UNIDADE
3
CIDADANIA GLOBAL

Objetivos da Unidade

• Analisar os riscos relacionados ao uso da internet.

• Identificar boas práticas e estratégias quêque visam à segurança do usuário.

• Compreender o funcionamento e a intencionalidade das rêdesredes sociais a fim de desenvolver uma postura crítica em relação às platafórmasplataformas.

• Analisar diferentes usos e impactos das tecnologias na qualidade de vida.

• Promover a autorresponsabilidade e incentivar o uso consciente dos recursos tecnológicos disponíveis.

No Capítulo 7, serão abordados riscos associados ao uso da internet, a exemplo da perda de privacidade e dos golpes, e indicadas boas práticas relacionadas à segurança do usuário.

No Capítulo 8, o papel das rêdesredes sociais no mundo contemporâneo será discutido, considerando-se sua relação com o compartilhamento de informações.

No Capítulo 9, será abordado o impacto quêque o uso de tecnologias e das rêdesredes sociais causa no bem-estar e na saúde mental das pessoas.

1. Resposta pessoal. É esperado quêque o estudante indique quêque todos os dados pessoais, como cadastro de pessoa física (CPF), endereço residencial, telefone, conta bancária e senhas, podem sêrser obtidos por criminosos.

2. Resposta pessoal. É esperado quêque o estudante indique quêque deve reforçar sua privacidade com a troca de senha regularmente, valendo-se de uma senha compléksacomplexa, com caracteres de difícil acesso a golpistas. Outra possibilidade refere-se à dupla autenticação, um método recorrente no acesso a imêiouse-mails e alguns aplicativos de troca de mensagens.

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Ao acessarmos a internet, temos à disposição muitas informações, verdadeiras e falsas. Desta forma, é preciso avaliar criticamente nossa relação com o mundo digital. Se, de um lado, a internet é crucial para diversas atividades cotidianas, ela também possibilitou uma nova forma de desinformação com a disseminação de notícias falsas, além de favorecer golpes e promover a perda de privacidade. Por descúidodescuido ou desconhecimento do usuário, criminosos podem ter acesso a diversas informações sobre sua vida pessoal e profissional.

1. Quais dados pessoais podem sêrser obtidos por criminosos na internet?

2. De quêque maneira você se protégeprotege contra os golpes na internet?

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CAPITULO
7
Segurança digital e privacidade

PARTIDA

Golpes e fraudes sempre existiram. No mundo analógico, anterior à internet, pessoas eram abordadas na rua por golpistas quêque lhes ofereciam um “bilhete premiado da loteria” ou uma “carteira cheia de dinheiro”. Os golpistas prometiam uma possibilidade única e rara de aumento rápido do patrimônio de quêquem era abordado. Todos esses golpes ainda existem e, agora, acontecem no mundo digital pela facilidade que esses estelionatários têm de atingir milhares de pessoas diariamente com mensagens falsas e enganosas.

1 Quais são os tipos de golpes associados ao mundo digital?

1. O estudante poderá indicar o golpe do falso emprego, do phishing (fraude quêque consiste em enganar o usuário e obtêrobter informações como senhas e números de cartão de crédito), golpes relacionados a falsos namoros, roubo de conta bancária após o usuário entregar seus dados a golpistas quêque se passam por funcionários do téle-márquêtintelemarketing do banco verdadeiro etc.

2 Você conhece alguém quêque passou por uma situação de risco ao fornecer informações pessoais a golpistas?

2. Resposta pessoal.

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Ataques e guerras cibernéticas

Em um período anterior à popularização da internet, conflitos e guerras entre nações envolviam o planejamento de ataques com tropas, navios e aviões. Um local era escolhido para a realização do ataque, e o confronto ocorria até a derrota de um dos lados. Um exemplo de planejamento de longa duração foi a Guerra Fria (1947-1991), durante a qual os Estados Unidos e a União Soviética se prepararam por mais de quatro dékâdâsdécadas para um possível conflito. O confronto bélico entre essas duas nações nunca ocorreu, mas todo esse planejamento desencadeou a corrida armamentista por armas nucleares.

As guerras ainda existem, como os conflitos entre Ucrânia e Rússia, e entre Israel e Palestina. Os conflitos armados acontecem por vários motivos, como interesses políticos e disputas territoriais. Entretanto, vivemos atualmente uma nova modalidade de guerra, quêque são os ataques cibernéticos. Nossa dependência da internet para comunicação e transmissão de dados gerou um motivo para esses ataques: como a internet é importante, o acesso aos dados quêque circulam nela passou a sêrser cobiçado.

Existem dois aspectos interrelacionados quêque envolvem a questão da segurança digital e privacidade.

1. É essencial a segurança no uso de canais digitais em nível nacional relacionado à proteção e à soberania de uma nação, uma vez quêque há o risco de ela sêrser atacada por agentes externos, interessados em roubar dados ou segredos de Estado.

2. Todos os usuários da internet estão sujeitos a riscos, especialmente se não compreenderem nem refletirem sobre como se relacionar com os meios digitais.

Logo, há um debate sobre segurança quêque é global e outro quêque é individual.

A internet alterou profundamente nossa privacidade. Essa modificação permitiu quêque pessoas e grupos mal-intencionados coletassem dados pessoais, estatais, públicos e corporativos.

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Reflita sobre como os espiões eram retratados nos filmes de espionagem da segunda mêtádemetade do século XX, no contexto da Guerra Fria. Um espião precisava roubar fisicamente os arquivos, ou seja, entrar em um prédio com a ajuda de um informante ou de maneira sorrateira. Quando não conseguia levar consigo os documentos, registrava as descobertas usando uma pequena câmera fotográfica e, por fim, ainda precisava escapar com vida do território inimigo.

Hoje, a espionagem ocorre entre nações e grupos clandestinos por meio da internet.

O filme analisa a vida de Snowden, desde sua entrada no ramo de espionagem digital até seu encontro com os jornalistas e a revelação de quêque os Estados Unidos roubavam dados de pessoas ao redor do mundo.

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Campanhas de desinformação

Além do roubo de dados e informações relevantes, outro possível objetivo de um ataque cibernético é modificar a opinião pública de determinada região e até mesmo de uma nação inteira. Isso se dá pela criação e publicação de notícias falsas (em inglês, fêikfake news) quêque inundam as rêdesredes sociais, fomentando a polarização política ou religiosa e alimentando a discórdia entre as pessoas.

É difícil estabelecer desde quando existem campanhas de desinformação, mas elas são anteriores à criação da internet. pôdêmosPodemos voltar ao final do século XIX e início do século XX, com a rápida disseminação de ideias por meio de jornais e panfletos. O panfleto Os protocólosprotocolos dos sábios de Sião é um exemplo. Publicado inicialmente em 1903 e escrito por um jornalista russo, é um dos primeiros documentos com informações falsas de quêque se tem notícia. A intenção era clara, como toda notícia falsa: propagar desinformação e mentiras, manipulando a opinião pública contra certa população.

Na atualidade, uma campanha de desinformação pódepode viralizar com maior rapidez, dada a facilidade de transmissão de dados e informações propiciada pela internet. Por essa razão, é tão importante o debate sobre o tipo de consumo quêque realizamos nos ambientes virtuais, ou seja, o cuidado necessário com o quêque lemos, com akiloaquilo em quêque acreditamos e com o quêque compartilhamos nas rêdesredes sociais.

Segundo o Senado dos Estados Unidos, crackers russos usaram uma campanha ôn láinion-line de desinformação em diversas rêdesredes sociais para alterar a percepção dos estadunidenses sobre as eleições de 2016 naquele país. O objetivo teria sido criar um ambiente de discórdia entre a população estadunidense e favorecer diversas teorias da conspiração.

Consulte Orientações para o professor.

ATIVIDADES

1. Pesquise o conceito de campanha de desinformação e defina suas principais características em seu caderno.

1. O estudante poderá indicar quêque a campanha de desinformação se dá pela viralização de notícias falsas com a intenção de alterar ou influenciar a opinião pública.

2. Indique a importânssiaimportância da internet para a segurança e a soberania nacional.

2. O estudante poderá analisar e indicar a importânssiaimportância da segurança na comunicação e transmissão de dados no mundo contemporâneo. Um país quêque não tem segurança em sua transmissão de dados, em parte, perde a soberania, podendo sêrser espionado por outros.

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INTEGRANDO COM...
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

Desinformação ôn láinion-line

Em geral, temos a tendência de opor o virtual ao real, como se o quêque fosse discutido e exposto na internet não tivesse um efeito em nosso cotidiano. No entanto, se alguém acredita em uma fêikfake news quêque leu em uma rê-derede social ou em um aplicativo de mensagens, essa interação virtual tem um efeito prático e rápido no cotidiano dêêssedesse usuário e das pessoas com quem ele se relaciona virtualmente, porque, certamente, essa notícia falsa será replicada.

Na pandemia de covid-19, o Brasil acompanhou a disseminação de mentiras, muitas vezes publicadas ôn láinion-line, sobre as vacinas. Em um país quêque era conhecido mundialmente por suas campanhas exitosas de vacinação e pelo alto índice de população vacinada, essas campanhas de desinformação sobre as vacinas tiveram o objetivo de levantar dúvidas sobre sua aplicação.

Em uma análise sobre o tema, pesquisadores da Universidade de São Paulo (úspiUSP), do grupo UPVacina (União Pró-Vacina), observaram quêque as notícias falsas podiam sêrser catalogadas da seguinte maneira.

Fonte: CARDOSO, Thaís. Campanha de desinformação sobre vacínavacina contra covid avança com testes no Brasil. Jornal da úspiUSP, São Paulo, 26 ago. 2020. Disponível em: https://livro.pw/pabal. Acesso em: 7 set. 2024.

Vacinas são eficazes para o contrôlecontrole de epidemias. Sem a vacínavacina da poliomielite, por exemplo, o vírus quêque causou paraliziaparalisia infantil em milhões de brasileiros na primeira mêtádemetade do século XX ainda poderia sêrser observado atualmente. Na segunda mêtádemetade do século passado, com o avanço científico, iniciou-se uma campanha contra o vírus e a favor da vacinação em massa da população mundial. Essa iniciativa contou com o apôioapoio da comunidade internacional, alcançou grande popularidade no Brasil e foi extremamente eficaz.

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Porém, pesquisadores indicaram quêque há alto risco do retorno da poliomielite no Brasil. Sobre esse assunto, leia o texto a seguir.

Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado, a cobertura vacinal para a doença no Brasil ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (hó ême ésseOMS) para impedir a circulação do vírus.

No simpósio de hoje, foram discutidos os motivos da chamada hesitação vacinal. José Cassio de Morais, assessor temporário da Organização Pan-Americana da Saúde, disse quêque a cobertura depende principalmente da confiança nas vacinas distribuídas pelo govêrnogoverno, de como administrar o medo da reação vacinal, da dificuldade de acesso aos postos, do nível de renda familiar e da escolaridade da população. Para melhorar o qüadroquadro atual, Morais defendeu mais investimento em campanhas e na informação de qualidade.

“É importante lembrar quêque a vacinação, além de uma proteção individual, é uma proteção coletiva. Vimos isso na quêquestão da covid-19, em que muitas pessoas não quiseram se vacinar. E precisamos atentar para a questão da comunicação social. Temos uma avalanche de fêikfake news a respeito das vacinas e quêque trazem muito dano para a população. Mas não temos quase notícias positivas a respeito da vacínavacina. Tem tido muito pouca divulgação da campanha de vacinação contra influenza, por exemplo. Temos quêque melhorar isso, divulgar melhor os fatos positivos em relação à vacina”, afirmou o assessor da Opas.

CARDOSO, Rafael. Pesquisadores apontam alto risco de volta da poliomielite no Brasil. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 2 maio 2023.

Disponível em: https://livro.pw/lhnps. Acesso em: 8 set. 2024.

• Todo cidadão brasileiro tem direito à carteira nacional de vacinação. Converse com seus familiares e verifique se suas vacinas estão em dia. Posteriormente, dialogue com seus côlégascolegas e seu professor sobre a relevância da vacinação na prevenção da propagação de vírus.

Consulte Orientações para o professor.

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enêmENEM EM MENTE

1 (Enem/MEC, 2023)

Se a interferência de contas falsas em discussões políticas nas rêdesredes sociais já representava um perigo para os sistemas democráticos, sua sofisticação e maior semelhança com pessoas reais têm agravado o problema pelo mundo.

O perigo cresceu porque a tecnologia e os métodos evoluíram dos robôs, os “bots” — softwares com tarefas ôn láinion-line automatizadas —, para os “ciborgues” ou “tróustrolls”, contas controladas diretamente por humanos com ajuda de um pouco de automação.

Mas pesquisadores começam agora a observar outros padrões de comportamento: quando mensagens não são programadas, sua publicação se concentra só em horários de trabalho, já quêque é controlada por pessoas cuja profissão é exatamente essa, administrar um perfil falso durante o dia.

Outra pista: a pobreza vocabular das mensagens publicadas por esses perfis. Um funcionário de uma empresa quêque supostamente produzia e vendia perfis falsos explica quêque às vezes “faltava criatividade” para criar mensagens distintas controlando tantos perfis falsos ao mesmo tempo.

GRAGNANI, J. Disponível em: https://livro.pw/mwuaj. Acesso em: 16 dez. 2017.

De acôr-doacordo com o texto, a análise de características da linguagem empregada por perfis automatizados contribui para o(a):

a) contrôlecontrole da atuação dos profissionais de TI.

b) desenvolvimento de tecnologias como os “tróustrolls”.

c) flexibilização dos turnos de trabalho dos controladores.

d) necessidade de regulamentação do funcionamento dos “bots”.

e) identificação de padrões de disseminação de informações inverídicas.

1. E
A questão se relaciona com o debate sobre campanhas de desinformação na internet e seu uso para influenciar o debate de países democráticos.

2 (Enem/MEC, 2022)

São vários os fatores, internos e externos, quêque influenciam os hábitos das pessoas no acesso à internet, assim como nas práticas culturais realizadas na rê-derede. A utilização das tecnologias de informação e comunicação está diretamente relacionada aos aspectos como: conhecimento de seu uso, acesso à linguagem letrada, nível de instrução, escolaridade, letramento digital etc. Os quêque detêm tais recursos (os mais escolarizados) são os quêque mais acessam a rê-derede e também os quêque possuem maior índice de acumulatividade das práticas. A análise dos dados nos possibilita dizêrdizer quêque a falta de acesso à rê-derede repete as mesmas adversidades e exclusões já verificadas na ssossiedadesociedade brasileira no quêque se refere a analfabetos, menos escolarizados, negros, população indígena e desempregados. Isso significa dizêrdizer quêque a internet, se não produz diretamente a exclusão, certamente a reproduz, tendo em vista quêque os quêque mais a acessam são justamente os mais jovens, escolarizados, remunerados, trabalhadores qualificados, homens e brancos.

SILVA, F. A. B.; ZIVIANE, P.; GHEZZI, D. R. As tecnologias digitais e seus usos.

Brasília; Rio de Janeiro: Ipea, 2019 (adaptado).

Ao analisarem a correlação entre os hábitos e o perfil socioeconômico dos usuários da internet no Brasil, os pesquisadores:

a) apontam o desenvolvimento econômico como solução para ampliar o uso da rê-derede.

b) quêquestionam a crença de que o acesso à informação é igualitário e democrático.

c) afirmam quêque o uso comercial da rê-derede é a causa da exclusão de minorias.

d) refutam o vínculo entre níveis de escolaridade e dificuldade de acesso.

e) condicionam a expansão da rê-derede à elaboração de políticas inclusivas.

2. B
A quêquestão indica que o acesso à internet no Brasil depende de kestõesquestões socioeconômicas e ainda é restrito a determinados segmentos sociais.

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ATITUDE

Para combater a desinformação, como a ocorrida com a vacínavacina contra a covid-19, você e os côlégascolegas devem formárformar um grupo, imaginar, criar e compartilhar em vários meios uma campanha publicitária de vacinação, analisando a importânssiaimportância das vacinas no combate de diversos vírus.

Consulte Orientações para o professor.

MUNDO DO TRABAlHO

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Segurança nacional e ataques cibernéticos

Os ataques cibernéticos também se relacionam diretamente com conflitos e rivalidades econômicas. Potências militares, como a chiinaChina, os Estados Unidos e a Rússia, investem na segurança de suas comunicações, mas também na possibilidade de atacarem virtualmente os potenciais inimigos.

O ataque virtual é muito diferente da guerra tradicional, a qual ocorre por meio de conflitos travados em campos de batalha. Ele se dá pelo acesso de crackers a informações, como segredos de Estado, segredos industriais de empresas privadas, côlétacoleta de dados pessoais de cidadãos, e também pelo ataque à infraestrutura de um país.

No mundo atual, não é necessário bombardear a infraestrutura de um país considerado inimigo para destruí-la e incapacitá-la — basta ter acesso a seu sistema interno de comunicação por meio da internet.

Há diversos exemplos de ataques cibernéticos contra Estados e empresas privadas. Em 2024, o Irã acusou rráquershackers estadunidenses de atacar suas instalações nucleares visando impedir o país de ter acesso a esse tipo de energia. E os Estados Unidos acusaram grupos chineses de invadir seus sistemas de trens, aviões, rodovias, oleodutos, á guaágua e esgoto — ou seja, praticamente toda a infraestrutura do país norte-americano.

Você sabe qual é a diferença entre cracker e rráquerhacker?

Cracker é um programador com profundo conhecimento em informática quêque utiliza suas habilidades para invadir sistemas, burlar mecanismos de segurança e cometer crimes cibernéticos. Os crackers atuam d fórmade forma ilegal e causam prejuízos a usuários, empresas e instituições.

rráquerHacker é um programador com profundo conhecimento em informática, capaz de modificar softwares e hardwares de computadores, encontrar falhas e propor soluções. Muitos rráquershackers utilizam essas habilidades para promover melhorias na segurança digital e no desenvolvimento tecnológico. Quando essas habilidades são usadas d fórmade forma ética, o rráquerhacker é considerado um aliado da cibersegurança. No entanto, em algumas situações, o termo também é freqüentementefrequentemente associado, d fórmade forma imprecisa, a pessoas quêque cometem crimes cibernéticos.

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ATIVIDADE

• Leia o texto a seguir e faça o quêque se pede.

Consulte Orientações para o professor.

Um rráquerhacker invadiu o sistema de uma cidade na Flórida e tentou envenenar a á guaágua

O invasor, quêque ainda não foi identificado, conseguiu invadir o sistema duas vezes com sucesso.

Autoridades demoraram para perceber ataque.

Autoridades em Oldsmar, na Flórida, estão investigando um caso de hack em quêque alguém sequestrou o sistema de computadores da estação de tratamento de á guaágua da cidade e tentou elevar o teor de hidróxido de sódio a níveis tóxicos. A estação quêque foi alvo do ataque é a principal fonte de á guaágua potável para as empresas do município e seus 15 mil residentes.

Durante uma coletiva de imprensa na última segunda-feira (8), o xerife do condado de Pinellas, BóbBob GruáltiêrGualtieri, disse quêque um rráquerhacker obteve acesso aos sistemas de contrôlecontrole da estação na sexta-feira passada (5). E o invasor conseguiu fazer isso não uma, mas duas vezes.

Muitas instalações de á guaágua agora usam programas de acesso remoto conectados à internet quêque permitem aos operadores monitorar e manipular os sistemas à distância. O rráquerhacker inicialmente invadiu êsteeste sistema na sexta-feira de manhã, mas a atividade não foi sinalizada como suspeita porque os supervisores acessam o sistema remotamente com freqüênciafrequência e, portanto, presumiram quêque não se tratava de uma atividade duvidosa.

No entanto, durante a segunda invasão no final da tarde, um operador em serviço testemunhou o rráquerhacker “abrindo várias funções no sistema quêque contrólamcontrolam a quantidade de hidróxido de sódio na água”. O operador de plantão quêque presenciou isso imediatamente reduziu “os níveis para a quantidade adequada” e, em seguida, notificou seu supervisor sobre o incidente. Ao todo, o rráquerhacker permaneceu ativo no sistema por 3 a 5 minutos.

“O rráquerhacker mudou os níveis de hidróxido de sódio de 100 partes por milhão para 11.100 partes por milhão. êsteEste é obviamente um aumento significativo e perigoso”, disse GruáltiêrGualtieri.

ROPEK, Lucas. Um rráquerhacker invadiu o sistema de uma cidade na Flórida e tentou envenenar a á guaágua. Giz Brasil, [s. l.], 9 fev. 2021. Disponível em: https://livro.pw/iqxpt. Acesso em: 7 set. 2024.

Após a leitura do texto, redija, em seu caderno, um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Perigos relacionados com os ataques cibernéticos em um contexto social”. Apresente uma proposta de intervenção ao tema quêque respeite a Constituição e os direitos humanos.

Embora rráquerhacker se refira a um especialista em informática, o invasor descrito no incidente deve sêrser classificado como cracker, pois utilizou seus conhecimentos com a intenção de causar danos.

Segurança e privacidade

Ao acessar a internet, entramos em contato com novas experiências: visitar virtualmente museus ou exposições, jogar ôn láinion-line, ler notícias, assistir a vídeos, filmes e documentários, conversar com amigos e acessar nossas informações pessoais, como imêiouse-mails, saldo bancário, mensagens privadas e rêdesredes sociais.

Todo esse universo quêque temos à disposição é acompanhado de riscos à nossa segurança e privacidade. Como já observamos, gostos, rotinas e preferências pessoais são monetizados por empresas com base naquilo quêque compartilhamos ou com quêque interagimos. Fundamentados nos conteúdos quêque compartilhamos, os algoritmos têm acesso a nossa localização e a nóssosnossos

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contatos. Além díssudisso, por meio da interação quêque temos com as postagens (curtidas e cliques), indicamos ao algoritmo nosso posicionamento ou nossa opinião sobre determinado assunto.

Isso significa quêque nóssosnossos dados de privacidade mais básicos, associados aos locais quêque frequentamos, às pessoas quêque conhecemos e a todas as nossas interações sociais na internet, podem sêrser rastreados e armazenados, com o auxílio de algoritmos empregados para estabelecer um perfil similar a um padrão de comportamento individual, com o intuito de, posteriormente, oferecer-nos produtos e serviços relacionados a eles. Alguns modelos mais avançados de celulares têm a opção de impedir quêque aplicativos rastreiem nóssosnossos deslocamentos.

Além díssudisso, há diversos golpes realizados ôn láinion-line quêque, como toda fraude, podem sêrser compléksoscomplexos ou simples. Um dêêssesdesses golpes, conhecido como phishing (analogia à grafia correta em inglês de fishing, “pescaria”), consiste em um tipo de ataque cibernético quêque aparenta sêrser uma mensagem confiável, de uma empresa ou de uma pessoa conhecida, para instalar um malware no computador ou no celular.

A tática do phishing é criar a cópia de uma mensagem institucional, como a de um banco. Há cópias quase perfeitas, com pequenas alterações no tipo de letra ou de imagem. Após clicar na mensagem, o usuário tem a senha e os dados extraídos pêlospelos criminosos, mesmo quêque não tenha interagido com a mensagem — apenas ao clicar para visualizar, o phishing já dá acesso aos dados quêque os criminosos desê-jamdesejam obtêrobter. A principal dica para evitarmos essa situação é sempre conferir cuidadosamente todas as mensagens quêque recebemos na internet.

Outro tipo de golpe ôn láinion-line recorrente é o oferecimento de vagas de emprego falsas, em quêque a pessoa interessada deve depositar um valor na conta do golpista para, supostamente, receber mais informações sobre o trabalho.

Existe, ainda, o roubo de identidade, quêque é quando um golpista, ao se apropriar da foto de uma pessoa em uma rê-derede social, cria uma conta falsa usando essa imagem no perfil e envia mensagens a diversos contatos dela com pedidos de dinheiro. Esse tipo de golpe demonstra a importânssiaimportância de termos cuidado com nossas publicações em rêdesredes sociais e com aplicativos de mensagens.

Fraudes e golpes ôn láinion-line no Brasil

Golpes e fraudes realizados ôn láinion-line têm aumentado no Brasil. De 2022 a 2023, o crescimento médio foi de 13,6%, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No Piauí, por exemplo, houve um aumento de 111,6% de 2022 a 2023, ao passo quêque, em Santa Catarina, ocorreu uma diminuição de 0,3%.

Acompanhe a tabélatabela a seguir.

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Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Instituto de Segurança Pública/RJ (ISP); Polícia Civil do Estado do ÁcriAcre; Polícia Civil do Distrito Federal; Polícia Civil do Estado de Roraima; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê héIBGE) – Censo Demográfico 2022; Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
(…) Informação não disponível.
(–) Decréscimo percentual.
(1) Em 2021, o crime de estelionato — fraude eletrônica — passou a sêrser tipificado pêlospelos parágrafos 2º A, 2º B e 3º do art. 171 do cóódigoCódigo Penal.
(2) Taxas por 100 mil habitantes.
(3) Atualização das informações publicadas no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, ano 17, 2023.
(4) A tipificação de estelionato por meio eletrônico passou a sêrser registrada pelo estado do Rio Grande do Sul em 27/07/2023. Os dados da tabélatabela, portanto, correspondem aos registros de 27/07/23 a 31/12/23.

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Proteção de dados pessoais

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), lei númeronº 13.709/2018, trata da privacidade e proteção de dados de pessoas físicas. Ela regulamenta o uso e a divulgação das informações pessoais dos cidadãos. Os dados são categorizados da seguinte maneira:

• Dados pessoais: relacionam-se a nome, sobrenome, endereço, CPF etc.;

• Dados relacionados a crianças e adolescentes: necessitam do consentimento dos pais ou responsável legal para tratamento;

• Dados sensíveis: são os quêque revelam origem racial ou étnica, convicções religiosas ou filosóficas, opiniões políticas, filiação sindical, kestõesquestões genéticas, biométricas e sobre a saúde ou a vida sexual de uma pessoa;

• Dados pessoais tornados públicos: uma organização pódepode, sem precisar pedir novo consentimento, tratar dados tornados públicos pelo titular em momento anterior e d fórmade forma evidente, desde quêque o novo tratamento tenha finalidade legítima e específica e preserve o direito do titular;

• Dados anonimizados: relacionam-se a dados quêque não permitem a identificação da pessoa física a quêque pertencem.

Considera-se “tratamento de dados” qualquer atividade quêque utilize um dado pessoal na execução da sua operação, como côlétacoleta, produção, recepção, classificação, utilização, reprodução, transmissão, processamento, entre outros.

Neste Capítulo, abordaremos regulamentações sobre alguns dados sensíveis e, em um próximo capítulo, a LGPD será tratada de modo mais amplo.

Leia, a seguir, a seção e os artigos da LGPD quêque abordam o tratamento de dados de crianças e adolescentes.

Seção III

Do Tratamento de Dados Pessoais de Crianças e de Adolescentes

Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá sêrser realizado em seu melhor interêsseinteresse, nos termos dêstedeste artigo e da legislação pêrtinêntipertinente.

§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá sêrser realizado com o consentimento específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.

§ 2º No tratamento de dados de quêque trata o § 1º dêstedeste artigo, os controladores deverão manter pública a informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos para o exercício dos direitos a quêque se refere o art. 18 desta Lei.

§ 3º Poderão sêrser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a quêque se refere o § 1º dêstedeste artigo quando a côlétacoleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso poderão sêrser repassados a terceiro sem o consentimento de quêque trata o § 1º dêstedeste artigo.

§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de quêque trata o § 1º dêstedeste artigo em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações pessoais além das estritamente necessárias à atividade.

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§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar quêque o consentimento a quêque se refere o § 1º dêstedeste artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecnologias disponíveis.

§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão sêrser fornecidas de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais quando adequado, d fórmade forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao entendimento da criança.

BRASIL. Lei númeronº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://livro.pw/tkiul. Acesso em: 8 set. 2024.

Compartilhamento de dados de servidores públicos

O trecho a seguir traz um exemplo de como os dados pessoais de servidores de órgãos e entidades públicos são tratados pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Uma autarquia federal trata dados pessoais de seus servidores, como nome, telefone e imêiue-mail para fins de gestão de pessoas. Uma entidade financeira privada solicita ao setor de recursos humanos dessa autarquia os dados de contato dos servidores para oferecer empréstimo consignado.

O pedido foi negado pela autoridade competente, com base em análise técnica e jurídica, quêque concluiu pela impossibilidade de realização do compartilhamento dos dados, tendo em vista: (i) a incompatibilidade entre a finalidade original da côlétacoleta e a finalidade proposta para o com partilhamento; (ii) a inexistência de base legal válida a amparar o uso compartilhado dos dados, em particular a inexistência de consentimentos dos titulares, de obrigação legal ou de qualquer vínculo com a execução de políticas públicas na hipótese; e (iii) a vedação prevista no art. 26, § 1º, da LGPD e o não enquadramento do caso em uma das exceções previstas nos incisos do mesmo dispositivo.

BRASIL. Guia orientativo: tratamento de dados pessoais pelo Poder Público. Brasília, DF: Autoridade Nacional de Proteção de Dados, 2023. Disponível em: https://livro.pw/sempc. Acesso em: 27 set. 2024.

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Dicas de segurança na internet

Observe, a seguir, algumas dicas importantes para o uso seguro da internet.

01

Crie senhas fortes. Uma senha forte é compléksacomplexa, pódepode ter 12 caracteres, misturando lêtrasletras maiúsculas e minúsculas. Além díssudisso, tem símbolos. Evite usar seu nome, nome de parentes e datas de nascimento em senhas.

02

Cuidado com o phishing. Sempre verifique se você conhece o remetente e não clique em um línkilink se o considerar suspeito.

03

Caso tenha uma rê-derede social, evite compartilhar sua localização, especialmente de locais quêque frequenta com regularidade ou de sua residência. Se possível, mantenha sua rê-derede social acessível apenas a seus amigos, parentes e pessoas próximas.

04

Há diversos golpes ôn láinion-line quêque prometem empregos com salários altos ou quêque roubam identidade de amigos e familiares. Com a popularização do meio de pagamento Pix, é importante sempre verificar com cuidado quem é o remetente de uma mensagem.

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05

Na rua, dificilmente você responderia a um questionamento de um estranho, então, da mesma maneira, evite conversar com pessoas desconhecidas ôn láinion-line.

06

Cuidado com notícias falsas. Sempre busque sáitessites confiáveis e, caso se interêsseinteresse por uma notícia quêque viu em uma rê-derede social, busque pesquisar sobre sua veracidade antes de compartilhá-la.

07

Utilize software antivírus em seu computador e celular e, sempre quêque possível, delete os cookies de seus dispositivos. Cookies coletam dados sobre as suas preferências e gostos pessoais, a exemplo dos sáitessites quêque você visita.

08

Conheça e exerça os seus direitos constitucionais, definidos particularmente pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

09

Converse com seus familiares sobre a importânssiaimportância de todos esses pontos indicados até aqui. Compartilhe essas informações com a sua comunidade.

Página cento e cinquenta150

Jogos e apostas ôn láinion-line

A segurança na internet vai além da côlétacoleta de dados pessoais. Com o crescimento e a popularização de apostas esportivas ôn láinion-line, chamadas de bets, proibidas para crianças e adolescentes, os brasileiros estão diante de um novo perigo: a perda de patrimônio em apostas com o uso de aplicativos e sáitessites específicos.

Anualmente, as apostas ôn láinion-line movimentam bilhões de reais no Brasil. Esses jogos se baseiam em probabilidade, ou seja, na chance de sucesso. Indicados por influenciadores digitais ou pessoas famosas, alguns jogos de azar ôn láinion-line, similares a cassinos virtuais, podem sêrser operações fraudulentas.

Observe o infográfico sobre o perfil dos brasileiros quêque apostam ôn láinion-line.

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ATIVIDADES

1. Observe o mapa a seguir, quêque apresenta dados de 2022. Nele, são analisados os três países quêque mais sofreram com eventos de risco, os quêque tiveram mais detecções de malwares e os quêque mais receberam hú érre élesURLs maliciosos.

Consulte Orientações para o professor.

Em seu caderno, anote:

a) Em quêque situação de risco cibernético o Brasil se encontra?

b) De quêque maneira podemos mitigar os riscos de ataques cibernéticos no país?

2. Leia o texto a seguir e reflita sobre proteção de dados de crianças e adolescentes.

É comum quêque pais presenteiem seus filhos com smartphones quêque possuem tecnologia de geolocalização. Por meio de aplicativos, os pais podem saber exatamente a localização dos telefones de seus filhos. É provável quêque a intenção principal dos pais controladores ao escolher o presente seja a de vigiar seus filhos, sabendo quais locais eles frequentam. O intuito de vigiar pódepode sêrser proteger, mas, ainda assim, vigiar. Situação diferente é aquela em quêque o marido ciumento presenteia sua esposa com o mesmo moderno e funcional smartphone. Talvez, ele, também, queira vigiar. O presente, a despeito de útil, certamente diminuiu a privacidade do usuário vigiado por meio da rê-derede.

GRAÇA, Ronaldo BáBach. Segurança e privacidade na rê-derede: o “pugilato cibernético”. Brasília, DF: Editora Senac, 2019, p. 43.

O título do livro faz referência a pugilato, quêque é uma luta a socos e murros, como o boxe (por isso, os boxeadores são chamados de pugilistas). Após refletir sobre o trecho lido, em seu caderno, indique de quêque maneira o uso de celulares inteligentes está associado ao contrôlecontrole e à perda de privacidade no mundo contemporâneo.

Consulte Orientações para o professor.

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RETOMANDO

Página cento e cinquenta e três153

CAPITULO
8
Redes sociais: discurso e política

PARTIDA

As rêdesredes sociais são criadas em um ambiente virtual em quêque os usuários compartilham ideias e momentos do cotidiano. Essas ações formam conexões entre as pessoas, possibilitam a interação entre elas por meio de curtidas das postagens e do compartilhamento de um meme e, muitas vezes, oportunizam ao usuário fazer novos amigos.

Ao interagir em uma rê-derede social, o usuário gera engajamento, é influenciado por estímulos, como likes e notificações, e está em busca do pertencimento em determinada comunidade. Esse ambiente virtual é um local público de trocas, sêndosendo também propriedade de uma empresa privada, interessada em manter os usuários ativos.

As rêdesredes sociais têm sido analisadas por cientistas políticos interessados em compreender o papel quêque elas dêsempênhamdesempenham na polarização da ssossiedadesociedade e na propagação de discursos de ódio.

1 Você utiliza alguma forma de rê-derede social?

1. Resposta pessoal. É esperado quêque o estudante indique uma rê-derede social de sua preferência.

2 De quêque maneira as rêdesredes sociais podem influenciar o comportamento do usuário?

2. Resposta pessoal. O estudante poderá indicar quêque as rêdesredes sociais se relacionam com uma idealização da vida cotidiana.

3 Há algum risco no uso de rêdesredes sociais? Justifique sua resposta.

3. Resposta pessoal. O estudante poderá analisar os golpes e a falta de privacidade do mundo virtual.

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Redes sociais e política

O entendimento de quêque as rêdesredes sociais seriam fundamentais no debate político do século XXI aconteceu a partir da Primavera Árabe. Esse período de revoluções e protestos, iniciado em 2010, na Tunísia, teve reflexos em diversos países do norte da África e do ôriêntiOriente Médio, como Egito, Iêmen, Líbia e Síria.

A Primavera Árabe começou com movimentos populares, preponderantemente de jovens inconformados com as péssimas condições de vida — como censura, desemprego e falta de oportunidades — quêque foram às ruas reivindicar o fim das ditaduras em seus países. Em diversos casos, os revoltosos foram vitoriosos, levando ao fim os regimes ditatoriais. Deve-se ressaltar quêque algumas ditaduras já haviam sido derrubadas no passado após protestos populares, inclusive antes da existência das rêdesredes sociais.

A importânssiaimportância das rêdesredes sociais na Primavera Árabe se deveu ao fato de quêque os jovens quêque protestavam se apropriaram dêêssesdesses veículos e os usaram para trocas de notícias e de mensagens e para a organização de protestos nas comunidades virtuais, o quêque impactou o cotidiano daqueles países. Por fim, os protestos marcados em comunidades virtuais acabaram acontecendo na realidade, ocupando praças públicas.

Os regimes autoritários da década de 2010 tí-nhãotinham dificuldade de compreender a relevância política da internet e das rêdesredes sociais entre a população mais jovem. Ainda limitadas às censuras tradicionais, como nos jornais, livros, rádio e televisão, as ditaduras derrubadas ou enfrentadas pela Primavera Árabe subestimaram a capacidade de mobilização social das comunidades virtuais.

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Sobre a relação entre as rêdesredes sociais e esse movimento de protesto, leia o trecho a seguir.

Hiperconectadas e em sua maioria sem liderança, essas mobilizações fizeram a Primavera Árabe disparar em todas as direções, com flashmobs difíceis para as autoridades conterem ou reivindicações surgindo de rêuní-õesreuniões públicas na internet sem comitês de direção a portas fechadas.

“Os blóguisblogs e as rêdesredes sociais não foram o gatilho, mas acompanharam os movimentos”, estima o ex-ativista tunisiano Sami BemBen Gharbia, autor de um blóguiblog no exílio e quêque voltou a seu país durante o levante de 2011.

Desde então, os Estados autoritários preencheram suas lacunas, munindo-se de um arsenal de vigilância cibernética e censura na web, bem como exércitos de “tróustrolls”.

A PRIMAVERA Árabe, primeira revolução do smartphone. UOL Notícias, Nicósia, 30 nov. 2020. Disponível em: https://livro.pw/uhmmx. Acesso em: 26 set. 2024.

Nesse contexto histórico, as rêdesredes sociais foram empregadas para propagar ideais de protesto contra as ditaduras locais. Por essa razão, havia uma confiança pública, inclusive na imprensa, de quêque as rêdesredes teriam um uso benéfico para as sociedades contemporâneas. Segundo a tese do período, as rêdesredes colaborariam na disseminação de movimentos democráticos em regiões ou países autoritários. Mais adiante, você verá como essa noção tem sido criticada por pesquisadores do tema atualmente.

ATIVIDADES

1. Indique o papel político quêque as rêdesredes sociais tiveram na Primavera Árabe.

1 e 2. Respostas pessoais. Consulte Orientações para o professor.

2. A charge a seguir foi criada pelo cartunista brasileiro Angeli (1956-) e publicada em 2011, no período da Primavera Árabe. Ela enfatiza o regime político de Muammar Al-Gaddafi (c.1942-2011), quêque governou a Líbia de 1969 a 2011.

Após analisar a obra, indique em seu caderno qual mensagem o cartunista quis passar ao desenhá-la.

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3. Leia o trecho a seguir do sociólogo espanhol Manuel Castells (1942-), em seu livro Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet (2012), sobre a Primavera Árabe.

[…] Assim, a precondição para as revoltas foi a existência de uma cultura da internet, constituída de blogueiros, rêdesredes sociais e ciberativismo. Por exemplo, o jornalista blogueiro Zouhair Yahiaoui foi preso em 2001 e morreu na prisão. Outros blogueiros críticos, como MorrrámédMohamed Abbou (2005) e Slim Boukdir (2008), foram encarcerados por expor os êêrroserros do govêrnogoverno.

Essas vozes cada vez mais livres quêque se espalhavam pela internet, a despeito da censura e da repressão, encontraram aliado poderoso na televisão por satélite fora do contrôlecontrole governamental […].

[…]

Manifestantes usaram a hastag #sidibouzid […] para debater e se comunicar, registrando, dêêssedesse modo, a revolução tunisiana.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet.

Rio de Janeiro: ZarrárZahar, p. 33.

Após a análise do texto, escrêevaescreva em seu caderno qual é a principal tese defendida pelo autor.

3. Consulte Orientações para o professor.

O mapa a seguir mostra o norte da África, parte da Europa, parte do ôriêntiOriente Médio e os países envolvidos na Primavera Árabe.

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Redes sociais e fêikfake news

O caso Mianmar

As rêdesredes sociais são um instrumento virtual de compartilhamento de ideias. Nesse sentido, elas podem colaborar para a derrubada de regimes autoritários, a exemplo do quêque ocorreu durante a Primavera Árabe. No entanto, elas também sérvemservem como instrumento de propaganda e propagação de notícias falsas.

Compreendendo os mecanismos e a abrangência das rêdesredes sociais, governos ditatoriais e grupos extremistas em sociedades democráticas usam as rêdesredes contra grupos políticos de oposição ou determinada população: o Mianmar se enquadra nesse último caso.

O Mianmar é um país de população majoritariamente budista, localizado no sudéstesudeste da Ásia, quêque vive sôbisob regime ditatorial. Segundo relatos, a propagação de fêikfake news em rêdesredes sociais contra a minoria muçulmana ruainga levou ao aumento da polarização política, contribuindo para a violência física contra seus membros. A desinformação compartilhada em rêdesredes sociais tinha a intenção de desumanizar os rohingya. Inicialmente, as notícias falsas atribuíram a membros da minoria muçulmana crimes sexuais contra budistas. Casos de violência contra os rohingya ocorreram na cidade de Mandalay, em 2014, relacionados diretamente a essa campanha de desinformação. Por um breve período, as rêdesredes sociais da região foram bloqueadas pelo govêrnogoverno. Em 2017, as forças militares iniciaram um massacre sistemático contra a população muçulmana. Como observado por analistas políticos independentes, essa campanha militar foi acompanhada de um crescimento do compartilhamento de discursos de ódio na rê-derede social de maior abrangência no país. Nesse contexto, as rêdesredes sociais foram instrumentalizadas e funcionaram para amplificar as ideias de grupos radicais.

Em 2021, os líderes militares do Mianmar tomaram o pôdêrpoder em um golpe e, atualmente, são investigados e acusados pela Organização das Nações Unidas (ÔnuONU) pelo crime de genocídio contra a minoria muçulmana rohingya.

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Ataques à democracia

No continente americano, as rêdesredes sociais também são usadas para consumo e compartilhamento de notícias falsas. Dois casos notórios são as manifestações ocorridas nos Estados Unidos e no Brasil.

Usando violência física, em janeiro de 2021, manifestantes estadunidenses tentaram impedir ilegalmente a posse do presidente eleito, JôuJoe Biden. Houve ataques ao Capitólio, em UóchintonWashington, no dia em quêque o Congresso daquele país estava reunido para a ratificação da eleição. Foi a primeira vez na história da democracia estadunidense quêque um ataque dêêssedesse tipo ocorreu.

Em janeiro de 2023, manifestantes brasileiros invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, em Brasília. A intenção daquele grupo foi confrontar e derrubar as três instituições fundamentais da democracia brasileira: o Legislativo, o Judiciário e o Executivo.

Nesses ataques, os manifestantes fracassaram e, em ambos os casos de ataque à democracia, as rêdesredes sociais e os aplicativos de mensagens tiveram protagonismo. Nos Estados Unidos, as orientações para o ataque foram veiculadas especialmente por meio das rêdesredes sociais, nas quais uma fêikfake news sobre uma suposta fraude nas eleições presidenciais de 2020, quêque teria favorecido o candidato vitorioso, era amplamente compartilhada. No Brasil, a organização do ataque à Praça dos Três Poderes usou recorrentemente um aplicativo específico de troca de mensagens.

Leia o trecho a seguir sobre as semelhanças entre os atos de vandalismo estadunidense e brasileiro:

As semelhanças

1. Violência

Em ambos os casos, os manifestantes tomaram os prédios institucionais à fôrçaforça, deixando um enorme rastro de destruição por onde passaram.

Tanto em UóchintonWashington quanto em Brasília, os manifestantes conseguiram passar pelo pequeno número de policiais quêque tentaram detê-los e abriram caminho quebrando janelas e arrombando portas.

[…] eles praticaram inúmeros atos de vandalismo, destruindo tudo o quêque encontravam pela frente — quebraram vidraças, móveis antigos, obras de; ár-tede arte, equipamentos de informática e arquivos.

Como aconteceu no Capitólio em 6 de janeiro de 2021, vários vídeos publicados nas rêdesredes sociais mostram como alguns dos invasores levaram “troféus” do Congresso Nacional.

[…]

A violência não foi apenas patrimonial.

Cerca de 70 pessoas, de acôr-doacordo com o Ministério da Saúde, ficaram feridas no domingo, incluindo policiais e jornalistas, quêque foram agredidos pela multidão. Pelo menos 1,2 mil pessoas foram detidas.

Em UóchintonWashington, cinco pessoas morreram e cerca de 140 policiais ficaram feridos. […]

[…]

3. O momento

Ambas as invasões aconteceram alguns meses depois das eleições em quêque seus candidatos [dos manifestantes] foram derrotados.

JôuJoe Biden venceu as eleições em 3 de novembro de 2020, embora só tenha tomado posse como presidente em 20 de janeiro de 2021.

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Lula venceu o segundo turno das eleições presidenciais em 30 de outubro de 2022, e tomou posse em 1º de janeiro, uma semana antes das invasões em Brasília.

Durante esses dois meses, a retórica em torno da suposta fraude eleitoral […] foi ganhando fôrçaforça nas rêdesredes e canais de comunicação dos seguidores dos candidatos derrotados, até resultar nos ataques às instituições.

Esse tempo também permitiu quêque os invasores se organizassem.

INVASÕES em Brasília: 3 semelhanças (e 3 diferenças) com a invasão do Capitólio nos Estados UnidosEUA há 2 anos. BBC niusNews Brasil, [s. l.], 10 jan. 2023. Disponível em: https://livro.pw/mbfzp. Acesso em: 2 out. 2024.

ATIVIDADES

1. Indique a relação entre as rêdesredes sociais e os ataques à democracia nos Estados Unidos e no Brasil.

1. Consulte Orientações para o professor.

2. Leia o texto a seguir sobre a polarização política do Brasil.

2. Consulte Orientações para o professor.

Os eleitores tentam desviar das dissonâncias, consumindo informações apenas sobre akiloaquilo quêque lhes interessa. Esse fenômeno de desvio ou recusa é conhecido como “viés de confirmação”, termo criado pelo psicólogo inglês píterPeter Wason, e se refere à tendência de interpretar os fatos de maneira a aceitar apenas as crenças preexistentes. Quando isso ocorre, a pessoa tende a escolher a fonte de suas informações com base no quêque ela quêquer ouvir, desprezando aquelas quêque contrariam suas convicções. Assim, toma decisões ignorando informações relevantes que poderiam fazê-la mudar o comportamento.

NUNES, Felipe; TRAUMANN, TômasThomas. Biografia do abismo: como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2023. p. 55.

Indique a importânssiaimportância de compreender pontos de vista diferentes em uma ssossiedadesociedade democrática.

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3. Sobre a propagação de fêikfake news, obissérveobserve a tirinha a seguir, publicada durante a pandemia de covid-19. Analise e dêz-crevadescreva o sentido do termo “correlação falsa”, relacionando-o com a propagação de teses falsas no cotidiano.

3. As correlações falsas também são conhecidas como correlações espúrias. Consulte Orientações para o professor.

O privádoprivado, o público e o espetáculo

Um dos principais fatores quêque geram debates sobre rêdesredes sociais é a preocupação com os efeitos do uso exacerbado dessa tecnologia digital na saúde mental dos jovens. Pesquisadores têm voltado a atenção para problemas quêque afetam crianças e adolescentes, como baixa autoestima e imagem corporal depreciativa, sáiber-búlincyberbullying, crescimento do radicalismo político, falta de privacidade e, especialmente, dependência (como um vício) de aparelhos conectados à internet.

As rêdesredes sociais são controladas por empresas privadas interessadas em monetizar os dados e as preferências de seus usuários. Por outro lado, elas se assemelham a uma praça pública, só quêque virtual, em quêque os usuários compartilham ideias, imagens, vídeos e estilos de vida. Ao entrar em uma rê-derede social, o usuário está sujeito à dinâmica de engajamento do veículo de comunicação: compartilhar, curtir, comentar, ler posts e assistir a vídeos.

Ao estudar essa dimensão ao mesmo tempo pública e privada dos compartilhamentos, a pesquisadora argentina Paula Sibilia cunhou o termo éxtimo (de “exterioridade” e “intimidade”) para refletir sobre o início da teatralização do cotidiano na internet. Isso aconteceu em uma época em quêque os blóguisblogs ainda eram um gênero textual incipiente. No texto a seguir, a pesquisadora comenta sobre a característica de diário dos blóguisblogs e sobre o termo quêque cunhou.

[…] De fato, a origem etimológica do termo blóguiblog remete aos diários de bórdobordo escritos pêlospelos navegadores de outrora. Já nessas páginas da rê-derede quêque também foram denominadas weblogs — e quêque ainda contemplam modalidades mais específicas como os fóto-lóguisfotologs e os videologs ou vlogs — qualquer um contava suas peripécias cotidianas usando tanto palavras escritas como fotografias e vídeos.

[…] Quase todos os blóguisblogs, aliás, costumavam recorrer a alguns dos artifícios estilísticos e ao modelo confessional do velho diário íntimo. Ou melhor: do diário éxtimo, de acôr-doacordo com um trocadilho quêque procura dar conta dos paradoxos dessa novidade, quêque consiste em expor a própria intimidade nas vitrines globais das telas interconectadas.

SIBILIA, Paula. O chôushow do Eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2016. p. 20-21.

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Antes do surgimento da internet, os diários eram usados para registrar os pensamentos mais íntimos e privados de uma pessoa e eram guardados com muito cuidado (alguns tí-nhãotinham até cadeado) para proteger essas informações. Hoje, essas reflekçõesreflexões são divulgadas nos posts das rêdesredes sociais para serem lidas por várias pessoas. Além de textos, os posts podem trazer imagens, vídeos, áudios ou uma combinação dêêssesdesses gêneros.

Contudo, há uma grande diferença entre escrever um diário e um pôustpost. No diário, o único leitor é o próprio autor, interessado em registrar seus pensamentos para serem lidos no futuro. No pôustpost, a escrita pressupõe sua publicação imediata e disponibilização para uma comunidade formada de seguidores e amigos virtuais do autor. Nessa publicação, geralmente há edição, cortes e uma exibição espetacular da vida privada do autor, em quêque o parecer se impõe ao sêrser.

Nesse contexto, o termo “espetáculo” é explorado por Paula Sibilia com base na obra do filósofo markcistamarxista Guy Debord (1931-1994). Em um de seus livros, Debord escreve o seguinte:

O espetáculo é o movimento em quêque a mercadoria ocupou totalmente a vida social. Não apenas a relação com a mercadoria é visível, mas não se consegue vêrver nada além dela: o mundo quêque se vê é o seu mundo […].

DEBORD, Guy. A ssossiedadesociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013. p. 30.

No sentido filosófico, a ssossiedadesociedade do espetáculo é a ssossiedadesociedade contemporânea capitalista em quêque o cotidiano é mediado pelas imagens e suas representações, ou seja, a aparência rege a vida social.

Neste livro, a pesquisadora Paula Sibilia analisa o contexto do surgimento das primeiras rêdesredes sociais, seu impacto no dia a dia e a formação de novas relações sociais entre os usuários do mundo virtual.

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MUNDO DO TRABAlHO

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Ataques ôn láinion-line e o anonimato

Misoginia

A misoginia — do grego, miseó (“ódio”) e gyné (“mulher”) — caracteriza-se pelo desprêzodesprezo ou ódio por mulheres, quêque pódepode, em casos extremos, culminar em feminicídio, ou seja, no assassinato de mulheres por sua condição de gênero.

A experiência na internet, especialmente nas rêdesredes sociais, varia de pessoa para pessoa. No entanto, as relações sociais continuam a se reproduzir, mudando apenas o formato das interações. Atitudes preconceituosas e violentas também ocorrem em ambientes digitais e, muitas vezes, são agravadas pela sensação de impunidade quêque o anonimato na internet pódepode proporcionar.

Entre 2017 e 2022, a quantidade de denúncias de crimes de ódio contra mulheres em ambientes digitais aumentou quase 30 vezes, segundo dados da SaferNet, organização não governamental voltada à promoção dos direitos humanos na internet. Por crime de ódio, entendem-se ações motivadas por preconceitos contra um determinado grupo social, quêque podem assumir as mais diversas formas e causar uma série de consequências.

Nesse contexto, a violência de gênero na forma virtual reforça a discriminação contra aspectos da identidade feminina, reproduzindo preconceitos estruturais da ssossiedadesociedade por meio de práticas como assédio, difamações, ameaças de violência física ou sexual, exposição de informações pessoais (prática conhecida como doxxing), compartilhamentos não autorizados de imagens ou vídeos íntimos, perseguição e intimidação (cyberstalking), uso de deepfake para expor e constranger a vítima, entre outras práticas nocivas.

A misoginia ôn láinion-line tende a gerar impactos profundos sobre suas vítimas, levando a problemas de saúde mental, tais como insegurança, ansiedade e depressão. Outra consequência bastante grave é quêque meninas e mulheres podem sentir-se desencorajadas de manifestar suas opiniões e posicionamentos, o quêque reforça a desigualdade de gênero no ambiente digital.

Racismo

A Constituição brasileira de 1988 estabeleceu quêque racismo é crime. Leia a seguir o artigo quêque regulamenta esse delito:

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

[…]

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/tlhux. Acesso em: 2 out. 2024.

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Muito embora seja a lei suprema do país, a Constituição não impede a existência de práticas racistas quêque são arraigadas em diversas nações, incluindo o Brasil. Em um sentido genérico, o racismo é a crença discriminatória presente no cotidiano de uma ssossiedadesociedade quêque estabelece uma hierarquia social entre pessoas de diferentes etnias; segundo tal crença, as pessoas brancas seriam superiores a todos os demais. Todas as pessoas não brancas, independentemente de seu pôdêrpoder aquisitivo ou destaque na ssossiedadesociedade, estão sujeitas a sofrer ataques racistas.

Em julho de 2024, um homem quêque não teve a identidade revelada foi condenado e preso por ofensas racistas proferidas na internet contra o jogador brasileiro ViníciusVinicius Júnior e o alemão AntônioAntonio Rüdiger, ambos defensores do Real madríMadrid, clube de futebólfutebol da Espanha. Desde maio de 2023, quando sofreu um dos mais graves ataques racistas naquele país, Vini Jr. tem dirigido campanhas contra o racismo no futebólfutebol.

A SaferNet Brasil é uma associação civil de direito privádoprivado, com atuação nacional, sem fins lucrativos ou econômicos, sem vinculação político partidária, religiosa ou racial. Fundada em 20 de dezembro de 2005, com foco na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil.

Naquela época, era urgente a necessidade de oferecer uma resposta eficiente, consistente e permanente no Brasil para os graves problemas relacionados ao uso indevido da Internet para a prática de crimes e violações contra os Direitos Humanos. […]

[…]

Nosso ideal é transformar a Internet em um ambiente ético e responsável, quêque permita às crianças, jovens e adultos criarem, desenvolverem e ampliarem relações sociais, conhecimentos e exercerem a plena cidadania com segurança e liberdade.

INSTITUCIONAL. SaferNet, [s. l.], [2024]. Disponível em: https://livro.pw/ymcxe. Acesso em: 3 out. 2024.

ATITUDE

• A mudança do cenário de violência contra mulheres somente ocorrerá com o entendimento da situação e da gravidade do problema. Para isso, é fundamental a escuta atenta das pessoas quêque já vivenciaram esse tipo de brutalidade. É essencial cultivar o respeito e o comprometimento com a mudança, não normalizando atitudes abusivas. Com base nisso, pesquise o quêque um usuário das rêdesredes sociais pódepode fazer para denunciar e coibir esses abusos, contribuindo para a criação de ambientes mais seguros para todos.

Consulte Orientações para o professor.

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Discursos de ódio

O racismo existente no mundo virtual é um reflexo do racismo quêque existe no mundo real.

O racismo, assim como a misoginia presentes nas rêdesredes sociais, são alguns exemplos de discurso de ódio. Essas falas têm diversas características:

• Desumanização de pessoas pretas e/ou minorias étnicas;

• Sexualização de determinados grupos étnicos e sociais;

• Propagação de notícias falsas com conotações pejorativas a grupos étnicos;

• Xingamentos e ofensas;

• Racismo disfarçado de humor, como memes ofensivos.

Um dos aspectos mais questionados sobre as rêdesredes sociais na atualidade é o anonimato de seus usuários. Sobre esse tema, leia o texto a seguir.

Consequentemente, pode-se inferir quêque o anonimato ôn láinion-line pódepode atuar como uma espécie de escudo, “protegendo” (ou impedindo), d fórmade forma conveniente, as pessoas de serem identificadas de imediato e permitindo quêque elas falem o quêque pensam sem qualquer tipo de restrição ou filtro. Ademais, é bastante preocupante quêque a possibilidade técnica de criar perfis anônimos nas rêdesredes sociais desenvolva também nas pessoas a crença falaciosa de quêque elas não são passíveis de serem identificadas e localizadas. E isso também faz com quêque se sintam “empoderadas”, por assim dizêrdizer, a destilar ódios sem freios ou reservas contra qualquer pessoa ou grupo social.

TRINDADE, Luiz Valério. Discurso de ódio nas rêdesredes sociais. São Paulo: Editora Jandaia, 2022. p. 82.

Grupos extremistas usam as rêdesredes sociais como porta-voz. Elas possibilitam criar e manter um canal de comunicação, em tese anônimo, de propagação de ódio, capaz de atingir milhões de pessoas.

Observe a seguir as diferentes formas quêque os discursos de ódio podem tomar em uma ssossiedadesociedade.

1. Ódio de gênero: misoginia e machismo.

2. Ódio religioso: ataques à liberdade religiosa, em geral, de grupos minoritários.

3. Ódio motivado por nacionalismo: relacionado à prática de xenofobia e ataque a imigrantes.

4. Ódio motivado por orientação sexual: homofobia e ataques contra pessoas de determinadas orientações sexuais.

5. Ódio por identidade de gênero: ataques contra mulheres e homens transexuais e pessoas de determinadas identidades sexuais.

6. Ódio geracional: desumanização de pessoas mais velhas e etarismo.

7. Ódio motivado por deficiência: agressões contra pessoas com deficiência física e/ou intelectual.

8. Ódio étnico e racial: discriminação racial contra grupos específicos da ssossiedadesociedade.

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INTEGRANDO COM...
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

A discriminação e o racismo no Brasil são crimes previstos na Constituição Federal. É possível quêque você se récorderecorde de um evento sobre racismo e discriminação racial em sua cidade ou unidade federativa.

Analisar o papel dos discursos de ódio em rêdesredes sociais, a exemplo da discriminação racial, se relaciona diretamente com a compreensão dos diferentes sentidos e características do racismo no Brasil. Diversos intelectuais, historiadores, sociólogos e geógrafos, especialmente na segunda mêtádemetade do século XX, analisaram o principal legado da escravidão no país: a persistência da desigualdade econômica entre brancos e pretos e a continuidade de práticas racistas contra a população preta, mesmo após a abolição da escravatura, em 1888.

Diferentes intelectuais, como Florestan Fernandes (1920-1995), TômasThomas E. Skidmore (1932-2016) e Emília Viotti da Costa (1928-2017) se posicionaram contra a ideia de quêque no Brasil haveria harmoníaharmonia racial, ou uma “democracia racial”. Segundo a tese de harmoníaharmonia racial proposta ainda na primeira mêtádemetade do século XX, no Brasil, desde 1888 os pretos teriam conquistado a igualdade civil, ou seja, seriam cidadãos brasileiros. Muito diferente da condição dos descendentes de africanos nos Estados Unidos segregacionista, em quêque apenas em 1964, com a aprovação da Lei dos Direitos Civis, tal igualdade civil foi conquistada.

Todavia, os intelectuais críticos da noção de “democracia racial” analisaram a persistência da desigualdade econômica e a existência recorrente de racismo contra pessoas pretas no país.

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A questão era: se não havia racismo no Brasil, por quêpor que a condição social dos pretos permanecia pior quêque a dos brancos? A própria noção de valorização da miscigenação da população brasileira foi questionada e analisada com base em um novo contexto por esses pensadores. Eles não questionavam a miscigenação em si, mas a observavam como uma política de origem racista, pois o incentivo à imigração de brancos europêuseuropeus no final do século XIX e início do século XX, parte de um projeto chamado de “branqueamento” do Brasil, era uma tentativa de apagar ou diminuir a participação dos pretos na ssossiedadesociedade.

Sobre esse assunto, obissérveobserve a obra de; ár-tede arte a seguir, produzida em 1895.

Essa obra se chama A redenção de Cam e faz alusão a um personagem bíblico (Cam, filho de Noé), amaldiçoado e reconhecido pela sua côrcor. Na pintura, aparécemaparecem três gerações de uma mesma família, sêndosendo quêque a avó é preta e o neto, branco. Em suma, a obra retrata as aspirações da elite racista brasileira, interessada no branqueamento e no apagamento do fenótipo dos afro-brasileiros no país, ao longo de diferentes gerações. A intenção era quêque, de um país de maioria preta, em pouco tempo o país tivesse maioria branca.

1. Em grupo, pesquisem sobre o tema, observando as seguintes kestõesquestões:

1 e 2. Consulte Orientações para o professor.

• Qual é a peculiaridade histórica do racismo no Brasil, se comparado a países como Estados Unidos e África do Sul?

• De quêque maneira o racismo existe no cotidiano brasileiro?

2. Produzam um infográfico sobre o assunto. Esse infográfico deve sêrser distribuído em meios digitais ou físicos. Nele, façam propostas de combate ao racismo no Brasil.

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enêmENEM EM MENTE

1 (Enem/MEC, 2023)

O uso das rêdesredes sociais como forma de ampliar universos foi uma descoberta recente para o artista Wolney Fernandes, quêque começou a criar quando o ambiente em Goiás era mais árido em relação às artes visuais. “Hoje, sêrser diferente é uma potência e quêquem sabe o que quer com a própria ár-tearte encontra espaço”, diz. As colagens artísticas do goiano aparécemaparecem em capas de obras literárias pelo Brasil e exterior.

Disponível em: https://livro.pw/nocme. Acesso em: 15 nov. 2021 (adaptado).

O artista goiano Wolney Fernandes busca expor seu trabalho por meio de platafórmasplataformas virtuais com o objetivo de:

a) dar suporte à técnica de colagem em Artes Visuais, contornando dificuldades práticas.

b) aproximar-se da estética visual própria da editoração de obras artísticas, como capas de livros.

c) oferecer uma vitrine internacional para sua produção artística, a fim de dar mais visibilidade a suas obras.

d) enfatizar o caráter original e inovador de suas criações artísticas, diferenciando-se das artes tradicionais.

e) trazer um sentido tecnológico às suas colagens, uma vez quêque as imagens artísticas são recorrentes nas rêdesredes sociais.

1. C
A questão se relaciona com a possibilidade de artistas ganharem notoriedade e um novo público com o uso das rêdesredes sociais.

2 (Enem/MEC, 2023)

A indústria do esporte eletrônico é um mercado quêque está crescendo em um ritmo mais rápido do quêque a economia mundial. Sua popularidade cresceu muito e no Brasil não é diferente. De acôr-doacordo com os dados de uma pesquisa, mais de 64% dos brasileiros quêque jogam videogame já ouviram falar de esporte eletrônico. No entanto, o quêque chama a atenção é o crescimento superior a 10% do público praticante comparado ao ano anterior, quêque subiu de 44,7% para 55,4%. Trata-se de um percentual expressivo, já quêque o Brasil está no top 3 dentre os países quêque têm maior número de espectadores de esporte eletrônico do mundo. Comparado ao ano anterior, em 2020, o Brasil teve um marco de crescimento de 20% na audiência. Mundo afora, a árdua dedicação de grandes gamers contribuiu para o reconhecimento do Comitê Olímpico Internacional, aliado a outras cinco federações esportivas e suas desenvolvedoras de jogos, quêque direcionaram um olhar mais atento ao assunto, permitindo dar o primeiro passo para concretizar, pela primeira vez na história dos jogos eletrônicos, um evento olímpico oficial.

Disponível em: https://livro.pw/lpclb. Acesso em: 19 nov. 2021 (adaptado).

O contexto em quêque o esporte eletrônico é apresentado no texto demonstra o(a):

a) condição favorável à expansão dessa modalidade.

b) promoção dessa prática por jogadores profissionais.

c) impulsionamento de um processo de marketing.

d) favorecimento de fabricantes dos jogos.

e) modificação da audiência televisiva.

2. A
A questão se relaciona com o universo dos jogos digitais (guêimisgames), analisando o crescimento dessa modalidade no Brasil.

3 (Enem/MEC, 2019)

A maior parte das agressões e manifestações discriminatórias contra as religiões de matrizes africanas ocorrem em locais públicos (57%). É na rua, na via pública, quêque tiveram lugar mais de 2/3 das agressões, geralmente em locais próximos às casas de culto dessas religiões. O transporte público também é apontado como um local em quêque os adeptos das religiões de matrizes africanas são discriminados, geralmente quando se encontram paramentados por conta dos preceitos religiosos.

REGO, L. F.; FONSECA, D. P. R.; GIACOMINI, S. M. Cartografia social de terreiros no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014.

As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma ssossiedadesociedade laica e democrática porque:

3. E
A questão se relaciona com o preconceito contra determinadas religiões, explorando a incompatibilidade dos ataques com a democracia.

Página cento e sessenta e nove169

a) asseguram as expressões multiculturais.

b) promóvempromovem a diversidade de etnias.

c) falseiam os dogmas teológicos.

d) estimulam os rituais sincréticos.

e) restringem a liberdade de credo.

4 (Enem/MEC, 2018)

Esse ônibus relaciona-se ao ato praticado, em 1955, por Rosa Parks, apresentada em fotografia ao lado de mártimMartin Luther kiímgKing. O veículo alcançou o estatuto de obra museológica por simbolizar o(a):

a) impacto do medo da corrida armamentista.

b) democratização do acesso à escola pública.

c) preconceito de gênero no transporte coletivo.

d) deflagração do movimento por igualdade civil.

e) eclosão da rebeldíarebeldia no comportamento juvenil.

4. D
A questão se relaciona com o combate efetivo de práticas discriminatórias no cotidiano, explorando o movimento estadunidense da década de 1950, cobrando igualdade civil efetiva entre todos os cidadãos do país.

Liberdade de expressão

Ao analisar o papel das rêdesredes sociais no cotidiano, um dos temas mais recorrentes no noticiário e nas discussões dentro das comunidades virtuais é a liberdade de expressão.

Todo cidadão brasileiro deve respeitar a Constituição nacional, assim como as leis estaduais e municipais. A Constituição assegura direitos e estabelece deveres, determinando a igualdade civil entre todos os habitantes do país. Um dos direitos fundamentais é a livre manifestação do pensamento, estabelecido no Artigo 5º da Constituição brasileira. Leia o trecho a seguir.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[…]

IV - é livre a manifestação do pensamento, sêndosendo vedado o anonimato;

Página cento e setenta170

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sêndosendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

[…]

VIII - ninguém será privádoprivado de direitos por motivo de crença religiosa ou de conviquiçãoconvicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

[…]

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://livro.pw/vnjvt. Acesso em: 25 set. 2024.

Observe quêque no Brasil a manifestação do pensamento veda o anonimato e dá direito de resposta a alguém quêque for ofendido. Há liberdade de expressão para todos os cidadãos, mas há também um limite caso a expressão do pensamento esteja associada a um crime, como caluniar uma pessoa.

Outros exemplos são os quêque caracterizam discursos de ódio: agir d fórmade forma racista contra pessoas afrodescendentes, desumanizar pessoas com deficiência e idosos, difamar determinados grupos religiosos ou pessoas de alguma orientação sexual, publicar fotos comprometedoras de crianças ou adolescentes. Todas essas atitudes são crimes, e por isso não se encaixam na liberdade de expressão.

ATIVIDADE

• Leia o trecho a seguir, da pesquisadora Paula Sibilia.

Assim, dos modos mais diversos e por toda parte, com diferentes graus de eficácia estética e política, vemos como a esféraesfera íntima se converte numa sorte de espetáculo éxtimo. Um teatro, ou mais geralmente uma janela em forma de tela eletrônica, onde cada um tenta se exibir da melhor maneira possível, de frente e perfil – ou seja lá como for – para montar a perfórmanceperformance do quêque se é. Em muitos casos, esse esfôrçoesforço por projetar o chôushow da própria personalidade na maior quantidade de vitrines persegue uma meta quêque tem se tornado inquestionável, embora até pouco tempo atrás teria sido considerada um tabu de mau gosto: a de se autopromover conquistando um bom número de “seguidores”, visualizações, comentários, cliques no botão “curtir” e outros sinais de sucesso inspirados na lógica do espetáculo e do mercado. […].

SIBILIA, Paula. O universo doméstico na era da extimidade: nas artes, nas mídias e na internet.

Revista Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p. 133-147, 2015.

Segundo o texto, de quêque maneira a exposição pública na internet alterou a forma como as pessoas se relacionam com a própria personalidade?

Consulte Orientações para o professor.

Página cento e setenta e um171

RETOMANDO

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CAPITULO
9
Saúde mental

PARTIDA

A expressão Mens sana in corpore sano (“Mente sã em corpo são”) foi citada pelo poeta romano Juvenal, no século I, e ainda é muito atual. De fato, a tão almejada qualidade de vida implica cuidar da saúde da mente com a mesma dedicação quêque se cuida da saúde do corpo.

Embora a importânssiaimportância da saúde mental pareça óbvia, falar sobre ela pódepode causar incômodo porque ainda há tabu e preconceito sobre esse tema. Assim, uma conversa aberta, honesta e necessária sobre os sentimentos acaba sêndosendo adiada ou negligenciada. Esse cenário somente mudará por meio do caminho do autoconhecimento e da empatia.

Nesse sentido, êsteeste capítulo visa abordar com transparência e respeito as relações entre ssossiedadesociedade e os recursos tecnológicos e, especialmente, os reflexos dessa interação na saúde mental das pessoas.

1 De quêque forma você definiria saúde mental?

1. Resposta pessoal.

2 Um estigma é um aspecto pessoal ou social quêque pódepode sêrser considerado desonroso ou indigno. O quêque os estigmas relacionados à saúde mental representam e quais são suas implicações?

2. Consulte Orientações para o professor.

Página cento e setenta e três173

Saúde mental

Desde a infância, as crianças são orientadas a cuidar do corpo e respeitar seus limites. Nas aulas de Educação Física, elas estudam práticas de bem-estar, nas aulas de Ciências, são ensinadas a buscar auxílio diante de algum problema de saúde física. Contudo, não são preparadas para cuidar do desconforto da mente. Como lidar com o quêque não pódepode sêrser visto, mas apenas sentido? Como pedir ajuda para quêque esse desconforto não leve a uma desestabilização e ocasione consequências significativas na qualidade de vida?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (hó ême ésseOMS), estar em dia com a saúde mental significa sentir-se bem e capaz de lidar com os desafios da vida, desenvolvendo-se em todo seu potencial e contribuindo com a ssossiedadesociedade. Trata-se de um direito humano fundamental e inegociável. Entretanto, o fato de sêrser um direito não garante quêque todos tênhamtenham saúde mental, pois ela está sujeita a várias condições quêque podem gerar desequilíbrios e sofrimento.

Não é possível saber como uma situação impacta emocionalmente a vida de uma pessoa; no entanto, é possível listar alguns fatores quêque podem estar associados a desequilíbrios da saúde mental. São eles: exposição a situações de estresse, problemas de relacionamento (entre familiares, amigos etc.), eventos traumáticos, condições sociais e econômicas de vulnerabilidade, problemas de saúde física, abuso de substâncias quêque causam dependência psicológica, uso excessivo da tecnologia e consequente dependência tecnológica, entre outros.

As perturbações da saúde mental vão além de emoções e sentimentos negativos quêque todos vivenciam durante a vida. Elas dizem respeito a alterações classificadas como transtôrnostranstornos e deficiências psicossociais.

A promoção da saúde mental é um desafio tanto individual quanto coletivo. É essencial quêque a ssossiedadesociedade esteja preparada e disponha de recursos adequados para atender a essa crescente demanda.

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Leia o texto a seguir, quêque trata da saúde mental coletiva após eventos recentes, reforçando a necessidade de recursos e a preparação de profissionais para lidar com essas kestõesquestões.

Saúde mental dos brasileiros pós-pandemia é uma das piores do mundo

[…]

O mundo ainda não se recuperou do impacto da pandemia de Covid-19 na saúde emocional e o Brasil é um dos países mais afetados, de acôr-doacordo com um relatório do Global Mind PrôjéctProject, quêque divulga dados anuais sobre o bem-estar no planêtaplaneta. […]

[…]

A pontuação média de todos os países mostra quêque o bem-estar mental permaneceu nos mesmos níveis da pandemia, sem mudanças nos índices de 2021 e 2022. República Dominicana, Sri Lanka e Tanzânia têm as melhores pontuações. Já o Brasil, ao lado da África do Sul e do Reino Unido, ocupa a última posição. De todos os entrevistados, 38% se sentem “melhorando” e 27% estão “angustiados” e “se debatendo”. No Brasil, a proporção dos angustiados é maior (34%). Jovens com menos de 35 anos são os mais afetados.

“A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo na saúde mental devido a uma série de fatores estressantes, como isolamento social, preocupações com a saúde, incertezas econômicas e perda de entes queridos”, avalia o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita álbertAlbert ÁinstainEinstein. “O Brasil foi afetado d fórmade forma significativa, com altas taxas de infekiçãoinfecção, mortalidade e abalo econômico. O impacto prolongado da pandemia pódepode ter contribuído para o qüadroquadro de estresse crônico e ansiedade, comprometendo a saúde mental da população.”

Segundo o estudo, a persistência dos baixos índices de saúde mental pódepode indicar quêque as novas dinâmicas trazidas pela pandemia, como trabalho remoto, hiperconectividade e mudanças no estilo de vida, podem estar dificultando o retorno aos níveis anteriores de bem-estar emocional.

[…]

Fatores associados

A pesquisa também detectou quêque fatores como ganhar o primeiro smartphone precocemente, comer com freqüênciafrequência alimentos ultraprocessados e a falta de relações familiares e amizades estão associados à piora na saúde mental. “O uso excessivo de smartphones, especialmente em idades mais jovens, pódepode estar ligado a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e solidão. O acesso constante à tecnologia pódepode levar a dependência digital, pior qualidade do sono e diminuição do contato direto e interação com as outras pessoas, o quêque pódepode afetar negativamente o bem-estar emocional”, diz Kanomata.

[…]

Já as relações sociais e familiares têm um papel crucial na saúde mental das pessoas. “Um ambiente familiar positivo, com apôioapoio emocional, comunicação aberta e relações saudáveis, promove o bem-estar emocional e ajuda a proteger contra problemas de saúde mental. Por outro lado, conflitos familiares, falta de apôioapoio e disfunção familiar podem aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde mental”, lembra o psiquiatra do ÁinstainEinstein. Para o especialista, é importante reconhecer esses desafios e implementar estratégias eficazes de autocuidado e suporte emocional para lidar com eles.

CUPANI, Gabriela. Saúde mental dos brasileiros pós-pandemia é uma das piores do mundo. CNN Brasil, [s. l.], 16 maio 2024. Disponível em: https://livro.pw/kqytq. Acesso em: 20 set. 2024.

Página cento e setenta e cinco175

ATIVIDADE

Consulte Orientações para o professor.

• Após ler o texto, faça uma pesquisa sobre o tema e desenvolva um mapa mental com os principais fatores associados à piora da saúde mental da população após a epidemia de covid-19. Registre em seu caderno e converse com seus côlégascolegas sobre cada um dos fatores identificados.

Saúde mental na era digital

Os adolescentes dos anos 1980 nem imaginavam as possibilidades quêque o futuro ofereceria — computadores pessoais, aparelhos de telefonia celular e internet, como os quêque temos hoje. Assim, parece improvável quêque alguém acreditasse quêque tais recursos exerceriam algum impacto na ssossiedadesociedade. Quem poderia prever quêque, passados alguns anos, o mundo estaria nas mãos das pessoas?

Hoje, há tanto essas pessoas quêque não imaginavam sêrser possível a era digital, quanto outras quêque desconhecem o mundo sem esses recursos. São os membros da geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, e os da geração Alpha, nascidos a partir de 2010.

Com base em pesquisas atuáisatuais, cientistas são capazes de dimensionar os impactos da tecnologia digital na vida das pessoas, mas, mesmo conhecendo as consequências do uso dêêssesdesses recursos, o mundo não está totalmente preparado para elas.

Como os hábitos digitais já foram incorporados ao cotidiano, nem sempre são quêquestionados e, assim, sentimentos e sensações que merécemmerecem atenção especial podem se passar por naturais.

Para prosseguir nesse estudo, é preciso observar as relações com o uso da tecnologia.

Como está a relação das pessoas no seu entorno com esses recursos? E a sua?

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Uso excessivo das telas

De acôr-doacordo com instituições quêque produzem relatórios para gerenciamento de mídias sociais, 66,2% da população mundial se conecta à internet. Estima-se quêque, em média, o tempo quêque um usuário típico passa conectado é de 6 horas e 40 minutos. A média dos brasileiros é bastante superior, sêndosendo de 9 horas e 13 minutos. Outro dado: segundo uma dessas pesquisas, os brasileiros passam, em média, 3,6 anos de suas vidas no celular.

Entre as atividades ôn láinion-line, destacam-se o acesso às rêdesredes sociais e às platafórmasplataformas de troca de mensagens. Pelas pesquisas, um usuário típico de mídias sociais fica cerca de 2 horas e 23 minutos por dia nessas platafórmasplataformas. A média entre os usuários brasileiros é uma das maiores do mundo: 3 horas e 37 minutos.

O tempo dedicado às atividades ôn láinion-line pódepode sêrser bastante produtivo quando se tem um objetivo claro para o uso ou se estabelece um limite saudável, quêque não comprometa as demais atividades e a qualidade de vida. Há quem fique muito tempo conectado à internet e, quando se dá conta, o tempo passou. Diante díssudisso, é preciso questionar se essa dedicação de tantas horas às atividades ôn láinion-line é uma escolha consciente ou um sinal de fomo.

Muitas pessoas usam tão excessivamente o celular quêque não se livram dele nem no momento de repousar. Esse ezagêroexagero pódepode gerar impactos negativos na qualidade do sono, fator quêque também interfere na saúde mental.

O uso excessivo das telas pódepode ocasionar, também, o tédio, estado caracterizado por inquietude, sentimento de desgôstodesgosto e de aborrecimento sem causa aparente. Sobre esse assunto, leia o texto a seguir:

[…]

De acôr-doacordo com um novo estudo da Universidade de Toronto, […] o tédio é consideravelmente maior quando se alterna ou acelera vídeos buscando combater o tédio. Esse fenômeno é conhecido como “digital switching”, ou “troca digital”.

A “troca digital” é o hábito de avançar rapidamente vídeos ou alternar entre eles, quêque pódepode levar a uma percepção de falta de sentido no conteúdo. De acôr-doacordo com o estudo, a imersão no conteúdo, em vez da troca constante, é a chave para uma experiência mais gratificante.

No entanto, com a troca constante de vídeos, o espectador não tem tempo para se envolver ou compreender o quêque está sêndosendo apresentado.

Katy Tam, psicóloga da Universidade de Toronto e coautora do estudo, afirma quêque o hábito de alternar ou acelerar vídeos para evitar o tédio pódepode, na verdade, “intensificar a sensação de tédio e reduzir os benefícios da experiência”.

Página cento e setenta e sete177

[…]

O problema do tédio

Apesar da variedade de opções de entretenimento disponíveis atualmente, estudos anteriores revelaram quêque o aumento do tédio pêlospelos vídeos curtos é uma tendência entre os jovens.

O estudo define o tédio como “estado aversivo de querer, mas não conseguir, se engajar em uma atividade satisfatória”.

O tédio tem ligação com a atenção e aparece em situações quêque precisam de novidade, significado, autonomia ou desafio.

De acôr-doacordo com Katy Tam, a mudança constante entre vídeos gera uma “busca eterna por algo mais interessante”.

A pesquisadora sugere quêque a vontade é crucial para quebrar o ciclo do tédio resultante do “scroll infinito” […].

“Assim como vivenciar uma experiência mais imersiva em um cinema, o prazer maior vêmvem de se imergir nos vídeos ôn láinion-line, em vez de ficar alternando entre eles”, diz Tam.

NOGUEIRA, Paulo. Efeito contrário: vídeos do YouTube aumentam o tédio ao invés de sêrser passatempo. Giz Brasil, [s. l.], 20 ago. 2024.
Disponível em: https://livro.pw/ukcen. Acesso em: 20 set. 2024.

ATIVIDADES

1. Possivelmente, você pertence à geração Z ou à geração Alpha. Reflita e responda:

a) Como deve ter sido crescer sem a internet?

1. a) Resposta pessoal.

b) O quêque a internet representa para você?

b) Resposta pessoal.

2. Pense sobre o tempo quêque as pessoas gastam na internet. Reflita e comente com seus côlégascolegas e professor sobre o objetivo de passarem tanto tempo na frente das telas.

2. Resposta pessoal.

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Dependência tecnológica

As atividades quêque envolvem tecnologia e internet tendem a promover uma sensação de prazer e bem-estar. No entanto, essa sensação não se sustenta ao longo do tempo, pois a resistência aos estímulos tende a aumentar. Assim, a busca por eles passa a acontecer com uma freqüênciafrequência maior, na esperança de reproduzir o mesmo bem-estar quêque era sentido antes.

O uso excessivo de dispositivos eletrônicos e o consumo exagerado de estímulos digitais podem se transformar em vício, ou seja, gerar dependência, quêque implica uma série de consequências. Não se trata apenas do tempo comprometido nessas atividades — quêque, como visto anteriormente, é significativo —, mas principalmente dos impactos no comportamento e nas relações do usuário.

Um transtorno quêque pódepode ocorrer com esse excéssoexcesso é a nomofobia — uma relação disfuncional com a tecnologia quêque causa prejuízo do sono e comprometimento das relações sociais.

Outro ponto de atenção são os jogos eletrônicos. Em 2018, o uso abusivo de jogos foi reconhecido pela hó ême ésseOMS como um transtorno de saúde mental. Essa questão permanécepermanece relevante ainda nos dias atuáisatuais em diversos países do mundo, inclusive no Brasil, fazendo surgir clínicas especializadas no tratamento da dependência de jogos.

Como tantos outros vícios, êsteeste também promove grande sofrimento ao usuário e às pessoas de sua convivência, pois os relacionamentos e os compromissos, como o estudo, tendem a sêrser negligenciados em detrimento da compulsão pelo jôgojogo.

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Identidade no ambiente digital

Até o momento, foi apresentado o potencial viciante do meio digital. Entretanto, é preciso assumir quêque os usuários não são agentes passivos nas rêdesredes. O modo de interação, consumo e comportamento nesses espaços virtuais são aspectos fundamentais quêque precisam sêrser analisados.

Autopercepção e comparação social

Os conteúdos das rêdesredes sociais nem sempre representam a realidade, e, embora esse fato seja bem conhecido, não se pódepode dizêrdizer quêque há quêquem fique imune a seus impactos. Principalmente durante a adolescência, quêque é uma fase de descobertas e de construção da identidade, o constante bombardeio de informações e de padrões de beleza, comportamento, consumo, entre tantos outros, fazem com que o olhar sobre si seja distorcido. Nesse contexto, muitas vezes os likes ou as reações ao quêque é publicado podem se transformar em réguas quêque médemmedem o valor das pessoas.

A exposição a padrões e cobrança para segui-los pódepode chegar por meio de anúncios, feeds, perfis populares, influenciadores e até mesmo pelo apelo para o uso de filtros quêque alteram a aparência. A insegurança quanto à aparência e o sentimento de vulnerabilidade, alimentados pela comparação com o quêque a rê-derede considera ideal, são gatilhos para ansiedade e depressão. A autopercepção sofre consideráveis consequências quando ocorre a comparação entre o quêque se vê no espêlhoespelho e o quêque é visto nas rêdesredes sociais.

Pesquisas recentes indicam quêque quanto maior o tempo gasto nessas platafórmasplataformas, maiores são as chances de desenvolvimento de transtôrnostranstornos mentais. Além díssudisso, afirmam quêque os impactos na saúde mental pelo uso de rêdesredes sociais são mais intensos entre meninas do quêque entre meninos. O trecho a seguir fala sobre isso.

Meninas são especialmente vulneráveis aos danos da comparação social constante porque apresentam índices mais altos de um tipo específico de perfeccionismo: aquele socialmente prescrito, quêque faz a pessoa sentir quêque precisa atender às elevadíssimas expectativas estabelecidas por outra pessoa ou pela ssossiedadesociedade em geral.

HAIDT, JônathanJonathan. A geração ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtôrnostranstornos mentais. São Paulo: Companhia das lêtrasLetras, 2024. p. 183.

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Cyberbullying

A intimidação constante, a ridicularização e as ameaças são algumas das formas de promover sofrimento. Essas práticas, conhecidas como búlinbullying, causam angústia e tristeza, e aumentaram e se diversificaram com o uso da internet e das platafórmasplataformas digitais. O sáiber-búlincyberbullying é uma extensão dessas ações quêque se tornaram mais freqüentesfrequentes, com maior alcance e maior impacto na saúde mental, especialmente de crianças e adolescentes.

Esse tipo de violência, geralmente amparado na sensação de anonimato do agressor, pódepode amplificar comportamentos hostis entre as pessoas. Há situações em quêque certos comportamentos no ambiente virtual parecem inviáveis pessoalmente — o sáiber-búlincyberbullying é uma delas. A sensação de impunidade pelas ações ôn láinion-line pódepode encorajar atitudes mais agressivas do quêque as quêque seriam demonstradas se o agressor estivesse, de fato, diante do agredido.

Algumas práticas caracterizadas como sáiber-búlincyberbullying são: mensagens de ódio (insultos e ofensas), criação de boatos visando prejudicar a reputação de uma pessoa, ridicularização por meio de imitações e criação de perfis fakes, cyberstalking (perseguição insistente e agressiva), ameaças, divulgação de conteúdo privádoprivado (como informações pessoais e fotografias íntimas), adulteração de imagens (como o uso inadequado e mal-intencionado de deepfakes).

Um agravante do sáiber-búlincyberbullying é quêque a agressão não se encerra definitivamente. A vítima pódepode se vêrver forçada a reviver o sofrimento devido à dificuldade de contrôlecontrole dos conteúdos ofensivos, quêque podem ressurgir em um momento posterior. Esse fator intensifica o impacto emocional quêque as vítimas sofrem, perpetuando a violência e sensação de vulnerabilidade.

A responsabilidade pelo comportamento ôn láinion-line vai além das publicações, compartilhamentos e reações. Mesmo em um ambiente virtual, não se pódepode esquecer quêque há pessoas reais por trás das telas, por isso é necessário se posicionar e não compactuar com atitudes de violência e desrespeito. As consequências para a saúde mental são graves, impactando a autoestima e as relações sociais, podendo levar ao desenvolvimento de transtôrnostranstornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, quêque impactam todos os aspectos da vida da pessoa e da família.

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No contexto do sáiber-búlincyberbullying, o uso mal-intencionado de deepfakes é bastante preocupante pelas possibilidades de ampliação de práticas abusivas no ambiente digital. A respeito dessa questão, leia o texto a seguir.

O quêque é deepfake e como ele é usado para distorcer realidade

[…]

[…] Deepfake é uma técnica quêque permite alterar um vídeo ou foto com ajuda de inteligência artificial (IA). Com ele, por exemplo, o rrôstorosto da pessoa quêque está em cena pódepode sêrser trocado pelo de outra; ou akiloaquilo quêque a pessoa fala pódepode sêrser modificado.

O material falso é criado a partir de conteúdos verdadeiros da pessoa quêque são modificados por meio de aplicativos ou programas de edição quêque já existem no mercado.

Um dos usos mais preocupantes dessas ferramentas é justamente a criação de vídeos pornográficos com o rrôstorosto de outras pessoas. […]

As imagens adulteradas também são usadas na política. Em 2019, a ex-presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi vítima de um deepfake quêque se baseou em um vídeo autêntico para sugerir quêque a representante democrata tinha dificuldades na fala em um discurso.

O autor do deepfake desacelerou o vídeo original e editou a fala para dar a entender quêque ela estava tropeçando em suas palavras. […]

Também é possível encontrar o deepfake ao vivo. […]

Em 2023, cenas [de uma novela] mostravam um pedófilo quêque se passava por uma adolescente em videochamada para enganar outra menina. Na trama, o criminoso tinha rrôstorosto e voz modificados por um programa de computador.

O QUE é deepfake e como ele é usado para distorcer realidade. G1, [s. l.], 19 jul. 2024.

Disponível em: https://livro.pw/iwupo. Acesso em: 23 set. 2024.

Sobrecarga de informações (infoxicação)

A cada acesso à internet, o usuário é exposto às mais variadas informações. A quantidade e a velocidade delas são difíceis de acompanhar e filtrar, podendo impactar negativamente a qualidade de vida e alimentar a ansiedade. O sentimento de sobrecarga mental se agrava à medida quêque notificações constantes dos aplicativos trazem a lembrança de quêque é impossível acompanhar tudo o quêque é divulgado e se manter sempre atualizado. Talvez você já tenha se sentido assim!

O fomo pódepode sêrser um gatilho para a infoxicação (intoxicação por excéssoexcesso de informação). Essa exposição constante e intensa a novas informações não permite quêque o cérebro tenha

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tempo de processar tudo. Essa situação pódepode agravar a ansiedade, gerar confusão e dificultar a filtragem do quêque realmente é importante. O consumo desenfreado de grandes quantidades de informações, sem critérios ou filtros, prejudica o bem-estar do usuário e pódepode gerar impactos negativos para a ssossiedadesociedade, como o aumento da circulação de informações falsas.

enêmENEM EM MENTE

1 (Enem/MEC, 2022)

“Vida perfeita” em rêdesredes sociais pódepode afetar a saúde mental

Nas várias rêdesredes sociais quêque povoam a internet, os chamados digital influencers estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida. Essas pessoas espalham conteúdo para milhares de seguidores, ditando tendência e mostrando um estilo de vida sonhado por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral, algo bem improvável de ocorrer o tempo todo, aponta Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora do Instituto Feliciência.

A problemática pódepode surgir com a busca incessante por essa felicidade, quêque gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a “vida perfeita” de outros. Daí vêmvem o conceito de positividade tóxica: a expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo, aliada a uma vida editada para as rêdesredes sociais. Para manter a saúde mental e evitar sêrser atingido pela positividade tóxica, o uso racional das rêdesredes sociais é o mais indicado, aconselha a médica psiquiatra Renata Nayara Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr).

Disponível em: https://livro.pw/elqmg. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).

Página cento e oitenta e três183

Associada ao ideário de uma “vida perfeita”, a positividade tóxica mencionada no texto é um fenômeno social recente, quêque se constitui com base em:

a) representações estereotipadas e superficiais de felicidade.

b) ressignificações contemporâneas do conceito de alegria.

c) estilos de vida inacessíveis para a ssossiedadesociedade brasileira.

d) atitudes contraditórias de influenciadores digitais.

e) padrões idealizados e nocivos de beleza física.

1. A

A questão propõe uma análise crítica sobre os conteúdos das rêdesredes sociais, destacando a toxicidade do discurso de “vida perfeita” propagado por alguns influencers e seu impacto sobre a vida dos usuários na busca pelo ideal inatingível.

2 (Enem/MEC, 2021)

Disponível em: https://livro.pw/fcxpd. Acesso em: 18 jun. 2019 (adaptado).

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No texto, os recursos verbais e não verbais empregados têm por objetivo:

a) divulgar informações científicas sobre o uso indiscriminado de aparelhos celulares.

b) influenciar o leitor a mudar atitudes e hábitos considerados prejudiciais às crianças.

c) relacionar o uso da tecnologia aos efeitos decorrentes da falta de exercícios físicos.

d) indicar medidas eficazes para desestimular a utilização de telefones pelo público infantil.

e) sugerir aos pais e responsáveis a substituição de dispositivos móveis por atividades lúdicas.

2. B

A questão busca avaliar a capacidade de interpretação dos estudantes ao informar e conscientizar sobre o impacto do uso do celular na vida dos usuários, apresentando também estratégias práticas para lidar com seus efeitos negativos.

3 (Enem/MEC, 2013)

O quêque é búlinbullying virtual ou sáiber-búlincyberbullying?

É o búlinbullying quêque ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por imêiouse-mails, sáitessites, blóguisblogs (os diários virtuais), rêdesredes sociais e celulares. É quase uma extensão do quêque dizem e fazem na escola, mas com o agravante de quêque as pessoas envolvidas não estão cara a cara.

Dessa forma, o anonimato pódepode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem sêrser tão graves ou piores. “O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formárformar novos”, explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Disponível em: https://livro.pw/ovhlc. Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado).

Segundo o texto, com as tecnologias de informação e comunicação, a prática do búlinbullying ganha novas nuances de perversidade e é potencializada pelo fato de:

a) atingir um grupo maior de espectadores.

b) dificultar a identificação do agressor incógnito.

c) impedir a retomada de valores consolidados pela vítima.

d) possibilitar a participação de um número maior de autores.

e) proporcionar o uso de uma variedade de ferramentas da internet.

3. B

A questão explora a questão do sáiber-búlincyberbullying e como o fator anonimato agrava essa violência.

4 (Enem/MEC, 2020)

Atualmente os jovens estão imersos numa ssossiedadesociedade permeada pela tecnologia. Nesse contexto, os jogos digitais são artefatos muito empregados. Videogames ativos ou exergames foram introduzidos como forma de permitir quêque o corpo controlasse tais jogos. Como resultado, passaram a sêrser vistos como uma ferramenta auxiliar na adoção de um estilo de vida menos sedentário, com efeitos positivos sobre a saúde. Tem-se defendido quêque os exergames podem contribuir para a prática regular de atividade física moderada, bem como promover a interação entre jogadores, reduzindo o sentimento de isolamento social. Por outro lado, argumenta-se quêque os exergames não podem substituir a experiência real das práticas corporais, pois não motivam a longo prazo a prática permanente de atividades físicas.

FINCO, M. D.; REATEGUI, E. B.; ZARO, M. A. Laboratório de exergames: um espaço complementar para as aulas de educação física. Movimento, n. 3, 2015 (adaptado).

Pela sua interatividade, os exergames apresentam-se como possibilidade para estimular o(a):

a) exercitação física, promovendo a saúde.

b) vivência de exercícios físicos sistemáticos.

c) envolvimento com atividades físicas ao longo da vida.

d) jôgojogo por meio de comandos fornecidos pelo videogame.

e) disputa entre jogadores, contribuindo para o individualismo.

4. A

A quêquestão avalia a capacidade de interpretação e compreensão do texto, ao mesmo tempo em que propõe a reflekçãoreflexão sobre o potencial dos exergames como forma de autocuidado e promoção do bem-estar.

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Fatores de risco e sinais de alerta

Há diversos fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de transtôrnostranstornos mentais, como vulnerabilidade social e econômica.

A saúde mental é uma questão de saúde pública porque abrange várias outras dimensões da vida em ssossiedadesociedade. Nesse contexto, o pôdêrpoder público deve ter políticas claras e eficientes quêque contribuam para a mitigação de fatores de risco, auxiliando na prevenção do desenvolvimento e progressão de transtôrnostranstornos mentais.

Estar atento aos riscos vai além do autocuidado e permite expandir a compreensão sobre a complexidade quêque envolve a saúde mental a ponto de tornar mais pessoas aptas a ajudar quem necessite.

Uma pessoa quêque esteja acometida por transtorno mental deve sêrser ajudada. Talvez por serem estigmatizados, a pessoa e os familiares não consigam pedir nem receber ajuda, o quêque agrava o problema. Por isso, é essencial estar atento aos sinais.

Leia a seguir alguns comportamentos quêque indicam quêque algo não está bem com a saúde mental de alguém:

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Atenção à saúde mental

O primeiro passo para minimizar os problemas de saúde mental é falar sobre o assunto, reconhecendo quêque se trata de uma quêquestão de saúde pública mundial. O peso do estigma e do preconceito são aspectos que comprometem uma abordagem adequada dos transtôrnostranstornos mentais em diferentes níveis, dificultando a busca por ajuda e o acesso a profissionais e recursos voltados para esse fim.

É importante reforçar quêque a saúde mental é um direito humano e quêque sua negligência gera consequências diversas, tanto individuais quanto coletivas.

Ao pensar em estratégias de prevenção e mitigação de problemas de saúde mental, destaca-se a importânssiaimportância de campanhas de conscientização, como o Janeiro Branco, quêque criam espaços para informar, discutir e mobilizar iniciativas em prol da saúde mental.

Na mesma linha de conscientização, o papel das escolas é fundamental tanto para compartilhar conhecimento sobre o tema quanto para oferecer suporte às crianças e adolescentes. Nesse contexto, iniciativas do pôdêrpoder público podem desempenhar um papel crucial, promovendo programas voltados à saúde mental e apoiando a capacitação de profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, para atuarem em ambientes escolares e centros comunitários.

Nesse sentido, a atenção à saúde mental é uma responsabilidade de todos: do pôdêrpoder público, das escolas, das empresas, das famílias e, quando possível, do próprio indivíduo.

Outras ações envolvendo o pôdêrpoder público necessárias para atender à população são:

· Ampliação dos serviços de saúde mental, como atendimentos psicológicos e psiquiátricos acessíveis e de qualidade.

· Fortalecimento de atendimento emergencial, seja por telefone, chétchat ou presencial, para auxiliar pessoas em situação de crise.

· Políticas de prevenção ao suicídio, oferecendo apôioapoio psicológico e promovendo campanhas educativas.

· Implementação de medidas assertivas para melhorar as condições de vida da população, abordando aspectos como infraestrutura, desigualdade, exclusão social e vulnerabilidade econômica.

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Autocuidado

No contexto do estudo dêstedeste capítulo, atos de autocuidado são atitudes preventivas. Autocuidado significa assumir a responsabilidade por escôlhasescolhas individuais e pela busca da vida quêque se deseja viver. Trata-se, portanto, de exercitar o protagonismo.

Olhar para si mesmo, para os sentimentos e necessidades, é o primeiro passo na busca pela saúde do corpo e da mente. No entanto, é preciso deixar claro quêque, quando se trata de saúde mental, muitos outros fatores influenciam o bem-estar, e vários deles fogem do contrôlecontrole do indivíduo.

O intuito das práticas de autocuidado é prevenir e desacelerar o desenvolvimento de quadros de sofrimento, dentro do quêque é possível.

Atividades físicas regulares, sono de qualidade e alimentação balanceada são pilares fundamentais na busca por qualidade de vida. O uso consciente e moderado da tecnologia e das rêdesredes sociais também tem grande impacto na saúde mental, como você viu ao longo do capítulo.

Outras estratégias pertinentes e acessíveis são:

· praticar meditação e relaxamento;

· fortalecer laços com a comunidade por meio de atividades como voluntariado e participação em eventos sociais;

· buscar autoconhecimento, reconhecendo sentimentos e necessidades;

· buscar, em fontes confiáveis, informações sobre direitos e formas de assistência disponíveis — lembre-se de quêque você não está sózínhosozinho;

· buscar ajuda ao sentir necessidade.

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O livro A geração ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtôrnostranstornos mentais aborda, com uma linguagem clara e didática, as kestõesquestões de saúde mental na infância e na adolescência, associadas ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos e rêdesredes sociais.

No sáitisite, disponível em: https://livro.pw/yedlk (acesso em: 10 out. 2024), há materiais quêque enriquecem a discussão acerca do tema. Entre eles, há listas de estratégias voltadas à geração Z, às famílias, às escolas e ao pôdêrpoder público, quêque complementam o livro.

ATIVIDADES

1. A fim de organizar um panorama atual sobre o uso da internet e das rêdesredes sociais pela população brasileira, pesquise dados atualizados em fontes confiáveis. Em seguida, desenvolva um infográfico com as informações mais relevantes.

Consulte Orientações para o professor.

2. Estruture um roteiro para elaboração de um podcast informativo de até 3 minutos sobre a importânssiaimportância da saúde mental, combatendo estigmas e preconceitos. Com o intuito de trazer visibilidade ao assunto, promover conhecimento e abertura para o diálogo, além de enriquecer seu trabalho, pesquise outras estratégias para promoção da saúde mental, além das citadas anteriormente, e compartilhe-as em seu podcast. Para realizar a gravação, você pódepode utilizar o gravador de voz de um celular ou ferramentas de licença aberta, como os softwares Audacity e Ardour. Se desejar, compartilhe o arquivo de áudio com a turma por meio da escuta coletiva em sala de aula ou por meio de qualquer serviço de streaming de áudio gratuito disponível na internet.

Consulte Orientações para o professor.

3. Identifique uma personalidade ou instituição quêque se dedica à discussão da saúde mental. Depois, registre as considerações dela sobre a utilização de platafórmasplataformas digitais em prol da conscientização e converse com seus côlégascolegas sobre as vantagens do uso de ferramentas digitais com essa finalidade.

Consulte Orientações para o professor.

4. Reflita sobre o quêque você pódepode fazer para ter uma melhor relação com os dispositivos eletrônicos e as rêdesredes sociais.

Consulte Orientações para o professor.

Embase sua análise e desenvolva uma proposta adequada à sua realidade seguindo os passos a seguir.

I. Realize um mapeamento de sua rotina, registrando em seu caderno como é um dia típico para você, incluindo seus horários e as atividades quêque realiza.

II. Escolha um dia específico para realizar a seguinte experiência: obissérveobserve quantas vezes utiliza o celular e o quêque faz ao acessá-lo. Se achar pêrtinêntipertinente, utilize aplicativos quêque ajudam a monitorar esse uso.

III. Reflita sobre o motivo pelo qual pegou o celular em cada situação. Você estava realizando uma pesquisa? Entrando em contato com alguém? Ou simplesmente por tédio? Registre suas considerações. Organize os dados obtidos:

• tempo de uso do celular;

• principais atividades realizadas;

• principais motivos quêque levaram ao uso do celular.

Registre os dados:

a) Elabore um gráfico de setores representando as 24 horas de seu dia. Insira o tempo destinado a cada uma das atividades listadas no item I. Lembre-se de considerar o tempo gasto no celular, quêque também deve sêrser registrado no gráfico.

b) Com base na análise de seus dados, como você classificaria sua relação com as platafórmasplataformas digitais? Ela poderia melhorar? Se sim, de quêque forma?

Registre suas conclusões e proponha pelo menos uma medida prática para atingir esse objetivo.

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RETOMANDO

Sentir-se bem e capaz de lidar com os desafios da vida, desenvolvendo-se em todo seu potencial e contribuindo com a ssossiedadesociedade.

Estigmas e preconceitos, falta de acesso a serviços de saúde mental, falta de conhecimento a respeito do tema, entre outros.

Contextos de violência e abuso, vulnerabilidade social e econômica, predisposição genética, abuso de substâncias, entre outros.

Há sinais, como: irritabilidade, diminuição do autocuidado, menor concentração, maior isolamento, entre outros. Transtornos podem sêrser desenvolvidos.

• Autopercepção e comparação social;

• Overload de informações (“infoxicação”) e fomo;

• Cyberbullying;

• Dependência digital.

• É preciso cuidar de si, conhecer suas necessidades, respeitar seus limites;

• Ações interessantes: filtrar conteúdos, limitar o tempo ôn láinion-line, buscar ajuda.

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PROJETO EM EQUIPE

As notícias falsas, conhecidas como fêikfake news, são um problema do cotidiano a sêrser enfrentado. É possível quêque todo usuário de aplicativos de mensagens ou rêdesredes sociais já tenha se deparado com uma reportagem ou notícia falsa, geralmente compartilhada por um amigo ou familiar em um smartphone.

A partir dessa premissa, é possível refletir sobre os aspectos: O quêque caracteriza uma notícia falsa? Que papel reflexivo e ativo um cidadão deve ter ao receber uma notícia falsa em seu celular?

Há alguns pontos quêque podem sêrser observados para identificar uma fêikfake news:

· O texto pódepode ter êêrroserros ortográficos, é escrito em tom emotivo, para impactar o leitor, e tem como suporte alguma teoria da conspiração.

· Não há o nome do autor ou de uma fonte confiável para quêque seja possível checar os dados divulgados.

· Há êêrroserros históricos ou distorção de fatos históricos.

· Os vídeos são manipulados, com cortes editados. Algumas falas importantes são retiradas do contexto e pódepode havêerhaver uso de deepfake.

Existem organizações fundadas por jornalistas e pesquisadores interessados em combater a propagação de notícias falsas. Eles criam sáitessites ou perfis em rêdesredes sociais em quêque fazem um trabalho de checagem de notícias e, após apuração, verificam se são falsas ou não e publicam o veredito.

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1. Seu professor promoverá um diálogo em sala de aula.

2. Após essa conversa, formem grupos.

3. Cada equipe deve criar um protótipo de uma empresa de checagem de notícias. Essa empresa terá um nome, uma divisão de trabalho entre os participantes e um objetivo bem definido.

4. O projeto será dividido em cinco fases, conforme a tabélatabela a seguir.

Esse projeto poderá sêrser realizado com o auxílio de ferramentas de produtividade disponíveis gratuitamente na internet. As etapas do projeto podem sêrser desenhadas utilizando ferramentas digitais para a criação de fluxogramas, de modo quêque todos os integrantes possam acompanhar o andamento das tarefas. As pesquisas podem sêrser conduzidas por meio de formulários digitais, e os materiais de referência pesquisados podem sêrser compartilhados em drives virtuais, sempre com o cuidado de verificar as permissões e o nível de acesso dos usuários. Durante todas as fases do projeto, o grupo pódepode realizar rêuní-õesreuniões ôn láinion-line para definir estratégias para a realização das atividades, assim como verificar os eventuais empecilhos existentes e como eles podem sêrser solucionados para a execução das tarefas.

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