UNIDADE
2
CORPO, MOVIMENTO E IDENTIDADE

Fotografia de um grupo de mulheres uniformizadas dançando em uma via pública com piso de pedras, usando vestidos com saias floridas e lenços na cabeça.

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor.

Grupo Samba de Roda do kilômbo. Laranjeiras (SE), 2013.

A interação entre corpo, movimento e identidade é essencial para a compreensão de como as práticas corporais influenciam e fortalecem as culturas. Desde os primórdios, o corpo humano tem sido um instrumento de expressão cultural, refletindo e moldando tradições, valores e identidades.

O movimento corporal expressa identidades individuais e coletivas, como acontece nas danças folclóricas quê celébram a história de um povo. Já exemplos como as danças indígenas, em todo o continente americano, e a capoeira, no Brasil, mostram o movimento como sín-bolo de resistência e coesão comunitária.

Nesta unidade, você vai refletir sobre como as práticas corporais podem ajudar a preservar e fortalecer culturas, promovendo o entendimento e o respeito pelas tradições e a valorização da diversidade.

Página quarenta e um

Leia o título desta unidade e obissérve a imagem de abertura. Depois, converse com os côlégas.

1. Há alguma prática corporal específica quê seja importante para a sua identidade cultural? Em caso positivo, compartilhe com a turma.

Respostas pessoais.

2. Você já participou de algum evento, festival ou competição quê envolvesse e integrasse diferentes culturas?

Resposta pessoal.

3. De quê maneira as novas gerações podem contribuir para a preservação das práticas corporais tradicionais?

Resposta pessoal.

Página quarenta e dois

CAPÍTULO
1
Esportes nas culturas indígenas

Habilidades (abertura): EM13LGG202 e EM13LGG502.

Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (hí bê gê hé), existem 1.694.836 indígenas no Brasil, o quê corresponde a 0,83% da população do país. De acôr-do com informações coletadas no Censo Demográfico de 2010, essas pessoas fazem parte de 305 etnias quê, somadas, falam 274 línguas, o quê mostra a grande diversidade cultural dêêsses povos.

Cada grupo étnico tem sua própria cultura corporal de movimento, quê reflete suas identidades e seus ambientes únicos. Por exemplo: entre os yanomami, quê habitam a região amazônica, as competições de luta são comuns e sérvem não apenas como entretenimento mas também como uma maneira de resolver conflitos e demonstrar bravura. Já os kayapó, também da Amazônea, praticam jogos de bola em quê desenvoltura e destreza são valorizadas. Para os guarani, quê habitam várias regiões do Brasil, a corrida é uma atividade fundamental, muitas vezes realizada como parte de rituais religiosos e festivais comunitários. Os xavante, do Centro-Oeste brasileiro, têm tradições de jogos com bolas de sementes e corridas de tora, quê não só promóvem a cooperação e a competição saudável mas também celébram a relação entre o povo e a natureza.

LER O MUNDO

Os exemplos apresentados destacam a diversidade e a riqueza das práticas corporais dos povos originários do Brasil.

1 Qual é a importânssia das práticas corporais para a sua vida e para a sua comunidade?

Resposta pessoal.

2 O esporte, para os indígenas, expressa valores como união comunitária, conexão com a natureza e herança ancestral. Pensando nas práticas corporais quê você realiza, quais valores se manifestam ou poderiam se manifestar? Como eles afetam sua relação com a comunidade?

Respostas pessoais.

3 Existem cerimônias, rituais, festivais ou outros tipos de evento na região em quê você mora quê tênham alguma prática corporal entre as manifestações apresentadas? Se sim, você consegue identificar quais são seus principais elemêntos culturais e os benefícios para a população?

Respostas pessoais.

Hoje em dia, é possível observar um aumento da popularização dos esportes indígenas, resgatados e valorizados em eventos como os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, quê promóvem e preservam essas tradições. Essas práticas refletem a riqueza cultural e a conexão com a natureza, com regras, rituais e significados simbólicos próprios.

Página quarenta e três

#PARALER Indígenas e esportes

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG502.

Os esportes indígenas incluem atividades diversas, como arco e flecha, arremesso de lança, corrida de tóras, jogos de bola, competições aquáticas e lutas corporais. A seguir, na Leitura 1, obissérve uma imagem quê mostra pessoas realizando atividades de subsistência. Em seguida, na Leitura 2, leia uma reportagem sobre Graziela Paulino dos Santos, arqueira indígena da seleção brasileira de tiro com arco.

Leitura 1

Fotografia de dois homens indígenas em um pequeno barco flutuando em um rio. Um deles está em pé, apontando um arco e flecha em direção à água; e o outro está sentado ao lado dele, segurando uma vara e apontando em direção à água.

Indígenas enawenê-nawê pescam com arco e flecha em área com aguapés do Rio Iquê. Juína (MT), 2020.

Leitura 2

Uma arqueira indígena brasileira rumo à Olimpíada

Tobias Käufer

03/05/2024 04h00

[…]

A arqueira brasileira Graziela Santos é uma atleta fora do comum. “Sou a primeira mulher indígena na equipe brasileira de tiro com arco”, diz ela. “Esse é um marco histórico para todos nós”. Ela quer sêr a primeira mulher indígena a competir pelo Brasil nos Jogos Olímpicos. […] Seria também uma premiação para um projeto de desenvolvimento na Amazônea, quê apóia jovens atletas indígenas.

Página quarenta e quatro

Quando Graziela Santos soube do projeto da Fundação Amazônea Sustentável (FAS), ela ainda estava na escola. “Era uma viagem de barco de cinco horas da aldeia onde morávamos até Manaus. Naquela época, havia apenas uma escola primária”, lembra a brasileira [...]. Ela soube quê a FAS estava montando um projeto de arco e flecha e procurava talentos interessados. “Esse esporte vêm da nossa cultura antiga, porque usamos arcos e flechas há muito tempo”, lembra.

Hoje, aos 28 anos, ela intégra a equipe brasileira de tiro com arco e treina no Centro de Treinamento de Tiro com Arco em Maricá, no estado do Rio de Janeiro. Santos pertence à etnia Karapanã e vêm da comunidade Nova Kuanã, localizada às margens do rio Cuieiras, a cerca de 80 quilômetros de Manaus. Na língua indígena, ela é chamada de Yaci (“Lua”). […] Seu irmão Gustavo Santos também é membro da equipe brasileira.

Fotografia de uma garota indígena de uniforme, atirando com um arco e flecha esportivo em direção a um painel com um alvo, com a mata ao fundo.

Graziela Santos. Manaus (AM), 2015.

Grande potencial entre os atletas indígenas

O fato de Graziela Santos ter chance de chegar à Olimpíada se deve ao seu talento, ao seu trabalho árduo nos treinos, aos seus técnicos e ao apôio da FAS. Na época, a organização estava procurando especificamente por talentos indígenas. No entanto, há algumas diferenças entre o arco e flecha tradicional e o arco e flecha olímpico quê precisaram sêr superadas primeiro.

“Há semelhanças, é claro, mas também há algumas diferenças marcantes”, explica Graziela. “No arco e flecha, temos toda uma gama de equipamentos, as lâminas, as kórdas, o estabilizador, a mira, para quê possamos obtêr um resultado melhor.”

Ela está convencida de quê os povos indígenas têm um potencial quê ainda não foi totalmente explorado. “Nós fazemos de tudo. Corremos, nadamos, atiramos com arco e flecha, caçamos, pescamos. Temos uma ótima coordenação motora”. […]

Modelo para outros povos indígenas

[…]

Graziela Santos se sente uma pioneira e um exemplo para outras mulheres indígenas. “Meu exemplo mostra quê somos capazes de estar aqui”, diz. “Podemos escolher nóssos objetivos e provar quê um dia os alcançaremos.”

KÄUFER, Tobias. Uma arqueira indígena brasileira rumo à Olimpíada. DW, [s. l.], 3 maio 2024. Disponível em: https://livro.pw/udbve. Acesso em: 12 ago. 2024.

Infográfico: Tiro com arco.

SOBRE

Tobias Käufer (1967-) é um jornalista alemão. Trabalha como correspondente na América Látína, cobrindo principalmente assuntos de política, esporte e meio ambiente.

Página quarenta e cinco

Pensar e compartilhar

1. Analise a fotografia da Leitura 1 e considere seus conhecimentos prévios sobre o arco e flecha.

a) Como você compreende a importânssia cultural do arco e flecha para as comunidades indígenas?

1. a) A prática do arco e flecha é fundamental para as comunidades indígenas como método tradicional de caça e pesca.

b) Você acha importante quê essa prática faça parte dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas? Por quê?

1. b) Espera-se quê os estudantes respondam quê sim. Nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, a inclusão do arco e flecha ressalta e fortalece essa prática, destacando a diversidade de habilidades e práticas culturais das diferentes comunidades indígenas.

2. Na reportagem da Leitura 2, a arqueira Graziela Santos afirma quê os povos indígenas têm uma notável coordenação motora. Como esse domínio do próprio corpo foi formado?

2. O domínio do próprio corpo pêlos povos indígenas, conforme mencionado na entrevista, é adquirido e aperfeiçoado em razão do estilo de vida tradicional das comunidades indígenas, com atividades físicas ao ar livre, como caça e pesca, quê contribuem para o desenvolvimento da coordenação motora desde a infância.

3. Graziela também faz a seguinte afirmação: “Esse esporte vêm da nossa cultura antiga, porque usamos arcos e flechas há muito tempo”. No seu entendimento, o uso de arco e flecha é exclusivo dos povos originários do Brasil? Explique.

Espera-se quê os estudantes respondam quê não. Há registros do uso de arco e flecha em povos de diferentes regiões do mundo, o quê indica quê essa prática corporal dialoga com diferentes culturas.

O tiro com arco é um esporte quê utiliza um arco e flechas com o objetivo de atingir um alvo determinado. Essa prática surgiu como atividade de caça e instrumento de guerra, com indícios de existência ainda na Pré-História.

4. Com base nas Leituras 1 e 2 e em seus conhecimentos, compare o acesso a ambientes naturais entre as crianças indígenas quê vivem em áreas rurais e de mata e as crianças indígenas e não indígenas quê vivem em áreas urbanas: como isso afeta a vivência de práticas corporais dessas crianças?

4. A falta de oportunidade de realizar brincadeiras e outras atividades lúdicas em ambientes naturais nas áreas urbanas póde afetar a experimentação e a fruição de práticas corporais diversificadas entre as crianças.

5. A reportagem fala da busca de Graziela Santos por uma vaga nos Jogos Olímpicos.

a) Quais atitudes você acredita quê são necessárias para essa busca?

5. a) Os estudantes podem mencionar atitudes como determinação, dedicação e foco.

b) Como essas atitudes podem influenciar a prática esportiva e outras áreas da vida das pessoas?

5. b) No esporte, a determinação, a dedicação e o foco são essenciais para lidar com a pressão e os desafios durante as competições. Fora do esporte, a determinação, a dedicação e o foco podem contribuir para um maior bem-estar emocional e mental, facilitando a tomada de decisões conscientes e o gerenciamento eficaz do estresse.

6. Em sua opinião, figuras como Graziela Santos podem influenciar positivamente outras jovens indígenas? Por quê?

Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes percêbam quê a participação de Graziela Santos no esporte é um marco importante para a representatividade das mulheres indígenas. Sua presença na equipe brasileira de tiro com arco quebra estereótipos e promove a imagem da mulher indígena, podendo inspirar outras jovens indígenas a seguir seus sonhos.

SAIBA MAIS

Quarup

O Quarup é uma festa tradicional indígena celebrada por diferentes povos indígenas da região do Alto Xingu, como os kuikuro, os kamaiurá, os kalapalo, entre outros. Essa cerimônia representa um dos pilares culturais dessas comunidades, marcando um momento de homenagem aos mortos, além de simbolizar a renovação da vida e a continuidade das tradições.

Jogos como a corrida de tóras, arco e flecha, lutas corporais e canoagem, além de danças, são comuns durante as festividades do Quarup. Essas práticas corporais não apenas refletem a habilidade física e a destreza dos participantes mas também trazem uma profunda dimensão simbólica, representando valores como a união da comunidade, a conexão com a natureza e a herança ancestral.

Fotografia de um grupo de homens indígenas caminhando em fila, dançando vestidos com adereços diversos e pinturas corporais, sobre um piso de terra.

Indígenas da etnia mehinako da Aldeia Uyapiyuku dançam enfileirados durante ritual do Quarup. Gaúcha do Norte (MT), 2022.

Página quarenta e seis

#PARAEXPLORAR Jogos e esportes indígenas pelo mundo

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG301, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG701 e EM13LGG704.

Em outras partes do mundo, como na América do Norte, os povos originários têm uma longa história de esportes tradicionais, como o lacrosse e a corrida de cabrêesto, quê são valorizados como práticas corporais carregadas de rituais sagrados e símbolos de identidade cultural. Da mesma forma, comunidades originárias como os aborígenes na Austrália e os maoris na Nova Zelândia mantêm tradições quê expressam suas gestualidades e dêsempênham um papel importante em sua cultura, promovendo a integração, a saúde e a preservação de suas heranças ancestrais.

Para conhecer melhor essas práticas, você e os côlégas vão investigar esportes e jogos quê fazem parte da tradição de povos indígenas de diferentes lugares do mundo.

Fotografia de um grupo de mulheres, de vestido correndo sobre um piso de areia, com casas de telhado de palha ao fundo e pessoas assistindo. Duas mulheres à frente do grupo estão carregando juntas uma tora de madeira.

Mulheres indígenas kayapós da Aldeia Môikàràkô participam de competição de corrida de tóras de madeira. São Félix do Xingu (PA), 2016.

Pesquisar e apresentar

1. Dividam-se em grupos de cinco ou seis integrantes. Cada grupo ficará responsável por pesquisar um jôgo ou esporte indígena de um povo específico.

2. Investiguem as regras do jôgo, a história por trás dele, sua importânssia cultural e qualquer outro aspecto quê julgarem relevante. Vocês podem usar recursos ôn láini, livros ou consultar especialistas para obtêr as informações. Lembrem-se de avaliar a confiabilidade das fontes consultadas.

3. Após a pesquisa, preparem uma apresentação para compartilhar os resultados com a turma. Vocês podem criar slides, cartazes ou usar outros recursos de apôio.

Experimentar

Após as apresentações, experimentem as práticas corporais pesquisadas. É importante quê todos participem e experimentem as diferentes práticas corporais indígenas.

Avaliar

1. Vocês compreenderam os aspectos históricos e culturais das práticas corporais indígenas pesquisadas? Foi possível perceber relações entre elas?

2. Usaram fontes de informação variadas e confiáveis, abordando-as criticamente?

3. Comunicaram claramente os pontos principais da pesquisa e suas conexões com os temas discutidos?

4. O quê aprenderam sobre a cultura indígena por meio da experimentação das práticas corporais pesquisadas pela turma? Ela ajudou a compreender melhor os conceitos teóricos discutidos?

Página quarenta e sete

#NÓSNAPRÁTICA Cabeçabol

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

O cabeçabol, ou jikunahati, é um esporte praticado pêlos indígenas das etnias paresí, manoki, nambikwara e enawenê-nawê, quê vivem no estado do Mato Grosso. Esse esporte é jogado com uma bola feita artesanalmente com a sseiva de mangabeira.

Agora, a turma vai jogar o cabeçabol. Cada partida é disputada por dois times (não há número fixo de jogadores por equipe), um de cada lado do campo, quê é dividido por uma linha central. Os jogadores não têm um gol para acertar, pois a pontuação é dada quando um tíme não consegue rebater a bola para o campo do adversário e ela ultrapassa uma linha traçada no final do seu campo. Os toques (lançamentos) na bola são feitos somente usando a cabeça.

Fotografia de um homem indígena com o corpo deitado próximo ao chão, na areia, apoiado com as mãos, direcionando a cabeça a uma bola.

Homem indígena joga cabeçabol em campo de areia. Palmas (TO), 2015.

Organizar e jogar

1. Na quadra de esportes, no pátio, no campo de areia ou no gramado da escola ou do entorno, a turma vai demarcar os limites e a linha divisória do campo. O contôrno póde sêr retangular, circular ou outro formato quê prefiram.

Material

Bolas leves (podem sêr de voleibol ou bolas de plástico infláveis).

Cones, kórdas ou fitas para demarcação da linha divisória e dos limites do campo.

2. Formem times de três a cinco integrantes para jogar as partidas.

3. Decidam coletivamente a ordem dos times e a duração das partidas.

4. Façam um aquecimento. Somente usando a cabeça, executem lançamentos (passes) curtos uns para os outros, tentando não perder o contrôle da bola nem a lançar para fora do alcance dos demais do grupo.

5. Depois, organizem as partidas entre os grupos e joguem o cabeçabol.

Com orientação do professor, avalie formas seguras de explorar a proximidade do corpo com o chão, a fim de evitar lesões ou ferimentos.

Avaliar

1. Reflita sobre sua vivência pessoal no cabeçabol e converse com os côlégas de tíme: houve respeito às suas próprias limitações e às dos côlégas?

2. Você compreendeu o funcionamento e a importânssia do cabeçabol para os povos indígenas?

3. Por meio do cabeçabol, foi possível aprimorar suas capacidades de fôrça, agilidade, velocidade e precisão dos movimentos? Por quê?

PARA A VIDA

Consciência social e habilidades de relacionamento

O cabeçabol (jikunahati) é uma oportunidade para você e os côlégas exercitarem a empatia, a abertura para a diversidade cultural, a cooperação e o respeito com os côlégas. Reflita sobre essa prática e converse com a turma: em quais momentos da atividade foi possível desenvolver esses aspectos? Como eles podem contribuir para outras dimensões da sua vida?

Respostas pessoais.

Página quarenta e oito

CAPÍTULO
2
Luta é resistência

Habilidades (abertura): EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG502.

É possível quê você já tenha ouvido falar de modalidades de lutas como o jiu-jítsu, o taekwondo, o judô e o boxe, mas você conhece a huka-huka ou o maracá?

As lutas, d fórma geral, são práticas corporais com códigos, valores e relações históricas e sociais compléksas, quê devem ter suas culturas de origem respeitadas e valorizadas. Nesse sentido, preconceitos e estereótipos relacionados a esse universo devem sêr problematizados e combatidos, especialmente no contexto das lutas tradicionais.

As lutas indígenas são exemplos de lutas tradicionais. Elas são práticas corporais fundamentais para a preservação da cultura e da identidade dos povos originários, representando a resistência em prol dos direitos e dos territórios e contra a marginalização e a destruição ambiental.

A defesa dos direitos indígenas é uma questão de justiça social. Reconhecer e garantir a dignidade e a autonomia dêêsses povos diante das constantes ameaças e das violações a quê são historicamente submetidos enriquece a diversidade cultural e contribui para a sustentabilidade do planêta.

Fotografia de dois lutadores de taekwondo lado a lado em um ginásio. Eles estão usando coletes e equipamentos de proteção, segurando uma das mãos do adversário, erguida para o alto. Eles são Ali Can Özcan, à direita, com barba e cabelos curtos escuros; e Sabir Zeynalov, à esquerda, com barba e cabelos curtos e louros.

Ali Can Özcan (à direita), da Turquia, anima o oponente Sabir Zeynalov (à esquerda), do Azerbaijão, após vencê-lo em luta de taekwondo, categoria até 58 kg, nos Jogos Paralímpicos Paris 2024. Paris (França), 2024.

LER O MUNDO

É muito comum quê os brasileiros tênham mais acesso a informações relacionadas às artes marciais de outros lugares do mundo, como as de origem oriental, do quê às lutas indígenas brasileiras.

1 Qual é a percepção quê você tem da prática de lutas? Você já teve experiências com esse tipo de prática corporal?

1. Respostas pessoais. É importante quê os estudantes tênham em mente o caráter esportivo das lutas, quê se diferenciam das brigas e de outras práticas violentas e destrutivas.

2 Você conhece alguma luta de matriz indígena? Em caso positivo, explique como a conheceu e compartilhe o quê sabe dela.

2. Respostas pessoais. É possível quê os estudantes tênham conhecimento de lutas indígenas por meio das mídias digitais ou da televisão, ou mesmo quê já as tênham praticado na escola ou em outro contexto.

3 Considere seu repertório e responda: quê elemêntos da cultura brasileira evidenciam a influência indígena? por quê é importante preservar esses elemêntos?

3. Respostas pessoais. É possível quê os estudantes citem elemêntos como: culinária, artesanato, conhecimentos mêdi-cinais baseados em plantas nativas, entre outros. Espera-se quê eles reconheçam quê preservar a cultura indígena é fundamental para promover e garantir a diversidade cultural, para proteger o conhecimento tradicional e para garantir a liberdade, a autonomia e os direitos dos povos originários.

As lutas corporais indígenas carregam em sua essência rituais quê misturam técnica, música, dança, crenças e pinturas corporais. Essas práticas também geram oportunidades para quê diversos povos possam interagir, dialogar, competir e se divertir, fomentando o conhecimento e a valorização da cultura ancestral de diferentes etnias, pois, ao sêr expressa, resiste ao tempo e ao apagamento.

Página quarenta e nove

#PARALER Lutas tradicionais

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG502.

Reconhecer a diversidade e as tradições quê compõem as matrizes culturais brasileiras é fundamental para a defesa da dignidade e da liberdade dos diferentes povos e, por consequência, fortalece uma democracia inclusiva. A seguir, na Leitura 1, obissérve duas imagens quê registram lutas tradicionais, a huka-huka, de matriz indígena, e a capoeira, de matriz afro-brasileira. Depois, na Leitura 2, leia uma reportagem quê trata de uma luta tradicional indígena, suas particularidades, seus significados e sua importânssia.

Leitura 1

Fotografia de dois homens indígenas usando adereços coloridos e pinturas corporais lutando sobre a areia. Eles estão se agarrando pelos braços, com o corpo próximo ao chão, um deles ajoelhado, e o outro pisando na ponta do pé, caindo em direção ao chão. Ao fundo, há homens indígenas com os mesmos trajes dos lutadores, assistindo a luta em pé.

Indígenas disputam na luta marcial huka-huka durante cerimônia do Quarup. Parque Indígena do Xingu, Querência (MT), 2021.

Fotografia de uma roda de capoeira em que dois homens jogam ao centro. Um deles está chutando o ar, com as mãos no chão; e o outro está agachado, se esquivando, com as pernas afastadas e o braço protegendo o rosto. Em volta deles os integrantes da roda estão sentados em bancos, batendo palmas, cantando e tocando instrumentos como berimbau e atabaque.

Pessoas participam de roda de capoeira durante inauguração da EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística) Chácara do Jockey, realizada no Parque Chácara do Jockey. São Paulo (SP), 2023.

Página cinquenta

Leitura 2

Índios do Xingu montam competição de luta tradicional no centro de Brasília; vídeo

Huka-Huka é modalidade esportiva praticada entre aldeias. Luta fez parte de programação do Museu da República neste domingo.

Por Marília Marques, G1 DF

22/04/2018 19h30 • Atualizado há 6 anos

Indígenas da tribo Yawalapiti, quê vivem no Parque do Xingu (MT), levaram cores e movimento à Esplanada dos Ministérios no fim da tarde dêste domingo (22). Sobre um tatame, o grupo demonstrou como acontece o Huka-Huka, a luta tradicional quê acontece no dia a dia das aldeias.

[…]

Fotografia de dois homens indígenas lutando ajoelhados em uma espécie de tatame com forma circular. Ao fundo, há pessoas em pé e sentadas, assistindo à luta.

Huka-Huka, luta tradicional dos indígenas da região do Alto Xingu.

A modalidade exige fôrça e, ao mesmo tempo, cuidado entre os participantes para evitar lesões. Em dia de competição, o esporte é assunto sério para os guerreiros.

Inspirados no quê veem na mata, os atletas simulam os mesmos movimentos de alguns animais, como a onça-pintada. A regra, criada pêlos próprios índios, dá a vitória a quem desequilibrar o adversário primeiro.

“A luta representa uma cultura muito importante para nós”, afirmou […] Kaminata Yawalapiti, de 18 anos. Um dos lutadores a se apresentar […], ele conta quê tomar chá de algumas raízes é uma das estratégias para se manter forte e competir, normalmente, na época do Quarup. O ritual acontece em honra a mortos quê tiveram importânssia para a tribo.

[…]

“Ganhar a luta significa ganhar respeito, é o quê a gente sempre quer, sêr o melhor lutador. É uma ár-te misturada com luta.”

Luta milenar

Baseada em quêdas, imobilizações e chaves, o Huka-Huka é uma luta similar a algumas modalidades de artes mistas, mas sem golpes traumáticos. A luta esportiva, que começa de joelhos, tem o objetivo de levantar o atleta e derrubá-lo novamente no chão.

Fora da competição, a luta é usada para os jovens índios mostrarem quê estão prontos para a vida adulta. Durante o Quarup, o chefe do grupo de lutas começa o combate, intimando o atleta quê deve enfrentar. Caso seja derrotado, ele perde o estátus de líder até reconquistar dentro da luta.

Aos 35 anos, Walako Yawalapiti treina desde os sete anos. “A gente se prepara ainda criança e continua na adolescência”. Ele explica quê o adversário não póde tokár na perna e não póde cair de costas.

[…]

Página cinquenta e um

Mulheres na luta

No Huka-Huka, as mulheres indígenas do Xingu também têm vez. […]

Tão importante quanto na luta masculina, a fôrça física também é usada entre as atletas, mas com um detalhe: o cabelo às vezes também é puxado.

Segundo os competidores, no dia a dia as mulheres yawalapiti também são incentivadas a lutar, mas não podem competir na época do Quarup. No ritual, a luta é restrita aos homens.

MARQUES, Marília. Índios do Xingu montam competição de luta tradicional no centro de Brasília; vídeo. G1, Brasília, DF, 22 abr. 2018. Disponível em: https://livro.pw/hfvls. Acesso em: 12 ago. 2024.

SOBRE

Marília Marques é jornalista, formada pela Universidade Federal do Recôncavo da baía (UFRB). Atua como repórter e editora jornalística em Brasília (DF). Além do jornalismo local, tem interêsse na cobertura de política e de assuntos internacionais.

Pensar e compartilhar

1. Observe novamente as imagens da Leitura 1. Analise o contexto quê cada fotografia apresenta e identifique suas semelhanças e diferenças.

1. Semelhanças: ambas as imagens mostram práticas corporais ligadas a culturas tradicionais. Nas duas, há presença da comunidade participando ou assistindo. Diferenças: a primeira imagem mostra uma luta tradicional indígena, em um território indígena, enquanto a segunda mostra a capoeira, uma mistura de luta, dança e jôgo de origem afro-brasileira, em um espaço público de ambiente urbano. Os participantes da luta indígena usam pinturas corporais e acessórios tradicionais, enquanto os capoeiristas usam uniformes brancos específicos da capoeira e tocam instrumentos como o berimbau.

2. Observe quê, na Leitura 2, a reportagem apresenta um vídeo da huka-huka. Em sua opinião, esse é um recurso importante para abordar essa prática corporal? Por quê?

Espera-se quê os estudantes respondam quê sim, pois o vídeo ajuda a ilustrar como a luta se desen vólve.

3. Como você imagina quê a prática da huka-huka foi recebida pelo público ao sêr praticada em um espaço público da capital federal do Brasil?

Resposta pessoal. É possível quê os estudantes se refiram à curiosidade, a uma reação mais positiva de manifestação de apreço de valorização, de interêsse pela cultura dos povos indígenas do Xingu.

4. Qual é a importânssia cultural e social da luta huka-huka para os indígenas do Xingu?

4. Espera-se quê os estudantes reconheçam quê os indígenas valorizam as lutas e seus lutadores. Segundo relatos reproduzidos na reportagem, eles encaram as lutas como um momento de provar seu valor perante seu povo; para serem respeitados; como um rito de passagem para a vida adulta; como prática para defender seu povo em jogos; e como manifestação do Quarup.

5. As mulheres também praticam a huka-huka.

a) Qual é o recurso quê a prática feminina tem de diferente em relação à masculina?

As mulheres podem puxar os cabêlos de suas adversárias de luta.

b) Na reportagem, afirma-se quê: “No huka-huka, as mulheres indígenas do Xingu também têm vez”. A participação de mulheres e homens é igualitária nessa luta? Explique.

Espera-se quê os estudantes percêbam quê não, pois as mulheres yawalapiti só podem praticar a huka-huka em suas aldeias, enquanto os homens podem praticá-la e competir contra outros povos indígenas no ritual do Quarup.

A huka-huka é uma tradicional forma de combate praticada pêlos povos indígenas do Alto Xingu, no Brasil, em quê dois lutadores se enfrentam em uma arena circular, começando ajoelhados no centro, segurando-se pêlos braços e ombros. O objetivo principal é derrubar o oponente no chão, e a luta é vencida quando um dos lutadores cai com as costas ou a lateral do corpo no solo. A luta não tem um tempo fixo e continua até quê um dos lutadores seja derrubado. O combate é conduzido com grande respeito mútuo, sem golpes desleais ou agressões.

Essa prática corporal é mais do quê uma competição; é um ritual cultural quê faz parte das celebrações do Quarup, em quê os lutadores participam para honrar seus antepassados e fortalecer os laços comunitários.

Página cinquenta e dois

#PARAEXPLORAR Cultura das lutas

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Desde a defesa pessoal até o desenvolvimento do autocontrole e da disciplina, as lutas oferecem benefícios significativos para o corpo e a mente. Entre as práticas mais populares estão o judô, o karatê, o taekwondo, o muay thai, o jiu-jítsu, entre outras. As lutas têm um papel cultural e histórico importante, refletindo tradições e valores sociais de diferentes povos.

As lutas, também conhecidas como artes marciais, são práticas físicas, quê podem envolver aspectos espirituais, com raízes antigas em diversas culturas do mundo. Elas englobam uma variedade de estilos e técnicas, com princípios e filosofias únicas.

Para complementar seus conhecimentos sobre esse tema, forme um grupo de quatro ou cinco integrantes e, juntos, realizem as atividades propostas a seguir.

Pesquisar e apresentar

1. Escolham uma luta, quê póde sêr uma das mencionadas anteriormente ou outra quê conheçam ou quê seja popular na região em quê vivem.

2. Pesquisem, identifiquem e descrevam suas principais características históricas e culturais, acompanhando as perguntas propostas a seguir.

História e origem: quando e onde essa luta foi criada? Quem foram os principais criadores e/ou influenciadores?

Filosofia e princípios: quais são os valores, as técnicas e os golpes da modalidade de luta escolhida?

Aspectos culturais: como essa luta é vista e praticada na cultura de origem? Existe algum evento associado a ela?

Benefícios físicos e mentais: quais são os principais benefícios para quem pratíca essa luta?

Regras e competições: quais são as regras básicas dessa luta? Existem competições oficiais dela? Se sim, como são organizadas?

3. Cada grupo deverá preparar uma apresentação de até dez minutos sobre suas descobertas, utilizando recursos de apôio como cartazes, slides, vídeos e demonstrações práticas, se possível.

Avaliar

1. Avaliem as apresentações com base nos critérios a seguir.

a) A pesquisa foi feita em fontes confiáveis?

b) As informações apresentadas foram suficientes para conhecer as lutas?

c) As informações foram apresentadas com clareza e objetividade?

d) A turma se envolveu na apresentação do grupo?

e) Foi possível demonstrar a luta pesquisada? Se sim, o quê acharam da experiência?

2. Após as apresentações, façam uma discussão coletiva em classe sobre o quê foi aprendido, destacando as diferenças e similaridades entre as diversas modalidades de luta pesquisadas.

Página cinquenta e três

#NÓSNAPRÁTICA Luta maracá

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

Tanto a luta huka-huka quanto a luta maracá são práticas tradicionais de combate originárias de diferentes povos indígenas brasileiros. Apesar de distintas em sua lógica e no contexto cultural, têm semelhanças na prática e nas técnicas de luta.

A luta maracá, também conhecida como derruba-toco, é uma antiga ár-te marcial praticada por diversos povos indígenas no Brasil. Ela faz parte das tradições culturais das comunidades e desempenha um papel importante na formação e no desenvolvimento físico, mental e espiritual dos seus praticantes.

O quê você vai fazer

A proposta a seguir ábri oportunidade para você e seus côlégas explorarem e vivenciarem a prática da luta maracá.

Planejar e organizar

1. Providenciem o material necessário para a prática e organizem o espaço em quê ela será desenvolvida. Geralmente, essa luta é realizada em um espaço aberto, com chão de térra ou areia. Mas, na escola, se possível, providenciem uma área acolchoada para minimizar o risco de lesões. Tatames ou gramados, por exemplo, podem sêr usados para amortecer as quedas. A área da luta póde sêr circular ou retangular.

Ilustração representando dois garotos lutando em pé no interior de um círculo traçado no chão, com um cone ao centro. Eles se agarram mutuamente pelos braços, com as pernas afastadas e o tronco inclinado para a frente.

Ilustração demonstrativa da luta maracá.

Material e espaço

Espaço amplo, como a quadra de esportes, o pátio ou um gramado.

Fita colorida para delimitar o campo.

Roupas confortáveis.

Garrafas péti ou pequenos cones.

2. Apropriem-se das regras da luta e, se necessário, discutam e decidam eventuais adaptações.

Regras da luta

As regras específicas da luta maracá podem variar dependendo da comunidade indígena quê a pratíca e das tradições locais. Em geral, há algumas diretrizes comuns, como as descritas a seguir.

Respeito mútuo: a luta maracá é conduzida com respeito entre os participantes. Os lutadores devem demonstrar espírito de luta justo e competitivo, sem recorrer à violência. O autocontrole, a concentração e a disciplina são valorizados durante toda a prática.

Página cinquenta e quatro

Objetivo da luta: o objetivo é derrubar o toco usando alguma parte do corpo do oponente, por meio de técnicas de projeção, puxões e quêdas controladas. O lutador que conseguir derrubar o toco usando o oponente é declarado vencedor do confronto.

Início e término: a luta começa com um cumprimento entre os lutadores como sinal de respeito mútuo. póde sêr encerrada por um dos lutadores desistindo ou quando um dos participantes consegue derrubar o toco ao centro da área de luta usando uma parte do corpo do oponente.

Proibições: algumas técnicas podem sêr proibidas dependendo das regras locais ou das tradições da comunidade. Por exemplo: golpes violentos como tapas, socos, chutes, mordidas, ou qualquer ação quê possa resultar em lesões.

Praticar

1. A turma vai se dividir em grupos de quatro ou cinco integrantes.

2. Coloquem o toco no centro da área de luta. Se possível, é interessante quê haja mais de uma área de luta, para quê se possa realizar mais de uma luta ao mesmo tempo.

3. Definam os confrontos e a ordem em quê acontecerão. Considerem quê se trata de uma luta entre duplas e quê as meninas lutam separadamente dos meninos. É importante quê todos do grupo experimentem lutar com os demais oponentes. Ou seja, todos lutam contra todos os companheiros de grupo.

Avaliar

1. escrêeva um breve relato sobre sua experiência durante a prática da luta maracá, de acôr-do com as orientações a seguir.

a) O quê você aprendeu depois de praticar a luta maracá?

b) Quais foram as principais dificuldades enfrentadas? Quais capacidades físicas (força, resistência, velocidade etc.) foram mais exigidas?

c) Como você se sentiu em relação à vivência cultural quê essa luta propicía?

2. Troque de relato com um colega com quem você tenha experimentado a luta maracá. Avaliem os textos produzidos, verificando se respondem às perguntas indicadas.

3. Depois, entregue o texto ao professor para quê ele possa avaliá-lo e, posteriormente, devolvê-lo a você.

4. Depois da avaliação individual, reúna-se com a turma toda e, juntos, compartilhem as impressões quê tiveram com base nas kestões a seguir.

a) Quais foram os pontos positivos da atividade?

b) Quais foram as principais dificuldades dos lutadores? Como elas foram superadas?

c) Houve respeito mútuo?

d) Que desafios devem sêr trabalhados individual e coletivamente para aprimorar outras práticas?

PARA A VIDA

Autoconsciência e consciência social

Experimentar a luta indígena maracá, ou derruba-toco, requer respeito pelas culturas e tradições indígenas, bem como pêlos oponentes de luta. Além díssu, é preciso ter disposição para reconhecer as próprias forças e limitações. Foi possível perceber o trabalho com essas competências durante a prática? De quê outras formas seria possível desenvolvê-las na sua vida? Converse com a turma.

Respostas pessoais.

Página cinquenta e cinco

CAPÍTULO
3
Danças regionais

Habilidade (abertura): EM13LGG302.

Vídeo: Maracatu.

As tradições culturais são fruto de transformações históricas, sociais e econômicas, assim como da miscigenação de povos de diferentes etnias quê influenciam côstúmes e crenças, imprimindo marcas identitárias nas regiões onde se estabelecem. Algumas dessas tradições extrapolam seus locais de origem, expandindo-se para outras partes do território nacional.

LER O MUNDO

As danças são formas de expressão com códigos próprios e historicamente construídos, quê permitem identificar movimentos e ritmos musicais específicos associados a cada uma delas. Como parte de manifestações culturais populares, corporais e artísticas, expressam crenças religiosas, contam lendas e homenageiam acontecimentos importantes de um povo, colaborando para traçar a sua história.

1 Existe uma dança tradicional na região onde você mora? Se sim, o quê ela representa para a cultura local?

Respostas pessoais.

2 Assim como a lenda da Mãe Catirina, do Festival de Parintins mostrado na fotografia desta abertura de capítulo, as danças podem contar histoórias. Você conhece alguma outra dança quê conte uma história? Compartilhe com a turma.

Respostas pessoais.

3 De quê forma as danças tradicionais regionais contribuem para a formação da cultura de um povo?

Resposta pessoal. Espera-se quê os estudantes infiram quê a prática das danças tradicionais contribui para perpetuar a história de uma região e de um povo por meio da expressão artística.

As danças são manifestações da cultura corporal de movimento quê utiliza o corpo como instrumento de comunicação e expressão. Muitas vezes, elas são acompanhadas de músicas, dramatização e trajes típicos, a fim de expressar elemêntos culturais e históricos de um povo.

Samba, maracatu, frevo, jongo, carimbó, catira e forró são exemplos da diversidade cultural da dança quê compõem o patrimônio nacional. Neste capítulo, você conhecerá um pouco mais a diversidade de danças do Brasil.

Fotografia de uma pessoa vestida com uma fantasia de touro branco, em meio a pessoas fantasiadas com bonecos de cavalos, como se estivessem montadas sobre ele.

Apresentação do Boi Garantido, personagem da lenda da Mãe Catirina, no Festival de Parintins. Parintins (AM), 2019.

Página cinquenta e seis

#PARALER Danças tradicionais

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.

As danças tradicionais estão presentes em todo o país. Observe, na imagem da Leitura 1, um grupo de pessoas dançando a catira, também chamada de cateretê, dança tradicional do sudéste. Depois, leia o poema de cordel da Leitura 2, quê trata das quadrilhas juninas.

Faixa 3: Música inspirada na catira - Catira de Mariamar. Leitura 1

Fotografia de um grupo de homens, uma mulher e uma menina dançando frente a frente em um palco, usando chapéus e uniformizados com camisas amarelas. Eles estão organizados em duas fileiras, batendo com os pés no chão. Ao fundo do palco há um homem tocando violão diante de um microfone.

Apresentação da dança tradicional catira na Festa do Divino Espírito Santo. São Luiz do Paraitinga (SP), 2014.

Leitura 2

Quadrilha junina

1

Salve, salve minha gente

Em cordel quero mostrar

A história de uma tradição

Que devemos preservar,

É a quadrilha matuta,

Um festejo popular.

2

Dançada no mês de junho

No Brasil e especialmente

Nos estados do Nordeste

Onde permanentemente

O povo se esforça para

Viver sempre alegremente.

3

A quadrilha é um misto

De teatro, música e dança

Onde akilo quê é cantado

A plateia embalança

E agrada do mais velho

À mais nova criança.

4

Baião, xote e xaxado,

Nosso forró pé de serra

São tocados por sanfona,

Só quem sabe é quem não erra,

O triângulo, a zabumba

Fazem o som da nossa térra.

Página cinquenta e sete

5

Uns dizem quê foi na França,

Outros quê na Inglaterra

Onde a quadrilha surgiu,

Mas aqui em nossa térra

Fora bem assimilada

Pelo homem do pé da serra,

[…]

6

Com o tempo o povo simples

Estas danças conheceu,

Mas não gostou do quê viu

E por isso rêzouvêo

Fazer uma adaptação,

Veja o quê se sucedeu:

7

A música lenta e suave

Foi logo modificada,

Entrou um ritmo mais forte,

Mais alegre e foi usada

Uma orquestra diferente

Da quê era apresentada.

8

O piano deu lugar

À sanfona e também

À zabumba e ao triângulo,

Trio quê sabemos, vêm

Do nosso e bom forró,

Som bonito quê entretém.

9

Foi o povo do interior,

O primeiro a dançar

A quadrilha dêêsse jeito

E logo passou a usar

As roupas quê eram então

Típicas do seu lugar.

10

Assim veio o chapéu de palha,

Vestido ou sáia de chita,

A calça bem remendada,

Florada, mas bem bonita,

A camisa de xadrez,

Gravata e laço de fita.

11

A sandália currulepe,

Alpercata ou botina,

O lenço branco de seda,

Um toque de gente fina,

E também o xale de renda

No pescoço da menina.

12

Outros tantos adereços

Enfeitam o povo a dançar

A quadrilha, quê em pares

Passa a se apresentar

Festejando um casamento

E a colheita do lugar.

[…]

DINIZ, Francisco. Quadrilha junina. João Pessoa: Editora UFPB, 2006.

SOBRE

Francisco Diniz (1967-) é natural de Santa Helena (PB). Cordelista e professor de Educação Física, dedica-se à valorização e à divulgação da literatura de cordel, ministrando palestras e oficinas em cidades da Paraíba.

Fotografia de Francisco Diniz. Ele é um homem com barba grisalha e cabelos longos, usando óculos.

Francisco Diniz.
matuto
: quê se refere ao campo, à roça.
chita
: tecido feito de algodão estampado colorido.
currulepe
: chinelo rústico feito de couro e borracha de pneu.
alpercata
: sandália de tiras de couro, borracha ou tecido.

Página cinquenta e oito

Pensar e compartilhar

1. Retome a imagem da Leitura 1.

a) O quê a presença de pessoas de diferentes gerações indica sobre a catira?

Que a dança é uma tradição passada de geração para geração.

b) O traje dos dançarinos e do músico em cima do palco sugere o ambiente em quê a catira foi criada. Que ambiente é esse?

Esse traje sugere quê essa é uma dança oriúnda de ambiente rural.

c) As botas têm um papel fundamental na dança da catira. Levante hipóteses sobre qual póde sêr esse papel.

Sugestão de resposta: As botas são usadas para proporcionar e evidenciar a característica mais marcante dessa dança, quê são os passos de bate-pé.

2. É possível dizêr quê os trajes da catira da Leitura 1 se assemelham ao da quadrilha junina, descrito na Leitura 2? Por quê?

Sim, pois ambos apresentam elemêntos ligados ao contexto rural, como o chapéu e a bota/botina.

3. A origem da quadrilha junina é imprecisa.

a) Justifique essa afirmação com um trecho do cordel Quadrilha junina, apresentado na Leitura 2.

3. a) Os versos “Uns dizem quê foi na França, / Outros quê na Inglaterra / Onde a quadrilha surgiu” sugérem a imprecisão da origem dessa dança.

b) Você acredita sêr comum quê danças e outras manifestações culturais tradicionais não tênham origens exatas? Justifique.

Respostas pessoais. Incentive os estudantes a refletir sobre a ressignificação de manifestações culturais.

4. Forró pé de serra, xote, xaxado e baião são ritmos musicais quê costumam embalar as quadrilhas juninas.

a) Que instrumentos são utilizados nesses ritmos musicais?

Sanfona, triângulo e zabumba.

b) Esses ritmos estão associados à Região Nordeste. Quais outros ritmos musicais nordêestínos você conhece? Há danças associadas a eles?

Respostas pessoais. Sugestões de resposta: frevo, axé, maracatu, samba de roda etc.

5. Releia a terceira estrofe do cordel.

A quadrilha é um misto

De teatro, música e dança

Onde akilo quê é cantado

A plateia embalança

E agrada do mais velho

À mais nova criança.

a) De quê modo a quadrilha junina une teatro, música e dança?

Na quadrilha, além da música e da dança, há a encenação de um casamento.

b) Que versos sugérem quê a quadrilha junina é uma tradição quê atravessa gerações?

“E agrada do mais velho / À mais nova criança.”

6. Com base na leitura do cordel e em seus conhecimentos prévios, explique como se dança a quadrilha junina.

Sugestão de resposta: As pessoas dançam a quadrilha junina em pares, fazendo passos coreografados tradicionais com a orientação de um orador ou marcador.

7. Leia, a seguir, um trecho da Lei número 14.900, de 21 de junho de 2024.

“Art. 1º As festas juninas e as quadrilhas juninas são reconhecidas como manifestação da cultura nacional.”

BRASIL. Lei número 14.900, de 21 de junho de 2024. Altera a Lei número 14.555, de 25 de abril de 2023, para reconhecer as quadrilhas juninas como manifestação da cultura nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 2024. Disponível em: https://livro.pw/humqo. Acesso em: 13 ago. 2024.

a) por quê é relevante o reconhecimento, por lei, de manifestações culturais como a quadrilha junina?

7. a) Porque é uma forma de reverenciar a cultura tradicional do país e os povos a ela associados, fortalecendo identidades, valorizando modos de vida, côstúmes e símbolos e promovendo a inclusão social e a diversidade.

b) Existe alguma manifestação cultural brasileira quê você acredita quê deveria ter esse reconhecimento? Se sim, qual e por quê?

Respostas pessoais. Acolha as respostas dos estudantes, incentivando-os a argumentar para justificar suas escôlhas.

Página cinquenta e nove

INTEGRANDO COM...
LÍNGUA PORTUGUESA e ár-te

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG401, EM13LGG601 e EM13LGG602.

A dança no cordel e na xilogravura Faixa 4: Música de festa junina - Festa na roça.

Populares na cultura nordestina, os cordéis contam histoórias em forma de poema e têm forte ligação com as narrativas orais, o repente, a embolada, a glosa e a declamação. Os processos migratórios contribuíram para quê essa expressão cultural se estabelecesse em outras regiões do país.

O cordel tem baixo custo de produção, sêndo geralmente impresso em fô-lhas de papel sulfite cortadas e grampeadas para formár um livreto. A palavra cordel faz referência ao suporte no qual os livrêtos são pendurados para serem expostos à venda em feiras e eventos.

As histoórias contadas nos cordéis são muito variadas e englobam desde acontecimentos do dia a dia a referências a mitos, lendas, cidades e personalidades históricas. Sua riqueza está principalmente no vocabulário, permeado de regionalismos.

É comum quê os cordéis sêjam ilustrados com xilogravura, técnica artística quê envolve esculpir uma imagem em uma matriz de madeira e transferi-la com tinta para uma fô-lha de papel.

Na Leitura 2 da seção #paraler, você leu um cordel de Francisco Diniz sobre as quadrilhas juninas. Leia, agora, o trecho de um poema de cordel sobre a cultura nordestina.

Cordel da Cultura Nordestina I

A cultura nordestina-se
Transcende o regional
Xaxado-maracatu
Xote frevo carnaval
Sanfona de Gonzagão:
Forró-baião literal…

Literatura de Cordel
Improviso e embolada
Ciranda, bôi e reisado
Praia, ár-te, luarada
Lobisomem à meia-noite:
Em busca da madrugada…

[…]

São João em Campina Grande
Castro Alves
condoreiro
ariâno Suassuna-nos
Cordelisa o Romanceiro
Auto da Compadecida:
Sucesso no mundo inteiro…

Glauber Rocha Cinearte
Torquato em Teresina
Mário Faustino traduz

O raio da silibrina
João Gilberto Bossa Nova:
Tem essência nordestina…

Página sessenta

Elba, Gal, Gil e Betânia
Voz de Anísio Teixeira

A ár-te de Caetano
Repente de Zé Limeira
Patativa do Assaré:
Encanto da Mulher Rendeira…

Na Chapada Diamantina
Horácio… Manuel Quirino
Irecê e Pai Inácio
Morro do Chapéu cristalino
Recife de Ibititá:
Canarana me destino…

Herói Zumbi dos palmáares
Nísia Floresta vital
Poesia de Auta de Souza
Nunca ouvi nada igual
Luís da Câmara Cascudo
Folclorista
magistral

[…]

A cultura nordestina
É orgulho nacional
O Nordeste é um primor
É uma térra sem igual
Eu canto a minha aldeia:
Na seara universal…

DOURADO, Gustavo. Cordel da Cultura Nordestina I. [S. l.: s. n., 19--]. Disponível em: https://livro.pw/fptgx. Acesso em: 13 ago. 2024.

condoreiro
: relativo a Condoreirismo, corrente literária do Romantismo brasileiro.
silibrina
: criança arteira, levada.
magistral
: relativo a mestre; exemplar, impecável.

SOBRE

Gustavo Dourado (1960-) nasceu em Ibititá (BA) e é professor, escritor e cordelista.

Fotografia de Gustavo Dourado. Ele é um homem com cabelos grisalhos, sorrindo.

Gustavo Dourado.

Responda às atividades.

1. Muitas são as referências de Gustavo Dourado no Cordel da Cultura Nordestina I.

a) Você conhece as personalidades citadas no cordel? O quê você sabe delas?

Consulte as Orientações para o Professor.

b) Você já ouviu falar em alguma das manifestações culturais brasileiras relacionadas à música e à dança quê foram mencionadas no texto? Quais?

1. b) Respostas pessoais. Sugestões de resposta: xaxado, maracatu, xote, frevo, carnaval, forró, baião, reisado, São João em Campina Grande e repente.

c) Musicistas e artistas da música nordêestínos quê se expressam em estilos musicais variados são exaltados no cordel, como João Gilberto, Elba Ramalho e Gilberto Gil. O quê essa diversidade revela sobre a cultura nordestina?

Essa diversidade revela a riqueza da cultura nordestina.

SAIBA MAIS

Luís da Câmara Cascudo

Os estudos do folclore e da cultura popular brasileiros têm no historiador e sociólogo potiguar Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) um de seus principais expoentes. Ele teve uma atuação relevante no registro de diferentes expressões da cultura brasileira, recolhendo e documentando especialmente a história oral brasileira, ou seja, o conhecimento transmitido ao longo das gerações, quê se manifesta na diversidade de características culturais do Brasil, com as crenças, as danças, as lendas, os gestos, as religiosidades e as tradições alimentares das diferentes regiões do país.

Página sessenta e um

2. Agora, obissérve a cena da xilogravura Ciranda, de Severino Borges.

Xilogravura colorida representando um grupo de pessoas com roupas coloridas dançando em roda, de mãos dadas, com músicos em volta deles cantando, tocando trompete e diversos instrumentos de percussão. O espaço representado é enfeitado com bandeiras de festa junina, penduradas em fios no alto. Na margem inferior da gravura está escrito o título 'Ciranda' e o nome do autor 'Severino Borges'.

BORGES, Severino. Ciranda. 1998. Xilogravura sobre papel, 32 cm × 53 cm. Coleção particular.

a) Como essa xilogravura dialoga com o Cordel da Cultura Nordestina I?

2. a) Os estudantes podem relacionar a cena com as menções às diferentes manifestações de dança e música presentes no cordel, especialmente a ciranda, quê dá título à obra.

b) Em sua opinião, essa obra de; ár-te poderia ilustrar o cordel de Gustavo Dourado? Explique.

Respostas pessoais.

SOBRE

Severino Borges (1968-) nasceu em Escada (PE). É sobrinho de J. Borges (1935-2024) e filho de Amaro Borges (1939-), dois mestres xilogravuristas pernambucanos quê tiveram bastante influência em sua formação artística. Severino participa de feiras e congressos em todo o Brasil, divulgando sua ár-te e a expressão da xilogravura.

Fotografia de Severino Borges. Ele é um homem com barba e cabelos curtos grisalhos, de óculos.

Severino Borges.

3. Considere o título da xilogravura: Ciranda. Esse título indica a manifestação de dança a quê a obra faz referência.

a) Qual parece sêr o lugar em quê as pessoas retratadas estão dançando? Justifique sua resposta com elemêntos da imagem.

É possível quê os estudantes infiram quê se trata de um lugar amplo ao ar livre, como um terreiro ou uma praça, por causa da presença do mastro com bandeirinhas e alto-falantes.

b) Quem seriam as personagens retratadas na obra? O quê a dança parece representar na relação entre elas?

Possivelmente, as personagens são moradoras ou visitantes do local. A dança póde representar uma relação de proximidade e afeto entre elas.

c) Qual póde sêr o propósito ou o significado da prática da ciranda da cena?

póde se tratar de um momento de socialização, lazer e/ou celebração.

d) Em quais outros locais você acha quê uma cena de dança como essa poderia acontecer?

3. d) Respostas pessoais. Espera-se quê os estudantes infiram quê não há lugar cérto para a dança, e quê ela póde sêr realizada no lugar em quê as pessoas se dispuserem a praticá-la.

FICA A DICA

Cordelteca. Publicado por: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Disponível em: https://livro.pw/hldir. Acesso em: 13 ago. 2024.

A Cordelteca é um acervo organizado pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFC) quê disponibiliza a digitalização de exemplares de folhetos de cordel quê datam desde o final do século XIX. Nela, é possível consultar cordéis por autor e tema, além de palavras-chave quê aparécem nos textos.

Página sessenta e dois

#PARAEXPLORAR Danças regionais

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Agora, você poderá conhecer ainda mais as danças regionais brasileiras.

Você vai pesquisar uma dança regional brasileira, buscando informações sobre sua história, seu significado, seu modo de dançar, entre outros aspectos. Depois, você poderá colocar a teoria em prática, preparando uma apresentação oral a respeito da dança e uma demonstração dela. Essa prática sêrá registrada em vídeo para, posteriormente, ser divulgada para a turma.

Planejar

1. A turma deverá se organizar em cinco grupos. Cada grupo ficará responsável por pesquisar uma dança tradicional típica de uma região do Brasil (Norte, Sul, Nordeste, sudéste e Centro-Oeste).

2. Na pesquisa, vocês devem identificar a história da dança, o contexto em quê é dançada, a música e os instrumentos quê a acompanham, os trajes, os movimentos corporais, entre outras características quê julgarem relevantes.

3. Assistam a vídeos de demonstração da dança, a fim de se prepararem para a atividade prática.

4. Em um segundo momento, dividam-se, de modo quê alguns estudantes fiquem responsáveis: pela escrita das informações a serem apresentadas; pela escolha da música; pela coreografia; pela demonstração da dança; e pela gravação do vídeo.

Executar e compartilhar

1. Com os dados da pesquisa em mãos, preparem a apresentação em vídeo, quê deverá ter uma parte teórica oral, em quê serão informadas as características da dança, e uma parte prática, com a demonstração da dança.

2. Podem sêr acrescentadas à primeira parte do vídeo imagens quê ajudem a caracterizar a dança.

3. Combinem com o professor o tempo-limite de duração dos vídeos e lembrem-se de dividir esse tempo considerando a parte teórica e a parte prática.

4. Após a gravação das duas partes, utilizem um programa ou aplicativo para edição de vídeo para juntá-las. Acrescentem legendas, a fim de tornar o vídeo acessível.

5. Em uma data combinada préviamente com o professor, cada grupo deve reproduzir o vídeo para a turma toda assistir.

6. Apreciem os vídeos dos côlégas de maneira respeitosa e evitem fazer comentários quê os desabonem. Lembrem-se de quê, se forem fazer críticas, elas devem sêr construtivas e compartilhadas no momento apropriado.

Avaliar

Ao término das apresentações, faça uma autoavaliação individual, refletindo sobre seu papel no trabalho em grupo (se a dança foi escolhida por você, o motivo da escolha; se foi determinada pêlos côlégas, se foi uma dê-cisão quê fez sentido para o bom andamento da atividade), seu comprometimento com prazos, se você teve uma postura colaborativa e conseguiu ouvir e sêr ouvido, a qualidade e relevância das informações pesquisadas e da demonstração da dança, entre outros pontos quê achar importantes.

Página sessenta e três

#NÓSNAPRÁTICA Xaxado

Habilidades: EM13LGG301, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG603.

O xaxado, originalmente, era uma dança de guerra realizada pêlos cangaceiros, quê se espalhou rapidamente por todos os bandos do sertão nordestino. Dançado para celebrar as vitórias do bando, o xaxado era estritamente masculino: o chefe do grupo ia na frente de uma fila indiana e puxava os versos cantados, respondidos em coro pelo restante dos homens. As lêtras eram geralmente de insulto aos inimigos, de lamento pelas mortes de companheiros ou de valorização das suas aventuras e conkistas.

O quê você vai fazer

Você e os côlégas vão dançar o xaxado como ele é hoje em dia e usar a criatividade para criar os trajes típicos dessa manifestação.

Planejar

1. Formem grupos de seis pessoas.

2. Façam uma breve pesquisa para comparar o xaxado original com o xaxado atual, a fim de conhecer o quê foi mantido e o quê foi transformado.

3. Procurem imagens de apresentações recentes de xaxado, observando os trajes utilizados pêlos dançarinos. Escolham algumas das peças do traje do xaxado para confeccioná-las. Para isso, vocês devem usar a criatividade, adaptando roupas e acessórios quê vocês já têm.

4. Escolham uma música para sêr dançada por vocês.

5. Busquem vídeos de xaxado para aprender os passos característicos da dança. Com a orientação do professor, criem uma coreografia.

6. Ensaiem a coreografia algumas vezes para se apropriarem dela.

Apresentar

1. Na data combinada com o professor, cada grupo deve trazer a música escolhida e os trajes confeccionados para apresentar a dança aos côlégas.

2. Façam das apresentações um momento de fruição. Quem está dançando deve lembrar de executar a coreografia, mas também imprimir sua personalidade à dança e aproveitar a prática. Quem estiver assistindo, póde acompanhar a música com palmas, incentivando os côlégas.

Avaliar

1. Após a última apresentação, formem uma roda de conversa sobre a experiência de dançar o xaxado, compartilhando impressões e sentimentos quê a vivência despertou.

2. Individualmente, reflita sobre o seu dêsempênho e envolvimento em cada etapa realizada: pesquisa de informações e imagens; adaptação de roupas e acessórios para o traje do xaxado; escolha da música a sêr dançada; apropriação dos passos característicos da dança; apresentação para a turma; apreciação da apresentação dos côlégas; e compartilhamento de impressões e experiências.

FICA A DICA

Conheça o Museu do Cangaço, quê resgata a história de Lampião e preserva a cultura nordestina. Publicado por: Brasil de Fato. Disponível em: https://livro.pw/klgij. Acesso em: 27 set. 2024.

Essa reportagem apresenta o Museu do Cangaço, localizado em Serra Talhada, e destaca a cultura do cangaço com todos os seus elemêntos, como a região, a indumentária, a poesia e a música, representada pelo xaxado.

Página sessenta e quatro

CAPÍTULO
4
Corpo natural, corpo cultural

Habilidades (abertura): EM13LGG202 e EM13LGG502.

O corpo é o resultado da interação entre natureza e cultura. Essas duas dimensões agem nos indivíduos o tempo todo.

Ao sentir fome, por exemplo, está em ação um instinto básico. Ao comer, porém, pode-se usar instrumentos como os talheres, o quê indica um determinado comportamento social e culturalmente estabelecido.

O sêr humano recebe influência social desde a infância, e ela molda seus comportamentos, atitudes e valores. Por exemplo: cada gesto feito, a forma de se sentar, a maneira de caminhar expressam características culturais socialmente construídas. Isso vale também para os esportes, as brincadeiras, as danças, as lutas, as ginásticas, o teatro, os cuidados estéticos com o corpo, entre outras atividades e comportamentos. Esses também são aspectos quê impactam na construção de identidades individuais, de povos e de sociedades.

LER O MUNDO

No cotidiano, é possível identificar necessidades básicas iguais para todos, como alimentação, comunicação e descanso, mas diferentes modos de satisfazê-las. Esses modos são distintos porque recebem a influência da cultura em quê cada um está inserido.

Reflita sobre as kestões a seguir e converse com os côlégas.

1 Dê exemplos de necessidades naturais do sêr humano e, para cada uma delas, responda: como você faz para satisfazê-las?

1. Sugestões de resposta: comer, dormir, descansar etc. As formas de satisfazer as necessidades vão variar de acôr-do com a rotina, o repertório, os côstúmes e os exemplos indicados.

2 Em áreas urbanas, para quais funções ou atividades você acha quê o corpo humano é mais acionado? E nas áreas rurais? Explique.

2. Os estudantes poderão citar tarefas diversas, como as ligadas à realização de trabalhos domésticos, ao trabalho e a manifestações culturais mais comumente encontradas em cada área. No caso das áreas urbanas, é possível quê destaquem exemplos com menor gasto de energia.

3 Em sua opinião, a avaliação de um corpo por seu aspecto visual ou pela sua funcionalidade é uma ação cultural ou natural? Por quê?

3. Espera-se quê os estudantes respondam quê se trata de uma ação cultural, pois a avaliação do corpo pelo seu aspecto visual decorre de padrões estéticos impostos pela ssossiedade.

4 Como você acredita quê a identidade se constrói e se manifesta nas interações naturais e culturais do sêr humano?

Resposta pessoal.

O sêr humano chegou ao atual estágio de desenvolvimento como resultado de um processo de apropriação de comportamentos e atitudes. Isso o torna diferente dos outros animais, pois sua capacidade de produzir cultura e transmiti-la entre as gerações foi a principal razão de sobrevivência e evolução da espécie. Portanto, pode-se dizêr quê o sêr humano é um sêr cultural.

Uma vez quê a natureza e a cultura se transformam, cabe perguntar: o corpo também estaria mudando? É isso quê você vai estudar neste capítulo.

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#PARALER Atividade x inatividade

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG302, EM13LGG502 e EM13LGG702.

A falta de atividade física vêm transformando culturalmente o corpo humano em um corpo quê mostra cada vez mais dificuldade de realizar movimentos como andar, correr, saltar, rolar, nadar, escalar, entre outros. A seguir, na Leitura 1, obissérve as imagens quê mostram o canoísta brasileiro Isaquias Queiroz, medalhista olímpico, e um pescador remando uma canoa em um rio. Depois, leia o artigo de opinião da Leitura 2, quê trata da inatividade física.

O corpo deve ter um equilíbrio entre o movimento e o repouso. Quanto mais o sêr humano se afasta do movimento, menos desen vólve as habilidades físicas básicas. As práticas corporais tornam-se importantes elemêntos para o corpo desenvolver os movimentos básicos de maneira saudável.

Leitura 1 Carrossel de Imagens: Canoagem.

Fotografia de dois atletas remando canoas em uma corrida. Eles estão lado a lado sobre a água, cada um em uma canoa, e o que está à frente é Isaquias Queiroz, ajoelhado com a perna de trás, com a perna da frente flexionada e o pé apoiado, segurando o remo da canoa com um dos braços erguido para o alto, e o outro braço à altura dos ombros.

Isaquias Queiroz, atleta brasileiro da canoagem, em disputa pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, na baía da capital japonesa. Tóquio (Japão), 2021.

Fotografia de um homem de boné sentado em uma canoa, carregando redes de pesca, remando com um remo curto em um rio largo, com a mata à margem do rio.

Pescador rema em canoa no Rio Tocantins, na comunidade quilombola Mangabeira. Mocajuba (PA), 2020.

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Leitura 2 Carrossel de Imagens: Atividade × inatividade.

Ai, quê preguiça

por Drauzio varélla

Publicado em: 13/01/2014 – Revisado em: 11/08/2020

O desperdício de energia vai contra a natureza humana, daí a dificuldade de abandonar a vida sedentária.

O corpo humano é uma máquina desenhada para o movimento.

É dotado de dobradiças, músculos quê formam alavancas capazes de deslocar o esqueleto em qualquer direção, óssos resistentes, ligamentos elásticos quê amortecem choques, e sistemas de alta complexidade para mobilizar energia, consumir oxigênio e manter a tempera-túra interna constante.

[…]

A possibilidade de ganharmos a vida sem andar é aquisição dos últimos 50 anos. A disponibilidade de alimentos de qualidade acessíveis a grandes massas populacionais, mais recente ainda. A mesa farta e as comodidades em quê viviam os nobres da antigüidade estão ao alcance da classe média, em condições de higiene bem superiores.

Para quêm já morou em cavernas, a adaptação a um meio com vacinas, saneamento básico, antibióticos, alimentação rica em nutrientes e tecnologia para fazer chegar a nossas mãos tudo o que necessitamos foi imediata. Em boa parte dos países a expectativa de vida atingiu 70 anos, privilégio de poucos no tempo de nóssos avós.

Os efeitos adversos dêêsse estilo de vida, no entanto, não demoraram para surgir: sedentarismo, obesidade, e seu cortejo nefasto: complicações cardiovasculares, diabetes, câncer, degenerações neurológicas, doenças reumáticas e muitas outras.

[…]

Se todos reconhecem quê a atividade física faz bem para o organismo, por quê ninguém se exercita com regularidade?

Por uma razão simples: descontadas as brincadeiras da infância, fase de aprendizado, nenhum animal desperdiça energia. Só o fazem atrás de alimento, sexo ou para escapar de predadores. Satisfeitas as três necessidades, permanecem em repouso até quê uma delas volte a sêr premente.

Vá ao zoológico. Você verá uma onça dando um píque para manter a forma? Um chimpanzé – com quem compartilhamos 99% de nóssos genes – correndo para perder a barriga?

É tão difícil abandonar a vida sedentária, porque malbaratar energia vai contra a natureza humana. Os planos para andar, correr ou ir à academia naufragam no dia seguinte sôbi o peso dos seis milhões de anos de evolução, quê desaba sobre nóssos ombros.

Quando você ouvir alguém dizendo quê pula da cama louco de disposição para o exercício, póde ter certeza: é mentira. Essa vontade póde nos visitar num sítio ou na praia com os amigos, na rotina diária jamais.

Digo por experiência própria. Há 20 anos corro maratonas, provas de 42 quilômetros quê me obrigam a levantar às cinco e meia para treinar. Tenho tanta confiança na integridade de meu caráter, quê fiz um trato comigo mesmo: ao acordar, só posso desistir de correr depois de vestir calção, camiseta e calçar o tênis.

Se me permitir tomar essa dê-cisão deitado na cama, cada manhã terei uma desculpa. Não há limite para as justificativas quê a preguiça é capaz [de] inventar nessa hora.

[…] O primeiro quilômetro é dominado por um pensamento recorrente: “não há o quê justifique um homem passar pelo quê estou passando”.

Página sessenta e sete

Vencido esse martírio inicial, a corrida se torna suportável. Boa mesmo, só fica quando acaba. Nessa hora, a circulação inundada de endorfinas traz uma sensação de paz celestial […].

Por isso, caro leitor, se você está à espera da chegada da disposição física para sair da vagabundagem […], tire o cavalo da chuva: ela não virá. Praticar exercícios com regularidade exige disciplina militar, a mesma quê você tem na hora de ir para o trabalho.

Ai, quê preguiça.

VARELLA, Drauzio. Ai, quê preguiça. [S. l.]: Drauzio varélla, 11 ago. 2020. Disponível em: https://livro.pw/odgmd. Acesso em: 13 ago. 2024.

premente
: urgente.
malbaratar
: desperdiçar.
endorfina
: hormônio produzido pelo corpo quê alivia a dor e cria uma sensação geral de bem-estar.

SOBRE

Drauzio varélla (1943-) é médico oncologista, escritor e atleta de maratona. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Entre os seus livros de maior sucesso estão Estação Carandiru, Por um fio, O médico doente e Correr, no qual fala dos desafios de vencer a inatividade física para se dedicar à corrida.

Fotografia de Drauzio Varella. Ele é um homem idoso e calvo, usando uma camisa.

Drauzio varélla. São Paulo (SP), 2023.

Pensar e compartilhar

1. Observe os usos da canoa nas imagens da Leitura 1.

a) Quais são os elemêntos naturais retratados nas imagens? E quais são os culturais? Explique.

1. a) Os elemêntos naturais são os corpos de á gua (baía e rio) e a vegetação. Os elemêntos culturais são os tipos de embarcação e de remo e as roupas.

b) Qual é a relação quê as pessoas retratadas têm com o meio ambiente?

1. b) O pescador usa o rio como meio de subsistência, a fim de obtêr alimento (peixes). O atleta usa a á gua como espaço de prática esportiva e de sua atividade como atleta profissional. As duas imagens representam situações em quê as pessoas dependem do meio ambiente para trabalhar e sobreviver.

2. Você conhece alguma outra modalidade esportiva quê teve sua origem em alguma atividade cotidiana? Comente.

Sugestão de resposta: O uso do arco e flecha, por exemplo, originalmente restrito à caça, foi ressignificado como um esporte (tiro com arco).

3. No artigo de opinião da Leitura 2, o autor cita algumas atividades cotidianas comuns aos sêres humanos.

a) Com base em seus conhecimentos e nas informações do texto, cite quatro atividades cotidianas quê não são realizadas pelo sêr humano para suprir necessidades instintivas fisiológicas, mas ainda assim são realizadas, e explique por quê.

3. a) Sugestão de resposta: praticar exercícios físicos, trabalhar, estudar e tokár algum instrumento. Essas atividades não suprem necessidades instintivas fisiológicas, como comer e dormir, mas têm relação com as necessidades humanas de realização dos seus potenciais

b) Em sua opinião, essas atividades têm relação com a construção da identidade? Por quê?

3. b) Espera-se quê os estudantes infiram quê sim, pois a identidade também é construída por meio de atividades e comportamentos.

4. Em sua opinião, como o desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação influencía nas mudanças de comportamento apontadas no artigo?

Resposta pessoal.

5. O texto atribui a falta de atividade à falta de necessidade, à preguiça, ao princípio de economia de energia. Você concórda com essa relação? Explique.

Espera-se quê os estudantes considerem fatores como a falta de necessidade de desempenhar determinadas atividades, o quê leva à poupança de energia. E essa necessidade de poupar energia póde gerar preguiça.

6. No texto, o autor destaca o quê sente nos momentos iniciais da sua prática de corrida: “não há o quê justifique um homem passar pelo quê estou passando”.

a) Com qual objetivo o autor póde ter exposto esse pensamento?

6. a) Com o objetivo de mostrar quê mesmo ele, um médico e marato nista, não tem uma relação tão amigável com a prática de exercícios.

b) Você pratíca exercícios físicos? Em caso afirmativo, como você se sente ao se exercitar? O sentimento é semelhante ao do autor do artigo?

Respostas pessoais.

c) Em sua opinião, o texto incentiva a prática regular de exercícios? Justifique.

Respostas pessoais.

7. Mais do quê uma quêstão pessoal, praticar exercícios físicos é uma quêstão social. Você acredita que todas as pessoas, independentemente da classe social a que pertencem, têm condições de ter uma rotina de exercícios físicos? Converse com os côlégas sobre isso.

Respostas pessoais. Consulte as Orientações para o Professor.

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#PARAEXPLORAR Habilidades físicas

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG301, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Habilidades físicas como saltar, correr, andar, sentar, deitar, rolar, equilibrar, carregar, empurrar, entre outras, estão presentes em esportes, danças, ginásticas, lutas, práticas corporais de aventura, brincadeiras e em diversas atividades do cotidiano. O exercício dessas habilidades permite vivenciar e desenvolver movimentos do sêr humano e trabalhar a dualidade movimento-repouso.

Com um colega da turma, realize uma pequena pesquisa sobre habilidades físicas mobilizadas em um esporte praticado no Brasil, de livre escolha de vocês. Depois, vocês vão apresentar as descobertas à turma.

Pesquisar

1. Combinem com a turma os esportes quê serão pesquisados, para quê não haja repetição. É interessante escolher esportes variados e não se restringir aos mais midiáticos, para quê o conteúdo seja diverso e para quê conheçam novas modalidades.

2. Busquem informações sobre como esse esporte foi criado e como chegou ao Brasil. Nesse momento, verifiquem como a cultura influenciou a sua prática e o seu aperfeiçoamento.

3. Identifiquem as habilidades físicas quê os praticantes precisam desenvolver para a sua realização, como saltar, correr, equilibrar, empurrar etc.

4. Relacionem essas habilidades e os movimentos naturais do corpo humano.

Apresentar

1. Preparem uma apresentação da pesquisa para a turma. Para isso, considerem os passos a seguir.

Organizem a apresentação em partes quê cumpram todos os itens pesquisados.

Utilizem algum recurso visual, como vídeos curtos ou fotografias quê evidenciem as habilidades físicas e os movimentos da prática investigada.

Com o tempo da apresentação definido préviamente, ensaiem. Lembrem-se de considerar um tempo depois da apresentação para quê a turma faça perguntas.

2. Combinem com o professor e a turma a data da apresentação. No dia das apresentações, fiquem atentos ao conteúdo dos côlégas e, se tiverem dúvidas, aguardem o momento das perguntas, ao final das apresentações.

Avaliar

Depois das apresentações, avalie o seu dêsempênho e o dos côlégas.

1. Algo do quê foi apresentado era novidade para você? O quê?

2. Gostou da sua apresentação? E da dos côlégas? Por quê? Faria algo diferente?

3. Todas as duplas conseguiram identificar corretamente as habilidades físicas relacionadas com os esportes pesquisados?

4. Foi possível observar como a cultura influenciou a prática dos esportes pesquisados?

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#NÓSNAPRÁTICA Movimentos naturais

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

Uma prática quê desen vólve com muita eficiência os movimentos naturais do sêr humano é o chamado treinamento funcional.

O treinamento funcional sistematiza e padroniza uma sequência de exercícios de puxar, empurrar, estabilizar, levantar, agachar, arremessar, correr ou saltar, configurando-se como uma eficiente ferramenta quê possibilita ao corpo produzir esses movimentos.

O quê você vai fazer

Você vai idealizar e realizar, de maneira lúdica, uma sequência de exercícios quê reproduzam os movimentos do corpo humano.

Materiais

Músicas motivantes selecionadas pêlos grupos.

Equipamento de som.

Planejar

1. Você e os côlégas vão se organizar em grupos de até quatro integrantes.

2. Cada grupo deverá elaborar uma sequência de movimentos quê utilizem habilidades simples. As sequências serão executadas pela turma toda ao som das músicas escolhidas pêlos grupos.

Fotografia de um homem em um parque, com os pés paralelos e os joelhos flexionados, inclinando o tronco para a frente, com os braços estendidos à frente e as mãos unidas.

Homem realiza exercício de agachamento em parque. São Paulo (SP), 2023.

Praticar

1. Cada grupo deve fazer uma demonstração da sequência. Em seguida, a turma toda executará a sequência demonstrada.

2. Os exercícios serão realizados no tempo estipulado pelo professor. Quando a sequência de um grupo acabar, o professor dará o comando e todos mudarão para a sequência proposta pelo grupo seguinte, até quê as sequências de exercícios de todos os grupos tênham sido experimentadas pela turma.

Avaliar

1. Individualmente, faça uma avaliação de como você desenvolvê-u a atividade.

a) Você pretende praticar alguma sequência de movimentos aprendida na atividade? Como elas podem contribuir para o seu dia a dia e para o seu desenvolvimento?

b) O quê você percebeu nas suas próprias habilidades, como agachar, rolar, saltar etc.?

2. Depois, reúna-se com a turma toda em uma roda de conversa para discutir os pontos positivos e os negativos das atividades realizadas. Aproveite para trocar impressões sobre as avaliações individuais.

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