes geram na rê-derede de saúde. Esses acasos também geram impactos, segundo ela, na produção das pessoas e refletem na questão do empobrecimento das famílias. […]

“Outro aspecto a sêrser considerado é o uso das motocicletas como meio de transporte para o trabalho ou como equipamento de trabalho, como nos sêrserviços de entrega. Assim, diversos acidentes com motociclistas podem ser considerados acidentes de trabalho típicos”, acrescenta a diretora.

[…]

A morbidade e a mortalidade por lesões de trânsito, especialmente a de motociclistas, se caracterizam como um problema de múltiplas determinações e as intervenções para sua redução dependem de diversos atores dos sistemas econômicos e públicos.

Ações do setor saúde devem sêrser complementadas pêlospelos órgãos de trânsito, pela educação, planejamento urbano, entre outros. Baseado na complexidade dessas determinantes, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde busca […] apoiar iniciativas intersetoriais entre govêrnogoverno e ssossiedadesociedade civil quêque priorizem a segurança viária, transporte e trânsito seguros, sinalização, proteção das rodovias, na perspectiva de sistemas seguros, incluindo a especificação de segurança na aquisição de veículos de passeio, transporte de carga e de passageiros.

Também é de fundamental importânssiaimportância capacitar a rê-derede de atenção à saúde para identificar os acidentes de trabalho com motociclistas, tanto de trajeto quanto típicos, notificando adequadamente nos sistemas de informação em saúde, permitindo obtêrobter informações fidedignas dêêssedesse agravo e propor ações de promoção de saúde e prevenção dêêssesdesses acidentes.

BRASIL. Ministério da Saúde lança documento com dados sobre lesões de motociclistas no trânsito. Ministério da Saúde, 28 mar. 2023. Disponível em: https://livro.pw/qkdpj. Acesso em: 16 set. 2024.

Após a leitura, faça o quêque se pede.

Consulte Orientações para o professor.

• Em grupo, produza um panfleto quêque deve sêrser distribuído virtual e fisicamente na escola e em sua comunidade, estabelecendo de quêque maneira podemos contribuir para a resolução ou mitigação de um problema do nosso cotidiano, quêque são os acidentes de trânsito quêque afligem os motociclistas.

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ATIVIDADES

1. dêz-crevaDescreva as principais características do trabalho digital, analisando de quêque maneira os trabalhadores estão se organizando em busca de mais reconhecimento para seus trabalhos.

1. O trabalho digital tem como característica a falta de vínculo empregatício e trabalhista entre o trabalhador e a platafórmaplataforma quêque oferece serviços. Porém, esse mesmo trabalhador é controlado e vigiado constantemente pelo algoritmo do aplicativo.

2. Indique a razão de a mão de obra sêrser ainda central no contexto do trabalho digital.

2. Ainda quêque o trabalho seja “digital”, construído por platafórmasplataformas e controlado por algoritmos, a dependência e a realização do trabalho depende da mão de obra. Por exemplo, os entregadores, conhecidos como motoboys, representam a mão de obra quêque realiza, efetivamente, o trabalho propôstoproposto pelas platafórmasplataformas digitais.

3. (UFPR, 2022)

Nos últimos dois séculos, houve uma forte redução da taxa de extrema pobreza em escala mundial, sêndosendo considerada como linha de pobreza a renda per cápitaper capita de US$ 1,90 por dia (valor ajustado pela inflação e pelo pôdêrpoder de compra do dólar em cada país). Por esse critério, no ano de 1800, a população classificada como extremamente póbrepobre abrangia 85% da população mundial, ao passo quêque, em 2017, essa taxa havia caído para 9%. E esse processo se acelerou a partir de 1950, ano em quêque a população extremamente póbrepobre abrangia pouco mais de 60% da população total, o quêque implica dizêrdizer quêque a redução da pobreza ocorrida nos últimos 67 anos do período analisado foi muito maior do quêque a redução ocorrida ao longo dos 150 anos precedentes.

(ROSLING, H. Factfulness: o hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos. 2. ed. Rio de Janeiro: recórRecord, 2019.)

Com base no enunciado e nos conhecimentos de geografia geral, assinale a alternativa correta.

a) A diminuição do percentual de pobres se acelera após 1949 devido à instituição da Lei do Filho Único na chiinaChina, tendo em vista a grande participação dêêssedesse país no total da população póbrepobre do mundo até aquele ano.

b) A redução da proporção de pobres não fez a pobreza extrema diminuir em termos absolutos porque a população mundial passou de 1 para 7,8 bilhões entre 1800 e 2017, o quêque fez o número de pobres crescer.

c) A elevação da renda per cápitaper capita em um país não melhora as condições de saúde, educação e de saneamento básico se não houver diminuição da concentração de renda.

d) A queda do percentual de pessoas extremamente pobres se acelera no período marcado pela intensificação dos processos de industrialização, modernização da agricultura e urbanização.

e) A pobreza extrema diminui a partir de 1800 porque esse período histórico se caracteriza pelo processo de descolonização, o qual permitiu a generalização da democracia e do modelo de Estado do Bem-Estar.

3. Resposta: D.

A questão se relaciona com a desigualdade a nível mundial, analisando o papel da industrialização, urbanização e modernização da agricultura no aumento da produtividade.

enêmENEM EM MENTE

(Enem/MEC, 2021)

O uso de novas tecnologias envolve a assimilação de uma cultura empresarial na qual haja a integração entre as propostas de modernização tecnológica e a racionalização. Nem sempre o uso de novas tecnologias é apenas um processo técnico na medida em quêque pressupõe uma nova orientação no contrôlecontrole do capital, no processo produtivo e na qualificação da mão de obra. Dos diversos efeitos quêque derivaram dessa orientação, a terceirização, a precarização e a flexibilização aparécemaparecem com constância como características do paradigma flexível, em substituição ao modelo taylorista-fordista.

HERÉDIA, V. Novas tecnologias nos processos de trabalho: efeitos da reestruturação produtiva. Scripta Nova, [s. l.], n. 170, ago. 2004. (Adaptado).

O uso de novas tecnologias relacionado ao contrôlecontrole empresarial é criticado no texto em razão da:

a) operacionalização da tarefa laboral.

b) capacitação de profissionais liberais.

c) fragilização das relações de trabalho.

d) hierarquização dos cargos executivos.

e) aplicação dos conhecimentos da ciência.

Resposta: C.

O uso de novas tecnologias no mercado de trabalho pódepode estar relacionado a um processo de precarização, marcado pela falta de vínculos empregatícios entre o trabalhador e a empresa capitalista.

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RETOMANDO

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CAPITULO
5
Automação

PARTIDA

Em razão dos avanços tecnológicos, atualmente muitos processos de produção são automatizados, tanto d fórmade forma mecânica — operados por uma pessoa quêque aciona botões ou alavancas — quanto d fórmade forma digital, em quêque uma máquina é programada — por uma pessoa — com algoritmos para realizar tarefas repetitivas sem quêque seja necessária a presença de um operador.

O modelo de produção automatizado traz vários benefícios, como mais capacidade produtiva para o setor industrial e agrícola; mas gera preocupações nos trabalhadores, pelas mudanças nas relações de trabalho e pela insegurança, como a possibilidade de perda de empregos.

1 No contexto do trabalho, o quêque você entende por automação?

Consulte Orientações para o professor.

1. Resposta pessoal. Espera-se quêque os estudantes entendam quêque a automação está relacionada à automatização dos processos de trabalho, ou seja, as tarefas antes executadas por pessoas passam a sêrser executadas por máquinas, por meio mecânico ou digital.

2 Nesse cenário de fortalecimento das novas tecnologias, como precisam sêrser os profissionais de hoje e do futuro?

2. Resposta pessoal. Espera-se quêque os estudantes relacionem as novas tecnologias ao maior preparo técnico dos profissionais de hoje e do futuro, pois, cada vez mais, conhecimentos sobre as tecnologias passam a sêrser necessários para operação dos sistemas automatizados.

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Início da linha de produção

A produção em massa foi impulsionada pela linha de produção, quêque é um sistema no qual o operador deixou de fazer todo o processo e passou a fazer apenas uma parte dele. pôdêmosPodemos exemplificar essa situação com a profissão de sapateiro. Esse profissional fazia manualmente toda a produção do sapato, escolhia os materiais, cortava e colava cada peça e o finalizava com acabamentos finos.

Com o início da linha de produção, cada pessoa se tornou responsável por somente uma parte do processo. Então, na fabricação de um sapato, algumas pessoas faziam apenas a sola, outras recortavam as peças, algumas só colavam e, finalmente, outros faziam os acabamentos.

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Essa nova dinâmica de produção aconteceu na Revolução Industrial do final do século XVIII e alterou profundamente as relações de trabalho. Para sobreviver financeiramente, o artesão se tornou operário, ocupando uma função específica no processo. Isso diminuiu o tempo gasto com a produção — produzia-se mais e d fórmade forma mais rápida — e reduziu seus custos. No entanto, ocasionou a desvalorização do trabalhador.

Frente a essa nova realidade, em quêque o objetivo era a maior e mais rápida produção, os trabalhadores procuraram manter seus empregos. Esse movimento apenas foi possível com a flexibilização (forçada) de suas exigências, relacionadas a salários e benefícios, e com a abdicação de condições de trabalho adequadas.

Esse cenário, propício à exploração do trabalhador pêlospelos empregadores, embasou o surgimento do direito do trabalho, quêque tinha como propósito preservar a dignidade das pessoas ocupadas nos trabalhos em indústrias. O primeiro documento oficial quêque reconheceu os direitos dos trabalhadores como legítimo foi a encíclica Rerum Novarum, escrita pelo papa Leão XIII e publicada em 1891. Contudo, foi somente no final da década de 1910 quêque esses direitos começaram a sêrser explicitados nas constituições de países, sêndosendo as primeiras a Constituição do México, de 1917, e a Constituição de Weimar, na Alemanha, de 1919. No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), dispositivo quêque visa à proteção dos trabalhadores, foi promulgada apenas em 1943.

Mesmo com o posicionamento claro da comunidade internacional em relação aos direitos trabalhistas, ainda persistem práticas, como o dumping social, quêque violam os princípios estabelecidos. Sobre esse assunto, leia o texto a seguir:

Mulheres vivenciam condições precárias de trabalho como estratégia de redução de custo

[…]

O ambiente de trabalho pódepode sêrser bastante árduo para as mulheres. Além das múltiplas jornadas diárias, muitas profissionais encaram atividades desgastantes em situação de vulnerabilidade, além de cenários marcados pela desigualdade de gênero, preconceito e com salários inferiores aos de homens. […] É o quêque mostra a dissertação de mestrado de Mariane Lima Borges Brasil, pesquisadora em Direito do Trabalho e Seguridade Social pela Faculdade de Direito (FD) da úspiUSP.

[…] O estudo buscou compreender os aspectos históricos e conceituais do dumping social, além de seus efeitos na ssossiedadesociedade, especialmente com mulheres no mercado de trabalho.

[…]

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O dumping social configura a prática recorrente de desrespeito à legislação trabalhista, como forma de obtêrobter vantagem econômica sobre a concorrência, desvalorizando o trabalho humano e sua dignidade. “Trata-se da ação reiterada de desrespeito trabalhista, visando a reduzir custos. Isso acarreta problemas não só ao trabalhador, mas também à coletividade como um todo, pois abarrota o sistema judiciário de processos e prejudica as próprias empresas no sentido de incorrer em ações desleais no mercado de trabalho”, afirma a pesquisadora. Em tradução livre, a expressão dumping provém do verbo em inglês to dump e exprime a ação de rebaixar algo à condição de lixo, despejar, desfazer-se de algo e jogar fora.

[…]

[…] A pesquisa mostrou quêque as profissionais trabalham em ocupações precárias, freqüentementefrequentemente contratadas sem assinatura na carteira de trabalho e remuneração baixíssima, especialmente na zona rural, além de enfrentarem dificuldades relacionadas à discriminação de gênero.

[…]

A recorrência do dumping social com mulheres se dá, sobretudo, pelo histórico de desigualdade presente na ssossiedadesociedade brasileira. “O patriarcado sempre dificultou o acesso feminino aos postos de trabalho formais, principalmente para mulheres negras, quêque tiveram suas funções muito atreladas ao serviço de mão de obra não remunerado, sem contar o histórico escravagista do nosso País. Isso acarreta preconceito e exclusão de mulheres do mercado de trabalho, ocasionando desigualdade salarial e cargos inferiores.”

[…]

Mariane explica quêque existe uma multa por dumping social quêque pódepode sêrser aplicada d fórmade forma judicial pêlospelos magistrados da área trabalhista, ao condenar empresas quêque violarem recorrentemente direitos sociais. […]

Ainda a pesquisadora ressalta quêque sua maior intenção com a pesquisa é, de fato, desinvisibilizar a condição das mulheres no mercado de trabalho, propondo uma medida judicial cabível, como condenação por dumping social. […]

ROSABONI, Camilly. Mulheres vivenciam condições precárias de trabalho como estratégia de redução de custo. Jornal da úspiUSP, São Paulo, 14 ago. 2023. Disponível em: https://livro.pw/rkfjq. Acesso em: 11 set. 2024.

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ATITUDE

Consulte Orientações para o professor.

Como resistência e combate a situações de violação dos direitos trabalhistas e diante do risco de precarização das condições de trabalho, várias iniciativas são desenvolvidas e cobradas por Organizações Não Governamentais (ônguisONGs) e consumidores quêque prezam pelo consumo consciente.

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é um dêêssesdesses movimentos. Trata-se de um compromisso assumido por algumas empresas em garantir posturas éticas, tanto em relação aos direitos do trabalhador quanto ao quêque se refere a práticas sustentáveis.

• Pesquise quais são as práticas de RSC adotadas nas empresas e, com base nessas informações, investigue como nós cidadãos podemos fortalecer essa iniciativa.

À medida quêque a produção se expande pelo uso das novas tecnologias, a oferta de mercadorias aumenta, o quêque viabiliza a redução dos preços, mantendo um padrão de qualidade, e torna os produtos mais competitivos no mercado.

Retomando o contexto em quêque o sapateiro exerce sua profissão, percebemos quêque se trata de trabalho artesanal quêque demanda conhecimento, matéria-prima de qualidade, habilidade e, principalmente, tempo. Os produtos artesanais tendem a sêrser associados à alta qualidade e exclusividade, justamente por serem feitos em pequena quantidade, ou seja, terem oferta limitada. Esses aspectos agregam mais valor à mercadoria, o quêque deve se refletir no preêçopreço de sua produção. Assim, torna-se injusta a forma como ocorre a competição entre os sapatos feitos pelo sapateiro e os sapatos produzidos em massa em indústrias de calçados, quêque oferecem mercadorias com preços mais acessíveis ao consumidor.

Essa situação ilustra a fragilização dos pequenos negócios, quêque enfrentam desafios quêque vão além da estrutura e da disponibilidade de tecnologia, encontrando dificuldades em competir quanto à escala de produção, ao acesso ao mercado e ao financiamento para seu desenvolvimento. Tais condições comprometem a subsistência e a sobrevivência dêêssesdesses profissionais e dessas empresas menóresmenores no mercado. Dinâmicas semelhantes a essa estão relacionadas à produção de roupas, acessórios, materiais de papelaria e alimentos, entre tantos outros.

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Empresas com melhores condições e disponibilidade de capital conseguem investir mais em tecnologia e pesquisas para aprimorar suas atividades, reduzindo custos operacionais ao mesmo tempo quêque a produtividade aumenta. Enquanto isso, empresas menóresmenores, com menor disponibilidade de recursos, tornam-se cada vez menos competitivas e enfraquecidas.

Acesso à automação

As consequências econômicas geradas pela disparidade na competição entre o pequeno e o grande empreendedor são agravadas pela desigualdade de acesso à tecnologia. Embora as tecnologias de automação estejam disponíveis, sua utilização não é acessível a todos. Esse desequilíbrio de forças não só se limita ao âmbito empresarial mas também se reflete nas desigualdades regionais. Algumas regiões do mundo são mais desenvolvidas e apresentam melhor infraestrutura, o quêque torna o acesso à tecnologia e a aplicação da automação mais viáveis. Em contrapartida, existem áreas menos favorecidas em quêque os modos de produção se encontram estagnados por causa da falta de acesso a recursos e por outros desafios sociais e econômicos. Essa dinâmica de funcionamento aprofunda as diferenças entre as regiões: as mais desenvolvidas sempre avançam, enquanto as demais não conseguem participar do processo de desenvolvimento tecnológico.

Nesse contexto, aspectos relacionados à globalização — como a abertura de novos mercados e o aumento da distribuição de produtos para novos consumidores — também devem sêrser analisados. A globalização acentua a disparidade de condições entre as diferentes nações e possibilita quêque as grandes empresas explorem as menóresmenores. Os fatores quêque colabóramcolaboram para essa exploração são a mão de obra mais barata e a maior tolerância às condições precárias de trabalho, comuns em regiões onde as legislações trabalhistas são menos exigentes ou inexistentes.

As grandes empresas são atraídas para regiões menos desenvolvidas por causa da fragilidade ou até da ausência de legislações ambientais. Muitas vezes, esses territórios flexibilizam kestõesquestões ambientais e ainda oferecem benefícios fiscais, com o objetivo de atrair mais empresas sôbisob a ilusão de gerar empregos e desenvolvimento econômico para a região.

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contrôleControle e automação

Muitos produtos ainda são feitos em linha de produção, com pessoas operando máquinas. Contudo, esse processo vêmvem se automatizando mais freqüentementefrequentemente em decorrência dos avanços tecnológicos dos últimos séculos.

Como vimos, a transição de trabalhos manuais desenvolvidos em linha para operações executadas d fórmade forma autônoma, ou seja, com processos quêque envolvem automação, tem sido considerada por estudiosos da área como uma nova Revolução Industrial — a Indústria 4.0.

Recordando, as revoluções industriais podem sêrser descritas da seguinte forma:

O termo automação foi criado na década de 1940 por engenheiros quêque trabalhavam com linhas de produção automotiva. Atualmente, podemos definir esse conceito da seguinte forma:

Automação é o uso de comandos lógicos programáveis em maquinários e equipamentos quêque podem substituir atividades manuais quêque envolveriam tomada de dê-cisãodecisão do trabalhador.

Nesse sentido, a automação está relacionada à automatização de uma tarefa, antes manual, quêque passa a sêrser feita com recursos automáticos envolvendo processos mecânicos (máquinas) e digitais (programação).

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Quando se iniciou a automação nas fábricas, os processos eram mecanizados com o maquinário preparado para operar por meio de comandos humanos, como o acionamento de um botão ou de uma alavanca. A mesma tarefa era realizada repetidas vezes pelo operário.

Com o desenvolvimento de tecnologias digitais, os comandos passaram paulatinamente a sêrser feitos d fórmade forma digital com uso de hardwares e softwares de contrôlecontrole.

No exemplo da produção de sapatos apresentado no início dêstedeste Capítulo, as fábricas podem, em cada etapa de produção do calçado, utilizar maquinários quêque substituem processos manuais por processos controlados em quêque a intervenção humana é mínima e limitada à operação e programação das máquinas.

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Tempos modernos (módernModern táimisTimes, no original em inglês) é um filme estadunidense clássico dirigido e estrelado pelo ator britânico chârliCharlie Chaplin (1889-1977). A história conta o dia a dia da personagem interpretada por Chaplin na linha de montagem da fábrica em quêque trabalha. Chaplin satiriza as condições de trabalho da época e leva os espectadores a refletir sobre os impactos da modernização, principalmente em relação às classes trabalhadoras.

ATIVIDADES

1. Observe a imagem a seguir, quêque retrata a linha de produção de automóveis.

Sobre a situação, converse com seus côlégascolegas e com seu professor. Depois, resôuvaresolva os itens.

1. Para fins de comparação, os estudantes podem observar novamente a fotografia da linha de montagem veicular apresentada em contrôleControle e automação.

a) Esta linha de montagem veicular é antiga ou moderna? Justifique.

1. a) Espera-se quêque os estudantes concluam, com base na imagem, quêque é uma linha moderna. Pode-se notar isso, por exemplo, pêlospelos braços robóticos, muito provavelmente com contrôlecontrole e automação.

b) Pesquise as principais etapas de uma linha de montagem veicular. Todas elas podem sêrser totalmente automatizadas? Justifique sua resposta.

1. b) Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

2. O uso de contrôlecontrole e automação alterou o papel do trabalhador nas linhas de montagem de qualquer produto. Na sua opinião, isso é algo bom ou ruim? Justifique sua resposta.

2. Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

enêmENEM EM MENTE

(Enem/MEC,2011)

A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais quêque afetaram os trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias troussetrouxe a diminuição do trabalho necessário quêque se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez quêque, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho.

Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales. Universidad de Barcelona. númeroNº 170(9), 1 ago. 2004.

A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado:

a) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personalizados.

b) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial.

c) pela participação ativa das empresas e dos próprios trabalhadores no processo de qualificação laboral.

d) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores especializados em funções repetitivas.

e) pela manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade.

C

As mudanças ocasionadas pela automação industrial geraram uma necessidade crescente de qualificação e requalificação dos trabalhadores, quêque precisaram se adequar às novas exigências do mercado, levando à necessidade de empresas e trabalhadores buscarem essas formações.

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As tecnologias digitais impulsionaram os processos de contrôlecontrole e automação quêque são, com mais freqüênciafrequência, controlados por hardwares e softwares com mínima ou nenhuma intervenção humana em atividades repetitivas — a interação com as máquinas tendem a ocorrer apenas para o contrôlecontrole e manutenção dos sistemas automatizados. Isso pódepode trazer diversas vantagens ao trabalhador e aos modos de produção, mas também desvantagens. Acompanhe alguns pontos principais dessa dicotomia.

Vantagens

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AUTOMAÇÃO

Desvantagens

Tudo quêque é novo acaba gerando inseguranças sobre aplicações e caminhos a seguir, mas, no geral, desde quêque se trabalhe para a superação das desvantagens, as vantagens parecem superá-las, pois não há como fugir às mudanças devido aos avanços tecnológicos, apenas se adaptar da melhor forma. E você, como se sente em relação a essas mudanças?

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Aspectos técnicos da automação

O cóódigocódigo binário, quêque você já conhece, faz parte da lógica de automação. Os estados ligado (1) ou desligado (0), em inglês on e off, são chamados de estados digitais. Eles podem representar diversos elemêntoselementos em um sistema de automação, como o estado de um interruptor, de um sensor, de um motor, de uma válvula etc.

Os sistemas em geral são compléksoscomplexos, então apenas os estados digitais podem sêrser insuficientes para colocar uma máquina em funcionamento. Um motor, por exemplo, pódepode estar em 0 ou 1, mas possuir outros parâmetros quêque precisam sêrser descritos numericamente, como o valor de sua velocidade de rotação.

Os dispositivos analógicos podem medir variáveis contínuas, como posição, velocidade, vazão, entre outras grandezas físicas, para conseguir realizar as operações para as quais foram projetados. Nesses casos, o valor tem uma representação analógica quêque, dependendo do sistema, pódepode sêrser um número real, inclusive com vírgula.

O braço robótico retratado nesta página pódepode ter elemêntoselementos para fazer uma tarefa específica, como apertar apenas alguns tipos de parafuso — nessa situação, ele será programado para operar somente em determinadas posições da peça. O contrôlecontrole díssudisso envolverá estados digitais e parâmetros analógicos.

Os sistemas de computadores são digitais e envolvem o cóódigocódigo binário, então esses parâmetros analógicos passam por um processo de conversão analógico-digital para quêque possam sêrser interpretados corretamente.

Como os sistemas de automação são elétricos, tanto as entradas quanto as saídas analógicas, em geral, assumem a forma de variação de corrente elétrica e tensão elétrica. Os sinais elétricos são convertidos em sinais digitais por meio de um circuito conversor chamado de ADC, do inglês analog-to-digital converter (“conversor analógico-digital”, em tradução livre). Para fazer o inverso, ou seja, converter sinais digitais em sinais elétricos, existem circuitos conversores chamados de DAC, do inglês digital-to-analog converter (“conversor digital-analógico”, em tradução livre).

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Consulte Orientações para o professor.

Linearidade

Um aspecto técnico importante dos sinais analógicos nos sistemas de automação é a linearidade, quêque se relaciona aos sinais de entrada ou de conversão resultante por meio das placas ADC e DAC. A linearidade representa o quanto o sinal convertido diverge do sinal original.

O termo linearidade vêmvem do fato de a conversão ocorrer mediante uma representação linear, ou seja, o gráfico de uma função linear cujo perfil é uma reta do tipo:

y = m ⋅ x + b

em quêque m indica a inclinação da reta e representa uma constante escalar determinada pelo quociente entre uma unidade de engenharia adotada e a faixa de corrente ou de tensão elétrica, x indica o valor analógico do sinal de entrada, b representa o deslocamento (caso exista algum), e y, o valor da unidade de engenharia quêque será exibido.

Para cada valor de y, pódepode-se programar alguma automação específica. Por exemplo, em um sistema de automação de peças com diferentes massas, cada peça pode exigir uma ação diferente do sistema. Assim, peças de até 50 kg devem sêrser pintadas de azul e peças com 50 kg ou mais, pintadas de vêrdeverde. Então é necessário indicar a relação entre cada faixa de massa e as ações necessárias.

Acompanhe um exemplo prático em quêque as peças citadas devam sêrser pintadas e quêque tenhamos como entrada uma variação de 0 a 10 mA (miliamperes) de corrente elétrica. Com ela, quêqueremos representar a massa de uma peça que pódepode variar de 0 a 50 kg. Vamos estabelecer quêque 0 mA representará a leitura de 0 kg, e 10 mA, a de 50 kg, pois esses são os parâmetros de nóssosnossos intervalos. Com essas variações, podemos determinar a inclinação (m) da reta.

Do estudo da reta, na Matemática, temos:

m = $\begin{array}{c}\frac{\mathrm{\Delta }y}{\mathrm{\Delta }x}=\end{array}$ ⇒ m = $\begin{array}{c}\frac{50-0}{10-0}=\end{array}$ ⇒ m = $\begin{array}{c}\frac{50}{10}\end{array}$ ⇒ m = 5 kg/mA

Não há deslocamento (b = 0) porque ambas as variações começam em zero. Assim, a equação de reta quêque procuramos é:

y = m · x + b ⇒ y = 5 · x + 0 ∴ y = 5x

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ATIVIDADES

1. Considere o exemplo em quêque as peças devem sêrser pintadas de azul ou de vêrdeverde. Nesse sistema de automação, uma corrente elétrica de 8 mA indica uma peça de quantos quilogramas? Justifique com cálculos em seu caderno e explique o significado do resultado.

1. Se x = 8 mA, então:

y = 5 ∙ 8 = 40 kg

A detectação de uma corrente de 8 mA indica quêque existe uma peça de 40 kg no sistema. Nesse caso, a peça seria pintada de azul (< 50 kg).

2. Represente graficamente em seu caderno todos os resultados possíveis para a situação considerada na atividade anterior, cuja equação é y = 5x.

2. Espera-se quêque os estudantes tracem o gráfico de uma função linear do tipo y = 5x em quêque 0 < x < 10 mA. Consulte Orientações para o professor.

Automação residencial

A automação aplicada aos ambientes residenciais segue a mesma lógica das tecnologias de automação industrial. Contudo, as interfaces são de mais fácil acesso, como por uso de aplicativos (app) em smartphones.

Costuma-se empregar a expressão casa inteligente em referência a residências com sistemas de automação. O contrôlecontrole pelo smartphone ou por algum contrôlecontrole remoto específico controla diversos itens da casa, como iluminação, sistema de som e imagem, contrôlecontrole de tempera-túratemperatura, ventilação, segurança, entre outros.

Um equipamento quêque se tornou popular e envolve processos automatizados é o robô aspirador. Sua programação pódepode sêrser simples, com um comando para apenas varrer a casa, ou compléksacomplexa, sêndosendo possível programá-lo pelo smartphone ou pelo computador para quêque consiga identificar, em uma planta baixa, cada cômodo da casa e fazer a limpeza de modo planejado.

ATIVIDADES

1. É possível automatizar alguns elemêntoselementos residenciais com sistemas de baixo custo? Pesquise o assunto para ajudar na elaboração de sua resposta.

1. Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

2. Tudo em uma residência pódepode sêrser automatizado? Reflita e anote suas ideias no caderno. Depois, discuta com os côlégascolegas e com o professor a respeito do tema.

2. Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

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INTEGRANDO COM...
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

Sistemas eletrônicos e Física

Existem platafórmasplataformas quêque disponibilizam kits de sistemas eletrônicos com placas de circuito e outros elemêntoselementos, como fios de condução, interruptores, LEDs, entre outros componentes. Esses kits podem sêrser utilizados para montar sistemas elétricos e eletrônicos diversos, inclusive simulando sistemas de automação. Por serem de cóódigocódigo aberto ou livre, podem sêrser usados por qualquer pessoa.

Essas platafórmasplataformas disponibilizam um hardware, quêque é uma placa de microcontrolador programável com entradas e saídas de conexão de sensores variados e outros componentes eletrônicos, e um software em quêque podem sêrser escritos os códigos programáveis, quêque têm como base as linguagens de programação C/C++, consistindo em códigos simples.

Por meio da montagem do hardware e da manipulação do software, é possível programar um sistema para realizar tarefas de contrôlecontrole ou automação diversas, como ler dados com sensores de muitos tipos, controlar motores, acionar LEDs, entre outras.

Os conhecimentos de Física na manipulação da platafórmaplataforma envolvem a montagem do hardware, ou seja, da placa com os sensores, e de outros elemêntoselementos quêque forem utilizados. É preciso estar atento principalmente aos tipos de circuitos montados em cada caso, com elemêntoselementos eletrônicos colocados em série (passa a mesma corrente elétrica por todos) ou em paralelo (a corrente elétrica se divide em cada elemento, mas ficam todos sôbisob a mesma tensão elétrica).

Agora é com você! Em grupos, organizados com auxílio do professor, realizem as atividades a seguir.

Consulte Orientações para o professor.

1. O quêque são circuitos elétricos? Para quêque eles são necessários?

1. Os circuitos elétricos são caminhos fechados com um ou mais componentes elétricos ou eletrônicos percorridos por corrente elétrica, tendo diversas aplicações por fazerem parte de praticamente qualquer dispositivo eletrônico.
Caso os estudantes montem circuitos elétricos com os kits citados, alértialerte para o risco de choque elétrico, indicando o uso de luvas de borracha tanto para prevenção de acidentes quanto para não danificar partes do circuito com a energia elétros-táticaeletrostática quêque pódepode se acumular nas mãos.

2. Qual é a parte de software nos projetos? Qual é a importânssiaimportância dessa parte neles?

2. A parte de software envolve os ambientes de desenvolvimento da linguagem. É importante para a parte lógica dos projetos, ou seja, de programação dos sistemas.

3. Pesquisem algum sistema simples quêque envolva um tipo de automação.

3. Resposta pessoal.

4. Com base na pesquisa, montem um projeto envolvendo um sistema de automação simples para uma casa ou para a escola, como de contrôlecontrole de iluminação ou de irrigação de vasos d fórmade forma automática.

4. Resposta pessoal.

5. Apresentem o projeto aos côlégascolegas e ao professor. Se viável, levantem os materiais necessários e montem o sistema projetado, para quêque seja usado na escola ou em algum local da comunidade.

5. Resposta pessoal.

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Robótica e automação

Nas definições atuáisatuais, consideram-se robôs as máquinas autônomas quêque existem no mundo físico. São máquinas quêque ocupam um espaço, quêque podem perceber o ambiente e, com base em suas programações, tomar decisões seguindo algoritmos elaborados por sêresseres humanos. Nesse sentido, a robótica está intrím-sêcamenteintrinsecamente ligada à automação, pois muitos processos de contrôlecontrole e automação envolvem o uso de robôs, como os braços robóticos das linhas de montagem de veículos e os robôs aspiradores residenciais, quêque comentamos anteriormente.

Nas indústrias, os braços robóticos podem sêrser programados para trabalhar com peças delicadas ou levantar grandes cargas, pois o sistema de movimentação pódepode sêrser hidráulico (utiliza sistemas com fluidos), pneumático (utiliza sistemas de ar comprimido) ou elétrico, de acôr-doacordo com a especificação da tarefa quêque devem executar. Seja qual for o tipo de funcionamento dessas máquinas, em geral elas possuem um software integrado, programado por meio de computadores, quêque executa os comandos necessários para o cumprimento de determinada tarefa, podendo ou não sêrser considerado um robô, dependendo de sua autonomia.

Se um braço robótico for operado apenas por uma tela, como o da fotografia, ou seja, se não tiver autonomia de seguir algoritmos para tomar ações, é considerado uma máquina teleoperada ou máquina automatizada. No entanto, se o braço for equipado com sensores, como câmeras de toque ou de presença, e puder executar diferentes ações com base na percepção do ambiente ao seu redor, ele é considerado um robô.

O livro reúne contos de diversos autores brasileiros, cujas temáticas são os robôs, os androides e a inteligência artificial. As histoóriashistórias tratam de situações como a rebelião das máquinas, a subserviência tecnológica e a adoração aos criadores, levando os leitores a uma reflekçãoreflexão sobre as implicações do desenvolvimento tecnológico.

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As máquinas automatizadas, apesar de conceitualmente não serem consideradas robôs, também têm importânssiaimportância por causa de sua utilidade para as pessoas. Além de executarem tarefas repetitivas ou com movimentação de grandes cargas quêque substituem o trabalho humano, essas máquinas têm grande importânssiaimportância, por exemplo, para a Medicina. Elas auxiliam e potencializam a realização de cirurgias por profissionais de diversas especialidades.

As cirurgias médicas realizadas com essas máquinas são chamadas de cirurgias robóticas ou cirurgias robô-assistidas. A movimentação dêêssesdesses equipamentos se dá por videocontrole: o cirurgião manipúlamanipula a máquina por meio de joysticks (semelhantes aos de videogueimesvideogames) e pedais, quêque transmitem comandos de movimentos aos braços robóticos. A operação ocorre de maneira precisa e delicada, não transmitindo, por exemplo, possíveis tremores das mãos do médico ou movimentos bruscos acidentais, além de ter a capacidade de aumentar a amplitude do movimento quando necessário, como girar 360º, o quêque o braço humano não consegue fazer.

A máquina retratada nesta página possui quatro braços robóticos controlados pelo cirurgião principal e por seu assistente. No Brasil, a primeira cirurgia realizada com auxílio dessa máquina aconteceu em março de 2008.

ATIVIDADES

1. Analise as situações apresentadas no qüadroquadro a seguir.

1. Situação 1: máquina automatizada, pois não toma ações segundo o ambiente, realizando sempre a mesma tarefa repetitiva. Situações 2 e 3: robôs, pois percebem os ambientes por meio dos seus sensores e realizam as tarefas com base nas informações coletadas; são máquinas autônomas.

Indique no seu caderno se cada situação descreve um robô ou uma máquina automatizada. Justifique sua resposta em cada caso.

2. Que situações do cotidiano ou do trabalho podem envolver o uso de robôs? Comente com seus côlégascolegas como esses robôs podem sêrser utilizados para benefício do sêrser humano.

2. Resposta pessoal.

3. A defesa dos direitos dos trabalhadores surgiu em um contexto de transformação das relações de trabalho, em quêque as indústrias começaram a se beneficiar das tecnologias de automação. Consolidando-se esse cenário, e diante das novas demandas da ssossiedadesociedade, você considera quêque será necessário readequar esses dispositivos de proteção dos trabalhadores? Pesquise esse assunto e crie um argumento para fundamentar sua opinião. Lembre-se de citar as fontes de pesquisa.

3. Consulte Orientações para o professor.

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4. Considerando a reflekçãoreflexão proposta acerca dos impactos da automação sobre as atividades econômicas locais, explore as consequências dessa dinâmica na região onde você vive. Converse com empreendedores locais para conhecer suas percepções a respeito dêêssedesse cenário e compartilhe a experiência com seus côlégascolegas. Após essa troca, em grupos, desenvolvam estratégias para valorização da produção local, utilizando as rêdesredes sociais como platafórmaplataforma de comunicação e conscientização sobre práticas de consumo responsável.

4. Consulte Orientações para o professor.

5. Leia o excêrtoexcerto a seguir sobre um momento na abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Balé paralímpico

Ao som de Sergio Mendes tokãndotocando Edu Lobo, a atleta e bailarina norte-americana do snowboard, Amy Purdy, encantou o público com uma coreografia quêque incluiu samba e ritmos mais lentos. Amy dançava com graça e leveza usando próteses nas duas pernas. Seu parceiro era um robô fabricado por uma empresa alemã.

BRANDÃO, Marcelo; LISBOA, Vinícius. Paralimpíada é aberta com emoção, luzes, dança e música brasileira. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 7 set. 2016. Disponível em: https://livro.pw/elyzr. Acesso em: 4 ago. 2024.

Segundo os organizadores, o objetivo dessa apresentação foi passar a ideia de quêque sêrser humano e tecnologia robótica podem coexistir de maneira benéfica na integração de pessoas com deficiências na ssossiedadesociedade.

a) Você já assistiu aos Jogos Paralímpicos? Compartilhe sua experiência com os côlégascolegas, apresentando os tipos de tecnologias quêque já presenciou em uso por paratletas.

b) Como as tecnologias robóticas podem ajudar na integração de pessoas com deficiência na ssossiedadesociedade?

c) Esse tipo de tecnologia ajuda o sêrser humano a superar suas próprias capacidades físicas? Justifique sua resposta.

5. Consulte Orientações para o professor.

6. Com a crescente implementação de tecnologias digitais em processos de automação, várias atividades industriais passaram a sêrser controladas por sistemas automatizados, o quêque troussetrouxe vantagens e desvantagens. Na sua opinião, qual é a principal vantagem da automação? E a principal desvantagem? Justifique suas respostas.

6. Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

7. Observe esta imagem para resolver os itens a seguir.

a) dêz-crevaDescreva a situação retratada.

b) Explique o quêque é automação e em quêque ela diféredifere dos processos mecanizados usados nos maquinários das primeiras linhas de produção.

7. Consulte Orientações para o professor.

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8. Considere os diferentes elemêntoselementos de um sistema de automação residencial listados a seguir e reflita sobre o funcionamento de cada um deles.

1. Temperatura ambiente medida por um termostato.

2. Lâmpada controlada por um interruptor.

3. Velocidade de um ventilador ajustável.

4. Nível de á guaágua em um reservatório monitorado por um sensor.

5. Porta automática com sensor de presença.

6. Intensidade de luz ajustável de um dimmer de iluminação.

Indique se cada item pódepode sêrser representado por um estado digital ou por um parâmetro analógico. Justifique sua resposta com base na lógica de automação e na necessidade de conversão entre sinais analógicos e digitais.

8. O funcionamento dos itens 2 e 5 pódepode sêrser representado por estados digitais, e dos itens 1, 3, 4 e 6 por parâmetros analógicos. Consulte Orientações para o professor.

9. Em um sistema de automação industrial, um sensor de tempera-túratemperatura é utilizado para monitorar o ambiente de uma câmara fria. Esse sensor converte a tempera-túratemperatura em um sinal elétrico de tensão, em volts. A tensão varia linearmente de acôr-doacordo com a tempera-túratemperatura medida, mas o sistema tem um deslocamento inicial por causa da calibração do sensor. O sensor consegue medir tempera-túrastemperaturas de –20 °C a 30 °C. A tensão de saída do sensor varia de 2,0 V (quando a tempera-túratemperatura é –20 °C) a 8,0 V (quando a tempera-túratemperatura é 30 °C). Por causa do deslocamento inicial, o sensor gera uma tensão inicial de 2,0 V, mesmo quando a tempera-túratemperatura é de –20 °C.

Considerando essas informações:

a) determine a função quêque relaciona a tempera-túratemperatura (T) com a tensão de saída (V) do sensor;

b) calcule a tensão de saída para uma tempera-túratemperatura de 10 °C;

c) determine a tempera-túratemperatura, na câmara fria, se o sistema registrar uma tensão de 5,0 V.

9. Consulte Orientações para o professor.

10. Com a popularização das casas inteligentes, muitas tarefas podem sêrser automatizadas para tornar a vida mais prática. No entanto, algumas atividades ainda dependem do julgamento humano e não podem sêrser facilmente automatizadas. Pensando nas tarefas quêque você e seus familiares costumam ezercêrexercer em casa, elenque pelo menos duas quêque poderiam sêrser automatizadas e duas quêque não poderiam.

10. Exemplos de tarefas quêque podem sêrser automatizadas: contrôlecontrole da iluminação, regulação da tempera-túratemperatura, programação de limpeza com aspiradores automáticos, irrigação do jardim, abertura e fechamento automático de cortinas etc.
Exemplos de tarefas mais difíce is de serem automatizadas: organização de objetos pessoais, resolução de conflitos domésticos, cuidado emocional dos moradores, escolha de decoração, disposição de móveis etc.

11. Em uma visita guiada a uma fábrica moderna, o gerente apresenta vários equipamentos em funcionamento e descreve suas funções. As descrições estão listadas a seguir.

• Máquina A: um sistema de kórticorte de tecido usa laser controlado por computador para cortar peças de roupas em formatos específicos. O sistema segue um padrão pré-programado, sem ajustar o kórticorte conforme a posição ou o tipo de tecido.

• Máquina B: um veículo autônomo de transporte interno se móvemove pela fábrica carregando peças de um setor a outro. Ele usa sensores de proximidade e câmeras para detectar obstáculos, ajustando sua rota automaticamente para evitar colisões.

• Máquina C: um braço mecânico em uma linha de montagem segue comandos programados para soldar peças de metal no mesmo ponto de cada produto. Ele não ajusta sua posição caso o produto esteja ligeiramente fora de lugar.

• Máquina D: um drone de inspeção equipado com câmeras voa dentro da fábrica para monitorar tubulações e sistemas de ventilação. Ele detecta áreas de aquecimento ou vibração anormais e envia um alerta automático ao sistema de contrôlecontrole.

Em seu caderno, identifique quais equipamentos são robôs e quais são máquinas automatizadas. Justifique sua resposta em cada caso.

11. Os equipamentos A e C são máquinas automatizadas, pois apenas repetem tarefas, e B e D são robôs, pois percebem o ambiente e executam tarefas, ou seja, têm autonomia.

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RETOMANDO

Robô
Sistema autônomo quêque percebe, por meio de sensores, e age no ambiente, podendo tomar diferentes ações dependendo da percepção.

Máquina automatizada
Todo dispositivo quêque realiza tarefas repetitivas automaticamente, sem analisar o ambiente a sua volta.

Linha de produção
Consiste em um sistema onde produtos são montados em etapas sequenciais.

Produção artesanal
Antes das linhas de produção, os produtos eram feitos d fórmade forma artesanal, manualmente, pêlospelos chamados artesãos.

Automação em ambientes residenciais
Alguns sistemas podem e outro não sêrserem automatizados. Luzes e sistemas de segurança podem ser automatizados, por exemplo, enquanto decisões pessoais não podem.

Linearidade na conversão de sinais
A linearidade mantém uma relação proporcional entre entrada e saída na conversão de sinais analógicos em digitais ou vice-versa.

Estados digitais e analógicos
Os estados digitais na automação, como “ligado” (1) e “desligado” (0), são usados para contrôlecontrole em sistemas automatizados, enquanto os dispositivos analógicos médemmedem variáveis contínuas, como tempera-túratemperatura, por exemplo.

Automação
Uso de máquinas programáveis para realizar tarefas automaticamente, quêque podem resultar em substituição da mão de obra e surgimento de novas exigências relacionadas à qualificação e habilidades técnicas, provocando mudanças na dinâmica do mercado de trabalho.

Interferência da automação na economia
A automação viabiliza o aumento da produtividade e a redução de custos operacionais, mas também amplia a desigualdade entre empresas quêque têm acesso à tecnologia e as quêque não têm.

Integração de hardwares e softwares
Softwares contrólamcontrolam ações quêque hardwares executam nos sistemas de automação.

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CAPITULO
6
Inteligência artificial

PARTIDA

No livro Eu, Robô, o autor russo Isaac Asimov (1920-1992) narra a história de máquinas projetadas para atender às necessidades dos sêresseres humanos. À medida quêque se tornam mais “inteligentes” e sofisticadas, as máquinas se transformam em ameaças a seus criadores. A ficção desenvolvida por Asimov foi publicada em 1950, mas a discussão quêque ele propôs continua atual.

Frequentemente, deparamo-nos com discursos quêque projetam um futuro sombrio sobre a humanidade em decorrência dos avanços tecnológicos, em especial aqueles relacionados à inteligência artificial (IA), em inglês, artificial intelligence (AI). Os medos são diversos: E se as máquinas tentarem nos controlar? E se perdermos nóssosnossos empregos para a IA?

êsteEste Capítulo desmistificará a IA, e, ao final, poderemos tirar nossas próprias conclusões.

1 Você sabe o quêque é inteligência artificial? Se sim, explique o quêque você entende sobre esse conceito.

1. Resposta pessoal. Espera-se quêque os estudantes mencionem a habilidade das máquinas de realizarem tarefas d fórmade forma autônoma.

2 Você acessa algum recurso ou serviço quêque usa inteligência artificial? Qual é a sua opinião sobre ele?

2. Resposta pessoal. Espera-se quêque os estudantes quêque acessam esses serviços mencionem exemplos como feeds personalizados em rêdesredes sociais, sistemas de recomendação (como streamings de música), assistentes virtuais, chatbots, entre outros.

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Conceito de inteligência artificial

Para conceituar inteligência artificial, precisamos entender o quêque é inteligência humana. Afinal, essa é a referência de inteligência quêque conhecemos.

Na Grécia antiga, os primeiros filósofos já refletiam sobre a inteligência humana. Para eles, ela estava relacionada, entre outros aspectos, à capacidade de perceber, raciocinar e, com base nisso, agir conforme um objetivo.

Com o passar do tempo, outros elemêntoselementos foram incorporados a essa definição, como a capacidade de aprender, de se adaptar a situações diversas e de usar o pensamento e a razão adequadamente — esses aspectos ilustram a complexidade do conceito de inteligência.

Ao reconhecer os aspectos quêque nos tornam sêresseres inteligentes, o sêrser humano pôdipôde planejar a implementação dessas características em máquinas, isto é, em sistemas artificiais. Vale ressaltar quêque, por mais quêque o conhecimento quêque temos a respeito do cérebro humano e de seu potencial tenha crescido ao longo do tempo, ainda há muito a desvendar. À medida quêque esse conhecimento aumenta, podemos também aplicá-lo à IA. Nesse sentido, os estudos e as descobertas da Neurociência ampliam as possibilidades de desenvolvimento da IA.

Assim, a ideia de uma máquina inteligente está atrelada à sua capacidade de realizar tarefas com base no quêque percebe, simulando a inteligência humana e indo além em termos de desenvolvimento de habilidades e solução de problemas.

Para tomar decisões, no entanto, a máquina precisa de pessoas: os dados são fornecidos pêlospelos responsáveis por seu treinamento, e as instruções de um algoritmo, desenvolvidas por um programador.

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A principal diferença entre a inteligência humana e a artificial refere-se à adaptabilidade e à flexibilidade perante diferentes situações. Esses atributos são exclusivamente humanos, assim como a criatividade, a ética, a autoconsciência e as emoções.

Embora a incapacidade de compreensão e a falta de consciência sêjamsejam limitações para a IA, seu enorme potencial e seu pôdêrpoder revolucionário, marcados por eficiência, rapidez e novas possibilidades, são notáveis. A IA tem colaborado para avanços significativos em diversos setores, como educação, saúde, transporte, entre outros.

Ficção ou realidade

Leia o trecho a seguir da obra Eu, Robô.

— Mas onde eu entro nessa história, Powell? Você não explicou a minha existência.

— O réstoresto é simples. Quando estabeleceram essas estações pela primeira vez, para fornecer energia solar aos planêtasplanetas, elas eram administradas por humanos. Entretanto, o calor, as fortes radiações solares e as tempestades de elétrons tornavam êsteeste posto difícil. Os robôs foram desenvolvidos para substituir o trabalho humano, e agora apenas dois gestores humanos são necessários em cada estação. Estamos tentando substituir inclusive esses, e é aí quêque você entra. Você é o modelo mais avançado de robô já desenvolvido, e, se demonstrar a capacidade de administrar esta estação de maneira independente, nenhum humano jamais precisaria vir aqui de novo, a não sêrser para fazer reparos.

ASIMOV, Isaac. Eu, Robô. São Paulo: Aleph, 2014. p. 81-82.

A obra Eu, Robô é do gênero ficção científica e aborda um tema da realidade. Vale ressaltar quêque, na década de 1950, quando Asimov escreveu esse texto, a discussão sobre a inteligência das máquinas já estava ocorrendo. Nessa época, o matemático britânico élamAlan Turing (1912-1954) sugeriu quêque poderia sêrser criada uma máquina pensante. Em um artigo intitulado “Computing Machinery êndand Intelligence” (em português, “Computadores e inteligência”), ele propõe um teste para analisar se uma máquina é, de fato, inteligente. Essa avaliação foi chamada de teste de Turing, quêque analisava a capacidade de uma máquina de se passar por um sêrser humano.

Isaac Asimov nasceu em 1920, na Rússia, mas morou a maior parte de sua vida nos Estados Unidos. Antes de se dedicar integralmente à carreira de escritor, serviu no Exército e trilhou uma trajetória acadêmica em Bioquímica. Asimov faleceu em 1992, deixando mais de 500 obras, entre elas as séries literárias de grande sucesso Fundação e Robôs.

Em 2 de dezembro de 1950, ocorreu o lançamento da obra Eu, Robô, referência ainda hoje na literatura de ficção científica. A série explora, em nove contos, a relação entre sêresseres humanos e robôs. Ainda, propõe diversas reflekçõesreflexões no campo da ética envolvendo a IA.

Consulte Orientações para o professor.

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Linha do tempo da IA

Em 1956, a expressão inteligência artificial (IA) foi criada e apresentada durante a conferência de Dartmouth, realizada na Dartmouth College, uma importante universidade estadunidense. A partir díssudisso, a IA constituiu um novo campo de estudos, quêque atraiu investimentos privados e públicos.

Conheça alguns importantes marcos da história da IA desde então.

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Tipos de inteligência artificial

Uma IA pódepode existir e já sêrser operante ou pódepode sêrser apenas uma concepção teórica. Para auxiliar o entendimento sobre os tipos de IA, existe a seguinte classificação: IA fraca (ou estreita), IA forte (ou geral) e IA superinteligente.

• IA fraca (narrow AI em inglês): representa as IAs quêque existem atualmente, como as quêque conseguem responder a vários quêquestionamentos com base nos conhecimentos que lhes foram imputados. Esse tipo de IA realiza muito bem tarefas específicas para as quais é designada, mas nada além díssudisso. A interação dessas IAs com o usuário se dá pelo banco de dados préviamentepreviamente configurado nelas, d fórmade forma quêque conseguem até mesmo resolver problemas compléksoscomplexos, mas não conseguirão expressar genuinamente uma emoção ou realizar algo criativo. São exemplos de IAs fracas aquelas quêque possuem modelos de linguagens e funcionam em forma de chatbots, interagindo com o usuário ao imitar expressões humanas.

• IA forte (general AI em inglês): modelo ainda teórico, é a próxima meta de desenvolvimento. Atualmente, diversos grupos buscam seu aprimoramento, pois representaria uma máquina com consciência. Essa consciência permitiria às IAs entender e aprender genuinamente tarefas intelectuais quêque apenas o sêrser humano consegue executar. Ela poderia, então, escrever um romance criativo ou desenvolver uma obra de; ár-tede arte e, até mesmo, questionar sua própria existência.

Pelo quêque temos e sabemos hoje, a IA forte ainda é uma meta de longo alcance, um marco quêque impulsiona o desenvolvimento cada vez maior das IAs fracas. Atualmente,

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existem chatbots, chamados de IA generativas, quêque conseguem, com base em uma descrição, criar dêzê-nhôsdesenhos como se fossem obras de; ár-tede arte ou desenvolver textos aparentemente originais e mesmo músicas quêque parecem produções humanas. Entretanto, apesar de essas criações serem impressionantes, ainda são IAs fracas, pois dão respostas tendo como parâmetro sua base de dados e de treinamentos específicos. O principal fator quêque as classifica como IAs fracas, e não fortes, é quêque elas não compreendem o quêque fizeram.

• IA superinteligente (superintelligent AI em inglês): remete a um modelo de IA quêque não só conseguiria ter consciência como a IA forte mas também seria capaz de superar a inteligência e a criatividade humana em qualquer sentido.

ATIVIDADE

• Asimov, no livro Eu, Robô, apresenta três leis quêque os robôs deveriam seguir. Leia-as e, depois, responda às perguntas a seguir.

Primeira Lei: Um robô não pódepode ferir um sêrser humano ou, por inação, permitir quêque um sêrser humano venha a sêrser ferido.

Segunda Lei: Um robô deve obedecer às ordens dadas por sêresseres humanos, exceto nos casos em quêque tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

Terceira Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde quêque tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou com a Segunda Lei.

ASIMOV, Isaac. Eu, Robô. São Paulo: Aleph, 2015. E-book.

a) Considerando a existência e a operação de robôs dos tipos IA forte e IA superinteligente, qual é a sua opinião sobre essas leis? Justifique sua resposta.

b) Que implicações éticas e de segurança poderiam ocorrer ao serem desenvolvidos robôs com IA superinteligente? Justifique sua resposta.

Respostas pessoais. Consulte Orientações para o professor.

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Como as máquinas aprendem?

Machine learning (em português, aprendizado de máquina) é uma subárea do estudo de inteligência artificial relacionada ao aprimoramento dos sistemas por meio do aprendizado com base nas interações sem, necessariamente, serem programadas para isso.

O aprendizado das IAs é baseado, primordialmente, em algoritmos quêque visam melhorar o dêsempênhodesempenho dessas inteligências por meio da experiência massiva das máquinas. pódePode acontecer de três formas, e cada uma delas tem vantagens e desafios a serem superados. A escolha de qual formato usar depende do problema específico quêque a IA busca resolver.

Acompanhe os tipos de aprendizado a seguir.

No aprendizado supervisionado, um dos métodos mais comuns, o algoritmo tem o objetivo de construir modelos quêque sêjamsejam capazes de prever respostas corretas para novos dados com base nas respostas de dados quêque já possui, chamadas de rótulos (labels em inglês). Por exemplo, um algoritmo de aprendizado supervisionado pódepode sêrser usado nas caixas de imêiouse-mails para reconhecer spams com base nas mensagens quêque o usuário já classificou como tal. Então, ele passa a receber cada vez menos spams na caixa de entrada, pois o algoritmo classifica préviamentepreviamente os imêiouse-mails e os manda para a pasta de spams.

O aprendizado não supervisionado não utiliza rótulos, mas explora estruturas de informações de modo a identificar padrões e verificar agrupamento de dados quêque sêjamsejam similares. Esse tipo de aprendizado é útil em campanhas de marketing digital, por exemplo. Nesse caso, o algoritmo identifica, pelo comportamento, grupos de clientes potenciais com preferências semelhantes sem uma classificação prévia, o quêque pódepode incluir a análise de dados como histórico de compras, acessos em anúncios, tempo gasto em determinado sáitisite de compras e, até mesmo, interações em rêdesredes sociais. Assim, o algoritmo segmenta os clientes com base no comportamento e nas preferências identificadas nessas análises.

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O aprendizado por reforço é inspirado no método de tentativa e êrroerro, no qual o algoritmo aprende a tomar decisões sequenciais, recebendo recompensas pelas ações bem-sucedidas e punições pelas inadequadas. Esse tipo de método é muito utilizado em sistemas de navegação autônoma e em jogos digitais, nos quais o algoritmo aprende a tomar decisões com o passar do tempo visando atingir determinado objetivo.

Em um jôgojogo, por exemplo, se o algoritmo fizer uma ação quêque faça o jogador perder pontos ou sêrser derrotado, ele pódepode receber uma punição associada a um valor negativo referente à ação tomada, ensinando-o quêque é uma ação a sêrser evitada. Outro exemplo são os carros autônomos: na navegação autônoma, o algoritmo recebe recompensa (ponto positivo) ao se manter na faixa correta, evitar colisões e manter uma rota eficiente, e recebe punição (ponto negativo) ao se desviar da rota ou violar um sinal de trânsito, entre outros atos.

ATIVIDADES

1. Um profissional de Engenharia da Computação está lidando com dois bancos de dados e precisa escolher qual tipo de aprendizado, entre supervisionado e não supervisionado, o algoritmo de uma IA terá. A descrição dos métodos é a seguinte:

Qual tipo de aprendizado é mais adequado à IA de cada banco? Justifique cada escolha.

1. Banco X: aprendizado supervisionado. Banco Y: aprendizado não supervisionado. Consulte Orientações para o professor.

2. Um desenvolvedor cria um jôgojogo digital no qual o usuário controla uma personagem em um labirinto com muitos obstáculos e recompensas. Para testar o recurso, ele cria um algoritmo com aprendizado por reforço para explorar o jôgojogo. dêz-crevaDescreva, em seu caderno, pelo menos uma ação a sêrser tomada pelo algoritmo quêque poderia ter recompensa positiva e pelo menos uma ação quêque geraria punição. Apresente e discuta com os côlégascolegas as ações descritas.

2. Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

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Usos da inteligência artificial

A inteligência artificial atual, mesmo sêndosendo nível IA fraca, consegue executar e auxiliar as pessoas em diversas tarefas, representando um dos maiores saltos tecnológicos dos últimos tempos pelas possibilidades quêque apresenta. Acompanhe algumas dessas aplicações.

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INTEGRANDO COM...
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

Por meio das diferentes produções artísticas, por exemplo, livros, filmes, séries e músicas, percebemos como a ssossiedadesociedade interprétainterpreta determinados temas, como o advento da IA.

Atualmente, há grande diversidade de produções artísticas inspiradas nas inovações tecnológicas, na relação quêque pódepode sêrser desenvolvida com esses recursos e nas possibilidades de impacto quêque eles apresentam sobre a vida das pessoas.

Os discursos desenvolvidos nessas obras propõem cenários quêque, muitas vezes, influenciam a opinião das pessoas. Assim, a análise crítica do quêque consumimos como entretenimento é crucial.

A seu critério, selecione uma obra de ficção científica, como livro, quadrinhos, mangá, filme ou série, quêque apresente o tema IA e analise-a.

Após analisar a obra, reflita sobre os questionamentos a seguir e responda-os em seu caderno.

Consulte Orientações para o professor.

1. Em quêque contexto ocorre a história?

2. De quêque forma a IA é abordada?

3. Qual é a relação das pessoas com a tecnologia, mais especificamente com a IA?

4. Que mensagem os autores desejavam passar nessa produção?

Para finalizar, organize uma apresentação para compartilhar suas impressões com os côlégascolegas e com o professor.

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Desafios relacionados ao uso da IA

A IA tem potencial transformador, facilitando processos e resolvendo problemas. Sua função principal é otimizar as atividades do cotidiano, mas outras aplicações surgem a cada dia. Mediante sua constante evolução e o espaço quêque vêmvem ganhando na vida das pessoas, a reflekçãoreflexão sobre os aspectos éticos do uso da IA torna-se urgente.

Eis alguns quêquestionamentos que ilustram essa preocupação.

• Como a IA tomará as decisões mais difíceis quêque envolvem a sensibilidade humana?

• Quanta autonomia deve sêrser delegada à IA?

• Quem se responsabilizará por ações quêque tragam prejuízos à vida humana?

Esses questionamentos ganham relevância ao analisarmos um dilema ético conhecido como dilema do trem.

No dilema do trem, uma locomotiva conduzida por uma pessoa está desgovernada, andando em alta velocidade e sem freio. Há uma alavanca ao lado dos trilhos quêque pódepode detê-lo. Você pódepode puxá-la, desviar o trajeto do trem e evitar quêque ele atropele cinco pessoas quêque estão na via férrea. Contudo, ao desviar o trajeto, o trem irá para outra via, onde há uma pessoa nos trilhos. Você tem apenas dez segundos para decidir. Que opção escolheria?

Agora, vamos transpor esse dilema para um carro autônomo quêque transporta um passageiro. Em determinado momento de uma viagem, o carro, conduzido por IA, deve escolher entre atropelar fatalmente uma pessoa quêque está na rodovia ou desviar dela e cair em uma ribanceira, matando o passageiro.

A dê-cisãodecisão dependerá da forma quêque a IA foi programada e dos princípios éticos quêque permearam sua elaboração. Em situações como essa, retomamos o entendimento de quêque, por mais compléksacomplexa e surpreendente quêque a IA seja, ela ainda é um produto do trabalho do sêrser humano e, além de inspirada em nossa capacidade cognitiva, tem como referência para suas ações a leitura de mundo de quem a programou. Essa condição é evidenciada em situações nas quais a IA se posiciona ou produz algo reproduzindo discursos preconceituosos e racistas.

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Para contextualizar o tema, analise o trecho do artigo"'O quêque essa tecnologia está fazendo com a história?': artistas negras apontam viés racista em inteligência artificial", desta página.

[...]

A artista Stephanie Dinkins é pioneira, há muito tempo, na combinação entre ár-tearte e tecnologia em seu escritório no brúclimBrooklyn. [...]

Nos últimos sete anos, ela experimentou a capacidade da inteligência artificial de retratar realisticamente mulheres negras, sorrindo e chorando, usando uma variedade de comandos de palavras. Os primeiros resultados foram medíocres, se não alarmantes: o algoritmo produziu um humanoide rosa envoutoenvolto por um manto preto.

“Eu esperava algo com um pouco mais de semelhança com a feminilidade negra”, afirmou. E, embora a tecnologia tenha melhorado desde seus primeiros experimentos, Dinkins se viu empregando termos indirétosindiretos nos prompts de texto para auxiliar os geradores de IA a alcançar a imagem desejada, “para dar à máquina a chance de me dar o quêque eu queria”. Mas, quer ela use o termo “mulher afro-americana” ou “mulher negra”, as distorções da máquina continuam, expressivamente, mutilando as características faciais e as texturas do cabelo.

“As melhorias ocultam algumas das kestõesquestões mais profundas quêque devemos levantar a respeito da discriminação”, disse Dinkins. A artista, quêque é negra, acrescentou: “Os preconceitos estão profundamente enraizados nesses sistemas, tornando-se arraigados e automáticos. Se estou trabalhando em um sistema quêque usa éco-sistemasecossistemas algorítmicos, quêquero quêque esse sistema saiba quem são os negros de diversas maneiras, para que possamos nos sentir verdadeiramente apoiados.

SMALL, Zachary. ‘O quêque essa tecnologia está fazendo com a história?’: artistas negras apontam viés racista em inteligência artificial. O glôboGlobo, Nova iórkYork, 9 jul. 2023. Disponível em: https://livro.pw/qvkve. Acesso em: 25 ago. 2024.

A situação relatada, como tantas outras veiculadas pela mídia, trata de um problema de raiz social, quêque é muito mais compléksocomplexo do quêque a programação de uma IA. Como vimos, uma máquina é programada com base em dados produzidos por pessoas. Esses dados são publicados na internet e refletem não só o conhecimento de quêquem os produziu, mas também posturas e opiniões. Assim, o que lemos e akiloaquilo a quêque assistimos na internet mostram os saberes e também os preconceitos de uma ssossiedadesociedade.

Apesar de as IAs serem chamadas de “inteligentes”, é importante nos lembrarmos de quêque essas máquinas são incapazes de realizar análises críticas e de assumir um posicionamento ético de maneira espontânea sem a orientação humana.

É necessário quêque uma IA seja cuidadosamente preparada e orientada para evitar quêque reproduza juízos de valor e preconceitos de quem a programou. Diante da emergência dêêssedesse tema, alternativas para sua resolução já estão em discussão e implementação. Fica a reflekçãoreflexão, entretanto, de quêque ainda há um longo caminho a sêrser percorrido na desconstrução do preconceito e do racismo, entre outros graves problemas, em nossa ssossiedadesociedade.

Algumas iniciativas para preparar e orientar uma IA de maneira satisfatória incluem:

• melhor filtro de dados utilizados para treinamento da IA prezando a diversidade e a representação de diversos grupos sociais;

• fídi-béquifeedback contínuo, d fórmade forma a monitorar o comportamento da IA e, assim, viabilizar os ajustes com rapidez e o aprendizado constante;

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• consultoria especializada em ética, direitos humanos e kestõesquestões sociais para análise, avaliação e desenvolvimento de estratégias de aprimoramento do modelo e mitigação de comportamentos preconceituosos.

Nesse sentido, o filósofo belga márkMark Coeckelbergh (1975-), ao ponderar sobre a questão de pôdêrpoder relacionada às escôlhasescolhas quêque regem uma IA, oferece uma análise crítica dos desafios éticos envolvidos nela.

Leia, a seguir, um trecho do livro Ética na inteligência artificial, de altoríaautoria de Coeckelbergh.

[...] As intenções são freqüentementefrequentemente boas. Mas esses problemas éticos são usualmente consequências não intencionais da tecnologia: a maioria dêêssesdesses efeitos, como viés ou discurso de ódio, não era o quêque pretendiam desenvolvedores ou usuários da tecnologia. Ademais, há uma pergunta crítica quêque deve sêrser feita: Melhoria para quem? O govêrnogoverno ou os cidadãos? A polícia ou aqueles quêque são alvo da polícia? O varejista ou o cliente? Os juízes ou os acusados? Questões envolvendo pôdêrpoder entram em jôgojogo, por exemplo, quando a tecnologia é moldada apenas por megacorporações. Quem molda o futuro da IA? [...]

COECKELBERGH, márkMark. Ética na inteligência artificial. São Paulo: Ubu; Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2023. p. 17.

Diversas empresas do ramo de tecnologia já reconhecem a importânssiaimportância dessas reflekçõesreflexões e buscam profissionais especialistas em ética da IA para trabalhar com essas kestõesquestões.

A atuação cada vez mais eficiente da IA em diversas áreas do mercado de trabalho levanta uma dúvida inevitável: pôdêmosPodemos sêrser substituídos?

Assim como ocorreu durante a Revolução Industrial, o trabalho se transforma junto com a ssossiedadesociedade. Novamente, estamos diante de uma revolução quêque demanda reinvenção, prevendo consequências como o desaparecimento de algumas profissões e o surgimento de outras.

O contexto pede a formação de profissionais, com especialidades e habilidades alinhadas aos avanços tecnológicos, especialmente no quêque se refere à IA.

Além de especialistas em ética da IA, profissões como engenheiro de prompt e treinador de IA retratam a transformação no mercado de trabalho.

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ATIVIDADES

1. Elabore um qüadroquadro comparativo entre inteligência humana e inteligência artificial com base nos seguintes aspectos.

a) Origem/natureza: como surge a inteligência e quais são suas principais características.

b) Aprendizado: como ocorre o aprendizado e quais são suas fontes.

c) Decisões: como elas são tomadas e quais fatores as influenciam.

d) Limitações: principais limitações e impactos na habilidade de resolução de problemas.

Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

2. Retome a atividade desenvolvida na seção Integrando com Linguagens e suas Tecnologias. Em seu caderno, você deve elaborar, em forma de narrativa, uma história de ficção científica quêque explore a interação entre a ssossiedadesociedade e a IA. Em seguida, produza um roteiro para gravar sua história em forma de podcast, com duração de até três minutos. Para realizar a gravação, você pódepode utilizar o gravador de voz de um celular ou ferramentas de licença aberta, como os softwares Audacity e Ardour. Se desejar, compartilhe o arquivo de áudio com a turma por meio da escuta coletiva em sala de aula ou por meio de qualquer serviço de streaming de áudio gratuito disponível na internet.

Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

3. Um dos desafios relacionados ao aprendizado das máquinas, principalmente no método supervisionado, é garantir quêque os dados não sêjamsejam tendenciosos. Os algoritmos assimilam conhecimento com base nas informações quêque recebem, podendo gerar modelos quêque perpetuam ou ampliam preconceitos existentes. Que medidas podem sêrser tomadas para evitar esse tipo de situação?

Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

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4. Observe o gráfico a seguir, criado pelo cientista da computação chinês Kai-Fu LíLee (1968-).

Fonte: LEE, Kai-Fu. Inteligência artificial: como os robôs estão mudando o mundo, a forma como amamos, nos relacionamos, trabalhamos e vivemos. Tradução: Marcelo Barbão. Rio de Janeiro: glôboGlobo Livros, 2019. p. 174.

No gráfico, o autor classifica o risco de substituição de trabalhos cognitivos por IAs no futuro. Nessa classificação, zona segura é o quadrante com profissões quêque dificilmente serão substituídas por IA, zona de perigo é o quadrante com profissões com alto risco de substituição nos próximos anos, verniz humano e lento rastejar são quadrantes com profissões quêque o autor considera quêque, embora não sêjamsejam totalmente substituíveis no momento, podem sêrser no futuro em razão dos avanços tecnológicos e dos próprios rearranjos de ocupações.

Com base nas informações apresentadas, faça o quêque se pede no caderno.

a) Indique uma profissão cognitiva quêque dificilmente será substituída por IA em um futuro próximo e uma quêque certamente será, segundo o autor.

4. a) Profissão quêque dificilmente será substituída: pódepode sêrser qualquer uma citada na zona segura; profissão quêque certamente será substituída: pódepode sêrser qualquer uma da zona de perigo.

b) Você concórdaconcorda com as classificações dessas profissões conforme apresentadas no gráfico? Justifique.

b) Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

c) Como seria um gráfico dêêssesdesses considerando profissões de trabalho físico? Você e um colega devem criar um exemplo dêêssedesse gráfico.

c) Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

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5. Além das kestõesquestões éticas já discutidas, pesquise outra questão ética relevante relacionada à IA. Identifique-a, dêz-crevadescreva seu impacto na ssossiedadesociedade e justifique o motivo de ela sêrser considerada um desafio ético.

Resposta pessoal. Consulte Orientações para o professor.

Como produto dessa pesquisa, crie um pôustpost para uma rê-derede social visando ao compartilhamento de informações verídicas e bem embasadas sobre a questão ética pesquisada.

enêmENEM EM MENTE

1 (Enem/MEC, 2019)

“O computador, dando prioridade à busca pela própria felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. E assim quêque termina o conto O dia em quêque um computador escreveu um conto, escrito por uma inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos.

Os cientistas selecionaram palavras e frases quêque seriam usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, quêque serviria como guia para a inteligência artificial. A partir daí, o computador criou o texto combinando as frases e seguindo as diretrizes quêque os cientistas impuseram. Os juízes não sabem quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por computadores, o quêque mostra quêque o conto estava bem escrito. O dia só não passou para as próximas etapas porque, de acôr-doacordo com os juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente impecável.

A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade da IA para quêque ela se pareça cada vez mais com a humana. Simular esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação específica para cada tipo de projeto — escrita, pintura, música, desenho e por aí vai.

D'ANGELO, H. Disponível em: https://livro.pw/xjepq. Acesso em: 5 dez. 2018.

O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na composição do conto evidenciam a:

a) indistinção entre personagens produzidos por máquinas e sêresseres humanos.

b) necessidade de reformulação da base de dados elaborada por cientistas.

c) autonomia de programas computacionais no desenvolvimento fiksionalficcional.

d) diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem humana.

e) qualidade artística de textos produzidos por computadores.

1. D
No conto são destacados o êxito na estrutura e a limitação na criatividade, mostrando quêque esses aspectos opéramoperam d fórmade forma diferente.

2 (Enem/MEC, 2022)

A dublagem é o novo campo a sêrser explorado pela inteligência artificial, e há empresas dedicadas a fazer com quêque as vozes originais de atores sêjamsejam transpostas para outros idiomas. A novidade reforça a tendência da automação de postos de trabalho nas mais diversas áreas. Tem potencial para facilitar a vida de estúdios e produtoras e, ao mesmo tempo, tornar mais escassas as oportunidades para dubladores e atores quêque trabalham com isso.

GAGLIONI, C. Disponível em: https://livro.pw/qfkpo. Acesso em: 25 out. 2021.

A consequência da mudança tecnológica apresentada no texto é a:

a) proteção da economia nacional.

b) valorização da cultura tradicional.

c) diminuição da formação acadêmica.

d) estagnação da manifestação artística.

e) ampliação do desemprego estrutural.

2. E
O texto trata da substituição de mão de obra humana por tecnologia no setor da dublagem. Dessa forma, o quesito desemprego é agravado por conta dos avanços tecnológicos.

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RETOMANDO

Na sequência, acompanhe alguns dos principais pontos trabalhados neste Capítulo. Se necessário, replique-os em seu caderno e escrêevaescreva outros pontos quêque achar necessários para a síntese do Capítulo.

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PROJETO EM EQUIPE

O objetivo desta produção é promover a disseminação de informações bem embasadas e de maneira responsável, exercitando a habilidade de comunicação clara e eficiente. Aproveite para expressar criatividade e autenticidade em seu conteúdo.

Para a execução das atividades propostas, você e os côlégascolegas devem se reunir em grupo, ler o texto a seguir e, depois, fazer o quêque se pede.

Entre a eficiência e a desigualdade: o avanço da IA no ambiente de trabalho

Cultura de trabalho no Brasil, muitas vezes baseada em relações pessoais e uma abordagem mais humana, pódepode sêrser impactada pela automação

A adoção da inteligência artificial no ambiente de trabalho brasileiro traz uma série de kestõesquestões compléksascomplexas. O país, marcado por desigualdades sociais e econômicas, enfrenta o desafio de integrar essa tecnologia d fórmade forma justa e eficaz.

A IA pódepode otimizar processos e aumentar a eficiência. pódePode também aprofundar disparidades ao tornar obsoletas cértascertas funções, muitas vezes ocupadas por trabalhadores menos qualificados ou por grupos já marginalizados.

A cultura de trabalho no Brasil, muitas vezes baseada em relações pessoais e uma abordagem mais humana, pódepode sêrser impactada pela automação, quêque ameaça substituir a interação humana em diversos setores.

A inteligência artificial está revolucionando o Brasil, trazendo ao mesmo tempo oportunidades e desafios.

Como ela impacta as desigualdades sociais, a cultura do"jeitinho", o empreendedorismo e as nossas compléksascomplexas leis trabalhistas?

As empresas brasileiras e o nosso sistema educacional estão preparados para esta transformação?

Como a automação massiva das tarefas operacionais pódepode ameaçar o trabalho informal e as manifestações culturais brasileiras?

É hora de debater de maneira crítica e construtiva esse presente quêque já bate à nossa porta.

[…]

FERNANDES, Miguel. Entre a eficiência e a desigualdade: o avanço da IA no ambiente de trabalho. Exame, São Paulo, 3 out. 2023.
Disponível em: https://livro.pw/hzajz. Acesso em: 31 ago. 2024.

Após ler o texto e refletir sobre ele:

Consulte Orientações para o professor.

1. Em grupos, tróquemtroquem suas impressões sobre o conteúdo, realizando, no caderno, registros das principais concordâncias e divergências observadas.

2. Vocês devem selecionar um dos questionamentos apresentados no texto e aprofundar a análise, considerando o contexto brasileiro. Para isso, propõe-se a realização do seguinte passo a passo.

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a. Registro das hipóteses do grupo para responder ao questionamento com base nos conhecimentos adquiridos até o momento.

b. Coleta de informações, por meio de pesquisas em fontes confiáveis, quêque fomentem um posicionamento sobre o assunto.

c. Filtro das informações coletadas, organizando as quêque são pertinentes à resolução da questão escolhida.

d. Análise dos dados e elaboração das considerações finais acerca da problemática.

e. Desenvolvimento de um roteiro para a gravação de um podcast ou de um vídeo com o intuito de apresentar o posicionamento da equipe em relação ao problema elencado.

f. A gravação do podcast ou do vídeo deve ter o tempo mássimomáximo de cinco minutos e apresentar o processo percorrido para a construção dos argumentos do grupo.

g. Os seguintes tópicos devem sêrser abordados:

• apresentação e contextualização da problemática no Brasil;

• primeiras impressões do grupo sobre o tema;

• descobertas feitas durante a pesquisa;

• análise crítica das informações;

• considerações finais.

3. A côlétacoleta indiscriminada de dados pessoais em sáitessites, platafórmasplataformas e mídias sociais tem se tornado prática comum no mundo digital, inclusive no ambiente de trabalho no contexto citado no texto, contrariando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Considere como empresas utilizam seus dados de navegação para personalizar anúncios e conteúdos e relacione com o uso da inteligência artificial e seus possíveis impactos no contexto brasileiro. Discuta com seus côlégascolegas e professor.

4. Ao finalizarem a atividade, combinem com o professor o dia da semana para quêque os grupos possam apresentar as suas produções.

Para realizar a gravação do podcast, você pódepode utilizar o gravador de voz do celular ou ferramentas de licença aberta, como os softwares Audacity e Ardour.

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